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ONDAS – 07/02/24

O que é a biofísica?

A biofísica estuda os fenômenos físico-biológicos que envolvem os organismos vivos interferindo


em seus comportamentos. A abordagem macroscópica e microscópica é utilizada por essa
ciência.

Ao associar o conhecimento subsidiado pela biofísica com a anatomia e a fisiologia, entendemos


como a biofísica é importante para compreensão de processos biológicos e da melhoria de
técnicas que envolvem exames de imagem.

Ondas são fenômenos que se propagam no tempo e no espaço transportando energia, sem
transportar matéria. São geradas por algum tipo de estímulo, que pode ou não ser periódico, isto
é, pode ou não se repetir com regularidade.
São exemplos: ondas eletromagnéticas (luz visível, radiação infravermelha, raios ultravioletas,
ondas de rádio), sonoras (vibrações e terremotos).
Tipos de ondas
De acordo com sua natureza (forma de energia de que são feitas), as ondas apresentam três
subdivisões: ondas eletromagnéticas, gravitacionais e ondas mecânicas.
Ondas eletromagnéticas: São vibrações produzidas por variações em campos elétricos e
magnéticos que não necessitam de um meio para se propagar. Ex: luz visível, micro-ondas, raios
gama, raios X, etc.
Ondas gravitacionais: São ondas de gravidade, que podem ser observadas quando dois ou
mais corpos extremamente massivos colidem-se. Apesar de terem sido previstas há muito tempo,
só puderam ser observadas recentemente: na ocasião, dois buracos negros colidiram-se,
gerando ondas gravitacionais detectáveis na Terra. Essas ondas não necessitam de um meio
para se propagarem e propagam-se com a velocidade da luz no vácuo.
Ondas mecânicas: São vibrações que precisam de um meio físico para se propagar. São
produzidas por estímulos mecânicos, como colisões entre corpos envoltos em qualquer meio,
como ar, água, metais, etc. As ondas mecânicas são vibrações capazes de se propagarem em
meios elásticos (que oferecem pouca perda de energia), como o som e todas as demais formas
de vibrações.

Direção de propagação das ondas


As ondas podem ser classificadas de acordo com as direções em que se propagam no espaço.
De acordo com essa classificação, há três subdivisões: ondas unidimensionais,
bidimensionais e tridimensionais.
Ondas Unidimensionais: podem propagar-se somente em uma direção do espaço. Como
exemplo, podemos citar a onda de energia potencial elástica, que se forma quando uma mola
esticada é solta.
Ondas Bidimensionais: propagam-se em duas direções simultâneas. Por exemplo: quando uma
pedra cai em um lago de águas calmas, formam-se ondas bidimensionais que deslocam-se pela
superfície do lago.
Ondas Tridimensionais: conseguem propagar-se nas três direções do espaço simultaneamente.
Por exemplo: o som e a luz.

Direção de vibração das ondas


Existem duas possibilidades de classificação relacionadas à direção de vibração das ondas:
ondas longitudinais e ondas transversais.
Ondas longitudinais: propagam-se na mesma direção que o estímulo que as produz. Por
exemplo: para produzirmos um som, a passagem do ar faz as cordas vocais vibrarem para frente
e para trás, produzindo regiões de compressão e rarefação do ar. Essas regiões deslocam-se na
mesma direção da vibração das cordas vocais.

Ondas transversais: propagam-se em direções perpendiculares às do estímulo responsável por


produzi-las. Por exemplo: ao balançarmos uma corda para cima e para baixo, a onda que é
produzida desloca-se para frente, na direção horizontal.
ONDAS SONORAS
O ouvido humano não consegue captar todas as frequências a que está exposto, mas existe um
intervalo de frequências audível para os seres humanos, que varia aproximadamente de, no
mínimo, 20 Hz a, no máximo, 20.000 Hz. Sons abaixo do mínimo percebido pelo sistema de
audição humano são denominados de infrassons. Já os sons acima do máximo de captação são
chamados de ultrassons. A tabela abaixo mostra os valores do espectro das ondas sonoras,
indicando os intervalos de frequência para diferentes animais. Repare que sons que, por
exemplo, são audíveis para os cães são considerados ultrassons para os humanos, isso porque
estão além da capacidade de audição humana.

