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Guerra Alfa 3

Protegendo seu Companheiro e a Criança não Nascida


Marcy Jacks

Ronan Greywolf tem mantido segredos de seu companheiro. Primeiro


que ele e Trey são companheiros, segundo que na noite em que estiveram
primeiramente juntos, ele engravidou Trey com seu filho.
Trey é humano, e já passou por trauma suficiente. Depois de mal
escapar de uma fazenda de sangue de vampiros com sua sanidade intacta,
Ronan não quer lançar tudo isso nele, e agora pode sentir o amor de sua vida
indo embora.
Trey sempre gostou de Ronan. Descobrir que vai ter o filho do
homem, e forçando Ronan a ficar com ele, era a última coisa que queria.
Ronan insiste em estar por perto, mas Trey sabe que não é realmente o que
quer, e seu coração se parte a cada dia que passa.
Poderia haver mais do que Trey acredita? É possível que Ronan
realmente o ame? Assim como ele e seu companheiro estão aprendendo a
confiar um no outro, um mal do passado de Trey ressurge, complicando tudo.
Capítulo Um

Trey correu para o banheiro, a mão na boca, e mal conseguindo


chegar ao banheiro antes de vomitar.
Com uma torção no estômago, seu corpo forçou tudo para fora,
porque o que estava dentro dele aparentemente iria matá-lo, caso não
vomitasse.
Gemeu, caindo de joelhos e segurando a porcelana fria.
Graças a Deus o banheiro estava limpo. Nem sempre foi bom em
limpeza e não era sua tarefa favorita, mas Nate deve ter limpado este banheiro
recentemente porque cheirava a limpo.
Bem, seria de novo limpo em um minuto. Trey esvaziou o conteúdo
do estômago, mas ficou onde estava, apenas no caso de algo acontecer.
— Que diabos? — Ele gemeu.
Esta era a segunda semana consecutiva que o cheiro de ovos fazia
com que tivesse que correr para o banheiro assim.
Vomitar muito não era normal. A náusea sempre desaparecia,
eventualmente, mas isso não era algo que pensasse que poderia aguentar
mais.
Precisava de um médico.
Houve uma batida em sua porta. Não a porta do banheiro, que ainda
estava aberta, mas a porta do quarto dele.
Estava morando em uma mansão, o tipo de coisa onde, se fosse
cobrado apenas pelo aluguel de seu quarto, nunca seria capaz de viver aqui.
O quarto de todos tinha um banheiro conectado, o que era bom
porque ultimamente Trey precisava.
— Só um segundo, — respondeu, se levantando quando a batida soou
novamente.
Lavou a boca na pia, rapidamente gargarejou um bochecho e depois
foi até a porta.
Ficou tenso ao encontrar Ronan do outro lado.
— Você está bem? — As narinas de Ronan se alargaram apenas o
suficiente para deixa-lo saber que ele cheirava o que Trey tinha feito. — Você
esteve doente de novo?
Trey lutou para não reclamar.
— O que há com você shifters e sua audição? E seu olfato? É
estranho.
Normalmente Trey não era tão chato com as pessoas que gentilmente
o resgataram da escravidão e morte certa, especialmente Ronan, mas seu
estômago ainda doía, e não estava de bom humor.
— Desculpe, — disse Ronan, embora o sorriso suave em sua boca
sugeria que estava tudo, menos isso. — Só queria ver você.
— Estou bem, — disse Trey, tentando desesperadamente esconder o
fato de que foi sinceramente tocado pelo fato de que Ronan queria cuidar dele
em tudo.
Ronan foi quem trouxe Trey aqui. Ele tinha sido um prisioneiro
naquela fazenda de sangue de vampiros por meses. Quase sete meses, na
verdade. Fez amizade com outro prisioneiro, Owen, e quando Owen foi levado,
Trey quis ir com ele.
Ronan o tinha deixado vir. Só descobriu depois que era por uma razão
muito específica.
Porque seu cérebro funcionava de maneira diferente dos outros
humanos.
Ninguém sabia sobre vampiros ou lobisomens, ou a guerra entre eles.
Mesmo os outros prisioneiros com quem Trey esteve não perceberam isso.
Algum tipo de feitiço. Mesmo com o sangue drenado deles, era como se algo
em suas mentes os impedisse de processar como estavam sendo usados como
gado por vampiros.
Todos pareciam pensar que seu sangue estava sendo roubado para
que pudesse ser vendido no mercado negro. Mesmo quando viam os próprios
vampiros, dentes, orelhas pontudas, carne azulada pálida e tudo, um bloqueio
os impedia de ver a grande imagem.
Não para Trey. E não para Owen também. Eles sabiam, e os outros
apenas olhavam para eles como se fossem loucos quando Trey e Owen
tentavam revelar a verdade. Achavam que a perda de sangue os estava
deixando alucinados e, quando foram libertados, todos voltaram para suas
vidas, presumindo que os criminosos haviam sido pegos e que o mundo estava
bem de novo.
Não para Trey. Ronan reconheceu isso e levou-o, mostrando-lhe
quanto mais havia no mundo, do que pensava inicialmente.
Pelo menos lobisomens pareciam... bem, bom. Já era ruim o
suficiente descobrir que existiam vampiros. Quando descobriu lobisomens,
quase desmaiou.
Foi só porque Ronan o salvou que Trey estava disposto a dar ao
homem, e seu bando, uma chance.
Isso e Ronan era muito bom de se olhar.
Hoje vestia como James Dean. Camiseta branca com jeans azul. Ele
era uma cabeça mais alto do que Trey, e seu cabelo loiro prateado estava
puxado para trás em uma trança.
Trey nunca tinha visto esse estilo em seu cabelo antes. Tinha visto
solto e em torno de seus ombros, quando foram primeiramente para a cama
juntos.
Nunca isso. Parecia bom. Trey se perguntou se queria esse cabelo
deixado em torno de seu ombro...
Dedos estalaram na frente do rosto de Trey. Ele piscou para fora de
seu transe.
— Espere o que?
Ronan olhou para ele com genuína preocupação, olhos prateados
segurando algo inexplicável.
— Você ficou fora por uns bons dois minutos. — Ronan colocou a
palma da mão na testa de Trey.
O corpo de Trey instantaneamente aqueceu a dez mil graus.
— Você está quente também.
Esta foi a primeira vez que Ronan o tocou, realmente pele com pele,
desde aquela noite. Na noite em que Trey não aguentou mais e entrou no
quarto de Ronan e na cama dele.
Queria o conforto do toque de Ronan. Queria alguém para fazer amor
com ele, fazê-lo esquecer.
Era para ser uma coisa única. Não deveria ficar preso como estava.
E estava totalmente preso a ele, e agora Ronan estava tocando-o e
fazendo seu corpo esquentar.
Estava ferrado. Estava totalmente ferrado.
Ronan suspirou.
— Vamos lá, vou levá-lo para baixo. Algum alimento em sua barriga
vai fazê-lo se sentir melhor.
Ronan pegou sua mão, segurando-a. Sua mão estava tão quente na
palma de Trey quanto na testa.
— Tudo bem, não estou com fome, — disse ele.
— Não comer não é bom. Você precisa de proteína e das vitaminas.
Trey não estava com vontade de discutir. Pensou nisso, mas estava
cansado, e parte dele queria sinceramente que o homem mais alto e mais forte
o mimasse um pouco.
Não conseguia explicar, mas Trey estava ansioso por isso. Toda vez
que Ronan comentava sobre sua saúde, checava-o, ou até mesmo quando o
alfa simplesmente falava com ele, o coração de Trey fazia um pequeno
tamborilar contra suas costelas.
Isso o fez se sentir bem, então talvez ter Ronan levando-o para se
alimentar seria a cura que estava procurando.
— Apenas sem ovos, por favor.
— Sem ovos?
Ronan olhou para ele.
Trey deixou-se encostar no braço do homem, usando a força de
Ronan para ajudar a mantê-lo em pé.
Sentiu-se mal por negar qualquer coisa que Ronan ou sua família de
lobos tivessem a oferecer a ele. Por um breve momento, ambos, Trey e Owen,
foram protetores extras de sua comida. Owen tinha andado por aí com uma
bolsa de almoço onde quer que fosse e não importava a hora do dia, e Trey
tinha um frigobar no quarto dele com pratos de frutas, garrafas de água, carne
e pão para o almoço, caso quisesse fazer alguma coisa.
Estava morando aqui sem pagar aluguel e estava negando a comida
que estava recebendo, que também era grátis. Depois de meses de fome, se
sentia um idiota por fazer isso, mas não podia evitar.
— Ei, olhe para mim. — Os dedos de Ronan foram abaixo do queixo
de Trey, inclinando a cabeça para cima, e olhou para o homem.
Não havia julgamento no rosto de Ronan ou em seus olhos prateados.
— Você nunca precisa se preocupar com nada. Não se sinta culpado.
Apenas me diga o que precisa e farei tudo o que puder para conseguir isso
para você.
Trey brevemente pressionou seus lábios juntos.
— Às vezes não sei o que quero, no entanto.
— E isso ainda está bem para mim. Os ovos estão deixando você
doente? É isso?
Trey hesitou e depois assentiu.
— Sempre que o cheiro vai embora, fico bem de novo, então não é
grande coisa, — acrescentou rapidamente.
Só porque o cheiro do café da manhã, ou às vezes o almoço e às
vezes o jantar, flutuando pela casa fazia seu estômago revirar ultimamente não
significava que ia começar a pedir às pessoas ao seu redor que mudassem
seus hábitos alimentares.
— Você pode lidar com o cheiro por um tempo? Eu vou te levar para a
cozinha, fazer um bom café da manhã com salada. O pão vai encher e acalmar
seu estômago, e a salada não é ovos ou qualquer outra coisa que cheire mal.
Embora Trey ainda estivesse incerto e um pouco desconfortável com
a atenção que Ronan estava dando ao seu problema, estava agradecido, e
suspirou.
— Isso parece incrível, mas estou ajudando você a fazer isso.
Ronan riu.
— Isso não é necessário. Gosto de cuidar de você.
O coração de Trey fez outra pequena sensação de reviravolta. Tentou
não olhar para o alfa, apenas no caso de Ronan vê-lo corar.
Não queria admitir, pelo menos não para Ronan, mas gostava quando
o homem mais alto cuidava dele também.
Ronan levou-o para longe da sala de jantar. Gesticulou para Glendon,
o líder do bando, com algum movimento de sua mão. Trey imaginou que era
para transmitir que Trey não estaria se juntando a eles para o café da manhã.
Novamente.
— Você pode me dizer algo, honestamente?
— Claro que sim. — Ronan olhou-o enquanto chegavam na cozinha.
— Sempre tento ser honesto com você.
Trey acreditou nele, mas não queria Ronan para adoçar isso também.
— O resto do bando pensa que sou esnobe?
— Esnobe? — Agora Ronan parecia genuinamente confuso. — Você
quer dizer porque não tem comido com os outros? Não, claro que não.
Soou muito sincero.
— Quero dizer, é porque todos parecem ter uma rotina. Todas as
manhãs, todos entram na sala de jantar e há pratos quentes já prontos.
Escolhem o que vão comer e se sentam e comem. Conversam. São como uma
família de verdade.
— Bem, nós somos. Se não por sangue, então pelo nosso bando.
Ronan soltou a mão de Trey. Foi até a geladeira e pegou tomate e
alface. Colocou-os no balcão e pegou o pão. Parecia se mover ao redor da
cozinha, mas seus olhos raramente deixavam Trey.
Como se Trey tivesse toda a atenção de Ronan, mesmo enquanto o
homem estava no meio de preparar um bom brunch.
— Trey, eles entendem. Mesmo que eu não estivesse cuidando de
você, eles estariam. Você não está se sentindo bem e ainda está se
recuperando depois do que aconteceu.
Ronan pareceu subitamente culpado.
Trey não entendeu o porquê. Só sabia que não queria que Ronan se
sentisse culpado por nada.
— Vocês todos me salvaram. E você tem sido tão bom para mim.
Merda. Estava totalmente parecendo um pouco fraco. Queria ser
desejável para Ronan. Queria outra chance do que havia acontecido entre eles
há duas semanas, que acontecesse de novo, talvez algo mais profundo.
Parecendo triste e patético o tempo todo não era sexy. Não era o
mestre do romance, e até ele sabia disso.
— Só não quero sobrecarregar você. — Trey limpou a garganta. —
Vou preparar a salada e você pode torrar o pão.
— Claro, — disse Ronan, embora agora parecesse distraído com
alguma coisa.
Ronan pegou um prato no armário de cima, deixou brevemente a
cozinha e voltou com um pequeno monte de bacon cozido. Provavelmente de
um dos pratos quentes da sala de jantar.
Voltou ao balcão, colocou o pão na torradeira e cortou algumas fatias
de tomate.
Trey montou uma salada simples. Pegou alguns pedaços do bacon
bem passado e desintegrou na salada.
Estava quieto agora. Trey não sabia o que fazer sobre isso. Estava
sendo um incômodo, e estava fazendo coisas estranhas para o cara que
realmente gostava.
Isso era culpa dele. Inteiramente culpa dele.
— Trey?
— Sim? — Trey respondeu um pouco rápido demais, embora
estivesse ansioso para que esse horrível silêncio chegasse ao fim.
Ronan não estava olhando para ele. Estava olhando para o prato de
tomates fatiados e algumas folhas de alface que iam para seus sanduíches.
Ronan não parecia feliz.
Trey limpou a garganta.
— Um sim?
— Tem algo que tenho que te dizer. Deveria ter dito pelos últimos
dois dias agora. Mas não fiz. Foi errado e estúpido da minha parte esconder
isso de você, mas vou lhe contar agora.
A pulsação de Trey bateu com tanta força que sentiu o movimento
por todo o seu corpo, mas principalmente ao longo de suas principais artérias,
onde a sensação seria mais poderosa.
Era isso. Era aí que o outro sapato finalmente caia e ele ia receber a
rejeição que estava esperando.
— Você quer que eu saia de casa.
— O quê? — Ronan piscou largamente. Olhou para Trey com o que só
poderia ser descrito como horror. — Não! Claro que não. Por que você... olha,
isso não importa. Não estamos pedindo para você sair. Isso não é mais uma
opção de qualquer maneira.
Trey não tinha certeza do que Ronan quis dizer com isso, e não tinha
certeza se queria saber. Talvez quisesse saber essa revelação quando seu
estômago não estivesse se sentindo tão fraco.
— Ok, então o que é? Há mais coisas que preciso saber sobre os
shifters? Há uma cobra na casa? — Parou de brincar quando um pensamento
ainda mais horrível chegou até ele. — Os vampiros vão nos atacar de novo?
— Se eles fizeram, — Ronan rosnou, — então terão que passar por
mim para chegar até você.
Trey ainda mal conseguia respirar. Onde quer que isso os levasse,
estava começando a confundi-lo, assim como assustá-lo.
— Então o que há de errado?
As sobrancelhas de Ronan se uniram. Estendeu a mão para Trey, sua
mão vindo para a parte de trás do pescoço, e mais uma vez Trey foi atingido
com aquele sentimento elétrico maravilhoso que vinha com o contato pele a
pele.
Seu coração criou asas e voou antes mesmo de Ronan beijá-lo. Tudo
que o homem tinha que fazer era se inclinar e Trey era todo dele.
O toque de suas bocas, tão quente, tão maravilhoso. Choques e
faíscas imediatamente voaram para o sul. O corpo de Trey se acendeu, o que
foi uma loucura, porque foi o beijo mais inocente que poderia ter recebido de
outro homem.
Poderiam beijar assim na igreja e ninguém ficaria ofendido.
Também não durou muito tempo, embora supusesse que era parte do
ponto de ser um beijo casto.
Acabou antes que pudesse aproveitá-lo.
Trey piscou para Ronan, esperando sua visão voltar ao normal.
Por mais casto e doce esse beijo tenha sido, era mais do que
suficiente para fazer o cérebro de Trey enlouquecer.
E ainda assim, Ronan parecia não querer fazer sua grande revelação.
— Se eu te disser, você vai me odiar.
O que? Trey balançou a cabeça.
— Nunca vou te odiar.
— Você não pode prometer isso depois que lhe disser o que fiz.
— Na verdade, posso. — Sentiu uma onda de coragem crescendo
dentro dele. Foi esse beijo que tinha feito isso. Estava certo disso. Não havia
outra explicação para isso, porque agora Trey estava cheio de energia e
desejo.
Sentiu como se pudesse fazer qualquer coisa.
— Gosto mesmo de você. Quero dizer muito. Sei que você
provavelmente não quer ouvir isso. Nós estivemos juntos aquela vez, e quero
que saiba que não espero nada de você. Não acho que você me deve nada,
mas quero que saiba disso. Acho que eu...
— Você está grávido.
Essas palavras cortaram a declaração de Trey mais rápido do que se
ela estivesse sentada sob uma guilhotina.
Piscou e então sorriu.
— O que?
Ronan assentiu.
— Você está grávido, Trey. Eu te engravidei depois que ficamos juntos
naquela noite. Da mesma forma como Jake está grávido.
Ele disse como se estivesse explicando para alguém que era lento,
como se tentasse suavemente acalmar Trey para isso, agora que o Band-Aid
tinha sido arrancado.
Trey balançou a cabeça.
— Mas não. Isso é impossível.
— Os homens podem engravidar se estiverem com um shifter. Seu
corpo se transforma e muda, mas apenas onde não pode ver. Para acomodar a
criança.
— Mas... — Trey piscou. — Pensei... Jake disse que apenas um
companheiro poderia fazer isso, e levou um tempo para ele engravidar. O
corpo precisa mudar antes que isso aconteça, certo?
Caso contrário, não haveria óvulo, nenhum útero, nada.
— Normalmente é assim que funciona, — disse Ronan.
Sua voz normalmente confiante parecia tão... insegura. Como se
estivesse sendo honesto. Como se estivesse dizendo uma verdade que não
queria contar.
Trey não sentia mais como se pudesse enfrentar o mundo. Sentiu um
soco no estômago, levando embora sua confiança e até mesmo deixando-o um
pouco assustado.
Havia algo crescendo dentro dele? Agora mesmo?
E era de Ronan.
— Entendo se você me odiar por isso. Não era minha intenção fazer
isso em você. Teria preferido cortejá-lo corretamente, mas você está
desenvolvendo sintomas. Mesmo Jake não esteve tão doente, então eu não
poderia continuar sendo um covarde. Você precisava saber.
Nenhuma merda que ele precisava saber. Isso era... isso era...
— Vou ficar doente de novo.
— O banheiro é por ali. — Ronan agarrou Trey pelo braço, mas Trey
não ia conseguir chegar lá. Vomitou na pia no lugar. Quando terminou, gemeu
e caiu de joelhos.
As pessoas entraram na cozinha, o que foi ruim porque Trey não
queria que ninguém o visse tão terrivelmente doente. Não queria que ninguém
o visse assim.
Não tinha uma opinião sobre o assunto, no entanto. O choque disso
foi demais. As pessoas vieram até ele e perguntaram se estava bem. Ronan
puxou Trey em seus braços e, eventualmente, saiu com ele.
Trey não sabia onde estavam indo, e não se importava. Inclinou
contra o peito de Ronan e contemplou a estranha percepção de que estava
conseguindo o que queria.
Ronan. Só sem que nenhum dos dois tinha uma palavra a dizer.
Sim, definitivamente não era nada para ser feliz.

