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CHARLIE
— Ele é o homem mais lindo que você já viu. A alma dele irá
capturar você, mas não se engane, Mi Corazón. Ele usará todos os seus
poderes para atraí-la quando não houver mais nada a fazer a não ser
pegar a única coisa que você está segurando.
Já tinha passado da minha hora de dormir, mas eu não conseguia
dormir. Uma tempestade estava se aproximando e o trovão estava ficando
mais alto. Puxei as cobertas sobre mim, assustada com essa criatura de
que mamãe falou. Com o coração acelerado e a voz trêmula, ousei fazer a
pergunta que me assombrava.
— Quem é ele, mamãe?
Mamãe fez uma pausa, olhando pela grande janela. O medo passou
por seu rosto de beleza clássica. Eu não tinha certeza do porquê. Papai iria
protegê-la. Papai tinha uma arma e disse que se alguém nos machucasse,
ele os caçaria como lobos famintos.
— O grande lobo mau. — ela sussurrou.
O grande lobo mau era assustador. Eu não entendia o que eu estaria
segurando. Eu tinha apenas oito anos. Este conto de fadas não era nada
como os outros. Onde estava o final feliz? Mamãe contou essa história
como se a decorasse.
— Ele virá me buscar, mamãe?
O trovão sacudiu a casa e eu agarrei o braço dela o mais forte que
pude. Eu estava com medo, o rugido era tão alto e não queria que o lobo
mau viesse atrás de mim. Ele me assustava. Eu queria ficar com papai,
mamãe e Sissy. Quando o barulho ficou mais alto, enterrei minha cabeça
sob o braço da mamãe, tentando abafar o som horrível.
— Mamãe, estou com medo.
— Durma, Mi Corazón.
Cantarolando minha canção de ninar favorita, ela acariciou meu
cabelo para me acalmar até que adormeci em seus braços.
CHARLIE
PRESENTE
CHARLIE
Desta vez, consigo rir em vez de gritar. Faz muito tempo desde que
eu flertei com um cara, e se há alguém que vale a pena flertar é Julian
Baker.
Eu tenho um bom pressentimento sobre isso.
2
Fuck ou Duck são palavras parecidas em inglês, no caso ali o corretor trocou fuck para duck.
CAPÍTULO TRÊS
CHARLIE
Se houver uma lista das dez principais coisas que as pessoas têm
medo de fazer, os primeiros encontros devem ser uma delas.
Ao longo da minha vida, fiz muitas coisas fora da minha zona de
conforto, como bungee jumping da High Steel Bridge em Washington. É
a maior descarga de adrenalina que já experimentei, mas
provavelmente não repetirei nesta vida.
Eu fiz uma tatuagem, embora tenha pavor de agulhas, e segurei
uma cobra em um passeio pela vida selvagem, embora elas me
petrifiquem.
Cada vez que experimento um nível de desconforto por tentar algo
diferente, sempre tento me lembrar porque ultrapasso meus limites.
E agora, preciso me lembrar de como Julian é legal e o que estamos
fazendo pode ser algo incrível.
O café não está muito cheio. A corrida do almoço já passou, e as
únicas pessoas que permanecem são os viciados em café da tarde e
pessoas como eu.
Eu escolho uma mesa perto da saída, apenas no caso de tudo dar
errado e eu precisar de uma fuga rápida. No lado positivo, tem uma
janela e vista para alguns trabalhadores da construção civil. Eles são
fofos, assobiaram para mim quando passei e depois voltaram ao
trabalho cansativo de consertar a calçada.
Expirando, meus nervos relaxam, mas apenas um pouco. Pego
meu pó compacto pela centésima vez para verificar se meu batom não
está borrando meus dentes. Mordendo, eu rapidamente examino, feliz
com os resultados limpos, então guardo meu compacto.
Não é como se eu não tivesse namorado antes. Outros foram
submetidos aos meus primeiros encontros estranhos. Alguns até
passaram por várias rodadas. Alguns sortudos chegaram ao quarto e foi
aí que tudo terminou. Nikki e Eric sempre me dizem que sou muito
exigente, o que prejudica minha busca por alguém. Ambos acreditam
que tenho esse homem imaginário em minha mente, ele está sentado
neste pedestal e ninguém tem chance de derrubá-lo de seu suposto
trono.
Eu odeio que parte deles esteja certa.
E eu odeio especialmente que o pensamento dele passe pela
minha cabeça agora.
— Ei.
Julian está parado ao lado de onde estou sentada, parecendo
incrivelmente bonito em um par de jeans escuros e uma blusa polo
marrom. Sou rápida em levantar, inclinando meu corpo sobre a mesa
para beijar sua bochecha. Enquanto minha pele acaricia sua bochecha
recém-barbeada, meu estômago vibra, tornando todo o meu corpo
hiperconsciente. Seu cheiro, uma loção pós-barba masculina, paira
deliciosamente no ar.
Com a mão dele descansando no meu quadril, nós dois nos
afastamos ao mesmo tempo, nosso olhar se conectando pela força de um
simples toque. Seu sorriso brincalhão relaxa instantaneamente minha
energia nervosa enquanto nós dois nos sentamos nas cadeiras de
madeira.
Julian examina o café, olha para a porta e balança a cabeça com um
sorriso astuto.
— Eu prometo que não sou um assassino empunhando um
machado.
A porta. Esse cara conhece todos os truques individuais.
— Eu sei — eu digo casualmente, pegando o cardápio. — Gosto
da vista.
— Dos trabalhadores da construção?
— Hum, não... bem, talvez.
Julian desliza a mão para a frente, descansando-a em cima da
minha. Minha imaginação está correndo solta, me perguntando por que
me permito colocar uma guarda quando na minha frente, Julian não dá
a mínima.
— Relaxe, por favor. Eu não vou te matar, e se você começar a
assistir homens suados martelando concreto, eu ainda vou te achar
linda.
Meus ombros caem, aliviados por ele ter quebrado a tensão
estranha. Não sei o que há de errado comigo perto dele. É quase como
se eu estivesse desesperada para fazer isso funcionar de alguma forma,
com medo de que, se não o fizesse, cairia em uma espiral familiar e
lutaria para me libertar novamente.
— Devemos pedir — ele sugere. — Quanto tempo eu tenho você?
— Comigo? Quanto tempo você quiser.
Merda. Outra mentira. A pilha de trabalho na minha mesa é
astronômica, e cerca de uma hora antes de entrar aqui, Nikki jogou um
novo caso na minha mesa que ela quer que eu revise antes de sair. Estou
esperando passar a noite toda, a única maneira de me manter no
controle da minha carga de trabalho e da minha vida.
— Hum, ok, desculpe, talvez o tempo suficiente para um café com
leite?
A garçonete se aproxima e anota nosso pedido. Julian pede um
expresso e depois me dá uma breve explicação de como ficou viciado
durante sua última viagem à Sicília.
— Uau, então você viaja muito. O que você faz? — Eu pergunto.
— Jornalismo. Escrevo artigos para algumas revistas e,
ocasionalmente, para alguns dos jornais mais conhecidos, dependendo
da tendência do momento.
A garçonete volta, coloca nossas bebidas na mesa e sai
rapidamente.
— E você?
— Advogada de família — eu respondo, envolvendo minhas mãos
ao redor da xícara quente na minha frente.
— Não pensei que você fosse uma advogada, mas admiro sua
tenacidade. — Aproximando o copo dos lábios, bebe o expresso quase
de uma só vez. — Diga-me como você se tornou advogada? Existe uma
razão por trás disso? E onde você estudou?
Esta pergunta não é uma que eu não tenha feito antes. Verdade
seja dita, expliquei mais do que posso contar, colei a história em uma
camiseta, deixando de fora vários componentes que são considerados
desnecessários para reviver, especialmente para um estranho.
Começo a explicar a ele como tudo começou e como minha
infância parecia uma turbulenta montanha-russa desde as repetidas
ausências de minha mãe até que ela partiu para sempre, entregando a
meu pai os papéis do divórcio.
— Explica por que você escolheu direito de família — diz Julian,
com simpatia.
— Eu tinha visto o pior lado deles aparecer. Eles achavam que eu
não conseguia entender suas conversas adultas, mas eu sabia o que
estava acontecendo.
— Então Yale, impressionante e difícil de entrar?
— Diz o graduado de Harvard — eu provoco, dando as boas-
vindas à mudança de assunto. Julian ergue a sobrancelha, observando
com curiosidade até que percebo que revelei meu segredo. — Tudo bem,
posso ter stalkeado seu perfil no Facebook.
Suas risadas suaves aliviam meu constrangimento. Erguendo
minha xícara em direção aos lábios, tomo outro gole, saboreando a
cafeína que meu corpo tanto precisa.
— O que posso dizer? Sou uma mulher de muitos talentos — eu
me vanglorio com um sorriso.
Nós dois rimos e, embora a brincadeira despreocupada seja uma
mudança revigorante, afasto os sentimentos que rastejam até a
superfície toda vez que minha mente vaga para um tempo em meu
passado onde a escuridão prevalecia e nada, absolutamente nada,
poderia tira a dor que me consumia.
Eu limpo minha garganta, esperando que Julian não perceba
minha mudança de comportamento.
— Conheci minha boa amiga, Nicole, ou Nikki, como eu a chamo,
em Yale. Nós duas estávamos estudando direito e, depois de anos
trabalhando para alguns empregadores horríveis, demos o mergulho e
abrimos a Mason & Romano, um escritório de advocacia boutique.
— Isso é bastante arriscado e em uma idade tão jovem.
— Sim, eu sei. Eu estudava sem parar. Foi tudo o que fiz durante
a maior parte dos meus vinte anos — digo a ele, refletindo sobre as
longas horas com meus olhos em livros didáticos que levaram à visão
comprometida e ao uso de óculos durante a leitura. — Nikki e seu
marido estavam criando um filho pequeno. O malabarismo entre
paternidade e carreiras prósperas foi mais difícil do que cada um deles
esperava.
Passo a contar a Julian sobre a decisão de me mudar para a cidade.
Rocky teve a sorte de ter um contato na indústria da mídia e conseguiu
um emprego quase imediatamente como comentarista esportivo. Ele
pode falar o dia todo sobre esportes, algo com o qual já me acostumei.
Nikki e eu encontramos empregos em empresas diferentes. O
primeiro ano foi cansativo e questionei minha decisão várias vezes. Mas
em algum lugar ao longo do caminho, percebi que estava fazendo a
diferença. Eu era apaixonada por trabalhar como advogada e amava
meu trabalho, exceto por meu chefe decadente. Ignorei seus
comentários inapropriados sobre meu traje e a maneira como ele disse
que meu cabelo cheirava bem quando passei por ele. Era todo tipo de
coisa errada, e isso me deixou desconfortável.
— Felizmente, uma solução se apresentou no final da tarde de um
domingo enquanto estava no parquinho. Veio de Nikki em seu juízo final
fazendo malabarismos com a maternidade — eu digo a ele, revivendo a
memória.
CHARLIE
LEX
Não me lembro de muita coisa, apenas que ela falava alto e queria
que eu puxasse seu cabelo com mais força. Ela gostava de ser dominada,
bancando a mulher inocente implorando para ser fodida. Não gosto de
morenas, mas ontem à noite baixei a guarda. Eu fodi com ela duas vezes
antes de cair na cama e desmaiar.
Ultimamente, a tensão aumentou. Muitas coisas estão pesando em
minha mente, e desabafar geralmente resolve, mas enquanto estou aqui
sentado ouvindo o piloto anunciar nossa descida, não estou mais
aliviado do estresse.
O avião chega a Londres pontualmente. Como de costume, meu
motorista está esperando por mim no portão. Decido ir direto para o
escritório, sabendo que tenho um dia agitado pela frente. Não é uma
surpresa quando saímos de Heathrow ver que o céu está cinza, as
nuvens se formando em um aglomerado. É verão, e você pensaria que
depois de cinco anos morando em Londres, eu estaria acostumado com
isso, mas ainda sinto falta do sol constante em casa.
Nosso escritório fica no último andar e tem uma vista fantástica
do Rio Tâmisa. Tenho orgulho do que construí do nada. Anos me
esforçando para construir meu império, dedicando minha vida ao meu
trabalho e, caramba, valeu a pena. Eu sei qual é o meu patrimônio
líquido, assim como todos os outros depois que o artigo do The Times foi
publicado.
Quando se trata de negócios, não me arrependo de nada. Tomei
decisões difíceis e rápidas, assumi riscos e nunca deixei ninguém me
influenciar de outra forma. Sei que ser médico era o sonho do meu pai,
não o meu. Isso não quer dizer que eu não o respeite. Nunca conheci um
homem tão determinado quanto meu pai. Sua dedicação e compaixão
me surpreendem.
No entanto, nossas consequências anos atrás, depois que decidi
deixar a área médica e me concentrar na construção de meu império,
foram um chute no estômago que eu nunca esperei de minha própria
carne e sangue. Nenhum de nós recuaria. Minha mãe ficou arrasada,
tentando ao máximo consertar nosso relacionamento. Foi preciso o
falecimento do meu avô para voltarmos a nos falar, embora nosso
relacionamento ainda permaneça tenso, algo que escolho ignorar.
Sou filho dele e falhei com ele. Até mesmo Bill Gates argumentaria
isso em um piscar de olhos.
Entro no saguão e vejo os funcionários nervosos ao meu redor.
Isso me irrita toda vez. É melhor que eles não tenham relaxado. Lembro-
me de entrar em contato com o departamento de recursos humanos e
fazer avaliações de desempenho. Essas garotas de vinte e poucos anos
pensam que sabem tudo, mas fofocar durante o trabalho no meu tempo
não é aceitável. Porra, estou ficando mais irritado a cada minuto.
Batendo a porta atrás de mim, ando até minha mesa e pressiono o botão
de discagem rápida para a recepção.
— Gretchen, chame Kate no meu escritório, agora.
— Sim, senhor — ela se apressa.
Sento-me à escrivaninha e começo a verificar meus e-mails — a
mesma velha besteira. Honestamente, alguns filhos da puta precisam
que eu segure a mão deles para tudo. Posso ser o CEO, mas foda-se,
abaixe-se e eu limpo sua bunda também! Não cheguei ao topo jogando
pelo seguro. O estresse dessa próxima fusão está realmente começando
a me irritar. Eu não sou um homem paciente, aqueles ao meu redor
sabem disso. Anos de planejamento e adesão a um cronograma de
projeto rígido me deixaram ansioso para fechar o negócio. Preciso
seguir em frente, me distrair com outro chamado empreendimento
comercial impossível que vai compensar e aumentar a fortuna dos
Edwards.
Tentando me distrair dessa fusão, espero a chegada de Kate,
verificando o mercado de ações e analisando minhas ações.
— Bom dia, Sr. Edwards. — Kate entra em meu escritório, senta-
se à minha frente e abre seu laptop. Ela começa a ler em sua agenda,
lembrando-me do que programei para esta semana e quando. — Você
tem uma teleconferência às três horas com o Grupo Windsor sobre a
fusão, e seu voo para Nova Iorque sai amanhã de manhã às seis. Vou
acompanhá-lo neste voo, e sua permanência em Nova Iorque será até a
próxima segunda-feira. Durante esse período, você tem reuniões
agendadas com os investidores do After Dark. — Ela continua a
percorrer sua agenda, digitando enquanto fala. — Marquei uma reunião
com um corretor de imóveis comercial para procurar locais de
escritórios em potencial.
— Ah, certo, o escritório de Manhattan. — Eu suspiro, já
entediado com a perspectiva.
Não é minha ideia ter um escritório em Manhattan, mas os
investidores estão pressionando para dominar o mercado americano.
Eles insistem em uma sede na América do Norte, não apenas em
Londres, e Manhattan é o melhor lugar para isso acontecer pelas
inúmeras projeções de mercado que eles me fizeram assistir.
No começo, eu estava relutante. Londres é minha casa agora, e a
ideia de estar a uma hora de distância de minha irmã me irrita. Eu a amo,
como você amaria da família, mas ela é apenas, bem, apenas Adriana.
Deixando de lado as besteiras pessoais, faz todo o sentido e é a jogada
certa. Apenas muito trabalho e não o tipo de trabalho que me estimula.
— Sua irmã ligou para lembrá-lo de que, como você estará na
cidade na semana que vem, precisa comparecer àquele evento
beneficente.
Exatamente por isso que detesto visitar.
Adriana é como uma criança chata de cinco anos em uma loja de
brinquedos quando se trata de eventos beneficentes. Esta não será a
última vez que ouço sobre isso. Espero uma ligação em breve me
dizendo o que vestir, quem devo levar e quanto preciso doar. Foda-se,
este dia está indo ladeira abaixo rapidamente.
— Isso é tudo? — Eu pergunto, irritado com toda essa besteira
social.
— Sim, senhor.
— Vou estar ocupado. Por favor, reserve a suíte da cobertura do
Waldorf para mim. — Eu olho para cima da minha tela. — Isso é tudo,
você pode sair agora.
Ela sai correndo pela porta, fechando-a atrás de si. Admiro Kate
por tolerar minha personalidade arrogante. Originalmente, eu a
contratei como auxiliar de escritório, no entanto, rapidamente percebi
que ela não corria para as colinas como todas as outras coisinhas
patéticas aqui.
Para uma jovem de 26 anos, ela é de longe a mais madura de todas
as mulheres que trabalham para mim. Kate é originalmente de
Manchester, tendo se mudado para Londres há dois anos. No começo, eu
realmente lutei com seu sotaque e eufemismos, mas depois de morar em
Londres nos últimos cinco anos, finalmente peguei o jeito de tudo. Minha
mãe sempre menciona que meu sotaque mudou e minha irmã reclama
que eu a chamo de idiota com frequência.
Leva apenas alguns minutos antes de meu telefone começar a
tocar. Pego o telefone, olhando para a tela, debatendo se devo ou não
atender. Coloco-o contra a minha testa, desejando que pare.
— Adriana — eu respondo em um tom rígido.
— Oh meu Deus, Lex, finalmente! Sei que recebeu minhas
mensagens sobre o baile beneficente. Não se atreva a desligar na minha
cara, Alexander Matthew Edwards! Só tenho alguns minutos para
conversar.
Ela não para para respirar. Adriana é como um coelhinho da
Energizer tomando Prozac. Alguns minutos para conversar, besteira!
Espero que está chamada se arraste por uma hora, no máximo.
— Eu já confirmei seu nome na lista de convidados e tenho um
encontro para você. Não se preocupe, ela é loira como você gosta delas.
O nome dela é Brooke, e sei que você vai amá-la. — Eu posso ouvir o
traço de sarcasmo em seu tom. — Então, eu pedi um smoking para você.
Vou encontrá-lo onde quer que você esteja para deixá-lo. Ah, e a doação,
precisamos discutir isso.
— Eu posso encontrar meus próprios encontros, você sabe.
— Eu sei, querido irmão, mas Brooke é adorável, e já faz um
tempo desde que você se acalmou — diz ela, baixando a voz.
— Você sabe que eu não gosto de 'adorável'. É melhor ela ser um
pássaro em forma3.
— Um pássaro em forma? O que diabos isso significa? Se por
pássaro você quer dizer por causa dos seios, você é um idiota, Lex. No
entanto, sim, ela é um pássaro em forma. Tenho de ir, mas vou pedir à
Kate para me dar os detalhes do hotel. Amo você.
Nosso voo para Nova Iorque está programado para sair às seis. É
o voo padrão de sete horas, e graças a Deus pela primeira classe. Nunca
voaria na classe econômica.
Encontro Kate na área do portão. Ela está vestida casualmente em
comparação com seu traje corporativo normal - jeans justos, botas até o
joelho de cor bege e uma camisa branca de botão. Com seu cabelo loiro
preso em um coque e olhos azuis brilhantes olhando para mim, admito
que ela é muito atraente. Não que eu fosse lá.
