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TÍTULO SUPERIOR EM
ANESTESIOLOGIA
PROVA ESCRITA - 2014
CADERNO DE QUESTÕES
PROVA AMARELA
COMISSÃO EXAMINADORA
- Daniel Volquind
- Deise Martins Rosa
- José Fernando Bastos Folgosi
- Leonardo Teixeira Domingues Duarte
- Paulo César de Abreu Sales
- Waston Vieira Silva
Prova Escrita para obtenção do TSA AMARELA
1) Mulher de 72 anos faz uso de aspirina e clopidogrel devido a inserção recente de stent coronário
farmacológico. Será submetida a correção cirúrgica de hérnia ventral redutível. O cirurgião quer que
o clopidogrel seja interrompido uma semana antes da cirurgia. Por quanto tempo deve ser adiado o
reparo eletivo da hérnia após a colocação do stent?
A) 1 semana
B) 4 semanas
C) 6 meses
D) 12 meses
Resposta: D
Justificativa: a terapia antiplaquetária é mais importante do que o tempo entre a colocação do stent e a
cirurgia na redução da trombose do stent. Entretanto, medicação antiplaquetária dupla por 12 meses é
obrigatória devido ao alto risco de trombose coronariana.
Bibliografia: Olson RP, Rawlings R. Evaluation of the Patient with Cardiovascular Disease, em: Longnecker
nd
DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;95-118.
A) paciente edêntulo
B) presença de barba espessa
C) protrusão dos incisivos maxilares
D) síndrome da apneia obstrutiva do sono
Resposta: C
Justificativa: fatores de risco para intubação traqueal difícil: sobrepeso, movimentação limitada da cabeça
e do pescoço, distância interincisivos, limitação da protrusão de incisivos inferiores além dos superiores e
protrusão dos incisivos maxilares. Paciente edêntulo, presença de barba espessa e síndrome da apneia
obstrutiva do sono são fatores de risco independentes para dificuldade de ventilação sob máscara.
Bibliografia: Phero JC, Patil YJ, Hurford WE. Evaluation of the Patient with a Difficult Airway, em:
nd
Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical,
2012;118-30.
A) adrenalina
B) serotonina
C) acetilcolina
D) noradrenalina
Resposta: C
Bibliografia: Glick DB. The Autonomic Nervous System, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al.
th
Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;261-304.
Resposta: D
Justificativa: a aplicação de pressão positiva contínua na via aérea de 5-10 cmH2O mantém a patência dos
alvéolos no pulmão não dependente, permitindo alguma captação de oxigênio nos alvéolos distendidos,
diminuindo o shunt e melhorando a relação ventilação perfusão.
Bibliografia: Eisenkraft JB, Cohen E, Neustein SM. Anesthesia for Thoracic Surgery, em: Barash PG,
th
Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
2013;1030-75.
Resposta: A
Justificativa: na via aérea difícil não reconhecida, o anestesista deve pedir ajuda imediatamente e
considerar retornar à ventilação espontânea e despertar o paciente. Quando a intubação traqueal e a
ventilação sob máscara facial são impossíveis, a preferência inicial recai nos dispositivos supraglóticos.
Bibliografia: Rosenblatt WH, Sukhupragarn W. Airway Management, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
th
RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;762-802.
6) Homem de 48 anos é submetido a ressecção de tumor cerebral com efeito de massa. Após a
infusão de manitol para melhorar a complacência craniana, a pressão intracraniana (PIC)
permaneceu em 25 cmH2O. A medida que reduz a PIC deste paciente antes da incisão cirúrgica é:
A) normocarbia
B) céfalo-aclive
C) PEEP de 8 cmH2O
D) sevoflurano expirado 1,5 CAM
Resposta: B
Justificativa: obstruções da veia jugular interna tais como trombose, rotação extrema do pescoço e
compressão externa podem diminuir a drenagem cerebral. A posição da cabeça também é importante e
manter o céfalo-aclive pode ser a forma mais rápida de diminuir a pressão intracraniana. A insuficiência do
ventrículo direito, trombose da veia pulmonar e PEEP elevada também podem diminuir a drenagem
cerebral.
Bibliografia: Avitsian R, Farag E. Neuroanesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al.
nd
Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;869-98.
7) Mulher de 65 anos, internada na UTI devido a quadro agudizado de doença pulmonar obstrutiva
crônica, encontra-se em ventilação mecânica com estabilidade hemodinâmica. Será submetida a
laparotomia exploradora por oclusão intestinal. Durante o transporte, evolui com queda da PaO 2. O
volume corrente e a PEEP são aumentados. Imediatamente após esta conduta, apresentou
hipotensão e bradicardia. A explicação para esta intercorrência é:
A) hipovolemia
B) hipoxemia grave
C) pneumotórax hipertensivo
D) tromboembolismo pulmonar
Resposta: C
Justificativa: níveis elevados de PEEP podem determinar o aparecimento de barotrauma, reduzir a oferta
de oxigênio aos tecidos, aumentar o espaço morto e o trabalho respiratório. Pacientes que apresentam
hipoxemia refratária ao aumento da FiO2, portadores de DPOC, são excelentes candidatos à utilização de
PEEP. Sempre que a PEEP é aumentada, o volume corrente deve ser diminuído para prevenir a ocorrência
de barotrauma.
Bibliografia: Kacmarek RM, Hess DR. Mechanical Ventilation for the Surgical Patient, em: Longnecker DE,
nd
Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1406-22.
8) Homem de 47 anos e 73 Kg é submetido a colectomia total aberta sob anestesia geral. Todos os
fluidos infundidos durante a cirurgia foram aquecidos a 40°C. Apesar disso, após 2 horas de
cirurgia, a temperatura corporal central é de 35°C. A medida mais eficaz a ser tomada para a
restauração da normotermia é o(a):
Resposta: A
Justificativa: a radiação é responsável por cerca de 60% da perda de calor inicial no paciente anestesiado.
O aquecimento e a umidificação dos gases inspirados influenciam muito pouco no paciente adulto, assim
como a manutenção da temperatura da sala acima de 24°C e o aquecimento dos fluidos. O aquecimento da
superfície cutânea é o método mais eficaz para evitar a perda de calor.
Bibliografia: Braz JRC, Vanni SMD, Braz LG. Perdas de Calor: Monitorização e Controle, em: Cangiani LM,
Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;1277-86.
A) anestesia residual
B) lesão direta pela agulha
C) neurotoxicidade da adrenalina
D) neuropraxia devido ao mau posicionamento
Resposta: A
Justificativa: a bupivacaína é um anestésico local de ação prolongada e pode manter o bloqueio por 8 a 12
horas. Lesão direta pela agulha resultaria em sintomas relacionados em uma área específica inervada pelo
nervo lesado. A adrenalina aumenta a neurotoxicidade da solução de anestésico local e isoladamente não
leva a lesão nervosa. A pressão prolongada sobre o plexo braquial resultará na dormência da mão ou
braço. Isso pode ocorrer se esta estrutura torna-se presa entre a clavícula e a cabeça do úmero, como visto
em pacientes colocados em posição de Trendelemburg forçado.
Bibliografia: Tsui BCH, Dryden AM, Finucane BT. Managing Adverse Outcomes During Regional
nd
Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-
Hill Medical, 2012;847-68.
A) shunt pulmonar
B) shunt esquerda-direita
C) redução do débito cardíaco
D) baixo coeficiente de partição sangue/gás
Resposta: A
Justificativa: o shunt pulmonar diminui a ventilação alveolar, reduzindo a entrada do anestésico inalatório
nos alvéolos e a pressão alveolar do mesmo nas áreas mal ventiladas. Nas áreas bem ventiladas, a entrada
do anestésico ocorre de maneira normal. Quando se soma a captação de todas as áreas do pulmão, ocorre
diluição do anestésico inalatório, reduzindo a velocidade de indução. Todas as outras condições diminuem a
captação do anestésico inalatório para o sangue, aumentando a pressão alveolar e a velocidade de
indução.
Bibliografia: Ebert TJ, Lindenbaum L. Inhaled Anesthetics, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al.
th
Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;447-77.
11) Mulher de 60 anos portadora de insuficiência mitral será submetida a troca de valva mitral. Uma
das metas hemodinâmicas durante a cirurgia é:
A) redução da pós-carga
B) redução do cronotropismo
C) aumento da pressão venosa central
D) aumento da pressão diastólica final do VE
Resposta: A
Justificativa: são metas hemodinâmicas do paciente com insuficiência mitral: redução ou manutenção da
pré-carga, redução da pós-carga, não causar depressão da contratilidade miocárdica e aumento discreto da
frequência cardíaca.
Bibliografia: Chaney MA, Cheung AT, Troianos CA, et al. Cardiac Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown
nd
DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;898-927.
12) Homem de 63 anos está há 48 horas na emergência para investigação de dor abdominal. Ao
exame físico, apresenta-se pálido, sudorético, com FC de 130 bpm, PA de 90x50 mmHg, FR de 25
irpm e temperatura axilar de 38,3°C. Exames complementares colhidos há 4 horas mostram: Ht 36%,
-1 -3 -3 -1
Hb 10,7 g.dL , plaquetas 130.000.mm , leucócitos 13.200.mm e glicemia 140 mg.dL . Qual é o
diagnóstico?
A) sepse
B) sepse grave
C) choque séptico
D) síndrome da resposta inflamatória sistêmica
Resposta: D
Justificativa: para o diagnóstico de síndrome da resposta inflamatória sistêmica são necessários dois ou
mais dos seguintes critérios:
1- temperatura superior a 38°C ou menor que 36°C
2- frequência cardíaca maior que 90 bpm
3- frequência respiratória superior a 20 irpm ou pressão parcial arterial de gás carbônico (PaCO 2) inferior a
32 mmHg
Bibliografia: Wang B, Kwo J, Hellman J. Evaluation of the Patient with Multiple Organ Dysfunction
nd
Syndrome, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-
Hill Medical, 2012;1325-34.
A) salbutamol inalatório
B) compressões torácicas
C) succinilcolina 20 mg venosa
D) pressão contínua na via aérea
Resposta: D
Justificativa: o quadro clínico é típico de laringoespasmo completo, que deve ser tratado imediatamente
com oxigênio a 100% através de máscara facial com pressão contínua na via aérea (CPAP) de 15-20
cmH2O. Pressões acima de 20 cmH2O podem causar distensão gástrica. Juntamente com a CPAP, pode
ser utilizada a manobra de compressão do ângulo da mandíbula, como tentativa para converter para
laringoespasmo parcial. Se estas manobras não forem efetivas, está indicada a administração venosa de
-1 -1
atropina 0,02 mg.Kg seguida de succinilcolina 1-2 mg.Kg .
