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Tradução: Line

Revisão Inicial: Clau


Revisão Final: Karoline
Leitura Final: Dalilah
Conferencia: Suli, Ana Rita & Ariella
Formatação: Ariella
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Lily Anna Oakes e eu compartilhamos tudo.

Temos o mesmo nome de um bilhão de dólares, as mesmas roupas de


grife e os mesmos problemas confusos.

Mas Lily Anna e eu nunca vamos nos encontrar. Ela morreu anos atrás.

Em Eden Falls, sou forçada a frequentar uma escola para a elite. Os


Primogênitos são donos deste lugar e também pensam que são meus donos.
Não demorou muito para que Dexter, Caspian, Lai e Julian se tornassem a
desgraça da minha existência.

Só tenho medo de duas pessoas: meu pai rigoroso e meu noivo malévolo.
Infelizmente para mim, meu futuro marido é um dos primogênitos que está
arruinando minha vida.

Dexter Booth e eu nos casaremos no meu aniversário para garantir o


vínculo de nossas famílias.

Toda mulher nesta maldita cidade quer ser o brinquedo de Dexter. Exceto
eu.

Dex e seus companheiros de Eden Falls Prep. me forçaram a desistir do


meu corpo. Eu sei que meu noivo quer minha mente a seguir.

Eu vou levando o jogo..., mas logo deixarei o belo idiota para trás sem o
que ele mais deseja de mim.

Obs: Pandora é a mocinha mencionada em outra da autora a Lords of Wildwood que faz
interligação com essa. Não precisa ler a série Lords of Wildwood para compreender o enredo da
Elite of Eden Falls Prep.
Para quem me incentivou a deixar meu lado sombrio sair… espero que A Hurt So
Sweet leve você a um passeio selvagem!
Gimme — BANKS
Mad Love — Mabel
Cruel World — Phantogram
Infra-Red — Placebo
Gone — Charli XCX, Christine and the Queens
Hate Me — Ellie Goulding, Juice WRLD
Bruised Not Broken — Matoma, MNEK, Kiana Ledé
Bad as the Boys — Tove Lo, ALMA
Fuck it I love you — Lana del Rey
Pandora

TOMAR os passos que levam até Oakes Estate está me fazendo


tremer com minhas botas cravejadas.
Mas nunca mostrarei à minha família o quão assustada estou.
Faz quatro anos desde que eu vi meu pai biológico. Quatro anos
desde que ele e minha madrasta me enviaram para um internato,
poucas horas depois de me conhecer pela primeira vez.
Agora, estou de volta - armada com o conhecimento da etiqueta,
tendo aprendido duas línguas estrangeiras e passado dia após dia
enterrada entre as páginas dos livros. Agora, finalmente fui considerada
pronta para ser apresentada à sua alta sociedade.
O motorista que me trouxe do aeroporto aparece ao meu lado,
dando-me um sorriso encorajador. ─ Animada para ver sua família
novamente, Srta. Lily Anna?
Estou desesperada para interromper. Pedir a ele para usar meu
nome verdadeiro, Pandora. Mas luto contra o desejo de corrigi-lo.
─ Tão animada quanto pareço estar. ─ murmuro em resposta.
Ele ri, depois tosse para encobrir. Claro, ele não tem permissão
para pensar mal da minha verdadeira família, assim como eu. Eles são
praticamente da realeza nesta cidade.
─ Vou acompanhá-la ─ o motorista Kelley oferece e eu aceno com a
cabeça bruscamente, dando um passo ao lado dele.
Não há ninguém esperando lá fora por mim. Você pensaria que
minha nova família ficaria animada com a volta da filha pródiga, mas o
Oakes Estate aparece diante de mim, silencioso e majestoso.
Entro na impressionante mansão que leva meu sobrenome
verdadeiro, tremendo por todos os lados. Os funcionários se reuniram
no salão de mármore - mais de quinze pessoas que parecem estar mais
interessadas em seus sapatos do que em dar uma boa olhada na
herdeira de seu local de trabalho.
Eu olho para eles um por um. Todos estão vestindo os mesmos
uniformes: homens de preto e branco e mulheres de branco e azul-céu.
Seus rostos são duros, rígidos. Todos, exceto uma garota - alta, esbelta
e incrivelmente bonita. Estou fascinada por ela, mas antes que eu possa
examiná-la mais, uma figura aparece no topo da escada, me encarando
criticamente.
Meu pai chama atenção. Nem eu posso negar isso.
Ele é alto, bonito e tudo nele grita dinheiro.
Agora, ele olha para mim, seu olhar cheio de curiosidade enquanto
grita: ─ Bem-vinda, filha.
Inclino a cabeça com respeito, como me ensinaram enquanto ele
desce a impressionante escada. Ele não me oferece um abraço ou um
sorriso. Ele apenas me inspeciona sem piedade, como se eu estivesse lá
para uma entrevista de emprego.
─ Você encontrará alguns itens novos nos seus aposentos. A
assistente também precisará levá-la às compras um dia desses para que
você possa se encaixar melhor. Suas roupas velhas eram... ─ Ele sorri.
─ Não são apropriadas.
─ Obrigada ─ eu digo. ─ E quando poderei ver o resto da minha...
família novamente?
─ Seu irmão e irmã estão fora ─ diz o papai. ─ E sua madrasta
está... visitando um amigo querido.
─ Claro ─ eu zombo.
Tenho certeza de que um amigo querido é muito mais importante do
que eu voltar para casa. E também tenho certeza de que é o código para o
cirurgião plástico dela.
Meu pai estreita os olhos para mim. Ótimo. Estou aqui há cinco
minutos e já consegui irritá-lo.
Uma recepção calorosa da família Oakes, penso amargamente.
Depois de anos longe, é assim que eles me tratam?
─ Belle mostrará seu quarto ─ meu pai continua gesticulando para
uma loira alta de pé ao lado da garota que eu admirava anteriormente.
Elas são tão parecidas que não posso deixar de pensar que elas
devem estar relacionadas - mãe e filha, talvez?
─ Obrigada - respondo sem emoção, olhando para o chão.
─ Ah, outra coisa, filha. ─ Ele faz uma pausa e eu posso sentir o
quão descontente ele já está comigo. ─ Você pode prestar atenção?
Eu nem quero olhar para ele. Estou muito nervosa para segurar o
olhar dele. Eu mal conheço esse homem, apesar de ser sua filha
biológica. E mesmo que a saudação de boas-vindas seja legal e coletiva,
não posso deixar de torcer para que ele se aqueça comigo. Considere-
me com mais interesse e, talvez, algum dia, até me ame como um pai
deveria.
─ Sim? ─ Eu consigo dizer, levantando meus olhos para os dele. ─
Como posso ajudar, pai querido?
Mais uma vez, o descontentamento brilha em seu rosto.
Eu procuro suas características por familiaridades e fico
decepcionada quando encontro algumas. Nós nos parecemos. Sou a
filha de Emilian Oakes - não que houvesse alguma dúvida sobre isso
antes. Não depois do teste de DNA que ele me fez fazer.
─ Haverá novas regras agora que você está em Eden Falls ─ explica
ele. ─ Há um caderno explicando alguns delas no seu quarto.
─ Ótimo. ─ Luto contra o desejo de revirar os olhos. ─ Mal posso
esperar.
─ Vejo você hoje à noite no jantar, filha ─ meu pai continua. ─ É
servido às sete da noite em ponto. Não se atrase.
Suas palavras não deixam espaço para discussões, e eu aceno sem
palavras enquanto ele se aproxima de mim. Ele me olha mais uma vez,
seus olhos examinando minha aparência. Apesar dos cabelos grisalhos
em sua têmpora e o toque prateado em sua barba, meu pai é um
homem muito bonito.
─ Eu esperava falar com Tatianna e Brazen antes de começar a
escola na próxima semana. ─ Eu mexo na bainha do meu vestido.
─ Eles estarão no jantar. E filha... enviei você para o colégio interno
para aprender algumas maneiras. ─ Ele olha para mim. ─ Por favor, não
me diga que desperdicei meu dinheiro.
─ Claro que não ─ eu sorrio friamente.
Eu sei exatamente como ele quer que eu me comporte, mas me
recuso a dar a ele o prazer de fazer o que ele diz.
─ Eu quero que você saiba ─ ele continua calmamente. ─ Há
consequências para as meninas que não seguem as regras. Más, más
consequências.
Ele se aproxima de mim, estendendo a mão e tocando a pele no
meu rosto. Ele acaricia minha mandíbula e eu engulo em seco, sem
saber qual será seu próximo passo. Ele me aperta com força, como se
estivesse me testando quanto a resistência. E então o braço dele cai,
como se nada tivesse acontecido.
─ Prefiro que você nunca descubra o quanto são. Adeus por
enquanto, filha.
Eu olho para o chão quando ele me deixa ali de pé para cuidar de
mim mesma.
Os empregados se dispersam murmurando entre si, deixando
apenas a linda Belle para trás. Ela dá um passo em minha direção,
oferecendo-me um sorriso tenso.
─ Senhorita Oakes, eu vou lhe mostrar seu quarto.
─ E as minhas coisas? ─ Eu pergunto, seguindo-a pelas escadas
até o primeiro andar ainda maior. ─ Eu queria desfazer as malas. Eles
vão colocar minha mala no meu quarto?
─ Sr. Oakes nos informou que sua bagagem deve ser jogada fora ─
Belle retrucou friamente. ─ Você está começando de novo em Oakes
Estate.
─ O que diabos você quer dizer?
Ela me lança um olhar surpreso e parece que ela está prestes a
responder, mas nenhuma palavra sai de seus lábios. Estou fervendo de
raiva. Como eles se atrevem a fazer isso comigo?
A única mala que eu tinha estava cheia de lembranças da minha
antiga casa. As únicas lembranças que me restavam de minha irmã e
da minha outra família. Pensar em tudo isso me faz doer por dentro.
Quero lutar desesperadamente contra essa decisão, mas acho que
não há nada que Belle possa fazer a respeito. Faço uma anotação
mental para perguntar sobre meus pertences no jantar.
Mas ainda faltam cinco horas para a refeição e não tenho ideia de
como vou preencher esse tempo. Ninguém aqui parece particularmente
interessado em mim.
A empregada me leva pela galeria com retratos nas paredes de
cada lado. Tudo o que toco ou olho parece ridiculamente caro. Eu tenho
medo de pensar o quanto é a manutenção em um lugar como este. Mas,
como meus amigos me disseram quando descobrimos sobre minha
verdadeira família... não parece que dinheiro é um problema para eles.
Belle abre uma porta de carvalho polido, levando-me para dentro
de um quarto elegante que se abre para um banheiro privativo, uma
sala de estar e um closet.
─ Eu acredito que você encontrará tudo o que precisa aqui. Se você
precisar de assistência, a equipe estará disponível para sua solicitação.
Há um tablet na parede que você pode usar para ligar para um de nós.
Nos dias seguintes, você receberá uma criada pessoal para cuidar de
suas necessidades.
─ Obrigada. ─ digo mal-humorada, enquanto ela abre as cortinas
de seda branca emoldurando a janela aberta.
A vista lá fora é incrível. Oakes Estate fica no topo de uma colina
rochosa, e eu posso ver onde a pedra encontra o mar.
─ Você deve estar ansiosa para viver em um lugar tão incrível ─ diz
Belle, fazendo parecer mais uma ordem do que uma declaração sincera.
─ Oh sim, grande momento. Mal posso esperar.
As palavras sarcásticas parecem grossas e pesadas na minha
língua, mas Belle não lhes dá atenção.
Ela aguarda mais instruções e hesito antes de dizer: ─ Tenho
acesso a um computador ou talvez a um telefone?
─ Isso é algo que você precisa acertar com seu pai. ─ Belle me
informa. ─ Não tenho a liberdade de fornecer dispositivos de
comunicação.
Ok, esquisito, eu penso comigo mesma.
─ Oh? ─ Eu pergunto inocentemente. ─ Talvez eu possa
simplesmente emprestar seu telefone para uma ligação rápida.
Ela empalidece. Eu posso dizer que ela está presa entre as regras
estritas do meu pai e o fato de ela ser uma empregada aqui. Quais
ordens ela seguirá?
─ Eu só quero ligar para casa. ─ eu digo, colocando o meu rosto
mais inocente.
─ Oh, mas senhorita Lily Anna... ─ Ela pega minha mão na dela,
seus dedos duros e frios. ─ Esta é a sua casa, sempre foi.
Perdi. Ela sorri brilhantemente, sabendo tão bem quanto eu.
─ Agora, se isso é tudo, eu preciso continuar ─ diz Belle.
─ Tudo bem ─ eu garanto. ─ Até logo.
Ela faz uma reverência. De verdade, uma maldita reverência. E
então ela se foi fechando a porta firmemente ao sair.
Um momento depois, ouço uma chave girando na fechadura.
Franzindo as sobrancelhas, vou até lá e tento a maçaneta da porta.
Está trancada.
Minha boca forma uma linha fina quando tento a maçaneta
repetidamente, mas não se mexe. Estou trancada aqui sem saída. Eu
quero gritar.
Quando me viro, já estou fervendo e meio que esperando encontrar
barras de ferro nas janelas. Mas não há nada disso aqui, embora
também não consiga sair pela janela. Não há nada lá fora para me
ajudar a sair. A não ser que eu queira subir até o telhado, não adianta
pensar em escapar pela janela.
Eu examino o quarto ainda mais. É elegante, mobiliado de forma
cara e não parece nem um pouco comigo. Espero que minha nova
família me permita adicionar alguns toques pessoais ao espaço, porque,
no momento, isso me lembra um quarto de hotel.
Um caderno grosso está na minha cama. Estou assumindo que é o
manual de que meu pai falou. Quem diabos precisa de um manual em
uma cidadezinha, afinal?
Só há uma coisa que torna o quarto mais pessoal: uma fotografia
em preto e branco em uma moldura de prata ao lado da cama
ornamentada.
Pego o objeto pesado e examino a foto de perto.
Arrepios percorrem minha espinha quando percebo quem está na
foto.
Uma garota bonita e dolorosamente magra tem o braço em volta de
um garoto brutalmente bonito. Ambos estão vestindo uniformes
escolares da marinha. A garota está olhando fixamente para a câmera,
sua expressão não revelando nada. Ela é tão bonita que me faz sentir
muito inadequada quando chego aos meus cabelos lisos. O dela cai
pelos ombros em ondas brilhantes e castanhos brilhando com o sol. O
meu meio que chega lá.
A beleza dela não é o que mais machuca.
É o fato de ela se parecer com Andrômeda, minha irmã.
Eu me concentro no garoto a seguir. Ele está olhando para ela na
foto, olhos cheios de amor por essa garota que eu nunca poderia
reviver. Ele tem cabelos escuros, olhos tempestuosos e uma mandíbula
que parece que poderia cortar vidro. E ele parece apaixonado por ela.
A velha Lily Anna.
A garota que pulou até a morte dos penhascos de Oakes Estate
depois de perceber que não era a verdadeira filha de Emilian Oakes.
Eles me mantiveram em segredo por anos. Mas ela descobriu um ano
antes do meu retorno. Ela sabia que teria que voltar para sua
verdadeira família - as pessoas que me criaram e minha irmãzinha,
Andrômeda. Mas Lily Anna não conseguiu lidar com o pensamento. Ela
escolheu a morte ao invés de ser separada de seu noivo, o garoto bonito
na foto ao lado dela.
Meu noivo agora.
O pensamento faz minha respiração ficar presa na garganta e me
pergunto quando vou encontrá-lo.
Meu pai já explicou a hierarquia aqui em Eden Falls. A cidade foi
construída do nada pelas seis famílias fundadoras, que agora são de
meia-idade, mas ainda administram o local. A nova geração ascenderá
ao trono atrás deles. Somente os primeiros filhos dos pais fundadores
terão direito ao papel mais influente em Eden Falls. Somente eles se
tornarão os líderes desta pitoresca e imunda cidade rica que abriga a
elite.
E eu sou um deles agora.
Como sou a primogênita de Emilian Oakes - meus irmãos são mais
novos que eu -, herdarei não apenas a propriedade de Oakes, mas
também a posição de poder que meu pai tem nesta cidade. O meu
irmão e a minha irmã nunca vão querer nada na vida deles, mas estão
abaixo de mim.
Mas ele não está.
Dexter Booth, meu noivo bonito e misterioso. O garoto que se
casaria com Lily Anna, mas terá que se contentar comigo agora que ela
se foi.
Pressiono a ponta do dedo no vidro que cobre a foto em preto e
branco, tocando o rosto do garoto com quem um dia vou me casar.
Meus dedos deixam manchas na moldura, e eu a coloco de volta na
mesa de cabeceira antes de agarrar a parte de trás e bater contra a
madeira.
Sorrio para mim mesma quando ouço o barulho satisfatório do
vidro quebrando.
Pelo menos eu coloquei minha marca em algo neste lugar.
Eu pego o caderno em seguida. Está cheio de recortes de notícias,
artigos e manchetes assustadoras.
Eden Falls não era nada além de sujeira trinta anos atrás. Isto é,
até as famílias fundadoras tornarem sua casa. Seus sobrenomes ecoam
na minha mente: Oakes, Boot, Brantley, Fox, Hawkins e Jenkins.
Há uma parte do manual que chama a minha atenção, e é sobre as
primogênitas do sexo feminino. Descobri que tenho alguma importância
nesta cidade, mas só serei igual aos Primogênitos quando me casar - e
somente se for virgem até então. Caso contrário, perderei todos os
privilégios e o status de Primogênito passará para o próximo da fila.
Brazen. Meu meio-irmão.
Franzo minhas sobrancelhas. Deus, esta cidade é tão fodida. Eu
bocejo, me alongando enquanto continuo lendo o manual. Ainda não
encontrei todas as respostas necessárias, mas estou ficando cansada.
Os nomes dos Primogênitos se misturam na página. As regras, as
estipulações, estão todas dançando na frente dos meus olhos. Minhas
pálpebras estão pesadas. Minha mente está cheia. Estou tão exausta
com a longa viagem a Oakes Estate que durmo em minutos.

