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PSICOACÚSTICA

Dr. Carlos Kazuo Taguchi


FÍSICA

É a ciência que estuda e interpreta as


medidas dos fenômenos da natureza.

Medir = comparar por meio de uma unidade


comum.
Existem dois sistemas fundamentais:
MKS = metro; quilograma e segundo
CGS = centímetro, grama e segundo

Relação Física e Fonoaudiologia

Fonoaudiologia = Ciência que estuda os


processos de aquisição; desenvolvimento;
distúrbios e reabilitação da Linguagem e os
processos de diagnóstico e reabilitação das
alterações da audição e do equilíbrio.
FÍSICA

Os processos físicos estão presentes


na Audição
FÍSICA
E na Fonação
Conceitos Físicos
Grandezas físicas fundamentais:

Comprimento = distância entre dois pontos


Massa = quantidade de matéria que um corpo
qualquer possui
A massa está relacionada com a inércia (quanto
maior a massa, maior a inércia)
Tempo

Grandezas físicas derivadas:

Velocidade = quantidade de deslocamento por


unidade de tempo
Deslocamento = mudança na posição de um corpo
móvel.
Aceleração = índice da variação da velocidade

A = v (m/s2)
t
Força = capacidade de um agente produzir a
aceleração ou deformação de um corpo
F = M. A (Newton ou dina)
Conceitos Físicos
Trabalho = medida do efeito causado por uma
força
Depende da Força e do deslocamento
W = F.d (joule ou erg)
O W é nulo quando:
F=0
d=0
= de 90o entre F e d

Energia = medida da capacidade de realizar


trabalho

Potência = medida do trabalho do trabalho


realizado em função do tempo
Pot = W (Watt ou erg/s)
t
Pressão = Força exercida por unidade de área
P =F (N/m2 ou dina/cm2 )
A
Podemos utilizar outra unidade denominada Pascal
(Pa)
Fenômenos Ondulatórios

Onda: qualquer perturbação ou distúrbio


transmitido através do vácuo ou de um meio
gasoso, sólido ou líquido.
Elas podem diferir em vários aspectos,
porém todas transmitem energia de um
ponto a outro, sem necessariamente,
transportar matéria.

FORMA DA ONDA

Nós ou nodos: são os pontos


permanentemente imóveis em suas posições.
Ventre de vibração: ponto de amplitude
máxima (positivo no eixo abcissas).
Vale: ponto de amplitude negativa no eixo
das abcissas.
Comprimento de onda (): distância entre
duas cristas ou dois vales
Forma da Onda
Fenômenos Ondulatórios

TIPOS DE ONDA
Mecânicas: são as que se propagam em meios
deformáveis ou elásticos. Ondas na água e onda
sonora.
Não-mecânicas: são as que NÃO necessitam de um
meio material para seu deslocamento e são formadas
por variações de campos elétricos e magnéticos.
Onda luminosa.

Quanto à direção de propagação:


Unidimensionais: onda numa corda
Bidimensionais: onda na água
Tridimensionais: onda sonora
Quanto à direção da perturbação:
Transversais:perpendicular a direção da
propagação
Longitudinais: pararela a direção de
propagação
Quanto à duração:
Solitária: um pulso
Trem de ondas
Fenômenos Ondulatórios

Ondas estacionárias: ondas de mesma


freqüência e amplitude, mas com
sentidos opostos.
Superposição: quando duas ou mais
ondas atingem uma mesma região ao
mesmo tempo. Ela se caracteriza pela
somatória das perturbações destas
ondas. O efeito é denominado
Interferência.

Interferência construtiva
ou negativa : quando o pulso
resultante é maior que
qualquer um de seus
componentes.
Interferência destrutiva:
quando um dos pulsos é
invertido e tendem a se
anular.
Onda Sonora

A sua produção depende de uma fonte ou elemento


vibrador que quando estimulados produzem
perturbações na densidade do meio do seu redor.
Essas variações acarretam no aumento ou
diminuição da pressão sonora.

Na sua produção, a onda sonora é transmitida por


particulas que oscilam paralelamente a direção de
propagação, determinando o seu caráter
longitudinal.

A propagação da onda sonora é feita em todas as


direções no espaço, o que determina o seu caráter
tridimensional.

A onda sonora depende de um meio material para


se propagar, portanto é uma onda mecânica. Ela
não se propaga no vácuo.
A Natureza da Onda Sonora

O que é um som?

