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1. Agradecimentos
Aos meus pais, irmã e amigos que me apoiaram bastante até agora e tiveram bastante
paciência comigo.
Ao professor Rafael Centeio que teve sempre disponibilidade para mim, agradeço o
encorajamento constante, o apoio e a ajuda quando eu mais precisava.
Ao professor Valter que me deu confiança em seguir o meu sonho e sempre me ajudou
quando eu precisei.
À professora Mariana Picado, sem ela não teria coragem para seguir o meu sonho e o
encorajamento constante que sempre me deu quando mais precisava.
Ao professor Cristóvão que sempre me ajudou do seu modo e não desistiu de mim.
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2. Introdução
A prática de transcrição tem sido, ao longo dos séculos, parte integral e indissociável do
desenvolvimento dos instrumentos de corda dedilhada e teve um papel indispensável no
estabelecimento da reputação da guitarra clássica. As possibilidades harmónicas e tímbricas
do instrumento são de difícil compreensão para o “leigo,” até mesmo para músicos e
compositores que não têm formação nas misteriosas seis cordas. Transcrições foram assim
frequentemente o meio pelo qual os guitarristas demonstraram tais possibilidades, despertando
o interesse de compositores de renome. Este projeto abordará o desenvolvimento histórico da
prática de transcrição de música polifónica para a guitarra e seus antecessores como foco
especial no reportório de instrumentos de tecla e as limitações inerentes de tal prática. Os dois
temas serão a divisão essencial do projeto, com o primeiro servindo de suporte para o
segundo.
Na primeira parte, farei uma digressão desde o século XVI, período em que começam a surgir
as primeiras transcrições de música vocal para instrumentos antecessores da guitarra,
passando pelo século XIX e XX em que o reportório especificamente para instrumentos de
tecla é consistentemente adaptado para execução na guitarra.
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
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“A transcrição para guitarra de uma obra musical que originalmente foi escrita
para outro(s) instrumento(s), deveria ser uma adaptação mais fiel do texto original
e que respeita as características composicionais da versão original e as suas ideias
musicais. Nesse contexto, um dos aspetos mais importantes é a preservação
máxima do registo original e dos elementos de horizontalidade bem como a
densidade do momento vertical do seu texto musical” (Ivanovich, comunicação
pessoal, 25 de janeiro de 2023)
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
originalmente para orquestra: isso significa que você tem que deixar muitas coisas
de fora e depois tem que dar um jeito de fazê-lo de modo tal que a peça ainda
funcione, o que não é fácil e em alguns casos é impossível. Mas também existe o
outro lado: você tem uma peça para flauta solo e quer transcrevê-la para orquestra.
Nesse caso tem que acrescentar material. Todas essas coisas são muito muito
[complexas]. Pode-se escrever livros sobre essa tarefa. Mas a definição não acho
que seja diferente de músico para músico… Mas cada músico faz isso de maneira
diferente na prática, na ação...”1 (Kontaxakis, comunicação pessoal, 10 de
fevereiro de 2023).
Como aspeto geral, Johnson menciona também a necessidade de se estar consciente das
limitações técnicas tanto do instrumento destinatário quanto do instrumento original (2013,
p.5).
Em suma, apesar das diferentes ênfases, parece que transcrever uma peça envolve um
compromisso entre fidelidade à peça original, caraterísticas próprias dos instrumentos e
subjetividade do transcritor.
1 “I don't think it differs from musician to musician the definition of transcription. I think it’s the same: the
definition of transcription is simple, in fact, and I think it means for everyone the same thing: it is the
adaptation in fact of a composition for an instrument or combination of instruments other than those for
which it was originally written. What differs from musician to musician is the methodology, how do they do
it and the feeling of how far can you go and still make it work. And then there is the question: the person
who makes the transcription. is he recomposing or is he doing only a technical thing? And then every
musician does it differently: all of the transcriptions more or less include somehow the Aesthetics of the
person who makes the transcription. I don't know if you can say that he recomposes the material, of course
not, but he surely has his aesthetic, and everyone says that is what differs from person to person, from
musician to musician; and especially when the transcription is aimed for a new instrumentation totally
different, and especially when the new instrumentation of the transcription is much bigger or much smaller.