Bibliografia: Lerman J. Pediatric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical
th
Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;1216-56.
14) Que condição pode se associar a leitura falsamente diminuída na oximetria de pulso mesmo na
ausência de hipoxemia?
A) anemia
B) icterícia
C) uso de azul de metileno
D) carboxihemoglobinemia
Resposta: C
Justificativa: anemia, anemia falciforme e icterícia não exercem efeito sobre a leitura do oxímetro de pulso.
A carboxihemoglobina (COHb) absorve pouca luz infravermelha, mas é muito semelhante à oxihemoglobina
(HbO2) em sua absorbância da luz vermelha. Desta forma, oxímetros podem não distinguir COHb e HbO 2 e
produzirem medidas falsamente elevadas. O azul de metileno produz reduções importantes da saturação
periférica de oxigênio que podem durar vários minutos.
Bibliografia: Eskaros SM, Papadakos PJ, Lachmann B. Respiratory Monitoring, em: Miller RD, Eriksson LI,
th
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1411-41.
15) Com o intuito de evitar a reinalação de CO 2, como deve ser a montagem do sistema circular no
aparelho de anestesia?
Resposta: C
Justificativa: são regras básicas para evitar a reinalação de CO2 em um sistema circular: a válvula
unidirecional deve estar entre a bolsa reservatório e o paciente nos ramos inspiratório e expiratório do
circuito; os gases frescos não devem entrar no sistema entre a válvula expiratória e o paciente; a válvula de
ajuste do limite de pressão (ALP) não deve estar entre o paciente e a válvula inspiratória. O fluxo de gás
deve ser unidirecional entre as válvulas unidirecionais e o paciente, e bidirecional entre a entrada de gases
e a válvula ALP.
Bibliografia: Eisenkraft JB. Anesthesia Delivery System, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et
nd
al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;616-62.
16) A fenilefrina aumenta a pressão arterial sem aumentar o débito cardíaco. Isso ocorre devido
à(ao):
A) reflexo vagal
B) venoconstrição
C) constrição arteriolar
D) redução do batmotropismo
Resposta: A
Justificativa: a fenilefrina aumenta o retorno venoso e o volume sistólico. No entanto, não aumenta o
débito cardíaco em indivíduos normais devido à bradicardia secundária ao reflexo vagal que desencadeia. O
débito cardíaco pode ser reduzido em pacientes coronariopatas.
Bibliografia: Grecu L. Autonomic Nervous System: Physiology and Pharmacology, em: Barash PG, Cullen
th
BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;362-
407.
Resposta: C
Bibliografia: Otto CW. Cardiopulmonary Resuscitation, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al.
nd
Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1423-36.
18) Mulher de 38 anos, 89 Kg e 1,56 m, diabética insulino-dependente, apresenta dor lombar e está
agendada para realizar ressonância magnética da coluna lombossacra em regime ambulatorial. É
hipertensa e refere claustrofobia. Vem em uso de metadona oral para analgesia e está em jejum há 8
horas. Apresenta Mallampati 2, distância esternomentoniana de 14 cm e distância interincisivos de
3,5 cm. Como deve ser conduzida a anestesia?
A) sedação consciente
B) anestesia geral com máscara laríngea
C) anestesia geral com intubação traqueal
D) anestesia geral com intubação traqueal em sequência rápida
Resposta: D
Justificativa: a técnica anestésica mais adequada para paciente obesa (IMC 36,6) é a anestesia geral, uma
vez que essa paciente apresenta maior risco de complicações respiratórias em ambiente com dificuldade de
acesso ao paciente. A obesidade, associada ao uso de opioide oral e ao diabetes insulino-dependente,
lentifica o esvaziamento gástrico e aumenta o risco de regurgitação e aspiração pulmonar. Dessa forma,
sedação e anestesia geral com máscara laríngea estão contraindicadas. Deverá ser realizada anestesia
geral com intubação traqueal que poderá ser realizada com a paciente acordada ou em sequência rápida (já
que não há estigmas de via aérea difícil).
Bibliografia: Sinha AC, Eckmann DM. Anesthesia for Bariatric Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher
th
LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2089-104.
Henderson J. Airway Management in the Adult, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
th
Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1573-610.
19) Homem de 45 anos e 72 Kg deu entrada na emergência e seu exame físico mostra: turgência
jugular, hipofonese de bulhas, tensão abdominal aumentada, murmúrio vesicular preservado, sem
alteração na percussão de tórax, PA de 65x30 mmHg, FC de 125 bpm e pontuação 7 na escala de
coma de Glasgow. Qual é a primeira medida a ser tomada?
A) pericardiocentese
B) ringer lactato 2.000 mL
C) ultrassom para o trauma (FAST)
D) intubação orotraqueal e oxigenação
Resposta: D
Justificativa: três conceitos subjacentes ao ATLS foram difíceis de aceitar inicialmente: tratar a maior
ameaça à vida inicialmente, a falta de um diagnóstico definitivo nunca deve impedir a aplicação do
tratamento indicado e uma anamnese completa não é essencial para começar a avaliação do paciente com
uma injúria aguda. O resultado foi o desenvolvimento do ABCDE na avaliação e tratamento do trauma. O
ATLS enfatiza que o trauma mata seguindo certos padrões reprodutíveis. Por exemplo, perda da patência
das vias aéreas mata mais rapidamente que a perda da habilidade de respirar, que mata mais rapidamente
que a perda de volume sanguíneo circulante. A presença de uma massa expansiva intracraniana é o
próximo problema mais letal. Assim, o mnemônico ABCDE define avaliações e intervenções específicas que
deveriam ser seguidas em todo paciente traumatizado:
1) Airway with cervical spine protection: vias aéreas com proteção da coluna
2) Breathing: respiração
3) Circulation, stop the bleeding: circulação, pare o sangramento
4) Disability or Neurologic status: incapacidade ou status neurológico
5) Exposure (undress) and Environment (temperature control): exposição (despir paciente) e ambiente
(controle da temperatura).
Neste caso, há a necessidade de intubação traqueal porque o paciente está inconsciente com pontuação
menor que 8 na escala de coma de Glasgow.
Bibliografia: Dutton RP, McCunn M, Grissom TE. Anesthesia for Trauma, em: Miller RD, Eriksson LI,
th
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2277-311.
A) agonismo total
B) agonismo parcial
C) antagonismo competitivo
D) antagonismo não competitivo
Resposta: C
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Benzodiazepines, em: Pharmacology & Physiology in Anesthetic
th
Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;140-54.
21) Ao se injetar uma dose conhecida de um fármaco por via venosa, é alcançada determinada
concentração sanguínea deste fármaco. A razão entre a concentração sanguínea e a dose
administrada determina o(a):
A) Ke0
B) taxa de depuração
C) volume de distribuição
D) meia vida de eliminação
Resposta: C
Justificativa: quando se administra uma dose conhecida de um fármaco por via venosa e dividimos a
concentração sanguínea pela dose administrada obtemos o volume de distribuição.
Bibliografia: Mendes GD, Nucci G. Conceitos Farmacocinéticos Fundamentais, em: Cangiani LM, Slullitel
A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;253-64.
22) Homem de 70 anos está no 3º dia pós-operatório de retossigmoidectomia e evoluiu febril e com
insuficiência respiratória aguda. Foi intubado, sedado e iniciada ventilação mecânica. PA de 95x50
mmHg, FC de 121 bpm e SpO2 de 87% com FiO2 de 60%. A gasometria do sangue venoso central
-1 -2
mostrou SvcO2 de 62%. O índice cardíaco (IC) é de 1,4 L.min .m ; o índice de resistência vascular
-1 -5 -2
sistêmica (IRVS) de 2600 dyn.s .cm .m e o delta PP de 26%. Após a administração de 250 mL de
coloide e o início de infusão contínua de noradrenalina, o delta PP é de 20%, enquanto o IC e a PA
melhoram apenas temporariamente. Em seguida, IC e PA voltam a reduzir, enquanto o delta PP se
eleva. Qual é a principal hipótese diagnóstica?
A) choque obstrutivo
B) choque distributivo
C) choque cardiogênico
D) choque hipovolêmico
Resposta: A
Bibliografia: Schroeder RA, Barbeito A, Bar-Yosef S, et al. Cardiovascular Monitoring, em: Miller RD,
th
Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1267-
328.
23) Homem de 38 anos e 72 Kg, hígido, é submetido a tireoidectomia total. Realizada infusão venosa
-1 -1
alvo-controlada de propofol 3 µg.mL e remifentanil 4 ng.mL , além de rocurônio 45 mg. Após a
incisão da pele, o valor do BIS é de 50, SEF 95 (frequência de borda espectral 95) de 12 Hz, DSA
(densidade de espectro de onda) de 17 Hz, PA de 155x90 mmHg e FC de 107 bpm. A interpretação
destes dados sugere:
Resposta: D
Justificativa: em um contexto em que se observa valor de BIS de 50 e SEF 95 igual a 12 Hz, é muito
provável que se tenha um paciente em adequado grau de hipnose. No entanto, estes mesmos valores de
BIS e SEF 95 na presença de gráfico de DSA com tendência de deslocamento para faixas de frequência
mais altas, ou seja, de 15 a 20 Hz pode significar superficialização do plano anestésico e que só se refletirá
no valor de BIS após mais alguns segundos. Esta análise permite ao anestesista antecipar sua conduta e
evitar possíveis consequências de um plano anestésico eventualmente insuficiente, que podemos observar
através dos dados hemodinâmicos, sugerindo analgesia inadequada.
Bibliografia: Vianna PTG, Simoni RF, Abreu MP, et al. Monitorização da Profundidade da Anestesia, em:
Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu,
2011;343-52.
24) Homem de 35 anos, vítima de queda de altura durante incêndio, é submetido a fixação de fratura
exposta de fêmur. Foi intubado no local do acidente e ventilado com oxigênio a 100% durante o
transporte para o hospital. O método mais confiável para o diagnóstico de intoxicação por monóxido
de carbono é:
A) capnometria
B) gasometria arterial
C) oximetria de pulso
D) carboxihemoglobinemia
Resposta: D
Bibliografia: Bittner EA, Martyn JAJ. Evaluation and Anesthetic Management of the Burn-Injured Patient,
nd
em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical,
2012;1334-48.
