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Tradução:Cartaxo
Revisão Inicial: Gislaine Vagliengo
Revisão Final: Nilde Soares
Leitura Final e Formatação:Sofia
Verificação final:Gisinha
Brand encontrou a garota dos seus sonhos na faculdade, um meio-humano,
meio-metamorfo leopardo não pode se transformar. Lobisomens e gatos são inimigos
naturais, mas o poder da química sexual foi maior. Ela roubou seu coração e se
tornou o centro de tudo pra ele. Mas quando ela o abandonou, seu mundo se quebrou
e ele sabe que nenhuma mulher jamais poderá tomar o lugar dela. Embora muitas
procurem sua atenção, ele se tornou frio e inatingível.
O amor que eles compartilham era de alma, mas agora o destino da família
de Charma está em suas mãos. A memória de cada toque que compartilharam
destroçaria a ambos quando ela o deixasse, mas para salvá-los, ela teve que ir. Após
nove anos de desolação e desgosto, Charma está de volta. Ela corre o risco de perder
sua vida para alertar Brand de um ataque iminente, mas ela não hesita.
Brand a terá em seus braços mais uma vez e ele não vai perdê-la de novo.
Para meu herói Mr. Laurann.
Obrigada por todo seu amor e apoio. Eu não
poderia fazer o que faço sem você.
Levou a boca pela pele pele quente e lisa da sua barriga lisa. Os lençóis
tinham sido expulsos. O ar condicionado zumbia baixinho no outro quarto, mas não
era páreo para o calor sufocante de um início de verão no Texas. Charma lambeu uma
gota de suor abaixo do umbigo de Brand. Ela amava seu gosto, seu cheiro, tudo sobre
ele. Ele respondeu. Seu membro endureceu, apresentando-se longo e orgulhoso, ereto
como um mastro firme quando um gemido retumbou de seu peito largo. Ela sorriu e
beijou a curva de seu quadril. Sua grande mão se atrapalhou no cabelo dela, deslizou,
e agarrou seu ombro nu.
― Bom dia... ― Ele murmurou.
― Não ainda, mas está quase lá. ― Ela se ergueu um pouco, observando
enquanto ele acordava e abriu a boca novamente. Sua língua traçou a parte inferior
de seu eixo, fazendo com que seu pênis se contraísse.
Ele levantou a cabeça para olhá-la com seus os olhos castanhos dourados
cheios de paixão. Seu nariz inspirou forte e seu corpo ficou tenso.
― Você está quente.
Ela assentiu, propositadamente, respirando ar quente em seu sexo enquanto
falava.
― Eu sei. Percebi quando acordei. Devo tomar os comprimidos? Preciso
começar imediatamente para e controlar, caso contrário vai me bater com força total
em questão de horas.
― Não tome. Vamos ficar doentes nos próximos dias ― Sua mão acariciou seu
ombro. ― Eu sobrevivi no mês passado ― Sua boca cheia e generosa se curvou em
um sorriso. ― Estou pronto para isso.
Ela olhou para a evidência impressionante em frente de sua boca.
― Você, certamente, está.
Ele se sentou. ― Venha aqui.
― Estou bem onde estou.
― Você está melhor do que bem, mas eu também me lembro do quão
agressiva você fica. ― Ele riu. ― Sou cuidadoso, não quero seus dentes me dando
quaisquer furadas acidentais.
― Não vou te morder.
― Querida, é a única época do mês que cresce presas em você. Eu te amo, mas
não vou arriscar. Eu não seria muito bom para você, embalado em gelo, até que me
curasse amanhã.
Charma fez beicinho. ― Eu quero te provar.
― Confie em mim! Eu adoraria isso também, mas você não está realmente no
controle agora. Quer que eu te mostre as cicatrizes em meu ombro do mês passado?
― Eu sinto muito.
― Está tudo bem. Não é uma queixa. Pare de se desculpar. Eu gosto de ter
suas marcas.
Ela se sentou. ― Você poderia fazer uma cicatriz em mim, assim me sentiria
melhor.
Brand avançou, pegou-a deitada de costas e a colocou sob ele. ― Foi um
acidente! Você não quis me morder e eu nunca estragaria sua pele!
Seu humor escureceu. ― Eu sei.
―Hey! ― Ele se ajustou sobre ela até que seus narizes se tocaram e olhou em
seus olhos. Você é a única que vai acasalar comigo! Eu quero você! Esta é a única
maneira de eu nunca afundar meus dentes em você.
Ela virou a cabeça para estudar a parede. Lágrimas ameaçaram derramar,
mas ela conseguiu conter a maioria delas. ― Você sabe que eu não posso.
Ela podia sentir o cheiro da sua dor, uma vez que encheu a sala, misturada,
até que ela não conseguiu detectar qual deles cheirava com mais força. Brand, de
repente, rolou e saiu de cima da cama. Ele foi em direção à porta. ― Tome suas
pílulas.
― Você vai me punir?
Ele parou. Ela podia olhar para seu grande corpo sexy durante todo o dia. Ele
não se virou para olhá-a. ― Está ficando mais difícil para mim o fato de não me
acasalar com você. Eu acho que é melhor você tomar o remédio para controlar o
calor. Você iria me odiar, se eu perdesse o controle ―Ele saiu do quarto.
Ela ficou lá olhando para a porta por um tempo, depois ouviu o chuveiro
abrir. A vontade de se juntar a ele a fez doer. Não era apenas porque seu corpo queria
sexo - os hormônios agora assolavam dentro dela. Ela amava Brand com todo o seu
coração e não queria nada mais do que acasalar com ele. Mais sabia que nunca
poderia acontecer.
Memórias de quatro meses encheram sua mente...
Ela estava sentada na sala de aula ouvindo a história do professor zangão e
mal ouviu a porta abrir para entrar alguém que havia chegado atrasado. Ela estava
tocando sua coxa levemente com o polegar, tentando prestar atenção, mas o tédio
tomou conta. Um perfume encheu seu nariz, quase a mantando de pânico.
Ela virou a cabeça e viu na sala alguém muito alto, do sexo masculino, de
cabelos negros, que se sentou. Ele não fez tanto barulho ao sentar de forma indolente.
Ele tinha que ter pelo menos de 1,95 m e cerca de 108 Kg. A maioria diria que, a partir
de seu musculoso corpo, ele pertencia ao time de futebol da faculdade. Mas Charma
sabia mais. O cheiro característico de lobisomem assegurou-lhe do perigo que ele
representava.
Isso ficou claro, no segundo em que ele também pegou seu perfume.
Instantaneamente alerta, sentou-se em linha reta. Sua cabeça virou na direção dela e
seu olhar escuro se centrou nela. Seus dedos cravaram em seu jeans enquanto o
terror tomava conta dela. A única coisa que a impedia de voar de seu assento e correr
dali eram os cinquenta alunos e o professor chato que seriam testemunhas. Ele nunca
iria atacá-la na frente dos seres humanos. Ela estaria mais segura, se ficasse onde
estava.
Ele franziu a testa, mas, em seguida, fez o inesperado. Ele ergueu a mão e
deu-lhe um pequeno aceno. Ela ficou boquiaberta, até que um sorriso lento se
espalhou pelo seu rosto bonito. Aqueles olhos castanhos não piscaram um alerta de
ataque iminente. Ele piscou uma vez mais, antes de olhar para longe e ignorá-la pelo
resto da aula.
Charma permaneceu dentro da sala de aula depois do seu término, com medo
de ir embora, pois ele poderia estar pensando em esperar por ela para arrastá-la para
algum lugar remoto. Havia muitos lugares no campus Texas, onde ninguém iria
testemunhar a sua morte. Cheia de medo, ela se dirigiu para a porta, sabendo que não
conseguiria se esconder lá por muito tempo.
Ele estava lá fora, como ela temia. Ela enrigeceu, seu coração batia forte o
suficiente para causar dor e ela tremia. Sabia que não teria chance de sobreviver
quando ele atacasse.
― Acalme-se. Eu não sou uma ameaça ― Ele franziu a testa. ― Porra, você
está apavorada! Não há nenhuma razão para estar!
Ela não acreditou nele, pois eram inimigos naturais.
― Eu vim para a faculdade para estudar. ― Sua voz era agradável, rouca. ―
Sabe,... conhecer novas pessoas, experimentar coisas novas. E você é a única pessoa
de quem eu não tenho que me esconder... que sou... ― Ele fez uma pausa e olhou ao
redor, antes de encontrar seu olhar novamente ―... especial.
Ela não conseguiu encontrar sua voz. Tinha que ser uma armadilha. Ele
queria brincar com ela, talvez atraí-la para uma falsa sensação de segurança e, em
seguida, atacar só por diversão para ver o choque em seu rosto, antes de sua morte.
― Acho que devemos deixar a besteira de política familiar em casa, onde elas
pertencem, não é? Somos apenas dois estudantes universitários agora. Eu juro que
não vou te machucar. ― Ele respirou profundamente pelo nariz. ― Você é uma
pantera?
Ela ainda não podia falar com o caroço enrolado dentro de sua garganta.
Balançou a cabeça em seu lugar. Seus livros se sentiam extremamente pesados e os
segurava na frente do peito para proteger o seu coração, se ele decidisse colocar suas
garras, de repente, para fora.
― Eu não estou familiarizado com o seu perfume.
Ela limpou a garganta. Demorou longos segundos, até ter coragem de falar,
enquanto lutava contra seus instintos de fugir. ― Eu sou metade humana, metade
leopardo manchado.
Ele sorriu. ― Sério? Aposto que você é bonita quando muda. Quer dizer... ―
Seu sorriso desapareceu ― Você é bonita como uma humana, mas... Você sabe o que
quero dizer.
― Eu não posso mudar. ― Ela queria se chutar por admitir isso, mas seu
cérebro se recusava a funcionar direito. O terror fazia com que deixasse escapar
coisas estúpidas.
― Mais humana do que...?
― Por favor, não me machuque! Eu vou embora! Eu vou para o meu
dormitório e posso desaparecer em menos de uma hora! Eu não tenho muitas coisas e
não vai demorar muito tempo para fazer as malas!
― Ah, droga! ― Sua voz se tornou rouca ― Não faça isso! O que posso dizer
ou fazer para te assegurar que não sou uma ameaça? Eu só espero deixar isso bem
claro e, hum... eu meio que esperava que pudéssemos tomar um café.
Ela o encarou novamente. ― Estou acostumada a ficar em grupo. ― Um olhar
tímido cruzou suas feições e ele suspirou, encontrando seu olhar novamente.
― Estou sozinho. Estamos cercados por seres humanos e sinto falta de falar
sem ter sempre que prestar atenção ao que digo. Eu estava esperando que
pudéssemos sair. Encontrei um ótimo local aonde os humanos não vão. Mesmo você
não podendo mudar, não gostaria de ir correr comigo, apesar de tudo?
Ele parecia sincero e a surpreendeu. ― Gosto de correr de qualquer maneira.
Sua expressão se iluminou. ― Isso é ótimo! Nós poderíamos ir juntos!
Inferno, eu estou sempre preocupado com alguém chamando a carrocinha. Eles só
achariam que você é uma mulher praticando corrida com seu grande cão, se você
estiver comigo! ― Ele riu. ― Sou realmente um cachorro grande que se assemelha a
um lobo, mas a maioria dos humanos me confunde com uma espécie de pastor.
Charma começou a relaxar. Ele não estava rosnando para ela ou fazendo
ameaças. Ela ainda respirava. Todas essas coisas a surpreenderam. ― Eu não tenho
que correr com quaisquer outros shifters.
― A maioria de nós não precisa ir para a faculdade.
― É verdade.
― Sou a única pessoa na história da minha família. E você?
― O mesmo.
― Eu realmente não queria assustá-la. Posso te pagar um café ou um jantar
para compensar isso? Devemos ficar juntos. Eu aposto que você perderia seu medo.
Ela não contestou sua suposição, embora discordasse. ― Você quer
seriamente passar um tempo comigo?
― Sim. ― Ele se moveu lentamente. ― Esses livros parecem pesados. Você é
uma coisa tão pequena. Permita-me?
Ela não queria soltar os livros, mas não teve escolha, quando ele gentilmente
arrancou-os de seu abraço. Depois, olhou-a de sua altura elevada.
― Está vendo? Está tudo bem. Eu sou manso. Pense em mim como um filhote
de cachorro grande.
Ele tinha que estar brincando! O cara era um lobisomem, uma das raças mais
temidas pelos shifters, e também o inimigo mais temido. Em seguida, ele lhe ofereceu
o braço ― Está tudo bem. Sou Brand Harris. Qual o seu nome?
― Ch-Charma Heller.
― É um prazer te conhecer, Charma. Há um café na esquina. Muitos
humanos estarão lá, se isso faz você se sentir mais segura. Está tudo bem. ― Ele
segurou o olhar dela. ― Realmente estou sozinho e fiquei feliz por encontrar alguém
especial com quem eu possa conversar. Eu nunca te machucaria.
― Mas nós somos inimigos naturais! ― Ela deixou escapar, ainda não
pegando seu braço.
― Nossos pais dizem isso. Eu não os vejo. E você? ― Ele deu um sorriso
amigável, que mais uma vez a fez perceber sua boa aparência. ―Eu não vou dizer, se
você não disser.
A indecisão a incomodava, mas ela estendeu a mão e pegou seu braço. Seus
dedos escovaram na quente e firme pele bronzeada. Ele não rosnou ou a empurrou.
Ela fechou os dedos em torno de seu antebraço, enquanto caminhavam juntos.
― É um dia lindo, não? Acabei de chegar aqui após a transferência de outra
escola. Não deu certo por lá. Tinha um lobo na região da Califórnia. Eu sabia que não
podia ficar, quando eles começaram a distribuir panfletos para alertar os estudantes
sobre um lobo selvagem.
Uma risada escapou. ― Sério?
Na verdade, ele corou, suas bochechas ficando de um tom rosado. ― Eu
menti. Cara, foi meu tio puto. Há quanto tempo você está aqui?
― Este é o meu segundo ano.
―Qual é o seu curso?
―Eu quero ser veterinária.
Ele acenou com a cabeça. ― Eu estou fazendo o mesmo. Então você ficou
presa com história também. Aquele cara é sempre tão chato?
― É uma matéria necessária e, sim, ele é sempre chato. Eu toco música
dentro da minha cabeça para ficar acordada. ― Ela estava completamente relaxada...
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Brand puxou-a de volta para o presente, quando entrou no quarto com uma
toalha pendurada em torno de seus quadris. Ele olhou para Charma. ― Você tomou
suas pílulas?
Ela se arrastou para fora da cama. ― Vou fazer isso agora. ― Ela tentou
passar por ele, mas ele a pegou pelo braço. Ela se recusou a olhar para ele.
― Eu te amo e eu sei que você me ama também. Eu não me importo como as
nossas famílias vão reagir. Eu quero passar minha vida com você. Eu pensei que nós
ficaríamos bem quando nos mudamos dos dormitórios e alugamos esta casa. Somos
felizes quando você não está estressada sobre nosso futuro.
Charma virou a cabeça para olhar para ele. ― Eu te falei. Minha família fez
um acordo com um líder soberbo. Estou prometida como companheira para outro
homem que, em troca, paga a minha faculdade.
― Eu vou pagar de volta cada centavo! Minha família tem dinheiro!
― Não é isso! Trata-se de uma promessa!
― Pagar sua faculdade, não vale sua vida para outra pessoa! ― A raiva
aprofundou sua voz em um rosnado. ― Você não quer esse idiota! Você me ama!
― Eu te amo! ― Ela se virou para ele, apertou o nariz contra seu peito e
inalou seu perfume maravilhoso. ― Te amo tanto! ― Suas lágrimas se misturavam
com as gotas de água que permanecia do banho de água fria. ― Eu não tive escolha.
Eu teria sido ordenada a acasalar com quem o líder escolhesse. Mas dessa maneira,
eu fui capaz de adiar e obter uma educação de primeira. Ele permitiu isso porque
precisam de uma veterinária.
Brand lançou seu braço para puxá-la com mais força contra ele.
― Querida, nós podemos resolver isso de alguma forma! Eu nunca vou deixar
você ir! Somos companheiro, mesmo que não tenhamos cimentado o vínculo ainda!
Ela desejou com toda sua alma que isso fosse verdade. O destino tinha sido
cruel com sua família. Brand não entendia a política do orgulho ou as consequências,
se ela não acasalasse com Garrett Alter. Ela não conseguia explicar. Ela estava com
muito medo de Brand fazer algo realmente louco para ficar com ela. Ele iria ser
morto.
― Não tome os comprimidos! Nem mesmo para evitar uma gravidez!
Seu olhar subiu para encontar o dele. ―Você sabe que eu preciso.
― Seria tão ruim ter um filho comigo?
― Isso iria destruir minha família! Provavelmente nem seja mesmo possível.
Eu nunca ouvi falar disso acontecer. Nós somos muito diferentes!
― Sua metade humana poderia mudar isso. Nós não saberemos, a menos que
tentemos.
― Eu simplesmente não posso... ― Sua voz quebrou e ela apertou o rosto
contra seu peito, incapaz de testemunhar a expressão de dor em seu rosto. ― Eu te
amo. Saiba disso. Não importa o que aconteça no futuro, você é o único homem que
realmente me possui.
Ele rosnou e, de repente, se afastou.
― Não me diga que me ama e, em seguida, que não posso te ter! Eu preciso
dar uma corrida! ― Ele girou, arrancou a toalha e saiu do quarto.
A porta da frente bateu com força suficiente para abalar a velha cabana e
Charma desabou de joelhos, as lágrimas deslizando por sua face. Sua obrigação para
com sua família iria separá-los. Ela sabia que Brand ia correr para espairecer sua
frustração, antes que retornasse da floresta. Ela tinha, pelo menos, uma hora.
Levou toda sua força para ficar de pé. Ela não podia destruir o homem que
amava, mas isso era exatamente o que iria acontecer, quando seu vínculo se tornasse
mais forte. Um dia, ela teria que voltar para casa e deixá-lo. Se ela saísse agora, ele só
teria alguns meses de memórias para esquecer. Seus soluços levaram-na para o
banheiro para tomar suas pílulas. Ela quase se engasgou com elas e com a amargura.
Olhou para seu reflexo pálido no espelho. Seu cabelo loiro e marrom com
listras zombava dela. Muitos humanos pintavam o cabelo desse modo, mas o dela era
realmente listrado. Ele chamava atenção e tinha sido questionada muitas vezes onde
o tinha feito. Para evitar a atenção indesejada, ela o tingiu. Era uma característica que
tinha parado de esconder por insistência de Brand, pois a tintura de cabelo fazia
coceira ao seu nariz. Seu cabelo longo, agora natural, ia até a cintura. Ela puxou a
massa de cabelo ondulado de lado e virou o suficiente para vê-lo de volta.
As manchas escuras na parte baixa da sua coluna eram escondidas sob as
roupas ou sob seu cabelo longo. Eram marcas de nascença, aquelas que a lembravam
de que não importava o quanto ela desejasse poder mudar de herança, isso nunca iria
acontecer. Mas o mundo dos shifter a estava destruindo dia-a-dia.
Seu olhar se levantou para fitar o reflexo dos seus olhos azul-amarelados. As
manchas amarelas em suas íris pareciam mais pronunciadas de tanto chorar. Ela
estendeu a mão para as lentes de contato que escondiam sua singularidade dos
humanos, fazendo-a parecer totalmente normal.
Só havia uma coisa a fazer: Teria que deixar Brand para poupá-lo de mais dor.
Amava-o demais para ser egoísta. Mais lágrimas foram derramadas, até que a
cegaram, mas ela se moveu com as pernas bambas para embalar suas coisas.
Precisaria sair, antes que ele voltasse.
Ela jogou a cabeça para trás em angústia e abafou um grito.
*****
Brand uivava de dor após uma busca rápida na casa. As roupas de Charma
não estavam penduradas no armário junto com as suas, e seu carro não estava
estacionado ao lado de seu caminhão quando ele correu para fora. Ele arquejou,
farejando. Nenhum escape de gás pairava no ar. Ela tinha ido embora, há pelo menos
meia hora, ou ele aainda teria cheirado o motor.
Ele girou e voltou para dentro da casa. NÃO! Ele não podia suportar a ideia de
nunca mais vê-la novamente. A primeira camisa que ele pegou rasgou em suas mãos,
tornando-o consciente de que suas garras estavam expostas.
― Foda-se! ― Ele teve que se recompor o suficiente para se vestir, sem
danificar tudo o que possuía. Não se preocupou em colocar os sapatos, apenas jeans e
uma camiseta. Agarrou as chaves e correu porta a fora.
― Por favor, quebre! ― Ele orou quando jogou o caminhão em sentido
inverso e quase bateu a traseira em uma árvore em sua pressa. O carro dela era um
calhambeque velho e tinha um vazamento de óleo, que tinha planejado consertar,
mas ela quase não o dirigia. Ele pisou no freio, jogou o veículo na estrada e deu um
solavanco nele. A traseira escorregou na grama quando acelerou.
Seu olhar frenético esquadrinhou a estrada à sua frente quando ele fazia as
curvas muito rápidas para sua segurança. Ele só diminuiu, quando entrou na cidade,
com medo da polícia pará-lo de novo. Ele não podia perder tempo recebendo uma
multa.
Para onde iria? Ela não tinha muitos amigos. O medo de ser descoberta era
muito grande. As meninas da faculdade gostavam de nadar no rio, mas sua Charma
tinha medo de que vissem as marcas em sua coluna. Ele havia lhe assegurado uma
centena de vezes que poderia dizer que eram tatuagens, mas ela não gostava de
mentir.
― Oh, baby. Onde você está? Não faça isso! Não me deixe!
