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Disponibilizado: Stella Marques


Tradução: Niquevenen
Pré-Revisão e Revisão Inicial: Sabrina
Revisão Final: Niquevenen
Leitura Final: Stella
Formatação: Niquevenen
Ela tem um segredo.
Sou complicada. Não quebrada ou arruinada ou correndo de um
passado que não posso enfrentar. Apenas complicada. Por uma boa
razão.

Eu pensei que a minha vida não poderia ficar mais emaranhada em engano
e confusão. Mas eu não o tinha encontrado. Não tinha percebido o quão
longe eu poderia cair ou o que teria que fazer para me libertar — Hazel
Hunter.

Ele tem um segredo.


Eu nunca fingi ser bom ou digno de mérito. Eu persigo quem eu quero, faço
o que quero, ajo como quero.

Eu não tinha tempo para cobiçar uma mulher que não tinha direito de
cobiçar. Eu me mandei calar a boca e ficar escondido. Mas então ela
tentou correr. Eu provei o que ela poderia me oferecer e nem sendo
amaldiçoado eu iria deixá-la ir — Roan Fox.

Segredos podem destruí-los.

Destroyed é uma história de amor complicada entre um homem com um


passado terrível e uma mulher que está se curando. Um homem que
encontra a redenção no amor e uma mulher que perde seu coração e
razão de viver. A morte traz a vida, e destruição traz novos começos.

** Pepper Winters é conhecida por


seu gênero Dark Erótico. Este livro é
mais um romance escuro. Não é fofo,
e ainda lida com temas escuros, mas
pode ser brutal. **
Para encontrar a redenção
no amor.
Para encontrar uma
segunda chance na
esperança.
Prólogo

Eu não acreditei quando ela disse que era complicado.

Ela não acreditou em mim quando eu disse que eu tinha segredos.

Eu não entendi a verdade, mesmo quando ela me deixou entrever


atrás de sua máscara.

Ela não entendeu que eu não poderia viver com as consequências.

Eu pensei que ela era uma santa.

Ela pensou que eu era um pecador.

Pena que não tentamos encontrar a verdade.

Nós dois pagamos o preço.

Nós destruímos um ao outro.


Um

Se eu soubesse agora o que eu suspeitava naquele momento, eu


gostaria de pensar que eu teria feito as coisas diferente. Eu teria planejado
melhor, trabalhado mais, focado em coisas mais importantes. Mas eu era
jovem, ingênua e, lamentavelmente despreparada para o grande mundo
assustador da vida.

Agora, eu olhava para o passado com um carinho estranho.


Enquanto eu vivia isso parecia difícil, mas agora parecia tão incrivelmente
fácil. Especialmente agora, quando o presente parecia impossível e o futuro
horrendo e sombrio.

Era isso... até que eu o conheci.

Então, ele piorou.

"Eu não acho que isso é uma boa idéia, Clue." A mansão gótica
subia feita de cascalho e terra como um farol de desgraça. Gárgolas
decoravam rodapés e saliências; enormes pilares subiam por pelo menos
seis andares de altura. Eu não sabia que nada assim existia em Sydney, e
muito menos na rica e exclusiva Eastern Suburbs.

Meus dedos não tinham parado de tocar minha faca desde que sai
do ônibus e fui em direção a um bairro residencial em vez do distrito de
lazer na cidade.

Perder-nos em um labirinto de ruas, meu coração nunca se


acostumou que uma dessas experiências poderia ser a que ia acabar nos
matando.
"Pare de se preocupar tanto. Você disse que ia vir. Eu preciso da
minha mulher alada," Clue disse, a voz dela soando gentil.

Minha boca estava aberta, olhando estupidamente para a


construção de pedra intrincada, tentando ver a grandeza passando para
mostrar os truques de tal lugar. Não podia ser real? Poderia?

A mansão parecia perdida, como se ela tivesse sido transplantada


de um século passado. Ela enviava calafrios por minha espinha, evocando
imagens de loucura, mulheres quebradas e psicóticas, homens sádicos.

Enormes portas duplas interrompiam nossa entrada. A madeira


grossa, embelezada com detalhes em ferro forjado em forma de uma raposa
em uma noite invernal, abriram para revelar um segurança negro com um
penteado arrumado com gel. Seu corpo preso à porta como uma montanha,
enquanto seu rosto era o cruzamento entre um bulldog e um tubarão.

Seus olhos me congelaram no lugar, capturando-nos com apenas


um olhar. Suas pupilas eram negras como a noite atrás de nós e tinham um
brilho arrogante.

"É melhor você ter a senha; caso contrário, você vai desejar nunca
ter posto os pés neste alpendre." Seu olhar baixou para o concreto abaixo de
nós. Um lema tinha sido meticulosamente gravado com um cinzel na pedra.
Parecia feito à mão e rudimentar, mas mantinha certa ameaça do mesmo
jeito.

Era em russo? Eu não conseguia entender o verso, mas eu avancei


para o lado em meus estúpidos saltos para evitar pisar no entalhe das
letras.
"Nós fomos convidadas por Corkscrew1. Ele nos deu um passe de
uma noite." Pela milionésima vez eu queria estrangular Clue, desde que eu
tinha tomado banho e vestido esse vestido dourado e prata ridículo,
arrumado meu cabelo chocolate espesso em algum tipo de cachos e ondas.
Ela era minha amiga mais querida, mais próxima confidente, colega de
apartamento, babá, e irmã sem ser de sangue, mas eu queria matá-la por
me arrastar para fora hoje à noite.

Clue e eu tínhamos uma história ligada por sonhos e esperanças


compartilhadas. Nós não deixávamos a outra falhar. O que era a única razão
pela qual eu não tinha fugido e arrastado seu corpo inconsciente de volta
para casa.

Ela sabia que tudo o que eu queria fazer era voltar ao nosso
apartamento de baixa renda de dois quartos e evitar o mundo. Ela também
sabia que eu tinha sofrido tanto nas últimas semanas que eu estava no
fundo do poço e eu não tinha nenhuma energia para lutar. A vida tinha
efetivamente puxado o tapete, o piso e a porra do planeta de debaixo dos
meus pés. Eu não queria estar aqui.

Mas, quando eu resmunguei e chorei no sofá, abraçando minha


própria razão de existência, ela jurou e me amaldiçoou. Ela me lembrou de
que eu poderia estar em um lugar ruim, mas ela precisava de mim. Que a
vida continuava, soluções vêm e tragédias acontecem. Eu poderia tentar
mudar o futuro deprimida no sofá ou me vestir como uma prostituta e sair
com ela. E tanto quanto eu gostaria de ter um serrote na minha armadura
para ameaçá-la para que me levasse para casa para Clara, eu não fiz isso.

"Corkscrew, hein? Que disciplina?" O segurança cruzou os braços,


passando os olhos sobre mim. Eu tinha perdido peso por causa do stress

1 Saca-rolhas.
das últimas semanas, mas não parava de me sentir como uma salsicha
recheada no vestido colante de Clue.

Meu estômago revirou enquanto eu arrancava o traje emprestado


que se agarrou a mim como uma segunda pele. Uma teia de laços cobria
meus ombros, mas não conseguiam disfarçar a indecência. Toda a minha
figura estava à mostra, para completar estava com os mamilos endurecidos
do ar frio da noite.

Maldita Clue e seus fetiches pelo estilo bling2 e suas roupas


completamente impraticáveis. Ela sempre me forçava a usar a pior. Ela dizia
que eu era muito séria; muito focada; muito obcecada com a criação de um
futuro onde nada de ruim do passado poderia nos encontrar.

E ela estava certa.

Clara.

Lágrimas picaram meus olhos novamente e eu engoli em seco. Eu


não deveria estar aqui, caramba. O que eu estou fazendo?

"Muay Thai," Clue respondeu, com os olhos de amêndoa pretos


piscando com orgulho. Sua mais recente aquisição, que eu só tinha
encontrado uma vez, tinha tirado com sucesso minha amiga de seu eixo
com fobia de compromisso.

Eu nem sequer sabia como eles se conheceram ou o nome


verdadeiro dele. E Corkscrew, que diabo de apelido era esse?

"Ah, grande esporte." O segurança relaxou um pouco. "Qual é a


senha, em seguida, tetas doces?"

2É um estilo, adotado principalmente por rappers, criada por Lil Wayne, que se caracteriza
pelo uso de muitas joias e brincos.
Minha boca franziu. Eu não conseguia parar o flash de fogo;
instintos protetores cresceram firmemente em meu peito. "Você acabou de
chamá-la de tetas doces?" Eu nunca consegui ficar quieta enquanto outra
pessoa era ridicularizada, envergonhada, ou usada. Eu gostava de pensar
que era um forte traço de caráter, mas a vida o tinha transformado em mais
uma falha.

Ele riu. "Bem, ela tem belos seios e eles parecem tão doces quanto
o açúcar, então sim. Eu chamei." Seus olhos estreitaram. "Você tem algum
problema com isso?"

Não faça isso, Zel.

Clue deu um tapinha no meu braço e eu forcei a retaliação da


minha língua. Minhas mãos crispadas, mas eu permaneci em silêncio. Dar-
lhe uma chicotada verbal não nos ajudaria a ganhar a entrada em um clube
ilegal para a Clue ver seu homem.

Dispensando-me, o segurança olhou para Clue. "Cuspa a senha ou


saia. Não tenho tempo para isso."

Clue inclinou seu quadril, acentuando a fluidez de sua figura


incrível. Eu tive um pequeno flash de temor, olhando a perfeição de Clue.
Vestida com um vestido igualmente safado, ela brilhava com lantejoulas
vermelhas. Parecendo parte Gueixa, parte ninja guerreira, Clue era uma
palavra: impressionante.

"Tu podes tirar sangue, mas nunca tirar a vida," sussurrou Clue,
mergulhando sua voz rouca com uma forte dose de fascínio.

Mesmo se a senha estivesse completamente errada, o segurança


estava tão encantado por ela que ele teria deixado que entrássemos. Sua
atitude arrogante o deixou; substituída por um sorriso apaixonado. Clue
tinha poderes mágicos sobre os homens.
Ela era exatamente o oposto de mim. Eu parecia repelir homens, o
que era perfeito considerando a minha situação.

"Bem, o que você sabe? Você está dentro.” Ele abriu a porta larga,
derramando luz quente na escuridão da noite. "Sigam direto até o final,
depois para a esquerda. A arena principal está lá. Não entrem nos outros
quartos, exceto se forem convidadas.”

Clue sorriu e passou por ele, deliberadamente deixando ele se


embasbacar com seu decote. "Muito obrigada."

Ele balançou a cabeça em silêncio, deixando eu passar me


esgueirando sem alarde.

Meu coração disparou no corredor ridiculamente grande. As


pesadas portas trancadas atrás de nós, e tudo o que eu queria fazer era
correr para casa para ela.

Você deixou-a sozinha. Com estranhos. Para isso.

Para isso? Esta decadência, essa riqueza, esta paródia de tudo o


que eu precisava para salvar a vida dela. Em vez de lágrimas, raiva encheu-
me.

Quem quer que fosse o dono desta monstruosidade tinha muito


mais do que merecia. Se apenas a vida tivesse a amabilidade de me dar uma
saída. De me dar uma maneira de salvá-la.

Eu não posso fazer isso.

"Clue. Eu já tive o suficiente. Sinto muito, mas eu vou embora."

Clue girou novamente, pegando minhas mãos. "Você não vai, Zel.
E eu vou te dizer o por que."

Meu mau-humor aumentou ainda mais.


Seu polegar acariciou meus dedos, tentando me acalmar, mas
apenas me irritou ainda mais. "Você não vai para casa. A sra Berry vai
tomar muito cuidado com ela. A vida não acabou fora do nosso
apartamento. Você precisa se lembrar de porque você lutou tanto para
chegar onde você está." Sua voz se suavizou. "Estou perdendo alguém com
quem me preocupo profundamente e minha melhor amiga também. Você
não pode morrer com ela, Zelly. Eu não vou te deixar." Seus olhos
apertados, cheio de tristeza.

As malditas lágrimas que pareciam ser uma companhia constante


nos dias de hoje subiram por minha espinha em um formigamento. Eu
apertei meus olhos para impedi-las de derramar.

Clue me reuniu em seus braços, sussurrando em meu ouvido.


"Você vai encontrar um caminho. Eu juro. Eu sei nos meus ossos que você
vai salvá-la. Assim como você me salvou. Vocês vão ter uma vida juntas, e
ela vai levá-la a loucura quando ela for mais velha.” Sua voz engrossou.
"Mas você tem que sair para o mundo para encontrar uma solução. Você
não vai encontrá-la escondida na caixa de cereal em um apartamento sujo
que você não deixou por semanas."

Eu a contornei. "Eu não poderia me importar menos sobre o


mundo. Ele levou tudo de mim. E agora ele está tomando Clara, também.”
Meu coração se apertou, fazendo-me esfregar o centro do meu peito.
Engraçado como a dor emocional poderia criar tanta dor física, não
importava que eu era saudável e apta e só estivesse sofrendo com notícias
trágicas — meu corpo tornava a dor real.

Clara iria acabar me matando, porque eu me importava muito.


Meu coração iria parar quando o dela parasse.

Clue ficou tensa. "Lembre-se de quem você é. Você é uma lutadora.


Você não superou seu passado para se entregar agora."
Eu iria reviver tudo de novo se isso significasse que o destino não
iria roubá-la.

Porra de destino. Minha raiva aumentou novamente, aquecendo


meu sangue como lava. "Minha filha está morrendo e você acha que eu
estou desistindo?" minha voz tremeu e eu invadi sua frente. Eu não poderia
mais ter esta conversa. Eu não poderia retroceder à velha Hazel, a mulher
de vinte e quatro anos de idade que tinha estado à beira da felicidade. Eu
tinha começado como consultora legal, eu era saudável e tinha a melhor
filha que um ser humano poderia ter.

Você tem uma filha. Não é passado. Ainda não.

Mas Clue estava certa. Eu tinha superado tanto. Eu não podia


desistir. Eu não iria fugir e deixar minha filha, eu tinha que encontrar uma
cura, e para isso eu tinha que enfrentar o mundo e continuar lutando até o
fim.

Eu vou encontrar um caminho.

Guardei de volta o desamparo e as lágrimas, eu parei minha raiva


até que eu vibrava com energia. Seja qual fosse o local, eu entraria.

Caminhei para frente, aprumei meu ombro. "Você ganhou, Clue.


Vamos lá."

Seus saltos bateram no corredor de pedra, me alcançando. "Não


me odeie por fazer você se lembrar de como lutar. Ela está bem. Você não
disse a ela o que está errado; não houve recaídas ou outra co—"

Eu levantei minha mão. "Eu não quero pensar sobre isso." Eu


precisava manter a imagem do ataque de asma de Clara, aparentemente
inofensivo, fora da minha mente. Os malditos médicos e seu diagnóstico
errôneo. Agora, quando eu pensava neles, a raiva veio pela primeira vez ao
invés de lágrimas. Tinha tomado três semanas e sido necessário andar em
um clube de luta ilegal para encontrar a minha força interior. Abraçando a
mudança, eu me senti calma e no controle pela primeira vez desde o passeio
de ambulância. Minha própria vida não importava mais. Seria garantia para
negociar a dela, e a liberdade que me deu me preencheu com adrenalina.

Eu já não me insultaria com ‘o que aconteceria se.’ Gostaria de me


concentrar em fazer qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa, para
prolongar a vida da minha filha. Incluindo vender minha alma a quem
poderia oferecer redenção.

Dando a mão para mim, ela murmurou, "Esta noite vai lhe dar o
impulso que você precisa. Você vai ver.” Andando um pouco mais rápido, ela
acrescentou: "Afinal de contas, nós estamos indo assistir homens baterem
uns nos outros. Se isso não a inspirar a se vingar e perfurar o mundo na
sua porra de cara, então eu não sei o que vai."

Forcei uma pequena risada, mas ela estava certa. De muitas


maneiras.

O corredor vazio passou, deixando enormes faixas de material


maciço e sem sentido de imagens de nevascas e florestas, de trevas e lobos,
de um mundo violento. Esculturas de bronze e ferro nos guiaram como
sentinelas. Uma mistura de arte moderna e animais realistas intrincados.
Todos os grandes, imponentes, e inteiramente muito reais.

A atmosfera deste lugar deixou os meus instintos em alerta


máximo, em busca de perigo. Grunhidos ofegantes vieram de trás de uma
grande porta quando passamos. Clue levantou uma sobrancelha, olhando
para a porta como se ela tivesse visão de raio-x. "Eu me pergunto o que se
passa nas zonas privadas. Mais luta, ou você acha que o vencedor rouba
uma mulher da multidão e faz amor apaixonado e louco com ela?" Sua voz
se tornou sonhadora. "Ele seria quente e suado e escorregadio com sangue,
mas seu beijo iria fazer a garota esquecer. Ela se deixou ser consumida pelo
homem que provou que era forte o suficiente para protegê-la."
Eu balancei a cabeça, sorrindo com indulgência para a minha
sonhadora-melhor-amiga. Clue tinha sido o resultado de um caso ilícito
entre um diplomata chinês e uma prostituta tailandesa. Nascida fora do
casamento, ela tinha sido jogada fora como lixo quando ela tinha apenas
duas semanas de idade. Nós nos conhecemos há três anos, quando eu a
salvei de ser estuprada e mutilada em um subúrbio rural de Sydney.

Clue bateu os cílios, me soprando um beijo. "Você não pode me


dizer que não quer ser arrebatada por alguém que só lutou uma batalha
para conquistá-la? Eu sei que você não tem necessidades físicas, como o
resto de nós, mas pode aprender."

Desta vez eu ri com o meu coração e não apenas por obrigação


social. "Eu tenho necessidades, você sabe. Eu apenas tenho
responsabilidades mais prementes do que perseguir um homem que não
está interessado em uma mãe com bagagem.” Eu me recusei a me debruçar
sobre os impulsos que me acordaram no meio da noite. Almejando uma
liberação, implorando por outro corpo — muito ruim eu nunca ter
encontrado ninguém que eu quisesse — mesmo o pai de Clara.

"Mas pense nisso, Zelly. Músculos, aspereza, violência mal contida


— um homem que beija com posse e gentileza.” Ela abanou-se
dramaticamente. "Eu estou ficando excitada só de pensar sobre isso."

Revirei os olhos. "Você é muito romântica para estes tempos. Você


deveria ter nascido 600 anos atrás, se queria homens que matam e
mulheres que desmaiam."

Ela sorriu, mostrando os dentes perolados perfeitos. "Eu nasci 600


anos atrás. É por isso que eu anseio tanto. Os homens destes dias, que
trabalham em escritórios e comem tortas no almoço precisam entrar em
contato com seus antepassados que empunhavam espadas."

"Você está ficando pior." Eu sorri. Clue tinha dois fascínios na


vida: homens e vidas passadas. Ela jurou que ela tinha vivido inúmeras
vezes antes, e tanto quanto eu gostava de brincar e arrancar buracos em
seus contos, eu não podia ignorar o fato de que ela sabia coisas. Coisas que
ela não devia saber para uma criança descartada e sem educação.

"Você é uma alma velha também, Zel. Eu posso dizer. Eu ainda


não descobri de onde você é, mas eu vou."

Eu não tenho coração para dizer que ela estava errada. Eu sempre
tive atitudes mais maduras do que a minha idade, porque eu tinha má sorte
o suficiente para durar para sempre. Se eu vivi antes, eu devo ter sido uma
bruxa ou uma assassina psicopata para justificar as provas que eu tinha
sofrido.

Eu apertei a mão dela quando nós viramos à esquerda no final do


corredor e batemos prontamente a um impasse.

"Santa Mãe de Deus, onde você me trouxe?"

Descartando os dedos, me mudei para frente, quase em transe.

As portas duplas haviam sido trabalhadas a partir de metal. Um


lado representado um conto de fadas: um jovem enfrentando longe do
espectador, estando cercado por pilhas de moedas, luz do sol e crianças
pequenas. Fantásticas torres de um castelo descansavam na distância. Meu
coração ferido enquanto eu olhava para a porta ao lado. Se o primeiro havia
sido o céu, este seria definitivamente um inferno.

O jovem enfrenta agora o espectador, mas suas feições estavam em


branco. Sem nariz ou olhos ou boca, apenas um oval em branco suave.
Atrás dele lobos lutavam enquanto raios e nuvens de tempestade eram
fabricados. Mas o que me matou foram às crianças que estiveram sorindo
no outro retrato estavam agora em pedaços, espalhados pelo chão no
derretimento da neve.

"Whoa, isso é um pouco mórbido," Clue disse, estendendo a mão


para tocar uma perna decepada.
Agarrei a mão e apertei a outra porta para abri-la. Eu queria me
afastar da cena; isto veio muito perto de casa.

Não pense em seus problemas. Hoje à noite, finja esquecer seus


problemas.

Problemas.

Eu nunca poderia esquecê-los. Eles eram um laço em volta do meu


pescoço; uma guilhotina a espera para cair.

Mas eu estava deprimida, por isso não tinha importância.

No instante em que a porta se abriu, o ruído nos agrediu. Uma


mistura potente de punhos batendo na carne, grunhidos de dor, sons de
riso feminino, gritos de encorajamento, e as batidas suaves de música.

Entramos numa sala de um salão de baile convertido em algo


escuro e cavernoso, como uma arena especialmente projetada. Ele acolheu-
nos com veludo preto grosso cobrindo quatro andares de paredes altas.
Alinhando o perímetro, uma arquibancada com sofás pretos, La-Z-Boys, e
sofás de luxo. Cada um tinha seu próprio pódio com uma mesa lateral e
uma pequena lâmpada, parecendo um vaga-lumes no escuro.

"Oh meu," Clue murmurou, com foco no evento principal.

Cada aparelho de combate existia: uma gaiola de Artes Marciais


Mistas3, um ringue de boxe, um ringue de Muay Thai, esteiras para combate
corpo a corpo, e um tatame para outros esportes bárbaros. Cada espaço
estava lotado com homens ou sangrando de uma briga ou saltando em seus
pés prontos para atender um novo adversário. Eu nunca tinha visto tal
demonstração de masculinidade crua e desenfreada.

3 Mais conhecida pela sigla MMA.


Toalhas suadas penduradas em cadeiras e modéstia eram
inexistentes quando homens mudavam suas roupas de ginástica rasgadas
para entrar no vestuário. Estações de água e cabines médicas estavam entre
cada arena.

Minha respiração veio mais rápido, arrastando em aromas de


desinfetante, cerveja, e o cheiro limpo de trabalho. Eu não conseguia me
concentrar em apenas uma coisa. A luta começou com um bombardeio de
punhos e a assustadora determinação no ringue de Muay Thai, enquanto
outra luta na gaiola de MMA tinha acabado com o vencedor dançando em
torno de seu inimigo inconsciente, agitando os punhos sujos de sangue no
ar.

Em todos os lugares que eu olhei os homens sorriam, os membros


da audiência animados, e as pessoas pulsavam com vitalidade. Meu corpo
sugou cada energia de vivacidade, e a armazenou.

O que hellis é este lugar?

Uma enorme bandeira pendurada no teto diretamente acima de


todos os cinco anéis de luta.

Lute com honra, lute com disciplina, lute com vingança.

Arrepios levantaram-se em meus braços. As palavras foram


pungentes, segurando uma promessa de mais do que apenas a violência de
um novo mundo que eu não sabia que existia. Apesar de tudo, eu queria
saber mais. Minha visão periférica viu do lado direito um homem lutando
que despertou algo mais profundo, mais escuro, menos manso dentro de
mim. Podemos estar refinados e socialmente aceitáveis do lado de fora, mas
no fundo ainda éramos animais. Toda a minha vida, eu lutei minhas
próprias batalhas, mas agora eu me perguntava o que teria sido ter alguém
para lutar ao meu lado.

"Eu acho que morri e fui para o céu," Clue sussurrou, seus olhos
amendoados o mais abertos que que eu já vi. As faces coradas como um
homem no ringue de boxe que sofreu um golpe no queixo por um lutador,
brilhando de suor e carmesim.

Cada homem tinha uma ponta de prazer ansioso, mesmo aqueles


que estavam machucados brincavam e assistiam enquanto os camaradas
eram abatidos no instante que eles saboreavam garrafas de água geladas.

A atmosfera no quarto não era selvagem ou violenta como eu


esperava. Ela tinha uma classe do velho mundo. Uma exclusividade. A
riqueza. Um código não escrito que disseram que podiam tentar ganhar,
mas nunca matar. Achei a contenção reconfortante, mas estranhamente
irritante ao mesmo tempo.

Havia tantos lutadores que eu não tinha idéia de como Clue iria
encontrar o homem que ela veio ver.

A música mudou de faixas sensuais para pulsando. Não tão alto


para distrair os lutadores, mas acrescentou outro elemento a esse estranho
clube ilegal.

De repente braços circularam Clue, deslocando-a do meu lado.


Pisquei quando um homem alto, com cabelo preto e pele de ébano chegou
perto. Seus braços eram malhados e definidos, acondicionados em torno de
sua propriedade, mas também com ternura. "Você se lembrou o endereço e
senha. Eu estou impressionado.” Ele acariciou sua garganta, enviando Clue
em uma onda de risos luxuriosos.

Meu coração acelerou por ela. Eu adorava vê-la sorrir. Eu não


acho que a tinha visto tão apaixonada antes. Desde que eu a levei para casa
naquela noite fatídica e coloquei as peças quebradas de volta juntas, eu
tinha tido medo de que ela não iria nunca confiar em um homem o
suficiente para deixá-lo chegar perto. Daí por que ela chamava a si mesma
de Clue4. Ela queria ser um mistério que nenhum homem poderia resolver.

Meus olhos brilharam entre os dois; Meu coração bateu sentindo a


centelha, a necessidade entre eles. Se luxúria pudesse ser vista eles
estariam envoltos em uma nuvem de cor erótica.

Ela tinha indícios de uma beleza asiática, este homem era um


Adonis Africano. Se eles resolvessem procriar, seus filhos seriam
espetaculares.

O pensamento de crianças enviou o meu pensamento


cambaleando de volta para Clara. Seu rosto de oito anos encheu minha
mente. Seu cabelo longo, semelhante ao meu e seus olhos castanhos
escuros fez meu coração chorar sabendo que nosso tempo juntas estava se
esgotando.

Ela não se parecia em nada com seu pai, o que eu agradeci o


universo a cada dia. Ela era minha. Toda minha.

Não por muito tempo.

A memória quebrou e uma onda de vertigem me agarrou. Depois


de semanas de quase nenhum sono, estresse constante, e um corpo
vibrando com uma mistura de raiva e lágrimas, eu sofri um lapso
momentâneo do controle motor; Eu tropecei.

O homem de Clue agarrou meu braço, me firmando com um


aperto forte. Seu toque era quente e reconfortante-fraternal em comparação
com a faísca óbvia entre ele e Clue. "Você está bem?"

4 Clue significa “Pista.”


Clue desembaraçou-se de seu abraço para apoiar o meu outro
lado. Eu pensei que eu ia virar uma esquina e andar até aqui. Eu queria
lutar. Não chafurdar.

Permaneci de pé, sorri e acenei com a mão. "Eu sou como uma
prostituta. Eu não deveria ter ignorado o almoço hoje, isso é tudo.” Eu não
podia estragar a diversão de Clue. Eu não tinha o direito. Não depois de
tudo. "Obrigada de qualquer maneira."

Dando um passo para trás a partir deles, eu forcei animação em


minha voz. "Então, você é Corkscrew? Clue me disse muito sobre você.” Ela
não me disse nada sobre você.

Ele me olhou de cima a baixo certificando-se de que eu poderia


ficar sem assistência antes de ele rir. "Esse é meu nome de luta. Hoje à
noite, eu sou Corkscrew.” Seus olhos negros brilharam quando ele se
inclinou mais perto. "Meu verdadeiro nome é Ben. Clue me falou muito
sobre você, também. É um prazer."

A bondade modesta de sua voz profunda e a normalidade do seu


nome me ajudou a resolver; Eu sorri. "Eu gosto disso. Duas identidades."

Apenas como eu.

Até recentemente, eu tinha duas personas. Eu tinha fiado contos e


histórias tecidas tão facilmente como se elas fossem verdade. Eu escrevi a
minha própria história com uma caneta mágica chamada mentiras.

E funcionou.

Sobrevivi.

Clue perguntou: "Como este clube é chamado? Eu não podia ver


qualquer nome no edifício." Seus olhos dançaram em torno do espaço
escuro, bebendo nos golpes e defesas de homens seminus.
Meu interesse cravado e meu coração maldito batendo. Eu não
gostava de admiti-lo, mas a energia viril deste lugar chamava por algo
profundo dentro. Isso me fez querer abraçar o meu lutador interior. Ele me
deu medidas iguais de infelicidade e de esperança.

Eu odiava a riqueza escorrendo de cada estátua, mas, ao mesmo


tempo, eu nunca queria deixar de vê-los. Eu queria roubar toda a energia
positiva e a força que existia e engarrafá-la — criar um elixir para curar
Clara.

Ben sorriu, sua pele parecendo jato polido. "Este é o melhor lugar
do mundo." Abrangendo seus braços, tendo o clube como se fosse seu, ele
disse: "Bem-vindo ao Obsidian."
Dois

Eu nunca pedi a mão que a vida me deu. Eu nunca quis ser um


fantasma ou uma alma enterrada da sociedade. Mas eu aprendi desde muito
cedo que a escolha era uma ilusão e a liberdade era uma farsa.

Eu já não me preocupava com essa besteira.

Meu passado era o meu passado, me esculpindo. Minhas ações e


ações erradas eram minha penitência. Meu futuro e aspirações eram minha
vingança.

Eu examinei o meu império, tendo nas múltiplas lutas, e os


homens e mulheres assentados em seus luxuosos assentos para o público.
Se eu me permiti sentir, eu iria desfrutar de um pouco de orgulho. Eu criei
isto. Do nada.

Para um homem morto andando, eu consegui mais do que eu


esperava, mas eu ainda não estava feliz, caramba. Nunca estive. Nem nunca
seria. Não com a merda no meu crânio.

Meus olhos voaram para o levantamento da área de boxe.


Aninhado entre a gaiola e o ringue de Muay Thai, ele brilhava vermelho e
preto com estofamento e cordas. Projetores gigantes pendurados no teto,
enviando jatos de luz em todas as plataformas, deixando o decadente lugar
em torno do perímetro no escuro.
As emoções eram estranhas para mim, mas se eu tivesse que
adivinhar o que ardia em meu peito, eu diria sobrevivência.

Sobrevivência por tornar-me mais do que o que eu era. Para criar


uma vida onde eu poderia me esconder em plena vista.

Minhas costas rangeram quando eu inclinei meus cotovelos no


corrimão de vidro. Considerando que eu ainda não tinha atingido trinta,
meu corpo acreditava que eu era um pensionista.

Isso é o que você ganha com uma vida cheia de violência.

A maioria dos grandes ossos tinha sido quebrado pelo menos uma
vez; Eu derramei mais litros de sangue do que os que fluíam pelas minhas
veias; Eu tinha sido treinado em um conjunto de habilidades que apenas
uma pequena elite já aprendeu.

Eu tinha um passado que tornou tudo isso possível. Um passado


que nunca iria me deixar em paz.

Meus olhos pousaram sobre a luta de boxe abaixo; um brilho de


prata brilhou pouco antes de um soco desembarcar na mandíbula de um
homem bem construído, com cabelo longo amarrado em um nó.

O homem caiu.

Rápido.

Seu corpo ricocheteou no chão elástico, o árbitro soprou o apito


estridente, sinalizando o fim da luta.

Meu corpo mudou de descontraído para acelerando em um


segundo plano. Maldito trapaceiro na minha porra de clube.

"Esse filho da puta acabou de assinar sua sentença de morte."


Meus músculos agruparam-se em prazer, arqueando com energia com o
pensamento de violência. Tinha passado uma semana inteira desde que
alguém me enganou, e era hora de eu ensinar uma lição a alguém.

Bastardo egoísta de pensar que ele poderia vir e trapacear. De jeito


nenhum. Não em minha casa. Meus pensamentos correram, sombreando
tudo com sede de sangue.

Você vai pagar esta noite, e eu vou adorar fazer você gritar.

"Seria minha sentença de morte? Não, você está enganado,


companheiro. Ele terá a porcaria batida fora dele. Ele é apenas uma vadia
disfarçada. Não pode tomar um soco de um homem real.” Oscar, meu
segundo em comando, manteve os olhos sobre a luta e chegou para dar um
tapinha no meu ombro.

Quando sua mão pousou no meu blazer, ele endureceu, então


arrancou seu toque a distância. "Merda."

Sim, merda. Eu cerrei os dentes, tremendo pelos espasmos


musculares, mal mantendo o controle. Bloqueando os olhos com ele, eu
disse: "Você trabalhou comigo durante um ano inteiro e ainda assim você
não aprendeu. Talvez eu devesse jogá-lo no ringue esta noite.” A raiva
percorreu minhas veias, quente e suave, insultando-me com imagens de dor
e poder. Por um momento, eu esperava que ele fosse me tocar de novo,
então eu teria uma desculpa. Eu poderia quebrar uma das minhas muitas
leis e apreciar um pouco de recreação. Eu poderia ceder.

Ele deixou cair o braço rapidamente, os dedos abrindo e fechando.


"Desculpe. Não é difícil quando é a segunda natureza sangrenta. Todo
mundo toca, acasala — tanto em violência ou amor.” Ele franziu a testa. "Se
você vai voltar a juntar-se à raça humana a qualquer momento em breve,
você tem que se acostumar com as pessoas dando tapinhas em suas costas
ou apertando sua mão."

Minhas mãos enrolaram, querendo tanto socar alguém. Eu


precisava de uma vítima, alguém em que eu poderia derramar toda essa
merda de dentro, então eu já não tinha que viver com ela. Eu poderia ter
escapado do meu passado, mas eu não tinha escapado das memórias. Oscar
pensou que era uma segunda natureza não deixar tocarem em mim. A
minha segunda natureza havia sido reprogramada de forma tão eficiente que
anulou todo pensamento consciente. Eu posso ser humano por fora, mas
por dentro... dentro eu não tinha controle.

"Você está indo para o território de calar a boca ou ser fodido


novamente, Oz. Não diga que eu não avisei. Faça isso novamente e eu vou
ter certeza de que você se lembre muito bem de manter suas mãos para si
mesmo."

Oscar revirou os olhos, murmurando, "Você é uma rainha do


drama. Deus sabe por que eu aturo sua teatralidade."

Um ano inteiro e eu ainda não tinha me acostumado a sua falta de


medo em torno de mim. Não era natural — não era de onde eu vim. Era por
isso que eu o mantinha ao redor, para ajudar a manter a ilusão de que eu
era como todo mundo.

Forcei fora os pensamentos negros. "E você é um bastardo


arrogante que acha que está acima de dano."

Quando eu re-entrei em sociedade, eu o fiz em meus próprios


termos. Eu não estava lá para fazer amigos. Eu não estava lá para tomar
uma mulher ou filhos. Meu caminho era a vida que eu tinha pisado por
muito tempo para me desviar. Não que eu quisesse qualquer uma dessas
coisas. A única coisa que desejava era a emoção da perseguição, a satisfação
da caça. E é por isso que eu nunca poderia ser livre.

Oscar deu de ombros. "Eu já lhe disse uma e outra vez. Tome um
porre, transe. Toda essa merda dentro de sua cabecinha desaparecerá."

Muito foda que eu não sei nadar.


Girando, voltei a me concentrar no chão do Obsidian. Espalhado
aos meus pés, abrigado em uma cavernosa sala da residência que eu tinha
construído com base em uma localização da infância, estava em um
investimento de dez milhões de dólares.

Eu aprendi muito cedo que os homens eram criaturas básicas.

Tire seus ternos e mulheres e empregos e responsabilidades, e


você é deixado com uma besta. Uma besta que queria treinar e mutilar —
abraçar seu interior selvagem.

Eu ofereci rebelião e uma oportunidade de encontrar-se. Eu lhes


dei um lugar para lutar.

O dia em que abri a membros exclusivos, eu estava preparado


para algumas partes interessadas. Mas eu não estava preparado para o
sucesso repentino ou a adoração de muitos.

Para ser uma parte do meu mundo, eu pedia três coisas:

Obediência.

Disciplina.

Sigilo máximo.

Para não mencionar as taxas de adesão obscenas a cada mês.

Oscar se moveu ao meu lado, olhando o chão. "Não faça nada


idiota. Everest não vai demorar com as acusações de excesso de gentileza.
Você sabe o que aconteceu no mês passado com Praying Mantis."

No mês passado Praying Mantis, também conhecido como David


Gorin, tinha tentado nos enganar e acabou com uma mandíbula partida e
uma concussão. Eu só o atingi uma vez.

Oscar bateu os dedos sobre a balaustrada de vidro. "Se você vai


amaldiçoar e apontar a culpa, você só vai trazer —”
"Trazer o quê? A ira do Wasps MC? Foda-se. Eles não podem fazer
nada pior do que aquilo que os outros já fizeram.” Eu fiquei tenso. Eu não
tinha a intenção de dizer isso. Eu quis dizer que eu ia chutar a bunda dele e
jogá-lo do meu clube para sempre, mas Oscar olhou para mim de lado.

"Se você me dissesse o que eles fizeram, então talvez eu pudesse


concordar. Mas vendo como você gosta de manter sua aura de mistério da
porra, eu não tenho idéia do que você está falando, e as sugestões veladas
estão realmente começando a irritar os meus nervos até o sangue."

Eu abri um sorriso raro. Eu gostava de Oscar, com seu cabelo loiro


e rosto de bebê, podia olhar para mim. Muitos não fizeram.

Na verdade eu poderia listar dois homens em minha vida que


jamais me fizeram encolher. O resto eu não daria duas merdas por eles e,
por sua vez, eles temiam um instrumento de sangue frio que viveu na área
cinza, sem certo ou errado.

Oscar sorriu, flexionando seus braços. "Sabia que ia levá-lo a


sorrir, eventualmente."

Movi meu pescoço, tentando lubrificar as articulações abusadas


por muito tempo, eu murmurei, "É hora de eu ter uma pequena conversa
com o chamado imbatível Monte Everest.” Eu bati meu limite com sua
besteira. Eu tinha procurado uma desculpa para jogá-lo no ringue, e ele me
deu uma. A única vez que alguém tinha permissão de me tocar era durante
uma luta. Um soco no estômago doía quase tanto como um toque na
bochecha. Eu poderia lidar com isso. A pancada foi medicinal; uma carícia
era uma maldição.

"Você nunca bate-papo. Você só machuca.” Oscar deu de ombros


fora de seu blazer e o atirou para o sofá preto atrás de nós. O mezanino5

5 Andar intermediário pouco elevado entre dois pavimentos altos, esp. entre o térreo e o
primeiro andar.
terminava em um pequeno bar, sofá preto, e mesa de café. A maioria das
minhas noites eram gastas para supervisionar e comandar. Meu escritório
foi mantido estritamente bloqueado e impenetrável, longe dos olhos curiosos
dos padroeiros.

"É o que eu faço melhor. Para o que fui feito.” Passei a mão pelo
meu cabelo comprido, eu me assustei quando encontrei o comprimento e
não um corte militar. Toda minha vida eu tinha sido forçado a tê-lo curto.
Os fios tinham sido vermelhos uma vez, mas quando eu cresci, eles se
voltaram para o cobre, em seguida, a um bronze escuro até que nada existia
do menino que eu me lembrava.

"Primeira lição de etiqueta da semana. Ele me deve mais porra de


respeito.” Meus dedos racharam quando eu cerrei o punho.

Oscar concordou. "É verdade." Dando-me um sorriso, descemos


para o carpete preto da escada. Cada etapa tinha uma silhueta de uma
raposa em alto-relevo em fio de prata. "Você tem o hábito de exigir respeito
com a ajuda de abuso físico."

Oscar estava certo. As pessoas me deviam respeito, porque eu era


um condenado. Cada sucata, todos os fragmentos, eu tinha puxado com
minhas próprias mãos de homens que pensavam que podiam limpar o chão
comigo.

Eu tinha mostrado a eles que eu podia viver em um corpo cheio de


cicatrizes de merda, mas eu ganhei cada cicatriz. Cada raio do que eu tinha
feito, do que se escondia no meu passado.

O som da música desapareceu como o uivo de vento ártico e


espinhos gelados da neve me roubaram do presente para o passado.

"Mate-o, agente Fox."


Eu nunca tinha desobedecido uma ordem até agora, mas eu
balancei minha cabeça. Já me cagando no modo de retribuição que a recusa
traria, mas incapaz de pegar a lâmina e esfaquear o garoto em frente a mim.

Apenas um garoto.

Apenas um garoto.

Eu era apenas um garoto sozinho. Mal em minha adolescência e


ainda assim eu era um assassino experiente.

"Você sabe o que vamos fazer para você, se você se recusar."

Eu sabia, mas isso não mudava nada. Bati de joelhos na neve,


odiando os gritos dos ventos e temperaturas negativas. Hoje à noite seria uma
cadela.

"Jogue-o no poço até que ele aprenda a lição."

A memória explodiu em lascas, apunhalando meu cérebro com


uma ilusão do presente e do passado misturados durante um breve
momento.

Balançando a cabeça, virei-me para Oscar. "Call Dawson e sua


equipe de segurança. Eu quero Everest e seus subordinados transportados
para fora depois disso."

Fizemos uma pausa na base das escadas. "Vai fazer." Oscar


levantou a mão para mim, mostrando o dedo. "Aqui está seu respeito."

Idiota.

Eu não me mexi, apenas mudei de agradável ao meu antigo


automático; o eu que tinha sido treinado e esculpido pelo ódio e pela
disciplina.

O clique de uma pessoa normal para um assassino aconteceu


instantaneamente.
Oscar apressadamente se retirou. "Caramba. É preciso acabar com
essa merda, Fox. Não é natural."

Quando foi que eu disse que eu era uma merda natural?

Ignorando-o, eu caminhei das sombras para o caos organizado. Os


anéis estavam operando em plena capacidade hoje à noite. As listas de
espera penduradas ao lado do placar com muitos pedidos negados para uma
sessão.

O ringue de Muay Thai havia sido reservado para a noite. Um


grupo de homens que parecia difícil, mas tinha a arte de um verdadeiro
grupo de lutadores. Eles não estavam lá apenas para tirar sangue, mas
também para melhorar seu ofício.

Eu queria ir cabeça-a-cabeça com um homem chamado


Corkscrew, mas eu não tinha encontrado um motivo para levá-lo no ringue
— ainda. Mas eu o faria. Era só uma questão de tempo antes que ele me
irritasse.

Quando passei, meus olhos se estreitaram no próprio homem com


quem eu queria lutar. Ele ficou com o braço em volta de uma mulher
asiática impressionante e tocou outra criatura deliciosa vestida em ouro e
prata.

Mulheres não significavam nada para mim. Eu não as queria, nem


precisava delas. Mas no instante em que meus olhos pousaram nas ondas
grossas de cabelo mogno sobre os ombros de porcelana, eu a queria com
uma ferocidade que eu nunca senti antes.

Era como se toda a frieza no meu sangue, de repente explodisse


em porra de vapor, assobiando através de minhas veias. Minhas costas
bloqueadas quando eu lutei contra a vontade de olhar. Em um flash, eu
memorizei o rosto dela, cataloguei suas fraquezas, arquivei seus
maneirismos. Altura média e músculos ágeis, ela tinha curvas apenas o
suficiente para seduzir, mas não o suficiente para chamá-la voluptuosa.
Mantinha-se rígida, enquanto seu rosto se abriu em um sorriso, escondendo
seus verdadeiros pensamentos.

Quanto mais eu olhava, mais eu notei: fraqueza, raiva, força,


superação, mas por baixo de tudo, a mesma confusão em fúria que se
escondia dentro de mim. O mesmo desamparo de uma vida sobre a qual não
podíamos fazer nada.

Eu não preciso do meu treinamento para saborear o puro ódio


escondido tão bem. Reconheci-o como um irmão gêmeo para o meu próprio.
Minha raiva eterna nunca morria — dirigida a um passado que eu não podia
fazer nada para mudar.

Porra. Eu odiava a explosão de conexão enquanto salivava em


pensamento.

Não havia nada de incomum sobre ela além de sua beleza óbvia, e,
no entanto, parecia ter uma nuvem sobre ela. Seu corpo introvertido, olhos
encobertos com tristeza desconhecida.

Eu quero saber o por que.

Parei. Não, você não quer, porra.

Eu não me importei. Nem um pouco. Ela era uma mulher, e eu


não sucumbiria aos seus encantos. Eu obtenho alívio em outros vícios.

Dor principalmente.

Eu tinha perdido muito tempo agindo como um idiota. Fazendo


um esforço deliberado para ignorar a mulher que tinha acendido algo
profundo dentro, olhei ao redor da sala. Em todos os lugares as pessoas se
moveram silenciosamente e respeitosamente. As mulheres contratadas que
ganhavam mais trabalhando para mim em uma semana do que um ano nas
ruas se moveram sensualmente, servindo clientes em trajes elegantes. As
bebidas eram livres, mas quase nunca aceitas pelos lutadores, só o público.
Se alguém queria uma briga privada ou um quarto para foder,
todo o piso inferior da minha residência tinha espaços para alugar. Nada era
barato, e tudo era exclusivo.

Eu nunca tinha estado perto de riqueza até recentemente, e eu


tinha que concordar, o dinheiro fornecia calor e abrigo e era uma visão bem
melhor do que tremer na neve enquanto esperava por algo para me matar.

Duas extremidades do espectro.

Duas vidas que nunca poderiam se misturar.

A cicatriz no meu rosto formigou como um velho inimigo,


lembrando-me que não importa o que eu criei das cinzas do meu passado,
eu sempre seria o garoto que matou.

"Ah, foda, ele está de volta novamente." Oscar acenou para o


criador de problemas bem conhecido no ringue de MMA. O cara zombou,
erguendo o punho em uma saudação simulada. "Ele está a um passo de um
violador de bunda na cadeia local. Ouvi dizer que ele tem um laboratório de
metanfetamina clandestino em Coogee."

Ele beijou seu punho, mostrou os dentes e riu.

Chegando mais perto, eu o imobilizei com meu olhar. Com um


dedo firme, eu arrastei-o a partir do topo de minha bochecha direita por
todo o caminho do meu rosto para o meu queixo. Eu mal senti o tecido da
cicatriz, insensível a qualquer coisa, mas uma força brutal. Uma vez que eu
tinha traçado o contorno da cicatriz, eu arrastei o mesmo dedo pela minha
garganta no sinal universal de ‘você está morto’ e apontei para ele.

"Ele pode ser um imbecil, mas ele é um cliente." Oscar gemeu.


"Fox. Pare com isso. Você não pode assustar toda a clientela. Que tipo de
modelo de negócio que você está seguindo?"

Murmurando sob a minha respiração, eu respondi, "Um muito


bom se eu não tenho que lidar com merdinhas como ele."
Oscar suspirou. "Seja como for, companheiro. Ele vai se foder sem
a sua ajuda. Quem você quer depois? Ele ou Everest? Você não pode fazer
as duas coisas."

Eu não preciso pensar. O imbecil levantado não duraria cinco


segundos contra mim. Pelo menos Everest tinha uma pequena chance de me
machucar. Não me preocupando em responder, eu caminhei para o ringue
de boxe.

Os lutadores se separaram para passarmos como se eu fosse o


Messias, e eles fossem o mar. Olhares de admiração e medo acenderam em
seus olhos, mesmo quando seus corpos rasgados e suados estavam tensos
em preparação.

Parecia que minha reputação me precedeu. Mais uma vez.

Convoquei toda a raiva existente no meu sangue e parei na frente


de um cara do tamanho de uma montanha. Meu coração bateu mais rápido
quando eu abracei a parte de mim que eu fingia que não existia.

"Precisamos ter a merda de uma conversa." Eu cruzei os braços.


Eu não era pequeno, mas este homem me fez olhar para cima. Seus braços
eram maiores do que os meus, seu tronco mais grosso. Tudo sobre ele
gritava desleixado e falso.

Considerando a mim? Eu fervia com a realidade. Suje comigo e


pague as consequências. Everest, também conhecido como Tony do Wasps
Motorcycle Crew, limpou a boca com as costas de sua mão peluda. "Bem, se
não é Scarface e sua cadela, Barbie." Olhando para longe, acrescentou: "Veio
me felicitar? Veio obter algumas dicas, talvez?"

Um par de homens atrás de Everest riram. Ele sempre veio com


uma comitiva, pois nunca ficava muito confortável por conta própria. A
piada completa, considerando que ele cultivou um boato de que ele matava
um homem diariamente. Eu conhecia assassinos e este idiota não era um
deles.
Minha coluna endureceu quando o meu corpo foi embebido em
adrenalina. Oh, eu iria gostar disso. Toda uma porra de gostar muito
mesmo.

Eu olhei para a direita, onde o homem que lutou e enganou estava


contando seus ganhos. Outro dos pequenos subordinados de Everest.
Contando uma pilha de notas de cem dólares, seu sorriso estava cheio de
ganância.

Acenando para as provas, eu disse: "Coitado, seu brinquedo não


venceu por mérito e sim por trapaça. Eu não tinha percebido que os tempos
estavam tão difíceis para que você tivesse que trapacear para pagar suas
contas.” Pisando mais perto, eu rosnei: "Você e seus idiotas em motos
acham que são a lei, ameaçando meu clube por suborno, sob a porra do
meu telhado. Adivinhem? Eu já tive o suficiente. Eu estou chamando suas
dívidas, Tony. E eu terei sua imundície manchando meus ringues."

Obsidian era uma empresa registrada. Não importava que os


documentos apresentados em Inland Revenue6 dissessem que era uma
academia de treinamento de luxo. O governo não precisava saber sobre a
ilegalidade ou a linha fina de subornos que nós fazíamos para manter as
forças locais a distância. No entanto, eu me recusei a pagar um centavo
para os MC e membros da máfia que queriam esses subornos.

Eu não era uma vadia, e eu tinha feito muito pior do que qualquer
um desses falsificadores já tinha feito. Eu gostaria de vê-los tentar.

Everest ondulava com raiva. Seus olhos escuros olhando para


seus alunos pareciam gigantescos. "Você é a porra de um homem morto,
Fox.” Empurrando a mão na direção do homem que contava o dinheiro, ele
retrucou: "Que há? Nós ganhamos essa merda de forma justa, caralho. Volte

6 É um departamento do governo britânico responsável pela cobrança de impostos diretos.


para o seu trono e aproveite a sua última noite para dormir sem ter que ficar
olhando em sua volta."

Joguei minha cabeça para trás e ri. Não foi por arrogância ou
intimidação, foi frio e calculado. Everest olhou, então ficou tenso quando eu
foquei os olhos nele. "Não sou eu quem terá que olhar sempre sobre meu
ombro. Você. Eu. Na gaiola. Agora."

Everest bateu as pernas com as mãos carnudas. "Ha! Você acha


que eu ia me humilhar por um entretenimento pouco presunçoso no ringue?
Sem chance no inferno, Scarface. Eu não vou lutar com você. Saia. Temos
outro lutador definido para ganhar."

"Para trapacear você quer dizer."

Ele balbuciou, balançando seu grande pescoço com indignação. O


filho da puta tinha um cabelo moicano, parecendo uma aberração.

Dei um passo em direção a ele. "Eu vi a trapaça, seu imbecil. Isso


não é uma negociação. Entre na gaiola."

"É melhor ouvir, Tony. Fox não faz ameaças vãs," disse Oscar.
Seus braços ficaram firmemente cruzados, me ladeando como um guarda-
costas.

Everest estufou o peito grande, de pé em toda sua estatura. Seu


corpo ameaçador em seu tamanho impressionante, mas eu tinha há muito
tempo perdido a capacidade de temer.

"Você quer repetir isso, Fox?" A raiva brilhou em seus olhos,


parecendo que queria me martelar no chão como um prego enferrujado. "Eu.
Não. Porra. Trapaceei."

O som de um baixo soando alto e as batidas sombrias da música


pulsante vieram através do clube, intoxicando meu sangue por desejo de
violência.
Maldição, eu precisava de uma luta.

Um garoto punk, que estupidamente não viu a minha raiva


escaldante, esgueirou-se perto. "Uau, eu não sabia que você estava aqui hoje
à noite.” Ele abaixou a cabeça olhando e tietando. "É uma honra conhecer o
lendário Obsi —"

Everest bufou. "Oh, me dê um tempo, porra."

Eu olhei para o garoto. Seminu, ele tinha traços de sangue


provenientes de sua boca. Alguém tinha batido duro nele.

"Saia criança. Vá pegar outro modelo.” Minha voz não se levantou,


mas não precisava. Isto reverberou com repreensão. Eu odiava ser
admirado. Bajulação levava a afeição, que levava a fixação que conduzia à
morte.

Ele franziu a testa, escovando o cabelo louro longo de sua testa.


"Umm, desculpe. Eu sou apenas um grande fã. Sua reputação é o que me
trouxe aqui."

Eu mostrei meus dentes forçando-o um passo para trás. Era por


isso que eu ficava no mezanino no escuro. Ninguém entendia. Lutadores
queriam ser como eu; perdedores queriam correr de mim. Mas ninguém
queria saber do meu passado. Se eles soubessem, eles me entregariam para
cada policial do mundo pelos meus crimes.

Everest sorriu para o garoto. "Dê uma boa olhada, menino. Porque
depois de hoje à noite ele é um homem morto que ainda anda.” Everest se
inclinou para mim. "Se importa com esse filho da puta? Eu e minha equipe
vamos surrá-lo e deixá-lo na sujeira pra você achar."

E lá estava ela. Liberdade. Ele tinha feito merda.

Hoje à noite tinha acabado de ficar interessante. Eu tinha


planejado domar a mim mesmo. Uma luta que terminaria sem ossos
quebrados. Mas o estúpido poder de falar merda do Everest tinha ganhado
uma viagem de primeira classe para a emergência médica.

O garoto deixou de existir. Um tiro de energia encheu-me mais


emocionante e intoxicante do que qualquer substância ilegal. "Eu ia
prometer que você sairia daqui em seus próprios dois pés, mas essa oferta já
passou. Você, obviamente, não escutou os rumores.” Eu murmurei sob a
minha respiração, balançando acabeça. "Grande erro. Grande, grande erro.”
Minha voz não passava de um ronronar ameaçador.

Olhando Everest de cima para baixo, eu arrastei meus dedos pelo


meu cabelo desgrenhado. A cera quente enviando um aroma de chocolate no
ar. "Você vai pagar pela sua burrice, e então você vai voltar para os idiotas
em seu MC e dizer-lhes que se eles sequer chegarem perto do meu clube,
eles vão acabar sendo fertilizantes na porra do meu jardim."

Everest rugiu e se lançou. Eu o evitei antes de suas mãos se


ligaram com qualquer parte do meu corpo e esmurrei seu rim com um
punho. Um soco feroz, pesado. Eu apreciava a ligeira pontada de dor em
meus dedos. Dar dor para receber dor. Receba dor para dar dor. A lição da
qual eu nunca seria livre.

Ofegante, ele segurou seu lado. "Você vai pagar por isso! Ninguém
me toca, porra!" Everest rosnou, revelando dentes cobertos de ouro. "É
melhor você ir embora, Fox, ou eu vou retirar comida de bunda dessa sua
porra de vida.” Deixei que ele fizesse seu discurso retórico e furioso,
aquecendo sua ira, alimentando-se dela, bebendo dela.

“Eu não estou argumentando." Meu temperamento desapareceu;


substituído com a frieza com que eu vivia, o vazio que eu nunca tinha sido
capaz de perder. "Vá para a gaiola."

Fileiras e mais fileiras de projetores de alta potência ferviam sobre


nós. Uma gota de suor rolou pela parte inferior das minhas costas, debaixo
da minha camisa preta. O único adorno era uma raposa de prata no meu
peito.

Eu empurrei para frente até que nós estávamos quase nariz com
nariz. Inalando seu perfume barato, não queria nada mais do que morder
seu nariz e chutar sua bunda. Meu reflexo brilhava em seus olhos negros:
um vago esboço de um homem sem alma com uma cicatriz do lado
esquerdo, desfigurando o rosto.

A cicatriz aterrorizava a maioria das pessoas, mas meus olhos


perturbavam mais, eles eram cinza, mas estavam quase incolor.

"Eu estou ficando entediado com sua desobediência, Tony. Faça-


me pedir de novo e eu não posso prometer que vai permanecer vivo. Você
usou seu rapaz para trapacear. Eu tenho a prova. Você pode gritar e negar o
quanto quiser. As evidências não mentem."

Inclinando-se, Everest entrou no meu espaço pessoal. "Suas


pequenas ameaças não funcionam em mim, Scarface. Todo mundo trapaça."

"Não no meu clube." Eu abri meus dedos. "Este é o meu clube. E


você obedece minhas regras. E se você desobedecer essas regras, as
consequências devem ser pagas.” Abaixando minha cabeça, eu olhei de
baixo para cima. “Eu não vou dizer mais uma vez. Entre. Na. Gaiola."

Para um homem grande que falava como um assassino, ele deu


um passo para trás como uma vadia. Finalmente, um fio de apreensão
encheu seu olhar arrogante. "Foda-se. Eu não vou lutar com um mijo de
formiga como você.” Sua raiva desviada para longe, deixando-o com um
olhar idiota. "Eu vou dar-lhe dez mil para cobrir as perdas de quem apostou
errado na luta."

Oscar avançou, pegando-o pelo pescoço. A tensão em seus


músculos enviou mais ânsia através de mim. "Você não pode subornar seu
caminho para fora disto. Dizer não para o chefe da Obsidian não é uma
opção. São as regras. Ele quer você na gaiola. Você entra na gaiola de
merda."

Eu estremeci de prazer.

Obsidian. Isso era meu. Minha criação. A única coisa que me deu
algo para viver e concentrar todas as minhas tendências cruéis desumanas.
Era irônico que o único lugar de que eu estava fugindo de tudo na minha
vida tinha se tornado o meu futuro.

Pensamentos corriam nos olhos de Everest. Finalmente, ele olhou.


"Isto não é o final disto, Fox. Você pode ter vencido esta noite, mas eu vou
pagar de volta com um monte de juros. Basta se lembrar de mim quando
alguém estalar uma bala em seu cérebro.”

Everest tirou a grande camisa, revelando um torso cheio de


músculos cobertos de uma camada de pelos. Ele costumava ser malhado,
mas agora ele estava mais fora de forma. "Eu vou fazer você pagar, imbecil."

Eu não disse uma palavra. Eu não precisava. Ele cavou sua


própria sepultura.

"Rapaz, me passe essas porras de luvas." Everest estendeu a mão


para o novato colocar um par de luvas com encaixes azuis nos prendedores.

Eu bati meus dedos. "Não há luvas. Não é boxe. Entre na gaiola."


Três

Eu sempre me orgulhei de ser forte o suficiente para lidar com

tudo que a vida jogou em mim. Eu prometi que não importa o quê, eu
ganharia. E até três semanas atrás, eu vivia essa promessa como uma lei.
Eu consegui coisas que pareciam impossíveis; Eu superei coisas que
pareciam impossíveis de sobreviver, mas então a vida decidiu me ensinar
uma nova lição.

Ela me ensinou que os preços devem ser pagos e me mandou para


recuperar do forte para o fraco. Minha visão sobre a vida passou de
determinada e feroz para chafurdar e negativa.

Mas no momento em que entrei no Obsidian, o sabor da violência


rejuvenesceu me lembrando que eu era uma lutadora, e eu gostaria de
ganhar. Eu apenas desejava que eu pudesse ter evitado o catalisador que
me destruiu.

Ele.

Fox Obsidian.

O bastardo que me deu muito, mas roubou tudo.

"O que está acontecendo?" Eu sussurrei no ouvido de Clue. Não


tínhamos nos movido do ringue de Muay Thai, mas a atmosfera no clube
mudou de bem-educada e animada para inquieta e eletricamente carregada.
Eu não poderia dizer o que ligou o interruptor, mas percebia o aumento
lento, até que a sala vibrava com excitação.
Os olhos de Clue estavam colados em Corkscrew. Ele abaixou-se e
girou, parecendo um deus quando facilmente dominou seu adversário. Seu
jogo tinha começado há poucos minutos, mas parecia que o público estava
mais interessado nos homens que estavam conversando no ringue de boxe.
Constantemente sussurros flutuavam no ar quente; pessoas deslocadas
animadamente em suas cadeiras.

"Eu não sei o que está acontecendo, mas Ben não parece todo
delicioso brilhando como ônix e lutando como um guerreiro?" Ela sorriu.
Seus olhos brilhando com uma paixão que tinha duplicado, passando de
interessada para obcecada. Eles só tinham se encontrado algumas vezes,
mas ela pulou de uma mulher cobiçando um homem para uma que iria
reclamá-lo e marca-lo como seu território no momento em que a luta
terminasse.

Passando meus olhos longe da luta do Corkscrew, concentrei-me


na multidão se esmagando em conjunto, sutilmente à deriva em direção ao
ringue de boxe.

Meus olhos se viraram para o homem todo vestido de preto, mal


visível através da multidão de pessoas. Eu não sabia quem ele era. Algo
sobre ele inquietou-me ainda mais, ampliado pela força de perigo que ele
possuía. Eu queria manter distância, mas fui atraída para ele, no entanto.

Ele tinha passado por nós não muito tempo atrás e no momento
em que seus olhos caíram sobre mim, eu senti uma mudança. Uma faísca.
Uma consciência. Chame de medo ou reconhecimento de um macho viril, ele
me pegou de surpresa. Meu corpo inteiro entrou em alerta, coração
pulsando rápido, respiração ofegante. Meu corpo preparado para lutar ou
fugir. Eu não entendia por que ele invocou tal reação.

Quando ele passou, eu tive a oportunidade de olhar para o seu


corpo por trás, e eu desejei que eu não tivesse. Ele era alto, movendo-se com
a elegância de um homem que tinha porte quase real. Suas costas
flexionadas debaixo de uma camisa apropriadamente apertada enquanto o
escuro cabelo cor de bronze brilhava sob os holofotes. Ele carregava um ar
de poder, de disciplina, e de certa imprevisibilidade. Tudo sobre ele enviou
uma sensação de excitação de calor correndo em meu estômago.

Oito longos anos se passaram desde que eu tinha sofrido o abalo


doentio de atração física. Doentio porque foi quando eu sucumbi da última
vez, tudo que eu tinha ganhado era doença e tragédia.

Isso mudou a minha vida para sempre.

Eu não tinha tempo para atração.

Clara foi o resultado de minha última paixão, e eu tinha sido


estúpida. Tão estúpida. Uma onda de emoção caiu sobre mim a partir da
multidão. Agarrei a mão ansiosa de Clue. Os espectadores se reuniram
mais; cabeças balançando, tentando pegar um vislumbre dos dois homens
junto ao ringue de boxe. Clue olhou para sua mão na minha, em seguida,
encontrou meu olhar. "Sinta-se livre para assistir outras lutas, Zelly. Eu
estou certa de que há uma abundância de homens sensuais com quem você
pode se divertir."

Revirei os olhos. "Eu não estou interessada em encontrar um


companheiro de cama, Clue. Eu estou interessada no por que todo mundo
está agindo tão tenso." O cabelo na parte de trás do meu pescoço se
arrepiou. Eu não poderia ficar lá e não descobrir a fonte de energia. Meus
instintos me disseram para correr, mas minha mente me disse para ficar.
Eu precisava entender isso. Tinha que vê-lo, senti-lo, então eu saberia como
derrotá-lo.

Perigo.

Eu sempre fui capaz de saber quando o perigo estava próximo,


quando algo drástico estava prestes a mudar minha vida para sempre. E eu
o senti agora.

Ignore e vá para casa, para Clara. Isso é inútil.


Inútil, mas viciante. Larguei a mão de Clue e murmurei, "Eu vou
descobrir o que está acontecendo.”

Clue estava tão encantada com Corkscrew que ela só assentiu com
a cabeça. Deixando-a salvo, eu me afastei da auréola brilhante de luzes ao
redor da área de Muay Thai e fui em direção ao ringue de boxe. Tecendo o
meu caminho através da multidão, palavras sussurradas chegavem em
meus ouvidos. "É ele. Ele vai lutar."

"Quem quer que o irritou não vai estar feliz quando acordar com
uma concussão."

Eu avancei para frente com a multidão, em constante crescimento,


mais espessa à medida que mais pessoas saiam de seus ringues para perto
do local da luta.

Rompendo o enxame de pessoas, eu não conseguia entender o que


justificava a sua torcida, o crescimento da excitação ou meu nervosismo.
Não há ameaças ou vozes para serem ouvidas. Minha pele se arrepiou
novamente.

Você sabe o que está causando isso.

Tinha tudo a ver com ele.

O homem que parecia mais do que humano; o homem que pôs


meus dentes batendo. Meus olhos se concentraram no homem todo vestido
de preto. Ele emitiu uma energia, infectando todos. Ele ficou peito a peito
com um homem enorme, que parecia que tinha matado os próprios homens
a pouco tempo. Ele não se moveu ou falou ou fez qualquer gesto de
violência, mas ele chiava com energia crua.

Minha boca ficou seca por nenhuma outra razão do que eu o


sentir como uma terrível ameaça. O outro homem não se acovardou, mas
faltava-lhe o que o homem de preto possuía: a rigidez, uma confiança, o
conhecimento certo de que ele iria ganhar, e não havia nada que o outro
homem poderia fazer.

O homem de preto mostrou os dentes, olhando para o cara mais


alto. Seus lábios se moviam, mas eu não conseguia ouvir o que foi dito. Eu
cheguei mais perto do lado do ringue, passando pelos espectadores em
excitação crescente. Pessoas pressionavam-se mais perto; a atmosfera
espessa com uma tensão visível.

Eu pisquei e perdi o começo da briga, em um momento os homens


estavam falando, no próximo eles explodiram em um movimento que
diminuiu quase tão instantaneamente como começou. Mais algumas frases
concisas e o homem vestido de preto apontou para a gaiola ao lado deles.

O árbitro na gaiola, que tinha estado observando a interação,


soprou seu apito, parando uma luta a meio caminho. Os lutadores olharam
para o lado, viram o homem em preto e acenaram com a cabeça, deixando a
gaiola humildemente como as crianças da escola diante de um diretor
rigoroso.

Meu coração tamborilava quando o homem de preto se virou e me


pegou olhando do meu lugar perto das cordas.

Seu olhar me colando no lugar; Não podia me mover, nem sequer


para respirar.

Ele franziu a testa; olhos sem cor escurecidos com aborrecimento.


Seus dentes cerrados enquanto ele reverberava com energia. Sua mandíbula
quadrada parecia poderosa, enquanto o nariz ligeiramente torto falava de
violência anterior. Suas maçãs do rosto eram quase demasiado gritantes
para seu corpo musculoso. E eu não precisava ver debaixo de sua roupa
para saber que ele não tinha uma polegada de gordura nele. Ele não era
apenas um homem, ele era uma arma que andava.

Ele era apenas... muito mais. Mais em todos os sentidos. Mais


homem. Mais perigo. Mais ameaça do que eu encontrei em qualquer homem,
mas era a cicatriz que o fazia único. Longa, irregular, transformando metade
do rosto de perfeição à história sórdida. Metade dele parecia acessível,
enquanto a outra metade estava mergulhada no inferno.

As portas.

A representação do céu e do inferno nas portas era perfeita para o


homem diante de mim. Eu não o conhecia, eu não sabia nada do que ele
sofreu, se tinha um passado terrível que o transformou em quem ele era,
mas o meu coração bateu mais rápido. Eu queria saber, queria aprender.

Isso foi antes de ele me dispensar com um olhar e estalar os dedos


para o homem por trás dele. Qualquer que fosse a breve ligação que existiu
entre nós foi apagada, deixando-me com um calafrio.

Juntos, eles fizeram o seu caminho para a gaiola e subiram ao


pequeno palco para entrar. Uma vez seguros no interior, o homem virou-se e
trancou a porta.

A multidão ficou totalmente louca.

O cara grande correu as mãos sobre o rosto, falando com o homem


de preto. Outro tenso impasse aconteceu, mas, finalmente, o homem da
cicatriz balançou a cabeça, encaixou os dedos com o árbitro.

Balançando a cabeça, o árbitro puxou um microfone sem fio do


bolso de trás e enfrentou uma audiência que estava enlouquecida.

"Senhoras e senhores, nós temos um deleite para vocês!"

O volume no gozo da sua torcida aumentou, segurando seu


entusiasmo em corpos ansiosos. Impaciência encheu o espaço grande
quando eles tentaram se acalmar.

Meu coração disparou mais rápido; sangue bombeado mais


espesso.
Eu queria correr. Eu não podia me mover.

O homem de preto se transformou diante dos meus olhos.


Saltando sobre seus pés, rolando seu pescoço, ele reuniu todos os bits de
energia a partir do quarto até que ele brilhou positivamente com violência.

"É um evento não planejado especial e para nunca mais ser visto
novamente. Entre dois adversários cruéis, por favor, levantem suas mãos e
deem uma recepção estrondosa para o Monte Everest!" O árbitro apontou
para o grande homem sem camisa, desfiando fatos. "Pesando duzentos
quilos, Everest é bem conhecido por suas façanhas no boxe de elite e de
todas vitórias por dezessete anos sem nenhuma derrota. Semi-aposentado,
ele faz seu treinamento com outros lutadores impressionantes, mas ainda é
uma montanha que causa medo em cada músculo. Esta é a primeira vez
que ele estará na gaiola em mais de seis meses. Vamos fazê-lo se sentir
bem-vindo... Monte... Everest!"

A multidão aplaudiu e assobiou enquanto uma enxurrada de


dinheiro foi transferida de uma palma para outra, enquanto as apostas
eram fechadas. Eu fiquei dura, tentando tornar-me invisível perto da corda.

Everest ergueu as mãos, sorrindo com dentes de ouro reluzentes.


Sua bravata não conseguiu esconder o brilho de suor ou a palidez de medo.

A multidão gritou mais.

Eu fiz uma careta. Ele parecia juvenil, embora ele fosse mais velho
do que seu oponente.

O homem vestido de preto sacudiu a cabeça, dizendo algo que fez


Everest rosnar em raiva.

O árbitro colocou o microfone de volta nos lábios e os aplausos


desapareceram. "E agora, senhoras e senhores, deixe-me apresentar o
lutador que estará indo cabeça a cabeça com este bem conhecido
adversário."
Gritos levantaram-se da multidão. Eu levantei minha cabeça,
esforçando-me para ouvir. Eu queria saber o seu nome. Eu queria saber por
que ele me seduziu e me fez temer de uma só vez. O juiz continuou: "Eu
tenho certeza que este homem não precisa de apresentação."

A multidão ficou positivamente maluca. Pés bateram contra pisos


e mulheres gritaram.

"Fox."

"Fox."

"Fox."

O homem de preto levantou os braços, deixando o público chover


sobre ele em afeição deslocada. Ele não sorriu. Ele não encorajou; ele não foi
lá para ser adorado, ao contrário do outro homem. Ele estava lá para lutar
— pura e simplesmente.

Os espectadores aplaudiram, adorando um homem que parecia ser


o próprio diabo, um homem prestes a entrar em um esporte de sangue
ilegal.

O árbitro riu, gritando sobre a multidão maníaca. "É isso aí todos.


Ele mesmo! O dono da Obsidian! Por favor, levantem suas mãos para...
Obsidian... Fox!"

Minhas mãos tremeram. Eu nunca pensei que um homem tão


calmo pudesse transformar uma multidão em tal desordem.

No momento em que o árbitro terminou as apresentações, Fox


lançou-se em Everest. Sem hesitações. Sem pausas.

A luta começou com vingança.

Fox esmurrou um punho para o rosto de seu oponente. Everest


cambaleou para longe, batendo com as mãos grandes, tentando golpear a
cabeça de Fox. Mas ele se esquivou de cada uma, e choveu socos no queixo
e no peito do Everest.

A precisão de cálculo puro e frio me fez odiar a espiral que minha


vida tinha se tornado. Eu valorizava regras estritas e me orgulhava de
planejamento e eu reconheci a mesma disciplina no homem de preto.

Meu corpo ficou quente com raiva, absorvendo a luta — me


energizando. Eu não sabia o que tomou conta de mim, mas o homem que
possuía este lugar, o homem que agora estava colocando sua vida em risco
apenas por algum jogo de poder masculino, tinha tudo o que eu nunca teria.
Eu o odiava por ser imprudente. Por causar danos corporais quando ele
tinha riqueza para ajudar a encontrar uma cura para a doença. Ele poderia
ser um salvador; ao invés disso que ele ostentava e abusava. Ao contrário,
ele magoava os outros. Para quê? Um show ou orgulho?

Eu o odiava.

Eu odiava que ele tivesse invocado esses estranhos sentimentos


dentro de mim.

Eu odiava que ele tinha tanta vida enquanto a minha filha nunca
viveria para ver sua adolescência.

Eu o odiava sem nenhuma razão. Ele era puramente o navio para


canalizar meu ódio. Não fazia sentido, não era racional, mas meus punhos
se fecharam quando eu finalmente reconheci a profunda sensação de
desamparo que eu sofria. Durante três semanas, eu tinha escondido isso,
fingia que eu poderia lidar com isso, mas bastou uma luta ilegal para me
mostrar o quão torcidas minhas emoções estavam — quão quebrada o
diagnóstico de Clara me fez.

Se eu tivesse menos sentido, eu teria corrido para o ringue para


acertá-lo eu mesma. Eu queria bater nele. Eu queria morder e bater e infligir
dor, tanta quanto eu sentia.
Eu queria ir para a guerra e batalha e sair uma vencedora, para
que eu pudesse salvar Clara.

Everest estalou e atacou. Combatia Fox, eles lutaram, gritando


obscenidades uns na orelha do outro.

Fox virou e socou o abdômen de Everest.

Everest parou, cerrando os dentes antes de balançar e atacar de


volta.

Esquivando-se, Fox virou e bateu um punho em seu fígado. Meus


olhos nunca deixaram o rosto de Fox. Ele fez uma careta de dor quando seu
punho fez contato, mas depois sorriu, ficando mais ousado, mais irritado
quando a luta seguia.

Ele estava completamente em seu elemento e medo passou através


de mim por Everest. Ele podia ser maior, mas Fox tinha algo que ele não
tinha.

Nenhum remorso.

Nenhum respeito pela vida.

A multidão vaiou quando Everest acertou um soco na cabeça de


Fox.

Em vez de se afastar e prepar outro ataque, Fox riu. Sua voz soou
em torno do clube, tecendo com notas de base a partir da música,
parecendo quase psicótico.

Everest gritou: "Você é a porra de um filho da puta louco."

Fox não respondeu. Movendo-se a uma distância que permitia


contato, ele entregou quatro golpes em rápida sucessão.

Em vez de ir para baixo, Everest se jogou para frente, forçando Fox


a voltar para trás, protegendo seu rosto.
Everest foi para a bochecha.

A cicatriz.

O único lugar que eu nunca seria corajosa o suficiente para tocar.


Parecia quase um sacrilégio.

Em seguida, Fox parou. Como morto, ele deixou cair os braços,


deixando seu corpo desprotegido. Seus lábios se moveram e Everest
congelou.

Meus pés avançaram em seu próprio acordo, a necessidade de


estar mais perto, precisando ouvir. Eu nunca tinha estado tão envolvida em
uma briga antes. Mesmo que eu lamentasse e odiasse o desperdício de dor
estúpida, a necessidade de dominação — eu não conseguia desviar o olhar.

"Você quer me nocautear? Seja meu convidado a porra de


experimentá-lo.” A voz de Fox soou áspera e zangada. Acentuada. Ele
engoliu certas palavras e seu tom de alguma forma me fez estremecer.

Everest explodiu em frente, agitando os punhos. Uma mão


golpeando a maçã do rosto de Fox, a outro seu estômago. Mas em vez de se
curvar de dor e se afastar, Fox fez o oposto.

Ele ficou mais alto. Apertando os olhos, ele parecia beber a dor,
alimentar-se dela.

Em um momento ele parecia totalmente absorvido, no próximo ele


abordou Everest, e eles caíram em um emaranhado de partes do corpo para
o chão. Pés envolvidos com as pernas; braços torcidos com os braços.

Em um chute certeiro, ele quebrou a rótula do Everest.

Everest berrou e, contorceu-se como uma criança, em vez de uma


montanha ou de um homem. "Saia de perto de mim, você é um bastardo!"
terror genuíno atado em seu tom.
Em um piscar de olhos, Fox bateu o rosto do Everest contra o
chão, quebrando seu nariz antes de chutá-lo, envolvendo um braço em volta
do pescoço. Apertando seu aperto, ele lentamente o estrangulou.

Todos os pensamentos de luta desapareceram de Everest. Eu


sabia que ele havia ligado o interruptor de lutar para sobreviver. Eu tinha
sido vítima eu mesma vi isso várias vezes acontecer.

Chutou com uma perna útil e uma quebrada, ele se debateu. Ele
tentou desalojar o braço de Fox, mas ele travava uma batalha perdida. Fox
usou sua força para empurrar o braço esquerdo de Everest por trás das
costas.

A torcida irrompeu quando Fox recostou-se, tendo o membro com


ele.

Meu coração batia forte, meu estômago virou.

"Esmague-o."

"Degole-o."

Fox não prestou atenção, apenas sufocou seu adversário mais


forte, o tempo todo empurrando mais o braço e ainda mais para trás.

Everest deu um pequeno gemido quando seu ombro deslocou e ele


caiu com seu inconsciente corpo flácido no chão.

No momento em que ele desmaiou, Fox ficou de pé e


cumprimentou a multidão com um aceno de cabeça. Limpando o sangue
escorrendo de seu nariz, ele franziu a testa vendo um rasgo em sua camisa.

Pela primeira vez notei que ele permaneceu completamente vestido


a luta inteira. Ele preferia arruinar suas roupas a lutar sem camisa.

Por quê?

Fox acenou uma vez; o rugido de apreciação levou o telhado fora.


Este homem era amado ou temido ou odiado, talvez uma
combinação de todos os três. Olhando para ele, mais uma vez a pontada de
interesse e medo enviou arrepios por minha pele. Algo me disse que a
multidão não seria tão acolhedora se soubessem o que ele guardava
escondido por trás daqueles olhos incolores. Ele tinha sido desumano
enquanto lutava — servindo vingança sem pensamento ou compaixão.

Enxugando a testa com a manga, Fox passou pelo árbitro e deixou


a gaiola caminhando para o alvoroço. "Fox Obsidian! Obsidian!"

Eu não me importava com a glória de vencer, parecia que nem


Fox. Ele mudou-se suavemente, ignorando todos. A multidão manteve
distância, sentindo que podia olhar, mas não tocar.

A lavagem de trepidação me encheu de novo quando ele se


aproximou. Eu não queria estar mais perto — não depois de ver o quão
perigoso ele realmente era.

Hora de ir para casa. Voltar à minha vida normal. E minha filha


que estava morrendo.

O pensamento bateu os punhos em meu coração. Merda, a


memória nunca vai parar de me socar?

Virei-me para sair. Eu precisava estar longe dessa loucura que


tudo consome.

A multidão se dispersou e eu fiz o meu caminho lentamente em


direção ao ringue de Muay Thai.

Quatro passos, cinco passos, antes de dedos fortes prenderem


meu braço, me girando.

Eu olhei para cima, uma maldição sobre os meus lábios, mas


todas as palavras evaporaram em mudez chocada.
Eu estava preparada para um pequeno choque por ter um toque
estranho em mim — um toque de novidade e incerteza, mas eu não estava
preparada para o parafuso elétrico que passou zunindo de sua carne a
minha, ressoando como um epicentro no meu peito.

Meus olhos se arregalaram, e eu engoli, tentando fazer com que


meu cérebro trabalhasse.

Fox fez um som no fundo de sua garganta, apertando os dedos.


Ele olhou, parecendo pronto para me matar. "Quem é você?"

Quando eu não respondi, ele limpou o rosto com a outra mão. Sua
testa franzida enquanto sua expressão ficou chateada e tempestuosa. "Você
acha que eu não vi você assistindo? Você teve os seus olhos sempre sobre
mim. Responda-me. Quem diabos é você?" Sua voz profunda e seu sotaque
endureceram meus mamilos até mesmo quando a emoção de medo sacudiu
através de mim.

Meu temperamento me deu falsa coragem. "Eu não tenho o hábito


de responder a tais perguntas rudes."

Sua mandíbula apertada; seus dedos apertaram um pouco mais


em meu braço.

Tudo o que eu conseguia pensar era: correr. Seus olhos pareciam


quase brancos. Seu rosto brilhava de suor, e a pequena mancha de sangue
de seu nariz tinha cheiro metálico. A cicatriz em sua bochecha gritava que
ele não era um bom homem. Este era um homem que viveu sem regras ou
leis. Este era um homem a temer.

"Eu não tenho o hábito de tocar mulheres e ainda assim, eu


estou.” Ele me balançou para enfatizar seu ponto. "Responda-me. Quem
diabos é você e de onde você veio?"
Eu não podia me mover quando ele se inclinou mais perto, os
olhos mergulhando profundamente, mais profundo do que ninguém tinha
ido. Eu me senti exposta, indefesa, e completamente presa.

Inclinando minha cabeça, eu olhei. "Deixe-me ir."

Balançando a cabeça, enviou fios de bronze em todos os lugares,


ele exigiu, "O que você está fazendo chegando perto dos ringues? As
meninas são destinadas a ficar deitadas na porra das salas privadas, ou
misturadas com a multidão.” Os olhos de Fox deixaram os meus e trilharam
pelo meu corpo. "A menos que você não seja um empregado, mas uma espiã.
Minha paciência está em uma linha muito fina; Eu sugiro que você
responda minha pergunta."

Cada medo e as dificuldades na minha vida pareciam


inconsequentes quando ele empurrou-me mais perto. O calor do corpo me
encheu de necessidade e repugnância. Este não era um homem. Este era
um assassino frio.

Torcendo meu braço, eu rolei meu ombro para forçar a mão a cair.
O problema era que ele seguiu o movimento e seus dedos destravaram
apenas para apertar novamente uma vez que eu tinha desistido de lutar. A
maneira fácil com que ele me manteve prisioneira enviou meu coração
voando em volta do meu peito. Eu odiava meu corpo me traindo por me
sentir mais viva do que eu já senti. Eu odiava o desafio que ele apresentava.
Mas acima de tudo eu odiava a intriga, o quebra-cabeça.

"Eu não sou uma espiã. O que você é James Bond? Tire suas mãos
de mim. Eu estou farta de ser interrogada."

"Não até que você me diga como você entrou no meu clube. Quem
é você?"

"Não há nada sobre mim."


"Você está mentindo. Há algo diferente.” Sua atenção voltada para
si mesmo por um breve segundo. "Você me faz sentir —" separando-se, ele
olhou com raiva. Ele cheirava a terra e fumaça e poder, com um traço de
chocolate. Sua mão estava quente e apertada no meu braço — mortal. "Eu
nunca vi você antes, e eu não gosto de estranhos. Vou perguntar mais uma
vez. Quem diabos é você, e por que eu estou atraído por você?"

Meu coração derrapou até parar. Ele está atraído por mim?

Ele sentiu isso também. A compulsão estranha, a necessidade


desconhecida. Talvez tenha sido puramente luxúria de dois corpos que
reconheceram uma pessoa com desejos e anseios semelhantes. Se fosse, eu
nunca tinha sido afetada tão violentamente.

Tudo que eu senti enquanto o vi lutar borbulhou para a superfície.


Ele machucou sem nenhum remorso. Ele agiu como se estilhaçar a rótula
de um cara não fosse nada. Como eu poderia deixar alguma química
estúpida em meu corpo substituir a minha auto-preservação?

Eu enrolei minha mão, pronta para socá-lo e correr, mas fiz uma
pausa.

Ele me fez sentir viva.

Ele me fez sentir como uma mulher e não uma mãe ou um amigo
ou um fracasso.

Ele me fez sentir poderosa e submissa, tudo ao mesmo tempo.

Eu me senti como se eu tivesse vivido minha vida em uma névoa.


Marchando através do dia a dia, sempre colocando as necessidades de
outros antes da minha. Pela primeira vez, as minhas próprias necessidades
tiveram uma presença muito forte, e eu abracei a consciência, a conexão, a
paixão simples por um estranho total.

Mas, em seguida responsabilidades demoliram a atração fugaz.


Clara.

Miséria.

Ruína.

Como você poderia deixar-se ser consumida por ele quando você
não deveria estar aqui?

Eu já não o odiava. Eu me odiava por ser tão fraca — ele me fez


esquecer por um breve momento.

Congelando, olhei diretamente em seus olhos, ignorando o


grunhido no meu estômago. "Você está enganado. Você não está atraído por
mim. Você nunca me viu, e eu vou embora assim você nunca vai ter que me
ver novamente. Solte-me."

Seus olhos pousaram sobre os meus lábios; seu rosto endurecido,


bloqueando o interesse que eu tinha visto antes. "Eu nunca estou errado.”
Ele afrouxou sua mão. Alfinetes e agulhas correram para o local onde ele me
agarrou. "E eu nunca me contento até que eu descubra o que não entendo."

Meu coração balançou. Ele é o mesmo. Ele tinha a mesma


necessidade de entender. De descobrir o desconhecido antes que o
desconhecido pudesse machucá-lo.

"Vá embora antes que eu me arrependa de deixá-la sair," ele


murmurou. Com os punhos cerrados ao lado do corpo, ele olhou por cima
do ombro como se procurasse uma maneira de escapar. Foi-se o seu ar
dominador, substituído por aceitação profunda. Sem seu olhar potente em
mim, eu o examinei.

Eu não gostei do que vi. Algo pesado vivendo dentro dele apertou
até que ele tremia com mais do que apenas raiva. Ele usava a cicatriz como
um impedimento, mas por trás de tudo o que viveu havia outra coisa. Algo
mais sombrio, algo... triste.
Meu coração bateu, enviando uma onda de compaixão em minhas
veias.

Oh, não, você não vai.

Rangendo os dentes, eu fechei os olhos e forcei todo o interesse e


empatia para morrer em uma morte rápida. Eu não podia me dar ao luxo de
sofrer de tal idiotice. Eu estava procurando razões por trás de sua atitude
ranzinza, vendo uma penitência pesada em sua cicatriz. Você não pode ser
arrastada pela necessidade de ajudar, proteger e ouvir.

Arrastando as mãos pelo cabelo comprido, Fox olhou. "Eu deixei


você ir. Por que você não foi ainda?"

O sotaque estrangeiro fraco se escondia por trás de uma voz


australiana culta. Ele pode ter estudado muito para soar como um local,
mas ele não conseguiu esconder suas raízes completamente. Assim como ele
não poderia domar a selvageria nele sob a fachada legal.

Ele não pertence a esse lugar. Ele pertencia ao deserto, a caça na


madrugada, assim como seu homônimo, a raposa.

Foi a minha vez de sofrer de curiosidade inevitável. "Quem é você?"


Eu tentei relaxar, lembrando-me que ele não poderia me prejudicar, não
com tantas testemunhas. “Vocês me perseguiu e procurou respostas para as
suas perguntas, mas isso funciona em ambos os sentidos. Você quer saber
algo sobre mim?" Torcendo para apontar atrás de mim, eu disse: "Eu estou
aqui com uma amiga. Fomos convidadas por Corkscrew e ele é um lutador
especialista em Muay Thai. Eu não queria vir aqui. Eu odeio o que eu estou
usando, e você me deixa louca porque eu não posso ler você. Você é
perigoso, e eu acho que você tem alguns problemas graves."

Fox me perfurou com olhos brancos-cinza. "Você tem razão de


pensar que sou perigoso." Ignorando meu outro comentário, ele murmurou,
"Finalmente, eu tenho uma razão para levá-lo ao ringue. Ele não pode burlar
as regras e convidar quem ele quiser." Um sorriso duro esticou seus lábios.
Minha pele se arrepiou com o pensamento de Fox lutando com
Corkscrew. Eu gostei de Ben. Ele era gentil e olhava para Clue como se ela
fosse uma pedra preciosa. Não havia nenhuma maneira que eu queria que
esse lunático o machucasse.

"Fique longe de —"

"Tudo bem aqui?" Eu pulei quando um homem solidificou ao meu


lado, aparecendo a partir do desbaste da multidão. Ele me lançou um olhar
curioso antes de olhar para Fox. "O que eu ouvi? Uma desculpa para levar
quem ao ringue?"

Fox parou de sorrir. "Corkscrew convidou pessoas sem pagar por


sua admissão. Eu tenho minha razão.” Ele estalou os dedos, olhando
determinado e não apenas assustador.

O homem de cabelo loiro balançou a cabeça. "Oh não, você não.


Uma luta é suficiente. Caia fora. Deixe-me ficar no piso o resto da noite."

O ar estalava enquanto Fox perfurou o homem com um olhar. Em


um segundo Fox afirmou autoridadee em outro negou provimento. "Bem.
Assuma o controle. Estou cansado de estar perto de pessoas." Seus olhos
cinzentos pousaram nos meus, deixando-me saber o que ele realmente
queria dizer.

"Boa escolha." O recém-chegado franziu a testa, empurrando o


cabelo louro longo de seus olhos. Ele parecia como se devesse estar em um
oceano com uma prancha de surf e não um clube ilegal. "Quem é você?" Ele
me avaliou, franzindo os lábios. "Eu pensei que todas as meninas tinham
que usar um uniforme, de modo que os seus serviços não fossem
confundidos. Não é isso?"

Meninas? Merda, é que o que as garçonetes eram? Prostitutas?

Minha raiva aumentou. Meus nervos desgastados atingiram o


ponto de ruptura, e eu perdi toda decência. "Parem de perguntar quem
diabos eu sou. Eu estou cansada de ser maltratada, amaldiçoada, e de ser
confundida com uma prostituta. Eu tenho tido o suficiente.” Eu empurrei e
passei pelo cara loiro só para ele laçar uma mão ao redor do meu braço.

Olhando meus seios, ele acrescentou: "Se você não quer ser
confundida com uma prostituta talvez você não devesse usar um vestido tão
sacana.” Ele baixou a cabeça, me inspirando. "Posso especialmente ver seus
mamilos, e eu sei que você está quente para o meu chefe. Você não pode
esconder o rubor, princesa. Você está desperdiçando sua porra de tempo.
Ele não é para mulheres como você."

"Foda-se." Eu levantei a mão para dar um tapa em seu rosto, mas


Fox chegou antes de mim. Seu punho aterrissou na mandíbula do homem.
Oscar deixou cair seu aperto, e eu tropecei para trás.

"Ela não é uma prostituta, e eu vou dizer se ela está desperdiçando


seu tempo de porra, Oscar. Maldição, você está me irritando esta noite."

Oscar coçou o queixo, olhos azuis faiscando de raiva. "Você é um


filho da puta."

Fox ondulava com raiva. "Volte ao trabalho."

"Eu estou trabalhando, estou mantendo-o longe de matar alguém."

Eu ri uma vez na loucura deste lugar. Parecia que todos estavam


infectados com qualquer doença que vivia dentro destas enormes paredes
pretas. "Oh, meu Deus, vocês são todos loucos. Eu estou saindo.” Eu girei
ao redor e dei um passo irritado antes de dedos fortes travarem em torno de
meu pulso. Meu coração disparou novamente com um tiro de eletricidade ao
seu toque por todo o caminho para o meu núcleo traidor. Tudo nele me
atraia e me repelia ao mesmo tempo.

Meu corpo empolgou com a posse primal, enquanto minha mente


riu da minha fraqueza.
"Deixe-me ir." Eu olhei para a mão cicatrizada embrulhada como
uma algema me segurando em cativeiro. Levantei meus olhos, trancando o
olhar incolor do homem que foi rapidamente se tornando o meu nemesis 7.
"Eu estou cansada de jogar este jogo de gato e rato estúpido."

Ele apertou a mandíbula, os olhos brilhando. "Ainda não. Eu vou


dizer quando você pode ir, e eu revoguei minha permissão anterior.” Ele
baixou a cabeça, sussurrando em meu ouvido: "Eu não vou deixar você ir
até eu entender você.” Sua respiração fez cócegas no cabelo fino atrás da
minha orelha, e eu lutei contra um arrepio incontrolável. Tudo dentro de
mim liquefez.

"Permissão? Você acha que eu preciso da sua permissão?" Um


coquetel de ira e luxúria bombeou até meu coração. Eu odiei isso. Eu amei.
Eu nunca quis correr ou beijar alguém tanto assim.

O que diabos está acontecendo comigo? Não admira que a luxúria


fosse uma coisa perigosa. Ele me fez esquecer meus problemas, minhas
dificuldades — ele deixou todas as preocupações para além do desejo de
lutar com ele. De ceder a ele.

"Eh..." O homem loiro limpou a garganta, aumentando as rugas da


testa. "Uh, Fox? O que exatamente você está fazendo?" Seus olhos caíram
para o meu pulso, onde Fox firmemente apertou mais pesado até que meu
sangue zumbia em meus dedos.

Fox não quebrou o contato visual comigo, me mantendo


prisioneira em mais de um sentido. "Eu estou aprendendo. Vá embora."

7 É um substantivo masculino com origem no grego, que indica vingança ou indignação


justificada. Também é usada como sinônimo de inimigo. Na mitologia grega, Nemesis era a
deusa da vingança, que castigava o comportamento degenerado dos seres humanos.
Nemesis é uma defensora do equilíbrio, justiça e vingança divina, que castigava os homens
que quebravam as leis estabelecidas.
Aprendendo? Ele não tinha necessidade de aprender como fazer
minhas entranhas virarem pretzel ou transformar meus pensamentos contra
mim. Ele era um mestre nisso já.

O cara loiro riu, mas seus olhos corriam entre nós


cautelosamente. "Aprendendo?" Ele deu um passo mais perto. "Olha,
companheiro, eu vou cuidar dela."

Meus olhos foram para os dele. Punheteiro egoísta. "Cuidar de


mim? Como se eu fosse uma prostituta ou o lixo que você tem que deixar
fora da estrada?" Minha voz se levantou e eu me contorcia contra o domínio
de Fox. "Eu não quero ouvir mais nada. Terminei. Vou pedir pela última vez.
Deixe-me ir, inferno."

Fox resmungou baixinho, encarando o loiro. "Você está fazendo


isso pior, Oz. Vá embora." Me empurrando mais perto, ele assobiou quando
meu ombro esbarrou no seu. O calor do seu corpo me envolveu, juntamente
com o leve cheiro de ferrugem da luta. "Pare de brigar. Eu não vou deixar
você sair, então você poderia muito bem começar a se acostumar."

"Você não pode me segurar contra a minha vontade. Se você acha


que pode, você é um idiota maior do que eu pensava." Meu coração bateu
mais rápido, empurrando a adrenalina através do meu sistema. "Não me
faça te machucar." Eu não tinha vivido a vida que eu tinha sem aprender a
me proteger. Eu iria machucá-lo. Eu iria ficar livre.

Oscar deu um passo para trás, relutantemente, obedecendo a


ordem de Fox para sair.

Apenas quando ele saiu Fox abaixou a cabeça, os olhos olhando


friamente para os meus. Meu estômago apertou e minhas pernas
fraquejaram. O efeito que ele teve sobre mim não era justo. Nunca ninguém
me virou assim, me fazendo temer.

"Você nunca seria capaz de me machucar, dobycha."


Minhas orelhas em pé com a palavra exótica. Seus olhos se
arregalaram, então estreitaram em aborrecimento. Ele escorregou e usou
uma palavra não-australiana, isso o irritou.

"Isso é um desafio?" Eu sussurrei, incapaz de tirar os olhos de sua


cicatriz de prata. Alguém conseguiu feri-lo. Você não pode ignorar a evidência.

Seus lábios tremeram. "É uma promessa."

Nesse caso, eu tinha que lhe ensinar uma lição. Com a mão livre,
eu passei meus dedos pelo meu cabelo ondulado e cuidadosamente preso.
Meu coração bateu mais forte quando eu puxei o único clipe livre e trouxe
meu braço para baixo. Mantendo a mão oculta ao meu lado, eu abri o clipe
com os dedos treinados e deslizei a lâmina na posição de bloqueio.
Segurando a faca, eu sorri. "Não faça promessas que não pode cumprir. E
nunca segure uma mulher contra sua vontade novamente."

Confusão brilhou em seus olhos, seguida por uma explosão de


compreensão.

Ele me empurrou para longe, mas era tarde demais. Em um golpe


rápido, eu arrastei a pequena lâmina, afiada em seu antebraço. Não muito
profundo, mas não muito raso também. No mesmo instante, um poço de
carmesim apareceu no rasgo de sua camisa preta.

"Você deveria ter me deixado ir quando eu pedi."

Ele puxou uma respiração forte entre os dentes. Agarrando-me


novamente, seus dedos flexionados em torno de meu pulso. "Você acha que
a dor me afeta?" Seus olhos brilharam. "Isso só me faz pior."

A queimadura de satisfação não era nada comparada com o pulsar


dos dedos de Fox. Seu toque pareceu me dar um tiro com um milhão de
volts. Minha mente nadou com coisas contraditórias.

Eu queria correr.
Eu queria beijá-lo.

Eu queria machucá-lo.

Eu queria tocá-lo e morder e arrastar unhas afiadas em suas


costas quando ele entrasse em mim.

Merda, Hazel. O que você está pensando?

Fox zombou, torcendo sua cicatriz. "Você me cortou." Seus olhos


encontraram os meus novamente, brilhando com fumo e poluição
atmosférica. "Isso significa que você me deve."

Eu tinha chegado ao fim da minha corda. Eu não poderia deixar


este homem deformar meu cérebro e jogar com meu corpo como um
fantoche. "Eu não te devo nada.”

As últimas semanas me alcançaram, e tudo que eu queria fazer


era atacá-lo. Ele mereceu por me deter, me antagonizar, e provar que havia
vida em mim mesma e em tudo ao meu redor. Eu tinha me enganado
quando eu disse que eu não tinha necessidade de partilhar a minha cama
com outro.

Nas últimas semanas eu teria dado qualquer coisa para ter um


cara para me apoiar, para chorar em seus braços, e partilhar o fardo do
futuro de Clara. Clue foi incrível, mas tanto quanto eu iria negá-lo, eu
queria um tipo diferente de cuidado.

Foda-se esse homem por me fazer desejar. Foda-se ele por me


mostrar quão fraca eu realmente era.

"Zel?" Clue apareceu das sombras. Seus olhos se arregalaram a me


ver presa por um estranho marcado vestido de preto. Simpatia brilhava em
seus olhos quando ela sentiu o quão perto eu estava de me soltar; em
seguida, eles ficaram cheios de raiva ardente.
"Ei! Obtenha o inferno longe da minha amiga.” Ela avançou como
um mini-torpedo. "Deixe-a ir!"

Agarrando meu outro pulso, ela puxou com força, causando-me a


balançar para frente apenas para ser puxada de volta por Fox. Tornei-me o
brinquedo em um jogo de cabo-de-guerra.

"Clue". Eu tropecei para o lado quando ela puxou mais forte.


"Clue." Minha mão apertou a faca quando meus ombros gritaram de dor.
"Clue. Pare!"

Ela congelou, respirando com dificuldade. Punhais encarando Fox,


ela capturou meu rosto com as mãos suaves. Ela conjurou tantas memórias
me tocando desse jeito. Considerando que ambas crescemos sem afeição,
poucas vezes tocadas e abraçadas.

Ela ajudou-me a chegar a terra, mesmo quando eu estava me


rasgando em pedaços. Quantas vezes ela tocou Clara da mesma maneira? O
mesmo amor e adoração brilhando em seus olhos. Eu não tinha parado para
pensar como isso seria difícil para ela. Ela estava perdendo uma parte da
nossa família, tanto quanto eu.

"Você está bem. Eu estou aqui." Ela baixou as mãos.

Eu sorri. "Obrigada."

"E quem diabos é ela?" Perguntou Fox, em voz baixa,


enganosamente suave. Olhando Clue de cima a baixo, ele murmurou, "Você
está interrompendo. Saia."

Clue colocou as mãos nos quadris delicados. "Eu não tenho


nenhuma intenção de sair. Eu sou sua amiga. Deixe-a ir."

Fox balançou a cabeça. "Não até que eu obtenha algumas


respostas. Além disso, ela me cortou, então ela me deve uma pequena
dívida."
Oh, Deus. Dívida? Imagens dele extraindo um pedágio de mim fez
o meu núcleo apertar apesar da minha raiva.

"Clue?" Corkscrew apareceu. Seus olhos negros se arregalaram ao


ver a cena diante dele. Ele tinha, obviamente, apenas terminado sua luta e,
provavelmente, ganhou a julgar pela falta de lesões.

Clue deu um passo em direção a ele. "Estou feliz que você está
aqui."

Em um movimento relâmpago, Fox arrancou a faca da minha mão


e apertou-a contra o meu lado. Ele tinha roubado minha lâmina tão rápido
que ninguém tinha visto.

Eu estava mais desesperada ainda. Medo gelado desviou através


do meu sangue. Merda. Um segundo atrás eu lutava com atração e desejo.
Agora, eu lutava contra a vontade de gritar e correr.

"Está tudo bem aqui?" Corkscrew estufou o peito, olhando


completamente aterrorizante com músculos cinzelados e pele escura.

Clue acenou para nós. "Esse idiota não quer deixar minha amiga
ir. Faça-o mudar de ideia.” Ela sorriu friamente para Fox. "Você não teve o
prazer de conhecer o topo do ranking campeão das Arraias."

Fox acenou para Ben. "Eu sei quem você é. Você é bom, mas você
não quer ficar no meio disto."

Corkscrew fez uma pausa, a cabeça inclinada para o lado. Em


seguida, uma explosão de emoção encheu seus olhos. "Espere. Você é o Sr.
Obsidian. Uau, é uma honra, senhor." Foi-se a vibe da raiva, substituída por
interesse.

Eu não podia acreditar. Este homem era como uma estrela do rock
com os fãs e multidões gritando seu nome. O tempo todo em que nós
tínhamos argumentado nenhuma única pessoa tinha chegado perto dele.
Olhos nunca pararam de assistir, mas todos preferiram manter distância.
A boca de Clue estava aberta. "Esse é o cara de que você estava
falando?"

Corkscrew sorriu. "Sim. Invicto em cada luta. Define o alto do


ranking."

Meu estômago se agitou em seguida, transformado em pedra


quando Fox sorriu levemente. "Você está correto. Invicto." Ele enfatizou a
palavra. "Agora, se vocês me dão licença, eu tenho negócios inacabados com
esta mulher." Ele inclinou a faca mais fundo no meu lado, ameaçando calor
e dor inteiramente demasiado perto de perfurar a minha pele.

Eu olhei, desejando que eu pudesse dar-lhe uma joelhada nas


bolas. Nós não temos negócios inacabados. Eu queria a minha liberdade.

Clue balançou a cabeça e chegou mais perto. "Você não tem que ir
com ele, Zel. Não importa se ele possui este lugar ou não.” Seus olhos
amendoados despertaram quando ela olhou para Fox. "Venha. Vamos para
casa."

Eu queria dizer a ela sobre a faca no meu lado. Eu queria correr


para casa e abraçar Clara. Eu queria gritar assassinato sangrento, mas Fox
torceu a lâmina até que eu estremeci, destruindo tudo o que eu queria e
deixando-me com a única coisa que eu podia fazer.

"Apenas um bate-papo. Isso é tudo," Fox sussurrou, tão baixo que


somente eu ouvi.

O fato que ele voluntariamente iria raptar-me com uma faca


apenas para ‘falar’ fez meus instintos protetores incharem para proteger
Clue. Eu precisava dela segura, então eu não precisava me preocupar com
ninguém enquanto eu estivesse atada a este maníaco.

Era hora de mostrar a Fox que tinha capturado a mulher errada


para interrogar.
Coloquei um sorriso convincente no meu rosto, eu disse: "Não,
está tudo bem, Clue. Vou falar. Eu vou te ver de volta em casa, ok?"

Clue balançou a cabeça. "Não. Vou esperar. Tudo o que ele quer
falar não pode demorar muito tempo."

"Você vai sair," Fox rebateu. "Eu tenho um monte de perguntas a


serem respondidas. Vou me certificar de um carro leva-la para casa quando
terminarmos."

Clue olhou para Fox, com os olhos cheios de fogo. Ela nunca
tomou ordens bem. Chegando mais perto, ela sussurrou em meu ouvido.
"Pisque duas vezes se você quer que eu chute a bunda dele."

Eu quase fiz isso. Quase.

Mas esta era uma luta minha e não dela. Eu precisava dela ir para
que eu pudesse ganhar. Além disso, se eu não podia ir para casa ainda, eu
preferia que Clara fosse cuidada por sua tia, em vez de uma babá estranha.

"Estou bem. Honestamente.” Eu forcei meus olhos a ficarem


grandes, esperando que ela visse uma relaxada e disposta conversa. Eu não
queria que ela visse o quão aterrorizante Fox realmente era. E não apenas
porque ele era um lunático. Eu não confiava nele. Eu não confio em mim
mesma com ele. Eu não confiava no que aconteceria se ele me levasse longe
dos olhos do público.

Fox não queria só falar. A consciência nos unia — a vibração da


carga estática incessante desde que me tocou.

Eu tentei me obrigar a me importar com a crença de que no


momento em que ele me pegasse por trás de portas fechadas, eu esperava
que nós dois cedêssemos a mais do que apenas falar.

E eu me odiava por precisar de um pequeno momento sujo onde


eu não era nada mais do que uma mulher à procura de um caso com um
homem ameaçador.
Depois de um momento tenso, Clue assentiu. "Não se preocupe
com Clara. Eu vou cuidar dela.” Espremendo minha mão, ela murmurou,
"Eu vou esperar por você."

Corkscrew me deu um olhar preocupado. "Você tem certeza que


está bem?"

Sua preocupação borrou meu coração. Ele era o homem da minha


melhor amiga e era uma pessoa digna e boa. "Tenho certeza."

Clue estreitou os olhos. Eu não tinha dúvida de que ela ia me


assediar por cada detalhe de tudo o que estava a ponto de acontecer.

Eu sufoquei meu gemido quando Corkscrew envolveu um braço ao


redor dela, e eles desapareceram na multidão.

Fox murmurou: "Vamos para o meu escritório. É tranquilo, e nós


não seremos perturbados."

Meu coração temeu.

Escritório. Imperturbável.

Ele deveria ter dito calabouço, e então eu teria acreditado nele.

A vontade de ferro veio sobre mim. Ela me ajudou a ignorar a


centelha latente entre o corpo de Fox e o meu. Clue tinha ido embora. Ela
estava segura. Agora eu poderia me preocupar sobre como me libertar desse
louco idiota sem me esfaquear com a minha própria faca. Eu tive um
momento de fraqueza, entretendo pensamentos de sexo proibido, mas agora
eu estava lúcida.

"Eu não vou dormir com você, você sabe," eu murmurei quando
Fox me empurrou para um vasto conjunto de escadas que conduziam para o
escuro.

Ele bufou. "Eu disse que queria conversar. Não foder."


Tal palavra bruta.

Eu odiava que ele me excitasse.

Um arrepio percorreu o comprimento da minha espinha. Sua voz


era perfeitamente plana, contida e controlada, mas sob seu tom cuidadoso
espreitava potência letal. Ao subir as escadas, ele disse, "Eu espero
respostas. Eu quero saber quem você é. Eu quero entender porque você é
diferente."

Meu estômago irrompeu com esvoaçantes coisas aladas. "O que faz
você pensar que eu vou responder? Ter uma faca pressionada contra mim
não me faz muito ansiosa.” Eu respirei quando ele torceu a lâmina mais
uma vez antes de retirar. Segurando a faca, ele enfiou a lâmina em seu
bolso.

"Há. Agora, você vai falar."

Não, agora eu vou mentir.


Quatro

Eu aprendi desde cedo a usar as fraquezas das pessoas contra

elas. Insultando o frágil, zombando do pequeno. Em vez de dizer não, fui


incentivando. Oferecendo as ferramentas para se destacar em assassinato, e
intimidando a ser a máquina obediente perfeita.

O momento em que pus os olhos nela, eu provei uma deliciosa


combinação de medo e força. Fraqueza e bravura. Tristeza e resignação.

Instintos e necessidades que eu tinha enterrado e ignorado


voltaram para a superfície. Eu perdi o controle. Eu quebrei cada regra e não
dou a mínima.

Ela acordou uma parte de mim que eu não sabia que existia, um
homem não mergulhado em gelo e sangue frio. Este novo homem doía com
cada polegada; ele desejava calor e fogo e luxúria.

E assim eu roubei ela.

E eu a levei.

Uma e outra vez.

Merda.

Como diabos tinha acontecido? Isso nunca aconteceu. Nunca na


minha vida tinha me submetido a uma ânsia corporal. Esse tipo de coisa
tinha sido torturada fora de mim. Eu não sofria com a falta de disciplina.

Nunca.
Até agora.

No instante em que a vi eu perdi uma parte de mim mesmo.


Tornei-me bêbado em uma nova sensação. Algo sobre ela me chamou. Eu
não cobiçava a foda ou a necessidade. Estar perto de outros me enchia de
horror não alegria. Assim, por que diabos eu quero conhecê-la? Por que
meus pensamentos estão cheios de nudez e calor? O que diabos estou
fazendo?

Olhei para ela. Com os ombros para trás e empurrando o queixo


para frente, parecia que ela estava dirigindo uma guerra e não uma
conversa. Cada passo era calmo e corajoso; cada movimento cheio de
confiança e equilíbrio.

A lâmina roubada pendurada pesada no meu bolso, batendo


contra a minha coxa a cada passo. Eu tinha perdido o controle e sequestrei
alguém com uma faca. Não apenas alguém — uma mulher que eu toquei.

Porra, eu toquei nela!

Eu nunca toquei alguém voluntariamente a menos que fosse em


uma luta. Nunca. Toda a minha vida eu tinha evitado cada pingo de toque e
contato. E ainda, no instante em que eu passei meus dedos em torno de seu
braço, meu corpo inteiro estremeceu com algum poder invisível filtrado dela
para mim.

Ela me intoxicou. Ele me enfeitiçou. É do caralho, mas me


assustou.

Só quando eu olhei diretamente nos olhos dela que pude ter um


gosto de quanta paixão, medo, força, tristeza, e rebelião viviam dentro dela.
Ela era como fogos de artifício apagados, embalado e ordenados apenas o
suficiente do lado de fora, mas uma explosão perigosa no interior.

"Eu quero a minha faca de volta," ela murmurou, seus olhos se


conectando com os meus. Tudo o que eu conseguia pensar eram esmeraldas
e cada pedra preciosa verde que eu já vi. Seus olhos zombavam dos meus,
considerando que eu não tinha cor, ela tinha todo o espectro.

"Você não está recebendo de volta até que eu diga que você pode."
Até eu entender essa necessidade insana para tocar em você.

"Você não é meu dono," ela retrucou.

"Esta não é uma discussão. É minha propriedade, e eu quero


segurança. Eu não sei quem você pensa que é, mas eu não estou jogando
seus jogos mentais loucos mais."

A força familiar e raiva subiram pela minha espinha. Afastando


meus olhos dos dela, eu caminhei mais rápido.

Ela subiu dois degraus de cada vez e passou por mim com um
olhar frio. Seu ombro roçou o meu. Minha visão ficou vermelha, músculos
bloqueados, e o comando familiar para machucar me fez tremer. Minha
mandíbula travada enquanto eu lutava contra as ordens.

Merda. Ela não é diferente depois de tudo.

A porra do meu coração afundou. Eu a tinha perseguido, prendido


e arrastado até aqui porque eu tinha ousado ter esperança. Ousado
acreditar que eu estava atraído por ela, porque ela pode ser impermeável a
minha formação. Que eu poderia ser capaz de tocar e ser tocado.

Acabou que eu podia tocá-la sem cair em velhos padrões, mas ela
não podia me tocar.

Meu coração endureceu em decepção. Então, ela não era a minha


cura, afinal. Eu tive esperança —

Você esperava que estivesse desaparecendo. Que você poderia


finalmente viver uma vida onde você não iria perfurar automaticamente
alguém na porra da cara ou bater com um punhal em seu coração.
Merda difícil.

Eu duvidava que eu já estivesse livre, o que só me fez um porra


mais homicida.

Cheguei ao topo das escadas, os lábios entreabertos quando ela


pegou no grande corrimão. Passou seus olhos sobre a mesa e sofá preto, ela
se desviou para o perímetro de vidro. A partir daqui, a arena parecia como
uma versão moderna do coliseu. Homens lutavam em gaiolas e ringues,
corpos inconscientes eram atendidos por médicos. Tudo o que estava
faltando eram os leões e outros animais exóticos que os romanos
costumavam usar para matar escravos infelizes.

Eu compartilhei certo vínculo com aquelas almas infelizes.

Ninguém iria olhar para mim e pensar que eu era escravo. Mas eu
tinha sido. Eu ainda era. Eu provavelmente seria para sempre.

Eu não disse uma palavra quando ela foi para a varanda e se


moveu em direção a uma estátua de uma árvore torcida e retorcida.

A escultura me levou 18 dias quase sem dormir para terminar. Eu


aquecia o metal apenas o suficiente para torcer e distorcer. Virou um nódulo
intocado de bronze em uma peça torturada de arte. A árvore parecia
anunciada por demônios e desenhada por masoquistas. Seus ramos
adequados apenas para abutres empoleirar suas carcaças e comer.

Mas eu gostei. Na verdade, era uma das minhas peças favoritas.


Representava nada, mas ao mesmo tempo, tudo.

Era eu. Representado cru.

Lentamente, quase hesitante, ela correu os dedos sobre o metal


frio. No instante em que tocou, meu pau balançou. Ele porra balançou pela
segunda vez na minha existência.
Calor. Delicioso calor ardia no meu sangue. Luxúria. Então
desconhecida e quase irreconhecível. Ela me agarrou as bolas, fazendo-me
duro, enchendo meu pau com a nova vida.

Meu pau sabia melhor do que agir por conta própria. Ele tinha
sido ensinado a nunca reagir. Pensamentos de liberação e sexo foram
espancados fora de nós em uma idade muito precoce. E se nós
desobedecêssemos — bem...

O medo tinha me mantido impotente, mas esta mulher, — esta


mulher tinha um irritante poder mágico — que me deixou com a porra de
um pau duro. Eu cerrei os dentes, deleitando-me com a sensibilidade
quando eu inchei, engrossando, e doía com necessidade desconhecida. A
onda de calor ferveu o gelo no meu sangue, me deixando cozinhar, irritado,
e à beira de algo completamente alienígena.

Dois anos eu esperei para o descongelamento, e durante dois anos


isso nunca aconteceu. Mas esta noite. Hoje à noite, tudo graças a uma
mulher, eu poderia ter encontrado uma brecha, a fraqueza em minha
lavagem cerebral.

Ela inclinou a coluna vertebral, ao investigar de perto a obra de


arte. Minhas bolas ficaram mais apertadas, latejantes.

O corpo dela me chamou. Ela era diferente, indescritível,


inalcançável. E meu pau queria o inalcançável. Pela primeira vez desde que
a minha vida de escravidão começou, ele ficou vivo entre as minhas pernas.

Eu não acho que eu poderia resistir ao desejo. Ele era muito forte
e demasiado exigente.

Eu tremia por uma razão completamente diferente. Eu queria


gritar com ela por ter tanto poder sobre mim, ao mesmo tempo queria
ajoelhar a seus pés para me libertar da gaiola em que eu existia.

Depois, veio o medo.


Os suores ansiosos em mau comportamento, o conhecimento que
eu tinha desobedecido a uma ordem direta. A punição seria horrível.

Eles não estão aqui.

Eu fechei meus olhos, tentando obter um controle e recentrar-me.

"Ei. Umm, você está bem?"

Meus olhos voaram apenas para ser presos por seu meio-irritado
meio-preocupado olhar. Seu delicioso corpo envolto em ouro e prata
afugentou meu medo e minha boca foi regada com o pensamento de tomar a
dela.

Pena me encheu. Pena dela, porque agora que eu tinha provado o


que ela poderia fazer para mim, eu não a estava deixando ir. Ela não estaria
indo para casa hoje à noite. Ou em qualquer data próxima. Ela estaria na
minha cama. Ela abre as pernas e eu poderia—

Maldição, eu estou agindo como se eu fosse um virgem de 15 anos.

O problema era que eu tinha uma vida de luxúria gritando e


explodindo dentro de mim. Dois orgasmos eu tinha desfrutado desde que
atingi a puberdade. Apenas dois. Eu estava desesperado por um terceiro.

