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A formação da imagem e seus artefatos nos exames

ultrassonográficos
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Introdução
O ultrassom possui características distintas, tais como a ausência de radiação ionizante, sua
natureza não invasiva ou minimamente invasiva, a ausência de efeitos contratados em sua
aplicação médica e a capacidade de gerar imagens dinâmicas em tempo real, o que permite o
estudo do movimento de vários estruturas do corpo. As aplicações diagnósticas do ultrassom
são fundamentadas na detecção e na demonstração da energia acústica refletida pelas
interfaces encontradas no interior do corpo.

Entretanto, é importante observar que muitos artefatos na imagem podem ser induzidos por
erros na técnica de escaneamento ou pelo uso inadequado do equipamento. Esses artigos
podem sugerir erroneamente a presença de estruturas que na realidade não estão presentes,
levando a diagnósticos incorretos, ou podem obscurecer estruturas ou descobertas
importantes. Os artefatos mais comuns incluem sombra acústica, artefato em espelho, de
reverberação e reforço acústico posterior. E também é observado o artefato de doppler.

Artefatos específicos, é de grande importância lembrar as suposições feitas durante a


ultrassonografia.

• As ondas sonoras trafegam em linha reta.

• Os ecos são originários apenas de objetos localizados no eixo do feixe.

• Os ecos voltam para o transdutor depois de uma única reflexão.

• A velocidade do som no tecido é constante.

• A amplitude dos ecos de retorno é diretamente relacionada às propriedades de reflexão e


dispersão de objetos distantes.

• A distância e/ou a profundidade até o objeto de reflexão ou dispersão são proporcionais ao


tempo do trajeto de ida e volta da onda sonora.

• A energia de uma onda sonora é atenuada de maneira uniforme.

Métodos dos artefatos


As sombras acústicas são áreas de menor ecogenicidade que se encontram distais das
estruturas altamente refletivas. Isso é uma característica comum em lesões que refletem
fortemente os sinais. A presença dessas sombras acústicas pode ser útil para dúvidas
diagnósticas. Isso é ocorre quando há uma reflexão total, redução significativa ou até mesmo
bloqueio na transmissão do feixe, resultando na formação de uma área escura posterior à
interface acústica.
Figura 1 : Ultrassonografia de um cálculo na bexiga demostrando a área de sombra acústica

Este artefato o reforço acústico posterior (também conhecido como transmissão sem
interrupção) é provocado pela vesícula biliar. Deve-se considerar que ele representa um
aumento localizado da amplitude do eco que ocorre distal após uma estrutura de baixa
atenuação. Em um exame ultrassonográfica, o reforço se manifesta como uma área de maior
brilho.

Figura 2:reforço acústico é a região de maior ecogenicidade além das estruturas de baixa atenuação. Nessa
imagem sonográfica à e, a bile na vesícula biliar (estrutura circular preta) não tem as ondas sonoras tanto
quanto uma quantidade equivalente de tecido hepático. Isto cria o reforço acústico (área brilhante distal à
vesícula biliar). A área triangular preta no aspecto direito da região do reforço acústico é um artefato de
sombreamento de borda
Os artefatos de reverberação, também conhecido como produção de ecos falsos, acontecem
quando ondas refletem multipla vezes entre dois refletores robustos , manifestando como
vários focos hiperecogenicos em intervalos uniformes. Um exemplo desse artefato são os ecos
internos gerados por segmentos intestinais mais próximo a superfície e preenchidos por gás.

Figura 3: Ultrassonografia da alça intestinal (com gás), formando as linhas hiperecogênicas, com o som
rebatendo até perder a velocidade

O artefato em espelho, que exibe características diversas, surge pelas interfaces acústicas
curvas com alta capacidade de reflexão. Nesse caso, o feixe de ultrassom percorre o caminho
inverso, criando uma trajetória direta e a imagem em espelho surge distalmente à interface
acústica curva. Ele é produzido quando os ecos são refletidos múltiplas vezes entre duas
estruturas refletoras. Esse tipo de artefato também pode induzir interpretação equivocadas
sobre a localização das estruturas e órgãos, já que , ao interagir com feixe e a interface
refletora, o feixe pode ser redirecionado para o transdutor, resultando em uma apresentação
na imagem seja mais profunda do que a real.

Este artefato é mais frequente observado no fígado, onde a interface diafragma e o pulmão
exibe uma alta capacidade refletora. A aparente duplicação da vesícula biliar pode ser usada
para descrever esse artefato.

Figura 4 : Ultrassonografia de um fígado mais superficial (A), com o transdutor (B) entendendo que existe outro
fígado mais profundo no abdômen do animal
Figura 4: representa o trajeto de propagação da onda sonora (setas brancas). Quando o equipamento de ultrassom
não percebe que a onda sonora modificou de sentido durante sua propagação, assume que há outra vesícula (VBa)
abaixo da interface pulmão/diafragma.

Já o artefato em cauda de cometa pode ser descrito como um tipo de artefato de


reverberação aparecendo como bandas estreitas e hiperecogênicas, em um padrão cônico
triangular.e afunilado. Nesse padrão ,os ecos consecutivos estão tão próximos que não são
vistos como ecos separados . esse fenômeno pode ser observados tanto na frente e atrás de
uma bolha de gás ou um pequeno objeto metálico, como pequenos projéteis de chumbo.

