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Professora Maria Miguel

Português – 12º Ano


Módulo 7: Fernando Pessoa

Contextualização Histórico-literária

Datas e acontecimentos
Nascimento de Fernando Pessoa, a 13 de junho, em Lisboa – 1888.

Ultimato britânico: a Grã-Bretanha exige a retirada das tropas portuguesas dos territórios entre
angola e Moçambique – 1890.

Revolta republicana, no Porto, na tentativa de derrubar a monarquia – 1891.

Regicídio de D. Carlos e assassínio do seu herdeiro, D. Luís Filipe. Ascensão ao trono de D.


Manuel II, segundo filho de D. Carlos – 1908.

Implantação da República, após a revolução republicana de 5 de outubro – 1910.

Guerra Mundial | Participação de Portugal na Guerra – 1914 a 1918.

Sidónio Pais é eleito Presidente da República, sendo assassinado no ano seguinte – 1917.

Golpe de 28 de maio, comandado pelo general Gomes da Costa, que dá início a um período de
Ditadura Militar – 1926.

O General Carmona é eleito Presidente da República | António de Oliveira Salazar é nomeado


Ministro das Finanças – 1928.

António de Oliveira Salazar ascende a chefe de governo – 1932.

Início do Estado Novo – 1933.

Morte de Fernando Pessoa, no Hospital de São Luís dos Franceses em Lisboa – 1935.

Fernando Pessoa
Os seus textos são poéticos, de estética ou filosofia e são assinados com o seu nome, o
ortónimo Fernando Pessoa, ou com os nomes de Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de
Campos, os seus principais heterónimos.
Cada um dos seus heterónimos tem uma biografia e personalidade distintas, sendo construídos
como pessoas reais.

Somente em 1942 a sua obra começa a sair em volume.

Pessoa e a sua época


Portugal vivia uma grave crise económica desde 1891, ano em que ocorreu o primeiro golpe
revolucionário dos adeptos da República.

A morte do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe vai desencadear o avanço da causa
republicana, num país que vinha de uma longa tradição monárquica.

A data de 5 de outubro, ainda hoje celebrada, marca a implantação da República e assume,


para muitos, o significado da salvação nacional.

Para além do contexto político, vivia-se uma época de acentuada industrialização e de intenso
desenvolvimento de comunicações.

Fernando pessoa não ignorou esta realidade e teve um papel interventivo, tendo como
objetivo dignificar a sua pátria.

O Modernismo (finais do século XIX a meados do século XX)


Em Portugal, a maturação do Modernismo dá-se com a relevância cultural assumida por
algumas revistas e pelos autores que nelas colaboram:

- Orpheu;

- Athena;

- Centauro;

- Exílio;

- Contemporânea;

- Presença.

A geração do Orpheu – Movimento estético pós-


simbolista que surge em Lisboa
- Fernando Pessoa

- Mário de Sá-Carneiro Produzem a maior renovação estético-

- Almada Negreiros -literária portuguesa do século XX.

- Santa-Rita Pintor

Algumas temáticas modernistas


- Euforia do moderno e da tecnologia,

- Relação poeto-dramática da heteronímia;

- Tédio, dissolução do sujeito, morte;

- Crise existencial (a máscara; o retrato; o espelho);

- Exploração da mente humana;

- Fragmentação, despersonalização;

- Sinceridade;

- Fingimento artístico.

Autopsicografia – Fernando Pessoa


1ª estrofe – sobre o poeta

2ª estrofe – sobre o leitor

3ª estrofe – sobre a vida

Página 23 – Manual
1.
a) V
b) V
c) V
d) F – Coração é metáfora para a emoção e o sentimento
e) F – A criação artística tem como ponto de partida o sentimento e a sensação.

Página 22 – Manual
1.
a) Dramático;
b) Órtonimos;
c) Encenação;
d) Fingimento;
e) Poética;
f) Emoções;
g) Intelectualizadas;
h) Fingir.

Página 24 – Manual
1.
a) Estrofe 1;
b) Estrofe 2;
c) Versos 13 e 14;
d) “Sentir? Sinta quem lê!” (verso 15).