MEUS SONHOS ESTÃO CHEIOS de lembranças distantes da


minha vida passada.
Minha irmã Andrômeda, meus amigos, Estella e Milo se entrelaçam
em um sonho confuso de tempos que passaram por mim.
Faz quatro anos desde que os vi. Quatro anos desde que fui
forçada a sair. Quatro anos de prisão naquele colégio interno. Milo e
Stells têm dezoito, dezenove agora. Minha irmãzinha é um ano mais
nova. E tenho quase dezoito anos... O número flutua no meu sonho,
lembrando-me do meu aniversário iminente.
Tentei entrar em contato com meus amigos enquanto estava em St.
Cecile, mas a escola proibiu telefonemas pessoais. Era como uma prisão
lá. Não que Eden Falls seja muito melhor.
Quando acordo, o sol está se pondo lá fora. Sento-me na cama, me
alongando e bocejando. Meu vestido marrom escuro está enrugado por
me deitar, e um olhar no espelho revela que tenho um caso muito sério
de cabelo desgrenhado. Mas não há tempo para me preocupar - já são
sete e dois e preciso descer para jantar.
Desta vez, quando tento a maçaneta da porta, ela está
destrancada.
Eu vejo a linda garota loira descendo, espanando uma cômoda. Ela
me dá um sorriso tímido e se curva, mas não se dirige a mim. Continuo
andando até chegar à enorme sala de jantar, onde uma imensa mesa
que poderia acomodar facilmente vinte pessoas me chama, lotada de
comida deliciosa.
Meu pai, Emilian Oakes, está sentado em uma extremidade da
mesa. Minha madrasta, Bryony, está sentada ao seu lado, o assento
vazio do outro lado é para mim. Eu ando em direção a ela, puxando a
cadeira e me sentando enquanto minha nova família me olha com
descrença.
─ Oi ─ eu digo. ─ Estou tão feliz em vê-los. Espero que possamos
nos conhecer melhor.
Ninguém reconhece o que eu disse. Minha irmã olha para mim com
desinteresse antes de voltar para a refeição e Brazen nem sequer tira o
olhar do prato.
─ Você está atrasada. ─ A voz do meu pai é gelada e, quando meus
olhos se conectam aos dele, sinto que cometi a pior gafe da
humanidade.
─ Sinto muito ─ murmuro, pegando uma das tigelas de salada.
─ Inaceitável ─ meu pai continua. ─ E você parece uma bagunça,
filha.
Não tenho certeza se ele está brincando. Estou apenas cinco
minutos atrasada, pelo menos. Mas uma olhada nos rostos de meus
irmãos e madrasta revela que isso é mais do que sério. Estou com um
grande problema.
─ Bem, desculpe ─ eu faço uma careta. ─ A propósito. Você sabia
que a empregada me trancou no meu quarto?
─ Claro ─ meu pai responde com um olhar fervente. ─ Belle está
sob instruções estritas para fazer isso.
─ Mas por quê? ─ Eu discuto. ─ Você tem medo que eu vá fugir?
Acho que a única maneira de partir é pular de um penhasco.
O silêncio deles me diz tudo o que preciso saber. Eu sei que
cutuquei velhas feridas e me arrependo, mas apenas por um momento.
Eu me viro para encarar meu pai com expectativa.
Ele limpa a garganta antes de pousar o guardanapo e dizer: ─ As
regras que estabelecemos para você, filha, devem ser seguidas, não
ignoradas de maneira tão descuidada. Espero que você não se atrase
para jantar novamente. Podemos ser um tipo diferente de família, mas
sempre jantamos juntos. Você entende?
─ Se entendi? ─ Eu repito. ─ Sim, eu não sou nenhuma idiota.
Agora pare de agir como um imbecil por causa desses poucos
minutos, acrescento silenciosamente em minha mente.
Eu gosto da comida e fico agradavelmente surpresa com o sabor
maravilhoso de tudo. Quem está cozinhando aqui está fazendo um
ótimo trabalho.
Um olhar para minha madrasta excessivamente arrumada revela
que ela definitivamente não é a que trabalha sua mágica na cozinha -
não com essas unhas. Além disso, tenho a sensação de que fazer algo
tão plebeu quanto cozinhar está além dela.
─ Ótimo rango. ─ digo depois de mais alguns momentos de
silêncio.
É claro que me ensinaram a agir corretamente em St Cecile, mas
não vou dar aos Oakes a satisfação de ser elegante e bem-educada
ainda. Adoro desafiar as regras deles para vê-los descontentes, e sorrio
para eles um após o outro.
─ Meus cumprimentos ao chef.
Meu pai não reage. Meu irmão revira os olhos, minha madrasta me
dá um sorriso encorajador e minha irmã apenas me olha sem
expressão.
Aproveito a chance para inspecioná-los ainda mais. Vou passar
muito tempo aqui - ainda há algumas semanas me separando do meu
aniversário de dezoito anos e tenho a sensação de que eles não vão me
deixar ir embora depois que isso acabar. Não que eu não vá fazer o
possível para tentar.
Minha madrasta tem trinta e poucos anos, uma ex-modelo
deslumbrante que trocou o brilho e glamour do mundo da moda para
ficar com meu pai - o poderoso, bonito e mais velho Emilian Oakes. A
beleza de Bryony pode estar diminuindo, mas ela e seu cirurgião
trabalharam duro para manter essa aparência jovem. Embora, para
mim, isso pareça um pouco falso, provavelmente porque ela está se
esforçando demais.
Sua filha Tatianna, no entanto, deve se parecer com a mãe quando
ela tinha a idade dela. Ela é dolorosamente bonita, com um brilho
travesso nos olhos e uma boca carnuda que me faz pensar que ela pode
conseguir o que quiser de nosso pai.
Brazen, que nasceu apenas nove meses depois de mim, cortesia do
caso sórdido do nosso pai querido, é bonito de uma maneira formal que
eu nunca gostei. Ele está claramente demonstrando seu desgosto por
mim e me lançou mais do que alguns olhares desagradáveis desde que
me sentei à mesa.
Curiosamente, parece que a pessoa que mais se interessa por mim
é minha madrasta.
─ Bem, isso foi simplesmente maravilhoso ─ eu finalmente digo
enquanto termino minha comida, sarcasmo escorrendo da minha voz. ─
Eu vou sair. Explorar a casa um pouco.
Levanto-me e sorrio para minha nova família, mas todo mundo me
olha com descrença.
─ Nós não terminamos. ─ A voz do meu pai é fria, cruel. ─ Sente-
se.
─ Oh não, estou cheia, obrigada ─ eu respondo com um sorriso
tenso.
─ Sente-se ─ Brazen fala, olhando para mim do outro lado da
mesa.
─ Papai não nos deixa sair até que todos terminemos.
─ Como é adequado e educado ─ o papai lembra, lançando-me um
olhar descontente, como se ele cheirasse algo podre.
Sento-me, minhas bochechas queimando quando me viro para
olhar para meu pai.
─ Isto me lembra. Quando vou receber um telefone? Talvez um
laptop para a escola também? Ou um tablet?
Parece que isso não será um problema, dada a riqueza dessa
família, mas meu pai me olha friamente quando eu a menciono.
─ Mais alguma coisa? ─ Ele pergunta, zombando de mim. ─ Ou
você já fez pedidos à custa desta família, apenas algumas horas depois
de chegar aqui?
─ Eu também quero minha bagagem de volta ─ lembro-me. ─ Eu
não te dei permissão para...
─ Não.
Sua resposta é obviamente final.
Estou perplexa demais para oferecer a ele uma resposta adequada.
Minha meia-irmã ri do outro lado da mesa e eu a encaro. Putinha
mimada.
─ Eu preciso falar com meus amigos em casa. Depois de ficar em
St. Cecile por quatro anos, acho que mereço algum contato com eles.
Ou você mantém todos os seus filhos aqui como prisioneiros?
Meu pai pousa a faca e dobra o guardanapo vermelho vivo no colo.
─ Você foi a St. Cecile porque estava muito despreparada para o seu
papel em Eden Falls, filha. Você é uma primogênita. Você está ciente de
todos os seus deveres aqui?
─ Estou ─ digo com os dentes cerrados. ─ Estou participando da
Eden Falls Prep. Estou noiva de um garoto que nunca conheci. E eu
devo seguir todos os seus pedidos. É isso ou estou esquecendo alguma
coisa, querido pai?
Não posso conter minha língua afiada, mesmo depois de ter sido
treinada para a alta sociedade no St. Cecile. Mas meu pai não está
tendo nada dessa educação.
─ Levante-se ─ diz ele calmamente, esfregando os cantos da boca
com o tecido estampado com o brasão da família. ─ Agora mesmo.
─ Por quê? ─ Eu pergunto, cruzando os braços na frente do meu
corpo. Ouço minha madrasta respirar fundo e me viro para encará-la
desafiadoramente. ─ Você vai me disciplinar na frente de toda a família?
Eu rio quando meu pai apenas olha para mim. ─ Acho que não.
─ Levante-se. Agora.
Sua voz está cheia de promessas sombrias, mas ainda estou
determinada a não desistir. Se eu perder a vantagem agora, posso
muito bem admitir estar sob sua influência. E eu não preciso de um
mestre de marionetes.
─ Não ─ eu respondo, dando-lhe um olhar desafiador. ─ Não vou
embora até conseguir um acordo para falar com minha família
novamente.
─ Oh, querida, mas esta é sua família ─ Bryony fala, me dando um
olhar condescendente.
─ Minha verdadeira família ─ eu solto, dando-lhe um olhar de
desprezo. ─ Não está... versão de faz de conta. Eu nem conheço vocês.
Não falo com nenhum de vocês há quatro anos! Quatro anos vocês me
mantiveram trancada naquela escola, separada de tudo! Você acha que
foi fácil? E agora eu vim aqui apenas para me trancarem novamente! Ai!
Esfrego minha perna debaixo da mesa e olho para minha irmã.
─ Você acabou de me chutar?
Seus olhos estão cheios de um aviso silencioso que me recuso a
prestar atenção. Mas antes que eu possa reagir mais, meu pai empurra
a cadeira para longe da mesa. Eu fico olhando para o homem que
deveria me amar, não importa o quê, com desafio.
─ Peça desculpas ─ ele exige de mim.
─ Pelo quê? ─ Eu assobio, olhando para ele e lutando para me
libertar de seu aperto firme. Sem sucesso. ─ Se estou falando a
verdade?
─ Por ser uma pirralha. Por ser uma cadela ingrata e rude que
ainda não entende o básico de se comportar como uma primogênita
Oakes!
─ Você quer dizer como você quer que eu aja ─ eu assobio, apesar
de saber que não devo. ─ mas eu não estou aqui para seguir suas
ordens.
─ Você está aqui ─ ele rosna. ─ Porque você faz parte desta família.
E eu espero que você comece a agir assim. Agora mesmo.
─ Ou então o que? Você vai me mandar de volta de onde eu vim?
Porque eu adoraria isso.
─ Ou então eu vou lhe dar algo para lembrar ─ diz ele. ─ Você está
me subestimando, filha. Você está subestimando a todos nós.
Eu sorrio. ─ Você não pode tirar mais nada de mim.
─ Não? ─ Ele ri alto. ─ E seus amigos em casa?
─ O que tem eles?
─ Aquela garota ─ ele rosna. ─ Com o nome horrível e pretensioso.
Andrômeda.
─ Não fale sobre ela ─ eu assobio.
─ Ah, farei mais do que conversar. ─ Seus olhos são frios, cruéis. ─
Sua família pode ter dinheiro, mas eu tenho muito mais que isso. Eu
tenho poder, influência. Tenho pessoas que encontrarão essa garotinha
simples e a foderão se você pronunciar a frase errada.
─ Mentiroso! ─ Eu grito, meu coração batendo com puro pânico. ─
Você não vai fazer nada com ela.
─ Não tenha tanta certeza. ─ Ele me agarra pelo queixo, me
fazendo olhar para ele. ─ Você seria responsável por isso. Sua
amiguinha se machucando.... Eu poderia enviar alguém para realmente
mexer com ela. Estuprá-la. Machuca-la. Bater nela. Ou melhor ainda...
Matar ela.
Meus olhos se arregalam em choque. ─ Você é... Você é um
monstro!
─ Eu me pergunto como ela reagiria a isso ─ diz ele, pensativo. ─
Ela iria correr? Ela tentaria se machucar? Tão dócil e também tão nova.
Talvez eu faça isso sozinho. Eu sempre gostei das jovens.
Lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto, e ele sorri de novo.
─ Há tantas coisas que posso fazer para punir você. Estou apenas
começando.
Não consigo me conter e já sei que estou cometendo um erro.
Eu cuspo na cara dele.
Ele limpa a bochecha calmamente.
─ Você é muito, muito corajosa ou muito, muito estúpida ─ ele me
diz, limpando as mãos com um guardanapo. ─ Brazen, levante-se.
Estou fervendo quando meu irmão se junta a ele no final da mesa.
Seu rosto é frio, impassível quando ele coloca a palma da mão no ombro
do meu pai.
─ Somos uma família ─ continua meu pai. ─ E resolvemos
problemas como uma família, não é?
A mandíbula de Brazen se contrai. Ele não diz uma palavra.
Meu pai faz um gesto para mim, murmurando: ─ Mostre a ela
como lidamos com os encrenqueiros
─ Pai, eu... ─ Brazen fala.
─ Mostre a ela. Agora!
A voz do papai está pingando veneno, e Brazen fecha os olhos com
força por um segundo antes de ficar na frente do meu corpo trêmulo.
Em vez de esperar que Brazen faça o que ele mandou, meu pai volta
calmamente à sua refeição.
Os olhos de Brazen estão se desculpando. Mas os punhos dele não.
O primeiro golpe me atinge do nada. Um tapa na minha bochecha
já queimada me deixa tonta, e eu tropeço para trás, tropeçando na
cadeira e encarando meu meio-irmão em choque.
─ Mas que p...
Ele me bate no rosto novamente. De novo e de novo.
Não sei quando isso muda de tapas para ser espancada, mas
quando ele termina, eu estou toda dolorida, assustada e sangrando.
Meu irmão tem o cuidado de me acertar apenas onde os hematomas
não aparecem. Todos sabemos como as aparências são importantes
nesta cidade estúpida.
Meu lábio inferior está tremendo e estou chorando. Apesar de me
prometer que ficaria forte, estou chorando.
Estou sentada no chão, sentindo meu corpo machucado e
espancado se adaptando à dor. Olho para o meu irmão, sentindo-me
mais irritada e assustada do que nunca. Então, eu olho para o meu pai.
Ele faz esse tipo de merda em sua própria carne e sangue? Para a
filha dele?
─ Belle irá acompanhá-la para o seu quarto agora ─ diz ele
calmamente.
Brazen se afasta, limpando as mãos trêmulas com um guardanapo
vermelho sangue. Eu posso ver um traço do meu próprio sangue nas
juntas dos seus dedos, e quando levanto a mão trêmula até os lábios,
minhas pontas dos dedos ficam molhadas. Ele abriu meu lábio.
Eu me pego sem palavras. Eu sinto que ele acabou comigo, que é
exatamente o que meu pai queria. Eu olho para os membros da minha
família restante. Bryony não olha para mim, mas Tatianna olha para
trás com um olhar que diz: eu tentei avisar.
Giro nos calcanhares e me arrasto para fora da sala, deixando
gotas de sangue nas escadas. Belle se junta, caminhando
silenciosamente atrás de mim e não comentando o que aconteceu.
Quando volto para o meu quarto, a moldura que eu quebrei não
está mais no chão. Em vez disso, está de pé na minha mesa de
cabeceira mais uma vez, como se nada tivesse acontecido. Eu estreito
meus olhos, pegando-a sem palavras.
O vidro está intacto.
Minha mente dispara. Eu imaginei quebrá-lo? Minha mente está
pregando peças em mim? Não, ainda posso ouvir o barulho do vidro....
Certamente era real. Mas aqui está agora, inteiro.
Abaixei a moldura com as mãos trêmulas. Os rostos de Dexter
Booth e Lily Anna riem de mim pela foto.
Naquela noite, sou atormentada por pesadelos e pensamentos de
escapar deste mundo. Quando acordo no meio da noite, encharcada de
suor, me forço a sair da cama e tento a maçaneta da porta do meu
quarto novamente.
Como eu suspeitava, está trancada.
Posso não querer ser um fantoche, mas uma coisa é certa.
Eu sou uma prisioneira.
Pandora