Ele dirigiu passando por um dos dormitórios, em busca de seu carro. Ela não
estava lá. Depois de dez minutos, ele tinha certeza de que ela não tinha ido se
encontrar com Dina ou Barbara.
O pânico se instalou. Ela poderia ter deixado a cidade. Ele fez o caminho para
a estrada principal e checou o posto de gasolina. Ela não estava lá, mas de qualquer
maneira, ele parou e entrou.
O cara atrás do balcão franziu a testa para seus pés descalços. Sem sapatos,
sem serviço.
Brand queria rosnar, mas aterrorizar o funcionário não ajudaria em nada.
― Eu sinto muito. Minha namorada está desaparecida e estou preocupado
que algo tenha acontecido com ela. Ela dirige um velho Ford enferrujado.
― Ah. Aquela com o cabelo legal de duas cores até sua bunda?
― Sim. Charma. Você a viu?
O funcionário concordou. ― Ela esteve aqui, a cerca de quarenta minutos.
Encheu o tanque e comprou algumas barras de chocolate.
Encheu o tanque. Ele sentiu como se alguém lhe tivesse dado um soco no
estômago.
― Ela disse para onde estava indo? Pediu indicações? Esse carro quebra.
A suspeita estreitou os olhos do funcionário. ― Vocês tiveram uma briga?
Brand estendeu a mão e passou os dedos pelo cabelo com frustração.
― Sim. Fui estúpido e saí. Voltei e ela se foi. Por favor, me diga o que você
sabe. Eu não posso perdê-la!
― Eu não culpo você. Ela é um bebê.
Levou um monte de controle para Brand não se lançar sobre o balcão e rasgar
a garganta do idiota, ele falava sobre sua mulher.
― Ela disse para onde estava indo? Eu tenho que encontrá-la e dizer a ela que
eu sinto muito.
O funcionário hesitou. ― Não, mas eu a vi entrar na autoestrada. Ela foi para
o leste.
― Obrigado!
Brand correu para fora, percebendo que tinha deixado a porta aberta e o
motor ligado. Pulou em seu caminhão e dirigiu como um louco, empurrando o motor
ao limite enquanto atingia a velocidade de mais de cento e dez, tecendo através do
tráfego, em busca de seu carro. Seus reflexos aprimorados salvaram-no de bater
algumas vezes. A esperança de encontrá-la durou, até que ele chegou a uma das
quatro vias de divisão na estrada.
Ele tentou sentir sua presença, usando seus sentidos para ver se poderia
localizá-la, mas nada aconteceu. NÃO! Olhou para o espelho e atravessou as quatro
pistas, apenas para logo pisar no freio. Ele saiu e cheirou o ar, esperando pegar o
cheiro dela. Era um tiro no escuro, mas ele estava desesperado. Escapou do trânsito
engasgou e caiu de joelhos ao lado da porta do caminhão aberta. Ele gritou:
― CHARMA!
― Charma?
Ela virou a cabeça para olhar para a irmã.
― O que foi, Bree?
― Você tem aquele olhar triste em seu rosto novamente. Pensei que fôssemos
passar por isso. Você não pode me impedir de crescer. Eu sou adulta.
― Eu estou bem. ― Ela mentiu com facilidade, algo que ela passou anos
aperfeiçoando. ― Estava pensando em papai.
― Oh! ― Sua irmã mais nova estendeu a mão para apertar a dela. ― Ele vai
ficar bem. Voce ouviu Garrett. Esta não será a sua primeira cirurgia ou a última.
Ela teve que se virar para esconder a raiva.
― Sim. Eu o ouvi.
― Garrett é tão quente! Eu te invejo! Eu quero encontrar um companheiro
tão bom quanto ele, agora que estou na idade.
Um arrepio percorreu a coluna de Charma.
― Espero que não. ― Ela sussurrou.
― Eu ouvi isso! ― Sua irmã agarrou seu braço e girou em torno dela. Charma
não pôde suprimir o gemido de dor. Bree franziu a testa e seu olhar baixou do rosto
da irmã para seu braço. ― O que há de errado com você?
― Nada.
― Deixe-me ver seu braço! Levante sua manga!
― Não é nada! Eu o torci ontem à noite. ― Ela aliviou a preocupação de sua
irmã e forçou outro sorriso. ― O vestido que você quer comprar? Garrett disse que
não poupasse.
― Char... ― Os olhos de Bree se estreitaram. ― Mostre-me a porra do seu
braço!
― Essa não é a linguagem de uma adolescente. É isso o que te ensinaram na
escola?
A irmã dela assobiou. ― Mostre-me o seu braço! Você tem um monte de
acidentes. É... ― A irmã dela empalideceu. ― Será que Garrett bate em você? Tivemos
uma reunião na escola sobre abuso doméstico antes da formatura e estou fazendo as
contas. Eu não gosto das conclusões a que estou chegando.
― Claro que não!
― Então me mostre seu braço!
― É apenas uma contusão.― Charma tentou desviar, mas sua irmã mudou-se
para bloqueá-la.
― Mostre-me agora ou eu vou assumir que o seu companheiro está te
batendo!
― Cuide da sua vida!
Sua irmã empalideceu ainda mais. ― Oh. Meu. Deus! ― Lágrimas encheram
seus olhos. ― Eu sei que não foi um casamento por amor, mas merda!... Será que
nossos pais sabem?
Charma olhou ao redor na loja de roupas. ― Abaixe sua voz.
― Seu companheiro está abusando de você e você está preocupada com o que
alguém vai pensar? Você não é alguém que iria tomar essa besteira!
Ela segurou a mão da irmã e a puxou para dentro do vestiário, alerta para
qualquer sinal de alguém que se aproximasse. A porta frágil selou a pequena área.
― Você tem que se acalmar.
― Não! Eu vou dizer para papai! Eu vou dizer pra todo mundo!
― Não! ― Charma assobiou. ― Ouça-me, você tem idade suficiente para
saber a verdade, pois você tropeçou nela. Todos sabem há anos o que está
acontecendo. Não é um segredo que eu fui forçada a acasalar com Garrett. Ele é um
bastardo frio, mas ele é o futuro líder! O pai dele pagou para eu ir para a faculdade,
depois que ele decidiu que eraeu quem ele queria.
― Mas você nunca terminou! Você voltou para casa. Você não devia muito
dinheiro para eles e isto não era motivo para concordar em acasalar com alguém!
― Papai era aleijado e mamãe foi mal marcada. Ele nunca poderia mudar
novamente após o acidente de carro. Ele não podia proteger nossa família, então fez
um acordo. Ele pediu ao pai de Garrett que permitisse que eu fosse para a faculdade
primeiro. Eu tive que concluir o acasalamento, depois que cheguei em casa,
independentemente de eu terminar ou não. Você entendeu?
― Não, eu não entendo! Por que você concordou com essa besteira? Você
podia ter tomado um empréstimo ou algo assim! Obtido uma bolsa de estudos. Como
você pôde se vender dessa maneira?
― Não foi por dinheiro! ― Charma respirou fundo. ― Ouça-me com atenção,
Bree. Você não anda longe do orgulho, a menos que você morra. E não me refiro
apenas a um membro, mas toda a família! Fraqueza não é tolerada! Esse era o acordo.
Eu concordei com os termos para nos manter seguros! Todos nós! Papai foi
considerado inútil após o acidente, indigno de viver!
O horror rastejou através do rosto de sua irmã e ela se apoiou pesadamente
contra a parede.
― Você está dizendo que se você não casasse com aquele idiota...? ― Sua voz
foi sumindo.
― Sim! Percy teria matado papai, e as cicatrizes de mamãe e sua cirurgia
teriam tornado impossível para ela se acasalar com alguém para nos proteger. Ela não
pode ter mais filhos e que macho quereria uma mulher humana cicatrizada que é
incapaz de lhe dar filhos? É injusto, mas é a realidade! Você sabe que Percy é
implacável e seu filho toma conta dele. Eu não queria nada com Garrett, mas depois
do acidente de carro, eles tiveram a oportunidade perfeita para começar o seu
caminho. Eu não tinha escolha e nem nossos pais!
― Você poderia ter fugido! ― Bree assentiu freneticamente. ― Nós
poderíamos ter fugido juntos!
― Você acha que eu não considerei isso? Onde poderíamos ter ido? Nós
teríamos nos esbarrado com o território dos lobisomens, se tivéssemos ido a qualquer
lugar que não as terras do Pride. Nós tivemos que evitar os outros Prides porque isso
é protocolo básico quando se lida com os mais fracos. Eles matariam nossos pais e o
pior teria acontecido.
― O que poderia ser pior do que a morte?
Charma hesitou.
― Alguns Prides, não o nosso, mas um monte deles usam as fêmeas meio
sangues para aumentarem seus números. Eles não acasalam com elas, mas em vez
disso, forçam-nas a aceitar qualquer macho que queira emprenhá-las. Muitos deles
de uma só vez, se ela não puder mudar, desde aquelas como nós que podem produzir
ninhadas. Não teríamos uma escolha e nem sequer permitem que você mantenha
seus bebês. Eles são dados aos outros para serem criados.
― Não!!! ― Bree visivelmente empalideceu com o horror refletido em seus
olhos arregalados. ―Isso é bárbaro!
― Sim. Você foi poupada de um monte de verdades duras, Bree. Algum outro
Pride não teria esperado até dezoito anos ou que terminasse o ensino médio, antes
que a vida infernal fosse empurrada em você. Você começou a escolher o seu
companheiro agora, porque estamos em um Pride que não tolera esse tipo de merda!
Apenas um homem vai tocar você e seus bebês serão seus para manter. Percy pode
ser um idiota cruel, mas ele age de acordo com as antigas tradições.
A raiva se mostrou no rosto de Bree. ― Isso não muda o fato de que nós não
podemos ficar aqui! Seu companheiro está abusando de você!
Charma queria abraçar sua irmã, mas se absteve. ― Você está segura em
nosso Pride. Megan acasalou com um bom homem e sua família protege a nossa
agora. Eu só estou segura porque pertenço a Garrett.
― Você deve fugir!
― Para onde eu iria? ― Seus ombros se endireitaram. ― Você acha que eu
não tenho pensado nisso? Pelo menos eu tenho minha família! Não é tão ruim, Bree.
Realmente. Garrett e eu evitamos um ao outro, tanto quanto possível e ele está vendo
outras mulheres que cuidam de suas necessidades físicas.
O choque arregalou os olhos da irmã. ― Mas você está acasalada!
― Abaixe sua voz!
― Ele não pode enganar você! ― Bree assobiou. ― Ele é seu companheiro!
Não é natural!
― É um acasalamento sem amor! Acontece, no entanto. Eu sou realmente
grata que ele procure outras mulheres. Eu continuo rezando para que uma delas fique
grávida e ele me deixe de lado. Para mim, é proibido deixá-lo.
― Ele vai te matar! Essa é a única forma de um acasalamento terminar.
― Ele foi ordenado por seu pai para me manter viva. Ele vai me afastar,
atirar-me para fora de casa, e manter a nova fêmea, se emprenhar uma delas. É raro,
mas acontece. Percy disse-lhe para me manter como uma companheira, até que isso
aconteça, porque ele não quer fazer escândalo, a menos que possa se justificar por me
deixar de lado ― Ela distraidamente esfregou o braço dolorido. ― É por isso que de
vez em quando me ataca. Ele se enfurece por não poder tirar minha vida. Evitar uma
companheira estéril que não pode reproduzir é aceitável para o Pride.
― Você é estéril? Oh, meu Deus!! ― Lágrimas encheram os olhos da irmã. ―
Eu sinto muito! Você tem certeza?
Um zumbido assustou Charma e ela enfiou a mão dentro de sua bolsa para
pegar o celular dela. O timing foi perfeito, salvando-a de responder à pergunta. Ela
leu o display. Silêncio.
― É Percy. ― Ela respondeu. ― Olá.
― Volte! Temos um problema. ― Percy estalou. ― Onde você está?
― Estou a poucos minutos de distância. Eu estou voltando para o escritório
agora.
― Depressa! ― Ele desligou.
Charma estudou sua irmã mais nova. ― O importante é que o que eu fiz
salvaguardou nossa família o tempo suficiente para Megan amadurecer e encontrar
seu próprio companheiro. Nossa família está protegida agora. Só isso já valeu à pena.
Eu tenho que ir.
― Mas...
― Eu te amo. Compre algo bonito bom para o seu pretendente, mas não
muito. ― Ela empurrou o dinheiro para sua irmã e abriu a porta para fugir.
― Charma?
Ela fez uma pausa, voltando-se para olhar sua irmã. ― Eu tenho que ir.
― Você não deve aguentar essa merda do Garrett!
― Eu sei, mas não tenho escolha. A vida nem sempre é justa, querida.
― Quer dizer, como essa festa? É tão fora de moda me vestir como se eu fosse
um pedaço de carne para desfilar na frente de todos os caras, até que um deles queira
morder. ― Sua voz baixou. ― Por que eles nos fazem encontrar companheiros de
forma tão rápida?
― É por causa do calor. Eles querem as mulheres acasaladas e, resolvido isso,
há pouco ou nenhum risco de brigas. Alguns caras podem matar uns aos outros, se
eles querem uma mulher o suficiente quando ela está no cio. Percy também não quer
filhos nascidos fora do acasalamento. Ele acha que isso prejudica a nossa sociedade.
― Você não ouviu sobre o controle de natalidade? Eu ouvi. ― Sua voz baixou.
― Os brinquedos do sexo lidam com o calor muito bem. Isso não significa que tenho
que deixar qualquer idiota pregar-me porque é o tempo do mês.
― Eu não concordo com essas festas, mas não posso fazer nada. Finalmente
até você decidir acasalar, lembre-se de permitir que Percy nem ninguém a empurre
para alguém que você não goste. Confie em mim, quando lhe digo que um
acasalamento sem amor é o pior. Eu tenho que ir.
Ela correu para fora e não perdeu tempo em chegar à periferia da cidade,
onde o Pride mantinha um escritório. Ela soube quando entrou no prédio que algo
grave tinha acontecido. Nove dos lutadores mais fortes estavam agrupados na sala de
espera, todos mal-encarados. A porta no outro lado da sala foi aberta.
Percy Alter saiu de seu escritório particular. Para Charma, ele era a epítome
da hipocrisia. Ele podia estar em seus quarenta e poucos anos, bonito e gentil, mas as
aparências enganam. Ele se aproximava de oitenta anos reais, a boa aparência de seu
rosto mascarava um animal feio e ele adorava governar o seu Pride com pura
crueldade.
― Um dos Pride foi atacado por lobisomens! ― A furia acendeu em seus olhos
verdes. ― O líder do Pride perdeu dois de seus filhos, bem como um número
desconhecido de homens. A chamada foi aceita!
O medo tomou conta de imediato de Charma. Ela sabia o que isso significava.
O principal conselho do Pride ordenou que alguns dos maiores Prides enviassem
homens para ajudar um grupo menor em uma luta. Eles estavam em guerra. Se os
lobisomens finalmente decidissem acabar com todos os Prides gato-shifter? Havia
esta ameaça que pairava sobre eles por toda a eternidade.
― Você vai levar nove para representar o nosso Pride. Pelo menos trinta
homens serão enviados para o Pride em necessidade. Isso deve acabar imediatamente
com a ameaça! ― Percy virou o foco para Charma. ― Ligue esse maldito computador
e seja útil! Puxe a informação! O conselho enviou fotos dos alvos.
Ela correu para sua mesa, tentou ignorar as mãos trêmulas e se sentou
pesadamente. O computador havia sido deixado ligado, mas o líder do Pride não
sabia como trabalhar ou ligar um monitor. A maioria dos homens do Pride não se
destacava em aprender qualquer coisa na escola, exceto o esporte. Ter uma educação
não era algo que eles faziam além do ensino médio, uma vez que elevava o risco de
descoberta do que eles realmente eram. Ela tinha sido a exceção.
É claro que ela nunca terminou a faculdade. Charma tinha sido forçada a ser
secretária do líder, depois que voltou para casa, no Texas. Ele dependia de suas
habilidades, o que lhe proporcionou alguma proteção contra o filho.
O e-mail esperava na caixa de entrada e ela virou o monitor, até que todos na
sala podiam vê-lo. Ela agarrou o mouse, abriu o arquivo e as fotos carregaram na tela.
Manteve sua atenção sobre Percy quando ele pisou para frente.
― Não são somente inimigos! Eles são cruéis assassinos!
Quando a porta abriu para admitir seu companheiro, o cheiro dele a fez
estremecer. Ela evitou olhar em sua direção.
― Pai, o que aconteceu?
― A junção foi chamada pelo conselho! Você não precisava vir, Garrett! Eu
não vou te enviar! Você é muito valioso para que se embrenhe nesta batalha!
Charma lutou para reprimir seu desapontamento. Por um instante, ela
esperava que seu companheiro pudesse ir e contemplou a ideia dele ser morto. Isso
seria muito bom, muito maravilhoso, e as coisas boas nunca aconteciam com ela. Ela
virou o foco para o monitor, o ângulo da tela apenas fora de sua visão, até que
empurrou a cadeira o suficiente para vê-lo mais claramente.
O primeiro rosto que ela vislumbrou foi o de um jovem, do sexo masculino
louro. Sob a sua imagem um nome Yon e tinha sido digitado em letras brancas.
A imagem seguinte brilhou. O cara tinha cabelos pretos e intensos olhos
escuros. Outro lobo bonito que parecia estar na casa dos quarenta. Alpha Elroy. Ele
não parecia cruel, mas seu olhar estava deslocado para Percy. Ele não queria, mas...
Pesadelo total.
― Esse é o grupo ao lado do Pride Bowmont, certo? ― Randy, o executor de
chumbo, se aproximou. ― Eu ouvi falar deles! Eles são conhecidos por serem
lutadores muito difíceis e territoriais!
― Esse é um deles!! ― Percy rosnou. ― Eles não vão ser de muita coisa por
muito tempo. Charma? Não se sente aí! Levante-se e traga-me comida! Eu estou com
fome!
Ela se levantou de sua cadeira e entrou na cozinha. Ela executava todos os
recados do líder Pride e o secretariava, mas ele tinha um servo pessoal e chicoteava o
menino também. Seus dentes cerraram quando forçou sua raiva para baixo. Eles a
farejariam, se ela não obtivesse rapidamente o controle de suas emoções. Percy iria
golpeá-la na frente dos aplicadores e do seu companheiro, algo que ela faria qualquer
coisa para evitar. Ela sabia o quanto Garrett iria gostar de vê-la sendo punida.
Ela se virou. ― O que você gostaria para o almoço?
O líder Pride fez um gesto de desprezo. ― Eu não dou a mínima! Apenas me
alimente!
Um movimento chamou sua atenção e ela encontrou o olhar de seu
companheiro. Sua coluna endureceu com o olhar malévolo dirigido a ela. Ele foi para
mais perto de seu pai. ― Alimente-me também. Você pode esfregar meus pés, depois
que você terminar.
O ódio aqueceu seu corpo inteiro e Charma encontrou-se desejando que ela
tivesse algum veneno para polvilhar sobre o alimento deles. Mas seu sentido do olfato
nunca permitiria que a fantasia se tornasse realidade. Ele a faria cair de joelhos na
frente de todo mundo só para humilhá-la e bateria nela, se recusasse.
Ele podia fazer pior. Ela simplesmente se afastou e abriu a pequena geladeira
no canto da sala. Ela nunca perdoaria Garrett, nem mesmo por um décimo das coisas
horríveis que ele tinha feito com ela ao longo dos anos. Ele realmente gostava de
humilhá-la na frente dos aplicadores e, sempre que possível, de seu pai.
Rapidamente fez uma pilha de sanduíches e levou alguns para Percy primeiro.
Ele não agradeu, nunca fazia isso, e ela cairia em estado de choque, se ele o fizesse.
Ela olhou para o monitor enquanto esperava por ele para tirar a placa. O rosto na tela
a fez congelar.
Não! Não pode ser! Seu olhar baixou para o nome sob a imagem. Brand!
― A minha comida! ― Garrett rosnou. ― Agora!
Ela automaticamente obedeceu e desviou a visão a tela, ainda chocada e
correu de volta para pegar o segundo prato. Evitou olhar diretamente para ele
enquanto entregava a comida para ele. Ele pegou prato com uma das mãos e agarrou
dolorosamente o ombro com a outra.
― Esfregue meus pés!
― Não agora! ― Percy estalou. ― Peça-lhe isso mais tarde! Eu quero que ela
imprima quatro cópias do mapa que eles enviaram. Ela obedecerá minhas ordens,
enquanto estiver aqui!
― Ela é minha companheira! ― O aperto de Garrett aumentou, até que ela
gemeu de dor.
― Deixe-a ir! ― Percy rugiu.
Garrett empurrou-a para longe e Charma tropeçou em sua cadeira. Todos os
homens seguiram Percy para seu escritório e a porta bateu. Ela se lançou para o
monitor para virá-lo em sua direção. Ela rapidamente parou as imagens, piscando
para apoiá-las em alguns quadros e olhou para o rosto que ela nunca pensou que
veria novamente.
Brand tinha deixado o cabelo crescer. Pequenas linhas entre parênteses na
boca marcavam as bordas exteriores de seus olhos, tornando seu olhar sexy quando
ele sorria para quem tinha tirado a foto. Ele usava calça jeans desbotada e uma
camiseta regata azul-marinho. Ela olhou para seus braços, lembrando a sensação
deles em volta dela. Seu coração deu uma guinada.
Ele está em perigo!
― Onde estão os mapas maldição? ― Percy rugiu da outra sala.
― Eles não enviaram. ― Ela mentiu. ― Estou pesquisando alguns para baixá-
los.
― Apresse-se! ― Seu líder exigiu.