Capítulo Dois

Ronan nunca tinha visto Trey parecer tão pálido, e isso dizia algo,
considerando o quão magro e pálido estava quando Ronan o encontrou.
Bem, não o encontrou. Fergus e Hugh o encontraram. Ronan ainda
estava com ciúmes disso. Desejou ter sido o único a resgatar seu
companheiro. Desejou ter sido o único a tirar Trey daquele buraco e trazê-lo
para casa.
Não, ele não foi, mas no segundo em que percebeu o que Trey era
para ele, tinha que trazer o homem para casa.
Podia ter mentido sobre a necessidade de trazê-lo de volta para a
mansão. Havia humanos que viviam entre outros humanos que sabiam sobre o
paranormal, vampiros, lobisomens, até mesmo os poucos bruxos que ainda
estavam por aí.
Ronan não era um homem honrado, aparentemente, porque queria
mantê-lo com ele, e quando Trey tinha chegado a ele durante a noite
precisando de conforto, tinha dado a ele sem se preocupar com o que poderia
acontecer.
Agora isso. Seu companheiro doente, desabando em seus braços pelo
choque, e uma criança a caminho.
Trouxe Trey de volta para seu quarto. Glendon seguiu, porque é claro
que faria. Ronan era mais velho, mas Glendon era o homem encarregado, o
alfa dos alfas nesta casa, e se alguém estivesse doente ou aparentasse
necessidade, era seu dever intervir.
— Ele precisa de um médico?
— Talvez, mas não agora. — Ronan olhou para Glendon. — Acho que
são apenas os sintomas.
Glendon assentiu.
— Isso deveria ter sido contado no instante em que você soubesse o
que ele era, e como não foi assim, no momento em que percebeu que o deixou
grávido.
Ronan assentiu. Olhou para o companheiro enquanto o colocava na
cama.
Os olhos de Trey estavam bem abertos, mas não parecia estar
ouvindo nada.
— Isto é minha culpa.
— É, — disse Glendon, embora não indelicadamente. — Deveria ter
contado mais cedo. Se eu soubesse que ele era seu companheiro desde o
começo, algo poderia ter sido feito.
— Como o quê? — Ronan rosnou, cerrando os punhos. Não gostou de
ter esse tipo de reação ao seu alfa. Embora Ronan tivesse mais anos, ainda
respeitava a capacidade de Glendon de liderar.
— O que poderia ter sido feito? Ele estava se recuperando depois de
meses de abuso daquela merda.
— Assim esteve Owen, e ele e Hugh conseguiram passar por isso.
Ronan mordeu o interior de sua bochecha.
Não gostou de pensar sobre isso. Até onde estava preocupado, Hugh
tinha se movido muito rápido, apesar do chamado de acasalamento que o
atraía.
A única razão pela qual Ronan não disse nada disso foi por causa de
seu respeito por Glendon como irmão mais velho de Hugh.
Isso, e a monumental foda que Ronan tinha causado, afastou
qualquer direito que tinha de criticar.
— O que está feito está feito, — disse Glendon. Olhou para Trey. —
Ele está carregando seu filho. Cuide dele, explique-lhe seu novo papel e o seu
e siga em frente. Você fodeu isso desde o começo, mas não precisa ficar assim
para sempre.
Ronan apertou os lábios e olhou para Trey. Os olhos escuros do
homem olhavam sem vida para a parede oposta.
Como se não conseguisse olhar para mais nada.
— E se ele não me quiser?
Glendon levantou uma sobrancelha para ele.
— Ele é seu companheiro, e sei que você não se forçou a ele. Claro
que vai querer você.
— Você sabe que um acasalamento nem sempre funciona dessa
maneira. — Ronan mal conseguia olhar para Glendon. Esperava mais do que
este ato covarde, e ainda aqui estava ele.
— Não é tão terrível assim. Ele quer você e, se ainda não o ama, logo
o fará.
— Aprecio seu conforto, mas ele é humano. Quero que me ame por
vontade própria. Não quero manipular suas emoções por causa do
acasalamento.
— Você está ficando filosófico, — disse Glendon. — Está pensando
que o acasalamento vai forçar suas ações e emoções, em vez de suas emoções
e ações que influenciam o acasalamento. — Glendon balançou a cabeça. —
Nunca soube que você fosse tão condenado e sombrio.
— Você sabe que nem todos os companheiros estão felizes com seus
parceiros. Por que fingir que estou sendo filosófico?
A expressão de Glendon ficou séria. Ronan percebeu que podia ter
cruzado a linha, mas não conseguia se importar quando estava sofrendo
assim.
Olhou de volta para seu companheiro.
— Não quero que ele se arrependa de mim e, além disso, não sou o
único em casa que pensa assim. Fergus não tomou Parker.
— Fergus mordeu Parker para protegê-lo e curá-lo, não para acasalar
com ele. Isso seria forçar um acasalamento. É diferente, e sua luta contra
qualquer sentimento persistente é sua própria cruz, não a sua e não a de Trey.
Ronan não tinha certeza. Também não tinha certeza se estava
levando seus pensamentos corretamente para Glendon. Pelo menos não agora.
Não quando o homem estava tão decidido a não entender o que
Ronan estava sofrendo aqui.
— Sim, bem, ao contrário de Fergus, eu não tinha o autocontrole
necessário para me conter.
E Parker esteve no quarto de Fergus todas as noites. Tinham que
estar perto. Fergus era o alfa que mordera Parker, que literalmente fez Fergus
o alfa de Parker. Seu superior. Parker era um tipo brincalhão de homem e um
pouco demais às vezes, mas precisava de Fergus. Precisava de contato físico
de seu alfa para não se transformar em um animal selvagem.
Fergus tinha uma força incrível para se impedir de abusar desse
poder do jeito que Ronan tinha.
Glendon suspirou.
— Você sabe o que? Estou cansado demais para isso. Trey está aqui
há tempo suficiente para ter certeza de que o choque acabará. Nate pode olhá-
lo, certificar de que ele e o filhote estejam saudáveis. Você quer pensar que
fodeu tudo? Bem. Não vou tentar pará-lo, mas tem centenas de anos da sua
vida sobrando. Não cague tudo sobre isso e na chance que você tem, porque
deixou sua culpa corroê-lo. Você é muito rabugento para arrastar um parceiro
inocente e uma criança para esse tipo de pensamento mórbido.
— Eu não sou mórbido.
— Certo, certo. Você é honrado. — Glendon fez aspas no ar com os
dedos quando disse isso. A clara falta de desrespeito pelo modo de vida de
Ronan era irritante o suficiente, mas a única razão pela qual não se abalou
com o homem foi porque, bem, fazia muito sentido.
Por alguma razão, isso irritou Ronan ainda mais.
— Vou esperar que ele volte, — disse Ronan. — Vou me explicar com
o melhor de minhas habilidades e, então, espero que me perdoe.
— Ele vai. Ele é seu companheiro.
Glendon deixou Ronan sozinho depois disso. Ronan observou-o partir,
desejando que pudesse ter esse tipo de confiança no processo.
Mas não fez.
A única razão pela qual Glendon permitiu que Ronan escapasse com
suas pequenas observações sobre o dano de um acasalamento forçado era
porque Ronan tinha sofrido um destino similar.
Os pais de Glendon desprezavam um ao outro. Tinha sido um
acasalamento forçado desde o início e, pelo entendimento de Ronan, tanto
Glendon quanto Hugh haviam sido concebidos à força.
Uma mordida não pode transformar um humano em um shifter. Isso
poderia forçar um acasalamento, e mesmo que sentimentos de luxúria, e até
de carinho, pudessem ser forçados, isso não significava que o amor tinha que
estar envolvido.
O pai de Glendon certamente não amava o homem. O mesmo
aconteceu com os pais de Ronan.
Ronan tinha um pai homem e mulher. Não dois machos como
Glendon e Hugh tinham.
O interessante, no entanto, para Ronan era sua mãe, que havia sido
a agressora.
Um poderoso alfa, ela não queria um macho mais forte do que ela,
então encontrou um humano, forçou uma mordida nele, e manteve o pobre
coitado como prisioneiro virtual.
Ronan nunca entendeu isso, ao crescer. Quando tinha idade suficiente
para entender, seu pai, que o amara profundamente apesar de tudo que tinha
sido forçado a suportar, já havia morrido por suicídio.
Tinha sido uma coisa forçada a ficar numa matilha de lobos e ser pai
de uma criança lobo, mas algo totalmente diferente para suportar o abuso pelo
resto da matilha que o fazia seu saco de pancadas.
Ronan simplesmente achava que esse era seu lugar como humano.
Ninguém havia lhe dito o contrário, e quando seu pai se matou, Ronan o odiou,
culpou-o por não simplesmente deixar o bando se estava infeliz, até que
entendeu.
Foi uma das razões pelas quais não havia homens sábios ou mulheres
na matilha de Glendon, por que estavam sozinhos. Todos os seus pais tinham
sido selvagens, até certo ponto, malvados uns com os outros, ou estavam
mortos.
Glendon construiu este bando na promessa de algo melhor. Ronan
estava desesperado para ser deixado entrar, para fazer parte de algo melhor,
para ajudar os humanos em necessidade que estavam sendo caçados por
vampiros, caçados por outros grupos, e ignorados por outros.
E então foi e fez isso.
Esfregou o rosto até que houvesse estrelas em seus olhos. Ronan
olhou para seu companheiro, o choque e a falta de reconhecimento nos olhos
de Trey ainda o envergonhando.
Pegou a mão de Trey, segurando-a. Estava fria.
Ronan suspirou.
— Juro para você, serei melhor. Não pretendia fazer isso para você,
mas vou te dar melhor.
Mesmo que o que Trey queria não envolvesse Ronan, daria a ele e
daria de bom grado.
Ronan beijou a mão de Trey e esperou que respondesse, planejando
cada pequena coisa que diria ao fazê-lo.

Dois dias depois, e Trey ainda estava tendo vômitos.


Não queria pensar nisso como enjoo matinal. Ainda estava se
acostumando ao fato de que um lobisomem havia colocado um bebê dentro
dele. De alguma forma, embora fosse um homem e não tivesse um útero,
aparentemente estava lá.
Certo. Não pense nisso. Não conseguia pensar nisso. Quanto mais
pensava sobre isso, mais vomitava.
Com certeza foi difícil olhar Jake, no entanto.
O homem parecia ter uma bola de praia debaixo da camisa, e Trey se
viu evitando olhar para ele um pouco mais do que costumava fazer.
Sentiu-se rude por isso, mas não era como se estivesse evitando
Jake. Era mais como se, sempre que estivessem na mesma sala juntos, Trey
fizesse um esforço extra especial para manter os olhos erguidos.
Ele se perguntou se era assim que homens que gostavam de
mulheres sentiam-se sempre que se deparavam com uma mulher bonita com
peitos enormes e uma blusa com decote.
A luta para não olhar para baixo e olhar fixo estava deixando Trey
tonto, e não estava se esforçando para não olhar para o peito de Jake, apenas
sua barriga.
Só podia imaginar a luta dos heterossexuais. Fez ele feliz que não era
um.
— Você quer algo para comer? — Jake perguntou.
Não parecia ter nenhuma doença de manhã, e não lutava para
manter sua comida no estômago também.
Ao contrário de Trey, que sofria apenas com o cheiro de certos
alimentos.
— Estou com vontade de comer cachorros-quentes e salada de
batata. E sorvete.
— Cheese dog1 — Corrigiu Parker. — A maneira correta de pronunciar
isso é Cheese dog, e isso soa incrível, — disse ele, abaixando o controle do
jogo e levantando-se, como se o banquete que falavam já estivesse esperando
por eles na cozinha.
Trey teve que se perguntar onde os dois colocavam tudo isso. Eles
comiam muito e nunca pareciam ganhar peso algum.
Claro, para Jake, muito disso estava indo para um lugar em
particular, mas ainda assim. O seu rosto não deveria estar pelo menos um
pouco maior?
Trey tinha que observar o que comia desde que era criança. Caso
contrário, começava a ganhar peso rapidamente.
— Trey? — Jake perguntou, sorrindo para ele, como se
desesperadamente esperando que se juntasse a eles.
— Estou bem, — disse Trey. — Não estou realmente com fome.
Tinha certeza de que Jake e Parker estavam apenas tentando ser

1 - Os americanos têm costume de colocar queijo fatiado ou ralado derretido nos cachorros quentes.
educados de qualquer maneira. Agora que Trey também estava grávido, Jake
tinha alguém além de seu irmão para conversar sobre esse tipo de coisa.
Parker não estava grávido, embora ele e Jake estivessem quase
sempre juntos. Disseram que eram irmãos, embora não parecessem parecidos.
Trey pensou que poderia haver algum tipo de adoção, mas não queria
ser rude e perguntar.
— Parece que você está se afastando de novo, — disse Parker,
sorrindo gentilmente para ele.
Trey sabia que não quis dizer nada com isso. Só tinha muita coisa em
mente.
— Desculpa. Eu não sei qual é o meu problema. — Trey tentou rir de
si mesmo um pouco, mas é claro que saiu super forçado.
Pela aparência dos rostos de Jake e Parker, sabiam que ele estava
cheio de merda.
Jake tentou encobrir seu comportamento desajeitado, no entanto. Era
um bom amigo assim.
— Ei, sei que tudo isso é muito novo para você, e é para nós
também, então estava pensando que talvez você pudesse vir comigo e
Glendon para a cidade? Nós vamos fazer corridas para Costco e BabiesRUs,
lugares como esses.
— Você vai? — Trey acidentalmente olhou para o estômago de Jake.
Era tarde demais para desviar o olhar. O dano tinha sido feito, e foi óbvio que
estava olhando.
Jake acenou.
— Não se preocupe com isso. Tudo o que tenho que fazer é usar
roupas folgadas.
— E se alguém pensar que está escondendo algo sob elas? Pode ser
puxado para o lado pela segurança e revistado.
— Então vou dizer que tenho um tutor no meu estômago e ameaçar
processá-los por abuso ou algo assim. Vai ficar tudo bem. Glendon e eu já
passamos por nossos planos caso algo aconteça.
— Vou com ele. Compras soa divertido.
— Você vai fazer compras para o bebê?
Parker riu.
— Não, bem, talvez algumas pequenas coisas para minha futura
sobrinha ou sobrinho, mas vou para a grande seção de crianças para conferir
os videogames. Finalmente consegui permissão para jogar novamente. Não
consigo fazer várias transmissões de uma hora e preciso desligar a câmera
quando me dizem. Nenhuma pergunta feita. Caso contrário, Fergus disse que
vai esmagar o meu PlayStation em quatro partes separadas.
Parker resmungou essa última parte. Não parecia nem um pouco
satisfeito com isso, e Trey não podia culpá-lo.
Sabia que o corpo de Parker estava mudando. Era oficialmente um
lobisomem ômega, mas ainda não tinha tido sua primeira transformação. Não
parecia gostar muito de Fergus. Os dois estavam constantemente brigando,
mas precisavam estar próximos em prol do animal selvagem se formando na
mente de Parker.
— É seguro?
Considerando todas as coisas que todos haviam jogado em seus
pratos, parecia importante pelo menos fazer essa pergunta.
— Sim, vai ser seguro. Não vamos sair por muito tempo — prometeu
Jake. — Só vamos pegar mais algumas coisas da nossa lista, talvez comprar
comida e depois voltar para casa. Está nesta casa desde o resgate. Deveria
sair com a gente.
Trey não sentiu como lembrar Jake que, desde que ele foi resgatado,
os vampiros tinham tentado atacar a casa. Eles não conseguiram chegar na
casa, mas chegaram longe o suficiente.
Aqui era o único lugar onde se sentia seguro.
— Nós não vamos ficar fora depois do pôr do sol, certo?
Jake sacudiu a cabeça.
— Não. Glendon é muito paranoico comigo com isso.
Isso estava bem para Trey, então por que estava hesitando? Estava
sendo oferecido algo. Amizade, a chance de se relacionar e se sentir normal.
Suspirou. Sabia o que estava faltando. Não havia sentido fingir o
contrário.
— Posso pedir a Ronan para se juntar a nós?
O sorriso de Jake poderia ter iluminado uma caverna escura.
— Claro! Vocês estão juntos e acho que a Glendon ficará feliz em ter
companhia.
E auxilio no caso de algo dar errado, mas Trey não disse isso
também.
— Ótimo. Vou perguntar se ele quer vir. Obrigado pelo convite.
Deus, ele poderia se comportar mais como um robô? Isso foi
estranho o suficiente sem a sua capacidade constante de agir de forma
estranha.
Também poderia ser uma superpotência, só que era apenas sua
maldição e não seu dom.
— Eu vou voltar, — Trey guinchou, virando-se e saindo da sala de
estar.
Pelo menos saiu sem comer cachorro-quente de queijo, por enquanto.
Não achava que poderia aguentar o cheiro de comida assim.
Exceto que agora, se deparou com outro tipo de problema, um que
não sabia como diabos iria enfrentar.
Tinha que falar com Ronan. Trey não conversava com Ronan desde
que acordou em seu quarto, Ronan ao lado dele, e tiveram uma longa e
estranha conversa sobre o futuro.
Considerando a maneira como Ronan olhava para ele, a maneira
como andava sobre as cascas de ovo ao seu redor, era claramente um futuro
que Ronan claramente não queria.
Certo. Isso não ia doer.

