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20-03-2020 Orientações para Manejo Respiratório
COVID-19
APRESENTAÇÃO
A COVID-19 é uma doença respiratória aguda causada por um novo coronavírus (SARS-
CoV-2). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) cerca de 14% dos pacientes
contaminação dos profissionais da saúde (Chang et al., 2020; Tran et al., 2012). Portanto, todo
American Thoracic Society, European Respiratory Society, European Society of Intensive Care
Medicine, Society of Critical Care Medicine, European Society of Intensive Care Medicine,
Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) envolvendo a assistência aos
pacientes críticos e não críticos com suspeita ou diagnóstico de COVID-19. Como trata-se de uma
doença nova, desconhecida e com poucas evidências e muitas dúvidas, este documento está
sujeito a alterações a qualquer momento, caso surjam novos conhecimentos ou por necessidades
Huffing;
Inalação;
Coletas de secreção;
Broncoscopias;
Ventilação não-invasiva;
Ressuscitação cardiopulmonar;
Caso seja necessário a realização dos procedimentos que geram aerossóis, deve ser
ambiente com pressão negativa o procedimento deve ser realizado em ambiente com porta fechada
adicionais (gotículas, aerossóis e contato) são essenciais e obrigatórios, e devem seguir orientação
fornecimento do equipamento.
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aerossóis. Desta forma, fica orientado para a equipe assistencial da fisioterapia o uso dos seguintes
EPI:
Gorro;
Avental de isolamento;
Luvas de procedimento.
Ao final do procedimento todo o material deve ser retirado (exceto o gorro que deve
permanecer até o final do plantão), conforme sequência de retirada padronizada pela CCIH do
não devem transitar para outros locais da assistência, exceto materiais biológicos para exame.
profissional da fisioterapia deve entrar em contato com esse paciente em casos de necessidade,
uso da ventilação não-invasiva ou do sistema de alto fluxo. O tempo de exposição deve ser o mínimo
não devem caminhar ou realizar exercícios terapêuticos fora do quarto, seguindo as recomendações
• Hipoxemia - SaO2 < 93% em ar ambiente (valor relativo a depender das condições clínicas,
idade, etc.);
• Dispnéia;
abdominais;
Sudorese;
Cianose.
Pacientes que apresentam SaO2 menor que 93% e/ou sinais de desconforto respiratório,
deve-se iniciar a oxigenoterapia e realizar a titulação do fluxo para objetivar uma SaO2 entre 93% e
96%. Inicialmente utilizando cânula nasal com fluxo de 3 L/min O2 ou máscara Venturi menor que
25%. O paciente deverá permanecer em quarto com pressão negativa, isolamento respiratório e de
contato, ou ala de isolamento. Pacientes que apresentarem necessidade de fluxos maiores que 3
L/minO2, máscara de Venturi maior que 25% ou outras disfunções orgânicas têm indicação para
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oximetria de pulso e o uso da musculatura acessória devem ser reavaliados pelo menos a cada 2
No ambiente de isolamento da UTI para a manutenção da SaO2 entre 93% e 96% pode-se
leitos com pressão negativa, são possíveis candidatos ao uso da ventilação-não invasiva (VNI) ou
cateter de alto fluxo (HFO). Caso o paciente seja candidato para estas medidas o quarto deverá
pode-se utilizar fluxos de O2 menores ou igual a 10 L/min (máscara reservatório) ou máscara Venturi
Os pacientes candidatos à VNI, internados na UTI em leitos com pressão negativa, devem
iniciar com uma pressão positiva expiratória nas vias aéreas (EPAP) ou pressão positiva ao final
da expiração (PEEP) maior ou igual a 8 cmH2O, pressão positiva inspiratória nas vias aéreas (IPAP)
ou pressão de suporte (PS) para um volume corrente (VC) menor ou igual a 8 mL/kg do peso predito
e uma fração inspirada de oxigênio (FiO2) para manter uma SaO2 maior que 92%. Deve ser utilizada
a interface facial ou máscara facial total para a aplicação. Para o uso do HFO, deve-se iniciar com
fluxo de 40 a 50 L/min e FiO2 para manter SaO2 acima de 92%. São critérios para IOT e ventilação
mecânica, pacientes que apresentam na VNI uma FiO2 maior que 60% ou VC maior ou igual a 9
mL/kg ou quando o paciente não tolerar menos do que 2 (duas) horas sem VNI; ou outras disfunções
orgânicas. No HFO, os critérios para IOT são uma FiO2 maior que 60% ou sinais de desconforto
houver melhora dos parâmetros ventilatórios ou houver piora será necessário discutir a necessidade
Considerações:
• Pacientes com baixo limiar de decisão para ventilação invasiva, não insistir com VNI e HFO;
• A aplicação da VNI ou HFO deve ser preferencialmente realizada em quarto com pressão
• Se em até 1 (uma) hora durante a aplicação da VNI ou HFO não houver melhora ou houver
• Utilizar equipamento de VNI com circuito duplo, trocador de calor e umidade (HME) e filtro
na saída expiratória;
• Em situações de exceção pode ser indicado VNI ou HFO em leitos sem pressão negativa,
pelo menor tempo possível. Dar preferência para o cateter alto fluxo à VNI. Realizar a VNI
Umidificação da oxigenoterapia
A umidificação do oxigênio não deve ser utilizada (Wen et al., 2017). Uma vez identificada
complicações, como ressecamento das vias aéreas superiores ou epistaxe, é possível sugerir a
prescrição pela equipe médica de hidratantes em gel nasal de auto aplicação de cloreto de sódio 6
o fluxograma de oxigenoterapia.