Seus dedos voaram sobre o teclado, enquanto ela freneticamente teclava.
Percy nunca tinha sido conhecido por sua paciência. Levou apenas alguns minutos
para fazer download de um mapa, embaralhar os nomes de algumas cidades para ter
certeza de que a festa de ataque se perdesse, se eles seguissem as instruções de
direção, ela, então imprimiu rapidamente as cópias. Seus joelhos estavam fracos
quando entrou no escritório.
Seu companheiro estendeu o pé enquanto ela caminhava em direção à mesa,
fazendo-a tropeçar e cair no chão aos pés de dois dos executores. Ela se levantou e
ficou de joelhos para colocar os papéis sobre a mesa de Percy. A mão firme de Randy
agarrou seu cotovelo para ajudá-la a se levantar. Ela lhe lançou um olhar agradecido.
Ele não a soltou. Ele franziu o cenho quando puxou o ar em seu nariz. Seu olhar
deixou-a e olhou para Garrett.
― Sua marca está desaparecendo dela. É fraco.
― Então?
― Então, é meu trabalho manter a paz. Alguns dos homens podem ir atrás de
sua companheira, a menos que a cubra novamente com a sua marca. Eu mal posso
pegá-la. Eu não quero ter que enterrar algum dos nossos membros quando você
separá-los.
Garrett bufou.
― Ninguém a quer! Ela é inútil! Ela é infértil, um leito podre, e, a menos que
eu esteja lhe batendo, ela não se mexe enquanto eu a estou fodendo.
Charma desejou que o chão se abrisse sob seus pés. Ela podia sentir todos os
homens olhando para ela. Ela deveria saber que seu companheiro não iria deixar de
retaliar pelo que tinha acontecido na noite anterior, quando ele entrou em casa
bêbado. Tinha sido uma das raras ocasiões em que ele a procurou, mas ela rejeitou
seus avanços sexuais.
― Um do Pride tentará transar com ela, se você não reforçar o seu perfume
sobre ela! ― Randy insistiu. ― Você pode não pensar assim, mas ela é muito bonita.
― Eu não me importo com o que acontece com ela!
Randy soltou seu braço. ― Você está dizendo que não dá a mínima se outro
Pride for atrás dela? Ela é apenas meio sangue. Ela não será capaz de detê-lo!
― Não... Inferno! Você a quer? Transe com ela aqui mesmo! Você vai ficar
desapontado, se acha que vai ser bom. Qualquer um de vocês pode tê-la, se quiser!
Dobre-a sobre a cadeira mais próxima, se você estiver de bom humor!
O horror agarrou Charma. Seu olhar se levantou para Randy, rezando para ele
protegê-la, mesmo que seu companheiro não o fizesse. O interesse despertou em seus
olhos verdes e ele lambeu os lábios.
― Você tem certeza? Eu sempre me perguntei como seria ter a sua
companheira.
― Eu acho engraçado como o inferno! ― Garrett riu. ― Vá em frente! Basta
ser duro!
― Não no meu escritório, na minha mobília! ― Percy suspirou. ― Faça isso
depois!! Agora ela não tem nada para fazer, além de divertir seus amigos, filho? ―
Percy acenou com ela. ― Vá! Estamos ocupados! Amanhã à noite vamos declarar
guerra contra os malditos lobisomens!
Ela fugiu para a porta, queria fugir, mas fez uma pausa para se dirigir a seu
líder Pride.
― A sua limpeza a seco está pronta. Devo buscá-la agora ou esperar até mais
tarde?
― Vá, mas volte logo! Nós vamos precisar de café em breve, enquanto
planejamos o ataque.
Ela recuou, evitando Garrett e os outros homens que a olhavam com
demasiada atenção. Assim que chegou a sua mesa, pegou sua bolsa e as chaves do
carro, antes de sair do escritório.
Não havia como voltar atrás, uma vez que saísse da cidade. Ela morreria, mas
não ficaria à espera de Garrett permitir que os aplicadores a tivessem. Ele faria isso!
Seu companheiro era um bastardo! O fato de que ele iria sobreviver, era o único
arrependimento que ela teve quando subiu em seu carro.
Dentro de 20 minutos Percy iria descobrir que ela não havia retornado e
enviaria alguns dos aplicadores para procurá-la. Dentro de duas horas, eles
perceberiam que ela não estava dentro das terras do Pride.
Ela abriu a janela e enfiou a mão dentro de sua bolsa. Olhou para o telefone,
tentada a chamar a família para dizer adeus, mas rejeitou a ideia. Seus pais exigiriam
que ela ficasse. Ela também não queria ter que explicar para seus irmãos exatamente
o quão ruim a vida tinha sido para ela. Eles estariam a salvo de retaliação, desde que
sua irmã tinha se acasalado com o filho do alfa de outra matilha. Seria uma ofensa
para o Pride, se Percy ou Garrett ferissem a família de Megan.
Charma jogou o celular para fora da janela. Ela podia ser rastreada por ele e
não queria enfraquecer sua determinação de fazer a coisa certa.
O medo quase a matou, mas uma memória veio à tona. A imagem de Brand
sorrindo para ela do outro lado de uma mesa à luz de velas em seu primeiro encontro
oficial a acalmou. Eu posso fazer isso. Por ele.
*****
Brand acordou ofegante do pesadelo de reviver o pior dia da sua vida, o dia
em que Charma havia fugido. Ele estava encolhido na cama, o suor cobria seu corpo e
seu pau estava duro. Ele olhou para o lençol em forma de tenda.
― Sim, eu sei o que você quer, mas ela não está aqui!
Sentou-se, empurrou o lençol, e ficou de pé. Sua pele estava superaquecida, as
gengivas doíam e ele sabia o porquê. ― Eu odeio essa época do ano. Calor de
acasalamento maldito!
Ele estava revoltado por sua noite ser composta por filmes pornográficos e
loção. Ele parou de ir às corridas quando percebeu que nunca iria encontrar uma
companheira lá. Ele já havia tentado isso há anos, na esperança de que alguém fosse
fazê-lo esquecer dela, mas, eventualmente, aceitação tinha resolvido. O sexo casual
lhe deu uma pausa da rotina, mas depois de um tempo, mesmo isso o aborrecia. Não
valia à pena.
O telefone tocou e ele olhou fixamente para ele. Ele não estaria de plantão até
amanhã. A secretária eletrônica atendeu, depois de três toques.
― Olá? Brand? É Peggy! ― A voz irritante irritou seus nervos. ― Você não me
ligou de volta. Estou indo para o funcionamento em uma hora e queria ter certeza de
que você sabe onde me encontrar. ― Ela riu, soando como uma adolescente, ao invés
de uma mãe com trinta anos de idade. ― Estou muito empolgada! Não se atrase! Eu
não quero que lute contra outros machos, se me encontrarem primeiro. Você é o que
eu quero! Estarei no riacho onde as rochas brancas, perto da cachoeira. ― Ela
desligou.
A mulher havia perdido seu companheiro e estava tentando torná-lo o pai e
provedor de sua família. Ela o perseguiu muitas vezes, mas ele não queria nada disso.
Ela só o queria por sua casa e dinheiro e nem sequer era discreta o suficiente para
mentir sobre isso. Ele tinha que lhe dar crédito pela honestidade, pelo menos. Ela
contou-lhe seu plano e por que o tinha escolhido. Ela amava seu companheiro, mas
percebeu que Brand não gostaria de ter uma relação onde havia emoções envolvidas.
Ela também tinha cansado de lidar sozinha com nove crianças.
― Não vai acontecer. ― Ele gemeu. ― Eu posso ser o filho da puta mais
amigável, mas não estou tão desesperado.
O telefone tocou quando ele chegou ao banheiro principal para tomar banho.
Ele parou e esperou que a secretária eletrônica atendesse.
― Brand? É Melissa. ― A mulher fez uma pausa. ― O cara com quem eu
concordei em ficar, escolheu outra cadela que balançou o rabo para ele! ― A raiva
aprofundou sua voz. ― Eu pensei que talvez você e eu pudéssemos ficar juntos em seu
lugar. Eu percebi que você ainda está disponível. Eu odeio essa época do ano, não é?
Hey, carregue as baterias, certo? Ligue-me de volta, em breve, ou eu vou encontrar
alguém. ― Ela desligou.
― Certo. ― Ele murmurou. ― Estou muito lisonjeado por ser a sua segunda
opção e melhor do que um vibrador. Você está pensando em outro cara, enquanto eu
estou pregando você como um tesão. ― Ele bufou. ― Eu vou passar.
Ele acendeu a luz do banheiro e rapidamente empurrou para baixo sua calça
de moletom. Torceu a alavanca da água fria, esperando o spray tocar seu corpo para
esfriar o sangue aquecido.
Olhou para o seu pau, que se recusava a suavizar, e cerrou os dentes. Ele
odiava o calor do acasalamento, detestava como uma vez por ano ele mantinha uma
ereção constante. Desejava ser uma mulher. Elas eram menos complicadas. Sofriam
calores graves, mas não eram dolorosos e não precisavam expulsar o sexo de suas
mentes, transformando-as em criaturas miseráveis que se masturbavam
freneticamente para nada, mesmo com a televisão.
Balançou a cabeça e se inclinou de volta sob o sopro gelado de água. Ele sabia
que não iria funcionar. Seu pênis parecia ter ida própria e um grunhido saiu de sua
garganta. Suas bolas doíam muito. Ele rapidamente lavou o cabelo, desligou a água e
pegou uma toalha fora do rack.
O telefone tocou novamente. Ele inclinou a cabeça enquanto se secava,
evitando seu meio e se animou quando a voz de sua ex-namorada foi ouvida. A
esperança aumentou de que ela pudesse querer passar mais tempo com ele. Ela era
bonita, fazia-o rir. Ele tinha tido um bom tempo com ela, até que ela o traiu com
outro lobo e insistiu que ele era o culpado. Não foi um jogo feito no céu, mas ele ia
levá-la durante o calor do acasalamento.
― Oi, estranho. Hum, isso pode ser um pouco estranho, mas eu sei que você
ainda está solteiro. Minha avó não passou pela menopausa e ainda bem! Você tem é
muito insensível, já que não está procurando qualquer coisa duradoura. Ela está
lendo esses livros sobre pumas. Aqueles que eles mostram mulheres mais velhas que
fodem caras mais jovens. Ela sempre pensou que você era quente e se perguntou
como seria ter um jovem garanhão indo atrás dela novamente. Ela estava totalmente
animada quando eu lhe disse como você é bom de cama. Eu disse a ela que você
estaria lisonjeado se ela o quisesse e que você iria até ela. Você se lembra de onde ela
mora, certo? Basta ir até lá e ela vai cuidar de você durante o calor. Você é bem-
vindo!
Brand deixou cair a toalha, horrorizado. A memória da avó de Jackie passou
pela sua mente. A mulher tinha que ter passado dos cem anos e, realmente, parecia a
avó de alguém. Ela havia feito cookies na ocasião, quando conheceu o bom rapaz de
sua neta. Lembrava-se dela usando um andador para se locomover, depois de quebrar
o quadril, quando tinha perdido uma luta com um urso que ela encontrou na floresta.
Só de pensar na tal mulher, fez seu pênis ligeiramente menor. Ele olhou para baixo.
Seu pai havia esmorecido, mas ele podia ver uma pequena diferença, até que se
animou a voltar para cima.
Maldição! -Ele gritou. - Eu prefiro transar com um travesseiro! Eu odeio o
calor de acasalamento!
Ele rosnou quando chegou à mesa de cabeceira e puxou a gaveta aberta, na
pressa de pegar uma garrafa de loção. A avó dela! Merda! Isso é... A lembrança da
mulher mais velha veio novamente e ele fez uma pausa. De jeito nenhum, maldição!
Ele preferia encontrar-se com Peggy, mas estava certo de que ela iria tentar levá-lo
quente o suficiente para perder a cabeça, até que ele a mordesse para selar o acordo
de acasalamento. Ela iria possuí-lo e, em seguida, ele teria que cuidar dela e dos nove
filhotes. Ele estaria acasalado e destinado a ser nada mais do que um talão de
cheques.
― Eu odeio a minha maldita vida!
Jogou a bunda na cama, abriu a garrafa de loção e estava prestes a derramar
uma quantidade generosa na palma da mão, quando o telefone tocou de novo. Ele fez
uma pausa. Ele precisava aliviar a tensão dentro de seu corpo. Ele tinha que sair para
parar a dor que se tornou quase insuportável.
― Quem é a próxima? Alguém tentando empurrar sua prima de três pernas
para mim? Talvez alguém me perguntando, se estou duro o suficiente para pegar
animais do celeiro?
― Brand? Pegue o telefone agora! ― Jeff pediu. ― Nós temos um problema!
Lançou-se sobre a cama, deixando cair a loção. Pegou o telefone, até
empurrá-lo contra a sua orelha.
― O que há de errado? -Algo ruim deve ter acontecido para um executor de
plantão ligar.
― Você não vai acreditar, se eu te disser! Basta trazer a sua bunda para a
cidade!
― Onde?
― Oh, você não pode perdê-la! Apenas se apresse! Estou tentando segurá-los,
mas eles iram rasgar o maldito carro se passarem por mim!
― O quê?!!
― Basta vir para cá! Este... ― Uivos abafaram qualquer outra coisa que Jeff
pudesse ter dito, antes que a ligação caísse.
Brand desligou e correu para o armário, amaldiçoando uma raia azul,
enquanto tentava fechar seu jeans sobre seu pênis inchado. Ele sorriu. Se não podia
foder, a luta iria funcionar. A excitação bateu nele.
Charma gemeu e subiu na traseira do carro. Esperava que as janelas
mascarassem seu cheiro quando tinha dirigido para a cidade, mas ela estava errada. A
janela do motorista não tinha quebrado ainda, mas havia trincado o suficiente para
aterrorizá-la. Isso a tinha feito se enconher sobre os assentos.
O carro inteiro tremeu quando alguém saltou sobre o capô. Um uivo aterrador
feriu seus ouvidos e uma bota bateu no pára-brisa. O vidro de segurança segurou,
mas a janela quebrada tinha pelo menos um diâmetro de dois metros. Alguém pegou
a porta do passageiro e empurrou com força suficiente para balançar o carro. O
bloqueio se manteve, mas o homem rosnou furioso que não pudesse chegar até ela.
― Para trás!! ― Outro homem gritou ― Isso é uma ordem! Droga, saia do
carro! Recue!
Seus corpos quase bloqueavam as luzes da rua quando eles convergiram e ela
sabia que tinha apenas alguns minutos, antes que conseguissem rasgar alguma parte
do carro para chegar até ela. Eles não iriam permitir que ela falasse. Ela esperava que
eles perguntassem o porquê de ter invadido em seu território. Esse tinha sido o plano
que tinha dado terrivelmente errado, logo que desligou o motor. A meros segundos,
os homens começaram a correr para ela de todas as direções.
Eles balançaram o carro, até que a fizeram escorregar no assento. Ela caiu
para o lado, levantou os joelhos até o peito e se encolheu em uma bola apertada. Os
uivos e rosnados eram quase ensurdecedores. Ela cobriu os ouvidos, fechou os olhos,
e seu coração disparou.
Ela sabia que a morte viria em breve. Ainda assim, tinha que ser uma melhor
do que o seu companheiro tinha planejado para ela. Ele tentou destruir sua alma dia-
a-dia. Agora ele disse aos aplicadores que poderiam tomar seu corpo, se quisessem.
Ela preferia ser morta por lobisomens. Eram portadores de mortes brutais, mas
rápidos.
O vidro quebrou e choveu sobre ela. Ela gritou quando uma mão agarrou seu
cabelo e a puxou. Seu corpo deslizou mais perto da janela destruída e a dor a
esfaqueou. O que a segurou uivou, tão perto que foi ensurdecedor, e ela gritou de
novo. A mão agarrou seu cabelo.
― Basta! ― Uma voz terrivelmente profunda rugiu. ― Você quer morrer? ― O
homem que falava não era humano. Sua voz era tão afetada, que mal conseguia
entender as palavras. ― Ela é uma fêmea, maldição! Quem disse que poderia matá-
la?
― É um maldito gato! ― Outra voz profunda rosnou. ― Ela pediu por isso!
Charma levantou a cabeça e olhou para cima. Ela tinha sido puxada
novamente até a porta, por um forte braço, sem que a machucasse. Olhou para um
homem de costas largas que vestia um suéter cinza. Ele se encostou na porta,
cobrindo-a com o seu corpo para impedir que alguém a agarrasse novamente.
― Nós matamos gatos fedorentos de onde eu venho! ― Gritou um
lobisomem.
O cara contra a porta emitiu um som vicioso.
― Você está no território da matilha Harris agora! Você é um visitante e vai
seguir as nossas leis! Não matamos mulheres, mesmo que sejam gatas! Deixe-a em
paz,se você não gosta dela.
O cara que protegia a abertura moveu-se o suficiente para Charma ver mais
dele. Ele manteve sua forma humana, mas alguns cabelos cobriam as costas das
mãos. O sangue fresco escorria dos pontos de suas garras estendidas. Elas pareciam
ser nítidas e mortais.
Ela inalou, mas havia tantos lobos raivosos cercando o seu carro, que ela não
podia cheirar outra coisa senão o cheiro dominante de lobisomem. Estava quase
esmagada e seu coração disparou mais rápido. Ela quase gritou para o horror de estar
cercada pelo inimigo, mas outro gemido escapou em seu lugar.
― Vá para a floresta! ― O homem encostado no carro exigiu com um
grunhido áspero. ― Agora! Você vai ficar pior do que os que ficaram no chão, se você
ficar. Meus primos estão a caminho! Se posso derrubar sete de vocês, imagine o que
eles podem fazer! Eles têm sangue alfa mais forte do que eu!
Charma abriu a boca e ofegou. O cheiro dos muitos lobisomens tornou-se tão
denso, que ela podia sentir o gosto. Seu olhar se fixou na camisa cinzenta do homem
que tinha parado o ataque. Ela rezou para que ele não estivesse enviando o resto de
sua matilha para longe, somente para abatê-la ele próprio. Ela só precisava de uma
chance para falar. Ela iria avisá-los dos homens Pride que planejavam declarar guerra
e esperava que eles ficassem gratos o suficiente pelo aviso e que poupassem a vida
dela.
Parte dela desejava usar o nome de Brand, mas ela não queria que seu bando
ligasse para ele. Ela preferia que eles não soubessem que já se conheciam. Ela veio
para salvá-lo, e não para colocá-lo em perigo com sua própria espécie. Ela o deixou
uma vez e queria fazer isso direito, devia isso a ele e muito mais.
Ela se perguntou se ele havia se acasalado. É claro que sim! A imagem de seu
rosto bonito ainda a assombrava. Certamente, as mulheres o perseguiram em massa,
ou em bando, ela se corrigiu. Ainda doía imaginar uma mulher enrolada a seu lado
todas as noites. Beijando-o, passando as mãos pelo seu cabelo sedoso e... Pare! Não
vá por aí!!
― Eu sinto muito! ― Falou uma nova voz ofegante. ― Tentei segurá-los, mas
havia muitos! Obrigado por ter vindo tão rápido, homem. Ela está viva?
O macho contra a porta balançou suas mãos, o sangue voando fora delas, e
suas garras retraíram lentamente. Sim. Sua voz ainda saiu como um grunhido. - Eu
ouço sua respiração. Ela precisa se acalmar por um minuto.
― Não brinca! Uau! Eu pensei que só Rave pudesse lutar assim! Foi
impressionante!
― Com quem você acha que ele aprendeu a lutar, Jeff? ― A voz baixou um
pouco, passando de mal para rouca. ― Estamos bem perto e treinou com os outros
como se fôssemos irmãos.
Jeff pigarreou. ― Você acha que é a mãe de Shannon? Eu imaginei que é
quem viria aqui, enquanto eu cheirava a gata. Ela, provavelmente, quer conhecer seu
filho cara-a-cara. Tentei ligar para Anton, mas ele não atendeu.
― A mãe de Shannon é humana. Seu pai é que era metade shifter. Ele está
morto e ela está afastada da família ― A voz abrandou mais. ― Como está a minha
cara? Ainda cabeluda? Eu não quero assustá-la.
― Você está bem. Eu duvido que depois do que aconteceu algo vá acalmá-la.
― Arraste os feridos para longe, antes que todos os humanos percebam algo.
Já passa das nove. A maioria das pessoas da cidade não fica por aí, depois do
anoitecer, nesta época do ano, mas não seria nossa sorte, se alguém ficasse sem onde
dormir ou algo assim. Eu também ouvi dizer que temos alguns turistas estacionados
fora da cidade. Eles tentaram ficar no hotel, mas Marcy disse-lhes que não havia
vagas.
― Entendi. Dois dos nossos aplicadores apenas mostraram. Vamos limpar
essa bagunça e atender aos feridos. Eles têm sorte de você lhes permitir viver.
Um suspiro alto soou. ― Meus primos estão realmente a caminho ou eu
acabei de mentir?
― Rave está chegando. Von não vem, mas ele está patrulhando a floresta. Eu
imaginei que ele não teria serviço de celular. Grady não pegou o recado, então tenho
certeza de que ele está fazendo sexo. Tanto ele como Anton desliga o telefone,
enquanto estão com suas companheiras. Eu não me incomodei chamando Braden. Na
sua idade, ele provavelmente está fora de sua cabeça com o calor e sei que ele viria
ficar com você. Eu pensei que iria trazê-lo, se você precisasse de ajuda.
― Parecia urgente. Eu não perdi tempo em avisá-lo. Vá em frente. Eu vou
lidar com isso.
Um estrondo quebrou a noite e Charma engoliu em seco. O ruído
característico ficou mais alto, até que o motor de moto cortou o ar.
