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Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020 1

DIRETORIA EXECUTIVA DA AMIB

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Diretor Vice-Presidente Ricardo Maria Nobre Othon Sidou (CE)
Diretor Secretário Geral Antonio Luís Eiras Falcão (SP)
Diretor Científico Hugo Urbano (MG)
Diretor Tesoureiro Wilson de Oliveira Filho (AM)
Diretor Presidente Passado Ciro Leite Mendes (PB)
Diretor Presidente Futuro Marcelo Maia (DF)

COMISSÃO DE TÍTULO DE ESPECIALISTA EM MEDICINA INTENSIVA

Presidente Bruno de Arruda Bravim (SP)


Secretário Nelson Akamine (SP)
Membros Achilles Rohlfs Barbosa (MG)
Carmen Silvia Valente Barbas (SP)

Erick Cesar de Farias Albuquerque (PB)
Fernando Luiz Benevides da Rocha Gutierrez (RJ)
Márcio Manozzo Boniatti (RS)
Rodrigo Biondi (DF)
Rodrigo Palácio de Azevedo (MA)
Prova para obtenção do Título de Especialista em

Medicina Intensiva

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quer hipótese. Por isso, antes de assiná-lo, verifique se o seu nome e CPF estão corretos.
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Prova para Obtenção de Título de Especialista em

Medicina Intensiva

01. De acordo com a atualização do Advanced Cardiovascular Life Support (ACLS)


de 2019:
a) Se, durante a parada cardiorrespiratória, optar-se por estratégia de via aérea
avançada, deverá ser utilizada a intubação traqueal nos centros com experiência.
b) Tanto a ventilação com máscara com reservatório como a estratégia avançada de
via aérea (dispositivo supraglótico ou intubação traqueal) podem ser utilizadas na
parada cardiorrespiratória em qualquer local.
c) Se, durante a parada cardiorrespiratória, optar-se por estratégia de via aérea
avançada, deverá ser utilizada ventilação com máscara com reservatório nos
centros sem experiência com intubação traqueal.
d) Nas paradas cardiorrespiratórias ocorridas dentro de hospital, dá-se preferência à
utilização de dispositivos supraglóticos, para garantir ventilação adequada.

02. Em relação ao atendimento da parada cardiorrespiratória, assinale a alternativa correta:


a) A utilização de adrenalina em altas doses (0,1 a 0,2mg/kg) é recomendada quando
relacionada à intoxicação exógena por betabloqueador ou bloqueador de canal
de cálcio.
b) A utilização da capnografia está limitada à via aérea avançada por tubo traqueal,
não devendo ser utilizada com dispositivo supraglótico, tal como a máscara
laríngea ou o tubo laríngeo.
c) O suporte extracorpóreo venoarterial é custo-efetivo na parada cardiorrespiratória
refratária de duração superior a 10 minutos e deve ser amplamente utilizado para
uso intra-hospitalar.
d) O uso de dispositivo supraglótico está recomendado para todo provedor de
Suporte Avançado de Vida, independentemente de sua experiência com
intubação orotraqueal.

03. São três causas de insuficiência aórtica aguda:


a) Trauma, artrite reumatoide e síndrome de Marfan.
b) Endocardite infecciosa, aortite de células gigantes e sífilis.
c) Dissecção de aorta, endocardite infecciosa e trauma.
d) Aortite de células gigantes, dissecção de aorta e trauma.

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04. Um homem de 45 anos teve uma parada cardiorrespiratória durante uma maratona
e foi iniciada a ressuscitação cardiopulmonar. Observou-se taquicardia ventricular e
foi cardiovertido duas vezes, sendo que, na última vez, saiu em ritmo de atividade
elétrica sem pulso. Chegou ao hospital 20 minutos após o início da ressuscitação.
Qual a conduta mais adequada?
a) Laboratório de hemodinâmica para cateterismo cardíaco, mantendo-se as
manobras de ressuscitação cardiopulmonar.
b) Instalar oxigenação por membrana extracorpórea e, depois, levá-lo para o
laboratório de hemodinâmica para cateterismo e reperfusão coronariana.
c) Continuar as manobras de ressuscitação e, se o paciente voltar à circulação
espontânea, levá-lo ao laboratório de hemodinâmica para cateterismo.
d) Laboratório de hemodinâmica para cateterismo e implantação de dispositivo de
assistência ventricular esquerda.

05. São indicações preferenciais de ecocardiograma transesofágico no paciente crítico:


a) Derrame pericárdico, investigação de hipoxemia persistente e suspeita de
dissecção aórtica.
b) Suspeita de disseção aórtica, hipoxemia persistente e identificação de êmbolo
pulmonar em trânsito.
c) Caracterizar shunt intracardíaco, contusão cardíaca e tamponamento cardíaco.
d) Avaliação de prótese mitral, avaliação de função de ventrículo esquerdo e
investigação de hipoxemia.

06. A síndrome de Takotsubo se caracteriza por:


a) Apresentar alterações de movimento da parede ventricular esquerda que se
revertem tipicamente em 3 meses.
b) Ocorrer praticamente só em mulheres acima de 50 anos.
c) Manifestar-se somente com o balonamento apical do ventrículo esquerdo
no ecocardiograma.
d) Ter aumento de sobrevivência nos pacientes que utilizaram betabloqueador
durante a internação hospitalar.

07. Sobre o esquema terapêutico utilizado na insuficiência cardíaca aguda, podemos


afirmar que:
a) A combinação de noradrenalina e dobutamina tem demonstrado incremento na
sobrevida dos pacientes mais graves.
b) Levosimendan, quando comparado à dobutamina, reduz mortalidade em pacientes
com insuficiência cardíaca descompensada.
c) A combinação de nitroglicerina, furosemida e morfina têm bons resultados, se
empregados precocemente.
d) Em casos refratários, o uso de furosemida em infusão contínua tem melhores
resultados do que o uso intermitente.

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08. Sobre o uso de milrinona na insuficiência cardíaca aguda descompensada, podemos
afirmar que:
a) Em caso de hipertensão pulmonar e falência de ventrículo direito, a milrinona
está contraindicada.
b) Pacientes com disfunção renal têm benefício com uso da milrinona pelo seu perfil
de segurança nessa população.
c) A milrinona é um inibidor da fosfodiesterase e está associada a arritmias atriais e
hipotensão, sendo considerada de eficácia similar à da dobutamina.
d) Não pode ser associada a betabloqueadores, por potencializar a hipotensão, com
risco de choque circulatório.

09. Na avaliação do escore de gravidade de embolia pulmonar, quais os três itens que
conferem maior pontuação?
a) Paciente oncológico, hipotensão arterial e comprometimento do nível de consciência.
b) Paciente idoso, imobilidade e dispneia.
c) Paciente de sexo masculino, uso de corticoide e hipoxemia.
d) Paciente em pós-operatório, hipovolemia e alterações na radiografia de tórax.

10. Em um quadro de infarto agudo do miocárdio, quais são as condições de


contraindicação absoluta de trombólise?
a) Cirurgia grande nos últimos 14 dias ou hiperglicemia >400mg%.
b) Presença de tumor cerebral intraparenquimatoso ou plaquetopenia <100.000/mm3.
c) Antecedente de aneurisma cerebral hemorrágico há 6 meses ou retinopatia diabética.
d) Antecedente de acidente vascular cerebral ou convulsão com défice motor residual.

11. Um paciente jovem internado com pneumonia comunitária apresentou arritmia e


hipotensão arterial leve transitória. Ele foi transferido para a unidade de terapia
intensiva, onde foi realizado um eletrocardiograma que mostra o seguinte traçado:

Qual a interpretação correta do eletrocardiograma e a melhor conduta nesse caso?

