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M.N. Forgy
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SINOPSE
Quando a vida protegida de Dani é virada de cabeça para baixo
por segredos de sua mãe, ela encontra proteção com o pai alienado fora
da lei. Contra todas as advertências, ela se apaixona pelo motoqueiro
mau, Shadow. Ele é uma besta e uma beleza em um colete de couro
com um coldre de arma. Dani pode aprender a viver dentro das regras
do clube? Ela é mais parecida com o pai do que ela poderia imaginar?
Sexo.
Sangue.
Traição.
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A SÉRIE
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Capítulo Um
DANI
Eu sou acordada e assustada com um
tumulto vindo das escadas.
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— Pare de me encarar e arrume a mala. Agora. Nós não temos
muito tempo!
Minha mãe fala antes mesmo de eu sequer abrir minha boca para
perguntar o que aconteceu.
Por que ela está tão abatida? Quem fez isso com ela? Onde está
Stevin? E pra que porra de lugar estamos indo? Eu tenho todas essas
perguntas e nenhuma resposta, mas eu sei antes de perguntar que pelo
olhar da minha mãe e o tom em sua voz não está para brincadeira. Meu
coração treme quando começo a entender a situação e pego minha
mala.
Minha mãe caminha ate o meio-fio e grita por um taxi. A brisa fria
sopra ao redor, cobrindo minha pele cor de oliva com arrepios. Eu olho
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para cima, nos altos prédios, absorvendo o máximo que eu posso; essa
talvez seja a última vez que eu os vejo.
~7~
mais enquanto eu tento falar, preocupada em quais são as intenções da
minha mãe. Eu não lembro exatamente o que 1%2 significa, mas eu sei
que não é nada bom.
— Mãe?
Que merda que ela está fazendo? Isso não é algum pedestre
ocasional pedindo informações.
— Eu sou Lady, você tem algo pra mim de Bull? — minha mãe diz
confiante.
Que porra é essa? Ela age como se estivesse falando com uma
merda de uma garotinha. Ela não está nem um pouco perturbada, mas
eu estou prestes a me mijar de medo.
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caminho que minha mãe e Stevin estavam pagando para mim. Consiste
basicamente em fazer nada a não ser escola. Mal sabe ela que eu ainda
estou indecisa sobre faculdade. Ela teria um derrame se soubesse que
eu não tenho a minha vida inteira planejada. Ela nunca me deixou fazer
nada selvagem ou imprudente. Ela sempre me impede e grita sobre
como eu ajo como meu pai e como ela atravessou o inferno para me dar
uma vida melhor, um caminho melhor, para eu estragar tudo. Parece
que este é o único momento em que ela está presente, para me dizer o
fracasso que eu sou. A última vez que eu tentei alguma independência,
eu tinha 19 anos e estava cansada de estar presa.
Meia hora mais tarde, ainda rindo, nós chegamos à boate só para
encontrar minha mãe e Stevin esperando na entrada.
— Eu tenho 19 anos. Sou uma adulta. Você não pode mais ficar
mandando em mim, — eu grito de volta para ela, puxando meu braço de
volta para descontar.
— Você quer ser uma adulta, aja com uma, — ela vaiou de volta.
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— Eu estou cansada de suas merdas, eu tenho dinheiro suficiente
para me mudar, — eu disse calmamente, pronta para ver o golpe do
abandono em seu rosto. Gastei quase um ano poupando, mas eu
finalmente tenho o suficiente para um começo decente, um começo sem a
minha mãe.
Mais tarde eu descobri que a única razão para eu ter sido pega
em fragrante naquela noite foi por causa da merda da vizinha que vivia
no andar abaixo de nós. Ela era a espiã da minha mãe, sempre
xeretando a minha vida. Ela estava lá fora quando nós chegamos em
casa naquela noite, tão satisfeita por eu ter chegado em segurança,
perguntando a minha mãe se ela tinha feito seu trabalho corretamente.
Seu trabalho era me dedurar, isso sim. Eu era uma adulta aprisionada
vivendo com a minha mãe. Meu relacionamento com minha mãe é tipo
―aceitar a situação e não gerar confronto‖. Mesmo sendo uma opção
miserável, às vezes as ruas não pareciam tão ruins...
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— Eu conheci seu pai em uma festa em L.A. a mais ou menos 22
anos. Ele era muito bonito, você se parece bastante com ele. — ela me
olha, seu rosto está ilegível. Eu não estou certa se eu trago memórias
boas ou dolorosas, mas julgando pelo jeito que ela age em relação a
mim, eu suponho que sejam dolorosas.
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— Dani, não! O que você é? Uma bêbada? — ela pergunta,
arregalando os olhos, balançando sua cabeça com desapontamento.
— Você vai me dizer o que aconteceu com seu rosto? E por que de
repente você está me contando sobre o meu pai? — eu pergunto, por
um instante chateada por ela ter escondido tudo isso de mim. Eu nunca
me permiti perguntar sobre meu pai. No que diz respeito a minha mãe,
ele é só um doador de esperma. Então eu estou confusa. Porque agora
ela está me colocando para fora tudo que eu sempre quis saber?
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escondido tudo isso de mim. Tudo que ela havia me dito é que meu pai
é um lixo e que não queria ter nada a ver conosco. Bem,
aparentemente, ele não queria nada apenas com a minha mãe, ele nem
sabe que eu existo. Eu não sabia que ele era de um clube de
motoqueiros, ou que minha mãe já esteve numa moto.
Ela fecha seus olhos apertadamente para evitar olhar para mim
novamente. A tensão de repente se arrasta no ar entre nós, e me pega
desprevenida. Me concentro nela atentamente, tentando entender por
que o repentino mal-estar.
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nervosa, o perigo que parece que nós estamos correndo deve ser sério.
Eu deveria saber tudo, e eu não sei.
— Eu liguei para o seu pai. Ele irá nos proteger até descobrirmos
em que direção seguir, — ela diz, finalmente olhando em minha direção.
Seu corpo de repente aparenta estar calmo e sossegado.
— Bull irá nos proteger, — ela diz, acenando com a sua cabeça,
muito certa de si mesma.
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— Eles são foras da lei, Dani. Eles tentarão te arrastar para o seu
maldito estilo de vida, — ela diz, suspirando alto. — Eles são
implacáveis e porcos. Não os deixe te enganar. — ela começa a morder o
lábio inferior, desligando a luz sobre nossas cabeças. Como de costume,
ela acabou de falar sobre isso e nenhum argumento a fará mudar de
ideia.
Mas, por que meu pai nos ajudaria se ele não se importa
conosco? Ela contou sobre mim para ele no telefonema? E, se esse
clube de motoqueiros é tão moralmente errado, por que nós estamos
correndo até eles por ajuda?
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Capítulo Dois
DANI
Eu acordo quando o avião aterrissa, me
surpreendo ao perceber que eu consegui dormir
depois de toda a merda que a minha mãe colocou
para fora nas últimas horas. Eu fui me arrastando
atrás dela para a esteira de bagagens e esperei
alguns minutos, o que pareceu uma eternidade,
antes de as enxergar na esteira. Peguei a minha
mala quando passou e caminhei até a saída mais
próxima.
O outro cara não está olhando para mim. Ele tem um cabelo
negro e bagunçado no topo e mais curto nos lados. A parte de trás da
sua jaqueta preta de couro sem mangas tem um esqueleto esmagando
um crânio. Se lê ―DEVIL‘S DUST‖ na parte de cima do crânio esmagado
e ―Califórnia‖ embaixo. Ele está usando uma blusa branca, calça jeans
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azul e botas pretas de motoqueiro. Ele se vira e eu fico paralisada. Ele é
impressionante, lindo mesmo, e ele transpira ―Bad Boy‖. Sua pele é
bronzeada e eu posso ver uma tatuagem no bíceps esquerdo
espreitando por sua manga curta. Não consigo descobrir o que é, pensei.
Eu vejo seus lábios se transformarem em um sorriso arrogante e
percebo que ele me pegou o olhando.
— Meu nome é Sadie, — minha mãe rebate, seu tom é frio e nada
amistoso. Esse cara, obviamente, conhece minha mãe. Pelo jeito que ele
está todo animado em a ver, eu acredito que eles devem ter sido amigos
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em algum ponto. O olhar no rosto da minha mãe, no entanto, é tudo
menos de felicidade em ver um velho amigo.
— Eu matarei o filho da puta que fez isso com você, Lady. Isso eu
prometo! — ele diz com tanta ferocidade em seu tom que eu sei que ele
não está mentindo.
Eu volto a olhar Shadow e ele está olhando para o que Locks está
se referindo: o hematoma no rosto da minha mãe.
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nervosamente. Eu estou tentando ser educada, mas só sai idiotices.
Todos riem. Ótimo, eu tenho certeza que eles pensam que sou uma
burra ingênua. Eu sopro o ar para minhas bochechas e suspiro em
derrota.
— Locks não sabe merda nenhuma sobre veículos, a não ser que
seja uma moto. Essa Escalade provavelmente pode comprar toda sua
fodida casa, — Shadow sorri, ignorando meu estado assustado. Ele se
inclina do lado da SUV, seus olhos me devorando, me fazendo sentir
nua.
Puta merda, ele é lindo. Mais de perto eu noto que seu oceano
azul tem uma borda cinza tempestuosa em torno delas, formando a
figura de um furioso oceano brigando com um céu tempestuoso. Seus
lábios são macios e sensuais, o inferior mais carnudo que o superior,
me fazendo morder meu próprio lábio para reprimir a tentação. Eu
deixo sair um estrangulado sopro, eu não percebi que estava
segurando. O efeito que ele tem na minha respiração o faz perigoso à
minha saúde. Seu sorriso se torna largo e convencido enquanto ele
enfia uma mecha solta de cabelo atrás da minha orelha. Ele sabe do
efeito que tem sobre mim. Pelo jeito que ele se parece, eu tenho certeza
que ele tem calcinhas caindo por ele o tempo todo. Eu fico furiosa
quando penso sobre isso. Que jogador. Eu já quero enfiar meu pé na
sua bunda.
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causa uma umidade que encharca a minha calcinha. Meu corpo se
aproxima do dele e eu quase arquejo pela atenção dele agora.
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É uma curta distância antes de estacionarmos numa área
arborizada com dois prédios históricos inseridos detrás da estrada
principal. A frente tem portas de vidro duplo com pequenas janelas
gradeadas aqui e ali. A direita está um prédio de estanho mais velho,
com duas garagens. Um estacionamento entre os dois prédios está
cheio de motos. Enquanto eu saio do SUV, escuto o estrondo de mais
motos. Eu olho para trás e vejo Locks e Shadow já descendo de suas
motos, então eu percebo que não são eles. De repente, um enxame de
motos pretas para e estaciona próximo a Locks e Shadow. O grupo de
foras da lei fazem minhas mãos tremerem de medo. Como minha mãe
pôde pensar que isso era seguro?
— Ora, ora, ora, olha só o que o gato trouxe de volta. Como você
está, Lady? — chama uma voz desconhecida da gangue que acabou de
estacionar. Um homem alto e musculoso, na frente dos outros, faz seu
caminho em nossa direção. Ele tem óculos negros em seu rosto, e
cabelos pretos que se emaranham em volta de seus olhos e ouvidos. Ele
está vestindo uma camisa preta rasgada com jeans azuis apertados que
se dobram em suas botas. Seus ombros são amplos e seus braços são
tonificados e bronzeados. Ele se abaixa e agarra a mão da minha mãe e
dá um leve beijo com seus lábios no dorso da mesma. Ela arranca sua
mão da boca dele com força. Eu quase posso sentir o ódio derramando
dela. Meus olhos se lançam ao colete preto de couro que ele está
vestindo.
‗BULL‘. ‗PRESIDENTE‘.
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— Bem, olá querida. — ele é de fato charmoso. Eu estendo minha
mão para o cumprimentar e ele a começa levantar em direção à boca
dele como ele tinha feito com a minha mãe. Eu deslizo meus óculos
para fora do meu rosto e os coloco sobre a minha cabeça para conseguir
uma visão do homem que me fez. Bem antes de seus lábios tocarem as
costas da minha mão, ele levanta sua visão e olha para mim. Em um
instante seu largo sorriso some e sua boca cai aberta.
Eu arfo por ar, mas não consigo respirar. Meu corpo fica
vacilante. Eu tento me agarrar em algo, nada aparece, mas não tem
nada para segurar. A escuridão sobrepõe minha visão, meus joelhos se
curvam e eu entro em colapso.
*****
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Minha cabeça está latejando enquanto eu abro meus olhos para
um ventilador de teto poeirento em um quarto desconhecido.
— Respira Dani. Eu não vou morder você, a não ser que você
queira. — ele pisca.
Ai meu Deus, não pisca pra mim. Minhas coxas se arrepiam pelo
desejo subindo pelas minhas pernas.
— O quê?
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— Qual é seu nome completo, Dani? — Bull senta na cama e bate
no lugar ao lado dele, me convidando a sentar. Eu me obrigo a
obedecer.
— Leo Goodmen.
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seu pai por mais de dez minutos, mas eu preferiria que você ficasse
neste quarto quando a festa começar. — ele tem tanta tristeza e
arrependimento em sua voz. Eu não poderia odiar esse homem nem se
eu quisesse. Eu sei, tanto quanto qualquer um, que minha mãe é uma
pessoa difícil de amar. O que aconteceu quando eles eram mais jovens
não é da minha conta, mas algo me diz que ele não é tão ruim quanto o
que minha mãe o fez parecer para mim.
— Obrigada por nos receber aqui, Bull, nós já nos sentimos bem-
vindas, — seu tom é falso enquanto ela rola seus olhos.
— Sim, eu posso ver que você é um pai muito bom, — ela retruca,
jogando suas mãos em seu quadril enquanto suas sobrancelhas se
enrugam.
— Isso não significa que eu não a iria querer e você sabe disso, —
ele estala, apontando em minha direção. — E eu nunca disse que não te
queria. — seu tom perverso se torna frio, me fazendo virar em meu
assento. Isso é tão desconfortável, eu posso pegar uma coca ou algo?
— Eu não queria essa vida para ela, ela está num caminho ótimo,
tem um futuro e não é um lixo de motoqueira.
Ai.
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Ele fica em silêncio. Isso e tão embaraçoso, mas eu estou com
meu pai nesse caso. Eu olho fixamente para minha mãe, ela está
mijando nele todo, enquanto ele tem sido gentil o suficiente por nos
ajudar a sair da merda que ela nos enfiou.
— Não me diga o que minha filha precisa, você não sabe de nada
sobre ela, — sua face se mortifica. — Ela precisa de sua mãe e isso que
ela terá. Você não tem nenhuma piranha para encontrar?
Bull se levanta e sai, batendo a porta atrás dele. Minha mãe cai
na cama e descansa sua cabeça em suas mãos.
— Não seja tão dramática. Eu fiz o que eu pensei que era certo,
Dani. Você não é uma dessas pessoas, você é melhor. — ela me choca,
eu nunca havia a ouvido falar que eu era uma boa pessoa, ou melhor,
que qualquer um se essa é a questão. — Quem ela está tentando
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enganar com essa merda de mamãe do ano? — Eu te darei espaço, —
ela continua, — Mas você me dirá se você sentir que qualquer coisa está
te deixando desconfortável, qualquer coisa. Se um deles vier para cima
de você, você me avisa. Eles são porcos, selvagens. Uma garota bonita
como você, eles virão voando até a sua porta. — ela levanta, fazendo seu
caminho em direção à porta. — Com esperança, eles serão inteligentes e
ficarão longe, sendo você a filha do presidente, — ela balbucia.
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Capítulo Três
DANI
Os vários dias passados têm sido em geral
sem variação. Minha mãe mantém distância na
maior parte do tempo. Ela somente continua
perguntando se alguém está me incomodando,
interpretando o papel de mãe preocupada. Bull e eu
estamos nos aproximando. Na maior parte do
tempo, nós só conseguimos falar sobre filmes e
música, porque, claro, minha mãe se intromete em
qualquer chance que ela arruma. Ela realmente tem
me irritado.
Lips é robusta, mas não gorda. Ela tem sardas claras por todo
seu rosto. Ela é linda e se veste com classe, ela realmente não se parece
com uma puta do clube em nada.
Candy não parece gostar de mim, ela evita contato visual e sua
linguagem corporal é muito fria em minha direção. Ela é magra, tipo
uma supermodelo, e dificilmente usa qualquer roupa. Sua atitude grita
vadia e me lembra demais da minha mãe. Eu estou certa que nós
bateremos cabeças antes desta ―brincadeira‖ acabar.
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Eu tenho visto Shadow aparecer dentro e fora do clube, aqui e ali.
Ele entra coberto por graxa e faz meu coração fazer tique taque tica
bumba. Nós não conversamos, tentamos manter nossa distância. Mas
eu o pego sempre me encarando. Ele me encara com fome em seus
olhos e acaba com meu fôlego; ele é um tirador de folego, ainda
arrogante e com o pior sorriso que um homem pode ter. Ele faz meu
sexo apertar e umedecer a cada sorriso, ele é tão exasperante. Algumas
poucas vezes, quando ele teve que passar perto de mim, ele esfregou
seu braço contra o meu. O local que ele brevemente fez contato se
inflamou. É a pior preliminar de todos os tempos, pura tortura sexual.
Seus lábios carnudos, braços musculosos, abdômen esculpido, belo
bumbum e covinhas incríveis que fazem meus lábios incharem com a
antecipação de explorar cada centímetro dele.
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corredor nas pontas dos pés e entro na cozinha sem fazer barulho, não
notando ninguém na minha rápida excursão.
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Eu rolo meus olhos de volta ao micro-ondas, ajustando meu prato
e molho BBQ3. Eu tento pensar em algo para dizer, mas não me vem
nada. O micro-ondas apita e eu pego meu prato rapidamente, ignorando
o quanto está quente. Eu encolho meus ombros, e o deixo no balcão.
3 Barbecue.
~ 32 ~
Eu me viro para alcançar meu prato e Shadow salta sobre o
balcão. Ele enrola sua mão em meu cabelo fazendo meu couro queimar.
Puxando minha cabeça para trás, ele impulsiona sua pelve em minha
bunda, seu comprimento é tudo, menos pequeno. Sua dureza tem
minhas veias correndo em um prazer erótico. Calor inunda minha
úmida entrada, gritando para que Shadow tenha seu caminho comigo.
A reação de meu corpo me faz corar.
Ele inclina seu rosto para perto de meu ouvido, seu hálito cheira
a chocolate, me fazendo o querer mais. Eu gemo, meu corpo está
desafiando os avisos em minha mente.
— Você pode tentar agir como se não me quisesse, agir como você
tivesse o controle, — ele respira na minha orelha enquanto empurra
sua virilha com mais força contra mim. Ele ainda puxa meu cabelo, me
fazendo arquear as costas. Ele afasta devagar seu quadril para trás e
minha bunda se impulsiona contra sua virilha tentando reaver o
contato. A ação me pega de surpresa. Shadow deixa sair uma risada
malvada.
— Mas seu corpo não pode mentir, — ele belisca meu lóbulo me
fazendo, praticamente, gozar na hora, a dor atirando em meus dedos do
pé, os fazendo curvar com prazer. — você não tem nenhum poder.
*****
~ 33 ~
e minha natureza intrometida não pode resistir à tentação de descobrir
o que está acontecendo.
Eu percebo que estou brincando com meu lábio e jogo minha mão
para o lado, ele claramente me deixa nervosa.
— Oh, eu pensei que fosse uma Harley. Elas não são as melhores
motos? — eu não sei nada sobre motos, só o que eu vi em comerciais
sobre Harleys e escutei os caras da minha faculdade falando sobre elas
serem tão ótimas.
— A não ser que você queira dizer uma moto, não. Eu moro em
Nova York, nós pegamos taxis em todos os lugares. — eu digo sorrindo.
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— Aqui está um capacete, o coloque. — ele me entrega um
capacete preto. Ele não está brincando, ele quer que eu ande naquela
coisa.
— Não, ela não te matará. Ela vai me matar. — ele inclina sua
cabeça, armando suas sobrancelhas e me dá um sorriso iluminado. —
Além do mais, você sabe que você quer. — ele é tão arrogante e seguro
de si mesmo como sempre. Mas ele está certo, eu quero subir naquela
moto com ele.
— Você tem que me tocar para montar, mas está a salvo comigo,
— ele diz, me tirando de meus pensamentos superestimados. — Se
segure firme, eu gosto de ir rápido. — meus braços e pernas se apertam
ao redor dele enquanto ele acelera. Ele não estava mentindo quando
~ 35 ~
disse que gosta de ir rápido. Ele disse que eu estou segura com ele e eu
me sinto segura com ele pilotando, isso sim. De qualquer outra coisa,
eu tenho certeza que ele vai pisotear, como o meu coração.
