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A tradução foi efetuada pelo grupo Sunshine Books, fãs e admiradores da autora, de
modo a proporcionar aos leitores e também admiradores o acesso à obra, incentivando à
posterior aquisição. O objetivo do grupo é selecionar livros sem previsão de publicação no
Brasil, traduzindo-os e disponibilizando-os aos admiradores, sem qualquer forma de
obter lucro, seja ele direto ou indireto.
Levamos como objetivo sério, o incentivo para seus admiradores adquirirem as obras,
dando a conhecer os autores que, de outro modo, não poderiam, a não ser no idioma
original, impossibilitando o conhecimento de muitos autores desconhecidos no Brasil.
Todo aquele que tiver acesso à presente tradução fica ciente de que o download se destina
exclusivamente ao uso pessoal e privado, abstendo-se de o divulgar nas redes sociais bem
como tornar público o trabalho de tradução do grupo, sem que exista uma prévia
autorização expressa do mesmo.
Mas bebidas e uma aposta levaram a algo que não deveria ter acontecido:
um relacionamento falso. Pior, um primeiro encontro, um primeiro beijo... e
então mais.
Como quando ele sussurra meu nome, eu finjo que isso não faz meu
coração disparar.
Como quando ele me abraça à noite, finjo que não quero deitar em sua
cama todas as noites.
É apenas uma aposta; apenas uma mentira... até que não seja.
PRÓLOGO
— Charlie...
Grace com uma voz suave me chama do outro lado do quarto do hotel
quando fecho a porta. Eu puxo o nó da minha gravata, afrouxando-a antes de
jogá-la no chão. Através da luz fraca que a noite fornece, eu mal posso ver
enquanto ela agita as pernas sob o edredom branco do hotel.
Ainda é irreal para mim que ela me queira tanto e, além disso, todos
pensam que ela é minha. Cada um dos convidados do casamento da minha
irmã pensa que Grace pertence a mim. Então, novamente, toda a maldita
cidade está convencida de que ela é a próxima a se casar.
Eles estão certos sobre uma coisa. Ela vai gritar meu nome esta noite.
Mas o resto é tudo mentira.
Eu a deixei tão excitada, meu amorzinho, mas não foi difícil de fazer. Eu
sabia que ela me queria. Ela não quer me manter; ela só me quer esta noite.
Hoje à noite, ela é toda minha. Não sou o tipo de cara bom o suficiente para
ela. Mesmo que minha garganta fique apertada com o pensamento, e meus
passos parem no caminho para ela, eu me culpo. Ela é muito tentadora para
resistir e tudo isso é minha culpa.
Grace não é o tipo de garota que acaba com um homem como eu. Ela tem
sua vida planejada. Ela quer a coisa toda em menos de um ano.
Ela quer uma família perfeita e uma cerca branca, mas essa não é uma
vida para a qual estou pronto e nem posso oferecer. Não agora. Talvez nunca.
Eu deslizo a minha camisa, e começo a desfazer meu cinto assim que ela
vira de lado e olha para mim através de seus longos cílios, seus olhos brilhando
de desejo.
— Eu quero você, Charlie. — Ela sussurra as palavras com as quais tenho
sonhado desde que ela entrou na minha vida.
Foda-se. Eu não aguento meu nome soando como luxúria em seus lábios.
Como se o gosto do meu nome fosse tudo que ela precisasse para gozar.
Era apenas um encontro. Apenas uma liberação. Tudo isso era apenas
diversão.
A cama geme quando subo em cima dela e me inclino para beijar a pele
macia do lado sensível de seu pescoço, não posso deixar de pensar que ela
parece tão certa. Tão perfeita em meus braços.
Ela morde o lábio inferior e tenta jogar de volta uma daquelas respostas
espertas que ela sempre tem para mim, mas meus lábios estão nos dela antes
que ela diga uma única palavra. Beliscando, chupando e se divertindo com o
que está por vir.
Seus dedos cravam em meu cabelo e ela aprofunda o beijo, envolvendo as
pernas em volta dos meus quadris. Minhas mãos percorrem a curva de sua
cintura e voltam enquanto ela geme em minha boca.
Enquanto eu olho para seu lindo rosto, seus lábios entreabertos e seus
lindos olhos azuis meio fechados, eu sei que este não é apenas um bom
momento. Não para mim.
Não sou o tipo de homem que ela deseja. Ambos sabemos disso. Eu não
tenho o que é preciso para mantê-la.
— Não é a pior notícia, mas eu sei que não é o que você queria ouvir.
Honestamente, Grace, há uma série de opções — diz a Dra. Abrahams, mas
tudo o que posso ouvir é a última opção que ela me dá. A melhor opção segundo
ela: congelar meus óvulos. Ela sorri para mim, colocando uma mecha de cabelo
grisalho atrás da orelha. Meu próprio sorriso vacila e odeio não poder esconder
melhor a decepção.
Olhando para a parede além dela, noto que ela está coberta com o que
devem ser centenas de fotos de recém-nascidos que a Dra. Abrahams ajudou
outras mulheres a conceber. Seus pequenos sorrisos, reverências e lindos
dedinhos e dedinhos do pé me encaram de volta. As fotos são emolduradas com
papel rosa e azul e dão à sala uma atmosfera de esperança. Eu deveria ser
mais grata; a médica acabou de me dizer que meus óvulos ainda são viáveis,
afinal. Mas ela me deu notícias que nenhuma mulher da minha idade não
deveria receber. “Pré-menopausa” não é uma palavra que eu já pensei que
ouviria. Muito menos tão cedo.
Nem tudo está perdido ainda, mas se eu não agir logo, minhas chances de
ter um filho acabarão. Mesmo agora, sem Fertilização In Vitro, as chances são
mínimas. Aparentemente, meus hormônios simplesmente desistiram.
Dizem que quem espera pelo menos três anos antes de se casar fica mais
tempo casado, então é mais três anos que eu teria que esperar. Depois, há a
concepção e gestação... e o nascimento, é claro. Meus dedos correm em círculos,
girando enquanto penso em como isso é possível. Mas tem que ser possível,
porque sempre quis um filho. O pensamento de um recém-nascido embrulhado
com um nariz pequeno e um doce bocejo toma conta por um momento e minha
garganta fica seca enquanto meus olhos ardem. Eu não posso não ter um filho.
Quase digo as palavras em voz alta, mas de alguma forma as mantenho
caladas. Engolindo-as e me lembrando de que congelar meus óvulos vai
funcionar. A médica disse isso.
O pequeno plano em minha cabeça significa que levará mais de cinco anos
e milhares de dólares antes que qualquer bebê possa se tornar realidade,
supondo que tudo corra perfeitamente. Se a fertilização In vitro funcionar na
primeira tentativa. Meu olhar vai para a parede de bebês, que parece zombar
de mim.
— Grace, — Dra. Abrahams diz suavemente, estendendo a mão sobre sua
mesa para tocar a minha. O toque repentino é sacudido, me trazendo de volta
ao presente. Meu muito solteiro, muito sem bebê presente. — Você me ouviu?
Tenho alguns panfletos aqui para as clínicas de preservação de fertilidade que
recomendo.
— Aqui! — Uma mulher que parece ter quarenta e poucos anos com rugas
gentis ao redor dos olhos castanhos profundos se levanta.
Bem, isso e eu vou ao bar. Todo mundo merece uma bebida depois de um
longo dia.
Charlie.
1
Seria o que chamamos de boteco.
O tráfego finalmente se libera completamente, e eu sou rápida para
acionar a seta para a próxima saída e dirigir em direção ao bar. Talvez Charlie
esteja lá. Ele geralmente está, e quando eu tomo um ou dois drinques, ele é
meu confidente. Esse pensamento coloca um sorriso no meu rosto. É bom ter
alguém com quem conversar e, por mais que Ann seja uma boa amiga para
fofocar, isso é essencialmente tudo o que ela faz. Fofoca.
Mas estou tentando fugir desse tipo de pensamento. Eu puxo minha saia
amarela claro para baixo e abro um botão no meu colarinho. Não há ninguém
para impressionar dentro do Mac, então é hora de ficar confortável.
Vou até o balção do bar e me sento bem no final. É meu assento. Olho para
baixo no bar, mas encontro a área atrás dela vazia. Eu me pergunto onde o
barman está. Há um cara especial que poderia fazer o dia de hoje completo...
se ele estiver trabalhando, claro.
Ele é alto e tem ombros largos, com cabelo castanho claro cortado rente
ao couro cabeludo. Ele está vestindo uma camisa xadrez azul e jeans, mas isso
não me impede de olhar para seus músculos ondulados enquanto ele move
uma pilha de caixas de aparência pesada para trás do bar. Junto com um
queixo feito para as mulheres desmaiarem e sobrancelhas gêmeas que
levantam e abaixam com cada emoção, ele tem um nariz que é apenas
demasiado perfeito. Ele se encaixa muito bem com seu físico.
Eu mordo meu lábio e coro. Eu sei que Charlie não é para mim, realmente
eu sei. Eu literalmente acabei de descobrir que meu tempo está se esgotando
para formar uma conexão real com alguém. É só que... bem, Charlie é gostoso.
Se as outras garotas que estão por perto e olhando para ele com saudade
é alguma coisa a se considerar, Charlie está embalado em ser quente. Então,
novamente, nenhuma daquelas garotas conseguiu acertá-lo.
E nenhuma delas estava andando por aí, pensando em nomes de bebês
em seu tempo livre. Sim, eu preciso manter minhas mãos para mim mesma.
Meus olhos, entretanto...
— Onde você esteve? Já se passou uma semana desde que vi seu rosto por
aqui, — ele brinca.
— Oh. Apenas trabalho, — eu digo com um encolher de ombros. — Você
sabe, o de sempre.
— Sim? — Ele diz, pegando uma pequena toalha de mão gasta e limpando
as mãos dele. — É isso aí, hein?
— É isso aí.
Sua voz cai quando ele se inclina contra o balção. — Nada de interessante
para relatar?
De alguma forma, ele consegue fazer aquele som sujo. Deus me ajude. Há
um encanto em sua sobrancelha levantada e na maneira como ele me olha com
expectativa. A agitação em meu peito precisa parar.
— Não. — Eu empurro meu cabelo para trás dos meus ombros, sentindo-
me um pouco mais quente do que deveria.
Ele desce o bar para atender meu pedido, e quase resmungo ao vê-lo ir
embora.
Sim, posso dizer que estou segurando uma pequena queda por ele. Eu sei
que ele não é o que eu quero, ele é gostoso, mas completamente alérgico a
compromissos. É por isso que nunca o abordei assim. Ele sabe que estou à
espreita, como ele diz, por um marido e alguém com quem me estabelecer longe
da cidade. Como ele me disse antes, ele não tem intenção de se estabelecer.
Ainda assim, não há lei contra olhar certo?
Há muitos clientes regulares, alguns deles são como família. Grace não é
assim. Não sei como descrevê-la para ser honesto. Só sei que gosto quando ela
está aqui.
Eu deslizo a cerveja para ele, deslizando-a por cima do bar. Estou meio
tentado a perguntar a ele onde diabos está seu sobrinho, já que ele nunca
apareceu para trabalhar, mas não é como se ele soubesse. O bar fica fora da
cidade e localizado em uma pequena cidade. Trazer o negócio para Mickey não
vai ajudar em nada. Ele é um policial aposentado, e sua esposa faleceu de
câncer não há muito tempo atrás. Não vou incomodá-lo porque seu sobrinho
não tem ideia do que é ética de trabalho.
— Obrigado, senhor, — Mickey me diz, pegando sua cerveja. Ele nem
mesmo desvia o olhar do jogo na televisão. Cerveja, futebol e um lugar lotado
o mantêm são e o ajudam a lidar com tudo.
— Sim, deve estar pronta para você, — digo a ela, pegando o copo curto
gelado para Grace. Tento reprimir minha agitação.
Estou exausto pra caralho, e a noite está apenas começando. Mas é isso
que esse negócio exige. Trabalho duro e dedicação. Não é o que eu pensei que
seria quando abri um bar na periferia da cidade. Sei que parte do motivo pelo
qual fiz isso foi para fugir.
Isso foi anos atrás, quando eu era burro e estúpido. De alguma forma eu
tive sorte, e este maldito bar é a única coisa boa que tenho a meu favor agora.
Não posso deixar um idiota como James estragar as coisas.
— Obrigado por vir, Mags.
Eu me viro para olhar por cima do ombro, mas Maggie já se foi. Ela é
durona e não precisa receber elogios, mas eu deveria dar a ela um aumento ou
um bônus. É difícil encontrar boa ajuda em uma cidade pequena onde as
pessoas acham que podem se safar com essa merda.
Eu coloco o copo na frente dela e limpo minha mão na minha calça jeans
desbotada. Seus dedos delgados roçam os meus quando ela pega o copo com as
duas mãos.
— Parece delicioso para mim, — diz ela com um toque de rubor nas
bochechas. — Eu preciso disso. — Eu inclino minha cabeça para ela, esperando
que ela elabore.
Ela sorri em seu copo quando eu resmungo uma resposta e preparo outra
cerveja para um cliente na parte de trás.
Meu olhar se eleva para Grace enquanto ela cantarola; seu hálito quente
cria uma névoa antes que ela tome um gole. Ela geme suave e doce, amando o
sabor. Eu sei que é um movimento inocente da parte dela, mas eu serei
amaldiçoado se isso não deixar meu pau duro como pedra.
Grace tem algo sobre ela que a torna fácil de conversar. Talvez seja porque
ela não é daqui, então eu sei que nada do que eu disser vai ser usado contra
mim mais tarde. As pessoas nesta cidade falam, e isso me deixa maluco.
AKA2 exatamente a razão pela qual eu não quero levá-la para casa. Isso
me mataria se ficássemos e ela se arrependesse disso. Somos amigos em
formação. Nada mais.
Minha cabeça balança com sua pergunta; Não confio em mim mesmo para
falar. Eu não demitiria James. Sua tia foi uma das minhas professoras
durante todo o ensino médio. Seus pais moram a menos de cinco casas de meus
pais. O merdinha também sabe disso.
— Bem, talvez você devesse fazê-lo lavar os pratos quando ele entrar,
então, — ela responde com um encolher de ombros que a faz blusa abotoada
deslizando ligeiramente aberta. — Ou mandar ele reorganizar todas as caixas
na parte de trás?
Não posso evitar que meus olhos se fixem em seu decote, mesmo enquanto
rio de sua sugestão. É um top modesto, provavelmente perfeito para o trabalho
que ela tem. Mas agora, está me dando um vislumbre provocador e quero ver
mais.
2
Abreviação para ALSO KNOW AS, uma expressão em inglês que significa “também conhecido como”, é usado para
dar um significado ou nome mais conhecido a uma palavra ou pessoa.
esfregada, junto com todo o equipamento, e essa é a recompensa de James.
Isso e eu tenho que reduzir seu horário até ter certeza de que ele realmente
aparecerá durante o horário de pico. Ela ri com aquele som doce e suave que
sei que é genuíno. Eu bato no balcão com um sorriso enquanto ando até a outra
extremidade para Mickey.
Eu olho para trás para ter certeza de que Mickey quer o de sempre. Este
bar virou rotina para ele, assim como para grande parte da cidade.
Ele acena com a cabeça, e eu nem hesito em andar de volta para Grace.
Tornou-se um hábito natural meu quando ela está aqui.
A maioria dos caras aqui quer ir embora. Eles querem um lugar para
assistir aos jogos, para beber, para conversar com os amigos com quem vieram.
Grace vem sozinha na maior parte do tempo. Ela se senta sozinha, e eu sou a
única pessoa com quem ela fala, a menos que alguém se aproxime dela. Eu
gosto assim. É como se ela viesse aqui só por minha causa.
Mas isso é tudo que vai ser. Ela me contou mais de uma vez sobre os
encontros em que esteve e os caras com quem está se encontrando. E nenhum
deles é um cara do interior com uma reputação como a minha.
Acho que ela sabe o suficiente sobre toda a merda que passei. A maldita
cidade inteira sabe... embora ela não seja de Vinings, então acho que ela não
sabe de toda a história. Além disso, ela já perguntou sobre minha vida amorosa
antes. Não dei muito a ela, mas disse a ela a mesma coisa que digo a todas as
mulheres. Não estou interessado em me estabelecer. Agora não.
Possivelmente nunca. Tenho certeza de que disse isso a ela na primeira noite.
Pego o banquinho atrás de mim e o puxo para mais perto dela para me
sentar. É hora do jantar agora, então o rush da noite só virá mais tarde. Vou
precisar de minha energia então.
— Eh. — Grace fez uma careta fofa e enrugada e tomou outro gole com os
olhos bem fechados.
Ela coloca o copo de volta no balcão e deixa as pontas dos dedos deslizarem
pela beirada e meu sorriso cai.
Minha piada a faz sorrir pelo menos, mas ela balança a cabeça
suavemente com os olhos fechados.
— Eu não acho que isso ajudaria, — ela diz suavemente e então focaliza
aquele olhar azul bebê em mim. Ela tem o tipo de olhos em que um homem
pode se perder. Eles são de um azul claro com pequenas manchas douradas
que me atraem. Ela brinca: — Pelo menos, eu não estou lavando pratos.
Sua voz está um pouco embargada no final, o que é incomum para ela. Ela
é rápida em levar a bebida aos lábios, acho que tenta esconder. Ela está vindo
aqui há um tempo. Estou me acostumando a esperar que ela entre e converse
comigo, mas o olhar em seu rosto agora está fazendo meu peito doer por ela.
— Você pode me dizer se quiser. — Minha oferta fica sem resposta por um
momento e eu examino a sala casualmente, não colocando qualquer pressão
sobre ela. Felizmente, ela começa a falar antes que eu encontre seus olhos
azuis bebês novamente.
— Não sinta. Acabei de receber a notícia, então estou muito frustada, mas
vou descobrir.
— Eu posso imaginar. — Não, não posso. Mas acho que o que estou
dizendo é reconfortante.
Mais alguns caras e um casal entram e me tiram dela, mas fico de olho
em seu copo. Estou esperando esvaziar, então tenho um motivo para voltar
para ela. A cerveja flui facilmente conforme os pedidos continuam chegando.
UGA está jogando, e a maior parte do bar está torcendo por vitórias, o que
significa que Mickey compra uma rodada de doses para os caras do fundo.
Eu verifico com ela algumas vezes, mas ela me dispensa com um pequeno
sorriso. Cada vez ela é tão acolhedora e tentadora quanto da última vez. Mas
o trabalho chama, me roubando dela e deixando-a sozinha no bar. Cada vez
que olho para cima, vejo uma tristeza por trás daqueles grandes olhos azuis
de corça que não gosto de ver.
O tempo passa rápido e, antes que eu perceba, ela está pegando a bolsa e
deixando o dinheiro no balcão. No segundo em que a vejo colocar o dinheiro,
paro de despejar o chope em minhas mãos e a chamo por cima do zumbido de
vozes altas.
— Obrigado, querida, — digo a ela e vejo como ela gira em seu assento.
— Sim, ok, — Grace diz enquanto tenta sair do banquinho. Ela parece um
pouco desequilibrada, então eu caminho até ela e estou muito feliz por ter feito
isso. Ela escorrega do banco e quase tropeça. Eu a pego em meus braços e a
seguro enquanto ela luta para deslizar seu pequeno pé de volta em seu sapato.
