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Exercícios de Literatura (1929)
[...] Acha Tristão de Ataíde que a literatura brasileira
Parnasianismo moderna, apesar de tudo, enxergou qualquer cousa às
claras. Pois que deu fé que estava em erro. Que se
1) (Vunesp-2004) A questão a seguir toma por base uma esquecera do Brasil, que se expressava numa língua que
passagem de uma carta do poeta parnasiano Raimundo não era a fala do povo, que enveredara por terras de
Correia (1859-1911) e fragmentos de um ensaio do poeta Europa e lá se perdera, com o mundo do Velho Mundo.
modernista Jorge de Lima (1893-1953). Trabalho deu a esse movimento literário atual, a que
chamam de moderno, trazer a literatura brasileira ao ritmo
A Rodolfo Leite Ribeiro da nacionalidade, isto é, integrá-la com as nossas
(...) Noto nas poesias tuas, que o Vassourense tem realidades reais. Mais ou menos isso falou o grande crítico.
publicado, muita naturalidade e cor local, além da nitidez Assim como falou do novo erro em que caiu esta literatura
do estilo e correção da forma. Sentes e conheces o que atual criando um convencionalismo modernista, uma
cantas, são aprazivelmente brasileiros os assuntos, que brasilidade forçada, quase tão errada, quanto a sua
escolhes. Um pedaço de nossa bela natureza esplêndida imbrasilidade. Em tudo isso está certo Tristão. Houve de
palpita sempre em cada estrofe tua, com todo o vigor das fato ausência de Brasil nos antigos, hoje parece que há
tintas que aproveitas. No “Samba” que me dedicas, por Brasil de propósito nos modernos. Porque nós não
exemplo, nenhuma particularidade falta dessa nossa dança poderíamos com sinceridade achar Brasil no índio que
macabra, movimento, graça e verdade ressaltam de cada Alencar isolou do negro, cedendo-lhe as qualidades lusas,
um dos quatorze versos, que constituem o soneto. / Como batalhando por um abolicionismo literário do índio que nos
eu invejo isso, eu devastado completamente pelos prejuízos dá a impressão de que o escravo daqueles tempos não era o
dessa escola a que chamam parnasiana, cujos produtos preto, era o autóctone. O mesmo se deu com Gonçalves
aleijados e raquíticos apresentam todos os sintomas da Dias em que o índio entrou com o vestuário de penas
decadência e parecem condenados, de nascença, à morte e pequeno e escasso demais para disfarçar o que havia de
ao olvido! Dessa literatura que importamos de Paris, Herculano no escritor.
diretamente, ou com escala por Lisboa, literatura tão falsa, [...]
postiça e alheia da nossa índole, o que breve resultará, Da mesma forma que os nossos primeiros literatos
pressinto-o, é uma triste e lamentável esterilidade. Eu sou cantaram a terra, os nossos poetas e escritores de hoje
talvez uma das vítimas desse mal, que vai grassando entre querem expressar o Brasil numa campanha literária de
nós. Não me atrevo, pois, a censurar ninguém; lastimo “custe o que custar”. Surgiram no começo verdadeiros
profundamente a todos! / É preciso erguer-se mais o manifestos, verdadeiras paródias ao Casimiro e ao
sentimento de nacionalidade artística e literária, Gonçalves Dias: “Todos dizem a sua terra, também vou
desdenhando-se menos o que é pátrio, nativo e nosso; e os dizer a minha”. E do Norte, do Sul, do sertão, do brejo, de
poetas e escritores devem cooperar nessa grande obra de todo o país brotaram grupos, programas, proclamações
restauração. Não achas? Canta um poeta, entre nós, um modernistas brasileiras, umas ridículas à beça. Ninguém
Partenon melhor compreendeu, adivinhou mesmo, previu o que se ia
de Atenas, que nunca viu; outro os costumes de um Japão a dar, botando o preto no branco, num estudo apenso ao meu
que nunca foi... Nenhum, porém, se lembrara de cantar a primeiro livro de poesia em 1927, do que o meu amigo José
Praia do Flamengo, como o fizeste, e qualquer julgaria Lins do Rego. (...)
indigno de um soneto o Samba, que ecoa melancolicamente Dois anos depois é o mesmo protesto de Tristão de Ataíde:
na solidão das nossas fazendas, à noite. / Entretanto, este e “esse modernismo intencional não vale nada!” Entretanto
outros assuntos vivem na tradição de nossos costumes, e é nós precisamos achar a nossa expressão que é o mesmo
por desprezá-los assim que não temos um poeta que nos acharmos. E parece que o primeiro passo para o
verdadeiramente nacional. / Qualquer assunto, por mais achamento é procurar trazer o homem brasileiro à sua
chilro e corriqueiro que pareça ser, pode deixar de sê-lo, realidade étnica, política e religiosa.[...]
