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Envio: Soryu

Tradução:Cartaxo
Revisão Inicial: Gislaine Vagliengo
Revisão Final: Nilde Soares
Leitura Final e Formatação:Sofia
Verificação final:Gisinha
Brand encontrou a garota dos seus sonhos na faculdade, um meio-humano,
meio-metamorfo leopardo não pode se transformar. Lobisomens e gatos são inimigos
naturais, mas o poder da química sexual foi maior. Ela roubou seu coração e se
tornou o centro de tudo pra ele. Mas quando ela o abandonou, seu mundo se quebrou
e ele sabe que nenhuma mulher jamais poderá tomar o lugar dela. Embora muitas
procurem sua atenção, ele se tornou frio e inatingível.
O amor que eles compartilham era de alma, mas agora o destino da família
de Charma está em suas mãos. A memória de cada toque que compartilharam
destroçaria a ambos quando ela o deixasse, mas para salvá-los, ela teve que ir. Após
nove anos de desolação e desgosto, Charma está de volta. Ela corre o risco de perder
sua vida para alertar Brand de um ataque iminente, mas ela não hesita.
Brand a terá em seus braços mais uma vez e ele não vai perdê-la de novo.
Para meu herói Mr. Laurann.
Obrigada por todo seu amor e apoio. Eu não
poderia fazer o que faço sem você.
Levou a boca pela pele pele quente e lisa da sua barriga lisa. Os lençóis
tinham sido expulsos. O ar condicionado zumbia baixinho no outro quarto, mas não
era páreo para o calor sufocante de um início de verão no Texas. Charma lambeu uma
gota de suor abaixo do umbigo de Brand. Ela amava seu gosto, seu cheiro, tudo sobre
ele. Ele respondeu. Seu membro endureceu, apresentando-se longo e orgulhoso, ereto
como um mastro firme quando um gemido retumbou de seu peito largo. Ela sorriu e
beijou a curva de seu quadril. Sua grande mão se atrapalhou no cabelo dela, deslizou,
e agarrou seu ombro nu.
― Bom dia... ― Ele murmurou.
― Não ainda, mas está quase lá. ― Ela se ergueu um pouco, observando
enquanto ele acordava e abriu a boca novamente. Sua língua traçou a parte inferior
de seu eixo, fazendo com que seu pênis se contraísse.
Ele levantou a cabeça para olhá-la com seus os olhos castanhos dourados
cheios de paixão. Seu nariz inspirou forte e seu corpo ficou tenso.
― Você está quente.
Ela assentiu, propositadamente, respirando ar quente em seu sexo enquanto
falava.
― Eu sei. Percebi quando acordei. Devo tomar os comprimidos? Preciso
começar imediatamente para e controlar, caso contrário vai me bater com força total
em questão de horas.
― Não tome. Vamos ficar doentes nos próximos dias ― Sua mão acariciou seu
ombro. ― Eu sobrevivi no mês passado ― Sua boca cheia e generosa se curvou em
um sorriso. ― Estou pronto para isso.
Ela olhou para a evidência impressionante em frente de sua boca.
― Você, certamente, está.
Ele se sentou. ― Venha aqui.
― Estou bem onde estou.
― Você está melhor do que bem, mas eu também me lembro do quão
agressiva você fica. ― Ele riu. ― Sou cuidadoso, não quero seus dentes me dando
quaisquer furadas acidentais.
― Não vou te morder.
― Querida, é a única época do mês que cresce presas em você. Eu te amo, mas
não vou arriscar. Eu não seria muito bom para você, embalado em gelo, até que me
curasse amanhã.
Charma fez beicinho. ― Eu quero te provar.
― Confie em mim! Eu adoraria isso também, mas você não está realmente no
controle agora. Quer que eu te mostre as cicatrizes em meu ombro do mês passado?
― Eu sinto muito.
― Está tudo bem. Não é uma queixa. Pare de se desculpar. Eu gosto de ter
suas marcas.
Ela se sentou. ― Você poderia fazer uma cicatriz em mim, assim me sentiria
melhor.
Brand avançou, pegou-a deitada de costas e a colocou sob ele. ― Foi um
acidente! Você não quis me morder e eu nunca estragaria sua pele!
Seu humor escureceu. ― Eu sei.
―Hey! ― Ele se ajustou sobre ela até que seus narizes se tocaram e olhou em
seus olhos. Você é a única que vai acasalar comigo! Eu quero você! Esta é a única
maneira de eu nunca afundar meus dentes em você.
Ela virou a cabeça para estudar a parede. Lágrimas ameaçaram derramar,
mas ela conseguiu conter a maioria delas. ― Você sabe que eu não posso.
Ela podia sentir o cheiro da sua dor, uma vez que encheu a sala, misturada,
até que ela não conseguiu detectar qual deles cheirava com mais força. Brand, de
repente, rolou e saiu de cima da cama. Ele foi em direção à porta. ― Tome suas
pílulas.
― Você vai me punir?
Ele parou. Ela podia olhar para seu grande corpo sexy durante todo o dia. Ele
não se virou para olhá-a. ― Está ficando mais difícil para mim o fato de não me
acasalar com você. Eu acho que é melhor você tomar o remédio para controlar o
calor. Você iria me odiar, se eu perdesse o controle ―Ele saiu do quarto.
Ela ficou lá olhando para a porta por um tempo, depois ouviu o chuveiro
abrir. A vontade de se juntar a ele a fez doer. Não era apenas porque seu corpo queria
sexo - os hormônios agora assolavam dentro dela. Ela amava Brand com todo o seu
coração e não queria nada mais do que acasalar com ele. Mais sabia que nunca
poderia acontecer.
Memórias de quatro meses encheram sua mente...
Ela estava sentada na sala de aula ouvindo a história do professor zangão e
mal ouviu a porta abrir para entrar alguém que havia chegado atrasado. Ela estava
tocando sua coxa levemente com o polegar, tentando prestar atenção, mas o tédio
tomou conta. Um perfume encheu seu nariz, quase a mantando de pânico.
Ela virou a cabeça e viu na sala alguém muito alto, do sexo masculino, de
cabelos negros, que se sentou. Ele não fez tanto barulho ao sentar de forma indolente.
Ele tinha que ter pelo menos de 1,95 m e cerca de 108 Kg. A maioria diria que, a partir
de seu musculoso corpo, ele pertencia ao time de futebol da faculdade. Mas Charma
sabia mais. O cheiro característico de lobisomem assegurou-lhe do perigo que ele
representava.
Isso ficou claro, no segundo em que ele também pegou seu perfume.
Instantaneamente alerta, sentou-se em linha reta. Sua cabeça virou na direção dela e
seu olhar escuro se centrou nela. Seus dedos cravaram em seu jeans enquanto o
terror tomava conta dela. A única coisa que a impedia de voar de seu assento e correr
dali eram os cinquenta alunos e o professor chato que seriam testemunhas. Ele nunca
iria atacá-la na frente dos seres humanos. Ela estaria mais segura, se ficasse onde
estava.
Ele franziu a testa, mas, em seguida, fez o inesperado. Ele ergueu a mão e
deu-lhe um pequeno aceno. Ela ficou boquiaberta, até que um sorriso lento se
espalhou pelo seu rosto bonito. Aqueles olhos castanhos não piscaram um alerta de
ataque iminente. Ele piscou uma vez mais, antes de olhar para longe e ignorá-la pelo
resto da aula.
Charma permaneceu dentro da sala de aula depois do seu término, com medo
de ir embora, pois ele poderia estar pensando em esperar por ela para arrastá-la para
algum lugar remoto. Havia muitos lugares no campus Texas, onde ninguém iria
testemunhar a sua morte. Cheia de medo, ela se dirigiu para a porta, sabendo que não
conseguiria se esconder lá por muito tempo.
Ele estava lá fora, como ela temia. Ela enrigeceu, seu coração batia forte o
suficiente para causar dor e ela tremia. Sabia que não teria chance de sobreviver
quando ele atacasse.
― Acalme-se. Eu não sou uma ameaça ― Ele franziu a testa. ― Porra, você
está apavorada! Não há nenhuma razão para estar!
Ela não acreditou nele, pois eram inimigos naturais.
― Eu vim para a faculdade para estudar. ― Sua voz era agradável, rouca. ―
Sabe,... conhecer novas pessoas, experimentar coisas novas. E você é a única pessoa
de quem eu não tenho que me esconder... que sou... ― Ele fez uma pausa e olhou ao
redor, antes de encontrar seu olhar novamente ―... especial.
Ela não conseguiu encontrar sua voz. Tinha que ser uma armadilha. Ele
queria brincar com ela, talvez atraí-la para uma falsa sensação de segurança e, em
seguida, atacar só por diversão para ver o choque em seu rosto, antes de sua morte.
― Acho que devemos deixar a besteira de política familiar em casa, onde elas
pertencem, não é? Somos apenas dois estudantes universitários agora. Eu juro que
não vou te machucar. ― Ele respirou profundamente pelo nariz. ― Você é uma
pantera?
Ela ainda não podia falar com o caroço enrolado dentro de sua garganta.
Balançou a cabeça em seu lugar. Seus livros se sentiam extremamente pesados e os
segurava na frente do peito para proteger o seu coração, se ele decidisse colocar suas
garras, de repente, para fora.
― Eu não estou familiarizado com o seu perfume.
Ela limpou a garganta. Demorou longos segundos, até ter coragem de falar,
enquanto lutava contra seus instintos de fugir. ― Eu sou metade humana, metade
leopardo manchado.
Ele sorriu. ― Sério? Aposto que você é bonita quando muda. Quer dizer... ―
Seu sorriso desapareceu ― Você é bonita como uma humana, mas... Você sabe o que
quero dizer.
― Eu não posso mudar. ― Ela queria se chutar por admitir isso, mas seu
cérebro se recusava a funcionar direito. O terror fazia com que deixasse escapar
coisas estúpidas.
― Mais humana do que...?
― Por favor, não me machuque! Eu vou embora! Eu vou para o meu
dormitório e posso desaparecer em menos de uma hora! Eu não tenho muitas coisas e
não vai demorar muito tempo para fazer as malas!
― Ah, droga! ― Sua voz se tornou rouca ― Não faça isso! O que posso dizer
ou fazer para te assegurar que não sou uma ameaça? Eu só espero deixar isso bem
claro e, hum... eu meio que esperava que pudéssemos tomar um café.
Ela o encarou novamente. ― Estou acostumada a ficar em grupo. ― Um olhar
tímido cruzou suas feições e ele suspirou, encontrando seu olhar novamente.
― Estou sozinho. Estamos cercados por seres humanos e sinto falta de falar
sem ter sempre que prestar atenção ao que digo. Eu estava esperando que
pudéssemos sair. Encontrei um ótimo local aonde os humanos não vão. Mesmo você
não podendo mudar, não gostaria de ir correr comigo, apesar de tudo?
Ele parecia sincero e a surpreendeu. ― Gosto de correr de qualquer maneira.
Sua expressão se iluminou. ― Isso é ótimo! Nós poderíamos ir juntos!
Inferno, eu estou sempre preocupado com alguém chamando a carrocinha. Eles só
achariam que você é uma mulher praticando corrida com seu grande cão, se você
estiver comigo! ― Ele riu. ― Sou realmente um cachorro grande que se assemelha a
um lobo, mas a maioria dos humanos me confunde com uma espécie de pastor.
Charma começou a relaxar. Ele não estava rosnando para ela ou fazendo
ameaças. Ela ainda respirava. Todas essas coisas a surpreenderam. ― Eu não tenho
que correr com quaisquer outros shifters.
― A maioria de nós não precisa ir para a faculdade.
― É verdade.
― Sou a única pessoa na história da minha família. E você?
― O mesmo.
― Eu realmente não queria assustá-la. Posso te pagar um café ou um jantar
para compensar isso? Devemos ficar juntos. Eu aposto que você perderia seu medo.
Ela não contestou sua suposição, embora discordasse. ― Você quer
seriamente passar um tempo comigo?
― Sim. ― Ele se moveu lentamente. ― Esses livros parecem pesados. Você é
uma coisa tão pequena. Permita-me?
Ela não queria soltar os livros, mas não teve escolha, quando ele gentilmente
arrancou-os de seu abraço. Depois, olhou-a de sua altura elevada.
― Está vendo? Está tudo bem. Eu sou manso. Pense em mim como um filhote
de cachorro grande.
Ele tinha que estar brincando! O cara era um lobisomem, uma das raças mais
temidas pelos shifters, e também o inimigo mais temido. Em seguida, ele lhe ofereceu
o braço ― Está tudo bem. Sou Brand Harris. Qual o seu nome?
― Ch-Charma Heller.
― É um prazer te conhecer, Charma. Há um café na esquina. Muitos
humanos estarão lá, se isso faz você se sentir mais segura. Está tudo bem. ― Ele
segurou o olhar dela. ― Realmente estou sozinho e fiquei feliz por encontrar alguém
especial com quem eu possa conversar. Eu nunca te machucaria.
― Mas nós somos inimigos naturais! ― Ela deixou escapar, ainda não
pegando seu braço.
― Nossos pais dizem isso. Eu não os vejo. E você? ― Ele deu um sorriso
amigável, que mais uma vez a fez perceber sua boa aparência. ―Eu não vou dizer, se
você não disser.
A indecisão a incomodava, mas ela estendeu a mão e pegou seu braço. Seus
dedos escovaram na quente e firme pele bronzeada. Ele não rosnou ou a empurrou.
Ela fechou os dedos em torno de seu antebraço, enquanto caminhavam juntos.
― É um dia lindo, não? Acabei de chegar aqui após a transferência de outra
escola. Não deu certo por lá. Tinha um lobo na região da Califórnia. Eu sabia que não
podia ficar, quando eles começaram a distribuir panfletos para alertar os estudantes
sobre um lobo selvagem.
Uma risada escapou. ― Sério?
Na verdade, ele corou, suas bochechas ficando de um tom rosado. ― Eu
menti. Cara, foi meu tio puto. Há quanto tempo você está aqui?
― Este é o meu segundo ano.
―Qual é o seu curso?
―Eu quero ser veterinária.
Ele acenou com a cabeça. ― Eu estou fazendo o mesmo. Então você ficou
presa com história também. Aquele cara é sempre tão chato?
― É uma matéria necessária e, sim, ele é sempre chato. Eu toco música
dentro da minha cabeça para ficar acordada. ― Ela estava completamente relaxada...

~~~~~

Brand puxou-a de volta para o presente, quando entrou no quarto com uma
toalha pendurada em torno de seus quadris. Ele olhou para Charma. ― Você tomou
suas pílulas?
Ela se arrastou para fora da cama. ― Vou fazer isso agora. ― Ela tentou
passar por ele, mas ele a pegou pelo braço. Ela se recusou a olhar para ele.
― Eu te amo e eu sei que você me ama também. Eu não me importo como as
nossas famílias vão reagir. Eu quero passar minha vida com você. Eu pensei que nós
ficaríamos bem quando nos mudamos dos dormitórios e alugamos esta casa. Somos
felizes quando você não está estressada sobre nosso futuro.
Charma virou a cabeça para olhar para ele. ― Eu te falei. Minha família fez
um acordo com um líder soberbo. Estou prometida como companheira para outro
homem que, em troca, paga a minha faculdade.
― Eu vou pagar de volta cada centavo! Minha família tem dinheiro!
― Não é isso! Trata-se de uma promessa!
― Pagar sua faculdade, não vale sua vida para outra pessoa! ― A raiva
aprofundou sua voz em um rosnado. ― Você não quer esse idiota! Você me ama!
― Eu te amo! ― Ela se virou para ele, apertou o nariz contra seu peito e
inalou seu perfume maravilhoso. ― Te amo tanto! ― Suas lágrimas se misturavam
com as gotas de água que permanecia do banho de água fria. ― Eu não tive escolha.
Eu teria sido ordenada a acasalar com quem o líder escolhesse. Mas dessa maneira,
eu fui capaz de adiar e obter uma educação de primeira. Ele permitiu isso porque
precisam de uma veterinária.
Brand lançou seu braço para puxá-la com mais força contra ele.
― Querida, nós podemos resolver isso de alguma forma! Eu nunca vou deixar
você ir! Somos companheiro, mesmo que não tenhamos cimentado o vínculo ainda!
Ela desejou com toda sua alma que isso fosse verdade. O destino tinha sido
cruel com sua família. Brand não entendia a política do orgulho ou as consequências,
se ela não acasalasse com Garrett Alter. Ela não conseguia explicar. Ela estava com
muito medo de Brand fazer algo realmente louco para ficar com ela. Ele iria ser
morto.
― Não tome os comprimidos! Nem mesmo para evitar uma gravidez!
Seu olhar subiu para encontar o dele. ―Você sabe que eu preciso.
― Seria tão ruim ter um filho comigo?
― Isso iria destruir minha família! Provavelmente nem seja mesmo possível.
Eu nunca ouvi falar disso acontecer. Nós somos muito diferentes!
― Sua metade humana poderia mudar isso. Nós não saberemos, a menos que
tentemos.
― Eu simplesmente não posso... ― Sua voz quebrou e ela apertou o rosto
contra seu peito, incapaz de testemunhar a expressão de dor em seu rosto. ― Eu te
amo. Saiba disso. Não importa o que aconteça no futuro, você é o único homem que
realmente me possui.
Ele rosnou e, de repente, se afastou.
― Não me diga que me ama e, em seguida, que não posso te ter! Eu preciso
dar uma corrida! ― Ele girou, arrancou a toalha e saiu do quarto.
A porta da frente bateu com força suficiente para abalar a velha cabana e
Charma desabou de joelhos, as lágrimas deslizando por sua face. Sua obrigação para
com sua família iria separá-los. Ela sabia que Brand ia correr para espairecer sua
frustração, antes que retornasse da floresta. Ela tinha, pelo menos, uma hora.
Levou toda sua força para ficar de pé. Ela não podia destruir o homem que
amava, mas isso era exatamente o que iria acontecer, quando seu vínculo se tornasse
mais forte. Um dia, ela teria que voltar para casa e deixá-lo. Se ela saísse agora, ele só
teria alguns meses de memórias para esquecer. Seus soluços levaram-na para o
banheiro para tomar suas pílulas. Ela quase se engasgou com elas e com a amargura.
Olhou para seu reflexo pálido no espelho. Seu cabelo loiro e marrom com
listras zombava dela. Muitos humanos pintavam o cabelo desse modo, mas o dela era
realmente listrado. Ele chamava atenção e tinha sido questionada muitas vezes onde
o tinha feito. Para evitar a atenção indesejada, ela o tingiu. Era uma característica que
tinha parado de esconder por insistência de Brand, pois a tintura de cabelo fazia
coceira ao seu nariz. Seu cabelo longo, agora natural, ia até a cintura. Ela puxou a
massa de cabelo ondulado de lado e virou o suficiente para vê-lo de volta.
As manchas escuras na parte baixa da sua coluna eram escondidas sob as
roupas ou sob seu cabelo longo. Eram marcas de nascença, aquelas que a lembravam
de que não importava o quanto ela desejasse poder mudar de herança, isso nunca iria
acontecer. Mas o mundo dos shifter a estava destruindo dia-a-dia.
Seu olhar se levantou para fitar o reflexo dos seus olhos azul-amarelados. As
manchas amarelas em suas íris pareciam mais pronunciadas de tanto chorar. Ela
estendeu a mão para as lentes de contato que escondiam sua singularidade dos
humanos, fazendo-a parecer totalmente normal.
Só havia uma coisa a fazer: Teria que deixar Brand para poupá-lo de mais dor.
Amava-o demais para ser egoísta. Mais lágrimas foram derramadas, até que a
cegaram, mas ela se moveu com as pernas bambas para embalar suas coisas.
Precisaria sair, antes que ele voltasse.
Ela jogou a cabeça para trás em angústia e abafou um grito.
*****

Brand uivava de dor após uma busca rápida na casa. As roupas de Charma
não estavam penduradas no armário junto com as suas, e seu carro não estava
estacionado ao lado de seu caminhão quando ele correu para fora. Ele arquejou,
farejando. Nenhum escape de gás pairava no ar. Ela tinha ido embora, há pelo menos
meia hora, ou ele aainda teria cheirado o motor.
Ele girou e voltou para dentro da casa. NÃO! Ele não podia suportar a ideia de
nunca mais vê-la novamente. A primeira camisa que ele pegou rasgou em suas mãos,
tornando-o consciente de que suas garras estavam expostas.
― Foda-se! ― Ele teve que se recompor o suficiente para se vestir, sem
danificar tudo o que possuía. Não se preocupou em colocar os sapatos, apenas jeans e
uma camiseta. Agarrou as chaves e correu porta a fora.
― Por favor, quebre! ― Ele orou quando jogou o caminhão em sentido
inverso e quase bateu a traseira em uma árvore em sua pressa. O carro dela era um
calhambeque velho e tinha um vazamento de óleo, que tinha planejado consertar,
mas ela quase não o dirigia. Ele pisou no freio, jogou o veículo na estrada e deu um
solavanco nele. A traseira escorregou na grama quando acelerou.
Seu olhar frenético esquadrinhou a estrada à sua frente quando ele fazia as
curvas muito rápidas para sua segurança. Ele só diminuiu, quando entrou na cidade,
com medo da polícia pará-lo de novo. Ele não podia perder tempo recebendo uma
multa.
Para onde iria? Ela não tinha muitos amigos. O medo de ser descoberta era
muito grande. As meninas da faculdade gostavam de nadar no rio, mas sua Charma
tinha medo de que vissem as marcas em sua coluna. Ele havia lhe assegurado uma
centena de vezes que poderia dizer que eram tatuagens, mas ela não gostava de
mentir.
― Oh, baby. Onde você está? Não faça isso! Não me deixe!
Ele dirigiu passando por um dos dormitórios, em busca de seu carro. Ela não
estava lá. Depois de dez minutos, ele tinha certeza de que ela não tinha ido se
encontrar com Dina ou Barbara.
O pânico se instalou. Ela poderia ter deixado a cidade. Ele fez o caminho para
a estrada principal e checou o posto de gasolina. Ela não estava lá, mas de qualquer
maneira, ele parou e entrou.
O cara atrás do balcão franziu a testa para seus pés descalços. Sem sapatos,
sem serviço.
Brand queria rosnar, mas aterrorizar o funcionário não ajudaria em nada.
― Eu sinto muito. Minha namorada está desaparecida e estou preocupado
que algo tenha acontecido com ela. Ela dirige um velho Ford enferrujado.
― Ah. Aquela com o cabelo legal de duas cores até sua bunda?
― Sim. Charma. Você a viu?
O funcionário concordou. ― Ela esteve aqui, a cerca de quarenta minutos.
Encheu o tanque e comprou algumas barras de chocolate.
Encheu o tanque. Ele sentiu como se alguém lhe tivesse dado um soco no
estômago.
― Ela disse para onde estava indo? Pediu indicações? Esse carro quebra.
A suspeita estreitou os olhos do funcionário. ― Vocês tiveram uma briga?
Brand estendeu a mão e passou os dedos pelo cabelo com frustração.
― Sim. Fui estúpido e saí. Voltei e ela se foi. Por favor, me diga o que você
sabe. Eu não posso perdê-la!
― Eu não culpo você. Ela é um bebê.
Levou um monte de controle para Brand não se lançar sobre o balcão e rasgar
a garganta do idiota, ele falava sobre sua mulher.
― Ela disse para onde estava indo? Eu tenho que encontrá-la e dizer a ela que
eu sinto muito.
O funcionário hesitou. ― Não, mas eu a vi entrar na autoestrada. Ela foi para
o leste.
― Obrigado!
Brand correu para fora, percebendo que tinha deixado a porta aberta e o
motor ligado. Pulou em seu caminhão e dirigiu como um louco, empurrando o motor
ao limite enquanto atingia a velocidade de mais de cento e dez, tecendo através do
tráfego, em busca de seu carro. Seus reflexos aprimorados salvaram-no de bater
algumas vezes. A esperança de encontrá-la durou, até que ele chegou a uma das
quatro vias de divisão na estrada.
Ele tentou sentir sua presença, usando seus sentidos para ver se poderia
localizá-la, mas nada aconteceu. NÃO! Olhou para o espelho e atravessou as quatro
pistas, apenas para logo pisar no freio. Ele saiu e cheirou o ar, esperando pegar o
cheiro dela. Era um tiro no escuro, mas ele estava desesperado. Escapou do trânsito
engasgou e caiu de joelhos ao lado da porta do caminhão aberta. Ele gritou:
― CHARMA!
― Charma?
Ela virou a cabeça para olhar para a irmã.
― O que foi, Bree?
― Você tem aquele olhar triste em seu rosto novamente. Pensei que fôssemos
passar por isso. Você não pode me impedir de crescer. Eu sou adulta.
― Eu estou bem. ― Ela mentiu com facilidade, algo que ela passou anos
aperfeiçoando. ― Estava pensando em papai.
― Oh! ― Sua irmã mais nova estendeu a mão para apertar a dela. ― Ele vai
ficar bem. Voce ouviu Garrett. Esta não será a sua primeira cirurgia ou a última.
Ela teve que se virar para esconder a raiva.
― Sim. Eu o ouvi.
― Garrett é tão quente! Eu te invejo! Eu quero encontrar um companheiro
tão bom quanto ele, agora que estou na idade.
Um arrepio percorreu a coluna de Charma.
― Espero que não. ― Ela sussurrou.
― Eu ouvi isso! ― Sua irmã agarrou seu braço e girou em torno dela. Charma
não pôde suprimir o gemido de dor. Bree franziu a testa e seu olhar baixou do rosto
da irmã para seu braço. ― O que há de errado com você?
― Nada.
― Deixe-me ver seu braço! Levante sua manga!
― Não é nada! Eu o torci ontem à noite. ― Ela aliviou a preocupação de sua
irmã e forçou outro sorriso. ― O vestido que você quer comprar? Garrett disse que
não poupasse.
― Char... ― Os olhos de Bree se estreitaram. ― Mostre-me a porra do seu
braço!
― Essa não é a linguagem de uma adolescente. É isso o que te ensinaram na
escola?
A irmã dela assobiou. ― Mostre-me o seu braço! Você tem um monte de
acidentes. É... ― A irmã dela empalideceu. ― Será que Garrett bate em você? Tivemos
uma reunião na escola sobre abuso doméstico antes da formatura e estou fazendo as
contas. Eu não gosto das conclusões a que estou chegando.
― Claro que não!
― Então me mostre seu braço!
― É apenas uma contusão.― Charma tentou desviar, mas sua irmã mudou-se
para bloqueá-la.
― Mostre-me agora ou eu vou assumir que o seu companheiro está te
batendo!
― Cuide da sua vida!
Sua irmã empalideceu ainda mais. ― Oh. Meu. Deus! ― Lágrimas encheram
seus olhos. ― Eu sei que não foi um casamento por amor, mas merda!... Será que
nossos pais sabem?
Charma olhou ao redor na loja de roupas. ― Abaixe sua voz.
― Seu companheiro está abusando de você e você está preocupada com o que
alguém vai pensar? Você não é alguém que iria tomar essa besteira!
Ela segurou a mão da irmã e a puxou para dentro do vestiário, alerta para
qualquer sinal de alguém que se aproximasse. A porta frágil selou a pequena área.
― Você tem que se acalmar.
― Não! Eu vou dizer para papai! Eu vou dizer pra todo mundo!
― Não! ― Charma assobiou. ― Ouça-me, você tem idade suficiente para
saber a verdade, pois você tropeçou nela. Todos sabem há anos o que está
acontecendo. Não é um segredo que eu fui forçada a acasalar com Garrett. Ele é um
bastardo frio, mas ele é o futuro líder! O pai dele pagou para eu ir para a faculdade,
depois que ele decidiu que eraeu quem ele queria.
― Mas você nunca terminou! Você voltou para casa. Você não devia muito
dinheiro para eles e isto não era motivo para concordar em acasalar com alguém!
― Papai era aleijado e mamãe foi mal marcada. Ele nunca poderia mudar
novamente após o acidente de carro. Ele não podia proteger nossa família, então fez
um acordo. Ele pediu ao pai de Garrett que permitisse que eu fosse para a faculdade
primeiro. Eu tive que concluir o acasalamento, depois que cheguei em casa,
independentemente de eu terminar ou não. Você entendeu?
― Não, eu não entendo! Por que você concordou com essa besteira? Você
podia ter tomado um empréstimo ou algo assim! Obtido uma bolsa de estudos. Como
você pôde se vender dessa maneira?
― Não foi por dinheiro! ― Charma respirou fundo. ― Ouça-me com atenção,
Bree. Você não anda longe do orgulho, a menos que você morra. E não me refiro
apenas a um membro, mas toda a família! Fraqueza não é tolerada! Esse era o acordo.
Eu concordei com os termos para nos manter seguros! Todos nós! Papai foi
considerado inútil após o acidente, indigno de viver!
O horror rastejou através do rosto de sua irmã e ela se apoiou pesadamente
contra a parede.
― Você está dizendo que se você não casasse com aquele idiota...? ― Sua voz
foi sumindo.
― Sim! Percy teria matado papai, e as cicatrizes de mamãe e sua cirurgia
teriam tornado impossível para ela se acasalar com alguém para nos proteger. Ela não
pode ter mais filhos e que macho quereria uma mulher humana cicatrizada que é
incapaz de lhe dar filhos? É injusto, mas é a realidade! Você sabe que Percy é
implacável e seu filho toma conta dele. Eu não queria nada com Garrett, mas depois
do acidente de carro, eles tiveram a oportunidade perfeita para começar o seu
caminho. Eu não tinha escolha e nem nossos pais!
― Você poderia ter fugido! ― Bree assentiu freneticamente. ― Nós
poderíamos ter fugido juntos!
― Você acha que eu não considerei isso? Onde poderíamos ter ido? Nós
teríamos nos esbarrado com o território dos lobisomens, se tivéssemos ido a qualquer
lugar que não as terras do Pride. Nós tivemos que evitar os outros Prides porque isso
é protocolo básico quando se lida com os mais fracos. Eles matariam nossos pais e o
pior teria acontecido.
― O que poderia ser pior do que a morte?
Charma hesitou.
― Alguns Prides, não o nosso, mas um monte deles usam as fêmeas meio
sangues para aumentarem seus números. Eles não acasalam com elas, mas em vez
disso, forçam-nas a aceitar qualquer macho que queira emprenhá-las. Muitos deles
de uma só vez, se ela não puder mudar, desde aquelas como nós que podem produzir
ninhadas. Não teríamos uma escolha e nem sequer permitem que você mantenha
seus bebês. Eles são dados aos outros para serem criados.
― Não!!! ― Bree visivelmente empalideceu com o horror refletido em seus
olhos arregalados. ―Isso é bárbaro!
― Sim. Você foi poupada de um monte de verdades duras, Bree. Algum outro
Pride não teria esperado até dezoito anos ou que terminasse o ensino médio, antes
que a vida infernal fosse empurrada em você. Você começou a escolher o seu
companheiro agora, porque estamos em um Pride que não tolera esse tipo de merda!
Apenas um homem vai tocar você e seus bebês serão seus para manter. Percy pode
ser um idiota cruel, mas ele age de acordo com as antigas tradições.
A raiva se mostrou no rosto de Bree. ― Isso não muda o fato de que nós não
podemos ficar aqui! Seu companheiro está abusando de você!
Charma queria abraçar sua irmã, mas se absteve. ― Você está segura em
nosso Pride. Megan acasalou com um bom homem e sua família protege a nossa
agora. Eu só estou segura porque pertenço a Garrett.
― Você deve fugir!
― Para onde eu iria? ― Seus ombros se endireitaram. ― Você acha que eu
não tenho pensado nisso? Pelo menos eu tenho minha família! Não é tão ruim, Bree.
Realmente. Garrett e eu evitamos um ao outro, tanto quanto possível e ele está vendo
outras mulheres que cuidam de suas necessidades físicas.
O choque arregalou os olhos da irmã. ― Mas você está acasalada!
― Abaixe sua voz!
― Ele não pode enganar você! ― Bree assobiou. ― Ele é seu companheiro!
Não é natural!
― É um acasalamento sem amor! Acontece, no entanto. Eu sou realmente
grata que ele procure outras mulheres. Eu continuo rezando para que uma delas fique
grávida e ele me deixe de lado. Para mim, é proibido deixá-lo.
― Ele vai te matar! Essa é a única forma de um acasalamento terminar.
― Ele foi ordenado por seu pai para me manter viva. Ele vai me afastar,
atirar-me para fora de casa, e manter a nova fêmea, se emprenhar uma delas. É raro,
mas acontece. Percy disse-lhe para me manter como uma companheira, até que isso
aconteça, porque ele não quer fazer escândalo, a menos que possa se justificar por me
deixar de lado ― Ela distraidamente esfregou o braço dolorido. ― É por isso que de
vez em quando me ataca. Ele se enfurece por não poder tirar minha vida. Evitar uma
companheira estéril que não pode reproduzir é aceitável para o Pride.
― Você é estéril? Oh, meu Deus!! ― Lágrimas encheram os olhos da irmã. ―
Eu sinto muito! Você tem certeza?
Um zumbido assustou Charma e ela enfiou a mão dentro de sua bolsa para
pegar o celular dela. O timing foi perfeito, salvando-a de responder à pergunta. Ela
leu o display. Silêncio.
― É Percy. ― Ela respondeu. ― Olá.
― Volte! Temos um problema. ― Percy estalou. ― Onde você está?
― Estou a poucos minutos de distância. Eu estou voltando para o escritório
agora.
― Depressa! ― Ele desligou.
Charma estudou sua irmã mais nova. ― O importante é que o que eu fiz
salvaguardou nossa família o tempo suficiente para Megan amadurecer e encontrar
seu próprio companheiro. Nossa família está protegida agora. Só isso já valeu à pena.
Eu tenho que ir.
― Mas...
― Eu te amo. Compre algo bonito bom para o seu pretendente, mas não
muito. ― Ela empurrou o dinheiro para sua irmã e abriu a porta para fugir.
― Charma?
Ela fez uma pausa, voltando-se para olhar sua irmã. ― Eu tenho que ir.
― Você não deve aguentar essa merda do Garrett!
― Eu sei, mas não tenho escolha. A vida nem sempre é justa, querida.
― Quer dizer, como essa festa? É tão fora de moda me vestir como se eu fosse
um pedaço de carne para desfilar na frente de todos os caras, até que um deles queira
morder. ― Sua voz baixou. ― Por que eles nos fazem encontrar companheiros de
forma tão rápida?
― É por causa do calor. Eles querem as mulheres acasaladas e, resolvido isso,
há pouco ou nenhum risco de brigas. Alguns caras podem matar uns aos outros, se
eles querem uma mulher o suficiente quando ela está no cio. Percy também não quer
filhos nascidos fora do acasalamento. Ele acha que isso prejudica a nossa sociedade.
― Você não ouviu sobre o controle de natalidade? Eu ouvi. ― Sua voz baixou.
― Os brinquedos do sexo lidam com o calor muito bem. Isso não significa que tenho
que deixar qualquer idiota pregar-me porque é o tempo do mês.
― Eu não concordo com essas festas, mas não posso fazer nada. Finalmente
até você decidir acasalar, lembre-se de permitir que Percy nem ninguém a empurre
para alguém que você não goste. Confie em mim, quando lhe digo que um
acasalamento sem amor é o pior. Eu tenho que ir.
Ela correu para fora e não perdeu tempo em chegar à periferia da cidade,
onde o Pride mantinha um escritório. Ela soube quando entrou no prédio que algo
grave tinha acontecido. Nove dos lutadores mais fortes estavam agrupados na sala de
espera, todos mal-encarados. A porta no outro lado da sala foi aberta.
Percy Alter saiu de seu escritório particular. Para Charma, ele era a epítome
da hipocrisia. Ele podia estar em seus quarenta e poucos anos, bonito e gentil, mas as
aparências enganam. Ele se aproximava de oitenta anos reais, a boa aparência de seu
rosto mascarava um animal feio e ele adorava governar o seu Pride com pura
crueldade.
― Um dos Pride foi atacado por lobisomens! ― A furia acendeu em seus olhos
verdes. ― O líder do Pride perdeu dois de seus filhos, bem como um número
desconhecido de homens. A chamada foi aceita!
O medo tomou conta de imediato de Charma. Ela sabia o que isso significava.
O principal conselho do Pride ordenou que alguns dos maiores Prides enviassem
homens para ajudar um grupo menor em uma luta. Eles estavam em guerra. Se os
lobisomens finalmente decidissem acabar com todos os Prides gato-shifter? Havia
esta ameaça que pairava sobre eles por toda a eternidade.
― Você vai levar nove para representar o nosso Pride. Pelo menos trinta
homens serão enviados para o Pride em necessidade. Isso deve acabar imediatamente
com a ameaça! ― Percy virou o foco para Charma. ― Ligue esse maldito computador
e seja útil! Puxe a informação! O conselho enviou fotos dos alvos.
Ela correu para sua mesa, tentou ignorar as mãos trêmulas e se sentou
pesadamente. O computador havia sido deixado ligado, mas o líder do Pride não
sabia como trabalhar ou ligar um monitor. A maioria dos homens do Pride não se
destacava em aprender qualquer coisa na escola, exceto o esporte. Ter uma educação
não era algo que eles faziam além do ensino médio, uma vez que elevava o risco de
descoberta do que eles realmente eram. Ela tinha sido a exceção.
É claro que ela nunca terminou a faculdade. Charma tinha sido forçada a ser
secretária do líder, depois que voltou para casa, no Texas. Ele dependia de suas
habilidades, o que lhe proporcionou alguma proteção contra o filho.
O e-mail esperava na caixa de entrada e ela virou o monitor, até que todos na
sala podiam vê-lo. Ela agarrou o mouse, abriu o arquivo e as fotos carregaram na tela.
Manteve sua atenção sobre Percy quando ele pisou para frente.
― Não são somente inimigos! Eles são cruéis assassinos!
Quando a porta abriu para admitir seu companheiro, o cheiro dele a fez
estremecer. Ela evitou olhar em sua direção.
― Pai, o que aconteceu?
― A junção foi chamada pelo conselho! Você não precisava vir, Garrett! Eu
não vou te enviar! Você é muito valioso para que se embrenhe nesta batalha!
Charma lutou para reprimir seu desapontamento. Por um instante, ela
esperava que seu companheiro pudesse ir e contemplou a ideia dele ser morto. Isso
seria muito bom, muito maravilhoso, e as coisas boas nunca aconteciam com ela. Ela
virou o foco para o monitor, o ângulo da tela apenas fora de sua visão, até que
empurrou a cadeira o suficiente para vê-lo mais claramente.
O primeiro rosto que ela vislumbrou foi o de um jovem, do sexo masculino
louro. Sob a sua imagem um nome Yon e tinha sido digitado em letras brancas.
A imagem seguinte brilhou. O cara tinha cabelos pretos e intensos olhos
escuros. Outro lobo bonito que parecia estar na casa dos quarenta. Alpha Elroy. Ele
não parecia cruel, mas seu olhar estava deslocado para Percy. Ele não queria, mas...
Pesadelo total.
― Esse é o grupo ao lado do Pride Bowmont, certo? ― Randy, o executor de
chumbo, se aproximou. ― Eu ouvi falar deles! Eles são conhecidos por serem
lutadores muito difíceis e territoriais!
― Esse é um deles!! ― Percy rosnou. ― Eles não vão ser de muita coisa por
muito tempo. Charma? Não se sente aí! Levante-se e traga-me comida! Eu estou com
fome!
Ela se levantou de sua cadeira e entrou na cozinha. Ela executava todos os
recados do líder Pride e o secretariava, mas ele tinha um servo pessoal e chicoteava o
menino também. Seus dentes cerraram quando forçou sua raiva para baixo. Eles a
farejariam, se ela não obtivesse rapidamente o controle de suas emoções. Percy iria
golpeá-la na frente dos aplicadores e do seu companheiro, algo que ela faria qualquer
coisa para evitar. Ela sabia o quanto Garrett iria gostar de vê-la sendo punida.
Ela se virou. ― O que você gostaria para o almoço?
O líder Pride fez um gesto de desprezo. ― Eu não dou a mínima! Apenas me
alimente!
Um movimento chamou sua atenção e ela encontrou o olhar de seu
companheiro. Sua coluna endureceu com o olhar malévolo dirigido a ela. Ele foi para
mais perto de seu pai. ― Alimente-me também. Você pode esfregar meus pés, depois
que você terminar.
O ódio aqueceu seu corpo inteiro e Charma encontrou-se desejando que ela
tivesse algum veneno para polvilhar sobre o alimento deles. Mas seu sentido do olfato
nunca permitiria que a fantasia se tornasse realidade. Ele a faria cair de joelhos na
frente de todo mundo só para humilhá-la e bateria nela, se recusasse.
Ele podia fazer pior. Ela simplesmente se afastou e abriu a pequena geladeira
no canto da sala. Ela nunca perdoaria Garrett, nem mesmo por um décimo das coisas
horríveis que ele tinha feito com ela ao longo dos anos. Ele realmente gostava de
humilhá-la na frente dos aplicadores e, sempre que possível, de seu pai.
Rapidamente fez uma pilha de sanduíches e levou alguns para Percy primeiro.
Ele não agradeu, nunca fazia isso, e ela cairia em estado de choque, se ele o fizesse.
Ela olhou para o monitor enquanto esperava por ele para tirar a placa. O rosto na tela
a fez congelar.
Não! Não pode ser! Seu olhar baixou para o nome sob a imagem. Brand!
― A minha comida! ― Garrett rosnou. ― Agora!
Ela automaticamente obedeceu e desviou a visão a tela, ainda chocada e
correu de volta para pegar o segundo prato. Evitou olhar diretamente para ele
enquanto entregava a comida para ele. Ele pegou prato com uma das mãos e agarrou
dolorosamente o ombro com a outra.
― Esfregue meus pés!
― Não agora! ― Percy estalou. ― Peça-lhe isso mais tarde! Eu quero que ela
imprima quatro cópias do mapa que eles enviaram. Ela obedecerá minhas ordens,
enquanto estiver aqui!
― Ela é minha companheira! ― O aperto de Garrett aumentou, até que ela
gemeu de dor.
― Deixe-a ir! ― Percy rugiu.
Garrett empurrou-a para longe e Charma tropeçou em sua cadeira. Todos os
homens seguiram Percy para seu escritório e a porta bateu. Ela se lançou para o
monitor para virá-lo em sua direção. Ela rapidamente parou as imagens, piscando
para apoiá-las em alguns quadros e olhou para o rosto que ela nunca pensou que
veria novamente.
Brand tinha deixado o cabelo crescer. Pequenas linhas entre parênteses na
boca marcavam as bordas exteriores de seus olhos, tornando seu olhar sexy quando
ele sorria para quem tinha tirado a foto. Ele usava calça jeans desbotada e uma
camiseta regata azul-marinho. Ela olhou para seus braços, lembrando a sensação
deles em volta dela. Seu coração deu uma guinada.
Ele está em perigo!
― Onde estão os mapas maldição? ― Percy rugiu da outra sala.
― Eles não enviaram. ― Ela mentiu. ― Estou pesquisando alguns para baixá-
los.
― Apresse-se! ― Seu líder exigiu.
Seus dedos voaram sobre o teclado, enquanto ela freneticamente teclava.
Percy nunca tinha sido conhecido por sua paciência. Levou apenas alguns minutos
para fazer download de um mapa, embaralhar os nomes de algumas cidades para ter
certeza de que a festa de ataque se perdesse, se eles seguissem as instruções de
direção, ela, então imprimiu rapidamente as cópias. Seus joelhos estavam fracos
quando entrou no escritório.
Seu companheiro estendeu o pé enquanto ela caminhava em direção à mesa,
fazendo-a tropeçar e cair no chão aos pés de dois dos executores. Ela se levantou e
ficou de joelhos para colocar os papéis sobre a mesa de Percy. A mão firme de Randy
agarrou seu cotovelo para ajudá-la a se levantar. Ela lhe lançou um olhar agradecido.
Ele não a soltou. Ele franziu o cenho quando puxou o ar em seu nariz. Seu olhar
deixou-a e olhou para Garrett.
― Sua marca está desaparecendo dela. É fraco.
― Então?
― Então, é meu trabalho manter a paz. Alguns dos homens podem ir atrás de
sua companheira, a menos que a cubra novamente com a sua marca. Eu mal posso
pegá-la. Eu não quero ter que enterrar algum dos nossos membros quando você
separá-los.
Garrett bufou.
― Ninguém a quer! Ela é inútil! Ela é infértil, um leito podre, e, a menos que
eu esteja lhe batendo, ela não se mexe enquanto eu a estou fodendo.
Charma desejou que o chão se abrisse sob seus pés. Ela podia sentir todos os
homens olhando para ela. Ela deveria saber que seu companheiro não iria deixar de
retaliar pelo que tinha acontecido na noite anterior, quando ele entrou em casa
bêbado. Tinha sido uma das raras ocasiões em que ele a procurou, mas ela rejeitou
seus avanços sexuais.
― Um do Pride tentará transar com ela, se você não reforçar o seu perfume
sobre ela! ― Randy insistiu. ― Você pode não pensar assim, mas ela é muito bonita.
― Eu não me importo com o que acontece com ela!
Randy soltou seu braço. ― Você está dizendo que não dá a mínima se outro
Pride for atrás dela? Ela é apenas meio sangue. Ela não será capaz de detê-lo!
― Não... Inferno! Você a quer? Transe com ela aqui mesmo! Você vai ficar
desapontado, se acha que vai ser bom. Qualquer um de vocês pode tê-la, se quiser!
