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Natasha Anders
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Open Book Traduções
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Capítulo Um
Theresa caiu para o colchão, o seu corpo escorregadio de
transpiração e mole de prazer. Espasmos da sua poderosa libertação ainda
violentamente atormentavam a sua forma fina. O seu marido, Alessandro,
tinha-se desembaraçado, separado e distanciando-se dela dentro de
segundos do seu mútuo orgasmo e deitou-se de costas ao lado dela, a sua
respiração pesada e irregular.
Theresa virou-se de lado para traçar amorosamente o perfil dele com
os olhos, ansiando tocar e acariciar a pele suave e pele levemente morena,
mas ela sabia que o seu toque seria rejeitada. As palavras dele, aquelas
que ele sempre dizia depois do seu clímax, ainda levitavam no ar entre eles,
e ainda, depois de todos esses meses, doíam mais do que deveria.
— Dá-me um filho, Theresa...
Com essas quatro palavras, ele matou o brilho após-orgasmo,
destruiu a intimidade do momento, e renegou o acto para nada mais do
que um imperativo biológico. Depois de dezoito meses do mesmo, Theresa
tinha finalmente aceitado que nunca iria mudar. Não tinha sido uma
realização abruta. Não, tinha sido um que tinha crescido firmemente desde
a primeira vez que ele as tinha dito.
Mas Theresa tinha as suas próprias quatro palavras. Eram palavras
que tinham ficado na ponta da sua língua por meses e deveriam ter sido
faladas muito antes de agora. Palavras que ela não poderia mais engolir;
não importava o quão magoava dizê-las. Ela sentou-se, nua, o seu corpo
ainda a tremer, e moveu os joelhos para o seu peito. Ela envolveu os seus
braços em torno das suas pernas, pressionou a bochecha nos seus joelhos,
e assistiu a respiração dele estabilizar-se e o seu próprio tremor
desvaneceu-se. Ele deitou-se de braços abertos, magnificamente nu, os
olhos fechados, mas ela sabia que ele não estava a dormir. Como de
costume, ele iria tomar alguns momentos para compor-se ainda de se
dirigir para o duche, onde ela sempre o imaginava a esfregar
freneticamente o perfume dela e toque da sua pele bronzeada.
Ela não poderia mais conter as palavras, e elas foram derramadas dos
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seus lábios em seriedade desesperada.
— Quero o divórcio, Alessandro.
Ele tencionou. Cada músculo do seu corpo apertou-se como uma
mola antes de ele se virar para encontrar o olhar dela. Os olhos dele
estavam encapuzados, e o lábio superior curvado de maneira zombadora.
— Mas eu pensei que tu me amavas, Theresa, — ele gozou com
requinta crueldade, e Theresa fechou os seus olhos, tentando marcar a dor
que as suas palavras causaram. Quando ela tinha certeza que ela tinha as
emoções sob controlo, ela abriu os olhos.
— Não mais. — Ela esperava que a mentira soasse convincente.
— Hmmm, — ele ronronou. — O que aconteceu ao "Eu vou amar-te
para sempre, Sandro?
— As coisas mudam, — ela sussurrou.
— Que coisas? — Ele rolou para o seu lado e elevou-se pelo cotovelo,
descansando a cabeça na sua mão. Ele parecia-se tanto como um
gladiador romano em repouso que a garganta dela ficou seca de desejo.
Ela engoliu dolorosamente.
— Sentimentos mudam..., — ela gaguejou. Novamente ele deu
aquele ronronar grave em consentimento, mas Theresa não se deixou
enganar pela sua postura relaxada; ele estava tentado como uma serpente
enrolada. — Eu... Eu mudei...
— Tu não pareces diferente, — ele disse, a voz ainda terrivelmente
suave. — Ainda a mesma Theresa que eu casei. Aquela que proclamou que
me amava tanto que não poderia viver sem mim. Aquela cujo papá teve
certeza que ela tivesse exatamente o que queria...
E foi então que ele atacou, sem se mover, sem nem sequer uma
mudança de voz.
— A mesma pequena tímida Theresa que nem sequer pode-me dar a
única coisa que eu quero desta desculpa patética de casamento. — Ela
vacilou, mas recusou-se a desviar o olhar.
— São mais razões para um divórcio, — ela tentou ser indiferente
mas falhou miseravelmente.
— Talvez para ti. — Ele deu de ombros. — Mas eu disse-te desde o
início, cara, que não iria haver uma saída fácil desde casamento. Não antes
de eu conseguir o que quero de ti, e esse dia parece estar muito distante.
Infelizmente, por mais cliché que pareça, tu fizeste a tua cama e agora
ambos temos que nos deitar nela!
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— Eu não quero mais viver assim. — Ela enterrou o rosto nos seus
joelhos e lutou para manter as lágrimas na margem.
— Nenhum de nós tem muita escolha... — ele sentou-se e alongou-
se languidamente antes de se levantar e caminhar até à casa de banho da
suite. Theresa ouviu o chuveiro começar momentos depois e levou uns
segundos para se compor antes de enxugar as lágrimas quentes do seu
rosto com as costas das mãos. Ela arrastou-se e caminhou para a cozinha
para servir-se de um copo de leite quente e mel. Era uma mistura que a
mãe costumava fazer para ela quando ela era uma criança, e ela esperava
que a bebida confortável iria confortar os seus nervos esfarrapados.
A tarefa familiar de preparar a bebida acalmou-a significamente, e ela
estava prestes a subir para o banco no balcão e tomada o primeiro gole
quando sentiu a presença de Sandro atrás dela. O cabelo na nuca do
pescoço levantou-se, e as suas mãos começaram a tremer novamente.
— Deves estar com frio nessa pequena coisa que estás a usar, — ele
observou ociosamente, indo em direção ao frigorífico por um pacote de
sumo de laranja. O cabelo preto dele estava húmido e levantado em tufos
onde descuidadamente secou com a toalha depois do duche. Ele vestia
nada mais do que um par de boxers pretas. Ele estava tão lindo como
sempre, e Theresa odiou-o mais do que nunca por aquela perfeição
masculina.
— Estou bem. — Ela levantou-se abrutamente e andou para a pia
para lavar a sua chávena, mas ele agarrou o seu cotovelo para parar o
movimento. Ela tencionou, chocada pelo toque... Alessandro nunca a
tocava fora do quarto. Nos dezoito meses em que eles estavam casados,
esta foi a primeira vez que ela recordava- dele a tocar sem que fosse um
percussor para sexo. Ele inclinou-se para perto dela e baixou os lábios para
a orelha dela. Ela sentiu a sua respiração quente no lado da cara antes que
ele falasse.
— Não vai haver mais conversa sobre divórcio, Theresa... nunca,—
ele disse-lhe com um ar doentio de finalidade.
— Não podes parar-me de divorciar-me de ti, Sandro, — ela
respondeu corajosamente.
— Tu queres mesmo um divórcio, cara? — ele perguntou.
Ela assentiu com a cabeça rigidamente.
— Se tu conseguires esse divórcio, a tua prima perde o seu negócio, e
ela não pode lidar com isso agora, não com o bebé a caminho. Ela e o
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marido precisam de todo o capital que eles conseguirem. — De alguma
forma, ela não estava à espera disto. Ela deveria, mas não estava. Sandro
tinha emprestado à sua prima, Lisa, dinheiro para começar a sua livraria.
Theresa não sabia os detalhes desse empréstimo, mas ela tinha sempre
assumido que tinha sido dado por generosidade. Olhando para ele agora,
ela não conseguia acreditar na sua própria ingenuidade. Sandro não fazia
nada por pura generosidade, e esse empréstimo era meramente outra
arma para ele usar contra ela.
— Tu não o farias, — ela respondeu. — Lisa não fez nada para
mereces isso.
— Cara, eu farei o que for preciso para ter o que quero de ti.
— Eu tenho dinheiro também, eu posso ajudá-la... — Ela começou
desesperadamente.
— Não, tu tens um pai rico, e ele teve a oportunidade de ajudar Lisa,
mas ele mostrou o seu desprezo dessa ideia mais do que óbvio naquela
momento, e tu sabes que ele nunca irá apoiar-te através de um divórcio,
Theresa.
— Eu ainda não acredito que tu o farias! Tens uma reputação para
defender. Tu és um homem de negócios honesto, e tu não irias destruir um
pequeno negócio meramente para provar um ponto. Que tipo de
mensagem isso iria enviar? — ela perguntou.
— Que eu não estou de brincadeiras. — Ele deu de ombros. — Tu
honestamente pensas que eu me importo com o que as pessoas pensam
de mim, Theresa? Eu nunca o fiz e nunca o farei. Tu és fraca e mimada.
— Não sou... — Ela tentou defender-se, mas ele fez um som de
escárnio na parte de trás da sua garganta antes de continuar como se ela
não houvesse falado.
— Vais ter o teu divórcio eventualmente, mas há algo que eu preciso
de ti antes. Tu querias este casamento, lembras-te? Tu suplicaste por isso,
tenho a certeza. Então se tu quiseres este divórcio agora mesmo, vai ter
algumas grandes penalidades. Estás disposta a jogar com o futuro da tua
prima?
Theresa não o faria, e Sandro sabia disso. Ele tinha-a exatamente
onde a queria. Não haveria nenhum divórcio. Não quando estava tanto em
jogo. Mas haveria mudanças... Theresa Chloe Noble de Lucci estava
cansada de ser um capacho! Ela não disse nada, escolhendo se virar ir
embora ao invés. Ele olhou-a ir, e ela conseguia sentir os olhos dele
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queimar através da sua fina figura mas ele não a chamou de volta. Ela não
regressou ao quarto que eles compartilhavam desde o primeiro dia do seu
casamento, optando invés disso para se caminhar para a livraria, sabendo
que ela não conseguiria dormir. Não naquele quarto, não mais.
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Capítulo Dois
O ambiente ao pequeno-almoço ainda era grosso com a tensão. A
discreta equipa tinha posto o habitual bufê de domingo no pátio
ensolarado próxima da piscina antes de desaparecerem. Sandro não
gostava de distração nos domingos de manhã, então ele preferia não ver o
pessoal de limpeza, e normalmente, mesmo que insistisse que Theresa
tivesse as refeições com ele para manter as aparências, ele a ignorava em
favor do seu Sunday Times. Naquela manhã, apesar da barreira do
costume do jornal entre ele e o resto do mundo - ela - ela podia sentir a
sua fúria. Depois de uma tensa meia hora, ele amassou o papel entre os
punhos e atirou-o fora antes de olhar para ela através da mesa de vidro.
— Eu quero saber exatamente onde estiveste ontem, Theresa, — ele
exigiu.
— Porquê que te importas? — ela perguntou, cansada. — Tu
certamente desapareces sem explicação vezes o suficiente por nós os dois.
— Nós não estamos a falar de mim aqui, — ele apontou.
— Não, mas acho que é hora de falarmos sobre ti, sobre o teu
comportamento escandaloso, sobre as outras mulheres e o teu flagrante
desrespeito sobre o facto de que és casado!
— Eu não me sinto casado! — Ele soou quase defensivo.
— Não? — Ela respondeu imprudente. — Bem, talvez eu não me
sinta casada também. Talvez eu estou pronta para ser escandalosa. Talvez
eu esteja pronta para outros homens e casos extraconjugais também!
— É melhor que isto não seja a tua maneira de me dizeres que
estiveste com outro homem ontem à noite, Theresa, — ele disse
ameaçadoramente, a voz estranhamente calma. Theresa ignorou o aviso
na sua voz.
— Então e se for exatamente o que te estou a dizer? — ela perguntou.
— O que vais fazer acerca disso? Fazer da minha vida um inferno? Bem,
surpresa, surpresa, já é um inferno! Faz o teu pior!
— Qual é o nome dele? — ele exigiu em voz letal controlada que
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enviou um tremor involuntário pela espinha dela. Ela reconheceu que o
tinha empurrado longe demais, mas sabia que, mesmo que recuasse agora,
não iria aplacar a sua raiva. — Theresa, quem diabos é ele?
Theresa não podia negar, mas sentiu um pequeno fim de medo
instintivo. Sabia que ele tinha uma coleira apertada sobre o seu
temperamento, mas agora a coleira parecia tensa ao ponto de ruptura.
— E-Eu estava a falar hipoteticamente, — ela gaguejou,
abandonando qualquer pretensão de bravura.
— Não acredito em ti, — ele cuspiu furiosamente.
— Eu não estava com ninguém. Eu só queria uma pausa!
— Uma pausa, — ele repetiu com pleno desprezo.
— Sim uma pausa! Uma pausa de ti e desta vida. Eu não quero mais
estar neste casamento. Eu quero sair dele e quero ficar longe de ti! Por
favor, eu só quero o divórcio Sandro. Por favor.
— Tu terás o teu divórcio quando eu tiver o meu filho, — ele lembrou
impiedosamente.
— Isso é tão doente, — ela protestou. — Porquê que quererias ter
um filho com uma mulher que tu desprezas? — Ele não respondeu, e ao
invés disso deu-lhe um olhar perscrutador.
— Tu honestamente não sabes, pois não? — ele disse em descrença,
e ela piscou em confusão.
— Saber o quê? — ela perguntou em branco, distraída pela
expressão na cara dele. Novamente ele não respondeu. — Saber o quê?
— Porquê que te casaste comigo? — ele perguntou.
— Tu sabes porquê. — Ela estava indignada pela maneira como ele
esfregava sal na ferida, incapaz de acreditar, que depois de um ano e meio
de tratamento semelhante, ele pudesse ser tão cruel.
— Esclarece-me, — ele solicitou, e ela inalou trémula, antes de se
levantar com a máxima dignidade que podia reunir. Sentia-se trémula e
enjoada e não poderia estar mais perto dele. Ela deu um passo instável
para longe da mesa, balançando tanto que ele saltou e apertou uma mão
ao redor do braço fino dela para a estabilizar.
— Theresa? — Ele soava quase abalado.
— Eu estou bem. — Ela tirou a mão dele. — Apenas levantei-me
rápido demais. Agora, com licença, eu tenho coisas para fazer!
— Espera... — ele disse urgente. — Eu fiz-te uma pergunta.
— Uma pergunta estúpida à qual já sabes a resposta, — ela retrucou.
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— Talvez eu queria ouvir a resposta novamente. — Ele estava a ser
totalmente burro acerca disto, e não pela primeira vez na sua vida, Theresa
queria bater nele.
— Oh Deus, porquê que insistes em fazer isto comigo? — ela rosnou.
— Realmente amavas-me, não era? — ele respirava com espanto, e
ela atirou-lhe um olhar assombrado antes de se virar.
— Podes ter a certeza que o quer que eu sentia por ti quando nos
casamos já não é um problema. Eu quero o divórcio, e nada do que tu
digas ou faças pode-me induzir a ficar contigo, — ela insistiu, e ele a
surpreendeu ao assentiu pensativo.
— Sim. Estou a começar a perceber isso, — ele reconheceu
suavemente. Não havia mais nada a dizer, então ela foi embora com a
cabeça erguida e a dignidade intacta.
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Rick e Lisa não faziam nada mais produtivo do que ver DVD's quando
Theresa chegou. Lisa, no seu estado avançado de gravidez, não poderia
fazer muito mais. Ambos descansavam na sala, Rick parecendo
devastadoramente lindo nuns confortáveis, gastos par de jeans e uma
camisola cinzenta que definitivamente tinha visto melhores dias. Lisa,
entretanto, parecia miserável na sua enorme camisola de futebol de riscas
azuis e brancas que Theresa sabia que tinha pertencido a Rick, que era um
jogador de domingo à tarde, e um par de leggins azuis. Ela estava do
tamanho de uma baleia bebé. Theresa simplesmente derreteu ao captar a
visão da sua prima mais nova irritadiça, e mais uma vez resolveu não fazer
nada que comprometa a sua felicidade e saúde. Ela deu um beijo na
bochecha de Lisa e um no topo da cabeça de Rock ao passar por detrás do
sofá onde ambos estavam sentados. Rick sorriu para ela.
— Nada excitante planeado para hoje, docinho, — ele informou
alegremente enquanto Theresa sentava-se no outro sofá. — Receio que
nos estejamos a sentir um pouco fora de sorte hoje, um pouco mal-
humorados, se quiseres. Então, nós vamos ficar por casa, na esperança que
irá melhor o nosso temperamento...Ouch! — A última pronunciada
enquanto Lisa batia-lhe na parte de trás da cabeça.
— Para de falar dessa maneira, tu sabes que me põe maluca! Eu não
sou uma criança de dois anos a ter uma birra. Sou a mulher hormonal que
tu engravidaste! Por isso não me empurres, imbecil.
Rick lançou um triste olhar à sua amiga divertida e murmurou um
sabiamente silencioso "Vês?". Theresa sorriu antes de chutar os sapatos e
arrastar os pés debaixo de si. Ela estava vestida casualmente também,
usando um par velho de jeans e uma camisola azul clara com uma grande
e brilhante borboleta impressa na frente.
— O que estamos a ver? — Theresa perguntou, inclinando-se para a
frente para servir-se de uma mão cheia de pipocas de uma taça de vidro na
mesa de café.
— Alguma coisa romântica que tem a Lisa a dissolver-se em lágrimas
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a cada dois minutos mais ou menos. — Rick encolheu os ombros com
desdém, ignorando a maneira que a sua esposa o olhava por cima dos seus
pequenos óculos redondos. — Deus, os sacrifícios que faço para manter
esta mulher feliz, — ele disse com um gemido, e Lisa engasgou de
indignação.
— Bem, se fosse à tua maneira, estaríamos a ver algum macho idiota
a praguejar e perfurar o seu caminho com socos através de duas horas de
explosões implacáveis, perseguições de carros e tiroteios, — ela retrucou,
e ele sorriu para ela.
— O teu ponto é?
— Aaargh!
Pela primeira vez em muito tempo, Theresa sentiu uma risada
borbulhar na sua garganta. Rick de repente sorriu antes de deixar cair um
braço ao redor dos ombros da mulher para arrastá-la para perto. Ele
colocou a sua mão protetoramente sobre o estômago dela, e Lisa colocou-
se numa luta simbólica antes de suspirar contentamente e deixar cair a
cabeça no ombro largo dele. Theresa assistiu-os com inveja por uns
momentos antes de tentar se concentrar no filme. Ela pensou que Rick
tinha exagerado sobre a resposta da sua prima no filme sentimental, mas
foi verdade; Lisa snifava em média em cada dois minutos. Theresa estava a
conseguir ficar um pouco absorvida no trauma quando a campainha tocou.
Rick desculpou-se e saltou para atender. Lisa observou-o ir com um sorriso
leve no rosto. Estava quieta durante um tempo antes de abanar a cabeça,
exasperada.
— Sabes, se eu não o amasse tanto, eu provavelmente o tinha
matado até agora, — ela admitiu amargamente, e Theresa surpreendeu-se
a si própria ao rir em voz alta em resposta à confissão descontente da
prima. Ela não conseguia acreditar que o seu senso de humor ainda
continuava intacto depois dos eventos das últimas 48 horas. Rick fez o seu
caminho de volta até à sala, parecendo estranhamente severo, e todo o
riso e luz sumiu do rosto de Theresa quando viu quem estava atrás do
homem alto e loiro.
— O que estás tu aqui a fazer? — ela conseguiu dizer depois de um
momento de silêncio.
— Eu pensei que poderia acompanhar-vos para almoçar. — Ele deu
de ombros, balançando a cabeça em tom de desculpas para uma Lisa ainda
boquiaberta. — Posso-me sentar? — Ele indicou o sofá que Theresa
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ocupava.
— Sim, claro. — Lisa acenou graciosamente.
— Não! — Ambos Rick e Theresa gritaram ao mesmo tempo que Lisa
concordou. Sandro sorriu sem graça antes de escolher ignorar a rejeição
veemente e sentando-se ao lado de Theresa. Ela recuou o mais longe
possível que podia, mas Sandro optou por ignorar isso também. Ele
inclinou-se para a frente e colocou os cotovelas nas suas coxas abertas,
com as suas grandes e masculinas mãos penduradas entre as pernas.
Focou-se intensamente em Lisa.
— Como tens estado, Elisa? — Ele perguntou gentilmente. Ele era o
único que chamava Lisa pelo seu nome completo, e Theresa podia sentir
Rick eriçar. Rick não conseguia suportar Sandro de todo; ele odiava a frieza
de Sandro em direção a Theresa. Apenas o decreto de Theresa que Rick e
Lisa não interferissem no seu casamento mantinha Rick civil em torno de
Sandro. Lisa sabia quase desde o início que o casamente de Sandro e
Theresa estava perturbado, e ela não estava feliz sobre o tratamento de
Sandro à sua prima, ofereceu o seu apoio ao estar lá quando Theresa
precisasse de um ouvido simpático.
— Bem, obrigada, — Lisa murmurando, esfregando a mão no seu
estômago num gesto instintivo maternal. — Um pouco cansada, mas
suponho que é o esperado quando se está a carregar outro ser humano ao
redor. — Sandro sorriu, ele realmente sorriu, e acenou.
— De facto.
— Rick, por amor de Deus, para de pairar e senta-te, — Lisa virou-se
para o seu ainda carrancudo marido. — Eu gostaria de terminar de ver este
filme em algum momento este ano! Nós vamos almoçar depois disso,
Alessandro, espero que não te importes?
— É claro que não, — ele disse, inclinando-se para trás fazendo com
que Theresa se sentisse claustrofóbica quando ele a lotava com o seu
corpo enorme. — O que estamos a ver?
Lisa disse-lhe, e Sandro fez um trabalho admirável de esconder a sua
careta. Lisa mal conteve o seu próprio sorriso antes de clicar no botão Play.
Rick reuniu-se com ela no sofá, enviando olhares periódicos a Sandro, que
mantinha os olhos grudados no ecrã e parecia injustamente relaxado.
Lisa deixou cair a cabeça no ombro largo do marido e retomou ao seu
fungar ocasional, e Rick, incapaz de permanecer zangado por muito tempo
com a esposa envolta nele, arrastou Lisa para perto novamente e se
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aconchegou contra ela. Os dedos dele entrelaçaram-se com a dela sobre o
seu estômago, e Theresa sentia-se como se fosse a única pessoa sã no
espaço. Sandro estava esparramado ao lado dela, os ombros e coxas
roçando-a cada vez que ele respirava; o outro casal aconchegava-se como
um casal de pombinhos; e ela, Theresa, sentia-se como se fosse perder a
cabeça!
Ela levantou-se abruptamente e saiu da sala, tropeçando em direção
à cozinha, onde ficou no meio do espaço inalando grandes suspiros de ar.
Ela deveria ter sabido que ele a iria seguir mesmo para ali. Quando ela se
virou para a porta da cozinha, ali estava ele. Ele a olhava e parecia
esplêndido na sua própria versão de roupa casual - um par de jeans azuis
desgastados e uma camisola preta com o primeiro botão aberto para
revelar a coluna forte e musculina do seu pescoço.
— Porquê que vieste aqui? — ela sussurrou.
— Eu pensei que poderíamos passar algum tempo juntos, — ele
disse em tom gentil que Theresa instintivamente desconfiava.
— Mas eu disse-te, eu não quero passar tempo contigo, — ela disse
em voz suave e perplexa. — Não quero estar em qualquer lugar perto de ti!
— Theresa... — ele disse, ainda gentilmente, dando um passo
cauteloso para a cozinha. Theresa recuou até que bateu no frigorífico.