Let’s say you want to transcribe for the guitar one piece that was originally written for orchestra: that means
that you have to leave many things out and then you have to find a way to do it and still for the piece to
work, which is not easy and in some cases is impossible. But there is also the other way around: you have a
piece for solo flute and you want to transcribe it for orchestra in that case you have put material inside. All
those things are very very [complex] you can write books for this task of transcription. But the definition I
don't think it's different from musician to the musician. I think it's more less the same thing. But every
musician does it differently in practice, in action...”
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3. Enquadramento Histórico
Duas transformações essenciais, no entanto, precisavam ainda ocorrer para que se formasse
um instrumento que pudéssemos reconhecer indiscutivelmente como uma guitarra clássica na
aceção moderna do termo: a utilização de cordas únicas (em oposição ao sistema de ordens),
dispostas em ordem crescente de afinação. Tais alterações, embora ocorridas definitivamente
apenas no século XVIII, podem ter as suas origens nas práticas da guitarra espanhola barroca,
com a introdução de bordões na quarta ou quinta ordem, e na preferência de muitos
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
guitarristas por uma corda única na chanterelle (primeira corda) (Koonce, 2010, p. 3). O
desenvolvimento do estilo galant durante o classicismo impulsionou o abandono completo do
uso de ordens. Este deu lugar a divisão moderna entre baixos (cordas de metal) e cordas
agudas, o uso de cordas únicas e a posterior adição da sexta corda, “sedimentada”, digamos
assim, pela publicação da Obra para guitarra de seis órdenes de Antonio Ballestero em 1780, e
Principios para tocar guitarra de seis órdenes em 1799 de Frederico Moretti.
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3.2. Transcrições para Viola de Mão (vihuela)
A viola de mão é um antecessor direto da guitarra. As suas origens são remotas e foi
introduzida na Europa por volta do séc. XI (Ballard, 1855, p. 19). Dentro do movimento de
desenvolvimento da música instrumental iniciado no séc. XVI, o reportório para o
instrumento surge em forma de tablaturas. Dos compositores que escreveram para vihuela
destacam-se entre outros, Luís de Milão, Luis de Narváez, Alonso Mudarra.
Não obstante a falta de fontes primárias, sabemos que a prática de transcrição musical esteve
intimamente relacionada com o surgimento da música instrumental durante o período de
transição entre o renascimento tardio e o barroco. Como cita Toscano (2009),
Contudo tem-se exemplos concretos de peças que foram abertamente transcritas da música
polifónica vocal, como por exemplo, motete Clamabat autem mulier de Pedro de Escobar,
transcrito por Alonso Mudarra e publicado em Sevilha em 1546, que consta no Libro tercero
dos Tres libros de musica en cifras para vihuela (Toscano, 2009, p. 137). É um fenómeno
transversal a outros instrumentos na altura, tal como o órgão (Rutt, 2017, p. 2).
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
A teorba foi desenvolvida no final do séc.XVI, sob inspiração de uma procura por registos
mais graves requeridos pelas práticas de música de câmara como por exemplo, as peças
executadas pela Camarata Florentina e outros trabalhos baseados no baixo contínuo. O alaúde,
por sua vez, como já abordado, foi introduzido na Europa no século VII. A sua construção foi
refinada ao longo dos séculos. Durante o período barroco tinha uma procura maior na música
a solo ou para acompanhamento vocal na medida em que a sua função de baixo contínuo nos
grupos de música de câmara foi substituída gradualmente pelos instrumentos de tecla e pela
própria teorba.
Segundo Vitor de Souza Leite e Luciano Souto, o reportório para esses instrumentos era
formado em grande parte de transcrições:
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3.4. Francisco Tárrega
Francisco Tárrega era um pianista, guitarrista e compositor. Foi um dos guitarristas que
aumentou consideravelmente o reportório da guitarra, como também, fez várias transcrições.
Tárrega foi também mestre e mentor de guitarristas que tiveram uma influência determinante
no desenvolvimento da música para guitarra original e transcrita, como Miguel Llobet e
Emílio Pujol.
