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Open Book Traduções

The Unwanted Wife


Série The Unwanted
#1
by

Natasha Anders

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Open Book Traduções

Aviso
A tradução do seguinte livro foi efectuada pelo Open Book Traduções
de forma a garantir ao leitor um fácil acesso à obra, incentivando-o assim a
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Capítulo Um
Theresa caiu para o colchão, o seu corpo escorregadio de
transpiração e mole de prazer. Espasmos da sua poderosa libertação ainda
violentamente atormentavam a sua forma fina. O seu marido, Alessandro,
tinha se desembaraçado, separado e distanciado-se dela dentro de
segundos do seu mutuo orgasmo e deitou-se de costas ao lado dela, a sua
respiração pesada e irregular.
Theresa virou-se de lado para traçar amorosamente o perfil dele com
os olhos, ansiando tocar e acariciar a pele suave e pele levamente morena,
mas ela sabia que o seu toco seria rejeitada. As palavras dele, aquelas que
ele sempre dizia depois do seu climax, ainda levitavam no ar entre eles, e
ainda, depois de todos esses meses, doíam mais do que deveria.
— Dá-me um filho, Theresa...
Com essas quatro palavras, ele matou o brilho após-orgasmo,
destruiu a intimidade do momento, e renegou o acto para nada mais do
que um imperativo biológico. Depois de dezoito meses do mesmo, Theresa
tinha finalmente aceitado que nunca iria mudar. Não tinha sido uma
realização abruta. Não, tinha sido um que tinha crescido firmemente desde
a primeira vez que ele as tinha dito.
Mas Theresa tinha as suas próprias quatro palavras. Eram palavras
que tinham ficado na ponta da sua língua por meses and deveriam ter sido
faladas muito antes de agora. Palavras que ela não poderia mais engolir;
não importava o quão magoava dizê-las. Ela sentou-se, nua, o seu corpo
ainda a tremer, e moveu os joelhos para o seu peito. Ela envolveu os seus
braços em torno das suas pernas, pressionou a bochecha nos seus joelhos,
e assistiu a respiração dele estabilizar-se e o seu próprio tremor
desvaneceu-se. Ele deitou-se de braços abertos, magnificamente nu, os
olhos fechados, mas ela sabia que ele não estava a dormir. Como de
costume, ele iria tomar alguns momentos para compôr-se ainda de se

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dirigir para o duche, onde ela sempre o imaginava a esfregar


freneticamente o perfume dela e toque da sua pele bronzeada.
Ela não poderia mais conter as palavras, e elas foram derramadas dos
seus lábios em seriedade desesperada.
Quero o divórcio, Alessandro.
Ele tensionou. Cada músculo do seu corpo apertou-se como uma
mola antes de ele se virar para encontrar o olhar dela. Os olhos dele
estavam encapuzados, e o lábio superior curvado de maneira zombadora.
— Mas eu pensei que tu me amavas, Theresa, — ele gozou com
requinta crueldade, e Theresa fechou os seus olhos, tentando marcar a dor
que as suas palavras causaram. Quando ela tinha certeza que ela tinha as
emoções sob controlo, ela abriu os olhos.
— Não mais. — Ela esperava que a mentira soasse convincente.
— Hmmm, — ele ronronou. — O que aconteceu ao "Eu vou amar-te
para sempre, Sandro."?
— As coisas mudam, — ela sussurrou.
— Que coisas? — Ele rolou para o eu lado e elevou-se pelo cotovelo,
descansando a cabeça na sua mão. Ele parecia-se tanto como um
gladiador romano em repouso que a garganta dela ficou seca de desejo.
Ela engoliu dolorosamente.
— Sentimentos mudam..., — ela gaguejou. Novamente ele deu
aquele ronronar grave em consentimento, mas Theresa não se deixou
enganar pela sua postura relaxada; ele estava tensado como uma serpente
enrolada. — Eu... Eu mudei...
— Tu não pareces diferente, — ele disse, a voz ainda terrivelmente
suave. — Ainda a mesma Theresa que eu casei. Aquela que proclamou que
me amava tanto que não poderia viver sem mim. Aquela cujo papá teve
certeza que ela tivesse exatamente o que queria...
E foi então que ele atacou, sem se mover, sem nem sequer uma
mudança de voz.
— A mesma pequena tímida Theresa que nem sequer pode me dar a
única coisa que eu quero desta desculpa patética de casamento. — Ela
vacilou, mas recusou-se a desviar o olhar.
— São mais razões para um divórcio, — ela tentou ser indiferente

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mas falhou miseravelmente.


— Talvez para ti. — Ele deu de ombros. — Mas eu disse-te desde o
início, cara, que não iria haver uma saída fácil desde casamento. Não antes
de eu conseguir o que quero de ti, e esse dia parece estar muito distante.
Infelizmente, por mais cliché que pareça, tu fizeste a tua cama e agora
ambos temos que nos deitar nela!
— Eu não quero mais viver assim. — Ela enterrou o rosto nos seus
joelhos e lutou para manter as lágrimas na margem.
— Nenhum de nós tem muita escolha... — ele sentou-se e alongou-
se languidamente antes de se levantar e caminhar até à casa de banho da
súite. Theresa ouviu o chuveiro começar momentos depois e levou uns
segundos para se compôr antes de enxugar as lágrimas quentes do seu
rosto com as costas das mãos. Ela arrastou-se e caminhou para a cozinha
para servir-se de um copo de leite quente e mel. Era uma mistura que a
mãe costumava fazer para ela quando ela era uma criança, e ela esperava
que a bebida confortável iria confortar os seus nervos esfarrapados.
A tarefa familiar de preparar a bebida acalmou-a significamente, e ela
estava prestes a subir para o banco no balcão e tomada o primeiro gole
quando sentiu a presença de Sandro atrás dela. O cabelo na nuca do
pescoço levantou-se, e as suas mãos começaram a tremer novamente.
— Deves estar com frio nessa pequena coisa que estás a usar, — ele
observou ociosamente, indo em direção ao frigorífico por um pacote de
sumo de laranja. O cabelo preto dele estava húmido e levantado em tufos
onde ele descuidadamente secou com a toalha depois do duche. Ele vestia
nada mais do que um par de boxers pretas. Ele estava tão lindo como
sempre, e Theresa odiou-o mais do que nunca ppor aquela perfeição
masculina.
— Estou bem. — Ela levantou-se abrutamente e andou para a pia
para lavar a sua chávena, mas ele agarrou o seu cotovelo para parar o
movimento. Ela tensinou, chocada pelo toque... Alessadro nunca a tocava
fora do quarto. Nos dezoito meses em que eles estavam casados, esta foi a
primeira vez que ela recordava- dele a tocar sem que fosse um percusor
para sexo. Ele inclinou-se para perto dela e baixou os lábios para a orelha
dela. Ela sentiu a sua respiração quente no lado da cara antes que ele

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falasse.
— Não vai haver mais conversa sobre divórcio, Theresa...nunca, —
ele disse-lhe com um ar doentio de finalidade.
— Não podes parar-me de divorciar-me de ti, Sandro, — ela
respondeu corajosamente.
— Tu queres mesmo um divórcio, cara? — ele perguntou.
Ela assentiu com a cabeça rigidamente.
— Se tu conseguires esse divórcio, a tua prima perde o seu negócio, e
ela não pode lidar com isso agora, não com o bebé a caminho. Ela e o
marido precisam de todo o capital que eles conseguirem. — De alguma
forma, ela não estava à espera disto. Ela deveria, mas não estava. Sandro
tinha emprestado à sua prima, Lisa, dinheiro para começar a sua livraria.
Theresa não sabia os detalhes desse empréstimo, mas ela tinha sempre
assumido que tinha sido dado por generosidade. Olhando para ele agora,
ela não conseguia acreditar na sua própria ingenuidade. Sandro não fazia
nada por pura generosidade, e esse empréstimo era meramente outra
arma para ele usar contra ela.
— Tu não o farias, — ela respondeu. — Lisa não fez nada para
mereces isso.
— Cara, eu farei o que fôr preciso para ter o que quero de ti.
— Eu tenho dinheiro também, eu posso ajudá-la... — ela começou
desesperadamente.
— Não, tu tens um pai rico, e ele teve a oportunidade de ajudar Lisa,
mas ele mostrou o seu desprezo dessa ideia mais do que óbvio naquela
momento, e tu sabes que ele nunca irá apoiar-te através de um divórcio,
Theresa.
— Eu ainda não acredito que tu o farias! Tens uma reputação para
defender. Tu és um homem de negócios honesto, e tu não irias destruir um
pequeno negócio meramente para provar um ponto. Que tipo de
mensagem isso iria enviar? — ela perguntou.
— Que eu não estou de brincadeiras. — Ele deu de ombros. — Tu
honestamente pensas que eu me importo com o que as pessoas pensam
de mim, Theresa? Eu nunca o fiz e nunca o farei. Tu és fraca e mimada.
— Não sou... — ela tentou defender-se, mas ele fez um som de

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escárnio na parte de trás da sua garganta antes de continuar como se ela


não houvesse falado.
— Vais ter o teu divórcio eventualmente, mas há algo que eu preciso
de ti antes. Tu querias este casamento, lembras-te? Tu suplicaste por isso,
tenho a certeza. Então se tu quiseres este divórcio agora mesmo, vai ter
algumas grandes penalidades. Estás disposta a jogar com o futuro da tua
prima?
Theresa não o faria, e Sandro sabia disso. Ele tinha-a exatamente
onde a queria. Não haveria nenhum divórcio. Não quando estava tanto em
jogo. Mas haveria mudanças... Theresa Chloe Noble de Lucci estava
cansada de ser um capacho! Ela não disse nada, escolhendo se virar ir
embora ao invés. Ele olhou-a ir, e ela conseguia sentir os olhos dele
queimar através da sua fina figura mas ele não a chamou de volta. Ela não
regressou ao quarto que eles compartilhavam desde o primeiro dia do seu
casamento, optando invés disso para se caminhar para a livraria, sabendo
que ela não conseguiria dormir. Não naquele quarto, não mais.

** **

Horas depois, ele desceu para o pequeno-almoço. Era um sábado de


manhã, então ele não tinha reuniões de manhã cedo para ir, ao invés disso
ele tendia a ficar com o seu jornal e café e basicamente ignorar Theresa.
Aquela manhã não foi diferente. Era como se o argumento anterior deles
não tinha acontecido de todo. Eles comiam as suas refeições de fim de
semana ocasionais e o ambiente caseiro dava uma falsa sensação de
domesticidade. Mas enquanto Theresa estava inconfortável e tensa no
ambiente íntimo, Sandro manteve tão bem como o pepino proverbial.
Mas então, não era nada realmente novo, pois ele raramente
demonstrava emoção. De facto, a "discussão" desta manhã foi o mais
aquecido que ela o tinha visto. Ele mantinha os seus sentimentos em
segredo, mas sempre fez o seu desprezo por ela mais do que claro. Estava
na maneira que ele recusava a encontrar o seu olhar, na maneira que ele
faria amor com ele sem sequer beijá-la na boca, na maneira como ele iria
falar através dela quando tinha algo para contar-lhe, enquanto a eterna

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ótimista e estúpida Theresa nunca tinha sido boa em esconder os seus


sentimentos dele. Não desde o momento em que ela o conheceu, quase
dois anos atrás. Como irremediavalmente efeitiçada ela tinha sido! A
rapidez com que ela se apaixonara.

** **

Ela vividamente recordou o primeiro encontro deles. Ele tinha ido


para jantar na sua casa. O seu pai não tinha dito muito sobre o convidados
deles, exepto que ele era o filho de um velho conhecido. Ele a tinha
deixado sozinha para atender Sandro para que ele pudesse fazer uma
entrada. Isso tinha sido um dos muitos "truques" de Jackson Noble para
manter os seus adversários constantemente desprevenidos. Ele adorava
trazê-los para o seu próprio território e tinha conduzido muitos negócios
na sua casa. Ele iria deixar Theresa suavizá-los com o seu calor natural, e
então ele iria precipitar-se enquanto eles ainda estavam encantados e
entrar a matar.
Theresa não tinha sabido acerca do seu papel nos negócios do seu
pai até que ela tinha dezanove anos; antes disso ela tinha meramente
grata pela oportunidade de ajudar o pai entreter os seus amigos
importantes. Até ao momento em que conheceu Sandro, Theresa foi a
suprema anfitriã: encantadora, doce, calorosa no exterior mas
completamente decepcionada no inteior. As pequenas festas de negócios
do seu pai sempre a fizeram sentir usada e desanimada.
Alessandro De Lucci tinha mergulha na sua casa parecendo severo e
intencionado, como um homem pronto para a batalha. Ele parecia
surpreso ao vê-la de pé na entrada enorme. Ela usava um vestido verde
simples, o seu cabelo apanhado num coque elegante, e ela tinha escolhido
um simples colar de esmeralda com brincos combinados como seus únicos
efeites. Ele tinha vacilada à visão dela e franziu a testa em confusão.
Theresa, no entanto, tinha sido completamente fascinada pelo esplêndido
homem que estavam em frente a ela, e pela primeira vez desde sempre a
sua postura a tinha abandonado. Tinha sido incapaz de dizer uma única
palavra. Ele estava muito bem equipado com o seu fato de negócio, mas o

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seu cabelo ao vento havia contradito o seu esplandor, dando-lhe assim


uma aparência selvagem. A sua barba escura e gravata afrouxada reforçou
a robustez. Ele tinha sido como nenhum outro homem que ela tinha visto
antes, e ela queria saber tudo o que tinha para saber sobre ele.
Sandro havia se recuperado antes. Ele tinha dado um passo em
direção a ela, tão perto que cada inalação de respiração cansou o peito
dele escovar levemente contra ela. Theresa tinha inclinado a cabeça para
trás, para olhar para ele com espanto, traçando cada ângulo e curva do seu
rosto em fascinação.
— Olá, cara. — A voz dele, como veludo escuro sobre cascalho,
tinha enviado um estremecimento de consciência pela sua espinha. —
Qual é o teu nome?
— Theresa. — Ela tinha estado impotente para fazer qualquer coisa,
menos responder. O cheiro dele era maravilhoso, e ela encontrou-se a se
inclinar para respirar o seu cheiro.
Theresa lembrou-se de cada palavra, cada emoção, cada sensação
do intercâmbio que se seguiu.
— Theresa? — ele repetiu, a sua voz atraente ficando ligeiramente
rouca. — Bellissima. Sou Alessandro.
— Sim, — ela disse, não fazendo muito sentido naquele momento,
mas ele sorriu. Foi um lindo, quente, infantil sorriso que o fez ainda mais
bonito.
— Podes dizê-lo? — ele perguntou calmamente.
— Dizer o quê?
— O meu nome. Eu quero ouvir o meu nome desses fantásticos
lábios. — Ele traçou um dedo sobre os lábios dela e ela passou de respirar
completamente e gemeu. — Diz, cara. Quatro pequenas sílbadas. - A-les-
sa-dro. Por favor?
— Alessandro,— ela sussurrou, e ele rosnou um pouco.
— Perfeito. És perfeita, pequena Theresa. — Nunca ninguém olhou
para ela e viu perfeição antes. Nunca ninguém sorriu para ela com tanta
apreciação e calor nos olhos antes. Theresa encontrou-se a olhar de volta
para o seu atraento estranho, e pela primeira vez na sua vida, ela tinha se
sentido desejada. Entre um piscar de olhos e o outro, Theresa tinha ficado

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perdidamente apaixonada.
** **

Ela sacudiu-se, recusando a se debruçar em eventos passados que


ela nunca conseguiria mudar e em vez disso tentou focar no seu presente.
O pequeno-almoço passou com uma lentidão agonizante, o silêncio
quebrado apenas pelo som do jornal dele enquanto percorria a secção de
negócios. Ela mal comeu e odiava-o não não estar afetado pela tensão que
conseguia comer a refeição. Ela pegou nos seus pratos e encaminhou-se
para a pia.
— Tens que comer mais do que um pedaço de torrada, — a voz dele
de repente rosnou inesperadamente. — Tu estás a ficar muito magra. — O
facto de ele notar o que ela comia, apesar de quase não ter olhado para
ela sob o jornal, a assustou.
— Eu não tenho muito fome, — ela respondeu suavemente, e
colocou os pratos na pia.
— Tu mal comes o suficiente para manter um pardal vivo. — Ele
baixou o seu jornal e encontrou o olhar dela por uns segundos antes de
desviar o foco para a chávena de café na mesa em frente dele. O contacto
visual direto era tão incomum que Theresa mal conteve um suspiro.
— Eu como o suficiente, — ela respondeu sem entusiasmo.
Normalmente, ela teria deixado estar, mas ela queria ver se conseguia
fazer com que ele encontrasse o seu olhar novamente. Não teve essa
sorte; ele meramente encolheu os ombros, cuidadosamente dobrou o seu
jornal, e pousou na mesa ao lado do seu prato vazio. Ele engoliu o último
gole do café antes de se levantar da mesa.
Ela assistiu quando ele se esticou, a sua t-shirt preta elevou,
revelando a pele tonificada e bronzeada do seu abdómen. A boca dela
ficou seca com a visão daquela pele escura, e mais uma vez ela estava
desgostosa com a sua reação à presença física dele. Ela havia passado o
primeiro do seu casamento a acreditar que Sandro viria a amá-la. Ela
valentemente acreditou que se ela o amasse o suficiente, ele iria voltar a
ser o homem risonho, carinhoso que ela havia conhecido nos primeiros
meses depois de se conheceram. Ela ainda não estava completamente

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certa do que é que havia causado a mudança, mas pelas coisas sarcásticas
que ele por vezes dizia em passagem, ela suspeitava que tinha sido a
influência do pai dela. Depois de quase um ano de casamento, ela foi
forçado a enfrentar a realidade; ele realmente a odiava. Ele odiava-a tanto
que ele não conseguia falar com ela, beijá-la, tocá-lo fora do quarto, ou
meramente olhar para ela.
Theresa tinha finalmente percebido que não haveria
descongelamento; o casamento deles iria sempre sempre um inverno
perpetúo, e se ela alguma vez quisesse sentir o calor do sol no rosto
novamente, ela iria ter que sair disso. Infelizmente, escapar seria mais
complicado do que ela pensava. Ela teria que encontrar uma maneira que
não incluiria magoar a sua prima. Lisa e Rick Palmer esperavam o seu
primeiro bebé, e mesmo que Lisa estava a ter um momento fácil da
gravidez, Theresa estava preocupada que qualquer coisa que possa
perturbá-la poderia ser potencialmente prejudicial a ela ou ao bebé. Além
disso, enquanto agência de publicidade de Rick tinha bastante sucesso,
Lisa tinha sempre se orgulhado do facto de que ela conseguia se segurar
financeiramente na relação deles. Tomando-lhe a livraria poderia colocar
muita pressão sobre o relacionamento, e Theresa não queria isso na sua
consciência.
Ela suspirou profundamente e começou a lavar a loiça. Ela gostava de
fazer pequenas tarefas domésticas, apesar do facto de que o seu marido
de trinto e um anos, que tinha trabalhado desde ser funcionário até ser o
presidente do banco que o pai possuía, "tinha mais dinheiro que Deus",
como o pai dela tinha uma vez dito. Theresa tinha mesmo insistido em
fazer algumas das refeições ela mesma. Eles contrataram equipa de
limpeza, visto que vivivam numa casa monstruosa de dez quatros e cinco
casas de banho.
Porque o seu casamento uniu duas famílias proeminentes, a impresa
seguia os detalhes íntimos do seu casamento, mesmo assim Theresa
tentou agarrar-se ao que ela acreditava ser uma aparência de
normalidade. Aos sábados a equipa tinha o dia de folga e Theresa gostava
de cuidar de si mesma e de Sandro antes de ter que esperar as
empregadas o fazer mais tarde. Ela nunca teve uma vida "normal", e ela

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imaginava carinhosamente que estas tarefas a manteriam na realidade.


Sandro não conseguia entender a necessidade dela ter uma mão no
funcionamento cotidiano da casa e tinha gozado com ela uma vez, ao
acusá-la de quer brincar de casinha, logo após o seu casamento. Ele nunca
pareceu notar novamente depois disso. Ela olhou para o loiça que ela tinha
pronta para colocar na máquina de lavar loiça e abrutamente abandonou a
tarefa a meio antes de se digirir para cima, deixando Sandro ainda na
cozinha.
Ela mudou as roupas de fato de treino para jeans e uma camisola,
arrastando o seu cabelo grande ruivo num rabo-de-cavalo e puxando um
casaco de ganga para afastar o frio de outono. No seu caminho para a
porta da frente, ela passou pela pequena sala onde Sandro tinha se
retirado com o portátil.
— Eu vou sair, — ela disse casualmente através da porta aberta, e a
cabeça dele se ergueu, os olhos a queimar com alguma emoção
indefinível.
— Onde...? — ele começou.
— Eu não quanto tempo vou demorar. — Ela saiu antes de que ele
podesse proferir outra sílada, agarrando a sua mala e chaves do carro. Ela
teve o seu confiável Mini Cooper prata ligado antes que ele conseguisse
chegar à porta da frente. Com um aceno alegre que ela sabia que tinha de
saudar, fez marcha à trás para fora da garagem e foi-se embora. Ela não
tinha nenhuma ideia para onde ia mas sabia que iria haver o inferno a
pagar quando chegasse - Sandro gostava a manter numa pequena caixa
chamada "esposa", para ser trazida para fora apenas para ocasiões socais
onde ele precisava de alguém para atuar como a sua anfitriã perfeita.
Qualquer sinal de motim dela foi obrigado a ter consequências
desagradáveis e imprevistas. O seu telemóvel começou a tocar segundos
depois e quando ela chegou a um semáforo vermelho, desligou-o e atirou-
o para o lado.
Era ainda cedo, quase novas horas, e porque ainda era sábado, as
estradas estavam um pouco cheias. Ainda assim, ela sentia-se livre e se
dirigiu a partir da relativa tranquilidade do Clifton, um dos subúrbios mais
ricos e os mais bonitos em Cape Town, na direção da cidade. Geralmente

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ela iria para Newlands and passar o dia com Rick e Lisa... mas ela sabia que
esse seria o primeiro lugar onde Sandro iria procurar. Ele sabia o quão
limitada a sua vida social era. Ela nunca fez amigos fácilmente; o seu pai a
manteve isolada ao longo da sua infância, e a sua única amiga ao crescer
tinha sido a prima Lisa.
A sua família tinha fondado um dos primeiros bancos no país em
1800 e tinham sido sempre líderes nos alcances rarefeitos da sociedade.
Jackson Noble afirmava que alguém como Theresa, de "crianção e
antecedentes" não deveriam ser autorizados a misturar-se com qualquer
pessoa, o que tinha deixado as opções de Theresa para companhia
severamente limitada. Ela cresceu a brincar consigo própria, com Lisa, ou -
quando o pai não estava ao redor para ver - com os filhos da governanta. A
solidão e isolamento havia transitado para a sua vida adulta e mesmo
agora, ela passava a maioria do seu tempo livre com Rick e Lisa ou a
aprender novas receitas de Phumsile, a sua governanta. Ela passava mais
tempo a conversar com Phumsile do que conversar com Sandro. A solidão
era um ciclo que Theresa não sabia como quebrar.
Agora ela encontrou-se a contemplar todas as coisas que podia fazer
com este tempo inesperado e, decidindo ficar com a tendência do dia,
optou pela coisa mais fora de personagem que poderia pensar: ir ao
cinema. Era a mais pura forma de fugir, e se houve alguma coisa que
Theresa queria desesperadamente, era escapar da sua vida. Então ela
passou o dia a ir de um cinema para o próximo - a chorar, rir, a encolher ou
saltar, dependendo do enredo. Foi o dia mais improdutivo que ela alguma
vez tinha passado e tinha amado.
No momento em que o último filme do dia acabou, já era depois da
meia-noite e ela tinha uma dor de cabeça latejante de se sentar na
escuridão e a luz oscilante do projetor todo o dia e a ligeira dor de
estômago da dieta de refrigerante e pipocas. Ao ir em direção ao carro, a
súbita realidade da sua situação afundou e ela começou a tremer. Ela não
sabia o que esperar de Sandro. Ela nunca o tinha visto exibir algo diferente
do controlo gelado, mesmo na cama, mas hoje tinha sido a primeira vez
que ela tinha feito algo como isto. Sempre se esforçou para ser a esposa ou
filha perfeita, sempre colocando a vontade de Sandro ou os desejos do pai

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em primeiro lugar, e algo tão inocente como ir ao cinema sem dizer a


Sandro parecia algo além de imprudente. Embora ela sabia que ele nunca
a magoaria fisicamente, o seu potencial de a magoar emocialmente era
ilimitado.
A casa estavam em chamas com luz quando ela regressou, e o medo
fez o seu estômago elevar. Ela engoliu a náusea antes de estacionar o carro
e ir em direção à porta da frente, a qual foi aberta abrutamente antes
mesmo de ela ter a chance de ter as chaves fora. Ela engoliu em seco
ligeiramente na forma intimidadora do seu marido iminente na porta e
sufocou um grito quando ele agarrou o seu braço e puxou-a para dentro.
Ele fechou a porta, segurando ambos os braços dela nas suas grandes
mãos e a fez recuar até que ela estava encostada na porta. Levou alguns
segundos para superar a sua desorientação e entender que ele não a
estava a magoar.
Os olhos dele examinaram febrilmente o seu corpo de cima a baixo,
até que estava aparentemente satisfeito que tudo estavam em condições
relativamente boas, e então ele elevou o olhar para encontrar o dela.
Os olhos dele, que ela tinha tão pouca oportunidade para realmente
olhar, eram dolorosamente lindos. Eram castanhos chocolate e definidos
em cílios azuís pretos incrivelmente grossos, e abaixo, sobrancelhas
arrebatadoras, e agora mesmo ardiam com algo que, num homem menos
controlado, podia ter sido descrito como fúria. As mãos dele soltaram os
seus ombros e arrastaram-se até ao rosto dela. Ela encolheu-se
ligeiramente no contacto, mas elas continuaram gentis, movendo-se para
descansar na sua mandíbula, os seus largos polegares roçando as
bochechas dela. A sua respiração tornou-se irregular quando ele se
inclinou em direção a ela, mergulhando a cabeça para mais perto dela. Ele
estava tão perto que ela conseguia sentir o seu hálito quente e limpo no
rosto. Ele inclinou o queixo ligeiramente, e ela rosnou, doendo pelos seus
lábios nos dela, querendo-o tão desesperadamente, as suas pernas tinham
praticamente se tornado em geléia, e a única coisa que a impedia de cair
como uma poça aos pés dele era o seu corpo musculoso e sólido apoiado
contra o dela. Ela conseguia sentia a ereção dela latejar contra o seu
estômago e sabia que ele a queria tão desesperadamente como ela o

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queria. A sua boca luxuosa estava a centímetros da sua, e quando ele


falou, os seus lábios roçavam contra a boca dela.
— Tu puxas uma proeza como esta outra vez, tesoro mia, e eu juro
por Deus, que vais te arrepender!
Ela se encolheu enquanto a realidade a trazia de volta a terra com
um baque. Ele deixou-a ir e ela deslizou para baixo até pousar nos seus
pés. Ele passou um olhar de desprezo sobre ela, o gelo voltou e o fogo se
foi.
— Onde estiveste? — ele perguntou calmamente. Ela cambaleou nos
seus pés, humilhada que ela havia o permitido afetá-la de tal forma que ela
iria cair aos seus pés. Ela inclinou a cabeça desafiadoramente e recusou a
responder-lhe. — Theresa, estou a avisar-te...
— Avisa à vontade, — ela zombou com voz trêmula. — Queres
continuar casado? Está bem. Mas eu recuso-me a deixar-te pisar mais em
mim. É altura de me mostrares algum respeito!
— Como diabos eu deveria respeitar alguém que se vendeu no
maior lance? — ele rosnou com controlo apertado, e ela engasgou, ferida.
— Eu não tenho nenhum respeito por ti, Theresa, nem mesmo com a mãe
potencial do meu filho, porque francamente, nem isso podes fazer direito.
Ela passou-se, completamente, e pela primeira vez nos seus inteiros
vinte e seis anos, Theresa recorreu à violência. Ela atirou-se a ele, silbando,
cuspindo e arranhando como um gato. Nesse momento ela o odiava tanto
que parecia uma coisa viva a tentar o seu caminho para fora dela para
chegar até ele. Quando voltou a si mesma, ela percebeu que ele a tinha
nos seus braços, as costas dela na frente dele, os seus pulsos nas mãos
dele, e os braços cruzados sobre o peito. A ambos lhe faltavam o ar.
Haviam algums terríveis choramingos a vir do fundo da garganta dela,
palavras de ódio que repetidamente atirava a ele há muito desapareceram
em incoerentes soluços. Os lábios dele estavam no seu cabelo, logo acima
da sua orelha esquerda, e fazia sons suaves, não a magoava, apenas a
contê-la com a sua força superior. Ela ficou mole, suspendida derrotada
nos seus braços
— Desculpa. — Ela congelou; as palavras tão tranquilas que não
tinha a certeza se o tinha ouvido corretamente. — Isso foi... cruel e errado

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da minha parte.
Mais palavras? Ela não sabia como responder então optou por não
dizer nada. Sentiu-o engolir antes de cautelosamente libertar os seus
pulsos e se afastar dela. Ela fez um espétaculo de esfregá-los, mesmo que
ele não a tenha magoada em todo. Em vez disso, ela parecia ter infligido a
maior dos danos em ambos. Algumas das unhas dela estavam partidas e os
punhos estavam magoados dos poucos socos furiosas que ela consegiu dar
contra o corpo duro dele. Ela virou-se para encará-lo e ficou chocada ao
ver que ele sangrava. Ele tinha arranhões nas mãos e cara, incluindo um
profundo e irritada no pescoço. Ele tinha também marcas de mordidas nos
seus braços musculosos, e uma contusão que escurecia na mandíbula. Ele
viu o seu olhar na contusão e esfregou lamentosamente nele.
— Tu dás um soco malvado, — ele disse timidamente, antes de olhar
para baixo para as mãos dela e praguejar baixinho. — Magoaste-te. — Ele
levantou uma e fez uma careta para as contusões e unhas partidas. Ela
levantou a mão da dele; não tinha a certeza o que era esse acto estranho e
definitivamente não confiava nele. Os olhos dele escureceram ao seu olhar
desconfiado, e enterrou as mãos nos seus bolsos. Ela abriu caminho por
ele antes de ir em direção às escadas.
— Theresa... — Ela parou mas não se virou. — Eu realmente sinto
muito sobre o que eu disse. Não era verdade. — Ela sabia que o seu
pedido de desculpas não era sincero. Embora ele nunca o tinha dito, ela
sabia que ele a culpava pelo bebé que tinha perdido cedo no casamento
deles. O facto de que não podia conceber desde tinha meramente
cimentado a sua baixa opinião dela.
— Eu vou para a cama, — ela sussurrou, ignorando o pedido de
desculpas e ainda a não olhar para ele.
— Sim, — ele saiu do seu caminho e enterrou as mãos nas suas
calças. Ela estava intensamente consciente dos olhos dele perfurar as suas
costas enquanto ela se afastava dele, e segurou a cabeça deça enquanto
subia as escadas até ao segundo andar.
Ela fez o seu caminho até um dos luxuosos quartos de hóspedes e
lágrimas brotaram dos seus olhos. As palavras cruéis de Alessandro tinham
atingido um nervo. Ela tinha perdido o bebé após somente cinco meses de

16
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casamento e três meses de gravidez, e Theresa sempre sentiu que o


aborto foi culpa dela. Quando tinha descoberto que estava grávida, ela
tinha desejado que a criança fosse embora - a sua relação com o marido
tinha sido tão fria que ela tinha sido incapaz de compreender trazer uma
criança num ambiente sem amor. Pior, depois que ela perdeu o bebé, ela
tinha tido vergonha de admitir que alívio se misturava com o coração
partido. Ela tinha odiado a si mesma por isso, tinha sentido que havia algo
errado com ela por desejar que o seu próprio filho não existisse. Ela nunca
tinha compartilhado o que ela sentiu com Sandro, e eles tinham
lamentado o falecimento da pequena vida separadamente, sem nunca
falar sobre isso. Agora ela suspeitava que ele sabia o tempo todo, e que
tinha aumentado o seu desprezo por ela.
Apesar da sua extrema depressão pós-parto, ela consegiu ultrapassá-
lo sozinha. Rick e Lisa não tinham sequer sabido acerca da sua gravidez. Ela
havia se sentido tão terrível sobre a sua reação ao bebé que ela nunca
tinha lhes dito, sentindo que o seu comportamento tinha sido
indefensável. Mas esta noite, as provocações cruéis de Sandro tinha
simplesmente a mandado sob a borda.
Ela suspirou, tentando se livrar do humor sentimentar, e depois de
tomar um pequeno duche, caiu na cama usando apenas uma camisola e
cuecas que ela rapidamente agarrou da sua cômoda do quarto principal.
Apesar do drama do dia, ela caiu no sono quase imediatamente. Ela não
sabia há quanto tempo estava a dormir antes de ouvir uma pequena batida
na porta. Ela imediatamente acordou e se sentou, empurrando o cabelo
emaranhado da cara.
— Theresa! Abre a maldita porta! — Sandro bateu com raiva na
porta novamente, e desta vez, foi alto o suficiente para fazê-la saltar e
apressadamente desbloquear e abrir a porta, por medo dele acordar a
governanta. Apesar do facto de a voz ter sido apenas um sussurro sinistro
através da madeira, ela não tinha dúvida que ele estava absolutamente
lívido. Ela ficou a olhar para ele na fraca luz e ficou surpresa pelo flash de
fúria no seu rosto, que foi tão rapidamente mascarado pela indiferença
fria, que ela não tinha certeza se tinha imaginado a emoção.
— O que estás aqui a fazer? — ele perguntou rigidamente.

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— Eu decidi me mudar para este quarto, — ela informou-o, sem


suceder em manter a ansiedade na sua voz, e a mandíbula dele apertou.
Ela não tinha antecipado ter esta conversa até de manhã. Sandro estava
cheio de surpresas hoje. Ela sabia que ele ficaria chateado ao tê-la a
mudar-se do quarto deles. Ele apreciava sexo com ela e parecia feliz por tê-
la convenientemente ao alcance de um braço. Mesmo assim, era
completamente fora sua personagem vir bater na porta da frente, exigindo
uma explicação na calada da noite! Ela esperava uma fria e controlada
conversa sobre isso na mesa do pequeno-almoço. A luz do quarto era
brilhante o suficiente para ela ver a emoção tempestuosa a fabricar nos
seus olhos, e ela engoliu um pedaço de decepção quando a emoção
mergulhou em gelo.
— Eu posso ver isso, — ele botou para fora. — Eu acho que a
pergunta que é revelante é o porquê? — E ela pode ver o quanto o matava
perguntar isso.
— Eu sentiriam-me como uma hipócrita se eu ficasse no quarto
principal contigo. — Ela deu de ombros novamente. — Apenas esta
manhã eu disse-te que queria o divórcio, então não me sentiria bem se
compartilhasse a cama contigo como se nunca tivessemos tido essa
conversa.
— Estás a ser ridícula, — ele disse com desdém.
— Não... Acho que estou a fazer sentido pela primeira vez em quase
dois anos.
— A minha esposa, — ele colocou ênfase sarcástico na última palavra
— dorme comigo. Tu vais voltar para o nosso quarto, mesmo que tenha
que te arrastar a gritar e pontapear!
— E-Eu...p-posso ter que dormir contigo, Sandro, — admitiu,
sabendo que se ele escolhesse fazer o que ameaçou, ela iria
definitivamente perder para o seu tamanho e força superior. — Mas eu
não vou ter mais sexo contigo.
— Irias me negar, ao teu marido, esse direito cívil básico? — ele soo
francamente espantado, tanto quanto Theresa por se atrever a dizer as
palavras.
— Sim.

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Os olhos dele se estreitaram e deu um passo ameaçador em direção


a ela.
— O que me impede de apenas tirar o que me pertence? —
perguntou ele especulante, os olhos a moverem com desdém sobre o
corpo fino dela que tremia sob a sua camisola. Theresa cruzou os braços
sobre o peito e curvou os braços defensivamente.
— Eu não te pertenço, — ela disse suavemente.
— Bem, eu certamente paguei enormes quantidades de dinheiro por
ti. Parece-me como propriedade para mim.
— Eu não faço ideia do que estás a falar, — ela protestou em
frustação, e ele riu suavemente.
— E tu ainda continuas a cantar a mesma velha e cansada cantiga, —
ele gozou. — Isto está para além do ponto. Eu não tenho qualquer desejo
de refazer os detalhes, não alcança nada. Vamos lá, nós vamos para a
cama! — Ele agarrou a sua mão e puxou-a de volta para o quarto deles,
umas portas abaixo do corredor. Ela estava tão chocada pelo gesto
repentino que tropeçou atrás dele, antes do instinto arrombar e ela cavou
os calcanheiros, fazendo com o que ele praticamente a arrastasse.
Theresa estava com falta de ar e furiosa quando ele finalmente a
libertou. Estavam no quarto principal, de frente um para o outro, e ela o
encarou... recusando a ser intimidada pela carranca dele.
— Quando é que te tornaste num Neanderthan, Sandro? Eu nunca
pensei que irias recorrer a tais táticas de homens das cavernas. — Ele não
gostava de ser chamado de bárbaro, não o seu suave, sofisticado e rígido
marido. Ela podia-o ver na maneira que a sua boca diminuiu e os seus
olhos brilharam. Ele agarrou o seu pulso e arrastou-a para ele.
— Ainda não viste o Neanderthal em mim, cara. Eu aconselho-te a
não me empurrares nisto, a não ser que querias que as coisas fiquem
realmente feias entre nós. — Ele usou todo o corpo para a intimidar,
inclinando-se sobre e dentro dela, nariz com nariz.
— Eu não vejo como as coisas possam ficar mais feias, — ela
sussurrou.
— Tu realmente não queres ver o quão pior pode ficar, confia em
mim nisso. — O olhar dele perfurou o dela, e a respiração dela veio em

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suspiros pequenos e superficiais. Ela de repente estava ciente do quão


perto estava pressionada contra ele e sentiu um flash de calor na boca do
estômago. Mesmo que Sandro nunca tivesse realmente se libertado na
cama, ele ainda era um incrível amante, e apesar, ou talvez por causa
disso, a precisão cirúrgica com que ele conduzia o acto, sempre fez com
que ela chegasse ao clímax. Claro, que ela trocaria qualquer número de
orgasmos por um beijo, ou até mesmo uma demonstração de carinho.
Mas, ela não conseguia negar a sua reação a ele. Ele sempre conseguia a
fazer derreter. Química era uma coisa terrível; por vezes simplesmente era
provocada entre as pessoas erradas.
Os seus olhos ainda estavam trancados nos dela, e ela sentiu a súbita
mudança na sua respiração e frequência cardíaca. Ele inclinou-se para mais
perto, a sua boca quase a tocar a dela; a respiração deles se misturava e
saía em suspiros irregulares. Se ela movesse a cabeça, apenas uma
polegada, os seus lábios iriam se tocar. Ela não podia resistiar e tensionou-
se para fazer exatamente isso, quando ele praguejou e se afastou dela.
Theresa piscou e sentiu-se como alguém a sair de um transe.
— Basta ir para a cama. — Ele pôs a mão nas suas costas e deu-lhe
um empurrão gentil em direção à cama.
— Eu não vou ter ... — ela começou a protestar.
— Eu sei. Eu não estou exatamente no melhor estado para tal
também, — ele cutucou-a novamente.
— Não vais me tocar?
— Não a não sei que queiras que o faça. — Ele deu de ombros como
se não se importasse de qualquer maneira.
— Eu nao quero, — ela afirmou firmemente.
— Então não tens nada com que te preocupar. — Ele virou-se e
despiu a sua camisola casual, deixando-o abruptamente nu do peito para
cima. Como sempre, ele roubou-lhe a respiração, e ela teve que forçar-se a
virar da visão sedutora do seu marido meio-nu e encaminhar para a cama.
Ela rastejou debaixo das cobertas e manteve-se de costas para ele, mas
estava dolorosamente ciente de cada som que ele ao dirigir-se para a casa
de banho privada, descartando ainda mais roupas ao longo do caminho.
Para tal preciso e controlado homem nos outros aspectos da sua vida,

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Alessandro tendia a ser um pouco bagunçado no seu próprio espaço, ele


iria deixar cair uma camisa ali, uma meia lá...obviamente à espera das
fadas mágicas de limpeza apanhar por ele. Essa "fada mágica" era
normalmente Theresa; ela era uma aberração de limpeza que
compulsivamente apanhava e dobrava tudo o que ele deixava cair. Bem,
não mais; ele podia muito bem apanhar as suas malditas camisas.
Ela reconheceu ironicamente que esta resolução apenas iria durar
até que a empregada viesse e limpasse tudo. A única coisa acerca de ser
muito rico era que não se precisava de pensarem coisas mundanas como
apanhar a roupa. E Alessandro tinha sido mimado desde nascença em
acreditar que o mundo girava em torno dele. Enquanto a família de
Theresa tinha sido rica também, ela nunca teve nada como garantido, não
com um pai emocionalmente distante, que apontou cada falha dela, e uma
mãe deprimida, que saiu da vida de Theresa através de uma garrafa de
comprimidos para dormir. Theresa tinha sido uma criança confusa e
assustada de onze anos de idade no momento.
Ela suspirou baixinho e virou-se para assistar a porta da casa de
banho privada. Ele não a tinha fechado completamente, e um pedaço
estreito de luz transmitia para o quarto escurecido. Vapor rastejou para
fora das bordas da porta e ela consegiu cheirar o perfume picante do seu
sabão. O chuveiro parou abruptamente e ela ouviu o farfalhar de ele se
secar. Ela sorriu suavemente para si própria ao ouvir a toalha cair ao chão
depois de ele ter terminado. Ela estava familirizada com cada detalhe seu;
ele geramente escovava os dentes e fazia a barba enquanto tomava banho.
Cinco minutos depois, a luz da casa de banho apagou e ele saiu para o
quarto escuro. Ela apenas via o suficente da sua silhueta para notar que
ele estava nua e entrou um pouco em pânico ao reconhecer que ele tinha
toda a intenção de entrar na cama dessa maneira.
Ele normalmente dormia nu mas ela tinha honestamente pensado
que ele iria usar uns calções ou algo do genéro após os eventos daquela
noite. Não teve essa sorte. Sentiu-o levantar os cobertores e deslizar
abaixo deles. Ele cheirava divinamente e ela teve que lutar contra o
impulso de ir na sua direção. Ele não disse uma palavra e não fez nenhum
movimento em direção a ela, ficando no seu lado da cama. Nenhuma

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surpresa aí. Ele normalmente ficava no seu lado da cama de qualquer


maneira, a menos que sentisse necessidade no seu projeto de longo prazo
de gerar um filho. Apenas aí ele iria mover-se para tocá-la, acariciá-la, e
fazer tudo menos amá-la.
Theresa nunca iniciou os seus encontros íntimos. Ela aprendou desde
cedo que qualquer movimento a tal intimidade era normalmente rejeitado,
e a sua frágil auto-estima não lidava bem com rejeição, então parou de
tentar. Ironicamente, hoje, depois do seu decreto que ele não a tocasse, foi
a primeira vez que ela atualmente queria se mover em direção a ele. Ela
cerrou os punhos e enrolou-se numa bola, tentar não pensar na carne
tentadora nua deitada ao lado dela. Ela sabia que ele estava acordada,
conseguia perceber pelo ritmo da sua respiração, e obviamente sabia que
ela estava acordada, ela estava muito tensa para estar a dormir.
— Apenas vai dormir por amor de Deus. — A voz impaciente dele
subitamente subiu na escuridão. — Eu disse que não iria te tocar e não
vou... então podes relaxar!
Ela tensinou ainda mais ao som da sua voz, e ele praguejou baixinho.
— Se tu não consegues dormir, eu tenho a solução perfeita para a tua
insônia, — ele murmurou sugestivamente, deixando-a sem dúvida
nenhuma o que era a "solução" dele.
— Não estás a ajudar em nada, — ela cerrou os dentes e ele riu
baixinho.
— Bem, se nenhum dos dois consegue dormir...
— Nós não estamos na cama tempo o suficiente para adormecer...
apenas shiu! — ela assobiou.
— Tu sabes que estás a ser ridícula, certo? — ele murmurou na sua
voz condescente, que ele sabia que iria levá-la absolutamente maluca.
— Eu não me importo o quão ridícula tu pensas que estou a ser. —
Ela virou-se para o encarar e quase não conseguia notar o seu perfil no
escuro. Ele estava deitado de costas, um dos seus braços debaixo da
cabeça. Quando ele a sentiu virar, ele virou a cabeça para olhar para ela.
Ela conseguia somente ver o branco dos seus olhos. — Isso é o que eu
quero, Sandro.
— Não acredito nisso nem por um segundo, — ele afirmou,

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estendendo a mão para tocar o rosto dela com uma mão gentil. — O sexo
sempre foi bom entre nós, Theresa. É a única coisa que nunca esteve em
dúvida. É a única coisa maldita que funciona neste casamento.
— Não estava a funcionar para mim, — ela murmurou desafiante.
Isso feriu o seu ego masculino; ela sentiu-o na maneira que ele tensionou.
— Tu não estavas a fingir aquelas respostas, — ele negou com
firmeza.
— Não, eu não estava. Tu eras muito bom, — ela concordou,
percebendo tarde de mais que não soou muito convincente. — Só não é o
suficiente para mim.
— Eu já não sou o suficiente para ti? — ele perguntou sem rodeios, e
ela sabia que tinha que pisar com cuidado aqui, ele estava num humor
imprevisível, e ela temia mais comentários excruciantes dele. Estava na sua
natureza pacificar em vez de provocar, então ela fez uma última tentativa
de explicar:
— Isso não era exatamente o que eu quis dizer...
— Oh?
— Sandro, estás a ser deliberadamente obtuso. — Okay essa não foi
a coisa certa a dizer também. Ela podia praticamente senti-lo eriçar ao lado
dela.
— É provavelmente o melhor se não disseres mais nada, Theresa.
— Olha, tu estás intencionalmente a entender-me mal... — ela
começou.
— Nem mais uma palavra, — ele alertou.
— Mas... — De repente ela estava deitada de costas com ele a
montar as suas coxas. Ela engasgou e contorceu-se ao tentar deslocá-lo.
— Eu avisei-te, — ele rosnou.
— Saí de cima de mim. — ela assobiou zangada, empurrando
inutilmente o seu peito quente e nu.
— Não. — Ele acomodou-se mais firmemente contra ela, movendo
os quadris até que as coxas dela relutantemente se separaram e ele
situada no meio delas. A camisola dela tinha subido até à cintura, deixando
apenas as suas cuecas como barreira entre eles. Ela estava dolorosamente
ciente da carne dele esfregando contra a pele macia das suas coxas e

23
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sentiu-se a responder. Ela moveu-se impotente contra ele, querendo mais


contacto. Ele rosnou e enterrou o rosto no pescoço dela, os lábios a
acariciar o seu pescoço, movendo-se até à mandíbula, depois o seu queixo,
contornando a boca dela antes de roçar a sua bochecha e capturando um
lóbulo sensível nos dentes. Foi o evitar flagrante a boca dela que de forma
eficaz apagou a chama que começava a arder no seu interior.
— Isto não é o que eu quero, — ela disse firmemente, usando toda a
força para tentar afastá-lo, mas ele não se mexeria.
— Sim, é, — ele sussurrou no ouvido dela.
— Se tu fizeres isso, será contra a minha vontade, — ela afirmou
desesperadamente. — E tu sabes como isso chama! — Ele congelou
abruptamente antes de se mover dela e voltar para o seu lado da cama.
— Irias me acusar de algo tão desprezível? — Ele soava mortalmente
ofendido, mas Theresa não estava a ponto de se permitir ser seduzida.
— Se a carapuça serve...
— O que isso significa? — ele rosnou. — Um maldito idioma
ambíguo que não se aplica a esta situação em tudo! Não havia nenhuma
força envolvida no que acabou de acontecer.
— Tu fixaste-me em baixo de ti e recusaste a sair quando te pedi. Isso
é um exemplo bastante claro de forçar. — Ele não respondeu e ficou ali, a
fervilhar em silência. Ela tinha mais uma vez conseguido magoar o seu
orgulho masculino, e Theresa era humana e mesquinha o suficiente para
dar-se um high five mentalmente. Eles não se falaram depois disso, e
Theresa eventualmente caiu no sono.

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Capítulo Dois
O ambiente ao pequeno-almoço ainda era grosso com a tensão. A
discreta equipa tinha posto o habitual bufê de domingo no pátio
ensolarado próxima da piscina antes de desaparecerem. Sandro não
gostava de distração nos domingos de manhã, então ele preferia não ver o
pessoal de limpeza, e normalmente, mesmo que insistisse que Theresa
tivesse as refeições com ele para manter as aparências, ele a ignorava em
favor do seu Sunday Times. Naquela manhã, apesar da barreira do
costume do jornal entre ele e o resto do mundo - ela - ela podia sentir a
sua fúria. Depois de uma tensa meia hora, ele amassou o papel entre os
punhos e atirou-o fora antes de olhar para ela através da mesa de vidro.
— Eu quero saber exatamente onde estiveste ontem, Theresa, — ele
exigiu.
— Porquê que te importas? — ela perguntou, cansada. — Tu
certamente desapareces sem explicação vezes o suficiente por nós os dois.
— Nós não estamos a falar de mim aqui, — ele apontou.
— Não, mas acho que é hora de falarmos sobre ti, sobre o teu
comportamento escandaloso, sobre as outras mulheres e o teu flagrante
desrespeito sobre o facto de que és casado!
— Eu não me sinto casado! — Ele soou quse defensivo.
— Não? — Ela respondeu imprudente. — Bem, talvez eu não me
sinta casada também. Talvez eu estou pronta para ser escandalosa. Talvez
eu esteja pronta para outros homens e casos extraconjugais também!
— É melhor que isto não seja a tua maneira de me dizeres que
estiveste com outra homem ontem à noite, Theresa, — ele disse
ameaçadoramente, a voz estranhamente calma. Theresa ignorou o aviso
na sua voz.
— Então e se for exatamente o que te estou a dizer? — ela

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perguntou. — O que vais fazer acerca disso? Fazer da minha vida um


inferno? Bem, surpresa, surpresa, já é um inferno! Faz o teu pior!
— Qual é o nome dele? — ele exigiu em voz letal controlada que
enviou um tremor involuntário pela espinha dela. Ela reconheceu que o
tinha empurrado longe demais, mas sabia que, mesmo que recuasse
agora, não iria aplacar a sua raiva. — Theresa, quem diabos é ele?
Theresa não podia negar, mas sentiu um pequeno fim de medo
instintivo. Sabia que ele tinha uma coleira apertada sobre o seu
temperamento, mas agora a coleira parecia tensa ao ponto de ruptura.
— E-Eu estava a falar hipoteticamente, — ela gaguejou,
abandonando qualquer pretensão de bravura.
— Não acredito em ti, — ele cuspiu furiosamente.
— Eu não estava com ninguém. Eu só queria uma pausa!
— Uma pausa, — ele repetiu com pleno desprezo.
— Sim uma pausa! Uma pausa de ti e desta vida. Eu não quero mais
estar neste casamento. Eu quero sair dele e quero ficar longe de ti! Por
favor, eu só quero o divórcio Sandro. Por favor.
— Tu terás o teu divórcio quando eu tiver o meu filho, — ele lembrou
impiedosamente.
—Isso é tão doente, — ela protestou. — Porquê que quererias ter um
filho com uma mulher que tu desprezas? — Ele não respondeu, e ao invés
disso deu-lhe um olhar perscrutador.
— Tu honestamente não sabes, pois não? — ele disse em descrença,
e ela piscou em confusão.
— Saber o quê? — ela perguntou em branco, distraída pela
expressão na cara dele. Novamente ele não respondeu. — Saber o quê?
— Porquê que te casaste comigo? — ele perguntou.
— Tu sabes porquê. — Ela estava indignada pela maneira como ele
esfregava sal na ferida, incapaz de acreditar, que depois de um ano e meio
de tratamento semelhante, ele pudesse ser tão cruel.
— Esclarece-me, — ele solicitou, e ela inalou trêmula, antes de se
levantar com a máxima dignidade que podia reunir. Sentia-se trêmula e
enjoada e não poderia estar mais perto dele. Ela deu um passo instável
para longe da mesa, balançando tanto que ele saltou e apertou uma mão

26
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ao redor do braço fino dela para a estabilizar.


— Theresa? — Ele soava quase abalado.
— Eu estou bem. — Ela tirou a mão dele. — Apenas levantei-me
rápido demais. Agora, com licença, eu tenho coisas para fazer!
— Espera... — ele disse urgente. — Eu fiz-te uma pergunta.
— Uma pergunta estúpida à qual já sabes a resposta, — ela retrucou.
— Talvez eu queria ouvir a resposta novamente. — Ele estava a ser
totalmente burro acerca disto, e não pela primeira vez na sua vida, Theresa
queria bater nele.
— Oh Deus, porquê que insistes em fazer isto comigo? — ela rosnou.
— Tu realmente amavas-me, não era? — ele respirava com espanto,
e ela atirou-lhe um olhar assombrado antes de se virar.
— Podes ter a certeza que o quer que eu sentia por ti quando nos
casamos já não é um problema. Eu quero o divório, e nada do que tu digas
ou faças pode me induzir a ficar contigo, — ela insistiu, e ele a
surpreendeu ao assentiu pensativo.
— Sim. Estou a começar a perceber isso, — ele reconheceu
suavemente. Não havia mais nada a dizer, então ela foi embora com a
cabeça erguida e a dignidade intacta.

** **

Ela era uma massa de nervos quando voltou ao quarto e se sentou na


cama, sentindo-se ainda vagamente enjoada. Sentia-se como se tivesse
tido dez rondas com um lutador de boxe, mas ela também pensava que ele
realmente a tinha ouvido e que tinha feito algum progresso. Sentindo-se
como se precisasse de falar com alguém sobre o que tinha acabado
acontecido, ela pegou no fone do gancho da mesa de cabeceira, mas ficou
surpresa ao ouvir o toque do outro lado. Ao perceber que Sandro estava
na extensão no andar de abaixo, estava prestes a desligar quando o toque
parou abruptamente.
— Jackson Noble. — A voz do seu pai estalou no seu ouvido, e os
olhos dela se arregalaram em choque. Sandro e o seu pai não se davam
bem, e ela estava surpresa que Sandro tinha de bom grado telefonado o

27
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homem mais velho. Mais do que um pouco curiosa, ela hesitou, mas essa
breve hesitação provou ser o suficiente para mantê-la ao telefone.
— A tua filha quer o divórcio, — foi a abertura de Sandro, e os dedos
de Theresa apertaram-se ao redor do telefone.
— Do que estás a falar? O divórcio não é uma opção e tu sabes disso!
— o seu pai a surprendeu ao responder.
— Sim, — a voz de Sandro estava mais seca do que o deserto no
verão. — Eu sei disso, mas parece que ela não. Não lhe contaste sobre o
nosso acordo? — Que acordo?
— Claro que não, — Jackon Noble zombou com desprezo. — Ela
nunca teria casado se o tivesse feito. A pequena tonta apaixonou-se por ti!
— O seu pai riu maldosamente e Theresa fez uma careta. O seu braço livre
estava envolvido ao redor dela enquanto tentava manter as náuseas na
margem. Sandro não reagiu ao à ultima afirmação do seu pai.
— Eu pensei que ela tinha entrado neste casamento consentindo
vender-se por causa do teu pequeno e sádico contrato. A menininha do
papá até ao fim! — ele disse após uma longa pausa.
— Terias mudado de ideias se soubesses que irias casar com uma
ingênua tola que pensou que irias tornar todos os sonhos dela em
realidade?
— E ela não ideia nenhum sobre os termos do nosso acordo? —
Sandro perguntou lentamente.
— Bem, eu assumi que ela iria descobri-los através de ti
eventualmente...
— Estás a dizer-me que ela casou comigo a acreditar que eu estava
apaixonado por ela? — ele pareceu incrêdulo que Theresa iria acreditar
que ele estava apaixonado por ela.
— Claro. — O pai dela bufou.
— E tu apenas seguiste em frente e deixaste-a acreditar nisso?
— Eu sei que foi uma suposição ridícula da parte dela, mas caiu
direito nas nossas mãos. Foi quase como assistir um gatinho sonolento cair
no amor por um leão feroz, — o seu pai riu, ele realmente riu depois de
dizer isso. — Mas eu duvido que ela tivesse se casado contigo de outra
forma.

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— Caiu direto nas nossas mãos? Não há nenhum nós, Jackson. Eu


não tenho nada a ver com o teu pequeno esquema obsceno.
— Oh, poupa-me a tua baba hipócrita, Sandro, — o seu pai zombou.
— Cheira a hipocrisia quando ganhaste um inferno de um lote deste
negócio. E mesmo se soubesses sobre as expectativas de Theresa, não
teria feito nenhuma diferença para o resultado final. Sabes disso tão bem
quanto eu.
— Ela é tua filha! — Sandro subitamente rugiu. — Isso devia ter
significado algo para ti.
— Claro que significou algo para mim. Significava que ela ao menos
podia ser de alguma utilidade para mim! O seu papel na minha vida é
agora muito vital. Então é melhor tu a manteres feliz, engravidá-la e
impedi-la de tagarelar sobre divórcio. Tu sabes o que irás perder se o
casamento se dissolver antes de eu ter o que quero.
— Eu tinha uma vida antes de fazermos este acordo ridículo e eu
quero voltar a ela em algum momento, — Sandro disso. Theresa mordeu o
lábio para impedir a si mesma de gritar sobre o conhecimento que o seu
marido sempre considerou o casamento deles algo fora da sua vida real.
Ela nunca conheceu a famía dela, todos eles que viviam em Itália. Ele
visitava-os num mês ou outro durante pelo menos duas semanas e nunca
se incomodou em lhe perguntar se queria ir com ele. Claro que ele não
queria que eles a conhecessem, não quando ela era a "temporária" e
indesejada esposa.
— Bem, tu sabes o que seria necessário para saires e eu estou
espantado que estás a tomar tanto tempo para realizar essa tarefa.
Sandro permaneceu em silêncio por um momento.
— Tu sabes que tivemos um pequeno contratempo, e tem sido difícil
recuperar disso! — ele respondeu. A testa de Theresa franziu, e a sua mão
suada apertou ao redor do telefone, o qual estava praticamente soldado
ao seu ouvido. Ela tentou descobrir do que eles estavam a falar. Qual era
esse objetivo que iria libertá-la? Tinha algo a ver com o mútuo interesse
comercial se a conversa estava em algum lugar perto. Ela faria qualquer
coisa para ajudar Sandro a realizar o que quer que ele precisasse se
significasse que ela podesse sair deste casamento mais cedo. E uma vez

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Open Book Traduções

livre, ela andaria longe de ambos e nunca olhar para trás.