— O único lugar que eu tinha... O único lugar onde poderia vir e ser
eu mesma... — Ela abanou a cabeça, os olhos grandes e cintilantes de
lágrimas. — E tu tiveste que tirar isso de mim. — As lágrimas
transbordaram e ela tentou desesperada eliminá-las das bochechas com a
bainha da camisola. Ele fez um som quase como desanimado na sua
garganta antes de se mover tão rapidamente que ela mal teve tempo para
registar. Um segundo ele ainda estava perto da entrada da cozinha, no
próximo ainda bem perto dela, prensando-a entre o corpo dele e o
frigorífico. As suas mãos largas vieram para o rosto dela, e os polegares
escovaram asperamente as lágrimas das suas bochechas.
— Não. — A voz dele era baixa, grave e tão espessa que ela mal
conseguiu entender a palavra. Ela ergueu as mãos muitos menores para as
dele e puxou, tentando que ele a soltasse.
— Eu quero tornar as coisas menos difíceis para nós, Theresa, — ele
murmurou sem jeito, o seu rosto tanto perto do dela que a sua respiração
tocou a dela fazendo crescer arrepios pelo corpo.
— Porquê agora? — Ela desafiou com raiva a afirmação ridícula,
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Open Book Traduções
tentando ignorar o efeito que a aproximação dele estava a ter no seu corpo
receptivo. Os olhos dela, verdes e suaves chegaram até aos deles através
das lágrimas. — É por eu estar a ameaçar deixar este casamento sem te
dar o teu precioso filho? É isso? — Ela deixou cair as mãos para o peito
largo e duro dele e tentou afastá-lo. Ele não se moveu.
— Não, — foi tudo o que ele disse. — Não é por isso... porque eu sei
que não irás embora.
— O que te faz tão certo disso? — Ela assobiou, e ele ficou em
silêncio durante um tempo antes de responder.
— A discussão que tivemos onde, — ele admitiu. Ela ficou mole
contra ele, toda a sua luta deixando-a abruptamente.
— Bem, se tens tanta certeza que não vou embora, porquê esta
súbita necessidade de passares todo o teu tempo comigo? — Ela
perguntou oca.
— Nós somos casados por amor de Deus... e somos como estranhos!
Eu não sei nada sobre ti!
— Claro que não sabes nada sobre mim. — A voz dela estava rouca
com o esforço que levou de não gritar com ele. — Tu foste o único que
decidiu, mesmo antes de nos casarmos, que não havia nada que valesse a
pena saber sobre mim.
— Bem, eu mudei de ideias. — Ele não se preocupou em negar a
acusação, provavelmente porque era verdade. Em vez disso, deixou cair as
mãos até aos ombros estreitos dela e deu-lhe um pequeno abanão.
— O que, mais uma vez, leva à questão do porquê, depois de dezoito
meses de casamento, porquê agora?
As suas mãos caíram dos ombros dela antes de ele encolher os
ombros num ar de desinteresse, que desmentia a sua urgência de apenas
uns segundos atrás.
— Porque não agora? Agora é um momento tão bom como qualquer
outro. — Ele estava de voltar a ser remoto e gelado e Theresa estremeceu
involuntariamente.
— É muito tarde, Sandro, — ela sussurrou, envolvendo os braços ao
redor do corpo esguio. — Eu posso estar presa a este casamento, mas não
quero ter nada a ver contigo! A mera visão de ti faz-me doente do
estômago.
— Há uma maneira de sair disto sabes, — ele murmurou.
— Eu sei, — ela disse, e o olhar encapuzado dele bateu de volta ao
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Open Book Traduções
rosto dela. — Ter um bebé, certo? Tu queres um filho e eu sou a
incubadora escolhida. — Ela assistiu o rosto dele com cuidado, mas ele não
mostrou um pingo de emoção que não tenha sido um aperto ligeiro da
mandíbula. — Então, o que acontece depois de eu ter esse teu precioso
bebé? Quem fica com ele depois do divórcio? Tu esperas que eu seja nada
além de uma mãe de aluguer. Eu tenho que o carregar e tu depois o irás
tirar de mim, certo?
Ela doía para ouvir uma afirmação dele, qualquer coisa que lhe
provasse que ele era o único que queria a criança e que ela tinha mal-
entendido a conversa entre o seu marido e o pai dela naquela manhã.
— Claro que não iria tirá-lo de ti. — Ele balançou a cabeça, enviando
o coração dela despencar. — Eu não seria tão cruel. Naturalmente que irias
manter a custódia. — Theresa fechou os olhos para proteger a sua agonia
dele, e ela sentiu lágrimas escaldantes escorrer pelas suas bochechas.
— Quão... magnâmico de ti, — ela sussurrou. — Para seres tão
desesperado por algo apenas para abdicar dele no final. És muito mais
generoso do que eu te dei crédito. Quantas vezes gostarias de vê-lo?
— Eu iria naturalmente voltar para a Itália, então provavelmente o
iria ver duas, três vezes por ano. É isso que tu queres, não? Menos
contacto comigo?
Ela inalou profundamente e a sobrancelha dele franziu. Duas ou três
vezes por ano? Esse era o tempo que ele estava preparado para gastar com
a criança que seria metade dela? Ela abriu os olhos e encontrou o seu
olhar de frente.
— Como eu disse antes, estás a ser muito generoso, mas é tudo
discutível porque eu não tenho intenção de ter um bebé contigo!
— Estás a ser muito infantil, Theresa, — ele advertiu suavemente.
— Não, estou a fazer finalmente, as minhas próprias decisões. Até
este ponto da minha vida, tudo tem sido decidido por mim... Este
casamento nunca teria acontecido se o meu pai não tivesse decidido que
tu farias o genro perfeito. Depois disso, a data do casamento, o local, o
bolo, onde iríamos viver... Foi tudo tu ou o meu pai. Eu não pude nem
escolher o meu próprio vestido de noiva. — A última surgiu numa
quebrada e pequena voz que tremia com descrença e indignação. O seu
pai tinha simplesmente mandado entregar o vestido com a indicação que
teria que ser usado no dia do seu casamento, sem discussão e nenhuma
escolha.
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— A única coisa pela qual tive Lisa como dama de honor foi porque o
meu pai achou apropriado a minha prima de primeiro grau estar na festa
de casamento. Se ela tivesse sido somente uma amiga, eu duvido que ela
fosse!
— Revira o meu estômago ouvir alguém que levou uma vida
privilegiada lamentar acerca do quão terrível a vida dela é. Tu tens sido
mimada e tiveste tudo o que o dinheiro poderia comprar...
— Exceto amor, especificamente o amor do meu marido e o amor do
meu pai. Aparentemente eu não sou digna o suficiente para tal.
— Estás a sentir pena de ti mesma e estou a ficar cansado disso.
— Sim, estou a sentir pena de mim mesma, — ela reconheceu
amargamente. — E é bastante libertador. No passado tudo o que fiz foi
aceitar tudo o que tu e o meu pai quiseram... a pensar que era a minha
sorte na vida, pensava mesmo que merecia. Afinal, se dois homens tão
poderosos como vocês pensavam que eu não era digna de amor e respeito,
quem era eu para discordar? Mas estou a começar a reconhecer que eu
não sou a culpada aqui. Eu não sou aquela com a personalidade
defeituosa... ao menos os meus motivos para casar contigo eram honestos;
eu estupidamente acreditei que te amava. Os teus eram menos que
estelares, não eram? Certamente não tinham nada a ver com amor.
— Eles tinham tudo a ver com amor, — ele de repente trovejou,
silenciando-a abruptamente e ela olhou-o em choque com os olhos
arregalados. — Apenas não amor por ti. — Ela piscou para ele, os seus
olhos verdes a única na sua cara mortalmente pálida.
— O que isso significa? — ela perguntou entre lábios que mal se
moviam. — Amor por quem? — Estava ele a referir-se a Francesca? Se ele
realmente amava tanto a outra mulher, porque na Terra casou com
Theresa? Não fazia nenhum sentido.
— Não é da tua maldita conta, — ele rangeu furiosamente, o
músculo da sua mandíbula a trabalhar freneticamente.
— Nunca é. — Ela acenou amargamente. — Não tem nada a ver
comigo, no entanto afecta cada aspeto da minha vida. Tu queres algo de
mim mas és incapaz de me dar algo em troca. Bem, eu tive o suficiente,
Sandro. Queres um bebé mas este é o meu corpo então é a minha decisão
a tomar!
— Eu sou o teu marido...
— Não. Tu não és meu marido, — ela interrompeu com voz
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Open Book Traduções
engrossada de ódio e lágrimas. — Tu nunca foste meu marido. Um marido
ama, honra e valoriza. Um marido é um amante e um campeão. Olha para
a próxima sala se quiseres saber como é um marido verdadeiro, porque tu
não és tal coisa! — Ele cambaleou para longe dela, parecendo como um
homem que acabou de ser mordido pelo seu animal de estimação favorito,
e ela empurrou-se para fora do frigorífico e passou através dele.
— Theresa, espera... — Ele agarrou um dos seus braços para prevenir
que ela fugisse.
— Eu tenho que ir, por favor diz ao Rick e Lisa que...
— Não, — ele interrompeu gentilmente. — Tu ficas. É a tua família.
Estás certa, é o teu lugar e eu nunca deveria-me ter intrometido. Sinto
muito. — Os olhos dela contornaram longe dela ao pedir desculpa e a
mandíbula de Theresa caiu na segunda desculpa dele em vinte e quatro
horas. Ela tinha certeza que o mundo iria moer a um impasse a qualquer
momento. — Eu vou embora agora... é como deveria ser. — Com isso ele
deixou cair o braço dela e caminhou para fora, deixando-a olhar para ele
em confusão.
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Open Book Traduções
Capítulo Três
A casa estava escura e quieta quando ela chegou a casa, sem nenhum
Sandro a ferver à espera na porta da frente, apenas silêncio enquanto ela
fez o seu caminho para o andar de cima e de volta para o quarto de
hóspedes. Depois de um duche quente, caiu na cama e não se mexeu até a
manhã seguinte, quando ela acordou sobre uma luz de sol intensa. Sentou-
se em confusão ao tentar se orientar e percebeu que não estava mais no
quarto de hóspedes. Ela estava de volta ao quarto principal e um olhar
abaixo para o espaço vazio ao seu lado confirmou que Sandro tinha de
facto dormido ao lado. Ela espiou a si mesma e ficou aliviado ao notar que
tinha ainda a camisola que usou para ir para a cama.
Ela verificou o relógio e gemeu quando descobriu que tinha dormido
até às dez da manhã. Empurrando-se o cabelo massivo fora do rosto, ela
levantou-se e se alarmou quando o quarto começou a rodar
descontrolavelmente. Tropeçou para a feira antes de chegar para a
cabeceira da cama e firmando-se. Ela franziu a testa ligeiramente ao tentar
perceber quando foi a última vez que teve uma refeição recente...
Definitivamente não o pequeno-almoço do dia anterior, cujo tinha voltado
a cima depois de ter ouvido aquele telefonema, ou o almoço, que tinha
sido estragado pelo aparecimento de Sandro em casa de Rick e Lisa, e o
jantar tinha sido inexistente. Mesmo que Rick e Lisa tinham-lhe pedido que
jantar na noite anterior, Theresa apenas não podia tolerar o pensamento
de comida depois do dia que teve! Sábado foi mais do mesmo; tudo o que
ela comeu foi as pipocas no cinema.
Agora ela pagava o preço por todas as refeições perdidas. Indo para o
chuveiro, ela decidiu regalar-se de um brunch decente. Segunda-feira era o
dia de folga de Phumsile, e não tinham mais pessoal, então Theresa tinha a
casa para si mesma. Ela estava ansiosa para passar o dia consigo própria,
tentando decidir qual será o seu próximo passo. Ela não podia deixá-lo e
parecia que ele também não a poderia deixar. Então e agora? Suspirando
ela decidiu desligar o cérebro até depois de ela comer para não perder o
apetite novamente.
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Menos de uma hora depois ela secava a cómoda na casa de banho do
quarto de hóspedes do andar de baixo. Apenas o cheiro de bacon frito e
ovos tinha sido o suficiente para deixá-la mal-disposta. Depois do seu
estômago deixar de revoltar, ela tropeçou para o pátio, o mais longe
possível do cheiro nauseante de comida que ela podia ficar, e afundou-se
numa cadeira com vista para a piscina enorme e infinita.
— Não... — ela sussurrou, olhando cegamente para a borda da
piscina, onde a água azul-marinho da piscina pareceu fundir-se com o azul
escuro do oceano e o azul do céu. — Não, não, não, não... não... Por favor,
Deus! Não...
Ela enterrou o rosto nas mãos e balançou para a frente e para trás
ligeiramente. O seu sistema estava somente fora de forma por causa dos
acontecimentos angustiantes das últimas quarenta e oito horas.
Normalmente iria sentir-se enjoada depois de não comer por muito tempo.
Era tudo perfeitamente lógico... ela estava simplesmente a exagerar.
Ela não podia ser tão azarada, não quando realmente fez algum tipo
de progresso em alcançar independência deste casamento. Ela tentou se
lembrar quando tinha tido o seu último período, mas tinha estado sob
muito stress ultimamente, e o seu período tinha sido afetado, logo não era
a maneira mais confiável para medir qualquer coisa. Levantou-se cautelosa,
e ficou aliviado quando o movimento não perturbou o seu equilíbrio. Indo
em direção à cozinha, preparou-se para um novo ataque de náuseas, mas
felizmente o seu estômago ficou tão firme como uma rocha. Dando um
suspiro de alívio, foi em direção ao fogão e pegou a panela, desviando o
olhar ao depositar a confusão que teria sido a sua refeição no lixo.
Consolou-se com chá preto e uma torrada seca, a colocar com
determinação o medo irracional de gravidez fora da sua cabeça.
Depois de terminar a refeição não muito apetitosa, foi e direção ao
brilhante e ensolarado sótão, cujo ela tinha transformado numa sala de
trabalho, e colocou música enquanto mergulhava no seu trabalho. Ela
tantas vezes se perdeu aqui, amando a serenidade que normalmente a
cobria quanto trabalhava, mas hoje não apenas não conseguia se
concentrar. Ela tinha uma imagem em mente, sabia o que queria, mas não
iria se traduzir em papel. Sentou-se em frente à sua tábua de desenho,
olhando para a quinta folha em branco em meia hora, descansando o
cotovelo na tábua inclinada com o delicado queixo numa mão enquanto
olhava para o papel. Ela levantou o lápis, descansando a ponta no papel,
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Open Book Traduções
antes de suspirar resignada e balançar a cabeça em frustração. Deixou cair
o lápis e pressionou a ponta das mãos nos olhos.
— Theresa. — A voz calma vindo de detrás dela a mandou voando
para fora da cadeira em alarme, deu meia-volta, meia agachada em
posição defensiva antes de perceber que era a voz de Sandro. Claro que
não a fez sentir mais segura do que um intruso desconhecido teria feito.
Ele tinha as duas mãos para cima, palmas viradas para ela, para mantê-la
calma.
— Relaxa... Desculpa, eu não pretendia-te assustar, — ele acalmou.
— Bem, tu assustaste, — ela retrucou. — Porque diabos estás a
rondar aqui em casa a esta hora do dia de qualquer maneira?
Normalmente não chegas a casa até às sete ou oito. — Ele sempre saía
para o trabalho antes das sete da manhã e normalmente regressava bem
depois do tempo que os maridos "normais" chegariam.
— Eu pensei que poderíamos passar a tarde juntos, — ele murmurou
distraído enquanto o seu olhar absorvia cada aspeto do ambiente. Ele
caminhou ao redor, mal prestando-lhe atenção, levantando coisas,
brincando com as suas ferramentas, até que Theresa não aguentava mais.
— Não toques nisso! — ela retrucou impacientemente quando ele
levantou um par de cortadores que custou a terra para importar.
— Tu desenhas jóias, — ele sussurrou em espanto, os seus olhos
elevaram-se para encontrar os dela, e o próprio olhar de Theresa voou
distante, enquanto as suas bochechas queimavam de vergonha.
— Eu sei que não são bons, — ela aventurou-se nervosa, acenando
para o grande portfólio que ele tinha levantando de uma das suas mesas
de trabalho. Ela tinha a tábua de desenho para o design, uma mesa de
trabalho para realmente fazer as jóias, uma pequena mesa de cortar arama
e moldar as suas predas semi-preciosas, e a sua secretária, que abrigava o
seu portátil, para papelada e correspondência. — E eu sei que não deveria
estar a perder o meu tempo com isso. É apenas um hobby... Então... — A
voz dela foi diminuindo enquanto ele continuava a folhear o seu portátil
como uma carranca, ocasionalmente demorando numa página antes de
prosseguir. Ela ficou na frente dele, remexendo-se, à espera do ataque
mordaz que, sem dúvida, se seguiria. De repente ele virou o livro aberto
em direção a ela.
— Este é o conjunto de casamento da tua prima, — ele observou,
tocando na imagem do diamante e brincos de ouro branco, um pendente,
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um anel que ela fez para Rick a alguns anos antes.
— Sim, mas são desenhos de Rick. Eu apenas os fiz.
— Eu posso dizer que não são teus. As tuas coisas são mais... — Ele
pausou e Theresa preparou-se. — Cruas e elementais. Porquê que não
trabalhas com pedras preciosas verdadeiros, em vez de pedras semi-
preciosas?
— Pedras preciosas sem cortes são absurdamente caras. Pedras
semi-preciosas são baratas e fáceis de encontrar, e se de alguma forma
estivem danificadas enquanto as coloco, não é grande coisa. — Ele
resmungou novamente, mal a ouvindo quando voltou a folhear o seu
portefólio.
— E isto é o que tu fazes todo o dia? — Ele olhou de volta para ela
para confirmação.
— Bem, eu não posso sentar ao redor e mexer os polegares, posso?
— ela desafiou, e o olhar dele brilhou ligeiramente. Ela bufou com desdém.
Ele provavelmente pensou que ela passava os dias a fazer compras e
relaxar em salões de beleza.
— Porquê que eu não sabia disto sobre ti? — ele perguntou em voz
baixa, e ela deu de ombros.
— Apenas mais uma coisa em que nunca te preocupaste em
aprender sobre mim, — disse ela com desdém.
— Apenas mais um detalhe que tu não ofereceste sobre ti mesma, —
ele respondeu ferozmente, e o olhar dela enlaçaram os deles em desafio.
— Terias estado interessado se te tivesse dito? — Ele foi honesto o
suficiente para evitar o seu olhar à pergunta e permaneceu silencioso em
resposta.
— Quantos destes vendestes? — Ele mudou o assunto, indicando o
portefólio dela.
— Nenhum. — Ela deu de ombros. — O único conjunto nesse
portefólio que já não tenho foi o que diz para Rick, e mesmo aqueles eram
apenas um favor.
— Mas porquê mantê-los escondidos?
— Não são bons o suficiente. Apenas um hobby tolo, um completo
desperdício do meu tempo. Eu não podia competir com os verdadeiros
designers de qualquer maneira.
— É estranho. Eu ouço a tua voz, mas é como se estivesse a ouvir o
teu pai falar. Ele disse-te que tu não eras boa o suficiente, pois foi? E tu
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Open Book Traduções
acreditaste nele? — Ele parecia estranhamente furioso sobre isso.
— Não... sim... não. Olha, eu sei que não sou boa o suficiente. Não
recebi nenhum treinamento. Eu imprimi coisas da Internet, fiz um pouco
de leitura, e comecei a experimentar. Eu sou a única que os usa, e apenas
em torno de casa!
— Eu acho que devias ter o irmão de Rick, Bryce, ou o parceiro Pierre
de Coursey a dar uma vista de olhos nestes. — Ela mexeu-se ligeiramente,
não inteiramente certa do que fazer com o interesse e elogios súbitos dele.
— Eu não quero que eles percam o seu tempo; são homens de
negócios. O Palmer e de Coursey são co-proprietários de uma das
empresas de jóias mais exclusivas no mundo.
— Eu não acho que estarias a desperdiçar o seu tempo...
— Olha, Sandro, apenas esquece isto, por favor, — ela interrompeu
asperamente, e os olhos dele pousaram até ao rosto tenso dela. A sua
própria expressão continuou impassível, e ele deu de ombros antes de
fechar lentamente o portefólio e colocá-lo de volta na secretária.
— Como quiseres, — ele murmurou antes de continuar o seu
pequeno passeio ao redor do quarto. Ela assistiu quando ele pegava coisas,
inspeccionando e voltando a colocá-los no sítio. Ela permaneceu sentada,
virando a cadeira frequentemente para mantê-lo à vista. Ele finalmente
parou de andar inquieto para ir diretamente na frente dela. Ela abaixou o
olhar para os seus sapatos italianos, caros tamanhos 45 e mexia
inquietamente com o lápis que pegou novamente.
Ela quase que saia fora da sua pele e deixar cair o lápis com um grito
abafado quando ele capturou o seu queixo com o polegar e o indicador
para gentilmente levantar o seu rosto até que ela levantou o seu olhar
vulnerável para os seus insondáveis olhos castanhos de chocolate. Ele
soltou o queixo dela para a bochecha macia dela com as costas da mão, e
ela tentou o seu melhor para não encolher do seu toque. Não foi muito
bem-sucedida ao mascar a sua reação, porque os olhos dele gelaram e a
sua mão caiu pesadamente de volta para o lado dele.
— Que outros segredos andas a esconder de mim, eu pergunto-me?
— ele meditou debaixo da sua respiração.
— Não tenho segredos, — ela respondeu.
— O que é que tu chamarias a isto? — Ele indicou o quarto com um
gesto largo, e ela riu mas não havia absolutamente nenhum humor no som
áspero e abrasivo.
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Open Book Traduções
— Isto é dificilmente um segredo. — Ela balançou a cabeça
amarguramente. — Se viesses aqui a qualquer momento durante este ano
e meio, tu saberias acerca disto. Eu nunca tranquei a porta, então tu eras
livre de entrar a qualquer momento.
— Porque é que eu teria alguma razão para vir aqui? — ele
perguntou na sua mais voz pragmática mais irritante. — É dificilmente o
lugar mais lógico para uma oficina de trabalho.
— É também o único lugar onde passo a maioria do meu tempo,
então é claro que nunca te preocupaste em vir aqui, — ela respondeu
sarcasticamente. — Tu nunca voluntariamente me procuraste antes,
Sandro, e eu acredito que a única razão pela qual o fazes agora é porque as
coisas não estão a correr de acordo com o que quer que seja o teu plano
para esta coisa chamada de nosso casamento. Fingir interesse em mim é a
tua maneira mais recente de tentar manter-me complacente, não é?
— Para de tentar adivinhar, cara, — ele repreendeu gentilmente. —
Tu não tens ideia do que me faz vibrar ou o que está a acontecer na minha
cabeça.
— Oh, eu acho que poderia definitivamente dizer o mesmo sobre ti.
De facto eu penso que eu te conheço muito melhor do que tu a mim!
— Eu duvido, — ele disse, deixando cair as mãos nos bolsos das
calças do seu fato caro feito por medida e inclinou-se contra a mesa de
trabalho dela. Ele cruzou uma das suas longas pernas sobre a outra numa
posse de elegância casual.
— Tudo bem. — Ela inclinou a cabeça enquanto corria um olhar de
desprezo sobre ele. — Como é que tomo o meu café? — Ele franziu a testa
à questão antes de encolher os ombros.