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a) Bloqueio atrioventricular de segundo grau. O quadro é potencialmente grave e
progressivo, podendo justificar a hipotensão arterial diagnosticada na enfermaria.
É provável a necessidade de marca-passo.
b) Fibrilação atrial. Apesar da manifestação benigna, o quadro é potencialmente
trombogênico. É adequado iniciar a terapia anticoagulante, e pode-se recorrer a
cardioversão elétrica, se o paciente voltar a ficar hipotenso.
c) Taquicardia supraventricular bloqueada. Esse padrão é muito comum em pacientes
hipoxêmicos e febris. Devem-se otimizar a oxigenação e empregar adenosina,
caso se registre frequência superior a 120bpm.
d) Marca-passo mutável. O quadro é potencialmente benigno, e as alterações
hemodinâmicas devem ser secundárias a algum fator determinado pela doença
primária, que é a pneumonia.

12. Deve-se sempre tentar o emprego de betabloqueadores no infarto agudo do


miocárdio. Em qual das condições a seguir está contraindicado seu uso inicial?
a) Fração de ejeção no limite de 40% na avaliação ecocardiográfica.
b) Edema pulmonar e frequência cardíaca no limite de 110bpm.
c) Frequência cardíaca persistente em 65bpm desde o início da internação.
d) Pressão arterial em torno de 105/60mmHg aferida no membro superior.

13. Sobre a pancreatite aguda, é correto afirmar que:


a) O início precoce da nutrição enteral é seguro na maioria dos casos, mas não tem
impacto na ocorrência de infecção ou na morbimortalidade.
b) A presença de necrose infectada é indicação absoluta de intervenção cirúrgica, e a
via aberta é a preferida.
c) A infecção da necrose pancreática é um evento tardio, atingindo seu máximo
durante a segunda ou a terceira semana após o início da doença aguda.
d) O melhor tratamento para prevenir a recorrência de pancreatite aguda de origem
biliar é a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada com esfincterectomia.

14. Sobre o uso de marca-passo no pós-operatório de cirurgias cardíacas em adultos,


podemos afirmar que:
a) Pode prevenir a ocorrência de fibrilação atrial.
b) A via transvenosa é a de escolha nesse cenário.
c) Em trocas valvares, é instalado com gerador interno, de forma definitiva.
d) Usualmente é instalado um eletrodo no átrio direito para correção de bloqueios
atriventriculares no pós-operatório.

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15. A fibrilação atrial aguda é um evento detectável durante a monitorização rotineira do
período pós-operatório de cirurgias cardíacas nas unidades terapias intensivas. Qual
o conceito correto dentro desse cenário?
a) apesar de ser um achado que pode ser importante, ela é bastante incomum e se re-
solve espontaneamente na maioria dos casos sem nenhuma intervenção terapêutica.
b) não é o achado mais frequente e pode ser prevenida com a manutenção dos medi-
camentos de uso rotineiro do paciente, recomendando-se digoxina nesses casos.
c) a fibrilação atrial é a complicação mais comum nesse cenário e encontra-se
associada a maior tempo de hospitalização e ao aumento da taxa de mortalidade.
d) é um evento secundário. Mantendo-se a frequência cardíaca adequada com
betabloqueador, a reversão do ritmo não é obrigatória, por não aumentar os riscos.

16. Um paciente admitido na unidade de terapia intensiva necessita de um procedimento


invasivo de médio porte, com estimativa de duração em torno de 30 minutos. Recebe
uma dose regular de propofol como recurso anestésico e, logo a seguir, mostra uma
queda significativa da saturação venosa central de oxigênio aferido por meio de
cateter com fibra óptica. Como devemos interpretar esse fenômeno?
a) O propofol tem o potencial de interferir na leitura da oximetria por fibras ópticas.
Indica-se a monitorização por gasometria em uma amostra de sangue colhida do
cateter venoso central.
b) O quadro é um sinal de alerta importante. Pode indicar hipoperfusão global
resultante do propofol, sangramento, oferta insuficiente de fluidos ou qualquer
mecanismo que produza um quadro hipodinâmico.
c) A queda da saturação venosa central é um comportamento normal em decorrência
da queda no consumo de oxigênio. O propofol induz sedação e queda da taxa
metabólica, justificando a mudança.
d) O quadro não deve estar relacionado propriamente a um efeito hemodinâmico ou
metabólico do propofol. É mais provável que seja devido a um quadro de sepse ou
choque séptico incipiente.

17. Paciente diabética e hipertensa em uso de metformina, dapagliflozina e losartana


interna para cirurgia bariátrica. Houve sangramento importante no intraoperatório
e recebeu transfusão de três unidades de concentrado de hemácias, expansão
volêmica e uso de noradrenalina por aproximadamente 30 minutos. Após 3 dias,
queixa de mal-estar, náuseas, vômitos e cansaço. Está desidratada, sonolenta,
taquipneica. Sem défices focais. Ausculta pulmonar com murmúrio vesicular reduzido
em bases e cardíaca sem alterações. Abdômen inocente ao exame, apenas com dor
leve à palpação profunda. Glicemias variam nas últimas 24 horas entre 180 e 210mg/
dL. Pressão arterial de 100x60mmHg, pulso de 120ppm, frequência respiratória de
32irpm, saturação arterial de oxigênio 97%.
Solicitados os seguintes exames de laboratório:
Hemoglobina (9,0g/dL); hematócritos (27%); plaquetas (150.000/mm3); leucograma
(9.800/mm3 sem desvio); ureia (50mg/dL); creatinina (1,3mg/dL); sódio (140mEq/L);
potássio (3,6mEq/L); cloro (105mEq/L); pH (7,15); pressão parcial de dióxido
de carbono (25mmHg); pressão parcial de oxigênio (90mmHg em ar ambiente);
bicarbonato (8mEq/L) e saturação de oxigênio (98%).

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Como devemos interpretar esse quadro?
a) Tromboembolismo pulmonar. Imobilismo em pós-operatório. Realizar angiotomografia
de tórax e iniciar anticoagulação plena.
b) Cetoacidose diabética secundária ao uso de dapagliflozina. Hidratação, correção
de distúrbios eletrolíticos e insulinoterapia venosa até reversão do quadro.
c) Lesão pulmonar aguda associada à transfusão. Transfusão de hemoderivados.
Manter suporte respiratório com suplementação de oxigênio. Em caso de
necessitar novas transfusões, os concentrados deverão ser filtrados.
d) Insuficiência renal aguda. Necrose tubular aguda secundária ao choque no
intraoperatório. Avaliar terapia de substituição renal e reposição de bicarbonato.

18. Sobre a concentração sérica do magnésio e seu metabolismo, podemos afirmar que:
a) Pacientes desnutridos graves apresentam hipomagnesemia marcante.
b) O rim é o principal órgão que regula seu metabolismo e concentração.
c) Diuréticos de alça provocam queda do magnésio sérico, enquanto tiazídicos
preservam esse íon.
d) Na necrose tubular aguda, pode ocorrer hipermagnesemia pela falta de excreção.

19. Com relação à crise tireotóxica, qual a afirmativa correta?


a) Propranolol é preferível aos demais betabloqueadores, porque inibe a conversão
periférica de T4 em T3.
b) Iodo deve ser administrado antes do uso de metimazol ou propiltiuracil.
c) Colestiramina está contraindicado porque aumenta os níveis circulantes de T3 e T4.
d) Metimazol deve ser utilizado no primeiro trimestre de gestação, devido aos efeitos
teratogênicos de propiltiuracil.