Suas mãos estão firmes em meus antebraços até que ela recupere o equilíbrio.
— Não estou tonta, são esses saltos. — Aquele lindo rubor sobe por seu
peito e em suas bochechas enquanto ela balança a cabeça. Ela tenta brincar,
se afastando do meu abraço. Sua bunda exuberante bate no banquinho atrás
dela, e suas mãos agarram-se a ele para não derrubá-lo. Eu não posso evitar a
risada áspera de vibrar no meu peito.
— Não, estou bem, — diz ela. Há um pequeno sorriso em seu rosto, posso
dizer que ela está tentando lutar.
— Não sei se acredito em você. — Eu digo a ela apenas para foder com
ela. Eu amo entrar na pele dela. — Eu não me importaria de levar você em
casa.
Dou uma piscadela para ela enquanto me afasto. Deixando-a lá, firme em
seus pés, eu ando ao redor do balcão para começar a descarregar as caixas que
o porra do James deveria cuidar. Eu olho por cima do ombro quando ela não
responde e a pego olhando para minha bunda... de novo. Ela leva um segundo
antes de perceber meus olhos sobre ela.
— Tenho certeza de que você não faria isso, — diz ela, brincando. Mas é
exatamente esse pensamento que a mantém longe de mim. Uma mulher como
ela, alguém firme, com a vida toda planejada... Ela não sai com homens como
eu.
— Tenha uma boa noite, querida, — digo a ela uma última vez.
— Ei! Bebidas depois do trabalho? — uma voz alegre grita atrás de mim.
A caneta na minha mão pousa na minha mesa quando volto à realidade. O
gato na minha tela lambendo os beiços é quase tão surpreendente. Nada diz,
“seu gato quer esta ração” como um gato de boca aberta pronto para devorá-
la.
Era mais porque ela presumiu que eu queria ir buscar bebidas depois do
trabalho naquele primeiro dia, e eu aceitei, por que não iria? Logo descobri o
porquê. Ela realmente não conhece limites e fronteiras, nem com homens, nem
com álcool e nem com questões pessoais. Ela é totalmente intrusiva e se
encolhe quando bêbada, mas eu prefiro isso a Diane sóbria. Embora em
qualquer estado, ela ria um pouco alto demais e agora eu simplesmente não
estou com humor. Ainda estou processando tudo desde a consulta da minha
médica. Infelizmente, tenho o péssimo hábito de sempre dizer sim. Ela não é
mesquinha, ela não é uma pessoa má. Ela é apenas... MUITO para aceitar. E
como Ann está de licença por três meses, admito que estou um pouco solitária.
— Claro, — eu respondo, tentando não olhar para a minha mesa, para a
luz vermelha piscando no telefone que significa que tenho mensagens. — Isso
soa bem. — Eu fecho meus olhos assim que as palavras saem da minha boca.
Nem pensei em dizer não.
— Mac's? — Ela pergunta, como se a gente fosse para outro lugar. Eu não
sou a única que deseja Charlie. Diane flerta bastante com ele, contando os dias
até que ele esteja em sua cama.
— Ok! Vejo você às cinco e meia, então. — Seus olhos viajam pelo meu
corpo. — Espero que você tenha trazido uma muda de roupa. Estou planejando
que nós duas fiquemos muito gatas esta noite, — seu sorriso esmaece quando
ela revira os olhos e acrescenta baixinho, — não vamos a um funeral maldito.
Limites, Diane. Minha voz interior está ríspida com uma resposta, mas
eu apenas sorrio. Vou usar o que eu quiser. O constrangimento de Diane por
mim terá apenas que lidar com isso.
Com isso, ela dá um passo para trás e desaparece atrás da parede de seu
cubículo.
Um arrepio corre pela minha espinha quando leio e vejo as fotos do cara.
Ah, sim... definitivamente há um motivo pelo qual gostei de seu perfil. Ele é
loiro e bonito nas fotos, e seu perfil mostra que está procurando um
compromisso sério.
Checo duas vezes para ter certeza de que não há sinais óbvios de que não
namoro há praticamente uma eternidade, eu envio.
Tenho que retornar uma dúzia de ligações. Apenas um deles chega até
mim. A crítica é algo que posso suportar. Eu não me importo. Mas quando um
cliente me trata como um lixo, isso me atinge. Eu gostaria que não, mas me
atinge. Às vezes, esse trabalho é estressante e são 100% os clientes que me
levam por um caminho, ajustando um design de um milhão de maneiras, e
depois querendo destruí-lo. Eles fazem isso de novo e de novo, enquanto os
prazos vão passando e eles parecem não ter nenhuma noção do que realmente
querem. Eu interajo constantemente com clientes que quer mais quatro
maquetes do que os três que forneci inicialmente, de acordo com o contrato
com L. J. Scott & Co., farei uma dúzia para eles, se precisarem. Se isso for
necessário para acender uma faísca, farei isso o dia todo. Mas não me deixe
fazer uma dúzia, escolha um para ajustar um milhão de vezes, depois outro,
depois outro e desperdice semanas de trabalho sem decidir porra nenhuma e
querendo começar do zero.
Claro, Diane prometeu a lua a este cliente, ela o teve antes de nosso chefe
o transferir para mim, mas pela metade do custo das horas criativas faturadas
até agora, que agora são supostamente inúteis.
3
Ciclista é especialista em subida de montanha.
é obviamente magra por natureza. Ela poderia ser modelo e eu já disse isso a
ela um milhão de vezes.
— Peguei você, — ela diz, piscando. — Você precisa de mais alguma coisa?
— Um novo cliente? Um não do inferno? Talvez alguns ovários novos? Eu acho.
Mas eu fico quieta e balanço minha cabeça. Vou dar a esse cara mais uma
semana e se ele ainda está me puxando, eu tenho que ir para os superiores.
Odeio fazer isso, mas conheço meus limites. Existem doadores e recebedores
neste mundo, os doadores têm que ter limites, porque os recebedores não têm
limites. Minha mente pisca com a imagem de Diane e eu fecho isso com um
gole de café quente.
Claro, meu trabalho pode ser uma merda quando um cliente decide ser
chato o dia todo, mas há um suprimento infinito de café. Isso deve valer
alguma coisa, certo?
Faltando apenas uma hora para o fim do dia de trabalho, passo o mouse
para o Adobe Photoshop, clicando nos seis anúncios em que estou trabalhando
para outros clientes, aqueles que me deram orientações que posso realmente
usar e outros que acho que não estão me usando.
Você já foi ao The Brick Store Pub em Decatur? Eles têm ótimas
bebidas e a comida é boa também.
Eu mordo meu lábio com uma excitação nervosa, embora seja rápido para
se dissipar quando penso em trocar uma noite no Mac's com Charlie por esse
novo cara. Mas o novo cara está procurando compromisso. Ele não é o seguro
“Charlie nunca vai me querer assim” e Decatur não está muito longe de onde
eu trabalho. Eu poderia chegar lá em menos de uma hora, supondo que
parasse em casa primeiro para me trocar. Talvez Diane esteja certa, afinal.
Eu digito de volta: Eu não fui, mas isso parece um plano para mim.
Pode ser por volta das sete, no entanto. Tudo bem?
Não olho para cima de novo até Diane enfiar a cabeça por cima do meu
cubículo, pouco antes das cinco e vinte.
— Hora de ir! Estava pensando que você deveria deixar seu carro aqui e
eu dirigirei. Acho que tenho algo para você vestir, se servir... — me encolho
diante de Diane, percebendo que nunca contei a ela. Merda. Eu me sinto uma
idiota.
Sempre mantenho meus planos com ela e com todo mundo, garotas antes
de paus e tudo mais, mas um a um com Diane é difícil de aceitar. Com Ann é
muito mais fácil. E eu realmente preciso encontrar alguém sério... e/ou
congelar meus óvulos. Estou com pouco tempo e, de repente, encontrar um
marido está no topo da minha lista de afazeres.
— Tudo bem, — ela exclama. — No entanto, espero o anúncio da
Kleinpeters na minha mesa amanhã.
Ela está praticamente atirando lasers com os olhos agora; é quase cômico.
Diane tem um longo histórico de queixas contra ela no RH, principalmente por
violação do código de vestimenta. O RH é o último lugar onde ela iria para
obter ajuda.
— Passe o molho, — diz Pops. Ele está à minha esquerda, esperando que
eu preste atenção quando mal consigo manter os olhos abertos.
— Eu não terminei com isso, — ela me diz. Eu levanto minhas duas mãos
em sinal de rendição.
— Então despeje no seu maldito prato, — diz Pops, olhando para o molho.
Ele tem um prato cheio de peru picado, purê de batata e milho, com um garfo
na mão direita. Ele está agindo como se fosse morrer de fome neste minuto se
ele não colocasse aquele molho, mais do que provavelmente, em cada
centímetro de seu jantar.
— Linguagem! — Ma atira para ele e eu rio. Ela passa o molho para ele e
faz minha irmã engasgar. Isso é o que ela ganha por levar uma eternidade
comendo as batatas, eu acho.
Somos apenas nós seis esta noite. Ali está à minha esquerda como de
costume, mamãe está na minha frente e Pops está sentado na cabeceira da
mesa à minha direita. O noivo de Ali, Michael, se senta ao lado dela, enquanto
Cheryl se senta em frente a ela.
É difícil imaginar que Cheryl é uma mulher adulta com um filho, pelo
jeito que ela choramingou.
Cortando meu peru e dando uma mordida, não espero pelo molho que se
tornou uma mercadoria. Estou morrendo de fome e não percebi até sentir o
cheiro do jantar. Merda, nem me lembro da última vez que comi. Hoje fomos
atingidos com ambos os pedidos e clientes. Os negócios vão bem, mas estou
muito cansado. Cheryl abafa um bocejo e olha por cima do ombro para a
cadeira de balanço segurando seu bebê adormecido. Rocker ou swing, não sei.
Aparentemente, há uma diferença e Evie não vai dormir em uma das
engenhocas. Pelo que meu cunhado disse, o bebê não dorme nada.
Exceto pelo fato de hoje ser terça-feira. Cheryl precisava sair de casa com
Evie e Ma decidiu este jantar era obrigatório.
Cheryl não gosta de ficar sozinha o dia todo, todos os dias, e não posso
culpá-la. Ela é uma criatura social e ficar sozinha em casa com um recém-
nascido o dia todo deve ser difícil. Especialmente com a parte sem dormir.
Mamãe disse que hoje é jantar em família, então é isso.
— Posso fazer isso? — Ali repete, com ainda mais desespero desta vez.
Eu nunca espero pela graça. Ma balança a cabeça para mim e acena com
a cabeça em resposta a Ali.
— Contanto que não tenha nada a ver com o casamento, — Michael diz
baixinho ao lado dela. Meu sorriso se alarga quando a boca de Alison se abre
em descrença.
Pops ri à minha direita, e não posso deixar de fazer o mesmo. Tanto Ma
quanto Ali estão obcecadas com esse casamento; é tudo sobre o que as
mulheres desta família falam ultimamente.
— Não acredito que Joseph teve que trabalhar, — diz Ma… de novo.
Ela tocou no assunto cerca de meia dúzia de vezes desde que cheguei aqui.
Ma tem um desejo e é que todos estejam em casa no domingo. Joseph é
mecânico e possui sua própria oficina. Normalmente não é um problema, mas
ele tem trabalhado mais desde que a pequena Evelyn apareceu.
— Não, não, não, — ela diz baixinho. Ela se aproxima e acalma Evie
suavemente enquanto balança o berço. Ela está exausta pra caralho.
— Ela ainda não está dormindo bem? — Ali pergunta enquanto estica o
pescoço para ver o bebê.
Tenho uma queda pela Evie. Ela é o primeiro bebê que já segurei e, para
ser honesto, não sabia se estava fazendo certo. Seus olhos estão fechados e
suas mãos estão fechadas em pequenos punhos enquanto Cheryl a coloca em
meu peito. Ela é tão pequena, uma coisinha tão pequena que quase não tem
peso para ela. Ela sabe como gritar, isso é certo.
— Oh, isso é tão fofo, — grita Ali antes de enfiar a boca cheia de batatas.
— Ah, é. Meu filho mais velho. — Mamãe parece tão orgulhosa, mas evito
completamente seu olhar. Eu sei o que está por vir, e só quando ela diz as
palavras que me arrependo de ter abraçado Evie.
Tenho que reajustar Evie ligeiramente para que possa segurá-la contra
meu peito apenas com meu braço esquerdo.
Com a mão direita livre, corto o peru com o garfo e dou outra mordida.
— Os bebês são tão maravilhosos, — ela diz suavemente. Eu nem sei como
responder que ela está obviamente perturbada por falta de sono.
— Eu precisaria de uma esposa para isso. E estou bem com o estado atual
quando se trata disso. — Eu agarro meu copo na mesa e tomo um gole rápido,
sentindo meu corpo ficar tenso antes de colocar o copo na mesa.
— Prefiro não falar sobre isso ou sobre ela. — Eu a olho diretamente nos
olhos quando digo isso, e sei que Ma imediatamente se arrepende de tê-la
citado. Eu coloco meu garfo para baixo e começo a balançar Evie novamente
enquanto sua barriga ronca.
Não é que ela queira que voltemos. Eu sei disso. É que minha mãe quer
que eu seja feliz de novo, como fui com Susanne. Ou a maneira como ela pensa
que eu estava com ela.
Mas é o que acontece quando sua noiva e seu melhor amigo decidem que
deveriam ter um fim de semana com bebedeira na praia.
Todos sabem o que eles fizeram, mas ninguém fala sobre isso. Nem minha
família, nem a maior parte da cidade. É por isso que me mudei para a periferia
e comprei o maldito bar. Cinco anos depois, e a dor por ela ter me traindo quase
não existe. Estou entorpecido. Mas eu não sou idiota. Ambos podem ir para o
inferno.
Nem todas as mulheres traem. Eu sei disso, e estou superado. Não estou
com vontade de ter meu coração arrancado de novo. Não, porra, obrigado. Já
se passaram cinco anos desde que peguei aquele anel de volta e mostrei a porta
a Susanne... e chutei a bunda de Adam.
Eu fecho meus olhos enquanto calo Evie, forçando essa conversa fora da
minha cabeça, meus lábios perto de sua cabeça e minha mão direita
acariciando suas costas. Eu sei que Grace deve estar sofrendo por não poder
ter filhos. Ela falou sobre isso mais de uma vez para mim. Não gosto de ver
essa tristeza por trás daqueles lindos olhos de corça dela. Ela não me parece
uma mulher que trairia. Uma mulher como ela não está interessada em um
homem como eu. Ela quer um compromisso e um homem com estabilidade, e
de jeito nenhum vou conquistá-la sem prometer isso em troca.
Eu cometi muitos erros, fui queimado muitas vezes. O bar vai muito bem
em algumas semanas, não tão bem na próxima. Ela não me quer. Ela faria
bebês lindos, no entanto.
Evie começa a chorar um pouco mais forte no segundo que meu salto para.
Merda. Cheryl salta de seu assento com os braços abertos, pronta para tomá-
la. Eu não luto com ela e passo Evie de volta para ela.
Não estou pronto para um relacionamento, muito menos para ser pai.
Percebi que meu hábito nervoso é bater o pé, principalmente porque eu
continuo pegando-me fazendo entre goles de vinho branco enquanto estou
santada no do The Brick Store Pub, esperando meu par chegar. Ao meu redor,
há pessoas em movimento; garçons carregando bandejas de cerveja e comida
para as mesas, clientes indo para o banheiro ou escada acima para a cervejaria
belga com os chefs espiando na parte de trás para verificar a multidão.
São sete e quarenta e oito, exatamente dezoito minutos depois que Jason
e eu combinamos de nos encontrar. Estou oficialmente nervosa agora e fico
checando meu telefone para ver se ele enviou mensagens. Tenho certeza que é
apenas trânsito. Bato os dedos contra o topo arqueado da barra, em forma de
ferradura e me impeço de bater o pé novamente. Os sapatos de salto alto
vermelhos são bonitos demais para atrapalhar um encontro que nunca
aconteceu. Penso em pedir uma segunda taça depois de terminar o vinho... ou
talvez uma bebida que estou olhando já que estou aqui há cerca de vinte e sete
minutos. Não que eu esteja contando.
Bem quando estou prestes a acenar para o barman, minha mão se
levantando, Jason aparece. Eu dou uma segunda olhada enquanto ele sorri
para mim. Seus olhos estão no mesmo nível dos meus, e eu tenho um metro e
sessenta. De jeito nenhum ele tem um metro e oitenta de altura, como diz seu
perfil de namoro.
Ele também é barrigudo e um pouco careca. Suas fotos deviam ser MUITO
antigas, como provavelmente foram tiradas na faculdade.
Ele está vestindo shorts cáqui e uma camisa de botão azul, com óculos de
sol extravagantes espreitando do bolso. Ele joga as chaves do carro no bar,
certificando-se de que a insígnia do Porsche esteja visível. Do olhar em seu
rosto para o ar ao seu redor, esse cara é arrogante. Estou tão chocada que
minha boca está um pouco aberta, mas honestamente não posso evitar.
— Que tal uma bebida? — Jason sugere. Eu poderia usar cerca de uma
dúzia agora para me acalmar, mas minhas pernas parecem gelatina.
Oh, meu Deus, eu pisco para longe minha loucura. Ansiar por Charlie é
literalmente insano.
— Hum, ok, — eu digo, pegando o menu para que eu possa pedir o especial
que eu queria e fingir que não estou presa a alguém tão indisponível.
— Não, não, — diz ele, brincando. — Vou escolher algo que você vai
adorar. Sou uma espécie de aficionado por cerveja artesanal. — Ele pega o
menu, sentando-se no bar antes de se virar para mim com um sorriso
encantador e dizer: — E eu sou muito bom em adivinhar o que as pessoas
gostam.
4
As Stouts são cervejas de alta fermentação (tipo ALE), produzida com bastante malte torrado (ou cevada tostada), o
que lhe confere alto/médio corpo e sabor tostado, além de uma cor muito escura, que é a característica mais marcante
desse estilo.
Talvez seja assim que funciona normalmente? Ou talvez... talvez ele esteja
pensando em outra coisa, não sei.
— Gosto de deixar a mulher pagar a primeira conta, — diz ele. — Não que
eu não possa pagar uma bebida. É só, você sabe, descobrir se elas são
interesseiras, sabe?
Interesseiras? Uma bebida. Nada de jantar com esse cara, a menos que as
coisas mudem tremendamente. Fazendo a mim mesmo essa promessa, olho
entre o segundo olhar que o barman está dando ao meu par.
— Sim, mas eu quero uma mulher que ganhe, você sabe o que quero dizer?
Uma mulher que sabe ser agressiva sobre o que quer.
Estou um pouco perplexa com isso e sei que isso transparece no meu rosto.
Felizmente, o barman aparece naquele momento, colocando duas cervejas
escuras na nossa frente.
Isso tem que ser nervosismo do novo encontro. Eu não poderia estar tão
errada sobre esse cara.
— Você vai, — ele balança a cabeça, pegando seu copo de cerveja para um
brinde. — O que devemos brindar?
— Nem tanto, — digo, pegando o menu. — Você pode ficar com ela se
quiser?
