Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Kit
Azul:
tudo
o
que
é
necessário
para
oxigenioterapia
de
pacientes
internados
e
na
pré-‐oxigenação
que
antecede
a
intubação
traqueal
–
sistema
de
aspiração
a
vácuo,
sondas
rígida
e
flexíveis
de
aspiração,
cateter
nasal
e
máscara
não
reinalante.
Kit
Verde:
tudo
o
que
é
necessário
para
intubação
traqueal
(Unidade
Bolsa-‐Válvula-‐
Máscara
(BVM)
com
filtro
HEPA),
cânula
de
Guedel
de
diferentes
tamanhos,
laringoscópio
com
lâminas
de
diferentes
tamanhos
(curvas
3
e
4
e
reta
4),
tubos
traqueais
(de
diâmetro
7
a
8
para
mulheres
e
8
a
9
para
homens),
fio-‐guia,
seringas,
cadarço,
dispositivo
de
fixação
de
tubo,
pinça
de
Kocher
ou
Kelly
reta
(14
a
16
cm),
esparadrapo
e
conexões
de
ventilação.
Também
uma
sonda
nasogástrica
(SNG)
a
ser
inserida
após
a
intubação.
Este
kit
será
levado
para
a
sala
de
procedimentos
em
todas
as
intubações
como
o
plano
A.
Kit
Amarelo:
A
depender
dos
recursos
existentes
em
cada
local,
este
kit
será
composto
de
fio
bougie,
pinça
de
Magill,
máscara
laríngea
(no
3,
4
e
5),
videolaringoscópio,
e
aparelho
de
broncoscopia.
Esse
kit
será
levado
para
a
sala
de
intubação
pelo
membro
D,
ou
buscado
pelo
membro
C,
caso
o
plano
A
com
o
Kit
Verde
não
tenha
êxito.
O
tamanho
das
máscaras
laríngeas
são:
• N.º
3
-‐
crianças
/
adolescentes
de
30
a
50
Kg
• N.º
4
-‐
adultos
de
50
a
70
Kg
(geralmente
mulheres
/
homens
menor
porte)
• N.º
5
-‐
adultos
de
70
a
100
Kg
(geralmente
homens
/
idosos
–
ausência
de
dentes)
Os
Kits
de
abordagem
das
vias
aéreas
são
mostrados
na
Figura
2,
a
seguir[2].
Figura
2.
Kits
de
materiais
para
abordagem
das
vias
aéreas
que
podem
ser
utilizados
sequencialmente
na
presença
de
paciente
com
via
aérea
difícil.
7.2.
Kit
de
medicamentos:
É
preciso
fazer
uma
revisão
conceitual
sobre
via
aérea
definitiva,
difícil
e
via
aérea
falha11.
Via
Aérea
Definitiva:
implica
em
uma
sonda
endotraqueal
com
balonete
(cuff)
insuflado,
conectada
a
um
sistema
de
ventilação
assistida,
com
mistura
enriquecida
de
oxigênio,
e
mantida
em
posição
por
meio
de
fixação
apropriado.
Pode
ser
obtida
com
os
seguintes
métodos:
•
Intubação
orotraqueal
•
Intubação
orotraqueal
em
sequência
rápida
•
Intubação
nasotraqueal
•
Cricotireoidostomia
(por
punção
ou
cirúrgica)
Via
Aérea
Falha:
ocorre
quando
há
falha
do
plano
principal
escolhido
para
estabelecer
a
via
aérea
definitiva
e
é
necessário
lançar
mão
de
planos
de
resgate.
Acontece
nas
seguintes
condições12:
1.
Falha
em
manter
oxigenação
adequada
durante
ou
após
uma
ou
mais
laringoscopias.
2.
Falha
de
3
tentativas
de
intubação
orotraqueal
por
um
médico
experiente,
mesmo
se
a
saturação
de
oxigênio
permanecer
adequada.
3.
Diante
de
deterioração
rápida
do
quadro
clínico
(obrigação
do
operador
agir
imediatamente).
Clinicamente,
uma
via
aérea
falha
pode
se
apresentar
de
duas
maneiras12:
1.