Página 25 – Manual
1.
a) F – A dor fingida deve estar espelhada na poesia. Ll. 4 e 5
b) V – ll. 5 e 7
c) F – A poesia deve ser o reflexo da experiencia vivida. L. 7 e 9
d) V – ll. 15 e 16
e) V – ll. 17 a 19

Resumo do texto:
O fingimento artístico

1º parágrafo

Fernando Pessoa acredita que o reconhecimento da dor como experiência emocional é


fundamental na criação poética, como o mesmo demonstra na primeira quadra do poema
“autopsicografia”. No entanto, Pessoa argumenta que a dor que o poeta realmente sente não
deve ser diretamente transporta para a poesia. Ele destaca a importância da criação de uma
dor fingida, em vez de expressar a dor tal como a sente.

2º parágrafo

Fernando Pessoa argumenta que a dor, quando retratada na poesia, passa por uma
metamorfose. Inicialmente, a dor é real, baseada nas sensações físicas e emocionais do poeta.
No entanto, essa dor real é transformada em uma dor imaginária à medida que o poeta a
molda, fingindo-a e representando-a em sua obra.

3º parágrafo

A poesia, pelo menos na visão de Fernando Pessoa, é essencialmente uma representação


mental. O coração, frequentemente associado a emoções sinceras, é considerado pelo poeta
como um entretenimento da razão, funcionando mecanicamente dentro das trilhas fixas do
convencionalismo emocional que governa a vida quotidiana. Ou seja, a poesia de Fernando
Pessoa é vista como uma representação mental que não permite ao leitor vivenciar a dor
diretamente, e as emoções são consideradas como convenções sociais em vez de sinceridade
genuína.

Quadra sobre felicidade:


Quando a tristeza vier a espreitar,

Lembraremos sempre do que é essencial ver,

É o sentir profundo, no peito a pulsar,

A felicidade, o mais belo lugar para viver.

Página 38 – Manual
1ª estrofe -> descrição da infância do sujeito poético.

 A vida fazia chorar


 A vida era má Passado
 Ele sonhava
 A vida era calma e serena

2ª estrofe -> o sujeito poético tem pena

 Uma vida indefinida Presente


 Como se a vida não fosse dele

3ª estrofe -> o sujeito poético por vezes sente pena, mágoa ou cansaço (enumeração)

 Utilização da comparação
 Vida = canteiros do jardim

1.
a) Presente
b) Jovem / criança / infância
c) Realidade
d) Vida má, mas serena

2. Os canteiros do jardim remetem para a vida do sujeito poético, que tal como as flores
de um jardim era frágil. O verbo pisar, enumera de seguida tudo o que pode destruir
um jardim, ou seja, destrói a vida.
3. A enumeração está presente no v.9, através da expressão “porque a pena, a mágoa, ou
o cansaço.
Página 40 – Manual
1.
a) Cor e música.
b) Simplicidade, inocência, transparência, infância perdida.

Página 41 – Manual
1.
a) Poemas sempre com rima, versos curtos, quadras, quintilhas…
b) “linguagem selecionada” v. 4, “simples, com vocábulos de cariz romântico” v. 5,
“simbolista mas um núcleo de palavras nuas e correntes que o poeta habilmente
rejuvenesce e enche de sentido” v.6.
c) Antítese, paradoxo, repetição.

Página 59 – Manual
1.
a) Vv. 1 e 2.
b) Natureza – vv. 8 e 9 | ser humano – vv. 11, 12 e 13.
c) Vv. 14, 15, 18, 19, 20.
d) Vv. 1, 2, 16, 17, 19.
e) Vocabulário simples: terra, feliz | irregularidade métrica: vv. 2 e 18 | comparação:
vv. 11, 16, 17.

Página 60 – Manual
1.
a) V – v. 3.
b) F – “E os meus pensamentos são todos sensações” v.3.
c) V – vv. 4, 5 e 6.
d) V – v.8.
e) F – “Sinto todo o meu corpo deitado na realidade” v.13.

Página 61 – Manual
O mau uso da língua: uma reflexão necessária
A língua portuguesa é uma das maiores conquistas da humanidade. A mesma permite-nos
comunicar os nossos pensamentos complexos, transmitir informações e conectarmo-nos com
outras pessoas. No entanto, num mundo cada vez mais digital e rápido, estamos perante um
fenómeno preocupante: o mau uso da língua. Esse fenómeno manifesta-se de diversas formas
e tem sérias consequências nas nossas vidas e na sociedade como um todo.

