Você está na página 1de 17

ELETROTERMOFOTOTERAPIA

Aula 5: Ultrassom terapêutico

Apresentação
Nesta aula, falaremos sobre esse equipamento bastante utilizado na rotina clínica do fisioterapeuta: O ultrassom, bem
como seus efeitos fisiológicos e terapêuticos, por exemplo, na aceleração do processo cicatricial.

Discutiremos também os efeitos térmicos e não térmicos desse recurso, suas indicações e contraindicações. Objetivamos
que o aluno escolha o modo de aplicação mais adequado desse aparelho em cada situação de sua prática clínica.

Objetivos
Identificar as propriedades biofísicas e os efeitos térmicos e não térmicos do ultrassom;

Descrever a atuação do ultrassom nos processos fisiopatológicos;

Identificar as indicações, contraindicações e precauções de uso do ultrassom.


 Fonte: Shutterstock

Ultrassom terapêutico
O ultrassom (US) é um agente físico térmico e mecânico. Vamos conceituar alguns termos com relação a esse equipamento
muito utilizado na nossa prática clínica.

O que é onda ultrassônica? Antes de responder essa pergunta, definimos


som: Toda onda mecânica que o ouvido humano consegue perceber. Essas
ondas sonoras estão numa frequência entre 20Hz e 20.000Hz. As ondas
ultrassônicas são inaudíveis, e estão acima desse espectro (20KHz).

O equipamento de ultrassom gera essa onda mecânica através da vibração de um objeto. Na fisioterapia, esse objeto é
chamado de transdutor, dispositivo capaz de transformar ou converter uma energia em outra. Ou seja, o ultrassom transfere
energia por conversão (só para relembrarmos um pouco a aula 1).

O circuito interno do ultrassom recebe a energia elétrica e a converte em oscilações elétricas de alta frequência, que são
conduzidas ao transdutor, constituído de cristal piezoelétrico. Esse cristal muda de espessura na presença do campo elétrico e
emite as ondas ultrassônicas na mesma frequência das oscilações elétricas recebidas.

Geralmente, os equipamentos disponíveis no mercado para a fisioterapia possuem frequências de 1MHz e 3MHz, dependentes
do tamanho do cristal e da frequência da corrente elétrica recebida.
Saiba mais
Como o som não se propaga no vácuo, ele precisa de um meio material para a sua transmissão; seja sólido, líquido ou gasoso. A
energia é transmitida pelas vibrações das moléculas do meio por onde a onda está propagando. Chamamos regiões em que as
ondas comprimem as moléculas do meio de fase de condensação; e regiões em que as moléculas estão separadas, de fase de
rarefação ou tração.

Essas energias vão produzir efeitos mecânicos ou térmicos onde serão absorvidas. A alternância de condensação e rarefação
é o modo como a onda ultrassônica se propaga.

Quando o circuito interno do aparelho consegue manter as oscilações da carga elétrica emitidas ao cristal, mudando a
espessura do cristal de forma constante, produz-se o ultrassom contínuo. Entretanto, o circuito pode ligar e desligar o oscilador,
produzindo assim uma saída de ondas sonoras de forma pulsada.

O ultrassom contínuo é geralmente usado para produzir efeitos térmicos, enquanto o pulsado produz efeitos mecânicos.

Propriedades biofísicas
A onda ultrassonora é uma onda produzida pela vibração de um objeto em alta frequência, apresentando um formato senoidal.
Pode ser descrita a partir de algumas variáveis, como: Amplitude, potência e velocidade.

Vamos descrever cada um desses conceitos e outros importantes para a utilização do som:

Clique nos botões para ver as informações.

Amplitude 

Magnitude de vibração da onda. Distância entre zero e o valor máximo, ou crista da onda.

Potência 

Quantidade total de energia ultrassônica no feixe. Expressa em watts (W).

Intensidade 

Velocidade com a qual a energia está sendo fornecida por unidade de área. Expressa em watts por centímetro quadrado
(W/cm2).

Velocidade 

Distância percorrida pela unidade sonora por unidade de tempo. A velocidade de propagação da onda está diretamente
relacionada à agregação molecular. Meios em que as moléculas estão mais próximas umas das outras (mais densos,
como o tecido ósseo) possuem maior velocidade de transmissão. Ou seja, uma pequena agitação em uma molécula afeta
as moléculas vizinhas, favorecendo o deslocamento da onda sonora.
Frequência 

Quantidade de oscilações por unidade de tempo, ou seja, número de vezes que uma mesma onda se repete por tempo. É
expressa em Hertz (Hz).