A) PEEP de 5 cmH2O
B) frequência cardíaca de 47 bpm
C) pressão venosa central de 20 cmH2O
-1 -5
D) resistência vascular sistêmica de 1.300 dyn.s .cm
Resposta: B
Justificativa: a quantidade de sangue contida no ventrículo esquerdo (VE) antes do início da contração, a
resistência arterial ao esvaziamento que o VE deve vencer e as propriedades contráteis do VE determinam
o volume sistólico para cada ciclo cardíaco. Esses 3 fatores se combinam com a frequência cardíaca (FC) e
o ritmo para determinar o débito cardíaco (DC). Na presença do tamponamento pericárdico ou pericardite
constrictiva, qualquer manipulação que possa reduzir o retorno venoso deve ser evitada, incluindo
ventilação controlada com pressão positiva e com grandes volumes, pode reduzir significativamente a pré-
carga e o DC. Bradicardia deve ser evitada, pois o aumento da FC é o principal mecanismo compensatório.
Bibliografia: Dutton RP, McCunn M, Grissom TE. Anesthesia for Trauma, em: Miller RD, Eriksson LI,
th
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2277-311.
26) Mulher de 46 anos, 104 kg, 1,64 m, será submetida a colecistectomia videolaparoscópica devido
a abscesso e sinais de choque séptico. É realizada indução de anestesia geral em sequência rápida
-1
com fentanil, etomidato e rocurônio (1,2 mg.Kg ). Após 2 tentativas de intubação sem sucesso
devido à visão laringoscópica Cormack-Lehane 3, foi ventilada sob máscara facial e mantém SpO 2 de
99%. Os dispositivos para acesso à via aérea disponíveis no hospital eram: estilete tipo bougie, tubo
laríngeo, máscara laríngea de intubação e material de cricotireoidostomia por punção. Não houve
sucesso na intubação. Qual é a conduta mais apropriada?
Resposta: D
Justificativa: a situação apresentada é a de uma via aérea difícil não antecipada com ventilação adequada
sob máscara facial e impossibilidade de intubação traqueal. A intubação é essencial para a realização de
cirurgia videolaparoscópica em abdome superior. Não é seguro proceder a cirurgia com dispositivos
supraglóticos em paciente obesa devido ao risco de aspiração do conteúdo gástrico. Por se tratar de
cirurgia de urgência e, como o hospital não possui outros dispositivos, tais como videolaringoscópios,
fibroscópio ou material para intubação retrógrada, a conduta mais apropriada é a realização do
procedimento com via aérea cirúrgica.
Bibliografia: Rosenblatt WH, Sukhupragarn W. Airway Management, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
th
RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;762-802.
Resposta: D
Justificativa: de acordo com o Anexo III da Resolução número 1.802/2006 do Conselho Federal de
Medicina é obrigatório que o centro cirúrgico possua dispositivo para cricotireoidostomia. No Artigo 1º da
referida Resolução, recomenda-se, mas não se obriga, que para os procedimentos eletivos, a avaliação pré-
anestésica seja realizada em consulta médica antes da admissão na unidade hospitalar. No Anexo II,
recomenda-se a monitorização da temperatura e sistemas para aquecimento de pacientes em anestesia
pediátrica e geriátrica, bem como em procedimentos com duração superior a duas horas, nas demais
situações. No Artigo 4º, não há a obrigatoriedade de anestesista de plantão na sala de recuperação pós-
anestésica (SRPA), mas a alta da SRPA é de responsabilidade exclusiva do médico anestesista.
Bibliografia: Posso IP, Callegari DC. Resoluções do Conselho Federal de Medicina de Interesse para o
Anestesiologista, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed,
São Paulo, Atheneu, 2011;31-60.
28) Homem de 60 anos com história de infarto do miocárdio há 8 meses com fração de ejeção de VE
de 40% está internado na UTI devido a DPOC agudizada por quadro de infecção respiratória. É
ventilado com pressão de suporte (PS) de 15 cmH2O, volume corrente (VC) de 350 mL, PEEP de 5
cmH2O e FR de 25 irpm. Após 1 hora da redução da PS para 8 cmH 2O com manutenção da PEEP em
5 cmH2O, a FR aumenta para 32 irpm, o VC reduz para 200 mL e o paciente fica extremamente
desconfortável. O diagnóstico mais provável para esta situação é:
A) broncoespasmo
B) colapso de vias aéreas
C) tromboembolismo pulmonar
D) insuficiência cardíaca esquerda
Resposta: D
manifestação clínica da insuficiência cardíaca esquerda poderia aparecer por aumento do retorno venoso e
aumento da pressão transmural do ventrículo esquerdo.
Bibliografia: Mendonça MRF. Ventilação Artificial, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado
de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;1007-23.
29) Homem de 49 anos, 78 Kg, asmático, será submetido a craniotomia para ressecção de tumor
cerebral. Imediatamente após a intubação, apresentou broncoespasmo com pressão de pico das
vias aéreas em 43 cmH2O. Em seguida, evolui com SpO2 de 85% com FiO2 de 100%, EtCO2 de 45
mmHg, PA de 165x100 mmHg, FC de 42 bpm e anisocoria. A explicação para o quadro clínico
descrito é:
Resposta: B
Justificativa: condições que aumentam a pressão venosa central, tais como PEEP ou insuficiência
cardíaca congestiva, comprometem a drenagem venosa cerebral e elevam a pressão intracraniana em
pacientes com baixa complacência cerebral. Causas de aumento da pressão intratorácica também são
relevantes, tais como, a retenção de gás resultante de broncoespasmo.
Bibliografia: Drummond JC, Patel PM. Neurosurgical Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA,
th
et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2045-87.
30) Paciente de 24 anos, asmático grave, apresenta cianose central imediatamente após ser
extubado. A ausculta pulmonar evidencia tórax silencioso. Do ponto de vista da relação ventilação-
perfusão (Va/Q), como pode ser explicado este quadro?
A) Va/Q = ∞
B) Va/Q = 0
C) Va/Q 1
D) Va/Q indefinida
Resposta: B
Justificativa: o quadro de broncoespasmo severo com a redução do fluxo de gases alveolares, sem, no
entanto ocorrer a redução da perfusão alveolar, resulta em um quadro de shunt pulmonar absoluto (Va/Q =
0). A hematose não ocorre, a PaCO2 se eleva, a PaO2 diminui e a saturação de hemoglobina reduzida fica
-1
maior que 5 g.dL .
Bibliografia: Tamul PC, Ault ML. Respiratory Function in Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
th
RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;263-86.
A) leucotrieno
B) interleucina
C) tromboxano
D) prostaglandina
Resposta: A
Bibliografia: Lemonica L, Carvalho Junior WA, Carvalho WA. Fisiopatologia da Dor e Mecanismos de
Analgesia, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São
Paulo, Atheneu, 2011;459-513.
32) É hábito frequente entre médicos anestesistas usuários de drogas ilícitas em seu ambiente de
trabalho:
Resposta: C
Bibliografia: Katz JD, Holzman RS. Occupational Health, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al.
th
Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;61-89.
33) Homem de 63 anos será submetido a prostatectomia radical transvesical sob anestesia geral. É
hipertenso, diabético e apresentou infarto do miocárdio há 4 semanas quando colocou 3 stents
farmacológicos. Está em uso de valsartana, glibenclamida, metformina, atorvastatina, AAS e
clopidogrel. Como deverá ser o manejo das medicações antiplaquetárias antes da cirurgia?
Resposta: D
Justificativa: no caso descrito, a cirurgia apresenta risco elevado de sangramento. Ao mesmo tempo, o
risco de trombose do stent e consequente evento cardíaco (morte cardíaca, IAM, angina instável, elevação
de troponina, etc.) é altíssimo. O stent farmacológico requer, pelo menos, 12 meses de terapia
antiplaquetária dupla para prevenir a reestenose ou trombose dado o tempo prolongado necessário para a
reendotelização da superfície do stent. A cirurgia quando ocorre pouco tempo após a colocação do stent
apresenta elevadas taxas de morbidade e mortalidade cardíaca. Aspirina pode ser continuada de forma
segura em cirurgias de grande porte e fornece proteção coronária. Intervenções com alto risco para
sangramento requerem a interrupção da terapia antiplaquetária dupla com a retirada do clopidogrel 5 dias
antes da cirurgia a fim de reduzir o sangramento perioperatório. Todavia, a descontinuação prematura da
terapia antiplaquetária dupla pode causar a trombose do stent, IAM e morte. Como a terapia dupla com AAS
e clopidogrel não pode ser usada, é adotada terapia de ponte com tirofiban ou eptifibatide – inibidor venoso
de ação curta da glicoproteína IIb-IIIa – para fornecer proteção antitrombótica do stent e de eventos
isquêmicos e com segurança em termos de sangramento.
Bibliografia: Roizen MF, Fleisher LA. Anesthetic Implications of Concurrent Diseases, em: Miller RD,
th
Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1067-
149.
34) Mulher de 68 anos e 50 Kg, coronariopata, no 3º dia de pós-operatório de colectomia direita será
-1 -1
submetida a limpeza de cavidade abdominal. Apresenta Hb de 10 g.dL , potássio de 4,5 mEq.L e
-1 -1 -2
creatinina de 1,6 mg.dL . A avaliação hemodinâmica mostra: índice cardíaco de 5,5 L.min .m ,
-1 -5 -2
índice de resistência vascular sistêmica de 1.000 dyn.seg .cm .m , variação de volume sistólico de
A) normovolemia
B) idade da paciente
C) choque cardiogênico
D) baixa depuração de creatinina
Resposta: D
Justificativa: hidroxietilamido é um coloide sintético e está contraindicado em pacientes com lesão renal
-1
estabelecida (depuração de creatinina da paciente = 25,56 mL.min ). Devem ser tomadas precauções
quando se administra uma solução de hidroxietilamido para pacientes com sepsis grave ou choque séptico
característico, uma vez que podemos aumentar o risco de lesão renal aguda. Em pacientes idosos, com
função renal inalterada, não está contraindicado. Os parâmetros hemodinâmicos apresentados pela
paciente não caracterizam hipovolemia nem choque cardiogênico.
Bibliografia: Neligan PJ. Monitoring and Managing Perioperative Electrolyte Abnormalities, Acid-Base
nd
Disorders, and Fluid Replacement, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2
Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;507-45.