Regra de ouro número um - nunca cague na sua própria porta.
— Bom dia, Sr. Edwards. — Ela dá um meio sorriso.
— Bom dia, Kate. Você está pronta para embarcar?
Ela acena com a cabeça. Pegamos nossas malas e seguimos para a
fila prioritária para embarcar primeiro no avião.
Ajeito-me no assento e pego o New York Times para ler. Kate está
ocupada digitando em seu telefone, sorrindo enquanto responde a uma
mensagem de texto - namorado, aposto. As mulheres são tão fáceis de
ler. Fazendo o possível para ignorá-la, me ocupo lendo um artigo sobre
sonegação de impostos nos Estados Unidos.
3
Fit bird é uma gíria britânica para mulher atraente.
O voo decola exatamente às seis.
Depois que estamos em altitude, os sinais de cinto de segurança
disparam, levando a aeromoça a começar a servir as bebidas.
— Bom Dia, senhor. Gostaria de algo para beber? — Ela lambe os
lábios enquanto espera pela minha resposta.
Uma ruiva. Interessante.
— Bourbon e Coca-Cola, por favor. Já faz um tempo desde que
entrei para o Mile-High Club. Eu posso precisar de instruções para o
banheiro mais tarde, senhorita... — Eu procurei por seu crachá — ...Srta.
Horne.
— E para a sua namorada? — ela pergunta.
Kate começa a rir, rudemente. Eu a encaro, esperando que ela
pare.
Por que isso é tão engraçado?
Eu sou a porra de um bom partido.
Eu sei que sou bonito. Chame-me de vaidoso se quiser, mas tenho
um metro e oitenta e dois, malho na academia todos os dias, além disso,
sou podre de rico. As mulheres se jogam em mim diariamente.
— Desculpe. — Ela ri, enxugando uma lágrima de seu olho. —
Apenas um gim-tônica, por favor.
Cerrando os dentes, eu pergunto: — Por que isso é tão engraçado?
— É só que, bem, Sr. Edwards, você não é o tipo de
relacionamento. Longe disso.
Ela para de rir, suas sobrancelhas se juntam com um olhar
preocupado.
— Eu acho que você está certa, eu não tenho namoradas ou
relacionamentos — eu admito, sabendo exatamente porque eu desprezo
o compromisso.
Graças a Deus, o bourbon está cheio até a borda. Bebendo tudo de
uma vez, minha mente errante, que tentou fazer uma viagem pela
estrada da memória, é imediatamente esmagada. Eu pressiono o botão
de chamada, precisando de uma recarga imediatamente.
— E você? Eu estou supondo que você faz. Portanto, por que seus
olhos brilham toda vez que seu telefone toca?
— Desculpe, Sr. Edwards. Esse é meu namorado, Jeff. Ele está na
Austrália visitando seus pais, e a diferença de fuso horário está nos
deixando loucos.
Falamos mais sobre há quanto tempo eles estão juntos e como se
conheceram. Kate é uma mulher interessante para conversar, sempre
com uma anedota e prende sua atenção com bastante facilidade. Falar
com mulheres, além de minha mãe e irmã, não é algo que faço com muita
frequência.
Kate sabe o que quer da vida e eu admiro isso.
Paramos de conversar, mas fico um tanto incomodado com a
conversa sobre relacionamentos. Enquanto Kate dorme ao meu lado, eu
me levanto e estico os braços, indo até o banheiro, passando pela Srta.
Horne de propósito.
Depois de uma rápida olhada, ela me segue até o banheiro na parte
de trás do avião, fechando a porta atrás de si. Então eu empurro sua
cabeça para baixo para o meu pau, finalmente liberando a tensão
acumulada dentro.
CHARLIE
CHARLIE
CHARLIE
ALEX
LEX
PRESENTE
— Sr. Edwards.
Todos na mesa se levantam, estendendo as mãos. Sacudindo cada
uma delas, eu me sento e aceno para que o garçom se aproxime. Esta é
uma das minhas últimas reuniões antes de finalmente voar na segunda-
feira de manhã, e estou ansioso para voltar para casa.
— Posso ter um café preto, por favor?
O garçom sai correndo enquanto me viro para enfrentar o Sr. Klein
e o resto de seus associados. O objetivo da reunião de hoje é discutir
nossa rede de clubes em Manhattan, especificamente o After Dark, nosso
clube mais novo e lucrativo.
Klein apresenta nossos números mais recentes e, em seguida,
investiga nosso orçamento. O clube é rentável, graças a atingir a
capacidade máxima todas as sextas e sábados à noite. Os paparazzi
enxameiam do lado de fora enquanto as celebridades o transformam em
seu novo local favorito. No geral, estou satisfeito com os números junto
com os outros clubes da Costa Leste.
Enquanto examino um papel prevendo o retorno deste ano, sou
distraído por alguém rindo em outra mesa. A risada, soando quase
angelical, se não um pouco familiar, está dificultando meu foco.
Para abafar o barulho incessante, concentro-me nas
recomendações de Klein para pequenas melhorias que podemos fazer
no clube para garantir lucro a longo prazo.
Mas então eu ouço de novo.
Viro a cabeça para a esquerda para ver de onde vem.
Uma mulher está sentada com um homem em uma mesa a alguns
metros de distância. Ele deve estar contando a ela uma história
engraçada porque a cabeça e os ombros dela estão tremendo
incontrolavelmente enquanto sua risada ecoa pelo restaurante. Este
filho da puta com certeza vai transar esta noite.
A mulher está sentada com as pernas cruzadas para o lado. Olho
para suas pernas longas, magras e bronzeadas até os sapatos. Oh, foda-
me, Louboutins. Se tem uma coisa que eu tenho fetiche são os sapatos
Louboutin. Algo sobre os gritos preto e vermelho dominatrix. Eu ajusto
minhas calças ligeiramente debaixo da mesa, sabendo muito bem que
reuniões e tesão não andam de mãos dadas.
É quase impossível não conferir o resto dela. Ela está usando uma
saia lápis cinza de cintura alta e uma blusa de seda branca abotoada o
suficiente para que eu possa ver as curvas de seus seios. Seus seios
parecem fabulosos, bonitos e cheios. Que desgraçado sortudo. Seu
cabelo está preso, e sim, claro, ela é morena. Foda-se minha vida.
— Sr. Edwards?
Klein me tira do meu torpor produzindo mais planilhas,
deslizando-as para mim. Analisando os gráficos nas folhas, minha
cabeça não consegue bloquear o barulho.
— Desculpe, Sr. Klein, você estava falando sobre margens de
lucro?
A mulher ri novamente. Eu me viro para olhar ao mesmo tempo
em que ela levanta a cabeça. Ela está usando óculos de leitura de
armação preta, muito bibliotecária. Não vá lá de novo, Edwards. Deixei
escapar um pequeno suspiro com a percepção repentina de quão pouco
profissional eu estava sendo.
Foco.
Mas algo me puxa para ela, essa força me consumindo sem
nenhuma razão ou motivo. Rapidamente, permito-me um último olhar
para esmagar essa curiosidade obscena que tenho sobre ela.
Ela se vira para olhar na minha direção, e os mais belos olhos
castanhos profundos de chocolate encontram os meus, e no segundo em
que nosso olhar se encontra, meu coração para, as batidas agora param
completamente.
Isso não pode ser.
O fantasma dos meus sonhos, minhas fantasias e, mais importante,
minhas memórias. O passado vem à tona de volta para mim como um
filme sendo repetido em minha cabeça.
Não acredito que é ela, nove anos depois.
Com uma onda de pânico, minha mente está girando com todas as
coisas que preciso dizer a ela. Esta é a minha chance, e tenho que
começar me desculpando pelo que fiz. Há tantas coisas que preciso dizer
porque nunca tive a chance de fazê-lo. Estou tão dominado por emoções
confusas, incapaz de juntar um pensamento coerente em minha mente
acelerada. Minhas palmas começam a suar, as vozes ao meu redor
zumbindo em um murmúrio baixo e incompreensível. Meus olhos
parecem estar me traindo. Isso deve ser minha mente pregando peças,
mas quando me concentro mais uma vez, é inegável que tudo o que vejo
diante de mim é de fato a mulher que um dia amei.
Ela olha duas vezes, em pânico, os olhos arregalados e as
bochechas coradas. Inclinando-se para o homem sentado à sua frente,
ela murmura algo antes de se levantar da cadeira.
Klein ainda está falando, e rápido para interrompê-lo, eu me
desculpo abruptamente, desesperado para segui-la para o que eu
suponho ser o banheiro. Seu ritmo é rápido, entrando e saindo dos
garçons servindo, tornando difícil para mim alcançá-la. Eu aumento
meus passos até que eu esteja apenas a um braço de distância.
— Charlotte, espere.
Eu sei que ela me ouviu, mas ela não se vira. Esticando-me para a
frente, agarro seu braço, imediatamente atingido pela familiar onda de
eletricidade que me atravessa quando a toco - o quanto desejo isso, o
quanto meu corpo sente falta dessa sensação. Fechando os olhos por um
milissegundo, me permito me perder nessa sensação.
Congelado no local, seu corpo enrijece. Lentamente, ela se vira
cautelosamente para me encarar. Seus olhos antes amorosos se
transformam em fogo, seu sorriso e risada não são mais aparentes.
Sacudindo o braço do meu aperto forte, ela consegue se afastar, apenas
para cruzar os braços sob os seios.
Oh merda, não, não, não, agora é tudo que eu posso ver.
Meus olhos, incapazes de se afastar, admiram a bela visão -
redondos, volumosos - e como eu quero desesperadamente alcançá-los
e acariciá-los.
No entanto, apesar de ser atraído por seu corpo, o fogo em seus
olhos me perfura, me avisando do que está por vir.
— Charlotte, por favor... — Eu imploro novamente.
Assim que seu nome sai da minha boca, ela aperta o maxilar, um
olhar de dor seguindo enquanto a cor se esvai de seu rosto. Seu silêncio
gelado me dá a chance de examinar o que está diante de mim,
conectando minhas memórias ao momento presente.
Ela é alta, claro, os escarpins que ela usa dando sua altura. Meus
olhos se desviam para seus braços, notando o bronzeado realçado pela
blusa branca que ela usa. Seu cabelo está preso em um coque apertado.
Com uma dor de desejo, quero tirá-lo, deixá-lo escorrer por suas costas,
do jeito que me lembro dela.
Enquanto meu olhar vagueia de volta para seu rosto, é evidente
que minha memória permaneceu fiel ao passado com nada mudando
além dela usando um pouco de rímel acentuando seus longos cílios, uma
característica de sua herança cubana.
E porque sou um guloso de castigo, permito-me ser atraído para
sua boca. Inconscientemente, meus olhos se suavizam sobre seus lábios
cheios e deliciosos cobertos por um batom vermelho rubi. Minha boca
fica úmida, lembrando do gosto dela quando nossas línguas lutavam
febrilmente perdidas em um beijo profundo.
Mas nada tem chance contra os profundos olhos castanhos
chocolate olhando para mim, que completam a beleza perfeita em toda
a sua essência. Me capturando e fazendo meu coração bater tão rápido,
eu podia jurar que ele saiu do meu peito no segundo que eu a vi. Ela se
tornou essa mulher linda, ainda mais do que a garota que deixei para
trás.
— Eu procurei por você depois que você partiu — digo a ela, meu
tom de voz desesperado. Deixando cair o queixo no peito, as palavras
parecem frívolas quando a dor é tão profunda. Nunca fico sem palavras,
e esse sentimento avassalador de vergonha está me despedaçando,
ofuscando minha personalidade normal e confiante.
— Obviamente não forte o suficiente — ela retruca com raiva.
Meus olhos disparam de volta para encontrar os dela, pegos de
surpresa pelo tom irritado. Eu sabia que minha saída abrupta iria
machucá-la, mas éramos jovens. Você deveria superar essas coisas. Que
irônico pensar nisso, porque basta olhar para ela e sei que está longe de
terminar.
— Podemos, por favor, ir a algum lugar e conversar? — Eu
imploro.
Nunca sou de implorar por atenção, muito menos de uma mulher,
mas quero que ela saiba o quanto sinto muito. Preciso de uma chance de
explicar o que aconteceu, para ela entender meu motivo de deixá-la para
trás.
— Alex, não há mais nada a dizer. Foram anos atrás, uma aventura
do ensino médio. Está tudo no passado. Eu realmente preciso voltar.
Ela me chamou de Alex.
Ninguém mais me chama assim.
Sou conhecido como Lex no mundo dos negócios por causa do
meu comportamento implacável. Eu fui comparado ao de Lex Luthor. Ao
ouvir um bando de estagiários me chamar assim uma vez, em vez de
demiti-los, gostei que eles tivessem medo de mim. Não muito tempo
depois, exigi que minha família parasse de me chamar de Alex porque
era uma sombra de quem eu costumava ser.
Não sou mais o Alex Edwards que ela conhecia. Mas este não é o
momento de corrigi-la porque suas outras palavras persistem, uma
aventura do ensino médio.
Charlotte tenta passar por mim, mas agarro seu braço novamente.
Ela não se vira. Em vez disso, ela fica completamente imóvel, de costas
para mim.
— Ele é seu namorado?
Não sei por que pergunto, talvez seja o sádico que há em mim. Eu
sei que vai enfurecê-la, mas o filho da puta estava em cima dela, e
sabendo que é ela agora, eu quero voltar e bater nele. Arrastá-lo para
fora deste lugar e exigir que devolva o que me pertence.
— Com licença? — Ela se vira abruptamente, olhos ardentes com
as narinas dilatadas como um touro pronto para atacar. — Primeiro de
tudo, você não tem o direito de me perguntar isso. Não é da sua conta
quem eu estou fodendo, Alex.
Meu sangue ferve quando as palavras ricocheteiam como balas
espirrando contra meu ego machucado. E daí, ela está transando com
ele? Ela se transformou em uma mulher de coração frio fodendo homens
sem apego?
Estou perdendo o controle, pronto para me aproximar e mostrar
a quem diabos ela pertence, mas quando inclino minha cabeça para
acalmar a tempestade dentro de mim, o brilho de um grande diamante
chama minha atenção.
Meus olhos se arregalam, meu estômago se contorce em um nó
angustiante enquanto meu coração bate forte enquanto minha
adrenalina aumenta. Sem hesitar, puxo sua mão para mim para ter
certeza de que o que estou vendo é realmente um anel em seu dedo.
— O que é isso? Você está noiva?
Ela permite que sua mão permaneça por um momento, mas então,
com força, ela a puxa de volta. Seu rosto parece um pouco culpado, então
rapidamente se transforma em raiva.
— Julian é meu noivo.
— Seu noivo? Então, você vai se casar com aquele idiota?
— Típico Alexander Edwards. É tudo sobre você, certo? Lembre-
se, você me deixou sem um adeus, sem uma explicação. Eu segui em
frente assim como você fez com ela. Adeus, Alex. Tenha uma ótima vida.
Eu afrouxo meu aperto, atordoado por suas palavras enquanto ela
volta para sua mesa. Descansando minhas costas na parede, eu fecho
meus olhos por um breve momento para comprimir a raiva que me
consome. Meu pulso está acelerado e minha visão está nublada
enquanto as batidas dentro da minha cabeça estão dominando meus
pensamentos normalmente racionais. Com meu coração ainda batendo
irregularmente à beira da combustão, meus pés se movem por conta
própria de volta para a minha mesa. Eu preciso terminar esta reunião
agora.
Mas como uma força da natureza, sou atraído de volta para ela
novamente, incapaz de me afastar. Charlotte se senta antes de se
inclinar, sussurrando algo em seu ouvido. Ele coloca algumas notas em
cima do porta-cheques preto e os dois ficam de pé. Ela pega sua bolsa e
começa a caminhar em direção à porta principal. Por uma fração de
segundo, seus olhos encontram os meus e, sem dúvida, algo se passa
entre nós.
O mesmo olhar que trocou entre nós nove anos atrás.
O cara pega a mão dela, segurando-a com firmeza.
Minha raiva está à beira novamente, perdendo o controle, meu
temperamento levando a melhor sobre mim. Preciso dar um jeito de
falar com ela, ficar a sós com ela e ter aquela chance de explicar tudo.
Tenho certeza de que se ela souber meu lado da história, vai me perdoar,
entender meus erros e arrependimentos.
Em um momento de clareza, tudo começa a fazer sentido.
Eu comando o mundo dos negócios, estou no topo do meu jogo.
Tenho tudo o que quero, pelo menos tudo o que pensei que queria.
Agora, está diante de mim, a única coisa que eu nunca soube que
desejava mais do que a própria vida.
A única coisa pela qual eu desistiria de tudo o que possuo.
Não é mais fruto da minha imaginação.
Eu a toquei, senti aquela onda que nenhuma outra mulher nesta
vida me fará sentir.
É Charlotte quem estava desaparecida o tempo todo, e agora não
vou parar até que ela seja completamente minha.
CAPÍTULO ONZE
CHARLIE
Eric puxa minha mão para ele tão rápido que meu corpo se joga
para frente, colidindo com o dele.
— O-M-G4 — Eric grita como uma hiena alucinada.
Depois de recuperar a compostura, permito que ele examine o
anel de diamante que adorna meu dedo, lembrando-me de como tudo
isso é surreal.
— Charlie, este é um diamante lapidação princesa Harry Winston.
Eu preciso de uma reprise total. O que você estava vestindo? O que ele
estava vestindo? O discurso... ah, ele se ajoelhou? — Recuperando o
fôlego, ele se senta na cadeira, cruzando as pernas em antecipação.
Repasso a noite inteira para ele e até reenceno a parte do pedido
de casamento, ficando de joelhos, o que foi interrompido quando Nikki
entra.
Ela balança a cabeça, apontando para Eric sair da sala. — Charlie,
acho que devemos conversar sobre isso.
— Seja o que for, Nikki, pode ser dito na frente de Eric. — Eu rio
quando Eric encolhe os ombros, rindo comigo.
— Tudo bem, faça do seu jeito. Você não acha que deveria
conhecê-lo um pouco mais, em vez de se casar? Quero dizer, qual é a
pressa? Você só está namorando, o que... três meses?
Eu vi isso chegando, é claro. A reação da maioria das pessoas será
a mesma, mas quem são elas para julgar o que nós dois temos? Eu o amo,
é isso que importa. Eu não preciso justificar isso, não para ninguém.
4
Significa oh my god - em português oh meu Deus.
Engraçado, porém, tenho adiado contar a mamãe e papai, sabendo que
a reação deles será exatamente a mesma.
— Vamos, Nikki, você o conheceu. Ele é um cara legal.
— Charlie, um cara legal não significa que você tenha que
caminhar até o altar com ele. Apenas aproveite-o... por enquanto.
— Eu o amo — atiro de volta, defensivamente.
— Eu sei, mas é o suficiente?
A pergunta dela mexe comigo. Eric fica olhando para nós duas com
os olhos arregalados como se estivesse assistindo a alguma cena de The
Real Housewives of Beverly Hills. Nikki fica parada ali, de braços
cruzados, batendo o pé. Seu olhar habitual, que normalmente não tem
nenhum efeito sobre mim, me intimida neste momento.
— O que isso deveria significar?
— Olha, Charlie, tudo o que estou dizendo é que sim, Julian é um
cara fantástico, mas você não acha que está se precipitando nisso? É
quase como se fosse apenas para seguir em frente…
Acalmando meus movimentos, minha expressão não vacila
quando ela para. Eu sei que seu interrogatório sobre minhas ações é
alimentado por minha resistência em me estabelecer com qualquer
homem antes de Julian. Meu passado é desconhecido para ela e todos os
outros, exceto Finn. De vez em quando, durante um discurso bêbado, eu
derramava informações sobre a adolescência, mas sempre que era
pressionada, me fechava imediatamente.
