Você está na página 1de 11

INTRODUÇÃO

O Reino Protoctista é composto por organismos eucariontes unicelulares


ou pluricelulares, autótrofos ou heterótrofos. Possui cerca de 27 a 36 mil
espécies, representados pelas algas simples unicelulares, as algas
pluricelulares (algas verdes, algas pardas e algas vermelhas) e os protozoários
unicelulares; lembrando que as algas são seres autótrofos e os protozoários
heterótrofos. As algas não são classificadas no Reino Plantae por não
apresentar tecidos especializados (raiz, caule e folhas). O presente trabalho
trata sobre Reino Protoctista

1
REINO PROTISTA

O reino Protista é um agrupamento de organismos muito diversos,


sendo basicamente unicelulares, eucariontes e heterotróficos. No entanto,
nesse grupo também podem ser encontrados organismos autotróficos, como as
algas, bem como organismos multicelulares. Os protistas podem ter evoluído
com base em organismos procariontes, sendo que, mediante um processo
de endossimbiose, surgiram organelas, como mitocôndrias e cloroplastos.
Os representantes desse grupo são os protozoários e as algas. Com o
avanço dos estudos na área da sistemática, foi observado que muitos
organismos pertencentes ao reino Protista assemelhavam-se mais a
organismos pertencentes a outros reinos do que aos demais protistas. Com
isso, esse reino tornou-se obsoleto, e o termo protista vem sendo utilizado por
muitos biólogos apenas para referir-se a eucariotos que não sejam animais,
plantas ou fungos.

HISTÓRICO
Primeiras classificações
Os Protozoários foram classificados por Goldfuss em 1818 como um
filo, Protozoa pertencente ao Reino Animal. Goldfuss descreveu os
protozoários como sendo micro-organismos unicelulares heterotróficos,
semelhantes a animais, o antigo reino Protozoa (do grego Proto que em
português significa primeiro) e (Zoa ou zoo que em português significa animal
ou animais) portanto o termo protozoário "em português" significa literalmente
"os primeiros animais" e devido a isso foram classificados no Filo
Protozoa como se fossem "animais microscópicos" e por conseguinte estavam
incluídos no Reino Animal.
O termo criado por Ernst Haeckel em 1866, dividia esse reino em três
grupos:
 Protozoa ("semelhantes a animais"): Esses organismos móveis
são heterotróficos e, às vezes, parasitas. São subdivididos
em Flagellata (flagelados), a Ciliophora (ciliados), a Amebas (fazem
fagocitose) e a Sporozoa (formadores de esporos);
 Protophyta ("semelhantes a plantas"): Esses
organismos autotróficos são representados principalmente por algas
2
unicelulares. Os dinoflagelados, diatomáceas e euglenas eram
considerados protistas que fazem fotossíntese. Atualmente são
classificadas como parte dos
grupos Chromista, Excavata, Rhizaria ou Alveolata;
 Bolores ("similares a fungos"): bolor de pão e o lodo são
organismos saprófitos. Estes são protistas são decompositores e vivem
nos rios. Possuem formas celulares e acelulares.
Antigamente referia-se ao Filo dos Protozoários. Atualmente o termo
protozoário tem sido empregado como uma designação coletiva, sem valor
taxonômico. Os antigos Subfilos passaram a ser os atuais Filos. Na última
classificação, o antigo filo Protozoa foi eliminado do Reino Animal e, seus
antigos subfilos, subfilo Plasmodroma e subfilo Ciliophora, sendo classificados
como filos Plasmodroma e o Ciliophora pertencentes ao reino Protista. As algas
unicelulares, crisófitas, euglenófitas e pirrófitas que antigamente estavam
classificadas no Reino Vegetal, saíram do Reino Vegetal e passaram a ser
classificadas também como integrantes do Reino Protista junto com os
protozoários.
A classificação dos protozoários é feita com base nas estruturas de
locomoção que apresentam e devido a muitas semelhanças com as estruturas
de locomoção das algas unicelulares, todos esses micro-organismos muito
semelhantes e que apresentam características mistas tanto de animais quanto
de vegetais, saíram dos Reino Animal e do Reino Vegetal e foram todos eles
reunidos no Reino Protista.