— Puro, — ele afirmou com autoridade máxima.
— Não, tomas o teu puro. Eu não bebo café.
— Isto é inútil, — ele descartou. — E juvenil.
— Tudo sobre mim, ou a ver comigo, é inútil para ti, — ela observou
amargamente.
— Isso é dificilmente… — ele começou, mas ela o interrompeu
novamente, mal capaz de acreditar na sua própria ousada. Ela nunca o
enfrentado desta mentira, mas ela cansou-se de ser um capacho. Apenas
porque ela estava temporariamente presa neste casamento não significava
que ela iria permitir que ele pisasse mais nela.
— Tudo excepto o meu ventre é claro. — Ela riu meio histericamente.
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Open Book Traduções
— Tu tens um monte de uso para isso! É tudo o que eu sou para ti, um
útero sobre pernas!
— Estás a ser ridícula e completamente melodramática, — ele
ridicularizou.
— E o meu aniversário? — ela perguntou de repente, ainda a ignorá-
lo. — Quando é o meu aniversário? — A mandíbula dele apertou mas
permaneceu mudo, mantendo os olhos colados nos dela.
— Não vejo necessidade de me provar desta maneira.
— Não consegues responder, consegues? — Ela desafiou. — O teu é
no dia 3 de Janeiro. Tens quatro irmãs mais velhas — Gabriella, Sofia,
Isabella e Rosalie—e uma grande família. Não gostas de espinafre e és
alérgico a picadas de abelha. Tu gostas—
— Chega! — Ele cortou com uma mão impaciente pelo ar na frente
da cara dela, silenciando-a abruptamente. — Isso está nos limites da
perseguição e não prova nada a não ser que tu possuis um assustador
excesso de informação sobre mim, que eu devo admitir, estar mais do que
um pouco desconfortável.
— Dificilmente é perseguição. — Ela abanou a cabeça. — Eu tenho
vivido contigo por mais de dezoito meses, e eu amei-te quando me casei
contigo. Eu estava interessada em conhecer-te. Esses são factos banais que
os casais conhecem um sobre o outro. Tudo o que sei sobre ti, tive que
aprender por mim própria, nada disso foi mesmo dado. Tu não sabias
sobre o meu hobby, ou como eu tomo o meu café, ou mesmo o meu
aniversário porque tu não estavas interessado o suficiente em me
conhecer, não porque eu andei a esconder segredos. Assim é como tem
sido pelo último ano e meio, e é assim que continua a ser, apesar do teu
interesse fingido repentino em mim. — Ele começou a dizer algo, mas ela
levantou a mão para acalmá-lo. Ficou espantada quando realmente fechou
a boca.
— Eu sei agora que eu não era a noiva que escolherias para ti mesmo,
— ela conseguiu dizer, apesar do enorme nó na garganta. Ela não
conseguia encontrar o olhar dele ao reconhecer esse facto doloroso. —
Fizeste isso bem claro na nossa noite de núpcias e todos os dias desde
então. Mas eu acho que, pelo menos, mereço ser tratada com alguma
demonstração de respeito... — Ela mordeu o lábio inferior para impedir o
seu tremor e colocou os braços em volta de si. Ele não disse nada em
resposta, apenas ficou a olhar para ela, pensativo.
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Open Book Traduções
— Realmente não sei o que queres que diga, — ele eventualmente
admitiu, e ela sorriu tristemente.
— Eu sei, — ela reconheceu com um aceno de cabeça. — Isso é uma
grande parte do problema.
Ele inesperadamente empurrou-se para longe da mesa e deu o par
de passos necessários para trazê-lo diretamente em frente a ela. Ele
pairava ameaçadoramente acima de onde ela estava sentada, e Theresa
tentou o seu melhor para não se encolher diante do seu olhar taciturno.
Em seguida, ele a surpreendeu ao cair de joelhos em frente a ela,
colocando as mãos nos braços da cadeira dela, e prendendo-a no lugar.
— Eu posso não saber essas coisas que me perguntaste, Theresa, —
o seu sotaque sexy caiu algumas notas, — mas eu conheço-te. — Ela
balançou a cabeça em silêncio, desconcertado pela sua proximidade e o
seu olhar direito. Ele estava definitivamente a evitar o seu olhar naquele
momento. Sentia-se como um cervo preso nos faróis, e ela queria desviar o
olhar, queria escapar mas ela mal conseguia respirar, muito menos evitar o
olhar.
Ele levantou uma mão e Theresa preparou-se para o toque
indesejado, desesperada para não vacilar. No final, ainda saltou
ligeiramente quando a ponta dos dedos roçaram os seus lábios.
— Eu sei o que te faz tremer de desejo. — A voz dele reduziu ainda
mais, nada mais do que um ressoar sedutor, e os lábios dela se separaram
ligeiramente. — Eu sei onde tocar, onde beijar, onde chupar... Eu sei como
fazer-te gemer, gritar e choramingar em êxtase.
— Isso é apenas sexo. — Ela encontrou a sua voz mas dificilmente
soou convincente. Ele meramente sorriu, levantando a sua outra mão até
que ele tinha o rosto dela emoldurado, com os seus polegares a acariciar
as maças do rosto dela e as pontas dos dedos enterrando-se no cabelo
suave da sua têmpora.
— Não resolve nada, — ela continuou a protestar, com a mesma falta
de convicção de antes.
— Talvez não — ele encolheu os ombros sem preocupação. — mas é
fantástico.
— Mas nós não fazemos direito, — ela murmurou, pensando no facto
de que ele nunca a beijou, não nos lábios, nem uma vez. Os dedos dele
acalmaram e ela percebeu, um pouco tarde, que ele podia ter mal
interpretado o seu comentário. Que estava com ela, se significasse que ele
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Open Book Traduções
iria esta sedução flagrante aos sentidos dela.
— O que queres dizer? — Ela podia dizer o quão lhe custou manter
afrontado fora da voz. Ele começou o acariciar preguiçoso novamente.
— Eu pensei que um dia eu iria fazer amor com o meu marido, — ela
sussurrou. — Mas nós não fazemos isso, pois não? Nós apenas fazemos
sexo. Nós... — Ela disse a palavra que nunca na vida proferiu antes. Sandro
recusou ligeiramente, e a carícia suave da ponta dos seus dedos parou
abruptamente.
— Não uses linguagem como essa, — repreendeu. — Não combina
contigo!
— Bem, foi o que tu uma vez chamaste, — ela se defendeu com
veemência.
— Eu nunca... —
— Chamaste. — Ela interrompeu a negação iminente. — Na nossa
noite de núpcias, depois da primeira vez, eu tentei...tentei. — Ela corou ao
lembrar da sua ingenuidade naquela épica. Ela tinha-se aproximado para
se aconchegar com ele, mas ele moveu-se para a beira da cama num
esforço de ficar longe dela. — Bem, de qualquer maneira, tu disseste-me
para eu não confundir o que fizemos com um acto de amor. Que era muito
mais básico do que isso. Apenas sexo, tu disseste, apenas... bem... tu sabes.
As mãos dele tinha caído da cara dela para os ombros, e os seus
olhos se estreitaram no rosto dolorosamente humilhado dela. O seu aperto
aumentou nos ombros dela, e ela se contorceu um pouco antes de ele
deixar ir.
— Theresa, eu estava bastante bêbado da noite do nosso casamento.
Ela acenou, os olhos brilhantes com lágrimas ao lembrar-se o tempo
em que ele a fez esperar por mim. A sua antecipação inocente e ansiosa
tinha sido desfeita quando o marido digno e distante, que a tinha deixado
sozinha na suite de hotel deles, tinha regressado três horas depois, tão
bêbado que mal conseguia segurar-se de pé. Ele havia caído na cama e
imediatamente desmaiado, deixando Theresa destroçada. Duas horas
depois, as mãos hábeis dele no corpo dela a tinham trazido de um cochilo
inquieto, e dedilhou e tocou com o corpo dela como se fosse um
instrumento musical afinado, fazendo dela uma escrava disposta a
qualquer comando dele.
Tanta tinha sido a sua resposta que ela mal tinha registado que os
lábios dele nem uma vez tinham tocado os dela. Ele apenas tinha beijado
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Open Book Traduções
cada outra parte do seu corpo, e depois, quando ela se esforçou para
manter a proximidade entre eles, ele tinha destruído o frágil espirito dela
ao denegrir o acto. Ela poderia afirmar que Sandro estava recordar
também os eventos daquela noite, e os olhos dele caíram para onde as
mãos dela ainda estavam inquietas a remexer com o lápis que tinha caído
no seu colo. Ele deixou cair uma mão enorme sobre as dela para parar o
movimento.
— Eu ressentia-me muito contigo, — ele admitiu. — Porque me
sentia preso.
— Tempo errado, Sandro, — ela sussurrou. — O teu ressentimento
ainda é muito atual.
— As coisas mudam, Theresa.
— Algumas coisas são indesculpáveis, Sandro, — ela sussurrou
dolorosamente. — E imperdoáveis.
— Nós não estamos a chegar a lugar nenhum com isto, — ele rosnou
em frustração, e ela arrastou as suas mãos de debaixo das dele.
— Isso é o que te tenho dito nos últimos três dias, — ela apontou, e
ele murmurou uma maldição antes de se levantar abruptamente. Theresa
saltou também, para evitar ser intimidade pela sua altura. Mas ela tinha
calculado errado; ele ainda estava de pé muito perto dela, e quando ela se
levantou, os seus seios roçaram o comprimento do corpo dele a partir da
virilha ao torso. Ambos imediatamente ficaram parados à consciência que
surgiu entre eles. Theresa fez um som suave e tentou pôr alguma distância
entre eles, mas os braços de Sandro circularam-na folgamente, as mãos
dele encontraram-se nas suas costas pequenas e as pontas dos dedos
roçaram o ligeiro inchaço do seu traseiro. As próprias mãos dela subiram
para apoiar-se firmemente contra o peito dele. Ela queria afastá-lo mas de
alguma maneira as suas mãos o acariciavam em vez de exercer qualquer
força.
As suas mãos grandes desceram para agarrar totalmente a parte
traseira, e ele levantou-a ligeiramente até que ela podia sentir a sua
excitação súbita. Ele empurrou-se contra ela, mergulhando a cabeça até
que a sua boca estava próxima à orelha dela.
— Apesar de tudo, cara, tu queres-me, — ele sussurrou, a respiração
quente e húmida atrás da sua orelha. — E Deus sabe que eu te quero.
— Apenas sexo, — ela protestou fracamente.
— Talvez. — Ele mordeu o lóbulo da orelha com cuidado antes de se
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Open Book Traduções
mudar para baixo para acariciar o ponto sensível abaixo da orelha, algo que
ele sabia que a deixava louca. Não falhou desta vez, ela engasgou e passou
os braços em volto do pescoço dele para empurrar-se mais perto do seu
corpo duro. A sua língua perversamente quente mudou-se para a garganta
dela, lambendo, chupando, e mordiscando a pele exposta ao longo do
caminho. Theresa escondeu o rosto no cabelo curto e sedoso dele, e
abafou um gemido de pura e escaldante luxúria.
As mãos dele estavam ocupadas a arrancar a blusa dela para fora do
cós da saia e ambos gemeram quando as suas mãos finalmente fizeram
contacto com a pele nua da pele dela. Ele murmurou algo em italiano
antes de levar as mãos para o fecho do sutiã, desprendendo-o habilmente,
e levou a mão ao redor e sob as copas tamanho B, rendadas. Ela gritou e
arqueou violentamente contra ele quando os polegares encontraram os
seus mamilos sensíveis. Sandro metade se riu e metade rosnou em
resposta à reação violante dela ao seu toque.
— Eu quero-te, — ele sussurrou, a sua respiração como pluma contra
a pele do pescoço dela, onde ele mordiscava suavemente. — Como eu te
quero!
Ela soluçou, desejando ser mais adepta a resistir a ele mas queria-o
desesperadamente também, apesar da sua amargura, raiva e frustração.
Ela balançou a cabeça lentamente, lágrimas escorriam por entre os seus
olhos fechados e escorrendo pelas suas bochechas.
— Por favor... — Ela não sabia se implorava para ele parar ou para
continuar, mas Sandro tomou-o como consentimento. Uma das suas mãos
caiu dos seus seios e puxou a saia até estar situada em torno dos seus
quadris. As suas cuecas rendadas foram rapidamente lidadas, e os seus
dedos, quentes e urgentes, encontraram o seu núcleo com precisão
infalível, acariciando, mergulhando e preparando-a. As mãos dela caíram
para a fivela do cinto e ela atrapalhou-se como a abertura das suas calças
até que o teve cativo nas mãos. Ela fez o seu próprio afago e carícias,
adorando a sensação familiar dele, amando o calor, a dureza, o tamanho
substancial.
Ele fez um som animalistico, balançando-a ao redor e retrocendo-a
até que ela estava apoiada na mesa de trabalho que ele tinha tão
casualmente estado inclinado mais cedo. Ele levantou-a até que o seu
traseiro estava firmemente plantada na secretária e moveu-se entre as
suas coxas abertas. Inclinando a sua pélvis ligeiramente até que ele tinha o
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Open Book Traduções
ângulo certo, ele finalmente, com um gemido de pura satisfação, afundou
no seu calor suave e acolhedor. A respiração de Theresa engatou quando
ela estava, mais uma vez, pego de surpresa pelo seu comprimento,
circunferência e dureza incrível.
Ela levantou as pernas finas e apertou-as ao redor dos quadris dele
quando, após o primeiro impulso delicadamente completo, ele
simplesmente descansou contra ela. Com as mãos apoiadas sobre a mesa
em ambos os lados dos seus quadris, ele levantou a cabeça para olhar para
os seus olhos. Theresa ficou desfeita por isso, pois ele nunca tinha apenas
olhado para ela antes, não na cama ou fora dela. Os seus olhos escuros
continuaram a procurar os dela, e ela se perguntou o que era que ele
procurava. Ela lambeu os lábios nervosamente e o seu escrutínio caiu para
a boca, e as pupilas dilataram até que os seus olhos eram praticamente
pretos.
A respiração de Theresa estava a começar a chegar em pequenos
suspiros enquanto tentava controlar a sua própria necessidade de se
mover contra ele. Os quadris dele deram a menor contracção, e ela sentiu-
se convulsionar em torno dele. Ele assobiou ao movimento, a sua cara
apertou ao retirar-se um pouco, apenas para mergulhar de volta como se
não pudesse suportar sair. Isso foi tudo o que levou para a cabeça de
Theresa cair para trás e a sua boca abrir num grito silencioso de êxtase. O
redor de velocidade do seu orgasmo pareceu tomar Sandro de surpresa,
assim como desencadear o seu próprio. Com um som chocado e outro
meio impulso, ele enterrou-se tão profundo quanto podia ir, arqueando
para trás no processo e gozar violentamente. Pareceu durar para sempre,
mas eventualmente o seu corpo inteiro ficou mole e meio que desabou
contra ela, enterrando o rosto no pescoço húmido dela.
Tão atordoada Theresa estava pela rapidez sem precedentes do acto,
que não pode ter durado mais de três minutos, que quase perdeu as
palavras. Na verdade, ela poderia tê-las perdido por completo, se não
tivesse sentido a sua respiração na pele sensível do seu pescoço. Mas ele
disse-as. As palavras saíram abafadas mas ela sabia exatamente o que ele
estava a dizer. O seu mantra, a sua oração.
— Dá-me um filho, Theresa... — e apenas assim, tudo estava acabado
para ela. As pernas caíram da cintura dele, e ela empurrou o seu peito até
que ele se moveu para olhar para ela curiosamente. Ele fez um som de
protesto quando viu as lágrimas nas suas bochechas e tentou cruzar os
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Open Book Traduções
braços em volta dela. Outro movimento inaudito, mas ela empurrou-o
novamente e ele se afastou dela.
— Porque estás a chorar? — Ele respondeu com voz rouca ao
reajustar a sua roupa.
— Eu odeio-te, — ela disse, desespero pensando na voz.
— O que nós acabamos de fazer não parecia ódio, — ele apontou.
— Apenas outra... — A sua boca começou a formar a palavra horrível
mas ele a cortou.
— Não digas, — ele retrucou. — Não te atrevas a dizer!
— Por que não? — Ela protestou. — É a verdade, e não tentes fingir o
contrário nesta fase do nosso suposto chamado casamento, Sandro. Achas
que o sexo faz as coisas melhores? Faz tudo pior, como adicionar gasolina
num fogo já a arder. Tudo o que tu provaste é que eu sou incapaz de te
resistir!
— Isso é inteiramente mútuo, — ele respondeu secamente, e ela
congelou.
— Oh, por favor... — Ela engasgou. — É claro que não consegues
resistir-me. Eu sou apenas outra mulher para ti. Eu não sou de nenhuma
frequência particular, então não tentes jogar mais um jogo contigo, Sandro!
Estou farta das tuas mentiras e enganos.
— Dio, — ele assobiou furiosamente. — Tu não és apenas outra
mulher, és a minha esposa! Tu tens uma posição de grande consequência
na minha vida.
— Uma esposa de que tens vergonha? Eu não penso assim!
— Quem é que te disse que eu tinha vergonha de ti? — Ele parecia
indignado com a própria noção.
— Tu.
— Theresa, tudo o que me acusaste até agora tinha algum elemento
de verdade. Mas isso é simplesmente ridículo! Eu nunca, nem uma vez,
disse-te que tinha vergonha de ti.
— Tu nunca disseste; não tinhas de o fazer. — Ela deslizou fora da
mesa, certificando-se que a saia estava direita antes de olhar de volta para
ele. — Tu mostras-me todos os dias.
— O quê?
— Eu nunca conheci a tua família, a larga e extensa família que
significa o mundo para ti. Eu sei que tens dois amigos próximos, Rafael
Dante e Gabriel Braddock, amigos da universidade se não estou enganada,
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Open Book Traduções
e jogas futebol com eles todas as semanas. Não pensaste que eu sabia,
pois não? Eu nunca conheci nenhuma dessas pessoas. — E havia a
Francesca, claro, mas Theresa não estava pronta para o enfrentar com esse
pequeno conhecimento. — São pessoas que são importantes para ti, e se
eu tivesse sido a esposa que quisesses, uma esposa que não sentisses
envergonhado, eu teria sem dúvida os conhecido até agora!
— Não é bem assim, — ele negou, quase tropeçava na pressa de
chegar até ela, mas ela se afastou antes de ele a tocar.
— Sim, é. Por favor não insultes a minha inteligência negando. — Ela
olhou ao redor desesperada pelas suas cuecas e viu-as deitadas ao lado da
sua tábua de desenho. Ela muito rapidamente pegou-as antes de se virar
para o olhar.
— Preciso de um duche, — ela sussurrou amargamente. — Tu sabes
como é quando tens um impulso irresistível se esfregar o toque, o cheiro, a
essência de alguém fora da tua pele, pois é? Afinal, isso é o que
geralmente fazes trinta segundos depois do teu orgasmo, e eu posso
finalmente relacionar-me com isso. — Ela virou-se e saiu do quarto antes
de ele ter a oportunidade de responder.
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Open Book Traduções
Capítulo Quatro
Eles raramente se falaram durante a próxima semana ou assim,
meramente a coexistir na mesma casa. Sandro insistiu que eles ainda
tomassem o pequeno-almoço e jantar juntos e que dormissem na mesma
casa, mas ele nunca a tocou, mantendo a distância que ela tinha insistido.
Uma parte de Theresa estava aliviada enquanto a outra lamentou a perda
da única ligação que compartilhavam. Ela continuava a dizer a si mesma
que era apenas sexo, e nunca tinha significado nada.
Além disso, ela tinha outras preocupações mais imediatas. Como o
facto de ela tinha vomitado todos os dias na última semana e era ainda
golpeada por tonturas nos momentos mais inesperados e que o seu
período estava atrasado como nunca antes tinha estado. Ficou aliviada que
as intimidades entre ela e Sandro tinham parado, pois ele estava
familiarizado com o seu ciclo tal como ela estava e ela preferia ter certeza
absoluta antes de lhe dizer alguma coisa. Ela também queria tempo para
descobrir qual seria o seu próximo passo.
Mais outra decisão tirada dela, refletiu amargamente, mas pelo
menos ela podia decidir a hora e o local para lhe dizer – se ela estava
mesmo grávida, que ela esperava desesperada que não fosse o caso. Ela
atormentou o seu lábio inferior com os dentes, olhando cegamente para o
desenho que esteve a trabalhar praticamente toda a semana. Era suposto
ser um colar, mas parecia um colar como nunca antes ela tinha visto.
Balançou a cabeça em desgosto; ela não conseguia fazer nada. Ela parecia
experimentar o equivalente ao bloqueio de escritor, e era extremamente
frustrante. O telemóvel tocou e ela pegou-o, acolhendo a distração. Tinha
estado a trocar sms com Lisa todo o dia. A sua prima sentia-se em baixo e
Theresa tinha tentado alegra-la com estúpidas piadas – difícil quanto a
própria Theresa não estava a sentir-se muito bem. Ela esperava a resposta
da sua prima à última mensagem que tinha enviado mas foi
desagradavelmente surpresa ao ver o nome de Sandro na caixa de entrada.
Ele geralmente evitava entrar em contacto com ela durante o dia. Ela
franziu a testa para o seu nome, não queria de todo ler a mensagem.
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Open Book Traduções
Finalmente inalou e clicou na mensagem.
Comer outra esta noite. Roupa: casual. “Coisa de negócios”. Em casa às
18h. Jantar às 19h30.
Ela rosnou. Sandro e as suas malditas “aparências”! Ela estava
tentada em recusar mas não tinha a energia para o argumento que se
seguiria. Pelo menos ele tinha a avisado desta vez. Tinha havido incidentes
n passado onde ele tinha chegado a cada e lhe dito que iriam sair numa
hora. Algumas coisas os eventos tinham sido formais, deixando Theresa
procurar por vestidos apropriados e praguejando silenciosamente o facto
que não tinha tido a oportunidade de ter o cabelo arranjado
profissionalmente. Suspirando suavemente, ela desistiu do trabalho para o
resto da tarde e se dirigiu para a cozinha em busca de companhia.
Phumsile movimentava-se ao redor eficiente, mas quando se virou e viu
Theresa ela sorriu.
— Hora do chá? — Ela perguntou, e Theresa acenou, e acomodou-se
num banco enquanto Phumsile reunia um par de xícaras de chá e punha a
chaleira a ferver.
— Já terminaste o teu trabalho? É um pouco cedo, — a mulher mais
velha disse, enquanto preparava o bule. A relação de Theresa com
Phumsile era calorosa e amigável. Theresa sabia que Phumsile há muito
tempo tinha percebido a natureza incomum do seu casamento e enquanto
a mulher permaneceu discreta e nunca tocou no assunto, ela tendia a fazer
de mãe de Theresa como resultado.
— Não conseguia-me concentrar, e eu e Sandro vamos sair esta noite,
então provavelmente devia pensar em ficar pronta para isso. — Phumsile
fez um som evasivo enquanto despejava água quente no bule e
posicionou-o entre elas antes de pôr um prato de biscoitos de gengibre ao
lado.
— Vais ser outra noite chique?
Theresa sorriu ante a terminologia e deu de ombros.
— Ele disse casual. Não tenho a certeza do que isso significa. — Ela
pegou num biscoito e deu uma mordida hesitante.