Efeito piezoelétrico 

Propriedade que o cristal piezoelétrico possui de se contrair ou expandir quando uma carga elétrica alternada passa por
ele. Os transdutores do ultrassom terapêutico possuem esse cristal, cujos efeitos piezoelétricos transformam a energia
elétrica em mecânica. O cristal vibra na mesma frequência da oscilação elétrica, emitindo ondas sonoras.

Impedância acústica 

Caracterizada pela resistência oferecida pelos tecidos à passagem de ondas do ultrassom. Quanto maior a agregação
molecular, maior a impedância acústica. Em meios mais densos, ocorre maior interação das ondas com as moléculas,
fazendo com que sejam mais absorvidas, reduzindo a energia sonora e causando maior resistência à passagem das
ondas, ou seja, maior impedância.

Reflexão 

Ocorre quando uma onda sonora emitida volta ao meio de origem. É proporcional à diferença de impedância acústica dos
dois meios; se a impedância for igual, não ocorre a reflexão.

Mas para que eu preciso saber disso para utilizar o ultrassom?


Quando utilizamos o ultrassom, precisamos ter um acoplamento entre o cabeçote e a pele do paciente. Para isso, colocamos
uma substância de acoplamento com impedância acústica próxima à da pele para diminuir a quantidade de ondas refletidas.
Se não utilizarmos essa substância, haverá ar entre o cabeçote e a pele, formando uma interface refletora. Geralmente utiliza-se
géis.

É importante ressaltar que o transdutor (cabeçote) só deve ser ligado quando em contato com algum meio acoplante, pois na
interface alumínio-ar há 100% de reflexão; as ondas são refletidas no ar e voltam para o transdutor, podendo causar
descalibração do equipamento.

 Outros conceitos

 Clique no botão acima.

Refração: Ocorre quando uma onda emitida passa para outro meio, conservando sua frequência mas desviando
sua direção, bem como quando as interfaces têm impedâncias acústicas diferentes; se as impedâncias forem
semelhantes, há pouca refração.

Qual a importância disso?


Para diminuirmos a refração, o feixe do ultrassom deve ser aplicado perpendicularmente à superfície de tratamento. Se
desviarmos o ângulo do feixe, podemos causar uma intensa refração em direção paralela à superfície, causando
reflexão da onda sonora.
Absorção: Capacidade do meio exposto ao ultrassom de reter a energia sonora. Ocorre a diminuição constante
da intensidade das ondas sonoras quando essas penetram nas camadas teciduais. Quando utilizamos o
ultrassom, aumenta-se o movimento molecular, provocando maior vibração e colisão entre as moléculas, gerando
calor; há transformação de energia cinética em energia térmica. As ondas são absorvidas pelos tecidos e
transformadas em calor. Estruturas ricas em proteínas absorvem bem o ultrassom.

A frequência do ultrassom influencia na absorção?


Sim, pois quanto maior a frequência do ultrassom, menor o comprimento de onda. Maior também será a absorção da
quantidade de energia pelas moléculas, pois o relaxamento das estruturas sonadas é menor.

Por isso, recomenda-se utilizar o ultrassom de 3MHz no tratamento de estruturas superficiais, já que essa frequência é
mais absorvida nas camadas superficiais e possui menor penetração. A frequência de 1Mhz é utilizada nas afecções
traumato-ortopédicas.

Atenuação: Diminuição da intensidade da energia das ondas de ultrassom quando essa passa através de vários
tecidos. Esse processo pode ocorrer pela reflexão, refração e absorção de energia pelos tecidos. Os coeficientes
de atenuação são maiores em tecidos ricos em colágeno.

O feixe do ultrassom pode ter sua intensidade original reduzida pela metade em determinados tecidos com diversas
espessuras. Por exemplo, podemos utilizar o ultrassom de 1MHz para tratar uma patologia na bursa. Se adotarmos a
potência de 2W/cm2 e esse feixe percorrer a espessura de todos os tecidos até chegar a ela, a potência chegaria a
0,6W/cm2.

Ciclo de trabalho: Período de atuação da onda de ultrassom. Por exemplo, no modo pulsado, a intensidade é
periodicamente interrompida (o aparelho não está emitindo nenhuma energia). No modo contínuo, o ciclo de
trabalho é de 100%, indicando uma saída constante das ondas, e provocando principalmente efeitos térmicos.

