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USP
Questões
Clínica Cirúrgica................................................4
Clínica Médica...................................................8
Ginecologia e Obstetrícia......................... 13
Pediatria................................................................16
Saúde Coletiva.................................................20
Gabarito e comentários
Clínica Cirúrgica............................................. 23
Clínica Médica................................................28
Ginecologia e Obstetrícia........................ 35
Pediatria.............................................................. 40
Saúde Coletiva................................................ 46
Como é a residência
na USP?
A Universidade de São Paulo – USP – é uma das ins-
tituições mais tradicionais que oferece Residência
médica no país. Ao todo, são 54 programas de treina-
mento em áreas reconhecidas pela Comissão Nacio-
nal de Residência médica, com processo seletivo
anual, com normas divulgadas em edital público.
3
questões comentadas | usp
Clínica Cirúrgica
2019 – FMUSP
1. Mulher, 28 anos de idade, sem antecedente cirúrgico, está reali-
zando avaliação pré-anestésica para correção de hérnia inguinal.
Relata ao anestesista que não sabe se possui alergia a medica-
mentos, mas possui alergia a pêssego, kiwi e mandioca. Qual ou-
tro tipo de alergia deve ser investigado antes da realização do
procedimento?
a) lidocaína
b) cetorolaco
c) látex cirúrgico
d) cefazolina
2015 – FMRP-USP
2. Uma mulher de 50 anos, secretária aposentada, queixa-se de tos-
se seca e dor no hemitórax direito iniciadas após quadro gripal
com febre que cedeu espontaneamente há 2 semanas. A dor é
leve e relacionada a mudanças de postura. Ao interrogatório, rela-
tou dispneia aos esforços. Nega hemoptise, emagrecimento e ta-
bagismo. Ao exame, apresenta-se em bom estado geral, afebril,
eupneica, com frêmito toracovocal e murmúrio vesicular abolidos
no terço inferior direito, além de macicez à percussão dessa re-
gião e da coluna na mesma altura.
4
questões comentadas | usp clínica cirúrgica
2019 – FMRP-USP
3. A higienização das mãos pelos profissionais da saúde nos serviços
de saúde é prática essencial para manter a biossegurança dos
próprios profissionais e dos pacientes. Analisando os procedi-
mentos e as indicações para higienização das mãos segundo re-
comendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), assinale
a alternativa correta.
2019 – FMRP-USP
4. Lactente com dois meses de idade apresenta icterícia e colúria há 1
mês. Há 15 dias com hipocolia fecal intermitente, que se tornou
mantida há 10 dias. Mantendo bom estado geral, apetite preserva-
do, bom desenvolvimento pôndero-estatural. Foi internado há 1
semana para investigação, sendo realizados os seguintes exames:
bilirrubina total = 15 mg/dL, bilirrubina direta = 10 mg/dL, TGP = 120
U/L, TGO = 150 U/L; gamaGT = 500 U/L, fosfatase alcalina = 1000 U/L,
hemograma sem alteração, urina rotina sem alteração. Sorologias
negativas, pesquisa de erros inatos do metabolismo na urina sem
anormalidades. Ultrassom abdominal: fígado com “cordão trian-
gular” justa cranial à bifurcação da veia porta. Cintilografia biliar
com Tc99m; ausência do radioisótopo no intestino. Realizou bióp-
sia hepática por agulha: presença de fibrose periportal, colestase
intra-hepatocitária, intensa proliferação de ductos biliares em es-
paço portal. Baseando-se na principal hipótese diagnóstica, qual o
próximo passo para comprovação diagnóstica?
questões comentadas | usp clínica cirúrgica
b) colangiorressonância magnética
c) colangiografia intraoperatória
d) tubagem duodenal
2019 – FMUSP
5. Mulher, 75 anos de idade, refere dor lombar contínua. A radiografia
da coluna é apresentada (Imagem). Qual é a condição apresenta-
da pela paciente?
a) metástase óssea
b) perda trabecular
c) hipocalcemia
d) reabsorção subperiostal
questões comentadas | usp
Clínica Médica
2018 – FMRP-USP
6. Uma mulher, de 62 anos, queixa-se de fadiga aos esforços há 3
meses, sem outras queixas. Ao exame físico, observam-se FC = 89
bpm, PA = 100x64 mmHg, ritmo cardíaco regular, desdobramen-
to de 2ª bulha, com hiperfonese do componente pulmonar, sopro
holossistólico (3+/6+) mais intenso no 4º espaço intercostal junto à
borda esternal e aumento da intensidade durante a inspiração.
Traçados do pulso venoso jugular:
a) a
b) b
c) c
d) d
8
questões comentadas | usp clínica médica
2019 – FMRP-USP
7. Homem de 58 anos apresentou dor súbita e intensa em face an-
terior do tórax irradiada para o pescoço com início há 2 horas e
com pouca melhora 1 hora após uso de analgésico oral. Foi sub-
metido a cineangiocoronariografia para estratificação de doença
arterial coronariana aterosclerótica no dia anterior. Refere ser ta-
bagista e hipertenso de longa data e nega outras comorbidades.
A radiografia de tórax e o eletrocardiograma feitos na sala de
emergência do hospital são demonstrados nas figuras a seguir.