Tárrega transcreveu muitas obras de piano. Enquanto o fazia, começou a perceber que as
exigências técnicas desse reportório requeriam mudanças estruturais na construção do
instrumento para obter um som mais cheio e homogéneo. Ainda que reconhecesse o uso das
unhas na mão direita aumenta as possibilidades dinâmicas do instrumento, ele achava que tal
técnica não ajudava na interpretação, já que se criava um som estridente e agressivo. O novo
instrumento que Antonio de Torres tinha criado, que expandiu o leque de possibilidades
sonoras e físicas do instrumento, fez que Tárrega começasse a refletir e a repensar na maneira
como tocava (Silveira, 2021,p. 91). O novo instrumento era maior, com uma estrutura leve,
onde atingiu uma tensão de cordas ideais que permitia a guitarra a obter um som equilibrado
entre os agudos e os baixos.
O trabalho de Tárrega e seus discípulos deu origem a uma escola, uma das escolas mais
importantes da história da guitarra. Tal escola não se diferenciava somente pelas divergências
técnicas, mas também no que respeita a abordagem ao desenvolvimento do reportório do
instrumento, valorizando não só a criação de peças originais como também o trabalho de
transcrição.
Algumas transcrições feitas por Tárrega foram Noturno nº9 de Chopin; "Astúrias de Albéniz;
Dança Espanhola nº 10 de Granados, entre outras. Muitas vezes, para agradar ao público, ele
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
Nas transcrições de piano para guitarra, tratando-se a guitarra de um instrumento cuja leitura
faz-se apenas em uma pauta, em contraste com as duas do piano, a partitura pode ficar com
várias indicações que, devido à consequente falta de espaço, dificulte a ler. Com o tempo ele
foi percebendo esses problemas e ganhou um domínio na transcrição, pois tinha bastante
conhecimento sobre o piano. (Clark, 2010, p. 13) Algumas transcrições de Tárrega que foram
obras selecionadas para piano do seu companheiro Isaac Albéniz são: Pavana (Capricho), op.
12; Granada, Sevilhana e Cádiz da Suite Espanhola no. 1, op. 47; Oriental e Seguidillas de
Cantos de España, op. 232 (transcrita para duas guitarras).
Podemos ver que Tárrega transcreveu pelo menos seis obras de Albéniz para guitarra. Foram
todas transcritas no final da década de 1880 e inicio da década de 1890, quando Albéniz
ergue-se um dos compositores importantes.
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3.5. Andrés Segóvia
Andrés Segóvia nasceu em 1893 em Linares (Espanha) e morreu em 1987. O seu primeiro
contacto de aprendizagem instrumental foi o violino. Essa experiência não foi do seu agrado,
pois considerava os métodos do seu professor demasiado rígidos.
Passados dez anos, mudou-se para Granada com seus tios que tinha uma grande admiração
por essa cidade. Nupen refere no seu documentário sobre Segóvia (1967) “Abrir os olhos para
a beleza de Granada é nascer pela segunda vez (….)” (Silveira, 2019, p.13). Segóvia começou
a desenvolver uma grande paixão pela guitarra, onde tocava vários estilos de músicas,
incluindo música flamenca e popular. Em Granada conheceu Gabriel Ruiz de Almodóvar que
interpretou um dos prelúdios de Francisco Tárrega e sentiu uma grande admiração por
conseguir tirar os sons mais sofisticados da guitarra.
Após a Segunda Guerra Mundial, ele foi o primeiro a mudar as cordas de categute para nylon,
resultando numa maior estabilidade tonal.
Anos mais tarde, Segóvia mudou-se para Córdoba. No dia anterior à sua partida, descobriu
que Miguel Llobet (considerado o melhor aluno de Francisco Tárrega) iria a Valência. Depois
de Segóvia tocar para Llobet, ele começou a ter interesse como Segóvia tocava, além da forma
como alargava o reportório da guitarra. Com a confiança que foi ganhando de Llobet,
aproveitou para perguntar se ele poder-lhe-ia fornecer algumas cópias de Enrique Granados.
Por fim, Llobet deu-lhe a oportunidade de transcrever vários trabalhos em conjunto.
Em Córdoba, ele conheceu Rafael de Montis, que era um pianista na Alemanha, para o qual
teve a oportunidade de apresentar o seu trabalho. Montis ficou espantado pelo reportório
tocado, pois naquela altura não era “normal” ouvir transcrições de Bach, Schumann,
Mendelssohn para guitarra. Montis começou a ter uma opinião positiva sobre a guitarra,
parando de a inferiorizar.
