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CLÍNICA DE SILVESTRES

ANIMAIS SILVESTRES, EXÓTICOS, SELVAGENS E DOMÉSTICOS


Animais Silvestres: há interferência humana em fases da vida
Animais Selvagens: vida sem qualquer interferência humana.
Pato (preto e vermelho) = único animal silvestre, considerado domesticado do Brasil.
Cachorro do mato = animal silvestre porém não há interferência humana = selvagem.
Leão = animal exótico e selvagem.

Animais silvestres são os passarinhos, papagaios, corujas, cobras, jabutis, sapos, peixes, macacos,
tamanduás, onças e tantos outros que vivem na natureza ou foram retirados da natureza a poucas
gerações.
Um animal silvestre é também um animal selvagem – definido como aquele que vive em seu habitat
natural, não é domesticado e reage se distanciando ou fugindo das pessoas. Alguns ainda podem
apresentar comportamento agressivo e dificuldade de viver em contato com humanos.
Já o animal exótico é aquele que não pertence à fauna do país em que se encontra, como, por exemplo
o furão (ou ferret), que teve origem no tourão - um animal silvestre europeu -, mas que é comumente
comercializado no Brasil. Ou seja, os animais que são exóticos para nós no Brasil podem ser animais
silvestres nativos em outras partes do mundo.
Pode haver silvestre domesticado ou selvagem – ATENÇÃO **PROVAAAA***

POR QUÊ TRABALHAR COM ESSES ANIMAIS?


- Epidemiologia
- Conservação
- Zoonoses
- Pets
- Etc.
Declaração Universal dos Direitos dos Animais: ATENÇÃO ***PROVAAA***
“Todos os animais têm o direito à vida, ao respeito e à proteção do homem, dentre outros”.
Art. 1º todos são iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.
Art. 2º, i 3: “todo o animal tem direito a atenção aos cuidados e proteção dos humanos”.

VETERINÁRIOS ESPECIALMENTE: O que fazer – ciladas e roubadas do dia-a-dia


***IMPORTANTE***
• Micrichipar e anilhar para “esquentar” a posse ilegal.
• Compactuar com criadores ilegais ou proprietários cruéis.
• Se comprometer com um encargo maior que suas penas.
• Tratar os animais de vida livre como pets.
• Permitir contato entre animais selvagens e domésticos – contágio – bilateral.
• Manipular e manter contato com os animais sem proteção mínima de luvas, jalecos, botas e
outros.
Presença dos animais é de eras no planeta terra – ser humano os utiliza historicamente para diversas
funções: alimentação, esporte, transporte, utensílios, etc.

DESAFIOS PARA CONSERVAÇÃO


• Uma sociedade que precisa definir regras de conservação tem um sistema incompleto, falido por
natureza pois não possui cultura de preservação.

BIODIVERSIDADE
• Maior diversidade entre os “17 megadiversos”.
• 15 a 20% de toda diversidade biológica mundial.
• Maior número de espécies endêmicas.
FAUNA
• 1783 espécies de aves conhecidas (não atualizado)
• “conhecer para proteger, só se protege o que se conhece”
• Busca de justificativas para se proteger.
- Extinção x comércio x estética.
EXTINÇÃO E VULNERABILIDADE **** IMPORTANTE ***
- Tipos de extinção
* na natureza (tem em cativeiro).
* local (em algumas regiões)
* ecologicamente extinta
* perda de uma unidade de biodiversidade

- extinção natural? Sempre ocorreram e sempre ocorrerão.


FRAGMENTAÇÃO E PERDA DE HABITAT
• Fragmentação (formação de pastos, por exemplo).
• Grandes mamíferos (os que mais sofrem são os grande mamíferos)
• Desaparecimento de animais especializados
- Efeito de Borda (Efeitos de borda são modificações nos parâmetros físicos, químicos e biológicos
observadas na área de contato do fragmento de vegetação com a matriz circundante).
• Poluição (inclusive orgânico)
• Exploração e população humana – turismo
• Espécies exóticas – roedores/peixes
• Dispersão de doenças herpes (ex: saguis no convento da penha).
• Limitações de conhecimento e técnicas.

ANATOMIA E FISIOLOGIA DOS RÉPTEIS

HERPETOFAUNA – 7.700 especies - Anfíbios e Réteis


O que significa herpetofauna?

A herpetologia é um ramo da zoologia dedicado ao estudo dos répteis (lagartos, serpentes, jacarés e
tartarugas) e anfíbios (sapos, rãs, jias, pererecas e salamandras) incluindo sua classificação, ecologia,
comportamento, fisiologia e paleontologia.
Filo Chordata
Classe Reptilia
Ordem Chelonia: tartarugas, cágados e jabutis.
Subordem Cryptodira (retraem o pescoço)
Subordem Pleurodira (lateralizam o pescoço)
Ordem Crocodylia: jacarés e crocolilianos.
Ordem Squamata: serpentes e lagartos.
Ordem Rhynchocephalia: tuataras
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS RÉPTEIS ***PROVAAAAA****
Latim Reptilis, “que se arrasta”;
• Vertebrados, ectotérmicos, terrestres, arborícolas, aquáticos;
• Ovíparos ou vivíparos, fecundação interna;
• Pele revestida por escamas córneas (queratinizadas).
• Hábitos diurnos ou noturnos;
• Climas desérticos, tropicais, subtropicais, temperados;
• Ausência de diafragma
• Presença de cloaca (proctodeu = secreções genitais, urodeu = urina e coprodeu = fezes)
• Tem cinco dedos
• Peçonhentos ou não.

ECTOTÉRMICOS ***IMPORTANTE***
- Termorregulação comportamental
Os répteis são animais classificados como ectotérmicos, ou seja, são incapazes de produzirem
calor e apresentam uma condutividade térmica relativamente alta. Assim, o calor metabólico é menos
importante do que o calor ambiental na determinação da temperatura interna.
Deste modo esses animais são subordinados aos seus ambientes, já que sua atividade e
mesmo a sua sobrevivência estão permanentemente sujeitas à temperatura ambiental prevalente. A
principal desvantagem da ectotermia é que esses animais são incapazes de sustentar altos níveis
de atividade por longos períodos porque possuem uma pobre capacidade aeróbica e rapidamente
entram no metabolismo anaeróbico, levando à fadiga devido à produção de ácido lático. Já a
principal vantagem que apresentam é a de não demandarem gasto energético para manter suas
temperaturas corpóreas.
**** OBS: eles buscam o controle da temperatura por intermédio de fontes externas de calor (exposição
ao sol, mudança de coloração para “preta” visando maior absorção de calor; alguns alteram padrões
cardiovasculares e a postura corporal para mudar suas superfícies expostas à radiação solar.

