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2023

Técnica de Oxigenoterapia

TMG

20/11/2023
Curso: Técnico de Medicina geral 2023- 1° ano
Modulo: Procedimentos Clínicos

Tópico: Técnica de Oxigenoterapia

Docente: Discentes/formandos

Isabe Elias Ernesto


Neusa Alexandre Julião Timbe
Joaquim Olzura Da Rosa Guilich
Sharmila De Jesus Matimbe
Yolanda Machava
Save Chichango

Classificação: (.........................................)
Curso: Técnico de Medicina geral 2023- 1° ano
Modulo: Procedimentos Clínicos

Tópico: Técnica de Oxigenoterapia

Docente: Discentes/formandos

Isabe Elias Ernesto


Neusa Alexandre Julião Timbe
Joaquim Olzura Da Rosa Guilich
Sharmila De Jesus Matimbe
Yolanda Machava
Save Chichango

Classificação: (.........................................)
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Técnica de Oxigenoterapia
Oxigenoterapia é a administração de oxigénio ao paciente através da via respiratória com o
objectivo de prevenir ou tratar a hipoxemia (diminuição da concentração de oxigénio no
sangue).

A Oxigenoterapia aumenta a concentração do gás oxigénio no ar inspirado que é usualmente


de 21%; isso provoca um aumento da quantidade de O2 que circula no sangue e que chega
aos diferentes tecidos do organismo. Em indivíduos saudáveis a nível do sangue arterial o O2
tem uma pressão parcial (PaO2) entre 90 e 113 mmHg e uma saturação (quantidade de
oxigénio ligada a Hemoglobina)> 93-99 %. A pressão parcial do outro gás principal, o
anidrido carbónico (CO2) está entre 34-45 mmHg.

A necessidade da terapia com oxigénio deve sempre estar baseada num juiso clínico
cuidadoso e sempre que possivel fundamentada na medição dos gases arteriais.

Causas

Insuficiências respiratórias agudas


 Obstruções das vias aéreas superiores
 Crise de Asma
 Pneumonia;
 Pneumotórax;
 Derrame pleura;
 Embolia pulmonar;
 Insuficiência cardíaca aguda;
 Estados de choque de diferentes tipos;
 Anemia aguda;
 Envenenamento por monóxido de carbono (CO);
 Traumas maiores (abdominais, torácicos, queimaduras severas, etc.).

Insuficiências respiratórias crónicas:


 Doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC)
 Sequelas de tuberculose
 Obesidade
 Patologias da caixa torácicas ( Ex raquitismo)
 Patologias neuro-musculares.

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Sinais e sintomas
Os sinais e sintomas indicadores de hipoxemia ou de aumento dos valores de CO2
(hipercapnia) associada são os seguintes:

 Respiratórios: Taquipneia, dispneia;


 Cardíacos: Hipotensão, taquicardia, arritmias, paragem cardíaca.

Classificação dos sistemas de oxigenoterapia


Os sistemas de fornecimento de oxigênio podem ser classificados de acordo com a
concentração a ser liberada, em:

 Sistema de baixo fluxo;


 Sistema de alto fluxo.

Entretanto, estas concentrações dependerão da profundidade inspiratória de cada paciente.


Quanto mais profunda a inspiração do paciente, maior a diluição do oxigénio fornecido e
menor a fracção inspiratória de oxigénio.

Desse modo, um sistema que forneça somente uma parte do gás inspirado sempre irá produzir
uma variável. Podemos obter uma fixa, se utilizarmos um sistema de alto fluxo ou um
sistema com reservatório, daí a necessidade de eleger-se um sistema adequado.

Procedimentos Clínicos
 Neurológicos: Inquietação, confusão, sonolência, convulsão e coma;
 Outros: cianose, palidez, sudorese, extremidades frias, cansaço fácil, cefaleias.

Esses sintomas e sinais surgem associados com os da condição patológica subjacente.

Métodos de medição de oxigénio


Os métodos mais usados para medir a saturação do oxigénio são essencialmente dois:

 Gasometria arterial:

Uma amostra de sangue arterial é colhida, usualmente a nível da artéria radial e analisado
por um aparelho automático; com esse método é possível medir o pH, as pressões parciais
de O2 e CO2 no sangue arterial, isto é, PaO2 e PaCO2, respectivamente. É um método
disponível somente a nível central.