Capítulo 3

Ele disse sim. Trey quase não conseguia acreditar. Ronan, que era um
cara tão grande e durão, que não se parecia com o tipo de homem que iria a
qualquer lugar perto da seção de bebês de qualquer loja por temer que isso
pudesse bagunçar sua masculinidade, tinha dito sim.
Ficaram um ao lado do outro, olhando pequenas roupas de bebê com
minúsculos sapatos de bebê, pequenas banheiras que iam para a pia,
brinquedos, berços, livros, comida de bebês e coisas que nunca teria
imaginado que um bebê precisasse.
Não escolheu nada. Nem Ronan. Jake estava ficando meio louco
enchendo seu carrinho de compras. Glendon parecia feliz em permitir ao seu
companheiro aquele luxo, e Parker ainda estava parado na seção de
videogame do outro lado da loja onde os brinquedos estavam.
Ronan limpou a garganta, estendeu a mão e puxou o que parecia ser
uma fantasia de Halloween da arara.
Sorriu e segurou para Trey.
— O que você acha disso?
Trey olhou para ele, e então segurou. Era suave. Percebeu que era
para dormir, mas tinha um capuz com pontas verdes e macias nas costas.
— Acho que é para fazer parecer um dinossauro. Seria... fofo.
Trey assentiu. Seria, mas não seria Halloween quando a criança
nascesse, e se tivessem uma menina? Isso parecia mais para os meninos.
Havia uma rosa ao lado, mas Trey estendeu a mão para a roupa
amarela com espinhos verdes. Um pouco mais neutro.
— Nós poderíamos levar este.
Ronan sorriu para ele.
— Nós absolutamente poderíamos.
O carrinho de compras que ele segurava ainda estava vazio, mas Trey
não colocou a pequena roupa nele.
Queria manter isso. Era um lembrete de que isso era real. Isso ia
acontecer. Ele e Ronan seriam pais.
— Devemos obter alguma comida para bebês? Talvez fraldas?
— Nós poderíamos, — disse Ronan. — Nós não vamos precisar deles
por algum tempo, mas... não, vamos pegá-los agora, apenas no caso.
Trey não sabia o que seria a menção - no caso - mas agora que
Ronan tinha a cabeça decidida, foi pegar um carrinho de compras real em vez
de uma cesta.
Então passou a colocar caixas de fraldas suficientes no carrinho que
não estava deixando muito para qualquer um dos outros pais.
— Você está comprando também para quando o bebê não precisar
mais de fraldas?
Ronan deu de ombros.
— É sempre melhor estar preparado.
Trey sorriu para ele quando puxou outra caixa de fraldas e depois foi
para a comida de bebês.
— Você era um escoteiro, certo?
— Não, — respondeu Ronan. — Os escoteiros não haviam sido
formados quando eu ainda era criança.
Trey limpou a garganta.
— Certo, certo. Esqueci. Você é... muito velho.
Mais de duzentos anos de idade.
O sorriso de Ronan era de um homem de vinte e tantos anos, o
mundo na ponta dos dedos.
— Ainda sou jovem de coração.
A mente de Trey ficou aliviada um pouco pelas palavras de Ronan,
mas ainda se sentia estranho falando sobre tudo isso em público.
— Tem certeza de que ninguém mais pode nos ouvir quando falamos
assim? — Havia pessoas por toda a loja, e Trey podia ouvir que Jake e Glendon
estavam conversando abertamente sobre o futuro filho deles.
— É preciso muito da mente de um humano permita que eles
acreditem nas coisas que veem ou ouvem, — disse Ronan. — Não sei porque
Jake insiste em esconder sua barriga. Ninguém olharia para ele e pensaria que
estava gravido.
Jake parecia pensar assim.
— Ele tem uma mentira inventada no caso de alguém perceber sua
barriga e perguntar.
— Eles não perguntariam. Só vão pensar que ele é gordo.
— O quê? — Trey soltou uma risada. — Isso não é muito bom.
Ronan deu de ombros.
— Isso é o que eles vão ver. Devemos pegar a comida para bebê
orgânica, correto? Vocês humanos estão sempre comendo orgânicos.
Não todos, mas Trey gostava de como Ronan estava protegendo uma
criança que nem tinham ainda.
Ou talvez faziam. Eles já eram pais? Mesmo que a barriga de Ronan
fosse plana e não pudesse sentir nada dentro dele, era o fato de que estava lá
o suficiente para fazer ele e Ronan pais?
— Orgânico é bom, mas o bebê não precisará de comida para o resto
de sua vida, — disse Trey, pegando algumas das latas de comida e colocando-
as de volta.
Trey foi atraído para a máquina de purê. Prometia dar aos pais a
opção de fazer sua própria comida de bebê macia, sem deixar nada para ficar
presa em gargantas minúsculas. Isso vinha com um livro de receitas e um
aplicativo para download para rastrear a nutrição de um bebê e recomendar a
alimentação.
Isso parecia bem incrível, na verdade.
Trey verificou o preço.
Duzentos dólares? Jesus Cristo. Essa coisa também cantava para
bebês dormirem?
Desiludido com isso, Trey decidiu apenas colocá-lo de volta e seguir
em frente.
Ronan não.
— O que é isso?
— Oh, é, bem...
— Devemos levá-lo, — disse Ronan depois de ler rapidamente o
rótulo. Adicionou ao carrinho com um sorriso.
— Eu não sei. É muito caro.
Trey estava muito ciente de como ele não poderia pagar seu quinhão
de nada disso. Sua conta antes de ser tomada por aqueles vampiros já estava
quase vazia.
— Isto é para o nosso filho, — disse Ronan, olhando para Trey de
uma forma que fez seu coração palpitar. — Sou perfeitamente capaz de dar
isso a você e ao nosso filho.
— Você sabe que vamos ter um filho?
— Ou filha, mas acho que teremos um filho.
Ele parecia ansioso por isso. Talvez tenha sido apenas uma daquelas
coisas. Ronan pode preferir um filho porque então não teria que se preocupar
tanto com uma garotinha sendo perseguida por todos os garotos quando
chegasse à idade de namoro.
Como se Ronan tivesse esquecido que ele tinha relações, um homem
e um menino loucos era uma possibilidade mesmo com um filho.
— Quero pagar por um pouco disso.
— Absurdo. Farei isso por nós. Sou capaz de prover a criança.
— Eu sei. Você mora em uma casa enorme, não posso discordar
disso, mas quero contribuir. Não quero ser um fardo para você.
Ronan inclinou a cabeça para o lado um pouco.
— Por que acha que seria um fardo para mim?
— Porque... — Trey não sabia se poderia dizer isso. Isso era muito
pior do que pedir a Ronan para ir à loja com ele. — Você sabe, porque sei que
isso surgiu em você. Não quero que se ressinta por cuidar de mim quando já
fez muito.
As sobrancelhas prateadas de Ronan se uniram.
— Acho que algumas coisas não ficaram claras entre nós. Eu nunca
me ressentiria de você.
Agora foi a vez de Trey piscar de uma maneira confusa.
— Você não iria? Por que não?
Não fazia sentido. Ele era a razão pela qual Ronan ficou preso. Era o
único que engravidou e agora tinham que ficar juntos. Estar juntos quando
Ronan claramente não queria estar, quando era estranho entre os dois.
E agora Ronan não parava de olhar para ele. Ótimo.
— Fique aqui. Eu voltarei.
— Uh, tudo bem.
Não como se ele tivesse muita escolha. Para onde Trey iria de
qualquer maneira?
Ronan se afastou com um propósito, os punhos cerrados. Voltou em
breve, uma expressão em seu rosto que Trey não podia nomear.
— Acabei de dar dinheiro suficiente à Glendon para pagar nossas
compras. Vamos. Chamei um Uber para nós. Estará aqui em dois minutos.
— Espere um minuto, o que? Onde estamos indo?
Algo estava errado com isso. Algo estava muito errado com isso.
Seguiu atrás de Ronan. O homem já estava andando em direção à
frente da loja. Nem olhou para trás para se certificar de que Trey estava
seguindo-o.
Tudo parecia errado. A aura que Ronan estava deixando parecia tão
fria e distante, e Trey ficou com a horrível ideia de que talvez ele tivesse ido
longe demais. Talvez Ronan estivesse cansado de agir bem, e deixaria Trey em
algum lugar e para trás.
Trey veio para ficar ao lado de Ronan enquanto esperava por sua
carona. Mal se permitiu olhar para o homem. Ele se perguntou o que deveria
dizer, mas então o carro apareceu. Ronan abriu a porta para Trey entrou.
— Para onde?
Ronan não deu um endereço. Deu o nome de um hotel.
O coração de Trey afundou. Ronan realmente estava desistindo dele.
Estava cortando-o e ia se afastar dele.
Não ia reagir a isso. Trey ia deixar isso acontecer e deixar Ronan
fazer o que precisava fazer.
Maldição, seus olhos queimavam. Trey focou na respiração clara e
regulada, mantendo-se sob controle e impedindo que sua garganta se
fechasse. Tinha certeza que Ronan não queria que o envergonhasse na frente
do motorista.
Tinha que admitir que estava chocado com a aparência do próprio
hotel. Trey esperava algo como um Best Western, e esses lugares eram bons, o
melhor que poderia ter, mas este lugar parecia... não um palácio, mas a versão
moderna e luxuosa dele.
Alguém estava na porta para abrir para eles, desejando-lhes uma boa
tarde e tudo mais.
Sabia que Ronan era um cara rico, mas realmente o deixaria sozinho
em um lugar como este? Poderia realmente permitir que Trey ficasse aqui
como um amante caro?
Ronan foi até a recepção. Mais rostos sorridentes.
Ronan pediu um quarto, e Trey prestou atenção na maneira como a
equipe falava com ele.
— Sim, senhor, e, claro, - senhor, imediatamente senhor.
Eles conheciam Ronan como um cliente regular ou eram treinados
para falar com todos os clientes como se fossem da realeza.
— Só por uma noite.
Isso chamou a atenção de Trey.
Uma noite? O que estava acontecendo?
Embora não tivessem malas para despachar, alguém ainda os
escoltara até o elevador, certificando-se de que, no tom mais educado de que
tinham uma piscina, ginásio, spa, champanhe e chefs particulares, se
necessário.
— O champanhe seria perfeito. O mais cedo possível. Nós vamos
pedir o jantar mais tarde.
— Claro senhor.
Essas pessoas de alguma forma sabiam que Ronan era um shifter?
Estavam com medo de que Ronan os rasgasse em pedaços se não o tratassem
bem o suficiente?
Não. Isso era idiotice. Trey estava apenas esquecendo quanto o
dinheiro poderia falar. Isso era tudo.
Na verdade, Trey não percebeu imediatamente que o elevador que
usavam exigia um cartão-chave especial para acessar. Não muitas pessoas
surgiram desta forma, aparentemente.
O quarto deles tinha duas entradas. Trey não sabia o que era isso.
Talvez a primeira entrada fosse para guardar os sapatos ou para minimizar o
som de alguém que aspirasse o corredor. Não que Trey esperasse muito disso.
O quarto deles parecia ser o único daquele andar.
Ronan entrou como se tivesse estado aqui antes.
— Sua jacuzzi privada está na varanda. Pedimos desculpas pela falta
de bandejas de frutas para recebê-lo.
— Está tudo bem. Entendo que cheguei sem uma reserva, — disse
Ronan.
O carregador assentiu.
— Vou ter o seu champanhe e bebidas trazidas imediatamente.
— Se nós não atendermos a porta, deixe-os no chão e vou buscá-los
mais tarde.
Trey ficou tenso. Olhou para o carregador, que parecia estar fingindo
que Ronan não tinha acabado de dizer que eles estariam ocupados fodendo.
— Claro senhor. Tenha uma boa noite.
— O mesmo para você. — Ronan apertou a mão do homem ao sair, e
até mesmo Trey poderia dizer que ele colocou algo naquela palma enluvada de
branco. Provavelmente uma gorjeta. O carregador saiu, e Trey teve a sensação
de que não estava sendo abandonado aqui.
Então Ronan olhou para ele, uma expressão severa no rosto que deu
arrepios ao longo da pele de Trey, fazendo o cabelo na parte de trás do seu
pescoço ficar de pé.
— Agora, você e eu vamos chegar a um pouco de compreensão aqui.
Capítulo 4

Trey tentou sorrir para isso.


— Nós estamos? Não posso dar uma olhada neste lugar, primeiro?
Ele olhou, fingindo mostrar mais interesse do que realmente tinha,
enquanto caminhava lentamente pela sala.
Poderia ter estado em uma casa de crack e não teria notado. Não
com a maneira como aqueles olhos olhavam para ele.
Não que fosse um lugar horrível de se estar. Havia um bar e uma sala
de jantar.
— Há um piano de cauda e uma lareira aqui, — disse Trey.
Ronan tirou o casaco, jogando-o no sofá.
— Há.
Ele não parecia remotamente impressionado por este lugar. Trey não
conseguia entender o porquê. Este lugar era incrível.
— Você está com sede?
Ronan foi ao bar. Havia uma pequena geladeira atrás dela.
— Acho que um pouco. Pensei que eles disseram que iam trazer
champanhe? — Perguntou, notando a garrafa que Ronan pegava.
Ronan olhou para ele.
— Você preferiria ao invés disso?
— Oh, não, não, não quis dizer assim. Só achei estranho que ele não
falasse que havia bebida aqui, quando a geladeira já estava abastecida.
— Eles são assim. Quando reservo este lugar, geralmente há uma
cesta de presente aqui cheia de merda.
Quantas pessoas Ronan trouxera aqui?
— De qualquer forma, você não está recebendo nada do champanhe,
— disse Ronan, puxando a garrafa de refrigerante. — Pode ter isso ou água.
— O que? Por quê? — Trey perguntou e então se sentiu estúpido
quando se lembrou da resposta. — Oh, não importa.
Ronan riu. Ele parecia muito mais à vontade.
— Não se preocupe com isso. Vai se acostumar.
— Ainda é uma coisa estranha para se acostumar.
Ronan deixou cair um pouco de gelo em dois copos. Serviu o que
parecia ser vodca em um antes de servir um pouco de refrigerante em ambos.
Deu a Trey o copo só de refrigerante.
Trey engoliu em seco, bebendo sua bebida, desejando
desesperadamente que houvesse algo mais forte.
— Estou sentindo que você e eu vamos usar a cama aqui. Onde quer
que esteja.
— E o chuveiro e o jacuzzi e o chão e o bar. — Ronan sorriu para ele.
— Sempre quis usar o bar.
Ele se serviu de outra vodca, e se Trey não soubesse melhor, teria
pensado que Ronan estava convocando um pouco de coragem líquida.
O que o fazia se sentir nervoso?
Trey assistiu-o beber o segundo copo e, felizmente, não foi para um
terceiro.
Os olhos prateados de Ronan praticamente brilhavam enquanto
olhava intensamente para Trey. Trey ficou congelado, sentindo-se muito como
se Ronan estivesse olhando através dele.
— Quero que saiba agora que nunca me arrependi de você ou da
criança que está carregando.
O batimento cardíaco de Trey acelerou. Olhou para o copo vazio.
— Você não fez?
— Não. Acho que agora sei o problema aqui. Eu te engravidei, não te
contei imediatamente quando aconteceu, e na minha pressa em te dar o
espaço que precisava para processar essa informação, eu te negligenciei. Eu te
fiz pensar que você era indesejado.
Agora o coração de Trey parecia estar tentando sair do peito dele.
— Eu não... não culpo você por nada disso. Sei que você não teria me
escolhido.
Trey não queria ferir Ronan, mas parecia que isso era o que
continuava fazendo. Ronan se encolheu, como se Trey tivesse a mão aberta
golpeando o homem no rosto.
— Escolhi você, Trey. — Ronan se adiantou. Ele puxou-se para fora da
apertada camiseta preta que usava. Aproximou-se de Trey como se fosse sua
presa.
Como se fosse alguém que realmente desejava.
Trey ainda lutava com isso. Não queria assumir o melhor e ter
esperanças. Não queria cair nos braços de Ronan e ficar envergonhado porque
interpretou mal os sinais que tinha recebido.
No entanto, ainda ouvia. Escutou porque quanto mais Ronan falava,
mais Trey estava sob seu feitiço.
— Sabia que você era meu desde o momento em que te vi pela
primeira vez. — As fortes e poderosas mãos de Ronan seguraram os ombros
de Trey. — Queria você desde o começo. Queria reivindica-lo como meu.
Queria você ao meu lado.
Seu aperto aumentou. Ronan quase parecia estar com dor.
— Em vez disso, idiota que fui, enviei todos os sinais errados. Menti
para você. Eu te levei para casa. Usei o seu medo e preocupação com Owen
para mantê-lo na mansão comigo, na esperança de chegar perto de você
quando se recuperou. Então isso aconteceu, e ainda estraguei tudo.
Trey engoliu o nó pesado na garganta.
— O que você está dizendo?
Ronan sorriu para ele.
— Realmente vai me fazer soletrar, não é?
Trey abaixou a cabeça. Ronan levou-o pelo queixo, obrigando-o a
voltar a olhar para aqueles olhos prateados.
— Estou dizendo que não tenho arrependimentos além de não fazer
isso desde o começo. Isso termina agora. Sufoquei meus instintos por tempo
suficiente.
— Seus instintos?
— Estes aqui mesmo. — Ronan se inclinou e pressionou a boca para
Trey, e não havia nada de gentil com aquele beijo também.
Estava quente, cheio de desejo, e como Ronan o segurava, mesmo
que Trey quisesse escapar, sabia que não podia.
A força do homem era avassaladora. Trey gostou. Inclinou-se para
ele. Gemeu e colocou os braços em volta da cintura de Ronan, porque queria
se aproximar ainda mais.
Apesar de tudo o que Trey tinha passado, parte dele esperava que
não tivesse interesse em homens poderosos, mas parecia ter um desejo sexual
de ser dominado. Era a força de Ronan que o excitou. Era o corpo bonito, como
também a honra, mas tanto quanto Trey amava a honra de Ronan, isso estava
ficando no caminho de tudo que achava atraente sobre o homem.
Ou seja, sua habilidade de pegar o que queria de Trey, fazer seu
corpo cantar assim quando o beijava na boca, e fazê-lo se sentir como se fosse
sempre protegido por esse homem.
Não havia nada melhor que isso. Nada.
Ronan não estava se livrando dele. Não estava enviando-o para
morar aqui sozinho, precisando de um homem que pensou que não precisava
ou o queria de volta.
Ronan o queria. Queria Trey tanto que seus instintos estavam
aparentemente tendo uma palavra a dizer sobre tudo isso.
Gostou disso. Ronan achou que era importante. Trey não tinha sido
importante para ninguém, e ainda assim era importante para Ronan.
Maldição, seus olhos queimaram novamente. Não conseguia parar ou
segurar suas emoções.
Ronan se afastou. Ele franziu a testa, seus polegares deslizando sob
os olhos de Trey.
— Você está chorando por isso?
Trey assentiu.
— De um jeito bom. Não é ruim, não é o que você pensa.
Depois de todos os mal-entendidos que estavam tendo, Trey não
queria que Ronan olhasse para ele e pensasse que estava se aproveitando de
qualquer coisa.
Ronan sorriu.
— Eu te faço feliz o suficiente para derramar lágrimas?
— Algo assim, — admitiu Trey. — Pensei que você ia me deixar aqui e
nunca mais voltar.
— O que? — Os ombros de Ronan ficaram tensos. — Você pensou
isso?
— Não olhe para mim assim. Nunca disse que fazia sentido.
Ronan realmente riu dele. Trey ia levar isso para dizer que era bom.
Alcançou as bochechas de Ronan, trazendo o rosto do homem para baixo para
que pudesse pressionar suas bocas juntas novamente.
Não conseguia o suficiente do beijo de Ronan. Não tinha beijado o
homem desde aquela noite, quando se sentiu corajoso e com medo, o
suficiente para subir na cama de Ronan, porque precisava de conforto.
Estava tão feliz agora que queria mostrar a Ronan como não estava
totalmente quebrado. Trey ainda podia ser aventureiro e divertido. Ainda
poderia assumir o controle de si mesmo e de uma situação.
Não seria o tempo todo, mas seria o suficiente para fazer Ronan não
se arrepender de trazê-lo para sua vida.
Ronan sorriu contra os lábios de Trey. Isso foi bom. Trey beijou-o com
mais força, pressionando a língua contra o vinco da boca e empurrando para
dentro.
Sabia que estava apenas tomando o controle porque Ronan estava
permitindo que fizesse isso. Ronan poderia recuperar o controle a qualquer
segundo, e muito em breve faria exatamente isso, sua língua empurrando de
volta contra a de Trey, os dois deslizando juntos, saboreando e tocando com
força.
O suave deslizar de suas línguas dizendo olá enviou uma onda de
calor direto para o pênis de Trey. Seu corpo aqueceu exatamente o mesmo que
tinha feito naquela noite, que parecia há muito tempo.
Pressionou sua pélvis contra a coxa de Ronan. Essa era a parte em
que deveria ter sentido alguma vergonha pelo que estava fazendo, mas isso
não estava acontecendo. Essa parte de seu cérebro foi bloqueada quando Trey
se permitiu empurrar e se chocar contra o outro homem, desesperado pelo
atrito, precisando gozar.
Precisando de Ronan para ser o único que dava a ele essa libertação.
— Amor eu quero você.
As palavras ofegantes de Ronan fizeram Trey querê-lo ainda mais, e
quando Ronan estendeu as mãos para baixo e deslizou pelas roupas de Trey
antes que chegassem às bochechas de sua bunda, Trey pensou que ia implodir
ali mesmo.
— Amo a sensação do seu pau. A sensação do seu corpo nas minhas
mãos. Você é lindo. É perfeito. Você me serve como nada e ninguém mais fez.
— Sim?
Ronan puxou Trey em seus braços, seu olhar nunca perdendo nada
desse calor quando começou a andar.
— Sim.
Ronan realmente deve ter ficado aqui por um tempo porque nunca
olhou para longe dos olhos de Trey quando começou a andar com ele. Trey não
podia desviar o olhar de Ronan também. Os olhos do homem, o contraste
daquele cabelo loiro prateado na pele escura, tudo se resumia a algo que o
fazia derreter e tremer nos braços do homem.
Estava à mercê de Ronan. Ele amou. E quando Ronan o jogou na
cama, deixando-o animado e esperando o homem se juntar a ele, não
conseguia pensar em outra coisa além de seu objetivo atual de colocar as
mãos do homem de volta em seu corpo.
Ronan fez. Ele era tão alto que tudo o que tinha que fazer era
engatinhar na cama, a parte de cima do colchão chegando aos joelhos dele.
Estava em cima de Trey agora. Suas roupas estavam muito quentes
naquele momento, e honestamente não sabia o que diabos deveria fazer.
Deveria se despir primeiro? Ou deveria esperar Ronan beijá-lo?
Beijar. Ronan se inclinou, pressionando suas bocas juntas, sua língua
mais uma vez deslizando contra a de Trey. Quente e escorregadia. Trey
estendeu a mão e passou os dedos pelos cabelos de Ronan.
Segurou firme. Ronan grunhiu um barulho de dor. Trey fez de novo,
sentindo como se Ronan realmente gostasse disso.
Isso foi bom. Foi exatamente o que queria. Dar prazer a Ronan. Para
garantir que Ronan nunca, por um segundo, pensasse que ele fizera a escolha
errada ao escolher Trey.
As mãos de Ronan se agitaram. Deslizou a palma contra o pau
vestido de Trey, e Trey jurou que seu corpo inteiro pulou.
— Uhhhng!
— É isso, — Ronan rosnou, acrescentando mais pressão. Agarrou o
pênis de Trey através de seu jeans. A coluna de Trey se arqueou, então se
inclinou quase direto da cama. A única razão pela qual ficou nisso foi por causa
da maneira como Ronan o segurou, impedindo-o de voar para longe.
— Senti sua falta. Senti falta disso — Ronan falou asperamente.
— E-eu, também. — Pelo menos Trey conseguiu reunir as células
cerebrais para tirar o máximo proveito. — Quero... quero que você me foda.
Agora mesmo. Faça como se quisesse dizer isso e tudo mais.
Mais uma vez, Trey observou como aqueles olhos prateados
brilhavam. Parecia que Trey tinha acabado de dar a ele a coisa que esperou por
anos para conseguir.
— Sempre fodo como eu quero dizer isso.
Santa merda

