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1 A inclusão de «domingo» no título salienta, desde logo, a excecionalidade desse dia

da semana para o sujeito poético, sugerindo, ainda, pela ligação com «elegia», a ideia
de que é um tempo recordado com tristeza
O sujeito poético contrapõe o tempo passado, pelo uso do pretérito
imperfeito, ao presente, introduzido pelo advérbio “Hoje”. No
passado, o domingo era“ uma coisa pequena”, um dia especial,
enquanto no presente é um dia “grande”, vazio, marcado pelo tédio,
pela saudade. O acontecimento que terá provocado a mudança na
perceção do domingo terá sido o afastamento do "tu", que conduz à
separação; o tom da segunda estrofe, um tom elegíaco, reflete esse
acontecimento. Em suma, o domingo ganha uma conotação positiva
quando associado ao passado e à presença do “tu”, mas um valor
negativo quando é lido em função do presente do sujeito, tempo de
ausência do ser amado.

2 A natureza serve para demonstrar os diferentes estados de


espírito do sujeito poético. Por um lado, no passado, tudo era
felicidade, harmonia, beleza e perfeição; por outro, no presente,
tudo é infelicidade, pois a natureza está distante e oculta. É a
ausência do “tu” que leva o sujeito poético a percecionar a natureza
de maneira diferente: na sua presença (primeira estrofe), o sujeito
poético sente a natureza mais próxima de si; na segunda estrofe, o
segundo momento do poema, a natureza fica longínqua (“Os
montes estão distantes”).
No entanto, é possível encontrar no poema uma ambiguidade
relativamente ao que a natureza significa: de facto, na primeira
estrofe, a natureza parece estar / ser o corpo do "tu"; na segunda
estrofe, a natureza deixa de estar no "tu" (o sujeito poético coloca a
possibilidade de o "tu" vir sem a natureza). Conclui-se que os
elementos da natureza assumem diversos sentidos simbólicos e
tornam-se obstáculos que impedem o sujeito de recuperar o lugar e
o tempo paradisíacos.
A natureza representada no texto assume diversos sentidos simbólicos. Assim,
pode:

- configurar, por via das metáforas utilizadas («montes», «rios», «nuvens» e


«rosas»), um lugar edénico que o «eu» perde na ausência do «tu»;

- tornar-se obstáculo que impede o sujeito de recuperar o lugar e o tempo


paradisíacos, pois os «montes», «distantes», «ocultam/ os rios e as nuvens/ e as
rosas» (vv. 17-19);
- fornecer elementos para o retrato alegórico do «tu» - as «mãos», em que estão
contidos os traços da paisagem, e a «boca», onde reside a beleza das «rosas»
(vv. 4-8);

3. A metáfora presente nesta expressão intensifica o sentimento de


perda que domina o sujeito. De facto, gora, o “eu” lírico vive o
domingo e perceciona a natureza de forma diferente, sem a
presença do “tu”, cujas mãos já “não vêm”. O sujeito, de forma
lúcida, tem consciência da perda da plenitude e da beleza que
emanavam do ser amado, mas está presente um desespero
contido, confrontando-se com a certeza da alteração irreversível da medida do tempo
(«domingo») - breve e feliz no passado, longo e infeliz no presente.

Este recurso contribui, assim, para a construção de um tempo


marcado pela plenitude e pela harmonia, que não volta.

Vasco Graça Moura e a posteridade


BADBADD
8. Complemento do adjetivo.
9. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
10. Síncope e crase.

1 O título do poema "Domingo" destaca a importância desse dia da semana para o sujeito
poético e sugere que ele é lembrado com tristeza, por meio da associação com a palavra
"elegia". O poema contrasta o tempo passado e o presente, usando o pretérito imperfeito
para descrever como o domingo era um dia especial e feliz no passado, mas agora é um
dia vazio e entediante. A mudança na percepção do domingo é atribuída ao afastamento
do "tu", que leva à separação. O tom elegíaco da segunda estrofe reflete a tristeza dessa
separação. Em resumo, o domingo é visto de forma positiva quando associado ao passado
e à presença do "tu", mas é visto de forma negativa no presente, quando o ser amado está
ausente.