No cativeiro se torna essencial fornecer gradientes de temperatura ou “microclimas”;


• Fonte primária de calor: ambiente (aquecedor elétrico, sol)
• Fontes secundárias de calor: placas e pedras aquecidas, lâmpadas incandescentes, aquecedores de
cerâmica, etc.

ZONA DE TEMPARATURA ÓTIMA


- hibernação
É definida como aquela na qual uma espécie de réptil é ativa e que possibilita a realização normal
de suas funções típicas como: Alimentar-se, Digerir, Reproduzir-se;
• Pode ser mais quente ou mais fria dependendo da espécie em questão, da estação do ano, e até da
hora do dia;
ZTC = Zona de conforto térmico deve ser fornecida no recinto para o animal buscar.
ZOTC = Zona crítica ou zona ótima de temperatura. ZTC deve estar abaixo 5ºC do ZOTC na Zona
fria e 1- 2°C na Zona quente. A tolerância ao frio é bem maior que ao calor.
• É conseguida pelo animal pela movimentação entre sol e sombra, ou áreas mais quentes e mais frias
(Termorregulação).

TEGUMENTO
- Subcutâneo – limitado
- Derme – tecido conjuntivo denso (vasos, nervos, cromatóforos e osteodermos)
- Epiderme – Escamas (queratina)
Todos os animais possuem uma camada protetora de pele seca a qual possui poucas glândulas e
é queratinizada para formar tanto as escamas como os escudos. Possuem a pele densamente
queratinizada pelas escamas e com uma camada lipídica para prevenir a perda de água. O único
tipo de tecido glandular observado são os poros femorais e precloacais presentes somente em alguns
lagartos e gecos, os quais possuem a função de produção de ferormônios e que estão mais desenvolvidos
nos machos.
EPIDERME
Na epiderme observa-se a existência de escama as quais são pobres isolantes térmicos. Mas diferente
das escamas dos peixes que podem ser retiradas raspando-as, as escamas dos répteis são parte
integrante de sua pele. E possuem como funções a proteção contra abrasões e a atuação na
permeabilidade, tendendo a serem mais grossas dorsalmente do que ventralmente nos animais. Em
algumas espécies as escamas estão desenvolvidas em grandes placas e escudos na cabeça. E
nas serpentes as escamas são alargadas ventralmente para auxiliarem no processo de locomoção.

Duas formas de queratina são produzidas nos répteis: a alfa-queratina, que é flexível e situa-se entre
as escamas, e a beta-queratina, que proporciona força e rigidez, a qual é exclusiva desses animais.
A beta-queratina é encontrada no casco de quelônios, nas escamas das serpentes, dentre outros.

DERME
A derme consiste em um tecido conjuntivo denso com vasos sanguíneos e linfáticos, nervos e
células pigmentares (cromatóforos). Em algumas espécies a derme possui placas ósseas
chamadas de osteodermos, que fornecem proteção ano animal. Nos quelônios essas placas estão
fusionadas com as vértebras para formarem assim o casco.

ESPAÇO SUBCUTÂNEO
O espaço subcutâneo é tipicamente limitado na maioria das espécies reptilianas e a pele é
relativamente inelástica, tornando assim a administração subcutânea de fluidos mais difícil em
comparação à maioria dos mamíferos (ATENÇÃO).

Produção de Cor
Os répteis possuem células pigmentares denominadas de cromatóforos que se situam entre a
derme e a epiderme. Não apenas auxiliam na camuflagem animal e nas exibições sexuais, mas
também na termorregulação.
Os melanóforos produzem a melanina e situam-se mais profundamente na camada subepidermal.
Estas células de melanina dão origem às colorações na cor preta, marrom, amarelo e cinza. O
albinismo nos répteis é ocasionado pela perda dessa melanina. E as células carotenóides são
encontradas abaixo da epiderme e acima dos melanóforos, produzindo os pigmentos vermelhos,
amarelos e laranjas.
Os iridóforos também ocorrem na derme e contém um produto semicristalino denominado de
guanina que reflete a luz. Os comprimentos de onda azuis são os mais refletidos para produzir uma
cor azul em um efeito denominado de efeito Tyndall. Quando combinado com carotenóides
amarelados fornece uma cor verde ao animal, a qual é a cor de camuflagem comum nos répteis

Um fenômeno que pode ocorrer devido às propriedades físicas da luz na camada externa fina e
transparente da pele das serpentes é a iridescência. Quando a luz incide a partir de um ângulo o
espectro de luz divide-se em cores de diferentes comprimentos de onda. E dependendo da cor das
escamas do animal este fato irá causar um efeito iridescente quando a serpente movimenta-se. Esta
característica é mais nítida nas salamantas (Epicrates cenchria)

VISÃO
- Ìris – musculatura com controle voluntário
Reflexos consensuais não visualizáveis.
Todos os répteis possuem uma lente (cristalino), porém este apresentauma menor rigidez e assim é mais
friável quando comparado ao dos mamíferos. No tocante à córnea em algumas espécies de tartarugas
marinhas esta estrutura encontra-se achatada. A retina em todos os répteis é avascular. A íris encontra-
se controlada por músculo esquelético e deste modo não responde a colírios midriáticos, como
atropina. A miose é bastante lenta nos répteis e não existe um reflexo pupilar consensual à luz.

Estruturas perioculares.
• Espécies de lagartos de regiões secas e arenosas – pálpebras inferiores finas permitindo
alguma visão
• Crocodilianos – pálpebras superiores mais móveis.
A forma e as funções das pálpebras diferem bastante entre os diferentes grupos de répteis. A maioria
dos lagartos que possuem pálpebras apresenta uma prega semilunar da conjuntiva bem
desenvolvida. Em algumas espécies a pálpebra inferior é recoberta por escamas translúcidas na
sua porção intermédia, o que permite uma visão quando as pálpebras estão fechadas. Algumas
espécies de gecos ablefarinos (sem pálpebras) bem como todas as serpentes apresentam as
margens palpebrais, superior e inferior, fundidas entre si, formando uma peça única de queratina
transparente, o chamado escudo ocular ou spectale. Assim o escudo ocular das serpentes é
formado, embriologicamente, pela fusão das pálpebras e trata-se de uma estrutura vascularizada
a qual também é trocada quando da ecdise.
Presença de membrana nictante: Uma membrana nictitante pequena e não funcional está presente
na maioria dos lagartos, e em seu aspecto medial ocorre a abertura da glândula Harderiana
(Harder)..
Serpentes e lagartos – pálpebra fundida.
Musculatura extraocular pouco desenvolvida.
Os músculos extra-oculares retos e oblíquos são pouco desenvolvidos, exceto em algumas espécies
de lagartos. Por outro lado, o músculo retrator do bulbo é um músculo extrínseco bem desenvolvido nas
espécies reptilianas, com exceção das serpentes. E assim em geral os movimentos de rotação ocular são
limitados nesta classe animal, o que não se aplica aos camaleões que apresentam intensa movimentação
rotacional do bulbo com total independência de direção do eixo de visão de um olho para com o outro
contralateral.