Resposta: A
Justificativa: os anestésicos voláteis produzem redução dose dependente no fluxo sanguíneo renal, na
taxa de filtração glomerular e no débito urinário. Essas mudanças não resultam da liberação do hormônio
arginina vasopressina. Elas refletem o efeito dos anestésicos voláteis na pressão sistêmica e no débito
cardíaco.
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Inhaled Anesthetics, em: Pharmacology & Physiology in Anesthetic
th
Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;42-86.
A) milrinona e dobutamina
B) milrinona e nitroprussiato
C) dobutamina e nitroglicerina
D) nitroprussiato e nitroglicerina
Resposta: D
saturação de oxigênio no sangue venoso misto após o clampeamento aórtico acima do eixo celíaco devido
à redução do consumo de O2 que excede a redução do DC, hipervolemia central e aumento do shunt
arteriovenoso em tecidos proximais ao clampe. Se não são tomadas medidas terapêuticas, o resultado será
sobrecarga e falência do VE, com disfunção orgânica periférica e edema pulmonar. As estratégias
terapêuticas incluem medidas para reduzir a pós-carga (aliviar a sobrecarga ventricular e a tensão da
parede ventricular), normalizar a pré-carga, e manter o DC. A redução da pós-carga é obtida comumente
com a administração de nitroprussiato (vasodilatador predominantemente arterial). A manutenção da
normalidade da pré-carga envolve titulação cuidadosa da infusão de líquidos e administração de
nitroglicerina (promove aumento da capacitância venosa maior que o nitroprussiato). Apesar de infrequente,
a manutenção de adequado DC pode requerer a administração de inotrópicos.
Bibliografia: Norris EJ. Anesthesia for Vascular Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al.
th
Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1985-2044.
A) fator XII
B) fibrinogênio
C) antitrombina III
D) glicoproteína IIb/IIIa
Resposta: A
Justificativa: para a realização do tempo de coagulação ativado acrescenta-se celite a 1% como superfície
ativadora dos fatores de contato XI e XII. É de grande importância na monitorização da administração de
heparina e para guiar sua neutralização pela protamina. O valor normal está entre 90 e 120 segundos.
Bibliografia: Lobo FRM. Coagulação e Coagulopatias, em: Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al.
Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;1201-14.
38) Homem de 82 anos é submetido a artroplastia total de quadril com prótese cimentada sob
raquianestesia em associação a infusão contínua de propofol para sedação. Logo após a inserção
da prótese, observa-se redução da PA de 128x85 mmHg para 84x40 mmHg, aumento da FC de 73
bpm para 112 bpm, redução da SpO2 de 96% para 78% e o surgimento de bloqueio de ramo direito no
ECG. A causa mais provável para essas alterações é:
A) isquemia do miocárdio
B) efeito sistêmico do metilmetacrilato
C) hipoventilação secundária a sedação
D) aumento da pressão do canal intramedular
Resposta: D
Justificativa: o principal componente do cimento ósseo é o metilmetacrilato (MMA), que tem sido associado
a quadro clínico que consiste em hipotensão arterial, broncoconstrição, hipóxia, parada cardíaca e morte
súbita. Acreditava-se ser devido a uma reação de hipersensibilidade ao MMA, resultando em vasodilatação
aguda e colapso circulatório. No entanto, a concentração obtida no plasma in vivo, durante a utilização de
MMA, é 10 a 20 vezes mais baixas do que as concentrações necessárias para causar vasodilatação
clinicamente significativa e hipotensão arterial. O que realmente acontece é o aumento da pressão do canal
intramedular com embolização resultante de partículas de gordura e detritos para o plexo venoso medular
durante a manipulação de osso longo, fresagem e cimentação. Pressão intramedular de até 680 mmHg foi
observada com o uso de cimento. Pressões abaixo de 100 mmHg foram encontradas com o uso de
implantes não cimentados. Os sinais clínicos são semelhantes aos encontrados na embolia pulmonar ou
embolia gordurosa: taquicardia, hipotensão, hipoxemia, e, em pacientes com respiração espontânea,
dispneia, taquipneia, além de alterações do ECG como desvio do eixo para a direita ou bloqueio de ramo
direito, refletindo aumento da pressão na artéria pulmonar e aumento do shunt intrapulmonar, podendo levar
à falência ventricular direita e parada cardíaca.
Bibliografia: Dooley J, Martin G. Anesthesia for Orthopedic Surgery, em: Longnecker DE, Brown DL,
nd
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1194-205.
39) Homem de 53 anos, 114 Kg e 1,67 m, hipertenso, refere roncos durante o sono, sonolência diurna
e índice de apneia/hipopneia de 10. É submetido a fixação de fratura do rádio sob anestesia geral
com intubação traqueal, sufentanil 110 µg, propofol 150 mg, rocurônio 80 mg e desflurano. Na sala
de recuperação, apresenta repetidos episódios de dessaturação devido à obstrução das vias aéreas,
acompanhados de hipertensão e taquicardia. Após 3 horas, permanece sonolento e requer
suplementação de oxigênio via máscara facial de Venturi 50% para manter SpO 2 de 92%. Qual é o
fator responsável pelo quadro descrito?
Resposta: A
Justificativa: segundo os critérios de avaliação de risco para síndrome de apneia obstrutiva do sono
(SAOS) pelo questionário STOP BANG, o risco de SAOS neste paciente é elevado (escore 6: homem, > 50
anos, IMC > 35, hipertensão, roncos e sonolência diurna). Sua gravidade, entretanto, é leve, segundo o
índice de apneia/hipopneia. Síndrome metabólica e SAOS são condições que podem coexistir, mas, no
caso apresentado, não há dados para o diagnóstico de síndrome metabólica que requer pelo menos três
critérios (obesidade abdominal, hiperglicemia de jejum, hipertensão, baixos níveis de HDL e
hipertrigliceridemia). FiO2 elevada deprime o drive hipoxêmico no obeso, mas não foi a causa do quadro
apresentado que teve relação direta com o efeito depressor dos fármacos anestésicos (principalmente
opioides) no paciente com SAOS. Limitar a dose de opioides e usar CPAP no pós-operatório tem efeito
protetor contra depressão respiratória dos opioides.
Bibliografia: Sinha AC, Eckmann DM. Anesthesia for Bariatric Surgery, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher
th
LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2089-104.
40) Primigesta de 19 anos e 72 Kg, 39 semanas de gestação está em trabalho de parto próximo ao
−1 -1
período expulsivo. Foi colhida gasometria arterial que demonstrou pH de 7,55, HCO3 de 22 mEq.L ,
PaCO2 de 27 mmHg e PaO2 de 103 mmHg em ar ambiente. Neste momento, observa-se:
Resposta: B
Justificativa: o quadro clínico é de uma gestante apresentando hiperventilação durante a fase final do
trabalho de parto, que levou a alcalose respiratória aguda. Devido a esta alteração do equilíbrio ácido-base,
ocorre redução do cálcio ionizado fetal, do fluxo sanguíneo uteroplacentário, do fluxo sanguíneo cerebral
materno e da transferência de oxigênio da placenta para o feto.
Bibliografia: Cavalcanti FS. Considerações Fisiológicas sobre a Gestante e Implicações na Anestesia, em:
Cangiani LM, Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu,
2011;2249-82.
41) Homem de 35 anos está na sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) após fixação de fratura
no antebraço. Tem história de esquizofrenia e faz uso diário de clorpromazina 75 mg, 40 cigarros e 1
L de bebida alcoólica destilada. Fez uso de heroína venosa antes do acidente. Apresenta-se ansioso,
sudorético, hipertenso, trêmulo e com hiperreflexia. Vinte minutos após a chegada à SRPA,
apresentou convulsão tônico-clônica autolimitada por 30 segundos. Qual é a explicação mais
provável para o quadro apresentado?
A) abstinência do álcool
B) abstinência da nicotina
C) intoxicação pela heroína
D) intoxicação pela clorpromazina
Resposta: A
Bibliografia: Pagel PS, May JA. Evaluation of the Patient with Alcohol or Drug Addiction, em: Longnecker
nd
DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;315-31.
Resposta: D
Justificativa: a VVS e a variação de pressão de pulso (VPP) não são indicadores de pré-carga, mas da
relativa responsividade da pré-carga. A VVS é ferramenta sensível que pode ser utilizada para guiar
apropriadamente o manejo da pré-carga do paciente para alcançar adequada oferta de oxigênio aos
tecidos. Variáveis hemodinâmicas dinâmicas, como a VPP e a VVS, discriminam mais acuradamente
pacientes respondedores a provas de volume que variáveis estáticas (FC, PAM, PVC, PAD, POAP). Valores
normais de VVS são menores que 10-15% em ventilação mecânica controlada. No caso clínico, o paciente
apresentava baixo IC, com VVS elevada e PVC normal. A elevação do IC e normalização da VVS, com
mínima alteração da PVC, indica que havia déficit de volume e que o paciente foi responsivo à prova de
volume administrada.
Bibliografia: Schroeder RA, Barbeito A, Bar-Yosef S, et al. Cardiovascular Monitoring, em: Miller RD,
th
Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1267-
328.
Resposta: C
Justificativa: o monitor BIS mede a profundidade de hipnose e o valor do BIS pode ser utilizado para
prever se um paciente, durante a anestesia, está acordado e responsivo. O BIS não é uma medida da
probabilidade de movimento. Durante a cirurgia, o valor alvo típico do BIS é entre 40 e 60. Pelo valor BIS de
60, a probabilidade de resposta ao comando verbal é cerca de 20%, enquanto a probabilidade de recall é
inferior a 1%.
Bibliografia: Keifer JC, Borel CO. Intraoperative Neurologic Monitoring, em: Longnecker DE, Brown DL,
nd
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;474-91.
44) Em pacientes com choque hemorrágico, a ventilação mecânica deve ser estabelecida
precocemente porque:
Resposta: D
Bibliografia: George E, Benjamin J. Evaluation and Anesthetic Management of the Trauma Patient, em:
nd
Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical,
2012;1349-64.
45) Homem de 38 anos, 136 Kg e 1,67 m será submetido a gastroplastia redutora sob anestesia
venosa total. O cálculo da dosagem de remifentanil será baseado no peso corporal ideal porque o
fármaco apresenta:
Resposta: A
Bibliografia: Bucklin BA, Fernandez-Bustamante A. Anesthesia and Obesity, em: Barash PG, Cullen BF,
th
Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;1274-93.