“Não
intubo,
não
ventilo”:
não
há
tempo
suficiente
para
planos
de
resgate
e
a
via
aérea
deve
ser
obtida
imediatamente,
devido
à
incapacidade
de
se
manter
uma
oxigenação
adequada.
Neste
cenário,
o
médico
pode
tentar
dispositivos
supraglóticos,
preparando-‐se
para
uma
via
aérea
cirúrgica
caso
não
tenha
sucesso.
2.
“Não
Intubo,
mas
ventilo”:
Há
tempo
para
avaliar
a
situação
e
decidir
sobre
as
próximas
ações
a
serem
tomadas.
Tabela
2.
Escore
MACOCHA
e
a
previsão
de
intubação
difícil.
Com
o
escore
MACOCHA
>
3
já
podemos
antecipar
que
o
paciente
tem
uma
via
aérea
difícil.
Por
isso,
será
necessário
um
melhor
preparo
psicológico
para
insucesso
do
procedimento,
bem
como
a
otimização
dos
medicamentos
sedativos
e
bloqueadores
neuromusculares.
Além
disso,
em
intubações
difíceis
é
preciso
avaliar
opções
alternativas
de
técnicas
de
abordagem
das
vias
aéreas
com
diferentes
materiais
(uso
do
bougie,
videolaringoscopia,
uso
de
broncoscópio),
ou
mesmo
optar
por
uma
via
aérea
cirúrgica
e
se
necessário
chamar
um
segundo
médico
para
auxílio
no
procedimento11.
Dessa
forma,
com
a
predição
do
grau
de
dificuldade
esperado
na
intubação
traqueal,
poderemos
utilizar
os
diversos
Kits
de
intubação
(Verde,
Amarelo
ou
Vermelho)
na
dependência
da
disponibilidade
dos
materiais
em
cada
serviço
de
saúde.
Os
Kits
Azul
(oxigenação
e
aspiração)
e
Verde
sempre
serão
necessários
em
todos
os
procedimentos
de
intubação
traqueal.
Os
Kits
Amarelo
e
Vermelho
deverão
estar
do
lado
de
fora
da
sala
(com
o
membro
D)
e
sua
utilização
dependerá
da
confirmação
(não
predição)
do
verdadeiro
grau
de
dificuldade
da
intubação,
avaliada
no
momento
da
laringoscopia
direta
com
a
observação
do
grau
de
visualização
das
estruturas
anatômicas
da
abertura
superior
da
laringe
(epiglote,
cordas
vocais,
aritenoides),
conforme
a
classificação
de
Cormack
e
Lehane14,
apresentada
na
Figura
3.
O
propósito
da
laringoscopia
é
facilitar
a
intubação
orotraqueal
sob
visão
direta.
O
posicionamento
e
as
manobras
junto
da
língua
e
da
epiglote
do
paciente
são
cruciais
para
laringoscopia
bem-‐sucedida15.
A
lâmina
deve
ser
inserida
na
boca
parcialmente
aberta
e
o
dedo
mínimo
da
mão
esquerda
desloca
o
lábio
inferior
para
impedir
sua
lesão
e
completar
a
abertura
total
da
boca.
A
lâmina
do
laringoscópio
é
inserida
do
lado
direito
da
boca
e
movida
em
direção
à
linha
média,
deslocando
a
língua
para
a
esquerda
para
evitar
que
essa
atrapalhe
a
iluminação
e
obstrua
a
canaleta
por
onde
vai
passar
o
tubo
traqueal.
A
extremidade
da
lâmina
é
colocada
na
valécula
para
mover
a
epiglote
e
permitir
a
visão
da
glote.
O
movimento
final
(para
cima
e
para
a
frente)
serve
para
mover
o
osso
hioide
e
a
epiglote
para
cima,
o
que
força
sua
elevação
e
facilita
a
visualização
das
cordas
vocais.
A
quantidade
de
força
necessária
para
esse
movimento
depende:
peso
do
paciente
(quanto
mais
pesado
maior
é
a
força
necessária),
o
tipo
de
lâmina
de
laringoscópio
utilizado
(30%
menor
com
lâmina
reta)15.