"Estou bem. Por quê?" Eu olhei para seu vestido provocante,


bebendo em suas curvas suaves; enchendo minha mente com imagens que
qualquer homem carente de sexo poderia imaginar. Eu queria correr uma
língua para baixo em seu decote. Eu queria provar sua pele antes de
afundar profundamente, profundamente dentro dela.

Eu nunca me senti assim. Nunca.

Ela ficou mais alta, arrumando os ombros com destemor e uma


borda fina de ressentimento. "Você está tremendo. E, francamente, você
parece doente.” Acenando com a mão, ela fez uma careta. "Não que eu me
importe se você está doente, claro. Olha, eu estou farta com tudo isso.
Devolva minha faca e me deixe ir.” Uma mão foi para seu lado, esfregando
onde eu tinha colocado a lâmina. "Você é um filho da puta por me forçar
contra a minha vontade. E se Clue não estivesse lá, uma pequena arma não
teria me impedido de arrancar suas bolas.”

A primeira imagem na minha cabeça eram suas pequenas mãos


colocando minhas bolas doloridas em sua boca.

A segunda imagem foi a sugestão ridícula que ela pudesse tocar-


me sem minha permissão.

Eu não podia parar. Riso frio irrompeu da minha boca. Eu


congelei, amaldiçoando esta mulher. Amaldiçoando estes novos
sentimentos, estranhos. Eu nunca ri. Eu nunca toco. Eu nunca fico duro. Eu
nunca quis transar.

Ela era uma bruxa. Ela era mágica. Ela iria me curar.

"Quanto Corkscrew vai pagá-la por esta noite?"

Suas narinas inflaram. "Com licença?"

"Quanto? Para te foder?"

Ela estremeceu. "Isso é o que você pensa que eu sou? Eu pensei


que você estava brincando antes.” Ela balançou a cabeça, um baixo ruído
vindo de sua garganta. "Inacreditável. Você é um bastardo e um idiota. Para
sua informação, ele é o namorado da minha melhor amiga. Ele é um cara
legal, ao contrário de você.” Ela passeou no patamar, seu vestido
sussurrando ao redor de seus pés com cada passo. "Inacreditável. Eu quero
sair. Eu estou farta de falar com você.”

Meus músculos estremeceram, alimentando-se de seu


temperamento, deixando o espírito chocar com o meu. Outra lição que eu
tinha sido ensinado: sugar os sentimentos fora de outro antes de roubar
tudo. Isso me permitiu sentir seu medo, viver o seu terror, a única coisa que
eu poderia fazer naqueles dias.
Arrastando meus olhos sobre seu corpo, a porra do meu pau
endureceu como uma rocha. Seus seios transbordavam dentro do laço do
vestido, sua cintura tão pequena que eu poderia esmagar a vida fora dela,
apenas com minhas mãos. Suas pernas...

Merda.

No momento em que meus olhos pousaram em seus pés, as


memórias me inundaram.

"A vê? A primeira bailarina?"

Meus olhos tinham dificuldade para se concentrar através dos


binóculos, mas eu podia ver uma menina em um tutu, com as pernas que
pareciam um palito fino e tão facilmente quebrável. "Sim."

"Ela é o alvo esta noite, quando o pai e a mãe estiverem dormindo."

Há muito tempo eu tinha parado de perguntar por quê. Eu nunca


recebi uma resposta, apenas uma palmada ao redor da cabeça, e qualquer
medo de que minha alma estava destinada ao inferno haviam sido eliminados
de minha vida nos primeiros dias de treinamento.

"Ok."

O tapinha nas costas me fez enrolar em horror. Eu odiava as


pessoas me tocando. Isso sempre trouxe dor para mim ou dor para os outros.

"Fique aqui até 3:00, em seguida, continue."

"— e apenas porque você possui este lugar ilegal não lhe dá o
direito de me machucar!" Zel bateu.

Pisquei, tentando parecer que eu tinha ouvido toda a cadeia de


obscenidades que ela tinha, sem a menor dúvida, jogado no meu caminho.

Arrastando as mãos sobre o meu rosto, eu disse: "Eu não vou te


machucar." Muito. Minha voz era profunda e rouca. Eu odiava flashbacks.
Eles vinham nos piores momentos. Ironicamente, meu corpo tinha sido
treinado para perfeição, eu poderia matar em centenas de maneiras
diferentes. Eu poderia mutilar e massacrar com um talento artístico que foi
tudo que eu soube de uma vida de tutela, mas a parte mais fraca de mim
era o meu cérebro.

Tentava bloquear os pesadelos e visões, mas eles rompiam


aleatoriamente, empurrando-me de volta para o horror. No entanto, este
tinha me feito um favor.

Eu não estava mais duro.

Que porra estávamos falando?

Ah sim. "Dez mil é a taxa padrão para uma mulher de talentos.


Não é um resultado ruim para uma noite de ganhos.” Eu lambi meus lábios.
"Eu poderia ser convencido a elevar esse valor para vinte mil, se você está
tão repelida por mim."

Seus olhos se viraram para a minha cicatriz. "Eu te disse. Eu não


sou uma prostituta. Você pode manter o seu dinheiro, pois não há nenhuma
maneira no inferno que eu vou deixar você me foder.” Ela recuou até a
balaustrada, rosto pálido.

Os cabelos em meus braços se levantaram. Eu avancei para frente,


prendendo-a entre o meu corpo e o vidro. Um medidor existia entre nós,
mas o ar zumbia, arqueando e cuspindo com a mesma deliciosa energia que
eu senti quando eu a toquei.

"Bem. Você não é uma prostituta. Mas se você estiver...


inclinada... a concordar com um negócio extra. Deixe-me, como você
eloquentemente disse, foder você, — quanto custaria?" Meu coração
disparou com o pensamento de descascar as rendas de seus ombros.

Tomei outro pequeno passo para frente. "Eu estou avisando agora,
eu não vou aceitar um não como resposta. Eu não quero uma mulher,
qualquer mulher, tanto quanto eu quero você. Eu vou ter você, então pare
de dançar ao redor do fato, na esperança de que você possa ficar livre, e
concorde logo com isso."

Meu pau engrossou novamente com o pensamento de tocá-la,


saboreando ser permitido fazer algo tão simples, mas uma coisa milagrosa.
Gostaria de saborear cada polegada de sua pele. Eu a acariciaria com cada
ponta do dedo, minha língua, meu corpo inteiro do caralho.

Zel balançou a cabeça, cachos soltos envolvendo sua cabeça.


"Nada. Porque não há nenhum negócio. Avise um dos seguranças e deixe-me
sair. Vá dormir com uma de suas empregadas. Você não precisa de mim."

Sua negação me fez querê-la ainda mais. Era uma tortura. Isso era
o paraíso. "Você está errada. Eu preciso de você. Eu não estava mentindo
quando eu disse que você era diferente. Eu não entendo isso, mas eu sou
um porra fingindo ser um humano quando na verdade eu não sou. Eu
preciso de você para me deixar ser livre. Eu preciso foder você."

Sua pele corou e ela se moveu de repente, correndo para o lado


para alcançar as escadas. Ela foi rápida, mas eu era mais rápido. Coloquei-
me diretamente em seu caminho, rangendo os dentes pronto para
consequências. Se ela me tocasse nós dois estaríamos em apuros.

Ela se inclinou para parar, instável em seus saltos altos. "Saia."

"Não. Não até que você concorde.” Dei mais um passo cuidadoso
na direção dela. Minha boca encheu de água no pensamento de beijar,
lamber, morder. Eu nunca tinha sido tão irracional ou tido tanta certeza.
Algo sobre esta mulher fez meu pau sem vida sentar-se e implorar, porra.

"Há sempre um negócio. Um preço certo," eu sussurrei, fechando


lentamente a pequena distância entre nós.

O pescoço de Zel ondulava enquanto ela engoliu em seco. "Eu não


estou à venda." O ligeiro tremor em sua voz acariciou minha necessidade,
fazendo-me queimar. Ela mentiu. Ela pode não saber, mas tinha acabado de
admitir que ela se venderia. Para mim.

Meu estômago virou, me enchendo com sede nervosa. Sede de tê-


la.

Eu murmurei, "Eu tenho um dom. Um dom que me diz segredos


que as pessoas pensam que escondem tão bem. Chame-o sexto sentido, ou
percepção de um caçador, mas eu sei coisas sobre você. Eu sei quando você
está mentindo."

Ela mordeu o lábio, os olhos faiscando de desafio. "Você não sabe


nada sobre mim."

Curvando minha cabeça, eu inalei seu aroma floral macio. Lírio do


vale. Uma planta cultivada que, na floração da uma bonita flor cujas bagas
são um veneno. Um método conveniente de matar com anonimato.

Se eu prova-la iria me envenenar?

"Eu sei que você tem dois pontos fracos." Eu tinha catalogado eles,
empenhados em memória apenas como eu tinha sido treinado. Não era um
dom, principalmente era uma boa observação. Eu sabia o que iria trazer
para fora o máximo de dor se eu precisasse.

Um: ela tinha uma cicatriz prata, longa, curada há muito tempo,
estragando sua beleza diretamente sob seu olho direito. Tinha sido profunda
e longa, mas costurada ordenadamente, por isso era quase imperceptível
sob a maquiagem que ela usava.

Dois: sua orelha direita havia sido rasgada. Curada e costurada,


um pequeno triângulo de cartilagem estava ausente do topo.

As imperfeições me fizeram franzir a testa. Eu queria saber o que a


machucou. Eu queria matá-los.
Ela bufou, avançando ao longo da varanda para me evitar. "Você
pode fazer as coisas que você quiser, mas você está errado em uma
contagem: Eu não estou à venda." Ela mostrou os dentes. "Para trás."

"Não." Eu a prensei contra o vidro. "Eu quero você, e eu sempre


obtenho o que eu quero."

Ela ficou mais alta, arqueando as costas, olhando como se tivesse


asas e fosse decolar do mezanino a qualquer momento. "Bem, a menos que
você tenha o hábito de estuprar, você não vai conseguir o que você quer
desta vez.”

Suas mãos voaram até me empurrar de volta, mas eu esquivei


para o lado. Medo cancelou a minha necessidade, batendo uma tatuagem
rápida no meu peito.

Eu não podia arriscar que ela me tocasse.

Seus olhos caíram para a minha cicatriz novamente, fazendo-me


muito consciente de sua perfeição em relação ao meu grotesco. Claro, é por
isso que ela se recusou. Se eu tivesse sido todo e não desfigurado, duvidava
que ela iria me negar. Eu poderia não saber nada de mulheres, mas eu
sabia que elas sofreram a mesma força, a mesma necessidade.

Eu capturei seu cotovelo, tremendo, graças à carga entre nós.


"Você iria querer me foder se eu não fosse tão repulsivo?" Meu corpo inteiro
entrou em erupção a partir do contato único. Ele torceu meu intestino,
mexeu com meu cérebro.

Eu nunca seria bom o suficiente. Não para esta criatura impecável


que tinha o poder de me libertar.

Mas isso era uma mentira. Ela tinha falhas.

Ela aparentava ser uma mulher que tinha tudo e não precisava de
nada. Alguém forte e independente, mas que era falso. Ela foi danificada. Eu
poderia usar meus erros para o mundo ver, mas não fazia os dela menos
visíveis.

A raiva em seu rosto desapareceu, substituída por algo suave por


apenas um segundo. "Isso é o que você acha? Que eu estou recusando por
causa de sua desfiguração? Você não é repulsivo."

Eu decidi então. Eu odiava sua compaixão, eu preferia sua raiva.


Eu merecia. Eu não merecia empatia.

"Eu estou recusando você porque você é um psicopata arrogante


que não pode aceitar um não como resposta e roubou minha liberdade e
minha faca. Sua cicatriz não tem nada a ver com isso."

Meu temperamento voltou. "Eu sei que você precisa de dinheiro


para alguma coisa. A maneira como você olha ao redor a riqueza grita a
verdade."

Ela congelou.

"Eu estou supondo que você precisa de uma soma considerável."


Eu olhei mais duro, decifrando a ganância e fome em seus olhos. Ela não
parecia o tipo de querer coisas frívolas. Foi por algo mais profundo... algo...

A resposta apareceu do nada, como sempre fazia quando eu me


deixava mergulhar profundamente.

"Você precisa disso para alguém que você gosta. Eu também estou
supondo que você faria quase qualquer coisa para obtê-lo.” Ela se entregou
com uma ameaça, uma maldição.

"Tudo o que eu estou pedindo é para você me deixar foder você. E


eu vou te dar o que você precisar. Nomeie uma quantia e é sua para gastar
no que você quiser, porra."

Meu coração sem vida gaguejou quando sua luta desapareceu e


seus olhos verdes brilharam com lágrimas. "Você é um idiota arrogante.” A
faísca e consciência intensa entre nós mudou de cheia de luxúria e
competição para cheia de tristeza. "Você não sabe nada sobre mim. Você
não merece qualquer parte de mim."

Merda.

Eu não sabia o que fazer. Estando lá como um idiota, eu não


ofereci condolências quando ela bufou e cerrou os dentes. Nenhuma lágrima
caiu, mas o olhar brilhante nunca chegou a desaparecer totalmente. "Você
realmente é um desgraçado. Para sua informação eu senti o que você sentiu.
Eu te achei intrigante e não me importo de admitir que me entreti com o
pensamento de que gostaria de beijá-lo. Você poderia ter tido prazer comigo.
Tudo o que tinha que fazer era ser um cavalheiro e me pedir a porra de um
encontro. Mas você estragou tudo, e agora você já usou a minha fraqueza e
me fez sentir como uma merda.” Seus ombros caíram, e eu sabia que tinha
ganhado.

Eu tinha ganhado, mas eu não me senti vitorioso. Eu senti como


se fodesse a escória.

Ser capaz de ler o que as pessoas tentavam manter escondido


significava que eu poderia intimidar e influenciar. Além disso, até agora, eu
não dava a mínima sobre ferir ninguém, mas essa mulher... essa mulher...
merda.

Suspirando, eu murmurei, "Conte-me sobre sua orelha, então


talvez eu vá deixar você ir." Dê-me um pedaço de você. Eu coloquei minhas
mãos nos bolsos e recuei um pouco, dando a ilusão de liberdade e
segurança.

Ela balançou a cabeça, cerrando os punhos. "Que tipo de jogos


mentais você está jogando? Por que você quer saber algo sobre mim?" Sua
voz era suave, mas forte, lírica, mas corajosa. Algo se movia profundamente
dentro dela, reconhecendo a luta em seu interior, a mesma luta que vivia em
mim.
Espalhando meus braços, eu disse, "Não há jogos. Você foi
honesta comigo, então eu vou ser honesto com você. Eu vivi uma vida, não
só pela minha própria escolha e pela primeira vez eu me conectei com
alguém. Eu gosto da cobiça fluindo em minhas veias. Eu amo a antecipação
de foder você. E eu amo a sua ferocidade." Eu esperava que ela olhasse para
cima para fazer contato olho a olho, mas ela nunca o fez.

"Se eu te contar sobre a minha orelha, você vai me deixar ir?" Ela
perguntou em voz baixa.

Eu sufoquei meu rosnado. Depois da minha honestidade,


admitindo que eu estava atraído por ela, tudo o que ela queria fazer era sair.
Bem. Cruzei os braços. "Eu disse que talvez."

O silêncio pulsava entre nós, engrossando com a tensão. A dor em


meu pau foi ofuscada por uma dor por algo diferente. Eu precisava de dor.
Eu precisava de uma luta. Só isso poderia eliminar a dor e confusão e me
dar espaço para respirar. Eu odiava o sofrimento dessas emoções intensas,
tudo ao mesmo tempo esperando, isso nunca sairia.

Eu me sentia vivo. E irritado, furstado e com tesão.

A luta com o Everest não tinha aliviado. Seus punhos não tinham
machucado; ele tinha sido muito fácil de derrotar. Bastardo arrogante não
tinha vivido até sua jactância e agora eu teria que encontrar outra forma de
me automedicar com dor.

Eu não achei que Zel iria responder, mas finalmente ela disse: "Foi
a minha irmã adotiva. Eles eram a minha nona família de acolhimento, e eu
estava mais como um gato feroz do que uma menina. No primeiro dia eu era
uma novidade, o mesmo de sempre, o mesmo que antes, mas, em seguida,
pelo terceiro ou quarto dia, eu era o brinquedo que foi deixado de lado. Ela e
seu irmão me persuadiaram a ir para a garagem, dizendo que tinham visto
um gatinho correndo por lá. Eu era mais relacionada com animais e apenas
o pensamento de ter um amigo felino me fez os seguir. Uma vez que
estávamos lá, eles me jogaram no chão e amordaçaram com fita crepe em
minhas pernas e braços.”

Ela fez uma pausa, inconscientemente, traçando a peça que falta


de sua orelha. "Eles usaram uma estranha faca do pai para me cortar,
dizendo que eu deveria ser marcada como um animal selvagem, pois eu
nunca seria uma menina real. Depois, eles me deixaram sangrando até que
seu pai chegou em casa do trabalho. Em vez de me levar para o hospital, ele
tentou costurá-la ele mesmo. Se os serviços de proteção à criança tivessem
descoberto que seus próprios filhos tinham me ferido ele teria sido retirado
da lista dos prestadores de cuidados e perderia seu pagamento semanal.”

"A coisa foi que ele fez um trabalho tão ruim que eu acabei
parecendo ter sido atacada por um cão.” Seu corpo ficou tenso, mudando de
vítima a lutadora. "Naquela noite, eu corri. Foi a primeira vez que eu fugi.
Eu não tinha dinheiro ou idéia de onde eu estava indo, mas foi a melhor
coisa que me aconteceu. Correr."

Eu não tinha notado que meus punhos tinham se enrolado e todos


os músculos tinham ficado tensos. O desejo de encontrar dor misturado
como desejo de tomar represálias sobre as crianças, aqueles bastardos. Eu
não tinha escrúpulos ferindo menores. "Que idade você tinha?"

"Treze."

Meu respeito por ela aumentou. Não era apenas uma mulher forte,
mas ela tinha sido uma criança forte, também. Um pouco como eu de certa
forma. Corri, mas infelizmente corri na direção errada.

Eu queria perguntar sobre suas outras falhas. Eu precisava saber


todos os segredos, mas eu queria saboreá-los, experimentar e desvenda-los
antes de apreender a verdade dela. E eu gostaria de encontrar a verdade,
porque ela não estava saindo.

"Obrigado por me dizer."


Ela levantou os olhos; o verde estava mais escuro, mais floresta do
que grama. "Agora você vai me deixar ir?"

Eu sorri, forçando a cicatriz no meu rosto em uma careta. "Não.


Eu não tenho escolha. Não posso deixar ir alguém que me intriga muito.
Que faz o meu pau ficar duro. Eu nem sei quem é você, mas você invoca
mais perguntas e impulsos do que qualquer um antes." Dando de ombros,
eu invadi seu espaço, empurrando-a de volta. "Eu não vou deixar você ir até
que eu tenha você, e não há nada que você possa fazer para impedi-lo."

Ela olhou para mim como se eu fosse o diabo pedindo sua alma.
Meu estômago se agitou com uma doente satisfação. Por muito tempo eu
tinha sido o único a ser utilizado. Seria bom usar outra pessoa para variar.
Usar o seu corpo, sua mente, sua alma para consertar tudo dentro de mim.

Zel deu um passo para trás, os olhos piscando com brasas verdes.
"Você está desequilibrado. Você honestamente acha que eu quero você
depois disso? O que quer que eu senti, a atração voou longe, graças às suas
demandas de homem das cavernas. Você é um imbecil, e eu estou farta.
Deixe-me ir."

Eu me inclinei para frente, coração acelerado com o pensamento


de levá-la contra sua vontade. Você não pode fazer isso. Você sabe o que se
sente muito claramente.

Fiquei parado, endireitei meus ombros. "Quanto?"

Ela bateu as mãos em seus quadris brilhando como se ela pudesse


me incinerar com seu olhar. "Você é a porra de um surdo? Não há preço.
Não há negócio. Eu estou saindo, e você não pode me parar.” Seu rosto
apertado; seu corpo ágil tremeu. Tudo nela me fez querer prova-la.

Balançando minhas mãos, eu estremeci com os pequenos cortes


da luta nos meus dedos. "Qual é o seu nome completo?" Eu decidi ir com
tato, numa tentativa diferente. A distraindo com insinuações e várias
perguntas.
Com uma careta, ela exalou pesadamente; raiva corou suas
bochechas, virando a pele de creme em rosa. Seus olhos corriam em torno
do espaço por cima do meu ombro, para as estátuas, em direção às escadas.
Cada movimento do seu olhar me impediu de ver seus pensamentos.

Maldição, olhe em meus olhos. Eu nunca tinha percebido o quanto


eu confiei em ver a alma de alguém. Isso me dava pistas e introspecções, eu
não poderia começar de outra forma.

"Se você está procurando uma arma que possa usar, sinto, mas
você não vai encontrar uma, e eu duvido que você seja forte o suficiente
para lançar uma estátua de cinquenta quilos em mim.” Eu bati no meu
bolso, onde a faca estava. "Concorde com uma soma e como um ato de boa-
fé, eu vou lhe dar de volta sua lâmina."

Ela congelou com as deliberações lutando em seu rosto. "Deixe-me


ver se entendi. Você quer me pagar para transar com você, mesmo que você
possua uma monstruosidade de uma mansão e poderia obter qualquer
mulher na cama se você realmente aprendesse algum tato e charme.” Seus
lábios carnudos perfeitos arquearam em um meio sorriso. "Um pouco triste
quando eu penso sobre isso. Pena que eu não durmo com homens por pena
ou por dinheiro ou por qualquer motivo, então cale-se e deixe-me sair."

Meus olhos não conseguiam parar de olhar para seu


condescendente meio sorriso. Tirando sarro de mim. Me envergonhando.
Sorrisos pela metade eram preguiçosos. Eles eram falsos. Ou sorria com a
porra da sua alma ou não se incomode de sorrir.

Provavelmente por isso que eu não tinha sorrido desde que eu


tinha seis anos. Minha alma estava morta.

Eu tinha o suficiente. Raiva espumava no meu sangue, e eu


precisava dela debaixo de mim. Não mais do caralho de jogos.

"Eu apenas não quero qualquer mulher. Eu quero você. Então


para com essa merda. Dê o seu preço e eu vou pagá-la."
Eu posso possuir uma mansão e um clube tentador, mas eu não
tinha compartilhado minha cama com ninguém. Claro, eu tinha fodido
antes, mas nunca tive a responsabilidade ou prazer de dormir ao lado de
outro. Pois dormir com alguém era o sinal de confiança suprema. Ficar
indefeso na presença de outro? Não. Não era uma opção com meu passado.

Zel franziu os lábios, sem dizer uma palavra.

"Ceda. Esta é uma transação de negócios que vou ganhar,


dobycha."

"O que quer que você esteja me chamando. Pare com isso," ela
rosnou, seus olhos brilhando com fogo verde. "Não me chame assim."

Sua força e flagrante desrespeito da minha solicitação, somados a


meu temperamento fizeram meu corpo correr quente, com energia feral. Eu
queria que esta mulher me temesse, mas ela ficou régia e toda cheia de
insultos — intocável.

Meus olhos caíram para seus seios, subindo e descendo


rapidamente. "Isso poderia ter sido tão simples. Eu não estou pedindo para
prejudicá-la. Eu estou pedindo para lhe dar prazer ao tomar o meu próprio e
pagar-lhe uma considerável soma.” Eu lambi meus lábios amando o aperto
no meu ventre e dores no meu pau. "Eu preciso foder você, e quanto mais
você luta, pior fica."

Mudei-me para frente e capturei-lhe o queixo, segurando-a com


força. A centelha intensa entre nós apareceu como um relâmpago, zunindo e
abrasadoramente, transformando meus malditos pensamentos em geleia.

Maldição, eu queria ela.

Sua pele brilhava, a boca se separou. O rubor zangado desbotado


só para ser substituído com a cor cheia de necessidade erótica. Desci minha
mão de seu queixo aos seios.
Ela congelou até quando suas costas arquearam, forçando mais
carne em minha palma da mão. Raiva lutou com flamejante luxúria em seus
olhos, e eu esqueci como caralho de respirar enquanto eu a acariciava,
completamente consumido pelo caminho de seu mamilo endurecido e atingi
o pico.

O argumento e recusa só aumentando minha necessidade. Minha


cabeça cheia de imagens de como ela estaria molhada, macia, como ela se
sentiria, como doce era seu gosto.

Eu não aguentava mais. "Eu vou te pagar cem mil dólares."

Sua boca se estatelou aberta; ela não respirava.

Eu tinha uma vontade súbita psicótica de beijá-la. Cada segundo


que eu passei tocando-a me trouxe de volta à vida, me arrancando dos ossos
e cinzas de meu passado. Ela era ambrosia, utopia — a cura.

Foda-se, eu não podia esperar muito mais tempo. Eu a levaria


sobre o balcão em vista completa dos lutadores abaixo se ela se recusasse.
Fechando os olhos brevemente, eu murmurei uma palavra que era contra
tudo o que pulsava dentro de mim, mas que era necessária: "Por Favor..."

Zel respirou trêmula, seu peito ainda quente na minha mão. "Cem
mil dólares? Para fazer o que exatamente?"

Eu não fazia ideia.

Chupar o meu pau; deixar-me fazer coisas indizíveis a você. Deixar-


me tocar em você. Foder você.

Um plano formado rapidamente na minha cabeça. Eu poderia


mantê-la por um determinado período de tempo. Eu poderia bloquea-la em
um contrato que iria me dar tempo para descobrir o que diabos eu estava
fazendo.

"Um mês. Você ficaria aqui. Comigo."


Um arrepio de medo passou por mim com o pensamento dela
dormindo ao meu lado. Teria que tomar precauções, mas era factível.

Seus olhos caíram para a minha cicatriz, antes de olhar para


longe, me negando o acesso a seus pensamentos.

Isso me irritou. Retirei minha mão, deixando seu peito ir. "As
cicatrizes não são contagiosas, dobycha."

Ela balançou a cabeça. "As cicatrizes não são contagiosas, mas a


sua loucura é. O que faz você pensar que pode acenar dinheiro na minha
cara, e eu vou espalhar minhas pernas para você?"

Eu a prendi novamente contra o vidro; meus quadris pulsando


com a necessidade de colidir com o dela.

"Porque você sente isso. Se eu tocasse agora eu provavelmente


acharia que você está molhada para mim. E até mesmo embora eu seja
louco, tudo que eu quero fazer é dirigir profundamente dentro de você — eu
quero te adorar em minha própria maneira. Eu quero te adorar por tocar em
você, te beijar, te morder.” Deixei o meu olhar cair para os lábios, amando o
aspecto inchado, o reluzir tentador. "Esqueça tudo, menos como seu corpo
se sente. Você me quer? Você quer que eu a libere de sua raiva com a minha
língua?"

Seus olhos molhados encontraram os meus e um pouco vagos com


desejo. "Você está mexendo com a minha cabeça." Ela ergueu as mãos para
me afastar, mas eu esquivei de seu toque. "Você me excita, eu não vou negar
isso, mas eu não vou ficar aqui. Eu não posso.”

"Você pode, porque você precisa do dinheiro. Eu não vou ficar


satisfeito com apenas uma vez. Eu preciso saber que posso levá-la sempre
que eu quiser. Eu quero possuir você por trinta dias, sem limite."

Ela colocou os braços ao redor de seu corpo, rolando seus ombros.


"Por que isso tem que acontecer desta maneira?" Ela olhou para o teto, como
se ela pudesse ferir o destino pela aterragem dela no meu caminho. Ela
pareceu desolada, confusa e triste, tão terrivelmente triste.

Meu coração estremeceu; Corri a mão pelo meu cabelo. Eu tinha


razão. Ela era como eu. Mais do que eu sabia.

"A vida não tem sido boa para você, tem, dobycha?" O domínio
irritado deixou minha voz, afiado pela curiosidade macia.

Zel congelou. Os dentes cerrados; sua tristeza foi substituída por


frieza. "Isso não é da sua conta. E pare de me chamar assim."

"Diga-me seu nome, concorde com meus termos, e eu vou chamá-


lo do que quiser."

Ela elevou o queixo para cima. "Tudo bem, se você quer tanto. Meu
nome é Hazel Hunter, e você está certo. Se você me tocasse agora você me
acharia molhada para você. Molhada para a promessa que você ofertou,
para a antecipação de como seria, mas não importa, porque um, você é um
imbecil, e dois, eu não posso ficar aqui por um mês."

Meu pau balançou, retratando a umidade entre suas pernas.

Eu não gostei da sua recusa mais uma vez. Estava ficando


cansativo para porra.

Meu estômago revirou com o pensamento de domar essa mulher.


Ela não estava indo embora. Ela iria ficar aqui um mês, e eu gostaria de me
livrar dessa obsessão avassaladora e voltar para a minha vida solitária sem
sexo.

"Duzentos mil." Minha voz áspera, já imaginando-a nua para um


banquete. "Eu vou dar-lhe duzentos mil para um mês de puro acesso. Eu
quero comprar sua obediência, seu corpo, sua mente. Mas acima de tudo eu
quero comprar seus segredos.”
Eu esperava que ela gritasse, apertasse seus pequenos punhos, e
me batesse na cara. Em vez disso, tudo acalmou. Os ruídos de várias lutas
no térreo e as notas suaves de música desapareceram quando fiquei
hipnotizado vendo-a sugar seu lábio inferior. Nervosismo gravado em seu
rosto enquanto ela inclinou a cabeça. "Duzentos mil?"

Senti seu enfraquecimento e soube que eu finalmente encontrei


um valor pelo qual ela se venderia. "Pago em dinheiro no fim do mês."

Seus olhos se iluminaram quando pensamentos corriam por seu


rosto, em seguida, desapareceram tão rápido. "Você realmente está
desesperado."

Meu coração parou. Batendo-me de volta à realidade, onde uma


deusa perfeita como Hazel nunca dormiria com uma gárgula como eu.

Foda-se isso. Por que eu estava me incomodando? Eu poderia


escolher qualquer prostituta para me atender e não teria que lutar e
persuadir. Troquei de querê-la para querer jogá-la no chão e fazê-la engolir
suas palavras.

Seus olhos olhando para a cicatriz irregular na minha bochecha.


"Eu vou te dizer o que eu penso de você, Obsidian Fox. Só porque você
excita alguma parte estúpida do meu cérebro e me faz querer alguém pela
primeira vez em anos não significa que você pode agir como o vilão cheio de
cicatrizes e assustar-me em sua cama. Eu não estou no negócio de vender
minha alma ou transar com estranhos por dinheiro, mas acontece que você
está certo. Eu preciso do dinheiro, e eu estaria disposta a fazer quase
qualquer coisa, mas o que eu não vou fazer é colocar-me com um notório
idiota. Eu lidei com um número suficiente deles para várias vidas."

Eu nunca levei os meus olhos dela. Uma aura de raiva brilhou.


Vulneráveis, mas ferozes — uma potente combinação para o assassino
dentro. Eu queria quebrá-la ao mesmo tempo em que queria deixá-la
brilhar.
Ela riu de repente. "Você é louco." Então ela murmurou baixinho,
"Eu sou louca."

Meu estômago torceu quando ela trancou sua espinha e virou toda
a força do seu olhar verde sob mim.

"Eu não posso acreditar que eu estou fazendo isso, mas tente ser
menos que um bastardo." Sua mão saiu, enfrentando a palma para cima
pronta para aceitar algo. "Dê-me de volta a minha faca e pergunte-me
educadamente, suavemente. Não me dê uma razão para querer usá-la."

Meu coração se esqueceu como vencer, a gagueira sobre si mesmo.


Respeito trançado com luxúria e eu caí ainda mais em sua armadilha. De
alguma forma, ela acabou com o poder, e eu odiava isso.

Deslizando a mão no meu bolso, tirei a lâmina e a estendi. Minhas


mãos crispadas. Ela já está fodendo com a minha vida. Meu corpo tremia
com a necessidade de dor. Eu precisava estar em meu próprio território. Eu
tinha que encontrar alívio para este horror. O que eu estava pensando?

"Você vai ficar por um mês."

Ela assentiu com a cabeça, os olhos se agarrando a sua faca.

"Você vai me deixar foder você sempre que eu quiser."

Seu corpo ficou tenso, mas ela balançou a cabeça lentamente.

"Você vai parar de discutir e responder a qualquer pergunta que


eu tenho?"

Seu olhar encontrou o meu, um lampejo de ira em suas


profundezas. Por fim, ela concordou.

Eu deixei cair a faca na palma da mão que esperava, com cuidado


para não tocá-la. Eu duvidava que meu auto-controle pudesse lidar com
mais estímulo naquele momento. Eu senti como se tivesse ido a guerra,
saído sangrando, e não inteiramente certo sobre quem ganhou.

No instante em que a faca caiu em seu aperto, ela colocou os


dedos apertados em torno dela e a abraçou perto do seu corpo.

Senti o momento em que ela sentia a conclusão. Fogo iluminou


seu rosto e reforçou a resolução em seu corpo. "Se você me maltratar, e eu
vou ter certeza de que você vai ser castrado para o resto de sua vida. Trate-
me com respeito e desejo e eu vou ficar."

Ela escovou uma mecha de cabelo em torno de seu rosto e


murmurou, "Eu aceito a sua oferta, Obsidian Fox. Não faça eu me
arrepender."
Cinco

Meu ditado favorito era: a beleza neste mundo estava escondida


por sujeira e encontra-se mal enquanto era pintada em beleza e sorrisos.

Tornou-se um testamento que morava perto. Uma regra que eu


nunca quebrei. Porque eu já não confiava na beleza e sorrisos. Eu aprendi
da maneira mais difícil. Eu aprendi a arranhar a superfície e buscar a
verdade e realismo, ao mesmo tempo proteger-me em mentiras.

Mas, em seguida, um homem, que não era nem bonito nem um


mentiroso, fez uma proposta. Com medo e estupidez, eu me vendi para ele.
Me vendi para um lutador que podia sentir minhas mentiras tão facilmente
como uma raposa sente um coelho.

Eu lamentei.

Eu me alegrava com isso.

Ele me destruiu.

Um segundo depois que eu me vendi, uma onda de horror sufocou


meu coração.

Que diabos estou fazendo?

Eu me arrependi instantaneamente, mas eu disse a Fox a verdade.


Eu faria qualquer coisa por dinheiro, como o dinheiro tinha o poder para
salvar Clara. Ela era a única coisa pela qual valia a pena lutar. A única
coisa que me faria fazer essas coisas horrendas.

Se isso significava que ela iria viver mais um dia, um mês, um ano
eu iria me vender para inúmeros homens ou trabalhar em uma mina ou
drogas, mesmo na porta do meu apartamento minúsculo.

Eu vendi minha dignidade. Meu corpo. A porra da minha alma por


dinheiro. Tudo porque eu não tinha outra forma. Não tinha outras finanças,
sem esperança para além da negociação de mim mesma e algumas poucas
posses em uma venda de garagem.

Mas com horror veio alívio. Meia hora atrás, eu não tinha
esperança, mas agora eu tinha duzentos mil em formas para encontrar uma
maneira de sair desse desgosto.

Fox estava de pé, me olhando com cautela. Ele parecia tão


chocado quanto eu estava com o que aconteceu entre nós. Eu não tinha
mentido quando disse que ele poderia ter me tido gratuitamente. Se ele
tivesse sido cordial e amável eu teria ido voluntariamente num encontro e
até dormido com ele.

Ele é um idiota, mas você gosta de sua arrogância, sua vontade de


ferro e suas demandas.

Eu queria esfregar meu cérebro de tais pensamentos de revirar o


estômago. Eu não era uma mulher que se curvava às vontades dos homens.
Eu era uma mulher que os empurrava para baixo e pisava em cima deles,
deixando-os em minha poeira. Mas Fox... ele estava com raiva, mas
danificado. Assustador, mas solitário. Exigente, mas requerente.

Eu não poderia dar sentido a ele em tudo. E isso me deixou


nervosa. Como eu poderia saber que ele iria pagar?

Como é que vou ficar por um mês?


Eu cerrei os dentes. Essa foi uma parte do negócio que eu iria
quebrar. Eu não ficar por um mês. Eu me esgueiraria para fora e veria
Clara. Gostaria de encontrar uma maneira de ver a minha filha doente,
porque eu nunca poderia viver comigo mesma se ela achasse que eu a tinha
abandonado. E eu não iria colocar-me com tais demandas estúpidas para
manter-me prisioneira. A revisão dos termos seria abordada, mas ainda não.
Não até que eu dei a ele um pouco, então eu poderia ter um monte.

Inclinando minha cabeça, eu perguntei, "Como posso ter certeza


que você vai pagar?"

Suas mãos se apertaram quando uma explosão de energia filtrou


através dele. Ele sorriu, mas não alcançou os seus olhos branco-
acinzentados. "Eu vou pagar. Eu prometo."

"Você prometeu que eu não poderia te machucar, mas eu fiz. Como


eu disse, não faça promessas que não pode cumprir." Meus olhos caíram
para sua camisa rasgada, procurando o pequeno corte que eu tinha feito.

"Tudo bem, eu vejo que a confiança é um grande problema para


você. Assim como eu lhe dei de volta a sua faca de boa fé, eu vou pagar-lhe
metade adiantado.” Ele levantou uma sobrancelha. "Será que isso resolve
seus nervos?"

Segurando minha cabeça erguida, eu disse: "Sim, isso seria


apreciado." O momento que eu tivesse o dinheiro eu iria levá-lo para casa,
para Clara. Por mais tentador que fosse quebrar o resto do contrato, eu não
o faria. Eu dei-lhe a minha palavra.

Meu estômago vibrou com a idéia dele me tocando, empurrando


profundamente dentro. O dinheiro era para Clara, mas o sexo — eu queria
isso para mim. Eu queria ver o que as pessoas escreviam sonetos sobre. Se
as faíscas entre Fox e eu eram qualquer indicação, quando ele finalmente
me levasse valeria a pena o leve desconforto de aceitar o dinheiro por um
serviço prestado.
Fox chegou mais perto e eu me preparei contra sua presença
arrogante. Seu cheiro de fumaça e de metal me cercaram, fazendo estragos
com meus pensamentos. Minha calcinha estava úmida de lutar com ele, e
meu mamilo ainda formigava onde ele segurou meu seio.

Sua mão pousou no meu quadril. Um polegar circulou meu osso


ilíaco pronunciado sob o fino material do meu vestido. Se eu achava que um
toque inócuo no meu pulso ressoou como conexão isso era nada, nada, em
comparação com a explosão de gostosura, a euforia de seus dedos
acariciando minha carne.

"Eu não posso esperar para vê-la nua, dobycha." Sua cabeça
inclinada para passar o nariz pelo meu cabelo. "Eu quero o seu cabelo solto
assim para que eu possa segurá-la enquanto eu levá-la por trás."

Meu núcleo derreteu, meu coração pulsava. Eu não tinha nada


com o que retaliar.

Seu olhar caiu aos meus lábios. "Não se mova." O tempo parou
quando sua mão se aproximou e segurou meu peito nu novamente. "Diga-
me o que você gosta para que eu possa fazer isto bom para você também."

Estremeci quando ele escovou o polegar sobre o mamilo altamente


sensível. Eu balançava para frente, de bom grado dando-lhe acesso. "Eu
gosto disso." Um estranho tipo de paz tomou conta de mim. Foi-se o
embaraço em vender-me. Gostaria de obter mais do que apenas dinheiro
com isso. Gostaria de desbloquear ocultos desejos que eu nunca soube que
existiam. Eu tinha feito a coisa certa e o destino não tinha esquecido que
tinha ouvido meus gritos de socorro. Ele tinha me dado Obsidian Fox.

Seu aperto de repente passou de acariciar a posse, e eu mordi meu


lábio, engolindo um gemido.

Ele chupou em uma respiração pesada, beliscando meu mamilo


com os dedos fortes quase como se testando a si mesmo, empurrando as
fronteiras que eu não entendia. "Você gosta disso?"
Minha cabeça estava de repente muito pesada para o meu
pescoço; meu corpo muito flexível para ficar de pé. Eu queria pressionar
contra ele, incentivar mais a sua vivacidade.

Minhas bochechas aquecidas com o pensamento de admitir que eu


gostava mais áspero, mas então eu abracei o lutador que ele trouxe para
fora em mim e olhei através dos meus cílios. "Sim. Eu gosto disso."

"Por mais que você lute, você gosta de ser controlada." Sua cabeça
caiu e as pontas de seu desgrenhado cabelo bronze tocaram o meu. "Eu não
posso esperar para descobrir o que mais você gosta."

Meu estômago se apertou, enviando emoções de medo e


necessidade para o meu núcleo. Merda. Ele tinha um dom. Sim, ele podia
sentir coisas que só uma pessoa altamente em sintonia poderia saber, mas
ele também tinha um poder sobre mim. Sua presença enervante me fez
esquecer tudo, menos ele. Ele tomou conta do meu mundo. Ele era um
eclipse.

Soltando sua mão, ele murmurou, “Saia do meu escritório. Agora.”


Seu olhar fez com que a luxúria rodasse e aquecesse mais uma vez o meu
sangue.

Ele deu um passo para trás e abaixou a iluminação que brilhava


sobre a prata de sua cicatriz. Deveria fazê-lo medonho, mas isso só fez com
que fosse muito mais difícil ignorá-lo.

Dando um passo em direção à escada, eu disse calmamente: "Eu


vou voltar amanhã. Uma vez que eu tenha dado explicações e arrumado
minhas coisas."

Em um movimento incrivelmente rápido, ele bloqueou a escadaria.


Movia-se como um fantasma — silencioso, preto, mortal, e enervante. "Você
não está partindo. Você concordou.”
Minha testa franziu, lutando contra o impulso de seu corpo no
meu. "Eu concordei, sim. Mas não em começar agora. Eu preciso ir e ver
minha —" Eu me cortei.

Não diga a ele sobre Clara.

Encontrei-o sexualmente potente e secretamente desejava o perigo


imprevisível que ele representava, mas eu não queria que ele soubesse de
algo tão frágil e inocente.

Nunca.

Frieza substituiu o calor que ele invocou. "Eu vou voltar amanhã."

Uma lasca de preocupação esfaqueou meu coração. O que


aconteceria se eu saísse e ele tivesse segundas intenções? E se ele me
seguisse até em casa e descobrisse que tinha uma filha morrendo? Comprar
uma mulher para o sexo era uma coisa, mas era um assunto completamente
diferente comprar uma mãe.

Agora que o dinheiro estava ao meu alcance, eu não iria desistir.

Fox balançou a cabeça, avançando em direção a mim. Meu


coração gaguejou com todos os seus passos. "Você não está saindo até o
mês terminar. Negócio é negócio.” Ele me empurrou para trás, não tocando,
apenas me manobrando com a sua força de vontade. "Eu disse que eu
queria você. E eu vou tomá-la esta noite. Você está louca por pensar que
você pode sair daqui sem me deixar provar o que eu comprei —
especialmente depois que você me fez trabalhar tão duro para ganhá-la."

Um traço de chocolate, metal e fumaça me cercou, seu cheiro era


uma contradição. Ele vestia autoridade como alguém usaria uma loção pós-
barba — fedendo a raiva e poder.

Ele já ganhou o argumento, mas eu amei a emoção de lutar com


ele. Ele fez a minha umidade se transformar em liquido. Ela se transformou
em calor realmente quente. Isso fez-me desejar-lhe. "Você não pode esperar
que eu fique aqui sem nenhuma preparação. Eu tenho que organizar tudo.
Eu tenho que mudar minha roupa. Eu preciso de uma escova de dente pelo
amor de Deus."

Ele sorriu, a cicatriz em seu rosto se contorcendo um pouco. "Eu


tenho uma escova de dente de reposição que eu vou te dar. Quanto a
roupas, o que a faz pensar que você vai vestir qualquer uma? Você disse que
ia me dar um mês. Eu não disse onde você gastaria esse mês."

Meu coração disparou para fora do meu peito e explodiu através


do teto. Eu queria apertar minhas pernas juntas no desejo indecente que ele
conjurou em minhas veias. Mas, em seguida, imagens de ser acorrentada
em alguma câmara de tortura bombardearam minha mente. Bondage e dor
e submissão. Eu era melhor do que isso. Eu não era uma submissa. Eu era
igual a ele, e eu não iria — não podia — deixar alguém abusar de mim.

Eu o queria. Mas eu não iria desistir de meus direitos como ser


humano. "Só para que fique claro, eu não estou concordando com qualquer
tortura, ou jogo doloroso. Eu vou deixar você me foder, e eu vou deixar você
decidir o que eu uso, mas eu não vou deixar você me prender ou me bater.”
Minha respiração acelerou em uma mistura de luxúria e terror.

Fox parou. Seus ombros largos rolaram e ele olhou como se eu


tivesse dito algo blasfemo. "Você tem a minha palavra que eu não vou usar
chicotes ou qualquer outro equipamento em você. A não ser que você mude
de idéia.” Seu rosto se contorceu com alguma estranha reflexão tardia. "No
entanto, bondage terá que ser autorizado."

"O Quê? Não. Isso não foi estabelecido de comum acordo —"

"Foi e você me deu sua palavra. Você está obrigada agora.” A


maneira como ele falava ressoou com emoção do passado. Como se tivesse
aprendido de forma dura que um contrato era um contrato. E, neste caso,
inquebrável.
"Eu prometo que não vou te machucar. Pare de me chatear por
duvidar de mim." Seus olhos se estreitaram, mergulhando profundamente
nos meus como se pudessem expor todas as mentiras que eu já tinha dito.
Eu tinha me chocado quando eu disse a verdade sobre a minha orelha. Eu
não tinha contado a ninguém. Mas eu não tinha escolha. Um homem como
Fox podia cheirar uma mentira como um feromônio. Ele teria sabido.

Oh, Deus. Isso era outra coisa com que eu sofreria — não ter o
amparo de minhas mentiras. Eu não poderia mascarar a minha tristeza
através de falsidade; Eu não seria capaz de encobrir a verdade.

Sons de carne batendo em carne e grunhidos de violência tocaram


em meus ouvidos lá de baixo quando uma luta chegou a um momento auge.
A explosão de ruído me roubou o pequeno mundo em que eu tinha existido
com Fox e lembrou-me que ele possuía um lugar de luta e incentivava que o
sangue fluísse. Se ele gostava de machucar outros, como eu poderia confiar
que ele não iria me machucar?

Pesar e preocupação enxameavam em meu crânio como vespas


furiosas. Não havia maneira de sair deste negócio e nenhuma maneira que
eu não iria ser machucada.

Fox manteve um olhar atento sobre mim e mudou-se para a


parede à sua direita. Ele andou elegantemente através das sombras como se
ele fosse uma sombra de si mesmo. Teclando um código em um teclado, ele
abriu uma porta que eu não tinha visto, camuflada pela decoração em preto.
Inclinando o queixo, ele disse, "Agora ficou claro, não é?"

As escadas estavam abertas e acenando. Eu poderia correr e


esquecer esta noite. Mas eu nunca obteria uma oferta como essa
novamente. Eu sempre me perguntaria o quão viva ele poderia me fazer
sentir — quão feroz ele me faria ficar.
Esta era a minha única chance de ajudar Clara — a menos que eu
pudesse roubar um banco, ou viesse com algum plano igualmente
imprudente.

Rangendo os dentes, eu espreitava em seu escritório com toda a


amplitude que eu poderia reunir. Fox não se mexeu e o calor do seu corpo
queimou todas as minhas reservas para cinzas. Minha pele se arrepiou
quando uma onda lenta de atração levantou-se. Meu mamilo latejava
lembrando seu toque.

Faz muito tempo.

Muito tempo desde que eu tinha sido tocada e apreciada. Eu


balancei minha cabeça. Eu estaria inventando mentiras se eu dissesse que
eu tinha sido acarinhada ou adorada. Eu tinha sido usada e jogada fora. Eu
tinha recebido a ilusão de ser desejada por um breve momento, apenas para
aprender uma valiosa lição: nada era sagrado, muito menos a minha
virgindade.

Fox trancou a porta atrás dele e veio em minha direção. Fechei


meus joelhos juntos, então eu não seria tentada a afastá-los. Isso seria uma
fraqueza, e eu não era fraca. Isso também me impediu de fazer algo perigoso
como exigir que ele me tocasse novamente.

Ele movia-se como um mestre, um homem que sabia como lutar e


não tinha medo de forçar o outro para fazer o que queria.

O que ele diria se eu lhe dissesse que eu era uma mãe? Será que
ele me desprezaria por que eu fingia ser uma criatura sexual, mas realmente
era praticamente virgem? Uma vez para tirar o título de inexperiente e um
pau para me deixar grávida de Clara.

Eu capturei meu lábio inferior entre os dentes. Eu finalmente me


deixei ser sincera. Eu estava faminta. Realmente com fome para algo
verdadeiro. Uma conexão; um despertar sexual. Meu corpo queria Fox,
enquanto minha mente queria lutar com ele sobre todos os assuntos. A
combinação ameaçava criar um vício que nem mesmo dinheiro poderia
quebrar.

"Você está mais branca do que o normal." Fox se aproximou mais,


as narinas dilatadas como se pudesse provar meu pânico. Seus olhos
caíram para minha garganta. "Seu coração está bombeando selvagem, e seu
cheiro está mais forte." Com uma mão hesitante, ele afastou os cachos
soltos descansando sobre meu ombro. O sussurro de sua pele contra a
minha tinha me feito lutar com a luxúria, lutar contra a necessidade
avassaladora. "O que está errado?"

Não importava se eu era inexperiente. O sexo era primordial,


instintivo, animalesco. Eu me senti como uma cortesã8. Uma mulher que
tinha seduzido os homens e foi seduzida por sua vez.

Fox era cada fantasia erótica que eu já tive. E ele está pagando
para transar com você.

O pensamento deveria ter me desligado, mas isso me fez mais


úmida.

Sugando uma respiração, eu sussurrei: "Nada. Nada há de


errado."

Fox inclinou a cabeça, franzindo a testa. "Lembre-se, eu posso


cheirar mentiras."

Encontrei seu olhar cinza gelado e isso me fez sentir como se eu


estivesse em uma tempestade de neve tentando atirar.

Quanto mais olhamos, mais meu corpo aquecia, mais eu queria.


Até chegar a esse maldito clube eu estava satisfeita. Eu não queria um
homem, ou precisava de uma liberação prazerosa. Eu tinha muitas coisas

8 Amante de rico.
me consumindo sem a complicação de romance. Mas no momento em que
olhei para Fox, eu sabia que ele era diferente. Ele era um homem que eu
poderia cobiçar.

Não era sua aparência ou habilidade no ringue, que me atraíram.


Não foi sua cicatriz ou elemento de crueldade.

Foi tudo.

Obsidian Fox era tanto macho quanto aterrorizante. Não só bonito,


ele usava suas falhas para o mundo ver e não querer.

Quebrando o contato visual, olhei em torno de seu escritório. A


única luz vinha de pequenas tiras de LED destacando mais esculturas e
obras de arte de metal. Eu tinha brincado sobre seu escritório ser um
calabouço, mas estava perto da verdade. Preto pintado nas paredes, carpete,
móveis, até mesmo luminárias.

Tudo preto.

Um grande trabalho artístico de uma raposa feito em grafite,


caçando sob o brilho da lua, enfeitava uma parede.

Espiando mais perto, notei uma cicatriz desagradável deformando


um lado do rosto da raposa, tal como o seu proprietário. Ele parecia amar
simbolismo. Ou isso ou ele aceitava-se muito a sério.

Fox avançou mais perto até que os cabelos em meu braço se


levantaram. Estando tão perto que me fez ansiar por seu toque e temer isso
ao mesmo tempo.

Eu sufoquei um arrepio quando Fox parou ao meu lado, olhando


para o mesmo grafite. Deste ângulo, o perfil esquerdo estava intocado. Faces
lisas, pescoço liso, irritados olhos cinza-branco desolados. Manteve-se
focado e alerta. Primal, indomado, mas tão disciplinado e remoto.

"Admirando a obra de Oscar?"


Oscar. O idiota loiro que falou sobre mim como se eu fosse uma
prostituta imunda. Eu me irritei, odiando que o Saco de Bosta tivesse
talento. Cada pena e varredura de qualquer método que ele usou falavam de
um verdadeiro artista.

"É bom," eu murmurei. "Talentoso." Eu olhei para Fox. Ele parecia


selvagem, como se ele não pertencesse a quartos ou salas, — eles eram
como gaiolas sintéticas, não importava como elas eram decoradas.

Eu queria perguntar porque ele tinha uma obsessão com o preto.


O nome do seu clube, seus móveis, até o seu guarda-roupa. Ele acreditava
que não merecia nenhuma cor em sua vida?

Fox fez um barulho evasivo, com a atenção voltada para dentro. A


parte de trás do meu pescoço picou quando seu corpo ficou tenso.

Eu caí mais profundo na armadilha de querer conhecê-lo. "Por que


você tenta esconder onde você está?"

Seu corpo bloqueou para baixo, os olhos apertados. "Não faça


perguntas que você não vai gostar das respostas."

Sua relutância só me fez mais intrigada. "Você não pode esperar


que eu não faça perguntas em troca dos meus segredos. Posso dizer-lhe
coisas que eu já detectei. Você nunca sabe... eu poderia ser tão intuitiva
como você." Minha voz era suave.

Fox olhou para mim, com os punhos cerrados. "Você está me


confundindo com alguém que dá a mínima. Eu não me importo com o que
você pensa sobre mim. Você é minha para foder, não para conversar e
compartilhar meu passado.” Ele se moveu rapidamente, trazendo o calor de
seu corpo perto do meu. "Acredite em mim, dobycha, você não iria gostar do
que eu teria a dizer."

Eu não acreditei nele. Ele queria mais do que apenas sexo.


Xingando meu coração batendo rápido, eu sussurrei: "Você acha que eu sou
estúpida, mas eu não sou. Por exemplo, eu sei que você a usa como uma
arma. Sua cicatriz."

Ele fez uma careta, de frente para mim. Seus dedos tremeram ao
seu lado.

"Você foi feito para lutar, é provavelmente por isso que você
começou este clube, mas você não encontrou a paz. Ainda. Está zangado e
amargo e confuso por dentro e se você acha que pode derramar tudo isso em
mim, você está enganado."

Ele sorriu, mas parecia estranho em seu rosto cheio de cicatrizes


— um sorriso de escárnio desumano que não parecia natural. "Você acha
que é esperta? Eu vou te dizer uma coisa, você concordou em fazer a coisa
mais estúpida em sua vida quando você aceitou a minha oferta. Não só você
acha que pode me ler, mas você é boba o suficiente para chegar a noção
romântica que eu vou encontrar a redenção."

Ele parecia crescer maior e mais intimidante. Sua cicatriz brilhou


prata e resistiu na penumbra. O ar no escritório engrossou até que
pressionou pesado em torno de nós, prendendo-me com um homem que
olhava para mim com ódio. "Eu não uso a cicatriz como uma arma. Eu a uso
como um aviso.” Seus olhos brilharam. "Você pode ser capaz de esconder
seus defeitos e erros, mas eu não tenho esse luxo. Minha cicatriz é um
talismã. Eu não preciso me lembrar de meus pecados, eles são visíveis a
cada vez que eu olho em uma porra de espelho."

Meu estômago revirou como sua energia me esbofeteado. Seus


olhos se fixaram nos meus, olhando com tanta força que eu senti um vibrar
no fundo quando ele arrancou meus prendedores de cabelo estúpidos. "Eu
vou aprender seus pecados antes do mês acabar. Mas você não vai aprender
os meus. E isso é uma promessa."

No entanto, outra promessa que você não será capaz de manter.


Meus lábios se separaram quando eu puxei uma respiração
apreensiva. Violência contaminando o ar, transformando-o em escuro e
enfumaçado. Isso me lembrou de um incêndio na floresta depois de ter
incinerado tudo em seu caminho.

Eu não tinha a intenção de estar no caminho de Fox. Seu caminho


para a destruição.

Eu queria replicar que ele não saberia meus pecados, mas eu


sabia a verdade. Ele iria. Normalmente, isto me intimidaria, ter outro
sabendo absolutamente tudo sobre mim, mas no caso da Fox, mesmo o meu
pior pecado, provavelmente não se compararia aos seus.

Um pequeno ruído soou na minha garganta enquanto Fox


espalmou uma grande mão possessiva em minha parte inferior das costas e
me puxou para mais perto. Eu tremi quando meus quadris se conectaram
com os seus, forte e rápido. O aço quente em suas calças marcou minha
barriga só por um momento antes de ele me empurrar não-muito-
suavemente.

Agarrando o meu pulso, ele me puxou ao outro lado da sala.


"Vamos discutir a questão na minha mesa."

Eu pisei no freio.

Eu tinha desejo de gritar e chutá-lo. Eu odiava o jeito que ele me


maltratou. Como ele esperava que eu obedecesse implicitamente. Ele provou
que ele não tinha noção de como tratar uma mulher em tudo.

Regras.

"Precisamos de regras. Você precisa saber os prós e os contras em


torno de mim, e eu preciso explicá-los para você.” Meus olhos se
estreitaram. "Regra número um. Eu não gosto de ser encurralada ou forçada
a fazer algo que eu não quero. Isso nunca funcionou para qualquer um que
tentou no passado, e não vai funcionar para você."
Seus olhos prateados brilharam com interesse. "Parece que temos
mais em comum do que eu pensava." Me dando um pequeno aceno de
cabeça, ele me soltou e contornou a mesa para sentar-se na cadeira preta
atrás. "Regra número um pra mim. Não me desrespeite. Se você tem algo a
dizer, seja eloquente. Eu não respondo bem a palavrões ou ao ridículo."

Merda, ele estava certo. Nós tínhamos coisas em comum.

Eu me atrapalhei com minha próxima regra. "Regra número dois.


Eu não sou um pertence que você apenas roubou e tem direito de tratar
como lixo. Se você usar uma faca contra mim de novo, você não será mais
um homem. Você vai ser um eunuco.” Minha mão segurou minha lâmina e
re-garantiu o grampo no lugar.

Seus lábios tremeram. Colocando as mãos sobre a mesa, ele se


inclinou para frente. "Regra número dois para mim. Se eu lhe pedir para
fazer alguma coisa, você vai fazê-lo. Pense no pagamento do próximo mês
como salário para ser minha empregada. Não importa que o sexo esteja
envolvido. Eu quero mais de você do que apenas o prazer de afundar entre
as suas pernas.” Sua voz áspera, olhos brilhando com luxúria branca
quente.

Meu estômago virou com a imagem mental dele me levando. Me


fodendo. Apesar dos meus melhores esforços para permanecer distante, um
formigamento correu para o meu núcleo, e eu tive a súbita vontade de
sentar. Limpando a garganta, eu me sentei na única cadeira na frente de
sua mesa.

Tensão coalhou quando Fox ficou congelado, observando cada


movimento meu. Eu cruzei as pernas, pressionando as minhas coxas juntas
contra o desejo latejante permeando o ambiente.

Anunciar as nossas regras de repente se tornou mais do que


apenas falar sobre o negócio, tinha se tornado mergulhado com atração
tácita e incerteza assustadora. Eu nunca tinha tido que lutar contra a
reação do meu corpo antes. Eu nunca tinha me deparado com um homem
que eu queria tirar o osso e descobrir tudo o que ele tinha mantido
escondido.

Nem mesmo o pai de Clara.

Não que isso pudesse ser considerado um caso de amor. Ele tinha
levado minha virgindade atrás do bloco do banheiro no Parque Hyde. Isso
tinha sido confuso, estranho, e um pouco doloroso. Não foi estupro, mas
não foi exatamente consensual. Eu tinha sido uma idiota imprudente de
quinze anos de idade, que pensou que poderia provocar e não pagar as
consequências.

Fox quebrou minhas reminiscências. "Regra três para você?"

A tensão no meu corpo voltou, espelhando a tensão ansiosa na


sala. Fox não tirava os olhos de mim, efetivamente prendendo-me contra a
cadeira. Eu já não estava mais certa sobre meu entorno. Este homem tinha
o poder de roubar o meu pensamento, cada um deles.

"Regra três," eu comecei, minha voz mais rouca do que antes,


"humm, eu espero que você me trate melhor do que apenas como um
brinquedo sexual. Eu preciso de estimulação mental e apreciaria se você
falasse comigo de forma gentil em vez de como um gorila gigante que pensa
que é a autoridade superior.”

Minha mente correu entre a ameaça do sexo e do fascínio do


dinheiro.

Que tipo de mãe sou eu?

Os lábios de Fox cintilaram em um sorriso rápido antes que ele


alisasse suas feições.

Ele balançou a cabeça em concordância vaga. "Regra três para


mim, eu vou dar-lhe a estimulação mental que você precisa, mas em troca
eu espero tudo. Posso fazer uma pergunta e você me dá a verdade. Peço-lhe
para fazer algo e você faz."

Estalando os dedos como eu o vi fazer na luta, sua voz escureceu.


"Enquanto você estiver na minha casa, sob minha proteção, você vai
esquecer o mundo lá fora. Seus amigos, sua família, toda a sua vida não
existe mais. Apenas eu."

Meu coração resistiu quando o verdadeiro medo correu de volta e a


dúvida penetrou. Eu aprendi a esgueirar-me e ficar escondida na minha
infância, eu só esperava que eu pudesse usar essas habilidades para
desaparecer durante a noite para ver Clara. Fox nunca teria que saber, e eu
poderia abraçar e beijar minha filha assegurando que ao mesmo tempo ela
ficasse feliz e bem.

Eu amamentei meu próprio engano assim que eu aceitei suas


regras.

"Precisarei chamar um médico para executar um teste de doenças


sexuais em você? Você toma pílula?"

Eu deveria ter estado preparada para essa pergunta. Claro, ele não
iria querer usar preservativos por um mês. Mas eu não tinha ensaiado a
minha resposta.

Uma velha dor aumentou quando memórias tentaram me nublar


os pensamentos.

Fox sentou-se para frente. Seus olhos se estreitaram, sentindo a


minha relutância.

Deixei cair o meu olhar. Meus dedos se abateram para mexer com
o colar com a estrela que representava Clara que eu usava. A familiaridade
da prata ajudou a acalmar-me.

Eu tinha dezoito anos. A mãe lutando com uma criança malcriada


de dois anos de idade, trabalhando todas as horas do dia para nos apoiar.
Eu tinha estado tão embrulhada em minhas preocupações, eu não tinha
ouvido os passos atrás de mim.

"Dê-nos o seu dinheiro, cadela."

Num momento eu estava em pé, no próximo eu beijava asfalto.

Quatro pares de pernas me cercaram, todos do sexo masculino,


todos jovens, e cheios de algo a provar.

Sem dizer uma palavra, eu me atrapalhei para abrir minha bolsa e


dei os trinta dólares e vinte e cinco centavos que eu tinha em dinheiro.

"É isso? Onde está o resto?"

O que se seguiu doía demais para reviver. Eu tinha tido sorte, eu


supunha. Eu não fui estuprada, mas foram tantos chutes no estômago que
um corpo jovem poderia sustentar até infertilidade ocorrer.

Eu passei uma semana no hospital enquanto minha preciosa


criança tinha sido cuidada por uma mulher idosa que vivia acima de nós.

"Conte-me. O que você está pensando?" Fox rosnou.

Um frio aliviou através do meu sangue, me ajudando a me manter


calma e insensível. "Eu estou limpa de doenças e você não precisa se
preocupar com a contracepção.” Minha voz endureceu. "Eu não vou dormir
com você até que eu conheça sua história, também. Como parte das minhas
regras, eu preciso saber que você está limpo."

Seus ombros apertaram e a mandíbula travou, mas ele balançou a


cabeça lentamente. "Estou limpo. Você não tem nada a temer de mim.”
Escuridão cobriu seus olhos por um momento, seguida por um gesto
irreverente. "Eu estou acreditando que dormir com bastardos por dinheiro é
uma coisa nova para você?"
Minha boca estava aberta. "Lá vai você de novo. Eu pensei que
tínhamos feito progresso e eu achei que o julguei muito duramente, mas não
tinha. Você ainda é um idiota.” Passando a mão pelo meu cabelo
emaranhado, eu bati. "Eu já te disse que não sou uma prostituta, e eu não
estou respondendo a qualquer coisa que seja desrespeitosa. Eu prometi que
não iria desrespeitar você, por isso não o faça comigo."

Seu corpo ondulava com a energia, tudo sobre ele prestes a atacar.
Lentamente, ele revirou os ombros, descartando o acúmulo de energia tão
rapidamente como ele veio. "Você está certa. Pelo menos temos as
formalidades fora do caminho."

Minhas pernas coçavam para se levantar e sair pela porta. Tudo


sobre esse acordo estava errado. Mas o suborno de duzentos mil me
manteve colada à cadeira como um fantoche, e seu mistério me mantinha a
odiá-lo completamente.

E o seu desejo por ele faz com que você fique molhada.

Eu me mexi, me sentindo barata.

Ele correu um dedo sobre o lábio inferior. A iluminação no quarto


não iluminava muito, deixando-me com a sensação de ser privada de
informação. Sozinha em um mundo privado com este estranho com cicatriz.

"Eu vou pedir a Oscar para providenciar o primeiro pagamento e


enviá-lo para onde você quiser, mas se você deixar esse lugar sem a minha
permissão você vai me dever cada centavo.” O couro da cadeira rangeu
quando ele se sentou mais ereto. "Não espere um amante generoso em mim.
Eu pretendo levar tudo o que você tem para dar.” Sua voz saiu baixa e
rouca, quase inaudível.

Nervos se agitaram no meu estômago. Seus olhos capturaram os


meus. "Isso não é justo."
Ele estendeu as mãos. "Esse é o trato. Estou comprando você para
o meu prazer. Não esqueça isto."

"Como posso esquecer?" Eu murmurei.

Fox atentou-se a minha observação irreverente.

Eu disse: "Você não vai me deixar sair por um mês, mas você vai
me deixar usar o telefone. Eu preciso chamar alguém."

Sua testa franzida. "Um telefonema."

"Um?"

Eu não posso acreditar nisso. É como estar na cadeia.

"De agora em diante, você tem que pedir permissão para fazer
qualquer coisa. Você entregou seus direitos a mim.” Fox sorriu severamente.
"Bem-vindo ao meu mundo, dobycha."

Arrepios percorreram minha pela ao ouvir a palavra estrangeira.

Suspirando, eu pensei sobre o que eu tinha concordado. Para


alguém que nunca tinha tido que responder a ninguém toda a sua vida seria
necessário um monte de tempo para me acostumar.

"E a outra regra?" Perguntei.

Ele se levantou e deu a volta na mesa para me encarar, invadindo


a minha bolha pessoal. "Você vai me deixa fazer o que eu quero com você."

Eu levantei minha mão, pronta para cortá-lo, mas ele retrucou:


"Deixe-me terminar."

"Eu tenho total liberdade sobre seu corpo. Você deixa-me tratá-lo
como uma posse, e eu prometo que não vou machucar você."

Perguntas voaram selvagens na minha cabeça. Ele estava me


pedindo para desistir da minha liberdade, me curvar a ele, abandonar todos
os pensamentos de pertencer a mim mesma, e obedecer a cada capricho
seu.

Duas centenas de milhares de dólares de repente não era


suficiente.

A palavra ‘não’ dançou na minha língua. Ele poderia me intrigar,


me seduzir, e oferecer uma chance de salvar a minha filha, mas um mês era
um tempo muito longo.

Em um movimento relâmpago, Fox agarrou meu braço e me puxou


em pé. Eu oscilava em meus calcanhares estúpidos, amaldiçoando o
beliscão da dor. Meus olhos foram a sua boca, e eu engoli em seco quando
ele lambeu os lábios.

"Sua primeira ordem é colocar as mãos atrás das costas." Sua


respiração fez cócegas nos meus cílios, seu cheiro fracamente de chocolate e
hortelã.

Eu fiz uma careta.

"Faça," Fox exigiu.

Lentamente, eu trouxe meus braços atrás das costas e segurei


meus dedos. No momento em que eu os tinha presos contra a parte inferior
das minhas costas, ele enganchou seu dedo no mergulho do meu vestido e
me arrastou para frente. Meu peito colidiu contra o seu — meus seios contra
seu músculo duro. Meu estômago subia e descia, escovando contra o seu
cinzelado.

"Não solte os dedos." Sua voz agiu como combustível para o fogo já
lambendo meu núcleo. Eu estremeci quando seus dedos arrastaram de
meus quadris para cima na minha cintura. As pontas de seus polegares
agradaram os lados dos meus seios quando ele trabalhou seu caminho para
cima.

Lentamente. Tão, lentamente. Suavemente. Tão, suavemente.


Minha visão escureceu; Eu fiquei tonta graças ao calor que ele
invocou dentro de mim. Buscando em uma obsessão lunática.

Eu precisava de seu toque. Eu precisava ser acariciada e mimada


e adorada. Eu nunca tinha sido uma criatura sexual, mas agora eu entendi
por que as pessoas ansiavam por isso. Porque o pensamento de ser tomada
e adorada tinha tal apelo enlouquecedor.

Descaradamente, eu senti o surgimento da umidade entre as


minhas pernas.

Fox inclinou a cabeça, seus olhos nunca deixando os meus. Verde


ao cinza, cores vivas para incolor. Meus lábios se separaram por sua própria
iniciativa; minha respiração tornou superficial enquanto minhas pernas
tremiam.

Polegada por polegada, ele se aproximou, trazendo consigo o cheiro


de fumaça e metal.

Eu fiquei tensa para um beijo rápido. Um beijo duro. Mas Fox


mantinha-se ainda, pairando apenas sobre a minha boca, uma fração longe
de me tocar. Meus lábios formigavam e doíam; minha língua queria
arremessar para fora e lambê-lo.

Se ele estava usando meu corpo contra mim, estava funcionando.

Um pequeno ruído soava em seu peito, e eu olhei mais duro em


seus olhos. Em vez de paixão crua lá, eu vi confusão total. Meu coração
gaguejou e mais uma vez os meus instintos protetores surgiram. Ele não
devia estar confuso. Gostaria de beijá-lo naquele momento, mesmo se eu
tivesse que fazê-lo gratuitamente.

Eu nunca saberia o que atravessou o último milímetro de


distância, mas eu gemia no instante em que seus lábios tocaram os meus.
Nossos olhos se fecharam, e nada mais existia apenas o gosto.
Fiquei esperando ele para quebrar o beijo. Para me arrastar para
mais perto e mergulhar sua língua em minha boca, mas ele fez o oposto.
Com a pressão perfeita, ele persuadiu os meus lábios separados e a ponta
da sua língua entrou na minha boca. Seu gosto me embriagou, e me esforcei
para frente, esfregando meus seios contra ele.

Ele endureceu, mas não parou de me beijar, mantendo a


suavidade enlouquecedora, explorando mais profundamente com uma
língua suave. Minha cabeça nadou quando me esqueci de respirar; meus
dedos soltaram até minhas mãos caírem para meus lados. Tudo o que eu
conseguia pensar era tocá-lo, arrastando-o para mais perto, forçando-o a ser
áspero, para terminar seu ataque irritantemente lento.

Algo se excitou nele e seus lábios se tornaram mais duros.


Confiança encheu seu toque e ele me arrastou mais perto, empurrando os
quadris apenas o suficiente para eu sentir o calor duro em sua calça. Eu
derrubei minha cabeça, permitindo-lhe um melhor acesso, querendo que ele
me beijasse mais profundo.

Mas ele não aproveitou.

Lento e macio e me persuadindo.

Foi o melhor beijo que eu já tinha recebido, mas também o pior. E


provocou luxúria e necessidade em cada polegada de mim. Meus lábios
queriam mais, minha língua queria selvageria. Minha pele queria machucá-
lo porque ele me fazia deseja-lo tanto.

Todos os meus pensamentos desapareceram enquanto eu


mordiscava o lábio inferior dele. Ele vacilou, mas um segundo depois ele
copiou, seus caninos afiados perfurando minha carne sensível, também.

Eu gemia.

Eu não podia me parar.


Minhas mãos voaram e agarraram sua camisa. Puxando-o para
mim, fogos de artifício passaram zunindo nas pontas dos meus dedos; meu
coração galopou em direção a explosão de luxúria. Eu nunca tinha estado
tão bêbada em alguém antes.

Então eu desabei em minhas costas.

A batida da minha cabeça fazendo meus dentes rangerem. O


tapete grosso fez pouco para me amortecer. Meus olhos queimaram e eu
grunhi de dor. Medo, quente e terrível inundou minha luxúria em uma onda
de amortecimento.

"Regra incontestável. Regra inviolável. Não. Me. Toque. Nunca.”


Fox ajoelhou-se em um joelho ao lado da minha cabeça, respirando com
dificuldade. Sua mão rodeou minha garganta, pressionando minha coluna
no tapete. Seus olhos eram frios e sem vida, mostrando a intenção de um
caçador de sangue.

Engoli em seco, lutando para respirar. Eu não poderia fazer meu


cérebro funcionar.

"Nunca me toque." Suas mãos apertadas, esmagando minha


traquéia.

Ele vai me matar.

Terror quente explodiu e eu levei a mão ao pescoço. Segurando,


intrometendo, tentando desbloquear seus dedos incrivelmente fortes. Clara
passou por minha mente, trazendo lágrimas quentes para os meus olhos.

Ele se inclinou ainda mais, apertando com mais força. "O que eu
acabei de dizer?"

Eu arfei, precisando de ar. Meus olhos se sentiram muito grande


para o meu rosto; meus ouvidos rugiram com sangue. Preciso respirar!
Meus pensamentos foram mexidos, mas um pensamento alardeou:
Não toque nele.

Parar de tocá-lo!

Levou toda a minha força para obedecer. Cada instinto boicotado


quando eu me forcei a deixar ir para permitir a ele me estrangular de bom
grado. Largando minhas mãos ao meu lado, eu fechei meus cotovelos,
mantendo-os mortos e retos. Estremeci incontrolavelmente, lutando contra o
instinto de lutar para trás.

Só depois que eu tinha ficado completamente imóvel, sem


nenhuma ameaça de tocá-lo, ele desbloqueou os dedos e ficou em pé. No
instante em que ele me deixou ir, eu rolei para o meu lado e engasguei,
arrastando oxigênio em pulmões gananciosos.

Ele ficou olhando, com o rosto preto e aterrorizante.

Eu achava que sabia com o que eu concordei, mas eu não sabia.


Eu não sabia sobre seu estado mental volátil. Ele era mais do que apenas
um idiota. Ele era desequilibrado, demente e todo acordo que tínhamos feito
parecia incrivelmente idiota.

Ele gemeu baixinho, soando como um animal ferido antes de


arrastar as mãos sobre a face. Ele andou longe, indo de uma extremidade do
quarto para a outra.

Após a quinta ou sexta golfada de ar, sentei-me. Mas eu estava


com muito medo de ficar de pé. Eu gostava de estar aqui em baixo, longe de
seus dedos assassinos.

Fox rondava, murmurando baixinho. Seus olhos brilharam de


mortal para contrito para cansado. Parando atrás de sua mesa, ele rosnou:
"Eu não tive a intenção de fazer isso." Seus punhos abriam e fechavam com
energia não gasta. "Você me provocou. Pelo menos agora você sabe o que
acontece. Não me desobedeça. Na próxima vez, eu possa não ter a força para
parar.”

Sua boca se apertou em uma careta. Raiva rolou fora dele, me


esbofeteando em frente a pequena distância entre nós. Meu coração
disparou, e eu não conseguia desviar o olhar. Ele me aprisionou com seu
olhar, causando estragos em minhas emoções.

A toda velocidade, deixei cair o meu olhar. "Sinto muito," eu


sussurrei. Nervosa, eu subi para os meus pés, chutando fora os saltos
estúpidos para ficar com os pés descalços sobre os fios sedosos do tapete.
Melhor correr. É melhor fugir. "Eu não tive a intenção de desobedecer."

Eu queria amaldiçoá-lo por me machucar, em vez de pedir


desculpas, mas seu remorso era real. Ele ecoou no quarto, vibrando em
seus músculos. Ele me olhou com cautela como se eu fosse ser executada a
qualquer momento. Foi culpa de ele me beijar tão docemente, tão
gentilmente. Para um homem que usava a violência como sua verdadeira
identidade, minha mente não poderia chegar a um acordo com a forma
suave que ele me beijou.

Passando um dedo trêmulo sobre meu lábio inferior, eu tentei


esquecer. Tentei ignorar a estranheza, a determinação estranha, e a ânsia
doce que tinha estado em sua língua. Se eu não soubesse melhor, eu diria
que esse tinha sido seu primeiro beijo.

Testando, aprendendo, descobrindo como fazê-lo.

Meus olhos se arregalaram, olhando para Fox. O conceito de ele


nunca ter beijado ninguém parecia completamente absurdo. Este homem
não beijou. Ele saqueou e assumiu.

Então por que eu beijei um homem completamente diferente


daquele que está na minha frente?
Mais uma vez meu coração bateu com pequenas bolhas de
desespero. A ternura de um instinto maternal levantou-se rapidamente. Eu
queria rasgar sua agitação interna e dar-lhe uma pessoa para confessar,
emprestar uma orelha e preocupação para compartilhar seu fardo.

Porque ele estava sobrecarregado. Pesadamente.

Sua aspereza e cicatriz não me assustavam. Elas cheiravam a


mentira e o fedor de inverdades nunca trabalhou em mim.

Flashes de emoção apareceram em seus olhos.

Meu coração disparou, batendo contra minhas costelas. Dando


um passo cuidadoso para frente, ignorando as contusões em volta do meu
pescoço, eu perguntei, "Você está bem?"

Seus olhos se arregalaram e ele riu. "Você está perguntando se eu


estou bem? Eu não deveria estar pergutando isso a você?"

Eu dei de ombros. "Todos nós temos gatilhos. Eu acredito em você


quando você disse que não queria me machucar."

Ele congelou, olhando como se eu confundisse o inferno fora dele.


"Se todos nós temos gatilhos, você deve ter um. Qual é o seu?" Sua voz ficou
enganosamente tranquila.

Eu não estava sendo atraída a revelar mais dos meus segredos


antes que eu estivesse pronta. Balançando a cabeça, eu disse: "Isso não
importa. O que importa é que eu prometo que não vou tocar em você
novamente. Eu posso ver que é um problema para você. Eu aprendi minha
lição."

E eu vou descobrir a razão por trás disso.

Fox rangeu os dentes. Por um segundo, eu me perguntei se ele me


pediria para sair, se diria que já não queria me comprar.
Finalmente, ele assentiu. "Nesse caso, vamos continuar."
Seis

Aqui estavam certas coisas na vida que faziam sentido e outras


que não faziam sentido em tudo. O máximo de minha vida não tinha
sentido, eu não tinha liberdade, ou direito ao meu futuro. Eu obedecia às
ordens: dormia quando eu era ordenado, comia quando me diziam para
comer, e matava quando me diziam para matar.

Mas meu condicionamento cruel, a frieza que aprisionava minha


vida, tinha rachado e começado a descongelar.

E foi tudo por causa de uma pessoa.

Uma pessoa que não tem medo de mim. Uma pessoa que me
empurrou além dos meus limites e me ajudou a encontrar uma forma de
bem-estar.

Uma pessoa que poderia me tornar melhor.

Eu sabia que era só uma questão de tempo antes que eu a


arruinasse. Mas eu não era forte o suficiente para parar.

Hoje à noite, eu fiz a única coisa que fez o mínimo sentido de


todas.

Eu comprei uma garota.

E eu nunca iria deixá-la ir.

Eu não poderia encontrar seus olhos.


Eu não conseguia olhar para as marcas vermelhas no pescoço dela
sem ser prejudicado por culpa. Não havia etiqueta correta do que fazer
depois de jogar alguém no chão e estrangulá-la no meio de um beijo.

Meu primeiro beijo e eu o estraguei, porra.

Você deveria ter feito o que lhe pediram. Eu devia ter acreditado
neles quando eles disseram que não haveria como voltar atrás.

Não havia diretrizes ou manuais sobre como quebrar o que havia


sido perfurado em mim por vinte e dois anos. Eles criaram uma máquina e
tudo que eu tinha sido tinha deixado de existir. Aquele beijo apenas provou
isso.

Eu comprei uma mulher, e eu provavelmente vou matá-la antes que


eu tenha notado.

Meu coração se apertou com o pensamento. Eu não a conhecia,


mas já tinha me dado algo incrível. Ela me beijou com nada a amarrando;
ela derramou cada necessidade e sonho em sua língua e me lambeu com
paixão. Seu corpo pressionado contra o meu, seu calor enviando a meu pau,
ondulando com o primeiro pré-coito que eu tive na minha vida. Tudo tomou
conta de mim e eu pensei sobre o beijo, tentando entender como inclinar
minha cabeça, o quão duro eu poderia ir sem entrar em conflito com seus
dentes. Isso tinha sido intenso, incrível.

Minhas mãos cerradas com ódio de mim mesmo. Eu esperava


muito, eu pensei que ela tinha me oferecido um milagre.

Eu baixei a minha guarda e quebrei meu controle débil. Um toque.


Um simples toque para enviar-me arremessado de volta para onde eu tinha
estado e usado essa segunda natureza contra mim.

Zel esfregou seu pescoço, fazendo-o com indiferença, jogando o


cabelo grosso para cobrir os ombros, ocultando a maior parte dos
hematomas. "Está tudo bem, você sabe. Aceito suas desculpas. Você não
tem que olhar como se alguém fosse vir e bater em você.”

Como ela adivinhou?

Eu rosnei, andando a distância. "Você não sabe nada. Pare de


tentar me entender.”

Eu odiava que eu deveria estar no controle, mas cada vez Zel


roubou o controle de mim. Ou com seu temperamento, sua compreensão, ou
sua força. Eu estava um passo atrás e desastrado como um maldito
palhaço.

Eu queria gritar com ela para me deixar entrar para me dar poder
sobre ela, mas ao mesmo tempo eu precisava que ela permanecesse forte.
Eu precisava de sua coragem se ela tinha alguma chance de sobreviver a
mim.

Decidido a me concentrar no beijo ao invés do rescaldo, eu parei


de andar e a encarei. "Como você se sente sobre me beijar? Eu quero saber."

Suas bochechas queimaram. "Eu não preciso dizer. Você sabe."

"O que eu sei?" Eu sabia que o gosto dela ainda vivia na minha
boca. Eu sabia que meu pau estava doendo com o quanto eu queria
mergulhar dentro dela, mas eu não tinha a porra idéia do que ela pensava.
Eu queria saber se ela estava afetada por qualquer coisa que existiu entre
nós como eu estava.

Porque se não ela vai provar que você está fodendo


desajeitadamente.

A idéia veio do nada, e eu a puxei em um suspiro. Foda-me, era


assim que alguém em reabilitação se sentia? Rasgando, arrancando as
peças de que eu queria ser livre, dos restos de dependência das minhas
veias. Não havia dúvida de que eu estava me desintoxicando, não a partir de
substâncias, mas a partir de um condicionamento que me possuiu o corpo e
a mente.

Hazel murmurou: "Quando você me beijou eu senti tudo. Eu amei


a sensação da sua língua. O calor do seu corpo. Eu podia sentir —" Ela fez
uma pausa antes de continuar, "Eu podia sentir seu pau contra minha
barriga, e isso me fez querer você. O beijo sussurrou promessas, e meu
corpo derreteu por você. Isso responde a sua pergunta?"

Maldição, isso me fez duro como pedra e babando.

Zel era tão diferente da última mulher. Ela era um cometa,


brilhando através do meu mundo morto. Eu tinha fodido com uma mulher
totalmente ferrada. Ela era como eu: uma posse. Nós saímos furtivamente
do alojamento uma noite e fizemos o que nós tínhamos visto as pessoas
fazerem na televisão. Não tinha sido grande, tinha sido mais como uma
experiência de vida que eu precisava, mas tinha me dado um breve gosto de
conexão. Nós não tínhamos beijado. Não tínhamos abraçado e tocado além
do fundamental, isso estava fora de questão.

Depois, nós voltamos para nossas células e nunca mencionamos


isso de novo.

Duas semanas mais tarde, todos nós nos formamos e ela partiu
para seus trabalhos e eu para os meus. O resto da minha vida tinha uma
grande mancha e eu não gostava de nadar em memórias.

Por que você a comprou? Você sabe que isso não vai acabar bem.

Eu não sabia, porra. Fiz no calor do momento, um desejo que eu


não poderia desobedecer. Eu tinha que mantê-la. Eu tinha que saber se ela
poderia me curar. Eu não poderia descrever a idiotice insana de arrastá-la
para cima. A ligação não fazia sentido. Eu nunca estive interessado em
alguém do jeito que eu estava por ela. Isto não era lógico para um homem
com meu passado que sequer se preocupa com outro ser humano, muito
menos sofrer a loucura de pensar não deixá-los ir.
O beijo tinha sido muito perturbador. Deixar soltar o aperto forte
sobre meu controle, eu me concentrei em seu calor e textura. Eu decorei
cada saliência e varredura de sua língua. Eu não percebi que ela tinha
soltado as mãos.

Grande erro. Porra de erro enorme.

Isso não poderia acontecer novamente.

Com uma careta, eu estabeleci-me com firmeza em minha cadeira,


grato pela grande extensão de madeira entre nós.

Ela mudou-se para a cadeira em frente e sentou-se. Meus olhos se


estreitaram nas sombras sobre seu pescoço. Tanto quanto eu tinha sede de
conexão, tanto quanto eu queria que ela me tocasse e encontrar o consolo
de uma vida de dor, eu não podia.

O mais próximo que eu poderia ter era usá-la insensivelmente.


Nunca deixá-la chegar muito perto, não partilhar qualquer um dos meus
pensamentos ou passado.

Era melhor que ela não soubesse nada sobre mim.

Eu disse a ela para não me tocar. Não é minha culpa que eu a


machuquei.

Isso era besteira.

Parecia que outras precauções deviam ser tomadas para garantir


que ela não desobedecesse novamente e me fizesse matá-la.

Seus olhos encontraram os meus e meu coração balançou. Fuja.


Deixe-me. Nenhuma quantia de dinheiro vale a pena para ficar com um
monstro como eu.

Precisando dissipar a desconfiança entre nós, eu murmurei, "Eu


sinto muito."
Zel acenou com a cabeça, encolhendo um pouco seu pescoço
dolorido. "Eu sei. Você não tem que falar isso de novo. Chame isso de uma
curva de aprendizado.” Seus olhos tinham perdão junto com determinação
feroz.

Eu bufei. Ela pensou que poderia me corrigir, e eu queria que ela o


fizesse. Pena que nunca teria um final feliz.

Suspirando, eu peguei um pedaço de papel e minha caneta-


tinteiro favorita. Curvando minha cabeça, eu escrevi:

Contrato entre Obsidian Fox e Hazel Hunter.

O acordo vago não poderia levantar-se em um tribunal de direito.


Eu só estava incomodado em fazê-lo para detê-la caso ela tentasse sair de
repente. Eu queria que ela me deixasse para sua própria segurança, mas eu
era um homem egoísta e iria usá-la por tanto tempo quanto eu pudesse.

Hazel concorda em obedecer Fox implicitamente pela quantidade de


tempo concordado de um mês. Nesse tempo ela vai ir para onde ele quiser,
fazer o que ele quiser, e não oferecer nenhum argumento ou desrespeito.
Neste tempo, Fox concorda em tratar com respeito e Hazel não vai fazer
exigências de luxo. Hazel concorda em estar disponíveis para Fox, a qualquer
momento, dia ou noite para as suas necessidades, e irá obedecer a qualquer
ordem que seja dada. Fox concorda em mantê-la segura, não causa qualquer
dor —

Parando, eu risquei a última linha. Eu já tinha causado dor em


seu corpo, jogando-a no chão.

Idiota do caralho. Máquina do caralho.

Meus manipuladores tinham me arruinado para a vida. A


mutilação automática de ser tocado tinha estado tão entranhada, nunca me
deixaria. Eu era um idiota por sequer pensar nisso.

O peso em minha alma cresceu quando eu aceitei o inevitável: eu


nunca seria livre.
Eu tinha sido capaz de quebrar outros comandos, mas esse tinha
um peso maior em mim. Afinal de contas, eles tinham feito um monte de
esforço para torná-lo meu primeiro instinto.

A cana veio do nada, me batendo em torno dos meus joelhos.


Minhas mãos flexionadas em torno da faca quando eu enfrentei o alvo de feno
empacotado vestido com roupas do garoto, macacão e camiseta verde.

"Apunhale, agente Fox."

Eles me atacaram de novo, e desta vez foi instantâneo. No momento


em que a dor irradiou das minhas articulações eu esfaqueei o manequim com
todas as minhas forças.

Novamente e novamente eles me bateram até que o feno e roupas


eram uma bagunça desfiada aos meus pés. O suor escorria debaixo do meu
casaco de inverno de espessura fina, mesmo quando a neve borrava tudo em
torno de nós a partir do inverno russo gelado.

Dor igualou dor. Para ser infligida a intenção de infligir. Toque na


intenção de matar. Simples.

Estava livre para obedecer a um código tão básico.

Eu balancei a cabeça, franzindo a testa para o pedaço de papel.


Porra, porra de flashbacks. Eles vinham muitas vezes quando eu estava
estressado.

Voltando ao papel, eu terminei de escrever:

Fox concorda em pagar cem mil dólares adiantados a Hazel e outros


cem mil dólares no final de um mês. Se Hazel sair sem a permissão de Fox
antes de o tempo acabar, o contrato é nulo e nenhum dinheiro será pago.

Rabiscando meu autógrafo ilegível, eu olhei para cima.

Zel não se moveu, seus olhos focados em minha cicatriz.


Curiosidade e piedade gravadas em seu rosto.
Rosnei, "Outra regra que eu me esqueci de mencionar. Não se
atreva a ter pena de mim. Eu não quero sua piedade. Eu não mereço sua
piedade. Compreendido?"

Ela se encolheu, mas não desviou o olhar. "Não é pena. É


curiosidade." Sua mão voou para um cordão delicado em torno de sua
garganta. Eu tinha notado isso antes. Uma única estrela.

O jeito que ela tocou a prata em reverência deu a entender que


pertencia a uma história terna. Significava muito para ela.

Isso me fez sentir inveja.

"Eu só estou tentando entender você. Isso é tudo.” Sua voz era
firme e nem um pouco assustada por meu episódio de jogá-la no chão. Ela
era tão malditamente forte. Esperança idiota desencadeou uma vez mais.
Ela era forte o suficiente para me suportar?

Meus lábios formigaram, lembrando o gosto dela. Recordando a


necessidade brutal em sua convocação, seu corpo no meu.

Meus batimentos cardíacos alterados de lentos médios como


sempre foi quando eu escorregava em um condicionamento, para rápido e
forte com a necessidade dela.

Eu a queria.

Mudando de posição, eu reorganizei meu corpo para lidar com


meu pau duro. Seus lábios se curvaram um pouco, quase como se ela
soubesse o que causou o meu desconforto.

Foi ela. Tudo ela. Maldita mulher.

"Assine isso." Empurrando o papel do outro lado da mesa, acenei


para ela vir para frente.
Com os pés descalços, ela se levantou e caminhou para mais
perto. Pousou na borda da mesa, o ouro e o prata do vestido grudaram-se e
seu corpo, mostrando uma divisão no meio da coxa.

Droga.

Meu estômago revirou quando meu pau balançou, crescendo mais


quente e mais grosso até que eu tinha certeza de que entraria em
autocombustão.

Com os dedos um pouco trêmulos, Zel pegou o pedaço de papel e o


leu. Seus olhos se estreitaram e ela mordeu o lábio inferior. Eu esperava um
argumento, mas ela só balançou a cabeça e olhou para cima. "Eu preciso da
sua caneta."

Silenciosamente, passei-lhe a caneta e prendi a respiração quando


ela assinou com uma assinatura bonita. Eu me senti como um idiota
completo. Eu tinha feito ela se vender por dinheiro. Que tipo de bastardo faz
isso? Não ajudou que ela realmente não tinha noção de sobrevivência.
Vender-se a um estranho por um mês? Que mulher faz isso? Nós dois
estávamos tão mal, tanto um quanto o outro.

O pensamento tinha um apelo estranho.

Mantendo meu rosto completamente neutro, tomei o contrato


assinado, mantendo assim os meus dedos longe dela, e o coloquei na gaveta,
trancando-a.

Um pouquinho de alívio me preencheu. Ela era minha por


exatamente 30 dias.

Seus olhos varreram para cima, conectando com os meus apenas


brevemente antes de cair para a cicatriz. Os lábios carnudos dela se abriram
enquanto pensamentos giravam em seus olhos verdes.

A cicatriz tinha sido um castigo — um lembrete de quão


profundamente eu tinha caído. Tinha sido retribuição por não obedecer.
Eu não podia sequer pensar sobre aquela noite sem quebrar em
um suor frio.

"Vou mostrar onde você estará dormindo." Verifiquei o horário no


meu celular, eu acrescentei, "Que horas você normalmente vai para a
cama?"

Ela fez uma pausa, surpresa escrita no rosto. "Na mesma que
todos os outros, eu acho. Perto de meia-noite, acordo perto de seis ou
sempre que Cla —"

Ela estalou os lábios, evitando meus olhos.

"Não faça isso, cortar-se no meio da frase. Tudo o que você ia


dizer, eu quero saber.” Eu odiava que ela escondesse coisas de mim. Mesmo
que eu tivesse plena intenção de manter tudo escondido dela.

Ela puxou os ombros para trás, lutando contra mim com seu
olhar. "Eu ia dizer quando Clue se levanta para trabalhar. Ela tem que está
cedo no trabalho, e em alguns dias ela acorda muito cedo."

A mentira choveu de seus lábios, como se fosse uma verdade, mas


eu sabia diferente. Os decibéis de sua voz estavam alterados.

Balançando a cabeça suavemente, eu sussurrei, "Eu sei que você


mentiu, mas depois do que eu fiz, eu não vou empurrá-la. Mas da próxima
vez... é melhor que você diga a verdade."

Ela se manteve firme até mesmo quando um flash de apreensão


encheu seu olhar.

Eu levantei minha cabeça, bebendo dela. "De onde você é


originalmente?" Imaginei Europa — Espanha possivelmente. Eu me tornei
um especialista em adivinhar nacionalidades. Outro perigo do meu emprego
anterior.
Ela deu de ombros, olhando-me com cautela. "Eu não preciso
mentir sobre isso. Eu só sei que o meu pai, ou pelo menos, eu acho que ele
era meu pai. Ele cuidou de mim até que ele simplesmente desapareceu um
dia. Eu acho que eu tinha cinco anos quando ele saiu. Lembro-me
vagamente dele falando outra língua, por isso é inteiramente possível que eu
seja do exterior e não australiana originalmente."

Eu não tenho uma resposta para isso. Parecia que tínhamos mais
uma coisa em comum. Linhagem desaparecida. Faltavam peças do nosso
passado.

Ela olhou para o telefone em minhas mãos.

"Eu quero aquele telefonema. Eu preciso arranjar algumas coisas."

Merda, eu tinha esquecido sobre isso. Eu não a queria


conversando sobre os detalhes do que nós tínhamos concordado com
qualquer um. Não pintaria qualquer um de nós em uma boa luz.

Relutantemente, eu deixei cair o telefone na palma da mão dela.


"Eu não estou dando-lhe privacidade, por isso não se incomode em
perguntar."

Ela bufou, mas não discutiu. Pressionando uma sequência de


números, ela passeou em direção a um quadro, mordendo o lábio inferior.

"Atenda. Por favor, atenda," ela sussurrou.

Pareceu muito tempo antes que ela relaxasse e suspirasse


profundamente. "Eu pensei que você não estava aí. Você chegou em casa
bem?"

A preocupação em sua voz enviou uma agulha afiada de ciúmes


por mim. Eu não gostava que ela se importasse tão profundamente com
outro. Alguém teve o privilégio de viver com ela, aprendendo seus segredos.
"Não, está bem. Eu tenho tudo sob controle.” Zel franziu a testa,
escutando a quem quer que existisse na outra extremidade do telefone.
"Não. Estou bem. Ouça, eu tenho que fazer algo que você não vai entender,
mas não surte, ok?"

Ela assentiu com a cabeça, girando um pedaço de cabelo em torno


de seu dedo mindinho. "Eu sei. Eu me sinto horrível por fazer isso com você
e... bem, você sabe, mas eu não vou estar em casa por um tempo."

Ela lançou um olhar em minha direção. Minhas dúvidas


aumentaram, incapaz de determinar porque de repente me senti na borda.

"Eu vou estar afastada por um mês," ela finalmente disse.

Eu cerrei os dentes. Ela não mentiu, mas ela não tinha sido
completamente sincera também. Eu estreitei meus olhos. Se ela pensava
que podia sair, ela teria uma surpresa. Ela não sabia o que eu tinha na loja
para ela. Não seria simples a questão de sair pela porta da frente.

Um grito veio do telefone e eu desejei saber o que a outra pessoa


disse.

"Eu tenho minhas razões. Vai significar muito para nós


financeiramente se eu ficar. Não fique chateada. Eu vou explicar isso melhor
logo.” Os olhos dela correram para os meus novamente antes que ela
segurasse a peça na boca. "Clue, não. Eu não posso dizer a você. Ainda
não."

Meu corpo se apertou. Ela se recusou a falar honestamente na


minha frente. Como eu poderia confiar nela com qualquer coisa que ela
poderia dizer no futuro?

"Não. Não a coloque!" Zel sussurrou, gritando em seguida, rolou


seus ombros e ela foi para o canto do quarto, tentando chegar o mais longe
possível de mim. "Hey amor."

Amor? Foda-se, ela tinha um amante? Que diabos?


"Não, eu estou bem. Você acha que você pode ser boa? Cuidar de
Clue para mim?" Seu ombro nu curvado como lâminas quando ela enrolou
em torno do telefone, quase abraçando-o. "Eu sinto sua falta também. Mas
eu vou estar em casa antes que você perceba. Basta ficar segura e não ficar
muito cansada, ok?"

Ela assentiu com a cabeça algumas vezes antes de sussurrar tão


baixo que eu quase perdi, "Eu te amo tanto. Será uma agonia não te
segurar."

Meu coração explodiu dentro do meu peito. Porra. O que você


esperava? Que ela não teria ninguém em casa? Não só ela estava vendendo
a si mesma para mim, ela estava traindo alguém que, sem dúvida, a amava.

Minhas mãos cerraram e a raiva que eu tentei tanto manter


afastada voltou com uma vingança.

Ela fungou e desligou. Ela ficou olhando para a parede por um


momento, antes de girar ao redor e espreitar por mim. Segurando o telefone,
com os olhos misturando pesar e tristeza. A dúvida cintilou em seu olhar
antes que ela engolisse em seco, forçando a emoção residual do telefonema à
distância.

Se eu fosse menos que um bastardo eu poderia ter acabado por


dar-lhe o dinheiro e a mandado para casa, para quem quer que ela amasse.
Mas eu não era. Então eu não fiz.

O pensamento de seus braços ao redor de alguém fez meu


estômago rolar de raiva. "Eu espero que você não esteja pensando em
quebrar o nosso acordo tão cedo. Não vai ser tão fácil revogar sua
assinatura.” Meus olhos voaram para a minha mesa, já usando o contrato
para uni-la a mim.

"Eu não vou recuar." Seu queixo inclinou para cima


desafiadoramente. "Mas eu não vou ficar refém tampouco.” Zel lançou sua
determinação tenaz e algo aqueceu seus olhos. "Além disso, apesar de uma
curva de aprendizado de você me jogando no chão, eu gostei de beijar você.
Eu posso pensar em coisas piores para fazer por duzentos mil dólares."

Meu coração bateu, gaguejou, depois desligou confuso no meu


peito. Eu não sei se eu deveria estar insultado ou grato. Ela tinha me
perdoado inteiramente por magoá-la ao mesmo tempo colocando-me no meu
lugar, mais uma vez. Quem era essa porra de mulher. Quem era ela?

Você acabou de tomar a pior decisão de sua vida... Não havia


nenhuma maneira de que um mês seria tempo suficiente. Ela poderia vir a
ser uma manipuladora conivente, e meu pau ainda iria implorar por ela.

Eu bati meus dedos e caminhei em direção à porta do outro lado


da sala. "Venha."

Ela não fez nenhuma pergunta, apenas seguiu descalça em


direção a mim, deixando seus sapatos no chão. Seu corpo veio escovar meu
passado, e eu tensionei cada músculo que possuía, apenas para o caso do
passado voltar.

Esgueirando o passado, ela chamou minha atenção. Minhas bolas


apertaram enquanto eu chupava seu aroma de lírio do vale. Cada parte de
mim latejava. Era doloroso de uma forma, e doce pra caralho saber que eu
estava a minutos de toma-la.

Eu não conseguia parar as palpitações estranhas no meu peito ou


a torção do meu intestino.

Enquanto eu estava mudo, tentando manter um poder sobre meu


desejo, Hazel seguiu pelo corredor no caminho errado.

"Deste lado," eu pedi. "Você vai se acostumar com todas as portas."


A casa tinha sido construída como o estabelecimento em que eu tinha sido
treinado. Por alguma razão fodida, embora o lugar tivesse arruinado a
minha vida, era o único lugar em que eu me senti realmente seguro.
Nós fomos por um longo corredor com várias salas a partir dele.
Sem espaços abertos, fora a arena de luta lá embaixo. Cada quarto era
privado, auto-suficiente, uma célula para todas as intenções e fins.

Nós não dissemos uma palavra enquanto caminhávamos sobre o


tapete grosso preto em direção à extremidade sul da casa.

O corredor levava a minha ala privada. Apenas Oscar e o aspirador


de limpeza ocasional eram autorizados a vir aqui. Fechaduras com códigos
descansavam em todas as portas, adicionando mais um apelo de prisão ao
local. Merda, Zel teria que aprender as combinações para se mover a
qualquer lugar da casa.

As repercussões de compartilhar minha vida com ela finalmente


decidiram dar o ar da graça. Eu não tinha pensado em como meus padrões
de sono e hábitos afetariam ela. Como as minhas necessidades para certos
tipos de libertação iriam assustá-la.

Maldição, esta é uma má idéia. Uma idéia tão ruim.

O meu quarto tinha uma porta que eu tinha especialmente


projetado. Feita de metal composto, reforçado com vergalhões e titânio nas
dobradiças, era praticamente à prova de bombas. Ela ofereceu um pouco de
paz de espírito que eu os ouviria se eles decidissem que minhas férias
acabaram e voltassem por mim.

Hazel ficou ao meu lado, parecendo perfeita, apesar de seu cabelo


bagunçado, batom manchado, e a sombra de hematomas no pescoço dela.
Sua perfeição me ridicularizava, destacando mais uma vez que eu nunca
seria bom o suficiente. Que eu sempre seria quem eu era.

"Estou dormindo em seu quarto ou recebo o meu próprio espaço?"


A voz melodiosa de Zel ficou silenciosa como se estivesse com medo de me
assustar.
Eu fiz uma careta. "Você vai dormir comigo." Pergunta estúpida.
"Fizemos um acordo sobre eu usar você e você acha que vai ter o seu próprio
espaço?" Eu não admiti que seria melhor se o fizesse. Eu fiz promessas que
não podia cumprir. Eu sabia que ia acabar a machucando. "Este não é um
período de férias, dobycha, é mais como uma sentença."

Sua testa franzida ligeiramente. "Vamos esclarecer uma coisa. Eu


estou aqui por vontade própria. Eu assinei seu pedaço estúpido de papel;
Concordei em deixar você me levar como quiser, dentro da razão. Você não
tem que ficar me dando dicas sobre sentenças e fazendo parecer que vou me
arrepender disso."

Sua mão subiu para pousar em meu peito, mas eu cambaleei para
trás. Ela balançou a cabeça. "Desculpe. Eu esqueci. Eu ia dizer, se você me
foder como você me beijou, eu não lamentarei passar o mês em sua cama. O
que eu vou me arrepender é de matar você, se você quebrar sua promessa
de que estou segura."

Eu ri friamente. "Você acha que você pode me matar?" O absurdo


de tal noção. Nem mesmo uma equipe de elite da SWAT treinada podia me
despachar. Eu sabia que eles haviam tentado — uma ou duas vezes.

Zel se inclinou para frente, trazendo uma nuvem de ar floral. "Você


está esquecendo que compartilhando uma cama comigo, eu vou ter acesso
total a você enquanto você dorme.” Sua voz caiu para um sussurro rouco,
"Dormir com alguém é uma enorme admissão de confiança. Se eu quisesse
te machucar, eu seria a única pessoa perto o suficiente quando você está no
seu estado mais fraco.”

Merda. Merda. Merda.

Como ela sabia que eu tinha evitado dormir com outra por causa
desse mesmo medo?

Eu queria torcer o pescoço dela pela ameaça implícita por me


contemplar sobre como evitar tal inevitabilidade. Abaixando minha cabeça,
eu rosnei: "Obrigado por apontar mais um buraco neste arranjo. Eu vou ter
certeza de corrigi-lo."

Os olhos dela se arregalaram.

Incidindo sobre o bloqueio do teclado, eu digitei a combinação. "O


código é 11453. Você precisará lembrar, se eu a mandar de volta aqui sem
mim."

Ela assentiu. Seu rosto em forma de coração e aparência


impecável brilhava sob as luzes do corredor. Seus lábios se moviam
silenciosamente, repetindo o código para memorizar.

Abrindo a porta, eu a deixei entrar em primeiro lugar.

Sensores automáticos ligados, derramando iluminação de duas


luzes de cabeceira e iluminação sutil em torno de obras de arte e esculturas.
Assim como meu escritório, todo o espaço era negro. Novamente, não é uma
questão de escolha, mas de necessidade. Perfurado em mim por um passado
que eu não poderia agitar. Era irônico que eu odiava o escuro, ainda que
rodeado nele.

Zel gravitou em torno de uma escultura. Estendendo a mão para


tocá-la, eu prendi a respiração enquanto suas inquisitivas pontas dos dedos
acariciaram o metal brutalizado. Eu tinha terminado apenas alguns dias
atrás. Não era nada especial. Apenas um pedaço de metal que eu tinha
soldado, torcido e deformado.

Junto com o ferro, bronze e prata, também estavam o meu sangue


e suor.

Eu alimentei meus projetos com tudo o que eu era, o material que


fluia em minhas veias. De certa forma, ele me fez imortal — me
transformando em pedaços de paz, endurecendo meu coração assim como
as estátuas.
"Você mencionou que Oscar fez o mural da raposa. Quem fez as
esculturas?" Zel virou para olhar para mim, seus olhos diamantes verdes no
escuro. "Quem fez isso tem uma história de partir o coração para contar.
Elas são cheias de dor.” Sua voz tornou-se um murmúrio. "Será que você as
fez?"

Minha coluna foi tomada com partes iguais de gratidão e raiva


absoluta. Gratidão porque eu tinha finalmente encontrado alguém que viu o
passado que eu retratei, e raiva porque ela me fez frustrado e fraco,
mostrando o quão confuso de porra eu era.

"Se você pode ver tudo isso; você realmente precisa de uma
resposta?" Eu caminhei apressadamente em direção à cama.

Zel me seguiu com os olhos, acariciando a parte torcida. "Não. Eu


não preciso de uma resposta.” Ela removeu os dedos, olhando para o pedaço
de metal melancolicamente. "Ela me diz mais sobre você do que você jamais
teve vontade. Ela redime você de certa forma, o suficiente para que eu possa
esquecer sua atitude de idiota grosseiro."

Eu ignorei isso.

Ao observá-la com cuidado, eu mantive meus músculos em uma


contenção apertada, apenas no caso de ela provocar outra recaída. Ela foi de
uma estátua para outra, ela me surpreendeu só mostrando interesse nas
peças deformadas. Os seres humanos foram ensinados a se sentir mal perto
da imperfeição. Ela deveria ter se interessado pelo perfeitamente desenhado
e perfeitamente executado lobo sentado no aparador, mas ela não estava.
Ela não podia se importar menos, e eu não sabia o que fazer com isso.

Ela se virou para mim, olhando pelo quarto enquanto ela fez isso.
Ela não parecia como se quisesse correr ou tentar me consertar. Ela aceitou
a cicatriz como se não tivesse me danificado, como se só... fosse.

Aceitação.
Algo torceu dolorosamente no meu peito, arrastando emoções
estrangeiras de profundidades que eu não entendia.

Eu estava certo sobre ela. Ela era mágica — lançando um feitiço


sobre mim, me entrelaçando mais profundo em sua rede.

De repente, tive um impulso irresistível para a dor. Eu precisava


disso. Tinha sede disso. Apenas dor me ajudaria a ver claramente outra vez.

Dando-me um pequeno sorriso, ela caminhou silenciosamente em


direção à cama. Lençois pretos, fronhas pretas. Tudo preto. Eu não estava
confortável em qualquer outra cor. Eu não merecia outra cor. Preto era a cor
do mal, da morte. Preto era eu.

O quarto era grande. A área de estar existia para a direita, um


banheiro a esquerda, e uma enorme cama em uma plataforma elevada no
centro. A cama que parecia que tinha vindo diretamente de uma floresta
assombrada. Forjada a ferro e bronze, tinha sido martelada na ilusão de
ramos e galhos, fazendo a cama parecer com árvores fantasmagóricas
ávidas.

No instante que Zel sentou-se no colchão e olhou através da sala,


eu sabia que tinha cometido um grande e fodido erro.

Eu não conseguiria dormir ao lado desta mulher. Eu iria matá-la.

Eu não podia deixá-la me tocar. Gostaria de mutila-la.

Eu era um idiota por pensar o contrário.

Não era uma questão de se ou como ou talvez. Era tão certo


quanto o lema gravado na minha porta. Rígido e inflexível como o
condicionamento em que eu fui afogado.

Você deve roubar a vida, porque isso é o seu único propósito.

Meu único propósito. A única razão pela qual eu ainda estava vivo.
Cerrando minhas mãos, eu recuei para a saída. "Fique aqui. Não
deixe o quarto.”

Zel sentou-se, com a boca aberta em questão, mas eu não esperei.

Avançando para fora da porta, saí, fechando-a dentro.

Meu refúgio era um bunker enterrado entre as fundações da casa.


Aqui eu podia relaxar — tanto quanto eu podia — e, geralmente, fingir que o
resto do mundo não existia e nem meus problemas.

Eu respirei profundamente quando eu abri a porta e entrei no


espaço familiar. Os cheiros de metais, ferramentas e o cheiro de graxa e
parafina acolheram-me de volta. Eles eram básicos, rudimentares, mas
cabia a mim melhor do que qualquer grandeza no andar de cima.

Eu não era esculpido em dinheiro e ouro. Eu era esculpida em gelo


e pedra. Eu tinha dormido em um poço mais noites do que eu dormi em
uma cama porque eu tinha sido escolhido.

Eles dizem escolhido. Eu digo roubado.

Ter um lugar como este no subterrâneo com suas paredes


inacabadas e teto baixo me deu uma trégua.

Empurrando de lado uma estátua inacabada de uma mulher


decapitada, tentei remover Hazel da minha mente.

Seu cabelo escuro, seus olhos verdes, seu ar de coragem. Eu não


conseguia parar de pensar sobre ela movendo-se em torno de meu espaço,
tocando mais estátuas, descobrindo mais da minha história que eu queria
manter enterrada.

Ela pode sair. Você a deixou sozinha.


Eu não confiava que os bloqueios iriam mantê-la se ela realmente
quisesse ir. O aço dentro dela combinava com o aço dentro de mim, e o
conhecimento que eu não podia forçá-la a ficar fodia com a minha cabeça.

Minha visão se desvaneceu um pouco no setor periférico,


advertindo-me que o cansaço e estresse estavam começando a tomar seu
preço.

Merda, o que eu estava fazendo? Eu deveria estar lá em cima


tomando o que eu tinha pagado. Eu deveria estar mergulhando
profundamente dentro dela e procurando alguma semelhança de felicidade.
Eu não deveria ter corrido como um maldito bichinho doméstico.

Peguei o martelo, apertando o punho de madeira no meu punho.

Faça. Vai ajudar.

A voz permitindo me persuadindo — o que fez todo o doce alívio


promissor.

Espalmei minha mão no banco, dedos esticados contra a


superfície bem utilizada, olhei para ele pela primeira vez em muito tempo.
Entrecruzada com pequenas cicatrizes, perfurada com pequenos furos de
prata, minha mão parecia antiga e brutal. A vontade de bater o martelo em
um dos meus dedos me consumiu até que eu tremi com a necessidade de
dor e uma gota de suor escorreu pela minha têmpora.

Quebrando o feitiço, eu abaixei o martelo e virei minha mão para


olhar para minha palma.

No momento em que encontrei a liberdade há dois anos, passei


dias com uma escova de limpeza e abrasivos de sabão para retirar fora a
marca.

Lavando, lixando, esfregando para remover os três pequenos


símbolos do que eu era. Apenas um companheiro agente saberia o que eles
queriam dizer; saberia que eu era uma criatura única cuja finalidade era
lutar e destruir.

Desvaneceu-se agora para algumas linhas indistintas, que me


enchiam de ódio e medo. Ambas as palmas das mãos tinham a marca: o
numeral romano III.

Meu corpo ficou tenso, desejando que o Monte Everest tivesse feito
um trabalho melhor de me bater hoje à noite. Isso significava que eu tinha
que atender a essa necessidade antes de foder Hazel.

O lembrete de porque eu estava aqui me puxou dos meus


pensamentos, e eu examinei as prateleiras e tambores cheios de metal para
usar.

Eu tinha que resolver o problema dela me tocar, mas como?

Não importa que projetos ou soluções eu tentei, os resultados que


eu imaginava todos terminavam mal. Eu não podia confiar nela para
obedecer. Isso significava que eu tinha de contê-la. Coloca-la em uma
correia como um animal de estimação que eu tinha comprado para usar.
Mas se eu a contivesse, os neurônios em meu cérebro iriam pensar que ela
estava presa.

Ela está presa. Dobycha.

Eu tinha escorregado e usado uma palavra da minha língua


materna. Eu a tinha chamado de presa em russo. As aulas intensivas de
linguagem que eu tinha tomado quando cheguei em Sydney me
abandonaram por um momento. Eu não podia usar a minha primeira língua
mais. Não era seguro.

Meu coração disparou pensando o quão fácil tinha sido cair na


velha língua — quão imperfeita minha vida era.

Merda, a este ritmo, eu provavelmente acabaria pagando a ela


amanhã para levá-la bem longe de mim. Eu não gostei desses pensamentos.
Estes pensamentos fracos como fodas que se arrastavam até o meu
passado.

Você nunca vai ficar nu em torno dela.

Você nunca vai sentir suas mãos em seu pau.

Você nunca vai ser capaz de ter contato de corpo inteiro.

Você vai acabar quebrando seu pescoço.

Eu era um idiota.

Eu desejaria nunca ter posto os olhos sobre ela.

Rondando para o cadinho9 com um pedaço de bronze previamente


fundido no centro, eu dobrei o forno e defini a ferramenta para as chamas
lambendo.

Deliberadamente me atirei para o trabalho, eu ignorei os


pensamentos de quão fodida minha vida era e fui para os interruptores e
lixadeiras, equipamento de perfuração, e tampões. Desvendando um
comprimento de corrente de prata que eu tinha vindo a utilizar em uma
peça personalizada intrincada, um conceito veio à mente. Um plano para
manter de alguma forma Zel segura — ou o mais segura possível de mim.

Minutos se passaram enquanto eu trabalhava. Isso acalmou


minha mente, a concessão de uma pequena ilusão de paz.

As horas avançaram enquanto eu brincava com fogo e metal e


suor. Trabalhar com tais materiais implacáveis foi um lembrete de que não
importa o quão gravado na pedra parecia estar, podemos sempre mudar.

9 Vaso de material resistente ao fogo para fundir ou calcinar minérios e minerais (esp.
metais) ou para realizar certas operações químicas ou fisioquímicas que exigem altas
temperaturas; crisol.
Nós poderíamos moldar e adaptar, tornar algo novo, até mesmo um pedaço
de ferro.

Eu tinha que manter a fé.

Eu poderia mudar.

Ao longo do tempo.

Usando um banquinho sob uma grande luz de halogéneo, eu virei


meus pensamentos fora e comecei a transformar um pedaço da cadeia em
uma prisão.

O sol tingiu o horizonte com seu rosa e dourado bem-vindos pelo


tempo que eu tinha terminado. Escalei as escadas do meu lar, minha
criação apertada no meu punho, eu suspirei profundamente com alívio.