— Sim... essa rapariga maldita não consegue fazer nada direito,
pode? — o seu pai de repente ralou, e a cabeça de Theresa subiu quando
percebeu que estavam a falar dela. O que na Terra fez...? — A única coisa
que esperarias que uma mulher pudesse fazer e ela estragou mesmo isso.
— Oh Deus! Theresa finalmente entendeu do que eles se estavam a referir
em termos tão secos que quase se dobrou de dor.
— Não há ninguém a culpar pelo que aconteceu, — Sandro a chocou
ao dizer. — Foi apenas uma daquelas coisas.
— Independemente disso, — o pai dela continuou. — Gera um rapaz
naquela piralha e acaba com isso. Certamente a tarefa não ser muito difícil
para um homem jovem como tu? Depois disso, és bem-vindo para obter o
divórcio e viver feliz para sempre com essa tua mulher, Francesa. "O amor
da tua vida" - é o que a impresa a chamou uma vez, certo?
Francesca? Theresa não sabia o que processar em primeiro lugar, o
facto que este casamento era acerca dela ser uma égua para qualquer
objetivo doente que eles tinham em mente, ou o facto de que Sandro
estava apaixonado por outra mulher. Ambos os pedaços de informação
magoaram tanto que Theresa sentia-se como se tivesse sido agredida
fisicamente. Ela sempre assumiu que o desejo de Sandro por um filho era
alimentado pelo seu ego italiano; a necessidade de propagar a sua
linhagem e tudo isso. O pensamento de que era algum tipo de barganha
que ele fez com o pai dela nunca cruzou a sua mente! Mesmo que ela
odiasse a maneira que ele não a iria tocar sem esse objetivo em mente, ela
sempre acreditou que era algo que ele quereria, um filho para carregar o
nome e herdeiro para a sua fortuna. Em vez disso o bebé seria somente
uma maneira dele ganhar a sua liberdidade e continuar a sua vida com
Francesca
Mas o que era suposto acontecer com ela e o bebé uma vez que
Sandro cumprisse a sua parte do acordo? Iria ele embora e esquecer-se
deles? A única coisa que ela nunca duvidara foi que se Sandro queria um
filho, ele iria amar a criança. Agora ela não tinha certeza disso! Sandro
parecia desprezá-la tanto que ela agora sabia que mesmo que qualquer
bebé que eles tivessem que carregava o nome dele, iria eventualmente ser

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Open Book Traduções

desprezado e não amado pelo pai tal como ela tinha sido pelo pai. Ela não
poderia permitir que isso aconteça e isso a deixou mais determinada a não
ter uma criança.
Quanto ao papel do seu pai em tudo isto, ela certamente sabia que
ele queria um neto. Ele sempre lamentou a falta de descendência
masculina para exercer a sua linhagem e negócio. Theresa nunca tinha sido
boa o suficiente para herdar, o que ele sempre deixou bem claro, mas ela
nunca tinha percebido o quão longe ele iria para assegurar um herdeiro
masculino. Era tudo tão arcaico.
Theresa estava tão envolvida nos seus pensamentos dolorosos que
levou um tempo para registar o baizo zumbido no seu ouvido e perceber
que os dois homens tinham desconectado a ligação. Ela muito
cuidadosamente, como se fosse a coisa mais frágil no mundo, desligou o
telefone no gancho e sentou-se quieta por um longo tempo antes de
subitamente explodir em ação e correr para a casa de banho, onde ela
violentamente vomitou a pequena porção que tinha tido ao pequeno-
almoço.
Depois que ela acabou, enxaguou a boca, voltou para o quarto, e se
arrastou até ao centro da enorme cama. Ela sentou-se ali com os joelhos
dobrados contra o peito e com o rosto enterrado nas mãos, muito ferida
até de chorar. Ela tremia que os seus dentes batiam. Ela não sabia o que
fazer ou para onde se virar. Ela precisava sair desta situação, o mais longe
tanto homens quanto possível. Possíveis soluções e cenários continuavam
a marchar o seu caminho através da sua mente traumatizada, mas nada
viável se apresentou. Ainda havia a ameaça de Sandro contra o negócio de
Lisa a considerar; ela também não tinha nenhum dinheiro e ela sabia que,
com os seus recursos consideráveis, o seu pai e marido iriam encontrá-la
antes que ela pudesse ir muito longe.
Ela ainda ponderava sobre isso quando uma batida suave soou da
porta do quarto. Abriu-se antes que ela pudesse responder, e o seu
grande, escuro e lindo marido ficou enquadrado na porta. Os seus olhos
varreram a sua pequena e desgrenhada forma enquanto ela se sentava no
meio da cama com os braços em volta dos joelhos.
— Tens estado aqui por quase três horas, Theresa, — ele disse em

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voz calma. Era o tipo de voz que usarias para falar com um cavalo
quebrado. Três horas? Theresa não sabia que tinha estado assim tanto
tempo, e enquanto se moveu, os seus músculos gritaram em protesto. Ela
cautelosamente e com visível esforço esticou os seus braços e pernas,
tentando não estremecer em agonia enquanto o seu sangue circulava mais
livremente.
— Perdi a noção do tempo, — ela murmurou, caminhando até ao
espelho para verificar a sua aparência. Suspirou quando viu o seu reflexo.
Ela parecia terrível. Ela nunca se considerou mais bonita do que o normal,
e ela parecia muito abaixo da média hoje. Havia sombras sob os olhos
verdes, a sua pele estava estranhamente pálida e deu-lhe uma aparência
desbotada que fez o seu cabelo vermelho e olhos verdes parecerem
berrantes em comparação. Ela perguntou-se como é que ela alguma vez
tinha acredito que um homem como Sandro de Lucci iria a querer em
primeiro lugar. Tentou ver as suas características objetivamente, mas tudo
o que ela podia ver era olhos muito grandes emoldurados com longos e
vermelhos cílios; um nariz reto que não era muito grande nem muito
pequeno; maças do rosto alto que por vezes a faziam magra quando estava
cansada; e lábios que pareciam muito grandes para a sua cara oval. Nada
impressionante - apenas um rosto comum que parecia cansado e esgotado
no momento. Ela puxou o seu cabelo longo dos olhos e assustou-se
quando o reflexo de Sandro apareceu no espelho por detrás dela.
— Eu vou visitar Lisa, — ela disse-lhe.
— Porquê? — ele perguntou bruscamente, e ela deu de ombros.
— Apenas algo para fazer, — foi a sua resposta casual.
— Eu pensei ... — Ele hesitou e olhar de Theresa foi para o rosto dele
em surpresa. A hesitação era tão incomum no seu marido extremamente
confiante. — Pensei que pudéssemos ir a algum lugar e almoçar juntos.
Não o fazemos há algum tempo.
— Tenta nunca, — ela riu incrédula, e as sobrancelhas dele
apertaram.
— É claro que nós... — ele começou.
— Uma vez. — Ela assentiu com a cabeça. — Cerca de um mês antes
de nos casamos. Eu lembro-me dessa vez de forma intensa, porque eu

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senti-me como uma heroína no meu próprio conto de fadas. A tonta,


disparatada, e a não-muito-donzela a ter uma refeição com o seu escuro,
chocante, e o oh-tão-lindo príncipe. Que príncipe! Tu não deste ao
trabalho de encadear duas frases juntas o tempo todo e verificaste o teu
relógio a cada cinco minutos como se tivesses outro sítio mais importante
para estar. Mas é claro, eu não me importei, porque era essa a maneira
que eras e eu "amei-te" - ela disse a palavra com escárnio - na mesma.
Nós nunca mais saímos depois disso.
— Claro que o dizemos. — Apesar da sua afirmação, ele parecia
notavelmente desconfortável. Ele mexeu os ombros inquieto e enfiou as
mãos nos bolsos dos seus jeans.
— Essas outras vezes eram jantares de trabalho, aqueles em que
tinhas de levar a tua esposa. — Ele franziu a testa ainda mais mas optou
por não responder à sua declaração.
— Bem, então, eu diria que é tempo de sairmos juntos, não achas?
— ele perguntou em voz artificialmente alegre, e Theresa inclincou a
cabeça enquanto tentava ler a expressão dele. Como de costume ele não
dava nada de nada. Os lábios dela inclinaram num sorriso cínico e não
divertido.
— Eu não penso assim, Sandro. — Ela balançou a cabeça. —Eu acho
que vou para a casa da minha prima como originalmente planejado. — Ele
acenoun pensativo, balançando para trás e para a frente sobre os
calcanhares de uma maneira estranha.
— Faz como quiseres. — Ele deu de ombros. — A que horas estavas a
pensar vir embora?
— Cedo.
— Certo. — Ele deu de ombros novamente, parecendo
estranhamente embaraçado — Até logo então. —Ela assentiu e ele virou-
se e saiu sem dizer outra palavra.

** **

Rick e Lisa não faziam nada mais produtivo do que ver DVD's quando
Theresa chegou. Lisa, no seu estado avancado de gravidez, não poderia

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fazer muito mais. Ambos descansava na sala, Rick parecendo


devastadoramente lindo nuns confortáveis, gastos par de jeans e uma
camisola cinzenta que definitivamente tinha visto melhores dias. Lisa,
entretanto, parecia miserável na sua enorme camisola de futebol de riscas
azuis e brancas que Theresa sabia que tinha pertencido a Rick, que era um
jogador de domingo à tarde, e um par de leggins azuis. Ela estava do
tamanho de uma baleia bebé. Theresa simplesmente derreteu ao captar a
visão da sua prima mais nova irritadiça, e mais uma vez resolveu não fazer
nada que comprometa a sua felicidade e saúde. Ela deu um beijo na
bochecha de Lisa e um no topo da cabeça de Rock ao passar por detrás do
sofá onde ambos estavam sentadas. Rick sorriu para ela.
— Nada excitante planeado para hoje, docinho, — ele informou
alegremente enquanto Therese sentava-se no outro sofá. — Receio que
nos estejamos a sentir um pouco fora de sorte hoje, um pouco mal-
humorados, se quiseres. Então, nós vamos ficar por casa, na esperança que
irá melhor o nosso temperamento...Ouch! — A última pronunciada
enquanto Lisa batia-lhe na parte de trás da cabeça.
— Para de falar dessa maneira, tu sabes que me põe maluca! Eu não
sou uma criança de dois anos a ter uma birra. Sou a mulher hormonal que
tu engravidaste! Por isso não me empurres, imbecil.
Rick lançou um triste olhar à sua amiga divertida e murmurou um
sábiamente silencioso "Vês?". Theresa sorriu antes de chutar os sapatos e
arrastar os pés debaixo de si. Ela estava vestida casualmente também,
usando um par velho de jeans e uma camisola azul clara com uma grande
e brilhante borboleta impressa na frente.
— O que estamos a ver? — Theresa perguntou, inclinando-se para a
frente para servir-se de uma mão cheia de pipocas de uma taça de vidro na
mesa de café.
— Alguma coisa romântica que tem a Lisa a dissolver-se em lágrimas
a cada dois minutos mais ou menos. — Rick encolheu os ombros com
desdém, ignorando a maneira que a sua esposa o olhava por cima dos seus
pequenos óculos redondos. — Deus, os sacrifícios que faço para manter
esta mulher feliz, — ele disse com um gemido, e Lisa engasgou de
indignação.

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— Bem, se fosse à tua maneira, estariamos a ver algum macho idiota


a praguejar e perfurar o seu caminho com socos através de duas horas de
explosões implacáveis, perseguições de carros e tiroteios, — ela retrucou,
e ele sorriu para ela.
— O teu ponto é?
— Aaargh!
Pela primeira vez em muito tempo, Theresa sentiu uma risada
borbulhar na sua garganta. Rick de repente sorriu antes de deixar cair um
braço ao redor dos ombros da mulher para arrastá-la para perto. Ele
colocou a sua mão protetoramente sobre o estômago dela, e Lisa colocou-
se numa luta simbólica antes de suspirar contentamente e deixar cair a
cabeça no ombro largo dele. Theresa assistiu-os com inveja por uns
momentos antes de tentar se concentrar no filme. Ela pensou que Rick
tinha exagerado sobre a resposta da sua prima no filme sentimental, mas
foi verdade; Lisa snifava em média em cada dois minutos. Theresa estava a
conseguir ficar um pouco absorvida no trauma quando a campainha tocou.
Rick desculpou-se e saltou para atender. Lisa observou-o ir com um sorriso
leve no rosto. Estava quieta durante um tempo antes de abanar a cabeça,
exasperada.
— Sabes, se eu não o amasse tanto, eu provavelmente o tinha
matado até agora, — ela admitiu amargamente, e Theresa surpreendeu-se
a si própria ao rir em voz alta em resposta à confissão descontente da
prima. Ela não conseguia acreditar que o seu senso de humor ainda
continuava intacto depois dos eventos das última 48 horas. Rick fez o seu
caminho de volta até à sala, parecendo estranhamente severo, e todo o
riso e luz sumiu do rosto de Theresa quando viu quem estava atrás do
homem alto e loiro.
— O que estás tu aqui a fazer? — ela conseguiu dizer depois de um
momento de silêncio.
— Eu pensei que poderia acompanhar-vos para almoçar. — Ele deu
de ombros, balançando a cabeça em tom de desculpas para uma Lisa ainda
boquiaberta. — Posso me sentar? — Ele indicou o sofá que Theresa
ocupava.
— Sim, claro. — Lisa acenou graciosamente.

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— Não! — Ambos Rick e Theresa gritaram ao mesmo tempo que Lisa


concordou. Sandro sorriu sem graça antes de escolher ignorar a rejeição
veemente e sentando-se ao lado de Theresa. Ela recuou o mais longe
possível que podia, mas Sandro optou por ignorar isso também. Ele
inclinou-se para a frente e colocou os cotovelas nas suas coxas abertas,
com as suas grandes e masculinas mãos penduradas entre as pernas.
Focou-se intensamente em Lisa.
— Como tens estado, Elisa? — ele perguntou gentilmente. Ele era o
único que chamava Lisa pelo seu nome completo, e Theresa podia sentir
Rick eriçar. Rick não conseguia suportar Sandro de todo; ele odiava a frieza
de Sandro em direção a Theresa. Apenas o decreto de Theresa que Rick e
Lisa não interferissem no seu casamento mantinha Rick civil em torno de
Sandro. Lisa sabia quase desde o início que o casamente de Sandro e
Theresa estava perturbado, e ela não estava feliz sobre o tratamento de
Sandro à sua prima, ofereceu o seu apoio ao estar lá quando Theresa
precisasse de um ouvido simpático.
— Bem, obrigada, — Lisa murmurando, esfregando a mão no seu
estômago num gesto instintivo maternal. — Um pouco cansada, mas
suponho que é o esperado quando se está a carregar outro ser humano ao
redor. — Sandro sorriu, ele realmente sorriu, e acenou.
— De facto.
— Rick, por amor de Deus, para de pairar e senta-te, — Lisa virou-se
para o seu ainda carrancudo marido. — Eu gostaria de terminar de ver este
filme em algum momento este ano! Nós vamos almoçar depois disso,
Alessandro, espero que não te importes?
— É claro que não, — ele disse, inclinando-se para trás fazendo com
que Therese se sentisse claustrofóbica quando ele a lotava com o seu
corpo enorme. — O que estamos a ver?
Lisa disse-lhe, e Sandro fez um trabalho admirável de esconder a sua
careta. Lisa mal conteve o seu próprio sorriso antes de clicar no botão Play.
Rick reuniu-se com ela no sofá, enviando olhares periódicos a Sandro, que
mantinha os olhos grudados no ecrã e parecia injustamente relaxado.
Lisa deixou cair a cabeça no ombro largo do marido e retumou ao seu
fungar ocasional, e Rick, incapaz de permanecer zangado por muito tempo

36
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com a esposa envolta nele, arrastou Lisa para perto novamente e se


aconchegou-a contra ele. Os dedos dele entrelaraçaram-se com a dela
sobre o seu estômago, e Theresa sentia-se como se fosse a única pessoa sã
no espaço. Sandro estava esparramado ao lado dela, os ombros e coxas
roçando-a cada vez que ele respirava; o outro casal aconchegava-se como
um casal de pombinhos; e ela, Theresa, sentia-se como se fosse perder a
cabeça!
Ela levantou-se abruptamente e saiu da sala, tropeçando em direção
à cozinha, onde ficou no meio do espaço inalando grandes suspiros de ar.
Ela deveria ter sabido que ele a iria seguir mesmo para ali. Quando ela se
virou para a porta da cozinha, ali estava ele. Ele a olhava e parecia
esplêndido na sua própria versão de roupa casual - um par de jeans azuis
desgastados e uma camisola preta com o primeiro botão aberto para
revelar a coluna forte e musculina do seu pescoço.
— Porquê que vieste aqui? — ela sussurrou.
— Eu pensei que poderíamos passar algum tempo juntos, — ele
disse em tom gentil que Theresa instintivamente desconfiava.
— Mas eu disse-te, eu não quero passar tempo contigo, — ela disse
em voz suave e perplexa. — Não quero estar em qualquer lugar perto de
ti!
— Theresa... — ele disse, ainda gentilmente, dando um passo
cauteloso para a cozinha. Theresa recuou até que bateu no frigorífico.
— O único lugar que eu tinha... o único lugar onde poderia vir e ser
eu mesma... — Ela abanou a cabeça, os olhos grandes e cintilantes de
lágrimas. — E tu tiveste que tirar isso de mim. — As lágrimas
transbordaram e ela tentou desesperada eliminá-las das bochechas com a
bainha da camisola. Ele fez um som quase como desanimado na sua
garganta antes de se mover tão rapidamente que ela mal teve tempo para
registar. Um segundo ele ainda estava perto da entrada da cozinha, no
próximo ainda bem perto dela, prensando-a entre o corpo dele e o
frigorífico. As suas mãos largas vieram para o rosto dela, e os polegares
escovaram asperamente as lágrimas das suas bochechas.
— Não. — A voz dele era baixa, grave e tão espessa que ela mal
conseguiu entender a palavra. Ela ergueu a mãos muitos menores para as

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dele e puxou, tentando que ele a soltasse.


— Eu quero tornar as coisas menos difícieis para nós, Theresa, — ele
murmurou sem jeito, o seu rosto tanto perto do dela que a sua respiração
tocou a dela fazendo crescer arrepios pelo corpo.
— Porquê agora? — ela desafiou com raiva a afirmação ridícula,
tentando ignorar o efeito que a aproximação dele estava a ter no seu corpo
receptivo. Os olhos dela, verdes e suaves chegaram até aos deles através
das lágrimas. —É por eu estar a ameaçar deixar este casamento sem te dar
o teu precioso filho? É isso? — Ela deixou cair as mãos para o peito largo e
duro dele e tentou afastá-lo. Ele não se moveu.
— Não, — foi tudo o que ele disse. — Não é por isso... porque eu sei
que não irás embora.
— O que te faz tão certo disso? — ela assobiou, e ele ficou em
silêncio durante um tempo antes de responder.
— A discussão que tivemos onde, — ele admitiu. Ela ficou mole
contra ele, toda a sua luta deixando-a abruptamente.
— Bem, se tens tanta certeza que não vou embora, porquê esta
súbita necessidade de passares todo o teu tempo comigo? — ela
perguntou oca.
— Nós somos casados por amor de Deus... e somos como estranhos!
Eu não sei nada sobre ti!
— Claro que não sabes nada sobre mim. — A voz dela estava rouca
com o esforço que levou de não gritar com ele. — Tu foste o único que
decidiu, mesmo antes de nos casarmos, que não havia nada que valesse a
pena saber sobre mim.
— Bem, eu mudei de ideias. — Ele não se preocupou em negar a
acusação, provavelmente porque era verdade. Em vez disso, deixou cair as
mãos até aos ombros estreitos dela e deu-lhe um pequeno abanão.
— O que, mais uma vez, leva à questão do porquê, depois de dezoito
meses de casamento, porquê agora?
As suas mãos caíram dos ombros dela antes de ele encolher os
ombros num ar de desinteresse, que desmentia a sua urgência de apenas
uns segundos atrás.
— Porque não agora? Agora é um momento tão bom como qualquer

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outro. — Ele estava de voltar a ser remoto e gelado e Theresa estremeceu


involuntariamente.
— É muito tarde, Sandro, — ela sussurrou, envolvendo os braços ao
redor do corpo esguio. — Eu posso estar presa a este casamento, mas não
quero ter nada a ver contigo! A mera visão de ti faz-me doente do
estômago.
— Há uma maneira de sair disto sabes, — ele murmurou.
— Eu sei, — ela disse, e o olhar encapuzado dele bateram de volta ao
rosto dela. — Ter um bebé, certo? Tu queres um filho e eu sou a
incubadora escolhida. — Ela assistiu o rosto dele com cuidado, mas ele não
mostrou um pingo de emoção que não tenha sido um aperto ligeiro da
mandíbula. — Então, o que acontece depois de eu ter esse teu precioso
bebé? Quem fica com ele depois do divórcio? Tu esperas que eu seja nada
além de uma mãe de aluguer. Eu tenho que o carregar e tu depois o irás
tirar de mim, certo?
Ela doía para ouvir uma afirmação dele, qualquer coisa que lhe
provasse que ele era o único que queria a criança e que ela tinha mal
entendido a conversa entre o seu marido e o pai dela naquela manhã.
— Claro que não iria tirá-lo de ti. — Ele balançou a cabeça, enviando
o coração dela despencar. — Eu não seria tão cruel. Naturalmente que irias
manter a custódia. — Theresa fechou os olhos para proteger a sua agonia
dele, e ela sentiu lágrimas escaldantes escorrer pelas suas bochechas.
— Quão... magnâmico de ti, — ela sussurrou. — Para seres tão
desesperado por algo apenas para abdicar dele no final. És muito mais
generoso do que eu te dei crédito. Quantas vezes tu gostarias de vê-lo?
— Eu iria naturalmente voltar para a Itália, então provavelmente o
iria ver duas, três vezes por ano. É isso que tu queres, não? Menos
contacto comigo?
Ela inalou profundamente e a sobrancelha dele franziu. Duas ou três
vezes por ano? Esse era o tempo que ele estava preparado para gastar com
a criança que seria metade dela? Ela abriu os olhos e encontrou o seu
olhar de frente.
— Como eu disse antes, estás a ser muito generoso, mas é tudo
discutível porque eu não tenho intenção de ter um bebé contigo!

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— Estás a ser muito infantil, Theresa, — ele advertiu suavemente.


— Não, estou a fazer finalmente, as minhas próprias decisões. Até
este ponto da minha vida, tudo tem sido decidido por mim... este
casamento nunca teria acontecido se o meu pai não tivesse decidido que
tu farias o genro perfeito. Depois disso, a data do casamento, o local, o
bolo, onde iríamos viver... foi tudo tu ou o meu pai. Eu não pude nem
escolher o meu próprio vestido de noiva. — A última surgiu numa
quebrada e pequena voz que tremia com descrença e indignação. O seu
pai tinha simplesmente mandado entregar o vestido com a indicação que
teria que ser usado no dia do seu casamento, sem discussão e nenhuma
escolha.
— A única coisa pela qual tive Lisa como dama de honor foi porque o
meu pai achou apropriado a minha prima de primeiro grau estar na festa
de casamento. Se ela tivesse sido somente uma amiga, eu duvido que ela
fosse!
— Revira o meu estômago ouvir alguém que levou uma vida
privilegiada lamentar acerca do quão terrível a vida dela é. Tu tens sido
mimada e tiveste tudo o que o dinheiro poderia comprar ...
— Exceto amor, especificamente o amor do meu marido e o amor do
meu pai. Aparentemente eu não digna o suficiente para tal.
— Estás a sentir pena de ti mesma e estou a ficar cansado disso.
— Sim, estou a sentir pena de mim mesma, — ela reconheceu
amargamente. — É é bastante libertador. No passado tudo o que fiz foi
aceitar tudo o que tu e o meu pai quiseram... a pensar que era a minha
sorte na vida, pensava mesmo que merecia. Afinal, se dois homens tão
poderosos como vocês pensavam que eu não era digna de amor e
respeito, quem era eu para discordar? Mas estou a começar a reconhecer
que eu não sou a culpada aqui. Eu não sou aquela com a personalidade
defeituosa... ao menos os meus motivos para casar contigo eram honestos;
eu estupidamente acreditei que te amava. Os teus eram menos que
estelares, não eram? Eles certamente não tinham nada a ver com amor.
— Eles tinham tudo a ver com amor, — ele de repente trovejou,
silenciando-a abruptamente e ela olhou-o em choque com os olhos
arregalados. — Apenas não amor por ti. — Ela piscou para ele, os seus

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olhos verdes a única na sua cara mortalmente pálida.


— O que isso significa? — ela perguntou entre lábios que mal se
moviam. — Amor por quem? — Estava ele a referir-se a Franscesca? Se ele
realmente amava tanto a outra mulher, porque na Terra casou com
Theresa? Não fazia nenhum sentido.
— Não é da tua maldita conta, — ele rangeu furiosamente, o
músculo da sua mandíbula a trabalhar franeticamente.
— Nunca é. — Ela acenou amargamente. — Não tem nada a ver
comigo, no entanto afecta cada aspeto da minha vida. Tu queres algo de
mim mas és incapaz de me dar algo em troca. Bem, eu tive o suficiente,
Sandro. Queres um bebé mas este é o meu corpo então é a minha decisão
a tomar!
— Eu sou o teu marido...
— Não. Tu não és meu marido, — ela interrompeu com voz
engrossada de ódio e lágrimas. —Tu nunca foste meu marido. Um marido
ama, honra e valoriza. Um marido é um amante e um campeão. Olha para
a próxima sala se quiseres saber como é um marido verdadeiro, porque tu
não és tal coisa! — Ele cambaleou para longe dela, parecendo como um
homem que acabou de ser mordido pela seu animal de estimação favorito,
e ela empurrou-se para fora do frigorífico e passou através dele.
— Theresa, espera... — Ele agarrou um dos seus braços para prevenir
que ela fugisse.
— Eu tenho que ir, por favor diz ao Rick e Lisa que...
— Não, — ele interrompeu gentilmente. — Tu ficas. É a tua família.
Estás certa, é o teu lugar e eu nunca deveria me ter intrometido. Sinto
muito. — Os olhos dela contornaram longe dela ao pedir desculpa e a
mandíbula de Theresa caiu na segunda desculpa dele em vinte e quatro
horas. Ela tinha certeza que o mundo iria moer a um impasse a qualquer
momento. — Eu vou embora agora... é como deveria ser. — Com isso ele
deixou cair o braço dela e caminhou para fora, deixando-a olhar para ele
em confusão.

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Capítulo Três
A casa estava escura e quieta quando ela chegou a casa, sem
nenhum Sandro a ferver à espera na porta da frente, apenas silêncio
enquanto ela fez o seu caminho para o andar de cima e de volta para o
quarto de hóspedes. Depois de um duche quente, caiu na cama e não se
mexeu até a manhã seguinte, quando ela acordou sobre uma luz de sol
intensa. Sentou-se em confusão ao tentar se orientar e percebeu que não
estava mais no quarto de hóspedes. Ela estava de volta ao quarto principal
e um olhar abaixo para o espaço vazio ao seu lado confirmou que Sandro
tinha de facto dormido ao lado. Ela espiou a si mesma e ficou aliviado ao
notar que tinha ainda a camisola que usou para ir para a cama.
Ela verificou o relógio e gemeu quando descobreu que tinha dormido
até às dez da manhã. Empurrando-se o cabelo massivo fora do rosto, ela
levantou-se e se alarmou quando o quarto começou a rodar
descontrolavelmente. Tropeçou para a feira antes de chegar para a
cabeceira da cama e firmando-se. Ela franziu a testa ligeiramente ao tentar
perceber quando foi a última vez que teve uma refeição recente...
definitivamente não o pequeno almoço do dia anterior, cujo tinha voltado
a cima depois de ter ouvido aquele telefonema, ou o almoço, que tinha
sido estragado pelo aparecimento de Sandro em casa de Rick e Lisa, e o
jantar tinha sido inexistente. Mesmo que Rick e Lisa tinham-lhe pedido que
jantar na noite anterior, Theresa apenas não podia tolerar o pensamento
de comida depois do dia que teve! Sábado foi mais do mesmo; tudo o que
ela comeu foi as pipocas no cinema.
Agora ela pagava o preço por todas as refeições perdidas. Indo para o
chuveiro, ela decidiu regalar-se de um brunch decente. Segunda-feira era o
dia de folga de Phumsile, e não tinham mais pessoal, então Theresa tinha a
casa para si mesma. Ela estava ansiosa para passar o dia consigo própria,

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Open Book Traduções

tentando decidir qual será o seu próximo passo. Ela não podia deixá-lo e
parecia que ele também não a poderia deixar. Então e agora? Suspirando
ela decidiu desligar o cérebro até depois de ela comer para não perder o
apetite novamente.
Menos de uma hora depois ela secava a cômoda na casa de banho do
quarto de hóspedes do andar de baixo. Apenas o cheiro de bacon frito e
ovos tinha sido o suficiente para deixá-la mal-disposta. Depois do seu
estômago deixar de revoltar, ela tropeçou para o pátio, o mais longe
possível do cheiro nauseante de comida que ela podia ficar, e afundou-se
numa cadeira com vista para a piscina enorme e infinita.
— Não... — ela sussurrou, olhando cegamente para a borda da
piscina, onde a água azul-marinha da piscina pareceu fundir-se com o azul
escuro do oceano e o azul do céu. — Não, não, não, não... não... por favor,
Deus! Não...
Ela enterrou o rosto nas mãos e balançou para a frente e para trás
ligeiramente. O seu sistema estava somente fora de forma por causa dos
acontecimentos angustiantes das últimas quarenta e oitro horas.
Normalmente ela iria sentir-se enjoada depois de não comer por muito
tempo. Era tudo perfeitamente lógico... ela estava simplesmente a
exagerar.
Ela não podia ser tão azarada, não quando realmente fez algum tipo
de progresso em alcançar independência deste casamento. Ela tentou se
lembrar quando tinha tido o seu último período, mas tinha estado sob
muito stress ultimamente, e o seu período tinha sido afetado, logo não era
a maneira mais confiável para medir qualquer coisa. Levantou-se
cautelosa, e ficou aliviado quando o movimento não perturbou o seu
equilíbrio. Indo em direção à cozinha, preparou-se para um novo ataque
de náuseas, but felizmente o seu estômago ficou tão firme como uma
rocha. Dando um suspiro de alívio, foi em direção ao fogão e pegou a
panela, desviando o olhar ao depositar a confusão que teria sido a sua
refeição no lixo. Consolou-se com chá preto e uma torrada seca, a colocar
com determinação o medo irracional de gravidez fora da sua cabeça.
Depois de terminar a refeição não muito apetitosa, foi e direção ao
brilhante e insolarado sotão, cujo ela tinha transformado numa sala de

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trabalho, e colocou música enquanto mergulhava no seu trabalho. Ela


tantas vezes se perdeu aqui, amando a serenidade que normalmente a
cobria quanto trabalhava, mas hoje não apenas não conseguia se
concentrar. Ela tinha uma imagem em mente, sabia o que queria, mas não
iria se traduzir em papel. Sentou-se em frente à sua tábua de desenho,
olhando para a quinta folha em branco em meia hora, descansando o
cotovelo na tábua inclinada com o delicado queixo numa mão enquanto
olhava para o papel. Ela levantou o lápis, descansando a ponta no papel,
antes de suspirar resignada e balançar a cabeça em frustação. Deixou cair
o lápis e pressionou a ponta das mãos nos olhos.
— Theresa. — A voz calma vindo de detrás dela a mandou voando
para fora da cadeira em alarme, deu meia-volta, meia agachada em
posição defensiva antes de perceber que era a voz de Sandro. Claro que
não a fez sentir mais segura do que um intruso desconhecido teria feito.
Ele tinha as duas mãos para cima, palmas viradas para ela, para mantê-la
calma.
— Relaxa... Desculpa, eu não pretendia te assustar, — ele acalmou.
— Bem, tu assustaste, — ela retrucou. — Porque diabos estás a
rondar aqui em casa a esta hora do dia de qualquer maneira?
Normalmente não chegas a casa até às sete ou oito. — Ele sempre saía
para o trabalho antes das sete da manhã e normalmente regressava bem
depois do tempo que os maridos "normais" chegariam.
— Eu pensei que poderíamos passar a tarde juntos, — ele murmurou
distraído enquanto o seu olhar absorvia cada aspeto do ambiente. Ele
caminhou ao redor, mal prestando-lhe atenção, levantando coisas,
brincando com as suas ferramentas, até que Theresa não aguentava mais.
— Não toques nisso! — ela retrucou impacientemente quando ele
levantou um par de cortadores que custou a terra para importar.
— Tu desenhas joias, — ele sussurrou em espanto, os seus olhos
elevaram-se para encontrar os dela, e o próprio olhar de Theresa voou
distante, enquanto as suas bochechas queimavam de vergonha.
— Eu sei que não são bons, — ela aventurou-se nervosa, acenando
para o grande portifólio que ele tinha levantando de uma das suas mesas
de trabalho. Ela tinha a tábua de desenho para o design, uma mesa de

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trabalho para realmente fazer as joias, uma pequena mesa de cortar arama
e moldar as suas predas semi-preciosas, e a sua secretária, que abrigava o
seu portátil, para papelada e correspondência. — E eu sei que não deveria
estar a perder o meu tempo com isso. É apenas um hobby... então ... — A
voz dela foi diminuindo enquanto ele continuava a folhear o seu portátil
como uma carranca, ocasionalmente demorando numa página antes de
prosseguir. Ela ficou na frente dele, remexendo-se, à espera do ataque
mordaz que, sem dúvida, se seguiria. De repente ele virou o livro aberto
em direção a ela.
— Este é o conjunto de casamento da tua prima, — ele observou,
tocando na image do diamante e brincos de ouro branco, um pendente,
um anel que ela fez para Rick a alguns anos antes.
— Sim, mas são desenhos de Rick. Eu apenas os fiz.
— Eu posso dizer que não são teus. As tuas coisas são mais... — Ele
pausou e Theresa preparou-se. — Cruas e elementais. Porquê que não
trabalhas com pedras preciosas verdadeiros, em vez de pedras semi-
preciosas?
— Pedras preciosas sem cortes são absurdamente caras. Pedras
semi-preciosas são baratas e fáceis de encontrar, e se de alguma forma
estiveres danificadas enquanto as coloco, não é grande coisa. — Ele
resmungou novamente, mal a ouvindo quando voltou a folhear o seu
portefólio.
— E isto é o que tu fazes todo o dia? — Ele olhou de volta para ela
para confirmação.
— Bem, eu não posso sentar ao redor e mexer os polegares, posso?
— ela desafiou, e o olhar dele brilhou ligeiramente. Ela bufou com
desdém. Ele provavelmente pensou que ela passava os dias a fazer
compras e relaxar em salões de beleza.
— Porquê que eu não sabia disto sobre ti? — ele perguntou em voz
baixa, e ela deu de ombros.
— Apenas mais uma coisa em que nunca te preocupaste em
aprender sobre mim, — disse ela com desdém.
— Apenas mais um detalhe que tu não ofereceste sobre ti mesma, —
ele respondeu ferozmente, e o olhar dela enlaçaram os deles em desafio.

45
Open Book Traduções

— Terias estado interessado se te tivesse dito? — Ele foi honesto o


suficiente para evitar o seu olhar à pergunta e permaneceu silencioso em
resposta.
— Quantos destes vendeste? — Ele mudou o assunto, indicando o
portefólio dela.
— Nenhum. — Ela deu de ombros. — O único conjunto nesse
portefólio que já não tenho foi o que diz para Rick, e mesmo aqueles eram
apenas um favor.
— Mas porquê mantê-los encondidos?
— Não são bons o suficiente. Apenas um hobby tolo, um completo
desperdício do meu tempo. Eu não podia competir com os verdadeiros
designers de qualquer maneira.
— É estranho. Eu ouço a tua voz, mas é como se estivesse a ouvir o
teu pai falar. Ele disse-te que tu não eras boa o suficiente, pois foi? E tu
acreditaste nele? — Ele parecia estranhamente furioso sobre isso.
— Não... sim... não. Olha, eu sei que não sou boa o suficiente. Não
recebi nenhum treinamento. Eu imprimi coisas da Internet, fiz um pouco
de leitura, e comecei a experimentar. Eu sou a única que os usa, e apenas
em torno de casa!
— Eu acho que devias ter o irmão de Rick, Bryce, ou o parceiro Pierre
de Coursey a dar uma vista de olhos nestes. — Ela mexeu-se ligeiramente,
não inteiramente certa do que fazer com o interesse e elógios súbitos dele.
— Eu não quero que eles percam o seu tempo; são homens de
negócios. O Palmer e de Coursey são co-proprietários de uma das
empresas de joias mais exclusivas no mundo.
— Eu não acho que estarias a desperdiçar o seu tempo...
— Olha, Sandro, apenas esquece isto, por favor, — ela interrompeu
asperamente, e os olhos dele pousaram até ao rosto tenso dela. A sua
própria expressão continuou impassivo, e ele deu de ombros antes de
fechar lentamente o portefólio e colocá-lo de volta na secretária.
— Como quiseres, — ele murmurou antes de continuar o seu
pequeno passeio ao redor do quarto. Ela assistiu quando ele pegava coisas,
inspecionando e voltando a colocá-los no sítio. Ela permaneceu sentada,
virando a cadeira frequentemente para mantê-lo à vista. Ele finalmente

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Open Book Traduções

parou de andar inquieto para ir diretamente na frente dela. Ela abaixou o


olhar para os seus sapatos italianos, caros tamanho 45 e mexia
inquietamente com o lápis que pegou novamente.
Ela quase que saia fora da sua pele e deixar cair o lápis com um grito
abafado quando ele capturou o seu queixo com o polegar e o indicador
para gentilmente levantar o seu rosto até que ela levantou o seu olhar
vulnerável para os seus insondáveis olhos castanhos de chocolate. Ele
soltou o queixo dela para a bochecha macia dela com as costas da mão, e
ela tentou o seu melhor para não encolher do seu toque. Não foi muito
bem sucedida ao mascar a sua reação, porque os olhos dele gelaram e a
sua mão caiu pesadamente de volta para o lado dele.
— Que outros segredos andas a esconder de mim, eu pergunto-me?
— ele meditou debaixo da sua respiração.
— Não tenho segredos, — ela respondeu.
— O que é que tu chamarias a isto? — Ele indicou o quarto com um
gesto largo, e ela riu mas nã havia absolutamente nenhum humor no som
áspero e abrasivo.
— Isto é dificilmente um segredo. — Ela balançou a cabeça
amarguramente. — Se viesses aqui a qualquer momento durante este ano
e meio, tu saberias acerca disto. Eu nunca tranquei a porta, então tu eras
livre de entrar a qualquer momento.
— Porque é que eu teria alguma razão para vir aqui? — ele
perguntou na sua mais voz pragmática mais irritante. — É difícilmente o
lugar mais lógico para uma oficina de trabalho.
— É também o único lugar onde passo a maioria do meu tempo,
então é claro que nunca te preocupaste em vir aqui, — ela respondeu
sarcasticamente. — Tu nunca voluntariamente me procuraste antes,
Sandro, e eu acredito que a única razão pela qual o fazes agora é porque as
coisas não estão a correr de acordo com o que quer que seja o teu plano
para esta coisa chamada de nosso casamento. Fingir interesse em mim é a
tua maneira mais recente de tentar manter-me complacente, não é?
— Para de tentar adivinhar, cara, — ele repreendeu gentilmente. —
Tu não tens ideia do que me faz vibrar ou o que está a acontecer na minha
cabeça.

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— Oh, eu acho que poderia definitivamente dizer o mesmo sobre ti.


De facto eu penso que eu te conheço muito melhor do que tu a mim!
— Eu duvido, — ele disse, deixando cair as mãos nos bolsos das
calças do seu fato caro feito por medida e inclinou-se contra a mesa de
trabalho dela. Ele cruzou uma das suas longas pernas sobre a outra numa
posse de elegância casual.
— Tudo bem. — Ela inclinou a cabeça enquanto corria um olhar de
desprezo sobre ele. — Como é que tomo o meu café? — Ele franziu a testa
à questão antes de encolher os ombros.
— Puro, — ele afirmou com autoridade máxima.
— Não, tomas o teu puro. Eu não bebo café.
— Isto é inútil, — ele descartou. — E juvenil.
— Tudo sobre mim, ou a ver comigo, é inútil para ti, — ela observou
amargamente.
— Isso é difícilmente.. — ele começou, mas ela o interrompeu
novamente, mal capaz de acreditar na sua própria ousada. Ela nunca o
enfrentado desta mentira, mas ela cansou-se de ser um capacho. Apenas
porque ela estava temporariamente presa neste casamento não significava
que ela iria permitir que ele pisasse mais nela.
— Tudo excepto o meu ventre é claro. — Ela riu meio histericamente.
— Tu tens um monte de uso para isso! É tudo o que eu para ti, um útero
sobre pernas!
— Estás a ser ridícula e completamente melodramática, — ele
ridicularizou.
— E o meu aniversário? — ela perguntou de repente, ainda a ignorá-
lo. — Quando é o meu aniversário? — A mandíbula dele apertou mas
permaneceu mudo, mantendo os olhos colados nos dela.
— Não vejo necessidade de me provar desta maneira.
— Não consegues responder, consegues? — ela desafiou. — O teu é
no dia 3 de Janeiro. Tens quatro irmãs mais velhas—Gabriella, Sofia,
Isabella e Rosalie—e uma grande família. Não gostas de espinafre e és
alérgico a picadas de abelha. Tu gostas—
— Chega! — Ele cortou com uma mão impaciente pelo ar na frente
da cara dela, silenciando-a abruptamente. — Isso está nos limites da

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perseguição e não prova nada a não ser que tu possuis um assustador


excesso de informação sobre mim, que eu devo admitir, estar mais do que
um pouco desconfortável.
— Difícilmente é perseguição. — Ela abanou a cabeça. — Eu tenho
vivido contigo por mais de dezoito meses, e eu amei-te quando me casei
contigo. Eu estava interessada em conhecer-te. Esses são factos banais que
os casais conhecem um sobre o outro. Tudo o que sei sobre ti, eu tive que
aprender por mim própria, nada disso foi mesmo dado. Tu não sabias
sobre o meu hobby, ou como eu tomo o meu café, ou mesmo o meu
aniversário porque tu não estavas interessado o suficiente em me
conhecer, não porque eu andei a esconder segredos. Assim é como tem
sido pelo último ano e meio, e é assim que continua a ser, apesar do teu
intesse fingido repentino em mim. — Ele começou a dizer algo, mas ela
levantou a mão para acalmá-lo. Ficou espantada quando ele realmente
fechou a boca.
— Eu sei agora que eu não era a noiva que escolherias para ti
mesmo, — ela conseguiu dizer, apesar do enorme nó na garganta. Ela não
conseguia encontrar o olhar dele ao reconhecer esse facto doloroso. —
Fizeste isso bem claro na nossa noite de núpcias e todos os dias desde
então. Mas eu acho que, pelo menos, mereço ser tratada com alguma
demonstração de respeito... — Ela mordeu o lábio inferior para impedir o
seu tremor e colocou os braços em volta de si. Ele não disse nada em
resposta, apenas ficou a olhar para ela, pensativo.
— Eu realmente não sei o que queres que diga, — ele eventualmente
admitiu, e ela sorriu tristemente.
— Eu sei, — ela reconheceu com um aceno de cabeça. — Isso é uma
grande parte do problema.
Ele inesperdamente empurrou-se para longe da mesa e deu o par de
passos necessários para trazê-lo diretamente em frente a ela. Ele pairava
ameaçadoramente acima de onde ela estava sentada, e Theresa tentou o
seu melhor para não se encolher diante do seu olhar taciturno. Em
seguida, ele a surpreendeu ao cair de joelhos em frente a ela, colocando as
mãos nos braço da cadeira dela, e prendendo-a no lugar.
— Eu posso não saber essas coisas que me perguntaste, Theresa, —

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Open Book Traduções

o seu sotaque sexy caiu algumas notas, — mas eu conheço-te. — Ela


balançou a cabeça em silêncio, desconcertado pela sua proximidade e o
seu olhar direito. Ele estava definitivamente a evitar o seu olhar naquele
momento. Sentia-se como um cervo preso nos faróis, e ela queria desviar o
olhar, queria escapar mas ela mal conseguia respirar, muito menos evitar o
olhar.
Ele levantou uma mão e Theresa preparou-se para o toque
indesejado, desesperada para não vacilar. No final, ainda saltou
ligeiramente quando a ponta dos dedos roçaram os seus lábios.
— Eu sei o que te faz tremer de desejo. — A voz dele reduziu ainda
mais, nada mais do que um resoar sedutor, e os lábios dela se separaram
ligeiramente. — Eu sei onde tocar, onde beijar, onde chupar... Eu sei como
fazer te gemer, gritar e choramingar em êxtase.
— Isso é apenas sexo. — Ela encontrou a sua voz mas dificilmente
soou convincente. Ele meramente sorriu, levantando a sua outra mão até
que ele tinha o rosto dela emoldurado, com os seus polegares a acariciar
as maças do rosto dela e as pontas dos dedos enterrando-se no cabelo
suave da sua têmpora.
— Não resolve nada, — ela continuou a protestar, com a mesma falta
de convicção de antes.
— Talvez não — ele encolheu os ombros sem preocupação. — mas é
fantástico.
— Mas nós não fazemos direito, — ela murmurou, pensando no facto
de que ele nunca a beijou, não nos lábios, nem uma vez. Os dedos dele
acalmaram e ela percebeu, um pouco tarde, que ele podia ter mal
interpretado o seu comentário. Que estava com ela, se significasse que ele
iria esta sedução flagrante aos sentidos dela.
— O que queres dizer? — Ela podia dizer o quão lhe custou manter
afrontado fora da voz. Ele começou o acariciar preguiçoso novamente.
— Eu pensei que um dia eu iria fazer amor com o meu marido, — ela
sussurrou. — Mas nós não fazemos isso, pois não? Nós apenas fazemos
sexo. Nós... — Ela disse a palavra que nunca na vida proferiu antes. Sandro
recusou ligeiramente, e a carícia suave da ponta dos seus dedos parou
abruptamente.

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— Não uses linguagem como essa, — repreendeu. — Não combina


contigo!
— Bem, foi o que tu uma vez chamaste, — ela se defendeu com
vemência.
— Eu nunca... —
— Chamaste. — Ela interrompeu a negação iminente. — Na nossa
noite de núpcias, depois da primeira vez, eu tentei...tentei... — Ela corou
ao lembrar da sua ingenuidade naquela épica. Ela tinha se aproximado
para se aconchegar com ele, mas ele moveu-se para a beira da cama num
esforço de ficar longe dela. — Bem, de qualquer maneira, tu disseste-me
para eu não confundir o que fizemos com um acto de amor. Que era muito
mais básico do que isso. Apenas sexo, tu disseste, apenas... bem... tu
sabes.
As mãos dele tinha caído da cara dela para os ombros, e os seus
olhos se estreitaram no rosto dolorosamente humilhado dela. O seu aperto
aumentou nos ombros dela, e ela se contorceu um pouco antes de ele
deixar ir.
— Theresa, eu estava bastante bêbado da noite do nosso casamento.
Ela acenou, os olhos brilhantes com lágrimas ao lembrar-se o tempo
em que ele a fez esperar por mim. A sua anticipação inocente e ansiosa
tinha sido desfeita quando o marido digno e distante, que a tinha deixado
sozinha na suite de hotel deles, tinha regressado três horas depois, tão
bêbado que mal conseguia segurar-se de pé. Ele havia caído na cama e
imediatamente desmaiado, deixando Theresa destroçada. Duas horas
depois, as mãos háveis dele no corpo dela a tinham trazido de um cochilo
inquieto, e dedilhou e tocou com o corpo dela como se fosse um
instrumento musical afinado, fazendo dela uma escrava disposta a
qualquer comando dele.
Tanta tinha sido a sua resposta que ela mal tinha registado que os
lábios dele nem uma vez tinham tocado os dela. Ele apenas tinha beijado
cada outra parte do seu corpo, e depois, quando ela se esforçou para
manter a proximidade entre eles, ele tinha destruído o frágil espirito dela
ao denegrir o acto. Ela poderia afirmar que Sandro estava recordar
também os eventos daquela noite, e os olhos dele caíram para onde as

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Open Book Traduções

mãos dela ainda estavam inquietas a remexar com o lápis que tinha caído
no seu colo. Ele deixou caiu uma mão enorme sobre as dela para parar o
movimento.
— Eu ressentia-me muito contigo, — ele admitiu. — Porque me
sentia preso.
— Tempo errado, Sandro, — ela sussurrou. — O teu ressentimento
ainda é muito atual.
— As coisas mudam, Theresa.
— Algumas coisas são indesculpáveis, Sandro, — ela sussurrou
dolorosamente. — E imperdoáveis.
— Nós não estamos a chegar a lugar nenhum com isto, — ele rosnou
em frustação, e ela arrastou as suas mãos de debaixo das dele.
— Isso é o que te tenho dito nos últimos três dias, — ela apontou, e
ele murmurou um maldição antes de se levantar abruptamente. Theresa
saltou também, para evitar ser intimidade pela sua altura. Mas ela tinha
calculado errado; ele ainda estava de pé muito perto dela, e quando ela se
levantou, os seus seios roçaram o comprimento do corpo dele a partir da
virilha ao torso. Ambos imediatamente ficaram parados à consciência que
surgiu entre eles. Theresa fez um som suave e tentou pôr alguma distância
entre eles, mas os braços de Sandro circularam-na folgamente, as mãos
dele encontraram-se nas suas costas pequenas e as pontas dos dedos
roçaram o ligeiro inchaço do seu traseiro. As próprias mãos dela subiram
para apoiar-se firmemente contra o peito dele. Ela queria afastá-lo mas de
alguma maneira as suas mãos o acariciavam em vez de exercer qualquer
força.
As suas mãos grandes desceram para agarrar totalmente a parte
traseira, e ele levantou-a ligeirament até que ela podia sentir a sua
excitação súbita. Ele empurrou-se contra ela, mergulhando a cabeça até
que a sua boca estava próxima à orelha dela.
— Apesar de tudo, cara, tu queres-me, —ele sussurrou, a respiração
quente e húmida atrás da sua orelha. — E Deus sabe que eu te quero.
— Apenas sexo, — ela protestou fracamente.
— Talvez. — Ele mordeu o lóbulo da orelha com cuidado antes de se
mudar para baixo para acariciar o ponto sensível abaixo da orlha, algo que

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Open Book Traduções

ele sabia que a deixava louca. Não falhou desta vez, ela engasgou e passou
os braços em volto do pescoço dele para empurrar-se mais perto do seu
corpo duro. A sua língua perversamente quente mudou-se para a garganta
dela, lambendo, chupando, e mordiscando a pele exposta ao longo do
caminho. Theresa escondeu o rosto no cabelo curto e sedoso dele, e
abafou um gemido de pura e escaldante luxúria.
As mãos dele estavam ocupadas a arrancar a blusa dela para fora do
cós da saia e ambos gemeram quando as suas mãos finalmente fizeram
contacto com a pele nua da pele dela. Ele murmurou algo em italiano
antes de levar as mãos para o fecho do sutiã, desprendendo-o habilmente,
e levou a mão ao redor e sob as copas tamanho B, rendadas. Ela gritou e
arqueou violentamente contra ele quando os polegares encontraram os
seus mamilos sensíveis. Sandro metade se riu e metade rosnou em
resposta à reação violante dela ao seu toque.
— Eu quero-te, — ele sussurrou, a sua respiração como pluma contra
a pele do pescoço dela, onde ele mordiscava suavamente. — Como eu te
quero!
Ela soluçou, desejando ser mais adepta a resistir a ele mas queria-o
desesperadamente também, apesar da sua amargura, raiva e frustação. Ela
balançou a cabeça lentamente, lágrimas escorriam por entre os seus olhos
fechados e escorrendo pelas suas bochechas.
— Por favor... — Ela não sabia se implorava para ele parar ou para
continuar, mas Sandro tomou-o como consentimento. Uma das suas mãos
caiu dos seus seios e puxou a saia até estar situada em torno dos seus
quadris. As suas cuecas rendadas foram rapidamente lidadas, e os seus
dedos, quentes e urgentes, encontraram o seu núcleo com precisão
infalível, acariciando, mergulhando e preparando-a. As mãos dela cairam
para a fivela do cinto e ela atrapalhou-se como a abertura das suas calças
até que o teve cativo nas mãos. Ela fez o seu próprio afago e carícias,
adorando a sensação familiar dele, amando o calor, a dureza, o tamanho
substancial.
Ele fez um som animalistico, balançando-a ao redor e retrocendo-a
até que ela estava apoiada na mesa de trabalho que ele tinha tão
casualmente estado inclinado mais cedo. Ele levantou-a até que o seu

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Open Book Traduções

traseiro estava firmemente plantada na secretária e moveu-se entre as


suas coxas abertas. Inclinando a sua pélvis ligeiramente até que ele tinha o
ângulo certo, ele finalmente, com um gemido de pura satisfação, afundou
no seu calor suave e acolhedor. A respiração de Theresa engatou quando
ela estava, mais uma vez, pego de surpresa pelo seu comprimento,
circunferência e dureza incrível.
Ela levantou as pernas finas e apertou-as ao redor dos quadris dele
quando, após o primeiro impulso delicadamente completa, ele
simplesmente descansou contra ela. Com as mãos apoiadas sobre a mesa
em ambos os lados dos seus quadris, ele levantou a cabeça para olhar para
os seus olhos. Theresa ficou desfeita por isso, pois ele nunca tinha apenas
olhado para ela antes, não na cama ou fora dela. Os seus olhos escuros
continuaram a procurar os dela, e ela se perguntou o que era que ele
procurava. Ela lambeu os lábios nervosamente e o seu escrutínio caiu para
a boca, e as pupilas dilataram até que os seus olhos eram praticamente
pretos.
A respiração de Theresa estava a começar a chegar em pequenos
suspiros enquanto tentava controlar a sua própria necessidade de se
mover contra ele. Os quadris dele deram a menor contração, e ela sentiu-
se convulsionar em torno dele. Ele assobiou ao movimento, a sua cara
apertou ao retirar-se um pouco, apenas para mergulhar de volta como se
não pudesse suportar sair. Isso foi tudo o que levou para a cabeça de
Theresa cair para trás e a sua boca abrir num grito silencioso de êxtase. O
redor de velocidade do seu orgasmo pareceu tomar Sandro de surpresa,
assim como desencadear o seu próprio. Com um som chocado e outro
meio impulso, ele enterrou-se tão profundo quanto podia ir, arqueando
para trás no processo e gozar violentamente. Pareceu durar para sempre,
mas eventualmente o seu corpo inteiro ficou mole e meio que desabou
contra ela, enterrando o rosto no pescoço húmido dela.
Tão atordoada Theresa estava pela rapidez sem precedentes do acto,
que não pode ter durado mais de três minutos, que quase perdeu as
palavras. Na verdade, ela poderia tê-las perdido por completo, se não
tivesse sentido a sua respiração na pele sensível do seu pescoço. Mas ele
disse-as. As palavras saíram abafadas mas ela sabia exatamente o que ele

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estava a dizer. O seu mantra, a sua oração.


— Dá-me um filho, Theresa ... — e apenas assim, tudo estava
acabado para ela. As pernas caíram da cintura dele, e ela empurrou o seu
peito até que ele se moveu para olhar para ela curiosamente. Ele fez um
som de protesto quando viu as lágrimas nas suas bochechas e tentou
cruzar os braços em volta dela. Outro movimento inaudito, mas ela
empurrou-o novamente e ele se afastou dela.
— Porque estás a chorar? — ele respondeu com voz rouca ao
reajustar a sua roupa.
— Eu odeio-te, — ela disse, desespero pensando na voz.
— O que nós acabamos de fazer não parecia ódio, — ele apontou.
— Apenas outra... — A sua boca começou a formar a palavra horrível
mas ele a cortou.
— Não digas, — ele retrucou. — Não te atrevas a dizer!
— Por que não? — ela protestou. — É a verdade, e não tentes fingir o
contrário nesta fase do nosso susposto chamado casamento, Sandro.
Achas que o sexo faz as coisas melhores? Faz tudo pior, como adicionar
gasolina num fogo já a arder. Tudo o que tu provaste é que eu sou incapaz
de te resistir!
— Isso é inteiramente mútuo, — ele respondeu secamente, e ela
congelou.
— Oh, por favor... — ela engasgou. — É claro que não consegues
resistir-me. Eu sou apenas outra mulher para ti. Eu não sou de nenhuma
frequência particular, então não tentes jogar mais um jogo contigo,
Sandro! Estou farta das tuas mentiras e enganos.
—Dio, — ele assobiou furiosamente. — Tu não és apenas outra
mulher, és a minha esposa! Tu tens uma posição de grande consequência
na minha vida.
— Uma esposa de que tens vergonha? Eu não penso assim!
— Quem é que te disse que eu tinha vergonha de ti? — Ele parecia
indignado com a própria noção.
— Tu.
— Theresa, tudo o que me acusaste até agora tinha algum elemento
de verdade. Mas isso é simplesmente ridículo! Eu nunca, nem uma vez,

55
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disse-te que tinha vergonha de ti.