~ 36 ~
Ele sai de seu estado vulnerável correndo seus habilidosos dedos
em seu cabelo sem falhas. Meus dedos coçam pela tentação de agarrar
aqueles maravilhosos cachos.
— Então você vive com a sua mãe? Quantos anos você tem? — ele
pergunta incrédulo.
~ 37 ~
— É complicado, — eu respondo olhando para longe.
Eu meio que rio, percebendo que estou contando para ele mais do
que queria.
~ 38 ~
— Você sempre brinca com seu lábio quando está nervosa? — ele
pergunta. Eu solto minhas mãos e suspiro pra mim mesma. Eu tenho
estado ao redor dele por cinco minutos e ele já sabe meus tiques; estive
em volta de minha mãe por toda a minha vida e ela nunca notou.
— O que você quer dizer? — ele joga uma concha do mar na água,
fazendo os músculos de seu braço flexionar. Meus lábios entreabrem e
uma pesada respiração escapa. Eu me lembro dele me pegando da
minha cama no clube como se eu fosse um brinquedo, pesando nada.
Ele se vira e me olha de novo com aqueles pesados olhos azuis, depois,
me joga aquele sorriso largo e convencido dele. Ele sabe o que ele está
fazendo. Foda-se ele.
Ele sorri e pega minha mão para fora da areia da praia, dando um
aperto de leve. Mesmo esse toque terno faz um enxame de borboletas na
parte de baixo de meu abdômen. Esse simples gesto mostra que ele
consegue se relacionar com o que está danificado. Shadow está fazendo
tão fácil se abrir com ele, o que é perigoso. Revelando minha
vulnerabilidade está me fazendo sentir perto dele, algo que eu sei que
ele não quer. Eu preciso virar a mesa nessas perguntas, e rápido. Ele é
um jogador, e ele está jogando o jogo muito bem. Eu não estou
acostumada com alguém jogando um encanto tão forte, eu caio em seu
feitiço facilmente.
~ 39 ~
— Qual é o seu lance? — eu pergunto, debochando dele por sua
pergunta mais cedo.
— Ah, além do clube você não vai querer saber, — ele diz
cinicamente.
~ 40 ~
um dos caras deles e eles fugiram. Já era tarde demais para Smokey,
nosso ―Sargento de Armas‖. O cara que atirou nele também morreu
mais tarde pelo o que eu ouvi. — Shadow fecha seus olhos e balança
sua cabeça. Ele é de tirar o fôlego, mesmo perturbado. — Seu pai disse
que eu mostrei lealdade e bravura, que seria uma honra me chamar de
seu irmão. Ele me patenteou como o novo Sargento de Armas. — ele
levanta a cabeça e me encara com aqueles olhos maravilhosos.
Eu o quero abraçar pelo que aconteceu com eles, mas eu sei que
ele não está procurando por simpatia. De fato, eu estou certa que só o
fato dele estar me contando algo tão pessoal é provavelmente muito
difícil para ele. Eu realmente pensei que ele me falaria sua cor preferida
ou para eu ir me foder. De verdade, ele é tão quebrado como eu, nós
dois somos danificados. Eu alcanço minha mão e pego a dele,
enlaçando nossos dedos, sua mão é muito maior que a minha. O fogo
que estava lá quando nossas mãos se tocaram mais cedo começa a
reacender. Ele empurra sua mão para longe duramente e balança sua
cabeça. Porque ele está balançando sua cabeça? Por mim, ele mesmo
ou nós?
— Dani, não leia nada nesta situação, não há nada entre nós.
Estarmos juntos é um inferno que nós não podemos pagar para ver. —
ele pressiona sua mão em minhas costas para me guiar em direção a
sua moto. — Venha, vamos voltar para o clube. — sua mão em minhas
costas lança ondas de êxtase através de minhas veias. Eu quero que ele
me incline em sua moto e tenha seu caminho comigo, quem ainda se
importa se eu sou apenas e só mais um ponto em seu cinto.
~ 41 ~
Capítulo Quatro
DANI
O percurso de volta da praia foi estranho;
Shadow está tenso o tempo todo comparado com o
quanto relaxado ele estava no passeio de ida. Ele
mantém suas mãos no guidão e não na minha coxa.
Eu posso dizer que ele não está feliz em ter me
contado algo pessoal. Eu gostaria de não o ter
pressionado a compartilhar.
— Onde você tem estado? Por que você está em uma moto com
um tipo desses? — ela insulta. Eu levanto uma sobrancelha. Eu que
nunca vi minha mãe bêbada antes.
~ 42 ~
que eu estou sentindo neste exato momento. Eu não vou mais aguentar
as merdas da minha mãe. Será difícil para ela me jogar para fora, agora
que Bull e eu nos aproximamos. Isso a deve irritar.
Eu faço meu caminho até meu quarto e tranco a porta. Meu pai,
ahh, Bull, me pediu para ficar aqui, então eu sento em minha cama
sem saber o que fazer em seguida. Eu não sei se eu o deveria chamar de
pai ou Bull, tudo ainda é muito esquisito. Eu olho sobre a cômoda e
vejo meu laptop. Hmm, eu me pergunto se a internet tem algo sobre o
clube. Talvez aí eu possa ver por que minha mãe está tão preocupada.
Eu chego mais perto e agarro o laptop antes de pensar duas vezes.
~ 43 ~
favoritas. Realmente não notando ninguém, eu me direciono para a
cozinha. Logo antes de entrar, eu olho de relance para a multidão e
como a coisa de abrir o Mar Vermelho, há um espaço aberto na
multidão. Minha visão alcança a esquina, onde a puta do clube, Candy,
está sentada em uma perna do colo do Shadow. Meu sangue esquenta a
um nível perigoso, a cena me deixa com ciúmes.
Dois podem jogar esse jogo, eu caminho para pista e vejo um belo
homem com cabelos loiros, cacheados e tatuagens de cima abaixo de
seus braços. Está escuro, então eu não posso entender bem o que diz
seu colete, mas quem se importa, ele é lindo. Eu piso na frente dele e
começo a dançar sedutoramente, esperando que meu comportamento
provocativo vá atrair o estranho. Ele reivindica meu corpo sem
hesitação, colocando sua mão enorme na minha cintura e empurrando
sua virilha contra meu bumbum. Eu olho para baixo e vejo ―TBC‖
tatuado no topo de sua mão direita. Que merda isso significa? Eu
balanço meus quadris com os seus no ritmo da música. Pegando meu
braço esquerdo, eu o levo acima de minha cabeça e o engancho eu seu
pescoço. Ele pega seus dedos e os escorrega para baixo de meu cotovelo
até meu ombro. Além de uma cócega, seu toque não dispara brilhos ou
borboletas em lugar algum no meu corpo.
~ 44 ~
— Não seja um empata foda, Shadow. Some daqui, — Bobby diz
me puxando para mais perto. Onde Shadow estava indo com isso,
chegando aqui e agindo assim?! Eu sorrio docemente para Shadow e
deixo os grandes braços Bobby me encasular.
— Se você vai agir como uma puta, talvez você devesse passar um
tempo com elas. — seu tom é sério, ele aponta para um canto cheio de
garotas que estavam meio vestidas e bem bêbadas, putas do clube.
~ 45 ~
Eu escuto a porta abrir e fechar quietamente. Vislumbrando por
cima, eu vejo Shadow em pé com aquele seu sorrido de curvar os pés.
Eu ainda quero bater aquele sorriso para fora de seu rosto, ele está
adorando me deixar louca. A raiva dentro de mim se amplia com o
pensamento. Eu ando até ele, puxo minha mão pra trás e bato nele.
Sua cabeça chicoteia para o lado. Ele cerra sua mandíbula e me encara
com olhos sombrios. Minha mão dói com o contato árduo, mas eu me
recuso a reconhecer a dor e levanto minha mão para o bater de novo,
não tendo sentido nenhum alívio no primeiro tapa. Ele pega minha mão
pelo pulso, no meio do ar. Eu levanto minha outra mão na tentativa de
bater nele e ele pega esse pulso também. Ele me vira e me bate contra a
porta, ambas as minhas mãos agora estão pregadas acima da minha
cabeça. Eu olho dentro de seus olhos, eles estão dilatados com raiva.
Ele puxa meu queixo para cima e abaixa seus lábios só um pouco
acima dos meus. Sua respiração é dura e perturbada, seus lábios a
quase um fio de cabelo de distância.
Shadow recua.
~ 47 ~
Ele lambe as bolinhas de suor formadas em meu pescoço e
minhas pernas naturalmente se apertam em volta de sua cintura. Seus
lábios se espalham através de meu pescoço e o osso da mandíbula como
fogo vivo, acendendo uma faísca que eu desesperadamente preciso dele
para apagar. Eu alcanço o final da minha camisa e suas mãos seguram
minhas costas enquanto eu a puxo para fora da minha cabeça. Ele
empurra meu corpo para mais alto contra a porta e lança beijos
molhados entre meus peitos. Ele nos caminha até a cama e gentilmente
me deita enquanto vagarosamente abaixa seu próprio físico tonificado
sobre a minha pequena estrutura. Ele descansa seu peso em seu
cotovelo e usando sua outra mão, desabotoa meu sutiã rendado. Meus
mamilos imediatamente endurecem pelo ar frio quando são libertos de
suas taças, me fazendo arfar.
Minha boca se direciona para fora para lamber meu lábio inferior,
eu quero o comer todinho. Eu beijo seu peito, lambendo ao redor de
seus mamilos antes de dar um puxão de leve. Ele geme enquanto meus
dentes beliscam a pele macia. Ele desabotoa seus jeans e os empurra de
seus quadris. Uma vez que eles estão em seus calcanhares, ele usa seus
pés para empurrá-los de cada perna. Meus olhos se arregalam com o
impressionante comprimento pressionado contra o tecido de sua cueca
boxer branca, pedindo em ser solto. Minhas bochechas de repente
~ 48 ~
coram, a minha temperatura corporal se elevando. Ele sorri
arrogantemente, antes de subir de volta em cima de mim, separando
minhas pernas com as suas. Sua mão esfrega o interior da minha
virilha sobre meus jeans, fazendo molhar minhas calcinhas. Ele
desabotoa todos meus botões, sem perguntar e ele está prestes a
descobrir o quão inexperiente eu sou. Ele talvez não vai gostar se eu o
surpreender com algo assim. Ele começa a sugar meu lóbulo da orelha
enquanto suas mãos perdem tempo com o botão do meu jeans. Merda,
merda, merda.
~ 49 ~
dentro do elástico, eu os puxo sobre uma bunda firme e abaixo de suas
pernas. Seu pau salta livre contra meu abdômen.
— Não role seus olhos pra mim, porra, — ele chia, beijando a
linha da minha mandíbula. Seu jeito exigente me fazendo choramingar,
mas num bom sentido. Seu tom é sério e tudo menos duro, mas eu não
posso deixar de ser despertada por sua aspereza.
~ 50 ~
— Merda, espere um pouco. — ele sai de cima de mim, expondo
meu corpo para a friagem do ar. Eu escuto o som de um embrulho
rasgando e o vejo rolar a camisinha sobre seu pau.
~ 51 ~
clitóris. Ele começa a mover seu dedo em movimentos circulares sobre o
meu clitóris, é a minha ruína.
~ 52 ~
Capítulo Cinco
SHADOW
Eu sinto pernas suaves enroladas ao redor
das minhas, e cabelos sedosos em meu peito. O
cheiro do perfume inebriante de Dani preenche meu
pulmão. Pêssegos e sândalo, somente o cheiro dela
faz meu pau endurecer. Eu estou duro agora,
merda. Os eventos de ontem à noite tocam em
minha cabeça simultaneamente. Em que porra eu
estava pensando? Ela está na minha cabeça de
merda desde o dia que eu vi a sua bunda grande
andar para fora daquele terminal. Eu tentei
permanecer longe. Inferno, eu tentei a empurrar para longe. Mas
quando a vi dançando com Bobby ontem à noite, o pensamento de
outro alguém tendo suas mãos nela ou possivelmente em sua cama...
Eu virei um homem das cavernas. Eu a queria arrastar para o quarto e
fodê-la para fora de sua vida totalmente.
~ 53 ~
sentimentos que eu estou tendo são fodidamente incompreensíveis. Eu
preciso sair daqui e clarear minha cabeça. Eu vagarosamente movo sua
cabeça e tento desenrolar meu corpo do dela, tentando não a acordar.
— Você ainda está aqui. Eu pensei que você já teria ido, — ela
murmura com uma voz sonolenta.
Merda, eu a acordei.
4 Do original church, traduzimos como missa, que são as reuniões para membros do
clube.
~ 54 ~
merda fodida, e há garotas peladas dispersas em todos os lugares. Os
prospectos têm sacolas de lixo pretas pegando o lixo, e algumas old
ladies estão jogando roupas para as garotas peladas, tentando as deixar
decentes e as colocando para fora do clube. Eu entro na cozinha e pego
um copo, eu preciso de café para me ajudar a processar a porra que
está passando na minha cabeça. Eu acabei de dormir com a filha do
diabo5. Eu sou um homem morto andando.
— Que porra é essa, irmão? Por favor, me diga que você tem um
nariz sangrando, ao alguma merda parecida. — Bobby aponta para
minha mão, olhando para baixo onde ele está apontando, eu tenciono.
Merda, eu tenho sangue em meus dedos, como eu perdi isso? Isso deve
ter chegado lá quando eu tirei a camisinha ontem à noite. Tentando
esconder que eu fodi a filha de Bull não seria fácil com a perda de
inocência da Dani por toda a porra das minhas mãos. Eu caminho até a
pia e começo a lavar minhas mãos, ignorando Bobby.
— Você entra num jogo de merda comigo por dançar com aquela
vadia ontem à noite, aí, você desaparece no quarto dela pela noite... Só
de olhar... Tenho certeza que é exatamente isso que eu penso que é, —
ele diz, gesticulando em direção as minhas mãos de novo.
5 Aqui quer dizer tanto diabo como Devil‘s, como o nome do clube.
~ 55 ~
— Que porra você acabou de me dizer? — empurrado ao meu
limite, eu empurro Bobby e pego seu rosto. Ele me questionando atingiu
seu limite.
— Isso não pode ser bom, irmão. Eu sei que essa merda não
descerá bem, — Bobby sussurra de volta e caminha para fora da
cozinha.
~ 56 ~
monte de vadias e bebidas, e ele está pagando por isso essa manhã. —
Bobby, o que você tem para reportar, filho?
— Tudo bem, eu não acho que isso é algo que nós queremos nos
envolver, quem concorda? — Bull perguntas. Ayes6 é falado ao redor da
mesa em concordância, nós não precisamos fazer acenos.
~ 57 ~
da área o viu ou escutou dele. O fodido sumiu em ação. — Locks
replica, acendendo um cigarro também.
— Merda, não sei se isso é uma coisa boa ou ruim. — Bull diz.
~ 58 ~
— Que porra é tão engraçada?
~ 59 ~
Capítulo Seis
DANI
Um barulho vibrante no criado mudo perto da
cama chama a minha atenção. É o celular de
Shadow. Se lê ‗Uma chamada perdida‘. Eu me
pergunto quem ligou para ele. Eu não posso parar a
suspeita em minhas tripas. Eu abro o celular. A
chamada perdida é de alguém que ele apelidou de
‗VADIA‘. Eu estou certa que ele tem um monte de
vadias. Ele provavelmente as numera, vadia 1,
vadia 2, eu poderia ser a vadia 3. Eu rosno para
mim mesma, pensando que eu, também, sou só
alguma vadia que o faz gozar. Eu aposto que a noite ele estará na cama
com uma vadia diferente. Bem, eu só irei ter certeza que ele pense em
mim enquanto faz isso.
~ 60 ~
Eu agarro minha mala para ver se eu tenho qualquer roupa
limpa. Eu provavelmente deveria ver se há uma lavadora e secadora no
clube. Quão conveniente, um sutiã preto e uma calcinha de conjunto,
isso deve combinar com meu jeito promíscuo. Quando eu começo a
deslizar em minhas calcinhas, eu vejo sangue entre as minhas coxas.
Merda, eu preciso de um banho.
~ 61 ~
Shadow zomba. — Eu estou feliz que você entenda o que está se
passando, porque eu não tenho porra de noção nenhuma. — sua
confissão me joga em um beco sem saída. Ele está tão confuso sobre a
nossa química quanto eu? Há química? Talvez eu não seja só uma coisa
de uma noite. Eu balanço minha cabeça. Eu estou me apressando.
Esses jogos são exaustivos.
— Então, por que você não me dá uma pista, vendo o quanto você
tem tudo entendido? — ele diz, seu tom é ilegível.
— Que porra é essa que você está usando? — ela estala, seus
olhos tão extensos como um pires.
Ela anda até mim e a puxa para cima, tentando tirar de mim. —
Não. Nenhuma filha minha usará essa camisa, — ela diz,
fanaticamente.
~ 62 ~
— Para, — eu grito com ela, mas ela continua me agarrando. —
Saí de mim. — eu posso sentir meu rosto ficando vermelho, minha
temperatura corporal elevando, minha visão embaçando com raiva.
Finalmente, tendo o suficiente dela arranhando meus braços e pescoço
para pegar a camisa preta, eu estalo.
— Não, não, isso é mais que a porra de uma camisa. Você está se
tornando uma deles, lixo de motoqueiro. Você está se tornando seu pai.
— ela se exalta e fica histérica, sussurrando aquelas últimas palavras.
Eu talvez tenha quase escutado as palavras, mas até seu sussurro
estava gotejando ódio.
~ 63 ~
Ela aponta para mim. — Aquele menino que você tem passado
um tempo... Mantenha distância. Ele só quer entrar nas suas calças,
você sendo a filha do presidente não o parará. Eu tenho nojo de homens
como ele. Ele é um mulherengo e ele é fodido da cabeça, — ela sem
rodeios cospe em mim.
Agora eu não a posso olhar nos seus olhos. Eu temo que ela
talvez veja que eu não sou tão pura quanto quando eu cheguei aqui.
— Por que nós viemos para cá se você odeia tanto meu pai? Se
você odeia tudo sobre esse lugar? — eu aponto calmamente.
— Shadow?
~ 64 ~
— Tão bem como posso. Sinto muito que você teve que escutar
tudo isso.
Ele balança sua cabeça como se não tivesse incomodado por isso.
Candy entra, isso deve ser bom. Ela tem um pequeno vestido
preto com saltos de puta pretos. Seu cabelo loiro está em belos cachos
soltos sobre os ombros. Ela é linda, ainda que vadia ao mesmo tempo.
Eu a odeio.
— Você é fofa. — seu tom doce é tão falso como seus peitos. — Eu
posso ver por que o Shadow gosta de você, — ela ri como se tivesse um
segredo que eu estivesse alheia.
~ 65 ~
— Eu tenho estado com Shadow por anos. Eu tenho visto garotas
vindo e indo. Não pense que só porque você é doce e inocente que ele se
importa com você, que você pode fazer ele se acomodar. Assim que ele
estiver acabado com você, ele voltará correndo para mim. Ele sempre
volta. No meio tempo, da próxima vez que você beijar aqueles lábios, se
lembre que eles estavam em mim muito antes de você. Seu pau? Em
mim também. Shadow não pode ter o suficiente de Candy. — ela crava
seu nariz no ar enquanto me bate verbalmente.
Ela vira para sair, mas para; seu corpo metade para fora do vão
da porta.
Shadow abre a porta do closet devagar. Meu corpo está ferido, tão
apertado como uma víbora. Ele aproxima com cautela.
~ 66 ~
— Só saia daqui, porra. — eu digo silenciosamente, evitando
contato visual.
— Eh, ela não está feliz que eu tenho que a seguir em todos os
lugares, — Shadow diz. O quê? Isso é novidade para mim. Por que o
babaca tem que me seguir em todos os lugares? Como se isso não fosse
humilhante o suficiente, agora eu tenho que suportar estar ao redor
dele 24 horas por dia e 7 dias por semana.
— Sim, eu não achei que ela ficaria feliz sobre isso. — Bull
proclama, — A mãe dela vai ficar ainda mais brava.
~ 67 ~
Eu sento aqui contra a porta, ignorando seu pedido. Eu preciso
de tempo para processar tudo, sozinha.
~ 68 ~
Capítulo Sete
DANI
Aparentemente a casa segura foi limpa e
preparada para nossa chegada. Eu usei o tempo
amontoando minhas roupas sujas dentro da minha
mala para estabilizar minha respiração e acalmar.