É o meu passado, portanto, deve permanecer exatamente assim,
no passado.
Não sou a mesma Charlotte Mason, aquela ingênua colegial tão
disposta a dar seu coração apenas para ser mastigada e cuspida como
um pedaço de carne crua. As coisas mudaram, as pessoas mudaram.
Estabelecer-se na minha idade é bastante comum e não é algo para se
chocar.
— Eric, posso falar com Nikki em particular?
Com uma mistura de desgosto e mágoa no rosto, ele sai pela porta,
mas para na minha mesa para pegar um punhado de M&Ms que guardo
em uma grande jarra de vidro. Quando a porta se fecha, concentro minha
atenção em Nikki. — Você é a primeira a dizer como sou exigente, que
nunca dou chance a nenhum cara. Então aqui estou eu dando uma
chance a esse cara maravilhoso, e você tem a coragem de me dizer que
estou cometendo um erro?
— Não, eu simplesmente perguntei por que a pressa. Você está
grávida ou algo assim?
— Não! — Eu deixo escapar.
— Então, eu não entendo.
— Você não precisa entender. Tudo que você precisa fazer é ser
minha amiga. Eu o amo, ele me ama. O tempo não significa nada quando
você sabe que é o certo.
— E é?
Essa discussão de vaivém não é diferente de quando vamos ao
tribunal. Nikki está bancando a advogada e eu estou sendo julgada.
Hesito, tentando encontrar as palavras certas que sejam boas o
suficiente para ela, para que ela entenda.
— Você sabe o que dizem, 'a hesitação é um produto do medo'. —
ela cita.
— Ou talvez eu esteja apenas tentando encontrar as palavras
certas, para que você pare de me importunar com isso.
Os braços de Nikki caem moles enquanto ela suspira desanimada,
seus ombros caídos enquanto ela abaixa a cabeça e olha para o chão.
Após um momento de silêncio, ela endireita a postura e encontra meu
olhar. — Charlie, eu não estou reclamando. Você é minha melhor amiga.
Eu só quero o melhor para você. Me desculpe, eu não deveria ser tão
crítica. Agora me mostre esse maldito anel. Oh, espere um segundo… —
seus lábios se curvam para cima em um sorriso sarcástico — … me faça
um favor e abra sua porta?
Eu sei sem perguntar por que ela quer que eu faça isso. Andando
na ponta dos pés até a minha porta, eu a abro rapidamente quando um
chocado Eric cai no chão com um copo de papel.
Enquanto Nikki e eu caímos na gargalhada, um Eric um tanto
desgrenhado se levanta, limpando sua roupa perfeitamente passada.
— Senhoras, este é um terno Armani.
— Você precisa de um copo, Eric, não de um copo de papel. Um
erro de principiante.
Estou prestes a sair do meu escritório para almoçar com Julian
quando Eric entra despercebido, pulando para a minha mesa como uma
menina de cinco anos. Tudo o que está faltando são as tranças.
— Adivinha? Você vai me amar tanto! — ele grita. — Na quinta à
tarde, Carolina, estilista, vai ao seu apartamento.
— Feche a porta da frente! Mas por que?
— O baile de caridade, boba.
— Sem chance! — Eu me levanto, pegando os ingressos de sua
mão.
Há seis ingressos para o Baile Anual de Caridade de Nova Iorque
para aumentar a conscientização sobre crianças órfãs. Esses bilhetes são
como pó de ouro. Estou sem palavras. Tudo o que consigo articular é a
palavra como.
— Vamos apenas dizer que papai me deve muito depois que ele
acidentalmente deixou cair o anel de corte Asscher de dez quilates da
mamãe no ralo e me fez entrar de cabeça para baixo, bunda para cima
para pegá-lo.
Eric vem de uma família rica. Seus pais fazem parte de uma família
de elite que remonta a gerações. Surpreendentemente, Eric quer
conseguir um emprego e não trabalhar para o pai. Algumas vezes que
falamos sobre isso, Eric mencionou que a turma de seu pai não é tão
receptiva ao seu estilo de vida homossexual.
— Puta merda, E! Nikki também pode fazer ajustes?
— Claro, mas quero estar presente quando os peitos dela não
caberem nos vestidos e ela começar a xingar a Carolina.
Nós dois rimos do pensamento. As meninas são grandes, mas não
há ninguém reclamando além dela. Rocky até tem nomes para elas -
Dolly e Pamela.
— Ela está trazendo a linha de outono da Dolce & Gabbana?
— Pode apostar. — Ele pisca.
— Então, vou pedir a Julian para ser meu acompanhante. — Eu
olho para Eric, esperando que ele entenda.
— Querida, estou feliz que seu jardim esteja sendo regado — ele
diz, fazendo círculos com os dedos enquanto aponta para minha virilha.
— Emma será meu par. Temos tudo planejado. Agimos como um casal,
então podemos andar por aí explorando o potencial. Então, no meio do
caminho, ela espirra champanhe em mim e me diz que, embora eu seja
um amante fantástico com o maior pau que ela já viu, ela está cansada
do meu jeito workaholic. É então que esperamos que alguém apareça,
me revistando, dizendo que posso fazer melhor do que ela. Começamos
a conversar e, antes que você perceba, estamos escolhendo padrões de
porcelana na Williams-Sonoma.
— Isso é algum plano. O que Emma ganha com isso? — Eu
pergunto, tentando conter meu riso.
— Ela pode passear comigo, o amante fantástico.
Pobre Emma. Sei muito bem como o poder de persuasão de Eric
pode causar problemas.
É meio-dia quando finalmente vou até aquele novo restaurante
japonês na esquina. Entro pelas portas giratórias, localizando Julian
imediatamente.
— Ei linda. — Seu rosto se ilumina quando ele se inclina,
beijando-me suavemente nos lábios. Ele cheira tão masculino. Eu queria
perguntar a ele o que ele usa, para que eu possa ir para Bloomingdales
com Eric e borrifar tudo em mim como uma perseguidora enlouquecida.
— O que, sem capa?
Com um sorriso malicioso, ele inclina a cabeça fazendo aquela
coisa sexy com os olhos. Quero dizer, sério, estou imaginando coisas
selvagens envolvendo capas, máscaras, cintos - tudo na bat cravena.
— Está na lavanderia — ele responde brincando.
Julian pega minha mão, levando-nos a uma mesa que ele reservou.
Ele desliza meu blazer pelos meus ombros, passando a mão pelo meu
braço. Eu posso sentir arrepios se formando. Este homem vai ser meu
marido. Apesar de minha discussão anterior com Nikki, aprecio a ideia
de ser sua esposa.
Percorremos o menu discutindo nossas opções antes de nos
decidirmos pela escolha do chef do dia. Conversamos sobre o trabalho e
sei que preciso convidá-lo para ser meu acompanhante no baile
beneficente no sábado à noite, encerrando o assunto.
A comida finalmente chega e nós devoramos cada garfada.
Avaliação de cinco estrelas de mim. Não sei como Eric escolhe isso todas
as vezes. Seu gaydar é perfeito quando se trata de comida e moda.
Há um momento de silêncio, minha deixa para acabar logo com
isso. Estou tão hesitante. Agora, ele estará presente neste importante
evento como meu noivo. Quase como se pudesse sentir minha hesitação,
ele leva minha mão aos lábios e beija meu anel de noivado. Eu sinto meu
corpo relaxar apenas com seu toque.
— Eu amo este anel em você — ele murmura.
— Eu amo que você ama este anel em mim.
Colocando minha mão para baixo, ele mostra seu sorriso perfeito
antes de dar uma mordida em sua comida.
— Então, há essa coisa no sábado à noite. Eu estou querendo
saber se talvez você possa estar interessado em ir comigo? Eu sei que
você disse que odeia se misturar com a elite, a menos que seja para um
furo de reportagem...
— O baile de caridade? — ele pergunta, tentando manter uma
cara séria.
— Hum, sim, como você sabia?
— Eric já me preparou um terno. Eu só estava esperando para ver
quanto tempo eu teria que esperar antes de você perguntar. — Ele ri.
Pego meu guardanapo, dando um tapa no braço dele. — Eu não
posso acreditar em você! Então, todo esse tempo eu estava nervosa por
nada? — Eu rio da minha própria estupidez.
— Sinto muito, é só que você parecia tão fofa toda nervosa e
inquieta. Achei que era por causa do anel. — Ele pega minha mão,
lentamente beijando meus dedos. — Não se preocupe, recebi meu
castigo. Você sabia que Eric me fez experimentar vinte ternos ontem? Eu
não estou exagerando. E ele me fez andar para cima e para baixo na loja,
posando no que só pode ser descrito como a pose de Blue Steel de
Zoolander.
Comecei a rir de novo. Isso é tão Eric. Eu o vi fazer isso com Rocky
mil vezes. Ele canaliza seu Tim Gunn interior. É fácil, a coisa mais
engraçada de todas.
— Oh, Julian, eu sei... oh... isso é hilário. Sinto muito — eu tropeço,
incapaz de conter o riso.
— Então ele continuou dizendo: 'Faça funcionar, pessoal!' Nesse
ponto, eu estava tipo, 'Que pessoal? Sou só eu.'
Estou prestes a fazer xixi nas calças, e a parte mais engraçada é
que me lembro de como Eric fica sério quando diz isso, parado ali com
os braços cruzados.
Minha cabeça cai para trás, o riso contagiante entre nós. Julian é
bom em não se levar muito a sério, é outra coisa que adoro nele.
— Você fica tão linda quando ri, Charlie. Faça cinco.
— Cinco o quê?
— Crianças.
Desta vez, eu relaxo. Isso não me apavora. Este homem é perfeito
e eu quero seus filhos, todos os cinco. Quem se importa com o que as
outras pessoas pensam sobre nos movermos rápido demais? Quando
está certo, está certo. Nada vai ficar no nosso caminho, e vou me
certificar de que continue assim.
— Ok. Cinco — eu concordo, levantando minha taça para tomar
um gole de vinho. — Mas você percebe que nossa vida sexual será um
surto de rapidinhas aleatórias em silêncio? Pelo menos é o que Nikki
vive me dizendo.
Seu sorriso se alarga. Ele me puxa e me beija tanto quanto você
pode beijar uma pessoa em um restaurante lotado sem ser convidado a
sair.
— Eu te amo, Charlie Mason, mãe dos meus futuros cinco filhos.
Um calafrio percorre minhas costas — uma sensação estranha,
como quando você sabe que está sendo observada, ou quando está
observando caçadores de fantasmas e está tentando não cagar nas
calças porque pode sentir uma presença na sala. Acalmando-me,
examino meus arredores. À minha direita está um casal discutindo. Eu
posso dizer que é sobre outra mulher, as palavras 'pau ambulante' são
ditas alto o suficiente para as pessoas atrás de mim se virarem e
olharem. Desvio meus olhos diretamente para Julian, onde alguns
turistas japoneses estão segurando sushi em pauzinhos contra a luz,
examinando os pães. É engraçado até que uma senhora mais velha olha
para mim, balançando a cabeça em desapontamento. Entediada com
eles, então olho para a minha esquerda.
Com um olhar incrédulo, minha postura de repente endurece,
cada músculo do meu corpo ficando rígido. Minha cabeça começa a girar,
suores frios surgindo sob minha blusa larga. Pisco os olhos, implorando
para que essa alucinação siga seu curso.
Mas isso não acontece, e olhando diretamente para mim estão
aqueles olhos, aqueles olhos esmeralda.
Isso não pode estar acontecendo, não aqui, não agora.
De repente, começo a entrar em pânico, meu peito aperta
enquanto minha respiração fica mais rápida, sufocando minha
capacidade de respirar. Meu estômago dá um nó, a vontade de vomitar
persiste com todo o resto. Isso é fruto da minha imaginação. Tem que
ser.
— Você me daria licença? Eu preciso usar o banheiro.
Eu me levanto da minha cadeira tão rápido que quase tombo e
caminho direto para o banheiro, evitando contato visual com qualquer
pessoa, mantendo minha cabeça baixa. Eu o ouço chamar meu nome e
tento ignorá-lo, a adrenalina corre por mim a cada passo que dou.
Mãos agarram meu braço, e essa onda me choca, fazendo-me
choramingar levemente. Apenas seu toque já me fez sentir assim, e
contra o meu melhor julgamento eu me viro para enfrentar meu
demônio.
— Eu procurei por você depois que você partiu — diz ele, sua voz
me assombrando enquanto ele fala.
É ele? Seu sotaque é virtualmente britânico, há apenas um leve
toque de americano. Isso não soa como ele. Por que ele teria um sotaque
britânico? Estou sem saber o que dizer. Ele me procurou? Não é
impossível me encontrar.
A fúria está borbulhando dentro de mim como uma tempestade
furiosa pronta para lançar um raio no céu. Minhas bochechas queimam,
sem dúvida coradas enquanto luto para conter minhas emoções. Eu
tinha imaginado como seria esse momento mil vezes, cada vez que o
discurso se tornava mais e mais longo. Eu quero que ele sinta dor, para
marcá-lo como ele fez comigo. Eu quero quebrá-lo, mas minha língua
está amarrada. As palavras não se formam, e deixo escapar a primeira
coisa que me vem à mente. — Obviamente, não forte o suficiente!
Alex estreita os olhos, confuso e quase sem palavras. Nunca pensei
que em um milhão de anos nossos caminhos se cruzariam novamente.
No entanto, aqui estou eu, com raiva e magoada, mas acima de tudo,
tentando ignorar o quão bonito ele ainda é.
Ele está se elevando sobre mim em um terno preto, camisa branca
e gravata azul escura. Seu cabelo está exatamente como eu me lembro,
cor de bronze, embora cortado um pouco mais curto e penteado para o
lado. Meu olhar vagueia para seu rosto perfeitamente esculpido com um
maxilar forte, bem barbeado, mostrando sua pele bronzeada. A
esmeralda em seus olhos brilha enquanto ele continua a olhar para mim
como se estivesse procurando por algo.
Ele quer 'falar', mas não há mais nada a dizer.
As palavras não podem apagar o que talvez pareça uma vida cheia
de mágoa e tristeza.
Nego o que éramos há nove anos porque desta vez é mais fácil
afastá-lo.
Por um momento, acho que ele mudou enquanto conversamos,
que talvez tenha amadurecido e superado o que éramos. Talvez ele só
queira dizer olá e ser civilizado - isso é até ele mencionar Julian.
Agindo defensivamente, tentando proteger meu relacionamento
recém-descoberto, atiro de volta para ele com uma enxurrada de
comentários ofensivos.
Eu quero que ele sinta a dor que eu senti por anos.
Eu quero que ele entenda quanta dor ele me causou.
E mais do que tudo, quero gritar com ele por tudo que ele me fez
passar.
Mas, em vez disso, digo um simples adeus e vou embora.
Meu coração afunda quando uma onda de culpa toma conta de
mim.
Acabou, Charlie, digo a mim mesma. Está tão acabado.
Cerrando meu maxilar sem saber, eu rapidamente esboço um
sorriso, tentando o meu melhor para não mostrar a Julian o quanto estou
com raiva, mas estou completamente abalada. Mal consigo voltar, muito
menos pensar em terminar minha refeição. Preciso sair daqui agora.
— Você está bem, linda? Você parece um pouco corada.
Julian coloca um pouco de água no meu copo e, de repente, minha
garganta fica muito seca. Eu bebo o copo inteiro de água, a sensação de
náusea ainda revirando na boca do estômago.
— Estou bem. Eu quase tropecei na bolsa desta senhora que ela
tinha no chão, mas me recuperei sem muito constrangimento. — Dentro
da minha mentira, eu forço um sorriso novamente. — Você se importa
se nós saímos? Esqueci que tenho uma reunião com um cliente em uma
hora para a qual não me preparei.
— Claro que não, linda.
Eu me ofereço para pagar a conta, mas ele recusa, coisa típica de
homem, claro. Começamos a nos afastar da mesa e, por uma fração de
segundo, meus olhos encontram os dele.
Aqueles olhos que me perseguem durante o sono.
Aqueles olhos dos quais não consigo escapar, não importa o
quanto eu tente.
Aqueles olhos que roubaram meu coração e nunca o devolveram
de verdade.
Aqueles olhos que pertencem ao primeiro e único Alexander
Edwards.
Vê-lo novamente me leva de volta a lugares que jurei nunca mais
voltar, a dor que não me permito mais sentir. Por que a vida quer jogar
uma bola curva gigante quando está apenas começando a parecer certa?
Eu sou a pessoa parada no meio da multidão, e a única a ser cagada por
um pássaro voando.
Isso resume minha vida em um pacote legal.
No entanto, não consigo tirar da minha cabeça a aparência dele, o
jeito que ele soa, o jeito que ele cheira. É tudo surreal como se eu
estivesse sentada no DeLorean de De Volta para o Futuro, voltando nove
anos atrás, e lá estou eu de novo. Lá está ele de novo. Como isso
aconteceu? E apenas um dia depois que Julian me pediu em casamento?
Passei a tarde toda atordoada, incapaz de me livrar do que
aconteceu antes. Tento me ocupar com o trabalho, mas é inútil. Por volta
das quatro horas, Nikki invade meu escritório e sabe imediatamente que
algo está errado.
— Ok, cuspa. O que você tem?
— Nikki, algo aconteceu hoje — eu abafado com minha cabeça
enterrada em minhas mãos. — Eu realmente não queria mencionar isso,
mas está me consumindo por dentro.
— O que é?
Levanto a cabeça, respirando fundo. — Encontrei um ex enquanto
almoçava com Julian.
— Parece estranho.
— Sim, foi, mas é mais do que isso. Eu realmente não posso
explicar isso. Há muita história entre nós e terminamos em más
condições.
— Espere, este é o Alex? — ela questiona, apreensão em seu tom.
— Sim... mas como você sabe o nome dele?
— Querida, eu te conheço há oito anos. Naquela época, eu poderia
lhe dar uma lista de caras com quem você esteve, nenhum deles,
acredito, era alguém especial. Exceto na faculdade, tudo o que você
falava enquanto dormia era sobre esse tal de Alex. Eu sabia que havia
algo ali, mas nunca perguntei. Achei que, se você quisesse falar sobre
isso, falaria.
— Eu não sabia que tinha feito isso — eu sussurro, surpresa. — É
estranho, eu nunca em um milhão de anos esperei encontrá-lo. Agora
que fiz, tenho tantas perguntas que preciso responder. Eu odeio ter
demorado uma eternidade para seguir em frente, e agora essa ferida se
abriu novamente.
— Parece-me que você precisa de um encerramento. Você
conseguiu o número dele?
— Não. Isso me pegou de surpresa. Eu disse algumas coisas, não
coisas legais. Eu preciso esquecer isso, certo? Em uma cidade com tanta
gente, quais são as chances de encontrá-lo novamente?
— Eu não sei, um milhão para uma. Charlie, você obviamente tem
sentimentos não resolvidos. Você não pode ter um futuro com Julian se
não resolver seu passado.
Eu entendo o que ela está tentando dizer, mas pensei que tinha
deixado o passado para trás. Nikki me conhece muito bem.
Colocando o braço em volta de mim, ela me lembra de nossa prova
amanhã à noite, tirando minha mente dos eventos de hoje por um
minuto.
Está tão acabado entre Alex e eu.
Assim como Nikki disse - quais são as chances de encontrá-lo
novamente?
Um milhão para uma.
CAPÍTULO DOZE
CHARLIE
LEX
PRESENTE
CHARLIE
CHARLIE
LEX
CHARLIE
A corrida de táxi de dez minutos até After Dark se arrasta pelo que
parece uma vida inteira.