Quanto maior o ciclo, maior é o fornecimento de calor para o tecido. Quando utilizamos o modo pulsado, num ciclo de
trabalho de 20%, teríamos 2ms ligado e 8ms desligados. Ou seja, durante 2ms o ultrassom emitiria as ondas e em 8ms
não ocorreria a transmissão das ondas. É de extrema importância no tratamento de lesões agudas, pois ciclo de
trabalho baixo produz efeitos denominados não térmicos.

Área de radiação efetiva (ARE ou ERA): Área total da superfície do cristal (transdutor) ou de uma fonte que emite
ondas sonoras. É comum acharmos que toda a superfície do transdutor emite o feixe ultrassônico; na verdade, a
ERA corresponde ao tamanho do cristal piezoelétrico.

Normalmente, o tamanho da ERA dos transdutores gira em torno de 3 a 4cm2. Em condições ideais, a ERA deve
alcançar o tamanho total ou mais próximo possível da fonte sonora. O tamanho ideal da área a ser tratada está
relacionado ao tamanho da ERA, e deve ser de duas a três vezes maior do que a área de radiação efetiva do cristal.

Cavitação: Formação de bolhas de ar que aumentam ou diminuem de volume em resposta à mudança de


pressão induzida pelo ultrassom nos líquidos teciduais. É diretamente proporcional à intensidade de saída da
fonte geradora de ondas sonoras; quanto maior a intensidade, maior será a cavitação. A cavitação provoca os
efeitos não térmicos do ultrassom.
Percebemos esse efeito mecânico quando colocamos um pouco de água no cabeçote do US e o ligamos; a água
começa a borbulhar sem que haja aumento da temperatura, havendo agitação das moléculas.

 Teste de cavitação | Fonte: RTUFVJM

Ondas estacionárias: Ondas que se formam por meio da sobreposição das ondas emitidas pelo ultrassom com
as ondas refletidas; ocorrem entre os meios com impedância acústica diferentes. Essa sobreposição pode
produzir um padrão de ondas de maior amplitude, havendo um somatório de suas intensidades, gerando danos
aos tecidos.

Previne-se a formação de ondas estacionárias quando movemos o transdutor durante o tratamento, diminuímos a
intensidade ou utilizamos o modo pulsado de emissão de ondas.

Efeito tixotrópico:

Propriedade que o ultrassom tem de diminuir a viscosidade de determinadas substâncias, transformando


estruturas de estado mais gelatinoso em estado mais líquido.
Efeitos fisiológicos e terapêuticos do ultrassom
Como relatado anteriormente, o ultrassom possui efeitos térmicos e mecânicos ou não térmicos.

Efeitos térmicos
O efeito térmico é causado pela absorção das ondas ultrassônicas pelo tecido. Ocorre vibrações das células, provocando atrito
entre as moléculas, produzindo assim o calor.

A quantidade de calor produzida depende do modo de emissão de ondas utilizado, bem como da intensidade, frequência e
duração do tratamento. Sendo assim, o modo contínuo é o aconselhável para produção de efeitos térmicos.

Para se obter os efeitos terapêuticos térmicos do US, devemos elevar a temperatura tecidual entre 40°C e 45°C por
aproximadamente cinco minutos.

O efeito térmico é capaz de aumentar o fluxo sanguíneo, a permeabilidade de membrana e a extensibilidade dos tecidos. Esses
efeitos são semelhantes aos relatados na hipertermoterapia. Vamos abordá-los aqui de forma resumida.

Clique nos botões para ver as informações.

Efeitos hemodinâmicos 

O calor produzido pelo US gera vasodilatação, pois libera substâncias vasoativas e consequentemente aumenta o fluxo
sanguíneo. O US também produz uma leve reação inflamatória, que temporariamente aumenta a circulação sanguínea.

Efeitos metabólicos 

O aumento da temperatura eleva a taxa metabólica. O aumento da permeabilidade da membrana também é capaz de
elevar o metabolismo.
Efeitos neuromusculares 

O US contínuo pode aumentar a velocidade de condução nervosa, diminuindo assim a percepção do estímulo da dor. O
calor também reduz o espasmo muscular.

Extensibilidade do tecido 

O aquecimento de estruturas ricas em colágeno (como por exemplo tendões, ligamentos e cápsulas articulares) aumenta
sua extensibilidade devido à melhora no alongamento desses tecidos, facilitando sua mobilização e diminuindo a rigidez
articular.

Reparo tecidual 

O calor pode acelerar o processo cicatricial devido tanto ao aumento da taxa metabólica e do fluxo sanguíneo como na
manutenção da flexibilidade tecidual.