Quelônios não possuem ductos nasolacrimais.


Em relação ao ducto nasolacrimal, o qual drena a lágrima, os lagartos e crocodilianos o possuem
a partir do ângulo medial do olho desembocando na extremidade caudal do órgão de Jacobson
(vomeronasal), no teto da cavidade nasal. Já nos répteis que possuem o escudo ocular o ducto
nasolacrimal drena o espaço logo abaixo deste (Figura 19) e desemboca no ducto vomeronasal,
tubo epitelial que envolve o órgão homônimo. Os quelônios por sua vez não apresentam o ducto
nasolacrimal.

GLOBO OCULAR E AS ESTRUTURAS INTRAOCULARES


• Ossos escleróticos – manutenção da forma e proteção contra traumas (Exceto serpentes e
crocodilianos).
O globo ocular é esférico e revestido por uma esclera fibrosa. Os olhos não possuem pálpebras,
pois estas se fundiram para formarem os escudos oculares ou spectale acima da córnea.

• Retina avascularizada – vasos coroide e h. vítreo - A retina em todos os répteis é avascular.


A nutrição e a remoção dos metabólitos internos do olho são realizadas pelos vasos da
coróide ou vasos modificados que protruem para o humor vítreo *** IMPORTANTE***.

• Presença de cone papilar em lagartos – nutrição e remoção de metabólitos - Os lagartos e


algumas serpentes possuem uma estrutura análoga ao pécten das aves, nomeada de cone
papilar. Este se estende para o humor vítreo a partir do disco óptico e está provavelmente
envolvido no fornecimento de nutrição e remoção de metabólitos.

• Tapetum lucidum – (tapete luminoso) membrana posicionada dentro do globo ocular (fundo
do olho) de certos animais, inclusive alguns répteis, capaz de refletir a luz que entra nos
olhos e melhorar a visão do animal em condições de baixa luminosidade. Apenas os
crocodilianos possuem o tapetum lucidum, os outros répteis não o possuem.

• Olho parietal em tuataras - As iguanas são pleurodontes e possuem glândulas nasais de sal.
Diversas espécies possuem um proeminente olho parietal. O olho parietal é bem desenvolvido
em algumas espécies tais como a iguana-verde. Encontra-se localizado na linha média dorsal
da cabeça abaixo da pele no forame parietal craniano. Consiste em um olho degenerado o
qual contém células fotorreceptoras em uma estrutura semelhante à retina que percebem
variações de luminosidade **** IMPORTANTE***.

SISTEMA CIRCULATÓRIO

O coração dos lagartos, serpentes e quelônios possuem três câmaras, sendo dois átrios e um
ventrículo, enquanto que os crocodilianos possuem quatro câmaras.

O átrio direito recebe sangue não oxigenado da circulação sistêmica via seio venoso. O sangue não
oxigenado segue do átrio direito para dentro da cava venosa enquanto que o sangue oxigenado
segue para dentro do átrio esquerdo e cava arteriosa. Quando os átrios se contraem as valvas
atrioventriculares dobram medialmente para direcionar o fluxo de sangue não oxigenado da cava
venosa para dentro da cava pulmonar. Quando o ventrículo se contrai o sangue da cava pulmonar
segue para dentro da artéria pulmonar. As valvas atrioventriculares se fecham permitindo que o sangue
oxigenado que estava na cava arteriosa passe para a cava venosa e para os arcos aórticos. A crista
muscular entre a cava pulmonar e a cava venosa previne a mistura do sangue nos répteis.
• Junção do primeiro e segundo terços do comprimento corpóreo – mobilidade:
O coração situando-se cranialmente ao nível da cintura peitoral na maioria dos lagartos. Nos mais
evoluídos lagartos o coração deslocou-se caudalmente para se situar na metade da cavidade
toracoabdominal.

SISTEMA RESPIRATÓRIO

A respiração nos répteis tende a ser controlada pela pressão parcial do oxigênio (O2), CO2, e
temperatura. Além das trocas gasosas os pulmões também apresentam uma função na ostentação,
flutuabilidade e vocalização do animal.
Os pulmões dos répteis são classificados em três tipos anatômicos de acordo com as repartições
pulmonares, sendo estes: pulmão unicameral, pulmão paucicameral e o pulmão multicameral:
- O tipo mais primitivo é o unicameral (única câmara), encontrado nas serpentes e em alguns lagartos,
e possui sua porção cranial com o típico tecido para realização das trocas gasosas e sua porção
caudal, relativamente não vascular, comparável ao saco aéreo das aves.
- O segundo e intermediário tipo é o paucimeral o qual possui poucas câmaras e com a ausência de
um brônquio intrapulmonar, sendo encontrados nas iguanas e camaleões. Possuindo características
tanto do pulmão unicameral como do pulmão multicameral.
- Já o tipo mais evoluído é o multicameral, observado nos quelônios, crocodilianos e lagartos
monitores, que possui muitas câmaras e apresenta brônquios intrapulmonares.
A ventilação nos répteis: ciclo respiratório trifásico que ocorre em todas as espécies. Este ciclo engloba
a fase de expiração, inspiração e relaxamento. A fase de relaxamento pode ser bem longa nas espécies
aquáticas variando de 30 minutos até 33 horas.

***IMPORTANTE***
Algumas espécies também podem absorver oxigênio através de algumas superfícies respiratórias
acessórias, sendo estas: pele, mucosa bucofaringeana, pulmão traqueal e bolsa cloacal. A
absorção de oxigênio pela pele ocorre durante a imersão em alguns cágados de casco mole. A absorção
pela mucosa bucofaringeana é utilizada por muitas espécies de lagartos e cágados de casco mole. Em
relação ao pulmão traqueal este é um divertículo sacular que age nas trocas gasosas de muitas espécies
de serpentes. E a absorção pela bolsa cloacal ocorre em alguns cágados tendo em vista que esta bolsa
é altamente vascularizada o que então permite uma alta taxa de entrada de oxigênio advindo da água.
• Capacidade de atuar com baixos níveis de O2.
- Grande volume pulmonar, anaerobiose eficiente, desvio cardíaco.

Quando comparado a mamíferos de mesmo tamanho corporal os pulmões dos répteis possuem
um volume bem maior. Nas espécies aquáticas este maior volume pulmonar pode auxiliar na
flutuabilidade e atuar como um reservatório de oxigênio.