Com estas digressões em Espanha, os concertos começaram a fazer com que as pessoas
tivessem uma perspetiva diferente da guitarra, dando-lhe mais valor, levando-a assim mais a
sério. Por consequência disso, Federico Moreno Torroba, um compositor com sucesso em
Espanha, compôs a sua primeira peça para guitarra, Danza en Mi menor.
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
“Durante estes últimos anos, Segóvia ampliou o seu reportório não só pelas novas
obras que os compositores lhe dedicam, mas também graças ao seu trabalho de
investigação, que o leva a descobrir, estudar e adaptar obras dos mais renomados
vihuelistas, valiosíssimas composições de J.S Bach, escritas para alaúde,
incorporando-as com sucesso nos seus concertos. O Maestro, durante anos,
adquiriu tal preparação e aperfeiçoou a sua técnica de tal forma que, com o
reportório ampliado, demonstrou pouco tempo depois ao mundo a sua habilidade
única de recriar a projetar a riqueza musical de vários séculos, desde os primeiros
vihuelistas até aos compositores contemporâneos.” (Poveda, citado em Silveira,
2019, p.33)
A guitarra para Segóvia tinha algumas complicações para quem quisesse compor uma obra. À
medida que lhes iam pedindo para compor, eles verificavam que o seu trabalho era de facto
exequível neste instrumento, aumentando, por consequência, o seu interesse.
Em 1923 no México, ele conheceu Manuel Ponce que demonstrava um grande interesse pela
guitarra. Por isso, pediu a Ponce que compusesse algumas peças para guitarra, modificando a
estrutura da obra e alterações de harmonia. A sua relação ficou cada vez mais profunda e
impressionante porque Segóvia começou a ser capaz de fazer transcrições de obras
originalmente criadas para outros instrumentos, cravo, piano, violoncelo, violino, por exemplo
a Suite BMW 1004 para violino.
• Obras contemporâneas que inclui concertos e sonatas, escritas por ele mesmo e às
vezes por músicos com quem estabeleceu relações, por exemplo Federico Moreno
Torroba, Joaquin Rodrigo, Manuel Ponce, Heitor Villa-Lobos, entre outros;
• Transcrições de obras para alaúde, cravo e piano, de Johann Sebastian Bach, Isaac
Albéniz, Enrique Granados;
Algumas das suas composições foram: Estúdio para Deli (1938), Prelúdio nº11- Vara (1950),
Fandango da madrugada (1945), entre outros; e algumas transcrições que Segóvia fez foi
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Chaconne BMW 1004 de J.S. Bach, escrita originalmente para violino; Sarabande de Händel;
La Fille aux Cheveux de Debussy; entre outros.
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
4. Estudo Empírico
• Adicionar ou retirar notas. Por exemplo, nalgumas obras para piano, ter-se-á que
colocar algumas notas uma oitava acima ou abaixo. Poderá também ter que haver uma
decisão sobre quais notas são harmonicamente menos importantes.
• Alterar o ritmo e as notas. Por vezes torna-se necessário alterar o ritmo de certos
arpejos e passagens musicais por não serem exequíveis ou não serem idiomáticos na
guitarra.
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4.2. Reportório
De modo a ilustrar as dificuldades de transcrição de reportório para instrumentos de tecla para
guitarra e as técnicas utilizadas para resolvê-las, irei apresentar exemplos de cinco peças (duas
sonatas de D. Scarlatti, um minueto de W. A. Mozart e um prelúdio de F. Chopin).
Na Sonata K.78 de Scarlatti (transc. S. Eythorsson) existem várias modificações, sendo uma
delas a mudança de tonalidade. Como pode-se ver na Fig. 1 (peça original) está em Fá Maior,
enquanto a transcrição (Fig.2) aparece em Lá Maior.
Nos compassos 6 e 7 o transcritor passou as notas do baixo uma oitava a cima (relativamente)
da peça original.
Figura 5: Sonata K.78 - Scarlatti, compassos 6 Figura 6: Sonata K.78 - Scarlatti, compassos 6 e
e 7, Original 7, Transcrição
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
Nos compassos 11-13 podemos ver na Fig.7 que no original a nota é prolongada mediante
trilo. Mas como na guitarra tal seria uma impossibildade técnica, o transcritor decidiu passar a
nota para mínima, tocando uma vez por cada compasso.