Eu fico olhando para este homem e não sei o que fazer. Não estou
acostumada a ser uma megera em encontros, não que realmente tenha estado
em muitos, mas é exatamente como me sinto. Então, novamente, eu nunca fui
tratada assim. Meus lábios se abrem para dizer isso, mas ele já está acenando
para o barman e pedindo outra cerveja.
— Vamos ver... estou em finanças mas não vou nem começar a explicar.
Não é nada que você possa entender. Sou de Atlanta, mas fui para a faculdade
e depois voltei. — Jason não olha para mim enquanto recita o que é
provavelmente uma introdução ensaiada, gesticulando com as mãos enquanto
bebe a cerveja. — Eu fui para Westminster, é claro. Seguido por Columbia e
Yale, para a escola de negócios. Voltei para ajudar meu pai a administrar sua
empresa. Eu estive em todos os lugares. Você escolhe, eu estive lá. Eu passo
meus fins de semana no meu barco. E você? — Ele finalmente olha para mim.
Eu respiro, meus dedos emaranhados no meu colo. Em toda parte? Ele esteve
em toda parte? A irritação se apodera de mim.
— Oh, uma escola para meninas, — diz ele, batendo a mão na parte
superior do bar e inclinando-se um pouco em seu banquinho. Eu sorrio
levemente.
— Na verdade, é uma faculdade particular. — Foi para onde eu fui antes
da Rhode Island School of Design. Ambas são instituições muito boas, e estou
orgulhosa de ter sido aceita por elas.
Ele realmente revira os olhos enquanto toma outro gole da cerveja, aquela
pela qual eu paguei, e diz: — Sim, ok.
Ele leva um momento para saborear sua cerveja. Eu fico de pé, colocando
minha bolsa no ombro. A raiva está apenas fervendo sob a superfície. Nunca
fui tratada tão mal na minha vida.
Eu aceno meu braço freneticamente para o barman, não porque ele não
veja, mas mais do que provavelmente por causa dos nervos correndo através
de mim. — Eu gostaria de encerrar.
Uma noite com Diane teria sido realmente melhor do que isso.
O barman deve ver minha frustração de onde ele está servindo bebidas
no bar, porque ele diz: — Está certo, é por conta da casa.
— Obrigada! — Digo para ele e desejo que saia menos instável. Ele é
literalmente meu herói agora por não me fazer esperar mais um segundo com
o idiota que já virou as costas para mim para perguntar a uma mulher alguns
lugares abaixo se ela quer uma bebida que ele acabou de pagar.
Não quero ir para casa e ficar sozinha depois dessa besteira. Eu sei que
há apenas um lugar onde eu quero estar agora, e apenas o sorriso de um cara
que eu quero ver...
Encontrei a mulher perfeita para você.
— Você não tem ideia, — digo a ela enquanto empurro a barra do balção
e paro no meio da resposta à minha mãe.
Ela olha para mim, ainda curvada sobre sua bolsa e sorri largamente. —
Claro.
— Você quer um copo? — Eu ofereço, embora tenha certeza de que ela não
quer.
Eu sou rápido para pegar o prato com as duas mãos para ajudar Maggie.
— Eu tenho isso, — eu digo a ela, mesmo quando o olhar cético atinge
seus olhos e sobrancelha inclinada. Maggie limpa as mãos no avental e acena
com a cabeça, o olhar não a deixando, mesmo quando ela me deixa para voltar
para a cozinha.
Na noite seguinte, Grace voltou sozinha e tenho que admitir que estava
curioso sobre ela. Ela deve ter me ouvido dizer a alguém que eu ainda não
tinha jantado.
Ela me chamou e disse que era comida demais para ela. Recusei
educadamente, mas ela não aceitou. Essa coisinha doce me disse que eu
precisava comer, e ela denunciaria meu gerente se eu não o fizesse. Acho que
nunca sorri tanto antes.
Grace revira os olhos antes de pegar uma tira de frango. Quando ela
começa a falar, percebo que esqueci o sal. Essa mulher gosta de seu sal.
Eu roubo uma batata frita e depois outra. Cada vez, isso só a faz sorrir
mais. Depois de algumas batatas fritas, lembro-me de como estou cheio do
jantar Eu sei que não estou com muita fome, mas estou acostumado a roubar
um pouco de seu prato quando ela pede comida. Acho que ambos temos alguns
hábitos agora.
— Não posso nem te dizer, — ela afirma e fica animada enquanto fala. —
Era apenas algo sobre ele. Ele era tão... tão... arrogante e convencido. Ele foi
rude. — Ela franze os lábios por um minuto. — E ele estava definitivamente
ficando careca.
A expressão de Grace não revela muito, mas ela mantém olhando para
mim. Ela ergue uma sobrancelha, pressionando-me por mais informações.
Uma risada fácil ressoa pelo meu peito enquanto pego a garrafa e tomo
outro gole. — Minha irmã vai se casar e minha mãe acha que ela vai me
arrumar no casamento.
Grace deve se divertir muito com isso, a julgar pelo enorme sorriso em seu
rosto. Nunca percebi como o sorriso dela é perfeito. Droga, aqueles olhos de
corça brilham também. Eles estão brilhando com felicidade enquanto ela bate
palmas uma vez e sorri.
— Você acha que é engraçado que ela esteja tentando me conectar com
alguém? — Eu provoco ela. — Melhor do que OK Cupid ou o que quer que você
esteja usando.
Nós dois olhamos para ele no balcão, mas não viro para ver o que mamãe
disse. Provavelmente é apenas “Eu também te amo”.
Eu roubo duas batatas fritas e as coloco na boca, olhando para ela o tempo
todo.
Ela me olha boquiaberta. Ela olha para o telefone como se fosse atender,
mas não o faz. Eu gosto desse lado mais agressivo e competitivo dela.
Ela não empurra, porém, em vez disso, ela toma um gole de sua cerveja.
Nem trinta segundos depois de colocar o telefone pra baixo, ele toca
repetidamente.
O que?
Quem?
Eu deixei escapar uma pequena risada. — Sim. Mas agora estou ferrado.
— Basta dizer que ela não pode ir. — Grace dá de ombros, pegando uma
batata frita e mastiga no final. Ela não tem ideia de como minha família será
inflexível em conhecer essa nova namorada. Não consigo pensar no que estava
fazendo. Talvez eu esteja apenas sem dormir.
Ela pisca para mim e pega sua cerveja, embora aquele lindo rubor volte
com força total.
Parece um desafio e estou feliz por aceitá-lo. Pego o telefone e chego mais
perto dela. Sorrindo, tiro algumas fotos.
Quando me sento novamente em meu assento, dou uma olhada nelas; isso
está certo. Ela está bebendo sua cerveja, embora ainda sorria. Ela parece doce,
feliz até. Acho que mamãe gostaria dela.
— Isso vai tirá-los da suas costas, — diz Grace. Há aquele mesmo desafio
escondido em sua voz, mas o efeito é esmaecido quando ela desvia o olhar e
morde o lábio inferior. Minha querida tímida.
Sua boca forma um lindo “O” enquanto ela olha boquiaberta para a tela.
Eu só posso imaginar seus lábios em volta do meu pau assim. Eu
vergonhosamente ajusto meu pau endurecido na minha calça jeans enquanto
ela aponta para o telefone, completamente inconsciente. Droga, eu quero essa
garota. Como eu não a quis tanto antes desta noite?
Eu aceno para o telefone e mordo a batata frita enquanto espero por sua
resposta. Diga-me o que você quer, querida. Eu vou dar para você.
Ela morde o lábio inferior e eu sei que o que ela quer está bem ali, na
ponta da língua, mas ela não quer dizer. Eu sei o que ela quer. Ela quer ir para
baixo, ficar toda enrolada nos lençóis com o homem que pensa que sou. Tudo
o que ela precisa fazer é pedir. Inferno, ela pode me ter todas as noites durante
essas duas semanas e mais um pouco.
Estou brincando com fogo, sabendo muito bem que essa garota quer se
acalmar. Ela não quer acabar comigo, disso eu sei. Mas eu vou jogar junto.
2. Um bebê não é uma decisão a ser tomada em um bar com uma espécie
de amigo.
Vou descobrir como vou lidar com meus... problemas. Mas, por enquanto,
estou focando no positivo. Eu tenho um encontro... mais ou menos. É só fingir,
mas... sim, vou tratar isso como um encontro, porque caramba, eu quero um
bom encontro e uma atualização sobre exatamente como namorar.
Enquanto dirijo para o Mac’s, não posso evitar o sorriso que ilumina meu
rosto. É bobagem, eu sei. A própria ideia de Charlie ter um encontro comigo é
risível. Entendi.
Mas ainda deixo minha imaginação correr solta enquanto dirijo de volta
para a cidade.
Ele assobia, longo e baixo. Meus olhos movem para cima, pegando os dele.
Eu não posso deixar de rir alto no meu carro enquanto paro no meu
estacionamento. Meu devaneio se dispersa, desaparece como fumaça. Que
ridículo!
Está tranquilo esta noite, a cidade embalada para dormir por um longo
dia de correria constante.
A brisa está boa esta noite também. As chaves tilintam enquanto as jogo
na tigela da mesa da frente ao lado da minha bolsa.
Meu rosto fica vermelho quando eu percebo que estou fantasiando sobre
morar perto de Charlie, mas não é como se eu não tivesse pensado em morar
lá antes de colocar os olhos no homem. Eu me acomodo de lado, olhando pela
janela para a saída de incêndio.
Eu imagino morar perto o suficiente de Charlie para que ele pare tarde
da noite, seus ombros largos e sorriso silencioso preenchendo minha porta. Eu
gemo alto, virando-me de costas.
Ele apenas me pediu para pacificar sua família e não marcar um encontro
às cegas. Enquanto olho para o teto, honestamente não posso acreditar que ele
me perguntou, ou que eu disse sim. Mas depois que ele mandou uma foto nossa
juntos para a mãe dele, foi meio difícil dizer não. Definitivamente, culpo o
álcool e o sorriso com que Charlie me deu.
A combinação dessas duas coisas é suficiente para fazer qualquer garota
baixar a guarda.
Estou tão pronta para ser mãe no fundo do meu coração, mas não pronta
em um nível prático. Há tantas coisas que precisam mudar antes que eu possa
ter um filho.
Eu franzo meus lábios enquanto passo por vários caras. Eu deslizo para
a esquerda para passar, para a direita para potencial. Eu deslizo para a
esquerda várias vezes, parando em um cara gostoso. Cabelo escuro, bronzeado,
parece alto pelas fotos...
Mas vejo que ele está visitando Atlanta neste fim de semana, é do Texas.
Eu deslizo para a esquerda com pesar, recusando-o. Há meia dúzia do mesmo
tipo de homem, um cara gostoso apenas procurando uma garota para mostrar
a cidade para ele no fim de semana.
Não para mim, infelizmente. Eu deslizo por mais alguns minutos, então
o Tinder me avisa que estou sem encontros. Eu me rendo e finjo que não fiz
isso apenas para me convencer de que não estou presa a Charlie e qualquer
potencial lá. Caramba, eu nem tenho o número do telefone dele.
Talvez seja loucura pensar que posso conseguir um bebê e o homem dos
meus sonhos da mesma pessoa. Talvez eu pegue um gostoso mais tarde, depois
de ter um bebê sozinha.
Ele é mais quente do que fogo, inteligente e dirige seu próprio negócio.
Além disso, Charlie não faria tantas perguntas sobre um bebê, certo? Talvez
ele faça isso em troca de eu ajudá-lo? É uma loucura. Tenho certeza que ele
pensaria que eu era uma porra de uma lunática.
— Bom dia, — digo a ela, sufocando meu bocejo. Meu turno de ontem à
noite terminou por volta das três da manhã, mas os caminhões de comida
estarão aqui logo. Fazer o inventário era mais importante do que dormir,
aparentemente.
— Bom dia para você também, — Maggie diz com um tom que combina
com o olhar preocupado em seu rosto. Eu ignoro isso. Maggie está sempre
preocupada com alguma coisa. Se não sou eu, é outra pessoa.
— Eu estou. E você não precisava fazer isso, — diz ela, gesticulando para
fora.
Não tenho ninguém esperando por mim em casa e nada para fazer além
de cuidar do bar. Isso nunca costumava me afetar, mas o pensamento está me
fazendo duvidar de tudo enquanto fecho a caixa que ela acabou de abrir.
Tenho que dar a volta em Maggie para chegar aonde estou indo na lateral
da sala dos fundos, mais longe da área de jantar.
— Você sabe, — Maggie grita para mim. Pego a prancheta e a caneta de
onde os deixei na minha mesa. — Eu realmente acho que você deveria
contratar um gerente.
Seus braços ainda estão cheios de aventais quando saio do meu escritório.
Ela pisca uma vez e espera por uma resposta.
Levo um momento para que suas palavras afundem. Não tenho tempo de
merda para encontrar alguém para me ajudar, muito menos treiná-los e
mostrar como tudo isso funciona.
Nenhuma resposta vem de mim, não agora, quando preciso fazer isso
direito. Mais três itens para o caminhão de cerveja local e eu esfrego meus
olhos e coloco a prancheta para baixo. É uma entrega normal, mas algumas
marcas simplesmente não estão vendendo. Não estou mais encomendando.
Eles são sazonais e poucos clientes parecem estar atrás delas.
— Você sabe que não pode continuar assim. — Uma preocupação genuína
envolve sua voz.
Minha boca se abre para responder com algum tipo de piada, algo para
colocá-la à vontade, mas Maggie vai embora antes que eu diga uma palavra.
Praticamente atacando. Eu a observo enquanto ela segue para a frente, as
portas duplas balançando e rangendo. Venho fazendo isso há anos e funcionou
muito bem. É isso que eu quero que ela receba. Mas um pedaço de mim sabe
que ela está certa. Todas as longas horas estão me afetando. Suponho que isso
aconteça conforme você envelhece.
Se fosse há alguns anos, posso ter pensado nela como o tipo pegajoso.
Com a intenção de pegar minhas chaves do meu escritório para dar o fora
daqui, eu me inclino contra minha mesa e então decido apenas cair na cadeira
enquanto olho para a mensagem dela novamente.
Duas noites atrás, eu não tive nenhum problema com ela se agarrando a
mim enquanto os caras da sinuca estavam olhando para ela. Ela nem percebeu
eles, e eu com certeza não iria apontá-los para ela. Para ser honesto comigo
mesmo, eu preferia passar a noite passada com ela da mesma forma que a
noite anterior, em vez de trabalhar.
Já se passou quase uma hora desde que ela me enviou uma mensagem.
Deixo o telefone, pensando que ela não vai me responder por um tempo, mas
o telefone toca rápido.
Mas elegante.
Posso praticamente ouvir a voz dela quando ela responde: Ok, agora
tenho algo com que trabalhar.
Eu sabia. Eu sabia que ela iria adivinhar ou pensar que eu estava apenas
brincando com ela.
— Agora, o que quer que faça você sorrir assim, — diz ela com as mãos
nos quadris, — é nisso que você deve gastar seu tempo.
Eu levanto minha cabeça para olhar para ela, mas no segundo que eu faço,
meu telefone toca.
Meus saltos simples e pretos batem no chão brilhante por dentro; a loja é
obviamente muito bonita, diz a palavra “caro”, com vestidos da moda em
prateleiras de ambos os lados conforme entramos. À nossa frente está um
balcão que envolve todo o espaço, com duas vendedoras totalmente enfeitadas
atrás dele. Uma delas está usando um par de brincos pelos quais eu morro.
Abelhas douradas balançam logo abaixo da orelha.
A loira corre para a área de vendas, radiante. Parece que somos as únicas
clientes da loja, o que está bom para mim. Nunca ouvi falar desse lugar, mas
a vibração é muito meu estilo.
Claro, Diane não tem ideia de que estou estressada com dinheiro. Bem,
quero dizer, estou ansiosa para ficar estressada com dinheiro.
Respiro fundo e aliso o suéter que estou vestindo. O algodão preto simples
parece áspero em comparação com o vermelho. Apenas vibrações positivas, eu
me lembro. Apenas pensamentos felizes... algo aqui precisa estar à venda.
Ou… aposto que este lugar aceita cartões de crédito.
Meus dedos agraciam o tecido do vestido e eu sorrio com a forma como ele
desliza entre minhas pontas. Acho que essa tonalidade ficaria perfeita. Vou
combinar com Charlie, mas não parecerá que estou tentando muito me
encaixar na festa de casamento, já que tudo é azul escuro, de acordo com
Charlie. É perfeito, eu acho.
— Grace, você está aqui? — Diane diz, sua voz reverberando as paredes
da cabine.
— Oh, bom. Ok, estou experimentando as coisas. Você vai me dizer se isso
me fizer parecer gorda, certo?
Eu sei muito bem que Diane só quer elogiar sua bunda magra, ela nunca
fica gorda em nada e eu digo isso a ela. Ela apenas ri em resposta.
Eu tiro meu suéter e tiro meu jeans skinny. Abrindo o zíper das costas do
vestido, eu olho para a etiqueta, mas me recuso a realmente olhar para ela
antes de deslizar o vestido por cima da minha calcinha e sutiã. Eu fecho o
zíper, estendendo a mão para trás e balançando um pouco para levantá-lo
completamente.
É engraçado, sempre pensei que seria mãe, com três ou quatro filhos se
divertindo comigo em todos os momentos. No passado, sempre que imaginava
meu eu futuro, sempre via crianças comigo.
— O que você está fazendo? Venha ver. Eu não sei sobre este... — Diane
diz atrás da porta. — Acho que vou simplesmente passar.
— Acho que vou levar, — respondo em um tom que significa, ei, este é
meu.
Dando outra olhada no espelho à nossa frente, este muito maior do que o
da sala de encaixe, eu aceno. — Sim.
Ela gira em um círculo. Ela está usando um vestido de duas peças que
mostra a sua cintura, feita de sarja.
— Esta loja não tem nada fofo mesmo. — A resposta de Diane me choca
enquanto ela sai. Ela desaparece de volta em sua cabine de troca, e eu também.
— Ei, você está pronta? Acho que quero parar na praça de alimentação
antes de irmos, comprar um iogurte gelado sem açúcar e sem gordura. — A
voz de Diane está tão cheia de felicidade.
E eu vou combinar com Charlie. Vou ficar bem ao lado dele neste vestido,
como se eu pertencesse a ele. Vou parecer que poderia ser sua namorada de
verdade, em vez de uma namorada de mentira.
Eu coloco de volta meu jeans e suéter, então confiro o vestido mais uma
vez. Só preciso mais uma olhada no vestido antes de pegá-lo e ir para o caixa.
Afinal, eles ofereceram aplicações de cartão de crédito. Então o vestido é
meu junto com um cartão de crédito novo e brilhante que nunca vou usar
novamente.
Meus olhos se desviam para a entrada do bar como fizeram a noite toda.
Estou esperando por ela. Eu estou ansioso por aquele sorriso tímido para me
cumprimentar e vê-la percorrer aquelas curvas doces através das portas.
Estou pronto para Grace agir como se ela não fosse afetada por mim, enquanto
o tempo todo aquele rubor sobe às suas bochechas.
Eu estive esperando a noite toda. Ela geralmente estaria aqui agora. Não
estou acostumado com esses nervos nem com a espera de ninguém. Não assim.
