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APOSTILA
LITERATURA E LINGUAGEM INFANTIL
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CONCEITO DE LITERATURA
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fazem uso de formas e volumes. E a literatura, que material utiliza? De uma
forma simplificada, pode-se dizer que literatura é a arte da palavra.
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LINGUAGEM LITERÁRIA
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Mas como a palavra e a língua fazem parte da comunicação diária, que
não tem finalidade artística, qual a diferença entre a palavra empregada na
comunicação comum e a utilizada num texto literário?
A literatura tem, pois, uma linguagem específica. Uma linguagem que lhe
é própria e que não pode ser mudada sem perder seu encanto. Ela se diferencia
das várias linguagens humanas por um complicado número de fatores, entre os
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atmosfera. Distinguimos, pois, na fotossíntese, dois fenômenos importantes para
os seres vivos: a constante purificação do ar atmosférico, dele retirando dióxido
de carbono (CO2) e a ele devolvendo oxigênio livre (O2) para a respiração dos
seres vivos; a produção da matéria-prima orgânica pra a nutrição dos seres.”
(José Luís Soares)
LUZ DO SOL
(Caetano Veloso)
Luz do sol
Que a folha traga e traduz
Em ver de novo
Em folha, em graça
Em vida, em força, em luz...
Céu azul
Que venha até onde os pés tocam a terra
E a terra inspira e exala seus azuis...
Reza, reza o rio
Córrego pro rio
Rio pro mar
Reza correnteza
Roça a beira
A doura areia...
Marcha um homem sobre o chão
Leva no coração uma ferida acesa
Dono do sim e do não
Diante da visão da infinita beleza...
Finda por ferir com a mão essa delicadeza
A coisa mais querida
A glória, da vida...
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Veja que, apesar da semelhança do conteúdo, os textos têm finalidades
distintas e, portanto, fazem uso de linguagens específicas. Enquanto o primeiro
faz uso da Linguagem Referencial, isto é, direta, clara, objetiva e imparcial
visando esclarecer o processo de fotossíntese e sua importância para o ser
humano, o segundo, utiliza a Linguagem Literária. Nesse caso, importa gerar
efeito estético. Para isso, o autor faz uso de significados não literais (sentido
conotativo das palavras), explora os sons e os ritmos gerando um texto
plurissignificativo e impregnado de sentimentos e emoções.
DENOTAÇÃO X CONOTAÇÃO
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significa “indivíduo”, “sujeito”, “pessoa”. Quanto ao terceiro exemplo, às vezes,
uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpreta-
ção. No sentido literal, frio, impessoal, a frase significa que João, por um acidente
qualquer, fraturou o rosto.
Entretanto, podemos entendê-la num sentido figurado, como “João se
saiu mal”, isto é, foi mal sucedido em algo que tentou fazer.
Pelos exemplos acima, podemos perceber que uma mesma palavra pode
apresentar variações em seu significado, ocorrendo, basicamente, duas
possibilidades:
•
•
•
• Denotação: sentido original, impessoal, independente do contexto, tal
como aparece no dicionário.
• Conotação: sentido alterado, figurado, passível de interpretações
diferentes, dependendo do contexto em que é empregada.
A linguagem literária explora o sentido conotativo das palavras, num
contínuo trabalho de criar ou alterar o significado, já cristalizado, dessas mesmas
palavras. Dessa forma, ao interpretar o sentido conotativo das palavras, o leitor
transforma-se em leitor-ativo, em tradutor, em co-autor do texto. Para tanto, é
preciso estar atento ao contexto, que nos fornecerá indicações concretas para
decifrar o jogo denotação/conotação.
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Formas Literárias
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menina branca de neve,
me leve no coração.
(Ferreira Gullar)
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GÊNEROS LITERÁRIOS
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Importante lembrar que essa tripartição, perfeita e lógica em sua essência,
contudo, pode tornar-se discutível e até errônea na prática, quando plicada
rigidamente a determinadas obras. Em algumas obras, predominará um gênero
sobre o outro, mas nunca haverá a expressão pura de um só gênero.
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Gênero Dramático
Drama, em grego, significa “ação”. Segundo Aristóteles, o gênero
dramático é aquele que imita a realidade por meio de personagens em ação, e
não da narração. Por isso, em literatura, o termo drama identifica um texto
destinado à representação. Nesse tipo de texto, as personagens vêm
destacadas, suas falas ocorrem com a utilização de travessões e todas as ações
vêm escritas entre parênteses. Uma obra dramática (ou peça teatral), no entanto,
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textos podem ser escritos em prosa e/ ou verso. As modalidades mais comuns
do teatro são a tragédia, a comédia, a farsa e o auto.