Figura 7: Sonata K.78 – D. Scarlatti, Figura 8: Sonata K.78 – D. Scarlatti, compassos 11-13,
compassos 11-13, Original Trasncrição
Na peça Prelúdio op.28 n.º7 de Chopin poderemos ver a mudança de tonalidade. A peça
original está em Lá Maior enquanto que a transcrição transpõe para Ré Maior.
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No compasso 6 o transcritor reduziu as quantidade de notas dos acordes nos tempos 2 e 3.
Na peça Sonata K.34 de Scarlatti acontece também a mudança de tonalidade: a peça original
está em Ré Menor e a transcrição em Mi Menor.
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
Os compassos 5 e 7 têm na peça original 3 baixos por compasso, mas os transcritores (P.
Batchelar & R. Wright) substituiram o primeiro baixo de mínima para semínima e retiraram o
segundo baixo.
Nos compassos 24-26 os baixos são passados uma oitava a cima, mas também tive que
colocar algumas notas em harmónicos, porque o compositor escreveu notas muito agudas que
não conseguimos na guitarra.
Figura 28: Land, Red and Warm - H. Bruno, compassos 24-26, Transcrição
Nos compassos 39-40, por razões técnicas, tive que retirar notas o Mi dos harpejos,
desfazendo a dissonância.
Figura 29: Land, Red and Warm - H. Bruno, Figura 30: Land, Red and Warm - H. Bruno, compassos
compassos 24-26, Original 24-26, Transcrição
Nos compassos 41-46, novamente por motivos técnicos, tive de mudar o padrão de harpejo,
repetindo o Ré, ao invés da sequência Lá-Ré.
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
Apartir compasso 82, a voz superior é passada uma oitava abaixo e retirei o Lá dos acordes,
visto que a supressão da nota não altera a harmonia e facilita consideravelmente a execução.
Figura 33: Land, Red and Warm - H Bruno, compassos Figura 34: Land, Red and Warm - H Bruno, compassos 82-83,
82-83, Original Transcrição
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5. Considerações finais
Na expectativa de que este trabalho servisse para ampliar o meu conhecimento e curiosidade a
respeito da transcrição, esta abordagem mostrou ser enriquecedora, uma vez que me permitiu
ter uma melhor compreensão sobre este tema e os problemas que muitos transcritores tiveram
de superar.
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Transcrição de reportório de instrumentos de tecla para guitarra: história e problemática
6. Bibliografia
6.1. Partituras
Eythorsson, S., Scarlatti, D. (2000). Domenico Scarlatti: 6 sonatas. https://classical-guitar-
school.com/en/Download/1024
Wright, R., Batchelar, P., Scarlatti, D. (2008). Scarlatti for guitar: 10 arrangements. Reino
Unido: Associated Board of the Royal Schools of Music.
Tárrega, F., Chopin. (n.d.). Prelúdio op. 28 n.º 7. Madrid: Ildefonso Alier.
Cardoso, R. C. (2014). Transcrições para violão de peças originalmente escritas para alaúde
barroco: Uma revisão bibliográfica. Em XXIV Congresso da Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-Graduação em Música. São Paulo.
Dobney, J. K., & Powers W. (2007, setembro). The Guitar. The Met.
https://www.metmuseum.org/toah/hd/guit/hd_guit.htm
Elson, L. C. (1905). Elson's Music Dictionary: Containing the Definition and Pronunciation
of Such Terms and Signs as are Used in Modern Music. Together with a List of Foreign
Composers and Artists and a Short English-Italian Vocabulary of Musical Words and
Expressions. O. Ditson.
Haar, J. (Ed.). (2006). European Music, 1520-1640 (Vol. 5). Boydell Press.
Johnson, T. (2013). Transcription of baroque works for classical guitar: JS Bach’s sonata in
D minor (BWV 964) as model (Dissertação de Mestrado, University of North Texas).
Koonce, F. W. (2010). The Renaissance Vihuela & Guitar in Sixteenth-century Spain. Mel
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Bay Publications.
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7. Anexos
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7.3. Land, red and warm – H. Bruno (transc. B. Salvador)
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