― Merda! Parece que eu perdi alguns bons momentos. Esse sangue no chão é
dela?
― Não! ― O cara da camiseta murmurou.
― Sinto cheiro de sangue, luxúria, ira, e uma gata? É Shannon!? Eu nunca
vou esquecer o perfume dela no calor, durante o tempo em que eu a via ― O novo
cara riu. ― Eu duvido que qualquer um de nós esqueça. Droga. Eu invejo o meu
irmão mais velho.
― Rave, não é legal! Ele ficaria seriamente irritado, se ouvisse você dizer isso.
― Eu não o vejo aqui, não é? Ela está bem? Você poderia se mover e me
deixar dar uma olhada nela? Eu sou legal com gatinhos.
― Vá em frente! Eu ainda estou tentando me acalmar.
― Eu posso ver e ouvir. Sua voz é tudo besteira. Rosna muito ultimamente
para assustar o mais fraco?
― Cala a boca e lide com ela, antes que mais deles possa cheirá-la. Ela
provavelmente tomou o caminho errado.
O carro balançava quando o cara empurrou-o para se afastar. Charma sentou-
se no assento para olhar para fora da janela quebrada. O vidro quebrado escorregou
para o chão quando ela se moveu. Um grande lobisomem de jaqueta de couro
avançou, mas parou a poucos metros de distância. Ele se agachou para olhar para ela.
Seu cabelo preto desgrenhado roçava a gola do casaco e um par de olhos castanho-
escuros encontraram os dela.
― Olá. Sou Rave! Prometo que não vou atacá-la. ― Ele olhou para o carro e
voltou para ela. ― Eles realmente fizeram um estrago em suas rodas. Sinto muito
sobre isso, mas você está em território Harris Pack. É tempo de acasalamento de calor
para nós e os níveis de agressão estão fora das cartas. Posso abrir a porta e ver como
você está? Você está ferida?
Ela balançou a cabeça.
― Não, você está machucada ou não? Eu não posso chegar mais perto? Você
está segura! Meu primo e eu somos amigáveis com gatos. Meu irmão mais velho está
acoplado a uma shifter quartas-de-puma. ― Ele sorriu. ― Realmente. Estamos bem
com ela.
Charma relaxou disposta a acreditar nele, considerando que ela havia se
apaixonado por um lobisomem uma vez. Era possível.
― Eu vim para avisá-los. ― Ela conseguiu deixar sair. ― O conselho acusou
seu pessoal de atacar um dos Pride. Eles enviaram um apelo de união.
O sorriso do cara bonito desbotou. ― Eles querem falar com a gente? É algum
tipo de reunião para perguntar por que fizemos isso? Esse Pride levou a companheira
do meu irmão para longe dele e eles estavam indo estuprá-la e obrigá-la a dar a luz a
uma ninhada de gatinhos para eles. Eles não estavam exatamente dispostos a apenas
entregá-la de volta. Tivemos que matá-los para salvá-la. Informe ao seu conselho.
Não a chocou que um Pride atacasse um shifter parte-felino fêmea. Ele disse
que Shannon era de sangue misturado, um puma, de acordo com ele. Ele também não
a surpreendeu que os machos Pride tentassem usar seu corpo dessa maneira. O que a
atordoava era que os lobisomens mataram para recuperá-la. Eles, obviamente,
trabalhavam em equipe.
Ele disse “nós”, o que implica um grupo deles. Era duvidoso que um lobo
solitário pudesse ter tirado os filhos de dois líderes do Pride e vários machos Pride.
― Eles não vão me ouvir nem se importam com o porquê de vocês terem feito
isso! Uma chamada para juntar ― A voz dela quebrou e ela teve de limpar a garganta.
― Nós temos um conselho que representa todos os Pride. Eles ordenaram que todos
os Pride maiores enviassem alguns dos melhores lutadores de cada para declarar
guerra a um inimigo comum. Eles planejam atacar seu pessoal amanhã à noite. Pelo
menos trinta aplicadores vão aparecer.
Seus olhos se arregalaram quando ele resmungou baixinho. Ela empurrou
para trás, deslizando no assento e deslizou através de um vidro quebrado. A dor a fez
gritar e ela puxou a mão até o peito. O cheiro de seu sangue dominou o odor de seu
medo e do lobisomem.
― Merda! Por que você não sai? Eu juro pela minha vida que ninguém vai te
machucar! Eu não quero que você se corte outra vez! Eu não estou rosnando para
você, só estou irritado. Por que você veio nos avisar? Eu agradeço isso, mas estou
curioso.
Ela hesitou, antes de avançar em direção à porta. O cara lentamente colocou a
mão dentro, bateu na fechadura e a girou. Afastou-se para lhe dar espaço. Charma
saiu para ficar de pé. Uma brisa leve resfriou seu corpo aquecido. Ela stava
encharcada de suor de terror.
O cara da camiseta estava a uns dez metros de distância, de costas para ela.
Ele se virou lentamente.
― Eu também. ― O cara suspirou. ― Por que você... ― Sua voz morreu
quando seu olhar encontrou o dela.
O choque fez Charma cambalear, enquanto olhava para os olhos bonitos e
sensuais que a assombravam há nove anos infinitamente solitários. Seus joelhos se
dobraram e ela sabia que ia cair. Alguém a amparrou, antes que caísse. Braços fortes
a levantaram, segurando-a pela cintura, mas seu olhar nunca deixou Brand.
Brand não podia acreditar em seus olhos. Ele piscou algumas vezes, mas a
imagem não se alterou. A pequena mulher tinha o cabelo listrado de tons de loiro e
marrom que ia até seus quadris. Seus grandes olhos exóticos e arregalados. A cor
amarela na íris ultrapassava o azul, antes que seu corpo caísse.
Rave agarrou-a, puxando seu corpo para cima para salvá-la de bater na rua.
Brand avançou. Ele agarrou a jaqueta de Rave com a mão, sentiu suas garras
estenderem-se e envolveu seu outro braço em volta da cintura muito fina. Ele a puxou
contra ele. Um grunhido saiu de sua garganta quando ele percebeu que Charma
estava em seus braços.
Ele temia que fosse um sonho. Era possível que ele ainda estivesse em casa,
na cama, sofrendo a febre de acasalamento, delirante. Ele passou os primeiros quatro
anos, depois que ela foi embora procurando por ela, esperando que voltasse para ele.
Não tinha acontecido. Parte dele se recusou a deixá-la ir completamente, mas com o
passar dos anos, ele tinha acabado por se sentir um tolo. Ele a amava, mas ela optou
por abandoná-lo.
Mesmo sentindo que ela estivesse, realmente, em seus braços para ser uma
fantasia, ele enterrou o rosto contra seu cabelo, puxando-a mais alto, tentando se
lembrar para não esmagar seu corpo frágil. Ele inspirou forte. Seu cheiro estava
errado e algo sobre ele o ofendeu. A razão por trás disso bateu tão duro como um
martelo, pregando-o no peito. Ele resmungou em voz alta, a dor rasgando seu
coração. Ele não podia evitar que as presas de rasgassem através de suas gengivas.
― Não! ― Ele rosnou. O perfume da marca de outro homem nela quase o
deixou louco. Era fraco. Talvez ele estivesse errado. Ele a cheirou novamente. Ele
estava apenas tentando enganar seu coração partido. O cheiro estava lá, ela realmente
tinha acasalado com alguém. Claro, a verdade não seria negada! Embora fraco, o odor
do estranho demorou a avisar outros machos.
Não importava! Ele decidiu! Ela é minha! Vou caçar o filho da puta e rasgá-lo
membro a membro! Eu vou arrancar sua cabeça! Não! Eu vou arrancar o coração dele
e comê-lo para tomar o que é meu! É. Isso é um bom plano!
― Brand! ― Seu primo socou seus ombros. ― Coloque-a no chão! Droga! ―
Rave rosnou. ― Solte-a! Eu sei que você está com tesão, mas porra! Controle-se!
Brand sacudiu Rave e tropeçou, ainda segurando Charma. Ele acariciou o
pescoço dela, na esperança de acalmá-la, no caso dele tê-la assustado, algo que ele
não queria fazer. O peso estava mesmo errado. Ela havia perdido peso e estava
realmente sem sentidos. Ele e virou para se apoiar pesadamente contra o capô do
carro e ajustar o agarre sobre ela. Ele manteve seu nariz enterrado contra seu cabelo
na curva do seu pescoço, respirando fundo para puxar mais do seu cheiro em seus
pulmões.
Ela era real. Não era um sonho ou um calor de acasalamento, fantasia
induzida pela febre. Charma estava em seus braços, frágil e sangrando. O cheiro de
seu sangue! O animal dentro queria sair para caçar e matar todos os homens cujo
cheiro ainda pairava no ar. Eles atacaram o carro dela, poderiam tê-la matado. Ele
rosnou, resistindo à vontade, mas apenas porque isso significava que ele teria que
soltá-la. Não aconteceria! Ele os mataria depois.
Ela se mexeu em seus braços contra o peito dele, onde ele os mantinha
presos, mas conseguiu livrá-los. Ele temia que ficasse louco, se ela lutasse para ficar
longe dele. Ele rezou para que ela não fizesse isso. Ele não podia suportar a ideia de
deixá-la ir, depois que a encontrou novamente. Os braços finos estavam em volta do
seu pescoço. Ela não resistiu, não falou, apenas se agarrou a ele.
― Brand! ― Rave rosnou. ― Deixe-a ir! Dei minha palavra que não iria
machucá-la! Ela é uma coisa pequena e pode se machucar, se eu tiver que forçá-lo a
libertá-la.
― Vá embora! ― Brand lançou. Ele realmente temia que pudesse matar
qualquer um que tentasse ficar entre ele e Charma, mesmo o primo que ele amava
como um irmão. ― Deixe-nos em paz!
― Eu sei que o calor é ruim, mas, caramba! Você não pode sair por aí
agarrando gatos vadios, forçando-os a permitir que você se esfregue contra eles. Isso
é constrangedor! Eu disse que ela estaria a salvo!
Brand ajustou-a em seus braços, apenas para verificar que ela tinha
definitivamente perdido peso. Sua Charma tinha sido cheia de curvas e exuberância.
A maioria dos gatos mantinha uma figura mais cheia do que as cadelas lobisomem.
Ele adorava isso nela. Atualmente, ela poderia ter passado por uma cadela magra. Um
pensamento horrível ocorreu. Ele já tinha ouvido falar que os machos Pride evitavam
uma companheira, se ela estivesse morrendo ou gravemente doente.
― Você está doente, querida? ― Ele estava com medo de ouvir a resposta.
― Não.
Ele podia respirar novamente. ― Isso não importa! Você está comigo e aqui é
onde você pertence. Eu vou cuidar de você.
Ela fungou, esfregando o rosto contra ele. A umidade infiltrou através de sua
camiseta para sua pele, assegurando-lhe de que ela tinha feito isso para esconder as
lágrimas. Sua dor e a possível razão por trás disso, rasgaram-no em pedaços. Embora
não importasse. Toda a amargura e raiva que sofreu com sua perda não era nada em
comparação com tê-la de volta em sua vida. Ele não permitiria que ela o deixasse
novamente. Uma vez tinha sido ruim o suficiente.
― Ele está morto?
Ela balançou a cabeça, sabendo claramente o que ele perguntava. Ele
levantou o olhar para olhá-la, encontrando-a mais bonita do que ele já tinha visto. O
amor que ele sentia manteve-se forte, apertando seu peito. O tempo havia passado,
mas seus sentimentos não mudaram. Ela era a única e sempre seria. Ele sabia disso
no fundo de sua alma, sem dúvida.
― Brand? ― Rave se aproximou. ― Você sabe que está agindo como um
louco, certo? Você tomou drogas, tentando aliviar o calor? Fale comigo, cara! ― Ele
olhou para Charma. ― Não se assuste, gata! Eu vou falar com ele para se acalmar. Ele
pode ser um pouco doido. Por favor, não arranhe ou morda o lobo louco! Ele é
inofensivo!
Brand olhou para seu primo. ― Esta é Charma, Rave! Meu amor meio-
humano-meio-shifter.
― Merda! ― Rave engasgou, estudando-a. ― Ela é pequena, homem!
― Um metro e meio. Os leopardos são pequenos. Ela costumava pesar muito
mais. ― Ele olhou para ela, notando a mudança em seu rosto magro. ― Onde estão
minhas curvas, amor? Você sabe o quanto eu gostava delas. ― Seu humor se tornou
escuro, porém, quando ele inalou esse fedor saindo dela. ― Eu vou matar o seu
companheiro, quando ele vier atrás de você. Você nunca vai me deixar. Vou
acorrentar você na minha cama, cavar um fosso em torno de minha casa e enchê-lo
com jacarés para comer qualquer gato maldito que aparecer. E barricar cada porta e
janela.
Ela pareceu um pouco atordoada. ― Brand!
― Você disse companheiro? Ela está acoplada? ― Rave tossiu. ― Tenho
certeza de que ouvi você dizer isso!
Um rosnado rasgou da garganta de Brand que ele não pôde segurar. A fúria o
tomou, mas tentou recuperar o controle. Suas presas não retraíram, mas suas garras
permaneceram na bainha enquanto ele olhava nos olhos de Charma.
― Ele não importa! Você ainda me ama, não é? Eu quero que você me mate se
você disser não! Isso é o que você estaria fazendo de qualquer maneira.
― Eu te amo, Brand. Eu sempre amei. ― Novas lágrimas encheram seus
olhos. ― Eu nunca deixei de te amar. Eu tinha que avisar o seu bando sobre a
chamada da união. Você está em perigo.
― Eu nunca deixei de amar você também ― Ele piscou de volta suas próprias
lágrimas. ― Você veio aqui e arriscou sua vida para salvar a minha, não é querida?
Ela assentiu com a cabeça. ― Os Pride vão atacar seu bando amanhã à noite.
Eu não podia deixar que morresse.
Dezenas de perguntas encheram sua cabeça. Como ela sabia qual era o bando
que estava em perigo? Será que isso significava que ela sempre soube onde encontrá-
lo, mas ficou longe? Sentiu a sensação de esfaqueamento em seu coração ferido, mas
enquanto olhava nos olhos dela, diminuiu. Ela disse que o amava e que tinha deixado
o companheiro com o qual tinha acasalado para avisá-lo, quando pensou que ele
estava em perigo.
Ela o considerou sobre seu companheiro. Isso o acalmou um pouco.
― Merda colossal! ― Rave rosnou. ― Isso é o que é!
Brand voltou seu olhar para seu primo. ― Não é um grande negócio. Eu vou
matar o bichano, se ele vier atrás dela. Ela sempre foi minha!
Rave passou os dedos pelo cabelo, deu-lhe um olhar frustrado e cerrou os
dentes. ― Eu não estou falando de você e dela. Temos que avisar o bando e nos
preparar para a chegada do Pride. Eles, obviamente, não sabem que este é o pior
momento para nos atacarem. Vai ser um massacre, com toda a agressão em curso
durante o calor.
Charma não podia acreditar que Brand a abraçava mais uma vez. Seu
perfume maravilhoso tinha mudado um pouco do que ela se lembrava, mas tinha sido
nove anos. Memórias podiam desaparecer e, obviamente, tinha. Ele parecia maior do
que ela se lembrava, mais volumoso e mais robusto e ainda mais forte. Ela pendia de
seus braços, onde ele manteve seu rosto no nível do dele. Seus braços estavam em
volta de seu pescoço e ela não queria nunca deixá-lo. Ela lutou contra o desejo de
envolver as pernas ao redor de sua cintura, independentemente de sua saia, só para
se pressionar ainda mais apertada contra ele.
― Pelo menos trinta homens Pride virão. ― Ela informou, não tendo certeza
se já tinha mencionado, após o choque de ver Brand. ― Vocês precisam fugir da área
se isso for demais e o calor de acasalamento enfraqueceu seu bando. Eles não podem
ficar por mais de uma semana. Seu povo pode retornar com segurança, após esse
período. Eu nunca ouvi falar de uma chamada de união de grupos durar mais do que
isso. Os machos vão se enfrentar entre si. Não temos uma mentalidade de
embalagem. Machos Pride mantém um amplo espaço um do outro, a menos que
sejam a mesma família. Eles matam uns aos outros, após o contato prolongado,
especialmente quando não estão no mesmo Pride. Não há nenhum sentido de
hierarquia e eles vão lutar pelo domínio.
Brand olhou em seus olhos. ― O massacre não seria nosso! Seria dos machos
Pride! Estamos muito agressivos agora, mais do que em qualquer outra época do ano,
e nossa influência sobre a nossa humanidade está mal. A única fuga que irá acontecer
é do Pride que aparecer aqui.
Ela aceitou isso. Lobisomens eram conhecidos por lutar com mais força do
que os machos Pride. Gatos podiam ser preguiçosos. Ela sabia, vivendo com um. Ela
relaxou.
― Você ficaria bem, se eu não tivesse vindo para avisá-lo?
― Não! Eles poderiam ter atacado e elominado muitos de nós, se não
estivéssemos esperando. Um lobo solitário contra um grande grupo de gatos
asseguraria sua morte. Estamos sob ordens para ficar em pares agora, mas mesmo
assim, dois contra trinta, eles teriam chances sombrias. ― Respondeu Rave.
― Muitos de nós estamos ignorando a ordem também. ― Brand disparou
contra o outro homem com uma sobrancelha levantada. ― Eu não vejo você com a
sua sombra.
― Ele parou para verificar o bar. Eu não vejo você com a sua também. Onde
está o meu irmão mais novo? ― Rave arqueou uma sobrancelha.
― Está no meu porão. Eu não queria trazê-lo, uma vez que eu sabia que
alguma coisa ruim tinha acontecido. Jeff chamou. ― Brand encarou Charma e
suspirou. ― Você poderia ter sido morta por ter vindo aqui.
― Eu conhecia o risco. Até esperava que isso pudesse acontecer. Eu só
esperava que seu bando me permitisse avisá-los. Eu não iria mentir.
Ele abriu a boca como se fosse falar, mas logo a fechou. Suas feições duras
suavizaram quando olhou para ela. ― Você está segura, Charma. Ninguém jamais vai
te machucar.
Ela acreditou nele.
― Eu nunca vou deixar você ir. Lide com isso. Você fugiu de mim uma vez,
mas não tente fazê-lo novamente. Eu quero que você jure que não vai me deixar. Você
é minha e sempre foi. Você não pertence a esse bichano! ― Ele rosnou a última
palavra. ― Eu procurei por você.
Essa notícia surpreendeu-a. ― Você fez?
Ele resmungou baixinho. ― Você acredita que eu não faria? Eu estava com
medo de usar seu nome e colocá-la em perigo, mas fiquei com as antenas em alerta
para uma mulher com sua aparência. Ninguém nunca relatou um avistamento.
― Eu nunca saí do território do meu Pride. É proibido.
― Eu odeio interromper... ― Rave murmurou ― Mas precisamos tirá-la do
centro da cidade. Nós temos um monte de lobos estranhos atiçados durante o calor
do acasalamento e ela sendo uma gat... Eles já a atacaram uma vez. ― Ele olhou para
o carro dela. E nós, provavelmente, devemos esconder seu carro, antes dos bihanos
chegarem. ― Ele encontrou seu olhar. ― Acho que você não quer que eles saibam que
você nos avisou.
― Isso não importa! Eu fugi do meu Pride. Eles me querem morta,
independentemente do que eu faça. Eu sabia que não haveria como voltar atrás e que
a minha vida terminou, no segundo em que fui embora.
Dois lobisomens na pele se aproximaram. O abraço de Charma em Brand
apertou e ela olhou para eles com medo. Brand rosnou em resposta. Seu poder sobre
ela ajustou, um braço liberando sua cintura quando garras deslizaram para fora da
ponta dos dedos da mão que ele usou para apontar para os machos.
― Fiquem aí! Não cheguem mais perto!
Charma olhou para o rapaz loiro que parou em seu caminho, reconhecendo-o,
mas não o homem com ele.
― Yon?
Seu olhar escuro estava fixo nela e ele franziu a testa.
― Como você me conhece?
― O conselho Pride enviou suas fotos e você era um deles. ― Ela olhou para
Brand. ― Foi assim que eu soube que esse era o seu bando. Eles tinham a sua foto
também. Eu vi você e sabia que tinha que vir.
― Porra! ― Rave gemeu. ― Eles têm fotos nossas? É mesmo? Eu me sinto
totalmente fora do circuito. Deveríamos ter fotos deles?
― Não. Somos mais uma ameaça para eles do que eles para nós! ― Afirmou
Brand. ― Gente, esta é Charma. Se vocês olharem para ela duas vezes, eu vou
machucar alguém. Vocês entenderam?
― Merda! ― Yon gemeu. ― Mais uma? É mesmo? Ainda bem que sua tia foi
mandada embora. Ela iria à loucura, se te visse segurando uma gata assim. Eu estou
supondo que você está gastando seu calor com ela?
― Ela é minha! ― A voz de Brand se aprofundou em um tom perigoso. ―
Para sempre. Ela vai ser a minha companheira!
O choque rasgou Charma. Era uma coisa anunciá-la a um parente do sexo
masculino, mas ele parecia estar dizendo aos membros do bando que pretendia
reclamá-la. Ela virou a cabeça e seus olhares se encontraram.
― Eles não vão fugir de você? Não se exile de seu bando por mim! ― Ela
manteve a voz baixa. ― Por favor? Eu não poderia suportar, se você fosse atacado por
me proteger!
Ele emitiu um som suave estrondoso, mas não era assustador. Ele costumava
fazer isso quando ela dizia algo que o incomodava, mas ela sabia que ele nunca iria
machucá-la. Não Brand. Ele balançou a cabeça e passou o braço em volta dela
novamente para abraçá-la com força.