2 O poema utiliza a natureza para demonstrar os diferentes estados de espírito do sujeito


poético. No passado, a natureza era associada à felicidade, harmonia, beleza e perfeição,
enquanto no presente é vista como fonte de infelicidade, pois está distante e oculta. A
ausência do "tu" é responsável por essa mudança de perceção, já que na presença do ser
amado, a natureza é sentida mais próxima. Na segunda estrofe, a natureza fica distante, o
que reflete a ausência do "tu". No entanto, há uma ambiguidade em relação ao significado
da natureza no poema. Na primeira estrofe, a natureza parece estar ou ser o corpo do "tu",
enquanto na segunda estrofe, o sujeito poético sugere que o "tu" pode vir sem a natureza.
Os elementos da natureza assumem diversos sentidos simbólicos no poema, podendo
representar um lugar edênico que o "eu" perde na ausência do "tu", mas também podem
se tornar obstáculos que impedem o sujeito de recuperar esse lugar e tempo paradisíacos.
Além disso, a natureza fornece elementos para o retrato alegórico do "tu", como as mãos
que contêm os traços da paisagem e a boca onde reside a beleza das rosas.

3 A metáfora "O domingo está apenas nos meus olhos" intensifica o sentimento de perda
que domina o sujeito poético no poema. No presente, o sujeito vive o domingo e percebe a
natureza de forma diferente, sem a presença do "tu", cujas mãos já não estão presentes. O
sujeito tem consciência lúcida da perda da plenitude e da beleza que emanavam do ser
amado, mas sente um desespero contido ao confrontar-se com a certeza da alteração
irreversível do tempo. O domingo, que antes era breve e feliz, agora é longo e infeliz. Esse
recurso contribui para a construção de um tempo marcado pela plenitude e harmonia que
não pode ser recuperado.

Vasco Graça Moura e a posteridade


BADBADD
8. Complemento do adjetivo.
9. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
10. Síncope e crase.

Os artistas e os cientistas aproximam-se pela sua elevada criatividade.


Redige um texto de opinião bem estruturado, com um mínimo de 180 e um
máximo de 240 palavras, em que defendas o teu ponto de vista sobre a ideia
exposta. Para fundamentares o teu ponto de vista, recorre a dois argumentos,
ilustrando cada um deles com um exemplo significativo.

A criatividade é um traço comum a artistas e cientistas, e é por meio dela que esses dois
grupos se aproximam. Acredito que essa aproximação é benéfica para ambos, já que a
troca de ideias e perspetivas pode levar a novas descobertas e inovações.
Um dos argumentos que sustenta essa ideia é a importância da criatividade na resolução
de problemas. Tanto artistas quanto cientistas precisam de criatividade para pensar fora da
caixa e encontrar soluções inovadoras para os desafios que enfrentam. Um exemplo
significativo disso é a obra do artista e inventor Leonardo da Vinci. Ele foi capaz de unir sua
criatividade artística com seu conhecimento científico para criar invenções revolucionárias,
como o helicóptero e o submarino. Da Vinci foi um exemplo de como a criatividade pode
ser aplicada em diferentes áreas para resolver problemas.
Outro argumento é que a criatividade é fundamental para a inovação. Tanto artistas quanto
cientistas precisam de criatividade para criar algo novo e original. Em conclusão, a
criatividade é um traço comum que une artistas e cientistas. Essa aproximação é benéfica
para ambos, já que a troca de ideias e perspetivas pode levar a novas descobertas e
inovações. A criatividade é importante tanto na resolução de problemas quanto na criação
de algo novo e original, como demonstrado pelo exemplo de Leonardo da Vinci.

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