Capítulo 5

Ronan tirou Trey de suas roupas rapidamente. Ronan lutou para não
rasga-las.
Mesmo que estivesse em um lugar bastante confortável, não queria
correr o risco de envergonhar Trey, por ter que pedir roupas novas trazidas
para o seu quarto.
Trey já parecia incerto sobre o carregador saber que eles iriam foder
aqui, embora Ronan estivesse certo de que estava ajudando seu companheiro
a esquecer suas preocupações enquanto beijava e lambia o estômago magro
de Trey.
O homem não era mais tão magro, e até mesmo engordou um pouco
desde a primeira vez que passaram a noite juntos.
Ronan beijou o umbigo. Esfregou a língua sobre ele, deliciando-se no
jeito que Trey estremecia.
Beijou o estômago de Trey em seguida, maravilhado com a forma
como seu companheiro já estava carregando seu filho, como sua barriga iria
crescer, e como muito em breve ambos estariam segurando seu filho juntos.
Não podia esperar.
— Mais, — Trey disse. — Mais.
Claramente não estava pensando nas mesmas coisas que Ronan. Não
o culpava por sua cabeça estar em outro lugar, não quando o pau de Trey
latejava contra sua barriga.
Ronan fez o mesmo.
Agarrou o pênis de Trey, acariciando-o apenas com pressão suficiente
para provocar.
— Você gosta disso?
— Eu... eu gostaria de você dentro de mim... muito mais.
Ronan sorriu. Sabia que estava mostrando os dentes para seu
companheiro, mas tudo estava bem. Ronan sabia o quanto alguns
companheiros ômega gostavam quando envolviam os dentes.
Isso tornava as coisas divertidas.
— Tenho uma ideia melhor.
Ronan agarrou-o pelos quadris e virou-o. Trey ofegou bruscamente,
mas então estava de barriga para baixo na cama. Olhou para trás justo quando
Ronan o puxou pelas pernas para baixo do lado da cama até que Ronan estava
de joelhos no chão e Trey estava no limite.
Pegou mais da loção que pegou do banheiro, cobrindo os dedos antes
de se inclinar e pressionar a boca e a língua na bunda de Trey.
Trey estremeceu. Ronan desejou que pudesse ter visto os olhos do
homem quando fez isso, mas já podia imaginar como Trey parecia.
Olhos arregalados e assustados.
— O que... o que você está fazendo?
Assim como Ronan suspeitava. Sabia que Trey era inocente, mas não
tinha percebido o quão inocente.
— Vou colocar minha língua no seu ânus.
— O que? Não, não faça isso. Isso é nojento. Você não precisa,
oooooh!
Ronan sorriu, mantendo a língua para fora, ainda lambendo o
apertado anel de músculo.
Ele ia colocar a língua lá dentro e depois colocaria seu pênis ali.
Tudo tinha sido tão apressado entre eles a última vez que não houve
chance de realmente fazer algo divertido.
Para isso que servia o hotel. Eles tinham sua chance agora, e Ronan
ia aceitar.
Puxou a língua para trás apenas o tempo suficiente para conseguir as
palavras que queria.
— Vou fodê-lo com a língua até me implorar para fazê-lo gozar. —
Pressionou brevemente a boca para o ânus de Trey novamente. — Mas não vou
te foder. Vou continuar te provocando. Vou me certificar de que não goze.
Trey assentiu.
— Eu sou... sou seu.
Agora foi a vez de Ronan para seu coração parar. Ele estava
mantendo os ouvidos abertos sempre que o ritmo cardíaco da Trey aumentava,
mas agora o seu próprio coração estava fazendo exatamente a mesma coisa.
Conseguiu o controle de si mesmo rapidamente.
— Está certo. Você é meu.
Com um grunhido, Ronan voltou a boca e a língua para o que estava
fazendo. Trey gemeu alto. Começou a arquear seus quadris e o traseiro contra
a língua de Ronan. Como se estivesse tentando puxar a língua de Ronan para
dentro dele.
Ronan queria. Deus, ele queria tanto isso, mas não ia tão profundo
quanto podia. Sacudiu a língua para dentro, sabendo que isso deixaria Trey
selvagem, embora sua mandíbula também doesse devido ao esforço que fazia.
— Oh Deus, eu... eu amo isso! Adoro quando faz isso.
O coração estúpido de Ronan fez outro daqueles sons pesados em
seus ouvidos.
Tão perto. Eles estavam tão perto de tirar essa revelação do caminho.
Não importava. Ronan sabia como ser paciente. Ouviria essas
palavras nos lábios de Trey em breve.
Até então, enquanto Trey estava gostando do que Ronan fazia para
ele, não via nenhum ponto em não dar ao seu companheiro o que precisava
desesperadamente.
Podia até ouvir Trey escorregar de novo e professar seu amor de
verdade dessa vez.
Ronan continuou a lamber e beijar em torno do vinco de Trey.
Lambeu e beijou dentro dele sempre que Ronan podia, amando o homem com
sua língua, mostrando a Trey como ele era amado sem dizer essas palavras
também.
Esperava que, em algum nível pequeno, Trey ainda entendesse o
ponto. Entenderia que tudo isso ainda tinha sido feito por ele e que os
sentimentos de Ronan nunca iam a lugar nenhum.
Deus, Ronan se abaixou e acariciou seu pênis, aliviando um pouco da
pressão. Era quase demais para lidar.
Gemeu, esfregando a mão enquanto pressionava a língua no ânus de
Trey.
Não duraria se continuasse fazendo isso. Ronan não conseguia mais
manter o controle. Estava desesperado. Precisava estar dentro de seu
companheira.
Sacudindo a língua mais uma vez, e aproveitando o gemido e arrepio
que sacudiu o corpo de Trey, Ronan retirou sua língua.
Trey não pareceu gostar muito disso.
— Não, não, — ele gemeu. — O que você está fazendo?
— Você quer minha língua, ou quer meu pau?
Trey engoliu em seco.
— Seu pau. Quero... quero seu pau dentro de mim. Agora mesmo.
Pare de me provocar.
Como poderia resistir a isso?
Levantou-se com grande esforço. Por mais que quisesse ficar no chão
e foder Trey naquela posição adorável em que tinha sido colocado, estava
excitado demais para fazer esse trabalho.
Voltou para a cama.
— Fique de barriga para baixo, — ele ordenou. — Empurre-se um
pouco para a frente.
Trey fez isso também. Ronan lutou para não gemer com a visão que
seu companheiro fazia.
Acariciou uma das bochechas da bunda de Trey. Sua mão deixando
para trás um ponto brilhante por causa da loção.
— Estou tão feliz que foi você quem veio até mim, — disse ele. —
Adoro ver sua pele se tornar um tom escuro de rosa quando falo assim com
você. Sabe como está agora? Você é lindo.
Trey gemeu um pouco.
— Sei que você não acredita em mim agora, mas um dia vai. Posso te
prometer isso. Vai acreditar.
Ronan levou seu pênis pela base. Pressionou entre as bochechas de
Trey e, em seguida, sondou entre elas até que a cabeça de seu pau tocou o
ânus de Trey.
Trey assobiou. Apertou o rosto em seus braços cruzados.
Ronan acariciou seu pênis contra aquele ânus de novo e de novo.
Poderia fazer isso o dia todo, mas não agora.
Um dia Ronan ia levar seu companheiro em uma pequena aventura
onde trabalhariam para ver quanto tempo cada um deles poderia durar. Seria o
melhor momento da vida de Trey se Ronan tivesse algo a dizer sobre isso.
Ele avançou. Trey não disse nada quando foi violado tão docemente,
tão devagar, mas fechou os olhos e reprimiu o gemido nos lençóis debaixo
dele.
— Está começando a me fazer pensar que está me desafiando.
Trey balançou a cabeça, embora ainda não dissesse nada.
Não importava. Por enquanto, mergulhou para frente.
O corpo de Trey levou-o todo o caminho. Ronan gemeu quando foi
engolido.
Deus, ele esqueceu. Ronan fechou os olhos com força, precisando de
um minuto para processar esse prazer, mas mal conseguindo se conter antes
de empurrar para frente com vontade e desejo duro e rápido.
Ele gemeu. A cama king-size entre eles realmente tremeu e tremeu
sob a pressão de Ronan.
Trey gemeu e gritou. Segurou os lençóis como se estivesse
desesperado por algo para se segurar.
— Meu. Você é meu, — Ronan rosnou, mudando de ângulo, querendo
dar a Trey mais desse prazer, querendo que o homem gritasse até que sua voz
estivesse rouca e não pudesse dizer mais nada.
Trey parecia estar dizendo alguma coisa, mas Ronan não conseguia
distinguir as palavras. Estavam muito confusas. Muito bagunçadas.
Parcialmente gritadas, em parte gemidas.
Ronan fez algo que não deveria ter feito. Pelo menos não agora, e ele
reconheceu o que era agora que estava tentando contê-lo.
Seu lobo saiu para brincar. Ronan passou tanto tempo evitando seu
companheiro, dando-lhe espaço, ou pensando em todas as maneiras que
poderia atrair o homem, e não só Ronan tinha esquecido de cuidar de seu
companheiro, tinha esquecido de cuidar de seu lobo interior.
Não era de admirar que estava sendo tão duro com Trey, mas não
conseguia parar!
Merda! Não conseguia parar!
Ele tinha que sair. Deus, era tão bom, mas era mais do que provável
que estava machucando o homem que amava. Eram aqueles gemidos de dor
ou prazer? Ronan não podia ter certeza porque nenhum dos sons que ouvia
fazia sentido para ele.
Como se seu cérebro estivesse trabalhando em uma frequência
diferente. Então o corpo de Trey o agarrou com força enquanto o homem
gritava de tal maneira que isso só podia significar uma coisa, e o cheiro
inebriante almíscar de Trey foi direto para seu cérebro e o enviou para outra
espiral.
Quando terminou, e apenas quando terminou, Ronan foi capaz de
trazer algum senso de controle de volta ao seu corpo.
Mas apenas algum.
Ronan mal conseguiu sair de seu companheiro antes de desmaiar.
Respirou pesadamente, olhando para o teto antes de olhar para Trey.
Queria perguntar se Trey estava bem, se tinha sido ferido, mas Trey o
parou com um beijo antes que pudesse perguntar.
Um tipo de beijo molhado e pesado, como se o homem estivesse
dizendo obrigado por um trabalho bem feito.
— Eu quero fazer isso de novo.
Ronan ficou surpreso com isso. Franziu a testa, embora também
tenha rido.
— Você quer?
Trey balançou a cabeça ansiosamente como se tivesse tido um gosto
de algo que nunca poderia esquecer.
— Isso foi incrível. Sinto que posso fazer isso de novo já. Você tem
que fazer isso comigo de novo.
Santa merda Ronan sacudiu a cabeça.
— Deveria saber que isso aconteceria.
O sorriso de Trey desapareceu.
— Saber que aconteceria?
— Nada. — Ronan rolou de volta em cima de seu companheiro,
embora tivesse empurrado Trey de costas antes de fazê-lo.
Montou a cintura de Trey, olhando para ele, satisfeito com
absolutamente tudo o que viu.
— Claro que você gostou quando meu lobo saiu. Por que acreditaria
em algo diferente?
Trey piscou para ele.
— Seu lobo saiu?
Ronan assentiu, sorrindo e mostrando o branco de seus dentes
novamente.
— Apenas o suficiente para fazer você se divertir, aparentemente.
— É por isso que estou... meu pau ainda está duro. É por isso? Quer
dizer, acho que preciso de pelo menos dez ou quinze minutos antes de ir de
novo.
— É algo assim, mas sempre posso explicar mais tarde, quando
terminar de foder você até não poder soletrar seu primeiro e último nome.
Trey aparentemente não precisava de tempo para pensar sobre isso.
— Isso soa perfeito, mas aquela coisa que você fez antes, com sua
língua?
Ronan deixou as pontas dos dedos ao longo do peito e do estômago
de Trey, no pequeno rastro de pelos que levavam ao seu pênis.
— E isso?
— Posso fazer isso com você?
Isso definitivamente não era o que Ronan estava esperando.