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 Oximetria de pulso:

Um sensor em forma de um pequeno aparelho é posto no dedo, avaliando a saturação de


oxigénio no sangue, isto é, SpO2 (concentração de O2 ligada a hemoglobina) assim como a
frequência cardíaca do paciente (mas não mede nem Pressão de oxigénio ( PO2), nem de
dióxido de carbono (PaCO2), nem o Ph). Os valores normais situam-se entre 93-99%.

% De Saturação Actuação
>95% Não precissa actuação imediata
95-90% Tratamento imediato e monitorização da resposta ao mesmo. Os doentes
com doença respiratória crónica toleram bem estas saturações
<90% Doente grave. Hipoxia severa. Oxigenoterapia + tratamento e referência
para hospitais de referência (se aplicável)
<80% Avaliar necessidade de intubação e ventilação mecânica. Referir a
hospitais de referência
Tabela: Conduta segundo percentual de saturação do oxigénio

É um teste seguro, contudo, algumas condições podem resultar em erros de leitura dos
resultados. São as seguintes:

 Colocação da braçadeira de medição da tensão arterial do mesmo lado;


 Colocação do captor num dedo com a unha envernizad;.
 O movimento do aparelho (ex. a vibração duma ambulância);
 Hipoperfusão artéria;
 Envenenamento por monóxido de carbono;
 Anemia severa quando a Hb é inferior a 5mg/dl.

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Métodos de Administração de Oxigênio:

1 Cânula Nasal
A Cânula nasal, é empregado quando o paciente requer uma concentração média ou baixa de
O2. É relativamente simples e permite que o paciente converse e alimente-se, sem
interrupção de O2.

Vantagens:

 Conforto maior que no uso do cateter;


 Economia, não necessita ser removida;
 Convivência – pode comer, falar, sem obstáculos;
 Facilidade de manter em posição.

Desvantagens:

 Não pode ser usada por pacientes com problemas nos condutos nasais;
 Concentração de O2 inspirada desconhecida;
 De pouca aceitação por crianças pequenas;
 Não permite nebulização.

2 – Cateter Nasal
Visa administrar concentrações baixas a moderadas de O2. É de fácil aplicação, mas nem
sempre é bem tolerada, principalmente por crianças.

Vantagens: Cateter Nasal

 Método económico e que utiliza dispositivos simples;


 Facilidade de aplicação.

Desvantagens:

 Nem sempre é bem tolerado em função do desconforto produzido;


 A respiração bucal diminui a fracção inspirada de O2;
 Irritabilidade tecidual da nasofaringe;
 Facilidade no deslocamento do cateter;
 Não permite nebulização;
 Necessidade de revezamento das narinas a cada 8 horas.

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Nebulização
Material:

 Fluxômetro;
 Máscara simples, ou Venturi, de formato adequado esterilizada;
 Frasco nebulizador;
 Extensão plástica corrugada (traquéia);
 250 ml de água destilada esterilizada;
 Etiqueta e folha de anotações de enfermagem.

Procedimento:

1. Instalar o fluxómetro e testá-lo;


2. Colocar a água no copo do nebulizador, fechar e conectar ao fluxómetro;
3. Conectar a máscara ao tubo corrugado, e este ao nebulizador;
4. Colocar a máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando compressões;
5. Regular o fluxo de oxigénio, de acordo com a prescrição;
6. Identificar o nebulizador com adesivo (data, hora e volume).

Inalação
Material:

 Fluxómetro;
 Micronebulizador, com máscara e extensão;
 10 ml de SF ou água destilada esterilizada;
 Medicamento;
 Etiqueta;
 Gaze esterilizada;
 Folha de anotações.

Procedimento:

1. Instalar o fluxómetro na rede de oxigénio ou ar comprimido, e testá-lo;


2. Abrir a embalagem do micronebulizador e reservá-lo;
3. Colocar o SF ou AD no copinho, acrescentar o medicamento, fechar e conectar ao
fluxómetro;
4. Conectar a máscara ao micronebulizador;

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5. Regular o fluxo de gás (produzir névoa 5L/min);
6. Aproximar a máscara do rosto do paciente e ajustá-la, entre o nariz e a boca,
solicitando que respire com os lábios entreabertos;
7. Manter o micronebulizador junto ao rosto do paciente, por 5 minutos, ou até terminar
a solução (quando possível orientá-lo a fazê-lo sozinho);
8. Identificar com etiqueta (data, horário de instalação);
9. Fechar o fluxómetro e retirar o micronebulizador;
10. Secar com gaze, recolocá-lo na embalagem e mantê-lo na cabeceira do paciente.