A
diferença
básica
entre
as
técnicas
–
utilizando
a
lâmina
curva
e
a
reta
–
é
que
a
curva
permite
um
maior
controle
da
língua
no
procedimento.
Além
disso,
a
lâmina
curva
pressiona
o
ligamento
glosso-‐epiglótico
para
fletir
anteriormente
a
epiglote,
enquanto
a
lâmina
reta
eleva
diretamente
a
epiglote15.
Figura
3.
Predição
e
confirmação
do
grau
de
dificuldade
de
acesso
às
vias
aéreas,
mostrando
a
correlação
da
Classificação
de
Mallampati
com
a
de
Cormack
e
Lehane,
inferindo
o
uso
dos
Kits
Verde,
Amarelo
e
Vermelho
para
intubação
[3]traqueal.
Existem
manobras
que
podem
ser
utilizadas
para
otimizar
a
visualização
das
vias
aéreas
no
momento
da
laringoscopia.
A
sigla
BURP
(Backward
Upward
Right
Pressure)
é
uma
manobra
externa
da
laringe
que
deve
ser
parte
integrante
da
laringoscopia
direta
e
a
primeira
manobra
a
ser
tentada
para
melhorar
a
visibilização
da
glote16.
A
manobra
pode
ser
realizada,
inicialmente,
pela
mão
direita
do
laringoscopista
e
depois
poderia
ser
reproduzida
ou
sustentada
pelo
assistente
(B).
Outras
manobras
também
podem
ser
realizadas
pelo
assistente
(B)
no
sentido
de
aperfeiçoar
a
visão
na
laringoscopia:
1)
aumento
da
flexão
do
pescoço
através
da
elevação
da
cabeça,
elevação
da
laringe,
2)
deslocamento
manual
da
mandíbula
para
frente3,11.
A
compressão
da
cartilagem
cricoide
aumenta
o
tônus
do
esfíncter
esofágico
superior,
mas
diminui
o
do
inferior,
o
que
sugere
a
presença
de
mecanorreceptores
na
faringe
que
promoveriam
relaxamento
reflexo
desse
esfíncter.
Esse
efeito,
porém,
parece
não
provocar
refluxo
gastroesofágico17.
A
manobra
da
compressão
da
cartilagem
cricoide
pode
ser
realizada
com
o
dedo
médio
e
o
polegar
colocado
em
cada
lado
da
cartilagem
cricoide
com
o
indicador
acima
para
evitar
o
deslocamento
lateral
da
cartilagem.
Uma
alternativa
é
que
um
auxiliar
apoie
a
face
posterior
do
pescoço
com
a
mão
para
contrapor
a
força
aplicada
na
cartilagem
cricoide
e
para
tentar
evitar
uma
possível
flexão
da
cabeça
durante
a
manobra,
pois
isso
dificultaria
a
visibilização
da
glote.
Portanto,
o
assistente
(B)
deve
estar
familiarizado
com
a
anatomia
das
vias
aéreas
para
a
correta
aplicação
da
manobra.
A
sua
aplicação
incorreta
pode
causar
deformidade
dessa
cartilagem,
fechamento
das
cordas
vocais
e
dificuldade
de
ventilação,
sobretudo
em
mulheres.
A
força
aplicada
deve
ser
suficiente
para
prevenir
a
aspiração,
mas
não
tão
grande
a
ponto
de
causar
obstrução
das
vias
aéreas
ou
permitir
ruptura
esofágica,
caso
haja
vômitos18.
PLANO
A
Nesse
plano,
além
do
Kit
Azul
com
materiais
de
oxigenação
e
aspiração,
utilizaremos
apenas
o
Kit
Verde
de
vias
aéreas.
O
paciente
não
tem
um
escore
de
MACOCHA
maior
que
3.
As
duas
primeiras
imagens
(em
verde)
na
laringoscopia
(Grau
I
e
2A)
demonstram
que
a
intubação
traqueal
será
relativamente
fácil
e
apenas
o
Kit
Verde
será
necessário
para
o
procedimento.
PLANO
B/C
O
paciente
pode
ou
não
ter
um
escore
de
MACOCHA
maior
que
3.
Nesses
planos,
além
dos
Kits
Azul
e
Verde,
também
utilizamos
o
Kit
Amarelo.