Através do telhado de vidro ao longo da espinha central da casa,


quentes raios de sol derramando. A tensão familiar deixou meu corpo.

A noite terminou. O dia estava de volta.

Com cada passo em direção ao meu quarto, eu segurava a prata


mais forte. Eu esperava como o inferno que isso funcionasse. Abrindo a
porta silenciosamente, eu fiz o meu caminho através do tapete,
deliberadamente andando em manchas brilhantes de sol da manhã. Não
havia cortinas nas janelas maciças. Não há forma de bloquear o brilho.

Isso era outra coisa com que Zel teria que se acostumar. Eu nunca
dormia no escuro.

A noite tinha trazido horas de trabalho cheio de terror e espanto. O


dia era a minha única chance de estar na luz na pequena janela onde as
memórias eram forçadas a sair.
A noite pertencia ao meu passado. O dia pertencia ao meu futuro.

A forma de uma mulher dormindo deitada sob meus lençóis. Os


cobertores se arrastando sobre seus ombros, as mãos enfiadas debaixo do
travesseiro sob sua bochecha.

Meu coração bateu forte. Ela estava no meu espaço. Cheirando


meu cobertor, dormindo no meu lado da cama.

Eu queria rasgar a proteção dela e tocá-la. Eu precisava encontrar


essa faísca, a energia que existia entre nós. Lembrar disso me fazia louco o
suficiente para tentar isso.

Mas não consegui. Ainda não.

Em primeiro lugar, eu precisava me limpar.

Ao entrar no banheiro, eu retirei minhas roupas e as deixei no


chão. Coloquei o item que fiz sobre o espelho, entrei no chuveiro de azulejos
pretos. Rodei a torneira, água quente choveu instantaneamente. Eu abri
tanto quanto eu podia.

Isso doeu. Queimou. Escaldava uma camada de pele. Mas eu não


misturei a água fria.

O fogo chovendo fazia algo para mim que nada mais conseguia.
Era minha droga de escolha.

Eu li em algum lugar que automutilação era um grito de socorro.


Um sinal claro de que um indivíduo precisava de aconselhamento. E eles
estavam certos. No entanto, eu não estava chorando por ajuda quando eu
forcei meu corpo a ficar sob uma torrente de água fervente. Eu encontrei a
salvação.

Dor ajudava. Infligir agonia me dava um pouco de paz. Ela


apagava um pouco da maldade. Era minha versão da meditação ou música
relaxante. Ele me impedia de explodir.
Minha pele ficou vermelha como uma lagosta, e eu estremeci com
o desejo de correr de acordo com as alfinetadas de agonia, mas eu estava de
pé e aceitei a punição.

Cinco minutos se passaram lentamente, eternamente, mas


nenhuma vez olhei para baixo. Eu nunca passei as mãos sobre a minha
carne, ou toquei os novos cumes de lesões e cicatrizes. Eu sabia de cada
polegada do meu passado violento e desejava que não fosse tão evidente na
minha pele. Eu nunca pus minhas mãos no meu pau ou procurei encontrar
uma liberação rápida.

Eu tinha sido condicionado a não sentir nada, exceto a vontade de


obedecer.

Meu corpo não era meu para tocar ou olhar. Tinha pertencido a
eles; ele ainda pertencia a eles.

Com a mão trêmula, eu liguei a água fria e gemi quando gotas


geladas acalmaram minha carne queimada.

Isso aumentou a dor com duas reações intensas, dobrando o


alívio.

Depois do jateamento com água gelada, eu desliguei a água e


tropecei do chuveiro.

Evitando olhar para mim mesmo no espelho, eu enrolei uma


toalha em volta da minha cintura e entrei no quarto escuro. Certificando-me
de que Zel ainda estava dormindo e não me pegaria nu, eu caminhei
silenciosamente através da luz solar.

Entrando no guarda-roupa, eu deixo a toalha cair e rapidamente


visto as calças pretas de algodão, seguidas por uma camiseta preta. Mesmo
no meu próprio quarto, eu nunca dormi nu — nunca corro o risco de estar
despreparado.
No momento em que eu tinha roupas novamente, eu relaxei.
Também escondia certas coisas, minhas cicatrizes estavam escondidas
também. Hazel não precisa ver os ferimentos auto-infligidos, bem como os
ganhos no dever.

Ela não precisa saber nada sobre mim.

Olhando para a cama, eu a assisti dormir. Seus longos cabelos


castanhos se espalharam nos lençóis negros, parecendo como se ela tivesse
se tornado uma com o colchão.

Sua respiração era tão superficial que eu tive que me esforçar para
me certificar de que ela estava viva. Ela parecia tão pura, tão intacta, tão
diferente de mim.

Meus olhos caíram para as curvas suaves de seu corpo. Meu pau
se contraiu com o pensamento do que eu poderia fazer com ela. O que ela
iria me deixar fazer por duzentos mil dólares.

Gostaria de transar com ela e saboreá-la e usá-la de todas as


maneiras possíveis.

Neste mundo privado e comprado, eu poderia fazer qualquer coisa


que eu quisesse.

Ela era minha.

Sua boca se separou quando ela rolou de lado em suas costas. Um


braço voou acima de sua cabeça, batendo contra o travesseiro. Seu rosto
contorcido, os olhos se agitaram. Ou um sonho ou um pesadelo dançava
atrás de pálpebras fechadas.

O que as pessoas normais sonham? Amor e felicidade?

"Não," ela murmurou, sonolenta.


Eu congelei, esperando que seus olhos voassem abertos. Quando
eles permaneceram fechados, deixei-me beber em seus lábios separados, o
rubor nas faces. Meus pensamentos cheios de imagens de sua boca em
torno de meu pau e sua língua me lambendo, me degustando.

Eu estava duro com o pensamento de liberação. Eu tinha


esquecido como era um orgasmo. Eu não tinha nenhuma lembrança da
explosão de prazer que eu senti apenas duas vezes antes.

Zel iria me ensinar a lembrar. Zel iria me curar dos meus pecados.

E eu estava prestes a levá-la.

Vinculando a corrente através de meus dedos, eu me inclinei e a


toquei.
Sete

Um erro terrível acabou me dando o melhor presente da minha

vida.

Todos os dias eram mais difíceis, cada prova mais estressante,


mas eu não mudaria nada.

Antes dela, eu não me importava com ninguém, nem comigo


mesmo. Eu roubei, eu me enganei, e eu menti. Eu existia em uma espiral
descendente com um túmulo como destino. Mas ela me mudou.

Clara.

Eu usei minha habilidade de falar besteira para ganhar empregos


bem remunerados. Estudei implacavelmente, indo de uma maltrapilha sem-
teto, sem-educação para me qualificar para certificados e diplomas.

Eu forjei o meu passado para criar um futuro positivo e funcionou.


O mundo corporativo abriu suas portas; um rendimento regular encheu
minha conta bancária. Eu ganhei cada centavo com trabalho duro.

Mas então eu fui demitida, e cada centavo economizado foi para o


tratamento de Clara. Eu vivia na borda fina do despejo.

Eu me vendi por duzentos mil dólares a um homem que eu não


confiava.

Para um homem que iria me machucar mais do que qualquer um


jamais poderia.

Eu pensei que poderia salvá-lo.


Assim como eu poderia salvar a minha filha.

Eu estava errada.

"Você gosta disso? Aqui?" Fox murmurou ao redor do meu mamilo.


Suas mãos passeando para cima e para baixo no meu corpo, espalhando
fogo, me revestindo em deliciosa sensação.

Minhas mãos emaranhadas em seus cabelos, massageando o couro


cabeludo, pressionando sua boca com mais força contra mim. "Sim. Faça
isso."

Ele se afastou, os olhos brancos olhando suaves como a neve.


"Toque-me."

Deixei minhas mãos e segui o contorno de suas costas, deleitando-


me em cada cume de músculo. Ele gemeu e agarrou-me mais perto, beijando-
me com tudo à mostra — balanço em mim. Embalando-me, duro —

"Zel." Algo cutucou meu ombro, quebrando a conexão cheia de


luxúria. Meu sonho desintegrou-se em fumaça.

"Acorda, você está tendo um pesadelo."

Eu queria discutir. Não era um pesadelo, era mais como uma


fantasia. Eu não conseguia me lembrar da última vez que eu tive um sonho
tão erótico. Eu lutei contra a perda do nada pervertido e confortável sonho;
não querendo voltar para o mundo de preocupações e incertezas.

A primeira pessoa a saltar à mente foi Clara. Seu rosto bonito de


serafim, rosa com a saúde e juventude, sorrindo feliz. Mas sob o brilho de
vitalidade existia a doença que rouba a vida contra a qual eu não podia
lutar.
Meu coração se apertou e eu lutava para chupar uma respiração.
Nunca ficou mais fácil diante da possibilidade de morte da minha filha.

"Acorde," Fox rosnou. Seu tom baniu minha tristeza, recriando a


paixão do meu sonho. Meus pensamentos de seus braços em volta de mim,
lábios beijando os meus. Meu núcleo pulsava com o delicioso balanço que o
tinha interrompido.

Ele tinha problemas, e eu nunca iria confiar nele, mas eu não


podia negar o efeito que ele tinha sobre o meu corpo.

Abri os olhos.

Luz solar!

Merda, eu tinha passado a noite inteira? Remorso me inundou


com o pensamento de Clara acordar sem mim. De Clue explicando que sua
mãe prostituta estava fora passando o tempo com outra pessoa.

Eu sou uma péssima mãe.

Minha mente girava com as repercussões. Eu precisava do


dinheiro, mas qual seria o ponto se o dinheiro não pudesse curá-la? Eu
estaria desperdiçando um mês inteiro de estar sem ela, tudo para nada.

Eu não posso fazer isso.

O sol da manhã trouxe uma nova realidade, e meu coração parecia


que tinha sido arrancado do meu peito. Eu nunca me perdoaria se algo
acontecesse com ela enquanto eu permiti que um estranho me controlasse.

O prazer suave do meu sonho afiou e torceu no meu intestino. Fox


era alto, moreno e brutal. Seus olhos cinzentos brilhavam; sua mandíbula
apertada. "Você está acordada."

Meu estômago vibrou bebendo no homem feroz ao meu lado. Eu


sabia três coisas instantaneamente nesse momento.
Um, eu iria deixá-lo fazer o que quisesse, porque eu tinha vivido
uma vida cuidando de outros por muito tempo.

Dois, eu o deixaria no momento em que ele virasse de costas. Eu


precisava ver Clara.

E três, ele iria acabar machucando-me mais do que ninguém, e eu


iria odiá-lo para a eternidade ou matá-lo.

Fox olhou, sem dúvida tentando descobrir meus pensamentos. "O


que você estava sonhando?"

Oh, Deus. Uma pergunta que não queria responder e uma mentira
que ele seria capaz de detectar. Meu coração enroscou ao redor do meu
peito. "Nada."

"Você está mentindo. Não é nada.” Elevando-se sobre mim, ele não
me deu outra escolha senão olhar direto em seus olhos de prata. Ele ficou
parado como uma estátua que ele havia criado. "Conte-me. Manter segredos
não é negociável."

Minhas bochechas coraram recordando o sonho. A necessidade. A


forma como ele entrou em mim duro e implacável. Demorando um pouco,
sentei-me e coloquei o lençol preto sob meus braços antes de deixá-los cair
de meus seios nus. Uma cortina de cabelos cobria meus ombros,
proporcionando uma aparência de decência.

"Diga-me, mulher." Fox abriu e fechou os punhos. "Eu não vou


perguntar de novo."

Um arrepio de medo lambeu meu estômago. "Você quer saber, eu


vou te dizer, então talvez você possa me dar. Eu sonhei com você.” Eu
coloquei uma mecha atrás da minha orelha. "Você lambeu meu mamilo, e
eu envolvi meus dedos em seu cabelo. Eu acariciava cada polegada de você e
quando você enfiou dentro de mim eu quase vim apenas com o sonho.”
Estreitando meus olhos, eu murmurei, "Feliz? Você está satisfeito de saber
que eu te quero? Porque eu quero."

E quanto mais cedo eu puder seduzi-lo, mais cedo eu posso


encontrar um caminho para casa.

Fox ficou congelado. Sua boca se separou enquanto a luxúria


ardente explodiu em seus olhos. "Você sonhou comigo entrando em você?"
Sua voz raspou com a necessidade. "Por quê?"

Eu fiz uma careta. "Por quê? Você tomou conta da minha vida nas
últimas horas; é natural para o meu cérebro ser consumido por você."

Ele endureceu. "Você está consumida por mim?"

Meus olhos caíram para o rápido crescimento da ereção em suas


calças. Mordi o lábio quando todo o calor de discutir com ele ontem à noite e
de meu sonho picante centraram em meu núcleo. "Sim. E eu sei que você
está consumido por mim. Eu sei que você quer se afundar dentro de mim.
Você está me fazendo esperar, Fox, e isso só está fazendo-me mais quente."

"Foda-me," Fox gemeu. Sua mão apertou em torno de algo


brilhando em seu punho. "Você está destinada a arruinar-me.” Ele se
inclinou rapidamente, seus olhos trancados em minha boca. Eu separei
meus lábios ávidos por aceitar outro beijo, mas ele parou e empurrou para
trás.

"Ainda não. Não até que seja seguro."

Meu coração cravou fechado na algema que ele segurava. "O que
você está pensando em fazer?" Por alguma razão minha garganta se fechou
de repente e eu lutei contra a vontade de fugir para longe.

Fox inclinou a cabeça. "Por quê? Você está com medo?"

"Depende. O que está em sua mão?"


Ele ergueu o punho, olhando para ele com uma mistura de
esperança e ódio. "É para você."

Um arrepio correu sobre minha espinha. Ele disse que não iria me
machucar.

"Eu tenho que usá-la?"

Ele inclinou a cabeça. "Você concordou com os termos e provou


que não é confiável para não me tocar. Então sim. Você precisa.” Seus olhos
caíram para o lençol precário. Todo vestido de preto, eu tinha dificuldade em
não o ver como uma sombra humana.

Seus olhos brilhavam quando ele se inclinou para baixo e


estendeu a palma da mão. O item brilhava como lantejoulas de prata. Uma
jóia?

Ele pensou em me subornar para parar de tocá-lo?

"Veja, nada a temer," ele murmurou.

Sentei-me mais ereta, colocando o lençol mais apertado debaixo


dos meus braços. Eu odiava estar seminua enquanto ele permanecia
completamente vestido. Roupa concedia poder. Não importava que ele me
veria nua muito em breve; Eu queria manter o máximo de igualdade
possível.

Fox tinha uma aparência de nervosismo e ansiedade, juntamente


com luxúria e atração, era uma potente combinação. Balançando a cabeça,
eu disse: "Há sempre algo a temer."

Suas narinas, como seus olhos, se arregalaram. "Quem


exatamente é você?"

"Eu sou a garota que você comprou para o sexo."

Ele riu.
Meus olhos se arregalaram. Eu não acho que ele fazia o tipo de rir,
ele parecia muito sério, muito em conflito o tempo todo. Fox de repente
mudou, destruindo a ligação entre nós. Sentado na beira da cama, seu
quadril pressionado duramente contra a minha perna. Seu rosto estava
duro e severo, sua cicatriz particularmente viva. "Uma vez que eu coloque
isso, não é para você tirá-lo."

Recusei-me a concordar com qualquer coisa que se relacionava


com a minha liberdade. Eu não era uma prisioneira. Seu cabelo úmido e
cheiro de roupa fresca me disseram que ele já tinha tomado banho.
Mudando de assunto, perguntei: "Você não veio para a cama ontem à noite.
Você veio?"

Ele franziu os lábios, dedos apertando ao redor da prata brilhando


na palma da mão. "Essa é outra coisa que precisamos discutir. Eu só durmo
durante o dia. Eu durmo desde o nascer do sol até o meio-dia. Você vai
seguir minha rotina."

Na minha vida real, eu estaria acordada a mais de uma hora por


agora, preparado o café da manhã de Clara e seu almoço para a escola. Eu
estaria vestida e empolgada sobre o café, pronta para outro dia.

Abrindo seu aperto, ele deixou deslizar a prata de sua mão para o
meu colo. Meus olhos se arregalaram, vendo o longo comprimento da
corrente no topo do lençol. "O que é isso?"

"Eu fiz isso por você. É uma maneira de nos certificarmos de que
você não me toque."

Engoli em seco, olhando mais firme. Estendi a mão para tocá-lo,


mas Fox se inclinou para frente e pegou o metal de volta. Os nós dos dedos
escovaram entre as minhas pernas, e nós dois congelamos.

Meus lábios entreabertos quando o persistente calor do meu sonho


voltou com força total. Meu sangue como bananas de dinamite através de
meu sistema, pronto para mais munição, pronto para explodir.
Fox pigarreou, mantendo uma distância cuidadosa. Seu corpo
ficou apertado e disciplinado quando ele ordenou, "Levante suas mãos e as
coloque em seu cabelo."

Ah, dilema.

Se eu colocasse minhas mãos para cima, o lenço cairia. Meus


mamilos endureceram com o pensamento de serem expostos a ele. Por mais
que ele me excitasse, eu não estava confortável expondo-me completamente.
Estupidamente senti que uma vez que ele tivesse me visto, ele saberia mais
dos meus segredos, compreenderia o quanto eu os mantinha dele.

Quando eu não obedeci, ele retrucou, "Faça isso. Eu não vou pedir
de novo.” Seus olhos percorreram até meus lábios, em toda a minha
garganta exposta, ao inchamento dos meus pequenos peitos. "Eu quero ver.
Me mostre."

O interesse rouco em sua voz provocou, me concedendo uma


pequena quantidade de energia. Tomando uma profunda respiração, eu
lentamente reuni meu cabelo em um rabo de cavalo bagunçado. De alguma
forma, eu consegui manter o lençol apertado debaixo dos meus braços.

Fox fez uma careta. "Deixe de lado o lençol."

Meu coração voou em minha garganta. Rangendo os dentes, eu


desprendi meus braços e fiquei calada quando o lençol deslizou no meu
corpo, beijando meus mamilos antes de cair para o meu colo.

Fox prendeu a respiração. Mantendo as costas retas, eu não tentei


mostrar o que seu olhar fixo de fascínio fez para mim. Cada polegada me
queimou, amando a obsessão em seu olhar.

Assim como seu corpo tinha sinais remanescentes de sua vida


violenta, o meu também. Eu não tinha vindo ilesa a partir de alguns
incidentes, incluindo uma cicatriz superficial ao longo do meu lado esquerdo
e outra mais profunda cicatriz logo acima do meu púbis.
Sua mão segurou meu seio direito, passando o polegar por cima do
piercing de mamilo perfurado nele. "Você voluntariamente deformou a si
mesma?" Sua voz estava diferente, estrangulada. "Você mutilou o seu corpo?
Por quê?"

O prazer dele me tocando evaporou. "Eu não o considero


deformando. Eu considero que é certo para mim. Eu posso fazer o que
quero. Assim como você se decora com cicatrizes; Eu posso adicionar
alguma decoração."

Ele explodiu na posição vertical. "Você acha que elas são


decorativas. Você acha que eu permiti que elas acontecessem?" Olhando a
distância, ele arrastou as mãos pelos cabelos, xingando baixinho.

Seu temperamento evaporou-se tão rapidamente como tinha


chegado e eu me senti exposta, perguntando o que diabos eu deveria fazer.
Era meu trabalho acalmá-lo, bem como transar com ele?

Voltando a sentar-se na cama, ele olhou para o piercing como se


fosse uma blasfêmia. Eu não gostava do olhar turbulento em seus olhos, o
homem estranho, forte e mandão tinha sumido. Em seu lugar estava
sentado comigo um homem com problemas mais profundos do que eu
jamais poderia imaginar.

Engolindo em seco, Fox se transformou novamente e bloqueou


tudo fora. "Coloque as mãos juntas."

Sem dizer uma palavra, eu obedeci e estremeci quando suas mãos


foram ao redor do meu pescoço. O cheiro de Fox de fumaça me nublou
quando seu corpo se moveu mais perto do meu. A corrente brilhava a luz do
sol como uma coisa vida, mas queimou minha pele como gelo.

"O que é isso?" Minha voz vacilou. Meus nervos ficaram vivos no
meu estômago com asas frenéticas. Meus dedos ficaram brancos quando eu
os tranquei mais apertados.
Não toque nele. Não toque nele.

"Eu disse a você." A respiração de Fox fez cócegas na minha


clavícula. Ele prendeu o colar e recuou. Um longo comprimento de corrente
pendia para baixo, da frente do meu corpo, empoçamento no lençol.
Concentrando-se, posicionando a prata no vale dos meus seios e para baixo
do centro do meu estômago.

Todos os sentidos do meu corpo focados. Eu queria me inclinar em


seu toque e convidar para mais, mas ao mesmo tempo eu queria correr. Se
um simples toque poderia fazer-me molhada, como eu iria lidar quando ele
finalmente me levasse?

"Mantenha suas mãos paradas." Ele olhou para o meu colo como
se eu tivesse planejado tocá-lo a qualquer momento sem aviso. Os olhos
fixos nos meus. Eu balancei a cabeça.

Aparentemente satisfeito, Fox se inclinou para frente novamente.


Reunindo a corrente restante, ele a dividiu em dois comprimentos e
envolveu-o em torno da minha cintura. Seus dedos eram gentis, adorando.
Eu congelei quando ele se atrapalhou atrás de mim, prendendo-o de alguma
forma.

O resultado foi uma corrente em volta do meu pescoço, uma em


volta da minha barriga, e um comprimento que ficava abaixo da frente do
meu corpo.

"Perfeito. Cabe."

Eu olhei para as jóias. Parecia uma corrente de prata normal, mas


um pouco mais grossa. Mais robusta do que um colar médio, porém
delicado o suficiente para ser feminino.

Fox se inclinou para trás, balançando a cabeça. "Esperemos que


ele funcione. No mínimo, ele vai me dar um aviso.”
Eu olhei para baixo, levantando a prata entre os meus seios. "E eu
tenho que usar isso o tempo todo?"

Ele resmungou. "Você não vai removê-lo." Seus olhos


endureceram. "Todas as manhãs, antes de dormir, você vai me deixar
segurar isso na parte final. Toda vez que nós tivermos sexo, você vai me
deixar anexar isto ao colar."

"Anexar o quê?"

Minha boca ficou seca quando ele puxou outra corrente do bolso.
Esta tinha um pequeno cadeado nos dois lados. Fazendo um gesto para eu
abrir meu braço, ele garantiu a prata pesada em torno de meus pulsos antes
de tirar o cadeado fechado. Ele prendeu o comprimento da corrente através
de uma volta do meu estômago antes de envolver a última parte em volta do
meu outro pulso e pressionar apertado minha corrente.

Ele efetivamente amarrou-me acima da cabeça como uma porra de


peru.

"Você não disse nada sobre escravidão."

Ele balançou a cabeça. "Não é escravidão. É proteção."

O medo cresceu quando eu olhei em seus olhos. "Proteção? De


que?"

Ele se levantou, seu olhar incolor me rasgando nua. "De mim."

Oh, Deus santo.

Enfiando a mão no bolso uma segunda vez, ele revelou um


manguito de couro grosso com prata combinando com o cadeado. Ele
murmurou: "Cada vez que formos dormir, eu vou usar isso. Se eu me
esquecer de colocá-lo, você deve dizer a mim para fazê-lo."

Eu não queria perguntar por quê. Não pergunte o por que.


"Por quê?" Eu respirei.

Seus olhos brilharam. "Porque se você não fizer isso, eu não posso
prometer que você vai acordar viva. O que eu fiz para você no meu escritório
não foi nada. Eu não tenho controle quando alguém me toca, por isso
certifique-se que você não o faz."

Meu coração parou. A maneira como ele disse isso tão “fato” me
gelou até os ossos. Ele não estava dramatizando, isso simplesmente era
assim.

Eu tentei esconder o meu medo, trancando-o afastado sob controle


de uma vontade férrea. "Ok."

"Este acordo entre nós é apenas para cumprir uma necessidade. E


eu não preciso da incerteza de você ser capaz de me tocar sempre que você
bem entender.” Ele olhou elegante e implacável. Um tiro de emoção através
de mim.

"O que faz você pensar que eu quero tocar em você de boa
vontade?"

Ele franziu a testa, apertando sua mandíbula. "Eu não me


importo. Dessa forma, você não pode."

Nós olhamos um para o outro. Vindo para frente, ele me dominou


quando sua persona mudou de proprietário irritado ao predador
interessado. Minha respiração acelerou em resposta.

Em um movimento rápido, Fox pegou o lençol escondendo minhas


pernas e os retirou. Eu vacilei em estado de choque, mas não me preocupei
com minha modéstia; tudo o que importava era a resolução desolada em
seus olhos.

"Eu queria você desde que eu pus os olhos em você, e eu vou levá-
la."
Suas grandes mãos agarraram meus quadris e me prenderam. Eu
gritei quando ele me apoiou nas mãos e joelhos com força e sem esforço. "Eu
fiz uma promessa Eu não posso continuar," ele murmurou, arrastando seu
nariz ao longo da minha espinha. “Eu pensei que eu poderia fazê-lo, mas
não é possível.”

Seu hálito quente formigava em minhas costas enquanto ele


alcançou abaixo e agarrou meu peito com os dedos ásperos.

Estremeci, amaldiçoando meu aquecimento corporal para ele,


derretendo por ele. Eu deveria odiar a aspereza, a falta de humanidade em
seu toque, mas ele acendeu a dinamite no meu sangue com o seu áspero,
sem amor comando.

"Que promessa?" Eu sussurrei, já ofegante.

Seus dedos enganchados para os lados de minha calcinha,


puxando-a para baixo até meus quadris, até que elas descansaram em torno
de meus joelhos na cama. Ele gemeu quando ele empurrou minhas pernas,
me expondo.

Minha cabeça pendeu para frente quando ele subiu atrás de mim.
O farfalhar de roupas sendo removidas fez minha boca seca e meu coração
parar de bater.

Seu dedo traçou a rachadura da minha bunda, mergulhando mais


baixo, seguindo o meu calor até que encontrou umidade. "Foda-me," ele
murmurou antes de rodar a ponta do dedo ao redor da minha entrada.
"Deus, você está molhada."

Minhas costas se curvaram; meus membros tremiam. Eu tinha ido


de tensa para precisando dele em um segundo. A ponta do seu dedo entrou
em mim antes de rodar em volta a pressionar contra o meu clitóris.

"Eu prometi que faria você gostar de me foder tanto quanto eu


desfrutaria pra caralho." Ele se inclinou, sufocando minhas costas com seu
torso. Seus dentes roçaram meu pescoço enquanto a dureza da espessura
de seu pau cutucou meu núcleo. "Para isso eu teria que tocar em você. Eu
teria que baixar a guarda. Eu não tenho a força."

Uma mão agarrou um punhado de cabelos, puxando meu pescoço


para trás enquanto outra garantiu meu quadril, prendendo-me no lugar.
Sua ereção balançava contra a minha carne exterior, quente e duro.

Eu não estava pronta.

Eu não estou preparada.

Medo iluminou meu coração e eu me mexi, tentando desalojar o


seu aperto. "Espere. Não —"

"Eu sinto muito, dobycha," ele gemeu, empurrando violentamente,


friamente, cruelmente em mim. Meus cotovelos cederam e eu caí de cabeça
no travesseiro. Minhas mãos atadas não poderiam me apoiar.

Tudo queimava. Tudo doía.

Eu respirei ofegante, sugando enquanto a dor lancinante,


assustadora de ser levada violentamente me fez chorar. Lágrimas quentes
foram absorvidas instantaneamente pelo travesseiro quando Fox bateu em
mim novamente. Ele perdeu-se, transformando-se desumanamente quando
ele me montou. Meu couro cabeludo gritou onde ele me prendeu cativa pelo
meu cabelo.

Foi-se a luxúria; as centelhas de necessidade no meu sangue.


Tudo o que eu senti foi ser usada e nada mais do que lixo.

Mordi o lábio até que eu tirei sangue quando ele se retirou, só para
bater em mim novamente. "Sim. Foda-se.” Ele soava distante, não estava
mais comigo mentalmente.

Seus dedos agarraram meus quadris, me segurando no lugar


enquanto ele empurrou violentamente. Cada libra enviando ondas de
choque de agonia através de mim. Seus quadris cavaram na minha bunda,
adicionando mais contusões.

Se havia alguma bênção a ser tomada de forma tão horrível, era


que em pouco tempo tudo estava acabado. Fox deu um impulso cada vez
mais forte, me deixando cada vez mais funda no travesseiro. Ele encheu-me
à beira até que eu pensei que eu ia me dividir em duas.

Mas então ele congelou, jorrando profunda umidade quente dentro


de mim, gemendo. A última pulsação da sua liberação encheu-me, ele
puxou e desceu da cama.

Todo o meu corpo tremia com adrenalina e infelicidade. Eu não


ousava me mover até que a porta do quarto foi aberta e fechada, quando Fox
me deixou. Com um suspiro irregular, eu caí ao meu lado e me enrolei em
uma bola apertada.

A rigidez de sua vinda manchando a face interna em minhas


coxas, e as algemas cavadas em meus pulsos, eu não podia me mover.

Eu não poderia trazer-me a pensar ou amaldiçoar ou executar.

Mais uma vez a vida provou que eu era uma idiota. Uma
gananciosa imbecil que pensou que podia ver algo bom no escuro e
conturbado homem. Quem acredita na bondade fundamental das pessoas o
suficiente para deixar-se ser usada e jogada fora.

Isso tinha acontecido antes. Tinha acontecido novamente. Eu não


tinha aprendido a lição.

Eu estava com meus olhos bem abertos, observando a lenta


jornada do nascer do sol ao meio-dia para o pôr do sol. Eu não poderia me
obrigar a pensar como corrigir isso ou até mesmo pensar em Clara.

Eu me amaldiçoei, manchando a minha esperança com a


realidade.
Foda-se duzentos mil dólares. Foda-se ele.

Quando o crepúsculo caiu e eu tive o suficiente de chafurdar na


imundície que eu tinha criado, eu cautelosamente manquei até o banheiro.

Evitando olhar no espelho, me concentrei na prata em torno de


meus pulsos. Com os dentes cerrados, eu as puxei com toda a minha força,
suando com esforço até um pedaço ceder, permitindo-me ficar livre.

Eu não poderia remover o colar de corrente ou da barriga, mas,


pelo menos, minhas mãos estavam livres. Livre para tomar banho, para me
vestir e sair da maldita porta.

Obsidian Fox tinha sujado com a menina errada. Gostaria de


partir, em seguida, gostaria de voltar e fazer ele se arrepender de ter me
machucado.

Gostaria de ensinar-lhe que, embora ele possa ser assombrado,


isso não lhe dava nenhum direito, nenhum, de magoar os outros.

Eu seria o seu pesadelo.


Oito

Minha vida nunca foi fácil.

Eu aprendi isso, graças a um rigoroso programa de treinamento


que me deixou quase morto e desastrado para um caminho de volta à vida.

Eu não daria desculpas para o meu comportamento. Eu sabia o


que eu fiz.

Mas eu encontrei uma maneira de lidar com a escuridão em meu


cérebro. Eu encontrei vítimas relutantes e dei-lhes a minha dor. Foi um
acordo e funcionou — por um tempo.

Eu pensei que poderia enxugar minhas violentas tendências


graças à cura que eu tinha encontrado em uma mulher.

Eu empilhei todas as minhas esperanças e súplicas e orações em


um milagre, e porra me arruinei quando ele acabou por ser falso.

Em vez de tratá-la gentilmente, eu escorreguei de volta ao passado


e perdi.

Eu a estuprei. Eu a feri. Eu a fiz correr e me deixar.

Eu deveria saber que convidar uma mulher feroz para minha vida
só iria torná-la pior.

Ela conseguiu ser meu inferno pessoal.

Ela fez questão de me quebrar.


Porra.

Eu não podia acreditar no que tinha feito. Eu não podia acreditar


que tinha tomado de modo áspero sem a porra de um remorso ou
pensamento por sua segurança.

No instante em que a prendi, em vez de ser acalmado por estar no


controle, isso me fez estalar.

Porra!

Eu era o maior bastardo vivo.

Eu não conseguia ficar em torno dela, sabendo que eu arruinei


tudo. Eu fiz a única coisa que eu poderia fazer para protegê-la.

Eu corri.

Voltei para o porão para bater a minha raiva em um pedaço de


bronze. Eu estava fodido por levá-la muito rápido. Forcei-me sobre ela e não
era melhor do que um escória de estuprador.

Desgraçado!

Eu me encolhia longe e recebi minha dor marcando a planta do


meu pé com um pedaço de ferro quente.

O mau cheiro de carne queimada ajudou a purificar os meus


pensamentos, me dando um descanso das coisas monstruosas que eu tinha
feito.

Apenas quando eu conseguisse pensar direito e me assemelhasse


a um ser humano, em vez de uma besta, eu iria procurá-la e me desculpar.
Virei a casa de cabeça para baixo, procurando.

Eu não pude encontrá-la.

Em qualquer lugar.
Em todos os lugares que eu olhei, estava vazio. Cada quarto. Cada
espaço.

Eu tinha danificado o que quer que existia entre nós, mas eu não
esperava que ela me abandonasse.

Você porra a estuprou, seu idiota!

Eu tinha feito a ela o que eu tinha jurado nunca mais fazer de


novo, eu levei alguém de livre vontade e fiz algo contra a sua vontade. Eu
não era melhor do que eles.

Ela tinha ido embora.

Ido!

O clube tem início às nove horas, e eu esperei por Oscar no topo


da escada, tremendo de desamparo e raiva. No momento em que ele
apareceu, eu rugi, "Você a deixou sair, porra?"

Oscar subiu o último degrau com a rigidez de preparação para


uma luta. Seus ombros tensos, o rosto escurecido.

Eu fechei e abri meus punhos. Como ela ousa desaparecer! Eu não


podia deixá-la terminar assim. Eu tinha que fazê-la me perdoar. Eu tinha
que pedir desculpas. Eu precisava de uma segunda chance de merda.

Ele olhou como um assassino sangrento, olhos azuis que


rasgavam os meus. "Que porra eu deveria fazer? Ela é uma mulher livre, não
uma prisioneira! Ela pediu uma carona algumas horas atrás e eu
concordei.” Chegando mais perto, ele fervia, "Que diabos você fez com ela
ontem à noite, Fox? Ela saiu daqui como se tivesse sido usada por uma
porra de um garanhão." Seu olhar me atirou com balas de raiva. "Eu espero
que tenha valido o seu dinheiro porque eu duvido que ela vá voltar."
Este foi o mesmo pau que tinha desprezado Zel noite passada. O
mesmo homem que olhou como se Zel fosse um súcubo que veio para
roubar minha alma.

"Isso não é da sua maldita conta. Ela era minha. Tínhamos um


acordo!"

"Um acordo? O quê? Onde você foi autorizado a destruir a pobre


moça? Não me faça rir."

Minha raiva se transformou em raiva em brasa. Oscar não poderia


apontar dedos. Hipócrita da porra. Ele tinha mais mulheres do que eu já
conheci. Ele as usou e as expulsou de lado sem nenhuma preocupação com
seus sentimentos.

"Pelo menos eu só feri uma." Apertei os olhos, desafiando-o a


discutir.

A boca de Oscar estava aberta. "Dane-se. Eu fodo mulheres que


querem me foder. Eu não as rapto e, em seguida, as estupro. Pelo amor de
Deus, teremos a polícia aqui se ela decidir dar queixa."

A idéia de ser tocado por muitos, de ser algemado e preso em uma


gaiola, fez a minha sanidade instável ainda mais. Eu vivi em gaiolas,
pertencente a outros. Eu estava feito.

Eu não podia falar. Raiva fechou minha garganta enquanto eu


estava precariamente perto da borda, eu estava sempre a um passo da
queda.

"Eu fodi ela. E daí?"

Oscar veio para frente. "Por favor, me diga que ela queria ou algo
assim. Nós podemos ser parceiros de negócios, Fox, e eu não sei com que
merda você lidou no seu passado, mas se você a estuprou, vou matá-lo eu
mesmo."
O interruptor profundamente enterrado dentro com que eu sempre
lutei acendeu. A compaixão que eu lutei tanto para cultivar desapareceu em
uma nuvem de fumaça. Cada lição que eu já tinha aprendido, toda a dor
que eu tinha sofrido, todo o sangue que eu derramei — me inundaram em
uma nuvem de contaminação.

"Você acha que poderia me matar?" Minha voz nunca passou de


um sussurro, mas pulsava com uma ameaça.

O barulho dos lutadores esmurrando uns com os outros no


Obsidian picavam minha pele com energia.

Violência. Sangue. Dor. Era o meu DNA. A única razão pela qual
eu nasci, a única razão pela qual eu continuava vivo.

Dei um passo em direção a Oscar. Seu bronzeado saudável


desbotado quando o medo caiu em suas feições. Em vez de recuar, ele deu
um passo adiante, até que apenas um pé nos separou. "Eu acho que você
precisa de algum sério tipo de porra de ajuda, Fox. A forma como você
estava com aquela mulher na noite passada, era obsessiva. Você parecia
completamente diferente. Diferente bom.” Sua voz perdeu a borda com raiva.
"Você parecia humano pela primeira vez desde que nos conhecemos. Você
precisa se desculpar, se você tem alguma esperança de corrigi-lo."

Um fantasma nunca se desculpava. Um fantasma estava lá para


obedecer. Um fantasma não tinha nada ou ninguém. Nós existíamos acima
da lei.

Você tem que destruir provas.

Você tem que matá-la.

O condicionamento encharcou o meu corpo em um suor frio.

"Qual o endereço que ela te deu?" Imagens de apertar sua


garganta, sugando sua alma saquearam minha mente. Era a única maneira.
Ela sabia sobre mim. Mostrei-lhe muito.

Oscar olhou por cima do ombro para os lutadores abaixo. No


ringue de Muay Thai apareceram dois lutadores ansiosos indo para lá com
uma ferocidade selvagem. Ninguém olhou para cima, ninguém prestava
atenção para o impasse entre nós.

Quanto mais ele me impediu de chegar a ela, mais puto eu ficava.


Ela era minha. Eu tinha o contrato para provar. Cada minuto que eu ficava
irritado me custava 139 dólares dos duzentos mil que eu concordei em
pagar a ela. Ela devia isso a mim, estar aqui. Lutando comigo. Deixar-me
fazer o que eu quisesse.

Sua mandíbula se apertou. "Eu não estou dando a você." Dando


mais um passo para trás, ele correu, "Você não sabe sobre a vida que ela
leva. E sobre a mulher que estava com ela na noite passada? O cara negro?
Você não pode ir cobrando algo lá em sua condição. É suicídio profissional.
Você tem alguma idéia do tipo de tempestade de merda que isso poderia
trazer?"

Meu temperamento queimado em nuclear. "Isso não é da sua


maldita conta."

Atacando em direção a ele, eu o empurrei para fora do caminho da


escada. Em vez de ir por vontade própria, Oscar parou e segurou meu
ombro.

No momento em que ele me tocou, eu o perdi.

Meu mundo mergulhou como uma máquina do tempo ruim,


atirando-me do presente para o passado.

"Você passou no primeiro teste de três. Parabéns."

Meu manipulador, e única pessoa que eu estava autorizado a falar,


se aproximou e me deu o que eu assim ansiava: alimentos. Porra, eu estava
com fome. Depois de duas semanas no poço com apenas sucatas para
alimentação, eu tinha quebrado a minha vontade, e eu tinha feito o que
tinham mandado.

Minha garganta fechou em torno do pedaço de frango, lembrando o


que eu tinha feito apenas uma hora antes. Eu tinha entrado em uma casa
repleta com decorações de Natal na janela e um fogo piscando na lareira. Eu
tinha furtivamente ido até as escadas na ponta de pés silenciosos e parado
sobre uma mulher que dormia profundamente em sua cama.

Eu a tinha apunhalado no coração, enquanto seu marido dormia.

Então, eu saí.

Engasguei, jogando o frango a distância, olhando para as minhas


mãos. Vestígios de sangue revestindo meus dedos, incandescência brilhando
com a condenação.

"Muito bem, Fox. Fez bem em matar sua mãe."

"Fox?"

"Fox! Maldição, pare!"

Um punho na mandíbula quebrou o flashback, e me arremessou


como um culpado estúpido. Eu iria matá-los. Eu os mataria por me fazer
assassinar minha mãe.

"Fox!"

Minha visão clareou dos dedos manchados de sangue de treze


anos de idade para um Oscar de olhos esbugalhados.

Suas mãos agarradas ao meu redor de seu pescoço, com os pés


pendendo do chão. A queimadura em meus ombros falou do peso que eu
segurei quase inconscientemente. Era tão fácil. Eu não sei por que eu lutei
tanto. Isso era tudo em que eu era bom.

Morte.
Oscar cuspiu na minha cara. Seu cuspe pousou no meu olho, e eu
o joguei para o lado com nojo.

"Saia dessa." Ele jogou um cinzeiro de cristal na minha cabeça. Ele


saltou fora de meu alcance, me rodeando.

Pisquei, trazendo em foco sua camisa rasgada e o lábio sangrando.


Medo fedeu em torno dele.

Merda. Merda. Merda.

Recuando, eu olhei para as minhas mãos para o símbolo tatuado


III em minhas palmas. Como poderia. Eu nunca me deixei ficar tão fraco?

Dor.

Eu preciso de dor.

Eu precisava de libertação. Eu precisava de uma fuga.

Passando em me calcanhar, eu saí. Adrenalina bombeando


espesso e rápido, por meu coração quebrado. Intimidando o meu caminho
através dos lutadores no chão da Obsidian, eu já sabia onde eu iria.

Eu não olhei para trás.

Vinte minutos mais tarde, eu gritei para o carro parar. Se o


Obsidian era exclusivo e sofisticado, criado para os lutadores hábeis que
queriam prestígio, o Dragonfly era seu irmão mais novo pecaminoso. Um
lugar onde um aviso tinha de ser assinado e apresentado apenas para o
caso de você não conseguir sair vivo.

Meu lugar favorito para medicina.

Eu o tinha encontrado por acaso. Quando me mudei para Sydney,


eu não conhecia ninguém. Tinha sido expulso do único mundo que eu
conhecia, eu atrapalhava na sociedade. Com nenhuma orientação ou regras,
eu não tinha nenhuma das minhas ferramentas usuais para ficar junto.

A única maneira de manter a calma em um nível administrável


tinha sido a emboscada. Na maioria das noites eu me escondi em becos
escuros, apenas esperando por acaso, presas tropeçarem em cima de minha
armadilha.

No momento em que eles estavam perto eu insultava e brincava,


os feria apenas o suficiente para eles me machucarem. Então eu me forçava
a parar para dar-lhes a mão vencedora. Isso ajudou a aliviar a minha dor, e
eu me congratulava.

Apenas uma vez isso tinha me dado o suficiente para existir outro
dia e roubá-los e deixá-los correr. Deixando-os para serem encontrados por
outras pessoas, com minha identidade oculta pelos truques que eu tinha
aprendido dos meus proprietários.

Durante semanas isso funcionou, até que uma noite eu peguei um


cara que era dono do Drangonfly e ele me deu o que eu estava procurando.
Ele rasgou em mim quando ele canalizou como a porra de um velociraptor.
Ele clareou minha cabeça completamente da bagunça de dentro.

A luta foi mera aspirina, enquanto Oaks Poison era a minha


morfina.

Seu nome de combate lhe cabia perfeitamente, pois ele era


construído como uma árvore de mil anos de idade, seus braços eram do
tamanho de troncos, e seu temperamento era venenoso. Ninguém o irritava.
Eles sabiam melhor.

Estacionei meu Cayman preto, corri pelo beco escuro antes de


tomar uma curva à esquerda.
Uma libélula em neon era o único sinal de que o clube existia. Sem
sinais berrantes, nenhum indício de existência. Assim como o Obsidian,
ambos os clubes se esforçavam pelo sigilo.

Batendo na porta na sequência de código correto, eu olhei para o


segurança que abriu a porta.

Um mundo enfumaçado se abriu atrás dele. Eu precisava chegar


lá e lutar. Então talvez eu pudesse limpar a minha cabeça antes de procurar
Zel.

Para localizá-la e levá-la para casa como uma caça que era minha
por direito.

"Oaks Poison? Ele está aqui?" Minha voz perdeu seu sotaque
australiano falso e escorregou para o russo. Minha visão pulsava com cinzas
e brancos, quase como se minha visão estivesse nublada e embaçada.

Eu não tinha estado tão perto antes. Não, em dois anos.

O segurança estendeu a mão, apontando para a parte traseira.


Pisando de lado, ele me deixou passar, ciente de não me tocar.

Eu não disse uma palavra quando eu fiz o meu caminho através


da multidão ofegante, com cuidado de não tocar em ninguém. O ringue de
boxe no centro do clube era a única arena de luta. Cada disciplina foi
deixada e as manchas escuras no chão, junto com o equipamento
esfarrapado e cordas, falava de batalhas vencidas e perdidas.

Meu coração bateu mais rápido, preparando-se para uma luta.

Eu o achei com uma mulher seminua com seios falsos sobre seu
colo. Sua pele bronzeada e braços tatuados ficaram tensos, saltando seu
peso como um animal de estimação ou uma criança em seu joelho.

No instante em que ele me viu, ele congelou. "Não esta noite, Fox.
Eu não estou com humor para sua besteira."
Levou tudo em mim para não golpear a mulher de seu colo e
transportá-lo para o ringue.

"Dez mil. Dê-me tudo o que você tem."

Ele balançou a cabeça, seu couro cabeludo careca brilhando


graças às luzes de néon nas formas de libélulas. O teto foi pintado com mil
dos malditos insetos, transformando a sala inteira em um inseto montado
na gaiola.

"Eu não estou com vontade de ir para o hospital novamente, Fox.


Foda-se."

A mulher riu e beijou sua bochecha, esfregando seus mamilos


contra sua mão.

A mulher era uma prostituta barata; meu pau não mostrou


nenhum interesse em sua falsidade. Apenas Zel tinha poder sobre aquele
pedaço de minha anatomia. Ela provou que ainda funcionava. Bem demais.

"Eu não vou tocar em você. Você tem a minha palavra," eu menti.
Eu tinha que levá-lo no ringue. Meu corpo parecia que ia explodir a
qualquer momento. Eu tinha que começar a bater esta maldade fora de
mim. Eu tinha que encontrar meu caminho de volta para o homem que eu
queria ser e não o homem que eu tinha sido treinado para ser.

Eu precisava ser punido.

Os olhos castanhos de Poison se estreitaram. "Você espera que eu


acredite nisso?"

"Você pode prender minhas mãos. Eu não me importo." Meus


olhos caíram para seus dedos acariciando a coxa da mulher. Eu sabia quão
mortal ele poderia ser. Eu tinha sofrido dor. Grande dor. A dor que eu
queria novamente.
Depois de um minuto interminável, ele suspirou. "Tudo bem."
Olhando por cima do ombro, ele fez sinal para um grande cara com um
cavanhaque preto. "Traga um pouco de corda e prenda seus pulsos."

O homem acenou com a cabeça e desapareceu na multidão. Ele


voltou um momento depois com um comprimento de cordas pesadas. Eu era
bem versado na arte de nós e cordas. Era uma arma perfeita: silenciosa,
portátil, indetectável.

"Estenda," Ele mastigou ruidosamente um chiclete, esperando por


mim para obedecer. Demorou muito para girar ao redor e apresentar meus
pulsos. Minha mandíbula travada quando eu deliberadamente e
obedientemente ocupei a posição submissa.

Olhando por cima do meu ombro, eu exigi, "Não me toque. Apenas


enrole a corda e amarre apertado."

"Cara, como diabos eu não deveria tocar em você?" Ele colocou a


goma, olhando para mim como se eu fosse um idiota.

Toque-me e veja o que acontece, filho da puta.

"Faça o que ele diz, Geoff. Você não quer saber o que acontece de
outra forma." Oaks Poison deslocou a mulher fora de seu joelho e ficou de
pé em seu impressionante dois metros de altura.

Eu mantive meus olhos nos dele, tentando ignorar qualquer toque


rápido quando Geoff prendeu meus pulsos. Meu coração disparou quando o
fio esfregou contra a minha pele e esticou.

Uma vez que o nó foi apertado, ele murmurou, "Concluído."

Poison inclinou a cabeça para o ringue. "Vamos lá, você é um


psicopata. Eu não tenho tempo para isso." Juntos nós nos mudamos para o
ringue. Ele acrescentou: "Você realmente precisa de alguma terapia. Isto não
é o tipo de merda que você deve precisar."
Eu não respondi. Meu corpo tinha deixado de existir; tudo o que
eu pensava era encontrar a paz. O medo de estar preso não poderia
substituir a deliciosa expectativa do que estava por vir.

Poison olhou para o DJ no canto do quarto pequeno


excessivamente embalado e arrastou um dedo sobre a garganta. A música
morreu e as pessoas pararam de falar instantaneamente. "Qualquer um que
queria ver uma contusão brutal, reúna-se. Você —" ele apontou para os
homens do ringue "— saiam."

Os caras deslizaram com o equipamento. Subi com o auxílio de um


empurrão com raiva de Poison. No momento em que estávamos no ringue,
um zumbido encheu-me. O conhecimento que eu iria ter o meu traseiro
chutado e tudo ficaria bem.

"Vê como o manipulamos, Fox? Assim você pode parar de lutar


contra nós. Nós ganhamos. Toda vez. Você é nosso, e você precisa se lembrar
disso."

A visão surgiu na minha cabeça pouco antes do punho de Poison


colidir com o meu estômago. Meus pulmões engasgaram sem ar quando eu
dobrei com choque e dor tremeu através do meu torso. No momento em que
a agonia pulsante passou através de mim, um pequeno pedaço de tortura, a
escuridão em meu cérebro rachou, deixando a luz brilhar.

Música clicando, chovendo dos alto-falantes; reggae com um toque


de bateria e baixo. Meu corpo girou, antecipando o próximo movimento de
Poison. Eu estava lá para ser purgado pela dor, mas isso não quer dizer que
eu tinha que tornar isso mais fácil para ele.

Ele pensou que estava a salvo com as mãos atadas. Idiota do


caralho.

"Vamos, Oaks!" Alguém gritou, assim que Poison atirou-se fora das
cordas de boxe e torpedeou em minha direção. Arremessando para o lado,
eu trouxe o meu joelho para cima e bati-lhe no estômago.
Oaks se inclinou para o lado, respirando com dificuldade. Sua pele
bronzeada ficou vermelha de raiva e dor. "Oi, filho da puta. Eu pensei que
você disse que não iria retaliar.” Ele cobrou, me empurrando para trás.
Punho após punho pousou no meu queixo e no peito. Cada soco trouxe mais
luz. Mais espaço para respirar.

Eu me senti mais leve, mais humano.

Eu sorri quando ele me golpeou com um gancho de direita, e eu


caí de joelhos. Estrelas e luzes brilhantes dançaram na minha visão,
dissipando a névoa branca que tinha rastejado sobre mim. Eu estava
melhorando.

Eu encontrei o que precisava.

Meus dentes bateram juntos quando Poison me chutou no peito.


Meus pulmões se fecharam de repente, parando qualquer entrada de ar.

Deitei-me de lado, arfando como um maldito peixe morrendo


quando Poison entregou pontapé após pontapé em minhas costelas. Eu
mantive o meu corpo apertado contra o ataque, protegendo ossos com
músculos grossos.

Confusão e memórias — a bagunça no meu cérebro evaporando,


dando clareza.

Quando a perna de Poison veio a distância, eu empinei a cabeça —


acertando seu peito. Ele foi para baixo apenas como um carvalho gigante,
saltando no chão elástico. "Que porra é essa, Fox?"

Escalei para os meus pés sem jeito, eu o chutei uma vez. "Eu disse
que eu não iria colocá-lo de volta no hospital, não que eu não ia tentar."

"Isso é uma mentira. Você disse que não iria me tocar. Ponto."

Sorri, sentindo um fio de gotejamento metálico quente do meu


nariz em minha boca. "Oops."
Ele voltou para a posição vertical e se lançou. Seu ombro
conectado com o meu peito, me deixando para trás para colidir com as
cordas.

Fechei os olhos enquanto ele me prendeu e congratulou-se com a


enxurrada de punhos em meus lados. Cada contusão enviando prazer e
alívio. Cada agonia me ajudou uma polegada em direção a bem-
aventurança.

Poison dançou longe, com os punhos em posição vertical,


protegendo a si mesmo. Avancei, braços amarrados atrás das minhas
costas. Respirar era difícil. Ver era difícil. Cada movimento gritou com a dor.
Mas eu não conseguia parar ainda. Ainda não.

"Fox. Para —" gritou ele, assim que eu saltei e acertei seu ouvido.
A vitória bateu rápido e quente, mesmo que meus pulsos cresceram
escorregadios com o sangue do barbante.

Poison tropeçou para o lado, segurando sua cabeça, onde eu o


chutei. Seu couro cabeludo calvo mostrou um maciço edifício inchaço sob a
pele.

"Você vai pagar por isso," ele rosnou.

"Venha me pegar." Ele era mais alto, deixando-me livre para um


tiro para o meu queixo.

Ele não era estúpido. Ele percebeu a armadilha e se afastou, em


busca de uma fraqueza. As mãos dele flexionada quando ele planejou sua
próxima manobra.

Eu sabia o momento em que ele tomou uma decisão e saltou tão


alto quanto eu poderia ir. O momento em que ele bateu em mim, minhas
pernas enrolada na cintura, e eu usei meu crânio para bater contra o dele.
Ele tropeçou, caindo no chão, caindo do lado dele comigo agarrado
a ele. Mais estrelas brilharam em meus olhos, mas eu não desbloqueei os
meus tornozelos.

Ele me rolou na lateral, enviando agonia aborrecida pela minha


parte inferior das costas. Outro punho conectado com meu plexo solar,
caindo meus pulmões, então eu não podia respirar.

Então ele fez um golpe baixo.

Um cotovelo pousou na minha virilha. Minhas bolas atiraram para


dentro, gritando em dor excruciante. Fogo lambeu direto através de mim.
Minhas pernas deixaram ir em seu próprio acordo, e ele me empurrou com
um grunhido irritado.

Cânticos da multidão e encorajamento para Poison soaram em


meus ouvidos. A agonia do golpe baixo enviando náuseas nas minhas
entranhas.

Trapaceiro do caralho.

Rolei de joelhos, inclinando-me sobre as pernas dobradas, arfando


através da lavagem de dor.

Poison estava de pé, respirando com dificuldade. Um corte


vomitado de sangue de sua testa e de cada lado do seu nariz. "Desiste, Fox?"

"Você nunca está pronto. Não importa em que condição o seu corpo
está. Você sempre termina seu objetivo.” Meu manipulador estava em cima de
mim com o pé de cabra muito familiar. Ele tinha batido em mim sangrentas
vezes o suficiente para eu tremer sempre que ele chegava perto. Eu estava
certo em temê-lo.

"Responda-me, agente."
"Sim, senhor." Eu mantive meus olhos baixos enquanto patrulhavam
em torno de mim. Fiquei firme, não deixando ele ver o meu medo. Do nada, ele
bateu com o pé de cabra no meu fêmur. Ele retrucou uma crise horrível.

Mordi o lábio com tanta força que sangrou como uma cachoeira na
minha boca, mas eu não me movi da minha posição. Eu não fiz um som.

Empurrando uma arma com um silenciador em meu aperto, ele


apontou em direção ao horizonte, onde um complexo cheio de diplomatas e
informantes descansavam.

"Vai terminar a sua missão, agente. Se você tiver sucesso, em


seguida, nós vamos corrigir sua perna."

Eu balancei a cabeça uma vez e agarrei a arma como se ela


pudesse me dar alívio da dor.

Eu fui mancando para o trabalho.

"Nunca, Oaks," Rosnei, lançando-me na posição vertical. Largando


meu ombro, eu o derrubei fora de seus pés e desci com ele. Ele apertou
minha mandíbula e minha bochecha, até poucos dentes baterem e eu já não
podia ver com meu olho direito.

Só quando eu deixei toda a luta fora do meu corpo e cai para o


lado que ele parou de me socar.

"Desiste agora, filho da puta?"

Eu sorri, não estava mais no meu corpo quebrado e machucado,


mas flutuando num mar de calma. Paz, serenidade — a droga do
esquecimento.

"Sim. Agora eu estou satisfeito."


"Você precisa impedi-lo de vir aqui. Eu estou farto de dar-lhe sua
terapia fodida."

Eu deixei minha neblina livre da dor, onde há pensamentos ou


flashbacks para prestar atenção para o ronco de vozes masculinas. A porta
do carro bateu, bloqueando o ruído da vida nas ruas e das idas e vindas.

Meu corpo doía, parecia que eu tinha sido atropelado por um


maldito trem.

"Entendi. Isso não vai acontecer novamente," a voz culta de Oz se


afastou calmamente.

Maldição, por que Poison tinha chamado ele? O único homem que
eu não quero ver. O homem a quem eu devia um pedido de desculpas.

Engolindo em seco, eu estremeci. Ok, talvez eu fosse precisar de


mais do que apenas dormir, mas isso era o que eu amava em Oaks Poison.
Ele me dava o que eu precisava.

E eu precisava desesperadamente de um chute na bunda.

Se você não tiver cuidado você vai transformá-lo em seu


manipulador. Seja um homem de merda e possua sua própria vida.

Eu faria se eu soubesse como. Como um assassino desonesto


deveria existir em um mundo de hierarquia, se ele não tinha ordens para
seguir?

Eles deram-lhe a pílula para acabar com ela. Você sabe que é o que
é esperado de você.

A pílula de cianeto que tinham me dado descansava no meu cofre


escondido no meu guarda-roupa. Eu não tinha feito o que era esperado, eu
queria viver.
Eu queria ver o que toda pessoa tinha — viver um tipo diferente de
vida.

Eu torci um pouco no banco de trás, onde eu tinha sido colocado.


A dor ressoou através de meu corpo, mantendo-me concentrado e presente.
Sorrindo, eu suspirei.

Esta noite foi uma boa noite.

Hoje à noite tinha me purgado o suficiente para ser seguro estar


em torno de Zel.

Amanhã, eu iria encontrá-la e implorar por uma segunda chance.

"Acorde, seu idiota. Estamos em casa."

Meu olho esquerdo tinha inchado e fechado, o único que ainda


estava operacional tinha uma névoa vermelha sobre ele a partir do sangue
escorrendo do meu cabelo.

Oscar abriu a porta do carro, com uma careta.

Eu olhei para trás, apertando os olhos contra as luzes da casa


iluminando-o enquanto ele estava com as mãos em seus quadris como um
pai descontente.

Aposto que ele estava feliz que ele não era o meu verdadeiro pai.

Eu o matei.

Engolindo em seco, me concentrei nas dores e dores, de modo a


não me lembrar da noite passada. Eu não pude pensar sobre estuprar Zel,
sobre o monstro que eu me tornei.

Gemendo alto, eu me puxei de pé e praticamente cai para fora do


carro.
Oscar agarrou-me sob o braço, me içou para os meus pés. Desta
vez eu não me importava que ele me tocasse, os dedos detinham violência e
não companheirismo. Eu estava acostumado com isso.

Em vez de me ajudar a entrar no prédio, ele me empurrou para


frente como se não pudesse suportar olhar para mim. "Descanse um pouco.
Vou mandar um médico."

Eu tropecei para frente. Minhas orelhas em pé quando ele


murmurou: "Deus tenha piedade de sua fodida alma."

Dando-lhe a saudação de um dedo sobre o meu ombro, eu


continuei a minha balançante viagem em direção a minha casa.

Meu corpo rangeu e se queixou, mas lentamente se lembrava de


como se mover.

Meus olhos embaçados olharam para o horizonte. Veludo preto


pesado apagou todas as estrelas e luar.

Eu estimei que eram duas horas da manhã.

Merda. Tudo o que eu queria fazer era dormir, mas eu não podia.

O sol estaria ausente para mais quatro horas.

Eu teria que esperar para o meu primeiro e único amigo aparecer e


me proteger de pesadelos.

Minha vigília para a luz do dia tinha começado.


Nove

Eu sempre me orgulhei de ser forte, mas isso mudou quando me


disseram que Clara tinha apenas alguns meses de vida.

A ilusão de poder sobre o próprio destino era uma mentira. A


maior mentira de todas.

Seu sistema imunológico era seu inimigo e desde então eu odiava a


vida com uma paixão sempre ardente. Perdi a fé na humanidade, na justiça,
em mim mesma.

Eu deixei minha fraqueza me colocar em uma situação onde um


homem brutal se aproveitou de mim.

Mas, em sua violência, ele me fez lembrar.

Lembrou-me do meu passado, meu temperamento, minha


coragem.

Ele me devolveu minha espinha dorsal e eu nunca iria deixá-la ir


novamente.

Gostaria de ensinar-lhe por que eu tinha me batizado Hunter.

A caça tinha começado para fazê-lo pagar.

"Zelly, é você?" Clue veio de seu quarto, cabelo preto bagunçado do


sono.

Eu calmamente fechei a porta atrás de mim, suspirando. "Sim, eu


estou de volta."
Eu não esperava que Oscar — o idiota teimoso que trabalhava com
Fox — me levasse para casa. Quando ele me avistou me esgueirando pelo
chão da arena semi-vazia, pouco antes do pôr do sol, eu me preocupei que
ele iria me jogar por cima do ombro e me levar de volta para Fox.

Em vez disso, ele sorriu e pediu desculpas por ser um idiota na


noite anterior e se ofereceu para me levar onde quer que eu quisesse. Nós
não dissemos muito no caminho de volta, e nós caímos em um silêncio
sociável que alisou a animosidade entre nós.

O carro demorou mais do que eu queria com o tráfego, e a falta de


sono me alcançou. Tudo o que eu queria fazer era enrolar-me em uma cama
familiar e esquecer.

Sobre tudo.

Clue olhou para a porta em frente dela e fez com que ela fosse
fechada firmemente contra os ouvidos curiosos da minha filha.

Caminhou para frente em seus chinelos de unicórnio rosa e


combinando com uma camiseta enorme, ela parecia ter quatorze anos de
idade. "Eu pensei que você disse que ia ficar fora por um tempo?" Ela bateu
com a mão sobre a boca quando um bocejo a pegou de surpresa. "O que
aconteceu?"

O apartamento cheirava a orégano e manjericão de qualquer coisa


que Clue tinha preparado para o jantar. O sofá de segunda mão estava
coberto por um tecido parecendo jornal, e nossa mesa de café tinha um mix
de jogos diferentes, um mundo diferente em comparação com a violência
preta lustrosa da mansão de Fox.

Este lugar ressoava a dia, graças ao azul nas paredes e uma obra
de arte brilhante de Clara feita com bugigangas. O lugar de Fox era mórbido
e lembrava a meia-noite. Não me perguntava porque ele parecia tão perdido
e sozinho. Ele vivia na escuridão sem fim.
Minhas mãos se fecharam em torno do vestido da Clue, odiando
que minha mente continuava pulando de volta para ele. Eu brinquei com a
idéia de nunca mais voltar, mas ele merecia um pedaço de seu próprio
remédio e eu ainda queria o dinheiro que ele tinha prometido.

Toda vez que eu me mexia as contusões em meu núcleo latejavam,


lembrando-me que eu tinha sido tão estúpida para pensar que ele seria
gentil. Deixei a nuvem de luxúria nublar meu julgamento.

Ontem à noite tinha sido um erro. Deixei que ele me varresse


afastado por brincar com as minhas necessidades. Hoje à noite ele não teria
nenhum efeito sobre mim. Seria puramente negócios daqui para frente.
Gostaria de encerrar o meu desejo e esquecer qualquer coisa, mas riscar
fora os dias em um calendário. Contando as horas antes que eu nunca teria
que vê-lo novamente.

"O que você está vestindo?" Clue veio para frente, olhando para as
calças pretas roubadas e a camiseta. Eu tinha invadido o guarda-roupa de
Fox. Eu não queria viajar para casa parecendo uma prostituta ou fazendo a
caminhada da vergonha. Não que eles me encaixassem muito bem. As
calças eram muito soltas e a camiseta muito longa.

Clue cruzou os braços, levantando uma sobrancelha. "Então...


você vai me dizer o que aconteceu? Explique por que eu tive que dizer a
Clara que sua mãe não estaria em casa?"

Meu coração se apertou com o pensamento de como essa conversa


teria sido.

"Mudança de planos." Eu escondi o meu estresse com um sorriso e


mudei-me para frente para me juntar a ela no centro do pequeno lounge.
Seus braços magros vieram ao meu redor, apertando-me com força. Eu
beijei seu rosto, envolvendo-me apertada contra ela. Esta pequena mulher
asiática tinha sido uma ilha de refúgio para mim, tanto quanto eu tinha sido
para ela. O pensamento de ela sair se as coisas funcionassem com
Corkscrew me machucou profundamente. Eu não estava pronta para deixá-
la ir. Eu não estava pronta para o nosso pequeno trio mudar.

Ela vai mudar quando Clara morrer. A inevitável desgraça me


afetando profundamente.

Depois de um momento, ela se afastou. "Ela vai ficar tão feliz de


ver você."

Olhei para a porta onde Clara e eu dividimos um quarto. Nós duas


tínhamos camas de solteiro, empurradas contra as paredes opostas.
Quando nos mudamos, mesmo que fosse contra as regras do senhorio, eu
perguntei com que pintura ela gostaria de decorar.

Provavelmente uma má idéia, como eu agora vivia em um quarto


roxo e rosa com cavalos de estêncil nas paredes.

"Eu conheço o sentimento." Meus braços doíam para abraçá-la e


pedir desculpas pela noite passada. Jogando Clue no braço de uma cadeira
de sala de jantar, eu murmurei, "Eu só fui embora por 24 horas, mas senti
como uma eternidade."

Clue esfregou meu braço. "Eu devo admitir, eu senti sua falta. Por
que você foi falar com ele, Zelly? O que ele prometeu para fazer você ficar?"

Promessas.

Cada promessa que Fox fez ele quebrou.

"Baby?" Uma voz masculina resmungou do batente da porta do


quarto de Clue. Ben estava vestido de um par de shorts azuis de boxer com
pele de ônix polido e cachos negros apertados.

Eu atirei um olhar para Clue. "Ele vai ficar aqui?"

Clue mudou-se para o lado de Ben, encaixando-o como a peça de


quebra-cabeça correspondente. "Eu queria perguntar-lhe. Ben está
mudando de casa no momento e precisava de um lugar por uma semana.”
Seus olhos se arregalaram, suplicando-me para não ficar com raiva. "Eu
imaginei que como você estava fora... Eu não queria estar sozinha. Eu amo
Clara como se fosse minha, mas se algo acontecesse —"

Algo como ter que levá-la a um hospital ou outro episódio. Meu


coração afundou. Eu deixá-las foi tão baixo.

Eu levantei a mão. "Está tudo bem. Realmente."

Ben me deu um sorriso doce. Inchaço vago subindo por uma de


suas bochechas, mas o ébano profundo de sua pele significavam que eu não
podia ver nenhuma das contusões de sua luta no Obsidian.

Obsidian.

Minha frequência cardíaca me pegou pensando em Fox. Ele


parecia desumano. Ele precisava de ajuda.

Durante todo o dia, eu tinha virado entre nunca querer vê-lo


novamente, a querer torturá-lo tanto quanto ele tinha me torturado.

Um plano se formou frouxamente na minha cabeça,


principalmente graças a Oscar. Eu lhe perguntei o que significava dobycha,
e ele deu de ombros, mas me jogou seu telefone. Graças ao Google translate
eu descobri o que Fox tinha me chamado.

Presa!

O escaldante calor da raiva me manteve focada todo o caminho de


casa. A coragem dele. O nervo egoísta.

Presa. Eu! Fox pensou que eu era fraca e maleável. Ele pensou que
poderia jogar comigo como um arrogante assassino que não tinha inimigos
mortais.

Bem, ele tinha feito um inimigo em mim. E eu tinha garras.


Pelo menos eu poderia agradecê-lo por uma coisa. A Hazel que eu
pensei que tinha perdido — a mulher que sempre ganhou — estava de volta,
e eu estava pronta para lutar.

Lutar por minha filha. Lutar por mim mesma. Apenas lutar.

Os olhos de Clue caíram para minha garganta, franzindo a testa


para a corrente extra de descanso em cima da estrela de prata. "Onde você
conseguiu isso?" Ela desengatou de Ben. Sua mão abriu o decote da
camiseta de Fox e ela perguntou, "O que aconteceu, Zel? Você parece...
ausente." Inclinando a cabeça, ela disse: "Não, isso não está certo. Você
parece chateada."

Ben se aproximou, um sorriso torto. "Uh oh, eu conheço esse


olhar." Segurando seu dedo, ele disse: "O inferno não tem fúria como uma
mulher desprezada." Ele riu. "O que aquele bastardo fez?" Seu tom ficou
jovial e otimista, mas seu rosto caiu quando eu não respondi.

Minhas narinas alargando quando uma ligeira pontada entre as


minhas pernas me lembrou exatamente o que aquele bastardo fez.

Os olhos nevados de Fox surgiram na minha cabeça, cheios de


arrogância, mas também uma estranha contradição de desamparo.

Clue sugou um suspiro. "Oh, meu Deus, Ele machucou você?" Ela
agarrou a minha mão. "O que ele fez?"

O medo de ser ferida por um homem correu profundo em nós


duas. A diferença era que eu engarrafei o meu profundamente, forçando-o a
amadurecer com todas as outras memórias ruins que eu prefiro não pensar.

Clue, por outro lado, voltou para a criatura quebrada que eu tinha
salvado a noite que eu a encontrei. Ela nunca saberia o que aconteceu entre
Fox e eu. Eu não precisava dela temendo por minha sanidade ou correndo
para lá com a polícia.
Sacudindo rapidamente minha cabeça, eu murmurei, "Ele não fez
nada para mim que eu não vou fazê-lo pagar de volta." Acariciando seu
rosto, eu sorri. "Eu vim para ver Clara, mas eu vou voltar amanhã. Temos
um novo acordo. Um que me permite passar dias com ele e noites aqui."

Então, se ele não concordar com meus termos. Eu iria fazê-lo


desejar nunca ter posto os olhos em mim.

Clue abriu a boca, mas Ben passou o braço em volta dos seus
ombros. "Sua amiga tem um plano. Vamos ouvir sobre isso na parte da
manhã, boneca. Eu tenho que estar no trabalho em algumas horas."

Meu corpo passou de flexível e forte para fechado e com medo. Fox
perguntou-me ontem à noite qual era meu gatilho.

Meu gatilho era tão estúpido que era inconsequente. Um nome de


animal de estimação não deve ter o poder de chocar minha segurança para o
inferno.

Mas ele tinha.

Boneca era uma palavra que me enviou a um poço de escuridão


que eu nunca poderia remover de minha alma. Clara tinha sido o resultado
da minha primeira e única, até ontem à noite, relação sexual. Mas havia
muitos meios de toques inapropriados. Assim, muitas outras maneiras de
quebrar o espírito de uma criança de nove anos de idade.

Boneca.

Ele estava cantarolando com amor falso e acompanhado com os


dedos rançosos e respiração.

Eu aprendi a ficar atenta quando um homem suavizava sua voz e


murmurava essas palavras.

Eu aprendi a matar quando ele me prendeu, então eu não podia


fugir.
Nuvens negras inundaram minha mente, mas ao invés de me
enrolar em uma bola como eu costumava fazer, agora eu só empurrava as
nuvens para trás. Voltar para os recantos do meu cérebro compartimentado
onde fechaduras e cadeados mantinham minha história ruim arquivada e
segura.

Clue ficou congelada no local. Ela não sabia muito sobre o meu
passado, mas sabia de meus problemas com essa palavra. Ela tinha me
visto explodir e quase aleijar um homem em um bar por ter me apalpado e
sussurrado: "Posso te pagar uma bebida, boneca," no meu ouvido.

Ben estava ali, olhando entre nós. "Eu disse algo errado?" Seus
grandes olhos negros mostrando remorso genuíno.

Minha coluna desbloqueou e eu relaxei. Piscando um sorriso


tranquilizador, murmurei, "Não. Você não fez nada errado. Mas, por favor,
chame Clue do que quiser, mas evite chamá-la de boneca. Eu realmente o
apreciaria."

Ele engoliu em seco, franzindo a testa. "Hum, claro. Considere isso


feito."

Andando perto de Clue, eu agarrei a mão dela e apertei antes de


desaparecer na sombra do meu quarto e fechando a porta.

Eu acordei com mãos pegajosas reunindo meu cabelo para


trançar-lo. Eu sorri, coração voando quando eu abri meus olhos.

O epítome de uma menina linda se sentou na beira da minha


cama. Seu cabelo longo, chocolate levantou-se em aglomerados com frizz de
seu travesseiro. Suas bochechas estavam vermelhas de felicidade. Tudo
sobre ela gritava saudável e forte, mas era tudo uma mentira.
"Eu pensei que você não ia estar aqui por um tempo. Tia Clue
disse que você tinha que ajudar alguém.” Seus olhos brilhavam quando ela
puxou uma mecha do meu cabelo, torcendo-o em uma trança.

Eu fiquei na vertical antes de agarrá-la com os braços apertados e


lançando-a de costas. Ela gritou no meu ouvido, rindo quando eu fazia
cócegas.

"Pare! Mummy, pare com isso." Seu riso era música para os meus
ouvidos.

Mas então ela tossiu.

Lutando para ficar de pé, eu a icei em uma posição sentada


enquanto seu rosto ficou roxo assustadoramente rápido. Seus olhos escuros
quando sua garganta fechou.

Não, Não, Não.

Empurrando-a de lado, eu atravessei o pequeno espaço do nosso


quarto e peguei o inalador de emergência de dose elevada. Eu disse a ela
que era uma fórmula especial, os médicos nos deram para sua asma. Na
realidade, ele tinha algum tipo de droga experimental disponível apenas
para aqueles que aceitaram a determinados critérios. Infelizmente, nós só
tínhamos sido capazes de satisfazer os critérios uma vez. Graças a eu limpar
minha conta bancária e entregar todos os centavos e dólares economizados
que eu tinha ganhado.

Se não fosse por Clue pagar a minha parte do aluguel até que eu
pudesse encontrar outro emprego, eu teria que apresentar declaração de
falência.

Segurando a parte de trás de sua cabeça, coloquei o inalador na


boca e Clara deixou-me pressionar o depressor. Ela sugou avidamente.
Lentamente, a medicina trabalhou sua magia e uma cor rosada substituiu o
azul-violeta tocando seus lábios. Me dando um sorriso vacilante, ela soluçou
uma vez. "Desculpe."

Meu estômago virou, odiando seu pedido de desculpas, desejando


que eu pudesse dar a ela uma solução.

Lutando meus membros trêmulos e chamando o destino para cada


palavrão sujo que eu conseguia pensar, eu disse: "Eu devo me lembrar que
você odeia cócegas. Você vai ir a qualquer extremo para evitá-lo."

Ela riu uma vez, seus pulmões chacoalhando quando o ataque


desapareceu, deixando-a sem fôlego. "Sim. Você realmente deveria saber
agora. Suas cócegas são uma merda."

Eu fingi um olhar irritado no meu rosto. "Bem, eu vou ter que


encontrar outra maneira de torturá-la."

Seus olhos ficaram amplos, então nós rimos, inclinando nossas


cabeças juntas. Meu coração arrancado do meu peito e deitado, sangrento e
morrendo nas mãos da minha filha. Ela literalmente segurou cada gota da
minha felicidade em seu corpo falhando.

Como é que eu vou sobreviver sem você? Como vou encontrar a


coragem para lhe dizer que você vai me deixar?

Fox surgiu na minha cabeça, empurrando de volta a fraqueza e a


tristeza. Seus olhos, cheios de seus próprios demônios, ajudou a dar-me a
força para ficarmos juntos. Apenas o pensamento de concessão de
retribuição para o que ele me deu, o fogo que eu precisava para continuar
lutando.

"Eu gostaria de não ter que ir para a escola hoje," Clara gemeu,
aconchegando-se em mim e fazendo o meu coração saltar uma batida. Eu
descansei meu queixo em sua cabeça e balancei, inalando seu shampoo
frutado e suave, cheiro inocente.
"Você gosta da escola. Você não me diz que a Sra. Anderson
permite que você praticamente escolha o que você quer para trabalhar?"
Como eu, Clara tinha a incrível capacidade de memória fotográfica.

Ela parecia estar desatenta em sala de aula, mas ela absorvia


tudo. Era uma bênção e uma maldição porque isso significava que eu não
podia sair com qualquer coisa. Ela sentia mentiras tão facilmente como eu,
mas ela tinha um talento especial em ler mais. Quase como se seus olhos
vissem o passado e as restrições de um corpo e a alma da pessoa.

Não importa o que eu tentei esconder dela, ela sabia. Ela sempre
soube.

"Ela é super agradável. Eu gosto dela. Estamos projetando uma


escultura de Romeo e Julieta hoje."

Eu ignorei o comentário sobre a escultura que me lembrou Fox e


suas coleções loucas ao redor de sua casa. Eu fiz uma careta. "Não é uma
trágica história de amor um pouco pesada demais para uma classe de
crianças de oito anos?"

Ela revirou os olhos. "Somos maduros, mamãe. Eu sei sobre a


morte e outras coisas."

Eu congelei, mas ela não percebeu. Seu corpo saltou para cima e
para baixo, contorcendo fora de meu controle. "Eu sei desde que encontrei
um animal morto na calçada. E fazer algo parecer morto seria difícil, eu teria
que mergulhá-lo em cola para parecer real e então eu só vou pintar de preto
e vermelho e, em seguida..." ela desfiou seu projeto em detalhes íntimos,
adquirindo ao redor da sala. Derramando seu pijama rosa do Meu Pequeno
Pônei, ela diligentemente vestiu os tons cinza e verde monótonos de seu
uniforme escolar.

Eu não podia fazer nada além de sentar e olhar para o turbilhão


de vida, que era minha filha.
Não foi até que eu estava no portão da escola, assistindo Clara
desaparecer entre um mar de uniformes, que a pontada aguda de perda me
fez dobrar.

Apressando-me para longe das dependências da escola, eu me


escondi em um arbusto enrolando minhas mãos e as empurrando em minha
boca.

Eu gritava e gritava até que meus pulmões doíam, e a impotência


foi expurgada.

Meu corpo torturado com soluços silenciosos, purgando o luto já


escurecendo minha alma.

Apenas uma vez que eu pude respirar sem querer assassinar


alguém, fiz meu caminho da minha prisão de silvas e planejei meu próximo
passo.

Clara estaria ocupada pelas próximas sete horas. Clue concordou


em apanhá-la depois da escola. Isso significava que eu tinha um total de 12
horas para voltar ao Fox e mostrar-lhe exatamente o que eu pensava de sua
corrente quebrada, seu segredo ridículo, sua ordem de não tocar.

Era o momento de fazê-lo pagar.

"Você de novo." O segurança com o rosto entre um buldogue e um


tubarão me olhou de cima a baixo. "Onde está tetas doces?"

A mansão de Fox pairava acima de mim. As gárgulas de alguma


forma pareciam mais ameaçadoras na luz solar do que no escuro. Elas
falavam de abandono, de extravio. Nenhuma outra casa na família afluente
do subúrbio parecia tão perturbadora.

Um calafrio correu pelas minhas costas.


Por que exatamente você voltou?

Os olhos prateados de Fox entraram em minha mente de novo,


puxando-me contra a minha vontade, me trazendo de volta para terminar o
que começamos.

Minhas mãos crispadas, mas eu me forcei a sorrir docemente. Meu


jeans skinny, botas de camurça, e camisa cinza eram um oposto polar da
monstruosidade com que eu apareci na noite passada. Pelo menos todas as
minhas extremidades estavam cobertas e não amostra para se
embasbacarem com elas.

"Ela não veio. Apenas eu." Quando ele não abriu a porta o
suficiente para me deixar passar, eu retruquei: "Deixe-me entrar."

Ele balançou a cabeça, curvando-se contra o quadro. "Nuh uh. O


clube não abre por outras oito horas. A menos que você seja um VIP que
tem acesso às instalações antes da abertura, você é uma merda sem sorte.
Volte quando a lua começar, se você quiser ficar com algum campeão.” Ele
empurrou seus quadris como um ignorante. "A menos que você queira um
brinde aqui e agora?"

Revirei os olhos. "Eu prefiro me esfaquear no olho."

Ele apertou o peito dramaticamente, cambaleando como se eu


tivesse atirado nele. "Puta cruel. Você com certeza sabe como ferir um cara."

Ficando o mais ereta possível, eu exigi, "Chame Obsidian Fox. Ele


vai me deixar entrar. Eu garanto." Cruzando os braços sobre o peito, eu
vacilei quando a corrente de prata em volta do meu estômago apertou minha
carne.

Eu tinha honrado o comando do Fox para mantê-lo. Eu tinha sido


tentada a encontrar um par de alicates e rasgar a joalharia fora, mas se o
meu plano funcionasse, eu precisava disso. Era mais uma arma no meu
arsenal. Meu temperamento sendo minha primeira artilharia. Minha língua
estava pronta para dar a esse homem uma amarração.

Ele precisava saber apenas o que eu pensava dele. E como eu não


iria colocar-me com sua besteira.

Ele me prometeu duzentos mil dólares. Eu queria que a minha


filha sobrevivesse, e ele era minha única esperança.

O segurança fez uma careta. "Ele não será perturbado." Ele


apontou para o céu com um dedo gordo. "O chefe dorme como o morcego.
Sem vadias até a hora do clube."

Demorou cada polegada do meu auto-controle para não puxar a


pequena lâmina livre de meu cabelo e esfaqueá-lo na jugular. "Basta chamá-
lo, você vai?"

Ele cruzou os braços musculosos, balançando a cabeça. "Não."

Só havia uma coisa a fazer. Puxando minha bolsa grande em torno


à minha frente, eu vasculhei dentro, afastando um conjunto extra de roupas
íntimas e blusa de reposição. Retirando a camiseta preta que eu tinha
roubado do guarda-roupa do Fox, eu encontrei o emblema de prata bordado
e empurrei a coisa toda na cara do leão de chácara. "O que é isso?"

Sua testa franzida, olhando a raposa costurada na camisa. "Ei,


isso é —"

"Roupas do seu chefe? Sim." Eu deixei cair meu braço. "Eu tomei
dele na noite passada depois que fizemos um acordo. Eu vou ficar com ele
por um mês. Ele me deixou dar alguns recados esta manhã, e agora eu
preciso voltar para ele.” A mentira derramada sem esforço de minha língua.

O segurança fez uma careta, mordendo o lábio em deliberação.


"Não sei..."
Empurrando a camiseta de volta na minha bolsa, eu bati, "O que
você acha que ele vai fazer se eu disser a ele que eu tive que esperar na
porta por oito horas, porque seu leão de chácara lunático não recebeu o
memorando?"

Seus olhos se arregalaram, dilatando com a ansiedade. Parecia


que todos tinham medo do seu chefe. Finalmente, ele empurrou a porta
mais larga e acenou-me. "Se você está dizendo mentiras, eu vou ter certeza
de fazê-la pagar de volta."

Seu tom não me assustou — Fox tinha me lembrado que o medo


não estava no meu repertório.

Atacando pelo longo corredor, eu ignorei a obra de arte e estátuas.


Para uma casa pintada toda em preto, com estofados em preto e miudezas, o
sol tinha uma determinação obstinada para aquecer cada fenda. O teto de
vidro acima significava que era tão brilhante no interior como era fora.

Certificando-me de tocar a porta de metal com a criança no país


das maravilhas e não a criança com partes do corpo morto a seus pés, entrei
no andar de luta do Obsidian.

Bati uma vez. Eu esperava que a arena estivesse abandonada para


ter o lugar para mim mesma, mas o ringue de boxe estava ocupado por
quatro homens, emparelhando-se para treinar. A gaiola mostrou um homem
em uma roupa de elastano, praticando golpes e lutando contra um
adversário imaginário.

A equipe de limpeza trabalhou diligentemente em torno dos


lutadores, desinfetando os pisos e limpando. Até mesmo os médicos estavam
atentos e à espera em seus postos, observando as preliminares, sem dúvida,
prontos para receber um paciente.

Mantendo minha bolsa escondida próximo ao meu lado, eu


caminhei direto para as escadas atapetadas de preto. Apesar de os membros
forem mais cedo, isso não queria dizer que o chefe estaria pronto para o
trabalho. O grande relógio na parede disse que era apenas meio-dia. Eu
sabia onde iria encontrá-lo.

Na cama.

Vulnerável.

Esperava que dormindo, para que eu pudesse ter o prazer de fazê-


lo gritar ao acordar.

Andando em linha reta e com um propósito, eu me recusei a fazer


contato visual. Eu amaldiçoei as manchas negras entre as minhas pernas.
Cada passo fez meu coração disparar, sabendo que eu estava prestes a
enfrentar o homem que me machucou.

Passei o ringue de Muay Thai, mas bateu a um impasse quando


um homem grande pisou propositalmente em meu caminho. Eu não sabia o
que ele queria, e eu não estava de bom humor.

"Saia, por favor," eu disse, olhando.

Ele riu, acariciando seu punho. Seu corpo flexionado com


músculos grossos e tatuagens tribais. "Isso não é maneira de ser educada."
Sua voz soava como um tambor cheio de cascalho. "Eu não sabia que o
entretenimento chegava cedo.” Ele se aproximou, obrigando-me a desviar.
"Você gosta de servir a um vencedor após sua luta?" Ele lambeu os lábios,
arrastando gelados olhos azuis para cima e para baixo em minha aparência.
"Eu vou foder você bem de verdade."

"Não, obrigada." Exalei, mantendo a calma. "Estou ocupada; por


favor, deixe-me passar."

Ele riu. "Oh, você usou a palavra mágica. O que você disse foi por
favor, deixe-me chupar seu pau, boneca? Eu acho que isso foi o que eu
ouvi.” O braço dele veio para frente, pousando no meu ombro. Seu toque
não me assustou, mas o uso da palavra boneca o fez.
Meu corpo ficou tenso, à procura de uma fraqueza a explorar.
"Tire. Suas. Mãos. De. Mim."

Suas sobrancelhas espessas bateram em uma careta. "Isso não é


jeito de uma menina de Fox falar com um cliente pagante. Você sabe a porra
das taxas que eu pago para vir aqui? É extorsão."

Eu dei de ombros. "O que você faz com seu dinheiro é o seu
negócio. Agora me deixe em paz."

Balançando a cabeça, ele murmurou, "Você não está entendendo,


boneca. Eu pago taxas e incluídas nessas taxas estão o uso de certas
atividades prazerosas.” Seus dedos deslizaram do meu ombro, caindo para
meu peito.

Eu vacilei quando ele agarrou meu peito firme e torceu. "Entre em


uma sala privada. Agora."

Alcançando automaticamente no meu cabelo, eu retirei minha


faca. Meus dedos ansiosos tocaram a lâmina, espalmando-a discretamente.

Uma onda de poder encheu-me ao segurar a arma. "Encoste outro


dedo em mim e eu vou fazer você se arrepender."

Dois lutadores nas proximidades pararam de combater e olharam


para cima. Eles murmuraram algo um para o outro, observando a nossa
briga. Seus olhos caíram para a minha aparência, brilhando na confusão.

Oh, merda, como eu poderia sair dessa sem isso se transformar


em um banho de sangue?

Decidi que perder era a melhor maneira de ir, eu forcei meu corpo
a relaxar. Colocando a mão sobre a do meu captor, eu escorreguei em
sedutora e sussurrei: "Não aqui. Você me quer? Você pode me ter, mas
apenas com seus olhos.” No momento em que eu estiver sozinha com ele eu
estaria cortando suas bolas fora.
Ele sorriu, mostrando os dentes amarelados. "Sabia que você viria,
boneca."

Um braço forte de repente em volta da minha cintura, me puxando


para trás em seus músculos duro. "Que porra você está fazendo aqui?"

Meu nariz nadou com aromas de sol e sal e vento. Considerando


que Fox cheirava a submundo para o qual ele tinha nascido, Oscar cheirava
a liberdade.

"Eu voltei porque eu fiz um acordo com o seu chefe." Acenando


para o cara no meu caminho, eu acrescentei: "Este lunático acha que pode
mandar em mim."

Oscar respirava com dificuldade; seus músculos pressionados


contra minha espinha. Eu não relaxei quando o calor de seu corpo infiltrou
em meu corpo. Eu não gostei de como ele me segurou com firmeza.

Eu me contorci um pouco, testando seu aperto. Oscar resmungou.


"Pare de se mover. Eu sei que Fox a quer. Eu não lidei com a sua besteira
ontem à noite para ele me matar hoje, se ele descobrir que eu não encontrei
você. É seu funeral por ser estúpida o suficiente por voltar."

Onde Fox foi ontem à noite?

Minha mente correu quando Oscar me apertou com mais força.


"Spiderweb, bom vê-lo tão cedo. Você sabe as regras. Você quer uma foda;
você tem que esperar até a hora da abertura oficial."

Spiderweb mostrou os dentes. "Eu vejo um bichinho perfeito na


minha frente. Ela estava louca para ir, não era boneca?"

Eu não conseguia parar o tremor. Eu nunca iria superar meu ódio


por esse nome.

Oscar acalmou, uma rajada de ar quente de sua respiração bateu


no meu pescoço. "Ela não está à venda."
Minhas costas se esticaram, mas eu o deixei falar sobre mim como
uma posse. Ele estava tentando me proteger depois de tudo.

"Tanto faz. Justo é justo. Ela está no chão. Eu a vi. Eu quero ela."

Oscar puxou-me mais para ele, estacando uma reivindicação


possessiva com a mão no meu quadril. Eu não pude vê-lo, mas sua voz
fervilhava com autoridade. "Ela já está comprada."

Meu temperamento queimou. Eu queria discordar. Eu não era um


animal de estimação ou uma peça de louça a ser comprada e negociada. Eu
tinha concordado em vender algo a Fox em troca de esperança. O que nós
tínhamos concordado não era apenas sexo.

Você quer ele tanto quanto você quer o dinheiro dele.

O lembrete veio do nada, trazendo consigo o calor fervendo no meu


estômago. Eu o queria antes que ele me levasse tão insensivelmente. A
atração ainda estava lá, a formação de espuma por baixo da minha raiva.

Spiderweb cruzou os braços; seus músculos pularam, fazendo


suas tatuagens de aranha pareceram que estavam vivas. "Por quem? Eu vou
pagar um extra. Eu quero esse belo pedaço de bunda.” Ele me mandou um
beijo nojento.

Mordi minha língua para não dizer nada. Os músculos de Oscar


tensionaram atrás de mim, ondulando com energia. "Pelo dono desta porra
de clube. Então, vá lutar com ele."

Spiderweb zombou. "O proprietário pode ter qualquer uma que ele
quiser." A raiva brilhou em seus olhos. "Eu quero apenas ela.” Apontando
para mim, ele agarrou sua virilha. "Ela se sentirá muito bem. Eu posso
dizer."

Eu rangi quando Oscar pegou meu seio esquerdo. Que diabos?


Sua respiração soprou quente sobre o lado do meu pescoço
enquanto ele retrucou: "Veja isso?" Deixando ir, ele acrescentou: "Dele. Não
é seu. Dele."

Sua voz tinha um sotaque americano talvez, mesmo que ele


parecesse um surfista com sua pele bronzeada, olhos azuis brilhantes e
cabelo descolorido.

Sussurrando em meu ouvido, ele disse: "Por que você voltou? Eu


pensei que ele a havia machucado."

"Ele me machucou." Eu queria deixar por isso mesmo, mas eu


precisava de Oscar do meu lado se eu tivesse alguma chance de conseguir o
que eu queria. "Mas ele está muito mais machucado."

Oscar não disse uma palavra. Merda, eu disse a coisa errada. Eu


estava errada em pensar que ele se preocupava com seu chefe.

Oscar murmurou: "Se você acha que ele vai mudar, você está
iludida, mas eu não vou impedi-la de destruir a si mesma."

Spiderweb deu um passo apressado em direção a mim. "Ei! Pare de


falar com a minha menina doce. Vou levá-la."

Meu temperamento explodiu. Eu tinha o suficiente de testosterona


masculina idiota. Empurrando Oscar de cima de mim, eu sussurrei: "Eu
não sou sua. Eu não sou sua. Eu sou minha. Agora, desculpem-me, os
neandertais, voltei por uma razão e eu não terminei."

Caminhei indo embora, corri até as escadas e agradeci o meu


pouco de sorte: a porta do escritório de Fox estava aberta. Protegendo o clipe
da faca no meu cabelo, eu entrei.

Eu tinha desenhado o meu quinhão de sangue e odiava o rescaldo.


Os tremores, as constantes perguntas, me perguntar se eu poderia ter
lidado melhor com a situação. Rever todas as decisões, procurando
maneiras que eu poderia ter impedido o que quer que acontecesse.
Os tremores começaram. Eles sempre faziam isso depois de uma
situação tensa. Meu corpo, encharcado em adrenalina, ainda queria lutar.

Meus olhos caíram sobre o tapete onde Fox me estrangulou na


noite passada. Meus dedos voaram para o meu pescoço, pressionando
levemente as contusões. A memória de sua mão ao redor da minha garganta
fazia meu coração bater mais duramente.

Ele tinha mudado tão rapidamente de um beijador adorável a


psicopata demente. Não havia como ajudar alguém com tais questões
psicológicas profundas. Eu deveria apenas virar e esquecer tudo isto.

Mesmo quando eu pensei nisso, eu sabia que não era uma opção.

Agarrando minha bolsa mais perto, eu tomei algumas respirações


profundas, forçando o acúmulo de estresse para filtrar a distância. Apenas
uma vez meus dedos estavam mais firmes e eu poderia passar sem saltar e
atravessar o escritório e abrir a porta paralela.

Olhando para a esquerda e para a direita, eu prendi a respiração.


O comprimento do corredor parecia vazio como um túmulo.

Mais uma vez a sensação de que minha vida estava mudando


ocorreu. Eu senti isso quando eu pousei meus olhos em Fox, a conexão
entre nós. Ele me puxou em uma direção que eu não sabia que existia até
ele.

O destino tinha nos trazido juntos porque poderíamos ajudar um


ao outro. Eu não acredito em contos de fadas, mas eu acreditava em
encontros fortuitos. Fox poderia me ajudar com Clara. Eu poderia ajudá-lo
com seus demônios.

Depois que eu feri-lo.

Minha mente nadou para Clara. O peso esmagador da falta dela


me manteve colada ao tapete. Eu nunca iria me perdoar se eu falhasse com
ela.
Engolindo em seco, eu fui na ponta dos pés até o quarto de Fox.
Pressionando grandes quantidades de códigos no teclado, eu finalmente
descobri o caminho certo. Acabou que eu não tinha memorizado isso muito
bem.

A fechadura se abriu, e a maçaneta da porta girou com facilidade


em minha mão. No momento em que entrei no quarto, não havia como
voltar atrás. Gostaria de dizer a verdade. Eu iria forçá-lo a ouvir. E eu não
tinha idéia de como ele reagiria.

O que você está fazendo, Zel?

Eu honestamente não poderia responder a essa pergunta. Eu


realmente não sabia como. O risco de voltar a um homem instável como Fox
era suicida. Não era apenas o fascínio do dinheiro que me trouxe de volta.
Sim, o meu coração nunca parou de sangrar com o pensamento de perder
Clara, mas outra coisa me levou, também. Alguma coisa, que eu não gostei.
Alguma coisa que eu não podia ignorar.

Abrindo a porta, eu entrei, os olhos fixos na cama.

Vazia.

Meu coração disparou quando eu andei para frente. O quarto


decorado de preto estava vazio. O sol dançou em bronze e ferro, brilhando
fora das estátuas de lobos e meninos sem rosto. Tudo ao meu redor
ameaçava com dor firme nas esculturas de metal.

Um escudo pendurado na parede à minha esquerda, brilhando


com símbolos e condicionamento cuidadoso. As marcações chamaram
minha atenção, sussurrando uma história, talvez uma chave para Fox.

Cada linha cinza parecia zangada, muito profunda, muito cheia de


violência. Três palavras russas capturaram minha atenção, arranhadas,
sem sutileza, parecendo com raiva e sinistra.
Deixando minha bolsa cair do meu ombro com um baque suave,
toquei com os dedos curiosos para rastrear as letras estrangeiras. Eu desejei
que eu entendesse o que elas queriam dizer.

O cabelo na parte de trás do meu pescoço se levantou; meu


coração foi a galope. Não tinha havido nenhum som, nenhum indício de que
nada perigoso tinha entrado no quarto, mas meus sentidos sabiam.

Afastei-me da blindagem metálica, olhando para a porta do


banheiro.

Bem aberta, com uma nuvem de vapor ondulando atrás dele, Fox
ficou olhando para mim.

Meu estômago revirou bebendo em sua postura firme, a umidade


de seu cabelo. Ele não disse uma palavra — ele não precisava. Seu olhar era
tão intenso que me esmurrou por toda a sala. Muitas perguntas, tantas
acusações viviam em suas profundezas nevadas.

Pensei que nunca mais a veria novamente.

Nosso negócio está quebrado.

Saia.

Fique.

Eu não quero você aqui.

Tentei comunicar-me silenciosamente, mostrando-lhe o quão


chateada eu estava, mas eu entendia, também.

Você me machucou, mas eu voltei.

Deve-me pelo que você fez.

Eu te odeio, mas eu quero ajudá-lo.


A conversa silenciosa terminou com Fox de pé ainda mais ereto,
levando meus olhos para baixo de seu totalmente vestido corpo. Seu cabelo
desarrumado bronze escuro pingava umidade em seus ombros, mas o seu
corpo tonificado estava envolto em uma camisa preta e calças pretas de
algodão.

Vestiu-se, mesmo pensando que ele estava sozinho. Por quê? Eu


poderia entender a timidez, mesmo física, embora ele não tinha razão para
ser tímido com seu físico, mas eu não conseguia entender a necessidade de
esconder tudo o que existia sob sua roupa.

Falei antes que eu conscientemente tomasse a decisão de


comunicar. "O que aconteceu com você?"

Sua mandíbula estava inchada, e um olho tinha um grande corte


abaixo dele, todo inchado e roxo. Sangue com crosta saia de sua testa e ele
manteve um braço apertado contra o seu lado, protegendo tanto seus órgãos
ou costelas.

Eu cerrei minhas mãos, lutando contra o desejo de cuidar dele


quando ele cambalear da porta em direção à cama. Ele não tirava os olhos
de mim.

A energia no quarto acendeu e pulsou com a conexão. Eu nunca


estive tão em sintonia com alguém antes, independentemente se eu desejava
eles ou os odiava.

Mordi o lábio quando ele sussurrou em desconforto, abaixando-se


para sentar na cama. Apesar de sua dor óbvia, havia algo diferente nele.

Foi-se a borda fina de... Eu não sabia... poder, ódio, veneno talvez?
Faltava-lhe a tensa ferocidade, o controle firme. Antes, parecia que ele
poderia realizar o armagedon, agora ele parecia... relaxado. Ele parecia
cansado.
O homem diante de mim estava... contento. Conclusão estranha
para alguém sangrando e respirando superficialmente, mas seus olhos
cinza-branco não estavam assombrados. Eles eram claros e focados e com
raiva.

Meu coração acelerou, atraído pelo danificado, magnetizado pela


necessidade nele. Vendo-o vulnerável fez murchar a minha raiva.

Cuidadosamente, ele balançou as pernas sobre a cama e se


reclinou contra os travesseiros macios pretos. Os olhos dele arrastaram
sobre o meu corpo, tomando seu tempo, me marcando.

Os hematomas em meu núcleo passaram de doloridos para


latejantes.

Você veio aqui para gritar com ele. Não caia na armadilha de
atração.

Sugando uma respiração determinada, eu pisei até o fim da cama


e agarrei a cama — árvore assombrada. O metal frio me deu algo para me
concentrar. Eu olhei. "Você me magoou ontem à noite. Voltei para dizer
exatamente o que eu pensei em infligir a você um pouco de dor em
retribuição, mas eu vejo que a obra do karma agiu rápido e alguém chegou
antes de mim."

Sua mandíbula funcionou, mas ele não respondeu.

Tudo bem, se era assim que ele queria jogar. "Quer saber como eu
acho que você chegou a ser ferido e batido? Você quer saber a verdade sobre
mim... bem, eu quero saber a verdade sobre você. Se eu tivesse mais
sentimento eu nunca teria voltado, mas para sua sorte eu me importo com
alguém mais do que eu, e estou fazendo isso por eles. Estou ganhando o
dinheiro para o seu futuro."
"Bem, isso só faz você a porra de uma altruísta então, não é?" Fox
rosnou. "Eu não quero ouvir sobre suas reservas e lamentos por retornar
para mim. A não ser que você queira fortemente apenas me irritar."

Revirei os olhos, meu temperamento aquecendo. "Você acha que


eu estaria disposta a voltar para o abuso? Não se engane. Você praticamente
me estuprou, e o que eu deveria sentir exatamente? Eu vou te dizer o que eu
sinto: luxúria pelo dinheiro que você prometeu. Eu cometi um erro
pensando que eu poderia aproveitar meu tempo com você. Eu não estava
preparada mentalmente para você me levar, porque eu esperava que fosse
encontrar satisfação, mas você me ensinou ainda outra lição, e eu não vou
cometer o mesmo erro duas vezes."

Abanando os braços, eu bati, "eu estou aqui. Eu estou aqui para


sua diversão, e eu não espero nada em troca, exceto o seu dinheiro. Eu acho
que eu realmente sou uma prostituta."

Seus olhos brilharam. "Você não é uma puta. E eu vejo que você
quer me machucar dizendo que você já não me quer, a qualquer título,
apenas por pagá-la. Parabéns, eu entendo completamente."

"Bom."

"Tudo bem!" Seu rosto se contorceu, hematomas e vermelhidão no


rosto destacando sua cicatriz. "Pelo menos desta maneira nós sabemos
exatamente onde estamos."

Eu balancei a cabeça. "Exatamente."

Os olhos de Fox perderam o flash de raiva se enchendo de repente


com cansaço. "Há qualquer coisa que você deseja gritar comigo antes de eu
desmaiar?" Ele parecia derrotado, menor e vulnerável.

Meu coração bateu, diluindo a minha raiva com compaixão.


Correndo o meu dedo ao longo da parte superior da cama, eu perguntei, "O
que aconteceu com você? Onde você foi na noite passada?"
Ele fez uma careta, balançando a cabeça. "Eu não estava em lugar
nenhum e nada aconteceu." Ele estremeceu um pouco quando ele se
deslocou na cama. "Oscar me disse que ele soltou você na noite passada,
mas ele se recusou a dizer-me seu endereço."

Alívio desviou através do meu sangue. Não havia nenhuma


maneira que eu queria que Fox soubesse onde eu morava, não enquanto
Clara estava lá. "E ele bateu em você por perguntar?"

Fox riu, segurando seu lado. "Como se ele pudesse." Seus olhos se
estreitaram. "Eu tenho outra pessoa para isso."

Minha boca se abriu. "Você pediu para que fizessem isso a você?"

Seus lábios se torceram, recusando-se a responder. Seus olhos


caíram para o colar que ele tinha colocado em mim na noite passada. A
prata desaparecia no meu decote, fazendo cócegas no meu estômago sempre
que eu respirava.

Eu chupei em uma pequena respiração quando seus olhos


brilharam com chamas. Ignorando a queimadura em minha barriga, eu
apontei para a divisão em seu lábio. "Você quis ir à procura de dor?"

Seus olhos queimaram e ele estremeceu. "Cale a boca."

Meu coração bateu sabendo que eu estava no caminho certo. "Eu


não vou calar a boca até que eu saiba a verdade." Encostando na parte
inferior da cama, eu acrescentei, "Você está sangrando. Se você não pediu
por isso, então o que aconteceu? Alguém acertou você?"

Ele suspirou profundamente. "Algo como isso." Seu olhar pegou o


meu. "Você está esquecendo o nosso combinado. Você concordou em
responder às minhas perguntas, e não o contrário.” Ele se encolheu quando
uma onda de dor atravessou seu corpo. "Não importa de qualquer maneira.
Você saiu. Nosso negócio é nulo. Saia. Eu não quero você aqui."
Eu fiz uma careta. "Eu saí porque você me machucou. Você me
prometeu que não o faria. Não fui eu quem quebrou as regras, foi você."

Ele rosnou. "Eu consegui o que queria. Eu fodi você, e eu não


tinha que pagar. Você é a única que saiu pela porta. Você é a única que
decidiu que não valia a pena duzentos mil dólares para ficar fora por
algumas semanas.” Suas mãos fechadas em ambos os lados de seu corpo.
"Você não entende? Eu consegui o que queria. Eu peguei você e agora eu
estou fora, então faça-me um favor e saia. Eu não quero você aqui.” Ele
grampeou cada palavra, as mergulhando com hostilidade.

O meu estado de espírito chateado deflacionou. Eu deveria ter sido


a ofendida, irritada, ou abandonada, mas em vez disso eu me senti triste.
Triste por ele. Triste por suas mentiras.

Quanto mais eu olhava, mais eu vi, e quanto mais o meu coração


saiu para ele. Ele era como um cão raivoso, rosnando, espumando pela
boca, garantido que iria morder minha mão se eu chegasse perto demais,
mas em seus olhos ferais espreitavam um fundamento. Algo que dizia: não
desista de mim mesmo se eu morder.

Estreitando meus olhos, eu bati, "Você é rude, mas isso não vai
funcionar."

"O que não vai fodidamente funcionar?"

Mudei-me de meu lugar ao pé da cama, avançando mais perto


dele. Ele endureceu, olhando para mim em cada passo. Eu parei ao lado da
cama apenas a distância de um toque. Seu corpo nunca relaxou. Seus
músculos se tensionaram mais duramente.

"Você está me empurrando para longe, porque você é um covarde.


Você não quer me deixar porque eu sou a única forte o suficiente para
colocar-me com suas besteiras."
O rosto dele ficou totalmente branco. Olhos brilharam com raiva
lívida. "O que você acabou de me dizer?"

"Você é um covarde. Você se esconde por trás da violência. Você


despeja isso. Você invoca que isso aconteça com você, mas realmente, você
está perdido e sozinho e você está se afogando.” Minha mente colidiu com
tantas coisas que eu queria dizer. "Algo está destruindo você por dentro.
Você está procurando uma saída, mas você não pode encontrá-la. É por isso
que você se cerca de lutadores. É um mundo que você conhece. O único
mundo em que é possível respirar."

Seus dentes rangeram; seu corpo vibrou. "Saia. Fora. Saia!"

Ignorando-o, corri adiante. "Eu acho que você me subornou para


ficar, porque eu sou a única com quem você sentiu qualquer ligação. Eu
acho que a química e a atração é completamente nova para você e, em vez
de me pedir um encontro, você roubou minha faca e me sequestrou. Eu não
sei o que está acontecendo no seu cérebro, mas eu estou começando a
entender."

Ele puxou uma respiração dura, seus músculos tremendo de


raiva. "Você pensa que me conhece? Você acha que você pode usar uma
varinha mágica do caralho e corrigir-me?" Ele mudou-se para sair da cama,
e eu recuei. Seus pés tocaram o chão, mas ele não se levantou, quase como
se ele se forçasse a ficar sentado, a ficar longe de mim. "Foi um erro te foder.
Foi um erro deixá-la perto de mim. Você está louca com suas conclusões
estúpidas. Eu não sou um projeto de estimação para uma escoteira corrigir.
Caia fora e pare de me chatear."

"Eu estou chateando você? Oh, meu Deus, você é completamente


imbecil. Se você estava entediado você não se importaria com o que eu
pensava. Você não está chateado, Fox, porque você sabe que estou certa. O
que você quer de mim? O que você estava esperando conseguir?"
Do meu lugar no centro do tapete, eu cerrei minhas mãos. "Você
acha que iria ganhar a minha afeição por me estuprar? Ou por me fazer
desmaiar com a sua incapacidade fodida de ser tocado? Eu queria que você
tivesse sido honesto sobre isso desde o início, mas o que eu não quero é um
homem que é tão longe do reino de sanidade que eu não consigo entender
ou prever. Se você me desse o dinheiro agora, eu sairia, e eu nunca pensaria
em você de novo."

Minha garganta fechou na mentira.

Fox agarrou a borda do colchão. "Não espere por mim, dobycha.


Parabéns da porra por me machucar mais do que os ferimentos de que eu
estou sofrendo. Você acabou de provar o quão superficial você é. Você
realmente nunca me quis, você quer apenas o que o meu saldo bancário
pode dar-lhe!"

Meu corpo inteiro cantarolava com raiva. "Eu sou a única


superficial? E quanto a você? Você acha que é unidimensional; você é uma
personalidade assustadora com cicatrizes, que possui um clube de luta
ilegal, mas isso não é a verdade. Quer ouvir a minha versão da verdade e
então você pode ver se eu sou superficial o suficiente para não se importar?"

Eu não esperei por sua resposta. "Você não pode ser tocado. Eu
nunca seria capaz de adivinhar porque isso acontece, mas isso me deixou
perguntando porque você compraria alguém para o sexo se você nunca
consegue se despir e parece detestar a própria idéia de estar perto de
alguém? Você usa roupas como se elas fossem protegê-lo de alguma coisa.
Você esculpe e trabalha com metal, porque você tem o controle sobre o
destino da peça que você está criando. Você é um imbecil confuso e —"

"Cale-se! Dê o fora.” Saltei para trás quando Fox ficou em pé. Ele
gritou: "Pare com isso. Apenas saia e me deixe sozinho!"

Meus ouvidos zumbiam de sua ferocidade; meu coração


machucando minhas costelas por bater com tanta força, mas pela primeira
vez, senti um estalo. Ele não era o Sr. Obsidian naquele momento, ele era
apenas um homem com um temperamento primitivo. Um homem à beira de
se perder.

“Não. Você vai me ouvir.” Eu vou quebrar você.

Ele mostrou seus dentes, enviando arrepios sobre minhas costas.


Engolindo em seco, eu exigi, "Você já tinha beijado alguém antes? Antes de
mim?"

Ele olhou como punhais, perfurando minha pele com seu ódio. "O
que isso importa? Você já esteve tão mal como se cada osso do seu corpo
tivesse sido quebrado? Você já ficou dias sem comida ou teve tanto sangue
em suas mãos que você queria se matar?" Seu peito arfava sob sua camisa.

Nós congelamos.

Suas narinas alargadas. Ele não quis dizer isso. Ele disse algo
fundamental, uma enorme peça do seu passado. Eu não iria deixá-lo recuar
agora. Dando um passo para frente, eu o empurrei, continuei cutucando,
como se ele fosse um animal acuado.

"Não, mas você sim." Eu não podia lidar com isso. Doeu pensar
sobre o passado, o que Fox manteve escondido. Isso quase me matou. Ele
tinha me levado contra a minha vontade. Eu devia a ele o meu ódio, não a
minha pena.

Mas como eu poderia temer alguém com tanta dor emocional?

A cicatriz em seu rosto brilhava com um vermelho brilhante,


parecendo como se ela estivesse chorando sangue fresco. Cor corou sua
linha do pescoço, destacando cicatrizes desbotadas que eu não tinha notado
antes. Ele parecia pulsar diante dos meus olhos — mudando de um zumbi,
uma criatura sem vida, ainda atravessando os movimentos da vida, para um
homem que ansiava liberdade.
"Eu sei que você não é australiano, e eu sei que a sua cicatriz foi
um castigo. Conte-me."

Ele balançou a cabeça, fazendo voar seu cabelo úmido. Ele


mostrou os dentes. "Deixe-me descobrir isso. Você acha que me conhece?
Você acha que pode me ler e descobrir que merda vive dentro da minha
cabeça? Você acha que têm super-poderes?" Ele jogou os braços para cima.
"Que outras coisas você acha que eu sou, dobycha? Um assassino cruel?
Um traficante de drogas? Algo como um estuprador?" Passando um dedo
duro para baixo da vermelhidão da sua cicatriz, ele riu. "Espera aí, eu acho
que eu sou um estuprador depois da noite passada. Tudo que você pensa
que você sabe sobre mim é manchado por causa disso. Esta cicatriz a faz ter
pena de mim e me temer."

Seus ombros agrupados quando ele deu um passo em frente.


"Você acha que você pode imaginar como eu tenho isso? O que eu fiz? Pare
de girar suas mentiras e inventar histórias. Você está tão longe que você
está no reino da fantasia. Você está envergonhando a si mesma. Faça-nos
um favor e vá se foder."

Seus lábios se fecharam. Um medidor nos separou, mantendo-me


a salvo de sua ira fervente.

Não teve uma vez que ele se moveu para me agarrar ou me


machucar. Não teve uma vez que ele baixou a guarda. Durante todo o tempo
me odiando por fazê-lo encarar a verdade, ele me protegia por ficar longe.

Fadiga me bateu e eu suspirei pesadamente. "Você não confia em


si mesmo em tudo não é?"

Ele piscou para o meu sussurro, tão tranquilo depois de gritar.

Meus olhos encontraram os dele, e eu dei-lhe um pequeno sorriso.


"Qualquer pessoa normal iria me tocar e apertar e maltratar um ao outro em
uma discussão intensa, mas você — você mantêm a sua distância. Não é em
mim que você não confie, é em você mesmo."
Ele não disse uma palavra, tremendo, na sequência da sua terrível
ira. Apesar da sua cor vermelha no pescoço e raiva brilhando em seus olhos,
ele escondeu seu estrito auto-controle. O que aconteceria se eu o tocasse? O
que ele faria se eu abrisse meus braços e o abraçasse?

Você morreria.

Eu sabia. Tão certo como o sol se punha e subia novamente.

O silêncio caiu entre nós, e meus olhos caíram para seus


antebraços. As mangas da camiseta que ele usava tinham sido empurradas
para cima, revelando músculos com cortes e cicatrizes.

Cicatrizes. Cicatrizes. Cicatrizes.

Mais do que eu poderia contar. Algumas desbotadas e prata,


outras vermelha em processo de cura. Mas foram as quatro linhas retas e
perfeitas que escoavam com vermelho carmesim brilhante que me chamou a
atenção.

Eu tinha visto marcas como essas antes. Em outra pessoa.


Quando eu testemunhei em primeira mão a mente fraturada de um
indivíduo que procurava dor para ajudar a remover o acúmulo de agonia
dentro.

Clue era uma auto-mutiladora.

Com o tempo, eu a tinha ajudado a parar, mas eu nunca iria


esquecer o que era entrar na cozinha uma noite e observá-la arrastar uma
lâmina afiada sobre sua pele. Eu tinha estremecido de horror, mas ela
respirava pesadamente em alívio.

Eu não tinha julgado. Eu não disse uma palavra, mas através da


amizade e apoio eu a ajudei a canalizar sua dor em exercício e métodos
menos destrutivos.
"Você se auto-mutila porque você não pode lidar com o que vive
dentro de você," eu murmurei.

Ele engasgou. Segundos tensos indicavam o passado, antes que


ele desse um pequeno passo na minha direção. Suas articulações clicando
pelo abuso passado e pelo novo. De pé, em toda sua estatura, ele sussurrou:
"Saia agora, antes de eu fazer algo de que vou me arrepender.” Seus olhos
brilharam quando ele deu mais um passo em minha direção.

Afastei-me, mantendo-se fora do alcance do toque. Minha raiva


veio rápida e quente. Acenando para ele, levando em fúria, eu rosnei, "Você
acha que pode me assustar? Você está errado. Eu lidei com pior do que
você. Você está enganando a si mesmo com seus dramas."

Fox explodiu de arma bem controlada para estilhaços de bomba.


"Dá o fora! Agora!"

"Não!"

"Saia!"

"Não até você me ouvir."

"Não há nada para ouvir!" Ele agarrou sua cabeça, puxando seu
cabelo. "Saia agora. Saia! Maldição vá!"

Cada instinto de sobrevivência em mim queria obedecer, mas eu o


empurrei até aqui. "Eu entendo você, mais do que você pensa."

Ele riu loucamente. "Você? A miss perfeição que tem tudo? Não me
faça provar quão ridícula você é. Você é uma porra de um camaleão com
suas mentiras e segredos."

Inclinando a cabeça, ele olhou mais, indo mais fundo dentro de


mim do que qualquer um antes. Não gostei de quão fraca e insegura ele me
fez sentir. Eu não gosto de sentir que a minha casa de mentiras cairia a
qualquer momento. Eu não gostava de ser um espécime sob escrutínio.
"Você acha que eu não a vejo? Você tem um passado, como todo mundo,
mas é mais escuro. Você já fez coisas que os outros não entendem, mas não
significa que você me conheça. Eu não confio em você, Hazel Hunter.”
Avançando, ele apontou para a porta atrás de mim. "Eu não vou avisar de
novo. Aviso final. Dá o fora e me deixe em paz.”