— O gengibre é muito suave, não vai incomodar o teu estômago, — a
mulher disse calmamente, e Theresa ergueu os olhos assustados para os
sábios de Phumsile. Ela deveria saber que Phumsile notaria as náuseas ao
longo dos últimos dias. A mulher raramente perdia muito.
— Será que o Sr. De Lucci sabe? — Phumsile perguntou.
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Open Book Traduções
— Nem eu sei sequer, — Theresa admitiu.
— Um bebé é uma bênção. Sr. De Lucci vai ficar muito contente.
— Ele vai, — Theresa reconheceu amargamente.
— Tu não estás feliz? — Phumsile parecia confusa, e Theresa forçou
um sorriso.
— Eu não tenho a certeza se é um bebé Phumsile, pode ser apenas
um problema de estômago. — Ela tomou um gole de chá de camomila que
Phumsile sempre preparava com perfeição e outra trinca do biscoito.
— Então o que queres usar hoje à noite? — Phumsile
diplomaticamente mudou de assunto e Theresa deu de ombros
novamente.
— Eu não sei exatamente o quão casual ele quer dizer. Jeans talvez. O
que achas que devo fazer com o meu cabelo? Em cima ou em baixo? —
Phumsile inclinou a cabeça enquanto considerava a longa queda de cabelo
de Theresa.
— Porque não vais a um cabeleireiro? — Phumsile perguntou. — Iria-
te alegrar.
Theresa sorriu para Phumsile ao considerar o pensamento. Estar
bonita hoje à noite daria um impulso ao seu ego.
— Sabes, já não o arranjo há algum tempo, — ela admitiu, e
contornou o balcão para dar a Phumsile um pequeno aperto. — É uma
ideia brilhante. O que é que eu faria sem ti, Phumsile?
— Morrer de fome, — a mulher brincou. — Tu não comes o
suficiente quando não estou aqui e tu sabes disso.
Theresa riu, sentindo-se muito melhor depois do seu intercâmbio
com a governanta. Nada tinha sido resolvido, mas sentiu-se menos sozinho
agora que Phumsile estava consciente da sua gravidez.
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Open Book Traduções
— Não... — Ela virou para olhar a silhueta do seu perfil, mas ele
manteve os olhos colados na estrada.
— Mas...
— Passaste um bom tempo hoje à noite? — ele perguntou áspero.
— Sim... eles são todos pessoas simpáticas.
— Fico contente. — Silêncio novamente. Ele ainda não tinha
libertado a mão dela, mantendo-a presa entre a sua coxa dura e a mão
enorme.
— Todos gostaram mesmo de ti. — Ela podia ouvir o calor na sua voz
mas não sabia se era direccionada aos amigos ou a ela. — Eu estava
orgulhoso... de te ter lá. — Ela piscou, não tenha a certeza de como tomar
isso. — E sinto-me culpado por deixado ir por tanto tempo, eu nunca quis
fazer-te sentir como se tivesse vergonha de ti, Theresa. Eu não queria me
casar contigo, é verdade, mas em nunca ponto eu senti que irias-me
envergonhar.
— Obrigada por dizeres isso, — ela sussurrou. — Significa muito.
A mão dele apertou a sua antes de a deixar ir, e ela relutantemente
levantou-a da sua coxa. Houve silêncio novamente, mas desta vez não se
sentiu tão hostil e indesejável.
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Open Book Traduções
Capítulo Cinco
Eles chegaram a casa depois da maneira, e enquanto Sandro fechada
tudo, Theresa dirigiu-se para o duche no quarto de hóspedes no andar
superior, que ela estava determinada a ocupar, apesar de Sandro forçá-la a
mover-se de volta ao quarto principal cada noite. Ela estava de pé debaixo
da água quente e relaxante dos vários chuveiros na casa de banho principal,
a testa pressionada nos azulejos frios, quando uma rajada de ar frio a
alertou do facto que a porta de vidro fosco tinha sido aberta. Ela virou-se
com um suspiro e assistiu Sandro virar para fechar a porta do chuveiro
atrás dele, oferecendo-lhe um pequeno vislumbre do bonito traseiro que
ela tinha admirado naquela noite, enquanto ele perseguia a bola de cima a
baixo no relvado de Gabe. Ele virou-se para ela e balançou a cabeça com
um suspiro cansado.
— Tu estás, sem dúvida, a tornares-te uma das pessoas mais
teimosas que eu conheço, Red, — ele disse com um rosnado. Ela ficou
agitada com o inesperado nome de animal de estimação. Ele nunca a tinha
chamado de qualquer outra coisa do que seu nome desde que ela o
conheceu, e ela não tinha a certeza do que fazer.
— Eu quero o divórcio, — ela insistiu, fazendo os pensamentos dela
voltar à estrada e não deixar cair o olhar à sua ereção ansiosa. — Ele sorriu
levemente, tomando um passo em direção a ela.
— Eu sei, — ele admitiu cansado, chegando por detrás dela para
agarrar a esponja e o gel de duche das torneias. Os seus braços roçaram a
sua pele nua com cada movimento que fazia, e ela tentou
desesperadamente proteger a reação ansiosa do seu corpo dele e cruzou
os braços sobre os crescentes pontos vermelhos dos seus seios.
— E-e... já não te amo, — ela continuou desesperada, enquanto o
assisti aplicar a fragância do gel de duche na esponja suave. Ele continuou
focado na esponja na sua mão.
— Eu sei. — A voz dele soava um pouco estranha e a sua voz era
neutra. Quando olhou para cima novamente, ele começou a percorrer a
esponja sobre os seus braços cruzados.
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Open Book Traduções
— E eu não quero ficar no mesmo quarto que tu. — Sua voz tremeu
embaraçosamente quando ele agarrou um pulso fino com uma mão
grande e gentil e ergueu o braço para longe dos seios para executar a
esponja para baixo a parte inferior do braço e em direção à sua axila
sensível. Os seus mamilos já duros apertaram ao ponto de dor. Ela oscilou
ligeiramente, tentando não gemer de prazer quando ele ergueu o outro
braço e o sujeitou ao mesmo tratamento sensual.
— Já fizeste isso bem claro, — ele sussurrou em resposta, o seu olhar
fixado nos seus seios obviamente excitados. Ele se aproximou ainda mais,
encurralando-a com o seu corpo grande e apoiando-a contra as telhas lisas.
A esponja varreu primeiro um botão apertado, depois o outro, de forma
tão leve que ela não tinha certeza se ela tinha imaginado o toque ou não.
Desta vez, porque ele estava tão perto, a cada pequeno movimento
trouxe o seu peito duro e liso, em contacto com as pequenas pontas
dolorosamente erectas, e foi tudo o que ela poderia fazer para manter a
sua linha de pensamento. A esponja varreu para baixo entre os seus seios e
sobre o seu torso, o estômago liso, e mais abaixo ainda, sobre o abdómen
e entre ela ...
Ela chupou numa respiração dura quando ele deliberadamente
deixou cair a esponja para substituí-lo com os dedos.
— E... Eu quero o... o..., — ela disse, ofegante, quando os dedos dele
continuaram a acariciar insistentemente onde ela era mais sensível, e uma
das mãos dela prendeu o seu pulso para conter o movimento. Ele
permaneceu implacável, a olhar para o seu rosto virado para cima
extasiada. — O divórcio...
— Já o tinhas dito, — ele apontou, o seu peito a começar a elevar
enquanto tentava controlar a sua reação à óbvia excitação dela. O seu
olhar faminto caiu do seu rosto para os seus seios pequenos, onde os seus
mamilos duros framboesa-rosa começavam a espreitar através da espuma
que se desintegrava rapidamente. Com um gemido desesperado ele
removeu a mão de dentro das suas coxas, caiu de joelhos e apalpou os
pequenos montes, tendo um broto ensaboada na sua boca quente e
faminta. Theresa arqueou para trás no toque eletrizante, curvando as
costas e a cabeça bater nas telhas com um baque.
O seu belo marido, que se ajoelhou como um suplicante no templo
do corpo dela, lambeu e beijou o seu caminho através do vale raso entre
os seios para encontrar o outro pico dolorido enquanto as suas mãos
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Open Book Traduções
grandes varriam para baixo do seu corpo até aos quadris estreitos, onde
ele determinadamente a ancorava à parede de azulejos num esforço para
mantê-la quieta. Theresa estremeceu descontroladamente e as suas mãos
se enterraram no seu cabelo molhado antes de se mudar para inquieta os
ombros, onde as unhas estavam cravadas.
Ele levantou-se, prendendo-a à parede com todo o corpo, a sua
ereção latejava urgentemente onde ficava preso entre seu duro e rígido
estômago e o estreito torso dela. Ele tinha as mãos apoiadas na parede em
ambos os lados da sua cabeça, enquanto ele empurrava suavemente
contra o seu torso. Ele manteve o olhar quente e estreito no rosto
vulnerável dela, o seu próprio rosto uma máscara de controlo apertado
enquanto os seus olhos estavam em chamas com uma emoção que ela não
conseguia ler.
Os seus olhos percorrerem os próprios olhos semicerrados de
Theresa, para o lábio inferior que ela tinha apanhado por entre os dentes.
Com um palavrão abafado, ele grunhiu e abaixo a cabeça até que a sua
boca tocou a dela. Todo o corpo de Theresa ficou rígido enquanto os seus
lábios delicadamente aninharam contra os dela, sem exigir nada, apenas a
explorar os contornos desconhecidos da sua boca generosa. As mãos dele
se moveram de onde estavam apoiadas contra a parede para ternamente
tocar o seu rosto, dedos a encontrar-se no meio da testa e palmas sobre
cada lado da mandíbula dela. A sua boca gradualmente exigiu mais,
movendo-se insistentemente contra a dela até que ela suspirou e se
derreteu contra ele ao explorar a boca dele com a sua própria. A sua língua
que sabia a hortelã, correu sobre os seus lábios procurando entrada para a
sua boca, e ela se abriu para ele, querendo isto tanto que doía.
As mãos dela se elevaram em admiração, pegando na sua mandíbula
num esforço de o trazer ainda mais perto, e ele estava contente de o
cumprir, o seu beijo ainda mais profundo do que antes. Ela sentia-se como
se estivesse a ser consumido por ela, avidamente comida viva e absorvida
até ele. Era a experiência mais intensa da sua vida, e pela maneira que ele
pulsava contra o seu torso, ela imaginou que sentia praticamente o mesmo.
Ele deixou a sua boca relutantemente para olhar para a sua cara com um
olhar penetrante que parecia ver direto até à alma dela, e então ele sorriu.
Um sorriso completamente aberto, sem proteção e juvenil, um que ela
nunca tinha visto nele antes. Ela mal teve tempo de recuperar o fôlego
antes da sua boca estar na dela novamente, saqueando-a completamente.
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Open Book Traduções
Ela gemeu com fome e envolveu os braços ao redor do seu pescoço. As
mãos dele moviam-se, vagueando em toda a sua carne nua e macia, antes
de agarrar o seu traseiro e içando-a até que as suas coxas estavam ao redor
da sua cintura.
Ele ergueu a boca da dela e colocou o rosto no seu pescoço para
lamber as gotas de água que tinham-se reunido no oco sensível antes de
voltar a reivindicar os seus lábios, devorando-a novamente com os lábios,
dentes e língua. Theresa estava completamente sobrecarregada pela
inesperada paixão - ele nunca pareceu esta fora de controlo antes, e ela
estava a ser arrastada junto com a maré. Ele apertou o seu aperto no seu
traseiro, e meio tropeçando, levou-a para fora do chuveiro, através do
banheiro, e para o quarto, onde ele mal conseguiu obter ambos na cama.
Os pés de Teresa tocaram o chão acarpetado e o traseiro estava meio fora
da cama, mas ela não se importava nem um pouco com o desconforto
quando, com apenas uma pausa da sua boca, ele entrou nela. Ela
conseguiu por a boca longe para gritar, o som áspero e cru no silêncio do
quarto.
A suas costas arquearam até que apenas a cabeça tocava a cama,
enquanto ela levantava as pernas para envolvê-los em torno da sua cintura
novamente, os seus tornozelos atravessando as suas tensas nádegas e os
braços envolvidos em torno das suas costas largas, enquanto as unhas
cravaram na sua carne tão profundamente que ela tirou sangue. Sandro
fazia sons soluços e desesperadas na boca dela, mas ele ainda se recusava
a abrir mão dos seus lábios, coordenando os impulsos da sua língua com
os dos quadris de condução, e gemidos abafados de Theresa tomaram no
mesmo ritmo frenético.
As mãos dele moveram-se para se envolver no seu cabelo molhado,
inclinado a cabeça dela quase violentamente para ter melhor acesso à sua
boca. O seu corpo molhado deslizou e esfregou sobre o dela, os músculos
agrupados sob o cetim tenso da sua pele, e o corpo de Theresa queimava
em cada ponto de contacto. Uma das mãos dele varreu de volta para uma
das suas coxas, levantando os seus quadris ainda mais elevados para lhe
permitir uma penetração ainda mais profunda.
Mais! Mais! Mais! Ela tentou dizer as palavras mas não conseguia
com a sua boca na dela, de modo que moveu as mãos para o seu traseiro
para o trazer mais perto. Ela queria-o mais duro, mais profundo, e ele
sabia-o porque ajustou-se em conformidade, e ela soluçou na sua boca,
72
Open Book Traduções
sentindo como se estivesse a morrer uma morte requintada. Ela foi mais
alto e mais alto, e quando chegou ao auge, ficou fora de controlo, a fazer
queda-livre de volta à Terra com um grito que ele engoliu. O seu corpo
inteiro apertou em volta dela, e Sandro, sentindo o seu clímax, foi incapaz
de se segurar. A sua respiração sai dentro e fora dos seus pulmões
enquanto lutava por controlo, mas ele estava tão perdido como ela estava
e levantou a sua boca da dela tempo suficiente para lançar um grito rouco
que ela mal reconheceu como o nome dela. O seu corpo arqueou
violentamente, e ele a levantou da cama para o seu colo enquanto a
segurava tão perto quanto podia, os seus braços forte envolvidos ao redor
das suas costas estreitas enquanto ele empurrava dentro dela. Os seus
lábios caíram de volta para os dela, suaves neste momento enquanto o seu
corpo continuava a empurrar preguiçosamente. Ele abraçou-a ainda mais
perto, e enquanto ele se ajoelhou para a beira da cama, as pernas dela
montadas nas suas coxas duras, o peito pressionado no dela, e os braços
apertados ao redor do seu pescoço enquanto lutava para manter o seu
equilíbrio enquanto ele esfregava a sua boca com a dele. Ele ficou
finalmente parado e desabou sobre a cama suave, levando-a com ele e
mantendo-a envolvida nos seus braços com uma das suas coxas ainda
pressionada entre as dela. Ele ainda a beijar, levantando a boca da dela
para acariciar o seu pescoço e beijar os seus ombros antes de voltar para a
sua boca, uma e outra vez, como se não conseguisse ter o suficiente do
gosto dela. Ele a acariciava toda, e gradualmente a respiração deles
desacelerou e o tremor mútuo diminuiu ligeiramente. Ele agora era uma
presença suave e gentil dentro dela, apenas a contorcer-se ocasionalmente
como se para a lembrar que continuava ali.
— Deus, — ele sussurrou. — Oh meu Deus, Theresa... Foi incrível. —
Theresa, que só agora estava a voltar para si mesma, tencionou às palavras
dele, mas ele pareceu não notar, ainda a acariciá-la, beijá-la, sussurrando
palavras carinhosas e pequenas frases italianas semi-acabadas no cabelo
dela. Num ano e meio, durante o tempo que eles tinham sexo, em média
quatro vezes por semana e pelo menos duas vezes por noite, esta foi a
primeira vez... Desde sempre que Sandro não tinha recitado o seu mantra
padrão.
Ele mexeu-se um pouco para pô-la mais confortável contra ele, um
braço dobrado sob a sua cabeça e o outro descansando pesadamente
sobre os seus seios. Os seus dedos formaram círculos preguiçosos na pele
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Open Book Traduções
super aquecida do seu braço, e ele estava com a cabeça no mesmo
travesseiro que a dela, tão perto que ela podia sentir a sua respiração
ainda instável através do cabelo. Ele ocasionalmente deixava beijos suaves
sobre a pele sensível abaixo da orelha e ao longo da sua delicada
mandíbula.
Theresa tencionava mais e mais nos braços, não tendo a certeza
como reagir. Primeiros os beijos, então o sexo, depois a ausência daquelas
quatro palavras, e agora a sua exibição sem precedentes de afeto. Era
como se, logo quando ela encontrou uma maneira de proteger o coração
frágil e magoado, ele encontrou outra maneira de contornar as suas
defesas, deixando-a vulnerável a ainda mais dor.
Ele ainda sussurrava no seu ouvido, palavras italianas que ela não
compreendia de todo, tentando puxá-la para mais perto, mas Theresa
resistiu, estalando para fora do transe que tinha estado. Ela não podia
deixá-lo fazer isto com ela... Não outra vez! Ele tinha a magoado muitas
vezes no passado com a sua negligência descuidada, as outras mulheres, e
o seu desprezo. Ela não o permitiria no seu coração novamente.
Finalmente, a perceber o facto de que Theresa não estava tanto no afago
como ele estava, Sandro ergueu-se sobre o cotovelo, descansando a
cabeça na mão e parecendo absolutamente deslumbrante em todo o seu
esplendor nu.
— Cara, o que está de errado?
Ela quase riu alto com a pergunta ridícula antes de lutar para escapar
debaixo do seu braço pesado. Por alguns segundos, o abraço apertou, mas
ele levantou o braço e lhe permitiu correr para fora da cama.
— Os lençóis estão molhados, — ela disse sem fôlego, recusando
encontrar o seu olhar. — Preciso trocá-los.
— Deixa para a empregada de manhã. — Ele sorriu preguiçosamente.
— O serviço de limpeza não vem num Sábado, além disso, não posso
dormir numa cama molhada.
— Não sejas parva, Red, — ele advertiu suavemente, sentando-se
graciosamente. — Tu vais dormir comigo na nossa cama!
— Eu não vou. — Ela balançou a cabeça com firmeza, e o sorriso dele
se alargou com indulgência.
— Gata teimosa. — Ele balançou as pernas para fora da borda da
cama e se levantou com a graça de um predador letal, espreitando-a
languidamente. — Claro que vais. — Theresa se afastou, mas ele pulou
74
Open Book Traduções
antes que ela pudesse ir muito longe, as mãos nos seus ombros,
pressionando apenas o suficiente para impedi-la de fugir.
— Olha para mim, — ele exigiu em voz baixa quando ela manteve os
olhos colados no peito dele. Quando ela recusou, ele murmurou algo
baixinho antes de levantar uma mão do seu ombro e inclinar para cima o
queixo até que os seus olhos se encontraram. O que quer que ele viu no
seu rosto desafiante fez as sobrancelhas baixar e os olhos escurecer.
— Eu estou a tentar corrigir isto, cara, — ele sussurrou, as palavras
pareciam quase arrancadas da garganta.
— Não podes. — Ela balançou a cabeça tristemente. — Isto... seja o
que for... é irreparável.
— Porquê? — Ele balançou a cabeça ligeiramente em frustração
confusa.
— Porque tudo o que tu fazes agora parece inseguro e forçado! — ela
disse em fúria súbita. — Cada toque, cada desculpa, cada carinho... é como
se tu lesses o "Manual de Theresa Noble" e aprendeste tudo o que me faz
vibrar!
— Primeiro, é Theresa de Lucci, e segundo, eu não sei o que diabos
estás a falar! — Ele praticamente gritou, sacudindo-a ligeiramente.
— Em primeiro lugar, os beijos, — ela disse, especificando.
— O quê?
— Um ano e meio de casamento Alessandro, e hoje à noite foi a
primeira que me beijaste, — ela apontou. — Deves ter sabido o quão me
magoou saber que tu me desprezavas tanto que não poderias mesmo me
beijar.
— Não é—
— Então é claro que hoje, — ela interrompeu-o, não em todo
interessada no que ele tinha a dizer. — depois de me fazeres sentir tão
especial por finalmente me dares a honra de me apresentar aos teus
amigos, agora é quando decides adoçar o pote com um alguns dos teus
beijos! Provavelmente atingiu-te como a maneira mais efetiva de manter a
cabra amordaçada e satisfeita, certo?
— Estás a interpretar mal toda a situação, cara.
— Não me chames assim! Eu não sou a tua querida. Eu nunca fui tua
querida e eu não vou ser Ingénua para cair nos teus chamados encantados
novamente!
— O que tu queres de mim? — Ele exigiu de repente, liberando os
75
Open Book Traduções
seus ombros de forma tão abrupta que ela tropeçou e caiu. Ele congelou
em horror, olhando para ela com um olhar de tal miséria, contrição e
desespero que ela quase sentiu pena dele. Ela sentou-se e olhou para seu
rosto angustiado.
— Eu quero o divórcio, — ela sussurrou, e ele caiu de joelhos ao lado
dela, levantando uma mão para acariciar a curva da sua bochecha.
— Desculpa, — ele grunhiu. — Peço desculpas por mais coisas do
que tu poderias imaginar mas isso é a única coisa que não te posso dar.
— Então não temos nada mais para falar, — ela empurrou-se ao seus
pés, ignorando a mão que ele ofereceu para ajudá-la. De repente, ela
percebeu que ambos estavam nus e suspirou profundamente.
— Por favor, apenas volta para o teu quarto, Alessandro, — ela pediu,
e ele hesitou, os olhos a demorar no rosto dela por alguns momentos,
antes de se virar abruptamente e sair.
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91
Open Book Traduções
Capítulo Seis
— O que você está fazendo aqui? — Theresa fez uma pausa no limiar
para a cozinha e olhou para o homem lindo que estava na frente do
frigorífico aberto vestindo apenas calças de física largas. Sem sapatos e
sem camisa. Ele virou-se lentamente para encontrar o seu olhar, e ela
engoliu o grande nó na garganta subitamente seca; Deus, ele era muito
mais bonito do que ela se lembrava. Claro, ela se sentia feia e desleixada
no pijama de seda do Sylvester O Gato que estava a usar. Ela sabia que
havia um vinco sono no lado do rosto e o seu cabelo que se assemelhava
muito a um ninho de pássaro.
— Eu vivo aqui, — ele respondeu casualmente, uma mão a segurar
uma caixa de sumo de laranja e outro a preguiçosamente esfregar para a
frente e para trás ao longo dos contornos ondulados do seu abdómen. Os
seus olhos fascinados caíram para aquela mão, e ela imaginou a sua
própria mão a substituir a dele. Ela balançou a cabeça ligeiramente para
livrar-se da imagem erótica e focou na sua indignação ao vê-lo tão
casualmente de pé na cozinha.
— Tu geralmente estás no trabalha a esta hora, — ela apontou.
— Sim, estou, — ele concordou. — Mas uma vez que tu fazes u
grande esforço para não estar por perto quando saiu de manhã ou voltar
para casa à noite, eu percebi que a única maneira de eu ficar a saber o que
diabos está a acontecer era ficar em casa hoje.
— Não podes simplesmente ficar em casa. — Ela ficou horrorizada
com essa noção. — Tu és o patrão.