Ação tixotrópica 

Como citado anteriormente, é a propriedade que o ultrassom tem de “amolecer” determinadas estruturas de maior
consistência física, permitindo um aumento da elasticidade e uma diminuição da consistência fibrótica dos tecidos.
A vantagem da utilização do US sobre outras modalidades não acústicas é que tecidos ricos em colágeno podem ser
aquecidos de maneira seletiva sem que a temperatura se eleve significativamente na pele e no tecido subcutâneo.

Falaremos agora sobre os efeitos não térmicos ou mecânicos.

Efeitos não térmicos ou mecânicos


A “micromassagem” celular é formada devido às oscilações provocadas pela onda US quando essa atravessa os tecidos, pelas
ondas de condensação e rarefação. A movimentação dos tecidos aumenta a circulação de fluidos intra e extracelulares,
facilitando a retirada de catabólicos e a demanda de nutrientes.

A energia ultrassônica leva a dois eventos específicos: A cavitação e a microcorrente acústica.

Saiba mais
Na cavitação há formação de bolhas de ar que se comprimem e expandem devido a alterações de pressão produzidas pelas
ondas ultrassônicas nos fluidos dos tecidos. É classificada em cavitação estável ou instável/transitória.
Quando as bolhas oscilam de forma pouco violenta, chamamos de cavitação estável, e são basicamente não térmicas. Durante a
cavitação instável ocorre uma violenta implosão de bolhas, havendo sua compressão nos picos de alta intensidade; são
acompanhadas de um colapso total quando há maior queda de pressão, liberando energia que pode romper as ligações
moleculares, gerando danos teciduais.
A cavitação instável é um efeito não desejado do ultrassom.
A cavitação promove movimentos unidirecionais no fluido biológico, resultantes da pressão de radiação exercida pela onda
ultrassônica, denominada microcorrente acústica. Essa microcorrente pode alterar a função e a estrutura da membrana celular,
afetando sua permeabilidade e o ritmo de difusão de substâncias.

Aumento da permeabilidade da membrana


Ocorre tanto pelo efeito de aquecimento como pelo efeito não térmico causado pelo ultrassom. O aumento da permeabilidade
proporciona alteração no potencial de membrana e aceleração da difusão de íons, como o cálcio e o potássio, para dentro e
para fora da célula.

Reparo tecidual
Devido ao US pulsátil aumentar a permeabilidade celular, geralmente utiliza-se na fase inflamatória para auxiliar na
degranulação dos mastócitos, que liberará histamina, provocando um efeito quimiotáxico, estimulando células a formarem o
tecido de granulação e desencadeando o processo de reparo tecidual. O US teria então efeito de acelerar a resposta
inflamatória.

A onda ultrassônica também estimula a síntese de proteínas, proliferação dos fibroblastos e formação de novos vasos.

Reparo ósseo
Pesquisas relatam que o US pode acelerar o reparo ósseo quando utilizado no modo pulsado. Isso influenciaria no potencial de
membrana dos osteoblastos, células responsáveis por produzir matriz óssea, favorecendo o crescimento ósseo e diminuindo
assim o tempo de consolidação da fratura.

 Dosimetria

 Clique no botão acima.

Devido ao ultrassom promover efeitos térmicos e mecânicos em nossos tecidos, antes de qualquer aplicação,
devemos avaliar a região a ser tratada para selecionar o modo de emissão de ondas. Além disso, outros parâmetros
também devem ser estabelecidos para um tratamento eficaz. A seguir, veremos cada um deles:

Frequência: Os aparelhos disponíveis no mercado possuem frequências de saída de 1MHz e 3MHz. A frequência
de 1MHz pode atingir tecidos localizados abaixo de 5cm de profundidade; enquanto a de 3MHz é mais eficaz
para alcançar tecidos até 2cm de profundidade.

Quanto maior a frequência do ultrassom, menor o comprimento de onda, e maior a absorção da quantidade de energia
pelas moléculas. Por isso, selecionamos a frequência de acordo com a profundidade que queremos alcançar no nosso
tratamento;

Intensidade: Medida em watts por centímetro quadrado (W/cm2), representa a quantidade de energia
ultrassônica a ser depositada no tecido. É classificada em intensidade média espacial, calculada dividindo-se a
potência do US (em W) pela ERA (cm2). Há também a intensidade de pico espacial, que é o maior valor dentro da
transmissão de onda ultrassônica que a intensidade pode atingir.
Alguns equipamentos apresentam intensidade que variam entre 0,1 e 3,0 W/cm2. Na nossa prática clínica, os
aparelhos raramente ultrapassam a intensidade de 2,0W/cm2.

