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º 1, em Fá Maior, para
Clarinete Orquestra, de Carl Stamitz e a sua
importância para o estudo do Clarinete
Nº7 | 12ºF
Orientada pelo
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Índice
INTRODUÇÃO 11
1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA 13
CONCLUSÃO 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37
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Índice de Figuras
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Índice de Tabelas
Tabela 1 – Repertório composto por Carl Stamitz, tendo o clarinete como instrumento
solista. ........................................................................................................................................28
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Introdução
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1. Contextualização Histórica
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A Primeira Escola de Viena foi a principal referência do período Clássico. Caracterizava-se por
aplicar e desenvolver as características da Escola de Mannheim, mas de forma mais complexa
e com a aplicação do estilo Sturm and Drang, que significa tempestade em aperto. Neste
contexto, o princípio estético prima não só pela exaltação da emoção e da textura, mas também
pela condução melódica, sendo estes conduzidos pela profundidade dos sentimentos.
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ornamentação, polifonia, contraponto ou extensão rarefeita, mas também pela
grande utilização do cravo. Neste contexto, destacam-se os compositores
Johann Gottlieb Graun (1703 – 1771) e Carl Philipp Emanuel Bach (1714 –
1788), pertencentes à Escola de Berlim, na qual a transição para o período
Clássico se realizou lentamente, resultando em vinte anos de experimentação
técnica e musical.
A segunda fase é considerada o apogeu do período Clássico. Nesta, o
cravo entra em decadência e assiste-se a uma maior liberdade, simplicidade e
estrutura, sendo nela compostas algumas das obras mais importantes deste
período, como por exemplo: a ópera Orfeu e Eurídice (1762), de Christoph
Willibald Gluck (1714 – 1787); Sinfonia nº 45 (1772), também denominada de A
Despedida, de Joseph Haydn; e a ópera As Bodas de Fígaro (1786), de
Wolfgang Amadeus Mozart.
Durante esta fase, a Escola de Mannheim, localizada na Alemanha,
desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento da Música, sendo
alguns dos seus compositores responsáveis pela criação de novas técnicas
orquestrais. A Sinfonia nº 1 (1746), em Sol Maior, Op. 3, de Johann Stamitz (1717
– 1757), e a Sinfonia em Ré Maior (1772), também denominada de A Caça, do
seu filho Carl Stamitz, são dois exemplos da técnica orquestral usada à época.
Por fim, a terceira fase é conhecida como o final do Classicismo e a
passagem para o Romantismo. Durante esta fase, os compositores começaram
a explorar a expressão emocional através da Música, incorporando técnicas
como o cromatismo, a modulação e a variação temática. As obras tornaram-se
mais complexas e abrangentes, com um maior foco na emoção e no drama, em
vez da estrutura e equilíbrio do período Clássico. Compositores como Ludwig
van Beethoven ou Franz Schubert (1797 – 1828), produziram obras que
representam a transição entre o período Clássico e o período Romântico, que
surgiria posteriormente. Como por exemplo: Sinfonia nº 9 (1824), em Ré menor,
Op. 125, de Ludwig van Beethoven; e a Sinfonia nº 8 (1822), em Si menor, D.
759, também denominada de Sinfonia Inacabada, de Franz Schubert.
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1.2. Movimentos Revolucionários no Período Clássico
1.2.1. Iluminismo
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o princípio de que todos os indivíduos deveriam ter direitos iguais perante a lei
foi um dos princípios fundamentais do Iluminismo e influenciou o
desenvolvimento de sistemas políticos democráticos em todo o mundo.
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Tratado que pôs fim à guerra da independência dos Estados Unidos da América.
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a Yankee Doodle, que, apesar de originalmente ser uma canção popular
britânica, foi adaptada pelos cidadãos americanos para denunciar o colonialismo
britânico. Durante este período, compositores como William Billings (1746 –
1800) e Francis Hopkinson (1770 – 1842), criaram canções de carácter patriótico
que celebravam a independência da América. São o caso de: Chester (1770) e
Hail, Columbia (1798), respetivamente.
Em suma, Nunes (2012) defende que a Revolução Americana teve um
impacto direto na Revolução Francesa, uma vez que os cidadãos franceses
foram impulsionados pelos valores de liberdade e encorajados pela propaganda
divulgada por Benjamin Franklin (1706 – 1790), considerado como um dos
fundadores dos Estados Unidos da América e o primeiro embaixador desta
República Federal em França.
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devido aos excessivos gastos da Monarquia e aos altos impostos cobrados à
população. Esta situação, viria a desencadear a Revolução Francesa que, tendo
a duração de dez anos, teve uma série de eventos importantes que moldaram o
seu decurso e desfecho:
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Neste contexto, em 1803, Ludwig van Beethoven finalizaria a sua terceira
Sinfonia, a qual seria dedicada a Napoleão Bonaparte. No entanto, retiraria a
mesma devida à forma como ele se coroou Imperador de França, indo contra os
ideais que a Revolução representava, intitulando-a posteriormente de Heroica.
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que “(...) à medida que se aproximava o fim do século, começou a ser confiado
aos instrumentos de sopro material musical mais importante e mais
independente (p. 494)”.
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Denominação dada a esta instituição entre 1795 e 1806. Desde 2009 que é denominada de
Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris.
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1.3.2. A Orquestra de Mannheim
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1.4. O Clarinete e a sua evolução organológica
Figura 3 – Chalumeau.