— Exatamente, e se o patrão não pode tomar um dia ocasional de
folga, então não há realmente nenhum ponto em ser o chefe. — A sua voz
era casual, clara ainda, mas os seus olhos percorriam a sua pequena figura
quase avidamente, levando-se em cada detalhe do rosto mais cheio e
figura mais redonda. Eles haviam sido como navios que passam na noite
por quase três meses, com Theresa deliberadamente a escapar dele
quando ele estava na casa. Ela tendia a ignorar as suas mensagens de texto
e deixar a máquina tomar as ligações. Ele deixou pequenas notas para ela,
92
Open Book Traduções
por vezes, pedindo-lhe para jantar ou perguntar sobre a sua saúde. Ele
tinha recentemente grudava um Post-it na porta do frigorífico para lhe
lembrar comprar novas vitaminas pré-natais, porque ele tinha notado que
estavam a esgotar-se. Depois que ela tinha esquecido de comprar as
vitaminas de qualquer maneira, ela tinha encontrado uma nova garrafa na
mesa da cozinha, e um Post-it com uma meia dúzia de pontos de
exclamação nele preso à tampa.
Eles ainda dividiam a casa de banho que ligava os quartos deles, que
foi como ele soube que as vitaminas estavam a acabar, mas Theresa
sempre teve grande cuidado para tomar banho depois que ele saia na
manhã ou antes de voltar à noite. Agora, depois de evitá-lo com sucesso
por quase três meses, encontrá-lo tão casualmente em pé na cozinha,
semi-nu e lindo, foi um pouco angustiante para dizer o mínimo.
— Porquê que estás interessado no que me está acontecer?, —
Perguntou ela após uma breve pausa.
— Vivemos na mesma casa, tu estás grávida do meu bebé, e eu não
tenho nenhuma ideia de como estás. A situação é um pouco anormal para
dizer o mínimo, não achas?
— Funciona para mim, — ela descartou casualmente, afastando-se
dele e em direção a um armário para buscar uma tigela de cereais.
— É o que parece.
Ela ouviu a porta do frigorífico fechar e ficou tensa quando ele
caminhou até ela, vindo a parar diretamente atrás dela e alcançar outra
tigela. Ele estava de pé tão perto que ela podia sentir o calor sair do seu
peito nu. O seu cheiro quente e almiscarado a envolvia. Theresa fechou os
olhos e tentou recuperar o equilíbrio em face de tal sexualidade
esmagadora. Ele permaneceu atrás dela por muito mais tempo do que ele
deve estado antes de se mudar abruptamente e deixando-a desolada.
Quando ela se virou para encará-lo, ele estava sentado na mesa de
madeira na ensolarada copa e agitando uma enorme quantidade de flocos
de milho na sua tigela. Quando ele percebeu que ela estava a olhar, ele
levantou a caixa interrogativamente. Ela suspirou antes de levar a tigela
para a mesa e sentar-se em frente a ele. Ela viu quando ele jogou os flocos
na sua tigela e coberto o cereal seco com metades de morango e fatias de
banana que ele deve ter preparado anteriormente.
Era o dia de folga da governanta, assim Theresa não tinha planejado
nada mais chique do que cereais de qualquer maneira, mas a companhia
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Open Book Traduções
era indesejável e inesperada. Ela viu quando Sandro despejou uma
quantidade generosa de leite sobre os seus cereais e encheu um copo de
sumo de laranja, que ele cutucou do outro lado da mesa em direção a ela.
Ela assentiu o seu agradecimento antes de levantar a colher e sem jeito
começar a sua refeição. Sandro começou a comer com entusiasmo e
concluída antes que ela estivesse a meio. Ele saltou até ao frigorífico,
cavando em torno de lá antes de triunfalmente apanhar uma toranja, que
ele partiu pela metade, colocou em taças, e levou de volta para onde
Theresa estava sentada. Ele colocou uma metade na frente dela antes de
se sentar, fez uma careta para si mesmo, e prosseguiu a sua própria
metade.
— Eu pensei que não gostasses de toranja. — Ela quebrou o silêncio
entre eles e ele sorriu para ela enquanto o seu cabelo, que precisava
seriamente de um corte, caia sobre a sua testa carinhosamente.
— Não gosto, — admitiu. — Mas eu pensei em dar-lhe uma tentativa
de qualquer maneira.
— Porquê? — ela perguntou. Ele deu de ombros e ela não
pressionou por uma resposta.
— Então, o enjoo matinal já passou totalmente? — Ele perguntou
depois de um outro breve silêncio, e ela fez um som evasivo que ele
poderia interpretar de qualquer maneira que quisesse. Ele levantou os
olhos para ela e algo na sua expressão a fez suspirar e sacudir a cabeça.
— Não, não totalmente... — ela admitiu. — Mas está muito melhor
do que antes.
— Quais são os teus planos para hoje? — ele perguntou, mantendo
os olhos grudados nos dela
— Eu ia passar a manhã com a Lisa e o bebé. — Lisa tinha dado à luz
um filho lindo apenas um par de dias após Theresa ter a sua própria
gravidez confirmada.
— Importaste-te se te acompanhar? — Ele perguntou casualmente, e
ela franziu a testa, perturbada pela ideia do seu marido "acompanha-la"
durante toda a manhã.
— Bem... — ela começou relutante.
— Eu queria discutir alguns negócios com a Elisa, — ele adicionou.
— Que negócios? — ela perguntou sem rodeios.
— É sobre o empréstimo dela, — ele elaborou.
— O que tem o empréstimo? — A voz dela cresceu em alarme, mas o
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Open Book Traduções
rosto dele permaneceu impassível. — Eu não vou te deixar perturbá-la,
Sandro.
— Bem, ou eu lhe digo hoje, enquanto tu estás lá para apoio moral,
ou eu digo em algum momento quanto ela estiver sozinha e vulnerável. —
Ele deu de ombros casualmente.
— O que é que lhe vais dizer? — ela perguntou em pânico.
— Não acredito que isso seja da tua conta, Theresa. Agora, por que
não saltas para o duche enquanto eu limpo aqui em baixo? Vou usar uma
das casa de banho de hóspedes esta manhã.
Ela balançou a cabeça desesperadamente.
— Sandro, não podes fazer isto...
— Bem, eu não tenho aversão a fazer um pouco de limpeza, — disse
ele, deliberadamente a entender mal.
— Tu sabes que não é isso que quero dizer, — ela assobiou, e ela
cultivou uma carranca perplexa que a enfureceu completamente.
— Bem, se tens um problema comigo a usar a casa de banho de
hóspede, então tenho que te dizer, eu certamente não me importo de
partilhar o chuveiro contigo. — Ele sorriu lascivamente, e ela fez um som
irritado no fundo da garganta antes de girar nos calcanhares e caminhar
para fora com a cabeça bem erguida.
** **
** **
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Open Book Traduções
Capítulo Sete
— Eu não vou ser capaz de ir ao médico contigo hoje, Theresa, —
Sandro informou Theresa enquanto eles estavam a tomar o pequeno-
almoço da estufa ensolarada na manhã seguinte. Ela nunca o teria
admitido, mas realmente tinha estado a depender em tê-lo lá naquele dia.
Ela estava na sua décima sexta semana de gravidez e tinha sido agendado
uma amniocentese por precaução naquele dia. Ela era uma pilha de nervos
sobre o procedimento e mesmo sabendo que o risco de complicações era
muito baixo, ele ainda estava lá. Enquanto a sua mente lógica lhe que disse
que o seu bebé estaria bem, ela ainda temia o possível resultado do teste.
Sandro tinha sido uma rocha durante p seu primeiro ultra-som no mês
anterior, segurando a mão dela enquanto ouvia o chiado dos batimentos
cardíacos do bebé pela primeira vez e apertando-a com força quando
tinham visto a frágil vibração no monitor preto e branco. O médico não
tinha sido capaz de determinar o sexo do bebé, mas Theresa estava
confiante de que era um menino e tinha dito isso. Sandro tinha
permanecido em silêncio durante todo o procedimento, mas ele tinha sido
um conforto para ela.
— Por que não? — Ela perguntou casualmente.
— Eu tenho que ir para a Itália na próxima semana e tenho um
monte para terminar no escritório antes de ir, — ele informou-a, e ela
baixou os olhos para o seu prato.
— O teu pai está bem? — Ela perguntou em voz baixa, e ele hesitou
antes de responder.
— Sim. A minha visita não é relacionada a assuntos de família.
Ela fechou os olhos de dor, de repente sabia que ele ia por causa
daquele telefonema ontem à noite. — Ok. — Ela assentiu com a cabeça,
lutando para parecer indiferente. — É só que... vou receber a
amniocentese hoje. — Ele praguejou baixinho.
— Sinto muito, Theresa, — ele murmurou, parecendo quase atingido
com a notícia. — Esqueci completamente.
E isso, é claro, trouxe o grande problema com casamento deles em
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Open Book Traduções
relevo. Ela tinha estado a preocupar-se com o processo, insistindo sobre
possíveis complicações, e aterrorizada com o pequeno risco de aborto que
podia acontecer. Ela tinha sofrido através das noites sem dormir ao pensar
sobre os defeitos de nascimento ou genéticos que os resultados poderiam
revelar enquanto o marido tinha simplesmente esquecido do teste. Claro,
ela nunca iria revelar o quanto ela dependia de ter a sua presença sólida e
silenciosa lá, então ela deu de ombros descuidadamente.
— Tenho certeza de que Lisa vai comigo. — Ela assentiu com
confiança, e os seus olhos brilharam com alívio.
— Essa é uma ótima ideia, — acrescentou entusiasmado. — Eu vou
estar na tua próxima consulta. Só vou ficar fora por uma semana ou assim.
Estarei de volta antes que percebas.
— Eu vou ficar bem, — ela descartou, cavando os seus ovos mexidos,
como alguém que não tem um cuidado no mundo. Houve um silêncio
constrangedor enquanto ele a observava comer, mas Theresa com muita
determinação manteve a cabeça baixa enquanto pegou os ovos na boca
com tanto entusiasmo que conseguiu sem engasgar.
— Não quero que fiques sozinha enquanto eu estiver fora. — Ele
violou o silêncio desconfortável, e Theresa franziu a testa ao ouvir as suas
palavras, olhando para ele com o garfo levantado a meio caminho da boca.
— Eu não vou estar sozinha. Rick e Lisa estão sempre por perto e o
pessoal está sempre presente. — Como se para provar as suas palavras,
Phumsile entrou na sala carregando um prato de panquecas, que
depositou na frente de Theresa com um olhar desafiador.
— Come tudo, — a mulher ordenou.
— É um monte de comida, Phumsile. — Theresa olhou para a pilha
de panquecas em desânimo, mas Phumsile cruzou os braços sobre o seu
amplo peito e olhou para Theresa, como se estivesse preparada para ficar
ali para garantir que Theresa comesse cada pedaço. Phumsile não fez
segredo do facto de que ela pensava que Theresa estava muito magra para
uma mulher grávida e havia tomado para si assegurar que Theresa
comesse saudavelmente. Theresa secretamente suspeitava que a mulher
mais velha de estar aliada com Sandro — uma suspeita de que agora foi
aprovada pelo aceno de aprovação que ele deu Phumsile antes de evitar os
olhar de Theresa.
— Não é tudo para ti, — Phumsile apontou. — É também para o teu
bebé. Tu não comes o suficiente. Para de desperdiçar a minha comida e
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Open Book Traduções
come tudo nesse prato. — Na mesma nota de insubordinação, ela varreu
de volta para fora da sala.
— É melhor terminares cada pedaço, cara. Tu não queres ficar do
lado mau de Phumsile, — disse ele com um pequeno sorriso, colocando a
sua antiga discussão em espera para o momento.
— Vocês estão a unir-se contra mim, — Theresa acusou-o, e ele
balançou a cabeça.
— Estamos a cuidar de ti, estamos preocupados contigo, e é por isso
que quero que fiques com a tua prima enquanto eu estiver fora.
— Não. — Ela voltou para seus ovos, mas também serviu-se de uma
panqueca, realmente não queria incorrer a ira de Phumsile. O silêncio
fervia do outro lado da mesa.
— Eu insisto.
— Não. — Ela nem sequer se preocupou em encontrar o seu olhar
neste momento.
— Theresa, estás a ser muito difícil. — Ele manteve a voz nivelada e
paciente.
— E tu estás a ser irracional, — ela retrucou, olhando para ele. —
Rick e Lisa têm um novo bebé. Vou visitá-los regularmente, e eu não tenho
nenhuma dúvida que eles vão vir aqui, mas eu ficar lá? Isso é
simplesmente ridículo. Não vou-me intrometer e eu não preciso de um
guarda; Sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma.
— E se algo der errado? E se precisares de ajuda no meio da noite e
ninguém está por perto?
— Por que não simplesmente ficas em casa se estás tão preocupado?
— Ela respondeu furiosamente e imediatamente desejou as palavras de
volta quando o escrutínio dele virou especulativo.
— Tu gostarias que eu ficasse em casa? — Ele perguntou em voz
baixa.
— Não faz diferença o que eu quero, — foi a sua resposta amotinada.
— Claro que faz, — ele aplacou suavemente. — Eu ficaria se tu
quisesses.
— E sobre o teu negócio importante? — Ela perguntou
sarcasticamente.
— Tu és mais importante, — disse ele em voz suavemente.
— Queres dizer que o bebé que estou a carregar é mais importante?
— Ela corrigiu, e a sua mandíbula apertou.
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Open Book Traduções
— Não, não foi isso que quis dizer, — ele manteve com paciência, e
ela piscou antes de balançar a cabeça.
— Estás a tentar confundir-me, — queixou-se, franzindo a testa para
ele, e ele sorriu.
— Nem um pouco, querida,— ele murmurou. — Só estou a tentar ser
honesto contigo.
— Bem, para, eu não acredito mais no do que dizes, — ela sussurrou,
e se afastou da mesa. Ele suspirou antes de se levantar também.
— Não respondeu à minha pergunta, — ele teve a coragem de pedir,
e o seu olhar se aprofundou até que ela parecia uma criança mal-
humorada.
— Não, eu quero que vás e cuides de qualquer que seja o assunto
que tens na Itália. Eu odiaria manter-te longe de algo importante, apenas
para tê-lo atirado na minha cara numa data posterior. — A mandíbula dele
se apertou com as suas palavras mordazes, mas ele não respondeu. Ela se
levantou abruptamente, doente da conversa e da companhia.
— Com licença, tenho que me preparar para a minha consulta, — ela
retrucou, virando-se para sair do espaço.
— Eu ainda quero que fiques com a tua prima enquanto eu estiver
fora, — ele insistiu, dirigindo as suas palavras para as suas costas estreitas
enquanto ela se retirava.
— E eu ainda dizer não a isso, — ela atirou por cima do ombro.
— Este assunto está longe de estar acabado, Theresa. — Ele ergueu a
voz um pouco quando ela se moveu mais distante dele, mas ela acenou
com desdém quando virou uma esquina que ela sabia que iria levá-la para
fora da sua vista. Uma vez ela chegou ao quarto, ela se sentou na cama e
respirou trémula, sentindo-se drenada.
** **
Lisa não foi capaz de se juntar a ela para a amniocentese; Rhys tinha
um exame médico e, naturalmente, que tinha prioridade. Então, Theresa
viu-se à espera sozinha, uma pilha de nervos mesmo sabendo que as
chances de algo dar errado eram mínimas. Ela mexia, folheou revistas, e
conversou com outras mulheres em vários estágios de gravidez, mas
através disso tudo ela só queria que Sandro estivesse lá com ela. As outras
mulheres foram todas acompanhadas pelos seus parceiros ou amigos, e
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Open Book Traduções
Theresa nunca se sentira tão dolorosamente sozinha antes. Ela estava tão
profundamente enterrada nos seus pensamentos que nem percebeu a
pessoa sentada ao lado dela até que a voz profunda do seu marido
retumbou no seu ouvido.
— Porque é que o teu telemóvel está desligado? Tenho tentado-te
chamar a manhã toda.
Ela pulou de susto antes de piscar para ele estupidamente, não tendo
a certeza como ele chegou a aqui estar. Ele sorriu para o seu rosto confuso
e Theresa viu-se impotente para responder o calor daquele sorriso aberto,
recompensando-o com um ofuscante dos seus próprios.
— O que estás a fazer aqui? — Ela perguntou sem fôlego, e ele deu
de ombros.
— Quando não te consegui ligar, tentei à Lisa, e quando ela me disse
que ela estava na clínica com Rhys, eu sabia que tu provavelmente estavas
aqui sozinha e achei que podias precisar de algum apoio moral, — explicou.
— M-mas e o teu trabalho?
— Ele vai continuar.
— Tu não tinhas de vir, eu estava bem sozinha, — sentiu-se obrigada
a protestar.
— Theresa, visivelmente ficas pálida cada vez que a menção desta
consulta vinha à tona. É óbvio que tu encontras o pensamento deste
procedimento assustador. Eu não poderia deixar-te enfrentá-lo sozinha. —
Tanta coisa para pensar que ela tinha mantido o seu medo e reservas bem
escondido dele. Ele parecia capaz de a ler como um livro aberto.
— Eu não estou realmente com medo, — disse ela com mais ousadia
do que convicção, e ele determinadamente conteve o sorriso que se
enrolava nos cantos da boca.
— Tu podes não estar, mas eu estou apavorado, cara. "Ele
estremeceu um pouco. — Agulhas, especialmente agulhas grandes, não
são a minha onda." Ela podia dizer pela maneira como ele ficou branco que
ele foi sincero. Ela olhou-o nos olhos por um tempo, perdendo-se nas
profundezas de fusão de chocolate antes de balançar-se ligeiramente.
— Obrigada por teres vindo, Sandro, — ela sussurrou. — Eu estava
um pouco intimidada com a ideia deste procedimento. — A confissão
custou muito, mas ela foi recompensada pelo sorriso caloroso, íntimo que
ele lhe dirigiu.
— Vai ficar tudo bem, — ele assegurou calmamente, a ligar
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Open Book Traduções
inesperadamente os seus dedos com os dela. — Vais ver. — Mesmo que
não havia nenhuma razão lógica para isso, as suas reservas derreteram
como gelo sob o sol quente e ela sorriu agradecida.
No final, Theresa navegou através do procedimento. Depois de algum
desconforto inicial, ela estava bem, mas foi Sandro que teve dificuldade
com o processo. Aparentemente, ele não estava a mentir quando tinha
dito que não gostava de agulhas grandes. Quando ele viu a agulha, ele
balançou o suficiente para uma enfermeira alarmada trazer rapidamente
um banquinho para ele para se sentar. Ele agradeceu-lhe, mas
corajosamente escolheu ficar no seu lugar. Essa exibição de macho durou
apenas o tempo suficiente para eles inserirem a agulha no seu abdómen,
altura em que ele empalideceu dramaticamente e praticamente caiu no
banquinho fornecido. Daquele ponto em diante, ele manteve os olhos
decididamente longe da agulha e do rosto divertido de Theresa.
— Uma vez, quando eu tinha dez anos, — ela começou a falar para
distraí-lo. — Eu caí de uma árvore. — Isso certamente chamou a atenção.
— O que estás a fazer numa árvore? — Ele soou cético. — Tu não me
pareces ser o tipo de maria-rapaz.
— Eu não era, mas estava um pobre gatinho preso lá em cima e eu
era um otário completo por animais. — Ela encolheu os ombros e
estremeceu um pouco quando a agulha beliscou mais. A sua mão apertou
em torno dela, enquanto o médico alegremente informou-lhes que estava
"quase no fim."
— Então o que aconteceu? — ele perguntou suavemente.
— Bem, Lisa estava comigo e ela estava desesperadamente a tentar
argumentar comigo, mas eu não quis ouvir. — Ela balançou a cabeça. — Às
vezes eu posso ser um pouco teimosa.
Ele bufou. — Não! A sério?
Ela inclinou o queixo para cima e optou por ignorar o seu sarcasmo.
— Assim quando eu estava inclinada para fora e quase a chegar a esse gato
estúpido, ele bufou-me, arranhou a minha mão, e escalou de volta para
baixo. — Ela sentiu a sensação de beliscar gradualmente diminuir à medida
que a agulha foi retirada do seu abdómen. — Mas o gato tinha-me
assustado e eu perdi o equilíbrio antes de cair da árvore.
— O que aconteceu depois disso? — Ele parecia fascinado mesmo
que o médico estava a afastar-se da mesa.
— Eu quebrei o braço e parei de gostar de gatos desde aquele dia, —
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Open Book Traduções
ela confessou timidamente. Ele riu antes de se inclinar sobre ela
inesperadamente e soltar um rápido beijo na testa dela. — Eu não sei
porque te contei essa história. Tu parecias precisar desesperadamente de
distração.
— E como, — reconheceu trémulo. — Ainda estou a sentir-me um
pouco enjoado depois de ver aquela agulha. — Ele engoliu em seco e
empalideceu novamente. — Eu não sei como pudeste fazer isso sem
anestesia.
— O médico tinha-lhe oferecido uma injeção para entorpecer a área,
mas uma agulha enorme era mau o suficiente, Theresa não tinha estado
encantado com o pensamento de ter que lidar com dois.
— Foi um pouco desconfortável, — ela admitiu enquanto a
enfermeira a ajudou-a sentar. — Mas não muito mau.
— Correu muito bem, Sr. e Sra. De Lucci. — O Dr. Shelbourne sorriu
sobre a mesa para eles. — Você e o seu bebé estão bem. Certo. Assim,
para os próximos dois dias, eu quero que você não faça trabalho pesado,
nada de sexo, e nada de viajar. Tente relaxar e não sobrecarregar-se. Você
pode experimentar um pouco de cólica por um dia ou dois, mas isso é
normal. Se tiver cólicas e se continuar por muito tempo ou é muito grave,
venha imediatamente. Especialmente se for acompanhada por manchas
ou sangramento. — Tanto Sandro e Theresa se encolheram com o terrível
aviso. Theresa procurou instintivamente a sua mão com a dela.
— Devemos ter os resultados num par de semanas, — o homem
mais velho continuou alegremente. — Nós vamos entrar em contacto com
você quando eles chegarem.
— Você acha que eu estou em risco de ter outro aborto? — Theresa
perguntou de repente, e o médico pareceu surpreso com a pergunta dela.
— Nem um pouco. — Ele balançou a cabeça com veemência.
— Mas a última vez... — ela começou trémula.
—... Foi apenas uma daquelas coisas trágicas que, às vezes,
acontecem na vida. Você é saudável e o seu bebé parece saudável. Não há
absolutamente nenhuma razão que você não deve levar a termo e
entregar um bebé perfeito. Agora, para tópicos mais felizes; gostaria de
saber o sexo do bebé?
— Conseguiu notar? — Theresa perguntou com um sorriso.
— A imagem era tão clara como um sino. — Ele concordou com
indulgência.
116
Open Book Traduções
— Não. — Sandro balançou a cabeça. — Eu prefiro não saber.
— Mas Sandro... — Ela se virou para ele com surpresa, mas ele se
recusou a encontrar os seus olhos. — Por que não queres saber?
— Não faz diferença. — Nada do que ele poderia ter dito a teria
magoado mais, e imediatamente se retirou para trás da sua concha,
retirando a mão da dele. Claro que não fazia a diferença. Se fosse um
menino, ele iria embora sem conhecer a criança, e se fosse uma menina,
ele estaria preso no seu casamento indesejado por mais tempo ainda. Ele
gemeu quando viu a sua expressão e imediatamente agarrou a mão dela
novamente. — Eu não quis dizer isso da maneira que tu, obviamente,
pensas que fiz, Theresa.