Classificações modernas

As classes de micro-organismos anteriormente classificadas


como algas (parafilético) antigamente faziam parte do Reino Protista. Hoje, as
algas procariontes são as cianobactérias (Cyanobacteria ou algas azuis),
classificadas como bactérias do Reino Monera. As algas
verdadeiras Rodophyta (algas vermelhas) e Chlorophyta (algas verdes), que
são seres pluricelulares estão contidas no Reino Vegetal (Archaeplastida),
enquanto as Phaeophyta (algas pardas) são consideradas como pertencentes
ao Reino Chromista.

3
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO REINO PROTISTA

Amoeba, Paramecium e Euglena são exemplos de protistas.


O reino Protista é um grupo muito diversificado, dentre suas
características, podemos destacar:
 São eucariontes, apresentando, assim, núcleo delimitado pela carioteca
e organelas membranosas;
 Maioria dos organismos é unicelular e microscópica, no entanto há
também a presença de organismos multicelulares e de organismos
coloniais;
 Maioria é aquática, podendo também habitar ambientes terrestres
úmidos;
 Apresentam organismos com nutrição heterotrófica, autotrófica e que
combinam a nutrição autotrófica (fotossíntese) com a heterotrófica,
chamados de mixotróficos;
 Processo reprodutivo também é bastante variado, envolvendo
processos sexuados e assexuados;
 Organismos pertencentes a esse reino podem ser de vida livre ou viver
em simbiose com outros organismos.

DIVERSIDADE DO REINO PROTISTA


O reino Protista é um grupo muito diverso, sendo que seus integrantes
apresentam características que se assemelham às de outros reinos, como o
dos animais e o das plantas. Os principais representantes do reino Protista são
os protozoários e as algas. Durante muito tempo, apenas as algas
unicelulares estavam incluídas nesse grupo, em seguida, todas as algas foram

4
classificadas como protistas. No entanto, uma nova classificação acabou
transferindo as algas verdes para o reino Plantae.
→ Protozoários
São organismos unicelulares, habitam ambientes aquáticos, podendo ser
também encontrados em locais úmidos; e são heterotróficos, podendo
alimentar-se de outros organismos ou absorvendo moléculas orgânicas
presentes no ambiente.
Eles podem ser de vida livre, ou viver associados a outros organismos
em relações harmônicas, como os que habitam o intestino de alguns térmites,
auxiliando-os na digestão da madeira; ou desarmônicas, podendo, inclusive,
causar doenças no ser humano, como a amebíase. A reprodução dos
protozoários é, geralmente, assexuada.
Uma característica interessante desse grupo é o fato de que, em
condições adversas, seus componentes podem encistar-se. Nesse processo,
eles reduzem seu volume pela perda de água; perdem algumas organelas,
como cílios e flagelos, e formam uma casca resistente que os reveste até que
as condições tornem-se novamente favoráveis e, assim, eles se tornem
novamente ativos.

O Trypanosoma cruzi,  causador da doença de Chagas, é um protozoário flagelado.

Os protozoários podem ser divididos em diversos grupos, especialmente


segundo seu modo de locomoção. Dentre esses grupos, podemos citar:
 Protozoários esporozoários: não apresentam organelas de locomoção
e são parasitas intracelulares. Exemplo: Toxoplasma gondii, causador
da toxoplasmose;
 Protozoários com pseudópodes: apresentam pseudópodes —
prolongamentos citoplasmáticos utilizados para a locomoção e captura
de alimentos. Exemplo: Entamoeba histolytica (ameba);
5
 Protozoários ciliados: apresentam cílios — estruturas curtas e
numerosas formadas por microtúbulos envolvidos por projeção da
membrana plasmática — utilizados para a locomoção e a captura de
alimentos. Exemplo: Paramecium;
 Protozoários flagelados: apresentam flagelos para a locomoção e
captura de alimentos. Esses flagelos são semelhantes aos cílios, no
entanto são longos e estão presentes em menor quantidade.
Exemplo: Trypanosoma cruzi.
Acesse também: Malária – doença infecciosa causada por protozoários
→ Algas
As algas constituem um grupo de organismos fotossintetizantes
unicelulares ou multicelulares e que habitam ambientes aquáticos.
As algas unicelulares que vivem flutuando, principalmente nas regiões mais
superficiais dos corpos d'água, constituem o fitoplâncton e são importantes
produtoras das teias alimentares aquáticas. Algumas algas, no entanto, vivem
fixas em substratos, constituindo o ficoperifíton. Estas também são
importantes produtores dos ecossistemas aquáticos. A reprodução das algas
pode ser assexuada ou sexuada. A seguir, apresentamos alguns dos principais
filos pertencentes a esse grupo.
 Filo Bacillariophyta