Capítulo 6

Foi a noite mais bonita da vida de Trey. Não podia acreditar que teve
tanta sorte.
Depois daquela primeira vez, quando Trey tinha preocupado seu
companheiro sobre as coisas que de repente queria fazer com eles, o jantar
chegou.
Mais álcool para Ronan, e um prato de vários queijos, carnes,
bolachas e até mesmo um prato de frutas.
Dez minutos depois, alguém chegou à sua porta com um carrinho
sobre rodas que cheirava muito bem.
Massa. Muito disso, e Trey foi capaz de conseguir camarão e frango
com queijo. Estava com um humor tão feliz que não percebeu o cheiro, ou o
sabor, de toda a comida que não o fez querer ficar doente.
Talvez tivesse algo a ver com a luz das velas ou o fato de que Ronan
ainda estava lhe dando aquele olhar. O que disse que queria fazer muito mais
esta noite do que simplesmente comer.
Trey também queria isso. Ronan poderia fazer o que quisesse com
ele, e achava que ainda estaria feliz com isso.
Ronan tinha dito que planejava fazer amor com Trey em todos os
lugares, e parecia que estava falando sério. Puxou Trey para a banheira de
hidromassagem. Nunca tinha feito sexo em uma banheira de água quente
antes. Podia entender o apelo.
Água quente borbulhando, o calor do corpo de Ronan embaixo dele
enquanto o homem vagarosamente empurrava seu pênis profundamente,
esticando-o lindamente e fazendo-o gritar, fez Trey pensar que iria derreter
com o calor correndo em suas veias. Estava quase quente demais.
E ainda queria mais. Gostou disso, mas seu corpo não estava
acabado. Era como se algum interruptor interno tivesse sido invertido e agora
queria que Ronan o levasse de todas as formas possíveis.
Ficou na banheira quente com seu amante por apenas alguns minutos
depois que terminaram até que Trey precisar beijar Ronan na boca, puxando-o
para fora da banheira quente e de volta para dentro.
— Você está ansioso.
Trey assentiu.
— Você disse que me queria no bar, certo?
Aqueles olhos prateados dançaram para Trey mais uma vez.
Ronan agarrou Trey pelos quadris e o empurrou para o bar.
— Eu me lembro de algo assim.
Trey se permitiu ser beijado. Inclinou, apreciando a sensação da mão
de Ronan atrás de seu pescoço, puxando-o para perto, mantendo suas bocas
conectadas.
Nunca se sentiu mais querido, amado ou atraente do que o fazia
naquele momento.
Ronan riu.
— Não tenho certeza de como vou fazer isso, mas vamos fazer
funcionar.
Parecia determinado sobre isso, e quando Ronan parecia descobrir
como fazer, Trey não poderia ter estado mais feliz.
Teve que levantar um pouco seus quadris, e não estava mais em cima
do bar, já que estava usando-o para manter o equilíbrio enquanto Ronan o
puxava para baixo e sobre seu pênis.
O corpo de Trey aceitou o homem facilmente agora. Todo o sexo que
tiveram até agora funcionou para que seu corpo soubesse e levasse Ronan com
mais facilidade do que na primeira vez.
Trey suspirou, deixando a cabeça cair para trás enquanto montava.
— Quero muito você, — Ronan gemeu, fodendo Trey mesmo quando
empurrou os quadris de Trey para cima e para baixo, para frente e para trás.
Foi maravilhoso. Foi a melhor sensação de sempre.
Que foi quando Trey notou que, até agora, toda vez que tinham
fodido tinha sido melhor que o anterior. Era como se houvesse algo único em
cada rodada.
Esperava que não fosse apenas uma coisa que estava se enganando,
porque estava em uma fase de lua de mel, voando alto em quão bem seu novo
relacionamento estava indo.
Queria que cada vez fosse especial assim.
Recuou, colocando as duas mãos atrás do pescoço de Ronan,
maravilhado com a solidez do homem, mesmo ali.
O complemento de seus cabelos e olhos prateados contra sua pele
ruiva era lindo. Deveria estar na capa de uma revista.
— Você gosta disso?
Trey assentiu. Não conseguia pronunciar as palavras que queria,
mesmo depois que Ronan mudou o ângulo de seus quadris, provocando sua
próstata, nunca mantendo a posição por tempo suficiente para mantê-lo na
borda.
— Diga-me que você gosta.
Trey ofegou, lutando, mas poderia dizer se fosse o que Ronan queria.
— Eu gosto disso. Gosto de você. Eu te amo.
Ronan parou de repente. Olhou para Trey como se o tivesse chocado.
E merda. Talvez tivesse. O que diabos estava fazendo ao dizer algo
assim quando apenas agora conseguiram se ajeitar?
— Eu estou... não quis dizer isso, levo de volta. Foi apenas algo que
eu... Mmmph!
Suas próximas palavras foram cortadas quando Ronan o beijou com
força na boca.
O beijo do homem foi duro, quase doloroso, mas por baixo disso
estava um alívio que Trey conseguiu captar.
Seu companheiro ficou aliviado. Ronan ficou feliz em ouvi-lo dizer que
o amava? Mesmo? Do que Trey sabia sobre namoro, mas sabia que dizer essas
palavras muito cedo poderiam muito bem trazer o machado para baixo em um
relacionamento.
Ronan se afastou, os olhos dilatados, a respiração entrecortada.
— Eu também te amo, bebê. Vocês dois.
Desejou que Ronan não tivesse dito isso. Desejou que o homem
mantivesse isso para si mesmo pelo menos até depois que ele tivesse seu
orgasmo, porque não achava que seria capaz de se livrar facilmente da
queimação em seus olhos.
Ronan o amava. Realmente o amava. Trey sabia disso porque
acreditava no homem.
— Você está bem?
Trey assentiu.
— Sim.
Enxugou os olhos, ciente de que Ronan ainda estava dentro dele,
como se esperasse para descobrir se poderia continuar. O homem sorriu para
ele e Trey riu.
Tudo parecia engraçado na hora.
— Apenas me beije novamente e continue. Você está me dando bolas
azuis aqui.
Ronan soltou uma risada, segurando firmemente a parte de trás da
cabeça de Trey, puxando-o para perto para que seu peito perfeitamente
esculpido pressionasse firmemente contra o de Trey.
— Sabia que você tinha um pouco de senso de humor em algum
lugar.

Parker retirou o plástico de seus três novos videogames.


Levaria algum tempo até que pudesse chegar a estes, mas imaginou
que poderia começar com Doom, enquanto ainda nivelava seu personagem em
Destiny. Seu nível de poder não era tão bom, e depois de alguns meses fora da
grade, sabia que tinha alguma coisa para fazer.
Além de esperar que seus espectadores do Twitch não ficassem
totalmente zangados com ele quando voltasse.
Enviou o tweet2 anunciando que estaria transmitindo amanhã ao
meio-dia por cinco horas. Parker não queria fazer um longo fluxo de oito a
doze horas para começar, especialmente porque ainda estava se acostumando
com isso, mas cinco horas pareciam longas o suficiente para começar.
Já tinha recebido algumas respostas de algumas pessoas. Alguns
estavam felizes que ele estava finalmente voltando enquanto outros assinantes
estavam com raiva que ele tinha caído fora da grade por tanto tempo. Tinha
algumas pessoas cancelando a inscrição, o que era muito ruim, já que esses
assinantes eram a maioria de sua renda.
— Você realmente não precisa fazer isso.
Parker suspirou.

2 Post no Twitter.
— Eu tenho. É assim que ganho minha vida.
— Mal, pelo que Jake me disse.
Isso deixou Parker com raiva.
— Jake estava falando com você sobre o meu negócio?
— Mais ou menos. Ele poderia estar falando com Glendon sobre isso e
por acaso eu estava na sala. — Fergus segurava uma garrafa de água na mão.
Levou isso aos lábios, sem olhar para Parker enquanto caminhava para a cama
e se deitava. Pegou o controle remoto da TV. — Apenas certifique-se de que
quando dissermos que você tem que desligar essa merda, vai desligá-la.
— Eu vou.
— E mantenha coberta as câmeras quando não estiverem em uso.
— Eu vou. — Parker olhou de volta em sua bolsa. Tinha um conjunto
de capas para cobrir sua câmera e o PlayStation também. Sempre quis
comprar estes. Parecia prático, no caso de ele ter sido hackeado, mas o
dinheiro que conseguiu fazer nunca foi muito, o que dava para comprar novos
jogos além de pagar sua metade do aluguel que ele e Jake costumavam viver.
Era melhor do que conseguir um emprego de verdade pelo menos.
Ainda assim, estava grato por todos os novos acessórios.
— Por falar nisso, agradeço. Você não precisava comprar todas essas
coisas para mim.
Fergus encolheu os ombros.
— Fiquei curioso. Talvez você possa me mostrar como jogar alguns
desses jogos.
Algo dentro de Parker se iluminou com isso.
— Mesmo? Você quer que eu crie uma conta para você?
— Eu acho. É isso que precisa fazer?
— Basicamente. Adicionarei seu nome ao meu PlayStation. Você vai
gostar disso. Não sei que tipo de jogador você é ainda. Talvez seja mais do tipo
Skyrim. Quero dizer, considerando todo o tipo de coisas mágicas paranormais
que acontecem por aqui o tempo todo, de qualquer maneira.
Fergus estava sorrindo para ele? Estava sorrindo para ele!
— Bem, só não espere que nós sejamos BFFs 3 ou qualquer coisa.
— Não teria pensado que saberia o que isso significa.
— Eu sei algumas coisas. — Fergus parecia ofendido, mas Parker não
podia dizer se era realmente ofendido ou um falso ofendido.
— Estou velho, mas não estou fora de contato com o que as crianças
fazem nos dias de hoje.
— Uh-huh. Aposto.
— Ótimo. Então me prepare e me mostre o que fazer.
— Certo!
Parker foi até onde a TV estava. Já tinha seu PlayStation instalado
abaixo dele. A câmera ainda não estava conectada, mas isso poderia esperar
amanhã. Ligou o console e pegou seu controle.
Fergus comprou um controle extra também. Um vermelho. Talvez
porque sabia que estava curioso para experimentar isso mesmo na loja?
Parker foi para a cama. Subiu ao lado de Fergus, os dois em cima das
cobertas. Parker colocou a bolsa entre eles e entregou a Fergus o controle.
Fergus olhou para ele.
— Como faço para ligá-lo?
— É sem fio, — disse Parker, sorrindo, mas sem rir do homem.
— Oh, certo. Esqueci.
Esqueceu, claro que fez.
— Ok, pressione o botão a direita aqui, — disse Parker, apontando.
Fergus fez, e foram levados para a tela do perfil.
— Agora vá até lá e configure seu nome. É isso aí!
— Como vamos jogar juntos?
Merda.

3 Best Friend Forever. Melhores amigos para sempre.


— Há apenas alguns jogos que fazem tela dividida cooperativa, mas
os que conheço são realmente divertidos. Você vai gostar deles. Skyrim é de
um único jogador, mas quando eu entrar nesse, tenho certeza que você vai
gostar. Então há o Destiny. Vou te viciar, e então você e eu poderemos jogar
juntos. Você terá que comprar outro PlayStation.
— Como isso vai funcionar?
— Vou ligá-lo numa segunda TV, e podemos fazer o Crucible ou algo
assim. Ou as missões de vanguarda. Você tem um equipamento muito bom
para isso, e comigo lá com você, seu nível vai subir sem nenhum problema. Vai
demorar um pouco até que possamos fazer um ataque juntos. É aí que estão
as melhores coisas.
Fergus assentiu com a cabeça, apertando a boca com força, como se
tentasse absorver toda essa informação importante.
Parker nunca pensou que veria esse lado do homem antes. Fergus
sempre foi reservado e malvado.
Não era que Parker não aguentasse quando as pessoas eram más
para ele. Ele trabalhava na Internet. As pessoas o chamavam de putinha,
bichano e bicha o tempo todo. Podia lidar com pessoas que não eram legais,
mas sempre havia algo sobre a fria indiferença que Fergus o tratava que
machucava.
Parker não gostava que não tivesse sido capaz de lidar com isso. Não
gostava de como Fergus parecia machucá-lo tão profundamente, e não
gostava que essa coisa de alfa-ômega entre eles fizesse Parker pensar em
coisas que nunca teria pensado antes em toda a sua vida.
Coisas sobre Fergus. E agora o cara estava tentando fazer amizade
com ele.
Era um pouco enervante. Parker tinha que admitir isso.
Criou o nome da conta de Fergus para que o homem pudesse ligar o
console e jogar sempre que quisesse, e então Parker carregou Gauntlet.
— Isto é divertido. Vai amar isso.
— O que nós fazemos?
— É de cima para baixo, então vamos ser capazes de ver um ao
outro, não há problema. Você escolhe seu guerreiro, e então corremos por ali,
chutamos, destruímos demônios, coletamos o ouro e chegamos a pisos
inferiores. É incrível.
Fergus assentiu e ele realmente sorriu.
— Tudo bem. Vou me esforçar para ser útil, pois sei uma coisa ou
duas sobre chutar traseiros.
— Esse é o espírito! — Parker deu um tapa no ombro de Fergus. Não
ia dizer ao homem que isso era considerado um dos jogos mais fáceis de se
jogar, e quando Fergus perguntou por que havia tantos botões no controle, e
até mesmo o soltou quando vibrou, Parker sabia que teria um pouco mais de
desafio ensinando seu novo aluno sobre as maneiras adequadas para matar
um demônio.
Ele era um professor paciente, então ia passar por isso. Parker nunca
deixou um homem para trás. Esse era o seu lema de jogo.
Só não esperava se divertir tanto com Fergus naquela noite ou seu
corpo se sentir estranhamente quente quanto mais tempo se sentava ao lado
do homem em sua cama.
Ignore isto. Não significava nada. Isso fazia parte da mordida que
Fergus lhe dera. Seu corpo estava reagindo ao seu alfa, era isso. Não
significava nada, e iria acabar eventualmente. Parker apenas tinha que esperar.
Foi uma maldita espera naquela noite, no entanto. Mesmo os jogos
que colocou para jogar com Fergus não conseguia tirar sua mente inteiramente
do que estava acontecendo dentro dele.
Capítulo 7

Trey não parava de sorrir quando ele e Ronan saíram do hotel no dia
seguinte.
Sentiu como se tivesse acabado de receber uma massagem da
cabeça aos pés, como se tivesse passado a noite toda e a maior parte do dia
no spa, o pessoal estava todo chateado com ele e Ronan não tendo a chance
de experimentar.
Trey não precisava de um spa. Não quando tinha o corpo de Ronan
para energizá-lo.
Trey estava de bom humor e acenou para os funcionários como se
fossem amigos de longa data, e não teve escrúpulos em pegar a mão de
Ronan, enfiar os dedos juntos e marchar em direção à... limusine?
— O que é isso?
Ronan soltou a mão de Trey e abriu a porta antes que o motorista
fizesse.
— Aluguei uma limusine para nós. Agora vamos, vou levar você para
casa em grande estilo.
Trey queria dizer que tudo o que Ronan fazia era com estilo, mas
estava um pouco nervoso demais, e impressionado, para poder dizer muito.
Deslizou pelos assentos de couro. Tinha certeza que isso era couro
real também, e não conseguia parar de olhar em volta para cada pequena
coisa ao seu redor.
Havia tantos botões em todo o lugar.
Ronan deslizou ao lado dele, dando ao motorista o endereço.
— Claro, senhor, peço desculpas por...
— Não há necessidade de desculpas, meu amigo. Hoje é um bom dia.
Só quero chegar em casa e dar ao meu companheiro aqui um pouco mais de
descanso e relaxamento.
Trey olhou para o motorista quando Ronan disse a palavra
companheiro, mas o homem sorriu e inclinou o chapéu, em seguida, começou
a dirigir.
— Você não estava brincando quando disse que a maioria das
pessoas não conseguia entender quando você falava sobre coisas de
lobisomem, certo?
Mesmo quando ele fez a pergunta, Trey manteve a voz baixa.
Apenas no caso.
— Certo. Ele provavelmente nos ouve falando sobre o tempo ou algo
assim. Não se preocupe com isso.
— Mas como isso acabou acontecendo? De onde veio esse feitiço?
Ronan colocou um braço ao redor dos ombros de Trey. Coçou o
queixo com a mão livre.
— É difícil dizer. É tudo lenda, mas tendemos a pensar que um bruxo
fez isso em algum momento. Eles se cansaram da luta entre humanos,
vampiros e shifters, então para manter os humanos fora disso, o bruxo os
amaldiçoou a nunca ouvir o que dissemos, a ter os olhos cegados para as
coisas que viam. Foi por isso que muitas das pessoas com quem você estava
preso naquela fazenda de sangue não acreditavam que fossem vampiros.
— Mesmo que Jake e eu pudéssemos ver claramente que eram
vampiros?
Ronan assentiu.
— Você tem que ter uma mente forte, ou ser o companheiro de um
shifter, a fim de ser isento.
— Isso parece um tipo estranho de maldição. Por que o bruxo faria
isso? Parece que os humanos teriam mais facilidade em se defender se
soubéssemos sobre todas essas coisas.
— É aí que fica tudo esquisito, — admitiu Ronan. — Ninguém sabe ao
certo. A lenda em si é apenas isso, lenda, então contemplar as razões pelas
quais esse bruxo teria feito algo assim está apenas adicionando mais
suposições aos palpites.
Isso fez sentido. Ainda assim, Trey não pôde deixar de pensar nisso.
— Talvez... talvez o bruxo pensasse que ajudaria. Talvez tenha
pensado que era melhor para os humanos não saberem, que isso os manteria
fora, em vez de deixá-los vulneráveis.
— Ou queria que eles fossem vulneráveis. — Ronan olhou para Trey.
— Cada história é diferente. As pessoas têm maneiras diferentes de dizer isso.
— Tipo, outros bandos têm suas próprias lendas?
Trey não sabia por que Ronan de repente parecia tão triste. A
expressão do homem mudou. Ele desviou os olhos.
— Algo parecido.
Trey tinha tocado em um ponto dolorido. Foi estranho. Não tinha
certeza do que poderia ter acontecido para fazer seu companheiro parecer
assim, mas o que quer que fosse, era claramente pessoal.
Queria perguntar, mas Trey decidiu contra isso. Perguntaria um dia,
mas por enquanto, só queria aproveitar seu tempo com Ronan.
Trey pegou a mão do homem, aconchegando-se mais perto,
encostando-se no ombro.
Ronan olhou para ele como se chocado por essa súbita demonstração
de afeto, mas logo se inclinou para ele.
— Eu te amo, — Ronan sussurrou.
Trey sentiu-se tonto de novo depois de ouvir essas palavras.
Nunca se cansaria de ouvi-los.
— Eu me sinto meio idiota.
Ronan piscou.
— Por quê?
Trey coçou a parte de trás de sua cabeça.
— Eu não sei. Acho que pelo jeito que tenho agido. Estava com tanto
medo de como tudo isso estava acontecendo que estava trazendo meus medos
estúpidos para a vida. Uma profecia autorrealizável.
— Não. — O braço de Ronan apertou agradavelmente ao redor dos
ombros de Trey. — Você nunca poderia se livrar de mim tão facilmente. Você
teria que...
Ronan se cortou de repente. Olhou para o motorista e depois para as
janelas.
— Ronan?
Ronan o ignorou. Ele se inclinou para frente.
— Esta não é a rua certa.
— É um atalho, senhor. Isso nos levará muito mais rápido.
Ronan estreitou os olhos.
Talvez tenha sido algo a ver com o acasalamento, mas não foi apenas
a linguagem corporal de Ronan ou seu olhar que o fez parecer poderoso e
irritado. Trey pegou um pouco da aura em torno de seu companheiro, algo que
deixou-o saber que não era uma boa ideia discutir com ele ou se envolver.
O primeiro instinto de Trey com algo assim foi tentar desarmar a
situação, fazer Ronan se acalmar, mas nunca tinha visto Ronan assim. O
homem parecia zangado, como se quisesse pular de sua pele.
Queria deixar seu lobo rasgar o motorista. Algo estava claramente
errado.
— O que está acontecendo?
Trey pegou a mão de Ronan, apertando-a.
Ronan levou a mão de Trey aos lábios, mas mal olhou para ele.
— Coloque o cinto de segurança.
Santa merda. Foda-se. Trey se esforçou para colocar o cinto em volta
da cintura enquanto Ronan ia para a frente da limusine. Uma janela de vidro o
separava do motorista, e quando Ronan sorriu para o homem, ele mostrou
dentes que pareciam muito mais longos e mais nítidos do que tinham estado
alguns segundos atrás.
Pele começou a crescer ao longo dos lados do rosto de Ronan e em
cima de suas mãos. Pelo prateado branco.
— Amigo, eu deveria pedir-lhe para parar a limusine.
— Ah, não posso fazer isso aqui. Estamos na estrada, — disse o
motorista, sorrindo agradavelmente.
Trey estava começando a pensar que talvez Ronan tivesse a ideia
errada desse homem e que poderia ter cometido um erro.
O olhar nos olhos de Ronan enquanto as esferas prateadas davam um
tom vermelho vivo sugeriam o contrário.
— Então peço para você encontrar o local mais próximo para nos
deixar sair, ou vou quebrar a minha mão através do vidro e cortar sua
garganta, amigo.
Ele poderia muito bem ter chamado o motorista de um bastardo sujo
e ameaçado arrancar os corações de todos os seus filhos. Assumindo que ele
tivesse algum. O tom de sua voz era tão... perigoso.
E Trey percebeu o que estava olhando. Ronan era um guerreiro.
Ronan manteve essa parte de Trey desde o começo, e agora estava tendo a
chance de realmente ver.
Poderia ter sido quente se não fosse tão aterrorizante.
O motorista não respondeu. Não havia como ele não ouvir nada
disso, mas não pareceu importar quando Ronan deu um soco no vidro,
estendeu a mão e agarrou o motorista pelo rosto.
A limusine desviou, e Trey de repente se sentiu sem peso quando
tudo se inclinou.
A limusine não se inclinou para o lado, no entanto. Buzinas de carros
soaram em torno deles, e Trey pensou que poderia acabar morrendo por causa
disso.
Santa merda Ele ia morrer.
Mas não, o motorista resistiu o melhor que pôde. Mesmo quando
Ronan se empurrou através do vidro quebrado de modo que apenas suas
pernas ainda estavam na parte de trás. Toda vez que a limusine desviava, o
coração de Trey se lançava em sua garganta. Lutou para não gritar.
Ouviu sons grunhidos na frente e sons fortes de carne batendo em
carne.
Então a direção ficou calma novamente e eles viraram para uma
saída.
Ronan puxou-se para trás mais uma vez, embora seus braços
permanecessem no pescoço do motorista.
— Você está bem?
Trey assentiu. Não ousou dizer uma palavra, não depois disso.
— Bom. — Ronan voltou a encarar o motorista. — Vai ficar desse
jeito.
Trey tinha tantas perguntas que queria fazer. Este motorista era um
vampiro? Ele não era um grunhido porque parecia humano, mas as janelas da
limusine estavam tingidas. Era possível.
Não, isso não estava certo. Trey se lembrava de como esse homem
tinha corrido para sair da limusine e abrir a porta para Trey antes que Ronan
fizesse isso por ele. Ele estava no sol.
Um simpatizante de vampiros, então. Era uma daquelas pessoas que
Trey tinha ouvido falar na mansão. Humanos que queriam ser transformados,
que queriam a ideia romântica de uma vida noturna imortal.
Pessoas que estavam dispostas a matar outras pessoas para
conseguir.
A limusine parou e pareceu como se houvesse cascalho sob os pneus.
Trey olhou pela janela. Estavam do lado da estrada. A estrada ainda estava à
vista, mas estavam praticamente fora do caminho de qualquer outra coisa.
Quase nenhum edifício. Alguns campos onde a construção ainda estava para
acontecer e, mais abaixo, casas parcialmente construídas.
Trey não gostou disso. Queria voltar para a mansão. Ainda estavam
longe demais do caminho. Alguém poderia levá-los, e não haveria nada que
pudessem fazer sobre isso.
— Você terá que soltar a minha garganta, eventualmente, —disse o
motorista. Ele soou como se estivesse sorrindo sobre isso. — A menos que
pense que pode saltar aqui primeiro.
Trey deveria sair da limusine? E se o motorista acelerasse e tentasse
atropelá-lo?
Era muito para pensar. Não poderia fazer isso. Odiava isso!
— Ronan, — ele gemeu, colocando a mão no estômago.
— Eu sei, bebê, — Ronan disse, e então voltou sua atenção para o
motorista.
— Coloque a limusine no ponto morto, desligue o motor e jogue as
chaves do lado de fora.
— Não importa se tenho as chaves ou não, — disse o motorista. —
Basta pressionar um botão e o motor será ligado novamente.
— Faça isto de qualquer maneira.
O motorista rosnou, mas fez isso. Apertou o botão que desligava o
motor e jogou as chaves da janela aberta.
— Trey, bebê, odeio pedir para você fazer isso, mas vá e pegue essas
chaves.
Trey endureceu. Ouviu isso certo? Deve ter ouvido. Seu cérebro não
estava lhe fornecendo mais nada.
— Lá fora?
— Você pode fazer isso, bebê. Vá pegar as chaves para mim e para
você. Você pode me ajudar.
— O que?
Oh Deus. Trey tinha uma ideia do que Ronan iria fazer com o
motorista, e não queria ver ou ouvir. Saiu da limusine rapidamente. Não
importava no final de qualquer maneira. Ainda ouviu o som de estalo que veio
logo antes do motorista gritar.
O estômago de Trey se revirou. Pensou que ia vomitar, estar doente.
Aquele... foi o pior som que já ouviu em sua vida.
Mas o que esperava? Trey foi e pegou as chaves, olhando para tudo
que podia, exceto o motorista pela janela.
Ronan era um guerreiro. Era um lobisomem, com mais de duzentos
anos de idade, e era seu trabalho proteger humanos de vampiros.
Mesmo que isso significasse ferir outros humanos, era quem ele era.
Deve ter feito coisas assim muitas vezes ao longo de sua vida. Talvez até
muito pior.
A porta do lado do motorista se abriu. Ronan empurrou o motorista
para fora. Ele gemeu e se contorceu de dor quando caiu ao seu lado,
segurando os braços contra o peito, os dedos curvados em ângulos estranhos
que quase fizeram Trey vomitar.
— Trey, venha para o lado do passageiro, bebê. Você precisa entrar.
Trey não conseguia parar de olhar para o homem. Estava preso em
um torpor, observando sua dor, o jeito que seu rosto se contorcia.
— Trey!
Trey pulou e olhou para Ronan. Tinha uma expressão desesperada no
rosto.
— Bebê, eu sei que é difícil, mas você precisa entrar na limusine
agora. Por favor bebê. Nós não temos tempo para isso.
Ronan estava implorando pela cooperação de Trey. Não sabia o que
estava acontecendo, talvez mais pessoas estivessem vindo atrás deles. Não
importava. Ronan estava certo. Forçou suas pernas a trabalhar, para voltar em
marcha para que ele e seu companheiro pudessem dar o fora daqui.
Notou a expressão de alívio no rosto de Ronan quando Trey correu
pela frente da limusine e pulou para o banco do passageiro. Ele colocou o cinto
de segurança.
— Estamos indo para casa?
— Agora, bebê. Agora mesmo.