Existem aplicações tecnológicas para os sons que não somos capazes de ouvir. Uma delas é o
diagnóstico por imagens feito a partir de ultrassons, os chamados exames de ultrassonografia.
Nesse tipo de exame, ondas de alta frequência são direcionadas para órgãos ou fetos a serem
analisados e, a partir da reflexão dessas ondas, um computador gera imagens. Os sonares,
utilizados por submarinos, têm funcionamento semelhante ao do aparelho de ultrassom e
mostram a distância e as dimensões de obstáculos à frente do submarino.

As ondas sonoras podem sofrer os fenômenos ondulatórios da reflexão, refração, difração,


transmissão e absorção.
A reflexão ocorre quando uma onda encontra um obstáculo que possui coeficiente de absorção
próximo ou igual a zero, e assim é refletida retornando ao meio por onde veio. Um exemplo de
reflexão é o eco, que se caracteriza pela distinção entre o som produzido por uma fonte e o som
refletido por um obstáculo.
A refração acontece quando uma onda penetra em um meio distinto que muda sua velocidade ou
direção. Como exemplo de refração dessas ondas, podemos citar a ocorrência de algo parecido
com as miragens. Em dias quentes, em virtude da mudança no índice de refração do ar próximo a
superfícies muito quentes, o som sofre desvios.
A difração, por sua vez, ocorre quando as ondas sonoras contornam obstáculos. Quando a porta
de um ambiente está entreaberta, por exemplo, podemos ouvir o som produzido lá dentro.
A transmissão ocorre quando num meio homogêneo (mesma composição em todos os pontos) e
isótropo (mesma propriedade física em todos os pontos) a intensidade sonora decai com o
quadrado da distância existente entre o observador e a fonte sonora. Essa diminuição da
intensidade obedece a uma lei conhecida como Lei do Inverso do Quadrado da Distância. Ou
seja, à medida que o som é transmitido no espaço, sua intensidade sonora diminui
progressivamente, quanto maior for a distância da fonte que o gerou.
A absorção, por fim, ocorre quando um obstáculo não apresenta rigidez suficiente para refletir a
onda sonora que incide sobre ele, oferecendo pouca resistência a sua passagem e parte da
energia penetra no material do obstáculo, sendo dissipada dentro deste.
Quando ocorre a absorção de energia, dizemos que o material é absorvente e, sua magnitude, é
dada pelo chamado coeficiente de absorção, o qual representa a relação entre a energia
absorvida e a energia incidente, expresso numericamente, variando de 0 a 1.
Nesse coeficiente, 1 (um) indica que toda a energia foi absorvida e nenhuma refletida, e 0 (zero)
indica que toda a energia foi refletida e nenhuma absorvida.
Em geral, quanto maior o conteúdo proteico do tecido, maior é a absorção
(osso>pele>músculo>gordura).

Os efeitos biológicos só ocorrem com a absorção da energia.