UMA SEMANA depois da minha chegada a Oakes Estate, estou no


topo dos penhascos em que a casa está construída, admirando a
ameaça silenciosa do oceano abaixo de mim.
Todos os dias desde que cheguei aqui, eu quero fugir.
Minha família é fodida. Meu pai é o mestre de marionetes, e o resto
de nós segue suas ordens cegamente, com muito medo de se defender.
E eu não posso fugir. Não até eu fazer alguns aliados, alguns
amigos em quem eu possa confiar.
A manhã está fria, o vento beijando minha carne e fazendo-a se
arrepiar. Aproximo-me da beira para ver melhor as ondas contra a costa
rochosa abaixo de mim. Na minha frente, o sol está se pondo, pintando
o céu em uma sombra de algodão doce rosa.
A água me chama. Eu quero sentir o estrondo das ondas me
puxando para baixo. Quero que meus ouvidos, minha boca e meus
pulmões se encham com o sabor amargo da água salgada. Eu quero
engolir a dor.
E, no entanto, sei que não sou corajosa o suficiente para dar esse
passo, aquele que me separa de cair em minha morte e minha miserável
e triste desculpa para uma vida.
─ Que porra você está fazendo?
─ Eu não posso ter um momento para mim mesma? ─ Eu grito de
frustração, minha voz quebrando sobre as palavras enquanto eu viro
meu corpo para encarar o estranho.
Exceto que ele não é um estranho. Eu reconheceria esse rosto em
qualquer lugar. Afinal, eu o encaro todas as noites antes de dormir.
Ele é alto, moreno e bonito. Seu cabelo preto ébano é mais
comprido em cima e raspado dos lados. Sua mandíbula é afiada, assim
como suas maçãs do rosto. Ele é bonito de uma maneira quase
ofensiva. Do jeito que nenhum humano deveria ser, mas algo sobre sua
aparência diz que ele não é um mero humano. Ele é como um deus
entre essas pessoas.
Um primogênito.
Fui preparada e adestrada para esse exato momento por anos.
Uma realização amarga me atinge quando seus olhos cruéis perfuram
os meus. Ele deve me odiar tanto quanto eu o odeio.
E em menos de um ano, nos casaremos.
─ Dexter ─ eu respiro. ─ Dexter Booth.
─ O mesmo. E você deve ser Pandora.
O tempo congela quando meu nome soa entre nós. Ninguém me
chama pelo meu nome verdadeiro há anos. Estava trancado com o resto
do meu passado, para nunca mais ser mencionado.
─ Eu era. ─ eu admito. ─ mas não tenho mais permissão para ser
Pandora Amberly.
Ele dá um passo mais perto, um sorriso gentil transformando seu
rosto dolorosamente bonito. ─ Você é a primogênita de Emilian Oakes.
─ E você é o primogênito de Scott Booth. ─ eu administro. ─ O
único herdeiro que resta da fortuna de Booth.
─ Parece que você leu bem o manual. ─ ele sorri. ─ Eu queria me
apresentar.
─ Você está atrasado ─ eu lembro. ─ A festa começou há duas
horas. Meu pai estava procurando por você.
Ele sorri, sem responder quando se aproxima. Pensativo, ele enrola
uma mecha do meu cabelo castanho escuro emoldurando meu rosto
habilmente pintado em torno de seu dedo indicador. Eu inspiro
profundamente. Eu nunca estive tão perto de um garoto antes.
Mas a partir deste momento, Dexter Booth não é nada como um
menino.
Ele é todo homem.
─ Você sabe o que eu sou para você? ─ ele pergunta. ─ Qual é o
nosso relacionamento?
─ Você é o meu... ─ Não consigo forçar a palavra a sair da minha
boca.
Finalmente, eu cuspo, um arrepio percorre minha espinha assim
como pelo meu corpo.
─ Meu noivo.
─ Isso mesmo. ─ ele sorri.
─ Escute. ─ Minha voz está desesperada, porque estou
desesperada. ─ Você precisa me ajudar, Dexter.
─ Ajudar você? ─ Suas sobrancelhas se erguem em diversão. ─ Por
que eu ajudaria alguém que eu mal conheço?
─ Por favor. ─ Eu não me importo com o quão agitada eu pareço. ─
Meu pai, ele é.… ele é louco. Eu preciso fugir. Você precisa me ajudar a
fugir.
─ Espere um segundo. ─ Ele olha para mim. ─ Então, você está
realmente me pedindo para ajudá-la a fugir? Você sabe o que seu pai
faria com você se você fizesse isso? Do que ele é capaz?
─ Eu sei. ─ eu garanto. ─ É por isso que eu preciso ir. Antes que
ele me arruíne. Antes que ele machuque mais pessoas.
Ele fica mais sério quando menciono isso. Fico surpresa com isso,
nunca esperando que ele realmente se importe comigo, mas o momento
termina no segundo seguinte, como se ele percebesse que me mostrou
seu lado vulnerável e decidiu encobrir isso imediatamente.
Ele passa a mão pelo cabelo, perguntando: ─ Ele bateu em você?
Balanço a cabeça, pronta para falar, mas ele levanta a mão.
─ Ele bateu em você ou machucou você?
─ Não, mas ele fez...
─ Não. ─ ele interrompe. ─ Eu não posso te ajudar. Eu sinto muito.
Eu o encaro, incrédula, cuspindo as próximas palavras.
─ Que tipo de homem... que tipo de monstro se recusa a ajudar
alguém que está em perigo?
─ Seu noivo, querida. ─ ele responde com um sorriso.
─ Você é um idiota. ─ eu rosno. ─ Eu pensei que você era normal.
Melhor do que o resto dessas pessoas. Mas você é igual a eles, não é?
Ele dá um passo para trás, deixando a mão cair do meu rosto. ─ É
essa cidade, brinquedo. Isso estraga todos nós.
Brinquedo?
─ Você está realmente se recusando a me ajudar?
─ Eu ajudo aqueles que importam. ─ Ele dá um passo à frente. ─
mas você... você não me importa ainda, pequeno brinquedo.
Minhas sobrancelhas franzem quando ele usa esse apelido.
─ Não me chame assim.
─ Por que não? ─ Ele zomba. ─ Isso é a forma que eu chamo todas
as putinhas que pegam meu pau eventualmente.
Eu xingo com raiva de sua grosseria, tendo minha primeira
impressão dele destruída por sua linguagem suja.
─ Até ela? ─ Não posso deixar de perguntar. ─ Até a garota antes
de mim?
Seu olhar escurece. ─ Eu nunca a chamaria de brinquedo. Isso é
tudo o que você é para mim. Ela era especial. Você não é nada.
─ Prefiro ser nada do que ser especial para você.
Minha voz é amarga e eu me odeio pela pontada de dor que suas
palavras enviam através de mim. Fico imediatamente na defensiva,
ansiosa para manter minha cabeça erguida na frente desse garoto que
devo obedecer pelo resto da minha vida.
Afasto-me da beira do penhasco, separada dele por apenas um pé
ou dois.
─ Caso você ainda não tenha entendido, eu sou Lily Anna Oakes
agora. A verdadeira Lily Anna Oakes.
─ Você nunca será Lily Anna Oakes. ─ ele me lembra,
apunhalando outra facada no meu peito, depois girando com força. ─
Eu não dou a mínima se você é o sangue deles. Você nunca a
substituirá. Você nunca será como ela.
─ Uau, alguém parece preso. ─ eu rio em resposta.
Mas posso dizer que ele é assombrado pelo passado. A morte de
Lily Anna o assustou. É claramente visível, na maneira como sua
mandíbula apertou, no puxão de seus lábios, o flash de raiva em seus
olhos. Passamos de ser cordiais a insultar um ao outro muito rápido, e
eu odeio a maneira como meu coração está batendo por causa disso. Eu
luto contra o meu próprio batimento cardíaco acelerado, concentrando-
me em sua mandíbula afiada e observando como ela se fixa firmemente
no lugar enquanto ele me olha com desgosto.
─ Percebo que você está perturbado por ela ter morrido, mas não é
minha culpa que ela se foi. Eu não pedi isso. Eu não queria isso. Então
talvez você deva deixar de ser um idiota mal-educado com sua noiva.
─ Eu não quero ouvir você falar dela nunca mais ─ ele rosna na
minha cara.
Percebo distraidamente que ele parece quase mais bonito quando
está com tanta raiva.
─ Tenho pena de você pelo que está prestes a passar, brinquedo.
Tenho pena de você, porque você vai ser motivo de piada de Eden Falls.
A cadela em que colocaremos nossas frustrações. Vou tornar sua vida
miserável. Você pensou que as pessoas te odiavam? Apenas espere até
ver como as coisas ficam ruins na escola. Apenas espere até que você
seja o saco de pancadas de todo primogênito nesta cidade.
Suas palavras fazem meus olhos lacrimejarem, destacando meu
lado malcriado, mas minha cadela interior se acalma com o olhar de
pura raiva em seus olhos.
─ Como você pode ser tão cruel? ─ Pergunto a ele. ─ Há vidas em
perigo. Meu pai... ele ameaçou minha... minha outra família.
─ Vidas que não me importam ─ ele encolhe os ombros. ─ Pessoas
sobre as quais não dou a mínima.
─ Você é um monstro. ─ eu sussurro.
─ Isso mesmo. ─ Ele sorri. ─ Aqui está sua primeira lição nesta
cidade, brinquedo. Todo mundo se cuida. E ninguém realmente se
importa com você.
Sua mão agarra a frente do meu vestido branco, o que eu encontrei
esperando na minha cama naquela manhã, um sinal da minha
inocência.
Seu polegar e dedo indicador localizam meu mamilo sob o corpete
de renda, e eu suspiro quando ele torce com a intenção de me
machucar. Estou chocada demais para me afastar. Ninguém nunca me
tocou lá antes. Não é uma sensação bem-vinda, mas seu aperto
punitivo envia ondas de prazer culpado pelo meu corpo.
─ É assim que vai ser a partir de agora ─ diz ele sem problemas. ─
Você faz o que eu digo e não se machuca.
Ele me belisca novamente e eu suspiro.
─ Você gosta disso? ─ Ele murmura, e quando o rubor traidor
deixa meu rosto rosado, eu sei que fui pega.
Ele sorri, satisfeito com sua nova descoberta e com a intenção de
usá-la contra mim.
─ Porra de brinquedo safado. Você acha que seu pai é o único
capaz de machucá-la?
Eu não respondo. A pressão no meu mamilo se intensifica,
fazendo-me gemer em uma dor desesperada enquanto ele puxa minha
pele sensível.
─ Me responda.
─ Você é apenas um garoto rico e mimado que pensa que pode se
safar de qualquer coisa ─ digo, esperando que qualquer deus esteja
ouvindo que eu estou certa. ─ Um garoto rico que tem muito medo do
meu pai para desobedecê-lo.
A pressão de seus dedos muda, e ele alisa meu vestido, sua palma
descansando no meu peito. Nossos olhos se encontram, e eu me
encontro corando novamente quando ele sorri na minha cara. Então,
sua mão me empurra de volta, com força.
Um grito sai dos meus lábios e eu fecho meus olhos, aceitando a
queda que nunca vem.
A única coisa que me separa da queda é o aperto firme no meu
vestido. Mas a renda não é forte o suficiente para me segurar. Ouço o
tecido do meu vestido de grife se rasgando lentamente, e grito em
protesto.
─ Por favor, por favor, não! ─ Eu grito, percebendo tarde demais o
que eu disse. ─ Você é louco!
Ele me segura no lugar. Estou tremendo por toda parte. Seus
dedos tocam a parte interna das minhas coxas, acariciando suavemente
a pele e me fazendo ofegar em uma combinação de medo e expectativa.
─ As meninas são tão fáceis ─ diz ele, parecendo entediado. ─ Foi
de querer uma coisa para a outra em uma fração de segundo. Você me
entedia. Seu rosto liso. Sua atitude inculta. Seus seios são uma graça
salvadora. Vamos ver se essa fenda entre as pernas pode compensar a
aparência média.
─ Não! ─ Eu luto contra ele, mas congelo no local quando o tecido
rasga ainda mais. ─ Pare com isso! Por favor, pare! Me deixar ir!
Mas ele ignora meus pedidos. As nuvens escuras acima de nós
crepitam com trovões e raios. Ele está apertando com força suficiente
para deixar hematomas. Eu agarro seus dedos fortes. Os lugares onde
eles estão cavando minha pele já estão doendo.
Ele sorri para mim, dando um passo mais perto da borda. Ele está
me segurando bem acima do precipício agora, e eu empalideço ao
perceber que estou completamente à sua mercê. Mas não vou cair sem
lutar.
─ Não ouse me machucar ─ rosno. ─ Vou contar ao meu pai.
─ Você vai contar para a porra do seu pai? Ele não tem nada sobre
mim. ─ Dexter ri alto. ─ Por que você acha que ele está tão ansioso para
nos casarmos? Para eu colocar uma criança na sua barriga?
─ Eu... eu...
─ Você não tem ideia, não é? ─ Ele clica a língua. ─ Pobre, pequeno
brinquedo estúpido.
─ Me deixar ir. Por favor. Serei boa. Só não me machuque.
Eu meio que grito quando meus pés lutam contra o chão
escorregadio. Vou cair em breve.
─ Por favor, farei o que você quiser!
─ Você sabe que não pode quebrar uma promessa ao seu querido
noivo, não é? ─ Ele diz.
Eu aceno, impotente, arriscando um olhar por cima do ombro e
empalidecendo quando vejo a distância do topo do penhasco até as
rochas abaixo de uma nova perspectiva. Porra. Se ele me deixar cair, eu
estou morta.
─ Eu sei ─ eu gaguejo. ─ Farei tudo o que você quiser. Eu juro. Eu
juro que vou.
─ Por quanto tempo? ─ Ele exige.
─ Todo o ano escolar, o primeiro ano da preparação. ─ Meu
calcanhar escorrega e eu grito. ─ Por favor! Eu juro! Eu prometo! Por
favor!
Ele ri na minha cara e me puxa de volta para a terra segura. Ele
me joga no chão como um brinquedo quebrado, inútil, do qual já se
cansou, e me observa com um olhar de nojo em seu rosto classicamente
bonito. Ele abotoa o blazer caro e pisa no meu vestido, sujando a renda
branca enquanto me lança um último olhar de nojo.
Ele me odeia, mas não tanto quanto eu o odeio.
No entanto, meu núcleo está vibrando com a necessidade de ele me
tocar novamente. Meu corpo não parece entender o quanto eu desprezo
o garoto. Parece que ele detestaria passar mais de um segundo comigo
e, enquanto me olha caída no chão, estou convencida de que ele vai
cuspir no meu corpo trêmulo.
─ Patética ─ ele diz. ─ Diga obrigado pela minha misericórdia,
brinquedo.
Eu me apoio nos meus cotovelos, meu lábio inferior se
sobressaindo e tremendo de medo tácito. Meu coração dispara com o
apelido que ele usou para mim. Eu odeio meu corpo por me trair.
─ Vá se foder. ─ eu grito.
─ Oh, eu vou. ─ ele sorri. ─ Em breve. Agora obedeça. Ou você quer
que isso chegue ao seu pai?
Eu penso nas minhas possibilidades. No pouco tempo que passei
com meu pai desde que voltei da minha estadia no colégio interno,
percebi que ele é tão impiedoso quanto cruel. Não tenho dúvidas de que
seria punida se ele descobrir que eu desafiei Dexter. Eu realmente não
tenho escolha aqui.
─ Obrigada. ─ eu sussurro.
─ Diga obrigado corretamente, brinquedo.
─ Obrigada. ─ eu rosno. ─ Obrigada por sua misericórdia.
─ Obrigado por sua misericórdia, senhor.
─ Senhor? ─ Repito a palavra.
Ele tem apenas um ano a mais do que eu. Ele não tem nem 21
anos. Mas seu rosto contorcido me diz que ele não vai me deixar sair
sem dizer do jeito que ele quer ouvir.
─ Obrigada por sua misericórdia, senhor.
─ Vê? Você pode ser um brinquedinho tão bom quando você
realmente tenta me agradar. ─ Ele se ajoelha ao meu lado, deixando
seus dedos vagarem pelos meus lábios. ─ Eu vou me divertir muito
torturando você.
Então ele sorri, se afastando de mim e me deixando tremer no
chão, meu vestido arruinado e minha boceta molhada pra caralho.
─ Ah. ─ Ele se vira, sorrindo para o meu corpo trêmulo no chão. ─
Eu quase me esqueci. Bem-vinda a Eden Falls, brinquedo.
Pandora

