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Cesário Verde
O campo é sinónimo de vida para Cesário Verde e a cidade morte.
Sentimento de um ocidental
1ª parte: Aves Marias
1ª estrofe:
Espaço físico, geográfico e tempo descrito que sendo texto lírico com características narrativas;
12 sílabas - verso alexandrino ou decassílabo;
Rima a b b a (a – interpolada)(b – emparelhada)
2ª estrofe:
Dupla adjetivação “cor monótona (tudo mesma cor) e londrina (associado à presença do
nevoeiro, cinzentismo)”
3ª estrofe:
“felizes”, pois, vão sair da cidade e vão para o campo -» espaço privilegiado -» evasão no
espaço;
Longa enumeração --» tentativa de evasão
4ª estrofe:
Comparação (2 primeiros versos) sugere as casas das cidades como prisões para as pessoas;
5ª estrofe:
Saído do emprego, sujos magros, trabalho duro.
“erro” --» andar sem destino
6ª estrofe:
Evasão no tempo
Viu os barcos e pensou nos descobrimentos, imagina Camões, imaginário épico (para dizer que
o séc. XVI não tem nada a ver como presente.
7ª estrofe:
O maior associado aos descobrimentos está agora associado aos barcos ingleses, comércio
(uma atividade banal)
Passamos do Tejo para a terra
Sensações
8ª estrofe:
Descrição
Uma pessoa disfarçada de palhaço numas andas trôpego --» andar excitante
“Querubins (anjos) do lar” --» roupa branca a secar nas varandas
Lojas quase a fechar
9ª estrofe:
Sensações do rio
(2 versos fim) --» varinas (peixeiras) em grupo, de preto, pessoas fortes, brincalhonas,
demonstra que eram felizes o que demonstra que eram inconscientes --» quanto +, mais felizes
10ª estrofe:
Fortes
(2 versos fim) --» a vida difícil das varinas vai ser a vida difícil dos seus bebés
11ª estrofe:
Trabalhar sol a sol
Condições precárias de pessoas que veem dos campos para a cidade
2ª parte: Noite Fechada
Intensificação do sofrimento do sujeito poético, da prisão
Gradação da noite assim como da prisão do sujeito na cidade
A igreja causa-lhe desconforto, associado ao clero, a uma nódoa negra. Não há desculpa à
inquisição
Algumas casas iluminam-se. As casas comercias noturnas mais iluminadas
Surrealismo --» observar uma realidade e depois criar a própria realidade
Estátua de Camões --» épico, Camões é grandioso, ou seja, temos aqui o contraste com as pessoas,
ou seja, decadência
Usa uma luneta como Eça
3ª Parte: Ao gás
Hora mais tardia
Contraste ricos/pobres
Sensação de aprisionamento intensifica-se
Continua a deambular
Nos passeios estão as prostitutas
“moles hospitais” --» significa fragilidade, ar fresco
“tépidas” --» morno
2ª estrofe:
Vê lojas iluminadas e imagina uma imensa catedral iluminada devido a ver umas lojas iluminadas e
cheias
“burguesinhas catolicismo” --» beatas
3ª estrofe:
último verso – pela abstinência sexual ficam histéricas
“cheiro salutar e honesto” --» tudo o que é do campo é bom --» pão
“ratoneiro imberbe” --» gatuno sem barba --» jovem
Autopsicografia – falar sobre a sua própria escrita associada à mente (escrito na 3ª pessoa do singular)
--» generalizar todos os poetas
Linguagem simples
Verso em redondilha maior (7 sílabas). Quadras
1ª estrofe:
Tudo o que está no poema é uma dor fingida, mas não quer dizer que não a sentiu. Ele filtra o
sentimento para o colocar no poema. É tudo fingimento, não existe sinceridade no que está escrito,
mas intelectualmente sim.
2ª estrofe:
1º verso - perífrase --» dizer em muitas palavras o que podia dizer numa.