Um leigo nos diria que é tudo aquilo que ouvimos ou


escutamos.
Um físico nos diria que é uma forma de energia
vibratória que se propaga nos meios elásticos.
Um psicólogo nos diria que é uma sensação
individual.
Um fisiologista nos descreveria como o som
atravessa o meio material e atinge o cérebro.

O estudo das ondas sonoras permite uma série de


interfaces porque cada ciência tem a sua maneira
particular de analisar os fenômenos físicos, tanto
na sua forma de produção, propagação, quanto a
forma como essas ondas podem ser percebidas
pelo ser humano.
Ouvir é mais que um processo perceptual ou seja
dar um significado para um som ou determinar qual
a fonte sonora geradora. Envolve vários processos
físicos que possibilitam essa decodificação ou
identificação.
Meios de Transmissão
Massa: quantidade de matéria de um corpo.
O ar é o meio mais comum de ser encontrado por
ser uma massa gasosa. Porém, encontramos os
líquidos e os sólidos. A constituição da massa
depende da forma como as suas partículas estão
agregadas, o que determina a dua densidade.
Elasticidade: Toda matéria, quando distorcido,
tende a recuperar-se desta distorção. A
propriedade dessa recuperação, tanto da forma
quanto do volume, é a elasticidade.
O conceito de elasticidade para o ar, refere-se a
tendência do seu volume retornar ao volume inicial
ou anterior após a sua compressão.

Lei do Movimento de Newton: todos os corpos


permanecem em repouso ou em estado de
movimento uniforme. Esta propriedade foi definida
como inércia.
O movimento vibratório consiste em movimentos
de vai e vem de um corpo que possi massa e
elasticidade, como o resultado de duas forças
opostas: inércia e elasticidade.
Cada força deve ser associada a uma força
equivalente de reação na direção oposta. Na onda
sonora isso determina o ciclo de vibração.
Propagação
A emissão de uma onda sonora por qualquer fonte
produz uma onda que se propaga no meio. Dessa
forma, é produzido um movimento de vai e vem
que, formando áreas de alta (COMPRESSÃO) e de
baixa densidade (RAREFAÇÃO).

CICLO
Dimensões das ondas sonoras
Freqüência (f): corresponde ao número de
ciclos que as partículas realizam em 1
segundo. A unidade é o Hertz.
Período (T): corresponde a quantidade de
tempo, em segundos, para que as particulas
completem um ciclo.
f=1 T=1
T f

A capacidade de vibração de um sistema


depende de duas propriedades: massa e
rigidez. Casa fonte possui uma freqüência no
qual ela oscila que é a freqüência natural.

f = inversamente a raiz quadrada


da massa
f = diretamente a raiz quadrada da
rigidez
Quanto maior a massa menor a
freqüência
Quanto maior a rigidez maior a
freqüência
Percepção das ondas sonoras

Orelha Humana : de 20 Hz a 20 k Hz
Gatos: de 10Hz a 60 KHz
Morcegos: de 10 a 120 KHz
Golfinhos: 10 a 240 KHz
Qualidades da Onda Sonora
Altura: qualidade relacionada à
freqüência da onda sonora que
permite classificá-la em uma escala
que varia de grave a aguda.
Alta freqüência = agudo
Baixa freqüência = grave

Intensidade = qualidade relacionada à


amplitude, pressão e energia
transportada, que permite classificá-
la em uma escala que varia de fraco a
forte.
Menor pressão = fraco
Maior pressão = forte

Timbre: não é qualidade do som, mas


sim da fonte sonora.
Tipos de Onda
Tipos de Onda

O tipo de onda depende do número de


freqüências presentes
Existem três tipos:

Onda Senoidal
Onda Complexa
Onda Periódica

Onda Senoidal: é a resultante de um MHS. É


a onda do Tom Puro, constituído por uma
única freqüência, denominada fundamental.
Não é encontrada na natureza e é utilizada
para a medida da acuidade auditiva.

Onda Complexa: é a resultante de uma


somatória senóide simples que podem diferir
em amplitude, freqüência ou fase.
O exemplo clássico é a voz humana ou
qualquer instrumento musical.
Teorema de FOURIER
“ o grau de complexidade de uma onda
sonora complexa depende do número
de ondas senoidais combinadas, bem
como dos valores dimensionais
específicos de amplitude, freqüência e
fase dos componente senoidais”.

