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Importância das bactérias

As bactérias não são somente organismos causadores de doenças! Elas


contribuem, e muito, para melhorar a qualidade ambiental e de vida de
diversas espécies. No sistema digestório de alguns organismos, como
ruminantes e cupins, por exemplo, determinadas bactérias auxiliam na
quebra de algumas substâncias, como a celulose.

O que diz respeito a cadeias alimentares, muitos destes indivíduos,


juntamente com determinados tipos de fungos, são capazes de
decompor a matéria orgânica oriunda de organismos mortos e seus
resíduos, liberando para o ambiente diversos nutrientes de composição
mais simples, sendo estes aproveitados por outros seres vivos.

Podem, também, disponibilizar compostos nitrogenados para as plantas


ao morrer, liberando no solo nitrogênio na forma de amônia que, em
seguida, pode formar íons amônio e ser aproveitado por alguns vegetais;
ou, em vida, no caso das do Gênero Rhizobium, se unir simbioticamente
a leguminosas, fornecendo nitrogênio às plantas enquanto recebe
açúcares e outros compostos orgânicos.

Estes organismos também são muito importantes em estações de


tratamento de esgoto, onde bactérias convertem a matéria orgânica em
produtos que podem ser empregados, posteriormente, como fertilizantes;
e em aterros sanitários, situação na qual algumas bactérias anaeróbicas
são capazes de degradar a matéria orgânica e liberar gás metano, este
que pode ser aproveitado como combustível.

No que tange a biotecnologia, podem ser utilizadas:

- Em processos de biorremediação, como determinadas espécies do


gênero Pseudomonas, capazes de oxidar compostos nocivos em
substâncias inofensivas ao meio ambiente;

- Na fabricação de laticínios (Gêneros Lactobacillus e Streptococcus),


vinagres (Acetobacter) e até mesmo do ácido glutâmico
(Corynebacterium);
- Na produção de antibióticos, como a neomicina (Streptomyces);

- Na produção da toxina botulínica (Clostridium botulinum);


- No processo de modificação genética de organismos.

Reino Protista
O Reino Protista é um dos reinos dos seres vivos, caracterizado por
organismos eucariontes, autótrofos ou heterótrofos e unicelulares ou
pluricelulares.
Os protistas compreendem os protozoários e as algas. Existem ainda os
mixomicetos, organismos semelhantes aos fungos, mas classificados como
protistas.

Protozoários
Os protozoários são seres unicelulares e eucariontes, com estrutura que
garante seu funcionamento, realizando as mesmas tarefas básicas de um
animal, como respiração, digestão, circulação, excreção, em alguns até uma
primitiva coordenação.

Antigamente eram classificados no reino animal, por realizarem essas funções


e serem heterótrofos, no entanto, por serem unicelulares, alguns taxonomistas
criaram o reino protista para reunir esses filos de organismos mais simples.

Apresentam grande variedade de formas e ocupam ambientes úmidos (os que


têm vida livre) ou o interior de outros organismos. Alguns são parasitas,
causadores de doenças.

lassificação
Os protozoários são divididos em quatro grupos, de acordo com as estruturas
locomotoras que apresentam:

Sarcodinos
Os sarcodinos são representados pelas amebas que se locomovem por meio
de pseudópodes.

A Entamoeba coli, por exemplo, é um morador habitual do intestino grosso


humano, onde obtém abrigo e alimento sem acarretar prejuízo ou benefício
para seu hospedeiro. Enquanto a Entamoeba histolytica é parasita do intestino
grosso do ser humano.

Mastigóforos
Os mastigóforos locomovem-se por meio de flagelos. Alguns são parasitas, ou
seja, obtêm alimento a partir da associação com outros seres vivos.

Alguns exemplos são: a giardia que parasita o intestino delgado do ser humano
e o Trypanosoma cruzi, que instala-se em tecidos humanos e de outros
animais, como na musculatura do coração ou na parede do tubo digestivo.
Esporozoários
Os esporozoários não possuem estrutura locomotora. Um exemplo é o agente
transmissor da malária.

Ciliados
Os ciliados locomovem-se por meio de cílios. Alguns exemplos
são: Vorticella, Balantidium coli, porém, o mais conhecido é o paramécio,
organismo de vida livre.
VEJA TAMBÉM: Doenças Causadas por Protozoários

Algas
As algas são organismos autótrofos, pois têm clorofila, além de outros pigmentos,
logo, realizam fotossíntese.

Por algum tempo, foram classificadas no reino vegetal, pela semelhança com
as células vegetais, mas como são organismos mais simples e não possuem
tecidos organizados, foram reagrupadas no reino protista.

Elas são fundamentais na biosfera, pois constituem a base da cadeia alimentar


aquática e realizam a maior parte da fotossíntese do planeta. Muitas são
também utilizadas como alimento pelo ser humano, pois apresentam alto teor
de proteínas, vitaminas e sais minerais.