A dor do leitor
1ª dor é a que sente, 2ª é a q escreve, 3ª é a do leitor
3ª estrofe:
Apresenta a razão e o sentimento, toda a poesia é um diangular entre estas duas coisas
O coração nas mãos da razão é um brinquedo para o poeta, fingimento poético, 2 últimos versos
Não há sentimentos verdadeiros na poesia de F.P., para um modernista a poesia vem de pensamentos
2ª estrofe:
Terraço --» nossas vivências/experiências
Sonho está para além do “terraço” isso é que está na poesia
3ª estrofe:
Realidade não está perto
O leitor quer sentimentos autênticos, que os veja
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Gato que brincas na rua – em redondilha maior (7 sílabas)
1ªestrofe:
Comparação - 2 1ºs versos – a ingenuidade do gato em relação à rua
2ª estrofe:
Gato é um animal feliz seguindo as regras da rua
O sujeito poético inveja o gato
3ª estrofe:
1ºs 2 versos fala do gato
Últimos 2 versos fala dele --» conhece-se e não se identifica com quem é pois racionaliza o que
sente ao contrário do gato.
A ceifeira
1ª estrofe:
Ouve canto de uma ceifeira pobre interiormente --» ela não tem razões para estar feliz na opinião
do sujeito poético
Viúva --» sozinha
Voz sozinha e a ceifeira também
2ª estrofe:
Ficou seduzido pelo canto da ceifeira
3ª estrofe:
“ouvi-la alegra (pela voz melodiosa) e entristece (por estar sozinha num trabalho difícil e ser pobre
interiormente, inconsciente, os inconscientes é que são felizes. O sujeito poético nunca é feliz
porque é consciente. - ANTÍTESE
Não tem motivos para cantar “como se tivesse” (conjuntivo) --» expressa uma possibilidade
4ª estrofe:
Não tem razões para estar feliz e a cantar.
“o que em mim sente está pensado” --» fingimento poético, está a racionalizar
5ª e 6ª estrofe:
! Pontuação expressiva, parte + emocional, sentimental
Quer ter a alegria dela sem perder a consciência dele, quer ser inconscientemente consciente
Gradação descende associado à alegria da ceifeira (céu, campo...)
O pensamento pesa tanto e a vida é curta, não nos deixa ter alegria
O poeta no final pede para morrer, desaparecer, pois, só sofre.
Imperativo – ordem, pedido ou concelho (verbos sempre na 2ª pessoa plural)
Liberdade
Não há a mesma métrica como se via em todos os poemas e estrutura estrófica indefinida
Não ter que respeitar isso, fugir das regras que impõe a ele demonstra liberdade
1ª estrofe:
Não fazemos algo quando nos é imposto
2ª estrofe:
Estudar é nada
3ª estrofe:
Melhor quando há nevoeiro
Continuamos à espera de D.Sebastião
4ª estrofe:
Se é natural é livre --» consiste na natureza de todo o poema
5ª estrofe:
Para ser líder social não precisou de curso ou ler
Feito na época de Salazar, ditadura (sem liberdade) salazarista, ele crítica isso
A dor de pensar
“Eu simplesmente sinto com a imaginação” (Isto) * Tensões:
- inconsciência / consciência
SENTIR ≠ PENSAR - vontade/ pensamento
- sinceridade/fingimento
* Dicotomia sentir/pensar
* Intelectualização permanente
* Inveja e desejo de inconsciência
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Às vezes, em sonho triste
Espaço onírico --» espaço de sonho
Deixar de pensar e começar a sentir
1ª estrofe:
“sonho triste” por ser impossível
Está demasiado longe, o sonho, é inalcançável
2ª estrofe.
Vive-se no sonho apenas pelo sentir
Sonho --» ilusão
Não temos noção do tempo
3ª estrofe:
Longínquo --» “nesse”
4ª estrofe.
“é uma infância sem fim” --» metáfora (compara o sonho com a infância que tem em comum a
ingenuidade a inconsciência, a simplicidade...)
Suavidade associada ao sonho
Sonho e realidade
SENTIR ≠ PENSAR
Inconsciência ≠ consciência
Felicidade ≠ infelicidade
Sonho: Realidade:
Nostalgia da infância
Infância como tempo de:
- pureza, inocência e felicidade;
- inconsciência e unidade.
Contraste presente/passado e confronto “eu” - adulto/”eu” - criança
O passado como paraíso perdido
Saudade intelectual e literariamente trabalhada
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Linguagem e estilo
Versificação de inspiração tradicional (quadra ou quintilha, verso curto, frequentemente em
redondilha)
Regularidade estrófica, métrica e rimática
Vocabulário simples, naturalidade sintática e pontuação emotiva
Musicalidade da linguagem (rima e aliterações)
Simplicidade artística (comparações metáforas, repetições e paralelismos)
Exploração de símbolos