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Poeta repórter
Poesia das sensações- discurso de origem deambulatória
Temáticas abordadas:
Poetização do real: capta as impressões do quotidiano; com objetividade e pormenor; com
subjetividade graças à imaginação transfiguradora
Questão social: homem oprimido pela cidade; integração da realidade no mundo poético
Humilhação:
Sentimental- a mulher formosa
Estética- revolta pela incompreensão da sua poesia
Social- povo oprimido e abandonado
O imaginário épico
Transformação interior do poeta que ocorre na deambulação por Lisboa;
Oposição passado/presente: as glórias do passado opõe-se um presente estagnado;
Procura a sua identidade e um futuro melhor;
Procura a imortalidade e perfeição.
Fernando Pessoa
Fingimento artístico
Teoria que defende que o ato artístico é algo superior, sendo necessário recorrer à
imaginação
Só o uso da razão permite acesso ao fingimento; o que sente é intransmissível
Poemas: “Autopsicografia” e “Isto”
Dor de pensar
Estado psicológico que resulta do uso excessivo do intelecto e da razão
Poemas: “Gato que brincas na rua” e “Ela canta, pobre cefeira”
Poema “Autopsicografia”
Uma psicografia consiste numa representação de fenômenos psíquicos ou na descrição
psicológica de alguma pessoa. "Auto", por sua vez, é um termo usado para designar
quando nos referimos a nós mesmos transmitindo a noção de si próprio.
Na primeira estrofe é possível verificar a existência de uma metáfora que classifica o poeta
como um fingidor. Isso não significa que o poeta seja um mentiroso ou alguém dissimulado,
mas que é capaz de se transformar nos próprios sentimentos que estão dentro dele. Por
essa razão, consegue se expressar de maneira única.
A capacidade de fingir de Fernando Pessoa explica a criação dos vários heterônimos pelos
quais ficou conhecido.
Fernando Pessoa consegue abordar várias emoções e se transformar em cada uma delas,
criando assim diferentes personagens com formas distintas de ser e de sentir.
Na terceira e última estrofe, o coração é descrito como um comboio (trem) de corda, que
gira e que tem a função de distrair ou divertir a razão. Vemos neste caso a dicotomia
emoção/razão que faz parte do cotidiano do poeta. Podemos então concluir que o poeta
usa o seu intelecto (razão) para transformar o sentimento (emoção) que ele viveu.
Poema “Isto”
O fingimento e a criação artística; a racionalização dos sentimentos (sentir com a
imaginação, não usando o coração).