James tem um sorriso encantador enquanto fala com alguns dos clientes.
Seu tio está aqui, Frank, em seu lugar habitual. Tenho certeza que James não
vai agir como um merdinha com ele aqui. Esta é sua última chance depois de
chegar tarde ontem e forçar Mags a lidar com todas as caixas sozinha. Ele está
na porra do gelo fino.
Minha cadeira raspa o chão enquanto eu me movo na cadeira, tentando
ficar confortável no canto direito de trás. Tenho uma vista perfeita da entrada
da frente. Estou bem ao lado do final do bar. É o mais próximo que eu poderia
estar do assento usual de Grace.
Meu olhar vai para o meu telefone, virado para baixo na mesa. Meu pé
bate implacavelmente no chão. Realmente não é típico dela chegar tão tarde.
São quase oito horas.
Como se olhar para o meu telefone fizesse ela ligar, eu passo um longo
momento fazendo exatamente isso, debatendo se mandar uma mensagem para
ela. Ela não me enviou mensagens desde a outra manhã.
Minha mão para no meio do movimento quando ouço a voz da minha mãe.
— Ele os guardou para nós, — ouço Ali dizer. A tensão aumenta nas
minhas costas. O que diabos elas estão fazendo aqui?
Meu bloco de notas abaixa sobre a mesa com um baque surdo quando dou
a ambas um sorriso tenso. Não sei o que há com a minha família vindo ao meu
bar. Parte do motivo pelo qual construí este bar foi para tirá-los da cabeça.
Para tirar toda a maldita cidade da minha cabeça.
Mas nunca posso dizer não para mamãe. Ou para Ali. E a porra da cidade
me seguiu até aqui de qualquer maneira. Não é como se minha conta bancária
reclamasse.
Posso sentir sua mancha de batom na minha bochecha e espero que ela
olhe para o bar antes de limpá-lo.
Minha mãe bate na minha mão de brincadeira: — Você sabe o que quero
dizer.
Eu aceno com a cabeça uma vez, mas não posso olhar nos olhos dela
quando minha boca se abre. Puta que pariu. Eu coço a nuca, olhando para a
porta novamente e soltando um suspiro.
Não consigo evitar o rubor que sobe pelas minhas bochechas. Terei
sessenta anos e ela ainda vai me chamar de seu filho, eu sei disso. Ma e Ali se
levantam primeiro, Ali lamentando como ela está morrendo de fome com todo
esse estresse e que eu preciso pegar meu terno. Imediatamente.
Graças ao bom Deus elas estão indo embora; levantando-me para dar a
ambas um rápido abraço de despedida, finalmente me sinto aliviado. E é então
que vejo Grace entrar com o canto do meu olho.
Porra.
Meu coração martela no meu peito e bate ainda mais rápido quando Ali
segue minha linha de visão e grita.
— Oi, Grace, — a voz da mamãe é mais baixa do que o normal quando ela
olha para Grace. Seus olhos percorrem a blusa cor de rosa que Grace está
usando, e um sorriso finalmente aparece no rosto da mamãe.
Certo. Não há um único motivo para mamãe não gostar de Grace. Ela é
inteligente e doce da cabeça aos pés. E procurando realmente se estabelecer.
— Isso significaria muito para mim, — Ali repete e estende a mão e agarra
a mão de Grace, que Grace segura. — Eu sei que isso parece do nada, mas é
que Charlie não teve ninguém sério em sua vida por tanto tempo e eu
realmente quero te dar as boas-vindas à família. Os números também são
desiguais. Michael tem um padrinho extra.
Fico quieto por um momento, mas quando abro lentamente os olhos, vejo
Grace balançando a cabeça lentamente. — Estou honrada e adoraria.
Antes que eu possa dizer à minha irmã o quão ridícula ela é, ela está
arrastando mamãe para fora do bar e por mais que eu queira dizer a elas como
isso é loucura, eu prefiro que elas saiam daqui o mais rápido possível. Grace
fica parada, segurando a bolsa como se fosse salvar sua vida.
— É um prazer conhecer vocês duas, — Grace se despede delas colocando
uma mecha de cabelo solto de seu coque atrás da orelha.
Um sorriso surge no meu rosto quando vejo Grace olhar ao redor como se
tivesse sido enganada.
Dado o quanto minha família pode ser, minha namorada se portou muito
bem, mas não sei como vamos sair dessa...
Já é tarde, definitivamente depois das cinco horas. Droga. Olhando para
os cubículos do escritório, encontro-os vazios. Deslizo meus fones de ouvido e
cliquo em pausar a lista de reprodução que ouço quando realmente preciso me
concentrar.
Tive a sensação de que estava ficando tarde, mas não tão tarde. Olhando
rapidamente para o relógio na tela do computador, confirmo que são quase seis
horas. Sim, já passou da hora de parar para a maioria dos meus colegas de
trabalho e agora estou aqui sozinha. Separando-me fisicamente do trabalho e
soltando um longo suspiro, eu me afasto da mesa.
— Oh! Ei, — eu digo, jogando meu copo de café na lata de lixo ao lado
delas. — Não sabia que ainda havia alguém aqui.
— Eu vi você na sua mesa, mas você estava com os fones de ouvido, — diz
Karan, uma linda garota de ascendência do Oriente Médio. Ela tem um pouco
de britânico em seu sotaque, embora esteja desaparecendo lentamente. —
Achei que seria melhor não incomodar você.
— Elaine estava nos contando sobre seu flerte no bar, — diz Diane. —
Certo, Elaine?
Elaine é a nova garota em nossa empresa. Ela tem cabelo escuro e pele de
porcelana, que fica vermelha com a declaração de Diane.
Antes que Elaine pudesse fazer qualquer coisa além de balançar a cabeça,
Diane brincou: — Ouvi dizer que nossa Grace foi convidada por aquele barman
gostoso, Charlie.
Eu congelo com o copo vazio na minha mão. Todo mundo que conhece
Diane foi apresentado ao Mac e, por associação, a Charlie. Lanço um olhar
para Diane enquanto encho o copo de água, mas ela o ignora. Gosto de manter
algumas coisas privadas, mas nada é privado com Diane.
— Ele te convidou para sair? — Elaine diz. — Você tem que nos contar
tudo sobre isso! — Ela está muito animada, mas isso só me deixa tonta. Ele
me beijou na bochecha. Eu quase deixei escapar, em vez disso, me sinto corar
e tomo um gole da água fria em vez de falar.
Meu olhar se estreita com a maneira como Diane acabou de fazer essa
declaração. Como uma garota como eu pode apanhar um homem como ele? A
insegurança invade cada centímetro de mim lentamente. Eu não fiz. Eu não
pude. É assim que é. Eu serei amaldiçoada se isso não dói admitir. Eu não vou;
Em vez disso, tomo outro gole, fingindo que a verdade não é como entrar em
um banho de gelo frio.
— Não diga isso, — Karan diz a Diane antes de se virar para me encarar.
— Nossa. Ela não quis dizer isso, Grace.
— Certo, — eu rio e bebo minha água de novo, ela quase já acabou. Com
um encolher de ombros descuidado de Diane e uma resposta de “Estou apenas
curiosa” a dor se transforma em raiva. Estou chateada com Diane, mas não há
razão para começar uma briga por algo tão pequeno. Muito ciumenta? Minha
voz interior rosna. Eu deixo a tensão sair dos meus ombros enquanto agarro o
copo com as duas mãos e me inclino contra o balcão.
— Ele convidou você para um casamento porque está tentando dizer como
se sente! — Elaine diz, animada. O rubor de Elaine é contagioso, chegando até
meu rosto. Ela é tão doce e é constantemente lendo aqueles romances com
homens gostosos nas capas durante sua pausa para o almoço. Ela é uma
romântica de coração, mas gosto da maneira como ela pensa.
— Não, ele a convidou porque sabe que os casamentos são uma atmosfera
amorosa e ele quer entrar em suas calças. — Karan corrige com um sorriso
crescente.
— Claro que ela se importaria! — Karan protesta por mim. — Você viu
Charlie? Porque ele tem bíceps incríveis e uma bunda que não para. Dê à
garota uma chance de conseguir um pouco, Diane!
— Umm... — eu digo, sem saber. — Sabe, não estou sentindo isso esta
noite, pessoal. — A ideia de Diane em qualquer lugar perto de Charlie traz de
volta aquele pico de raiva. Eu não preciso ver isso, não com o quão cansada
estou e todos esses sentimentos que borbulham toda vez que ouço seu nome.
— Você tem certeza? Seu homem estará lá, — Karan diz com um brilho
nos olhos.
— Ela disse que não está sentindo isso, — interrompe Diane. — Então,
vamos deixá-la voltar ao trabalho.
Meu turno acabou. Eu disse a todos que estava saindo cedo, mas aqui
estou, ainda esperando. Eu esperava levar Grace para jantar fora. Em algum
lugar diferente daqui para compensar minha irmã e suas travessuras.
Mas ela não apareceu. Ela não veio ontem à noite também, embora
algumas de suas colegas de trabalho tenham vindo. Eu tenho uma sensação
de mal estar no estômago me dizendo que algo está errado.
Não gosto de como ela diz isso com aquele tom de provocação. Como se ela
soubesse de algo que eu não sei.
— Sim, o nome dela é Grace. — Eu mantenho seu olhar, mas Maggie não
é afetada nem um pouco.
— Vá em frente e mande uma mensagem para ela então, — ela diz, depois
sai um pouco mais devagar e um pouco mais feliz do que chegou. Por hábito,
dou uma olhada em volta e noto Mickey olhando para mim com um sorriso.
Ocorre-me que provavelmente a palavra sobre nós dois está se espalhando.
Merda.
Eu mudo meu peso e olho para o telefone. Isso não era para ser nada. Ela
é apenas uma garota doce para flertar. Não queremos as mesmas coisas. Essa
última declaração ressoa e me faz sentir como um idiota. O que diabos estou
fazendo? Quase coloco o telefone de volta no bolso. Se Grace quisesse me ver,
ela estaria aqui.
Quase. Eu quase não mandei mensagem para ela. Mas foda-se, eu quero
vê-la.
Tirei a primeira noite de folga que tive em muito tempo para vê-la. Talvez
eu não tenha mandado uma mensagem para ela, já que presumi que ela viria
como costuma fazer, mas tenho a coragem de perguntar a ela. Porra, agora.
Lamento enviá-la assim que aparece na tela. Não é como se ela fosse
obrigada a estar aqui. Solto um suspiro pesado, odiando que tudo isso
parecesse tão sufocante. Já se passaram cinco anos desde que eu... nem sei o
que estou fazendo. Convidando-a para um encontro, eu acho. Um verdadeiro,
não apenas para ser meu par falso para um casamento.
Uma carranca inclina meus lábios para baixo, e aquela sensação de mal
estar volta para mim. Eu limpo minha garganta e digito de volta sem pensar.
Mais uma vez, lamento imediatamente a minha decisão. Uma cara triste?
Sério? Jogando minha cabeça para trás, agarro meu telefone como se quisesse
estrangulá-lo. O que há com essa mulher?
É fácil flertar com Grace. Sempre foi assim. Meu peito está leve enquanto
espero por sua resposta.
Outro encontro?
Eu questiono. Não acho que ela faria isso. Ela me contaria. Mas eu
pergunto a ela sem pensar. Eu preciso parar com isso.
Outra noite?
Eu pergunto a ela.
Ela leva um minuto para responder e, o tempo todo, fico cada vez mais
ansioso. Talvez eu devesse entender a dica, mas não quero. Eu pelo menos
quero alimentá-la.
Porra, mesmo antes de ela responder eu sei o que está por vir. Pegando a
cadeira mais próxima e ignorando o olhar de Mag, eu tomo um assento e olho
para o telefone, desejando que ela responda. Eu me inclino para frente, meus
cotovelos nos joelhos e espero, relendo sua pergunta. O que estamos fazendo?
Eu sabia que minha irmã a pegou. Por que diabos ela tem que vir aqui e
bagunçar o que eu estava fazendo com Grace? Tudo foi fácil, apenas seguir o
fluxo e ir devagar. Certificando-me de que não vou machucá-la.
Eu mando uma mensagem de volta antes que ela possa responder, meu
coração batendo forte no meu peito. Eu me inclino para trás em meu assento,
as pernas rangendo enquanto deslizam pelo chão e corro minha mão pelo meu
cabelo.
Ela responde rapidamente: ainda vou com você. E só para você saber,
eu realmente gosto de você.
Eu sei que deveria dizer algo para colocá-la à vontade. Eu deveria dizer a
ela algo para fazê-la se sentir segura e confortável. Mas não quero mentir para
ela e, pior, não quero enganá-la. Não estou pronto para me casar e ter filhos
ou qualquer coisa assim. E é isso que ela está procurando. Especialmente
sabendo que ela pode não ser capaz. Eu não preciso de uma mulher louca por
bebês tentando me trancar... mas isso não me impede de desejá-la. Pelo menos
enquanto eu puder tê-la.
Assim que o casamento acabar, ela provavelmente vai parar de vir aqui.
Ela não precisa, mas aponta para os vendedores que posso ver saindo da
sala de conferências. Esfregando sob meus olhos eu lentamente me levanto,
me alongando. Não sei a última vez que me levantei. Eu me enterrei no
trabalho o dia todo. Outro dia produtivo.
— Bem, nós estamos indo para o Local5. Você deveria vir, supondo que
não esteja muito ocupado com Charlie, — ela diz, provocando.
5
Se refere ao nome de algum bar.
No final do corredor, vejo o bando de mulheres reunidas perto do cubículo
de Diane e olho para minha mesa. Se eu começar outro projeto, estarei aqui
até a meia-noite, pelo menos, e tenho certeza que não vou fazer isso.
Ela atira armas de dedo em mim, e não posso deixar de sorrir. — Vejo
você lá.
O trânsito está pesado e acabo com menos tempo do que planejava para
renovar a maquiagem e tirar as minhas leggings, deixando-me com um vestido
cor de pêssego bem curto.
Correndo para chegar lá antes que seja tarde demais e todos os outros
tenham vários drinques à minha frente, solto o cabelo no caminho para o
Local. Quando entro no estacionamento, pareço bem, pelo menos respeitável.
A porta do carro se fecha com um clique alto e vejo Diane instantaneamente,
que está esperando do lado de fora do bar.
Uma alegria empolgante sobe, mas presumo que tenha mais a ver com o
álcool do que com a minha chegada. Eu reconheço todas as garotas da mesa,
mas a única de quem sou amiga é Ann, e ela está do outro lado da mesa. Eu
preciso mudar de lugar. O mais rápido possível. Ann diz alguma coisa, até
gritando, mas não tenho ideia o que ela disse. Eu mal consigo ouvir a conversa
acontecendo à minha direita.
Devo dizer a Diane que não pretendo ficar aqui por muito tempo. Eu só
quero aliviar a tensão antes de eu ir para casa. A conversa com Charlie na
noite passada ainda me faz sentir uma idiota. Não quero ficar além do ponto
de ser capaz de dirigir sozinha para casa.
Meu olhar levanta para o dela e eu a vejo com seu telefone na mão e o
sorriso em seu rosto enquanto ela olha para mim.
Uma noite fora e um pouco de álcool definitivamente não faz mal, embora
eu me pegue pensando em Charlie. Não sei o primeiro erro que cometi.
Fazendo essa aposta. Ou perguntando o que éramos.
Mais cerveja.
Ela me escreveu.
Eu levanto meu copo novamente e finjo que não sou louca. Que eu não
sinto que acabei de terminar.
***
Uma hora depois, nós nos lançamos coletivamente para fora da porta da
frente e para dentro do carro de Claire. Eu bebi demais. Eu também sabia,
mas cada bebida fazia a ansiedade em meu peito ficar cada vez mais leve. E
eu tenho que falar com Ann e contar tudo a ela. Pelo menos acho que sim. Não
tenho certeza se ela ouviu tudo, apesar de todo o barulho.
Na verdade, existem três razões, por que estou indo e é isso que penso no
passeio de carro até lá. Embora tenho certeza de rir quando as outras meninas
riem, agarrando-se à minha garrafa de água que Ann pegou para mim.
3. Quero provar que estou bem; estou bem. Foi bobagem e nada aconteceu
de qualquer maneira. Está tudo bem, então estou indo.
Mas antes mesmo que eu possa dizer oi, sua atenção é desviada de volta
para as alunas, e ele diz algo que a faz todas rirem. Tenho certeza de que uma
delas tenta puxar Charlie para um beijo. Ele se esquiva do beijo no último
minuto, mas estou farta de assistir.
Não demorou muito para que o grupo de meninas na pista de dança atraír
mais homens e para Ann decidir que seu tempo acabou. Ela sai correndo, seu
marido esperando por ela no estacionamento.
Com ela fora, e Charlie... ocupando, minha mente vai exatamente onde
eu não quero.
Está lotado, é barulhento e me sinto uma merda. Numa sala com todas
essas pessoas, tenho que forçar o sorriso no rosto e só quero ir para casa.
Isso foi um erro e no segundo que eu sei disso, eu saio furtivamente e pego
um táxi para casa. Não olhando para trás para dizer adeus às meninas ou a
Charlie. Amanhã darei uma desculpa, mas tenho que sair de lá. Não sei qual
foi meu primeiro erro, mas vir aqui esta noite com certeza foi um erro.
Meu despertador toca, mas já estou acordado. Eu bato minha mão para
baixo e o bipe incessante para. Eu não conseguia dormir porra nenhuma. A
noite toda, eu só pensava que sou um idiota por tentar ficar com Grace sem
comprometer-se com ela. O que é ainda pior é sentir que ela acabou comigo.
Ela não disse uma palavra e foi embora assim que chegou. Ela certamente
terminou comigo.
É exatamente assim que ela olhou para mim na noite passada. Meu
coração bate forte no peito enquanto desço as escadas, sem me preocupar em
agarrar-me ao corrimão de ferro. Eu não saio beijando mulheres aleatórias.
Talvez eu tenha feito uma vez, mas isso foi há muito tempo.
Mas agora, quando olho para ele, é apenas frio. Vazio. Desprovido de vida.
As linhas são muito retas e os móveis parecem praticamente novos. Porque
mal foi tocado.
6
Abreviação de Tender, Love e Care, traduzindo seria Terno, Amor e Cuidado.
7
Placa de gesso pré-fabricada, encapada com papelão ou fibra de vidro, que pode ser fixada em estruturas de aço
galvanizado para construção de casa ou prédio.
Eu nem quero terminar mais; acho que só queria acreditar que estava
amando a vida de solteiro.
A verdade me atinge com força, como uma bala no peito, mas continuo me
movendo, indo em direção à fornalha para mexer na caixa elétrica. Eu conheço
os cabos certos que precisam ser mexidos e apertados para voltar a funcionar.
Eu deveria chamar Joseph para vir aqui e consertar essa merda.
Fechando a porta de metal fina da caixa, eu olho para ela enquanto o fogo
queima alto e o som do ar correndo pela casa entra em ação.
Eu não me importava com nada além de ficar o mais longe que pudesse
sem estar tão longe a ponto de perder minha família.
Agora estou aqui, tantos anos depois, em uma casa fria, sozinho.
E afastar a queridinha fofa que me fez feliz pela primeira vez em Deus
sabe quanto tempo. Porquê? Porque eu não pude dar a ela uma resposta para
“o que estamos fazendo?” que ela aceitaria.