46) Durante a realização do bloqueio do plexo lombar por via posterior com neuroestimulação, a
resposta motora esperada refere-se ao estímulo do nervo cujas raízes originam-se dos ramos:
A) anteriores de L1 e L2
B) posteriores de L2 e L3
C) anteriores de L2, L3 e L4
D) posteriores de L2, L3 e L4
Resposta: D
Justificativa: a resposta motora pesquisada durante a realização do bloqueio do plexo lombar por via
posterior com neuroestimulação é a contração do quadríceps, que é inervado pelo nervo femoral. As
divisões anteriores de L2, L3 e L4 formam o nervo obturador, enquanto as divisões posteriores destes
mesmos componentes formam o nervo femoral. As divisões posteriores de L2 e L3 formam o nervo cutâneo
lateral femoral.
Bibliografia: Wedel DJ, Horlocker TT. Nerve Blocks, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
th
Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1639-74.
47) Homem de 45 anos é submetido a ressecção de tumor cerebral. Durante a cirurgia, apresenta PA
-
de 75x40 mmHg e diurese de 3.000 mL. A densidade urinária é de 1.005, o sódio sérico de 151 mEq.L
1 -1
e a osmolalidade sérica de 310 mOsm.L . Após reposição volêmica e administração de
desmopressina, ocorre estabilização do quadro hemodinâmico. A explicação para esta melhora é:
Resposta: A
Justificativa: a desmopressina é um fármaco análogo ao ADH que, ao ser administrada aos pacientes com
diabetes insipidus, promove a reabsorção de água livre, diminuindo a osmolalidade sérica e aumentando o
volume sanguíneo circulante. Seu efeito antidiurético é prolongado (12-24 horas) e há baixa evidência de
efeitos vasopressores.
Bibliografia: Schwartz JJ, Akhtar S, Rosenbaum SH. Endocrine Function, em: Barash PG, Cullen BF,
th
Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;1326-55.
48) Homem de 47 anos, com diagnóstico de trombose venosa profunda em membro inferior
esquerdo, iniciou o tratamento com heparina não fracionada 40.000 UI a cada 24 horas em infusão
venosa contínua. No 10º dia de tratamento, apresentou obstrução arterial aguda em membro inferior
direito. A avaliação laboratorial mostrou: relação do TTPA de 2,5; RNI de 1,2; e contagem de
-3
plaquetas de 30.000.mm . Qual é a explicação para a trombocitopenia?
Resposta: D
Justificativa: há duas formas de plaquetopenia induzida pela heparina. No tipo I ocorre redução discreta do
-3
número de plaquetas por ação direta da heparina, geralmente permanecendo acima de 100.000.mm , logo
no início do tratamento. A do tipo II é mediada imunologicamente por anticorpo anti-heparina e a redução do
número de plaquetas é mais significativa. Ocorre entre 7 a 10 dias após o início da heparinização e é
acompanhada de fenômenos trombóticos, especialmente no leito arterial.
Bibliografia: Carabini LM, Ramsey G. Hemostasis and Transfusion Medicine, em: Barash PG, Cullen BF,
th
Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;408-44.
49) Para se realizar uma infusão alvo-controlada de propofol em um paciente idoso é mais vantajoso
usar o modelo de Schnider efeito em relação ao modelo de Marsh original devido a(ao) menor:
A) ke0
B) dose do bolus inicial
C) volume do terceiro compartimento
D) volume total de propofol infundido
Resposta: B
Justificativa: o modelo de Schnider é utilizado para se realizar TCI efeito, pois é muito mais complexo que
o modelo de Marsh, utilizando outras covariáveis (idade, sexo, altura e peso de massa magra) em seu
-1
algoritmo. O modelo de Schnider incorpora um ke0 de 0,456.min e foi desenvolvido a partir de uma
combinação de modelos de farmacocinética e farmacodinâmica, a fim de melhorar a correlação clínica entre
uma infusão e o seu efeito. Compartimentos V1 e V3, no modelo de Schnider são fixos, enquanto o
tamanho de V2 é influenciado e muda de acordo com a idade (diminui o volume de V2 com o aumento da
idade), reduzindo a dose do bolus inicial. A diferença é que o modelo de Marsh muda a dose do bolus inicial
de acordo com o peso, ou seja, quanto maior o peso, maior a dose em bolus inicial. A quantidade total de
propofol infundida é bastante semelhante com os dois modelos.
Bibliografia: Vianna PTG, Simoni RF, Oroz JEB, et al. Anestesia Venosa Total, em: Cangiani LM, Slullitel
A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;1419-36.
Resposta: D
Justificativa: descrito por Bloom, o ensino/aprendizado no domínio cognitivo de qualquer tópico está
direcionado da seguinte forma:
1. conhecimento – memória
2. compreensão – entendimento
3. aplicação – uso das informações
4. análise – quebra das informações; visão da relação entre as partes
5. síntese – união das informações; criando uma nova entidade
6. avaliação – julgamento do valor da informação
Em Anestesiologia, o conhecimento de fatos sobre a função pulmonar é obviamente muito mais básico do
que estar apto a aplicar essas informações no manejo de um paciente politraumatizado e mantido no
ventilador. Professores de Anestesiologia atendem melhor seus alunos considerando os aspectos cognitivos
mais complexos do aprendizado.
Bibliografia: Schwartz AJ. Teaching Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
th
Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;193-207.
51) Tendo-se como objetivo farmacológico a ausência de resposta ao estímulo doloroso, a figura
abaixo, obtida a partir da administração simultânea de propofol e sufentanil, deve ser interpretada da
seguinte forma:
Resposta: C
Bibliografia: Johnson KB, Egan TD. Principles of Pharmacokinetics and Pharmacodynamics: Applied
Clinical Pharmacology for the Practitioner, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al.
nd
Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;663-87.
A) inibição da gliconeogênese
B) redução da resistência insulínica
C) redução na liberação de glucagon
D) bloqueio da ação inibidora da adrenalina na secreção de insulina
Resposta: D
Justificativa: a fenoxibenzamina é um bloqueador alfa-adrenérgico não seletivo que faz ligação covalente
com os receptores alfa-adrenérgicos. O bloqueio nos receptores alfa-1 pós-sinápticos é mais intenso que
nos receptores alfa-2. Os seus efeitos cardiovasculares mais importantes são os decorrentes da redução da
pressão arterial sistêmica e a possibilidade de restaurar a volemia dos pacientes tratados. Entre os efeitos
não cardiovasculares, chama a atenção o impedimento da ação inibidora da adrenalina na secreção de
insulina, podendo levar a hipoglicemia, principalmente nos pacientes que possuem intolerância à glicose.
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Alpha- and Beta-Adrenergic Receptor Antagonists, em: Pharmacology
th
& Physiology in Anesthetic Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;325-43.
53) Paciente tem sua função sistólica representada pelo ponto A na figura abaixo. Após
administração simultânea de inotrópicos e vasodilatadores, sua função sistólica será representada
pelo ponto:
A) B
B) C
C) D
D) E
Resposta: C
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Systemic Circulation, em: Pharmacology & Physiology in Anesthetic
th
Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;718-34.
54) Durante a anestesia geral para realização de ressonância magnética, os cabos de ECG e
oximetria de pulso devem ser retificados, com mínimo contato, ao longo do corpo do paciente. Esta
conduta visa evitar:
A) queimaduras no paciente
B) artefatos nas imagens do exame
C) interferências no traçado do ECG
D) efeito antena do oxímetro de pulso
Resposta: A
Justificativa: alguns riscos graves são atribuídos aos intensos campos magnéticos da ressonância
magnética. Apesar da superfície corporal absorver a energia de radiofrequência, o aquecimento do
paciente, geralmente, não é uma preocupação e a sua temperatura não aumenta mais que 1ºC. Por outro
lado, existe a possibilidade de geração de calor nos fios de monitorização como resultado da indução
eletromagnética; ressonância do circuito; e ou “efeito antena”. Foram relatadas lesões térmicas na área de
eletrodos de ECG e probes de oxímetros de pulso. O probe do oxímetro de pulso deve ser colocado o mais
distante possível do scanner. Efeito antena no probe pode resultar em lesão térmica. Os eletrodos de ECG
devem ser colocados juntos em direção ao centro do campo magnético para evitar artefatos e isolar os
cabos da pele do paciente, pois podem causar lesão térmica. Para evitar queimaduras, é recomendado que
os fios de monitorização sejam mantidos retos ao longo do paciente, evitando-se voltas ou alças que podem
resultar em lesão térmica; evitar que condutores toquem o paciente, especialmente em mais de um local; e
inspecionar os fios dos monitores antes de cada uso, evitando o uso de fios desgastados ou em mau
estado.
Bibliografia: Stensrud PE. Anesthesia at Remote Locations, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al.
th
Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2461-84.
55) Homem de 62 anos será submetido a toracotomia. Apresenta os seguintes achados na avaliação
pré-operatória: FR de 25 irpm, VEF1/CVF normal, PaCO2 de 45 mmHg, PaO2 de 79 mmHg (ar
ambiente), capacidade vital de 4,5 L. A fisiopatologia deste quadro clínico é composta por:
Resposta: C
Justificativa: nas doenças pulmonares restritivas, a curva de complacência está desviada para a direita,
tem inclinação reduzida ou ambas. A redução da complacência pulmonar resulta em menor capacidade
residual funcional (CRF). Quando a complacência pulmonar está diminuída, maiores mudanças na pressão
intrapleural são necessárias para criar o mesmo volume corrente (VC), ou seja, o tórax tem que trabalhar
mais para adquirir o mesmo volume de gás nos pulmões. Para conservar energia, pacientes com doença
pulmonar restritiva tipicamente respiram com menores VC em FR mais altas, tornando a ventilação
espontânea um dos índices mais sensíveis da complacência pulmonar.
Bibliografia: Tamul PC, Ault ML. Respiratory Function in Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
th
RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;263-86.
