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07/02/24, 15:36 Soluções das atividades do manual (word)

Soluções do Mensagens 12.º ano


Manual

p. 11
Educação Literária
1.1 O sujeito poético convoca o «leitor», recorrendo à apóstrofe no primeiro verso. Desta forma,
pretende o eu lírico chamar a atenção de quem lê, transportando-o para o mundo poético em
construção.
2. Podemos associar «o crescer de uma magnólia» ao processo de criação literária perante as
seguintes evidências do poema: «A magnólia te cresce como um livro entre as mãos» (v. 6); «Esta
raiz para a palavra que ela lançou no poema» (v. 9).
3. A magnólia mostra-se em duas vertentes: a que corresponde ao mundo do leitor, «Pode bem
significar que no ramo que ficar desse lado» (v. 10), e a do mundo do poeta, «A magnólia estende
contra a minha escrita a tua sombra» (v. 15).
4. O sujeito poético não tem acesso à interpretação da poesia por parte do leitor; isto é, a flor da
«magnólia» – o impacto da poesia, a sua verdadeira beleza – pertence a essa entidade; o poeta,
mesmo que assim o deseje («por muito que a ame», v. 13), não colherá essa flor, não partilhará
essa experiência leitora.
5. a) 3; b) 4; c) 1; d) 2.
5.1 A metáfora evidencia que a leitura e a apreciação da poesia («A flor que se abrir») pertencem
a quem lê, fazem parte da sua vivência, da sua aventura enquanto leitor («é já um pouco de ti»),
transformando a sua essência e a sua vida.
6. a) 2; b) 1; c) 3.
7. Os articuladores concessivos põem em evidência a importância da «magnólia»; isto é, a poesia
é muito «maior» do que quem a escreve ou quem a lê. A palavra poética impõe-se por si só.

p. 13
1. B.
2. A.
3. B.
4. D.
5. C.
6. B.
7. A.

p. 14
Oralidade
2.1 B.
2.2 A.
2.3 D.
2.4 C.
2.5 A.

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p. 15
Escrita
1. A associação entre literatura e música é pertinente, uma vez que estas duas formas de arte não
só possibilitam a evasão e o despertar de sentimentos, como permitem a expressão de emoções.
A melodia e o ritmo associados às palavras contribuem, tal como as notas musicais, para a
construção de sentidos das obras.
2. Plano de texto:
Introdução
1.o parágrafo: a arte é a forma de expressão mais pessoal mas também mais abrangente que
existe,
o veículo privilegiado na relação do ser humano com o mundo.
Desenvolvimento
2.o parágrafo: a arte comunica emoções, uma vez que o processo criativo potencia a autorreflexão
e a partilha de experiências e estados de alma – angústias pessoais, reações ao mundo interior e
exterior, alegrias, conquistas, fracassos...
Exemplo: a literatura (poesia, prosa...) e a pintura são formas de comunicação de emoções, uma
espécie de terapia para as «doenças» da alma de quem se exprime através delas (Fernando
Pessoa, Paula Rego, Vincent van Gogh...).
3.o parágrafo: a arte transpõe barreiras sociais, económicas, culturais e até linguísticas, permitindo
um melhor conhecimento de si, do outro e do mundo. Potencia a transformação ao promover a
compreensão e a aceitação da diferença, ao fomentar a consciencialização para problemas
ambientais, sociais e políticos.
Exemplo: a música, o graffiti, o cartoon, entre outros, comunicam, muitas vezes, sem palavras,
criam laços com as comunidades, convocam realidades quase sempre ignoradas ou escondidas. É
no confronto com elas que o ser humano aprende a aceitar, a ser tolerante, a tomar consciência
de si e dos outros (Bordalo II, Vhils, Capicua...).
Conclusão
4.o parágrafo: a arte é uma forma de expressão milenar, que sempre permitiu o encontro do
artista consigo próprio e com o mundo, transformando e estabelecendo ligações na sociedade de
forma democrática.

p. 23
2.1 D.
2.2 B.
2.3 D.
2.4 C.
2.5 A.
3.
a) Verdadeira.
b) Falsa. Álvaro de Campos, o poeta que glorifica a Modernidade, mas que se deixa abater pela
angústia existencial.
c) Falsa. Ricardo Reis, o poeta que se inspira na cultura da Antiguidade Clássica.
d) Falsa. Em 1935, ano em que viria a falecer, numa missiva a Casais Monteiro, Fernando Pessoa
explica «com algumas pinceladas de ficção» a criação dos seus heterónimos.