20. Um paciente bem nutrido desenvolve choque e síndrome do desconforto respiratório


agudo no pós-operatório de revascularização do miocárdio. Após 48 horas do início
da dieta, o paciente não está tolerando alimentação completa, tem estase gástrica
volumosa e continua se alimentando com apenas 20% da meta. Qual das seguintes
intervenções nutricionais é mais adequada nesse contexto?
a) Interromper toda a nutrição enteral e progredir para nutrição parenteral completa.
b) Acrescentar nutrição parenteral e progredir rapidamente para 100% da meta.
c) Desconsiderar a estase gástrica e continuar a progressão até 100% em 24 horas.
d) Insistir ainda por alguns dias, tolerando esse nível de aceitação diária de 20%.

21. Sobre as vias e sondas para alimentação enteral, podemos afirmar que:
a) Para maior conforto do paciente durante a instalação da sonda enteral, deve-se
questionar qual a melhor posição ao paciente, se ele estiver consciente.
b) A sonda nasoenteral não deve ser inserida em pacientes portadores de varizes
esofagianas pelo elevado risco de sangramento por lesão mecânica.
c) O posicionamento da sonda enteral por ultrassonografia não tem bons resultados
e não deve ser feita de forma rotineira.
d) A escolha entre sonda nasoenteral, gastrostomia ou jejunostomia leva em
consideração o tempo de uso e a competência para esvaziamento gástrico.

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22. Qual das medidas a seguir está mais bem indicada na profilaxia do edema cerebral e
hipertensão intracraniana nos pacientes com insuficiência hepática fulminante?
a) Induzir vasoconstricção cerebral com indometacina 25mg.
b) Manter sódio sérico entre 145 mEq/L e 155mEq/L, usando salina hipertônica
se necessário.
c) Induzir hipocapnia mantendo pressão parcial de dióxido de carbono em torno
de 30mmHg.
d) Sedação profunda com administração de bólus de tiopental.

23. Que fatores devem ser considerados na predição de novo episódio e morte por
sangramento digestivo em pacientes críticos na unidade de terapia intensiva?
a) Idade, gravidade do choque, presença de falências orgânicas, etiologia do
sangramento e achado endoscópico associado ao sangramento.
b) Sexo masculino, hipotensão ou hipertensão arterial persistente, antecedente
pessoal de coagulopatia e uso de anti-inflamatórios ou corticoides.
c) Volume estimado do sangramento, nível de consciência, história familiar de
sangramento digestivo e tempo para realização da endoscopia.
d) Sexo masculino, peso inferior a 60kg, necessidade de vasopressor para manter
pressão arterial média >60mmHg e tempo de enchimento capilar >4 segundos.

24. No atendimento de um paciente com trauma abdominal fechado o tratamento


conservador (tratamento não-operatório) pode ser indicado em qual situação?
a) Sinais e sintomas de irritação peritoneal, desde que o paciente esteja
hemodinamicamente estável.
b) Paciente inconsciente, com tomografia computadorizada de abdome anormal, se
hemodinamicamente estável.
c) Encontro de lesões do baço e fígado na ultrassonografia, se hemodinamica-
mente estável.
d) FAST (focused assessment sonography for trauma) positivo, se
hemodinamicamente instável.

25. Com relação ao controle e à prevenção de hemorragias em paciente graves, assinale


a alternativa correta:
a) A transfusão de plaquetas é indicada para prevenção de sangramento espontâneo
quando a contagem de plaquetas é inferior a 5.000/mm3.
b) O controle de sangramento em pacientes utilizando inibidores orais do fator Xa
deve ser realizado com o uso de concentrado de complexo protrombínico e na
persistência de sangramento, com o uso de plasma fresco congelado.
c) Os estudos CRASH-2 e MATTERs demostraram eficácia do uso do ácido
tranexâmico no controle de hemorragia relacionada a trauma, porém com aumento
de eventos trombóticos
d) Desmopressina e crioprecipitado são capazes de reduzir o tempo de sangramento
e, por isso, são úteis no controle do sangramento agudo secundário à uremia.

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26. Com relação à plaquetopenia em pacientes críticos, podemos afirmar:
a) Plaquetopenia por hemodiluição é considerada uma condição bastante rara em
doentes críticos.
b) Hemólise, teste de Coombs direto negativo e esquizócitos no sangue periférico
são achados comuns em microangiopatias trombóticas.
c) É um achado comum na sepse, mas não é considerada propriamente como uma
disfunção orgânica.
d) Na coagulação intravascular, a função plaquetária apresenta disfunção, mas sua
contagem é pouco alterada.

27. Qual é a causa mais comum de infecções agudas associadas à transfusão de sangue
ou a hemoderivados?
a) Protozoários.
b) Vírus.
c) Fungos.
d) Bactérias.

28. Num paciente em choque e submetido à ressuscitação com fluidos, a diferença de


pressão de gás carbônico (venoso – arterial) caiu de maneira significativa. O que esse
comportamento indica?
a) A melhora exclusiva do débito cardíaco independentemente de como está o
perfil metabólico.
b) A melhora da perfusão tecidual global em relação à taxa metabólica do paciente.
c) Indica piora progressiva do choque, sugerindo irreversibilidade e perfusão mínima.
d) Aumento da taxa metabólica com aumento proporcional da perfusão tecidual global.

29. Em pacientes graves, o volume e o tempo de infusão num desafio com fluidos devem
ser gerenciados com segurança. Qual das condições a seguir sugere que o volume
e o tempo de infusão empregados foram adequados para determinar que o paciente
não é responsivo a fluidos?
a) A pressão venosa central eleva-se, e a pressão arterial não se eleva.
b) A pressão venosa central eleva-se, e o débito cardíaco não se eleva.
c) A pressão de oclusão de artéria pulmonar eleva-se, e a pressão arterial não se eleva.
d) A pressão de oclusão mantém-se inalterada, e o débito cardíaco não se eleva.

30. A pressão de pulso arterial é uma variável importante na avaliação hemodinâmica.


Nos pacientes graves, é adequado considerar que a pressão de pulso arterial:
a) Tem seu valor inversamente proporcional à resistência vascular sistêmica e diminui
à medida que se utilizam artérias de menor calibre para seu registro.
b) Tem o mesmo valor quando medida em qualquer parte do sistema circulatório
arterial, não existindo preferência de local para sua monitorização.

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c) Tem valor medido mais baixo em artérias centrais devido à proximidade das
válvulas cardíacas, devendo-se monitorar preferencialmente nas artérias - de
médio calibre.
d) Tem seu valor diretamente proporcional ao volume sistólico e mostra uma
tendência a aumentar quanto menor o calibre arterial onde é medido.

31. Os monitores baseados em análise de contorno de pulso têm sido mais empregados
por sua praticidade de uso. No entanto, devemos estar cientes de suas limitações:
a) Não devem ser usados em concomitância com balão intra-aórtico, ventilação em
pressão de suporte e durante infusão de grandes quantidades de fluidos.
b) Não devem ser usados em arritmias importantes, processos que mudam a função
valvar cardíaca e variações súbitas ou frequentes da resistência vascular.
c) Não devem ser utilizados, por não terem sido validados, na maioria dos cenários
comuns de unidade de terapia intensiva, sobretudo quadros hipodinâmicos
e perioperatório.
d) Não devem ser utilizados quando a pressão intratorácica ou intra-abdominal está
elevada, visto que, nessas condições, a pressão de pulso fica comprometida.