Dobre-a sobre a cadeira mais próxima, se você estiver de bom humor!
O horror agarrou Charma. Seu olhar se levantou para Randy, rezando para ele
protegê-la, mesmo que seu companheiro não o fizesse. O interesse despertou em seus
olhos verdes e ele lambeu os lábios.
― Você tem certeza? Eu sempre me perguntei como seria ter a sua
companheira.
― Eu acho engraçado como o inferno! ― Garrett riu. ― Vá em frente! Basta
ser duro!
― Não no meu escritório, na minha mobília! ― Percy suspirou. ― Faça isso
depois!! Agora ela não tem nada para fazer, além de divertir seus amigos, filho? ―
Percy acenou com ela. ― Vá! Estamos ocupados! Amanhã à noite vamos declarar
guerra contra os malditos lobisomens!
Ela fugiu para a porta, queria fugir, mas fez uma pausa para se dirigir a seu
líder Pride.
― A sua limpeza a seco está pronta. Devo buscá-la agora ou esperar até mais
tarde?
― Vá, mas volte logo! Nós vamos precisar de café em breve, enquanto
planejamos o ataque.
Ela recuou, evitando Garrett e os outros homens que a olhavam com
demasiada atenção. Assim que chegou a sua mesa, pegou sua bolsa e as chaves do
carro, antes de sair do escritório.
Não havia como voltar atrás, uma vez que saísse da cidade. Ela morreria, mas
não ficaria à espera de Garrett permitir que os aplicadores a tivessem. Ele faria isso!
Seu companheiro era um bastardo! O fato de que ele iria sobreviver, era o único
arrependimento que ela teve quando subiu em seu carro.
Dentro de 20 minutos Percy iria descobrir que ela não havia retornado e
enviaria alguns dos aplicadores para procurá-la. Dentro de duas horas, eles
perceberiam que ela não estava dentro das terras do Pride.
Ela abriu a janela e enfiou a mão dentro de sua bolsa. Olhou para o telefone,
tentada a chamar a família para dizer adeus, mas rejeitou a ideia. Seus pais exigiriam
que ela ficasse. Ela também não queria ter que explicar para seus irmãos exatamente
o quão ruim a vida tinha sido para ela. Eles estariam a salvo de retaliação, desde que
sua irmã tinha se acasalado com o filho do alfa de outra matilha. Seria uma ofensa
para o Pride, se Percy ou Garrett ferissem a família de Megan.
Charma jogou o celular para fora da janela. Ela podia ser rastreada por ele e
não queria enfraquecer sua determinação de fazer a coisa certa.
O medo quase a matou, mas uma memória veio à tona. A imagem de Brand
sorrindo para ela do outro lado de uma mesa à luz de velas em seu primeiro encontro
oficial a acalmou. Eu posso fazer isso. Por ele.

*****

Brand acordou ofegante do pesadelo de reviver o pior dia da sua vida, o dia
em que Charma havia fugido. Ele estava encolhido na cama, o suor cobria seu corpo e
seu pau estava duro. Ele olhou para o lençol em forma de tenda.
― Sim, eu sei o que você quer, mas ela não está aqui!
Sentou-se, empurrou o lençol, e ficou de pé. Sua pele estava superaquecida, as
gengivas doíam e ele sabia o porquê. ― Eu odeio essa época do ano. Calor de
acasalamento maldito!
Ele estava revoltado por sua noite ser composta por filmes pornográficos e
loção. Ele parou de ir às corridas quando percebeu que nunca iria encontrar uma
companheira lá. Ele já havia tentado isso há anos, na esperança de que alguém fosse
fazê-lo esquecer dela, mas, eventualmente, aceitação tinha resolvido. O sexo casual
lhe deu uma pausa da rotina, mas depois de um tempo, mesmo isso o aborrecia. Não
valia à pena.
O telefone tocou e ele olhou fixamente para ele. Ele não estaria de plantão até
amanhã. A secretária eletrônica atendeu, depois de três toques.
― Olá? Brand? É Peggy! ― A voz irritante irritou seus nervos. ― Você não me
ligou de volta. Estou indo para o funcionamento em uma hora e queria ter certeza de
que você sabe onde me encontrar. ― Ela riu, soando como uma adolescente, ao invés
de uma mãe com trinta anos de idade. ― Estou muito empolgada! Não se atrase! Eu
não quero que lute contra outros machos, se me encontrarem primeiro. Você é o que
eu quero! Estarei no riacho onde as rochas brancas, perto da cachoeira. ― Ela
desligou.
A mulher havia perdido seu companheiro e estava tentando torná-lo o pai e
provedor de sua família. Ela o perseguiu muitas vezes, mas ele não queria nada disso.
Ela só o queria por sua casa e dinheiro e nem sequer era discreta o suficiente para
mentir sobre isso. Ele tinha que lhe dar crédito pela honestidade, pelo menos. Ela
contou-lhe seu plano e por que o tinha escolhido. Ela amava seu companheiro, mas
percebeu que Brand não gostaria de ter uma relação onde havia emoções envolvidas.
Ela também tinha cansado de lidar sozinha com nove crianças.
― Não vai acontecer. ― Ele gemeu. ― Eu posso ser o filho da puta mais
amigável, mas não estou tão desesperado.
O telefone tocou quando ele chegou ao banheiro principal para tomar banho.
Ele parou e esperou que a secretária eletrônica atendesse.
― Brand? É Melissa. ― A mulher fez uma pausa. ― O cara com quem eu
concordei em ficar, escolheu outra cadela que balançou o rabo para ele! ― A raiva
aprofundou sua voz. ― Eu pensei que talvez você e eu pudéssemos ficar juntos em seu
lugar. Eu percebi que você ainda está disponível. Eu odeio essa época do ano, não é?
Hey, carregue as baterias, certo? Ligue-me de volta, em breve, ou eu vou encontrar
alguém. ― Ela desligou.
― Certo. ― Ele murmurou. ― Estou muito lisonjeado por ser a sua segunda
opção e melhor do que um vibrador. Você está pensando em outro cara, enquanto eu
estou pregando você como um tesão. ― Ele bufou. ― Eu vou passar.
Ele acendeu a luz do banheiro e rapidamente empurrou para baixo sua calça
de moletom. Torceu a alavanca da água fria, esperando o spray tocar seu corpo para
esfriar o sangue aquecido.
Olhou para o seu pau, que se recusava a suavizar, e cerrou os dentes. Ele
odiava o calor do acasalamento, detestava como uma vez por ano ele mantinha uma
ereção constante. Desejava ser uma mulher. Elas eram menos complicadas. Sofriam
calores graves, mas não eram dolorosos e não precisavam expulsar o sexo de suas
mentes, transformando-as em criaturas miseráveis que se masturbavam
freneticamente para nada, mesmo com a televisão.
Balançou a cabeça e se inclinou de volta sob o sopro gelado de água. Ele sabia
que não iria funcionar. Seu pênis parecia ter ida própria e um grunhido saiu de sua
garganta. Suas bolas doíam muito. Ele rapidamente lavou o cabelo, desligou a água e
pegou uma toalha fora do rack.
O telefone tocou novamente. Ele inclinou a cabeça enquanto se secava,
evitando seu meio e se animou quando a voz de sua ex-namorada foi ouvida. A
esperança aumentou de que ela pudesse querer passar mais tempo com ele. Ela era
bonita, fazia-o rir. Ele tinha tido um bom tempo com ela, até que ela o traiu com
outro lobo e insistiu que ele era o culpado. Não foi um jogo feito no céu, mas ele ia
levá-la durante o calor do acasalamento.
― Oi, estranho. Hum, isso pode ser um pouco estranho, mas eu sei que você
ainda está solteiro. Minha avó não passou pela menopausa e ainda bem! Você tem é
muito insensível, já que não está procurando qualquer coisa duradoura. Ela está
lendo esses livros sobre pumas. Aqueles que eles mostram mulheres mais velhas que
fodem caras mais jovens. Ela sempre pensou que você era quente e se perguntou
como seria ter um jovem garanhão indo atrás dela novamente. Ela estava totalmente
animada quando eu lhe disse como você é bom de cama. Eu disse a ela que você
estaria lisonjeado se ela o quisesse e que você iria até ela. Você se lembra de onde ela
mora, certo? Basta ir até lá e ela vai cuidar de você durante o calor. Você é bem-
vindo!
Brand deixou cair a toalha, horrorizado. A memória da avó de Jackie passou
pela sua mente. A mulher tinha que ter passado dos cem anos e, realmente, parecia a
avó de alguém. Ela havia feito cookies na ocasião, quando conheceu o bom rapaz de
sua neta. Lembrava-se dela usando um andador para se locomover, depois de quebrar
o quadril, quando tinha perdido uma luta com um urso que ela encontrou na floresta.
Só de pensar na tal mulher, fez seu pênis ligeiramente menor. Ele olhou para baixo.
Seu pai havia esmorecido, mas ele podia ver uma pequena diferença, até que se
animou a voltar para cima.
Maldição! -Ele gritou. - Eu prefiro transar com um travesseiro! Eu odeio o
calor de acasalamento!
Ele rosnou quando chegou à mesa de cabeceira e puxou a gaveta aberta, na
pressa de pegar uma garrafa de loção. A avó dela! Merda! Isso é... A lembrança da
mulher mais velha veio novamente e ele fez uma pausa. De jeito nenhum, maldição!
Ele preferia encontrar-se com Peggy, mas estava certo de que ela iria tentar levá-lo
quente o suficiente para perder a cabeça, até que ele a mordesse para selar o acordo
de acasalamento. Ela iria possuí-lo e, em seguida, ele teria que cuidar dela e dos nove
filhotes. Ele estaria acasalado e destinado a ser nada mais do que um talão de
cheques.
― Eu odeio a minha maldita vida!
Jogou a bunda na cama, abriu a garrafa de loção e estava prestes a derramar
uma quantidade generosa na palma da mão, quando o telefone tocou de novo. Ele fez
uma pausa. Ele precisava aliviar a tensão dentro de seu corpo. Ele tinha que sair para
parar a dor que se tornou quase insuportável.
― Quem é a próxima? Alguém tentando empurrar sua prima de três pernas
para mim? Talvez alguém me perguntando, se estou duro o suficiente para pegar
animais do celeiro?
― Brand? Pegue o telefone agora! ― Jeff pediu. ― Nós temos um problema!
Lançou-se sobre a cama, deixando cair a loção. Pegou o telefone, até
empurrá-lo contra a sua orelha.
― O que há de errado? -Algo ruim deve ter acontecido para um executor de
plantão ligar.
― Você não vai acreditar, se eu te disser! Basta trazer a sua bunda para a
cidade!
― Onde?
― Oh, você não pode perdê-la! Apenas se apresse! Estou tentando segurá-los,
mas eles iram rasgar o maldito carro se passarem por mim!
― O quê?!!
― Basta vir para cá! Este... ― Uivos abafaram qualquer outra coisa que Jeff
pudesse ter dito, antes que a ligação caísse.
Brand desligou e correu para o armário, amaldiçoando uma raia azul,
enquanto tentava fechar seu jeans sobre seu pênis inchado. Ele sorriu. Se não podia
foder, a luta iria funcionar. A excitação bateu nele.
Charma gemeu e subiu na traseira do carro. Esperava que as janelas
mascarassem seu cheiro quando tinha dirigido para a cidade, mas ela estava errada. A
janela do motorista não tinha quebrado ainda, mas havia trincado o suficiente para
aterrorizá-la. Isso a tinha feito se enconher sobre os assentos.
O carro inteiro tremeu quando alguém saltou sobre o capô. Um uivo aterrador
feriu seus ouvidos e uma bota bateu no pára-brisa. O vidro de segurança segurou,
mas a janela quebrada tinha pelo menos um diâmetro de dois metros. Alguém pegou
a porta do passageiro e empurrou com força suficiente para balançar o carro. O
bloqueio se manteve, mas o homem rosnou furioso que não pudesse chegar até ela.
― Para trás!! ― Outro homem gritou ― Isso é uma ordem! Droga, saia do
carro! Recue!
Seus corpos quase bloqueavam as luzes da rua quando eles convergiram e ela
sabia que tinha apenas alguns minutos, antes que conseguissem rasgar alguma parte
do carro para chegar até ela. Eles não iriam permitir que ela falasse. Ela esperava que
eles perguntassem o porquê de ter invadido em seu território. Esse tinha sido o plano
que tinha dado terrivelmente errado, logo que desligou o motor. A meros segundos,
os homens começaram a correr para ela de todas as direções.
Eles balançaram o carro, até que a fizeram escorregar no assento. Ela caiu
para o lado, levantou os joelhos até o peito e se encolheu em uma bola apertada. Os
uivos e rosnados eram quase ensurdecedores. Ela cobriu os ouvidos, fechou os olhos,
e seu coração disparou.
Ela sabia que a morte viria em breve. Ainda assim, tinha que ser uma melhor
do que o seu companheiro tinha planejado para ela. Ele tentou destruir sua alma dia-
a-dia. Agora ele disse aos aplicadores que poderiam tomar seu corpo, se quisessem.
Ela preferia ser morta por lobisomens. Eram portadores de mortes brutais, mas
rápidos.
O vidro quebrou e choveu sobre ela. Ela gritou quando uma mão agarrou seu
cabelo e a puxou. Seu corpo deslizou mais perto da janela destruída e a dor a
esfaqueou. O que a segurou uivou, tão perto que foi ensurdecedor, e ela gritou de
novo. A mão agarrou seu cabelo.
― Basta! ― Uma voz terrivelmente profunda rugiu. ― Você quer morrer? ― O
homem que falava não era humano. Sua voz era tão afetada, que mal conseguia
entender as palavras. ― Ela é uma fêmea, maldição! Quem disse que poderia matá-
la?
― É um maldito gato! ― Outra voz profunda rosnou. ― Ela pediu por isso!
Charma levantou a cabeça e olhou para cima. Ela tinha sido puxada
novamente até a porta, por um forte braço, sem que a machucasse. Olhou para um
homem de costas largas que vestia um suéter cinza. Ele se encostou na porta,
cobrindo-a com o seu corpo para impedir que alguém a agarrasse novamente.
― Nós matamos gatos fedorentos de onde eu venho! ― Gritou um
lobisomem.
O cara contra a porta emitiu um som vicioso.
― Você está no território da matilha Harris agora! Você é um visitante e vai
seguir as nossas leis! Não matamos mulheres, mesmo que sejam gatas! Deixe-a em
paz,se você não gosta dela.
O cara que protegia a abertura moveu-se o suficiente para Charma ver mais
dele. Ele manteve sua forma humana, mas alguns cabelos cobriam as costas das
mãos. O sangue fresco escorria dos pontos de suas garras estendidas. Elas pareciam
ser nítidas e mortais.
Ela inalou, mas havia tantos lobos raivosos cercando o seu carro, que ela não
podia cheirar outra coisa senão o cheiro dominante de lobisomem. Estava quase
esmagada e seu coração disparou mais rápido. Ela quase gritou para o horror de estar
cercada pelo inimigo, mas outro gemido escapou em seu lugar.
― Vá para a floresta! ― O homem encostado no carro exigiu com um
grunhido áspero. ― Agora! Você vai ficar pior do que os que ficaram no chão, se você
ficar. Meus primos estão a caminho! Se posso derrubar sete de vocês, imagine o que
eles podem fazer! Eles têm sangue alfa mais forte do que eu!
Charma abriu a boca e ofegou. O cheiro dos muitos lobisomens tornou-se tão
denso, que ela podia sentir o gosto. Seu olhar se fixou na camisa cinzenta do homem
que tinha parado o ataque. Ela rezou para que ele não estivesse enviando o resto de
sua matilha para longe, somente para abatê-la ele próprio. Ela só precisava de uma
chance para falar. Ela iria avisá-los dos homens Pride que planejavam declarar guerra
e esperava que eles ficassem gratos o suficiente pelo aviso e que poupassem a vida
dela.
Parte dela desejava usar o nome de Brand, mas ela não queria que seu bando
ligasse para ele. Ela preferia que eles não soubessem que já se conheciam. Ela veio
para salvá-lo, e não para colocá-lo em perigo com sua própria espécie. Ela o deixou
uma vez e queria fazer isso direito, devia isso a ele e muito mais.
Ela se perguntou se ele havia se acasalado. É claro que sim! A imagem de seu
rosto bonito ainda a assombrava. Certamente, as mulheres o perseguiram em massa,
ou em bando, ela se corrigiu. Ainda doía imaginar uma mulher enrolada a seu lado
todas as noites. Beijando-o, passando as mãos pelo seu cabelo sedoso e... Pare! Não
vá por aí!!
― Eu sinto muito! ― Falou uma nova voz ofegante. ― Tentei segurá-los, mas
havia muitos! Obrigado por ter vindo tão rápido, homem. Ela está viva?
O macho contra a porta balançou suas mãos, o sangue voando fora delas, e
suas garras retraíram lentamente. Sim. Sua voz ainda saiu como um grunhido. - Eu
ouço sua respiração. Ela precisa se acalmar por um minuto.
― Não brinca! Uau! Eu pensei que só Rave pudesse lutar assim! Foi
impressionante!
― Com quem você acha que ele aprendeu a lutar, Jeff? ― A voz baixou um
pouco, passando de mal para rouca. ― Estamos bem perto e treinou com os outros
como se fôssemos irmãos.
Jeff pigarreou. ― Você acha que é a mãe de Shannon? Eu imaginei que é
quem viria aqui, enquanto eu cheirava a gata. Ela, provavelmente, quer conhecer seu
filho cara-a-cara. Tentei ligar para Anton, mas ele não atendeu.
― A mãe de Shannon é humana. Seu pai é que era metade shifter. Ele está
morto e ela está afastada da família ― A voz abrandou mais. ― Como está a minha
cara? Ainda cabeluda? Eu não quero assustá-la.
― Você está bem. Eu duvido que depois do que aconteceu algo vá acalmá-la.
― Arraste os feridos para longe, antes que todos os humanos percebam algo.
Já passa das nove. A maioria das pessoas da cidade não fica por aí, depois do
anoitecer, nesta época do ano, mas não seria nossa sorte, se alguém ficasse sem onde
dormir ou algo assim. Eu também ouvi dizer que temos alguns turistas estacionados
fora da cidade. Eles tentaram ficar no hotel, mas Marcy disse-lhes que não havia
vagas.
― Entendi. Dois dos nossos aplicadores apenas mostraram. Vamos limpar
essa bagunça e atender aos feridos. Eles têm sorte de você lhes permitir viver.
Um suspiro alto soou. ― Meus primos estão realmente a caminho ou eu
acabei de mentir?
― Rave está chegando. Von não vem, mas ele está patrulhando a floresta. Eu
imaginei que ele não teria serviço de celular. Grady não pegou o recado, então tenho
certeza de que ele está fazendo sexo. Tanto ele como Anton desliga o telefone,
enquanto estão com suas companheiras. Eu não me incomodei chamando Braden. Na
sua idade, ele provavelmente está fora de sua cabeça com o calor e sei que ele viria
ficar com você. Eu pensei que iria trazê-lo, se você precisasse de ajuda.
― Parecia urgente. Eu não perdi tempo em avisá-lo. Vá em frente. Eu vou
lidar com isso.
Um estrondo quebrou a noite e Charma engoliu em seco. O ruído
característico ficou mais alto, até que o motor de moto cortou o ar.
― Merda! Parece que eu perdi alguns bons momentos. Esse sangue no chão é
dela?
― Não! ― O cara da camiseta murmurou.
― Sinto cheiro de sangue, luxúria, ira, e uma gata? É Shannon!? Eu nunca
vou esquecer o perfume dela no calor, durante o tempo em que eu a via ― O novo
cara riu. ― Eu duvido que qualquer um de nós esqueça. Droga. Eu invejo o meu
irmão mais velho.
― Rave, não é legal! Ele ficaria seriamente irritado, se ouvisse você dizer isso.
― Eu não o vejo aqui, não é? Ela está bem? Você poderia se mover e me
deixar dar uma olhada nela? Eu sou legal com gatinhos.
― Vá em frente! Eu ainda estou tentando me acalmar.
― Eu posso ver e ouvir. Sua voz é tudo besteira. Rosna muito ultimamente
para assustar o mais fraco?
― Cala a boca e lide com ela, antes que mais deles possa cheirá-la. Ela
provavelmente tomou o caminho errado.
O carro balançava quando o cara empurrou-o para se afastar. Charma sentou-
se no assento para olhar para fora da janela quebrada. O vidro quebrado escorregou
para o chão quando ela se moveu. Um grande lobisomem de jaqueta de couro
avançou, mas parou a poucos metros de distância. Ele se agachou para olhar para ela.
Seu cabelo preto desgrenhado roçava a gola do casaco e um par de olhos castanho-
escuros encontraram os dela.
― Olá. Sou Rave! Prometo que não vou atacá-la. ― Ele olhou para o carro e
voltou para ela. ― Eles realmente fizeram um estrago em suas rodas. Sinto muito
sobre isso, mas você está em território Harris Pack. É tempo de acasalamento de calor
para nós e os níveis de agressão estão fora das cartas. Posso abrir a porta e ver como
você está? Você está ferida?
Ela balançou a cabeça.
― Não, você está machucada ou não? Eu não posso chegar mais perto? Você
está segura! Meu primo e eu somos amigáveis com gatos. Meu irmão mais velho está
acoplado a uma shifter quartas-de-puma. ― Ele sorriu. ― Realmente. Estamos bem
com ela.
Charma relaxou disposta a acreditar nele, considerando que ela havia se
apaixonado por um lobisomem uma vez. Era possível.
― Eu vim para avisá-los. ― Ela conseguiu deixar sair. ― O conselho acusou
seu pessoal de atacar um dos Pride. Eles enviaram um apelo de união.
O sorriso do cara bonito desbotou. ― Eles querem falar com a gente? É algum
tipo de reunião para perguntar por que fizemos isso? Esse Pride levou a companheira
do meu irmão para longe dele e eles estavam indo estuprá-la e obrigá-la a dar a luz a
uma ninhada de gatinhos para eles. Eles não estavam exatamente dispostos a apenas
entregá-la de volta. Tivemos que matá-los para salvá-la. Informe ao seu conselho.
Não a chocou que um Pride atacasse um shifter parte-felino fêmea. Ele disse
que Shannon era de sangue misturado, um puma, de acordo com ele. Ele também não
a surpreendeu que os machos Pride tentassem usar seu corpo dessa maneira. O que a
atordoava era que os lobisomens mataram para recuperá-la. Eles, obviamente,
trabalhavam em equipe.
Ele disse “nós”, o que implica um grupo deles. Era duvidoso que um lobo
solitário pudesse ter tirado os filhos de dois líderes do Pride e vários machos Pride.
― Eles não vão me ouvir nem se importam com o porquê de vocês terem feito
isso! Uma chamada para juntar ― A voz dela quebrou e ela teve de limpar a garganta.
― Nós temos um conselho que representa todos os Pride. Eles ordenaram que todos
os Pride maiores enviassem alguns dos melhores lutadores de cada para declarar
guerra a um inimigo comum. Eles planejam atacar seu pessoal amanhã à noite. Pelo
menos trinta aplicadores vão aparecer.
Seus olhos se arregalaram quando ele resmungou baixinho. Ela empurrou
para trás, deslizando no assento e deslizou através de um vidro quebrado. A dor a fez
gritar e ela puxou a mão até o peito. O cheiro de seu sangue dominou o odor de seu
medo e do lobisomem.
― Merda! Por que você não sai? Eu juro pela minha vida que ninguém vai te
machucar! Eu não quero que você se corte outra vez! Eu não estou rosnando para
você, só estou irritado. Por que você veio nos avisar? Eu agradeço isso, mas estou
curioso.
Ela hesitou, antes de avançar em direção à porta. O cara lentamente colocou a
mão dentro, bateu na fechadura e a girou. Afastou-se para lhe dar espaço. Charma
saiu para ficar de pé. Uma brisa leve resfriou seu corpo aquecido. Ela stava
encharcada de suor de terror.
O cara da camiseta estava a uns dez metros de distância, de costas para ela.
Ele se virou lentamente.
― Eu também. ― O cara suspirou. ― Por que você... ― Sua voz morreu
quando seu olhar encontrou o dela.
O choque fez Charma cambalear, enquanto olhava para os olhos bonitos e
sensuais que a assombravam há nove anos infinitamente solitários. Seus joelhos se
dobraram e ela sabia que ia cair. Alguém a amparrou, antes que caísse. Braços fortes
a levantaram, segurando-a pela cintura, mas seu olhar nunca deixou Brand.
Brand não podia acreditar em seus olhos. Ele piscou algumas vezes, mas a
imagem não se alterou. A pequena mulher tinha o cabelo listrado de tons de loiro e
marrom que ia até seus quadris. Seus grandes olhos exóticos e arregalados. A cor
amarela na íris ultrapassava o azul, antes que seu corpo caísse.
Rave agarrou-a, puxando seu corpo para cima para salvá-la de bater na rua.
Brand avançou. Ele agarrou a jaqueta de Rave com a mão, sentiu suas garras
estenderem-se e envolveu seu outro braço em volta da cintura muito fina. Ele a puxou
contra ele. Um grunhido saiu de sua garganta quando ele percebeu que Charma
estava em seus braços.
Ele temia que fosse um sonho. Era possível que ele ainda estivesse em casa,
na cama, sofrendo a febre de acasalamento, delirante. Ele passou os primeiros quatro
anos, depois que ela foi embora procurando por ela, esperando que voltasse para ele.
Não tinha acontecido. Parte dele se recusou a deixá-la ir completamente, mas com o
passar dos anos, ele tinha acabado por se sentir um tolo. Ele a amava, mas ela optou
por abandoná-lo.
Mesmo sentindo que ela estivesse, realmente, em seus braços para ser uma
fantasia, ele enterrou o rosto contra seu cabelo, puxando-a mais alto, tentando se
lembrar para não esmagar seu corpo frágil. Ele inspirou forte. Seu cheiro estava
errado e algo sobre ele o ofendeu. A razão por trás disso bateu tão duro como um
martelo, pregando-o no peito. Ele resmungou em voz alta, a dor rasgando seu
coração. Ele não podia evitar que as presas de rasgassem através de suas gengivas.
― Não! ― Ele rosnou. O perfume da marca de outro homem nela quase o
deixou louco. Era fraco. Talvez ele estivesse errado. Ele a cheirou novamente. Ele
estava apenas tentando enganar seu coração partido. O cheiro estava lá, ela realmente
tinha acasalado com alguém. Claro, a verdade não seria negada! Embora fraco, o odor
do estranho demorou a avisar outros machos.
Não importava! Ele decidiu! Ela é minha! Vou caçar o filho da puta e rasgá-lo
membro a membro! Eu vou arrancar sua cabeça! Não! Eu vou arrancar o coração dele
e comê-lo para tomar o que é meu! É. Isso é um bom plano!
― Brand! ― Seu primo socou seus ombros. ― Coloque-a no chão! Droga! ―
Rave rosnou. ― Solte-a! Eu sei que você está com tesão, mas porra! Controle-se!
Brand sacudiu Rave e tropeçou, ainda segurando Charma. Ele acariciou o
pescoço dela, na esperança de acalmá-la, no caso dele tê-la assustado, algo que ele
não queria fazer. O peso estava mesmo errado. Ela havia perdido peso e estava
realmente sem sentidos. Ele e virou para se apoiar pesadamente contra o capô do
carro e ajustar o agarre sobre ela. Ele manteve seu nariz enterrado contra seu cabelo
na curva do seu pescoço, respirando fundo para puxar mais do seu cheiro em seus
pulmões.
Ela era real. Não era um sonho ou um calor de acasalamento, fantasia
induzida pela febre. Charma estava em seus braços, frágil e sangrando. O cheiro de
seu sangue! O animal dentro queria sair para caçar e matar todos os homens cujo
cheiro ainda pairava no ar. Eles atacaram o carro dela, poderiam tê-la matado. Ele
rosnou, resistindo à vontade, mas apenas porque isso significava que ele teria que
soltá-la. Não aconteceria! Ele os mataria depois.
Ela se mexeu em seus braços contra o peito dele, onde ele os mantinha
presos, mas conseguiu livrá-los. Ele temia que ficasse louco, se ela lutasse para ficar
longe dele. Ele rezou para que ela não fizesse isso. Ele não podia suportar a ideia de
deixá-la ir, depois que a encontrou novamente. Os braços finos estavam em volta do
seu pescoço. Ela não resistiu, não falou, apenas se agarrou a ele.
― Brand! ― Rave rosnou. ― Deixe-a ir! Dei minha palavra que não iria
machucá-la! Ela é uma coisa pequena e pode se machucar, se eu tiver que forçá-lo a
libertá-la.
― Vá embora! ― Brand lançou. Ele realmente temia que pudesse matar
qualquer um que tentasse ficar entre ele e Charma, mesmo o primo que ele amava
como um irmão. ― Deixe-nos em paz!
― Eu sei que o calor é ruim, mas, caramba! Você não pode sair por aí
agarrando gatos vadios, forçando-os a permitir que você se esfregue contra eles. Isso
é constrangedor! Eu disse que ela estaria a salvo!
Brand ajustou-a em seus braços, apenas para verificar que ela tinha
definitivamente perdido peso. Sua Charma tinha sido cheia de curvas e exuberância.
A maioria dos gatos mantinha uma figura mais cheia do que as cadelas lobisomem.
Ele adorava isso nela. Atualmente, ela poderia ter passado por uma cadela magra. Um
pensamento horrível ocorreu. Ele já tinha ouvido falar que os machos Pride evitavam
uma companheira, se ela estivesse morrendo ou gravemente doente.
― Você está doente, querida? ― Ele estava com medo de ouvir a resposta.
― Não.
Ele podia respirar novamente. ― Isso não importa! Você está comigo e aqui é
onde você pertence. Eu vou cuidar de você.
Ela fungou, esfregando o rosto contra ele. A umidade infiltrou através de sua
camiseta para sua pele, assegurando-lhe de que ela tinha feito isso para esconder as
lágrimas. Sua dor e a possível razão por trás disso, rasgaram-no em pedaços. Embora
não importasse. Toda a amargura e raiva que sofreu com sua perda não era nada em
comparação com tê-la de volta em sua vida. Ele não permitiria que ela o deixasse
novamente. Uma vez tinha sido ruim o suficiente.
― Ele está morto?
Ela balançou a cabeça, sabendo claramente o que ele perguntava. Ele
levantou o olhar para olhá-la, encontrando-a mais bonita do que ele já tinha visto. O
amor que ele sentia manteve-se forte, apertando seu peito. O tempo havia passado,
mas seus sentimentos não mudaram. Ela era a única e sempre seria. Ele sabia disso
no fundo de sua alma, sem dúvida.
― Brand? ― Rave se aproximou. ― Você sabe que está agindo como um
louco, certo? Você tomou drogas, tentando aliviar o calor? Fale comigo, cara! ― Ele
olhou para Charma. ― Não se assuste, gata! Eu vou falar com ele para se acalmar. Ele
pode ser um pouco doido. Por favor, não arranhe ou morda o lobo louco! Ele é
inofensivo!
Brand olhou para seu primo. ― Esta é Charma, Rave! Meu amor meio-
humano-meio-shifter.
― Merda! ― Rave engasgou, estudando-a. ― Ela é pequena, homem!
― Um metro e meio. Os leopardos são pequenos. Ela costumava pesar muito
mais. ― Ele olhou para ela, notando a mudança em seu rosto magro. ― Onde estão
minhas curvas, amor? Você sabe o quanto eu gostava delas. ― Seu humor se tornou
escuro, porém, quando ele inalou esse fedor saindo dela. ― Eu vou matar o seu
companheiro, quando ele vier atrás de você. Você nunca vai me deixar. Vou
acorrentar você na minha cama, cavar um fosso em torno de minha casa e enchê-lo
com jacarés para comer qualquer gato maldito que aparecer. E barricar cada porta e
janela.
Ela pareceu um pouco atordoada. ― Brand!
― Você disse companheiro? Ela está acoplada? ― Rave tossiu. ― Tenho
certeza de que ouvi você dizer isso!
Um rosnado rasgou da garganta de Brand que ele não pôde segurar. A fúria o
tomou, mas tentou recuperar o controle. Suas presas não retraíram, mas suas garras
permaneceram na bainha enquanto ele olhava nos olhos de Charma.
― Ele não importa! Você ainda me ama, não é? Eu quero que você me mate se
você disser não! Isso é o que você estaria fazendo de qualquer maneira.
― Eu te amo, Brand. Eu sempre amei. ― Novas lágrimas encheram seus
olhos. ― Eu nunca deixei de te amar. Eu tinha que avisar o seu bando sobre a
chamada da união. Você está em perigo.
― Eu nunca deixei de amar você também ― Ele piscou de volta suas próprias
lágrimas. ― Você veio aqui e arriscou sua vida para salvar a minha, não é querida?
Ela assentiu com a cabeça. ― Os Pride vão atacar seu bando amanhã à noite.
Eu não podia deixar que morresse.
Dezenas de perguntas encheram sua cabeça. Como ela sabia qual era o bando
que estava em perigo? Será que isso significava que ela sempre soube onde encontrá-
lo, mas ficou longe? Sentiu a sensação de esfaqueamento em seu coração ferido, mas
enquanto olhava nos olhos dela, diminuiu. Ela disse que o amava e que tinha deixado
o companheiro com o qual tinha acasalado para avisá-lo, quando pensou que ele
estava em perigo.
Ela o considerou sobre seu companheiro. Isso o acalmou um pouco.
― Merda colossal! ― Rave rosnou. ― Isso é o que é!
Brand voltou seu olhar para seu primo. ― Não é um grande negócio. Eu vou
matar o bichano, se ele vier atrás dela. Ela sempre foi minha!
Rave passou os dedos pelo cabelo, deu-lhe um olhar frustrado e cerrou os
dentes. ― Eu não estou falando de você e dela. Temos que avisar o bando e nos
preparar para a chegada do Pride. Eles, obviamente, não sabem que este é o pior
momento para nos atacarem. Vai ser um massacre, com toda a agressão em curso
durante o calor.
Charma não podia acreditar que Brand a abraçava mais uma vez. Seu
perfume maravilhoso tinha mudado um pouco do que ela se lembrava, mas tinha sido
nove anos. Memórias podiam desaparecer e, obviamente, tinha. Ele parecia maior do
que ela se lembrava, mais volumoso e mais robusto e ainda mais forte. Ela pendia de
seus braços, onde ele manteve seu rosto no nível do dele. Seus braços estavam em
volta de seu pescoço e ela não queria nunca deixá-lo. Ela lutou contra o desejo de
envolver as pernas ao redor de sua cintura, independentemente de sua saia, só para
se pressionar ainda mais apertada contra ele.
― Pelo menos trinta homens Pride virão. ― Ela informou, não tendo certeza
se já tinha mencionado, após o choque de ver Brand. ― Vocês precisam fugir da área
se isso for demais e o calor de acasalamento enfraqueceu seu bando. Eles não podem
ficar por mais de uma semana. Seu povo pode retornar com segurança, após esse
período. Eu nunca ouvi falar de uma chamada de união de grupos durar mais do que
isso. Os machos vão se enfrentar entre si. Não temos uma mentalidade de
embalagem. Machos Pride mantém um amplo espaço um do outro, a menos que
sejam a mesma família. Eles matam uns aos outros, após o contato prolongado,
especialmente quando não estão no mesmo Pride. Não há nenhum sentido de
hierarquia e eles vão lutar pelo domínio.
Brand olhou em seus olhos. ― O massacre não seria nosso! Seria dos machos
Pride! Estamos muito agressivos agora, mais do que em qualquer outra época do ano,
e nossa influência sobre a nossa humanidade está mal. A única fuga que irá acontecer
é do Pride que aparecer aqui.
Ela aceitou isso. Lobisomens eram conhecidos por lutar com mais força do
que os machos Pride. Gatos podiam ser preguiçosos. Ela sabia, vivendo com um. Ela
relaxou.
― Você ficaria bem, se eu não tivesse vindo para avisá-lo?
― Não! Eles poderiam ter atacado e elominado muitos de nós, se não
estivéssemos esperando. Um lobo solitário contra um grande grupo de gatos
asseguraria sua morte. Estamos sob ordens para ficar em pares agora, mas mesmo
assim, dois contra trinta, eles teriam chances sombrias. ― Respondeu Rave.
― Muitos de nós estamos ignorando a ordem também. ― Brand disparou
contra o outro homem com uma sobrancelha levantada. ― Eu não vejo você com a
sua sombra.
― Ele parou para verificar o bar. Eu não vejo você com a sua também. Onde
está o meu irmão mais novo? ― Rave arqueou uma sobrancelha.
― Está no meu porão. Eu não queria trazê-lo, uma vez que eu sabia que
alguma coisa ruim tinha acontecido. Jeff chamou. ― Brand encarou Charma e
suspirou. ― Você poderia ter sido morta por ter vindo aqui.
― Eu conhecia o risco. Até esperava que isso pudesse acontecer. Eu só
esperava que seu bando me permitisse avisá-los. Eu não iria mentir.
Ele abriu a boca como se fosse falar, mas logo a fechou. Suas feições duras
suavizaram quando olhou para ela. ― Você está segura, Charma. Ninguém jamais vai
te machucar.
Ela acreditou nele.
― Eu nunca vou deixar você ir. Lide com isso. Você fugiu de mim uma vez,
mas não tente fazê-lo novamente. Eu quero que você jure que não vai me deixar. Você
é minha e sempre foi. Você não pertence a esse bichano! ― Ele rosnou a última
palavra. ― Eu procurei por você.
Essa notícia surpreendeu-a. ― Você fez?
Ele resmungou baixinho. ― Você acredita que eu não faria? Eu estava com
medo de usar seu nome e colocá-la em perigo, mas fiquei com as antenas em alerta
para uma mulher com sua aparência. Ninguém nunca relatou um avistamento.
― Eu nunca saí do território do meu Pride. É proibido.
― Eu odeio interromper... ― Rave murmurou ― Mas precisamos tirá-la do
centro da cidade. Nós temos um monte de lobos estranhos atiçados durante o calor
do acasalamento e ela sendo uma gat... Eles já a atacaram uma vez. ― Ele olhou para
o carro dela. E nós, provavelmente, devemos esconder seu carro, antes dos bihanos
chegarem. ― Ele encontrou seu olhar. ― Acho que você não quer que eles saibam que
você nos avisou.
― Isso não importa! Eu fugi do meu Pride. Eles me querem morta,
independentemente do que eu faça. Eu sabia que não haveria como voltar atrás e que
a minha vida terminou, no segundo em que fui embora.
Dois lobisomens na pele se aproximaram. O abraço de Charma em Brand
apertou e ela olhou para eles com medo. Brand rosnou em resposta. Seu poder sobre
ela ajustou, um braço liberando sua cintura quando garras deslizaram para fora da
ponta dos dedos da mão que ele usou para apontar para os machos.
― Fiquem aí! Não cheguem mais perto!
Charma olhou para o rapaz loiro que parou em seu caminho, reconhecendo-o,
mas não o homem com ele.
― Yon?
Seu olhar escuro estava fixo nela e ele franziu a testa.
― Como você me conhece?
― O conselho Pride enviou suas fotos e você era um deles. ― Ela olhou para
Brand. ― Foi assim que eu soube que esse era o seu bando. Eles tinham a sua foto
também. Eu vi você e sabia que tinha que vir.
― Porra! ― Rave gemeu. ― Eles têm fotos nossas? É mesmo? Eu me sinto
totalmente fora do circuito. Deveríamos ter fotos deles?
― Não. Somos mais uma ameaça para eles do que eles para nós! ― Afirmou
Brand. ― Gente, esta é Charma. Se vocês olharem para ela duas vezes, eu vou
machucar alguém. Vocês entenderam?
― Merda! ― Yon gemeu. ― Mais uma? É mesmo? Ainda bem que sua tia foi
mandada embora. Ela iria à loucura, se te visse segurando uma gata assim. Eu estou
supondo que você está gastando seu calor com ela?
― Ela é minha! ― A voz de Brand se aprofundou em um tom perigoso. ―
Para sempre. Ela vai ser a minha companheira!
O choque rasgou Charma. Era uma coisa anunciá-la a um parente do sexo
masculino, mas ele parecia estar dizendo aos membros do bando que pretendia
reclamá-la. Ela virou a cabeça e seus olhares se encontraram.
― Eles não vão fugir de você? Não se exile de seu bando por mim! ― Ela
manteve a voz baixa. ― Por favor? Eu não poderia suportar, se você fosse atacado por
me proteger!
Ele emitiu um som suave estrondoso, mas não era assustador. Ele costumava
fazer isso quando ela dizia algo que o incomodava, mas ela sabia que ele nunca iria
machucá-la. Não Brand. Ele balançou a cabeça e passou o braço em volta dela
novamente para abraçá-la com força.
― Eles não vão me chutar para fora e com certeza não vão brigar comigo!
Ela virou a cabeça, ainda incerta, mas os outros homens não pareciam
agressivos. O loiro realmente piscou.
― Ela é bonita, mas muito magra. Ela se parece com uma cadela. Eu nunca vi
uma gata tão pequena, mas eu não vi muitas.
― Ela perdeu peso ― Brand andou para longe do carro. ― Faça-me um favor
e esconda o veículo. Tenho certeza de que o seu companheiro estará procurando por
ela.
― Companheiro?! ― O loiro suspirou e seu olhar escuro se arregalou. ― Ela
já acasalou, mas você vai acasalar com ela? Você está louco? Ela está tomada!
― Por mim! ― Brand virou a cabeça para olhar Rave. ― Esconda o carro, ok?
Eu quero levá-la para casa.
Rave assentiu.
― Vá. Mantenha Braden na corrida, eu vou chamá-lo em poucas horas. Vou
entrar em contato com meus irmãos e vamos realizar uma reunião do bando no início
da manhã para avisar a todos do que está por vir. Estou preocupado que eles irão
suspeitar que ela nos avisou quando perceberem que ela sumiu. Eles podem atacar
mais cedo do que o planejado.
― Eles não vão. ― Ela informou suavemente. ― Vão pensar que eu fugi por
outros motivos. Ninguém sabia sobre Brand e eu. Eu sempre fui muito cuidadosa e
nem sequer tinha fotos dele comigo quando voltei para o meu Pride. Ele estaria em
perigo.
― Quem é que vai nos atacar? ― Yon parecia confuso. ― O que eu perdi? Não
levou muito tempo para eu chegar aqui, depois que soube que havia problemas
fervilhando na cidade.
― Brand, leve-a para casa com você e eu vou lidar com isso. ― Rave hesitou.
― Você correu até aqui ou dirigiu?
― Corri.
Ele estendeu as chaves. ― Pegue a moto. Basta deixar as chaves sob o assento.
Vou buscá-la mais tarde. Eu não quero você andando de volta com todos os nossos
visitantes da cidade. Eles vão farejá-la. Na moto você vai chegar mais rápido.
― Obrigado. ― Brand lentamente baixou-a na calçada ao lado da moto. Ele
pegou as chaves que Rave atirou para ele.
― Minhas chaves ainda estão na ignição do carro. ― Ela informou.
― Eles podem movê-lo de qualquer maneira. ― Brand montou a moto e virou
a cabeça. ― Suba, Charma.
Ela não permitiu que a saia a detesse, independentemente de quão alto o
material subiu nas coxas. Abraçou Brand firmemente por trás, não querendo deixá-lo
ir. Ele deu partida na moto. Ela sabia que os outros lobisomens os observavam com
curiosidade, mas evitou seus olhares.
Brand vivia perto da cidade em uma área arborizada, em uma colina. Havia
outras casas alinhadas na rua, mas uma boa distância as separava. Ele estacionou a
moto ao lado de um caminhão vermelho, mas não se moveu quando o motor morreu.
Suas mãos abruptamente cobriram as dela, onde ela abraçava sua cintura.
― Nós vamos entrar. Eu vou lá embaixo para pedir ao meu primo para ficar
no porão e depois vamos conversar. Jure que você não vai, Charma! Caso contrário,
não vou permitir que você fique fora da minha vista. Eu prefiro não ter você perto de
Braden agora! Ele é jovem e em calor. Eu não sei se ele vai estar vestido. Roupas
irritam a nossa pele quando sofremos essa condição. Eu prefiro poupá-la da visão e,
inferno, ele poderia estar fazendo algo embaraçoso que você realmente não quer ver.
Ela olhou para cima, na parte de trás de sua cabeça. Ele não olhou para ela,
apenas olhava para frente para a porta da garagem fechada.
― Eu juro! Eu não vou deixá-lo de novo, Brand.
Seu corpo relaxou e ele soltou suas as mãos.
― Bom. Estou confiando que mantenha sua palavra. Você não sabe o quão
difícil é para mim, mas eu realmente não tenho escolha. Vamos!
A falta de confiança doeu um pouco, mas ela não podia culpá-lo. ― Eu juro,
Brand! Deixar você foi a pior e mais difícil coisa que eu tive que fazer! Isto me rasgou
em pedaços. Todas as razões sumiram. Aqui é onde eu quero estar! Você não tem
ideia do quão sincera estou sendo!
Ele respirou fundo e a soltou lentamente. ― Eu realmente vou amarrá-la à
minha cama, se você fizer isso! Um aviso.
― Eu entendo. ― Ela não se sentia ameaçada.
Brand pegou a mão de Charma, ela desceu da moto e ele deslizou as chaves
sob o assento. Ele olhou para ela, antes que ela o seguisse até a passagem para a porta
da frente. Ele empurrou a porta, que não estava trancada. As luzes estavam acesas e
ela inalou. O perfume de Brand permanecia dentro de sua casa, mas ela não detectou
quaisquer outros.