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Modalidades Dramáticas:
Gênero Narrativo
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determinado espaço físico durante um certo tempo. Os fatos encadeados
formam o enredo da narrativa. Os textos narrativos podem ser escritos em prosa
ou verso.
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Inglaterra), Os Lusíadas (Camões, Portugal). Na literatura brasileira, as
principais epopeias foram escritas no século XVIII: Caramuru, de Santa Rita
Durão e O Uruguai, e Basílio da Gama.
Elementos da Narrativa:
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Enredo: É o conjunto de fatos que se sucedem, todo enredo
desencadeia-se em conflitos. A ordem início, meio e fim pode ser alterada
para impressionar o leitor.
Personagens: Seres ficcionais que vivem enquanto a obra está sendo
lida, o personagem pode incorporar na forma humana, animal, vegetal,
objetos e coisas abstratas. O personagem principal é chamado de
protagonista. Há, também, personagens em que determinados traços ou
comportamentos são extremamente realçados, são os caricaturais.
Outros não representam individualidades, e sim tipos humanos,
identificados primeiramente pela profissão, pelo comportamento, pela
classe social, etc.
Espaço: É o lugar onde se desenrola o enredo. Em algumas narrativas,
o espaço deixa de ser um mero cenário e passar a ser determinante para
os acontecimentos, interagindo com as personagens. Nesse caso,
chamamos de espaço funcional.
Tempo: Momento ou instante em que acontece a história narrada. Pode
ser um tempo cronológico, ou seja, um tempo objetivo, marcado pelo
relógio ou pelo calendário especificado durante o texto, ou um tempo
psicológico, imaterial, introspectivo, onde você sabe que existe um
intervalo em que as ações ocorreram, mas não se consegue distingui-lo.
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Formas Narrativas
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Elementos do Poema
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Métrica: a medida dos versos é dada pelo número de sílabas poéticas, contadas
com base na fala e não na escrita, processo que recebe o nome de escansão.
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somos capazes de refletir sobre o recurso adotado pelo autor quando formos
compor textos. A nossa compreensão de um texto depende, dessa forma, de
nossas experiências de vida, de nossas vivências, de nosso conhecimento de
mundo, de nossas leituras. Essa lembrança do outro texto pode ocorrer no que
diz respeito à forma ou ao sentido, ou, ainda, resgatando os dois: forma – quando
percebemos a imagem, versos, estrutura etc. do texto original – e sentido – a
relação, nesse caso, é com o conteúdo da obra resgatada.
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Tipos de Intertextualidade
Paráfrase: origina-se do grego “para-phrasis” (repetição de uma
sentença). Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras
palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados.
Veja os exemplos a seguir:
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Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paráfrase
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos
Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.
Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?
Eu tão esquecido de minha terra…
Ai terra que tem palmeiras
Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade, “Europa, França e Bahia”).
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Paródia: A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros
textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de
interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um
choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para
transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas
verdades incontestadas anteriormente. Com esse processo, há uma
indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade
real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas humorís-
ticos fazem uso contínuo desse recurso, frequentemente os discursos de
políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando
risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe
dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora,
uma paródia.
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
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inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão
existente no Brasil.
FIGURAS DE LINGUAGEM
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Figuras de Palavras
As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido
diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um
efeito mais expressivo na comunicação. São figuras de palavras: a comparação,
a metáfora, a metonímia e a sinestesia.
“Amou daquela vez como se fosse máquina. / Beijou sua mulher como se fosse
lógico.” (Chico Buarque);
“Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se
posso extrair pérolas, que é a razão.” (Machado de Assis).
“Amar é um deserto e seus temores ...” (Djavan, Oceano)
“O poema é uma bola de cristal. Se apenas enxergares nele o teu nariz, não
culpes o mágico.” (Mário Quintana).
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o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma
garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto).
o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge
Amado).
o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não devemos contar com o
seu coração (sentimento, sensibilidade).
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Figuras de Som
Chamam-se figuras de som os efeitos produzidos na linguagem quando há
repetição de sons ou, ainda, quando se procura “imitar” sons produzidos por
coisas ou seres. São figuras de som: a aliteração, a assonância e a onomatopéia.
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Assonância: Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal
ao longo de um verso ou poema.
“O silêncio fresco despenca das árvores. / Veio de longe, das planícies altas, /
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvvv... passou.” (Mário de
Andrade).
“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno.” (Fernando Pessoa).