Eu tinha empurrado duro, mas eu não ganhei. Eu tinha feito o


meu melhor. Recuando, apertei os olhos. "Você quer que eu saia, tudo bem.
Mas você me deve. Você me deve por qualquer conexão que surgiu entre nós
na última noite. Você sentiu isso, o mesmo que eu. Você me forçou a
concordar com seus termos quando você não pode ignorar a chamada. E se
essa conexão era a única coisa que poderia ajudá-lo? E se eu sou a única
pessoa por quem você esteve procurando?"

Eu não tinha a intenção de dizer isso. Era presunçoso. Ele


cheirava a justiça arbitrária. Eu não sabia se ele se sentia da mesma
maneira. O mesmo puxar um estranho.

Ele recuou, enrijecendo e ficando branco de cerrar os punhos com


tanta força. "Quem diabos é você para achar que me conhece? Você não
sabe nada. Nada! Eu não preciso de sua ajuda. Eu não preciso de sua cura!"
Sua voz mudou de raiva impenitente a um ligeiro fio de confusão. Ele
enfatizou a palavra ‘cura’, deslizando do sotaque australiano para algo
gutural, estrangeiro, algo que lhe convinha muito mais do que a falsidade de
seu sotaque australiano.

Eu vi a verdade. Clara como o dia. Tudo o que eu havia dito tinha


sido real. Tudo o que ele tentou manter oculto veio à luz. "Eu não sou a
única a mentir. É você.” Inclinei a cabeça, olhando-o de perto. Era como se
as respostas viessem até mim do nada. Vendo através de suas sombras e
segredos, trancando pequenos trechos de verdade. "Eu acho que você está
se escondendo de algo e vive com medo a cada dia."

Fox pareceu ferver de raiva.


Toda a inquietação dos meus instintos estúpidos inchou,
esperando que ele rachasse, desejando que ele deixasse suas paredes
ruírem. Este homem não precisava de uma mulher para aquecer sua cama.
Ele precisava de um psiquiatra. Eu não queria estar perto de alguém tão
tóxico, mas eu não podia ir embora também. "Você deve me deixar ajudá-lo."

O medo sufocou minha garganta enquanto ele parecia ficar maior,


adotando um exterior gelado que não dava nenhuma sugestão de remorso
ou humanidade. Eu congelei, trancada em seu olhar feroz. O problema era
que eu não podia lê-lo naquele momento. Ele teria que olhar para baixo,
então tudo que eu vi foi um homem frio com um traço vicioso amplificado
pela cicatriz ímpia.

Ele estremeceu quando seu corpo inteiro entrou em tremor.


Músculos agrupados debaixo de sua roupa, sua aura tremeu com a
agressão e rebeldia. "Eu não te devo nada," ele cuspiu.

Meu coração disparou. A verdade gritou alta e clara. De alguma


forma, ele ganhou a cicatriz facial graças a uma dívida que deu errado. Ele
não era um homem livre. Ele era possuído por alguém que o manteve em
uma apertada corrente, ou abusou tanto dele que não iria demorar muito
mais para ele se encaixar. Respirando mal, deixei meus olhos irem para seu
corpo trêmulo. Eu queria descobrir o escuro dano à espreita em seus olhos.

Meu Deus. O que aconteceu com ele?

Meu olhar se concentrou em seu rosto como se eu fosse uma


agulha de bússola e ele era meu norte. Eu nunca tinha sofrido algo como
este fenômeno. Nunca estive tão sintonizada com outro. Talvez fossemos
almas afins ligadas por algo além do reino da compreensão. Destino.

É muito. Muito intenso. Perigoso demais.

Eu tinha Clara para proteger e salvar — Eu não tinha reservas


para alguém tão profundamente quebrado. Era tempo para deixá-lo ir e
esquecer — não apenas para a minha sanidade mental, mas o meu futuro
também. Eu odiava que, pela primeira vez, eu me sentia fraca. Fraca,
porque não importa o quanto eu quisesse ajudá-lo, eu não seria capaz de
ajudar. Ele era inalcançável.

Respirando profundamente, eu o deixei fora forçando todas as


minhas perguntas e curiosidade fora da minha mente. Minha vida já era
suficientemente complicada. Eu não preciso pensar em adotar um completo
perdido com uma mordida que me faria sem dúvida, em pedaços.

"Esqueça." Baixando a minha voz para um sussurro, eu disse: "Eu


irei. Mas você deve saber que eu voltei para dar-lhe um pedaço da minha
mente, mas também para continuar o nosso acordo. Eu me recuso a ficar
aqui por um mês, mas eu estava disposta a passar meus dias com você. A
lhe dar o que você queria. Apesar do que eu disse — Eu queria isso com
você. Eu senti a mesma força."

Suas costas ondulavam com tensão. O ar parecia crepitar e chorar


em torno dele com uma mistura de lamento e auto-aversão. Por um
momento, eu pensei que ele iria me estrangular. Alcançar e agarrar minha
garganta em suas mãos grandes e arrancar o ar do meu corpo. Mas então
sua raiva diminuiu, piscando para fora para ser substituída por frieza
absoluta. "Eu não me importo. Eu nunca gostaria de vê-la novamente."

Foda-se ele. Eu terminei.

Virando-me, eu caminhei até a porta. Minha raiva caiu em cima de


mim em uma onda. Eu lhe dei minha paixão e ofereci uma tábua de
salvação, e ele a jogou na minha cara.

No momento em que eu saí pela porta eu nunca queria vê-lo


novamente. Eu não seria capaz de fazer isto. Eu precisava ter certeza que o
adeus era final.

"Nunca se aproxime de mim, Fox. Se eu vir ou ouvir, ou descobrir


que você chegou perto, eu não vou apenas machucar você. Eu vou te
matar."
Dez

Desde o dia que eu concluí a fase final de treinamento, duas

coisas aconteceram. Eles me tatuaram com a marca de agente, e fui


informado da minha herança. Por anos eu tinha vivido em uma célula
dentro de uma mansão gigante; Tinham-me dito o que comer, dito quem
matar, e quando falar. Eu usava as mesmas roupas pretas que todos os
recrutas usavam. Eu segui o código.

Então eles me disseram quem eu tinha sido antes que eles me


roubassem em meu sexto aniversário.

Eu não era um mendigo ou um vagabundo na rua como algumas


das outras crianças. Eu não era classe média a partir de uma família
genérica.

Não.

Contaram-me que eu era o vigésimo quarto na linha de sucessão


ao trono. Meus ancestrais foram reis e rainhas; minha família temente a
Deus e respeitada.

Eles me disseram que eu iria herdar uma multi-milionária fortuna


de bens, jóias e dinheiro.

Meu nome verdadeiro era Roan Averin, mas nada disso importava.

Não importava que eu era um herdeiro real a uma sucessão que já


não existia, porque eu tinha matado até a última pessoa da minha
linhagem. Ninguém sabia que eu estava vivo. Ninguém sabia que eu existia.

Não havia ninguém.


Apenas eu.

E eu lhes pertencia.

"Eu vou te matar."

"Faça isso ou eu vou te matar."

"Obedeça ou eu vou te matar."

"Abate-os ou eu vou te matar."

"Mate e corte e decapite ou eu vou te matar."

A ameaça ressoou na minha cabeça mais e mais e mais.

O comentário de despedida de Zel roscou com meu passado. "Eu


vou te matar."

O pequeno porão que eu tinha no meu condicionamento


desintegrou, arremessando-me ir primeiro para a escuridão. Meu cérebro
nadou com as memórias de meus manipuladores sem rosto. Tudo o que eu
vi foram cachoeiras de vermelho e de cortes de lâminas através da carne.

Os impulsos me sugando para um profundo e escuro até que eu


esqueci que não vivia mais a vida. Eu era deles. Um ninguém sem
sentimentos ou esperanças ou sonhos. Sem valor.

Eu tinha sido capaz de me controlar enquanto discutia com Zel


graças à dor em minhas articulações. A surra que Oaks Poison me deu me
manteve são. Eu mantive minha distância e odiei sua percepção, sua
adivinhação correta a salvando de mim o tempo todo.

Sua paixão deixou meu pau duro como a porra de um pólo. Meu
sangue correu para levá-la de novo para fazer promessas — para jurar que
eu poderia fazer melhor. Prometer que a próxima vez que eu a levasse eu
seria forte o suficiente para tocá-la docemente. Mas a dor não foi suficiente e
cada chicotada de sua voz me fez tremer, lutando com meu passado.

Eu gritei e amaldiçoei para sua própria proteção. Eu queria que ela


desaparecesse para sempre, assim eu nunca teria que me preocupar em
machucá-la.

Mas então ela usou uma frase garantida para me atirar de volta no
tempo.

"Eu vou te matar."

Eu gemi quando o quarto rodou como um furacão negro, me


impulsionando a partir da segurança para o horror. A vivacidade no meu
sangue mudou de querer proteger Zel para querer matá-la, e eu não podia
mais ignorar a chamada. O condicionamento era muito forte, muito
arraigado, profundo demais para rejeitar.

As regras que eu tinha sido feito para viver agravavam na minha


cabeça, batendo com uma dor de cabeça insana. Ela era uma fraqueza. Ela
era um inimigo. Ela sabia demais.

Ela tem que morrer.

Meu queixo doía de tanto apertar e eu uivava como os lobos que


tinham me mantido alertas nas noites solitárias. A última da minha
humanidade filtrada à distância. Eu estava prestes a matar a única pessoa
que poderia ter tido a chance de me salvar.

E eu não podia parar.

Obediência gelada corria em minhas veias.

Eu me lancei para a mulher com a intenção de arruinar-me, com a


intenção de rasgar meu passado e segredos do meu cadáver quebrado. Ela
teve a audácia de dizer que ela podia me corrigir. Não havia mais nada para
corrigir. Eu era um Fantasma altamente treinado. Ela tinha que morrer.
Logo, ela não seria uma ameaça. Em breve, ela estaria morta.

Ela gritou quando eu a agarrei da porta e empurrei seu rosto pela


primeira vez no tapete.

Meus joelhos bateram contra o chão de cada lado de seu corpo;


minhas mãos em volta de sua garganta. Os músculos de seu pescoço
desprotegidos eram um afrodisíaco para a minha necessidade de obedecer.
Minha necessidade de matar.

Eu me alegrava com o poder dos meus dedos quando eu os cavei


cada vez mais fundo em sua carne. A dor no meu corpo a partir da luta
diminuiu, bloqueada assim como eu tinha sido treinado para me permitir
focar inteiramente na missão.

"Fox! Pare com isso!" Sua voz vacilou antes de eu apertar com
mais força, cortando seu ar. Ela fez um gemido patético em seu peito,
batendo embaixo de mim.

Os braços dela voaram de volta, os dedos desesperadamente


arranhando meus braços. Suas unhas tirando sangue, deslizando com o
vermelho, perdendo a força. O mau cheiro acobreado de sangue encheu meu
nariz.

Suas mãos atingiram minhas coxas, meus cotovelos, debatendo,


acertando nada. Seu corpo convulsionando como o terror de morrer
atingindo seu sistema nervoso central.

Seus dedos fechados em torno dos meus; o toque dela só piorava.

O nevoeiro voltou a minha visão, transformando tudo em branco


nevasca. Eu já não sabia onde eu estava. Tudo o que eu sabia era que eu
tinha que matá-la antes do meu manipulador descobrir. Ele me puniria se
ele soubesse que alguém tinha adivinhado meus segredos. Ele gostaria de
encontrar mais vítimas para eu mutilar.
Ela era uma responsabilidade. Ela era prejudicial para a minha
missão.

"Você sempre foi confiável, Fox."

Meu coração disparou em orgulho. Meu instrutor, meu treinador,


meu pai, para todos os fins sorriu, mas não deu um tapinha nas minhas
costas ou apertou a minha mão. Toque desnecessário não era permitido. "Eu
acho que você está pronto."

Meu coração bateu por um motivo diferente. Eu não estava pronto.


Nunca estaria pronto.

Estando tão alto quanto os meus quinze anos de idade deixavam,


eu disse: "Sim, senhor. Claro, senhor."

Seus olhos brilhavam, sabendo o que eu finalmente concordei em


fazer.

Eu desejei que eu pudesse me matar. Depois disso, não haveria


uma saída.

Eu só concordei em matar meu irmão.

O passo final para terminar a transformação de humano para


Fantasma.

Zel de repente parou de arranhar meus braços e torceu seu corpo.


Sua perna esquerda tisourou para fora, chutando tão alto quanto ela podia.
Sua mão voou para os cabelos emaranhados.

Eu apertei mais forte.

Ela grunhiu com os últimos restos de oxigênio em seus pulmões;


os dedos irromperam de seu cabelo, segurando algo.

O pulso de espessura do sangue em suas veias tornou-se mais


difícil, se aproximando da parada cardíaca. Meus olhos estreitaram,
desejando que eu não tivesse que ser tão covarde. Eu só queria ser livre. Eu
não queria matar esta mulher. Eu gostava dela. Eu gostava dela. Eu queria
mantê-la.

Mas, assim como tudo o que eu queria era continuar, eu não


podia. Todos eles tinham que morrer. Cada um.

Eu berrei quando algo afiado mergulhou em minha panturrilha,


seguido de uma retirada rápida. Outra fatia quente, queimando, entrou para
a sinfonia de agonia enquanto Zel mergulhou a arma serrilhada na minha
coxa.

Um Fantasma se orgulhava de trabalhar através da dor, nada iria


parar o nosso objetivo, mas o lampejo de tortura veio com clareza.

O que diabos estou fazendo?

Eu me movi para longe de Zel e afundei de volta. Tão, tão distante.


Longe de tocar a distância. Longe da matança.

O nevoeiro branco dos meus olhos se retirou, ajudando-me a me


concentrar no presente e não no passado.

Estou fora. Eles não querem saber se eu vou matá-la ou não. Eu já


não lhes pertenço.

O tsunami súbito de alívio esmagou meus pulmões. Minha cabeça


caiu para frente enquanto eu deixava minhas mãos caírem para meus lados.
Eu não tenho que matá-la. Ela estava segura. O condicionamento se
declinava, sumindo no meu sangue.

Eu não me importava com o carmesim jorrando de dois cortes na


minha perna. Eu não me importava com a mancha vermelha e preta se
reunindo rapidamente sob as feridas. Tudo que eu queria era acabar com a
minha vida miserável.
Eu não merecia viver. Não depois das atrocidades cometidas, ou
da falta de força que eu tinha para ignorar uma vida inteira de treinamento.
Eu estava arruinado, e não havia nenhuma maneira que eu pudesse mudar.

Zel tinha adivinhado tudo certo sobre mim, mas ela também tinha
mostrado apenas que eu era uma causa perdida. Só havia uma maneira de
acabar com meu sofrimento, e não era por meio da ofegante mulher de olhos
arregalados largada na minha frente.

Zel se contorceu em uma posição vertical meio desequilibrada,


uma mão esfregando sua garganta. Seus lábios estavam branco-azulados
por falta de oxigênio; ela me olhou com lágrimas saindo de seus olhos. "Não
me toque, seu idiota!"

Meus olhos caíram para sua mão estendida sangrando, manchada


de me esfaquear. Ela brandiu sua lâmina magra em minha direção. "É a
segunda vez que você tenta me matar. Eu vou matar você, se você tentar
uma terceira." Sua voz não era suave e melódica; ela respondeu
asperamente e resmungou do estrangulamento.

"Faça-o, agente."

"Termine isso."

Minhas mãos crispadas com os comandos desviados através de


mim. Eu balancei a cabeça, tentando limpar o condicionamento. A
necessidade de matar latejava fora do alcance, fazendo-me desejar que eu
pudesse descolar minha pele e encontrar a chave para desativá-lo.

Eu precisava seriamente de ajuda. Ela nunca me perdoaria. Eu


nunca me perdoaria.

Eu merecia uma eternidade de purgatório.

Zel subiu de joelhos, duas vezes sentindo a faca. "Quem diabos é


você?"
Baixei os olhos, olhando detalhadamente as feridas em minhas
pernas. O vermelho parecia torcer e formar hélices. Tornei-me extasiado
observando as gotas se espalharem em uma mancha maior no tapete,
transformando preto em vermelho intenso. Quem sou eu? Eu não sei. Eu
nunca vou saber quem eu era antes de ser quebrado.

Eu deliberadamente cutuquei a exsudação de ferida em minha


coxa com um dedo implacável. Eu estremeci, sibilando através de meus
dentes. O corte não era grande, apenas um centímetro de comprimento, mas
era profundo.

Eu tinha sido esfaqueado, espancado e torturado mais vezes do


que eu conseguia lembrar, mas Zel era a primeira mulher — a única mulher
— a sempre fazer mal a mim.

Meus olhos voaram com o pensamento. Todo o prejuízo tinha sido


dado por um homem. Ou procurado por combatentes ou como retribuição
dos meus manipuladores.

Minha raiva contra Zel alterou para profundo respeito. Algo


desembaraçou dentro de mim, desbloqueando necessidades há muito
esquecidas. Eu queria companheirismo, amizade, alguém que eu pudesse
confiar para nunca me deixar ficar fora de controle.

Era como se o sol entrasse em cada recesso do meu cérebro,


afugentando as trevas e o meu desprezível passado, deixando-me ver
claramente pela primeira vez na minha vida. Hazel era suficientemente forte,
corajosa o suficiente, estúpida o suficiente para me aturar. De repente eu
podia respirar mais fácil e o ódio por mim mesmo diminuiu um pouco,
deixando-me suspenso, formigando com esperança.

Beber em seu fogo, seu temperamento, sua força incrível. Ela era
feroz e rápida e inteligente. Ela impediu um Fantasma de matá-la. Ninguém
tinha sido capaz de me parar em missão.
Eu abri minha boca para dizer algo, qualquer coisa, mas o que eu
poderia dizer? Como eu poderia colocar em palavras a epifania que Zel me
deu ao me apunhalar na perna? Ela colocou mais sentido para mim com
uma ação do que qualquer coisa que ela tinha gritado comigo em paixão. Ela
nunca iria me perdoar, mas eu tinha caído mais sob seu feitiço e não tinha
uma chance no inferno de deixá-la ir.

Pânico correu em minhas veias com uma compulsão para amarrá-


la e nunca deixá-la fora da minha vista novamente.

"O que há de errado com você, Fox?" Zel bateu-me dos meus
pensamentos. Sentou-se mais corajosa, ligeiramente recuperada. Seus
lábios estavam entreabertos, olhos selvagens, e os botões em sua camisa
tinham rasgado, revelando seus seios.

Eu não conseguia tirar os olhos dela. "Está tudo errado," eu


murmurei. Meu coração bateu com a luxúria, assim diferente do pulsar de
como a tomei na última noite. Isto era diferente. Foi atado com algo mais
profundo. Eu queria estar profundamente dentro dela. Eu não queria vir
rápido ou procurar uma liberação rápida, mas apenas sentir seu calor e
descansar um pouco.

Descansar.

Dormir.

Um frio penetrou em meus ossos, e eu vagamente me perguntei


quanto sangue havia vomitado do meu corpo ao andar.

Talvez fosse melhor se eu apenas a deixasse ir. A morte finalmente


me levar.

Qualquer coisa seria mais fácil do que a esperança constante de


luta, mesmo que Zel tivesse me mostrado.

Um sussurro chamou minha atenção e eu estiquei o pescoço para


olhar para Zel de pé em cima de mim. "Se mova e eu esfaqueio você.” Seus
olhos verdes brilhavam e a faca ficou apontada em minha direção. "Fique
aí."

O impulso incrível para dizer 'sim, senhor' me encheu de


assombro.

Oh, minha puta que pariu.

Ao ganhar o meu respeito, ela de alguma forma ganhou uma


hierarquia superior em minha mente.

Eu tinha feito isso. Eu encontrei o que estava procurando e


construí um substituto para os meus manipuladores. Se eu pudesse
aprender a obedecer a cada comando de Zel, encontrar a doce rendição de
nunca pensar, sempre obedecer, eu poderia encontrar a liberdade.

Gostaria de pertencer a seu corpo e alma. Ela podia me pedir para


fazer alguma coisa e eu faria.

Isso não é liberdade.

Eu queria rir. Eu queria amaldiçoar. Eu não tinha encontrado a


liberdade. Eu tinha acabado de substituir uma prisão por outra.

Minha cabeça nadou quando eu fechei os olhos. Eu estou fodido.

O som do travamento da porta me deu algo para trancar, mas eu


deixei-me a deriva. Congratulei-a pela indefinição, a frieza, ignorando os
calafrios intermitentes e tontura.

Suspirando, eu me deixei cair de volta para as memórias.

As estrelas brilhavam acima no céu de veludo negro. Uma pequena


onda de flocos de neve fez o seu caminho em meu buraco quando o vento
soprava do nordeste.
Ulceração10 era meu único amigo e eu estava deitado no chão
gelado com apenas folhas e lama para me isolar.

Eu fiz uma promessa.

Na primeira oportunidade eu me mataria. Esta não era uma vida.


Era servidão. Eu preferia estar morto do que vivo e fazendo a obra do diabo.

Cruzando os dedos de dezessete anos de idade, eu jurei na lua.

"Eu vou me matar para evitar mais encomendas. Eu vou me colocar


para baixo como o predador que me treinaram para ser."

Meus olhos se abriram. Eu tinha esquecido essa promessa. Ele


tinha sido empurrado para as profundezas da minha mente e criei mais
camadas em cima de mim.

Mas eu poderia cumprir essa promessa agora. Eu não tinha que


procurar alguém para obedecer, para que eu pudesse cair de volta aos
velhos padrões. Eu poderia controlar meu próprio destino pela primeira vez.

O comprimido.

Minha cabeça caiu para o lado, olhando para o guarda-roupa. Eu


não poderia continuar colocando as pessoas em torno de mim em risco. Eu
estava muito confuso; Eu precisava de muita ajuda. E pensar que eu
poderia mudar era um conto de fadas. Eu era o Troll e não o belo cavaleiro
que ganhava a garota. Eu tinha cicatrizes cujo único propósito era ser
morto.

Estava na hora de acabar com isso.

O dia em que meu manipulador atirou-me para fora, ele me deu


um presente de despedida. Sua ordem de despedida tinha sido engolir a

10 Causada pelo frio.


pílula e apagar-me da existência. Eu lutei com o comando por dias, não
querendo morrer.

Mas todos os dias eu sofri uma morte lenta de miséria.

Zel não era a minha cura, afinal. Não existe cura para minha
doença.

Rolando em meus cotovelos, eu me icei entre infinidade de dores e


espasmos. O espancamento de Oaks fez meus músculos rígidos e difíceis de
mover. Mais sangue jorrou pela minha panturrilha e coxa quando meu
coração bateu com dificuldade devido ao esforço.

Colocando pressão sobre a minha perna, que doía como um filho


da puta, mas eu andava como se estivesse normal, forçando meu corpo a se
mover ao redor da lesão. Eu já tinha trabalhado com pior. Eu tinha ficado
dias com um fêmur quebrado ou clavícula cicatrizando para terminar uma
missão antes de receber qualquer assistência médica.

Os dois cortes feitos por Zel não eram nada.

Eu deixei um rastro de vermelho atrás de mim quando entrei no


armário e empurrei de lado linhas e linhas de trajes negros para chegar ao
cofre escondido na parte de trás. Camuflado e escondido pela caxemira e
algodão, teclei o código de quatorze dígitos e abri a porta.

Minha velha vida cumprimentou-me em uma rajada de memórias.

"Está completo. Você sente a fraternidade, o poder compartilhado e


consciência?" Meu manipulador perguntou, dando um passo para trás e
olhando sua obra. Ele me passou um espelho. Segurei-o, virando para ver por
cima do meu ombro.

Minhas costas tinham sido transformadas de pele de adolescente


em uma tela de desastre. Cada símbolo fechou minha garganta com medo que
eles haviam me marcado para sempre. Eu nunca seria livre.
Mantendo meu desespero escondido, eu assenti. "Sim, senhor."
Estas duas pequenas palavras. A única conversa que era autorizada.
Nenhuma resposta a mais era necessária do que ‘sim, senhor’.

"Você fez bem. Você levou um tempo para ver a razão, mas você
obedeceu no final." Ele bateu no meu ombro queimando, manchando-se com o
sangue fresco da tatuagem. "Você concorda?"

Meus olhos olharam para o cadáver do menino no canto da sala.


Sem vida, azul, morto. Eu tinha feito isso. Tinha me levado semanas para
quebrar, mas eles tinham feito isso.

Eu era deles.

"Sim senhor."

A arma jazia como um inimigo dormindo, descansando ao lado de


quinhentos mil em dinheiro, e um pequeno frasco de remédio com uma
palavra no rótulo.

Konets. Russo para 'final'.

Este era o fim.

Desapertando a tampa, eu derrubei a pílula azul inocente na


minha mão e olhei. Como seria o inferno? Será que eu viveria em mais
infelicidade?

Eu tinha perdido todos os direitos para ir para o céu no meu


sétimo aniversário. Eu sabia que não tinha chance de encontrar as pérolas
brancas de luz que as pessoas falavam.

Olhando para baixo em minha perna, eu fiz uma careta para a


umidade da minha calça. O sangue não tinha parado. Eu poderia apenas
sangrar até a morte.

Tome a pílula.
Seria rápido. Esperemos que não muito doloroso.

Trabalhando minha garganta, eu tentei criar saliva o suficiente


para engolir sem a necessidade de água. Minha boca seca se recusou a
cooperar.

Eu não podia fazer nada direito.

O peso de tudo foi de repente demais, e eu abaixei a cabeça contra


a borda do cofre. Gostaria de descansar por um momento, em seguida,
encontrar um copo de água. Mais alguns minutos antes de morrer.

Eu escorreguei para um estado de semi-transe e não ouvi os


passos até que fosse tarde demais.

Minhas reações foram comprometidas. Eu já não importava.

Algo duro rachou contra a traseira do meu crânio, e eu caí como


uma pedra.

Eu estava fora do ar antes de eu bater no chão.

Eu vi a ponta afiada de uma agulha de alguém costurando minha


perna. Eu reconheci a atração, a tensão. Fazia mais de dois anos desde que
eu tinha sido costurado, e eu percebi na minha mente fodida que eu perdi a
sensação de ser reparado.

Minha cabeça martelou a cada batimento lento do meu coração, e


eu não conseguia engolir o gosto ruim em minha boca.

Talvez desta vez eu pudesse ser colocado inteiro de volta e no


caminho certo.

Meu intestino torceu. O comprimido! Será que eu o tomei e este


era o inferno? Isso não explicava o inchaço na base do meu crânio ou o
suave murmúrio de vozes. Alguém me apagou e eu imaginei que eles tinham
usado uma das estátuas menores que estavam nas mesas ao redor da sala.

Meus olhos arregalaram e eu respirei fundo. Zel curvou-se sobre a


minha perna, a testa franzida, os lábios franzidos em concentração. Dois
dedos beliscaram minha pele a mantendo junta, enquanto ela puxou uma
agulha cirúrgica através da ferida.

Minhas mãos crisparam com o início do condicionamento me


encharcando com violência. Meu batimento cardíaco mais rápido do que
uma mulher em trabalho de parto.

Quando Hazel tocou minha coxa. Eu queria gritar para ela correr,
mas a dor da picada da agulha afiada ajudou-me a manter o meu
autocontrole. Vergonha me encheu. Eu era viciado. Eles me transformaram
em um viciado de agonia.

Agarrei a colcha, ofegando com o calor, tremendo de frio.

Seus olhos subiram para encontrar os meus, verde brilhante


enchendo meu mundo. "Eu não tenho idéia do que eu ainda estou fazendo
aqui. Mas eu não podia sair pela porta quando eu te vi segurando essa
pílula. Eu sei o que você ia fazer.” Seus olhos brilharam para uma pessoa
vestida de médico do outro lado da cama. Mascarado, vestido de branco,
seus olhos azuis nunca pararam de olhar para nós. Ela tinha trazido um
guarda-costas? Ou era o médico que deveria estar me costurando?

Pisquei, tentando entender.

"No minuto em que isso estiver terminado eu estou saindo, e eu


nunca mais quero vê-lo novamente," Zel murmurou.

Meu coração triplicou seu ritmo, mas acenei com a cabeça. Era a
única maneira.

Zel esfaqueando a agulha na minha pele, deliberadamente para me


punir. "Ele queria anestesiar a área enquanto eu trabalhava, mas eu pensei
que você poderia gostar da dor.” Seus olhos mostravam uma conversa
silenciosa.

Eu sei que você se auto-mutila, e eu descobri que era o que você


queria.

Eu balancei a cabeça, lutando com a minha dor de cabeça.


"Obrigado." Eu não podia dizer isso em voz alta, então eu fui forçado a
passar a mensagem em silêncio. Eu não tive a intenção de te machucar.

Desculpar-se em silêncio não era suficiente. Ela merecia um


pedido de desculpas de coração-aberto. Ela me merecia em meus malditos
joelhos implorando perdão.

Mantendo cada parte de mim em estado de alerta, eu capturei a


mão coberta com a luva sangrenta e segurei. Engolindo em seco, eu
murmurei, "Eu sinto muito. Eu não tenho nenhuma desculpa para o que
aconteceu, e eu sei que não há chance de você me perdoar. Só..." Eu
encontrei seus olhos. "Eu preciso que você saiba, você me ajudou mais do
que ninguém, e eu nunca vou me perdoar por machucar você. Eu não tive a
intenção."

Ela retirou a mão. "Você poderia ter me enganado. O olhar em


seus olhos, Fox. Você não estava lá. Eu acho que você precisa encontrar o
tratamento adequado."

Eu queria dizer-lhe tudo. Eu não me importava mais com o sigilo


ou o que eles fariam comigo se descobrissem. Eu só precisava libertar isso
de dentro de mim.

Há uma testemunha.

Eu olhei para o médico. Seu rosto mascarado estava em branco;


corpo tenso. Eu desisti. Eu não podia discutir o que eu queria na frente
dele.
Zel me pegou olhando para ele. "Não se preocupe. Ele não vai tocar
em você."

Eu fiz uma careta, rangendo os dentes quando ela me cutucou


com a agulha novamente. "Por que você está me costurando? Você tem
formação médica?"

Os lábios de Zel cintilaram em um pequeno sorriso. "Ele não está


fazendo isso porque eu não quero que ele esteja em perigo. Você tentou
matar alguém que você conhecia, o que você faria para um estranho?" Sua
sobrancelha levantou. "Eu tenho Registro de Técnica, eu estudei para
ganhar um emprego de secretária de um médico. Mas eu não estou voando
as cegas. Antes de você acordar, ele ajudou.” Balançando a cabeça para o
médico, ela acrescentou, "Ele checou os seus ferimentos enquanto você
estava fora e nada está danificado internamente.” Seus lábios se torceram
em um sorriso irônico. "Eu sou boa com agulhas. Pergunta para Clue. Eu
posso fazer crochê com a melhor delas e eu percebi que isso não poderia ser
muito diferente."

Meus olhos se arregalaram, ardor na minha cabeça. "Costurar


uma perna é completamente diferente de costurar um maldito travesseiro."

Seus olhos se estreitaram. “Bem, eu acho que eu estou fazendo


um trabalho muito bom e considerando que eu estou lutando contra a
vontade de apunhalá-lo várias vezes com esta pequena agulha pelo que você
fez, você pode sentar a porra da sua bunda e me deixar terminar.” Fogo
aceso em seus olhos. “Se você acha que pode me parar, ou se você se mover
muito rápido, esse adorável senhor vai dopá-lo com anestesia tão rápido que
você vai estar apagado e quando você cair, eu vou embora para sempre.”

A agulha esfaqueou-me com força, deliberadamente áspera.


"Entendeu?"

Em vez de ser encolhido por seu discurso, a porra do meu pau


engrossou. Meu coração bombeando luxúria grossa e rápida, e tudo que eu
conseguia pensar era em beijá-la. Eu queria pra caralho ser normal para
que eu pudesse abraçá-la e beijá-la, e agradecer o universo por dar-me um
anjo.

"Enquanto você está infligindo dor, posso lidar com isso." A


admissão fez Zel olhar para cima. Eu abaixei minha voz, lançando um olhar
irritado para o médico. "Eu quero que você saiba. Tudo sobre mim. Talvez
então você possa entender. Eu quero você, Zel. O pensamento de você sair
me mata pra caralho."

Suas mãos tremiam — o único sinal de emoção. Seus olhos saíram


dos meus e ela retomou seu procedimento.

Nós não falamos novamente até que ela terminou de me costurar.


Seu toque era leve e suave, mas cada pontada da agulha me deu o que eu
desejava. De alguma forma, ela criou uma nova sensação. Misturando dor e
doçura, fazendo-me suportar a hipnose, dando-me a força para ignorar o
condicionamento por um momento.

Eu caí em um transe. Quando eu abri meus olhos o médico tinha


ido embora e Zel tinha colocado ataduras brancas sobre as feridas
costuradas. Foi só então que eu notei que ela tinha cortado a perna da
minha calça.

Seus olhos encontraram os meus antes que ela, cuidadosamente,


sempre tão hesitante, tocou uma grande cicatriz no meu osso da tíbia, onde
tinham estalado minha perna e, em seguida, colocado-a junta novamente
depois de uma missão.

Eu respirei fundo, cerrando os punhos. Sem dor o


condicionamento ecoou no meu cérebro.

"Você fez isso caindo de snowboard quando criança? Ou talvez


caindo de uma moto quando você era um adolescente?" Sua voz ficou baixa,
nada da raiva e calor de antes.
Ela queria saber.

Alegria iluminou meu coração. Ela não sairia até que eu


explicasse. Porra, eu responderia a qualquer pergunta que ela tivesse se isso
a ajudasse a me perdoar.

Por enquanto as emoções entre nós eram puras, quase como se a


luta tivesse limpado o ar para maior honestidade. "Não." A minha própria
voz me chocou. Eu nunca tinha falado com ninguém sobre o meu passado.
Nunca. Um arrepio frio correu pelas minhas costas.

Ela não vai te perdoar. Ela vai te odiar ainda mais quando ela
descobrir a verdade.

"Eu estou esperando, Fox. Diga-me quem você é."

Ela olhou para mim com terror e repugnância. Se ela sentisse que
era seu dever me denunciar. Eu estaria trancado em outra gaiola e julgado
pelo que eu tinha feito. Medo avassalador rachou meu coração. "Não." Eu
não poderia fazê-lo depois de tudo.

Seu rosto escureceu e seus olhos baixaram. Ela focou em seu dedo
perto do meu joelho. Uma pequena cicatriz em formato de X decorava a
articulação onde ela tinha sido presa em dispositivos de tortura, então eu
não poderia dobrar quando eu andasse. Eles disseram que eu tinha que
aprender a correr e me mover em qualquer condição, inclusive sendo quase
inválido.

"Você caiu de um cavalo, ou talvez fossem feridas de um acidente


de carro?" Sua voz sussurrou. Uma ameaça mais do que um calmante. Seu
corpo inteiro cantarolava com a tensão da raiva mal contida.

"Não."

Seu toque rastejou para cima, passando minha coxa, acariciando


os cabelos e rastreando através de lesões antigas. Cada polegada que ela
viajou, meu estômago se apertou. Confusão sufocada em meu cérebro. O
condicionamento cresceu ainda mais forte a cada toque, mas eu agarrei a
colcha, reativando a dor do meu machucado nos nós dos dedos.

Eu queria que ela parasse. Meu corpo queria matá-la porque é isso
que ele tinha sido ensinado a fazer ao ser tocado. Mas, por uma vez, meu
cérebro queria mais. Ele queria a suavidade, a suave carícia.

Eu queria mais da doce tortura de ser acariciado.

Essa é uma novidade. Esse presente raro.

Zel nunca parou em seu toque luminoso. "Você teve um acidente


de barco, ou caiu de um skate?" A voz dela pintando fotos de uma criança
despreocupada que tinha tido uma educação normal. Tido pais amorosos e
uma divertida infância. Ela pintou uma mentira. Uma mentira que eu
desesperadamente queria que fosse verdade.

"Não."

Seus dedos achatados contra a minha coxa até que toda a palma
da mão estava pressionada contra mim. O condicionamento aumentou sua
ferocidade até que eu tremia, tentando tão duramente ignorá-lo. Seu corpo
mudou quando ela se moveu mais alto, seguindo o contorno da minha coxa
até que a mão desapareceu sob o material da minha calça rasgada e roçou
meu pau.

Eu congelei. Engoli em seco.

Meu cérebro tinha muito para filtrar.

Não a machuque. Não a mate. Por favor, fique consciente.

Tudo o que eu queria fazer era me render a doce agonia que ela
invocou. Meu pau duro aumentou para o ponto de dor, criando vida por um
só toque inócuo.
Eu gemi quando sua mão quente me agarrou, apertando com
firmeza. "Será que dói?"

Eu não conseguia falar, mas ele o fez. Ele me matou de dentro


para fora. Eu nunca tinha sentido tanta merda de prazer. Tal consciência
mexeu comigo. Balançando a cabeça, eu gemi novamente quando sua mão
me soltou, caindo para minhas bolas.

Toda a minha vida eu tinha evitado tocá-las e olhar para elas. A


primeira e única vez que eu tinha me trazido para a liberação tinha tido
consequências terríveis.

Zel me agarrou com firmeza, apertando com uma mistura de


autoridade e temperamento. Seu toque enviou-me em espiral em uma fossa
de memórias.

"O que é este pedaço de carne, Fox?"

"Nada, senhor!"

"Então por que você estava empurrando-o como se fosse o seu


brinquedo favorito?"

Os meus quinze anos de idade, bochechas inflamadas. Eu esqueci


que havia câmeras no meu quarto. Eu não tinha a intenção de me tocar. Eu
não tinha a intenção de seguir com as deliciosas sensações de apertar
minhas bolas.

Eu não queria ser pego.

"Se isso está provando ser uma distração, podemos removê-lo. Não
podemos, Fox?"

Meu coração parou de bater. "Não senhor. Você não tem que fazer
isso. Nunca mais, senhor. Eu juro, senhor."

Senhor. Senhor. Senhor. Eu não conseguia parar de mendigar.


Ele apertou forte o meu pau antes de me largar. "Se você se tocar
novamente, nós vamos rasgá-lo."

"Fox. Que porra, pare. Você está me machucando," Zel estalou. A


palma da mão bateu no meu rosto, trazendo um aguilhão afiado.

Meus olhos se abriram e eu empurrei meus dedos longe, soltando


seu pulso. No momento em que a libertei, ela revirou a mão, trazendo de
volta a circulação de sangue em sua mão. Seus olhos estavam brilhando
com lágrimas, mas elas não eram mais lágrimas de tristeza ou raiva. "Por
que diabos eu estou tentando ajudá-lo? Você está além da ajuda!"

Meu coração gaguejou e eu agarrei a mão dela novamente,


massageando a circulação de volta para ela. "Porra. Eu sinto muito. Você
está bem?"

A mistura de incerteza e medo em seus olhos me desfez, e eu


nunca tinha estado tão perto de quebrar. Depois de tudo o que eu tinha
feito, ela ainda não tinha saído. Ela não tinha desistido, e agradeci a porra
do Universo por qualquer conexão que existiu entre nós. Ela ficou comigo,
não por causa do dinheiro, mas porque ela não podia ir embora.

"Não, eu não estou bem. Tudo sobre você me diz para correr, mas
eu me ignoro e acabo me machucando novamente. Eu me odeio por minha
necessidade de ajudar os outros, é uma compulsão que está me deixando
louca."

Ela apertou os olhos de esmeralda antes de olhar direto para


minha alma. "Você está me deixando louca, mas estou aprendendo e pôr
estar aprendendo se torna mais difícil sair."

"O que você está aprendendo?"

Ela suspirou profundamente. "Como ajudá-lo."


Eu respirei fundo, esperando, rezando que ela estivesse certa. Eu
tive meu momento de fraqueza e pensei em suicídio, mas agora eu estava
pronto para abraçar uma cura. Eu faria qualquer coisa. Qualquer coisa.

Eu não sabia o que dizer.

Nós nos olhamos por uma eternidade antes que ela sussurrasse:
"Você confia em mim para fazer algo? Eu quero ver se funciona. Se isso não
acontecer, eu estou fora. Mas se isso acontecer, eu vou ficar e honrar nosso
acordo."

Seja qual for a coisa fodida que ela queria fazer, eu esperava que
funcionasse.

"Sim. Faça o que quiser."

Ela apoiou os ombros e disse: "Não faça perguntas. Deite."

Obedeci instantaneamente. Ela me esperou descansar contra os


travesseiros e acomodou-se sobre os joelhos, entre as minhas pernas. Meu
corpo inteiro vibrava de tê-la tão perto, e eu forcei minhas mãos sob meus
quadris, prendendo-as debaixo de mim.

"Eu vou tocar em você agora," ela sussurrou.

Antes que eu pudesse responder ou me preparar, a mão na minha


perna desapareceu no corte da calça e envolveu corajosamente meu pau.

"Puta merda," eu gemi. Minha capacidade cerebral zerou com a


mão dela, cativante, quente. Cada célula do meu corpo jorrou com
necessidade tão aguda que eu senti ela me esfolando vivo.

"Concentre-se em meu toque em você. Nunca pare de se


concentrar em meu toque."
Eu lutei para manter os olhos abertos quando meu estômago
tremulou e os meus quadris ficaram tenso como granito. O olhar dela fixo
no meu, nublado de desejo.

Outro gemido irrompeu da minha boca enquanto seus dedos


apertados, se moviam para cima e para baixo em um ritmo sem fim,
determinado a quebrar o meu cérebro. "Diga-me o que você está sentindo,
Fox." Seu aperto firme em volta do meu pau, acrescentando uma nova
sensação.

Meus olhos queriam permanecer fechados, mas não me atrevi a


me perder completamente. Eu poderia machucá-la. Eu poderia matá-la. "Eu
posso sentir o quão duro eu estou. O quanto eu quero te foder."

"Não. Concentre-se no interior. O que você sente?"

Porra, eu não gostava de me aprofundar em sentimentos. E eu


com certeza não queria compartilhá-los com Hazel.

"Faça isso." Sua mão em concha em mim, pressionando para


baixo, girando até a umidade que apareceu a partir de lugar nenhum.
Estrelas cadentes e terremotos fixaram residência em meu estômago, senti a
necessidade de me libertar.

"Oh, meu Deus, mulher. Eu estou vindo."

Seu aperto suavizou imediatamente, deixando cair o orgasmo.


"Não até que você me diga como você se sente."

Droga. "Eu me sinto em pedaços que nunca se encaixam. Eu


tenho tanto dentro de mim, eu só queria apertar um botão de reiniciar e
esquecer tudo até o segundo que você começou a me masturbar. Eu fui
ensinado a ignorar o certo e o errado. Eu sou uma bagunça do caralho."

Sua mão aumentou a sua pressão, me recompensando. "Você quer


que eu pare?" Ela murmurou.
Eu queria dizer que sim. Dizer a ela que não era seguro, que ela
me empurrou muito longe, mas eu não tinha força de vontade. Nada.
Nenhuma. "Não."

Seus dedos envolveram mais forte, me acariciando, me


bombeamento. Sangue floresceu mais espesso, enchendo meu pau com um
calor ansioso até que ardeu por mais. Mudei meus quadris, dando-lhe um
melhor acesso. Eu queria estar dentro dela. Eu não conseguia tirar muito
mais de seu aperto possessivo.

Zel não se mexeu ou tocou-me além do meu pau e eu era


eternamente grato a ela por manter distância. Mas ao mesmo tempo eu
estava chateado, irritado, e queria tanto assumir o controle.

Com a mão livre, ela avançou a faixa da cintura de minhas calças


para baixo de meus quadris, nunca parando, ela acariciou alucinantemente.

Eu levantei meus quadris para que ela puxasse o material fora.


Polegada por polegada, ela deslizou as calças arruinadas ainda mais. Eu não
me importei com ela me tocando. Eu não me importava que mais cicatrizes
estavam em exposição.

Tudo o que importava eram as faíscas e o formigamento apertando


no meu interior em meu pau. O condicionamento perdeu seu poder sobre
mim. Tudo deixou de existir, exceto ela.

No momento em que as calças deslizaram para fora dos meus


tornozelos, ela ajoelhou-se entre as minhas pernas e apertou. "Eu vou beijá-
lo."

Meus olhos remataram para o lado, quebrando o feitiço em que ela


tinha me colocado. A vontade de agarrá-la pelo pescoço atrás dos meus
olhos. Eu não poderia lidar com ela me beijando. Eu me perderia.

"Não. Não."
Sua língua disparou para fora, rosa e molhada. "Não nos lábios,"
ela sussurrou. Seu polegar acariciou a ponta altamente sensível do meu
pau, pressionando contra a carne quente. "Eu vou te beijar. Aqui."

Ah, porra, meu Deus.

Nunca na minha vida nada soou tão bom. Tão, porra


deliciosamente bom. Nunca antes lábios chegaram perto de qualquer parte
da minha anatomia.

Deixei de saber falar. Eu balancei a cabeça uma vez, os olhos


arregalados, os músculos apertados.

Ela lambeu os lábios, enviando uma emoção direto ao meu


coração.

A antecipação de sua boca me lambendo, fez meu pau guinar em


seus dedos. Deixando cair seus olhos, ela se agachou. A antecipação foi
demais. Eu não podia puxar uma respiração adequada.

Esperei interminavelmente para a primeira varredura de sua


língua.

Mas então ela parou.

Sentada, ela lançou seu poder sobre mim. Meu coração contraiu
em meu peito enquanto ela se levantava e caminhava para o lado da cama
onde eu tinha colocado a algema de couro.

Ela o segurou e disse: “Eu vou colocar isso em você. Eu quero dar-
lhe prazer, mas eu me recuso se eu não puder restringir-lhe.” Sua voz
vacilou; seu corpo lavado com a luxúria, a mesma que a minha. Seus olhos
caíram para o meu pau, em pé, duro e quente e implorando por sua boca. A
conexão entre nós latejava com certeza. Tudo o que estávamos fazendo era
perfeito. Tudo o que ela estava fazendo estava funcionando. Eu estava me
curando.
Eu balancei a cabeça.

Sem dizer uma palavra, ela se aproximou dos travesseiros e


esperou que eu colocasse um braço contra a árvore de metal da cabeceira da
cama. Fazendo o seu melhor para não me tocar e ao mesmo tempo garantir
a colocação da contenção, eu arrisquei tudo, inclinando-me para frente e
colocando um beijo simples em uma contusão de seu pescoço eu sussurrei
"Sinto muito," respirando seu aroma sutil de Lírio do vale.

Ela se afastou. "Eu sei." Desaparecendo no meu guarda-roupa, ela


voltou com um cinto. A sobrancelha levantada, olhando para o meu outro
lado. Eu mantive minhas mãos cerradas, escondendo o III tatuado no
centro.

Eu obedientemente coloquei meu pulso contra a cabeceira,


assobiando quando ela montou em mim, deliberadamente roçando sua
vagina coberta com jeans contra meu pau extremamente duro.

Ela apertou o cinto antes de retomar sua posição de joelhos entre


as minhas pernas abertas. Sua quente respiração fez cócegas em minhas
coxas, e eu não sabia quanto tempo mais eu poderia esperar.

Eu queria sua boca. Terrivelmente.

"Diga-me o que você quer," disse ela baixinho.

Eu balancei minha cabeça. Era uma coisa aceitar o que ela queria
dar, mas eu não podia dizer a ela o que eu queria. Não depois de tudo. Eu
devia a ela mais do que eu jamais seria capaz de pagar.

"Eu quero ouvir você dizer isso." Seus olhos brilharam e seus
dedos me apertaram em advertência.

A onda de calor ameaçou pintar meu rosto. Depois de uma vida de


ser dito para esquecer sobre o sexo, agora ela queria que eu mergulhasse e o
abraçasse. Engolindo em seco, eu rosnei: "Eu quero sentir sua boca em
torno de meu pau. Eu quero sentir o seu calor e ouvi-la gemer com meu
gosto."

Porra. Eu poderia ter vindo apenas por falar sujo. Isso me excitou
como se cometas estivessem explodindo no meu pau.

Zel sorriu. "Como quiser."

Mantendo contato visual, ela se inclinou sobre mim e sem


qualquer aviso, deslizou sua quente, molhada e requintada boca sobre a
ponta da minha ereção.

Meu mundo passou de preto para prismático. Eu nunca tinha


sentido tanta admiração, tal liberdade, tal profundamente arraigada de
felicidade primal. Meu coração se encheu; os membros travaram. Eu não
conseguia me concentrar em nada, exceto ela. Ela. Ela.

Eu gemi com agradecimento, gratidão e alegria. Sua boca incrível


chupou meu comprimento até o fundo. O redemoinho de sua língua lambeu
escorregadio e adorando, não me dando nenhuma chance de permanecer
são. Eu me perdi para Zel. E de bom grado dei tudo para ela.

"Assim?" Ela respirou contra a minha barriga. "Você gosta de


minha língua lambendo você, dando prazer a você?" Ela arrastou beijos da
base à ponta, sempre acariciando.

Eu gemi, tremendo com uma mistura de condicionamento furioso


e prazer celestial. "Sim. Porra. Sim. Não pare."

Ela riu suavemente e desceu mais uma vez. Sua mão deslizou para
cima e para baixo, lubrificada pela saliva, me fazendo sentir fora deste
mundo. Uma fogueira construída no fundo de minhas bolas.

Eu vacilei, testando as restrições com que Zel me segurou,


massageando a carne sensível. Eu não podia continuar no controle de sua
boca e do toque dos seus dedos.
Meu cérebro tentou reverter para o modo Fantasma. Meus
músculos estremeceram com as ordens que nunca seriam totalmente
ignoradas.

Então Zel engoliu meu comprimento e cantarolou. As vibrações


esmagando através de meu condicionamento, demolindo através dos meus
pensamentos, e eu regredi a uma criatura simples. Um homem correndo
para o prazer pela primeira vez. Um animal com a única intenção de entrar
na garganta desta bela serafim.

A cama tremeu e balançou enquanto eu lutava contra as


restrições. Eu queria tocá-la, passar meus dedos por seus cabelos e
empurrar em sua boca. Eu queria dar-lhe tudo.

Mas o cinto em meu punho me segurou cativo, deixando-me


completamente à mercê de Zel.

Sua boca chupou com mais força, arrastando fogo mais e mais na
minha virilha. Minha coluna vibrou com necessidade; meus olhos se
fecharam.

Zel era mágica. Ela era uma bruxa. Eu queria vir para sempre.

O último de minha ruína veio na forma de seu cabelo em cascata


sobre minha coxa. As cócegas amplificando minha consciência de sua boca
quente, escorregadia e sua língua rodou mais forte, me lambendo mais
rápido, enviando-me arremessado em direção à borda.

Eu não tinha escolha a não ser deixar ir.

Eu esqueci completamente quem eu era e o desastre que minha


vida tinha se tornado e caíram todas as minhas paredes para minha alma.

Eu vim como uma mangueira de jardim do caralho.


Jorro após jorro, eu empurrei em sua garganta. Ela rodou cada
impulso, engoliu cada gota. Não havia na prosa ou literatura algo que
poderia descrever a intensidade, a sublimidade visceral da minha liberação.

Isso me mudou. Isso me deu calor pela primeira vez. Deu-me a


porra da esperança.

Abri os olhos enquanto sua língua sacudiu para fora, lavando-me


a partir do primeiro do mais intenso orgasmo da minha vida. Ela tinha
tomado uma parte de mim dentro dela. Ela completou a ligação que eu senti
desde que pus os olhos nela.

Ninguém tinha me feito sentir como Zel. Ninguém me fez refém


como Zel.

Ela tinha feito com sucesso em dez minutos o que eu tentei fazer
em dois anos.

Ela me trouxe de volta à vida.


Onze

A vida tem uma maneira de embalar vítimas inocentes em uma

falsa sensação de segurança. Fornecendo respostas para problemas que


parecem muito difíceis de corrigir. Dando o amor para combater a solidão.
Enviando uma palavra amável em um momento de dúvida.

Mas são nesses momentos que fazem de você um fraco, e isso é


quando a vida fere mais pesadamente.

Pensei na minha ingenuidade que eu tinha encontrado uma


maneira de ajudar Fox. Que eu tinha feito o impossível e feito progresso com
um homem tão psicologicamente danificado. Eu pensei que eu iria encontrar
uma cura para Clara graças ao dinheiro de Fox. Eu pensei tantas coisas
boas, esperançosas.

Mas, assim como tudo.

Eu estava errada.

Uma semana se passou depois da nossa luta e do incidente infeliz


de Fox tentando me estrangular. Depois de ver suas pernas nuas e costurar
as feridas infligidas eu esperava que ele ia superar seu problema de
vestuário e nudez.

Mas nunca mais vi suas pernas de novo, ou o seu peito ou costas


ou braços. Eu me pego olhando para ele, traçando os músculos debaixo de
sua camisa preta, desejando que eu pudesse tocar e sentir seu gosto.
Quanto mais tempo passa ele permanece uma incógnita, mais a
minha mente vai à loucura com o que ele manteve escondido. E se ele estava
tão mutilado debaixo da roupa que me fizesse explodir em lágrimas, estou
lutando por um menino que nunca teve uma mão sobre ele com amizade ou
amor? E se ele escondia algo ainda mais sinistro?

Na manhã após a luta, depois que eu o fiz quebrar com a minha


boca, as coisas mudaram entre nós. Ele aceitou a minha necessidade de
voltar para casa à noite. E nós silenciosamente concordamos em começar a
partir do zero.

Nós nunca discutimos o contrato e nós não precisamos. Tanto


quanto eu sabia, o acordo era nulo. O que aconteceu nos deu algo mais
profundo do que um pedaço de papel. Fox ainda ia me pagar e eu ainda iria
aceitar o pagamento por causa da minha filha, mas nós tínhamos evoluído
de um acordo comercial para algo mais.

Nós nos tornamos amigos.

Poucos dias após o incidente, eu tentei mudar suas ataduras para


inspecionar os pontos em sua perna, mas ele se negou categoricamente e se
portou como se não tivesse nenhuma lesão. Ele era o mestre em mascarar a
dor.

Por mais estranho que pudesse parecer, entendemos um ao outro


e seguimos em frente. Fox sabia que eu não iria ser tolerante com sua
violência, e eu sabia que ele não iria tolerar ser tocado.

Era um novo mundo cheio de querer e temor.

Durante o dia, eu ficava com Fox. Nós exploramos a sua casa, ou


íamos para passeios nos semi-selvagens jardins em torno de sua
propriedade. Ele me mostrou como ajudar com a papelada do Obsidian e um
dia eu me sentei ao lado dele em seus trabalhos com recibos, envio de
faturas mensais e ofereci sugestões sobre como melhorar a produtividade.
Em vez de ser possessivo com sua empresa, Fox escutou
intensamente, acenando para o conselho, e suavemente respondendo a
perguntas sobre os aspectos legais do seu clube.

Nossas mentes encontrando até mesmo um solo para se firmar,


lançando as bases para uma amizade às avessas que fervia com a química e
a necessidade, mas nunca foi posta em prática.

Fox abriu sua vida para mim, todos os caminhos de seu negócio,
cada conta e senha em seu computador, mas nem uma vez ele me deixou
tocá-lo, ou perguntar qualquer coisa sobre seu passado.

Os sorrisos que ele deu foram tingidos com sombras; os risos


ecoavam com solidão. Meu coração gritou para que ele reconhecesse o
presente que eu queria dar-lhe. Eu queria a honra de curá-lo. Eu queria a
alegria de trazer-lhe a verdadeira felicidade.

Mas isso não parece possível.

Eu o peguei me observando enquanto eu me inclinava sobre seus


livros ou caminhava em silêncio ao seu lado. Seus olhos eram tão
extremamente expressivos que ele não precisava de palavras.

A mensagem era alta e clara.

Por que você ainda está aqui?

Por que desperdiça seu tempo comigo?

Eu só vou destruí-la.

Eu ignorei essas mensagens.

Eu também ignorei os meus próprios pensamentos. Deitada na


cama, à noite, ouvindo a respiração suave de Clara, eu vasculhei os meus
sentimentos em relação a ele.
Eu lhe disse que não o tinha perdoado pelas contusões e o terrível
medo que ele incutiu em mim. Mesmo eu tendo vivido um passado perigoso,
de frente para a dor e não tão perfeito em escolhas, eu nunca fiquei tão
petrificada antes. Os pensamentos correndo pela minha cabeça quando seus
dedos esmagaram minha traquéia tinham sido preenchidos de Clara. Ela
nunca saberia o quanto eu a amava. Ela nunca entenderia que eu faria
qualquer coisa por ela.

Mas, em seguida, surgiram camadas de gratidão em meu horror.


Gratidão que eu iria morrer antes da minha prole. Eu não teria que vê-la
murchar e implorar por ajuda que eu não poderia dar.

Fox fez-me avaliar cada polegada da minha vida e eu o odiava por


isso. Eu não acho que eu nunca o perdoaria realmente pelo que ele tinha
feito, mas, ao mesmo tempo, ele era o homem mais real e sem remorso que
eu já conheci.

Fox nunca me disse onde ele foi na noite em que me levou, mas as
contusões em torno de seu olho e osso da bochecha tinham se desvanecido
para um amarelo barrento. Eu não acho que eu jamais ia me acostumar
com suas articulações clicando ou o seu ranger de ossos sempre que ele
voltava após a sessão de treino. Ele soava como um velho soldado de lata
com necessidade de um pouco de óleo.

As cinco horas, todas as tardes, eu deixava Fox e pegava um táxi


de sua casa até a minha. Ele tinha me dado cem mil em dinheiro, como ele
prometeu, e eu fui capaz de comprar outro inalador para Clara. Ele tentou
me levar, mas eu recusei. Enquanto admiti que eu tinha carinho por ele,
uma necessidade insaciável de consertá-lo, e um desejo físico dele, eu ainda
estava com medo do que ele era capaz. Ele era uma granada de mão não
acionada e eu não tinha nenhuma intenção de deixá-lo perto de Clara. Ele
tinha os seus segredos e eu tinha o meu. Essa era a maneira que tinha que
ser.
Clara lançava seu corpo quente, se contorcendo em meus braços e
comíamos juntas, assistíamos televisão, fazíamos sua lição de casa, em
seguida, riríamos e falaríamos no escuro até que ela adormecesse. Eu
acumulava aqueles momentos como pó de ouro, guardando cada memória
em um cofre dentro da minha mente, sabendo que cada lembrança iria me
torturar quando ela tivesse ido embora.

Toda manhã eu acordava com a esperança de que os médicos a


haviam diagnosticado errado. Clara parecia demasiadamente saudável e
vibrante, o cabelo brilhante, os olhos brilhantes e a mente inquisitiva.

Às dez da manhã todos os dias eu voltava para Fox e subia em sua


cama. Ele acordava, sorria, em seguida, voltava a dormir, deixando-me para
me banhar no sol, mantendo vigília até o meio-dia, quando ele acordava.

Durante uma semana eu equilibrei minhas duas vidas


perfeitamente. Comecei a pensar que poderia funcionar.

Mas, claro, a vida gostava de provar que eu estava errada.

"Caramba, você me assustou," eu disse, segurando as pastas


contra o meu peito. Era início da tarde e eu estava trabalhando para
encomendar mais suprimentos para os lutadores do Obsidian. Fox tinha
desaparecido uma hora atrás, dizendo que ele estaria de volta em breve.

Eu não esperava que ele estivesse silencioso e escondido contra as


paredes negras de seu escritório completamente imperceptível até que ele se
movesse.

Seus lábios tremeram, mas ele não sorriu totalmente. Ele nunca o
fez. Só uma vez eu gostaria de vê-lo deixar ir e ser feliz.

Se ele sabia como, é claro.


“Desculpe. Eu estava esperando por você.” Ele avançou e tomou os
arquivos pesados de mim, colocando-os em sua mesa. Eu tinha estado no
andar de baixo com Oscar, tomando nota do tipo de suprimento de que
precisávamos.

Ele pediu mais prostitutas e eu lhe dei um tapa de brincadeira.


Por mais que eu não queria admitir, eu gostava do Oscar. Ele me chamou de
prostituta e pegou meu seio, mas sob o exterior impetuoso ocultava-se um
surfista divertido, cujos olhos azuis causaram uma ou duas asas de atração
em meu estômago.

Ele era tão diferente de Fox. Um era do sol o outro do escuro. Ele
era o feliz. Mas eu não iria desviar, não que eu tivesse quaisquer obrigações
de relacionamento com Fox para além do dinheiro de nossa transação, mas
meus sentimentos tinham crescido de luxúria para algo mais profundo.

Eu não pensava mais sobre o nosso tempo juntos apenas durante


um mês. Gostaria de ficar até Fox sorrir com sua alma. Gostaria de ficar até
que ele pudesse fazer amor comigo como eu queria que ele fizesse.

E se ele te machuca de novo?

Eu sairia e nunca mais olharia para trás. Eu tinha sentimentos


por ele, mas eu não tinha um desejo de morte.

"Eu quero ir para fora. Eu preciso de alguma luz solar," disse Fox,
voltando depois de colocar a papelada na mesa. "Venha comigo?"

Esse pedido simples. Uma caminhada em torno de sua


propriedade ao sol.

Eu sorri. "Você está me convidando para um encontro?" Tocando


um dedo contra meus lábios, eu disse: "Isso poderia ser visto como uma
melhoria desde o sequestro com uma faca?"

Sua mão de repente capturou meu cotovelo, me puxando para


frente. Ele manteve uma pequena reserva de espaço entre nós, mas sua
respiração alterou de descontraída para fraca. "Você sabe por que eu tenho
evitado você por uma semana? Por que eu não implorei por sua boca, ou
arrastei você a minha cama?" Seus olhos de prata me arrasando com
hectares de luxúria reprimida.

Mordi o lábio quando uma onda de desejo se espalhou como fogo.


Meu núcleo cresceu líquido nas memórias de chupar-lhe: seu sabor salgado
e escuro, a forma como ele se desfez em minhas mãos. Eu gostei do poder
que eu tinha sobre ele. Eu amei trazê-lo a um clímax estremecido. Mas
semana passada eu andei sobre lâminas de faca. Meu corpo queria Fox cada
segundo de cada dia e não ser capaz de tocá-lo, para que ele soubesse que
eu o queria tinha sido uma tortura.

"Por quê?" Eu murmurei, hipnotizada por seu lábio inferior.

"Porque eu quero te dar o que você me deu. Eu quero fazer você vir
tão forte que você irá cair em meus braços. Eu quero ser capaz de pegá-la e
dizer-lhe tudo o que você quer saber."

Eu balançava para frente. "Faça isso então." Meu coração disparou


como um coelho.

Sua cabeça caiu, trazendo seus lábios tentadoramente perto dos


meus. "Eu faria se eu pudesse. Mas eu não tenho a força. Eu sou um campo
de batalha entre o meu passado e o futuro que eu quero. E eu estou com
tanto medo de feri-la novamente.” Seus dedos apertados ao redor dos meus
cotovelos. "Eu só quero ficar quieto. Eu quero pensamentos normais e ter o
luxo de apenas foder e abraçar você."

Fox era diferente de qualquer homem que eu conhecia. Eu não


podia odiá-lo. Não com seu gigantesco coração e a doçura à espreita em sua
violência. Mas eu odiava que ele falava a verdade. Não era um jogo que ele
estava jogando. Ele honestamente não podia controlar o que quer que vivia
dentro dele e minha vida estaria perdida se ele perdesse o controle.
Mantendo contato entre nossos olhos, verde e cinza, fiquei na
ponta dos pés para beijá-lo.

Ele congelou quando meus lábios se moveram nos seus e eu


esperei para ver se ele iria me afastar. Eu não era estúpida. Depois do que
aconteceu antes, agora eu carregava uma faca no meu cabelo e no meu
bolso de trás. Eu pretendia totalmente cumprir minha ameaça se Fox me
dominasse novamente e me fizesse escolher quem vivia ou morria.

Sua boca se abriu debaixo da minha; ele gemeu baixo e profundo


quando a minha língua entrou e tomou conta de seu lábio inferior.

Meus braços não queriam nada além de envolvê-lo em um abraço


e me esmagar contra ele. Eu queria atrito entre nós. Eu queria suas mãos
sobre cada polegada do meu corpo.

Sua cabeça inclinou para aprofundar o beijo, seguindo minha


liderança com a língua. Foi a contradição que me fez quente para ele. Um
macho dominante por completo, mas abaixo vivia um homem que só queria
aprovação. Um homem que nunca teve afeto ou amor ou um simples beijo.

E isso quebrou a porra do meu coração.

Ele se afastou, olhando no fundo dos meus olhos. "Anda comigo?"

Eu balancei a cabeça.

Saindo do escritório, fizemos o nosso caminho para baixo,


passando pelos ringues, para frente da casa. Apenas dois lutadores tinham
chegado para uma sessão de manhã e ninguém nos perturbou.

Fox não parou quando chegamos do lado de fora. Ele ergueu o


rosto para aproveitar o calor do sol. Seu corpo vestido de preto parecia uma
sombra equivocada quando fizemos o nosso caminho através do cascalho
para a grama.
Ele esperou por mim para caminhar ao lado dele e me deu um
sorriso gentil. "Minha vida seria muito mais fácil se o sol brilhasse 24 horas
por dia."

Eu brincava com meus dedos, esfregando a necessidade de


segurar sua mão a distância. Eu odiava que eu não podia tocá-lo. Havia
intimidade apenas esperando para ser reclamada entre nós, mas sem tocá-
lo, ficava difícil, deixando um rastro de constrangimento. "Se você odeia
tanto o escuro, por que você se veste todo de preto?"

Sua mandíbula apertou, mas nós continuamos andando. "É um


motivo estúpido e não faz muito sentido para mim. Deveria me vestir em
amarelo e branco para evitar completamente o preto, mas eu não o faço."

"Diga-me," eu sussurrei.

Ele parou e olhou para a casa. Olhando para as enormes gárgulas


que decoravam a mansão, ele rosnou, "Eu sou livre. Então por que eu
construí uma casa que é a réplica exata de onde todo o inferno e maldade
ocorreram? Por que eu uso a única cor que éramos autorizados a usar?"
Seus olhos encontraram os meus. "Porque isso é tudo o que eu conheço. O
único lugar e cor que eu confio para me manter seguro. Todo o resto me
assusta porque eu não sou digno de esquecer o meu passado."

Meu coração estilhaçou, os cacos cutucando através de meus


pulmões. "Você é digno. Todos os dias que eu passo com você, você está
melhorando."

Ele riu sombriamente. "Só porque eu mantenho distância e não


toco em você não quer dizer que eu seja digno. Acredite em mim, se você
conhecesse os meus pensamentos você fugiria."

"Você quer que eu a corra?"

Seus olhos se estreitaram. "Você deve correr."


"Mas você quer?" Eu dei um passo para frente, xingando a
incapacidade de agarrar sua mão e segurá-lo. "Foque sobre o que você está
sentindo."

Ele balançou a cabeça, caminhando em direção ao jardim da parte


de trás. "O que eu quero não importa. Nunca importou."

Eu parei atrás dele, desejando que eu pudesse quebrar para abrir


e puxar cada pensamento ruim de sua memória. Nós não falamos
novamente até que ele me levou para uma grande estufa na parte de trás de
sua extensa propriedade. A grande parede de pedra formando uma
barricada impedindo que qualquer pessoa acessasse o espaço e o sol
brilhava fora das paredes de vidro e telhado, aquecendo as plantas brotando
dentro.

Fox abriu a porta, e uma enorme rajada de calor me deu um tapa


no rosto.

"Entre. Eu tenho algumas coisas que eu quero te mostrar." Sua


voz estava mais áspera, enviando uma torção ao meu estômago.

Entrando na grande estufa, olhei em volta para as mudas e flores


exóticas, ervas e bonsais espalhados por dois corredores com uma grande
cadeira no final. Orquídeas, em vibrantes azuis e roxos, os pés de tomate
tinham um cheiro pungente no espaço que pendiam de hastes alongadas.
Fox andou pelo corredor e parou em frente a uma bandeja de flores
minúsculas, de um branco bonito, como flocos de neve pendurados em um
caule verde brilhante. "Você sabe o que é isso?"

Cheguei mais perto. Claro, eu sabia o que era. Como mãe, eu


meticulosamente cataloguei todas as plantas, produtos químicos de uso
cotidiano e veneno que podiam prejudicar Clara. Eu também borrifava esse
perfume a cada manhã. Meu único luxo.
"É lírio do vale." Olhando para a pequena planta inocente, eu
murmurei, "Por que você a está cultivando entre plantas comestíveis e não
tóxicas?"

Fox revirou os ombros. "Nós costumávamos nos revezar na


manutenção das estufas no complexo. Lírio do vale, beladona, dedaleira,
todas as plantas que podem ser transformadas em armas."

Eu congelei, imaginando que assassinos tem a tais coisas


delicadas, como flores, tudo com a intenção de matar.

Fox pegou minha mão de repente e me arrastou pelo corredor em


direção à única cadeira. Ela estava bem gasta, com o couro marrom
rasgado.

"Você vem sempre aqui?" Perguntei, notando algumas garrafas de


água descartáveis.

"Sim. Eu venho me sentar ao sol. O calor castiga, mas também


poupa. É tão diferente de onde eu venho. Eu nunca quero sentir frio
novamente."

Ele me soltou, enfiou a mão no bolso e estendeu outra corrente.

Meu coração fez umas rusga estranha. Ele queria me conter e só


havia uma razão para isso. Ele queria sexo.

Seus ombros apertados. "Esta é uma versão modificada. Estenda


suas mãos."

Eu não queria, mas eu obedeci. Seus dedos sussurraram sobre a


minha pele. Primeiro meu pulso direito, assegurando uma pulseira separada
e, então, a minha mão esquerda.

Uma vez que elas estavam unidas, eu as segurei para inspecionar.


Meu coração se apertou com a estrela de prata pendurada em ambos. "Por
que você fez isso?" Eu olhei para cima, furiosa. Eu não queria que meu
precioso colar de estrela que eu compartilhava com Clara estivesse em
qualquer lugar próximo a este mundo com Fox.

Seus olhos escureceram. "Porque significa muito para você e eu


quis." Capturando meu rosto, ele me segurou firme quando ele baixou a
boca para a minha.

Por um segundo eu queria mordê-lo. Eu precisava argumentar e


dizer-lhe que não estava bem que ele tinha invadido minha vida além dele,
mas sua língua atacou meus lábios e eu perdi os pensamentos coerentes.

Cada fragmento de desejo que eu tinha vivido explodiu em vida e


eu não lutei quando ele me puxou para frente. Ele se sentou na cadeira, me
arrastando para baixo até que eu estava em cima dele.

Quebrando o beijo, ele murmurou, "Eu preciso de você, Zel e eu


quero você rápido. Eu não estou pedindo. Eu estou dizendo. Eu pago por
um serviço, e eu quero que você se sente no meu pau agora."

Eu deveria ter sido repelida, mas ocorreu o oposto total. Minha


pele cantarolava com necessidade sexual; meu corpo cozido no calor da
estufa.

Fox estendeu a mão e puxou minha camiseta branca um pouco.


Com uma corrente mais grossa separada, ele enrolou a jóia ao redor do meu
corpo e a prendeu em meus pulsos para fixá-la. Depois que minhas mãos
estavam atadas, os dedos caíram para a fivela.

Minha boca ficou seca observando-o tirar. Puxei uma respiração


ruidosa quando ele arqueou seus quadris e puxou as calças para baixo.

Meus olhos não podiam festejar rápido o suficiente. Fox nunca


usava cueca e o equipamento duro entre suas pernas saltou para a
liberdade. Cicatrizes de prata incontáveis decoravam a parte superior de
suas pernas. Tudo nele me seduzia. Eu nunca tinha tido tanta fome ou
estive fisicamente atraída por qualquer pessoa como estava por ele.
"Chegue mais perto," ele ordenou.

Eu fiz como solicitado, movendo-me entre suas pernas abertas. Eu


sufoquei um gemido quando seus dedos tocaram a parte inferior da minha
barriga e caiu para acariciar minha coxa. Arrastando para baixo da minha
saia turquesa, ele nunca quebrou o contato visual.

Eu me rendi ao seu olhar nevado; arrepios espalhados sobre a


minha pele quando o seu toque moveu para baixo e para baixo e mais para
baixo até que ele roçou minha perna nua. Sua mão arrastou meu joelho,
voltando-se para dentro, para começar a jornada na direção oposta.

Cada polegada era uma tortura e o céu. Seus dedos eram fortes e
dominavam minha coxa, rastejando mais e mais alto e mais alto.

Eu estava ofegante no momento em que os nós dos dedos roçaram


minha boceta. Sua mão me segurou, me sustentando firme. Eu fui sacudida
em seu aperto.

Ele puxou uma respiração pesada, olhos amplos queimando


quando ele sentiu como eu estava úmida. "Foda-se, você nunca falha em me
surpreender, Zel. Eu nunca vou ter o suficiente de você. Tudo o que posso
pensar é na sua boca em volta do meu pau de novo."

Sua outra mão desapareceu na minha saia para aliviar minha


calcinha pelas minhas pernas. Ele removeu rapidamente, suas ações
acelerando quando sua necessidade se agravava. No minuto em que atingiu
meus tornozelos, chutei-as longe, sentindo a emoção no ar quente contra a
minha nudez.

Sentado a frente, Fox agarrou meu quadril com uma mão


enquanto a outra desapareceu debaixo da minha saia novamente. Não
houve nenhuma hesitação quando chegou a minha boceta. Com os dentes
cerrados, ele empurrou um longo, delicioso dedo dentro de mim.
Eu queria entrar em colapso a seus pés. Ele moveu seu dedo,
acariciando minha parede interna.

Estremeci, incapaz de manter os olhos abertos. Tudo que eu


poderia concentrar-me era em seu toque maravilhoso lá no fundo. Seus
dedos moveram-se novamente e minha boceta ondulou em torno dele,
implorando por mais.

Ele congelou. "Foda-se, faça isso de novo."

Eu olhei para cima, provocando um sorriso em minha boca. "Fazer


o quê?" Eu fiquei tensa em torno de seu dedo, amando seu dedo. Ele poderia
mentir tudo o que ele quisesse, mas sua admiração pelo dedo me fodendo
me disse que essa foi a primeira vez para ele. Meu coração batia forte com o
pensamento de que eu poderia ensiná-lo, que poderíamos aprender juntos.
Como poderia um homem como Fox ser tão sexualmente inocente? Era
como se ele tivesse sido um recluso toda a sua vida.

"Mostre-me. Diga-me o que fazer," disse ele em um sussurro


estrangulado. "Eu quero fazer você vir no meu dedo."

Minhas mãos se levantaram, desesperadas para capturar seu


rosto e beijar o inferno fora dele. Mas as correntes me contiveram, me
mantendo prisioneira.

Fox sorriu ironicamente. "Vê? Você, naturalmente, quer tocar.


Você acha que você poderia evitar o desejo enquanto meu dedo toca você
intimamente? Este é o único caminho." Seu dedo trabalhou mais profundo e
eu gemi. "Diga. Eu quero saber como fazer você quebrar."

Engoli em seco, minhas bochechas ruborizando com emoção e


nervosismo. Eu nunca tive que explicar sobre o sexo. Eu mesma mal
conhecia a mecânica, mas eu tinha aprendido sobre o meu corpo. Eu
encontrei o truque para explodir no escuro, debaixo dos meus lençóis.

"Coloque outro dedo dentro de mim," eu sussurrei.


Sua mão agarrou meu quadril mais forte e eu ousei olhar para seu
pau. Ele ficou orgulhoso e tão duro quanto rocha entre suas pernas. Minha
boca encheu de água com a vontade de lambê-lo novamente.

Lentamente ele retirou o dedo e roçou meu clitóris quando ele


pressionou dois dedos juntos. Eu tropecei quando ele, com muito cuidado e,
oh, tão provocante, pressionou os dois dedos com profundidade. Eu me uni
em torno dele. Eu estava mais excitada do que eu já estive em minha vida.

"Merda, você é a mulher mais bonita que eu já vi," Fox rosnou


enquanto seu dedo me masturbava, pressionando profundamente e se
retirando em um ritmo perfeito.

Observar.

Oh, Deus.

Eu olhei para cima, assustada. "O vidro. Qualquer um pode nos


ver." Eu me mexi, tentando me libertar, mas ele me segurou firme. "Deixe-
me ir. Eu concordei em dormir com você não dar ao mundo um show."

Ele riu. "Estamos muito longe da casa para sermos vistos pelas
janelas e há um monte de grama para atravessar antes que alguém pudesse
dar uma olhada."

Seus dedos mergulharam profundamente e possessivamente,


forçando minha atenção de volta para ele. "Agora me diga como fazer você
vir."

Onde quer que ele tocasse, eu me incinerava. Meus quadris


começaram uma dança lenta, balançando em sua mão. Eu não precisava
pensar, só ouvir o que eu precisava. Eu honestamente não sei se eu seria
capaz de vir em pé e dando instruções a um homem que consumia meus
pensamentos, mas ele queria experimentar; Eu queria dar isso a nós dois.

"Mantenha o movimento dos dedos e passe o seu polegar em volta


do meu clitóris."
Fox obedeceu imediatamente. Seu polegar pressionou os nervos
sensíveis e eu rebolava em sua posse. Sua testa franzida quando ele se
concentrou em aperfeiçoar o seu ritmo. Pressão, redemoinho, impulso,
redemoinho.

Com cada golpe eu esqueci onde estávamos, quão estranho era o


nosso relacionamento, esqueci meu próprio nome quando o calor se reuniu
e correu entre minhas pernas.

Meus joelhos vacilaram querendo desmoronar no chão.

"Assim?" Perguntou Fox, sua voz tão profunda com a luxúria que
eu mal podia entender.

Eu já não possuía o dom da fala para dar uma resposta.

"Foda-se," ele gemeu. Seus próprios quadris começaram a pulsar


apenas um pouco, um desejo natural de entrar. "O que mais? Eu tenho que
fazer alguma coisa?" Sua mão esquerda saiu do meu quadril e subiu para
capturar meu peito. Seus dedos apertaram meu mamilo e eu sofri um
tremor de corpo inteiro.

"Sim... assim. Umm hmm." Minha visão ficou negra quando todos
os meus sentidos voltaram para dentro, focando onde ele me tocou. Sua
mão aumentou a pressão até que ele balançou contra o meu clitóris. “Venha
para mim, Hazel. Porra, venha em meus dedos.”

Seus comandos brutos enviaram outra onda através de mim, e ele


gemeu. Ele perdeu o requinte e agarrou meu quadril para me manter no
lugar. "Você vai vir, porra." Ele me conduziu forte e profundo. Eu gritei e
meu nível de intensidade passou de quente e escaldante.

"Venha para mim. Venha para mim. Porra, venha para mim.” Ele
nunca parou de empurrar e cada nova estocada me agitava mais, até que eu
não poderia enrolar mais.
Meus lábios se separaram e eu joguei minha cabeça para trás
quando eu montei a mão de Fox. A primeira onda de liberação me quebrou
exatamente como ele queria. Ele rosnou baixo em sua garganta enquanto eu
segurava firmemente em torno de seus dedos.

"Puta que pariu," ele grunhiu, aumentando sua pressão e


enviando meu orgasmo para outro reino inteiramente. Eu perdi toda a
mobilidade e tornei-me nada mais do que um fogo de artifício explodindo.

Onda após onda de prazer eu me rendi. Eu nunca tinha vindo


assim, tão completamente.

No momento em que meu orgasmo desvaneceu, Fox retirou seus


dedos de mim, me virou e me puxou para baixo rapidamente.

Eu gemia longo e baixo quando o seu pau empurrou para cima e


entrou em mim como um grosso invasor.

Com nada para agarrar e minhas mãos acorrentadas a meu


estômago, eu não podia lutar ou me virar. Fox controlava cada polegada
para me levar e ele tinha roubado mesmo o meu direito de olhar para ele.

Seu corpo estava duro e quente atrás de mim enquanto ele me


empurrava para cima, levando-me sem piedade. Eu estava tão molhada. Sua
invasão escorregou e acariciou, enviando ainda mais ondas através do meu
sistema.

Eu saltei em seu colo, o nosso único contato era sua ereção dentro
de mim e suas mãos nos meus quadris. Empurrando-me de volta para
satisfazer seus impulsos, ele respirou alto. "Maldição, é como o céu estar
dentro de você. Eu nunca mais quero. Porra. Sair.” Ele empurrou com cada
palavra, balançando a cadeira até que raspou no chão.

"Oh, inferno," ele gemeu. "Eu estou vindo. Eu não posso. Eu


queria. Porra."
Ele soou como um lobo retalhando sua presa viva quando jatos
quentes de umidade me encheram. Suas estocadas ficaram ferozes como se
ele quisesse me dividir em duas, entregando o máximo de si mesmo que
podia.

Quando a última parte de sua liberação o deixou, ele descansou


para trás na cadeira. Seu pau se contorceu dentro e eu não queria nada
mais do que me jogar para trás e tê-lo me envolvendo com seus grandes
braços fortes em torno de mim.

Não me mexi. O único som era a respiração ofegante no calor


abafado da estufa.

Depois de um minuto, Fox me deu um tapinha nas costas,


murmurando: "Obrigado."

Eu lutava para não rir. Tal contato formal e seco. Nada parecido
com o que tínhamos acabado de fazer. Tínhamos apenas possuído um ao
outro em um ajuste de merda, e ele já tinha se retirado.

Não houve princípio ou afagos sentimentais.

Em vez de me sentir ferida, eu sorri.

No entanto o nosso estranho interlúdio tinha terminado, ele tinha


sido um amante ansioso e não tinha tentado me matar.

Progresso.

Dois dias mais tarde, eu me reclinei na cama, assistindo a


televisão de Fox.

O episódio exibia um homem sexy, bronzeado, discutindo com


uma ruiva bonita. A inegável tensão na tela empolgou minha própria
necessidade, até o meu núcleo ficar molhado. Estando perto de um homem
como Fox sem ser autorizada a tocar nele era uma agonia diária de prazer
não correspondido.

Ele não tinha chegado perto de mim desde a estufa e nós não
tínhamos falado uma palavra sobre isso. Aquela noite quando eu fui para
casa para Clara, ela teve um ataque de tosse e era tudo que eu podia fazer
para não quebrar e gritar com o mundo por fazê-la doente.

Todos os dias eu sofri com mais e mais culpa. A culpa por viver
outra vida longe dela. Culpa por encontrar pequenas migalhas de felicidade
graças a Fox. Eu me senti como uma traidora e uma cadela.

Clara ficava mais doente, apesar das novas pílulas que eu fazia ela
tomar todas as manhãs e o exorbitante caro inalador.

Fox caminhou para mim, enxugando o rosto com uma toalha


preta, ofegante e suado da sua sessão no ginásio no corredor.

Não só ele conduziu seu corpo quebrado por brigas intermináveis e


longas horas de trabalho, ele também malhava religiosamente todas as
manhãs quando ele acordava. Vestindo as mesmas calças pretas e a camisa
de mangas longas e ele voltava encharcado de suor.

"Eu vou tomar banho, então nós vamos sair. Nós não saímos do
Obsidian desde que nos conhecemos, e eu preciso passar alguns recados.
Eu gostaria que você viesse comigo."

Sem esperar pela minha resposta, ele desapareceu no banheiro e


fechou a porta. Esperei o chuveiro ligar, imaginando Fox nu e molhado.

Minha barriga vibrou com o pensamento. Empurrando Clara da


minha mente, minhas duas vidas fragmentadas, eu avancei para fora da
cama e na ponta dos pés fui em direção ao banheiro.

E se ele te pega?
Com meu coração em minha garganta, eu virei a maçaneta. Eu
esperava que não abrisse, afinal, Fox era tão reservado. Eu imaginei que ele
teria trancado a porta, mas estava destrancada.

Eu parei de respirar quando eu abri a porta e olhei para dentro.

Fox estava tremendo e tenso no centro do chuveiro de água quente


enquanto assobiava e destruía sua pele. Ele ficou de perfil, escondendo suas
costas e peito, as duas áreas que eu mais queria ver. Com um lado, ele
segurou uma navalha e pressionou a lâmina com força contra sua coxa.

Suas sobrancelhas se juntaram, traçando firmemente um pequeno


filete de sangue que irrompeu da ferida e escorria pela perna com água
fervente.

Eu queria correr e detê-lo, mas ele se cortou de novo, mais uma


linha perfeita. Lançando a navalha para o lado, ele trocou a água de
escaldante para congelante e a tensão desviou de seus músculos para o
ralo.

Descansando sua testa contra azulejos pretos, ele gemia com cada
tristeza e fodida emoção interior.

Eu não poderia assistir por mais tempo.

Fechando a porta, eu mergulhei de volta para a cama em um


torpor. Eu me senti como se tivesse arrastado a lâmina para baixo do meu
coração, em vez de sua perna.

Você é tão estúpida, Zel. Você pensou que tinha atravessado a


barreira. Você pensou que ele estava no caminho para a recuperação.

Eu era idiota por esperar que ele não se auto-mutilaria mais. Eu


tinha procurado por evidências, mas não vi nenhuma. Agora, eu sabia o por
que.
Suas coxas tinham uma variedade de marcas e cortes, decorando
suas pernas já marcadas. Ele até retirou os pontos sobre sua coxa e
panturrilha, quando os ferimentos fecharam um pouco, mas não estavam
totalmente curados.

Porra.

Eu esfreguei a palma da minha mão no meu peito, tentando


dissipar a agonia dolorosa. Eu odiava ver alguém em dor. Eu odiava não ser
capaz de ajudar.

Não havia como ajudar alguém com uma mente tão mexida como a
de Fox.

O chuveiro desligou e alguns minutos mais tarde Fox entrou no


quarto vestido com seu habitual roupa preta.

Seus olhos se estreitaram, correndo as mãos sobre o cabelo


molhado. Os fios de cor capturaram a luz solar, parecendo bronze, canela,
preto, e ouro. O sol de Sydney saltou através das grandes janelas,
transformando o interior preto em um paraíso embebido em sol.

"Que porra é essa, Zel? Você parece que acabou de testemunhar


um assassinato." Caminhando devagar, dirigiu-se ao seu guarda-roupa e
voltou com um blazer preto.

Pisquei, forçando a infelicidade a distância. "Nada. Apenas um


programa triste na televisão."

Ele deixou cair os braços, o blazer pendurado ao seu lado. "Não se


atreva a mentir." Seus olhos brilharam, olhando ao redor da sala,
procurando alguma dica do que mudou meu estado de espírito. "Conte-me.
O que você fez?"

"Eu não fiz nada. É o que você fez!" Merda.


Ele andou para frente, depois parou, mantendo uma distância
cuidadosa. O ar ao redor dele estalava, a calma que ele tinha alcançado a
partir de se infligir danos no chuveiro se desintegrou.

Minha pele tremeu com necessidade; meu núcleo latejava,


estupidamente ativado por sua raiva.

Por um momento, tudo o que fez foi olhar, então o conhecimento


explodiu no olhar de Fox. "Você assistiu." Ele jogou o blazer do outro lado da
sala. "Você assistiu, porra!"

Meus músculos bloquearam com medo antes de se romperem com


adrenalina. Eu voei para fora da cama, mantendo-a entre nós.

Seus olhos nunca deixaram os meus, suas mãos cerradas com


raiva. "O que você quer ver, dobycha?" Ele se aproximou mais da cama.
"Talvez você esteja procurando a marca? Talvez você já descobriu quem eu
sou depois de tudo.” Com um sorriso sarcástico, ele acrescentou, "Você é
muito inteligente, porra, para não ter adivinhado o que eu sou."

Eu não tinha idéia do que ele era, mas, mais uma vez, eu sabia
que tinha que empurrá-lo. Eu tinha que empurrá-lo muito além de sua zona
de conforto para quebrar outra pequena parte dele, tudo em nome de fazê-lo
inteiro novamente.

Alcancei a barra da minha camiseta cinza, eu a puxei sobre minha


cabeça, ficando de pé em meus shorts jeans e sutiã.

Fox bateu em um impasse. "Que porra você está fazendo?"

Minhas mãos tremiam enquanto eu puxei a pequena faca do bolso


e a joguei sobre o colchão, mantendo-a de fácil acesso. Meu coração vibrava
em meus ouvidos quando Fox revirou os ombros bem formados, fechando os
olhos para minha carne exposta.

O sol ricocheteou minha corrente, brilhando um caminho de prata


no colar da cintura. "Eu danço em torno de você como se você fosse um
pedaço precioso da China. Qual a vantagem de ser comprada para sexo, se
você nunca se entrega?" Minha voz cheia de trepidação ofegante, bem como
de luxúria. "Você me insulta para nunca tocar e você. Você me faz molhada
por não chegar perto. Você se auto-mutila em vez de se virar para os outros.
Você está morrendo por dentro quando eu estou tentando ajudá-lo a viver."

Plantando as mãos na cintura, eu rosnei, "Você sempre pensa em


si mesmo e nunca em mim."

Sua boca estava aberta e seus olhos se estreitaram. "Acho que vou
pegar o elogio de volta. Para alguém inteligente, você está fodidamente sendo
suicida. Não me empurre de novo, Zel. Lembra-se o que aconteceu da última
vez?" Ele tomou um passo com raiva em direção a mim, fechando a
distância entre nós. Ele fechou suas mãos. "Você sabe por que eu não posso
te tocar! Pare a porra de me empurrar."

"Não, eu não! Você não me disse nada. Um monte de segredos e


uma infinidade de meias-verdades. Porque você não pode me tocar, Fox?
Quem te fez assim? Quem roubou todos os direitos básicos de você?" Meus
dedos trêmulos foram para minhas costas, abrindo o fecho do meu sutiã. Eu
gemi quando o material soltou fora, beijando meus mamilos em sua queda
ao chão. Eu nunca me senti tão exposta ou tão segura. Despir-me para um
homem que não me queria. Que não poderia vir perto de mim sem bloquear
sua mandíbula e avançar em uma fúria assassina.

"Você quer morrer? É isso que você está tentando alcançar aqui?"
Fox rosnou. A mão dele caiu para o membro no centro de suas pernas.
"Você quer isso tanto que você está disposta a morrer por isso?"

“Não, eu não estou disposta a morrer por você. Eu pensei que eu


já tivesse provado isso antes.” Meus olhos se deslocaram para onde eu o
tinha esfaqueado. "Eu nunca vou te perdoar por me machucar. Eu nunca
vou esquecer a loucura que vive dentro de você. Eu terei o prazer de te
matar se você me atacar de novo, mas eu preciso de conexão humana, Fox.
E você não está dando isso para mim. Você precisa superar seus problemas.
Esqueça o seu passado, então você pode me tocar. Faça amor comigo."

Era muito irritante passar tanto tempo com alguém que eu


desesperadamente queria ajudar. Qualquer progresso menor que fizemos foi
engolido de volta por seus problemas profundos. Para alguém como eu, que
existia para salvar os outros, era a perseguição, e eu me recusava a ser um
mártir.

Fox bufou. "Fazer amor. Eu nem sei o significado disso. Como


posso fazer algo que eu nunca vou compreender?"

Eu vou fazer você entender.

Meus olhos se abriram. De alguma forma a minha necessidade de


ajudá-lo tornou-se um desejo de fazê-lo se apaixonar por mim. De mantê-lo,
para que eu pudesse sempre estar lá para trazê-lo de volta do escuro.

Não importava que eu estaria me acorrentando com mais


problemas do que apoio, ou que eu nunca iria querer ele perto de Clara. Era
uma fantasia estúpida.

Mas não parou minha pele queimando por sua boca ou minha
boceta ficando molhada para o seu pau. Eu queria. Eu queria. Eu queria.

No entanto, ele nunca chegou perto de mim.

Lágrimas de raiva surgiram nos meus olhos. "Se você não pode me
dar o que eu preciso, então este negócio acabou. Eu te disse, eu concordei
com seus termos não apenas por dinheiro, mas porque eu queria você. Bem,
tente querer alguém que nunca pode dar nada em troca."

Meus dedos caíram dos mamilos para meu botão e zíper.


Desfazendo do meu short, eu os empurrei para baixo, em irritados
empurrões nada sensuais ou sedutores. Eu estava com raiva, e eu precisava
disso para me livrar da necessidade insana no meu sangue.
Fox fez um barulho torturado na parte traseira de sua garganta.
"Pare. Eu não estou seguro. Coloque suas roupas de volta e me dê tempo
para juntar minhas coisas."

Eu deveria ter atendido a sua advertência. Eu sabia como ele era


perigoso. Mas isso não me para. Eu rebati: "Eu quero ver você nu. Eu quero
correr minhas mãos por cima de você. Eu quero lamber seu peito e trilhar
beijos para baixo em seu estômago. Eu quero —"

Fox congelou. Seu corpo inteiro travado. "Se você acha que pode
me tocar como você fez quando você costurou a minha perna, esqueça. Eu
estava com dor o que ajudou a me distrair enquanto você tocava
estupidamente e me provocava."

"Provocava? Você chama sugar até você explodir na minha


garganta de provocar?" Meu corpo sendo lavado com calor. "Você queria que
eu te tocasse. Você quis minha língua e o calor que eu poderia oferecer a
sua alma congelada. Você me deixou possuir você naquele momento, Fox."

“Eu estava transando com uma fraca e estúpida.” Precipitando


uma mão sobre o rosto, ele rosnou, “Você teve sorte que eu tive controle
suficiente para obedecer. Mas eu estou cansado de obedecer alguém. Eu
quero me obedecer. Eu não quero que você me diga o que fazer.” Ele
apertou-se no peito. “Não mais, você me ouviu! Não mais o caralho que vou
receber ordens. Estou fora.”

Seu tom tinha mudado de chateado para um tom militar como


uma criança falando com uma figura de autoridade. Ele não falou sobre a
nossa luta; ele falou de outro problema dentro dele. Algo que eu nunca
compreenderia.

"Eu não estou pedindo para você me obedecer. Você não tem que
me obedecer. Você é forte o suficiente para buscar o prazer. Você foi o único
que me controlou na estufa. Os seus dedos, seu toque, você me consumiu.
Você pode fazê-lo novamente."
Um pouquinho de luta o deixou e os ombros afundaram. "Eu —"
Ele olhou para longe antes, cerrando os dentes. "Eu não confio em mim
mesmo para tentar novamente. Não importa o quanto eu quero." Seus olhos
voaram para cima, olhando em direção aos meus seios nus. "Porra, como eu
quero."

Meu coração acelerou com asas delicadas. Ele me queria. Ele


queria o que eu fazia.

Ele me queria ao mesmo tempo que mantinha distância para me


proteger. Meu coração bateu mais forte, forçando sangue mais luxurioso
através do meu sistema.

Fox fez uma careta, bombeamento em seu peito, a frente de suas


calças tencionando com excitação. "Coloque suas roupas de volta."

Eu balancei minha cabeça. "Quero transar com você, é por isso


que eu estou tirando as minhas roupas. Você deveria tentar. Isto faz toda a
experiência muito mais agradável."

Pegando a faca sobre a colcha, eu deliberadamente cortei o laço


em meus quadris, deixando minha calcinha cair para o chão. Nua diante
dele, eu murmurei, "Deixe-me te despir. Deixe-me tocar e beijar você. Deixe-
me ver o que você está escondendo debaixo de todo esse preto."

Ele balançou a cabeça. "Não vai acontecer. Suas contusões estão


apenas desaparecendo. E se eu te matar na próxima vez? Você já me
perdoou por tanta coisa. Não me peça para te machucar mais."

Aborrecimento perseguiu a minha necessidade e eu me ajoelhei na


cama, rastejando em sua direção. "Eu não perdoei você. Eu nunca vou
esquecer que você ia me estrangular até a morte. Mas eu não me importo
porque você me deve. Você me deve outro orgasmo. Você me deve deixar-me
tentar ajudá-lo."
Cheguei ao lado de sua cama, e ele recuou. Eu fiquei de pé,
avançando.

Mantendo a mesma quantidade de distância entre nós, Fox


mudou-se para trás, em direção a área de estar perto das janelas.

Enquanto nós dançamos do outro lado da sala, eu me entreguei ao


meu plano insanamente tolo. Meus pés se aproximaram dele quando eu
comecei a minha sedução idiota. "Trabalhar a seu lado faz meu coração
bater..." Eu rodei meu dedo sobre o piercing em meu peito, diretamente
acima do meu coração. "Aqui."

Outro passo em direção a ele. "Falar com você faz minha


respiração vir mais rápido, arrastando o perfume em meus pulmões..." Eu
pressionei meu punho contra o meu encadeamento solar. "Aqui."

Fox travou uma batalha, seu rosto cintilando com tantos


pensamentos. A cada passo que me levava para mais perto dele, eu temia
que ele fosse atacar e me matar, mas eu nunca parei.

"Olhar para os seus lábios me faz fantasiar sobre você me beijar."


Eu passei o meu dedo em toda a minha boca se separando. "Aqui." Cada
parte de mim despertou e sofreu com a necessidade.

Fox balançou a cabeça, os olhos sombreados com impulsos que eu


não compreendia.

Descartando os meus dedos, eu puxei o piercing do meu mamilo


direito. "Eu quero a sua boca aqui." Minha mão pressionou mais baixo,
escorrendo sobre a corrente, lançando-se sobre a minha cicatriz da
cesariana de Clara, e corajosamente indo entre as minhas pernas. "Eu quero
a sua língua aqui." Engoli em seco quando o meu dedo rodou meu clitóris.

A parte de trás dos joelhos de Fox esbarrou contra uma cadeira;


ele bateu nela. Sua mão agarrou a sua ereção quase inconscientemente, seu
olhar passando sobre mim com avidez.
Minha visão escureceu quando bolhas de luxúria saltaram para
uma bola de demolição do desejo. “Eu quero te sentir dentro de mim. Eu
quero ouvir você gemer e ofegar e gemer enquanto você mergulha cada vez
mais fundo.”

Ele engoliu em seco, a garganta contraída com medo. "Estou...


você, você está fodendo comigo, Hazel." Seus olhos nevados ficaram cinza
escuros, em uma erupção, uma enxurrada de necessidade no meu
estômago. "Eu quero você pra caralho. Você faz ideia de quão difícil foi
manter distância e então você vem e praticamente me implora para
mergulhar dentro de você? Eu tenho autocontrole, mas eu não sou um
santo."

Umidade escorria em sua confissão; meu coração explodiu com


esperança. "Por favor, Fox. Eu estou implorando. Eu preciso de você para
me fazer vir novamente."

Sua mandíbula travada enquanto suas mãos se atrapalharam em


seu pau. Em questão de segundos ele se desfez do material e o empurrou
em torno de suas coxas. Sua brilhante ereção dura saltou livre, apenas para
ser capturada por uma mão implacável e brutal.

Ele bombeou-se, com olhos selvagens. "Toque-se. Faça-se vir."

Meus dedos ficaram mais duros sobre minha pele, adotando a


mesma violência que Fox usou em si mesmo. "Eu farei qualquer coisa que
você quiser, se isso significa que você vai ficar nu e fazer amor comigo."

Ele gemeu, a mão retardando um acidente vascular cerebral


tentador em seu duro comprimento. "Eu não posso."

Mordendo meu lábio, eu deslizei dois dedos entre as pernas. Meus


olhos nadaram com paixão; Eu respirei, "Você tem que ficar nu em algum
ponto. Isso é o que é sexo, Fox. A união de dois corpos. A alegria de explorar
o outro, tocando, acariciando, lambendo, provando —"
Ele me cortou. "Eu não preciso estar nu." Seu olhar caiu sobre seu
colo. "Só isso." Seu rosto escurecido enquanto sua mão acariciava
desafiadoramente. O brilho em seus olhos parecia que ele esperava que eu
lhe dissesse para parar de dar prazer a si mesmo. A inclinação de seu
queixo falou de bravata ao esfregar a carne quente entre suas pernas.

Eu não conseguia tirar os olhos de seu pau já brilhando com uma


gota de sêmen. Meu coração disparou quando sua respiração ofegou.

"Imagine que seus dedos são meus dedos. O que eu faria com
você?"

Meus mamilos formigavam com o poder de sua voz. A dominação


atada com incerteza e desejo.

Um rubor aqueceu meu rosto com o pensamento de trazer para


fora minhas fantasias. Ele me olhou com tanto fascínio. Meu corpo não era
perfeito. Eu tinha gerado uma criança. Eu tinha perdido peso pelo stress e
não conseguia esconder as linhas de estrias no meu estômago. A lista de
minhas inseguranças correu na minha cabeça, encharcando a minha
excitação.

"Pare de pensar e faça." Fox passou o polegar sobre a parte


superior de seu pau, me provocando deliberadamente, manchando o dedo
com umidade.

Avancei até meus joelhos quase roçarem os dele. Seus olhos


caíram para minha boceta; o seu rosto gravado com o estresse, a cicatriz
lívida em seu rosto.

"Você iria empurrar dois dedos profundamente, sentindo o meu


calor, amando minha umidade," eu sussurrei. "Você iria trabalhar em mim
como você fez na estufa. Você me tocou como se fosse um perito. Eu quero
que você faça isso de novo."
Sua garganta se moveu quando ele engoliu. Seus quadris ficaram
tensos, o pau ondulando em sua mão.

Eu não conseguia respirar. Eu não podia me mover. Eu fiquei


paralisada, sem tirar os olhos de seu ataque lento a sua ereção, encantada
com a pequena vantagem do controle que ele tinha deixado em sua natureza
violenta.

O elemento de perigo real umedecido, mas também acelerou o


aperto dos meus dentes de necessidade por ele. Se eu o tocasse agora, eu
duvidava que minhas pequenas facas poderiam afastá-lo. Obedecer a ele era
uma questão de vida e morte.

"O que mais," ele murmurou. "O que mais eu poderia fazer para
você?"

Meu sangue bombeando, os mamilos endureceram dolorosamente.


“Você lamberia meu clitóris e veria como eu estava molhada. Você beijaria
minha coxa e morderia.” Eu agarrei o meu clitóris, tão, tão perto de ceder a
vibração pulsante do orgasmo no meu sangue.

"Eu quero ver você vir. Eu quero ver você ofegar e tremer. Eu
quero que você me imagine afundando profundamente. Duro e rápido e
levando tudo de você." Sua voz murmurou, soando como puro sexo.

Descaradamente, eu segurei meus seios, rolando meus mamilos.


Esqueci-me sobre ser mãe ou ser responsável. Eu me concentrei apenas no
homem perigoso e sexy me olhando como se eu pudesse arruiná-lo com uma
palavra.

Eu me entreguei a ele.

Perdi-me para o pecado.

"Porra, você é linda. Doce e a absoluta perfeição do caralho,"


resmungou Fox, trabalhando seu pau mais duramente.
O fogo em meu sangue correu como um inferno, incinerando meu
núcleo.

Minha garganta se fechou de repente; meus olhos se fecharam por


vontade própria. Fox com sucesso me intoxicou e me fez bêbada de desejo
por ele.

Sentindo-me tonta, eu balançava para frente, desejando suas


mãos em mim.

Eu adorava que eu tivesse sua atenção completa. Demasiadas


vezes os olhos nadaram com fantasmas e demônios, nunca mais totalmente
centrados no presente.

Tudo o que eu tinha concordado, tudo o que eu era, desapareceu.


Era só eu e ele, o mundo parou. A conexão entre nós cresceu.

Amizade.

Companheirismo.

Mas eu queria mais. Muito mais.

Arrastando os dedos dos seios para minha vagina, gritei quando


Fox de repente sentou-se. Ele pousou as mãos sobre meus quadris,
segurando-me ainda. A maneira como ele me devorou com seu olhar não me
fez consciente. Ele me completava. Ele me enriquecia.

Seus olhos brilhavam, sem hesitação, ele forçou minhas pernas e


enfiou um dedo profundo no interior. Eu gemi alto, tremendo com a
necessidade.

"Venha até mim. Foda minha mão, Zel. Foda-se." Fox inseriu outro
dedo, e com seu aperto, obrigou-me a montar sua mão.

Eu não sabia o que fazer. Eu queria entrar em colapso em seu


colo. Eu queria que ele me enchesse, mas tudo que eu podia fazer era ficar
lá e pré-formar um milagre vindo e não tocá-lo para me equilibrar. Eu tinha
apreciado o que ele tinha me dado na estufa, mas eu queria mais do que
isso. Eu precisava de contato de corpo inteiro. Eu ansiava por isso.

Mas ele não me deu escolha.

Seu dedo torceu no interior, com foco na área mais sensível. Seu
polegar pressionou e rodou em meu clitóris e cada átomo do meu corpo se
auto-implodiu. Ele era um aprendiz rápido e o orgasmo me rasgou,
rompendo meu coração, apreensão em meus músculos, rasgando meu
ventre com cada lançamento pulsante.

Ele me fodeu com os dedos até o último espasmo deixar meu


corpo. Esqueci onde eu estava. Eu esqueci que eu estava com ele. Eu cai
para frente em seus braços e o toquei.

A vida foi do céu ao inferno em um instante.

Fox me empurrou para o chão, retirando os dedos de mim. Eu


saltei fora do tapete, os olhos voando muito abertos quando ele apareceu em
cima de mim.

Foi-se o desejo e necessidade e maciez, substituído com raiva pura


e temor. Cálculo frio encheu seus olhos até que ele parecia cego de tudo o
mais, exceto o desejo de matar.

"Fox. Espere.” Eu tentei ir para trás em direção a minha faca


descartada anteriormente.

Ele caiu de joelhos e com as mãos dolorosamente fortes, virou-me


de costas. Empurrando minhas escápulas, ele forçou minha bochecha
contra o tapete e capturou meus braços atrás das costas. Eu me contorci,
tentando me libertar, mas era impossível. "Fox. Pare. Por Favor."

"Cale-se. Você será castigada se provocar.” Sua voz estava


robótica. "Eu devo obedecer. Eu devo —"
Meu coração martelou, trazendo consigo terror e apreensão. Seu
tom era frio, militar, remoto e insensível. Ele teve uma recaída e não havia
nada que eu pudesse fazer.

As lágrimas saltaram aos meus olhos. Eu implorei: "Por favor...


não faça —"

Então, ele me fodeu.

Seu pau duro mergulhou profundamente no meu interior,


enchendo-me, me distorcendo. A umidade do meu orgasmo impedido de
gerar dor lancinante, mas o ardor de cada impulso me fez doer
instantaneamente com contusões.

Ele resmungou grosseiramente como uma maldita besta. Dedos


cavando profundamente em meus quadris, me empurrando de volta para
conhecer todos os seus surtos.

Eu não queria que ele desse jeito. De novo não. Era como um
flashback horrível da primeira vez. A violência, o jeito que ele parecia odiar
que ele precisava de mim e odiava a fraqueza de querer entrar.

Minhas costas se curvaram enquanto ele empurrava cada vez mais


fundo. Meus olhos lacrimejaram, somando sal às picadas do carpete que
queimavam minha bochecha. Eu o odiava. Odiava o ser quebrado dentro
dele.

“Eu te disse. Eu te avisei. Você não me ouve. Agora olhe o que você
me fez fazer. Eu não posso parar. Maldição, eu não posso parar.” Ele dirigiu
em mim como um monstro. Ele era grande. Muito grande. Não foi erótico e
divertido. Foi puramente punição e nada mais. Meu coração se partiu,
odiando sua frieza. Odiando ele me fazer ter esperança de que ele poderia
ser corrigido.

Fox amaldiçoou em uma língua estrangeira. Seus quadris cavaram


na minha bunda, mais e mais rápido.
Funguei minhas lágrimas e meu coração endureceu. Eu estava
errada de pensar que tínhamos algo especial. Fox tinha eloquentemente me
mostrado o quão estúpida eu realmente era. Tinha acabado. Eu acabei. Esta
seria a última vez que ele ia me machucar.

Fechando as minhas emoções, eu o deixei me foder. Apaguei todas


as sensações e esperei que ele terminasse. Eu preferia ignorar o que estava
acontecendo e fingir que nada disso existia.

Você trouxe isso em si mesma.

Eu me disse para calar a boca. Eu só tinha feito o que eu pensei


que poderia funcionar. Eu derramei todo o meu esforço apenas para ser
frustrada da pior maneira possível.

Seus quadris empurraram mais duro e em vez de tentar fugir, eu


empurrei para trás, deliberadamente para empalá-lo. Mais duramente.

Ele engasgou. "Porra. Porra. Oh, Deus."

Querendo que ele acabasse, eu apertei meus músculos internos


em torno dele, balançando para frente, dando-lhe tudo o que eu tinha.

Sua respiração tornou-se mais rápida, mais dura quando ele


empurrou novamente e novamente. Ele era violento e cruel, cada estocada
causava dor em vez de prazer. Ele bateu contra o topo da minha boceta, me
machucando com urgência.

Caindo em cima de mim, suas costas sufocando as minhas


quando ele afundou os dentes profundos em meu pescoço. Eu gritei quando
ele empurrou novamente, enchendo-me completamente.

Então ele veio.

Quentes, correntes molhadas jorraram no interior profundo. Mais


e mais.
Suas mãos sobre meus quadris apertaram forte e seus dentes
morderam o tendão entre meu pescoço e a clavícula.

E então tudo estava acabado e a calça rasgada e ele se virou para


maldições agonizantes. "Porra."

Ele se retirou, tropeçando em seus pés em uma corrida. O som de


seu zíper e cinto eram os únicos ruídos além de nossa respiração áspera.
Tudo doía. Contusões latejavam.

"Foda-se!" Ele gritou, me rondando com a calça desabotoada e


desolação em sua voz. Eu não ousei me mover, mas eu virei para o meu lado
e me enrolei em uma pequena bola. Escondendo a minha nudez, cuidando
de minha vergonha.

Fox caiu de joelhos na minha frente. As veias do pescoço se


destacaram quando ele respirou com dificuldade através das narinas. Ele
estendeu a mão para me tocar, mas depois parou. Cada gemido mostrava a
tristeza e o arrependimento de um mundo. "Eu estou tão arrependido,
Hazel."

Eu não disse uma palavra. Eu não tinha nada a dizer.

Eu tinha terminado.

Fox levantou-se e se afastou. Olhando para mim, eu sabia, sem


dúvida ele iria encontrar alguma maneira de se foder e causar dor. Ele
parecia perdido e aterrorizado. Ele parecia um homem pronto para a morte.

Eu tentei fingir que não me importava. Eu tentei encontrar uma


profunda compaixão por dentro, mas eu estava vazia.

Eu já tinha lhe dado tudo e não tinha mais nada.

Fox entrou no banheiro e fechou a porta atrás de si.


No instante em que ele se foi, eu me sentei e deixei as torrentes de
lágrimas correrem pelo meu rosto.

Recolhendo minha roupa descartada, eu me vesti e virei de costas


para Obsidian Fox pela última vez.
Doze

Ninguém sabia.

Ninguém.

Nem o meu manipulador ou o meu contato.

Mas foi a única coisa que me concedeu a liberdade.

Foi a natureza para derrubar um predador. Era a vida me dando


uma segunda chance.

Isso não aconteceu durante a noite, mas lentamente,


gradualmente, como se as atrocidades que eu tinha feito tivessem
manchado meus olhos, até que já não podia testemunhar os meus pecados.

Levou uma vítima para descobrir minha única fraqueza. E eu seria


eternamente grato por isso.

Eu recebi uma missão e meu alvo mostrou-me que eu sofria com


uma incapacidade.

Algo que eu não tinha notado.

A notícia se espalhou e os meus manipuladores me mandaram para Lasik e


outras supostas curas milagrosas. Mas foi inútil. Os médicos disseram que não havia
nada errado comigo. Era tudo mental. Eu estava ficando cego.

Eu bati minha cabeça contra a parte de trás da porta do banheiro,


desejando ficar longe das ordens lascivas e frias; ignorando a imperiosa
sensação de que eu nunca seria livre.
Porra.

Porra.

Porra.

Minha mente não parava de girar com imagens de Hazel em seus


joelhos enquanto eu me enfiava maniacamente nela. A queimadura
vermelha na bochecha de pressionar o rosto no tapete. Os sons dos seus
gritos e pedidos.

Eu sou um filho da puta. Não, eu sou pior do que isso. Eu sou uma máquina sem
alma.

Hoje não foi um bom dia. Eu acordei com uma forte onda de
condicionamento. O primeiro dia de cada mês era destinado a recapitulação
especial para agentes. Um dia dedicado para consolidar a nossa formação
com coisas ainda mais grotescas.

Eu avisei!

Porra, eu avisei para manter distância e ainda assim ela continuou


empurrando e empurrando e empurrando.

Virei-me e bati o punho contra a porta. Rangendo os dentes contra


a dor lambendo minhas juntas, olhei no espelho.

Eu transei selvagem. Fora de controle. Um agente desonesto que


deveria ter tomado a pílula dois anos atrás e terminado sua vida miserável.
A cicatriz no meu rosto coçava com as memórias, me arremessando de volta
para um lugar que eu nunca queria voltar.

"Segure-o."

Meus vinte e um anos de idade e meu próprio coração rasgou em


pedaços quando meu manipulador levantou uma curta crescente lâmina. Eu a
tinha forjado. Eu tinha batido o aço na criação. Eu era bem conhecido por ser
um dos melhores ferreiros de metal na sociedade. E agora seria usado contra
mim.

"Eu obedeci. Eu fiz o que você disse."

Meu manipulador parou ao meu lado, olhando para baixo com olhos
desprovidos de emoção. "Você não obedeceu, porém, você irá, Fox. Você acha
que pode burlar as regras. Você não pode. Você pertence a nós, e você mata
quem nós dizemos que você deve matar."

Os dois homens segurando meus ombros contra a mesa grunhiram


enquanto eu lutava. Mas não tinha qualquer chance. A ponta afiada da faca
entrou na minha boca, movendo-se para descansar atrás da lisura macia da
minha bochecha.

"Toda vez que você olhar no espelho, você vai ver o que acontece
quando você tenta lutar contra o controle."

Seu pulso sacudiu-se e a dor explodiu em todas as fendas do meu


corpo. Eu gritei e engasguei com meu próprio sangue quando minha bochecha
ficou aberta em duas. Eu o odiava. Eu queria matar ele e cada Fantasma
aqui.

Jogando a faca no chão, ele ordenou, "Cuidem dele. Nenhuma


morfina."

O banheiro girava em torno de mim; a dor fantasma doeu na


minha mal e na cicatriz da bochecha. A carne dentro da minha boca estava
áspera e estranha. Infecção após a infecção tinha virado uma linha pura de
pontos em uma bagunça esfarrapada.

Eu tinha esquecido a mensagem com que eles me marcaram.


Meus padrões de pensamento não eram meus; meu corpo obedecia alguém;
exceto regras e comandos programados.
Por que eu achei que havia uma chance? Eu gostaria de poder
voltar no tempo e nunca olhar para Zel. Eu queria pagar por toda a dor que
eu tinha causado em sua vida.

Meus olhos brancos reconheceram minha imagem espelhada.

Como você poderia machucá-la?

Você é tão fraco.

Você a perdeu.

Você não a merece.

Suspirei pesadamente, pendurando minha cabeça.

Eu nunca mais queria ver Hazel novamente, não depois de


machucá-la pra caralho. Toda vez que ela veio perto de mim, eu era a
essência de cada coisa ruim que aconteceu com ela.

Não era justo. Eu não iria mais fazer isso.

Eu queria que ela se fosse.

Seja qual fosse o progresso que ela fez na noite em que ela me
esfaqueou tinha desaparecido. Seja qual fosse a doçura que nós poderíamos
ter encontrado na estufa se desintegrou. Eu esperava que ela tivesse me
quebrado e me posto na estrada da recuperação, mas isso tinha sido apenas
um momento. Um momento frágil que quebrou em um segundo e tudo
estava acabado.

Ela tinha mudado o assassino que existia dentro de mim para um


homem a lambendo tão docemente, me dando um presente que ninguém
tinha me dado antes e tudo o que fiz em troca foi voltar a um agente
miserável e inútil sem chance no inferno de ficar vivo.

Eu não poderia pedir mais nada dela. Eu não podia esperar que
ela ficasse. Não agora.
Minutos passavam. Eu queria sair, mas eu não podia arriscar
voltar para o quarto.

Agarrando um pequeno martelo atrás do espelho, eu entrei no


chuveiro. Ajoelhado, procurei o esconderijo da saída de emergência secreta
que eu tinha projetado. Eu não voltaria a entrar em uma sala com apenas
uma saída.