― Você mora sozinho?
― Normalmente. Meu primo fica comigo durante o calor. Ele tem um
apartamento no porão para que não venha aqui. É por isso que você, provavelmente,
não vai sentir o cheiro dele.
― Meu senso de cheiro não é tão bom quanto o seu. ― Ela o lembrou.
Seu olhar estudou a sala de estar. E, obviamente, tinha sido mobiliada por um
homem, os sofás de couro preto combinando com poltronas, os móveis eram uma
prova disso. Ela sorriu quando viu a televisão de tela grande, que era uma
característica de destaque na sala.
― Eu sei. Você, provavelmente, vai querer mudar tudo e está convidada a
fazer tudo para torná-la mais acolhedora. ― Ele fechou a porta, agarrou-a e a colocou
contra a parede. Inclinou-se, até que seu rosto pairou a centímetros do dela, seu olhar
intenso. ― Eu vou acasalar com você e não me importo com o bastardo que fez isso
antes de mim! Eu vou te morder, até que seu cheiro se vá e continue tendo só o meu!
Lide com isso, querida! Eu nunca vou deixar você ir! Passei todos os dias dos últimos
nove anos pensando em você. Eu senti sua falta e fiquei magoado porque você não
estava comigo.
Ela lutou contra as lágrimas e ganhou. ― Eu também.
― Deixe-me lidar com Braden, antes de falarmos. Você está com fome?
― Não. Comi um hambúrguer na estrada.
Seu olhar desceu. ― Você precisa comer mais. Está tão magra. Eu sou um
grande cozinheiro e vou te alimentar, até que você ganhe de volta cada quilo.
Sua reflexão foi um lembrete do que ela perdeu. ― Você vai cozinhar para
mim? Sério?
Seu olhar encontrou o dela. ― Eu faria qualquer coisa por você. ― Sua mão
disparou e ele trancou a porta. ― Sinta-se em casa. Ela é sua agora também. Nossa.
Eu já volto.
― Tudo bem.
Ele se afastou em direção a um corredor e desapareceu na esquina. Charma
permaneceu contra a parede, onde ele a colocou e respirou trêmula.
Lágrimas quentes ameaçaram cair novamente. Ela ficou dentro da casa de
Brand. Ela sonhava em procurá-lo, mas nunca pensou que veria esse dia. Seu olhar
vagou pela sala. Ela não mudaria nada. Abraçou o próprio corpo enquanto sorria.
― Casa. ― Ela sussurrou.
Charma sentiu Brand atrás dela e inalou seu perfume que inundaram seus
sentidos. Ela se virou lentamente para longe da cozinha e o encontrou de pé na porta,
observando-a.
― Eu estava explorando. Eu amo a sua casa.
― Nossa. ― Ele corrigiu. ― Sua e minha ― Deu um passo hesitante para
frente. ― Eu continuo esperando acordar e perceber que isto é apenas um sonho. ―
Sua mão levantou. ― Venha aqui, querida.
Ela foi até ele sem hesitação. Sua mão apertou a dele maior e ele a puxou para
um abraço, enterrando o rosto em seu cabelo. Ele parecia contente por apenas
abraçá-la. Ela descansou contra ele. Brand nunca deixou seus pensamentos e, à noite,
enquanto ela estava na cama, revivia seus meses juntos. Ele a manteve sã.
Lembrou-se do dia em que Brand tinha chegado ao seu apartamento, no
Texas, com uma venda para os olhos...

~~~~~

― Você tem que usar isso e só vir comigo.


Ela riu, devia ser algum tipo de brincadeira. Não foi. Ele insistiu em cobrir
seus olhos, depois que ela entrou na cabine de sua caminhonete. Charma teve um
momento difícil em resistir à vontade de alcançar e tirar a venda.
― Para onde você está me levando?
― Estamos quase lá.
― Trata-se de uma espécie de piquenique romântico? Eu posso sentir o cheiro
das árvores, mas não há nenhum barulho de outros carros. Estamos em algum lugar
fora da cidade.
― Pare de cheirar. ― Ele riu.
― V ocê sabe que eu odeio surpresas.
― Vai gostar desta. ― Ele fez uma pausa e ela teve que se esforçar para fazer o
que ele disse em seguida. ― Pelo menos, espero que sim.
― Eu ouvi isso.
― Chegamos. Não se mova!
O caminhão parou e o motor morreu. Ela esperou impacientemente, até que
ele saiu do carro e abriu a porta. Seus dedos se enroscaram em torno de seu braço
quando ela destravou o cinto de segurança. Ele levou cerca de dez passos antes de
parar e se posicionar atrás dela. Um braço deu a volta em sua cintura, enquanto ele se
inclinou para pressionar os lábios em sua orelha. ― Eu já te disse o quanto te amo?
O calor se espalhou através dela. ― Eu também te amo. Posso olhar agora?
― Ainda não! Meus companheiros de quarto são um bando de idiotas e eu
poderia ter que matá-los, se eu os pegasse olhando sua bunda. Você está vivendo com
o maior mal-humorado do mundo. Está ficando mais difícil de deixar seu
apartamento no período da manhã, mas é pior à noite, pois não podemos passar
juntos. Eu quero estar com você o tempo todo.
Sua frequência cardíaca aumentou com essas palavras e seu possível
significado a perturbou. Ele tocou o rosto dela e desvendou seus olhos. Ela piscou
algumas vezes para se ajustar à luz do sol. A primeira coisa que viu foi uma cabana
rústica na floresta. Era uma simples e bonita cabana. Ela se esqueceu de respirar.
― Espero que você não esteja com raiva. ― Ele a envolveu em seus braços,
abraçando-a com força. ― Eu assinei um contrato de arrendamento. É nossa,
Charma!
Ela se agarrou a ele para se manter de pé, pois suas pernas ameaçaram falhar.
Estava atordoada.
― Eu sei que deveria ter perguntado primeiro... ― Ele se apressou ― Mas não
aguentei esperar... Eu posso pagar o aluguel, então, não se preocupe com o preço.
Não é exatamente uma casa de sonho, mas é aconchegante dentro e é bastante
remota para nos dar o máximo de privacidade, tal como queremos. Você pode estar se
preocupando com a distância e a estrada deserta, mas eu mudei algumas de minhas
aulas para me encaixar com sua programação. Eu guiarei o carro até o campus. Nós
não teremos que dormir mais separados ou nos preocupar com sua companheira de
quarto quando fizermos sexo.
Ela se recuperou do choque e virou em seus braços. O olhar de ansiedade em
sua expressão era clara.
― Brand...
Linhas apareceram ao lado de sua boca. ― Eu acho que pensei em tudo.
Conversei com sua companheira de quarto. Eu sei que seu Pride paga seu aluguel. Ela
jurou que diria a eles que você ainda está morando lá, se alguém perguntar. Inferno!
Ela estava entusiasmada com a perspectiva de obter metade do aluguel pago, sem ter
que lidar com um companheiro de quarto real. Foi motivo suficiente para ela, e sua
família não vai descobrir que você está vivendo com um lobisomem.
A esperança foi a próxima emoção que surgiu. ― Sério?
Brand sorriu. ― Sim.
Ela virou a cabeça e olhou para a cabana. ― É tão adorável!
― Não é muito espaçosa. Tem apenas um quarto, mas ele é o bastante para
dois. Eu consegui uns caras, há alguns dias, para pintar e fazer pequenos reparos.
Ela o encarou novamente, mas teve que piscar para conter as lágrimas. ―
Sim!
Ele a levantou do chão, abraçando-a com força. ― Você ainda não a viu
pordentro!
― Eu não me importo! Nós vamos dormir juntos todas as noites! Eu odeio
quando estamos separados também!
Seu olhar foi para o ombro, em seguida, de volta para os olhos. ― Às vezes eu
quero te morder.
Essa confissão sincera fez sua tristeza. ― Nós não podemos fazer isso!
― Você me ama!
― Eu amo, mas você é um lobo e eu sou um gato.
― Você é metade gato, mas eu não dou a mínima! Isso não muda os meus
sentimentos ou os meus desejos!
― Nossas famílias fariam o inferno, se soubessem que somos um casal. Eu
também lhe disse...
― Não! ― Ele cortou. ― Não mencione o babaca com quem você deve
acasalar porque seu líder ordenou! Não agora, não hoje! Estamos vivendo no aqui e
agora! Nós temos um tempo, antes de ter que voltar para o seu Pride!
Ele estava certo. Ela sempre resistiu em pensar como seria após a formatura,
quando teria que voltar. ― Tudo bem.
Ele calmamente colocou-a de volta a seus pés. ― Vamos tentar viver juntos,
antes de ter uma discussão sobre isso.
Ela poderia dizer que ele estava chateado. ― Eu sinto muito, Brand. Eu
gostaria muito que você me mordesse, se isso fosse possível! Eu juro!
Ele soltou a cintura dela e agarrou sua mão. ― Eu me recuso a discutir hoje.
Vamos para dentro! Vou te mostrar o interior da casa.
― Tudo bem. ― Ela estava disposta a deixar o assunto morrer.
Ele pegou as chaves do bolso e abriu a porta. Charma tentou dar um passo
para dentro, depois que ele abriu a porta, mas engasgou quando Brand a levantou em
seus braços, levando-a para dentro. Foi romântico e doce esse gesto.
A sala de estar e cozinha ficavam num único e grande espaço aberto. Ela teve
outra surpresa quando estudou o mobiliário.
― Seu grande mentiroso! ― Embora ela risse.
Ele a virou um pouco para que ela pudesse tomar mais detalhes do ambiente.
― Desculpe por isso. Eu não ficar com as coisas que você odiaria, por isso
tive que substituir tudo na sala de estar da casa que aluguei com os caras. Eles
bebiam muito e não cuidavam bem daqui. Era uma fraternidade de cinco caras
solteiros juntos numa mesma casa. Eles destruiam tudo de bom.
Ela virou a cabeça e olhou para ele.
― Isso foi tão doce, Brand. Deve ter-lhe custado uma pequena fortuna.
Ele deu de ombros. ― Na verdade não. Eu só tive que comprar o material
para a sala de estar e para o nosso quarto. Consegui uma cama king-size. Nada de
beliches...
Ela sorriu. ― Eu meio que gostava de ter que dormir em cima de você para
que um de nós não caísse fora da minha cama.
O quarto ficava no fim do único corredor. Passaram por um banheiro no
caminho. Ele fez uma pausa perto da porta.
― Há somente a cama e uma mesa de cabeceira. Tem gavetas embutidas sob
o armário. Viu?
Charma mexeu-se, até que ele a colocou no chão. O quarto não era grande e a
cama ocupava praticamente todo o espaço. Sua cômoda não caberia ali.
― Eu adoro como está. É perfeito!
― Eu tenho a coisa mais importante neste quarto.
Ela sorriu, seguindo seu olhar para a cama. ― Sim, você tem.
Desviou o olhar para ela. ― Eu quis dizer você, querida.
Ela o amava tanto que fazia doer o peito. ― Eu acho que deveríamos testar o
quão confortável o colchão é. ― Ela pegou a borda de sua camisa, rasgou-a de seu
corpo e a jogou para o chão.
Brand tirou os sapatos. ― Bem vinda ao lar, Charma! Nós vamos ser muito
felizes aqui!
― Eu sei que vamos!
Ela sempre guardava na memória cada momento precioso com Brand. Ela
empurrou os pensamentos de quando teria que voltar para o seu Pride, para longe.
Eles tinham alguns anos, antes que isso acontecesse...

~~~~~

Brand respirou fundo, puxando-a de volta ao presente.


A vida parecia tão perfeita na época, até que tudo teve que desabar ao seu
redor. Ela teve que deixar o homem que ganhou seu coração e a vida que amava. Mas
os braços sólidos ao seu redor eram reais novamente.
― Meu primo está seguro no porão. Ele sabe que você está aqui e não virá até
aqui em cima, se ouvir algum barulho. ― Ele roçou os lábios sobre sua testa. ― Eu
quero falar. Não. Eu quero te levar para a cama e te fazer minha! Eu sei que é muito
rápido! Eu sei que você acasalou com alguém! E isso me irrita! O cheiro dele em você!
É fraco, mas ele está aí! Eu quero que ele se vá!
― Eu não tive escolha! Eu te disse isso!
Ele rosnou. ― Nós poderíamos ter encontrado uma saída! Agora eu estou
dividido entre a raiva sobre o que você fez e o alívio de você estar aqui!
― Você não entende...
― Nada pode desculpar o que aconteceu! Voltei da minha corrida para
descobrir que você tinha ido! ― Rosnou.
Charma odiava a dor na voz dele e, automaticamente, levou os braços ao
peito, encolhendo-se.
― Não se atreva! ― Alertou. ― Não tenha medo de mim! Você sabe que eu
nunca iria te machucar! Não importa o quão bravo eu esteja!
― Eu sei disso. ― Ela não tinha medo de Brand. ― Eu odeio ter feito você
sofrer assim.
Ele desviou o olhar, respirou fundo, exalou. Seu olhar estava fixo no dela.
― Eu também. Tive um monte de anos para pensar sobre o que eu faria se te
encontrasse. A sorte é que você significa mais para mim do que qualquer outra coisa.
Vou tentar realmente fazer passar a dor. Nós éramos jovens e nós dois cometemos
erros.
― Você não fez nada.
― Tenho certeza que sim! ― A emoção escureceu seus olhos. ― Eu deveria ter
me dobrado sobre você e te mordido para te reivindicar, sem me importar com o que
você disse! Você era minha! Era tão simples! Eu deveria ter escutado meu coração,
em vez de ouvir suas malditas desculpas! Você não teria fugido de mim, se eu tivesse
acabado de te acoplar! O negócio estaria feito!
― Teria sido muito pior!
― Nada poderia ter sido pior do que viver anos e anos obcecado por uma
mulher com quem eu não podia estar!
Ela sentiu o coração em pedaços ao ouvir tanta angústia do homem que
amava. ― Eu sinto muito. Nem sei por que você ainda me quer, apesar de tudo o que
fiz.
― Porque você é minha! ― Seu queixo levantou um pouco, mostrando o lado
teimoso dele, que ela lembrava tão bem. ― Você é a mulher que eu amo! Nada nunca
vai mudar isso. Vamos resolver. Eu me recuso a fazer qualquer coisa menos que isso.
Seu corpo relaxou e ele a levantou, de repente, pegando novamente nos
braços. Ela o olhava fixamente nos olhos, enquanto ele a levava pela casa em direção
a uma área que ainda não tinha sido explorada. Ele caminhou por um corredor
escuro, com portas abertas, para o quarto iluminado no final. Seu cheiro era forte
dentro do quarto, assegurando-lhe que era dele.
Ela vislumbrou uma grande cama, duas mesinhas de cabeceira, uma cadeira
em um canto e uma televisão em uma cômoda, antes que a levasse para dentro de um
banheiro. Ele usou o cotovelo para ligar a luz. Havia duas pias em um longo balcão
onde ele a colocou sentada. Brand soltou-a, dando um passo atrás.
― Dê-me sua mão. Seu sangue está me deixando louco!
Ela tinha esquecido o corte do vidro. Olhou para ele, viu a mancha vermelha
em sua palma. Não estava ruim. Brand segurou-a e a chocou um pouco quando a
levou à boca. Sua língua quente limpou a pequena ferida e seus olhos começaram a
mudar um pouco. Cabelo escuro surgiu em seu rosto, numa pitada suave. Ela
levantou a outra mão e roçou os dedos sobre seu queixo e pele macia.
― Você está se contendo para se manter na pele.
Ele soltou a mão dela. ― Sim. Eu estou realmente uma bagunça por dentro
agora. Não se preocupe. Você sabe que eu me mataria antes de te machucar.
― Eu sei disso. ― Ela acreditava nele com todo o seu coração.
― Bom. Eu me destruiria, se realmente a assustasse. Peciso me acalmar um
pouco e me equilibrar, antes de acasalar com você. Eu quero que seja bom para você,
mas estando no calor, eu sou apenas capaz de me controlar.
― Você me falou sobre isso antes. ― Memórias vieram à tona quando ele a
avisou o que iria acontecer no período do calor. Eles brincaram sobre quem seria
mais excitante no cio. ― Nós planejamos para o período de férias de nossos cursos de
verão que nos trancaríamos em nossa cabana para que eu pudesse cuidar de você. Eu
simplesmente não conseguia lembrar exatamente quando isso aconteceu.
Ele rosnou para ela.
― Agora! Meu lobo está ficando louco para te marcar, então eu vou acasalar
com você! ― Sua íris tornou-se preta, exibindo sua parte lobo. O tom de sua voz se
aprofundou. ― Por favor, não diga não! Não me negue novamente porque, para ser
completamente honesto, eu vou fazer isso de qualquer maneira!Você querendo ou
não!
Ele a surpreendeu por querer acasalar mesmo sem seu consentimento.
― Tem sido um longo tempo, desde que estivemos juntos... ― Ela lembrou.
― Você acha que eu não sei disso?
― Nós dois mudamos...
Ele inclinou a cabeça, olhando para ela. ― Os sentimentos ainda vivem em
nós. Você sente o mesmo que eu.
Ela se recusou a negar a verdade. ― Nós dois estamos muito exaltados no
momento... ― Seu grunhido suave indicou que ele não gostou de suas palavras. ― Eu
só quis dizer que, ao nos reencontrarmos, revivemos muitas lembranças.
― Sim. ― Ele concordou. ― Mas você está aqui e eu jurei que não te deixaria
ir, se tivesse você em meus braços novamente. Jurei que me acasalaria com você, se
isso acontecesse.
― Você não quer um pouco mais de tempo, antes de tomar essa decisão que
vai alterar sua vida?
― Não! ― Sua mandíbula rígida, era algo que ela lembrava muito bem.
― Pode ser que não nos demos mais bem, Brand.
Ele se inclinou, estudando seus olhos. ― Vamos nos adaptar às mudanças.
Fomos felizes uma vez, vamos encontrar isso de novo.
Ela desejava que fosse assim tão fácil. ― Espero que isso seja verdade, mas
muita coisa aconteceu ao longo dos anos. Nós somos estranhos agora.
― Você não poderia ter mudado tanto, querida.
― Você não sabe ao certo. Eu não sei nada sobre sua vida, desde que nos
separamos.
― O que você quer saber?
Sua mente ficou em branco. ― Eu não tenho certeza.
― Eu senti sua falta. Sonhei com você quase todas as noites. Sentiu minha
falta? Eu assombrei seus sonhos?
― Sim.
― Você queria estar comigo?
― Todos os dias. ― Ela confessou.
― Disse o suficiente.
Era tão simples para ele. Ela invejava sua certeza. ― Como você pode me
perdoar? Eu sei que, provavelmente, você se sentiu traído. Preocupei com isso.
― Eu tentei... ― Ele deu um passo para trás e soltou um suspiro. ― Mas isso
nunca aconteceu. Eu só queria você de volta. Eu me recuso a te deixar ir uma segunda
vez. Recuso-me a gastar outros nove anos sentindo sua falta e estar furioso poque
você se foi. Vamos acasalar! Isso não é motivo de debate!
Por que você está lutando contra isso? Ele está bem aqui. Ele quer você e é o
que você sempre quis. A vida nunca é tão simples, mas eu quero que ela seja. Ela
tomou uma decisão. Eles poderiam se arrepender mais tarde, mas ela estava disposta
a arriscar.
Charma estendeu a mão para a parte inferior da camiseta de Brand.
― Eu sou sua agora. Possua-me, se você está tão certo disso!
Seus olhos se fecharam e seus caninos alongaram, quando seus lábios se
separaram. Ele a virou, para evitar que ela o olhasse. Ela tremeu com antecipação do
que iria acontecer. Eles fariam amor e ele afundaria os dentes na parte macia do seu
ombro. Ele a morderia, até que tirasse sangue e ela sabia que isto iria fazê-la se sentir
incrível com Brand. Não faria mal a ela nem provocaria gritos de dor pela brutalidade
dele. Ela não iria estar presa sob a alegação de que ela não queria.
Seus olhos se abriram e ele inalou. ― O que há de errado?
Ela afastou as lembranças horríveis de seu primeiro acasalamento.
― Nada.
― Estou assustando você!
― Eu não tenho medo de você! ― Ela hesitou, perguntando-se se deveria
admitir por que ele pegou o cheiro de medo vindo dela.
Ele estudou seus olhos de perto. ― Será que ele te machucou quando acasalou
com você? É isso?
O fato de que ele tinha adivinhado com precisão o motivo de sua hesitação a
surpreendeu e a entristeceu. ― Você não quer saber.
A raiva torceu suas feições. ― Eu quero! Eu preciso saber! Você o ama?
― Não!! - Sua voz se aprofundou com a emoção. _ Eu sempre o odiei.
Ele deu um passo para frente, invadindo seu espaço, e segurou seu rosto com
as mãos grandes. ― Diga-me por que você acoplou com ele, então!
As lágrimas encheram seus olhos e ela teve que desviar o olhar dele. Ela se
concentrou em seus lábios em seu lugar. Queria muito beijá-lo.
― Não foi um casamento por amor! Eu fui forçada a acasalar! Eu não podia
suportá-lo, mas ele era o filho do líder Pride! Ele me escolheu!
― Então por que você concordou com isso? Pela faculdade? ― O agarre de
Brand permaneceu gentil, mas ele rosnou as palavras, sua raiva era clara. ― Eu disse
que ia pagar o dinheiro que seu líder desembolsou pela sua educação!
― Meus pais tiveram um acidente de carro! Foi um acidente de capotamento
e o motor pegou fogo. A perna do meu pai ficou presa nos destroços, mas ele
encontrou forças para proteger sua companheira, quando a roupa de minha mãe
pegou fogo com as chamas saindo de uma das aberturas de ventilação. Ele rasgou a
perna livre e usou as mãos para apagar as chamas e quebrou a janela de trás do carro
para arrastá-la para a segurança ― Ela fez uma pausa, tentando controlar as suas
emoções. ― Você sabe o que acontece quando um Pride masculino é considerado
inútil? A perna do meu pai quase foi destruída e ele não podia mais mudar. Suas
habilidades de cura salvaram sua perna, mas ele não poderia colocar peso sobre ela.
Isso o fez fraco aos olhos do Pride. Minha mãe sofreu ferimentos internos e cicatrizes
de queimaduras ruins. Ela é humana. Ela teve que retirar o útero e não podia ter mais
filhos. Há quatro de nós, as crianças e eu era a mais velha. Três de nós são meninas.
― Seu olhar se levantou para encontrar os olhos dele.
― Sinto muito sobre seus pais.
― O Pride teria imediatamente matado meu pai, se eu não tivesse concordado
com os termos do líder. Se o meu pai morresse, o único caminho para a minha mãe
sobreviver seria se outro macho quisesse acasalar com ela, ou se seus filhos
estivessem acoplados, assim ela seria considerada família. A proteção de um novo
companheiro seria estendida a seus filhos, se eles fossem jovens demais para ter um
companheiro. Sem essa proteção, ela teria sido morta e o líder teria matado meu
irmão também. Ninguém o teria levado a sua casa para criar, porque ele é metade
humano. Eles não podiam arriscar mandá-lo viver com os humanos, caso ele tivesse a
capacidade de mudar. Ele poderia ter nos dado. Minhas irmãs e eu teríamos sido
entregues a outros Pride que pagam por mestiços que não podem mudar. Eles nos
teriam usado como criadores. Eles...
― Eu sei o que esses bastardos fazem. Eles levaram a companheira de meu
primo, na esperança de forçar uma ninhada dela.
Ela assentiu com a cabeça.
― Breeanna tinha apenas nove anos de idade e Megan tinha treze anos. Eu
tinha dezoito anos e a única com idade suficiente para ter um companheiro para
salvar a nossa família. Adam, meu irmão, não tinha nem um ano na época. ― Seu
olhar a prendeu. Ela precisava contar a ele ver a verdade. ― O líder Pride teria
matado meus pais e meu irmão mais novo e vendido as minhas irmãs para o inferno,
se eu tivesse fugido com você. É por isso que eu tive que voltar, Brand. Meu acordo
para acasalar com o filho do líder era tudo o que protegia a minha família.
― Foda-se! ― Ele fechou os olhos e apertou a testa contra a dela. ― Você
poderia ter me dito! Eu teria dado um jeito!
― E feito o quê? Seu bando e outros Pride teriam te matado! Se você não
estiver dentro de terras do Pride, você está dentro do território do bando, ou muito
pior. De qualquer maneira, eles teriam sido mortos e minhas duas irmãs se
transformariam em criadoras. Meu pai está doente e errado, mas apenas o
pensamento de um grupo de homens tocando minhas irmãs quando atingissem a
idade fértil... ― Ela respirou fundo. ― Você consegue ver isso? Eles não esperaram
até que estivessem em idade de acasalamento! Megan teria sido vendida a esses
monstros, e ela não tinha sequer começado o ensino médio ainda. Inferno! Ela nunca
teria ido porque a maioria dos Pride pensariam que educar criadoras é um
desperdício de dinheiro e tempo! Eu também estava com medo de que seu bando se
virasse contra você, se me trouxesse para casa. Somos inimigos naturais!
Seus olhos se abriram para olhá-la. ― Você e eu não somos inimigos!
― Eu sei disso, mas e o seu bando?
― Eles vão te aceitar. Onde está a sua família? Vou trazer todos para cá e
protegê-los de alguma forma para me certificar de que eles estejam seguros. Eu não
vou permitir que ninguém os machuque, Charma! Suas irmãs não vão ser tocadas por
ninguém!
― Eles estão muito bem onde estão agora. Megan acasalou no ano passado
com o filho mais novo de um líder Pride mais forte em nossas terras vizinhas. Foi um
acordo negociado entre os lideres, quando eles se apaixonaram. Percy, meu líder, não
pode prejudicar a minha família, sem causar uma guerra que não pode vencer. Seu
orgulho é maior, sua família muito grande, e eles acabarão com todos os homens do
meu Pride, se decidissem por uma luta. Darbin, o outro líder, aceitou a nossa família
como sua própria, quando Megan acasalou com seu filho. Prejudicar quaisquer
membros de sua família, exceto eu, seria uma grave ofensa.
― Por que não você? ― Sua voz se transformou em um grunhido de novo, sua
raiva era clara.
― Porque eu estou acoplada com o filho de Percy. Eu sou considerada sua
propriedade e não faço mais parte da minha família. Eu não estou protegida por
Darbin.
― Você é minha agora para proteger e ninguém nunca vai te machucar! Por
que você não veio para mim mais cedo, se poderia tê-lo deixado um ano atrás, depois
que sua irmã e sua família estavam a salvo?
― Eu não sabia onde você estava. Achei que você já havia se acasalado ou não
me queria de volta. Eu só te encontrei, porque os Pride estavam declarando guerra ao
seu bando e vi sua foto.
― Nós e nossas malditas regras sobre não falar sobre nossas famílias! ― Ele
rosnou. ― Eu devia ter te dado o meu endereço e feito você memorizá-lo. Deveria ter
ignorado quando você fez essa regra estúpida!
― Era mais seguro para nós dois, se não soubéssemos onde nossas famílias
viviam! Sabíamos que um dia teríamos que nos separar.
― Foi estúpido! Você poderia ter me procurado há um ano!
― Por que você não está acoplado?
― Por que você acha? ― Ele não lhe deu tempo para responder. ― Eu nunca
me esqueci de você! Eu namorei, mas elas não eram você, Charma. Você é a única
mulher que eu amei e é a única que vou amar. As mulheres me acham frio e distante,
porque o meu coração está tomado. Nenhum dos meus relacionamentos durou. Você
me pertence, desde o dia em que tocou no meu braço e olhou para mim, pensando
que eu iria te comer. ― Ele sorriu. ― Eu queria, mas não do jeito que você temia. ―
Ele olhou para seu colo. ― Eu queria te deixar nua e dizer para enroscar essas coxas
bonitas ao redor do meu rosto... ― Ele encontrou seu olhar. ―Eu ainda quero você1
Ele se endireitou e puxou a camiseta sobre a cabeça, após jogou-a no chão.
Charma olhou para sua musculosa parte superior do corpo bronzeado. Ele ainda lhe
tirava o fôlego. Ela estudou as mudanças no corpo que ela havia memorizado, sua
aparente força maciça. Seus ombros haviam se ampliado, seus bíceps eram mais
grossos do que antes e o interior de seu braço direito era marcado por uma nova fina
cicatriz. Seu olhar baixou, para seu abdômen rígido que ondulava como um
tanquinho, mas pequenas cicatrizes adornavam seu estômago. Ela deslizou para fora
do balcão para alcançá-lo, seus dedos traçando algumas delas.
― O que aconteceu aqui?
― Lutas. Cheguei a minha casa de mau humor, depois da faculdade. Passei
alguns anos levantando alguns infernos. Só não surte quando você vir as minhas
costas, ok?
Ela imediatamente caminhou em torno dele e suspirou. Duas cicatrizes
percorriam as omoplatas até sua cintura. Elas eram profundas linhas brancas em sua
pele bronzeada. Ele girou, conhecendo seu olhar horrorizado, e sorriu.
― Parece pior do que é.
― Eu espero que você tenha ganhado.
― Eu ganhei.
― Você está maior. ― Ela olhou para ele. ― Seu cabelo está mais longo. Eu
amo isso.
Seu olhar se deslizou sobre seu corpo.
― Você está tão magra. ― Seus traços eram tensos quando encontrou com
seu olhar. ― Dê-me o endereço de onde você morava. Eu vou pegar sua família e
trazê-la para cá, Charma. Aqui com a gente. Vou levar alguns dos meus primos e
vamos lutar se for preciso. Eu sei que vai ser difícil no começo, mas vamos fazê-lo
funcionar. Eu te amo e vou amar os seus filhotes também.
Ela olhou para ele, confusa.
― Seus gatinhos, querida. Vou cuidar deles, amá-los e nós dois vamos criá-
los. ― A dor nublou seu rosto. ― Eu juro que eu vou aceitá-los como se fossem meus!
― Ele abaixou seu corpo para se ajoelhar diante dela. ― Eu sei que você ouve merda
sobre lobos matando jovens que não são deles, mas eu juro para você que eu morreria
para te proteger você e eles. Essa merda não é verdade! Eles estarão seguros aqui e
serão amados.
Ela se aproximou e o abraçou, puxando seu rosto contra o peito.
― Eu nunca tive filhos, Brand. Mesmo assim, obrigada. ― Lágrimas
escorreram pelo rosto. ― Significa muito pra mim que você os aceitaria e os traria de
volta para mim... se eles existissem.
Ele a abraçou com força. ― Por que então você está tão magra? Eu pensei que
seu corpo mudou devido aos filhotes.
― mas você está aliviado, não é?
Ele hesitou. ― A ideia de você levar a prole de outro homem dói, mas eu teria
amado todos eles porque eram parte de você.
Todas as razões pelas quais ela tinha caído de amor por Brand bateram alto.
Anos se passaram, as coisas mudaram, mas o homem que ela conhecia ainda existia.
Ele tinha um coração enorme e o fato de que se oferecesse para lutar a fim de
recuperar seus filhos, enfrentar o perigo de fazê-lo, apenas a deixou mais segura de
que ali era onde ela pertencia.
― Eu só não era feliz. Não estou doente ou qualquer coisa.
― Ótimo! ― Ele se afastou para olhá-la. ― Eu senti tanto sua falta!
― Você não tem ideia do quanto pensei em você e como essas lembranças de
nós juntos me fizeram passar por todos estes dias.
Ele a soltou e se levantou. ― Vamos tomar banho juntos e ir para a cama. ―
Seu olhar passou por cima dela. ― Não há mais o que esperar, Charma. Vou te fazer
minha e o bastardo com o qual você acasalou será morto quando aparecer aqui para
te levar de volta.
― Ele não vai lutar até a morte por mim. Ele não vai nem mesmo me
procurar, a menos que seu pai ordene. Ele faria um trabalho de merda, porque ele
não vai me querer de volta. Ele vai até ficar aliviado.
― Eu não acredito nisso, nem por um minuto. Qualquer homem faria
qualquer coisa para te encontrar e te trazer para casa.
― Não foi um casamento por amor. Nós... ― Ela hesitou― Eu o odiava.
Tornou-se comum. Eu não podia evitar o acasalamento com ele, mas podia controlar
certas coisas. Furtivamente tomava pílulas para evitar a gravidez ou entrar em calor.
Ele sequer imaginou isso, apenas pensou que eu era estéril, uma companheira
defeituosa. Depois de um ano, ficou realmente com raiva quando eu nunca concebi e
ele ficou amargo. ― Ela viu o rosto de Brand, esperando que ele não a julgasse mal. ―
Parte da razão pela qual ele me escolheu, foi porque achava que eu poderia lhe dar
ninhadas de crianças e torná-lo um líder mais forte quando assumisse o Pride. Eu não
consegui fazer isso e ele se irritou.
Brand não apareceu chocado ou horrorizado com sua admissão.
― Eu não culpo você. Duas pessoas devem ter filhos por amor, não por dever.
Ela relaxou quando a tensão foi drenada. ― Eu nunca quero engano entre
nós. Eu tive que mentir durante anos, mas eu nunca faria isso com você, Brand. Eu te
amo muito. Eu nunca te enganaria desse jeito, mas eu tive que fazer isso com ele.
― Ele odiava você? ― A raiva aprofundou sua voz. ― Por que ele não a
libertou, então? Estou supondo que não havia nenhum vínculo formado? Ele poderia
ter encontrado uma nova companheira, sem sofrer emocionalmente.
― Ele queria, mas o pai recusou-se a permitir. Ele queria se manter nas boas
graças de seu pai, obedecendo às suas ordens, pois ele tem irmãos mais novos que
poderiam ser escolhidos para assumir a liderança Pride, uma vez que Percy deixasse.
Ele estreitou os olhos. ― Eu já não gosto dele. Ele era pelo menos bom para
você?
Ela o olhou com cautela. ― Eu não quero que você fique com raiva o
suficiente para ir atrás dele.
― Filho da puta! ― Ele rosnou. ― Ele te xingava? Eu sei que alguns shifters
rebaixam os mestiços. ― Suas mãos estavam em punhos ao seu lado. ― Alguma vez
ele te machucou?
Ela hesitou. ― Você vai me querer nua naquele chuveiro. Isso significa que
você vai ver isso. ― Ela agarrou sua camisa e cuidadosamente a removeu. Deixou cair
no chão e levantou o braço.
A raiva o dominou, seus olhos escureceram e suas garras dispararam de seus
dedos. Charma se segurava, mas sabia que a ira não era dirigida a ela. Ela ainda
tremia. Ele se moveu lentamente, porém, a mão era gentil enquanto evitava tocá-la
com as pontas afiadas de suas unhas. Ele segurou seu braço e a virou um pouco para
examinar as contusões escuras com marcas de dedos circundando o braço logo acima,
onde ele tocou. Ele rosnou e levantou o olhar.
― Ele fez isso com você? ― Sua voz soou rouca, profunda e dura.
― Sim. Aconteceu ontem à noite. Vivemos em partes separadas da casa e
raramente um vê o outro. Ele me procurou no meu quarto. Eu não queria que ele me
tocasse, então lutei. Consegui escapar do sexo, mas ele ficou muito bravo. ― Ela
virou-se lentamente. ― Esta foi a última.
O uivo a fez saltar, o som ensurdecedor dentro do pequeno banheiro, e cada
instinto pediu a ela para fugir. O cheiro de sua raiva quase sufocava, uma vez que
encheu a sala. Charma ainda se segurava e esperou ele se acalmar. Ela abaixou a
cabeça com tristeza.
― Eu vou matá-lo!! ― Brand jurou.
Ele respirou fundo, quase ofegante, e Charma virou a cabeça o suficiente para
pegar um vislumbre de seu reflexo no espelho. Quatro contusões marcavam onde ela
tinha levado um soco quando lutou para ficar longe de Garrett. Elas realmente
pareciam estar muito melhores do que quando se vestiu naquela manhã, antes que
saísse da casa. Seus genes shifter permitia que se curasse mais rápido que um ser
humano normal.
― Será que ele a forçou? Será que esse filho da puta te estuprou? Ele permitia
que outros homens te tocassem? Eu quero seus nomes, se isso aconteceu. Vou
rastrear cada um deles! Eu vou matar cada um deles! Eu vou...
― Calma! ― Ela ordenou.
Ela olhou para ele. Qualquer outro lobisomem procurando se controlar teria
enviado seus parafusos para longe. Ele perdeu totalmente seu rosto, o nariz
pressionava para frente, alongado, junto com seu maxilar e seus dentes alongaram-
se. Seus olhos tinham mudado muito, se estreitaram. Olhos do lobo a observavam.
O cabelo preto cobriu o rosto mais abaixo e escondeu a maior parte de seu
peito sexy e dos braços. Ela deu um passo para mais perto dele e roçou sua pele macia
com as mãos trêmulas. Ela apertou o rosto contra ele.
― Ninguém mais me tocou, nem mesmo ele. Ele não tem me tocado há anos.
Eu era inteligente o suficiente para evitá-lo. Ele encontrou outras mulheres para
ocupar seu tempo, pois acreditava que eu não era capaz de conceber. Eu estou bem,
Brand. Eu prometo a você que ele não vale à pena. Apenas me abrace, ok?
Seus braços estavam em volta dela e ela estava dentro de seu abraço por um
longo tempo, até que a pele quente voltou e sua respiração desacelerou. Ele beijou o
topo de sua cabeça antes de se afastar um pouco. Ela se perguntou se ele ainda a
queria, sabendo que estava emocionalmente danificada. A ternura se refletiu em seu
olhar quando enfrentou o olhar dele.
― Você nunca precisará temer ninguém de novo e eu nunca iria abusar de
você.
― Eu sei.
― Prefiro morrer. ― Ele sussurrou.
― Eu sei disso também.
― Tudo bem. Mas eu ainda vou matar esse filho da puta, mas isso será num
outro dia!
Ela não protestou. Uma parte dela sempre soube que se Brand descobrisse o
que Garrett tinha feito para ela, mesmo que ele mudasse e acasalasse com outra
mulher, teria feito a seu companheiro uma visita para fazer parar o abuso. Era
exatamente o tipo de pessoa que ele era, maravilhoso. Ele sempre resmungava que
alguém deveria dar empurrões nos violentos que abusavam dos fracos.
― Eu preciso me acalmar um pouco. ― Ele tomou uma respiração profunda.
― Tome banho aqui e eu vou usar o banheiro no corredor. Nós nos encontraremos no
meu quarto daqui a quinze minutos. ― Ele fugiu, antes que ela pudesse protestar e
fechou a porta atrás de si.
Charma o viu desaparecer e a preocupação a atingiu. Será que ele mudaria de
ideia sobre querê-la? Ela não era a mesma mulher que ele já amou. Ela tinha sido
maltratada por um companheiro e, ou pior, talvez ele perdesse todo o respeito por
ela, porque ela permitiu que sua vida se tornasse um pesadelo, apesar de fazê-lo pela
segurança de sua família.
Ela se virou com o coração pesado, olhando para o chuveiro de Brand. Ela
sabia que ele queria que lavasse o máximo de aromas possível a partir de sua antiga
vida. Usar seu shampoo, condicionador e sabonete não iriam livrá-la completamente
da marca de Garrett, mas faria seu cheiro mais familiar a Brand, mais dele.
Brand saiu pelo corredor e conseguiu não bater os punhos contra as paredes.
Ele viu o vermelho da raiva que pulsava através de todo o seu corpo como se fosse
uma coisa viva. Ele fez uma pausa no banheiro de hóspedes, respirou fundo e entrou
para acender a luz. Ele conseguiu não bater a porta atrás de si. Olhou seu reflexo no
espelho e estremeceu com alguns dos cabelos que não tinha sido capaz de controlar
quando voltou para a pele.
Charma tinha sido abusada! Ela estava doente e fraca. Suas roupas tinham
escondido a visão dos ossos da sua costela. Ela parecia a metade do que foi. Ele
fechou os olhos, com cuidado para não furar o lábio inferior com seus dentes quando
mordeu para abafar outro grito de raiva. O desejo de destruir o homem que a obrigou
a acasalar, quase o levou para o modo de caça.
Tinha sido difícil, imagina sua Charma no mundo vivendo sem ele. Ele tinha
imaginado, por muitas vezes, que ela já estivesse acoplada, com as crianças. Ele havia
torturado sua alma. Isto o havia incomodado, pensando que ela poderia estar mais
feliz com outra pessoa, mas ele nunca tinha considerado que ela tivesse sido forçada a
um pesadelo infernal da política shifter. Ela foi negociada por seus pais para o filho
do líder Pride. Ele entendeu seus motivos, mas se enfureceu. Ele preferia morrer a
entregar qualquer criança, mesmo um adulto, a alguém para ser abusada.
Será que seus pais sabiam como ela era tratada? Ele empurrou o pensamento
de volta. Ele nem queria imaginar tal coisa! Será que sabiam e permitiram que isso
acontecesse. Sua raiva continuou a aumentar. Eles tinham que perceber que algo
estava errado! Ela perdeu muito peso. Ele forçou sua respiração a diminuir quando
ele se tornou agitado o suficiente para ofegar.
Ela o amava, mas também amava sua família. Ele entendeu o quão longe
alguém iria para proteger seu sangue. Ele não tinha sido abençoado com os irmãos,
mas seus primos poderiam muito bem ser seus irmãos. Não havia muito que ele não
fizesse por eles. Charma havia sido colocada em uma situação infernal e fez um pacto
com o diabo para manter sua família segura. Deram sua Charma para aquele idiota!
Ele desejava que ela tivesse lhe contasse tudo no passado. Ele teria movido
céu e inferno para trazer toda a sua família para território Harris. Ele, provavelmente,
iria aborrecê-la, rasgando seus pais um pouco sobre a sua vontade de sacrificar seu
futuro por conta própria, mas os irmãos mais novos estavam envolvidos. Ele odiava
admiti-lo, mas podia ver por que eles fizeram isso. Não era algo que ele concordasse,
mas se ela tivesse falado, ele poderia tê-los impedido de fazer a escolha que haviam
feito.
Seu tio teria concordado em aceitar a família de Charma no bando, mas sua
tia teria feito um tumulto. Ele estremeceu, lembrando-se do que ela havia feito para a
companheira de Anton. Tia Eva foi a razão pela qual um bando de shifters felinos
estava prestes a atacar o bando. Ela colocou a companheira de seu próprio filho em
perigo, porque ela estava desesperada para se livrar de uma gata.
Ele e seus primos haviam resgatado Shannon do destino que Eva tentou
traçar para ela. Não havia como dizer isso dissimulando o que sua tia teria tentado
fazer para Charma e sua família, se ele os movesse para o território. Embora já não
importasse. Eva não era um problema, já que ela havia sido banida do bando, mas no
passado ela poderia ter representado uma ameaça mortal.
De qualquer forma, eles não poderiam mudar a história. Charma estava no
seu banheiro, na sua casa. Ele queria reclamá-la, mas não ia ser fácil ou rápido. O
filho de uma cadela que tinha sido forçado a se submeter tinha feito dano a ela. Ela
precisava de tempo para se curar e teria que fazer com que ela o conhecesse de novo,
a fim de se sentir totalmente segura em tomar um novo companheiro. Seu lobo não
concordava, pois estava muito ansioso para reclamá-la. Foi difícil controlar o
impulso, desde que o animal estava muito próximo da superfície a ser empurrado
para trás.
Ele não podia acasalar com ela agora. Esse pensamento fez seu lobo recuar
em protesto. Ela estava muito magra, muito debilitada e provavelmente com muito
medo de ter um macho indo para ela do jeito que ele faria, se ela estivesse nua em sua
cama. Ele poderia acidentalmente feri-la ou assustá-la. E não estava disposto a
arriscar.
― Maldito calor! ― Ele grunhiu.
Ele nunca seria capaz de manter totalmente no controle de seu corpo, se ela
estivesse nua em seus braços. Era homem o suficiente para saber suas limitações e a
amava o suficiente para admitir que representava um perigo real para ela em sua
condição. Os machos no cio não eram conhecidos por sua delicadeza ou a sua
capacidade de conter a luxúria que exalavam durante o sexo. Ela podia tê-lo levado
no passado, mas ele não estava tão certo agora.
Ele sorriu para as memórias de Charma de seu tempo juntos. Ela era um
pouco dura, agressiva como o inferno no calor e ela poderia levá-lo muito bem. Ele
nunca se preocupava em esmagá-la acidentalmente ou machucá-la. Ela possuía
curvas generosas, carne cobria seus ossos. Sua bunda era deliciosaluxuriosa e ele já
tinha tido o prazer de estalar boas palmadas ali quando ele a levava.
Seu pau escolheu aquele momento para pulsar dolorosamente, como se
tivesse um batimento cardíaco. Se não fosse pelo jeans grosso, teria apontado para
fora. Suas bolas começaram a doer e ele gemeu.
― Maldição! ― Sussurrou entre os dentes ainda cerrados. ― Eu vou morrer!
― Acenou para sua reflexão. ― Eu nunca vou sobreviver tendo essa mulher em minha
casa com seu cheiro, desejando-a.
Tirou os sapatos, amassando um armário em sua pressa para conseguir as
coisas fora, e abriu a frente de suas calças. Ele não usava cueca e seu pau saltou livre.
Mal aliviou a dor quando empurrou o material para baixo de suas pernas. Ele quase
arrancou a porta de vidro do chuveiro para entrar na tenda. Virou-se na água fria e
ela explodiu em seu corpo, chocando frio tomando seu fôlego. Ficou ali, suportando,
mas isto não fez nada pela sua metade inferior.