32. Dentre as medidas dinâmicas para avaliação de responsividade a fluido, quais podem
ser utilizadas sem comprometimento de acurácia em um paciente em ventilação
espontânea e em um em ventilação mecânica com arritmia, respectivamente?
a) Elevação passiva de membros inferiores e índice de variação pletismográfica.
b) Variação da pressão de pulso e elevação passiva de membros inferiores.
c) Distensibilidade da veia cava inferior e variação do volume sistólico.
d) Elevação passiva de membros inferiores e teste de oclusão expiratória final.

33. Qual das assertivas a seguir reflete um efeito esperado de um balão intra-aórtico no
cenário de choque cardiogênico?
a) Vasoconstricção coronariana.
b) Aumento da pós-carga do ventrículo esquerdo.
c) Aumento do trabalho sistólico do ventrículo esquerdo.
d) Aumento da pressão diastólica.

34. Considerando as propriedades das medicações vasoativas, qual a melhor escolha


para um paciente admitido na unidade de terapia intensiva após angioplastia primária
por infarto agudo do miocárdio que se apresenta com índice cardíaco de 1,3L/min/m2,
pressão arterial de 120/80mmHg, frequência cardíaca de 100bpm, tempo de enchimento
capilar de 6 segundos e lactato 5,0mmol/L (45,05mg/dL).
a) Fenilefrina.
b) Noradrenalina.
c) Milrinona.
d) Dopamina.

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35. Quanto ao uso de bicarbonato de sódio para correção de acidose em quadros de
hipoperfusão e choque, podemos afirmar que:
a) Só está formalmente contraindicado quando a acidose é resultante de insuficiência
renal aguda, podendo ser empregado na acidose láctica.
b) Suportado por evidências de qualidade apenas moderada e como recomendação
fraca, deve ser empregado apenas quando o pH <7,15.
c) Existem boas evidências de emprego seguro e menor mortalidade quando se
consegue corrigir a hipotensão arterial persistente.
d) Está indicado de modo seguro quando o paciente necessita de vasopressores em
dose muito elevada.

36. Um paciente está na unidade de terapia intensiva com hipotensão arterial e sinais
de perfusão sanguínea inadequada. A equipe assistente resolve administrar fluidos
e vasopressor como ressuscitação. A monitorização seriada de qual das variáveis a
seguir pode atestar com segurança que as intervenções para ressuscitação foram
bem-sucedidas?
a) Pressão arterial sistêmica com técnica invasiva.
b) Pressão venosa central.
c) Diurese por meio de cateterismo vesical.
d) Saturação venosa central da hemoglobina.

37. Com relação aos quadros agudos de fraqueza muscular, é correto afirmar:
a) A síndrome de Guillain-Barré e uma doença inflamatória associada à
desmielinização, com manifestações sensoriais e motoras comuns e, raramente,
manifestações autonômicas.
b) A intoxicação por metanol ou dietilenoglicol não apresenta manifestações
eletromiográficas ou sensitivo-motoras.
c) A síndrome de Miller Fisher compromete nervos cranianos, e a oftalmoplegia e a
ataxia são determinantes no diagnóstico.
d) As manifestações de fraqueza no botulismo e intoxicação por organofosforados
usualmente se caracterizam por fraqueza descendente.

38. Considerando o contexto clínico de sepse e choque séptico, assinale a


alternativa correta:
a) O diagnóstico de choque séptico é baseado na presença de choque, sinais de
hipoperfusão tecidual e variação do Sequential Organ Failure Assessment (SOFA)
maior que 2 pontos.
b) A ressuscitação volêmica inicial recomendada de 30mL/kg nas 6 primeiras horas é
indicadora de qualidade em um protocolo gerenciado de sepse.
c) O tempo de uso do antimicrobiano é definido pela gravidade da infecção,
habitualmente se estendendo por 14 a 21 dias nos quadros graves.
d) A vasopressina, diferentemente da adrenalina, possui sugestão de uso como
agente poupador da noradrenalina, isto é, para reduzir sua dosagem.

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39. Paciente do sexo masculino, 57 anos, diabético, interna por infecção de partes
moles da mão há 6 dias após traumatismo. Apresenta intensa celulite na lesão e
inicia tratamento com ciprofloxacino. Horas após, evolui com formação de flictenas
e progressão cranial da celulite. É submetido ao desbridamento cirúrgico amplo
e à coleta de materiais para a cultura. Durante a abordagem, evolui com choque,
necessidade de ressuscitação volêmica e drogas vasoativas. A bacterioscopia revela
Gram-positivo e, na manhã seguinte, é identificado Streptococcus pyogenes. Sobre
esse caso clínico, assinale a alternativa correta:
a) A associação de clindamicina à penicilina está indicada, por inibir a produção de
exotoxinas bacterianas, atenuando a inflamação, e por ser importante manter
cobertura para anaeróbios.
b) O achado de S. pyogenes pode ser interpretado como colonização e o esquema
de ser ampliado para a cobertura de Staphylococcus aureus e Gram-negativos.
c) A associação de tigeciclina e oxacilina constitui-se na primeira escolha para
tratamento de fasceiíte necrotizante.
d) Nessa situação, o uso de imunoglobulina por 1 a 3 dias pode reduzir a mortalidade
e está indicado.

40. Paciente em choque séptico irá iniciar terapia antimicrobiana. Decide-se pela
utilização de uma dose de ataque, associada a maiores doses de manutenção e
tempo de infusão prolongado. Em qual das alternativas a seguir essa estratégia é
mais adequada?
a) Meropenem, porque os carbapenêmicos dependem de um pico no nível sérico oito
a dez vezes acima da concentração inibitória mínima.
b) Amicacina, porque a área sob a curva acima da concentração inibitória mínima é o
fator determinante de sua eficácia.
c) Ciprofloxacino, porque a infusão prolongada potencializa o efeito pós-antibiótico
característico desse fármaco.
d) Cefepima, porque as cefalosporinas necessitam de um tempo prolongado de nível
sérico acima da concentração inibitória mínima.

41. Paciente do sexo masculino, de 40 anos, é admitido com febre há 5 dias e sopro
cardíaco. Após investigação, é diagnosticado com endocardite infecciosa. Qual dos
microrganismos a seguir tem maior incidência nessa entidade?
a) Streptococcus bovis.
b) Staphylococcus aureus.
c) Streptococcus viridans.
d) Candida albicans.

42. Considerando-se a fisiopatologia da sepse, quais das afirmações a seguir encontra-


se correta?
a) A exacerbação da inflamação e da coagulação na sepse produz queda das
proteínas C e S e também reduz a fibrinólise.
b) A lesão tecidual produz redução de óxido nítrico e seus metabólitos, resultando em
vasodilatação sistêmica generalizada.

Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020 15


c) A elevação da pressão arterial e da oferta de oxigênio costuma melhorar a hipóxia
citopática típica da sepse.
d) A depressão miocárdica da sepse está associada ao aumento de troponina e a
presença de alterações eletrocardiográficas compatíveis com isquemia.

43. Fundamentados na medicina baseada em evidências (MBE) e na epidemiologia


clínica, podemos afirmar que:
a) Para se calcular o número necessário a tratar (NNT) é utilizado o valor da redução
do risco absoluto (RRA) e a razão de chances (RC).
b) A MBE não leva em conta a experiência do médico na tomada de decisão.
c) O intervalo de confiança abrange a margem de resultados possíveis de um estudo;
quanto maior a amostra há tendência de maior precisão.
d) O acrônimo PICO significa: P – preço; I – indivíduo; C – custo e O – otimização.