Os artefatos de ring-down ocorre quando o ultrassom reverbera no fluido aprisionado dentro


de um conjunto de bolhas de ar em formato de tetraedro.

Figura 6: ultrossonografia do estomago é presentes vários artefatos hiperecoicos em cauda de cometa são
vistos no campo próximo devido à interface gás/parede do estômago.
Os lobos laterais e as difrações lobulares são feixes sonoros secundários que se propagam
em uma direção distintas do feixe sonoro primário

Os lobos laterais são gerados de vibrações extras do cristal piezelétrico, e estão associados a
todos os transdutores

Por outro lado as difrações lobulares são emitidas pelos transdutores matriciais. Em ambos
os casos, estes feixes causam um erro no posicionamento do eco de retorno

Tanto os lobos laterais quanto as difrações lobulares possuem uma menor intensidade em
comparação ao feixe sonoro primário. Estes artefatos devem encontrar uma superfície
altamente refletora e ter intensidade suficiente para que sejam percebidos.

Figura 7 :O abaixador de língua é a estrutura linear brilhante mais próxima ao lado inferior esquerdo da
imagem (a). Os artefatos de difração lobular (b) estão entre o transdutor (porção superior à direita) e o
abaixador de língua. O esquema à direita mostra a difração emitida por determinados elementos do transdutor
linear e sua interação com o abaixador de língua (a) para criar o artefato (b). As linhas pontilhadas e em ângulo
mostram o trajeto real percorrido pela difração e as linhas pontilhadas verticais ilustram onde o equipamento
de ultrassonografia coloca a imagem

O artefato do sombreamento de borda(lateral) por refração ocorre quando ondas sonoras


mudam de direção se inclinando para encontrar uma superfície curva .O som é refletido ou
desviado não retorna ao transdutor. Resultando em uma região um sombreamento acústico
lateral. O artefato de sombreamento de borda é frequentemente encontrado em imagens de
rins, da bexiga ou da vesícula biliar. Este artefato pode ser eliminado com a composição
espacial.(figura 8)
Figura 8 :Ultrassonografia mostrando a vesícula biliar com sombreamento lateral acústico

A refração ocorre quando a onda sonora atravessa tecidos com diferentes impedâncias
acústicas. Resultando na curvatura da onda ao adentrar em um novo meio. Esta curvatura
pode levar a uma representação incorreta da localização do órgão, muitas vezes deslocando-o
de sua posição real . Os artefatos de refração podem provocar erros em mensurações, já que
os órgãos podem parecer maiores do que o normal

Esspesura do corte são comumente vistos na bexiga e na vesícula biliar. Um feixe sonoro
primário, tridimensional, possui uma espessura. Essa espessura de corte simula a presença
de sedimento no lume da bexiga e vesícula biliar (pseudosedimento). Ao examinar a periferia
da bexiga, parte da espessura do feixe primário atinge a parede vesical enquanto outra atinge
a urina anecoica. O computador calcula uma média destas duas partes e cria um artefato de
pseudossedimento.Ao examinar a bexiga a partir de um ângulo ligeiramente diferente pode
eliminar esse artefato.

Figura 9 :ultrassonográfica de bexiga com demonstração de uma região mais hiperecogênica


Artefato de doppler chamado efeito Doppler é um princípio físico que envolve a alteração da
freqüência das ondas sonoras,refletidas quando o objeto (ou corpo) em movimentos se
aproxima ou afasta de uma fonte de onda sonora. Se o transdutor do equipamento detectar o
movimento de um objeto analisado, podemos esperar uma mudança na frequência das ondas
incidente sobre o objeto, isso resulta em aumento na resposta quando ambos se aproximam e
redução quando se afastam.

Figura 10: Imagem duplex Doppler evidenciando feixe ultra-sônico transmitido (ft) e um volume de amostragem dentro
de um vaso sanguíneo; a = ângulo Doppler ; AC 35 = ângulo do cursor Doppler em 35º. Abaixo, nota-se traçado de
Doppler espectral mostrando a variação de velocidade no eixo vertical e o tempo no eixo horizontal; PS = velocidade
de pico sistólico máxima; ED = velocidade diastólica final mínima.

Conclusão
Os artefatos ultrassonográficos na medicina veterinária desempenham um papel crucial na
avaliação e diagnóstico de condições de saúde em animais. Ao longo do tempo, avanços
tecnológicos têm aprimorado a precisão e a capacidade de detecção desses dispositivos,
tornando-os ferramentas indispensáveis para profissionais veterinários. No entanto, é
importante lembrar que a interpretação das imagens ultrassonográficas requer habilidade e
experiência, e o reconhecimento dos artefatos é essencial para evitar diagnósticos errôneos.
Em última análise, os artefatos ultrassonográficos têm transformado a prática da medicina
veterinária, permitindo um diagnóstico mais rápido e preciso, e consequentemente,
promovendo o bem-estar e a saúde dos animais.
Referências
JOICE L. S. LIMA1, A. A. E. A. C. S. Reprodução e estudo de artefatos no
ultrassom. file:///C:/Users/USUARIO/Downloads/274-Texto%20do%20artigo-1042-1051-10-
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THRALL, D. E. Diagnostico de Radiologia Veterinaria. 7. ed. [s.l.] Elsevier Editora Ltda,


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CIBELE FIGUEIRA CARVALHO,MARIA CRISTINA CHAMMASII, GIOVANNI GUIDO CERRIII.


Princípios físicos do Doppler em ultra-
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