Capítulo 8

— Cristo, estou feliz que vocês dois estão bem. — Glendon ainda
parecia assustado com a história.
Ronan podia sentir a tensão irradiando de seu companheiro. Seu
companheiro estava de pé com Parker, Owen e Jake.
Ômegas tinham uma tendência a consolar um ao outro. Faziam seus
próprios bandos dentro de um bando, e apesar de Trey ainda ser
principalmente humano, definitivamente caiu na categoria de ômega.
Ronan sacudiu a cabeça.
— Eu deveria ter visto isso chegando. Deveria ter pedido ao motorista
sua identidade. O idiota, provavelmente matou o motorista de verdade e pegou
sua limusine. A equipe pode até estar nisso.
— Isso vai um pouco mais fundo, não é? — Perguntou Hugh. —
Usamos esse lugar antes sem problemas.
— Não importa. — Glendon cruzou os braços, olhando para seu
companheiro, que dava a Trey uma xícara de café fumegante. — É algo que
devemos investigar, e ninguém leva seus companheiros para lá, ou vai sozinho,
até conseguirmos verificar.
— Ah, vamos lá, — disse Hugh. — Eu ia levar Owen para que
pudéssemos ficar sozinhos um pouco.
— Leve seu companheiro, tudo o que você quiser, idiota — grunhiu
Fergus, tirando a sujeira sob suas garras. — Se quer arriscar a vida dele só por
algum serviço de quarto.
O rosto de Hugh corou profundamente. Ele franziu o cenho para
Fergus.
— Eu não arriscaria Owen assim. Só estou dizendo que o resto da
equipe pode não estar nisso. Era só o motorista. Eles contratam pessoas
diferentes de tempos em tempos.
— E até conseguirmos descobrir isso, nada de ir lá, — retrucou
Glendon. — Sei que você não levaria Owen até que fosse verificado tudo, então
pare de ficar na defensiva, seu idiota.
O profundo rubor de constrangimento não deixou o rosto de Hugh
com a reprimenda.
Ronan não se importou. Olhou para Trey. Ele estava sentado no meio
do assento do sofá, Jake de um lado, Owen do outro. Parker sentado no braço
enquanto se consolavam.
Nate não estava por perto. Nem Orion. Aparentemente, Nate tinha
mudado pouco antes de Ronan levar Trey para casa, e Orion estava olhando-o,
certificando-se de que não destruía muito no porão.
Ainda assim, tudo o que Ronan podia sentir era vergonha. Vergonha
por não ter percebido o perigo mais cedo.
— O motorista estava claramente tentando nos levar a algum lugar.
Um local de encontro. Pode até haver um rastreador na limusine. Eles
provavelmente sabiam que ele estava saindo do curso muito antes de eu
quebrar seus braços e dedos.
Foi por isso que foi tão inflexível para Trey voltar para a limusine. Não
queria ficar por muito tempo no caso que viesse ajuda.
Tierney ainda estava varrendo a limusine por qualquer coisa
rastreável. Não que isso importasse, já que a cadela rainha vampira já sabia
onde eles moravam, mas se havia algo deixado para trás, era melhor ter
certeza de que poderia ser usado contra ela.
Glendon não pareceu feliz com nada disso.
— Teremos que trancar a casa. Não posso correr o risco com Jake tão
perto de dar à luz.
Ronan olhou para o lado. Olhou para Jake e Trey.
Jake definitivamente estava aparecendo. Em mais um mês, seu
filhote estaria pronto para sair.
Em alguns meses, Trey ficaria assim. Ele seria o único com o sinal
mais óbvio de sua futura criança.
Ronan já se sentia tão protetor agora, imagina quando Trey estivesse
se preparando para dar à luz ao seu filho. Não precisava ver a evidência física
de seu filho ou filha para ter medo de que algo lhes acontecesse.
— Entendido. Não estou ansioso para deixar Trey saber disso, no
entanto.
Não queria manter seu companheiro refém nesta casa. Queria Trey
para ser livre, para aproveitar sua vida e ser capaz de se sentir seguro sempre
que fosse para o gramado.
— Não estou ansioso para isso também, — disse Glendon. — Por
enquanto, não vejo outra maneira. Pelo menos até conseguirmos algumas
coisas com Zoella, toda vez que nossos amigos quiserem se divertir do lado de
fora, eles precisarão de uma escolta. Talvez até dois deles.
— Nós teríamos que matá-la antes que pudéssemos conseguir
alguma coisa com ela.
Os olhos de Glendon brilharam.
— Então é exatamente isso que vamos fazer.
Ele dispensou Ronan e caminhou para seu companheiro. Jake sorriu
para Glendon quando ele se aproximou, mas esse sorriso desapareceu quando
Jake logo viu que havia algo errado no rosto de seu companheiro.
Glendon pediu para falar com ele sozinho, e Jake apertou sua mão
uma última vez para o ombro de Trey antes de se levantar e ir embora com
Glendon.
Embora Ronan soubesse que Jake não receberia bem as notícias,
estava feliz que Trey tinha Jake, Parker e Owen e, até certo ponto, Nate.
Nate tinha sido o único ômega da casa por algum tempo, mas agora
havia mais. Não só Nate não se sentia mais tão sozinho em uma casa cheia de
alfas, mas todos os outros teriam o apoio emocional necessário de ômegas
para uma vida saudável.
O mesmo aconteceu com Trey. Podia não gostar muito de ficar
confinado, mas pelo menos estaria a salvo. Teria seus amigos para conversar.
Até mesmo um acasalamento precisava mais do que apenas um ao
outro. Os alfas precisavam de outros alfas e os ômegas ainda precisavam de
outros ômegas. Era o jeito das coisas. Era apropriado.
Hugh suspirou.
— Vou falar com Owen. Você provavelmente deveria fazer o mesmo
com Parker.
Fergus fez um barulho impaciente.
— Ele não é meu companheiro para me preocupar.
Ronan olhou para ele.
— Não, ele é o seu ômega para se preocupar. Pare de ser um idiota
só porque você não pode conter sua luxúria. Ele ainda é sua responsabilidade.
O rosto de Fergus se iluminou com um tom profundo de vermelho.
Ronan nunca tinha visto uma cor assim antes no rosto do homem. Também
não lhe deu a chance de responder antes de Ronan se afastar dele, deixando
Fergus engasgando e irritado.
Trey levantou os olhos do café para Ronan. Ele sorriu suavemente, se
não um pouco forçado.
— Você quer falar sozinho?
Ronan sorriu de volta para seu companheiro. Trey poderia ser frágil,
mas não era bobo. Sabia que algo estava acontecendo no minuto em que
Glendon levou Jake embora.
— Se for possível. Eu sei que você está falando com seus amigos.
— Está tudo bem. — Trey ficou de pé. — Vou falar com vocês mais
tarde.
Parker e Owen assentiram, o que foi quando Hugh e Fergus deram
um passo à frente. O ar na sala gelou. Ronan percebeu isso mesmo quando
saiu.
Certo. Os ômegas sabiam que estavam prestes a ser atingidos por
algumas novas regras.
Ômegas nem sempre gostavam de regras, e os alfas, apesar de sua
natureza, nem sempre gostavam de dá-las aos seus ômegas.
Infelizmente, também era uma daquelas coisas que era apropriada.
Isso estava certo.
O que era certo e apropriado nem sempre era confortável.
Trey estendeu a mão para Ronan. Ronan estava feliz que seu
companheiro estivesse pelo menos ainda disposto a tocá-lo. Apesar de tudo o
que tinha passado, não queria distância entre eles.
Eles nem sequer conseguiram chegar onde quer que iam, antes de
Trey falar com ele.
— Esta é a parte em que você termina comigo para o meu próprio
bem ou algo assim?
— O quê? — Ronan não podia acreditar. Agarrou Trey pelos ombros,
forçando seu companheiro a virar e encará-lo. — Não! Claro que não!
Trey dificilmente parecia acreditar nele.
— Hugh tentou deixar Owen.
Maldição. É claro que as decisões estúpidas de Hugh voltariam para
morder Ronan na bunda.
— Hugh é um tolo, e ele não foi longe com essa decisão de qualquer
maneira. Não vou te deixar. Não é isso que eu ia sugerir. Nunca ia sugerir tal
coisa.
Trey parecia sinceramente interessado agora.
— Então, você vai participar de uma enorme batalha épica contra os
vampiros e eu nunca mais vou ver você de novo, certo?
— Não! — Ronan não sabia se ria ou estrangulava seu companheiro.
— Acho que você tem assistido muitos desses filmes estranhos com Parker.
Parker estava em algumas formas estranhas de entretenimento.
Ronan precisaria prestar mais atenção ao que seu companheiro estava
consumindo.
— Oh, bem, tudo bem então. Qual é o problema?
Ronan suspirou, balançando a cabeça.
— Você fala como se tudo o que temesse tivesse resolvido. O que
estou prestes a sugerir, ainda não vai gostar.
— OK. Então, posso saber o que é?
Ronan quase não queria contar a ele. Parecia melhor nesse estado
hesitante, confiança e felicidade. Rir de si mesmo sobre as coisas estranhas
que Trey achava que ele ia sugerir parecia melhor do que realmente colocá-las
sobre a mesa.
Mas Ronan era um alfa, não um covarde. Deixou sair.
— Você e os outros terão que ficar na casa. Pela maior parte. Se
quiser ir do lado de fora, mesmo em nossa propriedade, precisará de uma
escolta para sua proteção. Não vamos correr o risco de mais grunhidos de
vampiros chegarem à propriedade para atacar. Isso também significa que não
haverá mais caças de acasalamento.
Aquilo cortou Ronan mais fundo.
— Teria gostado de levá-lo para fora, para caçá-lo e tê-lo, mas isso
não é possível com o que está acontecendo atualmente.
— Oh. — Trey não disse mais nada. Olhou para Ronan como se
esperasse ouvir mais. — É isso?
Ronan piscou.
— Isso... isso não te incomoda?
Trey encolheu os ombros.
— Bem, talvez. Mas acho que quando comparo isso com o que mais
eu poderia estar sofrendo, estar em uma fazenda de sangue, ser atacado em
uma limusine com um motorista que quer nos sequestrar, isso parece muito
manso.
Ronan piscou para seu companheiro. Parte dele não podia acreditar
que ouviu uma coisa dessas vindo da boca de Trey. A outra parte dele estava
triste por isso, desejando desesperadamente que Trey não tivesse sofrido
tanto, que ser forçado ao confinamento parecia que não era nada para ele.
Ronan pegou seu companheiro, puxando-o para perto. Trey segurou-
o de volta.
— Eu sinto muito por isso. — Ronan acariciou o cabelo de Trey. —
Juro para você, isso não era o que eu queria para você.
Trey assentiu.
— Eu sei, mas estou bem. — Trey sorriu para ele. — Gosto de estar
aqui com você. Eu me sinto seguro aqui. Mesmo quando pensava que você não
gostava de mim, sempre me sentia bem quando você estava por perto. Se eu
precisar de você para minha escolta apenas para ir ao quintal, então estou
bem com isso. Dou conta.
Trey ainda não parecia entender o fato de que Ronan não queria que
ele lidasse com isso. Não queria que isso fosse algo que afetaria suas
liberdades.
— Você não está feliz.
Ronan sacudiu a cabeça.
— Não. Queria algo melhor para você.
— Isso é melhor, — insistiu Trey. — Confie em mim. Eu sei... sei que
sou muito antissocial, e não facilito para você entender o que está acontecendo
na minha cabeça, mas amo isso aqui. Amo estar com você. Não importa se
existem regras estabelecidas. Sei que você só está fazendo isso para me
proteger.
O coração de Ronan se derreteu com essas palavras. Acariciou o
cabelo de Trey.
— Como é possível que você possa me desarmar tão bem?
Trey sorriu brilhantemente para ele.
— Eu posso?
— Claro que pode. Sempre faz.
— Bom. — Trey parecia genuinamente satisfeito consigo mesmo,
como se tivesse acabado de receber um elogio maravilhoso. — Prometo usar
esse poder apenas para o bem então.
Ronan sacudiu a cabeça. Seu companheiro poderia ser muito
engraçado.
O ataque súbito de gritos que ouviram em toda a casa destruiu o
clima, no entanto.
Parecia que Parker não estava nada satisfeito com o novo conjunto de
regras infligidas a ele. Ronan quase sentiu pena de Fergus.
— Deveria levá-lo ao nosso quarto.
— Nosso quarto?
— Claro. — Ronan sorriu. — Vamos compartilhar o espaço a partir de
agora, afinal. E tenho muitas coisas más que só podem ser feitas a você em
particular.
Trey estremeceu, e não resistiu quando Ronan o levou de volta para
seu quarto.