44. Sobre os desenhos de estudos em epidemiologia clínica, podemos afirmar que:


a) Estudos de coorte são ideais para avaliação da eficácia de tratamentos.
b) O seguimento prospectivo de um estudo caso-controle aumenta sua acurácia.
c) Estudos de coorte fornecem a incidência de uma doença ou evento.
d) Em caso de doenças raras, deve-se escolher a coorte em detrimento do
caso-controle.

45. Paciente do sexo feminino, 23 anos, em tratamento de hanseníase multibacilar


com rifampicina, dapsona e clofazimina, desenvolve quadro de cefaleia, sensação
febril e fadiga. Relata viagem à China há 40 dias. Procura o pronto-socorro de
hospital e é liberada com prescrição de sintomáticos. Retorna 2 dias após, com
piora dos sintomas, acrescidos de sonolência e dispneia. No transporte, aferem-
se: pressão arterial de 120x70mmHg, pulso de 110 ppm, frequência respiratória de
32irpm, temperatura axilar de 37,3oC, saturação de oxigênio no sangue de 80%.
Inicia-se a suplementação de oxigênio com pouca melhora (saturação arterial de
oxigênio da hemoglobina de 82%). É encaminhada para a sala de emergência,
intubada e colocada em ventilação mecânica (fração inspirada de oxigênio 100%).
Após intubação orotraqueal, ventila todos os segmentos pulmonares e sem ruídos
adventícios. Agora, pressão arterial é de 100x60mmHg, pulso de 100ppm, saturação
de oxigênio de 84% (curva mostrada a seguir). A gasometria arterial coletada
logo após a intubação mostra pH 7,31, pressão parcial de dióxido de carbono de
30mmHg, pressão parcial de oxigênio de 100mmHg, bicarbonato de 17mEq/L,
saturação de oxigênio de 100%.

16 Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020


Qual o diagnóstico que justifica os achados clínicos e laboratoriais, que exames
complementares devem ser solicitados e qual o tratamento?
a) Sepse pulmonar. Coleta de culturas. Início de antibiótico de amplo espectro
intravenoso (cefalosporina de terceira geração e macrolídeo).
b) Sepse pulmonar por vírus, possivelmente secundário a coronavírus.
Painel viral. Interferon.
c) Meta-hemoglobinemia. Co-oximetria e/ou dosagem de meta-hemoglobina.
Azul de metileno.
d) Erro de leitura do oxímetro. Troca do equipamento. Reavaliar a paciente
para extubação.

46. Com relação a complicações relacionadas ao tratamento do câncer, é correto


afirmar que:
a) Infecções são pouco comuns em relação ao uso de anticorpos monoclonais.
b) A cardiotoxicidade associada a anticorpos monoclonais é pouco comum, mas
permanece sustentada mesmo após suspensão.
c) Os inibidores de tirosina quinase são novos antineoplásicos que mantêm como
efeito adverso significativo reações imunológicas mediadas por IgE.
d) A hipertensão não se relaciona a alterações de metabolismo de óxido nítrico em
drogas que agem nas células endoteliais.

47. Com relação ao risco cirúrgico, é correto afirmar:


a) Os anestésicos podem levar à imunossupressão por redução de produção de
surfactante e inibição de macrófagos alveolares.
b) Mesmo em bloqueios anestésicos regionais, pode ocorrer com frequência grande
comprometimento na retenção de gás carbônico.
c) O quadro funcional prévio dos diversos órgãos não determina com precisão o risco
de complicações pós-operatórias.
d) O estado nutricional pode ser determinante de riscos respiratórios em pacientes
desnutridos e obesos com índice de massa corporal superior a 25.

48. Um paciente jovem é admitido na unidade de terapia intensiva com o relato de ter
sido encontrado inconsciente durante uma festa. Apresenta-se pouco reativo à dor,
miótico bilateralmente, hipotenso e pálido com ventilação lenta e superficial. Qual das
possibilidades a seguir é a mais compatível com esse quadro?
a) Cocaína.
b) Maconha.
c) Anfetamina.
d) Opioide.

Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020 17


49. Qual é a principal causa de convulsões em pacientes admitidos no hospital?
a) Hipóxia súbita e intensa, produzindo irritabilidade nas membranas celulares.
b) Medicação insuficiente em paciente com quadro convulsivo prévio.
c) Interação de drogas que interferem no sistema nervoso central.
d) Distúrbio de metabolismo que instabiliza a membrana celular dos neurônios.

50. Um paciente internado na unidade de terapia intensiva com doença pelo coronavírus
2019 (Covid-19) manifesta à equipe seu desejo de ser medicado conjuntamente com
azitromicina e cloroquina. Qual das alternativas a seguir constitui o principal risco do
uso combinado dessas drogas nas condições da unidade de terapia intensiva?
a) A combinação é nefrotóxica, produzindo insuficiência renal dialítica frequente.
b) Manifestações alérgicas, incluindo anafilaxia ou hipotensão por choque.
c) Grande possibilidade de induzir resistência bacteriana e superinfecção.
d) Aumento do intervalo QT com possibilidade de desencadear taquicardia ventricular.

51. De acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de


Vigilância Sanitária (Anvisa) no 7, de 2010, que dispõe sobre requisitos mínimos para
funcionamento de unidades de terapia intensiva, assinale a afirmativa correta:
a) Uma unidade de terapia intensiva pode funcionar em uma clínica fora do ambiente
hospitalar, desde que seja especializada e tenha até dez leitos.
b) Uma unidade de terapia intensiva cardiológica pode funcionar fora do ambiente hos-
pitalar, desde que disponha de um laboratório de cinecoronariografia intervencionista.
c) Uma unidade de terapia intensiva neurológica pode funcionar fora do ambiente
hospitalar, desde que possua um serviço de tomografia e recursos para trombólise.
d) Uma unidade de terapia intensiva pode funcionar apenas em hospitais, desde que
tenha todos os serviços de suporte administrativo, diagnóstico e terapêutico.

52. A continuidade de cuidados de pacientes críticos é considerada como muito


importante para a garantia de melhores resultados, mas a regulação do Ministério
da Saúde ainda não atingiu um grau de detalhamento que esclareça todos os
componentes desse processo. De acordo com a portaria 895, de 31 de março de
2017, qual afirmativa está correta?
a) Nessa data, o Ministério da Saúde definiu os critérios de elegibilidade de unidades
de terapia intensivas gerais, unidades de terapia intensivas especializadas
(queimados, coronariana e outras) e unidades de cuidados intermediários.
b) Até essa data, o Ministério da Saúde só reconhecia unidades de terapia
intensivas gerais de adultos, não existindo a regulação de unidades pediátricas,
especializadas ou intermediárias em nenhuma rede assistencial.
c) Até essa data, o Ministério da Saúde só reconhecia unidades de terapia intensivas
gerais, liberando a criação de unidades especializadas somente fora da rede
assistencial do Sistema Único de Saúde (SUS).
d) Nessa data, o Ministério da Saúde estabeleceu que os pacientes das unidades
de terapia intensivas deviam ter sua continuidade de cuidados em ambiente de
enfermarias adaptadas dentro da rede assistencial do Sistema Único de Saúde.

18 Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020


53. De acordo com as evidências da literatura médica, qual dos desfechos a seguir é
mais provável de acontecer após a implantação de um Time de Resposta Rápida?
a) Redução na taxa de admissão noturna na unidade de terapia intensiva em
decorrência de instabilidade em pacientes cirúrgicos.
b) Redução de chamados por parte das equipes profissionais das enfermarias para
esclarecimento de dúvidas técnicas.
c) Redução na taxa de admissão na unidade de terapia intensiva por sepse ou
choque séptico em pacientes com internação prolongada.
d) Redução na taxa de mortalidade hospitalar de infarto agudo do miocárdio com
supradesnivelamento do segmento ST.