Os répteis são capazes de sobreviver períodos com níveis baixos de oxigênio devido à capacidade
de converter o metabolismo aeróbio para o anaeróbio. Esta tolerância à hipóxia parece depender do
miocárdio e da habilidade em tamponar os ácidos lácticos.

Nos répteis, os quais rotineiramente experimentam períodos de falta de oxigênio como, por
exemplo, num mergulho, a crista muscular cardíaca e as valvas atrioventriculares podem desviar
o sangue da circulação pulmonar, a qual não é necessária no momento, para os arcos aórticos e
a circulação sistêmica. O desvio intracardíaco da direita para a esquerda diminui o fluxo sanguíneo para
os pulmões o que significa que menos oxigênio será perdido na circulação e que a pressão não irá cair à
medida que o sangue passar através dos capilares para o pulmão. Além disso, em casos de privação
de oxigênio ocorre uma vasoconstrição nas artérias pulmonares o que aumenta a resistência
pulmonar e assim o sangue é consequentemente desviado dos pulmões para ir à circulação
sistêmica.

• Glote móvel nas serpentes ***IMPORTANTE***


As serpentes apresentam um método de projeção da glote e da traquéia para fora da boca enquanto
estão se alimentando, para permitir assim sua respiração.
• Anéis traquais completos em quelônios.
Os anéis traqueais dos répteis são incompletos, à exceção dos quelônios que possuem anéis
completos.
• Favéolos (diferente de alvéolos) – não se expandem ou contraem
O parênquima pulmonar é simples, possuindo um formato de saco e apresentando favéolos
semelhantes a favos de mel, os quais são as unidades reptilianas de trocas gasosas. Mas diferente dos
alvéolos dos mamíferos, os favéolos são estruturas fixas que não se expandem ou contraem. E
estão cercados por leitos capilares, onde o sangue recolhe o oxigênio e libera o dióxido de carbono

• Não possuem diafragma


Como os répteis não possuem diafragma a maioria dos quelônios e alguns lagartos possuem
separações membranosas entre os pulmões e outras vísceras celomáticas que são um pouco
análogas ao diafragma dos mamíferos
• Músculos intercostais e axiais
Os músculos intercostais e hipaxiais não apenas ajudam na locomoção, mas também na respiração
e na passagem da presa pelo trato gastrintestinal para ocorer a digestão
• Musculo diagragmático aderido ao fígado e face caudal do púbis – crocodilianos
Músculo diafragmático que está aderido da face caudal do fígado até o osso púbis. E é a contração desse
músculo que movimenta o septo caudalmente, por meio do fígado, e leva os pulmões a inflarem
nos crocodilianos.

ORELHA E AUDIÇÃO

• Tímpano – depressão ou recoberto por dobras de pele


Os crocodilianos são os únicos representantes dentre os répteis que apresentam um ouvido externo. Nas
outras espécies a membrana timpânica é o limite externo do ouvido médio e geralmente situa-se coberta
por uma pele modificada.
• Columela – conexão ao osso quadrado e transmissão à cóclea **** PROVAAAAA****
Existe apenas um osso no ouvido médio sendo este denominado de columela o qual é o precursor
do estribo existente nos mamíferos. A columela encontra-se ligada à membrana timpânica e ao
osso quadrado da mandíbula. Assim as vibrações do ar ou do chão passam da membrana timpânica
para a columela aonde ocorre a movimentação do fluido perilinfático originando assim os impulsos
nervosos.
• Sacos endolinfáticos – homeostase do cálcio – formação do ovo ***PROVAAAAA***
Esses animais apresentam sacos endolinfáticos associados às orelhas médias os quais atuam
como glândulas secretoras de cálcio. Estas glândulas estão envolvidas na manutenção da
homeostase do cálcio, particularmente durante a formação do ovo.

TRATO GASTROINTESTINAL

• Língua Bifurcada – órgão vomeronasal (OLFATIVO) *** PROVAAAAA***


• Projeções de captura – hioide e esterno especializados

A língua possui formas variadas dependendo da espécie, sendo bifurcada nas serpentes e em
alguns lagartos, com uma projeção viscosa em sua ponta nos camaleões, espessa e relativamente
imóvel nos quelônios e presa no espaço intermandibular e imóvel nos crocodilianos.

Sendo o olfato o mais significativo, pois ao ser exposta a língua capta substâncias químicas presentes
no ambiente as quais entram em contato com o órgão de Jacobson (vomeronasal) quando a língua
é retraída.

Lagartos – a língua é móvel e protrável estando ligada ao aparato hióide na sua base.
Nos camaleões a língua é utilizada para a apreensão do alimento, pois sua ponta pegajosa pode ser
projetada rapidamente a mais da metade do comprimento corporal do animal nas presas.
• Glândulas salivares e glândulas salivares modificadas (VENENO).
Répteis apresentam um complexo sistema de glândulas orais secretoras, como a glândula labial,
lingual, palatina, sublingual e mandibular, as quais apresentam pequenas propriedades
enzimáticas e também auxiliam na lubrificação das presas a serem ingeridas. Contudo muitas
serpentes modificaram estas glândulas em glândulas de veneno situadas na maxila e abaixo dos
olhos, para ajudar na imobilização da presa e prevenir possíveis danos à sua delicada cabeça.

SERPENTES PEÇONHENTAS
FOSSA LOREAL (RADIAÇÃO INFRA-VERMELHA)

DENTIÇÃO
Assim como os mamíferos, os répteis também apresentam dentes compostos por esmalte, dentina e
cemento, mas não possuem os ligamentos periodontais
****PROVAAAAAA****
• RINFOTECA – Tartarugas e cágados
Nos quelônios não se observam dentes, mas sim bicos queratinizados (ranfoteca) similares ao bico das
aves.
• ACRODONTE – não há reposição
Os acrodontes são encontrados em alguns lagartos, como os camaleões, e são dentes fundidos à
extremidade afiada da mandíbula e maxila
• TECODONTES – reposição periódica
Os pleurodontes aderem ao periósteo na face medial da mandíbula e do maxilar, sendo vistos nas
serpentes e em alguns lagartos como as iguanas.
• PLEURODONTE – reposição periódica
E os tecodontes são dentes que surgem de alvéolos presentes nos ossos do crânio, sem os ligamentos
periodontais, encontrados apenas nos crocodilianos.
DENTIÇÃO SERPENTE
Existem quatro tipos de dentições nas serpentes: dentição áglifa, opistóglifa, proteróglifa e a
solenóglifa.
- A dentição áglifa ocorre em espécies como jibóia, sucuri, caninana, dormideira entre outras, em que os
dentes do maxilar são aproximadamente do mesmo tamanho, sólidos e não são especializados
para a inoculação de veneno.
- A dentição opistóglifa ocorre, por exemplo, nas espécies de falsas-corais, parelheiras, em que os
dentes do maxilar são aproximadamente do mesmo tamanho, mas possuem um ou mais pares de
dentes maiores, na parte posterior da maxila com sulco por onde ocorre o veneno. Nestes animais
a glândula salivar labial caudal torna-se modificada em uma glândula capsular distinta situando-se atrás
dos olhos e imediatamente acima da boca, sendo denominada de glândula de Duvernoy.
- A dentição proteróglifa ocorre em todas as espécies de corais verdadeiras e apresentam um par
pequeno de dentes sulcados por onde escorre o veneno que está situado na porção anterior da
maxila. Este par de dentes sulcados, ou seja, as presas não se dobram quando a boca do animal está
fechada, permanecendo então sempre na forma ereta.
- A dentição solenóglifa que ocorre nas cascavéis, jararacas, urutus, jararacuçus em que os dentes
pares anteriores são grandes e ocos por onde escorre o veneno. Nestas serpentes as presas são
tão longas que quando a boca está fechada as mesmas permanecem dobradas em sentido caudal em
um revestimento ao longo do teto da boca, em uma área sem dentes, denominada de diastema. A glândula
de veneno nesses animais é grande e está separada das glândulas labiais, situando-se atrás do olho.
ESTÔMAGO
Ph ácido: O estômago varia de tamanho e formato de acordo com as espécies e está envolvido nos
processos de digestão mecânica e química. Possui em seu lúmen o ácido hidroclórico o qual previne a
putrefação, mata presas vivas e age como uma substância digestiva ao descalcificar os ossos da presa.