Um dos aspetos mais evidentes do mau uso da língua é a deterioração das normas gramaticais
e ortográficas. Com o aparecimento das redes sociais e das mensagens de texto, as abreviações
e os erros de português tornaram-se muito comuns. Embora a língua seja uma entidade viva
que se adapta ao longo do tempo, o desrespeito às regras básicas de gramática e ortografia
prejudica a qualidade da comunicação e reflete uma certa negligência em relação ao nosso
próprio idioma.

Além disso, o mau uso da língua manifesta-se muitas vezes na forma de linguagem ofensiva e
agressiva. Em debates, nas redes sociais e até mesmo em interações quotidianas, é comum
vermos insultos e discursos de ódio. Isso não apenas prejudica o entendimento mútuo, mas
também danifica os valores de respeito e civilidade que são essenciais para uma convivência
saudável na sociedade.

Outra característica do mau uso da língua é a divulgação de informações incorretas e fake


news. A falta de informação e a manipulação da linguagem têm se tornado ferramentas
poderosas para influenciar a opinião pública e criar divisões. A propagação de notícias falsas
compromete a nossa capacidade de tomar decisões informadas e contribui para a divergência
da sociedade.

Na política, o mau uso da língua é frequentemente evidenciado por discursos vazios e retóricas
enganosas. Políticos que usam a língua de maneira manipuladora e não transparente arruínam
a confiança do público e comprometem o funcionamento da democracia. A linguagem pode
ser usada para unir ou dividir e, infelizmente, muitos escolhem a segunda opção.

A educação desempenha um papel crucial na luta contra o mau uso da língua. É fundamental
que as escolas promovam o ensino correto da língua, incentivando a leitura, a escrita e o
pensamento crítico. Além disso, os pais e responsáveis têm um papel importante em transmitir
a importância do respeito pela língua e pelos outros.

No entanto, a responsabilidade não recai apenas sobre os indivíduos. A mídia, as redes sociais
e as empresas de tecnologia também desempenham um papel importante na promoção do
uso responsável da língua. É necessário estabelecer padrões de conduta e políticas que
combatam o discurso de ódio e a disseminação da falta de informação. A moderação de
conteúdo e a promoção de um ambiente online mais civilizado são desafios cruciais para a
sociedade moderna.

Em conclusão, o mau uso da língua é um problema complexo que afeta a comunicação, as


relações interpessoais e a democracia. A língua é uma ferramenta poderosa, e é nosso dever
usá-la com responsabilidade e respeito. Promover a educação linguística, combater a
linguagem ofensiva e a falta de informação e incentivar a empatia são passos essenciais para
preservar a integridade da língua e a coesão da sociedade. Somente assim poderemos
construir um mundo onde a língua seja usada como uma força positiva e construtiva.
Fernando Pessoa – Heterónimos
(Alberto Caeiro)
Poeta-Guardador de rebanhos
Alberto Caeiro apresenta-se como um «guardador de rebanhos».

O conjunto das sensações que vai recolhendo quando deambula no seio da Natureza é o seu
«rebanho».

A procura do real objetivo


Alberto Caeiro deseja ver tudo o que o rodeia de forma objetiva, como se fosse a primeira vez.

O mundo como realidade física – valorização da perceção sensorial


Alberto Caeiro elege a perceção sensorial como meio de privilegiado de conhecer o mundo,
pois, para ele, só existe a realidade física.

Conhecer como uma criança


Para Caeiro, o mundo é sempre diferente e múltiplo. Por isso, deseja ter o olhar de uma
criança, para captar a novidade essencial do mundo.

Rejeição do pensamento, da filosofia racional e da metafísica


Para Caeiro, pensar é «estar doentes dos olhos». Por isso, pensa com os sentidos: vendo e
ouvindo. Para ele «pensar é não compreender».

A natureza como modelo/ser o verdadeiro poeta da natureza


Apresentando-se como um poeta da Natureza, Caeiro deseja viver de acordo com ela, existindo
de forma tranquila, simples e serena.

Caeiro representa a mundividência pagã <-> Regresso a um estado primordial de harmonia


entre o Homem e a Natureza.