A pressão arterial é de 160x110 mmHg, e a frequência cardíaca de
98 bpm. Qual a conduta mais adequada?
a) angiotomografia de aorta
b) fibrinolítico endovenoso
c) cateterismo cardíaco
d) ecocardiograma transtorácico
questões comentadas | usp clínica médica
2018 – FMUSP
8. Um homem de 52 anos procura o pronto-socorro de Clínica Médi-
ca com queixa de palpitação há 30 minutos. Foi levado à Emer-
gência, onde foi realizado o seguinte eletrocardiograma:
a) taquicardia ventricular
b) fibrilação atrial
d) flutter atrial
questões comentadas | usp clínica médica
2017 – FMUSP
9. Uma paciente de 7 meses, sem antecedentes mórbidos, chega ao
pronto-socorro com história de agitação e choro estridente há 3
dias. Não apresenta febre ou outros sintomas, trauma ou uso de
medicações. Nasceu de parto vaginal não assistido, porém seu pré-
-natal materno não foi realizado. A criança não tem nenhuma ava-
liação ou seguimento médico até o momento. Ao exame clínico,
encontra-se irritada e inconsolável, com as mucosas descoradas
(+2/4+), icterícia (2+/4+), propedêutica cardíaca com sopro sistólico
suave (2+/6+) no foco mitral, FC = 160 bpm e pressão arterial normal
para a idade. Observa-se importante edema não depressível das
mãos até a altura dos punhos e dos pés até a região dos tornozelos,
com hiperemia e aumento de temperatura local. O restante do
exame clínico não apresenta alterações.
a) proteinúria de 24 horas
b) eletroforese de hemoglobina
2019 – FMUSP
10. Mulher, 75 anos de idade, com antecedentes de hipertensão arte-
rial sistêmica apresentou há uma hora quadro de instalação súbi-
ta de vertigem, diplopia, desequilíbrio e incoordenação motora.
Na admissão, a pressão arterial era 165x105 mmHg, frequência
cardíaca variava entre 70 e 100 bpm. Presença de bulhas arrítmi-
cas e ausência de sopros. O exame neurológico mostrou sonolên-
cia, ataxia cerebelar axial e apendicular à esquerda, oftalmopare-
sia internuclear à esquerda, hemihipoestesia completa à direita,
hemiparesia direita completa e proporcionada e disartria. O exa-
me de tomografia de crânio obtido na emergência foi normal. A
pontuação na escala de AVC do NIH foi de 14. O eletrocardiogra-
ma mostra fibrilação atrial com boa resposta ventricular. Não há
outros antecedentes mórbidos relevantes. Qual deve ser a condu-
ta neste momento?
a) aspirina
b) alteplase
c) clopidogrel
d) heparina
questões comentadas | usp
Ginecologia
e Obstetrícia
2016 – FMRP-USP
11. Uma paciente de 32 anos, G2P0A2 (abortos com 8 e 12 semanas),
refere que deseja investigação dos abortos anteriores e nova ges-
tação. Nega doenças ou casos semelhantes na família. Durante
investigação, a ultrassonografia evidenciou provável anomalia
mülleriana (útero com septo longitudinal parcial de 3 cm). Qual é
a melhor conduta para esse caso?
13
questões comentadas | usp ginecologia e obstetrícia
2019 – FMUSP
12. Mulher, 19 anos de idade, queixa-se de ciclos menstruais com in-
tervalos longos, acne, pele oleosa e dificuldade em perder peso.
Recebe indicação para uso de contraceptivo hormonal oral com-
binado e apresenta melhora da acne. Qual efeito do contracepti-
vo é associável à melhora da ACNE?
2010 – FMRP-USP
13. Uma paciente de 25 anos refere ausência de menstruação há 3
anos. No início, houve aumento no intervalo dos ciclos, acompa-
nhado de fogachos, e ela refere ciclos regulares anteriormente. Ao
exame físico: mamas = M5, pelos = P5. Exame especular: paredes
vaginais com pregueamento reduzido, mucosa vaginal e de colo
pálidas. Os exames para o diagnóstico e a conduta são:
2019 – FMUSP
14. Mulher, 26 anos de idade, inicia o pré-natal na 34ª semana, refe-
rindo palpitações, principalmente quando faz exercícios tais co-
mo andar um pouco mais rápido ou subir um curto lance de es-
cadas, com piora progressiva nas duas últimas semanas. Paciente
refere que acorda à noite com falta de ar neste período, principal-
mente quando dorme em posição supina. Nega doenças prévias.
Refere sedentarismo antes de engravidar. Ao exame clínico apre-
senta bom estado geral, corada, hidratada, pressão arterial 120 x
80 mmHg, frequência cardíaca 90 bpm, rítmica, sopro sistólico
+/6+ em foco aórtico acessório. Edema de membros inferiores
++/4+. Qual é a principal hipótese diagnóstica?
2019 – FMUSP
15. Gestante com 29 semanas é diagnosticada com pré-eclâmpsia
grave, restrição de crescimento fetal, insuficiência placentária
grave e centralização fetal, com perfil biofísico fetal10. Qual dos
mecanismos abaixo melhor se correlaciona com a fisiopatologia
da pré-eclâmpsia grave?