FÍGADO
• Fígado e vesícula associados
• Bilobulado exceto serpentes
• Presença de melanomacrófagos – função imunológica
• Fígado amarelo durante vitelogênese (difere de lipodose).
O fígado está dividido basicamente em dois lobos, à exceção das serpentes que possuem um único
lobo. O lobo esquerdo quase cobre o estômago e estende-se à direita, dorsal ao ventrículo cardíaco. E o
lobo direito (maior) cobre parte do intestino delgado e uma pequena área do intestino grosso. A vesícula
biliar fica encarcerada dorsalmente no lobo direito do fígado, sendo que o principal pigmento biliar é a
biliverdina, tendo em vista que os répteis perderam a enzima biliverdina redutase a qual produz a
bilirrubina. Uma extensão do lobo esquerdo repousa dorsalmente na curvatura menor do estômago e
este último conecta-se com o fígado através do ligamento gastrohepático (omento menor). Uma
característica histológica do fígado dos répteis é a abundante quantidade de melanomacrófagos
distribuídos randomicamente através do parênquima hepatocelular.

Como não apresentam tecido adiposo subcutaneamente esses animais possuem então corpos
gordurosos (Figura 15) que se situam adjacentes aos rins e às gônadas na parte caudal do celoma. E
são utilizados primariamente para a vitelogênese e a reprodução, porém em casos de escassez de
alimento são utilizados para fornecimento de energia, deixando de lado então a parte reprodutiva.

CLOACA
Presença de cloaca (proctodeu = secreções genitais, urodeu = urina e coprodeu = fezes).

Alguns crocolilianos, serpentes e lagartos não possuem cloaca.


Apenas os quelônios e alguns lagartos apresentam bexiga urinária que se encontra conectada à
cloaca através de uma curta uretra. Nos demais animais existem somente a cloaca que se divide em três
partes: coprodeum, o qual coleta as fezes, urodeum, onde os ureteres e o sistema reprodutor
desembocam, e o proctodeum onde as excretas são armazenadas previamente antes da excreção
(Barten, 1996; O’Malley, 2005). Tanto a bexiga bem como a cloaca apresenta funções de reserva e
reabsorção de líquido em casos de escassez de água, por exemplo (Cubas & Baptistotte, 2006)

RINS
Em crocodilianos, nas tartarugas e na maioria dos lagartos os rins são estruturas retangulares com uma
superfície lisa localizados na região caudal da cavidade celomática. No caso das serpentes os rins são
lobulados, parecendo macroscopicamente uma pilha de moedas enfileiradas

• Ureter desemboca no urodeu


Apenas quelônios e alguns lagartos possuem uma bexiga urinária a qual está conectada à cloaca por
uma curta uretra. Assim o fluxo de urina corre dos ureteres até a face dorsolateral do urodeu na cloaca e
segue até a bexiga.
• Não apresenta pelve distinta e Não possuem alça de Henle
Os rins são metanéfricos, não apresentam a pelve nem a pirâmide renal. E as alças de Henle também
estão ausentes, o que conseqüentemente promove aos répteis a incapacidade de concentrar a urina
além de seus valores osmóticos do plasma sanguíneo. Assim o néfron reptiliano consiste em um
glomérulo, um longo e espesso túbulo contornado proximal, um curto e fino segmento intermediário e
um curto túbulo distal
• Secreção de ácido úrico em répteis terrestres / Amônia e/ou ureia em répteis aquáticos

Os répteis aquáticos excretam amônia e uréia e uma parte pequena de ácido úrico, tendo em vista que a
perda de água não é algo crítico. Em contrapartida as espécies terrestres, como necessitam conservar a
água, excretam ácido úrico, o qual se precipita em forma de solução na bexiga ou na cloaca para se
tornar um urato pastoso esbranquiçado.
A vantagem do ácido úrico é a de que, sendo insolúvel, pode ser excretado com uma mínima perda de
água, tendo em vista que não é filtrado. A desvantagem, entretanto é que diferente dos mamíferos os
répteis excretam o ácido úrico através de seus túbulos renais, assim em casos de desidratação não há
cessamento da excreção de ácido úrico

SISTEMA PORTA-RENAL
• Veias porta-renais
- surgem das veias caudais e membros pélvicos – conduzem ao leito capilar que perdunde os
túbulos renais mas desviam dos glomérulos diminuindo a produção de urina.
O rim dos répteis possui dois suprimentos sanguíneos aferentes consistindo nas artérias renais e na
veia porta renal, a qual surge próximo à confluência das veias epigástricas e ilíacas externas. Esta veia
não passa pelo glomérulo renal e entra nos rins ao nível do túbulo renal, aonde desempenha um papel
na secreção dos uratos. O sistema porta renal pode desempenhar uma função também na conservação
da água, porque quando a taxa de filtração glomerular diminui durante a desidratação este sistema irá
manter a perfusão nos túbulos renais para prevenir necrose.
Como esses animais que possuem tal sistema não conseguem produzir uma urina hipertônica
(concentrada) porque não apresentam Alça de Henle no rim, então durante os períodos de desidratação,
na intenção de diminuir a perda de água, a taxa de filtração glomerular é reduzida através da ação da
vasopressina argenina que causa constrição das arteríolas aferentes aos glomérulos. E devido à
existência do sistema porta renal o suprimento de sangue para a perfusão nas células dos túbulos
renais continua ocorrendo, prevenindo-as da necrose isquêmica. Dependendo da necessidade do
balanço hídrico do organismo animal o sangue pode ser conduzido para os rins ou dele desviado.