— Tu nunca disseste; não tinhas de o fazer. — Ela deslizou fora da
mesa, certificando-se que a saia estava direita antes de olhar de volta para
ele. — Tu mostras-me todos os dias.
— O quê?
— Eu nunca conheci a tua família, a larga e extensa família que
significa o mundo para ti. Eu sei que tens dois amigos próximos, Rafael
Dante e Gabriel Braddock, amigos da universidade se não estou enganada,
e jogas futebol com eles todas as semanas. Não pensaste que eu sabia,
pois não? Eu nunca conheci nenhuma dessas pessoas. — E havia a
Francesca, claro, mas Theresa não estava pronta para o enfrentar com esse
pequeno conhecimento. — São pessoas que não importantes para ti, e se
eu tivesse sido a esposa que quisesses, uma esposa que não sentisses
envergonhado, eu teria sem dúvida os conhecido até agora!
— Não é bem assim, — ele negou, quase tropeçava na pressa de
chegar até ela, mas ela se afastou antes de ele a tocar.
— Sim, é. Por favor não insultes a minha inteligência negando. — Ela
olhou ao redor desesperada pelas suas cuecas e viu-as deitadas ao lado da
sua tábua de desenho. Ela muito rapidamente pegou-as antes de se virar
para o olhar.
— Preciso de um duche, — ela sussurrou amargamente. — Tu sabes
como é quando tens um impulso irresistível se esfregar o toque, o cheiro, a
essência de alguém fora da tua pele, pois é? Afinal, isso é o que
geralmente fazes trinta segundos depois do teu orgasmo, e eu posso
finalmente relacionar-me com isso. — Ela virou-se e saiu do quarto antes
de ele ter a oportunidade de responder.

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Open Book Traduções

Capítulo Quatro
Eles raramente se falaram durante a próxima semana ou assim,
meramente a coexistir na mesma casa. Sandro insistiu que eles ainda
tomasse o pequeno-almoço e jantar juntos e que dormissem na mesma
casa, mas ele nunca a tocou, matendo a distância que ela tinha insistido.
Uma parte de Theresa estava aliviada enquanto a outra lamentou a perda
da única ligação que compartilhavam. Ela continuava a dizer a si mesma
que era apenas sexo, e nunca tinha significado nada.
Além disso, ela tinha outras preocupações mais imediatas. Como o
facto de ela tinha vomitado todos os dias na última semana e era ainda
golpeada por tonturas nos momentos mais inesperados e que o seu
período estava atrasado como nunca antes tinha estado. Ficou aliviada que
as intimidades entre ela e Sandro tinham parado, pois ele estava
familirizada com o seu ciclo tal como ela estava e ela preferia ter certeza
absoluta antes de lhe dizer alguma coisa. Ela também queria tempo para
descobrir qual seria o seu próximo passo.
Mais outra decisão tirada dela, ela refletiu amargamente, mas pelo
menos ela podia decidir a hora e o local para lhe dizer – se ela estava
mesmo grávida, que ela esperava desesperada que não fosse o caso. Ela
atormentou o seu lábio inferior com os dentes, olhando cegamente para o
desenho que esteve a trabalhar praticamente toda a semana. Era susposto
ser um colar, mas parecia um colar como nunca antes ela tinha visto.
Balançou a cabeça em desgosto; ela não conseguia fazer nada. Ela parecia
experimentar o equivalente ao bloqueio de escritor, e era extremamente
frustante. O telemóvel tocou e ela pegou-o, acolhendo a distração. Tinha
estado a trocar smsm com Lisa todo o dia. A sua prima sentia-se embaixo e
Theresa tinha tentado alegra-la com estúpidas piadas – difícil quanto a
própria Theresa não estava a sentir-se muito bem. Ela esperava a resposta

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Open Book Traduções

da sua prima à última mensagem que tinha enviado mas foi


desagradavelmente surpresa ao ver o nome de Sandro na caixa de entrada.
Ele geralmente evitava entrar en contacto com ela durante o dia. Ela
franziu a testa para o seu nome, não queria de todo ler a mensagem.
Finalmente ela inalou e clicou na mensagem.
Comer outra esta noite. Roupa: casual. “Coisa de negócios”. Em casa às
18h. Jantar às 19h30.
Ela rosnou. Sandro e as suas malditas “aparências”! Ela estava
tentada em recusar mas não tinha a energia para o argumento que se
seguiria. Pelo menos ele tinha a avisado dest vez. Tinha havido incidentes n
passado onde ele tinha chegado a cada e lhe dito que iriam sair numa
hora. Algumas coisas os eventos tinham sido formais, deixando Theresa
procurar por vestidos apropriados e praguejando silenciosamente o facto
que não tinha tido a oportunidade de ter o cabelo arranjado
profissionalmente. Suspirando suavamente, ela desistiu do trabalho para o
resto da tarde e se dirigiu para a cozinha em busca de companhia.
Phumsile movimentava-se ao redor eficiente, mas quando se virou e viu
Theresa ela sorriu.
— Hora do chá? — ela perguntou, e Theresa acenou, e acomodou-se
num banco enquanto Phumsile reunia um par de xícaras de chá e punha a
chaleira a ferver.
— Já terminaste o teu trabalho? É um pouco cedo, — a mulher mais
velha disse, enquanto preparava o bule. A relação de Theresa com
Phumsile era calorosa e amigável. Theresa sabia que Phumsile há muito
tempo tinha percebido a natureza incomum do seu casamento e enquanto
a mulher permaneceu discreta e nunca tocou no assunto, ela tendia a fazer
de mãe de Theresa como resultado.
— Não conseguia me concentrar, e eu e Sandro vamos sair esta noite,
então eu provavelmente devia pensar em ficar pronta para isso. —
Phumsile fez um som evasivo enquanto despejava água quente no bule e
posicionou-o entre elas antes de pôr um prato de biscoitos de gengibre ao
lado.
— Vais ser outra noite chique?
Theresa sorriu ante a terminologia e deu de ombros.

58
Open Book Traduções

— Ele disse casual. Não tenho a certeza do que isso significa. — Ela
pegou num biscoito e deu uma mordida hesitante.
— O gengibre é muito suave, não vai incomodar o teu estômago, — a
mulher disse calmamente, e Theresa ergueu os olhos assustados para os
sábios de Phumsile. Ela deveria saber que Phumsile notaria as náuseas ao
longo dos últimos dias. A mulher raramente perdia muito.
— Será que o Sr. De Lucci sabe? — Phumsile perguntou.
— Nem eu sei sequer, — Theresa admitiu.
— Um bebé é um benção. Sr. De Lucci vai ficar muito contente.
— Ele vai, —Theresa reconheceu amargamente.
— Tu não estás feliz? — Phumsile parecia confusa, e Theresa forçou
um sorriso.
— Eu não tenho a certeza se é um bebé Phumsile, pode ser apenas
um problema de estômago. — Ela tomou um gole de chá de camomila que
Phumsile sempre preparava com perfeição e outra trinca do biscoito.
— Então o que queres usar hoje à noite? — Phumsile
diplomaticamente mudou de assunto e Theresa deu de ombros
novamente.
— Eu não sei exatamente o quão casual ele quer dizer. Jeans talvez. O
que achas que devo fazer com o meu cabelo? Em cima ou em baixo? —
Phumsile inclinou a cabeça enquanto considerava a longa queda de cabelo
de Theresa.
— Porque não vais a um cabeleireiro? — Phumsile perguntou. — Iria
te alegrar.
Theresa sorriu para Phumsile ao considerar o pensamento. Estar
bonita hoje à noite daria um impulso ao seu ego.
— Sabes, já não o arranjo há algum tempo, — ela admitiu, e
contornou o balcão para dar a Phumsile um pequeno aperto. — É uma
ideia brilhante. O que é que eu faria sem ti, Phumsile?
— Morrer de fome, — a mulher brincou. — Tu não comes o
suficiente quando não estou aqui e tu sabes disso.
Theresa riu, sentindo-se muito melhor depois do seu intercâmbio
com a governanta. Nada tinha sido resolvido, mas sentiu-se menos sozinho
agora que Phumsile estava consciente da sua gravidez.

59
Open Book Traduções

** **

Sandro estava em casa exatamente às seis. Theresa estava enrolada


no sofá, folheando um livro de um fotógrafo extremamente popular, cujo
ela tinha acabado de comprar na excursão desta tarde. Ele era um
fotógrafo de vida selvagem, mas desta vez o assunto foi muito perto de
casa. A sua mais recente antologio, intitulada de O Melhor Amigo do
Homem, era todo sobre cães. Theresa, sendo uma grande tola por cães,
não pensou duas vezes em comprar o livro. Sandro parou na porta, e ela
olhou para cima para ver os olhos dele presos no cabelo dela. Ela levantou
uma mão auto-consciente ao cabelo recém cortado, sabendo que era uma
grande mudança. Ela tinha o seu cabelo comprido até à cintura cortado
apenas um pouco abaixo da mandíbula dela. O estilo era reto e elegante,
com uma pequena franja, e Theresa amava a maneira que o look a fez
sentir como uma nova mulher. Algo que ela desesperadamente se
esforçava para ser.
O seu cabelo tinha sido sempre comprido; o seu pai tinha
absolutamente a proibido de cortá-lo, e Theresa sabia que a única coisa
que Sandro adorava absolutamente sobre ela, além dos seus seios
pequenos, era o cabelo. Quando ele fazia sexo com ela, estava sempre a
tocar, acariciar e puxar o seu cabelo. Agora ela esperou ansiosa pela reação
negativa inevitável dele ao corte, que emoldurava o rosto dela e realçava
os seus grandes olhos verdes acinzentados e as altas e delicadas maças do
rosto. As suas mãos apertaram e ele parecia engolir com esforço visível.
— Tu estás... — A voz dele estava rouca e ele limpou a garganta antes
de começar novamente. — Tu estás bellissima, cara. — A sua voz calma
parecia tocar com sinceridade e algo que, num outro homem, seria
semelhante a reverência. — Absolutamente deslumbrante.
Ela piscou.
— Oh, — era tudo o que ela podia pensar em dizer, e ele veio mais
para dentro da sala, ainda cravada no cabelo e rosto dela que ele quase
tropeçou num pequeno estrado colocado ao lado da poltrona. Ele franziu a
testa para a peça de mobíbia antes de se afundar no poltrona de couro em
frente ao sofá em que Theresa estava enrolada.

60
Open Book Traduções

— Uh... — Ele arrastou o foco para baixo para o livro no colo e


parecia estranhamente desesperado para fazer conversa. — O que estás a
ler? — Os seus olhos afiados estreitaram sobre o título antes de ele
levantou o olhar para o dela em consternação. — Cães? — Ele parecia tão
perplexo que ela abraçou o livro na defensiva contra o peito.
— Acontece que eu gosto de cães, — ela disse ferozmente, e o olhar
dele varreu as suas feições apertadas antes de descansar no livro. Ele
inclinou-se para a frente e estendeu a mão direita.
— Posso? — Ele olhou para ela de forma constante até que ela
relutantemente suavizou o aperto da morte que ela tinha sobre o livro e
entregou-o a ele. — Obrigado. —Ele se inclinou para trás e folheou as
páginas brilhantes, parando aqui e ali antes de sorrir quase infantilmente
para ela. Ele parecia tão incrivelmente bonito que por um longo momento
ela não sabia que ele estava a falar com ela.
— Desculpa, não percebi, — ela sussurrou, e o sorriso dele alargou e
virou o livro para ela, batendo com o dedo indicador numa imagem de um
sorridente lavrador preto.
— Eu tive um igualzinho a esse, — ele informou-a, e ela franziu a
testa.
— Um quê? — ela perguntou sem expressão, hipnotizada pelo seu
sorriso devastador.
— Cão, — ele disse-lhe pacientemente antes de virar o livro para si
mesmo. A sua expressão era gentil. — Eu também gosto de cães. Da
maneira que penso, quem não gosta de cães não deve ser de confiança. O
meu retriever foi chamado de Rocco. Ele morreu antes de eu começar a
universidade. Tive-o por dezasseis anos. Suponho que poderias dizer que
eu cresci com ele. — Ela sorriu pela sua óbvia afeição para o que deve ter
sido um animal de estimação bem amado.
— Também deves ter tido um cão, ao crescer? — ele perguntou, e
ela acenou lentamente. — Que raça?
— Ela era um pouco raçada, — Theresa sussurrou, mais do que um
pouco relutante para continuar.
— Qual era o nome dela? — Porque é que ele estava a ser tão
persistente?

61
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— Sheba, — ela forneceu, a voz ainda mais silenciosa, e o sorriso


dele desapareceu enquanto se inclinava para a frente intensamente, os
olhos fixos no seu rosto abatido.
— Conta-me mais, — ele convidou em voz baixa.
— Não há muito para contar, — ela encolheu os ombros, limpando a
garganta. — A minha mãe levou-me para um abrigo de animais no meu
11º aniversário e disse-me para escolher o cão que eu queria. Eu tinha
falado e falado sobre ter um cão por meses antes, prometendo que iria
cuidar dele. Chegou ao ponto, acho, em que ela faria qualquer coisa para
me calar. Então eu escolhi a Sheba, com os seus olhos castanhos, pêlo sujo
preto e branco, e a sua cauda que abanada constantemente. — Ele sorriu e
ela também o fez. — Ela não era muito para se olhar mas eu adorava-a. —
Ela suspirou pesadamente antes de parar e encolher os ombros, e em
última análise, levantar o olhar para encontrar o dele. — Está na hora de
arranjar para jantar agora, não? — Ele franziu a testa antes de balançar a
cabeça.
— Quanto tempo é que tiveste a tua cadela? — ele perguntou
suavemente num tom que dizia que não iria descansar até que soubesse
tudo, e Theresa puxou o lábio inferior entre os dentes.
— Mais ou menos três semanas.
Ele sufucou uma maldição suave à confissão sussurrada. — O que
aconteceu?
— A minha Mãe e Pai não concordavam na maioria das coisas, e
aparentemente eu ter um cão era apenas uma nova desculpa para discutir.
Arranjar Sheba era a maneira da Mãe marcar pontos contra o Pai e livrar-
se de Sheba era a maneira dele marcar pontos contra ela. — Os pais dela
tinham sido profundamente infelizes juntos, e realmente não devia ter
surpreendido ninguém quando a sua mãe engoliu uma mão cheia de
comprimidos para dormir meras semanas depois. Theresa tinha se culpado
por um longo tempo, pensando que se ela tivesse sido menos insistente
sobre o cão, os seus pais não teriam discutido e a sua mão não teria a
abandonado. Ela tinha estado petrificada por muitos anos que o seu pai
iria deserdá-la também se ela não fosse a filha perfeita, mas pelo tempo
em que terminou o liceu, ela entendeu que Jackson Noble era muito

62
Open Book Traduções

egoísta para prejudicar-se a si própria de qualquer forma. Até então, ser a


filha perfeita tinha sido um hábito inquebrável.
Agora ela esforçou-se para soar irreverente acerca do cão, mas o
tremor na sua voz fez dela uma mentirosa. Sandro não disse nada mas
parecia estar a lutar com algo, a sua mandíbula se apertou com tanta força
que ela conseguia ver os pequenos músculos atados abaixo das orelhas, e
os nós dos dedos estavam brancos do seu aperto no livro.
— O que é que ele fez à cadela? — ele trincou fora, soando como se
estive a mastigar unhas.
— Nunca soube com certeza, — ela confessou. — A Mãe disse que a
Sheba tinha ido para uma nova família e estava muito feliz com eles. Mas
eu não sei... eu sempre receei que ele a tivesse levado para o abrigo. —
Apesar de suas melhores intenções, lágrimas de dor de lembrar correram
dos seus olhos, e ela ergueu o queixo num esforço para parecer casual. —
Eu não conseguia dormir por mais tempo depois, imaginando o quão
confusa Sheba devia ter estado, e nas noites realmente más imaginei-os
levá-la para a sala de operação do veterinário para ser abatida, porque
mesmo que eu a amasse, ela realmente não era bonita ou inteligente, ou
nada em especial. Se ela voltou para o abrigo, eu não acho que ela teria
ido para outra casa.
— Não deves pensar assim, — ele advertiu.
— Eu sei. Esquece, está tão longe no passado que a ferida sarou à
muito tempo. Nem sequer tem uma cicatriz. — A maneira que ele olhou
para ela disse-lhe que não acreditava numa única palavra.
— Tu tinhas onze anos?
Ela acenou com a cabeça e baixou os olhos, desconfortável sob o
olhar ardente dele. — A tua mãe não faleceu quando tinhas onze? — Toda
a gente sabia que a sua mãe tinha cometido suicídio. Tinha sido
encontrada por uma empregada, e as notícias tinham vazado para a
imprensa dentro de uma hora. Um dos sub-produtos infelizes de vir de
uma família tal como a dela, era a completa falta de privacidade e respeita
da imprensa. O suicídio da sua mãe tornou-se alimento para as massas e o
seu funeral um circo. Tinha feito Theresa muito cautelosa ao redor da
media e ela tendia a ficar o mais longe possível dos holofotes.

63
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O seu casamento com Sandro não tinha tornado isso fácil — não
quando a história de família dele era quase idêntica à dela e as suas irmãs
glamorosas eram sempre perseguidas pelos paparazzi
— Cerca de duas semanas depois que perdi Sheba, — ela admitiu, e
ele inalou fundo, um palavrão abafado saindo dos seus lábios. — Então,
como vês, eu logo tinha coisas maiores para me preocupar do que com o
pobre destino da Sheba.
— Eu acho que vejo muito mais do que tu queres que veja, Theresa,
— ele afirmou enigmaticamente, e ela elevou o olhar para o seu apenas
para ser confundida com a ternura e compreensão que ela viu lá. Ele
entregou o livro de volta para ela, e ela o tomou com um aceno, tendo a
certeza de evitar qualquer contacto com as suas grandes mãos. Ele notou a
evasão e, mesmo que os seus olhos se estreitaram, ele optou por não dizer
nada sobre isso.
— Então o quão casual é esta coisa de negócios? — ela perguntou,
mudando o assunto abruptamente, levantando-se cuidadosa, não queria
revelar outra onda de tontura na sua frente.
— Extremamente casual, — ele respondeu calmamente, optando por
não contestar a mudança rápida de assunto. — Jeans, camisola e um
casaco vão servir.
— Queres dizer que eu arranjei o cabelo para nada? — Ela franziu a
testa, um pouco desapontado pois não iria mostrar o seu novo visual no
melhor cenário possível.
— Dificilmente acho que foi para nada, — ele protestou com mais um
dos seus raros sorrisos de tirar o fôlego. — Acho que o resultado valeu a
pena o esforço. Eu adorava o teu cabelo comprido, cara, mas este
pequeno corto chique e elegante... As palavras falham-me. Tu pareces... —
Ele balançou a cabeça, e num gesto essencialmente italiano, elevou a
ponta dos dedos aos lábios e beijou-os para demostrar a sua aprovação.
Por alguma razão Theresa achou engraçado, e ela reprimiu uma risada com
a mão. Os olhos dela estavam iridescentes com riso, e ele ficou parada por
um momento, a olhar para ela, antes de limpar a garganta.
— Vai lá Theresa, — ele disse suavamente. — Encontramo-nos aqui
em meia hora? — Ela acenou à questão na sua voz.

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Open Book Traduções

** **

Sandro permaneceu de boca chegada sobre onde estavam a ir,


ignorando os apelos cada vez mais desesperados de Theresa por
informação. Era muito incomum ele não lhe contar o que esperar. Ele
geralmente perfurava informação dentro dela, o que os anfitriões
gostavam e o que ele queria que ela falasse. Ele sempre tinha receio de
que ela iria atrapalhar de alguma forma, mas ele estava muito diferente
desta vez. Estava relaxado, e cada vez que Theresa perguntava sobre o
destino deles, ele disse para não se preocupar com isso. Ela espiou o seu
perfil lindo, odiando a sua indeferença face ao nervosismo dela. Ele estava
mais casual do que ela estava, usando calças de fato treino que tinham
definitivamente visto melhores dias, sapatillhas surradas da mesma marca,
e um casaco para combinar com as calças.
— Para de olhar, — ele rosnou, mantendo os olhos fixos na estrada
em frente. — Estás a deixar-me nervoso.
Sim certo! O Sr. Nervos de aço, que lidava com o poderoso Ferrari
com graça e confiança, estava nervoso. Ela não acreditava nisso nem por
um segundo. Ela apertou os lábios e desviou os olhos para o horizonte que
escurecia rapidamente. Eles haviam sido dirigido por quase 40 minutos, e
Theresa não tinha idéia de onde estavam. Ela inclinou a cabeça para trás e
fechou os olhos por alguns instantes, sentindo como as últimas semanas
de incerteza aproximavam-se dela.
— Chegamos. — A voz de Sandro puxou-a para fora do cochilo um
pouco mais tarde, e ela esticou-se antes de se levantar para ver os
arredores. O carro já estava estacionado na garagem de uma casa enorme.
O lugar fazia da sua casa, não tão imodesta, parecer uma casa de jardim.
Havia mais cinco carros elegantes e caros estacionados na garagem, e cada
luz, tanto dentro como fora da casa, pareciam estar ligadas.
Theresa soltou o cinto e estava fora do carro antes de Sandro
conseguir mesmo se mexer. Ela ficou de pé com as mãos apoiadas sobre o
telhado do Ferrari e olhou para a imensa casa em curiosidade descarada.
Ela estava consciente de Sandro, vasculhar sobre no espaço atrás dos
bancos dianteiros antes de subir para fora do carro rebaixado com graça

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selvagem e contornado o o capô para se juntar a ela no lado do passageiro


do carro.
— Theresa, eu não quero que penses que... — O que quer que ele
estava pronto a dizer foi parado quando outro carro, este um caro
Lamborghini azul métalico, parou ao lado deles. Sandro olhou para cima e
praguejou quando pareceu reconhecer o carro.
O único ocupante emergiu do carro e Theresa conseguiu vê-lo
claramente sob as luzes brilhantes que inundavam a garagem. Era um
homem alto, lindo, de cabelo escuro, mais ou menos da idade de Sandro, e
tinha um enorme e amigável sorriso no rosto enquanto caminhava até
eles. Theresa encontrou a si própria admirando a marcha sexy. Ele estava
vestido de forma similar ao seu marido, apenas ostentava uma marca
diferente no seu fato de treino.
— De Lucci! — Ele cumprimentou o seu marido rigoroso com um
estalo nas costas.
— Max. — Sandro acenou com a cabeça em troca, não parecendo a
partilhar a exuberância do homem. Ele virou-se para enfrentar plenamente
o homem e colocou uma mão nas costas de Theresa para virá-la também.
Ele manteve a mão ali mesmo depois que eles estavam ambos de frente
para o outro homem.
— Quem é esta linda gata? — Max virou o sorriso matador para ela, e
Theresa viu-se incapaz de resistir a devolvê-lo. Sandro nivelou um olhar
fulminante para o outro homem, que parecia tomar o seu mau humor na
desportiva e sorriu ainda mais amplamente.
— A minha esposa, Theresa, — Sandro retrucou burscamente, a aviso
na sua voz era mais do que um pouco óbvio.
— Estás casado com esta deusa? — Max o foco apreciativo na cara
corada de Theresa, e o seu sorriso tornou-se num sorriso caloroso. — Eu
sempre soube que eras um homem de gosto impecável, De Lucci, mas
tenho de admitir, a minha opinião acerca de ti apenas disparou! — Ele
estendeu a mão para Theresa, que a pegou depois de a menor hesitação.
— Encantada, eu tenho a certeza. — O seu sorriso tornou-se gentil e
ele levantou a mão dela à boca, dando um beijo reverente na parte de trás
da mesma. — Sou Max Kisnsley.

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— Uh... T-Theresa, — ela gaguejou, sufocando um risadinha ao


homem. Ela suspeitava que ele estava apenas a tentar enrolar Sandro, e
parecia estar a resultar por que a mão do seu marido estava curvada num
punho na parte de trás das costas dela. — Muito prazer em conhecê-lo, Sr.
Kinsley.
— Não haverá nenhuma desta formalidade entre nós, — ele advertiu.
— Eu sou Max e tu és Terri! Ou Tessa se preferires. Agora, por favor...
permite-me acompanhar-te para dentro. — O seu aperto na sua mão
aumentou um pouco quando ele a puxou para si, mas a mão de Sandro
disparou até o cotovelo do braço livre dela.
— O nome dela é Theresa, e eu vou acompanhar a minha própria
esposa para dentro! — Sandro rangeu por entre os dentes, obviamente a
segurar o seu temperamento pela mais fina linha.
— Quão negligente da minha parte, —Max disse com pesar fingido,
libertando a mão dela com exagerada relutância. — Eu esqueci-me
completamente que estavas aí, De Lucci! — Sandro fez um ligeiro rosnado
na parte de trás da garganta, e Theresa não conseguia abafar o riso desta
vez. Max pareceu encantado com o som e se afastou com um saudação
alegre.
— Nós vamos continuar a nossa amizade lá dentro, Tessa minha
querida, — ele prometeu antes de se virar e pular as escadas que levavam
até à porta da casa. Ele tinha um saco de física, o qual ela não tinha notado
antes, atirado sobre um ombro largo.
— Eu gosto dele. — Ela sorriu para Sandro, que encarava a porta da
frente da qual Max tinha desaparecido.
— Não confundas o flerte daquele com algo mais do que é, — ele
murmurou em advertência. — Ele tem uma namorada.
— Eu não sou uma idiota completa, Sandro. Ele estava a tentar picar-
te... com bastante sucesso, posso acrescentar.
— Dio, este não é o melhor momento para discutir, Theresa. — Ele
soava cansado. — Vamos tentar—
— Vais entrar ou quê? — Uma voz interrompeu o que quer que
Sandro estava prestes a dizer e eles olharam para casa, onde um outro
homem, de ombros largos estava no corredor.

67
Open Book Traduções

— Vamos lá, — Sandro murmurou, ao tomar a mão dela e pegando


num saco de física semelhante ao que o Max carregava. Ele guiou-a para a
porta da frente, onde o homem robusto se afastou para os deixar entrar.
— Olá, Sandro... — A sua saudação informal seguiu-se por mais
palmadas nas costas, e desta vez foi returnada por Sandro.
— Gabe. — Sandro assentiu antes de puxar Theresa para a frente. —
Esta é a Theresa.
— Theresa? — O homem fez uma segunda tomada ao olhar
atentamente para ela, antes de recuperar da sua surpresa com um sorriso
caloroso. — Estou muito contente por te conhecer. Sou Gabe Braddock.
... E a ficha finalmente caiu. Theresa olhou para o homem que sorria
calorosamente e sentiu-se como uma idiota completa por não conectar os
pontos mais cedo. Era sexta-feira à noite, Sandro estava vestida na sua
roupa desportiva, e ele a tinha trazido ao seu maldito jogo de futebol! Tão
típico. O homem certamente puxava todas as paradas ao encontrar-se com
um obstáculo, mas isto era apenas desprezível e tão incrivelmente óbvio.
Ele não lhe tinha dado qualquer aviso. Não admira que ele seja um
empresário de sucesso; ele era um mestre na manipulação de uma
situação ao seu favor, e isto era um exemplo clássico. Dá à mulher aquilo
que ela queria e talvez a sua rebelião irá diminuir e ela vai voltar para o
negócio de ser uma incubadora humana.
— Estou tão contente de o conhecer, Sr. Braddock, — ela disse
suavemente, pegando a mão oferecida do homem e disfarçou a sua raiva
atrás de um sorriso doce. — Por que, apenas recentemente eu expressei o
desejo de o conhecer! — Ela recusou-se a olhar para Sandro mas ela o
sentiu a mexer-se desconfortável de um pé para o outro. — E aqui estamos
nós.
— De facto. — O outro homem sorriu, embora fosse óbvio, na forma
como olhou para Sandro, que sabia que algo estava errado. — Estou
contente que superaste a tua aversão ao futebol e decidiste te juntar a nós
esta noite. Os rapazes vão se deliciar por conhecer a bela esposa de
Alessandro. — A sua aversão ao futebol? Então era assim que ele tinha
explicado as suas ausências conspícuas.
— E eu estou ansiosa por conhecê-los, — ela disse calorosamente.

68
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Ela estava irritada com Sandro e ferida pelos seus estratagemas


transparentes para mantê-la apaziguada, mas este homem alto, de ombros
largos, com o sorriso quente parecia simpático, e Theresa não podia se
ajudar, mas instintivamente gostar dele.
— Todos estão lá atrás, Sandro, — Gabe informou o homem
silencioso paradas nas costas dela. — Eu vou juntar-me a vocês daqui a
pouco. Estou à espera de Bobbi. — Ele abandonou a mão de Theresa e
sorriu-lhe. — Não deixes os rapazes flertar muito contigo, Theresa. Eles são
um monte incorrigível mas são uns otários por uma menina bonita! — Ele
parecia sincero, se o seu olhar persistente sob a cara corada dela era
indicação.
— Chega com o flerte, Braddock, — Sandro subitamente rosnou,
avançando para colocar uma mão possessiva no cotovelo dela, e o sorriso
de Gabe assumiu para um decididamente perverso.
— Não posso acreditar, — Gabe disse, a voz viva com descoberta. —
Estás com ciúmes... de mim! — A própria ideia era tão ridícula que Theresa
riu junto com ele, mas o aperto de Sandro aumentou no seu cotovelo.
— Eu não estou com ciúmes, — ele respondeu uma vez que o riso
deles tinha parado. — Apenas a tentar proteger a minha mulher das tuas
intenções bajuladores, seu espertinho.
— Não, eu começo a acreditar que a mantiveste longe de todos nós
por tanto tempo porque não conseguias lidar com a competição, — o
outro homem brincou com a ousadia que só um amigo de longa data
possuiria.
— Estou confiante no gosto excelente da minha mulher, — Sandro
disse ante de tentar levar Theresa embora mas ela resistiu.
— Espera um segundo, Sandro. Eu não fui exatamente mimada para
ter escolha, sabes! Eu posso achar que os meus gostos mudaram. — Oh,
ele não gostou disso, nem um pouco! Ele lançou-lhe um olhar estreito
brilhante que o outro homem, que ria de alegria ao retorno dela, não viu, e
Theresa inclinou o queixo teimosamente e encontrou o seu olhar com um
olhar desafiante próprio.
— Ooh, eu gosto dela, Sandro, — Gabe riu, limpando os seus olhos.
— Ela é mal-humorada.

69
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— Sim ... — Os olhos de Sandro aqueceram com diversão relutante.


— Isso eu estou a começar a ver por mim mesmo. — Ele puxou o seu
braço de novo, e antes que Theresa pudesse dizer ou fazer qualquer coisa
mais, ele estava levando-a para longe. Ela seguiu docilmente até ter
certeza de que eles estavam fora da vista e do alcance da voz do outro
homem antes de puxar o cotovelo da sua mão e virar-se para ele furiosa.
— Seu desprezível, imbecil manipulador! — Ela fervia, afogando a sua
frustração socando-o no peito. Ele fez uma careta e esfregou no local que
ela tinha batido antes de pisar fora do alcance dela.
— Que raio é o teu problema? — ele rosnou furioso.
— O meu problema? — Ela conseguiu manter a voz um pouco menos
de um guincho. — O meu problema és tu! Mentiste-me... outra vez. Tu
disseste que isto era uma coisa de negócios.
— Tecnicamente, é. Estou em negócio com pelos menos cinco dos
homens esta noite! — ele respondeu defensivamente.
— Mas não é realmente negócio não é? Isto é o teu precioso jogo de
futebol, aquele em que eu não era boa o suficiente para ser convidada até
que te ameacei deixar!
— Tu disseste que querias conhecer os meus amigos. — Ele parecia
genuinamente perplexo. — Agora que te dou essa oportunidade, tu ficas
maluca! Eu não te percebo de todo.
— A única razão porque me trouxeste aqui foi porque pensaste que
iria me acalmar. Atira ao cão feroz um osso, e logo estará a comer fora da
tua mão!
— Mais como cabra feroz, — ele murmurou baixinho, e quando ele
percebeu que ela o tinha ouvido, ele encolheu os ombros sem se
arrepender. — Se vais usar metáforas de animais, podes ao menor fazê-lo
direito.
— Tudo bem, eu sou uma cabra... o que seja! — Ela sabia que a sua
resposta era infantil, mas ela sentia-se um pouco colocado de fora pela
situação.
— Olha, eu não percebo porque estás tão zangada quando disseste
que querias conhecê-los.
— Um ano atrás, claro. Mas não agora! Tu não entendeste que é um

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pouco tarde demais? — Ela balançou a cabeça em frustação. — É como


por um penso rápido numa amputação!
— Estás a ser dramática, como de costume, — ele disse.
— Oh, tu sabias qual seria a minha reação, e a única razão porque o
sabias era porque reconheces o quão inadequado e patético este gesto
realmente é.
— E como é que descobriste isso? — Ele perguntou na defensiva,
cruzando os braços sobre o peito largo e e olhando para ela por baixo do
seu nariz lindo.
— Por que mais serias tão sorrateiro sobre me trazer aqui?
— Talvez porque tu tens sido tão ridícula sobre ir a qualquer lugar
comigo ultimamente! — ele retrucou com raiva. — Eu sabia que irias
recusar se eu te perguntasse sobre vir aqui hoje, por isso tive que fabricar
um jantar de negócios. Ultimamente tu não fazes nada mas apenas
exagerar a tudo o que faço ou digo, bem como interpretar mal as minhas
intenções, então eu não podia correr o risto. Eu esperava que pela
primeira vez eu estaria errado... mas tu tinhas que ir e ser irracional sobre
isto também. Tens estado tão determinada a por um ponto negativo em
tudo o que faço estes dias, que não estás disposta a aceitar qualquer coisa
de face nominal. Não há segundas intenções aqui. Eu meramente
reconheci que tu tinhas um ponto acerca de nunca conheceres os meus
amigos. Eu tenho sido injusto, e queria apenas uma oportunidade de fazer
melhor. — Ela mordeu o lábio, recusando confiar nele mas incapaz de
resistir à sinceridade no seu olhar. Ele parecia como se realmente quisesse
dizer as palavras.
— Tu não sabes o quão tola eu me sinto? — ela sussurrou, olhando
para baixo. — Conhecê-los agora... O que eles devem pensar de mim? Eu
sinto como se estivesse em esposição, a tua esposa mistério que os tem
evitado há mais de um ano. — Ele tomou um passo hesitante em direção a
ela antes de enrolar os braços ao seu redor e deixando cair a sua testa à
dela. Ele levantou as mãos até tocar o seu rosto.
— Eles saberão de quem é a culpa, Theresa. Eu terei certeza disso, —
ele prometeu com voz rouca.
— Como?

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— Eu vou levá-los a acreditar que eu realmente era muito possessivo


para compartilhar-te com eles. Eles pensarão que eu te queria toda para
mim.
— Mas assim faria-te parecer... — Ela lutou para encontrar a palavra
correta. — Inseguro.
— Talvez. — Ele deu de ombros. — Ou eles vão olhar para ti e
perceber como eu iria reagir assim.
— O que queres... ? — Os seus polegares pressionaram os lábios
suaves dela, silenciando a pergunta.
—Theresa tontinha, — ele repreendeu suavemente. — Posso não ter
dito muito, ou de todo, mas tu és tão linda que doi às vezes, só de olhar
para ti. — Ela não era linda—ela sabia que não era—mas apenas esta vez
ela queria acreditar nele. Ela nunca tinha visto tanta honestidade brilhar no
olhar dele antes, e aqueceu-a da cabeça aos pés. Ele inclinou-se ainda mais
perto, os seus lábios a meros milímetros dos dela quanto uma voz divertida
os fez separar.
— Vamos lá, gente, a vossa lua de mel acabou há muito tempo.
Deem um pausa! — Era Gabe, vindo de detrás deles. Theresa ficou
vermelho-fogo, enquanto Sandro franziu a testa, curvando os ombros e
deixando cair as mãos nos bolsos. Lançou um olhar rápido e indescretível a
Theresa, que desviou o olhar. Ela não podia pensar sobre aquele momento
dolorosamente doce e certamente não podia pensar sobre o quase-beijo.
Não neste momento.

** **

Ela ficou quieta no caminho para casa e ainda a confundir a realidade


com fantasia. Os amigos de Sandro tinham sido adoráveis, e ela gostou de
torcer por eles desde o lado de fora. Ela tinha estado desconfortável ao
redor das outras esposas e namoradas no início, mas elas tinham sido tão
genuinamente acolhedores que Theresa relaxou quase imediatamente. A
constante atenção de Sandro tinha ajudado muito. Ele iria caminhar até
onde ela estava sentada para perguntar se ela estava bem, se precisava de
alguma coisa, se estava quente o suficiente, e tinha ficado embaraçoso

72
Open Book Traduções

depois de um tempo, especialmente quando os seus amigos começar a


brincar com ele sobre isso. Theresa sabia, claro, que era tudo um acto, mas
ainda assim tinha sido uma sensação inebriante ter a atenção total dele
nela. Theresa tinha achado o jogo de futebol surpreendente fascinante,
especialmente desde que tinha sido incapaz de tirar os olhos do seu
talentoso e gracioso marido. Depois eles tiveram um churrasco, e mais
uma vez, Sandro tinha estado constantemente atento e quase carinhoso,
segurando a sua mão ou envolvendo o braço ao redor dos ombros dele.
Depois da estranheza inicial, Theresa tinha relaxado mais e mais.
Agora no espaço confinado no carro, havia uma tensão cintilante
entre eles, e Theresa inclinou-se para a frente para encher o silêncio com
música, mas ele apanhou a mão dela para preveni-la de ligar o leitor de CD.
— Não... — Ela virou para olhar a silhueta do seu perfil, mas ele
manteve os olhos colados na estrada.
— Mas...
— Passaste um bom tempo hoje à noite? — ele perguntou áspero.
— Sim... eles são todos pessoas simpáticas.
— Fico contente. — Silêncio novamente. Ele ainda não tinha
libertado a mão dela, mantendo-a presa entre a sua coxa dura e a mão
enorme.
— Todos gostaram mesmo de ti. — Ela podiu ouvir o calor na sua voz
mas não sabia se era direcionada aos amigos ou a ela. — Eu estava
orgulhoso... de te ter lá. — Ela piscou, não não tenha a certeza de como
tomar isso. — E sinto-me culpado por deixado ir por tanto tempo, eu
nunca quis fazer-te sentir como se tivesse vergonha de ti, Theresa. Eu não
queria me casar contigo, é verdade, mas em nunca ponto eu senti que irias
me envergonhar.
— Obrigada por dizeres isso, — ela sussurrou. — Significa muito.
A mão dele apertou a sua antes de a dexar ir, e ela reluntantemente
levantou-a da sua coxa. Houve silêncio novamente, mas desta vez não se
sentiu tão hostil e indesejável.

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Capítulo Cinco
Eles chegaram a casa depois da maneira, e enquanto Sandro fechada
tudo, Theresa dirigiu-se para o duche no quarto de hóspedes no andar
superior, que ela estava determinada a ocupar, apesar de Sandro forçá-la a
mover-se de volta ao quarto principal cada noite. Ela estava de pé debaixo
da água quente e relaxante dos vários chuveiros na casa de banho
principal, a testa pressionada nos azulejos frios, quando uma rajada de ar
frio a alertou do facto que a porta de vidro fosco tinha sido aberta. Ela
virou-se com um suspiro e assistiu Sandro virar para fechar a porta do
chuveiro atrás dele, oferecendo-lhe um pequeno vislumbre do bonito
traseiro que ela tinha admirado naquela noite, enquanto ele perseguia a
bola de cima a baixo no relvado de Gabe. Ele virou-se para ela e balançou a
cabeça com um suspiro cansado.
— Tu estás, sem dúvida, a tornares-te uma das pessoas mais
teimosas que eu conheço, Red, — ele disse com um rosnado. Ela ficou
agitado com o inesperado nome de animal de estimação. Ele nunca a tinha
chamado de qualquer outra coisa do que seu nome desde que ela o
conheceu, e ela não tinha a certeza do que fazer.
— Eu quero o divórcio, — ela insistiu, fazendo os pensamentos dela
voltar à estrada e não deixar cair o olhar à sua ereção ansiosa. — Ele sorriu
levemente, tomando um passo em direção a ela.
— Eu sei, — ele admitiu cansado, chegando por detrás dela para
agarrar a esponja e o gel de duche das torneias. Os seus braços roçaram a
sua pele nua com cada movimento que fazia, e ela tentou
desesperadamente proteger a reação ansiosa do seu corpo dele e cruzou
os braços sobre os crescentes pontos vermelhos dos seus seios.
— E-e... eu já não te amo, — ela continuou desesperada, enquanto o
assisti aplicar a fragância do gel de duche na esponja suave. Ele continuo
focado na esponja na sua mão.

74
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— Eu sei. — A voz dele soava um pouco estranha e a sua voz era


neutra. Quando olhou para cima novamente, ele começou a percorrer a
esponja sobre os seus braços cruzados.
— E eu não quero ficar no mesmo quarto que tu. — Sua voz tremeu
embaraçosamente quando ele agarrou um pulso fino com uma mão
grande e gentil e ergueu o braço para longe dos seios para executar a
esponja para baixo a parte inferior do braço e em direção à sua axila
sensível. Os seus mamilos já duros apertadaram ao ponto de dor. Ela
oscilou ligeiramente, tentando não gemer de prazer quando ele ergueu o
outro braço e o sujeitou ao mesmo tratamento sensual.
— Já fizeste isso bem claro, — ele sussurrou em resposta, o seu olhar
fixado nos seus seios obviamente excitados. Ele se aproximou ainda mais,
encurralando-a com o seu corpo grande e apoiando-a contra as telhas
lisas. A esponja varreu primeiro um botão apertado, depois o outro, de
forma tão leve que ela não tinha certeza se ela tinha imaginado o toque ou
não.
Desta vez, porque ele estava tão perto, a cada pequeno movimento
trouxe o seu peito duro e liso, em contacto com as pequenas pontas
dolorosamente eretas, e foi tudo o que ela poderia fazer para manter a sua
linha de pensamento. A esponja varreu para baixo entre os seus seios e
sobre o seu torso, o estômago liso, e mais abaixo ainda, sobre o abdômen
e entre ela ...
Ela chupou numa respiração dura quando ele deliberadamente
deixou cair a esponja para substituí-lo com os dedos.
— E... Eu quero o... o... , — ela disse, ofegante, quando os dedos dele
continuaram a acariciar insistentemente onde ela era mais sensível, e uma
das mãos dela prendeu seu pulso para conter o movimento. Ele
permaneceu implacável, a olhar para o seu rosto virado para cima
extasiada. — O divórcio ...
— Já o tinhas dito, — ele apontou, o seu peito a começar a elevar
enquanto tentava controlar a sua reação à óbvia excitação dela. O seu
olhar faminto caiu do seu rosto para os seus seios pequenos, onde os seus
mamilos duros fambroesa-rosa começavam a espreitar através da espuma
que se desintegrava rapidamente. Com um gemido desesperado ele

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removeu a mão de dentro das suas coxas, caiu de joelhos e apalpou os


pequenos montes, tendo um broto ensaboada na sua boca quente e
faminta. Theresa arqueou para trás no toque eletrizante, curvando as
costas e a cabeça bater nas telhas com um baque.
O seu belo marido, que se ajoelhou como um suplicante no templo
do corpo dela, lambeu e beijou o seu caminho através do vale raso entre
os seios para encontrar o outro pico dolorido enquanto as suas mãos
grandes varriam para baixo do seu corpo até aos quadris estreitos, onde
ele determinadamente a ancorava à parede de azulejos num esforço para
mantê-la quieta. Theresa estremeceu descontroladamente e as suas mãos
se enterraram no seu cabelo molhado antes de se mudar para inquieta os
ombros, onde as unhas estavam cravadas.
Ele levantou-se, prendendo-a à parede com todo o corpo, a sua
ereção latejava urgentemente onde ficava preso entre seu duro e rígido
estômago e o estreito torso dela. Ele tinha as mãos apoiadas na parede em
ambos os lados da sua cabeça, enquanto ele empurrava suavemente
contra o seu torso. Ele manteve o olhar olhar quente e estreito no rosto
vulnerável dela, o seu próprio rosto uma máscara de controlo apertado
enquanto os seus olhos estavam em chamas com uma emoção que ela não
conseguia ler.
Os seus olhos percorrerem os próprios olhos semicerrados de
Theresa, para o lábio inferior que ela tinha apanhado por entre os dentes.
Com um palavrão abafado, ele grunhiu e abaixo a cabeça até que a sua
boca tocou a dela. Todo o corpo de Theresa ficou rígido enquanto os seus
lábios delicadamente aninharam contra os dela, sem exigir nada, apenas a
explorar os contornos desconhecidos da sua boca generosa. As mãos dele
se moveram de onde estavam apoiadas contra a parede para ternamente
envoltar o seu rosto, dedos a encontrar-se no meio da testa e palmas sobre
cada lado da mandíbula dela. A sua boca gradualmente exigiu mais,
movendo-se insistentemente contra a dela até que ela suspirou e se
derreteu contra ele ao explorar a boca dele com a sua própria. A sua língua
que sabia a hortelã, correu sobre os seus lábios procurando entrada para a
sua boca, e ela se abriu para ele, querendo isto tanto que doía.
As mãos dela se elevaram em admiração, pegando na sua mandíbula

76
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num esforço de o trazer ainda mais perto, e ele estava contente de o


cumprir, o seu beijo ainda mais profundo do que antes. Ela sentia-se como
se estivesse a ser consumido por ela, avidamente comida viva e absorvida
até ele. Era a experiência mais intensa da sua vida, e pela maneira que ele
pulsava contra o seu torso, ela imaginou que sentia praticamente o
mesmo. Ele deixou a sua boca relutantemente para olhar para a sua cara
com um olhar penetrante que parecia ver direto até à alma dela, e então
ele sorriu. Um sorriso completamente aberto, sem proteção e juvenil, um
que ela nunca tinha visto nele antes. Ela mal teve tempo de recuper o
folêgo antes da sua boca estar na dela novamente, saqueando-a
completamente. Ela gemeu com fome e envolveu os braços ao redor do
seu pescoço. As mãos dele moviam-se, vagueando em toda a sua carne
nua e macia, antes de agarrar o seu traseiro e içando-a até que as suas
coxas estavam ao redor da sua cintura.
Ele ergueu a boca da dela e colocou o rosto no seu pescoço para
lamber as gotas de água que tinham se reunido no oco sensível antes de
voltar a reivindicar os seus lábios, devorando-a novamente com os lábios,
dentes e língua. Theresa estava completamente sobrecarregada pela
inesperada paixão-ele nunca pareceu esta fora de controlo antes, e ela
estava a ser arrastada junto com a maré. Ele apertou o seu aperto no seu
traseiro, e meio tropeçando, levou-a para fora do chuveiro, através do
banheiro, e para o quarto, onde ele mal conseguiu obter ambos na cama.
Os pés de Teresa tocaram o chão acarpetado e o traseiro estava meio fora
da cama, mas ela não se importava nem um pouco com o desconforto
quando, com apenas uma pausa da sua boca, ele entrou nela. Ela
conseguiu por a boca longe para gritar, o som áspero e cru no silêncio do
quarto.
A suas costas arquearam até que apenas a cabeça tocava a cama,
enquanto ela levantava as pernas para envolvê-los em torno da sua cintura
novamente, os seus tornozelos atravessando as suas tensas nádegas e os
braços envolvidos em torno das suas costas largas, enquanto as unhas
cravaram na sua carne tão profundamente que ela tirou sangue. Sandro
fazia sons soluços e desesperadas na boca dela, mas ele ainda se recusava
a abrir mão dos seus lábios, coordenando os impulsos da sua língua com

77
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os dos quadris de condução, e gemidos abafados de Theresa tomaram no


mesmo ritmo frenético.
As mãos dele moveram-se para se envolver no seu cabelo molhado,
inclinado a cabeça dela quase violetamente para ter melhor acesso à sua
boca. O seu corpo molhado deslizou e esfregou sobre o dela, os músculos
agrupados sob o cetim tenso da sua pele, e o corpo de Theresa queimava
em cada ponto de contacto. Uma das mãos dele varreu de volta para uma
das suas coxas, levantando os seus quadris ainda mais elevados para lhe
permitir uma penetração ainda mais profunda.
Mais! Mais! Mais! Ela tentou dizer as palavras mas não conseguia
com a sua boca na dela, de modo que moveu as mãos para o seu traseiro
para o trazer mais perto. Ela queria-o mais duro, mais profundo, e ele
sabia-o porque ajustou-se em conformidade, e ela soluçou na sua boca,
sentindo como se estivesse a morrer uma morte requintada. Ela foi mais
alto e mais alto, e quando chegou ao auge, ficou fora de controlo, a fazer
queda-livre de volta à Terra com um grito que ele engoliu. O seu corpo
inteiro apertou em volta dela, e Sandro, sentindo o seu climax, foi incapaz
de se segurar. A sua respiração sai dentro e fora dos seus pulmões
enquanto lutava por controlo, mas ele estava tão perdido como ela estava
e levantou a sua boca da dela tempo suficiente para lançar um grito rouco
que ela mal reconheceu como o nome dela. O seu corpo arqueou
violentamente, e ele a levantou da cama para o seu colo enquanto a
segurava tão perto quanto podia, os seus braços forte envolvidos ao redor
das suas costas entreitas enquanto ele empurrava dentro dela. Os seus
lábios cairam de volta para os dela, suaves neste momento enquanto o seu
corpo continuava a empurrar preguiçosamente. Ele abraçou-a ainda mais
perto, e enquanto ele se ajoelhou para a beira da cama, as pernas dela
montadas nas suas coxas duras, o peito pressionado no dela, e os braços
apertados ao redor do seu pescoço enquanto lutava para manter o seu
equilíbrio enquanto ele esfregava a sua boca com a dele. Ele ficou
finalmente parado e desabou sobre a cama suave, levando-a com ele e
mantendo-a envolvida nos seus braços com uma das suas coxas ainda
pressionada entre as dela. Ele ainda a beijar, levantando a boca da dela
para acariciar o seu pescoço e beijar os seus ombros antes de voltar para a

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sua boca, uma e outra vez, como se não conseguisse ter o suficiente do
gosto dela. Ele a acariçiava toda, e gradualmente a respiração deles
desacelerou e o tremor mútuo diminuiu ligeiramente. Ele agora era uma
presença suave e gentil dentro dela, apenas a contorcer-se ocasionalmente
como se para a lembrar que continuava ali.
— Deus, — ele sussurrou. — Oh meu Deus, Theresa... foi incrível. —
Theresa, que só agora estava a voltar para si mesma, tensionou às palavras
dele, mas ele pareceu não notar, ainda a acariciá-la, beijá-la, sussurrando
palavras carinhosas e pequenas frases italianas semi-acabadas no cabelo
dela. Num ano e meio, durante o tempo que eles tinham sexo, em média
quatro vezes por semana e pelo menos duas vezes por noite, esta foi a
primeira vez... desde sempre que Sandro não tinha recitado o seu mantra
padrão.
Ele mexeu-se um pouco para pô-la mais confortável contra ele, um
braço dobrado sob a sua cabeça e o outro descansando pesadamente
sobre os seus seios. Os seus dedos formaram círculos preguiçosos na pele
super aquecida do seu braço, e ele estava com a cabeça no mesmo
travesseiro que a dela, tão perto que ela podia sentir a sua respiração
ainda instável através do cabelo. Ele ocasionalmente deixava beijos suaves
sobre a pele sensível abaixo da orelha e ao longo da sua delicada
mandíbula.
Theresa tensionava mais e mais nos braços, não tendo a certeza
como reagir. Primeiros os beijos, então o sexo, depois a ausência daquelas
quatro palavras, e agora a sua exibição sem precedentes de afeto. Era
como se, logo quando ela encontrou uma maneira de proteger o coração
frágil e magoado, ele encontrou outra maneira de contornar as suas
defesas, deixando-a vulnerável a ainda mais dor.
Ele ainda sussurava no seu ouvido, palavras italianas que ela não
compreendia de todo, tentando puxá-la para mais perto, mas Theresa
resistiu, estalando para fora do transe que tinha estado. Ela não podia
deixá-lo fazer isto com ela... não outra vez! Ele tinha a magoado muitas
vezes no passado com a sua negligência descuidada, as outras mulheres, e
o seu desprezo. Ela não o permitiria no seu coração novamente.
Finalmente, a perceber o facto de que Theresa não estava tanto no afago

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como ele estava, Sandro ergueu-se sobre o cotovelo, descansando a


cabeça na mão e parecendo absolutamente deslumbrante em todo o seu
esplendor nu.
— Cara, o que está de errado?
Ela quase riu alto com a pergunta ridícula antes de lutar para escapar
debaixo do seu braço pesado. Por alguns segundos, o abraço apertou, mas
ele levantou o braço e lhe permitiu correr para fora da cama.
— Os lençóis estão molhadas, — ela disse sem folêgo, recusando
encontrar o seu olhar. — Preciso trocá-los.
— Deixa para a empregada de manhã. — Ele sorriu preguiçosamente.
— O serviço de limpeza não vem num Sábado, além disso, não posso
dormir numa cama molhada.
— Não sejas parva, Red, — ele advertiu suavemente, sentando-se
graciosamente. — Tu vais dormir comigo na nossa cama!
— Eu não vou. — Ela balançou a cabeça com firmeza, e o sorriso dele
se alargou com indulgência.
— Gata teimosa. — Ele balançou as pernas para fora da borda da
cama e se levantou com a graça de um predador letal, espreitando-a
languidamente. — Claro que vais. — Theresa se afastou, mas ele pulou
antes que ela pudesse ir muito longe, as mãos nos seus ombros,
pressionando apenas o suficiente para impedi-la de fugir.
— Olha para mim, — ele exigiu em voz baixa quando ela manteve os
olhos colados no peito dele. Quando ela recusou, ele murmurou algo
baixinho antes de levantar uma mão do seu ombro e inclinar para cima o
queixo até que os seus olhos se encontraram. O que quer que ele viu no
seu rosto desafiante fez as sobrancelhas baixar e os olhos escurecer.
— Eu estou a tentar corrigir isto, cara, — ele sussurrou, as palavras
pareciam quase arrancadas da garganta.
— Não podes. — Ela balançou a cabeça tristemente. — Isto... seja o
que for... é irreparável.
— Porquê? — Ele balançou a cabeça ligeiramente em frustração
confusa.
— Porque tudo o que tu fazes agora parece inseguro e forçado! — ela
disse em fúria súbita. — Cada toque, cada desculpa, cada carinho... é como

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se tu lesses o "Manual de Theresa Noble" e aprendeste tudo o que me faz


vibrar!
— Primeiro, é Theresa de Lucci, e segundo, eu não sei o que diabos
estás a falar! — ele praticamente gritou, sacudindo-a ligeiramente.
— Em primeiro lugar, os beijos, — ela disse, especificando.
— O quê?
— Um ano e meio de casamento Alessandro, e hoje à noite foi a
primeira que me beijaste, — ela apontou. — Deves ter sabido o quão me
magoou saber que tu me desprezavas tanto que não poderias mesmo me
beijar.
— Não é—
— Então é claro que hoje, — ela interrompeu-o, não em todo
interessada no que ele tinha a dizer. — depois de me fazeres sentir tão
especial por finalmente me dares a honra de me apresentar aos teus
amigos, agora é quando decides adoçar o pote com um alguns dos teus
beijos! Provavelmente atingiu-te como a maneira mais efetiva de de
manter a cabra amordaçada e satisfeita, certo?
— Estás a interpretar mal toda a situação, cara.
— Não me chames assim! Eu não sou a tua querida. Eu nunca fui tua
querida e eu não vou ser ingênua para cair nos teus chamados encantados
novamente!
— O que tu queres de mim? — Ele exigiu de repente, liberando os
seus ombros de forma tão abrupta que ela tropeçou e caiu. Ele congelou
em horror, olhando para ela com um olhar de tal miséria, contrição e
desespero que ela quase sentiu pena dele. Ela sentou-se e olhou para seu
rosto angustiado.
— Eu quero o divórcio, — ela sussurrou, e ele caiu de joelhos ao lado
dela, levantando uma mão para acariciar a curva da sua bochecha.
— Desculpa, — ele grunhiu. — Peço desculpas por mais coisas do
que tu poderias imaginar mas isso é a única coisa que não te posso dar.
— Então não temos nada mais para falar, — ela empurrou-se ao seus
pés, ignorando a mão que ele ofereceu para ajudá-la. De repente, ela
percebeu que ambos estavam nus e suspirou profundamente.
— Por favor, apenas volta para o teu quarto, Alessandro, — ela pediu,

81
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e ele hesitou, os olhos a demorar no rosto dela por alguns momentos,


antes de se virar abruptamente e sair.