— Querida, você pode parar por aí. — Eu posso praticamente ouvir sua
ingestão aguda e vê-la chupando os dentes. Já a vi fazer isso antes, quando
está preocupada com alguma coisa. A imagem na minha cabeça dela fazendo
isso me faz sorrir e eu relaxo contra a ilha, o granito frio em meus antebraços.
— Você não está desistindo do nosso acordo. Você ainda nem me disse o que
quer e eu posso te dizer. — Hesito, lembrando-me do que ela mandou uma
mensagem e me sentindo como se fosse um ponto de virada e, mais importante,
como se estivesse arriscando machucá-la. Eu prefiro arriscar isso, do que
arriscar deixá-la ir. Me chame de idiota, mas não posso deixá-la ir embora de
novo como fez na noite passada. — Eu realmente gosto de você também.
Ela está quieta. Muito quieta. Eu nem sei se ela ainda está lá. Dobrando-
me, digo a ela: — Aí eu admiti. Agora você me tem pelas bolas, Grace.
— Bem... vejo você em breve então? — Ela diz, como se fosse uma
pergunta.
Olhando para minha cozinha, tento me lembrar da última vez que a usei.
Não posso ficar com ela porque temos planos de vida diferentes. O maior
problema, porém, é que eu realmente não tenho um plano. Não um que me
deixe feliz.
Eu mando uma mensagem para Grace por capricho: Você gosta de bolo
de funil8?
8
Alimento doce regional popular na América do Norte, encontrando principalmente em canavais e parques de
diversões
Eu me visto para ir ao Piedmont Park Festival com um vestido de algodão
cru de tiras coloridas. É o meu favorito. Eu me viro na frente do espelho no
meu quarto, minha mente no próximo evento e um sorriso no rosto.
Sem muito tempo a perder, coloco no viva-voz assim que chego ao carro.
Respire fundo. — Bem, ele decidiu que eu não tenho permissão para
desistir do nosso acordo e que ele queria me levar para um encontro, —
praticamente grito.
A única vez que meu sorriso desaparece é quando me lembro que não
contei a Ann sobre a fertilização In Vitro e os problemas do bebê. Na verdade,
Charlie é o único para quem eu disse isso.
Ann me deseja toda a boa sorte do mundo, dizendo que me ama e que se
sente tão bem com isso antes de eu desligar.
Um homem que não é certo para mim, e eu sei disso. Raios, eu duvido que
eu seja a pessoa certa para ele também.
Um homem que não quer as mesmas coisas que eu quero. Isso nós dois
sabemos.
É estúpido da minha parte. Estou perdendo tempo.
Mas não posso deixar de pensar que ele é um homem que daria um bebê
fofo...
***
Bebendo meu café gelado, ignoro a sensação de que algo está diferente
entre nós enquanto caminhamos por um dos caminhos, sob uma faixa que
declara este o Festival no Parque do Piedmont em uma faixa azul brilhante.
Cada lado do caminho é pontilhado com barracas individuais cheias de comida
e jogos ou vitrines maiores de bugigangas artesanais e arte para comprar, que
ocupam várias tendas medindo quatro por quatro cada.
Bebo meu café gelado, mas não consigo deixar de sorrir enquanto Charlie
me conta uma história sobre sua irmã mais nova, Ali, e como ela teve um
ataque de um ano por causa da queda de seu bolo de funil.
— Quero dizer... ela estava apenas, o que você disse? Seis? E eu teria um
ataque hoje se deixasse cair um bolo de funil cheio.
— Eu sinto muito. — Posso sentir seus olhos em mim, mas não olho para
trás.
— Já faz muito tempo. Mas obrigada. — Está quieto por muito tempo.
Quero dizer a ele que converso com minha mãe com frequência, mas ela está
ocupada e viaja muito. No entanto, está tudo entupido no fundo da minha
garganta, então tento engoli-lo com o resto do meu café.
Eu me viro para olhar para ele enquanto caminhamos até o topo da colina
e paro lá: — E sua outra irmã?
— Cheryl é uma dona de casa, como minha mãe. Ela tem um ótimo
diploma em inglês e provavelmente voltará a lecionar em algum momento. Ela
adora crianças.
— Eles têm um bebê agora, então ela está se adaptando a ficar em casa e
tudo mais.
A menção de um bebê faz meu coração pular. Meus lábios se abrem para
perguntar a ele mais sobre sua irmã, mas meus olhos avistam exatamente o
que eu quero agora.
Eu peço com facilidade e pego minha bolsa, pronta para pagar desde que
eu ofereci. Charlie me venceu.
— Bem, obrigada.
É óbvio, pela forma como seus lábios se separam, que ele ia dizer alguma
coisa, mas um pouco de creme escorrega do topo de um donut quente e atinge
seu pulso.
Eu me inclino apenas uma fração, ficando na ponta dos pés para beijá-lo
e fecho meus olhos, seus lábios moldando-se contra os meus. O toque é elétrico,
enchendo todo o meu corpo com uma energia inquieta. O beijo é lento, sem
pressionar por mais nada, mas isso só o torna ainda mais doce.
Quando nos afastamos, todo o meu corpo está coberto de arrepios, minha
respiração difícil.
— É assim que você diz obrigado por donuts o tempo todo? — Ele pergunta
suavemente. — Eu poderia adicionar estes ao menu.
Eu vou atrás do que eu quero, e o que eu quero agora, mais do que querer
que o bar fique estável, é ela.
— Você sabe que sim. — Seus ombros tremem com uma risada suave e
ela me afasta um pouco, um pouco de espaço se interpondo entre nós enquanto
caminhamos pela grama do parque. Eu sou rápido para fechar a lacuna,
agarrando a mão dela e dando um aperto antes de puxá-la de volta para mim.
Mas eu sei que isso é temporário, a menos que eu faça e diga as coisas
certas. Comprometendo-me com coisas na vida para as quais não estou pronto.
Parece um encontro, mas uma garota como ela precisa mais do que um
cachorro-quente, refrigerante e donuts fritos.
Eu amo o calor de seu corpo, os sons femininos de seus suspiros cada vez
que o relâmpago estala no céu. Não é preciso nenhum esforço para envolver
meu braço em volta de sua cintura e puxá-la para mais perto.
Não perco a forma ela se anima e evita deliberadamente olhar para mim
no segundo que minha pele toca a dela.
— Você se divertiu? — Ela me pergunta timidamente. Eu gosto desse lado
da Grace. No bar, ela se solta às vezes, mas na maioria das vezes está apenas
brincando para esconder a verdadeira ela.
Eu posso segurá-la um pouco mais, ver mais desse lado dela. Ela está
procurando o homem certo, mas posso mantê-la ocupada até que ele apareça.
Crack!
Ela não sai logo do meu abraço, seus suaves olhos azuis olhando nos meus.
Sua respiração fica mais rápida e faz seus seios subirem a cada ingestão curta.
Eu posso sentir a faísca entre nós, a atração que se acende e me empurrando
para mais perto dela, querendo sentir mais dela, tudo dela. Só quando os
passos de outros participantes saindo do festival ficam mais altos, conforme
as pessoas se aproximam, que ela se afasta.
No início, seus lábios estão duros, pegos de surpresa, mas ela molda-os
aos meus e abre aquela costura doce, abrindo sua boca quente para mim. Ela
geme enquanto aprofundo o beijo, suas pequenas mãos agarrando minha
camisa.
Eu não quero sair com apenas uma pequena amostra dela. A maneira
como o carro dela está estacionado perto do meu nos dá um pouco de
privacidade. Eu quero que ela saiba o que posso dar a ela.
Ela pode querer casamento e filhos, e eu tenho certeza que não estou
pronto para isso... Mas posso deixá-la viciada em outra coisa.
Minhas mãos seguram seus quadris e ouço sua bunda bater contra o meu
carro enquanto eu coloco minha mão em suas costas e a puxo contra mim. Meu
pau fica duro em um instante.
A última vez que dei a alguém mais, ela arrancou meu coração. Tudo o
que posso ver na minha frente é o quão idiota eu era naquela época.
Seus olhos brilham com algo, e a vergonha de saber que ela quer mais,
mas deliberadamente não dando para ela pressiona contra meu peito. Ela se
vira para sair sem dizer mais nada.
Estou louco pra caralho por querê-la. Mas não consigo evitar. Não vou
parar até estar bem dentro dela, fazendo-a gritar meu nome. Ela vai deixar
pra lá então. Não importa se há um título para nós ou não. Vou fazê-la feliz.
Eu posso fazer isso.
Sentada no trânsito, esfregando minhas têmporas, deixo escapar um
suspiro agitado. O tráfego está quase parado. Eu poderia sair do meu carro,
tomar uma xícara de café e voltar para descobrir que o trânsito não mudou.
Tem sido um longo dia. Uma longa semana, na verdade. Eu rio um pouco
para mim mesma porque é apenas quarta-feira.
Tento não fazer contato visual com as pessoas nos carros próximos
enquanto saio furtivamente de uma roupa e entro em outra. Eles estão
ganhando um show gratuito, mas nada mais de mim. Não é como se meu sutiã
mostrasse mais do que a parte de cima de um biquíni, de qualquer maneira.
Meu joelho bate contra o volante e solto um assobio agudo. Ai!
Eu tenho que deslizar o vestido para baixo na minha bunda e quase piso
no acelerador, mas eu consigo.
Eu sorrio para mim mesma no espelho retrovisor e pego minha bolsa para
passar um pouco de batom. Um vermelho profundo, não é a minha cor normal,
mas fica bem com o vestido e realça o azul dos meus olhos.
Mas o bar está vazio. Não há ninguém para me ver fazer isso, então
realmente não conta. Lembro-me de como ele me beijou na outra noite, e isso
é tudo que preciso para colocar meus pés em movimento.
Charlie ergue os olhos, surpreso. — Ei, — ele diz, deixando cair a caneta.
Ela pousa em sua mão, mas ele é rápido em soltá-la.
Um sorriso gentil, junto com um calor que flui por mim, surge em meu
rosto. — Ei. O bar está vazio. — Eu me inclino contra o batente da porta, sem
desviar o olhar dele. — Eu não tinha certeza se deveria vir aqui ou não.
Eu não perco como seus olhos viajam pelo meu corpo antes que ele
responda. — Sim. Há algum festival gratuito acontecendo no centro. — Ele
encolhe os ombros. — Todo mundo foi embora um pouco atrás. Eu não queria
trancar... só para garantir.
— Ah. Bem, pelo menos você tem uma cliente, — eu digo, me sentindo
cada vez mais ingênua. Ele está ocupado. Ele está trabalhando. E eu vim sem
avisar. Mas ele não me disse para sair.
— Bem, se eu só tenho uma, pelo menos você é uma cliente bonita, — ele
brinca, abrindo um sorriso.
Eu não posso deixar de ficar deslumbrada com ele. Ele é tão bonito, com
seus profundos olhos verdes. É assim que ele me pegou. Eu sei que é. Estou
impressionada com o ar ao seu redor, a facilidade de tudo sobre ele e a maneira
charmosa como ele olha para mim, a cadência áspera quando ele fala. Ele é a
combinação perfeita do que eu quero se pudesse escolher tudo em uma lista de
verificação. Eu poderia me perder nessas piscinas gêmeas, nadar
profundamente abaixo da superfície delas. Eu já estou perdida. Eu sei que isso
é ruim, mas não consigo evitar.
Charlie se aproxima. Tão perto de mim, posso ver o desejo em seus olhos.
Quase me derrete onde estou.
Sua grande mão acaricia meus ombros, dedos quentes massageando meus
músculos. Minhas pálpebras se fecham quando ele me toca. É tudo que posso
fazer para não gemer.
— Mmmhm. Acho que você precisa relaxar, — diz ele. — Você está tão
tensa o tempo todo.
Eu respiro fundo, olhando para ele. Seus olhos estão procurando os meus,
procurando uma resposta.
No segundo em que a afirmação sai da minha boca; seus lábios estão nos
meus. Ele segura meu cabelo com uma das mãos e coloca a outra na parte
inferior das minhas costas, puxando-me para o seu peito e tirando o que queria
do beijo.
— Mais, — eu exijo, minha voz áspera. Eu sei o que estou fazendo e não
há um pedaço de mim que não saiba o que é isso. Eu quero ele. Claro e simples.
Independentemente do que acontecer amanhã.
Estou sem fôlego, nervosa, mas mais do que tudo... Estou querendo. Pele
com pele, mais de seus lábios nos meus, mais dele, me levando.
Ele se ajusta entre minhas pernas, puxando para baixo as alças do meu
vestido. Estou ocupada tentando tirar a camiseta dele. Ele finalmente rosna e
dá um passo para trás, tirando a camiseta pela cabeça.
Correndo minhas mãos sobre seus músculos quentes, sobre o seu ombros
e nas costas, eu sabia que ele seria assim. Ele puxa a metade superior do meu
vestido para baixo e quase rasga meu sutiã de renda branca; ele está tão
ansioso. Eu acho que nós dois estamos querendo.
Eu só olho para ele quando ele se abaixa para tomar meu mamilo em sua
boca. Eu agarro sua cabeça e gemo, incapaz de processar a sensação de sua
língua na minha carne de outra forma.
Subindo minha saia, ele revela a tanga de renda branca que estou usando.
Ele se ajoelha e beija meu joelho enquanto puxa minha calcinha para baixo,
jogando-a de lado.
Tento fechar os joelhos, mas ele me ataca.
— Abra suas pernas para mim, — ele comanda, olhando para mim.
Charlie puxa minha bunda para a borda da mesa e eu fico um pouco tensa.
Nervos espetando ao longo da minha pele. Usando uma mão na minha barriga,
Charlie me reclina suavemente, sussurrando para “relaxar”. Ele trilha beijos
na parte interna das minhas coxas, aumentando o calor em todo o meu corpo.
Me queimando e forçando meus quadris a ondular. Sua mão espalmada me
avisa para ficar parada.
Ele me provoca antes que seus beijos alcancem minha boceta, arrastando-
se para baixo na costura. Eu me movo no lugar enquanto ele usa dois dedos
para separar meus lábios. Eu nunca estive assim com um homem. Tão perto e
íntimo. Com meus olhos abertos, olho para o teto, mal vendo uma coisa e
sentindo cada coisa. Quando ele para, eu olho para ele, meus lábios se separam
e meu peito subindo com respirações pesadas.
Ele olha para mim, como um tigre olhando para sua presa. Há uma
expressão de auto-satisfação em seu rosto.
— Você está tão molhada para mim, — diz ele. — Isso é sexy pra caralho.
Eu coro e quase cubro meu rosto, mas minhas mãos se fecham em punhos.
No próximo batimento cardíaco, Charlie me beija bem no meu clitóris. É
eletrizante, a sensação de seus lábios como um relâmpago quente percorrendo
todo o meu corpo.
Ele passa a língua sobre meu clitóris mais algumas vezes, cada
movimento fazendo meu corpo faiscar com a necessidade, então ele gira sua
língua sobre ele. Finalmente, ele sela a boca sobre meu clitóris e eu grito,
minhas mãos voando para seus ombros.
— Charlie! Porra!
Ele geme, as vibrações forçando meus dedos dos pés a se curvarem, e ele
faz isso de novo e de novo. Eu fecho meus olhos. Eu agarro seus ombros, seu
cabelo. É uma sensação tão boa, eu nunca quero que ele pare.
Mas antes que a onda pesada de minha liberação desabasse, ele para.
Meu olhar se volta para ele, precisando de mais e não sabendo por que ele
parou. Charlie se afasta de mim, limpando a boca. Eu abro meus olhos e olho
para ele, olhos selvagens. Ele ri enquanto se levanta novamente.
— Você pensou que eu não poderia apoiar minha provocação? — Ele diz.
Eu mordo meu lábio e alcanço seu pau. Não consigo fechar meus dedos
em torno de sua circunferência, pois seu pau é grande. Eu sei duas coisas neste
segundo.
Eu não vou deixar. Não preciso contar a ele e não vou estragar isso.
Ele pega seu pau em seu punho, e a visão dele se tocando me deixa mais
quente do que nunca. Enquanto ele se posiciona confortavelmente entre
minhas coxas, meu coração bate mais rápido. Eu separo minhas pernas
enquanto seu pau empurra contra minha entrada. Ele me estica lentamente e
minha cabeça se move de um lado para o outro com a dor aguda.
Eu tremo, um calafrio percorre minha espinha. Charlie traz sua mão livre
para segurar meu seio, a almofada áspera de seu polegar roçando meu mamilo
endurecido, enquanto ele começa a empurrar para dentro. Eu gemo enquanto
ele me enche, me estica, possui cada centímetro da minha boceta.
— Diga meu nome de novo, querida, — ouço Charlie dizer em voz baixa.
Antes que eu possa fazer o que ele diz, ele se retira lentamente, deixando
uma necessidade profunda na boca do meu estômago, em seguida, empurra
para dentro de mim, com força. Meu gemido ininteligível fala por mim
enquanto ele faz isso de novo. Eu agarro a borda da mesa quando um suor frio
irrompe sobre minha pele e meu corpo implora para ele se mover.
Porra, é tão bom. Seu olhar em mim deveria ser desconfortável, mas não
é. É a coisa mais quente que já senti. Seu ritmo é constante, suas estocadas
profundas. Cada batida forte de seus quadris faz meu corpo sacudir e eu luto
para não cair na borda. Repetidamente, meu corpo fica cada vez mais quente
enquanto eu subo mais e mais alto.
Mesmo assim, sinto que ele está se segurando, esperando que eu termine.
Eu não quero que ele se controle. Não quero que ele se ocupe pensando em
mim. Eu o quero perturbado, fora de sua mente de luxúria.
Assim como eu acho que não posso, é demais, Charlie faz um som baixo,
retumbando em seu peito. De repente, estou em queda livre. Eu juro que vejo
estrelas, milhares de estrelas de todas as cores. Eu me agarro a ele enquanto
encontro minha liberação, enterrando minha cabeça em seu pescoço. Ele me
cavalga através do meu orgasmo, rasgando-me e apenas tornando o choque
muito mais doce. Minhas unhas cavam em sua pele enquanto seu hálito
quente viaja pelo meu corpo.
Meu coração bate quando levanto minha cabeça para olhar para ele.
Realmente não há palavras que descrevam o quão incrível isso foi, então
tento colocar isso em um beijo. É curto; ele o quebra para respirar, mas sua
grande mão segura minha nuca e então me beija. Profundo e doce. É tudo o
que quero e preciso.
Mesmo que não seja o mesmo para ele. Mesmo que seja apenas um bom
momento. Tento me convencer disso, mas se fosse verdade, não teria essa
sensação de mal estar agora que acabou.
— Eu preciso do alicate de ponta, — a voz de Joseph me traz de volta ao
momento. Limpo minha garganta, sentindo-me como a porra de um pervertido
por me perder na memória das curvas doces de Grace enquanto estou a apenas
um pé de meu cunhado.
— Merda, — ele me corta, e sua resposta tem minha bunda para fora do
assento pensando que ele cortou a mão ou algo assim. A expressão em seu
rosto me diz que ele está bem; ele joga o alicate no banco e enxuga as mãos na
calça jeans. — Estou feliz por sair de casa por um minuto.