Eu não sei por quanto tempo eu terei que aturar
Shadow como meu segurança, mas eu sei que eu
preciso manter meu juízo sobre mim, eu fui para o
quarto da minha mãe a checar, mas ela ainda
estava tentando reunir seus pertences, então eu fui
sozinha para o estacionamento.
Ele tem olhos azuis claros e poucas sardas aqui e ali através de
suas bochechas. Ele é bonito. Sim, um menino bonito. Bobby parece
que pertence à capa de uma revista, apesar das tatuagens e da aura
motoqueira. Olhando com um sorriso de nocaute, eu estou certa que ele
é um abaixador de calcinhas como Shadow.
~ 69 ~
— Eu mesma posso lidar com isso, muito obrigada. — eu agarro
minha mala de Shadow, que não a solta.
Minha mãe está ocupada mexendo com seu celular, ela está
sempre naquela coisa maldita. O rosto dela não está mais inchado. Ela
se parece consigo mesma.
~ 70 ~
Shadow desce de sua moto e tira seu telefone do seu bolso. — O
quê? — ele late na linha. Ele pega sua outra mão e a corre sobre sua
cabeça para trás e para frente, afofando aquele cabelo preto sexy dele.
— Você não sabe do que está falando. Eu não tenho nada... Não
faça ameaças a mim, ou eu irei te colocar no chão, porra! — ele bate
seu dedo no botão finalizar com fúria e comprime seu telefone de volta
em seu bolso. Bobby eleva sua sobrancelha em preocupação, mas
Shadow joga sua mão pra cima tipo ―não agora‖. Estranho.
~ 71 ~
numa tentativa de mostrar que o toque não foi notado. Enquanto eu
estou indo, ele agarra a presilha do meu short.
— Não, não é tarde demais se você parar de ser uma vadia por
um segundo e me escutar, — ele protesta. Enfurecida com seu tom e
suas acusações, eu puxo meu braço de seu aperto e continuo descer o
corredor. Eu realmente quero bater em sua cara novamente.
— Você não pode me evitar para sempre, Dani, — sua voz abafada
vibra através da porta. Ele é implacável e eu o odeio por isso. Se ele
continuar com isso, eu não sei o quanto eu posso resistir. Eu o quero,
mas o quero a não ser que eu saiba que ele é todo meu.
— Ela está sendo uma vadia. Eu sabia que eu não deveria ter
fodido com uma civil, especialmente ela. — Shadow diz, seu tom é sério
agora. O que ele quer dizer com civil? O clube é tão fora da civilização
que eu sou considerada uma civil?
~ 72 ~
— Talvez seja para o melhor, cara. Essa é a única buceta que você
não quer foder. Poupe o seu tempo. — Bobby diz, sua voz cortante e
fria.
Bem, parece que Bobby sabe sobre ontem à noite. Ele e Shadow
devem ser bem próximos, porque eu não consigo ver Shadow saindo e
contando para todo mundo que dormiu comigo, a não ser que ele
honestamente tenha um desejo de morte ou que ele esteja realmente,
realmente orgulhoso de si mesmo.
7 É um tapinha.
~ 73 ~
— Dani, sou eu. Abra, — Bull diz. Engraçado, eu não tinha
escutado o som de sua moto estacionar. Mas de novo, eu estava
ocupada tentando resistir ao Shadow e espionando.
~ 74 ~
num flash. Talvez esse tópico fosse verdadeiramente seu inferno vivido.
Mas eu preciso saber.
Minha mãe sabia que não era o que parecia entre meu pai e essa
garota Roxy? A conhecendo, ela não teria se importado, minha mãe é
muito orgulhosa. Mesmo assim, eu odeio a imagem que ela pintou do
meu pai quando essa imagem é embasada. Se o que ele está me dizendo
é verdade, ele não é uma má pessoa. Bem, não no departamento do
romance de qualquer forma.
~ 75 ~
Lady, pelo que me contaram. Eu estava cego pela porra da coisa toda,
sua mãe nunca disse uma palavra para mim sobre isso. Depois que eu
escutei que Roxy a vinha atormentando, eu me dei conta disso. — isso
soa assustadoramente familiar.
— Roxy não vem mais ao redor depois da surra que ela tomou das
old ladys, mas agora sua filha é uma das que curtem ficar ao redor.
Acho que ser uma puta do clube corre nos genes da família. — ele diz
exatamente o que eu estou pensando.
— Candy.
Eu não quero que meu pai veja o efeito que a puta tem em mim.
Eu posso lidar com as minhas próprias batalhas. Então eu engulo o
caroço em minha garganta e tento soar o mais casual que posso.
~ 76 ~
Ele acena sua cabeça em reconhecimento. Ele parece
despreocupado, missão cumprida. Eu já não gostava de Candy e isso só
fez piorar. Ela pode agradecer sua mãe por isso.
~ 77 ~
Capítulo oito
DANI
Está escuro, tudo que eu posso ver são
vislumbres da face suada de Shadow pela luz da lua
que funde um brilho através da janela. Nossos
corpos estão escorregadios com esforço, e nossas
respirações duras e necessitadas. Meu corpo vibra
com ganância e intimidade. O corpo do Shadow se
apega ao meu, enquanto ele estoca profundamente
dentro de mim, grunhindo como uma fera.
— Eu morrerei antes de te deixar ir, Dani, —
ele sussurra contra minha bochecha, sua barba por fazer arranhando
minha pele, me lembrando do homem másculo que me reivindica. Meu
corpo arqueia por mais enquanto eu rogo para ele me tomar. Eu não me
importo se minha mãe nos descobrir, e ele não se importa se meu pai o
matar. Nós não podemos negar a atração que nos consome, e nos
marca.
— Sim, Shadow. Eu sou sua, — eu arfo. — Me tome. — eu sinto
um toque leve como pluma acariciando minha bochecha, passeando por
meus sonhos. Meus olhos tremem abertos e eu vejo Shadow em pé
acima da minha cama. Seus dedos calosos em concha sobre minha
bochecha. Eu sento e esfrego o sono dos meus olhos com as costas da
minha mão, seu toque é sensual. Ele está usando novamente aquelas
calças de cintura baixa e nada mais. Minhas mãos doem enquanto eu
as tento impedir de alcançar o toque daquele peito macio e sedoso.
— Você está dormindo a algumas horas. Nós temos filmes e pizza
se você quiser, você tem que estar com fome. — sua voz é profunda,
grossa e carinhosa. As borboletas moldam em meu estômago e meu
corpo arde com a excitação que estou tentando dissimular.
— Uh, sim. Eu estarei lá em baixo em alguns minutos, — eu
respondo, tentando olhar para qualquer coisa no meu quarto menos o
Deus da perfeição. Contudo, a águia em seu bíceps me fisga em uma
armadilha como o predador ameaçador que é. Eu estou hipnotizada
pelo modo que o pássaro dança em seu braço.
~ 78 ~
— Okay. — ele levanta como se quisesse dizer mais, mas
eventualmente vira em seu calcanhar e sai. O feitiço é quebrado, eu só
pego seu pé antes da porta fechar. Os pés descalços de Shadow são de
alguma forma apelador e amável. Eu paro no banheiro em meu
caminho para me unir aos outros, jogo água fria em meu rosto, meu
sonho me deixou uma bagunça suada. Eu entro na sala de estar para
encontrar os caras amontoados ao redor de caixas de pizza abertas e
alguns filmes. Eles estão xingando sobre qual eles irão assistir. Eu
aposto que nenhum deles perguntou a minha mãe se ela queria alguma
pizza, mas quem os pode culpar? Ela não tem sido a humana mais
acessível. Eu caminho até o quarto da minha mãe e a escuto falando. A
porta está ligeiramente aberta, então eu paro bem fora de sua linha de
visão e escuto. Sendo bisbilhoteira é a única forma de descobrir
qualquer coisa aqui, eu deveria ter começado isso há muito tempo
atrás.
— Não é como eu tivesse muita escolha em vir aqui! — eu escuto
ela estalar com quem quer que seja no outro lado. — Você está falando
sério? Você me quer aí?... Bom... Ela ficará bem aqui. Eu posso voltar e
se ela vir algo... Sim, eu irei agora, — ela diz raivosamente. Onde ela
está indo? O que ela quer dizer se eu ver algo? Isso é o que espionagem
me dá, mais perguntas e nenhuma resposta. Eu não escuto mais a sua
voz, então eu bato na porta.
— O quê? — ela grita. Eu abro a porta e vejo o telefone em uma
mão e ela roendo as unhas uma atrás da outra. Eu me pergunto com
quem ela está falando. Talvez seja meu pai, mas eu seria louca em
perguntar.
— Eles compraram pizza e filmes, quer se juntar a nós? — eu
pergunto levemente, não querendo a irritar mais do que ela parece
estar.
— O quê? Não, eu estou bem. Eu estou indo para o clube. Você
ficará bem aqui sozinha? — ela pergunta, calçando seus sapatos.
— Sim, eu ficarei bem. Eu tenho meu celular se algo der errado,
— eu comento, tentando aliviar ela por me deixar para trás. Mas por
que ela está indo para o clube?
— Ótimo. Se você vir qualquer coisa que te deixe desconfortável
me ligue, ok? — ela caminha passando por mim em direção à sala de
estar.
— Algum de vocês pode me levar para o clube? — ela fala como
uma pergunta, mas sua voz soa como uma exigência.
~ 79 ~
— Merda, — Bobby diz pegando um pedaço de pizza. — Sim, eu
posso se você me deixar comer primeiro. Eu estou morrendo de fome.
— Está tudo bem, eu cuido disso, garotos, — Charlie diz
terminando um pedaço de pizza.
— Ótimo. Vamos, — ela diz caminhando para fora da porta.
Minha mãe odeia meu pai. Gostaria de poder dizer que eu era otimista e
meus pais voltariam a ficar juntos, mas eu sei que o inferno congelaria
para isso acontecer. Eu pego um pedaço de pizza e caio no sofá oposto
ao de Shadow e Bobby. Eu tiro meu celular do bolso para seguir as
redes sociais, qualquer coisa para não ter que olhar para Shadow e sou
corpo deslumbrante. Eu posso sentir ele me olhando, me fodendo com
os olhos. Eu tenho que o manter a um braço de comprimento. Eu me
queimei o suficiente. ―Ping‖. Meu telefone acende, me alertando sobre
uma mensagem de texto de um desconhecido.
Parece que alguém tem brincado no meu telefone – S.
Merda! É a foto que eu coloquei lá essa manhã, antes de tudo
realmente ir à merda. O que eu estava pensando?
Só apaga isso, foi um erro, não vai mais a fundo. – D.
Então, você gemendo meu nome em seu sono, isso foi um
erro? – S.
Minhas narinas se alargam e meu rosto se torna vermelho de
vergonha. Antes de eu poder responder, meu telefone apita com outro
texto.
Oh, eu não estou apagando isso! Eu quero me lembrar de você
assim, completamente fodida por mim – S.
Lembrando que eu não sou nada mais do que um brinquedo de
sexo para ele, meu corpo vibra com raiva. Em um ponto, um ponto
quando eu estava tão estimulada e excitada por Shadow, eu não me
importei quais os termos eram, eu só o queria. Depois que a percepção
bateu em mim esta manhã, eu percebi que não posso me permitir ser
fraca de novo. Eu tenho que manter meu autocontrole. Eu desligo meu
telefone e empurro no meu bolso. Eu foco meus olhos no filme, parece
ser uma comédia de algum tipo. Eu posso sentir Shadow me encarando,
me deixando inquieta. Eu olho de volta e ele dá aquele sorriso de lobo
que faz minha calcinha molhada.
— Bem, esse filme é uma droga, — Bobby expressa depois dos
créditos finais surgirem. Ele alcança à frente e agarra sua cerveja da
mesa de café, sua tatuagem TBC captura a minha atenção novamente.
~ 80 ~
— Afinal, o que TBC significa? — eu pergunto genuinamente
curiosa. Bobby olha sua mão.
— Taking Care of Business 8 . Você gosta? — ele flexiona seus
dedos fazendo a tatuagem mover levemente no topo da sua mão.
— Como a música, Taking Care of Business? — ambos começam
a rir, gargalham até a barriga doer. O que é tão engraçado? Minhas
orelhas e bochechas esquentam, o sangue correndo nelas em
constrangimento.
— Não, é só algo que nós dizemos com frequência no clube.
Cuidando dos negócios, — Bobby me informa, depois de controlar sua
risada. Eu olho sobre Shadow, seus olhos encapuzados com desejo.
Parece que toda vez que eu me faço de boba ele fica excitado.
— Oh, você tem outras tatuagens? — eu pergunto a Bobby,
sabendo que ele me mostrará. Ele levanta do sofá e puxa sua camisa
preta desgastada sobre sua cabeça de cachos loiros. Seu corpo é
torneado e bronzeado como o de Shadow, mas coberto em tatuagens.
Eu levanto e com meu dedo, traço uma tatuagem de caveira que ele tem
ao longo de um músculo peitoral. Sem quebrar contato, eu deslizo a
ponta do meu dedo através de seu peito dourado para seguir o esboço
de ‗Live to ride, ride to live9‘ pintado bem em cima de seu outro mamilo.
Eu posso sentir seu corpo endurecer sob a trilha de carícia que meu
dedo deixou para trás. Ele definitivamente está arrebatado, mas eu não
sinto nada quando eu o toco, nada como as chamas que eu senti com
Shadow. Eu olho para cima e vejo a mandíbula trincada de Shadow, ele
está bem em frente, encarando fixamente e tomando um gole de sua
cerveja atentamente.
— Elas são legais, — eu digo alegremente. — Eu mesma gostaria
de ter uma tatuagem. — ver tanta tinta ao meu redor nesses últimos
dias me fez enxergar as tatuagens por uma luz diferente.
— Você gostaria? — Shadow e Bobby dizem ao mesmo tempo,
claramente chocados que alguém com a minha educação iria querer
fazer uma tatuagem. Eu trilho meu dedo sobre a lâmina do ombro de
Bobby e vou para a cozinha para pegar uma cerveja para mim, não
resistindo olhar sobre meu ombro para ver as consequências das
minhas ações.
~ 81 ~
— Eu acho que ela me quer, — Bobby implica com Shadow
enquanto ele agarra sua cerveja da mesa de café e dá um gole. Shadow
soca Bobby no braço, reverberando a sala com um ‗smack‘.
— Ow, babaca! — Bobby grita, esfregando seu braço onde Shadow
acabou de enterrar seu pulso.
— Então, o que nós assistiremos em seguida? — eu pergunto, me
jogando no sofá oposto a eles. Eu tomo um gole da minha cerveja,
assistindo Shadow enquanto ele levanta para colocar o próximo filme.
— Eu coloco um pra você, — Shadow diz, sua bela boca curva em
um sorriso malicioso. Assim que o filme começa, eu escuto uma
misteriosa música tocando. Ele senta bem ao meu lado. Eu sei o que ele
está fazendo. Ele coloca um filme de terror esperando que eu chegasse
perto dele nas partes assustadoras. Bastardo. Eu corro tão longe
quanto posso no sofá. Talvez não conseguir nos foder com os olhos irá
me permitir realmente assistir o filme. Mas sentando perto dele traz seu
cheiro para as minhas narinas e meu corpo começa despertar
instintivamente. Sua presença bem ao meu lado talvez faça isso mais
difícil do que nos foder com os olhos à distância. Do jeito que Shadow
planejou, toda vez que algo inesperado acontece no filme, eu pulo e
chego mais perto dele. Perto do fim do filme, eu estou tão perto que eu
posso sentir sua respiração quente na minha nuca. Ele coloca sua mão
em meu joelho, me provocando enquanto ele escorrega vagarosamente
para minha coxa. Meu coração está acelerando; batendo tão alto que eu
estou certa que ele o pode escutar. Eu olho para cima através de meus
grossos cílios pretos e vejo seus tempestuosos olhos azuis me
encarando de volta atentamente. Eu estou atraída pelo Shadow como
uma mariposa pela chama. Eu não tenho chance de derrotar seu
magnetismo. Se ele me quer só para sexo ou algo mais, ao menos ele
parece não poder me deixar sozinha também.
— Oh, merda! — Bobby exclama, nos fazendo pular
separadamente e me batendo de volta à realidade. Eu preciso me
distanciar de Shadow. Estar tão perto dele é caminho certo para acabar
na cama dele de novo; só caminhando para me arrepender de minhas
ações.
— Uh, eu estou indo para a cama, — eu digo, pulando do meu
assento.
— Noite, querida, — Bobby diz, acenando sua mão no ar, não
tirando seus olhos da tela. Shadow levanta e começa a subir os
degraus. ―Por favor, não me siga, por favor, não me siga.‖ Eu digo para
mim mesma. Ele não me segue, e eu estou meio que desapontada. Meu
~ 82 ~
corpo e mente estão me fazendo sentir bipolar. Eu escorrego para fora
dos meus sapados, meias e shorts e desamarro o nó da camisa do
Devil‘s Dust. Eu removo meu sutiã como uma ninja, mas deixo a
camisa para dormir. Eu não estou nem cansada; eu acho que eu posso
escutar alguma música. Eu cavo através de minha bolsa por meu iPod
quando do nada eu escuto algo similar a foguetes. Pop! Pop! Pop! Pop!
As paredes vibram com cada pop. Eu caio para o chão e ponho minhas
mãos sobre minha cabeça em pânico. Eu escuto alguém gritando meu
nome à distância. De repente, minha porta voa aberta e Shadow se joga
sobre mim.
— Fique no chão, Dani, — ele grita sobre o caos. Eu posso sentir
seu coração batendo enquanto seu peito cobre minhas costas, me
protegendo do mundo hostil ao nosso redor. Tão rápido como começou,
tudo fica silencioso e parado.
— O-o-o-o que foi isso? — eu pergunto freneticamente.
— Balas. Você está bem? — ele pergunta, levantando seu corpo
do meu. Balas? Alguém estava atirando em nós? Eu posso sentir meu
coração martelando, tentando alcançar com minha respiração frenética,
me fazendo sentir tonta. Shadow pega meu rosto com ambas de suas
mãos.
— Olha pra mim. Respira, baby, — ele diz calmamente, sua
ternura não passando despercebida. Eu pego seus pulsos e encaro seus
olhos tempestuosos enquanto eu inalo uma respiração profunda.
— Baby? — eu repito, confusa que ele me chamaria assim. Baby é
um termo que você usa para alguém que você se importa. Eu não sou
isso, sou? Os olhos de Shadow se arregalam. Ele nem mesmo percebeu
que ele me chamou assim no calor do momento. Ele solta suas mãos do
meu rosto, quebrando contato instantaneamente. Eu olho para baixo
em meu corpo e tateio ao redor; tendo certeza que meus membros ainda
estão intactos. Ainda olhando para baixo, para mim, eu vejo um sangue
pingando no chão. De onde isso está vindo? Eu tenho certeza que eu
não fui atingida. Eu recuo do grosso gotejamento de sangue para
encontrar vindo do braço de Shadow.
— Shadow, você está sangrando. Você levou um tiro! — eu grito,
apontando para o seu braço. Ele olha para baixo onde eu estou
apontando.
— Oh merda! Eu levei um tiro, — ele diz surpreso. — Eu ficarei
bem. Você está bem? — ele olha para o seu braço de novo e de volta
para mim. Sério, essa é a reação dele sendo alvejado? Eu aceno minha
~ 83 ~
cabeça que eu estou bem, fisicamente. Mentalmente, eu não estou certa
ainda.
— Ela está bem? — Bobby pergunta, correndo para dentro do
quarto.
— Sim, ela está bem. Apesar de um me acertar. — ele levanta seu
braço para mostrar o dano.
— Você deu uma olhada em quem era?
— Nah cara. Motos, mas eu não pude dizer quem, — Bobby diz,
pegando uma olhada para o braço de Shadow, depois para mim. De
repente eu estou ciente que eu estou só em uma camiseta e calcinha.
Eu pego a parte de baixo da camisa e a tento puxar mais para baixo
para me cobrir, mas eu não estou realizando muito. Shadow pega meu
short do chão e o me entrega.
— Coloque, você está me matando nessa merda de camisa. — sua
confissão me faz sorrir. Eu amo saber que eu o afeto.
— Eu vou ligar para Bull, — Shadow diz, puxando seu telefone
para fora de seu bolso. Seu braço ainda gotejando sangue vermelho
escuro no carpete creme. As old ladys irão ficar bravas. Eu corro para
dentro do banheiro e retorno com uma toalha encharcada. Eu a envolvo
ao redor de seu braço e puxo apertado em um nó. Ele estremece com o
contado severo que a toalha faz quando aperta sua ferida fechada.