Capítulo 9

— Não! De jeito nenhum! Esqueça! Você não pode me dizer para


fazer essa merda!
Fergus lutou pela paciência. Sempre que alguém gritava com ele e
jogava coisas nele, Fergus estava acostumado a simplesmente pegar o
problema pelos chifres, por assim dizer.
Parker era uma dor no rabo, mas também era o ômega de Fergus.
Não queria admitir, mas Ronan estava certo. Tinha uma responsabilidade.
O que significava também ser gentil sempre que o idiota decidisse
jogar um ataque como esse.
— É para sua própria proteção e proteção do resto das pessoas nesta
casa.
— Besteira! — Parker olhou para ele. Seus braços estavam cruzados
enquanto andava ao redor de seu quarto compartilhado.
Ele já havia chutado a cama, provando ainda mais que criança
poderia ser.
— Você só quer me trancar como um maldito animal. Não dá a
mínima se estou seguro ou não.
— Estou começando a repensar minha posição sobre isso, isso é
verdade.
Parker olhou para ele.
Fergus zombou de volta.
Por quê? Por que teve que ficar preso com este homem de todas as
pessoas? Um pirralho mimado que não conseguia lidar com uma leve má
notícia sem fazer uma birra sobre isso.
Fergus poderia ter mordido alguém, qualquer pessoa no mundo, e
teria sido melhor que isso. Estava certo disso.
Não. Claro que não, porque o destino o odiava e ficou preso com
Parker.
O fato de o ruivo parecer atraente quando estava com raiva também
estava além do objetivo. Fergus queria estrangular a vida dele.
Então Parker não reclamaria de estar confinado aqui.
— Você é tão idiota, — retrucou Parker. — Finge ser legal por estar
preso comigo, e então se vira e puxa alguma merda assim. Você me odeia,
admita!
— Eu odeio você. — Fergus cerrou os punhos, marchando até Parker.
Os olhos de Parker se arregalaram, como se ele honestamente não
tivesse visto isso antes de começar a se arrastar para trás, fora do alcance de
Fergus.
Quando Parker bateu na parede, ele, é claro, não tinha mais para
onde ir e ficou preso entre a parede e o peito de Fergus.
— Odeio que eu possa ficar preso com um pirralho mimado como
você. Nunca deveria ter te mordido. Deveria ter deixando-o para morrer. Tudo
teria sido mais fácil então.
O desdém de Parker se tornou duro. O homem olhou para ele e ficou
irritado com Fergus antes, mas nunca parecia tão bravo, seus olhos nadando
de raiva e o que parecia ser umidade.
— Foda-se você.
Parker tentou sair de debaixo de Fergus. Fergus bateu a palma da
mão na parede, a centímetros do rosto de Parker, impedindo o homem de ir a
qualquer lugar.
— Foda-me? — Fergus nunca tinha estado mais furioso em sua vida.
— Foda-me? Sou seu maldito alfa, seu pequeno idiota. Salvei sua vida. Você
estaria morto sem mim!
E Fergus ainda estava preso a essa intensa luxúria. Desejo por um
homem que não era bonito, que era chato e bagunceiro, jogava videogames
como uma criança e constantemente exigia sua atenção.
Isso estava deixando-o louco.
Parker tentou empurrar a mão de Fergus, fazendo outra tentativa de
se livrar dele, mas Fergus se recusou a permitir que Parker se movesse.
— Me deixar ir. Saia do meu caminho!
Parker bateu com os punhos nos braços de Fergus e no peito, o
desespero aumentando. Fergus se recusou a permitir que ele se movesse.
Queria manter Parker no lugar até que o homem aprendesse a parar de lutar
contra ele a cada passo do caminho com absolutamente tudo.
Até que Parker o chutou nas bolas.
Fergus se inclinou, o ar saindo de seus pulmões enquanto todo o
corpo se apertava com a dor súbita e inesperada pela qual ele passava.
— Merda. Merda, Fergus. Não quis fazer isso. Você está bem?
Não, ele certamente não estava bem. O calor crescente no rosto de
Fergus, em todo o seu corpo, não era simplesmente da dor de ser atingido
assim.
Olhou nos olhos preocupados de Parker, e Parker deve ter visto a
intenção assassina que Fergus carregava no rosto, porque amaldiçoou e
imediatamente tentou fugir do quarto.
Fergus foi muito rápido. Voou para a porta, fechando-a antes que ele
mal pudesse ter a chance de abri-la.
Parker recuou quando Fergus o perseguiu pelo quarto.
— Foi um acidente! Vamos! Eu não quis fazer isso!
— Não me importo. — A mão de Fergus disparou. Agarrou Parker pela
garganta, puxando-o para perto para que seus narizes se tocassem. — Seu
montão de merda.
Bateu Parker no chão. Parker se encolheu, protegendo a barriga,
como se pensasse que Fergus de repente começaria a chutá-lo no estômago.
Isso o enfureceu ainda mais. Fergus queria machucar muito o
homem, mas não queria vencê-lo.
Ele se abaixou, agarrando Parker novamente, levantando-o antes que
jogasse o homem na cama.
Parker tentou se afastar. Fergus agarrou o homem pelos pulsos,
segurando-os, prendendo o corpo entre as pernas.
— Saia de mim!
— Não.
Fergus esmagou suas bocas juntas e, finalmente, oh meu Deus,
finalmente, Parker ficou em silêncio.
O beijo claramente o chocou. Bom. Isso era uma coisa importante e,
desde que Fergus não tinha que ouvir mais sobre as pequenas queixas ou que
o homem o atacasse sem uma boa razão, Fergus estava feliz.
Só ficou surpreso ao perceber como os lábios de Parker eram suaves.
Sua boca estava um pouco mais áspera nas bordas. O homem não
tinha barba com facilidade, mas o pouco que estava lá arranhou.
Seus lábios, por outro lado, eram tão macios quanto a boca de
qualquer mulher. Fergus nunca beijou um homem com uma boca tão perfeita
antes. Ele gemeu, em seguida, aproveitou-se do choque de Parker quando
enfiou a língua naquele espaço quente, lambendo profundamente.
O corpo inteiro de Parker ficou tenso e então tremeu. Os olhos do
homem ficaram abertos, como se não pudesse acreditar no que estava
acontecendo com ele.
Fergus não podia acreditar. Todo esse tempo que passou no mesmo
quarto, esperando Parker finalmente mudar, então não teria que estar perto
dele todo o momento, e Fergus tinha quebrado.
Ele estava beijando Parker quando prometeu a si mesmo que nunca
faria.
Seria melhor se Parker o beijasse de volta, mas Fergus estava
começando a pensar que tal coisa nunca seria possível. Agora não. Nunca.
Fergus se afastou. Sentiu-se sem fôlego e fraco, mas ver a expressão
confusa nos olhos de Parker e o rubor de cor em suas bochechas foi suficiente
para fazê-lo sorrir.
— Se eu soubesse que você iria calar a boca, teria feito isso há muito
tempo.
Seu pau estava duro. Não havia como esconder isso de Parker. Não
quando se sentou em cima dele assim, mas a coisa que realmente o chocou foi
quando percebeu que o pau de Parker também havia respondido.
O ruivo estava duro por ele. Depois que Fergus o beijou, ele
conseguiu que o pequeno garoto hetero reagisse a ele.
Fergus se inclinou, beijando e beliscando o lábio inferior de Parker,
querendo mais, querendo ver onde esse calor os levaria.
— Saia de mim.
Fergus franziu a testa. Ele se afastou, olhando para Parker.
— O que?
Parker piscou e depois exalou bruscamente, como se saísse de um
transe.
— Saia de mim!
Parker empurrou o peito de Fergus com tudo o que tinha. Fergus não
precisava se mover se não quisesse. A força de Parker não era nada
comparada ao que Fergus tinha, mas foi o modo como Parker gritou para ele
que o fez se mexer.
Como se Parker tivesse medo dele.
De fato, o outro homem realmente voou para o outro lado da cama,
colocando-a entre ele e Fergus. Olhou-o como se esperasse que seu lobo mau
aparecesse e o comesse.
Fergus cruzou os braços.
— O que? Depois de todas as vezes em que te coloquei em seu lugar,
te ameacei e te acertei, é disso que você tem medo? Um beijinho?
Parker explodiu.
— Nunca mais vai me tocar de novo! Escutou? Nunca mais!
— Tudo bem, relaxe.
Fergus tentou andar até o outro lado da cama, querendo acalmar o
homem, mas Parker voou pelos lençóis, determinado a manter a distância
entre eles.
Não parava de olhá-lo como se Fergus fosse violá-lo, caso tivesse a
chance.
Tinha que admitir que estava tentado pela ideia.
— Fique longe de mim, maldito pervertido.
Fergus rosnou ao ser chamado assim.
— Que diabo é o seu problema? Tudo que fiz foi te beijar.
— Não faça de novo!
Os olhos de Parker mudaram, o azul desaparecendo no que parecia
roxo, mas depois rapidamente se transformando em um tom brilhante de
vermelho.
Maldição. Agora? Agora era quando aquele maldito lobo decidiu que
era melhor sair?
Fergus deu um passo à frente, mãos para cima.
— Parker...
Parker saltou para longe dele como se Fergus tivesse algum tipo de
doença. Não se acalmaria. Não relaxava e, de repente, tudo que Fergus podia
ouvir era a batida rápida de seu coração.
Como se o homem estivesse prestes a ter um ataque de pânico.
— Parker, acalme-se.
— Você se acalme! — Pele começou a crescer através dos poros de
Parker.
Ele não estava centrado. Se mudasse agora, havia a chance de seu
lobo permanecer selvagem pelo resto de sua vida. Assim como Nate.
Embora Fergus soubesse que ele era quem tinha trazido esse
problema, ainda era o alfa de Parker. Tinha que trazer calma para a situação.
Fergus rosnou. Notou a mudança no comportamento de Parker
instantaneamente. O homem já não o olhava como se estivesse prestes a
saltar sobre ele e estuprá-lo, mas como algo que poderia saltar sobre ele e
comê-lo se não se acalmasse.
Fergus marchou para frente, pegando seu ômega pela parte de trás
do pescoço e puxando-o ao redor. Segurou Parker perto, o homem menor ao
peito.
— Posso sentir seu coração batendo. Acalme-se.
— É fácil para você dizer, — Parker engasgou. Olhou para as mãos
mudadas. — Jesus Cristo, o que está acontecendo comigo?
— Nada vai acontecer quando você se acalmar. Empurre o lobo de
volta. Você não está pronto para isso ainda. Sinta meu sangue correndo pelas
minhas veias, calmo e forte. Ouça o som da minha voz. Concentre-se em sua
respiração.
Não houve mudança na linguagem corporal de Parker. Não a
princípio. Levou mais alguns minutos de fala tranquilizadora e carícias no
cabelo do homem antes que Fergus sentisse a mudança no ritmo cardíaco de
Parker.
Desacelerou de volta ao normal, sua respiração seguindo logo após o
seu coração. Parker recostou-se contra o peito, não mais tão tenso ou lutando
para fugir.
O lado ômega de Parker reagiu a Fergus exatamente do jeito que
precisava. Confiando em Fergus para mantê-lo calmo e no controle.
— É isso aí. Você está bem, — disse Fergus, satisfeito quando o pelo
de lobo começou a recuar para os poros de Parker, seus olhos voltando à cor
normal.
Isso foi muito perto. Mas por que? Um beijinho? Eles passaram todo o
tempo sozinhos neste quarto, e às vezes Parker até mesmo se deitava com
Fergus em vez de usar sua própria cama.
Não havia nada de sexual nisso, não para Parker, pelo menos. Era
simplesmente sua metade ômega precisando de seu alfa por essa mesma
razão.
Para um homem, para qualquer um, entrar em pânico com algo tão
inocente sugeria um trauma passado. Fergus não queria pensar sobre isso, sua
mente já estava correndo com as possíveis coisas que Parker poderia ter
sofrido quando Fergus não estava lá para defendê-lo.
Parker uma vez disse a ele que ele e Jake não eram realmente
irmãos. Eles eram irmãos adotivos e, de alguma forma, conseguiram ficar
juntos até a idade adulta.
As crianças não eram tiradas dos pais sem nenhum motivo.
Normalmente não. Quanto mais Fergus pensava nisso, mais seu coração doía
por seu ômega.
— Quem machucou você?
Foi a pergunta errada a ser feita. O corpo de Parker ficou tenso
novamente, suas defesas subindo mais uma vez quando se afastou do controle
de Fergus.
Fergus deixou. Ele estava no controle novamente, então não havia
mais necessidade de contato físico.
— Ninguém me machucou. Apenas não me beije novamente. Eu não
sou gay.
— Eu sei. — E isso pouco importava porque agora Fergus sabia que
sua mordida também estava afetando Parker.
Ele poderia ser gay, hetero ou bi, e nada disso importava. Sentiria o
mesmo desejo por Fergus que Fergus sentia por ele.
Ficou claro que ele não queria sentir isso, no entanto, e Fergus
decidiu não pressioná-lo para que não caísse em outro pânico.
Parker desviou o olhar dele, as mãos ainda cerradas em punhos.
— Posso ir agora? Eu... eu quero sair daqui.
— Você não pode sair.
— Eu sei! — Parker parecia forçar o controle de volta para si mesmo.
— Só... quero ficar sozinho. Tenho que deixar as pessoas saberem que não vou
estar transmitindo ao vivo hoje à noite.
Fergus assentiu.
— Justo.
Parker pegou seu computador, ainda ocasionalmente olhando para
Fergus, como se estivesse preocupado em fazer outra coisa.
Fergus não se mexeu. Quando Parker saiu do quarto, Fergus sentou-
se na cama. Esfregou as mãos no rosto.
Que merda ele fez?