A série de Fourier é uma série de


ondas senoidais que combinadas
formam a onda complexa.

A Análise de Fourier é a possibilidade


de qualquer onda complexa ser
decomposta ou analisada para
determinar as amplitudes, freqüências
e fases das ondas senoidais que a
constituem.
Tipos de Onda
Onda Periódica: é aquela cuja forma
se repete a iguais intervalos de
tempo; ou seja o seu ciclo são
duplicados nos ciclos que a precedem.

Uma onda complexa pode ser


periódica desde que mantenha uma
relação harmônica. Isto quer dizer
que as freqüências de todas as
senóides que compõem a série de
Fourier devem ser múltiplas inteiras
da freqüência senoidal de mais baixa
freqüência dessa série.
Em acústica indicamos com a sigla f0
esta primeira freqüência e as demais
com f1; f2; f3, etc…

Os harmônicos podem ser designados


por sobretons ou parciais.
Relação Harmônico, parcial e
sobretons

f Harmônico Parcial Sobretom


125 (f0) 1 1
250 2 2 1
375 3 3 2
500 4 4 3
625 5 5 4

Sobretom: é a freqüência de uma


série que está acima da fundamental.
Dessa forma, o primeiro segundo
harmônico é o primeiro sobretom; o
terceiro é o segundo sobretom e
assim sucessivamente.
Somação de ondas senoidais:

Quanto maior a quantidade de ondais


senoidais dentro de uma série
harmônica maior será a mudança
resultante da forma final de uma onda
complexa.
A somação das ondas pode ser
acompanhada no exemplo abaixo:
Onda Aperiódica: é aquela cuja forma
é impossível de ser prevista. Ela pode
ser observada em alguns fonemas /s/
e /z/ por exemplo ou em ruídos .
Representação Gráfica da Onda Sonora

Forma de onda: representa a magnetude da


amplitude em função do tempo. Sendo que
suas principais características são:
Cristas: amplitude positiva
Vales: amplitude negativa
Nós: pontos imóveis
Comprimento: seqüência que vai do início de
uma crista ao final de um vale.

Espectro de Amplitude: representa a


amplitude, tanto absoluta quanto relativa, em
função da freqüência.
Envelope de espectro: linha imaginária que
contém os picos mais elevados de amplitude
para cada freqüência.
Espectro linear ou discreto: não existe energia
nas freqüências entre dois componentes
adjacentes.

Espectro contínuo: a energia está concentrada


em todas as freqüências dentro de uma
determinada faixa. È encontrada numa onda
complexa aperiódica.

Espectro de fase: fase inicial do movimento


vibratório em função da freqüência.

A combinação dos espectros de amplitude e


fase define completamente a forma de onda
em função da freqüência.
Onda Sonora de Dente-de-Serra
Trata-se de uma onda complexa que contém
energia em todos os múltiplos inteiros, pares
e ímpares da freqüência fundamental
Possui espectro linear porque as freqüências
são multiplas inteiras da freqüência
fundamental.
Onda Quadrada
Trata-se de uma sonora complexa periódica,
mas que possui inergia nos múltiplos ímpares
da freqüência fundamental.
Onda Triangular

Trata-se de uma onda sonora complexa


periódica que também contém energia
somente nos múltiplos ímpares da freqüência
fundamental, porém a sua amplitude decresce
com o quadrado do número de harmônicos.

Ruído Branco ou Gaussiano

Trata-se de uma onda sonora aperiódica que


contém a mesma energia em todas as
freqüências contidas em seu envelope de
espectro. Por analogia a luz branca, que
contém a mesma energia em todas as cores
do espectro luminoso.
Comparação de formas de ondas
Velocidade de Propagação

A onda sonora propaga-se com velocidade


definida e depende diretamente das
características do meio de propagação.

Ou seja, depende da elasticidade e da


densidade desse meio.

A velocidade de propagação da onda sonora é


de 340 m/s à uma temperatura de 20oC.

A medida que a temperatura aumenta,


aumenta a densidade do meio e portanto, a
velocidade de propagação.

Quanto maior a densidade maior a velocidade.


Porém, a velocidade depende, ainda, da
elasticidade do meio.
Elasticidade é a capacidade de um
material resistir à uma deformação.

Quanto menos elástico for o meio,


maior a velocidade de propapagação.