Quando procedimentos que gerem aerossóis são necessários é preconizado que sejam
realizados em salas de isolamento respiratório com pressão negativa sempre que possível e os
equipamentos de proteção individual adequados preconizados pela instituição, tais como máscara
para aerossóis (N95 ou equivalente), gorro, luvas, avental de isolamento com abertura posterior e
óculos de proteção/proteção facial (face shield) são obrigatórios (Cheung et al., 2020). Além disso,
Sírio-Libanês. O paciente deverá ser mantido com fluxo de oxigênio suficiente para manter SpO2
maior que 93% e a intubação deverá ser realizada com sequência rápida de anestesia e por
profissional de saúde experiente. Realizar a pré-oxigenação com máscara com reservatório com o
menor fluxo de ar possível para manter oxigenação efetiva. Evitar ventilação assistida com o
do tubo orotraqueal e insuflação do balonete, o paciente poderá ser conectado ao ventilador, com
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a utilização do filtro HME e colocação de filtro apropriado no circuito expiratório, além de sistema
Parâmetros de avaliação:
Parâmetros iniciais:
• PEEP de 10 cmH2O;
• FiO2 100%.
• Posição Prona;
• Considerar óxido nítrico se histórico de “cor pulmonale” ou como manobra de resgate para
hipoxemia;
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e conexões;
Hipoxemia Grave:
1. Posição Prona;
3. Considerar ECMO;
Considerações especiais:
• Manter ventilação protetora em média por pelo menos 3 a 5 dias (tempo de recuperação
• Evitar desconexões para não aumentar a geração de aerossóis. Caso seja necessário, deve-
PEEP, Posição Prona e Óxido Nítrico – ver documento: Diretrizes da UTI Geral –
Fluxograma 5. Manejo ventilatório em SDRA por COVID-19 - manejo ventilatório (parte 1).
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Fluxograma 6. Manejo ventilatório em SDRA por COVID-19 - manejo ventilatório (parte 2) - casos
refratários.
Posição prona
Em pacientes adultos com SDRA grave (PaO2/FiO2 < 150), recomenda-se ventilação prona por
12 a 16 horas por dia (WHO, 2020). É fortemente recomendada para pacientes adultos com SDRA
grave, mas requer recursos humanos e conhecimentos suficientes para ser realizado com
disponível nos computadores da UTI Ala 1 do Hospital Sírio-Libanês (unidade Bela Vista) e também
no Workplace (grupo Reabilitação). Uma resposta satisfatória será quando o paciente apresentar
deverá ser repetido quando observada uma relação PaO2/FiO2 < 150 mmHg após 6 (seis) horas em
reduções de 20% na relação PaO2/FiO2 em relação a posição supina, após duas tentativas
2020).
Inalação
geradores de aerossóis e devem ser evitados sempre que possíveis (Simonds et al., 2010,
ABRAMEDE, AMIB e AMB, 2020; OMS 2020). A utilização de broncodilatador deve ser realizada
com dosadores milimetrados (puff ou spray) por meio de aerocâmara/espaçador (AMIB 2020).
Aspiração
A aspiração da via aérea artificial com desconexão do ventilador deve ser evitada para que
necessidade de aspiração aberta, sugerimos utilizar quando disponível a função “stand by” e não o
devido a geração de aerossóis. Quando o procedimento for necessário deve-se utilizar as EPIs para
isolamento de contato e para aerossóis (máscara N95), além da face shield. Sempre que possível,
esse procedimento deve ser realizado em leitos com pressão negativa e isolamento de aerossóis.
Pressão do cuff
Com isso é importante manter a pressão do cuff entre 20-30 cmH2O ou 25-35 mmHg, com pressão
suficiente para que não ocorra vazamentos e disseminação de aerossóis. A rotina de mensuração
As trocas dos filtros trocadores de calor e umidade deve acontecer sempre que observada
alteração da sua função de capacidade de filtragem ou quando sujo. É sugerido o intervalo regular
(ASSOBRAFIR, 2020).
utilizando-se substância alcoólica à 70% ou a base de cloro. Para equipamentos em uso contínuo
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With Coronavirus 2019 Disease (COVID-19) 20 de março de 2020 - https://www.esicm.org/