As mais abundantes são unicelulares, embora existam algas marinhas com


mais de 30 metros de comprimento.

Classificação
As algas são divididas em cinco grupos, de acordo com os pigmentos
intracelulares:

Algas verdes ou Clorofíceas


As algas verdes se caracterizam pela presença de clorofilas A e B e
carotenoides, reservas de amido, parede celular de celulose. Podem ser uni ou
pluricelulares. Há espécies comestíveis.

Algas vermelhas ou Rodofíceas


As algas vermelhas apresentam clorofila A e ficobilina, uni ou pluricelulares,
filamentosas e fixadas a substratos. Existem espécies comestíveis.

Certas algas vermelhas têm nas paredes de suas células, um material de


consistência gelatinosa, denominado ágar, que é acrescentado a vários
alimentos, como balas e doces. Tem ainda grande utilidade em técnicas
laboratoriais, sendo empregado como componente de meios de cultura para
microrganismos.

Algas Pardas ou Feofíceas


As algas pardas se caracterizam pela presença de clorofilas A e C,
carotenoides e fucoxantina, parede celular com um polissacarídio, a algina.
Elas são pluricelulares e existem espécies comestíveis.

O alginato, material preparado a partir da algina, é bastante empregado na


fabricação de cosméticos, sorvetes e massa de modelagem utilizada na
odontologia.

Algas Douradas ou Crisofíceas


As algas douradas possuem formas unicelulares isoladas ou coloniais, sendo
importantes componentes do plâncton.

Um exemplo é a diatomácea, que contêm o diatomito. Formado por sílica, o


diatomito apresenta consistência porosa, sendo empregado como componente
de filtros. Quando pulverizado, ele pode ser adicionado como abrasivo a
polidores de metal e a cremes dentais.

Pirrofíceas
As pirrofíceas são algas unicelulares isoladas ou coloniais. Elas fazem parte
do fitoplânctone incluem também os dinoflagelados, responsáveis pelo
fenômeno da maré vermelha.

Os Protozoários
Protozoário é uma palavra de origem grega que significa "animal
primitivo". Os protozoários receberam esse nome porque, no
passado, alguns deles, ao serem estudados, foram confundidos
com animais.

Os protozoários são seres heterótrofos. Podem viver isolados


ou formar colônias, ter vida livre ou associar-se a outros
organismos, e habitam os mais variados tipos de ambiente.
Algumas espécies são parasitas de seres diversos, até mesmo
do ser humano.

Tipos de locomoção dos protozoários

Existem várias espécies de protozoários, e elas podem ser


classificadas em vários grupos. O critério mais utilizado pelos
cientistas para essa classificação é o tipo de locomoção:
 Sarcodíneos ou Rizópodes- são protozoários que se
locomovem estendendo pseudópodes, expansões em sua
célula que atuam como "falsos pés". As amebas são um
exemplo de sarcodíneo.
 Flagelados - são os que "nadam" com auxílio de flagelos
(longos filamentos que vibram e permitem a locomoção).
Um exemplo de flagelado é a giardia.
 Esporozoários- são protozoários que não possuem
estruturas de locomoção. Eles são todos parasitas e
causam doenças. Entre eles está o plasmódio, causador
da malária.

Fig

Células vermelhas do sangue infectados com o Plasmodium


falciparum, causador da malária (nas setas)

Para um organismo que não tem estruturas de locomoção para


capturar alimento, o parasitismo é uma adaptação importante,
pois lhe permite sobreviver retirando do ser parasitado os
nutrientes de que necessita.

Reprodução dos protozoários

A maioria dos protozoários apresenta


reprodução assexuada, principalmente por cissiparidade. Mas
algumas espécies podem se reproduzir sexuadamente.

Observe, no esquema abaixo, a reprodução assexuada de um


paramécio:

Reino Fungi
O Reino Fungi é representado por organismos eucariontes unicelulares ou
pluricelulares, sendo encontrados nos mais diversos tipos de ambientes.

Entre os fungos, incluem-se os cogumelos, mofos, orelhas de pau, líquens,


entre outros organismos.

Por algum tempo, os fungos foram classificados no reino vegetal, por


possuírem características semelhantes as das plantas, no entanto diferem
fundamentalmente por não apresentarem clorofila ou qualquer outro pigmento
fotossintetizante, portanto são heterotróficos.

Características gerais
A maioria dos fungos são pluricelulares, com o corpo constituído de
hifas, mas há alguns unicelulares, cujo principal exemplo são as leveduras. Sua
reprodução pode ser sexuada ou assexuada.