Pediatria
2017 – FMRP-USP
16. Uma lactente de 1 mês e 15 dias apresenta quadro de icterícia e
aumento do volume abdominal há 20 dias, sem edema, diarreia
ou vômito. A mãe não sabe referir sobre acolia ou colúria. Foi in-
ternado com 20 dias de vida, por provável infecção urinária. En-
contra-se em aleitamento materno exclusivo. A gestação não
sofreu intercorrências, com sorologias negativas. Nasceu com
PC = 3.395 g, 46 cm, Apgar = 9 e 10. Tem história de óbito de irmã
com 2 meses de vida, com icterícia e hepatomegalia. Ao exame,
apresenta peso = 4.900 g, comprimento = 48 cm e regular esta-
do geral. O abdome é globoso, sem circulação colateral, indolor,
com ruídos hidroaéreos positivos, normoativos, e “piparote” posi-
tivo. O fígado encontra-se a 6 cm do rebordo costal direito, e a
hepatimetria é de 8 cm, de consistência firme. O baço não está
palpável. O restante do exame físico está sem alterações. Os exa-
mes laboratoriais mostram Hb = 7,9, GB = 10.200, plaquetas = 182
mil, TGO = 302 UI/L, TGP = 298 UI/L, gama-GT = 82 UI/L, fosfatase
alcalina = 700 UI/L, bilirrubina total = 13,5, bilirrubina direta = 6,2,
proteínas totais = 4,4 g/dL, albumina = 3 g/dL, INR = 1,8; urina roti-
na normal teste de Benedict (pesquisa de substância redutora)
na urina positivo. A ultrassonografia hepática revela aumento
difuso da ecogenicidade do parênquima. Qual é a melhor con-
duta para esse lactente?
16
questões comentadas | usp pediatria
2019 – FMUSP
17. Um recém-nascido de termo adequado para a idade gestacional,
com Apgar de 5, 8 e 9 no primeiro, quinto e décimo minutos de
vida, é submetido, com 30 horas de vida, ao teste de triagem car-
diológica. A saturação de oxigênio do membro superior direito e
do membro inferior esquerdo foram de 94% e 96%, respectiva-
mente. Sobre este resultado, podemos afirmar que:
2019 – FMRP-USP
18. Paciente vem à Unidade de Saúde para consulta de 1 mês de vida
com pediatra. É realizado o teste do reflexo vermelho (TRV). Ba-
seando-se na foto, qual o resultado da avaliação e conduta
imediata?
2019 – FMUSP
19. Qual dos seguintes parâmetros é consistente com um cresci-
mento normal nos seis primeiros meses de vida?
a) aumentar a altura em 10 cm
2016 – FMRP-USP
20. Um menino de 13 meses, 11 kg, portador de cardiopatia cianótica,
é trazido à sala de urgência com história de ter apresentado qua-
dro de irritabilidade, piora de cianose preexistente e síncope. Ao
exame físico, apresenta-se torporoso, com saturação de 60% em
ar ambiente e sopro sistólico em 2/6 em foco pulmonar. O diag-
nóstico mais provável é:
b) tetralogia de Fallot
Saúde Coletiva
2019 – FMUSP
21. O setor de saúde brasileiro se organiza em subsistemas com forte
interrelação e que atuam com formas de financiamento, normas
regulatórias, instituições e carteiras de serviços próprias. Profissio-
nais, usuários e instituições transitam entre estes subsistemas, com
reflexo na assistência ofertada e consequentemente na efetividade
do sistema. Qual a afirmativa correta quanto a estes subsistemas?
20
questões comentadas | usp saúde coletiva
2018 – FMUSP
22. A Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu para impor um maior
controle sobre os gastos públicos. Ela instituiu um teto de gastos
para pagamento de pessoal em todas as esferas de governo, in-
cluindo a saúde. Dentre as alternativas a seguir, qual apresenta
um dos efeitos gerados pela Lei de Responsabilidade Fiscal para
o setor saúde?
2019 – FMUSP
23. Qual é a consequência imediata do início de programa de ras-
treamento de câncer de colo de útero, num determinado
município?
a) aumento da incidência
b) aumento da letalidade
2019 – FMUSP
24. Qual das estratégias pode ser utilizada para controlar fatores de
confusão num estudo epidemiológico transversal?
a) aleatorização
b) estratificação
c) emparelhamento
d) cegamento
2019 – FMUSP
25. Qual das características apresentadas é compatível com a reali-
zação de um teste diagnóstico num cenário de rastreamento
populacional?
a) baixa sensibilidade
d) alta especificidade
questões comentadas | usp
Gabarito e comentários
clínica cirúrgica
2019 – FMUSP
1. Mulher, 28 anos de idade, sem antecedente cirúrgico, está reali-
zando avaliação pré-anestésica para correção de hérnia inguinal.
Relata ao anestesista que não sabe se possui alergia a medica-
mentos, mas possui alergia a pêssego, kiwi e mandioca. Qual ou-
tro tipo de alergia deve ser investigado antes da realização do
procedimento?
a) lidocaína
Alternativa incorreta. Lidocaína é um anestésico local, um antiarrítmico de
classe I, não tendo correlação com alergia a proteínas desses alimentos.
b) cetorolaco
Alternativa incorreta. Cetorolaco é usado como anti-inflamatório não es-
teroidal, além de apresentar potente ação analgésica. Também não há
correlação com tais alimentos.
c) látex cirúrgico
Alternativa correta. O látex da borracha tem mais de 150 substâncias de
reconhecido potencial alergênico. Em alguns indivíduos, pode causar até
anafilaxia. Alguns antígenos são compartilhados com algumas frutas,
como kiwi, abacate e mamão. Por isso, tal menção no enunciado.
d) cefazolina
Alternativa incorreta. Cefazolina é uma cefalosporina de primeira geração.