A intensidade média temporal, que ocorre somente no modo de emissão pulsado, leva em consideração o ciclo de
trabalho, ou seja, o tempo de emissão da onda sonora e sua interrupção.

Para a escolha de uma intensidade eficaz, devemos levar em consideração a atenuação das ondas sonoras nos
tecidos acima da região que queremos tratar. Não existem protocolos fixos referentes à intensidade que devemos
utilizar. Devemos buscar a dose mínima necessária para obter o efeito terapêutico desejado.

Quando o objetivo do tratamento é promover aquecimento do tecido, indica-se intensidade de 1,5 a 2 W/cm2 e
frequência de 1MHz no ultrassom de 3MHz; a intensidade deve girar em torno de 0,5 W/cm2. O paciente deverá
sentir um aumento de temperatura local de 2 a 3 minutos após o início da aplicação.

Quando desejamos efeitos não térmicos, devemos calcular a intensidade média temporal. Por exemplo, num
ciclo de trabalho de 20%, e intensidade média espacial de 2W/cm2, a intensidade média espacial seria de
0,4W/cm2. Alguns aparelhos apresentam intensidade média espacial somente. Outros, já trazem a intensidade
média temporal;

Tempo: Dependerá do tamanho da área a ser tratada, da ERA do cabeçote, da intensidade de saída e dos efeitos
desejados.

Como o cabeçote está em constante movimento sobre a região tratada, devemos medir a área tratada e dividi-la
pelo tamanho da ERA do cabeçote. Recomenda-se que o ultrassom seja aplicado em média por 5-10 minutos
para cada área de tratamento, e que o tempo máximo de aplicação por área seja de 15 minutos.

Exemplo de cálculo de área: Supondo que uma região a ser tratada tenha 10cm de comprimento por 4cm de
largura, e o cabeçote do ultrassom seja de 5cm2, o tempo de duração seria de 8 minutos. (T= Área/ERA = 10 x 4 =
40 / 5 = 8)

Caso o tamanho da área exija um tempo maior de aplicação, deve-se dividir a área em quadrantes e realizar mais
de uma aplicação.
Técnicas de Aplicação
Aspectos gerais

- Primeiro devemos avaliar o problema do paciente e estabelecer os objetivos do tratamento;


- Determinar se o ultrassom é a intervenção mais apropriada e se não há contraindicação para aplicação da técnica;
- Inspecionar a área a ser tratada;
- Utilizar um transdutor de tamanho adequado;
- Determinar a frequência adequada;
- Ajustar o modo de emissão: Contínuo ou pulsado;
- Aplicar o meio acoplante;
- Configurar o tempo de aplicação;
- Manter sempre o contato entre a pele e o aplicador;
- Ajustar a intensidade, descrever ao paciente as sensações que ele pode sentir;
- Ao final da aplicação, inspecionar a área tratada;
- Documentar a dosimetria, os resultados obtidos, e se houve efeitos adversos.

Contato direto
Nessa técnica, o cabeçote do aparelho fica em contato
direto sobre a pele na região de tratamento, utilizando-se
uma substância de acoplamento entre eles. Essa
substância serve para minimizar os efeitos de reflexão e
permite o deslizamento do transdutor sobre a pele.
Geralmente, é um gel à base de água.

Recomenda-se que sejam realizados movimentos


contínuos, lentos e uniformes para a distribuição eficaz de
energia sobre a área tratada.
Fonoforese
Técnica de contato direto que utiliza substâncias com
propriedades terapêuticas em forma de gel como meio de
acoplamento. As ondas ultrassônicas são utilizadas para
liberar medicação específica para a pele, potencializando
assim os efeitos do ultrassom. Geralmente, aplica-se
medicações anti-inflamatórias (salicilatos, hidrocortisona,
dexametasona) ou analgésicas.

Técnica de contato direto. Fonte:Shopfisio

Atenção

É importante selecionar o fármaco apropriado para aplicação desse método; na maior parte, esses fármacos são prescritos pelo
médico.

Subaquática ou imersão em água


Utilizada geralmente para regiões de superfície irregular, como pequenas articulações ou proeminências ósseas, em que o
acoplamento é imperfeito. Consiste em imergir em água o segmento a ser tratado num recipiente de tamanho suficiente para
caber o segmento e o transdutor.