DEXTER BOOTH não é o tipo de garoto que se cansa de seus


brinquedos.
Ele é o tipo de monstro que os quebra de propósito.
Reflito sobre isso enquanto ando pelo jardim, trocando sorrisos
educados com pessoas que fingem se importar comigo. Eles têm muito
medo do meu pai, mas eu posso ver o desprezo secreto por trás dos
olhos deles. Todos eles me odeiam. Mas eu não ligo. Eu não planejo
ficar por muito tempo, mesmo.
─ Filha!
Demoro um momento para perceber que a voz está me chamando.
Estou muito atrasada para reagir, lamentando minha resposta tardia
quando meus olhos encontram os de meu pai. Culposamente, olho para
o chão e me aproximo dele.
─ Gostaria que você conhecesse meu sócio, Sr. Hawthorne. Este é o
filho dele, Steven. ─ Ele aponta para um cavalheiro mais velho e sua
cópia mais jovem. ─ Eles são de fora da cidade e vieram especialmente
para conhecê-la.
Eu estreito meus olhos para o homem. Já ouvi esse nome
inúmeras vezes.
─ Alguma relação com Estella Hawthorne? ─ Eu pergunto, e o
homem sorri.
Estou tão desesperada por uma conexão com a minha vida antiga,
que até mesmo suporto esse pedaço de merda por nada.
─ O pai dela é meu irmão ─ explica ele. ─ Embora não tenhamos
realmente contato.
─ Você precisa me dizer como ela está ─ eu imploro. ─ Por favor.
Você sabe algo?
Hawthorne ri na minha cara, olhando para meu pai como se
quisesse verificar se ele me deixaria escapar disso. Ele não parece muito
satisfeito com o meu comportamento, e ele enfia os dedos no meu
quadril enquanto força as próximas palavras para fora de mim.
─ Prazer em conhecê-lo.
Eu não sorrio, apenas aceno com a cabeça em reconhecimento.
Estou desesperada para perguntar sobre Estella novamente, mas estou
com muito medo.
Os dois homens me observam atentamente, seus olhos
examinadores bebendo no meu vestido enlameado e os tentáculos agora
escapando do meu penteado. Meu pai parece notar a desordem em que
estou no mesmo momento em que eles fazem, e sua boca se fecha com
um sorriso de escárnio.
─ Bem, ela não é muito bonita, não é? ─ O homem mais velho ri, e
eu sinto um rubor rastejando em minhas bochechas. ─, mas ela tem
um corpo bonito. Ela irá fazer bem para você, Oakes. Muito bem
mesmo, desde que você a prepare bem para qual é o propósito dela.
Eu o encaro, odiando como ele me reduziu a um objeto antes de
passar cinco minutos na minha presença.
A garota que veio antes de mim - a verdadeira irmã de Andrômeda
- foi muito melhor do que eu. Por outro lado, foi ela quem decidiu tirar a
própria vida, incapaz de suportar a ideia de se separar de seu estilo de
vida luxuoso. Eu preciso ser mais forte do que ela era. Preciso aprender
com os erros dela e garantir que essas pessoas não me atinjam como a
atingiram.
─ Ah, sim, eu sei o quanto as aparências são importantes por aqui
─ digo docemente a Hawthorne. ─ Mesmo para pessoas em idade
avançada, como você, Sr. Hawthorne.
Um silêncio chocado cai sobre o nosso pequeno grupo, e
Hawthorne olha para mim como se eu tivesse acabado de dar um tapa
no rosto dele.
Os dedos do meu pai serpenteiam em volta do meu pulso, me
puxando para mais perto dele. Seus olhos trovejantes encontram os
meus, e eu posso dizer o quão irritado ele está.
─ O que eu te disse sobre essas respostas? ─ Ele diz, sua voz
apenas mais assustadora por causa de quão calma e controlada é. ─
Você realmente quer que eu te discipline aqui, na frente de todos?
─ Oh, você realmente vai sujar as próprias mãos? ─ Eu zombo
dele. ─ Ninguém para fazer seus negócios sujos agora, não é, pai?
Eu levanto meu queixo desafiadoramente. Meu coração palpita no
peito com o conhecimento de que eu estraguei tudo de novo. Meu pai
não se importa com esses erros que venho tendo desde que cheguei à
propriedade dos Oakes. Ele também não se inibe de me punir pelos
meus percalços.
─ Se desculpe. ─ Seus dedos cavam na minha pele, as unhas
deixando luas crescentes vermelhas na minha carne macia. ─ Agora
mesmo.
─ Eu...
Olho para meu pai, pronta para desafiá-lo, mas acabo pendendo
minha cabeça quando vejo a raiva pura em seus olhos. Ele não aceitará
o não como resposta.
─ Eu sinto muito.
─ Não para mim. ─ Ele me força a virar e encarar Hawthorne e seu
filho. ─ Para eles.
─ Sinto muito ─ repito, odiando o quão complacente eu pareço.
Mas preciso jogar junto com seus jogos doentes e distorcidos.
Tornará mais fácil sair daqui se eles não suspeitarem que eu já estou
planejando minha fuga.
─ Você sente mesmo? ─ Hawthorne estreita os olhos para mim.
Apesar das minhas observações grosseiras, ele é um homem
bonito, mas estou revoltada com ele. A simples visão dele me deixa
desconfortável.
─ Ou você está apenas dizendo isso, então papai querido não
transforma você em polpa na nossa frente?
Eu cerro os dentes, lutando contra a resposta desagradável que
está na ponta da minha língua. Em vez disso, olho humildemente para
o chão.
─ Não vou ser insultado por uma garota suficientemente simples
para ser a empregada ─ Hawthorne me diz friamente. ─ Na verdade,
acho que você deveria se desculpar novamente. Direito, desta vez.
Olho para meu pai em busca de apoio, mas ele está parado,
recusando-se a olhar para mim. Ele cruza os braços, sorrindo para
Hawthorne, mas não o corrigindo. Então, isso está realmente
acontecendo. Foda-se ele. Foda-se todos eles.
─ O que você quer de mim? ─ Pergunto ao homem, segurando o
sorriso de escárnio.
─ Que tal... ─ Ele dá um passo mais perto, pegando meu queixo
entre os dedos e inspecionando meu rosto. ─ Você fica de joelhos e se
curva para mim.
Eu recuo em repulsa. Ele não pode ser real. Mas uma olhada no
rosto do meu pai revela do que eu tenho mais medo - vou ter que fazer
isso agora.
─ Agora! ─ Hawthorne acrescenta, apontando para o chão e
soltando o meu rosto.
Ao lado dele, seu filho ri. Eles estão amando isso.
Prometo a mim mesma que vou me vingar disso enquanto deixo
meus joelhos afundarem no chão. Meu longo vestido branco está sujo
pela grama enquanto eu me ajoelho na frente deles, lançando meu olhar
para o chão.
Eu me odeio por seguir adiante. Mas não tanto quanto eles irão se
odiar por fazer isso comigo quando for a minha vez de me vingar deles.
─ Agora, realmente não acho que isso seja suficiente. ─ diz meu
pai, pensativo. ─ Ela te ofendeu muito, não, Hawthorne?
─ De fato, ela fez. ─ diz o parceiro de negócios de meu pai,
aparentemente satisfeito com a assistência de meu pai.
Que tipo de pai humilha sua própria filha para agradar um
conhecido de negócios?
O tipo de pai que faz seu filho espancar sua carne e tirar seu sangue
pela primeira vez no dia em que ela volta à propriedade dele, lembro-me
amargamente.
Voltei há apenas uma semana e já provei as punições
desagradáveis que meu pai gosta tanto de distribuir.
─ O que devemos fazê-la fazer? ─ Hawthorne sorri para mim antes
de se virar para o filho. ─ O que você acha, Steven?
O garoto, que não pode ser muito mais velho do que eu, olha em
minha direção. Olho para o chão depois que nossos olhos se encontram.
Não vou me envergonhar mais do que já estou. Meu sangue ferve,
pensamentos de soltar minhas frustrações no trio, é única razão pela
qual ainda estou conseguindo me controlar.
─ Acho que ela deveria se desculpar beijando seus sapatos. ─
sugere Steven.
O ódio flui por todas as veias do meu corpo, e minhas mãos
formam punhos ao meu lado enquanto eu encaro a grama pisoteada
abaixo de mim.
─ Que grande ideia. ─ grita Hawthorne mais velho, empurrando o
pé no chão sem sequer esperar pela aprovação do meu pai. ─ Vá em
frente, filha. Dê-lhes um beijinho.
Eu luto contra a bile subindo no meu estômago, me forçando a me
inclinar e pressionar meus lábios contra o couro preto brilhante de seus
sapatos.
─ Ah ah ah. ─ Hawthorne diz em uma voz de canção, e eu olho
para cima, olhando para o maldito bastardo. ─ Fique nessa posição por
alguns segundos, vamos dar uma olhada melhor em você.
Fico curvada, com a boca pressionada contra o sapato e os olhos
fechados com firmeza. Finalmente, ele me cutuca com o sapato, e eu
tomo isso como um sinal para me levantar. No momento em que estou
prestes a me levantar do chão, ouço outra voz familiar e ela me arrepia
a espinha.
─ Vejo que você está se divertindo com o convidado de honra.
Levanto-me, tirando o pó do meu vestido e encarando Dexter que
se materializou ao lado de meu pai, com uma taça de champanhe na
mão. Não importa o fato de ele não ter idade suficiente para beber -
ninguém comenta enquanto toma um gole do copo.
Há uma certa tensão entre meu pai e Dexter. Quando eles se
entreolham, um entendimento passa entre eles para não falar sobre
isso, mas eu notei imediatamente. Eu me pergunto sobre o que é isso.
Ainda assim, eles parecem se tratar com respeito. Eles são iguais -
meu pai e o pai de Dexter eram donos desta cidade, o que significa que
metade dela agora é do meu futuro marido.
─ O que você acha dela, Booth? ─ Hawthorne gesticula para mim,
olhando Dexter com um olhar de admiração.
Parece não natural que um homem adulto agisse dessa maneira
próximo de um adolescente. Mas esse é o tratamento que os
Primogênitos recebem em Eden Falls. Todos eles, exceto os excluídos -
eu.
─ Mortalmente simples ─ Dexter encolhe os ombros, enviando
ondas de calor desconfortável através do meu corpo. ─ Mas tenho
certeza que ela pode encontrar uma maneira de se tornar útil. Ela tem
ótimos lábios chupadores de pau. Vou ter que colocar isso à prova em
breve.
Suas palavras vulgares me atingiram como ondas de choque, me
fazendo corar e desviar o olhar do grupo de entretenimento. Nem meu
pai nem os Hawthornes oferecem uma resposta ao que Dexter disse,
com exceção de um ou dois desdéns. Eu acho que isso é considerado
réplica por aqui. Eles me dão nojo.
─ Não se esqueça, Booth. ─ meu pai diz friamente. ─ Ela precisa
ser virgem até o dia do seu casamento, se quiser ter os mesmos
privilégios que os outros primogênitos.
─ Claro. ─ Dex responde com um sorriso.
Eu me pego dando a ele um apelido na minha cabeça, franzindo as
sobrancelhas. Por que diabos esse nome está na minha cabeça agora?
Combina com ele. É menos formal, mas ainda intimidador. Mas eu
ainda o odeio, eu me lembro. Odeio mais do que nunca.
─ Deixe-nos saber como ela se sai nesse quesito. ─ Steven aborda
meu noivo. ─ E se você puder nos emprestar ela para ver por nós
mesmos.
As juntas de Dexter ficam brancas quando ele agarra o copo na
mão. Por um segundo, estou convencido de que ele vai quebrar, mas
um momento depois, o sangue volta a entrar em seus punhos e ele sorri
para o Hawthorne mais jovem, sem oferecer uma resposta.
─ Espero que você se divirta na escola preparatória este ano. ─
Meu pai dá um tapa nas costas de Dexter. ─ Não deixe que o fato de
você estar noivo o retenha, costumes antigos. Eu tenho certeza que não.
E veja como isso funcionou para você. Casado com sua segunda
esposa, enquanto a primeira deixou você, deixando um rastro de fumaça
para trás enquanto ela fugia o mais rápido que podia. Não demorou muito
tempo para perceber como você e essa cidade estão fodidos.
Pensar na minha mãe biológica faz minha cabeça e meu coração
doerem. Tanto quanto eu sei, ela desapareceu depois de se divorciar de
meu pai, depois que descobriu o caso dele com Bryony. Ela não quer
nada comigo. Mas ainda assim, minha curiosidade vai levar a melhor de
mim um dia. Eu preciso saber como ela poderia simplesmente
abandonar sua carne e sangue.
─ Oh, eu vou. ─ Dexter oferece como resposta, esvaziando sua taça
de champanhe efervescente enquanto eu encaro o chão.
Eu quero fugir, mas tenho certeza que eles não vão me deixar ir,
mesmo se eu tentar inventar uma desculpa.
─ Eu não vou deixá-la me segurar. Ela pode se tornar útil de
alguma forma, espero.
Seu sorriso cruel deixa claro o que ele tem em mente, e meu pai ri
junto com seu colega de trabalho.
─ Ela tem um nome. ─ eu interrompi, finalmente tendo o
suficiente. ─ E ela apreciaria se você a tratasse da mesma maneira que
está tratando essa desculpa para um homem.
Meus olhos perfuram Dexter. ─ Na verdade, eu...
─ Outra palavra e eu vou ter certeza de que você não poderá ficar
sentada por uma porra de uma semana. ─ ele rosna, e eu me encolho
de terror, observando-o rir de mim. ─ O que, você pensou em receber
tratamento especial por aqui? O que exatamente você fez para merecer
isso?
─ Bem, ela é sua noiva, Booth. ─ diz Hawthorne, me dando um
olhar cheio de pena.
De todos os monstros aqui, ele era o mais improvável que viesse ao
meu socorro, e ainda é o único que ousa falar.
Meu pai está parado ali, olhando para mim com um olhar
entediado da minha situação.
─ Eu apreciaria se você não me questionasse. ─ retruca Dexter, e
seu tom é frio o suficiente para parar Hawthorne.
O homem apenas acena com as palavras do meu noivo, apontando
para o filho ir embora com ele. Eles me deixam esparramada no chão
com Dexter e meu pai me observando. Nenhum dos outros convidados
notou, o que me faz pensar se esse tipo de disputa familiar é normal
nessas reuniões. Isso me deixa doente.
─ Agora. ─ meu pai fala novamente. ─ Eu sugiro que você aprenda
a tratar meus associados. Minha palavra é lei aqui, e sempre estarei
acima de você. Eu pensei que você tivesse aprendido sua lição, mas me
parece que você está tão decidida a ser uma pirralha que está
esquecendo quem é o dono dessa cidade - e não apenas isso, mas da
sua bunda também. Então, aprenda a ser uma maldita dama ou saia da
minha frente.
Dexter está calado, olhando-me friamente. Então, ele limpa a
palma da mão na calça do terno, como se de alguma forma a sujasse,
colocando as mãos em mim quando ele me deu um tapa no chão.
─ Vamos, Oakes?
Meu pai assente, lançando-me um último olhar de pena antes de ir
embora com meu noivo a reboque.
Eu tento me levantar. Ninguém vem em meu auxílio. Meus joelhos
estão dobrando embaixo de mim, e me sinto aleijada pelo medo quando
tropeço, caindo novamente.
Então, a loira bonita aparece do nada, vestindo o uniforme azul e
branco da equipe e uma expressão calorosa no rosto.
─ Você está bem, senhorita?
Ela parece quase se desculpar, como se fosse culpa dela meu pai
ser um merda. Eu a vi pela casa - ela e a mãe trabalham para nós.
─ Deixe-me ajudá-la a se levantar.
Eu aceito a ajuda dela sem palavras, mas com gratidão, e a deixo
me levantar. Ela se ocupa tirando o pó do meu vestido, oferecendo-me
um sorriso tímido enquanto se levanta para ficar ao meu lado. Ela é
mais alta que eu por pelo menos uns 30 centímetros. Alta, esbelta e
graciosa, lembrando-me uma criatura de conto de fadas. Ela é linda de
parar o coração, e isso causa uma pontada de ciúmes pelo meu corpo
enquanto trocamos olhares, e suas bochechas ficam coloridas em um
belo rubor rosa.
Mas quando dou outra olhada, logo percebo que há uma grande
diferença entre nós. Ela faz parte da equipe, o que significa que está
pior do que nunca em Oakes Estate.
─ Obrigada. ─ eu murmuro.
Fui ensinada a não interagir com a equipe. Até o agradecimento
que lhe ofereci é considerado amigável, e estou sob instruções estritas
para não ser. Há uma hierarquia em Eden Falls, e meu pai deixou bem
claro que devo aderir a essas regras sociais o tempo todo.
Como se ela tivesse acabado de perceber isso, a menina olha para
baixo, curvando-se um pouco na minha frente antes de sair correndo.
Eu mantenho meus olhos focados nela, observando-a pegar uma
bandeja de champanhe e carregá-la de convidado para convidado.
Todos a tratam como um objeto. As mulheres a encaram com ciúmes
frios, enquanto os homens não hesitam em apreciar a sua figura linda.
Só existe uma pessoa que nunca move os olhos dela.
Meu irmão, Brazen.
Seu olhar está grudado na bonita criatura, seguindo-a a cada
passo, enquanto seus dedos agarram o copo que ele está segurando,
suas juntas ficando brancas.
Interessante. Faço uma anotação mental disso. Talvez eu possa
usar contra Brazen futuramente.
Eu observo como os homens olham para a garota, ficando quase
tão chateada quanto meu irmão quando os vejo acariciá-la.
Pelo menos minha vida é menos fodida do que a dela, digo a mesma
coisa, lutando para acreditar nas minhas mentiras.
Dexter

