Você está na página 1de 8

SLIDE 1

1. Sobreino metazoa, Filo Mollusca (Classe Gastropodes).


A Classe Gastropoda (do grego clássico: γαστήρ, gastér, 'estômago'; e ποδὸς, podòs,
'pé'), conhecidos como gastrópodes, é uma grande classe taxonómica do filo Mollusca
que agrupa os animais conhecidos por caracóis, lesmas, lapas e búzios.

“A classe Gastropoda inclui 65 000–85 000 espécies extantes, com grande variedade
morfológica e tamanhos que vão do submicroscópico a varias dezenas de centímetros.
Com espécies terrestres (cerca de um terço do total), de água doce e marinhas, constitui
o agrupamento taxonómico com maior sucesso do filo Mollusca” Dos Santos (2020).

O grupo está abundantemente presente no registo fóssil desde o final do Cambriano


Furongiano.

Fig.1. O caracol é um exemplo classico dos Gastropodes. Fonte:


https://www.sobiologia,br/figuras/Reino/ Animalia-Moluscos.jpg

1.1 Divisão taxonómica


Nas classificações clássicas a classe Gastropoda está dividida em 4 subclasses:

1. Opisthobranchia — organismos marinhos com brânquias à direita e na zona


posterior do coração, hermafroditas, concha reduzida;
Exemplo: Gymnomorpha — sem concha (lesmas);
2. Prosobranchia — organismos marinhos com brânquias na zona anterior ao
coração, sexos separados;

1
3. Pulmonata — organismos terrestres com pulmões em vez de brânquias,
hermafroditas.

Na sua presente circunscrição taxonómica, as modernas classificações


biológicas dividem a classe em 611 famílias, das quais 202 são consideradas
como extintas e conhecidas apenas do registo fóssil.

A classe Gastropoda (por vezes chamada de Gasteropoda, cujos


membros eram anteriormente conhecidos como os «moluscos univalves», inclui
a maior parte das espécies do filo Mollusca, do qual é a classe mais
diversificada com 65 000 a 80 000 espécies vivas. ( Hickman, 2003).

SLIDE 2
1.2 Distribuição e habitat
 Habitat

Em harmonia com Dos Santos (2020), “a classe Gastropoda apresenta uma


extraordinária diversificação de habitats, com membros que ocorrem desde os jardins e
espaços urbanos até aos desertos e às montanhas e dos tanques e riachos à zona
entremarés e aos grandes fundos oceânicos da região abissal”.

Membros desta classe estão presentes em quase todos os ecossistemas de todas


as regiões climáticas e ocupam nichos ecológicos tão extremos como as fontes
hidrotermais de grande profundidade e os desertos. Algumas espécies são parasíticas.

“Apesar de por vezes se generalizar a designação caracol a todos os membro


da ordem Gastropoda, na linguagem comum o termo é apenas aplicado aos
gastrópodes terrestres e de água doce dotados de uma concha estruturada de forma a que
o animal possa nela recolher todas as partes moles” (Hickman, 2003).

De acordo com o mesmo autor, as espécies marinhas com concha helicoidal


bem desenvolvida são conhecidas por búzios ou caramujos. As espécies sem concha,
ou com concha muito reduzida ou interna, são conhecidas por lesmas.

As espécies que apresentam conchas cónicas simples que não permitem recolher
totalmente as partes moles são conhecidas por lapas.

2
 Distribuição

Os membros de Gasteropoda adaptaram-se a praticamente todos os ambientes


existentes na Terra, tendo colonizado todos os meios disponíveis, com excepção do ar.
São um grupo verdadeiramente cosmopolita, com distribuição natural que vai das
regiões próximas das zonas Árctica e Antárctica até aos trópicos e à região equatorial.

“Apesar da maioria dos membros mais conhecidos e familiares à maioria dos


humanos serem caracóis e lesmas terrestres, mais de dois terços de todas espécies
descritas vivem em meio aquático, desde as massas de água doce às regiões abissais dos
oceanos” (Dsos Santos (2020 .

Apesar de preferirem habitats com elevada disponibilidade de água e teores


elevados de cálcio biodisponível há membros que ocorrem em desertos e em habitats
onde não existe carbonato de cálcio suficiente para construir uma concha carbonatada,
como é caso de algumas regiões de solos ácidos.