Uma careta aparece no meu rosto e se eu tivesse que apostar, ela combina
com a dele. Eu me concentro na minha cerveja e ele na dele.
— Lamento ouvir isso, — digo a ele, a cerveja bem ali em meus lábios.
Não sei mais o que dizer. Não sei merda nenhuma sobre bebês.
Ele solta um suspiro pesado, — Está tudo bem. — Seus olhos estão
distantes quando eu olho para ele. Ele tem alguns dias de barba por fazer e só
agora estou percebendo as bolsas escuras sob seus olhos. Ele solta uma
pequena risada e toma outro gole de sua cerveja.
Uma risada me deixa com seu próximo comentário: — Minha mãe disse
que era carma pelo jeito eu era quando bebê.
O orgulho em sua voz me faz sorrir. — Estou muito feliz por vocês dois.
Essa é minha deixa para ficar de pé e me esticar; eu faço isso sem olhar
nos olhos de Joseph. — Sim, bem. Talvez um dia.
Dou alguns passos para subir, mas me viro quando não ouço Joseph me
seguindo. A visão dele não é nada além de casual, embora ele esteja olhando
para mim como se estivesse esperando por algo.
Eu corro minha mão sobre meu rosto com frustração. Por que todos tem
que complicar tudo e entrar no meu negócio? Não preciso de ninguém na
minha cabeça ou tentando empurrar as coisas de um jeito ou de outro comigo
e Grace.
— Ela é legal, — digo a ele.
Afinal, o andar de baixo seria um bom lugar para relaxar com ele.
— Você a conheceu no bar? — Eu olho para trás para meu cunhado para
ver seu rosto torcido e sua testa franzida.
Enfio as mãos nos bolsos e respondo: — Nós nos demos bem. Foi apenas
amigável no início. — Eu me lembro de quando eu coloquei os olhos nela pela
primeira vez.
— Acabamos de começar a nos ver. — Mesmo que minha voz esteja mais
dura do que deveria, ele não foi afetado.
Ele joga as mãos para cima comicamente. — Só estou dizendo que você
parece feliz ultimamente.
Meus lábios se abrem para dizer algo de volta, mas não sei o que ele quer
de mim. Só não quero que as pessoas dêem muita importância a isso e esperem
algo. É muito divertido. Porra, vamos ser felizes.
Aquele dia com Grace me fez perceber o quanto tenho sacrificado. E o que
eu poderia estar fazendo se não estivesse no maldito bar o tempo todo.
— Vou avisar. — Com meus braços cruzados, estou no foyer com ele
enquanto ele calça as botas. — Você vem no domingo? — Ele perdeu os dois
últimos jantares de família. Eu sei que ele não precisa de ninguém
importunando ele, estou apenas curioso. Eu não uso isso contra ele.
— Sim, eu devo ser capaz. Acho que estamos entrando no fluxo das coisas.
— Eu posso ver a sugestão de alívio em sua expressão.
— Tudo bem então, — eu comento enquanto ele estende a mão para um
abraço rápido.
Joseph fecha a porta atrás de si, e eu subo as escadas para pegar minha
carteira e as chaves para que eu possa ir também. Enquanto coloco a carteira
no bolso de trás, meus olhos estão na cômoda.
Eu fui o primeiro dela, e seu namorado do ensino médio. Não que houvesse
algo doce nela. Tivemos alguns bons momentos, mas me senti acorrentado a
ela. Afinal, todos sabiam o que havíamos feito.
Minha pobre irmã. Sozinha com a pequena Srta. Evie. Eu posso apenas
imaginá-la embalando sua filhinha enquanto envia esta mensagem e ouve sua
filhinha chorar. É tudo uma fase, mas eu já sei que ela vai sentir falta quando
Evie superar. Talvez não o choro, mas o desejo de ser abraçado. Inferno,
Joseph pode sentir ainda mais.
Eu a quero, disso eu sei. Mas não preciso saber mais do que isso. Ela é
minha por enquanto, e nós dois estamos nos divertindo. É isso que importa.
Não há necessidade de colocar um rótulo nisso.
Eu pego minha jaqueta do cabide e calço minhas botas. Ela deveria estar
no bar esta noite, mas ela tem uma coisa com minha irmã primeiro. Uma
risada profunda vibra no meu peito. Tenho certeza que ela terá muito a dizer
sobre isso.
Antes de entrar no carro, coloco o anel no bolso, sabendo que a igreja logo
adiante tem uma caixa de doações. Vou jogar o anel lá antes de começar a
trabalhar. Eu preciso que isso vá embora da minha vida. De jeito nenhum eu
daria este anel para minha esposa. Tudo o que este anel representa é o meu
passado. Foi para a Suzanne.
Eu nunca a quis de volta. Esse anel era apenas um lembrete com o que eu
iria acabar.
Uma mistura de emoções está passando por mim, mas eu as empurro para
baixo e saio do carro, atravessando a rua em direção a elas com minhas chaves
tilintando em minhas mãos.
Já me sinto culpada por estar nessa viagem de compras, visto que não
estou realmente namorando Charlie. Não há necessidade de tornar isso
estranho em cima disso sendo meu... bem, eu estranho. Mas elas não sabem
disso.
— Eu não posso te dizer o quão feliz estou por você ter feito isso!
Ela aponta para três mulheres. Duas delas são pequenas e louras como a
própria Ali, e estão vestidas como patricinhas como as modelos da J. Crew.
Ellie parece ser a única estranha, alta e magra, cabelo escuro e usando um
vestido rosa choque artístico. Cheryl não veio, mas ela é a última dama de
honra. Ela mandou uma mensagem no grupo que não tinha dormido com Evie
acordada a noite toda.
— Vamos! Vamos entrar! — Ali lidera o bando, do qual agora faço parte.
Isso me faz pensar que tipo de vestido Ali está procurando, exatamente.
Não sei absolutamente nada sobre ela ou sobre o casamento.
Assim que entramos, faço uma pausa, esperando alguém nos dizer para
onde ir, mas Ali sabe exatamente para onde ir e não espera por ninguém. Há
um único pódio ao longo da parede de trás, vazio no momento, e uma parede
curva que bloqueia o resto da loja de vista. Toda a decoração é colorida em tons
de branco, creme e rosa pastel.
— Olá, olá, — uma mulher aparece de uma porta lateral na hora. Ela fala
com clareza, mas com sotaque parisiense. — Vocês estão aqui por Alianna? —
Seu comportamento elegante, cabelos grisalhos e estrutura fina combinam
com a loja. Esta mulher parece ser dona do lugar.
— Sim! Essa sou eu, — Ali levanta a mão enquanto praticamente treme
de excitação. Ela é incrivelmente adorável. Aquece meu coração ver sua
felicidade em uma exibição tão óbvia.
— Você se senta aqui, — diz Monique para Ali, apontando para o trono.
— E o resto de vocês, sentem-se onde quiser.
Ali olha para nós, seu sorriso perfeito nunca diminuindo, então vai se
sentar no trono dourado. Depois de um minuto sendo deixada por conta
própria enquanto Monique corre para a sala dos fundos de onde ela foi para
pegar um formulário de cliente, Ali sorri ainda mais, não sei como isso é
possível. Lindsay e Sam pegam as duas cadeiras, deixando Ellie e eu sentadas
na poltrona.
Ela pega a pilha de fotos de Ali e as examina. Ela fica em silêncio por um
longo tempo, medindo totalmente cada imagem. Eu gostaria que não fosse tão
silencioso, isso me faz mexer em um pedaço de fiapo inexistente enquanto
minhas inseguranças aumentam. Eu não quero estragar isso para Ali. Não
quero que ela olhe para trás neste dia e deseje não ter estado lá.
— Você acha que poderá nos ajudar? — Sam pergunta, irritada. — Ela
esperou até o último minuto, — acrescenta ela, dando a Ali, um sorriso que só
faz Ali retribuir o sorriso.
— Oh, — Sam responde, com um aplauso não muito diferente da que Ali
deu antes das apresentações do lado de fora. — Bem, tudo bem!
Ali sorri, seguindo Monique até uma área atrás de uma pesada cortina de
brocado rosa e nos deixando sozinhas. No segundo, que Ali se foi, pego Lindsay
olhando para mim, então ela revira os olhos e se inclina para sussurrar para
Sam. Minha temperatura corporal cai quando eu olho para Ellie, que me dá
um sorriso simpático.
— Oh, eu também não. Minha irmã veio aqui pelo vestido de noiva, no
entanto, — Ellie fala comigo facilmente. Ela passa a mão no cabelo escuro, que
está preso em um coque bagunçado. — É legal. Monique é uma coisa.
Uma porta se abre do outro lado da sala e um homem mais velho entra
com uma bandeja de taças e uma garrafa de champanhe. Oh, graças a Deus.
Ele não fala muito além de necessidades educadas. Ele simplesmente derrama
o champanhe nas taças e os distribui.
— Obrigada, — digo a ele, aceitando o champanhe com gratidão. É doce,
e as bolhas fazem cócegas na minha língua.
Ellie sorri e bebe seu champanhe. Antes que eu seja forçada a pensar em
outra coisa para dizer, Ali faz sua primeira aparição.
Ela está deslumbrante, vestindo um vestido de seda com tiras nas costas,
uma frente simples e agarrada aos quadris. Ó meu Deus. Ela é um espetáculo
para ver.
— O que você quer saber? — A pequena tensão que saiu com a piada de
Ali volta com força total.
— Você foi para a RISD? — Lindsay pergunta do outro lado da sala, sem
acreditar.
Demora muito para que Ali volte para nós com um vestido novo, e eu
deliberadamente não olho para cima. Vou apenas tomar meu champanhe,
sorrir e ooh e ahh quando for preciso. Ou pelo menos vou tentar.
Os quadris de Ali balançam enquanto ela caminha até o espelho. Este é
bonito, mas não tão formal quanto o outro. É renda creme escuro sem mangas
com um recorte nas costas. O rosto de Ali cai quando ela vê seu reflexo no
espelho.
Ali vai até o pedestal, virando de um lado para o outro. Ela nos encara
novamente. — O que você acha?
— Ele disse? — a amiga dela questiona e mesmo que essa conversa não
fosse sobre mim, meu queixo cairia no chão. Por que ela arruinaria o grande
dia de sua amiga?
Eu deveria ter dito, eu realmente gosto dele e ele realmente gosta de mim.
E deixar por isso mesmo.
Quando Ali chega novamente, ela faz uma entrada. O jeito qqu ela está
no terceiro vestido me tira o fôlego. O vestido é branco puro, com alças
delicadas de renda, bojo rendados e saia rodada. Ela se vira e a parte de trás
tem uma fileira de pequenos botões brancos.
Há um suspiro coletivo na sala. Ela sobe no pedestal, endireita a saia e se
olha no espelho.
— Não brinca, — Sam diz, ficando com os olhos enevoados. — Você é uma
noiva linda.
— E olhe! — Ali diz, puxando a saia para revelar um par de botas cowboy.
— Todos nós vamos usar isso sob nossos vestidos. — Eu não posso deixar de
sorrir. — Fofo, você não acha? — Ela pergunta.
Ela mantém meu olhar enquanto inclina sua cerveja de volta. O azul bebê
procurando algo mais de mim.
— Vamos, querida, diga-me que você tem tesão por mim. — Enquanto eu
flerto com ela, Mickey se levanta de sua cadeira e grita: — Tudo bem, vou
embora. — Ele pega o controle remoto como se estivesse na casa de um amigo,
desliga a TV, e a joga na mesa onde ela pertence enquanto ele sai.
— Dirija com cuidado, — eu grito para ele, deixando meu lugar no bar
para segui-lo e ele se vira, me parando com um gesto. Ele olha para Grace
atrás de mim e me dá uma olhada.
Um sorriso curva meus lábios enquanto o sigo até a porta e abro para ele.
— A última vez que eu tive você foi na sala dos fundos, — eu abaixo minha
voz enquanto caminho até ela. — Desta vez, quero você no topo do bar. — Seus
olhos se arregalam e sua respiração engata, seu peito subindo e descendo com
suas entradas pesadas.
— Bem aqui? — Ela pergunta, espalhando as mãos no bar atrás dela sem
quebrar nosso olhar. A maneira como ela se inclina para trás faz seus seios
empurrarem para frente. Ela está fazendo isso de propósito e eu amo isso.
— Bem aí. Então, todos os dias que vier aqui, posso me lembrar de como
suas costas se curvaram enquanto eu te fodia no meu bar, — eu respiro as
palavras na curva de seu pescoço.
Meus dedos cavam em sua cintura e espero ela abrir os olhos. Quando ela
o faz, seus olhos azuis brilham de luxúria. — Traga sua bunda aqui e fique
nua para mim.
Não há um segundo que ela hesite. Ela se move no segundo que eu dou o
comando. Ela vira sua bunda exuberante para mim, rastejando para cima do
bar. A iluminação é fraca no bar e, tão longe, ninguém poderá ver o que
estamos fazendo das janelas da frente.
Mas eu saberei. Vou me lembrar de como a tive, muito depois que ela se
for.
Estou ansioso para tirar minha camisa e voltar à minha visão de Grace
deslizando as mangas de sua camisa pelos ombros e tirando suas roupas o
mais rápido que pode. Ela também está ansiosa, talvez mais.
Meus jeans caem em uma poça no chão e eu empurro minha boxer para
baixo e saio dela, parando na frente dela nu e duro como uma rocha.
Eu a solto com minha mão direita, para enfiar dois dedos em sua boceta
apertada e sentir como ela está pronta. Sei que sou um pouco maior do que ela
costumava ter e não quero machucá-la.
Seu doce gemido acompanha suas costas arqueando enquanto curvo meus
dedos e acaricio seu ponto G. Meu pau se contrai e um gemido estrangulado
vibra no meu peito. Leva cada grama de esforço que tenho para manter meus
olhos nela e não deixar minha cabeça cair para trás quando sinto o quão
apertada ela é. Apenas o pensamento de sua boceta apertada em volta do meu
pau é quase o suficiente para me deixar fora de si.
Ela já está perto, eu sei que ela está. Vamos Grace. Me dê isto.
— Você gosta disso? — Eu a questiono em uma respiração áspera,
beijando sua coxa depois. Eu nunca paro de acariciar sua parede frontal,
pressionando um pouco mais forte enquanto ela se estica para mim. Sua
boceta aperta com mais força e sua excitação embebe minha mão enquanto a
empurro cada vez mais alto.
Sua cabeça balança enquanto ela respira a palavra. — Sim, — ela geme e
é quase inaudível.
— Sim! — Ela grita, agarrando a barra com as duas mãos enquanto seu
corpo treme e suas pernas tentam se fechar em volta de mim. Foda-se, sim.
Sua boceta tem espasmos em volta dos meus dedos e eu não espero seu
orgasmo terminar. Eu preciso dela agora mesmo.
Eu mal posso respirar com o quão apertada ela está. Ela é boa pra caralho.
Meus lábios viajam para cima e para baixo em seu pescoço, deixando
beijos ao longo do caminho.
Assim que estou enterrado bem dentro dela, eu me afasto para olhá-la nos
olhos.
E, naquele momento, algo muda para mim. Algo muda entre nós. Não sei
o que é, uma faísca, um puxão. Algo cru e puro. Algo que é assustador como o
inferno que eu não quero enfrentar.
Ela grita, — sim! — e não espero desta vez. Ela está quente, molhada e
pronta para eu foder sua bocetinha linda do jeito que ela merece ser fodida.
Eu angulo meus quadris para que cada vez que eu empurre até o cabo, minha
virilha batendo contra seu clitóris.
— Charlie, — ela geme, suas mãos voando para meus ombros e suas
unhas cravando em minha pele enquanto eu empuro meus quadris, levando-a
com força e duro. E cru.
Porra, ela é tão boa. Eu enterro minha cabeça na curva de seu pescoço,
sentindo meu hálito quente contra sua pele aquecida. Eu não paro, não
desacelero.
Eu finalmente levanto minha cabeça para olhar para ela. E essa faísca,
essa atração é ainda mais forte.
Sua cabeça pende para o lado enquanto nós dois recuperamos o fôlego.
Mas eu ignoro enquanto desço e pego as toalhas de papel sob o bar. Ela
não me olha nos olhos enquanto eu limpo entre suas pernas.
Como é verão, o sol ainda está alto e forte, brilhando através das grandes
janelas abertas, embora sejam quase 18h. Eu sou a última das meninas a ser
maquiada e as outras estão tirando fotos.
— Você está tão bonita, — ela comenta com um sorriso que se alarga. Eu
concordo e digo que ela está linda também.
— Oh! OK. Deixe-me pegar minhas botas e já desço. Não espere por mim.
Eu não quero segurar nada. — Onde diabos eu deixei essas botas? A suíte está
cheia de bolsas, bolsas de maquiagem e todo tipo de parafernália de
casamento.
Qualquer pessoa com olhos poderia ter previsto isso, digo a mim mesma.
Minha garganta está apertada quando eu me levanto e desço as escadas.
Saindo do elevador, pego meu vestido para evitar que se arraste enquanto
procuro pelas meninas, fazendo meu caminho para o saguão do hotel. Passo
pelo salão de baile, onde acontecerá a recepção. É lindo. Principalmente branco
e creme com estampas de hortênsias azuis e vidros azuis. Totalmente digno de
revista. Depois de verificar alguns quartos vazios, encontro as meninas
bebendo de um cantil de prata no que parece ser um armário de casacos.
Eu passo o cantil para Ali. Ela olha para ele, considerando, então balança
a cabeça. — Nada mais para mim. — Ela passa o cantil e balança as mãos. —
A adrenalina está a todo vapor e mal posso sentir os dois últimos tiros, mas
sei que vão me atingir.
Lindsay passa o frasco para Sam, em seguida, dá a Ali uma mini conversa,
ficando de joelhos na frente de Ali.
— Você está pronta, — diz ela em voz baixa. — Tudo o que você precisa
fazer é andar pelo corredor e Michael estará lá esperando. Vocês se amam e
isso é tudo que importa. É isso aí.
Ali acena com a cabeça para Lindsay, e posso sentir a emoção rolar dela.
Sua ansiedade e nervosismo são contagiosos quando olho em seus olhos. — Eu
realmente vou me casar, — ela sussurra e as meninas acenam. Não sei porque
estou com os olhos marejados. Depois de um momento, ela sussurra: — Tudo
bem. Vamos.
Está muito quente para vestir este terno. Os casamentos noturnos de
verão são uma coisa aqui. Mas ainda está quente demais para ternos. Ansioso
para que a cerimônia termine, puxo um pouco a gola, afrouxando a gravata o
suficiente para respirar. Este terno vai ser jogado fora no segundo que eu
puder tirá-lo. Michael está à minha esquerda, e ele parece ainda pior do que
eu sinto. Ele fecha e abre as mãos, sacudindo-as e mudando os pés.
Mamãe está na primeira fila e já está chorando. Ela olha para cada um
de nós e depois volta para o corredor como ela fez nos últimos três minutos.
Passam alguns minutos das seis e meia. É hora de começar.
Quase todo mundo está de olho no noivo ou no cartão que está usando
para se abanar. Mas Michael nem parece notar. Seus olhos estão focados
apenas nas portas duplas do local, esperando minha irmã entrar em seu
vestido.
— Ela ama você. — Não sei por que as palavras escapam. Ele sabe isso.