Eu assisto minha noiva pelo canto do olho. Mesmo que ela seja
muito malditamente simples, há algo nela que me atrai como um
maldito ímã.
─ Está vendo algo que você gosta, Booth? ─ Caspian pisca para
mim e eu gemo, balançando a cabeça. ─ Pensei que você não estava
interessado na nova garota.
─ Eu realmente não tenho escolha, tenho? ─ Eu resmungo,
esfregando minhas têmporas.
Tomo um gole de conhaque do meu copo, saboreando a sensação
de queimação que ele deixa na minha garganta. Os Primogênitos se
reuniram no canto do jardim ao lado da propriedade. Meu olhar vagueia
pelas pessoas lá. Caras que eu conheci a minha vida inteira, garotas
que eu menosprezei.
─ Ei, por que você não se diverte com ela? ─ Lai faz um gesto para
o lado, onde algumas garotas da escola estão de pé, lançando-nos
olhares ansiosos.
Claro, elas não são nada comparadas a nós. Viemos primeiro. Elas
são o segundo, se não o terceiro filho.
─ Tenho certeza de que Audra adoraria outro gosto da... fortuna do
Both.
Lai levanta as sobrancelhas para mim.
Eu sorrio, balançando a cabeça. ─ Eu realmente não estou com
vontade.
─ Confie em mim, isso fará você se sentir melhor. ─ Lai bate nas
minhas costas. ─ Eu posso encontrar uma para aquecer meu pau
também. E você sabe que elas estão mais do que dispostas.
Eu sigo seu olhar para o grupo de garotas da Eden Falls Prep. que
estão nos olhando, nem mesmo fingindo que estão fazendo outra coisa.
Audra, a loira que eu tenho o hábito de foder, retorna meu olhar e sorri
timidamente enquanto a olho.
─ A menos que haja mais alguém em sua mente? ─ Lai levanta as
sobrancelhas para mim. ─ Não me diga que você gosta da nova garota?
─ Não. ─ eu solto, sabendo que eu reagi rápido demais.
Eu preciso recuperar a vantagem. Eu não posso deixar ninguém
pensar que eu quero estar dentro da boceta de Pandora, em vez de
algumas gatas aleatórias da Prep. Podemos estar noivos, mas ainda não
a controlo completamente.
Eu não posso parecer fraco na frente dos caras. Além disso, no
momento em que eu mostrar meu interesse em Pandora, eles estarão
por toda parte. E ela é tentadora o suficiente para que eles quebrem sua
aliança com a família Booth. Ninguém quer outra guerra em nossas
mãos.
─ Vamos. ─ Lai agarra meu braço e me puxa na direção das
meninas. ─ Nós vamos escolher um sabor do dia para você.
Ele me leva até o grupo e tomo outro gole da minha bebida. As
meninas ficam quietas quando nos aproximamos, todos os olhos
arregalados e sorrisos bonitos. Qualquer outro dia, eu ficaria tentado.
Hoje, porém, minha mente está em algum lugar do caralho.
─ Olá, senhoras. ─ diz Lai, sobre uma ruiva bonita com olhos
famintos. ─ A noite parece muito boa. Alguma de vocês quer se divertir?
─ É claro. ─ a ruiva ronrona, e as outras acenam ansiosamente.
Meu pau pula com atenção ao som das palavras, pulsando
dolorosamente entre as minhas pernas. Mas não é a boca de Audra que
ele quer. Ah não. Meu pau está de olho na garota que eu não posso ter
por mais algumas semanas - Pandora. A cadela que eu odeio com todas
as fibras do meu ser. Meu pau está apontando para ela, pelo amor de
Deus.
─ Por que você não dá atenção a Dex? ─ Lai sorri para Audra,
puxando suas madeixas loiras. ─ Veja como a noiva dele o está
negligenciando. Você não quer fazê-lo se sentir melhor?
Olho para Audra, encontrando-a me encarando intensamente, seu
aperto na taça de champanhe tão firme que suas juntas ficaram
completamente brancas.
─ Vamos ver, qual eu quero? ─ Lai bate o queixo pensativamente,
inspecionando a multidão até seu olhar se fixar na garota que parece
não estar gostando da nossa atenção. ─ Você. Venha comigo.
A garota hesita. Eu a observo atentamente, vendo as lágrimas
brotando em seus olhos. Ela é madura, é maior de idade, mas não
parece muito empolgada com isso, o que é um crime em si. Se seus pais
soubessem que ela havia recusado um primogênito, ela seria expulsa da
cidade.
─ Ah, não me diga que você é tímida. ─ Lai sorri para ela.
Ele está amando isso. Quanto mais difíceis elas são, melhor. Ele
agarra o cotovelo da garota e ela solta um soluço quando ele a puxa
para o lado dele.
─ Divirta-se, Booth. ─ Meu amigo pisca para mim antes de sair
com a morena relutante.
Eu mudo desconfortavelmente, olhando para o resto das garotas
que estão esperando ansiosamente pela minha decisão.
─ Audra. ─ eu falo.
Ela dá um passo à frente. Ela parece se sentir triunfante, como
deveria. Ela tem minha atenção por um tempo agora.
─ Venha. ─ eu aceno. ─ Vamos indo.
O resto das garotas desanimam visivelmente quando Audra segue
atrás de mim como a cadela mansa que ela é. Andamos até um canto
mais tranquilo do jardim, onde ainda posso ver Pandora, mas ela não
pode me ver.
Ela me quer. Ela sempre teve uma queda por mim, e como o idiota
que eu sou, eu fiz bom uso disso, usando e abusando dela em qualquer
oportunidade.
─ Existe algo que eu possa fazer? ─ Ela respira, sua voz trêmula,
seu corpo pronto para ser meu enquanto ela me alcança.
─ Ajoelhe-se. ─ eu comando. ─ Agora, porra.
Ela não precisa ser avisada duas vezes, caindo de joelhos no
próximo instante. Ela olha para mim, os olhos arregalados de
expectativa. Não sinto vontade de ser legal com ela. Eu só quero
machucar algo bonito.
Coloco minha mão nos lábios dela, meu polegar abrindo sua boca e
forçando seu caminho em seu pequeno buraco molhado. Eu exploro sua
boca enquanto ela olha para mim, a adoração em seus olhos
inconfundível.
─ O que você vai fazer por mim, Audra? ─ Eu pergunto a ela.
─ Qualquer coisa. ─ Sua voz é tão desesperada. ─ Eu farei o que
você quiser, senhor.
Meu olhar vagueia pelo jardim, me perguntando se Pandora está
por perto, para que ela possa me ver tirar vantagem da loira. Mas ela
não está em lugar algum, e isso só me irrita ainda mais.
─ Abra sua boca. ─ eu rosno para Audra, e ela abre os lábios por
vontade própria, mostrando-me sua garganta vazia.
Eu brinco com a fivela do meu cinto, observando-a engolir em
expectativa, já tão malditamente pronta para o que está por vir.
─ Não engula. ─ Eu estreito meus olhos para ela. ─ Deixe escorrer
pelo queixo.
Ela dá um aceno quase imperceptível, tremendo sob o meu olhar
minucioso enquanto eu puxo meu pau livre da minha calça. Seus olhos
se arregalam ainda mais, como sempre fazem quando ela me olha bem.
Eu pressiono a ponta contra seus lábios, e ela aceita com gratidão. Eu
não paro até estar na garganta dela. Eu não vou ser misericordioso
hoje. Perdi a capacidade de sentir pena de Audra na primeira vez que
ela engoliu meu esperma, já implorando por mais no próximo segundo.
─ Porra, chupa. ─ eu ordeno a ela, e sua garganta se expande para
permitir que eu a penetre mais profundamente.
Os convidados da festa andam pelos jardins sem prestar atenção
em mim ou no que estou fazendo com essa garota. Ninguém dá a
mínima, porque sou primogênito e posso fazer o que quiser.
Meu olhar vagueia pelo jardim novamente, estabelecendo-se em
uma figura em um vestido rasgado. Pandora. Meu pau fica mais duro
na boca de Audra. Estou perto.
Começo a empurrar em sua boca, movimentos longos e raivosos
que a fazem espremer e se engasgar com meu pau. Minha mão livre
envolve seus longos cabelos loiros, a outra trazendo minha bebida para
mais perto dos meus lábios e tomando um longo gole de conhaque
enquanto encaro Pandora.
Coloquei o copo na bandeja de um garçom que passava e envolvi a
outra mão também no cabelo de Audra. Eu a empurro no meu pau,
gostando da sensação dela se debatendo e lutando desesperadamente
contra seus próprios instintos, porque ela está muito ansiosa para me
agradar a qualquer custo.
─ Na verdade, mudei de ideia. Você vai engolir tudo, entendeu?
Ela assente, nem sequer se move uma polegada quando começo a
pulsar em sua boca. Eu a deixei respirar uma vez porque ela está
parecendo um pouco perto de desmaiar, e eu quero que ela continue
chupando. Ela respira, irregular e em pânico, seu peito arfando por
segundos preciosos antes de eu enfiar meu pau de volta em sua boca.
Apesar das minhas melhores intenções, imagens de Pandora
enchem minha mente, fazendo-me cerrar os dentes de raiva. Eu
realmente não quero estar pensando nela agora. Ou a qualquer outro
momento, realmente. Ela é uma putinha mimada e cheia de angústia
que ainda não conhece seu lugar, mas estou ansioso para mostrar a ela
como boas garotas servem homens como eu. Só existe um lugar para
ela, e é de joelhos.
Meus olhos se fecham quando forço meu pau na boca de Audra de
novo e de novo. Ela não é muito melhor do que uma boneca inflável,
embora pelo menos ela chupe meu pau enquanto eu fodo sua boca
disposta. Mas é melhor com os olhos fechados. É melhor porque não
preciso olhar para a garota diante de mim e posso imaginar outra
pessoa em seu lugar.
Imagens de Lily Anna flutuam diante de mim e eu mando para o
lado. É muito doloroso pensar nela. Imaginar como nossas vidas
poderiam ter sido - deveriam ter sido -.
Audra para pôr uma fração de segundo, e eu bato em seu rosto,
fazendo-a choramingar em frustração.
─ Continue chupando porra. ─ eu rujo para ela. ─ Eu não vou falar
novamente, Pandora.
Ela se liberta do meu pau e estreita os olhos para mim. ─ Como
você acabou de me chamar?
Percebo meu erro um pouco tarde demais e posso sentir a cor
drenando das minhas bochechas. Puta merda. Ela está realmente presa
na minha mente.
─ Continue chupando porra. ─ eu assobio para Audra. ─ Se não...
Ela faz beicinho, mas volta a chupar meu pau como uma boa
garota. Meu coração está batendo forte quando ela habilmente me
aproxima cada vez mais de um orgasmo explosivo. Mas o fato
permanece: não quero que ela engula minha porra.
Não.
Eu quero bombear profundamente na boceta da minha noiva. Eu
quero bater nela. Quero colocar um bebê em sua barriga plana e vê-la
crescer espessa e inchada com meu filho. Não tem nada a ver com
nossas famílias, e tudo a ver comigo controlando-a. Possuí-la. Puni-la
pelo que aconteceu com o amor da minha vida.
Lily Anna.
Venho com as mãos no cabelo de Audra e meus olhos firmemente
fechados. Eu nem espero por perto para vê-la engolir. Eu apenas saio,
limpo meu pau na bochecha dela e coloco de volta nas minhas calças
antes de caminhar até os caras e cair em uma conversa fácil. Meus
pensamentos estão em toda parte menos lá, no entanto. Eles ainda
estão presos na maldita cadela que está tentando tomar o lugar do meu
amor.
Apenas mantenha a calma, lembro-me firmemente. Tudo terminará
assim que ela engravidar.
Uma foda, uma noite juntos, e tudo será resolvido. Isso é tudo que
preciso. Então tudo pode voltar ao normal. Então, posso voltar à vida
que deveria ter vivido o tempo todo.
Minhas mãos formam punhos ao meu lado e eu me odeio por saber
que uma noite pode não ser suficiente para o meu pau insaciável. Mas
terá que fazer. Eu tenho que permanecer fiel à minha promessa
também.
─ Dexter! ─ Uma empregada loira bonita vem até mim, sorrindo
timidamente. ─ Eles estão chamando por você. A cerimônia de noivado
está prestes a começar.
─ Eu já estou indo. ─ eu sorrio para ela carinhosamente. ─ Você
está bem, Minnie?
Ela desvia o olhar, assentindo. Mas eu não acredito. Tenho a
sensação de que vou ter que intervir mais uma vez. Essas pessoas
tratam as empregadas como lixo, e ela merece muito mais.
Ela sabe demais, afinal.
Eu ando até o arco de rosas, onde as famílias fundadoras se
reuniram, com todos os outros mantendo uma distância respeitosa.
Pandora já está de pé lá, seu olhar cheio de desprezo enquanto trava no
meu.
Deixe-a me odiar. É melhor assim.
─ Você pegou o anel?
Lai esbarra em mim e eu aceno com a cabeça, enfiando a mão no
bolso do meu blazer e lançando a ele um olhar do diamante.
─ Jesus, isso é de cegar. ─ ele ri. ─ Bem, melhor acabar logo com
isso. Coloque no dedo dela.
Concordo com a cabeça, minha mandíbula firme enquanto estou
embaixo do arco, ao lado da minha noiva em seu vestido arruinado.
─ Sem mais delongas. ─ Emilian Oakes fala. ─ Tenho orgulho de
anunciar o noivado da minha filha e Dexter Booth.
Eu sorrio, pegando a mão fria de Pandora e deslizando o anel em
seu dedo. Os olhos dela se arregalam com a visão. Ela está admirando o
anel, mas para rapidamente, seus olhos se enchendo de raiva mais uma
vez. Ela com certeza é uma coisinha mal-humorada. Vou me divertir
mudando isso.
─ Para um casamento bem-sucedido. ─ brinda Emilian, e o resto
dos convidados levantam os copos em comemoração, enquanto Pandora
fica ali sem jeito, a pedra em seu dedo capturando os últimos raios do
sol poente.
─ Para minha linda noiva. ─ eu sorrio, pegando uma taça de um
garçom que passa e a elevando alto. ─ E para o filho que ela vai me dar
em breve.
─ Isso ai, isso ai! ─ A multidão murmura, o som de copos
tilintando no jardim.
Pandora me encara com um olhar frio cheio de ódio.
─ Você não vai brindar conosco, minha querida noiva? ─ Eu zombo
dela.
Ela não responde.
Eu rio e engulo meu copo.
─ Aproveite sua liberdade. ─ digo a ela antes de me virar. ─
Enquanto durar, porra.
Pandora