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p. 25
Consolida
1. a) Falsa. A época de Pessoa foi marcada por importantes acontecimentos políticos, como o fim
da Monarquia, a Primeira Guerra Mundial ou o início do regime do Estado Novo.
b) Verdadeira.
c) Verdadeira.
d) Verdadeira.
e) Falsa. Os modernistas cultivavam a interação entre a literatura e outras artes (pintura, cinema,
etc.).

p. 26
Consolida
1.
A. 4
B. 2
C. 1
D. 3

p. 28
Ponto de partida
O poema é feito a partir de experiências/vivências reais do poeta («dor», «esperança»,
«destino»…), que são transformadas artisticamente, modelando essa realidade e gerando ficções
poéticas.
Educação Literária
1.1 No primeiro verso, o poeta surge como um «fingidor», ou seja, um construtor de imagens
poéticas, alguém que modela artisticamente ficções. O uso da terceira pessoa confere ao primeiro
verso o valor de uma proposição: afirmação de caráter universal, válida para todos os poetas.
1.2
a) sentida/real;
b) «A dor que deveras sente» (v. 4);
c) fingida/artística/modelada;
d) lida;
e) «Na dor lida sentem bem» (v. 6).

p. 29
1.3 «Fingir» é trabalhar intelectualmente uma dor real que resulta de experiências emocionais.
Este ato é de tal modo intenso e completo que se transforma numa dor elaborada
intelectualmente (a dor fingida). O poeta transmuta as emoções e experiências vividas no real
para o plano do intelecto e das ideias, transformando-as em imagens poéticas, disponibilizadas
para a interpretação dos leitores.
2.1 A «razão» e o «coração» constituem os dois polos do processo artístico: sentir/pensar;
sinceridade/fingimento; sentimentos/imaginação.
2.2 Sistematiza-se a teoria da criação poética: o «coração» é «um comboio de corda», um
brinquedo sem autonomia, fatalmente destinado a alimentar a «razão», fornecendo-lhe matéria
para a criação; esta condiciona o movimento do «comboio», mantendo-o entretido e disciplinado
«nas calhas de roda» (v. 9). Assim, o fingimento artístico é a transformação da emoção, a matéria-
prima do intelecto, em imagens poéticas.

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3. O eu lírico «autopsicografa-se» enquanto poeta, isto é, através da escrita, expõe a sua tese
sobre aquilo que entende ser a conceção/criação artística.

Gramática
1. «O poeta».
1.1 Coesão gramatical referencial – anáfora por substituição (pronome).
2. a) Predicativo do sujeito. b) Complemento direto. c) Sujeito.
3. Palavra formada por composição (radical + radical + radical).
4. «Que chega a fingir» – adverbial consecutiva; «que é dor» – substantiva completiva; «que
deveras sente» – adjetiva relativa restritiva.
Mensagens ao minuto
Três dores (sentida, fingida, lida); A palavra «dor» surge três vezes no poema (vv. 3, 4 e 6); três
palavras que mostram a centralidade do fingimento: «fingidor» (v. 1), «finge» (v. 2), «fingir» (v. 3);
três estrofes; 12 versos (múltiplo de três). O número 3 é o número da criação, da progressão
cíclica e da perfeição (a obra poética que resulta do processo de fingimento).

p. 30
Educação Literária
1.1
a) mentir/falsear («Dizem que finjo ou minto», v. 1).
b) rejeitar a emoção («Não uso o coração.», v. 5) e optar pela «imaginação» (v. 4).
c) crítica/depreciativa (processo de criação poética como um ato insincero).
d) assertiva (defesa da simplicidade e da sinceridade artística do ato de criação).
1.2 B.
2. a) 1; b) 2; c) 1.
3. O sujeito poético conclui, argumentando, que, ao escrever, se distancia da realidade, se liberta
«Do que [...] está ao pé» (v. 12) – o mundo sensível, as emoções, o «coração» (v. 5), que o enleia,
engana −, pois está ciente de que a «cousa [...] linda» (v. 10) − a obra de arte, aquilo que é
realmente verdadeiro e belo − só se pode concretizar através da imaginação, daí a necessidade
deste distanciamento.
4. Através da interrogação retórica «Sentir?» (v. 15) e da exclamação «Sinta quem lê!» (v. 15), o
sujeito poético reforça a sua teoria − o distanciamento do poeta do «coração» (v. 5) no ato de
criação, através da intelectualização dos sentimentos −, introduzindo um novo interveniente, o
leitor, a quem reserva as emoções suscitadas pela leitura/interpretação do poema.