As algas do filo Bacillariophyta apresentam duas valvas que se encaixam chamadas de frústulas.

Esse filo é constituído por algas unicelulares, nesse grupo estão incluídas


cerca de 100.000 espécies que apresentam clorofilas a e c, entre
outros pigmentos, como carotenoides e fucoxantina.
Uma característica importante desse grupo é a presença de uma estrutura de
compostos pécticos e sílica, como uma carapaça, formando duas valvas que se

6
encaixam. Essa estrutura é denominada de frústula. Esses organismos
apresentam óleos como substância de reserva.

 Pyrrophyta ou Dinophyta
Nesse filo estão incluídas cerca de 4.000 espécies de algas unicelulares,
sendo a maioria flagelada, apresentando dois flagelos que se localizam no
interior de dois sulcos — um rodeia a célula e o outro é perpendicular ao
primeiro.
Algumas espécies não apresentam pigmentos, sendo heterotróficas. A maioria
apresenta clorofila a, c e carotenoides. Apresentam amido e óleos como
substância de reserva e uma parede celular de celulose. Nesse grupo
podemos encontrar espécies que apresentam bioluminescência e espécies
responsáveis pelo fenômeno da maré vermelha.

Algas como a Noctiluca scintillans, do filo Phyrrophyta, apresentam bioluminescência.


 Filo Euglenophyta
Esse filo apresenta cerca de 1.000 espécies que podem apresentar
pigmentos ou não. Quando presentes, os pigmentos são clorofilas a, b e
carotenoides. Tais organismos são unicelulares, flagelados, e a maioria habita
ambientes de água doce.
A maioria das espécies é heterotrófica, no entanto, algumas apresentam
nutrição mixotrófica. Apresentam o paramilo como substância de reserva e
não têm parede celular.
 Filo Rhodophyta
Nesse filo das chamadas “algas vermelhas”, estão incluídas cerca de
6.000 espécies, sendo a maioria multicelular e marinha. Algumas espécies
podem chegar até a três metros de comprimento.

7
Apresentam clorofila a e d, além de pigmentos como carotenoides,
ficocianina e ficoeritrina. Sua parede celular é de celulose, ágar e carragenina.
Apresentam como substância de reserva o amido das florídeas.

As algas do filo Rhodophyta  apresentam a cor vermelha devido à presença do pigmento ficoeritrina.

Filo Phaeophyta
No filo das “algas pardas”, estão incluídas cerca de 1.500 espécies,
sendo a maioria marinha. Essas algas multicelulares apresentam clorofila a e c
e outros pigmentos, como carotenoides e fucoxantina, sendo esta a
responsável por sua coloração. Sua parede celular é de celulose e algina e
apresenta a laminarina como substância de reserva.

REPRODUÇÃO
Os protistas podem apresentar reprodução assexuada por:
Bipartição ou cissiparidade: divisão da célula do organismo após a
duplicação do material genético;
Zoosporia: tipo de reprodução comum em alguns tipos de algas que
apresentam estruturas reprodutivas especializadas. Formam células
flageladas chamadas zoósporos, que formarão um novo indivíduo ao
encontrar condições adequadas;
Divisão Múltipla: o processo de replicação do DNA pode fazer com que
alguns grupos de protozoários apresentem vários núcleos em uma
mesma célula, que acaba se dividindo em muitas células pequenas,
contendo cada uma um único núcleo;
Fragmentação: uma parte de uma alga pluricelular (talo) pode se
desprender e gerar um novo indivíduo idêntico.
Alguns protistas podem apresentar reprodução sexuada, a fim de gerar
descendentes com variação genética. A reprodução sexuada pode ocorrer
por:

8
 Conjugação: dois indivíduos próximos podem trocar material genético
(no caso dos protozoários, esse material genético está na forma de
micronúcleos), gerando indivíduos diferentes.
 Zigosporia: duas algas unicelulares haplóides (n) podem se fundir,
gerando um indivíduo diplóide (2n) chamado de zigoto. Após a formação
do zigoto, a célula passa por divisões meióticas e geram quatro células
haplóides (n), que darão origem a quatro novos indivíduos;
 Alternância de geração: algas multicelulares podem formar, a partir de
um indivíduo diplóide (2n), esporos haplóides (n) que irão germinar e
gerar indivíduos haplóides (n). Estes indivíduos irão formar gametas
haplóides (n). Dois gametas podem se fundir e gerar um zigoto diplóide
(2n), que irá se desenvolver em um organismo adulto diplóide (2n).
NUTRIÇÃO

Os protistas podem ser autótrofos fotossintetizantes, por exemplo as


algas. Nesse caso, possuem cloroplastos que irão converter a energia
luminosa em energia química para síntese de compostos orgânicos.
Também podem ser heterotróficos, como os protozoários unicelulares.
Estes absorvem partículas externas por meio de pseudópodes - braços
projetados da membrana plasmática que englobam o alimento e o levam para o
interior celular.
Esse processo de englobamento de partícula é chamado de fagocitose.
O alimento dentro do conteúdo celular é envolvido por uma membrana,
passando a ser chamado de fagossomo. O fagossomo se une ao lisossomo,
uma organela com formato de bolsa que contém enzimas digestivas em seu
interior. Essas enzimas, uma vez em contato com a partícula absorvida, digere-
a, gerando nutrientes e compostos orgânicos para serem reaproveitados pelo
protozoário.  
PROTISTAS NO ECOSSISTEMA

Os protistas apresentam grande importância ambiental. Organismos


como as algas são fundamentais, pois além de contribuírem para a
fotossíntese e, consequentemente, liberação de oxigênio na atmosfera, elas
constituem a base da cadeia alimentar aquática. O fitoplâncton, espécie de
associação entre algas, cianobactérias e protozoários, é responsável pela
9
maior parte da fotossíntese que ocorre no globo. Alguns protozoários estão
também relacionados com doenças, como a malária, leishmaniose ou doença
de chagas. Possuem hospedeiros e podem apresentar diversos riscos para a
população, principalmente a que vive em áreas sem saneamento básico e/ou
tratamento de água.
CONCLUSÃO

Em suma, O Reino Protista, também chamado de Reino Protoctista, é


um grupo diverso de organismos eucariontes que não se enquadram nos
demais reinos eucarióticos. Se um organismo, embora eucarionte, não
apresenta as características necessárias de um fungo, vegetal ou animal, é,
provavelmente, inserido no Reino Protista. Os organismos presentes no Reino
Protista são os protozoários e as algas. Ambos os organismos, anteriormente,
eram integrantes de outros reinos: os protozoários faziam parte do Reino
Animal e as algas faziam parte do Reino Vegetal. Porém, como esses
organismos não possuem a capacidade de formarem tecido verdadeiro, eles
foram remanejados para um reino único. Devido a essa aglomeração de
indivíduos eucariontes que não se enquadram nos demais reinos, uma
característica principal do Reino Protista é o fato de não ser um
grupo monofilético (quando todos os seus integrantes descendem de um
ancestral comum).

10
REFERÊNCIAS

↑ Whittaker RH (January 1969). "New concepts of kingdoms or organisms.


Evolutionary relations are better represented by new classifications than by the
traditional two kingdoms". Science. 163 (3863): 150–160.
Bibcode:1969Sci...163..150W. CiteSeerX 10.1.1.403.5430. «Reino Protista».
So Biologia. Consultado em 5 jan 2013 ↑ Ir para:a b
   MARTINS, Lucas (19 fev
2007). «Reino Protista (Protozoários, Protozoa)». InfoEscola. Consultado em 6
jan 2013

11

Você também pode gostar