Figuras de Pensamento
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“Não existiria som se não
Não haveria luz
Houvesse o silêncio
Se não fosse a escuridão
A vida é mesmo assim
Dia e noite, não e sim.”
(Lulu Santos – Nelson Motta)
“De repente do riso fez-se o pranto”
(Vinícius de Moraes)
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“Amor é fogo que arde sem se ver; / É ferida que dói e não se sente; / É um
contentamento descontente; / É dor que desatina sem doer;” (Camões)
“E pela paz derradeira (morte) que enfim vai nos redimir Deus lhe pague”. (Chico
Buarque).
“Quando a Indesejada das gentes chega ” (Manuel Bandeira)
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Prosopopeia: Ocorre prosopopeia (ou personificação) quando se atribui
movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres
animados a seres inanimados ou imaginários.
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LITERATURA E HISTÓRIA DA LITERATURA
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O QUINHENTISMO
“Viemos buscar cristão e especiarias”
O Quinhentismo corresponde à época do descobrimento do Brasil,
movimento paralelo ao Classicismo Português que, por sua vez, possui ideias
relacionadas diretamente ao Renascimento. A literatura do Quinhentismo tem
como tema central os próprios objetivos da expansão marítima: a conquista
espiritual e a conquista marítima.
Literatura Informativa
Carta a El-Rei Dom Manuel – Pero Vaz de Caminha
Viagem ao Brasil – Jean de Léry
Entre os Tupinambás – Hans Staden
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Literatura de Catequese
Pe. José de Anchieta – Poeta e teatrólogo
Pe. Manuel da Nóbrega – Cartas do Brasil
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Idade Média – teocentrismo, valorização da vida espiritual, fé.
A Arte Barroca irá expressar esta tensão entre ideias e sentimentos
opostos.
Características:
1. Arte da Contra-Reforma
2. Conflito corpo/alma
3. Forma conturbada (requinte formal)
4. Temática: a passagem do tempo
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Estilos do Barroco:
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Obra Principal: Sermões
“Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra:
e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O
efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta
quanto está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou
qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou
porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os
pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa
salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem
receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma coisa e
fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes
imitar o que eles fazem, que fazer o que eles dizem. Ou é porque o sal não
salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não
deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites.
Não é tudo isto verdade?”
(Antônio Vieira)
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No Brasil: (ciclo do Ouro)
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Características:
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1. Vinculação com o Iluminismo
2. Imitação dos clássicos
3. Valorização da natureza
4. Bucolismo
5. Ausência de subjetividade
6. Amor Galante
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POESIA LÍRICA
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Tomás Antônio Gonzaga – foi dos maiores escritores do Arcadismo
brasileiro. Sua obra, na verdade, vai além das limitações desta escola,
rodeando o pré-romantismo, principalmente ao referir-se à mulher amada.
POESIA ÉPICA:
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com as índias Moema e Paraguaçu. A importância do poema reside nas
referências a episódios da História do Brasil e nas descrições da natureza
do nosso país. No entanto, o autor demonstra grande fidelidade à
ideologia jesuítica, o que resulta numa visão colonialista. Do ponto de
vista formal, o poema segue rigorosamente o modelo camoniano.
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A burguesia, culturalmente pouco afeita às artes, exigia dos escritores um
novo tipo e nível de comunicação. Privilégio de uma classe – a aristocracia – a
cultura tinha que se adaptar aos novos tempos. Surge, então, um gênero literário
que vinha se pronunciando há mais tempo e que se constituirá no reflexo e na
crítica da sociedade burguesa: o romance.
No Brasil, o romantismo vai ser o movimento identificado com a
Independência Política.
CARACTERÍSTICAS:
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2. Sentimentalismo: os sentimentos são uma espécie de medida de
interioridade de cada pessoa. Assim, o elogio dos sentimentos funciona
como rejeição do mundo dos negócios, das transações, da concorrência,
da busca da ascensão social.
3. O Culto da Natureza: encontrar-se com a natureza significava encontrar-
se consigo mesmo, significava alargar a sensibilidade. A Natureza
transforma-se em ponto de partida para a caracterização idealizada dos
sentimentos e personagens.
4. Idealização (Imaginação, Fantasia): fechados em si mesmos, perdidos
numa realidade incômoda e brutal para a sensibilidade, os românticos se
entregam à fantasia. Devaneiam, criam universos imaginários onde o
“ideal” é possível.
5. Valorização do Passado: esta atitude está ligada à fuga da realidade e à
idealização da mesma. O mundo medieval e a infância representam o
“paraíso perdido”.