A absorção varia para cada tecido e vai diminuindo à medida que vai penetrando na profundidade
devido à perda progressiva da energia. Ela depende também da frequência. Nos tecidos, ao se
aplicar frequências baixas, a absorção na superfície é menor, enquanto que ao se aplicar
frequências altas, essa absorção é maior.
 Isto ilustra a importância do uso de um meio de acoplamento (gel) entre o transdutor e a
pele, tanto no US terapêutico, como no diagnóstico.
 Esse fato implica também na necessidade de manter o cabeçote do US sempre em contato
com a pele, evitando-se, dessa forma, um excesso de energia que retorne ao cabeçote
(por reflexão do ar) o qual poderia danificar/ descalibrar o UST.
 Quando se incide perpendicularmente o feixe ultrassônico no tecido (paralelo com a
normal), evita-se a mudança de direção do feixe US, mas aumenta-se o risco do
aparecimento de ondas estacionárias, especialmente se houver a permanência do
cabeçote sem movimentação sobre a área irradiada.
Ondas estacionárias
Ao encontrar uma diferença de impedância com a mudança de tecidos (osso/tendão por
exemplo), a onde pode ser refletida e ao retornar somar-se com uma onda já incidente,
amplificando o som original, o que pode lesionar o tecido e causar dor ao paciente. A quantidade
de energia refletida depende das impedâncias acústicas específicas dos diversos meios, já que
ao encontrar uma diferença de impedância, o som tende à refletir-se, ou seja, viajar na direção
oposta. Assim, a onda refletida soma-se à onda propagada criando uma ONDA ESTACIONÁRIA
que amplifica o som original. Ela ocorrerá portanto, quando duas ondas idênticas, que se
propagam em sentidos opostos, se encontram e se somam pela interferência construtiva.

ULTRASSOM
Possui de 1.000.000 a 3.000.000 Hz (1 a 3 MHz)
Quanto maior a freqüência, menor o comprimento da onda sonora;
• Transdutores de 1 MHz: maior comprimento de onda – atinge superfícies mais
profundas;
• Transdutores de 3,0 MHz: menor comprimento de onda – atinge superfícies menos
profundas (terapia dermato-funcional).
Efeito piezoelétrico
A corrente elétrica ao encontrar os cristais dentro do transdutor do US, provoca a compressão e
expansão alternada dos cristais, produzindo energia mecânica. Essas movimentações dos cristais
geram ondas ultrassônicas, que como toda onda, são vibrações. Na fisioterapia, utilizamos os
efeitos dessa vibração.
Características de propagação de um som de um meio a outro
- Parte do som é refletida;
-Parte do som é transmitida;
- Parte do som é absorvida, transformando-se em calor.

A grandeza que caracteriza a transferência de energia acústica de um meio a outro é a imitância


acústica. A imitância pode referir-se a impedância (oposição à transmissão) ou à admitância
(facilitação à transmissão do som).

Imitância
Quando uma onda sonora incide em uma superfície, a quantidade de energia que será refletida e
transmitida dependerá da impedância desta superfície.
Ex: Quando a impedância do segundo meio for maior que o primeiro, a reflexão será quase ou
totalmente efetuada. Se os meios tiverem impedâncias iguais, a transmissão será total.

Implicações práticas:

• Entre a pele e o ar apenas 0,01% da energia incidente de um UST é transmitida, o resto é


refletida. Por isso, usamos o gel (e outros meios de acoplamento), que faz com que mais
quantidade da energia emitida pelo aparelho penetre os tecidos.
• Precisamos que haja contato de 100% do transdutor com a pele, evitando que um excesso
de energia retorne ao cabeçote por reflexão devido ao grau de inclinação, e assim
descalibre ou danifique o aparelho.
• O UST deve sempre ser movimentado durante a aplicação para evitar o surgimento das
ondas estacionárias.
Efeitos biológicos do US
Os principais são: Aumento de temperatura e variações de pressão. O aumento da temperatura é
causado pela agitação das moléculas feita pela vibração do som, e as variações de pressão
ocorre devido às zonas de rarefação e compressão formadas pela mesma vibração.

Compressão: Aumento da concentração de moléculas.


Rarefação: Diminuição da concentração de moléculas.
US contínuo: Como o nome diz, é caracterizado por uma emissão contínua de impulsos sonoros.
Produz efeito térmico dominante (utilizado para lesões crônicas como fibroses cicatriciais).
US pulsado: É caracterizado pela emissão pausada de ondas sonoras, em forma de pulsos.
Produz efeito mecânico dominmante (utilizado para lesões agudas em que o aquecimento não é
desejado).

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