Pressão Sonora: a produção de um


som provoca no ar um movimento
aleatório composto por áreas de
compressão e depressão que se
propagam neste meio.

Na propagação há transmissão de
energia porque ocorre trabalho.

Assim, o som pode ser definido como


a transferência de energia através de
um meio elástico ou a propagação das
mudanças de densidade através de um
meio elástico.
Em física, a lei da conservação de energia
deve ser aplicada à onda sonora: A
resistência do ar à passagem do som promove
a transformação da energia cinética em
térmica; que pode ser traduzida como
fricção.

A resistência friccional impede que um


movimento continue indefinidamente porque
sua velocidade é reduzida.

Isso permite o aparecimento do


amortecimento causado pela resistência e
fricção.

A medida que a velocidade aumenta, o


amortecimento aumenta, por causa da
transformação de energia. Como há perda de
energia (da cinética para térmica), a
propagação é impedida no seu movimento, o
que reduz a amplitude de vibração.
Este processo de transformação de energia é
a base para o conceito de Impedância
Acústica (Z)

Impedância pode ser definida como a


oposição que um sistema vibratório oferece à
passagem da onda sonora e está associada aos
fenômenos de Resistência (R) e Reactância
(X).

A Resistência é parte da impedância que


depende do material (densidade) e da
velocidade de propagação do som num meio.

A Reactância é a parte da impedância que


depende do efeito de massa e elasticidade
(rigidez). A massa é governada pela inércia e
a rigidez é a tendência de um sistema manter
a sua forma e posição originais.

Z= R2 + (2 fM – S )
2f
Z= R2 + (Xm –Xs)2

Impedância é igual á raiz quadrada da soma


do quadra da resistência com o qudrado da
diferença entre a reactância de massa e a
reactância de rigidez.

Podemos expressar a característica de um


sistema móvel em função da facilitação que
ele oferece à passagem de um som, que é
denominada complascência (C); o que seria o
oposto da rigidez. Dessa forma a recíproca
da impedância será a Admitância (Y).

Quanto maior a Impedância menor a


Admitância.
Quanto maior a rigidez (reactância), menor a
complascência.

Casamento de Impedância: ocorre quando a


impedância do sistema for baixa e maior
energia é admitida por ele, para que ocorra a
máxima propagação da onda sonora.
PROPAGAÇÃO DO SOM

A transmissão em campo livre


pressupõe a ausência de força
friccionais que interrompam a sua
passagem.

Em condições normais a onda sonora


perde parte da sua energia graças
aos fenômenos de reflexão;
absorção e transmissão.

A quantidade de energia perdida


depende da natureza física dos
obstáculos que esta onda encontra
em seu caminho.
Atenuação da Intensidade
Sonora
À medida que é transmitida no
espaço, sua intensidade sonora
diminui progressivamente,
quanto maior for a distância da
fonte que a gerou.

Lei do inverso do quadrado da


distância

À medida que a onda sonora avança


de um ponto X para um 2X
(dobro de sua distância) a
intensidade diminui em ¼
(quadrado da distância).
Razão de deslocamento: 2X: X
2:1
Razão de diminuição: 2X:X
4:1
REFLEXÃO

É o fenômeno pelo qual uma onda


sonora atinge um objeto e muda a
sua trajetória.
Sons refletidos são comumente
denominados ECO e
REVERBERAÇÃO.
A Reverberação ocorre quando o
som refletido retorna à fonte
num intervalo de tempo inferior
a 1/10 de segundo.
É característico de recintos
fechados com materiais de pouco
refração ou absorção.

O eco ocorre quando este intervalo


é igual ou superior a 1/10 de
segundo.
TRANSMISSÃO

É o fenômeno pelo qual uma onda


sonora atinge um objeto e é
capaz de atravessá-lo, atingindo
o lado oposto.

A capacidade de transmissão
depende do coeficiente de
transmissão que é a relação
entre a energia incidente e a
energia transmitida.
Quanto maior a perda de energia
transmitida, maior é a
capacidade de isolamento deste
meio.
REFRAÇÃO

É o fenômeno pelo qual uma onda


sonora penetra num outro meio
que cause alteração na
velocidade de propagação,
mudando o seu ângulo de
incidência.