A pergunta nesse caso seria se o paciente tem alergia a betalactâmicos.
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questões comentadas | usp clínica cirúrgica
2015 – FMRP-USP
2. Uma mulher de 50 anos, secretária aposentada, queixa-se de tos-
se seca e dor no hemitórax direito iniciadas após quadro gripal
com febre que cedeu espontaneamente há 2 semanas. A dor é
leve e relacionada a mudanças de postura. Ao interrogatório, rela-
tou dispneia aos esforços. Nega hemoptise, emagrecimento e ta-
bagismo. Ao exame, apresenta-se em bom estado geral, afebril,
eupneica, com frêmito toracovocal e murmúrio vesicular abolidos
no terço inferior direito, além de macicez à percussão dessa re-
gião e da coluna na mesma altura.
2019 – FMRP-USP
3. A higienização das mãos pelos profissionais da saúde nos serviços
de saúde é prática essencial para manter a biossegurança dos
próprios profissionais e dos pacientes. Analisando os procedi-
mentos e as indicações para higienização das mãos segundo re-
comendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), assinale
a alternativa correta.
2019 – FMRP-USP
4. Lactente com dois meses de idade apresenta icterícia e colúria
há 1 mês. Há 15 dias com hipocolia fecal intermitente, que se tor-
nou mantida há 10 dias. Mantendo bom estado geral, apetite
preservado, bom desenvolvimento pôndero-estatural. Foi inter-
nado há 1 semana para investigação, sendo realizados os seguin-
tes exames: bilirrubina total = 15 mg/dL, bilirrubina direta = 10
mg/dL, TGP = 120 U/L, TGO = 150 U/L; gamaGT = 500 U/L, fosfatase
alcalina = 1000 U/L, hemograma sem alteração, urina rotina sem
alteração. Sorologias negativas, pesquisa de erros inatos do me-
tabolismo na urina sem anormalidades. Ultrassom abdominal:
fígado com “cordão triangular” justa cranial à bifurcação da veia
porta. Cintilografia biliar com Tc99m; ausência do radioisótopo
no intestino. Realizou biópsia hepática por agulha: presença de
fibrose periportal, colestase intra-hepatocitária, intensa prolife-
ração de ductos biliares em espaço portal. Baseando-se na prin-
cipal hipótese diagnóstica, qual o próximo passo para compro-
vação diagnóstica?
b) colangiorressonância magnética
Incorreta: Como já especificado anteriormente, apenas o laboratorial e o
USG com sinais sugestivos, “ fígado com cordão triangular” , já nos auto-
rizam a realização do procedimento cirúrgico.
questões comentadas | usp clínica cirúrgica
c) colangiografia intraoperatória
Correta: A especificidade do achado ultrassonográfico do sinal do cordão
triangular, que consiste em uma massa fibrosa triangular na porção do por-
ta hepatis, é elevadíssima. Diante disso o próximo passo é a confirmação,
que se dá pelo procedimento cirúrgico, a colangiografia intraoperatória.
d) tubagem duodenal
Incorreta: não haveria a necessidade, visto a especificidade da USG.
2019 – FMUSP
5. Mulher, 75 anos de idade, refere dor lombar contínua. A radiografia
da coluna é apresentada (Imagem). Qual é a condição apresenta-
da pela paciente?
a) metástase óssea
Esta alternativa está incorreta. Metástases ósseas nos mostrariam outros
achados à radiografia, como a evidência de lesões líticas ou blásticas
b) perda trabecular
Esta alternativa está correta. Analisando a questão, percebemos que o
caso se refere à uma paciente idosa com dor lombar submetida à exame
de imagem para investigação diagnóstica. Antes da avaliação da imagem,
devemos pensar em condições que são mais prevalentes na população
idosa do sexo feminino que cursam com lombalgia como a a artrose e a
osteoporose. Avaliando a radiografia, percebemos que a paciente acima
possui rarefação óssea com perda do osso trabecular, além de uma ima-
gem compatível com fratura da coluna lombar, achados que correspon-
questões comentadas | usp clínica cirúrgica
c) hipocalcemia
Esta alternativa está incorreta. Hipocalcemia é uma condição evidencia-
da em exames laboratoriais, apesar de ter relação com a osteoporose.
d) reabsorção subperiostal
Esta alternativa está incorreta. Reabsorção subperiosteal são achados re-
lacionados ao hiperparatireoidismo, não correspondendo ao quadro clíni-
co apresentado.
clínica médica
2018 – FMRP-USP
6. Uma mulher, de 62 anos, queixa-se de fadiga aos esforços há 3
meses, sem outras queixas. Ao exame físico, observam-se FC = 89
bpm, PA = 100x64 mmHg, ritmo cardíaco regular, desdobramen-
to de 2ª bulha, com hiperfonese do componente pulmonar, sopro
holossistólico (3+/6+) mais intenso no 4º espaço intercostal junto à
borda esternal e aumento da intensidade durante a inspiração.