Depois de um tempo de vida preso em gaiolas, eu sabia o valor de


ter duas saídas. Isso significava a diferença entre sobreviver e morrer.

O banco feito sob medida na parte do chuveiro parecia que estava


frio, mas com algumas batidas cuidadosamente colocadas do martelo, a
argamassa rachou, quebrando o selo falso.

O buraco de fuga só levava a um armário no próximo quarto, mas


ele me deu a liberdade que eu precisava.

No minuto em que rastejei através do pequeno espaço, eu fiquei


em pé e dobrei minha calça.

Meu pau ainda pulsava com o orgasmo desaparecendo. Amaldiçoei


a sensibilidade de minhas bolas e odiei o formigamento de estar
profundamente dentro de uma mulher que eu não podia ajudar, só destruir.

Ela nunca me perdoaria, como eu nunca iria me perdoar.

Abrindo a porta para o corredor, eu verifiquei para ver se Zel


estava por perto antes de caminhar em direção a extremidade oposta do
Obsidian.

Eu não queria nenhuma chance de encontrar com Zel. Descendo


as escadas, entrei na seção da casa que eu não tinha mostrado a ela.

O foyer em que eu realizada a maioria das minhas criações.


Pássaros e cavalos e todas as criaturas que eu já conheci nas florestas
siberianas da Mãe Rússia. Era um zoológico feito de bronze e cobre.
Quando eu perdi minha visão, a coisa que eu mais senti falta foi
esculpir, trazer os animais para a vida, apesar deles nunca respirarem ar.

O contrato que eu tinha assinado quando minha cegueira tinha


sido descoberta rugiu de volta à mente.

Existem apenas duas maneiras de um agente deixar o


estabelecimento.

Morte.

Deficiência.

Ao sair, o agente promete nunca falar do referido estabelecimento


para qualquer pessoa, a qualquer momento, por qualquer razão. Ele jura
solenemente nunca falar sobre missões, detalhes ou história. Ele deve colocar
seus assuntos em ordem e engolir a última instrução do dever. Partilhar
segredos não é permitido e o Estabelecimento não hesitará em cumprir as
ordens para apagar qualquer ex-agente ou pessoa que saiba sobre o
estabelecimento.

O agente tem exatamente cinco semanas a partir de remoção de sua


tarefa final para engolir seu comprimido. Se isso for desobedecido, o
estabelecimento tem pleno direito de caçar, interrogar e matar.

Estamos sempre observando.

Invencível. Impenetrável. Invisível.

Como a porra do idiota que eu era, eu assinei. Eu queria sair. Eu


precisava sair. Todos os dias, eu perdi mais e mais da minha visão até que
precisava de uma bengala para me mover. Eu já vivia no inferno, mas agora
eu morava na escuridão completa e absoluta. Eu odiava cada momento dela.

Todos os dias eu implorei por liberdade e o destino finalmente


ouviu, por tirar minha visão até que eu era inútil para eles.
Eu assinei.

Aprendi a ler braille.

Eu saí e nunca olhei para trás.

Por dois anos, eu vivi uma vida à deriva de outros. Abri Obsidian e
contratei Oscar para supervisionar-lo.

Usando minha herança da família, comecei uma nova vida. Eu


trabalhava durante a noite e dormia enquanto o sol me protegia, aquecendo
a minha pele no calor e segurança que meus olhos não podiam ver.

E lentamente, minha visão voltou.

A pressão do meu passado me esmagou; Eu acreditava na ilusão


de que eu estava livre, independentemente do fato de que eu deveria me
colocar para baixo como um cão. Eu tinha tudo que eu sempre quis, exceto
o privilégio de me entregar a outro ser humano para o conforto. Eu pensei
que eu não quisesse isso, que eu estava acima de tais desejos frívolos. Mas
eu não estava.

Eu queria Zel como eu queria a minha próxima respiração. Eu


estava morrendo de vontade de tocá-la. Eu daria minha visão de novo se
isso significasse que eu poderia beijá-la e envolver meus braços em torno
dela e ter a certeza que eu nunca a machucaria novamente.

Gostaria de me submeter a qualquer operação ou terapia se isso


significasse que eu poderia ser apenas normal. Tudo que eu queria era
fornecer e cuidar de uma mulher que me deu tudo de si mesma. Eu não
tinha dado nada em troca, e eu estava doente por tomar ela a força..
Cansado de ser uma bagunça. Doente de toda coisa de maldição.

Eu queria ser um homem para ela. Para protegê-la, alimentá-la...


aprender a amá-la.

Você é um idiota.
Eu tinha acabado de provar quão melancólicos e fantasiosos tais
sonhos eram. Eu levei Zel a força, tudo porque ela me tocou brevemente.

Você não a merece.

Eu não merecia. Eu não merecia nada mais do que um buraco na


porra do chão.

O interruptor dentro de mim acendeu e abafou todo o resto. Eu fui


tocado, portanto tinha que infligir dor. Simples. Poderoso. Sem negociação.

Movendo-me através da casa, eu não sabia para onde eu iria. Eu


duvidava que Oaks Poison saciaria minhas necessidades tão cedo. Eu teria
que recorrer a métodos mais rudimentares e me esconder em um beco uma
vez mais.

A antecipação da necessidade de um punho na minha mandíbula


me deu a força de vontade para manter o movimento e não bater minha
cabeça na pequena estátua de coelho localizada na mesa ao lado.

Abrindo a porta, eu puxei o ar do início da tarde. Engolindo o


frescor, inclinei a cabeça para o sol.

O sol.

Merda. Nenhum clube estaria aberto para lutar neste momento.


Não havia becos suficientemente escuros. Eu não tinha para onde ir para
purgar o meu corpo e me punir. Eu precisava de uma liberação física, não
apenas algumas linhas de uma lâmina de barbear. Mesmo as ferramentas
em minha oficina não me dariam o soco que eu ansiava.

Onde eu poderia ir para encontrar a redenção?

Meu cérebro repleto de imagens dos Zel novamente enquanto eu


espreitava ao redor da casa em direção a garagem e meu Porsche preto.
Sua bunda maravilhosamente firme enquanto eu dirigia para ela.
Seu cabelo numa cascata linda e o rosto em forma de coração.

O jeito que ela olhou para mim depois que me disse exatamente o
que pensava.

Seus olhos gritaram a verdade: eu era diabólico. Não apto para


estar em torno dos outros. E definitivamente não sou digno dela.

Eu nunca me perdoarei por olhar para ela como se fosse um


inimigo que eu precisava matar. Apertando os olhos na claridade, eu parei.

Merda, eu odiava o que eu tinha feito, minha visão foi


comprometida. Uma ligeira película cobriu meu olhar. Eu tinha me
contaminado com ações horrendas em direção a uma mulher que merecia
um reino.

Eu precisava sair naquele instante. Eu não queria vê-la passar. Eu


tinha rompido a ligação entre nós, e não havia nada, exceto o amante de
coração frio por seu condicionamento.

Tinha acabado.

Eu queria saber tanto sobre ela. Ela podia ver a verdade através de
todas as minhas besteiras e sabia muito mais sobre mim do que eu sobre
ela. Os segredos que ela mantinha escondidos estavam tão profundamente
dentro dela que eu não tive chance de decifrá-los.

Tudo que eu sabia era que a força motriz por trás de tudo que ela
fazia era pesar.

Tristeza, angústia, desespero.

Eu odiava vê-la tão infeliz e não tendo ninguém para se apoiar.

"Hum, oi." A voz suave e aguda me chamou a atenção. Olhei em


volta, procurando na grande extensão da calçada de seixos. Eu fiz uma
careta. Na minha pressa, eu não tinha notado o carro branco estacionado
na frente do Obsidian.

O estacionamento para os membros estava na parte traseira da


propriedade. Quem diabos teve a coragem de estacionar em frente da minha
residência, como se fosse dono do lugar do caralho? Mudei-me para frente,
perguntando o que diabos estava acontecendo.

"Um, senhor? Você tem uma chave para a porta grande? Minha tia
e seu amigo me deixaram aqui para ir falar com minha mãe, mas eu não
quero esperar. Eu disse que ia ser boa e sentar-me no carro, porque as
crianças pequenas não podem entrar, mas eu quero vê-la."

Virei-me, levantando o cascalho.

Uma réplica perfeita de Hazel estava atrás de mim.

Uma criança.

Uma menina.

Uma filha.

Porra.

Um flashback agarrou-me com suas garras retorcidas, arrastando-


me profundo e escuro.

"Parabéns pela sua promoção, agente Fox. Diga-me novamente


quantos membros de família você tinha."

Eu odiava essa parte. Os jogos mentais. A tortura mental constante.


Ele sabia quantos membros de família eu tinha, porque ele me fez matar todos
eles.

"Eu tinha uma mãe. Vera Averin. Ela era uma prostituta, uma
traidora e uma ladra e merecia morrer. Eu tinha um pai. Alex Averin. Ele era
um mulherengo, um trapaceiro e um mentiroso e merecia morrer. Eu tinha um
irmão, Vasily Averin. Ele era a semente de Satanás, um pagão e só o mal
vivia dentro dele e ele merecia morrer."

No momento em que as mentiras torpes foram ditas, eu


apressadamente pensei na verdade. Silenciosamente, eu desfiz as hediondas
coisas que eu disse. Vera, minha mãe, era gentil e generosa. Ela não merecia
morrer. Alex, meu pai, foi um grande provedor e protetor. Ele não merecia
morrer. Vasily —

Meu coração parou de bater com a tristeza me aleijando. Vasily,


meu irmão, era um artista, bom e inteligente. Ele não merecia morrer.

"Bom. E você sabia que tinha uma irmã?"

Meu instinto agitou, ameaçando uma reação explosiva. Uma irmã?


Não. Não, por favor, não. Eu não poderia lidar com ter que matar outro irmão.
Uma menina. Uma menina inocente cujo único crime foi o de partilhar o meu
sangue.

"Você a matou, também. Você não se lembra?"

Eu pisquei. O ruído branco assobiou em meus ouvidos, abafando


meu pânico. "Excelente, senhor. Eu não recordo da missão." Como muitos das
outras, eu tinha limpado isso para sempre da minha memória. Eu não estava
surpreso que eu não conseguia lembrar de matar mais um irmão. Eu preferia
puxar meu cérebro para fora através das minhas orelhas do que me lembrar.

"Sim. Sua mãe estava grávida de uma menina. Um duplo


assassinato e você nem sabia.” O toque no ombro veio com um choque
elétrico. Cada músculo sentiu a descarga elétrica que passou por meu corpo.

"O que você disse?" Perguntou o manipulador, uma vez que ele me
deixou ir.

Meu cérebro gritou, morra filho da puta. Minha boca disse:


"Obrigado, senhor."
Voltei para o presente com um estrondo, tropeçando quando a
vertigem me bateu forte.

Droga. Porra, eu me odiava. Odiava. Odiava. Odiava. Eu queria


poder enfiar um marcador de gado em meu cérebro e dar curto-circuito em
todo o meu sistema. Os flashbacks eram piores do que tinham sido em um
longo tempo, trazidos pelo estresse de ferir uma mulher com quem eu me
importava profundamente.

Zel.

Sua filha.

Eu sabia, sem dúvida, que a menina na minha frente era filha


dela. Não havia dúvida, o longo cabelo mogno, as maçãs do rosto perfeitas, a
forma do queixo. A única diferença era a cor do olho. Verde tinha dado lugar
a suave castanho, que parecia ver através da porra da minha alma.

Minha respiração acelerou; meu coração bombeando como um


demônio. Eu recuei tão rápido quanto minhas pernas poderiam me mover.

Não se aproxime de mim. Eu não poderia fazer isso. Eu não


poderia ter mais sangue em minhas mãos. O sangue dela. O pequeno legado
de Zel.

Cascalhos derraparam debaixo dos meus sapatos quando eu


praticamente surfei no cascalho em meu terror para fugir. Eu precisava ir
para longe, muito longe desta réplica em miniatura de Hazel. Antes que eu a
machucasse.

Seus olhos escuros encontraram os meus, e eu perdi contato com


a realidade.

"Pela terceira e última vez, mate-a!"

"Não!" Algo líquido espirrou em minha bochecha nos meus dezoito


anos de idade e demorou um pouco para perceber que eram lágrimas. Eu
nunca tinha chorado antes. Nem mesmo quando eu matei minha mãe e meu
pai. Mas isso... eu não podia fazer isto.

"Você me fez tomar conta dele! Você o trouxe para ficar comigo. Eu
pensei que você queria que eu o treinasse para ser como nós!" Minha voz se
quebrou enquanto eu olhava para o meu pequeno irmão de nove anos de
idade, Vasily. Suas bochechas ainda estavam gordinhas com a juventude, os
olhos azuis arregalados de terror. Uma mancha escura na parte dianteira da
sua calça de brim sinalizando que o medo tinha sequestrado sua bexiga.

Durante três meses, nós tínhamos dormido no mesmo quarto,


comíamos juntos, rimos juntos. Eu pensei que meu manipulador havia me
recompensado por bom comportamento e me deu um amigo. Deu-me meu
irmão para treinar e integrar a esta nova forma de vida.

Eu nunca suspeitei disso.

"Roan. Po-por favor,me ajude. Não me mate. Por favor?" A voz de


soprano de Vasily trouxe mais lágrimas aos meus olhos; meu corpo arfava,
lutando contra anos de condicionamento e da ira do meu manipulador.

"Eu não irei fazer isso." Eu falei, sugando grandes goles de ar.
Recusei-me a matar o meu último parente de sangue. Um menino que eu
gostava mais do que ninguém no mundo.

"Sim, você vai, agente Fox. Caso contrário, vamos torturá-lo até que
ele morra, então aleijá-lo porque você não é mais uma propriedade viável."

Eu não aguentava mais.

Meu manipulador agarrou Vasily pelo pescoço, trazendo-o para


perto de mim. "Faça."

Vômito explodiu de minha boca, espirrando no chão de concreto.

Meu irmão parou de chorar, contorcendo-se para fora do agarro dos


manipuladores. Em vez de fugir do homem destinado para assassiná-lo, ele
correu em minha direção e passou os braços ossudos apertados em volta da
minha cintura.

"Senhor? Ei, senhor?" Um puxão no meu punho removeu de


minhas memórias horríveis, me esbofeteando com a realidade. "Você está
bem?" A voz alta, lírica perfurou meu latejante cérebro.

Eu pulei para trás, quebrando seu domínio sobre minha camisa.


"Não me toque."

A menina olhou para baixo e arrastou seus sapatos pretos


brilhantes no cascalho. "Oh, desculpe." Seus olhos encontraram os meus
novamente, muito abertos e preocupados. "Você está bem? Você estava
murmurando coisas que eu não podia entender."

Ela inclinou a cabeça. "Que idioma é esse? Meu professor disse


que deveríamos aprender uma língua. Eu gostaria de saber, mas eu não sei
o que é. Talvez eu pudesse aprender o que você acabou de falar.” Ela
avançou, seus pequenos lábios nunca parando. "Você pode me ensinar? Eu
adoraria aprender e mamãe ficaria muito orgulhosa de mim. Você poderia
me ensinar, por favor?" Seus cílios bateram e minha porra de coração
quebrou em pedaços.

Puxei uma respiração, travando meus músculos, evocando todo o


autocontrole que eu possuía. Se eu já precisei de disciplina completa e
absoluta, foi agora. Eu tinha evitado as crianças desde que perdi Vasily. Eu
não podia olhar para elas ou ouvi-las ou até mesmo vê-las na televisão.

Para mim, as crianças eram a personificação de tudo o que eu


tentei preservar: a inocência, a fragilidade, a confiança e aceitação
incondicional.

Eu não merecia nada disso, pois eu não estava apto para ficar em
torno delas.
A menina avançou para frente novamente, invadindo meu espaço.
Eu não sabia como a maioria das crianças deviam se comportar, mas ela
estava tão foda corajosa e inquisitiva. Ela não devia ser tímida e mansa?
Com muito medo de falar com um estranho cheio de cicatrizes?

"Você está com medo. O que aconteceu? Você pode me dizer. Não
vou contar a ninguém." Ela desenhou uma cruz sobre o coração dela. "Eu
prometo. Tenho pesadelos às vezes. Você também?"

Tudo nela me intoxicando até que eu não podia me mover uma


polegada. Ela veio para frente deu outro passo. "Você não é como os outros
adultos. Você se parece com um, mas eu não acho que os adultos ficam com
medo. Você não deve ter medo. Minha mamãe ensinou-me a não ter medo
de nada."

Seus pequenos dedos voaram para seus lábios. “Oops. Ela disse
que eu não estava autorizada a falar com estranhos. Hum, você não vai
contar, né? Ela fica brava de verdade quando falo com as pessoas
estranhas. Não sei por que. Eu sei quando eles são maus, e você não é ruim.
Mamãe também fica com raiva quando eu tusso, o que é tão bobo.” Seus
olhos encontraram os meus. "Você tem uma mamãe que lhe diz para não
falar com estranhos?"

Ela se moveu até que ficou na minha frente. Meu corpo


estremeceu e vibrou. Memórias de Vasily e meu passado se mantiveram me
espancando durante todo o tempo que este anjo perfeito falou, vendo em
profundidade minha alma negra, indo mais longe do que ela tinha o direito
de ir.

"Uau. O que aconteceu com seu rosto?" Sua mão pequena apontou
para cima, olhos vesgo no sol atrás de mim. "Parece que um homem mau te
machucou." Seus olhos se estreitaram. "Será que o homem mau te
machucou? Espero que você o tenha feito ele pagar. Esses tipos de pessoas
não devem ser autorizados a sair por aí fazendo outras pessoas ficarem
feias."
Cada palavra me dilacerando até que eu me senti como uma
grande árvore que está sendo cortada com um machado. Cada sílaba
afastando minha fundação já em ruínas, e as minhas raízes começaram a
estalar.

Minha perna esquerda deu um passo para fora, batendo com força
contra os cascalhos. Minha perna direita foi ao chão e eu ajoelhei ante a
única coisa no meu mundo que eu não podia lutar.

Eu caí no chão diante dela, desfeito por sua inocência primitiva.

Cada órgão uivou contra o condicionamento, cada osso gritou em


agonia, minha recusa de infligir mais dor trouxe ordens de entorpecimento
mental, ampliando e amplificando, enfurecida pela minha desobediência.

Eu não precisava mais de punhos para encontrar a redenção. Eu


achei a punição só de olhar nos olhos de alguém tão puro.

"Você entende Inglês?" Perguntou a menina, movendo-se para ficar


bem na minha frente. Seu nível de olho um pouco maior que o meu,
fazendo-me sentir como se eu devesse me curvar a ela, obedecê-la, adorá-la.

Eu não sabia o que me obrigou a responder, mas eu não podia


parar. "Sim. Eu entendo Inglês."

Ela sorriu, batendo as palmas delicadas. "Ótimo. Eu pensei que


você tinha dito para eu não tocar você. Que linguagem você estava falando
agora?"

"Russo."

"E o seu rosto. Será que um homem mau fez isso?"

"Sim."
Seu sorriso aumentou e um flash de raiva que não deve ser visto
no rosto de uma menina atravessando suas feições. "Você quis matá-lo? Eu
teria matado."

Quem era essa criança? Esta brilhante criança perfeita, corajosa.

Baixei a cabeça. "Não. Ele ainda está vivo."

Ela resmungou. "Bem, eu o mataria." Sacudindo o cabelo sobre o


ombro, ela anunciou: "Eu gosto de você.” Seu rosto amassado como se eu
tivesse passado em seu teste de simpatia e estendeu a mão. "Eu sou Clara.
Qual o seu nome?"

Um vento quente e preguiçoso percorreu a calçada, tocando e


farfalhando nas árvores do perímetro. Eu olhei a menina vestida com uma
camisola roxa e calças pretas. Seu cabelo pendia solto, fios balançando na
brisa. Uma fita roxa girou em torno de sua mandíbula.

Minha visão borrada em torno das bordas.

Esta menina era tudo que eu precisava. Tudo o que eu estava


correndo, e eu nem sabia disto.

Seu doce destemor agarrou meu coração e em questão de


momentos, ela tinha monopolizado cada pensamento meu.

Minha gravidade deslocou.

Eu caí de amor loucamente por ela, porra.

Eu sabia que não deveria fazer isso.

Eu sabia que deveria correr e nunca olhar para trás.

Mas eu não corri.

Segurando a minha mão, eu gemi quando seus dedinhos


apertaram os meus. Lágrimas brotaram dos meus olhos em imensa
gratidão. Gratidão por ser capaz de manter meu autocontrole e gratidão por
esta criatura perfeita.

Seu toque me quebrou.

Seu toque me acordou.

Seu toque me destruiu.

"Olá, Clara." Eu olhei em seus olhos líquidos. "Eu sou Roan."

Treze
Treze

Eu sempre soube que a vida tinha seus favoritos. Como um pai,


por vezes, tem um filho favorito, a vida esbanja atenção e presentes em
abundância para seus favorecidos. Os com quem ela não se importa são
esquecidos. Podem sobreviver, mas não recebem nenhum tratamento
especial.

Eu era um dos autorizados a sobreviver, a esculpir minha própria


jornada sem ajuda.

Mas Fox, ele era alguém completamente diferente.

Ele era o filho que todo pai odiava. O único que ninguém entendia.
O que todos gostariam de fingir que não existia.

Não porque ele era mau ou desagradável ou cruel, mas porque ele
foi danificado e precisava de muita reparação para ser viável.

A ignorância e o ódio empurraram o filho para o escuro e sua


única chance era voltar para dentro, sofrer em silêncio.

Eu queria odiá-lo.

Eu queria desprezá-lo.

Ele me machucou.

Ele me usou.

De novo e de novo.

Mas, afinal, eu o entendi.


Eu o perdoei.

Mas eu nunca seria capaz de salvá-lo.

Três eventos de mudança de vida vieram em rápida sucessão.

O primeiro aconteceu quando Clue entrou pelas portas do andar


de luta do Obsidian e quase bateu na minha bunda. Eu tinha estado no
meu caminho para fora, prestes a deixar o mundo de Fox para sempre,
quando ela explodiu do nada.

Virei-me para trás, apenas para ser pega por Corkscrew quando
ele apareceu bem atrás dela.

Um olhar de seus olhos marejados e eu sabia.

Alguma coisa tinha acontecido com Clara.

"Ela está bem? Diga-me!" Pânico amarrou no meu sangue, me


esfolando viva. "Diga-me, Clue! Agora!" Cenários de pesadelo esmagaram
meu cérebro.

Clara morta.

Clara em coma.

Clara se foi para sempre.

Meus olhos se arregalaram; meu coração bateu mais forte. "Ela


está — morta?"

Os dedos de Corkscrew cavaram em meu cotovelo, mantendo-me


firme quando Clue capturou minhas bochechas e abanou a cabeça. Seus
olhos amendoados estavam vermelhos de tanto chorar, mas ela parecia
calma. "Não! Ela está bem."
Ela está bem. Obrigada Deus.

O pânico deu lugar à raiva não diluída.

"Você me deu um ataque de pânico de merda por vir e me dizer


que ela está bem?" Dei de ombros saindo do suporte de Corkscrew,
agarrando meu coração batendo rápido. "Eu não entendo."

Clue lançou um olhar para o seu apoio. Bem, foi o único que
engoliu em seco e disse: "Ela desmaiou na escola”. Sua voz era suave e
macia, mantendo-me calma até mesmo quando meu corpo se sentia como se
explodisse com estilhaços. "Ela sofreu uma convulsão por três minutos. A
escola chamou uma ambulância, que a levou para o pronto-socorro."

Meu cérebro nadou. Os meus piores pesadelos estavam se


tornando realidade. Cedo demais. É muito cedo! Sua tosse começou outra
noite e agora isso? Seus sintomas tinham aumentado rapidamente.

Eu teria que pedir a Fox o dinheiro agora. Eu teria que vir acima
com uma história que garantisse que ele me desse mais cem mil dólares.

Clue acariciou meus ombros, seu calor e apoio fazendo maravilhas


para os meus pensamentos dispersos. "Ela está bem. Os médicos não sabem
o que causou isso —"

Eu rosnei. "É claro que eles sabem o que causou isso. Idiotas do
caralho para não saberem mais cedo." Eu apertei meu peito quando uma
enorme bola de agonia se apresentou em meu coração. "Eles erraram, Clue.
Por seu erro, eles condenaram a minha filha a morte. "

Eu tinha sempre mantido essa rédea apertada em minha dor, mas,


nesse segundo eu queria explodir. Eu queria rasgar através do globo como
um tufão com raiva e destruir tanto quanto possível.

Eu queria destruir os médicos que arruinaram minha vida e meu


bebê. Eu não queria lidar com mais nada. Fox tinha me machucado. A vida
tinha me dado um tapa na cara. Meu passado tinha quase me arruinado.
Eu só queria sair.

Eu não sou forte o suficiente!

Um soluço enorme borbulhou no meu peito e eu me inclinei,


sugando, engolindo respirações.

Se você começar a chorar agora, você nunca vai parar.

"Está tudo bem, Zelly. Vai ficar tudo bem." Clue acariciou minhas
costas, murmurando: "É uma puta de uma situação, mas ela está bem.
Honestamente se olhar para ela você pensaria que ela falsificou o desmaio
apenas para sair da escola. Você não tem que se preocupar."

Eu joguei minhas mãos para cima. "Eu não tenho que me


preocupar?" Lágrimas subiram pela minha espinha em uma esteira de
formigamento. "Como você pode dizer isso? Toda noite eu deito na cama,
contando suas respirações, certificando-me que ela ainda está comigo. Um
dia, não haverá mais respirações, Clue! Então o quê? O que diabos eu faço
com a minha vida?"

O pesar e o ódio por mim caíram como uma onda. Onde eu estava
enquanto Clue levava minha filha ao pronto socorro? Em vez de acalmar
minha filha, eu estava sendo fodida por um homem que eu não tinha
esperança de salvar.

Suas prioridades são todas asneiras.

Eu me odeio.

Eu nunca vou me perdoar.

Tudo o que aconteceu com Fox parecia trivial. E daí se ele me


machucou? E daí, se eu tinha algum complexo de salvador? E daí, o se foi
minha culpa que ele tinha me agarrado?
Eu o empurrei muito longe, e eu só poderia me culpar pelas
consequências. Ele não tinha a intenção de me machucar. Abaixo das
cicatrizes ele era apenas um homem procurando uma maneira de escapar,
da mesma forma que eu.

Seus problemas eram vampiros, sugando minha alma e energia


até que eu estava vazia e murcha e na borda final da minha sagacidade.

Eu não tinha mais nada para dar, mas eu tinha que continuar. Eu
não tinha o luxo de esquecer ou me entregar em lágrimas.

Clara precisava de mim. Ela era tudo que importava.

Uma lágrima escapou e Corkscrew me reuniu em seus grandes


braços. O calor do corpo ajudou a queimar alguns dos meus pensamentos
inúteis, concedendo-me um momento de lucidez.

Ele e Clue mal se conheciam, mas ele se tornou uma grande parte
das nossas vidas. Toda noite que eu voltava para casa ele estava lá. Um
cozinheiro fabuloso, um convidado atencioso, e completamente obcecado
com Clue.

Sua voz profunda vibrava em seu peito. "Está tudo bem. Estamos
aqui para você, se e quando isso acontecer. Por enquanto... Clue. Diga a
ela."

Eu fui largada para salientar novamente em um segundo. "Dizer-


me o que?"

Clue deu um passo para trás. "Depois do hospital nós fomos para
casa, mas Clara jogou uma birra enorme e nos fez vir até você. Ela se recusa
a ir para casa sem você. Eu nunca a tinha visto tão chateada ou teimosa.
Ela estava um pouco cabeça quente."

Meus ouvidos tocaram, batendo com barulhentos sinos


aterrorizantes. Por favor, não diga que —
Ben pigarreou. "Eu sei que não é a melhor ideia trazer uma
criança para um clube de luta ilegal, mas... bem, ela está aqui."

"O quê?" Eu gritei, atraindo a atenção de dois homens corpulentos


que se aqueciam no ringue de boxe. Eles trouxeram minha filha para morrer
na casa de um monstro!

"Ela está no carro esperando por você. Corkscrew veio comigo para
entrar no clube. Achei que poderíamos ir para casa juntos.” Clue acariciou
meu braço, tentando me acalmar. "Está tudo bem, Zelly. Nós vamos ter uma
tranquila noite, apenas nós três, como nos velhos tempos."

Eu não ouvi uma palavra do que ela disse. "Você deixou minha
filha no carro na frente de um clube ilegal. O quão estúpida você pode ser?"

Meu corpo foi consumido com a idéia de Clara estar tão perto do
diabo dentro de Fox. Duas partes da minha vida que eu queria manter
separadas. Duas peças que nunca devem se misturar.

"Era a única maneira. Nós não podíamos exatamente trazê-la


aqui," disse Clue.

Nenhuma quantidade de mãos poderiam me conter. Eu corri.

Batendo abertas as grandes portas de metal, eu corri meu


caminho pelo corredor em direção à saída.

Por favor, não o deixe estar em qualquer lugar perto dela. Eu cerrei
minhas mãos, rezando que Fox ainda estivesse em seu banheiro, fazendo
Deus sabe o que para recuperar seu controle.

Eu não podia suportar a idéia dele estar por perto de uma coisa
tão preciosa e quebrável.

Se ele ao menos olhar para ela.


Raiva, quente e cortante subiu por meu sangue. Cada instinto
maternal vibrou em ultrapassagem.

A segunda mudança de vida aconteceu quando eu abri a porta da


frente.

Meu coração resistiu quando eu corri de dentro para fora e


derrapei até parar.

Meu Deus.

Não. Por favor, deixe-o ser uma alucinação.

Não podia ser verdade. Ele não podia.

Clue desviou para parar ao meu lado um pouco antes de Ben


paralisar ao lado dela. "O que, inferno?" Clue murmurou. "Pode me dizer o
que o —"

Eu engoli um grito e corri como uma centena de cavalaria. Meus


braços eram mosquetes. Minhas pernas eram canhões. Minha voz eram
trombetas de aviso para o inimigo que eles estavam prestes a morrer. "Fique
longe dela!"

Fox olhou para cima, olhos brancos grandes quando eu derrapei


até parar. Ele não se mexeu uma polegada quando eu mostrei meus dentes
como um gato feroz e puxei Clara longe dele.

Suas mãos bateram soltas e Clara tropeçou, tropeçando contra o


meu corpo. "Ai!"

Eu nunca me senti tão doente, tão violenta, tão absolutamente


pronta para tirar sangue. Ofegante, eu a empurrei por trás das minhas
pernas, barricando seu pequeno corpo com o meu. Eu enfrentei o homem
que eu pensei que eu poderia cuidar, o homem que eu secretamente desejei
que eu poderia amar, e liberei toda a minha animosidade e emoções.
"Não se atreva a tocá-la! O que você estava pensando? Só porque
você não era capaz de me machucar você pensou que podia ferir minha
filha? Você devia se envergonhar!"

Fox se encolheu como se eu tivesse lhe dado um tapa, inclinando a


cabeça.

Clara se contorceu, escapando de mim para posicionar-se na


minha frente. Meus olhos voaram entre ela e Fox, contando o espaço entre
eles, avaliando o risco se ele fosse jogá-la no chão.

Seus olhos vivos e expressivos encontraram os meus. Medo e


confusão pintados em suas bochechas. "O que você está fazendo, mamãe?
Ele não estava me machucando! Somos amigos. Apertamos as mãos como se
faz para fazer novos amigos. Lembra-se? Você me ensinou." Seu pequeno pé
pisou no cascalho. "Ele não fez nada de errado. Deixe-o em paz!"

Seu temperamento estava vivo e bem. Em um momento, eu


avaliava sua cor de pele, sua facilidade de respiração, buscando qualquer
sinal de que ela estava mais perto da morte do que da vida. Mas ela
praticamente brilhava, mostrando bochechas rosadas e ferozes.

Ela nunca tinha sido uma criança normal. Ela era intensa em
tudo; perguntas intermináveis e sem medo quando começava a falar com
pessoas.

Olhei por cima da cabeça de Fox. Ele não se moveu. Não importa
quantas vezes eu pisquei, eu não podia remover a imagem da pequena mão
de Clara engolida pela grande mão de Fox. A mesma mão que tinha me
estrangulado e me segurou firme enquanto ele me fodeu sem piedade. A
mesma mão que tinha sido marcada inúmeras vezes para fazer coisas com
as quais ele não poderia viver.

Ignorando Clara, eu assobiei, "Fox. Você me ouviu. Você não chega


perto dela novamente. Isso não fazia parte do acordo."
Seus olhos surgiram lentamente, como se o peso de seus crimes
esmagasse os ombros com um jugo pesado.

"Eu sinto muito." Ele piscou, sacudindo a cabeça. Compreensão e


vivacidade filtrada em seu olhar cor de prata. "Eu não poderia ajudá-la. Eu
—" Seus olhos voaram para Clara. Imediatamente eles se encheram de
adoração e reverência. Meu coração parou com a forma como ele pareceu,
consumido, completamente diferente. Ele tinha sido transformado a partir
do guerreiro irritado ao gigante suave pendurado em cada palavra de uma
criança. "Ela, ela é perfeita, Zel."

Lentamente, ele rangeu na posição vertical, correndo as mãos


pelos cabelos. Ele se sacudiu como se ele fosse um urso saindo da
hibernação. "Você nunca vai entender o quanto eu me odeio pelo que
aconteceu entre nós hoje. Nenhuma quantidade de desculpas nunca vai
resgatar minhas ações, mas, por favor, acredite em mim quando eu digo que
eu nunca faria mal a sua filha." Sua boca torceu e ele socou-se no peito. "Eu
dou a você meu juramento."

Clara puxou para fora do meu controle, arremessando para o lado


de Fox. Meu coração parou de bater quando ela envolveu seus minúsculos
dedos através de suas monstruosas mãos. Fox estremeceu, travando no
lugar.

"Não é possível que você não vê? Ele está triste. Você disse a ele
para sair, agora o perdoe. Isso é como um castigo, não é? Quando eu faço
algo ruim, você grita e então você me abraça.” Ela veio para frente, tentando
em vão arrastar Fox em direção a mim. "Abrace-o e o faça se sentir melhor."

Ambos, Fox e eu recuamos, deixando Clara encalhada entre nós.


Nossas vozes misturadas em um alto combinado: "Não."

Nós ficamos olhando enquanto Clara plantou os pés firmemente


nos cascalhos. "Ele é meu amigo. Eu me apresentei e nós somos amigos
agora. Eu gosto dele, e você é boba por pensar que ele vai me machucar. Ele
não faria isso, mamãe. Ele não é um estranho mau, portanto, deixe de agir
assim."

Um ruído de metade risada, metade pânico explodiu de minha


boca. Como eu tinha dado a luz a essa eloquente tirana? Então, teimosa e
velha além de seus anos.

Clue chegou, correu e parou com cuidado ao meu lado. Seu corpo
estava pronto para uma luta, os olhos voando entre Fox e eu. "Tudo bem
aqui?"

Corkscrew apareceu atrás dela, sua pele de ébano absorvendo a


luz solar como o mármore preto. "Senhor Obsidian. Tudo certo?"

Fox olhou para ele, limpando a garganta. "Sim. Bem. Está tudo
bem." Sua voz não tinha qualquer sinal do que aconteceu, ou a qualquer dor
que eu tinha ouvido quando ele jurou que não faria mal a Clara.

Seus olhos caíram para Clara, enchendo novamente com espanto,


beirando a obsessão. Meu coração pulou uma batida. Quase
inconscientemente, me mudei para frente e passei um braço ao redor dos
ombros de Clara, trazendo-a com força contra mim.

Ela se encolheu, se afastando. Sua força me fez balançar em meus


pés, e minha atenção saltou para ela. Suas bochechas estavam rosadas,
lábios vermelhos e olhos cheios de fogo. O único sinal de seu episódio era
que estava mais pálida do que o normal.

Ela parecia prestes a ir para a guerra por um estranho cheio de


cicatrizes que ela tinha acabado de conhecer.

Ela é exatamente como eu.

O pensamento tanto emocionado quanto apavorado. Eu tinha sido


tão teimosa quando eu era jovem. Eu queria acenar uma varinha mágica e
fazer todos felizes, salvar gatinhos, salvar crianças de rua, filhotes de
cachorro e conceder a paz mundial. Eu tinha sido tão estúpida por pensar
que eu tinha o poder de mudar a vida de alguém. E Clara não viveria tempo
suficiente para aprender essa lição.

Precisando tocá-la e me lembrar que ela estava sã e salva, eu


abaixei. Suavizando seu suéter roxo favorito, eu perguntei, "Você está bem?
Tia Clue me contou o que aconteceu na escola."

Ela olhou em direção a Fox, dando-lhe um pequeno sorriso. Ele


parecia em transe, nem o devolveu e nem mesmo parecia reconhecer
ninguém ao seu redor.

Ele estava completamente e totalmente obcecado. Eu odiava a


intensidade. A conexão que ele teve com a minha filha. Isso me assustou,
mas também me encheu de uma pequena gota de esperança. Pela primeira
vez, eu vi esperança em seu olhar.

Anseio para descrever melhor. Anseio por algo que eu não sabia o
que era.

"Eu estou bem." Ela fez uma careta, seus brilhantes olhos se
encontrando com os meus antes de voar de volta para Fox. "Eu me senti
cansada da tosse, isso é tudo. Eu tirei uma soneca e a escola estúpida ligou
para o hospital."

"Clara. Você sabe que você não está autorizada a usar a palavra
estúpida." Eu bati-lhe na ponta do nariz. "Use bobo ou não use nada."

Ela suspirou, os olhos piscando. "Não me envergonhe, mamãe. Eu


não tenho cinco anos mais."

Meu coração caiu fora do meu peito lembrando-me dela como uma
tirana de cinco anos de idade, e com cabelos castanhos, com mais energia
que uma bateria.

Clue veio para frente, colocando a mão no meu ombro. Eu fiquei


em pé, não deixando Clara.
Fox não moveu um músculo. Seus olhos estavam cheios de
memórias que eu nunca poderia entender, sua mandíbula solta, o corpo
largado, como se Clara tivesse roubado a vida fora dele.

Apesar do que tinha acontecido entre nós, eu odiava a desolação


em seu olhar, a perdição, a tristeza.

Enfiando Clara atrás de mim mais uma vez, eu me mudei para


frente e acenei com a mão na frente de seus olhos.

"Fox."

Levou um segundo, mas ele piscou e se reorientou, arrastando-se


para fora de algum lugar escuro. Ele endireitou os ombros. "Desculpe.
Estava pensando em outra pessoa."

Alguém? Quem?

Apertando as mãos, ele manteve seus olhos nos meus, não


olhando para Clara. "Olha, eu tenho que ir. Trabalho. Esqueci — é um
negócio urgente."

Meu estômago vibrou em sua angústia óbvia. Ele não precisa


trabalhar. As contas estavam ok, todos os fornecimentos arquivados e
entregues. O local não abriria por mais seis horas.

Ele estava correndo.

Duas emoções conflitantes me encheram. Eu queria que ele fosse.


Eu o queria tão longe de Clara quanto possível. Mas meu coração chorou ao
pensar nele sozinho. Correndo de uma menina que já o adorava. Correndo
de uma mulher que tinha usado seu pavio curto de raiva e agora só se
sentia infinitamente triste.

Triste por ele.

Triste por nós.


Só triste.

Eu queria culpá-lo por suas ações antes, por mais uma vez provar
que ele não era normal e não podia ser domesticado. Mas se eu tivesse que
lançar a culpa, eu estava me contaminando. Ele nunca teria me machucado
se eu não tivesse empurrado. Ele tinha me avisado, e eu não ouvi.

Apesar do que aconteceu, ele tinha feito progressos a partir de


quando eu o conheci. A diferença era que ele estava procurando mudar
enquanto antes eu não acho que ele pensou que ele tinha essa opção.

Isso só não foi o suficiente.

Ele era perigoso, inteiramente imprevisível, e eu não podia me dar


ao luxo de deixá-lo com esta parte da minha vida. Se eu oferecer outra
oportunidade, ele poderia me machucar, ou pior, ferir Clara.

Meu primeiro compromisso era com a minha filha, e eles


simplesmente não funcionam em conjunto. Delicado e perigoso. Frágil e
assustador. Não, eu não deixaria isso acontecer.

"Sim, boa idéia. É melhor você ir.” Eu não queria mais sangue em
minhas mãos, e eu sabia que ia acabar o matando se ele sequer olhasse
errado para Clara.

Fox deu um passo para trás com um aceno de cabeça pesada.

Corkscrew avançou. "Ei, você quer alguma ajuda? Vim para uma
sessão rápida quando Clue me disse que estava vindo, mas eu estou mais
do que feliz em correr alguns recados se você precisar de alguma coisa."
Seus olhos negros piscaram de volta para Clue.

Ela assentiu com um leve sorriso. Parecia que nós três tínhamos
nos unido na operação deixe 'Fox longe da filha de Zel.'

Clue disse: "Essa é uma boa idéia, Ben. Eu vou voltar e buscá-lo
quando eu deixar Zelly e Clara em casa."
As pequenas mãos de Clara empurraram meu quadril, me batendo
fora do caminho. "Eu não quero ir ainda. Eu gosto disso aqui.” Seus lábios
fizeram beicinho e ela apontou para Fox. "Eu quero saber mais sobre o
homem mau. Ele machucou meu novo amigo, e eu não gosto disso."

Antes que eu pudesse agarrá-la, ela atravessou a pequena


distância e ficou tão, tão perto de Fox. Perto demais. Perigosamente perto.

Meu coração de porra agarrou na minha garganta quando ela


colocou a mão no quadril de Fox, passando seus dedos através da argola
para o cinto.

Os olhos de Fox se fecharam e ele chupou em uma enorme golfada


de ar.

Todo mundo congelou.

Clue e Ben não tinham idéia do risco que Fox representava, mas
eles sentiram isso. Eles provaram meu pânico e todos nós nos mudamos de
uma vez.

Eu corri para frente e agarrei a mão de Clara, empurrando-a para


longe.

"Não!" Ela agarrou o cinto de Fox, lutando contra mim. "Eu quero
ficar."

Ela nunca tinha puxado uma birra em toda sua vida. Nunca. Ela
sabia melhor que isso as consequências, então o que diabos ela estava
fazendo? Duas vezes em um dia!

"Clara Hunter você me obedeça agora." Eu bati minhas mãos em


meus quadris, olhando para minha criança desobediente. A mesma criança
que segurava um monstro como se ela tivesse encontrado um novo animal
de estimação.
Fox caiu de repente, ele passou de pé para ajoelhado em um
segundo. A mesma posição que eu o encontrei tocando minha filha. A
mesma posição que o colocava abaixo da altura de Clara.

Seus olhos nevados abertos, focados em Clara. "Você precisa ouvir


a sua mãe. Ela quer que você vá."

Clara apertou os lábios, a cor pontilhou suas bochechas. "Eu não


quero ir. Você tem histórias. Eu quero ouvir histórias. Eu quero ouvir sobre
o homem mau. Eu quero ficar." Seus grandes olhos castanhos se encheram
de lágrimas.

Algumas vezes, no passado, Clara tinha usado lágrimas de


crocodilo para me envolver em torno de seu dedo mindinho. Eu estava
imunes as suas maneiras astutas, mas Fox... ele não estava.

Ele gemeu e baixou a cabeça, segurando a cabeça em suas mãos.


Eu nunca pensei que veria tal homem ameaçador e violento desfeito por
algumas lágrimas de uma criança.

Clara parou imediatamente e fez algo que fez meu cabelo escuro
ficarem cinzas.

Passou seus pequenos braços em volta de sua cabeça, puxando o


rosto dele contra o seu pequeno, frágil, oh, tão vulnerável peito.

"Não!" Eu corri para frente, mas Clue me empurrou de volta.

"Zelly, você vai assustá-la. Está tudo bem. Ben está aqui se
alguma coisa der errado.”

Ela não sabia o que Fox era capaz. Ela não sabia!

Eu me contorci nos braços de Clue, com lágrimas brotando dos


meus olhos quando Fox empurrou muito lentamente minha filha com jeito.
Cada movimento era preciso, controlado, fervendo com disciplina e rigor.
Clara não teve chance de se agarrar a ele. Com sua grande mão espalmada
em seu estômago, Fox empurrou até que todo um comprimento de braço os
separou.

Seus braços soltos a partir de sua cabeça, e ela ficou com os olhos
feridos. "Você não gosta de ser abraçado? Eu gosto de ser abraçada, se eu
não estou me sentindo bem ou se algo me machucou.” Ela mexeu-se, sem
tirar os olhos de Fox. "Você está machucado, então eu queria abraçá-lo. Isso
vai fazer você se sentir melhor. Eu prometo."

Minhas pernas tremiam. Eu não tinha idéia de como eu permaneci


de pé.

Fox olhou para ela como se ela fosse a única coisa no mundo. Seu
corpo inteiro tremeu; as mãos dele apertaram suas coxas, agarrando
duramente o músculo.

"Um abraço não é o mesmo para mim como é para outras pessoas,
Clara."

Ela se aproximou novamente. "Então... como você se sente


melhor?"

Os olhos de Fox subiram para trancar nos meus. O poder de seu


olhar de prata desembaraçou o resto das minhas emoções, e um pequeno
gemido arrastou da minha boca.

"Bem, sua mãe tem me ajudado um pouco." Ele sorriu, seus olhos
parecendo mais suaves, como neve de nevasca, quando ele olhou para
Clara. "Ela é incrível. Você tem muita sorte de ter ela."

Clara olhou para mim e encolheu os ombros. "Ela é boa, eu acho."


Uma pequena risada escapou dela.

Ben riu e minhas pernas cederam. Eu não tinha escolha, exceto


afundar no chão e ajoelhar-me como Fox. Olhamos-nos através do cascalho;
minha filha no centro.
Seus olhos mostrando promessas silenciosas.

Eu prometo que não vou machucá-la.

Eu dou-lhe a minha palavra.

Por Favor...

Eu não sabia o que o apelo final era, mas eu fechei os olhos, o


bloqueando. Eu nunca tinha conhecido um homem que poderia me frustrar,
aterrorizar-me, e desfazer-me de uma vez. Meu coração, ferido e rasgado
graças a Fox, derramou a armadura que eu tinha conjurado contra ele. A
fissura quebrou a casca endurecida, e algo torceu dentro.

Eu não seria capaz de ajudar Fox.

Mas a minha filha podia.

Minha pequena filha morrendo que eu iria perder para o resto da


minha vida.

Meus olhos se abriram, prontos para responder a seu pedido


silencioso. Ele queria permissão para ficar perto de Clara. Eu poderia deixar
por algumas horas, e então eu iria levá-la para longe e trancá-la por trás de
portas fechadas. Essa era a quantidade de perigo com que eu poderia lidar.

Você a machuca, eu vou matar você.

Vou fazê-lo sem hesitação.

Mas tudo bem...

Seus ombros largos rolaram para dentro e um leve sorriso beijou


os lábios. “Klyanus' moyey zhizni ya ne budu yey bol'.”

Clue deslocou ao meu lado, cruzando os braços esbeltos. "Hum,


poderia repetir em Inglês?"
Fox balançou a cabeça, os olhos abertos amplamente. "Desculpe.
Eu não sabia que escorreguei. Eu disse, eu juro pela minha vida que eu não
vou machucá-la." Sua resposta foi para Clue, mas ele nunca olhou para
longe de mim. Seus olhos ressoavam com a verdade. Eu sinceramente
acreditava que ele iria se matar antes que ele deixasse o que quer que
houvesse de loucura dentro dele ferir Clara.

Uma pequena pitada de preocupação evaporou; Eu balancei a


cabeça.

Fox fechou os olhos brevemente, brilhando com gratidão.

Ben veio para frente, as sobrancelhas desenhando juntas. "Espera


aí, o que você quer dizer que você não vai machucar ela?" O tom de voz era
agudo. "Naturalmente, você não irá. Quem diabos diz algo como isso?"

A tensão se reuniu em nosso pequeno grupo, fazendo a minha pele


formigar. "Está tudo bem, Ben. Eu sei o que ele quis dizer."

Ben olhou para mim com preocupação em seu rosto. Eu balancei a


cabeça. "Está tudo bem. Verdadeiramente."

Clara saltou em seus sapatos pretos empoeirados. "Eu sei o que


ele quer dizer. Eu sei. Eu sei."

Meu coração parou, esperando que ela concluísse sua declaração.


Fox parecia tão ansioso quando ele reposicionou seus joelhos,
desconfortável.

"Ele quer dizer que ele não gosta de ser tocado ou de abraços.
Acho que o homem mal o fez odiar abraços porque os homens maus não
gostam de amor. Eles são maus e frios, e eu não gosto deles." Seus grandes
olhos se encontraram com os de Fox. "Eu estou certa, não estou? Você
realmente quer minha mamãe para abraçá-lo, embora ela foi má e gritou
com você, mas você não sabe como. É fácil, você sabe. Tudo que você tem a
fazer é envolver seus braços ao seu redor."
Uma eternidade se passou antes de Fox assentir. "Você está um
pouco certa."

A entrega doce em sua voz incendiou meu sangue. Eu só lhe


concedi o direito de passar algumas horas com Clara, não uma eternidade.
Eu não poderia tê-lo caindo de amor por ela. Ela não era sua para manter.

Eu fiquei de pé. "Não, Fox."

Seus olhos encontraram os meus, franzindo a testa. "Não o quê?"

Eu olhei mais duro, esperando que ele recebesse minha mensagem


silenciosa. Não se atreva a se apaixonar por ela. Ela não é sua para se
apaixonar.

Ele se levantou também e deu um passo para trás. Ele não disse
uma palavra.

Clara girou o rosto para mim, com as mãos nos quadris,


parecendo muito teimosa para sua tenra idade. "Se ele pode ser chamado
como um animal, eu também quero. Chame-me de Pônei... não, espera, me
chame de Cavalo." Seu nariz enrugou. "Eles não são tão bonitos quanto uma
raposa11." Ela se virou para encará-lo. "Porque é que a minha mãe o chama
assim?"

Fox olhou para mim, muito habilmente mudando de assunto. "Por


que você quer ser chamada de Cavalo ou Pônei? Eu acho que Clara é um
nome muito bonito."

Clara riu, movendo-se de volta para ele como se ele fosse o maior
girassol e ela tinha a fome de um zangão. "É porque eu amo cavalos. Meu
programa favorito em todo o mundo inteiro é o Flick the pony, e eu quero

11 Fox significa ‘raposa’ em inglês.


crescer e possuir lotes e lotes de cavalos e ser um jóquei." Sua brilhante e
esperançosa voz me fez querer desatar a chorar.

Ela tinha uma obsessão por cavalos e seria um sonho tornado


realidade se ela fosse capaz de receber lições de equitação ou mesmo apenas
montar. Em um mundo diferente. Uma vida diferente, talvez.

Uma existência diferente, onde ela não tem uma sentença de


morte que paira sobre a cabeça.

Fox sorriu. "Eu gosto de cavalos, também. Todos os animais. Eu os


faço. Você gostaria de ver?"

Uma nuvem tapou o sol, lançando a todos nós na sombra. Meu


corpo ficou tenso, sentindo um presságio, uma premonição de desgraça. Eu
não queria Clara em qualquer lugar perto de sua casa. Eu nunca iria tirá-la
de lá com toda a arte fascinante e estátuas. Eu tinha concordado em deixar
Fox falar com ela, mas eu não concordei com mais tempo do que um breve
encontro.

Clue se aproximou, cochichando no ouvido. "Eu nunca vi um


homem tão obcecado por uma criança antes. Não admira que você gosta de
trabalhar para ele. Sob o aspecto assustador, ele é um fofo."

Eu bufei. Fox. Um fofo? Eu era a única que vi o passado e a


cicatriz lívida, o mau humor, e sua alma? Sua escura e danificada alma?

Não, eu não sou a única.

Clara viu, também, mas em vez de ter medo dele, ela sofria do
mesmo mal que eu. Ela queria consertá-lo. Ela estupidamente pensou que
um pouco de cola e clipes iriam consertá-lo. E iria quebrar o coração dela
quando ela percebesse que não era possível. Mas como eu poderia impedi-la
de tentar?

"Você tem cavalos e póneis e ovelhas...? Oh, eu gosto de


carneiros." Clara, mais uma vez chegou muito perto de Fox.
Ele se antecipou com a possibilidade dela tocá-lo e deu um passo
para trás. "Eu tenho muitos animais, mas nenhuma ovelha."

Clara mordeu a bochecha em pensamento, olhando como se isso


fosse um negócio errado. Seus olhos se iluminaram. "Você pode fazer uma
ovelha?"

Fox sorriu suavemente. "Eu poderia fazer uma ovelha se você


quiser."

Ela assentiu com a cabeça. "Bom. Sim, eu quero."

Fox afastou-se um pouco mais, linhas de tensão e sombras


escurecendo seu rosto. Ele correu as mãos e ele parecia como se suas
reservas estivessem diminuindo. Quanto tempo mais ele poderia agarrar seu
autocontrole?

Avançando rapidamente, peguei Clara e a pressionei contra


minhas pernas, aprisionando-a com meus braços ao redor de seu pescoço.
Ela se contorceu, mas deixou-me contê-la.

O terceiro e último evento de mudança de vida veio na forma de


pergunta inocente de Clara.

"Mamãe, eu quero ver a coleção de animais de Roan. Não me faça


ir para casa ainda, ok?"

Roan?

Roan.

Seu verdadeiro nome.

Meus olhos foram para Fox, grandes e ligeiramente surpresos e


magoados. Ele disse a minha filha, que ele tinha conhecido por 10 minutos,
o seu primeiro nome. Ele não tinha me dado essa honra. Ele tomou tudo
que eu tinha para dar e não me concedeu uma única parte de si mesmo.
Fox trincou o maxilar, reconhecendo a minha raiva, mas não a
entendendo. Em vez disso, ele perguntou: "É por Clara que você sai todas as
noites? É a razão para você não ficar?"

Clue respirou ao meu lado, finalmente sentindo as faíscas e


consciência entre nós. Eu não lhe dei uma resposta. Não era da sua conta.

Ele baixou os olhos para Clara. "Será que sua mãe volta para casa
para você todas as noites? Você tem medo de perdê-la se ela não for?"

Clara, feliz por ser incluída em uma questão de adultos, desfiou


informação demais. "Sim. Ela vai para o trabalho e, em seguida, chega em
casa e sai comigo e tia Clue e Ben. Nós vemos televisão. Ela me faz fazer
lição de casa." Seu nariz enrugou. "Bleh." Então seus bracinhos vieram para
trás e apertou as pernas atrás dela.

Meu coração se apertou com imenso amor. "Mas, então, nós


conversamos no escuro e falamos sobre o que mais quero, como um oceano
cheio de sorvete de chocolate, e eu adormeço com ela me contando muitas
histórias maravilhosas. Ela é realmente incrível." Ela olhou para cima, seu
pequeno nariz pegando um raio de sol que escapou através das nuvens. "Eu
a amo. Eu sentiria falta se ela não voltasse para casa, porque ela é minha
melhor amiga no mundo inteiro."

Ela se moveu de repente, correndo para Fox e envolvendo-lhe a


mão.

Ele congelou, virando-se de homem para estátua. Suas pernas


vacilaram, mas ele ficou em pé neste momento. "É por isso que você gosta
da minha mamãe? Ela te conta histórias e te ajuda com sua lição de casa?"

Clue e Ben pararam de respirar, alimentando-se do meu medo. Eu


não ousava me mover com medo de eu desencadear uma reação violenta em
Fox. Ben sutilmente aproximou-se dele, colocando-se a um agarrar de
distância.
Eu lhe dei um sorriso agradecido. Graças a Deus ele estava aqui.
Eu precisava de um guarda-costas constante em torno de Fox. E eu odiava o
quão triste isso era.

Será que alguma vez encontraríamos um equilíbrio? Um momento


calmo onde poderíamos nos tocar e rir sem violência ou o risco de um
acidente vascular cerebral, como qualquer casal normal?

Nós não somos um casal.

As coisas entre nós eram complicadas, mas tinham sido


transformadas em um cubo de Rubik12 com mil sequências de cores
diferentes, agora que Clara tinha pulado a linha de segredos para o reino de
Fox.

Fox nunca deixou a mão de Clara, e meu coração ficou em minha


garganta quando ele se abaixou ao seu nível.

"Ela me ajuda com meu dever de casa, mas ela não me conta
histórias. Você acha que você pode me dizer algumas que ela contou?"

Oh, Deus.

Eu não conseguia pensar em nada pior. Cada história que eu já


disse para Clara estava mergulhada na verdade e torcida com lições de vida
que eu aprendi da maneira mais difícil. Minhas provações tornaram-se
bestas místicas, minhas derrotas bruxas malvadas, mas cada história
terminava com um felizes para sempre.

Fox saberia. Ele aprenderia meus segredos através do meu livro


aberto, de minha filha. Nada do meu passado estaria seguro.

Clara assentiu com a cabeça, a felicidade brilhando em seus olhos


castanhos. "Eu posso. Você pode me dizer alguma em troca? Você conhece

12 Também conhecido como cubo mágico.


algumas boas histórias? Eu aposto que você conhece. Eu aposto que você
tem a sua cicatriz porque lutou com um dragão, salvando alguma princesa
bonita." Ela puxou sua mão, emoção voando pelo seu corpo jovem.

Fox concordou. "Eu tenho algumas histórias que eu poderia


compartilhar." Ele se curvou e sussurrou em seu ouvido. "Eu nunca disse a
ninguém, então você vai ter que me dizer se minhas histórias são boas."

Clara sorriu para ele, alegria nadando em seus olhos. "Eu vou te
dizer. Tenho certeza de que elas são ótimas. Podemos ir ver os cavalos
agora?"

Fox olhou para mim. Olhei para Clue. Clue olhou para Ben. Ben
olhou para Clara.

Havia apenas uma resposta para dar, mas não era o que eu
queria. Eu desejei que Fox nunca tivesse posto os olhos em Clara, porque eu
duvidava que eu seria capaz de separá-los.

"Sim, você pode ir. Mas eu vou também."

Fox me deu um sorriso de destruir a alma antes de caminhar em


direção à casa.

Com o coração pesado e minha mão agarrada à faca no meu bolso,


eu segui um assassino cujos dedos estavam em volta da minha filha.
Quatorze

Humanos guardam boas lembranças. Costumava ser um

passatempo meu: perguntar aos colegas recrutas qual era sua lembrança
mais feliz. Onde é que suas mentes iam enquanto eles estavam sendo
espancados ou ordenados a matar?

Seus pensamentos felizes variavam de pelúcias, uma menina


bonita, sua comida favorita. Nenhuma vez nós incluíamos a nossa família.
Essa era nossa única regra.

Eu quebrei essa lei por pensar em Vasily.

Os três meses que nós compartilhamos em um quarto foram os


piores e os melhores da minha vida. Eu estava responsável por sua comida,
água e abrigo. Eu era a sua proteção. Seu irmão e amigo. Saber que ele
confiou em mim me deu um propósito. Ele me deu uma razão para
continuar. Ele me deu esperança.

O dia em que me fizeram matá-lo, arruinou tudo dentro de mim. A


esperança se extinguiu, qualquer chance de felicidade apagada. Todos os
vestígios de quem eu era tinham sido apagados, exatamente como eles
haviam planejado.

Eu tinha vivido quase dez anos em perseguição, em silêncio,


diante de mim as paredes desabaram, o sol brilhou e choveu dor de novo.

Uma criança foi a minha cura.

A filha da mulher que tentei matar.

Era hora de enfrentar o meu passado cheio de escuridão e dizer


foda-se.
Era hora de começar novas memórias.

Eu queimei.

Como um porra queimada.

Cada toque seu raspava a carne de meus ossos, me queimando,


me ajudando a esquecer o meu passado.

Cada olhar seu descolou meus crimes, não contendo julgamento,


nem compaixão.

Cada riso seu raspando a minha desesperança, fortalecendo a


minha vontade de lutar.

Mas, em seguida, havia o condicionamento.

Em cima de seu efeito milagroso, batalhei uma vida inteira contra


encomendas correndo ferozmente no meu sangue.

"Mate-a."

"Aniquile-a."

"Nós não vamos comandar novamente."

"Faça."

As ordens eram um fluxo constante de sujeira na minha cabeça.

Eu suava e tremia e doía com impulsos rapidamente crescentes,


intensificados com a recusa. Estar na presença de Clara me deu toda a
automutilação que eu sempre precisei. Nunca mais eu precisaria levantar
uma lâmina contra minha pele, ou fazer meu sangue fluir. Contanto que eu
a tivesse perto de mim, eu teria tanto prazer e dor, esperança e danação, a
doença e a saúde.
Eu nunca poderia ter adivinhado que o meu calcanhar de Aquiles
viria na forma de uma menina serelepe.

Mas toda vez que eu olhava para ela, senti-me mudando,


evoluindo. O meu corpo lutava contra uma vida de disciplina, derramando
suas antigas escalas e podridão. A transformação deu-me asas do caralho,
mas também me esmagou. E se Hazel estivesse certa? E se eu não pudesse
manter meu juramento e ferisse Clara assim como eu fiz com a mãe dela?

Eu não tinha a intenção de sair hoje. Eu tentei pará-la assim que


eu a peguei. Eu simplesmente não fui forte o suficiente, e me matava saber
quão quebrado meus manipuladores me deixaram.

Isto não está certo. Diga a ela para sair. Sair e nunca voltar.

Olhando para o halo de cabelos castanhos circundando alguém


tão inocente, eu sabia que nunca poderia ser um mártir e mandá-la embora.
Isso seria uma sentença de morte, e eu era egoísta, tão incrivelmente
egoísta, queria tanto a filha quanto a mãe.

Meus olhos voaram de volta para Zel, atrás de nós com um olhar
feroz em seu olhar verde. Sentimentos que eu tinha mantido trancados
quebraram através das minhas paredes, inchando no meu peito,
reconhecendo que o que quer que fosse o vínculo entre nós, não era algo de
que eu poderia desistir.

Pela primeira vez deixei-me reconhecer o quão profunda era minha


atração por ela, o quanto meu corpo doía para juntar-se com o dela e fazer
amor persistente e não essa porra abusiva. Eu queria que ela fosse minha
primeira, minha primeira conexão real.

Eu quero que ela me toque.

A realização bateu na minha bunda. Fiz um voto então de que iria


me corrigir. Iria ficar e deixar de ser um covarde. Eu não iria parar até que
eu estivesse curado o suficiente para Zel tocar cada polegada de mim.
Eu não iria descansar até que eu fosse forte o suficiente para
abraçá-la e abraçá-la.

Tive sede de tornar o sonho uma realidade.

Meu pau endureceu com o pensamento de sua boca em mim de


novo, de seus dedos sobre a minha pele. Eu queria dar a ela tudo o que eu
era, inclusive minhas cicatrizes e tatuagens. Eu queria que ela me
entendesse, que ela não tivesse que me temer.

Abrindo a porta, Clara correu para frente. "Wow!" Sua brilhante


voz de querubim cantando em torno do foyer.

Meu coração deu uma guinada em uma mistura de tortura e


adoração. Uma coisa era certa: Clara seria minha aniquilação. Ela já
detinha o fusível para me destruir completamente. E eu não me importava
se ela o fizesse. Eu preferiria ser destruído por ela do que viver o resto da
minha vida lutando. Clara foi a minha chamada de despertar. Eu não
poderia continuar vivendo como eu tinha feito até agora, isso não era uma
vida. Eu queria mais. Eu queria a ela. Eu queria Zel.

Eu nunca a deixaria ir.

Ela era minha.

Sua mãe era minha.

Minha. Minha. Minha caralho.

Clara dançou pela minha casa, seus pequenos dedos acariciando


cada estátua que eu já tinha feito. Assim como a mãe, ela tinha que tocar.

Ela envolveu seus braços finos ao redor da criança dimensionada


com os ursos; ela empurrou pequenos punhos nas bocas dos lobos uivando.
Ela deu um tapinha nas corujas sobre as suas cabeças, e beijou os topos
das cabeças dos pôneis.
Seus olhos nadaram com admiração, e eu queria dar tudo a ela.

Eu não me importava que ela me descartou. Eu não me importava


o quão louco e instável me deparei ao ser tão obcecado por uma criança que
eu tinha acabado de conhecer. Ninguém seria capaz de entender a pura
liberdade que eu senti depois de 22 anos de vida no escuro.

Clara era um sol andando e eu gostaria de fugir através de seus


amanheceres e entardeceres ilimitados.

Meu coração explodiu em pedaços, quebrando com esperança.


Antes que eu pudesse me parar, eu murmurei, "Eles são todos seus. Até o
último."

Zel congelou ao meu lado. "O quê?" Seus olhos presos nos meus.
Perplexidade piscou por eles, seguida por irritação e confusão. "Você não
pode. Nós não temos nenhum lugar para armazená-los." Ela baixou o olhar,
seus ombros subindo e descendo enquanto sua respiração acelerava. Eu
não a culpava por estar assustada e em estado de alerta, observando cada
movimento meu. Ela não tinha nenhuma razão para confiar em mim e
nenhuma idéia de que eu iria colocar uma arma na minha boca e engolir
uma bala antes de eu machucar Clara.

Eu não vou obedecer. Vasily foi a última criança, eu jamais iria


machucar outra.

Zel endireitou as costas, mantendo o rosto fechado. "Isso é muito


generoso de sua parte, mas nós não podemos levá-los."

Clara derrapou até parar na minha frente, mal parando antes de


colidir com as minhas pernas. "Amo eles. Amei. Amei. Amei."

Meu rosto e orelhas ainda queimavam desde quando ela abraçou


minha cabeça. Quando os braços capturaram meu rosto, meu intestino
soltou e meu cérebro explodiu. Eu quase vomitei na calçada lutando contra
o condicionamento. Imagens me bombardeando com morte e
desmembramento. Eu fiquei petrificado ao abrir os olhos, apenas para o
caso que eu a encontrasse rasgada em pedaços no chão.

Mas eu tinha conseguido afastá-la.

Eu tinha segurado firme.

Eu tinha sobrevivido, e ela tinha vivido.

Eu cerrei os dentes sabendo que eu teria que me proteger toda vez


que ela se aproximasse. Eu nunca tinha estado perto de alguém que tocava
tão facilmente.

"Agradeça ao Sr. Obsidian pela oferta, Clara, mas você sabe que
não temos espaço." Zel colocou uma mão na cabeça de Clara, correndo os
dedos pelos cabelos castanhos enrolados.

Clara fez beicinho, olhando para mim, em seguida, Zel. "Mas... eu


os amo. Eu quero-os todos no meu quarto.” Seus belos olhos castanhos
alternando entre nós, com brilhante frustração. "Eles estão todos vivos por
dentro. Eles precisam de uma casa. Eles precisam de alguém para amá-los e
cuidar deles e alimentá-los —" Uma tosse alta a interrompeu, fazendo-a
bater uma mão sobre sua boca e girar para enfrentar Zel.

O corpo de Zel ficou rígido. Ela abaixou-se para pegar os ombros


de Clara. O terror nadando nos olhos de Zel, porra, quebrou meu coração.
Foi apenas uma tosse... não foi?

"Respire. É isso aí. Você precisa —"

A tosse parou tão repentinamente quanto começou e Clara


balançou a cabeça. Limpando a boca com a parte de trás da sua mão, ela
bateu o pé pequeno. "Eu odeio tossir. Isso dói."

Zel a aproximou, abraçando-a. "Eu sei. Nós vamos encontrar uma


maneira de fazê-lo parar. Em Breve."
Eu amei ver as duas juntas, havia tanto amor, era tão natural. Um
vínculo familiar que eu tinha perdido para sempre.

Um pequeno parafuso de ciúme me encheu. Meu corpo doía para


tomar o lugar de Clara e desfrutar do conforto e segurança do abraço de
alguém.

"Você sofre de febre do feno, Clara?" Perguntei, chamando a


atenção de Zel para mim. Seus olhos estavam desligados e ilegíveis,
protegendo seus segredos malditos.

O brilho em Clara tinha enfraquecido um pouco, mas lentamente a


chama voltou. Ela balançou a cabeça.

"Eu não sei o que é? É uma doença que se pega do feno dos
cavalos?"

Zel soltou um enorme suspiro, então riu. "Não, mas faria mais
sentido. A febre do feno é quando você é alérgica ao pólen e outros bichinhos
irritantes no ar."

Eu esperava que Clara pedisse uma centena de explicações, mas


seus olhos se voltaram solenes e ela balançou a cabeça. "Ok."

Virando-se para mim, ela anunciou: "Eu sou alérgica ao ar."

Zel fez um pequeno som abafado e eu não poderia explicar por que
o meu estômago decidiu lutar com o meu coração em um tango tão
doloroso. "Você é alérgica ao ar?"

Ela moveu-se para frente de uma estátua de um texugo, sua


respiração ligeiramente ofegante. "Devo ser, porque eu tusso muito e eu só
respiro ar e não pólen.”

Os braços de Zel embrulharam apertados em torno dela mesma, os


olhos fixos em sua filha.
Algo não estava certo.

Meus instintos caçadores tentaram descobrir seus segredos, mas


de repente ela destrancou os braços e aplaudiu com as mãos. "Você daria a
Clara uma de suas estátuas?" Ela levantou a voz para onde Clara estava.
"Que tal você escolher uma? Temos espaço para um hóspede extra."

Clara animou-se e sorriu. "Ok." Passeando pelo local, o sorriso


dela caiu. "Mas há tantos. Como faço para escolher?"

Eu não podia suportar as alfinetadas de dor por fazer sua escolha.


Eu não faria isso, não quando eu queria que ela mantivesse todas as
malditas coisas em minha casa. Elas não significavam nada para mim. Se
eu pudesse compartilhá-los e ganhar um sorriso ou dois em troca, isto me
faria mais rico do que toda a fortuna da minha família.

Dando um passo mais perto de Zel, murmurei, "Eles são todos


dela. Cada uma."

Zel endureceu e eu não queria nada mais do que tocá-la para


oferecer algum nível de conforto. Algo a empurrava para baixo e eu queria
dar apoio, mesmo que ela não confiasse em mim.

Tocar seu rosto, eu esperei por um ataque de condicionamento. Eu


estava preparado para a dor e as ordens, mas em vez de ser excruciante, só
pulsava e latejava.

É suportável.

Meus olhos se arregalaram. O que foi a chave? Empurrar-me


constantemente até o fim da minha resistência, pressionando com a dor até
que meu cérebro se adaptasse ou estalasse?

"Por que você está fazendo isso?" Zel sussurrou, assim Clara não
poderia nos ouvir. "Por que você se importa? Você me machucou outra vez,
Fox. Você tem que entender como isso é difícil para mim. Eu nunca quis que
você a encontrasse."
O flash de raiva e agonia me pegou de surpresa. "Você acha que eu
não me importo? Que eu sou apenas um monstro cujo único objetivo é
machucar você?" Eu odiava que sua avaliação de mim era tão baixa. Que
porra é essa?

"Não. Eu sei que você não é. Eu sei que você está tentando o seu
melhor, mas não é bom o suficiente. Você não pode esperar que eu coloque
minha filha em perigo só porque de repente você quer uma criança em sua
vida."

Pressionando para frente, eu assobiei, "Eu não quero uma criança


na minha vida. Eu passei minha vida inteira as evitando. Eu não pedi para
trazê-la aqui. Eu não posso mudar o que aconteceu, tanto quanto você.
Ninguém poderia ter previsto a forma como eu iria reagir, então por que você
não para de lutar contra isso porra, e confia em mim." Meus olhos voaram
para Clara, que estava alheia à nossa discussão, acariciando uma estátua
de guaxinim.

As narinas de Zel queimaram e nós nos olhamos por um momento


tenso. Ela foi a única que finalmente olhou para baixo.

Seus olhos caíram. "Eu não estou confortável com isso, Fox. Eu sei
que foi minha culpa que você quebrou hoje, mas não foi minha culpa antes
disso, ou quando você me sequestrou com uma faca. Não ache que as coisas
estão bem entre nós, porque elas não estão."

Andando para longe ela roubou minha chance de responder.

Eu sabia, sem dúvida, que se eu a deixasse sair pela porta hoje, eu


nunca iria vê-la ou Clara novamente.

Isso simplesmente não é uma opção.

Eu precisava de outro suborno, outro contrato para manter Zel


ligada a mim, para me dar tempo para corrigir o que eu arruinei entre nós e
o mais importante corrigir-me.
Engolindo meu temperamento, eu disse em voz alta: "Você não tem
que escolher, Clara. Eles são todos seus. E você não precisa se preocupar
onde guardá-los porque você pode mantê-los aqui. Você e sua mãe são mais
do que bem-vindas para ficar comigo durante o tempo que quiserem. Na
verdade, eu adoraria que vocês se mudassem hoje à noite."

Clara gritou e correu em direção a mim.

Medo quente e feroz correu pelo meu corpo quando seus pequenos
braços passaram em volta de minhas pernas e espremeram. Puta merda.
Não se perca. Não. O mundo nadou. O inferno brilhou. Sangue raspou
minhas veias como minúsculos punhais.

"Mate-a."

"Sangre-a."

"Faça agente Fox."

Zel agarrou Clara e a tirou de cima de mim, afastando-se


rapidamente. "Não toque nele, Clara. Nunca."

Apesar de todo o meu corpo sentir como se tivesse sido chicoteado


e mutilado após a queda pesada de ordens, eu estava mais leve do que eu já
tinha sido. Fiquei positivamente flutuante porque eu me segurei.

Uma criança tinha me abraçado e eu não tinha quebrado. Ela


ainda estava viva, e eu tinha provado a mim mesmo que eu poderia
encontrar a liberdade.

Foi a melhor porra de sensação do mundo.

Clara tentou libertar-se das garras de Zel. Seu pequeno rosto


resplandecia. "É isso que você quer dizer? Eu posso dormir aqui? E você vai
me fazer uma ovelha?"
Antes que eu pudesse responder, ela se jogou em Zel, quase a
derrubando no chão. "Nós podemos, mamãe? Por Favor. Por Favor."

Zel sorriu, escovando alguns fios esvoaçantes indisciplinados da


testa de Clara. "Que tal você deixar os adultos conversarem? Eu acho que eu
vi um urso polar no corredor. Só não vá longe demais."

"É mesmo? Quero acariciá-lo." Clara decolou em um turbilhão de


roxo, correndo para fora a distância longe de ouvir qualquer conversar.

Zel lentamente ficou em pé e eu lutei contra a vontade de dar um


passo para trás. Seus olhos brilhavam como fogo. "O que diabos você pensa
que está fazendo?"

Ela era tão foda de forte. Tão feroz em proteger sua prole. Meu
coração se encheu com dez vezes o seu tamanho normal, sufocando no meu
peito. Ele só a conhecia a um par de semanas, mas eu estaria sempre em
dívida para com esta mulher por me trazer de volta à vida. E porque eu
devia a ela minha vida, eu nunca poderia deixá-la ir.

"Eu estou honrando nosso contrato."

"Que porra de contrato? Eu não me lembro de assinar nada sobre


eu e minha filha virmos viver na casa de um louco idiota. Você não pode
dizer coisas como essa na frente de uma criança. Agora ela vai ter o coração
quebrado e ficar decepcionada e ela vai me odiar quando eu a levar para
casa esta noite." Ela invadiu minha frente. "Porque é isso que vai acontecer,
Fox. Nós. Não vamos ficar aqui."

Eu cerrei minhas mãos. "Eu não estou pedindo para você se casar
comigo, pelo amor de Deus, ou mesmo ficar para sempre. Se você nunca
mais quiser que eu chegue perto de você de novo, eu não vou.”

“Tudo que eu quero é o direito de cuidar de você. Dê-me um


propósito. Deixe-me oferecer algo para você, e estar lá para você. Isso é tudo
que estou pedindo."
O lábio inferior de Zel vacilou, mas seu rosto escureceu de raiva
para lívido. "Você acha que eu não posso cuidar dela eu mesma? Você acha
que é forte o suficiente para aparecer e consertar tudo?" Ela arrastou as
mãos pelos cabelos, mal segurando as lágrimas brilhando em seus olhos.
"Que parte do ‘eu não quero você perto dela’ você não entendeu?"

Avancei, forçando-a a dar um passo atrás. "Eu entendo


perfeitamente. Você é uma merda hipócrita. Em um minuto você está aqui
para mim. Curando-me. Dando-me tudo, mesmo quando tudo o que faço é
tomar você a força, e no próximo segundo você quer reter tudo de mim e me
pintar como o diabo. Não pense que eu não notei o quanto você me perdoou.
Você é a porra de uma santa por falar comigo depois das coisas que eu fiz.
Mas eu avisei no início que eu sinto coisas que as pessoas tentam
esconder."

Agarrando seu cotovelo, eu a segurei firme. "Deixe-me dizer-lhe o


que eu vim a saber. Você está se afogando na tristeza. Você olha para aquela
menina como se ela fosse o diamante mais precioso do mundo, e você está
com medo de perdê-la. E essa tosse? Você reagiu como se ela pudesse
morrer em vez de ser uma simples aflição. Eu acho que há algo grande que
você não está me dizendo e eu quero saber."

"Solte-me, seu bastardo. Você acha que é tão inteligente, mas você
não sabe nada. Você não sabe o que é ser uma mãe solteira. Ser apenas
uma mãe e não uma pessoa que pode perseguir suas esperanças e sonhos.
Você não tem sua vida virada de cabeça para baixo por um acidente só para
que esse acidente seja a melhor porra de coisa que já aconteceu com você."

"Não? Você ouviu qualquer coisa que eu venho dizendo? Eu fui um


prisioneiro de merda desde que eu tinha seis anos de idade. Você é a única
pessoa que eu estive perto em toda a minha vida. É tão errado eu pedir
mais? Pedir que você fique comigo e dar sentido à minha triste vida do
caralho?"
Empurrei-a para longe. Meu coração enroscando ao redor do meu
peito, e eu precisava de uma luta. Eu precisava jogar meu punho em alguma
carne e osso e soltar toda essa raiva.

Porra!

Zel ficou alterada, ofegante. Seus olhos voaram até o corredor onde
Clara tinha desaparecido. Eu não me preocupei, ela não estava visível. Não
havia nada além de estátuas para entreter e não havia saída a não ser a que
viemos.

"Você é impossível," ela murmurou.

"Não. Você é impossível. Merda, eu vou te dar os restantes cem mil


agora, se isso vai ajudá-la e balançá-la. O inferno, eu vou triplicar se você
ficar. Eu vou te dar tudo o que quiser, apenas concorde em ficar por alguns
dias, pelo menos."

Zel mudou, os olhos correndo em torno do espaço, em busca de


respostas. "Alguns dias?"

Eu queria suspirar de alívio. Eu tinha ganhado este jogo.

"Isso é tudo que estou pedindo." Não era, mas ela não precisava
saber disso.

Zel caiu, toda a luta quebrou seus membros. "O que você está
tentando fazer, Fox?"

Eu ignorei a derrota em sua voz suave e murmurei, "Eu não estou


tentando fazer nada. Eu só quero a oportunidade de compartilhar sua filha,
apenas por um breve tempo."

Uma queda de vulnerabilidade me encheu, e eu deixei cair a


minha cabeça. Eu estava cansado. Tão cansado. "Por favor... Eu preciso dela
em minha vida. Eu preciso de você." Engolindo em seco, eu capturei a mão
dela e relaxei um pouco quando o condicionamento ficou felizmente ausente.
"Por favor, Hazel. Vou dar-lhe o que quiser. Vou pagar qualquer soma que
você desejar. Apenas fique. Dê-me outra chance."

Seus olhos floresceram com raiva fresca. "Você acha que eu sou
tão superficial? Que você pode jogar o dinheiro em mim e eu vou permitir
que você compre a mim e a Clara?" Ela bufou. "Nós não viemos com uma
etiqueta de preço, porra, você é um idiota. Você poderia me oferecer um
milhão, e eu não iria ficar se eu pensasse que você iria machucá-la."

"Eu juro pela minha vida que eu não levantarei um dedo para
machucá-la. Você tem a minha palavra absoluta."

Ela balançou a cabeça. "Não é bom o suficiente. Você não pode


prometer isso." Seus olhos encontraram os meus, e eu queria cavar meu
coração e entregá-lo em suas mãos. Então ela saberia o quanto eu precisava
dela e Clara e a esperança tentadora que elas ofereceram.

Ela passou as mãos pelo seu cabelo longo, seus seios perfeitos
subindo e descendo com raiva. "O que você fez para mim, Fox... que... não é
natural. Você não deveria ter esses gatilhos fortes que fazem de você um
perigo para qualquer um que entra em contato com você. E se você atacar
de novo? E se eu não estiver por perto para impedi-lo de estrangulá-la ou
rasgá-la em pedaços? Você não confia em si mesmo. Eu não confio em você
e eu com certeza não confio em você em torno da razão da minha existência.
Além disso, temos uma vida, obrigações, escola. Não é uma simples questão
de ficar por alguns dias."

Sua raiva alimentava a minha, e eu me congratulei com o calor.


Rosnei, "É óbvio que você não confia em mim nem um pouco. Você
escondeu-a de mim. Você manteve cada parte de sua vida em segredo de
mim." Meu temperamento ajudou um pouco a acalmar a minha necessidade
furiosa para a dor. "Você sabe muito mais sobre mim do que eu sei sobre
você. Tudo sobre você é um mistério, e porra dói pensar que eu não mereço
ouvir um pouco sobre o seu passado ou quem você realmente é."
Olhando para onde Clara tinha estado, eu abaixei minha voz e dei
um passo mais perto de Zel. "Você disse, você assinou o contrato porque
você me queria. Porque você se sentiu atraída por mim. E, no entanto, tenho
abraçado esse vínculo e saboreado finalmente merecer a sua atenção, mas
não importa o que eu faço, você olha para mim como se eu fosse um projeto
de estimação. Você explodiu minha mente por chupar meu pau. Você me
empurrou até que eu perdi o controle. E então você me condena quando eu
não respondo à sua forma louca de terapia. Eu preciso de tempo. Eu sei que
preciso de ajuda, mas você não se importa comigo... não do jeito que eu me
preocupo com você."

Eu estalei os lábios, odiando meu deslize, eu mostrei minha


fraqueza.

Sua boca se abriu. "Você acha que eu não me importo com você?"
Seus olhos brilharam com fogo esmeralda; pressionando mais perto, ela me
levou para trás. "Você é estúpido, bem como um idiota. Responda-me isso.
Por que diabos eu continuo a voltar? Por que diabos eu não pude te odiar
por me ferir, não uma, nem duas, mas três vezes? Por que não posso
simplesmente ir embora e jogar seu dinheiro maldito em seu rosto?"

Seus olhos brilhavam com lágrimas reprimidas. "Vou lhe dizer por
que, seu idiota. É por tudo o que sinto por você. É pelo que há entre nós.
Você faz meu coração disparar cada vez que você parece tão quebrado. Você
me faz sentir mais forte e mais profunda do que eu já senti por alguém.
Então, não me diga que eu não me importo!" Precipitando o cabelo fora de
seus olhos, ela rosnou, "Tudo o que existe entre nós está determinado a me
destruir. Como eu posso ignorar algo tão forte e inegável? Isso me deixa
louca porra, como você e seus problemas me deixam louca. Tudo que eu
queria era uma maneira de te salvar —"

Ela parou entre sussurrar e gritar, "Eu quero você pra caramba,
minha pele grita pelo seu toque e meus dedos doem para retribuir, mas eu
quero saber de você. Eu o empurrei para quebrar você, esperando que você
fosse encontrar um caminho de volta à normalidade. Mas não funciona, e
você acaba me machucando. Depois de tudo o que eu tenho feito, você tem a
coragem de me dizer que eu não me importo com você?"

Ela ofegava forte, faces coradas com a cor.

Eu nunca estive tão vivo. Então, porra, excitado. Sua paixão, sua
confissão apertou meu coração até que eu não podia ficar parado.

Cada palavra irritada acariciou meu pau, fazendo-me mais duro


do que eu já estive em minha vida. Meu corpo inteiro gritava por ela. Eu
precisava reclamá-la. Marcá-la. Solidificar o que quer que existia entre nós.

Eu não me importava que Clara estivesse descendo o hall


absorvida em minhas criações de bronze. Eu não me importava que o stress
do dia tinha roubado as bordas da minha visão ou que meu corpo parecia
uma borracha usada demais.

Eu não me importava.

"Eu não posso mais fazer isso." Eu me lancei para ela,


empurrando-a contra a parede oposta. Meu coração explodiu quando a
minha boca caiu forte na dela.

Não era doce. Não foi planejado. Foi furioso e violento, e tudo o que
eu precisava.

Minhas mãos capturaram seu rosto, a segurando firmemente no


lugar. Meus lábios se moviam contra os dela, com fome e exigentes.

Ela engasgou em choque, então gemeu de raiva, tentando morder-


me quando eu atingi a costura dos lábios e mergulhei uma língua com fome
profunda em sua boca. Porra, eu a beijei como eu queria tantas vezes antes.
Beijei-a com tudo o que eu era e esperava ser.

Seu corpo ficou tenso, vibrando contra o meu. Meu cérebro


despertou e se sobrecarregou com sensação, mas pela primeira vez eu era
capaz de mantê-lo junto. Eu a achatei contra a parede, esmagando seus
seios contra mim, amando o baque rápido de seu coração contra minhas
costelas.

"Porra, me beije," Eu rosnei contra sua boca. Eu queria rasgar a


roupa dela e levá-la contra a parede. Eu queria afundar profundamente
dentro de seu calor escuro e quente e provar a ela que eu poderia dar a ela o
que ela queria.

Levou um momento interminável, mas de repente a tensão no


corpo de Zel mudou para se contorcer em paixão. Sua língua passou a lutar
com a minha.

Nós não beijamos. Nós lutamos. Colocamos tudo o que não poderia
dizer em uma ação atemporal.

Eu gemi, enfiando os dedos pelos cabelos dela, capturando a parte


de trás do seu couro cabeludo. Eu a puxei mais contra mim.

"Eu quero que você me toque. Eu quero que você me quebre. Eu


sou seu, Hazel. Porra."

Ela engoliu o meu convite, beijando-me com mais força,


machucando meus lábios nos dela. Nossos dentes entraram em confronto e
minha pele irrompeu, precisando de seus dedos em mim.

Mas seus braços ficaram parados ao lado de seu corpo.

Ela gemeu quando eu deixei o campo da sanidade e derramei cada


pedido de desculpas, cada pesar que eu tinha dentro da boca dela e na
garganta dela e na porra de seu coração. Eu queria que ela soubesse que ela
me pertencia. Eu precisava que ela soubesse que ela me ajudou mais do que
ela sabia. Mais do que ninguém.

Eu devia tudo a ela; Eu não podia deixá-la sair. Era a única coisa
que eu não faria. Eu de bom grado iria para o inferno por sequestro e por
mantê-la prisioneira, mas ela tinha me dado uma cura e não a si mesma,
mas a sua perfeita, incrível filha alterando minha vida.

Aplausos entraram em meus pensamentos, seguidos de uma


risadinha feminina. Caí na terra e amaldiçoei sob minha respiração.

Merda. Dificilmente essa era uma visão adequada para os olhos da


criança.

Eu respirei fundo, sugando enormes rajadas de ar, discretamente


reorganizando minhas calças. Clara ficou lá parecendo que ela tinha visto
uma reivindicação de um príncipe para sua maldita rainha. Meu coração
balançou ao pensar o quão perto da verdade isso era. Minha árvore
genealógica era nobre. Meu sangue supostamente azul.

Isso fez com que o Obsidian fosse meu reino e Zel minha
prisioneira para fazer o que eu quisesse. E eu estaria satisfeito para levá-la a
um quarto com uma porta fechada e entregar-me mais para a medicina e
terapia que ela tinha em mente.

"Ahhh, eu sabia que você gostava da minha mãe. Ela dá os


melhores beijos, mas não gosto disso. Esses são nojentos". Ela revirou os
olhos. "Você não tem jeito. Você não sabe como abraçar ou beijar."

Zel engoliu uma tosse surpresa, endireitando rapidamente sua


camisa. Ela discretamente enxugou os lábios inchados e vermelhos,
removendo os vestígios de meu beijo. "Você está certa, Clara. Ele tem muito
a aprender."

Ela me deu um olhar duro e eu não podia lutar contra o sorriso


em meus lábios.

"Eu vi o urso polar. Foi incrível. Mas eu quero uma ovelha.” Clara
irradiava felicidade e eu arrisquei tudo, colocando uma mão hesitante em
seu ombro ossudo.
Acalmando o meu batimento cardíaco rápido, eu sorri. "Eu vou
começar a fazer isso esta noite. Sua mãe e eu fizemos um acordo. Você vai
ficar por algumas noites e, em seguida, ir para casa. Tudo bem?"

Seu sorriso caiu um pouco. "Eu acho." Olhando para sua mãe, ela
acrescentou: "Mas, se eu for boa talvez eu possa ficar mais tempo?"

Zel fez um barulho, não se deslocando de seu lugar esmagado


contra a parede. Clara olhou para a mãe, e inclinou a cabeça contra sua
cintura. Zel envolveu seus braços em torno da cabeça de Clara, segurando-a
perto. Ela se moveu lentamente quase como se seu corpo estivesse muito
pesado, muito sensível para suportar. Eu poderia me relacionar
completamente com o que ela estava sentindo. Cada parte de mim se sentiu
como se eu tivesse um bilhão de agulhas dançando na minha carne, tanto
prazer e dor, inebriante e perturbadora.

Clara de repente ficou tímida e sussurrou para Zel, "Eu estou com
fome. Posso comer nuggets de frango? Eu fui para o hospital hoje e você
normalmente me deixa comê-los por ser corajosa."

Hospital? Que porra é essa?

Meu olhar focado em Zel, mas ela se recusou a fazer contato


visual. Esquivando-se para o nível de Clara, ela apertou seus lábios contra
seu ouvido e disse algo que eu não podia ouvir.

Meu estômago revirou, em busca de qualquer sinal de por que


uma menina tão cheia de vida esteve em um hospital.

Zel finalmente se levantou e encontrou meu olhar furioso. "Ela foi


tomar as vacinas, isso é tudo. Mas ela está bem, eu não a deixei comer
nuggets de frango. Você acha que podemos arranjar algum para ela?"

Eu não tinha idéia do que tinha na cozinha, mas eu gostaria de


comprar uma centena de malditos nuggets se é isso que Clara queria.
Antes de eu me tornar chefe de cozinha pela primeira vez na
minha vida, eu tinha que saber. Eu tinha anunciado para Clara, mas Zel
não tinha concordado ainda. "Você vai ficar?"

Zel franziu os lábios. "Você vai manter distância?"

"Sim."

"Ok. Uma noite."

Eu queria discutir mais, mas eu tinha 24 horas para pleitear e


persuadir. Agora, eu tinha que fazer a coisa mais doméstica da minha vida,
e eu não podia estragar tudo.

Eu provavelmente iria queimá-los. Era mais provável termos que


acabar pedindo comida fora, mas eu não conseguia pensar em mais nada.
Eu precisava fazer isso.

Sorrindo para Clara, eu disse: "Vamos ver o que tem na geladeira.


Tenho certeza de que vai ter algo delicioso lá dentro."

Clara sorriu e saltou longe de Zel. "Oh, delícia. E então eu quero


uma história."

Nenhuma quantidade de luz solar poderia me fazer sentir tão feliz


como eu me senti naquele momento. A vida parecia de repente suportável,
mais do que suportável: alegre.

Fiz um gesto para Zel andar ao meu lado, desejando o dia em que
eu poderia segurar a mão dela e não lutar contra o desejo de destruí-la.

Zel assentiu com a cabeça e começou a andar comigo. "Eu não


acho que as histórias de Fox são adequadas para as suas orelhas, Clara.
Que tal a gente ir para a biblioteca e pegar um livro?"
Clara virou-se, franzindo o nariz. "Eu não quero histórias da
biblioteca. Eu quero histórias reais.” Ela dançou no local, torcendo-lhe o
suéter. "Oh, e mamãe. Seu nome não é Fox, é Roan."

Isso foi há dois dias.

Quarenta e oito horas que eram o céu e o inferno perpétuo em


quantidades de stress e agonia. Meus nervos estavam abalados, flashbacks
de Vasily subiam em mim nos piores momentos, e eu estava exausto quando
eu me arrastava para a cama ao amanhecer.

Mas eu não mudaria nada.

Automutilação veio como forma de lutar contra meu


condicionamento a cada vez que Clara chegou perto, e eu comecei a
entender meus gatilhos melhor; entender o que me fazia mudar e reverter
para santo e que me permitiu manter a sanidade.

Na primeira noite, depois de queimar uma bandeja de nuggets de


frango, eu finalmente peguei o jeito de como usar o forno e tive a melhor
refeição da minha vida. Sentados em torno de uma mesa de cozinha na qual
eu nunca me sentei, usando as habilidades que eu nunca tive que aprender,
eu dei um espetáculo de normalidade.

Olhando fixamente para Zel e Clara, enquanto comíamos uma


refeição simples, amaldiçoei meus manipuladores mais uma vez por
roubarem minha vida. Por me dar um mundo desligado do amor, risos e
gentileza. Não teve uma vez que fomos autorizados a formar laços. Nossas
células eram separadas, as nossas refeições comidas separadamente. Nosso
único propósito era descansar como uma arma engatilhada até que um novo
contrato viesse. Um novo inimigo para matar ou vingança para cumprir em
nome de homens e mulheres obscenamente ricos.
Tinha sido pior do que uma pena de prisão, e eu senti como se as
barras fossem finalmente desaparecer, eu encontrei uma maneira de me
colocar livre, e eu nunca iria permitir que qualquer pessoa roubasse tanto
de mim novamente.

Zel manteve distância. Naquela primeira noite, dei-lhe o quarto


próximo ao meu, plenamente consciente que ela precisava de seu próprio
espaço com Clara. Eu não a empurrei por outro beijo, ou tempo sozinhos
para conversar. Eu estava contente em apenas tê-las em minha casa. Posso
estar obcecado com Clara, mas eu sabia que tinha que ir com calma. Para
não deixar que ela percebesse o quão fodido eu estava, e quanto eu
precisava dela.

A cada segundo na presença de Clara levantava a nuvem negra de


todo o meu coração, e eu encontrei meus limites e o aperto do estômago
como uma nova emoção, como felicidade. Ela me encheu de luz do sol e pela
primeira vez desde que me roubaram, eu não tinha medo da escuridão
dentro da minha alma. Eu tinha algo que não era a morte me cercando. Eu
tinha vida.

Clara não foi para a escola no dia seguinte. Em vez disso, Zel lhe
permitiu explorar a minha casa enquanto eu dormia até o meio-dia. Eu as
encontrei na estufa quando eu acordei e me arrastei atrás da mãe e da filha,
atrás de sua magia.

Eu quis Zel desde o momento que tinha posto os olhos nela no


Obsidian, mas não era nada, nada em comparação com a paixão com que
eu ardia agora. Toda vez que ela ria de uma piada de Clara, ou jogava o
cabelo escuro por cima do ombro, eu caia mais em paixão.

Eu não sabia se ela me aceitaria, ou se ela sairia em poucos dias e


isso seria o fim de tudo, mas eu pertencia a ela mais do que a ninguém.
Mais do que aos meus manipuladores, mais do que a minha própria auto-
estima, ela era minha total e completamente dona.
Eu fiz o certo, a única coisa correta na minha vida, mantive as
minhas mãos longe dela. Eu não sabia como eu consegui. Meu pau tinha
uma mente própria, e meus olhos não estavam satisfeitos a menos que
estivessem focados nela, mas eu me recusei a machucá-la novamente. Eu
quis dizer o que eu disse quando eu concordei em nunca chegar perto dela
se fosse o que ela desejasse. Eu ignorei meus pensamentos de levá-la e
aproveitei da doce companhia e do companheirismo de Zel que a imaculada
Clara me deu.

A próxima vez que eu a levasse, se houvesse uma próxima vez, eu


queria dar-lhe tudo. Eu queria fazer amor com ela. Eu queria aprender a
diferença. Eu queria que ela soubesse que eu pertencia a ela.

De vez em quando, Clara tossia e lágrimas enchiam seus olhinhos.


Zel administrava um inalador para a asma e a tosse dissipava. Sempre que
eu perguntava por que Clara estava tossindo Zel me dizia que era apenas
asma e que não havia nada para me preocupar. Mas eu estava preocupado.
Muito. Algo não estava certo. Suas mentiras fediam, encharcadas de
tristeza, e do forte formigamento de medo que nunca saiu da minha pele.

Ver o amor de Zel por sua filha quase me trouxe aos meus
malditos joelhos. Eu daria qualquer coisa para vê-la olhar para mim daquela
maneira.

Sua tristeza contaminava tudo o que ela fazia, no entanto. Ela


pensava que eu não percebia; ela pensava que Clara não percebia. Mas
percebemos. Muitas vezes Clara pegava meu olhar por cima do ombro
enquanto abraçava Zel, sua pequena sobrancelha levantada com uma
pergunta.

Zel guardava tristeza, pesada e dolorida e ela nunca disse uma


palavra sobre isso.
Quando Zel e Clara iam para a cama, eu supervisionava o
Obsidian. Uma vez que o último lutador saia às cinco horas, eu ia ao meu
porão e trabalhava no pedido de Clara.

A segunda noite foi passada no gramado sob o sol do verão.


Completa com sanduiches de Nutella imersos em marshmallows. Zel revirou
os olhos para o quão facilmente seduzido eu era pelos caprichos de uma
criança de oito anos de idade. Ela não sabia que obedecer ordens estava no
meu DNA. Ela também não sabe que eu lutei com meus manipuladores toda
a minha vida e estava feliz por finalmente obedecer esses pedidos simples,
inocentes, de alguém tão pequena.

Eu mataria por ela sem dúvida. Eu iria protegê-la com a minha


vida.

Quando o jantar acabou e Zel anunciou que era hora de Clara


dormir, ela fez beicinho e gemeu e só foi depois que eu arrastei três estátuas
de bronze para seu quarto, lentamente construindo uma mistura variada de
animais selvagens de metal.

Eu a cativava. Eu a adorava.

Eu nunca tinha sido tão consumido por uma pessoa. Toda vez que
eu via sua vivacidade, meu coração quebrava por Vasily e todas as crianças
como eu, que tinham sido mortas porque não éramos frios o suficiente para
o jogo distorcido dos nossos manipuladores.

Clara não se parecia em nada com ele, onde ela tinha pele
perolada e cabelo escuro, Vasily tinha sido claro na pele e cabelos. Os olhos
de Vasily tinham sido como os meus, um azul esbranquiçado muito claro.
Eu tinha uma vaga memória de minha mãe chamando-os icebergs.

Não importava, Clara não se parecia em nada com ele. Meu


cérebro não conseguia parar de cutucar feridas, invocando a dor que eu
pensei que eu iria colocar atrás de mim. Mas a dor não se comparava com a
novidade e calor que eu tinha encontrado. Quando Clara era minha cura,
meu sol, lançando sombras em meu caminho, Zel era meu maldito cosmos.

Ela era tudo que eu queria. Tudo que eu precisava. Tudo o que eu
nunca pensei que eu merecesse.

Obsidian costumava ser a minha obsessão, mas agora eu já não


me preocupava com os lutadores golpeando um ao outro em minha casa, ou
o fluxo constante de dinheiro de membros ansiosos. Eu queria descansar e
deixar a violência.

Eu estava cansado dela.

Eu só esperava que ela estivesse cansada de mim.

Eu acordei no meu meio-dia habitual e trabalhei por uma hora


antes de entrar em meu escritório. O calendário na minha mesa me disse
que era sábado.

Uma grande noite no Obsidian e fim de semana. Nenhuma escola


para Clara. Meu coração pegou sua batida ao pensar em pedir a Zel para
ficar mais uma noite.

Ela tinha anteriormente concordado não porque queria, mas


porque Clara tinha feito birra e selou o negócio sem a sua permissão.

Pergunte a ela na frente de Clara novamente.

Eu sabia que era dissimulado usar a emoção de uma criança de


oito anos de idade para manter Zel aqui, mas eu não me importava de jogar
sujo se isso queria dizer que ela nunca mais partiria, porra. Meus dias eram
mais brilhantes e mais escuros, mais fáceis e mais difíceis, quando ela
estava por perto, e eu não estava pronto para desistir disso.
"Podemos ir à praia? Eu quero ir para a praia." A voz alta de Clara
a precedeu ao se trancar no meu escritório com Zel correndo logo atrás. Eu
não a tinha visto desde a noite passada, e meu porra de coração pulou para
fora do meu peito e respingou em seus pés.

Zel encontrou meus olhos, um olhar suave em seu olhar verde.


"Bom Dia."

"Dia," eu murmurei. Eu não conseguia tirar os olhos dela. Vestida


com uma saia branca e uma blusa rosa feminina, ela parecia muito jovem
para ser mãe e muito inebriante para o meu já tenso autocontrole.

Clara apertou as mãos na frente de minha mesa, pulando para


cima e para baixo. "Bom dia! Fomos caminhar. O sol já está quente. Eu
quero ir para um mergulho."

Eu me inclinei na minha cadeira, bebendo dela. "Eu posso ver que


você teve uma boa caminhada." Eu sorri. O cabelo castanho brilhante dela
tinha folhagens e pedaços de grama recém-cortada.

Clara percorreu minha mesa para ficar ao meu lado. Minha pele
picava; músculos tensos com sua vontade de detectar antecipação em me
tocar, se preparando para a batalha iminente com o desejo de matar.

"Sim. Como estão minhas margaridas?" Ela balançou seu cabelo,


mostrando uma corrente longa envolta em fios.

"Elas são muito bonitas." Eu sorri, nunca tão relaxado.

Clara sorriu. "Você vem para a praia. Eu já estou com meu


biquíni. Você precisa colocar o seu traje, então você pode nadar."

Minha garganta se fechou de repente. A idéia de ir para a praia me


encheu de horror. Como eu poderia explicar que o pensamento de estar
semi-nu deu-me calafrios? Como eu poderia explicar a tatuagem em minhas
costas ou as cicatrizes no meu peito?
Eu não podia.

"As cicatrizes são uma marca de orgulho, agente Fox. Elas mostram
como você é bem sucedido. Muitos pedidos para assassinos vêm com base em
quantos ferimentos você sofreu e superou."

Isso é tudo que nós éramos. Avaliados em quão eficientemente nós


exterminávamos outra vida perfeitamente e como nós obedecemos ordens.

"Por favor, diga que você vai vir." A voz de Clara quebrou o
flashback. Ela se aproximou, mãos esticadas, os olhos cheios de
determinação.

Toda a minha força tinha sido substituída com medo gelado.


Empurrando minha cadeira para trás, eu mantive minha distância. Eu não
poderia fazê-lo.

Zel fez um barulho no fundo da garganta, apressando-se para


frente. "Clara, não toque Fox agora. Ele não está se sentindo bem." Seus
olhos encontraram os meus, e eu parei de respirar.

Seu verde olhar brilhava, lábios entreabertos, o rosto corado. Ela


olhava tão intensamente em mim que eu jurava que me tocou, sussurrando
em meu corpo coberto de preto. Toda a sua paixão e ansiedade para o bem
de Clara lutando com as complexas emoções que ela sentia por mim. Era
como se ela me batesse com tudo com que ela lutava: a incerteza, raiva,
tristeza, luxúria, amizade, traição. Meu coração passou de lento para super
veloz, bombeando meu sangue com a necessidade.

Eu te quero. Pra caralho. Eu disse a mensagem tão duro quanto eu


podia, esperando que ela decifrasse minha sentença sem som.

Ela respirou fundo, puxando os meus olhos para os seios envoltos


na blusa rosa. Seus mamilos endurecidos sob o tecido, e levou toda a minha
força de vontade ficar sentado e não lançar-me em frente à mesa e agarrá-la.
Clara deixou de existir enquanto eu olhava para Zel. Os olhos dela
ficaram pesados com a luxúria.

Ela me deixava, louco, porra.

Eu já não podia operar o meu corpo, e toda a concentração voou


para fora da janela. Todos os pensamentos viraram para prendê-la com as
jóias de prata e transar com ela. Eu não conseguia o suficiente dela. Eu
sentia falta dela.

Em seguida, outro pensamento me bateu.

Talvez eu tenha feito isso da maneira errada. Talvez a única


maneira de ter sucesso em nunca machucá-la seria me prender em
cativeiro. Eu estou sempre destinado a ser um animal a quem só se encaixam
algemas?

A vida decidiu responder a minha pergunta idiota sob a forma de


pequenas mãos, pousadas suavemente na minha bochecha cicatrizada.
Clara escolheu esse momento, o exato momento em que eu não estava
concentrando para me tocar no pior lugar possível.

A vida deixou de existir.

Morte gritou em meu cérebro.

Mãos crispadas. Corpo mudando. Zel gritou.

Ah Merda. Ah Merda.

O condicionamento vindo como um tsunami através de mim,


causando estragos no meu autocontrole, lembrando-me que eu tinha sido
forjado como uma arma, não um ser humano para interagir com algo tão
matável como uma criança.

Pisquei, trazendo uma Clara apavorada em foco e uma feroz Zel


manchada de lágrimas. "Não,” ela gritou.
Minhas mãos seguravam os ombros de Clara, escavando dentro
dela, e levou toda a minha reserva no interior para empurrá-la para longe.
No segundo em que ela caiu no chão, Zel pegou-a e disparou para trás.

Eu caí na cadeira e agarrei minha cabeça, tentando esmagar as


ordens avassaladoras.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Eu olhei para cima, procurando o abridor de cartas que ficava


sobre a mesa. Eu precisava de uma arma para me colocar para dormir antes
que eu fizesse algo com que eu nunca seria capaz de viver.

"Clara, não!" Zel gritou, soando abafada contra o som das ordens
na minha cabeça. "Fique longe."

Surpreendentemente, Clara entrou no condicionamento e ela era a


única que estava lá no fim. Sua voz alta, gritou: "Pare com isso!"

E... eu parei.

Bem desse jeito. Um instante de silêncio, deixando-me a tremer e


estranhamente vazio.

Eu coloquei minha cabeça em pé, respirando com dificuldade. Eu


fiquei de pé, rangendo nas articulações que não se moviam direito após uma
vida de tortura. "Você está bem?" Minha voz era ríspida, tensa. Engolindo
em seco o ar, eu corri as mãos pelo meu cabelo desgrenhado.

O feitiço de luxúria entre Zel e eu tinha ido embora, substituído


por horror em seu olhar. Meu coração esvaziado. Por que eu não posso ser
normal, porra?!

Eu queria fugir do meu escritório e lutar. Eu arruinei tudo. Provei


a Zel que Clara não estava segura comigo.

Porra!
"Hazel, você sabe eu —" O que eu poderia dizer? Eu tinha feito
mais progresso nos últimos dois dias do que nunca antes, mas não foi o
suficiente. Eu nunca seria o suficiente para merecê-las.

Clara se contorceu nos braços de sua mãe. Zel parecia estar em


estado de choque, lívida, com o rosto congelado em pedra.

Libertando-se, Clara veio para frente. Não perto o suficiente para


tocar, mas perto o suficiente para que eu testemunhasse o ardor em seus
olhos escuros.

"Sinto muito. Esqueci. Eu não queria tocar em você.” Sua cabeça


balançou, enviando uma cortina de cabelos brilhantes em volta do rosto.
"Não grite comigo, ok?"

Meu coração balançou. Senti-me como um merda chorando. Nada


disso era justo. Não era com Clara, ou Zel, ou mesmo comigo. Eu era e
sempre seria uma máquina que devia se lembrar de seu lugar e ficar no
escuro.

Clara era tão inocente. Tão pura. Tudo o que eu não era.

"Eu não vou gritar com você, pequena. Não foi culpa sua.”
Suspirando pesadamente, eu fiquei largado no chão, mantendo um olhar
atento sobre ela. "Eu acho que você e sua mãe devem ir."

Zel respirou forte, a vida animando o corpo dela mais uma vez. Eu
procurei o olhar dela e fodidamente morri quando ela acenou com a cabeça
uma vez. "Sim, Clara. Acho que o Sr. Fox precisa ter algum tempo sozinho.
Vamos à praia com tia Clue e Ben."

"Mas eu não quero ir à praia com eles. E pare de chamá-lo de


Fox!" As bochechas de Clara ficaram rosa. "A culpa foi minha. Não nos
expulse, por favor. Você não me contou todas as histórias. Você não me
mostrou minha ovelha. Eu não quero ir."

Eu não podia suportar vê-la oscilando seu lábio inferior.


Ali. Minha vida dividida, se dirigindo para uma encruzilhada.

Eu estava obcecado em encontrar a redenção. Destruído por amor.


Possuído pela esperança. Consumido por um passado, que eu não poderia
mudar. Meus olhos se encontraram com Zel. Já era tempo. Eu não podia
fingir que não vinha com bagagem, ou questões que eu nunca poderia me
livrar, mas antes de Zel se afastar de mim para sempre, eu queria que ela
soubesse a verdade.

Eu queria saber dela. Eu queria ganhar a confiança dela. Eu


queria uma conexão. Eu não quero ser temido ou odiado. Eu não queria ser
um inconveniente ou fardo.

Era hora de contar tudo a ela, para que ela pudesse decidir por si
mesma.

Era a única forma de avançar. E isso significaria que eu iria perder


as duas, porque ela nunca iria permitir que sua filha chegasse perto de mim
novamente.

"Eu acho que é hora de te contar uma história, Clara." Minha voz
soou pesada e sombria. Eu vou te dizer coisas que vão marcar sua mente e
conceder-lhe pesadelos por toda a vida.

Zel respirou, endireitando as costas. "Eu não acho que é uma boa
idéia." Ela mudou-se para frente, envolvendo os braços em volta dos ombros
de Clara. Seu corpo tremia de emoção, seus membros frágeis, olhos tingidos
com tristeza. "Por favor, Fox. Você continua esquecendo que ela é uma
criança. Você não pode dizer a ela o que eu acho que você quer. Você não
pode desabafar sobre uma mente tão inocente. Não vou deixar."

"Eu vou filtrar. Eu vou transformá-lo em um conto de fadas. Eu


prometo que não vou compartilhar muito, apenas... por favor... me dê a
oportunidade de dizer a alguém. Antes de sair."

Ela mordeu o lábio, deliberações enchendo seus olhos.


Eu olhei para minhas mãos. Segurando-me, eu disse: "Eu posso
lhe contar a história por trás de cada cicatriz, cada apelido, e cada marca no
meu corpo. Eu vou responder a qualquer pergunta que você queira, e então
você pode julgar." Meus dedos não eram apêndices, eles eram armas cruéis
e mostravam uma vida de tristeza. "Eu vou salvar os detalhes para você,
mas me dê a oportunidade de contar a sua filha uma história."

Olhando para Clara, acrescentei: "Eu vou te dizer sobre um garoto


que perdeu a vida só para que uma menina devolvesse a ele."

Clara sorriu dolorosamente doce, seus olhos escuros tão grandes e


cheios de perdão. Sua ferocidade me fez ansiar por outra criança... um
menino, que tinha sido tão difícil e perfeito.

"Gostaria disso. Mas eu quero mais do que uma."

Zel cedeu. Seus ombros caíram. "Uma história e, em seguida,


vamos para casa."

Eu balancei a cabeça. Eu poderia viver com isso. Eu não poderia


esperar algo mais.

Clara sorriu, felicidade brilhando em seu rosto. "Diga-me agora."


Quinze

No dia em que eu disse ao pai da minha filha sobre Clara, eu saí


sangrando e com cicatrizes.

Em vez da doçura e do jeito suave com que me fez espalhar


minhas pernas para ele, ele olhou como se eu fosse lixo.

Ele me chamou de prostituta, vagabunda, puta — escavando ouro.


Eu não sabia que ele tinha pais ricos, ou que ele estava para herdar um
império substancial. Nós nos conhecemos nas ruas, em um restaurante de
fast food. Eu pensei que ele era um órfão, como eu. Acabou que ele gostava
de se envolver na escuridão antes de ir para casa, para sua cama perfeita.
Eu só descobri a verdade quando o segui até sua casa.

Seus pais nos ouviram gritando; o pai dele me empurrou para fora
da porta da frente e direto em um grande vaso de flores. A roseira cortou a
pele delicada abaixo do meu olho com seus espinhos irritados.

O sangue escorria, manchando minha primeira e única camiseta e


eu sabia que eu nunca quis ter nada a ver com eles.

O bebê era meu.

Desde aquele dia, Clara era minha completamente. Eu não era boa
em compartilhar, mas Roan Fox não me deu escolha. Ele se apaixonou por
minha filha com uma determinação obstinada que me assustou mais do que
o seu temperamento subjacente e violência.

Ele olhava para Clara como se ela tivesse a resposta para todos os
seus problemas.

Mas ele não sabia.


Ele não sabia que um dia ela iria embora.

O dia em que acontecesse, sua vida estaria terminada, e meu


coração estaria quebrado e eu daria a ele apoio para tomar sua pílula azul.

No dia em que Clara morresse, nós dois iríamos tomá-la.

Era inevitável.

Uma história.

Há boas histórias, histórias ruins, trágicas e felizes para sempre. O


que quer que Fox queria dizer para Clara, eu duvidava que seria sobre
unicórnios fofos e luz do sol.

Eu queria terminar isto tudo. Eu não poderia estar quebrando


meu coração todos os dias de maldição. Eu não podia ficar deitada na cama
pensando sobre Fox e lutando uma guerra interminável para odiá-lo por me
fazer sentir, e desprezando-o por me manter como refém.

Eu estava preparada para partir. Eu não poderia sacrificar-me por


um homem que sofreu mais do que os demônios do próprio diabo. Eu tinha
passado por muita coisa para deixá-lo me machucar de novo.

Mas então ele viu Clara.

Ele se apaixonou por Clara.

Ele roubou Clara, e ela já não era minha.

O calor da raiva não tinha me deixado nem uma vez desde que ele
caiu tão obsessivamente apaixonado por ela. Eu queria me esgueirar no
momento em que ele fosse para a cama e deixá-lo, mas quando peguei a
mão de Clara e a arrastei para a calçada, era como se uma corrente invisível
me amarrasse. Puxando-me para trás, me fazendo ficar. Não era obrigação
ou sobre o dinheiro mais. Ao se apaixonar por Clara, ele provou que tinha
um coração. Ele provou que ele era um homem profundo no interior, e tanto
quanto eu queria odiá-lo, eu não podia.

Não quando ele adorava a minha própria carne e sangue;


cozinhava sua comida, cortava as crostas do sanduíche fora e a obedecia a
cada demanda dela. Ele se tornou humano aos meus olhos e isso me fez
querer odiá-lo mais.

Mas o ódio era uma emoção que exigia energia ilimitada. Eu perdi
a vontade de atiçar a minha raiva e ventilar minhas chamas com raiva.
Afinal de contas, todos merecem a felicidade, certo?

Mesmo os homens que tinha matado. Se eles se arrependessem e


reconhecessem os seus pecados, não era o meu trabalho como ser humano
ajudá-lo no caminho para a recuperação?

Ao custo de Clara?

Não, ao custo dele. Seria Fox que sofreria, não Clara. Ela era muito
corajosa, muito amada e forte, muito educada sobre o mundo para ter
efeitos a longo prazo por Fox. Mas ele? Ele não iria sobreviver a ela. Isso
transformou meu ódio em tristeza, mais pesada e me consumindo mais do
que nunca. Ao deixá-los ficar perto, eu estava destruindo ambos.

Eu não parecia existir, enquanto Fox ou Clara se levantavam do


chão e caminharam em direção a saída. Ele não voltou para me buscar ou
oferecer a mão para Clara. Seu corpo estava tenso e intocável.

"Ei, espere por mim." Clara saiu dos meus braços e correu atrás
dele como um filhote de cachorro perfeito. Eu, por outro lado, me arrastei
atrás deles como um zumbi, cujo mundo tinha acabado de entrar em
colapso.

Fox nos levou para o corredor onde o sol do meio-dia passava


pelas vigas através do teto de vidro. O calor aqueceu meus ombros e a parte
superior de minha cabeça quando nós descemos um lance de escadas para
o piso principal. Nós caminhamos ao longo de outro corredor em direção a
parte de trás da propriedade antes de ir mais fundo no térreo, trocando luz
solar por sombras.

Toda a esperança estúpida que eu tinha que Fox poderia ter


quebrado através de suas questões tocantes tinha virado pó graças ao que
aconteceu em seu escritório. Ele ainda era o mesmo. Ainda assombrado.
Ainda arruinado.