A culpa, a traição e a indiscrição momentânea pesam sobre meus
ombros como um peso de chumbo. Foi só um beijo. Não significa nada, e
ele o iniciou. Eu me afastei. Portanto, eu não deveria me sentir culpada.
Sério, Charlie?
Estudei direito em Yale. Quão estúpida eu posso ser? O problema
não é meu cérebro. O problema é meu coração puxando-o, guiando-o na
direção errada. Posso praticamente ouvir o GPS na minha cabeça me
dizendo para fazer o retorno o mais rápido possível.
Eric não demora muito para quebrar o silêncio desconfortável. Ele
mantém a voz baixa enquanto Emma se senta na frente falando alto em
seu telefone.
— Ok, Charlie, você vai me contar sobre Lex? O suspense está me
matando.
Eu posso ouvir a expectativa em sua voz, mas eu só quero
esquecer que esta noite aconteceu. Essa montanha-russa emocional está
se tornando cansativa, e estou exausta com as voltas e reviravoltas,
querendo desesperadamente sair desse inferno.
Toda vez que vejo Alex, uma onda de raiva me consome por
inteira. Raiva por me deixar para trás, por escolhê-la, mas
principalmente porque meu coração anseia por ele, esquecendo-se da
cicatriz gigante que deixou no meio.
O beijo se repete em minha mente, seu desespero através de sua
natureza enérgica. Então a culpa toma conta de mim, e agora estou de
volta à estaca zero, novamente.
— Não há nada para contar. Namoramos no ensino médio.
— Então, quando você diz 'namorou', você estava apaixonada por
ele? Por que você se separou?
Esse é o tipo de conversa que precisa acontecer com uma garrafa
de tequila, pacotes intermináveis de Hershey's e uma caixa de lenços de
papel, e não no fundo de um táxi. Eric não desiste, sempre teimoso e
impaciente, então dou a ele a melhor resposta que posso, mas
conhecendo Eric, ele continuará seguindo sua linha de questionamento.
De frente para a janela, engulo o caroço na minha garganta, meus
ombros caídos enquanto me atrapalho com minha bolsa.
— Eu pensei que estava apaixonada por ele, mas eu era apenas
uma criança. Eu não sabia o que era o amor. Nós nos separamos e eu fui
para a faculdade.
— Ok, mas, querida, ele é lindo de morrer. Você não quer bater
nessa bunda de novo?
Aqui vamos nós. Eric tende a ficar todo dramático quando bebe
muito champanhe. Isto é apenas o começo.
— E, ele pode ser lindo, mas veja, ele é apenas outro CEO
importante. Seu ego é tão grande que tem seu próprio suprimento de ar
e deveria vir com um aviso do governo e, francamente, qualquer mulher
é apenas um entalhe em seu cinto, de qualquer maneira. Esses tipos de
caras não ficam por aqui. Ah, e você não está esquecendo de um fator
muito importante... olá! — Eu o lembro, mostrando meu anel na frente
de seu rosto.
— Ah, sim... mas você tem certeza disso?
— O que isso deveria significar?
— Tudo o que estou dizendo é que toda vez que você está perto
dele, seus seios pulam de alegria e sua perereca está cantando
'Celebration', e eu juro que quase posso ouvir um coral gospel cantando
'Aleluia'.
— Sinceramente, Eric, como diabos você inventa essas coisas? —
Eu rio, tentando aliviar o clima.
Eric se distrai tirando selfies com seu telefone. Felizmente, o
assunto foi oficialmente abandonado.
After Dark é um novo clube para atingir a vida noturna no Meat
Packing District. Várias pessoas estão esperando na fila, e segundo Eric,
é ‘o’ novo lugar. Celebridades de alto nível estão apelidando-o de seu
novo lugar para relaxar, algo que Eric está por toda parte.
Preocupada que não entremos, sugiro que encontremos outro
lugar para tomar uma bebida.
— Eric Kennedy, grupo de três.
O grande guarda de segurança abre a corda, deixando-nos entrar.
Como Eric conseguiu isso? Sei que as pessoas estão tentando entrar há
semanas, pois a lista é longa e distinta.
Passamos pela corda e entramos no clube.
Eric está em uma viagem de poder enquanto levanta o queixo,
entrando no clube com estilo.
O clube é enorme em comparação com outros que já estive. O nível
inferior é a pista de dança, iluminada na cor água. O mezanino onde
estamos, circunda a pista de dança. Há cabines de couro preto que
seguem o fluxo do círculo, cada uma ocupada por clientes. Em frente à
entrada há um bar comprido e lotado, mas, mesmo assim, precisamos
de bebidas para me ajudar a esquecer minha vida amorosa emaranhada.
Seguimos Eric até o bar. Eu aceno para o barman, o que não é
difícil, já que ele já está me olhando, ou devo dizer que ele está olhando
para o meu peito. Este vestido é seriamente o maior ímã masculino,
deixando-me um pouco constrangida entre esses caras mais jovens.
A imagem da mão de Lex descansando no meu peito, a centímetros
da curva do meu peito, pisca diante de mim. Argh, eu preciso ficar
bêbada. A tequila não chega rápido o suficiente, o barman alinha os
copos e despeja a bebida alcóolica neles de acordo.
Depois de engolir a primeira rodada, eu ordeno uma segunda,
ignorando a queimação persistente dentro da minha garganta. Eles
precisam continuar vindo se eu quiser apagar esta noite inteira e cada
imagem de Lex tocando meu corpo.
Na terceira rodada, Eric nos abandona. Como previsto, algum cara
gostoso o rouba e, pelo que sei, ele provavelmente está amarrado na sala
dos fundos. Sem reclamar, é claro, Eric é excêntrico quando está bêbado
e nunca tem medo de compartilhar os detalhes na manhã seguinte.
— Olha, Charlie, eu não quero chateá-la, mas se você precisar
conversar, você sabe que estou aqui, certo?
A oferta de Emma é genuína. Sei que posso confiar nela sem
julgamento tendencioso. Além disso, ela é uma ótima ouvinte.
— Obrigada, Emma, mas tudo que eu quero fazer é esquecer que
esta noite aconteceu. Como passei de nenhum homem na minha vida a
noivo e ex-namorado?
— Talvez seja o destino. Já pensou nisso?
Emma acredita em destino, amor e sorte. Não me surpreenderia
se ela participasse desses seminários sobre como encontrar o amor e
escrevesse afirmações no espelho do banheiro. Ótimo para alguns,
definitivamente não para mim. O amor sempre me ferrou
completamente, e não tínhamos um ótimo relacionamento até que Julian
apareceu.
— Ou talvez seja apenas o universo querendo me foder pra
caramba — eu grito, jogando de volta outra dose.
Nós rimos muito e, pela primeira vez esta noite, meus músculos
tensos começam a relaxar, e o mundo parece um lugar gelado. A tequila
é exatamente o que o médico receitou.
Um cara jovem e bonito se aproxima de Emma e começa a
conversar com ela. Lá vai minha companheira de bebedeira. Eu peço
outra dose, mas desta vez não há contagem regressiva. Eu engulo a dose,
a queimação não mais aparente.
— Oi, querida, posso te pagar uma bebida?
Minha pele se arrepia enquanto as palavras permanecem. Oh Deus,
que perdedor. O homem ao meu lado parece ter saído de uma daquelas
revistas de musculação, vestindo uma camisa que diz 'I Love Ass'. Sério,
os caras acham que vão transar com elas? Estou prestes a dizer a ele
onde enfiar a bebida e a camiseta quando outra voz me interrompe.
— Ela está comigo.
Eu não tenho que virar e olhar, aquela atração familiar, o cheiro
familiar para sempre gravado em minha memória como um acessório
permanente incapaz de se mover.
Deslizando para a minha esquerda, Lex está parado ao meu lado,
ainda de terno, mas sem gravata. Seu peito está levemente exposto,
revelando sua pele bronzeada. Ele se parece com o que Eric o descreveu
- lindo de morrer. Minhas paredes estão quebrando, incapaz de negar o
quanto eu o desejo, mas a racional Charlie agora é controlada pelo álcool
e está tentando o seu melhor para acenar sua bandeira - aquela com o
símbolo de veneno na frente que indica perigo.
O Sr. Músculos parece divertido. — Eu não a deixaria vagando
sozinha pelo bar. Uma coisinha sexy como ela pode realmente causar
algum dano.
Os lábios de Lex puxam para trás, mostrando os dentes com um
olhar gelado. O cara, um covarde, recua com as mãos levantadas no ar
em derrota. Eu quero rir, dado o tamanho do cara, mas estou distraída
com a presença de Lex. De repente, percebo que, mais uma vez, Lex
pensa que pode me controlar. Dentro do meu peito, meu coração bate
forte enquanto cerro os punhos em uma bola apertada.
— Você não precisava fazer isso. Eu posso cuidar de mim mesma!
Assim que ele abre a boca, Eric praticamente se joga entre nós.
— Lex, muito obrigado por abrir a porta para nós.
O que? Como Lex pode nos colocar, e quando Eric se tornou o
melhor amigo dele? Eu me lembro de interrogá-lo mais tarde, incapaz
de pensar direito agora. Eu preciso escapar dessa tortura, e escaneando
o salão em pânico, meus pensamentos para sair pela porta dos fundos
são frustrados quando Eric agarra meu braço, prevendo minha fuga.
— Charlie, você sabia que Lex é dono deste lugar? Quero dizer,
sério, o quão quente é este clube.
Um largo sorriso aparece no rosto de Lex enquanto Eric continua,
divagando sobre cada detalhe como o puxa-saco que ele é. Estou pronta
para matar Eric com minhas próprias mãos. Seus pais não o ensinaram
a não brincar com fogo?
— Boa noite, Sr. Edwards. — O barman é rápido em atender Lex.
— O que vai ser?
— Uma rodada de doses de tequila, Dylan. Você pode mandá-los
para a área VIP?
— Já estou subindo, senhor.
O barman pega a garrafa e começa a servir os shots, alinhando-os
em uma bandeja.
Lex agarra minha mão, para minha desaprovação, e me empurra
para dentro e para fora da multidão. Talvez os shots anteriores tenham
funcionado em meu detrimento, o salão está girando enquanto
passamos por pessoas dançando. Eric, Emma e seu novo brinquedo de
menino seguem logo atrás de nós enquanto subimos as escadas para
outro nível.
A anfitriã cumprimenta Lex, praticamente se jogando em cima
dele com os peitos à mostra. Puta estúpida. Ele ainda segura minha mão,
queimando minha pele como fogo, mas não consigo me afastar.
Ele é apenas um amigo, e amigos podem dar as mãos.
Mas vocês nem são amigos.
Ok, cale a boca agora.
A área VIP tem um ambiente tranquilo, diferente do andar de
baixo. Há outro bar, menos lotado com bancos de couro dourados
enfileirados. Lex nos direciona para uma cabine isolada em forma de
círculo como a do andar de baixo, mas com cortinas douradas
transparentes ao redor e uma visão completa de todo o clube.
Sento-me na cabine, desejando que a tontura pare. Lex desliza ao
meu lado, sentando-se o mais próximo possível, o calor de seu corpo
pressionando contra o meu. Eu tento desesperadamente me distrair,
mas as borboletas estão fazendo hora extra, vibrando dentro do meu
estômago trabalhando em turnos duplos consecutivos.
— Você é o dono deste clube? — Eu deixo escapar, desejando que
minha mente se concentre em qualquer outra coisa.
— Sim, este e outro. Talvez se você tivesse tempo para conversar
comigo, saberia o que faço com meu tempo livre — ele responde
sarcasticamente.
Idiota.
Eric faz mais perguntas sobre o clube enquanto meus
pensamentos permanecem em silêncio. Ao longo da conversa, Lex
consegue passar o braço por cima do meu ombro, enrolando os dedos
em uma mecha do meu cabelo como já havia feito tantas vezes antes.
Finjo não perceber, embora cada rodopio seja como fogos de
artifício explodindo dentro de mim. É a tequila — a bebida forte faz você
desejar coisas proibidas. Esta não é você, Charlie. É a tequila.
— Vamos dançar, Em — diz Eric, olhando-me com um sorriso
malicioso.
Eric e Emma, junto com seu amigo homem, desaparecem,
deixando-me sozinha com o lobo faminto. Quero gritar para eles
voltarem, traidores por me dizerem que me protegeriam quando, na
verdade, me deixaram para ser mastigada e comida em pedaços.
O barman, Dylan, chega e começa a alinhar as doses à nossa frente.
Sem nem pensar, apesar de minha culpa anterior pela garrafa, engulo a
dose, deixando escapar um som áspero enquanto minha língua queima
mais uma vez. Em segundos, uma onda calma toma conta de mim, a
ansiedade desaparecendo enquanto relaxo na cabine.
Lex ainda não tocou na dele. Em vez disso, ele agarra meu braço e
o torce, de modo que meu pulso fique voltado para ele. Ele derrama o sal
sobre ele, lentamente deslizando a língua pelo meu braço, seus olhos
nunca deixando os meus.
Meu corpo começa a tremer, minhas pernas se abrem
ligeiramente enquanto ele bebe a tequila e chupa o pedaço de limão,
girando lentamente a língua em torno dele. Há uma reação atrasada
enquanto minha cabeça está tentando afastar o desejo, mas a
intensidade é tão forte que faz minha pele corar. Por um momento,
imagino sua língua entre minhas pernas, meus mamilos endurecendo
sob o tecido de seda que estou usando. Eu quero desesperadamente
estender a mão e atacar sua bela boca. Como uma mariposa em uma
chama, sou atraída, mas assustada, e voo para longe.
— Outro shot?
Ele sabe como eu fico quando fico bêbada. Inferno, eu sei como fico
quando fico bêbada, mas por algum motivo, isso não me impede. Perdi
todo o senso de razão, permitindo que meu desejo me guie em vez de
minha moral.
— Você está tentando me embebedar, Sr. Edwards?
Oh merda, meu tom soa muito sedutor.
A tequila está no modo de ataque total, e Lex está tão perto que
meu corpo está acelerado. Não ajuda que eu mal esteja usando alguma
coisa sob meu vestido. Eu me contorço debaixo da mesa, sua expressão
divertida. Sim, eu quero dizer a ele que estou encharcada, e tenho
certeza que sua boca na minha boceta vai coçar a coceira, mas em vez
disso, meu rosto permanece neutro.
— A última vez que me lembro de você bebendo tanto, acabou
sendo uma noite muito interessante, de fato — ele brinca.
Respire, Charlie.
Conheça seus limites, você é uma mulher forte e independente que
conhece um jogador quando vê um. Ele só quer transar, nada mais.
Cometo o erro de baixar o olhar para a virilha de sua calça, sem
dúvida o encaixe duro é impossível de ignorar. Meus olhos se arregalam,
observando-o se contorcer assim como eu. Dois podem jogar neste jogo.
Estou prestes a dizer algo quando meu celular começa a vibrar.
Aproveitando a distração, pego meu telefone, o identificador de
chamadas - Batman.
Lex se inclina e vê o telefone acendendo. Seu rosto está furioso, e
com sua mandíbula apertada, ele arranca o telefone de mim e aperta o
botão rejeitar na tela.
— Por que você faria isso? — Eu o repreendo.
Furiosa, pego o telefone de suas mãos. Nem uma vez eu disse a Lex
que voltamos. Só porque eu o beijei, isso não lhe dá o direito de ficar
todo homem das cavernas comigo. Na verdade, eu disse a ele para me
deixar em paz, algo que ele escolheu ignorar.
O telefone vibra novamente, mas desta vez uma mensagem
aparece na tela.
JULIAN
Ei, linda, só queria ter certeza de que você chegou bem em casa.
Desculpe, eu tive que sair. Posso te compensar amanhã à noite?
Jantar na minha casa. Vou garantir que Alfred tenha a noite de
folga.
LEX
ALEX
CHARLIE
ALEX
Esperei pela resposta dela, mas ela nunca veio. Achei que ela não
queria falar sobre isso ou tinha adormecido. Cada parte de mim
desejando que ela adormecesse. Amanhã, eu a veria novamente.
Adormeci rapidamente, lembrando como nos beijamos tão
apaixonadamente sob as estrelas.
Nos beijamos.
Eu tinha quebrado uma promessa.
Então, que diferença importava se eu a quebrasse de novo?
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CHARLIE
CHARLIE
PRESENTE
ERIC
Almoço no Noodle House ao meio-dia. Nós precisamos conversar.
ERIC
Adriana estará lá, mas ela nos encontrará às 12h30. Não se
atrase! Verifique as fotos em que marquei você.
NÚMERO DESCONHECIDO
Oi Charlie. Espero que não se importe que Eric me convide para
almoçar. Se for demais eu entendo totalmente.
Por mais que eu não queira revisitar meu passado, Adriana tem
um lugar especial em meu coração. Não sei por que ela acha que será
demais para mim, desde que ela evite o assunto do irmão. Eu digo a ela
que estou ansiosa para por a conversa em dia, passando para a minha
próxima mensagem.
BATMAN
Linda, estarei de volta por volta das 16h. Alguma chance de
jantarmos hoje à noite? Minha casa por volta das 7? Se você for
boa, tenho uma surpresa para você. Batman tem muitos truques na
manga.
NÚMERO DESCONHECIDO
Boa noite, Charlotte, quero uma chance de explicar a você o que
aconteceu ontem à noite. Por favor, não é o que você pensa.
Deixe-me explicar. Lex.
NÚMERO DESCONHECIDO
Não vejo Samantha há oito anos, desde que a deixei. Adriana me
disse que está passando por um divórcio conturbado, e seu ex está
lutando pela custódia. Ela estava bêbada ontem à noite e queria
entrar no clube, mas eu recusei, então ela fez uma cena.
Eu não sei em que acreditar. Ele me disse que não mentiria para
mim, mas toda essa situação é uma grande merda. Parte de mim quer
acreditar que é verdade, mas ainda dói como o inferno. Digitando de
volta, peço a ele para olhar no espelho para ver se seu nariz está
crescendo. Ele responde rapidamente, mudando minhas palavras como
de costume.
NÚMERO DESCONHECIDO
Meu nariz parece bom para mim, mas não posso dizer isso sobre
outras partes.
LEX
CHARLOTTE
Explique
Uma palavra é tudo o que ela me dá. Não 'olá, como você está hoje.'
Ela é breve, e eu não a culpo. Charlotte precisa saber a verdade, então
finalmente explico a situação, esperando que ela entenda. Ela é rápida
em me questionar se estou mentindo, dizendo-me para olhar no espelho
para ver se meu nariz cresceu.
Não consigo resistir, é muito fácil.
Digitando rapidamente, digo a ela que meu nariz pode não ter
crescido, mas não posso dizer o mesmo para baixo. Ansioso por ter
ultrapassado nossos limites, a bolha paira no final do nosso texto pelo
que parece uma eternidade.
CHARLOTTE
Eu não sabia que você e o espelho tinham uma queda um pelo outro.
Obtenham um quarto.
Não sei do que ela se lembra do sábado à noite, já que bebeu tanto.
Sob minhas calças, meu pau endurece novamente. Jesus fodido Cristo,
eu preciso bater outra se eu planejo dormir esta noite. Essa tensão está
me matando e esperar pela mensagem dela parece horas a fio.
CHARLOTTE
Ha! Engraçado! Eu podia jurar que era um elevador.
Bem, foda-me. Ela lembra.
Eu tinha contado a ela uma vez sobre uma fantasia recorrente em
que ela estava usando botas foda-me, uma saia curta plissada e nada por
baixo enquanto subíamos no elevador. Todos sairiam e eu apertaria o
botão de parada, transando com ela até o esquecimento. Se o universo
tiver algum favoritismo em relação a mim, na cidade que nunca dorme,
com milhares de elevadores ao nosso redor, talvez minha fantasia se
torne realidade.