No caso das regiões desértica, espécies como Sphincterochila boissieri e


Xerocrassa seetzeni (sinónimo taxonómico de Trochoidea seetzeni) adaptaram-se à
secura, exibindo capacidade de sobreviver longos períodos sem água.

Outras espécies adaptaram-se a ambientes tão variados como as grutas (com


múltiplas espécies troglóbias), as pequenas poças temporárias, as zonas húmidas e
lamaçais, os rios, lagos e canais, a zona intertidal, com destaque para o litoral rochoso.

Os gastrópodes podem ser acidentalmente transferidos entre regiões e habitats


por outros animais, como por exemplo por aves.

SLIDE 3

1.3 Ciclo de vida e Reproducao dos Gastropodes.


Ainda Dos Santos (2020) refere que “cortejamento sexual é parte do
comportamento de acasalamento dos gastrópodes e algumas famílias de caracóis
terrestres do grupo Pulmonata produzem e utilizam dardos de amor cuja utilização foi
identificada como uma forma de selecção sexual”.

Os principais aspectos do ciclo de vida dos gastrópodes são:

3
1. Oviposição;
2. Ovo;
3. Desenvolvimento embriónico dos gastrópodes;
4. Larva e estádio larvar: as larvas dos gastrópodes podem ser
larvas trocóforas e/ou larvas veligeras (ou véliger);
5. Estivação e hibernação (cada uma destas fases está
presente em apenas alguns gastrópodes); (Dos Santos
2020)

Cortejamento sexual e acasalamento dos gastrópodes: a fertilização é interna ou


externa conforme a espécie; a fertilização externa é comum entre os gastrópodes
marinhos.

SLIDE 4

1.4 Alimentação dos Gastropodes.

Segundo Hickman (2003), “a dieta dos gastrópodes difere de acordo com o


grupo considerado. Entre os gastrópodes marinhos incluem-se alguns que são
herbívoros, detritívoros, predadores carnívoro, necrófagos, parasitas e mesmo alguns
filtradores ciliares em que a rádula é reduzida ou ausente”.

As espécies terrestres podem mastigar folhas, cascas, frutas e animais em


decomposição, enquanto as espécies marinhas podem raspar as algas das rochas do
fundo do mar ou da zona entremarés.

O modo de alimentação dos gastrópodes é bastante variado e controla o tipo de


rádula presente em cada espécie:

 Os gastrópodes herbívoros têm rádulas fortes que usam para raspar algas do
substrato rochoso ou triturar folhas e caules. As formas detritívoras e filtradoras têm
uma rádula simples ou ausente.
 Os gastrópodes carnívoros têm peças bucais sofisticadas e algumas formas, como
os Conus, são predadores activos que caçam pequenos peixes com uma espécie de
arpão. Muitos dos gastrópodes marinhos têm modo de vida endobentónico, isto é,
vivem enterrados no subsolo. Estas formas apresentam um sifão extensível que

4
actua como um respirador, permitindo ao animal o contacto com a água carregada
de oxigénio.
 Em algumas espécies que evoluíram para formas de endoparasitismo, como
Thyonicola doglieli (um membro do grupo Eulimidae), muitas das características
morfológicas padrão dos gastrópode apresentam-se fortemente reduzidas ou estão
mesmo ausentes.

Algumas lesmas do mar são herbívoras, mas muitas são carnívoras. Entre os
gastrópodes carnívoros predadores incluem-se, por exemplo, os géneros Conus,
Testacella, Daudebardia e Selenochlamys, entre muitos outros.

SLIDE 5

2. Sobreino metazoa, Filo Anelideos (Classe Aquetos ou Hirudineos).


Os anelídeos são animais incluídos no filo Annelida e compreendem seres que
possuem corpo cheio de anéis (corpo segmentado). “Apresentam simetria bilateral e são
celomados, triblásticos e protostômios (durante o desenvolvimento embrionário,
formam inicialmente a boca e, depois, o ânus)” (Hickman 2003).

Estima-se que esses animais apresentem cerca de 15.000 representantes divididos


em três classes, sendo os exemplos mais conhecidos a minhoca e a sanguessuga.

Em harmonia com Dos Santos (2020), “ os hirudíneos é a menor classe dos


anelídeos e apresentam cerca de 500 espécies. Nesse grupo, encontram-se
representantes que vivem em água doce, ambiente marinho e também terrestre. Como
representante, apresenta-se a sanguessuga”.