54. Em relação aos métodos de terapia de substituição renal contínuos, é correto


afirmar que:
a) Na hemofiltração, o método de clearance é convecção e difusão.
b) Na hemodiálise, há necessidade de fluido de reposição.
c) O efluente na hemodiafiltração é composto por dialisato e ultrafiltrado.
d) A hemodiálise é mais efetiva para remoção de solutos com maior peso molecular.

55. Um paciente do sexo masculino, com 70 anos, no pós-operatório imediato de


gastrectomia parcial, apresenta os seguintes exames laboratoriais: pH 7,40, pressão
parcial de dióxido de carbono de 39mmHg, Na+ 137mEq/L, K+ 4,9mEq/L, Cl-
102mEq/L, albumina 0,6g/dL, lactato 1,0mEq/L, HCO3- 24mEq/L e excesso de base
0mEq/L. Considerando essas informações, qual das alternativas está correta?
a) O paciente apresenta acidose por ânions não mensurados e alcalose hipoalbuminêmica.
b) O paciente não apresenta distúrbio acidobásico, pois o pH, o HCO3- e o excesso
de base estão normais.
c) Baseado no cálculo de delta-delta, o paciente provavelmente apresenta acidose
metabólica mista.
d) A hipoalbuminemia pode mascarar a presença de alcalose metabólica.

56. Um paciente com alcalose metabólica grave (pH >7,55) pode apresentar a
seguinte manifestação:
a) Aumento dos níveis de lactato.
b) Redução da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio.
c) Vasodilatação, particularmente na circulação cerebral.
d) Aumento da concentração de cálcio iônico.

57. Entre as causas de hiponatremia hipotônica, inclui-se:


a) Pseudo-hiponatremia.
b) Hiperglicemia.
c) Insuficiência adrenal.
d) Hipertireoidismo.

Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020 19


58. Qual dos eletrólitos a seguir, quando aumentado, pode causar acidose com ânion
gap elevado?
a) Cálcio.
b) Fósforo.
c) Cloro.
d) Sódio.

59. Paciente com diagnóstico de insuficiência cardíaca congestiva, usuário crônico de


furosemida, é admitido na unidade de terapia intensiva por congestão pulmonar
secundária à descompensação da insuficiência cardíaca. Apresenta resistência
a diurético de alça, evidenciada pela redução de diurese, mesmo após repetidas
doses de furosemida e sódio urinário baixo com hipernatremia associada.
Qual a melhor conduta para aumentar a diurese e o sódio urinário, corrigindo a
hipernatremia concomitantemente?
a) Associar diurético que age em túbulo distal, como hidroclorotiazida ou espironolactona.
b) Aumentar a dose de furosemida.
c) Associar diurético que age em túbulo proximal, como acetazolamida.
d) Administrar furosemida contínua.

60. Com relação ao diagnóstico de delirium em pacientes críticos, é correto afirmar que:
a) A profilaxia com haloperidol ou dexmedetomidina é eficaz em reduzir a incidência
de delirium e, consequentemente, o tempo de ventilação mecânico e de internação
na unidade de terapia intensiva nos pacientes de alto risco
b) Delirium não está associado com estresse pós-traumático após alta da unidade de
terapia intensiva.
c) Para o tratamento de delirium subsindrômico, é recomendada a utilização de
antipsicótico típico em baixa dose.
d) O uso de antipsicótico está associado com redução do tempo de delirium e de
ventilação mecânica nos pacientes com delirium hiperativo.

61. Em qual das alternativas a seguir, as evidências como fator de risco para delirium
são discutíveis?
a) Transfusão sanguínea.
b) Uso de benzodiazepínico.
c) Demência.
d) Necessidade de ventilação mecânica.

20 Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020


62. Com relação à escolha de analgésicos e sedativos, qual a alternativa correta?
a) A dexmedetomidina possui propriedades analgésicas e atividade simpaticomimética.
b) A síndrome de infusão de propofol é caracterizada por acidose metabólica,
hipertrigliceridemia e hipotensão, sendo um efeito adverso idiossincrático
da medicação.
c) A rigidez torácica é mais comum com fentanil.
d) O remifentanil deve ser evitado em paciente com disfunção hepática ou renal.

63. Em relação aos cuidados e aos manejos relacionados ao acidente vascular cerebral
(AVC) de etiologia isquêmica, assinale a alternativa correta:
a) A avaliação laboratorial da coagulação previamente à infusão do agente fibrinolítico
é mandatória nos pacientes elegíveis para trombólise endovenosa.
b) A suplementação de oxigênio no AVC possui particularidades, devendo ser
utilizada de forma sistemática no período noturno nas três primeiras noites.
c) A ressonância magnética pode ser utilizada para a indicação de trombólise
endovenosa quando o tempo de início dos sintomas for desconhecido.
d) A utilização de anticonvulsivante profilático, preferencialmente fenitoína
endovenosa, está indicada nas lesões que acometem o território da artéria
cerebral média.

64. No manejo da dor e da sedação em pacientes graves, é correto afirmar que:


a) A observação de alterações nos sinais vitais (por exemplo: taquicardia, taquipneia
ou hipertensão) é tão eficaz quanto o uso de escalas padronizadas (por exemplo:
Critical Care Pain Observation Tool – CPOT ou Behavior Pain Scale – BPS) para
avaliar a presença de dor.
b) O uso de propofol e dexmedetomidina está associado a menor incidência de
delirium e menor tempo de ventilação mecânica, quando comparado com
benzodiazepínicos.
c) O remifentanil é o opioide de escolha, por não sofrer acúmulo nas disfunções
hepática ou renal, não ter efeitos adversos cardiovasculares e nem interferir na
pressão intracraniana.
d) O uso de dispositivos de monitorização da atividade elétrica cerebral (por exemplo:
índice bispectral – BIS®) é superior a escalas clínicas (por exemplo Richmond
Agitation-Sedation Scale – RASS) na titulação do nível de sedação em
pacientes graves.

65. Nos pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva por traumatismo craniano
que apresentam escala de coma de Glasgow inferior a oito e mostram tomografia de
crânio normal, quais os fatores que determinam a necessidade de monitorização de
pressão intracraniana?
a) Sexo masculino, pressão sistólica >160mmHg e anisocoria.
b) Idade >40 anos, pressão sistólica <90mmHg e postura patológica.
c) Idade >60 anos, pressão sistólica >160mmHg e hiporreatividade pupilar.
d) Sexo masculino, pressão sistólica <90mmHg e resposta à dor assimétrica.

Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020 21


66. Um paciente jovem com trauma craniencefálico é internado com escala de coma
de Glasgow <7. A tomografia mostrou contusão hemorrágica nos lobos frontal
e temporal esquerdo com herniação de uncus. Foi submetido a craniectomia
descompressiva e ventriculostomia no lado direito. Qual das afirmativas a seguir
encontra-se correta?
a) Como foi feita a craniectomia, podemos tolerar períodos de hipertensão mais
longos sem riscos adicionais de piora no prognóstico neurológico.
b) A monitorização da pressão intracraniana pode mostrar curvas atenuadas, e a
evolução pode mostrar perda do padrão trifásico típico.
c) A leitura de pressão intracraniana fica inviabilizada, e a presença de edema
cerebral na tomografia passa a ser o melhor parâmetro para guiar o tratamento.
d) No trauma, o risco de infecção na ventriculostomia é muito grande. Nesse caso,
indicamos profilaxia antibiótica rotineira por alguns dias.

