Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sobre a obra:
Sobre nós:
eLivros .love
Converted by convertEPub
Alguns elogios a
As conversas que nunca tive com a minha mãe
Título original: What My Mother and I Don’t Talk About: Fifteen Writers Break
the Silence
Publicado mediante acordo com a editora original, Simon & Schuster, Inc.
direção editorial
Arnaud Vin
editora responsável
Bia Nunes de Sousa
preparação de texto
Barbara Parente
revisão
Claudia Vilas Gomes
Julia Sousa
diagramação
Christiane Morais de Oliveira
Guilherme Fagundes
Booknando
23-147789 CDD-649.1
São Paulo
Av. Paulista, 2.073 . Conjunto Nacional
Horsa I . Sala 309 . Bela Vista
01311-940 . São Paulo . SP
Tel.: (55 11) 3034 4468
Belo Horizonte
Rua Carlos Turner, 420
Silveira . 31140-520
Belo Horizonte . MG
Tel.: (55 31) 3465 4500
www.editoravestigio.com.br
SAC: atendimentoleitor@grupoautentica.com.br
Para Mimo e Nana.
“Porque é uma baita pena jamais dizer o que se
sente...”
– Virginia Woolf, Mrs. Dalloway
Introdução
por Michele Filgate
As conversas que nunca tive com a minha mãe
por Michele Filgate
O tutor da minha mãe
por Cathi Hanauer
Tesmofórias
por Melissa Febos
Xanadu
por Alexander Chee
Alameda Minetta, 16
por Dylan Landis
Quinze anos
por Bernice L. McFadden
Nada fica sem ser dito
por Julianna Baggott
A mesma história sobre a minha mãe
por Lynn Steger Strong
Enquanto tudo isso me parece americano
por Kiese Laymon
Língua materna
por Carmen Maria Machado
Você está me ouvindo?
por André Aciman
Irmão, você pode me dar um trocado?
por Sari Botton
Seu corpo/Meu corpo
por Nayomi Munaweera
Tudo sobre a minha mãe
por Brandon Taylor
Conheci o medo no alto da colina
por Leslie Jamison
Agradecimentos
Imagine isso.
Estamos em 1949. Vendedores ambulantes vendem
peixe e milho fresco pelas ruas e é possível comprar um
terno com dois pares de calças.
Bill Rivers diz à minha mãe que vai para Paris.
Ela já esperava por isso. Mas não diz nada.
Ele diz:
– Venha comigo, Erica. É Paris. É mágico. Posso pintar e
você pode estudar na Sorbonne, fazer o que quiser.
Ela não responde. Seus olhos azuis agora são o oceano,
não o céu.
– Venha a Paris – ele insiste. – Case comigo.
Minha mãe responde bem devagarzinho:
– Será que isso é legal lá?
Ele inclina a cabeça e a observa com atenção.
– É legal na Inglaterra – ele responde. – Podemos ir de
barco.
Depois de um longo silêncio, no qual ela reprime o
impulso físico de abraçá-lo, ela completa:
– Mas e os filhos?
Quando ele se afasta, ela se sente como se estivesse
em pé à beira de uma sepultura.