É o mestre de pessoa ortónimo e dos heterónimos


Caeiro traz a cura para a doença do pensamento -> a solução para os problemas existenciais e
filosóficos que afligem o ortónimo e os heterónimos.
(Ricardo Reis)
Influência da cultura greco-latina

De acordo com a sua biografia, Reis foi educado num colégio de Jesuítas, onde recebeu
profundas influências da cultura greco-latina.

Escrever à maneira dos clássicos


Reis cultiva a ode (subgénero caracterizado pelo estilo eloquente, solene e elevado) e inclui nos
seus poemas referências a divindades, símbolos e conceitos da cultura clássica.

O poema como conjunto de ensinamentos


Em poemas de tom sentencioso e exortativo, Reis veicula princípios da moral epicurista e
estoica (filosofias que tiveram origem na Antiguidade Clássica).

Epicurismo e estoicismo
A filosofia de vida que Reis propõe é assente nos seguintes princípios: prazer, moderação,
equilíbrio, serenidade, fruição do presente ataraxia e apatia, aurea mediocritas, autodisciplina,
indiferença perante as paixões e aceitação do destino.

Transitoriedade e fugacidade
A filosofia de vida preconizada por Reis visa afastar medos e terrores que atormentam a
existência humana. Também supõe a aceitação de que a transitoriedade e a mudança (o devir),
a fugacidade e a brevidade constituem a essência da vida.

Aprender com Caeiro, o Mestre


Reis aceita do Mestre Caeiro o paganismo espontâneo. Acredita nos deuses e na sua presença
no seio da Natureza.

Página 65 – Manual

1. As regras apontadas pelo sujeito poético estão presentes nos versos 1, 2, 3 – “Segue o
teu destino, / Rega as tuas plantas, / Ama as tuas rosas.” – 13, 14 – “Viver
simplesmente. / Deixar a dor nas aras” – 16, 17 – “Vê de longe a vida. / Nunca a
interrogues.” – 22, 23 – “Imita o Olimpo / No teu Coração.”
2. Nos versos 6 a 10, “A realidade / Sempre é mais ou menos / Do que nós queremos. / Só
nós somos sempre / Iguais a nós-próprios”, é possível verificar o que está a ser pedido
na pergunta, que a realidade nem sempre é o que se deseja.
3. É possível verificar que o sujeito poético estabelece uma hierarquia entre destino, deus
e homem, através dos versos 16 a 20, “Vê de longe a vida. / Nunca a interrogues. / Ela
nada pode / Dizer-te. A resposta / Está além dos Deuses.”
4. É possível ver os ideias éticos que Reis defende nos versos 21 a 25 (falta copiar os
versos)…

Página 67 – Manual

1.
a) Mulher (Lídia)
b) Adulta / calma / tranquila
c) Mais profundos
d) Sossegadamente
e) Beira-rio
f) Curso
g) Desenlaçar
h) Perfume
i) Justifica
j) Sofrimento
k) Morte
l) Felicidade
m) Apóstrofe
n) Pedido
o) Presente do conjuntivo
p) Fitemos
q) Aprendamos
r) Enlacemos
s) Enumeração
t) Metáfora
u) Mentais
v) Razão / inteligência

Página 71 – Manual

1.
a) [5]
b) [3]
c) [8]
d) [6]
e) [10]
f) [7]
g) [2]
h) [4]

Correção da ficha – Texto 2

1. O poema pode ser dividido em duas partes lógicas. As primeiras três estrofes
correspondem à primeira parte, dando conta da felicidade do “eu” para conseguir
libertar-se do ato de pensar. A última estrofe corresponde à segunda parte, onde o eu
lírico refere que o não pensar em nada, apesar de trazer felicidade, também causa
desconforto.
2. A comparação “é-me agradável como o ar da noite” é uma forma do sujeito poético
dizer que “não pensar em nada” é fresco, no sentido de ser relaxante e confortável,
como uma noite fresca.
3. O sujeito poético encontra-se num estado emocional de leveza como refere nos versos
1 e 2, feliz como nos versos 3 e 4, consequência de não pensar em cada como no verso
4.
4. Os versos 6 e 7 revelam que para o sujeito poético, não pensar em nada permite-lhe
focar-se totalmente no momento, ignorando tudo o resto, e por isso é feliz.
5. O emprego da anáfora, transmite a expressividade de que o sujeito poético não está a
pensar em nada. A repetição do verso expressa a felicidade de estar vazio de
pensamentos e por isso relaxado e tranquilo.