EU
Ainda é, querida.
CHARLOTTE
Depende. Também ganho brownie de chocolate?
CHARLIE
CHARLIE
ALEX
Adriana bate à porta, avisando que volta em uma hora. Eu não tinha
ideia de que Charlotte estaria aqui, pois planejava passar para pegar um
livro no escritório de papai.
Os grandes olhos castanhos me encaram dentro da cozinha, mas
depois caem na bancada em um movimento brusco. As bochechas de
Charlotte ficam com um tom perfeito de carmesim e, se possível, tornando-
a ainda mais bonita, embora ela ainda esteja com o uniforme escolar.
— Alex? — ela mal consegue, limpando a garganta para controlar
a voz trêmula. — Eu não sabia que você estaria aqui.
Eu faço o meu melhor para esconder meu sorriso, cruzando meus
braços com um olhar persistente.
— Eu tinha que pegar alguma coisa. Você sabe, já que é a casa dos
meus pais.
— Uh, sim, claro.
A parte inferior do meu lábio se inclina enquanto mordo o lado,
tentando conter a vontade de tocá-la. No entanto, o fruto proibido está
pendurado na minha frente, exigindo que eu prove apenas um.
Eu corro minhas mãos pelo meu cabelo, então dou passos em
direção a Charlotte para pegar sua mão. No momento em que nossos
dedos se tocam, a adrenalina corre em minhas veias, fazendo meu coração
bater forte sob a camisa.
Os olhos de Charlotte encontram os meus, a inocência por trás das
esferas marrons me implorando para assumir a liderança. Eu puxo a mão
dela, inclinando a cabeça para fazer um movimento para que ela me siga.
Caminhamos em direção ao meu quarto no segundo andar, algumas
portas abaixo do quarto da minha irmã. Coloco minha mão na maçaneta,
girando-a para sentir o cheiro familiar da colônia que minha mãe me dá
de presente todo Natal.
— Então, hum, este é o seu quarto. — Charlotte diz enquanto
absorve tudo.
— Você nunca viu meu quarto?
— Não tecnicamente, quero dizer, algumas vezes Adria... — ela
para de falar enquanto seus olhos se arregalam.
— Adriana, o quê?
— Uh, não importa.
— Você não pode dizer que não importa, — eu censuro, soltando
sua mão e cruzando meus braços. — Por que minha irmã bisbilhota no
meu quarto?
— Olha, eu não quero me envolver em drama de irmãos, — ela
declara enquanto olha para o quadro de avisos pendurado acima da
minha mesa. — Vamos apenas dizer que ela estava com pouco dinheiro e
pensou que poderia encontrar algum aqui.
— Como de costume. — resmungo, irritado com minha irmã.
Charlotte levanta a mão para tocar uma foto fixada no quadro de
cortiça. Eu me aproximo para ver que é minha formatura do ensino médio.
— Parece que foi uma vida atrás. — murmuro, olhando para o
capelo e a beca que estou usando. — Meu pai me deu uma palestra severa
sobre todas as suas grandes esperanças e como é melhor eu não estragar
tudo.
— Você não fez, — Charlotte sussurra. — Você não vai.
Eu coloco os braços em volta da cintura dela, trazendo-a para perto
de mim. O cheiro do cabelo dela é doce, como morango misturado com
baunilha, mas um cheiro tão puro que só me lembra dela.
Meus lábios encontram o caminho para seu pescoço, beijando sua
pele suavemente enquanto sua respiração fica mais alta.
— Não devíamos estar aqui. — adverte Charlotte.
— Adriana não vai voltar por um tempo.
— Se formos pegos…
Eu me afasto um pouco, o suficiente para girá-la de modo que seu
rosto fique a apenas um suspiro do meu.
— Você está com medo? — Eu pergunto enquanto olho para seus
lábios, desesperado para beijá-la. Não quero nada mais do que deitá-la na
minha cama e fazer todas as coisas sujas nas quais não parei de pensar.
Charlotte coloca as mãos espalmadas no meu peito. — Tenho medo
de muitas coisas. Sua irmã descobrindo, meu pai descobrindo e, claro, sua
esposa descobrindo.
Lentamente, inclino minha cabeça para que nossos lábios fiquem a
apenas alguns centímetros de distância.
— Eles não vão.
— Como você sabe, Alex?
A verdade é que não sei de nada. Mas a última coisa que quero é que
Charlotte vá embora e me diga que não pode fazer isso. O pensamento por
si só traz uma onda de náusea como se o ar tivesse sido sugado de meus
pulmões e eu não pudesse respirar sem ela.
E agora, eu preciso aliviar sua preocupação.
Eu seguro seu rosto com minhas mãos, guiando sua boca na minha.
Seus lábios quentes se abrem, permitindo-me saboreá-la sem qualquer
resistência. Um gemido suave escapa dela, fazendo meu pau mexer sob
meu jeans.
Foda-se, controle-se.
Minhas mãos caem de seu rosto, deslizando até sua cintura, onde a
arrasto para minha cama e a puxo para baixo. Observo seu peito subir e
descer enquanto deito em cima dela.
— Eu não sou virgem. — ela me lembra.
— Eu sei — respondo com um sorriso forçado. — Eu estava lá
quando minha irmã deixou escapar.
— Oh, eu esqueci.
Meu corpo pressiona contra ela, forçando suas pernas a se
separarem. Então, minhas mãos vagam até a bainha de sua saia azul-
marinho, brincando com a borda do tecido enquanto ela espera
ansiosamente. Quando estou prestes a deslizar minha mão entre suas
pernas, o som de um carro chama minha atenção.
Eu pulo de Charlotte, correndo para a janela para ver o carro da
minha mãe.
— Merda, é minha mãe, — digo a Charlotte. — Vá para o quarto de
Adriana e direi que você adormeceu porque Adriana teve que sair.
Os olhos de Charlotte se arregalam enquanto ela balança a cabeça
em silêncio. Ela se levanta rapidamente, ajeita a saia e respira fundo. Ela
estende a mão para a porta, mas eu a puxo de volta para mim, inclinando-
me para mais um beijo.
— Só para você saber, eu não teria te fodido aqui.
Os cantos de seus lábios se curvam para cima. — E só para você
saber, Alex. Não sou o tipo de garota que desiste tão facilmente.
LEX
PRESENTE
CHARLIE
BATMAN
Lembre-se de que Batman tem todos esses truques sofisticados na
manga, se você precisar de um estímulo.
5
Os mercados de pulga definem lugares em que ocorrem negociações (compra e venda) de produtos
usados de diferentes categorias, como roupas, móveis, antiguidades, etc.
sou hoje sem passar esses últimos cinco meses com ela. Ela era uma
mulher tão compassiva, tanta sabedoria. Ela me segurou quando
precisei de esperança e me deu força para ver o futuro.
Eu paro abruptamente, sabendo que não posso continuar. Posso
abrir meu coração para Adriana e dizer a ela que minha avó estava lá,
segurando minha mão no dia mais sombrio da minha vida? Meu coração
aperta quando eu fecho meus olhos, revivendo a memória.
— Ela estava doente, mas nunca contou a ninguém. O dia em que
ela faleceu foi quando eu descobri. — A sala fica em silêncio, minha visão
nublada conforme as emoções vêm à tona. — Adriana, você vai me
contar o que aconteceu quando você descobriu?
Adriana se arrasta no meu sofá, dobrando as pernas sob os
joelhos.
— Percebi Lex agindo de forma estranha, mas não fazia ideia
sobre o bebê. Samantha ligou para nós uma noite e anunciou a gravidez.
Lex estava furioso. Ele não queria que isso acontecesse. Meus pais, é
claro, viram isso como uma bênção. — Ela pigarreia, mas sinto que ela
está tentando ser cautelosa com suas palavras. — No dia seguinte, fomos
ver se Lex havia se acalmado. Samantha estava sozinha em casa e estava
visivelmente chateada. Ela estava chorando e, enquanto minha mãe a
consolava, ela disse que Lex estava tendo um caso. Quando ela disse seu
nome, ficamos todos em choque. Meu pai estava lívido. Ele estava pronto
para matar Lex. Eu estava entorpecida. Você era minha melhor amiga e
me senti traída por você.
— Adriana, nunca foi minha intenção. Eu o amei tanto…
Ela levanta os olhos para encontrar os meus. — Eu pensei sobre
isso. Eu pensei que talvez o que você e Lex tinham era como Elijah e eu,
mas Samantha continuou me dizendo que você me usou para se
aproximar de Lex, e que o tempo todo você estava de olho nele. Não sei
por que acreditei nela. O maior arrependimento que tenho é não seguir
meus instintos. Em vez disso, desisti de nossa amizade.
Deixei escapar um grande suspiro, meus ombros se desgastando.
— Você sabe o que? Está feito e agora seguimos em frente.
— Sim, eu sei. É como se o destino tivesse desempenhado um
papel. — Movendo-se para perto de mim, ela descansa a cabeça no meu
ombro como nos velhos tempos. — Agora, você quer ser minha dama de
honra?
Eu me viro para encará-la, a excitação difícil de conter. — Claro,
Adriana.
Abraçamo-nos com força novamente e penso em fazer a pergunta
mais importante. — Quem está desenhando o vestido?
Ela fala sobre os designers envolvidos e meu coração se enche de
alegria. Não acredito que Elijah tenha esperado tanto para pedir em
casamento, mas acho que, como muitos de nós, a vida atrapalha.
— Planejamos nosso casamento há três anos, mas pouco antes do
grande dia, Elijah ficou doente. Descobrimos que ele tinha câncer.
Felizmente, com muita quimioterapia, ele conseguiu sair livre do câncer
e tem um atestado de saúde há três anos.
— Eu sinto muito. Não consigo imaginar o quão difícil deve ter
sido para você.
— Foi, mas felizmente tive minha família para nos sustentar. Lex
se esgotou procurando os melhores centros de câncer do mundo. Não
sei o que teria feito sem ele — ela me diz, ficando em silêncio por alguns
momentos. — Você sabe, ele será o padrinho do casamento?
Eu esperava que fosse esse o caso. Não é sobre nós, é o dia especial
de Adriana e Elijah.
— Está tudo bem, Adriana. Tenho certeza de que podemos ficar
na mesma sala um com o outro.
Minha mente pisca para o meu escritório. Sim, podemos estar na
mesma sala que o outro, mas talvez não com nossas roupas.
— Charlie, olha, você não precisa responder... mas você estava
com ele esta noite? Não vou perguntar mais nada porque ele é meu
irmão, e isso seria TMI6.
Eu ri, que estranho. Achei que nossos dias de compartilhamento
haviam acabado há muito tempo. Meu telefone vibra, me distraindo de
responder a ela.
LEX
Minha irmã já te deixou sozinha?
Penso em uma resposta, mas, em vez disso, rio para mim mesma.
Meu corpo está totalmente exausto, e até mesmo escrever uma frase é
difícil.
6
Too much information - muita informação
— Algo engraçado?
Eu mostro a ela o texto, seus olhos revirando até que ela se junta
a mim, rindo. — Charlie, você já pensou sobre isso? Você ainda não está
noiva de Julian?
Bem, se isso não é um tapa na cara.
Com Lex por perto, de repente perdi meus sentidos.
A culpa começa a se infiltrar, tudo com a menção de seu nome.
— Adriana, é... quero dizer, Julian é um cara legal. Ele adora o chão
que eu piso. Mas…
— Mas ele não é Lex.
Não, ele não é Lex. Ele é um homem doce, humilde, compassivo e
atencioso. Ele me trata com respeito, sempre sincero em suas intenções.
Ele me faz sorrir, nunca discute comigo. Enquanto isso, Lex se tornou
um filho da puta frio e arrogante que me trata como se eu fosse sua
posse. Em vez de me fazer sorrir, ele me irrita profundamente.
— Tem sido um longo dia. — Eu bocejo e continuo: — E Lex é,
bem, ele é complicado.
— Você está me dizendo? — Adriana vaia. Com a bolsa pendurada
no ombro, ela se inclina para me abraçar mais uma vez. — É melhor eu
ir embora, mas você e eu... estamos de volta.
— Eu não aceitaria de outra maneira. — Eu sorrio.
Quando subo na cama, meus músculos se contraem depois da
intensidade do que aconteceu antes. Você pensaria que eu tinha
acabado, mas aqui estou, encharcada entre minhas pernas, as imagens
passando em minha mente vividamente. Seu pau esperando
ansiosamente perto da minha boca.
EU
Sim, estou sozinha agora.
Eu quero escrever mais. Dizer a ele para vir aqui agora e foder meu
cérebro na próxima semana aqui na minha cama.
LEX
Eu também.
Uma resposta rápida, mas significativa. Desgraçado. Deixando
escapar um longo suspiro, eu envio uma mensagem de volta
rapidamente.
EU
Você não está sozinho, você tem sua mão. Pink escreveu uma
música inteira sobre isso.
LEX
Por mais que essa música traga prazer para as pessoas, prefiro
que você traga prazer para mim, agora mesmo.
— Bem, olá, Srta. Mason. Você parece muito feliz esta manhã —
Eric comenta com uma de suas sobrancelhas levantadas.
— Vai ser um dia agitado. Você sabe que eu prospero com uma
agenda cheia.
— Uh-huh, agenda cheia. — Ele se vira para Emma, sussurrando:
— Mais como uma carga completa de suco de homem em seu poço.
— Ei, eu ouvi isso — eu grito, caminhando em direção ao meu
escritório.
Quando abro a porta, como uma cena de crime diante de mim, as
lembranças da noite anterior voltam à tona. Eu tento me acomodar, sem
tempo, já que hoje tem reuniões consecutivas com clientes.
— Charlie... terra para Charlie! — Eric está sentado à minha
frente, com a agenda e caneta na boca, me observando com um olhar
curioso.
— Desculpe, Eric, vamos começar.
— Devemos começar discutindo por que cheira a sexo cru e
animalesco em seu escritório?
— Você assiste muita pornografia.
— Não... embora eu acredite que agora tenho uma obsessão
doentia por Andrew McCarthy.
— Hum, o quê? Como isso é possível? Você nasceu tipo, o que... —
Eu conto meus dedos tentando descobrir em que ano ele nasceu.
— Um verdadeiro cavalheiro não revela sua idade. De qualquer
forma, eles exibiram o filme Pretty in Pink ontem à noite, e deixe-me
dizer a você, eu não sei em que ponto eles pensaram que aquele vestido
era digno de um baile de formatura. Eu tenho panos de prato que
parecem melhores do que isso.
— O fato de você ser uma virgem Pretty in Pink deveria ter sido
levantado há muito tempo. É como o filme de todos os filmes. Não ver
isso é como não saber que Madonna canta 'Material Girl', e eu também
gostaria de ressaltar que seus panos de prato são comprados no mesmo
lugar onde a Rainha os compra, graças à sua mãe.
— Tudo bem, então atire em mim. Menos sobre toalhas de chá e
de volta ao seu bang-bang na mesa.
— Desculpe, E, assunto encerrado. Temos um resumo para
trabalhar.
— Você é uma estraga-prazeres, Charlie.
— Sim, pregue isso para o mundo com seus panos de prato reais
de cem dólares.
Conversamos por uma hora antes de Eric deixar meu escritório.
As primeiras consultas não foram nada fora do comum até que ouvi uma
batida na minha porta. — Entre.
— Charlie, há alguém aqui para você. — Eric olha para mim
nervosamente.
Oh merda, por favor, não me diga que é Lex. Não há como resistir
a ele, e não me sinto confortável transando com ele em plena luz do dia
com todo o escritório presente.
— Quem é?
— Sra. Benson.
— Eu não sei quem é, mas tudo bem, deixe-a entrar.
Ele sai da sala, voltando com ela alguns momentos depois.
— Olá, Charlie.
— Samantha?
Na minha cabeça, tudo o que ouço é a marcha imperial de Star
Wars, e ela é Darth Vader. A realização dela dentro do meu consultório
é surreal. Uma semana atrás, eu não via Lex há nove anos. Não só transei
com ele, como agora estou aqui em meu escritório com sua ex-esposa, a
mulher cuja vida quebrei com minha indiscrição imatura.
— Sinto muito por não ter marcado um encontro. Podemos
conversar? — ela pergunta.
Faço sinal para que ela se sente. — Existe algo em que eu possa
ajudá-la?
— Eu quero pedir desculpas. Charlie, me desculpe. A coisa toda
com Alex…
Estou atordoada por sua necessidade de se desculpar. Ela nunca
fez nada de errado. Ela se casou com o homem dos seus sonhos,
dificilmente um erro.
Ela se atrapalha com as mãos enquanto fala. — Eu sabia bem antes
da gravidez que ele te amava. Eu podia ver o jeito que ele olhava para
você. Cometi tantos erros, mas a única coisa de que não me arrependo é
da minha filhinha.
Uma lágrima cai por sua bochecha, me pegando de surpresa. Eu
entrego a ela uma caixa de lenços, sem saber o que dizer.
— Sinto muito também, Samantha. Ele era seu. Eu era jovem e
estúpida e não deveria ter deixado chegar tão longe.
Como palavras presas dentro de um cofre, a liberação é mais
satisfatória do que eu jamais havia previsto. Eu não era uma vítima nos
jogos que jogávamos, eu tinha um papel igual na criação da teia
emaranhada.
— Eu sei que a vida teria sido diferente para você se eu tivesse
apenas deixado vocês ficarem juntos. — Ela tropeça, fungando.
— Vocês fizeram votos um ao outro. Eu não tinha o direito…
Ela estende os braços, me interrompendo. — Espero que você
possa me perdoar.
Aceitando seu abraço, nós duas nos abraçamos com força.
— Charlie, o coração dele nunca me pertenceu, sempre pertenceu
a você, e ainda pertence. Não deixe sua teimosia atrapalhar o amor
verdadeiro.
Ela se afasta com um sorriso no rosto e olhos vidrados, saindo do
meu escritório com um aceno gracioso.
Estou perplexa.
Durante anos, imaginei como seria se nos encontrássemos. Os
nomes desagradáveis que ela me chamaria, o jeito que ela puxaria meu
cabelo e me chutaria no chão como um lutador enlouquecido. Presa em
minhas próprias emoções, nunca parei e pensei sobre os sentimentos
dela ou como destruí seu casamento. E agora, nós duas perdoamos uma
a outra pelos erros que cometemos, e o sentimento de remorso está
saindo de meus ombros como uma nuvem desaparecendo no horizonte.
Agindo por impulso, pego meu telefone e ligo para Adriana.
— Ei, garota. E aí?
— Preciso de um favor seu. Um grande favor.
Não acredito no que estou pedindo a Adriana, mas quero que ele
saiba que não tem todas as cartas. Lex Edwards se transformou em um
bastardo egoísta. Ele prospera no poder, isso eu sei.
Mas por baixo de seu exterior poderoso, encontra-se uma
fraqueza.
E eu sei exatamente o que é isso.
Nós dois somos peões no jogo perverso que estamos jogando, mas
sei que não podemos parar.
Então agora, Sr. Edwards, espere.
Eu vou te pegar onde dói mais.
CAPÍTULO VINTE E NOVE
LEX
CHARLIE
7
Boss I’d like to fuck - Chefe, que eu gostaria de foder
nenhuma parte de mim hesitou. Enquanto ele me enchia, eu gemia de
prazer. Ele é o único que já esteve lá dentro. A pressão era intensa, e não
demorei a gozar. Ele me seguiu rapidamente, segurando-me com força
enquanto as ondas de prazer diminuíam lentamente. Foi incrível, mas
então ele me beijou suavemente e eu me afastei. Eu não estava
preparada para emoções envolvidas. Este era um tipo de sexo
estritamente hardcore, nada fora do comum. Apenas foda. Eu o lembrei
disso, e ele rapidamente reconheceu, o que doeu um pouco, mas eu tive
que me convencer de que isso era tudo. Quem eu estou enganando?