** **

Ela acordou no quarto de hóspedes na manhã seguinte... sozinha. Ela


ficou tanto triste como aliviada por isso. Uma rápida olhada no relógio lhe
disse que era bem depois das dez da manhã, e as trevas lhe disseram que
provavelmente estava a chover. Theresa estava chocada que ela tinha
dormido tão tarde e correu através das suas abluções matinais enquanto
tentava ignorar o enjoo sempre presente. Ela cautelosamente desceu as
escadas, sentindo-se como alguém com uma ressaca enquanto se dirigia
para a cozinha.
Felizmente, nenhuns aromes alimentares emanavam do sala, mas
quando ela entrou, foi para encontrar Sandro sentada no mesa de
pequeno almoço e a olhar pensativamente para a chávena de cabeça. Ele
olhou para cima quando ela entrou, os seus olhos a varrer a sua figura, nos
jeans velhos e gastos, a camisola desbotada, e as pequenas sapatilhas.
— Como te sentes, ca... Theresa?
— Bem, — ela murmurou, buscando um copo de sumo de laranja
antes de virar em direção à mesa de pequeno almoço e tomar o assento
em frente à dele numa das cadeiras de madeira pitorescas.
— Não vais comer nada? — ele perguntou suavemente, e Theresa fez
uma careta, o pensamento de comida fazendo o seu estômago revirar.
— Eu estou bem.
Ele praguejou em voz baixa.
— É óbvio que não estás bem, — ele rosnou. — Eu não sei o que tu
achas que vais conseguir ao passar fome.
—Oh por amor de Deus, dificilmente estou a passar fome, estou
apenas a saltar o pequeno almoço.
— Pareces como se tivesses ignorado demasiadas refeições
ultimamente. — Ele balançou a cabeça e lançou um olhar fulminante para
cima e para baixo pelo seu corpo magro.
— Se te tirar de cima de mim, vou comer uma torrada, — ela disse,

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eriçada, antes de bater o copo. Ela usou muita força e deve tê-lo colocado
mesmo na beira porque o vidro caiu até ao chão e se espatifou no impacto,
derramando o conteúdo brilhante em todo o azulejo azul pálido do chão.
O ruído dissonante completamente desvendou Theresa e desgastou seus
os nervos ao ponto de ruptura.
— Oh. — Os seus olhos inundaram com lágrimas. — Desculpa.
— Theresa. — Sandro estava atrás dela em segundos, as suas mãos
nos ombros dela e o seu rosto a olhar para o dela em preocupação. — Tu
estás bem?
— Eu estou bem, — ela sussurrou, dando de ombros fora do seu
aperto, e ele deixou cair as mãos abruptamente.
— Tens a certeza? — ele exigiu. — Estás branca como um lençol.
— Foi apenas um pouco de choque. — Ela acenou a sua preocupação
de lado. — Está a chover, — observou ela numa tentativa muito fraca de
mudar de assunto, e os seus olhos fixaram no maçante acizentado do
mundo exterior.
— Sim. — Ele deu um passo mais longe dela e se ajoelhou para pegar
os cacos de vidro do chão. — Está. — Ela começou a se levantar, mas ele
olhou para ela de onde estava agachado aos seus pés e deixou cair uma
grande mão na coxa dela para impedi-la de se mover.
— O chão está escorregadio e coberto de vidro; deixe-me limpá-lo
antes de saires da cadeira. — Ela encolheu os ombros e, silenciosamente,
viu quando ele limpava de forma eficiente a confusão dela.
— O que vais fazer hoje? — ele perguntou casualmente, mantendo
as costas para ela enquanto descartava o vidro e toalhas de papel que ele
tinha usado para absorver o excesso de sumo.
—Eu preciso fazer algumas compras, — ela respondeu
distraidamente. — Estava a pensar em ir para a cidade buscar algumas
coisas. — Ela pretendia acomprar cerca de uma dúzia de testes de gravidez
diferentes, uma tarefa que ela havia adiado por tempo demais.
— Também estou a ficar sem algumas coisas também, — ele
respondeu casualmente, virando para encará-la. — Eu levo-te.
Theresa saiu de seu torpor com um sorriso irônico
— Uau. Essa mentira foi tão transparente que estou quase

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envergonhada por ti.


Ele riu ironicamente em resposta ao seu humor seco e deu de
ombros ligeiramente.
— Eu sei que não esteve no ponto, mas dá-me um pausa, tem sido
umas vinte e quatro horas agitadas e eu não estou em grande forma, —
brincou levemente, mesmo que os seus olhos ainda corriam sobre o rosto
e corpo dela em preocupação. — Eu não quero que conduzas, Theresa;
pareces um pouco mal. Achas que estás a apanhar alguma coisa?
Sim. Gravidez.
— Eu estou bem, mas sinto-me um pouco fora de sorte, esta manhã,
provavelmente do uísque no café irlandês que eu tomei com as meninas
na noite passada. — Certo, ela mal bebeu um quarto de uma caneca antes
de perceber que, se estava grávida, beber provavelmente não seria uma
grande ideia. Ainda assim, Sandro não sabia o quanto ela tinha bebido, por
isso foi uma desculpa perfeitamente aceitável. Ele parecia cair nela e
acenou com a aceitação de sua explicação.
— Quando é que gostarias de ir?
Theresa suspirou baixinho; ela realmente não o queria atrás dela
enquanto ela tentava descobrir uma maneira de comprar testes de
gravidez sem que ele percebesse. Sandro nunca iria falhar isso.
— Eu realmente tenho algumas coisas para cuidar, Theresa, — disse
ele sério, parecendo ler a sua mente. —Eu vou deixar.te em paz. — Ela
mordeu o lábio inferior, pensativo, sem perder como o okhar dele queimou
quando a sua língua saiu para aliviar a dor de onde os dentes haviam
mordido acidentalmente muito forte.
— Está bem... dá-me um hora para ficar pronta. — Para tomar banho,
vestir-me, vomitar, e assim. Ele acenou.

** **

Ele foi tão bom quanto a sua palavra e principalmente a deixou


sozinha para navegar sem entusiasmo em torno das boutiques de luxo no
shopping enorme que ele a tinha levado. Ela usou os primeiros dez
minutos de distância dele para comprar os testes de gravidez, seis deles,

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todas as marcas diferentes (quem sabia que havia tantas opções


disponíveis?), apenas no caso de ele mudou de idéia sobre deixa-la
sozinha. Surpreendentemente, ele constantemente ligava-lhe ou mandava
mensagens para ela para ter certeza de que ela estava bem e não precisava
dele, que ficou bastante aborrecido após a décima mensagem de texto em
quarenta minutos e a quinta chamada numa hora e meia. No final, ela
simplesmente lhe disse que foi acabou de fazer compras, e ele sugeriu que
se encontrassem e fossem a um restaurante para o almoço.
O restaurante sofisticado era um que Sandro frequentemente
apadrinhava, por isso, mesmo que fosse hora do almoço num sábado à
tarde e o lugar fosse extremamente popular, eles se sentaram
imediatamente. Theresa observou o pessoal bajular em cima dele e
amargamente se perguntou se ele tinha trazido quaisquer outras mulheres
aqui. A suspeita pareceu ser confirmada quando o empregado se virou
para ela com algo parecido com um olhar de soslaio.
— E o que a senhora irá pedir hoje? — ele perguntou naquela
maneira arrogante que os servidores em restaurantes de luxo, muitas vezes
têm.
— A vossa salada Cesar, sem molho, torrada, e água, — ela ordenou
bruscamente.
— E já decidiu sobre o prato principal? — ele perguntou com um
sorriso irritante.
— Isso será o prato principal, — respondeu breve. A sua atitude
presunçosa estava realmente a irritar os seus nervos.
— Theresa. —Sandro se inclinou para frente em preocupação. — Tu
não comeste o pequeno almoço; precisas comer algo mais substancial do
que apenas salada.
— Eu não estou realmente com fome. — Ela encolheu os ombros,
dando o menu de couro grosso de volta para o empregado. — Aoenas
deixa estar.
— Se tu estás numa dieta maluca.
— Eu não estou em dieta! — ela retrucou. — Por favor, para de
tentar manipular cada aspeto da minha vida! — A mandíbula dele apertou
e seus os lábios estreitaram de óbvia raiva, mas surpreendentemente, ele

85
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deixou ir antes de prosseguir para pedir uma quantidade impressionante


de alimentos. Uma vez que eles estavam sozinhos, ele se recostou na
cadeira e olhou para ela, pensativo.
— A sério, — ele começou depois de um longo silêncio, que ela se
recusou a quebrar. — O que está a acontecer contigo? — Ela ficou
boquiaberta, incapaz de acreditar na estupidez dessa pergunta e ele baixou
os olhos, aparentemente a perceber ele mesmo.
— Para além do óbvio, — ele disse. — E tenta manter o sarcasmo no
mínimo.
— Bem, além do facto óbvio que eu estou infeliz com a minha vida
como ela está agora, — ela deu de ombros. — Eu não posso dizer que há
muita coisa a acontecer comigo.
— Estás a mentir-me. — Ele parecia tão incrédulo com o facto que
ela realmente riu em diversão genuína. — Estás a ter um caso?
— Voltamos a isso, é? — Ela riu incrédula, incapaz de acreditar que
ele poderia abrigar, mesmo a mais leve suspeita sobre a sua fidelidade. —
Sandro, nem todo o mundo se inclina para o adultério quando as coisas
não vão bem nas vidas deles.
— Que diabos isso quer dizer? —Ele parecia escandalosamente
ofendido e se inclinou em direção a ela, todo macho ofendido e eriçado.
— Oh, por favor, Sandro, tu sabes o que isso significa!
— Não, eu não sei, esclarece-me, — ele pediu sarcasticamente.
— Significa... — Ela falou com uma lentidão exagerada e ofensiva. —
Que eu não sou a que tem tido os casos. Isso significa que eu tinha a noção
equivocada de que os votos sagrados de casamento que fizemos eram
apenas isso, votos sagrados. Isso significa que eu não sou o única que,
deliberadamente, teve a intenção de ferir e humilhar publicamente o meu
marido o mais doloroso possível.
— Eu admito que fiz algumas coisas para deliberadamente te magoar
numa tentativa equivocada de punir-te por uma situação que não foi culpa
tua, — ele começou com cuidado.
— O quão magnâmico és para admitir isso, — ela interrompeu
sarcasticamente.
— Tu foste levada a acreditar que eu te amava, — ele ignorou a

86
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interrupção. — Eu fui levado a acreditar que tu estavas...


— As vossas bebidas. — A voz suave do empregado interrompeu a
primeira troca realmente produtiva que eles tinham tido sobre o assunto
das circunstâncias excepcionais do seu casamento, e Sandro fulminou-o
com um olhar irritado antes de cerrtar os dentes e esperar em silêncio o
homem terminar. Quando o empregado saiu, Sandro voltou a atenção para
ela.
— Eu pensei que tu sabias sobre o esquema do teu pai. Pensei que
estivesses totalmente a bordo com isso, — ele admitiu suavemente.
— O que é exatamente o "esquema" do meu pai? — Ela perguntou
com cuidado, com medo de ser rejeitada novamente.
— Ele tinha algo que eu queria desesperadamente, e a única maneira
que ele me deixaria tê-lo era se eu lhe pagasse uma quantia enorme de
dinheiro, casado contigo, e me mudasse para cá.
— Entendo. — Ela estudou o guardanapo intricado dobrado sobre a
mesa na frente dela e traçou os dedos levemente sobre as dobras. —
Então, em essência, tu pagas uma quantia exorbitante por esse misterioso
algo que querias desesperadamente, que me jogou a ti como o teu
presente grátis indesejado?
— Eu não tive escolha. Para ter o que eu queria, tive de te aceitar
como parte do acordo. Eu pensei... — A sua voz gradualmente reduziu e
ele deu de ombros miseravelmente.
— Tu lisonjeaste-te em pensar que eu estava plenamente consciente
do esquema do meu pai, que estava tão desesperada para te ter, que eu
teria o meu pai a chantagear-te para te casares comigo? — Ele concordou
com relutância. — Bem, conseguiste o que querias, e uma vez que é óbvio
que nós dois estamos miseráveis nesta farsa de casamento, por que não
vais me dar o divórcio? — Ela continuou a sondar, esperando
desesperadamente que ele não poderia notar o quanto realmente ouvir
esta confissão a magoava.
— É um pouco mais complicado do que isso. Eu acho que o teu pai
sabia que iríamos ambos eventualmente, querer sair desta "farsa". Então,
ele acrescentou uma pequena cláusula ao contrato.
Era isto. Theresa se preparou para o que ela sabia que por vir.

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— Cláusula? — Ela repetiu a palavra fracamente, e Sandro limpou a


garganta, desconfortável.
— O teu pai—
O empregado mergulhou de volta com grande talento e começou a
descarregar uma bandeja de comida para a mesa. Sandro abafou uma
maldição sob a respiração enquanto esperava com impaciência mal
disfarçada para o homem mais jovem terminar.
— Vais ser mais alguma coisa?
— Não! — ele latiu, mantendo a voz baixa e ameaçadora. O pobre
homem engoliu em seco e bateu em retirada. Theresa mal registou a
interação entre os dois homens, os seus olhos horrorizados a concentrar-
se na festa gastronômica que Sandro tinha encomendado. Massas, tortas,
peixe, carne e legumes foram colocadas para fora na frente dos seus
sentidos que se rebelavam.
— Theresa? — A voz de Sandro parecia vir a milhas de distância. — O
que está errado?
— Tanta comida, — disse ela doente, sentindo-se em perigo de
perder o pouco precioso que já tinha no estômago.
— Pensei que podíamos partilhar, — ele admitiu.
— Eu disse que não tinha fome, — ela disse, a voz queimando
fracamente, com raiva que ele esperava que ela fosse vítima de mais um
das seus manipulações.
— Não te tenta? Nem um pouco? — Ele levantou o garfo e enfiou-a
no prato mais próximo, algum tipo de queijo assado, e levantou-a para os
seus lábios. Theresa podia sentir a sua bile subir e puxou a cabeça para trás
abruptamente.
— Não!
Ele baixou o garfo e olhou para ela com espanto indignado. — O que
diabos está a acontecer contigo? Está em alguma greve maluca de fome?
Ela riu sem firmeza. — Isso é o que os prisioneiros fazer, não é?
Quando eles querem fazer uma declaração sobre o injustiça da sua prisão,
eles fazem uma greve de fome. — Ela riu novamente, ciente da histeria na
voz.
— Não estás a falar a sério? Embora, ele parecia pensar que ela

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estava, e por algum motivo isso tanto a entristecia e a divertia.


— Eu não estou com fome, — ela continuou. — É realmente tão
simples quanto isso. Por favor, concluir o que estavas a dizer sobre essa
cláusula. — Ele parecia frustrado, mas pareceu reconhecer que ela não se
iria mover sobre a questão.
— Basicamente, nós temos uma saída, — ele começou lentamente.
— Nós damos-lhe um neto e podemos divorciar sem quaisquer
repercussões. — Ouvi-lo colocá-lo tão cruamente tomou o vento claro fora
das suas velas, e ela precisava de um par de momentos para recuperar-se.
— Uma saída, — ela repetiu com a voz rouca. — Toda a vez que tu
me tocaste, toda a vez era tudo o que tu pensavas, não era? Sair? — Ela riu
amargamente. — E como diligentemente trabalhaste em direção à tua
meta. Tão frequentemente e com tanta exaustão.
— Theresa, — ele sussurrou, com a voz viva com a miséria. Nada
mais, só isso, apenas o nome dela. Era como se ele tivesse reconhecido
que nada que ele poderia dizer naquele momento faria qualquer diferença
para a dor que ela sentia.
— Meu Deus. —Ela enxugou algumas lágrimas errantes, furiosa
consigo mesma por permitir que ele as visse. — Toda vez que tu te vinhas
praticamente oraste para eu te dar um filho. Esse foi o único pensamento
na tua cabeça, cada vez ... escapar! Numa altura em que a maioria das
pessoas não pode sequer se lembrar dos próprios nomes, tu imploravas-
me para te dar um filho, porque a vida comigo era tão incrivelmente
insuportável para ti.
— Não eras tu, — ele interrompeu sem convicção. — Era a situação.
— Então este filho que tu querias desesperadamente. — Ela tentou
manter o seu nível de voz, mesmo quando ele rachou com a tensão. — Tu
realmente não o queres, eu digo? Ele é apenas um meio para um fim?
— Eu nunca pensei sobre isso, — admitiu desconfortavelmente.
— Quero dizer, com certeza tu não gostarias ter nada a ver com uma
criança gerada com uma mulher que desprezas e que leva o sangue de um
homem que consideras teu inimigo?
— A criança nunca me pareceu real, — ele murmurou com bruta
honestidade. — Eu tinha uma idéia vaga de que tu o terias e eu voltava

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para a Itália depois. Eu nunca pensei para além disso.


— Com um pai que sentia nada por ele, uma mãe que não queria
engravidar, e um avô megalomaníaco à espera nas sombras, foi
provavelmente melhor que o último não sobreviveu, — concluiu de
coração partido.
— Tu nunca mais digas isso! — Sandro estalou, uma das suas mãos
chegando a envolver os punhos delafirmemente desenroladas sobre a
mesa. — Ele teria sido amado.
— O que te faz tão certo disso? Quando admitiste que não sabes
como te se sentirias sobre ele?
— Eu conheço-te, — ele murmurou rouco. — E tu tens uma
capacidade de amor que confunde a mente. Claro que terias amado esse
bebé; é a única maneira que tu sabes ser.
— Como é que eu vou continuar a viver contigo agora, Sandro? — Ela
perguntou-lhe, impotente. — Era mau o suficiente antes, mas o
pensamento de ir para casa contigo agora, é quase completamente
insuportável.— A sua mão soltou o seu aperto em torno dela, e ele
estendeu a mão para acariciar o lado do seu rosto com ternura.
— Nós vamos ultrapassar isto, — ele sussurrou, e ela se encolheu
longe do seu toque. Os olhos dele brilharam com uma estranha emoção
antes da mão cair de volta para a mesa.
— Estou cansada, — disse ela calmamente. — Leva-me de volta para
casa. — Ele balançou a cabeça e chamou o empregado para pedir a conta.
Os olhos de Theresa caiu para a mesa cheia com pesar.
— Que desperdício, — ela sussurrou meio para si mesma, mas ficou
surpresa quando Sandro ouviu e pediu ao empregado para multiplicar o
pedido deles por cinquenta e entregar para o abrigo mais próximo.
Nada mais foi dito entre eles, até chegarem a casa, onde Theresa
desculpou-se sob o pretexto de estar cansada e trancou-se no quarto pelo
resto da tarde.

** **

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— Sandro. — Theresa cautelisamente violou a santidade do escritório


dele mais tarde naquela noite. Em todo o tempo que morava na casa, foi a
primeira vez que Theresa tinha posto os pés no escritório, enquanto ele
estava no mesmo. Ele olhou para cima para vê-la pairar hesitante na porta
e se levantou abruptamente, quase derrubando a cadeira.. Ela pulou para
trás no movimento repentino e violento, mas ele estava em torno da mesa
num instante e aproximou-se dela com uma mão estendida.
— Theresa, — entoou com voz rouca. —Por favor, entra. — Ele
parecia quase ansioso para tê-la ali. Não exatamente a recepção que ela
esperava. Ele conduziu-a em direção à enorme poltrona de couro num
canto do grande escritório, sentando-a antes de tomar a cadeira em frente
dela. Ele se inclinou em direção a ela, com as mãos frouxamente
entrelaçadas e pendurado para baixo entre as coxas.
— Eu quero saber porquê, — ela sussurrou, depois de um silêncio
prolongado. — Quero saber que mercadoria tu tão casualmente
negociaste com a minha felicidade? O que significava tanta para ti que
estavas disposto a desistir da tua preciosa felicidade?
Ele ficou em silêncio por tanto tempo que ela se perguntava se ele
daria se ao trabalho de responder.
— Muitas pessoas não sabem disto, mas meu pai tem estado
extremamente doente. Nós tentamos mantê-lo fora das notícia, — disse
ele em voz baixa, mantendo a cabeça baixa e os olhos fixos nasmãos. — Ele
cresceu numa fazenda de vinho. Não é um vinhedo muito rentável, mas
que tinha estado na nossa família há gerações e que significava muito para
ele. Era a terra em que ele nasceu, a terra que ele imaginava se retirar para
eventualmente morrer.
— Infelizmente, o banco encontrou-se em algumas dificuldades
financeiras após o meu avô morreu e o meu pai agravou a situação, ao
fazer algumas decisões financeiras terríveis. A vinha foi uma das muitas
baixas inevitáveis enquanto o meu pai tentou recuperar as suas perdas. Ele
logo encontrou o equilíbrio e ficou podre de rico, mas nessa altura a vinha
tinha sido comprado pelo teu pai, que muito teimosamente, apesar de
tudo o que o meu pai lhe ofereceu, se recusou a vender. Há alguma
história má entre eles. Aparentemente, eles se conheceram em Oxford e

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formaram a rivalidade ridícula de negócio lá. Assim, enquanto a vinha foi


bastante inútil para um homem tão rico como o teu pai, só posso concluir
que ele gostava de ter esse tipo de influência sobre o meu pai. — Ele deu
de ombros, impotente.
— Toda a minha vida lembro-me do meu pai recitar líricos sobre esse
lugar. Ele sempre lamentou o facto de que nenhum dos seus filhos tivesse
nascido naquela terra e a culpa de perder uma grande parte da história da
família o destruíu. Ao longo dos últimos anos, a sua busca para recuperá-lo
tornou-se uma obsessão. Nesse meio tempo, a saúde dele começou a
deteriorar-se muito mal. Ele foi diagnosticado com cancro há três anos, e
os médicos não estavam otimistas. A ciência médica tem conseguido
mantê-lo connosco este tanto, mas é uma batalha difícil. Naturalmente a
sua morte iminente fez a perda de terra ainda mais insuportável para ele, e
estava a matar-nos vê-lo sofrer emocionalmente, fisicamente e
mentalmente. Eu queria dar-lhe o seu orgulho e dignidade de volta. Eu
queria que ele encontrar paz e morresse feliz. Então me aproximei do teu
pai, que, tendo visto a tua reação a mim depois do nosso primeiro
encontro, finalmente cedeu e veio com as condições de venda, como
sabes. — Theresa corou miseravelmente quando se lembrou de como,
obviamente, apaixonado ela tinha estado a primeira vez que ela tinha visto
Sandro e reconheceu o seu próprio papel, involuntário nesta fachada.
— Como está o teu pai? — perguntou ela firmemente, e ele acenou
com a cabeça ligeiramente, o rosto a trair o primeiro indício de emoção
desde que ele tinha começado a contar o conto triste.
— Satisfeito, agora que está em casa. —A sua voz estava
absolutamente atormentada com a dor que ele tentava tão
desesperadamente disfarçar.
— E a tua família sabe sobre este "acordo" que fizeste pelo terreno?
— Ela perguntou, a própria voz alta com a tensão.
— Sim.
— Não admira que eles nunca expressaram qualquer desejo de me
conhecer, ou feito qualquer proposta de amizade em direção a mim, —
disse ela, meio para si mesma, e ele fez um som abafado e moveu a mão
para o rosto dela. Ela se encolheu longe do seu alcance, e a mão caiu entre

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eles.
— Lamento muito sobre o teu pai, — ela disse sem emoção. — Eu
vejo agora como impossível a sua situação deve ter sido.
— Mesmo assim, eu poderia ter te tratado menos... — ele começou,
a voz amarga com algo muito próximo de auto-aversão.
— Não importa, — ela o interrompeu, não realmente com vontade
de ouvir os seus gemidos de arrependimento e auto-recriminação. —
Obrigada por me dizeres. — Ela levantou-se lentamente, sempre atenta à
tontura, e ele pulou junto com ela.
— Theresa, espera... por favor... — ele começou.
— Eu não acho que há muito mais a dizer. — Ela virou-se em direção
à porta.
— E então e nós? O nosso casamento?
— Suponho que continuamos como sempre fizemos. — Ela encolheu
os ombros com indiferença. — Só que, sem a intimidade, Sandro. Eu
realmente não posso lidar com isso mais. Vamos levar vidas separadas.
— Eu não quero isso, — disse ele com a voz rouca, soando quase
horrorizado com a perspectiva.
— Não terá que ser por muito mais tempo, — ela murmurou
baixinho, se perguntando por que a porta parecia ficar mais longe a cada
passo vacilante.
— O que queres dizer? — ele perguntou em alarme. — Theresa? —
Nesta última, ela oscilou ligeiramente. Ele colocou um braço em volta dos
ombros estreitos e levou-a de volta para a cadeira que ela tinha
desocupado.
— Pronto, — ele passou-se, agachando-se na frente dela enquanto as
mãos subiram para enquadrar o rosto pálido. — Vou ligar ao médico! Isto é

— Estou grávida, — ela atravessou as palavras dele com uma voz
terrivelmente fraca. Por mais calma e instável que sua declaração tivesse
sido, era o suficiente para pará-lo nas suas trilhas. Ele ficou pálido e
afundou de volta para os seus calcanhares enquanto absorvia as palavras.
— Tens a certeza? — Ele perguntou em voz baixa, uma mão trêmula
a subir para escovar o cabelo macio de rosto dela.

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— Eu fiz quatro testes de gravidez no espaço de duas horas, — ela


confessou. — Resultado final: três faixas cor de rosa e um azul, todos a
dizer-me que vou ser uma mãe em tempo de alguns meses. Eu poderia
fazer os restantes dois testes que tenho escondidos lá em cima, mas eu
não podia me forçar a beber mais água, — brincou ela fracamente. Ele não
disse nada, apenas manteve os olhos colados no seu rosto.
— Vês então, Sandro? Estás apenas de uns alguns meses de distância
de te livrares da tua esposa, filho e vida indesejada. Não há mais
necessidade de fingimento, não há necessidade de satisfazeres a tua
fraude de mulher com jogos de futebol às sextas à noite, ou introduções
aos teus amigos. —— A sua voz tremeu com o esforço que levou para
parecer casual, enquanto Sandro parecia qualquer coisa, mas enganado
pela sua tentativa de parecer arrogante . As mãos dele foram para os
braços da sua cadeira e ele parecia segurar a sua preciosa vida, sem tocá-la
em tudo, mas ainda desconfortavelmente perto.
— Ainda precisas de ver um médico, — ele disse suavemente,
soando tenso, e ela balançou a cabeça.
— Eu já fiz marquei uma consulta com o médico de Lisa. — Ele
suspirou baixinho antes de se levantar agilmente e afastou-se da sua
cadeira e voltou para a sua própria.
— Eles gostariam de ti, — ele disse de repente, os seus olhos atentos
no rosto dela.
— O quê? — ela perguntou distraída.
— A minha família, — ele elabarou, e ela franziu a testa, não tendo a
certeza do porquê ele ter sentido a necessidade de dizer isso.
— Eu duvido disso, Sandro. Não acho que eu iria sentir qualquer tipo
de caridade para com alguém que deliberadamente prendeu o meu irmão
ou filho num casamento que não queria, e eu não posso imaginar a tua
família fazê-lo.
— Mas tu não...
— Mas eles pensam que eu fiz, e uma vez que te decidiste sobre
alguém, é muito difícil mudá-lo novamente.
— Não é tão difícil quanto pensas, — ele disse, meio baixinho.
— Eu não sei por que é que acha que tens de dizer coisas como essa.

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— Ela encolheu os ombros com desdém. — Logo nós dois vamos conseguir
o que queremos: liberdade desta situação horrível.
— E o bebé?
— Se eu tiver um rapaz, tu terás cumprido os termos do teu contrato
com o meu pai. Serás livre. Claro, que o bebé não vai ser nenhuma das
tuas preocupações, mas podes ter a certeza de que o meu pai também não
vai ter as patas no meu filho. Só peço que nos deixes esta casa e nos apoies
enquanto eu estudar design de jóias. Eu não acho que vamos precisar do
teu apoio para muito mais do que dois anos. Depois disso, eu acho que eu
vou ser capaz de gerir sozinha.
— Parece que pensaste muito nisto, — ele disse sem emoção, com o
rosto de volta para a máscara gelada familiar que ela desprezava tanto. Ela
assentiu com a cabeça nervosamente.
— Eu estive a pensar sobre isto durante toda a tarde. Por favor,
Sandro, depois de dois anos eu vou estar completamente fora da tua vida,
e, enquanto estiveres a apoiar-nos, eu não vou te incomodar por nada.
Não terás de falar comigo ou ouvir de nós, e não tem que ser muito.
— Achas que eu dou a mínima para o dinheiro? — Ele de repente
explodiu, perdendo a sua reserva gelada de forma espetacular. — Tu achas
que eu iria procurar defeitos sobre tostões quando ele é para o bem-estar
da minha mulher e criança?
— Ex-esposa, — ela lembrou timidamente, fascinada pela fúria
incandescente que podia ver nos seus olhos. Brilhou ainda mais quente
depois da sua correção tímida.
— Nada está decidido, — ele trincou. — Pode ser uma menina. — Ela
foi drasticamente pálida com as palavras; curiosamente ela ainda não tinha
considerado essa possibilidade.
— Não, — ela sussurrou. — É um menino, tem de ser.
Ele praguejou trêmulo debaixo da respiração.
— Sinto muito, — ele murmurou baixinho. — Eu sei que isto tem de
ser estressante para ti. Theresa ... o que quer que o futuro nos reserve,
podes ter certeza que eu vou te apoiar em todas as formas possíveis
durante o tempo que precisares de mim.
— Não será por muito tempo, — ela assegurou ardentemente. — Eu

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sei que tu queres seguir em frente com a tua vida real. Provavelmente, te
casar e ter filhos.
— Esta é a minha vida, — ele rosnou. — Eu sou casado e vou ter um
filho.
— Mas não é a vida que querias, — ela lembrou. — Não é a esposa e
filho que querias. Certamente não é a vida que eu queria.
— Então, o que diabos estás a dizer? Que estás ansiosa para te
casares com outra pessoa e ter o filho dele? — Ele de repente estalou, e
ela pulou, espantado pelo seu humor imprevisível.
— Por que estás a ser assim? — Perguntou ela em confusão. — Eu
pensei que ficarias feliz. É o que o me pedes desde o dia em que nos
casamos. Cada vez que tivemos sexo, sem falhar, tu me pedirias- "
— Eu sei, — ele interrompeu brutalmente. — Não tens que me
lembrar disso novamente.
— Bem. — Ela levantou-se mais uma vez e ele ficou de pé,
preparando-se para pegá-la se ela caisse. Ela enviou-lhe um olhar de
soslaio divertido. — Eu vou para a cama.
— Comeste? — ele perguntou preocupado.
— Algumas torradas. — Ela encolheu de ombros.
— Eu não gosto da maneira que estás a gerir as tuasrefeições,
Theresa, — ele rosnou. — Se estás a falar sério sobre passar por esta
gravidez saudável, deves comer melhor do que tens estado.
— Eu sei que, mas acho que o meu corpo deves estar a ajustar-se à
gravidez, assim que as coisas são, provavelmente, vai estar um pouco fora
de sincronia por um tempo. Tenho certeza que o meu apetite vai voltar
com uma vingança. Não te preocupes com isso, Sandro. O bebé vai ficar
bem.
— Sim, os bebés são resistentes. — Ele balançou a cabeça. — Eu não
tenho nenhuma dúvida de que ele vai ficar bem, mas e então tu? Não
serás capaz de desfrutar da sua liberdade recém-descoberta se te
danificares irremediavelmente durante esta gravidez.
— Eu vou ficar bem, — disse ela, com um movimento da mão.
— Como diabos podes ser assim tão descuidada com a tua saúde? —
Ele retrucou, e Theresa perdeu toda a paciência com ele.

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— Eu realmente não vejo como isso é da tua conta, Sandro. A minha


gravidez, o meu corpo, e o resto da minha vida já não são questões que
precisas te preocupar. Para todos os efeitos, tu estás livre para sair e ter
uma festa. Na verdade, por que não sais com um par de prostitutas que
tanto desfrutas penduradas no teu braço cada vez que há um fotógrafo por
perto? Vai sair, ficar bêbado, e come uma cava. Comemora a tua liberdade
iminente na tradição consagrada pelo tempo.
— A que horas é a tua consulta amanhã? — Ele perguntou
calmamente, ignorando o seu discurso como se não tivesse acontecido.
Ela olhou para ele antes de se virar e ir em direção à porta. Ela estava
com a mão na maçaneta da porta quando ele falou de novo.
— Eu nunca, nem uma vez, fui-te infiel durante este casamento,
Theresa.
Ela parou na porta, as costas a endurecer enquanto as suas palavras
afundaram e ela se viu apanhada entre a vontade de abrir a porta e
virando-se para encará-lo. No final, ela apenas ficou lá com a mão na
maçaneta da porta e com a cabeça baixa. Ele veio por trás dela e ela se
encolheu quando as mãos dele caiu sobre os seus ombros e o seu grande
corpo a roçou por trás.
— O que te faz pensar que eu acredito em ti ou até mesmo que me
importe? — Ela perguntou em voz baixa, lutando para manter a angústia
da voz.
— Eu não te culpo por não te importares. — Os seus lábios
praticamente roçavam o seu ouvido enquanto ele sussurrava. — Mas eu
queria que soubesse. Eu sei como pareceu, mas eu não estava a pensar
sobre as consequências. Eu queria mostrar ao teu pai o quão pouco o
maldito dele contrato estava a afetar a minha vida, e muito egoistamente
não poupei muita atenção para o que te estava a fazer. Eu quero que tu
saibas que não era a ti que estava a tentar magoar.
— É o que continuas a dizer. — Um tremor traiçoeiro penetrou na
sua voz. — Mas adivinha quem acabou por ser magoar de qualquer
maneira?
— Eu sei ... — Os seus lábios dele faziam mais do que apenas
acidentalmente escovar contra a sua orelha, eles pareciam acariciar a

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carne sensível abaixo da orelha, e estavam definitivamente a mover-se


para baixo no pescoço. — Foi estúpido e eu sei que foi uma má jogada
desde o início, mas uma vez que os jornais afundaram os dentes na história
suculenta do recém-casado Alessandro De Lucci a brincar fora de casa,
tudo o que fiz foi submetido a escrutínio, e qualquer mulher que tive uma
pequena conversa se tornou a minha mais recente "amante". Ficou
completamente fora de controlo.
— Deixa-me ir, — Ela exigiu fracamente quando os lábios dele
desciam para a sua clavícula.
— Cara, — ele rosnou. — Eu honestamente acho que não posso.
Por um momento, sentiu-se tentada a deixá-lo continuar,
especialmente quando uma das suas mãos rodearam a sua cintura para
descansar na sua caixa torácica, logo abaixo da curva para cima do peito. O
corpo inteiro dela ficou tenso enquanto a sua mente se rebelou contra o
que ela estava prestes a fazer, mas ela levantou o pé e deliberadamente
pisou no peito do pé dele um pouco mais difícil do que pretendia. Ele jurou
e saltou para trás, deixando-a momentaneamente desprovida, antes que
ela viesse ao seus sentidos e fugir.

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Capítulo Seis
— O que você está fazendo aqui? — Theresa fez uma pausa no limiar
para a cozinha e olhou para o homem lindo que estava na frente do
frigorífico aberto vestindo apenas calças de de física largas. Sem sapatos e
sem camisa. Ele virou-se lentamente para encontrar o seu olhar, e ela
engoliu o grande nó na garganta subitamente seca; Deus, ele era muito
mais bonito do que ela se lembrava. Claro, ela se sentia feia e desleixada
no pijama de seda do Sylvester O Gato que estava a usar. Ela sabia que
havia um vinco sono no lado do rosto e o seu cabelo que se assemelhava
muito a um ninho de pássaro.
— Eu vivo aqui, — ele respondeu casualmente, uma mão a segurar
uma caixa de sumo de laranja e outro a preguiçosamente esfregar para a
frente e para trás ao longo dos contornos ondulados do seu abdômen. Os
seus olhos fascinados cairam para aquela mão, e ela imaginou a sua
própria mão a substituir a dele. Ela balançou a cabeça ligeiramente para
livrar-se da imagem erótica e focou na sua indignação ao vê-lo tão
casualmente de pé na cozinha.
— Tu geralmente estás no trabalha a esta hora, — ela apontou.
— Sim, estou, — ele concordou. — Mas uma vez que tu fazes u
grande esforço para não estar por perto quando eu saiu de manhã ou
voltar para casa à noite, eu percebi que a única maneira de eu ficar a saber
o que diabos está a acontecer era ficar em casa hoje.
— Não podes simplesmente ficar em casa. — Ela ficou horrorizada
com essa noção. — Tu és o patrão.
— Exatamente, e se o patrão não pode tomar um dia ocasional de
folga, então não há realmente nenhum ponto em ser o chefe. — A sua voz
era casual, clara ainda, mas os seus olhos percorriam a sua pequena figura
quase avidamente, levando-se em cada detalhe do rosto mais cheio e
figura mais redonda. Eles haviam sido como navios que passam na noite

99
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por quase três meses, com Theresa deliberadamente a escapar dele


quando ele estava na casa. Ela tendia a ignorar as suas mensagens de texto
e deixar a máquina tomar as ligações. Ele deixou pequenas notas para ela,
por vezes, pedindo-lhe para jantar ou perguntar sobre a sua saúde. Ele
tinha recentemente grudava um Post-it na porta do frigorífico para lhe
lembrar comprar novas vitaminas pré-natais, porque ele tinha notado que
estavam a esgotar-se. Depois que ela tinha esquecido de comprar as
vitaminas de qualquer maneira, ela tinha encontrado uma nova garrafa na
mesa da cozinha, e um Post-it com uma meia dúzia de pontos de
exclamação nele preso à tampa.
Eles ainda dividiam a casa de banho que ligava os quartos deles, que
foi como ele soube que as vitaminas estavam a acabar, mas Theresa
sempre teve grande cuidado para tomar banho depois que ele saia na
manhã ou antes de voltar à noite. Agora, depois de evitá-lo com sucesso
por quase três meses, encontrá-lo tão casualmente em pé na cozinha,
semi-nu e lindo, foi um pouco angustiante para dizer o mínimo.
— Porquê que estás interessado no que me está a acontecer?, —
Perguntou ela após uma breve pausa.
— Vivemos na mesma casa, tu estás grávida do meu bebé, e eu não
tenho nenhuma ideia de como estás. A situação é um pouco anormal para
dizer o mínimo, não achas?
— Funciona para mim, — ela descartou casualmente, afastando-se
dele e em direção a um armário para buscar uma tigela de cereais.
— É o que parece.
Ela ouviu a porta do frigorífico fechar e ficou tensa quando ele
caminhou até ela, vindo a parar diretamente atrás dela e alcançar outra
tigela. Ele estava de pé tão perto que ela podia sentir o calor sair do seu
peito nu. O seu cheiro quente e almiscarado a envolvia. Theresa fechou os
olhos e tentou recuperar o equilíbrio em face de tal sexualidade
esmagadora. Ele permaneceu atrás dela por muito mais tempo do que ele
deve estado antes de se mudar abruptamente e deixando-a desolada.
Quando ela se virou para encará-lo, ele estava sentado na mesa de
madeira na ensolarada copa e agitando uma enorme quantidade de flocos
de milho na sua tigela. Quando ele percebeu que ela estava a olhar, ele

100
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levantou a caixa interrogativamente. Ela suspirou antes de levar a tigela


para a mesa e sentar-se em frente a ele. Ela viu quando ele jogou os flocos
na sua tigela e coberto o cereal seco com metades de morango e fatias de
banana que ele deve ter preparado anteriormente.
Era o dia de folga da governanta, assim Theresa não tinha planejado
nada mais chique do cereais de qualquer maneira, mas a companhia era
indesejável e inesperada. Ela viu quando Sandro despejou uma quantidade
generosa de leite sobre os seus cereais e encheu um copo de sumo de
laranja, que ele cutucou do outro lado da mesa em direção a ela. Ela
assentiu o seu agradecimento antes de levantar a colher e sem jeito
começar a sua refeição. Sandro começou a comer com entusiasmo e
concluída antes que ela estivesse a meio. Ele saltou até ao frigorífico,
cavando em torno de lá antes de triunfalmente apanhar uma toranja, que
ele partiu pela metade, colocou em taças, e levou de volta para onde
Theresa estava sentada. Ele colocou uma metade na frente dela antes de
se sentar, fez uma careta para si mesmo, e prosseguiu a sua própria
metade.
— Eu pensei que não gostasses de toranja. — Ela quebrou o silêncio
entre eles e ele sorriu para ela enquanto o seu cabelo, que precisava
seriamente de um corte, caia sobre a sua testa carinhosamente.
— Não gosto, — admitiu. —Mas eu pensei em dar-lhe uma tentativa
de qualquer maneira.
— Porquê? — ela perguntou. Ele deu de ombros e ela não
pressionou por uma resposta.
— Então, o enjoo matinal já passou totalmente? — Ele perguntou
depois de um outro breve silêncio, e ela fez um som evasivo que ele
poderia interpretar de qualquer maneira que quisesse. Ele levantou os
olhos para ela e algo na sua expressão a fez suspirar e sacudir a cabeça.
— Não, não totalmente... — ela admitiu. —Mas está muito melhor
do que antes.
— Quais são os teus planos para hoje? — ele perguntou, mantendo
os olhos grudados nos dela
— Eu ia passar a manhã com a Lisa e o bebé. — Lisa tinha dado à luz
um filho lindo apenas um par de dias após Theresa ter a sua própria

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gravidez confirmada.
— Importaste te se te acompanhar? — Ele perguntou casualmente, e
ela franziu a testa, perturbada pela ideia do seu marido "acompanha-la"
durante toda a manhã.
— Bem... — ela começou relutante.
— Eu queria discutir alguns negócios com a Elisa, — ele adicionou.
— Que negócios? — ela perguntou sem rodeios.
— É sobre o empréstimo dela, — ele elaborou.
— O que tem o empréstimo? — A voz dela cresceu em alarme, mas o
rosto dele permaneceu impassivo. — Eu não te deixar perturbá-la, Sandro.
— Bem, ou eu lhe digo hoje, enquanto tu estás lá para apoio moral,
ou eu digo em algum momento quanto ela estiver sozinha e vulnerável. —
Ele deu de ombros casualmente.
— O que é que lhe vais dizer? — ela perguntou em pânico.
— Não acredito que isso seja da tua conta, Theresa. Agora, por que
não saltas para o duche enquanto eu limpo aqui em baixo? Vou usar um
das casa de banho de hóspedes esta manhã.
Ela balançou a cabeça desesperadamente.
— Sandro, não podes fazer isto...
— Bem, eu não tenho aversão a fazer um pouco de limpeza, — disse
ele, deliberadamente a entender mal.
— Tu sabes que não é isso que quero dizer, — ela assobiou, e ela
cultivou uma carranca perplexa que a enfureceu completamente.
— Bem, se tens um problema comigo a usar a casa de banho de
hóspede, então tenho que te dizer, eu certamente não me importo de
partilhar o chuveiro contigo. — Ele sorriu lascivamente, e ela fez um som
irritado no fundo da garganta antes de girar nos calcanhares e caminhar
para fora com a cabeça bem erguida.

** **

Ela se recusou a falar com ele durante a distância da casa de Rick e


Lisa. Foi só quando ele deslizou o carro através das suas portas de
segurança que ela se virou para ele.

102
Open Book Traduções

— Sandro, por favor não faças isso, — ela implorou, os seus olhos
lindos a implorar por misericórdia. A expressão impassível no rosto dele
ficou ainda mais sombria, e ele estendeu o dedo indicador curvado para
traçar suavemente a delicada linha da sua mandíbula antes de se virar para
longe dela e sair do carro. Ela estava desvasta pela sua falta de resposta e
saiu quando ele deu a volta para lhe abrir a porta. Ele pegou a mão dela,
mas ela ficou tensa e tentou arrastá-la para fora do seu aperto. Por um
momento, quando a sua mão apertou em torno dela, ela não achou que
ele iria permitir, mas depois de alguns momentos ele relutantemente a
soltou. Ele colocou a mão na pequena das suas costas rígida e conduziu-a
em direção aos degraus da frente, que levavam até à casa.
Lisa já sabia da sua visita e estava à espera na porta com um sorriso
enorme no rosto. Ela ainda manteve os poucos quilos que tinha apanhado
durante a gravidez, mas ela irradiava felicidade e boa saúde. Ela
cumprimentou efusivamente Theresa, envolvendo-a num abraço caloroso,
e poupou um leve sorriso para Sandro, que pairava acima de ambas.
— Alessandro, que surpresa. — Ela acenou educadamente. — Não
esperava te ver hoje.
— Tirei o dia de folga, — ele respondeu. — E quando ouvi que
Theresa vinha para uma visita, eu pensei em vir junto com ela e ver esse
teu bebé outra vez. — Outra vez? Theresa não estava ciente de que Sandro
tinha-se dado ao trabalho de ver o bebé antes de agora, e ela franziu a
testa em confusão, perguntando por que Lisa não lhe tinha mencionado
isso. — Além disso, eu tenho alguns negócios que precisava discutir
contigo. — Theresa ficou tensa com a última parte, mas Lisa sorriu e
acenou com a cabeça, fazendo Theresa desejar que ela tinha lifgado antes
para avisar a prima do desastre iminente.
Por que Sandro iria fazer isto agora? Quando ele estava a receber
tudo o que poderia querer? Que mérito estava lá na destruição de
negócios da Lisa? Ela olhou para rosto relaxado dele e se perguntou se ela
poderia ter interpretado mal a situação. Mas que outros negócios ele
poderia ter que discutir com a sua prima?
Lisa levou-os para a casa e Sandro imediatamente gravitou em torno
do bebé de três meses de idade que estava sentado num banquinho azul

103
Open Book Traduções

bebé colocado na mesa de centro da sala de estar. Todo o rosto dele


parecia iluminar com a visão da criança, e Theresa observou fascinada
enquanto ele afundou-se at´é às suas ancas até que o rosto estava
nivelado com o bebé.
— Ele cresceu um pouco mais desde que o vi pela última vez, —
Sandro observou em prazer, estendendo a mão para pegar uma das mãos
agitando do bebé.
— Bem, eu espero que sim, pois ele nunca para de comer. — Lisa fez
uma careta e Sandro riu. Theresa deu um passo para trás, sentindo-se
como se tivesse acabado em algum universo alternativo. Sandro
cantarolava baixo para Rhys em italiano, e que o bebê estava olhando para
ele embevecido, os seus olhos verdes sem piscar. — Será que algum de
vocês gostaria de algo para beber? — Lisa perguntou educadamente, e
Theresa balançou a cabeça entorpecida, observando enquanto Sandro
agilmente desfez as correias do assento do bebé e o levantou nos seus
braços.
— Café seria bom. — Ele acenou, balançando o bebé suavemente.
Rhys fez uma garra descoordenada para o cabelo de Sandro e conseguiu
agarrar-se a um pequeno punhado dele. Sandro fez uma careta bem-
humorada e disse algo repreendedor para o bebé em italiano enquanto
aliviava o aperto do bebé. Lisa pediu licença para ir para a cozinha, mas
Theresa mal a ouviu, estava muito ocupada olhar para o marido com o
bebé.
— Eu não sabia que gostavas de crianças, — ela sussurrou, uma das
mãos a distraidamente cair para a barriga ainda plana, num gesto protetor
que ele não poderia perder.
— Eu gosto de bebés o suficiente, — ele murmurou casualmente. —
Sou muito apaixonado por eles, na verdade. — Ela tentou disfarçar a
pontada de dor às suas palavras.
— Qualquer bebé, exceto o meu, é claro, — ela murmurou meio
baixinho, e ele inalou impaciente, os seus olhos a queimar com fúria que
ele manteve contida por causa do bebé nos braços.
— Se tu vais estar a fazer comentários estupidos como esse, por
favor, faz quando eu tenho ambas as mãos livres para estrangular a vida

104
Open Book Traduções

fora de ti, — disse ele na voz mais gentil que conseguiu. Sentou-se no sofá
ainda a segurar Rhys nos braços. A sentir um surto de ressentimento
possessivo, Theresa fez o seu caminho até ele e estendeu os braços para o
bebé.
— Eu gostaria de segurar o bebé da minha prima, se não te importas,
— ela informou com frieza, e ele levantou uma sobrancelha arrogante
antes de se levantar e depositar delicadamente o bebé sereno nos seus
braços. Ela sentou-se cautelosamente na cadeira mais distante do sofá e
balbuciou no bebé doce que segurava. Sandro se levantou e esticou-se.
— Enquanto estás ocupada aqui, acho que vou e ter aquela conversa
com a Elisa.
Theresa olhou para cima, alarmada, mas ele estava a sorrir
suavemente para ela, os olhos quentes com alguma emoção que ela teve
um tempo difícil para definir. — Sandro, — ela começou discretamente.
— Tu ficas aqui com Rhys, — ele murmurou baixinho. — Não quero
que fiques chateada por qualquer coisa que eu e Lisa possamos ter a dizer
um ao outro. — Antes que ela pudesse dizer outra palavra de protesto, ele
tinha ido embora. Theresa levantou-se nervosamente, segurando o bebé
contra o peito. Por mais que ela tentasse, ela não conseguia ouvir um
único som vindo da direção da cozinha. Ela deixou a sala e, lentamente,
avançou em direção à cozinha. Ela estava apenas fora da porta entreaberta
quando os sons de suas vozes tranquilas finalmente chegaram até ela.
— Mas eu não entendo porquê? — Lisa perguntava, parecendo
perplexa, mas não chateada. — Eu ainda tenho pelo menos um ano para
terminar o empréstimo. É uma quantidade substancial de dinheiro, Sandro,
então eu não entendo porque farias isso. — Theresa mordeu o lábio,
querendo intervir mas não tinha a certeza de o quê que ela poderia dizer
ou fazer faria Sandro mudar de ideia. Ela se sentia impotente e furiosa e
estranhamente magoada que ele iria cumprir a sua ameaça de qualquer
maneira.
— É a minha única opção real agora, Lisa. — A voz profunda de
Sandro retumbou em voz baixa. — Eu dei-te o empréstimo por todas as
razões erradas. Razões que agora... me arrependo. Eu não posso em boa
consciência permitir que continue.

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Open Book Traduções

— Então deixe-me pagar, e podemos colocá-lo atrás de nós, — Lisa


implorou, e Sandro disse algo que Theresa não apanhou direito.
— Sandro, isso é loucura. — Lisa começava a soar aborrecida, e
Theresa se preparou, para entrar na briga venha o inferno ou água alta. As
próximas palavras de Sandro cortaram-na, porém.
— Elisa, por favor, tens que me deixar fazer isto. — Ele parecia
desesperado.
— Não parece certo, — disse Lisa, e Theresa franziu a testa em
confusão. Que diabos estava a acontecer aqui?
— Eu já modifiquei os papéis, por isso é praticamente um negócio
feito. — A sua dele soou com finalidade.
— Eu tenho que pensar sobre isso e discuti-lo com o Rick, é claro, —
Lisa disse suavamente.
— Claro, — Sandro concordou amigavelmente, e percebendo que a
conversa estava no fim, Theresa muito rapidamente fez o seu caminho de
volta para a sala de estar. Ela estava de volta na cadeira e balançar
suavemente um Rhys contente borbulhante quando os outros dois
apareceram. Ela sentou-se abruptamente, os olhos arregalados a voar de
um rosto para o outro. Ambos parecia relaxados e nenhum rosto revelou
muito. Sandro colocou a bandeja que ele segurava na mesa de café e
sentou-se no mesmo sofá que tinha ocupado anteriormente. Lisa sentou-
se ao lado dele e se ocupou com a bandeja, colocando um copo de sumo
de laranja na mesa de café na frente de Theresa.
— Não discutas, — Sandro interveio quando ela abriu a boca para
protestar. — É bom para ti. — Ele ajudou-se ao café, enquanto ele e Lisa
começou a conversar como velhos amigos. Theresa ficou lá a ferver,
odiando ser tão completamente excluída.
— Desculpa-me, não te pude acompanhar ontem, Theresa, — Lisa
disse de repente. — Como é que correu o teu check-up? — Theresa olhou
para a sua prima por trazer o tema em frente a Sandro, que se sentou e
observou-a como um falcão, enquanto esperava pela resposta dela.
— Correu tudo bem, — ela murmurou sem jeito.
— O que é que ele disse sobre as tonturas? — Lisa perguntou,
Theresa estava ciente de Sandro tensionar como uma mola em espiral com

106
Open Book Traduções

a pergunta.
— Nada importante, — ela respondeu evasiva, mantendo os olhos no
bebé nos seus braços.
— Quais tonturas? — Sandro de repente perguntou em voz perigosa.
— Ela tem se sentido fraca na maoria dos últimos dois meses, —
informou Lisa, e Theresa cerrou os dentes.
— E tu não pensaste em me dizer? — Sandro disparou.
— Eu não acho que te importarias, — Theresa murmurou
miseravelmente, e Sandro praguejou sob a sua respiração.
— Ela não acha que me importaria, — ele repetiu, incrédulo. — Oh
meu Deus, Theresa, tu simplesmente assumiste que eu não me importaria
sobre algo que impacta diretamente a tua saúde e o bem-estar do bebé?
— É claro, eu sei que te importarias se alguma coisa acontecer com o
bebé, mas eu não queria preocupar-te sobre algo que eu sei que não é
grande coisa.
— E como sabes disso? Arranjaste um diploma em medicina em
algum momento ao longo dos últimos três meses? É claro que eu vi-te tão
raramente ultimamente que tu poderias ter obtido uma licenciatura em
física quântica e eu não teria sabido!
Lisa sufocou uma risadinha irreverente, e tanto Theresa como Sandro
olharam para ela.
— Sandro, eu posso cuidar de mim e do bebé. Tu não precisas te
preocupar com isso. A tua responsabilidade para comigo, para nós, está no
fim, — lembrei.
— Nós ainda estamos casados, — ele apontou. — E eu acho que eu
vou decidir quando e onde a minha responsabilidade para contigo e o
bebé vai acabar. A partir de agora, tu vais me manter plenamente
informado sobre o que está a acontecer com a tua saúde.
— Não, — ela continuou. — Não é da tua conta. Deixaste claro que a
única razão que sempre quiseste me engravidar era que assim podias
escapar deste casamento, então por que não me deixas em paz enquanto
eu tento, mais uma vez, fazer tudo no meu poder para te fazer feliz?
— A única coisa que me faria feliz agora, sua gatinha ruiva teimosa, é
se tu o fizesses o que te mandam!

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— Eu estou farta de fazer o que me mandam, e estou cansada de ser


o teu pequeno cãozinho obediente. Eu estava feliz sem a tua interferência
na minha vida nestes últimos meses, assim que me recuso a voltar para o
jeito que era antes.
— Eu também não quero voltar, — ele admitiu inesperadamente. —
Nós não tinhamos um casamento verdadeiro antes.
— Tu não podes me querer dizer que queres um casamento de
verdade agora? — Ela zombou.
— E se tu tiver? — ele perguntou com cautela, e ela riu na cara dele.
— Eu acho que estás maluco em acreditar que eu quero ter algo a
ver com isso. Como pode um casamento com uma vida de apenas seis
meses mais, pode possivelmente, ser benéfico para qualquer um de nós?
— Não seria... mas não é isso que eu quero.
— Oh, é sempre sobre o que tu queres, não é? Bem, eu tenho
notícias para ti, Sandro... — Ela ainda segurava o bebé agora a dormir no
seu peito e olhava furiosamente para o homem alto sentado em frente a
ela, alheia à sua prima, que ficou a olhar a cena se desenrolar em
fascinação absoluta. — Eu não dou uma maldição sobre o que tu queres.
Eu não quero continuar casada contigo... Eu quero a minha vida de volta e
eu quero-te longe assim que o teu contrato com o meu pai for cumprido.
O silêncio era absolutamente ensurdecedor. Finalmente, depois do
que pareceu anos, Sandro recostou-se na cadeira e balançou a cabeça
ligeiramente.
— Nós ainda vamos estar juntos até o bebé nascer, — reconheceu,
cansado. — Até lá, eu quero atualizações diárias sobre a tua saúde. Eu não
quero ser excluído de qualquer pedaço de notícias não importa o quão
trivial tu podes pensar que é.
— Eu não entendo o que esperas ganhar com tal arranjo, — disse ela,
confusa e frustrada pela forma como ele estava a ser inflexível quanto a
este ponto.
— Absolutamente nada, — ele murmurou. — Mas o que tens a
ganhar por me manter fora do circuito?
Absolutamente nada, e ele sabia-o; ela não tinha nenhuma razão a
não ser pura maldade de recusar o seu pedido.

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Open Book Traduções

— Tudo bem, — disse ela a contragosto. —Eu vou manter-te


atualizado, mas eu quero a tua palavra de que não irás interferir em
qualquer parte da minha gravidez e que vais continuar a ser um
observador casual.
— Como podes esperar que eu faça uma promessa como essa? — Ele
perguntou com voz rouca. — Eu não sou um observador casual, Theresa!
Eu tenho um grande interesse em ti e no bebé.
— Tu assinaste os teus direitos a nós antes mesmo de nos teres, —
ela lembrou com amargura, e ele se encolheu ligeiramente às suas
palavras. — E pareces esperar que eu não apenas esqueça esse facto mas
que também perdoe? Sandro... Eu nunca te vou perdoar.
— Eu pensei que tivesses entendido que situação insustentável eu
estava. — Ele balançou a cabeça com raiva.
— Eu entendo e simpatizo, mas isso não muda o facto de que a
pessoa que eu pensei que amava, o homem com quem casei em boa fé,
nunca existiu. Eu apenas não acho que vou conseguir ultrapassar isso,
Sandro.
Ele suspirou profundamente.
— É justo o suficiente, — admitiu. — Mas nós precisamos fazer o
melhor desta situação, entretanto, e viver como estranhos na mesma casa
não é a melhor solução.
— Tudo bem, — ela sussurrou com relutância. —O que sugeres?
— Eu gostaria de estar presente nas consultas do médico, — disse ele
após uma longa pausa, e ela hesitou, inclinando um olhar impotente para
a sua prima, que deu de ombros ligeiramente.
— Porquê?
— Paz de espírito, — ele respondeu de forma sucinta, e ela franziu a
testa, tentando pensar sobre isso de todos os ângulos antes de suspirar
baixinho.
— Tudo bem, mas as tuas opiniões e sugestões não são encorajadas
ou desejadas. Então, tu vais estar lá apenas como um observador, um
observador silencioso. Eu vou gerir a minha própria saúde e gravidez.
A sua mandíbula apertou em desagrado, mas ele manteve a boca
fechada e assentiu com relutância. —Eu também acho que ... — A sua voz

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Open Book Traduções

estava um pouco rouca e ele fez uma pausa para limpar a garganta antes
de continuar. — Eu também acho que viver na mesma casa e nunca ver um
ao outro é, bem... ridículo, na verdade. Por favor, para de desaparecer
quando tu sabes que eu estou em casa. Faz-me sentir como um monstro,
saber que estás a encolher para longe em algum canto da casa, porque
estás com medo de me enfrentar. — Ele não poderia ter escolhido palavras
melhores para recuperá-la, e ela se irritou furiosamente.
— Eu não me encolho, — ela fervia, mal consciente do olhar
divertida que ele trocou com a sua prima.
— É o que me parece, — ele respondeu. — Eu sei que achas difícil
estar em torno de mim por causa dos sentimentos que tiveste uma vez por
mim...
Ela engasgou de indignação.
— ... E eu também sei que, com a atração entre nós, tu
provavelmente estás com medo que a química vai se incendiar e vamos
acabar na cama novamente. Quero dizer, é bastante óbvio o quanto me
queres,mas ...
— Eu... tu... — Ela estava absolutamente furiosa com ele por trazer a
a vida sexual deles na frente da prima e chocada ao descobrir que ele
pensava que ela estava esconder-se dele. Como algum coelho pouco
tímido. Ok, então talvez ela tivesse se escondido, mas ela fazia isso para
manter os dois confortáveis com a estranheza da situação. — Oh meu
Deus, que ego colossal! Eu não me encolho ou escondo ou qualquer coisa
assim. Eu só não suporto estar perto de ti.
— É claro que disses isso agora. —Ele deu de ombros e ela engasgou
novamente, furiosamente a balançar o pequeno Rhys para a frente e para
trás enquanto ela tentava desesperadamente encontrar uma resposta
mordaz adequadamente às suas palavras.
— De qualquer forma, — Sandro murmurou. — Eu ia sugerir que
começassemos a ter o pequeno almoço e jantar juntos novamente.
Nenhum ponto em ter refeições separadas.
— Ok, — ela estalou a contragosto.
— E podemos tentar ser civies? —Ele perguntou pseudo-
humildemente. — Ter uma conversa decente, enquanto temos as nossas

110
Open Book Traduções

refeições?
Os seus olhos se estreitaram mas ela apenas balançou a cabeça, em
silêncio, dizendo a si mesma que seria para apenas mais seis meses.
— Mais alguma coisa? — Ela perguntou sarcasticamente, o seu tom
de voz definitivamente anão convidar mais das suas "sugestões", mas ele
escolheu tomar a pergunta como válida.
—Sim ... — Ele balançou a cabeça. — A o bando de sexta-feira à noite
anda a perguntar para onde desapareceste. As mulheres ficaram
desapontados quando não vieste outra vez. — Ela não disse nada, ela não
poderia fazê-lo... ela simplesmente não iria fazê-lo.
— E-eu não posso, — ela admitiu baixinho. —Eles são teus amigos, e
quando nos divorciarmos ... bem, eles vão ainda ser os teus amigos. Eu não
quero formar laços com pessoas quando eu sei exatamente o quão
temporária a relação vai ser. Eu não posso continuar a dizer adeus a
pessoas de quem gosto.
Ele engoliu em seco antes de acenar ligeiramente.
— Então, um último pedido, — ele murmurou, inclinando-se para ela
atentamente.
— O quê?
— Duas horas. — Avoz dele caiu para um sussurro rouco.
— O que isso ...?
— À noite.
— Duas horas para quê?
— Apenas para ... — O seu rosto se apertou em frustração e ele deu
de ombros, impotente. — Estar juntos. Conversar, ver um filme, ler,
sentar,.. qualquer coisa, contando que as gastemos juntos.
— Mas isso é ... Eu não entendo por que irias querer isso?
— Por favor. — A palavra, suave e suplicante, fincou a rejeição que
pairava na ponta da sua língua.
— Duas horas, três vezes por semana , — ela encontrou-se a
estipular contra o seu melhor julgamento. Ainda assim, impor algum tipo
de restrição ao seu pedido fazia sentir-se como se tivesse alguma medida
de controlo sobre a forma como as coisas estavam a ir. Ele balançou a
cabeça ansiosamente.

