Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/299464810
CITATIONS READS
2 337
4 authors, including:
Some of the authors of this publication are also working on these related projects:
Taxonomic revision and cladistic analysis of Pachylospeleinae Šilhavý and Metagyndes Sørensen and their respective genera putatively close phylogenetically
(Arachnida: Opiliones: Gonyleptidae): tackling the Pachylinae poliphyly in two fronts View project
All content following this page was uploaded by Rogerio Bertani on 14 May 2019.
ROGÉRIO BERTANI
LAURENT GODÉ
ADRIANO KURY
MARIE-LOUISE CÉLÉRIER
Bertani, R., L. Godé, A. Kury & M.-L. Célérier. 2015. Aracnídeos (Arachnida) da Reserva Biológica de Pedra Talhada. In : Studer, A., L.
Nusbaumer & R. Spichiger (Eds.). Biodiversidade da Reserva Biológica de Pedra Talhada (Alagoas, Pernambuco - Brasil). Boissiera 68:
175-191.
FAUNA
176
percorre o ferrão e abre-se próximo ao seu ápice A maioria das aranhas são predadoras de diver-
(Foelix, 2011). sos invertebrados, inclusive de outras aranhas (as
grandes espécies também são predadoras de pe-
Todas as aranhas são venenosas (possuem quenos vertebrados) que elas consomem praticando
glândulas sintetizando o veneno) (Mebs, 2006), com digestão externa liquefazendo os tecidos graças ao
exceção das espécies de duas, talvez três famílias veneno ou à sucos digestivos regurgitados e espa-
(Nentwig, 2013). A posição das quelíceras, quando -lhados por cima ou por dentro das presas e depois
comparadas ao eixo do corpo, permite a distinção aspiram este “caldo”. As aranhas possuem olhos em
dos grupos de aranhas. No Brasil, as aranhas que números pares situados na frente do cefalotórax :
possuem as quelíceras dispostas no sentido do eixo frequentemente 8, mas também 6, 4 ou 2 olhos, ou
do corpo (paralelas) são conhecidas popularmente mesmo nenhum, nas aranhas cavernícolas (Foelix,
como aranhas-caranguejeiras (Mygalomorphae). 2011). Elas possuem cerdas sensoriais que lhes
Outras aranhas (Araneomorphae) possuem as que- permitem detectar as características do meio (Barth,
líceras dispostas de forma perpendicular ao eixo do 2002; Foelix, 2011; Heberstein, 2011). As técnicas da
corpo. caça são muito diversificadas dependendo das espé-
cies e podem ou não incluir o uso da seda.
4 5 6
7 8 9
Area sem cerdas urticantes Area com cerdas urticantes tipo III
Area com cerdas urticantes tipo I Area com cerdas urticantes tipo IV
O abdômen das aranhas é coberto dorsalmente de corte do macho, que se aproxima da fêmea e exibe
e ventralmente por tegumento endurecido. Porém, uma série de sinais vibratórios ou visuais para que
é mais flexível que o tegumento do cefalotórax. Na ela o reconheça e o aceite. O canibalismo sexual, ao
extremidade ventral possuem de 1 a 3 pares de fian- contrário do que muitos creêm, ocorre somente em
deiras (apêndices articulados) conectados a diver- alguns grupos. As aranhas colocam ovos (poucos até
sas e complexas glândulas situadas internamente mais de 2.000) que elas envolvem com fios de sêda,
no abdômen. Essas glândulas elaboram vários tipos produzindo uma ooteca (saco de ovos) a qual carre-
de seda, as quais as aranhas usam de maneira va- gam de diversas maneiras, ou a escondem penduran-
riada. O segmento das fiandeiras comporta vários do-a à um suporte. Em alguns casos, após a saída
pequenos tubos (fúsulas) pelos quais sai a seda. O dos jovens da ooteca, a mãe os protege e os alimenta
único orifício excretor de fezes (ânus) está situado (Foelix, 2011).
acima das fiandeiras, sob o tubérculo anal (Foelix,
2011). As aranhas possuem no interior do seu corpo
aparelhos digestivos, excretores, circulatórios (com
As aranhas possuem somente 4 pulmões foliáce- uma hemolinfa “sangue” de cor azulada devido à
os, 2 pulmões folíáceos em conjunto com traquéias, presença de uma metaloproteína respiratória (con-
ou somente traquéias, dependendo do grupo. Os tendo cobre)), respiratórios, reprodutores, secretores
pulmões foliáceos (em número de 2 ou 4) estão de sêda, um sistema nervoso e músculos.