56) Paciente de 67 anos hipertenso e diabético é submetido a nefrectomia radical. Apresentou infarto
do miocárdio há 3 anos quando foram colocados dois stents. Ecocardiografia revelou fração de
ejeção de 40% e disfunção diastólica grau II. Durante a cirurgia, não apresenta diurese e a PA média
persiste baixa (52 mmHg), apesar de doses intermitentes de metaraminol. A FC é de 72 bpm. A
-1 -2
variação do volume sistólico é de 6% e o índice cardíaco de 1,7 L.min .m . Exame do sangue venoso
-1 -1
central: hemoglobina 9,5 g.dL , lactato 2,5 mg.dL e saturação de oxigênio 65%. Nesse momento, a
conduta mais adequada é a administração de:
A) dopamina
B) levosimendan
C) noradrenalina
D) concentrado de hemácias
Resposta: B
57) Mulher de 63 anos e 55 Kg é submetida a artroplastia total do joelho. Foi realizada raquianestesia
com associação de neostigmina 10 µg ao anestésico local. Apresentou náuseas recorrentes no pós-
operatório associadas ao uso da neostigmina. O mecanismo que explica essa ocorrência é:
Resposta: D
Justificativa: as doses de 6,25 e 12,5 µg não prolongam a anestesia, mas provocam náuseas. Em doses
baixas ou moderadas, a neostigmina intratecal possui pouco ou nenhum efeito cardiovascular. A
neostigmina aumenta a acetilcolina endógena de forma dose dependente na medula.
Bibliografia: Warren DT, Neal JM, Bernards CM. Neuraxial Anesthesia, em: Longnecker DE, Brown DL,
nd
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;786-807.
A) vasoconstrição renal
B) aumento da produção renal de prostaglandinas
C) interação sinérgica com anti-inflamatórios não esteroides
D) aumento da excreção de bloqueadores neuromusculares adespolarizantes
Resposta: B
59) Mulher de 23 anos foi submetida a artroscopia de joelho sob bloqueio subaracnoideo realizado
com agulha 25G, bisel Quincke, ao nível de L3-L4, com refluxo espontâneo de líquor, sem
intercorrências. No 3° dia de pós-operatório, referiu perda auditiva bilateral. A explicação para este
caso está relacionada a:
A) hipotensão intracoclear
B) tração do VIII par craniano
C) hemorragia subaracnoidea
D) compressão do ângulo ponto-cerebelar
Resposta: A
Justificativa: a perda de líquor através do orifício da punção espinhal resulta em redução da pressão
intracraniana e intracoclear, levando a perda auditiva bilateral. Pode ocorrer de 0,2 a 92% dos casos de
hipotensão liquórica.
Bibliografia: Bernards CM, Hostetter LS. Epidural and Spinal Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF,
th
Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;905-33.
60) Em comparação aos adultos, o aumento da relação entre as frações alveolar e inspirada (FA/FI)
de halotano ocorre mais rapidamente em bebês devido a:
Resposta: B
Justificativa: a maior relação ventilação alveolar/capacidade residual funcional em bebês e crianças pode
ser atribuída a maior taxa metabólica e a maior demanda de oxigênio. Aumentos na ventilação alveolar
aceleram o equilíbrio entre a pressão parcial inspirada e a alveolar. O efeito da maior relação entre
ventilação alveolar e capacidade residual funcional é uma redução na constante de tempo, o que explica a
maior velocidade de equilíbrio. Embora o maior débito cardíaco possa lentificar a taxa de aumento na
relação FA/FI, na verdade isso acelera o equilíbrio em bebês e crianças. Esse efeito paradoxal pode ser
atribuído ao maior débito cardíaco aos tecidos ricamente vascularizados em bebês, sendo que nesses, as
solubilidades tecidual e sanguínea de halotano são menores do que em adultos.
Bibliografia: Lerman J. Pediatric Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical
th
Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;1216-56.
61) O mecanismo pelo qual os anestésicos inalatórios potencializam a ação dos bloqueadores
neuromusculares não despolarizantes é:
Resposta: C
Bibliografia: Naguib M, Lien CA. Pharmacology of Muscle Relaxants and Their Antagonists, em: Miller RD,
th
Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;859-911.
62) Homem de 56 anos e 73 Kg está internado na UTI após colectomia total. Está intubado e sob
ventilação mecânica com FiO2 de 40%. Sinais vitais: temperatura axilar de 37,5ºC, FC de 110 bpm, PA
de 90x52 mmHg e SpO2 de 100%. A variação da pressão de pulso é de 22%. Exames laboratoriais:
+ -1 + -1 -1
Na sérico 130 mEq.L , Na urinário 10 mEq.L , osmolaridade do plasma 290 mOsm.Kg e
-1
osmolaridade urinária 50 mOsm.Kg . A conduta é administrar:
A) furosemida
B) acetilcisteína
C) desmopressina
D) soluções cristaloides
Resposta: D
Justificativa: este paciente tem sinais de hipovolemia com base na presença de hiponatremia,
osmolaridade normal do plasma, no baixo teor de sódio na urina e, o mais sensível, na variação da pressão
de pulso > 12%.
Bibliografia: Pilla MA, Raines DE, Sandberg WS. Anesthesia for Liver Surgery and Transplantation, em:
nd
Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical,
2012;1049-80.
Resposta: D
Justificativa: embora os idosos tenham redução da massa muscular esquelética, a atrofia neurogênica da
junção neuromuscular permite a proliferação de receptores colinérgicos extrajuncionais. A dose eficaz
média e a concentração plasmática no estado de equilíbrio para o bloqueador neuromuscular, necessária
para metade do efeito máximo de bloqueio, permanecem praticamente inalteradas ou podem estar
ligeiramente aumentadas.
Bibliografia: Lombard FW, Grichnik K. Evaluation of Geriatric Patient, em: Longnecker DE, Brown DL,
nd
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;277-82.
64) O anestésico local que, no pH fisiológico, apresenta a maior fração não ionizada é:
A) lidocaína
B) prilocaína
C) bupivacaína
D) mepivacaína
Resposta: D
Justificativa: os anestésicos locais são bases fracas que se apresentam em equilíbrio entre as formas
moleculares ionizadas e não ionizadas. No pH fisiológico 7,4, a ordem crescente da fração não ionizada é:
bupivacaína (17%), prilocaína (24%), lidocaína (25%) e mepivacaína (39%).
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Local Anesthetics, em: Pharmacology & Physiology in Anesthetic
th
Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;179-209.
65) O ponto da curva pressão-volume pulmonar mostrado pela seta na figura abaixo representa a
capacidade:
A) vital
B) de oclusão
C) pulmonar total
D) residual funcional
Resposta: D
Bibliografia: Tamul PC, Ault ML. Respiratory Function in Anesthesia, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting
th
RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;263-86.
66) Homem de 37 anos será submetido a fixação de fratura da mandíbula. Está em tratamento para o
abuso de álcool e faz uso de dissulfiram e naltrexona. No pós-operatório imediato, foi proposta
analgesia venosa controlada pelo paciente com morfina e a naltrexona foi suspensa. Qual é a
explicação para a suspensão da naltrexona?
Resposta: A
Justificativa: a naltrexona é um antagonista opioide puro. Os pacientes que fazem uso terapêutico da
naltrexona terão grande aumento da necessidade de opioides. A duração da ação da naltrexona é de cerca
de 24 horas, devendo ser interrompida durante a internação para permitir melhor controle da dor com
opioides.
Bibliografia: Rosow C, Dershwitz M. Pharmacology of Opioid Analgesics, em: Longnecker DE, Brown DL,
nd
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;703-24.
67) Homem de 40 anos e 80 Kg é submetido a colectomia total. Durante a cirurgia, que teve duração
aproximada de 5 horas, foram infundidos 2.000 mL de solução fisiológica 0,9% e 500 mL de gelatina
fluida modificada. No pós-operatório, esta conduta poderá se associar a:
A) vômitos
B) íleo paralítico
C) hipercoagulabilidade
D) hipoperfusão tecidual
Resposta: A
Justificativa: a administração restritiva de fluidos foi associada a maior incidência de vômitos, com menor
ocorrência de hipercoagulabilidade, e nenhuma diferença na motilidade intestinal no pós-operatório de curto
prazo.
Bibliografia: Prough DS, Funston JS, Svensén CH, et al. Fluids, Electrolytes, and Acid-Base Physiology,
th
em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams
& Wilkins, 2013;327-61.
A) endotelinas
B) óxido nítrico
C) tromboxanos
D) prostaciclinas
Resposta: D
Bibliografia: Birnbach DJ, Browne IM. Anesthesia for Obstetrics, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et
th
al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2203-40.
69) Mulher de 56 anos está agendada para colecistectomia videolaparoscópica. Refere história de
hipertensão arterial, tabagismo e estenose mitral. O ECG pré-operatório mostra fibrilação atrial com
FC de 85 bpm. Ecocardiograma pré-operatório não revela trombo atrial e a área valvar mitral é de 1,2
2
cm . Durante a insuflação do pneumoperitôneo, apresenta PA de 50x30 mmHg e FC de 30 bpm. Qual
é a explicação para o ocorrido?
Resposta: B
Bibliografia: Nussmeier NA, Hauser MC, Sarwar MF, et al. Anesthesia for Cardiac Surgical Procedures,
th
em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone,
2010;1889-975.
70) Gestante de 28 anos com 38 semanas de gestação queixa-se de cansaço, palpitações e edema
em membros inferiores. ECG mostra desvio do eixo para direita, rotação do eixo QRS de 15º e
inversão de onda T nas derivações D2, V2 e V3. O ecocardiograma demonstrou regurgitação
tricúspide e pulmonar leves e aumento do átrio esquerdo. O significado desses achados nesta
paciente é:
A) normalidade
B) embolia pulmonar
C) síndrome de Eisenmenger
D) doença hipertensiva específica da gravidez
Resposta: A
Justificativa: o quadro descrito pode ocorrer na gestante a termo saudável. Muitas gestantes a termo
queixam-se de sintomas sugestivos de doença cardiovascular, como dispneia, palpitações, tonteira, edema
e pouca tolerância ao exercício. O exame físico também pode estar anormal quando comparado ao estado
pré-gestacional. A gravidez determinará ainda alterações no ECG, radiografia do tórax e ecocardiografia da
gestante a termo sem que signifique patologia cardiovascular.
Bibliografia: Birnbach DJ, Browne IM. Anesthesia for Obstetrics, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et
th
al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2203-40.
71) Paciente internado na UTI apresenta síndrome do desconforto respiratório do adulto (SDRA) e
evolui com pneumotórax, sendo necessária a inserção de um dreno torácico. Foi instituída
ventilação oscilatória de alta frequência (HFOV) com melhora significativa da PaO 2. Qual é a
explicação para esta melhora?