111
Open Book Traduções

— Escolhe os dias, — ele convidou, e ela mordiscou o lábio inferior,


dando-lhe algum pensamento sério.
— Segundas, terças, e quintas-feiras. — Ela escolheu
deliberadamente os seus dias mais movimentados no escritório, os dias
em que ele muitas vezes se arrastava para casa muito mais tarde do que o
habitual, esperando que iria forçá-lo a cancelar uma grande parte do
tempo. Os seus olhos afiados lhe disseram que ele sabia exatamente por
que ela tinha escolhido aqueles dias, mas ele sorriu e acenou com a
cabeça.
— Por mim tudo bem, — ele concordou, e ela sentou-se sentir como
se ela tivesse sido manipulada de alguma forma. Lisa estendeu a mão para
levar Rhys de Theresa.
— Eu só vou pôr este pequeno para a cama, — disse a outra mulher
em voz baixa, e Theresa acenou com a cabeça atordoada. Sentia-se
completamente drenada e parecia-o também. Sandro sentou-se no sofá e
se inclinou para ela, cutucando muito delicadamente o copo de sumo de
laranja na sua direção novamente. Ela lançou-lhe um olhar de advertência,
e ele sorriu levemente.
— Eu não estou a tentar intimidar-te a beber o copo de sumo de
laranja, Theresa, — ele disse suavemente. — Apenas pensei que parecias
um pouco ressequida. — Ela rangeu os dentes e pura perversidade a
impediu de pegar o copo e extinguir a sua sede. Ele não disse mais nada,
apenas se recostou na cadeira com um suspiro suave.
— Então, o que é que o médico realmente disse ontem? — Ele
perguntou depois de uma pausa.
— Eu sou um pouco anêmica e é isso que está a cansar as tonturas.
Ele ajustou a minha dieta para incluir mais ferro, — respondeu ela
calmamente, e ele acenou.
— Tudo o resto está normal? — ele perguntou depois de outra pausa
curta.
— Sim.
— Tu dirias se não estivesse?
— Sim.
Ele parecia satisfeito com a resposta dela e sorriu levemente. —

112
Open Book Traduções

Obrigado.
Ela suspirou e acenou com a cabeça um reconhecimento ao seu
agradecimento. Ela inclinou-se para pegar o copo de sumo de laranja,
admitindo que a sua infantilidade não iria conseguir nada, e tomou um
gole sedento. Felizmente, ele não fez nenhum comentário e a sua
expressão se manteve neutro. Mais uma vez houve silêncio, e desta vez
durou até a Lisa voltar. As coisas foram surpreendentemente amigáveis
depois disso, e Teresa e Sandro foram embora cerca de 40 minutos mais
tarde.
No caminho para casa, ela perguntou-lhe sobre a sua conversa
privada com Lisa, mas ele recusou-se a ser arrastado para uma conversa
sobre o assunto, e Theresa acabou por desistir em frustração.

** **

No mês seguinte passou. O nosso arranjo de Theresa e Sandro


funcionou bem, as suas refeições juntos eram civis, até mesmo agradáveis
e as consultas do seu médico eram menos de um calvário com o apoio
silencioso de Sandro. Ele manteve a sua parte do acordo, apenas a
observar e nunca interferir. Ainda assim, apenas tê-lo lá fez tal diferença
para a sensação de bem-estar de Theresa.
O que mais surpreendeu Theresa foi o quanto ela estava a gostar do
tempo juntos que ele tinha pedido. Contrariamente às suas expectativas,
ele não tinha cancelado uma vez. Em vez disso, ele chegou em casa mais
cedo do que de costume nas noites designadas. Às vezes, eles
simplesmente sentavam-se lado a lado na sala, a partilha de uma bacia de
pipocas e assistir a um filme, raramente a falar muito. Às vezes, eles iriam
jogar Scrabble e Theresa normalmente desfrutava muito daquelas dessas
noites. Não era frequentemente que ela batia Sandro em alguma coisa, e
para profundo horror dele, ele era terrível no Scrabble. Ele culpou a falta
de destreza no facto de que o Inglês não era a sua língua nativa, mas ele se
aproximou cada revanche com uma determinação de nunca nunca digas.
Infelizmente essa dita determinação ainda não tinha resultado numa
vitória para ele, e Theresa estava encantado com o facto de que ela era

113
Open Book Traduções

melhor jogadora que ele.


Apesar da sua falta de habilidade, ele jogava duro e muitas vezes a
tinha em pontos com a sua ortografia criativa e palavras descaradamente
confeccionados. Eles também tinham uma rivalidade no xadrez e eram
muito mais equilibrados nesse jogo. Theresa logo descobriu que estava a
começar a esperar ansiosamente por essas três noites por semana e
odiava o facto de que ele estava insidiosamente a rastejar debaixo das suas
defesas novamente. Infelizmente, muito parecido com um acidente de
carro, ela podia vê-lo a chegar, mas não conseguia encontrar uma maneira
de impedir o desastre inevitável de ocorrer. Ela sempre era muito rigorosa
sobre o tempo, tentando manter algum tipo de controlosobre a situação e
o que quer que eles tivessem a fazer, inacabado ou não, tinha que parar
exatamente duas horas depois de ter começado. Eles geralmente
apanhavam de onde haviam deixado fora da próxima vez que de qualquer
maneira.
— Não. — Theresa insistiu veementemente uma noite, durante uma
das suas agressivas jogos Scrabble; eles estavam sentados no chão com a
placa colocada sobre a mesa de café de baixa entre eles. — Eu desafio
totalmente essa palavra! Lexiquon não é uma palavra, Sandro, e sabes bem
disso.
— Claro que é. — Ele acenou com a cabeça alegremente. — Estás a
questionar porque tu não queres que eu tenha os pontos de bônus e as
duas pontuações triplas.
— Claro que não quero, — ela concordou com sarcasmo. —Duzentos
e setenta e cinco pontos por uma palavra inventada? Nunca vai acontecer!
Eu não estou a administrar uma instituição de caridade aqui. — Ele sorriu
infantilmente com isso, e ela desviou os olhos, tentando muito duro não se
encantar por ele. Finalmente, ele resmungou, bem-humorado e tirou as
peças do tabuleiro.
— Talvez seja uma palavra francesa, — ele murmurou
defensivamente, e ela revirou os olhos.
— Bem, sê livre de a usar na próxima vez que jogares com um
Francês! — Ele riu abertamente com isso, e ela prendeu a respiração ao
ouvir o som despreocupado. Todos os dias ele relaxava mais e mais em

114
Open Book Traduções

torno dela e muitas vezes ela sentiu que ele queria estender o seu tempo
juntos. Ele contemplou a tabuleiro outra vez, murmurando para si mesmo
em italiano e acariciando a mandíbula pensativamente enquanto ele
considerava o seu próximo movimento. Eventualmente, ele se estabeleceu
em "eel", que foi tão mal colocada que valeu apena apenas três pontos. Ela
bufou com desdém enquanto derrubando os pontos escassos dele e, em
seguida, sorriu docemente para ele, enquanto apontava o "t" livre que ele
poderia ter usado a palavra "exit." Ela então passou a usar alegremente o
"t" da sua própria palavra, fazendo uso da pontuação tripla
convenientemente situada no processo e acumulando uns práticos trinta e
nove pontos por "smithy".
— Que palavra é esta? — ele rosnou. — Nomes não são permitidos!
— Ela não podia deixar de rir da sua indignação antes de sacar uma
definição da palavra para ele. Ele olhou para baixo no dicionário antes de
resmungar para si mesmo em italiano novamente e voltar a estudar o
tabuleiro. Theresa sorriu levemente para si mesma, observando a maneira
como o cabelo dele deslizou para a frente sobre a testa e a morrer de
vontade de escová-lo de volta; ela escondeu as mãos debaixo da mesa e
cerrou os punhos para reprimir o impulso irracional.
— Eu sei que é cedo ainda, mas eu estive a pensar em decorar o
berçário, — ela disse apenas para obter a cabeça fora do seu desejo louco
de tocá-lo. As palavras dela chamaram a sua atenção e ele olhou para cima
com um sorriso desprotegido.
— É uma ótima idéia. — Ele acenou com a cabeça ansiosamente. —
Nós poderíamos ir às compras de mobiliário e brinquedos, eu vi este
enorme panda numa loja de brinquedos há uma semana, que seria
perfeito para um bebé. — A sua resposta entusiástica derrubou-a
completamente e ela olhou para ele sem expressão por alguns momentos.
— Uma loja de brinquedos? — Ela perguntou, e ele ficou um pouco
vermelho.
— Há uma perto do escritório e eu tenho visitado um par de vezes
durante a minha hora de almoço, — ele admitiu. — Só para ver que tipo de
brinquedos e coisas bebés precisam nos dias de hoje.
Theresa não tinha ideia de como deveria responder a isso. Ela

115
Open Book Traduções

deveria estar preocupada que ele parecia ter mais do que um interesse
casual no bebé ou devia estar satisfeita? E como na terra ela deveria reagir
à suposição dele de que eles iriam decorar o berçário juntos? A suas
emoções estavam em tal tumulto que, no final, ela não disse nada e
empurrou-o de lado para processar depois. Sandro, sentindo a mudança
no seu humor e parecendo reconhecer que tinha falado demais, caiu em
um silêncio desconfortável e brincou com uma das suas peças.
— Estou a sentir-me um pouco cansada. Acho que vou já para a
cama, — de repente ela disse, e ele olhou para cima em ressentimento.
— Eu ainda tenho mais uma hora, — ele apontou com amargura, e
ela mordeu o lábio nervosamente.
— Sim, tens, — ela finalmente disse, e fez um gesto na direção do
tabuleiro. — É a tua vez. — Os olhos dele brilharam com alguma emoção
indefinível antes de balançar a cabeça e levantar-se.
— Não és minha prisioneira, Theresa. Se estás cansada vai para a
cama, — disse ele, cansado, enfiando as mãos nos bolsos da calça do fato
de negócio sob medida e arruinando totalmente o corte do vestuário caro.
— Longe de mim renegar num acordo, — ela manteve,
permanecendo teimosamente sentada, mesmo que tivesse gostado nada
melhor do que fugir.
— Estás a ser tão infantil, — ele fervia, e virou-se para sair da sala
antes que ela tivesse uma chance de retaliar. Ela ficou lá por alguns
minutos antes de reconhecer que ele realmente não ia voltar. Foi a
primeira vez em mais de um mês que eles tinham tido qualquer tipo de
disputa séria, e Theresa lamentou isso. Ela sabia que tinha sido infantil,
porque ela não sabia de qualquer outra maneira de lidar com as suas
emoções. Ela suspirou, reconhecendo que ela precisava lhe pedir
desculpas, e empurrou-se para cima do tapete aquecido, pensando que
era melhor acabar com isso o mais rápido possível.
Ela dirigiu-se para o seu estudo, e enquanto se aproximava da porta
entreaberta, percebeu que ele falava com alguém em voz baixa. Não
querendo se intrometer na sua chamada telefônica, os seus passos
desaceleraram ligeiramente e ela virou a cabeça em direção à cozinha para
um pequeno lanche. Ela estava prestes a ir embora quando o ouviu gemer

116
Open Book Traduções

com voz rouca antes de dizer, "Francesca ..." em voz baixa e intensa. A
única palavra foi suficiente para congelar Theresa no seu caminho. Sandro
ainda falava em voz baixa que, as suas palavras, que eram em italiano, a
soar mais urgente. Theresa deu um passo em direção a porta aberta do
estudo, e a voz dele tornou-se ligeiramente mais clara, mesmo que
estivesse a murmurar intimamente.
— Francesca ..., cara ... — foram duas das palavras incriminatórias
que ela pôde entender em meio à torrente de italiano, e ela mordeu o
lábio incertamente, não tenho certeza se ele estava a falar com Francesca
ou sobre ela. Deus, por que ela não aprendeu mais italiano? Agora ela
entendia apenas o suficiente para fazê-la infeliz com inveja e dor. Depois
de ouvir o nome da mulher pela primeira vez tantos meses atrás, Theresa
tinha tentado colocá-la para fora da mente. Sabendo nada sobre ela,
parecia mais sábio não especular por medo de ter a imaginação a correr
livre. Agora, ela desejava que tivesse feito alguma pesquisa sobre essa
Francesca, apesar de ter apenas um nome ia ser difícil, e Theresa não
estava prestes a perguntar ao seu pai ou Sandro para obter detalhes sobre
a mulher misteriosa.
Sandro estava alheio à sua presença fora da sua porta do escritório,
enquanto continuava a conversa em voz baixa, e Theresa entendia apenas
algumas palavras aleatórias que pouco significava para ela. Ele continuou a
usar palavras carinhosa, embora; esses ela sabia muito bem porque ele
frequentemente recorria a elas, enquanto tinha sexo com ela. Ela tinha
muitas vezes se perguntado se isso tinha sido a sua forma de
despersonalizar o acto ainda mais desde que ele raramente usava o nome
dela durante os seus momentos mais íntimos. Ela pairou fora porta do
escritório do seu marido, assim como ela havia pairado na periferia da sua
vida por quase dois anos, antes de se virar e voltar lá em cima. Ela havia
tomado banho, vestido o pijama, e há muito havia desligado as luzes do
quarto quando ela finalmente ouviu a luz acender nas escadas. Ela
prendeu a respiração quando ele fez uma pausa, como sempre fazia, fora
da sua porta, mas em vez de sentir o alívio do costume quando ele se
alguns momentos mais tarde, desta vez Theresa virou o rosto no seu
travesseiro e chorou até dormir.

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Capítulo Sete
— Eu não vou ser capaz de ir ao médico contigo hoje, Theresa, —
Sandro informou Theresa enquanto eles estavam a tomar o pequeno
almoço da estufa ensolarada na manhã seguinte. Ela nunca o teria
admitido, mas ela realmente tinha estado a depender em tê-lo lá naquele
dia. Ela estava na sua décima sexta semana de gravidez e tinha sido
agendado uma amniocentese por precaução naquele dia. Ela era uma
pilha de nervos sobre o procedimento e mesmo sabendo que o risco de
complicações era muito baixo, ele ainda estava lá. Enquanto a sua mente
lógica lhe que disse que o seu bebé estaria bem, ela ainda temia o possível
resultado do teste. Sandro tinha sido uma rocha durante p seu primeiro
ultra-som no mês anterior, segurando a mão dela enquanto ouvia o chiado
dos batimentos cardíacos do bebé pela primeira vez e apertando-a com
força quando tinham visto a frágil vibração no monitor preto e branco. O
médico não tinha sido capaz de determinar o sexo do bebé, mas Theresa
estava confiante de que era um menino e tinha dito isso. Sandro tinha
permanecido em silêncio durante todo o procedimento, mas ele tinha sido
um conforto para ela.
— Por que não? — ela perguntou casualmente.
— Eu tenho que ir para a Itália na próxima semana e tenho um
monte para terminar no escritório antes de ir, — ele informou-a, e ela
baixou os olhos para o seu prato.
— O teu pai está bem? — Ela perguntou em voz baixa, e ele hesitou
antes de responder.
— Sim. A minha visita não é relacionada a assuntos de família.
Ela fechou os olhos de dor, de repente sabia que ele ia por causa
daquele telefonema ontem à noite. — Ok. — Ela assentiu com a cabeça,
lutando para parecer indiferente. — É só que... eu vou receber a
amniocentese hoje. — Ele praguejou baixinho.

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— Sinto muito, Theresa, — ele murmurou, parecendo quase atingido


com a notícia. — Esqueci completamente.
E isso, é claro, trouxe o grande problema com casamento deles em
relevo. Ela tinha estado a preocupar-se com o processo, insistindo sobre
possíveis complicações, e aterrorizada com o pequeno risco de aborto que
podia acontecer. Ela tinha sofrido através das noites sem dormir ao pensar
sobre os defeitos de nascimento ou genéticos que os resultados poderiam
revelar enquanto o marido tinha simplesmente esquecido do teste. Claro,
ela nunca iria revelar o quanto ela dependia de ter a sua presença sólida e
silenciosa lá, então ela deu de ombros descuidadamente.
— Tenho certeza de que Lisa vai comigo. — Ela assentiu com
confiança, e os seus olhos brilharam com alívio.
— Essa é uma ótima idéia, — acrescentou entusiasmado. — Eu vou
estar na tua próxima consulta. Só vou ficar fora por uma semana ou assim.
Estarei de volta antes que percebas.
— Eu vou ficar bem, — ela descartou, cavando os seus ovos mexidos,
como alguém que não tem um cuidado no mundo. Houve um silêncio
constrangedor enquanto ele a observava comer, mas Theresa com muita
determinação manteve a cabeça baixa enquanto pegou os ovos na boca
com tanto entusiasmo que conseguiu sem engasgar.
— Não quero que fiques sozinha enquanto eu estiver fora. — Ele
violou o silêncio desconfortável, e Theresa franziu a testa ao ouvir as suas
palavras, olhando para ele com o garfo levantado a meio caminho da boca.
— Eu não vou estar sozinha. Rick e Lisa estão sempre por perto e o
pessoal está sempre presente. — Como se para provar as suas palavras,
Phumsile entrou na sala carregando um prato de panquecas, que
depositou na frente de Theresa com um olhar desafiador.
— Come tudo, — a mulher ordenou.
— É um monte de comida, Phumsile. — Theresa olhou para a pilha
de panquecas em desânimo, mas Phumsile cruzou os braços sobre o seu
amplo peito e olhou para Theresa, como se estivesse preparada para ficar
ali para garantir que Theresa comesse cada pedaço. Phumsile não fez
segredo do facto de que ela pensava que Theresa estava muito magra para
uma mulher grávida e havia tomado para si assegurar que Theresa

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comesse saudavelmente. Theresa secretamente suspeitava que a mulher


mais velha de estar aliada com Sandro—uma suspeita de que agora foi
aprovada pelo aceno de aprovação que ele deu Phumsile antes de evitar os
olhar de Theresa.
— Não é tudo para ti, — Phumsile apontou. — É também para o teu
bebé. Tu não comes o suficiente. Para de desperdiçar a minha comida e
come tudo nesse prato. — Na mesma nota de insubordinação, ela varreu
de volta para fora da sala.
— É melhor terminares cada pedaço, cara. Tu não queres ficar do
lado mau de Phumsile, — disse ele com um pequeno sorriso, colocando a
sua antiga discussão em espera para o momento.
— Vocês estão a unir-se contra mim, — Theresa acusou-o, e ele
balançou a cabeça.
— Estamos a cuidar de ti, estamos preocupados contigo, e é por isso
que quero que fiques com a tua prima enquanto eu estiver fora.
— Não. — Ela voltou para seus ovos, mas também serviu-se de uma
panqueca, realmente não queria incorrer a ira de Phumsile. O silêncio
fervia do outro lado da mesa.
— Eu insisto.
— Não. — Ela nem sequer se preocupou em encontrar o seu olhar
neste momento.
— Theresa, estás a ser muito difícil. — Ele manteve a voz nivelada e
paciente.
— E tu estás a ser irraciona, — ela retrucou, olhando para ele. — Rick
e Lisa tem um novo bebé. Vou visitá-los regularmente, e eu não tenho
nenhuma dúvida que eles vão vir aqui, mas eu mim ficar lá? Isso é
simplesmente ridículo. Não vou me intrometer e eu não preciso de um
guarda; Sou perfeitamente capaz de cuidar de mim mesma.
— E se algo der errado? E se precisares de ajuda no meio da noite e
ninguém está por perto?
— Por que tu não simplesmente ficas em casa se estás tão
preocupado? — Ela respondeu furiosamente e imediatamente desejou as
palavras de volta quando o escrutínio dele virou especulativo.
— Tu gostarias que eu ficasse em casa? — Ele perguntou em voz

120
Open Book Traduções

baixa.
— Não faz diferença o que eu quero, — foi a sua resposta amotinada.
— Claro que faz, — ele aplacou suavemente. — Eu ficaria se tu
quisesses.
— E sobre o teu negócio importante? — Ela perguntou
sarcasticamente.
— Tu és mais importante, — disse ele em voz suavemente.
— Queres dizer que o bebé que estou a carregar é mais importante?
— Ela corrigiu, e a sua mandíbula apertou.
— Não, não foi isso que quis dizer, — ele manteve com paciência, e
ela piscou antes de balançar a cabeça.
— Estás a tentar confundir-me, — queixou-se, franzindo a testa para
ele, e ele sorriu.
— Nem um pouco, querida,— ele murmurou. — Só estou a tentar ser
honesto contigo.
— Bem, para, eu não acredito mais no do que dizes, — ela sussurrou,
e se afastou da mesa. Ele suspirou antes de se levantar também.
— Não respondeu à minha pergunta, — ele teve a coragem de pedir,
e o seu olhar se aprofundou até que ela parecia uma criança mal-
humorada.
— Não, eu quero que você vás e cuides de qualquer que seja o
assunto que tens na Itália. Eu odiaria manter-te longe de algo importante,
apenas para tê-lo atirado na minha cara numa data posterior. — A
mandíbula dele se apertou com as suas palavras mordazes, mas ele não
respondeu. Ela se levantou abruptamente, doente da conversa e da
companhia.
— Com licença, tenho que me preparar para a minha consulta, — ela
retrucou, virando-se para sair do espaço.
— Eu ainda quero que fiques com a tua prima enquanto eu estiver
fora, — ele insistiu, dirigindo as suas palavras para as suas costas estreitas
enquanto ela se retirava.
— E eu ainda dizer não a isso, — ela atirou por cima do ombro.
— Este assunto está longe de estar acabado, Theresa. — Ele ergueu a
voz um pouco quando ela se moveu mais distante dele, mas ela acenou

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com desdém quando virou uma esquina que ela sabia que iria levá-la para
fora da sua vista. Uma vez ela chegou ao quarto, ela se sentou na cama e
respirou trêmula, sentindo-se drenada.

** **

Lisa não foi capaz de se juntar a ela para a amniocentese; Rhys tinha
um exame médico e, naturalmente, que tinha prioridade. Então, Theresa
viu-se à espera sozinha, uma pilha de nervos mesmo sabendo que as
chances de algo dar errado eram mínimas. Ela mexia, folheou revistas, e
conversou com outras mulheres em vários estágios de gravidez, mas
através disso tudo ela só queria que Sandro estivesse lá com ela. As outras
mulheres foram todas acompanhadas pelos seus parceiros ou amigos, e
Theresa nunca se sentira tão dolorosamente sozinha antes. Ela estava tão
profundamente enterrada nos seus pensamentos que nem percebeu a
pessoa sentada ao lado dela até que a voz profunda deoseu marido
retumbou no seu ouvido.
Por que é o seu telefone celular desligado? Eu venho tentando
chegar até você toda a manhã.
— Porque é que o teu telemóvel está desligada? Tenho tentado te
chamar a manhã toda.
Ela pulou de susto antes de piscar para ele estupidamente, não tendo
a certeza como ele chegou a aqui estar. Ele sorriu para o seu rosto confuso
e Theresa viu-se impotente para responder o calor daquele sorriso aberto,
recompensando-o com um ofuscante dos seus próprios.
— O que estás a fazer aqui? — Ela perguntou sem fôlego, e ele deu
de ombros.
— Quando não consegui te ligar, tentei à Lisa, e quando ela me disse
que ela estava na clínica com Rhys, eu sabia que tu provavelmente estavas
aqui sozinha e achei que podias precisar de algum apoio moral, —
explicou.
— M-mas o o teu trabalho?
— Ele vai continuar.
— Tu não tinhas de vir, eu estava bem sozinha, — sentiu-se obrigada

122
Open Book Traduções

a protestar.
— Theresa, tu visivelmente ficas pálidas cada vez que a menção desta
consulta vinha à tona. É óbvio que tu encontras o pensamento deste
procedimento assustador. Eu não poderia deixar-te enfrentá-lo sozinha. —
Tanta coisa para pensar que ela tinha mantido o seu medo e reservas bem
escondido dele. Ele parecia capaz de a ler como um livro aberto.
— Eu não estou realmente com medo, — disse ela com mais ousadia
do que convicção, e ele determinadamente conteve o sorriso que se
enrolava nos cantos da boca.
— Tu podes não estar, mas eu estou apavorado, cara. "Ele
estremeceu um pouco. — Agulhas, especialmente agulhas grandes, não
são a minha onda." Ela podia dizer pela maneira como ele ficou branco que
ele foi sincero. Ela olhou-o nos olhos por um tempo, perdendo-se nas
profundezas de fusão de chocolate antes de balançar-se ligeiramente.
— Obrigada por teres vindo, Sandro, — ela sussurrou. — Eu estava
um pouco intimidada com a ideia deste procedimento. — A confissão
custou muito, mas ela foi recompensada pelo sorriso caloroso, íntimo que
ele lhe dirigiu.
— Vai ficar tudo bem, — ele assegurou calmamente, a ligar
inesperadamente os seus dedos com os dela. — Vais ver. — Mesmo que
não havia nenhuma razão lógica para isso, as suas reservas derreteram
como gelo sob o sol quente e ela sorriu agradecida.
No final, Theresa navegou através do procedimento. Depois de algum
desconforto inicial, ela estava bem, mas foi Sandro que teve dificuldade
com o processo. Aparentemente, ele não estava a mentir quando tinha
dito que não gostava de agulhas grandes. Quando ele viu a agulha, ele
balançou o suficiente para uma enfermeira alarmada trazer rapidamente
um banquinho para ele para se sentar. Ele agradeceu-lhe, mas
corajosamente escolheu ficar no seu lugar. Essa exibição de macho durou
apenas o tempo suficiente para eles inserirem a agulha no seu abdômen,
altura em que ele empalideceu dramaticamente e praticamente caiu no
banquinho fornecido. Daquele ponto em diante, ele manteve os olhos
decididamente longe da agulha e do rosto divertido de Theresa.
— Uma vez, quando eu tinha dez anos, — ela começou a falar para

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distraí-lo. — Eu caí de uma árvore. — Isso certamente chamou a atenção.


— O que estás a fazer numa árvore? — Ele soou cético. — Tu não me
pareces ser o tipo de maria-rapaz.
— Eu não era, mas estava um pobre gatinho preso lá em cima e eu
era um otário completo por animais. — Ela encolheu os ombros e
estremeceu um pouco quando a agulha beliscou mais. A sua mão apertou
em torno dela, enquanto o médico alegremente informou-lhes que estava
"quase no fim."
— Então o que aconteceu? — ele perguntou suavemente.
— Bem, Lisa estava comigo e ela estava desesperadamente a tentar
argumentar comigo, mas eu não quis ouvir. — Ela balançou a cabeça. — Às
vezes eu posso ser um pouco teimosa.
Ele bufou. — Não! A sério?
Ela inclinou o queixo para cima e optou por ignorar o seu sarcasmo.
— Assim quando eu estava inclinada para fora e quase a chegar a esse gato
estúpido, ele bufou-me, arranhou a minha mão, e escalou de volta para
baixo. — Ela sentiu a sensação de beliscar gradualmente diminuir à medida
que a agulha foi retirada do seu abdômen. — Mas o gato tinha me
assustado e eu perdi o equilíbrio antes de cair da árvore.
— O que aconteceu depois disso? — Ele parecia fascinado mesmo
que o médico estava a afastar-se da mesa.
— Eu quebrei o braço e parei de gostar de gatos desde aquele dia, —
ela confessou timidamente. Ele riu antes de se inclinar sobre ela
inesperadamente e soltar um rápido beijo na testa dela. —Eu não sei
porque te contei essa história. Tu parecias precisar desesperadamente de
distração.
— E como, — reconheceu trêmulo. — Ainda estou a sentir-me um
pouco enjoado depois de ver aquela agulha. — Ele engoliu em seco e
empalideceu novamente. — Eu não sei como pudeste fazer isso sem
anestesia.
— O médico tinha lhe oferecido uma injeção para entorpecer a área,
mas uma agulha enorme era mau o suficiente, Theresa não tinha estado
encantado com o pensamento de ter que lidar com dois.
— Foi um pouco desconfortável, — ela admitiu enquanto a

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enfermeira a ajudou-a sentar. — Mas não muito mau.


— Correu muito bem, Sr. e Sra De Lucci. — O Dr. Shelbourne sorriu
sobre a mesa para eles. — Você e o seu bebé estão bem. Certo. Assim,
para os próximos dois dias, eu quero que você não faça trabalho pesado,
nada de sexo, e nada de viajar. Tente relaxar e não sobrecarregar-se. Você
pode experimentar um pouco de cólica por um dia ou dois, mas isso é
normal. Se tiver cólicas e se continuar por muito tempo ou é muito grave,
venha imediatamente. Especialmente se for acompanhada por manchas
ou sangramento. — Tanto Sandro e Theresa se encolheram com o terrível
aviso. Theresa procurou instintivamente a sua mão com a dela.
— Devemos ter os resultados num par de semanas, — o homem
mais velho continuou alegremente. — Nós vamos entrar em contacto com
você quando eles chegarem.
— Você acha que eu estou em risco de ter outro aborto? — Theresa
perguntou de repente, e o médico pareceu surpreso com a pergunta dela.
— Nem um pouco. —Ele balançou a cabeça com veemência.
— Mas a última vez ... — ela começou trêmula.
— ... foi apenas uma daquelas coisas trágicas que, às vezes,
acontecem na vida. Você é saudável e o seu bebé parece saudável. Não há
absolutamente nenhuma razão que você não deve levar a termo e
entregar um bebé perfeito. Agora, para tópicos mais felizes; gostaria de
saber o sexo do bebê?
— Conseguiu notar? — Theresa perguntou com um sorriso.
— A imagem era tão clara como um sino. — Ele concordou com
indulgência.
— Não. — Sandro balançou a cabeça. — Eu prefiro não saber.
— Mas Sandro ... — Ela se virou para ele com surpresa, mas ele se
recusou a encontrar os seus olhos. — Por que não queres saber?
— Não faz diferença. — Nada do que ele poderia ter dito a teria
magoado mais, e ela imediatamente se retirou para trás da sua concha,
retirando a mão da dele. Claro que não fazia a diferença. Se fosse um
menino, ele iria embora sem conhecer a criança, e se fosse uma menina,
ele estaria preso no seu casamento indesejado por mais tempo ainda. Ele
gemeu quando viu a sua expressão e imediatamente agarrou a mão dela

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novamente. — Eu não quis dizer isso da maneira que tu, obviamente,


pensas que fiz, Theresa.
— Está tudo bem, — ela informou o médico, que parecia
desconfortável a estar a testemunhar o debate deles. — Eu não tenho que
saber. — Não quando ela tinha 100 por cento de certeza de que era um
menino de qualquer maneira. O médico balançou a cabeça e limpou a
garganta.
— Muito bem então, os meus lábios estão selados. — Ele balançou a
cabeça, tentando manter a sua maneira jovial, embora era evidente que
ainda estava desconfortável. Sandro não disse nada, mantendo os olhos no
rosto determinadamente desviado de Theresa. O médico acrescentou um
pouco mais dos seus cuidados usuais, que ela não sobrecarregar-se antes
de os dispensar com um caloroso adeus.
— Apenas deixa-me explicar, — Sandro disse no momento em que
estavam fora da clínica. Estava a chover e Theresa apressadamente
levantou o capuz do seu casaco antes de correr para o carro. Ele a seguiu,
embora ela ainda o ignorar e mantinha as costas para ele. Ela se
atrapalhou para as chaves do carro na sua bolsa grande e ele gemeu de
frustração antes de deixar cair as mãos sobre os seus ombros estreitos
para virá-la ao contrário. O rosto dela estava molhado, e ele suspirou
profundamente enquanto limpou a umidade, não tendo a certeza se era
lágrimas ou chuva.
— Desculpa, — ele sussurrou, abaixando a cabeça para que ela
pudesse ouvi-lo sobre o clamor de condução de carros perto e da chuva
gelada. — Theresa, aquilo não saiu direito. Não significa o que tu pensas.
— O que é que importa o que eu penso? — Ela perguntou
amargamente.
— Importa. — As suas mãos grandes seguraram o rosto dela e ele
descansou a testa na dela. — Importa muito, Theresa.
— Não. — Ela balançou a cabeça ligeiramente. — Não importa. — Ela
colocou as mãos no seu peito largo, querendo afastá-lo, mas a chuva tinha
encharcado através da sua camisa branca, fixando-a à sua pele e
transformando-a tão transparente que ele pode muito bem estar nu .
Então, em vez de empurrar, as suas mãos afagaram e acariciaram e ele

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gemeu com fome antes de tocar os lábios nos dela. Theresa nem sequer
fingiu lutar. Ela derreteu nele e colocou os braços ao redor dele. Ela
enterrou os dedos nas suas costas enquanto arqueava contra ele e abriu a
boca para a sua língua quente e exigente. As mãos dele estavam envoltas
no seu cabelo molhado e ele puxou a cabeça para trás para obter um
melhor acesso à sua boca enquanto a sua língua avidamente sondava a
dela. Ele não deixou nem uma polegada da sua boca sem exploração.
O som de uma buzina de carro por perto chegou aos seus sentidos, e
eles pularam para longe culpadamente, ambos corados e a respirar
rapidamente, ambos trremiam incontrolavelmente. Theresa olhou nos
olhos aturdidos de Sandro e piscou para a vulnerabilidade que ela pensou
ter visto lá.
— Lamento por te ter magoado — ele murmurou com a voz rouca, e
ela olhou para ele sem compreender.
— Estavas apenas a ser honesto, — ela sussurrou, e as sobrancelhas
dele bateram juntos numa carranca formidável.
— Não! Quero dizer... sim, eu estava, mas tu entendeste-me mal. —
Ele parecia completamente confuso, e Theresa olhou para ele com
admiração. Ela não tinha certeza do que fazer com este homem
excessivamente emocional diante dela.
— Então faz-me entender, — ela convidou depois de uma longa e
desconfortável pausa. Ele parecia chocado com o convite e por um
momento parecia incapaz de responder.
— Eu quis dizer que o sexo do bebé não fez diferença para mim de
qualquer maneira, porque eu o adorario, independentemente do que era,
— disse ele numa corrida, e ela ficou boquiaberta para ele, incrédula por
um momento antes de colocar as mãos sobre o peito e empurrá-lo,
afastado-o violentamente. Ele foi pego de surpresa e cambaleou para trás,
quase a estatelar-se para o pavimento molhado antes de pegar a si mesmo
e encontrar o equilíbrio.
—Porquê que dirias isso? Porquê que irias mentir assim? Eu não
mereço isso, Sandro. Eu não fiz nada para merecer nada disso, mas tu
continuas a encontrar maneiras novas e criativas para me magoar. "Ela
voltou a se atrapalhar na sua bolsa e finalmente encontrou as chaves.

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— Não tentes fingir que te importas, — ela sussurrou para ele. — Eu


sei que não o fazes. Mais cinco meses disto e tu estarás livre para voltares
para a tua Francesca e iniciar a tua vida real com uma mulher real e bebés
que tu realmente amas. — Ele parecia atordoado pelo seu ataque, mas a
sua menção de Francesca trouxe o seu olhar acentuadamente até ao dela.
— O quê? Tu não achavas que eu sabia sobre a tua preciosa
Francesca? A mulher que amas, a mulher que querias te casar antes do
meu pai te forçar nesta farsa? Eu sei que a vês toda a vez que voltas para a
Itália, assim como eu sei que que estás a falar com ela à noite e vais ter
com ela quando voltares esta semana! — Ela estava praticamente a gritar
agora, frustrada pela forma como ele apenas ficou ali. Como alguém que
tinha sido apanhado na explosão de uma bomba, ele parecia atordoado.
Ela estava a começar a sentir-se estranha, tonta e enjoada. Ela apoiou
as mãos no teto do carro e tentou acalmar-se, consciente de que Sandro
estava a mover-se em direção a ela. As mãos dele a alcançaram , e ela
fracamente tentou escapar do seu alcance, mas o movimento a deixou
ainda mais tonta e ela balançou um pouco. Os braços de Sandro
envolveram em torno dela e ela estava muito fraca para realmente se
importar.
— Theresa, cara. Estou aqui. Tu estás bem...
Essas foram as últimas palavras desesperadas que ela ouviu do
marido antes de tudo ficar escuro.

** **

— Quando eu disse que ela não devia se sobrecarregar, eu quis dizer


tanto fisicalmente e emocionalmente, Sr. De Lucci. — Theresa ouviu a
advertência acentuada na voz um pouco familiar e franziu a testa enquanto
tentava ouvir sobre o som de zumbido estranho na cabeça dela. — Que
diabos estava a pensar, perturbando-a assim menos de meia hora após o
procedimento que ela apenas tinha passado?
— Será que ela vai ficar bem? — Theresa ouviu a voz
extraordinariamente suave de Sandro sobre o zumbido que rapidamente
cedia e ela perguntou-se sobre o estranho pânica na borda dela.

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— Ela sangrou um pouco, o que nunca é um bom sinal. Eu não estou


disposto a correr riscos, não depois disso. Eu quero que ela permaneça na
cama por pelo menos uma semana. Repouso completo.
— Eu não posso ficar na cama toda a semana, — protestou Theresa,
abrindo os olhos. Sandro avançou para agarrar uma das suas mãos flácidas.
— Theresa, graças a Deus! Como te estás a sentir?
— Como se tivesse sido atropelada por um autocarro, — admitiu ela
com voz trêmula, levantando os olhos para o médico, que estava do outro
lado da cama — O meu bebé? Ele está bem?
— O eu bebé está bem. Na verdade, o bebé estámuito melhor do que
você está agora, Sra De Lucci. Eu quero que fique na cama por uma
semana; não deve fazer nada, entendido?
— Presumo que eu estou autorizado a ter pausas para ir à casa de
banho? — Ela perguntou sarcasticamente.
— Você pode ficar tão maldiposta como quiser comigo, mocinha,
mas se se você quiser um bebé saudável, vai fazer o que eu digo! Ou vou
ser obrigado a interná-la para garantir que obtenha o descanso absoluto
prescrito.
— Ela vai fazer o que você ordenou, — assegurou Sandro
severamente, e Theresa mordeu o lábio e assentiu. Ela não iria arriscar a
vida do seu bebé por pura perversidade.
— Certo, — o médico parecia satisfeito. — Eu gostaria de mantê-la
aqui durante a noite. Amanhã, você pode levá-la para casa e tentar ir além
do estacionamento desta vez. — Com essa advertência final, ele se virou e
saiu da sala, resmungando baixinho enquanto o fazia. Theresa e Sandro
observaram enquanto a porta se fechou atrás dele antes de virar para
enfrentar um ao outro sem jeito.
— Desculpa, — desabafaram ambos simultaneamente após uma
longa pausa.
— Por que pedes desculpa? — Sandro perguntou em confusão,
arrastando uma cadeira e sentar-se ao lado da cama, ainda segurando a
mão dela como se fosse um salva-vidas e ele um homem que se afogava.
— Eu não deveria ter trazido à tona a tua vida privada assim. O que
tu fazes depois que nos separarmos não é da minha conta e depois...

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depois de tudo o que o meu pai te fez, eu honestamente acredito que


mereces felicidade que vais encontrar com a mulher que amas. Eu não
queria ouvir a tua conversa com ela ontem à noite, também; foi um
acidente. — Ele parecia tão confuso com as suas palavras que ela fez uma
pausa.
— Que conversa? — ele perguntou.
— Com a Francesca? —Theresa já não estava tão certa do que tinha
ouvido falar e as palavras surgiram em questionamento. — Ontem à noite,
depois de Scrabble, tu estás ao telefone com ela?
— Não, eu estava no telefone com a minha irmã, Isabella, e o nome
da Francesca surgiu na conversa. Isabella pode ser um pouco insistente
sobre o tema da Francesca, e eu estava a ficar um pouco frustado com ela.
Eu nunca liguei à Francesca da nossa casa, Theresa. Na verdade, eu
raramente falo com ela quando eu não estou na Itália.
— Oh. — Ela, obviamente, precisava aprender mais italiano. Ela não
tinha dúvidas de que ele tinha falado com a irmã, não quando ele estava
tão determinado a se desculpar. As suas palavras tiveram um anel
inconfundível de sinceridade nelas, mas ela não conseguia decidir-se a
acreditar que a última declaração sobre raramente falar com Francesca.
Apenas parecia bom demais para ser verdade.
— De qualquer forma, — ela continuou, decidindo deixar o assunto
de Francesca ir por agora. — Sinto muito por exagerar como uma peixeira
histérica mais cedo; Eu só fiquei tão irritada depois do que disseste. Eu não
preciso de palavras vazias, Sandro. Não precisas dizer nada para me fazer
sentir melhor sobre a nossa situação. Tu realmente não tens que fingir que
te preocupas comigo ou com o bebé. — Ele praguejou trêmulo antes de
levantar a mão e descansar a sua testa na parte traseira da mesma.
— Que profana confusão que eu fiz das coisas, — disse ele, meio a
rir, a voz a soar tensa. — Nada que eu diga agora vai fazer a diferença sobre
como te sentes, não é? Tudo o que eu tento dizer ou fazer vai se deparar
como desespero e insincero.
— O que eu não entendo é por que é que ainda tentas? — Ela
sussurrou em confusão, observando atentamente a cabeça baixa. — Tu
ganhaste. Tens tudo o que queres dentro do teu alcance, a vinha e a

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liberdade. No entanto, tu continuas a tentar, vindo para mim com todas


essas demandas de estar envolvido na minha vida. Porquê?
— Por que não deixamos de lado por agora? — Ele levantou a cabeça
para encontrar os seus olhos, o seu próprio olhar castanho líquido com
pesar. Ela assentiu com a cabeça um pouco e ele sorriu sem entusiasmo.
— Eu chamei Elisa e pedi-lhe para te trazer uma muda de roupa.
Estás com sede? — Ela assentiu com a cabeça timida e ele sorriu. — Vou
encontrar algo para beber, está bem? — Ele levantou-se e passou a mão
suave, ligeiramente trêmula sobre ocabelo dela. — Assustaste o inferno
fora de mim, Theresa. Então, de agora em diante vais te manter calma e
não deixar que o idiota do teu marido te incomde novamente. Ok?
— Ok. — Ela sorriu para os seus olhos suaves.
— Bom. — Ele se inclinou para escovar os lábios sobre sua testa. —
Isso é bom, Theresa. — Ela viu-o sair e suspirou baixinho, desejando que a
sua vida podesse ser diferente e que eles fossem um casal normal,
animado em ter o seu primeiro bebé. Ela passou a mão sobre o ligeiro
solavanco do estômago, a conversar com cuidado com o seu bebé,
desculpando-se pela imprudência que poderia ter custado a sua vida. Ela
estava perdida em pensamentos, cantarolando uma canção de ninar suave
enquanto ela continuou a acariciar a pequena colisão do bebé, quando ela
tornou-se gradualmente consciente de uma presença na porta aberta. Ela
engasgou de surpresa, não tenho certeza quanto tempo ele estava parado
lá. Ele avançou quase relutante, o belo rosto mais sombrio do que o
habitual. Para um homem que normalmente tinha as suas emoções
seladas, ele parecia alguém que lutava bravamente para manter uma
expressão absolutamente neutra. Mas os músculos agrupados na sua
mandíbula, os cordões de aperto no pescoço, e os lábios apertados
fortemente eram indicadores de quão duro ele estava a lutar para manter
o que sentia escondido. Fascinada pelo trabalho inacreditavelmente mau
que ele estava a fazer de fingir estar completamente desinteressado, ela
ainda estava distraída passando a mão sobre o estômago quando ela
engasgou e pulou por uma razão completamente diferente.
Todos pretensão de distanciamento foi posto de lado, o rosto de
Sandro empalideceu e os seus olhos escureceram em alarme enquanto

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subia em direção à cama no luxuoso quarto privado e pousou a garrafa de


sumo fresco no armário ao lado da cama.
— O que há errado, Theresa? Estás com medo? — Ela balançou a
cabeça, antes de levantar o rosto radiante até ao dele. Ele parou, inalando
bruscamente ao ver a sua expressão radiante. Os olhos dela se iluminaram
com lágrimas e alegria absoluta, enquanto os lábios se separaram no mais
sereno e impressionante sorriso que ele já tinha visto.
— Ele mexeu-se, — ela respirou em reverência. — Eu sentiu-o mexer,
Sandro! Pela primeira vez.
— Tu...ele... O bebé? — Ele perguntou incoerentemente, movendo-se
ainda mais perto da cama e inclinando-se sobre a sua pequena figura.
— Sim. Meu Deus! Lá está ele outra vez. — Ela riu de prazer e, sem
pensar pegou uma de suas mãos e colocou-a sobre a vibração baixa e
suave no seu abdômen. A mão dele era tão grande; cobria quase todo o
pequeno montículo do seu estômago. Ele sugou uma respiração irregular
quando o bebé vibrou novamente como se na sugestão, e soltou uma
risada incrédula.
— Dio... — ele respirou, soando tão maravilhado como ela se sentia.
Ele manteve os olhos grudados às mãos deles, as suas no seu estômago e
a dela menor, mais pálida, descansando sobre a dele. — Será que dói, bella
mia?
— Não, — ela riu. — Meio que faz cócegas.
— Sim, bem, dá-lhe um par de meses que vai ser muito
desconfortável, — uma voz seca interrompeu da porta. Theresa guinchou
de surpresa, levantando a mão de Sandro, enquanto ele, mantendo a sua
mão quente no seu estômago, virou-se vagarosamente para encarar a sua
prima primo. Lisa ficou enquadrada na porta com Rick e Rhys, e eles eram
o retrato de uma família perfeita.
— Isso foi rápido, — ele observou, antes de, relutantemente, mover-
se de lado e retirar a mão da sua barriga. Theresa sentiu a perda
profundamente e tentou escondê-lo, sorrindo radiante para a prima.
— Obrigada por terem vindo, — Theresa murmurou, os olhos a
começar a encher, e a prima moveu-se mais para dentro do quarto,
inclinando-se sobre a cama para abraçar Theresa calorosamente.

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— Oh, querida, eu estou sempre aqui para ti, — Lisa sussurrou em


seu ouvido, e Theresa, sem qualquer aviso, surpreendendo até a si mesma,
explodiu em lágrimas. — Não ... oh não, querida, não... — a sua prima
murmurava. — Não te aborreças assim; não é bom para ti ou para o bebé.
Theresa fez um esforço para se recompor, envergonhada pela sua
mini-quebra. Rick estava no outro lado da cama; ele tinha Rhys embalou
contra o peito num sling de bebé e estava segurando uma das mãos dela
com as dele, acrescentando o seu apoio silencioso para a sua aflição óbvia.
— Desculpem-me, eu não quis fazer isto, — ela engasgou um pouco,
e Rick sorriu para o seu rosto perturbado.
— Hormônios. Tu sabes como a tu-sabes-quem era. O custo de
lenços ia-me levando à falência, — disse ele num sussurro, empurrando o
queixo na direção de Lisa, e Theresa metade riu, meio soluçou em reação
antes de olhar ao redor da sala em confusão.
— Onde está o Sandro? — Ela perguntou com cautela.
— Nunca pensei que eu iria sentir pena do tipo, — Rick disse meio-
sério. — Mas quando tu ligaste o sistema hidráulico, o pobre gajo parecia
que alguém tinha acabado de lhe dizer que tanto o seu melhor amigo e
cão haviam morrido no mesmo acidente. Ele pairou por alguns segundos
antes de sair daqui como se os cães do inferno estivessem na sua cauda.
— Bem... — Theresa encolheu bravamente. — Isto é mais do que ele
se inscreveu.
— Oh, por favor. — Lisa revirou os olhos com desdém. — Isto é
exatamente para o que ele se inscreveu.. Ele queria-te grávida, lembraste?
— Eu lembro-me. — Theresa acenou tristemente.
— Olha, longe de mim querer defender o tipo, — Rick interveio
razoavelmente. — Quer dizer, tu sabes que eu não posso suportá-lo depois
da maneira como ele te tratou. Eu teria lhe limpado a cara anos atrás, se
não tivesses me dito para não o fazer... mas, muito sinceramente o homem
parecia francamente lamentável apenas agora. Não é o seu típico
implacável Sandro.
— Eu também vi uma mudança nele ultimamente, Theresa, — disse
Lisa.
— Por favor. — Theresa balançou a cabeça. — Ele é o mesmo que

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sempre foi. Ele quer sair deste casamento e também eu.


— Theresa... — Lisa murmurou na sua voz mais razoável.
— Lisa, não o defendas. Tu não sabes o que ele fez... — E de repente
tudo veio à tona: como ele chantageou para impedi-la de se divorciar dele,
usando o empréstimo de Lisa como o seu poder. — Ele provavelmente
deu-te aquele empréstimo para que ele pudesse ter algum tipo de reserva
futura em cima de mim se eu alguma vez pisasse fora da linha! — Rick e
Lisa trocaram um olhar significativo antes de Rick dar de ombros,
parecendo responder algumas pergunta silenciosa de Lisa.
— Theresa. — A prima ainda segurava uma das mãos firmemente. —
Eu sei sobre isso.
— Tu sabes? —Ela ficou chocada. — Como? Há quanto tempo tu
sabes?
— O Sandro confessou tudo a última vez que vocês dois vieram lá a
casa. Lembraste? Ele queria falar comigo sozinho? — Theresa acenou com
a cabeça atordoada. — Por alguma razão, ele não quer ou precisa mais
dessa vantagem. Ele se ofereceu para eliminar a minha dívida por
completo. Recusei-me, mas tenho a sensação de que ele vai fazer de
qualquer maneira.
— Isso é o que ele queria falar naquele dia? — Theresa engasgou,
incrédula.
— Sim, e ele fez-me jurar não te contar, mas eu suponho que estas
são circunstâncias atenuantes. — Lisa assentiu e Theresa franziu a testa em
concentração.
— Eu não entendo nada disto... por que ele fez isso? — Ela
perguntou em confusão antes do seu rosto clarear e ela rir da sua própria
estupidez. — Bem, ele realmente não precisa mais da vantagem, não é?
Não quando eu estou a fazer exatamente o que ele quer? Mas para limpar
a dívida antes do bebé nascer ainda não faz sentido... a menos que...
— Isto é uma conversa privada ou qualquer pessoa pode participar
— Rick interrompeu a sua meditação e ela piscou para ele. — Eu acho que
tu estás a analizar demasiado. Pelo que Lisa me diz, ele estava desesperado
para cancelar essa dívida. Ela acha, e eu estou inclinado a concordar
depois que eu vi, que ele quer uma começo novo contigo, mas realmente

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não sabe como fazê-lo.


— Bem, eu vivo com ele e sei que ambos estão errados, — ela
manteve teimosamente, empurrando todas aquelas noites de Scrabble e
xadrez para o fundo da sua mente com determinação. Ela tentou não
pensar sobre as refeições sociáveis e com o apoio silencioso que ele lhe
deu em cada consulta de médico. — Ele está apaixonado por outra pessoa.
Eu diria que uma outra mulher, só que neste caso, eu acho que eu sou
provavelmente a outra mulher.
— Que diabos isso quer dizer? Perguntou Rick furiosamente.
— Ele era apaixonado por ela antes do meu pai o obrigar a este
casamento. Ela é a mulher com quem ele quer ter uma família. Eu sou o
único que estraguei a vida dele, Rick, e não vice-versa. Assim que eu tiver
este bebé nós vamos seguir os nossos caminhos separados e ambos vamos
ser mais felizes.
— Isto é tão confuso. — Rick balançou a cabeça em desgosto. — E o
bebé e tu? Tu não contas para nada?
— Eu odiaria se ele ficasse por causa de algum senso de dever
desatualizado. Acho que mereço mais do que isso, não?
— Absolutamente, — Lisa sussurrou, apertando os ombros de
Theresa tranquilizadoramente antes de se sentar na cadeira ao lado da
cama e inclinando-se para Theresa. — Então tu sentiste o bebé a mexer?
Os olhos de Theresa iluminaram com alegria ao lembrar.
— Foi incrível. — Ela assentiu com a cabeça e tanto Rick como Lisa
verbalmente se lembrar dos primeiros movimentos de Rhys. — Depois do
susto que tive, foi um alívio senti-lo mexer aqui dentro.
— Ele está a contorcer-se de alguma maneira? A sua tia Lisa quer
conhecê-lo.
Theresa balançou a cabeça com uma leve risada.
— Ele está tranquilo agora. — Ela descansou a mão no estômago. —
Eu não posso acreditar que eu tenho que ficar na cama por uma semana.
— Sim, isso é um pouco lixado. — Lisa assentiu com simpatia. — Tão
feliz que eu não estive confinada à cama em qualquer momento durante a
minha gravidez.
— Deus, se apenas... ela era como um pequena dinamite, eu tive que

135
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forçá-la a desacelerar, — Rick lembrou com um arrepio.


— Acham que eu poderia ficar com vocês para a próxima semana ou
assim? — Theresa perguntou hesitante, e tanto Rick como Lisa franziram a
testa antes de concordar.
— É claro, — disse Lisa. — Mas porquê?
— Sandro vai para a Itália por uma semana e antes que isso
acontecesse eu tinha toda a intenção de ficar na minha própria casa mas—
— Se achas que eu vou para a Itália contigo confinada a uma cama,
podes muito bem pensar outra vez, — a voz rouca de Sandro subitamente
interrompeu pela porta e três cabeças giraram em direção a ele. Ele
parecia... estranho. O seu cabelo estava desgrenhado, o fato amassado, e a
sua gravata afrouxada. Ele também estava segurando um cacho de flores
murchas numamão e uma caixa quadrada alegremente envolvido noutra.
Adicionado a isso, ele tinha um monte incongruente de balões de hélio
arrastados atrás de si. Foi este último que pegou e segurou a atenção de
todos. Eles eram coloridos, alguns eram francamente berrantes, e a
maioria deles lia-se Feliz Aniversário e um lamentavelmente e fora do lugar
golfinho tinha a legenda "Yippee para o Verão" estampada ao seu lado, um
sentimento muito otimista considerando que era julho e no meio do
inverno.
— Sandro, mano... —Rick gerenciou numa voz que mal tremia de
riso. — Será que invadiste todas as enfermarias no hospital por esses?
— Era tudo o que a loja de presentes, seriamente mal armazenada,
tinha, — resmungou Sandro, obviamente sensível à zombaria de Rick, o
qual levantou as sobrancelhas de Theresa porque ela nunca tinha ouvido o
seu marido auto-confiante soar tão defensivo antes.
—Obrigada Sandro, — disse ela antes que Rick podusse voltar com
qualquer outra coisa. — Eu amo balões de hélio.
— Eu sei que sim, — disse ele ferozmente, subindo para a frente até
que ele deu uma cotovelada a Rick de lado e ficou a olhar para ela
atentamente. — Eu sei que gostas de balões de hélio e margaridas rosa. Eu
sei que gosta de trufas praline. — Ele empurrou a caixa embrulhada para
presente, que provavelmente continha trufas praline, e as margaridas rosa
murchas nos braços. — Eu sei coisas sobre ti, Theresa. Eu tenho aprendido.

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— Hum... — Ok? Certo, então elelembrou-se da conversa que


tiveram meses atrás, quando ela o acusou de não saber nada sobre ela.
Ele, obviamente, tinha prestado a atenção durante as suas noites juntos,
mas o que diabos ele tentava provar com isso? — Obrigada.
Era tudo o que podia pensar em dizer, e ela viu tanto Rick como Lisa
estremecer e ver os ombros de Sandro inclinar um pouco antes de ele
assentir.
— De nada, — ele murmurou em voz devastadoramente sem
emoção quando ele deu um passo para trás da cama. —Eu adiei a minha
viagem para a Itália. Eu quero ter certeza de que tens o descanso que
deverias.
— Está bem. — Ela assentiu com a cabeça.
— Bom. — Ele parecia estar em perda para um momento, parecendo
inseguro do seu próximo movimento, antes de estender a mão para
acariciar uma bochecha macia. — Estás a sentir-te melhor?
— Bem, — ela sussurrou. — Um pouco cansada.
— Certinho... — Rick cantarolou. — Essa é a nossa sugestão para ir.
— Oh, mas eu não quis dizer... — Theresa estava chocado que eles
achavam que ela estava a insinuar que eles fossem embora.
— Não, não quiseste. — Lisa sorriu para ela. — Mas estás cansada e
precisas descansar. Vou deixar as roupas aqui mesmo. — Ela deixou cair
um pequeno saco de lona para a cadeira do visitante. — Liga se precisares
de alguma coisa.
Depois de uma enxurrada de abraços e beijos eles foram embora,
deixando o seu marido sombrio e silencioso para trás. Theresa
furtivamente olhou para referida expressão sombria e silencioso do marido
e foi subitamente atacado por um ataque de risos irreverentes. Agora que
ninguém estava por perto para testemunhar, ela sentiu-se livre para rir da
imagem que ele apresentava. Ele parecia um palhaço desesperado e mal
vestido com os balões na mão.
— O que foi? — Perguntou ele, a fachada sombria a derreter em face
à diversão dela.
— É só que... esses balões, Sandro. — Ela bufou, tentando controlar
as risadas. O próprio sorriso devastador dele iluminou o seu rosto.