quando um raio do gênio o doure e inflame. / Tu me No seio deste Modernismo já se opera uma reação anti-
soubeste dar uma prova desse asserto. Teus formosos ANTISINTAXE, anti-ANTIGRAMATICAL em oposição ao
versos é que hão de ficar, porque eles estão alumiados pela desleixo que surgiu em alguns escritos, no começo. Nós não
imensa luz da verdade. Essa rota que me apontas é que eu temos um passado literário comprido (como têm os
deveria ter seguido, e que, infelizmente, deixei de seguir. O italianos, para citar só um povo), que nos endosse qualquer
sol do futuro vai romper justamente da banda para onde mudança no presente, pela volta a ele, renascimento dele,
caminhas, e não da banda por onde nós outros temos pela volta de sua expressão estilística ou substancial. A
errado até hoje. / Continua, meu Rodolfo. Mais alguns nossa tradição estilística, de galho deu, na terra boa em
sonetos no mesmo gênero; e terás um livro que, por si só, que se plantando dá tudo, apenas garranchos.
valerá mais que toda a biblioteca de parnasianos. Onde, (Jorge de Lima. Ensaios. In: Poesias completas - v. 4. Rio
nestes, a pitoresca simplicidade, a saudável frescura, a de Janeiro: José Aguilar/MEC, 1974.)
verdadeira poesia de teus versos?!
(Raimundo Correia. Correspondência. In: Poesia completa Embora de épocas diferentes, Raimundo Correia e Jorge de
e prosa. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1961.) Lima revelam estar imbuídos do mesmo propósito com
Todos Cantam sua Terra...
Amo-te, cobiçando-te... E, faminto, ( BILAC, Olavo. Olavo Bilac: obra reunida. RJ: Nova
Adivinho o esplendor das tuas salas, Aguilar, 1996. p. 284.)
E todo o aroma dos teus parques sinto,
E ouço a música e o sonho em que te embalas. Atenção - vocabulário:
merencória ( verso 4 ) - melancólica
Eternamente ao meu olhar pompeias.
E olho-te em vão, maravilhosa e bela,
Adarvada de altíssimas ameias.
E à noite, à luz dos astros, a horas mortas,
Rondo-te, e arquejo, e choro, ó cidadela! Os tercetos do poema "Sonho" definem o SUJEITO,
Como um bárbaro uivando às tuas portas! acentuando-lhe dois aspectos que recriam, também, a
(Olavo Bilac) atmosfera romântica.
Raimundo Correia
5) Alternativa: D
Característica Trecho de Soneto Trecho de Visita à
romântica em que a casa paterna em 6) Alternativa: C
característica que a característica
aparece aparece
7) a) Parnasianismo.
Saudade da Ai! mocidade, És Depois de um longo
b) O formalismo, evidenciado na adoção da forma fixa do
infância tão veloz, e o e tenebroso inverno,
soneto e da métrica decassilábica; na seleção de rimas ricas
tempo não Eu quis também
e algumas raras (“escutando” / “bando”, “ramaria” /
descansa! rever o lar paterno,
“dizia”, “sigo” /”contigo”, “dela” / “estrela” (rima
O meu primeiro e
imprópria), “estrela” / “vê-la” (rima rara) - para ficarmos
virginal abrigo
apenas no primeiro poema. A correção gramatical, a
A exacerbação Entrei chorando O pranto Jorrou-me
seleção vocabular, a sintaxe rica, classicizante, a constância
do De quarto em em ondas
dos enjambements são algumas outras características óbvias
sentimentalismo quarto, em busca
da arte parnasiana.
de ilusões
Forte Por toda a parte as Uma ilusão gemia
8) Alternativa: C
subjetividade pálidas visões! em cada canto,
Por toda parte as Chorava em cada
lágrimas falando canto uma saudade 9) Alternativa: C
culto do sonho Entrei chorando Uma ilusão gemia
e da ilusão De quarto em em cada canto Um 10) Alternativa: A
quarto, em busca Gênio carinhoso e
de ilusões!” Oh! amigo, O fantasma, 11) Alternativa: B
sonhos, sonhos talvez do amor
meus de claridade materno 12) Alternativa: C
culto da Meu Deus, como é Chorava em cada
saudade tamanha esta canto uma saudade 13) Campeão e herói são as palavras que recriam o sujeito
saudade!...” no ambiente romântico onde a personagem dever ter dotes
A referência à Brincam minhas Minhas irmãs e que levam à perfeição. O herói romântico é idealizado.
mãe e à irmã irmãs (doce minha mãe...
como símbolos lembrança!...)
de inocência 14) Alternativa: C