Enquanto estou sentada em meu escritório sonhando acordada
com a noite anterior, Eric e Nikki entram, ambos sentando-se. Eric pega
um punhado de M&Ms enquanto Nikki o repreende por colocar os
marrons de volta no pote. Qual é o problema dele em comer os marrons?
— Então, a senhora que entrou no meu escritório ontem era
Samantha Benson.
— Ela não era aquela garota no clube que Lex estava tentando se
livrar? — Eric pergunta, levantando suas sobrancelhas perfeitamente
esculpidas.
— Sim, ela era.
— Como você conhece ela? — Nikki pergunta.
Responder a esta pergunta é inevitável. Eu temia isso, mas sabia
que sairia mais cedo ou mais tarde, então é melhor que seja agora. — Ela
era a esposa de Lex.
— Então, eles se casaram depois que vocês se separaram? — Os
olhos de Eric se arregalam de curiosidade. — Quando ela se casou
novamente e teve a filha?
— Eric, eu não acho que eles se casaram depois que Charlie e Lex
se separaram — Nikki diz, virando-se para mim. — Estou certa em
presumir que vocês estavam juntos enquanto ele era casado?
— Algo parecido. — Eu abaixo meu tom, me sentindo
envergonhada com a situação. Eu sei que foi mais do que apenas ser uma
destruidora de lares, mas como posso explicar o que era nosso amor
para eles?
Eric leva a mão à boca. — Oh… — e então ele se dá conta, — Oh!
— Gente, olha, não foi assim. Estávamos apaixonados, como um
amor destruidor da terra. Pelo menos, eu pensei que era.
Nikki se inclina sobre a mesa, colocando sua mão na minha. Ela me
conhece bem o suficiente para saber que isso significou alguma coisa.
Afinal, era ela quem me abraçava forte quando eu gritava o nome de Alex
enquanto dormia.
— Charlie, o que aconteceu? — Eric estreita os olhos, ainda
confuso. — E o que está acontecendo entre vocês dois agora?
— Ele foi embora, não se despediu. Eu descobri pela vagabunda
da cidade que Samantha estava grávida.
— Espera aí, a criança é dele? — Nikki exclama.
— Não. Ela também estava traindo, mas disse a ele que era dele.
A família dele o pressionou para ficar com ela depois que Samantha
contou a eles sobre mim. Aparentemente, meses depois, ela confessou a
ele que o bebê não era dele e ele a deixou. Ele me disse que me procurou,
mas não no lugar certo, e minha mãe disse a ele que eu mudei.
— Mas você não tinha, Charlie. Eu estava lá... — Nikki pára.
— Não, eu não tinha. Ele acreditou no que ela disse e decidiu que
eu merecia mais.
— Sinto muito, Charlie. Eu sabia que ele significava muito para
você. Quero dizer, você só começou a namorar no final da faculdade, não
importa o quanto Rocky e eu tentamos armar para você.
— Oh, caramba, Nikki, os encontros às cegas que Rocky me
arranjou foram tão horríveis. — Balanço a cabeça, sorrindo para a
tentativa patética de me arranjar com tantos perdedores.
Nós rimos, relembrando até que Eric nos interrompe de nossa
viagem pela estrada da memória. — Então, sobre o que ela queria falar
com você?
— Ela precisava me dizer o quanto estava arrependida e pediu
perdão. Todos cometemos erros, Eric. Às vezes precisamos perdoar para
seguir em frente.
— E Lex? — ele pergunta, relutantemente.
Deixando escapar um suspiro, eu me inclino para trás em minha
cadeira. Essas duas pessoas são meus melhores amigos e, no entanto,
sempre mantive essa parte de mim perto do coração, bem fechada em
uma caixa lacrada. Agora é a hora de derramar meu coração e alma e
revelar todas as cicatrizes?
— Lex é... complicado.
— Não pode ser tão complicado, Charlie. Quero dizer, você está
fodendo com ele por toda Manhattan. — Nikki aponta.
— Eu não estou fodendo com ele por toda Manhattan!
— A mulher tem razão, Charlie. Você teve um certo brilho durante
toda a semana. Você sabe... aquele olhar de eu-fui-fodida-em-todos-os-
orifícios.
Nikki e Eric riem. Meu rosto fica vermelho. É tão óbvio?
— Vamos tomar o seu silêncio como um sim. Nikki, você notou
como ela anda estranha também, quase mancando? — Eric brinca.
Jogo uma caneta em Eric.
Então, pelo menos eles sabem essa parte. O resto permanecerá em
segredo meu, por enquanto.
ALEX
8
Termo usado para descrever a música preferida de uma pessoa.
rock 'n' roll, que leva ao vício em drogas. Além disso, Charlotte, olha
quem está falando. Sua voz é simplesmente... uau.
— Talvez devêssemos fugir juntos e nos tornar uma dupla
dinâmica de cantores como Sonny e Cher. — Ela abaixou a cabeça, rindo
— 'Dizem que somos jovens e não sabemos' — comecei a cantar,
tentando não rir.
Ela colocou a mão no meu ombro enquanto ríamos juntos até
ouvirmos um barulho atrás de nós. Nós dois nos viramos. Samantha
estava de pé sob o arco. Porra. Eu não sabia quanto tempo ela estava
parada ali, mas eu não estava fazendo nada de errado além de amar a
garota que estava sentada ao meu lado.
— Oi, Charlie. É bom ver que você conseguiu que Alex tocasse
piano novamente — disse ela, com um andar lento e firme.
— Eu não, Sam. Acabei de ouvi-lo. Você tem um homem talentoso
aqui. — Charlotte respondeu enquanto deslizava para fora do
banquinho do piano.
Erguendo o queixo, ela cruzou os braços com um sorriso
conhecedor. — Sim, não é?
— Bem, estou indo. Prazer em tocar com você, Alex. Adriana está
me arrastando para uma festa do outro lado da cidade. Aparentemente,
ela tem alguém que quer que eu conheça.
Que porra?
Isso era para me fazer sentir melhor?
Acalme-se, Alex.
Charlotte apenas disse isso para que Samantha não suspeitasse.
Ela não faria nada para me machucar de propósito, especialmente com
outro cara.
— Ah, isso mesmo. Aquele amigo de Elijah com a tatuagem de
uma caveira no pescoço. — Samantha ri.
— É esse mesmo. Parece o homem que meu pai quer matar. De
qualquer forma, divirtam-se, pessoal. — Ela acenou, evitando meus
olhos e nos deixando a sós.
Samantha sentou ao meu lado no piano. Ela estendeu a mão para
a minha e brincou com a minha aliança de casamento. Fingi não notar e
tentei tocar uma música apenas com a mão direita.
— Uma garota bonita, aquela. Você não acha?
Para trás com essa merda.
Samantha está me perguntando se eu acho Charlotte bonita?
Eu tinha cem por cento de certeza que este era o código da mulher
para testar as águas.
Pise com muito cuidado.
— Ela está bem, eu acho. Ela é a melhor amiga de Adriana. Você
conhece minha irmã?
Ela se aproximou de mim no piano, envolvendo os braços em volta
do meu tronco. — Alex, me leve para casa e me foda do jeito que você
costumava me foder todas as noites antes de nos mudarmos para cá.
— Eu não fodi com você todas as noites, Sammy. Você está me
confundindo com outra pessoa?
— Devo estar perguntando a mesma coisa?
Houve uma pausa e pausas refletiam culpa.
— Samantha, eu trabalho em turnos de quatorze horas e ainda
tenho que estudar. Não estou apenas mentalmente, mas fisicamente
exausto no final de um longo dia.
— Bem, que tal agora?
Confuso, olhei para ela enquanto ela subia no meu colo.
— Sammy, esta é a casa dos meus pais...
— Todo mundo saiu, Alex. É só você e eu. Sou sua esposa. Foda-
me, por favor — ela implorou.
Eu não sabia o que fazer naquele momento. Se eu cedesse a ela,
isso a calaria? Fechei os olhos enquanto ela desafivelava meu cinto.
Talvez eu pudesse fazer isso? Certamente, Charlotte entenderia que eu
teria que fazer isso para manter a farsa. Se Samantha não tivesse
motivos para se preocupar, Charlotte e eu poderíamos continuar nos
vendo. Sim, isso era exatamente o que eu precisava fazer.
Senti minhas mãos se movendo involuntariamente para seus
seios, apertando-os enquanto tentava ao máximo ignorar a enorme
quantidade de culpa que sentia agora. Ela começou a esfregar-se contra
o meu pau, gemendo em meu ouvido um gemido agudo que ela fazia
quando estava excitada. Minhas mãos encontraram o caminho para sua
bunda até que eu as movi para dentro de sua calcinha. Ela estava
fodidamente encharcada.
— É isso, querido. Eu sei que você sente minha falta. — Ela
sussurrou em meu ouvido.
Ela puxou a saia para cima, pronta para sentar no meu pau quando
ouvimos uma comoção na porta.
— Oh meu Deus! — Adriana gritou.
Porra! Porra! Porra!
Empurrei Samantha de cima de mim como se tivesse sido pego em
flagrante fazendo algo errado.
— Desculpe, pessoal, eu não pensei… oh meus olhos! Cadê a porra
do alvejante? — ela reclamou, balançando a cabeça.
— Desculpe, Adriana, pensamos que todos tinham saído.
— Eu deixei meu telefone lá dentro. Isso é hilário! Charlie teria se
mijado rindo disso. Ok, acho que vou deixar você com isso. Tchau.
Ela acenou enquanto saía da sala. Foda-se, ela ia contar a Charlotte.
Pobre Charlotte, ouvindo isso e tendo que conhecer aquele tatuador. Eu
precisava fazer alguma coisa e rápido, ignorando a bile subindo na
minha garganta.
— Esqueci de perguntar uma coisa a Adriana. — Eu me afastei,
desesperado para encontrá-las.
Samantha passou os braços em volta do meu pescoço. — Então
ligue para ela, Alex. Vamos voltar de onde paramos.
Arranquei-a de cima de mim, sem dizer mais nada, e corri para
fora o mais rápido que pude.
O carro já estava dando ré na entrada da garagem, e tudo o que vi
foi Adriana rindo.
E ao lado dela, uma Charlotte com o coração partido me encarando
de volta.
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CHARLIE
PRESENTE
CHARLIE
LEX
Que porra? Então, um dia depois que eu briguei com ela, ela correu
para ele. De novo. Não consigo me conter, entro nas mensagens dela,
lendo o rastro da conversa.
BATMAN
Feliz aniversário linda. Desculpe, não posso fazer o jantar esta
noite, mas estarei livre depois. A bat caverna está pronta... e
eu também, baby. Eu só quero te provar de novo, me sentir dentro
de você. Fique aqui e talvez você tome o café da manhã na cama,
do jeito que você gosta.
CHARLIE
Claro, ele tinha. Você sempre tem uma escolha. Eu não sabia o que
estava acontecendo comigo, mas queria me calar, só por esta noite.
Esquecer que estava saindo com um homem casado que por acaso
também era irmão da minha melhor amiga, e esquecer que disse ao
homem que me consumiu para ter uma vida boa.
Levamos algumas horas para chegar lá, brigas constantes no carro
e mil paradas no banheiro porque Finn decidiu beber um Big Gulp
quando saímos de Carmel.
Nós nos encontramos com Elijah e o resto do grupo, e eu não
poderia estar mais feliz enquanto a multidão me cercava, a música
tocando.
A multidão dançou, as pessoas aplaudiram, as bandas giravam e
estávamos nos divertindo - sem preocupações, sem drama, apenas pura
diversão não adulterada. Finn e eu dançamos, nada sexual desta vez,
apenas risadas e diversão, algo que eu perdi no último ano. O último ano
tinha sido difícil e ainda não havia acabado.
O show acabou, então decidimos comer alguma coisa, voltar para
o hotel e trocar de roupa. Eu dividia o quarto com a Adriana, mas, claro,
ela dormia com o Elijah. Se o Dr. Edwards descobrisse, ele a mataria e eu
seria cúmplice dela e, portanto, meu pai me mataria.
Usei um vestido preto que Adriana escolheu algumas semanas
antes. Não sou de usar vestidos, a menos que a ocasião exija. Para
completar o look, combinei o vestido com uns saltos pretos de tiras.
Papai me mataria se os visse, portanto, enfiando-os no fundo da minha
mochila e sai furtivamente de casa.
Aplicando um pouco de brilho labial e apenas uma pequena
quantidade de rímel, deixei meu cabelo solto para fluir pelas minhas
costas. Olhando para o espelho, implorei a mim mesma para esquecer
que ele existia, pelo menos por esta noite.
O clube estava lotado. Todos os adolescentes do show estavam
aqui. Era um clube sub-21, então nada de álcool, é claro, mas não
impediu as batidas e rangidos que estavam acontecendo. Adriana estava
perdida em algum lugar na pista de dança esfregando a bunda contra
Elijah.
Finn estava conversando com alguns outros meninos de Carmel
que haviam aparecido. Saí com algumas garotas que conhecia até que
um cara alto e magro apareceu ao meu lado. Ele era fofo e me lembrou
um pouco o Leonardo DiCaprio quando estrelou Romeu e Julieta.
Ele sorriu para mim, eu sorri de volta. Inclinando-se, ele sussurrou
em meu ouvido: — Não faço versos cafonas, mas adoro essa música.
Quer dançar?
Como eu disse, ele era fofo e era apenas uma dança inofensiva. Não
era como se eu tivesse um anel no dedo e fosse para a cama todas as
noites com a pessoa com quem prometi passar o resto da minha vida.
Agarrei sua mão e dançamos algumas músicas. Ele era um bom
dançarino - suave - e eu movia meu corpo curtindo o baque das batidas.
Havia uma força que me puxava e eu sabia que alguém estava me
observando. Eu procurei ao redor da sala, os corpos estavam
espremidos, todos ocupados em seu pequeno mundo. Tentei me
concentrar novamente sem ser rude com Leo.
Senti aquele puxão familiar como se o chão estivesse prestes a
desmoronar embaixo de mim e eu fosse puxada em uma direção
diferente, mas não conseguia ver nada. Mais uma vez, minha imaginação
estava pregando peças em mim.
Continuei dançando com Leo até que aqueles olhos verde
esmeralda me encontraram, parado no canto, me encarando
intensamente.
Ele está aqui.
Desculpando-me rapidamente, Leo graciosamente mudou-se para
outra garota que estava fodendo com ele bem ao meu lado.
Meus passos eram pequenos, mas pesados, a cada passo que eu
dava em direção a ele. Sem saber o que dizer e também desconfiada do
que me rodeava, parei diante dele com distância suficiente para não
levantar suspeitas. Seus olhos estavam sombrios - não importava que o
clube estivesse muito escuro para ter certeza. Eu podia sentir isso.
A música tocou, então ele se inclinou em meu ouvido. — Você não
me respondeu.
Eu suspirei, seu cheiro muito irresistível e quebrando as paredes
que eu tentei levantar. Eu sentia falta dele e queria beijá-lo aqui e agora.
Contenção, quem teria pensado que eu era tão boa nisso?
— Sim, eu o convidei. Ele é meu amigo. Na verdade, ele é um dos
meus melhores amigos.
— Charlotte, me desculpe. Ela continuou me fazendo perguntas
sobre você, e eu entrei em pânico. Ela queria saber por que eu não a
havia tocado e se era por causa de outra pessoa. Eu não queria fazer isso,
ela deu o primeiro passo, mas pensei que isso a tiraria do meu pé. Não
continuamos. Eu ainda não fodi com ela desde antes de você. Você tem
que acreditar em mim — ele implorou, desespero em sua voz.
Curvando minha cabeça, soltei o longo suspiro que estava
segurando. Eu sabia que ele não iria mentir para mim, mas a coisa toda
ainda doía. Adriana disse alto e claro, ele era um prostituto.
Então, onde estava escondido aquele meu cérebro de estudante
nota A?
Oh sim, abaixo das calças.
— Eu não sei o que dizer.
Alex ficou lá, silenciosamente olhando para mim. Eu não sabia o
que ele estava pensando, e isso estava me deixando louca. O DJ misturou
as músicas e começou a tocar novamente. A multidão aplaudiu e as luzes
diminuíram ainda mais. Estava escuro, as pessoas dançavam, as pessoas
cantavam, e eu fiquei parada até que Alex me arrastou para o canto
cercado de estranhos. Ele me puxou para perto e começou a balançar.
Colocando suas mãos em meus quadris, eu balancei junto com ele. Eu o
queria tanto que não me importava mais com quem nos via até que ele
me empurrou. Enquanto eu dava vários passos para longe de Alex, eu
finalmente bati em um cara vestindo uma camiseta justa.
— Eu sinto muito — eu me desculpei, apertando seu peito. — Eu
tropecei.
Adriana estava onde eu estava antes, obviamente entrou depois
que Alex me empurrou para fora do caminho, e ela estava falando
animadamente antes de abraçar Alex. Afastando-se, eles continuaram
conversando antes de ambos os olhos caírem sobre mim.
Chateada com seu movimento repentino para me afastar, virei-me
para ser cumprimentada por Leo. Quando ele estava prestes a dizer algo,
Adriana se intrometeu entre nós.
— Char! Aí está você. Oi, sou Adriana. — Ela estendeu a mão, o
que era estranho, mas sendo um cara educado, ele a apertou de volta.
— Eu sou David.
— Você quer vir comer conosco, David? — Adriana perguntou,
lançando-me um olhar do tipo você-pode-me-agradecer-depois.
— Parece bom.
Adriana enlaçou o braço no meu antes de sussurrar: — Char, você
vai transar com ele esta noite. Eu posso sentir isso em meus ossos.
Os ossos de Adriana não poderiam estar mais longe da verdade.
David não tinha chance.
O único homem que eu queria era aquele que me encarava com
um olhar furioso, pronto para rasgar David em pedaços em um
movimento rápido se ele chegasse perto de mim.
Eu ia chamar isso de vingança e, no fundo, adorei cada minuto.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
ALEX
— Alex, se você não quer estar aqui, por que diabos você veio?
Samantha ficou irritada com minha falta de entusiasmo para falar
de bebê. Isso é tudo o que estávamos fazendo hoje à noite neste estúpido
jantar oferecido por um de seus amigos da galeria.
— Eu não concordei em ir para a festa para que pudéssemos
conversar merda a noite toda. Você sabe qual é a minha posição sobre
isso. — eu respondi, frustrado.
A coisa toda de Finn e Charlotte continuou se repetindo na minha
cabeça. Eu sabia que era uma coisa da noite para o dia, e onde diabos ele
dormiria? Eram muitas perguntas e eu não tinha respostas.
Charlotte não respondeu à minha pergunta quando mandei uma
mensagem para ela, o que realmente me irritou, sem falar nas dezenas
de mensagens de texto que enviei para ela tentando explicar o que
aconteceu na semana passada na casa dos meus pais.
Então recebi a mensagem dela, dizendo para eu ter uma boa vida.
Minha concentração diminuiu para nada enquanto a raiva e o
medo estavam me consumindo. Eu tinha fodido tudo, grande momento,
e eu merecia a indiferença. Mas ela poderia pelo menos ter me ouvido,
mas em vez disso, eu estava ouvindo algo que não tinha nenhum
interesse.
Samantha me puxou de lado, cravando as unhas em meu braço. —
Eu superei essa merda, Alex. Se recomponha e aja como meu maldito
marido. Você está me envergonhando. — ela cuspiu, cerrando os dentes
com animosidade.
— Estou envergonhando você? — Eu ri na cara dela. — Falar
sobre qual é a melhor posição para fazer um bebê é que é constrangedor,
Samantha.
— O que você quer?