Traçados do pulso venoso jugular:
a) a
Incorreto. Essa é a curva de um pulso venoso normal.
b) b
Correto. Para a resolução desta questão, deve-se identificar que o sopro é
sugestivo de insuficiência tricúspide. O sopro é holossistólico, mais intenso
no quarto espaço intercostal próximo ao esterno (foco tricúspide) e apre-
senta desdobramento de B2 com hiperfonese do componente pulmonar
que evidencia o hiperfluxo do lado direito do coração causado pela insufi-
ciência tricúspide e que aumenta ainda mais durante a inspiração. Além
disso, deve-se saber avaliar as fases do pulso venoso jugular: imediatamen-
te antes da sístole ventricular (antes do QRS), ocorre a sístole atrial, ocasio-
nando a onda A. No início da sístole, com a contração do ventrículo (início
do QRS), ocorre o pulso carotídeo, que por sua estreita relação com o siste-
ma jugular, ocasiona a onda C no pulso jugular. A contração ventricular
ocasiona a descida dos átrios e uma queda da pressão venosa central, le-
vando ao descenso X da curva do pulso venoso (fim do QRS). Na fase de
relaxamento do coração (durante a onda T), com as válvulas fechadas, o
enchimento do átrio direito, eleva a pressão venosa central que é transmi-
tida para as jugulares, sendo percebida como onda V (após o QRS). Com a
abertura da valva tricúspide (antes da onda P de contração atrial) e a saída
do sangue dos átrios para os ventrículos, na fase inicial da diástole, a pres-
são venosa central volta a cair e observa-se o descenso Y. Nesta alternativa,
observa-se a curva de pulso venoso com onda V gigante (onda do enchi-
mento atrial) que ocorre na insuficiência tricúspide, pois além de receber o
sangue vindo das veias cavas, o átrio também recebe o sangue de regurgi-
tação tricúspide durante a contração ventricular.
c) c
Incorreto. Nesta curva observa-se onda A gigante, (a onda da contração
atrial) que ocorre devido ao aumento da pressão diastólica do ventrículo,
por exemplo na hipertensão arterial pulmonar, estenose tricúspide ou
estenose pulmonar.
d) d
Incorreto. Observa-se descenso Y profundo que ocorre na pericardite
constritiva. Nessa patologia, o enchimento ventricular ocorre de maneira
questões comentadas | usp clínica médica
2019 – FMRP-USP
7. Homem de 58 anos apresentou dor súbita e intensa em face an-
terior do tórax irradiada para o pescoço com início há 2 horas e
com pouca melhora 1 hora após uso de analgésico oral. Foi sub-
metido a cineangiocoronariografia para estratificação de doença
arterial coronariana aterosclerótica no dia anterior. Refere ser ta-
bagista e hipertenso de longa data e nega outras comorbidades.
A radiografia de tórax e o eletrocardiograma feitos na sala de
emergência do hospital são demonstrados nas figuras a seguir. A
pressão arterial é de 160x110mmHg, e a frequência cardíaca de 98
bpm. Qual a conduta mais adequada?
a) angiotomografia de aorta
Correta. Dor torácica intensa e de início súbito (pico da dor logo no início
dos sintomas) sempre sugere o diagnóstico de Dissecção Aguda da Aorta
(DAA). Esta dor também costuma ser descrita como “rasgante, cortante
ou lascinante”. A Hipertensão Arterial Sistêmica é o principal fator predis-
ponente para este tipo de emergência e, além de na história clínica o
paciente ter citado esta comorbidade, o ECG evidencia padrão strain em
derivações precordiais, sugerindo sobrecarga ventricular esquerda (hi-
questões comentadas | usp clínica médica
b) fibrinolítico endovenoso
Incorreta. O tratamento com fibrinolítico está indicado no casos de IAM com
supradesnivelamento de segmento ST. Neste caso, a dor geralmente é pro-
gressiva se tornando cada vez mais intensa e o ECG deve apresentar supra-
desnivelamento maior ou igual a 1,0 mm no segmento ST (medido no ponto
J) em duas ou mais derivações contíguas, sendo que em V2 e V3 esta eleva-
ção deve ser maior ou igual a 2,0 mm se homem com mais de 40 anos.
c) cateterismo cardíaco
Incorreta. Na história clínica do caso é citado que no dia anterior o pacien-
te já havia sido submetido à cineangiocoronariografia (cateterismo car-
díaco) no dia anterior e, portanto, sua anatomia coronariana já fora recen-
temente estudada, o que inclusive ajuda a excluir o diagnóstico de infarto
agudo do miocárdio se coronárias normais.
d) ecocardiograma transtorácico
Incorreta. O ecocardiograma pode apresentar alterações indiretas e suges-
tivas de dissecção aguda de aorta, como dilatação da aorta ascendente,
insuficiência da valva aórtica e o derrame pericárdico. Entretanto, possui
sensibilidade mais baixa que a angiotomografia para este diagnóstico
(75% para dissecção do tipo A e apenas 40% para dissecção do tipo B).
2018 – FMUSP
8. Um homem de 52 anos procura o pronto-socorro de Clínica Médi-
ca com queixa de palpitação há 30 minutos. Foi levado à Emer-
gência, onde foi realizado o seguinte eletrocardiograma:
questões comentadas | usp clínica médica
a) taquicardia ventricular
Veja o comentário geral na alternativa correta.
b) fibrilação atrial
Veja o comentário geral na alternativa correta.
d) flutter atrial
Veja o comentário geral na alternativa correta.