A FESTA NÃO termina até o anoitecer e, quando os convidados


saem, eu estou exausta e irritada por ter que andar sem propósito em
meu vestido sujo e com confiança abalada. O anel está brilhando no
meu dedo, lembrando-me do meu cativeiro com cada olhar que dou.
Nenhum dos visitantes parecia particularmente interessado em me
conhecer, apesar de a reunião ter sido realizada para a minha entrada
na sociedade de Eden Falls e para o meu compromisso oficial com
Dexter.
Eu tinha visto algumas pessoas da minha idade nos jardins da
propriedade naquele dia, mas nenhuma delas parecia se importar em
falar comigo ou até dizer olá.
Vi brevemente Dexter com uma loira bonita, e isso torce meu
estômago em nós que me recuso a reconhecer. Eu me consolo pensando
que os conhecerei na escola no dia seguinte, apesar de fazer pouco para
aliviar a sensação de estar totalmente desconfortável na presença deles.
Finalmente, quando os últimos convidados esperam que seus
carros caros sejam trazidos pelo manobrista de Oakes Estate, decido
que é aceitável que eu me retire para meus aposentos. Ninguém faz
objeção enquanto atravesso a grama e entro na casa. Na verdade, tenho
certeza de que ninguém percebe que eu fui embora.
A propriedade nunca deixa de me chocar com sua grandeza
impressionante e, enquanto subo a enorme escada de mármore italiana,
me pergunto quantos convidados da minha festa me invejam. Acho que,
de fora, parece que tenho tudo. Mas meu pai me ensinou que, embora
eu seja seu bem mais valioso, ainda sou apenas isso - um objeto para
ele usar em seu benefício da maneira que mais lhe agradar.
Eu ando pelo corredor repleto de retratos e obras de arte caras até
finalmente chegar ao corredor que leva aos meus aposentos na
propriedade. É um conjunto de quatro quartos conectados por portas
com fechaduras do lado de fora, que diz tudo sobre a minha liberdade,
ou melhor, a falta dela.
Vou para o banheiro primeiro, fechando a porta atrás de mim e
tirando meu vestido manchado de lama. Eu deixo o vestido caído aos
meus pés, saindo da seda arruinada e rendas e gemendo quando olho
para a minha pele coberta de hematomas.
Pego os alfinetes de pérolas de água doce do meu cabelo, deixando
as mechas marrons escuras caírem pelos meus ombros. Minha cabeça
dói por ter o penteado complicado no lugar o dia todo, e eu gemo de
alívio enquanto tiro o meu sutiã de renda rosa também.
Nesse momento, a porta do meu banheiro se abre e eu grito de
raiva pelo intruso, tentando cobrir meu corpo.
─ Não se preocupe. ─ uma voz presunçosa me diz. ─ Não é nada
que eu esteja interessado, de qualquer maneira.
O garoto entra no quarto, não dando a mínima para que eu esteja
nua e ignorando meus bufos raivosos quando ele se senta na banheira
de mármore, com os pés na beira da pedra. Pego uma toalha branca
macia com as iniciais do rack e tento cobrir meu corpo da melhor
maneira possível.
─ Você sabe, eu normalmente não incentivo isso, mas você
realmente precisa comer mais. ─ ele me diz. ─ Essa bunda poderia estar
um pouco maior, é tão plana quanto uma maldita panqueca.
─ Ninguém pediu a sua opinião. ─ eu retruco, olhando para ele. ─
O que diabos você está fazendo aqui, Brazen?
─ Pensei em fazer uma pequena visita. Ver como você está se
adaptando a Eden Falls.
Meu meio-irmão sorri para mim antes de enfiar a mão no bolso e
puxar um baseado.
─ Não fume isso aqui. ─ eu assobio, mas ele me ignora, pegando
um isqueiro da calça e acendendo.
Baforadas de fumaça se erguem do baseado, meu meio-irmão olha
para mim. Cruzo os braços protetoramente na frente do meu corpo,
odiando que ele não me ouça.
─ Vou precisar que você saia daqui tipo, agora. Ou de repente você
esqueceu que deveria fazer o que eu digo? Eu sou a primogênita aqui.
Ele sacode as cinzas de sua ponta, me provocando. Ninguém me
leva a sério. O que diabos eu tenho que fazer para obter algum maldito
respeito? Bato com o pé no chão, impaciente, sem uma resposta dele.
Então, dou uma volta e ligo o chuveiro.
Brazen solta palavrões descarados e se esforça para sair da
banheira enquanto o vapor cobre suas roupas. Eu rio de suas tentativas
patéticas de sair, sentindo-me satisfeita quando ele finalmente
consegue pisar no chão de mármore, olhando para mim.
─ O quê? ─ Eu pergunto inocentemente. ─ Eu pensei que você
precisava se refrescar um pouco. Você parecia um pouco excitado lá.
─ Vá se foder, Pandora, ─ ele zomba, jogando os restos do baseado
no chão.
─ Quer saber, você pensa que me chamar assim é um insulto. ─
digo a ele docemente, dando um passo mais perto e tocando meu dedo
em seu peito. ─ mas eu simplesmente amo que você não diga o nome
vistoso que o pai quer que você use.
─ Eu não estou fazendo isso para ser legal. ─ Ele revira os olhos,
sacudindo um pouco da água do terno ensopado. ─ Estou fazendo isso
porque você não merece o nome de Lily Anna. Você nunca será uma de
nós.
─ Blá, blá, blá. ─ eu o imito, tirando sarro dele. ─ O que você está
fazendo aqui, afinal? Não quero lidar com você agora. Eu tive um longo
dia de merda.
─ Oh, eu só queria ver o que você achou do seu noivo. ─ ele zomba.
─ Você sabe, o infame Dexter Booth.
─ Eu gostei. ─ eu digo por entre os dentes. ─ Por que diabos você
se importa de repente?
─ Você sabe que ele é basicamente o cara mais importante desta
cidade, certo? ─ Brazen levanta as sobrancelhas para mim. ─ Ele está
atrás de nosso pai, se não no mesmo nível.
─ E daí?
─ E daí, que... ─ ele se aproxima e inspeciona meu rosto sem
noção. ─ Você faria um favor a si mesma se aceitasse o que ele disse.
─ O quê? ─ Dou-lhe um olhar duvidoso. ─ Por que eu deveria?
─ Você viu o que nosso pai pode fazer, não viu?
Isso é um olhar de remorso em seu rosto? Ele realmente se
arrepende de me bater?
─ O que você tem a ver com isso? ─ Eu reclamo para ele.
─ Bem, não é como se você fosse a pessoa mais popular em Eden
Falls agora. ─ ele faz uma careta, acendendo um novo baseado apesar
dos meus avisos. ─ Ter Dexter ao seu lado poderia realmente ajudá-la.
As pessoas não zoariam tanto você. Ele cuidaria de você, como fez com
Lily Anna.
─ Não preciso que ninguém cuide de mim. ─ levanto o queixo
desafiadoramente. ─ Tenho certeza de que posso fazer isso sozinha.
─ Com certeza não vai dar certo. ─ Brazen balança a cabeça em
desdém. ─ Você ainda não foi à escola. Você acha que as pessoas vão
tratá-la melhor lá?
─ Como eu disse. ─ eu respondo friamente. ─ Sou perfeitamente
capaz de me cuidar. Não preciso do seu conselho.
─ Estou apenas tentando ser legal. ─ ele fala com os dentes
cerrados. ─ Você poderia ter pelo menos uma pessoa do seu lado. Eu
pensei que seu maldito noivo seria uma boa opção. Mas você é
obviamente estúpida demais para seguir ordens simples.
─ Não preciso seguir suas ordens. ─ lembro a ele. ─ Você parece
estar esquecendo que eu vim antes de você, maninho. Você faz o que eu
digo.
─ Sim, boa sorte convencendo alguém a fazer o que você diz ─, ele
sorri. ─ Ninguém vai ouvir uma cadela riquinha nova que criou um par
de bolas tão pequenas que eu poderia explodi-las.
Ele bufa na minha cara e eu faço uma careta.
─ Sabe, eu pensei que você seria pelo menos um pouco mais
bonita, já que sua mãe era aparentemente uma mulher tão bonita. Eu
acho que você pode tirar uma cadela da sarjeta, mas você nunca pode
tirar a sarjeta da cadela.
Meu sangue ferve de raiva e luto contra o instinto de enfrentá-lo.
Eu não venceria uma luta física contra o Brazen, mas sempre fui
melhor nos jogos mentais. Ele pagaria por isso no momento certo.
─ E você? Você segue as ordens de nosso pai sem sequer pensar
nelas. Você me bateu, mano. Você bateu em uma garota inocente só
porque papai mandou, Brazen. O que sua preciosa empregada pensaria
disso?
Ele empalidece e eu sorrio para ele.
─ Oh, não achou que eu não percebi você olhando, mano.
Ele avança em mim, pronto para atacar, e eu recuo na expectativa
de um tapa que nunca vem. Brazen fala consigo mesmo, abaixando a
mão lentamente. Ele murmura algo baixinho, como se estivesse falando
sozinho.
─ O que você disse? ─ Eu pergunto docemente. ─ Não consegui
ouvi-lo. Talvez porque você esteja sendo um pervertido, tão obcecado
com a empregada que ...
Desta vez, Brazen não hesita. Ele me bate na mandíbula, me
batendo na bunda pela segunda vez. Eu choramingo quando ele me
bate, mas a súbita onda de adrenalina que percorre meu corpo me faz
pular de volta. Eu avanço nele. Posso ser mais baixa e mais fraca, mas
sou mais velha, o que me torna uma primogênita.
─ Você vai pagar por isso. ─ eu rosno para ele. ─ Vou contar ao
pai.
Ele empalidece com o pensamento antes de encolher os ombros,
inclinando a cabeça. ─ Faça isso, vadia. Vamos ver quem vence.
Ele sai do quarto, finalmente me deixando sozinha. Eu gemo
interiormente antes de inspecionar meus novos ferimentos no espelho.
Tenho hematomas por todo o corpo e mal estou aqui há uma semana. O
que diabos eles vão fazer comigo até o final do ano?

─ Lily Anna, querida, você está usando a colher errada.


Olho para o rosto doce da minha madrasta, Bryony. Ela tem
basicamente um metro e oitenta e cinco, cabelo loiro e Louboutins.
─ Obrigada pelo ... ─ Eu engulo, lembrando-me do meu lugar e me
odiando por sucumbir ao papel que eles me deram.
É temporário, eu me lembro. Apenas temporário.
─ Obrigado por me dizer, Bryony.
─ Por favor. ─ ela sorri, revelando duas fileiras de dentes brancos
perolados perfeitos. ─ Eu já disse para você me chamar de mãe.
Ai credo. O mero pensamento é perturbador.
Sorrio educadamente em resposta e volto minha atenção para a
comida, pegando outra colher e me servindo à sopa de creme de leite.
─ Filha. ─ Olho para meu pai, que está sentado à cabeceira da
mesa, com Bryony e eu o flanqueando. ─ Bryony pediu para você fazer
alguma coisa.
─ O-o quê? ─ Eu gaguejo, corando no momento em que o pai
estreita os olhos para mim. ─ Desculpa. Obrigado pela dica…
Eu me viro para Bryony. Ela injetou os lábios esta manhã e ainda
posso ver as pequenas picadas onde a agulha entrou em sua pele
macia.
─ Mamãe.
─ Bom. ─ Pai sorri, voltando à sua refeição com um sorriso
satisfeito.
Eu engulo em seco e olho para a mistura cremosa na minha frente.
O cheiro é divino, mas de repente perdi o apetite.
─ Pai, eu quero ir a uma festa na próxima semana.
Todos nós viramos para encarar minha meia-irmã, Tatianna.
Desde que cheguei aqui há uma semana, ela demitiu duas criadas,
cortou metade de seus cabelos ruivos e colocou um piercing no umbigo
que nosso pai descobriu no primeiro dia e a fez tirar. Ah, e ela decidiu
que todos devemos chamá-la de Tianna e se recusa a responder a
qualquer outra coisa, porque o novo apelido é "sua nova identidade".
Fale sobre ser mimada.
─ Semana que vem? ─ Pai levanta as sobrancelhas para ela, dando
uma risada bem-humorada. ─ A escola está apenas começando,
Tatianna.
Ela solta um suspiro quando ele a chama assim, mas não se opõe.
─ É como se fosse uma festa de início as aulas. ─ ela pisca, seus
cílios grossos carregados de rímel.
Ela parece uma boneca viva, aquela garota, e ela me deixa
assustada. Ela tem apenas dezesseis anos, mas já tem mais problemas
do que eu poderia ter se tentasse.
─ Todo mundo vai estar lá.
─ Quem é todo mundo? ─ Sua mãe fala, e Tatianna revira os olhos
instantaneamente.
Percebi que meus meios-irmãos mal ouvem a mãe deles. Tudo o
que eles se importam é ter problemas, ficar bêbados e / ou chapados e
foder as coisas para as outras pessoas. Ocasionalmente, seguem as
regras do pai, mas na maioria das vezes são completamente coringas.
─ Tipo, todos os meninos? ─ Tianna se dirige à mãe. ─ Dexter,
Caspian, Julian e Lai. Eu praticamente tenho que estar lá.
─ Eu também. ─ Brazen fala, encolhendo os ombros quando todos
olhamos em sua direção. ─ Alguém tem que cuidar da Tianna.
Ah, ok. Eu sei que ele vai ignorar a irmã a noite toda enquanto os
dois fazem coisas que nenhum adolescente deveria estar fazendo. Mas
há uma chance aqui, e não vou perder.
Eu quero ir a essa festa, eu percebo. Preciso descobrir mais sobre o
Dexter. Eu preciso fazer essas pessoas pensarem que eu me encaixo
aqui, para que eu possa usá-lo em meu proveito quando finalmente me
afastar. Além disso, preciso de um motivo para sair de casa. Estou
ficando louca aqui.
─ Oh, eu também.
Agora, todas as cabeças se voltam na minha direção, e o pai me
olha com dúvidas.
─ Você quer ir a uma festa? ─ Pergunta meu pai.
─ Uma festa para a qual você não foi convidada? ─ Tianna grita.
─ Bem, Dexter estará lá. ─ dou de ombros descuidadamente. ─ O
resto dos primogênitos também ... E, obviamente, não será tão
exclusivo, já que você estará lá.
Ofereço a ela um sorriso doce e sacana. Há alguns dias, eu
descobri como chegar até ela e adoro isso. Ela desvia o olhar,
obviamente ofendida.
─ Tudo bem, não vejo por que não. ─ diz o pai, batendo nos lábios
com um guardanapo de pano. ─ Vou fazer Kelley levar todos vocês lá e
buscá-los depois.
─ Obrigado, pai. ─ murmuramos em uníssono, e eu sorrio para
mim mesma antes de voltar à minha sopa.
Finjo não notar meus meios-irmãos me encarando com desprezo e
me ocupando com a comida antes de me lembrar do que eu ia dizer.
Espero uma pausa na conversa antes de me dirigir a meu pai
novamente. ─ Perdoe-me por mudar de assunto, eu só tinha outra
pergunta.
─ O que é? ─ Ele me encara, como se quisesse me avisar para não
dizer ou perguntar nada idiota.
Deus, essas pessoas realmente me subestimam.
─ Fiquei com a impressão de que o Segundo filho deveria seguir as
regras dos Primogênitos?
Coloquei um rosto inocente e bati meus cílios para meu pai. Eu
posso sentir Brazen fumegando do assento ao meu lado, mas eu ignoro
a mão dele que agora está no meu joelho, dedos cravando na pele
dolorosamente.
─ É assim que deve ser. ─ o pai assente. ─ E desde que Eden Falls
foi fundada pelas seis famílias fundadoras.
─ Certo, certo. ─ eu ronrono. ─ Então, você diria que é contra as
regras que um Segundo filho, digamos, bata em um Primogênito?
Bryony ri da ideia e meu pai a encara. ─ Claro, seria contra as
regras.
─ Viu, Brazen? ─ Eu me viro para encará-lo, piscando rápido para
parecer ainda mais inocente enquanto dou a ele um olhar triunfante. ─
Eu disse que seu pai ficaria bravo se você me batesse. Especialmente
aqui.
Eu toco as pontas dos meus dedos na minha bochecha, fazendo
uma careta.
─ Vou machucada na minha primeira festa.
─ Você bateu nela, filho? ─ Pai pergunta calmamente e Brazen
levanta os olhos da comida com um sorriso de desculpas.
─ Eu apenas pensei que ela precisava aprender algumas maneiras,
pai. Sabe, ela foi criada tão mal que nem sabe usar os malditos talheres
certos.
─ Olha a boca! ─ Bryony treme, mas todos a ignoram.
Até Tianna está olhando entre nós três, ignorando sua comida e
esperando o resultado com a respiração suspensa.
─ Eu não dou a mínima para o que você pensou. ─ sussurra o pai
para o meu irmão mais novo. ─ Essa não é sua decisão, e você sabe
muito bem disso. Você só bate nela quando eu digo para bater nela. Não
quero esperar esse tipo de escândalo, Brazen. Não quero que isso
aconteça novamente. Você entendeu?
Seus lábios formam uma linha fina e ele tira a mão do meu joelho.
Eu dou um suspiro de alívio quando seus lábios se encolhem de
nojo e ele murmura: ─ Sim, pai.
─ Bom. ─ Pai volta o olhar para a comida na frente dele, acenando
com a mão. ─ Nenhuma festa para você na próxima semana.
─ Você vai pagar por isso. ─ Brazen sussurra para mim baixinho,
mas eu apenas lhe dou um sorriso largo em troca.
Ainda não estou vencendo a guerra, mas esta batalha é toda
minha.
À medida que avançamos para o próximo movimento, prometo a
mim mesma que vou me ferrar se ficar em casa o dia todo só porque os
Oakes roubaram minha vida anterior. Eu serei amaldiçoada se eles me
quebrarem. Eu não sou como a garota de antes.
Eu não sou nada parecida com Lily Anna.
Pandora