Eu pensei que meu coração nunca iria encontrar um equilíbrio


natural novamente.

Minha pele arrepiou e eu respirava superficialmente. Eu não tinha


estado nesta parte da casa, e minhas pernas latejavam com adrenalina. Eu
mantive um olho sempre atento sobre Clara, pronta para agarrá-la se caso
algo desse errado.

Quero uma arma.

A idéia surgiu na minha cabeça quando Fox parou diante de uma


porta medieval enorme com um grande cadeado. Gravado na madeira,
parecendo como se alguém tomasse uma lâmina afiada e a esculpisse sem
sutileza, eram três linhas. III.

Ela não parecia que pertencia a este século. Assim como a casa
construída em torno dela, era algo sinistro e mal habitado.

O cabelo na parte de trás do meu pescoço se levantou quando Fox


inseriu uma chave e abriu a porta. A única porta sem bloqueio por teclado.

Ele olhou para trás, seus olhos cinza-esbranquiçados fixos nos


meus. Você pode sair se você quiser. Seu olhar gritou a mensagem brilhando
com dor.

Eu queria declinar de sua oferta. Eu não estava pronta. Eu não


acho que jamais iria estar pronta para o que ele queria me mostrar.
Eu não poderia dar-lhe uma resposta silenciosa ou verbal. Meus
pensamentos travados, apavorada por saber, horrorizada com o que ele
tinha a dizer. Mas, principalmente, petrificada pela decisão que eu teria que
tomar.

Clara disparou para dentro sem nenhum medo ou surpresa


residual com o que aconteceu em seu escritório. Uma exclamação de
espanto escapou dela, seguida de uma risada encantada. "É como uma
caverna. Não, é como uma cela de prisão." Ela se virou para mim. "Lembra-
se? Aquelas fotos que você me mostrou dessas pessoas pobres na Torre de
Londres por roubar a coroa e todo o dinheiro da rainha? Lembra-se, mamãe,
com as coisas que oscilam das paredes e os itens horríveis que eles
utilizavam para fazer os homens pobres dizer a verdade? Isto se parece com
isso."

Meu coração parou de bater quando caminhei para frente,


entrando no quarto. Clara estava inteiramente certa. O espaço parecia um
calabouço como os feitos para os ladrões e assassinos e homens que
aguardavam a forca.

Fox bufou antes de avançar para se aproximar de uma fileira de


luzes penduradas acima de mesas de trabalho, ferramentas, bancos e toda
uma parafernália. A luz ajudou a dissipar um pouco do medo original, mas
as paredes estavam úmidas, o piso inacabado e de terra compactada. O
cheiro metálico afiado de bronze bateu no meu nariz. Misturado com fumaça
de fuligem velha de um grande incêndio e a sujeira fria em torno de nós, o
cheiro me lembrou de Fox.

Ele pertencia aqui mais do que ele pertencia aos quartos


decadentes pretos acima. Eu não conseguia engolir o pensamento dele
vivendo em algum lugar como este. Resistindo a vida neste tipo de ambiente.

Clara andou pelo quarto, inspecionando foles antiquados e de olho


em duas maciças bigornas. Alicates jaziam espalhados junto com martelos e
pedaços estranhos de metal descartados.
Meus olhos caíram sobre a corrente de prata drapeada no canto de
uma mesa. Fox girou para travar o olhar comigo. Ele assentiu. "É a mesma
bitola que eu usei em você. Parece estúpido agora.” Seus olhos caíram para
o brilho de prata em torno de minha garganta. Eu ainda usava as pulseiras
com estrela que ele tinha feito. A peça central que contornava meus pulsos e
a corrente na barriga que havia desaparecido no bolso para nunca mais ser
vista novamente.

"Você nunca foi o perigo. Era eu. Eu deveria ter sido o único a usar
isso. Não você.” Seus olhos caíram para minha garganta, traçando o metal
sob minhas roupas.

"Usar o quê?" Clara veio para o meu lado, os olhos arregalados e


interessados. Ela tossiu suavemente, enviando espasmos em meu coração.

"Nada."

"Você sempre diz isso." Bufando em aborrecimento, Clara saiu


correndo e desapareceu através de uma rachadura na parte de trás da sala
de trabalho.

"Clara!" Corri para frente, muito consciente de quantos


instrumentos cortantes e perigos este lugar tinha. O que diabos estávamos
fazendo aqui em baixo? Fox poderia ter dito sua história em qualquer lugar.
O Jardim onde o sol brilhava teria sido muito melhor do que um maldito
calabouço. "Volte aqui."

"Merda, eu pensei que a sala estava trancada." Fox mudou-se para


frente, sem esforço mergulhando como uma sombra na parede, como se não
fosse um ser humano. Algo sobre ele tinha mudado, quase como se ele
abraçasse um lado de si mesmo, ele estava prestes a se expor. Ele não tinha
que se esconder aqui, ele se encaixava.

Eu segurei, deixando abrir a porta pesada que parecia um cofre de


banco. Desaparecendo dentro, ele olhou por cima do ombro. "É seguro. Eu
prometo. É um hobby para mim, isto é tudo."
Eu fiz uma careta, entrando no espaço pequeno. Filas e filas de
prateleiras existiam do chão ao teto.

Meu Deus. Meu coração arremessando contra minha caixa


torácica, observando o que as prateleiras continham. Como isso era
possível? Eu pisei através do tempo, ou entrei em um set de filmagem.

"Uau, isso é incrível," disse Clara, girando em torno de um tesouro


em armamento.

Fox manteve um olhar atento sobre ela, mas seu corpo enfrentou o
meu, pronto para tomar tudo o que eu tinha a dizer. Eu olhei para ele,
incapaz de acreditar que ele pensava que trazer uma criança para um lugar
como este era inteligente.

Mas tanto quanto eu queria gritar, eu não podia negar que ele
pairava sobre ela como um pai protetor, pronto para arrebatar qualquer
perigo que surgisse perto dela.

"Caramba." Eu caminhei para frente, os olhos incômodos ao ver o


enorme arsenal escondido embaixo da casa de Fox. Um quarto secreto cheio
de coisas secretas. Coisas de seu passado. Coisas que ninguém deveria ver.
A menos que eles fossem jacobinos ou bonapartistas. Cada item de morte
existia, desde adagas, foices, espadas, baionetas, sabres, machados, arcos
longos e lanças.

"Como eu disse, eu não os uso. Não mais. Eu só os faço. Eu fiz


isso antes... e... bem, eu acho terapêutico trabalhar com o que eu sei.” Seu
corpo vibrava com tensão, enchendo o espaço pequeno com energia
masculina.

Meu rosto ficou frouxo quando eu andei ao redor da sala, bebendo


à vista de lâminas e aparelhos para matar, respirando bronze e ferro,
metálico e afiado.
Clara saltou, arrastando os dedos frágeis ao longo de uma mace
que parecia má. Eu quase tive um ataque cardíaco antes de Fox
cuidadosamente remover de sua mão e colocá-la ao seu lado.

"Você fez isso?" Sua voz inocente tocou em torno da sala com uma
enorme contradição de pureza em comparação com as barbaridades em que
ela tocou. "Você vai para a guerra? Com quem você está lutando?" Ela se
acalmou, mordendo o lábio inferior. "Ohhhh, eu entendo. É assim que você
conseguiu sua cicatriz? Você foi para a guerra.”

Meu coração brilhou por minha menina brilhante. "Pare de fazer


essas perguntas curiosas, Clara. Sua cicatriz é pessoal, e eu duvido que seja
uma história que ele pode contar facilmente."

Olhei para Fox e ele inconscientemente acariciou a pele enrugada


no rosto de outra forma perfeita. Ele tinha uma sombra no rosto, o que era
incomum para ele e nenhum cabelo cresceu onde a pele tinha sido
danificada. Ele piscou, sacudindo qualquer memória assombrada a ir
embora. "Eu poderia dizer-lhe esta história outro dia, em pouco tempo, mas
não hoje.”

Curvando-se para ficar ao seu nível, ele acrescentou: "Eu não fui
para a guerra, mas eu servi por um tempo e obedeci às ordens e eu desejei
que eu não precisasse."

O rosto de Clara caiu. "Sinto muito."

Os lábios de Fox se contraíram em um pequeno sorriso. "Não é


culpa sua." Seu rosto escureceu. "Se você quiser ouvir minha história,
Clara, você tem que me prometer que não vai ficar triste. Não se trata de
histórias de fadas ou sereias, é sobre um menino que tinha uma família e
teve que fazer coisas ruins para eles. É sobre um adolescente que nuca foi
livre e sobre um homem que desejava que ele pudesse rebobinar o passado e
começar tudo de novo."
Clara assentiu, piscando grandes olhos com alma. "Eu prometo.
Sei que as coisas ruins acontecem. Eu sou grande o suficiente para ouvir."

Ele olhou para cima, olhos cinzentos aprofundaram nos meus. "Eu
vou barrar o que for muito pesado, mas ainda vai ser difícil contar." Ele se
levantou, vindo em minha direção, mas não me alcançando. "Tudo bem?"

Se está tudo bem? Na verdade, não. Eu não gosto da idéia da


cabeça de Clara estar cheia de tristeza, ou coisas que possam dar a ela
pesadelos. Eu não gostava que Fox tivesse escolhido a minha filha para
compartilhar seu passado, mas eu também...

Merda, eu confio nele.

Eu confiei nele para não ir muito longe. Para filtrar o horrível e


girar uma história em que Clara acreditaria que seria fantasiosa e
fantástica. Algo mudou em mim, um pouco da raiva que eu sentia
desapareceu, e eu me encontrei me apaixonando mais uma vez pelo homem
danificado na minha frente.

"Eu confio em você." Três palavras simples, mas ressoaram como


um novo começo. De alguma forma, eu o tinha perdoado mais uma vez. Eu
tinha dado absolvição por ele roubar a minha filha e virar minha vida de
cabeça para baixo.

Ele sugou uma rajada enorme de ar, os olhos perfurando os meus.


Ele não precisou dizer nada, eu poderia lê-lo claro como o dia. Ele vibrava
com gratidão.

"Apenas... seja gentil," eu sussurrei.

Ele fez uma careta. "Eu estou tentando muito duro abraçar essa
palavra todos os dias."

Clara se aproximou de Fox, e eu fiquei tensa, esperando que ela


não o tocasse. Ela deve ter sido afetada pelo que Fox fez no escritório mais
do que ela deixou transparecer, porque ela manteve suas pequenas mãos
para si mesma.

"Por que você não gosta de ser gentil? Será que você nunca teve
um animal de estimação para aprender a ser bom? Eu posso ensiná-lo a ser
gentil. Não é difícil."

Eu ri baixinho. "Não é assim tão fácil de ensinar um homem a


ignorar uma vida inteira de treinamento, Clara."

Seu rosto virou para mim, tristeza puxando sua boca para baixo.
Corri para acrescentar: "Mas eu sei que você ajudou Fox com um grande
negócio."

Clara fez uma careta, um pé delicado pisou o chão. "O nome dele é
Roan, mamãe. Quantas vezes eu preciso lhe dizer isso?"

Fox riu, sorrindo tristemente em minha direção. "Eu nunca disse a


sua mãe o meu primeiro nome. Ela não está acostumada a me chamar
assim.” Sua grande mão se moveu para despentear o cabelo dela, mas caiu
rapidamente.

"Meu primeiro nome é precioso para mim. Não contei a ninguém,


nem mesmo aos homens com quem eu cresci. Você é a primeira pessoa a
quem eu disse."

Meu coração explodiu. Eu nunca pensei em um nome sendo


sagrado ou algo para ser engarrafado. No meu passado, troquei de nomes
quando eu roubei uma roupa nova, não me importava, sempre mudando.

Fox sentiu minha linha de pensamento e murmurou: "Meu


primeiro nome era a única coisa que me restava do meu passado antes de
eles roubarem tudo de mim. Eu o mantive escondido, primeiro em desafio,
em seguida, em desespero. Somente meu irmão mais novo, Vasily, foi
autorizado a me chamar de Roan. E agora Clara. E agora... você."
Engoli em seco, imaginando uma versão mais jovem do homem
cheio de cicatrizes na minha frente. "Você quer que eu o chame de Roan?"

Ele capturou meu coração e alma com o seu olhar. "Sim.


Significaria muito para mim." Fox de repente mudou-se para frente.

Minhas costas se endireitaram, o estômago borrado. Ele estava


perto, tão perto, seus olhos cinza-brancos olhando tristemente os meus.
"Por favor, me perdoe pelo que eu estou prestes a dizer-lhe. Mas se você não
puder... eu compreendo."

Espinhos cheios de lágrimas correram pela minha espinha e eu


não podia falar. Eu balancei a cabeça, doendo de vontade de abraçá-lo,
ofertar consolo em meus braços. Durante dois dias, eu mantive distância,
abrigando minha raiva, não querendo ser fraca quando o meu primeiro
dever era Clara, mas foi inútil. Eu queria ajudar este homem. Eu não
conseguia parar, apenas eu não conseguia parar meus sentimentos por ele.

As narinas de Fox queimaram, os lábios entreabertos, e cada parte


de mim pulsava por cada parte dele. Mesmo que Clara nunca estaria segura
em torno dele, eu tive um momento difícil para ignorar minha praticidade
em favor de meu coração.

E o meu coração queria Roan.

Desesperadamente.

Eu não só queria ele fisicamente; Eu queria a ele mentalmente,


emocionalmente, espiritualmente. Eu queria possuir cada parte dele e trocar
sua vida pela minha.

Clara quebrou nosso momento com uma pergunta digna de um


adulto.

"Você tem tantas armas. Você já as usou?" Ela acariciou uma


enorme espada que parecia como se devesse estar presa em uma rocha em
algum livro de histórias. Sua voz era fraca, mas a pergunta dela virou Fox a
uma estátua. "Você já matou pessoas antes? Será que eles mereciam?"

Cada pergunta enviou um punhal no meu coração. Quem diria


que uma garota sem experiência de vida poderia ter essa percepção? Ela leu
tudo como um livro de imagens. Todos os nossos pecados e segredos
poderiam muito bem ser tatuados em nossas testas.

Fox fechou os olhos, uma expressão de profundo pesar e dor


gravados em suas feições. Finalmente, ele os abriu novamente.

"Eu gostaria de não ter de responder à sua pergunta, mas eu


prometi a mim mesmo que eu iria contar a verdade.” Suspirando, ele
acrescentou: "Eu tirei vidas antes. Algumas ruins. Algumas merecedoras.
Mas a maioria era do tipo gentil e não merecia morrer.” Ele olhou para cima,
me congelando em seu olhar. "Mas eu não fiz isso de bom grado. Você tem
que acreditar em mim."

Eu não podia respirar apropriadamente. O quarto fechado,


espadas e adagas pareciam como um pesadelo, enchendo minha cabeça com
horror.

Clara se aproximou de Fox e foi quando ela colocou a mão em sua


perna que eu percebi que ela apertava um pequeno punhal com uma jóia
incrustada de forma intrincada no punho. Fox respirou ao seu toque, mas
não se mexeu.

Eu recuei na direção de uma prateleira, cegamente tateando em


busca de uma lâmina, só para o caso de precisar.

Com facilidade e delicadeza, ele arrancou os dedos de Clara do


punhal antes de colocá-lo de volta em uma prateleira. "Eu não acho que sua
mãe gostaria que você brincasse com facas." Ele me lançou um olhar.

"Que tal sair daqui? Você já viu o suficiente."


Clara balançou a cabeça, seus olhos nunca deixando o punhal
incrustado com muitos rubis. "Eu não quero brincar com eles. Eu quero
fazê-los. Eles são tão bonitos e brilhantes, e eu quero saber como fazer um.
Você pode mostrar para mim? Por Favor? Posso ter isso?" Ela apontou para
a faca.

"Você não terá uma faca, Clara. Não importa o quanto você
implore.” Eu olhei minha filha com semblante de ‘desista’.

Fox não sorriu. Seu rosto permaneceu sério quando ele disse,
"Talvez quando você for mais velha eu posso ensinar a você. Você só deve ter
uma lâmina se você sabe como usá-la. É perigoso lidar com algo que você
não entende."

Eu cerrei minhas mãos, lutando contra o aperto doloroso no meu


coração ao pensar em Clara crescendo. Eu queria que isso acontecesse.
Muito.

Clara mudou-se para o outro lado da sala, escovando seus dedos


ao longo de uma espada especial, que tinha sido polida até que a lâmina se
transformou em um espelho. Suas feições delicadas se recuperaram,
contorcidas pela forma do metal. "Eu suponho que eu posso esperar. Mas
não muito tempo.” Seus olhos corriam para cima e travaram nos meus com
inteligência muito além de seus anos. "Ser alérgico ao ar é difícil. Eu não
acho que tenho muito tempo."

Meus joelhos se dobraram e a mortalha pesada de um desmaio


quase roubou minha sanidade.

Um ruído estrangulado soou baixo no meu peito, e Fox olhou para


cima para me encarar. Como ela sabia? Será que ela sentia que sua vida
seria mais curta do que a maioria?

Como ela sabe?


Lágrimas vacilaram nos meus olhos com o pensamento dela
deitada na cama à noite com medo e sozinha. Ela nunca perguntou sobre
seus ataques de tosse, asma, infecções pulmonares constantes, nem uma
vez questionou o que significava, e por que ela era diferente das outras
crianças.

Ignorando o olhar confuso e irritado de Fox, eu estendi minha mão


para Clara para vir para mim. Dobrando para ficar a sua altura, eu
sussurrei em seu ouvido: "Eu te amo tanto, incrivelmente muito. Você
falaria comigo se algo estivesse preocupando você. Não é?"

Ela assentiu com a cabeça, revirando os olhos. "É claro. Mas nada
me preocupa, então eu estou ótima. Roan pode contar sua história agora?"

Eu queria gritar. Exigir que ela me dissesse por que ela pensou
que tinha menos tempo. Eu queria saber cada pensamento seu, mas eu
forcei meus dedos a soltarem seus ombros e respirei fundo.

Eu não poderia esmagar seu entusiasmo, mas não sabia se eu


tinha reservas para ouvir tal história escura e repleta de tristeza que Fox
obviamente tinha para compartilhar. Não agora.

Fox fervilhava; seus olhos queimando um buraco nos meus. A


energia no quarto pequeno estava cheia de perguntas. Ele ouviu a verdade
no comentário enigmático de Clara. Sua percepção era demasiado alta e
sintonizada. Mas isso fazia sentido agora. Depois de ver sua oficina, armas,
e descobrir que ele matou pessoas; ele se transformou em mais caçador do
que o homem a meus olhos. Claro, ele teria os instintos de um verdadeiro
predador, afinal, ele dependia de seus instintos para sobreviver.

Eu olhei para cima, balançando a cabeça. Eu vou te dizer, mas


ainda não.

Eu esperava evitar o assunto para poupá-lo. Eu esperava evitá-lo,


porque eu não era forte o suficiente para exprimi-lo. Se eu dissesse a outra
pessoa, se tornaria real. Eu não queria torná-lo real.
Fox fez uma careta e veio em minha direção. Agarrando meu
cotovelo, ele abaixou a cabeça até a minha. Sua respiração causou arrepios
nas minhas costas enquanto ele sussurrou asperamente, "Esteja preparada
para falar depois disso, Hazel. Não serei mantido no escuro. Eu quero saber.
E você vai me dizer cada coisa que você esteve mantendo em segredo."

Antes que eu pudesse responder, ele deixou o cofre e desapareceu.

Meu coração não poderia acalmar a contenção furiosa em sua voz.


Ele estava chateado e não há maneira de diabos que eu queira lidar com um
Fox puto.

Clara e eu seguimos, nos sentando quando Fox passou alguns


minutos arrastando pesadas cadeiras de couro em direção à lareira central.
Agarrando um aparelho, ele esfaqueou violentamente as brasas de carvão
até felizes chamas amarelas e alaranjadas virarem à vida.

Beliscando a ponte de seu nariz, ele chupou uma respiração


pesada antes de deliberadamente derramar sua raiva e recentrar-se.

Estendendo a mão, ele ordenou: "Venha aqui."

Meu coração não poderia lidar com isso; Ele olhou para Clara e
depois seguiu em direção a uma das cadeiras e sentou-se pesadamente na
almofada macia. Clara perdeu sua independência feroz e em vez de tomar a
outra cadeira, ela sentou no meu joelho e se aconchegou. Juntas, afundadas
no couro, olhando para Fox. Sua cicatriz na bochecha dançou com a luz do
fogo; seu corpo ecoou com dor. Dor dada a ele por seu passado. Dor dada a
ele por dizer a verdade.

Seus olhos se encontraram com os meus, e eu não sabia o que ele


procurava. Aceitação, compreensão, disposição para ouvir e não julgar até o
fim? Eu não sabia, mas pelo menos ele já não parecia como se ele quisesse
me rasgar por manter segredos dele. Por agora o desaparecimento iminente
de Clara estava seguro.
Ele ergueu as mãos, apoiando-as como um guarda de trânsito,
mostrando as palmas das mãos calejadas e dedos carnudos. "Vê isso? As
marcas diretamente no centro?" Ele se inclinou para frente, então suas
mãos estavam apenas alguns centímetros longe de nossos rostos.

Clara avistou as linhas cinza-esverdeadas antes de mim. "Sim.


Elas estão desbotadas. Será que elas significam alguma coisa?" Sua voz era
tímida e eu a abracei mais perto.

Fox franziu os lábios, trazendo as mãos de volta para ele, olhando


com ódio para elas. "Invisível, impenetrável, invencível."

O cabelo na minha nuca surgiu quando ele acrescentou em voz


baixa, "Nevidimyy, nepronitsayemyy, nepobedimyy.”

Ele olhou para cima, os olhos brilhando com ódio por lembrar. "As
três coisas que um fantasma deve ser. Eu tenho esfregado as mãos com
abrasivos; gastei horas para arear-las com areia para remover seu traço,
para esquecer, mas nunca sai, assim como o condicionamento nunca vai
sair."

Sua voz voltada para dentro, cheia de memórias, ecoando com


agonia. "Isso é tudo que nós éramos. Fantasmas para fazer o que quisessem
e obedecer a cada pedido. Era dito a nós para matar e nós o fazíamos. Nos
informaram que todos os assassinatos iriam, lentamente nos fazer imortais
como os deuses. E, assim como deuses, que tínhamos poder. Estávamos a
margem da lei e nada poderia nos tocar."

Ele balançou a cabeça violentamente. "Mas isso foi tudo uma


mentira. Éramos apenas seres humanos, torturados em cada polegada de
nossa psique para nos tornarmos o que eles queriam que fossemos. Uma
máquina irracional para alugar. Mercenários de elite que qualquer um
poderia comprar para completar uma tarefa."

Seu corpo estremeceu, inclinando a cabeça. Suas mãos apertadas


e cada tumulto que ele sentiu me açoitaram, me fazendo sangrar. Ele lutou
tanto, sofreu tanto, sugado pela escuridão, onde pesadelos ainda o
governavam.

Minutos se passaram enquanto Fox ficou imóvel, apenas seus


lábios se movendo silenciosamente. Eu tinha visto algumas pessoas terem
flashbacks, seu presente superado por uma memória avassaladora. Clara se
contorcia no meu colo, seu pequeno corpo tenso a cada minuto.

Tão repentino quanto o flashback começou e tudo estava acabado.


Ele olhou para cima, piscando uma vez. Ele revirou os ombros. "Desculpe."

Clara se moveu. "O que você estava pensando?" Seu peso quente e
reconfortante ajudou a manter meu pânico na baia, mantendo meu horror
absoluto pela dor que Fox tinha vivido.

"Eu estava pensando em um menino. Você me lembra tanto dele,


Clara. Ele era brilhante, engraçado, corajoso. Seu nome era Vasily, significa
real, de descendência real. Ele tinha nove anos quando ele morreu."

Clara suspirou. "Sinto muito. Eu gosto de seu nome. O que o seu


que dizer?"

Fox sorriu. "Significa ruivo, apesar de o meu cabelo ter ficado mais
escuro quando eu cresci. Um nome realmente falso."

"Eu gosto mais do que Fantasma ou Raposa. Eu não acredito em


fantasmas e você não é transparente e não pode voar, de modo que é
simplesmente estúpido. Aqueles homens maus que fizeram você fazer coisas
ruins não sabem de nada."

Eu sufoquei uma risada sob a minha respiração. Eu não tive a


intenção de rir, a tensão no quarto não tinha espaço para o humor, mas Fox
abriu um sorriso, também. Um pouco da tensão deixou seu corpo.

"Você está certa. Eu não sou um fantasma. Não mais. Eu sou


apenas um homem à procura de uma maneira de ser humano novamente."
Meu coração se apertou até a morte.

Clara se inclinou para trás em mim, os olhos escuros fixos nas


chamas dançando sobre o rosto de Fox.

"Você pode ter matado, mas você não é um homem mau."

Fox congelou, se afogando em seu olhar. "O que te faz dizer isso?"

Ela quebrou o contato visual, chutando seus pés, olhando para


qualquer lugar, menos para ele. "Porque somente os homens maus são
solitários, porque ninguém pode amá-los." Seus pequenos pulmões tensos,
sugando coragem. Ela explodiu, "E eu amo você, então você não pode ser
um homem mau, de outra forma como eu poderia te amar? Eu saberia. Eu
gostaria de ser capaz de dizer que você era impertinente, e eu não quero
amar alguém assim."

Fox ficou de pé, ereto, parecendo frágil. Ele chupou em uma


pesada respiração, e por um breve momento, a umidade encheu seus olhos.
Mas então isso se foi, e a fragilidade foi substituída com o poder mais uma
vez. Sua garganta trabalhou duro. "Se está tudo bem com você, eu vou
começar a história agora." Agarrando a borda da sua camiseta preta,
retirou-a sobre sua cabeça.

O que em nome de Deus ele está fazendo?

Eu apertei Clara tão forte que ela chiou. Durante semanas, eu


queria ver Fox nu. Eu queria entender o que ele mantinha escondido. Mas
agora ele estava diante de mim e eu queria fechar meus olhos.

Ele não tinha necessidade de verbalizar sua história. Ele a viveu


em sua pele, gravada em músculos, e impressa em carne.

Balançando a camiseta, ele a jogou fora.

Meus olhos ficaram paralisados por seus músculos rasgados. Eles


eram definidos, mas muito machucados, muito carentes de nutrientes e
uma camada saudável de gordura. Cada tendão, cada veia, cada segmento e
ramo de músculo fervia sob a fina membrana de pele.

Meus dedos doíam para tocá-lo, para correr ao longo da cicatriz


longa em sua caixa torácica e sussurrar sobre as pequenas marcas
uniformizadas logo abaixo da clavícula. Havia cicatrizes circulares e
oblongas, cicatrizes quadradas e cicatrizes que pareciam como se elas ainda
mantivessem cascalho e sujeira a machucá-las.

Seu estômago estava tão enfraquecido que cada cume parecia


muito duro, muito implacável para abraçar ou dormir contra. Ele não
parecia um homem. Ele parecia de pedra. Forjado a partir de granito e
mármore, esculpido em obsidiana e ardósia.

"Fox... Eu—" Minha voz me abandonou. Uma labareda de conexão


e luxúria saltou a um passo entre nós. Fox ficou tenso, destacando ainda
mais cicatrizes na luz do fogo.

"Agora você sabe por que eu não gosto que as pessoas me vejam."

Clara ficou muda no meu colo, ou impressionada com o show de


forma masculina, ou esmagada pela violência que vivia em sua pele. Eu não
deveria permitir isso. Eu deveria levá-la para longe, ela não tem que viver
com tais atrocidades em sua jovem mente. Mas ela sabia coisas que ela não
devia saber. Ela sabia que seu tempo era limitado. Ela agia muito além de
sua idade, mas ela lidou com tudo com total decoro e sensibilidade.

Lágrimas escorriam silenciosamente pelo meu rosto, tanto por Fox


quanto por Clara. Duas pessoas que se conectaram e foram atraídos um
para o outro; duas pessoas que destruiriam um ao outro.

"Eu não quero que as pessoas saibam. Eu não quero que as


pessoas conheçam minha história ou meus crimes. Todo dia eu tento
esquecer, mas a cada dia eu me lembro graças a um corpo que nunca vai
apagar ou curar. Mas se você quer saber, eu vou lhe contar a história por
trás de cada marca e corte. Eu nunca mais esquecerei as memórias vivas e
intermináveis na minha cabeça.” Sua voz se envolveu com auto-ódio e
súplica.

Eu balancei minha cabeça. Eu nunca quis saber. Eu pensei que


eu quisesse. Eu pensei que eu queria descobrir os seus segredos, mas eu
não poderia fazê-lo reviver através de seu passado, não enquanto ele vivia
tão profundamente em sua pele no presente.

Clara não tinha tais escrúpulos.

Sua pequena mão se lançou para cima, apontando para uma


cicatriz acima do saliente osso do quadril. "Isso se parece com uma cicatriz
de cesariana. Mamãe tem uma, e ela disse que adora porque a faz lembrar-
se de mim.” Ela girou em meus braços para plantar um beijo na minha
bochecha. "Eu não tive a intenção da cicatriz, você sabe."

A apertei forte. "Eu amo essa cicatriz. Eu sou grata por isso todos
os dias, uma vez que trouxe você para minha vida.”

Ela suspirou e se contorceu mais perto ao olhar acima para Fox.

Descartando os olhos, ele traçou a cicatriz com um dedo. "Isto é de


uma faca semelhante a que você pegou. Foi que os recrutas deveriam operar
em dor intensa, era um teste para ver os que poderiam seguir com a missão
mesmo em dor intensa e daqueles que não poderiam."

Minhas mãos queriam bater sobre as orelhas de Clara. Eu atirei a


Fox um olhar de advertência. "Talvez nós já tivemos bastante história por
um dia.” Eu atirei outra mensagem com meus olhos. Pare. Você vai assustá-
la. Ela não precisa conhecer os detalhes.

Fox concordou. "Vamos evitar as cicatrizes agora. Eu vou lhe


contar a história disto." Puxando uma respiração, ele se virou para longe de
nós.
Fiquei de boca aberta, em estado de choque. Se eu achava que o
peito era impressionante com a sua relíquia de memórias, suas costas eram
um pedaço de pergaminho com a história coberta em todas as fendas.

Clara ricocheteou em meu colo, removendo meus braços dela.


"Uau." Ela mudou-se para frente, paralisada pela tatuagem a sua volta. O
tom dourado de chamas lambendo destacavam dos cumes de seus
músculos e piscavam sobre a prata de suas cicatrizes como algumas jóias
caras embutidas. "O que aconteceu com você?" Clara se inclinou para
frente, a maravilha infantil brilhando em seus olhos.

"A vida me marcou, um pouco."

Eu não sabia se eu queria rir ou chorar. Em um movimento, Fox


deu tudo o que ele era. Ele desnudou sua alma; ele deixou cair todas as
barreiras, para que pudéssemos compreendê-lo melhor. Eu me odiava
naquele momento por manter segredos dele. Por julgá-lo. Por não
compreender ou conceder mais compaixão.

Sua tatuagem não era algo que ele usava com orgulho. Não foi
uma conquista. Era uma mensagem clara de propriedade. Cada cicatriz
falava de propriedade e controle.

Meu coração se encheu por este guerreiro quebrado. Meus olhos


ardiam com lágrimas.

Olhando por cima do ombro, ele murmurou, "Pronta para a sua


história agora?"

Clara assentiu com a cabeça, estupefata, olhos passando por todo


o corpo de Fox. Fox dobrou os joelhos e caiu no chão, apresentando-se aos
meus pés. Clara se aproximou, respirando com dificuldade. "Eu estou."

Fox cerrou os punhos, enterrando-os em suas coxas. "Você pode.


Vou lhe dizer o que tocar, e eu vou lhe contar a história."
Um grande sorriso quebrou seu rosto, em seguida, ela franziu a
testa. "É tudo triste? Eu não sei se eu quero ouvir algo que é tudo triste."

Fox riu suavemente. "A vida é um pouco triste. É cheia de aflição e


esperança agridoce, mas você é meu final feliz. Você é a minha felicidade,
por isso lembre-se disso enquanto eu lhe digo."

Clara estendeu a mão para tocar.

Minha garganta seca como uma casca quando Fox murmurou: "Vá
devagar. Comece no topo.”

Meus músculos estavam prontos para pular para frente e agarrar


a minha filha a distância. Este era o pior lugar possível para ela tocá-lo.
Armas se escondiam em cada esquina, uma fogueira ardia ao lado deles. Ele
poderia ameaçar ela e queimar todas as provas em questão de segundos.

Clara assentiu com a cabeça, os dedos tremiam enquanto ela


gentilmente colocou uma mão na base do pescoço, onde um nó estilo céltico
estava. Fox disse: "Esse é um símbolo da batalha interminável.” Ele parou,
limpando a garganta.

"Era uma vez, um menino que nasceu com sangue real e que o
raptaram e o levaram para muito longe de casa. Ele não ouviu os avisos de
sua mãe e achava que sabia mais do que ela. Seu castelo descansava à beira
de uma floresta mística onde os ursos e lobos brincavam na neve. O menino
explorava por horas, procurando por eles, mas ele não encontrou nenhum
urso ou lobo. Mas ele encontrou outra coisa."

Clara deixou cair a mão para a próxima tatuagem, disposta que


Roan continuasse.

Roan.

Eu tinha escorregado e pensava nele pelo seu primeiro nome.


Ele se encolheu quando seu dedo circulou um anjo curvando-se
sobre uma espada sobre suas pernas com três palavras em um círculo.
"Essa é a marca de um Santo. O anjo da morte e as nossas três promessas:
Invencível, impenetrável, invisível. Era uma promessa, uma maldição, o
nosso destino."

Fox respirou fundo e continuou com sua história. "O menino


encontrou dois homens e pensou que eles estavam lá para guiá-lo de volta
para casa. Assim, ele foi de boa vontade e não lutou quando o empurraram
em uma van e dirigiram por milhas para o deserto. Eles disseram ao menino
que sua antiga vida tinha acabado e que, para sobreviver ele deve seguir
todas as regras sem hesitação."

A atmosfera na sala engrossou com antecipação. Sentei-me para


frente na cadeira, avançando mais perto, minha pele formigando.

Clara mostrou a língua em concentração, deixando cair a mão


para o próximo símbolo. Representava um enxame de redemoinhos com
raiva, nunca terminava.

"Isso representa um mal. Nós éramos as armas da justiça. Nosso


único propósito era obedecer nosso mestre. Se fizemos como éramos
solicitados, nós estaríamos a salvo do mal." Suas costas tensas quando ele
continuou: "Os anos se passaram para o menino e ele cresceu de criança
para adolescente e para adulto. Quando ele completou os estágios de
formação, os exames foram dados e para passar ele tinha que machucar sua
bela mãe, seu pai corajoso e seu irmão, o mais talentoso. O menino passou
por uma lavagem cerebral a cada dia. Foi-lhe dito que ele não era mais
humano, mas um fantasma cujo trabalho era exterminar pragas. Ele e
outros cinquenta meninos e meninas que viveram com ele neste novo
castelo, ele tinha apenas treze anos quando se formou. O resto desapareceu,
roubado pela neve, para nunca ser visto novamente."

Estremeci quando minhas unhas cavaram forte em minhas mãos,


tirando sangue. Meu coração bateu na dor pesada por todas as crianças que
tinham sido forçadas a matar. Todas as crianças que tinham sido
assassinadas pelo doente, por homens torcidos que sequestraram e
torturaram jovem inocentes.

Clara balançou a cabeça em tristeza. Meu coração apreendido no


pensamento dela envolvendo os braços ao redor dela e a abraçando. Quanto
mais tempo Fox contava sua história, quanto mais a sua voz soava engolida
pelo passado. Ele perdeu sua intensidade, caindo em um tom suave e
hipnótico.

Clara baixou os dedos, traçando um floco de neve bonito na


espinha de Fox.

Ele rosnou, as mãos apertando. Clara perdeu o equilíbrio um


pouco antes de se firmar.

"Essa é a tatuagem que eu mais odeio. Foi um castigo. Se não


conseguíamos fazer exatamente o que eles queriam, eles nos faziam passar
noites sozinhos na floresta. Os ursos e lobos uma vez místicos que eu queria
encontrar agora eram meus inimigos no escuro. Com fome e à procura de
um lanche saboroso.” Ele se cortou antes de continuar, "O menino passou
seu oitavo aniversário no poço. O pior lugar para ir se você desapontasse
seus manipuladores. Dia e noite sem abrigo. No frio da neve e sem
cobertores para parar o congelamento de transformar seus membros em
gelo. O menino odiava a cova, e seu medo profundo do escuro vem dessas
noites. Infinita escuridão era perfurada por uma lua fraca e os brilhantes
olhos amarelos de lobos."

Clara contornou sobre o numeral romano III e foi direto para uma
chama com bigorna. Fox suspirou, liberando um pouco de seu medo e
lembrou. "Quando o menino obedecia às ordens, ele era autorizado a
trabalhar na forja. Ele amava o calor e o brilho do fogo e suas habilidades
cresceram. Ele brincou transformando pedaços de metal em armas de
destruição, esse era o seu lugar feliz. Apesar das labutas diárias e tarefas
horríveis que lhe foram dadas, o menino nunca se esqueceu de quem ele
realmente era e sempre lembrou a verdade. Eles quebraram-lhe uma e outra
vez, mas ele sabia em seu coração que ele não era o que eles disseram que
ele era. Não até que uma fada madrinha concedeu-lhe a perda da visão e ele
foi capaz de encontrar a liberdade."

O quê? Fox tinha sido cego?

Clara sussurrou, "A última tatuagem da Raposa. É você?"

Fox sorriu. "Sim, quando o menino se formou foi-lhe dito para


escolher um codinome. Algo que ele usaria com honra por suas realizações.
Ele gostava de pensar que ele era inteligente o suficiente para vencer no
final e ardiloso e astuto como a pequena raposa de casaca vermelha. Ele
lembrou o menino do cabelo vermelho de sua mãe e do bigode farto de seu
pai."

Clara se inclinou para trás, esperando o fim da história.

"No momento em que o menino estava livre, ele fez uma nova
promessa. Para nunca mais voltar a matar e que ele tinha que encontrar
uma maneira de quebrar a lavagem cerebral e compensar seus pecados.
Mas não foi até que uma menina com longos cabelos escuros entrou em sua
vida que ele foi finalmente capaz de acreditar que ele poderia alcançar sua
promessa.” Fox olhou por cima do ombro, olhos cinza ardentes nos meus.
"Agora a vida é boa para o menino, e ele pode finalmente começar a colocar
o passado para trás. Todos os dias ele se esforça por perdão, perseguindo
uma emoção desconhecida. Ele tem outra coisa porque lutar.”

"O que é isso?" Clara sussurrou, seu rosto brilhante no fogo.

Fox virou, escondendo as costas das vistas. Seus lábios se


contraíram em um sorriso suave, fazendo uma enxurrada de borboletas
entrar em erupção no meu estômago. "Família."

Eu não acho que eu seria capaz de me sentir tão miserável ou tão


esperançosa de uma vez. Ele não tinha apenas roubado Clara de mim, ele
roubou meu coração. Eu queria me jogar em seus braços e dizer-lhe que eu
faria qualquer coisa para trazer seus sonhos à vida.

Então meu coração despedaçou. O que ele vai fazer quando eu lhe contar
sobre Clara?

O pensamento me fez querer correr e nunca mais voltar. Ele me


odiaria.

Fox se levantou de repente e se dirigiu para uma mesa sob uma


luz brilhante. Ele colocou algo debaixo do braço e voltou. Colocou o sujo
presente embrulhado em um pano no chão, aos pés de Clara, ele puxou o
material fora. Descansando no chão estava o mais gordo, preguiçoso,
carneiro de metal perfeitamente criado que eu já tinha visto.

Meu coração rachou, lascado, quebrando no meu peito. E eu


sabia, sem dúvida eu adoraria Roan até que eu morresse.

Os olhos de Clara grampeavam sua boca pequena e se abriram em


um sorriso enorme. "A minha ovelha!"

Fox concordou. "Sua ovelha."

Naquela noite, depois de uma tarde de contemplação pesada sobre


a história de Fox, eu coloquei Clara para dormir.

Abraçando-a firmemente, eu respirei seu cheiro de maçã fresca,


rezando com toda a minha alma para que ela sobrevivesse além de todas as
previsões dos médicos. Que ela não teria que me deixar.

Depois de ouvir o conto de Fox, eu queria dizer a ele o meu. Eu


queria ser tão aberta e honesta, mas ao mesmo tempo, eu não queria. Eu
não tinha final feliz para lhe oferecer. Eu não queria quebrar o coração do
menino e matá-lo, tão pouco tempo depois que ele encontrou uma maneira
de ser livre.

Clara tossiu discretamente, chamando minha atenção. Seus belos


olhos líquidos brilharam a partir de cabeceira clara. "Tem alguma coisa
errada comigo. Não tem, mamãe?"

Sua voz alta, lírica estava abafada, quase como se ela não quisesse
dizer isso em voz alta. Meu mundo deu uma parada, mas em vez de pranto e
amaldiçoar a vida por tal injustiça, eu me forcei a ficar calma e escondi as
lágrimas. Força que eu não sabia que eu tinha encheu meus membros,
mantendo minha voz firme.

No interior, eu me senti como uma boneca de porcelana rachada


com partes quebradas que nunca seriam coladas uma a outra novamente,
mas externamente, eu era uma mãe forte, que estaria lá para sua filha até o
fim.

Passando minhas mãos pelos cabelos dela, eu murmurei, "Não há


nada de errado com você, Clara. Você é perfeita em todos os sentidos.” Eu
respirei fundo. "E é por isso que você estará deixando-me em breve. Você é
muito perfeita para este mundo. Preciosa demais. Você vai ser chamada
para algum lugar muito melhor do que aqui.” Eu apertei os lábios fechados,
quando uma onda de tristeza ameaçou fazer-me quebrar. "Você não tem
nada para ter medo. Prometa-me que você não vai ter medo.”

Ela olhou para cima, seus grandes olhos escuros parecendo um


eclipse apagando a luz. "Por que eu tenho que ir? Eu não quero deixá-la."

Eu não tinha respostas para ela. Minha mente estava em branco e


sem valor. "Nós nunca sabemos o que a vida vai trazer. Mas não vamos nos
separar por muito tempo."

"Eu fiz algo ruim? É por isso que eu tusso tanto?"

Oh, Deus.
"Você não fez nada de mal. Nada. É apenas seus pulmões e o
coração. Algumas pessoas nascem com uma trajetória de vida diferente, mas
isso não significa que você não vai ser feliz e saudável. Você está indo só
para algum lugar melhor."

Ela ficou deitada em silêncio por um tempo antes de puxar meus


dedos. "Você vai ficar bem? Quando eu for embora, eu quero dizer?"

Eu desisti da batalha para ficar com os olhos secos e beijei sua


testa macia. "Eu vou ficar bem. Eu prometo. Falarei com você todos os dias.
Você vai estar comigo sempre."

Ela suspirou, apertando seu rosto contra o meu. "Mesmo que eu


possa ir embora, eu nunca vou realmente deixar você, mamãe. Eu vou
encontrar uma maneira de voltar e estar com você. Mas você tem que me
prometer que não vai ficar sozinha. Eu iria chorar se pensasse em você
triste porque eu te deixei."

Eu não podia responder.

Ela se contorceu na posição vertical, colocando a mão levemente


pegajosa na minha bochecha, como ela tinha feito com Roan. "Prometa-me
que vai consertá-lo, mamãe. Ele precisa de você."

Eu não quero prometer algo que eu não podia alcançar, mas


olhando em seus olhos urgentes, eu me encontrei balançando a cabeça e
jurando na minha vida que eu iria consertar o homem por quem eu estava
apaixonada.

Só depois que eu disse a Clara uma história, e a embrulhei para


dormir dos meus braços, eu me tranquei no banheiro e chorei de soluçar
com o punho na minha boca.

Pesando com onda após onda de tristeza. Eu me purguei até que


não havia mais líquido em meu corpo.
Apenas uma vez que o meu corpo aquietou os soluços, eu me
levantei e olhei no fundo da lata de lixo onde eu tinha escondido ainda outra
complicação.

As duas linhas rosas zombaram de mim a partir do teste de


gravidez de farmácia. Toda a minha vida eu acreditei que eu tive uma
chance de ser mãe. Que o ataque brutal na minha adolescência me deixou
estéril. Todos os médicos concordaram que eu fui muito mutilada para
engravidar novamente. Os enfermeiros acariciaram minhas mãos e me
consolaram. Eu tinha recebido aconselhamento para chegar a um acordo
com Clara de que ela nunca teria um irmão ou irmã.

Na época, eu não me importava. Clara tinha sido um erro, um erro


maravilhosamente alegre, mas um que eu provavelmente não faria uma
segunda vez, mas quando o tempo passou, eu me encontrei triste ao pensar
que eu nunca traria mais vidas ao mundo.

Mas, como tudo, a vida tinha um jeito de bater na minha bunda


com surpresas.

Concebido por um amante forte e um homem consumido por


demônios.

Eu já estava grávida de seu futuro.


Dezesseis

Diz a verdade e ela vos libertará.

Isso era besteira.

A verdade em mim era um monstro feio e colocou medo e tristeza


no coração de uma menina. Mas me ajudou com uma coisa: ela me deu Zel.
O jeito que ela olhou para mim mudou de desconfiada para desejo, de medo
para necessidade.

Na noite em que eu disse a minha história, Zel veio até mim e


quebrou minhas paredes. Ela quebrou meu condicionamento e eu esperava
que a vida tivesse permanentemente mudado para melhor.

Eu esperava que eu estivesse curado.

Mas a esperança é uma coisa inconstante. Fez o futuro parecer


brilhante e puro, quando na verdade ele não fez nada, exceto camuflar a
verdade escura e suja.

A verdade que Zel tinha escondido de mim.

A verdade que arruinou a minha esperança.

A verdade que desfez todo o meu progresso e me arremessou para


trás de humano para uma arma.

Naquela noite, depois que Zel colocou Clara na cama, eu passei


algumas horas supervisionando o Obsidian.
O relógio tinha acabado de bater meia-noite e o clube estava cheio
de lutadores ansiosos. Homens invadiram, discutindo estratégia,
partilhando ferimentos de guerra, ânsia em seus rostos para uma chance
para se destacar em uma luta. Cada gaiola, esteira, e ringue foi ocupado
com uma longa lista de espera pendurada ao lado do aparelhamento.
Assentos mostravam espectadores sedentos de sangue. Garotas
circundaram a multidão entregando bebidas e se oferecendo para o
entretenimento enquanto os quartos privados estavam sendo muito
requisitados.

Outro dia agitado no escritório.

Eu não conseguia parar de pensar sobre a maneira com que Zel


tinha olhado para mim ou a necessidade pulsando no meu sangue. Isto
tomou todas as minhas forças para ficar lá e não atacar de volta para o
quarto de Zel e arrastá-la para fora da cama para levá-la.

Eu nunca tinha precisado tanto de sexo, nunca tinha precisado da


afirmação de que eu não tinha arruinado a chance de sermos um casal.

Você pode ter dito a verdade esta noite, mas ela está escondendo algo de você.

Minhas mãos agarraram a balaustrada mais duramente. Seus


segredos estavam me deixando louco, especialmente vendo como giravam
em torno de Clara. Eu queria saber. Eu merecia saber.

"Você está bem, Fox?" Oscar apareceu no topo das escadas. Seu
cabelo loiro estava firme esta noite, maçante com gel. Seu bronzeado mais
profundo, mais marrom, como se ele passou o dia nas ondas sob um sol
radiante.

"Sim, eu estou bem." E apesar de tudo, eu estava. Eu tinha


sobrevivido a dizer a verdade. Não tinha sido tão terrível como eu imaginava,
não que eu tinha dito detalhes. Ao falar sobre isso, memórias invadiram
meu cérebro, empurrando por espaço. Era difícil ignorar desde que eu
convidei o passado para minha vida.
Eu desviei o olhar, com foco em dois homens brutalmente batendo
um nos outros no ringue de boxe. O desejo de luta encheu meu estômago.
Fazia dias desde que eu tinha entretido a idéia de uma sessão. Perdi. Estar
perto de Clara me deu dor para ignorar a maior parte do condicionamento, e
a pequena automutilação que eu fiz no chuveiro me deu a vantagem extra
que eu precisava, mas eu queria a alegria do meu punho esmagando contra
algo duro. Eu queria a emoção de levar alguém para baixo. Eu não queria a
vergonha de ser uma vadia e de me ferir como um viciado.

Você nunca vai ser totalmente livre.

Eu nunca seria domado ou suave e gentil. A violência era tanta no


meu DNA como meu irmão e o meu passado.

Era inútil fingir o contrário.

"Eu não achei que você estaria trabalhando hoje à noite. Desde
que aquela menina chegou, você esteve distraído." Distraído pela
perseguição de uma vida melhor. Concentrando-me em outras coisas para
me transformar em um ser humano melhor.

Eu lhe dei um sorriso hesitante. Eu queria ignorá-lo. Eu não


estava com disposição para conversar depois de espalhar a história da
minha vida aos pés de Zel e Clara. Meu corpo inteiro estava machucado,
com uma hemorragia cerebral por lembrar, com uma dor de garganta de
falar sobre tais atrocidades.

"Sim, tivemos algumas coisas na minha cabeça ultimamente."

Oscar veio ficar ao meu lado, supervisionando cuidadosamente os


homens abaixo de nós. "Eu espero que você saiba o que você está fazendo."

Eu olhei. "Por quê? O que é para você?"

Ele me encarou, me dando toda a sua atenção. Seus olhos azuis


brilhantes me prenderam no lugar. "Você não parece bem. Você está
francamente me assustando. Um momento você é intocável e um pouco
louco, no próximo você está trazendo para a porra dos seus joelhos uma
criança e não apenas qualquer criança, mas uma criança pertencente a uma
mulher por quem você está apaixonado.” Ele suspirou, passando a mão
sobre o rosto. "Eu sei que não é da minha conta, mas você está realmente
bem?"

Eu mostrei os dentes. "Estou bem. Solte-os.” Eu voltei minha


atenção para dois lutadores selvagens que tinham deixado a etiqueta para
trás e se transformado em um tumulto real na gaiola de MMA. A multidão
salivava com os socos brutais e o primeiro jorro de sangue fresco.

A angústia e o amor pela dor filtravam pelo meu corpo,


alimentando meu cansaço com raiva inútil Oscar murmurou baixinho. "Ela
está se apaixonando por você, não é?"

Eu cerrei minhas mãos, ignorando-o. Eu odiava compartilhar


minha vida privada. Não era da sua conta. Quando eu não disse nada, ele
acrescentou: "Ela é boa para você, Fox. Eu entendi isso errado quando a
trouxe aqui. Eu pensei que ela era outra puta apenas atrás do seu dinheiro,
mas ela é forte.” Seus olhos azuis pararam de tentar me ler e voltaram para
o andar da luta. "Ela tem ferro que flui em suas veias e lâminas para as
unhas."

Apesar de tudo, fiquei intrigado. "O que te faz dizer isso?" Eu sabia
no segundo em que a conheci como ela era forte. Sua coragem era a razão
de eu persegui-la. Sua força foi a razão pela qual eu estava nesta bagunça.
Obcecado com uma criança e se apaixonando por uma mulher que eu não
conseguia ler. Um momento eu pensei que ela se importava, como eu fazia,
o próximo eu não poderia dizer.

A sobrancelha de Oscar levantou-se. "Bem, por uma coisa, ela não


se colocou com suas besteiras. Graças a ela ajudando com a sua papelada,
ela aumentou as margens e o clube está lucrando mais do que nunca.” Ele
sorriu. "Ela mantém a boca fechada sobre algumas das coisas não tão legais
que estamos fazendo, e ela é leal a você. Se você acha que ela é a única,
então eu concordo, ela é perfeita."

Eu procurei seus olhos, me perguntando se Zel nunca tinha falado


com Oscar sobre mim. Ele parecia ter mudado de tom desde a primeira
noite. Eu nunca os vi juntos, mas isso não significa que eles não têm tempo
para conversar. Além da hostilidade no início, Oscar tinha suavizado e
congratulou Hazel. Até sorriu quando Clara apareceu no meu escritório em
alguns momentos no dia.

Oscar sorriu. "Estou feliz por você." Ele deu de ombros. "Em
qualquer caso, ela é inteligente como o inferno. Eu iria vê-la se eu fosse
você."

Os segredos que ela estava escondendo mais uma vez encheram-


me de aborrecimento. Minhas costas ficaram tensas.

"Vê-la por quê?" A suspeita levantou-se. Talvez eles tinham falado


nas minhas costas. Minhas mãos crisparam.

"Porque os mais quietos estão sempre um passo à frente. Eles têm


tudo, tudo planejado, mantendo uma vida inteira atrás de seus
pensamentos amáveis e gentis.” Seus olhos ganharam um melancólico
olhar, lembrando-se de alguém de seu passado, talvez. "Os mais tranquilos
são profundos, e não importa o quanto você acha que os conhece, você
realmente nunca os conhecem."

Suas palavras me atingiram. Ele tem razão. Não importa como eu


queria que fosse diferente, Zel nunca me deu tudo dela mesma. Ela
permaneceu distante, misteriosa, inteiramente fechada. E eu fui mantido no
escuro.

Eu queria luz solar e respostas de verdade.

Eu queria saber tudo.


Eu tinha dito a verdade; era hora de ela me dar a mesma porra de
cortesia. Meus olhos percorreram o andar da luta uma última vez antes de
eu empurrar para longe da varanda. "Estou indo embora."

Oscar concordou. "Pensei que você poderia ter que se ausentar. Te


vejo mais tarde.”

Sem olhar para trás, eu me afastei e caminhei para o meu quarto.


Meu coração batia fortemente quando eu destranquei a porta e entrei. Meus
pensamentos cheios de punhos e hematomas, contemplando se eu poderia
arriscar outra aparição no Dragonfly.

"Olá."

Minha boca caiu prontamente aberta, bebendo da aparição na


minha cama. Toda a raiva, sedenta de sangue, necessidade se dirigiram
rapidamente para o sul. Meu pau apertado, espesso, endurecido.

Pele nua. Seios nus. Toda nua.

Meus pés avançaram, compelidos em direção a mulher que eu


queria foder tanto. "O que você está fazendo aqui?" Minha voz estava rouca e
rasgando com meu temperamento anterior, afiada e explodindo com a
luxúria no meu sangue.

Limpei a garganta, avançando mais um passo para frente.

Zel nunca tirou os olhos de esmeralda de cima de mim. Sentada


como a porra de uma princesa no meio da minha cama, ela olhou invicta e
totalmente real. Seu cabelo longo e escuro em cascata sobre os ombros, me
provocando.

Nua.

Gloriosamente nua, porra. A única coisa que ela usava era a barra
de prata através de seu mamilo direito e seu colar de estrela. A corrente que
eu tinha feito tinha saído, juntamente com as mercadorias concebidas como
pulseiras. Meus olhos se estreitaram, procurando as jóias desaparecidas.

Meu temperamento subiu mais uma vez, chateado por ela as ter
removido. Eu as coloquei nela, eu a marquei como minha. Ela não tinha
direito de tirá-las sem minha permissão. Era diretamente contra mim, como
se ela já não me quisesse.

"Onde está a prata?" Eu cruzei o quarto, rondando em direção ao


brilho quente da luz ao lado da cama. "Por que você as retirou?" E por que
você está aqui? Ela deveria estar na cama com sua filha, trancada atrás de
uma porta, então eu não poderia ferir qualquer uma delas.

Zel sentou-se sobre os joelhos. "Eu os tirei. Não sou eu quem deveria estar
acorrentada. É você.”

Mesmo que eu tivesse chegado à mesma conclusão, isso doeu. Eu


não podia suportar que ela pensasse que eu ser capturado contra a minha
vontade fosse certo, exatamente como todos os dias na Rússia. Eu balancei
minha cabeça. "Eu estou cansado de algemas e de ser uma propriedade."

Zel baixou a cabeça, uma expressão suave tomando conta de seu


rosto. "Hoje à noite vai ser a última vez. Eu prometo." Respirando, ela
murmurou, "Se você fizer o que eu digo, eu acho que posso ajudar."

Mudando de lado, ela reuniu um comprimento de corrente, desde


a coberta ao redor de suas pernas. Não consegui ver onde ela arrancou as
ligações, mas fiquei paralisado quando ela se arrastou em suas mãos e
joelhos na minha direção. Seus seios balançavam eroticamente e o tilintar
suave de metal detonou um aviso nos meus músculos. Ela lançou um feitiço
sobre mim tão facilmente. Eu não queria qualquer parte de estar preso, mas
eu sabia que diria que sim. Seja qual fosse o poder que eu tinha era inútil
contra esta mulher.

Meus músculos travaram quando Zel chegou ao final da cama,


sentada sobre os calcanhares. "Eu vi suas costas e seu peito, você não tem
que se esconder mais. Você deixou Clara tocar em você. É justo que me
deixe fazer o mesmo. Eu vou quebrar você, Fox. Eu vou acariciar você e
tocar cada polegada. Vou levá-lo e mostrar-lhe como me amar corretamente,
e eu não vou aceitar um não como resposta."

Sua garganta trabalhou quando ela engoliu em seco, insinuando o


medo que ela mantinha trancado. A tensão na sala engrossou até que eu
respirava profundamente, entupindo meus pulmões com a necessidade. "E
se eu não concordar?"

Ela encolheu os ombros, puxando os meus olhos para os seios


perfeitos expostos. "Então você não vai conseguir o que você quer."

"E o que eu quero?"

"Felicidade."

Ela não poderia ter me derrubado com qualquer outra palavra.


Felicidade. A única coisa que eu ansiava e a única coisa que eu acho que
nunca conseguiria. Mesmo com ela e Clara, ainda a sentia fugaz, como se eu
fosse acordar um dia e descobrir que tinha sido um sonho. Arrancado e
queimado, deixando-me com cinzas e tristeza.

Apesar de tudo isso, eu poderia ter acreditado nela se não fosse


pelo brilho de tristeza em seus olhos. Meu estômago revirou; Eu murmurei,
"Eu sei que você está escondendo alguma coisa de mim. Clara sabe disso,
também. Ela sente o que você está tentando mascarar, e eu estou cansado
de esperar por você me dizer. Eu quero saber, porra."

Ela balançou a cabeça, o cabelo sussurrando sobre a pele perfeita.


"Não é algo que você deve saber. Duas coisas, na verdade. E eu prometo que
vou lhe dizer. Mas não esta noite." Seus olhos capturaram os meus,
preenchidos com a necessidade. "Agora não. Esta noite é para nós. Para
você. Para o nosso futuro.” Paixão ressoou em sua voz, puxando-me mais
perto, me drogando até que tudo o que eu vi foi ela.
Eu não sabia que eu me mudei até meus joelhos baterem contra a
borda da cama. Eu balancei a cabeça, permitindo-lhe mais uma noite de
sigilo.

Respirando superficialmente, Zel se aproximou. O calor do seu


corpo me atacou primeiro, junto com seu doce, perfume exótico. Sua boca
veio perto de um milímetro da minha, sua respiração sobre meus lábios. "Eu
quero beijá-lo, mas eu preciso amarrá-lo em primeiro lugar. Eu não quero
correr o risco do que aconteceu antes."

Eu gemi, cerrando os punhos para parar de estender a mão para


agarrá-la.

Seus olhos percorriam a minha frente, me queimando com fogo.


"Tira."

O comando me fez estremecer, me fez bêbado na antecipação do


sexo. Eu olhei para sua nudez, deleitando-me em sua barriga lisa e seios
perfeitamente formados. Seus mamilos, sua pequena boceta reagindo ao
meu olhar. Minha boca molhada com o desejo de chupar. Eu queria lambê-
la toda, chover de beijos e mordidas. Eu queria dar-lhe o mesmo prazer
explosivo que ela me deu na outra noite.

Rosnei, "E se eu concordar com você tomando o controle, o que


que vai acontecer? Você vai se recusar a me deixar tocar em você? Você vai
me impedir de te comer? De reivindicar você e fazer você ser minha?" Eu me
inclinei para frente, tão, tão perto de beijar seus lábios inchados. "Eu tenho
o sonho de estar profundamente dentro de você, Hazel. Não importa o que
você colocar de restrições em mim, não vai me impedir de tomar o que eu
quero, de dirigir profundamente e duro, acariciando-lhe com o meu pau até
você se desintegrar em torno de mim."

Zel ofegou; seus braços se contraíram em seus lados. Ela respirou


fundo com vibração. "Se você pode provar que eu posso tocar em você sem
que você me mate, então você pode me levar como quiser." A mão trêmula
levantou, balançando prata de seus dedos. "Mas, por agora... eu vou fazer
amor com você. Vou ensinar-lhe a diferença.” Ela falou com tal controle e
força, o envio de um motim de conflito e confusão através de mim.

Eu amei que ela fosse forte o suficiente para não temer-me, para
permitir-me ficar perto dela, para ser vulnerável em torno de mim, mas eu
não estava confortável com ela assumindo o controle total. Era muito
semelhante ao meu passado. Meu estômago revirou com o pensamento de
ser preso pelos meus tornozelos e mãos e garganta.

"Vê este colar, Fox?" Meu manipulador puxou a coleira amarrada ao


punho de couro em volta do meu pescoço.

"Sim senhor."

É assim que você sabe a quem você pertence. Você realizou sua
missão na noite passada, mas você levou duas horas, isso é muito tempo. Da
próxima vez, se você não estiver de volta a tempo, eu vou anexar uma destas
a você e vou enforcá-lo até a porra do teto. Entendeu?"

Meu coração resistiu, mas só havia uma resposta que eu poderia


dar. "Sim senhor."

Eu balancei a cabeça, dissipando o medo. "Você pode amarrar


meus pulsos, mas isso é tudo."

Ela estreitou os olhos, soltando-os para se concentrar em minhas


mãos pelos meus lados. Incerteza e medo fervilhavam em seu olhar. Ela
sabia em primeira mão quão mortal meus dedos poderiam ser.

Eu me amaldiçoei por não ter a força para não machucá-la, mas


não importa o que ela me pedisse, eu não poderia dar-lhe a imobilização de
corpo inteiro. Isso iria me matar.

"Eu prometo que vou mantê-las juntas neste momento. Só não me


empurre longe demais.”
Ela balançou a cabeça. "Mas esse é o ponto. Eu preciso empurrá-
lo para ajudá-lo a passar por sejam quais forem às barreiras que estão em
sua mente.” Ela olhou para as minhas mãos de novo.

Ela não sabia que eu tinha matado homens com minhas pernas,
cotovelos, tornozelos, mesmo usando a minha cabeça. Cada parte de mim,
não apenas minhas mãos, eram fatais. Eu não tinha nenhum desejo que ela
soubesse. Eu a deixei amarrar minhas mãos, mas os cadeados seriam auto-
impostos. Só a minha força de vontade poderia me impedir de matá-la.
Cordas e restrições não iriam funcionar se eu quisesse extinguir sua vida.

Mas eu não queria.

Nunca.

Hazel era minha.

Após uma longa pausa, Zel assentiu. "Bem. Vou prender seus
pulsos e nada mais." Seu olhar caiu para a protuberância dura em minhas
calças. "Agora, tire as calças." Ela lambeu os lábios, um lampejo de paixão
vidrou em seus olhos. "Eu estou molhada para você."

Meu pau balançou, amaldiçoando a restrição da minha calça. Eu


queria escorregar dentro dela em cada porra de segundo.

Minhas mãos tremiam puxando a minha camisa. No momento em


que o material caiu no chão, eu fiquei tenso.

Odiando a minha pele, as cicatrizes, as memórias. Mesmo que eu


estivesse diante dela e Clara e as permiti ver o que eu escondia do mundo,
ainda não conseguia parar o impulso irresistível para me encobrir.

Rejeição e auto-ódio eram companheiros de emoções enquanto os


olhos de Zel tomavam conta de mim, demorando em algumas áreas,
costeando sobre os outros.

"Você é tão bonito," ela sussurrou.


Meu estômago virou e meu coração já não batia quando ela disse
isso. Só para ela. Respirando duro, eu trouxe minhas mãos para desatar o
cinto. Seus lábios se separaram enquanto seus olhos seguiam todos os
meus movimentos. Eu avancei o zíper para baixo, sentindo ar beijar minha
nudez. Chutei meus sapatos e meias, eu deixei o material cair para o chão.

Meu pau pendurado pesado entre as minhas pernas, implorando


por seu toque. Ele se sentia vivo de desejo, preenchendo quase
dolorosamente com o desejo de vir em cima dela. Eu queria que ela usasse o
meu cheiro para ver minha marca sobre os seios brancos e suaves cachos
entre suas pernas.

"Maldição, Zel, você não tem idéia de quanto você me excita,


porra." Minha mão escorregou sobre meu estômago, colocando-me, para
aliviar um pouco da tensão pulsando no meu comprimento.

Ela respirou fundo. "Estenda suas mãos."

Calor e uma pequena labareda de pânico correram por meu


sangue quando eu lentamente soltei meus dedos do meu pau. Obedeci.

Bloqueei os cotovelos, eu me preparei contra seus toques suaves


enquanto ela envolvia todo o comprimento da corrente em torno de meus
pulsos. Não uma ou duas, mas três voltas antes de reunir um pequeno
cadeado preto e me fixar.

Eu testei o aperto, já sentindo mal em meu estômago, lutando com


lembranças residuais de ser preso.

Esta não era uma idéia quente de merda. Não só eu tenho que
lutar com o condicionamento, mas agora eu tinha que batalhar com as
memórias de ser controlado e preso. Eu balancei quando meus músculos
ficaram juntos e estremeceram. E se eu não sou forte o suficiente?
Meus pulmões grudaram quando Zel exalou um pequeno som de
alívio. Será que ela me temia tanto assim? Ela não parecia excitada ao fixar-
me, mais como se estivesse pronta para fugir para fora pela porta.

Você está fazendo isso para ela.

"Suba na cama. Deite-se de barriga para baixo."

Meus olhos queimaram. "Por que de barriga para baixo? Uma


parte vital da minha anatomia não é utilizável a menos que você pretenda
me ensinar a ser a corcunda de um colchão.” Eu tentei brincar, para
dissipar um pouco da ansiedade tensa entre nós, mas os lábios de Zel se
contraíram. Eu tinha me enganado sobre qualquer sensação de alívio
quando ela garantiu o cadeado, ela não tinha relaxado em tudo, tremendo
de tensão.

"Eu quero fazer algo. Você deixou Clara fazer. Agora é minha vez."

Porra. Ela queria tocar minhas costas. Ela queria olhar mais
profundo nas tatuagens, ver abaixo da tinta as marcas de chicote e
inúmeras outras cicatrizes escondidas sob os projetos de fantasma.

Eu balancei a cabeça, a ponto de recusar, mas Zel recostou-se,


inadvertidamente, mostrando-me sua delicada carne rosa entre suas
pernas.

Todos os pensamentos detonaram fora da minha cabeça. Eu segui


como um adolescente apaixonado, com água na boca, querendo pra caralho
prová-la.

Eu nunca tinha beijado uma mulher lá em baixo. Nunca fiz uma


mulher chegar ao clímax, ou tive o privilégio de coxas tremendo em volta dos
meus ouvidos.

Eu queria a ela. Na minha cara, na minha boca, na minha


garganta.
Meu pau já duro balançou dolorosamente. "Eu só vou deitar de
barriga para baixo se você fizer algo para mim em troca."

Um sistema de troca.

Algo dela em troca de algo meu. E eu sabia exatamente o que eu ia


pedir.

Zel mudou-se para o lado quando eu fiz meu caminho desajeitado


para cima da cama. Com minhas mãos travadas juntas, eu me joguei de
costas, ao invés de ficar de barriga para baixo. Ela fez uma careta. "O que
você quer?" Pequenas manchas de cor dançavam em suas bochechas, os
lábios ficando corados.

Em vez de responder, meus olhos caíram para baixo de seu corpo,


olhando entre as pernas. Eu sufoquei o gemido, notando pela primeira vez a
faixa de umidade brilhando em sua parte interna da coxa.

Porra.

Ela me queria tanto quanto eu a queria e a espera estava me


deixando louco.

Levaria um bom puxão de minhas mãos para quebrar as três


voltas de correntes. Meus braços tensos, se preparando para lançar-me,
para que eu pudesse prendê-la debaixo de mim. Mas eu engoli a
necessidade. Agora existia uma igualdade entre nós. Zel acreditava que ela
estava mais segura e por sua vez poderia me deixar fazer mais coisas para
ela do que se temesse por sua vida o tempo todo.

Eu sabia que não importa o que aconteceu, eu preferiria me matar


do que machucar ela. Meu autocontrole iria prevalecer. Ele precisava
prevalecer.

Levantando os olhos para bloquear os dela, eu murmurei, "Eu


quero lambê-la."
Seus olhos queimavam muito abertos; sua barriga tonificada
apertou. Quando ela não se moveu, eu levantei minha cabeça. "Deixe-me
provar você e, de bom grado, vou deixar você tocar em minhas costas. Mas
eu não vou a lugar nenhum até você me obedecer. Venha aqui."

Ela balançou a cabeça, um rubor cobrindo suas bochechas. "Eu


não posso. Como é que você —"

A logística parecia simples para mim. "Você tem que sentar-se no


meu rosto, Zel." Eu não conseguia parar o pequeno sorriso e a emoção no
meu estômago ao pensar nela sentada sobre mim. Ela teria que se expor e
se manter no lugar enquanto eu dava prazer a ela.

"Venha. Agora. Eu não vou falar de novo."

A ordem na minha voz a fez lentamente escapulir-se da cama, os


olhos cheios de timidez. Seu corpo quente, chamuscando o meu, mas ela
evitou cuidadosamente qualquer contato. Quando seus joelhos estavam
paralelos aos meus ombros, ela olhou para mim. "Eu não posso. É apenas
muito gráfico."

"Você quer me tocar. Eu quero provar você. Senti-la com minha


boca, Hazel."

Seus olhos se fecharam antes que ela escalasse hesitante e se


posicionasse acima de mim. Ela se erguia acima de mim, parecendo perfeita
para mim, minha rainha. Seus seios se sentaram alegres e perfeitos
enquanto os contornos de seu estômago me guiaram para a mais doce
boceta que eu já vi. Minha voz engrossou e meu pau estremeceu, expelindo
uma pequena gota de pré-sêmen, precisando desesperadamente de mais.

"Você está deslumbrante, porra." Eu não conseguia tirar os olhos


de sua carne rosada ou de suas coxas tonificadas, mantendo-a pairando
apenas fora do alcance.
Sua pele estava vermelha e ela pulou uma milha quando eu
rapidamente me estiquei e lacei minhas mãos presas sobre sua cabeça,
deixando meus antebraços em suas coxas, a aprisionando.

Seus olhos brilharam com trepidação quando ela recuou, pronta


para lutar.

Eu pressionei para baixo, forçando as pernas a se abrirem, cada


vez mais perto do meu rosto. "Eu prometo que não vai doer.” Minha voz soou
com sinceridade brusca. "Por Favor. Confie em mim.” Levou um momento,
mas as pernas relaxaram e ela fechou os olhos. Obedecendo, mas não
acreditando.

Lambi meus lábios, colocando pressão possessiva em seus quadris


com meus antebraços. Ela me permitiu puxá-la para baixo. Para baixo e
para baixo até que as pernas se espalharam para entregar sua umidade na
minha língua.

No momento em que o calor dela tocou a minha boca, eu esqueci


quem eu era, merda. Eu esqueci meu nome, a minha família, meu passado,
meus problemas. Eu estava completamente cheio dela, porra, por completo.

Não importava que eu não sabia o que fazer; no instante em que


minha língua arrastou suas dobras, Zel arqueou para a frente e suas mãos
bateram contra a cabeceira de bronze atrás de mim. Um gemido rasgou pela
garganta dela, quase me fazendo gozar com nenhum outro estímulo. Seu
sabor doce eletrificando minha boca e eu tinha que ter mais. Espetando
minha língua, eu sacudi seu clitóris, arrastando mais as calcinhas dela.

Eu adorava a fazer tremer. Eu amei cada segundo de trazer o


prazer dela. O condicionamento manteve-se em um nível suportável graças a
ela envolver as mãos ao redor da árvore da cabeceira.

"Foda-se," Eu rosnei quando eu varri a minha língua para baixo e


entrei nela. A umidade deu curto-circuito em meu cérebro até que eu não
conseguia parar de aumentar o meu ritmo. A minha língua a fodendo com
nenhum remorso, gemendo, empurrando meus quadris. Eu ansiava por ela
com cada polegada do meu corpo.

Meu mundo nadou completamente com as novas sensações. Eu


nunca tinha experimentado nada parecido. Nunca senti vontade de
transformar-me em feral, só em algo doce. Com uma língua questionadora,
eu varri para cima novamente, girando em torno de seu clitóris.

Todo o seu corpo estremeceu. Ela passou de tensa para tremer


com a necessidade de um segundo plano.

"Eu vou tocar em você, Fox. Eu não posso ajudar," ela ofegava.

Eu balancei a cabeça, raspando meu rosto com a barba por fazer


contra suas delicadas partes internas das coxas. Eu belisquei sua carne
sensível, emocionado com os gemidos baixos que escapavam dela.

"Eu tenho. Por favor,” ela gemia alto quando eu lambia sua
entrada novamente, mergulhando profundo e duro.

Rugindo, eu olhei para cima, minha visão obscurecida com


luxúria. Minha voz estava quase irreconhecível quando eu gemi, "Eu não
estava dizendo para não me tocar. Você pode. Eu estava dizendo para não
me chamar de Fox."

Seus olhos se abriram, e eu afoguei em sua perfeição verde.


Confusão e perguntas correram como peixes em seu olhar. Pressionando em
seus pés, eu trouxe toda a sua boceta na minha boca e chupei avidamente,
selvagemente.

Minha língua mergulhou fundo, bem no fundo dela e meu pau


balançou, ferido com a necessidade de transar com ela. Eu queria subir
dentro desta mulher e nunca mais sair, porra. Suas coxas tremeram quando
eu belisquei possessivamente em seu clitóris. Ela jogou a cabeça para trás,
gemendo, "Eu estou vindo. Oh, meu Deus, eu estou vindo, estou chegando.
Estou chegando."
Reunindo os meus músculos do estômago, eu arqueei ereto,
pressionando duramente contra ela. Minha língua entrou profundo,
mergulhando dentro e fora de seu delicioso sabor. A primeira onda de
músculos me pegou completamente de surpresa, mas, em seguida, ela
pousou as mãos sobre minha cabeça, apertando ferozmente meu cabelo,
puxando, puxando enquanto seus quadris rodavam em minha boca.

O ruído assobiou em meus ouvidos. Meus músculos queimaram


com a necessidade de obedecer.

Meus olhos se fecharam quando um rugido de condicionamento


me segurou refém. Meu corpo torceu, preparando-se para empurrá-la fora e
para longe, mas eu lutei contra isso. Eu me concentrei em outras coisas,
coisas melhores. Eu me concentrei nela se desfazendo em minhas mãos, no
líquido que fluía enquanto eu beijava e adorava a ela.

A libertação parecia transferir dela para mim, me fazendo pulsar


mais forte, querendo a mesma explosão que ela tinha sentido em seus
músculos contraídos em minha língua. Apenas uma vez que sentiu o tremor
final, ela abriu os olhos.

"Uau," ela sussurrou, os olhos embaçados com paixão.

Eu sorri, amando a sensação de sua umidade em meus lábios e


queixo. "Eu lhe devia. O que você me deu na noite que você me chupou foi
incrível. Espero ter retornado bem o favor."

Ela riu uma vez. "Foi mais do que bem."

Com ombros doloridos, eu trouxe minhas mãos amarradas por


suas costas e na cabeça, a libertando, mas suas mãos nunca saíram do
santuário do meu cabelo. Ela cavou as pontas dos seus dedos no meu couro
cabeludo, enviando formigamento a minha espinha.

Eu usei a energia e força do condicionamento para o meu próprio


propósito neste momento. Em um movimento muito rápido para Zel lutar
contra, eu a derrubei do meu queixo para meus quadris e capturei seu rosto
em minhas mãos acorrentadas.

Ela respirou chocada antes que eu batesse minha boca contra a


dela, machucando nós dois em um beijo implacável.

Minha língua se lançou além de seus lábios com fome feroz. Seu
corpo passou de rígido e pronto para lutar, para líquido e maleável.

Eu a mordi, obrigando-a a se render. Com um tremor, ela


esparramou em cima de mim, passando suas coxas em torno de meus
quadris.

Nós dois congelamos quando seu calor úmido roçou meu pau duro
como rocha.

Nossos olhos se encontraram. Eu não podia esperar mais.

"Foda-se.” Eu empurrei para cima, enchendo-a de um só golpe.


Meus olhos perderam toda a capacidade de ver quando eu afundei em seu
calor. Minha cabeça se encheu de pressão, meu corpo ficou tenso com uma
esmagadora necessidade.

Ela gritou quando sua testa bateu no meu ombro. Seu corpo
inteiro estava em cima de mim. O ruído ficou mais alto, enchendo com
guinchos e gritos de ordens. Minhas pernas empurraram enquanto eu
tentava ignorar.

Não.

Minhas mãos abertas e fechadas, desesperadas para se envolver


em torno de sua garganta. Meus pés arranharam pelos lençóis para
impulsioná-la fora de mim, para que eu pudesse matá-la. Mas seus dentes
afiados afundaram em meu ombro enquanto seus quadris passaram de
enfeites para armas. Ela me trouxe de volta para ela, ela me trouxe de volta
a partir do lugar escuro e deu-me luz ao me foder na forma de conexão e
doce, doce emoção.
Meus músculos se agitaram. Eu me concentrei no calor em volta
do meu pau e o sabor dela dentro da minha boca. Fiquei aterrado. Fiquei
com ela.

"Foda-se, Fox. Sim. Oh, Deus.” Zel manteve os olhos bem


fechados, me montando freneticamente enquanto eu empurrava dentro dela.
Nós dois perseguíamos um objetivo, com a intenção de chegar tão rápido e
tão explosivo quanto possível.

"Me chame de Roan, droga. Eu quero que você me chame de


Roan."

Seus olhos se abriram, lábios dançando com um sorriso. Suas


mãos mergulharam de volta para o meu cabelo, me segurando no lugar para
me beijar tão avidamente como eu a tinha beijado. "Roan," ela sussurrou
contra a minha boca.

Meu pau balançou quando meu coração rachou aberto e se


apresentou em uma porra de prato de ouro para ela tomar. Não havia mais
nada. Eu era dela.

"Roan. Deus, oh..."

Meu coração batia forte, amando o meu primeiro nome em seus


lábios. Era como se ele tivesse aberto outra parte de mim, e eu esqueci por
um momento que eu não estava curado. Eu não era normal, eu não estava
seguro.

Minhas mãos puxaram, quebrando uma corrente.

Abri os olhos, com medo de que eu tivesse ido longe demais. Eu


senti o condicionamento se apresentando. Zel sentou-se, colocando as mãos
no meu peito. A pressão de seu toque enviou meu cérebro cambaleando
para a escuridão, mas eu cerrei os dentes, forçando-me a ficar com ela.
"Concentre-se em mim. Em nós. Não me deixe, Roan. Não me
deixe.” Seus quadris balançaram mais duramente, sua boceta acariciando
todo o meu comprimento.

"Eu estou com você," eu gemi, jogando a cabeça para trás quando
a primeira linha de fogo disparou do meu pau e jorrou em Zel. No instante
em que começou a chegar, Zel relaxou.

A onda de poder agarrou meus músculos e eu puxei meus pulsos


separados. As correntes de prata tensas, lutando contra a minha força, mas
não tinham a menor chance.

Com um ping suave, a corrente estalou livre e escorregou de meus


pulsos.

"Não, espera." Zel congelou.

Agarrando a cintura com os dedos ferozes, apertei-a com força,


dirigindo para cima. "Estou bem. Verdade. Não pare. Não pare de me foder,
Zel."

Seu rosto tinha dois desejos lutando: querer continuar e querer


correr. Eventualmente, querer continuar ganhou e ela me permitiu balançar
seus quadris, empurrando para cima.

Juntos, empurrando e baixando um contra o outro, levando e


dando e fodendo. A última banda de libertação deu-me algo novo. Foi-se o
desejo violento para enchê-la, agora eu queria envolvê-la em nuvens e
protegê-la de tudo. Senti-me quase sem peso, flutuante.

Completo.

A trouxe para mim, no abraço mais suave que consegui.

Seus braços vieram ao redor do meu pescoço, apertando os seios


contra mim. Meu coração explodiu com ternura. Eu nunca pensei que eu
poderia receber tal presente.
Uma coisa tão simples, mas mudou meu mundo.

A primeira vez que eu abracei alguém desde Vasily.

A primeira vez que eu tinha permitido que alguém me abraçasse


de volta.

"Diga-me porque você está nu, agente."

Baixei a cabeça, evitando olhar para o meu pau balançando.


"Porque eu adormeci sem roupas, senhor."

"E agora você realizará a missão sem proteção, enquanto a sua


bunda branca brilha para sua vítima ver. Você é um alvo principal. Eu duvido
que você vai voltar vivo esta noite."

"Sim senhor. Desculpe, senhor."

O resto dos cadetes olhou para mim com uma mistura de presunção
e piedade. Seis de nós tinham sido selecionados para a missão de hoje à
noite. Todos eles usavam preto. Todo mundo, menos eu.

O comandante apresentou-nos com a nossa habitual faca de caça,


lâminas de meia-lua, e arma com silenciador. Ele apontou para a aguardada
van que nos levaria ao local de matança.

Eu me atrapalhei com as três armas. Com nenhum lugar para


guardar, eu tive que descobrir uma maneira de segurar elas.

Meu manipulador sorriu. "Você sempre foi muito ousado, Fox. Esta
noite você vai aprender da maneira mais difícil."

E ele estava certo.


Naquela noite, foi baleado na minha bunda fugindo dos guardas do
diplomata que eu teria que assassinar. Seu sangue cobriu minha pele nua,
misturando-se com o meu próprio, do ferimento de bala.

Vasily foi quem ajudou a limpar e tapar minha ferida. Somente oito
anos de idade, mas estava se adaptando já.

Nunca mais eu dormi nu. Eu nunca iria cometer esse erro duas
vezes.

Eu fiquei de pé, piscando, em pânico.

Sem luz.

Nada além de compressão, sufocando na escuridão.

Meus olhos voaram para a janela onde as estrelas e a lua


zombavam de mim. Você adormeceu antes do sol estar aqui para te proteger.
É a nossa vez de fazer você sofrer.

Eu caí para trás, gritando quando a memória de matar meu irmão,


o que eu tentei tão duramente evitar quebrou em cima de mim com uma
onda de miséria.

"Roan. Por favor —” O rosto de Vasily estava manchado de


lágrimas, seu nariz escorrendo com muco. Meus manipuladores marcharam
ao meu lado, cavando um marcador de gado no meu lado enquanto eu
arrastei meu irmãozinho juntamente com um aperto duro em volta do pescoço.

"Deixe-me ir. Eu prometo que não vou dizer nada. Eu prometo,


Roan."

Meu coração negro tinha morrido de volta para o campo de


treinamento, e meus olhos estavam secos como um osso.

Eu sabia onde estávamos indo, e eu sabia que ia morrer ao lado de


meu irmão ou hoje à noite ou amanhã ou no dia seguinte. Não importava. Nós
dois estávamos condenados. O momento em que chegamos a cova, meu
manipulador apertou o gatilho e enviou um enorme raio de eletricidade
através de meu corpo. Meus dedos involuntariamente trancados no pescoço
de Vasily, e nós caímos para o chão da cova de três metros de profundidade.

Meu peso esmagou a perna de Vasily, quebrando-a em dois lugares.


Seus lamentos e gritos assustaram lobos e corujas longe da nossa sepultura.
Eles nos deixaram lá por três dias. Morrendo de fome, frio, amontoados para
nos aquecer e pegar flocos de neve em nossa língua para nos hidratar. Vasily
ficou mais fraco a cada dia. Seus pulmões encheram com líquido, tosse e
pneumonia. Mesmo que por algum milagre, eu encontrasse uma maneira de
sair de lá, ele iria morrer de qualquer maneira. Então eu fiz a única coisa que
eu podia para o meu irmão. Eu beijei seu rosto e provei as suas lágrimas e o
abracei em adeus com promessas de o encontrar em outra vida.

E então eu quebrei seu pescoço.

O barulho de sua espinha quebrando anunciou meu manipulador,


como se estivesse esperando o tempo todo. Eles me arrastaram para fora e
acariciaram minhas costas e me levaram de volta como um herói.

"Fox! Fox! Roan! Acorde!"

Eu sacudi, sendo acordado, sugando enormes goles de oxigênio.


Meu coração disparou como se eu tivesse me afogado, meus olhos selvagens
enquanto eu olhava ao redor da sala. Zel tinha ligado um falso sol na forma
de uma luz de cabeceira.

Eu tinha feito duas coisas que eu jurei que nunca faria


novamente: adormecer nu e sem luz solar. Minha pele se arrepiou e eu
cambaleei para trás, esmagando os travesseiros contra a cabeceira da cama.

Zel estendeu a mão, medo e tristeza nublando seus olhos.


Eu olhei para a mão e balancei a cabeça. "Não me toque. Não
posso garantir que vou ser seguro.” Minha voz estava rouca como se eu
tivesse gritado no meu sono.

O braço dela caiu e ela arrancou o lençol que cobria as pernas.


Seus seios nus brilhavam com calor da pequena luz de cabeceira.

Eu precisava de silêncio, e eu precisava de um tempo. Tempo para


me colocar de volta junto.

Eu odiava que Zel tinha me visto fraco. Visto como


verdadeiramente fodido era meu cérebro. Eu fiz uma careta enquanto o
pânico apertou meu coração. "Eu não disse nada, certo?"

Ela nunca vai confiar em mim perto de Clara se ela souber o que eu fiz para
Vasily.

Ela balançou a cabeça. "Você falou em jargão ou russo. Tudo o que


eu ouvi foi o nome do seu irmão, mas é só isso."

Balançando minhas mãos, eu forcei meu corpo a relaxar. Ela não


sabia o pior de tudo, ela nunca faria isso, saber quantos filhos eu tinha sido
forçado a matar. Gostaria de levar esse segredo comigo para o túmulo.

Minutos passaram, ficamos em lados opostos da cama. Zel não


disse uma palavra, mas seus olhos gritavam perguntas intermináveis em
minha direção. Cada parte do meu corpo queria se levantar, perfurar
alguma coisa, lutar.

Meus olhos caíram para o meu peito cheio de cicatrizes. Cada


queimadura, cada punição zombava de mim e eu não podia ficar nu mais
um minuto. Eu me senti muito exposto, muito vulnerável, muito fraco.

Preto. Eu preciso de preto.

Jogando minhas pernas para o lado da cama, fiquei de pé, mas Zel
murmurou: "Espere. Eu vou ajudar você." Ela se arrastou em minha
direção, ignorando a torção do lençol em torno de suas pernas. "Deite-se de
barriga para baixo."

Meu coração explodiu. "Você acha que pode me tocar?" Eu


balancei a cabeça violentamente. "Não vai acontecer. Eu —"

Zel continuou a avançar. "Você está perto de quebrar. Deixe-me


empurrá-lo. Deite-se, Roan." Sua voz dançou com persuasão e comando.

Eu não queria obedecer; Eu não sabia o quanto eu poderia tolerar,


mas se ela estivesse certa, isso poderia significar que eu pudesse ser livre.

Quando eu não me mexi, seu rosto torceu em tristeza. Sua mão


caiu para seu estômago protetoramente, ela voltou a olhar para dentro. Por
um insano, louco momento, eu a imaginei carregando meu filho. Dando-me
redenção sob a forma de uma nova vida. Me concedendo a imortalidade na
forma de minha própria criação. A voz dela era quase um sussurro. "Isso é
importante. Você precisa fazer isso."

A honestidade brutal bateu em minha força de vontade e eu


murmurei, "Eu quebrei a corrente." Meus olhos procuraram a prata
brilhando arruinada com a colcha preta.

Sem dizer uma palavra, Zel levantou-se e caminhou nua para o


final da cama. Pegando minhas calças, ela arrancou o cinto e o ergueu.
Parecia uma cobra prestes a afundar suas presas em minha carne e me
envenenar até a morte.

Minha respiração sacudiu quando ela veio em minha direção.

"Eu sei que você precisa disso, mas eu não tenho a força. Não me
peça para fazer isso."

Sua testa franziu e um brilho duro entrou em seus olhos verdes.


"Você me prometeu que seria seguro ficar perto de Clara, mas você quase se
perdeu em seu escritório. Eu preciso ter certeza de que isso não aconteça
novamente.” Segurando o cinto de segurança em duas mãos, ela apresentou
o comprimento tenso para mim. "Coloque em suas mãos."

Cenários de bater nela, goleá-la e correr para fora da porta encheu


meu cérebro. Eu não queria cair sobre a borda. Eu não queria sucumbir à
raiva e dor do condicionamento. Eu não sabia o que existia no outro lado. E
se a minha mente explodisse — eu não poderia lidar com isso?

E se eu matá-la?

Um dia você vai se você não quebrar.

O pensamento compeliu minhas mãos para frente, e eu descansei


meus pulsos juntos ao longo do ciclo do cinto. Sem dizer uma palavra, Zel
enrolou o couro duas vezes em torno de minhas mãos antes de fixar a fivela
firmemente. Inclinando-se, me beijou, no canto da minha boca, sempre
muito gentil. "Deite-se. Concentre-se em mim."

Obedeci. Deslizando para cima da cama, eu hesitantemente


pressionei meu peito contra os lençóis. No momento em que eu estava na
horizontal com minhas mãos amarradas acima da minha cabeça, eu queria
rugir de raiva. Eu odiava que ela me colocasse em uma posição tão
comprometedora. Eu odiava receber sua misericórdia novamente.

Silenciosamente, Zel subiu ao meu lado antes de lançar uma


perna por cima do meu quadril e me montar. A suavidade de sua bunda
contra as minhas costas foi o primeiro grande choque para o meu sistema.
Minhas mãos cerraram quando os impulsos familiares apareceram atrás dos
meus olhos.

As mãos dela pousaram sobre os meus ombros, agarrando duro,


cavando os músculos.

O impulso por trás dos meus olhos se espalhou para os dentes e


mandíbula e coluna vertebral. Eu fui de congelado a tremendo com a
agressão profunda.
Matar. Servir. Devorar.

Eu gemi, apertando meu rosto mais duramente para o colchão.

"Eu não vou te machucar. Estou aqui. Eu estou com você,"


murmurou Zel, ao mesmo tempo massageando meus ombros com uma
parte de toque e da sua mente.

A lavagem cerebral se espalhou rapidamente até que cada


músculo ficou tenso, contorcendo-se com a necessidade de obedecer o
simples decreto para matar.

"Feche os olhos," ela pediu.

Ela estava louca?

"Eu não posso. Tudo o que vejo é a morte e mutilação. Se eu


fechar meus olhos, eu vou ser consumido pela escuridão. Eu preciso me
concentrar. Eu preciso focar na luz e em você e nesta sala."

Zel não disse nada enquanto ela alisou as mãos dos meus ombros
para o centro das minhas costas.

"Você tem que dar-se a mim para que isso funcione. Você tem que
estar completamente à minha mercê. Não se segure. Se isso for demais para
suportar, diga-me e eu vou acrescentar mais restrições.” Sua voz tremeu,
mas em seguida, reforçou. "Você tem que me dizer se isso for muito. Eu não
vou deixar você me machucar de novo."

Eu balancei a cabeça, o som do tecido da colcha alto no meu


ouvido. A dor do tiro de desobediência correu pelo meu corpo. Rangendo os
dentes, eu andei com isso, me esforçando para fazer o que Zel disse e
deixar-me ir.

O silêncio correu com as vozes de meus manipuladores.

Por que você está desobedecendo uma ordem direta, agente?


Ela está infligindo-lhe dor, portanto, você deve infligir de volta.

Suor estourou em minha testa quando as mãos de Zel caíram


ainda mais. Sua mão pousou na minha bunda, minhas costas arquearam
de surpresa. "Pare —" Eu rosnei, minha pele ofegante, minha pele
escaldante com ordens unilaterais.

"Não," ela sussurrou. Meticulosamente, ela traçou um dedo da


rachadura na minha bunda para cima, para a base da minha espinha.
Deliberadamente me provocando com uma mistura de firme e macio,
proibido e permitido.

"Você derramou alguns de seus segredos hoje. Eu adoraria ouvir


mais sobre você, mesmo que seu passado seja tão triste. Concentre-se em
minha voz quando eu te tocar. Experimente relaxar. Tente não lutar e eu
vou dizer-lhe alguns dos meus.” Sua mão espalmada na minha coluna,
massageando os músculos torturados abaixo.

Uma dor de cabeça começou, pulsando com meu coração batendo


rapidamente.

Mate-a, Fox.

Nós não vamos comandar novamente.

Seus dedos como penas sobre a tatuagem de raposa na base da


minha espinha. "Vou começar com o meu colar. Eu vi você olhando para ele,
a estrela. A estrela de prata única." Sua voz se tornou melancólica, cheia de
felizes memórias. “Eu comprei dois colares com as minhas pequenas
economias no dia que Clara fez quatro anos. Ela era obcecada por todas as
coisas da galáxia e atraída por estrelas e por tudo o que ela pudesse ter nas
mãos."

Seus dedos continuaram seu ataque enlouquecedor, chamando


mais condicionamento, mais dor. Colei meus lábios.
"Comprei-lhe os colares para seu aniversário. Seu rosto se
iluminou como se ela tivesse engolido a lua. As mãozinhas dela fizeram
cócegas na minha garganta como se revezassem apertando-as umas contra
as outras. No momento em que eles estavam em nossos pescoços ela
anunciou que ela nunca iria tirá-lo. Ela é minha estrela em mais de uma
maneira." Ela suspirou, sua voz se tornando triste. "Eu comprei os colares
por outra razão também. Mas isso não é um conto para esta noite."

Meu cérebro pulou entre a voz e os comandos internos então eu


pude ouvir. Levou toda a minha força de vontade me concentrar no presente
e permanecer deitado.

Seria tão fácil sair.

Seu pescoço se quebrará se você usar suas pernas ao redor de sua


garganta.

Zel continuou pressionando os dedos profundamente em carne


nunca antes massageada. "Eu tive tantos postos de trabalho que eu não
consigo me lembrar de todos eles. A maioria deles não eram legais. Eu saltei
de família em família, sempre uma pária. Eu pensei que o mundo me fazia
ficar sempre sozinha porque me odiava, mas então eu aprendi que eu podia
criar a vida que eu queria mentindo."

Ela reposicionou suas pernas, abrangendo-me mais para trabalhar


mais profundamente sobre os meus ombros. "Eu tenho documentos de
universidades que parecem autênticos, documentos de todo o país. Mas
nenhum deles é verdadeiro. Eu forjei um passado de uma fugitiva sem
esperança para uma aspirante a mãe orgulhosa.

"Eu nunca vou pedir desculpas por mentir ou roubar, porque era a
única maneira de sobreviver. Permitiu-me dar a Clara um mundo melhor."
Sua voz ficou presa antes de continuar em sua canção de ninar suave.
Quanto mais eu ouvia, mais ela me colocava em transe, e quanto mais o
condicionamento não permanecia controlando o centro do palco.
Cada toque era uma tortura, acariciando músculos apreendidos,
prolongando a loucura absoluta de deixar de obedecer ordens, mas isso não
me dominou. Eu não me perdi ficar na escuridão.

Suas mãos se moviam mais elevadas, polegares cavando no


músculo duro em ambos os lados da minha espinha. "Eu tenho sangue em
minhas mãos. Eu roubei duas vidas."

Minhas costas se curvaram quando o choque de sua confissão


bateu meu condicionamento embora, deixando-me lúcido por um momento
maravilhoso. "O Quê? Como é que isso aconteceu?"

Suas mãos arrastaram para a parte de cima, passando de


massagem terapêutica para uma caricia suave. Minha respiração ficou
pesada e áspera; meus punhos presos doíam. O condicionamento voltou,
fervendo na parte de trás do meu cérebro.

"Eu tinha doze anos a primeira vez que eu transformei um homem


em um cadáver."

Então, porra, ela era jovem. Como eu.

A ligação que eu sentia por Zel empolou meu coração, fortalecendo


a minha vontade de ignorar as ordens.

"Eu estava com pais adotivos. Até então, eu tinha sido colocada
com famílias decentes e generosas. Eu era a única desarrumada e não os
deixei me ajudar. Mas esses... eram diferentes. Eu não estava preparada
para o tio alegre e excessivamente sensível a entrar em meu quarto uma vez
que todos tinham ido para a cama. Eu não estava preparada para ser
chamada de “boneca” e a ter um medo irracional de tais coisas graças a ele.
Eu não estava preparada para vê-lo ou sua ereção grotesca entre as pernas.
Mas eu estava preparada para me defender.

"Eu não era inocente, mesmo nessa tenra idade. Eu tinha roubado
uma faca de cozinha de uma família anterior e tomei meu tempo quando ele
subiu na minha cama. Sua respiração de cerveja estragada no escuro,
enquanto as mãos sujas tentaram me acariciar.

"Um toque foi tudo o que conseguiu antes de eu mergulhar a


lâmina afiada em sua virilha. Foi pura sorte eu cortar sua artéria femoral.
Ele sangrou até ficar se uma gota de sangue antes da chegada da
ambulância."

As mãos de Zel nunca pararam de acariciar, implacáveis. Seu


toque torceu minha cabeça com as necessidades e eu tentava concentrar-me
em sua história. Meu corpo despertou com sensibilidade. As cócegas de seu
corpo pairando acima de mim, me deixando louco.

"A segunda vez que eu matei, eu tinha acabado de completar vinte


e um. Eu cortei a garganta de um homem que tentou estuprar Clue. Eu nem
sequer pensei. Eu não estava insensível a magoar as pessoas, eu evitei a
todo o custo vê-lo ferir alguém com a metade de seu tamanho, eu parei de
pensar e reagi. Eu nunca vou me arrepender de salvá-la. Ela salvou-me em
troca."

Sua voz sumiu quando ela se inclinou para frente, esfregando as


mãos por toda parte, envolvendo-me na fragrância de lírio do vale. Cada
parte do meu corpo doía de lutar uma guerra invisível; antecipação
aumentando meus sentidos até que tudo o que estava focado em meu
coração era luxúria e curiosidade monstruosa pela mulher em cima de mim.

Esgueirando para frente, Zel escalou o meu corpo até que ela se
sentou sobre os calcanhares sobre minhas costelas. Suas mãos alisando
meus ombros, esfregando com deliciosa pressão. Ouvi-la me ajudou a
manter a sanidade, mas o silêncio me sugou de volta para o escuro. Minha
dor de cabeça rugiu fora de controle, e eu fiz a única coisa que eu podia
para evitar cair no abismo. Evitar obedecer e machucar.

Eu fui feito para tê-la sob controle. Era a minha vez.


Em um forte movimento, eu lancei Zel das minhas costas e rolei. A
correia em torno de meus pulsos não se soltou, mas isso não importava. Em
um segundo, eu puxei meu corpo nu sobre o dela, prendendo-a debaixo de
mim.

Seus olhos arregalados, deflagrando o pânico gravado seu rosto.

"Não se preocupe. Eu não vou te machucar. Eu ainda estou no


controle.” Mal.

Eu queria lamber, mordiscar e morder. Eu queria correr minhas


mãos sobre seu corpo e tocar, assim como ela me tocou. Eu precisava me
afundar profundamente em seu interior para ignorar os impulsos mais
fortes, as ordens mais insistentes.

Ela tentou acostumar meu corpo com toques mais suaves,


reprogramar meu cérebro de duas décadas de treinamento em uma sessão
de massagem. Eu não queria quebrar a sua esperança. Ela tinha ajudado,
mas não o suficiente. A única coisa mantendo-me longe de matá-la era a
pequena lista de discussão remanescente do meu auto-controle.

Eu estava orgulhoso da minha força, mas desiludido ao mesmo


tempo.

Eventualmente, eu cederia. E eu não poderia tê-la me tocando


quando isso acontecesse.

Eu testei um pulso, fazendo uma careta quando o couro cortou em


minha pele. Zel havia afivelado-o com tanta força que lesou meus ossos
abaixo.

"Fique longe de mim. Precisamos terminar," ela ordenou.

Em vez de obedecer, eu passei meus braços em torno dela


envolvendo e arqueei as costas, empurrando suavemente, a procurando.

Eu gemi quando eu a encontrei quente e úmida.


"Você me tocou e eu obedeci, mas agora eu preciso foder você. Não
me negue, Zel."

Sua bunda mexeu, tentando me expulsar. Seus seios subiam e


desciam contra o meu peito enquanto eu chegava mais fundo no ápice de
suas pernas.

"Mas isso não funcionou. Eu esperava corrigir você. Eu não


terminei." Seu olhar procurou o meu até mesmo quando ela abriu as
pernas, dando-me espaço para afundar entre elas.

Meus olhos se fecharam enquanto eu pressionei em seu calor.


Cada vez mais fundo. Eu tremi quando sua boceta tomou o meu corpo
inteiro. "Isso funcionou bastante." Abrindo os olhos, sorri. "Você me deve
uma recompensa por me comportar."

Ela bufou. "Se comportou por não me matar, você quer dizer."

"Exatamente." Abaixei minha cabeça para beijá-la. Sua boca se


abriu; a língua subiu para encontrar a minha e começamos a nos mover.
Cavando meus cotovelos no colchão em cada lado do rosto dela, eu balancei
duro e possessivo, lento e deliberadamente.

As mãos dela pousaram na minha bunda. Instantaneamente a dor


de cabeça fervilhou e a pressão quase dobrou o meu controle. Meu corpo
congelou enquanto eu focava em quão delicada, quão quebrável, o quanto
eu não queria matá-la.

"Não," eu sussurrei. "Pare de me tocar."

Imediatamente, as mãos dela caíram.

Eu voltei, olhando profundamente em seus olhos, eu disse: "Eu lhe


dou minha palavra que não vou te machucar, mas eu realmente preciso
transar com você, Hazel. Dê-me suas mãos,” Eu empurrei para cima.
Ela levantou as mãos acima da cabeça para me permitir capturar
seus pulsos com os dedos. No momento em que ela foi assegurada, eu deixei
cair uma barreira dentro da minha mente. Aproveitando um pequeno gosto
de violência, eu cresci dentro dela.

Ela gritou com o impulso brutal, ofegando enquanto eu dirigia


para ela. Meu coração tamborilando com raiva condicionada, lutando com a
necessidade sexual.

As pernas dela vieram até prender meus quadris, me puxando


mais para dentro.

Rosnei quando uma explosão fresca de impulsos filtrou através do


meu sangue, quase me roubando a realidade. Mas eu segurei. Eu me
concentrei. Eu me concentrei. Eu nunca reverti para o Fantasma.

"Deus, você é tão boa. Tão apertada. Tão perfeita.” Eu balancei


mais duro, enchendo-a com tudo o que eu tinha.

Ela era minha, e eu queria marcá-la para provar isso.

Liberando seus pulsos, eu deixei cair minhas mãos, forçando um


dedo em sua boca. "Chupe isso," Eu ordenei.

Seus olhos queimaram e os lábios travaram em torno de mim, me


arrastando em sua boca. A umidade correspondida e o calor me fizeram
selvagem. Eu bombeei cada vez mais forte.

"Você me sente?" Rosnei, amando as faíscas de orgasmo nas


minhas bolas.

Ela assentiu com a cabeça, chupando meu dedo, mordendo com


pequenos dentes afiados, suas pernas tendo espasmos em torno de meus
quadris.

"Você tem um gosto de metal e fumaça. Você parece, porra de


incrível, Fox."
Eu gemi. Eu não podia adiar mais.

O lançamento explodiu na minha barriga e eu vim, enchendo-a


com tudo o que deixou dentro de mim.

Ela se esticou debaixo de mim, jogando a cabeça para trás


enquanto seus músculos internos ondulavam, onda após onda, apertando
meu comprimento com uma força deliciosa. Seu corpo passou de rígido para
mole e um pequeno sorriso contraiu os lábios.

Amaldiçoando a dor de cabeça e o condicionamento ainda


insistente, eu beijei Zel na ponta de seu nariz.

"Como eu posso levá-la a se lembrar?"

Ela franziu a testa, um brilho saciado no rubor de suas


bochechas. "Lembrar do quê?"

Abaixando minha cabeça, eu mordi seu pescoço. "De me chamar


de Roan."
Dezessete

Felicidade.

Tal farsa.

Eu tinha sido feliz, cegamente feliz apenas duas vezes na minha


vida.

A primeira foi quando eu segurei Clara logo depois que ela nasceu.
Abriu emoções e alegria que eu nunca soube que existia.

A segunda foi quando eu consegui um emprego em uma empresa


de prestígio graças a um currículo forjado. Eu poderia ganhar o trabalho
com mentiras, mas eu ganhei um bônus nos primeiros meses graças a
minha ética de trabalho.

Ambos mostraram melhorar minha vida, tanto insinuando


prazeres por vir.

Então eu conheci Fox e eu ousei esperar que eu teria um terceiro


momento de felicidade.

Mas como tudo, foi o breve interlúdio antes do evento principal.

O olho da tempestade.

O início do fim.

Estou grávida.
Não é uma mocinha ingênua que foi estúpida e se esqueceu de
usar a contracepção. Não é que eu estava doente e não usei outras
precauções, além da pílula. Não é que eu me esqueci de atualizar minha
injeção ou o preservativo se rompeu ou eu me esqueci de tomar a pílula do
dia seguinte. Nada como isso.

Não, a vida encontrou uma maneira de criar algo do nada,


firmando uma maravilha dentro de um ventre que tinha sido confirmado
como estéril para sempre.

Eu não acredito em milagres, mas eu acreditava em segundas


chances.

E esta era a de Fox.

De Roan.

Durante três dias, eu amamentei a notícia. Sentei-me acordada


durante a noite, passando minhas mãos pelos cabelos de Clara, imaginando
um futuro onde ela iria sobreviver e crescer com uma irmã ou irmão. Eu
pintei um conto de fadas, onde Fox poderia ser tocado e amado, e criamos
uma família maravilhosa de uma com um início muito disfuncional.

Eu queria dizer a ele. Eu passei por todos os cenários de como


anunciar a notícia.

Toda vez que ele olhou para Clara com olhos feridos as palavras
que eu estava tendo o seu filho dançavam na minha língua, esperando para
serem ditas.

Mas eu embalava a notícia com o máximo sigilo.

Você o está evitando, porque você não sabe como você se sente.

Minha mão caiu no meu estômago liso. Eu nunca iria interromper


a gravidez, mas eu não poderia envolver minha cabeça em torno de segurar
outra criança. Amar outra criança.
Senti-me traindo Clara. Eu me senti incapaz e indigna, e isso me
rasgou por dentro. Eu não poderia amar outro bebê, gostar de outro
querubim era uma traição a ela.

Não era isso?

Vomitei duas vezes não de enjôo matinal, mas por culpa. A culpa
por amar outra criança tanto quanto eu amava Clara. A culpa pela
substituição dela.

Esse era o meu verdadeiro problema.

Minha primogênita estará morta, mas eu vou ter outro. Eu não tenho o tempo
para lamentar ou o luxo de esquecer sobre a vida. Eu não teria o privilégio de arruinar
meu próprio mundo uma vez que Clara me deixasse.

Eu teria que sobreviver, sorrindo, vivendo, tudo por um bebê que


eu nunca pensei que eu teria. E isso me fez louca de raiva. Irritada por
reconhecer quão fraca eu estava, sabendo que eu amaria este bebê com
tudo o que eu era, o que não era do caralho justo com Clara. Ela possuía o
meu coração, corpo e alma, e ela estaria morta.

Eu estava tonta, cansada e enjoada, tentando chegar a um acordo


com a ganhar uma vida pouco antes de perder uma.

Ironicamente, eu mantive o meu segredo por causa do meu próprio


arrependimento, mas Clara era a única que fez com que eu dissesse a ele.

Era terça-feira, e o clube estava tranquilo.

Depois de uma viagem para o banheiro para gritar mais uma vez
para mim mesma para consolidar as minhas emoções estressadas, eu entrei
no escritório onde estávamos terminando alguns papéis.

Fox sentado à sua mesa, vestido de preto, cercado por preto; ele se
parecia com o filho de uma assustadora e bondosa sombra.
Clara estava deitada de barriga para baixo, pequenas pernas
balançando no ar, mãos segurando seu queixo enquanto assistia
Procurando Nemo na grande tela plana.

Fox olhou para cima; um sorriso gentil enfeitou seus lábios. "Eu
estou cansado. Eu estava pensando que podíamos sair. Talvez ir a um lugar
para assistir o pôr do sol?" Ele riu. "Ouça-me, nunca pensei que diria tal
coisa caseira."

Clara olhou por cima do ombro, sorrindo. "Eu quero peixe e


batatas fritas. Mas eu não quero comer Nemo, assim certifique-se que o
pescador não o mate." Fox balançou a cabeça, os olhos brilhando com amor.

Ele vai ser um pai incrível.

Eu vacilei, tendo a felicidade doméstica na minha frente. Apesar de


sua expressão, Fox era perfeito. Forte o suficiente para proteger, rico o
suficiente para fornecer, feroz o suficiente para amar com tudo o que tinha.

Seus olhos encontraram os meus e meu estômago tropeçou em si


mesmo. A mensagem que ele enviou foi de luxúria. Ele me queria. Durante
as últimas três noites, eu sorrateiramente fui para seu quarto uma vez que
Clara estava dormindo, e eu o deixei amarrar minhas mãos antes de me dar
tudo de si. Ele me fodeu, mas fez amor comigo. Ele deu-me doce e suave
envolto em violência brutal.

Meu coração acelerou, respondendo ao seu pedido não dito. Eu


queria a ele também. Não só agora, mas para sempre.

Eu quero isso. Tudo.

Para sempre.

Meu coração mudou de vibrar descompassado para despencando


como uma pedra. Meus olhos caíram sobre Clara. Eu odiava meus
pensamentos tristes. Eu desprezava a fraqueza e sofrimento perpétuo.
Nada dura para sempre. Eu só tinha que abraçar cada momento
que pudesse e me preparar para a dor no final. Eu sentiria falta dela como
se eu fosse perder a minha própria alma, mas eu gostaria de viver.

Eu seria o universo para outra criança que precisava de mim. A


gravidez tinha jogado o meu mundo fora de equilíbrio, e eu não tinha
encontrado os meus pés nesta nova gravidade.

Fox merecia saber sobre a nova vida dentro de mim, talvez seria o
suficiente para ele manter sua sanidade quando Clara tivesse ido embora.

Você sabe que não é verdade. Não é possivelmente verdade.

Clara iria rasgar um pedaço de nossos corações, e nós nunca


seriamos os mesmos. Minha estrela brilhante iria queimar e deixar-nos no
escuro.

Roan ficou de pé, empurrando a cadeira para trás. A energia no


quarto aumentou quando ele se moveu em direção a mim. Minha pele
provocou em antecipação de seu toque; meu corpo aquecido, se preparando
para sua posse.

E então ele quebrou.

Clara tossiu. Nada enorme, nada assustador ou maior. Eu não


pensei em nada. Mas o silêncio depois enviou pingentes esfaqueando em
minha carne. Meus olhos voaram para ela, quase em câmara lenta. Mais
pingentes esfaqueando meus membros, puxando para trás agonia e terror.

As pernas de Clara passaram de chutar no ar para esparramadas,


seus pequenos cotovelos cederam e sua cabeça bateu contra o tapete.

"Não!" Merda.

Empurrando para passar por Roan, lancei-me sobre o tapete e


reuni sua forma rígida em meus braços. O corpinho dela era uma prancha
de madeira rígida. Seus olhos rolaram para trás, brancos e vagos. Seus
lábios se abriram e fecharam inutilmente tentando arrastar o oxigênio em
seu corpo.

"Que porra é essa?" Fox bateu no chão ao meu lado. Sua grande
presença me lotando, me fazendo claustrofóbica.

"Volte. Ela não consegue respirar!" Levantei seu tronco ereto,


desejando que ela chupasse uma respiração. "Venha, querida. Vamos. Você
pode fazer isso. Por Favor. Ainda não. Vamos lá.” Seus pulmões chiaram e
bateram quando um pouquinho de ar entrou.

"Dê ela para mim," Fox exigiu, empurrando-me para o lado para
espalhar Clara de costas. Eu caí lateralmente, lágrimas distorcendo minha
visão. "Chame 111.” Seus olhos ardentes encontraram os meus. "Vai!"

Lutando para os meus pés, eu corri de volta para o quarto que eu


partilhava com a minha filha rapidamente desaparecendo e pegando a mala
que Clue tinha embalado para nós. Roupas, artigos de higiene e brinquedos
fofinhos saíram voando. "Onde está isto? Onde diabos está?"

Eu empurrei de lado itens freneticamente até que meus dedos


travaram em torno do inalador para a asma. Ficando ereta eu corri de volta
para o escritório.

Fox tinha uma mão comprimindo seu nariz enquanto ele respirava
uma golfada de ar na boca de Clara. O peito dela subiu, em seguida, caiu
quando ele se inclinou para trás e pressionou a palma da mão contra seu
peito.

"Isso não vai funcionar. Ela precisa disso. Ela precisa do


medicamento.” Eu empurrei seu ombro, fazendo-o parar e ficar de pé. Suas
costas ficaram tensas quando ele lutou com tudo o que o incitava a tratá-la.

Posicionando minha mão atrás de seu pescoço, eu olhei para


Clara, com pânico nos olhos. "Respire fundo, Ok? Você sabe como fazer
isso.” Um lampejo de vida voltou ao seu olhar, e eu empurrei o inalador por
seus lábios tingidos de azul.

Fox parecia um buraco negro ao meu lado, tremendo de raiva e


medo. "O que está acontecendo com ela?" Ele rosnou.

Ignorando-o, eu apertei o gatilho, a administração de uma nuvem


de medicamento na boca de Clara. Ela chiou, engolindo o que podia.

Mas não era o suficiente.

Medo escaldante substituiu em meu sangue quando a mãozinha


agarrou sua garganta. Seus lábios se converteram do azul para índigo.

"Deite-a," Fox estalou.

"Ela não consegue respirar assim!"

"Apenas faça isso!" Fox puxou Clara de mim e colocou-a de costas


novamente. Plantando sua enorme mão sobre o peito, empurrando com
força. Flagrante, ele ordenou: "Faça isso novamente."

Com as mãos trêmulas, eu coloquei o inalador na boca de Clara e


apertei o êmbolo. Fox lentamente removeu a pressão do peito de Clara,
efetivamente arrastando a medicina em seus pulmões pelo manualmente.

Uma segunda respirada e depois outra.

"Um dia, quando eu crescer, eu quero ser uma médica, para que eu possa
impedir as pessoas de tossir como eu."

A memória veio e se foi tão rápido, eu quase não reconheci isso.


Mas meu coração morreu com terror, eu não podia deixá-la ir. Não! Eu não
poderia suportar isso. Eu tinha que dar-lhe outra dose. Eu tinha que salvá-
la.
Em seguida o silêncio foi quebrado por seu arfar e puxar
ganancioso de oxigênio. Ela cambaleou fora do tapete como um sobrevivente
do afogamento, bebendo no ar o mais rápido que podia.

Eu caí em alívio enorme, então sugando de volta lágrimas quando


um ataque de tosse atacou, lembrando-me que desta vez ela permaneceu
viva. Mas o próximo ou a próxima...

Não pense nisso.

Tudo o que importava era que ela estava viva e respirando


novamente. Eu precisava ficar forte e não focar no futuro imutável.

Consciência encheu os olhos de Clara e as lágrimas brotaram. Ela


estendeu a mão para mim, e eu a arrastei para o meu colo. “Eu não gosto
disso, mamãe. Quando isso vai parar?"

Meu estômago se apertou. Sentei a balançando, salpicando sua


testa com beijos. "Você está bem. Está bem. Respire."

A respiração de Clara lentamente mudou de chacoalhar para


suave e ela descansou a cabeça pesada no meu ombro. Seu calor me
lembrando, me confortando, me lembrando que eu não a perdi ainda.

Eu não sabia quanto tempo se passou enquanto eu estava afogada


em memórias suas. A alegria em seu rosto quando eu pintei o nosso quarto
com cavalos roxos, seu rosto quando ela secretamente roubou um gole de
vinho. Ela tinha estado com uma animação dimensional. E me matou vê-la
de fada, crepitando em preto e branco.