Procedimento de administração aplicado em Moçambique


Em Moçambique, a administração do oxigénio com percentagens inferiores a 100% não está
disponível, pelo que o clínico deve tratar os pacientes medindo o fluxo do oxigénio (a 100%)
em litros por minuto.

Por exemplo: nos pacientes que necessitem de Oxigenoterapia, mas que apresentem
respiração espontânea e não tenham complicações como broncoespasmo severo,
Pneumotórax massivo, pode-se administrar entre 2 a 4 litros por minuto de oxigénio a
100%, dependo do nível de gravidade. Nos casos mais graves e com complicações, pode-se
administrar até 6 litros por minuto de oxigénio a 100%.

Figura. Máscara, Cânula, e Máscara especial para administração de oxigénio

Complicações/ Limitações
Em pacientes com distúrbios ventilatórios (DPOC, patologias da caixa torácica ou
neuromusculares) a administração de O2 em concentrações elevadas pode provocar uma

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acumulação de CO2 com consequente depressão respiratória que pode resultar em paragem
respiratória;

Aparecimento de escaras ao longo do trajecto da sonda nas vias nasais por atrito ou ausência
de hidratação; aconselha-se a mudança diária de narina e a variação da distância de
penetração da sonda em 1 ou 2 cm;

Traumatismo ou escara da asa do nariz, em caso de tracção da sonda, devido a má fixação;

Máscaras de tamanho inadequado ou mal posicionadas fornecem oxigénio insuficiente.

Precauções
 Nunca colocar a botija de oxigénio próxima de uma chama, nem expo-la a calor
excessivo, pois pode explodir;
 Instalar sempre o redutor correctamente antes de abrir a botija ou outra fonte de
oxigénio e verificar que ninguém se encontra em frente do redutor; a fuga de oxigénio
a esta pressão pode provocar um acidente (a pessoa que manipula a garrafa pode ferir-
se, ou queimar-se);
 Controlar a contaminação bacteriana associada a certos sistemas de nebulização e
humidificação lavando a máscara cada 8 horas e sempre que necessário, com água e
sabão e secando adequadamente.

Técnica de avaliação da saturação de oxigénio (método oxímetro de pulso)


Material necessário:

 Oxímetro de pulso
 Folha de registo e caneta

Procedimento

 Preparar o material.
 Lavar as mãos.
 Abrir o dispositivo do oxímetro em forma de pinça.
 Coloca-lo no dedo (alternativamente na orelha) do paciente. O dispositivo mantém-se
sozinho e não deve ser reforçado com adesivo, pois a compressão contra o dedo pode
perturbar a leitura.
 Pressionar o botão de arranque colocado na face anterior do dispositivo.
 Esperar cerca de 10 segundos para o resultado aparecer no display do dispositivo.
 Ler e anotar no processo clínico os valores da SaO2 e da frequência cardíaca.
 Soltar o dispositivo e tira-lo do dedo ou da orelha.

Materiais para Oxigenoterapia


 Bandeja contendo:

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 Dispositivo para administração de oxigênio, conforme prescrição médica
(cateter nasal, cânula nasal e máscara facial)
 1 par de luvas de procedimento não estéril
 1 pacote de gazes
 1 ampola de água destilada de 10 mL
 Frasco umidificador de oxigênio
 Extensão plástica ou de látex
 Fluxômetro
 Água destilada 100 mL
 Fita adesiva cirúrgica
 Lenço de papel
 Biombos

Descrição do Procedimento

Oxigenoterapia por cateter nasal


 Higienizar as mãos;
 Explicar o procedimento e a finalidade ao cliente;
 Reunir todo o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira;
 Preencher o frasco umidificador com água destilada, no máximo 2/3 de sua capacidade;
 Testar a saída de oxigênio na régua de gazes ou rede portátil (torpedo de oxigênio),
instalar o fluxômetro, caso este já não esteja na saída de oxigênio e conectá-lo ao
umidificador;
 Conectar o cateter nasal a extensão e este ao umidificador ;
 Proteger a unidade do cliente com biombos;
 Calçar as luvas de procedimento não estéreis;
 Colocar o cliente em posição decúbito dorsal em semi-fowler;
 Avaliar as narinas quanto a integridade, desvio de septo e perviedade, solicitando ao
cliente que assoe uma narina e oclua a outra, identificando a mais adequada para inserir o
cateter;
 Medir a distância entre a fossa nasal e o lóbulo da orelha e demarque com fita adesiva
cirúrgica;
 Umedecer a gaze com água destilada, passar no cateter até a demarcação, elavar a ponta
do nariz usando o dedo indicador e introduzir o cateter de forma suave e firme até a
demarcação;
 Fixar o cateter com a fita adesiva cirúrgica no nariz e na testa, ou então na face lateral do
rosto;

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 Conectar a extensão no cateter nasal e regular o fluxômetro conforme prescrição médica;

 Reunir e retirar todo o material da unidade do cliente;

 Retirar as luvas;

 Higienizar as mãos;

 Avaliar o cliente quanto ao alívio dos sinais e sintomas;


 Proceder à anotação do procedimento realizado e eventual intercorrências.
 Realizar o revezamento do cateter nasal nas narinas a cada 8 horas e observar a
integridade e perviedade do cateter.