sempre situados na região ventral anterior do abdô-
men. Já as aberturas traqueais podem estar presen- O tamanho do corpo das aranhas adultas varia
tes na região ventral anterior, no meio do abdômen entre 0,3 mm a 15 cm, aproximadamente. A enverga-
ou na região posterior, junto às fiandeiras. Também dura, incluindo as pernas, pode ser maior e atingir
na região ventral anterior fica localizada a fenda ge- mais de 26 cm nas grandes aranhas-caranguejeiras
nital nas fêmeas, e, na maioria das espécies há tam- (Mygalomorphae). Existe uma diferença de tamanho
bém um ornamento externo, chamado de epígino. Os mais ou menos acentuada entre os sexos de algu-
gametas masculinos são produzidos no abdômen, mas espécies, os machos sendo muitas vezes me-
porém os órgãos copuladores estão localizados nas nores que as fêmeas (comprimento do corpo até 10
182 extremidades dos palpos. Portanto, antes da cópula, vezes menor) e raramente os machos são maiores
o macho precisa encher os seus bulbos copuladores : do que as fêmeas.
ele tece uma pequena teia espermática ou alguns
fios onde ele deposita gotas de sêmen e então o as- Com algumas exceções, a vida das aranhas se
pira com os bulbos, que funcionam como seringas desenvolve no meio terrestre. São predadoras so-
(Foelix, 2011). litárias com exceção de aproximadamente 20 espé-
cies tropicais que vivem em grupos e são chamadas
As fêmeas conservam os espermatozóides em de “sociais”. A distribuição geográfica das aranhas é
uma ou mais bolsas chamadas espermatecas muito ampla: entre 55° de latitude sul e 83° de latitu-
(Foelix, 2011). Os órgãos copulatórios (bulbos do de norte, das regiões costeiras até montanhas com
macho e epígino da fêmea) são as características 6.700 m de altitude. Elas ocupam habitats muito va-
específicas utilizadas na identificação das espécies riados, desde camadas superficiais do solo até o to-
da maioria das aranhas. A identificação das aranhas po das árvores.
que possuem orgãos copuladores simples ou pouco
distintivos (como as aranhas-caranguejeiras) deve Algumas são cavernícolas. As aranhas estão pró-
considerar ainda outras características. ximas aos humanos nos edifícios e moradias das
zonas urbanas e rurais, assim como nas áreas culti-
O reconhecimento das famílias, gêneros e espé- vadas ou alteradas pelos homens.
cies leva em consideração um conjunto de caracte-
rísticas morfológicas, como, por exemplo, o número, Algumas aranhas, na fase juvenil, se movem
a posição e a dimensão dos olhos, o número de pelos ares emitindo fios que o vento transporta, às
garras na extremidade das pernas, o comprimento vêzes, por grandes distâncias. Indivíduos adultos
das fiandeiras, a forma e o comprimento de diferen- também foram observados praticando essa forma
tes apêndices, entre outros (Hubert, 1979; Ledoux & de dispersão.
Canard, 1991; Penney, 2013).
As aranhas constituem um grupo de animais
O comportamento sexual é variável, dependendo que obtiveram sucesso principalmente graças à
da espécie e muitas vezes incluem o comportamento utilização dos fios de sêda, que possuem múltiplas
ARACNÍDEOS (ARACHNIDA)
DA RESERVA BIOLÓGICA DE PEDRA TALHADA 6. 3
funções; e do veneno, que elas usam de maneira 300 espécies de migalomorfas conhecidas no Brasil,
muito eficaz. 200 são de terafosídeos. As mais imponentes dessas
aranhas-caranguejeiras, às vezes chamadas errone-
A ordem das aranhas reúne mais da metade amente tarântulas, podem chegar a medir 26 cm de
dos aracnídeos, ou seja, 44.540 espécies descritas envergadura, como é o caso da maior espécie de
no mundo, distribuídas em 112 famílias e 3.924 gê- aranha conhecida, Theraphosa blondi, que é encon-
neros (Platnick, 2014). Porém, esse número conti- trada em parte da região amazônica do Brasil e da
nua aumentando, graças às expedições científicas Guiana Francesa. Na Reserva pode ser encontrada
organizadas todos os anos por pesquisadores do com facilidade a espécie Lasiodora parahybana, que
mundo inteiro, particularmente nas regiões tropi- é a maior espécie da Mata Atlântica brasileira e uma
cais. No Brasil, existem 300 espécies inventariadas e das maiores do mundo, alcançando 20 cm ou mais).