Uma lágrima solitária deslizou pelo meu rosto enquanto eu


balançava e olhava para o passado. Perdi a noção de onde eu estava. Eu
perdi a noção de Fox. Tudo o que eu estava focada era em minha filha
adormecida, enrolada apertada e frágil em meus braços.

Meus braços não podiam segurá-la com força suficiente. Eu


desejei que toda a minha saúde e força pudesse filtrar para ela através de
osmose. Eu amaldiçoei a Deus que eu não pudesse trocar a minha vida pela
dela. O caroço de terror que tinha substituído meu coração pendurado
pesado e sem batimentos no meu peito.

Eu pulei uma milha quando uma sombra rondou na minha frente.


Fox arrastou suas mãos pelo seu cabelo, passeando com fúria que provocou
a escuridão em torno dele. "Eu dei-lhe tempo. Eu me sentei aqui por horas
assistindo você balançar sua filha doente para dormir. Eu disse-me para
sair. Para deixá-la ter um tempo juntas. Eu disse a mim mesmo que eu não
deveria me importar tanto assim com uma criança que eu acabei de
conhecer. Eu disse a mim mesmo um tanto de porra de coisas..."

Ele parou e me encarou furioso. "Mas então eu parei de me dizer


coisas e decidi que iria ficar. Eu decidi que não importa o que aconteça, eu
pertenço a você e aquela menina, e eu tenho o direito de saber o que diabos
está acontecendo."

Apontando para Clara dormindo profundamente em meus braços,


ele rosnou, "Comece a falar. Eu sei que há algo errado com ela, e eu sei que
você está mantendo-o longe de mim. Foda-se, Hazel, mesmo a criança sabe
que ela tem um tempo limitado, mas você pensou que poderia esconder isso
de mim?"

Clara não fez nenhum movimento para despertar, mas eu apertei a


mão sobre sua orelha. "Mantenha sua voz baixa."

Ele fez uma careta. "Ela não vai me ouvir. Você não pode dizer a
diferença entre o sono normal e dormir tão profundamente que você não
ouviria uma bomba atômica explodir? Não? Bem, porque você faria depois
de sua vida perfeita, em vez de ser uma prisioneira, onde cada vez que você
vai dormir você tem os mortos esperando, rezando, para que você nunca
acorde."
Sua raiva me chicoteou até que eu tinha certeza de que eu
sangrava por lacerações. Ele cortou a minha alma como Clara rasgou o meu
coração. "Não me faça dizer. Não com ela em meus braços."

Por Favor.

Eu sabia o que estava por vir. Eu sabia que isso iria acontecer. Eu
tentei me preparar para enfrentar o fim com força e até mesmo um traço de
felicidade agridoce no pensamento dela não estar com dor. Mas eu não tinha
sido forte o suficiente.

Sugando uma respiração, eu murmurei, "Eu vou te dizer, mas me


dê tempo."

Mantendo a voz baixa, ele sussurrou com raiva reprimida. "Não há


mais tempo, dobycha. Agora. Eu quero respostas. Agora."

O que eu poderia dizer? Eu sabia que esse dia chegaria; Eu


esperava que eu poderia escolher a oportunidade e as circunstâncias, o que
era ridículo considerando que Clara tinha tão pouco tempo. Eu tinha muito
a dizer a ele. O tempo tinha acabado. Para todos nós. Não era justo. Nada
disso. O homem que eu amava me odiava. Uma criança que eu adorava
estava me deixando. Eu só queria deitar-me e desfrutar de ondas de
autocomiseração.
Ele vai me odiar.
Mas ele merecia saber. Eu deveria ter dito a ele na noite em que
compartilhou sua história. Isso teria sido a coisa certa a fazer. Esperei a
culpa de mantê-la com ele, mas um frio entrou em minha corrente
sanguínea, a concessão de uma paz estranha. Eu estava entorpecida. Nem
me importava com a nova vida dentro de mim. Nem com o que Fox diria. A
única coisa que entrou na minha dormência auto-imposta era a minha raiva
e tristeza sobre Clara.
"Eu vou possuir um cavalo quando eu crescer. Muitos e muitos deles. Incluindo
Pegasus."
A doce voz de Clara correu em volta da minha cabeça.

Eu olhei em seus olhos. Era a hora da verdade. Hora de quebrar o


coração de Fox.

Ele se inclinou sobre mim, com um olhar ameaçador e frio. Sua


energia me deu um tapa com raiva acumulada. "Conte-me."

Antes que eu pudesse abrir minha boca, ele se afastou


violentamente e arrastou outra mão sobre o rosto. "Veja, sinto muito por
estar com raiva, e eu quero consolar você e apoiar você, mas foda, você tem
mantido isso de mim e eu estou chateado."

Girando, ele me encarou como um furacão negro. "Então me diga a


verdade. Que porra está errado com ela?"

Tentei ficar forte, mas lágrimas de raiva vazaram a partir do canto


dos meus olhos. Certificando-me que minha mão foi reforçada em toda a
sua pequena orelha e seus olhos permaneceram fechados no sono, eu
rosnei: "Ela tem PPB."

"E o que diabos é isso?" Fox rosnou.

Não diga a palavra com C. Não diga isso. Vai torná-lo realidade. Finja. Esqueça.

"É a abreviação de pleuropulmonar Blastoma. Ela —"

Fox congelou. "Câncer?"

Baixei a cabeça, lutando contra as lágrimas, amaldiçoando meu


desequilíbrio. Sugando uma respiração profunda, eu cuspi toda a verdade, a
história, o medo, tão rápido quanto eu podia. "Eu disse que eu comprei-lhe o
colar de estrela em seu quarto aniversário. Eu não poderia pagar, mas eu
tinha que comprá-lo. Esse foi o primeiro dia em que ela foi admitida no
hospital com um ataque de tosse. Ela estava tão assustada. Então me
apavorei. Depois que ela foi levada, eu teria feito qualquer coisa para retirar
o terror dos seus olhos de quase sufocar até a morte.
"A próxima vez foi apenas alguns meses mais tarde. Ela tinha visto
uma criança saudável e ativa que de repente entrava em colapso em um
ataque de tosse. Ela foi diagnosticada com asma grave. Nós estávamos
dando inaladores e purificadores de oxigênio e nos disseram para evitar
certos alimentos. E por um tempo, pareceu funcionar. Alguns anos se
passaram com um episódio ocasional e mais duas viagens para o hospital.
Clara era um soldado. Nunca reclamando por isso, com força de vontade e
incrivelmente feliz considerando que ela tinha uma série de comprimidos e
inaladores para tomar e usar todas as manhãs." Eu parei. Meu lábio
tremeu, e eu o mordi, tirando sangue, com foco na dor. Ajudou a mascarar a
agonia de me lembrar esse dia há apenas um mês.

Fox arrastou suas mãos pelo seu cabelo. "Continue. Não pare. Eu
quero saber tudo sobre isso."

"Um mês atrás Clara entrou em colapso e o inalador de


emergência habitual não funcionou. Ela foi anunciada clinicamente morta
na ambulância quando nós arrancamos para o hospital. Eles conseguiram
trazê-la de volta, mas a roubaram de mim por horas para realizar testes. Eu
não tinha idéia do que estavam fazendo com ela. Ameacei queimar o hospital
se eles não me deixassem vê-la.” Eu balancei a cabeça, lembrando da tarde
exata se repetindo com detalhes perfeitos diante de mim.

Clara sentou-se na cama chupando no inalador vermelho. Ela


estava acordada, bochechas rosadas e feliz. Toda a minha debilidade e medo
desapareceram e eu senti como se a vida tivesse finalmente me dado uma
boa notícia. Eu tinha feito uma pesquisa sem fim investigando sobre asma
em crianças e um monte delas se livram dela à medida que envelhecem. Eu
estupidamente pensei que o episódio sinalizou o fim, e ela nunca teria outro
novamente.

"Isso foi antes de os médicos me levarem para outra sala e me


dizerem que minha filha estava morrendo."
Minhas mãos crispadas e toda a raiva que eu tinha reprimida
explodiu.

Eu olhei para Fox, não me importando se minhas bochechas


estavam manchadas de lágrimas. Eu queria chutar e socar e matar. "Esse
foi o dia que me disseram que porra de mal diagnosticada foi minha filha.
Que ela tinha Pleuropulmonar Blastoma e os tumores tinham crescido tanto
que eles estavam sufocando seu dia a dia. Eles disseram que operar não era
uma opção, uma vez que iriam se espalhar para outras partes do seu corpo.
Eles disseram que a única escolha era quimio, e que só iria prolongar sua
vida por alguns meses. Eles disseram que estavam tentando se desculpar e
me ofereceram aconselhamento. Eles falaram sobre ela como se ela já
estivesse morta!"

Fox não se moveu. Seu corpo parecia imóvel, bloqueado no tapete.


Seus olhos brilharam com tal raiva lívida que eu temia que ele rastreasse os
médicos e os matasse ele mesmo.

"Esse foi o dia em que morri. Eu aceitei o seu contrato por um


sonho fantástico e estúpido de uma droga experimental na América. Algo
que tem o poder de reduzir as células brancas do sangue e parar o câncer.
Mas mesmo que ele funcione, Clara está crivada com ele. Ele vive em seu
sangue. Ele a mata a cada segundo. É por isso que concordei em me vender
para você. É por isso que eu continuava voltando. E é por isso que eu não
quis te dizer. Eu não queria admitir que a minha filha estava morrendo e eu
não poderia salvá-la. Não importa o que eu persegui, eu seria um fracasso.”

Fox tirou os olhos dos meus, andando para o mural da Raposa


preta na parede. Suas mãos abertas e fechadas por suas coxas. "Quanto
tempo?"

Minha garganta fechou.

"Mamãe, quando eu for velha o suficiente, você acha que eu posso ter um
cachorro?"
Tudo que Clara sempre quis era no futuro. Quando ela tivesse
idade suficiente. Quando ela tivesse crescido. Eu nunca tive a coragem de
dizer a ela que não haveria Pegasus ou educação de filhote de cachorro ou
universidade. Merda, eu não poderia fazer isso. Eu nunca estaria pronta
para dizer adeus.

Ele girou para me encarar. "Quanto tempo, Hazel?"

Fortalecendo cada músculo do meu corpo, eu expressei a sentença


de morte de Clara. "Alguns meses."

"Foda-se!" Fox virou e deu um soco na parede com tanta força que
o punho desapareceu pela pintura. "E você não pensou em me dizer? Você
não acha que eu deveria saber, porra? Pelo amor de Deus! Eu estou
apaixonado por aquela menina! Você me permitiu cair de cabeça sobre seus
malditos saltos sabendo muito bem que eu estava prestes a perder a única
coisa que me curaria. Ela é a chave para a porra de me curar, e você me diz
que ela está prestes a morrer!"

"Cale a boca!" Eu olhei para ele quase sufocando Clara em meus


braços. "Chega!"

Fox me ignorou. Batendo no peito, ele estremeceu em agonia.


"Você me deu tudo, e eu estupidamente pensei que tinha um futuro. A porra
de uma família. Eu tinha algo por que lutar. Algo por que lutar. Eu estava
fazendo tudo por ela!"

Ele cobrou de mim, o prenúncio de morte e destruição.

Eu me preparei para a sua ira. Me mate. Então eu não tenho que


vê-la morrer.

Ele olhou, parecendo tão forte e invencível. Então, algo rachou


dentro dele. Transformou a partir de um quebrado homem lívido para uma
máquina pensante insensível. Ele voluntariamente se entregou ao
condicionamento implacável e fechou suas emoções passadas duramente
conquistadas. A facilidade dele para regredir me aterrorizou. Eu gritei: "Não
volte. Não desista. Você a ama. Não a abandone quando ela precisa mais de
você.” Não me abandone.

Fox riu friamente. "Você acha que eu a estou abandonando?


Maldição, eu a estou protegendo. Você tem rasgado a porra do meu coração.
Como é que eu vou confiar em mim mesmo me sentindo tão vazio e sozinho?
É Vasily tudo de novo. Todo mundo que eu amo morre!"

"Mamãe?"

Meu coração caiu em meus dedos dos pés e eu olhei para baixo
para ver uma Clara grogue piscando em confusão.

"Por que a sua mão está sobre a minha orelha?"

Eu ri através do ataque repentino de lágrimas. "Não há razão,


querida." Eu tirei minha palma, cerrando os dedos ao redor do resíduo de
calor de tocá-la. Ela parecia desgastada, pálida, e inteiramente fina. Seus
lábios nunca tinham perdido seu tom azul e ela parecia frágil, insubstancial,
como se sua alma já tinha começado a viagem para sair.

Meu corpo apreensivo. Não...

"Quando eu crescer, eu quero uma irmã. Quero vesti-la, brincar com ela, e lhe
ensinar tudo sobre cavalos."

Eu não conseguia respirar, sentia como rochas em minha


garganta.

Os olhos castanhos de Clara piscaram para cima para Fox. "Vocês


estavam brigando?"

Fox imediatamente abaixou-se, estendendo a mão para tomar sua


pequena mão. "Não, Clara. Nós não estávamos brigando.”
Seus olhos rodaram com furacões e neve, brilhando com raiva e
miséria. "Somente falando. Isso é tudo."

Ela puxou uma respiração ofegante insatisfatória. Outra tosse


bombardeando seu pequeno corpo. "Bom. Eu não quero que vocês briguem.”
Seus olhos se fecharam de novo, e nós ficamos congelados. Eu me atrevi a
ter esperança que ela tinha adormecido, mas seus pequenos lábios se
separaram e um tom mais escuro de azul retornou.

Meu coração rasgou para fora, veia por veia, artéria por artéria
quando meu corpo formigava com um mau pressentimento.

Ela nunca pareceu tão frágil, assim como um fantasma, então...

Você não pode tê-la. Ainda não. Ainda não! Eu gritei na minha
cabeça, desejando que eu pudesse ir cabeça-a-cabeça com os poderes
constituídos. Eu preciso de mais tempo. Eu não estou preparada.

Seus olhos líquidos reabriram. "Mamãe?"

Um gemido angustiante escapou dos meus lábios, antes que eu


limpasse minha garganta e forçasse o meu terror a distância. A parte de
mim não ligada por terra — a parte espiritual — sabia que os médicos
tinham errado o tempo de vida da minha filha mais uma vez.

Não haveria mais meses. Não havia mais dias.

"Quando eu crescer, quero ser como você, mamãe. Você é minha melhor amiga
para sempre e sempre."

Eu não poderia explicar o esmagamento, o debilitante peso que


fixou residência em meu peito. Horror se espalhou pela minha espinha
enquanto as lágrimas arrepiaram meus olhos.

"Sim, querida." Eu beijei sua testa, ameaçando as lágrimas,


bebendo em seu calor desaparecendo.
"Você acha que Roan gostaria de minha estrela? Eu não posso
levá-la comigo."

Ah, foda-se.

Não. Não. Não.

Juntei-a mais perto, balançando, engasgando com lágrimas


incessantes. Eu odiava tudo naquele momento. Cada médico. Toda
esperança. Eu odiava a própria vida. "Você pode dar a ele quando você tiver
uma boa noite de descanso, Clara. Não se preocupe com isso agora." Beijei-a
outra vez, inalando seu aroma de maçã em meus pulmões.

"Quando eu for mais velha eu vou cuidar de você, mamãe. Assim como você
cuida de mim."

Os olhos dela se arregalaram de repente, o olhar inteligente e


quase sobrenatural. Ela olhou diretamente para Roan como se visse mais do
que apenas um homem cheio de cicatrizes, mas o menino quebrado de sua
história.

Uma grande tosse quase rasgou-a de meus braços. Depois que


passou, ela suspirou, "Não brigue com mamãe, ok? E você pode ter minha
estrela."

Roan limpou a garganta; seu corpo inteiro gravado com tristeza.


Sua mandíbula apertada enquanto seus olhos estavam em branco,
escondendo o que ele poderia estar sofrendo. A cicatriz em seu rosto se
destacou, prata contra a palidez vermelha de seu rosto. "Ok, um pouco."
Sua mão grande veio para frente e descansou em sua cabeça.

Clara sorriu e seus olhos tinham Roan de antes de vir para


descansar nos meus. Algo passou entre nós, algo mais antigo e místico do
que uma menina de oito anos de idade. Eu vi a eternidade em seu olhar e
ela me despedaçou, bem como a paz concedida. Ela realmente era uma
estrela. Uma estrela que nunca termina.
"Eu amo você, Clara. Assim, muito, muito mesmo," eu sussurrei,
beijando seu nariz.

Ela suspirou. "Estou cansada. Eu estou indo só dormir agora.”


Clara mudou em meus braços quando outra tosse roubou seu último
pedaço de ar.

"Quando eu crescer, eu nunca vou ser triste ou solitária ou com fome. E eu vou
ter certeza de que ninguém mais sofra."

Eu nunca tinha realizado algo tão precioso como a minha filha


quando sua alma escapou e deixou para trás um corpo que tinha falhado
com ela. Algo dentro de mim sabia o exato momento em que ela saiu, e eu
não queria nada mais do que segui-la.

Minha própria alma chorou e rasgou-se em pedacinhos com o


pensamento de nunca mais ouvi-la rir ou ver seu sorriso novamente. Não
haveria mais conversa de crescer ou planear um futuro que mal tinha
começado. Era como uma vela apagando. A fusão do floco de neve. Uma
borboleta batendo a terra. Muitas coisas bonitas perecem e deixam de existir
em um momento silencioso cataclísmico.

Eu não gritei. Eu não amaldiçoei. Não havia nada para lutar.

Tinha acabado.

Minha filha estava morta e Fox não moveu um músculo. Sua mão
pesada ficou em sua cabeça, seus dedos brincando com fios de cabelo
desbotados.

Lágrimas silenciosas deslizaram pelo meu rosto. Eu nunca parei


de embalá-la, segurando o último calor do corpo da minha filha.

"Mamãe, você ficaria triste se eu fosse embora?" A memória veio do


nada e eu me enrolei com a dor. "Sim, querida. Eu ficaria muito triste. Mas você sabe
como me impedir de me sentir triste, não?"
Sua testa enrugou um pouco. "Como?"

Eu a peguei e soprei na sua pequena barriga. "Nunca me deixando."

Eu a segui em todas as suas características, de seu rosto em


forma de coração e bochechas cheias, para os cílios escuros e lábios azuis.

"Você me deixou," eu sussurrei. "Você me deixou triste."

Fox fez um barulho de cortar o coração em seu peito e se levantou


rapidamente. Cambaleando, ele olhou como se ele fosse desmaiar. "Isso não
pode acontecer. Não pode.”

Seu corpo inteiro tremeu, as mãos abrindo e fechando, os olhos


arregalados e selvagens. Ele parecia completamente e totalmente destruído.

Ele precisava de calmante. Ele precisava deixar sua dor para fora.
Ele precisava encontrar a cura não apenas pela morte de Clara, mas seu
passado terrível. Mas eu não tinha reservas para consolá-lo. Eu não tinha
mais nada para dar.

Fox olhou para Clara uma última vez e cada pingo de


humanidade, cada toque de cor que Clara tinha evocado nele desbotado
para cinza e preto. "Não é do caralho justo. Não era para acontecer. Não é
assim. Não tão cedo. Assim não!"

Sua raiva me golpeou como uma tempestade pesada e eu não


poderia fazê-lo. Eu precisava permanecer em um casulo de serenidade, onde
eu poderia dizer adeus à minha filha maravilhosa. Curvando o corpo de
Clara, fechei-o para fora. Abri as portas para a minha dor e me deixei ser
engolida pelas lágrimas.

"Eu não quero que você fique triste, mamãe. Então, eu vou nunca, nunca deixá-
la."

A memória trouxe um tsunami de lágrimas, e eu perdi todo o


significado da vida quando eu tentei perseguir minha filha para o
submundo. Meus ouvidos zumbiam quando Fox uivou e todas as coisas
boas e resgatáveis nele morreram.

Não havia mais nada a dizer. Nada que eu pudesse fazer para
mudar o que tinha acontecido.

Revelou-se, eu não poderia salvar qualquer um deles.

"Eu não posso fazer isso. Eu não posso." Fox rompeu com a raiva
frágil. Ele saiu em um turbilhão de sombras e pecado, deixando-me pegar os
pedaços da minha vida completamente destruída.
Dezoito

Eu pensei que a minha hora mais negra foi o momento que matei
meu irmão. Levou meses na agência para me quebrar. Resisti horas e horas
de tortura, tudo para que pudesse tirar a vida do meu irmão.

Mas no final, eu tinha feito o que eles pediram, não para provar o
meu frio coração e obediência, mas porque a morte era uma existência
melhor para ele. Congelamento, afogamento, ele tinha desperdiçado um
menino brilhante, inteligente para um saco de ossos chocalhando.

Eu o coloquei fora de sua miséria, esperando que alguém faria o


mesmo por mim.

Mas eu viveria esse dia mil vezes se pudesse evitar assistir Clara
morrer.

Ela roubou minha vontade de viver.

Ela roubou minha humanidade.

Eu não queria mais lutar.

Eu queria ir para Fantasma e esquecer.

Sobre tudo.

Eu precisava infligir dor.

Eu precisava ser infligido.

Eu precisava da salvação doce da agonia.


Eu precisava morrer.

Qualquer Coisa. Teria aceitado qualquer coisa para estar livre do


horror girando em minha cabeça.

Ela está morta.

Acabou.

Ela não tinha caralho me curado. Ela me destruiu. Ela tomou toda
boa parte que sobrou dentro e levou, quando ela tomou seu último suspiro.

Eu não poderia lidar com ver Zel ficando distante, envolvida em


torno de sua filha. Eu não conseguia entender a agonia intolerável que iria
infligir se tentasse consolá-la.

Foda-se, este condicionamento!

Cada parte de mim cantarolava com a confusão. Eu queria lutar.


Mas queria segurar Hazel e limpar suas lágrimas. Eu queria assassinato.
Mas queria recolher o corpo de Clara e compartilhar minha vida com ela. Eu
queria um milagre. Queria ser a porra livre para que pudesse estar lá para a
mulher que eu amava.

Mas você é uma máquina. Não são permitidos amor e toque. Eles nunca seriam
porra de permitidos.

Por mais que queria cair de joelhos e deixar os meus braços em


volta das duas mais importantes pessoas em minha vida, não podia. Um
toque e eu a mataria. Minha mente não era forte o suficiente para substituir
o meu treinamento. E isso me desfazia, roubou toda a minha esperança e
me fez cair na escuridão.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.


Raiva violenta apertou meus músculos até que estremeci com a
necessidade de matar. Eu tinha estado em torno da morte, isso me fez
lembrar do meu passado e da minha verdadeira identidade.

Segurei minha cabeça. Recusei-me a regredir. Recusei-me a


deslizar pelo escorregador de volta para o Fantasma.

"Minha ovelha!" A voz de Clara surgiu na minha cabeça, me fazendo uivar


em desgosto. Ela tinha ido.

Ela me deixou. Ela tinha levado todo o meu progresso, toda a


minha felicidade com ela.

Eu não era nada sem ela. Nada.

Saltei sobre a tristeza e fui direto para a raiva. Minha vida era uma
porra de brincadeira. Cheio de injustiça e deslealdade e toda circunstância
fodida. E outra vez o destino jogou comigo, concedendo-me um pedaço de
esperança antes de esmagá-la completamente e deixando-me em desespero.

Eu não conseguia parar de pensar em Clara. Seu colapso. A


respiração ofegante. O sabor doce e inocente dela quando forcei oxigênio em
seus pulmões falhando.

Ela quebrou a porra do meu coração, me olhando com olhos


aterrorizados, me implorando para ajudá-la.

"Por favor, Roan." Os olhos azuis de Vasily encontraram os meus, cheios de


lágrimas e medo. "Eu estou tão frio, irmão."

O flashback explodiu quando em meus ouvidos ecoaram os sons


de Clara asfixiando, ofegando, morrendo.

Ela tinha sido a cor que estava faltando em minha vida. Ela me
salpicou nos amarelos e laranjas; ela virou minha alma negra em um motim
de arco-íris. E agora a sua luz tinha ido embora, deixando-me na escuridão
mais uma vez.
"É isso aí, agente Fox. Você sabe quem é. Nós não lutaremos mais."

Hazel.

Depois de tudo o que ela tinha me dado, não poderia voltar. Eu


não era forte o suficiente para montar através da tempestade de tristeza,
não poderia estar lá para ela.

Tudo o que tinha trabalhado tão duro, não importava mais. Qual
era o ponto se todas as coisas boas na minha vida foram roubadas de
qualquer maneira? Não importa o quanto tentei, não poderia curar a doença
ou trazer entes queridos de volta à vida.

Eu não poderia mudar o passado, assim como não poderia mudar


o futuro. Ele foi escrito em pedra, esmagando meus ossos, envolvendo-me
em correntes que tinha apenas começado a verter.

"O que é um Fantasma, agente Fox?" Meu manipulador ficou acima


de mim, estimulando minhas células.

Eu cerrei os dentes. Não queria responder.

Ele me chutou, rosnando: "Responde-me. O que é um Fantasma?


Qual é o seu único propósito?"

Amontoando dentro de mim, respondi, "matar."

"Matar quem?"

"Qualquer um que nossos clientes desejam que morra."

"E isso faz você?"

"Um assassino."

Meu manipulador cruzou as mãos na frente dele. "É isso mesmo,


agente Fox. Você é um altamente treinado, assassino altamente
especializado. Sua vida é nossa. Sua única tarefa é a realização de ordens de
governos, indivíduos, e qualquer outra pessoa rica o suficiente para comprar
os seus serviços. Você é implacável. Vocês são implacáveis. Fizemos-lhe desta
forma. Você é um Fantasma."

O condicionamento que eu estava correndo tão duro e de seus


sinistros braços aberto, me deu boas-vindas de volta. Isto era como
escorregar em roupas bem-vestidas, ainda quente quando os havia
derramado. Eu odiava o quão fácil era reverter. Como se todas as minhas
lutas não significavam nada. Eles estavam certos. Esses fodidos me
possuíam. Sempre tiveram. Sempre fariam.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

O desejo de matar voltou com uma vingança. Não havia nada que
pudesse fazer para impedi-lo. Ver Clara morrer tinha me lembrado de meu
propósito. Meu único propósito.

Eu preciso lutar.

Eu preciso tirar sangue.

Eu preciso matar.

Eu precisava de uma vítima. Se não matar e aceitar a minha


herança, explodirei em milhões de fragmentos, chovendo sangue e ossos.

"Você pensou que era livre?"

Eu olhei para as paredes do poço úmido que passei as últimas duas


noites. Eu tinha tentado correr como a porra de um idiota, mas eles me
pegaram. Assim como todas às vezes.

"Você sabe que não há como escapar de nós, Fox. Quanto mais cedo
você desistir, a vida será mais fácil para você." Ele chutou um pouco de neve
em torno do buraco, caindo sobre o meu corpo congelando. "Diga que você vai
obedecer, e você pode voltar lá dentro."
O pensamento de calor e comida quase me quebrou, mas eu era um
idiota, teimoso de dez anos — Eu não iria ceder.

Virei as costas e não olhei para cima quando ele saiu.

Aquela noite foi a primeira vez que arrastei um pedaço de pau


afiado em meu braço, tentando encontrar a liberdade da impossibilidade de
minha vida.

O flashback terminou, e eu fiquei confuso.

Eu não poderia estar em qualquer lugar perto de Hazel. Não teria o


auto-controle. Ela já tinha perdido sua filha, eu não queria roubar sua vida.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Eu não tinha controle sobrando. Eu era uma máquina. Um


Fantasma. Eu tinha sido estúpido por tentar mudar o meu caminho de vida.
Eu necessitava purgar. Precisava de dor. Agonia. Tortura. Eu não poderia
viver em um corpo enquanto minha alma se rasgou em pedaços.

Me jogando para baixo das escadas para o andar Obsidiam, eu


procurei os primeiros a chegar.

Você não vai encontrar redenção aqui.

Minha mente correu em direção ao desconhecido, alimentando-me


com alternativas que nunca tinha pensado.

Volte. Você aceitou quem você é. Volte. Vá para casa.

Minhas mãos se apertaram com o pensamento de voltar para a


Mãe Rússia. Voltando ao lugar onde minha vida foi arruinada. Gostaria de
renunciar a tudo: virar as costas para Hazel, admitir que nunca poderia
curar.

Tudo o que tinha lutado tanto era a porra de uma completa


brincadeira.
Fantasmas não têm famílias. Fantasmas não sente dor.

Então por que estou com tanta porra de dor?

Minha visão ficou turva. Eu não podia mais fazer isso. Me odiando
por minha fraqueza; queimando com vergonha pelas minhas necessidades,
peguei uma caneta do bolso e apunhalei em minha palma.

A agonia passou por mim com uma onda de calor, seguido de


lançamento de espinhos. Isso concedeu um pequeno projetor de
racionalidade na tempestade caótica de confusão.

Eu sabia o que tinha que fazer.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Zel me pertence mais do que ninguém, e eu não iria sobreviver


sem ela. Clara tinha ido. Hazel era tudo o que me tinha sobrado. Eu tinha
mantido segredos dela. Tantos malditos segredos.

Eu não era digno. Eu não estava seguro.

Mas poderia mudar tudo isso.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Meu coração morreu em meu peito com o pensamento de traí-la.


Ela precisa de mim. Ela merecia um ombro para chorar e outra pessoa para
compartilhar o fardo do sofrimento. Mas não consegui. Ainda não. Não
enquanto eu existia na fronteira entre Fantasma e sanidade. Eu não podia
abraçá-la. Não podia consolar sua dor.

No momento em que deixasse a minha guarda baixar, eu iria


agarrar o pescoço dela.

Não poderia dar a Zel o que ela precisava. Eu não era completo.

E eu queria merecer ela.


Minha raiva voltada para fora, concentrando-se nos
manipuladores que tinham fodido minha vida.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

O latejante condicionamento no meu cérebro estava certo. Eu


precisava matar. E agora tinha a minha vítima. Eu fui feito para ser um
pária. Não fui feito para ser normal.

Eu pensei que Clara tinha sido a minha cura.

Eu estava errado.

A porra da cura estava dentro de mim o tempo todo. Eu segurei a


chave para corrigir a mim mesmo, era voltar para o meu passado e aniquilá-
los.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

"Foda-se." Eu deixei para baixo todas as minhas paredes. Saudei o


condicionamento implacável com os braços abertos. Sorri quando o gelo
entrou em meus membros e encheu minha cabeça com névoa. Eu permiti
que meus músculos se lembrassem exatamente o que tinha sido
programado para fazer.

Eu era um Fantasma.

E eu me perdi.

Mãe Rússia.

O punho de ferro de um passado que eu não podia fugir. Gelado e


estéril é a casa para a minha miséria.

Eu só lembrava vagamente como cheguei aqui. Comprei todos os


lugares na primeira classe para garantir que ninguém me tocasse. Eu me
tranquei na personalidade extravagante de um assassino e ninguém — nem
mesmo as aeromoças chegaram perto de mim.

No momento em que desembarquei, roubei um 4WD para dirigir


para o deserto nevado. Eu não disse adeus a ninguém. Eu simplesmente
desapareci.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

O condicionamento pulsava cada vez mais forte, reconhecendo o


seu lugar de origem. Eu estava voltando para meus manipuladores e o
treinamento foi do caralho em êxtase para abraçar a verdadeira máquina
que eu era.

Eu não tinha pertences além de algum dinheiro, passaporte e


minhas memórias, mas isso é tudo o que precisava.

O estabelecimento me roubou quando eu não tinha nada, e


gostaria de voltar ser sem nada.

E então os faria pagar.

Uma e outra vez.

Eu estava pronto para ser desonesto e dançar no sangue. O gelo


estava de volta em minhas veias, uivando como um inverno siberiano. Eu
tinha abraçado quem realmente era, o que eles me tornaram.

"Você não é um homem mau. Você não pode ser um homem mau, porque amo
você e bem, não poderia amar um homem mau." A voz de Clara virou-me com o vento
ártico.

Eu balancei minha cabeça quando uma fresca onda paralisante de


tristeza ameaçou ofuscar a raiva. Eu não podia deixar-me chorar. Ainda
não. Não quando tinha tanta coisa para fazer.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.


Sugando uma respiração profunda, deliberadamente empurrei
Clara dos meus pensamentos.

Eu fiquei no perímetro do estabelecimento, escondido por árvores


frondosas. Trovão retumbou acima, perseguindo o entalhado relâmpago,
iluminando o composto em flashes de branco.

Minha pele se arrepiou sob meu traje preto. Casa. Inferno. O meu
lugar de nascimento, da criança ao assassino.

Neve fluía como geladas lágrimas, brilhando na calada da noite,


chovendo sobre a paisagem e escondendo uma multidão de pecados. Rússia
era exatamente como eu me lembrava — frígida, cruel, inabitável.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Austrália, Hazel, Clara — tudo parecia um sonho. Eu me senti


como se nunca tivesse saído deste terrível terreno baldio e tudo em mim,
dizia para correr.

Sob o condicionamento pulsante, tudo que eu queria fazer era


correr muito, muito longe e nunca olhar para trás.

Eu não queria estar aqui. Queria ser uma porra livre de tudo isso.

Meus músculos tensos. Você será livre. Mate todos. Faça-os dar-lhe
a liberdade, tomando suas fodidas vidas.

Endireitando as costas, ignorando o vento uivante e dentes


irregulares de geada, me preparei para a batalha.

Eu iria ganhar hoje à noite. Gostaria de ter de volta o que era meu.

"Você sempre foi um fraco, Fox. Tenho que bater a compaixão fora de você."

O flashback veio do nada enquanto olhava para a gárgula


embelezando a instalação, tão semelhante ao edifício que ergui em casa.
"Você é ninguém para ninguém mais. Você é um órfão, um andarilho, um
desconhecido. Somos agora sua família, seu abrigo, os seus proprietários. Nunca esqueça
isso."

Fileiras e mais fileiras de janelas, contendo celas sobre celas de


novos recrutas e velhos, brilhava vagamente à noite. Meu coração trovejou
por pensar em quantos mais eles tinham arruinado enquanto eu tinha ido
embora.

"Hora de trabalhar, Fox."

Eu rolei, cerrando os dentes contra a esfera quebrada no meu braço


esquerdo. Eu não conseguia lembrar uma coisa.

Meu manipulador riu. "Tentando lembrar o que alguns idiotas de


merda pagaram para você fazer na noite passada? Você não vai, se lembrar
agente Fox. Nós programamos você para esquecer. Você vai sofrer uma
lavagem cerebral a curto prazo, uma amnésia sempre que completar uma
missão. Dessa forma, você não pode nós comprometer se alguma vez for pego.
Você não pode mentir, se não se lembrar."

Eu envolvi minhas mãos em volta da minha cabeça, tentando


espremer os flashbacks dos meus pensamentos. Eu não poderia ir para a
guerra comprometido. Eu tinha que ficar lúcido e ser o melhor Fantasma.

Uma imagem súbita de Clara me consumiu, quase me trazendo de


joelhos. Seu sorriso inocente, seus olhos inteligentes, tudo tinha ido.

"Roan, não brigue com a minha mãe. Ela precisa de você."

Meu estômago rosnou, enredando com meu coração. Eu era um


filho da puta por deixá-la. Abandonando Zel, quando mais ela precisava de
mim.

Eu não conseguia respirar com o pensamento de nunca mais ver


Clara novamente. Nunca lutaria contra o impulso horrível para matar tanta
inocência novamente, todos caiam loucamente apaixonados por ela.
Hazel substituiu sua filha, levando-me refém. Suas lágrimas, sua
dor agarrou meu coração enquanto o som do assombro de seus lamentos
dançaram no vento. Eu odiava que não estava lá para ela. Odiava que não
fosse homem o bastante, forte o suficiente.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Piscando, forcei as duas para fora dos meus pensamentos. Elas


não tinham lugar aqui. Nada mais existia, além da máquina que eu era, o
banho de sangue que estava prestes a entrar.

Cerrando minhas mãos, dei um passo para fora da linha das


árvores. Expostos no fosso nevado inocentado de terra em torno da casa,
derramei tudo para fora, ficou nada além da minha missão. Deixei de ser
Roan. Deixei de ser o coração partido com a morte de uma menina. Deixei
de me odiar por não estar lá para a mãe dela.

Para esta missão, eu estava sem nome.

Eu era Karma. Eu era o destino.

Eu corri.

A porta de trás, fortificada com ferro que ajudei a manter, e um


bloqueio que ajudei a desenhar, barrando minha entrada. Sobras na neve do
jantar e trilhas de sangue flutuaram para longe, onde lobos locais tomaram
recrutas que não tinham feito o corte.

Eu poderia ter virado um cego de um problema psicológico para


evitar mais horror, mas outros, apenas desliguei. Nada chegou até eles. Nem
mesmo a ameaça de morte.

Pegando um descanso na rocha perto da porta, quebrei as


dobradiças com todas as minhas forças. Eu nunca seria capaz de quebrar o
bloqueio, mas as dobradiças, elas eram velhas e desgastadas pelo tempo.
Madeira lascou e gemeu misturando com o vento uivante.
No momento em que a porta se abriu, minhas mãos estavam
sangrando e eu tremia incontrolavelmente do gelo.

Eu teci através de sombras, invadindo o único lugar que sempre


tentava fugir. Estava escuro e tarde e ninguém estava por perto. Dançando
em torno de detonadores e evitando alarmes, caminhei mais profundo no
inferno.

Eu infiltrei uma operação muito ambiciosa e pretensiosa, eles


nunca pensariam em temer que um deles voltaria para acabar com eles.
Eles eram tão autoconfiantes, acreditando que suas armas eram humanos
subservientes e fieis até o fim.

Eles tinham errado.

Ninguém queria estar lá.

Ninguém queria servir no purgatório.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Minha primeira parada foi o arsenal. Uma variedade de facas,


lâminas, e outros equipamentos lançados que me lembrei de dois anos
atrás. A bigorna era a mesma. O fedor de suor e de metal do mesmo.

Mas havia novos itens, também. Uma sutileza não tão refinada, as
linhas não tão retas. O ferreiro tinha sido o único lugar onde eu tinha
encontrado um pouquinho de paz.

"Eu quero você, Fox. Eu quero te tocar." A voz de Hazel tocou em


meus ouvidos, afivelando meu coração. Eu queria muito que ela me tocasse,
para não ter que lidar com a merda dentro da minha cabeça.

Os malditos bastardos tinham que morrer. Era a minha única


chance de me libertar para sempre. Minha última esperança para uma cura.
A minha última chance de ser feliz com uma mulher que desesperadamente
queria abraçar e proteger.
Eu estava em cima de uma pilha de armas, domando meu
batimento cardíaco rápido. Eu queria infligir dor. Afinal, eu a era a porra de
um Fantasma.

Eu colecionava lâminas de lua crescente, uma pistola silenciadora,


e um martelo que usei tantas vezes para bater no metal em sua
apresentação.

Isso era tudo que precisava.

Minha respiração se acalmou, meus músculos agrupados em


preparação, e eu corri como o demônio que eu era pelos corredores
inesquecíveis. No pico de emoção. Sem humanidade residual. Abracei o gelo.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

A hora mágica era minha e escapei para o primeiro quarto


invisível, me camuflando com o escuro. Não sabia quem tinha criado a
sociedade de Fantasmas, ou quem comprou os nossos serviços. Algumas
missões tiveram políticos, outras estrelas de cinema. Não havia nenhuma
regra para o que nós matamos, se tivessem dinheiro, eles poderiam nos
comprar. Éramos puramente armas para alugar e era hora de queimar o
maldito lugar para o chão.

O primeiro homem que cheguei, não foi significativo. Eu não


estava em seu reino de minions. Ele tinha uma boa aparência, bem
construído, e dormindo como um maldito anjo. Mas ele era um ditador cruel
como o resto, lucrava em cima da dor e miséria dos outros.

Eu apertei a mão sobre sua boca.

Seus olhos voaram abertos, confusão sufocando.

Ele se contorceu e as mãos vieram até me tocar.

Foi instantâneo. Para ser infligido e para infligir.


Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Eu me curvei ao comando pela primeira vez em dois malditos


anos.

Com precisão e uma emoção quase descrita como serenidade,


arrastei a lâmina afiada sobre a cartilagem e tendões de sua garganta.

No mesmo instante, o sangue quente cobriu e saltou de seu corpo


em uma cascata brutal. Seus olhos arregalados mais amplos, com a boca
estalando debaixo da minha palma, e ele se debatia em agonia.

Seu coração bombeando rapidamente para a morte e o mau cheiro


de suas entranhas afrouxando, era a serenata da vida em um cadáver.

Deixei sua sepultura e voltei para a caça. A caçada para o mal. Ele
foi o primeiro a morrer, mas definitivamente não era o último. Entreguei-me
completamente à doçura de matar. Atirei-me para a minha tarefa e todo o
resto deixou de existir. Tempo borrado, o sangue fluiu, e os homens
morriam como fodidas moscas.

Sala após sala, entrei e despachei. Cinco com a arma silenciadora.


Sete com uma lâmina. Dois com o martelo. Quatro com minhas próprias
mãos.

A noite pertenceu a morte, e eu era o carrasco.

O manipulador XVIII morreu pouco antes do amanhecer. Seu grito


final se esgotou, sufocado pela minha mão, e eu ficava em pé rolando meus
ombros.

O condicionamento pulsava atrás dos meus olhos e eu mal


conseguia sentir minhas extremidades. Meu corpo tinha tornado um
instrumento de carnificina e não foquei na poça de sangue ou de outro
tecido humano cobrindo minha roupa.
Caminhando pelo corredor, sabia que não iria encontrar meu
manipulador nesta ala. Ele sempre dormia sozinho no lado oposto do
complexo. Ele era o próximo a morrer. Ele era o meu troféu final.

Saboreei a antecipação e rondava através da habitação, que sofre


com misturas de memórias do Obsidian. Cada porta parecia o mesmo, o
comprimento do corredor o mesmo. Fiquei esperando para ver Oscar
aparecer ou Clara pular na minha direção.

"Você não é um homem mau."

Clara tinha errado. Eu era o pior tipo de homem: Eu era um


assassino.

Em vez de correr para terminar a minha missão, parei e olhei para


as celas. Eu não podia deixá-los morrer atrás de portas trancadas quando
eu apagasse o manipulador final. Refazendo meus passos, fui para o
coração da casa onde o sistema de alarme ficava junto com a estrutura
principal de segurança que mantinha todos os teclados trancados sobre as
celas.

Com a minha lâmina, esfaqueei o console principal e cortei a


energia para o resto do complexo.

Imediatamente, alarmes entraram em erupção, gritando um aviso,


rasgando o silêncio da madrugada.

Correndo de volta para cima, passei por crianças, adolescentes e


adultos enquanto eles se embaralhavam fora de seus quartos. Recrutas e
agentes, todos em diferentes estágios de treinamento pareciam confusos,
mas com uma pequena centelha de esperança em seus olhos.

Os que me conheciam balançaram a cabeça em silêncio


respeitosamente antes de correr para baixo pelas escadas e sair para o
congelante deserto. Os que não foram gritaram por outros para sair.
Levou apenas alguns minutos antes de todo o estabelecimento ser
um túmulo vazio.

Mais um minuto até que a pessoa que eu estava procurando, me


encontrar. Eu não o ouvi chegar, mas o senti.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

O cabelo no meu pescoço se levantou no final quando girei para


enfrentar o meu inimigo. Meu manipulador estava atrás de mim, às mãos
nos quadris, seu rosto perfeito parecendo uma escultura impecável. Ele era
loiro e de boa aparência, mas debaixo de sua perfeição espreitava óleo, tinta
e sujeira para uma alma.

Meu coração contrariou, e enviou o grosso medo pelo meu sangue.


O condicionamento falhou e falhou quando confrontado com o único homem
que era o rei em cima de mim.

"Olha, se não é agente Fox. Vejo que você desobedeceu às ordens


mais uma vez e não cumpriu sua última tarefa." Ele inclinou a cabeça. "E
você não está mais cego. Interessante."

Eu não disse nada. Apertando minha boca fechada, engoli meu


terror e mantive minha posição.

Este homem tinha me machucado mais do que qualquer um e o


condicionamento triturou minha coluna, me mandando adorá-lo. Para
rastejar pelo perdão.

"Eu amo você, então você não pode ser um homem mau." A doce voz
de Clara perfurou através da minha neblina, dando-me algo para firmar. Eu
não iria deixá-lo vencer. Agora não.

De repente, ele riu. "Como você puxou esse truque, Fox? Devo
dizer. Muito inventivo."
Eu apertei minhas mãos em torno da faca de caça. "Nenhum
truque. Você entortou minha mente tão mal, que meu cérebro decidiu que
não queria mais o dom da visão. Você deixou muitos de nós loucos com o
que nos colocou para fazer."

Estalando a língua, ele balançou a cabeça. "Sempre tão


dramático." Ele andou para frente um par de passos, fechando a distância
entre nós. Estendendo a mão, ele rosnou, "Dê-me a lâmina, agente Fox.
Volte para a sua cela imediatamente. Punição será absoluta após esta
hedionda traição."

Minhas pernas tremeram com a compulsão para obedecer. Eu dei


um passo para trás incapaz de ignorar o condicionador obrigando-me a
voltar para minha antiga cela. Aleijou minha mente, levou meus membros
como reféns. Foi como lutar contra um mestre das marionetes, segurando
todas as minhas malditas cordas.

Fechei os olhos e pensei em Obsidian e o homem que havia me


tornado. Eu colocava medo nos corações dos outros. Eu me tornei mais do
que apenas um agente. Tornei-me o homem que não estava com medo deste
imbecil loiro.

Eu não tinha medo.

Forcei-me a mover um pé, seguido por outro.

"Obedeça-me, Fox. Fique aí."

Eu gemi, apertando meu estômago quando uma lavagem de mal


estar me encheu. Obedecer. Obedecer. Obedecer. Mais uma vez, o
condicionamento afivelou meu corpo, fazendo-me gemer. Eu pertencia a ele
e doeu uma porra desobedecer.

Rangendo os dentes, odiando a poluição atmosférica fixa sobre meus olhos,


pressionei mais um passo para frente. "Agora não."
Cada passo reiniciava a vibração com terror no meu coração e
ensurdecendo com uma totalmente e diferente batida. Uma que ansiava por
sangue. Eu tinha violência correndo em minhas veias e de outra força de
vida em minhas mãos.

Ele poderia ter massacrado e me torturado, mas no final isso me


fez mais forte. Forte o suficiente para resistir a ele. Forte o suficiente para
acabar com ele.

"Eu estou avisando, agente. Dê mais um passo, e vou matar você


onde está."

O condicionamento me correu como um enxame de lobos,


rasgando selvagemente meu corpo. Obedecer. Obedecer. Obedecer.

Fechei minhas pernas na posição. Lutando. Batalhando.


Vencendo.

Então dei outro passo.

Meu manipulador mostrou os dentes, os olhos furiosos. "Só mais


uma porra de movimento e vou deixar os ursos terem você."

Apenas um pé entre nós. Nossas alturas eram iguais, nossas


imagens espelhadas de um corpo ao do outro.

No entanto, ao contrário do passado, eu não era mais seu escravo.

Ele era meu.

Eu atingi.

Agarrando o pescoço, apertei com tudo que restou dentro de mim.


"Você já não tem o direito de me dizer o que fazer. Você nunca teve esse
direito. Você está fodendo com o diabo por me fazer destruir a minha
família, e é hora de você voltar para o inferno."
Com olhos frios, ele atacou e uma laceração quente irrompeu pelo
meu lado. "Não sou eu que vai morrer esta noite."

Soltei-o, e ele afundou de volta. Curvando em um agachamento,


ele mostrou a faca ainda vermelha de me cortar. "Você não tem nenhuma
chance contra mim. Eu possuo você. Desista agora e morra como o traidor
que é."

Eu rosnei: "Nunca." Explodindo para frente, joguei fora minhas


armas, e abordei-o no chão.

Nós lutamos, grunhimos e rosnamos. Ele me marcou duas vezes


com sua lâmina, enviando um derramamento de calor pelo meu lado. Eu
não senti a dor. Eu não reconhecia nada, apenas o objetivo de matar.

"Pena que você não tem mais qualquer família, Fox. Gostaríamos
de fazê-los pagar por sua desobediência." Ele perfurou meu queixo enquanto
nós rolamos. Ele levantou sua mão e bateu minha cabeça contra o chão.

Sussurrando em meu ouvido, ele disse: "Você sempre foi um pouco


cadela, Fox. Talvez eu devesse te foder e lembrá-lo de seu lugar."

Sua mão golpeou minha bunda, e minha mente esticou ao ponto


de ruptura.

Eu estalei.

Eu odiava esse homem. Odiava. Porra odiava.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

No momento da escolha entre roubar uma vida e torturar uma


alma livre de seu corpo mortal, mudei de humano para máquina. Eu não
queria despachá-lo rapidamente. Eu queria fazê-lo pagar.

Pagar por tudo o que tinha feito para mim, pelos meus entes
queridos, e inúmeras outras vítimas.
Ele iria pagar por seus pecados e, em seguida, iria queimar no
inferno.

Minha mente desligou.

E eu desapareci em uma vingança implacável.

Eu assisti-a.

Do meu lugar nas sombras, vi a mulher que queria mais do que


qualquer coisa.

Eu não tive a intenção de persegui-la. Para seguir em segredo e


testemunhar sua dor privada, mas não poderia ir para ela. E outra vez,
tentei mexer as pernas e caminhar para ela, mas não confiava em mim.
Queria enxugar suas lágrimas, e abraçá-la. Eu queria balançar e consolá-la,
mas, embora tivesse encontrado esperança, não tinha encontrado uma cura.

Meu queixo cerrou enquanto meu coração disparou. A raiva e a


frustração tinham substituído a frieza do condicionamento. Depois que
terminei com meu manipulador e o massacre a três noites atrás, tinha
tomado banho, me vestido e enfaixado minhas feridas. Eu embarquei em um
avião e voltei da geada ao sol e esperava que tivesse terminado.

Sempre que tentava recordar aquela noite, apenas fragmentos


retornavam. Eu não conseguia lembrar em detalhes o que aconteceu.
Lembrei-me de andar sobre as partes dos corpos e abrindo as portas
completamente de modo que os catadores locais podiam limpar minha
bagunça. Lembrei-me de uma cascata vermelha da eclusa de sangue no ralo
do chuveiro.

Um pouco do meu, mas a maior parte da minha rotina de


tratamento. Lembrei-me do cheiro de medo vindo de um homem que tinha
me brutalizado toda a minha vida. Lembrei-me de seus gritos, e o alívio
abençoado que senti quando a obediência do meu passado desarmou
lentamente sua teia apertada em volta de mim.

Meu condicionamento enfraqueceu no momento em que ele


morreu. Era como se as ordens na minha cabeça se abalaram com a
nevasca caindo suavemente, a concessão de um indulto da agonia de gelo.

Eu queria alegrar-me com a minha nova liberdade, mas então


lamentei, porque em vez de ser completamente desimpedido, só fui
marginalmente livre. A personalidade Fantasma não tinha ido totalmente. E
eu fiquei triste com tudo o que iria perder por causa disso.

Eu nunca seria normal. Nunca seria capaz de relaxar


completamente e dormir inofensivamente ao lado de Hazel. Eu sempre tenho
que acompanhar meus pensamentos e ações.

Eu estava fodido e exausto, e não havia trégua à vista.

Atrás dos meus óculos de sol, e no esconderijo do café do outro


lado da estrada, assisti quando Hazel e Clue desapareceram em uma loja de
segunda mão. Eu odiava tê-la fora da minha vista.

Durante três noites e dois dias, a segui. Eu dormi fora de seu


apartamento em meu carro. Eu tive incontáveis conversas com ela na minha
cabeça. Eu agi exatamente como iria falar com ela e como faria para me
desculpar. Mas cada cenário não terminou bem, e minha confiança me
abandonou.

Como poderia pedir desculpas por tê-la deixado quando sua filha
morreu? Como eu poderia pedir perdão por ser um homem que nunca seria
capaz de segurá-la?

Então, fiquei no escuro e observei-a atravessar os movimentos da


vida. Ela mal saiu do apartamento e isso me deu muito tempo para
descobrir como fazer algo, não para Hazel, mas para Clara.
Eu usei o seu amor pelos cavalos como inspiração para seu lugar
de descanso final e chamei a única pessoa que conhecia, que iria executar o
meu plano perfeitamente, tudo ao mesmo tempo para estar lá para Zel.

Quando Clue atendeu o telefone, quase quebrei e pedi para falar


com ela. Murmurando condolências e dizer a ela como me sentia, mas fiquei
focado e preso ao plano. Clue tinha tomado a minha oferta com os braços
ansiosos e dentro de um dia, ela arrastou Zel fora de casa para fazer os
preparativos.

Com o coração disparado, caminhei do outro lado da rua.


Entrando na loja de segunda mão, tendo a certeza que Hazel não me visse
se esconder atrás de prateleiras gemendo pelos itens decorativos e
apetrechos. Um cheiro de poeira e coisas antigas encheu meu nariz.

Clue e Hazel estavam na parte de trás da loja. Eu me aproximei,


permanecendo escondido para que pudesse ouvir o que elas disseram.

"Que tal um presente, Zelly?" Clue ergueu um pônei rosa


brilhante, de plástico com asas.

Hazel sorriu suavemente. "Sim. Ela sempre quis ter um Pegasus."

Clue riu baixinho e estendeu a mão para abraçá-la. "Isso é


verdade."

Elas se abraçaram.

Meu coração se apertou com ciúmes. Amaldiçoei a injustiça da


mente fodida que eu vivia. Deveria ser eu a abraçando e partilhando de
contos de uma menina levada muito cedo. Mas eu também estava grato que
Clue estava lá para ela.

As duas mulheres se separaram, remexendo em uma caixa cheia


de brinquedos. Pôneis reluzentes, brilhantes pôneis azul e arco-íris, saíram
e foram colocados em uma cesta.
"Você sabe, aposto que ela está nos assistindo agora e rindo."

Zel olhou para cima, sua pele sem brilho da tristeza. "O que você
quer dizer?"

Clue sorriu. "Bem, ela provavelmente tem um Pégasus real e um


unicórnio agora. E ela estará rindo, pensando o quanto estamos perdendo.
Com essas coisas e bobagem de plástico." Ela sacudiu a cauda de um
brilhante cavalo escuro.

Zel olhou para o pônei amarelo em suas mãos. "Eu gosto de


pensar nela assim, rodeada por coisas que ela ama." Ela fungou, dando um
sorriso aguado. "Eu sei que tive tempo para me preparar para ela morrer.
Sei que os médicos me disseram o que esperar e as fases de tristeza que eu
iria passar, mas nada totalmente prepara você para isso."

Clue parou de vasculhar e deu a Zel sua total atenção.

"Eu continuo pensando que ela está vindo ao virar na esquina.


Vou ver a ponta de seu cabelo desaparecendo em torno de um edifício, ou
ouvir a voz dela na brisa." Os olhos de Zel brotaram e meu coração
despedaçou. "Eu fico esperando que ela venha da escola para casa, ou
deixar uma trilha um banho de espuma por todo o chão."

Ela esfregou o centro de seu peito enquanto sua voz se


transformou em tensa com tristeza. "Eu sinto falta dela tanto que dói. Isto
dói em minha cabeça, meus olhos, a minha volta, em minha alma. Não
importa que sei que ela está em um lugar melhor. Isto não torna mais fácil
saber que ela não está com dor."

Seus olhos encontraram os de Clue, perdidos e com dor. "Eu não-


não sei como ir em frente." Ela soluçou quando uma torrente de lágrimas
escorriam pelo seu rosto. "É tão difícil. Tão injusto ser a única deixada para
trás."
Clue se aproximou e deu um grande abraço. "Aww, Zel. Está tudo
bem." Ela acariciou-lhe o cabelo, balançando como Zel tinha feito quando
Clara morreu. Clue começou a chorar silenciosamente. Mesmo enquanto ela
chorava, nunca deixou de ser forte para a amiga. "Você precisa dar a si
mesmo permissão."

"Permissão?" Zel puxou para trás, quebrando as lágrimas em seu


rosto.

Clue assentiu. "A razão pela qual você está sofrendo é porque está
agarrada ao passado. Você não está pronta para enfrentar um futuro sem
ela. E isso é bom. Não há problema em sentir falta dela, Zelly. Você vai
sentir falta dela cada maldito dia, mas você não pode esquecer de viver
também."

Ela balançou a cabeça. "Clara não iria querer que você se matasse
com a dor e eu não quero isso também. Nós duas sabíamos que isso ia
acontecer. Você só precisa encontrar aceitação e se alegrar em sua vida, em
vez de afogar-se desejando um resultado diferente."

Zel piscou, sugando uma respiração de limpeza. "Como você está


lidando? Você é tão forte. Está me deixando se apoiar tanto em você."

Clue se afastou, esfregando os braços de Zel. "Eu tenho Ben


quando isso fica demais para mim. Ele tem sido incrível. E mesmo que
sempre exista um buraco no meu coração onde Clara costumava estar, eu
não posso invejar ou gritar com a vida por levá-la. Ela me ensinou muito, ela
lhe ensinou muito. Inferno, ela mesmo ensinou muito para aquele idiota
dono do Obsidian. Algo tão incrível como a Clara não dura muito tempo. E
você tem que chegar a um acordo com ele; caso contrário, você nunca vai
ser feliz novamente."

Zel fungou e raiva encheu seus olhos, silenciando a tristeza. "Eu


não posso acreditar que ele me deixou. Ele me deixou chorando por minha
filha morta e não poderia mesmo levar-se a ficar." Zel fechou as mãos,
segurando o cavalo amarelo. "Clara pode ter morrido naquele dia, mas ele
provou para mim que não posso confiar em ninguém. Eu sobrevivi por mim
mesma e fui estúpida por deixá-lo entrar em meu coração. Ele me deu
esperança. Ele me fez confiar nele. Ele fez sua morte muito mais difícil,
porque pensei que seria capaz de compartilhá-la com ele. Encontrar conforto
em seus braços. Mas ele foi um maldito covarde."

Clue mordeu o lábio. "Não julgue até que você saiba a história
completa, Zelly. Ele pode ter uma boa razão."

Zel riu friamente. "É claro que ele tem uma boa razão. Ele não
pode tocar. E eu não posso culpá-lo. Mas isso não significa que posso
perdoá-lo. Cansei de tudo isso. Preciso dizer adeus a Clara, em seguida,
encontrar um novo começo."

Eu não podia ouvir mais. Recuei sentindo como se minhas veias


estivessem abertas e vomitando sangue.

Ela tinha me esfolado aberto, deixando meu coração batendo


desprotegido.

Ela nunca seria capaz de me perdoar.

"Você não é um homem mau. Eu amo você, então você não pode ser um homem
mau."

Eu ganhei o amor de uma criança de oito anos de idade, mas não


poderia ganhar o amor de uma mulher que morreria por ela.

Não importa o que fiz, nunca seria suficiente para reparar o


passado e dar o que ela em última análise precisava: um homem que podia
abraçá-la e lutar batalhas em seu nome. Eu era um lutador. Um assassino e
mercenário. Eu poderia ser tantas coisas para ela. Eu só tinha que descobrir
como ser o resto.

"Pare de lutar com a minha mãe. Eu não quero que você faça isso."
Eu jurei sobre a vida de Clara, iria encontrar uma maneira de ser
tudo que Zel necessitava. Cada toque ainda seria torturante. Abraço quase
um sonho mítico. Mas era possível, porque não iria parar até que ela fosse
minha para sempre.

Eu tinha feito tudo que podia para "consertar" a mim mesmo, mas
me recusei a encarar a realidade. A lavagem cerebral era muito profunda
dentro de mim. Muito embutida em minha psique para nunca me deixar ir.
No entanto, a intensidade havia desaparecido o suficiente. Eu tinha mais
poder. Poder sobre mim. Poder sobre meus pensamentos. Era um começo.

Eu vou encontrar um caminho.

Eu gostaria de amar Hazel e compartilhar seu futuro e estar lá


sempre para ela.

Fox morreu na noite do massacre russo.

Roan renasceu.

Zel queria um novo começo.

E eu sabia exatamente o que fazer para fazer seu desejo se tornar


realidade.
Dezenove

Eu pensei que tinha espaço no meu coração para amar duas

pessoas. Para compartilhar a minha vida com o outro. Pensei que poderia
amar outro filho para finalmente substituir o que perdi.

Eu pensei que Roan iria mudar — que Clara lhe mostraria uma
maneira de ser humano. Pensei, mesmo embora uma tragédia tenha
acontecido, que seria capaz de lidar.

Eu pensei assim muitas, muitas coisas, e todos elas acabaram por


ser uma besteira.

Acabou que meu coração estava sem vida, batendo como uma
coisa. Ele era feito de concreto e chumbo e pedra, destinado a nunca amar
outro ou nunca bater totalmente de novo.

Parte de mim morreu naquele dia.

Eu desejei que tivesse morrido naquele dia.

Mas não consegui.

Então continuei.

Sozinha.

O funeral realizou-se em um grande pedaço de terra nos arredores


de Sydney. Eu não sei de quem era a propriedade. Tudo o que sabia era que
existia cavalos em todos os lugares. Pintados, palominos, puros-sangues, e
Árabes. Seus longos narizes e orelhas macias de veludo apertaram meu
coração até que não conseguia respirar. Clara teria adora isso aqui. Ela teria
abraçado todos os cavalos, dormiria nos campos abertos, e nunca iria
querer sair.

Era o lugar perfeito.

Deus, eu sinto sua falta. A queimadura de lágrimas que nunca estava


longe esfaqueou meus olhos.

A chuva que tinha sido um companheiro constante por uma


semana parou no momento em que chegamos. Foi como se o período de luto
fosse colocado em espera para celebrar a vida tomada de uma jovem tão
precoce.

Eu tinha existido em uma névoa durante toda a semana. Eu não


gostaria de trazer à tona memórias excruciantes de Oscar ainda segurando
Clara, ou o carro fúnebre que chegou a levá-la embora. Eu não gostava de
me lembrar da agonia e das lágrimas de Clue dizendo que o nosso pequeno
trio havia sido quebrado. Eu tinha ficado aterrorizada que Clue poderia
recorrer à se auto-prejudicar novamente para encontrar uma liberação, mas
não tinha lembrado da presença reconfortante de Ben.

Clue tinha sido tão incrivelmente forte. Ela me segurou enquanto


eu quebrei. Ela gritou comigo e riu comigo. Ela me manteve sã. E foi tudo
por causa de Ben ser seu pilar, alimentando a sua força, dando-lhe o porto
seguro que ela precisava.

Ben fez para Clue o que Fox devia ter feito por mim. Eu não tinha
ninguém para me enterrar na dor, além de mim mesma ou chorar para
dormir em seus braços. Eu sempre amarei Clue como uma irmã e nunca
poderia ter existido sem ela, mas precisava... dele. Eu precisava de sua
força, sua luta. Eu precisava de sua raiva e até mesmo sua mente fodida.

Em vez disso, ele me deixou para aguentar tudo sozinha e provou


exatamente o idiota que ele era.
Ben me manteve viva na semana passada. Ele nós segurou até
quase desmaiarmos em lágrimas. Nos reuniu e deu-nos uma rocha para se
agarrar enquanto tristeza ameaçou nos levar longe deste mundo.

Ele nos alimentou quando nos esquecemos de comer, e ele


começou a terapia precoce. Em vez de deixar-nos chafurdar na tristeza, ele
encontrou cada pintura que Clara já havia criado, todas as fotos dela, a
cada macarrão colados na estátua que tinha feito na escola e fez Clue e eu
contar-lhe histórias de minha filha.

Ele nos lembrou que ela nunca iria embora, contanto que a
mantivesse viva em nossos pensamentos, e nós tínhamos que lembrar as
boas lembranças e não as maus. Temos que nos manter vivas por ela.

Poucos dias depois da morte de Clara, Clue recebeu um


telefonema que atirou de volta em sua vida. Ela foi da batata jogada no sofá
para um turbilhão de eficiência e se jogou em organizar o mais perfeito
funeral que qualquer menina poderia querer.

Olhei para minha irmã não de sangue. A brisa arrepiou os cabelos


pretos e lisos e lágrimas brilhavam em seus olhos. Ela assentiu com a
cabeça, sentindo a mesma ligação, a mesma necessidade de nos lembrar
que estávamos uma com a outra.

"Obrigada," eu sussurrei. "Por isso. Por tudo."

"Não me agradeça. Há mais alguém que você deve agradecer,


também."

Olhei por cima do meu ombro para Ben. Ele olhou grandiosamente
e elegante em um terno preto, camisa preta, e o requisito distintivo My Little
Pony sobre seu coração. O funeral foi em homenagem a Clara e o My Little
Pony tinha sido seu favorito.

Meu coração apertou com força, ameaçando enviar-me em


pedaços.
Eu não posso fazer isso.

Eu passei meus braços em volta de mim mais apertado, reunindo


o vestido preto triste que usava e segurando os cacos do meu coração.

Não chore.

Eu derramei mais lágrimas na semana passada que jamais pensei


que fosse possível. Eu deveria ter enrugado em uma casca com a quantidade
de água expelida. Mas não importa o quanto gemia e amaldiçoava, não me
sentia melhor.

As lágrimas escaparam, mas minha tristeza não o fez. Ela sentou-


se purulenta na minha alma, misturando com a solidão e lenta construção
de ódio pelo homem que me deixou quando mais precisava dele.

Depois de tudo o que tinha sacrificado por ele. Depois de tudo o


que tinha dado a ele, ele não conseguia nem mesmo assistir ao funeral de
Clara. Eu não só perdi minha filha para sempre, mas ele também. Eu nunca
o perdoaria por ter me deixado para enfrentar isso sem ele.

Nem uma vez pensei sobre o bebê dentro de mim. Nem uma vez
me virei para Clue ou Ben e dizer-lhes as notícias. Eu queria esquecer. Eu
desejei que não estivesse grávida. Eu queria que a vida parasse e me
deixasse sozinha. Nada mais existia, apenas a morte de minha filha.

"Não se sinta triste, mãe. Eu não quero que você se sinta triste."

Luz do sol de repente perfurou as nuvens cinzentas rolando como


um holofote gigante. O raio luminoso pousou em um belo cavalo com um
casaco vermelho manchado e juba rosa e a cauda. Um ruão.

Meu coração baqueou pensando em um menino ruivo que tinha


perdido toda a sua família só para vir ao redor e ver-me perder a minha.
Onde ele tinha ido? Que diabos ele estava fazendo?

O que era mais importante do que estar aqui para dizer adeus?
Mais raios de sol passaram através das nuvens, transformando os
prados em laminas verde cintilante, balançando suavemente com a brisa.
Os cavalos brilhavam como jóias, e eu sabia que isso era o lugar certo para
Clara. Em nenhum outro lugar teria esse ajuste perfeito.

Eu não sabia como Clue conseguiu encontrar um lugar tão idílico.


Não me preocupei em perguntar. Se Clue não tivesse me ajudado a
organizar tudo, eu provavelmente estaria mumificada deitada na cama de
Clara encarando o teto.

"Vamos, Zelly. Está prestes a começar." Clue envolveu um braço


em volta da minha cintura. Dei-lhe um sorriso aguado e a deixei guiar-me a
um pequeno semi-círculo de pessoas em preto.

Todos usavam um item de My Little Pony e as flores que pontilham


o pequeno grupo foram de acordos com as diferentes de cores dos pôneis.
Alguns unicórnios, alguns com asas, alguns cheios de brilho, alguns que
brilhava no escuro.

Clue e eu tínhamos limpado todas as lojas de brinquedos de


segunda mão para comprar tantos My Litthe Pony quanto possível. Havia
tantos que eu não tinha idéia o que faria com eles depois.

O reverendo começou a falar, e me desliguei. Ignorando o pequeno


amontoado de crianças da escola de Clara e alguns professores que tinham
vindo para dizer adeus, eu olhava para os cavalos. Tão poderosos, mas
delicados. Tão fortes, mas suaves.

Eles me hipnotizaram enquanto o serviço seguia por diante. Eu


não preciso saber o quanto Clara tinha sido milagrosa. Eu tinha vivido isso.

"Estou cansada. Vou dormir agora."

Finalmente, o sermão do reverendo chegou ao fim e braços foram


ao redor de mim. Eu me desliguei, incidindo apenas sobre os animais que
minha filha amou mais do que qualquer coisa no mundo. Eu não aguentava
as pessoas me tocando, me consolando.

Uma vez que o último estranho tinha me abraçado uma


expectativa silenciosa encheu o ar, eu entrei em pânico.

Eu não estava pronta. Não poderia fazer isso.

Eu não estou preparada!

O reverendo caminhou em minha direção, e dei um passo para


trás, balançando a cabeça. Ele pegou meus braços suavemente e colocou a
urna pintada a mão em minhas mãos.

Isso era frio e sem vida e minha fachada quebrou. Uma única
lágrima riscou pelo meu rosto sabendo que eu nunca iria segurar Clara
novamente. Nunca vê-la sorrir ou rir ou crescer.

"Não fique brava com ele, mamãe. Ele precisa de você."

Minha tristeza mudou para raiva. Ele. Ele fez isso. O homem que
amava a minha filha tão ferozmente, ele fez o relógio correr mais veloz, a
levou mais rápido do que queria.

Minha mente tentou me dizer que era uma bênção. Que ela tinha
ido antes de desfilar por hospitais ou estimulada pelos médicos impiedosos.
Ela estava livre agora. Mas a mãe em mim não poderia ver dessa maneira.
Não importava que ela estivesse em um lugar melhor e eterno. Tudo o que
importava era que ela estava morta.

E Fox fugiu.

De pé no trecho de sol, abraçando a urna de cinzas da minha filha,


eu tentei chorar. Eu queria lágrimas de chuva em campo apenas como o céu
tinha feito antes. Eu queria que cada coisa esmagasse de dentro para fora.

Mas nada aconteceu. Eu só existia no inferno.


Uma imagem de uma nova criança encheu minha mente. Em vez
de uma menina, eu imaginava um menino. Uma inocente criança que nunca
saberia sobre sua irmã mais velha. A imagem esfaqueou meu coração. Eu
não queria isso para ela. Eu não quero a responsabilidade de amar algo
mais do que a própria vida só para correr o risco de perdê-lo apenas como
Clara.

Eu não tenho a força. Minha vida tinha batido um rebobinar e


replay, deixando-me no início novamente com mágoa sem fim, sem futuro, e
com um bebê crescendo dentro de mim.

Um cavalo sacudiu sua cauda e galopou para frente. A explosão de


vida rejeitou a minha preocupação do futuro, e eu me virei para dentro. Eu
não estava pronta, mas era hora de dizer adeus.

Fechando os olhos, eu sussurrei: "Eu desejo que você não tivesse


me deixado. Eu queria que você estivesse aqui. Não posso ir sem você. Eu
não posso viver sem você por perto. Como é que eu vou continuar, Clara?
Como eu vou supostamente sobreviver?"

O acúmulo de emoção esmagou minha cabeça até que eu pensei


que ia explodir. Abrindo os olhos, eu acariciava a urna, traçando a explosão
de estrelas na porcelana vitrificada.

"Eu nunca vou esquecer o riso perfeito ou o seu rosto sorridente.


Eu nunca vou parar de amar suas piadas tolas ou o seu caloroso abraço. Eu
sempre estarei aqui para você, mesmo que você se foi. Até o dia que nos
encontrarmos novamente, até que minha vida chegue ao fim."

Pegada veio para o meu lado, me empurrando de volta ao presente.


Olhei para trás. Apenas Ben ficou de sentinela. O resto da congregação
tinha ido. Quanto tempo eu tinha estado ali, abraçando o último resto da
minha filha?

"Não fique triste, mamãe. Eu não gosto quando você está triste."
"É hora de deixá-la ir, Zelly." Clue colocou a mão no meu peito.
"Nós podemos fazer isso juntos."

Um gemido baixo subiu na minha garganta, mas eu permiti que


Clue soltasse os meus braços e compartilhasse o peso da urna. Eu queria
detê-la. Eu queria me enrolar no chão e petrificar e me curvar como um
fóssil ao redor das cinzas de Clara, mas Clue não me deu uma escolha.

Seus olhos encontraram os meus, derramando-se em lágrimas.


"Ela vai estar mais feliz com os cavalos, Zel. Não a faça ficar em um local
pequeno e tão escuro." Ela fungou enquanto uma nova onda de lágrimas
escorria pelo seu belo rosto. "Está na hora."

Levou tudo que eu tinha para não quebrar. Para não tomar e
rasgar o ar dela e saltar para um dos cavalo e galopar longe. Executar a
partir dessa realidade. Fingir que não era verdade.

Colocando uma mão no fundo do frasco e outra segurando o topo,


eu esperei por Clue fazer o mesmo. Ela se inclinou e beijou minha bochecha
antes de concordar.

Meu coração parou de bater junto com os nós. Virei a urna de


cabeça para baixo.

Uma nuvem cinza caiu como açúcar de confeiteiro, e meu coração


passou de morto a batendo como um louco. Uma rajada de vento capturou a
poeira fina, chicoteando-a para cima em uma dança delicada. Mordi o lábio
quando Clara abraçou o vento e disparou na direção dos cavalos. A brisa
mergulhou em espiral ascendente entre as pernas de um cavalo em um
mini-tornado e se espalhando em todas as direções.

Clue puxou em uma respiração instável, e nós apertamos uma a


outra, ambas nos sentindo intimidadas ao invés de triste.

Admirada porque por um minúsculo segundo, eu juro que ouvi a


risada de Clara.
"Você é preciosa demais para este mundo. Você vai ser chamada de volta para
algum lugar muito melhor do que Aqui."

Meu coração se apertou com interminável amor para uma alma


que eu veria novamente quando fosse a minha vez de se juntar a ela.

"Ela vai ser feliz aqui," disse Clue.

Virei o rosto para o sol, deixando o calor entrar em meu coração


gelado e agoniado. Um cavalo relinchou. E eu encontrei uma pequena pitada
de paz.

Pela primeira vez desde que ela morreu em meus braços, eu parei
de ser esmagada pela dor. Eu poderia respirar um pouco mais fácil. Lidar
com a vida um pouco melhor sabendo que seu corpo poderia ter deixado
essa terra, mas um pouco de sua bondade e retidão e perfeita inocência
estaria comigo para sempre. "Eu sei que ela vai."

Eu não sei quanto tempo ficamos ali, mas, eventualmente, o sol


voltou a se esconder atrás das nuvens e o frio da brisa e espalhou através do
meu vestido preto.

Juntos, Clue e eu nos viramos para voltar para o carro.

Ben nos envolveu em um abraço quando chegamos a ele. Seu


cheiro masculino de Old Spice machucou meu coração com o pensamento
de outro homem. Um homem que não tinha aparecido para dizer adeus.

Como poderia? Eu tinha esperança de que ele iria aparecer. Que


ele iria colocar de lado sua incorreção e questões e vir para homenagear a
vida de Clara.

Ele nunca foi normal e eu me apaixonei por uma fraude.

Ben beijou meu rosto, sussurrando: "Ele está aqui. Esteve aqui
todo o tempo."
Eu congelei, olhando em seus olhos escuros. Meu corpo despertou,
pulsando com energia após uma semana de embotamento. "Onde?"

Ele visivelmente inclinou a cabeça para a pequena colina para a


direita. Com certeza, uma mancha negra quebrou a perfeição da grama
verde arrebatadora.

Minhas mãos fecharam e eu não queria nada mais do que correr


até o morro e socá-lo. Eu queria que ele sentisse a dor que eu senti. A arma
cortante escondida no meu cabelo poderia encontrar outra casa para se
alojada em seu coração sem vida.

Eu cerrei os dentes. "Eu não quero vê-lo."

Clue balançou a cabeça. "Você precisa conversar."

"Não há nada para falar."

"Você precisa ouvir o que ele tem a dizer, Zel."

Eu fiz uma careta, chateada com ela. "Por que você está do lado
dele, de repente? Se eu lhe dissesse o que ele fez —"

"Talvez eu devesse dizer a você o que ele fez." Clue agarrou meu
braço. "Zel, ele era o único que achou esse pedaço de terra. Ele foi quem me
chamou e me disse que ele pagaria por todos os arranjos, incluindo o uso
exclusivo dos campos."

Meu coração parou de bater. Confusão rodando em torno de mim


fazendo-me sentir um pouco doente. Ele havia se intrometido. Ele tinha
contribuído para seu funeral sem o meu conhecimento. Eu não poderia
desvendar como isso me fez sentir.

"O Quê? Por que?"

Ela suspirou. "Eu pensei que era óbvio. Ele te ama."


Meus olhos se arregalaram quando um forte choque percorreu
meu coração. Um puxão, como uma pontada de vitalidade lembrando-me
que eu não poderia viver com o fantasma da minha filha. Eu não poderia
viver em um mundo de lágrimas e tristeza. Eu pertencia ao presente e isso
me matou tudo de novo com o pensamento de deixar Clara e seguir em
frente sem ela.

"Ele precisa de você, mamãe. Não fique brava."

Eu balancei minha cabeça. "Isso não é possível." Ele não sabe o


significado do amor. Como poderia um homem que não podia sequer ser
tocado compreender o significado do amor incondicional? Ele amava Clara.
Eu odiava que eu esfaqueava um buraco nas minhas próprias conclusões.
Ele era capaz, e sob as questões, ele era gentil e doce e pronto para agradar.

Merda.

Fogo encheu meu corpo, deixando-me com um vapor de raiva por tudo que
eu não podia mudar.
Clue fez uma careta, temperamento manchando suas bochechas. "Bem, se
você sentir que fortemente, você precisa dizer adeus. Termine corretamente. Caso
contrário, irá assombrá-la. E você deve a ele um agradecimento pelo menos."
Ben capturou Clue, arrastando-a contra ele. "Não há necessidade de ficar
chateada, pequeno biscoito da sorte. Eu sei que você está sofrendo, mas você não pode
forçar Zel estar com alguém só porque você não quer que ela esteja sozinha."
Meus olhos dispararam para Ben. Ele me deu um pequeno sorriso. Eu não
sabia como reagir. Eu gostei da atitude dele em tentar me proteger, mas eu não gostei
que ele me via como uma fraca e precisando de alguém para 'salvar-me’. Será que eles
pensam que eu iria fazer algo estúpido agora que Clara tinha ido embora?
Eu queria gritar: Eu não posso fazer nada imprudente. Eu não posso perder
minha vida me jogando na tristeza porque eu estou grávida, porra.

Mas não consegui. Eu não queria me concentrar nesse nisso


ainda. Meus pensamentos pertenciam a Clara. Era traição pensar e fazer
planos sem ela. Eu não consegui fazer. Eu não poderia ser tão cruel e
esquecê-la tão rápido.

Apertando os lábios, eu olhei por cima do ombro de Ben e me


encolhi.

A mancha negra na colina ficou em pé e veio em nossa direção. Eu


amaldiçoei a vibração no meu estômago. Eu ameacei cortar o meu coração
ansioso. Eu não deveria amar alguém que correu quando eu mais precisava
dele. Eu não podia tolerar suas ações. Eu não viveria com um homem que
não podia tocar. Ele precisava de ajuda séria, e eu não era a mulher que iria
curá-lo. Eu não era forte o suficiente.

Clue e Ben se afastaram, deixando-me exposta esperando a


aproximação de Fox.

"Não fique triste, mamãe. Eu não gosto quando você está triste."

Eu desejei que a voz de Clara não parasse. Ela parecia tão sábia.
Empurrando-me em soluções que eu não estava pronta para aceitar. Eu
queria estar triste. Eu queria chorar. Eu queria que ela voltasse à vida para
que eu pudesse fingir que o mundo era perfeito e nunca cruel.

Ele parou um pé de distância, olhos cinza-branco tão sombrios


quanto qualquer tempestade de neve. "Eu tinha que vir. Eu tinha que dizer
adeus a ela."

Eu fiquei em silêncio, não confiando em mim mesma para ser


capaz de falar sem gritar ou chorar.

Ele avançou um passo. "Zel. Estou muito arrependido. Eu não


posso expressar o quanto eu desejo poder voltar no tempo." Ele parecia uma
montanha negra, estremecendo com pesar. "Eu sei que você nunca vai me
perdoar, mas eu tinha que te ver. Tinha que falar com você e explicar."

Estudei-o. Seu rosto tinha sombras de contusões, o queixo


ligeiramente inchado. Ele tinha estado em outra luta à procura de uma
maneira de sair deste inferno. Seu casaco preto e calça engoliram o brilho
do dia. Ele sempre tinha favorecido com preto e agora eu sabia o por que.
Ele foi encarnado na morte. Tudo o que ele tocava virava para a ruína.

Eu vacilei, deixando cair o meu olhar. Eu não podia olhar para ele.

"Ele precisa de você. Não fique brava."

Mesmo agora, Clara estava me deixando louca.

Fox veio para frente. "Por Favor. Eu sei o quão difícil isso deve ser
para você. Deixe-me explicar."

A raiva explodiu fora de mim. "Explicar? Explicar?" Meu coração


partido se reuniu no meu peito, jogando fora a melancolia e vibrando
furiosamente quente. "Que tal eu explicar? Você. Me. Deixou. Você correu
quando eu mais precisei de você." Eu acenei minha mão, querendo bater
nele. "Suas promessas era tudo mentira. Você nunca mudou. Você assistiu
a minha menina morrer, a mesma menina que você esperava que fosse
curar você e você correu porque não havia mais nada para você ficar."

Todo o cinza e tristeza dentro de mim de repente explodiu em


faíscas de ouro. Eu empurrei-o de volta com um dedo em seu peito. "O que
você quer que eu diga, Fox? Que eu sinta muito que você está machucado.
Que lamente que você se apaixonou por ela só para a ter indo tão cedo?" Eu
joguei minhas mãos para cima. "Você quer que eu te perdoe por me deixar
quebrada e sozinha em seu escritório? Que não fez porra nenhuma por
arruinar-me, que eu tive que chorar nos braços de Oscar, ou Ben e nunca
no seu? Como sobre o fato de que não importa o que você prometa por que
sempre vai quebrá-las! Você nunca vai ser capaz de me dar o que eu preciso.
Você nunca será capaz de me segurar ou até mesmo dormir ao meu lado."

Toda raiva e loucura dentro de mim surgiu de repente, como um


furacão que correu para fora do sopro. Eu suspirei profundamente. "Eu não
sei o que você quer de mim, Fox. E, francamente, eu não me importo."
"Não lute com ele, mamãe. Ele está sofrendo. Assim como você."

Eu odiava que a voz de Clara tornou-se a minha consciência. Eu


odiava que o que ela disse era verdade. E eu odiava que não importa o que
eu disse ou fizesse, eu não poderia ignorá-la. Eu nunca seria capaz de
ignorar a minha filha.

A imagem do menino veio novamente, e eu sabia que eu devia isso


a Fox para lhe dizer. Ele merecia saber. Eu não poderia roubar outro
membro da família dele, eu não era tão cruel. Ele pode ter destruído a mim,
mas eu não seria responsável por arruinar-lo ainda mais. Ele não precisa da
minha ajuda com isso.

Fox passou a mão pelo cabelo, olhando para cima da colina para
onde eu tinha dispersado Clara.

"Porra, isso é tudo tão torcido. Eu me odeio por tudo que eu fiz
para você." Sua mandíbula apertada, e umidade brilhava em seus olhos. "Se
você soubesse o quanto eu me odeio. Quanto eu quero sacrificar toda a
minha vida apenas para você nunca ter que sentir essa dor."

Seu grande corpo estremeceu; rolou seus ombros e suas palavras


triste mudou minha raiva em saudade melancólica. Clara estava certa. Ele
estava machucado. Gravemente.

Ele tinha estado sozinho, lidando com a morte de Clara sem o


apoio de ninguém. Ele tinha feito o que sabia para encontrar algum tipo de
paz e eu não poderia estar mais com raiva. Eu não podia odiá-lo pelos
pecados que ele tinha causado porque, em última instância, ele não era
responsável.

Perdão.

Era como uma droga, me aquecendo, me acalmando. Passando


toda a minha raiva em aceitação relutante. Eu sabia que se ele estender a
mão para me abraçar, eu o perdoaria. Se ele pudesse envolver seus braços
em volta de mim e dar-me um santuário para chorar, eu iria perdoá-lo por
tudo.

Um abraço me deu esperança.

Um abraço iria me mostrar promessa.

Mas pedindo-lhe para me abraçar era como pedir a lua. Não era
possível, e ele não poderia ser o que eu precisava que ele fosse. O círculo
vicioso estava completo. Era hora de compartilhar a notícia que eu não
tinha dito a qualquer um e depois partir. Se ele quisesse ser parte da vida
da criança, eu não iria impedi-lo. Mas eu não conseguia mais me relacionar
com Roan Fox. Eu não poderia fazer isso sabendo que teria mais um
desgosto.

Apoiando minhas costas, eu disse, "Fox, eu —"

Fox se lançou para frente, trazendo o cheiro de fumaça e metal.


Ele cheirava a sal demais de lágrimas e tristeza. Meu coração se apertou em
uma pequena bola com o pensamento de ele estar de luto sozinho.

Seus olhos brilharam. "Pare de me chamar assim, droga," ele


rosnou. "Quantas vezes eu preciso dizer-lhe para me chamar de Roan? Clara
me chamava de Roan. Ela entendeu por que eu precisava que ela me
chamasse assim." Ele arrastou as mãos pelos cabelos parecendo cansado e
desgastado. "Porra, Zel. Fox está desaparecido. Ele está morto. Eu o matei
três noites atrás, quando eu tentei mudar meu passado. Eu nunca quero
ouvir você dizer esse nome novamente."

A raiva borbulhou de novo. Ele ignorou minha confissão sincera e


pulou direto para o que ele precisava. Bastardo egoísta. "O que você quer? E
sobre o que eu quero?" Eu ri duramente.

"Você me deixou quando eu mais precisei de você. Você. Correu. Foi embora.
Você não pode tocar, você não pode amar, você não pode mesmo estar lá para mim. Por
que eu deveria me lembrar de nunca chamá-lo de Fox quando eu não tenho nenhuma
intenção de vê-lo novamente?"

Ele se mudou de repente. Suas grandes mãos sobre meus ombros


detonaram minha pele como parafusos de poder e consciência, tal como
quando nos tocamos pela primeira vez. Ele estalou, queimou-zunindo
através do meu sistema nervoso, mantendo-me bloqueada sob seu controle.

Eu respirei fundo, cantarolando com tantas coisas diferentes. Meu


olhar chocado conheceu seus assombrados olhos gelados. Sua pele estava
pálida, as maçãs do rosto estavam profundas. Parecia que ele não tinha
dormido em dias. Mas sob a palidez assombrada, ele brilhou com a conexão.
Ele sentiu isso também. Ele queimou o mesmo em mim. "Sente isso? É o
destino. Estamos destinados a ficar juntos. Por favor, Zel. Você não sabe?
Você não sabe o quanto eu me importo com você? O quanto eu sinto falta de
você? Eu não corri; Eu fui para encontrar a redenção. E eu posso tocar. Eu
estou tocando em você agora." Ele respirou fundo, inclinando-se para perto,
enviando mais choques por meio de meu sangue. "Eu estou aqui. Para você.
Para ela. Para sempre se você quiser me ter. Apenas, por favor, me perdoe."

"Ele não é um homem mau. Eu amo ele, então ele não é um homem mau."

Meus joelhos vacilaram e pensamentos voaram para fora da minha


cabeça. Revirei os ombros sob seu controle, querendo que ele estivesse
longe. Eu não poderia lidar com o que ele invocou em mim. Eu não podia
sucumbir mais uma vez. Ele não era seguro. Para minha segurança ou
minha sanidade. "Como você pode dizer isso? Você honestamente acha que
eu poderia voltar para você? Mesmo se eu pudesse perdoá-lo por fugir, isso
não pára o fato de que você não pode me dar o que eu preciso. Você é um
perigo para todos que se aproximam de você. Cada adulto, criança e bebê
que tocá-lo errado, você vai matá-los."

Eu não podia dizer a ele. Eu não podia deixá-lo perto de sua


criança como eu nunca seria capaz de confiar nele. Meu coração batia em
horror contra as minhas costelas. Eu estou tendo o seu filho e eu não posso
te dizer por que eu não confio que você não vai matá-lo.

Seu rosto se contorceu, escurecendo com raiva. "Eu não posso viver sem
você, dobycha."

Meus olhos se arregalaram. "Não me chame disso. Eu não sou sua


presa. Eu sou a porra igual a você —" Eu não sei mais o que dizer. Meus
ombros rolaram e eu murmurei, "Mesmo se eu quisesse —" Eu o cortei com
uma mão no meu rosto, tão pesada e cansada. "Você me destruiu, Fox, e
agora eu quero que você me deixe ir."

Como o amor pôde ser tão errado?

Como tudo poderia ser para nada?

Levantando minha cabeça de novo, eu me desliguei. Eu precisava


ficar longe dele para que eu pudesse voltar para o luto de Clara. "Deixe-me
sozinha, por favor. Eu não quero discutir isso. Hoje não é sobre nós. É sobre
Clara. E você não tem respeito à sua memória, fazendo-me lutar com você."

Fox mostrou os dentes; as mãos presas mais sobre os meus


ombros. Eu tremi quando outra onda de tensão e chuva de energia
iluminou-me de dentro para fora.

"Respeito? Você não acha que eu não tenho respeito? Eu tenho


muito respeito por você, porra, e isso me assusta. Você tem um poder sobre
mim que nem eu mesmo sei. E hoje é um dia perfeito para limpar o ar
porque Clara não queria nós ver lutando. Ela nos queria sendo felizes."

"Não se atreva a usar Clara contra mim!" Furiosa, lágrimas


brotaram de meus olhos. Eu não podia acreditar na sua conversa.

Ele balançou a cabeça. Seus polegares esfregaram meus ombros;


cada varredura foi como uma pequena bomba reiniciando o meu coração,
me lembrando que ele tinha a única e muito especial maneira de me
destruir.
Fox pressionou o rosto contra o meu, não me dando nenhuma
escolha, mas para ver a dor profunda dentro da alma dele.

"Eu nunca vou ser capaz de lhe dizer o quanto eu amava sua filha
e o quanto ela me curou. Eu nunca vou ser capaz de mostrar a
profundidade do meu ódio por mim mesmo por deixar você quando você
mais precisava de mim. Eu não tenho palavras para implorar e ser digno por
seu perdão. Mas eu preciso de você, Hazel. Eu pensei que eu poderia ir
embora e deixá-la ir, mas eu não posso. Eu preciso de você também,
caramba. Você me faz sentir vivo. Você fez a porra do meu coração bater
pela primeira vez, e eu não vou desistir disso.

"Não importa o quanto você lute comigo, eu nunca vou parar.


Todos os dias, eu vou tentar novamente e novamente. Toda hora, eu vou
tocar em você, só para provar que estou disposto a ser tudo o que você
precisa e merece ter. Você nunca vai ser livre de mim, porque eu não posso
viver mais um dia sem você em minha vida de merda."

Eu o queria.

Eu o desejava.

Eu queria afivelar esse sentimento e deixá-lo varrer-me para longe.

Ele vai matar o feto. Ele correu quando Clara morreu. Você não pode fazer isso.

Meu corpo inteiro vibrou; Eu não conseguia me controlar.


Rosnando, eu assobiei, "Você nos usou. Você comprou-me, e você se
apaixonou por Clara, mas era tudo para consertar você. Era tudo sobre
você. Porra, você. Você, você, você.

"Toda a sua conversa de nunca deixar-me ir, porque você não pode
viver sem mim. Todas as suas promessas podem até ser dignas. É tudo
ainda sobre você!

"E quanto a mim e Clara o que era necessário? Eu te dei tudo,


incluindo minha filha, e o que você fez por mim?"
Eu rasguei fora de seu controle e empurrei um dedo em seu rosto.
"Eu vou te dizer o que fez por mim. Está me mostrando que estou melhor
sozinha. Você não tem escolha no assunto. Eu não vou permitir que você me
toque ou persiga-me ou tenha esperança para uma segunda chance.
Acabou!"

A imagem do garotinho me inundando novamente. Eu sabia em


meus ossos que eu carregava um filho. O filho dele. O filho que eu iria levar
por conta própria. O filho que ele não saberia sobre ele, pois ele era muito
volátil, muito fodido de ruim para confiar.

"Você não é seguro. Eu não vou mais me colocar no caminho do


perigo. Eu estou farta, Fox. Você precisa esquecer de mim."

Eu odiava cada palavra. Metade de mim acreditou nelas, a outra


metade queria lavar minha boca. Eu falava mentiras apenas no meu
passado, misturando com a verdade até que eu não sabia o que eu queria
mais.

"Não lute, mamãe. Eu não quero que você fique triste."

Eu quase dobrei em dois, quando o meu próprio coração rasgou


em pedaços.

"Porra, Hazel." Fox puxou em uma respiração instável, arrastando


as mãos trêmulas pelo cabelo. "Por Favor. Deixe-me te mostrar. Eu mudei.
Deixe-me dizer-lhe onde eu fui. Eu nunca vou te machucar novamente.
Apenas, por favor, não vá embora e me faça perder você também. Eu não
vou, sobreviver, caralho. E eu já sobrevivi muito para que você desista de
mim. Eu não vou deixar você, porra!"

Meu coração queria acreditar nele. Eu gostaria de poder perdoar e


confiar nele, mas eu estava vazia. Ele tinha usado todas as minhas reservas.
A luta tinha me drenado. Tudo o que eu queria fazer era cavar um buraco e
dizer-me para dormir. Não havia mais nada. Eu não poderia cair de volta
para os velhos padrões e manter a esperança que ele era seguro. Eu não
queria viver com medo de tocá-lo ou nunca ter relações sexuais sem
escravidão, sem ser amarrada.

Estou grávida.

Eu tinha que pensar na frágil vida dentro de mim, e não apenas


em suas necessidades, mas em minhas próprias. Eu tinha que ser forte.

Endireitando minhas costas, eu disse: "Você não tem escolha.


Você perdeu-me no momento que você me deixou."

Engolindo em seco, eu olhei para ele, trazendo-o para a memória.


Parecia que ele tinha estado em guerra e não ia voltar. Com o cabelo bronze
e um corpo cheio de cicatrizes, ele provou ser muito quebrado para ser
corrigido. Eu poderia ter passado uma vida inteira tentando juntar as peças
de volta e nunca descobrir a imagem completa dele.

Tristeza sem fim me apertou.

"Pare de brigar. Perdoa-o."

Fox perdeu a postura de lutador, deixando-me ver a verdade pela


primeira vez. Abaixo da cicatriz e raiva ele estava apavorado, perdido, e
sozinho. Meu coração se partiu mais uma vez.

"Zel. Por Favor. Diga-me como posso corrigir isso."

Eu não podia mais fazer isso. Ele era como um buraco negro
sugando toda a minha energia até que eu balançava no vento.

Deus, Clara. Eu sinto tanto a sua falta. Eu preciso de você aqui. Eu preciso de
você para reparar a bagunça que fiz.

"Consertar isto? Como você pode corrigi-lo? Você é um necromante


que pode trazer de volta a minha filha? Você pode curar meu coração
partido? Você pode parar este horrível eclipse dentro de mim?"
Ele abaixou a cabeça, cerrando os dentes. Seus braços
musculosos envolvidos em torno de si mesmo, segurando firme.

Meus dedos se contraíram para se aproximar dele, para enxugar a


lágrima solitária que escorreu pelo seu rosto. Ele parecia tão quebrado.
Pulsando com agonia, vivendo com a mesma dor idêntica a minha. Nós
éramos duas metades de um círculo quebrado. Pedaços microscópicos que
não poderiam sobreviver sem o outro. E eu não iria sobreviver se eu me
desse para ele. O destino tinha nos ferrado mais uma vez.

Era hora de acabar com isso de uma vez por todas.

Com as mãos trêmulas, eu empurrei de lado o meu cabelo


comprido e soltei o colar em volta da minha garganta. A estrela de Clara
juntou-se com a minha própria, tinindo juntas desde que o hospital me deu
de volta seus pertences.

"Posso dar para Roan minha estrela? Eu não posso levá-la comigo."

Eu respirei fundo, lutando contra as lágrimas. Ela queria Fox para


tê-la. Gostaria de homenagear o seu desejo.

Juntando a prata na minha mão, eu estendi minha mão. "Aqui.


Ela queria que você tivesse isso."

Os olhos de Fox caíram sobre o colar e um barulho feroz explodiu


em seu peito, de cortar o coração. Algo explodiu dentro dele e ele atirou-se
para mim. Grandes braços envolvidos em torno de meu corpo, me
abraçando apertado.

A vida terminou.

Em seguida, começou novamente.

Ruído cessado.

Então veio novamente.


Calor congelou.

Em seguida, envolvida de novo.

Tristeza desapareceu.

Então se estabeleceu novamente.

Eu deixei para trás Hazel Hunter no segundo que seus braços me


apertaram contra ele. Eu tornei-me nada mais que uma mulher adorada por
um homem tão profundamente destruído, ele nunca seria perfeito.

Cada faísca que existia entre nós fritou meu cérebro, deu o
pontapé inicial ao meu coração, e consumiu meus sentidos. Eu respirei
fumaça e metal. Eu pressionei contra os seus músculos firmes e o calor de
seu corpo. Eu não era nada, a não ser dele.

Sua.

Sua.

Sua.

Eu estava viva, querida, adorada. Eu acreditei em suas promessas.


Ele nunca iria correr novamente. Ele iria lutar ao meu lado e me amar para
sempre.

Eu quebrei.

Lágrimas em uma cachoeira de luto da minha alma. Eu fiquei


muda e congelada em seus braços enquanto Clara preenchia meus
pensamentos.

"Eu não quero que você fique triste. Eu não gosto quando você
está triste."

A brisa girou em torno de nós e eu jurei que a ouvi sussurrar, "Eu


estou feliz que você não está lutando mais. Não lute, mamãe. Salve-o."
"Abrace-me de volta," Fox murmurou, pressionando um beijo na
minha orelha. Seus lábios enviaram formigamentos e amor em meu coração.
Ele não estava bem caindo dessa maneira tão profundamente apenas
momentos depois do funeral da minha filha. Propriedade e desgosto
tentaram me impedir de me recuperar em um futuro onde eu poderia
apenas aprender a ser feliz.

Fox me apertou mais forte, beijando as lágrimas salgadas


escorrendo pelo meu rosto. "Abrace-me, porra. Eu preciso de você para me
tocar. Eu preciso te mostrar que eu posso ser quem você merece. Eu preciso
saber que eu não arruinei tudo."

"Ele precisa de você, mamãe."

Com Clara em meus pensamentos, eu timidamente levantei meus


braços e coloquei em torno de suas costas. O momento em que toquei nele,
ele ficou tenso.

Eu congelei, lutando contra a esperança e o medo dentro de mim.


Ele disse que eu tinha um poder sobre ele. Isso não era verdade. Ele tinha
um poder sobre mim: ele poderia tirar minha espinha e roubar a minha vida
e naquele exato momento eu não teria me importado. Seus braços eram um
afrodisíaco, uma promessa inebriante que me fazia sacrificar a minha vida
muito facilmente.

O corpo de Fox estremeceu ao redor do meu, me sentindo como


uma corda prestes a estourar. "Abrace-me mais forte. Eu posso fazer isso,"
ele sussurrou. Ele parecia estrangulado, sem fôlego.

Quando eu não obedeci, ele me segurou mais apertado. "Faça-o,


Zel."

Meus pensamento estavam em Clara e o quanto eu desejava que


fosse ela, eu abracei, eu passei meus braços mais forte, unindo como uma
prisão em torno de sua cintura. Se ele me matasse pelo menos eu estaria
com ela mais cedo do que eu planejei. Eu poderia parar de lutar por tudo o
que eu queria e apenas descansar.

Fox estremeceu, ficou rígido, eu o pressionei, mas ele manteve sua


promessa e não me machucou. Seus bíceps contraíram contra os meus
braços enquanto ele me recolheu ainda mais para perto, como se ele
pudesse nos soldar juntos.

Minha mente nadou com a conexão; meu corpo despertou e


tropeçou em todos os lugares que ele tocava. Agora eu sabia o que era tocar
a sua outra metade que faltava.

Fox acariciou meu pescoço, sua respiração quente me acariciando.


"Eu sinto muito, eu não estava lá. Saí porque foi a única opção. Fiz isso
para mantê-la segura para nos dar um futuro. Eu quero te merecer, Zel, e
nunca te colocar em risco novamente. Eu sei que eu nunca vou te merecer,
mas deixe-me servi você com a minha vida. Deixe-me passar todos os dias
tentando ser melhor , então um dia você pode me amar."

Minhas pernas ameaçaram dobrar quando a fraqueza me encheu.


Fraqueza para o que ele ofereceu. Fraqueza por precisar dele.

Eu te amo e isso é o que me aleija.

Com minhas últimas reservas, eu tentei parar o inevitável. "Você


foi feito para me ajudar a salvá-la. Vocês foram feitas para me salvar." Eu
respirei fundo, ficando sem oxigênio enquanto a tristeza me levava como
refém uma vez mais. "Você... você —" Minha voz quebrou meu coração e
morreu tudo de novo. "Você deveria salvar a nós, mas não o fez. Ela morreu,
Roan. Ela está... Ela está... ela —" Eu não poderia terminar, soluços
explodiram de meus pulmões.

Eu chorei uma semana, mas eu não tinha encontrado conforto em


lágrimas. Eu não tinha encontrado a paz ou um lugar para curar.

Mas agora eu fiz.


Parecia cáustica, cura e purificação.

Onda após onda de maré.

Eu deixei.

Meu coração se partiu, e eu desmoronei. Eu deixei tudo derramar


gratuitamente e encharcando sua camisa preta.

Fox me segurou, me dando um lugar para me agarrar. Ele alisou


meu cabelo e beijou meu rosto e alimentou-me com força apenas por me
segurar.

Ele me deu o que eu precisava o tempo todo. Ele quebrou todas as


minhas reservas quando não pôde me dar o que eu mais desejava, mas
provou que o amor poderia mudar qualquer um, não importa o quão
destruidor fosse.

"Está tudo bem. Está tudo bem. Eu tenho você," ele murmurou.
Ele me embalou até as minhas pernas cederam, em seguida, me pegou em
seus braços fortes.

Eu mal notei que passei de vertical para horizontal quando minha


mente chorou por tudo o que eu tinha perdido. Fox me abraçou apenas
como eu queria e sonhava. Seus batimentos cardíacos bateram forte e alto
abaixo em meu ouvido, me dando uma âncora para me concentrar.

"Não fique triste, mamãe. Eu não quero que você fique triste."

"Eu estou aqui e eu nunca vou embora. Você não tem que lutar
mais, Zel." Sua voz retumbou em seu peito, enviando ondas de choque
através do meu corpo.

Meus olhos se encheram de fogo. Uma dor que queimava,


esfaqueava e dilacerava enquanto eu chorava, chorava e chorava. Um alívio
eterno, ele me concedeu e me transformou de mulher para uma poça
d’água. Com o conhecimento de que as minhas batalhas seriam reduzidas e
partilhado em dois; e que agora cada alto e baixo seria compartilhado com
ele me enviou outra onda de tristeza.

Se ao menos eu tivesse conhecido ele antes. Se apenas os médicos


houvessem descoberto sobre Clara mais cedo. Se ao menos... se ao menos.

"Eu vou te dar tudo, Zel. Tudo o que eu sou." Ele beijou meu
queixo, minha têmpora, minha bochecha. Ele me adorou em beijos. "Por
Favor. Não me faça implorar. Eu não posso fazer isso. Eu não posso estar
separado de você. Eu não posso. Eu preciso de você pra caralho."

Minhas costas doíam; cada parte de mim estava com dor. Eu


estava completamente arruinada.

Inclinando meu queixo para cima, Fox pressionou seus lábios


contra os meus, bebendo no sal das minhas lágrimas. Ele murmurou contra
a minha boca, "Você é minha, e eu me recuso a viver sem você." Ele me fez
engolir cada pesar, cada tristeza que vivi. "Você é minha, Hazel Hunter. E eu
estou te levando para casa para ser curada."

"Ele precisa de você, mamãe. Vá com ele. Não fique triste."

Meu corpo inteiro vibrou com uma potente mistura de confusão,


raiva e fome. Fome por ele.

Fome para o que ele prometeu.

Ele não esperou pela minha resposta. Sua língua se aprofundou


na minha boca, me dando outra escolha senão beijá-lo de volta. Ele pegou e
ele deu e ele consumiu, arrastando desejo através do meu sangue até que
ele pulsava em meu núcleo. Ele me trouxe de volta à vida, embora eu
quisesse ficar chafurdando em minhas lágrimas. Eu não estava pronta para
enfrentar a vida sem Clara. Eu não estava pronta para dizer adeus. Eu não
estava pronta para abraçar o mundo que ele oferecia ou o bebê crescendo
dentro de mim.

Eu não estou preparada.


"Por favor," ele sussurrou. Sua respiração fez cócegas na minha
bochecha e meu corpo traidor cantarolava. Ele ajudou aliviar a dor de Clara.
Ele me deu algo mais para me concentrar.

Perdoá-lo. Aceitá-lo.

Eu me afastei.

Seus olhos estavam vidrados e pesados. Seu corpo enrolado em


mim como se ele pudesse me proteger de tantas outras coisas trágicas.
Quase todas as partes minhas tocou cada parte dele. Como isso foi
possível?

Limpando as lágrimas, perguntei: "Como você consegue ficar tão


perto?"

Ele balançou a cabeça. "Eu vou te dizer se você vier para casa
comigo."

Eu queria dizer não. Eu merecia viver na miséria. Eu não merecia


qualquer chance de felicidade. Porque os pais devem sobreviver sem seu
filho?

Mas minhas provações a vida me ensinou que nada dura para


sempre e as melhores coisas foram fugazes tesouros para serem apreciados
pelo tempo que durasse antes que eles tivessem quer ir embora. Clara era
muito preciosa, muito perfeita para durar. Eu fui concedida a um milagre e
ele tinha terminado antes que eu estivesse pronta.

"Não fique triste. Eu não gosto quando você está triste."


Olhei por cima do ombro de Fox para os cavalos no campo.
Lançando suas crinas, e apalpando o chão, dando boas-vindas a minha filha
e concedendo sua imortalidade. "Ok, Clara. Ok."

Clara me ensinou que coisas preciosas valiam a pena lutar. E os


prêmios finais da vida exigiram pagamentos que às vezes pareciam muito
altos.
"Ok," eu sussurrei.

Fox olhou como se o sol tivesse finalmente encontrado o seu


caminho em sua alma. "Ok?"

Eu balancei a cabeça. "Ok, eu vou para casa com você. Por Clara.
Por nós."

Este era o homem que eu era apaixonada.

O pai do meu filho que estava por nascer.

O homem que eu não iria desistir.

Descobri que Clue e Ben sabiam da minha decisão antes mesmo


de mim. Eles saíram, me deixando chateada com os seus flagrante
desrespeito por minhas escolhas. Clue não sabia o que Fox era capaz. Eu
duvidava que ela teria me abandonado com um homem como Fox se
soubesse do seu passado emaranhado.

Eu olhei para o olhar inocente de Fox quando ele me levou para


seu Porsche. Eu não tinha dúvida de que ele tinha algo a ver com Clue e
Ben me deixando sem escrúpulos para minha segurança.

Então, meu coração se derreteu com o pensamento dele ter


garantido um lugar incrível para Clara para encontrar paz. Ele estava
pensando nela, mesmo quando ele tinha me deixado.

"Obrigada," eu disse enquanto Fox me colocou sempre muito gentil


e seu carro caro. Uma rajada de chocolates vindo de seu cabelo me pegou;
meu estômago vibrou com a forma atenciosa e simpática que ele era.

"Por quê?" Ele ficou em pé, as nuvens cinzentas em torno de seu


corpo vestido de preto.
"Por isso." Eu balancei a cabeça para o campo e os cavalos. "Por
cuidar o suficiente. Por dar-lhe um pedaço de você mesmo."

Ele revirou os ombros e fungou. Evitando meus olhos, ele disse:


"Eu queria fazer seus sonhos tornarem-se realidade. Eu pensei que se ela
fosse colocada aqui, ela acabaria por se tornar parte do cavalo, evoluir
para... mais. Tornar-se o que ela sempre quis."

Minha garganta fechou, e eu deixei cair meus olhos. Quem era


esse homem? Este danificado, cheio de cicatrizes, enigma de um homem?
Eu amei a idéia de Clara evoluir sempre feliz. Eu amei o seu raciocínio por
trás de sua escolha do local de repouso.

Eu não tirei os olhos de Fox enquanto caminhava em torno da


frente do carro e sentar no lado do condutor. Ele se moveu como um
cobertor pesado de tristeza ao redor de seus ombros, mudo e solene.

O motor rugiu então ronronou quando ele virou a chave. Ele olhou
por cima. "Pronta?"

Nunca.

Com um pânico recuperado levou toda a minha força de vontade


para ficar no carro.

A rocha apresentando-se na minha garganta novamente, mas eu


assenti. "Tão pronta como eu nunca vou estar."

Fox fez uma careta e colocou o carro em marcha.

Nós não dissemos uma palavra quando ele foi da pista de terra
para a estrada. Cada metro do meu coração sufocava mais e mais. Eu vou
deixá-la para trás!

Porra, era difícil. Muito difícil.


No final do percurso do campo, Fox saiu e abriu o portão. Suas
costas flexionando enquanto arrastava a barricada em frente a lama.
Voltando ao carro, ele atravessou, fechou a grade de metal atrás de nós, e
virou à esquerda para a estrada asfaltada.

As lágrimas dos meus olhos vidrados quando o sol rompeu as


nuvens novamente, luz de brilho nas colinas atrás nós. Eu nunca queria
deixá-la. Nunca quis pensar em Clara sozinha em um campo sem abrigo. Eu
deveria ter construído uma barraca, um santuário, algo para conceder a
segurança dela.

Ela não precisa de nada. Ela se foi.

Lágrimas pressionaram novamente. Por mais que me matasse eu


tinha que lembrar que ela estava acima de necessidades físicas. Ela estava
livre.

Fox sorriu na minha direção, mas não disse nada. Ambos muito
crus, muito feridos, sabendo que a pequena alma que tinha nos aproximado
deixaria de estar com a gente.

Sendo guiada com pressa para a civilização, eu enrolei minhas


mãos e tentei ao mínimo manter meus nervos.

Cada quilômetro, eu escapei mais e mais em meu assento. Eu não


queria voltar para o Obsidian. Eu não acho que eu iria sobreviver na casa
onde Clara tinha desenhado seu último suspiro. Eu nunca queria colocar os
pés naquele lugar novamente.

A tensão no carro pulsava e minha pele estava hiper-sensível por


seu toque. Depois de olhar a face da morte, eu precisava me lembrar da
vida. Eu precisava acreditar que Clue estava certa e não havia uma coisa
como reencarnação ou uma vida melhor. Eu precisava de Fox para me
lembrar que eu não podia desistir.
Fox desacelerou para um semáforo. Sua mão desapareceu em seu
bolso e tirou a estrela de Clara.

Eu puxei em um enorme respiração. As peças tilintando do meu


coração sacudiram no meu peito enquanto ele reverentemente apertou-a em
torno de seu pescoço. Ele acariciou a prata, um olhar de amor e sofrimento
em seu rosto.

Eu desviei o olhar, incapaz de suportar as flechas afiadas de


tristeza perfurando minha alma. A dor de sua morte era compartilhada por
um homem que tinha conhecido ela por um breve período de tempo. Um
homem que eu ainda não conhecia.

O sinal ficou verde e Fox suspirou profundamente. Jogando o


carro em marcha, nós fomos para baixo nas estradas e através de subúrbios
que eu não reconheci.

Quilômetros após quilômetros, que permaneci em demasiado


silêncio. Ou embrulhada em pensamentos de Clara para arriscar falar ou
descobrir se o nosso argumento tinha limpado o ar suficiente para começar
de novo.

Ele parecia tão estranho, tão feroz, usando uma estrela de prata
simples. Até agora, o único adorno que ele usava eram suas cicatrizes e
tatuagens, mas eu sabia no meu coração que ele nunca iria tirá-lo. Toda vez
que eu olhar para ele usando-o, eu me lembraria dela. Assim como ele.

"Onde você foi?" Perguntei, enquanto nós viajamos para baixo nas
estradas e através da cidade.

Ele olhou para mim, os nós dos dedos ficando brancos em torno
do volante. "Eu fui para lidar com algumas coisas."

Um frio enviou arrepios nas minhas costas. "Você estava em outra


luta."

"O que te faz dizer isso?"


Eu dei de ombros. Eu não poderia explicar a mudança nele
quando ele lutou com facilidade ou a isenção do que quer que seja dos
demônios que ele sofreu. No entanto, desta vez, ele parecia mais leve, mais
fundamentado do que eu já tinha visto ele. "Você parece diferente." Ele
estava... mais suave. Seus olhos cinza claro não eram tão assombrados,
como se ele tivesse decidido finalmente deixar seu passado para trás.

"Você sabe por que eu luto? Você pode entender a necessidade de


encontrar uma saída da dor interna?" Ele olhou rapidamente antes de se
concentrar de novo na estrada.

"Sim. Eu posso entender isso."

"Você pode entender quando eu digo que lutar para mim é como se
fosse um medicamento? Mas é a dor que é a minha salvação. Eu faço auto-
mutilação, porque eu não encontrei qualquer outra forma de libertar a
escuridão de dentro de mim."

Ele estendeu a mão e roubou minha mão direita, apertando forte.


"Eu tenho me auto-prejudicado por um tempo muito longo. Eu odeio isso.
Isso me enche de vergonha, mas tanto quanto eu quero parar, eu não posso.
Eu não posso prometer que vou ser capaz de abandoná-lo inteiramente, mas
de agora em diante, eu estou indo para tentar encontrar alguma outra
maneira."

Ele sorriu. "Clara ajudou com isso, também."

"Como?" Eu mal sussurrei, também cativa por aprender mais por


trás da máscara.

"Por causa de sua morte deu-me uma oferta ilimitada de dor. Eu


só preciso pensar nela, e a auto-mutilação desaparece."

Eu não sabia o que responder. Eu odiava o pensamento dele


usando a memória de Clara para evitar ferir a ele mesmo. Ele estava
manchando a memória dela, usando-a por razões egoístas? Mas,
novamente, eu estava agradecida que continuou a ajudar no além-do
túmulo.

"Não brigue. Ele precisa de você."

A voz lírica de Clara veio e se foi. Eu perguntei: "Você não foi a


uma luta. Foi?"

Houve uma mudança diferente nele. A tensão e tranquilidade mal


encontrada.

"Não. Eu fui ver alguém. Para dizer adeus a um passado que eu


nunca queria viver." Fox apertou meus dedos, mais uma vez, antes de
colocar a mão no volante. "Voltei para a Rússia."

Meu coração disparou enquanto minha mente cheia de imagens de


neve e gelo.

"Eu matei os homens que me fizeram assim. Eu decidi parar de


depender dos outros para me corrigir e decidi encontrar uma forma de me
curar."

Se ele tivesse feito o que eu esperava o tempo todo? Tinha algo


estalado e caiu de sua mente? Esperança ardia, afastando a nuvem negra de
luto por um momento maravilhoso. "É por isso que você pode me abraçar?
Você pode tocar?" Eu ignorei a voz me dizendo que ele ficou tenso e vibrou
com a energia quando eu o abracei de volta. "Você está livre?"

Seus ombros caíram; ele sorriu tristemente. "Não é livre, mas é


melhor."

Eu odiava a desolação em seus olhos. Ele olhou culpado, como se


ele tivesse feito algo errado, devolvendo-se para mim apenas marginalmente
reparado. Ele não poderia estar mais longe da verdade. O fato de que ele
tentou se curar significava uma maravilha.

"Posso te tocar?"
Seus olhos voaram para os meus. Sua mandíbula apertada, mas
ele balançou a cabeça lentamente.

Com muito cuidado, eu coloquei a palma da mão no calor de sua


coxa esquerda. "Eu estou tão orgulhosa de você. Eu sei que parece estranho
dizer, mas você tomou o controle e você deve celebrar o seu progresso ao
invés de odiar que não está completamente curado."

Seus olhos brilharam e ele se inclinou para pressionar um beijo


suave contra os meus lábios. "Eu juro que eu poderia viver mil malditos
anos e não mereceria você." Afastando-se, ele entrou em uma garagem de
um condomínio fechado direito para a propriedade na esplanada de
Narrabeen. O subúrbio vangloriou a enorme arquitetura moderna, tudo
novo e cintilante, e do outro lado da rua tinha a praia.