A) redução da PVC
B) recrutamento alveolar
C) maiores volumes correntes
D) aumento no débito cardíaco
Resposta: B
Justificativa: a HFOV é a técnica de alta frequência mais comumente utilizada na UTI. Uma das
características da HFOV é administrar pequenos volumes correntes em frequências extremamente altas,
-1
geralmente de 1 a 3 mL.Kg menores que o espaço morto fisiológico. Outra vantagem potencial sobre a
ventilação convencional inclui a aplicação de uma maior pressão média nas vias aéreas, promovendo
recrutamento alveolar. HFOV geralmente leva a aumento precoce na pressão de oclusão da artéria
pulmonar, pequeno aumento na PVC e menor redução do débito cardíaco em comparação com os valores
basais. Alguns estudos mostram que o uso de HFOV em pacientes adultos com SDRA é associado com
melhora na oxigenação, sem redução significativa na mortalidade.
Bibliografia: Kacmarek RM, Hess DR. Mechanical Ventilation for the Surgical Patient, em: Longnecker DE,
nd
Brown DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1406-22.
Resposta: A
Justificativa: durante o atendimento à parada cardiorrespiratória, o acesso venoso profundo não deve ser
realizado porque necessita da interrupção das compressões torácicas. Esta interrupção impede que haja
perfusão coronariana e cerebral, reduzindo as chances de sobrevida com estado neurológico normal.
Bibliografia: Otto CW. Cardiopulmonary Resuscitation, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al.
nd
Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1423-36.
Resposta: C
Justificativa: dor, hemorragia e percepção cortical das injúrias traumáticas levam à liberação de hormônios
e outros mediadores inflamatórios, incluindo renina, angiotensina, vasopressina, hormônio antidiurético,
hormônio do crescimento, glucagon, cortisol, adrenalina e noradrenalina. Células isquêmicas produzem
lactato e radicais livres, que se acumulam na circulação se a perfusão está reduzida. Células isquêmicas
também produzem e liberam fatores inflamatórios: prostaciclina, tromboxano, prostaglandinas, leucotrienos,
endotelina, complemento, interleucina, fator de necrose tumoral e outros.
Bibliografia: Dutton RP, McCunn M, Grissom TE. Anesthesia for Trauma, em: Miller RD, Eriksson LI,
th
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2277-311.
74) Mulher de 28 anos, em uso de propafenona, perde a consciência após o posicionamento dos
eletrodos intracavitários durante ablação de foco ectópico de arritmia devido a Síndrome de Wolf-
Parkinson-White. Apresenta PA de 88x40 mmHg e o ECG mostra FC de 160 bpm com QRS de 0,16
segundos. O mecanismo que explica o surgimento desta arritmia é:
A) isquemia miocárdica
B) prolongamento do intervalo QT
C) bloqueio funcional farmacológico
D) bloqueio unidirecional anatômico
Resposta: D
Justificativa: a maioria das arritmias ventriculares ocorre através do mecanismo de reentrada. Este
mecanismo envolve uma alça de tecido cardíaco não relacionado com o miocárdio vizinho, apresentando
um bloqueio unidirecional transitório ou permanente na alça. Os bloqueios unidirecionais podem ser
anatômicos na origem (vias acessórias, fibrose miocárdica) ou funcionais (isquemia ou efeito de fármacos).
Bibliografia: Irefin SA. Anesthesia for Correction of Cardiac Arrhythmias, em: Miller RD, Eriksson LI,
th
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1977-84.
75) Em comparação com o nível do mar, a vaporização do isoflurano em altitudes elevadas será:
Resposta: A
Justificativa: a pressão de vapor saturado (PVS) exercida pelas moléculas na fase de vapor de um
anestésico inalatório potente depende apenas do anestésico e da temperatura ambiente. A temperatura na
qual a PVS torna-se igual à pressão atmosférica e na qual o líquido passa para a fase de vapor é o ponto de
ebulição. O ponto de ebulição diminui com a redução da pressão atmosférica, como ocorre nas altitudes
elevadas.
Bibliografia: Eisenkraft JB. Anesthesia Delivery System, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et
nd
al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;616-62.
76) O receptor adrenérgico pré-sináptico responsável pelo relaxamento da musculatura lisa vascular
periférica é:
A) DA1
B) alfa 1
C) alfa 2
D) beta 2
Resposta: C
Justificativa: o receptor adrenérgico responsável pelo relaxamento da musculatura lisa vascular periférica
é o alfa 2.
Bibliografia: Grecu L. Autonomic Nervous System: Physiology and Pharmacology, em: Barash PG, Cullen
th
BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;362-
407.
77) Menino de 4 anos será submetido a herniorrafia inguinal sob bloqueio caudal e anestesia geral
inalatória sob máscara facial em ventilação espontânea. O sinal que melhor retrata a injeção
acidental de anestésico local no espaço subaracnoideo é:
A) apneia
B) assistolia
C) hipotensão
D) bradicardia
Resposta: A
Justificativa: complicações potenciais dos bloqueios caudais em pacientes anestesiados incluem injeção
intravascular de anestésico local, que ocorre em aproximadamente 4:10.000 pacientes e injeção
subaracnoidea com raquianestesia total, com uma incidência reportada de 2,6:10.000 casos. Crianças
podem não desenvolver hipotensão ou bradicardia, mesmo na presença de raquianestesia total, mas apneia
ainda pode ocorrer devido ao bloqueio bulbar.
Bibliografia: Everett LL. Anesthesia for Children, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al.
nd
Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1182-94.
78) Homem de 36 anos e 62 Kg com nefropatia diabética e insuficiência renal terminal é submetido a
transplante renal de doador cadáver. Exames pré-operatórios após hemodiálise na manhã da
+ -1 -1 -1
cirurgia: K 5,6 mEq.L e gasometria arterial pH 7,32; HCO3 17 mEq.L ; PaCO2 32 mmHg. A
anestesia é realizada com fentanil 300 µg, propofol 100 mg, cisatracúrio 10 mg e sevoflurano. A
ventilação pulmonar é mantida controlada a volume com PaCO2 de 40 mmHg. No final da cirurgia, o
paciente é extubado, mas o enxerto não apresenta diurese. A complicação com maior risco de
ocorrer na sala de recuperação é:
A) taquicardia ventricular
B) edema agudo de pulmão
C) coma hiperosmolar não cetótico
D) depressão respiratória por efeito opioide
Resposta: A
Bibliografia: Sladen RN. Renal Physiology, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
th
Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;441-76.
79) Mulher de 65 anos e 60 Kg faz uso crônico de amitriptilina e losartana. Foi submetida a
ooforectomia videolaparoscópica sob anestesia geral, sendo encaminhada consciente e orientada à
sala de recuperação pós-anestésica. Após 20 minutos, apresentou náusea seguida de vômito. O
plantonista administrou droperidol 1,25 mg venoso. Após 3 minutos, a paciente referiu mal estar
com visão turva e apresentou FC de 40 bpm que evoluiu rapidamente para Torsades de Pointes. A
explicação para esta arritmia é:
A) hipercalemia
B) acidose respiratória
C) bloqueio alfa-adrenérgico
D) interação amitriptilina-droperidol
Resposta: D
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Drugs Used for Psychopharmacologic Therapy, em: Pharmacology &
th
Physiology in Anesthetic Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;405-28.
Resposta: B
Bibliografia: Macres SM, Moore PG, Fishman SM. Acute Pain Management, em: Barash PG, Cullen BF,
th
Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;1611-44.
81) Qual evento está associado à redução do número de receptores nicotínicos da acetilcolina na
placa motora?
A) miastenia gravis
B) esclerose múltipla
C) acidente vascular cerebral
D) síndrome de Guillain-Barré
Resposta: A
Justificativa: são eventos associados à redução do número dos receptores nicotínicos da acetilcolina na
placa motora: miastenia gravis, envenenamento por organofosforados e sobredose de anticolinesterásicos.
Por outro lado são eventos associados ao aumento do número dos receptores nicotínicos da acetilcolina na
placa motora: lesão medular, esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré e acidente vascular cerebral.
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Neuromuscular-Blocking Drugs, em: Pharmacology & Physiology in
th
Anesthetic Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;208-50.
A) volume residual
B) capacidade vital
C) volume de oclusão
D) espaço morto alveolar
Resposta: B
Justificativa: a capacidade vital está diminuída de forma significativa e progressiva, por aumento da rigidez
torácica e perda da força muscular ventilatória, no paciente idoso.
Bibliografia: Lombard FW, Grichnik K. Evaluation of Geriatric Patient, em: Longnecker DE, Brown DL,
nd
Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;277-82.
A) pré-carga
B) pressão arterial média
C) atividade do nó sinoatrial
D) pressão diastólica da aorta
Resposta: D
Justificativa: quando adicionada às compressões torácicas, a adrenalina ajuda a criar uma pressão de
perfusão coronariana suficiente para restabelecer o fluxo sanguíneo miocárdico, possibilitando o RCE. Para
que haja o RCE, é necessária que a pressão diastólica da aorta seja de no mínimo 40 mmHg ou a pressão
de perfusão coronariana de 20 mmHg.
Bibliografia: Otto CW. Cardiopulmonary Resuscitation, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al.
nd
Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1423-36.
Resposta: A
Justificativa: no paciente politraumatizado, com sangramento maciço ativo, a reposição isolada em grande
volume de cristaloides, coloides ou concentrado de hemácias pode resultar em coagulopatia dilucional.
Nesses casos, a estratégia mais adequada é a reposição das frações do sangue (hemácias, plaquetas e
plasma) em proporções semelhantes.
Bibliografia: Dutton RP, McCunn M, Grissom TE. Anesthesia for Trauma, em: Miller RD, Eriksson LI,
th
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2277-311.
85) Homem de 85 anos com hérnia inguinal estrangulada apresenta dor abdominal intensa, agitação,
irritabilidade, vômitos e confusão mental. Apresenta PA de 95x60 mmHg, FC de 110 bpm, FR de 25
irpm, SpO2 de 92% em ar ambiente e diurese de 200 mL em 24 horas. Exames laboratoriais: Ht 47%,
-1 -1 + -1 + -1
Hb 14 g.dL , creatinina 1,8 mg.dL , K 3,5 mEq.L e Na 152 mEq.L . A conduta mais adequada
neste momento é administrar:
-1
A) oxigênio 1,5 L.min
-1
B) morfina 0,1 mg.Kg
-1
C) ringer lactato 10 mL.Kg
-1 -1
D) dopamina 5 µg.Kg .min
Resposta: C
Bibliografia: Fischer SP, Bader AM, Sweitzer B. Preoperative Evaluation, em: Miller RD, Eriksson LI,
th
Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1001-66.