5
Fig.2. Sanguessuga, é referido como o maior representate dos Aquetos ou Hirudineos..
Fonte: https://www.sobiologia,br/figuras/Reino/ Animalia-Anelidae.jpg

2.1 Anatomia dos Hirudineos


Nos hirudíneos, não encontramos parapódios, apêndices na cabeça e geralmente
também não se observam cerdas, que estão presentes em apenas um gênero.
Assemelham-se aos oligoquetas por causa da presença de clitelo e também por serem
hermafroditas.

O corpo desses animais é achatado dorsoventralmente e mais afilado na extremidade


anterior. Apresentam ventosas nas extremidades, sendo a anterior, normalmente, menor
que a posterior.

SLIDE 6

2.2 Representante da classe Hirudinea: a Sanguessuga


Uma sanguessuga é um anelídeo da classe ou infraclasse Hirudinea (antigamente
chamados Aquetas, ou seja, sem cerdas, contrariamente às outras classes ou infraclasses
do seu filo) que se alimenta geralmente do sangue de outros animais (hematófago),
embora muitas sanguessugas sejam predadoras carnívoras e não hematófagas.

6
“São animais hermafroditas, não possuem cerdas e possuem ventosas para sua
fixação. A palavra Hirudinea vem do latim hirudo «sanguessuga». As sanguessugas
produzem uma substância anticoagulante denominada hirudina” Hickman (2003).
Existem mais de 500 espécies.

2.2.1 Anatomia da Sanguessuga.

O corpo da sanguessuga é achatado e afunilado na extremidade anterior,


formando a cabeça, e ainda possui a ventosa anterior que circunda a boca. A ventosa
posterior está localizada ventralmente, e é maior que a anterior. Possui 34 segmentos
(anéis) no seu corpo.

O clitelo por onde é secretado o muco (uma estrutura) não é visível, exceto na
época da reprodução. “O seu comprimento vai de 6 a 10 cm; a maior sanguessuga do
mundo é a Haementeria ghilianii amazônica que mede 30 cm. As cores mais comuns
são o negro, o marrom, o verde-oliva e o vermelho” (Santos 2020).

As trocas gasosas são feitas pela superfície geral do corpo; Um tipo de


hemoglobina pode ser encontrado no fluido celômico de algumas espécies. E a excreção
acontece por Metanefrídios aprofundados no tecido conjuntivo.

2.2.2 Reprodução da Sanguessuga.


Não se reproduzem assexuadamente nem são capazes de regenerar partes
perdidas. São hermafroditas protrândricas (testículos maturam antes dos óvulos). O
casulo recebe os ovos ao passar pelo gonóporo feminino. A fertilização é interna.

A transferência de esperma ocorre entre os gonóporos pelo pênis. Em alguns,


sem pênis, ocorre impregnação hipodérmica.

2.2.2 Alimentação da Sanguessuga.

Todas as sanguessugas são carnívoras ou hematófagas, alimentando-se do


sangue das suas vítimas e podendo ingerir uma quantidade de sangue 500 vezes superior
ao seu próprio volume.

Ao aderir ao corpo do ser vivo de que se alimenta, secreta um


anticoagulante que leva o sangue a circular sem estancar. As
sanguessugas têm faringe protraível ou não protraível sugadora, com ou
sem mandíbulas. A sanguessuga não é apenas hematófaga, muitas

7
espécies podem ser predadoras alimentando-se de vermes, caramujos e
larvas de insetos, além de matéria orgânica. (Hickman, 2003).

2.4 Habitat e distribuicao na natureza

Podem ser encontradas em todo o mundo, geralmente na água doce. Existem


também algumas espécies marinhas e outras que vivem na lama. “Nas zonas tropicais
existem espécies arbóreas que caem sobre as vítimas. Preferem lagos, lagoas, rios
calmos de água quente” Dos Santos (2020).

2.5 Uso medicinal da Sanguessuga.

“As sanguessugas são utilizadas em medicina em casos de grandes dificuldades


circulatórias em membros, visto que a sua ação sugadora força o sangue a circular,
ajudando a manter vivas as células’ (Dos Santos 2020).

Mas, , são usadas somente na medicina alternativa, já que essas técnicas exóticas
não são aceitas na medicina tradicional. A eficácia destes tratamentos e outras
propriedades das sanguessugas na medicina ainda são bastante pesquisadas, mas, por
enquanto, não são utilizadas na medicina tradicional.

Você também pode gostar