— Sim, ela está bem, — ele diz, sobrevivendo meu rápido
trabalho. — Só eu... Não, não é tão ruim, mas eu precisarei da Doc10...
Eu não acho que foi ela, a não ser que ela se juntou a um clube
ultimamente... Sim, ela está indo nessa direção agora. — Shadow
empurra seu telefone de volta para seu bolso.
— E aí? — Bobby pergunta.
— Ele queria saber se eu achava que minha mãe está atrás disso.
Ela deixou uma mensagem de voz demandando drogas ou dinheiro, ou
ela iria pegar Dani. Você disse que eles estavam em motos, então a não
ser que ela entrou em um clube ultimamente, não foi ela. Eu direi mais
depois. Vamos.
Ele está falando com o Bobby como seu eu não estivesse no
quarto. Bobby acena sua cabeça em entendimento. Eu estou
boquiaberta. Quem é a mãe de Shadow? Que tipo de mãe exige drogas?
Como ela sabe sobre mim? Por que ela me usaria como barganha? Eu
~ 84 ~
abro minha boca para verbalizar minhas perguntas, mas Shadow me
corta.
— Ele nos quer no clube; não é mais seguro aqui. Embale suas
merdas, Dani. — ele pausa e aponta para a toalha no braço dele.
— Onde você aprendeu a fazer isso?
— TV, claro. — eu digo sorrindo, ganhando um sorriso torto dele
em retorno.
~ 85 ~
Capítulo nove
SHADOW
Os pequenos braços de Dani estão enrolados
em volta da minha cintura enquanto voltamos para
o clube na minha moto. Ter ela ao meu redor me
ajuda com a dor que está arranhando no meu braço
direito. Ajuda com outra dor também, mas eu não
tenho certeza se eu estou pronto para admitir isso.
Quando eu ouvi o primeiro tiro, corri através da sala
de estar e acima nas escadas o mais rápido que
pude, minha única missão era chegar até ela. Eu
ainda fui acertado pela porra de uma bala no
processo. Eu nem percebi que tinha sido atingido, minha adrenalina
bombeando tão alto. Querer outra coisa além de enfiar meu pau em
Dani, me põe nervoso.
~ 86 ~
Está silencioso quando nós estacionamos no clube. A maioria dos
caras está em casa com suas Old Ladies.
— Vou mandar alguém de manhã. Não quero que, quem quer que
fosse, volte e encontre um dos meus homens lá embalando. Vamos
sentar e descobrir essa merda, podemos atualizar o resto dos caras na
parte da manhã. — ele passa a mão sobre o rosto sujo. Ele sempre faz
isso quando está tentando entender alguma porra.
~ 87 ~
Está me matando não tocar Dani, e a confortar de alguma forma.
O que no inferno eu estou pensando? Porra! A forma como ela me atrai
me assusta pra caralho. Bull sempre diz, essa vida não é feita para
mulheres. Escolha sua mulher com cuidado e pise levemente em torno
delas quando se trata de negócios do clube. Pobre Dani, não tem sido
tratada com leveza, ela tem sido jogada profundamente na merda do
clube. Eu a quero proteger; do clube e de mim. Bull tem um ditado que
ele diz a todos nós muitas vezes: ―Deseje como um santo e confie como
um pecador.‖ Eu me lembro de como Bobby e eu ficamos confusos
quando ele nos disse pela primeira vez. Ele nos fez refletir sobre isso por
um tempo, mas não fazia nenhuma porra de sentido. Bull
eventualmente nos disse, ‗Deseje como um santo‘, significa que ninguém
é tão bom como parece, nem mesmo os santos. E ‗confie como um
pecador‘, quer dizer para não confiar em ninguém, porque ninguém vai
confiar no pecador que você é. Coisa que eu preciso ficar lembrando o
tempo todo ao redor de Dani.
— Ela não precisa saber, — Dani diz, com tanta força que me
choca. — Nós podemos inventar uma razão para precisarmos estar
aqui, ao invés da casa. — talvez ela tenha um pouco mais de fogo
debaixo da bunda do que nós tínhamos imaginado.
~ 88 ~
— Vá dormir um pouco. Você está segura aqui, querida. Nós
vamos descobrir quem esses idiotas são. — Bull pisa levemente, dando
a Dani um beijo em sua testa. Eu quero colocar meus lábios naquele
rosto angelical, também. Eu consigo pensar em alguns lugares onde eu
quero colocar meus lábios naquele corpo de matar. Eu suspiro
pesadamente em derrota; a atração que eu sinto por Dani é
desgastante.
~ 89 ~
— Me diga mais a respeito da ligação que você recebeu da sua
mãe. — Bull aponta para mim de novo. Eu odeio quando ele a chama de
minha mãe; a cadela não é minha mãe, ela é apenas uma drogada
fodida que me carregou por nove meses.
— Poderia ser. Pode ter descoberto que ela correu de volta para
cá. Talvez ele pensasse que poderia colocar o clube em seu bolso, ter
eles pegando suas testemunhas. — Bull esfrega sua rude mandíbula de
novo; essa merda me irrita. — Hawk, nós estamos bem em relação as
~ 90 ~
transferências e dívidas? — Hawk bufa seu ar antes de responder; o
bastardo parece como uma cobra.
— Apenas para ter certeza, Hawk. Se você quer ser quem vai
checar novamente e me informar, então faça. Veja se eles ouviram
alguma coisa, ou se outros clubes foram atingidos. — Bull joga suas
mãos no ar em redenção. Até mesmo ele tem medo do velho fodido.
— Você acha que pode montar com esse braço? — Bull pergunta,
apontando para o pano manchado de sangue ao redor do meu braço.
~ 91 ~
Doutora Jéssica entra com sua bolsa preta. Ela é quente, eu vou
dar isso para ela, mas ela não se interessa por nenhuma merda dos
caras. Eles todos tentaram entrar em suas calças. O único cara com
quem ela dormiu foi Bobby, ou assim ele diz. Ela ajuda o clube por
baixo da mesa, nos pagando por umas merdas que aconteceram dois
anos atrás. Seu marido batia nela diariamente, então ele começou a
bater em sua garotinha também. Ela tentou deixar ele e ele quase a
matou. Ele era poderoso e rico como a merda. Ela estava em uma
situação da porra. Ela apareceu em nossa porta um dia machucada
como o inferno, oferecendo para nos ajudar se nós pudéssemos ajudar
ela com seu problema. Não é normalmente nosso estilo nos metermos
em coisas assim, mas Bull teve pena dela. Ele pode cheirar um
mentiroso a uma milha de distância, então quando ele disse que ela era
legal, nós aceitamos. Então nós matamos seu marido e lidamos com o
corpo; ela não teria que se preocupar sobre sua pobre bunda mais. Ela
era uma cadela dura e ótima em seu trabalho. Eu matei por menos,
sem dúvida.
— Não foi ele que fez o trabalho no braço, a patroa dele fez, —
Bobby diz, com um sorriso de comedor de merda em seu rosto, me
tirando do sério.
~ 92 ~
Eu tiro minha arma do cós da minha calça e ponho sobre a mesa.
— Você deveria ficar por perto, doutora, porque eu estou prestes a
acertar um fodido tiro nele eu mesmo.
— Ela vai se sair bem. Esperta como o inferno, assim como sua
mãe, — Bobby diz, a tentando encantar. E ele diz que eu fui chicoteado
por uma buceta. Jéssica nem mesmo olhou para Bobby. Eu me
pergunto qual é a história dos dois. Ela parece ser a única cadela que
ele já perseguiu. Ela age desinteressada, mas talvez seja só por fora.
~ 93 ~
ouvir isso também. — Eu não vou nem me preocupar com uma tipoia
porque eu sei que você não vai o manter. — eu rio, porque ela está
certa. Eu vou estar de volta na minha moto amanhã e bebendo antes da
noite terminar. Aquela tipoia estaria fora cinco minutos antes de eu me
cansar dele. Ela coloca um monte de pílulas laranja na mesa antes de
se virar para sair.
— Bobby, cuide dele. — ela diz e sai do quarto. Talvez ela não o
queira. Ele pula de sua cadeira e corre atrás dela. Viadinho.
Melhor eu checar Dani, ver como ela está levando toda essa
merda.
11 Uísque.
~ 94 ~
— Não é assim, você deveria saber melhor que qualquer um. É
para que você não se machuque.
~ 95 ~
Capítulo dez
DANI
O sol está queimando através da pequena
janela sem cortinas. Demora um segundo para eu
me lembrar de que eu estou de volta ao Clube. Os
lençóis da cama ainda guardam o cheiro masculino
de Shadow, eu rolo e inalo o travesseiro tão duro e
durante o maior tempo que eu posso. Na volta para
casa na noite passada eu estava com raiva. Eu nem
ao menos sabia que eu estava correndo perigo por
causa da mãe de Shadow, e para piorar, eu ainda
estou me acostumando com o fato de que eu não
conheço nada da mulher que eu chamo de mãe. Estou cansada de não
saber de nada; de todo mundo manter segredos de mim. Eu estava
menos do que grata a Shadow quando ele veio antes de dormir. Ele não
precisou responder, nós dois sabemos que atravessar o túnel para nós é
improvável. Mesmo assim, depois de ver o olhar de puro medo em seu
rosto quando nós estávamos no meio do tiroteio, eu me recuso a
acreditar que ele me machucaria intencionalmente.
Eu rolo e vejo minha mala rosa perto da porta. Shadow deve ter
trazido ela aqui enquanto eu estava dormindo. Eu olho abaixo da minha
posição na cama e vejo que eu estou meio nua e o lençol está
amontoado no meu pé. Eu tenho certeza que o pervertido me deu uma
checada antes de partir. Eu me levanto e abro a mala, agarrando um
jeans gasto e um top verde. Eu inalo para ver se estão limpos, eles não
cheiram sujos. Eu vou para o chuveiro.
~ 96 ~
Eu lavo meu cabelo com o shampoo dele; o cheiro dele é tão forte que
eu fecho meus olhos e absorvo. Eu imagino que meus dedos estão em
seus cabelos ao invés dos meus, amando o jeito que seu cabelo enrola e
arranha em volta dos meus dedos, é tão macio. Meu próprio cabelo
comprido, enrolado molhado não está fazendo efeito em mim, ele não é
o cabelo preto bagunçado do Shadow. Eu me dou por vencida e fecho o
chuveiro. Agarro a toalha úmida da bancada e começo a me secar. Meu
corpo estremece com isso; cada pedaço daquela toalha foi tocado por
Shadow alguns momentos antes.
— Tudo que estou dizendo é que você não está sendo você
mesmo, quando nós voltarmos você estará fazendo sexo. — eu viro o
corredor e vejo Babs atrás do bar e Bobby, Locks e Shadow sentados em
frente a ele, tomando café da manhã.
~ 97 ~
Um homem velho com cabelo ralo penteado para trás, barba
harmonizando com um bigode, entra pela da porta do Clube. Sua barba
vai todo caminho até suas bochechas e acaba bem abaixo do queixo. Eu
nunca o vi antes. Ele para e olha para Bobby, encarando ele com
desdém.
— Não, cara, você vai conseguir que seu maldito braço seja
quebrado de novo e nós temos uma corrida para fazer. Eu serei
amaldiçoado se tiver que fazer a corrida com o bastardo. — Shadow
olha para Bobby.
— Você quer mais? Eu vou quebrar esse braço fodido dessa vez,
menino bonito, — o velho grita enquanto ele passa pelas portas duplas
da cozinha.
O homem está atrás de Bobby agora. Ele agarra seu braço e dobra
atrás de suas costas em um segundo. Para um pássaro velho ele com
certeza é rápido e forte. Bobby cai no chão, chutando sua banqueta com
ele no processo. Eu olho para Shadow, que está balançando sua cabeça
e terminando seus ovos. Eu olho para Babs e ela está apenas rolando
seus olhos. Eu acho que isso é normal?
~ 98 ~
— Diga tio ou eu o quebrarei! — o homem velho resmunga sob
seu bigode.
Bull entra pela porta do Clube com cartas em suas mãos. Ele olha
a comoção para apenas rolar seus olhos também. — Hawk, se você
quebrar o braço dele você tomará seu lugar na corrida hoje. — ele se
afasta do corpo de Bobby que está deitado no chão depois que o homem
velho, Hawk, o deixa ir.
Eu puxo meu celular do bolso e acho o número que ele usou para
me mandar mensagens ontem, querendo ter algo para dizer antes dele
ir.
~ 99 ~
Eu usei sua escova de dente – D
Eu não me importo – S
12 Goldlocks, em inglês.
~ 100 ~
— Eles me chamam de Babs porque eles dizem que eu falo muito,
imbecis. Acredite em mim, não é um nome que eu escolheria. Eu tinha
pensado mais em Red, por causa do meu cabelo e porque eu amo a cor.
Mas você não tem o direito de escolher seu nome por aqui, — ela diz,
olhando para suas unhas vermelhas brilhantes. Elas são tão longas que
eu aposto que ela pode machucar se alguém mexer com ela.
— Você, ah, você vai ficar? — ela pergunta hesitando. Eu sento ali
pensando sobre sua pergunta. Não estou tentando ser rude, mas eu
honestamente não sei o que responder. A verdade é, eu não quero voltar
para New York, para a vida que eu vivia, sentada em casa, estudando e
assistindo tv porque minha mãe pensava que se eu tivesse a chance eu
desviaria do bom caminho. Infelizmente, ela estava certa. Depois de ver
como o outro lado de mim vive, me parece mundano voltar para New
York. Eu quero o mundo do Clube de Motos, ao menos o que eu já vi
dele. Viver na borda é muito mais apelativo para mim do que qualquer
coisa que minha mãe poderia me oferecer. Talvez seja por isso que eu
não sentia como se me encaixasse em New York. Meu sangue sabia que
eu tinha nascido com mais tenacidade do que eu estava me dando
crédito, e estar finalmente ao redor do que eu nasci para fazer me faz
sentir mais apropriada do que imoral. Eu nem ao menos fiquei chocada
noite passada quando Bull disse que eles iriam matar os fodidos que
atiraram em nós.
~ 101 ~
Babs volta da cozinha segurando um copo e olha para mim
enquanto eu olho ao redor do Clube. — Está procurando por alguém? —
ela pergunta por cima da borda.
~ 102 ~
quando eu menti antes, mas eu estou esperando que sua ressaca ganhe
sobre a vontade de me fazer perguntas.
— Bem, bem, olhe o que o cachorro trouxe, — ela cospe pra mim
enquanto passa. Seu pescoço está prestes a estalar enquanto ela me
observa. Se eu parar para discutir com ela, eu vou jogar sua bunda no
chão. Eu não a suporto, e depois de descobrir quem sua mãe é, eu
quero chutar sua bunda ainda mais.
*****
~ 103 ~
dá a Candy os mais maliciosos olhares fixos quando ela passa aqui.
Existe definitivamente alguma tensão entre elas. Eu não consigo deixar
de me perguntar se Candy dormiu com Locks.
Minha mãe saiu de seu quarto para pegar alguma comida depois
que os rapazes saíram, mas ela acabou vomitando. Babs cuidou mais
dela do que eu esse dia porque eu não sinto nenhuma simpatia. Chame
de vingança pelos últimos vinte um anos se você quiser, mas estar perto
da minha mãe é como arrastar unhas em um quadro negro. Ela passou
os últimos dois dias aqui conversando com Babs e Hawk sobre o Clube.
Eles tentaram mudar o assunto várias vezes, mas ela não permitia.
O sangue do meu pai corre em minhas veias, talvez seja por isso
que eu sinto tanta raiva e ciúme. Quem sou eu para julgar o passado de
Shadow, talvez ele esteja mesmo tentando mudar. Tudo que eu sei é
que eu faria qualquer coisa para ter ele me segurando como ele fez na
outra noite. Eu não me importaria se ele é meu no final das contas. Eu
estaria feliz com ele sendo meu por pouco tempo se isso for tudo que eu
ganho.
~ 104 ~
posso ouvir a voz de Shadow. As borboletas que deixaram meu
abdômen quando ele se foi em sua corrida, rugem de volta com
urgência, fazendo que eu sinta vertigem. Eu me levanto e acendo as
luzes para olhar minha aparência. Eu quero parecer bonita quando ele
me ver. Eu quero fazer as coisas serem certas entre nós. Meu cabelo
está jogado em volta dos meus seios como sempre. Eu pego a blusa
preta do Devil‘s Dust que o deixa doido e um shots jeans que foram
rasgados um pouco alto demais na minha coxa, fazendo que eu me
sinta sexy. Eu tomo uma respiração profunda e abro a porta.
~ 105 ~
Eu fico instantaneamente sóbria; minha dor sendo substituída
por pura raiva. Eu viro em meus calcanhares e vou em direção a Candy,
passando por Shadow no caminho. Bobby pula fora do sofá, vendo que
eu não estou com humor para brincadeiras. Eu sou uma cobra
venenosa, pronta para dar o bote.
~ 106 ~
Eu levanto meus quadris para cima, indo contra ela em cima de
mim, seus eretos mamilos rosa derrapando no meu rosto no processo e
deixando para trás o cheiro barato de seu perfume. Me levanto e ela
pega minha camisa e se puxa para cima, rasgando com as unhas direto
sobre o meu peito no processo. Meu sutiã de renda preta parece estar
brincando de esconder através das pequenas fendas que ela fez.
— Você não merece usar essa camisa, sua vadia. — ela grita para
mim, respirando com dificuldade e apontando para a camisa do Devil‘s
Dust que estou usando. Ela começa a tentar arrancar a camisa do meu
corpo de novo, puxando meu sutiã, fazendo um de meus seios pular
através dos rasgos da minha camisa rasgada. Eu puxo minhas costas
para que eu possa acertar ela de novo. Eu jogo meu punho ferido para
trás e bato nela bem no nariz. Ela grita enquanto ela cai de volta no
sofá. Seu nariz está sangrando em suas mãos e abaixo sobre seu peito
bronzeado.
~ 107 ~
Capítulo onze
SHADOW
Eu sigo Dani de volta para o quarto, ela fica
encarando a janela, segurando seus lábios com uma
mão enquanto o outro braço permanece enrolado
em seu corpo. Cara, eu estou fodido. Eu não devia
ter ouvido o maldito Bobby. O imbecil tem estado
em minha cabeça desde que partimos no outro dia.
A corrida foi relativamente suave e poderíamos ter
voltado na mesma noite se não fosse por Bobby e
Locks. Toda maldita vez que fazemos uma viagem
para Las Vegas eles pensam que eles têm que ir a
cassinos e clubes de strip- tease. Eu normalmente estou dentro, mas eu
apenas não estava com humor desta vez. Hoje nós fomos para o clube
de strip-tease; Bobby ficava dizendo que eu precisava me perder. Eu
não discuti porque eu realmente precisava desenrolar. Quando Locks
estava na parte de trás com uma das dançarinas, Bobby começou a
falar na minha orelha como uma fodida mulher.
~ 108 ~
Eu ouvi o que ele estava dizendo e estava certo. Eu odeio como eu
a tenho na minha mente todo o tempo. Se ela for o tipo de garota que
Bobby pensa que ela é, então ela vai me mastigar, me cuspir e pisar
com seus saltos. Apenas o pensamento faz meu peito arder; sentindo
oco. Eu me sinto como um viadinho.
~ 109 ~
dela ou de Candy. Gostaria de inspecionar mais, mas eu não estou
querendo ter minha bunda chutada. Eu tenho certeza que eu sou à
última pessoa no mundo que ela quer que a toque. Candy fez parecer
que eu não estou interessado em nada além de sexo quando se trata de
mulheres, e normalmente é assim, mas com Dani é diferente. Eu não
consigo tirar ela fora da minha mente, e eu sinto por ela em um nível
diferente do que eu já senti por qualquer mulher.
Ela vira suas costas pra mim e bufa. Eu amplio meus olhos em
descrença. Eu acabei de abrir a mim mesmo como um maldito livro e
ela virou as costas para mim?
~ 110 ~
normalmente ferra com as pessoas com quem você quer estar‖? Eu
nunca quis estar com ninguém antes.
Ela se vira, seus olhos estão úmidos como se ela fosse chorar, me
encarando como se eu apenas tivesse dito as palavras de ouro. Merda,
eu odeio quando garotas choram. Eu preciso que ela saiba exatamente
o que eu sou, o que nós somos, antes que ela pense que eu sou algum
Romeu.