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— Eu sei, certo? — Ele balançou a cabeça tristemente enquanto


amarrava os balões à sua cabeceira. — Um hospital sem um único balão
"fique bem depressa" à vista. Loucura.
— Obrigada por eles de qualquer maneira. Eles sempre iluminam
uma sala.
— Eu lembro-me de tu falaste sobre a 10ª festa de aniversário de um
amigo. Tu querias alguns para o a tua própria festa... — Mas ela ainda não
teve uma festa naquele ano, muito menos balões. Ela nem sabia porquê
que confessou esse conto triste para ele. Houve um silêncio constrangedor
enquanto ele pairava ao lado da cama.
— Não tens que ficar, Sandro... — ela sussurrou. — Por que não vais
para o escritório e trabalhas um pouco? Tenho certeza que tens coisas
melhores para fazer do que ficar por aqui.
— Eu estou exatamente onde quero estar, — ele trincou
implacavelmente. Ele estendeu a mão e tomou as trufas e flores dos
braços dela. Despejando a caixa na sua mesa de cabeceira e colando as
flores na vasilha de plástico com água que a enfermeira tinha deixado
sobre a mesa, ele arrastou sobre a cadeira que Lisa tinha recentemente
abandonado, movendo-se o saco no chão e sentar-se quase
desafiadoramente.
— Ok. — Ela estava cansada demais para discutir, e verdade seja dita,
um pouco aliviado por tê-lo lá. Durante muito tempo, nenhum dos dois
disse nada. Ele se recostou na cadeira desconfortável e olhou para o
espaço. Theresa baixou os cílios e assisti-lo sub-repticiamente, maravilhada
com a sua imobilidade absoluta. Ele era geralmente preenchido com tanta
energia incansável, sempre em movimento, digitando no seu portátil ou a
brincar com o smartphone ou a latir ordens para o telefone. Quando ele
não fazia qualquer coisa relacionada ao trabalho, ele iria nadar voltas
intermináveis ou exercitar-se no ginásio. Ela nunca o tinha visto apenas
sentado e olhar para longe, e isso a perturbava de uma forma que ela não
conseguia definir.
— Tu achas que o meu pai vai vir me ver? — Theresa quebrou o
silêncio quase meia hora mais tarde, depois de ter cochilado. Os olhos de
Sandro encontraram os dela e ele balançou a cabeça sombriamente.

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— Altamente improvável, já que ele não sabe que estás aqui. — Ele
deu de ombros e ela engasgou, lutando para se sentar.
— Mas como podeste não lhe contar? — Perguntou ela, um pouco
ofendida em nome do pai. O homem era um valentão e um tirano, mas ele
era o pai dela.
— O médico disse que tu não deverias te chatear e eu não consigo
imaginar a visita do seu pai ser outra coisa senão estressante para ti, —
disse ele sarcasticamente. Ele estava certo, o seu pai iria antagonizar
Sandro, que iria perturbá-la e todos eles acabariam por discutir. Era
sempre o mesmo. Ela afundou-se sentindo-se deprimida e triste
expressão e de Sandro suavizou.
— Vou ligar-lhe se quiseres, Theresa, — ele ofereceu baixinho, e ela
balançou a cabeça, de repente sentindo um impulso irresistível de explodir
em lágrimas novamente.
— Estás certo, uma visita dele não seria muito agradável, — ela disse
numa voz assustadoramente instável. — Mas eu continou à espera... — Ela
deixou o resto não dito, mas ele pareceu entender.
— Eu sei. — Ele hesitantemente pegou uma das mãos flácidas
descansando no estômago dela, engolfando-a entre as suas.
— Eu não sei porquê que ele é assim. — Ela manteve os olhos
desviados. — Toda a minha vida, eu tentei tão duro para fazê-lo me amar,
mas ele nunca o fez. Por um breve momento eu pensei que eu tivesse
encontrado o que eu estava à procura, alguém que poderia me amar... —
Ela estava apenas consciente de que estava a dizer, enquanto o seu olhar
turvado permanecia fixada nas mãos unidas deles. Houve um longo
silêncio enquanto ambos contemplavam os dedos entrelaçados e Sandro
suspirou pesadamente.
— Por que não fazes uma sesta? — Ele sugeriu suavemente. — Eu
vou estar aqui para manter um olho nas coisas. — Que coisas ele sentiu
que tinha de manter um olho, ela não tinha idéia, mas apenas tê-lo lá fazia
se sentir melhor e ela deitou-se com um suspiro de satisfação e
adormeceu quase imediatamente.

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Capítulo Oito
— És uma paciente extremamente difícil, cara, — Sandro rangeu para
fora entre os dentes, três dias depois. Foi no meio da tarde e ele entrou na
sua sala de trabalho, apenas para encontrá-la com culpa em pé no meio da
sala. Ela segurava o caderno de esboços que tinha subido para o andar de
cima para recuperar, junto ao peito.
— Eu estava entediada, — ela lamentou. — Então pensei que se
tivesse o meu bloco de desenho à mão, eu poderia trabalhar em alguns
projetos.
— Por que chamaste a mim ou à Phumsile para buscá-lo por ti?
— Tu estavas a recuperar o atraso no trabalho, — e ele tinha perdido
o suficiente já, tomando a semana de folga para ficar com ela. — E
Phumsile saiu para fazer algumas compras.
— Isto é ridículo, — ele rosnou, alcançando-a num passo e
balançando-a nos seus braços fortes, como se ela fosse uma pluma. — Tu
estás a ser impossível. Por que não viste televisão ou leste um livro, ou
uma sesta, ou nada até que Phumsile voltasse?
— Porque estou entediada agora, — queixou-se de mau humor, e ele
murmurou algo baixinho em italiano.
— O que significa isso? — Ela quis saber, e ele lançou um olhar de
soslaio torto para ela antes de bufar suavemente.
— Eu disse: "Deus salve-me de mulheres teimosas", — ele
gentilmente traduziu, e ela fez uma careta.
— Eu não sou teimosa, — ela insistiu teimosamente, e os lábios dele
lindos contrairam em diversão.
— Claro que não. — Ele balançou a cabeça escura de forma mais
condescendente, que Theresa imediatamente discordou.
— E tu não tens que me apadrinhar, — ela fervia. — Eu não sou feita
de vidro.

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Open Book Traduções

—Tu só estás à espera de uma briga, não é? — Ele meditou, os seus


lábios a enrolar-se ligeiramente. Ela cruzou os braços sobre o peito e
manteve os olhos fixos em rebeldia na sua forte mandíbula. Ele suspirou
dramaticamente e colocou-a mais contra o peito antes de fazer o seu
caminho para o andar de baixo. Quando voltaram para o quarto dela, ele
depositou-a suavemente para o lado da sua cama e ficou a olhar para ela
placidamente com as mãos enfiadas nos bolsos das suas calças de carga
azuis marinho. Ela amava-o em calças de carga; cavalgavam baixo nos seus
quadris magros e certamente fez coisas maravilhosas pelo seu já lindo
traseiro. Agora, enquanto ele pairava sobre ela, a boca dela ficou seca pela
imagem de perfeição masculina apresentou naquelas calças e a camisola
velha favorita, uma rasgada, esticada e cinzenta, com um emblema do
Batman na frente. O cabelo estava uma confusão e ele precisava
seriamente de se barbear mas ele parecia absolutamente lindo e ela de
repente estava ofegante de desejo por ele.
Os olhos dele se estreitaram especulativamente sobre o seu rosto
corado. Os cantos dos lábios puxaram para cima enquanto ele se estendeu
abruptamente adicionando um bocejo ao movimento. A sua camisola
cavalgou por cima do seu abdómen tonificado e rígido e revelou a sua pele
suave bronzeada. Theresa quase gemeu em voz alta enquanto reprimia o
desejo de estender a mão e acariciar a pele acetinada em exibição apenas
a polegadas do seu rosto. O trecho elaborado finalmente terminou e ele
gemeu quando ele rolou a cabeça nos seus ombros, trabalhando as dobras
do pescoço.
— Estou exausto, — informou-a com voz rouca, afundando-se ao
lado dela, e ela rapidamente se aproximou da cabeceira da cama. Ele
ignorou o movimento evasivo e atirou-se para trás, deitando-se com os
joelhos sobre o lado da cama e os pés apoiados no chão. Mais uma vez a
camisa tinha subido e Theresa olhou para a pele tentador do seu torso em
silêncio. Ele ergueu as mãos para cobrir o rosto, engatando a camisa para
cima ainda mais, e ele suspirou novamente. — Apenas deixa-me descansar
aqui por um par de minutos, cara. Eu preciso recuperar a minha força após
subir as escadas. Tu tiveste um monte de peso ao longo destes últimos
meses. — Ela estava tão cativada pela imagem deliciosa que ele fazia,

141
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colocado para fora como um buffet na frente de uma mulher faminta, que
levou um momento para as palavras afundar. Quando o fizeram, ela gritou
de indignação e bateu no seu bíceps duro em resposta. A sua boca, a única
parte do seu rosto que ela podia ver sob as suas mãos, mudou para um
sorriso preguiçoso.
— Tu bates como uma miúda. — Ele sorriu, mantendo os olhos
cobertos e ela tentou acertá-lo novamente. Ele estava pronto para ela
nesse momento, e agarrou o punho cerrado para dar um puxão na sua
direção até que ela estava desajeitadamente deitada em cima dele. Ela
tentou desviar, mas o seu braço apertou como uma banda de ferro em
torno da sua cintura, mantendo-a no lugar com o mais desencapado dos
esforços.
— Deixa-me ir, — ela exigiu por entre os dentes cerrados,
contorcendo-se urgentemente enquanto tentava se afastar dele. Para sua
frustração, ela mal conseguia se mover e, eventualmente, ela cansou-se e
parou de se mover. As mãos estavam apoiados no seu peito duro e largo
enquanto ela tentava manter a parte superior do corpo para longe do dele;
um dos seus pés estava pendurado para o lado da cama e o outro estava
preso entre as pernas. Ela olhou para baixo no rosto dele, mas os seus
olhos estavam fechados e ele parecia tão relaxado que por um momento
implausível ela realmente acreditava que ele poderia ter caído no sono. As
suas pálpebras preguiçosamente afastaram-se quando ela parou de se
mover.
— Apenas relaxa, pode ser? — Ele implorou, cansado.
— Eu não posso relaxar assim, — ela sussurrou, e ele gemeu antes
de, aparentemente com grande esforço, ele se moveu até que ambos
estavam deitados no meio da cama. Ele estava deitado de costas, com os
pés apenas com meias, porque ele tinha de alguma forma conseguido tirar
os tênis no processo, cruzadas nos tornozelos. Ela estava estendido ao lado
dele e ele tinha um braço duro envolvido em torno da sua cintura e a outra
enrolada debaixo da sua cabeça. Como ele tinha conseguido mudar as
posições deles sem largá-la uma vez, permanecia um mistério para ela.
— Ainda não estás relaxada, — observou ele depois de alguns
minutos de silêncio, e ela levantou a cabeça de onde estava a descansar

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logo abaixo da axila e franziu a testa irritada para o seu rosto.


— Claro que não estou, — ela retrucou. — Como é que eu vou
relaxar quando tu estás exatamente onde eu não quero que estejas?
— Tu fizeste isto tu mesma. — Ele deu de ombros, indiferente.
— Como na Terra eu fiz isso?
— Por não seguires as ordens do médico, — ele murmurou, soando
meio adormecido. — Esta é a única maneira que eu posso ter certeza de
que vais ficar na cama.
— Eu não vou fazer sexo contigo, — disse ela, e ele suspirou, o som
tão longo que os tornozelos de Theresa subiram.
— Claro que não, mas tu vais dormir comigo, — informou ele, a voz
cheia de propósito sombrio. — Então podes muito bem relaxar. — Ela não
disse nada, simplesmente permaneceu tensa como uma mola enrolada ao
lado dele. A mão que ele tinha na sua cintura começou a varrer
preguiçosamente cima e para baixo no seu lado, enquanto ele trouxe o
outro braço para deitar a sua grande mão no seu abdômen, onde o bebé
descansava. Ela tensionou ainda mais, mas ele não fez nada mais do que
acariciá-la suavemente. Aos poucos, ela começou a relaxar, permitindo que
seus pensamentos à deriva ligeiramente.
— Já pensaste em nomes para o bebé? — Ele perguntou, depois de
quase meia hora de cada vez mais confortável silêncio, e Theresa estava
tão relaxada por esse tempo que ela não podia mesmo chamar qualquer
indignação sobre o que ela considerava ser um assunto proibido .
— Hmmm ... — ela gemeu, inalando o seu aroma quente, limpo, com
visível prazer. — Eu gosto dos nomes Kieran e Ethan. Liam talvez, mas eu
estou inclinada para Alex... — A voz dela sumiu sem jeito quando percebeu
o que havia revelado e esperava que ele não notasse. Mas este era Sandro
e era mais acentuado do que a aderência proverbial.
— Alex? — Ele observou casualmente. — Alexander?
Estúpida, tola estúpida! Ela repreendeu com raiva. Como ela poderia
ter revelado que ela estava inclinada a nomear o seu filho com o nome
dele? Ele não disse mais nada sobre o assunto, e ela relaxou depois de
alguns minutos de tensão.
— E quanto a nomes de menina? — Perguntou. — Não pensaste em

143
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nenhum? — É claro que ela não tinha pensado em nenhum. Ela ia ter um
menino. Ela se recusou a responder à sua pergunta.
— Eu gosto do nome Lily, — ele murmurou, a voz quase sonhadora
enquanto continuava a acariciar o pequeno monte do seu abdômen. — Ou
Sofia... a Lily teria cabelo preto como o meu, mas belos olhos verdes como
os teus, mas eu acho que a Sofia deve ter cabelo vermelho e olhos
castanhos, não é? — Ele não esperou pela resposta dela, simplesmente
continuou naaquela mesma voz sonhadora. — Lily seria uma criança doce,
mas Sofia, ela é temperamental. Ela gosta de atirar coisas...
— Para com isso, — ela silvou. — Não vai haver Lily ou Sofia! Haverá
um Liam ou um Ethan, talvez um Kieran ou um Alex, e ele vai ter o cabelo
vermelho e olhos verdes. Ele será uma criança doce e adorável. —Ele não
fez comentários, apenas manteve os calmantes movimentos não
ameaçadores, das suas mãos grandes e fortes. Um tempo depois, o afago
preguiçoso abrandou, antes de parar completamente e as mãos dele se
tornou pesadas no seu corpo. Ele caiu pesadamente contra ela e um suave
ronco confirmou que ele tinha adormecido. Theresa suspirou baixinho
antes de permitir-se adormecer também.

** **

A luz natural no quarto tinha um brilho laranja quente sobre ele


quando ela acordou mais tarde e ela viu que era logo após o anoitecer, o
que significava que ela tinha dormido por quase cinco horas. Ela suspirou
preguiçosamente, sentindo-se extremamente quente e confortável com a
cabeça amortecida no peito duro de Sandro e o pescoço apoiado pelo seu
braço. Esse mesmo braço estava enrolado em volta dos ombros com a mão
grande aconchegada apenas sob o seu seio direito. Uma das mãos dela
estava debaixo da sua bochecha e o outra estava... ela ficou tensa
abruptamente quando descobriu onde é que a sua mão audaciosa tinha
vindo para descansar. Estava em concha sobre a protuberância firme da
sua virilha. A protuberância que rapidamente inchava e endurecia sob a
sua palma.
— Não entres em pânico, — a voz áspera de sono de Sandro rosnou.

144
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O profundo tenor da sua voz retumbou no peito debaixo da cabeça dela...


— Não... não é nada.
— Não se sente como nada para mim. — A sua própria voz estava
rouca de sono, e ela espantou-se quando, em vez de seguir o seu primeiro
instinto e arrancar a mão longe da sua virilha, ela suavemente e quase
timidamente, enrolou a mão ao redor do eixo de carne.
— Madre de Dio, cara... — ele engasgou em uma voz estrangulada.
— Que diabos estás a fazer?
— Nada, —ela murmurou, a mão pequena a acariciá-lo da mesma
maneira que ele tinha feito com ela antes. Só que isto era muito menos
inocente.
— Theresa. — A sua voz estava tensa. — Querida, por favor, se
continuares a fazer isso eu não sei... Eu não penso que...
— Não pense, — ela ronronou, levantando a cabeça do seu peito
para atender seus suplicantes olhos castanhos. — Essa é uma boa ideia.
— Que diabos te deu?
Theresa realmente não sabia a resposta para isso, só que ela tinha
sentido a falta de tê-lo na sua cama, nos seus braços, e no seu corpo nos
últimos meses. Logicamente, ela sabia que os seus hormônios em fúria
tinha muito a ver com os seus impulsos indesejados, mas também sabia
que uma grande parte dela poderia ser atribuída ao seu amor eterno e o
desejo irritante por ele.
— Theresa, eu não acho que isto era o que o médico tinha em mente
quando ele recomendou repouso na cama e tu realmente não queres
isto... — ele murmurou, estendendo a mão para arrastar a mão dela longe
do seu eixo comprido e esticado.
— Eu quero, — ela protestou, tentando puxar a mão livre do seu
aperto forte.
— Não... tu... Eu não sei... os teus hormônios estão fora de controlo
por causa da gravidez, é por isso que te sentes assim. — A sua voz sumiu
quando uma das suas coxas esbeltas transferiu-se para onde a mão dela
tinha acabado de ir. Ele gemeu impotente quando ela aplicou uma ligeira
pressão e relaxou o controle sobre ela. Isso era tudo o que precisava, e ela
estava montada nele antes de qualquer um deles percebesse que era a sua

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intenção. De repente, o seu monte morno feminino moía contra ele e os


dois gemiam. Theresa observou quando a cabeça dele inclinou para trás no
travesseiro e sorriu de satisfação felina quando as mãos cairam para as
suas coxas e a arrastou ainda mais perto. Ela apoiou as mãos sobre o peito
largo, a fim de manter o equilíbrio e continuou a esfregar-se sensualmente
contra ele.
— Acho que podes estar certo, — ela finalmente suspirou. — Sobre
os hormônios... Eu quero-te, mas eu não quero te querer. — A sua
frustração com si mesma e da situação estavam a nublar os seus olhos
verdes claros, e os olhos dele se tormentaram com algum tipo de emoção
impiedosamente reprimida.
— Sssh... querida... Eu li que as mulheres grávidas, por vezes, bem, na
maioria das vezes, ficam realmente... — A sua voz sumiu enquanto ele
lutava para encontrar a palavra certa, a sua mente, obviamente, não
acompanhava o que ele diz, pois suor começava a surgir na a testa e os
olhos assumiram um olhar vidrado e distante.
— Excitadas? — Ela forneceu, e ela sentiu o choque total na sua
imobilidade absoluta. Ela nunca tinha usado a palavra antes, embora ele
tinha em numerosas ocasiões.
— Sim... — disse ele, depois de pigarrear desajeitadamente.
— Porque eu estou, — ela reiterou, desfrutando muito da sua derrota
enquanto continuava a mover-se sensualmente contra ele. Os quadris dele
começavam a se esforçar para cima um pouco com cada movimento
preguiçoso que ela fazia, e ela saboreou o poder absoluto que ela tinha
sobre ele.
— Tu disseste que não haveria sexo, — ele lembrou-lhe
desesperadamente, a respiração cada vez mais difícil. — E eu não acho que
nós podemos ter relações sexuais enquanto estiveres em repouso.
— Mas talvez possamos brincar um pouco? — Ela sorriu para o rosto
chocado do seu marido, sentindo-se como o gato que haviam roubado o
creme. Ele ergueu um dos braços e cobriu os olhos, mordendo de volta um
grito de angústia prazerosa enquanto ela exercia mais pressão diretamente
onde contava. Levantou o braço do seu rosto, e os seus olhos febris
perfuraram os dela. O rosto dele estava tenso com o controlo que exercia

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sobre si mesmo. Ele estendeu a mão e enredou os grandes mãos nos seus
cabelos ruivos e revoltos, puxando-a para si até que os lábios deles
estavam um sopro de distância, mas Theresa sorriu serenamente para o
rosto tenso e empurrou as mãos sobre o peito arfante para forçar alguma
distância entre eles. Ele relutantemente deixou-a ir, renunciando a
oportunidade de usar o seu maior tamanho e força superior contra ela,
obviamente, conteúdos, por agora, para deixá-la controlar.
— Theresa, por favor, — implorou. — Dá-me a tua boca. Eu preciso te
provar... per favore.
— Sem lábios. — Ela balançou a cabeça. — Isto não é... — Ela
hesitou, e seus olhos queimaram e o corpo ficou imóvel debaixo dela,
tenso com tensão.
— Não é o quê? — Perguntou ele. — Não é o quê, Theresa?
— Pessoal... — ela completou num sussurro, e ficou chocada e
consternada quando viu um flash de dor nos olhos geralmente ilegíveis.
— Isto sente-se bem pessoal para mim, cara, — ele silvou.
— Eu apenas... preciso de ti, — ela meio soluçou, e ele balançou a
cabeça, agarrando os quadris estreitos entre as mãos grandes. — Não a
mim. — Ele balançou a cabeça, mantendo os quadris firme enquanto moía
contra ela contra ela. Ela estremeceu de prazer involuntário. — Isto!
— Sim, — ela gritou, empurrando-se contra ele. — Por favor…
— Eu não vou te deixar usares-me assim, Theresa. — A sua voz
estava tão frágil que rachou.
— Por que não? — Ela gemeu, lágrimas de frustração, raiva e
desgosto corriam pelas suas bochechas. — Tu usaste-me exatamente da
mesma maneira, e mantiveste impessoal também. Nenhum beijo, nenhum
carinho, nenhuma intimidade, nenhuma conversa, nenhum calor... nada!
Tiraste o acto de tudo menos essencial, e agora, isso é tudo que eu quero
de ti.
— O que é isto? Algum tipo de vingança? Tu queres que eu veja como
se sente ser usado? Bem, estás a fazer um inferno de um bom trabalho,
Theresa. Considera-o uma lição bem aprendida. — Ele usou a força
superior e levantou-a como se ela não pesasse nada, e ela se enrolou em
uma bola humilhada, com lágrimas a escorreguer pelas bochechas

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enquanto todo o seu corpo se apertava com a frustração sexual e


emocional.
— Eu não estava a tentar provar nada, — protestou ela grossamente.
— Eu só não queria me envolver emocionalmente novamente! Eu não
queria começar a pensar que havia outra coisa senão a atração física entre
nós. Eu não posso dar ao luxo de cometer esse erro novamente.
— Mi dispiace, cara — disse ele pesarosamente quando se levantou e
enfiou as mãos nos bolsos para olhá-la. — Eu não posso te dar o que
queres. Não do jeito que queres.
— Fizeste isso antes, — ela apontou, sentando-se e limpando as
bochechas quentes e molhadas. — Nós podemos apenas voltar a isso.
— Não há como voltar a isso, — ele negou duramente. — Nunca
mais.
— Eu sei que não sou o teu tipo. — Ela se esforçou para parecer
casual sobre esse facto doloroso e ignorou o leve som de choque que
parecia ressoar de dentro do seu peito largo. — Em comparação com
todas aqueles supermodelos e atrizes, eu sei que tenho sido sempre
senhorita Aborrecida e Deselegante, mas tu deixaste passar uma vez. Eu
pensei que talvez...
— Estás à pesca de elogios? — Ele perguntou, o rosto enrugado num
olhar incrédulo. —Porque eu sei que não podes estar a falar a sério com
esse monte de parvoíce! — Ela olhou para o seu rosto indignado, e ele
soltou uma gargalhada de descrença à confusão dos olhos dela.
— Bem, como explicas o facto de que tu mal podes olhar para mim?
— Ela encontrou a voz alguns momentos mais tarde, e ele estremeceu com
a vergonha dolorosa e angústia que ela não conseguia disfarçar. — Eu sei o
quanto tu odiavas me tocar. Eu podia ter sido uma virgem quando nos
casamos, Alessandro, mas eu sabia o suficiente para entender que um
homem que tem que se embebedar num estado de estupor antes de tocar
uma mulher, um homem que mal pode trocar uma palavra civil com ela, e
tem que esfregar o seu cheiro e toque da pele, logo que ele seja capaz de
se levantar depois do sexo... um homem como esse tem de estar repelido
pela mulher na sua cama. — Outro som áspero foi arrancado do peito
dele, e ele ergueu as duas mãos para esfregar sobre o rosto e os olhos e

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até ao seu cabelo, deixando-o em picos bagunçados. Finalmente, ele ficou


ali, a olhar para ela com os dedos ligados em toda a sua nuca,
aparentemente incapaz de responder às suas palavras de dor.
Ele se sentou ao lado dela, arrastou-a de volta para o seu colo, e
gemeu impotente. Ele virou-se até que ela estava escancarada em cima
dele novamente. Desta vez, ele arrastou os joelhos para apoiar o seu
traseiro e passou os braços ao redor do seu corpo esguio, construindo uma
gaiola humana fortificada em torno do corpo trêmulo dela.
— Theresa... — ele gemeu, enterrando o rosto no cabelo macio,
perfumado. — Eu desejo-te, cara. Eu sempre te desejei. — Ele segurou a
parte de trás da cabeça dela nas palmas das mãos e olhou fixamente para
ela, tentando transmitir a sua seriedade por pura força de vontade. Os
olhos encharcados de lágrimas de Theresa varreram todo o seu rosto
muito sério e ela se viu incapaz de ler a sua expressão. Mais uma vez ele
tinha as emoções sob controlo apertado e mesmo que estivesse a dizer as
palavras, ela não poderia dizer se ele estava a ser sincero.
— Não tens que mentir, — ela sussurrou, deixando cair a cabeça para
um dos seus ombros largos e fechando os braços ao redor das costas
largas, sentindo-se quente e protegida. —Desculpa-me, eu trouxe isso à
tona novo, Sandro. Eu não queria. Eu não quero continuar a atirar o
passado à tua cara assim. Eu reconheço quão difícil a situação deve ter
sido para ti e...
— Para. — Ele finalmente interrompeu o burbulhar de palavras que
ela não conseguia controlar. — Basta parar. Sim, a situação era além do
meu controlo. Foi, e ainda é, incrivelmente difícil, mas isso não quer dizer
que merecias o tratamento que tiveste de mim e que certamente não
significa que eu nunca te quis. Theresa, a maioria das noites eu mal
conseguia manter as mãos gananciosas fora de ti.
— Tu não conseguias? — Ela levantou a cabeça do ombro dele para
olhar para o seu rosto sombrio.
— Por que é que achas que eu insistia em dividir a cama? — Ele
apontou. — Dessa forma, eu não tinha que ir te encontrar quando a minha
necessidade por ti cancelasse todo o resto.
— Oh... — ela respondeu.

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— Sim... "oh". — Ele balançou a cabeça. — E, apesar de todos os


meus estratagemas idiotas para manter a intimidade entre nós a um
mínimo, lembra-te que eu culpava-te por este casamento tanto quanto
culpava ao teu pai, mas eu nunca poderia ter o suficiente de ti.
— Oh... — ela murmurou de forma redundante, e os lábios dele se
contraíram num pequeno sorriso.
— É por isso que eu nunca dormi com essas mulheres que os
tablóides mantinham a emparelhar comigo, — ele sussurrou, os seus
longos polegares a acariciar para a frente e para trás em toda a pele
acetinada esticada sobre as suas maçãs do rosto salientes.
— Tu realmente não dormiste com nenhum delas? — Ela perguntou
com uma voz pequena, incerta, e ele balançou a cabeça, nunca a mudar os
olhos dos dela.
— Porquê que eu deveria? Quando eu te tinha à minha espera em
casa, — rosnou, e ela piscou as lágrimas que ameaçavam transbordar.
— Porquê que deveria acreditar em ti? — Ela perguntou.
— Porquê que iria te mentir? Eu não tenho nada a ganhar com isso;
nós vamos nos divorciar, levar caminhos separados daqui a alguns meses...
certo? — A última surgiu um pouco hesitante, e Theresa piscou para o
lembrete indesejável.
— Certo. Claro. — Ela assentiu com a cabeça.
— Então mentir sobre isso agora não iria conseguir nada. — Ele deu
de ombros.
— Obrigado. — Ela não tinha certeza do que estava a agradecer. Por
falar a verdade? Não ter dormido com aquelas mulheres? Tudo que ela
sabia era que se sentia incrivelmente aliviada porque a humilhação
pública magoava muito menos agora que sabia que os rumores das duas
muitas infidelidades tinham sido improcedentes. Ela fechou a dolorosa
memória persistente da onipresente Francesca, e deixou cair a cabeça para
trás sobre o ombro dele. Ele acariciou as suas costas suavemente. Já não
havia nada de sexual no seu abraço, apenas conforto e apoio, o que
Theresa precisava de mais do que a liberação física que ela antes tinha
desejado.
— Deves estar a morrer de fome, — ele murmurou no seu cabelo,

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levantando a cabeça para sorrir para ela. — Vou-nos conseguir algo para
comer. Podemos jantar e ver a um filme na cama, ok? — Ela assentiu com
a cabeça e com relutância permitiu que ele a levantsse a do colo. Ele deu
um beijo doce na sua cabeça e saiu do quarto com um sorriso.

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Capítulo Nove
Aquele dia marcou um ponto de viragem na relação rochosa. A paz se
manteve e junto com ele um respeito mútuo, cada vez mais profundo,
floresceu entre eles. Sandro consultou-a em algumas das suas decisões de
negócios, parecendo valorizar as suas opiniões e tomar os seus conselho.
Agarrando a sugestã dele, Theresa começou a perguntar pelas suas
opiniões sobre alguns dos seus projetos e desenvolveu uma admiração
afiado pelo olho que ele parecia ter para com jóias de qualidade. Com o
seu incentivo, ela começou a tentar peças mais difíceis usando novas
medidas e ficou agradavelmente surpreendida com os resultados.
A vida era melhor, mas de nenhuma maneira perfeita, eles ainda
dormiam separados por insistência de Theresa. Enquanto ele a
acompanhava a todos os compromissos do médico e foi mesmo o seu
treinador nas aulas de parto natural que ela começou a frequentar,
Theresa raramente falava com ele sobre o bebé e fez o seu melhor para
desencorajar qualquer discussão. Lisa era para sua treinadora, mas a prima
tinha as mãos cheias com Rhys e prometeu estar lá para o nascimento,
mas não poderia colocar compromisso de tempo nas aulas. Isso, é claro,
significava que Sandro não era nada mais do que um substituto
temporário, que ela sabia que agradava o seu ego. Francesca ainda
aparecia grande entre eles, e mesmo que Theresa tinha o cuidado de
nunca mencionar o nome da outra mulher, ela nunca estava longe da
mente de Theresa.
Sandro tinha ido para a Itália um par de vezes durante os últimos três
meses e depois de compulsivamente verificar a Internet por qualquer
notícia sobre ele enquanto estava fora, ela tinha finalmente encontrado
fotos dos dois juntos, participando de alguma função glamourosa em
Milão. Ela não conseguia ler o artigo italiano, mas tinha sido uma extensa
disseminação de quatro páginas sobre o evento e Sandro e Francesca

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Delvecchio, como as legendas tinha identificado, tinha sido duas das


pessoas mais bonitas lá. Então é claro que havia pelo menos uma dúzia de
fotos deles a sorrir, dançar, e beber. Sandro parecia tão relaxado e feliz com
a morena linda e escultural no seu braço que Theresa tinha sido incapaz de
parar de olhar para as imagens. Era assim que ele deveria ter parecido no
dia do casamento, despreocupado e no amor. Em vez disso, o rosto tinha
parecia que iria rachar bem forte se ele inclinasse os lábios nos cantos.
Tinha fisicamente a magoado ver essas fotos, mas aquela que a tinha
rasgado tinha sido dele curvando-se para soltar um beijo na bochecha de
Francesca. Nunca tinha visto duas pessoas mais correspondentes.
Theresa suspirou e sacudiu-se ligeiramente, quando se viu a pensar
sobre a imagem novamente. Fazia mais de um mês desde que ela tinha
visto, e não tinha mencionado-o para Sandro, sabendo que iria conseguir
pouco, especialmente com a sua separação iminente menos de três meses
de distância. Ela passou a mão suave sobre o monte no estômago do
tamanho de uma bola de futebol, tentando aliviar o bebé inquieto que
movia sob o seu toque. Ela não tinha o direito de ter ciúmes, apesar do
facto de que eles tinham um relacionamento muito melhor agora do que
tinha tido durante o primeiro ano e meio de casamento. Ela não podia
perder de vista o facto de que eles eram casados apenas no nome e se
separariam assim que o bebé nascer.
Ela tinha começado a decorar o berçário, e Sandro, que tinha se
passado quando tinha voltado do escritório cedo para encontrá-la no cimo
de uma escada a tentar pintar as paredes, tinha feito a pintura. Ela passou
uma grande parte do tempo no berçário, acrescentando pequenos toques
aqui e ali, muitas vezes a sair e comprar móveis e brinquedos. Havia
realmente foi muito pouco a fazer, mas ela ainda continuava a adicionar
pequenos bichos de peluche e roupas minúsculas. O esquema de cores era
creme e lilás pálido. Ela tinha começado com azul, mas tinha voltado a casa
um dia de visitar Lisa, para descobrir que Sandro tinha mudado a cor para
algo mais "gênero neutro", como ele colocou. Ela não tinha protestado
muito, porque ela tinha encontrado o novo esquema de cores suaves e
mais bonitas do que o azul no branco que tinha planejado.
Ela também encontrou toques de Sandro em outros lugares no

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berçário. Ele comprou brinquedos- brinquedos para meninas. Bonecos de


peluche, ursos de peluche, pôneis, qualquer coisa que o coração de uma
menina poderia desejar. Theresa optou por não reconhecê-los de qualquer
forma, e cada vez que ela via um, geralmente escondia entre os
brinquedos que ela tinha comprado, ela renegá-los para o canto mais
distante do berço bonito que haviam selecionado juntos. Havia uma
coleção bastante grande a formar-se na área, que ela tinha apelidado de
Toy Siberia. Ela não sabia porquê que ele continuava a comprar essas
coisas, e se recusou a perguntar. Ele nunca mencionou o monte de
brinquedos que ela tinha arrumado no canto, apenas obstinadamente
continuou s a adicionar mais e mais para o berçário.
As duas horas deles, três vezes por semana tinham se ramificado em
algumas horas todos os dias. Não havia mais um tempo limite para a
quantidade de tempo que passavam juntos, porque Theresa tinha parado
de aplicá-la uma vez que ficou claro que Sandro iria esgueirar-se um
pouco de tempo todos os dias. Apenas se tornou mais fácil fingir não
percebê-lo. A saúde de Theresa continuou a flutuar, a sua gravidez sendo
muito mais difícil do que ela, ou Sandro, ou o médico tinha antecipado. Ela
tinha sido diagnosticado com pré-eclâmpsia no mês anterior, e Sandro
tinha se transformado numa mulher de idade paranóica sobre o que podia
e não podia fazer. Ele até parou de ir para o escritório, trabalhando a partir
de casa e a pairar 24/7. Ela não sabia como ela iria passar os dois últimos
meses da sua gravidez sem recorrer a alguma forma de violência porque o
homem estava a pô-la completamente louca.
Agora ela estava sentada com os pés para cima, a olhar
melancolicamente para a chuva que escorria no lado de fora. Era uma
tarde de primavera excepcionalmente húmida e miserável, e Theresa tinha
há muito tempo abandonou o seu livro em favor dos seus pensamentos
turvos. Tão absorvida que estava naqueles pensamentos que não ouviu
Sandro entrar, e quase saltou para fora da pele quando sentiu uma grande
mão no seu ombro.
— Não pretendia te assustar, — ele murmurou, curvando-se para
soltar um beijo rápido sobre a pele macia e exposta onde o seu ombro e
pescoço se encontravam. — Eu chamei o teu nome, pelo menos, duas

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vezes, mas estavas totalmente envolvida no teu pequeno mundo.


— Estava apenas a pensar... — Ela encolheu os ombros, a voz a
desvanecer.
— Sobre?
— Tudo. Nada. —Deu de ombros novamente.
— Como te estás a sentir? — Ele perguntou, pondo-se de joelhos na
frente dela.
— Estou bem. Um pouco cansado... — Ele ergueu a mão e
gentilmente traçou uma das suas maçãs do rosto delicado com o polegar
antes de agilmente pulaar de pé e sentar-se no sofá ao lado dela. Nenhum
deles disse nada por um tempo; apenas ouviram a chuva e assistiram
enquanto escorria para baixo a janela como uma cachoeira.
—Eu quero que conheças o meu pai, — ele anunciou
inesperadamente, e ela congelou antes de virar a cabeça lentamente para
encontrar os seus olhos pensativos.
— O quê?
— O meu pai, — ele repetiu, e ela mordeu o lábio antes de limpar a
garganta com incerteza.
— Eu não sei se isso é... — ela começou, mas ele a interrompeu
antes que pudesse terminar.
— A condição dele está a se deteriorar rapidamente, — disse ele
abruptamente. A voz quebrou um pouco quando ele disse as palavras e a
sua mandíbula apertou.
— Oh, Sandro, lamento, — ela sussurrou, os olhos a ficarem líquidos
com simpatia por ele. — Quando é o teu voo?
— Eu não vou embora, — ele disse-lhe severamente, e os olhos dela
sombrearam em confusão, antes de queimarem quando percebeu porquê
que ele se recusou a ir e estar com o pai.
— Sandro. — A sua voz era tão baixa que mal se tranportou para o
homem que estava sentado a polegadas dela. — Não podes ficar por causa
de mim. Tu tens que ir e estar com a tua família. O teu lugar é com eles
agora.
— Tu és a minha família também, Theresa, — ele retrucou, um
redemoinho de frustração e dor a brotar dos seus olhos. — E recuso-me a

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deixar-te aqui sozinha.


— Difícilmente estou sozinha, Sandro, — ela descartou
levianamente. — Os funcionários, Lisa e Rick, e até mesmo o meu pai
estão aqui para mim. Vai para casa ter com a tua família.
— Aqui é onde eu tenho que estar, este é o lugar onde eu vou ficar.
Para de discutir comigo, pelo amor de Deus! — Ele rosnou.
— Tu não vais me culpar por isso também, Sandro , — ela se irritou
impotente. Ela reconheceu a inclinação teimosa do queixo e a resolução de
aço nos olhos dele e sabia que a sua decisão já estava tomada. Ele não se
moveria sobre a questão, a menos que algo drástico acontecesse para
mudar a sua mente. — A única razão pela qual estás aqui agora é por
causa do meu pai e o seu esquemazinho corrupto de chantagem! Eu e o
meu pai bagunçamos a tua vida e tua família o suficiente; não o tornes pior
por ficar aqui comigo, de todas as pessoas, quando a família que tu
sacrificaste a tua liberdade precisa de ti.
— Tu nunca mais, — ele fervia, agarrando e apertando a mão com
tanta força que ele quase cortou a circulação,— te metas na mesma
categoria que o teu pai novamente, Theresa. Nada disso é tua culpa e
agora também precisas de mim.
— Eu não preciso de ti, — ela enunciou claramente. — Eu recuso-me
deixar que tu te atormentes assim. Dever acima de tudo. Isso está certo? O
resignado Sandro, que está sempre a fazer a coisa certa e sempre a colocar
as necessidades de todo mundo antes das suas próprias. Sacrificar a tua
felicidade no altar de obrigação familiar. Eu não vou ser a tua obrigação,
Sandro. Eu me recuso. Vai e fica com a tua família!
— Tu és a minha família, raios! Tu, tu, tu! — Ele gritou, e ela saltou de
susto, a mandíbula a abrir lentamente enquanto Sandro saltou do sofá a
pairou sobre ela furiosamente. Tão raramente que Sandro perdia a calma
que Theresa olhou para o sua cara frustada e miserável em silêncio
chocado. Todo o ar parecia deixar as velas dele e os ombros caíram
enquanto ele caia de joelhos na frente dela, trazendo os seus olhos para
baixo para o mesmo nível que os dela. — Eu quero ficar aqui contigo. Por
que isso é tão difícil para tu entenderes? — A sua voz caiu para um
sussurro. Os seus olhos de repente, surpreendentemente, encheream de

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humidade, o que ele não fez nenhuma tentativa de esconder dela, e ele
murmurou algo em italiano, a voz cheia de emoção. Ela mordeu o lábio e
balançou a cabeça.
— Eu não compreendo, — ela sussurrou com pesar, e ele estendeu a
mão para tocar o seu rosto.
— O meu pai está a morrer, cara, — ele repetiu em Inglês, a voz
absolutamente devastado com a emoção. — Por favor, eu preciso que tu
não lutes comigo agora. — Ela assentiu com a cabeça e estendeu as duas
mãos para acariciar o seu cabelo para trás da sua testa larga. O gesto
pareceu desfazê-lo, e o rosto amassou antes de ele passar os braços fortes
em volta da cintura engrossada e esconder o rosto no monte do seu
estômago enquanto Theresa enrolou o seu corpo superior protetoramente
sobre a cabeça dele enquanto sussurrou pequenos trechos calmantes no
seu cabelo.
— Desculpa, — disse ela baixinho. — Eu não tive a intenção de tornar
isto mais difícil; Eu apenas pensei que ias ficar por algum sentido
equivocado de honra e obrigação. Eu odiaria isso, Sandro. Eu odiaria que
ficasses, em seguida, se... se o pior acontecesse, tu irias me culpar porque
não pudeste estar lá ao lado dele.
— Eu sei, — ele murmurou, levantando a cabeça para olhar para ela,
o rosto inescrutável, apesar da emoção que agitava que ela podia ver no
seu olhar. — E eu posso ver por que é que pensarias isso. Tenho te culpado
por muito no passado e te tratado terrivelmente, mas tu tens que
acreditar em mim quando te digo que a última coisa no mundo que eu
quero é magoar-te, Theresa. — Ela não disse nada, sabendo que, apesar
de que não seria intencional, ele ainda iria magoá-la quando ele
finalmente fosse embora. E, em seguida, novamente quando eles se
divorciarem e ele finalmente se casasse com Francesca. Todas essas coisas
eram tão inevitáveis como o pôr do sol. Eles iria acontecer e iriam
desvastá-la.
— Então, o que queres me perguntar? — Perguntou ela, sem
reconhecer as suas palavras fervorosas. A omissão não passou
despercebida e Sandro se encolheu um pouco antes de tomar uma
respiração profunda e se levantar para se sentar no sofá ao lado dela,

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angulando o seu corpo para que pudesse encará-la.


— Eu quero que conheças o meu pai, — ele repetiu, e os olhos dela
mostraram sua confusão.
— Eu não tenho certeza se entendi. Tu sabe que o doutor Shelbourne
proibiu qualquer voo durante o meu terceiro trimestre.
Ele sorriu um pouco antes de balançar a cabeça. — Theresa, cara, tu
realmente precisas recuperar o atraso do século 21, — ele brincou.
Tornou-se uma piada entre ele e Rick, de todas as pessoas, que Theresa
estava tão tecnologicamente atrasada. Ela mal podia operar o telemóvel,
assim que e-mails, mensagens instantâneas, e todas as outras formas a
deixaram completamente perplexa. Ela havia dizimado os discos rígidos em
três laptops em tantos anos e agora manteve os registros estritamente em
papel num armário no seu escritório.
— Então, o que tens em mente? — Ela perguntou.
— Certamente nada que envolva a ti ou ao meu pai voar em
qualquer lugar. Nunca ouviste falar de vídeo-conferência? — Ele
perguntou, afastando uma mecha de cabelo que tinha escorregado de
detrás da sua orelha, para balançar no seu rosto. Ele sempre fazia
pequenas coisas como essa ultimamente; estava sempre a tocá-la, a
acariciá-la, e depois do seu desconforto inicial com todo o contato, Theresa
agora quase não notava e apenas aprecia os mimos.
— Aquela coisa onde tens uma reunião e tu podes ver as pessoas do
outro lado do mundo num monitor na sala? — Ela perguntou vagamente, e
ele sorriu.
— Sim... muitas vezes eu falo com minha família na Itália por esse
meio, — revelou.
— Ok. — Ela balançou a cabeça lentamente. — Então, quando queres
fazê-lo?
— Eu estava a pensar hoje à noite? — Ele perguntou, e o estômago
dela deu um rolo lento e nervoso antes de ela balançar a cabeça
novamente.
— Ok, — disse ela novamente, fisicamente incapaz de dizer muito
mais.
— Eles vão te adorar, — ele assegurou, apertando a sua mão.

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— Eles? — Ela perguntou, de repente cheia de dúvidas. — Eu pensei


que seria apenas o teu pai.
— A minha mãe e avó provavelmente vão estar lá e talvez um par das
minhas irmãs também. Com o meu pai tão doente, provavelmente eles
estão todos lá.
— O teu pai está em casa?
Ele acenou, os olhos a escurecer novamente.
— Ele recusa-se a ser hospitalizado. Ele diz que, se ele vai morrer, ele
quer fazê-lo em casa. Ele tem o melhor cuidado médicos e instalações que
o dinheiro pode oferecer em casa.
— Isso é compreensível. — Ela assentiu com simpatia. — Ele esperou
tanto tempo para voltar para casa. — Houve um momento de silêncio
constrangedor.
— Estou realmente contente que tu conseguiste pegar de volta para
ele, Sandro, — ela falou impulsivamente. — Mesmo se te custou mais do
que deveria. — Mais uma vez o silêncio, antes de ele assentir tensamente,
o rosto sombrio parecendo talhado em pedra.
— Então, eles sabem que vou estar... eles estão à espera de se
encontrar comigo? — Ela quebrou o silêncio desconfortável poucos
momentos depois e ele limpou a garganta.
— Eu estive a fazer barulho sobre querer que eles te conheçam há
um tempo agora, — informou. — Então, eles não vão ficar muito
surpresos.
— Sempre a pensar adiantado não é? — Ela perguntou com uma
pitada de ressentimento.
— Se tu queres dizer que eu tinha antecipado ter de te apresentar ao
meu pai moribundo por este meio menos quedeal, então não, eu não
estava realmente a preparar para esta eventualidade! —Ele retrucou,
irritado.
— Eu não quis dizê-lo dessa maneira — ela sussurrou defensiva.
— Claro que não quiseste, — ele concordou com sarcasmo. Ferida,
ela conseguiu alavancar a sua forma volumosa do sofá, ignorando-o
quando ele pulou agilmente para oferecer assistência.
— Estou cansada, acho que vou fazer uma sesta antes do jantar, —

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disse ela. — Vejo-te mais tarde. — Ela deixou-o para trás sem um único
olhar, simplesmente doente e cansada da constante tensão que ambos
tinham de viver.

** **

— Estás pronta? — Ele oerguntou-lhe calmamente algumas horas


mais tarde. Ambos estavam no seu estudo enorme, onde ele havia
montado o computador e a câmara para a vídeo-conferência. Sem uma
simples câmara e tela de computador para Sandro, ele tinha uma câmara
de vídeo adequada com uma grande tela de televisão montado. Ele
explicou que permitiria a sua família para ver os dois ao mesmo tempo, e
ainda explicar que os pais tinham uma configuração semelhante em casa.
— Pronto como nunca vou estar, eu acho. — Ela assentiu com a
cabeça nervosamente, e ele a levou para um sofá grande e confortável,
que estava de frente para a câaera. Ele fez com que ela estivesse sentada
confortavelmente antes de se ajoelhar na frente dela inesperadamente.
— Sinto muito por antes, — ele disse suavemente, os olhos escuros
perfurando enquanto olhavam atentamente para os dela. — Estar em
torno de ti é uma experiência humilde. Eu não acredito que já pedi tantas
desculpas para uma pessoa em toda a minha vida antes. Eu pareço estar
sempre a errar contigo.
— Estás sob muita tensão emocional no momento, Sandro, e eu sei
que eu provavelmente não estava a fazer mais fácil para ti. Por favor,
apenas esquece. — Ele suspirou profundamente antes de assentir e sentar
ao lado dela. Ele pegou um pequeno controlo remoto da mesa de centro
na frente deles e começou a subir a câmara, indicando na direção da luz
vermelha que piscava que ele tinha lhe dito aque significaria que a câmara
estava ligada. Uma imagem de um casal de idosos, de repente encheu a
tela anteriormente em branco da televisão grande à esquerda da câmara.
Sorrisos amplos de repente iluminaram os seus rostos e os dois
começaram a tagarelar ao mesmo tempo. Theresa sabia que eles eram
seus pais a partir das imagens que tinha visto no estudo de Sandro. O seu
pai parecia muito frágil e mais cansado do que o homem robusto nas

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fotografias, no entanto, e Theresa podia ver a partir da pele pálida e olhos


fundos como muito doente estava o homem mais velho
Sandro sorria calorosamente enquanto os pais continuaram a
tagarelice, antes de finalmente levantar a mão e eles relutantemente se
calaram. Ele disse alguma coisa para eles em italiano, antes de indicar
Theresa, que estava sentado com um sorriso congelado no rosto. Ela não
tinha certeza do que fazer ou o que dizer; ela não tinha certeza se eles
falavam Inglês.
— Mama, papa... Eu sei que tem demorado, — disse ele, em forte
sotaque Inglês. — Mas este é Theresa... mia moglie, a minha esposa.
— Piacevole por incontrarli, — ela murmurou, hesitante, não tenho
certeza se o disse direito ou se eles entenderam, mas o sorriso que Sandro
lhe dirigiu estava cheio de tanto orgulho e ternura que Theresa sentiu-se
banhado no seu calor. Ele entrelaçou os dedos magros longos de uma mão
com a dela, mas ela não entendia porquê que ele ele sentiu a necessidade
de fazer o gesto quando as suas mãos estavam fora da vista da câmara.
— Encantada em conhecê-los, — ela repetiu em Inglês, no caso do
casal não a ter entendido, o que parecia provável às suas expressões
confusas. Os lábios da sua mãe franziram no que parecia desaprovação,
mas o sorriso do seu pai ampliou e ele disse algo em italiano rápido que
Theresa não tinha a menor chance de entender.
— O meu pai diz que você é realmente linda, — Sandro traduziu para
ela. — E que ele está muito feliz por finalmente te conhecer. — Os olhos
dela inundaram de lágrimas e ela balançou a cabeça ligeiramente.
— Obrigada... grazie. — Ela sorriu calorosamente para o velho de
aparência frágil, e ele parecia encantado por isso. Ele mais uma vez disse
alguma coisa em italiano a alta velocidade e Sandro riu antes de responder
em voz divertida. Era óbvio que eles estavam a falar sobre ela, e ela se
virou para Sandro, esperando a tradução. Quando não pareceu estar
próximo, ela incitou-o com uma cotovelada, e ele sorriu antes de dizer
qualquer coisa em voz irônica à sua mãe e pai antes de se virar para ela
com o mesmo humor quente nos olhos.
— O meu pai diz que, enquanto tu pareces tão doce e dócil como um
anjo, ele não imaginar que uma mulher com o teu cabelo vermelho pode

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ser fácil de se conviver. Ele acredita que o exterior angelical deve esconder
um temperamento explosivo.
— Oh? — Ela perguntou em voz enganosamente calma, mesmo
quando estreitou os olhos para ele. — E o que foi que tu disseste?
— Eu disse-lhe que ele definitivamente conhece as mulheres muito
melhor do que eu, porque quando me casei contigo eu pensei que o anjo
era tudo o que havia, até que provoquei o demônio de fogo, para meu
prejuízo.
— Demónio de fogo ? — Ela perguntou em voz muito ofendida e o
seu pai e ele riramsimultaneamente.
— Calma, cara. — Ele ergueu a mão livre num gesto de rendição, e o
seu pai explodiu num riso genuíno e quente, o som tão feliz e
despreocupado que por um instante, incluindo a sua esposa, olharam para
ele com sorrisos enormes. O homem mais velho trouxe a sua risada sob
controle e disse algo em italiano, que parecia estar destinado a Theresa.
Ela olhou para Sandro para uma tradução, e ele hesitou por um milésimo
de segundo antes de limpar a garganta e voltando-se para Theresa.
— Ele diz que é ótimo ver-me com uma mulher que não se sente
intimidado por mim e que pode dar tão bom como recebe. Ele acha que
vamos ter filhos e filhas fortes. — Ele limpou a garganta antes de continuar,
mesmo que a rouquidão persistiu. V Ele tem a honra de chamar-te filha e
está orgulhosa de que as crianças do seu filho virão de uma mulher digna
como tu.
— Oh... — Theresa sussurrou, a sua mão indo até cobrir a boca e os
olhos inundados de lágrimas. — Oh Deus.
— Cara. — A sua voz suave no seu ouvido implorou-lhe para se
compôr e ela balançou a cabeça, fechando os olhos brevemente para
manter as suas emoções sob controlo, antes de se preparar e abrir os
olhos para encontrar os olhos sábios e velhos de um homem que estava do
outro lado do mundo.
— Obrigada, — ela disse a ele novamente. — É muito gentil em dizer
isso. Estou igualmente orgulhoso de saber que o meu filho vem de uma
família forte, tal como a sua. Estou ansiosa para o dia que eu possa
apresentar o meu filho ao senhor.

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—Ou filha, — Sandro inseriu suavemente, antes de traduzir o que ela


tinha dito ao sorridente homem mais velho.
— Tu és... linda menina. Desculpar por todos os problemas, — disse o
homem de repente no inglês quebrado mas compreensível, e os lábios de
Theresa tremiam de emoção. — Tu fazer o meu menino feliz. Eu vejo isso...
grazie. Eu muito preocupado.. mas eu vejo agora, ele muito feliz contigo.
Muito amor aí. Eu vejo.
Ela não podia responder a isso com muito mais do que um aceno e
outro grazie emocional, esmagada pela percepção de que havia permitido
o velho doente para ver o quanto ela amava o seu filho. Ele e Sandro
estavam agora ter uma conversa solene, e o homem mais velho começou a
pausar mais e mais freqüentemente, parecendo perder o controlo dos
seus pensamentos mais e mais até que a sua esposa entrou e pediu a
suspensão da conversa.
— A Mama diz que está cansado e precisa de tomar a sua medicação
e repousar, — ele sussurrou para Theresa, enquanto observavam o homem
mais velho protestar antes de permitir-se a ser rodado, pois ele estava
numa cadeira de rodas, para fora da sala com algumas últimas despedidas
a Sandro e Theresa. A mão de Sandro apertava a dela com tanta força que
parou o fluxo de sangue para os dedos, mas Theresa não protestou,
sabendo que Sandro provavelmente se perguntava se seria a última vez
que ele iria ver ou falar com o pai. Eles observavam em silêncio enquanto a
porta se fechou atrás da forma elegante da sua mãe antes de se tornarem
conscientes do facto de que outra pessoa estava no quarto, na tela. Uma
mulher velha enrugada repente colocou-se no banco que a mãe de Sandro
tinha desocupado, e todo o rosto de Sandro iluminou.
— Nonna! — Ele cumprimentou com entusiasmo e virou-se para
Theresa, que já tinha percebido quem a velhinha era. Ela estava a começar
a sorrir timidamente, quando a mulher lançou-se a falar, a voz baixa e
furiosa. Tudo o que ela dizia limpou o sorriso do rosto de Sandro em
segundos, e ela viu como os seus olhos escureciam com fúria e os lábios
apertavam numa expressão que ela estava mais do que um pouco
familiarizada. Ele soltou a mão de Teresa e sussurrou algo que soava
igualmente terrível de volta para a avó, que engasgou em horror antes de

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lançar num discurso ainda mais furioso.. Por esta altura duas mulheres
mais jovens, a quem ela reconheceu como irmãs de Sandro, tinha entrado
na sala e em cima de ouvir o que quer que era a sua avó tinha dito
adicionaram as suas próprias palavras, até que não havia nada além de
gritos ininteligíveis provenientes dos alto-falantes. De repente, as palavras
da velha viraram para Inglês, e seus olhos estavam treinados sobre
Theresa.
— Tu fazer a minha família miserável! Tu tomas o meu neto e o
manténs longe da sua família, manténs longe do seu pai moribundo. Tu
nada, mas egoísta. Porque queres um homem que não te amar? Nenhum
orgulho... tu nenhum orgulho. Ele amar uma mulher boa, ele não te amar!
Theresa engasgou em horror e levantou as mãos à boca, sem defesa
contra o ódio que viu queimar nos olhos da mulher mais velha. Os seus
olhos inundaram de lágrimas, e Sandro praguejou rêmulo antes de dizer
algo suave e perigoso para as três mulheres do outro lado da câmara, mas
Theresa tinha as bloqueado a todos e lutava para ficar de pé, ignorando o
protesto desesperado de Sandro.
Ela estava fora da porta e no meio da escada, antes de ele a apanhar.
— Ela é velha, cara, — disse ele desesperadamente, segurando o seu
braço enquanto ela tentava arrancar-se longe dele. — Ela é velha e
teimosa. O que ela disse não é verdade.
— Eu não fiz a tua família miserável? — Ela perguntou entrecortada.
—Claro que fiz, Sandro. Tu sabes que é verdade. Eu não te mantive longe
deles? Ou longe do seu pai moribundo? Eu fiz isso também. Tu não me
amas? Nenhuma notícia aí. Estás apaixonado por outra pessoa? Mais uma
vez: notícia velha... e ela estava certa. Eu não tenho absolutamente
nenhum orgulho. Absolutamente nenhum. Se eu tivesse eu nunca teria
ficado nesta fraude de casamento. Tudo o que ela disse era verdade. Então
ela estava apenas a ser honesta....e essa é a minha vergonha para lidar.
—Theresa, por favor... — Ela não sabia o que ele queria dela. Ela
arrancou o braço da sua mão e encontrou-se a oscilar à beira da escada,
quase a cair até que ele a puxou de volta para o seu corpo forte e se
preparou para absorver o seu peso.
— Sua mulher tola, para de lutar contra mim e apenas ouve, porra!