2017 – FMUSP
9. Uma paciente de 7 meses, sem antecedentes mórbidos, chega ao
pronto-socorro com história de agitação e choro estridente há 3
dias. Não apresenta febre ou outros sintomas, trauma ou uso de
medicações. Nasceu de parto vaginal não assistido, porém seu pré-
-natal materno não foi realizado. A criança não tem nenhuma ava-
liação ou seguimento médico até o momento. Ao exame clínico,
encontra-se irritada e inconsolável, com as mucosas descoradas
(+2/4+), icterícia (2+/4+), propedêutica cardíaca com sopro sistólico
suave (2+/6+) no foco mitral, FC = 160 bpm e pressão arterial normal
questões comentadas | usp clínica médica
a) proteinúria de 24 horas
Incorreta. A proteinúria de 24 horas é útil para o diagnóstico de síndrome
nefrótica que poderia estar relacionada com a presença de edema, po-
rém neste caso o inchaço seria inicialmente nas pálpebras e membros
inferiores e depois se tornaria generalizado. Também não há icterícia.
b) eletroforese de hemoglobina
Correta. A figura corresponde a um quadro de dactilite (síndrome mão-pé).
Em uma paciente pediátrica, sem histórico de pré-natal, negra, com dacti-
lite, anemia e edema de membros, deve-se pensar em anemia falciforme.
Inicia-se no 1º ano de vida, quando caem os níveis de hemoglobina fetal
(perda do fator protetor, pois tem alta afinidade pelo oxigênio), com conse-
quente anemia hemolítica crônica e esplenomegalia (primeiros anos de
vida). O quadro clínico é amplo, e a manifestação mais característica é de
crise álgica ou vaso-oclusiva, que leva a quadros isquêmicos difusos, com
intensa dor e, eventualmente, febre baixa. A dactilite ocorre por vaso-oclu-
são. O diagnóstico se faz pela eletroforese de hemoglobina, que revela ní-
veis de HbS entre 85 e 98% nos indivíduos SS, além de ausência de HbA1.
2019 – FMUSP
10. Mulher, 75 anos de idade, com antecedentes de hipertensão arte-
rial sistêmica apresentou há uma hora quadro de instalação súbi-
ta de vertigem, diplopia, desequilíbrio e incoordenação motora.
Na admissão, a pressão arterial era 165x105 mmHg, frequência
cardíaca variava entre 70 e 100 bpm. Presença de bulhas arrítmi-
cas e ausência de sopros. O exame neurológico mostrou sonolên-
cia, ataxia cerebelar axial e apendicular à esquerda, oftalmopare-
sia internuclear à esquerda, hemihipoestesia completa à direita,
hemiparesia direita completa e proporcionada e disartria. O exa-
me de tomografia de crânio obtido na emergência foi normal. A
pontuação na escala de AVC do NIH foi de 14. O eletrocardiogra-
ma mostra fibrilação atrial com boa resposta ventricular. Não há
outros antecedentes mórbidos relevantes. Qual deve ser a condu-
ta neste momento?
a) aspirina
Incorreta. A paciente apresenta critérios para trombólise. O uso de antia-
gregantes plaquetários na fase aguda do acidente vascular isquêmico
deve ocorrer nos casos em que há contraindicação para trombólise. Após
trombólise, deve-se aguardar 24 horas para o início da antiagregação.
b) alteplase
Correta. A alteplase corresponde a um trombolitico (fator de ativação do
plasminôgenio tecidual). A paciente apresenta critêrios de inclusão para
trombólise venosa (AVC isquêmico em qualquer território encefálico; pos-
sibilidade de se iniciar a infusão do rt-PA dentro de 4 horas e 30 minutos do
início dos sintomas; tomografia computadorizada do crânio ou ressonân-
questões comentadas | usp clínica médica
c) clopidogrel
Incorreta. A paciente apresenta critérios para trombólise. O uso de antia-
gregantes plaquetários na fase aguda do acidente vascular isquêmico
deve ocorrer nos casos em que há contraindicação para trombólise. Após
trombólise, deve-se aguardar 24 horas para o início da antiagregação.
d) heparina
Incorreta. A paciente apresenta critérios para trombólise. A heparina em
dose plena em geral não esta indicada na fase aguda do acidente vascu-
lar isquêmico. A heparina profilática pode ser iniciada 24 horas após
trombólise.
ginecologia e obstetrícia
2016 – FMRP-USP
11. Uma paciente de 32 anos, G2P0A2 (abortos com 8 e 12 semanas),
refere que deseja investigação dos abortos anteriores e nova ges-
tação. Nega doenças ou casos semelhantes na família. Durante
investigação, a ultrassonografia evidenciou provável anomalia
questões comentadas | usp ginecologia e obstetrícia
2019 – FMUSP
12. Mulher, 19 anos de idade, queixa-se de ciclos menstruais com in-
tervalos longos, acne, pele oleosa e dificuldade em perder peso.
Recebe indicação para uso de contraceptivo hormonal oral com-
binado e apresenta melhora da acne. Qual efeito do contracepti-
vo é associável à melhora da ACNE?