Capítulo 10

Trey segurou seus braços atrás do pescoço de Ronan, seu sangue


zumbindo e vivo com fogo quando o homem o beijou, tocou em todos os
lugares, e o levou para a cama.
Para a cama deles.
Porque Ronan queria compartilhar esse quarto com Trey.
Não ia ficar mais longe. Não haveria mais mal-entendidos. Um novo
começo.
Parecia natural marcar a ocasião…
Ronan empurrou Trey para baixo.
O pouso foi suave. Trey olhou para Ronan, para seu companheiro. O
homem tirou a camisa pela bainha. Esticou os músculos de seu abdômen e
braços quando arrancou a camisa de sua cabeça e a jogou para longe.
Ronan olhou para Trey como se ele fosse o homem mais sortudo da
Terra, em vez de ser o contrário.
Trey tinha praticamente ganho na loteria com isso.
— Eu te amo. — Ronan não quebrou o contato visual quando subiu
em cima de Trey. — Tão fodidamente muito.
Trey engoliu em seco. O calor no quarto era quase demais para
aguentar. O fogo do calor do corpo de Ronan só piorou muito, mas podia lidar
com isso.
A mão de Ronan pousou no peito de Trey. Ele sorriu.
— Não tem nada a dizer?
— Eu faço. — Trey imediatamente limpou a garganta. — Eu faço, só...
não sei o que dizer agora.
E o que poderia dizer? Trey não era o romântico. Ronan sempre
parecia saber o que dizer. Era confiante e bonito. Trey era uma bagunça e isso
em um bom dia.
— Você é fofo, — disse Ronan.
Trey sorriu para o elogio, seu corpo aquecendo ainda mais.
— Eu... talvez precise de água se vamos fazer isso.
Ronan inclinou a cabeça para o lado apenas ligeiramente.
Trey explicou.
— Por causa do jeito que você está me aquecendo. Preciso ficar
hidratado. A menos que queira que eu desmaie no meio disso.
Ronan soltou uma risada.
— Deus, você é realmente fofo.
Trey cobriu o rosto com as mãos.
— Pare de me chamar de fofo! Está fazendo isso pior!
Ronan pegou Trey pelo pulso, puxando a mão para fora do caminho.
Não parava de sorrir.
— Mas você é.
Ronan se inclinou. Não beijou Trey, não realmente, mas seus lábios
pastaram e deslizaram ao longo da carne aquecida de sua clavícula e pescoço.
— Você é tão adorável que não aguento. Juro que sabe que está
fazendo isso comigo também. É sua culpa que estou assim agora.
— Sério?
Trey sorriu. Não podia fingir que não gostava de ouvir algo assim.
Ronan assentiu.
— Só você já fez isso comigo. Me fez sentir como se um fogo
estivesse queimando dentro de mim. — Ronan deixou seus dentes deslizarem
pelo pescoço de Trey. — Quero mordê-lo. Me diga que vai me deixar te morder.
Trey assentiu rapidamente.
— Pode fazer o que quiser.
— Vai doer, — Ronan advertiu, recuando e olhando Trey nos olhos. —
Muito.
— Será?
— Não vai durar muito, — prometeu Ronan. — Quero ser sincero com
você sobre isso. Vai ser a pior dor que vai sentir em toda a sua vida, por cerca
de dois segundos, e então será o melhor prazer que já teve. Como cem
orgasmos em um só.
— Mesmo?
Por que Trey não perguntou a Jake ou Owen sobre isso? Teve muito
tempo para aprender mais sobre como o acasalamento entre um lobisomem e
um humano funcionaria.
Bem, supôs que nunca perguntou, porque honestamente nunca
pensou que estaria em uma situação como essa. Não achava que teria um final
feliz, então não havia muito sentido em esperar por uma mordida de
acasalamento.
— Realmente. — Ronan ronronou a palavra, sua voz profunda e
suave, fazendo a pele de Trey se arrepiar.
Trey estremeceu quando Ronan se inclinou e beijou o lado da
garganta. Assumiu que era onde Ronan queria colocar sua mordida, mas
Cristo, se sentiu melhor do que bom apenas para ter o homem beijando-o lá.
Poderia continuar fazendo isso e traria Trey ao orgasmo só com isso.
O pau de Trey endureceu. Se não estivesse usando calça, tinha
certeza de que teria saltado entre ele e seu companheiro, ansioso para ser
cuidado.
Claro que Ronan sabia como cuidar dele. O homem baixou a mão,
deslizando pelas roupas, segurando o pau de Trey como se soubesse que era
exatamente o que precisava.
Trey gemeu. Seus dedos apertaram firmemente os ombros de Ronan
enquanto empurrava contra a mão do alfa.
— Assim. — Ronan o beijou novamente, seus dentes mordendo a
garganta de Trey. — Minha mordida vai se sentir assim, mas muito melhor. Eu
prometo.
Não precisava prometer nada. Trey já estava totalmente a bordo com
essa ideia. Simplesmente não conseguia pronunciar as palavras enquanto
estava sendo tocado e beijado assim.
Continuava tentando dizer o quanto queria, tentando dar permissão a
Ronan para mordê-lo, mas tudo o que podia sair eram os pequenos suspiros
que forçavam a saída.
Estava uma bagunça. Ronan beijou e mordeu a garganta enquanto
acariciava o pênis através do jeans, e Trey gemeu como se esta fosse sua
primeira vez.
— Sim, — ele engasgou. — F-faça isso. Quero isso.
— Você quer isso?
Por que diabos tinha que soar como se estivesse em perfeito controle
de si mesmo quando Trey estava derretendo embaixo dele?
Trey tentou não rosnar, mas tinha que soltar as palavras.
— Quero isso! Morde-me! Por favor. — Essa última palavra saiu mais
de um ruído de mendicância do que qualquer outra coisa. Não importava. Trey
ficaria de joelhos diante de Ronan e imploraria tudo o que ele queria. Não se
importando como isso o faria parecer ou sobre o seu orgulho.
Qualquer orgulho de Trey poderia voar pela janela enquanto Ronan
nunca parasse de fazer isso.
Ronan suspirou. Realmente suspirou, como se fosse ele quem
estivesse lutando.
— Obrigado.
Trey não entendeu o que os agradecimentos eram, mas isso não
importava. Sentiu algo afiado perfurando a carne de sua garganta.
Então entendeu porque era um elemento tão importante para Ronan
conseguir permissão.
A dor foi incrível. Pior do que quando os vampiros o morderam e se
alimentaram dele. Mil vezes pior porque também o lembrava daquela dor e
horror.
Isso não estava certo. Isso durou mais de dois segundos. Isso foi há
mil anos, e foi horrível e ele queria que parasse!
Trey empurrou os ombros de Ronan, desesperado para tirar o homem
de cima dele, para acabar com isso, mas mal teve a chance de adicionar
pressão em suas mãos antes que a dor horrível se transformasse em um
prazer branco ofuscante.
Como se alguém mostrasse uma luz de câmera em seu rosto, tudo
desapareceu. Trey resistiu e se contorceu sob o corpo de Ronan quando gozou.
Não apenas gozou. Estava gozando. Continuou e continuou. Trey
nunca tinha experimentado um orgasmo como este antes em sua vida, e foi...
incrível. Podia ver estrelas brilhando na frente de seus olhos, e quanto mais
apertado agarrava o corpo de Ronan, melhor o prazer se tornava.
Seu corpo inteiro estava apertado com desejo e luxúria. Era como se
algo estivesse tentando espremer todo o prazer de seu recipiente que poderia
ser tirado dele.
Mais. Muito mais. Queria tudo.
— Ronan.
Trey tentou gritar o nome do homem, mas tudo o que conseguiu foi o
menor dos pequenos gritos.
Então, depois do que pareceram minutos, horas, até a última gota de
força e prazer foram drenados dele.
Trey queria rir de si mesmo, de quão ridículo se sentia, mas não tinha
forças para fazer isso.
Ronan estava lambendo o pescoço de Trey? Estava. Realmente
estava. E foi legal. Sua língua era quente e macia.
Como a língua de um cachorro. Ew, não, Trey não iria querer ser
lambido assim por um cachorro.
Mas lobisomens eram caninos. Supôs que não poderia deixar de fazer
essa comparação.
Quando Ronan se afastou para olhar para Trey, foi com o sorriso mais
brilhante no rosto.
— Está vendo? Mole-mole. Dois segundos de dor e dois minutos de
prazer.
Trey piscou. Ainda ofegava por respirar, suas roupas parecendo
suadas e molhadas agora.
— Não... nenhum desse jeito.
— Nenhum desse jeito quê? — Ronan deslizou um dedo pelo queixo
de Trey.
— A dor. — Trey realmente tinha que se concentrar em sua
respiração. — Isso durou mais de dois segundos.
Ronan assentiu.
— Todo mundo diz isso, mas acredite, foram apenas dois segundos.
— E juro que meu orgasmo durou uma hora!
O sorriso de Ronan poderia iluminar um quarto escuro.
— Estou feliz que tenha pensado assim. Foi um pouco de tortura ver
você se divertindo tanto. Queria tocar você em todo o seu corpo. Queria te
foder quando te vi gozando assim, mas foram apenas dois minutos.
Trey balançou a cabeça.
— Mas isso é impossível. Eu tinha tanta certeza...
Ronan levou Trey pelo queixo, forçando os olhos a se encontrarem.
— O que você está acostumado é ter orgasmos que duram cinco
segundos. Tenho certeza que dois minutos parecem horas.
O calor agradável que ainda estava se estabelecendo bem em todo o
corpo de Trey se tornou um pouco mais quente.
Ele assentiu.
— Acho que isso faz sentido.
Ele estendeu a mão, querendo tocar na mordida que Ronan acabara
de fazer.
Ronan rapidamente agarrou seu pulso.
Trey olhou para ele.
— É perigoso tocá-lo?
— Dê um minuto. Vai estar meio delicado.
— Eu preciso de um curativo?
— Se isso fizer você se sentir melhor. Mas tudo estará curado amanhã
de manhã. Eu me assegurei disso.
Trey pensou sobre o jeito que Ronan tinha lambido a ferida que havia
criado. Foi para isso então? Ou a nova cura de Trey tinha mais a ver com a
criança crescendo dentro dele?
— Você pode tocá-lo um pouco.
Ronan guiou a mão de Trey. Seus dedos tocaram em algo úmido e
quente. Isso foi tão longe quanto a curiosidade de Trey. Não queria colocar os
dedos dentro de uma ferida. Não era tão curioso.
Quando puxou os dedos para trás e viu o sangue ali, quase se
apavorou. O peso e o calor de Ronan em cima dele impediram isso, mas o
homem maior ainda era um lobisomem e aparentemente tinha sido capaz de
sentir o quão perto de um ataque de pânico Trey tinha vindo olhando seu
próprio sangue.
— Isso lembra você de antes?
Trey assentiu. A fazenda de sangue. Tocando sua garganta e puxando
a mão para trás, vendo sangue.
Trey não tinha sido escrupuloso em ver sangue antes de ir para a
fazenda de sangue, mas agora havia algo em ver isso que o fez... chateado,
para dizer o mínimo.
— Estava esperando isso, porque era você, olhar para isso não me
incomodaria.
— Mas ainda existe. — Ronan não formou isso como uma pergunta.
Quando Trey olhou nos olhos do homem, era óbvio que sabia a resposta.
— Desculpe.
Ronan sacudiu a cabeça. Segurou as bochechas de Trey, inclinando-se
e pressionando suas bocas juntas. Quando ele se afastou, seus olhos eram tão
gentis e suaves.
— Você nunca se arrependa disso. Entendo completamente. Nunca
iria usar isso contra você.
A garganta de Trey inchou dolorosamente. Tentou sorrir para seu
companheiro, para tranquilizar Ronan, mas sua boca tremeu. Não podia fazer
isso. Não podia nem fazer uma pequena coisa para mostrar ao seu
companheiro que ele estava bem.
— Não force, — disse Ronan. — Você não precisa se sentir feliz se
não estiver feliz.
— Mas estou feliz, — insistiu Trey. — Não sei porque estou me
sentindo assim. Estou feliz porque desta vez foi você quem me deu uma
mordida. Estou feliz pelo que isso significa. Sei que não é o mesmo que
quando os vampiros estavam fazendo isso. Eu... talvez esteja apenas confuso
com tudo isso, mas estou feliz que foi você que fez isso.
Ronan acariciou a bochecha de Trey.
— Então estou feliz. Contanto que você seja feliz, então eu também
estou.
Trey riu um pouco. Enxugou os olhos, mas depois ficou com um
pouco do próprio sangue no rosto.
Ronan riu dele por isso. Alcançou a mesa de cabeceira por uma caixa
de tecido.
— Segure firme.
Ele realmente lambeu o tecido e começou a esfregar o sangue no
rosto de Trey.
— Espero que você não tenha o hábito disso, — disse Trey.
— Não deixar sangue em seu rosto, e não vou. Ou sujeira.
Certo. Trey teria que ter cuidado em torno de seu companheiro.
Ronan gostava de fazer todos os cuidados, ao que parecia.
— Agora, — disse Ronan, jogando o lenço no chão, — que tal tirar
você dessa calça? Isso deve estar desconfortável.
Os dedos de Ronan engancharam sob a cintura do jeans de Trey.
Abriu o botão e abaixou o zíper, os dentes de metal rangendo quando se
separaram.
Trey se concentrou em sua respiração quando o calor ao redor dele
começou a aumentar novamente. Maldição, isso foi incrível. Não podia
acreditar como isso já era bom, e quando seu pau tinha mais espaço para
respirar, Trey gemeu.
Mas então ficou imediatamente desconfortável de novo e precisou se
abaixar para se tocar.
Já teve muitos orgasmos. Os da noite passada só deveriam ter
significado que o corpo dele exigiria um período de descanso, mas isso não
parecia estar prestes a acontecer também.
— Juro, acho que estou viciado em você.
Os olhos prateados de Ronan brilharam. Trey viu uma sugestão de
seu lobo interior dentro daquele olhar.
— Gostaria de manter você viciado em mim, se não for demais.
Trey assentiu.
— Sim.
Definitivamente não se importava com esse vício também.
Quando o jeans de Trey estava ao redor de seus joelhos, Ronan se
inclinou e pressionou seus lábios no pênis de Trey, que ainda estava coberto
por sua cueca.
O coração de Trey quase explodiu. Ninguém jamais o beijou daquele
jeito antes, e quando Ronan virou os olhos para olhar para ele enquanto fazia
isso, Trey perdeu toda a força em seus braços enquanto caía de costas mais
uma vez.
— Oh Deus, você vai me torturar a noite toda, não vai?
— Só um pouco, — Ronan prometeu, puxando a cueca de Trey. —
Apenas o suficiente para que você saiba o que está por vir. Prometo que não
serei uma provocação má.
Provou isso quando Trey sentiu a pressão quente e úmida dos lábios
de Ronan ao redor da cabeça de seu pênis. A coluna de Trey se arqueou. Sua
boca abriu e ele ofegou por ar.
Era como se não houvesse ninguém no quarto. Por uma fração de
segundo, Trey esqueceu como respirar, mas depois tudo deu certo de novo e
conseguiu. Engasgou para respirar quando essa boca deslizou ao redor da base
de seu pênis.
Trey convocou toda a força em seus braços que poderia se apoiar.
Olhou para o que Ronan estava fazendo, e gemeu de novo, o calor em seu
corpo aumentando enquanto observava esse homem poderoso descer sobre
ele, sua cabeça subindo e descendo.
Ronan olhou para cima, sorrindo ao redor de sua boca, e Trey gemeu
quando Ronan deixou sua língua deslizar pelo comprimento.
Ronan segurou as bolas, rolando-as suavemente enquanto voltava
sua atenção para o pênis.
Trey ofegou por respirar. Ele ia implodir. Ronan seria honestamente a
morte dele.
Era possível overdose em um orgasmo? Trey não podia ter certeza,
mas já sentia o prazer aumentando dentro dele.
Não queria gozar. Queria que isso durasse mais tempo.
Foi por isso que Trey empurrou os ombros de Ronan.
— N-não, pare.
Ronan se afastou rapidamente, franzindo um pouco a testa.
— Qual é o problema? Você está bem?
Trey assentiu. Um dia, depois que parasse de se sentir tão frágil,
Ronan deixaria de tratá-lo como se fosse frágil.
— Quero você dentro de mim. Quero gozar com seu pau em mim. —
Trey lutou para empurrar seu jeans o resto do caminho até as pernas. Queria
libertá-lo para que pudesse fazer isso corretamente com seu companheiro.
— Não me importo como você me quer, mas quero que me foda.
Agora mesmo.
Aqueles olhos prateados ficaram vermelhos. Era emocionante toda
vez que Trey via isso em seu companheiro. Ele gostava de saber que havia um
lado mais selvagem em Ronan que Trey podia falar neste nível primitivo.
— Você também quer dentro de mim, certo? — Sentindo-se corajoso
por todo o prazer que tinha recebido até agora, Trey tocou o pau de Ronan em
sua calça, observando a maneira como as narinas do homem queimavam.
— Você está usando muito. Tire isso.
Ronan assentiu, abrindo o cinto, abaixando a calça e saindo dela
antes de chutá-la para longe. Ainda estava de meias, o que Trey achou
engraçado.
Ronan estava nu, exceto por suas meias, e Trey estava nu da cintura
para baixo, vestindo apenas sua camiseta.
Havia algo atraente sobre fazer amor com algumas de suas roupas
naquele momento. Não podia explicar por que ou o que causou esse
sentimento, mas quando Ronan pegou a camiseta de Trey, teve que detê-lo.
— Quero continuar com isso.
Estava esperando que ele não tivesse que explicar porque
definitivamente não tinha uma resposta.
Felizmente, não precisou se explicar. Ronan sorriu para ele, como se
já entendesse o que Trey queria.
— Espalhe suas pernas para mim.
Trey fez. Sempre se sentiu tão vulnerável com esta parte, mas
quando Ronan se inclinou para baixo, beijando seu ânus antes de pressionar os
dedos para ele, Trey se acalmou.
Sempre se esqueceu da vulnerabilidade e do embaraço dessa parte.
Ronan era bom nisso.
Ronan pegou o lubrificante. Deve ter mantido isso perto. Talvez para
seu uso pessoal, ou poderia estar esperando que Trey fosse até ele.
Estava frio no começo, mas depois esquentou quando aplicado em
seu ânus.
Trey estremeceu.
— O que é isso?
Ronan sorriu para ele.
— Você gosta?
Trey assentiu. Inferno sim, gostou. Não queria que Ronan parasse de
fazer isso também.
Não precisava dizer isso para o homem. Ronan entendeu quando
empurrou os dedos mais fundo, tesourando-os, encontrando o ponto ideal de
Trey e acariciando-o.
— Se... se você continuar fazendo isso, então eu vou...
— Eu sei. — Ronan pressionou sua boca na coxa de Trey, seus dentes
raspando a carne. — Não vou te empurrar para o limite. Ainda. — Ele tesourou
seus dedos. — Só quero ter certeza que vai estar pronto para mim.
Trey olhou para o homem.
— Você se certificou de que eu estava pronto o suficiente na noite
passada. Não acho que muita coisa tenha mudado desde então.
Ronan sorriu para ele, provando que realmente estava apenas
provocando Trey.
Então ele deu de ombros.
— Sabe o que? Você está certo.
Ronan colocou um joelho na cama. Alcançou os quadris de Trey,
arrastando-o para frente com o tipo de força que Trey gostava.
— Levante sua perna.
Trey assentiu, fazendo o que lhe foi dito, colocando o tornozelo no
ombro de Ronan, e então sentiu a cabeça escorregadia do pênis de Ronan
provocando seu ânus com uma bela perícia.
— Deus, eu amo essa parte, — Ronan suspirou, e então avançou.
A parte inicial de ser preenchido era algo que Trey pensou que nunca
ia se acostumar. Gostava disso. Gostava de saber que ele e seu companheiro
eram um, assim, e isso soava brega e estúpido, mas não tinha outra maneira
de descrevê-lo.
— Mova-se, apresse-se e mova-se, — implorou Trey, mesmo quando
Ronan começou a se mover.
Sim, estava um pouco impaciente.
Para sua sorte, parecia que Ronan gostava dele daquele jeito. Seus
brilhantes olhos vermelhos brilhavam como rubis e, quando sorria, revelava
seus dentes brancos e afiados.
— Você deveria se ver agora, — Ronan disse, sua voz mais perto de
um rosnado do que qualquer outra coisa. Ele se abaixou, seus dedos enrolando
em torno do pênis de Trey. — Deus, você é tão fodidamente sexy, o jeito que
se move quando estou dentro de você, seu corpo apertando por mim.
— Como isso?
Trey prestou uma atenção especial à forma como os olhos de Ronan
se fecharam, como o prazer se tornou óbvio a partir do olhar em seu rosto.
Trey fez isso de novo. Apertou o corpo em torno do pênis de Ronan,
amando que era capaz de recuperar algum controle e dar o melhor que
conseguisse.
Não que Ronan o fizesse se sentir completamente desamparado
quando estava transando com ele, Trey até gostava do desamparo, de saber
que estava sendo cuidado por alguém que amava e cuidava dele.
O fato de que poderia fazer Ronan cerrar os olhos, fazê-lo assobiar e
gemer contra o tornozelo de Trey, no entanto, era toda a recompensa de que
precisava.
— Foda-se, — Ronan suspirou e então soltou o pênis de Trey. —
Toque-se.
Trey fez. Agarrou seu pênis, e seu prazer aumentou ainda mais
quando Ronan o observou.
Novamente, Trey ficou mudo com a sensação de ser olhado como se
fosse desejável. Ronan olhava para ele como se fosse o prêmio.
Ronan mudou o ângulo de suas estocadas, jogando Trey fora
enquanto gemia do choque de prazer.
— Estava se perguntando se você estava prestando atenção, — disse
Ronan e depois fodeu com ele mais forte, mais rápido. Fez a cama ranger por
misericórdia, e era uma cama grande. Trey não tinha certeza de como isso era
possível, mas o homem fez isso.
E Trey perdeu o controle total de si mesmo. Ele se jogou à mercê de
Ronan, deixando o homem levá-lo aonde precisava ir, para onde tinha que ir.
Trey sentiu a onda de calor atirando dentro dele antes de seu próprio
orgasmo atingir. Amou. Ele sobreviveu a Ronan mal, mas era tudo o que
importava quando finalmente se lançou sobre a borda para encontrar o
orgasmo de seu companheiro.
Ronan quase se inclinou ao meio enquanto se inclinava, beijando-o.
Trey agarrou seu cabelo, apertando-o com força em seus dedos, mantendo
Ronan no lugar porque sua boca tinha um gosto tão bom.
O orgasmo de Trey estava longe de ser tão poderoso quanto o que
recebera quando Ronan o mordeu. Na verdade, foi quase suave em
comparação.
Isso não importava. Trey amou a intimidade demais. Adorava a
atenção ao detalhe que Ronan usava quando fazia amor com ele, como podia
sentir o quanto seu companheiro o amava mesmo quando não dizia isso.
Sentiu como se fosse o homem mais sortudo da face da terra. Não
muito tempo atrás, nunca teria pensado isso em sua vida. Apenas alguns
meses depois que foi preso em uma fazenda de sangue de vampiros e Trey era
o mais feliz que já esteve em toda a sua vida.
— Obrigado.
Ronan se afastou. Seus olhos estavam nublados pela luxúria. Um fino
brilho de suor se acumulava em sua testa. Ainda sorriu para ele.
— Pelo quê?
Maldição. Trey estava começando a se sentir emocional novamente.
— Por tudo. Por me resgatar. Por estar apaixonado por mim. E por
isso.
Gentilmente bateu em seu pescoço. Esqueceu tudo sobre a dor, e
quando tocou, Trey sentiu uma grande casca se formando.
Ronan tinha sido sério quando disse que ia curar rápido.
A expressão do alfa ficou séria. Ele se inclinou, beijando Trey na boca
rapidamente antes de se afastar.
— Você sabe que eu sempre amarei você, certo?
Trey assentiu.
— Sim. — Sabia disso agora.
— E sabe que, se alguma coisa acontecesse, eu sempre viria para
resgatá-lo, certo?
— E o... — Trey apontou para sua barriga. Ainda não tinha certeza
sobre a palavra bebê, mas sabia que Ronan tinha a ideia geral.
— Sempre.

FIM

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