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Aulas Multimídias – Santa Cecília

Professor André Araújo


Disciplina: Literatura
Série: 2º ano EM
"A transformação permanente
do tabu em totem."
Modernismo
1ª fase – poesia
(1922 – 1930) – prof.
André Araújo
 O Modernismo representou um rompimento de
artistas e intelectuais com a arte acadêmica e
o tradicionalismo cultural no Brasil.
 O período de 1922 a 1930 é o mais radical do
movimento modernista.
 Necessidade de definições e do rompimento
com todas as estruturas do passado.
 Daí o caráter anárquico dessa primeira fase e
seu forte sentido destruidor, assim definido
por Mário de Andrade:
"(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do
movimento modernista. Isto é, o seu sentido
verdadeiramente específico. Porque, embora lançando
inúmeros processos e ideias novas, o movimento
modernista foi essencialmente destruidor. (...)

 O que caracteriza esta realidade que o movimento


modernista impôs é, a meu ver, a fusão de três princípios
fundamentais: o direito permanente à pesquisa
estética; a atualização da inteligência artística
brasileira e a estabilização de uma consciência criadora
nacional.
Fases do Modernismo brasileiro

 1922-1930 (1a fase): “fase heroica”, marcada


pelo radicalismo, pela releitura e ruptura com o
passado brasileiro. Principais autores: Mário de
Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira.
Principais
características
Rompimento com o passadismo
e o academicismo
Ruptura com a gramática
normativa, especialmente com a
sintaxe
Livre associação de ideias
Liberdade formal
(versos livres e brancos)
Coloquialismo
Incorporação e valorização de
temas prosaicos, ligados ao
cotidiano, às coisas comuns
Postura crítica perante os
valores sociais vigentes
ditados, em especial, pela
burguesia
Humor como recurso crítico
Ironia, poema-piada, paródia
Nacionalismo crítico
Fragmentação e flashes
cinematográficos
O capoeira

- Qué apanhá sordado?


- O quê?
- Qué apanhá?
- Pernas e cabeças na calçada

Oswald de Andrade
Síntese, poema-pílula
AMOR
humor

Oswald de Andrade
Busca de uma linguagem
brasileira
Urbanismo
Revisão crítica de nosso
passado histórico-cultural
Autores

 Mario de Andrade
 Como muitos poetas e escritores durante toda a
sua vida. Além de poeta e ficcionista, Mário
foi cronista, crítico literário e pesquisador de
folclore, da música e das artes plásticas
nacionais.
 Também trabalhou na redação da revista
modernista Klaxon, veículo de divulgação das
ideias e trabalhos dos novos escritores após a
Semana de Arte Moderna.
 Entre suas principais obras, estão os livros de
poemas Pauliceia desvairada, O losango
cáqui; Amar, verbo intransitivo (romance),
Macunaíma (rapsódia).
 Já em Macunaíma, Herói sem nenhum caráter,
cria um anti-herói com um perfil indolente,
brigão, covarde, sincero, mentiroso,
trabalhador, preguiçoso, malandro -
multifacetado. Inspirando-se no folclore
indígena da Amazônia, mesclando a lendas e
tradições das mais variadas regiões do Brasil,
constrói-se um herói que encarna o homem
latino-americano. Macunaíma é uma figura
totalmente fora dos esquemas tradicionais da
prosa de ficção, uma aglutinação de alguns
possíveis tipos brasileiros.
Autores

 Oswald de Andrade
 A parte principal de sua obra é formada pelos
romances Memórias sentimentais de João
Miramar, Serafim Ponte Grande, entre
outros; pelos livros de poesia Pau-Brasil,
Primeiro caderno do aluno de poesia Oswald
de Andrade, Poesias reunidas. Escreveu
peças teatrais e os manifestos Manifesto da
Poesia Pau-Brasil e Manifesto Antropofágico.
 Sua obra é marcada por irreverência,
coloquialismo, nacionalismo, exercício de
demolição e crítica.
pronominais

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
brasil

O Zé Pereira chegou de caravela


E preguntou pro guarani de mata virgem
-Sois cristão?
-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! Ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
- Sim pela graça de Deus
Canhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o carnaval
Autores

Manuel Bandeira
• Buscou na própria vida inspiração para os seus
grandes temas: de uma lado a família, a morte, a
infância no Recife, o rio Capibaribe; de outro, a
constante observação da rua por onde
transitam os mendigos, as prostitutas, os
meninos carvoeiros, os carregadores das
feiras, falando o português gostoso do Brasil
(humor, ceticismo, ironia, tristeza e alegria
dos homens, idealização de um mundo
melhor).
Porquinho-da-Índia

Quando eu tinha seis anos


Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...

— O meu porquinho-da-índia foi minha primeira


namorada.
Poema do beco
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do horizonte?
- O que eu vejo é o beco
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
/protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
Poema tirado de uma notícia de
jornal

João Gostoso era carregador de feira livre e morava


no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e
/morreu afogado.

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