DIFRAÇÃO

É o fenômeno no qual ocorre uma


mudança na direção de
propagação da onda sonora que é
desviada na presença de um
obstáculo. A onda sonora pode
propagar-se nesta nova direção.
ABSORÇÃO
É o fenômeno que ocorre quando um
obstáculo não apresenta rigidez
suficiente para refletir a onda
sonora incidente.
Este obstáculo não oferece
resistência a passagem da
energia sonora que o penetra e é
dissipada no seu interior.

DISTORÇÃO

Ocorre quando um sistema não


consegue reproduzir fielmente a
forma de onda original.
Este fenômeno implica numa
mudança indesejável na
intensidade relativa dos
componentes de freqüência da
onda sonora complexa.
MATERIAIS ACÚSTICOS

Material absorvente: quando não


reflete o som, retendo em seu
interior. Parte do som absorvido
é transformado em energia
térmica e dissipado no interior e
outra é transmitido.
Geralmente este material é um mau
isolante.
Existem dois tipos de materiais
absorventes: os fibrosos e os
porosos.
Material isolante: quando possui
massa e resistência para impedir
a passagem da onda sonora,
refletindo-a ao máximo.
Geralmente este material é um mau
absorvente.
CABINAS ACÚSTICAS

São recintos que minimizam


reverberações ou reflexões de
ondas sonoras.
Estes devem absorver a maior
parte da energia sonora
transmitida, apresentando um
alto coeficiente de absorção.
É importante que sejam revestidas
de material de baixo coeficiente
de absorção e de alta reflexão,
impedindo a entrada de sons
exteriores.
A cabina audiométrica deve
apresentar um nível de ruído
inferior a 30 dB NPS segundo
QUIRÓS & DÉLIA, 1973)
O deciBel
GRAHAN BELL

LEI DE FECHNER-WEBER

A Sensação (S) auditiva não é


proporcional ao estímulo (E), mas
diretamente proporcional a uma
constante (K) multiplicada pelo
logaritmo do estímulo. (tendo um valor
para E como referência)

S = K LOG E/Er
O deciBel
Para estudar o deciBel é necessário,
primeiramente, rever as noções matemáticas
relacionadas aos logaritmos.
A princípio logaritmos são simplesmente
expoentes.

Assim, 102 = 10 X 10 = 100


10 é denominado base e 2 o expoente.
Vamos revisar:
103 = 10 X 10 X 10; ou seja, o logaritmo
pressupõe a multiplicação da base pela base
tantas vezes o expoente indica; que nesse
caso é o 3 e o resultado desse logaritmo é
1000.
Matematicamente indicamos que o logaritmo de
1000 é 3; ou seja, log 103 = 1000; e tratando-
se do deciBel, a base sempre será 10.
Por definição matemática:
log1 = 0 (zero) e;
Qualquer número elevado ao expoente 0 é igual a
1,ou log0 = 1 e log1 é 0: este é um conceito
que não pode ser esquecido quando estudamos
o deciBel.
O deciBel
O deciBel MEDIDO A PARTIR DA REFERÊNCIA
DE POTÊNCIA.

Potência = W/t (Watt)


Se temos a expressão:
Número de deciBels = 10 x log (wo/wr) a
partir da Lei de Fechner-Weber

Onde wo = potência de saída


Wr = potência referência
Se wo = 10 –12
Wr = 10 –16 , assim
wo/wr = 10 -12 /10 –16 = 10 –12 X 10 +16 = 10 4 =
10000.
Número de deciBels = 10 x log (wo/wr)
Nessa expressão temos Número de deciBels =
10 X log (10 -12 /10 –16)
Número de deciBels = 10 X log 10 4
Número de deciBels = 10X 4 = 40 dB
Por convenção, quando tratamos de deciBel na
escala de potência a wr = 10 –16 Watt/cm2
Nesse caso tratamos de deciBel nível de
intensidade (NI)
O deciBel
Para fixar este tópico, vamos novamente rever:
Número de deciBels = 10 x log (wo/wr)
Lembrando que estamos em deciBel NI
Se wo = 10 –3 e wr = 10 –16 , assim
wo/wr = 10 -3 /10 –16 = 10 –3 X 10 +16 = 10 13

log 10 13 = 13 se substituirmos na equação:


Número de deciBels = 10 x log (wo/wr)
O resultado será 130 dB.

Se wo = 10 –16 e e wr = 10 –16 , o número de


deciBel NI = 0

É importante lembrar-se que 0 dB não indica


ausência de som, apenas que tanto a potência
de saída quanto a de referência são iguais.