Página 82 – Manual

1.
a) V.
b) V.
c) F – 500
d) F – A obra é composta por textos independentes, nem sempre com relação entre
si.
e) V.
f) F – Alma humana.
g) V.
h) F – A obra versa o desencanto que caracteriza sociedade.
i) V.
2.
2.1. B.
2.2. D.
2.3. B.
O simbolismo da mensagem – Fernando Pessoa

Estrutura da Mensagem
Obra composta por 44 poemas, apresentados numa estrutura tripartida.

1ª parte: Brasão

2ª parte: Mar Português

3ª parte: O Encoberto

Significado da estrutura
1ª parte: Brasão

Brasão: A matriz, o símbolo, o emblema, o selo da pátria.

Nascimento da pátria

- Fundação da nacionalidade, construção da pátria e do império.

- Poemas que aludem aos fundadores e construtores, heróis lendários ou históricos,


convertidos em símbolos.

2ª parte: Mar Português

Mar Português: sonhado e desvendado pelos heróis e nautas, português por direito.

Realização da pátria

- Apogeu da ação portuguesa dos Descobrimentos.

- Poemas inspirados na ânsia do Desconhecido e no heroísmo da luta com o mar e seu


desvendamento.
3ª parte: O Encoberto

O sonho encoberto, apagado nevoeiro, a chama que é preciso reacender.

Morte da pátria Renascimento

- Morte das energias de Portugal.

- Poemas de afirmação do sebastianismo.

- Apelo ao sonho e ânsia messiânica da construção do Quinto Império.

D. Sebastião Sebastianismo Quinto Império

Com o desaparecimento de D. a grandiosidade esta

Figura que representa Sebastião o sonho desvanece relacionada com a


vontade,

um sonho, uma vontade nasce um mito, se D. Sebastião voltar desejo, pensamento


positivo

poderemos ser um país grandioso de que nós, Portugal,


somos

grandiosos e temos muito

valor e importância.

Em síntese:

- A estrutura da Mensagem representa um ciclo de nascimento, vida e more da pátria.

- Mas esta morte não é definitiva, pois pressupõe um renascimento que será o novo império,
futuro e espiritual – o Quinto Império.

- Esse ciclo é visível na estrutura tripartida da obra – Brasão, Mar Português, O Encoberto.

1ª Brasão – nascimento: Os fundadores e construtores do império.

2ª Mar Português – vida: Realização do império territorial sonhado.

3ª O Encoberto – morte: Fim das energias do império.

Renascimento do império espiritual: Quinto Império.


Módulo 8: Poetas contemporâneos
- Miguel Torga

- Eugénio de Andrade
- Ana Luísa Amaral
- Manuel Alegre

Miguel Torga
Criação poética

Processo de entrega total, de


trabalho criativo, um misto de
esforço e de inspiração.

Vida

Poesia = e Paixão pela criação artística

Liberdade

Eugénio de Andrade
Criação poética

Exercício de aperfeiçoamento da Mão surge frequentemente


linguagem, como se se tratasse como símbolo da criação
de um trabalho manual. poética.

O sentimentalismo, mas também uma poesia de


Recusa:
pendor racionalista.

A ideia de que a poesia deve valorizar a ligação entre


Defende:
o Homem e a Natureza.
Valores simbólicos presentes na sua poesia

Água Graciosidade; juventude; vida; universo do desejo; erotismo.

Ave Angelismo; liberdade; inocência; fragilidade; pureza.

Flor Fertilidade; “florir” é associado à criação poética.

Fogo Sensualidade; luz.

Fonte Harmonia entre o sonho e a vida.

Frutos Amadurecimento; poesia.

Luz Corpo; harmonia; esperança.

Mãos Corpo; harmonia; esperança.

Noite Plenitude.

Rosa Mito materno.

Terra Fecundidade; ruralidade; aprendizagem da vida.

Voar Figuração do encontro amoroso.