6. Liberdade Artística: o romântico nega os padrões clássicos de arte, ele
obedece somente aos estímulos de sua interioridade. Neste sentido,
surgem poemas sem rimas, sem preocupação com métrica, além do
romance, um gênero literário novo.
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O ROMANTISMO NO BRASIL
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POESIA ROMÂNTICA
1ª Geração : Nacionalista
Gonçalves de Magalhães – introdutor do movimento. Publicou a primeira
obra romântica brasileira - “Suspiros Poéticos e Saudades” (1836)
“Meus versos são suspiros de minha alma, sem outra lei que o interno
sentimento.”
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2ª Geração: Mal do Século
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Fagundes Varela: caracteriza-se pela diversidade de tendências
(indianismo, byronismo). Sua obra-prima foi o poema “Cântico do
Calvário”, escrito logo após a morte de seu filho de três meses.
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3ª Geração: Condoreira
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Os Escravos (1883)
Gonzaga (drama –1875)
A PROSA ROMÂNTICA
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NO BRASIL:
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AUTORES:
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• Narrativa urbana
• Estrutura de folhetim
• Cenários identificáveis pelos leitores
• Visão superficial de certos hábitos da classe média e burguesia cariocas
O Teatro Romântico
O teatro brasileiro do século XIX está comprometido com a dependência
cultural de nossas elites. Os textos procediam em sua quase totalidade da
Europa; as companhias vinham de Portugal; respirava-se uma atmosfera
dissociada da realidade local. Embora muitos românticos tenham escrito para o
teatro, não chegaram a problematizar verdadeiramente a questão da
dramaturgia brasileira, ao contrário do que aconteceu no romance e mesmo na
poesia. Caberia a Marins Pena a elaboração de um conjunto de peças capazes
de refletir aspectos da realidade nacional.
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Martins Pena: Criador da comédia de costumes, constrói personagens e
situações satíricas, engraçadas e caricatas. Por sua linguagem coloquial
e seus tipos populares, frequentemente é comparado a Manuel Antônio
de Almeida.
Obras: Juiz de Paz na Roça
O Noviço
Judas em Sábado de Aleluia
Quem Casa quer Casa
Os Dois ou o Inglês Maquinista
REALISMO
CONTEXTO HISTÓRICO:
Ideias científico-filosóficas:
50
Destacam-se ainda, na época, as pesquisas no campo da Física, da
Química, da Biologia e, principalmente, no da Medicina. São dessa época
igualmente os primeiros esforços no sentido de criar três áreas científicas
novas: a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia.
É nesse contexto sociopolítico-científico que surgem o Realismo, o
Naturalismo e o Parnasianismo. A alteração do quadro social e cultural exigia
dos escritores outra forma de abordar a realidade: menos idealizada, mais
objetiva, crítica e participante.
O Realismo iniciou em 1857, na França, com o lançamento de “Madame
Bovary”, de Gustave Flaubert. No Brasil, o início se dá com a publicação de
“Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, em 1881.
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO:
1. Objetivismo, racionalismo
2. Verossimilhança
3. Narrativa lenta, descrição precisa
4. Exatidão no tempo e no espaço
5. Mulher não idealizada
6. Herói problemático (anti-herói)
7. Amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais
8. Crítica às Instituições (Igreja, Casamento, Estado, ...)
9. Pessimismo
10. Análise psicológica
NATURALISMO
51
a decadência das instituições, denunciam a hipocrisia, caracterizam as lutas
sociais, com espírito participativo e reformista.
ALUÍSIO DE AZEVEDO (1857 – 1913)
Apesar de ter iniciado sua carreira com folhetins românticos, se destacou
mesmo foi no Naturalismo, com fortes influências de Émile Zola e Eça de
Queirós. Na época, a escravidão era um problema político, social e econômico,
e a vontade de transformar o Brasil numa República crescia entre a população.
Essa questão foi abordada por Aluísio em seus romances naturalistas. A obra “O
Mulato”, de 1881, marca o início do Naturalismo no Brasil.
CARACTERÍSTICAS DO NATURALISMO:
1. Cientificismo e Determinismo
2. Análise social
3. Temas de patologia social
4. Ser humano reduzido ao nível do animal
5. Linguagem simples
6. Descrição minuciosa
PARNASIANISMO
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um verniz que revestiu artificialmente essa arte, como forma de garantir-lhe
prestígio entre as camadas letradas do público brasileiro.
Apesar de contemporâneos, o Parnasianismo difere profundamente do
Realismo e do Naturalismo. Enquanto esses movimentos se propunham a
analisar e compreender a realidade social e humana, o parnasianismo se
distancia da realidade e se volta para si mesmo, o objetivo maior da arte não é
tratar dos problemas humanos e sociais, mas alcançar a “perfeição” em sua
construção.