Eu pisquei quando ele pressionou um controle remoto e o portão


rolou aberto. A casa era branca de dois andares e design de vidro. O oceano
caiu atrás de nós, soando como um trovão sem som, congratulando-nos
para a propriedade. A grande porta dupla da garagem aberta, a concessão
de sombra e uma enorme garagem de concreto para o Porsche de Fox.

"Onde — onde estamos?" As praias do norte estavam no extremo


oposto da cidade para Obsidian.

Eu tinha perdido todos os caminhos durante a condução através


da cidade.

Será que ele já possui esta, também?

Eu lancei um olhar para o homem que eu tinha concordado em


voltar para casa. O quanto eu realmente sei dele?

Nada.

Eu não sabia quais eram seu alimento favorito, ou alergias, ou


mesmo a data de seu aniversário. Eu não sabia se ele era alérgico a alguma
coisa ou quanto ele possuía. Eu tinha dado a minha vida toda, porque ele
provou que ele poderia amar ferozmente.

E eu estou grávida de seu filho.

"Veja, mamãe. Ele precisa de você depois de tudo. Ele precisa de


alguém para amar."

A voz de Clara, uma vez mais sufocando meus pulmões. Ela tinha
a sua residência na minha cabeça, e eu nunca queria que ela saísse. Mesmo
se ela estivesse me dizendo o que eu precisava ouvir.

"Isso é incrível."

Fox sorriu, puxando a uma parada dentro da garagem. "Não


poderia ser mais diferente de Obsidian. Eu nunca mais quero ver outra
gárgula novamente."

Eu balancei a cabeça, eternamente grata que eu não teria que


entrar na habitação onde Clara tinha morrido.

Não havia nenhum pressentimento sobre este lugar. Parecia


acolhedor, intocado. Um começo refrescante.

Desligando a ignição, Fox disse: "Estamos em casa."

Eu congelei no meu lugar quando um arco-íris de emoção encheu-


me: felicidade, sofrimento, esperança tudo ofuscado pela tristeza. Clara
nunca iria ver isso. Ela nunca saberia o enorme impacto que ela teve na
vida deste homem.

Virando-me para encará-lo, eu sussurrei, "Eu não entendo."

Fox deu um meio sorriso e saiu do carro. Vindo em torno do capô,


ele abriu a minha porta e me ajudou a ficar em pé. "Há muita coisa que você
não vai entender até que cresça em mim algumas bolas extras e diga a
você. O que eu compartilhei no meu porão não é nada comparado ao
envolver a história toda, mas por agora, tudo o que você precisa saber é que
eu comprei esta há dois dias. No momento em que encontrei o pedaço de
terra para Clara, eu encontrei a casa perfeita para nós. Eu não poderia
voltar ao clube. Eu preciso ficar longe de violência para tentar me corrigir de
uma vez por todas."

Ele tinha feito tanto, tudo nos bastidores, enquanto eu chorei em


um estupor.

"O que você fez com Obsidian?"

Ele sorriu. "Eu vendi para o Oscar. Ele praticamente o dirigiu


todos esses anos de qualquer maneira. Eu vendi-lhe por um preço mais
baixo." Ele riu. "Vamos apenas dizer que ele teve uma pechincha."

Meus olhos se arregalaram com a jovialidade tão estranha vinda


de Fox. "Que pechincha?"

Alivio brilhou em seus olhos pela primeira vez. "Eu fiz ele me dar
dez dólares e um juramento de que ele nunca vai falar comigo sobre isso, ou
mencionar o nome Obsidian Fox novamente, e o clube seria todo seu."

Minha mente girava. Como ele pôde fazer isso? Quanta riqueza
que ele tinha? Meus olhos se estreitaram, tentando decifrar o enigma na
minha frente. "Só, quem é você?"

Ele deu de ombros. "Você quer a longa história ou a curta?"

Oh, Deus. Eu não sei se eu deveria estar apavorada ou animada


para descobrir cada esqueleto em seu armário.

"Breve história, por agora."

"Eu sou rico. A partir de uma herança." Sua mandíbula se


contraiu, o único sinal de que era um doloroso assunto para ele. "Eu posso
cuidar de você. Quero cuidar de você."
Engoli em seco.

Fox esticou o braço e me arrastou para perto. Seus braços em


volta da minha cintura, forçando as minhas mãos para descansar no peito
para manter o equilíbrio. Cada parte de mim congelou; meus dedos coçaram
para agarrar meu cabelo, apenas no caso.

Suas narinas e seu rosto escurecido, mas ele não regrediu ou me


aterrorizou. Inclinando a cabeça, ele pressionou sua testa contra a minha.
"Você me perguntou quem eu sou. Meu nome é Roan Averin. Esqueça que
conheceu um homem chamado Fox. Ele não era um homem. Ele foi o
produto de um passado que ele odiava. Eu nunca pensei que seria capaz de
usar o meu nome completo novamente, mas eu quero. Eu quero um novo
começo. Com você."

Meu coração se partiu aberto e cresceu com asas.

"Roan Averin." O nome soou doce na minha língua. Um mundo à


parte de Obsidian Fox. "Eu gosto disso."

Ele bufou, corpo tenso enquanto eu arrastava meus dedos pelo


peito e sua garganta.

"Posso?" Eu murmurei, muito consciente de cada músculo


apertado dentro dele.

Ele apertou os olhos, balançando a cabeça.

Lentamente, eu rocei meus dedos ao longo de sua mandíbula


suave e segurei suas bochechas. Ele tremia na minha espera. De pé na
ponta dos pés, eu escovei o mais leve dos beijos em seus lábios. Sua testa
franzida; dentes cerrados.

O beijo inocente me lembrou de como ele era delicado com Clara, e


eu lutava para segurar o momento em que a dor não interrompesse.
Deixei minhas mãos e saí de seu controle. "Vai ficar mais fácil.
Você vai ver. Vou te ajudar."

Estou falando sobre a falta de Clara ou sua condição?

Ele assentiu. "Eu sei. Enquanto eu tenho você, eu posso ficar


melhor. Só, por favor, lembre-se de me chamar de Roan. Vai ajudar."

Eu sabia que ia ser difícil parar de chamá-lo de Fox. Era o nome


do homem que eu caí por amor. Mas eu vi como era importante para ele.
Fox tinha morrido com o que ele tinha feito na Rússia, e eu precisava
obedecer seus desejos para colocar o passado onde ele pertencia.

Meus olhos caíram para a estrela pendurada em sua garganta.


"Ela sempre conseguiu ver quem você realmente era. Ela era muito melhor
do que eu. Sempre via o melhor nas pessoas. Tão confiante. Muito
confiante." Eu tive que parar quando minha garganta fechou, e meu coração
bateu um ritmo destacado e doloroso.

Os olhos de Fox brilhavam. "Você era o mesmo. Reconheci algo


que eu precisava em você a segunda vez que vi você. Eu não sabia o que era,
mas roubar sua faca e caminhar com você nesses passos foi a melhor merda
que eu fiz em toda a minha vida."

Eu ri baixinho, tremendo quando ele capturou meu queixo. "Você


nunca vai perdê-la, Zel. Nós nunca vamos parar de falar sobre ela ou mantê-
la viva em nossos pensamentos."

Afastando-se, ele passou a mão no bolso e tirou um pedaço de


papel dobrado. Passando para mim, ele disse: "Vendo como eu coloquei
muito isso no passado, então para começar de novo isto pertence a você."

Levei-o, franzindo a testa. Abri o contrato manuscrito entre


Obsidian Fox e Hazel Hunter.

Meu coração voou e eu encontrei seus olhos.


Roan murmurou, "lagrimas se foram. Esse homem não existe
mais."

Ele estava me pedindo para rasgar o passado. Caminhar longe de


tudo de ruim que tinha acontecido e abraçar um futuro juntos.

Com os dedos trêmulos, eu obedeci. O som de papel sendo rasgado


ecoou pelas paredes da garagem.

Roan foi tomar minha mão, mas eu me afastei. "Espere."

Mordi o lábio quando enfiei a mão no bolso do vestido e puxei a


coisa que eu tinha pavor. A coisa que eu tinha roubado de Fox no dia em
que eu o nocauteei com a pequena estátua de lobo em seu lado da cabeça.

Aninhado em um pedaço de papel de seda estava a pílula azul.

Eu não sabia o que era, mas eu sabia que era veneno. Eu também
sabia que Fox teve momentos de fraqueza onde ele poderia ter feito algo
irreversível.

Roubei para impedi-lo de fazer algo estúpido de forma imprudente.

"Aqui. Isso pertence a você."

Agarrando-o, ele pegou a pílula do suicídio. Seu rosto escureceu;


olhos se estreitaram. "Por que diabos você tem isso?" Raiva ardia em suas
feições. "Você sabe como isso é perigoso? Onde diabos você achou —" Então
pânico substituiu seu medo e seus dedos cavaram em meu cotovelo. "Você
não estava indo... por favor, me diga que você não estava pensando em usar
isso. Pelo amor de Deus, Zel. O que você estava indo fazer?"

Eu empurrei de volta, meu temperamento quente enchendo em


sua conclusão errada. "Você pensou que eu ia ser fraca o suficiente para me
matar? Como pode pensar isso? Eu posso ter perdido a minha filha, mas eu
não perdi minha mente!"
"Então por que você tem?" Roan segurou o tecido, cerrando o
punho.

"Porque eu não quero andar com você morto. Eu odiava o


pensamento de que você não poderia ter estômago suficiente para viver e
preferir cometer a maior traição de todas e se matar. Eu roubei de você
quando eu não queria que você morresse!"

Ele avançou um passo, me prendendo. "Isso ainda não explica o


que está fazendo em seu maldito bolso."

Eu gritei na cara dele. "Desde que eu peguei, eu estive


aterrorizada. Eu não sabia o que fazer." O alívio que veio por não ser mais
responsável por uma coisa tão perigosa aquietou minha raiva. "Eu mantive
guardada no lado de baixo da minha cama para evitar que alguém
encontrasse por engano. Estava me assombrando, e eu não quero mais essa
responsabilidade. Eu quero que você destrua-a."

Sem dizer uma palavra, Roan agarrou a minha mão e caminhou


em direção à porta que dava para a casa. Ele pegou um conjunto de chaves,
tentando encontrar o caminho certo, sem deixar ir a minha mão. No
momento que ele abriu a porta, ele me arrastou pelo corredor para um
banheiro em uma sala que parecia um cinema sombreado.

Os banheiros impecáveis pareciam um show de casa pronta para


visualização. Macias toalhas turquesa com acabamento de prata cintilantes
eram tão diferentes das comodidades pretas do Obsidian.

"Não posso acreditar que você está andando por aí com isso em
seu bolso." Abrindo a tampa do vaso sanitário, ele jogou o tecido e a pílula
para o vaso. Dando descarga, ele retrucou: "Muito bem. Foi. Agora Fox está
realmente morto, e de uma vez por toda você encontrou a porra do Roan."

Eu gritei quando ele me pegou fora de meus pés e me levou até as


amplas escadas brancas para o segundo andar. Eu não podia ver muito no
turbilhão de velocidade, mas em todos os lugares que eu olhei era branco.
Nenhuma polegada de preto.

Chutando uma porta aberta, ele rondava dentro e me deu


exatamente um segundo para olhar ao redor do quarto.

Uma cama king-size branca coberta de almofadas de seda, que


pareciam nuvens imaculadas. A enorme extensão de vidro congratulou-me
com as dunas de areia e mar adentro. O tapete era branco, as mesas de
cabeceira e pequeno assento na área eram brancos.

Onde quer que eu olhava era branco, branco, branco.

E então tudo que eu vi era negro quando Roan me jogou para


baixo na cama e me esmagou contra a suavidade de penas. Eu gemia
quando o calor de seu corpo me sufocou e por um momento alegre eu deixei
ir a minha dor e só pensei nele. Este homem que virou meu mundo de
cabeça para baixo, de trás para frente, de dentro para fora.

Suas mãos foram para os pequenos botões de pérola do meu


vestido, se atrapalharam com as botoeiras delicadas. Sua respiração
acelerada, e ele rosnou em frustração. Seu toque me trouxe rastejando para
fora da névoa de tristeza e agarrando a vida.

Eu peguei a parte de trás de sua cabeça, sussurrando em seu


ouvido. "Rasgue-o fora. Eu nunca quero usá-lo novamente."

"Graças a Deus," ele gemeu. Suas mãos juntaram o material e


rasgou. O vestido foi de fechado no meu corpo para ser rasgado em pedaços,
dispersando como a morte em toda a brancura perfeita. Seus olhos caíram
para a minha roupa intima preta. "Você está fodidamente linda."

Ele se inclinou sobre mim, mordendo a rigidez do meu peito com


dentes suaves. "Eu vou te amar todos os dias. Eu nunca vou ter o suficiente
deles." Ele segurou meus seios, escovando meus mamilos duro com seus
polegares. "Eu nunca vou ter o bastante disso." Sua mão direita arrastou
pelo meu estômago em direção entre as minhas pernas.

Eu gemia quando o calor possessivo de sua palma enviou mini-


explosões no meu sangue.

Meu corpo congratulou-se com a energia que Roan conjurou, mas


minha mente estava longe. Era errado se concentrar em mim mesma. Tão
errado emocionar a vida em que Clara não tinha mais.

Eu não posso fazer isso.

Eu congelei.

A mão de Roan caiu de mim e ele exalou pesadamente. "Porra. Eu


sou um idiota."

"Não, você não é." Eu balancei a cabeça, amaldiçoando o fio de


lágrimas escorrendo de meus olhos. Será que eu nunca serei capaz de
tolerar o pensamento de que Clara não está mais no meu mundo?

Roan rolou para trás, me trazendo com ele. Eu estava no meu


vestido preto e algo afiado cutucou o fundo do meu pé.

Inclinando-me para esfregar minha sola, eu encontrei o distintivo


My Little Pony do funeral. Apanhei-o; o projeto do cavalo de menina rodou
com as minhas lágrimas.

Minhas entranhas torcidas até que eu já não sabia como viver.


Meu coração teve que reaprender a bater. Minha mente teve que chegar a
termos com a perda. Meu corpo tinha que preparar-se para trazer mais vida
ao mundo.

Havia muita. Demasiada sensação. A vida estava se movendo


muito rápido, colocando distância entre mim e Clara a cada segundo.

Eu olhei para Roan, implorando-lhe para corrigi-lo.


"Merda, Zel." Ele me arrastou contra ele e me segurou firme. Seu
calor ajudou a confortar, mas, ao mesmo tempo lembrou-me que Clara não
era mais quente. Eu tinha roubado seu calor quando ela ficou fria em meus
braços em seu escritório.

Meu coração se apertou até que eu não conseguia respirar.

Como posso seguir em frente quando a culpa vai me matar?

Eu não sabia quanto tempo ficamos lá. Mas Roan nunca parou de
acariciar o meu cabelo. "Está tudo bem. Você não tem que ser tão forte.
Solte. Eu estou aqui." Sua voz me acalmou, áspero e masculino. Ele não se
afastou, apesar da mancha úmida que crescia sob a camisa do estresse de
me segurar.

Finalmente, quando os meus tremores silenciosos tinham parado,


ele desapareceu e voltou com um roupão branco do banheiro. Envolvendo-
me apertado, ocultando a minha parcial-nudez, ele perguntou: "Posso
mostrar-lhe uma coisa? Isso pode torná-lo um pouco mais fácil." Sua voz
engatada. "Ou pode torná-lo uma porra de pior. Eu não sei. Me acertou toda
a vez que eu fiz isso."

Trepidação arrepiou minha espinha. "Mostrar-me o quê?"

Afastando-se, ele capturou minha mão e me arrastou para fora do


quarto. Nós viajamos por um curto corredor antes de virar uma maçaneta e
me empurrar para um instante do meu passado. Eu me senti como se eu
andasse por meio de uma máquina do tempo.

Clara.

Em todos os lugares.

Telas enormes de seu sorriso, correndo, dançando. Eu não


conseguia respirar. Eu tinha certeza que meu coração deixou de bater. Esta
deve ser a porta de entrada para o céu.
Se eu tivesse morrido de tristeza?

Eu podia senti-la. Ouvi-la rir. Cheirar seu aroma de maçã.

A forte presença de Roan apareceu à minha direita. "Você está


bem?"

Eu mal assenti, muito consumida com as imagens explodidas de


Clara. Seu sorriso irradiava, tão cheia da vida. "C-como?"

"Obsidian tem câmeras de segurança. Voltei através do filme e


salvei algumas fotos para lembrar você que ela sempre estará aqui. Mesmo
que ela se foi." Ele caminhou para frente, em direção a maior imagem
decorando as paredes. Era um retrato de mim e Clara andando de mãos
dadas nos jardins. Ela tinha uma fita roxa enrolada no meu braço e nós
estávamos rindo, tentando nos desembaraçar.

Todo o ar deflacionado do meu corpo, mas em vez de entrar em


colapso em uma cachoeira de lágrimas, suspirei com uma mistura estranha
de paz e nostalgia. Roan havia roubado a minha filha por se apaixonar por
ela, mas ele tinha dado as costas para mim, também.

"Eu-eu não sei o que dizer." Eu agarrei meu estômago, segurando


na dor da falta dela.

Ele sorriu. Sua cicatriz parecia menos impetuosa, fazendo-o mais


macio, mais doméstico. "Não diga nada. Sempre que ficar muito triste,
venha aqui e fale com ela. Ela sempre estará com você." Ele baixou a
cabeça, arrastando uma ponta do dedo sobre uma estátua de cavalo que eu
não tinha notado.

Girei, olhando os detalhes da sala. Em cada canto tinha cavalos de


bronze e cobre da coleção de Roan em Obsidian.

"Eu sei que é estúpido, mas eu ouvia ela. Aqui." Roan batia na
têmpora, em seguida, baixou a mão ao seu coração. "A sinto. Aqui."
Oh, Deus.

Tristeza, dor de cabeça, e esmagadora tragédia borbulhando no


meu peito. Estalando e fervendo até que minhas entranhas choveram com
lágrimas. Mas meus olhos ficaram secos.

Eu fiquei forte para aceitar o presente incrível que Roan tinha me


dado.

"Eu consigo ouvir ela também." Eu me mudei para frente,


passando o dedo sobre uma foto bonita ensolarada de Clara escolhendo
margaridas. "Eu acho que eu vou sempre ouvi-la."

Eu não podia acreditar que o homem das cicatrizes diante de mim


era o mesmo lutador que tinha me comprado por sexo.

Ele tinha mudado tanto, mas ainda parecia o mesmo.

Eu precisava dele. Eu precisava mostrar-lhe como grata eu era. O


quanto ele tinha me dado. "Me leve de volta para o quarto," eu sussurrei.

Os olhos de Roan se arregalaram. "Não temos —"

Eu balancei minha cabeça. "Eu quero." A dor de repente


retrocedeu, deixando-me na luz abençoada. De pé em um quarto cercado
por Clara, eu encontrei a força para pôr de lado as minhas lágrimas e
celebrar o que eu tinha ganhado e não o que eu perdi.

Você precisa dizer a ele.

Eu precisava torná-lo oficial e parar de me esconder do futuro


arremessado em direção a mim. Eu precisava dizer a ele sobre seu filho.

Os ombros de Roan endireitaram e ele veio lentamente em minha


direção. Seus lábios abertos. "Eu quero você, Zel. Deus sabe o quanto eu
quero você, porra." Ele baixou os olhos, olhando para os punhos. "Mas eu
ainda estou lutando aqui dentro. Eu quero ser gentil. Para te abraçar e fazer
amor com você. Mas... Eu não serei capaz disso, não quero levá-la
violentamente. Não hoje."

Meu coração disparou. Eu não respondi. O que eu poderia dizer?


Eu aceitei isso e ainda o queria. Eu não estava pedindo para ser realizada
enquanto eu chorava e ser embalada para dormir. Eu estava pedindo para
esquecer, por um tempo curto.

A memória de Clara ainda estaria lá para lamentar uma vez que eu


agradecesse a Roan com todo meu coração.

"Entendo. Eu preciso do que você pode me dar. Eu preciso ser


lembrada de como lutar. Estou cansada de lágrimas." Dando-lhe um último
olhar, mudei-me para a porta.

Eu não esperei por ele me seguir. Andando pelo corredor, entrei no


quarto branco, já formigando com o calor e arrependimento. Eu podia
celebrar a vida e aceitar tudo o que a nova gravidez seria? Eu poderia
colocar de lado a minha dor por apenas um momento para passar tempo
com o meu futuro, ao invés de meu passado?

Meus olhos caíram sobre o macio, perfeitamente trabalhado


descanso de ovelhas pelas grandes janelas.

Ovelhas de Clara.

Luz Solar atingiu o bronze, dançando como arco-íris manchado


sobre o tapete branco.

"Não fique triste, mamãe. Eu não quero que você fique triste."

Meu coração morreu tudo de novo, mas desta vez, foi reiniciado
com um leve fio de esperança. Espero que eu possa sobreviver e não me
acabar sob a perda.

Braços uniram-se em torno de mim por trás. A respiração quente


de Roan acariciava meu pescoço enquanto ele acariciou minha orelha.
"Vou parar. Basta dizer a palavra e eu vou embora."

Eu arqueei minhas costas para ele. "Leve-me. Me faça voltar à


vida."

Roan gemeu, me pegou levando para a cama. "Eu nunca vou parar
de beijar você ou amar você. Eu nunca vou parar de trabalhar duro para
isso, porra, você merece."

Eu me deitei sobre o colchão, seu corpo entrou em colapso no


meu. Seu joelho forçou minhas pernas quando ele descansou o corpo
totalmente contra mim. O roupão de banho desmoronou e sua mão pousou
no meu lado, o envio de fogo elétrico correndo por toda parte.

Eu nunca iria me acostumar com o formigamento feroz ou conexão


afiada quando ele me tocava.

"Você nunca vai estar sozinha novamente, Zel. Eu estarei tomando


tudo que é seu." Sua boca capturou a minha. Seu perfume me intoxicando e
todos os gostos mais vieram vivos quando sua língua pecaminosa entrou na
minha boca. Ele roubou cada pensamento. Cada rachadura. Ele me fez
concentrar em apenas uma coisa.

Ele.

Paixão desfraldou no meu estômago, me aquecendo, me excitando.


Eu me deixei ser egoísta e só estar focada no momento. Não no futuro. Não
no passado. Em nada, mas somente na magnitude da língua de Roan e o
calor duro dele entre as minhas pernas.

Ele inclinou a cabeça, os lábios deslizando contra o meu. Sua


língua lambeu a minha em uma dança possessiva ecoando em meu núcleo.

Meus dedos coçaram para puxar seu cabelo, arranhar as costas.


Algo feral foi desbloqueado dentro de mim e eu ansiava a conexão. Ansiava
por uma briga. Eu queria saber que eu ainda era forte o suficiente, apesar
do que tinha acontecido.
A mão de Roan segurou meu pescoço, me prendendo ao colchão.
Meus olhos se abriram quando ele parou de me beijar. "Diga. Diga que você
é minha."

Meu coração explodiu na intensidade gelada ds olhos de prata.


Engoli em seco enquanto seus dedos apertavam.

Em vez de temer ele, eu aceitei. E de bom grado me deu seu poder.


Depois de tudo o que ele tinha feito por mim, ele não precisa de
confirmação. Era óbvio.

"Eu sou sua. Por completo."

Eu estou tendo o seu filho.

Suas narinas e ele se moveram de repente, subindo para fora da


cama. O calor residual de seus dedos em volta do meu pescoço provocava
com a tortura erótica.

Olhos cinza claro trancados com os meus quando ele arrancou sua
camiseta e se levantou, me deixando deleitar em sua pele.

A estrela de prata de Clara descansou pendurada em sua garganta


e dando espasmos para o meu coração me aleijar. Me forcei a parar de olhar
e minhas sobrancelhas se juntaram, percebendo as novas cicatrizes
misturando-se com a idade.

Prata e vermelho, juntamente com hematomas roxos e azuis.

Sentada, eu segui os dois grandes quadrados de gaze presos a seu


lado. "Você está ferido." Olhei, pedindo silenciosamente para ele e dizer o
que aconteceu. Pequenas alfinetadas de sangue haviam vazado através da
bandagem.

Ele balançou a cabeça. "Mais tarde. Se você quer saber, eu vou te


dizer." Suas mãos caíram para a fivela e eu engoli em seco. "Mas agora, eu
vou levá-la. Eu preciso saber que você é minha. Então, eu posso dar-lhe
tudo o que eu sou, porra."

Minha boceta apertou com a necessidade crua na voz dele. Eu não


conseguia desviar o olhar.

Seu estômago ondulado, músculos dançando debaixo da pele


arruinada quando ele desfez o botão e puxou o zíper. Ele deixou o material
cair para baixo em suas pernas antes de chutar-los fora. Ele estava
orgulhoso e nu. Tão diferente de quando eu o conheci.

Minha boca salivava para lamber cada polegada. Para prová-lo.


Para beber-lo para sempre.

Suas mãos tremeram por seus lados. "Tire o seu sutiã fora." Sua
voz era escura, rouca, fortemente acentuando o dialeto russo que tentou tão
dificilmente esconder chegando ao fim.

Me sentando, eu puxei o roupão largo e tirei o meu sutiã. Ele veio


a distância; Eu me deixei cair para a cama.

Os olhos de Roan caíram para o meu peito, lambendo os lábios.


Ele gemeu e segurou seu membro. Seu pau se sacudiu em seu toque
enquanto ele acariciava a carne sensível. "Você é a única mulher que o meu
pau reage. Toda a minha vida, eu tenho estado sozinho. Eu fui ensinado a
odiar o sexo. Isso seria nevoeiro em meu cérebro arruinando meu foco para
as missões. Mas agora eu olho para você e eu estou feliz. Estou contente por
meu pau reagir a você. Porque significa que eu, porra, possuo você e você
me possui em troca."

A paixão em seu tom me manteve trancada em seu feitiço. Meu


cérebro manteve cutucando a dor, continuou a tentar me sugar de volta em
lágrimas, mas Roan me prendeu com ele. Eu precisava disso.
Desesperadamente. Eu precisava me lembrar de como ser eu mesma. Como
sobreviver.
"Você é o único homem que eu fui atraída. Eu queria você no
momento que eu o vi. Você me assustou, me aterrorizou, mas por baixo de
tudo, eu vi quem você é agora. Eu vi um homem que eu poderia amar. Eu
sou sua, Roan."

Seus olhos se fecharam; todo o seu corpo estremeceu. "Porra, me


chame assim de novo." Sua voz ressoou com luxúria.

Eu não sabia se ele queria que eu dissesse a ele que eu o amava


ou chamá-lo pelo nome. Então eu fiz ambos. Eu me joguei para a verdade e
abracei meu futuro com este lutador cicatrizado.

"Eu te amo, Roan Averin."

Seu corpo, cortado e gravado no músculo, ondulava com a


necessidade. Seus olhos escancararam e pela primeira vez eu vi um pedaço
de azul nas profundidades brancas. Eu vi paixão irregular e temor não
diluído. "Você me possui porra, Hazel."

"Eu não tenho você. Eu nunca vou possuir você. Você está livre.
Você lutou no seu passado e você encontrou seu caminho para mim." Minha
voz falhou com lágrimas, mas essas lágrimas eram o orgulho e gratidão que
ele tinha sido capaz de lutar.

"Puta que pariu," Roan rosnou. "Eu preciso tanto de você."


Deixando de lado sua ereção, ele atacou. A cama mudou quando ele caiu em
cima de mim. Apoiando seu peso sobre os cotovelos, os lábios caíram contra
os meus, pressionando a minha cabeça no colchão.

Ele ordenou para eu abrir mais as pernas, e aceitar seu beijo


brutal. Sua boca me consumido. Cada slide de sua língua lutou e defendeu.
Dançaram e adoraram.

Eu gemi quando sua mão arrastou para baixo no meu peito,


espalhando um rastro de fogo. Acariciando meu quadril, ele mergulhou para
dentro, empurrando minhas pernas.
"Eu te quero. Eu preciso estar dentro de você." Ele me beijou tão
forte que meus dentes machucaram meus lábios. "Eu não posso ser gentil.
Sinto muito. Eu não posso ser —"

Meu corpo quebrou quando ele pressionou dois dedos dentro de


mim. Desenhando umidade e enviando e explodindo através do meu
coração. "Está tudo bem. Eu subestimo —"

Sua boca pousou na minha novamente, engolindo minhas


palavras. Seus dedos empurraram em um ritmo perfeito de construção de
mais e mais alto. Um orgasmo se reuniu atrás dos meus olhos, no meu
coração, no meu peito, em meu núcleo.

Cada acidente vascular cerebral e provocação de seus dedos


longos e fortes enviaram suor na minha pele. O sol entrava pelas janelas,
capturando-nos em um projetor de calor.

"Deus, eu quero estar dentro de você. Duro e profundo. Eu quero


reivindicar cada polegada de você," Roan disse ofegante, mordendo minha
orelha.

"Faça. Leve-me."

Eu o queria agora, enquanto eu existia neste mundo egoísta


perfeito onde nada mais importava. Eu tinha colocado barreiras,
segmentando a dor que eu sabia que estava esperando por mim.

Ele riu, estrangulado com fome. "Deus, você é muito foda de


potente. Não consigo pensar direito. Eu não posso me controlar."

Eu soluçava quando a ponta de seu pau substituiu seus dedos,


empurrando, deslizando um pouco.

Virando a cabeça, eu mordi os lençóis ondulantes, tentando


manter minhas mãos longe dele. Eu queria puxá-lo mais profundo, forçá-lo
a me levar rápido. A necessidade humana fundamental para tocar me levou
sabendo que eu não podia arriscar. Ele já se esforçou tanto. Cada músculo
vibrou, com os olhos apertados e escuros.

Roan pairou, me provocando. Seus quadris pairando, me dando


uma pequena quantidade de sua ereção. Ele respirava com dificuldade,
ofegando com o estresse. "Faça-me levá-la. Faça-me fode-la." Ele empurrou
um pouco, a torção em minha mente de desejo. "Leve-me, Zel. Tome tudo de
mim. Deixe-me provar que você não tem mais nada a temer."

Parei mordendo os lençóis e olhei para ele. Realmente olhei para


ele. Não há mais barreiras, não há mais semblante nublado ou segredos, ele
deixou-me ver o quão difícil era para tocar nele, mas ele queria que eu
fizesse isso de qualquer maneira. Cada parte dele queria me matar. A
violência era uma aura em torno dele, um fragmento pequeno em sua
sobrancelha.

Ele sofreu para me proteger.

Ele voluntariamente lutou contra a dor para encontrar salvação


que pode nunca vir.

Meu coração não poderia lidar com sua agonia. "Dói em você." Eu
balancei minha cabeça. "Eu não posso. Pare. Nós podemos tentar outro dia."

Ele rosnou, deixando cair a cabeça para morder meu pescoço. A


nitidez de seus dentes me fez congelar.

Ele perdeu o controle?

Meus dedos coçaram para a minha faca. Eu disse adeus a Clara


hoje e, tanto quanto eu sentia falta dela, eu não estava pronta para deixar
esta terra.

A constatação de que eu queria continuar vivendo, mesmo que


isso significasse ficar sem ela ao meu lado apanhou-me de surpresa. Essa
certeza atirou em mim com luta e adrenalina. Lembrando-me que os outros
precisavam de mim.
Roan precisava de mim.

Seu filho precisava de mim.

Em vez de culpa, a paz estabeleceu.

Então minhas costas curvaram quando Roan pressionou um


pouco mais, me esticando. "Eu não vou ir mais longe até que você faça.
Toque-me." Ele beijou minha bochecha, me sufocando com cheiro de
fumaça. "Me toque. Por Favor. Você está segura." Sua voz era irregular e
tensa.

A oferta era muito tentadora. Eu queria ajudá-lo a quebrar. Eu


queria que ele parasse de estar na dor.

Meus dedos sussurraram sobre suas costas e ele assobiou. Cada


músculo em sua coluna, bloqueados.

Deixei minhas mãos caírem.

Você não pode fazer isso.

Eu já joguei com apenas minha vida. Eu tinha outra agora para


proteger. Mal formada e tão, tão delicada. Eu não podia ser imprudente ou
egoísta.

"Eu não posso."

Seus olhos queimaram arregalados, mantendo-se rígido acima de


mim. "Por que não?"

Meu coração contrariou, correndo em direção à verdade. O medo


me encheu com a forma como ele reagiria. Será que ele ainda me quer? Será
que ele e vê como uma substituta para Clara? Eu tinha trabalhado através
dos meus problemas e aceitado que eu poderia amar outro criança sem ser
uma traidora à memória de Clara, mas Roan não sabia. Ele não tinha uma
pista.
"Eu não posso deixar você me matar."

"Eu não estou indo matá-la. Foda-se, Zel. Eu preciso de você para
me empurrar novamente. Eu não vou ficar melhor se você não fizer isso,
empurre-me como você fez no Obsidian."

Eu balancei minha cabeça. "Eu tenho que pensar em outra


pessoa. Não é apenas a minha vida que eu vou estar arriscando para salvar
a sua."

Ele ficou ereto, olhando no fundo dos meus olhos. "Desembucha.


O que diabos você está escondendo de mim agora?" Um terrível brilho
encheu o seu olhar. "Então me ajude, Hazel, diga-me. Eu não vou sobreviver
se você guardar segredos de mim outra vez."

Puxei uma respiração profunda, me fortalecendo contra sua ira.


"Estou grávida."

O mundo parou por uma fração de segundos. Seu rosto congelou,


olhos atordoados. Então a vida sacudiu de volta para ele e ele piscou. "O que
você acabou de dizer?"

Engoli em seco, odiando a onda de tristeza que comemorou uma


nova vida quando eu só tinha acabado de dizer adeus a uma menina que
sempre manteve meu coração. "Eu estou grávida de seu filho."

Eu não estava preparada para a mudança nele. A fome selvagem


que explodiu, me infectando assim brutalmente. "Porra. Hazel." Sua boca
caiu contra a minha, sua língua me varrendo profundamente. Eu não tinha
idéia o que estava acontecendo em sua cabeça.

Suas mãos deixaram meus quadris para capturar meu rosto, me


segurando em cativeiro quando ele me beijou como um homem faminto de
ar. Tão rapidamente como ele me beijou, ele se afastou. "O Quê? Como?"
Seus olhos corriam em cima de mim, descrença em suas profundezas.
Minha cabeça girava. Meu corpo despertou e cantarolava. "Eu
pensei que não poderia conceber. Eu estava errada."

"Mas, oh, meu Deus. Eu vou ser pai?" O amor brilhou mais
brilhante do que qualquer sol, então foi sombreado pelo medo. "Porra. Eu
não — eu não posso estar em torno de algo tão frágil." Ele respirou. "Eu —
eu não sei o que dizer."

Eu não estava com medo que ele iria rejeitar a idéia de sua prole,
ou que ele iria me mandar embora. Confiança correu no meu sangue. "Você
já fez tanto progresso. Você tem nove meses para terminar a cura antes que
ele chegue."

Ele engoliu em seco. "Ele?" Seus olhos na minha barriga. "Você já


sabe o que é?"

Cada parte de mim queria abraçá-lo. Ele parecia perdido.


Aterrorizado. Quase com raiva de mim por colocar ele nesta situação
perigosa.

Eu balancei minha cabeça. "Não. Mas eu sei. É um menino. Seu


filho. E você não vai machucá-lo. Não vou deixar você fazer isso."

Seus quadris se moveram, retirando a pequena quantidade de


conexão que nós compartilhamos. "Mas eu consegui porque Clara resistiu
porque ela era tão valente, tão forte. Mas um recém-nascido?" Ele entrou em
pânico, arregalando os olhos. "Eu não posso. Eu não quero ser responsável
por matá-lo —" Ele parou e cerrou os dentes. "Não. Vou olhar você até você
tê-lo, então eu vou manter a minha distância. É o único caminho."

Raiva.

Quente, raiva rápida. Eu tinha esquecido o que senti, enterrada


sob tanta dor. Saudei-o e fiz algo que eu provavelmente não deveria.

Agarrando a parte de trás do seu pescoço, eu puxei-o para baixo.


Seus bíceps tensos, tentando segurar-se.
Minhas pernas e pé e ao redor de seus quadris, encontrando sua
dureza novamente e empurrando-me para ele.

Ele congelou, tensão ecoando em suas articulações. "Pare, Hazel.


Porra —"

"Não. Não vou parar. E eu vou dizer por que. Você está indo para
ser parte desta nova vida. Você está indo para se curar e você vai ficar
melhor. Se eu tenho que te mostrar que você pode fazer isso, então que
assim seja." Minhas mãos caíram de seu pescoço para seus quadris,
puxando-o para mim. Ele puxou de volta, lutando entre a necessidade de
nós.

Ele lutou, olhando positivamente selvagem, mas, em seguida, toda


a luta desviou para fora dele e ele caiu no topo. Sua respiração sacudiu em
seus pulmões e os olhos apertados. "É muito difícil. Eu não posso ignorar o
condicionamento."

"Sim, você pode. E você vai."

Eu precisava dele para me levar. A sede doía nos meus dentes,


meus ossos. Eu precisava solidificar nossa ligação de uma vez por todas.

Nós precisávamos para machucar e montar e reivindicar. Não se


tratava de doçura e de construção de confiança, era mais profundo do que
isso. Algo que se juntou a nós mais santo do que o casamento ou uma vida
de união.

"Leve-me, Roan. Eu confio em você."

Ele gemeu em alto e bom som. "Eu não posso — eu não quero te
machucar. Este foi um erro." Seu corpo me prendeu, criando uma manta
cheia de luxúria masculina.

"Sim, você pode." Minhas mãos pousaram em sua bunda.

Ele estremeceu e seus dentes rangeram alto. "Pare."


"Não." Eu afundei as unhas profundamente em sua carne e puxei-
o possessivamente para cima de mim. Foi a primeira vez que eu tinha
tomado dele. A primeira vez que eu tinha tomado tudo o que ele ofereceu e
muito mais.

Seu comprimento afundou-se profundo e amplo, trazendo calor e


ondas de desejo. Cada trecho foi delicioso. Perfeito.

Seu auto-controle estalou e ele jogou a cabeça para trás. "Oh meu
Deus. Maldição, você sente —" Ele não terminou enquanto empurrava mais
fundo — eternamente profundo. Eu não conseguia manter meus olhos
abertos, oprimida pela plenitude deliciosa, o conhecimento completo que ele
era meu e eu era sua.

"Veja. Você pode. Você tem mais controle do que você sabe."
Envolvendo as minhas pernas mais apertadas em torno de seus quadris, eu
o prendi. "Eu confio em você para me amar. Para não me machucar. Me dê
tudo o que você tem para dar, Roan Averin."

Cada músculo se destacou, vibrando com a agressão reprimida e


somente ordens que ele podia ouvir. Ele estremeceu incontrolavelmente.

Alcancei o seu pescoço, peguei dois punhados de cabelo e puxei


seus lábios nos meus. "Você pode fazer isto. Lute por isso," eu ofegava
contra seus lábios.

Ele balançou a cabeça, puxando os fios de meu aperto. "E se eu te


machucar? Merda, Zel, você está grávida. Estou mesmo permitido estar
dentro de você assim?" Suas narinas inflamaram e seus quadris tentaram
mexer fora de minhas pernas fechadas.

"Você não vai a lugar nenhum." Agarrando mais de seu cabelo, eu


o obriguei a me beijar. Minha língua entrou em sua boca e um tremor
tremeu pelas costas.
Mordendo o lábio inferior, murmurei, "Eu vou tocar em você se
você me levar. Vou ajudar você se você me fizer vir. Eu serei sempre sua,
Roan. Prove-me que você pode me manter a salvo."

Eu deliberadamente o levei ao ponto de ruptura. Foi fascinante


sentir a mudança nele. O olhar assombrado rodado em suas profundezas. A
violência de seu passado engoliu ele por completo. Mas, através da
transformação de humano para máquina ele pressionou a testa contra a
minha e manteve os olhos fixos. Ele trancou-se em mim. Alma para alma.

Foi-se a luta para me proteger. Seu pau pressionou mais profundo


e seu corpo sufocou mais forte. Ele empurrou uma vez, rangendo os dentes.
"Eu não posso ser lento. Não me peça para ser lento."

Eu balancei a cabeça, acariciando suas costas, emocionada com o


terror e o querer. "Leve-me no tanto que você precisa."

Seu corpo bateu em mim uma vez, duas vezes, antes de encontrar
o controle e parar as vibrações, mal contidas. "Eu estou tão assustado." Sua
voz vacilou com a sinceridade em seus olhos quase me fazendo deixá-lo ir.

Quase.

"Eu confio em você." Eu repeti-o uma e outra vez até que se


infiltrou em sua psique e libertou-o. "Você não pode machucar o bebê. Leve-
me. Eu não vou pedir de novo."

Ele mudou de humano para animal. Largou tudo.

Seus quadris se afastaram antes de colidir com o meu com uma


ferocidade que ecoaram no meu coração.

Tudo sobre ele mudou para a ganância possessiva. Seu rosto


fechado. Lábios franzidos. Frisado de suor.
"Não confie em mim. Não porra confie em mim," ele rosnou,
conduzindo em mim. Cada traço de seu pau reivindicou a posse e deixei ele
me roubar.

Nada mais existia, mas ele dentro de mim e seu corpo acalorado
acima de mim. Fechei minhas pernas mais apertadas, puxando-o
dolorosamente mais profundo.

Sua boca fechada em meu pescoço, chupando, mordendo. Faíscas


de ouro e prata passaram zunindo em meu sangue, intoxicando-me fazendo-
me voltar à vida.

"Sim. Leve-me," eu respirei enquanto Roan dirigiu violentamente


dentro de mim. Cada estocada ele se perdeu até que eu não sabia qual
homem eu segurei. Obsidian Fox ou Roan Averin.

A cama gritou pelo chão, a roupa de cama deslizando todo o


colchão enquanto tomava tudo o que eu tinha para oferecer. Ele estava
certo.

Não foi suave. Não era doce. Ele estava sujo, cruel e quebrado.

Mas eu não conseguia o suficiente.

Suas mãos pousaram em meus quadris, me segurando no lugar


enquanto ele aumentava seu ritmo. Seu rosto se contorceu até que ele olhou
furioso.

Meu coração já não batia, fervilhava como um beija-flor quando


cada impulso desbloqueou um poder profundo dentro de mim. Um poder
sobre este homem. Sobre o meu destino. Sobre a minha tristeza, felicidade e
futuro.

Amor inchou como um tufão no meu peito, evoluindo, crescendo


até encher todo o espaço e a cavidade. Eu visualizei o amor protegendo a
nova vida dentro de mim, se espalhando para Roan e curando-o. Isto
continuou crescendo até que meu corpo não tinha mais espaço e explodiu
fora de mim, regando-nos tanto em emoção.

"Deus, eu — eu não posso parar." Roan recuou, o rosto brilhando


de suor. "Eu estou te machucando. Deus, eu sou... Desculpe. Sou um
maldito, desculpe." Seus olhos eram selvagens, pele pálida. "O bebê. Faça-
me parar. Faça-me porra parar." Seus dentes cerrados enquanto
particularmente se dirigia duramente dentro de mim.

Meu corpo despertou com a eletricidade, estática que estalou entre


nós. Eu não conseguia parar. Não quando eu estava tão perto de cair no
precipício de um comunicado que eu queria desesperadamente.

Este foi entre mim e ele.

Vida e morte.

Posse e propriedade.

Eu joguei minha cabeça para trás. "Você não está me


machucando. Eu confio em você."

"Pare de dizer isso!" Ele gemeu, aumentando seu ritmo até que eu
tinha certeza de que eu iria agarrar em duas. "Não confie em mim. Nunca
confie em mim."

Seu gemido gutural vibrou em seu peito quando a primeira onda


de necessidade viajou para baixo em seu pau, me massageando com a
ferocidade de seu orgasmo iminente.

Meu corpo se apertou, apertou, feriu. Tomando-me desta


estratosfera e me colocando em uma estrela cadente. Um cometa onde tudo
estava feliz e perfeito onde não houve tragédia ou tristeza.

Uma estrela.

Sua estrela.
Tristeza tentou me roubar de seu abraço e eu prendi meus olhos
fechados. Incidindo apenas sobre seu calor e vitalidade. Quanto mais Roan
me levou, mais ele se afastou. Nossos corpos estavam ligados, mas a nossa
alma tinha perdido um ao outro.

Eu precisava encontrá-lo novamente.

Para terminar o que tinha começado.

"Mais. Por favor, muito mais." Eu passei meus braços ao redor de


seus ombros, arrastando-o de volta contra mim.

Ele gemeu quando todo seu corpo ficou tenso, pousando em cima
do meu. Seus quadris no vai e vem enquanto eu me realizava, nunca o
deixando ir. Nossa respiração se misturava, ofegando fora de controle.

Cada curso foi delicioso; cada movimento me enviou mais alto na


montanha de reivindicar o mais incrível orgasmo da minha vida.

Eu apreciava a ferocidade dele, a propriedade absoluta de seu


corpo em cima de mim. Corpo inteiro em contato. Algo completamente novo.

Eu amei abraçá-lo.

Eu amei ser coberta por ele.

Meu corpo oscilou fora do alcance com o tremor da minha


liberação. Eu cavei as unhas em sua bunda, curvando-me para ele,
encontrando sua estocada.

Roan gritou com toda a tortura no mundo, perdido em qualquer


mente-urdida que ele sofreu. "Eu — eu te amo, porra," ele retrucou,
violência tingindo cada parte dele.

Isso era tudo que eu precisava.


O conhecimento que ele me amava deu-me forças para enfrentar o
futuro desconhecido. Deu-me a coragem de amar outro como eu tinha
amado Clara.

Eu vim.

Eu desvendei e queimei tudo de uma só vez. O orgasmo não era


apenas na minha boceta; mas existia em cada células do sangue, em cada
respiração que eu dava, em cada parte de mim. Rolando como ondas,
imitando o surfe.

"Sim. Sim. Não pare."

"Eu nunca vou parar." Sua boca encontrou a minha em uma


batalha de lábios. Lutando e servindo, amor e compromisso certo em meu
coração.

Eu me sentia completa.

Eu nem sabia que estava faltando alguma coisa até que ele me deu
tudo o que ele era.

Eu nunca ficaria livre dele. Assim como ele nunca estaria livre de
mim.

Eu gritei quando as contrações de minha liberação espremeram


em torno de seu pau. Ele estremeceu e impulsionou mais duramente.
"Estou chegando. Porra, estou fodendo e vindo."

Roan se desfez.

Seus impulsos perderam uniformidade, dirigindo implacavelmente,


em busca de prazer, buscando autorização. "Leve-me. Tudo de mim." Seu
orgasmo rasgou pelas costas, ondulando como uma onda poderosa sobre
seus músculos. Ele jorrou lá no fundo, jorro após jorro.
Minha liberação continuou, intensificando enquanto a nossa vida
se misturava. Encontrei, por um breve segundo, a eterna felicidade.

Gradualmente, Roan desacelerou antes de chegar a uma rocha


suave. Ele caiu em cima de mim, seu pau com espasmos lá no fundo. Sua
respiração era irregular e sua pulsação batia através de mim como um
tambor pesado.

Ele soou como se tivesse corrido uma maratona e quase não


sobreviveu.

"Você está bem?" Eu sussurrei.

Ele bufou. "Mais uma vez você pergunta sobre o meu bem-estar
quando eu sou o único que apenas fodi você feito uma besta." Ele olhou
para cima com olhos desolados. "Você pode me perdoar por ter tomado você
assim? Hoje e de todos os malditos dias. Eu devia ter te beijado e feito amor
doce e delicado em vez de contusão e você gosta do bastardo que eu sou."

Minha mão tocou seu rosto. Seu corpo inteiro tremeu e sua testa
franzida com faixas de profundidade.

Nossos corações bateram com tanta força que a cama tremeu com
cada pulso, completamente fora de ritmo, correndo para uma louca batida.

Não querendo empurrá-lo mais longe, eu deixei cair meu toque.


Ele tinha tido o bastante. Ele tinha feito melhor do que eu jamais esperava.

Teremos que ter contato total no sexo e, embora ele tivesse sofrido
como um louco, ele não tinha medo de mim.

"Você não me machucou e você não é um bastardo. Você cuidou


de mim, Roan. Você me protegeu por lutar por tudo o que você lidou." Eu
sorri suavemente. "E é por isso que eu confio em você."

"Não importa. Eu ainda não tenho controle. Eu ainda te levei mais


forte do que eu queria."
O sol caiu de brilhante para crepúsculo, enviando a sala sombras
pacíficas. Roan rolou de cima de mim e esparramou sobre os lençóis
emaranhados.

Cada parte de mim doía, mas foi uma boa dor. Uma dor bem-
vinda. Isso me lembrou do que a vida era. Eu poderia ter dito adeus a uma
coisa preciosa na minha vida que eu nunca poderia substituir, mas eu tinha
ganhado mais do que eu jamais imaginei ser possível.

Apoiei-me em um cotovelo e olhei para ele. Ele estava deitado nu,


um braço jogado sobre sua cabeça, seu estômago plano pulsando quando
seu coração lentamente se acalmando.

O suor na minha pele começou a relaxar e perdeu seu peso sobre


mim. Tristeza me encontrou mais uma vez e eu apertei meus olhos,
tentando permanecer no momento em que lágrimas não poderiam me
encontrar.

Uma mão acariciou minha bochecha. "Você está bem?"

Meus olhos se abriram, trancando no seu. "Não. Mas eu acho que


com o tempo eu ficarei." Seu rosto ficou franzido. "Tenho tantas saudades
dela. É como se uma parte de mim se foi. Me sinto culpada por querer este
bebê com você porque eu sinto que estou traindo ela. Sinto-me culpada por
viver enquanto ela se foi." Ele baixou a mão, olhando para o teto. "Quanto
tempo será necessário para você ficar bem para deixá-la ir? Quando vai
parar de se culpar?"

Com os meus olhos encobertos e eu deixei cair ao lado dele,


querendo tanto para me aconchegar em seu abraço.

"Clara não quer que a gente se sinta culpados por viver. Mas isso
vai levar um longo tempo para seguir em frente."
Roan mudou, trazendo os dedos para se unir com os meus. Não foi
o suficiente. Eu queria o braço em volta de mim. Mas ele só me daria isso
por enquanto.

"Obrigado. Pelo que aconteceu. Você me deu algo que eu nem


sabia que eu precisava." Ele sorriu gentilmente. "Não tenho palavras. Foi
incrível."

Eu sorri. "Lembra do que eu te disse? Sexo é para ser apreciado


sem roupas e em contato com o corpo inteiro. Você vai pegar o jeito."

Ele riu, em seguida, apreensão gravou seu rosto. "Eu consegui


lutar com o condicionamento dessa vez, mas da próxima vez... Eu não sei se
eu posso. Foi estúpido me empurrar tão forte. Especialmente agora —" Seus
olhos caíram para o meu estômago plano.

Terror encheu seu olhar e eu corri para impedi-lo de cair em um


espiral profundo dentro de si mesmo. "Não pense sobre a próxima vez. Você
provavelmente não achava que você poderia conseguir o que aconteceu
agora, mas você conseguiu." Eu me inclinei e beijei-o suavemente. "Pare de
se preocupar. Tudo vai dar certo."

"Ele está sofrendo. Ele precisa de você, mamãe."

A voz de Clara capturou meu coração e eu respirei fundo.

Alguns minutos se passaram enquanto nós caímos em nossos


pensamentos. O único som veio de surf do outro lado da estrada. Eu queria
ficar nesta bolha de tempo para sempre — no limbo em que eu não tinha
nem mais lágrimas no rosto ou planejar um futuro que seria cheio de
complicações.

Roan fez uma careta. Quebrando o silêncio, ele disse: "Eu não
queria fazer isso, mas não é sobre mim mais. Eu preciso saber que você está
segura. De mim. Eu preciso saber que eu não vou te machucar
acidentalmente ou colocar a vida do bebê em risco."
Gelo escorria no meu sangue quando uma resolução sombria
encheu seus olhos. Ele tomou uma decisão sem discutir comigo.

Merda.

Sentada, eu bati, "O que você está pensando? Seja o que for, pare
com isso."

Meu coração parou até que correu tão loucamente como antes. Eu
odiava não saber as loucas conclusões que Roan tinha feito. Ele não vai sair.
Será que ele vai?

Horror aqueceu meu sangue com o pensamento de ele ir embora


sob o pretexto de me proteger e proteger seu bebê.

"Roan. Você não pode —"

Cortando-me, ele murmurou, "Eu matei meu manipulador na


Rússia. Eu quebrei o controle que ele tinha sobre mim. Já não é a voz
dentro da minha cabeça me dizendo para matar e assassinar. Mas o
condicionamento é muito profundo e arraigado. Eu nunca vou ser livre,
porque eu fui ensinado e toda a minha vida a obedecer a uma certa
hierarquia." Ele suspirou. "Você entende?"

Lágrimas picaram meus olhos. Eu não tenho a menor idéia. Eu


nunca seria capaz de compreender o que ele viveu.

Roan não esperou por mim para responder. "Eu não posso dizer
que nunca vou lutar novamente. Eu não posso dizer que eu sempre serei
forte o suficiente para não procurar dor para ajudar a lidar com os meus
problemas, mas eu posso dizer que eu vou te machucar. É inevitável. Mais
cedo ou mais tarde, eu não vou ser forte o suficiente. Você vai me tocar
quando eu estiver despreparado. Vou lançar e causar danos incalculáveis, e
eu me recuso a correr esse risco."

Meu estômago sendo tostado com o medo. "O que você está
dizendo?" Não diz que está partindo. Não diga que está indo.
"Toda a minha vida, eu tenho sido controlado. Eu pensei que eu
poderia encontrar ajuda em você, e... Clara..." Seus olhos embaçaram, em
seguida, ele continuou. "Mas eu estou assumindo a responsabilidade por
minha própria condição, e eu sei o que é necessário para fazer. Você é
minha vida agora. Minha mulher e amante. Eu pertenço absolutamente a
você. Eu não posso colocar sua vida em perigo cada segundo de cada dia.
Não é justo com você. E eu me recuso a viver com medo mais."

Rolando para me encarar, ele suavizou o tom, aceitando sua


decisão, ou qualquer que fosse. "Se eu deixar a barreira na minha mente
cair, eu serei controlado por você em todas as coisas. É a única maneira que
eu posso pensar para mantê-la a salvo de mim."

Segurando minha mão, sua voz caiu para um sussurro mortal. "A
fim de mantê-la segura, preciso dar-lhe o poder. Eu preciso saber que eu
vou obedecer-lhe em todas as coisas. Eu preciso de um proprietário que eu
vou obedecer explicitamente se eu escorregar ou machucar você. Se eu
colocá-la em posição de meu manipulador, uma palavra de você e eu paro.
Sem dúvida."

Eu tentei puxar minha mão, odiando a idéia da remoção do seu


livre-arbítrio ou possuir direitos para seus pensamentos e decisões. "Não.
Eu não vou fazer isso." Foi bárbaro. "Você não é meu para controlar. Você é
um ser humano, não o meu animal de estimação."

Seus dedos presos mais apertados. "Você vai fazer isso por mim,
dobycha. Caso contrário. Eu nunca vou estar seguro em torno de você e
você vai ter que estar em alerta máximo todo o tempo. Um de nós vai
estragar isso e será você quem pagará com as consequência. Você tem que
fazer isso."

Ele balançou a cabeça, os olhos brilhando com ferocidade. "Você


quer ficar aqui e criar uma família comigo?"
Eu olhei. Que pergunta cruel. Claro que eu quero. Mas não à custa
da sua felicidade. Lágrimas de raiva encheram meus olhos, mas tanto
quanto eu odiava isso, eu não poderia argumentar contra sua lógica.

Não é justo.

Mas é a única maneira.

Eu sabia. Eu sabia que minha faca não seria suficiente para detê-
lo se ele se esquecer quem ele era e vier depois de mim. Eu não hesitaria em
matá-lo se ele machucar seu filho. Eu poderia acabar morta ou assassinar o
homem que eu amo.

Era um inferno.

Quando eu não respondi, Roan disse: "Tem que ser desta maneira.
Você sabe que é a verdade. Até que eu possa encontrar outra solução, isso é
o melhor que eu posso fazer no momento. Eu me recuso a viver com medo
de matá-lo. Eu nunca poderia sobreviver assistindo outra pessoa que eu
amo morrer."

Meu coração se partiu mais uma vez por Clara.

Pela família de Roan.

Pelo seu passado.

Eu suspirei enquanto a luta para argumentar se evaporava. Eu


não podia negar que fazia sentido. E eu não podia fingir que tanto a minha e
a segurança de nosso filho por nascer não eram dignos de um sacrifício para
nos manter vivos. "Somente até que possamos encontrar outra cura."

Ele balançou a cabeça, sorrindo, mas não alcançou seus olhos. Eu


respirei na verdade em seu olhar. Ele já não acreditava que seria normal.
Ele tinha perdido a esperança. Ele aceitou que está era a única maneira em
sua vida
Tinha que ser sua última chance de encontrar alguma semelhança
da felicidade.

Eu queria matar todos os bastardos que tinham feito isso com ele.
Eles não só tinham arruinado a vida de Roan, mas a minha e a de seu filho,
também.

Ele nunca ficaria livre de ser sempre assombrado por fantasmas.

"Não desista. Prometa-me que não vai desistir." Espremendo a


mão, eu jurei, "eu nunca vou usar o poder sobre você para outra coisa senão
me proteger ou proteger o nosso futuro filho. Você tem a minha palavra
final. Mas isso é apenas temporário. Eu sei que um dia você vai encontrar a
liberdade."

Ele se inclinou e me deu o beijo mais doce. Segurando-me firme,


ele lambeu os meus lábios.

Seu gosto dançou longe da realidade e em um lugar mais feliz. Ele


me beijou para evitar de mentir para mim.

Ele não iria continuar tentando porque ele estava cansado. Ele
lutou a batalha por muito tempo.

Eu gemia enquanto seus dentes beliscavam meu lábio inferior,


enviando mais fogos de artifício. Ele tinha gosto de liberdade e futuro. Eu
queria tanto encontrar a felicidade final para ele.

Quando ele se afastou, algo tinha mudado. Ele tinha ativado o


condicionamento. Eu não sabia como funcionava, mas ele me deu poder
sobre ele. E porra me matou.

Suspirando pesadamente, ele disse: "Está feito. Você está segura."


Seus olhos brilhavam nevados com uma mistura de ódio e satisfação. Alívio
e frustração.
Meu olhar ficou molhado com o pensamento de forma irrevogável
de possuir este homem. Não era natural. Não era humano. Mas ele tinha
dado cada obediência a mim.

Eu me senti como se tivesse entregado uma trela, puxando-o até o


calcanhar. Eu perdi um pouco dele mesmo quando ele sacrificou muito.

Clara teria odiado. Ela saberia o que tinha ocorrido. Ela teria feito
ele encontrar uma outra maneira.

"Não desista. Ele precisa de você, mamãe. Não fique triste."

Mantendo a minha dor na baía, eu balancei a cabeça, aceitando o


seu dom. "Eu amo você."

Ele sorriu, me colocando na curva do seu braço. Seu toque enviou


calor e brasas do outro lado minha pele. Toda vez que ele me tocou, era
como se ele desse uma parte de si mesmo, compartilhou de sua energia
comigo.

Isso é verdade.

Ele só me deu sua alma.

Beijando o topo da minha cabeça, ele sussurrou: "E eu te amo."


Puxando uma respiração profunda, ele riu, forçando alegria em vez de
tristeza em sua voz. "Você me possui coração e alma, Hazel Hunter. Você
não é apenas minha amante, mas serei manipulado por você e vou andar
sobre lâminas afiadas por você. Eu mataria por você. Eu darei a minha vida
por você."

Aninhando meu pescoço, ele murmurou, "Você tem o poder sobre


o Fantasma altamente treinado. Qual é o seu primeiro comando, senhora?"

Meu coração bateu com a dor escondida em sua voz. O presente


que ele tinha me dado. Então eu jurei que encontraria uma cura. Eu nunca
iria parar até que eu fixasse o homem que me fixou.
Ignorando o puxão doloroso no meu coração, eu sorri contra seus
lábios. "Beije-me. Faça amor comigo. Me faça ansiosa para o nosso futuro."

Sua cabeça abaixada, lábios capturando o meu.

Seus olhos se encontraram com os meus enquanto ele


reverentemente sussurrou: "Sim, senhora."
Epilogo

Minha vida terminou três vezes antes de eu finalmente ter o

suficiente.

Eu tinha sido um menino, um fantasma, um homem tateando


para encontrar o seu lugar.

Eu nunca pertenci.

Meu passado era imutável, mas o meu futuro não era escrito e
governava livre.

Invencível, Impenetrável, Invisível já não se aplicava a mim.

Eu adotei três coisas novas:

Ressurreição.

Redenção.

Resolução.

Toda a minha vida, eu tinha sido um peão. Mas não mais.

Eu era um provedor, amante, pai e amigo.

Na esteira do desgosto veio nova vida, e foi-me dado uma segunda


chance. Eu aceitei minha deficiência e aprendi a viver com ela, em vez de
combatê-la. Não foi tão ruim ter a mulher que eu adorava sendo minha
dirigente.

Mas então veio o forro de prata. O sonho final.

Eu estava certo o tempo todo.


Havia uma cura.

Clara morreu em fevereiro, deixando-nos para enfrentar a vida por


conta própria. Zel e eu passamos o primeiro mês fazendo nada além de
tentar me curar e caminhar ao longo da praia. Isso nos deu tempo para
crescer e consertar e desenvolver uma dimensão mais profunda em nosso
romance não convencional.

Março chegou e passou despercebido apenas quatro semanas a


mais sem Clara.

Abril trouxe um frio, sinalizando que o verão acabou, e que era


hora de dizer adeus às flores e calor e sol. Voltei para Obsidian para recolher
minhas ferramentas e equipamentos de ferraria. Eu queria começar a
esculpir novamente. Eu queria recriar o espírito incrível de Clara usando
bronze e cobre.

Maio, Clue anunciou que ela e Ben foram morar juntos e Ben
comprou uma casa não muito longe de nós nas praias do norte. Ele ainda ia
para o Obsidian lutar, e ele me deu uma oferta permanente de bater até
sangrar se eu precisasse do meu estranho tipo de terapia.

Pensei sobre a oferta, uma vez ou duas vezes.

"Eu adoro quando você chega em casa todo suado." Zel apareceu na
esquina do lounge. Seus braços pequenos em volta do meu peito. "Você não
fica muito quente correndo todo de preto?" Seus olhos encontraram os meus,
latente com a luxúria. "Eu quero você, Roan. Eu vi você na praia. Senti sua
falta."

O volume de sua barriga de grávida pressionou contra o meu


abdômen e eu sofri um flashback hediondo. Isto me rasgou da minha falsa
segurança para uivar no inverno e no poço. Rosnar de lobos encheu minha
cabeça e eu regredi.

Era o primeiro dia do mês. O dia em que foi pior para mim do que o
resto do dia que o condicionamento reprogramado foi reiniciado.

Eu agarrei seu pescoço, os dedos desobedecendo minhas ordens.


Eu apertei sua garganta com uma raiva incontrolável. "Nunca mais toque em
mim."

Vi minhas ações como se minha alma estivesse livre de meu corpo.


Um espectador quando eu torcia o pescoço da mulher que eu adorava.
Gritando em silêncio, eu assolava para parar, mas o condicionamento me
puxou sob sua teia inquebrável.

Os olhos de Zel preenchidos com brilhante terror e seus dedos


voaram para seu cabelo.

Eu agarrei seu pulso — impedindo-a de ir para o objeto cortante


pendurado em seu cabelo.

"Não desta vez, dobycha. Agora não."

Seu corpo se debateu e tentou chutar e se contorcer, mas foi inútil.


Não havia nada que eu poderia fazer. Eu iria matá-la e eu gostaria de engolir
uma bala depois por não ser forte o suficiente para salvá-la.

Em seguida, Hazel salvou nós dois.

"Tire suas mãos de mim maldito, agente Fox. Se retire neste


instante."

A ordem cortou minha neblina, dissipando os lobos uivando e a


eternidade do gelo.

Eu pisquei.
O comando tomou todo o controle longe de mim e eu me encolhi. Dor.
Tortura. Retorno para desobediência.

Delírio me encheu, minando minhas pernas quando eu derrapei a


distância e prendi a respiração irregular. Eu não poderia fazê-lo. Eu tinha
feito o que eu estava com medo de fazer. Eu perdi o controle. Se eu não
tivesse dado o poder a Zel sobre mim, eu teria matado a porra da minha
família tudo de novo.

Eu corri.

E Corkscrew entregou a sua oferta.

Isso foi no início de maio. Até o final do mês, tínhamos mantido a


oferta mais uma vez em uma rotina onde Clue apareceu em torno muitas
vezes. Ela e Zel mantiveram-se próximas e, pela primeira vez na minha vida,
eu tinha uma rede de pessoas que me viram pelo o que eu era e me
aceitaram. Jantares foram um caso bi-semanal, Clue manteve Hazel
distraída fazendo ela escolher um ridículo chuveiro ou escolher cores para o
berçário quando seus pensamentos ficavam tristes por planejar um bebê.

Junho foi o primeiro mês que Zel sentiu o bebê chutar. Ela
efetivamente fez o que eu esperava o tempo todo. Isto nos mostrou que Clara
não era primordial, mas uma nova vida sim. Ele nos concedeu uma estadia
forte de paz nós ajudando.

Hazel não estava completamente feliz, mas cada vez mais e mais
eu pegava um sorriso suave ou felicidade misturando com seu pesado pesar.
Ela passou muito tempo no quarto que eu tinha feito para ela. Conversando
com Clara, acariciando as estátuas de cavalos que ela tanto amava.

Julho Clue e Ben nos levaram para jantar para comemorar o


vigésimo quinto aniversário de Hazel. Foi a primeira festa que eu estive, a
única que eu já tinha celebrado. Eu não conseguia me lembrar a minha
própria data de nascimento, de modo que Hazel me deixou compartilhar o
momento dela. Nós comemos comida e fomos em um cruzeiro ao redor do
porto de Sydney. Eu dei a Zel seu presente quando voltamos — outra ovelha
de metal para ficar orgulhosa e perfeita ao lado de Clara.

Tinha sido a melhor noite da minha vida.

Agosto terminamos o berçário. E Zel desembalou caixas cheias de


brinquedos de Clara. Ela decorou o espaço com as memórias de sua filha,
pronta para uma nova criança para brincar. Eu fiquei com medo se a
criança fosse um menino, no entanto. A quantidade de material cheio nas
prateleiras de My Little Pony iria assustar qualquer homem.

A cada dia que passava me sentia curado, bem como machucado.


E muitas das vezes eu ouvia Clara na minha cabeça. Ela tinha se tornado
minha consciência não-oficial. Minha linha de vida quando o
condicionamento crescia muito forte.

Em setembro, Hazel entrou em trabalho de parto. Ela optou por


outra cesariana depois das complicações com o nascimento de Clara, e me
vi absolutamente uma porra de aterrorizado enquanto ela trouxe não apenas
uma, mas duas vidas para o mundo.

Meu coração se partiu, consertado, e, em seguida, quebrou mais


uma vez ao pensar que tinha nos sido dado uma nova vida, e Clara, de
alguma forma encontrou uma maneira de voltar para nós. Eu não poderia
agradecer o suficiente ao universo. Eu me tornei um maldito em transe
vagando pelos corredores do hospital enquanto eu esperava pelos
enfermeiros que trabalhavam para deixar Zel confortável.

Tinha sido um turbilhão de medo e alegria. Eu não queria assistir


Zel ser cortada e aberta para vê duas pequenas vidas sendo puxadas para
fora, mas ela me fez ficar e segurar a mão dela.

Era o mínimo que eu podia fazer.

E eu tinha caído de cabeça para baixo mais uma vez. Ela era tão
forte. Tão corajosa.
Uma vez que Zel tinha sido costurada e os bebês limpos e pesados,
Clue e Ben chegaram e sopraram beijos para os minúsculos feixes em
cobertores. Ben parecia mais apaixonado do que Clue. Sua pele escura
preenchida com espanto e olhos cheios de possibilidades futuras, sempre
que ele olhava para sua mulher. Eu não tinha dúvida que ele tinha imagem
de bebês passando em sua cabeça.

Eu não tinha ido para perto dos gêmeos. Eu não tinha mentido
para Zel quando eu disse que estava petrificado. Eu não era forte o
suficiente. Eu queria vê-los, tocá-los, mas eu fiquei longe por proteção.

O momento que eu tinha posto os olhos sobre eles, eu tinha sido


possuído. O amor que eu tinha por Clara aumentou à medida que o meu
coração se encheu para os meus filhos. Uma família que eu nunca pensei
que teria.

Eu nunca quis ser um pai. Eu nunca pensei que seria pai no meu
futuro. Eu não achei que eu poderia cuidar e nem sabia como amar. Mas
Clara me curou dessa noção ridícula. Ela me ensinou qual era meu
verdadeiro propósito. Ela me trouxe de volta à vida e se dependesse de mim,
eu teria uma maldita infinidade de crianças.

Eu suspirei, entrando na sala privada, onde Hazel descansava. Já


era tarde, e a ala neonatal do hospital foi fechada.

A luz de cabeceira brilhava suavemente, reunindo em torno de Zel.


Eu parei ao lado da cama, bebendo no cansaço ao redor dos seus olhos,
cabelos emaranhados espalhados sobre o travesseiro. Ela não poderia ter
parecido mais perfeita. Ela lutou e venceu. Ela tinha trago ao mundo duas,
incríveis pequenas vidas.

Sua testa franzida enquanto ela sonhava e eu me perguntei o que


se passava por trás de sua máscara.

Oscar estava certo sobre ela. Ela ficou em silêncio, tanto que ela
não tinha compartilhado muito de seu passado, mas havia tanta coisa que
eu não sabia sobre ela. Eu não sabia quem era o pai de Clara. Eu não sei
como ela conseguiu a cicatriz abaixo de seu olho.

Eu tentei juntar pequenos enigmas do que sua vida poderia ter


sido antes Clara, mas descobri que não podia. Ela escondeu seu passado
tão bem e jogou toda a sua atenção em seu futuro.

Eu não tinha pressionado ela para falar, porque eu queria que ela
me dissesse em seus próprios termos. Mas a curiosidade nunca foi embora.

Então, novamente, ela não sabia muito sobre mim. Chegamos a


este relacionamento escondendo quem realmente éramos e foram
encontrados uma nova identidade em si para cada um de nós.

Nossa bagagem não tinha espaço para ser exibida. E eu gostava de


pensar que nada no nosso passado importava. Se nós mantivermos selado e
escondido, ele acabaria por deixar de existir. Apenas uma memória distante.

Alcançando para tocar seu rosto pálido, eu engoli de volta o amor


esmagador.

Seus olhos verdes abriram. Nublado no início, mas no momento


que ela me reconheceu, seu sorriso radiou com afeição. Afeição por mim. O
que foi que eu fiz para merecer ela?

Ela limpou a garganta e se moveu, encolhendo-se um pouco. "Você


segurou-os?" Sua voz era abafada no espaço tranquilo, apenas interrompida
pelos baixos sinais sonoros e monitores ao redor da sala.

Um flash de medo correu pela minha espinha. Segurá-los. Eu não


pude. Os últimos meses tinham sido torturante. Dia após dia, o
condicionamento ficou mais forte novamente em vez de esmorecer.

Eu esperava que ele iria desaparecer quanto mais eu ignorasse,


mas foi exatamente o oposto me esmagando de dentro para fora.
"Não. Eu posso amá-los de longe." Eu deixei cair a minha mão
para juntar-se com os seus dedos, enrijeci um pouco com o seu aperto. As
familiares, e implacáveis ordens irradiava pelo meu braço, coagindo com
comandos de machucá-la.

"São seus, Roan. Você tem que mantê-los. Eles precisam ver seu
pai."

Engoli em seco, olhando para os berços individuais. Os bebês


eram pouco visíveis empacotado em cobertores. Eles não estariam aqui se
eu não tivesse feito de Zel meu manipulador.

Não passava um dia que eu não agradecesse pelo meu plano de


gênio e pôr ter dado-lhe poder sobre mim.

Se eu não tivesse feito isso, ela estaria morta.

Após o incidente em maio, eu tive mais dois episódios. Mais duas


vezes, onde ela teve que sair do comando habitual e comandar sobre mim de
uma forma diferente. Eu disse a ela como dizê-lo, que tom de voz usar.

"Tire suas mãos de mim maldito, agente Fox. Se retire neste


instante." Ela chorava todas as vez que ela teve que gritar, mas pelo menos
ela estava viva. Eu não invejo o seu poder sobre mim. Foi a única maneira
de amá-la e não me acorrentar vinte e quatro horas por dia sete dias da
semana. Dormir com algemas era ruim o suficiente.

"Talvez quando eles estiverem mais velhos, dobycha. Não me faça


fazer isso. Não essa noite."

Seus olhos brilharam e a força que eu amava sobre ela se


estendeu em seu corpo. "Hoje à noite, Roan. É importante."

Eu queria gritar com ela para não me empurrar. Este foi um


momento onde eu não queria ajuda. Eu preciso de tempo necessário. Hora
de arrumar minha cabeça e peço a Deus que eu tivesse controle. Eu
estupidamente achava que eu poderia esperar até que os gêmeos pudessem
falar para eu ensinar-lhes o comando de me parar.

Dessa forma, minha família se tornariam meus manipuladores e


todos estariam a salvo de mim.

Eu sou a porra de um Rottweiler em uma trela.

"Não." Eu olhei para ela. "Deixe-me sozinho. Deixe-me mantê-los


seguros com a única maneira que eu sei fazer."

Sua mandíbula apertou.

Eu me inclinei para a frente, invadindo o seu espaço. "Pense por


um momento. Você quer que eu segure dois minúsculos seres humanos,
muito inocentes. Você quer que eu toque essas novas vidas enquanto mal
contenho a violência do meu passado." Eu empurrei a mão pelo meu cabelo
comprido. "Você deve saber que não se pode pedir milagres, Zel. Toda noite
você tenta me empurrar para se aconchegar. Para ver se eu tenho a força
para dormir com você em meus braços."

Debrucei-me ainda mais, respirando com dificuldade. "Diga-me o


que acontece. Diga-me o quão bem sucedido eu estou na tentativa de ser
carinhoso e doce."

Seu olhar deslizou do meu, tristeza misturada com raiva. "Eu não
preciso dizer o que acontece. Nós dois sabemos que você está piorando em
vez de melhorar. Mas..." Ela puxou a colcha, suas sobrancelhas desenhando
juntas. Finalmente, ela olhou para trás em meus olhos. "Se isso está ficando
pior não faz você achar que você deveria segura-los agora? No caso de você
não poder, afinal?"

Eu odiava que eu aglomerava a vida dela com meia vida. Metade


de um homem que poderia transar com ela, mas nunca fazer amor com ela.
Um homem que não queria nada mais do que dar-lhe tudo e o tempo todo
meu passado tentava roubar seu futuro. Eu temia a cada dia que ela me
odiasse por causa dos meus defeitos.

Eu balancei minha cabeça. "Não."

Zel agarrou. "Não tenha medo. Você pode fazer isso." Ela jogou as
palavras que sempre me fazia curvar à sua vontade. "Eu confio em você."

Era um afrodisíaco para mim. Ganhar a confiança dela. Fazer as


coisas para justificar essa confiança.

"Você está destinada a me matar, não é?" Eu gemi, arrastando


uma mão sobre meu rosto. Ela ganhou e ela sabia disso.

Ela sorriu suavemente, seus lindos lábios me distraindo. "Não te


matando, fazer você viver."

"Tudo bem," Eu disse. "Mas esteja preparada para me parar se eu


não puder controlar isso. Eu não posso lidar com o pensamento de feri-los."

Ela assentiu com a cabeça. "Você tem minha palavra. Eu vou ser
uma mãe protetora sobre eles enquanto você faz isso."

Muito lentamente, eu desviei para os dois pequenos no berço.


Olhei para as duas faces minúsculas.

Um chapéu cor-de-rosa. Um azul.

Tão pequena. Tão pequeno.

Vasily e Vera.

Nomeados com os nomes do meu irmão e da minha mãe. Eu


perguntei a Zel se ela queria chamar nossa filha de Clara, mas seu rosto
tinha ficado tenso e lágrimas caíram em seus olhos. Ela disse que Clara era
única, e ninguém poderia viver com o nome dela.
Mas, em seguida, seu olhar tinha ficado vivo e ela me ofereceu o
mundo. Ela propôs nomeá-los com o nome da minha família que eu tinha
perdido, de repente eu tive que sair da sala e esconder meus olhos que
estavam em chamas. Eu tinha me transformado em uma porra de um louco.
Eu queria comprar-lhe toda porra de jóia no planeta para mostrar o quanto
esse gesto significava para mim. Eu ainda não tinha contado a ela sobre
minha linhagem, ou que os gêmeos eram agora vigésimo quinto na linha de
sucessão de uma família real obscura que nunca seria reconhecida
novamente.

Zel sentou na cama, me observando. "Pegue-os. São seus, Roan."

Ela poderia ter me enganado. Ambos tinham cabelos escuros,


nenhum vermelho à vista. Vera tinha olhos verdes como da mãe, enquanto
Vasily tinha olhos azul gelo assim como os meus. Um pequeno pedaço de
mim envolto em tanto de Hazel.

Gostaria de saber se Clara era tão pequena quando ela nasceu.

Meu coração se contraiu com o pensamento da menina que eu


perdi, mas que conquistou cada parte de mim.

"Roan."

Meus olhos dispararam para Zel; meu coração batia como um


animal enlouquecido.

Ela se sentou na parte superior da cama, rosto tenso a partir do


que eu estava prestes a fazer. "Você não vai machucá-los. Acredite em si
mesmo."

Mas vou machucá-los.

Eu era muito grande, muito imprevisível. Alguns dias eu estava


bem — capaz de me conter. Outros, eu era uma porra de ameaça e passava
o dia correndo na praia ou me escondendo no chuveiro com uma lâmina de
barbear.
Eu amava o meu mundo perfeito, mas eu estava exausto por
tentar ser tão perfeito. Não importa como eu tentasse, eu nunca iria me
encaixar.

"Agente Fox, você irá alcançar o seu filho neste momento," Hazel
comandou na voz que ela conhecia sem me dar escolha.

Obedecer. Obedecer. Obedecer.


"Maldição, Hazel." Eu olhei, odiando-a por um breve momento pelo
o uso do poder contra mim. "Você quebrou o seu voto, dobycha. Eu não
gosto de ser usado para fazer algo que pode acabar me destruindo."

Seus ombros caíram, mas os olhos brilharam com um verde em


chamas. "Eu estou fazendo isso para seu próprio bem."

Minhas pernas já não eram minhas para controlar. Tinha sido


dada uma ordem e eu não tinha escolha a não ser avançar e obedecer.
Maldita. Condene-me. Toda maldita.

Revirei os ombros, tentando dissipar a minha raiva. Eu a amava


por querer me ajudar, mas eu estava irritado.

Como ela ousa quebrar sua promessa? Como ela ousa me obrigar
a fazer isso?

É por isso que eu não queria outro proprietário. A força de vontade


nunca era minha. Sugava uma porra fora de mim sobre não ter uma escolha
de controlar o meu destino de merda.

Eu estava vibrando, pairando sobre o berço. Não faça isso.

Obedecer. Obedecer. Obedecer.

Eu não posso!

Meus músculos doíam com a desobediência, mas eles eram tão


pequenos. Tão vulneráveis.
Zel suspirou profundamente. A roupa de cama sussurrava
enquanto ela se movia contra o travesseiro. "Eu vou retirar o que eu disse,
Roan. Agente Fox, você já não tem que obedecer."

O meu corpo instantaneamente relaxou. O desejo incapacitante


para pegar minhas crianças passaram em uma rajada de alívio.

Eu respirei fundo. "Obrigado."

"Sinto muito. Isso não foi justo da minha parte. Mas, Roan. Segure
seu filho. Você tem que fazê-lo, eventualmente. Ele não pode crescer com
um pai que não vai tocá-lo." Ela olhou diretamente para o menino dormindo.
"Você é quem fez está criança. Então faça."

Eu não queria fazer nada disso. Eu queria que os gêmeos


voltassem para dentro da barriga de Zel onde poderiam estar seguros para
sempre.

"Puta que pariu," eu murmurei.

"Eu ouvi isso," ela retrucou. "Cuidado com o que você diz em torno
deles. Você não quer que sua primeira palavra seja uma maldição. E preste
atenção a suas emoções em torno deles, também. Você não quer que eles se
alimentem de sua raiva ou frustração."

Virei-me para encará-la. "Então por que diabos você quer que eu
os pegue! Não sou eu a pessoa mais ciente sobre isso?" eu espreitava para o
outro lado da sala, respirando com dificuldade. Eu odiava a forma como os
meus músculos queria obedecer e pegar o pacote delicado do bebê, mas eu
não tinha isso em mim. Eu não tenho essa força.

Eu vou matá-lo.

Eu seria responsável por mais uma morte. Outro assassinato de


uma vida chamado Vasily. Eu não posso. Porra. Fazer. Isto.
Zel bufou, parecendo uma rainha em sua camisola azul. "Não me
faça te ordenar novamente. Não pense que eu não vou fazer isso. Você sabe
que você não tem escolha e que você precisa fazer desta a sua própria
escolha, Roan." O rosto de Zel suavizou. "Eu confio em você; caso contrário
eu não iria dizer-lhe para fazê-lo. Tanto quanto eu te amo, eu não iria deixá-
lo perto de Vasily e Vera se eu pensasse que você iria prejudicá-los."

Meu coração se encheu, e eu quase caí de joelhos, porra. Nunca


me cansava de ouvir que ela me amava. Ela, esta mulher perfeita que
coloca-se com toda a minha porra de merda. Eu também adorava o jeito que
ela falava os nomes deles. Era como conjurar a família que eu mal lembrava.
Me deixando todo orgulhoso pela primeira vez na minha vida.

Ah, foda-se. Ela estava certa.

Eu tinha que fazer isso. Eu tinha que enfrentar o meu medo e


ganhar.

Apertando minha mandíbula, me mudei de volta para os berços e


me inclinei sobre os minúsculos recém-nascidos.

Com meu coração em minha garganta, eu coloquei as mãos


trêmulas ao redor do cobertor azul espesso e peguei o mais leve ser humano
que eu já segurei.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar. .

O condicionamento crescendo através de mim com o poder de uma


bola de demolição.

Não!

Meus músculos tensos enquanto eu estava tremendo e


aterrorizado. Minha mandíbula doeu, lutando contra o condicionamento,
forçando-me a segurar.
Ele era tão leve e pequeno. Assim frágil. Era absolutamente
perigoso para mim estar perto dele.

Mantendo-o longe de mim, eu olhei pensando em minhas


imbecilidades, francamente feio, rosto pequeno. O gorro azul fazia parecer
um velho enrugado.

Você é meu.

Ele é meu.

O vínculo que explodiu em meu coração quase jogando para trás o


condicionamento.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

"Você tem que apoiar ele contra você." Zel riu baixinho. "Ele vai se
sentir desprotegido no comprimento de um braço como este."

O que essa mulher estava tentando fazer comigo? Foda-se, isso era
difícil. Virando-me para encará-la, eu exigi, "Você segura ele. Eu não posso
fazer isso."

Ela apertou os lábios. "Você está segurando ele. Você consegue


fazer isso."

Matar. Servir. Sangrar. Devorar. .

Minha cabeça balançou descontroladamente. "Não. Eu não posso.


Está de volta. Está pior. Eu não — eu não posso —"

Zel não disse uma palavra, mas seus olhos me deram a ordem
final.

O afague.
Como o inferno poderia uma máquina como eu abraçar uma
criança? Xingando meu passado e tudo na minha cabeça, eu lentamente
trouxe Vasily contra o meu corpo e apertei-o na dobra do meu braço.

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

No segundo que sua forma leve e seu calor atingiu o meu corpo,
meu mundo acabou.

Lobos uivaram.

As armas dispararam.

Espadas se chocaram.

Um turbilhão me consumiu, me rasgando em pedaços, rasgando


meu cérebro à parte. Eu fui lançado para baixo e para baixo em trevas da
minha mente, me carregando do quarto de hospital para a última lembrança
clara da minha infância.

"Não vá longe demais, Roan. O jantar não irá demorar, e seu pai vai
estar em casa logo." Eu sorri para minha perfeita mãe. Estendendo a mão
para brincar com seus cachos vermelhos, Eu assenti. "Eu prometo."

Eu quebrei a porra da promessa e trouxe o apocalipse em toda a


minha família.

Árvores rangeram.

A lua brilhava.

Meus dentes doíam enquanto eu estava fodido lutando, e lutando,


contra o condicionamento

Matar. Servir. Sangrar. Devorar.

Eu nunca seria livre. Eu tinha que morrer. Eu tinha que me


matar.
"Roan! Roan!"

Com a mão livre, eu segurei minha cabeça enquanto sinos


ecoaram em meus ouvidos.

Cada vez mais alto.

Sinos e sinos e trombetas.

Cada lavagem cerebral, cada barra e corrente que eu tinha sido


preso começando a desmoronar.

Mais e mais rápido, cadeado a cadeado.

Cada polegada do meu passado e tortura deixou de existir. Cada


interruptor e cada ordem que me fazia uma máquina obediente estava
desintegrando.

Vento assobiava.

Gelo arrepiou.

Liberdade caiu como uma chuva.

Cada manilha e obediência programada deslizaram para fora do


meu cérebro, batendo em meus pés com os sons de ferro. Fiquei parado,
mal respirando no caso de tudo ter sido um sonho, eu explodi em vida
quando tudo sujo e contaminado em minha mente explodiu em chamas e
dissolveu-se em cinzas.

Sol brilhou.

Borboletas voaram.

Risos encheram meus ouvidos.

Meu mundo girou e girou. Me joguei fora da minha velha


existência, me deixando sem teto e sem rumo.
Em seguida, um novo mundo começou. Um mundo que eu nunca
esperava sonhar. Um mundo onde os meus próprios pensamentos eram
meus e ninguém poderia tira-los de mim.

O turbilhão que tinha me roubado do hospital para o meu passado


despejou de volta à realidade. Mas não era o mesmo como antes. Não era o
mesmo subespaço ou a mesma galáxia.

Meu passado tinha ido embora para sempre.

O meu futuro era uma porra brilhante e limpo.

Pássaros cantaram.

Amor inchou.

Felicidade plena encheu meu coração.

Abri os olhos.

Zel estava a meio caminho para fora da cama, segurando seu


abdômen, onde recentes pontos segurou-a junto. Pânico cobriu o rosto com
suor úmido enquanto seus olhos estavam selvagens de terror. "Não. Pare!
Não o machuque!"

Eu corri para pegá-la antes que ela desmaiasse e caísse de cara no


chão. "Zel, não!"

Segurando meu filho em um braço, eu empurrei a mulher que eu


ia casar de volta para cama e trouxe o lençol sobre seu corpo trêmulo. Seu
rosto estava pálido, com o estresse.

Meu coração não tinha conhecido esse amor. Eu nunca acreditei


que eu poderia me sentir feliz para caramba.

Eu estava entorpecido, bebendo o quanto eu a amava. O quanto


ela tinha me dado.
Ela pegou Vasily dos meus braços, abraçando-o perto. Lágrimas
derramando de seus olhos.

"Maldição, Roan. Você quase me deu um caralho de um ataque


cardíaco." Ela curvou o corpo dela em torno de Vasily. Ele começou a chorar
sob seu abraço feroz.

Seus gemidos eram música para os meus ouvidos, porque não


havia mais nada. Sem pedidos. Sem ordem de condicionamento.

Tudo o que havia eram os gritos do meu filho e o pijama rasgado


da mulher que eu adorava.

Me senti como um merda por rir.

Lividez derramando lágrimas pelo seu rosto. "O que diabos você
estava fazendo? Meu Deus. Eu nunca posso confiar em você? Você nunca
vai ser livre?" Seu corpo tremia quando o choque assumiu. "Como podemos
criá-los juntos se você não pode nunca estar em torno deles? Que esperança
existe? O que —" Não era justo que ela estava tão perturbada e eu estava
andando no ar.

Agarrando-lhe o queixo, eu empurrei sua boca para cima e beijei-


a. Beijei-a como eu sempre quis.

Com toda a minha alma.

Eu não tenho que lutar com nada. Eu não tive que vigiar os meus
pensamentos ou me proteger contra tocar.

Ela estava no paraíso.

Vinte e oito anos e eu finalmente encontrei o que eu sempre quis.

Felicidade.
Os lábios dela congelaram sob o meu. Gosto de sal de suas
lágrimas e tristeza em sua língua. Embora puxando, eu murmurei, "Não
chore."

Seus olhos se arregalaram quando ela balançou Vasily gritando.


"Não chore? Se eu não posso chorar sobre o fato de eu amar um homem que
não pode estar em torno de seus filhos o que eu posso chorar? É impossível.
Tudo — isso acabou."

Meu estômago revirou na desolação em sua voz.

"Não posso mais fazer isso. Eu não posso viver com medo de que
eu vou encontrar você saqueando o berçário ou roubando a vida de nossos
filhos. Eu quero que você vá —"

O punhal foi direto através do meu coração. Não havia


condicionamento a percorrer ou névoa de raiva. Tudo me afetou uma
centena de vezes mais forte. Mil vezes mais profundo. Foi como me expor a
toda uma nova existência, onde o sol queimava a minha pele, lágrimas
dissolvidas a minha vontade, e tristeza de Zel arrancando meu coração com
garras.

"Não. Acabou, dobycha. Acabou."

Ela fungou, deixando cair os olhos. "Eu sei que isso acabou. Tem
que ser." Um soluço escapou de seus lábios.

Algo monumental tinha acontecido. Algo que eu nunca sonhei que


era possível. E em vez dela comemorar estava tentando me cortar fora de
sua vida.

Eu não vou deixar você ir. Nunca.

Erguendo um de seus braços ao redor dos ombros de Vasily, puxei


a mão para mim.
Seus lábios se abriram. Ela lutou comigo. "Deixe-me ir. Pare com
isso." Seus olhos se estreitaram. "Leva suas mãos fora de mim, agente Fox."

Fiz uma pausa, tencionando para uma onda de condicionamento,


tão acostumado a obedecer a minha vida toda.

Nada.

Nada Celestial.

Porra de nada bem-aventurado.

Sem pressa de encomendas.

Sem esmagamento de comandos.

Sem debilitadamente precisar matar.

Eu sorri e desenrolei os dedos apertados. "Você disse que confiava


em mim. Confie em mim pela última vez." Minha voz ainda soava diferente.
Menos ríspida. Menos vinculada a um passado que eu sempre fugi.

Zel congelou, em seguida, deixou sua mão cair. Ela nunca tirou os
olhos de mim quando eu com muito cuidado coloquei a sua mão no meu
antebraço.

Eu olhei para cima, me afogando em seu olhar esmeralda. "O que


você vê?"

Ela balançou a cabeça. "Eu não entendo. O que você esta tentando
fazer?"

Tirei-lhe a mão e coloquei-a contra o meu peito, diretamente sobre


o meu coração. Seu corpo ficou tenso, sensação de corrida vencendo sob
seus dedos. Seu medo me cercou, mas lentamente um traço de esperança
enchia os olhos.

"O que você sente?" Murmurei.


Ela engasgou, contraindo os dedos contra o meu peito. Seu toque
enviou boomerangs de vivacidade e aqueceu através de mim. Me marcando.
Me fazendo dela. Sempre dela.

"Você está diferente." Inclinando a cabeça, ela estreitou os olhos.


"O que aconteceu? O que mudou? Eu não entendo."

Eu ri, me sentindo sem peso.

Guiando sua mão até meu peito, eu tremi quando seu toque suave
surgiu e minha garganta se enroscou. A estrela de prata de Clara em volta
do meu pescoço. Seu rosto se contraiu de dor antes que eu trouxesse seus
dedos para cima até que toda a palma de sua mão segurou meu rosto cheio
de cicatrizes.

Eu nunca a deixei tocar minha cicatriz.

Eu odiei isso.

Mas foi derretido por meu condicionamento.

Ele governou minha vida por tanto tempo.

Descartando os dedos dos dela, eu sussurrei, "O que você sente?"

A esperança que ela criou explodiu em seu corpo inteiro. Vasily


parou de chorar e um sorriso iluminou seu rosto coberto de lágrimas. "Se
foi?"

Meu coração se expandiu até que eu não conseguia respirar.


Minhas pernas vacilaram em pura gratidão.

"Oh meu Deus. Roan... é verdade?"

Lágrimas capturando minha pele arrepiada e enviando todas as


emoções que tinham sido silenciadas por toda a minha vida sobre a minha
pele. Amor explodiu meu coração. Eu balancei a cabeça. "Se foi. Tudo. Até a
última gota."
Sua mão agarrou meu rosto forte, caindo para o meu queixo. "Você
tem certeza?" Seus olhos dançaram com esperança e hesitação.

Eu queria gritar. Eu queria dançar. Eu não podia ficar parado com


a alegria no meu estômago.

"Positivo. Cada coisa ruim dentro. Cada fodida necessidade de


obedecer. Cada comando — torcendo a mente se foi. Ele desapareceu."

Ela passou de pálida a porra de incandescência. Novas lágrimas


encheram seus olhos, mas desta vez elas eram com a felicidade. "Você está
livre?"

Eu ri, dando um passo para trás.

Cada movimento era mais leve.

Minha visão mais clara.

"Eu estou livre."

"Sou normal."

Eu sou pai.

Meus olhos amplamente abertos quando eu me virei. Eu era um


pai e eu estava livre. Eu nunca pensei que eu poderia ter tanto.

Avançando para o berço, eu peguei Vera em sua bonita touca rosa.


Seus olhos redondos abertos, travados no meu.

Azul para branco. Eu me apaixonei loucamente.

Meu coração se expandiu para incluir uma menina que eu tinha


perdido. Uma menina que eu tinha ganhado. E um filho e a mulher que eu
pertencia.

"Olá, Vera," eu sussurrei.


A menina bocejou, seus pequenos lábios se abrindo. Ela se
contorceu em seu cobertor. Eu sabia em seguida, que as coisas ficariam
bem.

Eu a trouxe para os meus lábios e dei um beijo em sua testa.

Ela era minha.

Ela era a minha nova chance.

O meu futuro era brilhante e seguro.

Vasily tinha quebrado a minha maldição.

Seis semanas depois, uma vez que Zel tinha curado o suficiente
para voltar para casa e os gêmeos estavam em segurança em seu berçário,
eu planejei uma noite especial apenas para nós dois.

Enquanto Zel estava no andar de cima beijando os gêmeos e


dizendo-lhes histórias de uma irmã mais velha que nunca conheceram, eu
decorava o salão em um zilhão de velas. Eu pedi um banquete de alimentos
e deliciosas entradas e antecipei em colocar grandes peles de carneiro no
chão ao lado da lareira.

Hoje à noite, eu ia fazer amor com minha mulher.

Pela primeira vez.

Toda vez que eu pensava sobre o quão diferente a minha vida


tinha se tornado, eu iria parar e me perder em memórias. Era como se eu
tivesse vivido toda a minha vida nas sombras. Ouvindo conversas sob a
água, e experimentando alegria por um longo túnel sem luz. No momento
em que meu condicionamento quebrou, eu não tinha parado de ser tocado.

Eu mal tinha colocado os gêmeos para baixo.


Zel não podia se aproximar perto de mim sem passar as mãos
sobre as minhas costas ou à ponta dos dedos através de meu cabelo. Nós
não tínhamos tido sexo desde o nascimento dos bebês, mas nunca tinha
sido tão íntimo. Tão em sintonia.

Eu nunca tinha sido tão feliz para caramba.

Hoje à noite eu planejava seduzir uma mulher pela primeira vez na


minha vida. Eu nunca tinha comprado velas ou colocado música romântica.
Eu nunca pedi comida com base nas suas qualidades afrodisíacas.

Vasily e Vera tinham me dado um novo mundo para explorar e


entrar, e eu não queria perder um segundo.

Meu coração disparou com o pensamento de tomar Zel. De adorar-


la com tudo o que podia. Eu queria saber como seria abraçá-la e abraçá-la
apertado com nenhuma das merda que eu tinha vivido.

Não haveria passado ou fantasmas ou terror.

Haveria apenas amor e luxúria e fome.

"Uau, você tem estado ocupado," A voz de Zel soou atrás de mim.

Eu me virei para encará-la, nunca ia me acostumar com a forma


que eu ficava em relação ao meu amor por ela

"Merda, eu queria ter tudo isso pronto antes de você chegar aqui ."

Eu ainda não tinha arrumado a comida como eu queria. E a


estátua que eu tinha feito para ela não tinha sido coberta.

Droga.

Mudei-me para escondê-la, mas Zel puxou em um suspiro.

"Oh meu Deus. Será que você que fez?" Ela caminhou para frente,
absorvida pela estátua que ficou de longe da maneira que eu gostaria de ter
feito ao longo de várias noites. O condicionamento poderia ter quebrado,
mas eu ainda lutava para dormir no escuro.

Depois de uma vida inteira de sono durante o dia, esses padrões


não haviam mudado durante a noite.

"Você gostou?" Nervosismo espalhando pela minha espinha.

Seu olhar pousou no meu, cheio de temor. "Se eu gostei? Como


você pode me perguntar isso? Eu amo isso. Eu mais do que amo. Roan... é
perfeito."

Meu coração ferido enquanto ela acariciava a arte bronze com um


dedo trêmulo.

Deixei alguns formas das coisas que eu tinha sido, mas eu fiz isso
de bom grado. Eu tinha a escolha. Abracei o caçador ao lado de mim quando
eu caminhei para a mulher que eu iria passar o resto da minha vida.

Eu tinha feito isso por ela. Uma mistura complexa de mim e dela.
O nosso início e nosso futuro. Eu queria ela para ver o quanto eu me
importava por ela. Quanto eu pertencia a ela e o quanto ela era minha. Toda
minha. Para a porra do sempre.

Não era um projeto bem definido, mais tribal de determinadas


formas. Linhas masculinas e femininas mostraram uma espuma de mar
cheia de cavalos. Cinco no total com nomes russos gravadas em suas crinas.

Clara. Roan. Hazel. Vasily e Vera.

Cinco pontos do paraíso. Entre as ondas quebrando, tecendo com


as pernas estavam galopantes estrelas em um milhão de estrelas brilhantes
incrustadas com prata.

Estrelas para Clara.


Zel fungou, girando para me encarar. "Você não poderia ter feito
uma peça mais perfeita." Suas mãos pousaram no meu peito. Eu sacudi
com prazer, ainda espantado com o quanto o toque dela ressoava através de
cada célula.

Seus olhos se iluminaram com preocupação. "Você está bem?" Ela


engoliu em seco, seu olhar correndo em cima de mim. "Não está regredindo,
não é?"

Só o medo de pensar nisso novamente encharcou todo o meu


desejo em uma lavagem gelada. Eu esperava em Deus que nunca
acontecesse novamente. Eu não podia suportar o pensamento de viver com
o condicionamento mais uma vez.

Eu teria que ter um transplante de cérebro em primeiro lugar. Eu


nunca poderia voltar.

Balançando a cabeça, deixei minha boca cair para a dela. Ela me


beijou docemente, inocentemente, ainda ligeiramente com medo.

Me afastando, eu murmurei, "Não. Eu pulei porque eu nunca vou


me acostumar com você me tocando. Isto me faz ficar vivo. Isso me faz
querer você pra caralho."

Um rubor coloriu suas bochechas.

Beijei-a, mordendo o lábio inferior. "Toque-me novamente."

Zel obedeceu. As mãos dela se aproximaram e pousaram sobre os


botões da minha camisa branca. Lentamente, ela desabotoou eles. A sala
cheia de tensão latejante, rachaduras entre nós. Eu não conseguia tirar os
olhos longe dela e gemi quando ela empurrou de lado o material e colocou as
mãos no meu peito.

Meu pau inchou.

Minha visão apareceu com luzes brilhantes.


"Maldição, Zel você tem o poder para me deixar de joelhos."

Seus lábios se separaram e ela cresceu no toque mais firme, me


marcando com fogo. Cada dedo estava me levando ao céu. Quente e suave,
possessivo e feminino. Ela podia me desfazer com um simples golpe.

Prendi a respiração quando ela empurrou a camisa branca dos


meus ombros. Meu coração disparou. "Eu era o único que queria seduzi-la.
Mas você é a única no controle novamente."

Olhos de esmeralda vieram para mim e eu afoguei na porra do


amor por ela. "Você não precisa seduzir a mim."

Eu balancei minha cabeça. "Eu queria lembrá-la que você pertence


a mim. Que você pode ter dois bebês pequenos para cuidar, mas eu ainda
possuo você, assim como você me possui."

Ela mordeu o lábio quando uma torrente de emoção satirizou em


seu rosto. Seu dedo enrolado em torno da estrela no colar em sua garganta.
O mesmo colar que usava para honrar a memória de Clara. A cada vez que
as coisas tornaram-se demais para ela, ela tocava na prata e encontrava a
paz para continuar. Eu sempre sabia quando ela deixava a tristeza levá-la
refém, era como se ela deixasse a luz de sua vida, parte de si mesma neste
mundo para ir e falar com uma filha que já não existia em forma humana.

Meu coração ficava ferido, lembrando-se da menina que teria sido


a melhor irmã mais velha do mundo. Eu nunca pararei de pensar em Clara
e o que ela fez por mim, mas esta noite não era sobre tristeza. Hoje à noite
era tudo sobre a celebração.

"Você não precisa me lembrar. Eu sei que eu sou sua. Assim como
Clara era. Assim como Vasily e Vera são. Você merece tudo de nós, Roan.
Você me completa."
Eu não poderia ajudá-la. Eu peguei a parte de trás de seu pescoço
e esmaguei-a contra mim. Seu gosto explodiu na minha boca e algo estalou,
a necessidade rapidamente crescendo dentro de mim.

Capturando o cinto do roupão cor de cereja, Eu puxei a corda. Eu


assisti-a tomar um banho mais cedo e eu não conseguia esquecer as
imagens de seus seios, cobertos com bolhas. Eles pareciam deliciosos toda
para mim.

"Eu quero você, dobycha."

"Eu não sou sua presa."

Baixei a cabeça e mordi o pescoço. "Não? O que é você, então?"

Ela estremeceu quando eu lambi-a gentilmente e arrastei meu


nariz para cima do seu queixo. Inalando seu lírio do vale e cheiro limpo de
sabão, eu me droguei sobre ela.

Suas pálpebras se fecharam, balançando para dentro de mim


quando eu puxei o roupão fora de seus ombros e cavei seu peito. "O que
você é, Hazel?"

Meu pau pulsava para mergulhar dentro dela, mas eu queria ir


devagar. Eu queria saborear cada parte.

Ela baixou os olhos. Eu levantei meus dedos para pressionar por


baixo do queixo. Seus lábios inclinados para cima, olhar tentador.

"Beije-me," eu exigi.

Seus olhos ficaram pesados. Ela balançou na ponta dos pés para a
frente, pressionando seus deliciosos lábios contra os meus.

Segurando o queixo, eu a obriguei abrir a boca, esgueirando


minha língua dentro. Ela gemeu; dedos tremeram contra o meu peito. Eu
amei seu toque. Eu amava a capacidade de ser tocado. Eu adorava que eu
não tinha vontade de esmagá-la ou bate-la no chão.

Eu não poderia ter pedido um presente melhor.

"Eu amo você," eu sussurrei contra seus lábios.

Seus braços de repente voaram em torno de mim, pressionando-se


forte. Suas curvas se moldando ao meu corpo. Sua chama a minha
dinamite.

Foi-se a necessidade de se arrastar para uma noite romântica. Eu


não poderia pensar em comer ou sentar em frente a ela sem tentar ignorar a
atração.

A sala vibrava com a necessidade. Minha cabeça bateu com fome


de estar dentro dela. Eu correria para fora do auto controle.

Reunindo-a, eu tropecei para trás, trazendo-a comigo. "Eu vou te


adorar, Zel."

Ela tremeu em meus braços, sua língua dançando com a minha.

Enquanto meus pés descalços afundaram no tapete macio de pele


de ovelhas no chão, eu abaixei-nos para baixo até que eu me sentei na
posição vertical, e ela montou meu colo.

Eu gemi quando suas mãos caíram de meu peito à minha fivela.


Eu já não me vestia de preto. Eu não mais tinha uma compulsão para vestir
em uma cor que me oferecia alguma forma de segurança. Eu usava a cor
que me impressionava. Abracei modelos e padrões.

Eu ainda não usava cuecas, porém, engasguei quando a mão


quente de Zel envolveu em torno de meu pau.

Ela me bombeava uma vez, fazendo com que meu estômago


apertasse. O fogo explodiu em minhas bolas. Eu perdi todo o pensamento e
controle. Eu me esforcei para ficar coerente. "Zel. Espera — eu quero..."
cada toque me aniquilando, não porque eu queria matá-la, mas porque ela
me trouxe de volta à vida.

"Faça amor comigo, Roan."

Eu já não tinha que obedecer a suas ordens, mas eu não recusaria


o pedido de exclusão do doce convite de adesão com a mulher que me deu
tudo.

Peguei um punhado de cabelo e puxei o pescoço para trás. A


estrela de prata brilhou em torno de seu pescoço e fiz uma pausa. Em vez de
mordê-la, beijei-a sempre muito gentil.

Ela gemeu, contorcendo-se contra mim.

"Deus, não se mova. Eu vou gozar se você fizer." Minhas mãos


caíram para seu seio. Choque me encheu.

Seus seios estavam inchados e grandes. Não o que eu estava


acostumado de menor tamanho.

Zel se contorceu para longe após um segundo, muito sensível. "Eu


preciso de você, Roan. Agora."

Terminou sendo demais para suportar como era cada vez que
tivemos relações sexuais. Muito selvagem. Demasiado cheio de necessidade
para levá-la lento.

Eu mal podia enxergar com a necessidade que eu sentia por ela.

Envolvendo meus braços em torno dela para trás, eu a esmaguei


contra mim. Amando seu coração contra o meu. O calor de sua pele. "Eu
quero passar a vida inteira fazendo você vir, Hazel. Uma vida inteira de
prazer e felicidade."
Ela sorriu, jogando a cabeça para trás enquanto eu beijava ao
longo de seu queixo. "Eu gosto dessa proposta." Sua boca procurou a minha
e ela gemeu quando eu mergulhei minha língua por seus lábios. Porra, eu
afoguei em seu gosto e meus quadris subiram, procurando por ela.

Sua língua rodou com a minha enquanto ela girava no meu colo.
Ela me apressou, esfregando sua umidade inebriante ao longo do meu pau.
Rosnei com a frustração quando sua mão foi entre as minhas pernas e
segurou minhas bolas. "Agora, Roan. Leve-me."

Eu cerrei os dentes quando uma onda de luxúria encheu meus


estômago. "Eu queria levar esta noite da minha maneira, mas você tomou
controle mais uma vez. Você me possui por completo, Zel." Minha visão
pulsava enquanto ela acariciava meu pau, mais forte e mais forte até que
tudo que eu conseguia pensar era enche-la. Empurrando nela.

"Eu só estou gostando de ser capaz de tocá-lo sem medo." Ela


inclinou a cabeça para morder meu pescoço. "Eu posso mordê-lo."

Ela parou de me acariciar e empurrou o roupão afastado até que


ela se sentou gloriosamente nua no meu colo. Braços em volta dos meus
ombros, levando-nos a uma curta distância a respiração acelerada. "Eu
posso te abraçar."

Espalhando suas pernas, ela arqueou as costas e afundou-se


muito lentamente para baixo no meu comprimento. "E eu posso foder você."

Eu gemi quando ela me consumiu com a escuridão quente. "Eu


posso te adorar." Seus braços pressionaram nos meus ombros quando ela
empurrou para cima. Nós gemíamos alto quando ela afundou de volta para
baixo. Para baixo e para baixo até que cada polegada de mim estava em
cada polegada dela.

Maldição, essa mulher. Eu nunca me canso dela.

Porra, eu a amaria para sempre.


Jogando todos os planos fora para uma lenta e sedutora noite, eu
empurrei com as pernas e espalmei ela deitada de costas na pele de
carneiro. Ela se encolheu com a velocidade, então suspirou e estremeceu
quando eu empurrei nela.

"Você gosta disso?" Eu beijei seu nariz, seu rosto, as pálpebras.


"Você gosta quando estou dentro de você? Porra, com você? Amando você?"

Ela mordeu o lábio, unhas arranhando a minha volta. "Sim. Não


pare. Não pare."

O ouro cintilando e laranjas do fogo dançavam em sua pele,


fazendo-a parecer como se ela queimasse com a necessidade.

Mantendo o meu peso em um cotovelo, eu segui para baixo do


centro do seu corpo ao mesmo tempo me dirigia nela. Eu segui pelo caminho
de onde a corrente de prata costumava estar. A que eu tinha fabricado para
ela na esperança de protegê-la de mim. Perdi. Nós não tínhamos usado
muitas vezes, mas agora eu gostei da idéia de contê-la apenas para que eu
pudesse dar a minha contribuição. Para fazê-la explodir com tanto sucesso
como ela fazia comigo.

Eu fiz uma nota mental para fabricar outra. Atá-la com a prata,
assim eu poderia levá-la completamente.

Por agora, eu tinha uma alternativa.

Inclinando-me para beijá-la, eu me atrapalhei com a borda da pele


de carneiro e vim com o par de algemas macias.

Seus olhos queimaram, mas ela não disse uma palavra quando eu
garanti uma algema em torno de seu pulso e outro... em torno do meu.
Bloqueando-nos juntos ligados de pulso para pulso esquerdo. As algemas
não tinham a menor chance contra a exploração, mas eu gostei do
simbolismo; o reconhecimento flagrante que pertencíamos um ao outro.
Sua mão livre capturou a parte de trás da minha cabeça, me
arrastando para baixo para outro beijo. "Tudo o que você tem em mente, é
melhor se apressar. Eu preciso muito de você."

Eu ri. "Você já arruinou meus planos. Eu tinha planejado fazer


amor com você, lentamente, suavemente."

Ela gemeu e balançou a cabeça. "Não. Eu quero você duro. Eu


quero suar e explodir."

Foi a minha vez de gemer.

Eu não podia levá-la. Esta bruxa havia roubado com sucesso tudo
o que eu era e eu não queria nada mais do que obedecer.

Eu rolei para longe e cuidadosamente puxei-a em cima de mim.


Ficando bem no profundo nela, eu não poderia tirar meus olhos para longe
de sua perfeição. Seus seios fartos. Seus lábios carnudos. Ela parecia uma
deusa do caralho.

Eu não poderia suportar isso. Era demais.

Agarrando seus quadris, eu empurrei para cima, paralisado por


seus seios saltando pesados e pele corada.

Ela caiu para a frente, me esmagando com seu corpo.

Antes, tal movimento teria causado uma reação inata para matá-
la. Eu não teria sido capaz de controlar o condicionamento, agora, eu nunca
quis que ela saísse. Eu queria ficar debaixo dela para sempre.

Nós balançamos juntos, encontrando um ritmo excepcionalmente


nosso. Seu cheiro suave me drogou, e eu perdi todo o senso do tempo
quando nós demos um ao outro prazer.

"Deus, você parece incrível," eu gemi, saboreando o lento acúmulo,


o aperto nas minhas bolas.
Hazel sentou-se, capturando minhas bochechas. Eu respirei no
amor brilhando em seus olhos. "Você é meu, Roan Averin. Para sempre."

Eu balancei a cabeça em um transe cheio de sexo. "Sempre."

"Faça-me ir." Sua voz ficou rouca e sua mão caiu para o meu
coração, preparando-se quando ela me montou.

Bloqueando as minhas pernas contra o orgasmo rapidamente


construindo, eu pressionei dois dedos contra seu clitóris e rodei com a
pressão que eu sabia que ela amava.

Seus olhos se fechando; seus quadris balançando mais rápido, me


arrastando mais perto da borda. "Sim, assim. Um..."

Merda, eu preciso dela.

Eu precisava estar no controle. O único a tomar e dar.

Lançando-a, eu esfregava seu clitóris com uma mão exigente e


dirigi nela. Suas pernas enganchado sobre meus quadris enquanto ela
ofegava mais e mais rápido.

"Você me quer?" Rosnei. "Você quer que eu te faça chegar?"

Ela mordeu o lábio, balançando a cabeça. "Mais do que qualquer


coisa."

"Você sabe o quanto eu gosto de você? Quanto você me trouxe de


volta à vida?"

Seus olhos se encontraram com os meus. "Você sabe o quanto eu


gosto de você? Quanto você deu a mim?"

O amor incondicional em seu olhar me desfez. Não haveria mais


conversa. Apenas perseguindo nosso objetivo final.
Capturando a minha boca na dela, eu empurrei profundamente.
Encontramos um ritmo que enviou estrelas cadentes pelas minhas costas e
pernas.

Minha mente embaçada quando minha liberação construía e


construía.

Zel respirou quando eu encontrei o clitóris novamente. "Venha


para mim, Zel. Venha para mim como você fez na estufa. Goze para mim."

Ela jogou a cabeça para trás, cabelo enredando com a pele de


carneiro abaixo. Sua pele corada e a primeira parte de sua liberação me
pegou de surpresa.

Eu não tinha nenhuma chance contra o aperto forte de seu corpo.

Meu orgasmo correu de formigamento a explosões. E meu pau


detonando com a sensação. Eu empurrei mais forte, me deixando derramar.
Ondulação após ondulação, meu pau jorrou. "Porra, você é incrível," Rosnei
quando eu persegui a borda violenta da minha liberação.

Zel gritou enquanto eu dirigia mais duro. Suas unhas arranharam


minhas costas enviando fitas de calor para baixo em minha pele.

Minhas pernas apertadas, meu corpo ficou tenso e eu derramei a


última gota para a mulher que eu passaria o resto da minha vida servindo.

Quando o raio tinha passado e nós nos colocamos esgotados nos


braços um do outro, eu de um beijo suave em seus lábios. "Um dia desses
eu vou seduzir o inferno fora de você. Eu vou amarrá-la e passar horas
torturando-a com todos os dispositivos sexuais que eu posso pensar."

Ela sorriu, olhos escuro de desejo. "Parece o céu. Amanhã. Um


livro para amanhã." Ela se jogou para o lado dela, enrolando na pele de
carneiro. "E uma massagem também. Você me deve para o que eu acabei de
lhe dar."
Minha mente pulou de volta para a noite em que ela tentou me
quebrar. A luta que eu tinha sofrido. O condicionamento que quase
arruinou a minha vida.

Estremeci.

Eu nunca quis outro flashback.

Eu nunca quis pensar sobre a Rússia ou Fantasmas novamente.

Imitando Hazel, eu estava no meu lado, então eu fiz a única coisa


que eu estava morrendo de vontade de fazer por meses.

Reunindo sua forma inerte, bem saciada do meu lado, eu abracei a


mulher que eu amava. Bloqueando-nos juntos como um yin e yang. As
algemas macias adicionando outro elemento de pertence.

Ela suspirou, aconchegando sua bunda perfeita na minha frente e


agarrando o meu braço para abraçá-la apertado. "Isto é o que eu sempre
esperei que teríamos."

Eu aninhei em sua orelha, respirando profundamente. "Eu vou te


abraçar a cada noite quando você for dormir. Toda manhã, eu vou acordar e
fazer amor com você. E nós vamos envelhecer juntos nos braços um do
outro."

Ela suspirou com um perfeito contentamento.

Nós relaxamos em frente ao fogo durante horas. Meu corpo envolto


em torno do dela. Dois lados de duas vidas que vêm para ficar juntas para
sempre.

As questões do meu passado tinham ido. Eu tinha liberdade para


brincar com os meus filhos e aprender a ser um pai. Eu tinha o privilégio de
aprender a ser um marido digno.
Minha vida começou com esperança e terminou por uma tragédia,
mas através de tudo isso, eu sobrevivi. Sobrevivi e caí no amor pela mulher
que me salvou, e eu teria para sempre um precioso futuro.

Um dia eu iria segurar a mão da minha filha enquanto ela


caminhasse para a escola.

Um dia eu iria ensinar ao meu filho o trabalho no metal.

Eu tinha tudo que eu sempre quis.

Eu tinha mais amor do que eu poderia precisar.

Eu tinha uma família.

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