p. 31
5. O pronome demonstrativo «Isto» resume a simplicidade da teoria poética que o eu lírico
defende (o que escreve e como o escreve), pois fingir artisticamente é «simplesmente» «Isto».
Gramática
1. a) «que finjo ou minto / Tudo» − oração subordinada substantiva completiva; complemento
direto.
b) «que escrevo» − oração subordinada adjetiva relativa restritiva; modificador do nome restritivo.
Escrita
1.1 Sugestão:
– A representação de Pessoa com os característicos óculos, bigode, chapéu e fato; com uma chave
de dar à corda, dirigida a um tubo posicionado no lado do coração.
– A imagem constitui uma reprodução típica do poeta, retratando de forma evidente a sua
personalidade – figura séria, ar ensimesmado, olhar circunspecto.

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– Na ilustração surge uma alusão ao «comboio de corda» − o coração, do poema


«Autopsicografia» – a que o poeta parece dar à corda, para que forneça à razão elementos de
criação poética.
– De forma simples, mas clara, Carrilho consegue representar um dos principais fundamentos da
arte poética pessoana.
p. 32
Ponto de partida
1. Desta cena do quotidiano rural, evidenciam-se alguns estados de espírito das personagens, por
exemplo, alegria e convivialidade, apesar da fadiga e do cansaço; calma e tranquilidade, embora
seja um ambiente de trabalho árduo no campo.
Educação Literária
1. A primeira parte (estrofes 1 a 3) centra-se na descrição da «ceifeira» e do seu «canto»,
elementos de um espaço exterior. Na segunda parte (estrofes 4 a 6), o sujeito poético reflete
sobre o impacto que esse canto teve nele mesmo (espaço interior das emoções e dos
sentimentos).
2. Embora parta de uma focalização objetiva da «ceifeira» e do seu «canto», o eu lírico introduz
alguns traços de caráter subjetivo na sua caracterização (por exemplo, o adjetivo «pobre» – v. 1 –,
anteposto, pressupõe um juízo de valor) apresenta uma explicação para o facto de a figura
feminina cantar enquanto trabalha − «Julgando-se feliz talvez...» (v. 2); caracteriza antiteticamente
a sua voz, simultaneamente «alegre» e «cheia / De […] anónima viuvez» (vv. 3-4), isto é, marcada
por duras condições de vida (perda, solidão, indigência).
3. Com a antítese «alegra e entristece» destaca-se o impacto antagónico que a voz da ceifeira tem
no sujeito poético: por um lado, «alegra[-o]» vê-la feliz a cantar, em plena sintonia com a
Natureza; por outro lado, «entristece[-o]», já que o «canto» está desenquadrado das duras
condições de vida da «ceifeira», das quais ela não tem consciência. O sujeito poético,
contrariamente, possui esse discernimento, o que o impede de desfrutar daquele momento.