SISTEMA REPRODUTOR

• Ovários pareados/ ovidutos


As fêmeas possuem duas vaginas ligadas a ovidutos longos e dois ovários que estão localizados de
forma assimétrica entre a tríade pancreática e os rins. O ovário direito é geralmente maior e mais cranial
do que o esquerdo. O ovário esquerdo pode estar com tamanho reduzido ou sem desenvolvimento em
algumas espécies.
As fêmeas em algumas espécies podem reter esperma em seus ovidutos e desta forma podem fertilizar
com sucesso duas ou mais ninhadas geralmente após diversos anos da copulação com o macho
• Ovíparos
- temperatura 29 a 31
Alta = machoa ; baixa fêmeas – oposto nos quelônios ***PROVAAA***
- umidade 80%
- 1 a 3 meses
• Vivíparos – 4 a 11 meses
Os répteis podem ser ovíparos ou vivíparos.
A temperatura atua na produção de enzimas responsáveis pela diferenciação das gônadas, por isso ela
é tão importante no dimorfismo sexual desses animais. Variações de 2oC a 4oC podem determinar se as
gônadas do embrião se diferenciarão em gônadas masculinas ou gônadas femininas. espécies de
tartarugas que têm seus ovos incubados em baixas temperaturas produzem tartarugas machos, enquanto
que em altas temperaturas há a produção de tartarugas fêmeas. Com relação aos lagartos e crocodilianos,
as baixas temperaturas geram fêmeas, enquanto que altas temperaturas geram machos. Nas outras
espécies de répteis, altas e baixas temperaturas de incubação geram filhotes fêmeas, enquanto que
temperaturas intermediárias geram machos.
DIMORFISMO SEXUAL

Há espécies que não apresentam dimorfirmo sexual.


O dimorfismo sexual costuma ser evidente em algumas espécies adultas, tais como em jabutis em
que o macho possui uma concavidade no plastrão justamente para encaixar na fêmea durante a cópula
(Figura 96). E em tigres-d’água (Trachemys sp.) machos observa-se unhas maiores nos membros
torácicos, cauda mais comprida e localização da cloaca mais distal

SISTEMA NERVOSO
• Lisencéfalo – sem giros ou sulcos
O sistema nervoso central dos répteis possui um cérebro (encéfalo) lisencéfalo, ou seja, não possui giros
ou sulcos na superfície.
• Pia acarcnoide (vascularizada) e dura mater.
• Não possuem cauda equina.

Diferente dos mamíferos a medula espinhal se estende até a ponta da cauda e assim não existe
cauda eqüina. Os répteis não possuem um espaço subaracnóide verdadeiro, assim o espaço entre a
dura-máter (mais externa) e a camada pia-aracnóide (vascularizada - mais interna) é denominado
de espaço subdural.

CRÂNIO:
Sem aberturas temporais – quelônios
Os quelônios estão classificados na classe Reptilia, subclasse Anapsida (sem aberturas temporais).
Já as tuataras, os crocodilianos, os lagartos e as serpentes pertencem todos à subclasse Diapsida (com
aberturas temporais).
...

ADAPTAÇÕES ****PROVAAAAA****
Osso quadrado que faz conexão com osso temporal x mandíbula – proporciona abertura
considerável para alimentação (presa – ingestão).
A mandíbula aumenta mais ainda seu tamanho durante a abertura da boca devido a uma condição
denominada de ESTREPTOSTILIA. Isso é devido ao fato do osso quadrado não possuir uma firme
conexão entre as mandíbulas e o crânio, devido à ausência do arco temporal, possibilitando assim
movimentos para frente e para trás da mandíbula. A principal vantagem deste fato é a de fornecer aos
músculos adutores, os quais estão próximos à mandíbula, um melhor benefício mecânico quando os
animais mordem.

Estrutura óssea de crânio de um exemplar da Classe Reptilia. A marcação em vermelho à esquerda destaca o osso quadrado
que articula mandíbula e maxila nesses animais. E marcação em vermelho à direita demarca o único forame occipital presente
no crânio de todos os répteis

ESQUELETO AXIAL
- flexibilidade
- único côndilo occipital – *****PROVAAAA*****maior flexibilidade – menor firmeza (risco de
deslocamento de vértebra – evitar pegar pela cabeça – mais sensível no sentido de manipulação).
• uma das técnicas antigas de contenção era suspender pela cabeça – livros antigos – não mais
indicado devido a sensibilidade pela existência de um único côndilo.
Os répteis possuem apenas um côndilo occipital que se articula com o atlas, permitindo assim um
aumento da mobilidade da cabeça na coluna, mas também tornando essa região frágil quando de
contenções físicas. E diferente dos anfíbios os répteis apresentam um pescoço bem desenvolvido, o
qual lhes permite explorar o ambiente.

VÉRTEBRAS
Em relação ao esqueleto – vai depender de espécie para espécie – EX: Jibóia – em torno de 200 vértebras.

Quelônios – tartatura - Casco está acima do escudo ósseo – são as vértebras que se ligam ao
casco. ***IMPORTANTE***
• Nas tartarugas marinhas – é possível fazer necrópsia com bisturi – casco não são fusionados
– marinho – ligado somente por tecido conectivo.
• Terrestres ou semi aquático precisa cortar o osso – pois há junção das vértebras com o
blastão – precisa serrar.
Com exceção dos quelônios os répteis possuem uma coluna vertebral extremamente flexível devido ao
fato de suas vértebras não serem necessárias na sustentação de muito peso, já que a maioria dos animais
passa a maior parte do tempo com o ventre em contato com o solo.

Ao contrário do que se observa nos mamíferos não é possível dividir as regiões vertebrais dos répteis
em cervical, torácica, lombar, sacral e caudal. Em vez disso, utilizam-se os termos pré-sacral, sacral
e pós-sacral para fazer referência às regiões vertebrais desses animais.

Existem 18 vértebras pré-sacrais nos quelônios, sendo que destas 8 são cervicais e 10 torácicas. Cada
vértebra no tronco possui ligações às costelas as quais estão fusionadas com as placas ósseas
dermais. E em contraste com estas vértebras do tronco, as vértebras cervicais e caudais estão soltas.

Pleurodira – guarda a cabeça lateralizando (semi terrestres). ex: cágado


Criptodira – guarda a cabeça para trás (retrai) = ex: jabuti.
- isso também é adaptação = importante saber para contenção do animal.