CARACTERÍSTICAS:
1. Arte pela Arte
2. Culto à Forma
3. Temática greco-romana
4. Objetivismo / Racionalismo
5. Descritivismo
SIMBOLISMO
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No final do século XIX, a literatura que representou essa nova forma de
ver o mundo, mais voltada para o subjetivo, para o inconsciente, para o místico,
foi o Simbolismo.
Ao contrário do que ocorreu na Europa, onde o Simbolismo se sobrepôs
ao Parnasianismo, no Brasil o Simbolismo foi quase inteiramente abafado pelo
movimento parnasiano, que gozou de amplo prestígio entre as camadas cultas
até as primeiras décadas do século XX. Apesar disso, a produção simbolista
deixou contribuições significativas, preparando o terreno para as grandes
inovações que iriam ocorrer no século XX, no domínio da poesia.
CARACTERÍSTICAS:
1. Subjetivismo – descoberta do inconsciente e do subconsciente
2. Irracionalismo – há um mergulho no irracional, fuga do mundo proposto
pelo racionalismo. A ciência explica o mundo, o poeta deve comunicar o
irracional, o mundo interior. Há um clima de mistério, situações vagas,
obscuras, presença do inconsciente e do subconsciente.
3. Misticismo, religiosidade
4. Sugestão – imagens, metáforas, símbolos, sinestesias, ..., poesia não
deve dizer nada, apenas sugerir
5. Musicalidade – na tentativa de sugerir infinitas sensações, os simbolistas
aproximam a poesia da música através do ritmo, das combinações
estranhas de rimas, repetição de palavras e versos, aliterações, assonân-
cias.
6. A linguagem é simbólica e musical.
7. Desejo de transcendência, de integração cósmica.
8. Interesse pelo noturno, pelo mistério e pela morte.
PRÉ-MODERNISMO
54
artísticas da Segunda metade do século XIX; de outro, já começa a ser prepa-
rada a grande renovação modernista, que se inicia em 1922, com a Semana de
Arte Moderna. A esse período de transição, que não chegou a constituir um
movimento literário, chamou-se de Pré-modernismo.
As duas primeiras décadas do século XX não registraram no Brasil
convulsões semelhantes às ocorridas na Europa. A abolição da escravatura e o
golpe republicano não haviam alterado as estruturas básicas do país. A
economia, ainda voltada para as necessidades dos países europeus, assentava-
se na dependência externa e no domínio interno dos cafeicultores.
Porém, algumas mudanças iam se desenhando. A urbanização, o
crescimento industrial e a imigração modificam a fisionomia da sociedade
brasileira. Nas cidades, formava-se uma classe média reformista. Simul-
taneamente, emergia uma massa popular insatisfeita e propensa à revoltas
irracionais: por exemplo, a rebelião contra a vacina obrigatória, a revolta da
chibata no Rio e os movimentos grevistas de operários em São Paulo, sob
orientação anarquista. Esses movimentos tiveram, isoladamente, uma história
independente; mas, no conjunto, revelavam a crise de um país que se
desenvolvia as custas de graves desequilíbrios. Na zona rural, havia cisões de
maior ou menor intensidade dentro das classes dominantes, que iam das
violentas, mas restritas lutas entre coronéis em determinadas regiões, até a
verdadeira guerra civil – travada no RS – entre republicanos e maragatos. Não
esqueçamos também que, nesse período, irrompem as revoluções camponesas
de Canudos (1896 – 1897) e do Contestado (1912).
CARACTERÍSTICAS:
A busca de uma linguagem mais simples e coloquial: embora não se
verifique essa preocupação na obra de todos os pré-modernistas, ela é
explícita na prosa de Lima Barreto e representa um importante passo para
a renovação modernista de 1922.
O interesse pela realidade brasileira: os modelos realistas – naturalistas
eram essencialmente universalizantes. Tanto na prosa (Machado de
Assis, Aluísio de Azevedo), quanto na poesia (Olavo Bilac, Cruz e Sousa),
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não havia interesse em analisar a realidade brasileira. A preocupação
central desses autores era abordar o homem universal, sua condição,
seus anseios. Aos escritores pré-modernistas, ao contrário, interessavam
assuntos do dia-a-dia dos brasileiros, originando-se, assim, obras de
nítido caráter social.
BIBLIOGRAFIA
PERROTTI, Edmir. O texto sedutor na literatura infantil. São Paulo: Ícone, 1986.
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