p. 33
4. O sujeito poético e a figura feminina percecionam a vida de forma oposta: a «ceifeira» canta
sem razão, ou seja, não tem consciência da sua realidade difícil e dura, sendo aparentemente feliz.
Pelo contrário, o sujeito poético é incapaz de se libertar da intelectualização das suas emoções,
não consegue sentir sem pensar, o que lhe impossibilita o acesso a uma felicidade inconsciente.
5. O sujeito poético deseja experienciar a felicidade inconsciente da ceifeira, mantendo a sua
própria consciência. Esta felicidade racional permitir-lhe-ia atenuar, evadir-se da dor de pensar;
contudo, pelo seu caráter paradoxal (ser inconsciente, conscientemente) essa concretização é
impossível.
6. a) 2; b) 1; c) 1.
Oralidade
1.1 Sugestão de tópicos:
– Dor de pensar tem a ver com o sofrimento que o raciocínio nos traz.
– No trailer, é evidente o sofrimento causado pelo pensamento, sobretudo nas fases mais
confusas da personagem, em que, por exemplo, lembrar-se daqueles que o rodeiam é bastante
difícil.
– Pensar em excesso, sofrer por antecipação, não conseguir usufruir apenas das emoções ou
sensações do momento, tudo conduz a situações penosas.
– Devemos promover um equilíbrio entre o sentir e o pensar; isto é: não intelectualizar em
excesso mas também não sentir apenas. Do equilíbrio das duas dimensões resultará também o
nosso equilíbrio emocional.
Mensagens em diálogo

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1. Em Pessoa, a dor de pensar resulta da incessante intelectualização de emoções, da


omnipresença da Razão, que se sobrepõe à Sensação. A incapacidade de se libertar do raciocínio
traz ao eu insatisfação, angústia, infelicidade e ambição de apenas sentir sem pensar. O
exacerbamento das emoções domina D. Madalena – vive em estado de permanente inquietação,
pois teme que o seu primeiro marido esteja vivo e regresse; a tensão interior aumenta quando
sabe, pelo romeiro, que está vivo. Perseguida pelo passado, a personagem não consegue
encontrar a felicidade e a serenidade, acabando por «abandonar o mundo» e enclausurar-se.
A supremacia da Razão ou da Emoção (na poesia do ortónimo e na personagem garrettiana,
respetivamente) acarreta uma consequência comum de infelicidade.

p. 34
Educação Literária
1.
a) «Gato que brincas na rua»
b) «Invejo a sorte que é tua»
c) «leis fatais»
d) «instintos gerais»
e) «És feliz porque és assim»
f) «Eu vejo-me e estou sem mim, / Conheço-me e não sou eu.»
2. a) A oposição de conceitos destaca a irracionalidade do «gato». A mera atribuição de um nome
ou um juízo de valor acerca de uma situação pressupõe pensamento, uso da razão, competência
que o gato não possui, por conseguinte «nem sorte se chama».
b) A oposição reside em «o nada que és» ser «teu». Na sua inconsciência e anonimato («o nada»),

o «gato» só depende dele mesmo e dos seus instintos, contudo, pertence a si mesmo («és teu»).
3. Ao sabor do Destino, o «gato» é «feliz» porque é inconsciente e irracional, rege-se apenas pelo
seu instinto. Opostamente, o eu lírico reconhece-se fragmentado e despersonalizado, devido à sua
racionalidade e introspeção. O pensamento causa dor e infelicidade, pelo que o sujeito poético
inveja a vida do «gato», desejando evadir-se de si mesmo.
Mensagens ao minuto
Gato de Pessoa ortónimo (representa a inconsciência e a felicidade para o sujeito poético do
poema do ortónimo): figura dinâmica e brincalhona; vive em liberdade na rua; rege-se pelo
instinto.
Reverendo Bonifácio (representa uma vertente da crítica de costumes): felino molengão e
anafado; o seu nome revela uma posição anticlerical por parte do seu dono, Afonso da Maia;
«personifica» a inércia e a passividade de alguns elementos da alta sociedade lisboeta.

p. 35
Gramática
1.1 B.
1.2 D.
2. a) pronome; b) conjunção; c) conjunção; c) pronome.

p. 36
Consolida
1.
a) Verdadeira.
b) Falsa. Em «Ela canta, pobre ceifeira», o sujeito lírico deseja ser inconsciente, mas de forma
consciente.