― Eles não vão me chutar para fora e com certeza não vão brigar comigo!
Ela virou a cabeça, ainda incerta, mas os outros homens não pareciam
agressivos. O loiro realmente piscou.
― Ela é bonita, mas muito magra. Ela se parece com uma cadela. Eu nunca vi
uma gata tão pequena, mas eu não vi muitas.
― Ela perdeu peso ― Brand andou para longe do carro. ― Faça-me um favor
e esconda o veículo. Tenho certeza de que o seu companheiro estará procurando por
ela.
― Companheiro?! ― O loiro suspirou e seu olhar escuro se arregalou. ― Ela
já acasalou, mas você vai acasalar com ela? Você está louco? Ela está tomada!
― Por mim! ― Brand virou a cabeça para olhar Rave. ― Esconda o carro, ok?
Eu quero levá-la para casa.
Rave assentiu.
― Vá. Mantenha Braden na corrida, eu vou chamá-lo em poucas horas. Vou
entrar em contato com meus irmãos e vamos realizar uma reunião do bando no início
da manhã para avisar a todos do que está por vir. Estou preocupado que eles irão
suspeitar que ela nos avisou quando perceberem que ela sumiu. Eles podem atacar
mais cedo do que o planejado.
― Eles não vão. ― Ela informou suavemente. ― Vão pensar que eu fugi por
outros motivos. Ninguém sabia sobre Brand e eu. Eu sempre fui muito cuidadosa e
nem sequer tinha fotos dele comigo quando voltei para o meu Pride. Ele estaria em
perigo.
― Quem é que vai nos atacar? ― Yon parecia confuso. ― O que eu perdi? Não
levou muito tempo para eu chegar aqui, depois que soube que havia problemas
fervilhando na cidade.
― Brand, leve-a para casa com você e eu vou lidar com isso. ― Rave hesitou.
― Você correu até aqui ou dirigiu?
― Corri.
Ele estendeu as chaves. ― Pegue a moto. Basta deixar as chaves sob o assento.
Vou buscá-la mais tarde. Eu não quero você andando de volta com todos os nossos
visitantes da cidade. Eles vão farejá-la. Na moto você vai chegar mais rápido.
― Obrigado. ― Brand lentamente baixou-a na calçada ao lado da moto. Ele
pegou as chaves que Rave atirou para ele.
― Minhas chaves ainda estão na ignição do carro. ― Ela informou.
― Eles podem movê-lo de qualquer maneira. ― Brand montou a moto e virou
a cabeça. ― Suba, Charma.
Ela não permitiu que a saia a detesse, independentemente de quão alto o
material subiu nas coxas. Abraçou Brand firmemente por trás, não querendo deixá-lo
ir. Ele deu partida na moto. Ela sabia que os outros lobisomens os observavam com
curiosidade, mas evitou seus olhares.
Brand vivia perto da cidade em uma área arborizada, em uma colina. Havia
outras casas alinhadas na rua, mas uma boa distância as separava. Ele estacionou a
moto ao lado de um caminhão vermelho, mas não se moveu quando o motor morreu.
Suas mãos abruptamente cobriram as dela, onde ela abraçava sua cintura.
― Nós vamos entrar. Eu vou lá embaixo para pedir ao meu primo para ficar
no porão e depois vamos conversar. Jure que você não vai, Charma! Caso contrário,
não vou permitir que você fique fora da minha vista. Eu prefiro não ter você perto de
Braden agora! Ele é jovem e em calor. Eu não sei se ele vai estar vestido. Roupas
irritam a nossa pele quando sofremos essa condição. Eu prefiro poupá-la da visão e,
inferno, ele poderia estar fazendo algo embaraçoso que você realmente não quer ver.
Ela olhou para cima, na parte de trás de sua cabeça. Ele não olhou para ela,
apenas olhava para frente para a porta da garagem fechada.
― Eu juro! Eu não vou deixá-lo de novo, Brand.
Seu corpo relaxou e ele soltou suas as mãos.
― Bom. Estou confiando que mantenha sua palavra. Você não sabe o quão
difícil é para mim, mas eu realmente não tenho escolha. Vamos!
A falta de confiança doeu um pouco, mas ela não podia culpá-lo. ― Eu juro,
Brand! Deixar você foi a pior e mais difícil coisa que eu tive que fazer! Isto me rasgou
em pedaços. Todas as razões sumiram. Aqui é onde eu quero estar! Você não tem
ideia do quão sincera estou sendo!
Ele respirou fundo e a soltou lentamente. ― Eu realmente vou amarrá-la à
minha cama, se você fizer isso! Um aviso.
― Eu entendo. ― Ela não se sentia ameaçada.
Brand pegou a mão de Charma, ela desceu da moto e ele deslizou as chaves
sob o assento. Ele olhou para ela, antes que ela o seguisse até a passagem para a porta
da frente. Ele empurrou a porta, que não estava trancada. As luzes estavam acesas e
ela inalou. O perfume de Brand permanecia dentro de sua casa, mas ela não detectou
quaisquer outros.
― Você mora sozinho?
― Normalmente. Meu primo fica comigo durante o calor. Ele tem um
apartamento no porão para que não venha aqui. É por isso que você, provavelmente,
não vai sentir o cheiro dele.
― Meu senso de cheiro não é tão bom quanto o seu. ― Ela o lembrou.
Seu olhar estudou a sala de estar. E, obviamente, tinha sido mobiliada por um
homem, os sofás de couro preto combinando com poltronas, os móveis eram uma
prova disso. Ela sorriu quando viu a televisão de tela grande, que era uma
característica de destaque na sala.
― Eu sei. Você, provavelmente, vai querer mudar tudo e está convidada a
fazer tudo para torná-la mais acolhedora. ― Ele fechou a porta, agarrou-a e a colocou
contra a parede. Inclinou-se, até que seu rosto pairou a centímetros do dela, seu olhar
intenso. ― Eu vou acasalar com você e não me importo com o bastardo que fez isso
antes de mim! Eu vou te morder, até que seu cheiro se vá e continue tendo só o meu!
Lide com isso, querida! Eu nunca vou deixar você ir! Passei todos os dias dos últimos
nove anos pensando em você. Eu senti sua falta e fiquei magoado porque você não
estava comigo.
Ela lutou contra as lágrimas e ganhou. ― Eu também.
― Deixe-me lidar com Braden, antes de falarmos. Você está com fome?
― Não. Comi um hambúrguer na estrada.
Seu olhar desceu. ― Você precisa comer mais. Está tão magra. Eu sou um
grande cozinheiro e vou te alimentar, até que você ganhe de volta cada quilo.
Sua reflexão foi um lembrete do que ela perdeu. ― Você vai cozinhar para
mim? Sério?
Seu olhar encontrou o dela. ― Eu faria qualquer coisa por você. ― Sua mão
disparou e ele trancou a porta. ― Sinta-se em casa. Ela é sua agora também. Nossa.
Eu já volto.
― Tudo bem.
Ele se afastou em direção a um corredor e desapareceu na esquina. Charma
permaneceu contra a parede, onde ele a colocou e respirou trêmula.
Lágrimas quentes ameaçaram cair novamente. Ela ficou dentro da casa de
Brand. Ela sonhava em procurá-lo, mas nunca pensou que veria esse dia. Seu olhar
vagou pela sala. Ela não mudaria nada. Abraçou o próprio corpo enquanto sorria.
― Casa. ― Ela sussurrou.
Charma sentiu Brand atrás dela e inalou seu perfume que inundaram seus
sentidos. Ela se virou lentamente para longe da cozinha e o encontrou de pé na porta,
observando-a.
― Eu estava explorando. Eu amo a sua casa.
― Nossa. ― Ele corrigiu. ― Sua e minha ― Deu um passo hesitante para
frente. ― Eu continuo esperando acordar e perceber que isto é apenas um sonho. ―
Sua mão levantou. ― Venha aqui, querida.
Ela foi até ele sem hesitação. Sua mão apertou a dele maior e ele a puxou para
um abraço, enterrando o rosto em seu cabelo. Ele parecia contente por apenas
abraçá-la. Ela descansou contra ele. Brand nunca deixou seus pensamentos e, à noite,
enquanto ela estava na cama, revivia seus meses juntos. Ele a manteve sã.
Lembrou-se do dia em que Brand tinha chegado ao seu apartamento, no
Texas, com uma venda para os olhos...
~~~~~
~~~~~
― Vamos acampar.
Ele ficou de boca aberta para ela. ― O quê?
― Você sabe, o bosque por onde você corre quando muda? Por que não levar
uma barraca e dormir lá fora, esta noite?
Ele franziu o cenho. ― Não me diga que você ficou muito mole, dormindo em
camas aqui na faculdade?!
A expressão insultada em seu rosto tinha sido divertida. ― Claro que não! Eu
amo a natureza!
Os músculos de seu ventre cerraram quando uma imagem de Brand
rasgando-a para fora de suas roupas brilhou. Ela apostou que ele faria isso.
― Então vamos fazer isso esta noite! Nós não iremos à aula amanhã. Estamos
no meio da semana e ninguém deve ir até lá.
Brand apoiou as mãos nos quadris e a estudou um pouco perto demais. ― É
uma má ideia.
― Por quê? Você acha que vai estar muito frio?
Ele suspirou e deixou as mãos cairem para os lados. ― Eu não confio em
mim, passando toda a noite com você.
Ela sorriu. ― Bom. Você traz a barraca e os cobertores. Vou levar a comida.
Nós provavelmente vamos precisar de uma lanterna também. Minha visão noturna
não é tão boa quanto a sua e eu quero ver tudo naquela tenda.
Ele se moveu rápido, agarrando seus quadris. ― O que significa isso?
Ela respirou fundo para tomar coragem. ― Eu nunca fiz isso antes, mas aqui
vai. Eu quero você! Eu sei que você me quer! Eu acho que é mais seguro para nós
dois, se não formos para a sua casa ou para a minha, onde poderíamos ser ouvidos.
Você começa a rosnar quando nos beijamos e eu começo a ronronar. Vão pensar que
estamos com fetiches estranhos se fizermos sexo com esses sons altos.
A pele de Brand empalideceu. ― Você é virgem?
― Não. Eu disse que tive um namorado por um tempo curto. Eu quis dizer
que eu nunca tive que ser a única a fazer o primeiro movimento. Eu estou falando
sobre sexo. E eu quero fazer sexo com você.
― Graças a Deus!
― Você está feliz que eu esteja sugerindo que, finalmente, vamos para a cama
juntos, ou que eu não sou virgem?
― Ambos. ― Brand sorriu. ― Eu tenho me reprimido porque sei que a
assusto um pouco, mas a ideia de ser o seu primeiro me apavorava.
― Por quê?
― É sempre doloroso para as mulheres e eu não quero nunca te machucar,
querida.
Ela sabia que, naquele momento, tinha feito a escolha certa.
― Acampamento esta noite, então.
― Sim.
― E traga uma lanterna! ― Ela passou seu olhar sobre o peito dele. ― Eu não
quero perder nada. Tentei imaginar você nu, mas eu tenho um sentimento que a coisa
real vai ser melhor.
― Eu acho que essa é a minha linha.
Eles reuniram tudo o que precisavam para sua fuga e partiram para um
encontro romântico na floresta.
Brand levou as coisas de lazer suficientes para deixá-la louca. Ele a deixou
nua e explorou cada centímetro dela. Ele a virou, a forma como rosnou enquanto
dava beijos sobre seu estômago e separava suas coxas para ter acesso a sua buceta.
―Eu pretendo te comer viva!
Ela não riu, estava muito ligada, para fazer mais do que ofegar.
― Eu mal posso esperar por você! ― Admitiu.
Brand tinha uma boca incrível e as coisas que ele podia fazer, fez com que
ficasse grata que eles estivessem a milhas de distância da civilização. Ela gritou alto
quando ele a fez gozar duas vezes, antes de aliviar seu corpo penetrando-a. A
sensação dele enchendo-a era algo que ela nunca esqueceria. Brand tomou seu tempo
para ajudá-la a se ajustar ao seu tamanho. Ele usou estocadas rasas e lentas para seu
pênis grosso caber confortavelmente dentro de seu corpo. Ele olhou nos olhos dela
enquanto fazia todo o caminho dentro e lhe disse como era bonita para ele.
― Mexa-se! ― Ela implorou.
― Eu não quero nunca esquecer este momento! ― Ele sussurrou.
― Não vai! ― Jurou, envolvendo mais suas pernas em torno de sua cintura e
balançando. ― Beije-me!
― Eu faria qualquer coisa por você!
Beijou-a, em seguida, até que ela estava selvagem debaixo dele, contraindo
seus quadris e arranhando suas costas. Era quase uma tortura tê-lo dentro dela, mas
não em movimento. Ela queria que ele empurrasse, da pior maneira.
― Por favor! ― Ela pediu asperamente.
Ele mudou de posição sobre ela, usando os braços para aliviar seu peso e se
mover ao mesmo tempo.
― Você é tão apertada! Estou te machucando?
― Só se você não se mover!
― Não há como voltar atrás, Charma! Você é minha agor!
Em um frenesi repentino, ele a levou. Só ela e Brand existiam. Beijos
apaixonados e seu corpo lhe ensinou o significado de ser amado, até que ela gozou
pela terceira vez. Ela nem se importou quando ele interrompeu o beijo para agarrar
seu pescoço com os dentes. O medo não a agarrou. Suas presas afiadas arranhavam
sua pele macia. Ele não a mordeu, mas abafou um gemido alto quando gozou,
segundos depois.
Ele fez amor com ela a noite toda e, ao amanhecer, ele a puxou para perto. Ela
sabia que pertencia a ele para sempre...
~~~~~
*****
Brand disparou olhares de reprovação para Braden toda a viagem para a casa
do alfa Harris Pack.
― Você não fala para minha companheira de tais coisas! ― Ordenou.
― Eu sinto muito. ― Seu primo se mexeu um pouco mais para perto da porta
para manter o espaço entre eles. ―Onde está o seu senso de humor? Ganhar uma
companheira lhe fez uma espécie de pau.
― Você poderia ter ferido seus sentimentos! Eu não quero que ela saiba sobre
as corridas! Não é legal discutir outras malditas mulheres na frente de sua
companheira!
― Ela teria ouvido a verdade de alguém em algum momento. Ela não parecia
com raiva.
― Você tem sorte! ― Brand estacionou atrás de uma fila de veículos perto da
calçada. ― É Só não falar quando você estiver ao seu redor.
― Sério? Eu estou vivendo em seu porão!
Brand resmungou baixinho. ― Tudo bem. Só não discuta sexo com ela, nem
fale sobre cadelas, e tome nota quando eu olhar em sua direção. Isso significa calar a
matraca!
― Tenho certeza de que os gatos têm corridas.
― Você está errado! ― Brand empurrou o cinto de segurança e deslizou para
fora da caminhonete. ― As fêmeas podem tomar pílulas para parar o calor. Elas só
permitem que isso aconteça quando estão com alguém de confiança ou quando já
estão acopladas. É desaprovado engravidar de outra forma.
― Diga isso para os bichanos que queriam machucar a Shannon.
― Somente por causa das baixas taxas de natalidade estão dispostos a fazer
essa besteira fértil para terem ninhadas e pelo que ouvi, eles forçam as mães mestiças
a desistirem desses bebês para que mulheres cheias de sangue estéreis os criem.
― Isso é uma merda fodida!
― Concordo. Basta cuidar de sua boca perto de Charma e lembre-se de que
ela é diferente de nós.
― Tudo bem.
Eles caminharam lado a lado para a porta da frente. Braden abriu e entrou
primeiro. O cheiro do bando encheu toda a casa e não foi surpresa para Brand que
eles estivessem na grande sala de estar, em vez de descer para realizar suas reuniões
familiares habituais. Ele acenou para seus companheiros de matilha, mas ignorou as
expressões chocadas quando eles captaram o cheiro dele. Ele esperava que o cheiro
de Charma despertasse muita atenção.
Rave o acompanhou com o olhar por toda sala. Ele viu seu primo cheirar o ar
e um sorriso se espalhou por seu rosto.
― Fico feliz que você arrastou seu traseiro para fora da cama.
Grady saiu da cozinha com uma cerveja na mão. Sua cabeça virou na direção
de Brand e, em seguida, as sobrancelhas levantaram.
― Charma voltou para casa e para mim.
― O leopardo manchado da faculdade? ― Um sorriso se curvou nos lábios de
Grady. ― Eu ouvi algo sobre ela a partir do delírio.
― Ela não está me deixando uma segunda vez! ― Ele ergueu o queixo para o
nível de um olhar feroz para os rostos ao redor da sala. ― Ela é minha companheira!
Entenderam? Alguém tem algum problema com isso? Diga, eu o mato antes do início
da reunião!
― Nós nos alegramos por sua companheira, então não massacre ninguém! ―
A voz profunda de Anton ressoou quando entrou na sala carregando uma grande
bandeja de comida. ― Parabéns! Dê-lhe meus agradecimentos por nos informar
sobre a ameaça Pride. ― Ele lançou um olhar ameaçador ao redor da sala. ― Está
todo mundo legal com a gata como companheira protegida em nosso bando? Se não,
saia para ter seu traseiro chutado! Você pode escolher com quem você quer lutar, mas
não haverá mortes! Eu odiaria tirar manchas no tapete do meu pai, por isso
definitivamente leve-os para o quintal! Há uma mangueira lá fora, para lavar o
sangue!
Ninguém falou ou se moveu em direção à porta. Brand relaxou. Ele nunca
tinha se preocupado que seus primos tivessem problema com Charma, mas os outros
lobos eram outro assunto. Alguns deles eram mais velhos, com suas próprias ideias
rígidas, e os gatos eram considerados como inimigos, sem exceções feitas. Ele tinha
uma suspeita de que alguns não estavam bem com isso, mas estavam com muito
medo de protestar. Não entregariam suas bundas para um membro da família Harris.
Anton colocou a bandeja sobre a mesa de café e foi se sentar em uma cadeira
ao lado da lareira, aparentemente relaxado. Brand o conhecia bem. Os olhos de seu
primo eram solenes, seus dedos um pouco com garras sobre os braços da cadeira. Ele
sentou-se no sofá em frente a ele.
― Temos homens Pride de espreita do lado de fora da cidade, e eles acham
que podem nos levar. ― Anton inclinou-se um pouco. Seu sorriso frio não alcançou
seus olhos e sua voz estava rouca. ― As corridas estão oficialmente canceladas.
Espalhem a notícia para suas famílias e vizinhos. É muito perigoso ser pego de
surpresa assim. Eu quero que todos eles se vão, mesmo que se ofereçam para ficar. A
última coisa de que precisamos é de outros bandos chateados porque perderam um
pouco de sua própria gente em nossa guerra. Liguem seus telefones celulares e os
mantenham perto. Estou ordenando às famílias que se mantenham em casa. Quanto
mais membros da família em uma casa, melhor. Se você sentir cheiro de gato, peçam
ajuda. Estaremos lá com os aplicadores de imediato.
Raymond Borl protestou. ― Eu não quero o companheiro de minha filha
fodendo ela debaixo do meu teto! É por isso que eles têm a sua própria casa!
― Você prefere ouvir que ela foi morta quando forem abatidos em sua casa?
― Grady cruzou os braços sobre o peito. ― Estaremos melhores se ficarmos em
grande número, desde que eu tenho certeza de que esses homens Pride vão atacar em
massa. Eles seriam estúpidos em se separar em grupos menores para vir até nós.
― E se você for atacado dentro de sua casa com ninguém lá, Raymond? ―
Braden bufou. ― Bob é um bom lutador e você irá querê-lo ao seu lado para defender
a sua filha e a sua companheira, até que a ajuda chegue a você!
O lobo mais velho levantou-se e mostrou os dentes.
― Isso não seria um problema se a sua família não tivesse atacado um Pride!
Você invadiu seu território primeiro, e não o contrário! Você trouxe isso para nós!
Anton se moveu tão rápido que Raymond nem sequer teve tempo para recuar
antes que ele caísse de bunda no chão depois de ser perfurado.
― Eles invadiram o nosso território primeiro e levaram a minha
companheira! Eles não tinham o direito de vir aqui!
O homem mais velho no chão tossiu, esfregando o peito ferido.
― Sua mãe convidou-os a tomar essa gata de volta para onde ela pertencia!
Eles tinham permissão para atravessar o nosso território!
Rave agarrou o braço de seu irmão e puxou Anton.
― Calma. ― Ele sussurrou, lançando um olhar ao redor da sala. ― Nossa mãe
não tinha autoridade para permitir que viessem até aqui e foi banida do nosso bando
por traição contra sua própria família! Ela está pagando por seu crime! Seu
companheiro a evita. Essa gata que você está falando é um Harris, agora, um membro
desta matilha, e considerada uma dos nós! Este é o lugar onde ela pertence! Qualquer
pessoa que trair este bando vai enfrentar o mesmo destino que a minha mãe! Ela deu
à luz a mim, mas fez suas malas sozinha! Lembre-se de que isto não é uma
democracia! Se você acha que está imune a nossa indignação só porque a gente se
conhece por todas as nossas vidas, está errado, seu alfa apenas lhe deu uma ordem!
Braden se aproximou, atirando-lhe um olhar significativo. Lembrou a Brand
que ele era geralmente aquele que acalmava as tensões nas reuniões do bloco, com o
seu humor. Ele não tinha nenhum no momento, isso afetava Charma. Não era uma
questão para brincar que alguém achasse que eles não deverim ser defendidos. Ele se
levantou, sabendo que precisava dizer alguma coisa.