600 estimadas, somente de aranhas-caranguejeiras Elas vivem no solo onde escavam o seu ninho ou
(Mygalomorphae), e, aproximadamente 4.000 espé- debaixo de troncos caídos.
cies de aranhas devem existir em território brasileiro.
O seu corpo e pernas, assim como em outras ara-
Dezenas de novas espécies, de gêneros e até nhas, são cobertos por cerdas que têm uma função
mesmo novas famílias são descritas a cada ano. tátil e sensorial. A maioria das aranhas-caranguejei-
ras do Brasil possuem também cerdas urticantes no
Apesar da sua má reputação, as aranhas são abdômen, que elas podem projetar com as suas per-
indispensáveis ao equilíbrio ecológico do meio nas traseiras e que provocam lesões nas mucosas
ambiente, graças à sua atividade de predação oculares e nasais dos eventuais predadores (ver o
que limita a proliferação de numerosas espécies parágrafo das cerdas urticantes + alguns dados so-
nocivas. bre o veneno).
dentro de cavidades onde o seu corpo de coloração da raridade. A caranguejeira Brachypelma smithi,
escura passa desapercebido. Outras duas espécies encontrada no México, foi incluída na CITES há
de aranhas-caranguejeiras, com hábitos arborícolas, muitos anos e agora todas as espécies do gênero
são muito comuns na Reserva. A Pachistopelma Brachypelma são protegidas.
rufonigrum é especializada para viver dentro do fu-
nil de bromélias (Bertani, 2012), como a Aechmea
leptantha, presente nos afloramentos rochosos de
altitude, esperando a visita de insetos ou de peque-
nos anfíbios que frequentam esses reservatórios de
água (6.3.2). Já a Iridopelma hirsutum une folhas
de árvores e arbustos com fios de seda, produzindo
um refúgio onde se abrigam (Bertani, 2012). Tanto a
Pachistopelma rufonigrum quanto a Iridopelma hir
sutum apresentam mudança drástica no colorido do
corpo, do jovem ao adulto. Os indivíduos mais jovens
de ambas espécies são verde metálicos e apresentam
coloração contrastante no abdômen. Essa coloração
vai mudando a cada troca de pele, e os individuos
vão adquirindo gradativamente coloração marrom
ou escura (Bertani, 2012).
6.3.2. Pachistopelma rufonigrum imatura, a Aranha-caran-
Indivíduos da família Theraphosidae estão entre os guejeira-de-bromélia encontrada somente dentro de
bromélias, na roseta da Aechmea leptantha, reservatório
mais procurados por criadores de aranhas. Algumas
de água disponível na estação seca.
são muito atrativas por causa das cores chamati-
vas, do grande tamanho, do comportamento ou
ARACNÍDEOS (ARACHNIDA)
DA RESERVA BIOLÓGICA DE PEDRA TALHADA 6. 3
Outras espécies de caranguejeiras em todo o mun-
do estão ameaçadas por diversas razões e deveriam
ser protegidas. Por exemplo, em algumas regiões do
planeta são consumidas por humanos e capturados
em grande número o que poderia destruir as popula-
ções, que geralmente são pequenas. Além disso, a
maioria das espécies são endêmicas, ou seja, ocor-
rem em áreas restritas e que estão sofrendo destrui-
ção e fragmentação devido a atividades humanas.
Os araneídeos (Araneidae)
Araneidae é uma das famílias de Araneae com
maior número de espécies. A maior parte dos indi-
6.3.4. Micrathena sp. (Aranha-de-teia), fêmea.
víduos dessa família constrói teias, normalmente
geométricas, com finíssimos fios estendidos na
vegetação e que servem para captura de insetos
voadores. abdômen se prolonga em projeções afiadas, em for-
ma de espinhos. A Reserva abriga araneídeos dos
O seu abdômen é, em muitas espécies, bem gêneros Argiope (6.3.3), Micrathena (6.3.4), Alpaida,
maior que o cefalotórax e apresenta cores vivas Parawixia e Eriophora, entre outros.
frequentemente. Nas espécies de alguns gêne-
ros, principalmente Micrathena e Gasteracantha, o
Outras famílias
Na Reserva são encontradas outras aranhas, as
aranhas-de-grama (Lycosidae) cujas fêmeas apresen-
tam a característica de transportar os seus ovos em 185
uma ooteca presa às fiandeiras ou ainda indivíduos
do gênero Deinopis (Deinopidae), que possuem um
par de olhos imensos adaptados à visão noturna e
extremamente eficazes quando caçam arremessando
a sua teia sobre as suas presas.