— Está tudo bem, — ela informou o médico, que parecia
desconfortável a estar a testemunhar o debate deles. — Eu não tenho que
saber. — Não quando ela tinha 100 por cento de certeza de que era um
menino de qualquer maneira. O médico balançou a cabeça e limpou a
garganta.
— Muito bem então, os meus lábios estão selados. — Ele balançou a
cabeça, tentando manter a sua maneira jovial, embora era evidente que
ainda estava desconfortável. Sandro não disse nada, mantendo os olhos no
rosto determinadamente desviado de Theresa. O médico acrescentou um
pouco mais dos seus cuidados usuais, que ela não sobrecarregar-se antes
de os dispensar com um caloroso adeus.
— Apenas deixa-me explicar, — Sandro disse no momento em que
estavam fora da clínica. Estava a chover e Theresa apressadamente
levantou o capuz do seu casaco antes de correr para o carro. Ele a seguiu,
embora ela ainda o ignorar e mantinha as costas para ele. Ela se
atrapalhou para as chaves do carro na sua bolsa grande e ele gemeu de
frustração antes de deixar cair as mãos sobre os seus ombros estreitos
para virá-la ao contrário. O rosto dela estava molhado, e ele suspirou
profundamente enquanto limpou a umidade, não tendo a certeza se era
lágrimas ou chuva.
— Desculpa, — ele sussurrou, abaixando a cabeça para que ela
pudesse ouvi-lo sobre o clamor de condução de carros perto e da chuva
gelada. — Theresa, aquilo não saiu direito. Não significa o que tu pensas.
** **
130
Open Book Traduções
Capítulo Oito
— És uma paciente extremamente difícil, cara, — Sandro rangeu para
fora entre os dentes, três dias depois. Foi no meio da tarde e ele entrou na
sua sala de trabalho, apenas para encontrá-la com culpa em pé no meio da
sala. Ela segurava o caderno de esboços que tinha subido para o andar de
cima para recuperar, junto ao peito.
— Eu estava entediada, — ela lamentou. — Então pensei que se
tivesse o meu bloco de desenho à mão, eu poderia trabalhar em alguns
projetos.
— Por que chamaste a mim ou à Phumsile para buscá-lo por ti?
— Tu estavas a recuperar o atraso no trabalho, — e ele tinha perdido
o suficiente já, tomando a semana de folga para ficar com ela. — E
Phumsile saiu para fazer algumas compras.
— Isto é ridículo, — ele rosnou, alcançando-a num passo e
balançando-a nos seus braços fortes, como se ela fosse uma pluma. — Tu
estás a ser impossível. Por que não viste televisão ou leste um livro, ou
uma sesta, ou nada até que Phumsile voltasse?
— Porque estou entediada agora, — queixou-se de mau humor, e ele
murmurou algo baixinho em italiano.
— O que significa isso? — Ela quis saber, e ele lançou um olhar de
soslaio torto para ela antes de bufar suavemente.
— Eu disse: "Deus salve-me de mulheres teimosas", — ele
gentilmente traduziu, e ela fez uma careta.
— Eu não sou teimosa, — ela insistiu teimosamente, e os lábios
lindos dele contraíram em diversão.
— Claro que não. — Ele balançou a cabeça escura de forma mais
condescendente, que Theresa imediatamente discordou.
— E tu não tens que me apadrinhar, — ela fervia. — Eu não sou feita
de vidro.
— Tu só estás à espera de uma briga, não é? — Ele meditou, os seus
lábios a enrolar-se ligeiramente. Ela cruzou os braços sobre o peito e
manteve os olhos fixos em rebeldia na sua forte mandíbula. Ele suspirou
131
Open Book Traduções
dramaticamente e colocou-a mais contra o peito antes de fazer o seu
caminho para o andar de baixo. Quando voltaram para o quarto dela, ele
depositou-a suavemente para o lado da sua cama e ficou a olhar para ela
placidamente com as mãos enfiadas nos bolsos das suas calças de carga
azuis-marinho. Ela amava-o em calças de carga; cavalgavam baixo nos seus
quadris magros e certamente fez coisas maravilhosas pelo seu já lindo
traseiro. Agora, enquanto ele pairava sobre ela, a boca dela ficou seca pela
imagem de perfeição masculina apresentou naquelas calças e a camisola
velha favorita, uma rasgada, esticada e cinzenta, com um emblema do
Batman na frente. O cabelo estava uma confusão e ele precisava
seriamente de se barbear mas ele parecia absolutamente lindo e ela de
repente estava ofegante de desejo por ele.
Os olhos dele se estreitaram especulativamente sobre o seu rosto
corado. Os cantos dos lábios puxaram para cima enquanto ele se estendeu
abruptamente adicionando um bocejo ao movimento. A sua camisola
cavalgou por cima do seu abdómen tonificado e rígido e revelou a sua pele
suave bronzeada. Theresa quase gemeu em voz alta enquanto reprimia o
desejo de estender a mão e acariciar a pele acetinada em exibição apenas
a polegadas do seu rosto. O trecho elaborado finalmente terminou e ele
gemeu quando ele rolou a cabeça nos seus ombros, trabalhando as dobras
do pescoço.
— Estou exausto, — informou-a com voz rouca, afundando-se ao
lado dela, e ela rapidamente se aproximou da cabeceira da cama. Ele
ignorou o movimento evasivo e atirou-se para trás, deitando-se com os
joelhos sobre o lado da cama e os pés apoiados no chão. Mais uma vez a
camisa tinha subido e Theresa olhou para a pele tentador do seu torso em
silêncio. Ele ergueu as mãos para cobrir o rosto, engatando a camisa para
cima ainda mais, e ele suspirou novamente. — Apenas deixa-me descansar
aqui por um par de minutos, cara. Eu preciso recuperar a minha força após
subir as escadas. Tu tiveste um monte de peso ao longo destes últimos
meses. — Ela estava tão cativada pela imagem deliciosa que ele fazia,
colocado para fora como um buffet na frente de uma mulher faminta, que
levou um momento para as palavras afundar. Quando o fizeram, ela gritou
de indignação e bateu no seu bíceps duro em resposta. A sua boca, a única
parte do seu rosto que ela podia ver sob as suas mãos, mudou para um
sorriso preguiçoso.
— Tu bates como uma miúda. — Ele sorriu, mantendo os olhos
132
Open Book Traduções
cobertos e ela tentou acertá-lo novamente. Ele estava pronto para ela
nesse momento, e agarrou o punho cerrado para dar um puxão na sua
direção até que ela estava desajeitadamente deitada em cima dele. Ela
tentou desviar, mas o seu braço apertou como uma banda de ferro em
torno da sua cintura, mantendo-a no lugar com o mais desencapado dos
esforços.
— Deixa-me ir, — ela exigiu por entre os dentes cerrados,
contorcendo-se urgentemente enquanto tentava se afastar dele. Para sua
frustração, ela mal conseguia se mover e, eventualmente, ela cansou-se e
parou de se mover. As mãos estavam apoiadas no seu peito duro e largo
enquanto ela tentava manter a parte superior do corpo para longe do dele;
um dos seus pés estava pendurado para o lado da cama e o outro estava
preso entre as pernas. Ela olhou para baixo no rosto dele, mas os seus
olhos estavam fechados e ele parecia tão relaxado que por um momento
implausível ela realmente acreditava que ele poderia ter caído no sono. As
suas pálpebras preguiçosamente afastaram-se quando ela parou de se
mover.
— Apenas relaxa, pode ser? — Ele implorou, cansado.
— Eu não posso relaxar assim, — ela sussurrou, e ele gemeu antes de,
aparentemente com grande esforço, ele se moveu até que ambos estavam
deitados no meio da cama. Ele estava deitado de costas, com os pés
apenas com meias, porque ele tinha de alguma forma conseguido tirar os
tênis no processo, cruzadas nos tornozelos. Ela estava estendida ao lado
dele e ele tinha um braço duro envolvido em torno da sua cintura e a outra
enrolada debaixo da sua cabeça. Como ele tinha conseguido mudar as
posições deles sem largá-la uma vez, permanecia um mistério para ela.
— Ainda não estás relaxada, — observou ele depois de alguns
minutos de silêncio, e ela levantou a cabeça de onde estava a descansar
logo abaixo da axila e franziu a testa irritada para o seu rosto.
— Claro que não estou, — ela retrucou. — Como é que eu vou
relaxar quando tu estás exatamente onde eu não quero que estejas?
— Tu fizeste isto tu mesma. — Ele deu de ombros, indiferente.
— Como na Terra eu fiz isso?
— Por não seguires as ordens do médico, — ele murmurou, soando
meio adormecido. — Esta é a única maneira que eu posso ter certeza de
que vais ficar na cama.
— Eu não vou fazer sexo contigo, — disse ela, e ele suspirou, o som
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Open Book Traduções
tão longo que os tornozelos de Theresa subiram.
— Claro que não, mas tu vais dormir comigo, — informou ele, a voz
cheia de propósito sombrio. — Então podes muito bem relaxar. — Ela não
disse nada, simplesmente permaneceu tensa como uma mola enrolada ao
lado dele. A mão que ele tinha na sua cintura começou a varrer
preguiçosamente cima e para baixo no seu lado, enquanto ele trouxe o
outro braço para deitar a sua grande mão no seu abdómen, onde o bebé
descansava. Ela tencionou ainda mais, mas ele não fez nada mais do que
acariciá-la suavemente. Aos poucos, ela começou a relaxar, permitindo que
seus pensamentos à deriva ligeiramente.
— Já pensaste em nomes para o bebé? — Ele perguntou, depois de
quase meia hora de cada vez mais confortável silêncio, e Theresa estava
tão relaxada por esse tempo que ela não podia mesmo chamar qualquer
indignação sobre o que ela considerava ser um assunto proibido.
— Hmmm... — ela gemeu, inalando o seu aroma quente, limpo, com
visível prazer. — Eu gosto dos nomes Kieran e Ethan. Liam talvez, mas eu
estou inclinada para Alex... — A voz dela sumiu sem jeito quando percebeu
o que havia revelado e esperava que ele não notasse. Mas este era Sandro
e era mais acentuado do que a aderência proverbial.
— Alex? — Ele observou casualmente. — Alexander?
Estúpida, tola estúpida! Ela repreendeu com raiva. Como ela poderia
ter revelado que ela estava inclinada a nomear o seu filho com o nome
dele? Ele não disse mais nada sobre o assunto, e ela relaxou depois de
alguns minutos de tensão.
— E quanto a nomes de menina? — Perguntou. — Não pensaste em
nenhum? — É claro que ela não tinha pensado em nenhum. Ela ia ter um
menino. Ela se recusou a responder à sua pergunta.
— Eu gosto do nome Lily, — ele murmurou, a voz quase sonhadora
enquanto continuava a acariciar o pequeno monte do seu abdómen. — Ou
Sofia... a Lily teria cabelo preto como o meu, mas belos olhos verdes como
os teus, mas eu acho que a Sofia deve ter cabelo vermelho e olhos
castanhos, não é? — Ele não esperou pela resposta dela, simplesmente
continuou naquela mesma voz sonhadora. — Lily seria uma criança doce,
mas Sofia, ela é temperamental. Ela gosta de atirar coisas...
— Para com isso, — ela silvou. — Não vai haver Lily ou Sofia! Haverá
um Liam ou um Ethan, talvez um Kieran ou um Alex, e ele vai ter o cabelo
vermelho e olhos verdes. Ele será uma criança doce e adorável. — Ele não
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Open Book Traduções
fez comentários, apenas manteve os calmantes movimentos não
ameaçadores, das suas mãos grandes e fortes. Um tempo depois, o afago
preguiçoso abrandou, antes de parar completamente e as mãos dele se
tornou pesadas no seu corpo. Ele caiu pesadamente contra ela e um suave
ronco confirmou que ele tinha adormecido. Theresa suspirou baixinho
antes de permitir-se adormecer também.
** **
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Open Book Traduções
Capítulo Nove
Aquele dia marcou um ponto de viragem na relação rochosa. A paz se
manteve e junto com ele um respeito mútuo, cada vez mais profundo,
floresceu entre eles. Sandro consultou-a em algumas das suas decisões de
negócios, parecendo valorizar as suas opiniões e tomar os seus conselho.
Agarrando a sugestão dele, Theresa começou a perguntar pelas suas
opiniões sobre alguns dos seus projetos e desenvolveu uma admiração
afiado pelo olho que ele parecia ter para com jóias de qualidade. Com o
seu incentivo, ela começou a tentar peças mais difíceis usando novas
medidas e ficou agradavelmente surpreendida com os resultados.
A vida era melhor, mas de nenhuma maneira perfeita, eles ainda
dormiam separados por insistência de Theresa. Enquanto ele a
acompanhava a todos os compromissos do médico e foi mesmo o seu
treinador nas aulas de parto natural que ela começou a frequentar,
Theresa raramente falava com ele sobre o bebé e fez o seu melhor para
desencorajar qualquer discussão. Lisa era para sua treinadora, mas a prima
tinha as mãos cheias com Rhys e prometeu estar lá para o nascimento,
mas não poderia colocar compromisso de tempo nas aulas. Isso, é claro,
significava que Sandro não era nada mais do que um substituto temporário,
que ela sabia que agradava o seu ego. Francesca ainda aparecia grande
entre eles, e mesmo que Theresa tinha o cuidado de nunca mencionar o
nome da outra mulher, ela nunca estava longe da mente de Theresa.
Sandro tinha ido para a Itália um par de vezes durante os últimos três
meses e depois de compulsivamente verificar a Internet por qualquer
notícia sobre ele enquanto estava fora, ela tinha finalmente encontrado
fotos dos dois juntos, participando de alguma função glamourosa em
Milão. Ela não conseguia ler o artigo italiano, mas tinha sido uma extensa
disseminação de quatro páginas sobre o evento e Sandro e Francesca
Delvecchio, como as legendas tinha identificado, tinha sido duas das
pessoas mais bonitas lá. Então é claro que havia pelo menos uma dúzia de
fotos deles a sorrir, dançar, e beber. Sandro parecia tão relaxado e feliz com
a morena linda e escultural no seu braço que Theresa tinha sido incapaz de
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Open Book Traduções
parar de olhar para as imagens. Era assim que ele deveria ter parecido no
dia do casamento, despreocupado e no amor. Em vez disso, o rosto tinha
parecia que iria rachar bem forte se ele inclinasse os lábios nos cantos.
Tinha fisicamente a magoado ver essas fotos, mas aquela que a tinha
rasgado tinha sido dele curvando-se para soltar um beijo na bochecha de
Francesca. Nunca tinha visto duas pessoas mais correspondentes.
Theresa suspirou e sacudiu-se ligeiramente, quando se viu a pensar
sobre a imagem novamente. Fazia mais de um mês desde que ela tinha
visto, e não tinha o mencionado para Sandro, sabendo que iria conseguir
pouco, especialmente com a sua separação iminente menos de três meses
de distância. Ela passou a mão suave sobre o monte no estômago do
tamanho de uma bola de futebol, tentando aliviar o bebé inquieto que
movia sob o seu toque. Ela não tinha o direito de ter ciúmes, apesar do
facto de que eles tinham um relacionamento muito melhor agora do que
tinha tido durante o primeiro ano e meio de casamento. Ela não podia
perder de vista o facto de que eles eram casados apenas no nome e se
separariam assim que o bebé nascer.
Ela tinha começado a decorar o berçário, e Sandro, que tinha-se
passado quando tinha voltado do escritório cedo para encontrá-la no cimo
de uma escada a tentar pintar as paredes, tinha feito a pintura. Ela passou
uma grande parte do tempo no berçário, acrescentando pequenos toques
aqui e ali, muitas vezes a sair e comprar móveis e brinquedos. Havia
realmente foi muito pouco a fazer, mas ela ainda continuava a adicionar
pequenos bichos de peluche e roupas minúsculas. Os esquemas de cores
eram creme e lilás pálido. Ela tinha começado com azul, mas tinha voltado
a casa um dia de visitar Lisa, para descobrir que Sandro tinha mudado a cor
para algo mais "neutro", como ele colocou. Ela não tinha protestado muito,
porque ela tinha encontrado o novo esquema de cores suaves e mais
bonitas do que o azul no branco que tinha planejado.
Ela também encontrou toques de Sandro em outros lugares no
berçário. Ele comprou brinquedos- brinquedos para meninas. Bonecos de
peluche, ursos de peluche, póneis, qualquer coisa que o coração de uma
menina poderia desejar. Theresa optou por não reconhecê-los de qualquer
forma, e cada vez que ela via um, geralmente escondia entre os
brinquedos que ela tinha comprado, ela renegá-los para o canto mais
distante do berço bonito que haviam selecionado juntos. Havia uma
coleção bastante grande a formar-se na área, que ela tinha apelidado de
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Open Book Traduções
Toy Siberia. Ela não sabia porquê que ele continuava a comprar essas coisas,
e se recusou a perguntar. Ele nunca mencionou o monte de brinquedos
que ela tinha arrumado no canto, apenas obstinadamente continuou s a
adicionar mais e mais para o berçário.
As duas horas deles, três vezes por semana tinham-se ramificado em
algumas horas todos os dias. Não havia mais um tempo limite para a
quantidade de tempo que passavam juntos, porque Theresa tinha parado
de aplicá-la uma vez que ficou claro que Sandro iria esgueirar-se um pouco
de tempo todos os dias. Apenas se tornou mais fácil fingir não percebê-lo.
A saúde de Theresa continuou a flutuar, a sua gravidez sendo muito mais
difícil do que ela, ou Sandro, ou o médico tinha antecipado. Ela tinha sido
diagnosticada com pré-eclâmpsia no mês anterior, e Sandro tinha-se
transformado numa mulher de idade paranóica sobre o que podia e não
podia fazer. Ele até parou de ir para o escritório, trabalhando a partir de
casa e a pairar 24/7. Ela não sabia como ela iria passar os dois últimos
meses da sua gravidez sem recorrer a alguma forma de violência porque o
homem estava a pô-la completamente louca.
Agora ela estava sentada com os pés para cima, a olhar
melancolicamente para a chuva que escorria no lado de fora. Era uma
tarde de primavera excepcionalmente húmida e miserável, e Theresa tinha
há muito tempo abandonado o seu livro em favor dos seus pensamentos
turvos. Tão absorvida que estava naqueles pensamentos que não ouviu
Sandro entrar, e quase saltou para fora da pele quando sentiu uma grande
mão no seu ombro.
— Não pretendia-te assustar, — ele murmurou, curvando-se para
soltar um beijo rápido sobre a pele macia e exposta onde o seu ombro e
pescoço se encontravam. — Eu chamei o teu nome, pelo menos, duas
vezes, mas estavas totalmente envolvida no teu pequeno mundo.
— Estava apenas a pensar... — Ela encolheu os ombros, a voz a
desvanecer.
— Sobre?
— Tudo. Nada. — Deu de ombros novamente.
— Como te estás a sentir? — Ele perguntou, pondo-se de joelhos na
frente dela.
— Estou bem. Um pouco cansado... — Ele ergueu a mão e
gentilmente traçou uma das suas maçãs do rosto delicado com o polegar
antes de agilmente pular de pé e sentar-se no sofá ao lado dela. Nenhum
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Open Book Traduções
deles disse nada por um tempo; apenas ouviram a chuva e assistiram
enquanto escorria para baixo a janela como uma cachoeira.
— Eu quero que conheças o meu pai, — ele anunciou
inesperadamente, e ela congelou antes de virar a cabeça lentamente para
encontrar os seus olhos pensativos.
— O quê?
— O meu pai, — ele repetiu, e ela mordeu o lábio antes de limpar a
garganta com incerteza.
— Eu não sei se isso é... — ela começou, mas ele a interrompeu antes
que pudesse terminar.
— A condição dele está a se deteriorar rapidamente, — disse ele
abruptamente. A voz quebrou um pouco quando ele disse as palavras e a
sua mandíbula apertou.
— Oh, Sandro, lamento, — ela sussurrou, os olhos a ficarem líquidos
com simpatia por ele. — Quando é o teu voo?
— Eu não vou embora, — ele disse-lhe severamente, e os olhos dela
sombrearam em confusão, antes de queimarem quando percebeu porquê
que ele se recusou a ir e estar com o pai.
— Sandro. — A sua voz era tão baixa que mal se transportou para o
homem que estava sentado a polegadas dela. — Não podes ficar por causa
de mim. Tu tens que ir e estar com a tua família. O teu lugar é com eles
agora.
— Tu és a minha família também, Theresa, — ele retrucou, um
redemoinho de frustração e dor a brotar dos seus olhos. — E recuso-me a
deixar-te aqui sozinha.
— Dificilmente estou sozinha, Sandro, — ela descartou levianamente.
— Os funcionários, Lisa e Rick, e até mesmo o meu pai estão aqui para
mim. Vai para casa ter com a tua família.
— Aqui é onde eu tenho que estar, este é o lugar onde eu vou ficar.
Para de discutir comigo, pelo amor de Deus! — Ele rosnou.
— Tu não vais me culpar por isso também, Sandro, — ela se irritou
impotente. Ela reconheceu a inclinação teimosa do queixo e a resolução de
aço nos olhos dele e sabia que a sua decisão já estava tomada. Ele não se
moveria sobre a questão, a menos que algo drástico acontecesse para
mudar a sua mente. — A única razão pela qual estás aqui agora é por causa
do meu pai e o seu esquemazinho corrupto de chantagem! Eu e o meu pai
bagunçamos a tua vida e tua família o suficiente; não o tornes pior por
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Open Book Traduções
ficar aqui comigo, de todas as pessoas, quando a família que tu sacrificaste
a tua liberdade precisa de ti.
— Tu nunca mais, — ele fervia, agarrando e apertando a mão com
tanta força que ele quase cortou a circulação,— te metas na mesma
categoria que o teu pai novamente, Theresa. Nada disso é tua culpa e
agora também precisas de mim.
— Eu não preciso de ti, — ela enunciou claramente. — Eu recuso-me
deixar que tu te atormentes assim. Dever acima de tudo. Isso está certo? O
resignado Sandro, que está sempre a fazer a coisa certa e sempre a colocar
as necessidades de todo mundo antes das suas próprias. Sacrificar a tua
felicidade no altar de obrigação familiar. Eu não vou ser a tua obrigação,
Sandro. Eu me recuso. Vai e fica com a tua família!
— Tu és a minha família, raios! Tu, tu, tu! — Ele gritou, e ela saltou de
susto, a mandíbula a abrir lentamente enquanto Sandro saltou do sofá a
pairou sobre ela furiosamente. Tão raramente que Sandro perdia a calma
que Theresa olhou para a sua cara frustrada e miserável em silêncio
chocado. Todo o ar parecia deixar as velas dele e os ombros caíram
enquanto ele caia de joelhos na frente dela, trazendo os seus olhos para
baixo para o mesmo nível que os dela. — Eu quero ficar aqui contigo. Por
que isso é tão difícil para tu entenderes? — A sua voz caiu para um
sussurro. Os seus olhos de repente, surpreendentemente, encheram de
humidade, o que ele não fez nenhuma tentativa de esconder dela, e ele
murmurou algo em italiano, a voz cheia de emoção. Ela mordeu o lábio e
balançou a cabeça.
— Eu não compreendo, — ela sussurrou com pesar, e ele estendeu a
mão para tocar o seu rosto.