— Eu não quero estar aqui. — Acenei com as mãos.
— Então vá embora — ela gritou e foi embora.
Peguei minhas chaves e saí sem me despedir. No piloto
automático, dirigi meu carro exatamente para onde queria estar. Com
Charlotte.
Elijah tinha me mandado uma mensagem mais cedo para me
avisar que Adriana estava bem. Mas papai, por outro lado, me deu um
longo discurso retórico sobre mamãe permitir que ela fosse em primeiro
lugar. Por capricho, liguei para papai para avisá-lo que eu
supervisionaria. Ele me agradeceu e me avisou para vigiá-la e garantir
que Elijah não dormisse no mesmo quarto que ela.
Eu fiz meu caminho para o clube, sorte de entrar porque eu tinha
vinte e cinco anos, e era um clube para menores.
Charlotte estava na pista de dança, dançando com um cara da
idade dela. A princípio, fiquei no bar observando-os, desesperado por
uma bebida, mas eles não serviam álcool.
Ela finalmente me viu e pediu licença enquanto abria caminho
entre a multidão dançando.
Eu queria dizer a ela o quão sexy ela parecia no vestido e nos
saltos, mas em vez disso, nós brigamos, ambos frustrados. Eu a levei
para um canto escuro do clube e a puxei para mim. Ninguém podia ver,
e eu a queria tanto que nada mais importava.
Nós dançamos e dançamos por apenas alguns minutos, mas foi o
suficiente para me deixar duro como uma pedra até que eu localizei
Adriana. Empurrei Charlotte para o lado, esperando que ela entendesse.
Ela levou um momento para registrar antes de escapar. Adriana ficou
feliz por eu ter vindo e perguntou se eu tinha visto Charlotte.
— Lá está ela. — Adriana a viu. — Estou feliz que ela finalmente
conheceu alguém… e que gostoso!
Esse cara? Que porra ele pensava que estava fazendo?
Adriana caminhou em direção a Charlotte, deixando-me sozinho
com meus pensamentos acalorados. Ele era um idiota, isso era tudo que
eu sabia. Adriana fez sinal para que eu os seguisse e, a cada passo que eu
dava, o ciúme disparava por mim como mil balas.
— Alex, vamos sair para comer alguma coisa. Você vem? —
perguntou Adriana.
— Claro, por que não.
Saímos do clube e caminhamos até o hotel que tinha um
restaurante no andar de baixo. Sentamos em uma cabine, Charlotte ao
lado daquele cara, e Adriana espremida entre Elijah e eu.
— O mega hambúrguer com batata frita é de morrer — comentou
Adriana enquanto lia o cardápio.
— Eu sei que você não compartilha — Elijah seguiu. — Então, vou
pegar o hambúrguer de peru.
— Eu quero o mesmo.
— Charlotte, apresente-nos o seu amigo. — Adriana insistiu,
colocando o cardápio na mesa.
Seu nome era David. Ele conversou sobre futebol com Elijah
enquanto eu estava sentado em silêncio observando Charlotte sem ser
muito óbvio. Depois da conversa mais chata sobre a faculdade, fomos
interrompidos por Finn quando ele entrou e se espremeu ao lado de
Charlotte ao mesmo tempo em que o garçom trazia a comida.
— Finn, esse era o meu picles. Eu estava guardando isso para o
final — Charlotte lamentou.
— Desculpe, Charlie… você cochila, você perde — ele brincou,
colocando o picles na boca.
— Seu idiota, — ela murmurou, batendo no ombro dele.
— Obrigado, Charlie, eu também te amo. — Ele sorriu, abraçando-
a com força até que ela cedeu e sorriu.
Meus músculos se contraíram ao vê-los, mas desta vez, o ciúme
era sobre sua amizade. Como era fácil para eles desfilar abertamente sua
amizade sem que ninguém questionasse seus motivos. Bem, além de
mim, mas quanto mais tempo eu passava perto de Finn, mais eu percebia
que ele era um protetor ao invés de um amante em potencial.
— Vocês podem pegar uma carona para casa? Os pais de Jen
brigaram, então ela quer ficar na minha casa.
— Alex pode nos levar para casa — Adriana ofereceu, mas logo
percebeu que teríamos um problema para dormir. — Merda, Alex, você
pode conseguir um quarto? Se não, talvez você possa dormir com
Charlie. Ou você pode ficar com Elijah.
A sugestão dela era inocente, mas a ideia de "dormir" com
Charlotte me fez pensar em apenas uma coisa.
Jogando algumas notas na mesa avisando que iam passear,
Adriana e Elijah saíram da mesa me deixando sozinho com Charlotte e
David. Porra, isso era estranho. Para ele, é isso.
— Então, Charlie, você também quer dar uma volta ou algo assim?
— ele perguntou, ignorando-me sentado bem em frente a eles.
— Não é que eu não queira, mas foi um dia muito longo, e eu... —
Ela olhou para mim, perplexa.
— Desculpe, amigo, não posso permitir que ela ande sozinha com
um estranho. O pai dela me mataria.
— Sim, eu entendo totalmente. Desculpa. — Ele resmungou.
David pegou um pedaço de papel e uma caneta, anotou o que
parecia ser seu número de telefone e o deslizou para ela. — Me ligue
algum dia. Devemos nos encontrar quando você estiver livre. — Ele a
beijou na bochecha, se despediu e saiu do restaurante.
— Acho que você vai descartar esse número assim que sairmos.
— Repreendi.
— Com licença?
— O que? Você realmente acha que vai se encontrar com ele?
— Foda-se, Alex. Não fui eu que disse 'sim'!
Deslizando para fora da cabine, Charlotte saiu correndo do
restaurante me deixando sozinho.
Enterrando minha cabeça em minhas mãos, eu não a segui ainda.
Ela tinha todo o direito de estar com raiva e, se os papéis fossem
invertidos, eu me sentiria exatamente da mesma maneira.
Eu andei pelo hotel por um tempo tentando descobrir o que fazer.
Decidi que iria vê-la e pedir desculpas por tentar reivindicar minha
reivindicação sem realmente ter nada para apoiá-la, quando o tempo
todo ela estava certa.
Eu segurei minha mão contra a porta, mas com medo, eu me
afastei. Se eu entrasse por esta porta aqui, agora, minha vida nunca mais
seria a mesma. Não haveria como voltar atrás. Eu estaria selando nosso
destino.
Curvando minha cabeça, eu bati suavemente. Talvez tenham sido
minutos, talvez segundos, mas ela finalmente abriu.
Eu podia ver a agitação em seu rosto, a apreensão que persistia.
Ela sabia o quanto isso significaria para mim? Para nós?
Segui seu exemplo, silenciosamente, e entrei no quarto mal
iluminado. Passava um pouco da meia-noite, a lua brilhava através das
cortinas transparentes e o barulho do mundo exterior desaparecia
lentamente. Ou talvez fosse porque a única coisa que eu podia ouvir era
seu coração batendo. Ela estava a apenas alguns centímetros de mim,
mas parecia uma milha.
— Sinto muito, Charlotte.
— Alex, estou com medo. — Ela sussurrou.
Eu passei meus braços em volta de sua cintura e puxei-a para mim.
Ela tinha um cheiro celestial, inebriante, tudo que eu precisaria para o
resto da minha vida.
— Medo?
Por mais que não fosse o momento de abrir o cofre das escapadas
sexuais do passado, eu sabia que não era o primeiro dela.
— Não sei se consigo parar. Quero dizer isso... nós. Se levarmos
isso adiante, para onde vai? Onde termina?
Coloquei a mão sobre o coração. — Apenas siga isso.
— Isso me leva direto a você. — Ela sussurrou.
Minhas mãos se moveram para cima e pousaram em suas
bochechas, trazendo sua boca para perto. Seus lábios macios e rosados
acariciavam os meus, nossos movimentos tão lentos que cada beijo
despertava uma nova sensação que eu nunca havia sentido antes. O som
de seus gemidos suaves na minha boca me excitou, mas não empurrei.
Eu queria saborear cada momento desta noite, cada parte dela. Minha
Charlotte.
Sem me separar, eu a levei para a cama. Eu a segurei enquanto a
deitava e, gentilmente, subi ao lado dela e continuei a beijar seus lábios
lentamente. Nossas línguas lutaram suavemente, nunca parando para
recuperar o fôlego. Eu lentamente interrompi o beijo e me movi em
direção ao seu pescoço, espalhando beijos suaves enquanto ela inclinava
a cabeça para trás. Ela gemeu baixinho. Ela estava pronta, mais do que
pronta.
Minhas mãos se arrastaram para sua barriga, esfregando-a
enquanto ouvia os sons que seu corpo fazia. Por um momento, pensei
que ela havia mudado de ideia, mas ela se afastou por um mero segundo
para puxar o vestido pela cabeça. Ver seu peito apenas coberto por um
sutiã era o suficiente para me fazer gozar, mas porra, eu precisava
lembrar que era uma maratona, não uma corrida.
As pontas dos meus dedos roçaram seus seios, observando-os ao
luar. Fazendo meu caminho até suas costas, abri o fecho e o observei cair
em volta de sua cintura. Nenhuma palavra poderia descrever como seus
seios lindos pareciam banhados pelo luar, o par natural mais perfeito
que eu já tinha visto na minha vida.
A resistência foi inútil. Abaixei-me para poder apreciá-los. Ela
tinha gosto de doce céu, e tentei diminuir meus movimentos, mas estava
perdido. A luxúria estava tomando conta, e minha língua os chupava
com mais força, seu prazer crescendo enquanto ela puxava meu cabelo
sussurrando palavrões leves até que ela me pediu para parar.
— Você está bem?
Ela hesitou, mas apenas por um momento. — Você está usando
roupas demais, e eu preciso de você dentro de mim, agora.
No menor tempo possível, minha calça e cueca estavam fora, assim
como a dela. Nós dois ficamos lá silenciosamente admirando os corpos
um do outro.
— Relaxe. Eu prometo que não vou machucar você.
Eu sabia que tinha sido abençoado no departamento de pau, então
estava consciente de ir devagar. Deslizei-me para dentro, beijando seu
ombro enquanto esperava que seu corpo relaxasse. Ela gemeu, pegando
meus quadris e me empurrando ainda mais. Eu não podia acreditar que
ela estava na minha frente, a garota que significava mais para mim do
que qualquer pessoa neste mundo inteiro.
Usando o pouco de controle que eu tinha durante esse momento,
tentei ser paciente e me mover devagar, mas como um homem possuído,
a luxúria e a ganância assumiram o controle. Minhas estocadas ficaram
mais rápidas, e com cada som que ela fazia, eu sabia que ela estava perto.
Observei seu rosto desesperado por mais, a força de seus beijos, a
maneira como seus quadris se curvavam e depois batiam com mais força
nos meus.
— Alex, sinto muito. Eu não posso... eu vou...
Eu me movi mais rápido, deixando-a cavalgar em nosso primeiro
orgasmo juntos, e levou apenas um segundo depois para eu seguir seu
exemplo. Mordi seu ombro enquanto tentava entender a intensidade de
tudo. Tentando recuperar o fôlego, eu a segurei com força. Gotas de suor
se formaram em nossos corpos apenas aumentando a compreensão do
que acabara de acontecer.
— Merda, eu deveria ter te perguntado...
— O que é? — Eu murmurei com minha cabeça ainda enterrada
em seu pescoço.
— Usar camisinha.
Eu me afastei e lentamente me aliviei dela. Caindo de costas, eu a
trouxe para perto de mim.
— Sinto muito, você está certa. Não sei o que estava pensando. Eu
só queria sentir você. Não quero estragar o clima, mas você não tem
nada com que se preocupar.
— Mas você é casado, o que significa que você dorme com outra
pessoa — ela baixou a voz.
— Charlotte, olhe para mim. — Inclinei minha cabeça quando
nossos olhos se encontraram. Com uma expressão de dor, senti seu
arrependimento. — Samantha e eu não fazemos sexo há meses. Eu faço
o teste a cada seis meses como parte do protocolo do hospital. Você é a
única com quem eu quero estar, mas da próxima vez, podemos usar algo
se isso aliviar sua mente.
— Próxima vez?
Meu ego foi atingido por um momento. Não foi o mesmo para ela?
— Uh, sim. Não foi bom para você, Charlotte?
Ela permaneceu em silêncio. Isso me matou, mas então ela falou
as palavras que eram tão poderosas. Palavras que me atraíram para
aquele lugar novamente.
— Alex, eu sonhei com esse momento desde que nos encontramos
na cozinha, e nada poderia se comparar a como isso foi maravilhoso.
Nunca na minha vida me senti assim por alguém ou compartilhei algo
tão íntimo, mas isso confirmou meus medos... Não consigo parar. Eu
quero mais. Eu quero tudo isso com você. Quero sentir você dentro de
mim, tocando e explorando cada parte do meu corpo. Eu quero fazer
coisas muito sujas com você que só minha imaginação me permitiu
experimentar.
— Bem, acho que temos um problema. — Eu ri.
— O que é isso?
Eu agarrei a mão dela e a coloquei no meu pau, que ficou
instantaneamente duro. Ela gemeu, mas desta vez foi diferente.
— Eu posso cuidar disso. — Ela murmurou enquanto deslizava
sob os lençóis.
Oh porra. Seus lábios estavam em volta do meu pau, e caramba,
minha garota deu a melhor boquete que eu já experimentei na minha
vida. Eu queria mais, novamente, implorando para ela se virar para que
eu pudesse sentir sua boceta. Ela se moveu ligeiramente para a esquerda
ao meu alcance, e eu aliviei meus dedos para dentro fazendo seus
gemidos abafados no meu pau mais excitantes. Eu os deslizei esfregando
meu esperma em seu clitóris. Ela me levou mais fundo. Eu estava perto,
então a avisei porque eu era uma espécie de cavalheiro e não sabia o
quanto ela aguentaria.
— Eu quero provar você.
Eu estava acabado.
Empurrando meus dedos profundamente dentro dela mais uma
vez, gozei quando suas paredes se contraíram em torno de meus dedos.
Ela tomou tudo de mim, cada gota de porra e ela engoliu como uma
profissional. Samantha nunca tinha feito isso, pensando bem, nenhuma
das garotas com quem eu já tinha estado fez. Foi a porra de um sonho
que se tornou realidade, e eu estava em êxtase por ter experimentado
isso pela primeira vez com a minha garota.
— Você está bem aí, soldado?
— Você é incrível, sabia disso?
— Bem, ajuda o fato de eu assistir muita pornografia. — Ela sorriu
com orgulho.
— Espere! Você acabou de dizer o que eu acho que você acabou
de dizer?
— Sim, você ouviu direito. O que? Minha imaginação só pode
pensar em um tanti antes de precisar de recursos visuais.
Meus braços a envolveram com força, nunca querendo deixá-la ir.
Isso foi perfeito, nós éramos perfeitos. Exceto por uma coisa - eu sou
casado. E agora oficialmente, eu tinha traído. Eu estava tendo um caso e
não podia voltar atrás. Eu tinha atravessado para o lado sombrio, mas
ao invés de estar sombrio, estava quente, ensolarado, cheio de arco-íris,
e Charlotte nua esperando por mim com seu cabelo espalhado em um
leito de nuvens enquanto me alimentava com uvas.
— Eu gostaria que pudéssemos ficar assim para sempre, mas
tenho que me vestir antes que Adriana invada.
Ela relutantemente se desvencilhou de mim e se vestiu. Uma vez
que ela fechou o vestido, eu a puxei de volta para a cama, o que foi
recebido com um pequeno grito.
— Alex, você precisa ir.
— Mais um minuto. Por favor? Assim que eu sair por aquela porta,
você não estará em meus braços até Deus sabe quando.
Era a verdade tanto quanto doía.
— Não podemos ser pegos. Você sabe disso, certo?
Claro, eu sabia disso. Eu também sabia que a queria mais do que
nunca agora, e não sabia como faria malabarismo entre ser casado e
estar com ela.
CHARLIE
PRESENTE
CHARLIE
Fazia um mês desde a noite do show ou, para ser exata, a noite em
que Alex e eu finalmente transamos.
No espaço de um mês, transamos sabe Deus quantas vezes em
lugares diferentes e em tantas posições que justificariam uma
continuação do Kama Sutra. Alex era insaciável e cada parte de mim
estava desesperada por mais. Algumas vezes fiquei preocupada que
fôssemos pegos, mas de alguma forma, inventamos um álibi. Isso foi até
o diretor entrar em contato com meu pai sobre minhas três ausências
em duas semanas e queria ter certeza de que eu estava bem.
— Charlie, você pode, por favor, explicar isso? — Papai deslizou
o bilhete sobre a mesa. Era uma carta endereçada ao papai pedindo que
autorizasse minhas faltas na escola. — Olha, Charlie, o que está
acontecendo? Você é uma aluna nota A. Adriana está obrigando você a
faltar à escola?
Hesitei, procurando uma desculpa válida. — É estúpido, e eu sinto
muito, pai. Tem esse cara na escola. Eu gosto dele, e ele meio que disse
algumas coisas não tão legais, então eu o tenho evitado — eu menti.
Balançando a cabeça com desapontamento, ele abaixou a cabeça
enquanto beliscava a ponta do nariz. — Charlie, desde quando um
garoto faz isso com você? Eu criei você melhor do que isso. Eu vejo como
você está com Finn. Ninguém te dá merda.
— Eu sei, pai. Sinto muito, não vai acontecer de novo. Você tem
razão. Eu preciso encontrar meu poder feminino e não deixar um garoto
me afetar.
Ele esfregou a barba e olhou para mim antes de se inclinar para
assinar a carta. — Eu confio em você, Charlie, é melhor que isso não
aconteça novamente. Você me entende?
— Sim, pai. Desculpe.
Depois que o almoço terminou e os pratos foram lavados, eu disse
ao meu pai que estaria no meu quarto estudando. Eu tinha que admitir
que mentir constantemente era cansativo, mas não tinha intenção de ser
pega ou desistir de Alex. Eu precisava entrar em contato com ele, apenas
um texto seria o suficiente. Usei nosso código caso ele estivesse com ela.
EU
Oi Alex, Adriana te pediu aquele livro que estamos estudando em
inglês? Ela disse que você tinha uma cópia sobressalente em casa.
LEX
PRESENTE
CHARLIE
LEX
EU
Ainda me lembro do seu rosto, tão pálido esperando para quebrar
aquela lagosta. Olhe pelo lado bom. Na verdade, consegui brincar
de Dr. Edwards com você e, pelo que me lembro, você era um
paciente bastante travessa.
P.S. Não gosto de sair de Nova Iorque.
CHARLOTTE
Eu acredito que a história correta é que você me pediu para me
despir para que você pudesse me 'examinar'. Considerando que eu
estava doente, foi muito pouco profissional da sua parte tirar
vantagem de uma pobre paciente doente.
P.S. Nova Iorque também sente sua falta.
EU
Ordens estritamente médicas. Eu não ouvi você reclamar uma vez,
mas, novamente, por que você faria isso quando teve dois orgasmos
em cinco minutos?
P.S. E você?
CHARLOTTE
Também sinto saudade.
CHARLIE
LEX
LEX
CHARLIE
CHARLIE
— Por que você está dando tanta importância a isso? Eu não vou
transar com ele.
Frustrada, chutei uma pedra que estava ao longo do caminho
perto da porta dos fundos. Alex ficou do lado de fora comigo, tentando
controlar seu temperamento. Era uma tarde de sexta-feira e Adriana
estava lá em cima experimentando o vestido de baile para Samantha. Eu
não sabia que eles viriam juntos, e cara, eu estava furiosa quando eles
vieram. Quero dizer, não foi culpa de Samantha ela ser casada com esse
cara legal, e eu não gostaria de deixá-lo fora de minha vista se ele fosse
meu.