~ 111 ~
Ela seca uma lágrima de seu rosto, deixando suas mãos caírem
ao seu lado. Ela não está mais tentando proteger a si mesma, talvez eu
não tenha fodido isso.
~ 112 ~
antes. Eu tenho certeza que antes disso acabar ela vai estar me jogando
para outra pessoa.
~ 113 ~
e geme. Eu amo o som dela gemendo; é tão erótico. Eu empurro mais
profundo fazendo minha própria cabeça ir para trás. Se sente tão
maravilhoso. Ela é tão apertada e quente, é como o céu. Ele geme mais
alto quando eu entro o mais fundo que seu doce sexo vai permitir. Eu
deito meu corpo em cima de sua pequena forma, colocando o máximo
do meu peso em meus joelhos, de forma que eu não a quebre. Eu posso
sentir seus mamilos deslizando no meu torso quando eu coloco meus
cotovelos do lado de sua cabeça. Eu começo a empurrar e sua boquinha
doce forma um ―O‖ e sua respiração vem em jorros rápidos. Ela é tão
fodidamente sexy, só o jeito como ela parece enquanto ela me recebe
está me matando. Eu lambo e chupo seu pescoço, o cheiro dela é
intoxicante da porra. Eu cerro meus dentes; a quantidade de prazer que
ela me dá é como uma droga, uma onda que eu só tenho com ela. Eu
lambo o lóbulo de sua orelha e arrasto meus dentes através de sua
mandíbula gentilmente, antes de tomar seus doces lábios;
experimentando qualquer coisa e tudo que ela está disposta a me dar.
~ 114 ~
Whitesnake ainda está tocando, eu estou tão perdido em nós. Então
isso me acerta; nós acabamos de fazer amor. Da última vez que fizemos
foi um pouco mais animal. Dessa vez foi sensual, profundo e tenro. Que
porra está acontecendo comigo?
— Hummm?
Porra. Claro que ela não está tomando pílula; ela era virgem até
poucos dias atrás, porque ela tomaria?
Ela puxa sua cabeça de meu peito e olha para mim. — Talvez
Bobby possa conversar com a doutora para mim ou algo assim. Nós
vamos resolver isso. Nós vamos ser mais cuidadosos, no entanto. — ela
beija meus lábios com carinho, me fazendo suspirar nela.
Porra.
~ 115 ~
Capítulo doze
DANI
Sinto dedos subindo e descendo pelas minhas
costas nuas, me acordando do meu sono. Eu abro
meus olhos para um peito bronzeado e me lembro
de minha noite com Shadow. Um sorriso
instantâneo se firma em meu rosto. Eu olho para
cima para ele e seus deslumbrantes olhos azuis
estão olhando para baixo.
— Bom dia.
~ 116 ~
costas de novo. A sensação é tão sensual; eu amo. Espera, ele tem um
carro? Eu nunca vi.
Eu corro minhas mãos pelo seu peito; seu corpo é tão tonificado e
perfeito. Sinto seu comprimento pressionando contra meu estômago
enquanto eu acaricio seu peito. Me faz sentir necessidade. Eu jogo os
lençóis sobre minha cabeça e abaixo meu corpo pela cama. Eu acho o
impressionante comprimento de Shadow no mesmo instante.
Eu odeio que nós temos que esconder. Estou certa que minha
mãe ia pirar, provavelmente até tentar queimar esse lugar abaixo. Eu
digo vá em frente, eu finalmente achei um lugar onde pertenço e eu não
estou a ponto de virar minhas costas para isso.
~ 118 ~
Shadow entra pela porta coberto por graxa e se senta perto de
Bobby. A graxa sobre ele faz o faz parecer tão áspero; eu estou babando
por outra rodada no quarto com ele.
— Você tinha que ter visto, Babs, era como se houvesse fogo
voando pelo lugar. — Bobby olha para mim com um temor repentino em
seu rosto. — Como um vagalume.
Meu pai entre pela porta do Clube. — Dani, me siga. — seu tom é
plano e seu rosto está impassível. Estou certa de que ele sabe sobre
Candy; merda.
~ 119 ~
longo trago de seu cigarro, solta uma bola de fumaça no ar, e olha
direto para mim. Eu nunca tinha visto esse lado de meu pai antes; ele
normalmente é tão tenro e carinhoso. Agora, sua voz é forte e cruel. É
assustadora como a merda.
— Não, não você; Candy. Me parece que ela recebeu o que ela
mereceu. Se eu tivesse a ouvido dizer isso eu mesmo teria chicoteado
ela com a porra de uma pistola. Eu deveria ter feito isso com a mãe
dela. — ele joga seu cigarro fora no lixo, puto.
— Sua mãe vai descobrir sobre isso; todos sabem. Todos viram
Candy esta manhã e quando eu perguntei a respeito, ela me disse para
perguntar para você. A mãe de Candy vai encher meu celular com
mensagens, tenho certeza, e eu sei que sua mãe vai estar nas minhas
malditas costas. Eu acho que talvez eu apenas vá pescar por hoje. — ele
olha pra mim e dá um grande sorriso.
~ 120 ~
— Boa sorte, querida. — ele dá um tapinha no meu ombro e sai
da sala.
Wow, essa foi perto. Eu não tenho certeza por quanto tempo
Shadow e eu vamos conseguir esconder nosso... o que quer que seja
isso, de todos. Eu me empurro da mesa e percebo que minhas palmas
estão soando; me diga sobre desviar de balas.
Antes que eu possa sair da sala, minha mãe entra pela porta e me
puxa de volta. Ela bate a porta atrás dela.
Antes que eu possa perceber o que ela está fazendo, ela levanta
sua mão e estapeia meu rosto tão forte que meus dentes tremem. Eu
levanto tão rápido que a cadeira é jogada para trás no chão.
~ 121 ~
volta, mas eu tenho medo de que se eu levantar um dedo para ela, não
serei capaz de parar.
Ela impulsiona e joga seu corpo sobre mim. Nós caímos sobre o
sujo chão de madeira, chutando cadeiras no processo. Minha cabeça
bate contra o chão com um ruído surdo, me fazendo ver estrelas. Ela
sobe escarranchada sobre mim e começa a puxar meu cabelo e bater no
meu rosto. Eu cubro minha cabeça com os braços enquanto ela me
assalta. Isso é tudo que eu posso fazer; se eu mover minhas mãos para
lutar, ela vai ter acesso total ao meu rosto.
~ 122 ~
cerca. Meus dedos fazem estragos nos meus lábios enquanto eu tento
me acalmar do que acabou de acontecer.
Eu posso ter perdido minha mãe para sempre dessa vez, mas ela
é uma perda tão grande? Suas palavras foram o que me feriram mais,
não é surpresa que ela não conseguia ficar perto de mim, mas ouvir ela
admitir isso é como ter uma faca enfiada no meu coração. A dor está se
tornando demais, eu posso sentir meus olhos prontos para derramar
lágrimas.
— Minha mãe é o que está errado. Como ela pôde dizer aquelas
coisas? — eu balbucio em seu peito, minhas mãos agarrando sua
camisa como se disso dependesse minha vida.
— Você ficaria surpresa com o que uma mãe pode dizer para seu
filho, — ele me puxa para o cumprimento de seu braço e examina meu
rosto.
— Que inferno, Dani, seu rosto está todo vermelho. Aquela cadela
te bateu? — eu posso ver seus olhos dilatarem com raiva, sua
mandíbula cerra enquanto ele move meu rosto de lado a lado pelo meu
queixo.
— Ela acabou de sair de uma grande briga com sua mãe; ela saiu
do clube correndo nessa direção. Bull me mandou encontra-la, ter
certeza de que ela está bem, — Locks puxa um pacote vermelho e tira
~ 123 ~
um cigarro dele com seus lábios, ele não o acende, apenas o deixa
pairando solto em seus lábios.
— Eu acho que ele estava pensando que elas são a família dele, —
Shadow responde de volta, chafurdando por mais ferramentas.
— Isto não é lugar para cadelas; isso é tudo que estou dizendo,
irmão, — Locks puxa um isqueiro preto de seu bolso e acende o cigarro.
Shadow tira seu foco da caixa vermelha e olha na direção de Locks.
— Eu não estou aqui para ter uma sessão de terapia com você; se
você encontrar Dani, diga para ela trazer a bunda de volta no Clube. —
Locks se vira e sai, seus passos pesados deixando uma trilha. Shadow
olha para mim e acena quando está limpo. Eu saio de trás da porta, e
olho para Shadow. Tantas perguntas para fazer, mas eu não quero o
~ 124 ~
ofender. Ele instantaneamente pega meu rosto com suas mãos de graxa
e olha dentro dos meus olhos.
— Eu entendo.
Ele inclina sua cabeça na minha e arrasta seus dedos pela minha
bochecha. Seu toque é tão sincero e carinhoso. Eu poderia ser sua old
lady se ele quisesse.
~ 125 ~
pode ler minha mente tão facilmente depois do pouco tempo que temos
estado perto um do outro.
Merda.
~ 126 ~
Capítulo treze
DANI
Eu estou sentada na mesma cadeira pela
terceira vez hoje. Meus dedos pinçam e arranham as
depressões e sulcos da madeira da mesa enquanto
eu espero o silêncio constrangedor acabar. Meu pai
está sentado na cabeceira com uma garrafa de Jack
próxima a ele rodopiando um copo de dose entre
seu dedo indicador e polegar. No lado oposto da
sala, minha mãe está dando passadas pelo chão;
suas mãos em seus quadris depois cruzadas em
frente ao seu peito. Eu acho que está na hora da
terapia de família; onde está nossa terapeuta quando você precisa dela?
— Seu Clube; isso é tudo que importa para você, sempre foi.
Algumas coisas nunca mudam, — minha mãe discursa enquanto ela
continua a passear pela sala, nem ao menos olhando em nossa direção.
~ 127 ~
Não é a primeira vez que minha mãe me estapeia; ela costumava
fazer isso muito quando eu aceitava o que ela fazia com resignação. Mas
esta, no entanto, será a última vez.
— Você não pode, nós não achamos aquele imbecil do seu ex. Não
é seguro, — meu pai explica, com sua voz calma.
— Você pensa que você sabe quem você é agora, mas existem
apenas quatro coisas que você pode se tornar em um clube fora da lei
como esse: uma puta, uma drogada, uma prisioneira ou morta. Não
venha correndo de volta para mim, e não diga que eu não te avisei. —
ela me encara com raiva e depois encara meu pai. — Eu já chamei um
taxi. Vocês dois aproveitem um ao outro. Vocês ambos são monstros da
mesma forma, — ela se vira em seus saltos e sai. Ela saiu da minha
~ 128 ~
vida tão facilmente; como se eu fosse um carro usado que ela não quer
mais.
— Nós iremos amarrar alguns fios soltos, ter certeza de que tudo
está seguro, e colocar você em seus pés, querida, — seu rosto e voz são
sinceros; eu posso dizer que ele não quer nada além de que eu fique
aqui.
Eu acho que este é meu lar agora. Com esse pensamento, meus
lábios franzidos se tornam um sorriso maroto.
*****
~ 129 ~
perto me fazendo sorrir. Em um minuto, nós voamos para frente e
estamos fora do pátio batendo no chão pavimentado. Seu cheiro é
intoxicante; seu shampoo picante misturado com graxa. Eu posso dizer
que ele tentou lavar toda a graxa, mas o cheiro ainda permanece. Eu
amo; é tão masculino.
~ 130 ~
Ele abre a tampe e puxa um pote plástico com sanduíches
cortados em triângulos, então ele puxa outro pote com queijo e uvas,
seguidos por duas cervejas. Eu estou completamente chocada, minha
boca está caída aberta e meus olhos arregalados como pratos.
Ele bufa para mim. Ele obviamente pensa que eu estou mentindo.
Idiota.
Ele senta e abre o pote com os sanduíches. Ele pega uma mordida
enorme e olha para as ondas quebrando. Eu rastejo até ele e sento
escarranchada sobre seu colo, pegando seu rosto com a mão em concha
então ele está olhando diretamente para meus olhos. Suas bochechas,
ásperas por sua barba parecem o céu debaixo de meus dedos.
~ 131 ~
— Eu estou apenas zoando com você, — ele ri, parecendo
divertido com meu estado de pânico. Imbecil. Ele pode agir como se ele
estivesse mexendo comigo, mas é claro que ele tem problemas de
confiança.
Ele ri; uma risada tão profunda e charmosa que me faz rir com
ele. Ele se inclina e pega a salsa que está pendurada no canto da minha
boca com seu dedo indicador. Então ele coloca em sua boca, chupando
o dedo até o limpar. Minhas partes sexuais querem estes hábeis lábios
em mim ao invés de em seu dedo. A dor em meu núcleo começa a
latejar. Eu tenho que tirar esses pensamentos da minha cabeça ou eu
nunca vou sobreviver a esse encontro.
Ele inclina sua cabeça para o lado. — Como uma garota como
você não foi tomada ou não tinha sido tomada? — ele pergunta,
mordendo outro sanduiche.
Ele balança sua cabeça. — Sua mãe é alguma coisa além, — ele
responde, tomando um gole de sua cerveja.
— Nem me diga. Eu não acho que eu vou ver ela de novo depois
de hoje, no entanto. — eu sinto culpa crescer no meu peito. Eu odeio
~ 132 ~
que eu a empurrei para longe, mas eu sinto que se eu não o fizesse, eu
nunca seria capaz de viver minha própria vida. Eu suspiro
pesadamente, tentando afastar minha mãe da minha cabeça; eu quero
aproveitar nosso encontro.
— Eu sei; mães é uma raça única não são? — eu olho para ele e
vejo seus bonitos olhos azuis escurecerem; eu me pergunto qual é o
caso com a sua mãe. Onde está seu pai? Quando eu estou quase
deixando as perguntas escaparem de meus lábios, seu celular toca. Ele
olha para a tela e respira fundo; todo seu corpo fica tenso e seu jeito
muda completamente. Ele fica de pé e atende.
— Você sabe que é uma mulher morta, certo? — ele olha em volta
de nós freneticamente; eu olho para ver se eu posso descobrir o que ele
está procurando.
— Eu entendo.
— Ei, eu vou compensar você mais tarde esta noite. — ele agarra
cada uma das bochechas da minha bunda com uma de suas grandes
mãos e me puxa para frente; ele domina toda minha visão. Se
inclinando, ele morde duro meu lábio inferior, me fazendo sentir o gosto
de sangue. A dor é um sentimento bem-vindo; me lembra de como eu
me sinto viva com Shadow.
~ 133 ~
— Vamos, vagalume, — ele graceja quando ele pega minha mão.
O nome vagalume chama minha atenção.
~ 134 ~
encaro com luxúria. Ele está esfregando seu lábio inferior com seu
polegar.
~ 135 ~
— Me bata, Shadow. — eu digo sem ar. Minha voz está pesada
com luxúria. Eu pareço tão erótica, que nem ao menos reconheço
minha própria voz.
Ele puxa suas mãos para trás e bate em minha bunda de novo.
Minha cabeça cai de novo e eu gemo. Eu posso sentir a mim mesma
tentando despencar da borda do êxtase. Ele chega com sua mão e
enrola em meu cabelo, puxando levemente.
— Porra, sim, bem assim, baby, — ele grunhe quando ele começa
a estocar mais duro. Eu posso sentir seu comprimento pulsar dentro de
mim; o ajuste apertado. Meu corpo começa a estremecer com calor. Eu
choramingo quando o calor se espalha para meus pontos sensíveis. Ele
geme enquanto eu aperto em sua volta, mandando nós dois pela borda
juntos. Nossa explosão simultânea é tão tóxica, animalesca e crua. Ele
cai em cima de mim, nos levando a entrar em colapso.
— Porra, isso foi ótimo! — ele diz. O máximo que posso fazer é
assentir; eu estou tão sem fôlego que me sinto exausta na hora. Meus
olhos fecham; tudo que eu posso ouvir é a respiração profunda de
Shadow e meu forte batimento cardíaco me embalando para dormir.
~ 136 ~
Capítulo catorze
SHADOW
Eu fico deitado assistindo Dani; sua pele de
seda; salpicada com gotas de suor, sobe e desce
rapidamente. Ela é de tirar o fôlego. A ver pingando
por causa da chuva foi a coisa mais erótica que
alguma vez eu fodidamente vi. A provocação
descarada me fez a querer ainda mais. Então eu a
fodi até eu pensar que ela iria entrar em combustão
sobre meus dedos, deixando nós dois ofegantes. Sua
respiração diminui; ela deve ter dormido. Eu esfrego
seu longo cabelo enrolado de seu rosto; ela é
realmente linda; doida como a merda, mas linda. Eu fiquei deitado por
vinte minutos encarando ela, me perguntando o que no inferno ela vê
em um fodido motoqueiro como eu. Minha mãe drogada me ameaçando
hoje me pôs lívido. Ela arruinou meu tempo sozinho com Dani.
~ 137 ~
porta. Eu preciso ir para casa e pegar algumas roupas limpas; talvez até
mesmo tomar banho. Eu odeio deixar Dani, mas estar aqui durante a
noite é muito arriscado.
*****
~ 138 ~
Ele nunca nos disse quem fez isso com ele. Mas essa merda foi
engraçada.
14 Aqui ele fala old, que tem ambos significado: de coisa antiga e de old lady.
~ 139 ~
— Foda-se ele; ele é problema da Lady. Ela foi embora por
vontade própria, — Bull diz despeitadamente. Sua expressão foi de
indiferente para dura em um segundo.
— Faz sentido. Aposto que eles estão fodidos de raiva que nós
declinamos seu serviço de merda. O tiroteio foi amador, e eles
definitivamente parecem amadores. — Bobby diz, indicando que eles
podem ser os responsáveis pelo tiroteio.
Eu saio da sala e vejo Dani no bar comendo ovos. Ela olha sobre
os ombros e seus olhos instantaneamente conectam com os meus. Toda
vez que ela faz isso, eu sinto como se meu fodido estômago caísse para
o chão. Essa mulher me faz sentir coisas indescritíveis. Ela está com
uma blusa preta ajustada e jeans azuis; seus cabelos puxados para
cima. Ela é simplesmente linda.
A corrida até o motel leva vinte minutos, assim com Hawk disse.
É o típico lugar decadente com pintura descascada e telhas faltando.
Tem no máximo vinte quartos. Nós circulamos o motel para tentar
localizar em quais quartos os El Locos podem estar, mas apenas
encontramos um carro ou dois. Eu olho para Bull e ele aponta para o
escritório da gerência.
~ 140 ~
— Veja o que vocês podem descobrir, — Bull diz para Bobby e eu.
Ele sempre nos manda atrás de informação. As vezes nós podemos jogar
charme para a pessoa; outras leva um pouco mais de força. Eu
pessoalmente prefiro força a charme. Pelas portas de vidro, nós vemos
uma jovem garota com o cabelo preto em um rabo de cavalo e óculos
pretos. Mesmo que ela esteja sozinha no escritório, o olhar em seu rosto
é de medo. Só Deus sabe o que esses fodidos imbecis têm dito para ela.
Nós empurramos a porta aberta e um sino toca.
~ 141 ~
— Eu acho que eu já disse demais; eu poderia perder meu
emprego. — honestamente, perder esse emprego não seria a pior coisa
para ela.
Nós andamos para fora até Bull e Locks que estão conversando
sobre alguma coisa no estacionamento.
— Nos leve para seu quarto. Agora, — Bull exige. Bull, Locks e
Bobby andam ao meu lado para nos esconder dos carros passando até
~ 142 ~
que o cara nos leva ao quarto 13. Seu corpo treme tanto que ele tropeça
duas vezes. Ele é tão patético, eu penso que eu posso até me sentir mal
por o matar; mas então, provavelmente não.
— Big Jim está puto por vocês terem nos desrespeitado. Ele está
aqui para se apoderar de seus negócios e ensinar algum respeito a
vocês, — Chad derrama, sangue voando sobre seus braços e mãos. Big
Jim deve ser seu presidente de merda.
~ 143 ~
— Que casa segura? — Chad pergunta timidamente. Ele sabe
exatamente de que porra nós estamos falando. Ele está começando a
me deixar puto com esse jogo. O cabelo se arrepia no meu pescoço e
raiva flui em minhas veias. Eu puxo a pistola de novo para o acertar;
talvez apanhar de novo o ajude a se lembrar.
— Nós mandamos Charlie buscar pizza aquela noite. Ele deve ter
sido seguido de volta para a casa segura, dando a eles nossa
localização, — eu lembro a todos.
— Você diz para seu presidente, Big Jim, para tirar sua fodida
bunda da minha cidade ou da próxima vez esta bala vai estar em sua
cabeça, filho. — Bull diz; e com esse aviso o garoto desmaia.