Dica
O cabeçote deverá permanecer perpendicularmente à área a ser tratada, numa distância de 0,5 a 2,5cm, aproximadamente. Não
há necessidade de movimentá-lo, sob risco do terapeuta incliná-lo sobre a superfície corporal, favorecendo a reflexão e refração
do feixe ultrassônico.

Alguns cuidados e precauções precisam ser tomados durante o uso. Veja quais são eles.

Ao utilizar o US sobre implantes metálicos, devemos sempre manter constante movimento, e a área tratada deve
apresentar sensibilidade normal;

Cuidado ao utilizar o US sobre as epífises em crescimento;

Deve-se ter cuidado ao aplicar o US sobre a região abdominal em mulheres durante o período fértil ou imediatamente
após a menstruação;

Efetuar a limpeza correta do aparelho antes e após o uso.

A tabela a seguir mostra as indicações e contraindicações de uso do ultrassom.

Indicações
- Espasmos musculares;
Contraindicações
- Rigidez/contraturas articulares;
- Problemas vasculares,
- Espasticidade;
tromboflebites;
- Reparo tecidual;
- Áreas isquêmicas ou com
- Lesões por pressão (pulsado e a
tendência à hemorragia;
3MHz);
- Áreas ao redor dos olhos, crânio
- Condições inflamatórias agudas
e cardíaca;
(modo pulsado);
- Útero gravídico;
- Condições inflamatórias
- Tumores;
crônicas (modo pulsado ou
- Áreas anestesiadas;
contínuo);
- Gônadas;
- Mialgias e neuralgias;
- Locais de infecção ativa.
- Entorses;
- Dor fantasma (pós-amputação).
Atividade
1. “A __________ é a diminuição da intensidade da energia das ondas de ultrassom quando essa passa através de vários tecidos”.

Marque a alternativa que completa a frase acima:

a) Rarefação.
b) Reflexão.
c) Atenuação.
d) Impedância acústica.
e) Compressão.

2. Indique verdadeiro ou falso:

A frequência de 3MHz é absorvida mais superficialmente e mais rapidamente do que a de 1MHz; por isso, o aquecimento
superficial é mais rápido.

3. Qual dos seguintes efeitos não é um efeito mecânico do ultrassom?

a) Aumento da circulação.
b) Aumento do fluxo de íons.
c) Cavitação.
d) Microcorrente acústica.
e) Aumento da permeabilidade da membrana.
4. Indique verdadeiro ou falso:

Para se obter os efeitos terapêuticos térmicos do US, devemos elevar a temperatura tecidual entre 40°C e 45°C por
aproximadamente cinco minutos.

5. Qual dos seguintes sintomas é uma contraindicação ao uso do ultrassom?

a) Inflamação crônica.
b) Reparo tecidual.
c) Espasmo muscular.
d) Inflamação aguda.
e) Tromboflebites.

Notas

Título modal 1

Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da
indústria tipográfica e de impressos.

Título modal 1

Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente
uma simulação de texto da indústria tipográfica e de impressos. Lorem Ipsum é simplesmente uma simulação de texto da
indústria tipográfica e de impressos.
Referências

BORGES, F.S. Modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. São Paulo: Phorte, 2006.

GUIRRO, E.C.O.; GUIRRO, R.R.J. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos, recursos, patologias. 3.ed. rev. ampl. Barueri:
São Paulo: Manole, 2004.

MICHELLE, H.; CAMERON, M.D.P.T. Physical Agents in Rehabilitation: From Research to Practice. Elsevier Health Sciences,
2012.

PEREIRA, D.S.L. Eletrotermofototerapia. 1.ed. Rio de Janeiro: SESES, 2017.

PRENTICE, W.E. Modalidades terapêuticas para fisioterapeutas. Artmed, 2004.


STARKEY, C. Recursos terapêuticos em Fisioterapia. 4.ed. São Paulo: Manole, 2017. Disponível em
https://bv4.digitalpages.com.br. Acesso em 20 jul. 2020.

Próxima aula

Biofototerapia: Princípios e conceitos;

Tipos de luz: Comum, laser e ultravioleta(UV);

Radiação UV: Indicação, contraindicação e precauções.

Explore mais

Leia os capítulos 7 e 8 do livro Recursos terapêuticos em Fisioterapia.

Leia o texto Aplicação do ultrassom terapêutico no reparo tecidual do sistema musculo esquelético .

Leia o texto Ultra-som terapêutico na cicatrização tecidual.

Você também pode gostar