A
visualização
das
imagens
em
amarelo
(2B
e
3A)
indicam
que
a
intubação
traqueal
terá
uma
maior
dificuldade,
porém
o
esmero
técnico
e
pressão
cricoide
realizada
pelo
membro
B
de
forma
orientada
pelo
membro
A
em
termos
de
força
adequada
poderá
facilitar
muito
o
procedimento
e,
dessa
forma,
apenas
o
Kit
Verde
seria
necessário.
Entretanto,
o
Kit
Amarelo
poderá
ser
utilizado,
caso
não
se
consiga
a
intubação
traqueal
com
sucesso
apenas
com
a
utilização
dos
materiais
do
Kit
Verde.
Destacam-‐se
no
Kit
Amarelo
o
fio
de
Bougie,
que
poderá
ser
introduzido
na
traqueia
e
guiará
o
tubo
traqueal
que
será
passado
por
meio
dele
e
a
pinça
de
Magill,
que
facilitará
a
introdução
do
tubo
traqueal
numa
abertura
laríngea
mais
elevada
com
consequente
passagem
pelas
cordas
vocais.
Se
mesmo
assim
não
for
obtido
sucesso
na
intubação
traqueal,
em
caso
de
disponibilidade
e
profissional
experiente,
pode-‐se
utilizar
a
videolaringoscopia
ou
a
introdução
do
tubo
traqueal
utilizando-‐se
um
aparelho
de
broncoscopia.
O
uso
do
guia
introdutor
(Bougie)
é
particularmente
útil
ao
superar
três
situações
comumente
encontradas
durante
intubações
traqueais
difíceis19:
a)
visualização
incompleta
da
glote
(a
ponta
mais
fina
e
angulada
para
cima
do
introdutor
é
mais
fácil
de
ser
direcionada
para
a
laringe,
mesmo
às
cegas);
b)
o
maior
tamanho
relativo
do
tubo
traqueal
pode
dificultar
a
visão
da
fenda
glótica
(o
guia
introdutor,
por
ser
bem
mais
estreito
que
este
tubo,
tem
sua
passagem
em
direção
à
glote
melhor
visualizada);
c)
dentes
protrusos,
forçando
o
tubo
traqueal
a
seguir
um
caminho
mais
tortuoso
da
boca
até
a
abertura
glótica
(um
guia
introdutor,
por
ser
mais
fino,
vence
este
trajeto
com
maior
facilidade).
Assim,
os
planos
B/C
envolvem
o
uso
de
estratégia
de
resgaste
ou
manutenção
da
oxigenação
do
paciente
enquanto
os
procedimentos
descritos
acima
estão
sendo
preparados
e
executados.
Isso
pode
ser
conseguido
de
duas
maneiras:
ventilação
com
2
pessoas
(BVM
com
baixo
fluxo
e
baixa
pressão)
OU
com
o
uso
de
máscara
laríngea
adequada
ao
peso
do
paciente11.
PLANO
D
Para
utilização
desse
plano,
foi
estimado
e
confirmado
o
grau
máximo
de
dificuldade
pela
laringoscopia
direta
com
visualização
das
imagens
em
vermelho
(3B
e
4),
ou
seja,
o
paciente
tem
um
escore
de
MACOCHA
maior
que
3.
No
paciente
com
estabilidade
hemodinâmica
e
boa
saturação
de
oxigênio,
além
da
utilização
do
Kit
Verde
um
médico
experiente
em
intubação
pode
solicitar
o
Kit
Amarelo
e
tentar
a
intubação
traqueal
das
maneiras
descritas
acima
(plano
B/C),
pois
ainda
há
tempo.
Em
quaisquer
outras
condições
do
paciente
ou
relativas
à
experiência
do
médico
que
realizará
o
procedimento,
a
melhor
alternativa
é
utilizar
o
Kit
Vermelho
para
via
aérea
cirúrgica
e
definir
qual
será
a
técnica
a
ser
utilizada
para
a
realização
da
cricotireoidostomia
(Seldinger,
uso
do
Bougie
ou
a
técnica
tradicional)10,11,20,21,
na
dependência
do
que
está
disponível
no
serviço
de
saúde.