~ 144 ~
— Eu te disse, os El Locos são um pedaço de merda, — Bobby
diz, deixando o garoto cair no colchão fodido.
~ 146 ~
Capítulo Quinze
DANI
Eu acordei essa manhã me sentindo dolorida
em todos os lugares certos. Mesmo agora, enquanto
eu ajudo Babs nas preparações para a festa de hoje
à noite, cada doloroso movimento me lembra de
onde Shadow me tocou; de como ele me pegou sem
misericórdia e me fez dele. Apenas pensar sobre isso
faz com que chamas de desejo lambam as pontas
dos meus dedos dos pés, passem pelo núcleo do
meu sexo e terminem sobre os picos de cada um dos
meus duros mamilos, corando minhas bochechas.
Espero que ninguém perceba enquanto eu varro chão das escadas e
abasteço o bar com marcas variadas de cerveja e bebidas alcoólicas.
Outras mulheres estão indo e vindo, ajudando a montar bandejas de
molho para batatas fritas e todos os outros tipos de aperitivos. Babs
disse que meu pai quer uma festa hoje à noite, mas ela não mencionou
se há uma ocasião especial ou não. De qualquer maneira, eu tenho
certeza que ele vai querer que eu vá para o meu quarto. Eu não estou
cedendo sem lutar neste momento. Eu olho para cima de onde eu estou
guardando garrafas e vejo meu pai e Locks entrando. Locks vai para a
cozinha para encontrar Babs, eu tenho certeza.
— Oh, por favor, Bull. Ela vai ver o que acontece no Clube
eventualmente, especialmente agora que ela está ficando, — Babs
intervém, saindo da cozinha.
~ 147 ~
— O que está acontecendo? — Shadow está parado perto do meu
pai parecendo confuso. Eu nem mesmo o vi entrar, eu estava tão
envolvida em convencer o meu pai a me dessensibilizar de bom grado.
— Ela vai ser paga; vai a ajudar se levar para fora do clube.
Aposto que ela se sairia bem com as gorjetas, — diz Locks. Me viro e
olho para ele, ele me quer fora do clube. Me lembro dele reclamando a
Shadow sobre mim e minha mãe ficarmos aqui.
~ 148 ~
— Sim, bem, eu quero estar lá fora. Você está com medo de que
eu vou ver essa besta que você diz ser?
Ele ri enquanto ele corre suas mãos para frente e para trás em
seu topete bagunçado. — Sim, como eu.
— Bem, olhe para você, — grita um cara com uma bandana preta
e barba preta descendo em uma trança. — Você deve ser nova. Eu
lembraria de uma moça como você. — ele veste uma camisa preta com o
~ 149 ~
colete que diz que ele é um dos nossos; seu nome, ‗OLD GUY‘, esboçado
em seu patch desgastado. Eu nunca o vi antes, mas existem muitos
membros que eu não conheci pessoalmente.
— Seu pai deveria te prender antes que essa sua boca te coloque
em apuros, — ele zomba quando vai embora.
~ 150 ~
Olho para fora no meio da multidão, para ver um enxame de
pessoas se moverem como um só e eu vejo Shadow de pé em um círculo
de peitos e pernas. A visão me faz soltar um suspiro e minhas mãos
suarem. Eu odeio como eu sou ciumenta e isso só me faz ainda mais
irritada. Apenas uma menina olhando para Shadow faz minhas garras
saírem e ele não está fazendo nada de errado; ele está apenas
conversando.
— Posso ter duas cervejas aqui! — ela grita para mim, sua voz
como seda, ainda que atrevida.
— Shadow não tem relacionamentos. Isso foi o que ele disse para
ela, de qualquer forma. Ele fodeu ela algumas vezes, mas mandou ela
embora quando ele acabou. Ela é problema. Eu não acho que você tem
nada para se preocupar. — ele segura um pequeno copo de líquido claro
na frente do meu rosto, — aqui, toma uma dose comigo.
~ 151 ~
— Coloque esse sal em seu pulso e lamba. Atire a dose e então
morda esse limão. — Bobby empurra o copo em minha mão, me tirando
da minha divagação. Ele vira meu outro pulso e balança sal nele. —
Lamba.
~ 152 ~
— Esta é minha vagalume! — ele grita de volta orgulhoso.
Ele agarra uma garrafa de tequila e enche todos os três copos até
o topo. Eu jogo um pouco de sal em meu pulso, sentindo os pequenos
cristais revestir minha pele. Eu lambo meu pulso e jogo para dentro o
primeiro copo, então o segundo, e finalmente o terceiro; a queimadura
não é nada fácil. Quando eu atiro o terceiro copo de tequila no bar,
Bobby segura a fatia de limão e eu mordo duro. A temperatura do meu
corpo está subindo rapidamente e eu começo a puxar minha camisa.
— Mantenha sua camisa. Seu pai vai chutar sua bunda se você
mostrar seus seios para todos esses motoqueiros. — ele engole três
doses também.
— Ei, eu posso ter uma dose de Jack! — uma voz grita para mim
da frente do bar. Eu agarro um copo limpo, encho e entrego para uma
old lady.
~ 153 ~
Bobby hesita e tenta sair do meu agarre enquanto eu o levo até os
poucos corpos dançando no centro da sala. Eu começo a mover meus
quadris na frente dele, abaixando meu corpo quando a música ―Crazy
Bitch‖ de Buck Cherry assume.
— Está tudo bem. Meu pai foi para o fundo faz um tempo atrás
com algumas garotas, — eu asseguro a ele.
Eu tento olhar para Shadow e… qual era seu nome mesmo? Tudo
que eu vejo é um enxame de pessoas; pessoas difusas, eu poderia
acrescentar. De repente, meu estômago se sente enjoado e a sala
começa a rodar.
— Oh, uau, isso fede, — ele diz, puxando sua camisa sobre seu
nariz. Eu olho para ele; ele é realmente bonito. Seu cabelo loiro
enrolado e seus olhos azuis faria qualquer garota desmaiar.
~ 154 ~
Ele se inclina e puxa meu cabelo enquanto eu continuo a deixar ir
sobre o vaso.
— Além disso, eu dormi com Chelsea antes e ela não é tão gostosa
quanto você pensa. — ele enruga seu rosto em desgosto. — Aquela
vadia me deu carrapatos15. — nós dois começamos a rir, mesmo que eu
tenha certeza que a situação não é engraçada.
~ 155 ~
— Merda, o quanto ela teve que beber? — Shadow pergunta,
entrando no banheiro. Meu olhar sincero para Bobby se transforma em
um engasgar sinistro para Shadow. Eu tropeço para cima, puxando
Bobby quando eu tento ficar de pé. Eu seguro na parede, quando eu
faço o meu caminho para a porta onde a Shadow está. Há batom
vermelho em seu pescoço. A visão me faz mal ao estômago, bem, mais
do que o já estou no momento.
~ 156 ~
— Então apenas vá ficar com ela, — eu grito para ele. Eu tenho
certeza que faria tudo muito mais fácil.
~ 157 ~
Capítulo Dezesseis
DANI
Eu acordo com uma dor latejante na minha
cabeça e a luz do sol que brilha através da minha
janela parece com um feixe de laser. Puxo os
cobertores sobre a minha cabeça para bloquear a
luz e ouço algo deslizar para fora da cama. Eu
espreito para o lado e vejo uma caixa de presente
grande e branca no chão. Que diabos é isso?
―Eu te disse que você iria me odiar mais do que gostar, mas você é
minha e minha é a mais quente cadela em couro. – S‖.
~ 158 ~
— Nunca pense que você não é tão quente quanto outra pessoa,
nunca coloque a si mesma para baixo de novo, — ele sussurra em meu
ouvido. Seu tom é dominante e não aceita não como resposta.
Ele agarra meu queixo e levanta para que eu possa olhar direto
para seus ardentes olhos azuis. — Nunca beba tanto de novo também.
— ele se inclina e escova seus lábios sobre os meus.
~ 159 ~
Ele anda para trás de mim e começa a beijar levemente meu
pescoço. Minha pele se arrepia em resposta a seus tenros lábios.
— Ela é apenas outra puta do Clube para mim; ela não é você.
Ninguém pode ser você. — ele sussurra contra minha pele, seu hálito é
quente e espesso no meu pescoço eu inclino minha cabeça, o
convidando para ir mais profundo.
*****
~ 160 ~
Shadow ficou durante a noite apenas algumas vezes. Quando não
ficou, ele foi tudo que pude pensar. Nós até mandamos mensagens
como adolescentes para diminuir o vazio que sentimos quando estamos
separados. Eu posso sentir o sentimento de Shadow crescendo, mas ele
não disse que me ama ainda, nem mesmo perto disso. No entanto, ele
se tornou ainda mais possessivo. Ele não me quer conversando com
outros caras, e ele tem me dito o que eu posso e o que eu não posso
vestir. Eu sei que ele se importa, mesmo que ele não torne isso público
ou diga alguma coisa.
Shadow saiu da minha cama cedo essa manhã. Ele teve que ir
tomar conta de algum negócio do Clube; disse que estaria fora por
apenas algumas horas. Eu não sei o que ele está fazendo, mas de
acordo com Babs, você nunca pergunta aos caras o que eles fazem. Eu
me levanto e sigo minha rotina de tomar um banho e escovar meus
dentes com a escova de Shadow.
~ 161 ~
— Ei, babe, vá comprar um pouco de sabão em pó e leve Dani
com você. A garota pode usar um pouco de sol, — Babs diz, entregando
a Charlie um pouco de dinheiro. — Apenas vá até a loja de Mom e Pop.
— ele balança a cabeça concordando.
~ 162 ~
gritar, me levando a inalar o que for que esteja sobre o pano. Tudo se
torna dormente. Escuridão inunda minha visão.
*****
~ 163 ~
— Shadow, — eu sussurro. Lágrimas começam a acariciar meu
rosto, descendo sobre meus lábios até o sujo colchão. A jaqueta me
lembra dele; mais lágrimas rolam sozinhas além da borda de meus
olhos. Será que Shadow até mesmo sabe que estou desaparecida?
Quem me raptou? O que eles querem? Eles irão me matar? O último
pensamento é como uma faca enfiada em meu peito. A ideia de poder
nunca mais ver Shadow de novo, de que eu posso nunca viver livre de
manipulação, me faz prender a respiração.
— Eles vão ficar putos. Se você pensa que está na merda agora,
apenas espere. Este não é o jeito que eles agem sobre as coisas! — a voz
masculina diz de volta.
— Ei, você está nisso tanto quanto eu, imbecil! Nós temos alguém
que eles querem. Adrian nos dará dinheiro ou drogas, e então nós
partimos da cidade.
~ 164 ~
Capítulo Dezessete
SHADOW
Odeio deixar Dani, mas Bull insiste que eu
preciso verificar o armazém com ele. Recebi um
telefonema dizendo que alguns motoqueiros
desconhecidos foram vistos na área. Não tenho
dúvidas de que é o El Locos, mas eu não posso
apontar o dedo a menos que nós tenhamos a prova.
Bem, Bull não pode. Nós seguimos até o antigo
armazém onde guardamos um monte da nossa
mercadoria; mas nem tudo, não somos estúpidos.
Nós mantemos nossas drogas e armas em diferentes
armazéns em todo o estado, sob diferentes alçadas. Dessa forma, se
alguma vez formos pegos eles não vão apreender tudo.
~ 165 ~
— Você está brincando comigo? Onde você está? Vá para o clube
agora! — Bull exige ao telefone, sua mão trêmula e seu rosto a
tonalidade mais escura de vermelho que eu já vi.
~ 166 ~
Bobby inclina a cabeça ao meu lado, — É melhor você se
controlar. Eu sei que você está uma bagunça do caralho, mas todo
mundo vai se perguntar por que você está tomando isto como algo
pessoal.
DANI
As vozes do outro lado da parede estão calmas, sem revelar
qualquer informação útil. O que diabos alguém iria querer de mim? Seja
o que for, eu não vou desistir sem lutar. Eu vou cortar, arranhar e
matar quem quer que eu precise para sobreviver. Rá, me escute, eu
pareço tão durona. A Dani de New York nunca teria dito isso. Ela teria
deixado que eles fizessem o que quisessem, e teria dado a eles tudo o
que eles precisassem. Isso foi quando eu era fraca e moldada na forma
que minha mãe queria. Eu estou convencida de que minha mãe viu o
mal que espreitava dentro de mim, antes mesmo que eu percebesse. Eu
posso ver agora por que ela me protegeu de tudo o que teria provocado
à escuridão. Shadow e o Clube do meu pai atraíram a selvageria para
fora.
~ 167 ~
— Parece que a prisioneira está acordada, — diz a voz masculina.
Ouço passos vindo em direção à porta. Eu me afasto, pronta para
atacar a primeira pessoa que vier passando. Quando a porta se abre,
vejo o homem que me levou contra a minha vontade. Seu cabelo
castanho caído em seus os olhos; é oleoso e indisciplinado. Ele está
vestindo uma camisa de flanela com as mangas arregaçadas e calça
jeans manchada. Ele sorri; os dentes apodrecidos; os lábios finos
incolores rosnando. Seus olhos são maçantes como os de alguém que
deveria estar em reabilitação ou em um caixão.
~ 168 ~
de drogas. Eu olho em seus maçantes e sem vida olhos azuis, os cantos
marcados com rugas. Ela sorri e seus dentes são podres, sua respiração
esgueirando e roubando a minha com uma maré rançosa.
*****
SHADOW
Eu sento na mesma mesa de madeira que nos sentamos em
qualquer outro dia. Normalmente, no entanto, nós discutimos
~ 169 ~
embarques e pagamentos. Eu nunca pensei que nós estaríamos falando
sobre alguém com quem eu me importo mais profundamente. Me
importo mais profundamente; me ouça, eu fui chicoteado por uma
buceta sem concerto. Eu instantaneamente me arrependo de afastar
Dani, de me segurar dela. O curto tempo que eu tive com ela não foi o
suficiente, e no meu mundo eu não estou otimista de que Dani irá
voltar como a Dani que ela era antes de ter sido raptada. Pensamentos
dela ser abusada e estuprada fazem meu estômago chocalhar em
doloroso arrependimento.
~ 170 ~
— Apenas uma coisa que aconteceu mais cedo. Eu gostaria de ver
elas, se estiver tudo bem. — eu me inclino contra o balcão, tentando
controlar a urgência em minha voz. Eu tomo uma respiração profunda.
~ 171 ~
*****
DANI
— Qual é seu nome? — Cassie pergunta. Eu apenas olho para ela,
seu corpo completamente tomado pelas drogas há muito tempo atrás.
Eu não estou dizendo a ela meu nome, ela que se foda.
— Tudo bem. Eu não preciso saber seu nome, — ela diz sem
interesse. — Me conte sobre o Clube; eles correm armas? Eu sei que
eles têm drogas sendo um MC, certo? Você sendo a old lady de Adrian,
tenho certeza que você sabe. — ela lança as questões rapidamente,
sentando no sujo colchão comigo.
Porque ela quer saber essas coisas; dizer iria fazer de mim um
rato. Imagens dos artigos que eu encontrei no computador aquela noite
passam pela minha cabeça. O Clube cuida de ratos de um jeito que eu
não gostaria, eles os matam. Mesmo eu sendo a filha do presidente, ser
um rato não sairia impune; até eu sei disso.
— Ela não irá te dizer merda, — Ricky engrossa. Suas vozes estão
fazendo minha cabeça doer. A dor em minha cabeça, meu lábio ferido, e
minha dolorida costela me fazem ver em dobro. Eu só quero dormir,
dormir nos braços de Shadow; apenas mais uma vez.
— Ah, Poppy. Eu aposto que ela daria uma boa buceta! — ele diz
com admiração, seu sorriso imitando o dela.
~ 172 ~
destino com o Clube. Meu coração tamborila em alerta. Eu me sinto
acuada; sem saída. Porque Shadow não veio por mim? Ele deve ter
notado que eu estou desaparecida agora. Traficantes sexuais significa
ser abusada, drogada, estuprada, e ter minha alma marcada como um
objeto. Eu não seria um ser humano; eu seria possuída. Shadow não é
a besta que ele diz ser. Esta cadela que ele chama de mãe é a besta.
Homens como Ricky e Poppy; eles são as bestas.
— O que você quer dizer; ele sabe quem está com você. Eu disse a
ele o que aconteceria se ele não me desse o que eu quero. Eu dei há ele
muito tempo, — Cassie diz, enquanto ela sai da cama para se juntar a
Ricky.
— Ligue para ele; diga a ele onde eu estou? Tire uma foto do meu
rosto? — eu digo, apontando para meu lábio rachado e minha cabeça.
Se parecer tão mal quanto se sente, vai fazer Shadow explodir sua
cabeça com certeza. — Mostre a ele que você não está de brincadeira, —
eu pronuncio, prática. — E o que aconteceu com minha cabeça de
qualquer forma? — eu pergunto, quando ela pulsa alto em dor.
~ 173 ~
— Vá pegar o celular, — ela manda Ricky. Ele rola seus olhos e
resmunga até a outra porta. Ele volta com meu celular e começa a
tentar descobrir como tirar uma foto. Eu olho ao redor do quarto para
ver se alguma coisa pode ajudar a identificar o lugar, mas mesmo eu
não sei onde estou.
— Merda, ela está certa. Esta maldita luz aqui é uma merda. Nós
teremos que a levar até o outro quarto, — Cassie diz, olhando para a
foto. Meu coração volta a bater; um lampejo de esperança salta para a
superfície.
— Não tente nada fodido, — ele sibila no meu rosto, seu hálito tão
pesado que traz bile em minha garganta.
~ 174 ~
através da janela. Não é muito, mas talvez o estranho ambiente estilo
"Miami Vice" do prédio vai dar a Shadow uma ideia de onde estou.
~ 175 ~
eu tenho que sair daqui. Eu explodo meu cotovelo em seu nariz, fazendo
que ela grite de dor e solte meu cabelo. Eu empurro seu corpo ossudo
para longe de mim e corro para a porta.
Meu corpo não pode aguentar mais. Minha visão embaça e meu
corpo grita de dor em todos os ângulos.
— Oh, querida, você está pirando. Uma vez que tivermos nosso
dinheiro, sua bunda será vendida e nós estaremos longe daqui. —
Cassie ri entre cada palavra.
*****
~ 176 ~
Em minha escuridão, eu vejo a língua torpe de Ricky nadando ao
redor como uma serpente. A risada rouca de Cassie rachando paredes
negras. O rosto de minha mãe dizendo, Eu te disse. Eu estou nadando
na escuridão que é o meu inferno; não o de Shadow. Onde está
Shadow? Ele tem que vir. Ele não me deixaria aqui; meu pai não me
deixaria aqui, deixaria? Este é o meu destino: eu vou morrer ou me
tornar uma escrava. A escuridão que nada dentro de mim está fraca e
se escondendo, desistindo e preferindo morrer a ser entregue a um
destino sobre o qual não tenho controle.
~ 177 ~
— Sim, baby, eu sou real, — ele sussurra em meu cabelo e
gentilmente beija minha cabeça. Ele se vira na direção da porta; meu
príncipe encantado me resgatando.
*****
~ 178 ~
Cassie; a questão me deixa inquieta. Medo chocalhando minha
estrutura, eu engulo em seco, tentando digerir tudo.
— Meu pescoço?
Uma vez que Bobby e Shadow saem do quarto, Bull coloca sua
cabeça para dentro. — Uh, Doc? — Bull pergunta de forma rude, sua
voz cheia de autoridade e hostilidade.
~ 179 ~
— Quando você acabar com Dani, você pode querer ficar por
perto.
*****
SHADOW
Quando eu recebi a foto de Dani espancada com pouca vida e vi a
forma como Ricky tinha suas fodidas mãos sobre ela, a besta foi
liberada sem pensar. Eu reconheceria aquela feia luz rosa e azul no
fundo da foto em qualquer lugar; é um bar para onde Bobby me
arrastou anos atrás. Depois de achar o bar, foi apenas questão de
minutos para encontrarmos a casa. Eu tinha minha cabeça tão
enfocada em Dani que eu nem ao menos esperei que Bull desse ordens.
Eu apenas fui para dentro, preparado explodir a cabeça de qualquer um
que ficasse em meu caminho. Quando eu vi Dani espancada no chão,
eu perdi todo o pensamento. Eu me senti como se não tivesse nenhum
controle; sem esperança, com medo e apaixonado.
Não em tudo feliz de dar aos meus irmãos imagens para seus
bancos de punhetas, eu cerro meus dentes e respondo, — Sim.