2010 – FMRP-USP
13. Uma paciente de 25 anos refere ausência de menstruação há 3
anos. No início, houve aumento no intervalo dos ciclos, acompa-
nhado de fogachos, e ela refere ciclos regulares anteriormente. Ao
exame físico: mamas = M5, pelos = P5. Exame especular: paredes
questões comentadas | usp ginecologia e obstetrícia
2019 – FMUSP
14. Mulher, 26 anos de idade, inicia o pré-natal na 34ª semana, refe-
rindo palpitações, principalmente quando faz exercícios tais co-
mo andar um pouco mais rápido ou subir um curto lance de es-
cadas, com piora progressiva nas duas últimas semanas. Paciente
refere que acorda à noite com falta de ar neste período, principal-
questões comentadas | usp ginecologia e obstetrícia
2019 – FMUSP
15. Gestante com 29 semanas é diagnosticada com pré-eclâmpsia
grave, restrição de crescimento fetal, insuficiência placentária
grave e centralização fetal, com perfil biofísico fetal10. Qual dos
mecanismos abaixo melhor se correlaciona com a fisiopatologia
da pré-eclâmpsia grave?
questões comentadas | usp ginecologia e obstetrícia
pediatria
2017 – FMRP-USP
16. Uma lactente de 1 mês e 15 dias apresenta quadro de icterícia e
aumento do volume abdominal há 20 dias, sem edema, diarreia
ou vômito. A mãe não sabe referir sobre acolia ou colúria. Foi in-
ternado com 20 dias de vida, por provável infecção urinária. En-
contra-se em aleitamento materno exclusivo. A gestação não
sofreu intercorrências, com sorologias negativas. Nasceu com
questões comentadas | usp pediatria
2019 – FMUSP
17. Um recém-nascido de termo, adequado para a idade gestacional,
com Apgar de 5, 8 e 9 no primeiro, quinto e décimo minutos de
vida, é submetido, com 30 horas de vida, ao Teste de triagem car-
diológica. A Saturação de oxigênio do membro superior direito e
do membro inferior esquerdo foram de 94% e 96%, respectiva-
mente. Sobre este resultado, podemos afirmar que:
questões comentadas | usp pediatria
2019 – FMRP-USP
18. Paciente vem à Unidade de Saúde para consulta de 1 mês de vida
com pediatra. É realizado o teste do reflexo vermelho (TRV). Basean-
do-se na foto, qual o resultado da avaliação e conduta imediata?
questões comentadas | usp pediatria
2019 – FMUSP
19. Qual dos seguintes parâmetros é consistente com um cresci-
mento normal nos seis primeiros meses de vida?
a) aumentar a altura em 10 cm
Incorreta. No 1º semestre de vida o lactente cresce 15 cm.
2016 – FMRP-USP
20. Um menino de 13 meses, 11 kg, portador de cardiopatia cianótica,
é trazido à sala de urgência com história de ter apresentado qua-
dro de irritabilidade, piora de cianose preexistente e síncope. Ao
exame físico, apresenta-se torporoso, com saturação de 60% em
ar ambiente e sopro sistólico em 2/6 em foco pulmonar. O diag-
nóstico mais provável é:
b) tetralogia de Fallot
Correta. A tetralogia de Fallot é caracterizada por estenose pulmonar in-
fundibular, cavalgamento da aorta, hipertrofia do ventrículo direito e co-
municação interventricular. Essa cardiopatia possui shunt intracardíaco
importante que sofre influência do grau de estenose pulmonar, além de
fatores hemodinâmicos como resistência vascular periférica e pressão
pulmonar. Dessa forma, alterações nesses fatores hemodinâmicos po-
dem levar a crise cianótica, como a apresentada pelo paciente.
saúde coletiva
2019 – FMUSP
21. O setor de saúde brasileiro se organiza em subsistemas com forte
interrelação e que atuam com formas de financiamento, normas
regulatórias, instituições e carteiras de serviços próprias. Profissio-
nais, usuários e instituições transitam entre estes subsistemas, com
reflexo na assistência ofertada e consequentemente na efetividade
do sistema. Qual a afirmativa correta quanto a estes subsistemas?
2018 – FMUSP
22. A Lei de Responsabilidade Fiscal surgiu para impor um maior
controle sobre os gastos públicos. Ela instituiu um teto de gastos
para pagamento de pessoal em todas as esferas de governo, in-
cluindo a saúde. Dentre as alternativas a seguir, qual apresenta
um dos efeitos gerados pela Lei de Responsabilidade Fiscal para
o setor saúde?
2019 – FMUSP
23. Qual é a consequência imediata do início de programa de rastrea-
mento de câncer de colo de útero, num determinado município?
a) aumento da incidência
Alternativa correta. O aumento da detecção do número de casos novos, a
partir do programa de rastreamento, resultará em aumento da incidência.
Caso isso ocorra, provavelmente a incidência anterior da condição ou
doença nesse local estava subestimada em razão de um viés de detecção.
b) aumento da letalidade
Alternativa incorreta. A letalidade é definida como o número de óbitos
por determinada doença sobre o total de casos da mesma doença em
um dado local e período (geralmente apresentada em % - percentual).
Não é esperado que o rastreamento aumente o número de óbitos entre
os doentes; ao contrário, se o programa de rastreamento for bem realiza-
do, poderá diminuir a letalidade, tanto por redução dos óbitos (uma vez
que a detecção precoce da doença auxiliaria a melhorar o seu prognósti-
co) quanto pelo aumento do número de doentes no denominador do in-
dicador da letalidade (haja vista o aumento da incidência provocado pelo
rastreamento).