OS OPILIÕES (OPILIONES)
Os opiliões são aracnídeos que se assemelham
às aranhas, e são muito comuns em todo o Brasil.
São conhecidos popularmente como aranha-bode,
aranha-fedida, frade-fedorento, giramundo, cafofo
(Pinto-da-Rocha, 1999) e se caracterizam por possuí-
rem o abdômen ligado amplamente ao cefalotórax,
resultando em aspecto geral ovóide, e vestígios de
segmentação externa do abdômen. As pernas são
geralmente longas e podem se soltar facilmente (au-
186 totomia). Possuem um único par de olhos situados,
na maioria das vezes, em uma protuberância dorsal
e um par de glândulas que eliminam substâncias re-
pugnatórias por meio de duas aberturas na margem
lateral da carapaça (Kury & Pinto-da-Rocha, 2002).
Aranhas de interesse em saúde A ordem dos opiliões contém mais de 5.000 espé-
cies descritas no mundo, reunidas em mais de 1.600
A área da Reserva está dentro da distribuição gêneros. Os opiliões são amplamente distribuídos
conhecida de aranhas do gênero Loxosceles, co- no mundo (exceto na Antártida) e as espécies tropi-
nhecidas popularmente como aranhas-marrons. cais são muito numerosas. De hábitos predominan-
Embora nenhum indivíduo tenha sido encontrado, temente noturnos, eles vivem na vegetação rasteira,
sua presença é bem provável. São aranhas peque- nas camadas superiores do solo, na madeira morta
nas com apenas 6 olhos e que constroem teias em (podre) e eventualmente nas cidades, podendo ser
fendas de rochas, debaixo das cascas de árvores, encontrados facilmente até mesmo nos jardins das
em folhas caídas de palmeiras, dentro de cavernas. casas. Muitas espécies vivem dentro de cavernas.
A teia é típica, parecendo fios de algodão esfiapado.
ARACNÍDEOS (ARACHNIDA)
DA RESERVA BIOLÓGICA DE PEDRA TALHADA 6. 3
Os opilões são muito vulneráveis à destruição do OS ESCORPIÕES (SCORPIONES)
seu habitat e várias espécies correm riscos por cau-
sa do desmatamento. Foram descritas aproximadamente 2.100 espécies
de escorpiões em todo o mundo (Stockmann & Ythier,
No Brasil são conhecidas cerca de 950 espécies, 2010) e o Brasil possui pouco mais de 100 espécies
mas acredita-se que o número real de espécies pos- (Lourenço, 2002).
sa atingir 1.600 (Pinto-da-Rocha, 1999). A Reserva abri-
ga diversas espécies, principalmente das famílias Como em todos os aracnídeos, os escorpiões pos-
Gonyleptidae (6.3.6) e Stygnidae (6.3.7). suem o corpo dividido em duas partes, o cefalotórax