— O meu pai está a morrer, cara, — ele repetiu em Inglês, a voz
absolutamente devastado com a emoção. — Por favor, eu preciso que tu
não lutes comigo agora. — Ela assentiu com a cabeça e estendeu as duas
mãos para acariciar o seu cabelo para trás da sua testa larga. O gesto
pareceu desfazê-lo, e o rosto amassou antes de ele passar os braços fortes
em volta da cintura engrossada e esconder o rosto no monte do seu
estômago enquanto Theresa enrolou o seu corpo superior protetoramente
sobre a cabeça dele enquanto sussurrou pequenos trechos calmantes no
seu cabelo.
— Desculpa, — disse ela baixinho. — Eu não tive a intenção de tornar
isto mais difícil; Eu apenas pensei que ias ficar por algum sentido
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Open Book Traduções
equivocado de honra e obrigação. Eu odiaria isso, Sandro. Eu odiaria que
ficasses, em seguida, se... se o pior acontecesse, tu irias me culpar porque
não pudeste estar lá ao lado dele.
— Eu sei, — ele murmurou, levantando a cabeça para olhar para ela,
o rosto inescrutável, apesar da emoção que agitava que ela podia ver no
seu olhar. — E eu posso ver por que é que pensarias isso. Tenho-te culpado
por muito no passado e te tratado terrivelmente, mas tu tens que acreditar
em mim quando te digo que a última coisa no mundo que eu quero é
magoar-te, Theresa. — Ela não disse nada, sabendo que, apesar de que
não seria intencional, ele ainda iria magoá-la quando finalmente fosse
embora. E, em seguida, novamente quando eles se divorciarem e ele
finalmente se casasse com Francesca. Todas essas coisas eram tão
inevitáveis como o pôr-do-sol. Eles iriam acontecer e iriam devastá-la.
— Então, o que me queres perguntar? — Perguntou ela, sem
reconhecer as suas palavras fervorosas. A omissão não passou
despercebida e Sandro se encolheu um pouco antes de tomar uma
respiração profunda e se levantar para se sentar no sofá ao lado dela,
angulando o seu corpo para que pudesse encará-la.
— Eu quero que conheças o meu pai, — ele repetiu, e os olhos dela
mostraram sua confusão.
— Eu não tenho certeza se entendi. Tu sabe que o doutor Shelbourne
proibiu qualquer voo durante o meu terceiro trimestre.
Ele sorriu um pouco antes de balançar a cabeça. — Theresa, cara, tu
realmente precisas recuperar o atraso do século 21, — ele brincou.
Tornou-se uma piada entre ele e Rick, de todas as pessoas, que Theresa
estava tão tecnologicamente atrasada. Ela mal podia operar o telemóvel,
assim que e-mails, mensagens instantâneas, e todas as outras formas a
deixaram completamente perplexa. Ela havia dizimado os discos rígidos em
três laptops em tantos anos e agora manteve os registros estritamente em
papel num armário no seu escritório.
— Então, o que tens em mente? — Ela perguntou.
— Certamente nada que envolva a ti ou ao meu pai voar em
qualquer lugar. Nunca ouviste falar de vídeo-conferência? — Ele perguntou,
afastando uma mecha de cabelo que tinha escorregado de detrás da sua
orelha, para balançar no seu rosto. Ele sempre fazia pequenas coisas como
essa ultimamente; estava sempre a tocá-la, a acariciá-la, e depois do seu
desconforto inicial com todo o contacto, Theresa agora quase não notava e
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Open Book Traduções
apenas aprecia os mimos.
— Aquela coisa onde tens uma reunião e tu podes ver as pessoas do
outro lado do mundo num monitor na sala? — Ela perguntou vagamente, e
ele sorriu.
— Sim... muitas vezes eu falo com minha família na Itália por esse
meio, — revelou.
— Ok. — Ela balançou a cabeça lentamente. — Então, quando queres
fazê-lo?
— Eu estava a pensar hoje à noite? — Ele perguntou, e o estômago
dela deu um rolo lento e nervoso antes de ela balançar a cabeça
novamente.
— Ok, — disse ela novamente, fisicamente incapaz de dizer muito
mais.
— Eles vão-te adorar, — ele assegurou, apertando a sua mão.
— Eles? — Ela perguntou, de repente cheia de dúvidas. — Eu pensei
que seria apenas o teu pai.
— A minha mãe e avó provavelmente vão estar lá e talvez um par das
minhas irmãs também. Com o meu pai tão doente, provavelmente eles
estão todos lá.
— O teu pai está em casa?
Ele acenou, os olhos a escurecer novamente.
— Ele recusa-se a ser hospitalizado. Ele diz que, se ele vai morrer, ele
quer fazê-lo em casa. Ele tem o melhor cuidado médico e instalações que o
dinheiro pode oferecer em casa.
— Isso é compreensível. — Ela assentiu com simpatia. — Ele esperou
tanto tempo para voltar para casa. — Houve um momento de silêncio
constrangedor.
— Estou realmente contente que tu conseguiste pegar de volta para
ele, Sandro, — ela falou impulsivamente. — Mesmo se te custou mais do
que deveria. — Mais uma vez o silêncio, antes de ele assentir tensamente,
o rosto sombrio parecendo talhado em pedra.
— Então, eles sabem que vou estar... Eles estão à espera de se
encontrar comigo? — Ela quebrou o silêncio desconfortável poucos
momentos depois e ele limpou a garganta.
— Eu estive a fazer barulho sobre querer que eles te conheçam há
um tempo agora, — informou. — Então, eles não vão ficar muito surpresos.
— Sempre a pensar adiantado não é? — Ela perguntou com uma
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Open Book Traduções
pitada de ressentimento.
— Se tu queres dizer que eu tinha antecipado ter de te apresentar ao
meu pai moribundo por este meio menos que ideal, então não, eu não
estava realmente a preparar para esta eventualidade! — Ele retrucou,
irritado.
— Eu não quis dizê-lo dessa maneira — ela sussurrou defensiva.
— Claro que não quiseste, — ele concordou com sarcasmo. Ferida,
ela conseguiu alavancar a sua forma volumosa do sofá, ignorando-o
quando ele pulou agilmente para oferecer assistência.
— Estou cansada, acho que vou fazer uma sesta antes do jantar, —
disse ela. — Vejo-te mais tarde. — Ela deixou-o para trás sem um único
olhar, simplesmente doente e cansada da constante tensão que ambos
tinham de viver.
** **
** **
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Open Book Traduções
Capítulo Dez
Sandro fez bem na sua promessa e tinha alistado tanto a ajuda de
Lisa e Phumsile na garantia de que Theresa tomasse as suas vitaminas e
descansasse o suficiente, mas que foi a única promessa que ele manteve.
Um mês passou praticamente nenhuma palavra dele, e os seus
telefonemas, os poucos que vieram, foram apressado e impessoais e mal
duraram três minutos. Quando Theresa tentou contactá-lo, ele nunca
estava disponível, ou assim as vozes femininas frias do outro lado da linha
lhe disseram. Ela não tinha escolha, mas acreditar nas suas palavras.
Ela manteve o controlo dos movimentos de Sandro através das
notícias-online, televisão e impressa. A morte do seu pai e a subsequente
tomada de Sandro ao longo da banca de investimento e império da família
foram notícias muito quentes e quase não passava um dia que não era
mencionado em alguma forma de notícia. Houve cobertura paparazzi do
funeral; apesar dos meios de comunicação proibidos pela família, algum
fotógrafo intrépido tinha conseguido obter uma imagem de Sandro em pé
sobre o túmulo aberto do seu pai, o rosto fechado mais apertado do que
um punho, ladeado pela sua mãe e Francesca, que estava ao lado dele
oferecendo o apoio que apenas uma amante ou uma esposa iria oferecer.
Muita coisa tinha sido escrita sobre a fotografia, e uma série de críticas
cínico tinha sido destinado à sua esposa fria e ausente, e um monte de
elogios dado à Francesca que estava junto dele através de frio e vento.
Não houve menção sobre a sua gravidez difícil que fez viagens quase
impossíveis para ela. Alguns repórteres locais tinham a contactado,
querendo o seu "lado da história" e sua recusa em ser entrevistada ou
oferecer qualquer comentário tinha meramente adicionado combustível
ao boato de que ela era insensível e fria. Os meios de comunicação,
quando dado rédea livre, eram implacáveis. Para a maior parte eles a
deixaram sozinha, contentes em escrever o que queriam, e em cada artigo
a belo e vivaz Francesca foi elogiada pelo seu apoio inabalável e amor,
enquanto a "simples e anti-social" Theresa foi criticada pela sua
negligência aparente ao marido no seu momento de necessidade.
159
Open Book Traduções
Ela suspirou baixinho, enquanto olhava para o forte aguaceiro,
sentindo tanto a falta de Sandro que doía e desejando que ela pudesse
falar com ele. O bebé se moveu inquieto, e ela estremeceu um pouco
quando um pequeno pé apanhou-a logo abaixo das costelas. Ela cantou
uma canção de ninar tranquila e passou as mãos sobre o monte do seu
estômago. Ela estava a sentir o fardo mais e mais a cada dia que passava.
— Theresa? — A voz calma vindo de trás dela a fez saltar quase fora
da sua pele, e ela gritou antes de se virar para enfrentar Lisa e Rick, ambos
que estavam enquadrados na entrada da porta.
— Deus, assustaram-me, — ela engasgou quando entraram na sala,
nenhum a rachar um sorriso, ambos a parecer sombrios. — O que está
errado? Aconteceu alguma coisa?
— Terri... nós temos que tirar-te daqui, — disse Lisa com urgência, o
dando a volta ao sofá para ficar na frente dela.
— O quê? Porquê?
— Vamos explicar uma vez que estivermos fora daqui.
— Não. — Ela balançou a cabeça teimosamente. — Diz-me agora. É
Sandro? Ele está ferido?
— Ele estará uma vez que eu acabar com ele, — Rick ameaçou
furiosamente.
— Rick, agora não, — Lisa rosnou e os olhos de Teresa
estabeleceram-se no homem mal-encarado em confusão.
— Eu não entendo. — O seu olhar confuso passou da expressão
frenética de Lisa para o furioso Rick. — O que está está acontecer?
— Uma história apareceu nos jornais europeus.
— Que história? — Perguntou ela, confusa, e Rick praguejou baixinho.
— Querida, podemos discutir isto mais tarde. Por agora, temos de
sair antes de os abutres descer.
— Não, Rick, — ela manteve teimosamente. — Eu não vou deixar a
minha casa sem uma boa razão. — A mandíbula de Rick apertou e pela sua
expressão notou-se que estava frustrado com ela.
— Terri, eles estão a dizer que Sandro foi chantageado para casar
contigo. Que ele fez isso pelo pai. Eles também dizem que uma fonte
próxima à família alega que, como Sandro não tem motivos para ficar
contigo, ele vai preencher o divórcio logo que esteja de volta.
— Eu nunca pensei nisso, — Theresa meio que sussurrou para si
mesma. — Claro que ele está livre agora. Isso é provavelmente porque eu
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Open Book Traduções
nunca ouvi falar dele, ele tem estado ocupado a planejar isto. Eu deveria
ter sabido que ele iria querer isso. Eu deveria ter visto a chegar.
— Theresa, não se atrevas a culpar-te por isto. Se os rumores de
divórcio são verdadeiros, então ele é um bastardo por abandonar a sua
esposa grávida quando ela mais precisa dele, — Rick disse.
— Não, eu estou feliz por ele. Ele estava preso. — Ela estava tão
atordoado, ela mal sabia o que estava a fizer e Rick praguejou em
descrença.
— Meu Deus, é como se tivesses a síndrome de esposa-maltratada.
Para de lhe dar desculpas. Ele é um burro que te magoou uma e outra vez.
— Quando parecia que ela estava prestes a protestar, Lisa se adiantou.
— Vamos lá, querida, vamos para as malas e sair daqui. — A sua
prima assumiu o comando, agarrando o braço de Theresa e puxando-a
para fora do seu estupor. Lisa conduziu-a para fora do quarto, jogando um
olhar de advertência sobre o ombro quando parecia que Rick queria dizer
algo mais.
** **
** **
** **
168
Open Book Traduções
Capítulo Onze
— Ela é linda, Terri, — Lisa jorrou, e Theresa deu um sorriso cansado,
acenando com a valorização do comentário. Lisa pareceu não notar a sua
falta de entusiasmo, ou se ela o fez, provavelmente pensou ser a exaustão.
Rick tinha vindo mais cedo, mas estava no trabalho no momento. Sandro
estava encostado a uma parede, os braços cruzados sobre o peito largo e
pernas cruzadas nos tornozelos. Ele não disse nada, mas Theresa estava
ciente de ele observar cada movimento com intensidade contida.
Foi pouco mais de um dia desde que a bebé havia nascido, e Sandro
tinha ido para casa apenas para tomar banho e mudar de roupa e trazer-
lhe uma muda de roupa. Ele também arrumou as malas para a bebé,
enchendo-o com o pouco de rosa e coisas brancas que comprara meses
atrás, enquanto Theresa tinha estado a comprar brinquedos e roupas para
um menino.
— Já pensaste em nomes? — Lisa perguntava, e Theresa estremeceu
um pouco com a lembrança de uma conversa que ela uma vez tinha tido
com Sandro. Ele deve ter-se lembrado também porque ele fez um som
cáustico.
— Da última vez que conversamos sobre isso, — ele falou pela
primeira vez desde que Lisa tinha chegado dez minutos antes, — ela teve o
coração ajustado em Kieran, Liam, Ethan, ou Alexander. — Lisa franziu o
cenho a isso.
— Somente nomes dos meninos? — Perguntou Lisa em confusão.
— Esqueceste-te, a tua prima estava obcecada em ter um filho, — ele
zombou. — Que pena que ela falhou tão tristemente a alcançar o seu
objetivo. — A boca macia de Theresa tremeu diante da franqueza, e os
olhos escureceram com a visão, mas ele continuou a pressionar. — Ela está
tão dividida por esta incapacidade dela para fazer qualquer coisa certa,
que ela nem sequer se preocupou em olhar para a nossa filha. Ou abraçá-
la. Ou mesmo tentar alimentá-la. Por que se incomodar com uma mera
menina quando não a vai tirar do seu casamento infeliz comigo? Quando
não vai ganhar o afeto do seu pai condenado?
169
Open Book Traduções
— Theresa? — Lisa levou suavemente, observando como as lágrimas
derramavam no rosto pálido de Theresa. Sandro amaldiçoado cruamente
antes de alavancar-se da parede e sentar-se na cama para envolvê-la nos
seus braços fortes.
— Não chores, — ele sussurrou. — Eu sou um imbecil. Apenas não
chores.
— Não és um imbecil, — soluçou. — Tu estás certo. Eu não posso
olhar para ela. Eu não posso segurá-la. Eu não entendo por que me sinto
assim. Odeio-me por me sentir assim. Eu só queria fazer tudo bem. Eu
queria ter esse filho e libertar-te da tua obrigação a mim. Eu queria
finalmente fazer algo certo aos olhos do meu pai. Tudo teria sido perfeito.
— Tu odeias o nosso bebé? — Ele perguntou dolorosamente,
mantendo o rosto enterrado no cabelo dela.
— Claro que não. Eu amo-a tanto que dói. Mas eu sinto-me como um
fracasso.
— Oh Deus, querida, deixa tudo ir, — ele gemeu. — Deixa-te amá-la.
Permite-te ser feliz.
— Mas então e tu? Eu prometi-te…
— Pelo amor de Deus, apenas para. — Ele a balançou ligeiramente.
— Eu disse-te antes, eu não quero sair deste casamento. E se tu me deres
nada mais do que filhas para os próximos vinte anos, eu considero-me
abençoado.
Ela fez um som abafado ao enterrar o rosto no seu pescoço e chorar.
Ela desesperadamente queria acreditar nele. Ele embalou-a suavemente e
depois de um longo tempo, ele soltou e gentilmente baixou a cabeça dela
até que descansou no travesseiro.
— Por que não descansas, cara, e quando acordares, eu acho que é
hora de tu conheceres a tua filha e dar-lhe uma recepção adequada a este
mundo. — Theresa olhou para o seu rosto escuro e bonito, mal
percebendo quando a sua prima primo se levantou e saiu, apertando o
ombro tenso de Sandro no seu caminho para fora. A sua visão começou a
diluir-se depois de um tempo e ela adormeceu ainda a segurar confiante
uma das mãos grandes do seu marido entre as suas.
** **
** **
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Capítulo Doze
Era três semanas mais tarde e Theresa se dirigiu até à cozinha para
café da manhã e encontrou o marido já sentado à mesa, jornal na mão. Ele
já tinha vestido Lily e tinha o seu portador colocado sobre a mesa na frente
dele. Lily dormia e Sandro estava tão absorvido no jornal que ele não a
notou em primeiro lugar. Era dia de folga de Phumsile, então ele tinha
arranjado para si mesmo uma tigela de cereais, torradas, e um café. Ela
sorriu ao vê-los, com o coração transbordando de amor por ambos.
— Bom dia, — ela cumprimentou alegremente enquanto se dirigia
para o canto com o pequeno-almoço. Ela deixou cair um beijo na bochecha
da bebé e, em seguida, depois de uma breve hesitação, um na bochecha
magra do marido. Enquanto Sandro era muito mais carinhoso estes dias,
ela ainda sentia uma certa reserva em torno dele, não tenho certeza se ela
podia tocar e beijá-lo tão livremente quanto ele fazia a ela. Ela sabia que
estava a ser parva, mas ela parecia incapaz de superar as suas barreiras
emocionais. Ele disse-lhe que a amava todos os dias, mas ela ainda não
conseguia decidir-se a acreditar nele. Ela muitas vezes cinicamente se
pegou a perguntar se ele queria dizer as palavras ou se limitou a dize-las
porque ele pensou que eram o que ela queria ouvir. Ela não entendeu a si
mesma, na superfície parecia que ela tinha tudo o que ela sempre quis,
mas ela ainda não chegou a acreditar que era real.
— Bom dia. — Ele sorriu para ela e colocou o jornal de lado enquanto
ela preparou alguns cereais e sentou-se em frente a ele. Ele fazia isso o
tempo todo. Ela parecia ter a sua atenção: a secção de negócios foi posta
de lado, a televisão desligada, telefonemas encerrados, e relatórios de
ações descuidadamente atiradas fora quando ela entrava numa sala. Ele
queria saber como ela estava a sentir-se, como o seu dia ia, quais eram os
seus planos. Eles falavam o tempo todo, eles passaram noites sociáveis
juntos, e ele era um pai em cheio. Eles tiveram um Natal em família
tranquilo e tinham tido tanto prazer em comprar brinquedos
extremamente impraticáveis para Lily, coisas que ela não seria capaz de
brincar por anos. Sandro tinha a surpreendido com um pingente de
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Open Book Traduções
esmeralda e brincos, e que ela lhe dera uma caneta Montblanc prata com
Lily e seu nome gravados nela. O Ano Novo tinha sido igualmente tranquilo
pois tinham convidado apenas Rick, Lisa, e o irmão de Rick para um
churrasco à beira da piscina. Fizeram amor todas as noites e ele adorava o
seu corpo durante as horas longas e escuras. Eles tinham uma grande vida.
Então, por que não podia confiar nele?
Ela sabia que a sua reserva frustrava Sandro... inferno, estava a ser
frustrante para ela, mas ela ela precisava de algo mais. Ela só não sabia o
quê.
— Pensei que te tinha deixado a dormir, — ele dizia enquanto
tomava um gole de café. — Entre Lily e as minhas exigências noite passada,
tu não conseguiste dormir. — Ela corou e desviou os olhos para os cereais.
— Obrigada, — ela murmurou. O seu telemóvel tocou e ela pegou-o
do balcão da cozinha onde havia deixado a carregar a noite anterior. Uma
rápida olhada na tela lhe disse que era Lisa.
— Olá, — ela cumprimentou.
— Olá para ti também, aniversariante, — a sua prima cumprimentou,
e Theresa saltou Era o seu aniversário. Ela tinha esquecido completamente.
— O Rhys e eu vamos levar-te a ti e a Lily para almoçar. Nós oferecemos.
Mas vamos fazer algumas compras graves e aniversário em primeiro lugar.
— Não tenho certeza…
— Sem argumentos, priminha. Tenho certeza de que Sandro vai
entender. Ele não vai esperar que tu passes o teu aniversário sozinha,
enquanto ele sai para o trabalho... e ele pode ter-te esta noite. — Theresa
olhou para Sandro, que brincar às escondidinhas com uma Lily
ligeiramente grogue. Um sorriso impotente puxou os seus lábios enquanto
o olhava intensamente brincar com sua filha. Lily parecia confusa, mas pelo
menos ela não tinha começado a lamentar ainda.
Ela voltou a focar na conversa com Lisa, certo de que Sandro não
tinha ideia do que era o aniversário dela, e ela não estava prestes a
informá-lo, não quando ela sabia quão zangado este novo Sandro estaria
com ele mesmo por nunca se preocupar em descobrir essa informação.
— Uhm... ok, que horas queres te encontrar? — Ela e a prima
rapidamente trabalharam na logística do seu encontro, e ela desligou
pouco depois de terem concluído os seus planos.
— Vais-te encontrar com a Elisa? — Era uma pergunta mais do que
uma declaração. Sandro tinha levantado Lily e a abraçava ao seu peito
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Open Book Traduções
enquanto ela amamentava num de seus dedos.
— Sim, algumas compras e almoçar.
— Queres que eu leve a Lily para o escritório enquanto tu desfrutas o
dia de meninas? — ela sorriu para a oferta inerentemente egoísta,
sabendo que ele iria adorar mostrar a filha no trabalho.
— Agradeço a oferta, Sandro, mas enquanto ela ainda está a
amamentar, eu não acho que tê-la longe de mim por tanto tempo é uma
boa ideia. — Ele fez uma careta com essa lógica. Ela sabia que ele sentia
falta de Lily enquanto estava no trabalho. Após um mês de licença de
paternidade, ele tinha muito a contragosto ido de volta ao trabalho, mas
ele ligava todos os dias, alegando sentir falta das "suas meninas". Era doce.
Ela observou-o voltar para murmurar palavras doces para a sua filha
entre goles de café.
— Sandro, tu sabes quem vazou aquela história sobre o nosso
casamento para a imprensa? — Ela se surpreendeu ao perguntou, e ela
podia dizer pela maneira que ele estremeceu à questão que lhe tinha
atirado. Ele ergueu os olhos para ela, distraidamente a balançar Lily
enquanto tentava avaliar o humor dela.
— A minha irmã mais velha, Gabriella, teve conversas indiscretas
sobre os nossos negócios familiares privados com uma das suas amigas.
Quando o meu pai morreu, a família foi notícia por semanas, e essa
"amiga" viu uma oportunidade de ouro para ganhar algum dinheiro. O
nosso casamento não era a única coisa que foi arrastado para fora para o
escrutínio público. O aborto da minha irmã Rosalie na adolescência bateu
nas notícias, o marido traidor da minha outra irmã Isabella... — Ele
balançou a cabeça em desgosto. — O nosso foi apenas a maior novidade
por causa do envolvimento do teu pai. Fez um mau momento para a
família ainda pior. Eu estava tão ocupado a fazer controlo de danos após a
notícia da gravidez de Rosalie e aborto subsequente que quando a história
de nosso casamento atingiu em primeiro lugar, eu não estava mesmo
ciente até a minha mãe a trouxe para a minha atenção. Larguei tudo e voei
para casa, para ti. Eu não podia suportar a ideia de que pensarias que era
verdade... que tu pensarias que eu valorizava o nosso casamento tão
pouco que eu iria pedir o divórcio sem sequer falar contigo sobre isso.