A
melhor
opção
de
via
aérea
cirúrgica
em
situações
de
emergência
é
a
cricotireoidostomia20.
Em
crianças
maiores
que
12
anos
e
adultos,
dever
ser
optado
pela
técnica
mais
conhecida
pelos
profissionais21
e
cujos
materiais
existem
no
serviço
de
saúde.
De
preferência
antes
de
24
horas,
e
em
até
72
horas,
deve
ser
realizada
uma
traqueostomia22.
Em
crianças
menor
que
12
anos
não
deve
ser
realizada
a
cricotireoidostomia
cirúrgica
pelo
risco
de
lesão
da
cartilagem
cricoide,
devendo
ser
realizada
por
punção21,
que
em
até
45
minutos
deve-‐se
definir
por
outra
abordagem:
ou
a
intubação
traqueal
por
melhores
condições
em
termos
de
recursos
materiais
ou
humanos
ou
realizar
a
traqueostomia
sem
uma
situação
de
emergência22.
A
traqueostomia
é
um
procedimento
eletivo
e
comumente
realizado
em
pacientes
com
tempo
prolongado
de
IOT
(geralmente,
mais
que
7-‐14
dias),
que
pode
ser
também
utilizado
em
situações
de
emergência
quando
o
paciente
tem
lesão
de
laringe
(rouquidão
e
enfisema
cervical
subcutâneo)
por
profissionais
bastante
experientes23.
Em
qualquer
momento,
o
paciente
pode
apresentar
a
via
aérea
falha
(seja
por
falha
de
oxigenação
ou
por
realização
de
três
tentativas
de
intubação
por
médico
experiente).
No
caso
de
“não
intubo,
mas
ventilo”,
continuar
prosseguindo
nas
estratégias
até
a
via
aérea
cirúrgica.
No
caso
de
“não
intubo
e
não
ventilo”
(queda
de
saturação,
apesar
de
ventilação)
chamar
ajuda
e
tentar
um
dispositivo
extraglótico,
mas
logo
prosseguir
para
via
aérea
cirúrgica11,12.
Em
alguns
locais,
pode
ser
necessário
definir
as
equipes
fixas
de
realização
da
intubação
traqueal,
com
base
na
experiência
dos
membros.
10)
Procedimentos
operacionais
recomendados
para
intubação
ETAPA
DURAÇÃO
Preparação
10
minutos
antes
da
IOT
Pré-‐oxigenação
5
minutos
antes
da
IOT
Pré-‐tratamento
3
minutos
antes
da
IOT
Paralisia
com
indução
INDUÇÃO
Posicionamento
do
paciente
30
segundos
pós-‐indução
Posicionamento
do
tubo
com
confirmação
45
segundos
pós-‐indução
Pós-‐intubação
60
segundos
pós-‐indução
Tabela
3.
Controle
da
duração
do
tempo
de
cada
fase
do
procedimento
de
intubação.
A
seguir,
serão
descritos
os
cuidados
em
cada
um
dos
sete
passos:
10.1.
Preparação
Antes
de
prosseguir,
é
preciso
confirmar
se
as
metas
de
atendimento
e
indicação
de
intubação
do
paciente
estão
alinhadas
com
o
plano
terapêutico.
A
abordagem
das
vias
aéreas
deve
ser
realizada
em
uma
sala
de
isolamento
com
pressão
negativa,
se
possível11,24.
Da
mesma
forma,
o
kit
de
medicamentos
com
todas
as
drogas
da
sequência
rápida
de
intubação,
bem
como
vasopressores
e
soros
para
infusão
volêmica
deverão
estar
presentes.
Figura
6.
Algoritmo
de
decisão
sobre
o
pré-‐tratamento
e
sequência
rápida
de
intubação.
Figura
7.
Paciente
em
posição
neutra
(A)
mostrando
o
local
do
intubador
e
a
direção
dos
eixos
oral,
faríngeo
e
laríngeo.
Figura
8.