Eu tinha pedido licença para pegar uma bebida na cozinha quando
na verdade eu estava saindo para tomar um pouco de ar fresco e me
acalmar. De alguma forma, ele escapuliu e me seguiu.
— Charlotte, por favor, o idiota anda pela cidade dizendo a todos
que vai te foder na noite do baile. Como se você não se importasse?
— Eu me importo, mas prefiro que ele espalhe esse boato do que
o que está sendo espalhado sobre uma garota do ensino médio
transando com o irmão casado de sua melhor amiga. É tarde demais
agora, de qualquer maneira. Eu disse sim.
— Não, não é tarde demais. Ligue e diga a ele que você não irá. —
Ele fez sinal para eu pegar meu telefone.
Eu estava prestes a dizer a ele onde enfiar esse nosso
relacionamento quando Samantha saiu.
— Está tudo bem? — ela perguntou, olhando de Alex para mim.
— Uh, sim, Alex só está tendo uma atitude comigo porque eu cobri
Adriana para a noite do baile. Ela e Elijah vão ficar em um hotel.
Samantha riu, balançando a cabeça.
— Nossa, Alex, como se você não tivesse trepado na escola.
Vamos, vamos para casa. Você me deve uma coisa, lembra? — Ela se
inclinou e beijou seus lábios.
Eu me virei, incapaz de ver meu coração começar a quebrar em
um milhão de pedaços. Eram nesses momentos que a dor era tão
profunda que me fazia questionar tudo sobre nós, sobre o nosso suposto
amor. Eu tinha uma escolha. Eu poderia desmoronar e chorar bem na
frente deles, ir embora e agir como se isso não me incomodasse, ou
realizar um doce ato de vingança.
Eu tinha dezoito anos, então, claro, era vingança. Sempre seria
vingança, e é um prato que se come frio.
— Oh, e Alex, não se preocupe. Adriana vai ficar bem. Carter e eu
estamos no quarto ao lado do dela. — Eu sorri, então com toda a
dignidade que pude reunir, saí com a cabeça erguida.
11
Um ex-membro das Spice Girls.
— Afaste-se, Reed, ou será meu punho cercando você. — Finn
ameaçou.
— Foda-se, Rodriguez. Vagabundos do bem-estar como você não
são bem-vindos aqui. Nem os desistentes de medicina que exigem a
ajuda do papai. — Carter riu enquanto se afastava.
— Charlie, por que diabos você concordou em vir com ele? — Finn
sibilou quando Jen colocou a mão em seu peito para acalmá-lo.
— Porque eu estava na merda com meu pai por matar aula e faltar
em geometria, e eu precisava das anotações dele. Ele pode ser o maior
babaca, mas é um craque em geometria.
— Da próxima vez eu te empresto as minhas. — Finn ofereceu.
— Você não ouviu minha história? Ele acerta geometria. Não
preciso de ajuda para ser reprovada, estava me saindo muito bem
sozinha. — Revirei os olhos e Finn acenou para mim antes de balançar
o corpo ao ritmo da música de Jay-Z que começou.
Mais uma vez, fui deixada sozinha com Alex.
— Você está terrivelmente quieto. — Eu murmurei.
— Você está incrivelmente linda esta noite, e eu tenho que ficar
aqui e fingir que você não significa nada para mim e permitir que aquele
canalha coloque as mãos em você.
— Alex, me desculpe.
Eu ansiava por tocá-lo, mas não havia como.
— Não, me desculpe por não confiar em você com aquele idiota.
De qualquer forma, pelo que ouvi, o pau dele é tão pequeno que ele não
conseguiu nem despir Kaley.
Eu ri tão alto. Era verdade, e não havia nada que eu amasse mais
do que ver o sorriso de Alex, mesmo que fosse sobre o pinto minúsculo
de Carter. — Esse é o boato. Até meu pai já ouviu isso.
— Uau, até o Sr. Mason está sabendo.
— Infelizmente, sim. Eu não queria ser tão fria lá atrás, mas as
pessoas estão percebendo. Não sei por que, mas Kaley disparou, e eu
disse a ela que ela era uma idiota, mas obviamente ela teve a impressão
de alguma forma. Não sei para onde isso vai ou o que acontecerá no
futuro, mas sei que agora não podemos ser pegos.
— Não vamos, Charlotte. Mas esta noite, preciso colocar minhas
mãos em você de alguma forma, apenas deixe a solução do problema
para mim. — Ele piscou.
Não demorou muito para que Adriana voltasse. Dançamos
algumas músicas e curtimos o típico baile de formatura. Mais ou menos
uma hora depois, começaram as cerimônias. No verdadeiro estilo
Carmel High, Carter foi nomeado rei do baile e Kaley foi nomeada rainha
do baile. Claro, ela se regozijou, acenando como a porra da diva que ela
era. Todos nós batemos palmas dando a ela o momento que ela queria.
Eu realmente não me importava porque não tinha sentimentos por
Carter. Eles dançaram a tradicional dança do rei e da rainha do baile. Foi
tudo um grande show hilário. Não poderia ter sido mais estereotipado.
Eles duraram apenas alguns minutos antes de Kaley sair irritada com
algo que Carter havia dito.
Caminhando até mim momentos depois, estremeci com o pedido
que sabia que viria.
— Dançar com minha acompanhante? — Ele estendeu a mão.
Meus olhos imploravam a Alex para que ele entendesse por que
concordei. Quase como se tivesse entendido instantaneamente, ele ficou
parado com um sorriso satisfeito no rosto.
— Uma dança. — Eu o avisei.
Dançamos um pouco antes de eu começar a ouvir sons
gorgolejantes. Eu não estava com fome. Eu tinha me tornado a melhor
amiga do garçom que servia os mini enroladinhos de milho. Estranho,
pensei. Mais uma vez, ouvi o som. Foi muito alto. Carter tinha uma
expressão desconfortável no rosto. Eu me virei para olhar para ele, mas
fui distraída pela interrupção de Kaley.
— Você é uma vagabunda tentando ter Carter e Alex. Por que você
não vai fodê-los? Ei, faça sexo a três — ela gritou.
O som gorgolejante irrompeu, mas desta vez foi mais alto. Tanto
Carter quanto Kaley ficaram na minha frente. Carter imediatamente se
desculpou enquanto eu o observava correr pelo ginásio com as pernas
espremidas. Oh! Eu não pude deixar de rir. Ele deve ter pegado o vírus
de Elijah ou algo assim. Totalmente nojento.
— Sério, Kaley, arrume uma vida. Não sou eu que estou exibindo
minha vagina como um bilhete de loteria premiado por toda a cidade.
— Não, só para Alex? — ela perguntou zombeteiramente.
— Qual é exatamente a porra do seu problema com ele?
— Não tenho nenhum problema com ele e, claramente, você
também não. Caso contrário, vocês dois não teriam sido vistos fodendo
no capô do carro dele — ela zombou.
Oh, puta merda, então alguém tinha visto.
Com meu coração batendo forte no peito, a negação seria minha
melhor amiga por enquanto. — Sim, boa tentativa, Kaley. Eu avisei, não
invente merda sobre meus amigos.
Nós duas estávamos paradas cruzando os braços em um confronto
direto. Adriana, Alex, Finn, Jen e alguns outros caras vieram para
impedir o que eu pensei que estava prestes a acontecer.
Kaley me empurrou para trás.
Então, a cadela queria brigar.
Eu estava prestes a retribuir o favor quando ouvi aquele som
novamente.
— Que porra é essa? — Eu perguntei, olhando para Kaley.
Seu rosto se contorceu quando o som se intensificou. Ela abraçou
a barriga tentando fugir, mas seu salto ficou preso no meu vestido
arrastando no chão. Ela puxou meu vestido com força, tentando
desembaraçar o tecido de seu salto.
— Ai, Kaley. Pare de se mexer, porra, você está presa no meu
vestido!
— Charlie, me solte — ela gritou.
— Oh meu Deus, Kaley, deixe-me tirar o seu calcanhar.
Era tarde demais.
Ela cobriu o rosto e o gorgolejar parou.
Houve uma erupção massiva de gargalhadas ao meu redor, e foi
apenas momentos depois que percebi o que havia acontecido. Os cantos
dos meus lábios se curvaram. Lutei muito enquanto minhas bochechas
inchavam momentaneamente com a pressão, mas não adiantou. Minha
risada irrompeu, ecoando pela multidão enquanto eu me curvava,
batendo no meu joelho repetidamente. — Você acabou de se cagar
— Cale a boca! Cale a boca porra, sua cadela estúpida!
Alex se inclinou, incapaz de conter o riso enquanto
desembaraçava o salto do meu vestido. Uma Kaley mortificada levantou
o vestido tentando cobrir a mancha marrom que se formou contra o
tecido rosa pálido. O grupo de nós caiu no chão em histeria.
— Está tudo bem? — perguntou o Diretor Sinclair.
— Sim, senhor — todos nós dissemos em uníssono.
Nós nos apoiamos um no outro para nos levantar.
Esta foi uma noite para lembrar, tudo bem.
— Char, isso foi hilário! Mas não tenho ideia de por que ela está
inventando coisas sobre você e Alex? — Adriana perguntou, parecendo
confusa enquanto tentava recuperar o fôlego.
— Por favor, como se eu tocasse esse idiota com uma vara de três
metros. — Eu ri, socando Alex no braço.
Eu estava preocupada que ele se ofendesse, mas ele entendeu
rapidamente o jogo que estávamos jogando.
— Legal, Char — ele brincou, imitando o apelido de Adriana para
mim.
— Oh meu Deus, vocês!
Nossas cabeças se voltaram para onde Adriana estava olhando.
Parado ali na entrada do ginásio estava Elijah em seu terno azul bebê
com uma camisa preta abotoada. Ele parecia pertencer à década de
1960, mas arrasou com aquele terno. Foi uma tomada moderna, e
ninguém poderia ter feito isso, exceto Elijah Morrison.
— Meu docinho. — Adriana gritou, puxando Elijah para um
abraço. Ela conversou animadamente com Elijah explicando cada
detalhe da noite até agora. Seu longo reencontro deu a Alex um
momento para sussurrar algo em meu ouvido.
— Agora — foram as únicas palavras que ele falou.
Eu o segui até a mesa de ponche convenientemente localizada
perto de uma saída escondida. Deslizando despercebido, ele puxou
minha mão e acabamos em um corredor não muito longe da minha aula
de biologia. — Esta é a sua sala de aula de biologia?
— Sim — eu respondi, sem saber onde ele queria chegar com isso.
Ele me puxou até a porta e girou a maçaneta. Estava desbloqueada.
A sala estava escura, exceto por um leve indício da lua. — Qual é a sua
mesa?
— Aquela atrás da janela — eu respondi, ainda perplexa.
Ele me levou até a mesa e segurou meu rosto, beijando-me com
força, nossas línguas em um frenesi depois de estarmos separados por
uma semana. Eu senti falta dele. Deus, eu sentia falta de tudo sobre ele.
— Charlotte, você está tão linda esta noite, mas preciso fazer
coisas sujas com você agora mesmo em sua mesa.
Seus lábios roçaram ao longo do meu decote, despertando cada
centímetro de mim. Correndo minha língua ao longo de sua mandíbula
inalando seu cheiro enquanto eu ia, então fechei meus olhos me
perdendo neste momento. Ele levantou e me colocou na minha mesa.
Espalhando minhas pernas bem abertas, ele ficou entre elas, então
inclinando a cabeça ligeiramente, ele colocou a boca no meu peito,
esbanjando-o com beijos. Avidamente, ele abriu meu zíper, expondo
meu sutiã que não formava nenhuma barreira enquanto ele o
empurrava expondo meus seios. Tomando cada mamilo em sua boca, eu
gemi. Isso só aumentou a intensidade quando ele os chupou com mais
força. Eu arqueei minhas costas, implorando para ele entrar em mim.
— Você quer que eu deslize meu pau agora?
Eu balancei a cabeça, incapaz de falar.
— Não, Charlotte. Você fez da minha vida um inferno na semana
passada. Você enviou minha mente para a mais selvagem caça ao ganso
possível, imaginando o pior entre você e Carter — ele continuou,
tomando meu mamilo em sua boca com mais força.
Eu queria mais – a raiva dele só aumentava o prazer. Deslizando
minha perna para cima e expondo minha bunda, ele a agarrou com força.
Inclinando-se para a frente, ele abriu minha gaveta procurando alguma
coisa.
O que ele precisaria da minha mesa?
Uma régua.
Expondo minha bunda, ele gentilmente bateu a régua contra a
minha pele enquanto puxava meus mamilos com os dentes. Eu arqueei
minhas costas, o equilíbrio entre prazer e dor me dominando. Puta
merda, isso era tão fodidamente quente. Ele estava me espancando por
ser impertinente. Eu secretamente me excitava com merdas como essa.
— Nunca mais faça isso comigo, entendeu? Você é minha e não
vou compartilhar você com ninguém.
Senti o tapa da régua novamente, um pouco mais forte desta vez,
mas ainda mais prazeroso. Podia estar escuro, mas era impossível não
notar o fogo queimando em seus olhos. Esse Alex era diferente, ele era
possessivo, selvagem e sujo, e eu adorava isso.
— Mais forte — eu gemi.
O som ecoou pela sala, e puxei sua boca para a minha para abafar
o gemido que deixei escapar. Ele puxou seu pau para fora sem tempo a
perder e deslizou para dentro de mim. Eu ansiava por ele, cada parte de
mim pronta para explodir em um orgasmo feliz.
— Agora, toda vez que você se sentar aqui, quero que se lembre
de nós e de como estamos agora. Como eu estou te fodendo. Como estou
fazendo você se sentir. Como ninguém nunca fez você se sentir assim ou
terá a chance de fazer você se sentir assim. Ninguém te toca além de
mim. Só eu... — ele disse em um sussurro.
Puxei-o para mim e mordi seu ombro enquanto o montava. Seu
corpo logo me seguiu enquanto ele estremecia, liberando seu esperma
dentro de mim. Nossos corpos suados se abraçaram, incapazes de
compreender o que acabara de acontecer aqui, na minha mesa, na minha
sala de biologia.
Arrumei meu vestido e tentei arrumar meu cabelo o melhor que
pude. Alex fechou o zíper da calça antes de se inclinar, desta vez me
beijando suavemente.
— Não podemos estar separados, Charlotte, nunca. Não podemos
nos separar, Charlotte, nunca.
Havia um claro desespero em sua voz, implorando para que eu
sentisse o que ele sentia. Não havia dúvida em minha mente que eu me
sentia exatamente como ele. Eu entendi, mas não entendi como poderia
ser só ele e eu um dia. Eu balancei a cabeça antes de dizer a ele que o
amava. O momento era tão avassalador.
— Charlotte. Este vestido... sua beleza... não acredito que você é
minha. — Seus olhos nunca me deixaram, o verde esmeralda
combinando com o tom do meu vestido.
— É minha cor favorita — acrescentei, ainda segurando seu olhar.
— Por que, baby — ele perguntou, mordiscando minha clavícula,
me distraindo da pergunta.
— São seus olhos, Alex. Eles fazem algo comigo. Eu não posso
explicar. É quase como se tivessem lançado um feitiço sobre mim. Você
deve saber disso, já que os usa para me atrair sempre que estamos a
menos de trinta centímetros um do outro.
Ele levantou a cabeça para me encarar mais uma vez, seu rosto
sério. Parecia que algo o atormentava, como se algo que ele precisava
dizer estivesse na ponta da língua, mas ele não disse uma palavra até
minutos depois.
— Você está loira — disse ele, passando os dedos pelo meu
cabelo. — Gosto de você morena.
— Pensei em mudar um pouco. Por que? Com medo de não
conseguir diferenciar Samantha de mim?
Oh, minha grande e gorda boca de merda.
Seu olhar frio me deixou nervosa. Não demorou muito antes de
seu rosto suavizar. — Eu te amo, baby, tanto que não consigo mais
pensar direito. Eu não posso mais viver essa merda de vida dupla.
Ele levantou meu vestido e me pegou mais uma vez na minha
mesa. Desta vez mais lento, mais agonizante, mas estava lá, olhando para
nós dois - o amor que tínhamos um pelo outro. Eu queria perguntar o
que isso significava, mas ele estava dentro de mim e este não era um
momento de perguntas e respostas. Não, era hora de curtir meu homem
por um momento, curtir seu toque e o peso de seu corpo no meu.
Quinze minutos depois, saímos separadamente para o ginásio. Era
quase o fim da noite e Kaley e Carter não estavam à vista. Obrigada
porra. As luzes diminuíram ainda mais para a música final da noite.
Fiquei ali sem par enquanto Adriana vinha até mim, arrastando Alex
com ela.
— Ok, vocês podem se dar bem apenas para dançar uma música?
Char, você nunca vai se perdoar por não ter feito aquela dança final,
mesmo que não seja com o seu Príncipe Encantado.
Que ironia, pensei.
Ela rapidamente disparou para os braços de Elijah, que felizmente
estava do outro lado da sala.
— Ordens da irmã. — Ele sorriu.
Peguei sua mão enquanto ele me puxava, tentando ao máximo não
me sufocar ou permitir que nossos corpos se tocassem. A música tocada
me permitiu pensar muito sobre esta noite, sobre nós, sobre o nosso
futuro.
— Você está bem? Você está meio mancando. — Ele brincou.
— Agradável. Pelo menos você não tem esperma escorrendo pela
perna.
— Se eu fizesse, eu iria querer você de joelhos lambendo tudo.
Oh merda, agora era pior. Por que esse sentimento não diminuiu?
Já havíamos fodido duas vezes.
— Obrigada. Acho que apenas esguichei mais depois desse
comentário.
— Uau! Você com certeza sabe como tornar um baile de
formatura romântico.
Eu sorri e mantive minha boca fechada. Era hora de aproveitar o
momento. Este foi o fim de uma era, hora de seguir em frente e viver a
vida como mulher.
Para novos começos, pensei.
Eu assisti as luzes piscando contra a Torre Eiffel, minha mente
perdida nas letras que me consumiam. Não poderia haver um momento
melhor para trazer à tona a questão que ardia dentro de mim, a única
questão que nos faria ou nos destruiria.
— Alex...
— Shh… um dia, minha Charlotte, estaremos em Paris dançando
com todo mundo olhando. Eu prometo a você, um dia será a nossa vez.
Eu quis dizer o que disse naquela sala… não podemos nos separar,
Charlotte. Nunca.
E então, naquele momento, ele me prometeu uma vida juntos, me
prometeu o mundo.
Fechei os olhos, imaginando que era agora, que as pessoas ao
nosso redor não significavam nada, e éramos livres, livres para mostrar
ao mundo o quanto nos amávamos e que nada poderia nos separar.
CAPÍTULO QUARENTA E SETE
CHARLIE
PRESENTE
Clico nas fotos e amplio. É ele. Meu coração para. Agarrando meu
peito, eu sou incapaz de respirar. Eu balanço minha cabeça
implacavelmente, o choque me consumindo.
Mal conseguindo me mover, meu cérebro está tentando computar
o que li. As fotos não mentem, eles definitivamente estão sendo íntimos,
a mão dele está acariciando a bochecha dela. Você não faz isso com
parceiros de negócios. Cada imagem naquele artigo é, na verdade, deles
sendo íntimos em todo o país.
Eu me desvencilho dele, andando silenciosamente na ponta dos
pés pelo quarto. Quando estou prestes a sair, pego seu telefone na
cabeceira. Eu tento ignorá-lo, mas eu preciso de respostas.
Estou com tanta raiva de mim mesma por confiar nele novamente.
Agarrando-o rapidamente, leu a mensagem na tela.
VICTORIA
Parece que chegamos à página seis, querido. Melhor que saiba
agora.
CONTINUA…