Para autores como Kurt Birsak (1991) ou Anthony Baines (1991), foram
realizados vários aperfeiçoamentos neste instrumento ao longo do tempo, na sua
maioria pelo construtor alemão Johann Christoph Denner (1655 – 1707). Alguns
deles foram: a introdução de duas chaves de metal opostas na parte superior –
uma na frente para a nota Lá3 e outra atrás, denominada de chave de registo,
possibilitando a obtenção de notas mais agudas; a adição de um orifício para o
dedo mindinho da mão direita; e a adição de uma boquilha no qual era atada
uma palheta de cana (Pinto, 2006).
Segundo Pinto (2006), o facto deste instrumento possuir só duas chaves,
tornava praticamente impossível a sua execução em alguma tonalidade que não
fosse a sua. Assim, muitos foram os clarinetistas e construtores que, em meados
do século XVIII, começaram não só a dedicar algum do seu tempo à construção
de clarinetes em quase todas as tonalidades, mas também ao seu
aperfeiçoamento técnico, dando origem ao clarinete tal e qual o conhecemos nos
dias de hoje.
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Os primeiros clarinetes, como todas as primeiras versões das grandes
invenções, apresentavam imperfeições, que consistiam, neste caso, em
sonoridades demasiadamente estridentes no registo médio/agudo e sem
vigor ou clareza de afinação no registo grave (que tem precisamente o
nome de chalumeau). Tais imperfeições comprometeram a sua aceitação
inicial por parte dos músicos, sendo este instrumento declaradamente
inferior ao oboé e à flauta, seus contemporâneos, no que concerne ao
timbre, afinação e agilidade (Nunes, 2011, p. 42)
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“A forma como Müller construiu as chaves, a sua disposição e abertura e
ainda as novas sapatilhas que lhe colocou, foram as grandes melhorias
que introduziu ao clarinete. O seu desenho dos orifícios para as sapatilhas
vedarem melhor, também era novidade e melhorou em muito a eficácia
do instrumento. Isto resume-se a uma melhor relação
chave/sapatilha/orifício, que veio permitir uma técnica mais sólida, não só́
ao nível dos dedos, mas sobretudo da emissão sonora.” (Pinto, 2006, p.
14).
“Por estes factos se diz que o trabalho de Müller foi decisivo, pois dele
derivaram os dois sistemas mais utilizados:
a) O Sistema-Oehler, utilizado pelos clarinetistas alemães,
b) O Sistema-Boehm, que é tocado em quase todo o Mundo.” (Pinto, 2006,
p.16).
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Segundo Brymer (1990), este sistema surgiu a partir do trabalho do
flautista Theobald Boehm (1794 – 1881), que tentou construir uma flauta
transversal com os orifícios posicionados de uma forma, acusticamente, correta.
Das suas invenções, destacam-se: a colocação de um sistema de chaves que
desse a possibilidade de fechar dois orifícios ao mesmo tempo; e a utilização de
uns anéis de metal que proporcionassem um maior controlo nas diferentes
chaves, ou seja, deixando de ser necessário deslocar os dedos das posições
iniciais. Neste contexto, Pinto (2006) refere:
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2. O Concerto n.º 1, em Fá Maior, para Clarinete e
Orquestra, de Carl Stamitz
Carl Stamitz, filho mais velho de Johann Stamitz e irmão de Anton Stamitz
(1750 – 1796), desde cedo mostrou um talento inato para a Música, começando
a estudar violino com o seu pai.
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Tabela 1 – Repertório composto por Carl Stamitz, tendo o clarinete como instrumento solista.
Obra Instrumentação
Concerto n.º 1, em Fá Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 2, em Si Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 3, em Si Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 4, em Si Bemol Maior Dois Clarinetes e Orquestra
Concerto n.º 5, em Si Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 6, em Mi Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 7, em Mi Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 8, em Si Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 9, em Si Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 10, em Si Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto n.º 11, em Mi Bemol Maior Clarinete e Orquestra
Concerto Duplo, em Si Bemol Maior Violino, Clarinete e Orquestra
Concerto Duplo, em Si Bemol Maior Clarinete, Fagote e Orquestra
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2.2. Apontamentos analíticos
2.2.1. Allegro
• Introdução: c. 1 ao c. 52;
• Exposição: c. 53 (com anacruse) ao c. 65;
• Desenvolvimento: c. 66 ao c. 176;
• Reexposição: c. 177 (com anacruse) ao c. 239 (com cadência);
• Coda final: c. 239 até ao fim.
Introdução
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Todas as figuras apresentadas, no âmbito desta análise, terão como recurso a redução da
partitura para clarinete e piano.
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Exposição
Desenvolvimento
Reexposição
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Figura 10 – Exemplo musical da reexposição – compassos 177 (com anacruse) e 189.
Por sua vez, a cadência, apresentada na figura 12, precede a coda final,
realizada pela orquestra.
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2.2.2. Adagio
2.2.3. Rondó
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O andamento inicia com um breve refrão, entre os compassos 1 e 8 (figura
15), seguido da estrofe 1, entre os compassos 43 e 65. Esta, é desenvolvida
entre os compassos 69 e 111.
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Por fim, entre os compassos 306 e 360, é realizado o desenvolvimento
das estrofes 1 e 2, sendo apresentado depois o refrão pela última vez
(compassos 361 a 368).
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Conclusão
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Referências Bibliográficas
Brymer, Jack (1990). Clarinet. London: Kahn & Averill. (1ª Edição, Macdonald &
Co Ltd, 1976).
Grout, Donald J. & Palisca, Claude V. (2007). História da Música Ocidental (5ª
Edição). Lisboa: Gradiva.
Hoeprich, Eric (2008). The Clarinet. New Haven and London. Yale University
Press.
Rice, Albert (2007). The Clarinet in the Classical Period. Oxford: Oxford
University Press.
Rosen, Charles (1972). The Classical Style: Haydn, Mozart, Beethoven. New
York: W. W. Norton & Company.
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