e o abdômen. Ao contrário das aranhas, o abdômen
dos escorpiões é, por sua vez, dividido em duas re-
giões distintas, o pré-abdômen e o pós-abdômen
(veja introdução do capítulo). O primeiro conta com
um par de apêndices ventral, os pentes, que contém
uma série de órgãos sensoriais táteis e químicos,
enquanto o segundo, uma estrutura cilíndrica e bem
mais estreita, termina em um segmento chamado
télson, que contém um par de glân-dulas de veneno
as quais eliminam seu conteúdo por meio de um
canal que segue por dentro de um ferrão longo e
pontiagudo. Sobre o cefalotórax, na região anterior,
se encontra um par de quelíceras e um par de pe-
dipalpos que terminam em forma de pinças, cha-
madas quelas, as quais apresentam muitas cerdas
sensoriais. Após os pedipalpos estão localizados os
6.3.6. Pseudopucrolia discrepans (Opilião), macho. quatro pares de pernas locomotoras.
187
Os escorpiões utilizam os órgãos sensoriais para cor que os confundem com o ambiente. Por não se-
localizar as presas (por meio da detecção da vibração rem facilmente vistos, eles podem ser tocados ou
da presa ou sinais químicos) em seguida a mesma é mesmo comprimidos, e a reação defensiva nesses
apreendida com as fortes quelas e o ferrão é intro- casos é a picada. No Brasil, somente quatro espécies
duzido no corpo da vítima. O veneno é injetado e a provocam acidentes graves. Todas pertencem à fa-
presa é paralisada. Eles se alimentam principalmen- mília Buthidae e ao gênero Tityus, mas nenhuma
te de insetos; porém os espécimes de grande porte dessas espécies foram registradas para a Reserva.
(África) podem predar lagartos ou camundongos, e Porém, uma delas, Tityus stigmurus, ocorre em to-
alguns são capazes de ficar em jejum por aproxima- do o Nordeste do Brasil e pode ocorrer na região
damente um ano (Polis, 1990). O canibalismo é co- (Lourenço et al., 1996; Stockmann & Ythier, 2010).
mum, embora existam exceções.
Três escorpiões da família dos Buthidae e do gêne-
Considerados muitas vezes típicos dos desertos, os ro Tityus (6.3.8, 6.3.9) foram observados na Reserva
escorpiões podem colonizar habitats variados das re- de Pedra Talhada, Tityus brazilae, Tityus pusillus e
giões tropicais ou temperadas até 5.000 m de altitude Tityus neglectus. Relatos para acidentes com essas
(Goyffon & Heurtault, 1995; Lourenço, 1991). Algumas espécies podem ser encontrados em Barbosa et al.
espécies são cavernícolas e podem viver a até 800 (2003) (Tityus brazilae) e Albuquerque et al. (2009)
m de profundidade (Polis, 1990). Pouquíssimas espé- (Tityus pusillus).
cies estão presentes acima de 50° de latitude norte e
50° de latitude sul (Polis, 1990).
Albuquerque, C. M. R. , T. J. Porto, M. L. P. Amorim & Cooke, J. A. L., V. D. Roth & F. H. Miller. 1972. The urti-
P. L. Santana-Neto. 2009. Escorpionismo por cating hairs of theraphosid spiders. American
Tityus pusillus Pocock, 1893 (Scorpiones; Museum Novitates 2948 : 1-43.
Buthidae) no Estado de Pernambuco. Revista
da Sociedade Brasileira de Medicina tropical Cooke, J. A. L., F. H. Miller, R. W. Grover & J. L. Duffy.
42(2) : 206-208. 1973. Urticaria caused by tarantula hairs. The
American Journal of Tropical Medicine and
Barbosa, M. G. R., M. E. Bavia, C. E. P. Silva & F. R. Hygiene 22 : 130-133.
Barbosa. 2003. Aspectos epidemiológicos dos
acidentes escorpiônicos em Salvador, Bahia, Escoubas, P., M.-L. Celerier & T. Nakajima. 1999. Biogéo-
Brasil. Ciência Animal Brasileira 4(2) : 155-162. graphie et phylogénie des venins de mygales.
Bulletin de la Société Zoologique de France
Barth, F. G. 2002. A Spider’s World : senses and beha 124(2) : 169-181.
vior: 1-349. Berlin: Springer.
FAUNA
Foelix, R. F. 2011. Biology of spiders. Third Edition : Brazil in recent years. Journal of Venomous
1-419. Oxford University Press. Animals and Toxins 2 : 121-134.
Foelix, R. F., B. Rast & B. Erb. 2009. Palpal urticating Marshall, S. D. & G. W. Uetz.1990.The pedipalp brush
hairs in the tarantula Ephebopus : fine struc- of Ephebopus sp. (Araneae, Theraphosidae)
ture and mechanisms of release. Journal of evidence for a new site for urticating hairs.
Arachnology 37 : 292-298. Bulletin of the British Arachnological Society
8 : 122-124.
Goyffon, M. & J. Heurtault (coord.) 1995. La fonction
venimeuse: 1-284. Masson éd, Paris. Martins, R. & R. Bertani. 2007. The non-Amazonian
species of the Brazilian wandering spiders of
Heberstein, M.E. (ed.) 2011. Spider behaviour : flexibili the genus Phoneutria Perty, 1833 (Araneae :
ty and versatility: 1-391. Cambridge University Ctenidae) with the description of a new spe-
Press. cies. Zootaxa 1526 : 1-36.