~ 180 ~
Bobby olha através da mesa para mim, seu olhar se segura em
linha reta. Nós éramos irmãos antes deste Clube, e eu sabia que ele
guardaria minhas costas até a tumba.
— Sim, eu sabia. — ele fala com coragem, mas nós dois sabemos
que estamos apenas a minutos de mijar em nós mesmos. Bull não é
alguém com quem você quer brincar, especialmente quando se trata de
confiança. Uma vez nós tivemos um prospecto arrastado e tudo que o
rapaz fez foi mencionar que o Clube estava tendo uma festa, que Bull
tinha se alinhado conosco para ter alguma coca e putas para
relaxarmos. Felizmente, nós tínhamos o policial em nosso bolso então
nada aconteceu. Infelizmente para o novo prospecto, no entanto, ele foi
colocado a sete palmos embaixo da terra. Mas não antes de Bull cortar
sua língua com uma faca velha por ser um rato.
Dani é uma garota crescida, talvez pela primeira vez ela possa
gostar de fazer suas próprias escolhas e possuir sua própria vida.
Infelizmente para ela, se ela é minha, isso nunca vai acontecer.
— Eu acho...
~ 181 ~
mentindo pelas minhas costas. Candy no outro dia, foi por sua causa,
não foi? — eu não respondo; eu sei que é uma pergunta retórica e nada
que eu disser vai ajudar de qualquer jeito. — Bobby, Shadow, do lado
de fora, — Bull estala, levantando, sua cadeira derrapando através do
chão de madeira dura.
Bull saca sua pistola. Batendo o cano em sua perna, ele olha para
mim, — Braço ou perna? — eu acho que eu tenho sorte de ele me dar
uma escolha e não me atirar no crânio.
— Bra— antes que eu possa dizer a palavra, ele atira uma bala
reta direto no meu braço, o mesmo braço que foi baleado no tiroteio. O
tiro ecoa na noite quieta.
~ 182 ~
— Bobby, braço ou perna? — Bull pergunta.
Bobby olha pra cima na minha direção, seus olhos mostram que
ele está claramente puto que eu o arrastei para esta merda. Para ser
justo, eu tentei dizer a ele para tirar sua bunda do caminho no dia que
ele viu sangue em minhas mãos.
Eu apenas olho para ele. Eu de fato devo a ele pra caralho, mas
eu não vou admitir.
— Ainda bem que eu fiquei por perto, — Doc diz, olhando para
mim e para Bobby quando nós tropeçamos para dentro.
~ 183 ~
— Eu primeiro; é culpa dele que eu fui baleado para começar! —
Bobby resmunga, me empurrando para passar. Eu sento no sofá e
observo enquanto Doc avalia a ferida de Bobby.
— Oh! — ela para e olha para Bobby e para mim. — Isso é meio
doce, Bobby. — ela diz, examinando sua ferida para começar a
costurar.
— Doce? — eu tusso.
— Sim? Sim! Sim, foi. Eu pensei que era romântico. Eu sabia que
eles eram perfeitos um para o outro então eu coloquei minha vida na
linha por eles. Esse é o tipo de cara que eu sou; um romântico secreto.
— Bobby diz, claramente mentindo através de seus dentes. Fodido
brega como o inferno; se Doc acreditar nisso, ela é mais fraca do que eu
pensava.
~ 184 ~
— Ela não foi estuprada, se isso é o que você está perguntando.
Ela não pode se lembrar de muito com a concussão, mas eu tenho
certeza que ela irá ter algum estresse pós-traumático. Você poderá tirar
mais dela com o tempo, mas ela apenas precisa de descanso, na
verdade. Eu não deixaria ela dormir por um tempo, mas isso pode ser
mais difícil fazer do que dizer.
~ 185 ~
Capítulo Dezoito
DANI
Deitada na cama ouvindo meu iPod, ‗Demons‘
de Imagine Dragons está rugindo em meus fones de
ouvido quando Shadow entra segurando seu braço.
Sangue seco rodopia em volta de seu braço e seu
rosto está contraído com dor e confusão. Eu retiro
os fones de ouvido e tento me sentar, mas a dor
insuportável me faz deitar de novo.
— O que aconteceu? Vamos apenas dizer que seu pai não aceitou
a ideia de eu estar com você debaixo de seu nariz muito bem, — ele diz
sarcasticamente, deitando na cama perto do meu pé. O nevoeiro começa
a embaçar os cantos da minha visão; eu pisco com força tentando o
afastar.
— Oh. — o que eu posso dizer? Ele apenas levou uma bala por
estar comigo.
Ele vira sua cabeça, ainda deitado em suas costas, para olhar
para mim. — Oh? — ele diz gracejando, fazendo meu estado atordoado
se tornar raiva. Sua mãe fez isso comigo. Ele disse que eu estava
segura, mas quão segura eu estava quando Ricky praticamente me
fodeu com sua língua.
— Eu quero dizer – pra ser justa, eu estou desse jeito por causa
de sua mãe e... — eu paro incerta de quem Ricky é. Ele é o pai de
Shadow? Shadow apenas me encara, sabendo minha próxima pergunta.
Sério? Ele está colocando isso tudo em mim, agindo como se fosse
minha culpa que isso aconteceu.
~ 186 ~
— Como é? — eu grito de volta, minhas costelas e cabeça uivando
com uma dor selvagem. Eu suspiro e continuo meu discurso. — Eu não
vi você lutando contra, imbecil! — eu estremeço e seguro minha cabeça.
Meu corpo inteiro estica com os chutes no meu crânio.
Eu olho para cima através de meus cílios e vejo seu rosto gravado
com preocupação. Ele é tão confuso. Eu não me lembro de muito do
rapto, mas eu me lembro dos sons e de como Shadow foi carinhoso
enquanto eu pensava que estava sonhando. Agora que eu estou aqui e
que ele sabe que eu estou segura, ele está de volta ao Shadow exigente.
Fúria submerge minha dor. Como ele ousa agir como se fosse
minha culpa; ele faz alguma ideia do que eu acabei de passar? Tentar
lembrar de tudo é difícil; eu tenho muitas perguntas, eu apenas não
consigo me lembrar de todas elas.
— Ele é seu pai? — se ele for de fato o pai dele, então talvez
Shadow esteja mais fodido do que eu imaginei. Ele apenas o matou sem
mais do que um piscar de olhos.
~ 187 ~
— Sua mãe, se ela de fato é sua mãe, continuava te chamando
desse nome, — eu digo sarcasticamente, a névoa e a visão embaçada
lavando meus sentidos como uma onda faminta.
Shadow senta na cama e corre suas mãos por seus cabelos. Seu
corpo está rígido; quando ele olha para mim, seus olhos são ilegíveis.
~ 188 ~
voltou por alguns dias. Quando ela voltou, ela estava diferente; ela não
era minha mãe. Eu nunca mais vi minha mãe, — Shadow suspira
pesadamente. Eu posso literalmente ouvir toda a tristeza nesse único
suspiro.
— Ela costumava ter tanta luz em seus olhos azuis, mas depois
da primeira vez que ela me deixou sozinho, eles se tornaram embotados
e patéticos. Então ela começou a sair por semanas de uma vez; seu
corpo denso começou a diminuir até se tornar um esqueleto e seus
dentes foram apodrecendo. Quando eu de fato conversei com meu pai,
eu nunca contei para ele o que estava acontecendo. Minha mãe e eu
éramos sua taboa de salvação. Eu acho que ele sabia, no entanto; ele
continuou perguntando sobre ela e eu sempre inventava uma desculpa.
Ela parou de escrever para ele de volta quando suas cartas chegavam.
~ 189 ~
sem pedir nada em retorno. Eles morreram em um acidente de carro no
nosso último ano de ensino médio, — Shadow suspira. — Bobby e eu
caímos fora e achamos o Clube.
Eu pensei que minha vida era uma bagunça, mas eu não tenho
nada para Shadow. Seu passado claramente causou algum dano. É isso
que ele tem tido tanto medo de me contar? Ou ele apenas está me
dizendo isso para me tirar de cima dele? Eu rolo e olho para os olhos de
Shadow, cavando fundo em sua alma. Ele fica tenso sob meu olhar fixo,
consciente da conexão inexplicável que nossas almas compartilham, e
quebra o contato visual comigo.
— Minha mãe estava muito certa sobre meu futuro. Eu estava tão
presa na minha vida com ela, como eu estava naquele quarto trancada,
— eu compartilho com Shadow, tentando dar a ele um vislumbre do
porque eu ser uma ingênua garotinha quando eu apareci no Clube.
Olho por olho, se você preferir.
~ 190 ~
— Porque você não se mudou? — Shadow pergunta, como se
fosse tão fácil.
*****
~ 191 ~
— Não. Não. Por favor, não! — eu grito, tentando erguer minhas
mãos das correntes, apenas para cortar mais profundamente minha
pele.
— Sim, faça isso, — diz Poppy. Eu ainda não posso ver o seu
rosto através da luz ofuscante.
— Nããão! — eu grito.
~ 192 ~
as minhas pernas de volta ao longo da borda da cama, hesitante. E
Cassie? Minha mente me assombra, me fazendo puxar minhas pernas
de volta para cima da cama.
— Não, você não pode fazer isso por si mesma. Estou ajudando,
fim da discussão! — seu tom é duro e exigente. Corro o risco de olhar
para Shadow, nossos olhares segurando uma energia diferente de
quando adormecemos. O ar parece mais irritado e mais hostil do que
antes. Mas por quê?
~ 193 ~
Shadow me agarra pelos quadris suavemente, esfregando os
polegares sobre a pele manchada. — Porra, Dani, — ele sussurra sua
voz cheia de simpatia e preocupação.
Eu ando até ele e arrasto as unhas para baixo sobre seu abdômen
delineado, sentindo sua pele explodir com arrepios sob meu toque. Meu
toque o afeta.
Ele agarra meu pulso, parando o meu toque e o feitiço. Ele aperta
seus olhos fechados por um momento antes de me olhar de novo, com
armas em punho.
~ 194 ~
— Agora que seu pai sabe sobre nós, você é mais do que minha, e
todo mundo vai saber. — ele diz isso como se fosse uma coisa ruim; sua
mudança de comportamento agora faz sentido. Meu corpo lamenta a
súbita percepção de que Shadow está lutando contra mim porque meu
pai me mandou morar com ele. Eu olho para o braço enfaixado; seu
preço para estar comigo. Eu quero dizer a ele que eu não tenho que ir
com ele, que nós podemos fazer isso em nossa própria velocidade, mas
nós dois sabemos que não é verdade.
~ 195 ~
fez, ou que ela começou. Hoje não seria diferente. Ela era o sonho
molhado de cada mãe suburbana; longos cabelos loiros, notas perfeitas,
e os pais perfeitos. Ela era perfeita. Eu a odiava.
— Então você gritou que a queria matar? Quem é você? Você não é
normal, — minha mãe gritou comigo, me fazendo sentir envergonhada.
Eu deveria ter deixado Sophie jogar a bola em minha cabeça. Eu não
deveria ter feito nada sobre isso, então a minha mãe não iria me odiar
ainda mais do que ela já odiava. Eu não sei o que deu em mim, mas eu
nunca iria deixar que isso acontecesse novamente.
~ 196 ~
As unhas de Shadow escavam profundamente em minha pele,
chamando minha atenção. — Não se envergonhe de sua escuridão. É
uma parte de você e é mais fácil de lidar com ela do que tentar fingir
que não está lá. Você é filha de seu pai; você é obrigada a ter alguma
escuridão nadando em suas veias. Você só é escura quando você tem
que ser, quando você está no seu ponto de ruptura. Isso é
compreensível. — Shadow pausa, segurando. Eu posso sentir que ele
quer dizer mais, mas quando ele olha nos meus olhos eu posso ver que
ele simplesmente não está pronto. Ele está me protegendo. Sua atitude
quente e fria está me atormentando. Ele está tentando ser frio e
retraído, mas lhe falta pleno potencial quando ele mostra sua
inquietação. Eu entendo que o meu pai cruzou a linha, mas há algo
mais que faz Shadow agir deste jeito?
~ 197 ~
estava na casa de merda, eu fiquei sem esperança, bem como quando
eu era criança. Eu era fraca, vulnerável, ingênua e medrosa. Ninguém
me salvou na época, mas quando ele me resgatou agora, Shadow
derrubou as paredes de proteção que eu tinha, me fazendo sua. O que
dói é que agora ele não me quer.
— Basta ir. Não faça isso. Você não tem que cuidar de mim, —
murmuro, tentando salvar a pouca dignidade que me resta.
— Você quer correr agora? Você quer negar que você é minha? —
Shadow pergunta com a voz rouca. Isso é errado; eu não sou uma
posse, e eu não sou uma submissa. Não é justo que ele está brincando
com minha mente. Ele diz que me quer, mas age de forma diferente.
Eu sou muito fraca para dizer qualquer coisa. Quero Shadow; ele
me fez o querer. Meu corpo está em alerta máximo querendo mais do
toque de Shadow. Minhas dobras estão pingando de excitação, em
desacordo com a minha mente; querendo ser possuída e amada por
Shadow. Dando a Shadow tudo, talvez ele vá ver quanta confiança é
necessária para estar no meu lugar; talvez ele vá abrir sua mente para
confiar em mim. Minha batalha interna me confunde, mas meu corpo
fala mais alto que a minha mente.
~ 199 ~
tentando provar a si mesmo que ele não precisa de mim; a reação que
ele teve quando fui levada é nova para ele. Eu não deveria estar bem
com isso; eu não deveria estar excitada com isso, mas ambos são
verdade. Meus lábios viram para cima em um sorriso. Vou provar a
Shadow que ele precisa de mim tanto quanto eu preciso dele.
~ 200 ~
Capítulo Dezenove
DANI
Eu acordo na cama sozinha. Tenho certeza de
que Shadow tem missa de novo esta manhã, parece
que vou ter que me acostumar a acordar sozinha se
eu quiser ficar com ele. Eu sei que missa é
importante para os meninos; aposto que eles têm
muito a falar depois do sequestro.
Vou até a minha mala para encontrar algumas roupas. Tudo está
limpo, dobrado e organizado na minha mala. Hmm, eu quero saber
quem fez isso. Pego uma legging preta e uma bata cinza. Eu amo esta
bata, é larga e solta no topo, pendendo dos meus ombros nus, e
apertada e elástica na parte inferior, abraçando o meio da minha coxa.
— Você deve estar com fome, boneca. Aqui, tem alguns ovos e
torradas, e este copo de suco. Eles vão te fazer se sentir como um
milhão de dólares. — Babs desliza um prato por cima do balcão.
~ 201 ~
Do canto do meu olho, eu vejo meu pai se sentar ao meu lado. Ele
toma um gole de uma xícara de café e eu posso sentir a tensão que
irradia dele. Ele ainda está chateado comigo e Shadow.
Eu bufo e vou para o meu quarto. Como ele ousa falar assim
comigo; agindo como se eu estivesse dormindo com todo o seu Clube.
Me sento na cama fervendo de raiva e brinco com meu lábio inferior.
Será que minhas boas vindas aqui expiraram? Talvez eu devesse ter ido
com a minha mãe.
~ 202 ~
— Entre, eu estou te levando até lá. — meu pai grita da frente de
um SUV preto.
— Eu pedi que você ficasse com ele. Eu não posso ter você ficando
no Clube; tendo brigas de gato e meus homens lutando não é algo que
eu estou disposto a tolerar. — eu podia sentir seu olhar sobre mim,
esperando uma reação.
~ 203 ~
Meu pai para o veículo e se vira para olhar para mim, seu rosto
gravado com linhas de preocupação. Ele parece muito mais velho do
que o habitual. — Basta lembrar, Dani, nosso mundo é diferente do que
você está acostumada. Não vá correndo antes de você realmente o
entender — ele está agindo como se eu fosse um animal assustado
pronto para fugir a qualquer momento; como minha mãe.
~ 204 ~
— Oh, ei. Bem-vinda ao nosso humilde lar, — Bobby ergue os
braços, varrendo seu braço ao redor como um apresentador de
televisão.
~ 205 ~
a porra. Ele perdeu a porra da cabeça, merda. — ele olha para mim com
os olhos focados. — Isso tem que contar para alguma coisa, certo? Não
deixe que ele mande em você, embora. — ele bebe o último gole de sua
cerveja antes de virar em direção às portas. — Mesmo que a bunda dele
não mereça você.
~ 206 ~
— Vá buscar sua própria maldita cerveja, — eu pulo de volta,
voltando a olhar para a vista do mar. É bonito com tons de roxo e rosa,
enquanto o sol se põe.
~ 207 ~
abordou. O pensamento de que ela poderia ter razão torna a minha
boca seca.
— Oh, Bobby, não pare! — uma menina geme alto. Isso não pode
estar acontecendo.
******
~ 208 ~
Eu acordei ao som de risos vindo do quarto ao lado. Minha cabeça
ainda está enterrada nas profundezas sob um monte de travesseiros.
Eu não tenho nenhuma ideia de que horas eu finalmente caí no sono na
noite passada; Bobby e "Senhorita Geme Demais" me mantiveram
acordada a noite toda. Cada gemido e grunhido vindo do quarto ao lado
me fez pensar sobre montar em Shadow e transar com ele até o
amanhã.
~ 209 ~
algo que eu nem sabia que era uma lei. Então, o que é? — eu quase
grito, pronta para afogar sua bunda em sua tigela de cereais.
Eu olho para o relógio e vejo que é 06h30. Tudo que eu comi foi o
cereal e eu estou morrendo de vontade de comer algum alimento real.
Eu lanço o Kindle no final da cama e vou em busca de alimento, ainda
em apenas uma camiseta e calcinha.
~ 210 ~
— Hmm. — diz ele, mergulhando o dedo no molho.
~ 211 ~
trás. Seu corpo está gritando alfa e seu temperamento brilha como uma
besta.
~ 212 ~
Capítulo Vinte
SHADOW
Acordei ontem chateado comigo mesmo;
chateado que eu me deixei ficar tão fraco, chateado
que eu permiti que Dani tivesse esse tipo de
controle sobre mim, com raiva de mim mesmo por a
amar. Eu também estou chateado por eu quase
deixei que ela fosse morta porque eu não levei a
viciada da minha mãe a sério.
~ 213 ~
— Ela fode com a minha cabeça. Naquele dia que ela foi levada,
toda a porra do meu mundo caiu, Bobby, e eu perdi o controle, — eu
confesso.
~ 214 ~
— Olhando para vocês dois sobre esse balcão mais cedo, eu
pensei diferente. — Bobby ergue uma sobrancelha e levanta o queixo
em direção à cozinha.
— Oh! Uma cirurgiã com quem trabalho disse que seu marido
alugou uma casa de praia. Era apenas eles e alguns funcionários
ocasionalmente. Ela disse que foi super íntimo e romântico. Parecia
incrível pelo que ela me disse. Você deve fazer isso. — a voz de Doc é
alegre e malditamente perto de ser irritante. Eu não gosto da doutora
apaixonada.
~ 215 ~
Eu posso pagar, eu sei disso. O dinheiro não é um problema. O
problema é saber se Dani quer ir comigo, agora que eu tenho sido um
idiota fodido. Eu chego ao final da mesa e pego o laptop. Eu estou
levando Dani, quer ela queira ou quer não. A levar para longe do perigo
e destes dois passarinhos apaixonados, vai ajudar a aliviar um pouco
da minha tensão.
— Diga a ela tudo, eu não acho que ela vai sair correndo. Ela é
dura. As pessoas vão te machucar, quebrar sua confiança, não importa
o quê. Cabe a você decidir quais valem a pena o risco, — diz Bobby. Ele
claramente tem estado perto da doutora apaixonada tempo demais.
*****
DANI
Saio do chuveiro. Lavar o macarrão e a vergonha de mim foi mais
difícil do que eu pensava.
~ 216 ~
— Venha pra longe comigo, — seus dedos enrolando meu cabelo
enquanto ele pergunta.
Eu me viro abruptamente.
— Isso significa que você vai fugir comigo? — pergunta ele, dando
beijinhos de borboleta ao longo do meu pescoço.
~ 217 ~
— Saímos de manhã, — ele sussurra enquanto seus lábios fazem
amor com a minha pele delicada e suas mãos serpenteiam em torno de
mim para agarrar minha bunda.
*****
Ontem a noite foi longa. Bobby e Doc fizeram sexo à noite toda de
novo, nos mantendo acordados com seus uivos intensos. Shadow e eu
deitamos ao lado um do outro, os nossos corpos silenciosamente
pedindo desculpas pelos últimos dias.