2019 – FMUSP
24. Qual das estratégias pode ser utilizada para controlar fatores de
confusão num estudo epidemiológico transversal?
a) aleatorização
Alternativa incorreta. A aleatorização (ou randomização) não pode ser
realizada em estudos transversais por não serem estudos de intervenção.
Nesses últimos, sim, é possível alocar 2 ou mais grupos randomizados
(constituídos por meio de sorteio aleatório) para realizar uma interven-
ção. Assim, a aleatorização é uma estratégia de controle de fatores de
confusão utilizada nos ensaios clínicos randomizados. O procedimento
de randomização (ou aleatorização) consiste em alocar os indivíduos
aleatoriamente (ao acaso) nos grupos a serem comparados. Com isso,
busca-se constituir grupos com características muito semelhantes, com
exceção das intervenções que se deseja avaliar. Com a distribuição equi-
tativa de fatores de risco ou de prognóstico, pode-se atribuir as diferenças
observadas entre os grupos às intervenções que estão sendo
comparadas.
b) estratificação
Alternativa correta. A estratificação é uma estratégia analítica (ou seja,
realizada na etapa da análise dos dados) cujo objetivo é o controle de fa-
tores de confusão. É a separação de um grupo em subgrupos ou estratos,
em razão de determinadas características que se queira analisar com
mais detalhes. A análise estratificada possibilita verificar a associação en-
tre uma exposição e uma doença, neutralizando o efeito de outra exposi-
ção, suspeita de estar confundindo a associação. No caso dos estudos
transversais, pode ser aplicada para se obter uma medida de associação
(por exemplo, odds ratio [OR]) ajustada ao fator de confundimento, em
que os pacientes com e sem o desfecho de interesse são separados em
estratos de acordo com níveis de variáveis de confundimento e o cálculo
da OR é realizado separadamente para cada estrato. Se a OR for seme-
questões comentadas | usp saúde coletiva
lhante nos estratos, uma única medida sumária poderá ser produzida
(média ponderada das ORs nos estratos = OR de Mantel-Haenszel
[ORMH]). Essa medida sumária é a OR ajustada à variável de confundi-
mento. Mas como saber se uma variável é mesmo de confundimento? A
maneira operacional mais simples de se avaliar é comparando a OR ajus-
tada com a OR não ajustada (bruta). Se houver diferença na OR bruta em
relação à ajustada, conclui-se que há a situação de confundimento.
c) emparelhamento
Alternativa incorreta. O emparelhamento (ou pareamento) é uma técnica
que pode ser realizada em estudos de caso-controle (e mais raramente
em estudos de coorte) cuja finalidade é selecionar um ou mais controles
individuais similares aos casos em uma ou algumas variáveis específicas,
com exceção do fator de risco sob investigação. Em estudos transversais,
não é possível fazer pareamento, pois não se definem, a priori, casos e
controles nem expostos e não expostos, mas sim uma população (geral-
mente uma amostra) em que se verifica se os fatores de exposição e os
desfechos de interesse estão presentes ou ausentes. Não havendo um
grupo de controle, não se tornará possível realizar o emparelhamento (ou
pareamento). Quando se calculam as medidas de associação (razões de
prevalência ou odds ratio) nos estudos transversais, estas são feitas de
acordo com a população prevalente naquelas condições, sem a possibili-
dade de realizar emparelhamento.
d) cegamento
Alternativa incorreta. O cegamento (ocultamento, mascaramento) é apli-
cado para que algum membro integrante da pesquisa (seja o participan-
te, o avaliador, o analista de dados ou vários desses componentes) não
saiba qual participante terá a presença ou não do fator em estudo, inter-
venção ou desfecho. Trata-se de uma estratégia para minimizar vieses de
aferição (informação), e não vieses (ou fatores) de confusão. Apesar de ser
uma técnica bastante comum nos estudos experimentais individuados
(ensaios clínicos randomizados), pode também ser aplicada em estudos
observacionais. Nesse caso, é possível “cegar”, por exemplo, os pesquisa-
dores na revisão dos registros dos pacientes ou cegá-los quanto a hipóte-
ses sob investigação.
questões comentadas | usp saúde coletiva
2019 – FMUSP
25. Qual das características apresentadas é compatível com a reali-
zação de um teste diagnóstico num cenário de rastreamento
populacional?
a) baixa sensibilidade
Alternativa incorreta. Esse é o indicador mais desejado para um teste de
rastreamento. A sensibilidade é a capacidade de um teste ou instrumen-
to de identificar corretamente os verdadeiros positivos em relação ao to-
tal de doentes. Portanto, um teste de rastreamento deve ser altamente
sensível; caso contrário, deixará passar despercebidos muitos indivíduos
com a condição que se deseja rastrear. Com testes de alta sensibilidade,
conseguimos excluir os não doentes com base nos resultados negativos,
que são bastante confiáveis, visto que testes altamente sensíveis apre-
sentam baixa probabilidade de falso-negativos.
d) alta especificidade
Alternativa incorreta. Ao selecionar um exame de rastreamento, a carac-
terística mais importante é a sensibilidade, que deve ser muito alta, a fim
de render uma baixa taxa de falso-negativos e detectar todos os positivos
(ou a maior parte destes). A confirmação da doença e a exclusão dos fal-
so-positivos virão por meio de um exame confirmatório, que será o se-
gundo passo na cadeia de um programa de rastreamento, este sim, ne-
cessariamente, com alta especificidade.
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