Paciente
em
posição
do
cheirador,
após
o
uso
do
coxim,
hiperextensão
do
pescoço
(B)
na
ausência
de
suspeita
de
trauma
(C)
e
o
movimento
que
deve
ser
feito
pelo
intubador
segurando
o
laringoscópio
(D)
mostrando
o
alinhamento
da
direção
dos
eixos
oral,
faríngeo
e
laríngeo.
Caso
esteja
com
sonda
nasogástrica,
a
mesma
deve
permanecer
aberta
durante
o
procedimento.
Isso
não
isenta
a
realização
da
manobra
de
Sellick15.
A
compressão
da
cartilagem
cricoide
objetiva
o
fechamento
do
esôfago
para
a
passagem
de
ar
pela
laringe
enquanto
a
insuflação
pulmonar
esta
sendo
realizada
pela
boca.
A
despeito
de
sua
recomendação,
após
a
ocorrência
de
casos
de
aspiração
pulmonar
sequenciais
em
pacientes
submetidos
à
manobra,
muitos
autores
têm
questionado
sua
eficácia
e
a
indicação
deste
procedimento,
sendo
já
proscrita
agora
para
os
casos
de
ventilação
sem
vias
aéreas
avançadas
invasivas
(tubo
orotraqueal)
por
sua
ineficiência
na
proteção
da
broncoaspiração26.
Figura
9.
Paciente
em
posição
do
cheirador
mostrando
o
local
do
intubador
e
o
movimento
correto
(A)
de
“ataque
de
espadachim
canhoto”
e
incorreto
(B)
“de
jogador
canhoto
de
braço
de
guerra”
do
intubador
segurando
o
laringoscópio.
6. O
membro
A,
enquanto
com
a
mão
esquerda
segura
o
cabo
do
laringoscópio,
usa
a
mão
direita
para
elevar
e
inclinar
a
cabeça
do
paciente
ou
mesmo
deslocar
externamente
a
cartilagem
cricoide
para
uma
melhor
visibilização
na
laringoscopia
(Figura
10A).
Uma
vez
conseguida
a
visualização,
pode
ser
reproduzida
pelo
assistente
B
quanto
à
força
utilizada
na
pressão
cricoide,
para
que
ajude
na
visualização
das
cordas
vocais
e
traqueia,
mas
não
coloque
tanta
força
que
possa
obstruir
a
passagem
do
tubo
(Figura
10B).
Figura
10.
Paciente
em
posição
do
cheirador
mostrando
o
intubador
segurando
o
laringoscópio
com
a
mão
esquerda,
fazendo
o
movimento
correto
para
alinhar
a
direção
dos
eixos
oral,
faríngeo
e
laríngeo,
e
utilizando
a
mão
direita
para
testar
se
a
pressão
cricoide
facilita
a
visualização
das
cordas
vocais
(A).
Depois
pode
orientar
o
assistente
B
quanto
à
localização
correta
e
à
força
adequada
(B)
para
não
obstruir
a
via
aérea.
7. Confirmar
o
grau
de
dificuldade
de
visualização
das
cordas
vocais
(a
intubação
não
pode
ser
realizada
às
cegas),
o
que
vai
implicar
na
decisão
sobre
os
planos
de
abordagem
das
vias
aéreas
(manter
o
plano
A,
tentar
o
B/C
ou
partir
diretamente
para
o
plano
D).
Veja
o
algoritmo
de
decisão
na
Figura
11.[6]
Figura
11.
Algoritmo
de
decisão
dos
planos
de
abordagem
das
vias
aéreas.
8. Caso
o
Plano
A
não
dê
certo
(Kit
Verde),
o
membro
D,
que
está
fora
da
sala,
deve
levar
o
Kit
Amarelo
(ou
o
membro
C
buscar
fora
da
sala).
No
caso
de
tentativa
fracassada,
uma
alternativa
é
utilizar
ventilar
com
BVM
com
baixa
pressão
e
baixos
volumes
correntes
OU
optar
por
introduzir
a
máscara
laríngea
para
ventilação.
Esse
é
o
momento
de
pedir
ajuda,
no
sentido
de
otimizar
a
técnica
de
intubação
orotraqueal.
O
membro
D
é
o
responsável
por
pedir
ajuda.
Deverá
saber
a
quem
chamar
e
o
profissional
que
poderá
ser
chamado
deve
estar
preparado
para
agir.