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p. 37
Consolida
1.
a) «Contrariamente ao que tínhamos decidido», «não».
b) «Sempre que analisamos um poema de Fernando Pessoa», «permanentemente».
c) «bastante», «acerca desta temática pessoana».
d) «ontem», «junto do parque»
e) «Até», «debaixo de uma ponte», «aqui», «rapidamente».
1.1 a) «ao que tínhamos decidido»; b) «que analisamos um poema de Fernando Pessoa»; c)
«desta temática pessoana»; d) «do parque»; e) «de uma ponte».
1.2 a); b)

p. 38
Ponto de partida
1. Na perspetiva das crianças, elas são «o melhor do mundo» porque têm o «amor dos pais»,
«aprendem», «fazem as coisas bem»; para uma «não há nada de bom em ser adulto».
Na minha perspetiva, as crianças são o melhor do mundo pela sua ingenuidade, candura, pela
inocência com que olham o mundo.

p. 39
Educação Literária
1.
a) «Pobre velha música!» (v. 1).
b) «Um pregão» (v. 3).
c) «Enche-se de lágrimas / Meu olhar parado.» (vv. 3-4).
d) «Como se no braço / Me tocasse alguém / Viro-me num espaço» (vv. 5-7).
e) «Recordo outro ouvir-te. / […] / Nessa minha infância / Que me lembra em ti.» (vv. 5-8).
f) «Outrora em criança / O mesmo pregão...» (vv. 9-10).
g) «Com que ânsia tão raiva / Quero aquele outrora!» (vv. 9-10).
h) «Não lembres... Descansa, / Dorme, coração!...» (vv. 11-12).
2. O verso 6 introduz a dúvida sobre a hipótese de o sujeito poético ter ouvido, de facto, a «pobre
velha música» na sua infância. O verso 12 sugere que a satisfação de um dia ter sido feliz é
experienciada num presente consciente. Logo, podemos inferir que a infância simboliza a
inconsciência e a felicidade estilizadas – a representação metafórica de «ser feliz» (a poesia despe-
se de factos autobiográficos).
3. O sujeito poético sente-se, inicialmente, emocionado, tocado («Como se no braço / me tocasse
alguém», vv. 5-6), pelo «pregão» que o conduz à recordação melancólica de quando foi «criança».
Porém, nos dois últimos versos, é visível o facto de o eu estar incomodado com a recordação
desse estado de inconsciência e de felicidade, inexoravelmente perdido, porque sabe que só lhe
resta a consciência, a dor de pensar no presente.
4. a) 1; b) 2; c) 3.

p. 40
Gramática
1.1 B.
1.2 A.
1.3 C.
1.4 D.
1.5 B.

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 7

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p. 41
Escrita
1. Sugestão:
Introdução
– Na perspetiva idealizada de Pessoa, a infância é o tempo, por excelência, da felicidade,
da inconsciência e da inocência. A questão de Miguel Esteves Cardoso vem problematizar o facto
de as crianças já não terem espaço e tempo para a sua infantilidade e alegria, o que, na minha
perspetiva, não é verdade.
Desenvolvimento
– Há várias razões para as crianças não viverem em pleno a sua infância feliz: o horário escolar,
que cada vez é mais alargado; outras atividades extracurriculares; a exigência da sociedade para
que as crianças sejam mais maduras e mais contidas; o acesso à informação que cresce
diariamente, entre outros motivos.
– A perda dessa infantilidade, dessa felicidade inconsciente, pode conduzir a vários
comportamentos ou situações indesejáveis, como por exemplo: mal-estar físico e psicológico;
stress e tristeza; revolta interior... As crianças que se tornam precocemente adultas suportam um
peso que não deveria existir neste estádio de desenvolvimento, idealmente perfeito.
Conclusão
– Com tudo isto podemos concluir que Pessoa terá razão: a felicidade das crianças é perspetivada
por um olhar de adulto que as idealiza felizes, o que não quer dizer que o sejam verdadeiramente.
Mensagens ao minuto
A. 2.
B. 3.
C. 1.

p. 42
Ponto de partida
Sugestão de resposta:
O sujeito lírico faz referência ao sonho, transparecendo que este é mais relevante do que a própria
vida. Na minha opinião, tal atitude pode conduzir a um alheamento da realidade, a um
afastamento dos outros, levando até a uma falta de discernimento sobre o que é real ou do
mundo onírico.
Educação Literária
1. No verso inicial, o sujeito poético expressa a sua dúvida sobre a natureza do lugar a que se
refere, não estando certo de que «[a]quela terra» corresponda ao mundo do sonho ou à
realidade.
2. O sujeito poético descreve a ilha como um lugar distante, de contornos idílicos (paradisíacos),
porque este é, muito provavelmente, um lugar imaginário. Trata-se de uma ilha longínqua,
verdejante, com palmeiras e outras árvores («Áleas», v. 8). O ambiente é aprazível e sereno
(«sossego», v. 9). Trata-se de um lugar propício para viver o amor e ser feliz (v. 6).
3. A repetição do advérbio «ali» enfatiza a ideia de que a ilha é um lugar longínquo (e onírico) e de
que não faz parte da realidade do eu poético.