KELLEY, o motorista, para em frente à escola de Tianna primeiro.


Ela é dois anos mais nova que eu, o que significa que ainda vai
para o Eden Falls High, enquanto Brazen e eu estamos começando no
Eden Falls Prep. neste outono. É uma escola preparatória de elite que
dura dois anos após o ensino médio. Há apenas uma centena de nós em
toda a escola, e todo mundo conhece todo mundo.
Exceto por mim - este é o meu primeiro dia e me sinto perdida.
Eu olho para Brazen em busca de ajuda, mas ele me despreza
como sempre. Eu não deveria esperar que ele fosse legal comigo. Ele
provavelmente mal pode esperar para ficar do lado de alguém e contra
mim novamente.
─ Obrigado, Kelley. ─ murmuro enquanto Brazen sai do carro sem
dizer uma única palavra ou tirar os olhos da tela do telefone. ─ Vejo
você depois da escola.
Nosso motorista toca seu chapéu em reconhecimento, oferecendo-
me um sorriso sincero. A equipe do Oakes Estate me aqueceu
rapidamente. Provavelmente porque tenho menos manutenção do que
Bryony, que tem esteticistas, maquiadores e estilistas vindo à casa
todos os dias, mais normal que a louca Tianna, com sua personalidade
em constante mudança, e menos pervertida que Brazen. Eu já o peguei
apalpando a bunda da empregada várias vezes agora. Nojento.
Sigo Brazen para fora do carro, reajustando minha nova bolsa de
grife no meu ombro. A Eden Falls Prep. aparece diante de mim, um
prédio histórico cinza com hera subindo por todas as paredes. Este
lugar é rico com os tempos passados, com os quais não poderia me
importar menos.
Brazen anda à minha frente nos degraus, e eu sigo atrás, meu
coração batendo mais rápido do que nunca. Estou ciente de todos os
olhos em mim enquanto caminho pelo gramado e em direção à entrada
do prédio. Algumas dessas pessoas estavam na festa de noivado, mas a
maioria delas está muito abaixo do meu status. Isso significa que eles
são forçados a me respeitar por puro medo do que meu pai fará com
eles, se não o fizerem. Mas ninguém é corajoso o suficiente para se
aproximar de mim. Ou seja, até eu estar na sala de aula de teto alto
com assentos de anfiteatro.
Uma garota caminha até o local que eu peguei e se senta no banco
ao meu lado. Ela cruza os braços e as pernas delicadamente, inclinando
a cabeça para o lado com um sorriso que provavelmente quebra
corações por toda a escola.
Ela está deslumbrante. Tipo, o tipo de deslumbrante que você vê
nas capas de revistas e diz a si mesmo que não pode ser geneticamente
parecido.
Seu longo cabelo preto contrasta com a pele quase de porcelana,
sem nenhuma mancha à vista. Seus olhos são arregalados,
amendoados e inclinados, com cílios grossos que combinam com seus
cabelos. A maquiagem que ela está usando é mínima e só aumenta sua
beleza inesquecível.
─ Oi. ─ diz ela, estendendo a mão em saudação. ─ Araminta Fox.
Sua nova melhor amiga.
─ Com licença? ─ Minhas sobrancelhas se erguem.
Eu sei quem ela é, fui forçada a aprender os nomes de todos os
primogênitos nesta cidade, e ela é uma delas. Sua mãe, Estefânia, foi
um dos membros fundadores de Eden Falls.
─ Araminta Fox. ─ ela repete lentamente, como se estivesse falando
uma língua estrangeira. ─ Sua. Nova. Melhor amiga.
─ E o que a qualifica para essa posição? ─ Pergunto a ela, meu
coração acelerando e esperando que ela não se ofenda com a minha
resposta.
Enquanto eu tenho o mesmo status, sinto que muito mais pessoas
vão ouvir a bonita herdeira sobre mim.
─ Eu era a melhor amiga de Lily Anna. ─ ela encolhe os ombros,
puxando um diário da Louis Vuitton da bolsa e abrindo-o para uma
página vazia, com a caneta com ponta de pena sobre o papel. ─ Você é
Pandora, certo?
─ Certo. ─ eu aceno, meu sorriso perdendo um pouco de sua
nitidez.
Ela é a primeira, além de Dex e Brazen, que usou meu nome. E ela
não fez isso para me machucar. Ela parece entender que prefiro o nome
com o qual cresci.
─ Nós, garotas, precisamos ficar juntas. ─ ela pisca para mim. ─
Além de você e eu, a única outra menina primogênita da Prep. é Coco
Rose. E confie em mim, você não quer ficar do lado errado dela.
Ela aponta para uma garota sentada na frente de nós. Ela tem
cabelos pretos esvoaçantes, arrumados com perfeição, mas de alguma
forma ainda está conseguindo ter mais volume que meus cachos já
tiveram e pele bronzeada coberta de sardas. Ela é tão bonita quanto
Araminta.
─ Uau. ─ murmuro baixinho. ─ Porra, ninguém disse que eu teria
que fazer uma cirurgia plástica para ser bonita o suficiente para me
encaixar aqui.
Araminta ri da minha observação, jogando a cabeça para trás. Há
algo de sexy nela, ela é tão relaxada, tão confiante. Eu nunca ficarei tão
confortável com minha própria pele. Nem que eu pareça tão bonita
quanto ela.
─ Olha, você só precisa desesperadamente de um corte de cabelo.
─ ela encolhe os ombros para mim, me dando um sorriso perverso
quando eu suspiro. ─ E algumas mechas. E você realmente precisa
fazer as unhas. Elas nem estão... lixadas?
Olho para minhas mãos, subitamente constrangida com minhas
unhas. Elas são curtas e atarracadas, e sempre foram. Eu mantenho
meus dedos dos pés pintados, mas sempre esqueço das minhas mãos.
─ Por que não saímos? ─ sugere Araminta. ─ Você é nova na
cidade e duvido que sua irmãzinha esteja disposta a compartilhar todos
os melhores lugares de beleza da cidade. Também vou levá-la ao meu
estilista. Vai ser divertido. ─ Ela me dá um sorriso perfeito. ─ Traga o
cartão do seu pai, ele tem um limite maior.
─ Você acha que meu pai vai ficar bem com isso? ─ Eu pergunto a
ela, mordendo meu lábio inferior. ─ Ele não está me aprovando muito.
─ Confie em mim, garota. ─ Araminta sorri. ─ Você pode girá-lo em
torno do seu dedo mindinho. Falando nisso, deixe-me ver o anel!
Ela pega minha mão e fica admirada do tamanho do diamante no
meu dedo anelar.
─ Puta merda. Ele realmente fez tudo certo.
Nesse momento, o professor, um homem alto na casa dos
cinquentas, vestindo um terno limpo, entra na sala de aula e todos,
exceto Araminta, se levantam para cumprimentá-lo. Eu sigo um
segundo atrás deles, corando por causa da minha falsidade, mas
Araminta puxa minha mão e me faz sentar novamente.
─ Você é uma primogênita, bebê. ─ ela me diz suavemente. ─
Estamos acima dos professores. Não há necessidade de se levantar.
Concordo com a cabeça silenciosamente e contínuo sentada
enquanto o professor caminha até sua mesa. Ele não comenta que nós
duas não estamos de pé e Araminta pisca para mim. Estou começando
a entender o que significa ser um primogênito.
─ Fique por aqui e você aprenderá. ─ minha nova amiga murmura
no meu ouvido. ─ Você os fará comer na palma da sua mão... assim
como eu.