― Pode-se lamentar sobre o porquê disso ter acontecido mais tarde! ―
Afirmou rispidamente. ― Neste momento, o nosso bando está em perigo! Os machos
Pride estão à procura de pequenos grupos para atacar, mas não vamos facilitar isto
para eles! ― Algo que sua companheira disse veio à tona na memória de Brand. ―
Nós somos um bando! Vamos ficar juntos e apoiar uns aos outros! Trabalhamos bem
juntos como uma unidade. ― Ele deu um passo para frente e se inclinou, oferecendo
uma mão para Raymond. ― Eles são o Pride! Eles lutam entre si e não serão capazes
de passar muito tempo juntos. Vamos mostrar a eles por que somos temidos como
uma unidade!
Raymond pegou sua mão e Brand o puxou. Ele largou o idiota o mais
depressa que pôde e resistiu à vontade de derrubá-lo de volta em sua bunda. Brand
olhou ao redor da sala, à procura de mais problemas, mas não viu nada.
― Você tem suas ordens! ― Anton rosnou. ― Mova-se para fora! Executores,
fiquem!
A sala ficou limpa. Brand esperou até que a porta se fechasse antes que ele
franzisse o cenho para Anton.
― Onde está Von? ― Seu primo não estava presente, algo que ele tinha
tomado conhecimento quando chegou. Referia-se a ele. Anton, Rave, Grady, Von e
Braden sempre apoiavam uns aos outros. Era estranho que um perdesse uma reunião
obrigatória do bando.
Grady passou os dedos pelo cabelo. ― Nós não sabemos.
― O que quer dizer com você não sabe? ― O alarme de Braden era evidente.
― Será que esses gatos malditos o pegaram?
Anton fechou a distância e agarrou os ombros de seu irmão mais novo.
― Ele está bem. Ele ligou para o meu celular e deixou uma mensagem no
início desta manhã. Ele disse que algo aconteceu. Foi uma situação de emergência e
teve que deixar a cidade por alguns dias. Ele usou a palavra segura. Ele não teria feito
isso, se alguém o obrigasse a fazer a chamada. O Pride não o tem.
A preocupação bateu duramente em Brand. ― Ele não fica com alguém para o
calor do acasalamento? Ela está com ele?
― Ele tinha Debbie ficando em sua casa. ― Kane, o impulsionador principal
do bando, falou. ― Ele não a levou com ele. Ele me chamou e me pediu para dizer a
ela como ele estava arrependido por tê-la deixado. Eu a acompanhei até seus pais
depois de parar em uma loja no caminho. Na verdade,... ― Ele corou ― Ela precisava
de alguns suprimentos.
― Suprimentos? ― Braden inclinou a cabeça. ― O quê? Eles não têm comida
suficiente?
Anton riu e puxou seu irmão para bater no lado de sua cabeça.
― Ela está no calor também. Estou pensando que o que Kane não está
dizendo é que ela precisava de um monte de baterias para seu vibrador.
Rave riu.
Kane corou e virou-o.
― Foda-se. Era desconfortável, ok? Ela é como uma irmã mais nova para mim
― Ele olhou para Anton. ― Von recusou-se a dizer-me para onde estava indo ou o
que ele precisava fazer. Eu estou preocupado.
― Eu também ― Anton franziu a testa, olhando ao redor da sala. ― Alguém
sabe de alguma coisa?
O silêncio reinou.
Anton estudou Kane.
― Você estava de plantão com ele ontem à noite. Aconteceu alguma coisa?
― Nada estranho. Pegamos o cheiro de um casal de humanos pelo cemitério.
Von disse que ia assustá-los e me mandou para casa ― Suas bochechas estavam
levemente vermelhas novamente. ― O calor estava batendo forte em mim. Eu estava
suando muito e ele me disse para ir cuidar dos negócios. Ele estava bem quando o
deixei. Ele tomou alguns medicamentos para aliviar o desejo. Disse que alguém
deveria manter a cabeça limpa, considerando o estado da embalagem. A tensão é alta,
já que seu pai evitava sua mãe e teve que sair de licença médica para sobreviver ao
cortar o vínculo com sua companheira.
― Porra! ― Rave gemeu. ― Tem que ser algo importante para ele sair
enquanto está no calor, sem uma das nossas mulheres com ele para mantê-lo
saudável. Quão ruim tem que ser para ele não nos dizer o que está acontecendo?
― Ligue para ele! ― Braden exigiu.
― Nós tentamos! ― Grady falou. ― Muitas vezes. Ele não está atendendo e
vai direto para a caixa postal. Eu não tenho ideia do que está acontecendo, mas agora
temos outra merda para lidar.
― Nada é mais importante do que encontrar Von! ― Rave rosnou.
― Você acha que eu não sinto o mesmo? ― Grady sustentou o olhar. ―
Estamos preocupados, mas ele é forte o suficiente para lidar com isto.
― Grady está certo. ― Anton suspirou. ― Nós vamos lidar com encontrar Von
depois. Agora precisamos proteger o bando. Von não tinha ideia da gravidade da
ameaça sob a que estamos ou ele estaria aqui. Mandamos mensagens por isso espero
que ele vá ouvi-las e apareça em breve.
― Isto é uma merda colossal! ― Braden gemeu. ― Von não está e temos um
Pride prestes a nos atacar.
― Nós vamos lidar com esses bichanos e depois rastrear Von. ― Rave olhou
para seus irmãos. ― Onde vamos ficar?
― Aqui. ― Anton anunciou. ― É grande o suficiente para abrigar todos nós.
Os aplicadores estão assumindo o porão e você tem uma hora para pegar suas coisas.
Espero que todos possam voltar até lá.
― Foda-se, não! ― Rave retumbou. ― Eu me recuso a compartilhar uma casa
com mais de vinte pessoas!
― Lide com isso! Precisamos dar o exemplo! ― Anton lembrou. ― Até agora,
você não tem feito um bom trabalho, depois que pedimos a todos para dobrar. Você
disse que Braden o deixou maluco e o mandou para Brand. Você exigiu que Shannon
e eu passássemos para o lugar de Grady. Somos alfa de sangue por isso que nós dois
poderíamos lutar contra algumas dezenas de membros Pride. O resto do bando não
teria a menor chance contra esses números, então vamos trazer a luta para nós. É
melhor se estivermos sob o mesmo teto. Vamos ser o seu alvo principal, para que
possamos assim tornar mais fácil para eles nos encontrarem. ― Ele sorriu. ― E este é
o primeiro lugar que vou olhar. Rave pode encontrar alguns seres humanos para
preencher o bar e se certificar de que eles sabem para onde enviar qualquer um que
vier à procura de um Harris.
― Feito. ― Rave assentiu.
― Rave me deixou louco! ― Braden murmurou. ― E não o contrário. Ele
assumiu o antigo horário das potenciais companheiras de fora da cidade de Anton.
Você sabe o que era ouvi-lo constantemente pregando mulheres diferentes a cada
hora na primeira noite? Ele as levou para o quarto ao lado do meu.
― Cale a boca! ― Rave rosnou. ― Eu não queria seu perfume no meu quarto.
Eu tinha que ouvi-lo queixar-se constantemente sobre como dizer o que era cheirar o
sexo quando você não podia fazer sexo.
― Eu poderia, se eu não estivesse proibido pelo pai de tocar mulheres de
carga!
Grady ficou entre eles. ― Rave, pare de alfinetá-lo e, Braden, você está mais
feliz com Brand. É sua culpa você ter sido banido das malditas mulheres a menos que
arrume uma namorada séria. Pode crer, você esteve perto, causou tanto que três
homens querem te matar! Esses futuros companheiros das mulheres não estavam
contentes quando descobriram que você as pregou.
― Eu estava feliz na casa de Brand! ― Ele corrigiu. ― Mas agora eu tenho que
ouvi-lo acasalar com sua companheira. Você teria feito o que eu fiz também. Eu só
ofereci meu corpo a três mulheres que queriam uma última aventura. Aquilo não foi
jogo de amor.
Kane gemeu. ― Eu fui o único que teve que falar com seus futuros
companheiros para não matar o seu rabo de manhã quando chegaram para pegar as
mulheres. Você estava desmaiado de exaustão quando a tempestade de merda bateu.
Braden sorriu. ― Obrigado.
Kane olhou. ― Eu não posso esperar até você amadurecer! Já tenho o
suficiente para fazer sem limpar sua bagunça!
― Vamos mudar de assunto. ― Brand sugeriu, querendo salvar Braden com
alguma tristeza.
― Eu concordo. Chega! ― Anton suavemente ordenou. ― Vocês todos tem
uma hora para fazerem as malas, pegar quem está gastando seu calor com vocês e
voltar aqui. Estamos em bloqueio até que isso acabe! ― Ele olhou para Kane. ―
Patrulhas sairão em turnos com nós dois e seis aplicadores, as equipes com não
menos que oito membros de uma vez. É assim que vai ser até que o Pride perceba que
eles não podem vencer. Eu me recuso a perder alguém na minha administração,
enquanto o nosso pai está afastado. Dei-lhe a minha palavra que iria cuidar de todos e
isso significa que ninguém morrerá.
― É mais fácil falar do que fazer. ― Kane murmurou ― Mas concordo. Vamos
ficar juntos enquanto estivermos fora e todo mundo fica pronto para rolar se o
problema atingir. Vou ligar para o meu irmão. Ele pegou o turno da noite, mas
dormiu durante pelo menos quatro horas até agora.
Brand suspirou. ― Ótimo. Vai estar malditamente lotado aqui. Eu mal tomei
uma companheira.
― Eu também! ― Anton deu-lhe um olhar de simpatia. ― Proteger leva
prioridade sobre privacidade neste momento.
― Meu pai está seguro? Ele não pode se defender, enquanto está drogado.
Talvez devêssemos acordá-lo. ― Braden parecia nervoso.
― Ele está escondido com o médico. O Pride não vai encontrá-lo e eu atribuí
três aplicadores mais velhos de confiança para ficar de guarda. ― Anton informou.
Nós não podemos arriscar acordá-lo até depois do calor. Romper o vínculo com sua
companheira iria matá-lo, com certeza, neste momento. A melhor chance que ele tem
de sobreviver é mantê-lo em coma induzido.
― Nós faremos isso. ― Confirmou Grady. ― Papai está mais seguro onde ele
está.
― E quanto a porra da minha agenda? ― Rave arqueou as sobrancelhas. ―
Tenho compromissos reservados com cadelas de outros bandos. Eu só as tenho vindo
aqui?
― Vou ligar para seus bandos e cancelar as reuniões. Tenho certeza de que
seus pais não vão querer enviá-las a uma zona de batalha, apenas na chance de que
você vá escolher uma delas para acasalar. Eu sei que eles querem um Harris para
adicionar à sua linha de sangue, mas vão querem que suas filhas vivam mais. ―
Anton deu de ombros. ― É muito perigoso para elas estarem aqui e eu não quero uma
guerra com outro bando em cima de nós, se uma delas morresse, quando uma luta
começar.
― Então, quem eu vou foder? ― Um olhar horrorizado atravessou o rosto de
Rave.
Braden riu. ― Sua mão. Não é tão engraçado quando isto está sendo dito a
você, não é? Eu sugiro que você pare em uma loja e compre uma dúzia de hidratantes.
Você vai querer o tipo oleoso.
Rave abriu a boca para falar, mas o celular dele tocou, interrompendo
qualquer resposta que estivesse prestes a dar. Ele atendeu, mas lançou um olhar
ameaçador para seu irmão mais novo, antes de sair da sala para atender. ― É da
minha loja. Eu tenho que atender.
― Vamos. ― Anton suspirou. ― Vamos chutar alguns traseiros duro e rápido
para que isso acabe logo. Eu não sei como vou dizer a Shannon sobre nossas novas
condições de vida, mas é necessário. Ela teve um tempo duro o suficiente, sendo
constrangida de ter um dos meus irmãos dentro do alcance de nos ouvir quando
estamos em nossa cama. Agora ela vai ter uma casa inteiramente cheia para lidar.
Brand não disse nada, mas ele odiava a ideia de submeter Charma a tantos
lobisomens também. Ela não estava acostumada a eles e ele não tinha certeza de
como ela reagiria. Embora mantê-la protegida fosse primordial. Ela estaria mais
segura com muitos lobisomens para guardar a casa enquanto ele trabalhava seus
turnos de patrulha.
Rave voltou, seu rosto estava sombrio. ― Alguma cadela apareceu na minha
loja. Tem que ser o meu encontro que chegou duas horas mais cedo, mas ela não deve
ter conseguido o endereço que eu mandei na mensagem para ela. Pelo menos eu vou
entrar em uma última foda antes de voltar. Vou fazer algumas chamadas sobre o bar
também.
― Uma hora. ― Anton avisou. ― Uma. Tome uma rapidinha e envie-a para
casa, maldição! Não a traga aqui! Quero dizer, não a quero em perigo se a merda
atingir o ventilador! Essas mulheres são alfa de sangue e seus bandos levariam como
uma ofensa grave se permitíssemos que ela ficasse em uma zona de guerra!
― Entendi. ― Rave foi pela porta da frente.
Brand virou-se e acenou para Braden que era hora de sair. Ele queria voltar
para Charma. Ele sentia falta dela e odiava deixá-la sozinha.
O telefone tocou e Charma rolou na cama para alcançar o receptor na mesa de
cabeceira.
― Olá?
Houve uma pausa. ― Eu sinto muito. Devo ter discado o número errado.
A outra mulher parecia alegre e jovem.
― Estava procurando Brand? Ele não está em casa agora.
― Quem é? ― O tom mudou de amigável para francamente hostil.
Uma pontada de ciúme perfurou seu coração por um segundo e a suspeita
queimou que a pessoa do outro lado da linha era alguém que Brand tinha visto antes
de sua chegada. Ela estava dividida entre a satisfação de ser capaz de reivindicar
Brand como seu companheiro e saber que a coisa certa a fazer seria permitir que ele
fosse o único a compartilhar essa notícia.
― Sou Charma. Gostaria de deixar uma mensagem?
― Será que ele ficou com você durante o calor? Porra! ― A mulher rosnou. ―
Aquele desgraçado! Ele deveria encontrar-se comigo na floresta ontem, mas não
apareceu. Acabei de ouvir que as corridas foram canceladas, por isso achava que ele
não fosse capaz de fazê-lo, por causa do problema que eles disseram estar vindo em
nossa direção.
Charma estremeceu, sua suspeita tinha sido confirmada. Ela não tinha
certeza do que dizer então permaneceu em silêncio.
― Eu não reconheço a sua voz! ― A mulher disse, com a voz irritada. ― Mas
deixe-me lhe dizer algo sobre Brand Harris. Ele é um filho da puta frio sem um
coração! Ele vai te usar e te lançar longe, logo que um pouco de carne fresca atingir a
cidade! Pergunte a qualquer mulher no bando e elas vão te dizer o quanto lamentam
por você!
Louca, Charma colocou para fora. ― Brand é um homem maravilhoso,
amoroso.
A mulher bufou alto. ― Certo. Continue dizendo, até que você perceba que é
apenas sexo para ele. Você acha que é a primeira puta que ele está enganando em
pensar que seria um grande companheiro? Eu poderia te dar uma lista de pessoas
para ligar que te diria a verdade. Não fique muito confortável, cadela! Sua bunda vai
ser expulsa do território, logo que o calor terminar! Ele é um usuário!
Era isso. Ninguém insultaria seu companheiro. ― Qual o seu nome?
― Sou Peggy. Eu mencionei que ele odeia crianças? Que tipo de idiota faz
isso? Ele não é nada como Alpha Elroy que é um homem de verdade que valoriza
cuidar de seu bando e tem um senso de honra. Ele deveria banir seu sobrinho e fazer
a este bando inteiro um favor.
― Eu queria dar a Brand a chance de tratar isso com você suavemente, mas
você não parece o tipo que merece esse respeito, uma vez que você não mostra
nenhum por ele! Brand é meu companheiro! Ele me ama! Como se atreve a tentar
espalhar o lixo que você acabou vomitado? Eu o conheço melhor do que você, se você
acredita nesta besteira. Ele é muito carinhoso, muito gentil, e ele cheira a honra. Ele
também ama crianças. Ele sempre quis tê-las comigo! Alguma vez você pensou, que
se ele é frio com você, pode ser porque você é uma cadela rancorosa e desagradável?
Vou dizer a ele que você ligou! ― Ela bateu o telefone.
Charma fechou os olhos e amaldiçoou. Ela não tinha lidado tão bem. O
telefone tocou novamente e ela cerrou os dentes. Ela levantou o receptor.
― Olá? ― Ela teve um afundamento de sensação de que seria Peggy
chamando de volta. Ela não estava errada.
― Ele acasalou com você?
― Sim. ― Charma respirou fundo e abriu os olhos, olhando para o teto. ―
Nós voltamos. Acabei de chegar à cidade ontem à noite.
― E ele acasalou com você? ― Peggy engasgou.
― Estamos tão acoplados como um casal pode estar.
― Filho da puta! Aquele desgraçado! Aquele rato! Que...
― Já ouvi o suficiente. Vou dizer a Brand que ligou. Por favor, não ligue de
volta. Eu não quero ouvir mais nada! ― Charma desligou.
O telefone não tocou uma terceira vez. Ela saiu da cama e entrou no banheiro
de Brand, pegando seu roupão fora do gancho. Cheirava a ele. Ela decidiu ir pesquisar
a cozinha por um pouco de chocolate. Brand amava estas coisas, ela tinha certeza que
ela iria encontrar um esconderijo em algum lugar.
A porta da frente se abriu enquanto ela atravessava a sala de estar e Brand
entrou. Ele sorriu, seu olhar tomou-a da cabeça aos pés.
― Eu pensei que você fosse me esperar na cama. ― Ele fechou e trancou a
porta atrás dele. Mudou-se propositadamente, a sua intenção de levá-la para a cama
era óbvia.
Ela levantou uma mão. ― Dê-me alguns minutos, ― Ela fugiu para a cozinha.
Brand a seguiu. ― O que há de errado?
― Nada. ― Ela mentiu, abrindo sua despensa. ― Onde está o seu esconderijo
da barra de chocolate?
― Em cima à direita, atrás das caixas de cereais. O que está errado? Você está
tensa.
Ele a conhecia bem, mas ela o conhecia também. Ela encontrou a caixa.
Estava quase cheia. Seu lobo sempre amou chocolate. Tirou duas barras e virou,
segurando uma para ele.
― Você teve um telefonema enquanto estava fora. Peggy está muito chateada.
Sinto muito, mas ela disse algumas coisas ruins sobre você que me detonaram. Eu
disse a ela que estávamos acasalados e tenho certeza de que ela não acreditou muito
nisso.
Sua expressão se contorceu em uma careta. ― Merda! Não é o que você
pensa. Eu nunca dormi com ela!
Isso surpreendeu Charma. ― Ela está com raiva por você não ter ido ao
encontro dela ontem.
― Ela queria isso, mas eu nunca concordei! ― Ele jogou a barra de chocolate
em cima do balcão e chegou mais perto, para encaixá-la para o canto com os braços
abertos e roubar a barra dela para enviá-la voando pela sala. ― Não deixe ela te
chatear. Ela perdeu seu companheiro no ano passado e estava tentando que eu
tomasse conta dela e seus nove filhotes.
― Nove? ― Isso surpreendeu Charma. ― Ela parecia tão jovem!
― Ela acoplou aos dezoito anos e agora tem trinta. Seu companheiro
praticamente manteve sua gravidez, porque ela queria uma tonelada de crianças. Ele
era um bom rapaz, mas eu nunca concordei com seu gosto por mulheres. Ela é meio
chata com sua hiperpersonalidade.
A culpa a atingiu. ― Seu companheiro morreu? Isso é horrível.
― Sim. Ela pediu para o meu primo parar de servir-lhe bebidas em seu bar e
ele foi a um bar fora do nosso território e acabou encontrando alguns bandidos. Ele
perdeu a vida. Seguimos seus passos e cuidamos dos responsáveis. ― Ele achatou as
palmas das mãos na parede para mantê-la no lugar, mas sem tocá-la. ― Eu sinto
muito que ela tenha te chateado.
― Eu estava mais irritada do que com dor. Ela disse coisas terríveis sobre
você que não eram verdadeiras.
― Esta é Peggy. Ela é meio imatura e tende a explodir quando não consegue o
que quer. Você está bem? ― Ele fez uma pausa. ― Será que estamos bem? Eu nunca
toquei nela.
Ela o olhou nos olhos, sabendo que ele falava a verdade. Deu um passo para
ele até que se apertou contra seu corpo.
― Por que ela iria dizer coisas horríveis sobre você?
Ele franziu o cenho. ― O que ela disse?
― Que você odeia crianças, que é insensível. Ela praticamente te fez soar
como um idiota.
― Eu te disse que você é a única pessoa que amei, querida. Algumas mulheres
me vêem como alguém sem coração. Eu não odeio crianças. Eu só não queria assumir
seus nove filhotes.
― Você se ofereceu para amar todas as crianças que eu tivesse.
― Isso é porque elas teriam sido uma parte de você. Peggy queria um
vaqueiro cachorro e ela, com certeza, não me ama. Ela gosta da minha conta
bancária.
― A sua conta bancária?
― Eu me dou bem no mercado imobiliário.
Isso a surpreendeu. ― Você ia se tornar o contador do seu bando.
― As coisas mudaram depois que você saiu. Dobrei minhas aulas para
terminar os cursos, mas eu simplesmente não conseguia ficar lá sem você. ― Suas
grandes mãos delicadamente envolveram-se em torno de seus quadris. ― Descobri
que precisava preencher meu tempo com você distante, assim comecei a lidar com
casas. Você sabe? Comprar propriedades degradadas e reforma-las para vender a um
preço muito mais elevado. Comecei a minha própria empresa e tenho me saído bem.