Todo mundo sabe. Ele e Ali foram feitos para ficarem juntos.
Com um leve sorriso assimétrico, ele relaxa um pouco e olha para mim, a
preocupação e os nervos ainda lá enquanto ele acena com a cabeça. — Eu
também a amo. — A multidão se agita ao som de um violão tocando uma
música suave enquanto as portas finalmente se abrem.
Aqui vamos nós; endireito minhas costas e vejo a primeira dama de honra
entrar.
Seus passos são medidos e suas mãos envolvem o buquê de rosas brancas,
hortênsias azuis e baby’s breath9. Eu fico olhando para ela, meu coração
batendo mais devagar enquanto ela se aproxima e todo o resto fica borrado ao
seu redor. Ela não está caminhando para mim, e ela não é a noiva, mas apenas
a visão dela faz meu coração se comportar mal.
9
Conhecido como “Mosquitinho”
Ela enfia uma mecha de cabelo atrás da orelha enquanto dá uma olhada
rápida nos convidados. Seus nervos não podem se esconder com a cabeça
ligeiramente abaixada, e parece tão bom nela.
Eu não consigo parar de olhar para ela, desejando que ela olhe para mim.
Os caras riem, incluindo Michael. Idiota. Eu me viro para ela assim que
ela finalmente chega até nós e pego seu olhar.
A máscara que ela estava usando está abaixada e em seu lugar está um
visual que eu não esperava ver. Preocupação, ansiedade. Seus olhos,
entretanto, aqueles lindos olhos de corça estão arregalados com outra coisa.
Ela deve sentir meus olhos nela, porque ela vira a cabeça para mim e a
máscara sobe imediatamente. Seus olhos ainda estão vidrados. Ela não pode
esconder isso.
— Você está bem? — Eu murmuro a pergunta para ela.
Eu fico em linha reta e olho para frente, observando enquanto meu pai
entrega Ali e Michael dá um passo à frente. Com as duas mãos ainda cruzadas
na minha frente, eu tenho outra visão de Grace e a doce fachada está de volta,
mas não posso esquecer o que vi.
Mas eu sei melhor. Ela pode dizer que está bem. Ela está fingindo.
E ela não está bem. Tudo o que posso pensar é: o que diabos eu fiz e como
posso consertar isso? Porra, agora.
O bar é o melhor lugar para se estar em recepções de casamento, e não
tenho intenção de deixá-lo se eu posso evitar. É na parte de trás do salão de
baile e as luzes foram apagadas. A música mudou de música de festa otimista
para lenta sexy.
Eu olho para o meu copo apenas para encontrá-lo vazio. Mais uma vez.
Tudo bem, talvez eu esteja um pouco tonta. Quem fez o ponche não estava
brincando.
Foi um dia agitado conhecendo pessoas a torto e a direito e tendo que fazer
o papel de namorada de Charlie. Não houve um momento em que nós dois
estivemos sozinhos, mas na última hora, estou aqui, evitando qualquer
contato e tentando me convencer de que não sou uma pessoa má. Eu não
queria machucar ninguém, então não é errado, certo? Não é ruim da minha
parte estar neste casamento quando sei que estou fora de cena, provavelmente
daqui a algumas horas. Enxugando uma lágrima debaixo dos meus olhos antes
que alguém possa perceber, eu fungo e puxo minha merda junto. É quando eu
olho para cima e vejo Charlie vindo na minha direção. Não apenas do meu
jeito; ele está indo direto para mim.
Eu dou a ele um meio sorriso de volta. — Você sabe que tenho dois pés
esquerdos, certo? — A última coisa que quero fazer agora é dançar.
Ele olha para mim e eu luto para não me afogar no verde musgo de seus
olhos.
Eu me inclino um pouco para ele e odeio fazer isso, mas é uma memória
que consigo manter. O calor de seu corpo, seu peito duro e cheiro masculino.
Eu absorvo tudo, fechando meus olhos e deixando escapar um pequeno
suspiro.
— Por que você ainda está solteiro? — Eu pergunto, nossos corpos ainda
balançando com a música suave. — Eu vi o tipo de garota que se pendura em
você. Não faz sentido você não ter escolhido uma delas até agora.
Ele fica em silêncio por um longo tempo, o suficiente para me fazer abrir
os olhos. Eu fico olhando para ele, esperando não parecer tão extasiada quanto
me sinto.
Esse sentimento tolo, é o motivo pelo qual o tenho evitado a noite toda.
Sinto que preciso segurá-lo, mas sei que não posso.
— Ela era minha namorada do colégio. Quando eu tinha vinte anos, dei a
ela tudo o que tinha. Eu a pedi em casamento com o maior diamante que
consegui, que não era muito grande. Afinal, eu tinha vinte anos.
— Não. Noivo, — ele diz, me puxando de volta para seus braços. — E não
estavamos noivo por muito tempo. Cerca de um mês depois, eu a peguei com
outra pessoa.
— Você não fez isso! — Eu congelo onde estamos parados, meus olhos
arregalados enquanto o choque me percorre. Quem diabos iria traí-lo? Ela deve
ter perdido a cabeça.
— E a sua noiva?
— Não a vi desde então. Ela se mudou da cidade pouco depois.
Ele olha para mim, talvez sentindo minha seriedade. Seus olhos descem
até meus lábios, mostrando o que está em sua mente.
Eu fecho meus olhos e ofereço minha boca. Charlie me beija, com ternura
no início, mas depois com mais paixão, fazendo meu coração disparar.
Eu paro o beijo à medida que fico mais consciente de que estamos cercados
por outras pessoas. — Charlie…
Sorrio para minha tia sentada a uma mesa perto da pista de dança e dou
um pequeno aceno, fingindo não vê-la fazer um gesto para que eu fale com ela.
Grace precisa de mim agora, e não vou parar até que ela melhore.
Especificamente, até eu a faça gozar e certificar de que ela sabe que ela é
minha e eu sou dela.
Eu não espero ela responder. Ela quase tropeça, embora solte uma
pequena risada quando o faz, enquanto a puxo, abrindo a meia porta e me
afastando do balcão e indo para os fundos, onde há fileiras e mais fileiras de
casacos.
— Que diabos? — Ela diz, mas sua voz é brincalhona. O sorriso em seu
rosto é genuíno e eu adoro isso. Esse é o sorriso que deveria ter estado com ela
o dia todo. Com um pé após o outro, eu a caminho de costas entre as duas
fileiras de casacos e todo o caminho até o fundo. A luz está obstruída pelos
lençóis suspensos, então está fraca, mas ainda posso ver o rubor em suas
bochechas.
Ela visivelmente engole, sua cabeça caindo para trás contra a parede,
enquanto eu escovo meus dedos até seu clitóris, movendo a umidade lá.
Mesmo sem muita luz, vejo seu rubor e então ela desvia o olhar. Eu espero
por ela. Deixando ela escolher isso. Deixando ela me escolher.
Meus dedos descem até sua entrada e sobem até o clitóris, um arrepio
percorre seu corpo.
— Por favor, — ela geme no ar, suas costas se curvando enquanto ela
tenta esmagar sua boceta em minha mão. Eu sorrio para ela.
— Não vou deixar ninguém ver, — digo a ela com firmeza. Se é disso que
ela está com medo, ficaremos bem. Estamos longe o suficiente para ninguém
nos pegar e se eles voltarem, estarei bloqueando sua visão.
Meu pau se transforma em pedra com ela me dizendo isso. Posso sentir
meu zíper contra meu pau e estou desesperado para reajustá-lo, mas não
consigo tirar minha mão de sua boceta.
Quando eu olho para ela, seus olhos estão em mim, sua cabeça
descansando preguiçosamente contra a parede. Seu corpo balança enquanto
eu bombeio mais rápido, roçando seu feixe de nervos sensível a cada vez,
fazendo sua respiração ficar mais rápida enquanto ela perde a compostura.
— Eu acho que seria inacreditável para nós terminarmos logo após o
casamento, — eu sussurro em seu ouvido, pegando-a desprevenida. Eu não
sou um idiota de merda. Isso tem que ser o que está acontecendo em sua mente
preocupada. Preciso convencê-la a ficar... só mais um pouco. Não sei se algum
dia vou conseguir me saciar dela, mas não vou deixá-la ir embora no segundo
em que tiver uma chance.
Ela geme, seus olhos semicerrados. Eu sei que ela pode me ouvir.
Eu aperto a palma da minha mão contra seu clitóris. — Você deveria ficar
comigo um pouco mais. — Sua respiração vem freneticamente enquanto eu
acelero o ritmo. Ela está perto, tão perto. Eu não estou deixando ela gozar até
que ela concorde.
Seu pescoço pende para o lado, sua bochecha pressionada contra a parede
fria enquanto eu deslizo meus dedos em sua boceta quente e acaricio aquele
feixe de nervos. Seus olhos se abrem e ela cobre a boca com a mão.
— Diga-me que você passará pelo bar e manterá as aparências. — Não sei
como digo as palavras enquanto trabalho sua boceta.
Sua cabeça vira para trás e bate contra a parede. — Sim, — ela grita o
mais baixinho que pode, dado seu estado atual, e quase acho que está indo
gozar, mas ela ainda não está lá. Eu pauso meus movimentos e ela vira a
cabeça para olhar para mim,suas mãos se movendo para o meu pulso com um
olhar desesperado em seu rosto.
No momento em que ela goza, seu corpo fica imóvel, tenso enquanto sua
boceta aperta e sua respiração engata. Eu beijo seu pescoço, ainda acariciando
meus dedos contra sua parede frontal para fazer seu prazer durar. É só quando
seu corpo finalmente afunda contra a parede que eu puxo meus dedos para
fora dela.
Eu deixo seu vestido cair em torno de suas coxas trêmulas, mas ainda não
terminei com ela. Eu não pretendia transar com ela ainda, mas a visão dela se
desfazendo com o meu toque está me deixando louco.
— Se é assim que você quer chamá-lo, — digo a ela, pegando meu bolso
de trás por instinto.
O pensamento dela inchada com meu bebê e amarrada a mim só faz meu
pau ficar mais duro. Eu não quebro o contato visual enquanto abro o zíper da
minha calça e a empurro para baixo para cair em torno dos meus tornozelos.
Eu levo um momento para olhar para sua bunda apertada e segurar sua
boceta. Ela está tão quente e molhada. Tão pronta para mim. Ela está sempre
pronta para mim.
Apoiando a mão na parede ao lado dela, eu empurro meu pau entre suas
dobras, sentindo suas paredes apertadas envolvendo meu pau e me puxando.
Foda-se. Ela parece o paraíso. Quando deixo minha testa cair na sua nuca,
gemendo de como ela se sente bem, sua mão se espalha em cima da minha e
então me agarra. Eu tenho que abrir meus olhos e me afastar para beijá-la.
Mas estou impressionado com a expressão em seu rosto. É um olhar de êxtase
absoluto.
Eu bato meu pau nela, todo o caminho até o punho, sentindo sua bunda
exuberante balançar enquanto eu bombeio meus quadris uma e outra vez.
Minha respiração entra freneticamente enquanto a sinto apertar em torno do
meu comprimento. Sim! Goze para mim novamente. Eu preciso sentir ela
gozar e observá-la enquanto ela é consumida pelo prazer.
Seus olhos se abrem enquanto sua boceta se agita e suas unhas cavam em
minha mão. Ela solta um grito silencioso, sua cabeça caindo para trás contra
meu ombro enquanto seu orgasmo a atravessa.
Eu quero mantê-la, então vou dar a ela o que ela quer. Eu tenho o quarto
de hotel esta noite com ela e farei tudo que puder. Algo para amarrá-la a mim.
Ela nunca me disse o que ela queria com este negócio de bêbada. Mas posso
dar a ela algo que sei que ela está procurando.
Um bebê.
Estou quieta na área do trabalho enquanto me sento sozinha, minha
cabeça nas nuvens. Estou descascando uma tangerina, mas não estou
prestando muita atenção nisso.
Bem, vamos apenas dizer que sua parte no trato foi cumprida quando ele
me deu orgasmos três vezes seguidas. Um rubor atinge minhas bochechas só
de pensar nisso. Esse homem faz coisas comigo. Eu estou completamente
apaixonada por ele. Mesmo sabendo que não deveria, não consigo me
arrepender.
Então eu acho que, como nós dois cumprimos nossa parte no trato, acabou,
embora ele tenha me pedido para ficar um pouco mais para as aparências. Não
quero mais jogar, e isso é tudo para ele. É divertido e é um bom momento. Eu
concordo com tudo isso. Mas se isso é tudo, preciso resgatar o que sobrou do
meu coração.
Aparecer no bar, esperar que ele desista é apenas uma tortura. Ele está
apenas me enrolando. Eu me sento e suspiro. Eu não quero que isso acabe. Eu
quero qualquer coisa menos isso, realmente. Eu quero um compromisso. Eu
quero mais com ele.
1. Rasgue aquele band-aid, pedindo mais e fazendo com que ele termine
como eu sei que ele fará.
Eu fico olhando para ela. Jack Holt é um dos sócios de nossa empresa. Eu
literalmente só falei com ele no natal, quando ele estava entregando cheques
de bônus do natal. Meu batimento cardíaco acelera de ansiedade com a ideia
de ter uma reunião com ele.
Eu esforço meu cérebro para descobrir sobre o que ele poderia querer falar
comigo. Um novo projeto? Mas não, ele geralmente não está envolvido nesse
nível.
— Não é nada ruim. Pare de parecer que estou levando você para ver o
ceifador, — brinca Sarah e eu rio de volta, mas apenas porque é obrigatório.
— Vamos.
Piscando várias vezes, todas um pouco rápido demais, encaro meu chefe
por um segundo, processando suas palavras, depois olho para Sarah. — Ela
recomendou?
— Aparentemente, você... vamos ver aqui, — ele diz, pegando um pedaço
de papel na mesa dele. Ele começa a ler. — Citação: Ela trabalha dez vezes
mais do que qualquer outra pessoa. Se todos fossem tão dedicados à satisfação
do cliente e à produção de ótimas obras de arte, teríamos muito mais sucesso.
Você parece ter um olho para a marca, não apenas para o design. — O papel
cai flutuando quando ele acrescenta: — Há uma diferença crítica e nem todo
mundo a tem.
— Eu... eu não sei o que dizer, — eu digo, minha garganta parecendo seca,
mas de um jeito bom. Consigo responder a Jack, embora minha garganta
pareça apertada. — Obrigada por notar.
Eu estendo a mão e quase agarro sua mão ou a abraço, mas em vez disso,
aperto a minha na minha frente, me sentindo muito grata e oprimida.
Permaneça profissional, eu me lembro. — Muito obrigada, Sarah. Sério.
— Bem, eu só queria que você percebesse que vejo como você trabalha
duro. Vejo todas as noites em que você fica mais tarde e todas as porcarias que
aguenta dos clientes.
— Tenho certeza que não vou, — ela afirma com naturalidade, piscando.
Ela parece e soa... irritada. Leva um segundo para perceber isso. Ela não
está nada feliz por mim. O vinco profundo no centro de sua testa e a carranca
em seu rosto denunciam isso. Ela nem consegue fingir que está feliz por mim?
Eu engulo, sentindo o efeito morrer e respondo: — Bem, aparentemente não.
Eles simplesmente ofereceram para mim.
Eu devo ter. Ela pode ser desagradável às vezes, mas eu penso sobre isso,
então decido que diabos.
Eu fico em silêncio, mas aceno. Charlie disse que quer que eu vá para
manter as aparências, mas não sei se consigo fazer isso. Eu não quero me
machucar. Eu não quero mais jogar.
— O que? — Diane pergunta. — Você não quer ir ao Mac?
— Para sua informação, não havia nada para separar. Estávamos nos
divertindo. Deixe isso pra lá, Diane. — Eu gostaria de poder estender a mão e
pegar minhas palavras de volta. Dói dizer isso em voz alta.
— Oh, — ela diz. É difícil ler o que ela realmente está pensando. — Bem,
certo. Vamos ao bar com comida mexicana, então.
— Tudo bem, — eu digo, no limite. Prefiro ficar com raiva do que qualquer
outra coisa. Então eu me apego a essa emoção, embora ache que só estou com
raiva de mim mesma. — Tenho muito trabalho que preciso terminar primeiro.
— Acho que é por isso que você conseguiu a promoção, — diz ela, com um
sorriso tenso. — Estarei de volta às seis para incomodá-la, no entanto.
Ela desaparece atrás de seu lado da parede. Fico tentando decidir se devo
me sentir mal por brigar com ela.
Ela ainda está com as roupas de trabalho, mas seu cabelo está solto e
balançando sobre os ombros quando ela entra.
Um grito feminino ecoa pelo bar atrás dela, e Grace se vira para olhar por
cima do ombro.
— Estamos finalmente aqui! — Diane está com ela e minha expressão cai.
Não entendo como as duas são amigas. Eu fico atrás do bar e sigo para a
extrema esquerda, onde Grace geralmente se senta e onde está a máquina de
lavar louça. Meus olhos piscam e eu observo as duas enquanto começo a
trabalhar. Diane tropeça um pouco e fala um pouco alto demais. Alguns
clientes se viram para vê-las entrar, mas depois voltam ao que estavam
fazendo antes.
— Eu amo este lugar, — diz Diane, arrastando Grace pela mão. Grace
permite, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e aparentemente não
querendo vir até mim. Não gosto disso e não entendo nem um pouco.
Torne-a oficial.
Abro a boca para dizer algo que a deixe à vontade, mas Diane fala,
inclinando-se para frente e batendo na barra.
— Estamos ficando bêbadas esta noite, — ela diz, já muito mais bêbada
do que Grace. Eu levanto uma sobrancelha para ela.
— É assim mesmo? — Meus olhos voltam para Grace quando ela coloca
sua bolsa no bar.
Eu sei que tenho uma reputação com esses clientes. Todos eles realmente.
Mas agora, preciso de um tempo com Grace. Algo não está certo e não estou
esperando a hora de fechar para colocar aquele sorriso em seu rosto.
Passo a cerveja para Diane e coloco a de Grace na frente dela, mas não a
deixo pegar. Quando ela tenta agarrá-la, eu a afasto, fazendo-a inclinar a
cabeça e sorrir suavemente.
Eu a deixo pegar a garrafa na segunda vez que ela a pega, principalmente
porque ela traz um pouco de felicidade para aqueles olhos dela. — Como está
o trabalho? — Eu pergunto a ela, e ela finalmente ilumina um pouco.
Meu olhar se move para Grace, que está observando Diane com uma
pequena carranca.
— Então o que você vai fazer esta noite? — Diane pergunta, enrolando o
cabelo em volta do dedo. Ela me dá um sorriso sedutor, e não tenho certeza de
onde está vindo. Ela sabe que estou com Grace. Minhas sobrancelhas franzem
enquanto penso no que dizer a ela.
Grace. Minhas intenções são em transar com Grace hoje à noite. A noite
toda, se eu tiver algo a dizer sobre o assunto.
— Não mais, — ela diz e sua resposta faz meu coração bater forte. Eu me
viro para olhar para ela, sem dizer uma maldita coisa ou mudar minha
expressão.