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— Ele sussurrou no seu ouvido. Chocada, não podia fazer mais nada, mas
ficar trêmula nos seus braços. — Ela não entendeu tudo; tu tens o orgulho
mais teimoso do que qualquer pessoa que eu já conheci. Tu não me
mantiveste longe do meu pai, eu escolhi ficar.
— Por causa de mim, — ela inseriu desanimado.
— Porque eu escolhi ficar contigo, — enfatizou mas não realmente
vendo a diferença, Theresa permaneceu quieta. — Tu não vês Theresa? Eu
queria estar contigo!
— Estou cansada, Sandro, — ela sussurrou depois de uma longa
pausa, enviando um olhar aguçado para a mão que ele tinha no seu
cotovelo. O seu aperto aumentou um pouco antes de ele relutantemente a
soltar e dar um passo atrás para permitir que ela continuasse a subir as
escadas.

** **

Quando Theresa acordou de um sono agitado algumas horas antes


do amanhecer, não demorou muito tempo para descobrir que Sandro
estava deitado na cama com ela. O seu corpo grande, duro estava curvado
em torno dela, os joelhos aconchegados de detrás dela. Ele tinha um braço
enrolado sob seu pescoço dela e a outra pendurada pesadamente através
da cintura, com a mão em concha protetora sobre o seu abdômen
inchado. Podia sentir a sua respiração profunda contra a nuca dela,
indicando que ele dormia e tinha sido tanto temp desde que ela se
encontrou na cama com ele que se permitiu desfrutar do seu calor e
proximidade relaxante, sem a tensão que havia geralmente entre eles,
quando ele estava acordado.
Mesmo antes que eles tivessem começado a dormir à parte, ele
nunca a tinha segurado ao dormir. Portanto, este era uma experiência
romântica e esmagadoramente agradável que ela não poderia se privar. Ela
estava prestes a adormecer novamente, quando o telefone tocou
calmamente da mesinha de cabeceira ao lado da cama. Ela estremeceu um
pouco, e o movimento acordou Sandro, que imediatamente ficou estado
de alerta atrás dela.

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— Estás bem? — Ele perguntou grogue, e ela balançou a cabeça,


quando o telefone tocou de novo.
— Hmmm. Quem poderia estar a ligar às... — ela olhou para o relógio
digital ao lado do telefone — quatro da manhã? — Ela sabia a resposta no
instante em que a questão escapou dos seus lábios e pela súbita tensão no
corpo de Sandro, ela sabia que ele percebeu também. Ele sentou-se
abruptamente, e ela imediatamente sentiu frio quando ele se inclinou
sobre ela para puxar para cima o receptor.
— De Lucci, — ele latiu uma vez que o teve no ouvido. — Si... si... —
Ela entou-se e tirou o cabelo da frente dos olhos enquanto tentava ver a
sua expressão na penumbra do visor LCD do relógio. O rosto dele se
fechou mais apertado do que um punho e ele inclinou a cabeça
ligeiramente. Mordendo os lábio, enquanto ela lutava para conter as
lágrimas, Theresa pôs uma mão reconfortante no ombro nu e tenso.
— Quando? — Ele perguntou secamente, a voz rouca. Ele disse mais
algumas coisas, mas Theresa sintonizou as suas palavras, ouvindo apenas a
dor que ele manteve à distância por trás da voz rigidamente controlada.
Ela abaixou a cabeça no seu ombro largo, querendo apenas confortar e
manteve-se a acariciar suas costas enquanto ele falava. Ele ficou em
silêncio por um longo tempo antes que ela percebesse que ele tinha
acabado de falar e que tinha baixado o receptor para a cama ao lado dele.
Ela virou a cabeça para olhar para o rosto dele e viu que ele olhava para
longe. Ainda estava muito escuro para ver muito do seu rosto, mas a partir
do conjunto sombrio da sua mandíbula a notícia era óbvia.
— Quando? — Ela perguntou suavemente, estendendo a mão para o
receptor e colocá-lo suavemente de volta. Um leve tremor percorreu o eu
corpo antes de ele virar a cabeça para encará-la.
— Cerca de dez minutos atrás, —ele sussurrou, e ela balançou a
cabeça, levantando uma pequena mão para tocar a sua mandíbula tensa.
— Vai e toma um banho, eu vou fazer a mala para ti. — Ela clicou na
lâmpada de cabeceira antes de desajeitadamente se levantar para cima e
para fora da cama. Ele permaneceu onde ela o havia deixado e ela suspirou
baixinho, antes de se inclinar para beijar o topo da sua cabeça
suavemente.

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— Vamos, Sandro, — ela murmurou com firmeza. — Toma um banho


banho e eu vou cuidar de tudo o resto. —Algo sobre o tom da sua voz
chegou até ele, e ele balançou a cabeça e se levantou como alguém em
transe antes de ir para a casa de banho. Theresa ficou lá por um tempo até
que ouviu o chuveiro antes de caminhar para o seu quarto no fim do
corredor e empacotar uma mala para ele.
Vinte minutos mais tarde, quando ela voltou para oquarto de
hóspodes, foi encontrar o chuveiro ainda a correr. Preocupada, ela entrou
na casa de banho e mal poderia ver a sua forma por trás do vidro fosco da
porta do chuveiro, mas ela podia ver o suficiente para dizer que ele ainda
estava lá e não a mover-se. Ela suspirou e mordeu o lábio antes de, decisão
tomada, ela despiu-se e entrou na cabine com ele.
Ele estava de pé, de costas para a porta do cubículo, a cabeça
curvada sob o spray forte e as mãos apoiadas na parede de azulejos,
braços longos estendidos na frente dele e os músculos tensos. Ele não
parecia saber que ela estava lá até que as mãos dela tocaram os músculos
ajuntados dos seus ombros. Ela podia sentir o seu puxão instintivo de
surpresa sob o seu toque e muito gentilmente moveu as mãos até que se
arrastou para baixo sob os braços e em torno do peito largo. Ela podia
sentir os tremores e com insistência suave puxou-o de volta na sua direção
até que ela foi capaz de descansar a bochecha contra a pele quente e
húmida das costas. As suas mãos estavam abertas sobre o peito, e ela
podia sentir a forte batida do coração dele sob o seu toque.
— Lamento, — ela sussurrou, soltando beijos quentes em toda a pele
das suas costas. — Lamento muito, Sandro. — Ele estremeceu
violentamente antes de se virar com um gemido e reunindo-a nos braços,
curvando o corpo ao redor dela e enterrando o rosto no seu cabelo ainda
seco. Ficaram assim por um longo tempo antes de ele levantar o rosto
devastado e olhar para ela. Os seus olhos estavam molhados de lágrimas, e
ele chegou até prencher o seu rosto antes de baixar os lábios nos dela e
beijando-a avidamente. Ele não fez nada mais do que apenas beijá-la como
se nunca teria a chance de fazê-lo novamente. Ele beijou como um homem
que sabia que teria que ir sem sustento para uma quantidade
desconhecida de tempo. Finalmente, peito arfante, ele levantou a cabeça e

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Open Book Traduções

olhou fixamente para baixo no seu rosto aturdido.


— Tu és tão linda, — ele sussurrou suavemente. — A coisa mais bela
na minha vida. Eu não quero deixar-te aqui. Agora não.
— Eu vou ficar bem, — ela tranquilizou. Desta vez, ela foi o única a
alcançar e acariciar o seu rosto preocupado. — O bebé vai ficar bem. Eu
tenho a Lisa e Rick. Tu tens que cuidar da sua família agora, Sandro.
— Tu és a minha família também. — Ele repetiu as palavras da tarde
anterior. — Eu tenho que cuidar de ti também.
— Não. — Ela chegou em torno dele para desligar a água e
encontrou o seu olhar diretamente. — Eu posso cuidar de mim própria. E
para ser honesta, ter-te aqui quando deves estar com a tua família só vai
acrescentar ao meu stress. — Ele não disse nada por alguns momentos,
antes de fechar os olhos e balançando a cabeça abruptamente.
— Ok. — Ele respirou fundo. — Ok, eu vou organizar o meu voo
imediatamente. — Ela abriu a porta e pegou um par de toalhas aquecidas
penduradas no corrimão ao lado da cabine de duche, entregando uma
para ele antes de envolver-se em torno de uma, feliz por estar a cobrir a
sua enorme moldura novamente.

** **

Uma hora depois, ela e Sandro estavam de pé na soleira da porta. O


motorista do serviço de condução, por vezes usado ficou esperando
pacientemente sob um guarda-sol ao lado do sedan preto brilhante.
— Promete-me que vais comer bem, — Sandro pediu, e ela balançou
a cabeça sombriamente, sabendo que ele precisaria ter a cabeça clara para
o que estava por vir. — E vais entrar em contacto com Elisa e Richard se
não te sentires bem. — Outro aceno de cabeça. "E tu vais te lembrar de
tomar as tuas vitaminas?
A voz dele estava a começar a ficar rouca com emoção, e ela deu-lhe
um sorriso vacilante antes de acenar novamente. — Eu prometo.
— Tu dizes isso, mas tu esqueceste. Eu sei que sim. —Ele balançou a
cabeça em frustração. — É importante para a tua saúde, cara, e tu não te
lembras de tomar. Isso deixa-me louco. Eu preocupar... — Era um sinal de

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sua ansiedade e stresse que o seu sotaque inglês normalmente impecável


lhe havia falhado completamente, e ela deu um passo em direção a ele e
foi na ponta dos pés para deixar cair um beijo numa de suas bochechas
magras.
— Por que não ligas para a Phumsile e Lisa depois de aterrares? —
Ela sugeriu suavemente. — E se estás preocupado que eu me esqueça, tu
podes fazê-las me lembrar.
— Sim. — Ele balançou a cabeça, apaziguado. — Eu irei. Por favor,
Theresa, liga-me. A qualquer momento se precisares de alguma coisa, se
quiseres falar... liga-me. Eu vou ligar-te todos os dias.
— Isso é bom, — disse ela calmamente, não tenho certeza se ele
teria o tempo para falar com ela todos os dias, mas sabendo que ele
precisava de fazer a promessa. — Agora é melhor tu ires antes que percas
o teu voo. — Ele balançou a cabeça e arrastou-a para os seus braços para
um beijo apaixonado desesperado antes de deixá-la ir abruptamente e
caminhar em direção ao carro. Ele parou quando chegou ao carro e virou-
se para um último, demorando olhar nela antes de ele subir e desaparecer.
Theresa virou cegamente em direção à casa e uma vez que estava lá
dentro ela se sentiu-se completamente perdida. Não tenho certeza para
onde ir ou a quem recorrer, ela encontrou-se caminhando em direção ao
escritório de Sandro. Ela tinha estado no quarto muito poucas vezes antes,
e esses tempos tinha sido sempre na companhia de Sandro. Agora, ela
sentiu como se estivesse a invadir o domínio dele, mas era o único lugar
onde se sentia mais próximo a ele. Tudo tinha o seu carimbo. Foi a única
sala que ele tinha insistido em decorar a si mesmo. Ele tinha deixado em
grande parte do resto da casa a Theresa, e agora ela sabia que tinha sido
porque ele não se importava no que a sua casa juntos parecia desde que
ele nunca teve qualquer intenção de ser permanente.
Enquanto olhava para o quarto masculino com os seus móveis
escuros, pesados pesados e minimalistas, decoração quase asiática, ela
compreendeu o quão diferente era do resto da casa e o seu coração se
partiu com esse sinal adicional de como fadada a relação deles tinha sido
desde o início. Ela afundou sofá de couro preto, enrolada numa bola, e
gritou para a vida que ela poderia ter tido se tivesse sido apenas a mulher

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Open Book Traduções

Sandro queria. Uma vez que o ataque de auto-piedade tinha passado, ela
se sentou e enxugou os olhos antes de suavemente correr as mãos sobre o
abdômen distendido.
— Tu e eu vamos fazer as nossas próprias vidas, querido, — ela
prometeu. — E nós vamos ser tão felizes. Apenas espera e vê.

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Capítulo Dez
Sandro fez bem na sua promessa e tinha alistado tanto a ajuda de
Lisa e Phumsile na garantia de que Theresa tomasse as suas vitaminas e
descansasse o suficiente, mas que foi a única promessa que ele manteve.
Um mês passou praticamente nenhuma palavra dele, e os seus
telefonemas, os poucos que vieram, foram apressado e impessoais e mal
duraram três minutos. Quando Theresa tentou contactá-lo, ele nunca
estava disponível, ou assim as vozes femininas frias do outro lado da linha
lhe disseram. Ela não tinha escolha, mas acreditar nas suas palavras.
Ela manteve o controlo dos movimentos de Sandro através das
notícias-online, televisão e impressa. A morte do seu pai e a subsequente
tomada de Sandro ao longo da banca de investimento e império da família
foram notícias muito quentes e quase não passava um dia que não era
mencionado em alguma forma de notícia. Houve cobertura paparazzi do
funeral; apesar dos meios de comunicação proibidos pela família, algum
fotógrafo intrépido tinha conseguido obter uma imagem de Sandro em pé
sobre o túmulo aberto do seu pai, o rosto fechado mais apertado do que
um punho, ladeado pela sua mãe e Francesca, que estava ao lado dele
oferecendo o apoio que apenas uma amante ou uma esposa iria oferecer.
Muita coisa tinha sido escrito sobre a fotografia, e uma série de críticas
cínico tinha sido destinado à sua esposa fria e ausente, e um monte de
elogios dado à Francesca que estava junto dele através de frio e vento.
Não houve menção sobre a sua gravidez difícil que fez viagens quase
impossíveis para ela. Alguns repórteres locais tinham a contactado,
querendo o seu "lado da história" e sua recusa em ser entrevistada ou
oferecer qualquer comentário tinha meramente adicionado combustível
ao boato de que ela era insensível e fria. Os meios de comunicação,
quando dado rédea livre, eram implacáveis. Para a maior parte eles a
deixaram sozinha, contentes em escrever o quequeriam, e em cada artigo

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Open Book Traduções

a belo e vivaz Francesca foi elogiada pelo seu apoio inabalável e amor,
enquanto a "simples e anti-social" Theresa foi criticada pela sua
negligência aparente ao marido no seu momento de necessidade.
Ela suspirou baixinho, enquanto olhava para o forte aguaceiro,
sentindo tanto a falta de Sandro que doía e desejando que ela pudesse
falar com ele. O bebé se moveu inquieto, e ela estremeceu um pouco
quando um pequeno pé apanhou-a logo abaixo das costelas. Ela cantou
uma canção de ninar tranquila e passou as mãos sobre o monte do seu
estômago. Ela estava a sentir o fardo mais e mais a cada dia que passava.
— Theresa? — A voz calma vindo de trás dela a fez saltar quase fora
da sua pele, e ela gritou antes de se virar para enfrentar Lisa e Rick, ambos
que estavam enquadrados na entrada da porta.
—Deus, assustaram-me, — ela engasgou quando entraram na sala,
nenhum a rachar um sorriso, ambos a parecer sombrios. — O que está
errado? Aconteceu alguma coisa?
— Terri... nós temos que tirar-te daqui, — disse Lisa com urgência, o
dando a volta ao sofá para ficar na frente dela.
— O quê? Porquê?
— Vamos explicar uma vez que estivermos fora daqui.
— Não. — Ela balançou a cabeça teimosamente. — Diz-me agora. É
Sandro? Ele está ferido?
— Ele estará uma vez que eu acabar com ele, — Rick ameaçou
furiosamente.
— Rick, agora não, — Lisa rosnou e os olhos de Teresa
estabeleceram-se no homem mal-encarado em confusão.
— Eu não entendo. — O seu olhar confuso passou da expressão
frenética de Lisa para o furioso Rick. — O que está está acontecer?
— Uma história apareceu nos jornais europeus.
— Que história? — Perguntou ela, confusa, e Rick praguejou
baixinho.
—Querida, podemos discutir isto mais tarde. Por agora, temos de sair
antes de os abutres descer.
— Não, Rick, — ela manteve teimosamente. — Eu não vou deixar a
minha casa sem uma boa razão. — A mandíbula de Rick apertou e pela sua

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Open Book Traduções

expressão notou-se que estava frustado com ela.


— Terri, eles estão a dizer que Sandro foi chantageado para casar
contigo. Que ele fez isso pelopai. Eles também dizem que uma fonte
próxima à família alega que, como Sandro não tem motivos para ficar
contigo, ele vai preencher o divórcio logo que esteja de volta.
— Eu nunca pensei nisso, — Theresa meio que sussurrou para si
mesma. — Claro que ele está livre agora. Isso é provavelmente porque eu
nunca ouvi falar dele, ele tem estado ocupado a planejar isto. Eu deveria
ter sabido que ele iria querer isso. Eu deveria ter visto a chegar.
— Theresa, não se atrevas a culpar-te por isto. Se os rumores de
divórcio são verdadeiros, então ele é um bastardo por abandonar a sua
esposa grávida quando ela mais precisa dele, — Rick disse.
— Não, eu estou feliz por ele. Ele estava preso. — Ela estava tão
atordoado, ela mal sabia o que estava a fizer e Rick praguejou em
descrença.
— Meu Deus, é como se tivesses o síndrome de esposa-maltratada.
Para de lhe dar desculpas. Ele é um burro que te magoou uma e outra vez.
— Quando parecia que ela estava prestes a protestar, Lisa se adiantou.
— Vamos lá, querida, vamos para as malas e sair daqui. — A sua
prima assumiu o comando, agarrando o braço de Theresa e puxando-a
para fora do seu estupor. Lisa conduziu-a para fora do quarto, jogando um
olhar de advertência sobre ombro quando parecia que Rick queria dizer
algo mais.

** **

Depois de ficar instalada na casa de Rick e Lisa, Theresa decidiu dar


ao casal, que pisavam em ovos ao redor dela, uma ruptura da sua presença
ao tirar uma sesta. Ela estava apenas a entrar num sono perturbado
quando ouviu a voz inconfundível do seu marido vindo de longe. Ela
franziu a testa e sentou-se, empurrando o cabelo emaranhado do rosto.
Ela inclinou a cabeça, não tenho certeza se a sua imaginação estava a
brincar com ela, até que ela ouviu de novo. Era Sandro, sem dúvida, e ele
parecia agitado.

173
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Ela saiu da cama com alguma dificuldade antes de caminhar


calmamente para a porta em pés descalços e abrindo-a ligeiramente. Desta
vez, ela poderia fazer claramente a voz dele.
— Eu não tinha nada a ver com essa história, — ele protestava. — E
serei amaldiçoado se me mantiverem longe da minha família assim.
— Ela não te quer ver Sandro, — Rick disse com firmeza, e houve um
silêncio carregado de um momento.
— Talvez não, — Sandro admitiu calmamente. — Mas isso é porque
ela não sabe tudo. Eu só preciso de lhe explicar as coisas. Eu preciso falar
com ela.
— Explicar o quê? Como tu tens a traído com aquela mulher desde
quase o dia do vosso casamento? Como passaste todos os momentos
disponíveis com ela desde que voltaste para a Itália para o funeral,
enquanto a tua esposa grávida esperou em vão para que a ligasses todos
os dias?
— Eu não a traí, — Sandro rosnou após um momento de silêncio. —
Não em acto e não em pensamento. Nem uma vez. Ela sabe disso.
— Tudo o que ela sabe é que o marido foi embora há um mês,
supostamente para antender ao funeral do pai, mas, em seguida, ficou
com a sua amante e começou o processo de divórcio uma vez que ele
compreendeu que já nada o amarrava à esposa.
— Há muito que amarra à minha esposa, Palmer, — Sandro trincou.
— O nosso bebé para começar.
— Oh, por favor, nós sabemos o quão pouco tu realmente queres o
bebé, De Lucci.
— Eu quero-o, — disse Sandro baixinho, tão baixinho que ela quase
perdeu. — Eu quero os dois.
— Para. — Theresa não aguentou mais, ela cambaleou até à sala,
onde Rick e Lisa estavam de um lado da sala e Sandro, do outro. A
atmosfera estava tão carregado que Theresa estava certo que o seu cabelo
estava em pé. O rosto de Sandro se apertou com a visão dela.
— Theresa, — ele sussurrou. — Isto não era para tu ouvires.
— Não importa. —Ela encolheu os ombros com indiferença. —Eu
estou cansada... Tão cansado de tudo isto, Sandro.

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— Eu sei, cara, mas vai ficar melhor. Eu prometo-te.


— Eu não vejo como pode. — Ela balançou a cabeça amargamente e
ele gemeu, fechando a distância entre eles em quatro passos antes de a
reunir nos braços e abraçá-la com ternura.
— Pode. Vai. Eu não pedi o divórcio, Theresa. Eu não tenho nenhuma
razão para me divorciar de ti.
— Sandro por favor apenas... cala a boca! — Ela interrompeu
furiosamente, empurrando-o com força. O rosto dele ficou corado, mas
asua boca se fechou. — Se tu não te divorcias de mim, então eu vou ser o
única que se vai divorcia de ti. Eu não quero um marido que se sente
obrigado a ficar comigo. Tu não tens nenhuma razão para ficar comigo. Eu
posso cuidar de mim mesmo, e eu posso cuidar deste bebé. Eu não preciso
de ti ou da tua culpa. Estás livre para ir. Na verdade, eu quero que vás. —
Ele não disse nada, apenas olhou para ela, com uma mão a apertar a nuca.
O seu rosto era inescrutável, os olhos escuros com uma emoção que não
ela podia ler. Ele parecia aturdido, incapaz de se mover, e Theresa
percebeu que ele provavelmente precisava de um impulso mais duro.
— Pelo amor de Deus, volta para a mulher que amas! Volta para a
Francesca. — Ela se afastou dele, despedindo-o com desprezo, mas
congelou quando ele praguejou trêmulo.
— Deus, tu és uma pequena cadela contraditória! — Ele assobiou. —
Eu não amo a Francesca. Eu não acho que eu alguma vez amei. Talvez
quando eu me casei contigo, por cerca de cinco segundos, acreditava que
fazia. Mas eu compreendi isso bem no início do nosso casamento. Eu não a
amo e não tenho ideia de porque diabos estás tão obcecada com ela!
Disabused Ela virou-se para ele furiosamente, ignorando Rick e Lisa, que
assistiam à troca em fascinação mórbida.
— Talvez eu esteja fixada nela porque cada vez que tu vais para a
Itália, os jornais e a Internet estão cheios de fotos de vocês dois nas
mesmas funções, a tocar, beijar, dançar ou a abraçar! Não te atrevas a
insultar a minha inteligência ao dizer que não significava nada. Eu acredito
em ti quando dizes que nunca dormiste com outras mulheres enquanto
estávamos casados. Mas estou disposta a apostar que chegaste bem perto
com ela. Quero dizer, como diabos ela poderia ser a outra mulher? Eu era a

175
Open Book Traduções

outra mulher. A tua família inteira sabia, o meu pai sabia disso. Eu sei isso.
— Nós estamos no mesmo círculo social, Theresa. Ela estava sempre
nas mesmas funções como eu. Ela é um velha amiga; naturalmente eu a
abracei ou a tocava ocasionalmente. Sim, eu dancei com ela, deixou cair
alguns beijos casuais na sua bochecha. Não significou nada. Tratei-a como
faria com uma das minhas irmãs. Eu não a desejo, eu não a amo, e eu não
a quero! Esses são sentimentos reservados para ti... apenas para ti. — A
sua voz se aprofundou, e o seu rosto suavizou na admissão. Os seus olhos
eram gentis quando registou a confusão no rosto dela. Estava ele a dizer
que a amava? E se estava... ela acredita nele? Ela não tinha certeza da
resposta a qualquer pergunta, e um segundo depois, ela não se importava
quando de repente dobrou-se de dor.
Sandro, Rick e Lisa todos avançaram em preocupação, mas o marido
chegou a ela em primeiro lugar. Ele tinha um braço em volta da cintura
dela antes que ela pudesse piscar.
— O que há errado? — Ele perguntou com voz rouca. Theresa pegou
a sua mão livre entre as suas e apertou-a com urgência enquanto todo o
seu corpo tremia de dor excruciante. Depois de um momento eterno, a dor
diminuiu e desvaneceu e ela abriu caminho na posição vertical,
encontrando o olhar frenético de Sandro com um próprio cheio de pânico.
— É o bebé, —ela sussurrou com medo. — Acho que o bebé está a
vir.
— Não, não, não. — O pânico nu e medo nos olhos dele não fez nada
para aliviar o própria terror de Theresa. — Ele não pode estar a chegar
agora. É quase um mês mais cedo! Tens a certeza?
— Eu tenho tido cólicas durante todo o dia, mas pensei que era
devido ao stresse, — Theresa gemeu depois que a dor havia diminuído. —
Mas agora eu acho que estou a ter contrações.
— Ok, tudo bem, — ele acalmou, reunindo automaticamente o seu
corpo trêmulo para um abraço. — Nós ficaremos bem. Temos de chegar ao
hospital.

** **

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Open Book Traduções

Theresa havia argumentado, implorou, persuadiu, e tentou


argumentar com ele, mas Sandro tinha recusado à queima-roupa para
adiar a sua posição como o seu ajudante a Lisa. No final, Lisa tinha se
recusou a ir para o hospital com ela, dizendo que era melhor para Theresa
ter seu parceiro de treinamento original com ela. Chocada e magoada com
o que ela sentiu que foi uma traição imperdoável, Theresa tinha se recusou
a olhar, ou até mesmo falar, com a sua primo enquanto Sandro a guiou
para fora do seu carro. Lisa parecia estar contente e deliberadamente
alheio ao tratamento silencioso pontiagudo e um pouco infantil de
Theresa, prometeu que ela e Rick estariam no hospital em breve.
— Ela fez o que achava que era melhor, cara. — Sandro tentou
acalmá-la a caminho do hospital. Ela virou a cabeça e olhou para o cenário
de passagem, assustada e com raiva e não realmente com vontade de ser
consolado por ele. — Ela sabia que eu teria insistido e teríamos apenas
perdido tempo a discutir inutilmente sobre isso.
— Eu queria alguém que eu confiava-se lá comigo, — disse ela,
mantendo os olhos grudados na estrada à frente. Ele não respondeu a isso,
mas a partir do canto do olho, ela viu as mãos apertar no volante e sabia
que ela marcou uma batida direta. O resto da viagem passou rapidamente,
e antes que ela percebesse, estava a ser admitida na clínica de
maternidade particular de elite que Sandro tinha lhe arranjado meses
atrás. Ela tinha apenas uma contração em rota mas quase tinha enviado
Sandro para fora da estrada em pânico.
Mesmo assim foram horas antes de qualquer coisa mais interessante
do que isso acontecesse. O médico confirmou que ela estava de facto em
trabalho de parto, mas assegurou-lhes que era perfeitamente normal para
as mulheres entrar em trabalho de parto algumas semanas mais cedo. Eles
estavam tomando precauções extras por causa dos seus problemas de
saúde durante a gravidez, mas para alguém cuja gravidez tinha sido repleta
de drama, trabalho de Theresa foi muito chato para além dos períodos
intensos de dor. O seu obstetra monitorou cuidadosamente a sua condição
e resistiu às exigentes questões de pânico de Sandro com admirável calma.
As suas contrações parecia deixar Sandro mais torcido do que eles fizeram
a ela, e ele não estava a lidar com isso muito bem.

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Cerca de cinco horas após a sua admissão, Theresa encontrou-se


olhando para o marido que pairava sobre ela em frustração.
— Pelo amor de Deus, vai e bebe um café ou algo assim, estás a
deixar-me maluca!
— Eu não te vou deixar. E se tens outra contração? E se as tuas águas
quebram e eles levam-te para a sala de parto? E se houver complicações?
— Ele perguntou com voz rouca, os olhos a dilatar mais a cada pergunta
ansiosa. Theresa revirou os olhos em exasperação.
— Eu duvido que qualquer uma dessas coisas vai acontecer nos dois
minutos que iria te levar a sair da sala e pegar uma xícara de café, Sandro,
—ela suspirou com impaciência.
— Poderiam, — ele insistiu teimosamente.
— Não. —Ele não respondeu, apenas continuou a sentar-se ao lado
da cama. Ficaram em silêncio por alguns minutos.
— Porquê que estás aqui? — Perguntou Theresa, cansada.
— Porque este é o lugar onde eu quero estar, — ele respondeu, e ela
fechou os olhos.
— Porquê que queres estar aqui? — Ela persistiu.
— Tu és a minha esposa, cara. Vais ter o meu bebé. — Ele estendeu a
mão e cobriu uma das mãos dela com a sua. — Eu pertenço aqui.
— Tu não pertences aqui, — ela sussurrou com voz rouca.
— Pertenço.
— Tu tens uma outra vida, uma família que quer que voltes para casa,
uma mulher que tu amas e que te ama. Não tens que estar aqui, Sandro.
— Ela balançou a cabeça cansada, as lágrimas escorrer por debaixo das
suas pálpebras.
— Eu tenho esta vida, contigo. É o única que importa para mim, —
ele insistiu. — Eu tenho uma esposa que me amou uma vez, e que talvez
um dia... se atreverá a amar e confiar em mim novamente? Eu não tenho
de estar aqui... mas eu quero estar aqui.
— Muitas coisas aconteceram entre nós. Mais de dois anos de dor, —
ela sussurrou crua, e a dele mão contraiu em torno dela. — Eu não posso
voltar a ser a menina ingênua que te amava com todo o coração.
— Mas talvez... a mulher que substituiu a menina poderia encontrar

178
Open Book Traduções

uma maneira de amar o homem cheio de falhas que ela uma vez colocou
num pedestal em que ele não tinha nada que estar?
— Tu magoaste-me tantas vezes, — ela confessou, abrindo os olhos e
encontrando-se com os seus em cheios. Ele se encolheu ligeiramente
abaixo do brilho acusatório.
— Eu sei.
— Em muitas maneiras.
— Eu sei.
— Por que eu deveria perdoar-te e amar-te novamente? Por que eu
deveria abrir o meu coração a um homem que poderia facilmente esmagá-
la nas palmas das mãos?
— Provavelmente não deverias. —Ele sorriu amargamente. — Mas
eu gostaria que o fizesses.
— Eu não posso, — ela sussurrou, lágrimas a encharcar as suas
bochechas pálidas, e ele acenou com a cabeça ligeiramente, estendendo a
mão para enxugar as lágrimas.
— Eu sei, — disse ele de novo, antes de cair em silêncio.

** **

As suas águas rebentaram quatro horas mais tarde, e ela foi


transferida para a sala de parto. Ela e Sandro não tinha trocado qualquer
conversa mais significativa, ele apenas continuou a acalmá-la e orientá-la
através da cada vez maior dor. Ela nunca o disse, mas ela era muito grata
por tê-lo lá. Mesmo que ele estava tão nervoso como um gato num barril
entre as contrações, ele foi uma rocha sólida durante elas.
Quatro horas angustiantes de dor intensiva depois, durante os quais
Sandro a apoiou, praguejou aos seus médicos, ameaçou os enfermeiros, e
parecia vir perto de quebrar em lágrimas, em várias ocasiões, Theresa
finalmente deu um último impulso doloroso. Houve uma onda de atividade
no pé da cama enquanto Theresa sentiu um dilúvio avassalador de alívio.
Os olhos de Sandro mantiveram-se colado ao rosto, brilhante e febril acima
da máscara cirúrgica que o obrigaram a usar. Ele arrastou para baixo a
máscara e se inclinou em direção a ela, até que a sua boca estava tão perto

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Open Book Traduções

de sua orelha, ela podia sentir a sua respiração quente e húmida ventilar
sobre a pele superaquecida.
— És incrível, cara mia. Tão incrível...
Ela virou a cabeça longe da sua boca e virou o rosto para olhar para
ele, perplexa, abalada pela emoção que ela ouviu na sua voz. Mas a
atenção dele estava agora em diante o médico e no pacote minúsculo e
nua que o homem segurava embalado nas suas mãos suaves e capazes.
— Aqui está a pequena senhorita que está a ser a causa de todo este
barulho e incômodo, — disse o homem jovial. — Parabéns, Sr. e Sra De
Lucci, têm uma menininha bonita e perfeitamente saudável.
A respiração de Theresa engatou no peito ao ouvir as palavras do
homem, e os seus olhos permaneceram colados ao rosto de Sandro. Mas
em vez da decepção rapidamente escondida que teria esperado ver, ela
testemunhou algo que ela nunca teria acreditado se não tivesse visto com
seus próprios olhos: ela assistiu o seu marido apaixonar-se
irremediavelmente e impotente com o ultrajado feixe de feminilidade que
o médico colocou no peito de Theresa.
Theresa estava sobrecarregada enquanto olhava para a pequena
criança no seu peito e imediatamente a amou com todo o seu coração.
Enquanto, ao mesmo tempo, Theresa não estava inteiramente certa do
que fazer com esta menina que deveria ter sido um menino.
— Ela é linda, — Sandro cantarolou, deixando cair uma grande mão
para a cabecinha do bebé e acariciando gentilmente a pele macia e tufos
de cabelo ainda molhados. —Ela é tão linda, Theresa.
— Sim, — ela murmurou automaticamente. — Ela realmente é. —
Ele franziu a testa para ela, intrigado com a sua resposta ou a falta dela.
— Theresa... o que há de errado?
— A sua esposa está esgotada, Sr. De Lucci, — o médico disse
bruscamente. — Dê-lhe tempo para se recuperar, e eu tenho certeza que
ela vai estar a bajular esta pequena beleza.
— Sim. Estou cansada, — disse Theresa remotamente, e a testa de
Sandro franziu. Ele observou enquanto Theresa distraidamente acariciou o
bebé para cima e para baixo, sem olhar para baixo para a criança, e sabia
que algo estava terrivelmente errado.

180
Open Book Traduções

Capítulo Onze
— Ela é linda, Terri, — Lisa jorrou, e Theresa deu um sorriso cansado,
acenando com a valorização do comentário. Lisa pareceu não notar a sua
falta de entusiasmo, ou se ela o fiz, provavelmente pensou ser a exaustão.
Rick tinha vindo mais cedo, mas estava no trabalho no momento. Sandro
estava encostado a uma parede, os braços cruzados sobre o peito largo e
pernas cruzadas nos tornozelos. Ele não disse nada, mas Theresa estava
ciente de ele observar cada movimento com intensidade contida.
Foi pouco mais de um dia desde que a bebé havia nascido, e Sandro
tinha ido para casa apenas para tomar banho e mudar de roupa e trazer-
lhe uma muda de roupa. Ele também arrumou as malas para a bebé,
enchendo-o com o pouco de rosa e coisas brancas que comprara meses
atrás, enquanto Theresa tinha estado a comprar brinquedos e roupas para
um menino.
— Já pensaste em nomes? — Lisa perguntava, e Theresa estremeceu
um pouco com a lembrança de uma conversa que ela uma vez tinha tido
com Sandro. Ele deve ter se lembrado também porque ele fez um som
cáustico.
— Da última vez que conversamos sobre isso, ele falou pela primeira
vez desde que Lisa tinha chegado dez minutos antes, — ela teve o coração
ajustado em Kieran, Liam, Ethan, ou Alexander. — Lisa franziu o cenho a
isso.
— Somente nomes dos meninos? — Perguntou Lisa em confusão.
— Esqueceste-te, a tua prima estava obcecada em ter um filho, — ele
zombou. — Que pena que ela falhou tão tristemente a alcançar o seu
objetivo. — A boca macia de Theresa tremeu diante da franqueza, e os
olhos escureceram com a visão, mas ele continuou a pressionar. — Ela está
tão dividida por esta incapacidade dela para fazer qualquer coisa certa,
que ela nem sequer se preocupou em olhar para a nossa filha. Ou abraçá-

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Open Book Traduções

la. Ou mesmo tentar alimentá-la. Por que se incomodar com uma mera
menina quando não a vai tirar do seu casamento infeliz comigo? Quando
não vai ganhar o afeto do seu pai condenado?
— Theresa? — Lisa levou suavemente, observando como as lágrimas
derramavam no rosto pálido de Theresa. Sandro amaldiçoado cruamente
antes de alavancar-se da parede e sentar-se na cama para envolvê-la nos
seus braços fortes.
— Não chores, — ele sussurrou. — Eu sou um inbecil. Apenas não
chores.
— Não és um imbecil, — soluçou. — Tu estás certo. Eu não posso
olhar para ela. Eu não posso segurá-la. Eu não entendo por que me sinto
assim. Odeio-me por me sentir assim. Eu só queria fazer tudo bem. Eu
queria ter esse filho e libertar-te da tua obrigação a mim. Eu queria
finalmente fazer algo certo aos olhos do meu pai. Tudo teria sido perfeito.
— Tu odeias o nosso bebé? — Ele perguntou dolorosamente,
mantendo o rosto enterrado no cabelo dela.
— Claro que não. Eu amo-a tanto que dói. Mas eu sinto-me como um
fracasso.
— Oh Deus, querida, deixa tudo ir, — ele gemeu. — Deixa-te amá-la.
Permite-te ser feliz.
— Mas então e tu? Eu te prometi-te…
— Pelo amor de Deus, apenas para. — Ele a balançou ligeiramente.
— Eu disse-te antes, eu não quero sair deste casamento. E se tu me deres
nada mais do que filhas para os próximos vinte anos, eu considero-me
abençoado.
Ela fez um som abafado ao enterrar o rosto no seu pescoço e chorar.
Ela desesperadamente queria acreditar nele. Ele embalou-a suavemente e
depois de um longo tempo, ele soltou e gentilmente baixou a cabeça dela
até que descansou no travesseiro.
— Por que não descansas, cara, e quando acordares, eu acho que é
hora de tu conheceres a tua filha e dar-lhe uma recepção adequada a este
mundo. — Theresa olhou para o seu rosto escuro e bonito, mal
percebendo quando a sua prima primo se levantou e saiu, apertando po
ombro tenso de Sandro no seu caminho para fora. A sua visão começou a

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Open Book Traduções

diluir-se depois de um tempo e ela adormeceu ainda a segurar confiante


uma das mãos grandes do seu marido entre as suas.

** **

Ela acordou ao som de vozes com raiva e abafadas e piscou grogue


enquanto tentava se orientar.
— Eu não te quero em qualquer lugar perto dela. — Ela ouviu Sandro
sibilar furiosamente e tentou concentrar-se no drama que se desenrolava
na sua porta, onde ela podia ver as silhuetas de dois grandes homens. Um
era inconfundivelmente Sandro, e o outro ... ela estreitou os olhos
levemente, tentando concentrar-se um pouco melhor. Parecia o pai dela.
— Ela é minha filha e eu vou vê-la quando eu quiser, — vociferou o
outro homem, confirmando que ele era, na verdade, Jackson Noble.
— Para que possas a prejudicar mais do que já fizeste? — Perguntou
Sandro, quase tremendo de raiva. — Eu não vou te deixar chegar perto o
suficiente para magoá-la assim novamente. E tu podes esquecer sobre ter
esse teu neto que queres em breve. Recuso-me a dar-te o prazer.
— Bem, então fica casado com ela até que o faças, ou desiste da
vinha, — o seu pai zombou.
— A vinha nunca significou tanto para mim como fez para o meu pai.
Tu podes ter o lugar maldito de volta. Eu quero as tuas patas fora do meu
negócio e a mancha da tua presença longe do meu casamento. Tu não vais
ter os teus ganchos em Theresa de novo, e certamente não vais ter
qualquer tipo de presença na vida dos nossos filhos.
— Sandro... — Theresa sentou-se ligeiramente. — Está tudo bem. Eu
quero falar com ele.
— Theresa... — A sua voz tremia de raiva enquanto ele entrava no
quarto dela ligeiramente escurecida. — Não.
— Está tudo bem. — Ela sorriu, os lábios trêmulos. — Ele não tem o
poder de me ferir mais. Eu quero vê-lo.
— Theresa...
— Sandro. — A sua voz era firme e não admitia discussão, e ele
suspirou antes de pisar para o lado para deixar o pai entrar.

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Open Book Traduções

— Pai. — Ela assentiu com cautela, enquanto observava o homem


grande, bonito cuja afeição e aprovação ela tinha ansiava toda a sua vida
entrar no quarto.
— Theresa, tu pareces bem depois de tudo, — observou ele com a
voz fria e distante que ele sempre usou com ela, e ela imediatamente
voltou para aquela menina insegura que nunca tinha entendido por que o
pai dela não a abraçava e não queria gastar tempo com ela
— Já viu a minha filha? — Ela perguntou, a voz forte e segura. Não
trair a menina que ainda se escondia em algum lugar dentro.
— Ainda não, não. — Ele parecia incerto em face da nova força nela e
sem saber o que fazer com isso.
— É engraçado, — de repente ela observou, — o que ter um bebê te
faz. Tu sairias do teu caminho para proteger essa nova vida de qualquer
pessoa que possa ameaçar a sua felicidade. Eu não vou permitir que
magoe o meu bebê da maneira que me magoou. Eu não o quero na vida
dela, a menos que esteja preparado para amá-la do jeito que não foi
capazes de me amar: Com todo o coração e incondicionalmente — Como
se na sugestão, uma enfermeira trouxe uma pacote rosa para o quarto . Ela
parou por um momento, sentindo a tensão na sala antes de colar um
sorriso brilhante nos seus lábios e trazer o bebé para Theresa.
— Eu acho que é hora desta pequena conhecer a mãe corretamente.
—Todo o rosto de Theresa se iluminou, e o seu coração cheio de amor
avassaladora enquant a enfermeira colocou a bela criança nos seus braços.
Ela finalmente tomou inventário... contando os dedos das mãos e pés,
acariciando o cabelo preto felpudo e a pele aveludada. Ela até desfrutou
quando a pequena abriu a boquinha e começou a chorar com raiva.
— Olá, querida, —ela sussurrou. — És a coisa mais linda que eu já vi
na minha vida. — A enfermeira bruscamente passou a dar-lhe um curso
intensivo de amamentação, ignorando a forma como o rosto de Theresa
inflamou quando a mulher mais velha começou a falar sobre bombas de
amamentação e etc. O pai dele mexeu desconfortavelmente enquanto
Sandro sentou-se ao seu lado, uma mistura de diversão, orgulho
esmagadora, e amor desnorteado no rosto. Ela nunca tinha visto ele
parecer mais vulnerável, ou mais protetora. Ele enviou um olhar de aviso

184
Open Book Traduções

ao seu pai, antes do seu escrutínio inquietante mudar de volta para ela.
Theresa, entretanto, lutava para esconder os seus seios inchados de leite
deles, depois que a enfermeira sem a menor cerimônia puxou o corpete da
sua camisola para baixo. A mulher, obviamente, pensava que Theresa tinha
nada para se envergonhar na frente do marido e pai. Ela se atrapalhou
com uma toalha, mas foi Sandro quem estendeu a mão e colocou-o por
cima do ombro para cobrir seu peito e cabeça do bebê. O bebê encontrado
seu mamilo e se agarrou com força suficiente para fazê-la estremecer. Ele
ocultou-a do pai dela, mas manteve a toalha ao seu lado para que ele
pudesse assistir, ignorando o olhar perturbado dela.
— Ela tem um apetite muito saudável, não é? — Ele murmurou,
fascinada, a voz viva com adoração. — Será que dói? —Theresa balançou a
cabeça ligeiramente em resposta e sorrateiramente olhou para o pai, que
não estava acostumado a ser tão completamente ignorado e claramente
não gostou.
— Jackson, vamos discutir os detalhes do contrato quebrado numa
data posterior. Tu podes ter de volta a vinha, e és mais que bem-vindo para
ficar com o dinheiro maldito, mas a sua filha é minha, como é o lindo bebé
que ela me deu. Processa-me por quebra de contrato, se necessário.
— Eu não quero aquele inútil pedaço de terra de volta, poderíamos
renegociar os termos... —O seu pai parecia quase desesperado, e Theresa
de repente perdeu a paciência com ambos os homens.
— Parem de falar sobre mim como se eu fosse uma pedaço caro de
carne, —ela fervia. — Levem o vosso negócio sórdido para outro lugar. Eu
não o quero em qualquer lugar perto do meu bebé. Pai, eu dei-lhe as
minhas condições.
— Estás tão corajosa agora, não estás? — O pai gozou. — Mas eu
pergunto-me o quão forte tu vais ser depois?
Eu sou mais forte do que jamais saberá, pai. —Ela sorriu
serenamente. — Anos de constante rejeição das pessoas que ama pode
deixá-lo com a pele muito dura. Você não pode me magoar mais. Eu não
quero ou preciso da sua versão de amor. Acho que eu já não quero ou
preciso de você na minha vida.
— Sim, tão corajosa agora que tens o apoio do teu marido amoroso.

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Open Book Traduções

— As palavras do homem estavam atadas com amargura. — Mas mesmo


que ele poossa amar o teu bebê, Theresa, ele nunca vai te amar. Ele tem a
Francesca Delvecchio, e, sim, ele é italiano o suficiente para querer o bebé
de vocês, então é apenas uma questão de tempo antes que ele encontra
uma maneira de levá-la para longe de ti. — Theresa piscou, o seu medo a
mostar-se, enquanto o seu pai apresentava um cenário que ela nunca
tinha considerado uma vez. Ela não pôde evitar olhar de relance para
Sandro, cujo rosto estava escuro com fúria, todo o corpo enrolado com a
tensão. Parecia que ele estava prestes a rasgar a garganta fora do seu pai.
— Eu acho que é tempo que ir embora, Pai, —ela sussurrou
dolorosamente, e o seu pai zombou uma última vez antes de girar nos
calcanhares e sair do quarto.
— Não te atrevas a acreditar no que ele acabou de dizer, Theresa, —
Sandro sussurrou cruamente, concentrando o seu olhar sobre ela. — Não
te atrevas!
—Eu sei que tu a amas, Sandro, — ela sussurrou. Ela não tinha
certeza se ela queria dizer o bebé ou a Francesca, e ela podia dizer pelo
olhar de incerteza no rosto dele que ele não tinha certeza também e então
ele estava em perda a respeito de como responder. — Tu tentarias levá-la
de mim?
— Não! — Ele praticamente gritou, e o bebé assustou-se. Theresa a
acalmou com ligeiros movimentos de balanço, até que ela começou a
mamar de novo. Ele freou o seu temperamento e suavizou a voz com
esforço visível. — Eu não faria isso contigo. Eu nunca te magoaria dessa
maneira.
— Mas tu queres-a ... Mais uma vez a ambiguidade e carranca dele se
aprofundaram.
— Se tu queres dizer a bebé, então sim, é claro que eu a quero. Mas
é um pacote para mim. Eu quero vocês as duas. Tu és a minha família. Eu
não quero uma vida separada da tua. Eu quero que a nossa vida. A única
que temos vindo a construir em conjunto, estes últimos meses.
— O que queres dizer? Tudo o que nósconversamos era sobre nós a
divorciar-nos. — ela perguntou em confusão.
— Eu estou a referir-me a todas aquelas noites juntos. Os filmes, os

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jogos, os grandes conversas... Que diabos isso foi, se não a construção de


um relacionamento? Sabemos que somos muito bom de cama. Mas nós
nunca realmente tentamos todas as outras coisas que os casais fazem. Os
últimos meses, nós fizemos essas coisas. Podemos ter feito as coisas um
pouco para trás, cara, mas isso não significa que não podemos ter um
casamento sólido como Rick e Lisa. O único de nós que mencionava o
divórcio eras tu Eu não quero o maldito divórcio. Eu quero-nos a nós.
Juntos.
— Eu acho... — ela sussurrou tão baixinho que ele mal podia ouvi-la
e teve de se inclinar para mais perto de decifrar suas palavras, — Eu acho
que és um homem maravilhoso, Sandro. Um homem decente, e por causa
disso, eu sei que farias qualquer coisa para fazer as coisas direito. Tu farias
qualquer sacrifício para dar o bebé e a mim uma vida normal. Mas eu não
posso deixar-te fazer isso. Eu não posso deixar-te continuar a perder as
coisas que queres só porque tu achas que é a coisa certa a fazer.
— Isto outra vez, — ele murmurou impaciente. — Eu fui de demônio
para santo, a fim bastante curto, não é? Eu quero que tu me ouças com
muito, muito cuidado, Theresa, porque eu não vou dizê-lo novamente. Eu
não sou um santo. Estou a ser muito egoísta quando eu digo que eu quero
a ti e ao nosso bebé comigo e quando eu digo que quero que sejamos uma
família. Tenho deveres de volta à Itália, pessoas que amo e preciso cuidar.
Mas agora eu não dou a mínima para nada disso, porque eu quero passar
minha todo momento contigo e este bebé. Esta vida que eu construí
contigo, é a única que importa para mim. Então, por favor para de me dizer
o que tu pensas que eu realmente quero e tenta ouvir-me por uma vez.
Theresa olhou para ele, incerta. Ela ousava acreditar que ele quis
dizer isso? Que não era apenas um acto realmente bom? Ela limpou a
garganta, tentando formular uma resposta, mas ele se inclinou e beijou-a
gentilmente, acalmando as palavras.
— Não digas nada, Theresa. Apenas dá-me uma oportunidade. — Ele
parecia um homem empoleirado numa borda com ela como a sua última
chance de redenção. Como ela resistir a isso? Como poderia? — Eu sei que
eu estou te a pedir para te fazeres vulnerável novamente, e eu sinto muito
por isso. Mas eu quero que confies em mim. Só mais uma vez... permite-te

187
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a confiar em mim. — Ela mordeu o lábio antes de tomar uma respiração


profunda e ficando na borda com ele.
— Precisamos dar a esta pequena um nome antes de levá-la para
casa, — disse ela levemente, ignorando a forma como ele soltou a
respiração que ele estava segurar por inúmeros momentos. Ela sentiu o
tensão fora dele, e oalívio dele foi tão grande que era uma coisa quase
palpável.
— Alguma ideia? — Ele perguntou com voz rouca, estendendo a mão
para acariciar o topo da cabeça macia da bebécom o polegar, de alguma
forma conseguindo escovar a pele sensível do seu peito também, e ela
estremeceu com o contacto. — Bem, já que ela tem todo esse cabelo
preto distorcido, provavelmente deve ficar como Lily. — O rosto dele se
iluminou com prazer, e ele deixou cair um rápido beijo na sua boca
sorridente. — Eu só espero que ela tenha o temperamento de uma Lily e
não de uma Sofia.
— Se ela sair a ti, vamos estar num jornada difícil, — brincou ele e ela
revirou os olhos.
— Por favor, tu também não és nenhum anjo, — ela respondeu, sem
qualquer calor. — Vamos chamá-la de Lily e esperar pelo melhor.
— Hmm, se ela tiver a tua teimosia e temperamento explosivo, eu
vou adorá-la ainda mais, — admitiu. — Vai certamente tornar a vida
interessante.
— Porquê que continuaste a comprar brinquedos e roupas de
menina, Sandro? —Ela perguntou depois de um breve silêncio, e o polegar
dele parou o seu afago para uma segunda infinitesimal antes de continuar.
— Quero dizer, eu sou grata por eles agora, é claro. Mas porquê?
— Porquê? —Ele balançou a cabeça e voltou a hesitar antes de
levantar os olhos para encontrar os dela. — Eu estava apenas... à espera de
uma menina. — O seu queixo caiu quando ela o encarou por alguns
instantes. Esse pensamento nunca uma vez passou pela sua cabeça.
— Tu estavas à espera de uma menina?
— Sim. Muito, — ele vacilou-a ao confirmar, os olhos permanecendo
constantes para que ela tivesse em dúvida quanto à sua sinceridade.
— Eu não entendo. — Ela balançou a cabeça ligeiramente. —Porquê?

188
Open Book Traduções

—Ele não respondeu, baixando os olhos para criança a mamar no seu


peito.
— Sandro? — Ela solicitou, e ele ergueu os olhos para os dela mais
uma vez. Ele sorriu enigmaticamente antes de encolher os ombros.
— Agora não é o momento nem o lugar para ter essa conversa
particular, Theresa, — ele frustrou-a ao dizer.
— Mas…
— Vamos discuti-lo em breve, mas agora eu acho que Lily está pronta
para arrotar. — Ele apontou para a criança cuja boca pequena tinha
afrouxado. Ela desajeitadamente arrastou o seu corpete de volta e, em
seguida, desajeitadamente reposicionou Lily até que o bebé estava envolto
por cima do ombro.
— Podes chamar a enfermeira? — Ela perguntou Sandro, colocando
o comentário anterior da sua mente por enquanto. —Eu não tenho certeza
de como fazer isto.
— Esfregue a tua mão nas suas costas num movimento circular. —
Ele observou a surpresa nos olhos dela antes de encolher. — A enfermeira
mostrou-me como fazê-lo ontem à noite. Tu estás fora, mas eles
conseguiram fazer com que ela se alimentasse e a entregaram para mim
para arrotar.
Theresa cumpriu a sua instrução e logo foi recompensada com um
pequeno arroto. O som era adorável em uma forma que só um novo pai
podia apreciar, e eles sorriram um para o outro ao ouvirem. Naquele
momento glorioso da solidariedade, Theresa começou a acreditar na
possibilidade de um felizes para sempre de novo, e isso a assustou até à
morte.

** **

O som de um gemido fino de uma criança angustiada empurrou


Theresa de um sono inquieto. Ela sentou-se e abriu caminho para fora da
cama antes de meio grogue marchar para o berçário. Quando ela chegou
lá, ela piscou para o já presente Sandro que embalava a sua filha a chorar
ternamente nos seus braços fortes. Ele vestia apenas um par de boxers e

189
Open Book Traduções

segurou o pequeno bebé contra seu peito forte, nu. Cantarolava


suavemente para ela e Theresa foi paralisada pela imagem doce que
apresentou.
Ele olhou para cima e viu-a de pé na soleira da porta. O cabelo dele
estava bagunçado e levantando-se em espigas.
— Hey. — Ele sorriu para ela. — Eu esperava que dormisses através
disto. Parecias exausta antes. Eu não acho que ela está com fome. Apenas
irritadiça. Eu acho que a fralda molhada a acordou. Eu mudei, e ela está
toda seca e confortável agora, mas ela não trabalhou o mau humor fora do
seu sistema ainda. — Theresa foi até eles e olhou para cima de um bícep
enorme para o rostinho amassado de Lily e sorriu em diversão.
— Muito irritadiça. — Ela se inclinou para soltar um beijo na testa
húmida do bebé e sentiu Sandro tenso quando roçou a bochecha contra
seu peito no processo. Ambos pararam desajeitadamente antes de Theresa
limpou a garganta e dar um passo atrás. Ela caiu na cadeira de balanço
acolchoada e enfiou os pés debaixo dela e viu como Sandro continuou a
andar e gentilmente falar com o bebé a chorar.
Ele finalmente afundou na segunda cadeira de balanço ao lado de
Theresa, continuando a acalmar o bebé. As lamentações de Lily finalmente
diminuiram para algumas fungadas tristes antes dela cair de volta a dormir.
Theresa olhou e sorriu quando viu que Sandro tinha dormido também. Lily
estava firmemente ancorada ao peito e mantida no lugar com uma mão
nas suas costas pequenas.
Ela olhou do homem para a criança e sorriu para as semelhanças
entre eles. Lily teve sua boca e algo sobre o conjunto das sua sobrancelha
eram cem por cento Sandro. Theresa levantou-se calmamente e foi pegar
o bebé. A testa de Sandro franziu quando ela tentou mover a sua mão e
em vez disso ele apertou seu aperto ligeiramente.
— Sandro, — ela sussurrou, —deixa-me colocá-la na cama. — Os
seus olhos se abriram, e ele sorriu quando a viu inclinando-se sobre ele.
— Theresa, — ele murmurou, e nesse momento de descuido,
Theresa viu uma profundidade de emoção nos seus olhos castanhos
líquidos que a atordou. Ela piscou e naquela fração de segundo em que ele
acordou totalmente e seus olhos voltaram para neutro e ligeiramente

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Open Book Traduções

distante. Theresa não tinha certeza se ela tinha imaginado a intensidade da


emoção ou não. Ele abandonou o seu domínio sobre Lily e abaixou a
cabeça para soltar um beijo carinhoso em cima do cabelo felpudo macio
preto.
Theresa estava ciente de ele se levantar e segui-la para o berço. Ele
ficou logo atrás dela e assistiu de cima do ombro dela enquanto ela
colocou a criança para a cama. Theresa estava intensamente consciente de
si e do facto de que tudo o que se interpunha entre eles e nudez total era a
sua camisola e os seus boxers.
— Ela tem o teu nariz, — ele sussurrou no seu ouvido e ela saltou,
surpresa e perturbada ao sentir a respiração quente dele na pele.
— Achas? — Ela perguntou casualmente. — Não posso diferenciar.
— É um nariz inconfundível... — A sua mão veio descansar no ombro
dela, e ela se esticou ante a sensação da sua mão quente sobre a pele nua.
A sua respiração foi superficial. A mão dele varreu para baixo do ombro
num gesto que não poderia ser confundido com qualquer coisa diferente
de uma carícia e acorrentou o seu braço levemente. Ele trouxe a outra mão
até pegar o outro braço numa forma similar. Ele gentilmente a arrastou de
volta até que ela se inclinava contra o seu peito quente, duro, e ele soltou
o aperto com um estrondo de satisfação. Os seus braços fortes rodearam a
sua cintura, e ele a segurou enquanto ambos observavam o seu bebé
dormir.
A tensão acabou por deixar o seu corpo enquanto ela se permitiu
relaxar contra ele e inclinar a cabeça para trás para descansar no seu
ombro.
— Olha para o que fizemos, — ele murmurou no seu ouvido, a voz
baixa cheia de amor e orgulho. — Ela é perfeita. — Theresa sorriu para a
admiração que ouviu na sua voz.
— Tem sido dito que qualquer tolo pode fazer um bebé, — brincou
ela, e ele bufou.
— Sim, mas algum deles fez um bebé tão absolutamente perfeito
como este?
Theresa olhou para o bebê adormecido, com o rosto enrugado e a
ligeira erupção de leite que roseou as suas bochechas e as manchas de

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Open Book Traduções

cabelo espetado macio. Ela parecia uma velhinha enrugada, mal-


humorado velhinha... mas ela era veljinha enrugada, mal-humorada deles,
e ela era adorável.
— Não... Não acho que qualquer um deles fez, — concordou
presunçosamente.
— Theresa... — A sua voz assumiu um tom grave e ela ficou tensa
novamente. — Eu só... eu queria... — ele parecia em uma perda de
palavras, e Theresa franziu a testa, perguntando-se e eles realmente
tiveram aquela conversa prometida. Fazia mais de um mês desde o
nascimento de Lily, e eles ainda não haviam discutido a sua afirmação de
que ele esperava por uma menina.
— Obrigada, — ele finalmente disse, e ela se virou um pouco para
olhar para o rosto dele, visivelmente surpresa com as palavras.
— Pelo quê? — Ela perguntou.
— Por me dares tudo o que eu nunca soube que queria, — disse ele
após uma longa pausa. A voz estava cheia de emoção, e ele encontrou os
seus olhos diretamente. Os seus olhos queimavam com intensidade como
ele quis que ela acreditasse nele.
— O que é que eu te dei, Sandro? — Ela perguntou, virando
totalmente nos seus braços.
— Uma vida. — As duas palavras a frustaram porque não lhe
disseram nada. Ela estava prestes a pedir-lhe para elaborar, quando mais
palavras cairam. — Felicidade, contentamento e uma linda filha.
— E são felicidade e contentamento tudo o que sempre quiseste na
vida? — Ela perguntou depois de dar suas palavras algum pensamento. Ele
sorriu.
— Não. Eu quero mais do que isso. Mas é um bom começo.
— O que mais quereS? — Perguntou ela.
— Tu, — disse ele sem hesitação.
— Tu tens-me.
— Não, não tenho. Não do jeito que era antes, quando nós casamos
antes que eu estupidamente começar a atropelar o teu coração e ego para
o chão.
— Eu mudei desde então, cresci. Eu nunca mais serei a mesma

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Open Book Traduções

mulher que eu era naquela época.