Os fungos são basicamente compostos por um emaranhado de tubos,


ramificados e envolvidos por uma parede de quitina (polissacarídeo também
presente no exoesqueleto dos artrópodes). Esse emaranhado é chamado
de micélio e os tubos que o compõem são as hifas.
As hifas são filamentos microscópicos onde está contido o material genético
dos fungos. Elas podem ser de dois tipos:

 Hifas cenocíticas: quando não possuem paredes transversais, chamadas de


septos, ficando os núcleos espalhados pelo citoplasma;
 Hifas septadas: quando há delimitação de compartimentos celulares pelos
septos, formando células com um (monocarioticas) ou dois núcleos (dicarioticas).
Todavia, a compartimentação é incompleta porque os septos possuem poros que
permite a comunicação entre células vizinhas.
Os fungos crescem sobre um substrato que pode ser um pão ou uma fruta
podre, um tronco de madeira, ou até mesmo outro fungo.

Nos organismos mais complexos o micélio forma um talo ou corpo de


frutificação com forma bem definida que caracteriza as diferentes espécies.
Quando vemos um cogumelo ou o mofo nos alimentos, vemos o talo,
entretanto, no interior do substrato onde se encontra, já há uma imensa rede de
hifas enraizada.
Os fungos são heterotróficos por absorção, ou seja, eles absorvem os
nutrientes que são difundidos no interior de suas células. Para isso, utilizam
enzimas que fazem a digestão das substâncias encontradas no ambiente.

Reprodução
Em fungos mais simples como a levedura a reprodução acontece
por gemulação ou brotamento. Nesse caso, são originados gêmulas ou
brotos que podem se separar da célula original ou permanecer grudados
formando cadeias de células.
Fungo reprodução gemulação ou brotamento

Em muitos outros fungos a reprodução é feita através dos esporos, que são
células haploides (apenas um cromossomo). Os esporos liberados pelo fungo no
ambiente, ao encontrar condições propícias, germinam e originam um novo micélio,
completando o ciclo assexuado. Essa forma de reprodução assexuada é chamada
de esporulação.

Ciclo de vida de um fungo com esporulação


Enquanto isso, os fungos mais complexos fazem reprodução sexuada, que é
dividida em fases.

As hifas são monocarioticas e haploides, quando iniciam o processo


reprodutivo se unem formando hifas dicarióticas com os núcleos organizados
em pares, essa etapa se chama plasmogamia.

Depois acontece a cariogamia na qual os pares de núcleos se fundem e


formam núcleos diploides, logo em seguida se dividem por meiose originando
esporos, que germinam e originam o micélio, completando o ciclo. Esses
esporos são chamados "esporos sexuais" para diferenciar daqueles formados
assexuadamente.

Exemplos
Dentre as espécies conhecidas muitas afetam a vida humana. Muitas são
usadas na alimentação, como as quase 200 espécies de cogumelos
comestíveis, sendo algumas delas largamente cultivadas, como o shitake, o
shimeji e o champignon.

Cogmelo comestível

As leveduras são empregadas na fermentação de pães, bebidas


alcoólicas, entre outros. Algumas espécies são aproveitadas na produção dos
queijos roquefort e camembert. E há ainda os fungos utilizados pela indústria
farmacêutica para a fabricação de antibióticos, a exemplo do
gênero Penicillium.

O aspecto negativo dos fungos são as doenças causadas por eles, já que
algumas espécies são parasitas. No ser humano, provocam micoses
e candidíase, entre outras e nas plantas provocam doenças como a ferrugem
do cafeeiro.

Associações Mutualísticas
Certas espécies de fungos fazem associações com outros organismos, em que
ambos são beneficiados, sendo essa relação chamada de mutualismo.

Líquens
Quando os fungos (principalmente do grupo ascomiceto) se associam com
espécies de algas ou cianobactérias formam os líquens. A associação é tão
íntima que não conseguem viver separados, e permite que habitem locais onde
poucos organismos conseguiriam como rochas duras.

Micorrizas
Quando associados às raízes de certas plantas, os fungos obtêm nutrientes
como carboidratos e aminoácidos. As plantas, por sua vez, absorvem melhor
os sais minerais do solo graças às hifas que envolvem suas raízes.

Essa associação é chamada micorriza, palavra derivada do grego: mykos,


significa fungo e rhizos é raiz.

Importância ecológica
O Reino Fungi é um grupo com ampla distribuição no planeta e ainda pouco
conhecido, já que se estima que haja 1,5 milhão de espécies, das quais menos
de 100 mil estão classificadas e devidamente estudadas.

Os fungos são muito importantes no equilíbrio dos ecossistemas pois


participam da reciclagem da matéria orgânica, fazendo a decomposição das
mesmas. Portanto, eles ocupam o último nível trófico nas cadeias alimentares,
atuando como decompositores.

Conheça também sobre os outros Reinos dos Seres Vivos:

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