— Quero dizer, ela me disse que era tudo falso e ela nunca gostou de você
assim... era apenas para se divertir, — diz Diane em voz baixa, a mão no
gargalo da garrafa, inclinando-a sobre topo do balção. Ela sussurra,
inclinando-se mais perto. — Entendi. Você conseguiu o que precisava dela, e
ela foi para baixo por um minuto. — Ela se afasta para tomar um gole de sua
cerveja.
Meu coração parece que uma faca passou por ele, girando lentamente e,
em seguida, sendo puxado para fora. Ela nunca gostou de mim. É tudo o que
fico pensando.
De jeito nenhum. Claro que ela estava a fim de mim. Ela não mentiria
para mim. Ela iria? Eu me movo lentamente, pegando um pano debaixo do
balcão e limpando a madeira laqueada sem pensar.
Meu coração está martelando, meu sangue está fervendo. Sinto-me tenso
e pronto para quebrar.
Eu sou um idiota.
Eu escorrego para a banqueta do bar ao lado de Diane, decidindo ser
mulher. Eu quero Charlie, e pelo menos posso colocar meu coração em risco.
Diane olha para mim enquanto eu me endireito, dando-me um meio sorriso.
Colocando minha bolsa no balcão, procuro por Charlie, mas o bar está
vazio.
Ela encolhe os ombros. — Ele está por aí. Mas acho que o outro barman
está aqui agora.
Eu olho para baixo para onde minha cerveja estava quando saí e depois
para as duas garrafas vazias na frente de Diane. — Uma taça de zinfandel
branco, por favor.
Ela serve o vinho e coloca a taça na minha frente, e o tempo todo fica
quieta. Meus olhos continuam piscando de volta para as portas. Sinto que
preciso dizer essas palavras agora e contar a ele, mas não posso me forçar a
interrompê-lo.
— Tanto faz, — diz Diane. Eu sabia que ela aceitaria ofensivamente, mas
não é isso que quero dizer. Ela simplesmente bebeu demais.
Minha ansiedade volta toda vez que olho as portas duplas. Eu mantenho
minha bunda plantada bem onde estou e espero por ele.
O bar fica cada vez mais silencioso e o tempo continua até que meu
telefone me diz que é hora de fechar. Somos apenas eu e Maggie, embora ela
esteja lá atrás com Charlie agora. Olho ao redor do bar vazio e sinto vontade
de voltar lá, mas não volto. Ele sabe que estou aqui.
Alguns segundos depois, a porta dos fundos bate quando ela sai.
Ele olha para mim por um longo segundo, então estende a mão. — Venha
aqui, — diz ele, puxando-me para mais perto dele. Eu sinto o ar mudar entre
nós, e sua expressão mostra algo que eu nunca vi antes.
— Você está bem? — Eu pergunto a ele, de repente sentindo que ele está
terminando comigo. O que é ridículo, porque não há nada para terminar.
Garota estúpida. Eu sabia que isso poderia acontecer. Eu só não quero que isso
aconteça agora. Eu retiro tudo. Não vou pressioná-lo por nada. Só não me deixe
Charlie.
Eu não vou deixar ele me parar, então eu empurro contra ele com o meu
corpo, e viro para que fique de frente para o bar.
— Grace, — ele avisa, olhando para mim com um olhar que não é uma
boa ideia, mas eu não paro.
Quando corro minha língua da base de seu pênis até a ponta, ele faz um
som de desejo reprimido. Eu o tomo em minha boca, centímetro a centímetro,
mas não é o suficiente.
No meu protesto, ele apenas balança a cabeça. — Há tempo para isso mais
tarde. Eu prometo.
Então ele me coloca de pé, mudando nossas posições novamente. Ele faz
um trabalho rápido no meu vestido, puxando-o pela minha cabeça. Não estou
usando sutiã com este vestido, então meus seios nus estão expostos. Eu mordo
meu lábio enquanto ele usa as palmas; o calor se espalha pelo meu corpo.
— Por favor, o que? — Ele pergunta em voz baixa com uma pitada de
desespero. Como se ele precisasse que eu lhe contasse. Como se seu mundo
dependesse disso.
— Por favor... — Fique comigo. Esteja comigo para mais do que apenas
isso. Meu coração está desesperado para que eu diga as palavras, mas nada
sai.
O toque de seus dedos contra meu núcleo é como um fio elétrico. Ele se
inclina para beijar meu seio novamente, seus dedos persuadindo, abrindo-me
para sua visão.
Eu gemo enquanto ele beija seu caminho até minha boceta. Ele se ajoelha,
descobrindo-me com uma série de lambidas lentas que me enviam às alturas.
Ele se mexe, pressionando uma mão no topo do meu sexo, enquanto a outra
explora.
Ele está...?
Seu dedo desliza com pouca resistência. Eu sinto meu rosto esquentar
quando percebo que não odeio isso... na verdade, é... bom. Quente e cheio, mas
é tão bom. Oh meu Deus. É preciso tudo para não me mover contra seus
movimentos.
Eu explodo, voando alto em uma onda de sensação que não vai parar.
Chamo seu nome quando encontro uma liberação repentina, uma bênção ou
uma maldição, não sei.
Ele entra em mim com um golpe brutal, fazendo nós dois gritarmos. Ele
me enche completamente, me possui totalmente, rouba meu próprio fôlego.
Ele faz isso de novo e de novo. Mais e mais, ele bate em mim com toda a
sua força. Meu corpo sabe que estou vindo. Estou tremendo como uma folha.
Estou tentando ser o que ele quer, mas posso senti-lo já se esvaindo.
Ele joga o pano de lado e me pega pela cintura. Finalmente, seus olhos
verdes olham para mim e meu coração dá um salto. Sua boca levanta, meio
sorriso em seu rosto. Ele me beija, lento e terno.
— Certo, — diz ele com uma carranca. — Certo, claro. Eu vou apenas
acompanhá-la até a porta então.
Parece que ele vai discutir comigo, mas depois engole de volta. — Certo.
Te vejo mais tarde, então? — Ele pergunta.
Dou a ele um meio sorriso que não quero dizer, sentindo a divisão entre
nós. O que diabos está errado comigo?
Abro a boca para dizer a ele, mas não posso. Ele tem que trabalhar e eu
preciso ir para casa. Se eu disser alguma coisa agora, sei que vou chorar. Eu
vou ser aquela garota pegajosa que ele não queria. Em vez disso, saio e choro
sozinha no carro a caminho de casa.
A pequena Evie está de pé no colo de Joseph, olhando para mim com os
olhos arregalados enquanto enfio as ervilhas na boca.
Eu deveria ter terminado naquela noite no bar ou pelo menos dito a ela
que eu sabia o que ela disse a Diane. Eu deveria ter dito a ela não, mas eu só
queria senti-la uma última vez. Cinco dias e ela não disse uma palavra para
mim. Não veio. Ela nunca quis um relacionamento comigo.
Eu sou tão patético, preso em uma mulher que não me quer. Que nunca
me quis. Lembro-me de como ela tentou sair dessa. Eu deveria ter deixado ela.
Se eu ligar para ela, acho que ela atenderá. Se eu pedir para ela vir, acho
que ela virá.
Ela está ocupada com a promoção e eu também tenho trabalho. Eu quero
ceder e me perder em seu toque, mas está se tornando outra coisa para mim.
Eu nunca deveria ter pedido a ela para vir depois do casamento.
Tenho vergonha de dizer o quanto dói terminar com ela. Eu não quero,
mas não posso esquecer o que Diane me disse e isso simplesmente faz sentido.
Não sou o homem com quem ela quer o feliz para sempre. Nós dois sabíamos
disso desde o início.
Não quero acreditar em Diane, mas ela sabia que era falso. Ela disse essa
palavra, falso. Isso deve ter vindo de Grace. Não havia outra maneira de Diane
saber que era algum negócio estúpido de bêbado e que estávamos fingindo.
Não sei o que deu em mim com ela, mas sei que precisa acabar.
Cometi um erro, e não pela primeira vez. Mas tenho certeza de que não
vou deixar a história se repetir.
— Isso não é verdade. Mickey me disse que Grace não apareceu. Maggie
disse que acha que vocês dois brigaram.
— Ela não me quer, — enfatizo o mais gentilmente que posso com minha
mãe emocional.
— Filho, se você acha que eu não percebi que vocês eram apenas amigos
antes, deve pensar que sou uma idiota. Naquele primeiro dia em que a conheci,
eu sabia que vocês dois mentiram.
— Mãe, eu...
Ela não entende e isso me mata. Eu odeio me sentir assim. Eu odeio ver
minha mãe assim ainda mais.
— Apenas me prometa isso. Você vai dizer a ela como se sente. Como você
realmente se sente. — Ela balança a cabeça lentamente, como se concordasse
com o que quer que esteja pensando.
— Prometa-me, Charlie.
— Eu prometo, vou dizer a ela. — Quando respondo para minha mãe, não
penso muito nisso. Mas quanto mais penso nisso, mais sei que não tenho nada
a perder. Ela já se foi, isso só pode trazê-la de volta para mim.
Você está grávida, a voz do médico ecoa na minha cabeça. Parabéns,
Grace.
Quatro dias depois do suposto dia em que eu deveria ter meu período,
também conhecido como ontem, fiz xixi em um bastão e chorei. Eu disse a Ann,
cuja resposta imediata foi: você tem que contar a ele. Quase contei para minha
mãe, mas é tão cedo. Fui então ao médico que, surpreendentemente, só me
mandou fazer xixi em um bastão.
Eu tenho que contar a ele. Ann está certa. Mas como? Já faz uma semana.
Ele enviou uma mensagem ontem que precisávamos conversar. Todo mundo
sabe o que essas palavras significam e então... fiz o teste.
Como posso olhar um homem nos olhos e dizer que estou grávida quando
as palavras que saem de sua boca são que ele não quer mais me ver?
Viro à direita na minha rua, viro a esquina e fico surpresa ao encontrar
Charlie. O destino é cruel. Eu não poderia ter tido mais um dia antes de
enfrentar isso?
Respire fundo. Ele está sentado nos degraus do meu prédio. Respire fundo
e ele me vê quando eu estaciono na minha vaga de estacionamento designada.
… Também. Estou grávida e juro que não estava mentindo quando disse
que não achava que seria possível.
Merda... merda, merda, merda. Não posso dizer isso a ele. E se ele
realmente achar que sou uma mentirosa? E se ele achar que eu o usei? Oh
meu Deus, eu simplesmente não aguento isso.
Varrendo minha mão para fora, o que faz minha bolsa cair do meu ombro,
eu aponto em direção à porta. — Você quer entrar? — Meu coração está
frenético, embora externamente eu esteja tentando não demonstrar. Parece
que é um pouco tarde demais. Muitos dias se passaram. Muitas verdades não
foram compartilhadas. É aqui que tudo implode.
— Eu... eu tenho algo que eu queria dizer a você, — eu admito para ele e
leva todo o ar dos meus pulmões para fazer isso.
Charlie entra sem tirar os olhos de mim, e fecho a porta atrás de nós dois.
O clique parece mais alto do que o normal. Eu coloco minhas chaves na tigela
e penduro minha bolsa, em seguida, vou até onde Charlie está sentado na beira
do sofá.
Eu olho para ele por um segundo, então sento na cama, minha bunda
empurrando meus travesseiros.
— Sério. Mesmo que seja tudo ruim sobre mim, eu quero saber. Eu quero
que você tire isso.
Seus olhos me imploram e sei que preciso contar a ele. Não posso esconder
isso dele, não com ele aqui, perguntando o que estou pensando. Preciso ser
forte e contar a ele o que aconteceu. Eu olho para o edredom, engolindo em
seco e puxando os fios.
— Você significa mais para mim do que eu disse a você. Você faz. Você
significa muito para mim.
— Por que você... — Eu não consigo nem identificar o que ele fez ou o que
aconteceu que me fez sentir assim. — Talvez eu só tenha entrado na minha
cabeça ou...
— Não. Sinto muito, Grace. — Ele segura meu olhar, e eu sinto isso. Eu
sinto sua sinceridade. — Eu te empurrei e sinto muito. Eu também significava
algo para você, certo? Você me queria? — Ele questiona como se não soubesse
a resposta.
— Claro que sim. Eu ainda quero. Acho que nunca poderia deixar de
querer você. — A surpresa me pega em suas garras, observando o alívio rolar
por seus ombros.
Fico quieta por um longo tempo, o som do meu coração batendo cada vez
mais rápido enchendo meus ouvidos. Diga à ele. Conte a ele sobre a gravidez.
— Isso não...
— Diabos, que não importa! — Eu poderia matá-la agora. Que direito ela
tinha de ficar entre Charlie e eu?
Charlie não tem paciência para minha reação. — Ouça-me Grace. Apenas
me escute.
— Acabei de vir do médico e obviamente é cedo e... — Não sei o que dizer
quando ele me olha assim. Com aquele olhar penetrante.
Antes que eu possa fazer o que ele deseja, ele abaixa os lábios no meu
ouvido e confessa: — Quero fazer amor com você.
Nunca.
Ela se move ligeiramente, seu corpo macio ficando um pouco rígido. Posso
sentir o calor dela, mas há espaço entre nós.
Muito espaço.
— Tudo o que você quiser ouvir, eu direi. — Minha voz é plana e dura,
não deixando espaço para negociação. Seus olhos se fixam nos meus com um
lampejo de algo, algo que se foi antes que eu pudesse reconhecê-lo.
Tento firmar minha própria respiração, querendo nada mais do que tomá-
la aqui e agora, mas seus olhos estão me segurando no lugar. Eles veem
através de mim, desejando que eu lhe dê mais.
Meu coração bate forte no meu peito e eu engulo em seco, ainda segurando
seu olhar.
Ela não para, ela deixa tudo sair. — Eu te amo e se continuar do jeito que
está... Eu sei que vou deixar ser o que você quiser. Vou deixar o tempo passar.
Eu vou deixar você nunca se comprometer comigo. Estarei sacrificando algo
que talvez nunca seja capaz de ter e me arrependerei. E Charlie, eu quero esse
bebê. Sinto muito, mas também quero uma família, — ela limpa o nariz com
as costas da mão e, em seguida, sob os olhos com os dedos, o tempo todo
balançando a cabeça. — Eu te amo, mas eu quero uma família. Eu quero uma
família amorosa. Eu não quero prender você ou...
Eu a puxo um pouco para trás pelos ombros para que ela possa olhar para
mim enquanto digo: — Eu quero uma esposa, eu quero um bebê. Quero encher
minha casa com fotos dos meus filhos e a bagunça de todos aqueles
brinquedinhos.
— Não por qualquer outro motivo a não ser para ver se podemos fazer isso
funcionar? — Ela me pergunta. Bem naquele momento, eu sei como o resto da
minha vida vai ser. Ela vai estar bem ao meu lado, se eu puder fazer isso. Eu
sei com tudo em mim que vamos fazer isso funcionar. Porque ela quer isso e
eu também. É fácil entre nós. Sempre foi. Eu era a razão de estarmos
separados. Se eu der isso a ela, acabou. Eu estou acabado. Ela vai me ter
enrolado em seu dedo e engravidá-la novamente em outro momento. Eu
procuro seus olhos e tudo o que vejo é amor.
De volta à sala de estar, pego a caixa agora vazia que antes continha os
pratos. Dividindo-o eu dobro para que seja mais fácil levá-la para a reciclagem
mais tarde.
Eu acho que é seguro deixar o Mac nas mãos desse cara... certo?
Ele manda mensagens.
Ele é todo meu. Meu barman do sul sexy para bater botas.
— Parece que você vai adormecer, — ele comenta e só faz que eu saiba
que ele faria. Planta um beijo bem nos meus lábios.
— Acho que isso responde à minha pergunta, — diz ele com uma risada
áspera, piscando para mim e se dirigindo ao banheiro principal.
— Não, espere, — eu digo, puxando seu braço. — Me conte algo. Não quero
dormir sem falar um pouco.
— O que? — Eu pergunto.
Minha boca se abre e meu coração bate forte e rápido. Eu fico olhando
para ele, e ele olha para mim, a sugestão de um sorriso em seu rosto. Mas
também nervosismo. Puta merda. Não, ele não está. Arrepios explodem em
meu corpo.
— Eu não estou. Estou apenas esperando por um sinal de que você deseja
ouvir as palavras.
Eu aceno novamente.
10
Marca de pirulito com sabor de frutas, vem em forma de anel.
Sim. Essas são exatamente as palavras que quero ouvir. Aquela batida
no meu peito fica mais forte e eu o vejo puxar uma pequena caixa de veludo
preto do bolso de trás, o oposto em que o Ring Pop estava.
Ele faz uma pausa. Eu pressiono meus dedos contra os lábios. Eu não
posso acreditar que isso está realmente acontecendo.
— Está no bolso de trás há quase uma semana, Grace. Eu queria que fosse
perfeito. Eu quero que tudo seja perfeito para você. Para nós.
— Bom. Porque eu quero fazer isso com você para sempre. Eu quero tudo.
— Eu te amo, Grace.
O som das teclas batendo ecoa pela casa. Grace está ocupada no trabalho
novamente. Eu rolo na cama de lado e fico olhando para os números vermelhos
digitais, quatro e trinta e três da manhã.
A cama geme enquanto eu desloco meu peso e rastejo para fora da cama.
Minha querida está adquirindo esse hábito ultimamente. Isto começou antes
do casamento, quando ela sabia que estaria tomando intervalo.
Desde que foi promovida e passou a comandar sua própria equipe, ela
trabalha sem parar. Bem, principalmente. Mas, assim como eu, temos tempo
um para o outro.
Enquanto meus olhos viajam para sua barriga inchada, as batidas em seu
laptop param.
Eu abro meus braços enquanto ela caminha lentamente para mim, a falta
de sono parecendo atingi-la quando ela me alcança.
Seu corpo macio se molda ao meu enquanto eu a seguro e beijo seu cabelo.
O cheiro do shampoo dela faz cócegas no meu nariz enquanto eu sorrio. — Eu
acho que senti sua falta, — minhas palavras refletem meu estado de sono. —
Não consigo dormir quando você não está na cama.
Ela levanta a cabeça para olhar para mim, — Eu só queria terminar isso
antes do bebê nascer.
Meu sorriso só aumenta com a resposta dela. — Temos mais três meses,
querida.
Ela faz beicinho em resposta, e isso só me faz querer beijá-la ainda mais.
Seus lábios se abrem para dar uma desculpa, mas não a deixo dizer uma
palavra. Eu aperto meus lábios nos dela, espetando meus dedos através de seu
cabelo e aprofundando-o quando ela derrete em mim.
Um ano desde que pus os olhos nela, e não sei como vivi sem ela.
Uma risada me escapa enquanto empurro seu cabelo para fora de seu
rosto e planto um beijo casto em seus lábios.
Ela agarra minha mão e a coloca em sua barriga e nosso bebê chuta minha
mão naquele momento. É forte o suficiente para que eu tivesse me afastado se
a mão de Grace ainda não estivesse em cima da minha.
Grace disse uma vez, no jantar de domingo, que não estava dormindo bem.
No dia seguinte, minhas irmãs e minha mãe estavam aqui com todos os tipos
de travesseiros e sprays de aromaterapia. Minha mãe sabia. Ela sabe tudo.
Nunca amei minha família mais do que agora. E eu sei que Grace os ama
também.
Juntos, estamos completos; não tenho dúvidas de que era assim que
deveria ter acontecido o tempo todo.