67. Analisando-se a neurofisiologia para monitorização multimodal do traumatismo


craniencefálico, qual dos conceitos abaixo encontra-se correto?
a) Podemos admitir, em termos práticos, que: pressão de perfusão cerebral = pressão
arterial sistólica – pressão jugular média.
b) O fluxo sanguíneo cerebral pode ser estimado pela pressão de perfusão cerebral,
mesmo no traumatismo craniano grave.
c) A ventriculostomia tem os fundamentos para ser o padrão-ouro na medida da
pressão intracraniana.
d) A Brain Trauma Foundation recomenda, desde 2016, manter a pressão de perfusão
cerebral maior que 90mmHg.

68. A fenitoína tem efeito profilático anticonvulsivante conhecido nos quadros de


traumatismo craniencefálico grave. Analisando-se os estudos existentes, o efeito é
restrito apenas a um intervalo de tempo curto, após o qual seu uso não tem mais
respaldo. Qual é esse limite de tempo?
a) 1 dose.
b) 1 dia.
c) 1 mês.
d) 1 semana.

69. Com relação aos cuidados da gestante crítica, é correto afirmar que:
a) A absorção por via enteral está diminuída, devido ao trânsito lento e ao aumento
de pH gástrico.
b) A diminuição de fluxo sanguíneo hepático fisiológico leva à colestase.
c) Dados revelam diminuição de atividade de betabloqueadores, inibidores de
recaptação de serotonina e fenitoína.
d) As alterações fisiológicas da gestação não implicam em exclusão de estudos que
avaliam farmacocinética/farmacodinâmica.

22 Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020


70. Ao fazermos a monitorização hemodinâmica de uma paciente grávida no último
trimestre, devemos supor grandes diferenças em vários parâmetros hemodinâmicos.
Qual das alternativas a seguir são corretas nessa condição:
a) Aumento da oferta de oxigênio por elevação do débito cardíaco e aumento do
consumo de oxigênio pelo acréscimo metabólico do feto.
b) Aumento da resistência arterial sistêmica, devido ao bloqueio do retorno venoso,
representado pelo volume uterino sobre a veia cava inferior.
c) Hipertensão arterial pulmonar, devido ao aumento da resistência vascular
secundária à limitação do volume pulmonar total.
d) Redução da diurese, devido à redução do fluxo sanguíneo renal secundário ao
desvio de sangue para o feto e a placenta.

71. Sobre o uso de cateter nasal de alto fluxo, podemos afirmar que:
a) Apesar de fornecer fração inspirada de oxigênio de até 100%, não fornece pressão
positiva expiratória final.
b) Não reduz trabalho pulmonar.
c) Fornece oxigênio aquecido a até 60L/minuto, com fração inspirada de oxigênio de
até 100%.
d) Não altera mortalidade em paciente com insuficiência respiratória aguda.

72. Um paciente com síndrome da angústia respiratória aguda recebe monitorização


por tomografia por impedância elétrica no primeiro dia. Sobre essa modalidade de
monitorização, assinale a opção verdadeira:
a) Para adequada monitorização, é necessária a pausa ventilatória de 10 segundos.
b) Quanto maior for a impedância do sistema, mais resistivo ele é.
c) Apesar de utilizada na síndrome da angústia respiratória aguda, não auxilia na
titulação da pressão positiva expiratória final.
d) Avalia muito bem a alteração do volume corrente, mas não da perfusão pulmonar.

73. Paciente sob ventilação mecânica apresenta novo edema agudo de pulmão. Em
relação à mecânica ventilatória e aos modos aplicados, assinale a alternativa correta:
a) Em volume-controlado, o aumento da complacência com o edema pulmonar
deve gerar redução no volume corrente, se a pressão positiva expiratória final for
mantida estável.
b) Se o paciente tiver disfunção de ventrículo direito, o aumento da pressão positiva
expiratória final melhora o débito cardíaco e pode melhorar a congestão pulmonar.
c) Durante o edema pulmonar, devido ao aumento da resistência de vias aéreas,
deve-se cuidar para evitar autopressão positiva expiratória final.
d) Se o paciente estiver em pressão-controlada, pode haver redução do volume
corrente, mas a pressão inspiratória permanece inalterada.

Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020 23


74. No modo ventilatório volume-controlado:
a) O volume corrente cai com a diminuição do fluxo inspiratório.
b) Com fluxo de 60L/minuto demora 0,6 segundo para entrar 500mL de
volume corrente.
c) O volume corrente permanece igual com o aumento do fluxo inspiratório.
d) A pressão de distensão não pode ser calculada.

75. No modo ventilatório pressão de suporte:


a) O aumento do esforço inspiratório proporciona menores pressões nas vias aéreas.
b) As mudanças nos níveis de pressão de suporte não alteram o volume corrente.
c) A mudança da ciclagem expiratória de 30% para 10% diminui a assincronia
de autodisparo.
d) A diminuição do esforço inspiratório pode diminuir significativamente o
volume corrente.

76. Um paciente em crise de asma aguda é intubado e colocado no ventilador mecânico


no modo ventilação pressão-controlada (PCV=10cmH2O), frequência respiratória
de 10ipm, volume corrente de 300mL e observa-se dióxido de carbono ao final de
expiração de 60mmHg e autopressão positiva expiratória final de 10cmH2O. Qual a
conduta mais adequada?
a) Coletar gasometria arterial para decisão de mudança dos parâmetros.
b) Aumentar a frequência respiratória para 15 e PCV para 15. Coletar gasometria
arterial para decisão de mudança dos parâmetros.
c) Aumentar PCV até volume corrente de 6mL/kg de peso predito e manter
frequência respiratória.
d) Diminuir frequência respiratória para diminuir a autopressão positiva expiratória
final presente.

77. São três complicações associadas ao procedimento de broncoscopia em pacientes


críticos e em ventilação invasiva:
a) Arritmias, aumento da pressão intracraniana e aumento da resistência de
vias aéreas.
b) Diminuição da complacência pulmonar, risco de sangramento e arritmias.
c) Dessaturação, diminuição da complacência pulmonar e hipotensão.
d) Dessaturação, diminuição da resistência de vias aéreas e aumento da
pressão intracraniana.

24 Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020


78. É fator prognóstico de mortalidade durante a ventilação em posição prona na
síndrome do desconforto respiratório agudo:

a) A melhora da pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio após a


posição prona.

b) O aumento da complacência do sistema respiratório após a posição prona.

c) A diminuição da pressão de distensão após a posição prona.

d) A queda da pressão parcial de dióxido de carbono após a posição prona.

79. Um paciente está sendo ventilado no modo pressão controlada e desenvolve um


edema agudo de pulmão. Que fenômenos caracterizam esse cenário?

a) Devido à diminuição da complacência, as pressões nas vias aéreas sobem até


tocar o alarme pré-ajustado de pressão alta.

b) Devido ao aumento de resistência do sistema respiratório, ocorre autopressão


positiva expiratória final, pois o tempo expiratório fica prolongado.

c) Devido à diminuição de complacência, o volume corrente e o fluxo inspiratório


diminuem, e as pressões nas vias aéreas se mantêm iguais.

d) O volume corrente permanece igual, mas o fluxo inspiratório aumenta devido ao


aumento do trabalho respiratório.

80. Um paciente com síndrome do desconforto respiratório agudo em ventilação


mecânica invasiva em volume controlado e autopressão positiva expiratória final de
3cmH2O. O que se espera da monitorização ventilatória nessa situação?

a) Terá pressão transpulmonar inspiratória aumentada.

b) Terá pressão transpulmonar pulmonar expiratória maior que zero.

c) Terá pressão esofágica inspiratória negativa.

d) Terá pressão alveolar inspiratória diminuída.