Ciclo do tempo vs. Ciclo do Homem

Madrugada / manhã / Primavera / verão / Infância / adolescência /


tarde / noite outono / inverno vida adulta / velhice

Ana Luísa Amaral


Criação poética

Algo que envolve muita paixão, um misto


de prazer e de angústia.

A autora recusa considerar a sua poesia feminista e


tenta que a sua obra não seja reflexo da sua biografia.
Manuel Alegre
Principais linhas temáticas

O presente A defesa da A defesa da


A pátria
histórico liberdade liberdade

Principais influências literárias

Luís de Camões Miguel Torga

Sophia de Mello Breyner Trovadores medievais

Representações do contemporâneo
Eugénio de Andrade - Tratamento do tema Natureza aproximando-o da ecologia.
- A igualdade de género;
Ana Luísa Amaral
- O quotidiano.
- Luta pela liberdade;
Manuel Alegre - Denúncia dos horrores da Guerra Colonial antes e depois do
25 de abril.

Tradição literária
- Cantigas de amigo (temática – a Natureza);
Miguel Torga
- Camões – Os Lusíadas (a condição humana).
Eugénio de Andrade - Poesia trovadoresca (a Natureza, o bucolismo).
- Tradição literária vs. subversão da tradição literária;
Ana Luísa Amaral - Tradição literária (Camões – Os Lusíadas / Fernando Pessoa/
Petrarca).
- Camões (epopeia e poesia lírica);
Manuel Alegre
- Cantigas de amigo.

Figurações do poeta
- O poeta desiludido e inconformado com o mundo que o
Miguel Torga
rodeia.
Eugénio de Andrade - A infância / a figura materna.
Ana Luísa Amaral - A visão feminista da educação e do mundo.
Manuel Alegre - O poeta como um ser empenhado socialmente.

Arte poética
- O ato criativo é um processo doloroso que implica labor,
Miguel Torga esforço, verificando-se, por vezes, uma tensão entre
inspiração e laboração.
- A criação poética é um trabalho de apuramento da
Eugénio de Andrade linguagem, semelhante ao trabalho oficinal, daí que a mão
seja, por vezes, o símbolo da criação poética.
Ana Luísa Amaral - A criação é paixão – misto de prazer e de angústia.
- A poesia como arma ao serviço da denúncia e da liberdade
Manuel Alegre
– o poeta engagé.

Linguagem, estilo e estrutura


- Tom confessionalista;
Miguel Torga - Expressividade das metáforas;
- Irregularidade ao nível da métrica, da versificação e da rima.
Eugénio de Andrade - Irregularidade ao nível da métrica, da versificação e da rima.
Ana Luísa Amaral - Musicalidade (poesia próxima do canto).
- Domínio das potencialidades expressivas da língua;
Manuel Alegre
- Sintaxe invulgar.

Página 141 – Manual

2.
2.1. A.
2.2. C.

Página 142 – Manual

1.
a) “É possível falar sem um nó na garganta / é possível amar sem que venham
proibir / é possível correr sem que seja fugir.” Vv. 1-3.
b) “Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.”, “se te apetece dizer
não grita comigo: não.”. Vv. 4, 8.
c) “Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.” Vv. 13.
2.

Página 128 – Manual

1. A relação que se estabelece entre o sujeito poético e o negrilho é uma ligação


profunda, associada ao local de origem, como uma fonte de inspiração, tal
como retratam os primeiros quatro versos, onde o sujeito poético afirma que
na terra onde nasceu, há apenas um poeta, e os seus versos são considerados
folhas dos seus ramos, espelhando a sua escrita na força que representa o
negrilho, sendo uma árvore de grande parte.
2. Os três últimos versos da primeira estrofe retratam o negrilho como uma
presença constante na vida do poeta, e mesmo com o passar do tempo como
referido no verso: “Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada”, o negrilho
não deixa de ser um símbolo importante na sua vida.
3. O tom da 1ª estrofe é declarativo, como se tratasse de um excerto informativo.
Nesta estrofe existem vocativos, exclamações e um tom apelativo.
4. A temática da natureza relembra as cantigas de amigo e a poesia de Camões. A
natureza neste poema e o confidente do poeta.
5. A – 3
B–1
C–2

Página 129 – Manual

1.

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