Oxigenoterapia por cânula nasal


 Higienizar as mãos;
 Explicar o procedimento e a finalidade ao cliente;
 Reunir todo o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira;
 Preencher o frasco umidificador com água destilada, no máximo 2/3 de sua capacidade;
 Testar a saída de oxigênio na régua de gazes ou rede portátil (torpedo de oxigênio),
instalar o fluxômetro, caso este já não esteja na saída de oxigênio e conectá-lo ao
umidificador;
 Conectar a cânula nasal a extensão e este ao umidificador;
 Proteger a unidade do cliente com biombos;
 Calçar as luvas de procedimento não estéreis;
 Colocar o cliente em posição decúbito dorsal em semi-fowler;
 Introduzir as pontas da cânula nas narinas do cliente e ajustar acima e atrás de cada orelha
e abaixo da região mentoniana;
 Regular o fluxômetro conforme prescrição médica;

 Reunir e retirar todo o material da unidade do cliente;

 Retirar as luvas;

 Higienizar as mãos;

 Avaliar o cliente quanto ao alívio dos sinais e sintomas;


 Proceder à anotação do procedimento realizado e eventual intercorrências.

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Oxigenoterapia por Máscaras
 Higienizar as mãos;
 Explicar o procedimento e a finalidade ao cliente;
 Reunir todo o material na bandeja e colocar sobre a mesa de cabeceira;
 Preencher o frasco umidificador com água destilada, no máximo 2/3 de sua capacidade;
 Testar a saída de oxigênio na régua de gazes ou rede portátil (torpedo de oxigênio),
instalar o fluxômetro, caso este já não esteja na saída de oxigênio e conectá-lo ao
umidificador;
 Conectar a máscara facial a extensão e esta ao umidificador. Para máscara com
reservatório, encher a bolsa antes de coloca-la no cliente;
 Posicionar a máscara facial sobre o nariz e a boca. Disponha as tiras ao redor da face e
ajuste-as para que se adapte confortavelmente a face;
 Utilizar gazes dobradas protegendo as orelhas;
 Regular o fluxômetro conforme prescrição médica;

 Reunir e retirar todo o material da unidade do cliente;

 Retirar as luvas;

 Higienizar as mãos;

 Avaliar o cliente quanto ao alívio dos sinais e sintomas;


 Proceder à anotação do procedimento realizado e eventual intercorrências;
 Remover a máscara e secar a pele a cada 3 horas se oxigenoterapia continua.

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Conclusão
Com base no conteúdo presente no trabalho conclui-se o seguinte: O objectivo da
Oxigenoterapia é corrigir a hipoxemia, através da optimização da oferta de oxigénio e,
consequentemente, manter a oxigenação tecidual adequada, além de promover a diminuição
da carga de trabalho cardiopulmonar através da elevação dos níveis alveolar e sanguíneo de
oxigénio. A Oxigenoterapia é indicada para pacientes com hipoxemia aguda e aqueles com
sintomas de hipoxemia crónica ou sobrecarga cardiopulmonar.

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Bibliografia
Oxigenoterapia artigo disponível em:

https://www.souenfermagem.com.br/fundamentos/oxigenoterapia

Ministério da Saúde (República de Moçambique) com colaboração de:

 Maria Fernanda Alexandre ( I-TECH);


 Ana Bela Amude (I-TECH);
 Carlos Norberto Bambo (DRH-Departamento de Formação);

Suraia Mussa Nanlá (DRH-Departamento de Formação

Manual de Formação Para Técnicos de Medicina Geral.pdf

Emergências Clínicas Respiratórias e Metabólicas (2003). Artigo disponível em:

https://unasus2.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/12222/mod_resource/content/3/un01/top09p01.
html

POOTER, 1999; TAYLOR, 2007; Manual de ambiente hospitalar, 2006; Apostila


Interescolar, 2000.

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