A PALAVRA deciBel, POR SI SÓ, NÃO


IMPLICA EM UMA DIMENSÃO FIXA;
PORQUE OS VALORES MEDIDOS PODEM
VARIAR DE ACORDO COM A MUDANÇA DO
WO. ASSIM, A REFERÊNCIA A SER
ADOTADA VARIARÁ DE ACORDO COM A
ESPECIFICIDADE DA MEDIDA QUE VOCÊ
DESEJA REALIZAR.
O deciBel
O deciBel MEDIDO A PARTIR DA
REFERÊNCIA DE PRESSÃO.

Existe uma relação de potência para pressão.


Potência equivale ao quadrado da pressão

W = P2

Apliquemos, agora, esta relação na equação dada


anteriormente.

Número de deciBels (Potência) = 10 x log


(wo/wr)

Número de deciBels (Potência) = 10 x log


(Po/Pr)2
Portanto:
Número de deciBels (Pressão)= 20
x log (Po/Pr)
Assim, Po = Pressão de saída
Pr = Pressão de referência
O deciBel
Porém, quando utilizamos o deciBel medido a
partir de uma relação de pressão, a pressão
referência utilizada deve ser outra: 0,0002
dinas/ cm 2
E a terminologia correta é nível de pressão
sonora (NPS)
Observemos agora nos exemplos abaixo:

Se Po = 0,002 dinas/ cm 2
E Pr = 0,0002 dinas/ cm 2
E substituindo-as na fórmula:
Número de deciBels (Pressão)= 20 x log
(Po/Pr)

Teremos:
Número de deciBels (Pressão)= 20 x log
(0,002/0,0002)
Número de deciBels (Pressão)= 20 x log (2 X
10-3)/(2 X 10 -4)

Número de deciBel (pressão) = 20 X log 10 =


20
O deciBel

Vamos exercitar um pouco...


Se a razão Po/Pr for 100..
Vejamos o que acontece quando
utilizamos a fórmula:

Número de deciBels (Pressão)= 20 x


log (Po/Pr)

Número de deciBels (Pressão)= 20 x


log (Po/Pr)
Número de deciBels = 20 X log 100
Número de deciBels = 20 X log 102
Número de deciBels = 20 x 1
Núemro de deciBels = 20
O deciBel
Relação NI/ Potência
Watt/cm2 dB NI
10 -16 0

10 -15 10

10 -14 20

10 -13 30

10 -12 40

10 -11 50

10 -10 60

10 -9 70

10 -8 80

10 -7 90

10 -6 100

10 -5 110

10 -4 120
O deciBel
Relação Pressão/NPS

PS Pa NPS
20u 0
200u 20
0,002 40
0,02 60
0,2 80
2 100
20 120
Relação NI e NPS
Como vimos a utilização de medidas NI ou
NPS não são lineares porque pressupôe a
mudança de cada referência de saída.

na medida NI, quando duplicamos a


intensidade de energia o nível de
intensidade aumenta em 3 dB, enquanto
que na NPS, quando a pressão sonora é
duplicada ocorre um aumento em 6 dB.
Matematicamente isso pode ser obtido da
seguinte forma:

NI = 10 x log (Po/Pr)2

NI = 10 X log 2Po/Pr = 10 X log (2XPo/pr)


NI = 10 X log 2 + log Po/Pr (onde log 2 = 0,3)
NI = 10X 0,3 + log Po/Pr
NI = 3 + log Po/pr
NPS = 2X 10X 0,3 + log Po/Pr
NPS = 6 + log Po/Pr
O deciBel Nível de Audição
(NA)
O dB nível de audição foi obtido
como referência a partir da
avaliação da sensibilidade auditiva
humana normal na faixa de
freqüência 125 a 8.000 Hz.
O nível de Pressão sonora necessária
para cada freqüência varia a cada
oitava, conforme observamos no
padrão ASA 1951.

Hz NPS
125 54,5
250 39,6
500 24,3
1000 16,7
2000 17,0
4000 15,1
8000 20,9
Referências Bibliográficas

RUSSO, I.C.P. Acústica e


Psicoacústica aplicadas ‘a
Fonoaudiologia, São Paulo, Lovise,
1999.
BERLIN, C.I. – Programmed
Instruction in the decibel in
NORTHERN, J. Hearing Disorders.
Baltimore, Little, Browns and
Company,1984

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