Não sou rico para alguns padrões, mas estamos financeiramente estáveis. Eu também
ajudo o bando como um executor. Recebemos um salário por isso, porque ele pode
pegar um monte de horas, dependendo da época do ano.
― Como quando vocês entram no cio do acasalamento?
― Exatamente. ― Sua voz se aprofundou. ― Falando nisso, eu preciso de
você.
Ela esqueceu as barras de chocolate. Agarrou os ombros de Brand e saltou,
envolvendo suas pernas ao redor de sua cintura.
― Leve-me para o quarto. Eu não quero o seu primo nos surpreenda
novamente. Ele está aqui?
― Sim. ― Brand segurou sua bunda, levando-a para fora da cozinha. ― Ele
está embalando suas coisas lá embaixo.
― Ele está indo embora?
Ele hesitou. ― Nós vamos falar sobre isso na casa alpha mais tarde. Devo tê-la
agora.
Ele a jogou na cama, virou-se e tentou fechar a porta arrebentada. Um
grunhido frustrado rasgou dele, quando o batente da porta quebrada impediu-o de
fechá-la. Um soco e o batente se desconjuntou. A porta se fechou completamente e ele
se mudou para a cômoda, estendeu a mão e arrastou-a como reforço, para ter
efetivamente certeza de que eles não seriam incomodados. Ele se virou e se apressou
a retirar a camisa.
Charma sentou, tirou o roupão, jogando-o no chão. O desejo escureceu o
olhar de Brand, que estava fixo em seus seios. Ela se inclinou para trás e centrou o
seu corpo no colchão. Ela esquentou ao sentir-se tão desejada por Brand. Ele tirou
suas botas e empurrou para baixo seu jeans. Ela sorriu com a visão de sua ereção
rígida e lambeu os lábios.
Brand avançou. ― Nem sequer provoque. Eu não posso deixar você fazer isso.
Seu olhar estava levantado. ― Eu sinto falta de provar você.
Ele subiu na cama, sua fome tomada pelo olhar fixo em cada centímetro de
seu corpo. ― Sinto falta de sua boca em volta do meu pau. Você não tem uma maldita
ideia de quantas vezes eu me atormentei com essa memória, mas estou muito fora de
controle. Eu preciso estar dentro de você e não vou ser suave, uma vez que eu estiver.
Ela estendeu a mão para ele, deslizando-a sobre o peito firme.
― Será que com isso quer me assustar?
― Não... É apenas um aviso. Role e fique de joelhos!
― Eu não estou pronta! ― Ela admitiu. ― Sem preliminares?
― Temos que chegar a casa alfa em menos de uma hora. Eu vou ter você
molhada, mas eu quero que você de quatro no momento.
Perguntas à parte, mas não estava com vontade de falar. Ela parou de
explorar sua caixa torácica com os dedos e rolou sobre seu estômago. Ele voltou
quando ela se levantou em suas mãos e joelhos.
― Abra para mim!
Ela abriu as pernas ainda mais e Brand fez um som animalesco. Ela abaixou a
cabeça e esperou que ele apenas a penetrasse. Seu corpo não estava preparado. Ele
fixou, quando ela percebeu que ele tinha se estendido sobre suas costas. Ele agarrou
seus quadris, ergueu-a e colocou suas coxas espalhadas diretamente sobre seu rosto.
Sua boca quente umedeceu seu clitóris.
Suas unhas se cravaram na cama. Ela tinha esquecido como ele às vezes não
se incomodava com as formalidades como beijar seus lábios ou até mesmo se
preocupar em dizer a ela o que ele estava prestes a fazer. Seu companheiro rosnou,
enviando vibrações para esse bando de nervos sensíveis enquanto ele usava sua
língua. Dentes passaram suavemente sobre ele também, e ela jogou a cabeça para
trás.
― Foda-se, bebê! ― Ela ofegava. ― Devagar! É muito intenso!
Ele a ignorou, concentrando-se em um ponto que a levou para fora de sua
mente. Era como se ele estivesse determinado a fazê-la gozar rápido e duro. Ela
tentou se afastar, porque o prazer era muito cru e intenso, mas suas mãos estavam
apertadas, segurando-a no lugar com nenhuma maneira de escapar. Seus músculos
estavam tensos e ela cedeu, não lutando. O clímax a atravessou com uma força brutal
que a deixou chorando e sem a possibilidade de até mesmo formar palavras.
Suas mãos a soltaram, ela estava ciente do colchão deslocando-se sob ela
enquanto ele se movia. Ela teria caído com o movimento, mas o braço enganchou em
torno de sua cintura antes que ela perdesse o equilíbrio e seu pênis cutucou a entrada
de sua vagina. Ele dirigiu em profundidade com um impulso de líquidos, forçando os
músculos para aceitá-lo. Ele caiu em curva em torno dela e usou a mão livre para
apoiar-se na cama ao lado de uma de suas mãos.
― Você está molhada agora! ― Ele rosnou.
Não havia como negar que estava. Brand bateu nela, fodendo-a com força e
profundidade. Seu pênis era sólido, grossa rocha, e ele se moveu tão rápido que ela
não teve chance de igualar o ritmo. Um novo tipo de prazer começou a construir até
que ela sabia que estava prestes a voltar. O tempo perdeu o significado, até que ela
gritou e sua mente flutuava pela segunda vez.
Brand cerrou os dentes para evitar afundá-los no ombro exposto de Charma.
Seus gemidos guturais e o som de seu gozo enviaram-no sobre a borda. Ele dirigiu em
profundidade, com o corpo apreensivo quando seu sêmen explodiu, enchendo sua
companheira. Céu. Era aí que ela que o levava cada vez que faziam amor.
Ele quase bufou com o termo, quando ele parou de gozar e conseguiu pensar
direito novamente. Ele a tinha presa debaixo dele e aliviou o agarre em sua cintura
para se certificar de que ela não estava sendo esmagada. Isso não era fazer amor. A
culpa o atingiu em seguida. Ela merecia ternura dele, não o que ele tinha acabado de
fazer. ― Eu fui muito duro?
Ela jogou o cabelo e olhou para ele. Seu sorriso aliviou qualquer apreensão.
Sua mão massageava seu quadril já que ele não estava disposto a retirar seu pau para
fora dela, para mantê-los felizes juntou os quadris.
― Eu não tenho nada que reclamar.
Ele não concordou. ― Sinto muito.
Seu sorriso desapareceu. ― Não faça isso! Se você não percebeu, eu gostei
muito disso.
― Eu só te fodi, quando deveria ter tomado o meu tempo e conhecido mais de
suas necessidades em vez de apenas a minha.
― Elas foram atendidas. ― Ela mexeu o rabo e tentou sair de debaixo dele.
Infelizmente, ele se levantou, permitindo que ela saísse.
― Eu só senti sua falta e não tinha planejado ficar fora tanto tempo. ― Foi
uma desculpa ruim, mas era a verdade.
Ela se virou e se sentou, olhando fixamente em seus olhos. ― Eu gosto
quando você joga sujo, às vezes.
Seu peito se apertou e ele sabia que isto era causado pelo amor sem limites
que ele sentia por ela. ― É como você chama isso?
Ela riu e apontou o dedo para seu colo. ― Você foi para baixo e, em seguida,
quando você estava indo para mim, estava dizendo palavrões.
Ele se inclinou para frente e ela achatou na cama para permitir-lhe que viesse
para baixo em cima dela. Ele teve o cuidado de distribuir o seu peso para que ela
pudesse respirar facilmente e continuar a recuperar o fôlego.
― Eu te amo, Charma.
Ela colocou os braços ao redor de seu pescoço e beijou seus lábios com um
jeito próprio. ― Eu também te amo.
― Eu só me preocupo que vá estragar isso de alguma forma. Eu não posso vir
para uma casa vazia uma segunda vez.
― Você sabe que eu não o deixei por causa de algo que você fez. Você não
pode se livrar de mim agora. Eu estou aqui para ficar.
Ele orou para que fosse verdade. ― A única razão pela qual sobrevivi quando
desapareceu foi porque minha família continuou puxando a minha bunda para sair
de situações ruins. Virei autodestrutivo. Você sabe quando mencionei que descobri
que eu amava reforma? Eu entrei em raiva, por vezes, e quase destruí este lugar. Eu
tive que consertá-lo em algum momento. Foi quando descobri que eu gostava do
trabalho.
Seus dedos deslizaram em seu cabelo e ela apertou os dedos, obtendo um
agarre bastante firme que picou seu couro cabeludo. ― Ouça-me. Não foi culpa sua.
― Nós brigamos pela manhã e eu não deveria ter saído. ― Chutei minha
bunda sobre esta decisão, um milhão de vezes.
― As pessoas discutem, Brand. Só porque você ama alguém não significa que
tem que concordar com tudo. Rasgou-me em pedaços quando arrumei minha mala e
fui embora. Não tinha nada a ver com você indo para uma corrida. Essa era a sua
maneira de esfriar a cabeça e eu sempre entendi isso. Só percebi o quanto eu queria
que acasalássemos quando nos separamos. Eu não teria sido capaz de dizer não se
tivéssemos mais tempo juntos, mas eu não poderia viver sabendo o que custaria a
minha família. Eu sou a única que está arrependida. Eu deveria ter lhe contado tudo,
mas eu estava com muito medo.
― Por quê?
Ela mordeu o lábio inferior e ele se lembrou do que isso significava.
― Fale, querida. Eu odeio quando você pensa alguma coisa, mas não vai
compartilhá-la comigo. Isso é parte da razão pela qual você acabou de dizer que você
me deixou. Diga-me.
Ela soltou seu lábio e suspirou. ― Você tendia a ser imprudente na época. Eu
estava apavorada que você fizesse ameaças de morte a meu líder Pride, estava
tentando proteger a minha família de sua ira. Eu podia vê-lo fazer isso.
― Isto poderia ter funcionado.
― Você teria sido morto, Brand. Percy é cruel e teria matado minha família
por maldade, só porque você ameaçou. Ele teria mandado meu povo para te atacar.
Um lobo contra um Pride todo é o suicídio.
― Eu o teria chamado, se fosse o caso. Eu teria emitido um desafio.
― Você está assumindo que Percy tem honra. Ele não tem nenhuma! Ele
governa através do medo e da intimidação. Você teria sido virado para baixo por cada
aplicador, enquanto ele estava sentado em sua bunda preguiçosa vendo-os te rasgar.
Ele nunca te enfrentaria sozinho. Ele e seu filho têm isso em comum. Eles sempre
têm os outros fazendo o trabalho sujo.
Perguntas encheram a cabeça de Brand, aquelas para as quais ele não tinha
certeza se queria respostas, mas ele tinha que saber.
― Será que esse filho da puta com o qual você acasalou nunca permitiu que
alguém te machucasse, Charma?
― Não. Ele fez isso ele mesmo. Eu estava mais fraca e não era uma ameaça.
Ele não me bateu tanto quanto se poderia supor. Evitamos um ao outro na maior
parte do tempo.
Ele silenciosamente jurou caçar o desgraçado e matá-lo depois que o calor do
acasalamento passasse. Ele tinha visto os hematomas nela. Isso nunca deveria ter
acontecido. O babaca pagaria caro por se atrever a colocar a mão em Charma.
― Eu não estava querendo dizer que Garrett não tinha outros para me
machucar. Estava pensando sobre o que ele teria feito para você, se você tivesse
aparecido em nossas terras Pride. Percy teria matado você, mas Garrett teria tido
certeza de que sofresse primeiro, Brand. Ele não suportava a ideia de que eu tinha
permitido que outra pessoa me tocasse.
― Você disse que não estava namorando ninguém quando nos conhecemos.
― Ele não era meu namorado. Eu nunca o namorei ou o deixei me tocar. Ele
tentou muitas vezes, mas eu não estava interessada. Ele decidiu que eu me tornaria
sua companheira e deixou claro que ele faria mal a qualquer um que me olhasse duas
vezes. Ele teria visto como uma traição se descobrisse que vivíamos juntos e que eu te
amei. Eu costumava ter pesadelos com as coisas horríveis que ele e seus amigos
teriam feito a você.
A raiva subiu, mas ele empurrou-a para baixo. ― Ele poderia ter mudado de
ideia sobre querer você por companheira se ele tivesse me conhecido.
Ela aliviou seu domínio sobre seu cabelo. ― Não, Brand. Você não entende.
Ele sabia que eu o odiava, que ele era a última pessoa com a qual eu queria estar, mas
não deu a mínima. Ele era o primeiro filho mimado podre de um líder Pride. Um
valentão. Vicioso! ― Ela tomou uma respiração profunda. ― Ele bate em todos e
assedia quem ele não gosta, porque pode. Seu pai nunca o freou ou o repreendeu
pelas coisas erradas que faz. Ele só teria feito um exemplo de você e contaria como
um bônus para me ver sofrer sua perda. Esse é o tipo de idiota que ele sempre foi.
― Eu o teria matado.
― Eu não estou te insultando. Você é obviamente um grande lutador. Vi em
primeira mão quando você atirou todos os lobisomens longe do meu carro, mas você
teria estado enfrentando um Pride inteiro. Garrett garante que ele pode ganhar antes
de se envolver. Ele teria tido seus amigos te atacando, até que você estivesse tão
ferido que não poderia lutar de volta e, em seguida, ele te atingiria.
― Eu realmente quero vê-lo morto.
― Eu também.
Ele a estudou atentamente e viu sinceridade. ― Como você pôde ficar com
ele? ― Ele tinha um novo conhecimento de sua força interior se sua vida tivesse sido
tão terrível como ele suspeitava.
Ela desviou o olhar. ― Não havia escolha. Eu tive que ficar até minhas irmãs
terem idade suficiente para acasalar. ― Ela sustentou seu olhar. ― Era minha
responsabilidade como a mais velha mantê-las seguras. Eu nunca suspeitei que uma
delas fosse ficar com o filho de outro líder Pride. Se ela não tivesse, eu ainda estaria
presa lá, até Bree estar resolvida.
As lágrimas que enchiam seus olhos quebrou seu coração, mas ela as
segurou.
― Seu companheiro é forte e bonito. Eu entendo. Eu faria qualquer coisa pelo
meu sangue.
― Eu sei. ― Seu sorriso parecia forçado. ― Vamos mudar de assunto. Você
disse algo sobre nós irmos para a casa Alpha. A sua família quer me conhecer?
Foi um lembrete de que eles precisavam sair.
― Meu primo Anton decidiu que seria mais seguro se a família e os
aplicadores se mudassem para a casa do tio Elroy. Somos mais fortes unidos e somos
nós que os machos Pride querem. É mais seguro para o nosso bando, se o Pride não
estiver destruindo a cidade buscando-nos. Nós vamos ter certeza de que eles saibam
para onde ir.
Ela ficou boquiaberta.
― É um bom plano. Nós queremos atraí-los longe dos membros mais fracos.
Não há nada para se preocupar. Você estará segura dentro da casa. Eu não iria te
deixar aqui sozinha de qualquer maneira. Alguns deles podem decidir ir de casa em
casa à procura de uma presa fácil. Meus primos precisam de mim nesta luta. Eu não
faria isso, porém, se eu acreditasse que estaria em perigo. Você é a minha prioridade.
― É preciso lutar. Eu entendo, mesmo que eu odeie. Eu nunca lhe pediria
para abandonar a sua família quando eles estão dependendo de você.
Ele não tinha pensado por um minuto que ela faria. Ela sofreu muito com a
segurança de sua própria família.
― Eu sei que vai ser difícil, estando em torno de tantos lobos, mas eles estão
cientes de que você é minha companheira. Ninguém ousará fazer qualquer merda.
Meus primos e eu fizemos essa maldita regra clara.
― E quanto a Alpha Elroy? Ele está chateado por eu estar aqui?
― Não. ― Brand tentou esconder sua angústia. ― Ele não sabe sobre você.
Para encurtar a história, seus pais arranjaram seu acasalamento com minha tia Eva.
Ele fez o seu melhor para amá-la e ser um bom companheiro. Não foi correspondido.
Ela fez algo muito ruim recentemente e ele a baniu do nosso território. Ele não tinha
escolha a não ser fugir dela.
As sobrancelhas de Charma arquearam-se, sua surpresa era clara.
― Ela colocou seu próprio filho e sua nova companheira em grave perigo e
planejava matar tio Elroy e seu filho meio-humano, que nasceu antes que eles
acasalassem. Ela merecia morrer, mas meu tio tem um grande coração. O calor do
acasalamento havia começado, de modo que perdê-la neste momento, poderia levá-lo
à loucura. Você não pode voltar a partir daí. Nosso médico colocou-o em coma
induzido. Meus primos estão liderando o grupo até que seja seguro acordá-lo depois
que passe o calor. Ele vai ter um tempo ruim, ajustando-se à perda de uma
companheira, mas ele é forte. Ele vai sobreviver.
Ela ficou em silêncio por um longo momento e pareceu considerar
cuidadosamente o que ele disse. ― Será que ele vai ter um problema comigo quando
estiver de volta no comando?
― Não. Ele é um bom homem. Como eu disse, ele tem um filho meio-
humano. Ele não sabia sobre Grady até que a mãe o abandonou à sua porta depois de
descobrir que ele poderia mudar. Eva exigiu que ele matasse o meu primo, mas ele se
recusou. Grady está acoplado com uma humana. Meu primo Anton é o único que
acasalou com uma gata. Tio Elroy aceitou. Ele vai te aceitar também.
Ela ainda não parecia convencida.
― Ele vai, Charma. Tio Elroy tem sido um pai para mim, desde que meus pais
me deixaram.
― Você nunca falou sobre eles, exceto para dizer que eles tinham ido embora.
Achei que você queria dizer que tinham morrido. Eles ainda estão vivos?
Ele deu de ombros. ― Eu não sei. Não é uma boa história para contar ―
Charma olhou para ele, até que ele se deu conta que ele faria qualquer coisa por ela.
― Meu pai era uma espécie de estúpido e pensou que ia ser melhor alfa para este
bando. Ele desafiou o tio Elroy e perdeu.
Isso surpreendeu Charma. ― Eu pensei que lobisomens não fizessem esse
tipo de coisa, se eles eram irmãos. Era a sua mãe a irmã do alfa?
― Não... Era o meu pai. Tio Elroy deveria tê-lo matado. Isso é praticamente
uma regra quando você desafia a liderança. Eles foram convidados a abandonar o
território, e foram proibidos de voltar.
― Isto é horrível. ― Ela massageou o braço dele. ― Eu sinto muito, Brand.
Por que não foi com eles?
― Meu pai estava errado. Tio Elroy é um líder fantástico. Foi-me dada a
escolha de ficar ou ir. Eu escolhi o Bando Harris. Meus pais ficaram com raiva e não
entraram em contato comigo desde então.
― Oh, Brand! ― Sua tristeza se mostrou em seus olhos.
― Não sinta pena de mim, querida. Meus primos são como irmãos para mim.
Eu posso ter perdido meus pais, mas mantive toda a minha família intacta por ficar.
Nunca me arrependi disso. Esta é a minha matilha.
― Mas deve ser duro não saber para onde seus pais foram, ou se eles ainda
estão vivos.
― Eles entrariam em contato comigo, se quisessem. Estou listado no livro.
Não é meu assunto favorito, então vamos mudar isso. Você perguntou como eu sei
que meu tio vai te aceitar. Eu o conheço bem e ele vai te receber de braços abertos. Eu
não tenho nenhuma dúvida sobre isso.
― Estou feliz que você esteja tão certo! ― Ela enfrentou um sorriso.
― Vai dar tudo certo. Precisamos nos aprontar para sair! Estamos sendo
esperados na casa alpha em breve.
― Eu não tenho nenhuma peça de roupa de modo que isto não deve demorar
muito.
― Nós vamos fazer compras, uma vez que os machos Pride saiam da cidade.
Por enquanto, você pode pegar qualquer coisa minha que você goste. ― Ele gostou da
ideia dela usando as coisas dele, mas nua era melhor. Seu pau endureceu. Ele gemeu,
olhando para seu pau com revolta. ― Precisamos nos apressar antes que eu perca
minha mente precisando de você de novo.
Charma encarou abertamente o espaço do sótão que tinha sido convertido em
um quarto. O cheiro de poeira fazia cócegas em seu nariz. Brand parou atrás dela e
ela se virou, pegando a expressão preocupada no seu rosto.
― Sinto muito sobre isso. Não é exatamente agradável e eu duvido que
alguém tenha se hospedado aqui, desde que a tia Margie passou o verão, há cinco
anos. Ela tinha uma coisa por viver em sótãos depois de uma enchente destruiu sua
casa. O terreno acima era maior, melhor. Eu o escolhi porque é o mais privado e nos
dá maior liberdade.
― É muito bom. ― Ela olhou para a cama de casal, duas mesinhas de
cabeceira e uma linha de caixas empilhadas ao longo de uma parede. ― Eu gostaria
que tivessemos uma televisão, mas há livros. ― Ela apontou. ― Veja. Aqueles estão
claramente marcados como romances. Eu adoro! Então eu vou ter muito que ler.
Ele se aproximou. ― Isso não foi como eu pensei que seria quando acasalado.
Embora seja mais seguro aqui com todos nós sob o mesmo teto. Eu vou te dar uma
TV.
Ela sorriu e deu um passo em seus braços.
― Eu estava brincando. Com você no calor, eu tenho certeza de que vou estar
longe de me sentir entediada. Eu não me importo onde estamos, enquanto estivermos
juntos. O local só precisa de uma boa limpeza.
Um suave grunhido retumbou dele. ― Eu quero você.
Ela apertou sua mão contra a frente de seu jeans, acariciando o comprimento
duro de seu pênis preso dentro deles. Seus seios estavam achatados contra seu peito.
― Eu sou toda sua.