― Foda-se!!
Estendeu a mão para lavar seu corpo, jogou um punhado na palma da mão e
recostou-se contra a parede. Agarrou seu eixo, voltou seus quadris o suficiente para
evitar a água e apertou seus dedos ao redor de seu pênis inchado. Seus olhos
fechados, quando a imagem de Charma encheu sua cabeça. Ele freneticamente moveu
a mão a partir da base do pau para a cabeça, aplicando bastante pressão e ritmo para
se sentir realmente bem. Imaginou que estava dentro dela novamente.
Apoiou as pernas, jogou a cabeça para trás e selou os lábios. Ele nunca
esqueceu como malditamente apertada Charma era molhada e quente. Seus músculos
o apertavam melhor do que seu punho jamais poderia. Então havia os sons que ela
sempre fazia quando ele a fodia forte e rápido.
Sua Charma sempre ronronou para ele, pedindo-lhe, com as pernas bem
embrulhadas em torno de seus quadris. Tinha o hábito de varrer as unhas por sua
coluna, até que pudesse pegar a bunda dele e puxar os quadris ainda mais apertados
contra suas coxas macias. Ele sentiria seu clímax. Ela sempre gritava seu nome, sua
buceta apertando em volta dele enquanto ela tremia com seu lançamento. Ele gemeu
quando veio. Fluxos de sêmen saíram da ponta do seu pênis quando o prazer o
agarrou. Seus quadris empurraram a partir da intensidade e a dor desapareceu.
Ele arquejou, abriu os olhos e olhou para a parede de azulejos em frente a ele
que tinha acabado de decorar. Sua mão abrandou seu pau que mal tinha suavizado, e
virou-se para a água para lavar o sabão. Mergulhou a cabeça, sacudiu-a e estendeu a
mão para lavar seu corpo novamente.
Grande! Isso iria durar mais um pouco, antes de começar de novo. Ele
esfregou seu corpo para lavar o suor seco da luta e estendeu a mão para agarrar a
ducha móvel. Lavou todos os vestígios da masturbação dentro do box. Desligou o
chuveiro e abriu a porta de vidro.
― Eu vou estar aqui a cada meia hora, repetindo isso. ― O nojo brotou por
sua falta de controle. Ele se secou, evitando seu pênis, que ainda estava tenso por
causa do constante estado de excitação que ele sabia não iria deixá-lo, até que o calor
do acasalamento terminasse. Tudo o que podia fazer era rezar para que encontrasse
forças para agarrar o sabão em vez de Charma.
Ele percebeu que não tinha se lembrado de trazer uma muda de roupa.
Envolveu a toalha na cintura e rapidamente saiu do banheiro. Se ele se apressasse, só
levaria um minuto para escapar pelo corredor, entrar em seu quarto e se vestir, antes
que ela terminasse seu banho. A mulher costumava passar uma eternidade no
chuveiro. Ele esperava que não houvesse mudado.
O quarto estava vazio, quando ele entrou, mas não ouviu água correndo no
outro quarto. Correu para sua cômoda, abriu a gaveta inferior e escolheu um par de
calças de moletom. A porta do banheiro se abriu atrás dele e ele se empurrou de pé,
girando.
Charma havia lavado o cabelo. A pele rosa brilhou por causa da água quente e
ela estava enrolada em sua toalha azul favorita. O topo de seus ombros e coxas
estavam à mostra. Ele sabia que nenhuma roupa havia sob a toalha e seu pênis
endureceu em resposta.
Ele a queria tão duramente, que era difícil se controlar. Lutou com suas
escolhas: estocá-la ou fugir do quarto. Ela era muito tentadora, muito sexy. Imagens
de todas as coisas que ele queria fazer com ela encheram sua mente e o impediram de
voltar para o banheiro no corredor.
Ela sorriu e seu olhar baixou para sua toalha. Ele não podia se mover, suas
pernas aparentemente enraizadas no tapete. Mais sangue fluiu para a parte dele que
ela encarava.
Sim, ela está olhando para ele. Ela não poderia deixar de ver quando seu
pênis está apontando diretamente para ela e levantando a maldita toalha. Ele
estendeu a mão, empurrou seu pênis contra sua coxa e manteve a mão sobre ele.
Ouch!! Ele sabia que não conseguiria dobrar, mas não queria assustá-la também.
― Você está definitivamente maior!
― Oh, inferno! Finja que você não percebe!
Seu olhar se levantou quando ela se aproximou dele e de sua cama.
― Por que eu faria isso? Solte a toalha. Deixe-me ver o quanto você cresceu.
O pânico prendeu Brand. ― Não se aproxime de mim! ― Ela congelou e ele
queria chutar sua bunda quando viu a incerteza em suas feições. ― Sinto muito! ―
Ele deixou saiu. ― Você só precisa ficar para trás.
― Por quê? ― A dor brilhou em seus belos olhos. ― Você não me quer,
Brand? Você mudou de ideia sobre mim e o acasalamento?
― Não! Quer dizer, eu quero você! Você não tem ideia do quanto eu te
quero!!... E de te reclamar como minha companheira! ― Ele rosnou. ― Você não tem
ideia do quanto eu quero isso!
― Por que não posso me aproximar de você?
Honestidade era a melhor coisa. ― Eu tenho medo de te machucar! Meu
controle é instável e acho que devemos esperar, até que eu esteja fora de calor para
fazer isso! Isso vai te dar algum tempo para ganhar algum peso e se curar dos
machucados. Isto também garante que eu vou ser o mais suave possível, quando nós
selarmos o vínculo, sem causar quaisquer ferimentos.
Ela olhou para ele, aparentemente atordoada.
― Eu sou perigoso! ― Ele sussurrou ― Para você! Agora! Eu não quero ser,
mas eu seria muito áspero! Eu te quero muito! Meu pau está no comando e sim, eu
quero você! Eu nunca me perdoaria se te causasse dor, mas eu sei que vou!
― Eu não acredito nisso! ― Ela olhou para baixo de seu corpo ― Você está
maior e mais forte, mas isso não me assusta!
― Charma? ― Ele esperou até que ela encontrou seu olhar. ― Confie em
mim! Você nunca me viu no cio!
― Não pode ser pior do que o meu calor, quando eu estava com você!
― É...! ― Ele engoliu em seco, seu pênis pulsando contra a palma da mão com
a toalha molhada. ― Eu sou mais agressivo do que você alguma vez esteve no seu
pior. Eu preciso ir ao banheiro agora e você precisa ficar aqui! Vou lidar com minhas
próprias necessidades! Eu pensei que teria mais tempo, mas isso foi antes de ver você
em tão pouco tempo, quase nua, tão sexy. Eu tenho que lidar com isso! Merda!― Ele
fugiu, entrou no banheiro que ela havia acabado de desocupar, batendo a porta entre
eles.
Ele trancou a porta, pois sabia que Charma iria segui-lo. Ela sempre odiava
quando ele se afastava depois de um desentendimento. Ele se lembrou da última vez
que ele tinha feito isso e ele girou, sua mão se preparando para bater na madeira
sólida. E se ela saísse de novo? Se ela fugir?
Ele quase abriu a porta, mas o medo o impediu de fazer isso. Ele girou, abriu
a porta do chuveiro e ligou a água. Ele seria rápido. Ela não iria embora. Ele prefiria
que ela o achasse um idiota do que estragar tudo por magoá-la.
Charma não pôde deixar de sentir dor. Ela se virou e ouviu a água cair. Ele ia
lidar com suas próprias necessidades? Ela olhou para a porta, quando a raiva bateu.
Ela tentou torcer a maçaneta da porta, mas estava fechada, impedindo-a de
segui-lo. ― Maldição! ― Sua outra palma bateu na barreira de madeira. ― Brand! ―
Ela gritou seu nome ― Abra a porta!
― Vá comer alguma coisa! ― Ele gritou. ― Vou sair em breve!
― Droga, Brand! Deixe-me entrar! Eu não sou frágil!
Ele não respondeu. Ela virou a cabeça e pressionou sua orelha contra a
madeira, escutando. Sua audição aguçada pegou ruídos fracos sobre a água. Ela
mordeu o lábio quando ouviu sua respiração e o aumento de um leve som de tapa,
adivinhando o que ele estava fazendo ali para “lidar com as suas próprias
necessidades”. Era mais como empunhar seu próprio pênis. Ela não se afastou, até
que ela o ouviu gozar.
Seu corpo respondeu ao seu gemido gutural que ela lembrava muito bem.
Brand não tinha ideia de como ele estava errado, se achava que ela aceitaria que ele a
mantivesse à distância. Tinha passado um tempo desde que ela tinha sofrido os
efeitos do calor, mas não era algo que qualquer um esquecesse. Ele precisava dela e
ela o queria. Foi incrivelmente doce que ele estivesse tão preocupado com a sua
segurança, mas também foi frustrante.
Ela sabia que não enfrentaria nenhum perigo com ele, independentemente do
enorme tesão ou quão agressivo ele ficava durante o pior do calor. Embora ele tivesse
se recusado a ouvi-la. Um plano estava se formando e isso a fez sorrir. Ela, na
verdade, faria o impossível para que ele não resistisse ao chamado da natureza.
Com um puxão rápido, a toalha caiu aos seus pés. Ela se virou e foi para a
cama. Eu só preciso tirá-lo do sério! Ela olhou para a porta, ouviu a água sendo
desligada e subiu no colchão, antes que ele saísse. Metade do problema resolvido. Ela
estava ali. Agora, era só pedir que ele se juntasse a ela.
Charma centrou seu corpo na cama e se estendeu de costas. Ela moveu seu
cabelo para fora do caminho empurrando-o em uma pilha úmida acima de sua
cabeça. Os pés dela estavam pressionados contra a cama no ângulo de seus quadris
apenas o suficiente para garantir o que ele veria quando abrisse a porta. Ela abriu os
joelhos amplamente.
Seu olhar permaneceu na porta do banheiro, enquanto ela inseria um dedo
em sua boca, molhando a ponta e deixando a palma da mão para baixo, arrastando-o
por seu corpo. Ela deslizou entre os seios, sobre o estômago, para sua buceta. Ela
precisava estar excitada. Ele sempre ficava louco quando pegava seu perfume de
exitação.
Um sorriso malicioso curvou seus lábios, pegando velhas lembranças para
ajudá-la a entrar no clima.
Ela pressionou a ponta dos dedos contra seu clitóris e esfregou pequenos
círculos. Só de pensar em Brand, fez seus mamilos duros. Ela prendeu a respiração
para suprimir o som de prazer quando a pressão lenta do dedo inflamou seu corpo,
tornando-se quente e formigando.
Memórias da primeira vez em que ela havia ido para a cama com Brand
derivou através de seus pensamentos. Tinham namorado por mais de um mês, antes
que ela tivesse certeza de que era o momento certo. Ela havia se apaixonado por ele e
percebido que ele sentia o mesmo, pois ele nunca a pressionou por sexo. Ela estava
aterrorizada que seus instintos de gato reagisssem a ele por ser um lobisomem...
~~~~~

― Vamos acampar.
Ele ficou de boca aberta para ela. ― O quê?
― Você sabe, o bosque por onde você corre quando muda? Por que não levar
uma barraca e dormir lá fora, esta noite?
Ele franziu o cenho. ― Não me diga que você ficou muito mole, dormindo em
camas aqui na faculdade?!
A expressão insultada em seu rosto tinha sido divertida. ― Claro que não! Eu
amo a natureza!
Os músculos de seu ventre cerraram quando uma imagem de Brand
rasgando-a para fora de suas roupas brilhou. Ela apostou que ele faria isso.
― Então vamos fazer isso esta noite! Nós não iremos à aula amanhã. Estamos
no meio da semana e ninguém deve ir até lá.
Brand apoiou as mãos nos quadris e a estudou um pouco perto demais. ― É
uma má ideia.
― Por quê? Você acha que vai estar muito frio?
Ele suspirou e deixou as mãos cairem para os lados. ― Eu não confio em
mim, passando toda a noite com você.
Ela sorriu. ― Bom. Você traz a barraca e os cobertores. Vou levar a comida.
Nós provavelmente vamos precisar de uma lanterna também. Minha visão noturna
não é tão boa quanto a sua e eu quero ver tudo naquela tenda.
Ele se moveu rápido, agarrando seus quadris. ― O que significa isso?
Ela respirou fundo para tomar coragem. ― Eu nunca fiz isso antes, mas aqui
vai. Eu quero você! Eu sei que você me quer! Eu acho que é mais seguro para nós
dois, se não formos para a sua casa ou para a minha, onde poderíamos ser ouvidos.
Você começa a rosnar quando nos beijamos e eu começo a ronronar. Vão pensar que
estamos com fetiches estranhos se fizermos sexo com esses sons altos.
A pele de Brand empalideceu. ― Você é virgem?
― Não. Eu disse que tive um namorado por um tempo curto. Eu quis dizer
que eu nunca tive que ser a única a fazer o primeiro movimento. Eu estou falando
sobre sexo. E eu quero fazer sexo com você.
― Graças a Deus!
― Você está feliz que eu esteja sugerindo que, finalmente, vamos para a cama
juntos, ou que eu não sou virgem?
― Ambos. ― Brand sorriu. ― Eu tenho me reprimido porque sei que a
assusto um pouco, mas a ideia de ser o seu primeiro me apavorava.
― Por quê?
― É sempre doloroso para as mulheres e eu não quero nunca te machucar,
querida.
Ela sabia que, naquele momento, tinha feito a escolha certa.
― Acampamento esta noite, então.
― Sim.
― E traga uma lanterna! ― Ela passou seu olhar sobre o peito dele. ― Eu não
quero perder nada. Tentei imaginar você nu, mas eu tenho um sentimento que a coisa
real vai ser melhor.
― Eu acho que essa é a minha linha.
Eles reuniram tudo o que precisavam para sua fuga e partiram para um
encontro romântico na floresta.
Brand levou as coisas de lazer suficientes para deixá-la louca. Ele a deixou
nua e explorou cada centímetro dela. Ele a virou, a forma como rosnou enquanto
dava beijos sobre seu estômago e separava suas coxas para ter acesso a sua buceta.
―Eu pretendo te comer viva!
Ela não riu, estava muito ligada, para fazer mais do que ofegar.
― Eu mal posso esperar por você! ― Admitiu.
Brand tinha uma boca incrível e as coisas que ele podia fazer, fez com que
ficasse grata que eles estivessem a milhas de distância da civilização. Ela gritou alto
quando ele a fez gozar duas vezes, antes de aliviar seu corpo penetrando-a. A
sensação dele enchendo-a era algo que ela nunca esqueceria. Brand tomou seu tempo
para ajudá-la a se ajustar ao seu tamanho. Ele usou estocadas rasas e lentas para seu
pênis grosso caber confortavelmente dentro de seu corpo. Ele olhou nos olhos dela
enquanto fazia todo o caminho dentro e lhe disse como era bonita para ele.
― Mexa-se! ― Ela implorou.
― Eu não quero nunca esquecer este momento! ― Ele sussurrou.
― Não vai! ― Jurou, envolvendo mais suas pernas em torno de sua cintura e
balançando. ― Beije-me!
― Eu faria qualquer coisa por você!
Beijou-a, em seguida, até que ela estava selvagem debaixo dele, contraindo
seus quadris e arranhando suas costas. Era quase uma tortura tê-lo dentro dela, mas
não em movimento. Ela queria que ele empurrasse, da pior maneira.
― Por favor! ― Ela pediu asperamente.
Ele mudou de posição sobre ela, usando os braços para aliviar seu peso e se
mover ao mesmo tempo.
― Você é tão apertada! Estou te machucando?
― Só se você não se mover!
― Não há como voltar atrás, Charma! Você é minha agor!
Em um frenesi repentino, ele a levou. Só ela e Brand existiam. Beijos
apaixonados e seu corpo lhe ensinou o significado de ser amado, até que ela gozou
pela terceira vez. Ela nem se importou quando ele interrompeu o beijo para agarrar
seu pescoço com os dentes. O medo não a agarrou. Suas presas afiadas arranhavam
sua pele macia. Ele não a mordeu, mas abafou um gemido alto quando gozou,
segundos depois.
Ele fez amor com ela a noite toda e, ao amanhecer, ele a puxou para perto. Ela
sabia que pertencia a ele para sempre...

~~~~~

Charma afastou as lembranças quando as lágrimas encheram seus olhos. Ela


parou de se tocar e um pouco de sua paixão tinha esfriado. Ela era jovem naquela
época e tola. Esperava que Garrett fosse mudar de ideia sobre forçá-la a ser sua
companheira. Longe da vista, longe do coração, foi o lema ao qual ela se agarrou para
dar certo. Caso contrário, ela tinha tudo a perder: Brand.
―Vamos lá! ― Sussurrou, piscando rapidamente e tomando algumas
respirações profundas. Ele está ali ao lado. Você não pode perdê-lo para sempre.
Apenas por nove anos. Ela focou no futuro e brincava com seu clitóris. Brand ia sair
do banheiro e ela queria estar pronta para que ele a levasse. Ela estava com ele
novamente. Nada ficaria no seu caminho agora.
Brand estava bem consciente de que tinha que deixar o banheiro em algum
momento. Sem dúvida, Charma sabia que tinha batido uma punheta. Ele deveria ter
saído do quarto e ido para o fundo do corredor, mas o tesão o tomou, e por pouco não
se atirou em cima dela. Inferno! Ele quase o fez! Ele ainda precisava das calças.
Enrolou uma toalha ao redor da cintura, certo de que poderia passar alguns minutos
com ela para acalmar as coisas, antes que fizesse papel de bobo de novo por ter se
masturbado.
Ele abriu a porta do banheiro. O cheiro atingiu-o como uma marreta e seu
olhar caiu em Charma. Ele caiu de joelhos, antes mesmo de perceber que suas pernas
fraquejaram. Ela estava nua em sua cama, as coxas abertas, o dedo no clitóris,
provocando-o. Ela encontrou seu olhar, sem parar o afago lento que a despertava,
enchendo a sala com seu doce perfume.
Sua outra mão se levantou e ela enganchou um dedo para ele.
― Venha aqui, baby.
Ela vai me matar! Não há necessidade de acasalamento de calor para fazê-
lo. Seu olhar focou em sua buceta rosada, mostrando o suficiente para ele ver a prova
brilhante de que ela o desejava. Ele rosnou. O som explodiu quando suas presas
perfuraram suas gengivas. Ela não vacilou nem mostrou medo. Em vez disso, ela
sorriu quando ele voltou a atenção para o seu rosto.
― Venha me pegar, Brand! Eu sou toda sua!
Sua voz saiu rouca, como uma isca para ele, dizendo-lhe que ela estava perto
de vir. Ele caiu para frente sobre suas mãos e se arrastou em direção a ela. Temendo
por sua segurança, ele tentou parar, mas nada iria manter seu lobo longe dela. Ele
estava no controle.
― É isso. ― Ela inclinou a braço sob a cabeça e o observou enquanto fincava
de os calcanhares contra o colchão, erguendo os quadris para ele. Ele quase
enlouqueceu quando ela inclinou a buceta para presenteá-lo com uma visão
verdadeiramente espectacular. ― Vê algo que você quer? É seu.
― Charma! ― Ele rosnou. Sua mão achatou na cama quando ele disse isso. ―
Eu sou perigoso!
― Adoro quando seus olhos ficam pretos e você fala todo rude e rosnando. Eu
te quero assim! Você pode ver? Quer provar? ― Ela moveu os calcanhares
novamente, abrindo as pernas ainda mais e puxou seu dedo do clitóris. ― Você me
quer? Pegue-me, Brand!
Ele rosnou novamente, lutando arduamente para conter seu lobo, que queria
dar um bote nela. Suas garras cavaram o colchão quando se alongaram, sua besta
interior saiu vencedora. Seu pênis endureceu ainda mais e ele arquejou quando o
suor eclodiu em todo em seu corpo. Ela não tinha ideia do que fez com ele.
― Quer minhas coxas em torno da sua cabeça? Ou você quer que eu role para
que você possa me montar por trás? ― Seu corpo ficou tenso e ele temia que ela
fizesse isso.
Ele se moveu rapidamente para manter as coxas e a segurou para baixo, tendo
cuidado com suas garras. Seu olhar baixou para seu clitóris inchado e rosado, a mais
bonita buceta que ele já havia conhecido. A batalha estava perdida! Ele salivava
enquanto sentia seu odor, rosnou, e sua língua saiu. Um golpe sobre sua buceta e seu
sabor viciante quebrou qualquer resistência que restava.
Charma sabia que deveria ter medo, desde que estava tentando uma fera, mas
não era medo que sentiu quando a língua de Brand dirigiu dentro de sua vagina. O
prazer foi instantâneo.
Ele rosnou novamente, um som vicioso, assustador, mas ela não se
importava. Ele se aninhou com força, até que seu nariz roçou seu clitóris inchado. Ela
quase gozou, apenas dele tocá-la e ter a sua língua dentro dela. Era grossa, esticando
suas paredes vaginais tensas. Ele parecia querer chegar tão profundo como poderia
alcançar.
Suas pernas foram ajustadas, seus pés se encontraram nas laterais das costas,
levantando suas pernas para cima o suficiente para lhe dar o máximo de acesso a sua
buceta como ele queria. Suas mãos estavam sobre as coxas dela, segurando-a aberta e
poderiam causar contusões, mas ela se curaria. Não doía. Outro rosnado rasgou dele,
seu peito retumbou sob seus pés e ele apertou com mais força, balançando a cabeça
um pouco. Ela gemeu. Sua língua se retirou um pouco, antes de empurrar mais
profundo e acrescentou um baixo para cima e para baixo, acenando com o
movimento.
Ela estendeu as mãos para ele e seus dedos deslizavam em seu cabelo,
segurando-o com força para ela. Seu nariz esfregou seu clitóris quando ele começou a
fodê-la com a língua. O prazer a fez ofegar, ronronar e doer. Seus mamilos latejavam,
sua barriga tremeu e ela gritou seu nome. O clímax a atravessou. Brand rosnou
novamente, crescendo mais selvagem quando ele conseguiu o primeiro gosto de sua
libertação.
Ele nunca tinha sido tão agressivo no passado, mas ela não se importava, e
não tinha queixas quando ele rasgou o rosto, forçando-a a soltar seu cabelo. Ela
sustentou o olhar negro, quando ele olhou para ela.
― Droga, Charma! ― Ele não parecia humano. ― Perdoe-me!
― Está tudo bem, querido.
Ele se levantou, agarrou-a e a rolou, antes que ela soubesse o que ele tinha em
mente. Uma mão cavou debaixo de sua barriga e a levantou, até que ela acabou de
joelhos. As mãos dela dispararam para equilibrar seu corpo quando mais de 1oo kg
fora-de-controle masculino curvou-se sobre ela por trás.
Ele congelou, mas ela não o fez. Seu pau quente e grosso estava pressionado
contra sua coxa. Ela mexeu o rabo contra ele.
― Foda-me! ― Ela gemeu. ― Faça-me sua!
Seu braço enganchou mais firmemente em torno de sua cintura e ele ajustou
as pernas para o lado de fora dela para alinhar seus quadris. Para ajudá-lo, Charma
arqueou as costas, empurrou mais a bunda e abriu mais as pernas. Ele nem sequer
precisou usar suas mãos para guiar seu pênis para ela. Ele parecia saber onde queria
estar quando a coroa espessa pressionou contra a entrada de sua buceta e ele a levou
para casa.
Ela gritou quando ele a estendeu. Não tinha havido tempo para se adaptar,
mas era uma dor gostosa. O êxtase foi um tiro direto para seu cérebro, antes que ele
quase se retirasse de seu corpo. Seus músculos apertaram o cerco, tentando impedi-lo
de deixá-la, mas ela não precisava se preocupar com isso.
O braço de Brand estava apertado sua cintura para se certificar de que ela não
pudesse fugir. Não que ela quisesse. A outra mão dele bateu na cama ao lado dela.
Suas garras rasgaram a colcha e o colchão enquanto apoiava seu peso. Seus quadris
bateram contra a bunda dela, enterrando seu pênis mais fundo dentro dela.
― Simmmm!!! ― Ela gemeu.
Ele resmungou, com o rosto enterrado na curva de seu ombro, enquanto se
enrolava mais ao redor dela e batia seu pênis em sua vagina, em rápidas e longas
estocadas que lhe davam prazer final. Seu eixo parecia inchar enquanto ele a fodia
freneticamente, a fricção doce e intensa ao mesmo tempo. Seus olhos se fecharam.
Ela não podia pensar, só podia sentir, e outro clímax foi construído, até que ela gritou
seu nome.
Ele diminuiu seus movimentos um pouco e retirou o braço ao redor da
cintura dela. Ela teve que se preparar para não desmoronar sobre seu estômago, mas
ouviu sua ingestão rápida de ar e virou a cabeça. Ele tinha mordido em seu pulso e foi
de repente em sua frente. Ela sabia o que ele esperava dela e ela estava feliz por fazê-
lo. Demandou esforço para manter o equilíbrio, enquanto agarrava seu braço e o
levava à sua boca.
O desejo de provar seu sangue não era um traço shifter que herdara, mas
ajudaria a selar seu vínculo. Era uma forma de aceitação. Ele enfiava seu pau nela
mais rápido, enquanto ela chupava seu pulso. Parecia excitá-lo mais. Brand uivou
quando começou a gozar com tanta força, que ela podia sentir seu sêmen marcando-a
dentro de seu corpo. Seus quadris empurraram enquanto dirigia profundamente e
ficou lá, moendo contra a sua bunda em empurrões nítidos, enquanto cada explosão
quente de sua libertação a enchia. Ele rosnou quando baixou a cabeça. Ela inclinou a
dela para o lado para descobrir seu ombro, a fim de lhe dar o que sabia que ele queria.
Suas presas rasparam a parte macia do seu ombro. Sua língua saiu para
molhar a área, antes que ele mordesse. Dentes afiados perfuraram sua pele e o prazer
e a dor se misturaram quando ela gozou de novo, seus músculos vaginais apertaram
em torno de seu pênis. Ele mordeu, até sua mandíbula travar, enquanto a marcava
com sua mordida e saliva. Ela largou seu pulso e ele a abraçou pela cintura
novamente.
O tempo turvou e ela estava grata por ele segurá-la tão firmemente, com
certeza, ela iria entrar em colapso sob ele, se não fosse por seu braço de apoio a ela.
Ele ajeitou o corpo um pouco, puxou-se lentamente, mas se recusou a abrir a
mandíbula, que ainda estava presa no ombro dela. Ele se sentou sobre as pernas,
mantendo seus corpos conectados com seu pau enterrado dentro de sua vagina,
enquanto a levantava para o seu colo e se sentou em linha reta. Ele a abraçou contra
seu peito. Ela se inclinou para trás, pressionada firmemente contra a parede sólida de
seu corpo e as mãos levantaram e curvaram em torno do topo de seus ombros para
ajudá-lo a mantê-la no lugar.
A sensação de seus dentes embutidos em sua carne começou a doer quando a
neblina sexual desapareceu, mas ela não reclamou. Ela sabia o porquê dele fazer isso.
Ele queria marcá-la bem, fazê-la tomar tanto dele quanto possível, enquanto a saliva
fosse introduzida na sua corrente sanguínea, para ter certeza de que seu
acasalamento havia sido concluído. Ela esfregou os ombros, acariciou-o, para
transmitir, silenciosamente, que ela estava bem. Ela não podia falar, ainda muito fora
do ar por causa do que eles tinham feito para formar palavras.
Ele finalmente retirou suas presas e lambeu o sangue que brotou de suas
marcas de mordida. Sua língua quente acalmou a dor. Ele acariciou sua cabeça.
― Eu te amo, Charma. ― Ele raspou contra sua pele. ― Você é minha,
querida. Para sempre.
― Para sempre. ― Ela concordou.
Brand respirou fundo. Ela sabia que ele respirava o cheiro dela e ela cheirava
a ele agora, era totalmente sua. Não haveria vestígios remanescentes do sexo
masculino que tinha uma vez existido.
― Eu não quis te machucar.
Ela sorriu. ― Isso foi incrível!
Ele a abraçou mais perto e ela sentiu seu pênis endurecer dentro dela, crescer
mais grosso, e ela balançou a bunda em seu colo. Ele gemeu e seus braços a
ajustaram, até que segurou os seios em suas duas grandes palmas. Ele deslizou seus
mamilos tensos entre os dedos e polegares, deu-lhes uma apertada, e ela gemeu.
― Diga-me não. ― Ele gemeu, sua cabeça girando, enquanto seus lábios
escovavam beijos sobre a pele sensível de seu pescoço. ― Caso contrário, eu vou
transar com você por horas. Anos. Décadas. Deus, eu senti sua falta!
Ela descolou seu pau e ele rosnou em protesto, mas a soltou. Ela se virou de
joelhos para olhar para ele e viu o olhar faminto que ele lhe deu. Ela sentiu a falta
dele também. Ele parecia tão incrivelmente sexy e assim. Ela não hesitou em subir em
seu colo de frente para ele e usou seus ombros largos para se preparar com uma das
mãos enquanto a outra abaixou para agarrar seu pênis.
Ele gemeu e fechou os olhos.
― Você está maior. ― Ela se inclinou para lamber a pele ao lado de seu
mamilo. Seus dentes o beliscaram. Seu pênis se sacudiu em resposta e pareceu
endurecer ainda mais em sua mão. ― Mais sexy. Tão quente, baby.
Ela alinhou a coroa de seu eixo sob ela e se afundou. Ela ronronou quando
seu pênis a encheu, ajustando suas pernas para envolver em torno de seus quadris e
seguro seus ombros com as duas mãos. Ela usou seu poder sobre ele para levantar e
cair para baixo em seu pênis. Brand rosnou em resposta e suas mãos estavam em
concha em sua bunda. Ele apertou ambas as bochechas e a puxou contra seus
quadris.
Sua cabeça abaixou, olhos negros se abriram, e ele pôs-se de joelhos. Brand
moveu-a, mantendo-a em volta dele, até que a cabeceira acolchoada bateu em suas
costas.
― Monte-me! Deus, eu adoro quando você faz assim!
Ela sorriu quando ele agarrou sua bunda e se agarrou ao topo da cabeceira
para preparar seu corpo. Seus braços em volta de seu pescoço descansaram por cima
de seus ombros, e ela usou suas coxas, travando em torno de seus quadris, e deslizar
lentamente contra seu peito, sua bunda subindo e descendo, montando seu pênis. Ela
ronronou mais alto ao beijar seu pescoço, mandíbula, e, finalmente, sua boca.
Ela evitou suas presas quando as suas línguas se encontraram. Ele rosnou
quando seus joelhos se mexeram um pouco abaixo deles, onde ocupou o seu peso e
seus quadris empurraram para cima, dirigindo seu pênis ainda mais profundo. Ela
interrompeu o beijo para evitar mordê-lo. Ela o beijou na garganta, depois seus
dentes se fecharam no local onde ele mais gostava de ser cortado. Isso ela também
não esqueceu!
O cabelo estourou sobre a pele dele e ela sabia que ele estava perdendo o
controle. Ela não se importava. Ele nunca mudaria totalmente estando dentro dela.
Ela nunca se importou quando ele perdia um pouco de sua pele, apreciando ser capaz
de transformá-lo, e ela meio que esperava quando ele batesse com as costas contra a
cabeceira acolchoada. Suas mãos liberaram o início da mesma para pegar a bunda
dela em seu lugar. Ele descontroladamente a fodeu de forma áspera e
profundamente.
A cabeceira batia contra a parede, sua respiração voltou dura e ela o mordeu
mais forte, tirando um pouco de sangue, mesmo com os dentes lisos, ajudando a selar
o vínculo. Ela desejou que ela estivesse no cio. Algumas presas e garras realmente o
mandariam sobre a borda. O clímax a atravessou e Brand rosnou alto quando ele
gozou também. Seus músculos se contraíram fortemente em torno de seu pênis.
Eles pararam ofegantes e, então, Charma lambeu a ferida que tinha infligido,
marcando-o como seu. Desta vez, ela não sentiria culpa, se não cicatrizasse. Ele era
seu companheiro e nunca teria que explicar a outra mulher quem tinha colocado
cicatrizes nele.
― Meu! ― Ela sussurrou contra sua pele.
― Foda-se, sim! ― Brand falou asperamente. ― Eu sou todo seu!
A porta do quarto foi aberta com um estrondo e Brand rosnou. Sua cabeça
virou para enfrentar o intruso. Seu corpo inteiro ficou tenso, preparando-se para
atacar para proteger sua companheira. Ele olhou para seu primo que estava na porta
aberta. Braden usava jeans, nada mais, e estava fora do ar.
― O que você quer? ― Brand fez questão de esconder o corpo de Charma com
o seu próprio.
Os olhos de Braden se arregalaram quando ficou de boca aberta para eles. Seu
olhar correu para Charma e ele engoliu em seco.
― Eu pensei que você estava sendo atacado! Ouvi os móveis quebrando e você
gritou.
Charma pigarreou. ― Acho que este é seu primo, não? Não se mova, a menos
que você peça para ele se virar e me dê algo para vestir, por favor.
Brand murmurou uma maldição. ― Vire-se, caramba! Pare de ficar de boca
aberta para minha companheira!
O cara realmente corou e girou nos calcanhares. ― Eu sinto muito! Pensei
que alguém o tinha atacado e eu estava vindo para salvá-lo! Merda!
Brand lamentou a retirada do corpo de Charma e ter que soltá-la. Ele agarrou
um travesseiro, ergueu-o, e ela o apertou contra seu corpo. Ele saiu da cama, atirou
outro olhar para as costas de seu primo e pegou as toalhas do chão onde tinha
deixado cair mais cedo.
Ele abriu as gavetas, tirou uma camiseta e a jogou na cama. Um par de shorts
com cordão seguiu-a. Ele caminhou para o seu primo, bateu com a mão sobre a curva
de seu ombro e o empurrou para frente para o corredor. Ele teria fechado a porta,
mas foi quebrada pela entrada de Braden. Ele se estabeleceu para puxá-lo perto do
quadro para dar a Charma alguma privacidade.
― O que eu disse sobre não vir aqui?
Braden suspirou, virou a cabeça e encontrou seu olhar.
― Sinto muito, cara! Eu realmente pensei que você estava em apuros. Parecia
que todo o inferno estava se soltando!
Brand soltou. ― Agradeço a preocupação, mas como você pode ver, o único
em perigo aqui é você.
― Eu? ― A confusão nublou o rosto de Braden, antes que ele cambaleasse
para trás alguns passos. ― Ei, isso não é engraçado! Eu pensei que eu estava vindo
para um resgate!
― Digo-lhe: não faça isso novamente, a menos que eu grite seu nome!
― Seu pescoço está sangrando!
Brand sorriu. ― Eu sei.
― Anormal! ― Braden recuou mais. ― Você deixou ela te morder? Sério? ―
Ele olhou para as marcas. ― Ela tem dentes lisos? Eu pensei que ela era meio shifter.
― Ela é minha companheira. ― Ele tocou os pontos sensíveis. ― Espere até
que ela esteja no cio! ― Seu sorriso se espalhou. ― É a única vez cresce presas nela.
― Ela não muda totalmente?
― Não.
― Eu acho que isso é bom. Quer dizer, seria muito estranho, se você tentasse
transar sem a pele. Eu nem acho que isso seria possível. Seria...
― Cale a boca!
― Sinto muito. ― Braden fungou. ― Sortudo! ― Ele sussurrou. ― Eu preciso
ir para o funcionamento. E preciso de uma mulher.
― Não, você não vai!
― Minha mão está cansada e você só me deu três vídeos pornôs. Eu já os
assisti uma dúzia de vezes.
― Faça exercícios! Lembra o que eu disse? Vai ajudar você a manter seu tônus
muscular equilibrando em ambos os braços.
― Isso não é engraçado, porra! Por que eu não posso? Estou...
― Não vai sair! ― Brand ordenou. ― Rave especificamente me disse para
mantê-lo aqui e Charma disse que os Pride chamaram uma união.
― Que diabos é isso? Parece bizarro!
― É onde os orgulhos se reúnem para partilhar os seus recursos e que
planejam nos atacar amanhã à noite.
― Não me diga?! Por que eles fariam isso? É estúpido!
― Eles estão com raiva porque recuperamos Shannon e matamos alguns de
seus homens no processo.
― Eles não deveriam tê-la levado!
― Eu concordo.
― Eles iam fazer alguma coisa seriamente fodida com ela! Isso não é legal! Só
um idiota iria forçar uma mulher!
― Os Pride estão com raiva que os matamos. Eles não sabem o que é o calor
do acasalamento e, provavelmente, e é o pior momento para tentar esta façanha.
Charma veio para nos avisar. Ela acha que eles vão vir para a cidade amanhã, mas
você não vai a lugar nenhum sem mim. É por isso que você tem que ficar dentro de
casa.
― Tudo bem, mas eu posso lidar com alguns bichanos.
― Eles estão enviando dúzias deles e estou apostando que vão ficar juntos.
Eles sabem que não ganhariam em uma luta justa.
― Grande! ― Braden sorriu. ― Eu posso pelo menos lutar, já que não posso
foder!
― Fiquei muito feliz em receber a chamada de que havia problemas na
cidade.
― Você deveria ter me levado contigo.
― Não havia tempo e, além disso, você é um bebê.
― Foda-se! ― Ele franziu a testa. ― Tenho vinte e cinco anos de idade!
― Eu sei, Braden, mas é jovem. Você ainda está aprendendo a controlar sua
agressividade e é muito pior agora. Às vezes, precisa bater algumas cabeças juntas,
mas você pode acabar matando alguém por acidente. Confie em mim quando eu digo
que você não tem ideia de como é fácil perder o controle.
Braden hesitou.
― Sua volta?
―A minha volta. ― Ele confirmou, se transformando o suficiente para
mostrar para seu primo as cicatrizes. ― Esta foi na juventude e estupidez. Tenho
sorte de estar vivo, depois de enfrentar aquele grupo de bandidos. Eu teria sido
comida de cachorro, se Rave não tivesse aparecido como ele fez.
― Tudo bem, mas eu posso pelo menos ter mais filmes pornôs?
― Espere aí. Eu vou pegar os meus cinco favoritos. Eu os mantive para mim
― Ele sorriu amplamente. ― Não preciso mais deles. Eu tenho uma companheira.
― Foda-se! ― Braden murmurou. ― Não há necessidade de esfregar isso na
minha cara! Eu posso sentir o quão quente ela e isso é tortura! Eu juro que eu vou
encontrar uma namorada antes do próximo ano, então não vou ter que passar por
isso sozinho!
― Você é muito imaturo para acasalar.
― Eu disse uma namorada, não uma companheira. Eu não quero uma, até
que eu, pelo menos, tente ter um relacionamento de longo prazo pela primeira vez.
Brand bufou. ― Boa sorte para encontrar uma namorada real. As mulheres
com as quais você gasta tempo são para estragar quase todos os caras em nosso
bando e todos os envolvidos. Estes tipos não se contentam, se você quiser tentar um
relacionamento monogâmico. Em outras palavras, a proeza de brincar de stripper
destruiu suas chances com qualquer mulher séria, dando-lhe a hora do dia. Você
zombou do sistema por causa da porra dessas três mulheres na festa! Ninguém vai
esquecer isto tão cedo.
― Elas eram quentes e estavam deprimidas! Eu só queria animá-las!
― Elas estavam prometidas para acasalar com caras de outros bandos, mas
mesmo assim você teve relações sexuais com elas! Você tem sorte de não te matarem!
― Sim, mas foi muito divertido e eu estava certo! Eu poderia lidar totalmente
com três mulheres ao mesmo tempo! ― Braden sorriu. ― E elas não tinham
acasalado ainda. Eu pensei que elas podiam desfrutar de uma última tentativa.
Poupei-lhes dinheiro, fornecendo o meu corpo na festa de despedida. Eu posso
dançar e tirar ao mesmo tempo. Você sabia que alguns caras realmente cobram
dinheiro para fazer essa merda? Quero totalmente esse trabalho!
― E é por isso que você é único. Isto foi errado, Braden! Suas famílias fizeram
essas alianças, mas você as colocou em risco. Nunca toque em uma mulher prometida
a outra pessoa! Você ferrou três delas na mesma noite!
― Eu fiz. ― Ele sorriu, levantando três dedos. ― Você está apenas com um
pouco de inveja de que eu possa ter esse tipo de resistência.
― Errado! Você está perdendo o ponto maldito! Você envergonhou toda a
família!
A alegre expressão de Braden mudou para uma de seriedade.
― Entendo meu erro, mas isso não era a minha intenção. Elas não estavam
felizes quando seus pais fizeram esses acordos. Elas não amavam os caras e queriam
um pouco de rebeldia. Precisavam se divertir um pouco e eu lhes dei uma saída para
fazer as duas coisas. Teria preferido que passassem a noite chorando e sendo
infelizes? Você está julgando algo que não entende!
Uma pitada de dor brilhou no olhar de seu primo surpreendendo Brand.
― Não fale comigo do jeito como você costuma usar com todos! O que
aconteceu naquela noite, além de você transar com elas, não acabou de ser
irresponsável?
― Eu conhecia aquelas meninas! Eles eram minhas amigas! Elas tiveram um
tratamento injusto, então eu apareci na casa da Carmen para desejar-lhes boa sorte
com suas novas vidas. Eram apenas três delas tendo uma festa de piedade. Você não
pode imaginar o quanto de sorvete elas consumiram.
― Sorvete? ― Brand não esperava isso.
― Elas estavam chorando e caixas vazias de sorvete estavam sobre a mesa de
café e isto quebrou meu coração, cara. Você deve ter permissão para acasalar com
alguém que você ama, não porque seus pais foram atraídos pelo dinheiro. É isso a que
se resumia! O velho da Carmen vendeu-a para o Carlton Pack por um caminhão novo,
porque eles estão escassos de mulheres por lá. Tina e Mandy foram negociadas com o
bando parafuso porque eles prometeram a seus pais uma casa de férias perto de um
lago e acesso bem-vindo a seu território. Alguém pensou que seria legal acasalar seus
filhos gêmeos com um conjunto de meninas gêmeas. Como fodido é isso? Elas não
tinham nenhuma escolha!
― Não é certo, mas elas poderiam ter ido para o tio Elroy e pedir para parar
esses acasalamentos se as meninas eram totalmente contra isso!
― Minha mãe se pronunciou sobre as decisões relativas às meninas... ―
Braden olhou enojado. - Ela deixou claro que as suas vidas seriam um inferno se
ficassem e fizessem onda. Ela não as queria por perto, no caso de eu ou meus irmãos
nos interessassemos por elas. Eles eram de famílias pobres, não eram boas o
suficiente para seus preciosos meninos. Eu amo a minha mãe, mas ela é uma cadela!
Queríamos ficar e nos divertir ao mesmo tempo. Missão cumprida. Diga-me que
qualquer família considerando negociar suas filhas pelo lucro não iria pensar sobre o
que aconteceu naquela noite e se preocupar com a repetição? Enviamos uma
mensagem a qual ninguém vai esquecer. Não é aceitável forçar acasalamentos e deve
haver consequências quando isso acontece! Eu trouxe vergonha para a minha família
e elas fizeram o mesmo com as delas, o que foi merecido! Esse foi o maldito ponto,
Brand!
Brand compreendia. Ele não teria ido eguido por essse caminho para marcar
um ponto, mas respeitava seu primo em um novo nível. Payback era algo que ele
podia se relacionar.
― Você foi o único a pensar neste plano?
― Mandy pensou. ― Braden sorriu. ― Ela disse que seu velho pai estaria com
muito medo de vender suas irmãs mais novas, se ela e Tina dessem o exemplo de
como fazer uma festa de despedida adequada. Isto também deu-lhes alguma
proteção, porque os seus novos companheiros teriam medo de machucá-las, uma vez
que tinhamos nos tornado amigos íntimos. Nossa família é conhecida por chutar
alguns traseiros para proteger as pessoas com quem se preocupam. Carmen só queria
irritar seu pai. Mamãe bateu no teto. Você sabe como ela se sente sobre nós fazendo
qualquer coisa que ela não aprova.
Brand balançou a cabeça, mas achou divertido.
― Seu coração e pau estavam no lugar certo, hein? Eu não vou mais
arrebentar suas bolas sobre aquela noite.
― Falando de bolas, deixe-me ir para as corridas! Serei cuidadoso!
― É muito perigoso! Desculpe. Segure-se, enquanto eu pego os filmes. Isso é
o melhor que posso fazer por você. Não entre no meu quarto de novo, a não ser que
eu realmente grite por você.
― Entendi.
Charma sorriu quando Brand estendeu a colher.
― Sério?
Ele mexeu na frente de sua boca.
― Dê uma mordida. Você está muito magra. Eu comprei sorvete de chocolate
e brownies. Coma!
― Você colocou tudo junto. Isso é o almoço? Sério?
Seu olhar caiu até a cintura. ― Sinto falta das suas curvas.
― Eu as terei de volta, se você continuar me alimentando desta forma. Esta
manhã, eu fiquei pensando nas panquecas com gotas de chocolate e calda de
chocolate por cima, mas isso é não é comida saudável. Eu não sou um shifter
completo, você sabe. Meu lado humano vai pegar peso em excesso!
― Bom. Você não deveria estar tão magra. Você precisa ganhar pelo menos 10
quilos.
― Eu realmente senti sua falta, Brand. Eu já disse o suficiente? A maioria dos
caras querem tipos modelo. Você com certeza não.
― Eu quero você feliz e você é sexy quando está toda cheia de curvas
deliciosas. Agora, eu tenho medo de quebrar você. Eu posso sentir seus ossos.