p. 43
4. A conjunção adversativa («Mas», v. 13) que inicia a terceira estrofe introduz uma mudança no
modo como o eu vê a ilha. Este lugar deixa de ser idealizado e perde o seu encanto porque «se
desvirtua» (v. 13) e nele «Sente-se o frio» (v. 16). O sonho parece ser efémero e frágil, pois a ilha
sonhada revelou-se uma ilusão: «O mal não cessa, não dura o bem.» (v. 18).

8 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano

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5. Na estrofe final, o eu conclui que não é no sonho que encontrará «cura» para as inquietações e
para a insatisfação (o «seu mal profundo», v. 21). As respostas estão no próprio eu e na realidade:
«É ali, ali, / Que a vida é jovem e o amor sorri.» (vv. 23-24).
Gramática
1.1 B.
1.2 C.
2. Oração coordenada assindética (copulativa).
3.
a) Pessoal e temporal.
b) Espacial.
c) Espacial.
d) Pessoal.
Oralidade
1. Sugestão de resposta
− Sonhar é uma atividade humana fundamental para nos dar objetivos e sentido à vida, mas que,
em excesso, comporta riscos.
− Perseguir sonhos difíceis de concretizar pode conduzir-nos a frustrações profundas, por
exemplo, pode fazer-nos sentir pessoas incapazes ou demolir nossa autoestima.
− Se nos empenharmos em excesso num sonho irrealista, esquecemos as obrigações que temos
para com os outros, por exemplo, enquanto filhos, estudantes...
− É fundamental que os sonhos tenham uma boa dose de realismo.

p. 44
Educação Literária
1. Na metáfora dos dois versos iniciais, o eu representa a sua vida como uma «novela inacabada»
(v. 1), sugerindo, deste modo, que não consegue realizar-se na sua vida quotidiana. É no sonho
que procura o sentido para a sua existência que não encontrou na realidade («o meu sonho
completou», v. 2).
2. O sonho que completa a «novela» (v. 1) narra uma realidade que não é a do sujeito poético,
é imaginária: «Mas era de quem não sou.» (v. 4). Tal significa que aquele que está presente no
sonho não é o eu, mas um outro. Consequentemente, o sujeito poético não consegue encontrar a
satisfação plena na dimensão onírica porque não é ele que a habita.
3. C.
4. Segundo os dois versos finais, o sujeito poético desejou sonhar, desejo que é representado pela
vontade de querer ter o livro que narra o sonho. Contudo, não pretendeu lê-lo até ao fim («nunca
para acabar», v. 12) porque queria continuar a viver o sonho.
5. O poema é constituído por três quadras, que apresentam rima cruzada (abab /…). Os versos são
heptassílabos (sete sílabas métricas, redondilha maior).

p. 45
Gramática
1. a) 2; b) 1.
2. a) Modificador do nome restritivo.
b) Predicativo do sujeito.
c) Complemento direto.
d) Modificador (do grupo verbal).
Escrita
1. Sugestão:
Introdução

Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano 9

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A relação entre sonho e realidade na poesia de Fernando Pessoa ortónimo é representada como
um percurso circular.
Desenvolvimento
– O eu debate-se com a insatisfação que a angústia existencial, o tédio e o vazio da realidade
quotidiana lhe provocam.
– O eu busca no sonho uma solução para o seu problema: o espaço onírico funciona, assim, como
uma evasão para uma dimensão onde o eu se idealiza, busca encontrar serenidade para a sua
inquietação e procura realizar-se (ver poema «A novela inacabada»).
– Contudo, descobre que o sonho é ilusório, fugaz e que não resolve a sua insatisfação e o seu
«desassossego», como vemos no poema «Não sei se é sonho, se realidade».
– Face a este fracasso, o eu regressa à «realidade», onde volta a enfrentar os problemas e o
desânimo que tinha inicialmente.
Conclusão
Conclui-se, pois, que, na poesia de Pessoa ortónimo, o sonho representa uma tentativa malograda
de resolver a angústia que o mina na realidade quotidiana.