Ele lhe deu um beijo na boca. ― Eu nunca vou ficar cansado de ouvir você
dizer isso. Não é ainda real. Eu continuo meio que esperando acordar sozinho para
descobrir que nada disso é real. Iria me matar.
― Eu sou real. ― Ela estendeu a mão para cavar suas unhas em seus bíceps.
― Sinta-me.
Seus braços se apertaram ao redor dela. Levantou-a e a levou para a cama.
Eles caíram em uma pilha. Poeira subiu ao seu redor, fazendo com que ambos
espirrassem. Um rosnado rasgou de Brand.
― Droga! Isso não é romântico.
Charma riu enquanto deslizava os dedos em seu cabelo sedoso.
― Isso não importa. Poderíamos estar perdidos na mata, passando fome, e
poderia cair uma chuva torrencial. Eu estou feliz que tenho você.
― Eu só quero que tudo seja perfeito.
Ela olhou profundamente em seus olhos bonitos. ― É. Você está aqui comigo.
Ele tomou posse de sua boca de novo quando ele empurrou sua roupa para
fora do caminho. Ela rasgou a camisa dele, tentando empurrá-la até seu torso. Ela
precisava sentir sua pele contra a dela. A vontade de lambê-lo, arranhar as unhas nas
costas, e a dor entre suas coxas lhe assegurou que ela estava pronta para ter seu pênis
enterrado profundamente dentro dela.
Ele era seu companheiro, sua vida, e cada pedacinho de felicidade que ela
sempre sonhou em ter. Eles estavam juntos e nada mais importava. Ela desfrutaria de
cada momento, para compensar todos os anos que tinha perdido.
Brand rolou e Charma sentou montando em seu colo. Ela enganchou os dedos
debaixo de sua camisa, livrando-se dela. Seus dedos roubaram as taças do sutiã e
puxou para obter os seios livre. Desabotoou a parte de trás dele, mexeu os ombros e
jogou-o no chão. Ele massageava seus mamilos tensos enquanto ela enterrava o rabo
para baixo sobre suas coxas, desejando que eles estivessem nus e ele já estivesse
dentro dela.
― Você é tão linda. Eu senti tanto sua falta.
As palavras de Brand foram o suficiente para fazê-la chorar.
― Eu te amo. Eu morri um pouco a cada dia em que estávamos separados.
Ele rolou novamente para fixa-la sob ele e olhou profundamente em seus
olhos.
― Se você sair mais uma vez, eu vou te encontrar! Eu juro que eu vou. Até os
fins do mundo, se é isso for preciso. Eu nunca vou ficar sem você de novo.
Ela rasgou a camisa, procurando desesperadamente sua pele quente.
― Bom. Eu vou me lembrar dessa promessa, mas eu não vou a lugar nenhum.
Eu estou bem onde eu pertenço.
Um grunhido saiu de sua garganta que prometia que não seria suave dado o
nivel dela nível de excitação. Memórias do passado turvavam com o presente quando
eles se beijaram. Todos esses anos se passaram, mas a forte paixão entre eles não
havia desaparecido. Eles tinham aprendido tanto sobre a perda e o valor de estarem
juntos.
Sua boca devorava a dela quando ela encontrou a sua língua com a sua.
Charma aterrou seu corpo contra o dele, com a necessidade de senti-lo. Um suave
grunhido saiu de sua garganta e surpreendeu os dois. Brand respondeu rosnando.
Suas mãos tornaram-se mais áspera, agarrando-a com força, prendendo-a sob seu
grande corpo quando ele rolou-os para o centro da cama.
Um grito de protesto soou quando ele afastou a boca, mas ele enterrou-a
contra a garganta para beliscá-la com suas presas. Seus lábios quentes beijaram seu
caminho até seu peito para provocar o mamilo tenso que ele raspou com os dentes.
Suas costas arquearam para fora do colchão e as unhas cravaram em seus ombros
quando ele chupou duro.
― Foda-me.
Ele soltou seu peito e levantou a cabeça. Seus olhos pareciam ferozmente
sensuais, a cor estava quase negra agora, e sua respiração aumentou.
― Tire. ― Apoiou seus braços, levantou e saiu.
Ambos freneticamente mexeram-se fora de suas roupas restantes. Brand
ficou nu em primeiro lugar e virou de costas. Seu pênis estava orgulhosamente duro,
e prendeu sua atenção. Seus dedos se abriram e espalharam em seu peito a roçar
sobre seus mamilos, sua barriga lisa, todo o caminho até seus quadris.
― Venha aqui, querida.
Ela caiu na cama para rastejar até ele com uma de suas pernas entre as dela e
se deteve quando seu rosto pairava sobre o eixo de espessura de seu pênis. Sua língua
saiu para molhar os lábios e o olhar de Brand estreitou enquanto suas mãos
levantaram segurando seu rosto.
― Eu não posso olhar para você o suficiente, tocar em você o suficiente, eu
ainda sinto como um sonho.
― Que tal um molhado?
Ela baixou o olhar para o seu colo e abriu a boca. A ponta da língua roubou a
coroa de seu eixo e rodou em um círculo. Seu corpo estremeceu na cama, mas ele
ainda segurava depois dessa inicial falta de controle. Um ronronar suave estourou
dela e seu peito vibrou a partir da fonte.
O calor atravessou-a até que seu corpo se sentia como se estivesse em
chamas. Surpreendeu-lhe que ela estivesse reagindo tão intensamente a Brand. Ele
deve ter percebido o quanto ela precisava dele porque ele estava permitindo que ela o
saboreasse neste momento.
Ele era sexy como o inferno e ela o queria, mas seu nível de necessidade foi
desligado das tabelas de normalidade de acordo com as circunstâncias. Não era o seu
tempo para entrar em calor, mas não havia como negar os sintomas. Suas gengivas
ainda doíam um pouco quando ela colocou os lábios em torno dele e chupou seu pau
mais fundo em sua boca.
― Foda-se! ― Ele rosnou.
Não cresça presas, ela implorou para seu corpo. Se ele percebesse, ele iria
fazê-la parar. O formigamento ao longo da linha superior dos dentes persistiu
enquanto ela persuadia seu companheiro em uma febre de paixão. O sabor de seu
pré-semen em sua língua só parecia fazer vir à luz seus instintos mais básicos até que
ela rasgou longe dele, com medo de lhe causar mal. Ela sentiu seus olhos mudarem
conforme sua visão tornou-se mais brilhante e mais viva.
― Oh, Deus! ― Ela arquejou. Sua mão cobriu a boca e a dor assegurou-lhe
que não era sua imaginação. As pontas afiadas pressionavam contra a palma da mão
com suas presas alongadas. Ela olhou nos olhos escuros de Brand e sabia que ele
percebeu o que estava acontecendo com ela.
― Mel? ― O alarme arregalou os olhos.
― UH presas... ― Ela estremeceu, ao ouvir a língua presa.
Ele tentou se sentar, mas ela estava em seu caminho. Suas mãos enjaularam
suas costelas e ele rolou de costas, pairando sobre ela.
― Deixe-me ver.
Charma hesitou antes de deslizar a mão. O olhar de Brand abaixou para olhar
seus dentes afiados. Seu nariz queimava e ele desceu sobre ela. Com uma das mãos
agarrou seu joelho para empurrá-la para cima, dando acesso mais livre para os
quadris para afundar no berço de suas coxas entreabertas.
Ela jogou a cabeça para trás enquanto seu pênis grosso entrou nela. Ele
capturou seus pulsos quando ele soltou seu meio e empurrou-os acima de sua cabeça,
segurando-os lá enquanto dirigia seu pênis mais fundo dentro de seu corpo. Ela
gritou com o êxtase, bateu com tanta força que não tinha certeza se poderia
sobreviver. Brand rosnou quando ele acariciou o cabelo para o lado e seus dentes
morderam seu ombro.
Ele segurou-a para baixo enquanto a fodia freneticamente, pouco mais
profundo, e ela enrolou as pernas elevadas em torno de sua cintura. Ela não podia se
mover de outra maneira enquanto ele a penetrava furiosamente. O nível de calor
dentro do corpo dela ameaçava queimá-la viva enquanto o prazer era martelado nela
tão duro como Brand o fazia. Seu perfume encheu seu nariz, de modo nítido e
maravilhosamente masculino. Ele era dela.
A necessidade de prová-lo tornou-se insuportável. Ela levantou a cabeça. Ela
não tinha planejado mordê-lo, mas seus dentes afiados afundaram no topo de seu
ombro. O gosto de sangue a mandou para o orgasmo. Seu corpo convulsionou a partir
da intensidade do mesmo e seu companheiro parecia estar tomado de êxtase, ao
mesmo tempo ele rosnou mais selvagemente enquanto seu sêmen a enchia.
Eles se contorceram, trancados em conjunto, nublados em paixão. Os
solavancos afiados de seu clímax lentamente tornaram-se mais fraco, até que ela o
soltou com os dentes e lambeu a ferida que ela tinha criado. A realidade retornou. A
boca em seu ombro já não o beijava.
― Foda-se, querida. ― Brand gemeu. ― Você está no cio.
Ela arfava com muita dificuldade de responder, mas balançou a cabeça. Não
havia nenhuma dúvida sobre o que tinha acontecido com ela. Foi a única vez que nela
cresceram presas ou garras. Seu domínio sobre seus pulsos aliviou quando ele mudou
o suficiente para parar de esmagá-la sob seu peito muito maior. Ela respirou mais
fácil uma vez que podia encher completamente os pulmões. Brand levantou a cabeça
e olhou para ela.
― Desculpe, mas eu não quero que você rasgue minhas costas.
― Está tudo bem. Eu entendi.
Ele procurou seus olhos. ― Você parece atordoada.
― Eu não deveria estar em calor.
― Não é seu tempo?
Ela balançou a cabeça, ainda atordoada. ― Não.
Um sorriso brincou em sua boca. ― Eu fui áspero o bastante? Eu percebi o
que estava acontecendo quando vi suas presas e me lembrei de como você precisava
rápido e forte. Você jurou que as preliminares eram pura tortura.
― Isso foi incrível.
― Sim. Foi. ― Ele riu e moveu lentamente os quadris, testando a sensação de
sua buceta segurando seu pênis. ― Você é tão quente e apertada. Eu esqueci como
você incha um pouco e fica tão molhada.
Charma gemeu e instigou Brand a continuar se movendo dentro dela. Ele
ajustou novamente e seus dedos entrelaçaram com os dela, ela arqueou as costas e
levantou as pernas mais alto até os calcanhares cavarem suas nádegas musculares.
Ela podia senti-lo flexionar com cada movimento de seu pênis dentro dela.
― Mais.
― É isso aí, querida. ― Sua boca procurou a dela.
Seus dentes escovaram e ela virou a cabeça um pouco para evitar causar
danos a qualquer um deles. Suas presas foram estendidas e ela não conseguia
controlar as dela por nada, quando ela estava no cio. Seu lado shifter tipo
enlouqueceu, uma vez que foi a única vez que foi autorizado a sair.
Cada rosnado de Brand fazia apenas animá-la mais. As vibrações em seu peito
retornaram quando ela começou a ronronar. Era perturbador no início para se ajustar
a ele, tornava a respiração difícil, mas se concentrou em como era bom sentir Brand
foder.
Suas paredes vaginais se apertaram e ela gritou quando gozou de novo. Brand
abriu as coxas um pouco e levou mais profundo, lutando para se manter em
movimento quando ela apertou seu pênis com mais força.
― Foda-se! ― Ele murmurou. ― Oh sim!!!
Seu corpo ficou tenso e ele jogou a cabeça para trás. O uivo que soltou teria
assustado Charma, mas ela abriu os olhos para ver seu rosto quando ele encontrou
sua própria liberação de novo. Seus olhos se fecharam e o brilho de suor em seu corpo
grande e sua expressão quase agonizante era tão sexy. Seu olhar baixou para seus
ombros largos e a ferida fresca, ainda sangrando da mordida que ela colocou em cima
dele. Sua marca deixaria uma cicatriz. Um sorriso curvou seus lábios quando ele
parou de se mover e tentou se recuperar.
Seus olhos negros ainda abertos quando o queixo abaixou e seus olhares se
cruzaram. ― Eu te amo.
― Eu também te amo. Desta vez eu não sinto muito. ― Uma de suas
sobrancelhas arquearams em questão. ― Por marcar você.
Ele sorriu. ― Querida, você pode me morder a qualquer momento. ― Uma
risada escapou. ― No meu ombro. Você não ira chegar nem perto do meu pau com
essas presas. Não seria nada bom para qualquer um de nós, até eu me curar, se você
acidentalmente me morder lá.
― Verdade.
― Não tinha ideia de que estava entrando em calor? Você parou de se manter
a par das coisas?
― Não era para ter acontecido. Eu acho que as minhas emoções e estar perto
de você meio que me enviou para isso. Já ouvi falar disso acontecer quando
companheiros são separados por um longo tempo, mas apenas com acasalamentos de
longo prazo. Isto também pode ser seus feromônios. Você tem um cheiro incrível
quando está no cio.
― Eu sempre disse que você era minha companheira, mas nós simplesmente
não haviamos cimentado o negócio através da partilha de mordidas durante o sexo. ―
Seu sorriso desapareceu. ― Você se sentia da mesma maneira.
― Sim. ― Ela admitiu.
― Eu quero matar alguma coisa quando penso em todos os anos que
perdemos.
A tristeza agarrou-a com força e ela apertou os dedos, ainda atados com o
dela.
― Nós temos um monte de anos para olhar para frente.
― Eu nunca vou deixar você ir.
― Não?
― Eu não vou. ― Ele sorriu. ― Quando estava previsto para você entrar em
calor?
Charma hesitou. ― Eu não sei. Quer dizer, faz muito tempo que não entro em
calor.
O sorriso de Brand desapareceu quando a confusão o tomou. ― Eu não
entendo. Você está dizendo que não entra mais no cio?
― Realmente, não acho que você quer ter essa discussão agora.
― Sei. ― Ele ajustou seu corpo para mantê-la presa. ― Eu sei que você tomou
pílulas para evitar o calor, mas você é muito jovem para ter parado naturalmente.
Ela estava com medo de machucá-lo, mencionando Garrett. Ela lhe deu a
versão curta, esperando que fosse suficiente.
― Eu tinha que continuar a tomar as pílulas todo o tempo e pareceu me
enviar para a menopausa.
― Você só se deixava levar quando entrava em calor?
Ela hesitou, mas sabia que Brand não ia deixá-la ir.
― Vamos pular essa.
Um músculo em sua mandíbula empurrou e seus olhos se estreitaram.
― Fale comigo, caramba! Isso tem algo a ver com aquele idiota que você foi
forçada a estar?
Ela assentiu com a cabeça bruscamente. ― Eu não quero falar sobre ele
novamente.
― O que não está me dizendo? Você disse que nunca mentiria para mim,
querida.
― Eu não quero que você fique com raiva.
― Diga-me porque o que eu vou imaginar tem que ser pior.
Ela estudou os olhos. ― Eu duvido.
― Droga, Charma. Fale!
Foi uma ordem direta de seu companheiro. Ela conhecia o tom, embora com
Brand não fosse dura ou implícita e ele não lhe infligiria dor se ela desobedecesse a
sua demanda.
― Eu só não queria estragar o momento, respondendo. Não importa mais. Eu
parei com os comprimidos e, obviamente, eu posso entrar em calor.
― Você está enrolando.
Ela respirou fundo e se preparou para sua raiva. Não seria dirigida a ela, mas
ela odiava expô-lo a todos os horrores pelos quais ela passou.
― Tudo bem. Eu disse que tomava as pílulas para evitar entrar em calor e
engravidar enquanto eu estava com Garrett.
― Sim. ― Seus dedos acariciaram os dela.
― Ele ficou com raiva quando eu não entrei em calor. Eu nunca quis ficar com
ele. Eu não podia suportá-lo o pensamento de me tocar... ― Ela fechou os olhos. ―
Você sabe como eu fico. Eu não poderia tolerar sabendo que eu... ― Ela parou de
falar, incapaz de dizer isso para o homem que ela amava.
― Merda! ― Ele parecia infeliz. ― Você o teria aceitado se estivesse no cio.
Congratularia-se com o seu toque.
Ela assentiu com a cabeça. ― Olhe para mim, querida.
Seus olhos se abriram e ela encontrou seu olhar.
― É a parte ruim de ser um shifter. Quando a natureza chama, ela é uma
cadela a esse respeito.
Lágrimas escorregaram embora ela tentasse impedi-las. ― Eu teria implorado
para ser tocada, se o calor se apoderasse de mim, e eu o odiava. O pensamento de ser
tão vulnerável e carente em torno dele me enojava.
― Foda-se! ― Ele estava chateado, mas controlava seu temperamento. ― O
que você fez?
― Eu tomei os comprimidos, mas depois ele ficou com raiva quando eu nunca
entrei em calor e ele me injetou com drogas, tentando forçá-lo.
Um rosnado rasgou de Brand. ― Ele drogou você para fazer o que queria?
― Ele me ameaçou primeiro, então eu fui capaz de planejar com antecedência
e evitar que ele me forçasse a entrar em calor. Tomei os comprimidos todos os dias,
Brand. Eu nunca sabia quando ele viria atrás de mim com essas injeções. As pílulas
combatiam as drogas, enquanto estavam no meu sistema. Elas não foram projetadas
para serem tomadas todos os dias, do jeito que eu estava fazendo. Depois de dois
anos, eu já nem sentia o calor chegando. Não havia impulsos. Elas também
suprimiram o apetite, assim eu comecei a perder peso. Isso foi um bônus adicional,
porque eu não era atraente para ele.
Ele abaixou a cabeça e deu um beijo em sua testa. ― Eu entendo. Eu sinto
muito que você teve que fazer isso.
― Não é culpa sua.
Ele se afastou e se surpreendeu quando ele sorriu. Ele chegou a seus olhos.
― Eu não preciso de drogas para fazer você me querer.
― Não, você não. ― Ela ficou aliviada que ele não estivesse perfurando
paredes ou rosnando. ― Eu te amo.
― Eu também te amo, querida. ― Seu humor desapareceu. ― Eu ainda vou
matar esse filho da puta na primeira chance que tiver!
― Tudo bem. Só não arrisque sua vida para fazer isso. Eu não posso te perder.
― Não está sempre acontecendo. Você está presa comigo. ― Ele piscou.
Ela riu. ― Bom.
― Falando de nós, quer ir mais uma rodada ou quer comer primeiro? Eu
poderia te foder todo d...
Uma batida soou na porta. ― Vá embora! ― Brand gritou.
― Hum..., você é necessário no andar de baixo! ― Braden chamou. ― Dois,
eu ouvi vocês dois! Não recebo pontos por esperar até que vocês terminassem? Anton
disse para levá-lo pronto. O Pride foi flagrado na cidade e eles estão vindo para cá.
― Porra!
O medo tomou conta de Charma quando ela olhou para o rosto bonito de
Brand. Ele poderia se machucar. Ela poderia ter encontrado ele novamente apenas
para perdê-lo. Eles olharam um para o outro.
― Você me ouviu? Você vem? Quero dizer, vamos lá embaixo? Eu sei de onde
você veio. Meus ouvidos ainda estão tocando daquele uivo, e eu estava dois andares
abaixo, cara.
― Vá embora, Braden! Eu estarei lá em breve.
― Tudo bem.
Seus passos desapareceram pelas escadas. Brand suavemente puxou para
levá-la de suas mãos, mas ela recusou.
― Sou necessário, Charma.
― Jure que você vai voltar para mim.
― Ninguém vai me impedir de voltar a esta cama muito cedo. Tenho muito
para viver.
Ela o deixou ir, mas era uma coisa difícil de fazer.
Ele fez uma pausa antes de se afastar.
― Você fica aqui em cima. Tranque a porta e faça uma barricada. Duvido que
eles entrem nesta casa, mas... Há uma espingarda debaixo da cama com uma caixa de
cartuchos. Use-a se for atacada.
― Ok.
Ele inalou. ― Não se preocupe. Eu não vou deixar ninguém te machucar.
― O medo que você cheira não é por mim.
Um sorriso suavizou sua boca. ― Eu vou chutar suas bundas. Não se
preocupe!
Ela se sentou para vê-lo se vestir. ― Vá para seus rostos.
Ele olhou para ela antes de puxar a camisa sobre a cabeça. ― Por quê?
― Os machos Pride são muito vaidosos e presunçosos.
― Sério?
Ela hesitou. ― Sim, eles realmente se preocupam com suas aparências. Às
vezes é a única coisa que eles têm a seu favor. Você usa sua garra em seus rostos e eles
vão pirar.
― As cicatrizes são sexy. ― Ele piscou.
― Eu acho que sim, mas para eles não. Basta ter cuidado.
― Estarei de volta em breve.
Ele saiu e ela deslizou para fora da cama a correu para a porta. Ele esperou do
outro lado até que ela trancou. Um sorriso curvou seus lábios.
― Eu vou fazer uma barricada agora. Vá. Sua família está esperando por você.
Uma risada profunda soou através da porta. ― Você é uma grande
companheira para receber ordens.
― Não se acostume com isso!
Ele riu enquanto seus passos recuavam para a escada. Charma virou-se e
olhou em volta, vendo alguns velhos móveis pesados nas sombras. Ela duvidava que
qualquer um do Pride violasse uma casa cheia de lobisomens, mas ela não queria ter
uma chance de ficar cara-a-cara com alguém de sua antiga vida. Eles a matariam se a
vissem, se descobrissem que tinha advertido o Bando Harris de seu ataque. Ela era
uma traidora de sua própria espécie.
Seu olhar deslizou para a cama. Ela deveria ter dito a Brand que não sabia
nada sobre armas, mas que era um conforto saber que uma espingarda estava lá.
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