O telefone tocou e ele suspirou, entregando-lhe o utensílio. ― Espere aí. Eu
tenho que atender. Eu estava esperando o bando me chamar.
― Será que eles vão ficar com raiva por eu estar aqui?
― Não. Isto diz respeito ao que fazer com os Pride.
Charma o viu dar passos largos rapidamente para ir atender ao telefone. Ela
não podia olhá-lo o suficiente. Dormir em seus braços tinha sido puro céu na noite
anterior e a quantidade de sexo de que ele precisava foi demais! Seus músculos
doíam, mas ela não estava reclamando.
― Tudo bem... ― Ele fez uma pausa. ― Certo. Eu estarei lá. ― Desligou e se
virou. ― Era Rave. Ele e seus irmãos estão realizando uma reunião de emergência do
bando na casa do meu tio. Alguns estranhos foram vistos nas bordas exteriores da
cidade. O cheiro deles foi detectado, seu Pride nos alcançou. Eles provavelmente
estão esperando até que a escuridão caia para atacar, mas apenas no caso, não saia de
casa.
― Eu ficaria com muito medo de fazer isso. ― Ela admitiu. ― Eu nunca vou
esquecer a noite passada. Pensei que os lobos estavam indo me arrancar do carro e
me rasgar em pedaços.
A raiva torceu suas feições.
― Foda-se! Isso é outra coisa que vai ser resolvida hoje! Não vai acontecer de
novo, uma vez que o bando será informado de que você é minha companheira. Temos
um monte de lobos que visitam as áreas próximas, mas eles vão evitar imediatamente
serem arrastados para uma guerra. A notícia de que as corridas estão canceladas vai
se espalhar rapidamente e, principalmente, o porquê disso.
― O que é isso?- Ela perguntou.
Ele hesitou.
Charma estudou-o. Ele, obviamente, não queria responder.
― O que é uma corrida? Alguma coisa de lobisomem? Você muda e todos
correm juntos?
― Um...
A porta para o porão se abriu e Braden entrou na cozinha. Ele olhou para
Charma, sorrindo.
― Nesta época do ano, é quando todos os lobos solteiros ficam nus e fodem
como loucos na mata durante o calor do acasalamento. ― Ele olhou para o primo. ―
Ouvi a conversa quando cheguei às escadas. Nós estamos indo para uma reunião no
bando do papai? É isso o que você disse? Eu estou vestido e morrendo de vontade de
ir para algum lugar. Sem ofensa, mas seu porão está me deixando claustrofóbico!
A informação do que era a corrida abalou Charma e seu olhar se fixou em
Brand. Ele evitou olhar para ela, em vez disso ficou olhando para seu primo. De
repente, tornou-se claro por que ele não queria responder a sua pergunta. A imagem
de Brand lá fora, correndo com um bando de lobos do sexo feminino para fazer sexo a
fez perder o apetite. Ela perguntou quantas cadelas de seu bando ele conhecia
intimamente.
― Sim. ― Brand rosnou. ― Nós estamos indo para a casa do seu pai. Espere
por mim no carro!
Braden franziu o cenho. ― Por que você está com raiva? Você não quer deixar
sua companheira? Eu entendo isso.
Charma pigarreou. ― Eu acho que é porque você respondeu a uma pergunta
que ele estava evitando.
Braden empalideceu. Ele olhou entre ela e Brand, avançou longe de seu primo
e fez uma careta. ― Desculpe. Você não queria que ela soubesse? Merda! ― Ele
colocou mais distância entre eles. ― Ei, ele não participa há alum tempo. É uma boa
notícia, certo? Ele ficou doente das mulheres que vinham atrás dele por todas as
razões erradas.
― Cale a boca! ― Brand retumbou. ― Agora!
― O quê? ― Braden se aproximou de Charma, colocando-a entre ele e Brand.
― Eu tenho você de volta. Ela não vai ficar com raiva se eu explicar a ela. Ele é o
sobrinho do alfa do bando e um monte de mulheres vem tentando atraí-lo para o
acasalamento para desafiar a liderança. Ele herdou a força da linhagem e todas as
características de um alfa. Ele é muito leal a nossa família, no entanto, optou por ser
um executor aqui, em vez de matar outro alfa para assumir seu território. Ele é um
grande cara, mas as mulheres não se preocupam com isso. É apenas sua linhagem
que elas querem e sua força.
― Cale a boca! ― Brand avisou, dando um passo ameaçador para frente. ―
Você está cavando um buraco e nem sequer sabe disso!
― Eu não estou. Eu errei e estou limpando o ar. A maioria das mulheres do
nosso bando não irá considerar o acasalamento com ele, enquanto meus irmãos mais
velhos estão solteiros. Elas estão esperando que eles fiquem com elas em vez disso,
mas outros bandos ficariam encantados de ter Brand. Ele se cansou de mulheres que
tentam usá-lo. É por isso que ele parou de ir. Elas o perseguiram por meses depois
que ele não comeu nenhuma delas. Ele é um pretendente principal para algumas
cadelas.
― Cale a boca! ― Brand rosnou e suas presas alongando-se.
Charma levantou-se da cadeira e fez uma careta. ― Acalme-se.
― Ele está perturbando você.
― Eu estou bem. Mas se você bater em seu primo, isso vai me chatear. Eu
odeio limpar sangue!
― Eu só disse a ela que não tem ido às corridas há anos. Ele geralmente fura
com uma cadela ou se esconde em sua casa até que acabe período. Ele nem mesmo
manteve uma namorada por muito tempo.
― Cale a boca! ― Brand se lançou.
Charma entrou em seu caminho e as palmas das mãos sobre o peito achatado
para segurá-lo no lugar. Ela virou a cabeça para atirar a Braden um olhar suplicante.
― Vá esperar no caminhão e feche a boca.
Ele fugiu, a porta batendo atrás de si. O corpo de Brand tremeu contra suas
mãos quando ela lhe deu toda sua atenção. Ela tinha que inclinar a cabeça para trás
para olhar para o rosto dele. Ele a olhou severamente. ― Eu sinto muito.
Ela o esfregou. ― Pelo quê?
― Você não deveria ter ouvido falar sobre isso.
― Você teve relações sexuais enquanto estávamos separados. Eu sou apenas
grata que você não tnha se acasalado com alguém. Iria quebrar meu coração vê-lo
com outra pessoa e não ser capaz de estar com você. Funcionou, não foi?
Suas mãos agarraram seus quadris. ― Você é a única mulher que eu amei,
querida!
― Você é o único homem que já amei. Não importa. Suas corridas
terminaram! ― Ela sorriu para suavizar as suas palavras.
― Isso a chateou.
― Nunca! Você é meu!
― Nós estamos bem, então. Eu sou seu companheiro. Eu nunca iria querer
outra.
Ela se inclinou para ele e deixou cair o queixo. Sua bochecha descansou
contra seu peito. Ele a abraçou e deu um beijo no topo de sua cabeça. ― Eu não sou
ele.
― Eu sei.
Surpreendia-lhe que Brand achasse que ela tinha pensado sobre Garrett e
como ele a tinha enganado. Ela o havia levado a isso, mas ainda tinha se chocado no
início. Porém, o pensamento de Brand tocar alguém fez a dor cortar seu coração.
― Vou mandar Braden sem mim e ficar aqui com você. Eles realmente não
precisam de mim na reunião.
― Não! Você deve ir. Eu vou ficar bem e isso é sobre o seu bando. Isso é
importante! ― Ela se afastou o suficiente para satisfazer seu olhar intenso. ― Chame-
me, se você tiver alguma dúvida sobre os Pride. Eu me ofereceria para ir junto, mas
tenho um pouco de medo de fazer isso.
― Você pertence ao nosso bando agora, ele é seu também, e após esta reunião
você estará segura em qualquer lugar que você vá dentro do nosso território. Eu
tenho a maldita certeza de que os meus primos vão me apoiar.
― Tem certeza? Eu me preocupo. Seu bando pode não me aceitar.
― Mas eu tenho certeza que sim! Grady se casou com um humano e Anton
acoplou com um quarto de puma ― Ele sorriu. ― Agora temos um leopardo
manchado mestiço na família. Nós vamos ganhar a reputação de ser um bando
totalmente legal. Tudo o que precisamos agora é um shifter urso e eu estou pensando
que Braden deveria oferecer-se para isso.
― Todo mundo não odeia os ursos? Ouvi histórias que comem a nossa
espécie.
― Sim. ― Ele riu. ― É por isso que eu acho que Braden deve ir encontrar uma
para levar para casa. Ele será o prato principal na primeira vez em que irritá-la, o que
não deve demorar muito.
Ela riu, balançou a cabeça e saiu de seus braços. ― Ele é jovem e suas
intenções eram boas.
― Vou tentar me lembrar disso. Tranque a porta e não atenda. Estarei de
volta em breve. Atenda ao telefone, se ele tocar.
― Atenderei.
Ele se inclinou para beijar seus lábios. ― Estarei em casa em breve. Eu não
consigo ficar longe por muito tempo... ― Ele resmungou baixinho e um olhar faminto
encheu seus olhos enquanto ele viajou para baixo de seu corpo. ― Eu já estou
sofrendo por você.
― Eu vou comer e esperar por você na cama. ― Ela se afastou ― Nua.
A expressão de dor cruzou os belos traços. ― Agora eu estou realmente
sofrendo. Droga, querida, não me atormente enquanto eu estiver no cio! Eu vou me
apressar. Tranque a porta! ― Ele girou nos calcanhares e saiu da casa.

*****

Brand disparou olhares de reprovação para Braden toda a viagem para a casa
do alfa Harris Pack.
― Você não fala para minha companheira de tais coisas! ― Ordenou.
― Eu sinto muito. ― Seu primo se mexeu um pouco mais para perto da porta
para manter o espaço entre eles. ―Onde está o seu senso de humor? Ganhar uma
companheira lhe fez uma espécie de pau.
― Você poderia ter ferido seus sentimentos! Eu não quero que ela saiba sobre
as corridas! Não é legal discutir outras malditas mulheres na frente de sua
companheira!
― Ela teria ouvido a verdade de alguém em algum momento. Ela não parecia
com raiva.
― Você tem sorte! ― Brand estacionou atrás de uma fila de veículos perto da
calçada. ― É Só não falar quando você estiver ao seu redor.
― Sério? Eu estou vivendo em seu porão!
Brand resmungou baixinho. ― Tudo bem. Só não discuta sexo com ela, nem
fale sobre cadelas, e tome nota quando eu olhar em sua direção. Isso significa calar a
matraca!
― Tenho certeza de que os gatos têm corridas.
― Você está errado! ― Brand empurrou o cinto de segurança e deslizou para
fora da caminhonete. ― As fêmeas podem tomar pílulas para parar o calor. Elas só
permitem que isso aconteça quando estão com alguém de confiança ou quando já
estão acopladas. É desaprovado engravidar de outra forma.
― Diga isso para os bichanos que queriam machucar a Shannon.
― Somente por causa das baixas taxas de natalidade estão dispostos a fazer
essa besteira fértil para terem ninhadas e pelo que ouvi, eles forçam as mães mestiças
a desistirem desses bebês para que mulheres cheias de sangue estéreis os criem.
― Isso é uma merda fodida!
― Concordo. Basta cuidar de sua boca perto de Charma e lembre-se de que
ela é diferente de nós.
― Tudo bem.
Eles caminharam lado a lado para a porta da frente. Braden abriu e entrou
primeiro. O cheiro do bando encheu toda a casa e não foi surpresa para Brand que
eles estivessem na grande sala de estar, em vez de descer para realizar suas reuniões
familiares habituais. Ele acenou para seus companheiros de matilha, mas ignorou as
expressões chocadas quando eles captaram o cheiro dele. Ele esperava que o cheiro
de Charma despertasse muita atenção.
Rave o acompanhou com o olhar por toda sala. Ele viu seu primo cheirar o ar
e um sorriso se espalhou por seu rosto.
― Fico feliz que você arrastou seu traseiro para fora da cama.
Grady saiu da cozinha com uma cerveja na mão. Sua cabeça virou na direção
de Brand e, em seguida, as sobrancelhas levantaram.
― Charma voltou para casa e para mim.
― O leopardo manchado da faculdade? ― Um sorriso se curvou nos lábios de
Grady. ― Eu ouvi algo sobre ela a partir do delírio.
― Ela não está me deixando uma segunda vez! ― Ele ergueu o queixo para o
nível de um olhar feroz para os rostos ao redor da sala. ― Ela é minha companheira!
Entenderam? Alguém tem algum problema com isso? Diga, eu o mato antes do início
da reunião!
― Nós nos alegramos por sua companheira, então não massacre ninguém! ―
A voz profunda de Anton ressoou quando entrou na sala carregando uma grande
bandeja de comida. ― Parabéns! Dê-lhe meus agradecimentos por nos informar
sobre a ameaça Pride. ― Ele lançou um olhar ameaçador ao redor da sala. ― Está
todo mundo legal com a gata como companheira protegida em nosso bando? Se não,
saia para ter seu traseiro chutado! Você pode escolher com quem você quer lutar, mas
não haverá mortes! Eu odiaria tirar manchas no tapete do meu pai, por isso
definitivamente leve-os para o quintal! Há uma mangueira lá fora, para lavar o
sangue!
Ninguém falou ou se moveu em direção à porta. Brand relaxou. Ele nunca
tinha se preocupado que seus primos tivessem problema com Charma, mas os outros
lobos eram outro assunto. Alguns deles eram mais velhos, com suas próprias ideias
rígidas, e os gatos eram considerados como inimigos, sem exceções feitas. Ele tinha
uma suspeita de que alguns não estavam bem com isso, mas estavam com muito
medo de protestar. Não entregariam suas bundas para um membro da família Harris.
Anton colocou a bandeja sobre a mesa de café e foi se sentar em uma cadeira
ao lado da lareira, aparentemente relaxado. Brand o conhecia bem. Os olhos de seu
primo eram solenes, seus dedos um pouco com garras sobre os braços da cadeira. Ele
sentou-se no sofá em frente a ele.
― Temos homens Pride de espreita do lado de fora da cidade, e eles acham
que podem nos levar. ― Anton inclinou-se um pouco. Seu sorriso frio não alcançou
seus olhos e sua voz estava rouca. ― As corridas estão oficialmente canceladas.
Espalhem a notícia para suas famílias e vizinhos. É muito perigoso ser pego de
surpresa assim. Eu quero que todos eles se vão, mesmo que se ofereçam para ficar. A
última coisa de que precisamos é de outros bandos chateados porque perderam um
pouco de sua própria gente em nossa guerra. Liguem seus telefones celulares e os
mantenham perto. Estou ordenando às famílias que se mantenham em casa. Quanto
mais membros da família em uma casa, melhor. Se você sentir cheiro de gato, peçam
ajuda. Estaremos lá com os aplicadores de imediato.
Raymond Borl protestou. ― Eu não quero o companheiro de minha filha
fodendo ela debaixo do meu teto! É por isso que eles têm a sua própria casa!
― Você prefere ouvir que ela foi morta quando forem abatidos em sua casa?
― Grady cruzou os braços sobre o peito. ― Estaremos melhores se ficarmos em
grande número, desde que eu tenho certeza de que esses homens Pride vão atacar em
massa. Eles seriam estúpidos em se separar em grupos menores para vir até nós.
― E se você for atacado dentro de sua casa com ninguém lá, Raymond? ―
Braden bufou. ― Bob é um bom lutador e você irá querê-lo ao seu lado para defender
a sua filha e a sua companheira, até que a ajuda chegue a você!
O lobo mais velho levantou-se e mostrou os dentes.
― Isso não seria um problema se a sua família não tivesse atacado um Pride!
Você invadiu seu território primeiro, e não o contrário! Você trouxe isso para nós!
Anton se moveu tão rápido que Raymond nem sequer teve tempo para recuar
antes que ele caísse de bunda no chão depois de ser perfurado.
― Eles invadiram o nosso território primeiro e levaram a minha
companheira! Eles não tinham o direito de vir aqui!
O homem mais velho no chão tossiu, esfregando o peito ferido.
― Sua mãe convidou-os a tomar essa gata de volta para onde ela pertencia!
Eles tinham permissão para atravessar o nosso território!
Rave agarrou o braço de seu irmão e puxou Anton.
― Calma. ― Ele sussurrou, lançando um olhar ao redor da sala. ― Nossa mãe
não tinha autoridade para permitir que viessem até aqui e foi banida do nosso bando
por traição contra sua própria família! Ela está pagando por seu crime! Seu
companheiro a evita. Essa gata que você está falando é um Harris, agora, um membro
desta matilha, e considerada uma dos nós! Este é o lugar onde ela pertence! Qualquer
pessoa que trair este bando vai enfrentar o mesmo destino que a minha mãe! Ela deu
à luz a mim, mas fez suas malas sozinha! Lembre-se de que isto não é uma
democracia! Se você acha que está imune a nossa indignação só porque a gente se
conhece por todas as nossas vidas, está errado, seu alfa apenas lhe deu uma ordem!
Braden se aproximou, atirando-lhe um olhar significativo. Lembrou a Brand
que ele era geralmente aquele que acalmava as tensões nas reuniões do bloco, com o
seu humor. Ele não tinha nenhum no momento, isso afetava Charma. Não era uma
questão para brincar que alguém achasse que eles não deverim ser defendidos. Ele se
levantou, sabendo que precisava dizer alguma coisa.
― Pode-se lamentar sobre o porquê disso ter acontecido mais tarde! ―
Afirmou rispidamente. ― Neste momento, o nosso bando está em perigo! Os machos
Pride estão à procura de pequenos grupos para atacar, mas não vamos facilitar isto
para eles! ― Algo que sua companheira disse veio à tona na memória de Brand. ―
Nós somos um bando! Vamos ficar juntos e apoiar uns aos outros! Trabalhamos bem
juntos como uma unidade. ― Ele deu um passo para frente e se inclinou, oferecendo
uma mão para Raymond. ― Eles são o Pride! Eles lutam entre si e não serão capazes
de passar muito tempo juntos. Vamos mostrar a eles por que somos temidos como
uma unidade!
Raymond pegou sua mão e Brand o puxou. Ele largou o idiota o mais
depressa que pôde e resistiu à vontade de derrubá-lo de volta em sua bunda. Brand
olhou ao redor da sala, à procura de mais problemas, mas não viu nada.
― Você tem suas ordens! ― Anton rosnou. ― Mova-se para fora! Executores,
fiquem!
A sala ficou limpa. Brand esperou até que a porta se fechasse antes que ele
franzisse o cenho para Anton.
― Onde está Von? ― Seu primo não estava presente, algo que ele tinha
tomado conhecimento quando chegou. Referia-se a ele. Anton, Rave, Grady, Von e
Braden sempre apoiavam uns aos outros. Era estranho que um perdesse uma reunião
obrigatória do bando.
Grady passou os dedos pelo cabelo. ― Nós não sabemos.
― O que quer dizer com você não sabe? ― O alarme de Braden era evidente.
― Será que esses gatos malditos o pegaram?
Anton fechou a distância e agarrou os ombros de seu irmão mais novo.
― Ele está bem. Ele ligou para o meu celular e deixou uma mensagem no
início desta manhã. Ele disse que algo aconteceu. Foi uma situação de emergência e
teve que deixar a cidade por alguns dias. Ele usou a palavra segura. Ele não teria feito
isso, se alguém o obrigasse a fazer a chamada. O Pride não o tem.
A preocupação bateu duramente em Brand. ― Ele não fica com alguém para o
calor do acasalamento? Ela está com ele?
― Ele tinha Debbie ficando em sua casa. ― Kane, o impulsionador principal
do bando, falou. ― Ele não a levou com ele. Ele me chamou e me pediu para dizer a
ela como ele estava arrependido por tê-la deixado. Eu a acompanhei até seus pais
depois de parar em uma loja no caminho. Na verdade,... ― Ele corou ― Ela precisava
de alguns suprimentos.
― Suprimentos? ― Braden inclinou a cabeça. ― O quê? Eles não têm comida
suficiente?
Anton riu e puxou seu irmão para bater no lado de sua cabeça.
― Ela está no calor também. Estou pensando que o que Kane não está
dizendo é que ela precisava de um monte de baterias para seu vibrador.
Rave riu.
Kane corou e virou-o.
― Foda-se. Era desconfortável, ok? Ela é como uma irmã mais nova para mim
― Ele olhou para Anton. ― Von recusou-se a dizer-me para onde estava indo ou o
que ele precisava fazer. Eu estou preocupado.
― Eu também ― Anton franziu a testa, olhando ao redor da sala. ― Alguém
sabe de alguma coisa?
O silêncio reinou.
Anton estudou Kane.
― Você estava de plantão com ele ontem à noite. Aconteceu alguma coisa?
― Nada estranho. Pegamos o cheiro de um casal de humanos pelo cemitério.
Von disse que ia assustá-los e me mandou para casa ― Suas bochechas estavam
levemente vermelhas novamente. ― O calor estava batendo forte em mim. Eu estava
suando muito e ele me disse para ir cuidar dos negócios. Ele estava bem quando o
deixei. Ele tomou alguns medicamentos para aliviar o desejo. Disse que alguém
deveria manter a cabeça limpa, considerando o estado da embalagem. A tensão é alta,
já que seu pai evitava sua mãe e teve que sair de licença médica para sobreviver ao
cortar o vínculo com sua companheira.
― Porra! ― Rave gemeu. ― Tem que ser algo importante para ele sair
enquanto está no calor, sem uma das nossas mulheres com ele para mantê-lo
saudável. Quão ruim tem que ser para ele não nos dizer o que está acontecendo?
― Ligue para ele! ― Braden exigiu.
― Nós tentamos! ― Grady falou. ― Muitas vezes. Ele não está atendendo e
vai direto para a caixa postal. Eu não tenho ideia do que está acontecendo, mas agora
temos outra merda para lidar.
― Nada é mais importante do que encontrar Von! ― Rave rosnou.
― Você acha que eu não sinto o mesmo? ― Grady sustentou o olhar. ―
Estamos preocupados, mas ele é forte o suficiente para lidar com isto.
― Grady está certo. ― Anton suspirou. ― Nós vamos lidar com encontrar Von
depois. Agora precisamos proteger o bando. Von não tinha ideia da gravidade da
ameaça sob a que estamos ou ele estaria aqui. Mandamos mensagens por isso espero
que ele vá ouvi-las e apareça em breve.
― Isto é uma merda colossal! ― Braden gemeu. ― Von não está e temos um
Pride prestes a nos atacar.
― Nós vamos lidar com esses bichanos e depois rastrear Von. ― Rave olhou
para seus irmãos. ― Onde vamos ficar?
― Aqui. ― Anton anunciou. ― É grande o suficiente para abrigar todos nós.
Os aplicadores estão assumindo o porão e você tem uma hora para pegar suas coisas.
Espero que todos possam voltar até lá.
― Foda-se, não! ― Rave retumbou. ― Eu me recuso a compartilhar uma casa
com mais de vinte pessoas!
― Lide com isso! Precisamos dar o exemplo! ― Anton lembrou. ― Até agora,
você não tem feito um bom trabalho, depois que pedimos a todos para dobrar. Você
disse que Braden o deixou maluco e o mandou para Brand. Você exigiu que Shannon
e eu passássemos para o lugar de Grady. Somos alfa de sangue por isso que nós dois
poderíamos lutar contra algumas dezenas de membros Pride. O resto do bando não
teria a menor chance contra esses números, então vamos trazer a luta para nós. É
melhor se estivermos sob o mesmo teto. Vamos ser o seu alvo principal, para que
possamos assim tornar mais fácil para eles nos encontrarem. ― Ele sorriu. ― E este é
o primeiro lugar que vou olhar. Rave pode encontrar alguns seres humanos para
preencher o bar e se certificar de que eles sabem para onde enviar qualquer um que
vier à procura de um Harris.
― Feito. ― Rave assentiu.
― Rave me deixou louco! ― Braden murmurou. ― E não o contrário. Ele
assumiu o antigo horário das potenciais companheiras de fora da cidade de Anton.
Você sabe o que era ouvi-lo constantemente pregando mulheres diferentes a cada
hora na primeira noite? Ele as levou para o quarto ao lado do meu.
― Cale a boca! ― Rave rosnou. ― Eu não queria seu perfume no meu quarto.
Eu tinha que ouvi-lo queixar-se constantemente sobre como dizer o que era cheirar o
sexo quando você não podia fazer sexo.
― Eu poderia, se eu não estivesse proibido pelo pai de tocar mulheres de
carga!
Grady ficou entre eles. ― Rave, pare de alfinetá-lo e, Braden, você está mais
feliz com Brand. É sua culpa você ter sido banido das malditas mulheres a menos que
arrume uma namorada séria. Pode crer, você esteve perto, causou tanto que três
homens querem te matar! Esses futuros companheiros das mulheres não estavam
contentes quando descobriram que você as pregou.
― Eu estava feliz na casa de Brand! ― Ele corrigiu. ― Mas agora eu tenho que
ouvi-lo acasalar com sua companheira. Você teria feito o que eu fiz também. Eu só
ofereci meu corpo a três mulheres que queriam uma última aventura. Aquilo não foi
jogo de amor.
Kane gemeu. ― Eu fui o único que teve que falar com seus futuros
companheiros para não matar o seu rabo de manhã quando chegaram para pegar as
mulheres. Você estava desmaiado de exaustão quando a tempestade de merda bateu.
Braden sorriu. ― Obrigado.
Kane olhou. ― Eu não posso esperar até você amadurecer! Já tenho o
suficiente para fazer sem limpar sua bagunça!
― Vamos mudar de assunto. ― Brand sugeriu, querendo salvar Braden com
alguma tristeza.
― Eu concordo. Chega! ― Anton suavemente ordenou. ― Vocês todos tem
uma hora para fazerem as malas, pegar quem está gastando seu calor com vocês e
voltar aqui. Estamos em bloqueio até que isso acabe! ― Ele olhou para Kane. ―
Patrulhas sairão em turnos com nós dois e seis aplicadores, as equipes com não
menos que oito membros de uma vez. É assim que vai ser até que o Pride perceba que
eles não podem vencer. Eu me recuso a perder alguém na minha administração,
enquanto o nosso pai está afastado. Dei-lhe a minha palavra que iria cuidar de todos e
isso significa que ninguém morrerá.
― É mais fácil falar do que fazer. ― Kane murmurou ― Mas concordo. Vamos
ficar juntos enquanto estivermos fora e todo mundo fica pronto para rolar se o
problema atingir. Vou ligar para o meu irmão. Ele pegou o turno da noite, mas
dormiu durante pelo menos quatro horas até agora.
Brand suspirou. ― Ótimo. Vai estar malditamente lotado aqui. Eu mal tomei
uma companheira.
― Eu também! ― Anton deu-lhe um olhar de simpatia. ― Proteger leva
prioridade sobre privacidade neste momento.
― Meu pai está seguro? Ele não pode se defender, enquanto está drogado.
Talvez devêssemos acordá-lo. ― Braden parecia nervoso.
― Ele está escondido com o médico. O Pride não vai encontrá-lo e eu atribuí
três aplicadores mais velhos de confiança para ficar de guarda. ― Anton informou.
Nós não podemos arriscar acordá-lo até depois do calor. Romper o vínculo com sua
companheira iria matá-lo, com certeza, neste momento. A melhor chance que ele tem
de sobreviver é mantê-lo em coma induzido.
― Nós faremos isso. ― Confirmou Grady. ― Papai está mais seguro onde ele
está.
― E quanto a porra da minha agenda? ― Rave arqueou as sobrancelhas. ―
Tenho compromissos reservados com cadelas de outros bandos. Eu só as tenho vindo
aqui?
― Vou ligar para seus bandos e cancelar as reuniões. Tenho certeza de que
seus pais não vão querer enviá-las a uma zona de batalha, apenas na chance de que
você vá escolher uma delas para acasalar. Eu sei que eles querem um Harris para
adicionar à sua linha de sangue, mas vão querem que suas filhas vivam mais. ―
Anton deu de ombros. ― É muito perigoso para elas estarem aqui e eu não quero uma
guerra com outro bando em cima de nós, se uma delas morresse, quando uma luta
começar.
― Então, quem eu vou foder? ― Um olhar horrorizado atravessou o rosto de
Rave.
Braden riu. ― Sua mão. Não é tão engraçado quando isto está sendo dito a
você, não é? Eu sugiro que você pare em uma loja e compre uma dúzia de hidratantes.
Você vai querer o tipo oleoso.
Rave abriu a boca para falar, mas o celular dele tocou, interrompendo
qualquer resposta que estivesse prestes a dar. Ele atendeu, mas lançou um olhar
ameaçador para seu irmão mais novo, antes de sair da sala para atender. ― É da
minha loja. Eu tenho que atender.
― Vamos. ― Anton suspirou. ― Vamos chutar alguns traseiros duro e rápido
para que isso acabe logo. Eu não sei como vou dizer a Shannon sobre nossas novas
condições de vida, mas é necessário. Ela teve um tempo duro o suficiente, sendo
constrangida de ter um dos meus irmãos dentro do alcance de nos ouvir quando
estamos em nossa cama. Agora ela vai ter uma casa inteiramente cheia para lidar.
Brand não disse nada, mas ele odiava a ideia de submeter Charma a tantos
lobisomens também. Ela não estava acostumada a eles e ele não tinha certeza de
como ela reagiria. Embora mantê-la protegida fosse primordial. Ela estaria mais
segura com muitos lobisomens para guardar a casa enquanto ele trabalhava seus
turnos de patrulha.
Rave voltou, seu rosto estava sombrio. ― Alguma cadela apareceu na minha
loja. Tem que ser o meu encontro que chegou duas horas mais cedo, mas ela não deve
ter conseguido o endereço que eu mandei na mensagem para ela. Pelo menos eu vou
entrar em uma última foda antes de voltar. Vou fazer algumas chamadas sobre o bar
também.
― Uma hora. ― Anton avisou. ― Uma. Tome uma rapidinha e envie-a para
casa, maldição! Não a traga aqui! Quero dizer, não a quero em perigo se a merda
atingir o ventilador! Essas mulheres são alfa de sangue e seus bandos levariam como
uma ofensa grave se permitíssemos que ela ficasse em uma zona de guerra!
― Entendi. ― Rave foi pela porta da frente.
Brand virou-se e acenou para Braden que era hora de sair. Ele queria voltar
para Charma. Ele sentia falta dela e odiava deixá-la sozinha.
O telefone tocou e Charma rolou na cama para alcançar o receptor na mesa de
cabeceira.
― Olá?
Houve uma pausa. ― Eu sinto muito. Devo ter discado o número errado.
A outra mulher parecia alegre e jovem.
― Estava procurando Brand? Ele não está em casa agora.
― Quem é? ― O tom mudou de amigável para francamente hostil.
Uma pontada de ciúme perfurou seu coração por um segundo e a suspeita
queimou que a pessoa do outro lado da linha era alguém que Brand tinha visto antes
de sua chegada. Ela estava dividida entre a satisfação de ser capaz de reivindicar
Brand como seu companheiro e saber que a coisa certa a fazer seria permitir que ele
fosse o único a compartilhar essa notícia.
― Sou Charma. Gostaria de deixar uma mensagem?
― Será que ele ficou com você durante o calor? Porra! ― A mulher rosnou. ―
Aquele desgraçado! Ele deveria encontrar-se comigo na floresta ontem, mas não
apareceu. Acabei de ouvir que as corridas foram canceladas, por isso achava que ele
não fosse capaz de fazê-lo, por causa do problema que eles disseram estar vindo em
nossa direção.
Charma estremeceu, sua suspeita tinha sido confirmada. Ela não tinha
certeza do que dizer então permaneceu em silêncio.
― Eu não reconheço a sua voz! ― A mulher disse, com a voz irritada. ― Mas
deixe-me lhe dizer algo sobre Brand Harris. Ele é um filho da puta frio sem um
coração! Ele vai te usar e te lançar longe, logo que um pouco de carne fresca atingir a
cidade! Pergunte a qualquer mulher no bando e elas vão te dizer o quanto lamentam
por você!
Louca, Charma colocou para fora. ― Brand é um homem maravilhoso,
amoroso.
A mulher bufou alto. ― Certo. Continue dizendo, até que você perceba que é
apenas sexo para ele. Você acha que é a primeira puta que ele está enganando em
pensar que seria um grande companheiro? Eu poderia te dar uma lista de pessoas
para ligar que te diria a verdade. Não fique muito confortável, cadela! Sua bunda vai
ser expulsa do território, logo que o calor terminar! Ele é um usuário!
Era isso. Ninguém insultaria seu companheiro. ― Qual o seu nome?
― Sou Peggy. Eu mencionei que ele odeia crianças? Que tipo de idiota faz
isso? Ele não é nada como Alpha Elroy que é um homem de verdade que valoriza
cuidar de seu bando e tem um senso de honra. Ele deveria banir seu sobrinho e fazer
a este bando inteiro um favor.
― Eu queria dar a Brand a chance de tratar isso com você suavemente, mas
você não parece o tipo que merece esse respeito, uma vez que você não mostra
nenhum por ele! Brand é meu companheiro! Ele me ama! Como se atreve a tentar
espalhar o lixo que você acabou vomitado? Eu o conheço melhor do que você, se você
acredita nesta besteira. Ele é muito carinhoso, muito gentil, e ele cheira a honra. Ele
também ama crianças. Ele sempre quis tê-las comigo! Alguma vez você pensou, que
se ele é frio com você, pode ser porque você é uma cadela rancorosa e desagradável?
Vou dizer a ele que você ligou! ― Ela bateu o telefone.
Charma fechou os olhos e amaldiçoou. Ela não tinha lidado tão bem. O
telefone tocou novamente e ela cerrou os dentes. Ela levantou o receptor.
― Olá? ― Ela teve um afundamento de sensação de que seria Peggy
chamando de volta. Ela não estava errada.
― Ele acasalou com você?
― Sim. ― Charma respirou fundo e abriu os olhos, olhando para o teto. ―
Nós voltamos. Acabei de chegar à cidade ontem à noite.
― E ele acasalou com você? ― Peggy engasgou.
― Estamos tão acoplados como um casal pode estar.
― Filho da puta! Aquele desgraçado! Aquele rato! Que...
― Já ouvi o suficiente. Vou dizer a Brand que ligou. Por favor, não ligue de
volta. Eu não quero ouvir mais nada! ― Charma desligou.
O telefone não tocou uma terceira vez. Ela saiu da cama e entrou no banheiro
de Brand, pegando seu roupão fora do gancho. Cheirava a ele. Ela decidiu ir pesquisar
a cozinha por um pouco de chocolate. Brand amava estas coisas, ela tinha certeza que
ela iria encontrar um esconderijo em algum lugar.
A porta da frente se abriu enquanto ela atravessava a sala de estar e Brand
entrou. Ele sorriu, seu olhar tomou-a da cabeça aos pés.
― Eu pensei que você fosse me esperar na cama. ― Ele fechou e trancou a
porta atrás dele. Mudou-se propositadamente, a sua intenção de levá-la para a cama
era óbvia.
Ela levantou uma mão. ― Dê-me alguns minutos, ― Ela fugiu para a cozinha.
Brand a seguiu. ― O que há de errado?
― Nada. ― Ela mentiu, abrindo sua despensa. ― Onde está o seu esconderijo
da barra de chocolate?
― Em cima à direita, atrás das caixas de cereais. O que está errado? Você está
tensa.
Ele a conhecia bem, mas ela o conhecia também. Ela encontrou a caixa.
Estava quase cheia. Seu lobo sempre amou chocolate. Tirou duas barras e virou,
segurando uma para ele.
― Você teve um telefonema enquanto estava fora. Peggy está muito chateada.
Sinto muito, mas ela disse algumas coisas ruins sobre você que me detonaram. Eu
disse a ela que estávamos acasalados e tenho certeza de que ela não acreditou muito
nisso.
Sua expressão se contorceu em uma careta. ― Merda! Não é o que você
pensa. Eu nunca dormi com ela!
Isso surpreendeu Charma. ― Ela está com raiva por você não ter ido ao
encontro dela ontem.
― Ela queria isso, mas eu nunca concordei! ― Ele jogou a barra de chocolate
em cima do balcão e chegou mais perto, para encaixá-la para o canto com os braços
abertos e roubar a barra dela para enviá-la voando pela sala. ― Não deixe ela te
chatear. Ela perdeu seu companheiro no ano passado e estava tentando que eu
tomasse conta dela e seus nove filhotes.
― Nove? ― Isso surpreendeu Charma. ― Ela parecia tão jovem!
― Ela acoplou aos dezoito anos e agora tem trinta. Seu companheiro
praticamente manteve sua gravidez, porque ela queria uma tonelada de crianças. Ele
era um bom rapaz, mas eu nunca concordei com seu gosto por mulheres. Ela é meio
chata com sua hiperpersonalidade.
A culpa a atingiu. ― Seu companheiro morreu? Isso é horrível.
― Sim. Ela pediu para o meu primo parar de servir-lhe bebidas em seu bar e
ele foi a um bar fora do nosso território e acabou encontrando alguns bandidos. Ele
perdeu a vida. Seguimos seus passos e cuidamos dos responsáveis. ― Ele achatou as
palmas das mãos na parede para mantê-la no lugar, mas sem tocá-la. ― Eu sinto
muito que ela tenha te chateado.
― Eu estava mais irritada do que com dor. Ela disse coisas terríveis sobre
você que não eram verdadeiras.
― Esta é Peggy. Ela é meio imatura e tende a explodir quando não consegue o
que quer. Você está bem? ― Ele fez uma pausa. ― Será que estamos bem? Eu nunca
toquei nela.
Ela o olhou nos olhos, sabendo que ele falava a verdade. Deu um passo para
ele até que se apertou contra seu corpo.
― Por que ela iria dizer coisas horríveis sobre você?
Ele franziu o cenho. ― O que ela disse?
― Que você odeia crianças, que é insensível. Ela praticamente te fez soar
como um idiota.
― Eu te disse que você é a única pessoa que amei, querida. Algumas mulheres
me vêem como alguém sem coração. Eu não odeio crianças. Eu só não queria assumir
seus nove filhotes.
― Você se ofereceu para amar todas as crianças que eu tivesse.
― Isso é porque elas teriam sido uma parte de você. Peggy queria um
vaqueiro cachorro e ela, com certeza, não me ama. Ela gosta da minha conta
bancária.
― A sua conta bancária?
― Eu me dou bem no mercado imobiliário.
Isso a surpreendeu. ― Você ia se tornar o contador do seu bando.
― As coisas mudaram depois que você saiu. Dobrei minhas aulas para
terminar os cursos, mas eu simplesmente não conseguia ficar lá sem você. ― Suas
grandes mãos delicadamente envolveram-se em torno de seus quadris. ― Descobri
que precisava preencher meu tempo com você distante, assim comecei a lidar com
casas. Você sabe? Comprar propriedades degradadas e reforma-las para vender a um
preço muito mais elevado. Comecei a minha própria empresa e tenho me saído bem.
Não sou rico para alguns padrões, mas estamos financeiramente estáveis. Eu também
ajudo o bando como um executor. Recebemos um salário por isso, porque ele pode
pegar um monte de horas, dependendo da época do ano.
― Como quando vocês entram no cio do acasalamento?
― Exatamente. ― Sua voz se aprofundou. ― Falando nisso, eu preciso de
você.
Ela esqueceu as barras de chocolate. Agarrou os ombros de Brand e saltou,
envolvendo suas pernas ao redor de sua cintura.
― Leve-me para o quarto. Eu não quero o seu primo nos surpreenda
novamente. Ele está aqui?
― Sim. ― Brand segurou sua bunda, levando-a para fora da cozinha. ― Ele
está embalando suas coisas lá embaixo.
― Ele está indo embora?
Ele hesitou. ― Nós vamos falar sobre isso na casa alpha mais tarde. Devo tê-la
agora.
Ele a jogou na cama, virou-se e tentou fechar a porta arrebentada. Um
grunhido frustrado rasgou dele, quando o batente da porta quebrada impediu-o de
fechá-la. Um soco e o batente se desconjuntou. A porta se fechou completamente e ele
se mudou para a cômoda, estendeu a mão e arrastou-a como reforço, para ter
efetivamente certeza de que eles não seriam incomodados. Ele se virou e se apressou
a retirar a camisa.
Charma sentou, tirou o roupão, jogando-o no chão. O desejo escureceu o
olhar de Brand, que estava fixo em seus seios. Ela se inclinou para trás e centrou o
seu corpo no colchão. Ela esquentou ao sentir-se tão desejada por Brand. Ele tirou
suas botas e empurrou para baixo seu jeans. Ela sorriu com a visão de sua ereção
rígida e lambeu os lábios.
Brand avançou. ― Nem sequer provoque. Eu não posso deixar você fazer isso.
Seu olhar estava levantado. ― Eu sinto falta de provar você.
Ele subiu na cama, sua fome tomada pelo olhar fixo em cada centímetro de
seu corpo. ― Sinto falta de sua boca em volta do meu pau. Você não tem uma maldita
ideia de quantas vezes eu me atormentei com essa memória, mas estou muito fora de
controle. Eu preciso estar dentro de você e não vou ser suave, uma vez que eu estiver.
Ela estendeu a mão para ele, deslizando-a sobre o peito firme.
― Será que com isso quer me assustar?
― Não... É apenas um aviso. Role e fique de joelhos!
― Eu não estou pronta! ― Ela admitiu. ― Sem preliminares?
― Temos que chegar a casa alfa em menos de uma hora. Eu vou ter você
molhada, mas eu quero que você de quatro no momento.
Perguntas à parte, mas não estava com vontade de falar. Ela parou de
explorar sua caixa torácica com os dedos e rolou sobre seu estômago. Ele voltou
quando ela se levantou em suas mãos e joelhos.
― Abra para mim!
Ela abriu as pernas ainda mais e Brand fez um som animalesco. Ela abaixou a
cabeça e esperou que ele apenas a penetrasse. Seu corpo não estava preparado. Ele
fixou, quando ela percebeu que ele tinha se estendido sobre suas costas. Ele agarrou
seus quadris, ergueu-a e colocou suas coxas espalhadas diretamente sobre seu rosto.
Sua boca quente umedeceu seu clitóris.
Suas unhas se cravaram na cama. Ela tinha esquecido como ele às vezes não
se incomodava com as formalidades como beijar seus lábios ou até mesmo se
preocupar em dizer a ela o que ele estava prestes a fazer. Seu companheiro rosnou,
enviando vibrações para esse bando de nervos sensíveis enquanto ele usava sua
língua. Dentes passaram suavemente sobre ele também, e ela jogou a cabeça para
trás.
― Foda-se, bebê! ― Ela ofegava. ― Devagar! É muito intenso!
Ele a ignorou, concentrando-se em um ponto que a levou para fora de sua
mente. Era como se ele estivesse determinado a fazê-la gozar rápido e duro. Ela
tentou se afastar, porque o prazer era muito cru e intenso, mas suas mãos estavam
apertadas, segurando-a no lugar com nenhuma maneira de escapar. Seus músculos
estavam tensos e ela cedeu, não lutando. O clímax a atravessou com uma força brutal
que a deixou chorando e sem a possibilidade de até mesmo formar palavras.
Suas mãos a soltaram, ela estava ciente do colchão deslocando-se sob ela
enquanto ele se movia. Ela teria caído com o movimento, mas o braço enganchou em
torno de sua cintura antes que ela perdesse o equilíbrio e seu pênis cutucou a entrada
de sua vagina. Ele dirigiu em profundidade com um impulso de líquidos, forçando os
músculos para aceitá-lo. Ele caiu em curva em torno dela e usou a mão livre para
apoiar-se na cama ao lado de uma de suas mãos.
― Você está molhada agora! ― Ele rosnou.
Não havia como negar que estava. Brand bateu nela, fodendo-a com força e
profundidade. Seu pênis era sólido, grossa rocha, e ele se moveu tão rápido que ela
não teve chance de igualar o ritmo. Um novo tipo de prazer começou a construir até
que ela sabia que estava prestes a voltar. O tempo perdeu o significado, até que ela
gritou e sua mente flutuava pela segunda vez.
Brand cerrou os dentes para evitar afundá-los no ombro exposto de Charma.
Seus gemidos guturais e o som de seu gozo enviaram-no sobre a borda. Ele dirigiu em
profundidade, com o corpo apreensivo quando seu sêmen explodiu, enchendo sua
companheira. Céu. Era aí que ela que o levava cada vez que faziam amor.
Ele quase bufou com o termo, quando ele parou de gozar e conseguiu pensar
direito novamente. Ele a tinha presa debaixo dele e aliviou o agarre em sua cintura
para se certificar de que ela não estava sendo esmagada. Isso não era fazer amor. A
culpa o atingiu em seguida. Ela merecia ternura dele, não o que ele tinha acabado de
fazer. ― Eu fui muito duro?
Ela jogou o cabelo e olhou para ele. Seu sorriso aliviou qualquer apreensão.
Sua mão massageava seu quadril já que ele não estava disposto a retirar seu pau para
fora dela, para mantê-los felizes juntou os quadris.
― Eu não tenho nada que reclamar.
Ele não concordou. ― Sinto muito.
Seu sorriso desapareceu. ― Não faça isso! Se você não percebeu, eu gostei
muito disso.
― Eu só te fodi, quando deveria ter tomado o meu tempo e conhecido mais de
suas necessidades em vez de apenas a minha.
― Elas foram atendidas. ― Ela mexeu o rabo e tentou sair de debaixo dele.
Infelizmente, ele se levantou, permitindo que ela saísse.