— O que aconteceu com a amiga?
— Ela vendeu os nossos segredos por uma ninharia, mas o status que
ela tinha na nossa sociedade diminuiu para nada. Ela não é mais bem-
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Open Book Traduções
vinda nos círculos que governava uma vez. Confia em mim, não há maior
punição para alguém como ela. Gabriella aprendeu uma valiosa lição de
discrição, e algumas publicações italianas estão actualmente a ser
processadas por difamação quando completamente fabricaram um monte
de os chamados "factos" para fazer backup de uma história já suculenta.Tal
como o "facto" de que eu estava a assinar o divórcio.
— Além disso... — Ela fez uma pausa.
— Além disso? — Ele perguntou.
— Porquê que não ligaste? Tu prometeste que ias ligar todos os dias,
— ela sussurrou.
— Cara, o meu pai tinha acabado de morrer. As minhas irmãs, a
minha mãe e Nonna eram destroços emocionais... Eu tinha tanta coisa
para cuidar, mas, a cada vez que eu falava contigo, tudo o que eu queria
fazer era dar o fora de lá e voltar para casa. — Essa foi a segunda vez em
outros tantos minutos que ele tinha que se refere à sua casa deles como
"casa", e a palavra esquentou até à sua alma. — Confia em mim quando eu
te digo, o desejo de voltar era tão forte que eu realmente pedi um carro
para me levar para o aeroporto depois de uma de nossas conversas pouco
estranhas. Eu estava dividido entre seguir o meu coração e honrar as
minhas responsabilidades. Mas se eu não tivesse estritamente racionado
os nossos telefonemas, eu teria abandonado essas responsabilidades.
— Tu não terias, — disse ela com um risinho incrédulo.
— Não subestimes o teu fascínio, querida. Eu teria... num piscar de
olhos. Eu sei que era egoísta da minha parte não ligar, mas era a única
maneira que eu poderia pensar para controlar o impulso de simplesmente
entregar toda a confusão sobre as minhas irmãs e voltar para ti. Ao mesmo
tempo, as nossas conversas forçadas não estavam a ajudar. Eu estava
preocupado contigo, porém, assim que eu liguei à Phumsile praticamente
todos os dias para atualizações sobre como estavas... Fiz com que jurasse a
sigilo e praticamente dei-lhe o terceiro grau cada vez que falávamos.
Quando tu e eu falávamos, eu estava tão frustrado e odiava como
emocionalmente distante tu soavas. Eu também tinha medo de dizer a
coisa errada e alienar-te ainda mais. Estava a deixar-me na parede.
Ela riu um pouco.
— Até à parede, — ela corrigiu.
— O quê? — Ele pareceu perplexo.
— Estava a deixar-te até à parede, não para ela.
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Open Book Traduções
— Na parede, até à parede, por cima da parede, o que seja. — Ele
deu uma mão desconsiderado. — Estava a deixar-me maluco. —
Encantada com o seu fracasso em compreender o idioma Inglês, Theresa
riu novamente e decidiu deixar o assunto morrer. As suas explicações
tinham ido um longo caminho para dissipar um pouco da sua inquietação
persistente com o relacionamento deles. Lily começou a mexer e Theresa
estendeu a mão para ela antes de forma rápida e eficiente desnudar um
seio, ela estremeceu um pouco quando Lily agarrou avidamente. Sandro
deixou cair o queixo na palma da mão e assistiu-as possessivamente. Ele
gostava de vê-la alimentar Lily. Na verdade, ele estava tão completamente
fascinado com a nova forma e tamanho dos seus seios que ele lidava com
eles com gentileza e um pouco de reverência sempre que eles faziam amor.
— Obrigada por responder às minhas perguntas, —disse ela depois
de alguns momentos de silêncio, quebrado apenas pelo som de chupar da
criança.
— Estou feliz em responder a quaisquer outras. — A sua voz foi
sumindo no convite e ela balançou a cabeça.
— Bom saber. — Ela precisava perguntar-lhe sobre Francesca, sobre
o futuro deles ... mas ela ia encontrar-se com Lisa. Mais tarde, ela
prometeu a si mesma. Ela gostaria de pedir-lhe mais tarde. Ela ignorou a
pequena voz na parte de trás da sua cabeça que a chamou de covarde.
** **
** **
Lisa foi para casa com Theresa naquela noite decidindo que elas
deviam ter um jantar de aniversário improvisado para ela. Mas, quando
eles voltaram para a casa e Theresa recebeu um telefonema de Sandro
dizendo-lhe que ele tinha que trabalhar até tarde, Lisa tristemente
intimidou Theresa num vestido bonito, chamou Rick, e disse que eles
estavam a tomar Teresa e Lily para que ela chamava de restaurante
"sofisticado."
Theresa não estava com disposição para comemorar, e quando
chegaram ao restaurante, ela arrastou os pés até à entrada, onde Rick ficou
à espera. Ele parecia bastante arrojado num smoking e foi bem adaptado
com Lisa, que usava um dos vestidos bonitos à noite ela tinha comprado na
sua expedição de compras naquela tarde.
— Olhem, gente, isto é muito exagerado, — Theresa protestou. —
Por que nós não apenas voltamos para minha casa e ter um bom jantar ou
algo assim?
— Agora é tarde demais, luz do sol, estamos aqui, então vais ter que
lidar com isso. — Rick sorriu antes de deixar cair um beijo na sua bochecha
e depois estendendo a mão para tomar transportadora de Lily dela. — Feliz
aniversário, Theresa, tu pareces arrebatadora.
O vestido de seda na altura do joelho era um pouco baixo demais e
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Open Book Traduções
fazia os seus seios inchados parecerem um pouco demasiado voluptuosos
para o seu gosto. Ela sentiu um pouco desconfortável nele, mas Lisa tinha
escolhido, dizendo que a cor verde gelo fazia coisas maravilhosas para os
cabelos e os olhos.
— Quero dizer, vocês sequer pensarem em fazer reservas?
— Theresa, com o teu pai e marido sendo quem são, tu realmente
achas que entrar em qualquer restaurante que tu queres vai ser um
problema? — Lisa gozou e Theresa torceu o nariz, reconhecendo o ponto.
Lisa esperneou através da porta, e Rick ficou de lado para deixar Theresa
entrar.
O maître sorriu e levou-a até ao fim sem causa. Surpresa, ela seguiu-
o com uma pequena ruga no rosto. Ele a levou através de portas de vidro
duplo. O lugar estava lotado com as pessoas, e por alguma razão ninguém
estava sentado. Ela se contorceu desconfortavelmente quando todos se
viraram para olhar para ela, não completamente certa do que na terra
estava a acontecer.
— Surpresa! — Ela quase pulou para fora da sua pele no grito
colectivo, e, finalmente, percebeu que ela reconhecia a maioria dos rostos
na sala. Rick, que havia do lado de fora da sala até depois da surpresa, caso
isso assustasse Lily, mudou-se para ficar ao lado dela.
— O que está a acontecer? — Ela sussurrou em confusão de pânico.
— É uma festa de aniversário surpresa, sua parva, — brincou ele,
deixando cair um beijo na sua bochecha antes de sair para encontrar a sua
esposa no meio da multidão. As pessoas estavam ao redor dela, beijando-a
e apertando-lhe a mão. Ela reconheceu Gabe Braddock e todos os amigos
de Sandro de sexta à noite junto com os seus outros significativos. O irmão
de Rick, Bryce Palmer, aproximou-se e deu-lhe um tapinha nas costas dela
sem cerimónia e um brusco "feliz aniversário" antes de desaparecer de
volta para o trabalho em madeira. O homem odiava multidões. Ela podia
imaginar esta cena não era realmente a seu gosto, mas ele estava aqui e
ela estava tão completamente confusa com isso. Por que ele estava aqui,
por que qualquer um deles aqui? Como Lisa sequer sabia como convidar
Gabe Braddock e os outros?
— Feliz aniversário, meu amor. — Um par familiar de braços fortes
envolveram em torno de sua cintura, e ela foi puxada de volta um peito
largo. Sandro deu um beijo no seu pescoço. Ela virou-se em seus braços e
olhou para ele perplexa.
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Open Book Traduções
— Tu fizeste isto? — Ela perguntou, incrédula. — Mas eu pensei que
tu não—
— Cara, — ele interrompeu com uma paciência infinita. — Eu não
sou um homem estúpido, eu não estava prestes a repetir os meus erros do
passado. Eu amo-te e eu queria-te mostrar o quanto.
— Há quanto tempo tens planejado isto? — Ela perguntou.
— Deus, desde antes do meu pai morrer. Os planos foram colocados
em espera até eu voltar, e depois com o nascimento de Lily eles pararam
um pouco, mas eu queria fazer algo especial para compensar todas as
vezes que o teu aniversário foi negligenciado ou esquecido ao longo dos
anos. — Ela sabia que ele queria dizer pelo seu pai, bem como a si mesmo
e foi impotente tocada pelo gesto.
— Obrigada. — Ela sorriu e levantou-se na ponta dos pés para beijá-
lo. Ele segurou o seu rosto e beijou-a avidamente.
— Estás linda, — disse a ela.
— Tu não pareces muito mal também, — ela disse, dando um passo
para trás para ver o seu smoking sob medida.
— Hey, parem vocês dois. — Uma voz masculina impetuosa se
intrometeu no seu íntimo pequeno casulo, e ambos se viraram para ver o
rosto sorridente de Gabriel Braddock. — Sandro, é como toda vez que eu
te vejo com essa coisa linda, tu tens as tuas mãos sobre ela. Compartilha a
riqueza, mano. — Ele se adiantou para envolver Theresa num caloroso
abraço.
— Feliz aniversário, linda. Nós sentimos a tua falta. — Considerando
como a conheceram apenas uma vez, meses atrás, Theresa inicialmente
duvidou da veracidade dessa afirmação, mas a sinceridade no seu rosto a
levou a acreditar que ele realmente quis dizer as palavras.
— Obrigada. — Ela sorriu. — Desculpa-me, eu nunca fui a quaisquer
outras das vossas noites de futebol.
— Tu tiveste uma gravidez difícil, perfeitamente compreensível, —
ele descartou com um gesto descuidado da mão. — E parabéns pela tua
bela filha. Sandro tem-nos mostrado fotos dela há semanas. Vai ser bom
vê-la em carne e osso. Onde está a pequenina?
— O marido da minha prima tem-na. — Ela olhou em volta para Rick
e viu-o mostrar Lily para o seu parceiro de negócios, Vuyo, e o seu irmão,
Bryce. O pequeno grupo foi logo acompanhado pelo parceiro de negócios
de Bryce, Pierre de Coursey, e a esposa de Pierre, Alice. Eles estavam todos
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Open Book Traduções
agitados sobre o bebé adormecido.
De Coursey e Palmer tinha recentemente lhe oferecido um estágio de
um ano na sua prestigiosa empresa DCP Jewellers, depois dela terminar
seu curso de design de jóias na faculdade. Sandro tinha enviado uma cópia
do seu portefólio para os homens e eles ficaram impressionados com o seu
"talento cru." Foi mais um exemplo do compromisso de Sandro para fazê-la
tão feliz quanto podia. Ele sabia o quanto ela significava para ela projetar e
tinha acreditado nela o suficiente para se aproximar dos joalheiros em seu
nome. No início, ela não tinha sido confortável com o nepotismo
descarado, mas ambos Pierre e Bryce tinha a convencido de que realmente
viram valor no seu trabalho.
— Parece que ela não quer nenhuma atenção, então eu vou levar a
sua bela mãe para dar uma volta na pista de dança, por enquanto, — disse
Gabriel, e movendo uma Theresa risonha longe de Sandro antes do outro
homem pudesse protestar, girando em torno dela alguma música rápida.
Ele tinha-a por apenas dois minutos antes que alguém cortar, e
depois que ela ser passada de parceiro para parceiro pela próxima meia
hora antes Sandro finalmente reivindicá-la.
— Achas que podes poupar algum tempo para flertar com o teu
marido, cara? — Perguntou irritado, e ela piscou para ele com incerteza
até que ela reconheceu que ele estava pouco ciumento. O facto
impulsionou a confiança dela e trouxe um sorriso encantado pelo seu rosto.
— Eu tenho alguns minutos de sobra entre danças. — Ela assentiu
com a cabeça depois de uma pausa, e ele rosnou antes de arrastá-la para
mais perto e enfiando a cabeça no seu ombro. Eles balançavam juntos
lentamente, e ele começou acariciando o seu pescoço. Ela suspirou e
derreteu no seu corpo duro, apreciando o cheiro quente e picante dele.
Eles estavam tão envolvidos um com o outro que não notaram ninguém de
pé ao lado deles até que uma voz penetrou a névoa de desejo.
— Sandro? — Ele fez um som protestante antes de levantar a cabeça
e piscar para alguém que estava atrás de Theresa. Ela observou o rosto
dele iluminar e um sorriso enfeitar os lábios antes de ele se lançar em
italiano rápido. Perplexa, ela se virou nos seus braços e congelou.
— Cara, esta é a minha mãe e duas das minhas irmãs. Eles vieram
para te conhecer e à mais recente adição à nossa família. Mama, Isabella,
Rosalie, esta é minha esposa, Theresa. — As quatro mulheres olharam
umas às outras com cautela, nenhuma delas completamente certas do que
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Open Book Traduções
esperar. Finalmente, a mais nova do trio de lindas morenas se adiantou
com um sorriso. Theresa adivinhou que tinha que ser Rosalie.
— Estou encantada em conhecer-te finalmente, Theresa, — disse ela
em leve sotaque Inglês, e para choque total de Theresa deu-lhe um abraço
caloroso. — Eu sou a Rosalie.
— Eu... prazer em conhecer-te, —Theresa murmurou impotente em
resposta, o olhar a procurar desesperadamente o de Sandro. Ele parecia
ansioso, mas deu um sorriso tranquilizador quando encontrou o olhar dela.
— Eu estava à espera que elas chegassem na próxima semana, mas
elas voaram na noite passada, apenas a tempo para o teu aniversário. —
Ela podia ver o pedido de desculpas nos seus olhos, como se temesse que
a presença delas iria diminuir o seu prazer na festa de aniversário. Ela
balançou a cabeça, o gesto tão pequeno que só ele a pegou, e sorriu para
ele.
— Bem, que surpresa maravilhosa então. — Ela sacudiu o seu choque
e deu um sorriso verdadeiramente caloroso ao pequeno grupo de belezas
italianas. As irmãs de Sandro já estavam a receber um monte de olhares
masculinos.
A minha filha Gabriella não pôde vir. Ela está a ter alguns problemas
com seu filho mais velho, — disse a mãe de Sandro. — E, claro, a minha
sogra é velha demais para viajar. Mas ambos enviar o seu melhor. —
Theresa duvidava muito disso, recordando como particularmente hostil
essas duas mulheres tinham sido com ela durante a conferência de vídeo.
— Sra. De Lucci. — Theresa estendeu a mão para segurar as mãos da
outra mulher entre as suas. — Lamento muito pela sua perda, e eu
lamento que eu fui incapaz de comparecer ao funeral.
— Não sejas tola, Theresa, — a mulher mais velha zombou,
obstinadamente a piscar as lágrimas repentinas. — Tu estavas grávida.
Viajar nessa condição teria sido insensato. Fizeste a coisa certa. Agora,
onde está essa minha neta? Eu vi fotografias, claro, mas eu estou pronta
para conhecê-la. — A imperiosidade no seu tom não admitia
desobediência, e Theresa sorriu quando Sandro praticamente saudou
antes de abandoná-las em busca da sua filha.
Ficou tensa quando ela percebeu que ele a deixou sozinha com a sua
família intimidante e se preparou para o que viria a seguir. Ela não tinha
ilusões de que gostavam dela ou a aceitavam, sabendo que todos eles
fingem se dar muito bem, pelo amor a Sandro, mas que o que se passava
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Open Book Traduções
nas costas dele seria outra história.
— Devo-te um pedido de desculpas, — a mãe de Sandro a chocou
por dizer, e Theresa ousou um olhar para o rosto da mulher mais velha
elegante. A mulher não parecia mais intimidante. Na verdade, o seu rosto
se suavizou completamente, e Theresa piscou para ela com surpresa. — Eu
fui menos que... graciosa, quando ligaste para falar com o meu marido.
Depois do funeral, Sandro disse-nos a verdade sobre o vosso casamento,
sobre a maneira como ele e teu pai te tinham tratado, então agora eu sei
que tu terias sido completamente justificada se não quisesses falar com o
meu marido. Mas mostraste um grande carácter do que o resto de nós
combinados quando concordaste em te encontrar com ele. Tu fizeste um
moribundo muito feliz nas suas últimas horas. Ele estava tão preocupado
com Sandro e que ele tinha-se sacrificado para a nossa família, mas falar
contigo facilitou consideravelmente a sua mente, e ele estava em paz
quando faleceu naquela noite. Eu tenho que agradecer por isso.
— Fiquei feliz em conhecê-lo, — Theresa respondeu, um pouco
deslumbrada com o rumo dos acontecimentos.
— Bem, isto é quase dois anos tarde demais, mas eu estou muito feliz
em conhecer-te também, Theresa. — A sua sogra a engolfou num abraço
totalmente inesperado e muito estranho. Theresa devolveu-o perplexa
antes de ambas as mulheres recuarem alguns segundos mais tarde,
parecendo igualmente perturbadas. Rosalie e Isabella estavam ambos a
sorrir. Rosalie apresentou Theresa a Isabella, explicando que a outra
mulher falava pouco Inglês.
— Mas ela queria conhecer, te — Rosalie confidenciou alegremente.
Theresa podia ver que ela e Rosalie iriam se dar muito bem. A outra
mulher era um pacote irreverente de risadas, e ambos estavam a rir
conspiratóriamente sobre a forma como Sandro tinha praticamente
saltado mais cedo para cumprir as ordens da mãe, quando finalmente
voltou com Lily. O bebé estava acordado e a choramingar, não estava feliz
com a multidão de pessoas desconhecidas em torno dela. O seu pequeno
rosto estava molhado e amassado, mas as suas tias e avó imediatamente
começou se excitaram em torno dela.
Sandro entregou Lily sobre para a mãe por um momento antes de se
virar para Theresa.
— Estás bem? — Ele perguntou em voz baixa que só ela podia ouvir.
Ela assentiu com a cabeça, sorrindo tranquilizadora para ele.
193
Open Book Traduções
— Desculpa. Eu não esperava que elas aparecessem tão cedo. Espero
que não te tenham estragado a festa. Eu queria que esta noite fosse.
Perfeita.
— E tem sido muito perto do perfeito até agora, — assegurou ela. —
Elas têm sido adoráveis, Sandro. Todas elas.
— Bom, porque eu teria os mandado de volta para a Itália se
tivessem dito qualquer coisa para te incomodar, — ele disse a ela.
— Não sejas tonto. Elas são a tua família.
— Esposa supera tudo, — ele respondeu, e ela revirou os olhos.
— Eu vou resgatar a Lily da Brigada Beijoqueira ali. Ela provavelmente
está com fome. — Ela se aproximou para fazer exatamente isso,
praticamente a flutuar no ar enquanto ela sentia os olhos de Sandro ainda
sobre ela. Esposa supera tudo? Ela definitivamente gostava muito do som
que.
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Epílogo
O tempo no dia final de primavera em Setembro estava perfeito. O
sol brilhava e o céu estava um lindo tom de azul, sem uma única nuvem
para estragar a sua perfeição. O quarteto de cordas começou a tocar "The
Bridal March", e o pequeno grupo de pessoas que estavam sentados nas
cadeiras de ferro forjado no belo jardim tudo se viraram em uníssono,
esticando o pescoço para ver a noiva.
Theresa se agarrou ao braço da sua dama de honra quando ela
regiamente fez o seu caminho pelo do tapete coberto de flores vermelha.
Os seus olhos estavam fixos no homem alto de pé debaixo do arco de rosas
com as mãos solenemente dobradas na frente dele. Os olhos dele estavam
a devorá-la enquanto ela caminhava em direção a ele. Ele estava lindo no
seu fato preto simples. O cabelo tinha sido cortado perto do seu couro
cabeludo, e como ela ficou ainda mais perto, ela podia ver a ferida na sua
mandíbula, onde ele cortou-se ao barbear naquela manhã. Ela podia ver a
apreciação na sua expressão quando ele a notou no seu vestido simples
chiffon de marfim, com o seu decote levemente frisado, para a sua cintura
caída e a saia pelo tornozelo esvoaçante. O seu cabelo reluzente foi
coberto com uma simples coroa de rosas brancas, e nas suas mãos ela
segurava um igualmente simples buquê de rosas brancas cremosas.
Ela deu um passo ao lado dele, e Lisa, a sua dama de honra, ofereceu
a Sandro a mão direita delgada da sua noiva. Ele sorriu para o prima de sua
esposa e deixou cair um beijo apreciativo na sua bochecha antes de
concentrar a sua atenção na sua bela noiva. Theresa entregou o buquê
para Lisa, que recuou para ficar ao lado de Gabriel Braddock, o padrinho
de Sandro. Theresa só tinha olhos para o marido, que parecia
absolutamente atordoado com a visão dela.
— Tu estás... — Ele balançou a cabeça. — Não há palavras, cara.
Linda não começa a descrevê-lo.
Ela levantou a mão livre para o queixo e acariciou a sua pele macia,
202
Open Book Traduções
com todo o amor do mundo refletido nos olhos. O pastor limpou a
garganta e eles se separaram. Theresa enviou um rápido olhar para a filha
de dez meses de idade, que estava sentada no colo da sua elegante avó.
Theresa sorriu para a sua sogra e as irmãs de Sandro, das quais todas as
três estavam presentes. Um Rick sorridente sentava-se ao lado de Isabella
De Lucci com um sonolento Rhys embalado nos braços. O pai dela tinha
feito uma aparição e sentou-se na fileira atrás das De Lucci. As coisas ainda
estavam muito tensas entre ele e Sandro, mas ele tinha a contragosto
liberto Sandro do respectivo contrato e não tentou tomar a vinha de volta,
dizendo que não iria contestar a posse de Theresa. Theresa ainda não tinha
decidido o que fazer com a terra, mas estava inclinado dá-la para Lily.
Theresa muitas vezes levou Lily para visitar Jackson, e enquanto ele ainda
estava frio em direção à sua filha, ele parecia amar Lily na sua própria
maneira ríspida e mimava-a muito. Theresa o tinha convidado para o
casamento, não esperando ele aparecer, e agora enviou um pequeno
sorriso apreciativo na sua direção, e ele acenou com a cabeça ligeiramente
em reconhecimento.
Ela voltou a atenção de volta para o seu noivo; este homem forte,
bonito era o mundo dela e ela o amava com tudo o que estava dentro dela,
com a certeza de que ele se sentia exatamente da mesma maneira sobre
ela. Nesse momento, a sua vida não poderia ser mais perfeito. O pastor
sorriu e começou a falar.
— Alessandro e Theresa ambos optaram por escrever os seus
próprios votos. Alessandro, gostaria de começar? — Sandro sorriu para sua
linda esposa e, com uma voz que tremia de emoção, começou com as
cinco palavras que haviam-se tornado o seu novo mantra.
— Theresa, amor da minha vida...
Fim
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