81. Sobre os derrames pleurais traumáticos, podemos afirmar que:

a) Drenagens de grandes volumes estão associados a maior risco de complicações.

b) Hemotórax com hematócrito do líquido acima de 50% do sangue periférico é


indicativo de intervenção cirúrgica.

c) Em pacientes com suspeita de fístula aérea, deve-se tomar cuidado extra com
dreno torácico, clampeando-o quando for realizado transporte ou mobilização.

d) Drenagem precoce (antes de 24 horas) e lenta reexpansão pulmonar em pacientes


idosos são fatores de risco para edema pulmonar de reexpansão.

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82. Em relação às evidências sobre as terapias medicamentosas para a síndrome do
desconforto respiratório agudo, podemos afirmar que:

a) Está preconizado o uso de corticoides em baixas doses em síndrome do


desconforto respiratório agudo secundário à H1N1.

b) Apesar dos resultados positivos, os efeitos colaterais relacionados ao ibuprofeno


não autorizam seu uso.

c) Apesar das controvérsias, há recomendação para uso de metilprednisolona na


síndrome do desconforto respiratório agudo moderada a grave.

d) Um grande estudo confirmou o benefício da n-acetilcisteína na prevenção da


síndrome do desconforto respiratório agudo secundária.

83. Em relação ao uso de Equipamentos de Proteção Individual, é correto afirmar que:

a) Patologias disseminadas por gotículas, como H1N1 e meningite, demandam uso de


máscaras do tipo N95.

b) A máscara N95 está indicada nas patologias que são transmitidas por aerossóis
(menor que 5µ), como varicela e tuberculose.

c) Durante o transporte de paciente com suspeita de doença pelo coronavírus 2019


(Covid-19) o uso de máscara apenas no paciente é suficiente para evitar contágios.

d) Durante a intubação de pacientes portadores de meningite por meningococo,


deve-se usar máscara N95 pela produção de aerossóis.

84. Em qual das condições a seguir a monitorização por meio de cateterismo arterial é
considerada apenas opcional?

a) Hipotensão arterial severa e persistente.

b) Indução de hipertensão arterial em paciente neurológico.

c) Hipertensão arterial persistente e severa.

d) Necessidade de terapia com inotrópico endovenoso.

85. A broncoscopia é um procedimento que precisa estar disponível para funcionamento


regular de uma unidade de terapia intensiva. Quanto ao risco de seu emprego em
pacientes críticos, podemos afirmar corretamente que:

a) A hipoxemia é induzida basicamente pelo efeito mecânico do broncoscópio. Assim


que retirado, a hipoxemia reduz-se, mesmo em pacientes críticos.

b) A hipoxemia durante a broncoscopia é bem incomum, acontecendo apenas


quando a sedação é inadequada ou na presença de comorbidades.

26 Prova para obtenção de Título de Especialista Medicina Intensiva – 2020


c) A hipoxemia induzida por lavado broncoalveolar é bastante frequente, depende do
volume aspirado e pode persistir por horas.

d) A hipoxemia durante o lavado broncoalveolar é resultante de broncoespasmo.


O emprego de broncodilatador inalatório reverte o quadro na maioria dos casos.

86. A traqueostomia percutânea por dilatação é uma técnica desenvolvida mais


recentemente, e seu uso tem se tornado mais comum nas unidades de terapia
intensiva. Comparada com a técnica tradicional, realizada em ambiente cirúrgico,
devemos considerar corretamente que:

a) A técnica tem taxas maiores de complicações gerais; pode ser realizada na


unidade de terapia intensiva; tem custo mais elevado; exige antibioticoterapia
profilática e só pode ser executada por um cirurgião treinado.

b) Apesar de seu uso comum, a técnica nunca foi padronizada. Sugere-se que seja
feita em centro cirúrgico e com um cirurgião experiente. O custo é mais elevado, e
a taxa de infecção é bem maior que na técnica tradicional.

c) A técnica é mais segura. Pode ser realizada na unidade de terapia intensiva. Um


intensivista pode ser capacitado para sua execução. É custo-efetiva, apesar de
apresentar maior risco de perfuração traqueal, com falso trajeto.

d) A técnica é considerada apenas alternativa. Sempre que possível, é realizada a


técnica tradicional. O custo e a taxa de complicações são menores, mas a técnica
exige broncoscopia prévia, para orientar a abordagem mais adequada.

87. Assinale a alternativa correta em relação ao paciente politraumatizado:

a) A medida do lactato sérico ou do défice de base deve ser utilizada como marcador
da extensão e da gravidade do sangramento no trauma.

b) A lesão endotelial inicial presente no trauma é induzida pela hipotermia secundária


à ressuscitação volêmica com fluidos não aquecidos.

c) A avaliação da coagulação realizada por métodos viscoelásticos é superior à


realizada pelos testes convencionais da coagulação (tempo de proteombina e
tempo de tromboplatina parcial ativada).

d) A utilização inicial do ácido tranexâmico no trauma deve ser guiada por método
viscoelástico de avaliação da coagulação quando disponível.

88. Sobre o paciente grande queimado, assinale a alternativa correta:

a) A excisão de queimaduras profundas e o uso de antimicrobianos tópicos reduz


de forma significativa a mortalidade por infecções por Gram-negativos em
grandes queimados.

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b) Na suspeita de lesão inalatória infraglótica, a gasometria arterial e o exame clínico
são suficientes para definir esse diagnóstico.

c) A suplementação de vitamina C em doses de 2 a 6g ao dia reduz a necessidade de


expansão volêmica, por reduzir a permeabilidade vascular em grandes queimados,
sem efeitos adversos associados ao seu uso.

d) A meta da ressuscitação volêmica nas primeiras 24 horas da queimadura deve ser


a aplicação do volume calculado por uma fórmula. Dentre estas, tem destaque a
fórmula de Parkland.

89. Nos pacientes grandes queimados com envolvimento respiratório, pode ser
necessário o emprego de bloqueadores neuromusculares. Quanto ao emprego
dessas drogas nesse contexto, devemos saber que:

a) Existem dados que sugerem uma refratariedade ao uso dos relaxantes musculares.
As doses precisam ser bastante aumentadas, independente do peso do paciente.

b) Existem estudos que demonstram hipopotassemia induzida por relaxantes


musculares, em geral de menor importância e que pode se agravar
progressivamente após os primeiros dias de internação.

c) Existem evidências que mostram taxa geral de complicações semelhante a


de pacientes de mesma gravidade. A indicação e a monitorização de uso de
relaxantes musculares seguem um protocolo geral.

d) Existem indícios de que ocorre um aumento da sensibilização muscular aos


relaxantes musculares, capaz de produzir hiperpotassemia grave, sobretudo
depois dos primeiros dias da admissão.

90. Nos pacientes vítimas de inalação de fumaça, a intoxicação por monóxido de


carbono pode ser uma condição grave, que exige admissão na unidade de terapia
intensiva. Qual é a recomendação de abordagem terapêutica com boas evidências
nessa condição?

a) Oxigenoterapia hiperbárica imediata, alcalinização e hiper-hidratação durante as


primeiras horas.

b) Oxigenoterapia convencional, administração de hidroxicobalamina e profilaxia de


convulsões nos primeiros dias.

c) Manter a saturação da hemoglobina superior a 96% e indicar lavagem


broncoalveolar com volume superior a 350mL.

d) Interromper o mecanismo etiológico, administrar oxigênio a 100% e fornecer


medidas de suporte geral.

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