― Eu só senti sua falta e não tinha planejado ficar fora tanto tempo. ― Foi
uma desculpa ruim, mas era a verdade.
Ela se virou e se sentou, olhando fixamente em seus olhos. ― Eu gosto
quando você joga sujo, às vezes.
Seu peito se apertou e ele sabia que isto era causado pelo amor sem limites
que ele sentia por ela. ― É como você chama isso?
Ela riu e apontou o dedo para seu colo. ― Você foi para baixo e, em seguida,
quando você estava indo para mim, estava dizendo palavrões.
Ele se inclinou para frente e ela achatou na cama para permitir-lhe que viesse
para baixo em cima dela. Ele teve o cuidado de distribuir o seu peso para que ela
pudesse respirar facilmente e continuar a recuperar o fôlego.
― Eu te amo, Charma.
Ela colocou os braços ao redor de seu pescoço e beijou seus lábios com um
jeito próprio. ― Eu também te amo.
― Eu só me preocupo que vá estragar isso de alguma forma. Eu não posso vir
para uma casa vazia uma segunda vez.
― Você sabe que eu não o deixei por causa de algo que você fez. Você não
pode se livrar de mim agora. Eu estou aqui para ficar.
Ele orou para que fosse verdade. ― A única razão pela qual sobrevivi quando
desapareceu foi porque minha família continuou puxando a minha bunda para sair
de situações ruins. Virei autodestrutivo. Você sabe quando mencionei que descobri
que eu amava reforma? Eu entrei em raiva, por vezes, e quase destruí este lugar. Eu
tive que consertá-lo em algum momento. Foi quando descobri que eu gostava do
trabalho.
Seus dedos deslizaram em seu cabelo e ela apertou os dedos, obtendo um
agarre bastante firme que picou seu couro cabeludo. ― Ouça-me. Não foi culpa sua.
― Nós brigamos pela manhã e eu não deveria ter saído. ― Chutei minha
bunda sobre esta decisão, um milhão de vezes.
― As pessoas discutem, Brand. Só porque você ama alguém não significa que
tem que concordar com tudo. Rasgou-me em pedaços quando arrumei minha mala e
fui embora. Não tinha nada a ver com você indo para uma corrida. Essa era a sua
maneira de esfriar a cabeça e eu sempre entendi isso. Só percebi o quanto eu queria
que acasalássemos quando nos separamos. Eu não teria sido capaz de dizer não se
tivéssemos mais tempo juntos, mas eu não poderia viver sabendo o que custaria a
minha família. Eu sou a única que está arrependida. Eu deveria ter lhe contado tudo,
mas eu estava com muito medo.
― Por quê?
Ela mordeu o lábio inferior e ele se lembrou do que isso significava.
― Fale, querida. Eu odeio quando você pensa alguma coisa, mas não vai
compartilhá-la comigo. Isso é parte da razão pela qual você acabou de dizer que você
me deixou. Diga-me.
Ela soltou seu lábio e suspirou. ― Você tendia a ser imprudente na época. Eu
estava apavorada que você fizesse ameaças de morte a meu líder Pride, estava
tentando proteger a minha família de sua ira. Eu podia vê-lo fazer isso.
― Isto poderia ter funcionado.
― Você teria sido morto, Brand. Percy é cruel e teria matado minha família
por maldade, só porque você ameaçou. Ele teria mandado meu povo para te atacar.
Um lobo contra um Pride todo é o suicídio.
― Eu o teria chamado, se fosse o caso. Eu teria emitido um desafio.
― Você está assumindo que Percy tem honra. Ele não tem nenhuma! Ele
governa através do medo e da intimidação. Você teria sido virado para baixo por cada
aplicador, enquanto ele estava sentado em sua bunda preguiçosa vendo-os te rasgar.
Ele nunca te enfrentaria sozinho. Ele e seu filho têm isso em comum. Eles sempre
têm os outros fazendo o trabalho sujo.
Perguntas encheram a cabeça de Brand, aquelas para as quais ele não tinha
certeza se queria respostas, mas ele tinha que saber.
― Será que esse filho da puta com o qual você acasalou nunca permitiu que
alguém te machucasse, Charma?
― Não. Ele fez isso ele mesmo. Eu estava mais fraca e não era uma ameaça.
Ele não me bateu tanto quanto se poderia supor. Evitamos um ao outro na maior
parte do tempo.
Ele silenciosamente jurou caçar o desgraçado e matá-lo depois que o calor do
acasalamento passasse. Ele tinha visto os hematomas nela. Isso nunca deveria ter
acontecido. O babaca pagaria caro por se atrever a colocar a mão em Charma.
― Eu não estava querendo dizer que Garrett não tinha outros para me
machucar. Estava pensando sobre o que ele teria feito para você, se você tivesse
aparecido em nossas terras Pride. Percy teria matado você, mas Garrett teria tido
certeza de que sofresse primeiro, Brand. Ele não suportava a ideia de que eu tinha
permitido que outra pessoa me tocasse.
― Você disse que não estava namorando ninguém quando nos conhecemos.
― Ele não era meu namorado. Eu nunca o namorei ou o deixei me tocar. Ele
tentou muitas vezes, mas eu não estava interessada. Ele decidiu que eu me tornaria
sua companheira e deixou claro que ele faria mal a qualquer um que me olhasse duas
vezes. Ele teria visto como uma traição se descobrisse que vivíamos juntos e que eu te
amei. Eu costumava ter pesadelos com as coisas horríveis que ele e seus amigos
teriam feito a você.
A raiva subiu, mas ele empurrou-a para baixo. ― Ele poderia ter mudado de
ideia sobre querer você por companheira se ele tivesse me conhecido.
Ela aliviou seu domínio sobre seu cabelo. ― Não, Brand. Você não entende.
Ele sabia que eu o odiava, que ele era a última pessoa com a qual eu queria estar, mas
não deu a mínima. Ele era o primeiro filho mimado podre de um líder Pride. Um
valentão. Vicioso! ― Ela tomou uma respiração profunda. ― Ele bate em todos e
assedia quem ele não gosta, porque pode. Seu pai nunca o freou ou o repreendeu
pelas coisas erradas que faz. Ele só teria feito um exemplo de você e contaria como
um bônus para me ver sofrer sua perda. Esse é o tipo de idiota que ele sempre foi.
― Eu o teria matado.
― Eu não estou te insultando. Você é obviamente um grande lutador. Vi em
primeira mão quando você atirou todos os lobisomens longe do meu carro, mas você
teria estado enfrentando um Pride inteiro. Garrett garante que ele pode ganhar antes
de se envolver. Ele teria tido seus amigos te atacando, até que você estivesse tão
ferido que não poderia lutar de volta e, em seguida, ele te atingiria.
― Eu realmente quero vê-lo morto.
― Eu também.
Ele a estudou atentamente e viu sinceridade. ― Como você pôde ficar com
ele? ― Ele tinha um novo conhecimento de sua força interior se sua vida tivesse sido
tão terrível como ele suspeitava.
Ela desviou o olhar. ― Não havia escolha. Eu tive que ficar até minhas irmãs
terem idade suficiente para acasalar. ― Ela sustentou seu olhar. ― Era minha
responsabilidade como a mais velha mantê-las seguras. Eu nunca suspeitei que uma
delas fosse ficar com o filho de outro líder Pride. Se ela não tivesse, eu ainda estaria
presa lá, até Bree estar resolvida.
As lágrimas que enchiam seus olhos quebrou seu coração, mas ela as
segurou.
― Seu companheiro é forte e bonito. Eu entendo. Eu faria qualquer coisa pelo
meu sangue.
― Eu sei. ― Seu sorriso parecia forçado. ― Vamos mudar de assunto. Você
disse algo sobre nós irmos para a casa Alpha. A sua família quer me conhecer?
Foi um lembrete de que eles precisavam sair.
― Meu primo Anton decidiu que seria mais seguro se a família e os
aplicadores se mudassem para a casa do tio Elroy. Somos mais fortes unidos e somos
nós que os machos Pride querem. É mais seguro para o nosso bando, se o Pride não
estiver destruindo a cidade buscando-nos. Nós vamos ter certeza de que eles saibam
para onde ir.
Ela ficou boquiaberta.
― É um bom plano. Nós queremos atraí-los longe dos membros mais fracos.
Não há nada para se preocupar. Você estará segura dentro da casa. Eu não iria te
deixar aqui sozinha de qualquer maneira. Alguns deles podem decidir ir de casa em
casa à procura de uma presa fácil. Meus primos precisam de mim nesta luta. Eu não
faria isso, porém, se eu acreditasse que estaria em perigo. Você é a minha prioridade.
― É preciso lutar. Eu entendo, mesmo que eu odeie. Eu nunca lhe pediria
para abandonar a sua família quando eles estão dependendo de você.
Ele não tinha pensado por um minuto que ela faria. Ela sofreu muito com a
segurança de sua própria família.
― Eu sei que vai ser difícil, estando em torno de tantos lobos, mas eles estão
cientes de que você é minha companheira. Ninguém ousará fazer qualquer merda.
Meus primos e eu fizemos essa maldita regra clara.
― E quanto a Alpha Elroy? Ele está chateado por eu estar aqui?
― Não. ― Brand tentou esconder sua angústia. ― Ele não sabe sobre você.
Para encurtar a história, seus pais arranjaram seu acasalamento com minha tia Eva.
Ele fez o seu melhor para amá-la e ser um bom companheiro. Não foi correspondido.
Ela fez algo muito ruim recentemente e ele a baniu do nosso território. Ele não tinha
escolha a não ser fugir dela.
As sobrancelhas de Charma arquearam-se, sua surpresa era clara.
― Ela colocou seu próprio filho e sua nova companheira em grave perigo e
planejava matar tio Elroy e seu filho meio-humano, que nasceu antes que eles
acasalassem. Ela merecia morrer, mas meu tio tem um grande coração. O calor do
acasalamento havia começado, de modo que perdê-la neste momento, poderia levá-lo
à loucura. Você não pode voltar a partir daí. Nosso médico colocou-o em coma
induzido. Meus primos estão liderando o grupo até que seja seguro acordá-lo depois
que passe o calor. Ele vai ter um tempo ruim, ajustando-se à perda de uma
companheira, mas ele é forte. Ele vai sobreviver.
Ela ficou em silêncio por um longo momento e pareceu considerar
cuidadosamente o que ele disse. ― Será que ele vai ter um problema comigo quando
estiver de volta no comando?
― Não. Ele é um bom homem. Como eu disse, ele tem um filho meio-
humano. Ele não sabia sobre Grady até que a mãe o abandonou à sua porta depois de
descobrir que ele poderia mudar. Eva exigiu que ele matasse o meu primo, mas ele se
recusou. Grady está acoplado com uma humana. Meu primo Anton é o único que
acasalou com uma gata. Tio Elroy aceitou. Ele vai te aceitar também.
Ela ainda não parecia convencida.
― Ele vai, Charma. Tio Elroy tem sido um pai para mim, desde que meus pais
me deixaram.
― Você nunca falou sobre eles, exceto para dizer que eles tinham ido embora.
Achei que você queria dizer que tinham morrido. Eles ainda estão vivos?
Ele deu de ombros. ― Eu não sei. Não é uma boa história para contar ―
Charma olhou para ele, até que ele se deu conta que ele faria qualquer coisa por ela.
― Meu pai era uma espécie de estúpido e pensou que ia ser melhor alfa para este
bando. Ele desafiou o tio Elroy e perdeu.
Isso surpreendeu Charma. ― Eu pensei que lobisomens não fizessem esse
tipo de coisa, se eles eram irmãos. Era a sua mãe a irmã do alfa?
― Não... Era o meu pai. Tio Elroy deveria tê-lo matado. Isso é praticamente
uma regra quando você desafia a liderança. Eles foram convidados a abandonar o
território, e foram proibidos de voltar.
― Isto é horrível. ― Ela massageou o braço dele. ― Eu sinto muito, Brand.
Por que não foi com eles?
― Meu pai estava errado. Tio Elroy é um líder fantástico. Foi-me dada a
escolha de ficar ou ir. Eu escolhi o Bando Harris. Meus pais ficaram com raiva e não
entraram em contato comigo desde então.
― Oh, Brand! ― Sua tristeza se mostrou em seus olhos.
― Não sinta pena de mim, querida. Meus primos são como irmãos para mim.
Eu posso ter perdido meus pais, mas mantive toda a minha família intacta por ficar.
Nunca me arrependi disso. Esta é a minha matilha.
― Mas deve ser duro não saber para onde seus pais foram, ou se eles ainda
estão vivos.
― Eles entrariam em contato comigo, se quisessem. Estou listado no livro.
Não é meu assunto favorito, então vamos mudar isso. Você perguntou como eu sei
que meu tio vai te aceitar. Eu o conheço bem e ele vai te receber de braços abertos. Eu
não tenho nenhuma dúvida sobre isso.
― Estou feliz que você esteja tão certo! ― Ela enfrentou um sorriso.
― Vai dar tudo certo. Precisamos nos aprontar para sair! Estamos sendo
esperados na casa alpha em breve.
― Eu não tenho nenhuma peça de roupa de modo que isto não deve demorar
muito.
― Nós vamos fazer compras, uma vez que os machos Pride saiam da cidade.
Por enquanto, você pode pegar qualquer coisa minha que você goste. ― Ele gostou da
ideia dela usando as coisas dele, mas nua era melhor. Seu pau endureceu. Ele gemeu,
olhando para seu pau com revolta. ― Precisamos nos apressar antes que eu perca
minha mente precisando de você de novo.
Charma encarou abertamente o espaço do sótão que tinha sido convertido em
um quarto. O cheiro de poeira fazia cócegas em seu nariz. Brand parou atrás dela e
ela se virou, pegando a expressão preocupada no seu rosto.
― Sinto muito sobre isso. Não é exatamente agradável e eu duvido que
alguém tenha se hospedado aqui, desde que a tia Margie passou o verão, há cinco
anos. Ela tinha uma coisa por viver em sótãos depois de uma enchente destruiu sua
casa. O terreno acima era maior, melhor. Eu o escolhi porque é o mais privado e nos
dá maior liberdade.
― É muito bom. ― Ela olhou para a cama de casal, duas mesinhas de
cabeceira e uma linha de caixas empilhadas ao longo de uma parede. ― Eu gostaria
que tivessemos uma televisão, mas há livros. ― Ela apontou. ― Veja. Aqueles estão
claramente marcados como romances. Eu adoro! Então eu vou ter muito que ler.
Ele se aproximou. ― Isso não foi como eu pensei que seria quando acasalado.
Embora seja mais seguro aqui com todos nós sob o mesmo teto. Eu vou te dar uma
TV.
Ela sorriu e deu um passo em seus braços.
― Eu estava brincando. Com você no calor, eu tenho certeza de que vou estar
longe de me sentir entediada. Eu não me importo onde estamos, enquanto estivermos
juntos. O local só precisa de uma boa limpeza.
Um suave grunhido retumbou dele. ― Eu quero você.
Ela apertou sua mão contra a frente de seu jeans, acariciando o comprimento
duro de seu pênis preso dentro deles. Seus seios estavam achatados contra seu peito.
― Eu sou toda sua.
Ele lhe deu um beijo na boca. ― Eu nunca vou ficar cansado de ouvir você
dizer isso. Não é ainda real. Eu continuo meio que esperando acordar sozinho para
descobrir que nada disso é real. Iria me matar.
― Eu sou real. ― Ela estendeu a mão para cavar suas unhas em seus bíceps.
― Sinta-me.
Seus braços se apertaram ao redor dela. Levantou-a e a levou para a cama.
Eles caíram em uma pilha. Poeira subiu ao seu redor, fazendo com que ambos
espirrassem. Um rosnado rasgou de Brand.
― Droga! Isso não é romântico.
Charma riu enquanto deslizava os dedos em seu cabelo sedoso.
― Isso não importa. Poderíamos estar perdidos na mata, passando fome, e
poderia cair uma chuva torrencial. Eu estou feliz que tenho você.
― Eu só quero que tudo seja perfeito.
Ela olhou profundamente em seus olhos bonitos. ― É. Você está aqui comigo.
Ele tomou posse de sua boca de novo quando ele empurrou sua roupa para
fora do caminho. Ela rasgou a camisa dele, tentando empurrá-la até seu torso. Ela
precisava sentir sua pele contra a dela. A vontade de lambê-lo, arranhar as unhas nas
costas, e a dor entre suas coxas lhe assegurou que ela estava pronta para ter seu pênis
enterrado profundamente dentro dela.
Ele era seu companheiro, sua vida, e cada pedacinho de felicidade que ela
sempre sonhou em ter. Eles estavam juntos e nada mais importava. Ela desfrutaria de
cada momento, para compensar todos os anos que tinha perdido.
Brand rolou e Charma sentou montando em seu colo. Ela enganchou os dedos
debaixo de sua camisa, livrando-se dela. Seus dedos roubaram as taças do sutiã e
puxou para obter os seios livre. Desabotoou a parte de trás dele, mexeu os ombros e
jogou-o no chão. Ele massageava seus mamilos tensos enquanto ela enterrava o rabo
para baixo sobre suas coxas, desejando que eles estivessem nus e ele já estivesse
dentro dela.
― Você é tão linda. Eu senti tanto sua falta.
As palavras de Brand foram o suficiente para fazê-la chorar.
― Eu te amo. Eu morri um pouco a cada dia em que estávamos separados.
Ele rolou novamente para fixa-la sob ele e olhou profundamente em seus
olhos.
― Se você sair mais uma vez, eu vou te encontrar! Eu juro que eu vou. Até os
fins do mundo, se é isso for preciso. Eu nunca vou ficar sem você de novo.
Ela rasgou a camisa, procurando desesperadamente sua pele quente.
― Bom. Eu vou me lembrar dessa promessa, mas eu não vou a lugar nenhum.
Eu estou bem onde eu pertenço.
Um grunhido saiu de sua garganta que prometia que não seria suave dado o
nivel dela nível de excitação. Memórias do passado turvavam com o presente quando
eles se beijaram. Todos esses anos se passaram, mas a forte paixão entre eles não
havia desaparecido. Eles tinham aprendido tanto sobre a perda e o valor de estarem
juntos.
Sua boca devorava a dela quando ela encontrou a sua língua com a sua.
Charma aterrou seu corpo contra o dele, com a necessidade de senti-lo. Um suave
grunhido saiu de sua garganta e surpreendeu os dois. Brand respondeu rosnando.
Suas mãos tornaram-se mais áspera, agarrando-a com força, prendendo-a sob seu
grande corpo quando ele rolou-os para o centro da cama.
Um grito de protesto soou quando ele afastou a boca, mas ele enterrou-a
contra a garganta para beliscá-la com suas presas. Seus lábios quentes beijaram seu
caminho até seu peito para provocar o mamilo tenso que ele raspou com os dentes.
Suas costas arquearam para fora do colchão e as unhas cravaram em seus ombros
quando ele chupou duro.
― Foda-me.
Ele soltou seu peito e levantou a cabeça. Seus olhos pareciam ferozmente
sensuais, a cor estava quase negra agora, e sua respiração aumentou.
― Tire. ― Apoiou seus braços, levantou e saiu.
Ambos freneticamente mexeram-se fora de suas roupas restantes. Brand
ficou nu em primeiro lugar e virou de costas. Seu pênis estava orgulhosamente duro,
e prendeu sua atenção. Seus dedos se abriram e espalharam em seu peito a roçar
sobre seus mamilos, sua barriga lisa, todo o caminho até seus quadris.
― Venha aqui, querida.
Ela caiu na cama para rastejar até ele com uma de suas pernas entre as dela e
se deteve quando seu rosto pairava sobre o eixo de espessura de seu pênis. Sua língua
saiu para molhar os lábios e o olhar de Brand estreitou enquanto suas mãos
levantaram segurando seu rosto.
― Eu não posso olhar para você o suficiente, tocar em você o suficiente, eu
ainda sinto como um sonho.
― Que tal um molhado?
Ela baixou o olhar para o seu colo e abriu a boca. A ponta da língua roubou a
coroa de seu eixo e rodou em um círculo. Seu corpo estremeceu na cama, mas ele
ainda segurava depois dessa inicial falta de controle. Um ronronar suave estourou
dela e seu peito vibrou a partir da fonte.
O calor atravessou-a até que seu corpo se sentia como se estivesse em
chamas. Surpreendeu-lhe que ela estivesse reagindo tão intensamente a Brand. Ele
deve ter percebido o quanto ela precisava dele porque ele estava permitindo que ela o
saboreasse neste momento.
Ele era sexy como o inferno e ela o queria, mas seu nível de necessidade foi
desligado das tabelas de normalidade de acordo com as circunstâncias. Não era o seu
tempo para entrar em calor, mas não havia como negar os sintomas. Suas gengivas
ainda doíam um pouco quando ela colocou os lábios em torno dele e chupou seu pau
mais fundo em sua boca.
― Foda-se! ― Ele rosnou.
Não cresça presas, ela implorou para seu corpo. Se ele percebesse, ele iria
fazê-la parar. O formigamento ao longo da linha superior dos dentes persistiu
enquanto ela persuadia seu companheiro em uma febre de paixão. O sabor de seu
pré-semen em sua língua só parecia fazer vir à luz seus instintos mais básicos até que
ela rasgou longe dele, com medo de lhe causar mal. Ela sentiu seus olhos mudarem
conforme sua visão tornou-se mais brilhante e mais viva.
― Oh, Deus! ― Ela arquejou. Sua mão cobriu a boca e a dor assegurou-lhe
que não era sua imaginação. As pontas afiadas pressionavam contra a palma da mão
com suas presas alongadas. Ela olhou nos olhos escuros de Brand e sabia que ele
percebeu o que estava acontecendo com ela.
― Mel? ― O alarme arregalou os olhos.
― UH presas... ― Ela estremeceu, ao ouvir a língua presa.
Ele tentou se sentar, mas ela estava em seu caminho. Suas mãos enjaularam
suas costelas e ele rolou de costas, pairando sobre ela.
― Deixe-me ver.
Charma hesitou antes de deslizar a mão. O olhar de Brand abaixou para olhar
seus dentes afiados. Seu nariz queimava e ele desceu sobre ela. Com uma das mãos
agarrou seu joelho para empurrá-la para cima, dando acesso mais livre para os
quadris para afundar no berço de suas coxas entreabertas.
Ela jogou a cabeça para trás enquanto seu pênis grosso entrou nela. Ele
capturou seus pulsos quando ele soltou seu meio e empurrou-os acima de sua cabeça,
segurando-os lá enquanto dirigia seu pênis mais fundo dentro de seu corpo. Ela
gritou com o êxtase, bateu com tanta força que não tinha certeza se poderia
sobreviver. Brand rosnou quando ele acariciou o cabelo para o lado e seus dentes
morderam seu ombro.
Ele segurou-a para baixo enquanto a fodia freneticamente, pouco mais
profundo, e ela enrolou as pernas elevadas em torno de sua cintura. Ela não podia se
mover de outra maneira enquanto ele a penetrava furiosamente. O nível de calor
dentro do corpo dela ameaçava queimá-la viva enquanto o prazer era martelado nela
tão duro como Brand o fazia. Seu perfume encheu seu nariz, de modo nítido e
maravilhosamente masculino. Ele era dela.
A necessidade de prová-lo tornou-se insuportável. Ela levantou a cabeça. Ela
não tinha planejado mordê-lo, mas seus dentes afiados afundaram no topo de seu
ombro. O gosto de sangue a mandou para o orgasmo. Seu corpo convulsionou a partir
da intensidade do mesmo e seu companheiro parecia estar tomado de êxtase, ao
mesmo tempo ele rosnou mais selvagemente enquanto seu sêmen a enchia.
Eles se contorceram, trancados em conjunto, nublados em paixão. Os
solavancos afiados de seu clímax lentamente tornaram-se mais fraco, até que ela o
soltou com os dentes e lambeu a ferida que ela tinha criado. A realidade retornou. A
boca em seu ombro já não o beijava.
― Foda-se, querida. ― Brand gemeu. ― Você está no cio.
Ela arfava com muita dificuldade de responder, mas balançou a cabeça. Não
havia nenhuma dúvida sobre o que tinha acontecido com ela. Foi a única vez que nela
cresceram presas ou garras. Seu domínio sobre seus pulsos aliviou quando ele mudou
o suficiente para parar de esmagá-la sob seu peito muito maior. Ela respirou mais
fácil uma vez que podia encher completamente os pulmões. Brand levantou a cabeça
e olhou para ela.
― Desculpe, mas eu não quero que você rasgue minhas costas.
― Está tudo bem. Eu entendi.
Ele procurou seus olhos. ― Você parece atordoada.
― Eu não deveria estar em calor.
― Não é seu tempo?
Ela balançou a cabeça, ainda atordoada. ― Não.
Um sorriso brincou em sua boca. ― Eu fui áspero o bastante? Eu percebi o
que estava acontecendo quando vi suas presas e me lembrei de como você precisava
rápido e forte. Você jurou que as preliminares eram pura tortura.
― Isso foi incrível.
― Sim. Foi. ― Ele riu e moveu lentamente os quadris, testando a sensação de
sua buceta segurando seu pênis. ― Você é tão quente e apertada. Eu esqueci como
você incha um pouco e fica tão molhada.
Charma gemeu e instigou Brand a continuar se movendo dentro dela. Ele
ajustou novamente e seus dedos entrelaçaram com os dela, ela arqueou as costas e
levantou as pernas mais alto até os calcanhares cavarem suas nádegas musculares.
Ela podia senti-lo flexionar com cada movimento de seu pênis dentro dela.
― Mais.
― É isso aí, querida. ― Sua boca procurou a dela.
Seus dentes escovaram e ela virou a cabeça um pouco para evitar causar
danos a qualquer um deles. Suas presas foram estendidas e ela não conseguia
controlar as dela por nada, quando ela estava no cio. Seu lado shifter tipo
enlouqueceu, uma vez que foi a única vez que foi autorizado a sair.
Cada rosnado de Brand fazia apenas animá-la mais. As vibrações em seu peito
retornaram quando ela começou a ronronar. Era perturbador no início para se ajustar
a ele, tornava a respiração difícil, mas se concentrou em como era bom sentir Brand
foder.
Suas paredes vaginais se apertaram e ela gritou quando gozou de novo. Brand
abriu as coxas um pouco e levou mais profundo, lutando para se manter em
movimento quando ela apertou seu pênis com mais força.
― Foda-se! ― Ele murmurou. ― Oh sim!!!
Seu corpo ficou tenso e ele jogou a cabeça para trás. O uivo que soltou teria
assustado Charma, mas ela abriu os olhos para ver seu rosto quando ele encontrou
sua própria liberação de novo. Seus olhos se fecharam e o brilho de suor em seu corpo
grande e sua expressão quase agonizante era tão sexy. Seu olhar baixou para seus
ombros largos e a ferida fresca, ainda sangrando da mordida que ela colocou em cima
dele. Sua marca deixaria uma cicatriz. Um sorriso curvou seus lábios quando ele
parou de se mover e tentou se recuperar.
Seus olhos negros ainda abertos quando o queixo abaixou e seus olhares se
cruzaram. ― Eu te amo.
― Eu também te amo. Desta vez eu não sinto muito. ― Uma de suas
sobrancelhas arquearams em questão. ― Por marcar você.
Ele sorriu. ― Querida, você pode me morder a qualquer momento. ― Uma
risada escapou. ― No meu ombro. Você não ira chegar nem perto do meu pau com
essas presas. Não seria nada bom para qualquer um de nós, até eu me curar, se você
acidentalmente me morder lá.
― Verdade.
― Não tinha ideia de que estava entrando em calor? Você parou de se manter
a par das coisas?
― Não era para ter acontecido. Eu acho que as minhas emoções e estar perto
de você meio que me enviou para isso. Já ouvi falar disso acontecer quando
companheiros são separados por um longo tempo, mas apenas com acasalamentos de
longo prazo. Isto também pode ser seus feromônios. Você tem um cheiro incrível
quando está no cio.
― Eu sempre disse que você era minha companheira, mas nós simplesmente
não haviamos cimentado o negócio através da partilha de mordidas durante o sexo. ―
Seu sorriso desapareceu. ― Você se sentia da mesma maneira.
― Sim. ― Ela admitiu.
― Eu quero matar alguma coisa quando penso em todos os anos que
perdemos.
A tristeza agarrou-a com força e ela apertou os dedos, ainda atados com o
dela.
― Nós temos um monte de anos para olhar para frente.
― Eu nunca vou deixar você ir.
― Não?
― Eu não vou. ― Ele sorriu. ― Quando estava previsto para você entrar em
calor?
Charma hesitou. ― Eu não sei. Quer dizer, faz muito tempo que não entro em
calor.
O sorriso de Brand desapareceu quando a confusão o tomou. ― Eu não
entendo. Você está dizendo que não entra mais no cio?
― Realmente, não acho que você quer ter essa discussão agora.
― Sei. ― Ele ajustou seu corpo para mantê-la presa. ― Eu sei que você tomou
pílulas para evitar o calor, mas você é muito jovem para ter parado naturalmente.
Ela estava com medo de machucá-lo, mencionando Garrett. Ela lhe deu a
versão curta, esperando que fosse suficiente.
― Eu tinha que continuar a tomar as pílulas todo o tempo e pareceu me
enviar para a menopausa.
― Você só se deixava levar quando entrava em calor?
Ela hesitou, mas sabia que Brand não ia deixá-la ir.
― Vamos pular essa.
Um músculo em sua mandíbula empurrou e seus olhos se estreitaram.
― Fale comigo, caramba! Isso tem algo a ver com aquele idiota que você foi
forçada a estar?
Ela assentiu com a cabeça bruscamente. ― Eu não quero falar sobre ele
novamente.
― O que não está me dizendo? Você disse que nunca mentiria para mim,
querida.
― Eu não quero que você fique com raiva.
― Diga-me porque o que eu vou imaginar tem que ser pior.
Ela estudou os olhos. ― Eu duvido.
― Droga, Charma. Fale!
Foi uma ordem direta de seu companheiro. Ela conhecia o tom, embora com
Brand não fosse dura ou implícita e ele não lhe infligiria dor se ela desobedecesse a
sua demanda.
― Eu só não queria estragar o momento, respondendo. Não importa mais. Eu
parei com os comprimidos e, obviamente, eu posso entrar em calor.
― Você está enrolando.
Ela respirou fundo e se preparou para sua raiva. Não seria dirigida a ela, mas
ela odiava expô-lo a todos os horrores pelos quais ela passou.
― Tudo bem. Eu disse que tomava as pílulas para evitar entrar em calor e
engravidar enquanto eu estava com Garrett.
― Sim. ― Seus dedos acariciaram os dela.
― Ele ficou com raiva quando eu não entrei em calor. Eu nunca quis ficar com
ele. Eu não podia suportá-lo o pensamento de me tocar... ― Ela fechou os olhos. ―
Você sabe como eu fico. Eu não poderia tolerar sabendo que eu... ― Ela parou de
falar, incapaz de dizer isso para o homem que ela amava.
― Merda! ― Ele parecia infeliz. ― Você o teria aceitado se estivesse no cio.
Congratularia-se com o seu toque.
Ela assentiu com a cabeça. ― Olhe para mim, querida.
Seus olhos se abriram e ela encontrou seu olhar.
― É a parte ruim de ser um shifter. Quando a natureza chama, ela é uma
cadela a esse respeito.
Lágrimas escorregaram embora ela tentasse impedi-las. ― Eu teria implorado
para ser tocada, se o calor se apoderasse de mim, e eu o odiava. O pensamento de ser
tão vulnerável e carente em torno dele me enojava.
― Foda-se! ― Ele estava chateado, mas controlava seu temperamento. ― O
que você fez?
― Eu tomei os comprimidos, mas depois ele ficou com raiva quando eu nunca
entrei em calor e ele me injetou com drogas, tentando forçá-lo.
Um rosnado rasgou de Brand. ― Ele drogou você para fazer o que queria?
― Ele me ameaçou primeiro, então eu fui capaz de planejar com antecedência
e evitar que ele me forçasse a entrar em calor. Tomei os comprimidos todos os dias,
Brand. Eu nunca sabia quando ele viria atrás de mim com essas injeções. As pílulas
combatiam as drogas, enquanto estavam no meu sistema. Elas não foram projetadas
para serem tomadas todos os dias, do jeito que eu estava fazendo. Depois de dois
anos, eu já nem sentia o calor chegando. Não havia impulsos. Elas também
suprimiram o apetite, assim eu comecei a perder peso. Isso foi um bônus adicional,
porque eu não era atraente para ele.
Ele abaixou a cabeça e deu um beijo em sua testa. ― Eu entendo. Eu sinto
muito que você teve que fazer isso.
― Não é culpa sua.
Ele se afastou e se surpreendeu quando ele sorriu. Ele chegou a seus olhos.
― Eu não preciso de drogas para fazer você me querer.
― Não, você não. ― Ela ficou aliviada que ele não estivesse perfurando
paredes ou rosnando. ― Eu te amo.
― Eu também te amo, querida. ― Seu humor desapareceu. ― Eu ainda vou
matar esse filho da puta na primeira chance que tiver!
― Tudo bem. Só não arrisque sua vida para fazer isso. Eu não posso te perder.
― Não está sempre acontecendo. Você está presa comigo. ― Ele piscou.
Ela riu. ― Bom.
― Falando de nós, quer ir mais uma rodada ou quer comer primeiro? Eu
poderia te foder todo d...
Uma batida soou na porta. ― Vá embora! ― Brand gritou.
― Hum..., você é necessário no andar de baixo! ― Braden chamou. ― Dois,
eu ouvi vocês dois! Não recebo pontos por esperar até que vocês terminassem? Anton
disse para levá-lo pronto. O Pride foi flagrado na cidade e eles estão vindo para cá.
― Porra!
O medo tomou conta de Charma quando ela olhou para o rosto bonito de
Brand. Ele poderia se machucar. Ela poderia ter encontrado ele novamente apenas
para perdê-lo. Eles olharam um para o outro.
― Você me ouviu? Você vem? Quero dizer, vamos lá embaixo? Eu sei de onde
você veio. Meus ouvidos ainda estão tocando daquele uivo, e eu estava dois andares
abaixo, cara.
― Vá embora, Braden! Eu estarei lá em breve.
― Tudo bem.
Seus passos desapareceram pelas escadas. Brand suavemente puxou para
levá-la de suas mãos, mas ela recusou.
― Sou necessário, Charma.
― Jure que você vai voltar para mim.
― Ninguém vai me impedir de voltar a esta cama muito cedo. Tenho muito
para viver.
Ela o deixou ir, mas era uma coisa difícil de fazer.
Ele fez uma pausa antes de se afastar.
― Você fica aqui em cima. Tranque a porta e faça uma barricada. Duvido que
eles entrem nesta casa, mas... Há uma espingarda debaixo da cama com uma caixa de
cartuchos. Use-a se for atacada.
― Ok.
Ele inalou. ― Não se preocupe. Eu não vou deixar ninguém te machucar.
― O medo que você cheira não é por mim.
Um sorriso suavizou sua boca. ― Eu vou chutar suas bundas. Não se
preocupe!
Ela se sentou para vê-lo se vestir. ― Vá para seus rostos.
Ele olhou para ela antes de puxar a camisa sobre a cabeça. ― Por quê?
― Os machos Pride são muito vaidosos e presunçosos.
― Sério?
Ela hesitou. ― Sim, eles realmente se preocupam com suas aparências. Às
vezes é a única coisa que eles têm a seu favor. Você usa sua garra em seus rostos e eles
vão pirar.
― As cicatrizes são sexy. ― Ele piscou.
― Eu acho que sim, mas para eles não. Basta ter cuidado.
― Estarei de volta em breve.
Ele saiu e ela deslizou para fora da cama a correu para a porta. Ele esperou do
outro lado até que ela trancou. Um sorriso curvou seus lábios.
― Eu vou fazer uma barricada agora. Vá. Sua família está esperando por você.
Uma risada profunda soou através da porta. ― Você é uma grande
companheira para receber ordens.
― Não se acostume com isso!
Ele riu enquanto seus passos recuavam para a escada. Charma virou-se e
olhou em volta, vendo alguns velhos móveis pesados nas sombras. Ela duvidava que
qualquer um do Pride violasse uma casa cheia de lobisomens, mas ela não queria ter
uma chance de ficar cara-a-cara com alguém de sua antiga vida. Eles a matariam se a
vissem, se descobrissem que tinha advertido o Bando Harris de seu ataque. Ela era
uma traidora de sua própria espécie.
Seu olhar deslizou para a cama. Ela deveria ter dito a Brand que não sabia
nada sobre armas, mas que era um conforto saber que uma espingarda estava lá.

*****

Brand olhou ao redor do porão onde os machos do bando seguravam várias


conversas enquanto esperavam para que todos pudessem chegar. Anton franziu o
cenho para Rave, por algum motivo, parecendo chateado. Ele foi até os irmãos.
― Há algum problema? ― Ele manteve sua voz baixa para não ser ouvido.
― Sim. ― Anton falou.
― Não. ― Respondeu Rave ao mesmo tempo.
― Tudo bem. ― Brand olhou entre eles. ― O que não é o problema, então?
Rave cruzou os braços sobre o peito. ― Anton não está feliz que eu trouxe
uma hóspede para casa.
― É muito perigoso. ― Anton olhou para o irmão.
― Ela está mais segura comigo do que sozinha.
― Sério? Estamos em guerra com um bando de gatos putos. Explique-me por
que ela não estaria melhor longe daqui?
Rave hesitou. ― É complicado.
― Eu sou todo ouvidos.
― Estou apenas curioso... ― Brand sussurrou.
Seus primos lançaram um sorriso e ele estava feliz que a tensão diminuísse
entre eles. A última coisa que qualquer um no bando precisava era que os filhos do
alfa mostrassem stress. Não era o suficiente que a notícia de que o inimigo se
aproximando já corresse por aí. Rave falou.
― Ela veio me pedir ajuda. É uma longa história, mas ela não estava segura,
com sua mochila. Ela já estava em perigo com eles. Ela pediu asilo com o nosso bando
e eu dei a ela.
― Tudo bem. ― Anton parecia irritado, mas se acalmou um pouco. ― Vamos
discutir isso mais tarde. Será que você a estabeleceu em seu antigo quarto?
― Sim. Desculpe, mas estava atrasado.
Grady entrou na roda e sorriu. ― O que estão sussurrando?
― Rave trouxe alguém aqui que não conhecemos. ― Anton sussurrou.
― Isso não é tão estranho. Ele está sempre trazendo mulheres para casa. ―
Grady roçou seu ombro contra o do irmão em questão. ― Ela é quente?
― Sim. ― Rave sorriu.
Grady deu de ombros. ― Mistério resolvido. Estamos prontos?
Anton olhou ao redor da sala. ― Sim. Acho que todo mundo que foi capaz de
vir, está aqui. ― Ele se virou, encarou o quarto e se mudou para o centro. Um rugido
alto dele fez com que o quarto ficasse em silêncio enquanto toda a conversa cessava.
― Os machos Pride foram vistos na cidade e no bar onde eles pediram
indicações para esta casa! ― Ele fez uma pausa. ― Temos certeza de que lobos
estavam lá, na esperança de atraí-los. Eles receberam essa informação pelos poucos
humanos que contratamos para esse fim. Foi relatado que o Pride não começou
nenhum problema ainda, embora ache que eles vão atacar muito em breve.
― E os humanos? ― Clover Arris fez uma careta. ― Você disse a eles o que
estava acontecendo?
Rave respondeu.
― Não! Eles são alguns amigos motoqueiros meus que não têm nenhuma
ideia do que eu realmente sou. Eles não fazem um monte de perguntas e alguns deles
me deviam alguns favores, eu os chamei e lhes dei ordens para que qualquer um que
procurasse pelos Harris viesse direto para esta casa.
― O que eles acham que está acontecendo? ― Brand estava um pouco curioso
sobre os seres humanos que o seu primo tinha plantado no bar familiar para
alimentar as informações sobre o Pride invasor.
― Eu disse que tinha chegado a hora de cobrar as dívidas. Como eu disse, os
meus amigos não fazem muitas perguntas.
― Você não tem medo de que eles se machuquem? ― Thomas Krid franziu o
cenho.
― Não. ― Rave riu. ― Estes não são seres humanos normais. Eles são bons
em mentir e não são facilmente intimidados. Eles também vão se dividir logo após
terminarem seus turnos e deixar a cidade, sem perguntas. Nós não poderíamos ter
exatamente Yon como um bartender ou quaisquer dos outros membros do bando na
equipe lá. O Pride teria ido para o ataque, não apenas pedido informações.
― E sobre os outros humanos da cidade? O Pride pode estragar com o nosso
plano, causando problemas com eles! ― Raymond Borl balançou a cabeça, com uma
expressão de desgosto estampada em suas feições grosseiras. ― Eles são cordeiros
para o abate, se não estiver por perto para protegê-los! Devemos ir para a cidade e
atacar os gatos lá.
― É por isso que você não é um alfa! ― Anton olhou para ele. ― O último
lugar em que quero que isso aconteça é perto de pessoas inocentes.
― E aqueles que sabem sobre nós? ― Foi Timmy McQuire quem falou.
― Dissemos a eles que problemas estavam por vir e que fossem visitar a
família. Espero que todos eles tenham saído.
― Mas e se esses idiotas atacarem alguns dos seres humanos? ― Timmy
perguntou novamente.
― O Pride segue uma regra rigorosa de sigilo tanto quanto nós. ― Respondeu
Rave. ― É uma sentença de morte na maioria dos Pride, revelar o que eles são para
quem não é um shifter.
― Como você sabe? ― Foi Raymond Borl que fez essa pergunta.
Grady rosnou para ele. ― Já ouvi merda o suficiente de você. O que há com
você sendo o falastrão da discórdia ultimamente?
Rave se aproximou. ― Eu sei, porque lidei com todos os tipos de shifters!
Quem você acha que meu pai envia para falar com eles quando temos problemas com
limites? Eu.
O homem mais velho não parecia convencido. ― Nós nunca tivemos ninguém
nos atacando antes! Isto é o que acontece quando você não fica com a sua própria
espécie!
Anton rosnou. ― O que significa isso?
Brand sentiu suas próprias presas crescendo mais. Essa conversa envolvia
Charma também. ― Tenha muito cuidado com o que você diz, Raymond. Você pode
ser o primeiro a ir, se você desejar iniciar um conflito no bando!
Braden se colocou entre eles e o homem mais velho e o enfrentou.
― Eu sei que você é da velha escola, mas você está sendo um idiota. Brand é
mais agradável do que meus irmãos. Você já percebeu como eles não são como o pai?
Papai teria apenas dado um cala boca em você, mas eles vão te matar! Agora, sente-se
e seja inteligente! E cale a boca!
O homem mais velho não parecia feliz, mas se sentou.
― Eu ainda estou preocupado com os nossos vizinhos humanos! Eles
precisam de nós para protegê-los!
Rave parecia pronto para avançar em Raymond, mas não foi Brand que
impediu o derramamento de sangue. Braden lidou com a situação.
― Eu sei sobre Prides também. Eles são totalmente fiéis sobre manter
segredos shifter. Eles nos fazem olhar relaxados sobre isso. Meu pai me mandou para
lidar com alguns deles quando Rave estava ocupado. Eles não estão dispostos a fazer
qualquer coisa que os exponha aos nossos ossos vizinhos humanos. Nós somos os
alvos.
― Quando o papai fez isso? ― Rave tocou o ombro de Braden para chamar
sua atenção.
O mais novo Harris lançou-lhe um olhar rápido.
― Alguém gosta de ir a comícios motociclistas às vezes. A vida não para só
porque você sai da cidade.
― Por que você e eu não? ― Anton franziu o cenho. ― Eu não sabia o que
queria.
Braden sorriu. ― Papai sabe que eu estou pronto para qualquer coisa que
envolva bichanos e eu sou bom com eles.
Grady bateu-lhe na parte de trás da cabeça. ― Engraçado. Vamos parar com a
merda e lidar com esta bagunça.
― Sim ― Brand concordou. Ele queria acabar com isso e voltar para Charma
o mais breve possível. Ele sabia que tinha que ter medo de uma casa cheia de
lobisomens. Ele olhou para cima, esperando que ela estivesse bem.
Anton se afastou de seu pequeno círculo de abordar o quarto.
― Os Prides estão vindo para cá e eles querem uma luta ― Seus olhos foram
transformados para mostrar seu lobo interior, enquanto suas presas cresceram. ―
Nós vamos fazê-los se arrepender de invadir nosso território.
― Claro que sim ― Resmungou Kane, reunindo seus executores. ― Somos
mais do que isso para eles.
Brand riu.
― Foi uma decisão ruim nos enfrentar durante o calor do acasalamento. Você
sabe o lema do nosso lema bando. “Se você não pode foder, lute!”
Braden riu.
― Eu quero uma jaqueta de couro com essas palavras impressas nas minhas
costas.
Rave olhou para ele.
― Você estava brincando.
― Eu não estou. Devemos fazer o nosso slogan oficial, enquanto o pai nos
permite levar o bando.
Charma não poderia ficar parada depois de ter barricado a porta. A
preocupação por Brand e seu bando deixou-a nervosa. Ela desligou todas as luzes e
abriu a janela. O ar fresco passeou dentro do quarto quando ela olhou para a noite.
A lua emitia luz suficiente para sua visão melhorada olhar todos os detalhes
de tudo o que acontecia em todo o lado da casa. Madeiras pesadas cercavam a
propriedade, mas as árvores tinham sido cortadas para trás, distante o suficiente para
fazer com que fosse impossível para qualquer um esgueirar-se perto o suficiente para
avançar sobre as sentinelas designados. Suas formas escuras mal se distinguiam, a
menos que alguém estivesse olhando para eles, como ela estava.