— Sim, mudaste— em tantas maneiras maravilhosas, mas tu também
te tornaste mais guardada. E eu não te culpo, eu realmente não te culpo.
Mas eu quero que confies em mim novamente.
— Eu confio, — ela sussurrou.
— Não, eu quero que tu confies em mim com o teu coração, Theresa.
Eu quero que permitas me amar novamente. Eu não vou te magoar.
— Por que eu deveria confiar em ti dessa maneira novamente,
Sandro? — Ela sussurrou, e ele sorriu antes segurando o seu rosto e olhar
fixamente nos olhos dela.
— Porque eu amo-te Theresa. — As palavras cambalearam-na. Ela
deveria ter as esperado, deveria saber que ele as diria, mas por algum
motivo ela não tinha e agora não tinha idéia de como lidar com elas ou
como processá-las, ou pior, como acreditar nelas.
Ele sorriu amargamente.
— Eu sei que não acreditas em mim ainda, — ele sussurrou. — Mas
eu vou tornar o trabalho da minha vida te convencer. — Ele abaixou a
cabeça e beijou-a suavemente, os seus lábios húmidos, gentil e doces na
dela. Ele levantou a cabeça muito rapidamente, e Theresa subiu na ponta
dos pés para prolongar o contacto.
— Sandro... — Ela não sabia o que dizer, mas ele balançou a cabeça e
sorriu gentilmente.
— Está tudo bem. Só queria que tu soubesses. — Ele a beijou
novamente, um pouco mais urgente neste momento, e ela podia sentir a
sua ereção lutando contra o seu estômago. Assustou-a porque ela não
tinha realmente o sentido em tanto tempo. Os seus hormônios dormentes
ganharam vida enum instante, e ela empurrou para mais perto dele,
deliberadamente esfregando-se novamente sobre o pênis duro. Ele
aprofundou o beijo, a língua a mergulhar na sua boca em desespero
desajeitado, e a sua falta de finesse a deixou ainda mais fome por ele.
— O médico deu-me alta para o sexo na semana passada, — ela
lembrou-lhe, e ele gemeu com suas palavras urgentes.
— Eu não te disse como me sentia, porque eu estava a tentar levar-te
para a cama. — A sua voz estava grossa de desejo, e ela sorriu para o seu

193
Open Book Traduções

rosto corado.
— Eu sei disso, Sandro. Agora apressa-te leva-me para a cama, pode
ser? — Ele estremeceu e levantou-a nos braços antes de carregá-la para
fora do quarto do bebé, para o dela ao lado.
Ele gentilmente depositou-a na cama e viu como ela arrastou a
camisola por cima da cabeça e jogou para o lado, os seus olhos escuros
indo sonolentos de desejo. De repente, auto-consciente, Theresa lembrou
que ela tinha ganhado peso e adquiriu algumas estrias durante a gravidez.
Ela não era o mesma mulher magra, de pele lisa que ele tinha tido relações
sexuais. Ela levantou as mãos para cobrir-se, mas quando Sandro jurou
reverentemente, ela parou e olhou para ele. Ele não conseguia tirar os
olhos quentes de cima dela; ele parecia um homem faminto a olhar para
um banquente para uma festa enquanto se perguntava qual prato começar
...
Ela assistiu em fascinação, a timidez esquecida, quando ele se
atrapalhou com os seus boxers e chutou-os de lado. Ele estava tão duro
que parecia doloroso, e ela podia ver como o seu coração estava acelerado
com cada pulsar do seu lindo pênis.
— Deus, — ele gemeu ligeiramente, a voz temerosa e um pouco
incrédulo. — Oh Deus, oh Deus, oh Deus... és mais bonita do que eu me
lembrava. — Ele tropeçou para a cama e a tomou nos seus braços,
beijando-a avidamente. A sua sutileza habitual tinha desaparecido; o beijo
com fome era quase adolescentemente desajeitado com colidir de narizes
e dentes. Mas nenhum deles se importava como eles iam um para o outro
com uma ferocidade que beirava a animalesco.
Theresa teve um breve momento de lucidez, quando ela lhe pediu
para usar um preservativo. No passado, Sandro teria ficado furioso com o
pedido. Desta vez, ele tropeçou da cama em transe e fez o seu caminho
para a casa de banho privada, onde eles tinham abastecido uma nova caixa
de preservativos a cada seis meses, no caso dos seus convidados
necessitassem de alguns. Ele estava de volta em segundos, caixa na mão,
mas tremia tanto que a embalagem derrotou-o.
— Não consigo, — ele rosnou em frustração, e ela pegou a caixa dele
com as mãos ligeiramente mais estáveis. Ela conseguiu extrair um

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preservativo, jogou a caixa de lado, e rasgou o pacote de papel alumínio.


Ela levantou o pequeno círculo de borracha com um olhar interrogativo e
as pupilas dele dilataram ainda mais.
— Mete tu, — ele pediu com voz rouca, e ela sorriu antes, com uma
lentidão agonizante, rolar o preservativo para baixo no seu comprimento.
Ela deu-lhe mais um golpe para uma boa medida, mas ele arqueou-se
longe do seu toque.
— Não... baby... Assim vou-me vir.
Ela levantou a mão para a nuca dele e arrastou-o para outro beijo
urgente. Sem quebrar o beijo, Sandro virou-a de costas e separou as suas
coxas com as suas. Apesar do seu desespero óbvio, ele entrou nela devagar
e com infinita delicadeza.
— Estou a magoar-te? — Perguntou ele contra asua boca, e ela
murmurou um negativo, empurrando de volta para ele, para deixar claro
que ela queria mais dele dentro dela. Era tudo o convite que Sandro
necessitava antes de embainharse completamente. Ambos gemeram, e ele
inclinou a cabeça para trás, os olhos fechados em êxtase.
— Oh Deus... Theresa... tanto tempo! Tem sido tanto tempo, —ele
sussurrou. — Eu senti falta disto. Senti a tua falta. — Ele começou a se
mover, e ela engasgou com a sensação de plenitude dentro dela. Ele
conhecia o corpo dela muito bem e mudou de posição ligeiramente até
que cada golpe a atingiu exatamente no ponto certo. Ele não durou muito
mal—cinco minutos e, pela primeira vez o seu casamento, Sandro perdeu
todo o controlo e veio antes dela. Theresa observava o seu rosto contorcer,
enquanto o corpo se apertou e as costas arquearam. Um som desesperado
foi arrancado da sua garganta enquanto ele tentava segurar e não podia.
Theresa seguido segundos depois, o orgasmo dela provocando o dela. Ela
apertou em torno dele, apertando-o com força e prolongar o prazer dele
como ela tirava o seu próprio.
Por alguns momentos, ambos pendurados suspenso em êxtase
depois dos seus poderosos orgasmos mútuos, e o tempo pareceu congelar
até Sandro desabar sobre a cama ao lado dela, momentos mais tarde,
respirando pesadamente enquanto ele a tomou nos braços.
— Theresa, amor da minha vida, — ele sussurrou no seu cabelo,

195
Open Book Traduções

enquanto lutavam para recuperar o fôlego, e Theresa sorriu antes de


aconchegar no seu peito com um gemido satisfeito e adormecer nos seus
braços fortes.

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Capítulo Doze
Era três semanas mais tarde e Theresa se dirigiu até à cozinha para
café da manhã e encontrou o marido já sentado à mesa, jornal na mão. Ele
já tinha vestido Lily e tinha o seu portador colocado sobre a mesa na frente
dele. Lily dormia e Sandro estava tão absorvido no jornal que ele não a
notou em primeiro lugar. Era dia de folga de Phumsile, então ele tinha
arranjado para si mesmo uma tigela de cereais, torradas, e um café. Ela
sorriu ao vê-los, com o coração transbordando de amor por ambos.
— Bom dia, — ela cumprimentou alegremente enquanto se dirigia
para o canto com o pequeno-almoço. Ela deixou cair um beijo na bochecha
da bebé e, em seguida, depois de um breve hesitação, um na bochecha
magra do marido. Enquanto Sandro era muito mais carinhoso estes dias,
ela ainda sentia uma certa reserva em torno dele, não tenho certeza se ela
podia tocar e beijá-lo tão livremente quanto ele fazia a ela. Ela sabia que
estava a ser parva, mas ela parecia incapaz de superar as suas barreiras
emocionais. Ele disse-lhe que a amava todos os dias, mas ela ainda não
conseguia decidir-se a acreditar nele. Ela muitas vezes cinicamente se
pegou a pergintar se ele queria dizer as palavras ou se limitou a dize-las
porque ele pensou que eram o que ela queria ouvir. Ela não entendeu a si
mesma, na superfície parecia que ela tinha tudo o que ela sempre quis,
mas ela ainda não chegou a acreditar que era real.
— Bom dia. — Ele sorriu para ela e colocou o jornal de lado enquanto
ela preparou alguns cereais e sentou-se em frente a ele. Ele fazia isso o
tempo todo. Ela parecia ter a sua atenção: a secção de negócios foi posta
de lado, a televisão desligada, telefonemas encerrados, e relatórios de
ações descuidadamente atiradas fora quando ela entrava numa sala. Ele
queria saber como ela estava a sentir-se, como o seu dia ia, quais eram os
seus planos. Eles falavam o tempo todo, eles passaram noites sociáveis
juntos, e ele era um pai em cheio. Eles tiveram um Natal em família

197
Open Book Traduções

tranquilo e tinham tido tanto prazer em comprar brinquedos


extremamente impraticáveis para Lily, coisas que ela não seria capaz de
brincar por anos. Sandro tinha a surpreendido com um pingente de
esmeralda e brincos, e que ela lhe dera uma caneta Montblanc prata com
Lily e seu nome gravados nela. O Ano Novo tinha sido igualmente tranquilo
pois tinham convidado apenas Rick, Lisa, e o irmão de Rick para um
churrasco à beira da piscina. Fizeram amor todas as noites e ele adorava o
seu corpo durante as horas longas e escuras. Eles tinham uma grande vida.
Então, por que não podia confiar nele?
Ela sabia que a sua reserva frustava Sandro... inferno, estava a ser
frustante para ela, mas ela ela precisava de algo mais. Ela só não sabia o
quê.
— Pensei que te tinha deixado a dormir, — ele dizia enquanto
tomava um gole de café. — Entre Lily e as minhas exigências noite passada,
tu não conseguiste dormir. — Ela corou e desviou os olhos para os cereais.
— Obrigada, — ela murmurou. O seu telemóvel tocou e ela pegou-o
do balcão da cozinha onde havia deixado a carregar a noite anterior. Uma
rápida olhada na tela lhe disse que era Lisa.
— Olá, — ela cumprimentou.
— Olá para ti também, aniversariante, — a sua prima cumprimentou,
e Theresa saltou Era o seu aniversário. Ela tinha esquecido
completamente. — O Rhys e eu vamos levar-te a ti e a Lily para almoçar.
Nós oferecemos. Mas vamos fazer algumas compras graves e aniversário
em primeiro lugar.
— Não tenho certeza…
— Sem argumentos, priminha. Tenho certeza de que Sandro vai
entender. Ele não vai esperar que tu passes o teu aniversário sozinha,
enquanto ele sai para o trabalho ... e ele pode ter-te esta noite. —Theresa
olhou para Sandro, que brincar às escondidinhas com uma Lily
ligeiramente grogue. Um sorriso impotente puxou os seus lábios enquanto
o olhava intensamente brincar com sua filha. Lily parecia confusa, mas pelo
menos ela não tinha começado a lamentar ainda.
Ela voltou a focar na conversa com Lisa, certo de que Sandro não
tinha ideia do que era o aniversário dela, e ela não estava prestes a

198
Open Book Traduções

informá-lo, não quando ela sabia quão zangado este novo Sandro estaria
com ele mesmo por nunca se preocupar em descobrir essa informação.
— Uhm... ok, que horas queres te encontrar? — Ela e a prima
rapidamente trabalharam na logística do seu encontro, e ela desligou
pouco depois de terem concluído os seus planos.
— Vais te encontrar com a Elisa? — Era uma pergunta mais do que
uma declaração. Sandro tinha levantado Lily e a abraçava ao seu peito
enquanto ela amamentava num de seus dedos.
— Sim, algumas compras e almoçar.
— Queres que eu leve a Lily para o escritório enquanto tu desfrutas o
dia de meninas? — ela sorriu para a oferta inerentemente egoísta,
sabendo que ele iria adorar mostrar a filha no trabalho.
— Agradeço a oferta, Sandro, mas enquanto ela ainda está a
amamentar, eu não acho que tê-la longe de mim por tanto tempo é uma
boa ideia. — Ele fez uma careta com essa lógica. Ela sabia que ele sentia
falta de Lily enquanto estava no trabalho. Após um mês de licença de
paternidade, ele tinha muito a contragosto ido de volta ao trabalho, mas
ele ligava todos os dias, alegando sentir falta das "suas meninas". Era doce.
Ela observou-o voltar para murmurar palavras doces para a sua filha
entre goles de café.
— Sandro, tu sabes quem vazou aquela história sobre o nosso
casamento para a imprensa? — Ela se surpreendeu ao perguntou, e ela
podia dizer pela maneira que ele estremeceu à questão que lhe tinha
atirado. Ele ergueu os olhos para ela, distraidamente a balnçar Lily
enquanto tentava avaliar o humor dela.
— A minha irmã mais velha, Gabriella, teve conversas indiscretas
sobre os nosso negócios familiares privados com uma das suas amigas.
Quando o meu pai morreu, a família foi notícia por semanas, e essa
"amiga" viu uma oportunidade de ouro para ganhar algum dinheiro. O
nosso casamento não era a única coisa que foi arrastado para fora para o
escrutínio público. O aborto da minha irmã Rosalia na adolescência bateu
nas notícias, o marido traidor da minha outra irmã Isabella... — Ele
balançou a cabeça em desgosto. — O nosso foi apenas a maior novidade
por causa do envolvimento do teu pai. Fez um mau momento para a

199
Open Book Traduções

família ainda pior. Eu estava tão ocupado a fazer controlo de danos após a
notícia da gravidez de Rosalie e aborto subsequente que quando a história
de nosso casamento atingiu em primeiro lugar, eu não estava mesmo
ciente até a minha mãe a trouxe para a minha atenção. Larguei tudo e voei
para casa, para ti. Eu não podia suportar a ideia de que pensarias que era
verdade... que tu pensarias que eu valorizava o nosso casamento tão
pouco que eu iria pedir o divórcio sem sequer falar contigo sobre isso.
— O que aconteceu com a amiga?
— Ela vendeu os nossos segredos por uma ninharia, mas o status que
ela tinha na nossa sociedade diminuiu para nada. Ela não é mais bem-
vindo nos círculos que governava uma vez. Confia em mim, não há maior
punição para alguém como ela. Gabriella aprendeu uma valiosa lição de
discrição, e algumas publicações italianas estão actualmente a ser
processadas por difamação quando completamente fabricaram um monte
de os chamados "factos" para fazer backup de uma história já suculenta.Tal
como o "facto" de que eu estava a assinar o divórcio.
— Além disso... —Ela fez uma pausa.
— Além disso? — Ele perguntou.
— Porquê que não ligaste? Tu prometeste que iasligar todos os dias,
— ela sussurrou.
— Cara, o meu pai tinha acabado de morrer. As minhas irmãs, a
minha mãe e Nonna eram destroços emocionais... Eu tinha tanta coisa
para cuidar, mas, a cada vez que eu falava contigo, tudo o que eu queria
fazer era dar o fora de lá e voltar para casa. — Essa foi a segunda vez em
outros tantos minutos que ele tinha que se refere à sua casa deles como
"casa", e a palavra esquentou até à sua alma. — Confia em mim quando eu
te digo, o desejo de voltar era tão forte que eu realmente pedi um carro
para me levar para o aeroporto depois de uma de nossas conversas pouco
estranhas. Eu estava dividido entre seguir o meu coração e honrar as
minhas responsabilidades. Mas se eu não tivesse estritamente racionado
os nossos telefonemas, eu teria abandonado essas responsabilidades.
— Tu não terias, — disse ela com um risinho incrédulo.
— Não subestimes o teu fascínio, querida. Eu teria... num piscar de
olhos. Eu sei que era egoísta da minha parte não ligar, mas era a única

200
Open Book Traduções

maneira que eu poderia pensar para controlar o impulso de simplesmente


entregar toda a confusão sobre as minhas irmãs e voltar para ti. Ao mesmo
tempo, as nossas conversas forçadas não estavam a ajudar. Eu estava
preocupado contigo, porém, assim que eu liguei à Phumsile praticamente
todos os dias para atualizações sobre como estavas.. Fiz com que jurasse a
sigilo e praticamente dei-lhe o terceiro grau cada vez que falavamos.
Quando tu e eu falavamos, eu estava tão frustrado e odiava como
emocionalmente distante tu soavas. Eu também tinha medo de dizer a
coisa errada e alienanar-te ainda mais. Estava a deixar-me na parede.
Ela riu um pouco.
— Até à parede, —ela corrigiu.
— O quê? — Ele pareceu perplexo.
— Estava a deixar-te até à parede, não para ela.
— Na parede, até à parede, por cima da parede, o que seja. — Ele
deu uma mão desconsiderado. — Estava a deixar-me maluco. —
Encantada com o seu fracasso em compreender o idioma Inglês, Theresa
riu novamente e decidiu deixar o assunto morrer. As suas explicações tinha
ido um longo caminho para dissipar um pouco da sua inquietação
persistente com o relacionamento deles. Lily começou a mexer e Theresa
estendeu a mão para ela antes de forma rápida e eficiente desnudar um
seio, ela estremeceu um pouco quando Lily agarrou avidamente. Sandro
deixou cair o queixo na palma da mão e assistiu-as possessivamente. Ele
gostava de vê-la alimentar Lily. Na verdade, ele estava tão completamente
fascinado com a nova forma e tamanho dos seus seios que ele lidava com
eles com gentileza e um pouco de reverência sempre que eles faziam
amor.
— Obrigada por responder às minhas perguntas, —disse ela depois
de alguns momentos de silêncio, quebrado apenas pelo som de chupar da
criança.
— Estou feliz em responder a quaisquer outras. — A sua voz foi
sumindo no convite e ela balançou a cabeça.
— Bom saber. — Ela precisava perguntar-lhe sobre Francesca, sobre
o futuro deles ... mas ela ia encontrar-se com Lisa. Mais tarde, ela
prometeu a si mesma. Ela gostaria de pedir-lhe mais tarde. Ela ignorou a

201
Open Book Traduções

pequena voz na parte de trás da sua cabeça que a chamou de covarde.

** **

— Então, quais são os planos para esta noite? — Perguntou Lisa


curiosamente enquanto Theresa desfrutava da fatia de bolo decadente
mousse de chocolate que ela estava a ter para sobremesa.
— Nós provavelmente vamos ter uma noite tranquila. —Ela encolheu
os ombros. — Sandro não sabe que é o meu aniversário.
— Oh. — Lisa desviou o olhar por um longo momento antes de voltar
para Theresa. — Tu queres que eu lhe diga?
— Não, ele me sentiria péssimo se soubesse. — Os lábios de Lisa
inclinadas para os lados.
— Bem, pelo menos ele não ficaria indiferente, — disse Lisa. — O
que é provavelmente como teria ficado um ano atrás.
Theresa acenou.
— Eu sei. — Ela fez uma pausa. "Ele me disse que me amava... cerca
de um mês atrás. E ele disse que todos os dias desde então. Mas, eu não
consigo acreditar nele.
— Theresa, tem sido bastante óbvio para mim por um tempo, que ele
está apaixonado por ti, — a sua prima a assustou ao dizer.
— Tem?
— Sim... Eu acho que comecei a vê-lo quando ele tentou perdoar a
minha dívida por nenhuma boa razão e, em seguida, quando tu desmaiaste
após a tua amniocentese e começaste a chorar quando eu cheguei lá. Rick
estava certo, o homem parecia devastado quando começaste a chorar. Eu
acho que tu deves começar a acreditar nele. Eu sei que ele te magoou
muito no passado, mas é hora de decidires se tu podes perdoá-lo ou não.
Porque se não puderes, então não há nenhum ponto em te hospedares
nesse casamento, mas se puderes, então eu acho que esse homem vai
fazer o seu melhor para ter certeza de que tu estás feliz para o resto da
vida.

** **

202
Open Book Traduções

Lisa foi para casa com Theresa naquela noite decidindo que elas
deviam ter um jantar de aniversário improvisada para ela. Mas, quando
eles voltaram para a casa e Theresa recebeu um telefonema de Sandro
dizendo-lhe que ele tinha que trabalhar até tarde, Lisa tristemente
intimidou Theresa num vestido bonito, chamou Rick, e disse que eles
estavam a tomar Teresa e Lily para que ela chamava de restaurante
"sofisticado."
Theresa não estava com disposição para comemorar, e quando
chegaram ao restaurante, ela arrastou os pés até à entrada, onde Rick
ficou à espera. Ele parecia bastante arrojado num smoking e foi bem
adaptado com Lisa, que usava um dos vestidos bonitos à noite ela tinha
comprado na sua expedição de compras naquela tarde.
— Olhem, gente, isto é muito exagerado, — Theresa protestou. —
Por que nós não apenas voltamos para minha casa e ter um bom jantar ou
algo assim?
— Agora é tarde demais, luz do sol, estamos aqui, então vais ter que
lidar com isso. — Rick sorriu antes de deixar cair um beijo na sua bochecha
e depois estendendo a mão para tomar transportadora de Lily dela. —
Feliz aniversário, Theresa, tu pareces arrebatadora.
O vestido de de seda na altura do joelho era um pouco baixo demais
e fazia os seus seios inchados parecerem um pouco demasiado
voluptuosos para o seu gosto. Ela sentiu um pouco desconfortável nele,
mas Lisa tinha escolhido, dizendo que a cor verde gelo fazia coisas
maravilhosas para os cabelos e os olhos.
— Quero dizer, vocês sequer pensarem em fazer reservas?
— Theresa, com o teu pai e marido sendo quem são, tu realmente
achas que entrar em qualquer restaurante que tu queres vai ser um
problema? — Lisa gozou e Theresa torceu o nariz, reconhecendo o ponto.
Lisa esperneou através da porta, e Rick ficou de lado para deixar Theresa
entrar.
O maître sorriu e levou-a até ao fim sem causa. Surpresa, ela seguiu-
o com uma pequena ruga no rosto. Ele a levou através de portas de vidro
duplo. O lugar estava lotado com as pessoas, e por alguma razão ninguém
estava sentado. Ela se contorceu desconfortavelmente quando todos se

203
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viraram para olhar para ela, não completamente certa do que na terra
estava a acontecer.
— Surpresa! — Ela quase pulou para fora da sua pele no grito
coletivo, e, finalmente, percebeu que ela reconhecia a maioria dos rostos
na sala. Rick, que havia do lado de fora da sala até depois da surpresa, caso
isso assustasse Lily, mudou-se para ficar ao lado dela.
— O que está a acontecer? — Ela sussurrou em confusão de pânico.
— É uma festa de aniversário surpresa, sua parva, — brincou ele,
deixando cair um beijo na sua bochecha antes de sair para encontrar a sua
esposa no meio da multidão. As pessoas estavam ao redor dela, beijando-a
e apertando-lhe a mão. Ela reconheceu Gabe Braddock e todos os amigos
de Sandro de sexta à noite junto com os seus outros significativos. O irmão
de Rick, Bryce Palmer, aproximou-se e deu-lhe um tapinha nas costas dela
sem cerimônia e um brusco "feliz aniversário" antes de desaparecer de
volta para o trabalho em madeira. O homem odiava multidões. Ela podia
imaginar esta cena não era realmente a seu gosto, mas ele estava aqui e
ela estava tão completamente confusa com isso. Por que ele estava aqui,
por que qualquer um deles aqui? Como Lisa sequer sabia como convidar
Gabe Braddock e os outros?
— Feliz aniversário, meu amor. — Um par familiar de braços fortes
envolveram em torno de sua cintura, e ela foi puxada de volta um peito
largo. Sandro deu um beijo no seu pescoço. Ela virou-se em seus braços e
olhou para ele perplexa.
— Tu fizeste isto? —Ela perguntou, incrédula. — Mas eu pensei que
tu não—
— Cara, — ele interrompeu com uma paciência infinita. — Eu não
sou um homem estúpido, eu não estava prestes a repetir os meus erros do
passado. Eu amo-te e eu queria te mostrar o quanto.
— Há quanto tempo tens planejado isto? —Ela perguntou.
—Deus, desde antes do meu pai morrer. Os planos foram colocados
em espera até eu voltar, e depois com o nascimento de Lily eles pararam
um pouco, mas eu queria fazer algo especial para compensar todas as
vezes que o teu aniversário foi negligenciado ou esquecido ao longo dos
anos. — Ela sabia que ele queria dizer pelo seu pai, bem como a si mesmo

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e foi impotente tocada pelo gesto.


— Obrigada. — Ela sorriu e levantou-se na ponta dos pés para beijá-
lo. Ele segurou o seu rosto e beijou-a avidamente.
— Estás linda, — disse a ela.
— Tu não pareces muito mal também, — ela disse, dando um passo
para trás para ver o seu smoking sob medida.
— Hey, parem vocês dois. — Uma voz masculina impetuosa se
intrometeu no seu íntimo pequeno casulo, e ambos se viraram para ver o
rosto sorridente de Gabriel Braddock. — Sandro, é como toda vez que eu
te vejo com essa coisa linda, tu tens as tuas mãos sobre ela. Compartilha a
riqueza, mano. — Ele se adiantou para envolver Theresa num caloroso
abraço.
— Feliz aniversário, linda. Nós sentimos a tua falta. — Considerando
como a conheceram apenas uma vez, meses atrás, Theresa inicialmente
duvidou da veracidade dessa afirmação, mas a sinceridade no seu rosto a
levou a acreditar que ele realmente quis dizer as palavras.
—Obrigada. — Ela sorriu. — Desculpa-me, eu nunca fui a quaisquer
outras das vossas noites de futebol.
— Tu tiveste uma gravidez difícil, perfeitamente compreensível, —ele
descartou com um gesto descuidado da mão. — E parabéns pela tua bela
filha. Sandro tem nos mostrado fotos dela há semanas. Vai ser bom vê-la
em carne e osso. Onde está a pequenina?
— O marido da minha prima tem-na. — Ela olhou em volta para Rick
e viu-o mostrar Lily para o seu parceiro de negócios, Vuyo, e o seu irmão,
Bryce. O pequeno grupo foi logo acompanhado pelo parceiro de negócios
de Bryce, Pierre de Coursey, e a esposa de Pierre, Alice. Eles estavam todos
agitados sobre o bebé adormecido.
De Coursey e Palmer tinha recentemente lhe oferecido um estágio de
um ano na sua prestigiosa empresa DCP Jewellers, depois dela terminar
seu curso de design de jóias na faculdade. Sandro tinha enviado uma cópia
do seu portefólio para os homens e eles ficaram impressionados com o seu
"talento cru." Foi mais um exemplo do compromisso de Sandro para fazê-la
tão feliz quanto podia. Ele sabia o quanto ela significava para ela projetar e
tinha acreditado nela o suficiente para se aproximar dos joalheiros em seu

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nome. No início, ela não tinha sido confortável com o nepotismo


descarado, mas ambos Pierre e Bryce tinha a convencido de que eles
realmente viram valor no seu trabalho.
— Parece que ela não quer nenhuma atenção, então eu vou levar a
sua bela mãe para dar uma volta na pista de dança, por enquanto, — disse
Gabriel, e e movendo uma Theresa risonha longe de Sandro antes do outro
homem pudesse protestar, girando em torno dela alguma música rápida.
Ele tinha-a por apenas dois minutos antes que alguém cortar, e
depois que ela ser passada de parceiro para parceiro pela próxima meia
hora antes Sandro finalmente reivindicá-la.
— Achas que podes poupar algum tempo para flertar com o teu
marido, cara? — Perguntou irritado, e ela piscou para ele com incerteza
até que ela reconheceu que ele estava pouco ciumento. O facto
impulsionou a confiança dela e trouxe um sorriso encantado pelo seu
rosto.
— Eu tenho alguns minutos de sobra entre danças. — Ela assentiu
com a cabeça depois de uma pausa, e ele rosnou antes de arrastá-la para
mais perto e enfiando a cabeça no seu ombro. Eles balançavam juntos
lentamente, e ele começou acariciando o seu pescoço. Ela suspirou e
derreteu no seu corpo duro, apreciando o cheiro quente e picante dele.
Eles estavam tão envolvidos um com o outro que não notaram ninguém de
pé ao lado deles até que uma voz penetrou a névoa de desejo.
— Sandro? — Ele fez um som protestante antes de levantar a cabeça
e piscar para alguém que estava atrás de Theresa. Ela observou o rosto
dele iluminar e um sorriso enfeitar os lábios antes de ele se lançar em
italiano rápido. Perplexa, ela se virou nos seus braços e congelou.
— Cara, esta é a minha mãe e duas das minhas irmãs. Eles vieram
para te conhecer e à mais recente adição à nossa família. Mama, Isabella,
Rosalie, esta é minha esposa, Theresa. — As quatro mulheres olharam
umas às outras com cautela, nenhuma delas completamente certa do que
esperar. Finalmente, a mais nova do trio de lindas morenas se adiantou
com um sorriso. Theresa adivinhou que tinha que ser Rosalie.
— Estou encantada em conhecer-te finalmente, Theresa, — disse ela
em leve sotaque Inglês, e para choque total de Theresa deu-lhe um abraço

206
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caloroso. — Eu sou a Rosalie.


— Eu... prazer em conhecer-te, —Theresa murmurou impotente em
resposta, o olhar a procurar desesperadamente o de Sandro. Ele parecia
ansioso, mas deu um sorriso tranquilizador quando encontrou o olhar dela.
— Eu estava à espera que elas chegassem na próxima semana, mas
elas voaram na noite passada, apenas a tempo para o teu aniversário. —
Ela podia ver o pedido de desculpas nos seus olhos, como se temesse que
a presença delas iria diminuir o seu prazer na festa de aniversário. Ela
balançou a cabeça, o gesto tão pequeno que só ele a pegou, e sorriu para
ele.
— Bem, que surpresa maravilhosa então. — Ela sacudiu o seu choque
e deu um sorriso verdadeiramente calorosa ao pequeno grupo de belezas
italianas. As irmãs de Sandro já estavam a receber um monte de olhares
masculinos.
A minha filha Gabriella não pôde vir. Ela está a ter alguns problemas
com seu filho mais velho, — disse a mãe de Sandro. — E, claro, a minha
sogra é velha demais para viajar. Mas ambos enviar o seu melhor. —
Theresa duvidava muito disso, recordando como particularmente hostil
essas duas mulheres tinham sido com ela durante a conferência de vídeo.
— Sra De Lucci. — Theresa estendeu a mão para segurar as mãos da
outra mulher entre as suas. — Lamento muito pela sua perda, e eu
lamento que eu fui incapaz de comparecer ao funeral.
— Não sejas tola, Theresa, — a mulher mais velha zombou,
obstinadamente a piscar as lágrimas repentinas. — Tu estavas grávida.
Viajar nessa condição teria sido insensato. Fizeste a coisa certa. Agora,
onde está essa minha neta? Eu vi fotografias claro, mas eu estou pronta
para conhecê-la. — A imperiosidade no seu tom não admitia
desobediência, e Theresa sorriu quando Sandro praticamente saudou
antes de abandoná-las em busca da sua filha.
Ficou tensa quando ela percebeu que ele a deixou sozinha com a sua
família intimidante e se preparou para o que viria a seguir. Ela não tinha
ilusões de que gostavam dela ou a aceitavam, sabendo que todos eles
fingem se dar muito bem, pelo amor a Sandro, mas que o que se passava
nas costas dele seria outra história.

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— Devo-te um pedido de desculpas, — a mãe de Sandro a chocou


por dizer, e Theresa ousou um olhar para o rosto da mulher mais velha
elegante. A mulher não parecia mais intimidante. Na verdade, o seu rosto
se suavizou completamente, e Theresa piscou para ela com surpresa. — Eu
fui menos que... graciosa, quando ligaste para falar com o meu marido.
Depois do funeral, Sandro disse-nos a verdade sobre o vosso casamento,
sobre a maneira como ele e teu pai te tinham tratado, então agora eu sei
que tu terias sido completamente justificada se não quisesses falar com o
meu marido. Mas mostraste um grande carácter do que o resto de nós
combinados quando concordaste em te encontrar com ele. Tu fizeste um
moribundo muito feliz nas suas últimas horas. Ele estava tão preocupado
com Sandro e que ele tinha se sacrificado para a nossa família, mas falar
contigo facilitou consideravelmente a sua mente, e ele estava em paz
quando faleceu naquela noite. Eu tenho que agradecer por isso.
— Fiquei feliz em conhecê-lo, — Theresa respondeu, um pouco
deslumbrada com o rumo dos acontecimentos.
— Bem, isto é quase dois anos tarde demais, mas eu estou muito feliz
em conhecer-te também, Theresa. —A sua sogra a engolfou num abraço
totalmente inesperado e muito estranho. Theresa devolveu-o perplexa
antes de ambas as mulheres recuarem alguns segundos mais tarde,
parecendo igualmente perturbadas. Rosalie e Isabella estavam ambos a
sorrir. Rosalie apresentou Theresa a Isabella, explicando que a outra
mulher falava pouco Inglês.
— Mas ela queria conhecer, te — Rosalie confidenciou alegremente.
Theresa podia ver que ela e Rosalie iriam se dar muito bem. A outra
mulher era um pacote irreverente de risadas, e ambos estavam a rir
conspiratóriamente sobre a forma como Sandro tinha praticamente
saltado mais cedo para cumprir as ordens da mãe, quando ele finalmente
voltou com Lily. O bebé estava acordado e a choramingar, não estava feliz
com a multidão de pessoas desconhecidas em torno dela. O seu pequeno
rosto estava molhado e amassado, mas as suas tias e avó imediatamente
começou se excitaram em torno dela.
Sandro entregou Lily sobre para a mãe por um momento antes de se
virar para Theresa.

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— Estás bem? — Ele perguntou em voz baixa que só ela podia ouvir.
Ela assentiu com a cabeça, sorrindo tranquilizadora para ele.
— Desculpa. Eu não esperava que elas aparecessem tão cedo. Espero
que não te tenham estragado a festa. Eu queria que esta noite fosse.
Perfeita.
— E tem sido muito perto do perfeito até agora, —assegurou ela. —
Elas tem sido adoráveis, Sandro. Todos elas.
— Bom, porque eu teria os mandado de volta para a Itália se
tivessem dito qualquer coisa para te incomodar, — ele disse a ela.
— Não sejas tonto. Elas são a tua família.
— Esposa supera tudo, — ele respondeu, e ela revirou os olhos.
— Eu vou resgatar a Lily da Brigada Beijoqueira ali. Ela provavelmente
está com fome. — Ela se aproximou para fazer exatamente isso,
praticamente a flutuar no ar enquanto ela sentia os olhos de Sandro ainda
sobre ela. Esposa supera tudo? Ela definitivamente gostava muito do som
que.

** **

No final, Theresa teve a sua festa de aniversário de sonho, com canto,


um bolo enorme, e dezenas de balões flutuantes. A noite não poderia ter
sido mais perfeita. Depois de se certificar que a família dele foi carregada
num táxi que os levaria para o hotel, ele chamou o motorista para vir e
buscá-las. Lily tinha sido colocada para a cama num quarto silencioso
equipado com uma babá profissional a equipa que tinha fornecido para ela
e Rhys. Ela se mexeu inquieta quando seus pais a pegaram, e ambos
ficaram tenso, sabendo que ela estava perto do seu tempo de alimentação.
— Estou exausta. — Theresa bocejou uma vez que estavam todos
confortavelmente acomodados no banco de trás do carro. Ele tinha o
braço envolto em torno dos ombros, e ela tinha a cabeça enfiada no seu
peito. Lily estava contente a mamar no seu peito, e ambas estavam em
perigo de cair no sono em Sandro.
— Eu tive uma noite maravilhosa Sandro, — ela murmurou,
sonolenta.

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— Estou feliz em ouvir isso, cara, — ele sussurrou no seu cabelo.


— Todos aqueles balões. — A sua voz se desvaneceu, e a última coisa
que ouviu antes de adormecer foi o som da risada indulgente dele.

** **

Theresa acordou algum tempo durante as primeiras horas da manhã,


quando sentiu Sandro sair da cama. Ela piscou em confusão, não sabia
como ela conseguiu ir para a cama. Ela estava completamente nua, e ela
não se lembrava de se ter despido ou mesmo a vir para cima. Ela podia
ouvir Lily afligida através do monitor de bebé e estava prestes a sair da
cama quando ouviu a voz suave de Sandro a cantar para a bebé. Lily se
acalmou um pouco, e Theresa sorriu enquanto ouvia ele cantar para o
bebé, a sua voz áspera do sono. A sua voz se desvaneceu e ela sentou-se,
ligou a lâmpada de cabeceira e ajustou os travesseiros atrás das costas
quando ela discerniu que Sandro ia provavelmente trazer Lily para o quarto
para ela comer. Ele apareceu momentos depois, parecendo
completamente desarrumado e vestindo apenas boxers brancos. Ele sorriu
ao vê-la sentada na cama.
— A tua filha está com fome. — Ele acenou com a cabeça para baixo,
para o bebé agitado e Theresa estendeu a mão para ela. Ele transferiu o
pacote a contorcer-se suavemente antes de rondar da cama para subir no
lado de Theresa. Ele assistiu extasiado enquanto Theresa alimentou a
bebé.
— Não me lembro de chegara casa, — Theresa sussurrou depois de
alguns minutos.
— Sim, tu estavas apagada. Eu trouxe Lily para o andar de cima e, em
seguida, voltei para baixo para te buscar.
— Tu carregaste-me? Sandro, eu peso uma tonelada...
— Dificilmente, — ele gozou.
— Bem, isso explica por que estou totalmente nua.
— Eu senti que merecia uma recompensa depois de todo esse
trabalho duro. — Ele sorriu maliciosamente, e ela revirou os olhos.
— Sandro, eu vou voltar para o nosso quarto amanhã, — ela disse-

210
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lhe em voz baixa. Ele não disse nada de inicio e em vez estendeu a mão
para brincar com um dos punhos fechados de Lily. Era algo que ela estava a
pensar desde o nascimento de Lily. Ele passou todas as noites no quarto de
hóspedes com ela de qualquer maneira, então insistir em quartos
separados era um pouco de um ponto discutível. O quarto principal era
muito mais confortável e mais perto do berçário.
— Isso é bom, — disse ele, mantendo os olhos no bebé. — Estou
feliz em ouvir isso, Theresa.
Um silêncio constrangedor desceu, e Theresa não tinha certeza do
que o causou. A sua resposta à notícia dela tinha sido morna.
— Tu queres que eu volte, certo? — Ela perguntou depois de outro
longo silêncio, e ficou surpresa com o flash de fúria que viu nos seus olhos
quando ele olhou para ela.
— Claro que eu quero que te mudes de volta Theresa. Eu também
quero que confies em mim, que me perdoes... que me ames, — ele fervia,
sentando-se abruptamente e deixando a cama para andar pela sala como
um gato ameaçador, toda a graça feral e poder. Theresa observou-o com
fascinação impotente.
— Eu não sei o que dizer ou fazer mais, Theresa, — ele disse
baixinho, correndo as mãos agitadas pelos cabelos. — Então, também
parece não importar o que eu diga ou faça... tu estás determinada a
manter uma distância emocional entre nós. Tu achas que eu não tenho
notado? Quanto tempo mais vais me punir pela minha estupidez?
— Eu não estou a tentar punir-te. — Ela estava chocada de que ele
pensaria isso. — Realmente não estou Eu só..., — ela não sabia o que dizer,
porque agora que pensava nisso, ela se perguntou se não tinha estado a
puni-lo inconscientemente depois de tudo.
— Eu tenho algo para te dar, — ele murmurou. — É o teu presente
de aniversário. Eu ia te dar na parte da manhã, mas já que estás
acordada ... — Ele deixou a sala abruptamente e voltou alguns minutos
depois com um grosso envelope na mão. Ele estendeu a mão para levar o
bebé a dormir dela e deixou cair o envelope no seu colo. Ela olhou para ele
com incerteza por um longo tempo, enquanto Sandro continuou a andar
com Lily nos braços. Finalmente, hesitante, ela pegou-o e virou-o nas

211
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mãos. Mas o exterior castanho liso do envelope tamanho A4 não deu


nenhuma pista sobre o seu conteúdo. Ela olhou para Sandro, mas ele agora
estava nas janelas do chão ao tecto, presumivelmente a olhar para o céu
antes do amanhecer tempestuoso.
— Não te vai morder. — A voz profunda dele a ssustou, e ela
percebeu que, por causa do brilho da lâmpada, ele podia ver o seu reflexo
na janela. Ela correu um dedo sob a aba do envelope para abri-lo e
alcançou dentro para extrair um grosso maço de papéis legais. O seu
estômago despencou no início, quando ela viu os seus nomes impressos na
folha de topo, e por um breve momento terrível, ela pensou que ele estava
a dar-lhe os papéis do divórcio. Então ela olhou mais de perto e franziu a
testa.
— Sandro ... o que fizeste? — Ela sussurrou em estado de choque. —
Tu não podes fazer isto.
— Eu posso... eu fiz." Ele deu de ombros, ainda a olhar o seu reflexo
no vidro. — É teu.
Ele tinha-lhe dado a vinha. A vinha do seu pai.
— Mas é do teu pai.
— E quando ele morreu, tornou-se meu. Suponho que tecnicamente
o teu pai poderia arrebatá-la de volta a qualquer momento, mas é um
gesto, Theresa.
— Porquê? — Perguntou ela, impotente.
— Eu não queria que tu duvidasses das minhas razões por querer
estar contigo. Eu não o queria pendurado entre nós
— Mas a tua mãe e irmãs...
— Elas sabem sobre isso, e pela maior parte aprovaram a minha
decisão. Não que isso teria importância se não o fizessem. Isto não é sobre
elas; trata-se de nós. Trata-se de consertar o que eu quebrei. — Ele se
virou para encará-la e caminhou de volta para a cama. — A vinha é tua,
Theresa, e se não quiseres, tu podes queimá-la ou transferir a escritura
para a Lily. Podes entregá-la de volta para o teu pai numa bandeja. Não
importa para mim. A única coisa que importa para mim és tu. Tu és o sol
que eu giro ao redor e sem ti... — Ele balançou a cabeça enquanto a sua
voz quebrou.

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— Eu acho que é hora de me contares sobre a Francesca, — Theresa


disse, e ele respirou fundo antes de se sentar ao lado dela. Theresa se
esticou e pegou Lily dele. Felizmente, o bebé continuou a dormir em paz.
— Francesca... — Ele fechou os olhos enquanto tentava reunir os
seus pensamentos. "Ela é o tipo de mulher que eu sempre me imaginei
com quem casasse. Equilibrada, sofisticada, bonita... Ela mantém todas as
suas emoções trancadas, o que me satisfazia, porque eu nunca apreciei
cenas emocionais confusas. Nós namoramos e nos dávamos muito bem.
Eu me imaginava no amor por ela. Era uma versão muito limpa, clínica, e
sem complicações de amor. Eu pensei que estávamos perfeitamente
adequados. — Theresa tentou manter a expressão neutra, mas doía muito
ouvi-lo falar sobre a outra mulher em tais termos. — Então eu vim aqui
para conhecer o teu pai e vi-te pela primeira vez. A tua beleza tranquila me
atraiu imediatamente. Eu não acho que nunca te disse isso. Eu não
conseguia manter os meus olhos de ti nessa primeira vez, e eu queria-te
com uma violência que chocou o inferno fora de mim. Se o teu pai
estúpido tivesse deixado as coisas sozinhas, eu tenho certeza que eu não
teria sido capaz de manter as mãos longe de ti. Mas quando ele forçou a
questão, ele fez a única coisa que garantiu que eu mantivesse distância de
ti. Eu não gosto que me digam o que fazer, cara. E mesmo que tu fosses
exatamente o que eu queria, eu muito perversamente te mantive à
distância.
— Eu ressentia-me contigo e ressentia-me com o teu pai por estragar
a minha vida e os meus planos para o futuro. Eu fui para o nosso
casamento determinado a agarrar esse maldito divórcio com as duas mãos,
logo que tivesses um filho. Mas as coisas ficaram confusas... e
sentimentais. Eu tentei tão duro manter-te à distância. Recusei-me a beijá-
te, eu fingia querer outras mulheres, e todo o tempo eu não poderia ficar
longe de ti. Eu podia ver o quanto eu te estava a magoar e... — Ela o viu
lutar para encontrar as palavras certas, antes de ele balançar a cabeça e
quebrar o contacto visual. — No começo eu não me importei. Eu
racionalizei que não era nada mais do que merecias. Mas o mais distante e
fechada tu te tornavas mais frustrada eu me tornei contigo. Eu disse a mim
mesmo que era porque eu queria ver-te sofrer, mas quando lhe dei algum

213
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pensar sério, eu sabia que era mais profundo do que isso. Eu odiava não
ter a tuatenção. Quando nos casamos, tu banhavas-me com atenção. Tu
sabias que algo estava errado, mas tu sempre foste tão determinadamente
carinhosa e amorosa. Ver esse afeto e confiança desvanecer-se dos teus
olhos... foi muito mais difícil do que eu jamais tinha antecipado.
Ele levantou-se e começou a andar novamente. Theresa observou-o
rondar agressivamente ao redor da sala e sentiu o gelo em torno do
coração derreter com cada palavra que ele pronunciava. Ele estava a ser
tão brutalmente honesto com ela, algumas das suas palavras eram feias e
dolorosas, enquanto outras enviaram o seu coração acelerar.
— Todas as vezes que voltei para a Itália eu passei um tempo com
Francesca, — confessou, paraando de andar abruptamente para fixá-la
com o seu intenso brilho. — Eu nunca a toquei. Quero que saibas disso.
Não de qualquer maneira sexual. Eu nunca quis. A minha mãe e irmãs
continuavam a organizar esses pequenos encontros com a família dela e a
nossa; tentaram nos empurrar juntos com mais frequência do que não. Eu
nunca procurei pela companhia dela. Eu a via em festas e reuniões de
família, mas nunca senti a necessidade de contactá-la em qualquer outro
momento. Tu nunca estavas longe de meus pensamentos, enquanto eu
estava fora do país. Eu encontrei-me a perguntar o que estavas a fazer, com
quem estavas, se estavas feliz... se sentias a minha falta. — Ele limpou a
garganta conscientemente. — Eu realmente queria que sentisses a minha
falta Theresa. Eu disse a mim mesmo que era porque assim irias sofrer
mais, perguntando-te o que eu estava a fazer...
— Que piada! Eu queria que sentisses a minha falta, porque eu senti
a tua falta. As poucas vezes que liguei para casa tu estavas tão distante, e
que me conduziu para fora da minha mente. Tudo que eu poderia pensar
quando eu estava longe era voltar para ti. Eu fantasiava sobre as coisas que
eu faria contigo quando te tivesse nua embaixo de mim novamente. Por
que mais tu achas que eu estava sempre com tanto maldito tesão quando
chegava em casa após essas viagens? Theresa corou quando recordou um
regresso a casa particularmente memorável; Sandro havia retornado numa
sexta-feira e não tinha a deixado sair da cama até segunda-feira de manhã.
O homem tinha sido insaciável.

214
Open Book Traduções

— Naquela manhã, quando tu disseste que querias o divórcio. — Ele


balançou a cabeça. — Chocaste o inferno fora de mim. Até esse ponto tu
tinhas sido tão passiva e aceitado a situação. "
— O capacho quintessencial queres dizer? — Ela inseriu secamente.
— Eu não pensei que fosses um capacho, Theresa. Eu acho que tu
estavas a tentar fazer o melhor de uma situação ruim, e no final, quando
já não podis, tu mostraste-me quem realmente eras. Eu era fascinado por
ti antes, mas uma vez que comecei a ver o verdadeiro tu, eu caí duro e
rápido. Fiquei horrorizado quando eu descobri que tu não sabias nada
sobre arranjo doente do teu pai. Eu odiava o que tinha feito contigo, como
eu te fiz sofrer pelos erros dele. Eu tentei te compensar, mas então tu
realmente me desprezavas e com boa razão. Eu queria te conhecer, eu
queria que tivéssemos um casamento real, mas tu insististe que não
querias nada comigo... e, Theresa, se quiseste vingança pela forma como
te tratei, tu conseguiste quando parecia que nada que eu estava a fazer ou
dizer fazia qualquer diferença para a maneira como te sentias sobre mim.
— E então tu disseste-me que estavas grávida. — Ele se ajoelhou na
cama e olhou para o rosto do seu bebé bebê adorecido antes de levantar
os olhos para os dela. — De repente, senti que havia uma bomba-relógio
na casa. Eu não tinha todo o tempo do mundo para te fazer me amares de
novo; Eu tinha apenas alguns meses curtos. A única coisa que eu queria
acima de tudo no início era agora um laço em volta do meu pescoço, a
apertar com cada dia que passava. Eu amei o bebé com tudo em mim, mas
eu temia muito, porque eu estava com medo de que ele acabaria por
levar-te para longe de mim. Eu não quero que me excluisses da gravidez;
Eu queria mostrar-te o que poderia ser como se nós operássemos como
uma unidade familiar sólida, mas tu estava tão deprimentemente
obcecado com ter um filho que parecia uma batalha difícil constante. Eu
comecei a orar para uma menina porque sabia que uma menina iria
comprar-me mais tempo. Uma menina iria manter-te comigo por mais
tempo; também iria provar-te, de uma vez por todas, que o contrato
ridículo do teu pai significava nada para mim. Que eu queria que o nosso
casamento durasse para sempre.
Ele finalmente pareceu ficar sem palavras, levando-se num profundo

215
Open Book Traduções

suspiro de ar e expirando-o com voz trêmula. Os seus olhos procuraram os


dela desesperadamente, mas ela manteve a expressão neutra, apesar da
alegria que borbulhava dentro dela. Esta paixão vulnerável e nua era o que
ela estava à espera. Ele finalmente desnudou a alma para ela, e era quase
ofuscantemente bonito.
— Então tu queres que o nosso casamento dure para sempre? —Ela
perguntou depois de um longo silêncio.
— Sim.
— E tu amas a nossa bebé?
— Sim, claro.
— E tu amas-me? — A sua voz tremeu um pouco na enormidade do
que realização.
— Deus, sim!
— Ainda bem.
— Apenas ainda bem? — Ele perguntou, incrédulo.
— Bem, o que mais tu queres de mim? —Ela perguntou,
inocentemente, e ele rosnou. Ela riu ao ouvir o som feroz antes de chegar
a mão livre para toca a sua mandíbula tensa. — Sandro, seu idiota lindo...
Eu nunca deixei de te amar. Eu só fiquei muito melhor em esconder isso de
ti. Eu estava com muito medo de ser ferida novamente.
— Eu nunca vou te magoar novamente, — prometeu ele com
veemência.
— Não faças promessas que não podes cumprir, Alessandro, —
alertou.
— Ok, eu vou tentar o meu melhor para não inadvertidamente te
magoar novamente, — ele reformulou com cuidado, e ela sorriu, o velho
sorriso carinhoso que ela usava para banhá-lo no início do casamento
deles. Ela ouviu a respiração captura de Sandro com a visão.
— Muito melhor, — ela aprovou, e ele rosnou novamente. Desta vez,
o som era mais um ronronar sexy do que um aviso. Ele varreu ela e Lily
num abraço feroz, mas quando Lily fez um som estridente de protesto, ele
deixou-as ir relutantemente.
— Eu amo-te com todo o meu coração, Theresa, e eu quero casar
contigo, — ele disse com voz rouca, e ela começou.

216
Open Book Traduções

— Eu também te amo, Sandro, mas a última vez que verifiquei, já


estávamos casados.
— Eu quero dar-te o casamento que deverias ter tido, cara. Eu quero
dizer os meus votos de novo e dizê-los com todo o coração.
— Não tens que fazer isso, Sandro. — Ela balançou a cabeça. —Eu sei
que me amas. Tu não tens que me provar nada.
— Eu não tenho que fazer isso, Theresa, mas quero fazê-lo. Eu quero
a minha família lá para ver me casar com a mulher que segura o meu
coração nas mãos. Por favor casa-te comigo de novo, Theresa, e faz-me o
homem mais feliz do mundo.
Ela rondou um braço em volta do pescoço dele e arrastou a cabeça
para baixo por um longo beijo.
— Sim. Com todo o meu coração, sim, Sandro.

217
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Epílogo
O tempo no dia final de primavera em setembro estava perfeito. O
sol brilhava e o céu estava um lindo tom de azul, sem uma única nuvem
para estragar a sua perfeição. O quarteto de cordas começou a tocar "The
Bridal March", e o pequeno grupo de pessoas que estavam sentados nas
cadeiras de ferro forjado no belo jardim tudo se viraram em uníssono,
esticando o pescoço para ver a noiva.
Theresa se agarrou ao braço da sua dama de honra quando ela
regiamente fez o seu caminho pelo do tapete coberto de flores vermelha.
Os seus olhos estavam fixos no homem alto de pé debaixo do arco de rosas
com as mãos solenemente dobradas na frente dele. Os olhos dele estavam
a devorá-la enquanto ela caminhava em direção a ele. Ele estava lindao no
seu terno preto simples. O cabelo tinha sido cortado perto do seu couro
cabeludo, e como ela ficou ainda mais perto, ela podia ver a ferida na sua
mandíbula, onde ele cortou-se ao barbear naquela manhã. Ela podia ver a
apreciação na sua expressão quando ele a notou no seu vestido simples
chiffon de marfim, com o seu decote levemente frisado, para a sua cintura
caida e a saia pelo tornozelo esvoaçante. O seu cabelo reluzente foi
coberto com uma simples coroa de rosas brancas, e nas suas mãos ela
segurava um igualmente simples buquê de rosas brancas cremosas.
Ela deu um passo ao lado dele, e Lisa, a sua dama de honra, ofereceu
a Sandro a mão direita delgada da sua noiva. Ele sorriu para o prima de sua
esposa e deixou cair um beijo apreciativo na sua bochecha antes de
concentrar a sua atenção na sua bela noiva. Theresa entregou o buquê
para Lisa, que recuou para ficar ao lado de Gabriel Braddock, o padrinho
de Sandro. Theresa só tinha olhos para o marido, que parecia
absolutamente atordoado com a visão dela.
— Tu estás... — Ele balançou a cabeça. — Não há palavras, cara.
Linda não começa a descrevê-lo.

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Ela levantou a mão livre para o queixo e acariciou a sua pele macia,
com todo o amor do mundo refletido nos olhos. O pastor limpou a
garganta e eles se separaram. Theresa enviou um rápido olhar para a filha
de dez meses de idade, que estava sentada no colo da sua elegante avó.
Theresa sorriu para a sua sogra e as irmãs de Sandro, das quais todas as
três estavam presentes. Um Rick sorridente sentava-se ao lado de Isabella
De Lucci com um sonolento Rhys embalado nos braços. O pai dela tinha
feito uma aparição e sentou-se na fileira atrás das De Luccis. As coisas
ainda estavam muito tensas entre ele e Sandro, mas ele tinha a
contragosto liberto Sandro do respectivo contrato e não tentou tomar a
vinha de volta, dizendo que não iria contestar a posse de Theresa. Theresa
ainda não tinha decidido o que fazer com a terra, mas estava inclinado dá-
la para Lily. Theresa muitas vezes levou Lily para visitar Jackson, e enquanto
ele ainda estava frio em direção à sua filha, ele parecia amar Lily na sua
própria maneira ríspida e mimava-a muito. Theresa o tinha convidado para
o casamento, não esperando ele aparecer, e agora enviou um pequeno
sorriso apreciativo nasua direção, e ele acenou com a cabeça ligeiramente
em reconhecimento.
Ela voltou a atenção de volta para o seu noivo; este homem forte,
bonito era o mundo dela e ela o amava com tudo o que estava dentro dela,
com a certeza de que ele se sentia exatamente da mesma maneira sobre
ela. Nesse momento, a sua vida não poderia ser mais perfeito. O pastor
sorriu e começou a falar.
— Alessandro e Theresa ambos optaram por escrever os seus
próprios votos. Alessandro, gostaria de começar? — Sandro sorriu para sua
linda esposa e, com uma voz que tremia de emoção, começou com as
cinco palavras que haviam se tornado o seu novo mantra.
— Theresa, amor da minha vida...

Fim

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