Herzig, V., D. L. A. Wood, F. Newell, P.-A. Chaumeil, Mebs, D. 2006. Animaux venimeux et vénéneux:
Q. Kaas, G. J. Binford, G. M. Nicholson, D. 1-345. Lavoisier, Tec & Doc Ed.
Gorse & G. F. King. 2011. Arachnoserver 2.0,
an updated online resource for spider toxin Mendoza-Marroquín, J. I. M. 2014. Taxonomic revi-
sequences and structures. Nucleic Acids Res. sion of Hemirrhagus Simon, 1903 (Araneae :
39, Database issue D653-D657. doi : 10.1093/ Theraphosidae, Theraphosinae), with des-
nar/gkq1058. http://www.arachnoserver.org/. cription of five new species from Mexico.
Zoological Journal of the Linnean Society
Hom-Choudhury, A., A. Koukkouli, J. Noris, B. Mokete & 170(4) : 634-689.
O. C. Backhouse. 2012. A hairy affair : tarantula
setae-induced panuveitis pars plana vitrecto- Nentwig, W. 2013. Spider Ecophysiology: 1-516.
my. International Ophthalmology 32 : 161-163. Springer.
190
Hubert, M. 1979. Les araignées. Généralités. Araignées Penney, D. 2013. Spider research in the 21st century :
de France et pays limitrophes: 1-272. Boubée, trends and perspectives: 1-320. Siri scientific
Paris. Press.
Kuhn-Nentwig, L., R. Stöcklin & W. Nentwig. 2011. Perez-Miles, F. 1998. Note on the systematics of the
Venom composition and strategies in spi- little known theraphosid spider Hemirrhagus
ders : is everything possible? Advances in cervinus, with a description of a new type of
Insect Physiology 40 : 1-86. urticating hair. Journal of Arachnology 26 :
120-123.
Kury, A. B. & R. Pinto-Da-Rocha. 2002. Opiliones.
345-362. In: Adis J. Amazonian Arachnida and Perez-Miles, F. 2002. The occurrence of abdomi-
Myriapoda: 1-590. Pensoft, Sofia. nal urticating hairs during development in
Theraphosidae (Araneae, Theraphosidae) :
Ledoux, J.-C. & A. Canard. 1991. Initiation à l’étude phylogenetic implications. Journal of Arach
systématique des araignées: 1-56. J.-C. Le- nology 30 : 316-320.
doux (ed.) Domazan (Gard).
Pinto-Da-Rocha, R. 1999. Opiliones. In : Brandão, C.
Lourenco, W. R. 1991. Les scorpions organismes mo- R. F. & E. M. Cancello (eds). Invertebrados
dèles en biogéographie. The International Terrestres. vol. V. Biodiversidade do Estado de
Biogeography Society 67(2) : 1-132. São Paulo. Síntese do conhecimento ao final
do século XX (Joly, C. A. & Bicudo, C. E. M.
Lourenco, W. R. 2002. Scorpions of Brazil: 1-307. Les orgs). 36-44. São Paulo, FAPESP.
Editions de l'If, Paris.
Platnick, N.I. 2014. The world spider catalog, version
Lourenco, W. R., J. L. Cloudsley-Thompson, O. Cuellar, 14.5, 2000-2014, AMNH, online at http://
V. R. D. Von Eickstedt, B. Barraviera & M. B. research.amnh.org/iz/spider s/catalog.
Knox. 1996. The evolution of scorpionism in DOI:10.5531/db.iz.001.
ARACNÍDEOS (ARACHNIDA)
DA RESERVA BIOLÓGICA DE PEDRA TALHADA 6. 3
Polis, G.A. 1990. Biology of Scorpions: 1-587. Stand
ford University Press. Standford/CA.
191
INVENTÁRIO
DA RESERVA BIOLÓGICA
DE PEDRA TALHADA VI
ARACNÍDEOS (ARACHNIDA)
ROGÉRIO BERTANI
LAURENT GODÉ
ADRIANO KURY
MARIE-LOUISE CÉLÉRIER
Bertani, R., L. Godé, A. Kury & M.-L. Célérier. 2015. Inventário VI da Reserva Biológica de Pedra Talhada: Aracnídeos (Arachnida). In :
Studer, A., L. Nusbaumer & R. Spichiger (Eds.). Biodiversidade da Reserva Biológica de Pedra Talhada (Alagoas, Pernambuco - Brasil).