9. Caso
o
paciente
mantenha
estabilidade
hemodinâmica
e
boa
saturação
de
O2
sob
observação
do
assistente
C,
que
está
marcando
o
tempo
de
duração
de
cada
passo
do
procedimento
e,
de
acordo
com
os
materiais
e
equipamentos
que
temos
disponíveis
nos
serviços
para
o
Kit
Amarelo,
podemos
utilizar
o
fio
de
Bougie,
videolaringoscópio
ou
broncoscópio.
Se
disponível,
utilize
preferencialmente
o
videolaringoscópio.
Caso
não
tenha
disponível,
faça
a
intubação
orotraqueal
com
maior
esmero
técnico
possível.
Não
use
técnicas
que
você
não
tenha
usado
antes
ou
para
as
quais
não
tenha
sido
treinado.
Não
é
hora
de
testar
novas
técnicas
que
não
tenha
utilizado.
10. Introduzir
tubo
até
a
borda
proximal
do
cuff
e
ultrapassar
as
cordas
vocais.
A
parte
distal
do
tubo
deve
estar
a
5-‐7cm
da
carina
(normalmente
isso
é
a
marca
de
22cm
em
adultos).
11. Retirar
a
pinça
Kocher
ou
Kelly
e
também
o
fio
guia.
12. Insuflar
o
cuff
com
seringa
de
6
a
10
ml
de
ar.
De
preferência,
se
disponível
utilizar
o
cufômetro
e
manter
a
pressão
menor
que
20mmHg.
13. Acoplar
BVM
e
insuflar
com
pequenos
volumes
correntes,
auscultando
epigástrio,
e
de
forma
simétrica
os
pulmões
esquerdo
e
direito,
respectivamente.
Se
o
paciente
estiver
usando
altas
pressões
nas
vias
aéreas
como
estratégia
ventilatória,
para
evitar
vazamentos
nas
vias
aéreas
é
necessário
verificar
se
a
pressão
do
cuff
do
tubo
traqueal
está,
pelo
menos,
5
mmHg
acima
do
pico
da
pressão
inspiratória.
Pode
ser
necessário
aumentar
a
pressão
do
cuff
antes
de
qualquer
manobra
de
recrutamento
para
garantir
que
não
haja
vazamento
do
cuff11,12.
10.7.
Pós-‐intubação
Na
última
fase,
chamada
pós-‐intubação,
já
foi
confirmada
a
intubação
e
fixaremos
o
tubo
com
esparadrapo
ou
acessórios
próprios.
Assim
que
possível,
é
necessária
a
realização
de
uma
radiografia
de
tórax
ou
um
ultrassom
pulmonar
para
verificar
a
posição
do
tubo
ou
evidenciar
alguma
complicação.
Uma
vez
estabelecida
a
posição
correta,
registre
a
profundidade
da
inserção
do
tubo
traqueal
e
anote
no
prontuário11,24,25.
Também
deve
haver
um
registro
sobre
a
realização
do
procedimento
de
intubação
traqueal
visível
no
prontuário
e,
principalmente,
nos
casos
de
dificuldades
de
acesso
à
via
aérea,
isto
deve
ser
destacado
no
leito
do
paciente.
Além
disso,
deve-‐se
lembrar
de
colocar
o
paciente
em
ventilação
mecânica
com
drogas
sedativas
e/ou
bloqueadores
musculares
(Tabela
4),
acertando
a
sincronia
com
o
aparelho
e
manter
toda
a
monitorização.
Um
dos
pontos
cruciais
é
ficar
atento
à
ocorrência
de
hipotensão,
que
é
um
evento
comum
após
a
intubação,
seja
pelos
efeitos
das
drogas
usadas
na
indução
ou
após
o
início
da
ventilação
mecânica,
por
conta
da
diminuição
do
retorno
venoso3,25.
A
mesma
equipe,
aproveitando
os
EPIs
e
demais
preparativos,
deve
realizar
acesso
venoso
profundo
(central)
e
arterial
após
a
intubação,
caso
indicados.
Para
isso,
os
materiais
deverão
estar
preparados
antes
do
início
da
intubação
orotraqueal10.