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ORGANOLOGIA

ACÚSTICA MUSICAL

O som produzido pelos instrumentos musicais e a sua transmissão, envolvem vibrações


complexas. As vibrações simples constituem a base das vibrações complexas.

Tipos de sistemas vibratórios:


● Simples
● Complexos: componentes essenciais dos instrumentos musicais.
-Componentes dos sons musicais:
-Sons audíveis (16 Hz a 20 Hz);
-Infra-sons (abaixo de 16 Hz);
-Ultra-sons (acima de 20.000 Hz).

Os infra-sons correspondem a frequências tão baixas que não chegam a produzir uma
sensação de altura. Dentro das frequências audíveis consideram-se baixas as frequências
até 256 Hz, as médias de 256 a 1024 e as altas de 1024 até 20.000. Várias situações na
natureza como terramotos, quedas de água, vento, erupções vulcânicas são fontes de
infra-sons. Certas máquinas e aparelhagens podem emitir infra-sons com grande
intensidade: sistemas de ar condicionado, aviões a jato ou motores de camiões. Os
ultra-sons são frequências inaudíveis e podem ser emitidas por certos equipamentos
eletrónicos, brocas,etc

nota: a gama de frequências audíveis tem uma extensão aproximada de 10.3 oitavas

Características do som:
Geralmente classificam-se as principais características de um som como sendo altura,
intensidade e timbre. Cientificamente esta classificação não é rigorosa pois envolve
características psicológicas (altura e o timbre) com físicas (intensidade).

Outras características como as sensações de volume e densidade podem ser consideradas


como combinações das sensações de altura e intensidade.

● Frequência: A frequência de um som é definida do mesmo modo que a frequência


de qualquer movimento periódico, pelo seu número de ciclos por segundo.
Verifica-se que os sons fundamentais usados na música têm frequências
compreendidas entre aproximadamente 30 a 5000 Hz. A partir de 5000 Hz ouvimos,
mas a sensação de altura dissipa-se: são silvos muito agudos em que a perceção
dos intervalos musicais se torna difícil.
● Intensidade: É calculada de dez em dez, sendo a sua unidade o decibel (dB). O som
propaga-se no ar por ondas esféricas e por isso só se pode falar na intensidade de
um som num ponto do espaço. A intensidade com que ouvimos um som é apenas
uma pequena parte da potência sonora radiada pela fonte sonora.A intensidade
depende da amplitude da vibração, ou das partículas em relação ao seu ponto de
repouso.

Outras componentes dos sons musicais associadas:


● Harmónicos: parciais do som cuja frequência é um múltiplo inteiro do som
fundamental.

Ondas:

Imaginando que pegamos numa extremidade de uma corda e a sacudimos através de um


movimento impulsivo. Tal movimento origina uma perturbação que se vê ao longo da corda.
O fenómeno que se visualiza é uma onda. Assim, uma onda é uma perturbação que se
propaga num meio elástico designando-se por movimento ondulatório, o movimento que lhe
é associado. Do mesmo modo que cada impulso origina uma onda, uma série de impulsos
origina uma sequência de ondas.
● Ondas sonoras: são ondas longitudinais, nas quais um excitante comprime
periodicamente as partículas de ar e, desse modo, irradia a onda como uma
flutuação de densidade ou de pressão.

Tipos de ondas:
● Som Sinusoidal: ondas uniformes e lineares, sempre iguais (ex: diapasão). Nota
limpa que tem sempre a mesma intensidade e a mesma frequência.

● Som complexo periódico: sons que não são sempre iguais. É o resultado da soma
de várias ondas de formato simples que nós ouvimos apenas num som.
Caracterizam-se por períodos transitórios* (ex: fala, canto, instrumentos musicais).

nota: estas ondas propagam-se longitudinalmente.

*Períodos transitórios
Modo acústico
É determinado pela forma como o espaço reage a determinadas frequências conseguindo,
assim, encontrar uma frequência que consegue encontrar mais pontos de simpatia ou
ressonância com uma sala. Está relacionado com a forma como as ondas se propagam em
determinada sala.