Boissiera 68: 595-601.
ENDEREÇOS DOS AUTORES
Rogério Bertani, Pesquisador Científico. Instituto
Butantan, Laboratório Especial de Ecologia e
Evolução. Av. Vital Brazil, 1500 – 05503-900 – São
Paulo SP, Brasil
bertani.rogerio@gmail.com
INVENTÁRIO
A presente lista representa as 31 espécies e
morfoespécies de aracnídeos documentadas na
Reserva Biológica de Pedra Talhada. A nomenclatu-
ra segue a International Commission on Zoological
596 Nomenclature (ICZN - http://iczn.org). As espécies
estão agrupadas por ORDEM, Infraordem, Família,
Gênero e, finalmente, espécie. Apesar da ocorrên-
cia de todas essas espécies, nem todas as fotos são
provenientes de indivíduos fotografados na Reserva
Biológica de Pedra Talhada mas também de outras
localidades do nordeste do Brasil, estando repre-
sentadas por (*). Isso foi feito para possibilitar uma
melhor representatividade das ilustrações das espé-
cies que ocorrem na região.
ARANEAE
Mygalomorphae (aranhas-caranguejeiras)
Nome popular
Dipluridae
Linothele sp. 1 Aranha-caranguejeira
Theraphosidae
Iridopelma hirsutum Pocock, 1901 Aranha-caranguejeira
Lasiodora parahybana Mello-Leitão, 1917 Aranha-caranguejeira
Pachistopelma rufonigrum Pocock, 1901 Aranha-caranguejeira-de-bromélia
Proshapalopus multicuspidatus (Mello-Leitão, 1929) Aranha-caranguejeira
INVENTÁRIO DA RESERVA BIOLÓGICA DE PEDRA TALHADA
ARACNÍDEOS (ARACHNIDA) VI
Araneomorphae (outras aranhas)
Araneidae
Alpaida sp. 1 Aranha-de-teia
Argiope argentata (Fabricius, 1775) Aranha-prata, aranha-prateada
Eriophora fuliginea (C. L. Koch, 1838) Aranha-de-teia
Micrathena schreibersi (Perty, 1833) Aranha-de-teia
Micrathena sp. 1 Aranha-de-teia
Parawixia bistriata (Rengger, 1836) Aranha-social
Corinnidae
Indet. sp. 1 Aranha
Ctenidae
Ancylometes sp. 1 Aranha
Ctenus rectipes F. O. P.-Cambridge, 1897 Aranha
Enoploctenus sp. 1 Aranha
Nephilidae
Nephila clavipes (Linnaeus, 1767) Aranha-de-teia, néfila
Pisauridae
Indet. sp. 1 Aranha d’água
Salticidae
Indet. sp. 1 Aranha-papa-moscas
Sparassidae 597
Indet. sp. 1 Aranha
Tetragnathidae
Tetragnatha sp. 1 Aranha-de-teia
Theridiidae
Indet. sp. 1 Aranha-de-teia
Thomisidae
Indet. sp. 1 Aranha
Trechaleidae
Indet. sp. 1 Aranha d’água
Scorpiones
Buthidae
Tityus brazilae Lourenço & Eickstedt, 1984 Escorpião
Tityus neglectus Mello-Leitão, 1932 Escorpião-de-bromélia
Tityus pusillus Pocock, 1893 Escorpião
Opiliones
Cosmetidae
Cosmetinae
Cynorta sp. 1 (sp. nov.) Opilião
Gonyleptidae
Goniosomatinae
Acutisoma sp. 1 (sp. nov.) Opilião
Heteropachylinae
Pseudopucrolia discrepans (Roewer, 1943) Opilião
Pachylinae
Indet. sp. 1 (gen.nov.) Opilião
Stygnidae
Stygninae
Pickeliana sp. 1 (sp. nov.) Opilião
598
INVENTÁRIO DA RESERVA BIOLÓGICA DE PEDRA TALHADA
ARACNÍDEOS (ARACHNIDA) VI
MYGALOMORPHAE
ARANEOMORPHAE
SCORPIONES