Ela se joelhou, apoiou o queixo sobre as mãos cruzadas sobre o peitoril da
janela e aguçou os ouvidos para quaisquer ruídos além dos ramos que sussurravam
ao vento. Era só uma questão de tempo antes que o ataque começasse.
De jeito nenhum ela poderia perder Brand. A vida não podia ser tão cruel, não
é? Ela mordeu o lábio inferior, em angústia. Ambos tinham passado por muito para
que o destino os separasse mais uma vez.
A tentação puxou-a para usar o telefone celular que Brand tinha esquecido
quando ele a tinha deixado. Ela duvidava de que alguém fosse tentar recuperá-lo, mas
não estava disposta a arriscar. O carro dela tinha sido um pedaço de merda. Ainda
bem que Garrett fez economia em não colocar qualquer tipo de sistema no carro dela
que pudesse ser rastreado.
Ela engatinhou e recuperou o celular de Brand. Levou um minuto para
descobrir como usá-lo. Ela discou numero de Megan, não querendo lidar com seus
pais. Eles estariam com raiva por ela ter fugido do Pride e não tinha certeza se podia
confiar neles. Era triste, mas era verdade. Ambos eram gratos ao orgulho por estarem
vivos. Ela entendia, mas não concordava com as suas crenças.
O telefone tocou duas vezes antes de sua irmã atender.
― Quem é? ― O alarme ficou claro em sua voz. ― Como você conseguiu esse
número?
― Oi, Meg! É Charma!
― Quem é B. Harris? Onde você está? Garrett chamou e veio aqui,
procurando por você. Ele parecia preocupado.
Ela se absteve de bufar. Ele era um bom mentiroso. ― Eu o deixei! Eu não vou
voltar!
O silêncio se seguiu e ela imaginou que sua irmã estava um pouco chocada.
― Ele te bateu de novo, não foi?
Foi a vez de Charma ficar um pouco atordoada. Será que toda a sua família
sabia?
― Char? ― Meg baixou a voz e uma porta fechou. ― Você se machucou? Você
precisa de mim para chegar até você? Alguns do Pride estão nas proximidades, mas
posso fugir. Diga-me do que você precisa e onde você está. Eu sei que Darbin e meu
companheiro não podem protegê-la sem iniciar uma guerra entre nossos Prides, mas
nós podemos ajudar. Você precisa de dinheiro? Para onde você foi? Você está segura?
― Você sabia que Garrett me bateu algumas vezes?
Uma pequena fungada escapou de Megan. ― Eu suspeitava, mas não tinha
provas. Estou acoplada e sei como é maravilhoso. Eu nunca vi o seu companheiro
tratá-la bem como Cole faz comigo. Eu sinto muito. Você fez isso para nos proteger,
não é? Eu me perguntava por que acasalou com Garrett. Você sempre disse que ele
era um idiota, mas depois concordou em ficar com ele quando voltou da faculdade.
Você se recusou a responder às minhas perguntas. Cole e eu conversamos sobre isso e
ele disse que você deve ter feito isso por nós, a família.
― Sim. ― Charma sentou-se no chão, encostando-se na cama. ― Percy é um
bastardo! Você sabe como ele governa. Ele me queria acoplada a seu filho e isso
bastava!
― Darbin não é nada parecido com ele. Meu sogro é muito legal.
― Estou feliz que você acabou com um bom Pride, querida. Eu liguei para
dizer que estou segura.
― Você ligou para nossos pais?
― Não.
― Você vai ligar?
― Não. Você não pode contar-lhes sobre o nome que está no identificador de
chamadas. Estou confiando em você, Meg! Duvido que Garrett queira vir atrás de
mim, mas eu não estou disposta a arriscar. Ok?
― Este B. Harris é um amigo seu?
Ela hesitou. ― É uma longa história.
― Eu tenho todo o tempo do mundo para você.
Ela hesitou, mas sabia que podia confiar em sua irmã. ― Eu o conheci na
faculdade e nos apaixonamos. Tive que desistir dele pela família. Corri até ele e é com
quem eu estou. Estou segura e ele ainda me ama.
Sua irmã sugou ar. ― Um ser humano? ― Ela se recuperou antes que Charma
pudesse falar. ― Tudo bem. Eu posso lidar com isso. Você pode esconder o que você é
dele e inferno, eu acho que você poderia levá-lo bêbado quando entrar em calor e
alimentá-lo com Viagra para ajudá-lo a se manter com desejo sexual. Ele só vai
pensar que se tornou uma ninfomaníaca. Eu não vou julgar.
― Um...
― Não. Está tudo bem! ― Meg insistiu. ― Desde que você não mude, pode
lidar. Apenas pinte o cabelo, diga-lhe que aqueles pontos abaixo de suas costas são
tatuagens que você fez, quando estava bêbada, na adolescência. Os contatos podem
ser usados para os dias de cada vez. Você pode levá-los para fora, enquanto ele não
estiver com você. Ele mora perto de terras do Pride? Você está perto de nós, porque
Darbin pode encomendar a nosso povo nunca mencioná-lo se o virem. Basta ter
muito cuidado.
― Ele não é humano... ― Charma hesitou.
― Oh, meu Deus! Você fugiu com um Pride masculino? Não me lembro de
um Harris como um dos de Percy. Ele é um dos Darbin? Eu não conheço os que
vivem mais longe ― Sua voz baixou para um murmúrio. ― Está em nosso Pride?
Merda! Está tudo bem, apesar de tudo. Darbin pode pedir para não mencionar que
você está aqui. Isso provavelmente vai funcionar melhor.
― Brand não é um membro do Pride. ― Ela admitiu. ― Ele é um lobisomem.
― O quê?!! ― Sua irmã gritou.
Charma estremeceu. ― Acalme-se.
Sua irmã baixou a voz para um sussurro. ― Um lobisomem? É isso o que você
disse?
― Sim. Nós nos conhecemos na faculdade e vivemos juntos lá. ― Total
silêncio. ― Você ainda está aí, Meg?
― Estou. ― Sua irmã tomou uma respiração irregular. ― Estou espantada!
― Eu sei.
― Ele não tentou te comer?
Charma não pôde deixar de rir. ― De outra forma, diria que sim.
― Oh! ― Meg riu também. ― Entendi. ― Ela ficou séria. ― Ele é bom para
você?
― Nós nos amamos e ele é incrível! Eu me acoplei a ele.
Sua irmã engasgou.
― Eu sei o que você está pensando.
― Você já está acoplada.
― Estou. Mas não mais com Garrett. Brand é o meu verdadeiro companheiro.
― Esta é uma responsabilidade muito grande.
― Eu sei. Não quero que você se preocupe. Você pode dizer à família que eu
estou segura, mas nada mais.
― Mamãe e papai iriam se virar contra você se eles soubessem disso. Eles
diriam a Garrett e a Percy. Você não pode confiar neles.
― Eu sei.
―Eu vou manter o seu segredo. Você salvou nossas vidas. Cole e eu
suspeitamos que você impediu que fossemos transformadas em criadoras. Foi isso,
não foi?
Não havia nenhuma razão para mentir. ― Sim. Percy é um bastardo real. Ele
ameaçou matar nossos pais, juntamente com Adam e nos vender para outros Prides.
― Que imbecil! ― Meg assobiou. ― Eu sempre o odiei. Ele tentou me impedir
de acasalar com Cole. Ele queria que eu ficasse em seu Pride.
― Eu sinto muito, eu não poderia te dar qualquer aviso de que estava indo
embora, mas não tive tempo.
― O importante é que você está segura e eu sei disso. ― Megan fez uma
pausa. ― Eu vou memorizar este número e, em seguida, excluí-lo do aparelho. Eu vou
comprar um celular descartável para te chamar e te passar o meu novo número. Eu
não quero correr o risco de Garrett caçar você e tentar se apossar do meu telefone
para fazê-lo. Eu não quero perder o contato com você. Prometa-me que você vai ficar
em contato!
― Eu prometo.
― Um lobisomem!... ― Sua irmã riu. ― Você sempre foi uma companheira de
contradição. Primeiro foi a faculdade e agora isso.
― Ele é incrível, Megan! Eu gostaria que você pudesse conhecê-lo.
― Eu pretendo vê-lo. Uma vez que Cole retorne de sua viagem, nós vamos
descobrir isso.
A respiração de Charma congelou em seus pulmões.
― Que viagem?
― Os Prides foram chamados para aderirem e ele foi enviado para ajudar a
combater o inimigo.
― Oh, merda! Você pode chamá-lo?
― Sim. Ele sempre leva seu celular com ele.
― Diga a ele e aos outros de seu Pride para voltar para casa agora! Salve a
vida dele!!
― Por quê? ― Megan parecia alarmada.
― É o meu bando, Megan! Do meu companheiro! Somos nós que o conselho
pretende atacar! Os lobisomens não estão conspirando para erradicar a nossa espécie.
Um Pride vizinho entrou em seu território e sequestrou uma gata acoplada a um
lobisomem. Eles tiveram que matar para recuperá-la.
― Foda-se!! ― Megan arquejou.
― Sim. Ligue para o seu companheiro, mas você não pode dizer a ele que eu
estou aqui nem o porquê dele não permitir que o seu Pride lute com os lobisomens.
Quem está com ele pode ouvir a conversa.
― O que é um pesadelo.
Charma não poderia concordar mais.
― Eu vou dizer a ele que eu cheirei lobisomem na floresta atrás de nossa casa.
Seu dever de nos proteger substitui todo o resto. Ele irá enviá-los correndo de volta
aqui.
― Você mentiria por mim?
― Num piscar de olhos. Eu vou lhe dizer a verdade, uma vez que ele esteja em
casa. Ele vai entender. Além disso, falar sobre fazer más primeiras impressões ao
conhecer sua família. Um campo de batalha não é o ideal. Temos que impedir que
nossos companheiros matem uns aos outros. Eu te amo. Ligo para você em poucos
dias ou me ligue, se as coisas forem mal.
― Eu também te amo. Ligue para o seu companheiro agora.
― Já estou ligando.
Charma colocou o telefone celular de Brand onde ele tinha deixado e abraçou
seu peito. Ela deveria ter pensado sobre o fato de que Darbin poderia ser solicitado a
enviar alguns de seus homens para lutar, provavelmente o seu próprio filho, mas ela
não tinha considerado muito além de chegar ao bando de Brand para avisá-los, de
modo que ele estaria seguro. Ela sabia que Megan falaria com Cole para voltar para
casa com os seus homens. Os lobisomens teriam menos Pride com os quais lutar.
Ela rastejou de volta pelo chão até a janela, permanecendo abaixada no caso
de qualquer dos machos Pride estivessem na floresta e tenha subido em árvores para
obter um olhar para dentro das janelas. Espiou fora, procurando a noite com sua
visão melhorada. Fechou a janela para mascarar o cheiro dela. Seria mais forte,
enquanto ela estivesse no cio.

*****

Brand manteve-se nas sombras, pressionado firmemente contra o tronco da


árvore que havia escalado. O Pride não esperaria que os lobos atacassem de cima. Ele
olhou em toda a área aberta para buscar os outros membros de seu bando,
escondendo-se em locais semelhantes ao redor da casa. O cheiro de seu inimigo não
tinha chegado a eles ainda, mas os relatórios apontavam os carros fora da cidade e
que tinham estacionado ao longo da estrada que levava para a floresta.
Um leve ruído chamou sua atenção. Ele virou a cabeça e viu um vulto escuro
rastejar para fora da porta do porão. Suas mãos apertaram com raiva, enquanto
observava Braden a distância. Seu primo tinha sido recebido ordens de ficar dentro
de casa, mas ele obviamente tinha desobedecido a Anton. Ele quase gritou, para
exigir que tivesse sua bunda de volta para dentro, mas reconsiderou. Não estava
disposto a dar sua localização no caso do Pride haver se aproximado sem ser
detectado. Era possível.
Seus primos iam torcer o pescoço de seu irmão mais novo, quando
percebessem que ele se juntou à luta. Parte de Braden simpatizava com Brand. Ele
sabia tudo sobre ser jovem e fazer escolhas erradas. Quando Charma lhe contou sobre
o acasalamento dela quando ele tinha tido a sorte de encontrar a mulher certa, tinha
sido o pior. Ele chegava a casa irritado e amargo. Ele tinha estado solitário sem ela e
usou a violência como uma saída. Braden podia estar passando a mesma aflição, pois
ele estava com tesão como o inferno e proibido de foder alguém na corrida. O calor
ficava dez vezes pior.
O vento mudou e o cheiro fraco do gato brincou com seu nariz. Ele sacudiu a
cabeça nessa direção e pegou os binóculos infravermelhos pendurados em seu
pescoço. Sua visão era excelente, mas eles o ajudaram a ver mais longe. Ele pegou o
leve movimento e ampliou.
Um grupo de sete estranhos estava perto do riacho, prestes a subir o barranco
do lado norte. Ele começou a sinalizar para sua matilha, mas algo estranho
aconteceu. Um loiro alto retirou algo do bolso, o que ele supunha ser um telefone. O
estranho parou por breves segundos, ouvindo e, em seguida, com um movimento de
mão rápido, ordenou algo aos outros e todos começaram a se afastar, partindo em
direção oposta.
Isso deixou Brand intrigado. Eles tinham fugido com medo da luta ou tinham
um novo alvo? Braden descartou a última hipótese, pois sabia que eles não estavam
perseguindo seu primo. Usou os binóculos para acompanhar os estranhos através das
árvores. Eles estavam se movendo rápido, correndo a toda velocidade, indo
diretamente ao velho cemitério. Não havia casas de embalagem foram nessa área, não
havia uma estrada.
Subiu mais alto quando as copas das outras árvores bloquearam sua visão e
finalmente avistou a linha escura do pavimento. Não havia luzes na rua, mas luzes se
acenderam naquele momento. Elas eram fracas. Ele viu quando dois conjuntos de
faróis pegou velocidade, partindo para fora da vista. Eles estavam saindo. A estrada
que pegaram iria levá-los para longe do bloco.
Brand desceu ao seu lugar original no ramo grosso, querendo saber por que
os sete membros Pride haviam fugido. Será que farejaram todos os lobos à espreita e
decidiram que não era uma boa noite para morrer? Um sorriso curvou seus lábios.
Eles podiam não querer encarar uma luta, afinal. O Pride parecia estar na corrida.
Seus lábios se abriram para falar a sua intenção de dizer aos outros, mas uma buzina
o silenciou. Ele esticou o pescoço para procurar a fonte, encontrando Rave em outra
árvore a algumas dezenas de metros de distância.
Seu primo apontou e ele teve um vislumbre de movimento. Levantou os
binóculos de novo e localizou cerca de mais uma dúzia de estranhos. Eles,
cautelosamente, usavam a folhagem para avançar. O vento soprava na direção errada
para pegar seu perfume, mas era óbvio que eles não eram amistosos.
Tirou o binóculo e enganchou a correia sobre a árvore, olhando para Anton.
Seu primo olhou ao redor, parecendo esperar, até que ele teve a atenção de todos.
Alguns movimentos rápidos de mão sinalizaram suas ordens. Brand tirou a camisa,
mas manteve o moletom para ter maior mobilidade. Seus sapatos tinham sido
deixados dentro da casa. Ele se inclinou e rastejou mais longe no ramo grosso, até que
estava deitado de bruços. Não era uma posição confortável, mas era necessário. Foi
uma fácil queda de 2 metros no chão. Era apenas uma questão de esperar o inimigo
se aproximar.
Ele ainda mantinha sua raiva. O sangue alfa lhe permitiria mudar
completamente em poucos segundos antes que seus pés batessem no chão. Seus
dedos formigavam, quando suas unhas cresceram em garras afiadas, e o cabelo
brotou ao longo de sua pele para protegê-la contra a casca áspera da árvore. Ele e
seus primos atacariam primeiro e dariam aos outros aplicadores pelo menos trinta
segundos para completar suas transformações em lobos completos.
O Pride aproximou-se, parecendo alheio ao perigo acima deles. Brand olhou
para a casa alfa, seu olhar na janela superior, perto do teto. Charma tinha fechado a
janela e estava escuro lá em cima, mas ele podia sentir que ela estava atenta,
esperando ele voltar. Sua determinação de matar os invasores e acabar com a guerra
o mais rápido possível o fez impaciente. O Pride veio para frente, utilizando arbustos
e árvores, numa tentativa de esconder sua abordagem. Ele viu como alguns deles
foram para as árvores.
Um sorriso curvou seus lábios quando o primeiro Pride masculino entrou em
contato com Rave. Um uivo rasgou o silêncio quando duas grandes figuras caíram no
chão em um emaranhado de galhos de luta. Brand caiu no chão e atacou um membro
do Pride que havia corrido para também atacar seu primo. O homem sussurrou antes
que em seus dedos brotassem garras afiadas. Brand rosnou, mostrando suas presas, e
rasgou o ombro superior do homem ao entraram em confronto.
Ele ignorou os sons de combate quando o seu bando contatou os membros do
Pride. Muita raiva reprimida tomou conta dele. Ele só desejava que pudesse atirar sua
raiva em quem tinha acasalado e abusado de Charma. Ela disse que o filho da puta
não tinha sido enviado para a guerra, apenas ampliando sua crença de que o cara era
um maricas, em todos os sentidos da palavra. Mas esse dia viria! Ele silenciosamente
jurou que rastrearia esse maldito animal.
― Mantenham alguns vivos! ― Anton rosnou, alto o suficiente para ser
ouvido.
Não fazia sentido para Brand, mas ele seguiu as ordens para só mutilar
gravemente seu oponente. O Pride parou de lutar, uma vez que Brand usou suas
garras para cortar a face direita do macho e lhe quebrou o ombro. Ele o deixou
encolhido de dor e atacou outro leopardo de listras que ia em direção à casa.
A coisa foi rápida, mas Brand pegou-o pela perna traseira quando este tentou
saltar para o patamar do segundo andar. Seus dentes afundaram na coxa do leopardo.
O homem uivou de dor e caiu no chão. O gato rolou, suas garras cortando na pele
grossa que protegia o peito de Brand, mas Brand rolou para o lado, evitando o ataque
mortal que apontava para o seu coração. Ele interiormente estremeceu com a imagem
das novas cicatrizes que ganharia. As janelas da sala foram arrombadas pelo peso
deles em luta. Ambos caíram dentro de casa.
Mais lobisomens atacaram o macho quando Brand se afastou, deixando o
pobre coitado para o seu destino. O gato só entrou alguns metros para dentro antes
que fosse morto. Brand saltou para fora e examinou o quintal procurando outras
ameaças para a casa.
Ele descobriu que estavam procurando o Alpha Elroy para matá-lo. Eles não
iriam encontrar seu tio, pois ele estava a quilômetros de distância, escondido,
trancado dentro do porão do médico do bando. Outro leopardo chamou sua atenção.
Aquele estava usando as copas das árvores para lançar um ataque contra a casa. Ele
aterrissou no telhado e Brand uivou um aviso para os que estavam no interior. Ele se
virou de volta através das janelas quebradas e saltou sobre o cadáver de seu inimigo.
Seu corpo peludo era mais volumoso, enchendo a escada e suas garras
rasgaram no tapete. Ele não deu a mínima para isso, pois o leopardo estava muito
perto de Charma. Era difícil distinguir os ruídos de todas as batalhas que ocorriam,
mas ouviu a quebra de vidro e um grito feminino.
Charma! Não!
Ele enlouqueceu e partiu para o segundo andar, atravessando uma janela no
final do corredor. Ele quase escorregou do telhado estreito, mas suas garras rasgaram
as telhas de madeira, segurando o chão quando começou a subir em direção ao
terceiro andar. Ele ordenou que Charma barricasse a porta e sabia que seria mais
rápido para chegar a ela a partir das janelas lá em cima. Lobisomens não foram
projetados para escalar, mas ele estava motivado. Ele deslizou no declive íngreme.
Brand uivou de raiva e teve que tomar algumas respirações calmantes. Ele
forçou seu lobo de volta o suficiente para perder suas garras e recuperar suas mãos.
Ele tentou subir, mas deslizou para mais longe. Ele virou a cabeça e pulou em direção
à árvore que o leopardo tinha usado para chegar ao terceiro andar. Ele não
conseguiria subir como um lobo, mas poderia fazê-lo como homem. Foi um processo
lento, mas ele tinha que chegar à Charma.
Estava estranhamente silencioso lá em cima. Ele, finalmente, chegou ao ramo
que estava perto o suficiente para espiar pelas janelas que haviam sido quebradas.
Olhou para dentro e o que viu o fez querer rugir em indignação. Charma estava
encolhida ao lado de uma cômoda que tinha sido puxada para um canto da sala. Um
leopardo tinha-a presa ali, bloqueando sua fuga.
O Pride masculino estava a poucos metros de onde ela estava encolhida. Esse
homem poderia ser Garrett. A raiva agarrou Brand quando ele se recuperou o
suficiente para recuperar o fôlego, e estava a uma polegada ao longo do ramo para a
abertura. Ele ia matar esse filho da puta por ficar muito perto de sua companheira!
O grande gato caiu através das janelas. Charma suspirou e rolou para fora do
caminho, quando o leopardo parou para sacudir o vidro quebrado. Aterrorizada pela
entrada violenta, ela conseguiu se mover, mas não havia escapatória. Ela abaixou
num canto ao lado da cômoda, que tinha usado para bloquear a porta. A espingarda
estava atrás do intruso, fora de seu alcance.
A besta balançou o corpo peludo de novo, removendo os últimos escombros e
se endireitou. Sua cabeça balançou para seu caminho e ela identificou as feições e os
olhos. Ele a olhou surpreso, arregalando os olhos quando seu olhar caiu sobre ela e
sua visão foi ajustada à sala escura. Eles não sabiam que ela poderia estar ali.
Oh, merda! Ele iria matá-la! Ela não tinha nenhuma dúvida sobre isso. A
última vez que tinha visto Randy no escritório de Percy, ele tinha considerado montá-
la, mas o líder orgulho o havia proibido de levá-la. O tempo pareceu congelar. Ela não
olhou para longe dele, até que ele deu um passo em sua direção.
Ela agarrou a única coisa ao seu alcance. Um vaso em cima da cômoda. Ela o
agarrou na base e bateu fora do topo. ― Para trás!
Ele começou a se mover e ela viu seu alargamento de nariz enquanto cheirava
o ar. Ele pegou a mudança do cheiro dela. A marca de Brand iria ofendê-lo e ele
também saberia que ela tinha ido para o calor. Seus dentes estavam alongados, mas
ela manteve os lábios fechados, esperando que ele não notasse que as unhas eram
garras também. Ela precisava de qualquer vantagem que pudesse obter para
sobreviver.
Brand, onde está você?! Ela silenciosamente gritou para ele, mas sabia que
seu companheiro provavelmente estava lutando por sua própria vida.
A voz de Randy saiu uma mistura de homem chateado e leopardo indignado.
― O que você está fazendo aqui?!
― Eu vim para avisá-los! ― Ela apoiou as costas contra a parede e avançou a
outra mão por trás da borda da cômoda. Ele teria que vir para ela e ela planejou
empurrar a cômoda contra ele quando o fizesse.
― Você o quê?!! ― Ele deu um passo ameaçador para frente, mas parou com
a boca aberta.
― Eu os avisei. ― Ela provocou, rezando para que fosse capaz de leva-lo a um
ataque de fúria. Ele não estaria pensando com clareza, somente iria querer rasgá-la, e
essa era a única vantagem que tinha. ― Eu disse a eles que o Pride chamou uma
união.
― Por que você nos traiu dessa maneira?
― Por que você acha? ― Ela finalmente ergueu o queixo, que lhe permitiu ver
as suas presas. ― Eu detesto o Pride!
Ele não a atacou do jeito que ela imaginou que seria. Ele deu um passo para
trás, seu rosto empalidecendo. ― Você fede a lobo!
― Eu acoplei com um!
Seu choque era visivel.
Ataque agora! Sua voz interior insistiu. Ela não teve coragem de deixar o
seguro espaço apertado. Seus instintos estavam jogando o inferno e seu lado shifter
queria se esconder do homem maior e perigoso que a ameaçava. Ele era mais forte,
mais rápido, e ela não estava a ponto de enganar a si mesma que suas chances de
ganhar eram quase nulas. Sua metade humana queria lhe causar alguma dor, antes
que ele a matasse.
― Eu tenho a sua irmã! ― Ele finalmente cuspiu.
Foi sua vez de ficar chocada. ― O quê?
― Brenna nos seguiu até aqui, pensando que estavam monitorando você. ―
Seus olhos se estreitaram. ― Abaixe o vaso e me siga ou eu vou matá-la.
― Você está mentindo!
― Eu odeio Percy também! ― Ele levantou a cabeça, olhando para ela. ― Ele
nem sequer enviou Garrett para lutar por esta causa. Estou farto de ser um testa de
ferro! Com você e sua irmã poderíamos criar um novo orgulho. Você vem comigo,
sem se colocar numa luta e eu não vou te matar. Eu sempre quis você. ― Ele
sussurrou. ― Mas primeiro vamos ter que te livrar desse mau cheiro de cachorro.
― Você não tem Bree!! ― Ela se recusou a acreditar nele.
― Eu tenho. ― A expressão de satisfação no rosto a aterrorizou e disse a ela
que ele estava dizendo a verdade. ― Ela está com meu irmão! Ele pode tê-la e eu vou
te pegar. Eu não acho que você esteja com defeito. ― Seu olhar baixou para baixo de
seu corpo com interesse. ― Eu só acho que Garrett é tão covarde como seu pai e vazio
de disparo. Eu sei sobre ele estragar tudo o que toca e nenhuma delas acabou grávida.
Sua mãe era uma criadora e deu a seu pai quatro gatinhos antes do acidente. Eu
queria você, mas Percy disse que seu precioso menino poderia tê-la em seu lugar. Saia
comigo agora ou Breeanna vai pagar, Charma. Vou te levar comigo de qualquer
maneira, mas eu vou te machucar como castigo, se você se colocar numa luta.
Ela quebrou o vaso. Randy aproveitou e se moveu mais rápido do que ela,
agarrando seu pulso violentamente, com força suficiente para tirar o objeto quebrado
de seus dedos. Ele caiu para o tapete e a puxou para fora de seu esconderijo.
Ele se virou, preparado para arrastá-la do jeito que ele veio, mas a visão de
Brand subindo pela janela parou ambos. Charma ficou muito feliz ao ver seu
companheiro furioso, mas, naquele momento, ela estava muito preocupada com o
destino de sua irmã e não sabia o que fazer. Ele rosnou e avançou. Algo molhado
respingou em seu rosto e ela virou a cabeça, viu-o rasgar as garras no peito de Randy,
todo o caminho até a sua volta.
Ele gritou e seu domínio sobre ela foi embora quando Brand atirou-o do outro
lado da sala. O cotovelo de Brand pegou seu ombro, fazendo-a cair em direção à
cama. Ela caiu de bruços sobre o colchão, mas saltou logo, uma vez e percebeu o que
tinha acontecido. Ela virou a cabeça e viu Brand rasgar Randy longe. A visão
sangrenta foi horrível. O executor Pride nunca teve a chance de gritar de novo, antes
de morrer.
Brand se virou, metade homem e metade animal, ofegante. O sangue fresco
cobria sua pele e pingava fora de suas garras. Seus olhos eram de lobo quando ele
olhou para ela.
Charma piscou algumas vezes, em estado de choque.
― Você está bem? Eu pensei que poderia ser Garrett, mas eu posso dizer pelo
cheiro que não é.
Ela teve de se ajustar a sua voz áspera para entender o que ele disse. Ela
conseguiu dar um aceno de cabeça. ― Ele era um executor do meu orgulho.
Ele deu um passo para frente, depois outro, e caiu de joelhos ao lado da cama.
Ele manteve os braços estendidos ao lado do corpo, suas garras estendidas, mas longe
dela. ― Charma, ele te machucou? ― O rosnado em sua voz era mais fraco agora,
mais humana.
Ela se virou e se sentou.
― Eu estou bem. Ele disse que tinha a minha irmãzinha... ― Ela virou a
cabeça para olhar para o que restava de Randy. A bílis subiu em sua garganta e ela
engoliu em seco. Evitando a visão terrível, ela desesperadamente se voltou para
segurar o olhar de Brand.
― Sinto muito, querida. ― Ele se aproximou, mas não a tocou. ― Eu pensei
que você estaria segura aqui em cima.
― Eu estou bem. E se ele realmente tiver a minha irmã? Ele disse que Brenna
os seguiu até aqui e que seu irmão a tem.
Brand respirava com dificuldade, mas suas garras deslizaram de volta para a
ponta dos dedos. Ele pegou um pouco da cama e limpou as mãos sobre ela.
― Você acha que ele estava dizendo a verdade?
― Sim. Talvez. Eu não sei. Bree pode ser muito impulsiva, por isso é possível.
Brand diminuiu sua respiração, atingindo o controle, e olhou ao redor. Ele
olhou fixamente para algo na mesa de cabeceira.
― Ela tem um telefone? Chame-a.
Charma ainda estava atordoada, mas balançou a cabeça. Sua irmã tinha o
hábito de tomar decisões precipitadas. Será que ela tinha seguido os machos das
terras do Pride, achando que eles estavam indo atrás dela? Era possível. Ela se
arrastou da cama e agarrou o telefone. Suas mãos tremiam enquanto discou o
número de sua irmã. Ele tocou seis vezes antes de ir para a caixa postal.
― Ela não está respondendo! Ela sempre atende!
― Talvez seja porque ela não conheça este número.
― Isso não iria impedi-la! Ela está perto de um monte de seres humanos e
estão sempre mudando seus números! ― Ela esperou o sinal sonoro. ― Bree, é
Charma! Isso é urgente! Ligue-me de volta! Você entendeu? Neste número. Ligue
para mim agora!! ― Ela desligou.
Brand foi para o banheiro localizado no canto da sala. O som de água corrente
deixou claro que ele estava lavando o sangue. Ela agarrou seu telefone celular,
esperando que ele tocasse. Cada segundo parecia um minuto. A mão molhada
reprimiu seu ombro fazendo-a saltar e olhar para Brand com medo.
― Ela não está chamando de volta. O que terá acontecido com ela? ― Seu
olhar se desviou para as janelas quebradas enfrentando a floresta. ― Está uma zona
de guerra lá fora e minha irmã bebê poderia estar no meio disso.
― Nós vamos encontrá-la.
― Seu bando iria matá-la, não iria? ― Ela entrou em pânico. ― Eles vão
pensar que ela os está atacando com os machos do Pride.
Brand a puxou para seus pés.
― Vou te levar para um local mais seguro lá embaixo, e vou procurá-la.
― Como você vai saber quem é ela? Você nunca a conheceu!
― Ela é uma gata em território do bando. Não vai ser difícil.
Ela o agarrou com a mão livre, mantendo o celular com a outra.
― Eu preciso ir com você! Ela vai estar aterrorizada!
― Charma... ― Brand rosnou ― ...acalme-se, baby. Confie em mim. Preciso
ter você lá embaixo com Kane e seu irmão. Eles podem te proteger. Vou buscar sua
irmã. Nós não temos nem certeza se ela está lá fora.
Ela queria ir com ele, mas sabia que só iria atrasá-lo. Ela tentou pensar
racionalmente. ― Você não pode ir lá sozinho. Randy disse que seu irmão tem Bree.
Pode ser que mais de um aplicador esteja com ela. Você ficaria em desvantagem.
― Eu posso lidar com alguns bichanos.
Era uma situação infernal para Charma. Brand estaria em perigo se ele fosse
procurar Bree. Ela estava dividida entre o amor de sua irmã e seu companheiro.
Brand se inclinou e pressionou sua testa contra a dela.
― Confie em mim, querida. Eu vou encontrar sua irmã, se ela estiver aqui. Eu
sei de qual direção eles vieram. Eu vou rastrear as suas pegadas, ok?
― Tenha cuidado! Eu não posso te perder!
― Nada vai me impedir de passar uma longa vida com você. ― Ele jurou.
Agora venha para baixo. Kane e Klax podem proteger você. Talvez eu leve Braden
comigo. Ele vai querer lutar. Será que faz você se sentir melhor?
― Sim.
Ele a soltou e olhou mais uma vez para o corpo de Randy. Limpou a porta e se
virou, estendendo a mão para ela. ― Vamos lá, Charma. O tempo não está do nosso
lado. O Pride deve estar na corrida agora. Eles não estão ganhando a guerra.
Eles correram para baixo. Os sons de luta dentro da casa podiam ser ouvidos
e Charma viu um corpo no chão, quando chegaram ao nível do solo. Dois louros altos
estavam ao lado do cadáver ensanguentado de um leopardo. Ambos se viraram,
rosnando para sua abordagem. Eles viram Brand e abaixaram as mãos com garras.
― Guardem minha companheira! ― Brand ordenou asperamente. Ele lançou
Charma. ― Fique com eles. Eles vão te manter segura.
― Onde está Braden? ― Ela olhou ao redor freneticamente.
― Eu vou encontrá-lo! ― Brand saiu correndo.
Charma olhou para os gêmeos idênticos com um pouco de tremor. Eles eram
grandes lobisomens, algo que ela sempre temeu, mas Brand disse que estaria a salvo
com eles. Ela só não o sentiu quando eles a olharam com olhares intensos idênticos.
― Oi. ― Ela sentiu a necessidade de dizer alguma coisa, qualquer coisa, para
quebrar a tensão.
Um deles se virou, fungando. Mais abordagem.
Seu irmão se moveu rápido, tomando um suspiro de Charma quando ele
apenas a pegou pela sua cintura e a girou fora de seus pés. Ela tentou não se encolher,
sabendo que a umidade se infiltrando através de suas roupas era o sangue de sua
matança fresca. Ela tinha outras coisas para se preocupar. Em quatro passos largos
ele a levou para a porta e a abriu.
― Fique quieta! ― Ele ordenou, caindo sobre seus pés. ― Fique aí! Nós não
vamos deixar ninguém chegar até você!
Ela foi empurrada dentro de um armário e a porta se fechou, deixando-a na
escuridão. O telefone na mão dela tocou e ela se assustou e então freneticamente
atendeu ao chamado, esperando que fosse Bree.
― Olá?
― Eu sinto muito. - Uma mulher disse. ― Devo ter ligado para o número
errado. Eu estava tentando chamar o meu ex-namorado.
― É um novo número. Quem quer que você esteja tentando chamar,
obviamente, mudou. Desculpe. ― Charma sussurrou, desligando. Ela não tinha
tempo para lidar com outra situação de Peggy.
Ouviu grunhidos e uma batalha acontecia do outro lado da porta. Ela se
inclinou contra a madeira grossa, esperando que os dois irmãos fossem tão ferozes
como eles pareciam. Os Prides parecia focado em atacar a casa alpha. Ela fechou os
olhos e rezou que Brand estivesse seguro.
Brand correu para fora e foi na direção oposta a que Braden tinha ido,
sentindo um pouco de culpa por mentir para sua companheira. Ela se preocuparia
menos, se achasse que ele tinha reforço. Ele estava dividido entre ficar para proteger
Charma e ir atrás de sua irmã. O Pride macho poderia ter mentido em uma tentativa
de levá-la com ele, mas ele tinha de ter certeza.
Pegou um leopardo tentando deslocar-se sobre a casa e o atacou. Ele não
estava com vontade de perder tempo, assim mudou rápido e apenas rasgou o macho.
Rapidamente, deixou-o morto no gramado e correu na direção em que o grupo Pride
tinha vindo. Tinha uma boa ideia por onde eles tinham entrado no bosque. Um trecho
de estrada solitária perto do antigo cemitério teria permitido o acesso mais próximo à
casa alpha.
Suas patas cavavam no chão enquanto corria para frente, em estado de alerta
para o inimigo. Ele passou alguns grupos de lobos e quatro deles o seguiram. Talvez
na esperança de que estivesse no cheiro de um novo alvo. Ele ignorou os homens,
aqueles que ele não conhecia. Eram, provavelmente, os visitantes para o calor de
acasalamento e ignoraram as ordens para sair. Ele pegou um cheiro a alguns
quilômetros de distância e mudou de direção. O sangue fresco de uma morte
alarmou-o e ele esperava que não fosse uma gata fêmea que ele encontraria.
Quando localizou o corpo caído, era de um homem que estava na pele, mas
fedia a Pride. Um lobo havia aberto seu peito. Ele se inclinou, pressionando seu nariz
próximo. Outro cheiro chegou e ele rosnou. Braden tinha matado o macho.
Ficou claro que Braden poderia estar se dirigindo para longe da luta, mas ele
tinha o dobro de volta. Outro rosnado chamou sua atenção e ele virou a cabeça,
olhando um dos estranhos cheirando a relva nas proximidades. Passou por cima do
corpo e empurrou o homem de lado, farejando o local. O cheiro feminino de gata era
distintivo. Os machos soltaram um uivo na intenção de localizá-la, mas ele atacou o
que parecia estar no comando, levando-o para o chão. Seus dentes se fecharam ao
redor da garganta do macho em advertência.
NÃO! Seu lobo enviou o sinal em voz alta e clara. Ele liberou o homem e jogou
a cabeça na direção da casa alpha. VÁ! Seu lobo rosnou para enfatizar a ordem.
O macho choramingou em protesto, mas obedeceu. Virou a cauda e correu na
direção oposta, deixando-o no local sozinho. Ele esperou, baixou o nariz e investigou
o cheiro fraco da gata. O cheiro de Braden estava lá também.
Parte dele foi revivida. Braden havia encontrado a gata, mas não encontrou
qualquer vestígio de seu sangue. Ele descobriu onde o cheiro dela acabava e estudou
as faixas. Um par de pegadas nuas alguns metros de distância e logo as de Brand,
profundas. Isso apontava que seu primo devia ter levado a irmã de Charma. Ele tinha
ficado em pele, como um homem.
Braden tinha matado o homem e tomado a gata. Tinha que ser a irmã de
Charma, embora o cheiro dela não lembrasse o de sua companheira. Seu olhar
pousou no macho rasgado, deitado na floresta. Braden poderia ser imaturo às vezes,
mas ele não era de perder a cabeça sem causa. Seu primo não prejudicaria uma gata,
especialmente uma que havia defendido. Braden tinha matado o homem, para
protegê-la. O único conjunto de pegadas que conduziam fora indicava que seu primo
a estava levando para a cidade, longe da luta.
Brand tomou uma decisão. Virou-se longe das pistas de arado através dos
bosques, de volta para a casa alpha. Charma era sua prioridade. Uivos à frente o
estimularam a correr mais rápido, querendo saber o que significavam. Ele se deparou
com o cheiro de uma gata em seu caminho para a casa e fez uma pausa, sua
mandíbula se fechou sobre sua jaqueta descartada e ele a levou com ele.
Ele correu para o quintal da frente da casa alfa e viu um monte de aplicadores
celebrando. A luta havia terminado. Cadáveres espalhados pelo chão, mas a maioria
deles era Pride. Ele viu um lobo familiar, no chão e imóvel. O pesar subiu por um
breve segundo, quando percebeu que um dos seus executores tinha sido morto. Ele
mudou para a pele, deixou cair o casaco do gato no chão e caminhou para dentro da
casa.
Kane e Klax sorriram para ele. Sangue revestia seus corpos, mas mantiveram
suas roupas, não mudando totalmente para lobos. Charma não estava com eles o que
estava imediatamente em causa.
― Onde está a minha companheira?
Klax piscou.
― No armário, segura como pode estar! ― Ele apontou.
Brand abriu a porta e Charma quase caiu em seus braços. Ela se virou,
olhando para ele com os olhos arregalados. Ele a abraçou com força, odiando o cheiro
do medo rolando fora dela. Em seguida, outro cheiro, mais assustador bateu.
― Sinto o cheiro de sangue! ― Ele se afastou, olhando em sua cintura.
― Não é o meu.
Seu alívio foi imediato. ― Sua irmã está segura. Pelo menos, a gata fêmea
está.
Ela se agarrou a ele. ― Onde ela está?
― Braden a tem.
Ela se mexeu em seus braços, tentando olhar ao seu redor. ― Onde está a
Bree?
― Braden levou-a para a cidade, longe da luta.
― Ela disse que seu nome era Bree? Ela tem longos cabelos escuros e grandes
olhos verdes. Nós meio que nos parecemos muito.
― Eu nunca a vi.
― O que você quer dizer? ― Sua voz ficou em pânico. ― Você esteva com ele e
ele te disse que a tem!
― Calma. ― Ele insistiu. ― Braden encontrou-a primeiro e matou o homem
que estava com ela.
Ela engasgou.
― Ele não iria machucá-la.
― Como você pode ter certeza disso?
― Ele é um maricas! ― Klax bufou. ― Matar é a última coisa que um cachorro
faria com ela.
― O que significa isso? ― Charma olhou para o executor.
Brand instruíu Kane para recuperar o casaco que tinha deixado no quintal.
Kane foi para fora e trouxe o casaco, cheirando-o. ― É da gata. Isso cheira a
sua irmã?
Charma se mexeu de seus braços e se aproximou, arrancando o casaco fora da
mão do executor. Ela cheirou e se voltou para Brand. As lágrimas encheram seus
olhos enquanto ela apertava-a contra o peito.
― Eu comprei este para Breeanna. ― Ela procurou dentro de um dos bolsos e
retirou um telefone celular. Ela mostrou a ele. ― Este é o dela!
― Braden esta com a sua irmã, então. ― Ele tentou puxá-la de volta em seus
braços, precisando da garantia de que ela estava realmente bem, depois de toda a
agressão da luta. Ela resistiu, olhando para ele com o início da raiva carimbando suas
feições bonitas.
― Vamos encontrá-la! Eu preciso ter certeza de que ela está bem.
Kane limpou a garganta. ― Hum, se Braden a tem, você pode querer esperar
algumas horas.
Brand fez uma careta e disparou ao loiro um olhar sujo para calá-lo. Charma
ficou boquiaberta com Kane e, em seguida, girou, enfrentando Brand. ― Por quê? O
que Braden vai fazer com ela?
Ele agarrou sua cintura, puxando-a mais perto. ― Ele não vai machucá-la.
― Ele vai transar com ela. ― Klax murmurou.
Charma endureceu em seus braços. ― Não!
― Tenho certeza que ele não vai! ― Brand mentiu, esperando que seu primo
não fosse tentar seduzir a irmã de sua companheira, embora ele não acreditasse.
Braden era um cão de chifre. Se Brenna se parecia com Charma, seu primo seria
atraído por ela.
― Nós temos que encontrá-los agora! ― Charma pegou o casaco com uma
mão e agarrou seu braço. ― Ela é uma virgem!
― Oh, senhor! ― Klax riu. ― Não por muito tempo.
― Droga! ― Brand rosnou, olhando para os gêmeos. ― Isto não é divertido!
― Depende... ― Kane riu. ― Não é a irmã inocente da minha companheira
que está com Braden, por isso é engraçado!
― É! ― Klax concordou.
Charma rosnou. ― Brand, leve-me até eles, agora! Ele não pode tocá-la! Ela
nem sequer teve sua festa de debutante! Ela tem pavor de lobisomem!
― Quantos anos ela tem? ― Brand estava com medo de ouvir a resposta.
― Dezoito. Ela acabou de se formar no ensino médio.
― Velha o suficiente! ― Kane anunciou.
― Porra, você não está ajudando! ― Brand queria dar um soco nele.
― Brand! ― Charma exigiu toda a sua atenção. ― Vamos!
― Ainda não! ― Klax balançou a cabeça. ― Há Pride ainda lá fora fugindo.
Não é seguro!
― E se eles correrem direto para onde minha irmã e seu primo estão? Eles
podem estar em apuros! ― Charma soou frenética.
― Ele a estava levando para a cidade. Esse é o último lugar aonde o Pride
quer ir. Eles estão feridos e alguns deles estão muito mal para mudar de volta na pele.
Eles vão querer evitar os seres humanos. ― Kane era a voz da razão. ― Braden é um
monte de coisas, mas ele é amigável. ― Ele não se preocupou em esconder o sorriso.
― Nenhum homem vai ficar perto de sua irmã. Ele não vai permitir, enquanto estiver
no cio.
Anton entrou na casa pelado e Brand estremeceu quando Charma ficou
boquiaberta com a visão de seu primo, antes de virar a cabeça para longe. Ela
escondeu o rosto em seu peito.
― Mantivemos quatro deles vivos. ― Seu primo anunciou quando rasgou a
cortina de fora da haste, envolvendo-a em torno de sua cintura. ― Nós iremos enviar
uma mensagem de volta para os Prides através deles. Rave está lidando com isso e
escoltando-os de volta para os seus veículos com alguns dos nossos lobos para
garantir que eles sobrevivam por muito tempo.
― Ele está decente. ― Brand sussurrou, enganchando o braço em volta da
cintura de Charma para mantê-la perto, quando mais lobos voltavam para a casa em
diferentes estados de nudez. Alguns haviam colocado calças, enquanto outros apenas
caminhavam nus, procurando algo para vestir, após a mudança de volta para a pele.
― Mas você pode querer manter os olhos por alguns minutos. Mantemos roupas de
reposição no porão. ― Disse ele mais alto, deixando todos saberem.
Charma apertou seu braço. ― A minha irmã?
Anton franziu o cenho. ― O que tem a sua irmã?
― Ela está em nosso território. ― Afirmou Kane. ― Braden a tem.
Anton gemeu, atirando um olhar sombrio em Brand. ― Por quê?
― É uma longa história.
― Faça um rápido relato! ― Anton exigiu.
― Ela veio com os machos Pride. ― Charma disse a ele.