~ 218 ~
minha garota vai ter o que ela quer. — ele roça seus lábios contra os
meus; não se importando com os transeuntes de olho em nós em estado
de choque.
*****
~ 219 ~
lentamente chegando atrás de nós. Desço do carro e fico ao lado de
Shadow, imaginando quem é. As janelas são escuras, por isso não há
maneira de ver dentro.
~ 220 ~
Me viro na direção da voz masculina desconhecida. Ali está um
homem, não, um menino, com cabelo castanho caindo para baixo em
seus olhos; olhos marrons. Eles são bonitos, mas não tão vívidos como
os de Shadow. Este novo indivíduo é apenas um pouco mais alto do que
eu e de uma compleição menor do que Shadow. Ele está vestindo uma
camisa branca de botão com shorts cáqui.
~ 221 ~
jogadas nele. Avançando pela sala de, há um banheiro que parece
enorme de onde eu estou.
*****
— As coisas que eu vou fazer com você nesta cama, — Shadow diz
ao entrar na casa. Seus olhos estão encapuzados com promessas
pecaminosas.
— É uma praia; você já viu uma, você já viu todos elas. Estou
transando com você nesta cama agora, Dani, e nada está me parando,
— diz ele sério. Ele me joga nas minhas costas em uma nuvem de
cobertores; meu pouso suave e macio.
~ 222 ~
— Eu sei que eu tenho sido um idiota com você Dani, e eu vou
fazer isso bom para você. — ele agarra a bainha de sua camisa e levanta
sobre a sua cabeça; seu estômago definido e rasgado flexionando com
seus movimentos.
Ele joga seu jeans longe da cama e sobe em cima de mim, seus
lábios alegando minha boca possessivamente. Ele agarra a barra da
minha camisa e puxa sobre a minha cabeça lentamente. Deito de costas
enquanto Shadow espalma a fenda entre os meus seios com as mãos
calejadas. Suas mãos se movem para baixo através das minhas costelas
machucadas e do meu estômago. Enquanto ele beija a trilha deixada
por suas palmas, eu arqueio minhas costas querendo mais dele.
~ 223 ~
sexo inchado, me fazendo jogar a cabeça para trás tentando respirar.
Sua tortura faz meu corpo ganhar vida com sensibilidade e desejo. Se
ele não me der o que o meu corpo está implorando, eu tenho medo que
eu possa gozar apenas com seu toque.
— É isso aí, baby. — ele recua e agarra a minha mão para fora de
uma de suas nádegas. Ele puxa meu braço acima da minha cabeça
entrelaçando os dedos com os meus. Seu corpo enrijece e ele se dirige
profundamente. Gemidos baixos preenchem seu peito enquanto eu o
sinto pulsar dentro de mim, me enchendo com sua libertação.
~ 224 ~
Shadow cai para o meu lado me agarrando pelo quadril, puxando
meu corpo metade sobre ele. Nossos peitos arfam buscando ar em
silêncio enquanto olhamos para as portas duplas. As ondas do mar
batem na praia; o som enche a casa competindo com nossa alta
respiração ofegante.
~ 225 ~
Capítulo Vinte e Um
DANI
Acordo ao som das ondas quebrando e do
meu estômago roncando. Me sento, descansando
em meus cotovelos, e olho para as portas duplas
para o sol poente. Temos que ter dormido por
algumas horas, pelo menos. A cama está nua de
quaisquer cobertores ou lençóis e apenas alguns
travesseiros foram deixados após Shadow fazer
amor comigo. Ele foi tão carinhoso e mostrou tanta
emoção. Eu esfrego os dedos sobre seu rosto, a
barba por fazer coça contra as almofadas. Ele
parece tão relaxado e despreocupado quando ele está dormindo; tão
amável e longe de bestial neste momento.
~ 226 ~
Ele olha para o mar novamente. Seu corpo, uma vez relaxado e
despreocupado, está agora tão duro como uma tábua. Sinto que ele não
quer me dizer. Ele pode me amar, mas ele não confia em mim.
~ 227 ~
— Volte na parte da manhã; minha menina vai me fazer um
pouco de seu espaguete.
*****
A noite foi tão bem quanto o dia. Nós ficamos nus o tempo todo,
mesmo enquanto eu cozinhava o macarrão. O jantar foi delicioso e
Shadow admitiu que meu molho é o melhor.
*****
Ouço uma maldição que vem da frente e faço o meu caminho até
onde está o carro.
Ele está vestindo jeans rasgado que pende baixo em seus quadris
e é isso; sem meias ou sapatos, sem camisa. Ele tem graxa em seu peito
e em toda sua mão. Seu corpo está brilhando de suor e seus músculos
~ 228 ~
estão flexionados. Minha boca instantaneamente parte; seu estado sujo
faz estragos com meus sentidos.
*****
~ 229 ~
SHADOW
Eu envolvo a toalha em volta da minha cintura e saio do banheiro
para encontrar Dani. O clima que sopra através das portas duplas está
quente e úmido, tem cheiro de chuva. Desde que Dani e eu chegamos
tudo foi pacífico; nenhum Clube, nenhuma mãe viciada, nada chato,
exceto este filho da puta do Rudy. Ele claramente tem uma coisa pela
Dani já que toda vez que ele está por perto, ele apenas olha para ela. Eu
não ignoro que um cara como Rudy é provavelmente mais certo para
Dani, e com uma idade mais próxima. Apenas isso já me irrita.
Quero que esta viagem signifique algo para Dani; quero mostrar
que eu posso cuidar dela pelo menos. Confiar é um pouco mais
complicado, mas mesmo que isso me mate, eu vou mostrar a ela que eu
posso confiar nela também.
Ela olha para a vista, em seguida, de volta para mim, — Por que
não você, Shadow? — suas palavras me fazem sentir como se eu fosse
uma pessoa tão boa como qualquer outra.
~ 230 ~
conte tudo a ela, então veremos se ela estará cantando essa mesma
música.
— As coisas que eu fiz e senti desde que eu estou aqui são todas
novas para mim, no entanto, me parecem velhas conhecidas. — ela olha
para trás, para o horizonte, as nuvens cinza escuro lutando com o céu
azul.
*****
— Ei, parece que uma tempestade está vindo, — diz Rudy, dando
um passo para o pátio. — Desculpe pelo almoço. Me esqueci e percebi
que vocês poderiam querer fazer. — ele pisca para Dani quando ele olha
para seu corpo em seu minúsculo biquíni.
~ 231 ~
Além de ficar olhando para a minha menina, sua estupidez e
serviço de merda finalmente bateram no meu último nervo. Eu o quero
longe Dani. — Vá para casa, Rudy, nós não precisamos mais dos seus
serviços. — eu lanço a minha mão para ele, o despedindo, quando nós
fazemos o nosso caminho para a casa de praia. Trovão ruge, a luz que
nos rodeia diminui com as nuvens escuras.
~ 232 ~
Ela me agarra pelos ombros e nos rola até que ela está no topo.
Sua ação para assumir o comando faz meu pau tão duro que dói. Eu
desato as cordas que prendem o delicioso top do biquíni. O quarto é tão
escuro que eu o sinto cair ao invés de o ver. Acho seus quadris e os
desamarro também.
Sua mão trilha pelo meu estômago para o meu short. Ela enfia a
mão nele e com força empunha meu pau. Ela se inclina e começa a
beijar o meu estômago com aqueles lábios doces; mamilos deslizando
sobre meu abdômen. Meu pau não pode ficar mais duro do que já está.
— Oh, Shadow, — ela geme alto, sua voz doce me fazendo gemer.
Sua buceta é úmida e quente, abraçando meu pau com força.
~ 233 ~
minha cintura. Relâmpagos brilham novamente, me dando um
vislumbre do belo rosto de Dani; seu rosto delirante de prazer. A
sensação de formigamento chega à cabeça do meu pau; a vibração
quente irradiando através das minhas bolas. Eu gemo quando meu
orgasmo atinge seu pico. Ela geme comigo quando sua buceta aperta
duro. Eu sinto uma pontada súbita no meu ombro quando Dani morde,
fazendo minha liberação ainda maior. A sensação é quase demais para
aguentar. Eu mordo seu ombro para retribuir o favor.
*****
DANI
Eu acordo no meio da noite para encontrar a cama vazia.
Sentando, vejo Shadow de pé, perto das portas duplas enquanto a
tempestade continua.
— Shadow?
Ele se vira e sorri quando ele faz seu caminho de volta para cama,
totalmente nu. Seus olhos azuis encontram os meus olhos verdes com
intensidade.
~ 234 ~
— Eu não tenho certeza do que uma old lady faz. Eu não sei se eu
seria boa nisso, — eu confesso.
~ 235 ~
Capítulo Vinte e Dois
DANI
Os próximos dois dias são eroticamente e
pecaminosamente doces. Shadow e eu não saímos
de casa por dois dias. Para ser exata, Shadow não
me deixou sair de casa. Entre as sessões de foda,
nós comemos, dormimos ou tomamos banho. É
animalesco, sexy, e a coisa mais agradável que eu já
experimentei.
~ 236 ~
— Mmmm, muito bem, — diz ele, beijando todo o meu rosto. Eu
rio e começo a caminhar para a porta novamente.
— Eu aposto que você não pode manter suas mãos longe de mim
o resto do dia, — eu implico, sabendo que ele não vai aceitar o acordo e
torcendo para ele não aceitar de qualquer maneira.
~ 237 ~
— Aceito, — diz ele, reconectando o nosso olhar, as palavras dele
me surpreendendo. Merda, como vou viver um dia sem ele me tocar? Eu
não estava pensando direito quando eu fiz esta proposta.
— Mas...
~ 238 ~
Shadow puxa minha calcinha para o lado, sem a tirar, apenas se
dando espaço suficiente e bate sua ereção em meu calor úmido
rapidamente. Minha cabeça é jogada para trás enquanto suas mãos
escorregam para as minhas costas, levantando meu tronco ligeiramente
para fora da cama. Arqueando as costas lhe dá esse ângulo perfeito
onde ele esfrega o meu ponto G e consegue ir mais profundamente.
— Uma bailarina.
~ 239 ~
Ela me disse que agir como uma princesa não era uma opção de
carreira para sua filha e para continuar a escola. Ela não só me fez
recusar a oferta, desistir do balé. Ela disse que eu precisava me
concentrar na escola. Ela drenou minha conta bancária para que eu
não pudesse pagar pelas aulas, no caso de eu tentar ir às escondidas.
— uma lágrima escapou dos meus olhos inchados enquanto eu contava
a memória dolorosa. Me lembro como se fosse ontem, mas na realidade
foi há alguns anos atrás.
— Se não fosse por sua mãe, você ainda iria fazer isso hoje? —
Shadow pergunta baixinho, seu polegar limpando a lágrima solitária.
— Você não vai sair dessa, eu posso ver quanta paixão você sente
por isso. Ela não está aqui para te colocar para baixo mais. Você está
fazendo isso e você vai ser incrível, eu não posso esperar para te ver
ensinar as meninas a serem princesas. — ele diz cada palavra com um
grande sorriso bobo.
~ 240 ~
— Sim, normalmente é divertido. Mas tem havido problemas no
passado, — diz ele, passando as mãos para trás e para frente através de
seu cabelo.
— O que você disse que iria me dizer, você está pronto? — afirmo,
frustrada.
Eu sei disso. Eu vi como ele matou Ricky sem pensar duas vezes.
Ele me disse que matou pessoas, era isso que ele estava com tanto
medo de me dizer?
~ 241 ~
— O que, não é a história de príncipe encantado que você queria
ouvir? Você queria saber essa merda, então aqui está. Eu mato pessoas
por dinheiro! — ele grita comigo, irritado.
Ele se vira e olha para mim. Ele parece estar reunindo seus
pensamentos.
~ 242 ~
desfrutar de matar pessoas e ser pago para o fazer. Essa seria a única
maneira que ele poderia escapar de seus demônios. No fundo, eu sinto
pena dele. Eu sinto que eu poderia esfaquear Cassie um milhão de
vezes pelo que ela fez com ele, o que ela fez dele.
— Por que você não confiou em mim para me dizer isso antes?
Você tinha medo de que eu iria correr para a polícia ou te deixar? —
questiono.
Shadow dá de ombros.
Dada à história da minha mãe de fugir, eu posso ver por que ele
iria pensar isso. Verdade seja dita, se eu não fosse completamente louca
por Shadow, eu provavelmente teria corrido para longe dele.
~ 243 ~
Eu olho em volta da casa e as roupas que ele comprou; tudo pago
por sangue. O sangue de pessoas inocentes?
~ 244 ~
Capítulo Vinte e três
DANI
Chegamos ao apartamento depois de uma
semana de felicidade luxuosa e verdades sinistras,
para o encontrar parecendo uma lixeira e cheirando
a podridão.
— Não, ele vai ter que limpar essa merda. — Shadow se aproxima
e rasga o saco de lixo das minhas mãos. — Ele deve estar no Clube,
vamos para lá. Tenho certeza de que Babs vai precisar de sua ajuda e
toda a turma deve estar lá. Esta noite é o encontro de motos, — diz ele,
olhando para o apartamento.
Ele olha para mim, — Você acha que pode montar com as suas
costelas doloridas?
~ 245 ~
Olho para o que estou vestindo; um top brilhante com lantejoulas
de ouro que cai no meio da coxa com leggings pretas e sandálias
douradas. Não é exatamente algo que eu escolheria vestir para andar de
moto, mas eu sinto falta daquela sensação de liberdade e eu não me
importo de mudar.
— O quê? — eu pergunto.
~ 246 ~
— Você acabou de me chamar de prostituta? — agora eu estou
ofendida. A minha boca escancarada como uma idiota.
— Não é assim; eu disse que ela se parece com uma bunda doce.
— Shadow parece irritado.
— Eu acho que o que Shadow está tentando dizer é que você não
está usando um colete. Você não está usando um patch. Ou seja, você
não parece ter sido reclamada, de modo que você parece estar livre.
Meninas que usam coletes que dizem que são propriedade de alguém
não são fodidas. Você não tem um, então você parece com uma bunda
doce.
Ele aponta para uma mulher que está parada alguns passos
atrás. — Está vendo ela? Seu patch diz ―Propriedade de Tank‖. Ninguém
vai tentar dormir ou transar com ela, a menos que eles queiram que
todo o Clube persiga a sua bunda. Ela é uma old lady.
~ 247 ~
Bobby dá de ombros. — O mais triste é que ela vai chupar meu
pau antes da noite acabar. — ele sorri, satisfeito.
~ 248 ~
Seus olhos ficam selvagens e seu rosto de repente empalidece. —
Oh, merda, — diz ela, sorrindo. — Sinto muito.
Depois, há Vera. Ela parece estar em seus trinta anos, com cabelo
castanho avermelhado e o mais brilhante batom vermelho que você
pode imaginar. Ela parece uma cadela total.
— Não, eu acho que está tudo sob controle. Acho que estamos
prestes a sair para o show de moto, logo que os meninos terminarem a
missa, — diz ela, jogando a faca na pia.
— Você deve ter cuidado, não tendo sido reclamada e tudo, — diz
Vera, encostada ao balcão. Sua voz soa condescendente, e envia
bandeiras vermelhas para minha cabeça. Tanto que, com o olhar que
ela está me dando, eu a quero esfaquear com uma das facas de Babs.
— Sim, mas ela não é daqui. Ela poderia muito bem ser uma civil;
Alguém poderia pensar que ela é uma prostituta, — diz Vera, me
olhando. — Eu achei que era.
~ 249 ~
Elas estão falando como se eu nem mesmo estivesse no lugar.
Que diabos?
Eu olho de volta para ela, meu pulso acelerado. Meu pai não
gostaria que eu começasse uma briga depois de estar de volta há
apenas cinco minutos, mas se eu não for capaz de defender a mim
mesma, então ela nunca vai me respeitar. Respeito parece ser uma alta
prioridade por aqui e eu tenho que o ganhar.
Vera começa a beijar seu pescoço. Ele vira o rosto para a deixar
entrar na curva do seu pescoço e me vê. Ele sorri um sorriso faminto e
pisca para mim. Merda, ele me reconhece.
Ele vai até uma cadeira na ponta da mesa e puxa para cima a
minha jaqueta de couro.
~ 250 ~
— Eu estive procurando por isso! — eu grito, tentando a agarrar,
mas ele a puxa do meu alcance.
— Agora você é minha e todo mundo vai saber disso, — diz ele,
me fazendo suspirar de emoção.
~ 251 ~
*****
— Sim, — eu respondo.
~ 252 ~
uma placa sobre ele que se parece com asas saindo do dragão e a roda
na parte de trás é enorme.
— Parece que Shadow reclamou você, — uma voz soa fora atrás
de mim. Eu viro e vejo Chelsea e Candy, ambas de pé com os braços
cruzados, parecendo putas como sempre.
Eu fico na ponta dos pés e vejo Shadow duas motos atrás. Faço o
meu caminho através da multidão e o encontro conversando com uma
puta de motoqueiro. Ela tem tranças loiras e está vestida de roxo para
combinar com a moto que ela está posando perto. Um sutiã roxo, uma
tanga roxa e meias arrastão roxas são rematadas por botas roxas na
altura do joelho. Ela passa a mão pelo peito de Shadow, arrulhando
algo para ele, mas ele só se inclina a cabeça para o lado, e sorri.
— Dani, você não pode ficar com ciúmes cada vez que uma
menina olhar para mim, — diz ele, andando rapidamente atrás de mim.
~ 253 ~
Shadow agarra meu braço e me puxa para ele. — Você não pode
simplesmente fugir; não é seguro. — ele joga minhas costas contra um
trailer.
— É tudo culpa sua, — uma voz soa trêmula. Nós olhamos para
cima na extremidade oposta do trailer para ver Cassie descontente
apontando uma arma para nós.
— É tudo culpa sua que ele está morto, — ela grita, tremendo. Ela
é tão instável que suas mãos tremem na arma de forma incontrolável;
seu dedo é pressionado firmemente contra o gatilho, me fazendo
desconfortável.
~ 254 ~
Eu olho em volta e vejo um enxame de pessoas com uniformes
pretos cercando os trailers e apontando armas para nós.
~ 255 ~
— Diga adeus ao Lover Boy16 , — ela sussurra em meu ouvido
enquanto eu estou sendo empurrada.
Olho para Shadow, que está tão chocado quanto eu. Em seguida,
seu choque desaparece, sendo substituído por um olhar de confusão e
pura traição.
~ 256 ~
Epílogo
DANI
Sou levada a uma sala de interrogatório
estereotipada. Há uma mesa de metal com uma
cadeira na minha frente e um espelho de duas faces
por trás disso. Há também uma câmera no canto
superior; acho que eles não querem perder nada.
Tem cheiro de água sanitária e café aqui.
Eu suspiro em derrota.
~ 257 ~
Eu olho para baixo e meu coração se torce. Eu respiro para me
acalmar e olho para o mugshot17 de Ricky diante de mim.
— Sadie, você não recebeu folga nisso? Você era muito próxima
para o caso e saiu dele. Você precisa voltar para a outra sala agora. — o
cara calmamente aponta para a porta.
Minha mãe bufa, olha para mim e vai para fora da sala.
Eu suspiro. Eu sei que tenho que dar a ele alguma coisa, mas
talvez eu possa dar a ele algo sem dar qualquer coisa.
17
~ 258 ~
— Essa é Cassie? — ele pergunta, puxando outra imagem para
fora da pasta e a colocando sobre a mesa. Ele revela um mugshot de
Cassie para fora.
— Sim.
Eu olho para ele e depois para a foto de Shadow. Seus olhos azuis
picam os meus, mesmo através de uma fotografia.
~ 259 ~
— Eu não sei de nada, — eu grito, batendo na mesa com as mãos.
— Eles não dizem nada às mulheres! — eu grito quando a porta se
fecha atrás do Sr. Mustache18.
~ 260 ~
— Não, meus homens não eram uma parte disso. — ela sorri, —
Mas ei, conseguiu terminar o trabalho.
— Você percebe que eles vão te matar agora? O Lover Boy não vai
querer nada com você, — diz ela com ironia.
— Sim, por causa de você. Tenho certeza de que você está feliz,
mas você é louca se você acha que eu vou a lugar algum com você. —
eu sento e olho para ela. — Eu prefiro viver nas ruas ou tomar minhas
chances com o clube; inferno, eu preferiria ficar um tempo na cadeia,
do que ter algo a ver com você. — eu me levanto e me inclino sobre a
mesa, meu rosto a centímetros do da minha mãe.
— Deixar você não foi a melhor coisa para o caso; se você pudesse
colaborar. — ela vira a cabeça e zomba de mim.
~ 261 ~