p. 47
Consolida
1.
a) Falsa. O eu recorda uma infância idealizada em que teria sido feliz.
b) Verdadeira.
c) Verdadeira.
2. D.

p. 49
Educação Literária
1. No soneto de Antero, o sonho é conotado com o contentamento, pois nele o sujeito poético
imagina um mundo de felicidade, marcado pelo «enlevo» (v. 7) e pelo «amor» (v. 8). A linguagem
associada à luz representa a alegria do eu. Por outro lado, no poema de Pessoa, o sonho assume
uma conotação disfórica (negativa), pois é povoado pelo assombro («mistérios», v. 1; «abismo», v.
6; «cataclismo», v. 9) que atemoriza o sujeito poético. Trata-se aqui de um espaço de tormento,
que existe no «limiar do […] ser» (v. 2).
2. No soneto de Antero, acordar representa regressar à realidade, onde o eu vive em sofrimento e
é infeliz, visto que o seu quotidiano é de «dor» (v. 11). Por seu lado, no poema de Pessoa,
despertar significa sair (evadir-se) do mundo assombroso e angustiante do sonho e regressar à
realidade. Ainda que o dia seja «tristonho» (v. 13), é com alegria que o eu volta ao mundo do
quotidiano.
3. B.

p. 51
Leitura / Gramática
1. B.
2. C.
3. B.
4. A.
5. D.
6. D.
7. C.

p. 52

10 Editável e fotocopiável © Texto | Mensagens 12.o ano

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Oralidade
2.1 A.
2.2 B.
2.3 A.
2.4 C.
2.5 D.
3. D; E; B; A; C.

p. 53
1.1 Sugestão de resposta
Motivos que comprometem a vivência de uma infância infeliz: o abandono, a pobreza, a fome, os
conflitos armados, as doenças...
Ação de organizações como a UNICEF: através de campanhas, apelam à ação da comunidade
mundial; alertam para a importância de garantir uma infância feliz a todas as crianças, «Onde quer
que estejam. Quem quer que sejam.» e sempre que «precisam de nós.», dando-lhes esperança e
alertando para os problemas e para as suas consequências.
1. Sugestão de resposta
Formas de promoção de uma infância feliz:
− participação em campanhas de solidariedade, através de voluntariado;
− doação de roupa e de material escolar a instituições que acolham crianças em risco;
− denúncia de situações de abandono e de maus tratos.

p. 55
1. a) 2; b)1; c) 4; d) 4; e) 3; f) 1; g) 2; h) 4; i) 3.
2.1 D.
2.2 C.
2.3 A.
2.4 B.
3. B.

p. 56
Grupo I
1. Do mesmo modo que o vento sopra violentamente e sem parar na escuridão, causando grande
assombro, o pensamento incessante e obsessivo perturba e angustia o sujeito poético: o
pensamento caracteriza- se por nunca se deter e não permitir que o eu encontre serenidade:
«Não há no meu pensamento / Senão não poder parar.» (vv. 3-4).
2. De acordo com a segunda estrofe, há na «alma» (v. 5) humana uma tendência obsessiva («Uma
loucura», v. 7) para buscar o entendimento, uma pulsão racional para «querer compreender» (v.
8). Essa tendência tem origem na face insondável, na escuridão da alma («Treva», v. 6).
3. A.

p. 57
4. O sujeito poético acusa os «Pensamentos» (v. 1) de o inquietarem e de lhe causarem
preocupações («cuidados vãos», v. 2), surpreendendo-o com «fantasia» (v. 5), «sonhos» (v. 7) e
«sombras» (v. 7). Além disso, censura os pensamentos por esse ato resultar de uma crueldade
deliberada: «ainda não vos contentais / de terdes, quem vos tem, tão descontente?» (vv. 3-4).
5. De acordo com os dois versos finais, os pensamentos revoltaram- se contra o próprio sujeito
poético, que vive, assim, num estado de divisão interior. Contudo, ao contrário do que seria de
esperar, numa atitude de autopunição, o eu afirma que, em lugar de se defender dos

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