Tartaruga marinhas = não conseguem esconder de fato a cabeça – não entra nessa classificação.
As oito vértebras cervicais permitem ao animal dobrar seu pescoço tanto lateralmente (subordem
Pleurodira) quanto dentro do casco (subordem Cryptodira).
PLEURODIRA CRIPTODIRA

MOVIMENTO DAS SERPENTES


Movimentação das serpentes:
- importante conhecer para manejo.
A – Concertina
B – Ondulação lateral (ambientes de vegetação)
C – Espiralado lateral (regiões mais secas).
D – Retilíneo (pesadas – sucuri/jibóias).
Retilíneo, que é em linha reta; da ondulação lateral, que é o clássico deslizar da cobra; do movimento
espiralado lateral, utilizado para locomoção pela areia; e da locomoção concertina, o movimento de
escalada semelhante a uma sanfona.
CONTENÇÃO, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS E COLETA DE MATERIAL

Segurança = imprescindível
Materiais Necessários = luta e fuga – imprescindível material adequado para contenção.
A contenção é o momento de maior estresse na vida de um animal silvestre podendo acarretar
reações potencialmente fatais.
Desta forma antes da contenção propriamente dita deverá ser identificada qual ou quais as
defesas do animal, para se reduzir assim o risco de injúrias ao operador, identificar também o
comportamento, o hábito e o grau de vulnerabilidade ao estresse do animal. E associado a isso
tudo o operador necessitará de um pleno domínio do uso das técnicas e equipamentos a serem
empregados e um planejamento criterioso da manobra de contenção, priorizando sua rapidez e
eficiência.
Protocolo de emergências = fuga, antídoto (soro antiofídico), etc. Áreas rurais são mais comuns
encontrar soro antiofídico; áreas urbanas é mais difícil.
- recomendação é suspender o membro (reduzir o fluxo sanguíneo) atingido e ficar mais quieto e
tranquilo possível para reduzir a possibilidade de espalhar de forma mais célere o veneno.
- muito importante treinamento para a captura desses animais.

CROCODILOS/JACARÉS
Os crocodilianos o uso muitas vezes de cambão, cordas, redes se fazem necessários devido
à agressividade e força do animal. Após efetuação desse processo é colocado um pano úmido sobre
os olhos do animal para que assim ele se acalme e não consiga fixar o olhar num alvo. Pressiona-
se então a cabeça contra o solo por trás para que a boca fique fechada e então é passado ao redor
da mesma bandagens ou fitas adesivas impedindo que o animal abra a cavidade oral, e por fim
cordas são amarradas ao redor dos membros torácicos e pélvicos para impedir a rotação do
animal. Tomando sempre cuidado com a cauda que é muito forte e poderá ocasionar graves lesões se
for negligenciada no momento da contenção..

Ex: jacaré – cambão, laço – se feito de forma incorreta – como o animal faz movimento de rotação sobre
o próprio eixo – pode lesioná-lo na região do pescoço – região mais frágil.
Há formas de contenção mais adequada para cada tipo de animal – ex: jacaré (slide) – pessoa por cima
do animal e controle da boca – evita movimento de rotação – pessoa atrás controle da cauda.
Pressão sobre o olho com cajado – leva a bradicardia = tranquilizá-lo.
Primeiro contato laçá-lo e tirar o aporte visual – retirar da água.
Imagem – laço pegando pescoço e axila – evita o movimento de rotação, pois está preso pelo braço =
forma mais adequada de fazer a contenção.

SERPENTES
No caso das serpentes poderão ser utilizados ganchos especiais, luvas de couro, tubos acrílicos
transparentes de diferentes diâmetros e comprimentos conforme o porte do animal, sacos de pano
para pesagem e o laço de Lutz. Nunca se deve trabalhar sozinho ao manejar as serpentes sempre
requisitando outra pessoa para auxílio. Pode-se apoiar com o gancho em uma área imediatamente
após a cabeça do animal pressionando-a contra o chão para então se aproximar com as mãos e
pegar na cabeça, e com a outra mão deve-se sustentar o corpo sempre o mais esticado possível
para evitar que o mesmo se enrole no braço. Nunca segurar a serpente apenas pela cabeça devido
à existência de apenas um côndilo no osso occipital, como já mencionado

Animal peçonheito travar com os dedos; animal não peçonhento fechar a mão.
- sugestão – tratar todos como se fossem peçonhentos.

Equipamento muito utilizado - caixa e uso do gancho (inclusive para retirar a tampa da caixa) – com ele
vc trava o animal na região do pescoço e, somente com segurança, utiliza as mãos para segurá-lo com
os dedos.

FIGURA 06: Contenção física de cascavel (Crotalus durissus) utilizando gancho apropriado para imobilizar a região
posterior da cabeça do animal.

FIGURA 07: Contenção física de cascavel (Crotalus durissus) utilizando tubo acrílico transparente.

FIGURA 08: Contenção física de cascavel (Crotalus durissus) utilizando o laço de Lutz para imobilizar a cabeça do
animal.

LAGARTOS
Os lagartos quando de pequeno porte poderão ser manipulados com luvas de procedimento ou para
uma maior proteção com luvas de couro, lembrando que ao mesmo tempo em que elas amenizam no
caso de mordidas as mesmas retiram um pouco da sensibilidade do manipulador. Como esses animais
apresentam dentição bem desenvolvida e forte musculatura mandibular a contenção visa
inicialmente segurar a cabeça e também a mandíbula, lembrando que nunca se deve segurar apenas
pela cabeça, pois o animal poderá realizar movimentos bruscos acarretando na ruptura da medula,
já que tais animais apresentam apenas um côndilo occipital. Depois de imobilizar a cabeça com os
dedos polegar e indicador, dependendo do porte do animal, o tórax poderá ser envolvido com o
restante da mão. Os membros torácicos (anteriores) deverão ser virados para trás lateralmente
rentes ao corpo. E com a outra mão do manipulador os membros pélvicos (posteriores) são fixados
e da mesma forma são virados para trás paralelos ao corpo. Conforme o maior porte do animal a
cauda poderá representar um perigo devido à sua grande força muscular, assim sendo faz-se
necessário a intervenção de outra pessoa para imobilizá-la, nunca segurando somente pela cauda,
pois esta poderá se romper
Pressão nos olhos tem bom resultado para bradicardia = acalmar o animal para medicar, etc.
Principais recomendações para contenção dos lagartos = CAUDA
- teiú não faz.
São animais extremamente agressivos = muito cuidado – mordida muito forte.
- perdem a cauda para distrair o predador.
Segurar pela cabeça na parte de trás, pelas costas.

TESTUDINOS/QUELÔNIOS
Para os quelônios o uso de luvas de procedimento dependendo do tamanho do animal já é o
suficiente para evitar contaminação, para os maiores poderá ser utilizado caixas que servirão também
para a pesagem do mesmo. Efetuando-se a contenção pela porção caudal ou lateral da carapaça,
pois estes animais podem morder e arranhar com as unhas.