A) pressão alveolar
B) diâmetro alveolar
C) complacência pulmonar
D) resistência da parede torácica
Resposta: C
Bibliografia: Hedenstierna G. Respiratory Physiology, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s
th
Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;361-91.
87) Homem de 47 anos apresenta tumor cerebral que evoluiu com hidrocefalia e hipertensão
intracraniana. É realizada craniotomia com o paciente em decúbito ventral. Durante a ressecção do
tumor, o principal determinante da pressão de perfusão cerebral será a:
A) pressão liquórica
B) pressão arterial média
C) pressão arterial de CO2
D) pressão venosa central
Resposta: B
Justificativa: após a abertura da dura-máter, a pressão de perfusão cerebral é a diferença entre a pressão
arterial média e a pressão atmosférica, sendo a pressão intracraniana igualada à pressão atmosférica. Se
ocorrer hipotensão arterial profunda, a hipercapnia não consegue compensar o fluxo sanguíneo cerebral,
pois a pressão de perfusão não será suficiente.
Bibliografia: Drummond JC, Patel MP. Neurosurgical Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA,
th
et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;2045-87.
A) pré-carga
B) frequência cardíaca
C) resistência vascular pulmonar
D) resistência vascular sistêmica
Resposta: A
Justificativa: a nitroglicerina (NTG) é a droga de escolha para o tratamento da isquemia miocárdica aguda.
Sua ação é via venodilatação sistêmica, que reduz a pré-carga do VE, a tensão da parede, o consumo de
O2 pelo miocárdio (MVO2) e dilatação arterial coronária, sendo eficaz em coronárias estenosadas e nos
leitos colaterais. Em doses mais elevadas, a NTG dilata leitos arteriais e pode causar hipotensão sistêmica.
-1 -1
Taquicardia compensatória pode aumentar o MVO2. A dose recomendada é de 0,5 a 3 µg.Kg .min e é
reduzida na presença de disfunção hepática e/ou renal.
Bibliografia: Skubas NJ, Lichtman AD, Sharma A, et al. Anesthesia for Cardiac Surgery, em: Barash PG,
th
Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins,
2013;1076-111.
A) aminofilina
B) adrenalina
C) salmeterol
D) sulfato de magnésio
Resposta: B
Justificativa: o salmeterol é fármaco beta-2 agonista que, apesar de adequado para a terapia de ataque da
asma, tem início relativamente lento, sendo, portanto, inadequado para esta situação. A aminofilina, uma
metilxantina, é menos eficaz que os beta-2 agonistas e não aumenta a sua resposta broncodilatadora. O
sulfato de magnésio não é utilizado no tratamento do quadro agudo da asma. A melhor opção é a
adrenalina pelo seu início de ação rápido e eficaz.
Bibliografia: Martins FANC, Stanícia S, Hatanaka DM. Farmacologia Respiratória, em: Cangiani LM,
Slullitel A, Potério GMB, et al. Tratado de Anestesiologia SAESP. 7ª Ed, São Paulo, Atheneu, 2011;989-94.
90) Homem de 52 anos e 63 Kg foi submetido a laparotomia exploradora por obstrução intestinal. É
realizada indução em sequência rápida (ISR) com succinilcolina e manutenção do bloqueio
neuromuscular (BNM) com rocurônio. Ao final da cirurgia, o BNM é revertido com neostigmina
venosa 2,5 mg. Logo após a extubação, o cirurgião decide pela reoperação devido a sangramento.
Se outra ISR for realizada, qual será a consequência do uso de nova dose de succinilcolina?
Resposta: B
Justificativa: todos os agentes anticolinesterásicos utilizados para reverter o bloqueio neuromuscular não
despolarizante também inibem a pseudocolinesterase. A administração subsequente de succinilcolina para
qualquer paciente que já tenha recebido um anticolinesterásico resultará em bloqueio neuromuscular
despolarizante prolongado.
Bibliografia: Donati F. Neuromuscular Blocking Agents, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al.
th
Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;523-60.
A) coagulopatia dilucional
B) coagulopatia de consumo
C) trombocitopenia idiopática
D) trombocitopenia gestacional
Resposta: A
Bibliografia: Tsen LC. Anesthesia for Obstetric Care and Gynecologic Surgery, em: Longnecker DE, Brown
nd
DL, Newman MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1148-68.
92) Mulher de 58 anos, 72 Kg e 1,65 m será submetida a fixação de fratura do fêmur. Relata
hipertensão arterial e lombalgia crônica com irradiação da dor para nádegas e face posterior das
coxas. A punção subaracnoidea é realizada com a paciente sentada, após a terceira tentativa, em L3-
L4 com agulha Whitacre 26G. Foi administrada bupivacaína hiperbárica 0,5% 12 mg com sufentanil
2,5 μg. Após 5 minutos da injeção, o nível sensitivo do bloqueio estava em T4 e a paciente
apresentou hipotensão arterial e bradicardia. A explicação para esses desfechos é a:
Resposta: A
Justificativa: a baricidade do anestésico local, posição do paciente, dose anestésica e local da injeção no
neuroeixo são fatores controlados pelo anestesista que influenciam a dispersão anestésica e a altura final
do bloqueio sensitivo. O volume e a densidade do líquor são outros fatores que interferem na altura do
bloqueio, mas não podem ser controlados. Enquanto o uso de soluções hiperbáricas determinam padrões
de dispersão mais previsíveis, também está condicionado à ação da gravidade de forma que a injeção
dessas soluções com o paciente sentado restringe a dispersão do anestésico no líquor. A adição de
sufentanil não altera significativamente a baricidade da solução anestésica que permanece hiperbárica. A
presença de canal estreito lombar, com o menor volume liquórico associado, determinará maior dispersão
anestésica e níveis sensitivos de bloqueio mais altos.
Bibliografia: Brown DL. Spinal, Epidural, and Caudal Anesthesia, em: Miller RD, Eriksson LI, Fleisher LA, et
th
al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;1611-38.
93) Mulher de 50 anos e 70 Kg tem insuficiência renal crônica e é submetida a transplante renal.
-1
Realizou hemodiálise há 12 horas e a dosagem de creatinina é de 4 mg.dL . É realizada anestesia
geral com propofol, fentanil, rocurônio e isoflurano. No final da cirurgia, não há respostas na
sequência de quatro estímulos e a contagem pós-tetânica é de 2. Qual deve ser o tratamento para
garantir reversão adequada do bloqueio neuromuscular?
-1
A) sugamadex 2 mg.Kg
-1
B) sugamadex 4 mg.Kg
-1
C) sugamadex 16 mg.Kg
-1
D) neostigmina 0,05 mg.Kg
Resposta: C
Bibliografia: Naguib M, Lien CA. Pharmacology of Muscle Relaxants and Their Antagonists, em: Miller RD,
th
Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;859-911.
94) Mulher de 74 anos e 60 Kg, com quadro de enfisema pulmonar (VEF 1 de 1,2 L), foi submetida a
osteossíntese de úmero direito. Foi realizado bloqueio do plexo braquial pela via interescalênica
com bupivacaína 0,5% (120 mg). Após 45 minutos, apresentou convulsão tônico-clônica
generalizada. Como pode ser explicada a ocorrência desta convulsão?
A) acidose metabólica
B) alcalose respiratória
C) acidose respiratória
D) alcalose metabólica
Resposta: C
Justificativa: o estado ácido-base pode alterar a atividade dos anestésicos locais no sistema nervoso
central. A acidose respiratória, resultante da elevação da PaCO 2 e da redução do pH arterial, diminui
consistentemente o limiar convulsivo para os anestésicos locais.
Bibliografia: Heavner JE. Pharmacology of Local Anesthetics, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman
nd
MF, et al. Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;767-82.
95) A depuração extra-hepática do propofol ocorre pela captação do fármaco pelo tecido:
A) renal
B) adiposo
C) cerebral
D) pulmonar
Resposta: D
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Nonbarbiturate Intravenous Anesthetic Drugs, em: Pharmacology &
th
Physiology in Anesthetic Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2006;151-77.
A) crise de asma
B) curarização residual
C) pneumotórax hipertensivo
D) acidente vascular cerebral
Resposta: B
Bibliografia: Naguib M, Lien CA. Pharmacology of Muscle Relaxants and Their Antagonists, em: Miller RD,
th
Eriksson LI, Fleisher LA, et al. Miller’s Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Churchill Livingstone, 2010;859-911.
A) agonismo total
B) agonismo parcial
C) antagonismo competitivo
D) antagonismo não competitivo
Resposta: C
Bibliografia: Gupta DK, Henthorn TK. Basic Principles of Clinical Pharmacology, em: Barash PG, Cullen
th
BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams & Wilkins, 2013;156-88.
98) Na ressecção transuretral da próstata, qual solução de irrigação está associada a cegueira
transitória no pós-operatório imediato?
A) manitol 5%
B) glicina 1,5%
C) sorbitol 3,3%
D) água destilada
Resposta: B
Bibliografia: Stafford-Smith M, Shaw A, Sandler A, et al. The Renal System and Anesthesia for Urologic
th
Surgery, em: Barash PG, Cullen BF, Stoelting RK, et al. Clinical Anesthesia. 7 Ed, Philadelphia, Lippincott
Williams & Wilkins, 2013;1400-39.
99) Homem de 28 anos apresenta lesão com dor, calor, rubor e sinais de flutuação na região anterior
da coxa. Para realizar a anestesia infiltrativa foi adicionado bicarbonato de sódio à lidocaína. A
explicação que fundamenta esta conduta é o aumento do(a):
A) pKa
B) fração ionizada
C) ligação proteica
D) fração lipossolúvel
Resposta: D
Bibliografia: Stoelting RK, Hillier SC. Pharmacokinetics and Pharmacodynamics of Injected and Inhaled
th
Drugs, em: Pharmacology & Physiology in Anesthetic Practice. 4 Ed, Philadelphia, Lippincott Williams &
Wilkins, 2006;3-44.
A) lidocaína
B) verapamil
C) amiodarona
D) sulfato de magnésio
Resposta: C
Justificativa: os fármacos antiarrítmicos estão indicados na fibrilação ventricular refratária. Seu emprego
deve ocorrer somente se não houver sucesso após a sequência “choque-RCP-vasopressor”. A amiodarona
constitui o antiarrítmico de escolha e a lidocaína é a segunda opção.
Bibliografia: Otto CW. Cardiopulmonary Resuscitation, em: Longnecker DE, Brown DL, Newman MF, et al.
nd
Anesthesiology. 2 Ed, New York, McGraw-Hill Medical, 2012;1423-36.