― Para nos atacar? ― Anton franziu o cenho.
― Não! ― Ela balançou a cabeça. ― Brenna não é uma lutadora.
― Ela é uma amante! ― Klax riu. ― Ou ela será, se Braden tiver uma palavra
a dizer sobre o assunto.
― Merda! Você confiou o meu irmão mais novo com sua irmã? ― Anton fez
uma careta.
― Não! ― Charma pressionou-se firmemente contra Brand.
― A irmã de Charma acabou em nosso território, depois de seguir alguns das
Prides aqui. Ela pensou que eles estivessem vindo atrás de Charma. Eu a segui, mas
Braden encontrou-a primeiro. Ele a levou para a cidade. Então, retornei pra cá. ―
explicou Brand. ― Charma quer ir encontrar sua irmã, mas eu continuo dizendo a ela
que Braden não vai machucá-la.
― Ele não vai. ― Confirmou Anton. ― Ele é amigável com gatos.
Klax riu.
Anton e Brand atiraram um olhar silenciando-o. Ele se virou.
― Vou avaliar a bagunça e começar uma fogueira para nos livrar dos corpos.
Precisamos limpar qualquer evidência do que aconteceu aqui, antes do amanhecer.
Von acaba de voltar e se ofereceu para lidar com isso, mas ele poderia usar alguma
ajuda.
― Vá ajudá-lo, Kane! ― Anton ordenou.
― O que eu fiz? ― Embora o executor sorrisse. ― Eu vou.
― Minha irmã! ― Charma pressionou.
Anton suspirou. ― Ela não está em perigo, se Braden a tem. Agora temos de
nos concentrar sobre os feridos, e verificar se não há retardatários esperando para
nos atacar quando nossas defesas estão em baixa. ― Seu tom se agravou, condizente
com a de um alfa. ― Brand, você e sua companheira dão um jeito no homem da casa.
Os aplicadores podem fazer a maior parte da limpeza. Eu vou ter de fazer chamadas
para verificar o bando e fazer uma contagem e ver quem nós perdemos.
Brand assentiu. Ele sabia que Charma queria argumentar, mas ela manteve o
silêncio, tensa em sua posse. Anton saiu da casa, dando ordens para o bando. Ela se
virou em seus braços, olhando-o.
― Eu sei. ― Ele sussurrou. ― Mas agora temos que lidar com as
consequências dessa luta. Os seres humanos não podem descobrir sobre nós. Isso é
prioridade. Há cadáveres no gramado e nas florestas com os quais poderiam tropeçar.
Vou ligar para Braden. Ele, provavelmente, levou-a para minha casa. Não é muito
longe de onde ele a encontrou.
Seus ombros se enquadraram.
― Por favor, ligue.
Ele a soltou e caminhou até o telefone mais próximo e discou para o celular de
seu primo. Tocou três vezes, antes de ir para a caixa postal. Ele cerrou os dentes,
esperando o sinal sonoro.
― Braden, não toque na gata! ― Ele percebeu que Charma o tinha seguido e
que observava o que ele dizia. ― Ela é irmã de minha companheira! Mantenha-a
segura e as suas calças também! Você me entendeu?! Chame-me de volta para a casa
alfa imediatamente! Charma está preocupada com Bree.
Ele desligou e se virou. ― Ele vai mantê-la segura. Eu sei que ele não vai
machucá-la.
― Por que ele não atendeu ao telefone? Talvez eles precisem de ajuda.
― Ele raramente atende ao telefone. É normal para ele baixar a campainha,
mas verifica suas mensagens com frequência. Ele vai ligar de volta. ― Ele esperava
que fosse verdade.
Ela não parecia satisfeita.
― O Pride não a tem, o que é uma coisa boa, certo? Conheceu Braden e você
sabe que ele não a prejudicaria. Ele vai vê-la como uma mulher, não como um
inimigo. ― Ele achou que era a principal razão para o medo. ― Tenho certeza de que
ela disse a ele quem ela é, uma vez que ele iria querer saber o porquê dela entrar no
nosso território. Ele matou alguém de seu Pride para protegê-la e levá-la para longe
dele. Tenho certeza de que eles estão bem, provavelmente trancados dentro de meu
porão, esperando o perigo passar. A melhor coisa que podemos fazer, é acabar com
esse pesadelo rapidamente, para que possamos ir para casa.
― Você está certo. Okay. O que posso fazer para ajudar? Este é o meu bando
agora também.
Foi um alívio saber que suas palavras tinham acalmado alguns dos temores de
Charma. Ele não queria que ela tivesse que lidar com todas as tarefas terríveis.
― Comida. ― Ele a levou para a cozinha. ― Nós estamos sempre com fome
após mudar. Faça muitos sanduíches! ― Chamou a atenção de um dos pack,
apontando-o. ― Este é o Dan. Ele vai te ajudar. ― Atirou ao homem um olhar
ameaçador. ― Esta é minha companheira. Não a deixe fora de sua vista! Proteja-a dos
rostos hostis que vêm aqui à procura de uma refeição. Você vai ajudá-la a alimentá-
los.
O macho mais jovem assentiu, mas a cheirou, seu rosto mostrando surpresa
que ela não fosse um lobo. ― Tudo bem.
― Você tem um problema com isso? ― Brand rosnou.
O cachorro abanou a cabeça. ― Não.
― Ótimo. ― Ele pegou o casaco dos braços de Charma e o colocou na parte de
trás de uma cadeira. ― Sua irmã estará segura com o meu primo. Não se preocupe
com ela agora, ok?
Ela soltou um suspiro. ― Eu não tenho escolha, tenho? Mas se ele a tocar...
― Ele não é um estuprador. ― Brand jurou, certo de que Braden não forçaria
uma mulher, não importa o quão ruim o calor o tivesse. ― Você o conheceu. Ele é
imaturo, uma erupção cutânea, mas um bom garoto.
Ela relaxou. ― Ele foi muito bom para mim.
― Exatamente. Eu tenho que ir ajudar. Com os corpos. - Ele deixou essa
última parte de fora. ― Estarei por perto.
― Eu te amo. ― Ela segurou seu olhar.
― Também te amo.
Ele rapidamente fugiu da cozinha, querendo voltar para o seu lado, mas tinha
que ajudar sua família. Isso era o que um bando tão forte fazia.
Charma estava cansada e mais do que um pouco perturbada com o número de
lobisomens que entraram na cozinha em busca de comida. Era um traço shifter ter
apetite quando cheirava a carne. Era o que eles estavam queimando que a fez enjoar.
― Acho que é o último deles.
Dan começou a arrumar a comida. Ele era um bom garoto em sua
adolescência. ― Eu espero que sim, de qualquer maneira. Estamos fora de presunto e
peru. A única coisa que resta é mortadela.
― Obrigado por toda sua ajuda.
― Eu faria qualquer coisa por Brand. Ele é legal.
Ela sorriu, com um sentimento de orgulho. ― Ele é um homem incrível.
― Ele é como se fosse um pai para mim. Meu velho foi morto quando eu era
criança, mas Brand foi meu mentor.
― Ele foi? ― Ela gostou de saber isso. Garrett não era um modelo no orgulho.
Seu ex-companheiro era a epítome de más influências sobre os homens mais jovens.
― Oh, sim. Há um monte de nós sem os pais e ele nos ensina coisas. Ele nos
mostra como corrigir o que está errado, de forma gratuita. Nós até vamos caçar
juntos. Ele sempre nos diz para deixar as famílias em paz.
A surpresa a atravessou. ― O quê?
― Animais. Não pessoas. ― Dan riu. ― Você deveria ver seu rosto. Ele fica
chateado se nós vamos atrás de uma fêmea com ninhada. Isso é o que eu quero dizer.
Nós deveríamos ter apenas os machos mais velhos, veados e ursos. A carne é mais
difícil, mas ele diz que é bom para nós.
Esse era seu Brand. Ele era um amor. ― Sei.
― Lobisomens não matam seres humanos. Pelo menos não neste bando. Você
tem que ter um motivo muito bom e tem que ser aprovado pelo alfa. Eles têm de
representar um grave perigo para o bando. ― Seu olhar viajou sobre ela. ― Nós
também, aparentemente, não matamos gatas. Não que eu fosse capaz de fazer mal a
uma mulher. Brand nos ensinou que não há nada pior do que ser um valentão.
Somos, naturalmente, mais fortes do que a maioria dos seres humanos, mas até
mesmo shifters mulheres não resistem muito em uma luta contra um macho. Ele
mesmo nos dá palestras sobre sexo com os seres humanos, você sabe? Seja gentil, não
rosne, e se lembre de manter a pele. Seria muito ruim estourar na pele em cima de
uma humana. Elas surtam.
A conversa havia mudado para um tema que não estava confortável.
― Tenho certeza que sim.
―Eu não namoro humanas. Quero dizer, qual é o ponto? Eu quero
honestidade quando estou com alguém. Eu teria que mentir para ela sobre tudo, ou
arriscar a que me odiasse pelo que eu sou. Isso seria o pior. O alfa teria que decidir se
ela era um perigo para o bando. Minha mãe também viraria para fora. Ela quer que
seus netos mudem. É um sorteio quando você cruza. ― Ele franziu a testa. ― Merda!
Pergunto-me como será estranho quando seus filhos nascerem. Quero dizer, eles vão
parecer como você ou com Brand? Será estranho um filhote metade gatinho, metade
cachorro?
Suas perguntas causaram a sensação de uma facada no peito. Ela não tinha
certeza se iria mesmo ser capaz de engravidar. Ela nunca tinha conhecido uma gata
que tinha tido um filho com um lobisomem. Sua metade humana poderia ajudar com
isso, mas era incerto. Será que todas as crianças possíveis seriam evitadas pelo bando
e seriam consideradas aberrações? Ela sabia tudo sobre montagem e ser
menosprezado. Ela queria o melhor para seus filhos do que ela tinha experimentado
como um mestiço.
― Basta! ― Uma voz profunda rosnou, assustando Charma. Ela estava
inconsciente da pessoa que tinha entrado para a cozinha atrás dela. Rave encontrou
seu olhar antes, olhando para Dan.
― Vá lá fora e faça algo útil!
― Brand me disse para guardá-la. Quero dizer, proteger.
― Eu tenho isso! ― Rave anunciou. ― Dá o fora, filhote!
O garoto fugiu sem outra palavra. Charma enfrentou Rave e forçou um
sorriso. ― Você está com fome?
― Eu já comi um coelho. ― Ele usava moletom e nada mais. ― Eu estava me
sentindo um pouco bruto depois de toda aquela luta. Isso é uma piada. Você deveria
rir.
― Eu gosto da minha carne cozida.
― Você não muda, certo?
Ela balançou a cabeça. ― Não. ― Ela temia que o primo de Brand pudesse ter
querido ficar sozinho com ela para avisá-la. Seria compreensível, se ele não estivesse
feliz com a escolha de companheira de seu primo. Era uma reação natural cruzar os
braços sobre o peito para proteger sua barriga e coração.
Ele percebeu o gesto e as sobrancelhas se levantaram.
― Calma. ― Ele murmurou. ― Você pode relaxar. Eu sou legal com gatinhos,
lembra?
― Sim. ― Ela lutou contra seus instintos e baixou os braços.
― Desculpe pelo filhote. Ele estava falando demais. É só uma criança para
você. Eles dizem coisas impensadas, às vezes. Ele não queria ferir seus sentimentos.
― Ele não o fez.
Ele apenas olhou para ela. Ele lembrava muito Brand e ela podia ver a
semelhança familiar. Eles tinham alguns dos mesmos maneirismos e aquele olhar
afirmava que ele não estava acreditando nela.
― Não muito. ― Ela admitiu.
― Brand não vai dar a mínima, se nascer gatinhos ou golfinhos. ― Um sorriso
preguiçoso surgiu no rosto de Rave. ― Ele é louco por você.
Ela hesitou. ― E quanto ao resto do bando? Será que alguns de nossos filhos
estarão em perigo, se formos capazes de ter algum?
― Nunca.
― Como você pode ter certeza?
Ele riu. ― Porque nós somos o Bando Harris. Ninguém se mete com a gente e
nossas vidas. Você é uma de nós agora, Charma. Você também não vai ser a única
pessoa que tem filhos misturados. Meu irmão mais velho, meio-humano, acoplou
com um ser humano e outro é acoplado com um quarto de puma. Temos estoque
resistente.
― Eu só quero que eles sejam saudáveis e felizes.
Um sinal sonoro soou e ele enfiou a mão dentro do bolso de seu moletom e
tirou um telefone celular. Ele tocou a tela.
― Desculpe ser rude, mas eu preciso responder a este texto. ― O polegar
virou para fora algumas palavras antes de guardá-lo. Ele olhou para o teto, então de
volta para Charma. ― Eu tive que dizer a ela que estou vivo. Ela estava preocupada.
― Sua companheira?
Ele mascarou sua expressão. ― Alguém com que eu estou gastando meu
calor. Eu vou ficar com você, no entanto, até que Brand entre.
― Eu vou ficar bem. Vá ver como ela está. Presumo que esteja lá em cima?
― Sim. ― Calor esquentou suas bochechas. ― No meu antigo quarto.
_Que vergonha é essa? Eu não entendo.
― Meus pais nunca se preocuparam em limpar os quartos e reformá-los. Eu
ainda tenho todas as minhas merdas de adolescente lá. Eu tinha esquecido os muitos
cartazes que tive com mulheres quase em topless abrangendo motocicletas até que eu
a levei lá. Será que você queria que Brand visse o quarto onde você cresceu?
― Provavelmente não. É tudo rosa e com babados. Esse foi o gosto de minha
mãe, em vez do meu. Ela estava sempre decorarando os quartos do jeito que ela
queria que nós fôssemos. ― Ele inclinou a cabeça. ― Eu era uma espécie de moleque.
― Entendi. ― Ele varreu a sala com o olhar. ― Como é que a oferta de comida
está? Há mais no freezer, lá embaixo.
― A maioria já comeu. Está tudo meio morto agora. ― Ela se arrependeu das
palavras. ― Quero dizer...
― Não se preocupe. ― Ele interrompeu. ― Nós temos senso de humor. Por
sorte apenas perdemos dois do bando. Como você está se sentindo?
― Bem.
Ele estudou sua camisa. ― Você lutou?
― Um de seus aplicadores me tocou e suas mãos estavam sangrando.
― Brand vai matá-lo.
― Não foi de uma maneira ruim. Ele meio que me colocou em um armário
para me manter segura.
O telefone tocou novamente e ele o pegou, lendo a tela. Ele digitou uma
resposta. ― Isso é bom. Nós não precisamos de mais mortes hoje. Desculpe. É meu
irmão.
― Braden? ― Ela esperava que ele dissesse que sim.
― Sim.
― Pergunte a ele como minha irmã está.
Sua cabeça se levantou. ― O quê?
― Ele está com a minha irmã.
― Por quê?
Ela suspirou, dizendo-lhe os fatos que ela conhecia. Rave pareceu triste
quando digitou. Ele fez uma pausa, lendo da resposta.
― Ela está bem. Seu tornozelo estava torcido, mas é só isso. Ela disse para te
dizer oi e que ela está bem.
Charma resistiu ao impulso de avançar e pegar o telefone de suas mãos.
― Posso falar com ela?
― Espere. ― Ele mandou uma mensagem e, em seguida, o telefone tocou. Ele
estendeu-o. ― Aqui está.
Suas mãos tremiam quando ela aceitou.
― Bree?
― Eu estou bem. Você está bem?
― Que diabos você está fazendo aqui? ― Medo e preocupação a enfureceram
ao ouvir a voz de sua irmã.
― Eu pensei que o Pride estava seguindo você. Garrett disse que fugiu. Será
que ele te machucou de novo?
― Não. É uma longa história. Você se machucou? Randy disse que seu irmão
tinha você.
Sua irmã fez uma pausa. ― Ele está morto. Braden me salvou. ― Sua voz
baixou. ― Ele é um lobisomem.
― Eu sei. Ele está te tratando bem?
― Sim. Ele cuidou do meu tornozelo com o gelo e nós estamos em um porão.
Ele disse que você acasalou com seu primo. Como isso é possível? Ele está mentindo
para mim?
― Não. ― Charma olhou para Rave. Seu olhar continuou lançando-se para o
teto. ― Olha, agora não é o momento de falar tudo isso. Você fica com Braden e eu
estarei aí, assim que for seguro.
― Tudo bem.
― Posso falar com ele?
― Claro. Eu te amo.
― Também te amo. ― Disse Charma e esperou que Braden atendesse ao
telefone.
― Sim?
― Por favor, proteja a minha irmã.
― Eu vou.
― E, Braden?
― Sim?
― Não toque nela! Você está me ouvindo?
― Sim.
― Nós estaremos aí, assim que for seguro viajar. Tchau. ― Ela desligou e
entregou o telefone para Rave. ― Obrigada. Eu estava realmente preocupada. Ele vai
mantê-la segura, não vai?
― Sim. ― Ele disparou outro olhar para o teto.
― Vá. Eu estou bem. Você está preocupado com a mulher lá em cima. Isso é
óbvio.
Ele parecia inseguro.
― Eu estou bem. Brand está lá fora.
Ele caminhou em direção à sala de estar. Charma assistiu-o ir e encostou no
balcão. Fechou os olhos. As coisas poderiam ter sido muito pior. Bree poderia ter se
machucado ou ter um lobisomem que detestava gatos, encontrando-a em vez de
Braden. Brand poderia ter morrido. Randy poderia tê-la levado para longe.
― Ei, gata!
A voz masculina chamou sua atenção quando abriu os olhos para olhar para
um lobisomem desconhecido. ― O que foi, Lobo? Está com fome? Temos apenas
mortadela para fazer sanduíches, mas eu vi uma caixa de corndogs no congelador. Só
iria demorar cerca de um minuto ou dois no microondas.
Ele parecia assustador quando seus olhos se estreitaram. Ela adivinhou que
ele estivesse na casa dos sessenta, mas shifters pareciam muito mais jovens do que
realmente eram. Ele dirigiu um olhar hostil em sua direção e uma sensação de perigo
esfaqueou-a.
― Sou Charma, companheira de Brand.
― Eu sei quem você é.
― Você quer um sanduíche ou corndogs?
Seu nariz queimava. ― Corndogs. Eu quero seis. Eu estou com fome.
Ela se virou.
― Estou fazendo. Mantenha as calças. ― Ela estava grata por ele não estar nu.
― Ketchup?
O silêncio provocou um calafrio a correu por sua espinha e ela percebeu que
provavelmente não deveria ter virado as costas para ele. Embora fosse tarde demais.
Ela abriu o congelador e retirou a caixa, em seguida, olhou para ele. Ele não se moveu
mais perto, mas não pareceu mais amigável também.
― Mostarda. ― Finalmente respondeu. ― Sou Raymond Borl e eu não confio
em sua espécie.
Ele teve pontos com ela por honestidade contundente. ― Eu não culpo você.
― Ela rasgou a caixa e contou as corndogs. ― Eu realmente não me orgulho de não
gostar de mim. Eu sou meio humana. ― Ela segurou seu olhar. ― Batatas fritas? Há
alguns sacos em um armário atrás de você, se quiser um pouco.
Ele hesitou. ― Só isso. ― Longos segundos se passaram. ― Obrigado.
― Obrigada por não me atacar quando você parecia querer. Brand ficaria
furioso e ele tem um temperamento forte.
― Não me diga! ― O homem mais velho sentou-se em uma banqueta de bar
no balcão. ― Todos esses meninos são exaltados, mas eles dirigem um bando justo.
Eu vim de uma época que não era tão quente.
Ela tirou os corndogs do microondas. ― Todo mundo merece um novo
começo em algum lugar.
― Eu acho que sim.
Ela avaliou a si mesma com o lobisomem mais velho curvado em sua cadeira.
― Não repita isso, mas minhas articulações estão me matando. ― Ele
flexionou os dedos. ― Existe alguma bebida? Eu poderia usar uma dose de uísque ou
algo assim para aliviar um pouco a dor.
Brand estava preparado para arrancar a cabeça de Raymond fora quando
entrou na cozinha. Ele estava muito perto de Charma e ele não gostou nem um pouco.
Ele estava feliz que não tivesse reagido imediatamente em vez de esperar para ouvir
um pouco de sua conversa.
― Há um bar no térreo. Estou curiosa por que você está aqui.
― Eu disse que não queria ouvir o meu companheiro pregar minha filha. Ele
encheu meu porão com alguns de seus amigos para proteger a casa por isso que eu
vim para lutar.
― Nós apreciamos isso! ― Brand estava ao lado de Charma, sentindo-se
melhor que ela estivesse ao seu alcance, no caso do bastardo cauteloso decidisse
atacá-la.
― Somos do bando. Eu nem sempre concordo com as decisões tomadas, mas
no final isso é o que vem para baixo.
Brand removeu a placa de papel do microondas e segurou-a, enquanto ele
acrescentava mostarda.
― Aqui está. Você não pode perder o bar. Eu sugiro o uísque.
Charma permaneceu em silêncio, até que eles estavam sozinhos. Ela deu um
passo em frente e ergueu o queixo. ― Como você está se sentindo?
― Ótimo. ― Ele não queria pensar sobre as tarefas que tinha acabado de
realizar, sendo uma delas a de limpar a bagunça no sótão. O carpete precisaria ser
substituído. ― Onde está o cachorro?
― Rave tinha uma tarefa. Eu estava bem. Ele ligou para Braden e eu falei com
minha irmã. Ela está bem.
Ele estava grato.
― Estou feliz, querida. Eu me sentia mal por você estarmos tão preocupados
com ela e presos aqui. Nós vamos ser capazes de ir para casa em poucas horas. A
carnificina foi resolvida e as famílias dos falecidos no nosso bando foram notificadas.
Só não desça e abra o freezer. Ambos os corpos foram colocados lá, até que suas
famílias os recolham. Tivemos sorte de não perdemos mais. ― A expressão dela quase
o fez rir. ― Suas famílias vão querer enterrá-los no cemitério do bando. Não é seguro
para viajar ainda, até ter certeza de que nosso território está limpo de todo o Pride.
Alguns deles estão gravemente feridos e provavelmente na clandestinidade. Os
aplicadores e alguns dos meus primos os estão seguindo. Nós só queimamos os
membros Pride que morreram. Espero que não se ofenda.
― Não. Claro que eu lamento por suas famílias, mas apenas executores foram
enviados para a união. Eles conhecem os riscos. É uma triste realidade da vida que a
maioria deles não tenha uma longa vida útil. ― Ela mordeu o lábio, olhando para ele.
― O que foi?
― Você tem que continuar a ser um executor para o seu bando? Quer dizer...
― Ela falou ― Eu sei que você sempre gostou de lutar para defender sua família, mas
você poderia fazer outros deveres?
Ele gostava que ela se preocupasse com sua segurança. ― Eu poderia.
― Seu tio não ficaria com raiva?
― Não. Ele iria entender. A maioria faz isso depois de acasalar, a menos que
tenhamos nascido para isso. Kane e Klax serão sempre aplicadores. Aqueles dois são
naturais.
Lembrou-se dos gêmeos. ― Estou feliz que eles estão do seu lado.
― Nosso. ― Ele lembrou. ― Este é o nosso bando. Por que não vamos para
cima e usamos o chuveiro? Eu sei que poderia usar um e o sangue seco em você vai
me deixar louco.
Ela assentiu com a cabeça. ― Eu acho que eu alimentei quase todos.
― Eles podem conseguir alguma coisa, se aparecerem. ― Ele estendeu a mão.
― Só não olhe para o sangue sobre o tapete Não há nada que eu possa fazer sobre isso
hoje. Isso vai exigir encomendar um novo. Eu voltarei em poucos dias para cuidar
disso.
Foi um lembrete para os dois sobre Randy e quão perto ele esteve de levá-la
longe de Brand. Ela apertou sua mão. ― Mostre o caminho.
Os combates o tinham esgotado, mas não o suficiente para entorpecer seu
desejo de obter Charma nua. Ele trancou a porta, uma vez que estavam dentro do
sótão, grato pela privacidade. A janela quebrada tinha ajudado a arejar o cheiro de
uma morte recente, mas não muito. Ele estava dividido entre o desejo de apenas levá-
la para casa ou permanecer na casa alpha por mais algumas horas. Seu pau decidiu,
porém, quando sua companheira entrou no banheiro, despindo-se. A visão de suas
costas nuas foi o suficiente para fazê-lo gemer.
Ela virou a cabeça, encontrando seu olhar. ― Você vem?
― Sim. Eu vou. ― Ele sorriu, correndo para se juntar a ela.
Ela riu. ― Você sabe que não é o que eu quis dizer. Eu estava distraída, mas
agora... ― Seu nariz queimava. ― Você tem um cheiro tão bom.
A visão de suas presas estimulou-o a arrancar suas calças e fixá-la contra a
parede, uma vez que ela estava despida. Ele não se importava se os dois tinham
sangue sobre eles. Ele só queria beijá-la.
― Água. ― Ela pediu que ele a erguesse alto o suficiente para pressionar seus
quadris entre as coxas separadas, que envolveu em torno dele.
Ele gemeu, mas se virou, soltando-a com uma das mãos para puxar, abrir a
porta do chuveiro e entrar. Ela se agarrou a ele o tempo todo. Levou apenas alguns
segundos para ligar a água e fixá-la contra o azulejo. A água quente escorria para
baixo de seus corpos. Seu companheiro encontrou seus lábios e a beijou.
Ele assumiu o controle não apenas para se enterrar nela profundamente até
as bolas. Ele rapidamente fugiu, porém, quando as unhas cravaram em seus ombros,
instando-o dentro. Levantou-a um pouco mais alto, apertou suas costas firmemente
contra o azulejo e a levou. Sua buceta apertada em torno dele. Ele resmungou e
quebrou o beijo para evitar a retirada de sangue. Seus gritos de prazer garantiu-lhe
que ele não estava causando dor enquanto a fodia com força e profundamente.
A pontada de suas presas mordendo a parte superior do ombro mandou-o
para a mãe de todos os orgasmos. Ele trancou os joelhos para mantê-los tanto em pé
quando montou o seu clímax. Seus músculos fechavam e abriam em torno de seu
eixo, ordenhando cada gota de esperma dele. Ele negou com a força dele.
― Uau! ― Charma arquejou.
Lentamente, descendo do alto, ele acariciou sua garganta e abriu a boca, sua
língua traçando a coluna até o ombro. Suas presas estavam fora, por isso ele as usou
para cortar suavemente a pele. Ela estremeceu em seus braços e suspirou. Seu pau
começou a amolecer, mas instantaneamente endureceu de novo, pronto para outra
rodada.
― O calor do acasalamento! ― Ele disse asperamente. ― Eu não terminei com
você.
― Bom. Coloque-me no chão então.
― Não. ― Ele gostava dela exatamente onde ela estava em seus braços, presa
contra a parede. Ele adorava ter suas coxas ao redor de seus quadris. Ele levantou a
cabeça e olhou em seus olhos. ― O calor recuou o suficiente para permitir tomar meu
tempo, querida.
Ele começou a se mover novamente, quase retirando seu pênis
completamente, fez uma pausa e, em seguida, voltou para casa, no fundo.
Observando a maneira como seus olhos se estreitaram e suas feições retorcidas com
êxtase excitavam-no ainda mais. Suas unhas amassaram seus ombros, um lembrete
de seu sangue de leopardo. Ela passou a língua sobre os lábios para molhá-los e
gemeu enquanto ele mantinha o ritmo vagaroso.
― Mais rápido! ― Ordenou.
― Não. Quero desfrutar assistindo sua expressão cada momento.
― Bastardo!
Ele riu, sabendo que ela não queria dizer isso. Ele tinha perdido de brincar
com ela. Ela o tirava do sério, sempre o fez durante seu calor, e ele não podia esperar.
Charma era agressiva como o inferno, e ficou brincando com ela até que ela assobiou.
Ele ficou tenso, acreditando que estava preparado para o que ela faria. Ele estava
errado. Sua velha Charma o teria mordido novamente, chamando seu lobo para a
superfície. Em vez disso, ela usou seus ombros para se levantar de repente, o azulejo
escorregadio, molhado contra suas costas ajudando-a desalojar o pau dele, e ela
resistia fortemente. Seus pés escorregaram e ele caiu para trás, mas tentou protegê-la
enquanto desciam. Charma agarrou sua cintura e as costas dele bateram no outro
lado da tenda. Ele desembarcou em sua bunda no azulejo com ela descendo em cima
de suas coxas.
Ele estava atordoado por um segundo, mas tomou nota de que não estava
ferido. Apenas seu orgulho. Ela riu e se levantou, sua mão alcançando entre eles para
pegar a base de seu eixo. Ela montou seu colo superior e ajustou seu pau para a
entrada de sua vagina. Puxou-o para agarrar um de seus bíceps e aterrar seus quadris
para baixo, tomando cada centímetro dele.
Ele nem se importou quando ela colocou a outra mão ao redor da parte de
trás do seu pescoço, conseguindo um bom controle sobre seu cabelo e começou a
montá-lo freneticamente. Parecia bom demais para fazer qualquer coisa, que não se
divertir. Ele viu seu rosto quando ela jogou a cabeça para trás, aparentemente
ignorando a água que caía sobre eles.
Brand agarrou seus quadris, ajudando-a a se mexer mais rápido e usou seus
pés contra a parede oposta para evitar que eles deslizassem. Ele olhou entre eles,
amando o jeito que seus seios saltavam. Queria pegar um de seus mamilos com a
boca, mas não podia mergulhar sua cabeça o suficiente com ela empunhando seu
cabelo. Uma quente felicidade o cauterizou e começou a gozar novamente quando ela
o fez.
― Brand!! ― Ela gritou e caiu contra ele. Seu aperto em seu cabelo diminuiu.
Ele ajustou seu abraço, abraçando-a com força enquanto se recuperavam. ― Eu
machuquei você? ― Ela manteve o rosto para baixo, apoiando-se contra seu peito.
― Nunca. Eu tenho todo meu cabelo?
― Desculpe. ― Ela riu.
― Mentirosa!
― Que tal seu corpo bater no chuveiro? Eu acho que o dreno vai deixar uma
marca na minha bunda.
Ela riu mais ainda. ― Bati meu joelho no meio do caminho para que
possamos comparar contusões mais tarde.
Suas mãos deslizaram para baixo de seus quadris para a bunda dela e
apertou. ― Você está ferida?
Ela ergueu o queixo e sorriu para ele. ― Dói muito bem.
Ele ficou sério, olhando nos olhos dela. ― Droga, eu senti sua falta ― Seu
humor mudou de lúdico para sério. _ Eu prefiro morrer a viver sem você.
― Eu também. Estamos de acordo. Não será permitido morrer. Temos um
monte de tempo para viver.
― É um acordo.
Charma estava olhando para o relógio pela centésima vez em meia hora.
Tinha que confiar que Brand estaria em casa para o jantar. Ela disse que estaria
pronta em cinco horas. Olhou novamente para o relógio. Ele tinha menos de vinte
minutos, antes que a carne assada saísse do forno.
― Calma. ― Bree ordenou. ― Eles vão entrar por aquela porta a qualquer
momento.
― Nós não ouvimos nada. ― Isso a deixou com medo.
― Eles não querem ninguém traçando o seu paradeiro. Você sabe disso. É por
isso que eles deixaram seus celulares em casa. A última coisa que o Bando Harris
precisa é de uma nova guerra com o conselho do Pride.
― Eles poderiam ter comprado um desses telefones celulares descartáveis.
― Eles não queriam que todas as chamadas recebidas nesta linha de área
fossem rastreadas. Vamos, Charma. Você sabe de tudo isso. Vai ficar tudo bem.
Tenha um pouco de fé.
Ela soltou um suspiro frustrado. ― Eu gostaria de poder tê-lo convencido
disso. Foi uma loucura.
― Ele tem todos os seus primos com ele. Insistiram em ir e ele tem os
aplicadores gêmeos também. Eles assustam a merda fora de mim cada vez que olham
em minha direção.
Isso distraíu Charma o suficiente para parar de andar e olhar para sua irmã
mais nova. ― Você está feliz vivendo com os lobisomens? Ninguém te trata mal, não
é?
Bree zombou. ― Não mais do que uma vez. Corri até a loja de bicicletas de
Rave ontem para deixar algo que encontrei na casa alfa que pertencia a ele e um de
seus funcionários fez um comentário rude. Rave agarrou-o pelo cangote e o fez beijar
o balcão. ― Ela fez uma careta. ― Isso é do que ele chamou, mas o cara perdeu alguns
dentes. Eu estava certa de que iria voltar a crescer, mas foi brutal. Rave ofereceu seus
dentes para me fazer um colar. Eu disse não, obrigada. Lobisomens são mais
agressivos do que os leopardos.
― O que o cara disse para você?
Bree sorriu. ― Eu acho que ele foi punido o suficiente. Eu não vou te dizer.
Você vai ficar com raiva e contar a Brand. Ele já está em busca de um macho. Fiz
Rave jurar não repetir a ninguém ou eu estaria com medo que Braden e seus irmãos
fossem atrás do cara também. Ele iria perder mais do que alguns dentes por aqueles
comentários rudes.
Foi um lembrete de que Brand não estava em casa e ela olhou para o relógio.
― Ele vai ficar bem. ― Bree murmurou.
― Você é muito jovem e não pode imaginar todas as coisas horríveis que eu
estou pensando. Eu me lembro de quando você costumava pensar que Garrett estava
quente. Ele não é assim.
Sua irmã fez uma careta. ―Isso é um eufemismo, se Brand cruzar seu
caminho.
― Pedi-lhe para repensar isso.
A porta da frente se abriu e Charma chiou, ajuntando seu olhar sobre Brand
quando ele entrou na sala. Ela estremeceu com a visão de uma ferida perto da sua
testa, mas de outra forma ele parecia bem. Ela correu e pulou, envolvendo os braços
ao redor de seus ombros.
― Você está em casa!
― Sempre! ― Ele a abraçou, puxando-a mais para cima em seus braços. ―
Nós, os Harris arrebentamos e ninguém do nosso lado foi ferido!
Eles estavam se movendo e ela percebeu que ele a levou para o corredor e
chutou a nova porta do quarto fechado, dando-lhes privacidade. Ela levantou a
cabeça, olhando em seus olhos. ― Está feito e acabou?
― Sim. O desgraçado está morto! Eu o matei!
― Bom.
Ele a estudou. ― Você está bem?
Ela assentiu com a cabeça. ― Estou tão feliz que você está vivo e em casa! ―
Seu olhar foi para o ferimento no rosto. ― Você se machucou em outro lugar?
― Apenas algumas contusões e algumas marcas de garras. Ele não era um
bom lutador. Estou quase deprimido com a facilidade que foi matar o filho da puta!
Eu fiquei em pele para que eles pensassem que foi um ser humano que o matou
quando encontrarem seu corpo.
― Que tal seu cheiro? ― Ela não queria ofendê-lo. Ela pensou que ele
cheirava maravilhoso, mas seu lado meio-shifter poderia detectar que ele era um
lobisomem. Um shifter cheio de sangue tinha um sentido melhor ainda do olfato.
― Ele está tomando um banho no rio perto de onde as terras orgulho acabam.
Eles não vão pegar qualquer coisa fora dele no momento em que ele for encontrado.
― São os seus primos, ok?
― Eles não têm que lutar. Eles ficaram para trás e só os vi a minha volta
quando peguei Garrett. Você nunca terá que se preocupar com ele vindo atrás de
você.
― Eu disse que ele não iria se preocupar.
― Eu não acreditei nisso por um segundo. O cara tinha um ego e havia uma
boa chance de um dia ele ter ouvido falar sobre onde você está. Shifters tendem a
falar sobre um lobo que acasalou com uma gata. Seus amigos teriam brincado com ele
até que quisesse vingança. Eu só deixei ainda mais claro que ele nunca será uma
ameaça.
Ela não podia negar que Garrett poderia querer vingança, se descobrisse que
o deixou por outra pessoa. O fato de que Brand fosse um lobisomem, teria realmente
fudido seu temperamento.
― Eu não posso acreditar que ele estava sozinho quando o encontrou.
Ele limpou a garganta e desviou o olhar. ― O quê?
Ele se encontrou com seu olhar desconfiado. ― Hum, eu posso ter tido um
pouco de ajuda com isso.
― Eu não entendo.
― Liguei para sua irmã Meg e conversei com seu companheiro. Ele não era
um fã de Garrett. Eu gosto de Cole. Ele é um cara muito legal por não ser um covarde.
― Você os envolveu nisso? ― Isso a surpreendeu.
― Contei a Cole o que Garrett tinha feito para você e como eu queria ter
certeza de que estava a salvo. Eu precisava conseguir o seu ex sozinho, sem sua
comitiva.
― O que Cole fez? ― Ele hesitou. ― O que ele fez, Brand? Ele e Meg se
colocaram em perigo?
― Não. Ele meio que deu a entender que Bree tinha voltado e estava
escondida perto do rio. Ele mencionou que ela não se sentia segura em voltar para
casa, depois de descobrir que Percy havia dito que Randy poderia tê-la depois de sua
festa de debutante.
Seus olhos se arregalaram. ― Por que Garrett queria ver Bree? Eu continuo
dizendo que ele tinha que ter se sentido aliviado quando eu fugi. Ele com certeza não
iria querer que eu voltasse para o Pride, uma vez que eu tinha ido embora.
A raiva aprofundou voz de Brand. ― Ele queria você por causa de sua
aparência e porque você podia reproduzir uma ninhada. Meg foi tomada e você tem
que admitir que Bree se parece um inferno como você. Isso é atrativo suficiente.
Pense sobre isso.
Ela pensou e isso virou seu estômago. ― Bree nunca teria concordado com o
acasalamento com ele. Nunca! Ele tinha que saber disso.
― Você também não concordou, mas ele forçou o assunto.
Ele a levou para a cama e a moveu um pouco para que ele pudesse sentar.
Ela montou seu colo. ― Estou feliz que ele esteja morto.
― Eu também.
― Disse-lhe que acasalou?
Brand sorriu. ― Seu cheiro estava todo em mim. Eu não precisei. Ele ficou
chocado no início, quando se deparou com um lobisomem em seu território, mas, em
seguida, ele inalou. Foi inestimável ver sua expressão, bem antes de eu enfrentá-lo.
Tenho certeza de que ele sabia por que ia morrer.
― Eu realmente não quero ouvir os detalhes.
Ele acenou com a cabeça. ― Foi mais rápido do que eu planejei, mas eu estava
chateado. Ele começou a me contar como eu ia me arrepender de ter acasalado com
você e por quê.
Ela podia imaginar, lembrando o que ele tinha dito sobre ela para os
aplicadores naquele dia no escritório de seu pai.
― Você tem certeza de que não está ferido? ― Ela cheirou e pegou ligeiros
vestígios de sangue, mas nada disso era fresco. Suas roupas eram novas e ela não
pegou o cheiro de Garrett nem do sabão em pó que eles usavam. Elas tinham aquele
cheiro direto da loja.
― Estou ótimo, querida. É o fim. Eles vão encontrá-lo flutuando no rio.
Cobrimos nossas trilhas. Um idiota como ele tinha que ter feito uma porrada de
inimigos por isso vai ser uma longa lista de suspeitos. A Lei Shifter está do nosso lado
de qualquer maneira. Ele era um perigo para a minha companheira.
Ela ainda duvidava, não querendo trazer outra guerra ao seu bando.
Ele parecia ler sua mente. ― Lidamos com eles pela primeira vez ao redor e
eu duvido que vão querer voltar. Apenas alguns deles sobreviveram e foi só porque
permitimos, a fim de enviar uma mensagem para o seu conselho.
― Percy é muito vingativo, especialmente quando se trata de seu filho mais
velho.
― Ele mandou a maioria de seus executores mais duros aqui para lutar. Eles
morreram. Ele não pode ser tão estúpido.
Ela não estava convencida de que Percy poderia ser sensato quando estava
com raiva, mas se manteve em silêncio.
― Nós vamos lidar com o que acontecer.
― Eu só espero que isso não exploda de volta em Cole ou Meg.
― Pensamos nisso. Tudo o que Cole tem que fazer é ficar calado, alegando
que era a informação que ele tinha. Não é como se Bree jamais fosse voltar para lá,
agora que ela se tornou parte do nosso bando. Cole também parecia certo de que
Percy não ousaria atacar seu Pride.
― Darbin iria matá-lo.
― Eu o conheci. Ele é legal.
― Você conheceu o líder Pride? Por quê?
Brand hesitou. ― Seus pais e seu irmão se mudaram para o seu Pride com
Meg, depois que eles perceberam que não ia voltar. Eu suponho que você gostaria de
ter acesso a eles quando você perdeu a sua família.
― Sim.
―Nós conversamos e decidimos que iríamos nos encontrar no meio do
caminho, em território neutro. Vamos enviar um bando com poucos para proteger
você e Bree, ele vai enviar poucos do Pride para proteger sua família, e temos
trabalhado para fazer um tratado entre o nosso povo. Nós já não somos inimigos.
Charma sentiu-se um pouco sobrecarregado pelas reflexões de seu
companheiro. ― Obrigada.
― Eu não quero que você tenha que desistir do resto de sua família para ficar
comigo. ― Ele hesitou. ― Você vai realmente querê-los ao redor, nos próximos
meses.
Ela franziu o cenho. ― O que significa isso?
Suas mãos estavam em concha seus quadris e ele se inclinou um pouco para
trás, olhando para o seu estômago. ― Seu cheiro mudou.
Ela piscou algumas vezes, tentando entender o que ele dizia.
― Você está grávida, querida.
Ela ficou boquiaberta, atordoada.
― Você está. ― Ele sorriu. ― Nós vamos ter um bebê.
― Mas...
― Eu tenho certeza. Eu tive meus primos dando uma cheirada em você há
alguns dias, quando estávamos na casa alpha. Não é apenas uma ilusão da minha
parte. Você entrou em calor, eu já estava no cio, e ponto. ― Ele riu. ― Estamos
ampliando a nossa família.
Seu coração batia com entusiasmo. As lágrimas encheram seus olhos, mas ela
piscou de volta. Estendeu a mão e tocou o estômago em maravilha. Ela sempre
sonhou com as crianças de Brand. Ele pôs a mão sobre a dela. Ela olhou em seus
olhos.
― Você está! ― Repetiu ele. ― Nós vamos ser pais! Nós só precisamos buscar
o nosso médico para agendar logo um ultrasom para saber se teremos quartos
suficientes ou se terei que ampliar a casa antes de nascerem. Vamos querer todos eles
dormindo no mesmo andar que o nosso. ― Ele piscou. ― Você pode ter mais de um.
― Você acha? ― Ela sempre soube que havia uma possibilidade real de
engravidar e ter uma pequena ninhada.
― Eu espero que sim, não vou me preocupar até dar à luz. ― Seu sorriso
desapareceu. ― É por isso que eu eliminei Garrett hoje. De jeito nenhum ele iria ter a
chance de te prejudicar novamente.
Um novo pensamento a atingiu. Ela mordeu o lábio, pensando se deveria
dizer.
― O que é? ― Ele arqueou uma sobrancelha. ― Eu te conheço muito bem. Em
que está pensando?
― Que aparência você acha que eles terão? Você se preocupa com isso?
― Espero que, se tivermos meninas, elas se pareçam com você. Isso é um
fato!
Ela riu. ― Você sabe o que quero dizer.
― Isso não importa! Eles são nossos, querida. Há grande possibilidade de que
sejam capazes de mudar. Você é mestiça e eu tenho sangue puro. Eu sei que vão ser
bonitos como o inferno, qualquer que seja a parte lobo ou a parte leopardo que
tenham quando mudarem. É também certo que, na pele, eles vão parecer como
qualquer outra criança. ― Ele fez uma pausa. ― Vai dar tudo certo!
― Estou muito feliz, mas também estou um pouco assustada.
―O bando irá aceitá-los. Eles nunca vão ser desprezados nem provocados.
Ninguém se atreverá! Eu chutaria a bunda de quem se atrevesse a isso!
Ele a conhecia muito bem. Ela soltou os seus medos.
― Tudo bem.
― Eu sou uma espécie de mauzão. ― Ele brincou.
― Você é! ― Seu olhar baixou para seu peito. ― E também é muito sexy.
― Eu acho que nós devemos comemorar e ficarmos nus.
― Você sempre sugere isso e eu sempre concordo.
Brand chegou mais perto, até que seus narizes se tocaram e olhou
profundamente em seus olhos.
― Estamos juntos e o mundo é certo. Relaxe, Charma. Será tudo a partir
daqui. Nós já passamos o pior enquanto estávamos separados. Nada que já
enfrentamos poderia ser tão ruim como era a vida sem você.
― Isso é verdade.
O brilho brincalhão voltou para o seu olhar.
― Eu quero que você saiba que me salvou quando voltou para casa. Cheguei
ao ponto de alguém me oferecer como um brinquedo sexual para uma anciã. Ela
queria me tornar um puma. Eu prefiro muito mais pertencer a um leopardo sexy.
Suas sobrancelhas se ergueram.
― Sério! Você acha que eu teria feito uma avó uma mulher feliz?
Ela estendeu a mão para os botões de sua camisa. ― Vamos descobrir em
cerca de vinte e cinco ou trinta anos, quando nossos filhos começarem a ter bebês. Eu
vou ser uma avó, então.
― Mal posso esperar. Eu vou envergonhar os nossos netos por te perseguir e
te levar para a cama sempre que puder.
Charma engasgou e abraçou Brand. ― Eu não sei o que faria sem você!
Ele a segurou com força. ― Você nunca terá essa oportunidade!

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