Algumas espécies de tartaruga/cágados não possui manipulação simples.

Técnica do copo/pote/balde na região ventral de forma que não consiga bater os membros – muito
utilizado para fazer imagem radiográfica pois os membros e a cabeça ficam expostos **** PROVAAA***

CONSIDERAÇÕES SOBRE ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAÇÕES

• Volume infundido: evitar grandes volumes – pode levar a necrose tecidual.


• Enrofloxacina – há diversos medicamentos = a enro é um grande “vilão” devido ao potencial
citotóxico que tem = pode levar a lesão tecidual – ATENÇÃO.
• Agulha e seringa utilizados
• Temperatura

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Os medicamentos podem ser administrados por via oral, intravenosa, subcutânea, intramuscular,
intracelomática ou intraóssea
Via intramuscular
Para a via intramuscular poderão ser utilizados os músculos dos membros pélvicos dos animais para
pequenos volumes, e os músculos peitorais para grandes volumes.
Via intracelomática:
A via intracelomática é realizada administrando os medicamentos na parte posterior ventral do animal, por
exemplo, no caso de lagartos faz-se a injeção no quadrante lateral direito caudal. Sempre aspirando
gentilmente a seringa quando injetada no local com o intuito de descartar eventuais perfurações de órgãos.
Para os quelônios as injeções intracelomáticas são realizadas na área de junção entre pele e casco,
imediatamente cranial aos membros pélvicos

Intra Celomática – Silhueta hepática dos répteis – órgãos normalmente estão do lado direito.

FIGURA 12: Administração de medicamento utilizando a via intracelomática em um exemplar da Ordem


Chelonia.
Via Subcutânea:
Na pele dos quelônios tem bastante acesso na região do pescoço... subcutânea.

VIA INTRAÓSSEA (IMAGEM JACARÉ).


Para a via intraóssea poderão ser utilizados os acessos em tíbia proximal, úmero e fêmur, com prévia
assepsia e anestesia do local a ser canulado.
- acesso visando aqueles casos que não é possível ter acesso venoso (desidratação elevada).

***IMPORTANTE***
OBSERVAÇÃO DE AULA: Réptil faz absorção de líquido via cloaca – bandeja com água – auxilia na
hidratação sistêmica e das fezes.
- sempre utilizada em todos os casos.
- muito cuidado com os animais aquáticos – quantidade de água somente para cloaca, pois se estiver
submerso pode não ter força para levantar a cabeça para respirar.
Via oral – sonda:
- cuidado = dentes nas serpentes/lagartos – quelônios não possuem, porém tem uma estrutura muito
forte.
- jabuti costuma utilizar seringa (resistente) para passar a sonda no meio.
- medicação – fluidoterapia – alimentação – etc.

Cuidado com animais marinhos – para não deglutir e fazer falsa via
ABRE BOCA – alguns animais precisa ser utilizado por segurança.
Via Tópica
- pele queratinizada (reduz absorção do medicamento).
- lesão aberta é possível.
Nebulização – muito utilizado ***IMPORTANTE***
- nebulizador ultrassonico – microgotícula de água – muito melhor absorvido pelo alvéolos
pulmonares - (repteis não há muito problema) – aves é fundamental – não deixa o animal enxarcado –
micropartículas de água são absorvidas.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A COLETA DE MATERIAIS

- higiene: Ex: jabuti é vetor de salmonela – a seringa pode ser um carreador desses MO podendo
causar prejuízos para o animal e para os humanos.
- volume a ser coletado: é limitado pela contenção – risco e dor para o animal.
- material para acondicionamento: não é utilizado EDTA em répteis, pois causa alterações nas
hemácias - preferencialmente é utilizada a heparina (tubo verde). Deve-se verificar com o laboratório que
irá processar a amostra.
Serpentes→ Veias Jugulares, caudal (coccígea) ventral (FIGURA 09), periorbitais, pterigo-palatinas,
intervertebral dorsal, cardiocentese (somente para grandes serpentes).

FIGURA 09: Colheita de sangue a partir da Veia Caudal Ventral em Exemplar da Ordem Ophidia .
Quelônios→ Veias Jugulares (FIGURA 10), seios pós-occipitais (supravertebrais), caudal (coccígea)
dorsal, subcarapacial.

FIGURA 10: Colheita de sangue da Veia Jugular Direita em jabuti.


Lagartos →Veias caudal (coccígea) ventral, abdominal ventral, Jugular.
Crocodilianos →Veia caudal (coccígea) ventral, seios pós-occipitais (supravertebrais) (FIGURA 11).

FIGURA 11: Colheita de sangue a partir do seio pós-occipital em exemplar da Ordem Crocodylia.

TIGRES DÁGUA - OBSERVAÇÕES


TIGRE DÁGUA – tem nativo e exótico
- nativo – orelha amrela
- exótico – orelha vermelha

Parentes próximos – conseguem se reproduzir – descendentes inférteis = foi proibido o comércio


Brasileira marca dos centros para as bordas
Americanas bolas não se encontram no dorso.

EXEMPLOS DE LOCAIS DE COLETAS EM RÉPTEIS


Coleta de sangue – divisão do casco – coluna vertebral – é possível coleta na veia subcarapacial – lugar
muito bom para coleta em quelones até 20 cm (agulha precisa ser angulada a 45º - furar para cima na
carapaça).

Colheitas de sangue
- veia caudal – depende do tamanho do animal – animais muito pequenos é dificultado.
- Seio supra vertebral (cabaça/percoço) – plexo venoso – há vasos linfáticos – pode contaminar com
linfa (não tem muita utilização)

- Seio occiptal (seringa heparinizada) – região occipital – “quebrada no pescoço” – agulha a 90º - na
ponta do osso occiptal- PREFERENCIA DO PROFESSOR – há possibilidade de contaminação com linfa
***IMPORTANTE***.
Serpentes – veia caudal (infra-verbebral). – agulha em torno de 90 graus.

Fluido íntra-cloacal – pode fazer, mas normalmente faz associação – manter em ambiente com
água – hidrata naturalmente – e utiliza outros acessos – tanto em repteis quanto anfíbios
***IMPORTANTE***

Fluido sub-cutaneo – cuidado com volume de fluido – espaço – pode levar a isquemia e a necrose
***IMPORTANTE***
- pode alternar locais e pouco volume
- serpentes – cuidado para não entrar na cavidade em aplicação de medicação subcutânea.

Veia palatina – em animais menores – cuidado para não machucar – causar estomatite.

Acesso intracardiaco - é possível utilizar luz nos animais com escamas brancas/transparentes –
dentro das câmaras – não há acesso a vasos.

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