Propagação: O meio de propagação das ondas sonoras pode ser sólido, líquido ou gasoso.
Está diretamente relacionada com o seu meio. À medida que uma onda sonora se propaga,
cria variações de pressão (geradas por movimento vibratório da fonte sonora) no meio,
viajando a uma velocidade específica (depende do meio em que se propaga) e com um
determinado comprimento de onda (distância entre dois pontos idênticos numa onda
sonora).

Batimentos: O fenómeno dos batimentos tem uma aplicação extremamente útil na música: a
afinação dos instrumentos musicais. É um auxiliar fundamental para levar dos sons ao
uníssono e também para controlar o temperamento dos intervalos. Instrumentistas de corda
friccionada afinam os seus instrumentos usando batimentos sonoros, Até mesmo os de
sopro os usam. Para afinar dois sons rigorosamente a uníssono temos de eliminar os
batimentos. Ao eliminá-los, o som fica liso. Os batimentos também permitem temperar os
intervalos de 4ª e de 5ª, a partir dos quais se realiza o temperamento igual. No que diz
respeito à afinação entre oitavas, a eliminação dos batimentos vai conduzir a uma afinação
“esticada”, devido à inarmonicidade dos parciais. A realização de outros sistemas de
afinação diferentes do temperamento igual, usados em música antiga (cravo, órgão e
clavicórdio) é feita igualmente através do auxílio dos batimentos.
Assim, surge a definição de temperamento: sistema de organização que define a distância
das notas dentro da oitava que vai oscilar variando das diferentes épocas e espaços
geográficos.

Ondas e o seu comportamento: Elementos acústicos


● Absorção: Na propagação a energia das ondas sonoras sofre uma atenuação
provocada pelo próprio meio que a onda está a atravessar. Relativamente ao ar,
essa atenuação depende das condições em que ela se encontra: temperatura,
humidade, poluição. A energia sonora “perdida” é dissipada em forma de calor. Tal é
devido à absorção do meio. Esta é provocada por perdas de várias origens: perda
de viscosidade do meio, condução de calor e fenómenos de relaxação molecular. Ou
seja, está diretamente relacionada com o espaço, o meio onde o som se propaga:
uma sala mais seca terá a capacidade de maior absorção, ou seja reduzir o
comprimento de uma determinada onda, do que uma sala reverberada.

● Reflexão: Ao encontrarem um obstáculo de grandes dimensões relativamente ao


comprimento de onda, como é o caso de uma parede plana e rígida, as ondas
sonoras refletem-se. Se os obstáculos forem muito menores do que o comprimento
de onda, dá-se apenas uma sombra acústica ou não afetam em nada a transmissão.
gera uma nova onda, interfere mais diretamente com a reverberação (efeito gerado
por ondas sonoras quando estas são refletidas de forma reiterativa) ou eco (Repetição de
um som devido à reflexão de ondas sonoras em um obstáculo). Ocorre quando uma onda
sonora se propaga e encontra um obstáculo, incide sobre a barreira e retorna para o
meio no qual se estava a propagar.
● Refração: Dá-se este fenómeno quando as ondas passam de um meio a outro de
diferente velocidade de propagação. No entanto, pode também dar-se este
fenómeno no mesmo meio quando existem diferentes velocidades de propagação do
som em várias camadas desse meio. É o que acontece com a propagação em meios
submetidos a variações de temperatura ou presença de vento.

● Ressonância: Vibrações “por simpatia” de uma ou várias ondas que tenham


frequências iguais ou próximas do espaço ou do modo de determinado local ou
espaço ressoador. A caixa de ressonância é determinante para a propagação do
instrumento. É o que se relaciona mais com a composição dos instrumentos
musicais. Todos os instrumentos precisam de ressonância. É o mais relevante dos
elementos da acústica para entendermos a lógica na composição dos instrumentos
musicais.

Como é que este comportamento das ondas se reflete nos instrumentos?


Ex.: tubos, caixas de ressonância, reflexos nos tampos, ressoadoras (como a caixa do violino), para projetar o
som, etc.

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