ARAMINTA e eu não compartilhamos outra aula naquele dia. Eu


estou principalmente nas aulas para iniciantes, sendo apelidada de
uma pessoa não civilizada e pouco instruída durante meu exame
preliminar realizado pela Sra. Robinson.
As aulas não são como eu imaginava. Eu tenho uma aula de
etiqueta, aulas de equitação, aulas de desenho e, finalmente, meu dia
termina com uma aula de dança. Já estou com medo, porque é
realizado pela mesma mulher que aplicou os exames preliminares. Ela
já me olhou com antipatia na primeira vez, nem quero saber como ela
vai agir hoje.
Chego ao vestiário e o encontro cheio de garotas que ficam
mortalmente quietas quando entro. O medo me paralisa, impedindo-me
de encará-las com um comentário espirituoso, e abaixo minha bolsa em
completo silêncio, vasculhando os bolsos até eu pegar meu collant e os
sapatos de balé que somos forçadas a usar. Olho ao redor da sala, sem
saber se devemos trocar de roupa ali. Minha escola antes tinha alguma
privacidade, mas isso parece quase brutal. Todas as outras meninas já
estão vestidas, e eu suspiro, admitindo a derrota.
Lentamente, desabotoo o blazer do meu uniforme e o tiro do meu
corpo. A blusa segue o exemplo, depois a saia xadrez. Tiro minhas
meias 3/4 e rapidamente coloco o collant. Depois, habilmente tiro meu
sutiã por baixo do tecido, as outras garotas não parecem estar usando.
Quando finalmente me endireito, eles ainda estão me encarando, e
empalideço ao pensar que elas examinam meu corpo em detalhes
excruciantes.
─ Meninas! Venham, por favor!
Seguimos o som da voz da Sra. Robinson para o estúdio. Está
ligado ao ginásio principal do edifício, e ouço risadas e gritos vindo de
lá. Olho para o amplo salão atrás de mim, vendo um garoto loiro
batendo uma bola e sorrindo para seu oponente alto, moreno e bonito.
Dexter.
─ O que é tão perturbador, senhorita Oakes?
Eu continuo olhando para ele, seus músculos ondulando sob o
tecido de sua camisa e seu sorriso mortal e impressionante ao mesmo
tempo.
─ Senhorita Oakes, você ainda está conosco? Preciso enviar você
para o diretor?
Um cotovelo me bate entre as costelas, e volto minha atenção para
a garota que ousou me tocar. Ela empalidece sob o meu olhar, mas faz
um gesto para a Sra. Robinson em aviso.
─ Lily Anna!
Eu olho para cima e finalmente me toco de que a bruxa velha
estava chamando meu nome. Ainda não me acostumei com o novo.
─ Desculpe. ─ eu murmuro.
─ Desculpe? ─ Ela repete. ─ É assim que você age em todas as
suas aulas? Devo dizer, senhorita Oakes, eles nos avisaram que você
seria... bem, difícil, mas isso é apenas triste. Você já fez balé antes?
Minha boca fica em uma linha fina e balanço minha cabeça.
─ Não? ─ Ela está praticamente sorrindo para mim agora, e eu
sinto a atmosfera mudar enquanto minhas colegas riem.
Aparentemente, essas garotas pensam que não há problema em me
tratar dessa maneira e já que estão sendo encorajadas pela velha
bailarina.
─ Que trágico, senhorita Oakes. Você nem consegue fazer uma
pirueta básica?
Eu me recuso a responder, encarando a mulher irritante e
esperando que ela seja inteligente o suficiente para recuar desse
argumento, porque é uma luta que ela não tem chance de vencer.
─ Estou esperando. ─ ela me lembra, cruzando os braços e batendo
o pé no chão.
─ Primeiro de tudo. ─ começo, minha voz doce e lenta, como se
estivesse falando com uma criança. ─ Não me chame de Lily Anna. Meu
nome é Pandora.
Ela ri, olhando em volta da sala pedindo apoio. Mas as outras
garotas estão caladas mais uma vez, esperando para ver como isso
acontece antes de escolherem os lados.
─ Agora, o balé não é realmente coisa minha. ─ continuo fazendo
uma careta triste para a sra. Robinson. ─ Então, eu não acho que eu
quero estar nesta classe especialmente. Isso não será um problema, não
é, senhora Robinson?
─ Faz parte do seu currículo. ─ Ela franze as sobrancelhas para
mim. ─ Você não pode passar o ano se não concluir seu treinamento de
balé.
─ mas eu não gosto disso. ─ ronrono, dando um passo mais perto
dela. ─ Então, vou voltar e me trocar, e voltar para casa mais cedo,
porque não tenho vontade de passar mais uma hora e meia em sua
deliciosa companhia. Dessa forma, nenhuma de nós precisa tolerar a
outra. Que tal isso?
─ Você não pode fazer isso. ─ a mulher bufa, mas eu apenas rio
alto.
─ Oh, acho que eu posso. ─ digo a ela. ─ Ou você esqueceu quem
eu sou? Eu posso usar um nome diferente, mas isso não muda o
sangue nas minhas veias. Então, por favor, mantenha minha nota no
nível A e eu não irei reportar ao meu pai.
─ Por que eu faria isso? ─ Ela estreita os olhos para mim.
─ O que você faz, senhora Robinson? ─ Pergunto. ─ Cem mil por
ano?
O rosto dela cai e sei que superestimei os ganhos dela.
─ Oh, coitadinha. É ainda mais baixo, não é? Isso coloca você bem
no final da cadeia alimentar. Tenho certeza de que não preciso lembrá-
la, mas estou no topo.
Eu sorrio para o rosto caído dela. ─ Vou sair agora e você vai ser
gentil pela primeira vez na vida e talvez falar bem de mim para a equipe.
Eu pisco meus olhos para ela. ─ Nós temos um acordo?
Uma silenciosa batalha interior acontece quando nos encaramos,
mas fico chocada quando ela me dá um breve aceno de cabeça. Acho
que realmente tenho algum poder aqui.
Sorrio largamente antes de soprar um beijo para o resto das
meninas e praticamente pulando de volta para o vestiário. Finalmente
livre. Pode levar apenas uma hora até que Kelley me pegue novamente
na frente da Eden Falls Prep., mas eu vou aproveitar para relaxar, de
qualquer maneira que eu puder.
Eu puxo o elástico que estava segurando minhas mechas em um
coque apertado, e meu cabelo castanho escuro cai em volta dos meus
ombros. Um olhar no espelho do vestiário revela um sorriso vitorioso no
meu rosto. Quando não estou totalmente infeliz, não pareço tão mal.
Enrolo o cabelo com minha mão, fazendo beicinho com o meu
reflexo.
─ Bem, bem, bem, o que temos aqui?
Eu me viro ao som da voz masculina, empalidecendo quando fico
cara a cara com um garoto alto que se ergue sobre mim. Seus ombros
são incrivelmente largos, e eu posso ver tatuagens saindo de debaixo do
colete. Ele não pode ser mais velho que eu.
─ Como é que é? ─ Eu levanto minhas sobrancelhas para ele. ─
Você está no vestiário das meninas, caso não tenha notado.
Aponto para um sutiã perdido pendurado em um gancho atrás
dele.
─ Oh, eu sei. ─ diz ele, dando-me um sorriso maligno. ─ Eu vim
para te encontrar. Queria ver melhor o mais novo brinquedo de Dexter.
Deus, esse apelido estúpido de novo. Por que me causa arrepios na
espinha? Me deixa doente pensar que Dexter provavelmente o usa com
todas as garotas com quem ele beijou... ou dormiu. Esta não é a escola
primária, Pandora.
─ Não sou o brinquedo de ninguém. ─ digo ao estranho com um
sorriso firme. ─ Você sabe quem eu sou? Você está falando com um
primogênito aqui.
─ Talvez eu deva perguntar o mesmo. ─ Seus lábios se curvam em
um sorriso. ─ Eu sou Lai.
─ Lai? ─ Finalmente, o nome toca uma campainha em minha
cabeça. ─ Oh.
Ele é um dos primogênitos. Mas a família dele é.… diferente. Os
pais dele não eram exatamente... o mesmo que todos nós. Na verdade, a
mãe de Lai era uma garota de programa. E um dos membros da família
fundadora a engravidou. Ninguém sabe quem. Poderia muito bem ter
sido meu pai. As anotações sobre Eden Falls que fui forçada a estudar
não diziam nada sobre isso.
─ Sim, oh. Finalmente encontrou suas maneiras, agora que você se
lembra de mim, não é? Posso não ser tão importante quanto você e seu
homem, mas ainda assim tenho direito ao que quero.
─ Tanto faz. ─ murmuro, virando as costas para ele, mesmo que
meu coração já esteja batendo erraticamente. ─ Você se importa? Estou
tentando me trocar aqui.
─ Oh, eu não me importo. ─ diz ele, caminhando até o banco que
percorre toda a sala e se sentando, olhando para mim com avidez.
Ele é como um lobo, pronto para atacar na primeira chance que
tiver.
─ Vá em frente, Lily Anna.
─ Pandora. ─ eu assobio. ─ Você vai ter problemas por ficar
encarando.
─ Você acha? ─ Ele ri de mim, me fazendo corar furiosamente.
─ Eu sou uma primogênita, assim como você. ─ eu o lembro.
─ Sim, mas você é uma garota. ─ ele ri. ─ Você não tem direitos até
se casar e apenas se for virgem na noite de núpcias.
Cerro os dentes, murmurando: ─ Estou noiva. Dexter não vai
deixar você escapar disso.
─ Você realmente não conhece o Booth, não é?
─ O que diabos você quer dizer?
─ Olha a língua.
Ele balança o dedo para mim, depois se levanta, caminhando para
perto de mim. Sua mera presença é intimidadora. Ele cheira a pinho e
sabão. Odeio ter ficado tentada a dar um passo mais perto e sentir o
cheiro dele. ─ Eu acho que você não tem ideia do seu novo noivo. Você
pode ser o brinquedo mais novo dele, mas está longe de ser o favorito.
─ Ele está... ─ Eu mordo minha língua antes que a pergunta
deslize pelos meus lábios. ─ Não importa. Apenas me diga o que você
quer, você já tomou o suficiente do meu tempo.
─ Oh, eu ainda não falei ─ ele me lembra. ─, mas eu vou, não se
preocupe com isso. Na verdade, Dexter me disse que posso ter o
primeiro gosto.
Ele sorri, como se tudo isso fosse divertido para ele.
─ Viu garota estúpida? Ele nem quer você o suficiente para ter a
primeira chance.
─ O-o quê? ─ Eu empalideci com o som dessas palavras. ─ Você
não pode estar falando sério.
─ Muito sério.
Ele fecha a porta firmemente atrás de nós, girando a fechadura e
deslizando a chave no bolso de sua bermuda. De repente, a sala parece
muito pequena, sufocante. Somos apenas ele e eu aqui, e mal consigo
respirar.
─ O que você vai fazer comigo? ─ Pergunto e odeio que isso saia em
um gemido.
Se eu achava que a resposta me acalmaria, eu estava muito
enganada. Enquanto Lai avançava em minha direção, as palavras
deixavam seus lábios em um escárnio, eu começo a tremer de medo.
─ Nada tão ruim quanto Dexter, uma vez que ele finalmente
colocar as mãos em você.
Pandora

─ Não se atreva a me tocar. ─ rosno para a montanha em forma de


um cara. ─ Vou contar ao meu pai.
─ E o que ele vai fazer? ─ Ele não parece intimidado por isso. ─ Eu
posso lutar contra qualquer pessoa nesta maldita cidade, garotinha.
Você não vê isso?
Eu posso ver isso. O cara provavelmente tem mais de um metro e
oitenta e cinco e é construído como uma casa de tijolos. Mas não vou
admitir. Se ele realmente é como o lobo com o qual o comparei
anteriormente, ele sentirá meu medo. Eu preciso permanecer forte e
não ceder às suas demandas cruéis.
─ Porque você não se aproxima. ─ diz ele, de maneira não cruel. ─
Venha, seja uma boa garota e venha ficar comigo. Talvez eu não a
destrua completamente se você cooperar.
Ele ri cruelmente de sua própria piada.
─ Eu vou gritar quando você me tocar. ─ eu digo em um último
esforço para impedi-lo de se forçar em mim.
Mas sua única resposta é uma risada baixa e gutural.
─ Oh, sua garota estúpida. ─ ele murmura. ─ Você disse que
quando eu te tocar, não se. Parece-me que este cordeirinho já aceitou
seu destino.
Eu recuo por seu toque, há uma batida na porta. Duas batidas
longas, duas curtas. O lobo zomba de mim antes de recuperar a chave
do bolso. Não espero que ele volte. Eu nem paro para pegar minhas
roupas do banco. Em vez disso, dou os passos mais rápido que posso,
passando por Lai, derrubando-o de lado enquanto saio dos vestiários e
para o corredor que leva ao edifício principal de Eden Falls Prep.
Ouço passos atrás de mim momentos depois, e não é apenas um
par de pernas. Arriscando um olhar por cima do ombro, olho nos olhos
de Lai. Dexter está alcançando-o, zombando enquanto ele me vê fugir.
Eu perco o pé repentinamente, deslizando no chão de mármore liso do
corredor e caindo no chão.
─ Porra! ─ Eu grito quando eles se juntam a mim.
Aperto meu cotovelo, que lateja dolorosamente, e os dois caras
permanecem acima de mim, impedindo-me de fugir.
─ Dexter! Ele tentou me tocar! ─ Aponto um dedo trêmulo e
acusador para Lai. ─ Ele te desrespeitou! Você precisa detê-lo!
─ Brinquedo estúpido. ─ Dexter murmura baixinho. ─ Você ainda
não descobriu isso, não é?
Dou-lhe um olhar interrogativo quando ele se ajoelha ao meu lado,
tocando as pontas dos dedos calejadas no arranhão no meu cotovelo
que está sangrando levemente. Então, ele coloca a palma da mão na
boca, lambendo o sangue em seus dedos. Eu recuo.
─ Eu governo está escola. Eu governo está cidade. Eu até mando
no nosso amigo Lai aqui ─ ele me informa. ─ E se eu disser a ele que ele
precisa fazer alguma coisa, você pode apostar sua bundinha que ele vai
fazer.
─ Mas... ─ Estou tentando encontrar uma salvação, mas não
encontro nada. ─ Estamos noivos, pelo amor de Deus!
─ Ninguém está dizendo que ele vai te foder. ─ Dexter sorri para
minha ingenuidade. ─ Embora eu nem saiba se você se manteve pura
para mim... você é, brinquedinho?
Ele dá um passo à frente, manchando meu próprio sangue no meu
rosto enquanto segura minhas bochechas com uma mão.
─ Se eu descobrir que você está oferecendo esse prêmio entre suas
pernas a alguém, mais alguém, vou acabar essa onda rebelde.
Entendeu?
Estou tão aterrorizada que apenas aceno. Não há espaço para
discutir aqui. Eu tenho muito medo do que ele pode fazer comigo se eu
tentar.
─ Bom. ─ Dexter murmura. ─ Agora, levante-se.
Ele nem sequer me oferece sua mão, mas Lai o faz, dando um
passo à frente e me dando um olhar cheio de pena, e é tão diferente do
olhar cheio de luxúria de antes, que me fez querer chorar. Não aceito a
ajuda dele, me recompondo desajeitadamente.
─ Volte ao vestiário. ─ instrui Dexter. ─ Ainda temos 45 minutos.
Eu sugiro que você pare de correr agora, brinquedo. A menos que você
queira que toda a turma assista você se submeter a mim. Mas talvez
seja esse o tipo de coisa que você gosta?
Eu penso no que ele está dizendo. Ser ferida aqui, sem ninguém
assistindo, ainda é preferível a eles me torturando na frente dos outros
alunos. E sinto que eles adorariam me disciplinar com uma plateia
presente.
─ Não. ─ digo rapidamente, percebendo que não tenho escolha. ─
Por favor, eu não quero isso. Serei boa. Eu vou me comportar.
─ Lembre-se de sua promessa da festa. ─ Dexter me lembra mais
uma vez. ─ Eu vou te prender nisso.
Eles me levam de volta para o vestiário, meu pequeno corpo preso
entre seus corpos fortes. Meu coração está batendo forte enquanto tento
encontrar uma maneira de fugir, mas continuo não encontrando nada.
Nada vai me salvar agora, a menos que um milagre aconteça nos
próximos dez segundos. Mas parece que recentemente nasci sob uma
estrela de azar. Certamente as coisas vão começar a trabalhar a meu
favor agora.
Quando chegamos ao vestiário novamente, eles me forçam a entrar
debaixo do chuveiro e ligam a água acima de mim. Lembro-me da
minha própria brincadeira, a que eu tinha feito com o Brazen, quando
fiquei instantaneamente ensopada.
─ Para abafar seus gritos de prazer. ─ Lai me diz com um sorriso
perverso, e sinto arrepios por todo o corpo ao ouvir a voz dele e as
promessas sombrias que ela contém.
─ Por favor. ─ imploro pela última vez, sem saber se devo dirigir
meus pedidos a Dexter ou a seu amigo. ─ Não vou contar a ninguém o
que você fez aqui. Podemos voltar ao normal amanhã. Juro que não vou
contar a ninguém o que você tentou fazer comigo.
─ Ouviu isso, Lai? ─ Dexter sorri sem tirar os olhos de mim. ─
Brinquedinho já está fazendo mais promessas, antes mesmo de tocá-la.
Tão ingênua, não é?
─ Tão ingênua. ─ Lai confirma com um aceno de cabeça, seus
olhos famintos devorando meu corpo.
Para meu horror absoluto, percebo que meus mamilos formaram
picos rígidos sob o tecido fino da minha roupa rosa pálida. Eles estão
esticando o tecido da roupa de baixo e são apenas alguns segundos
para chamar a atenção dos meus abusadores. Esperamos que eles não
notem; cruzo os braços defensivamente na frente do meu corpo.
─ Por onde devemos começar? ─ Dexter bate no queixo, pensativo,
e eu o odeio ainda mais intensamente por desenhar o inevitável.
─ Basta acabar logo com isso. ─ eu reclamo para ele. ─ Qualquer
coisa que você vá fazer comigo, acabe logo com isso. E não pense que
você vai me quebrar. Isso nunca vai acontecer.
─ Ok, vamos começar essa festa. Pedido do brinquedo. ─ Dexter
sorri para mim antes de acenar para Lai. ─ Segure os braços dela.
Acima da cabeça dela.
Seu garoto de recados avança em mim, e minhas costas batem na
parede de azulejos nos chuveiros quando percebo que não tenho para
onde correr. A água fria está me atingindo de todos os ângulos no
chuveiro agora, e Lai e eu estamos ficando encharcados. Mas nenhum
dos meninos parece se importar. Há um certo brilho de fome nos olhos
deles que envia ondas de medo correndo pelo meu corpo.
Lai me agarra pelos pulsos, me fazendo ofegar em voz alta. Ele
coloca meus braços acima da minha cabeça, segurando-me firmemente
no lugar enquanto ele sorri para mim. Eu luto contra ele, mas sou
impotente contra seu aperto forte. Mais uma vez, eu sei que vou ter
contusões quando elas terminarem comigo. O que há de errado com
essas pessoas? Por que eles estão tão empenhados em me causar dor?
Sinto os olhos de Dexter me examinando, demorando-se na roupa
agora encharcada que ainda estou usando. Percebo dolorosamente
meus mamilos inchados e sei que minha malha provavelmente já está
transparente. Mas não dou a ele o prazer de gritar de frustração. Em
vez disso, volto seu olhar, focando meus olhos nele, quase desafiando-o
a dizer algo. E ele não hesita, rindo na minha cara antes de se dirigir a
Lai novamente.
─ Você não acha que ela está linda assim? ─ Ele pergunta ao
garoto mais alto. ─ Tão desamparada. Tão impotente. Adoro quando ela
luta.
─ Eu também. ─ As palavras de Lai deixam seus lábios em um
rosnado baixo e eu coro um tom vermelho escuro quando eles olham
fixamente para mim. ─ Quando você acha que ela vai começar a nos
implorar para deixá-la ir?
─ Vamos ver. ─ Dexter bate um dedo no queixo, me inspecionando
com um olhar que não perde um único movimento que eu faço. ─
Gostaria que deixássemos você ir, brinquedinho?
─ Vá se foder. ─ eu rosno em resposta.
Os dois riem das minhas palavras, como se eu tivesse acabado de
dizer algo totalmente ridículo. É nesse momento que prometo a mim
mesma, jurando de um lado para o outro que nunca mais os deixarei
me humilhar. Dexter pode pensar que ele é dono do meu corpo, mas
ainda não tenho uma aliança no meu dedo. Para mim, esse casamento
é tão falso quanto o nariz da minha madrasta.
─ Agora, agora. ─ diz Lai, tentando me aplacar. ─ Eu não acho que
você deva ser tão corajosa, garotinha. Nós vamos acabar com você
eventualmente. Quanto mais cedo você admitir isso para si mesma,
melhor, porra.
─ Nunca. ─ eu garanto. ─ Sonhe, bolo de carne.
Dexter se aproxima, envolvendo seus dedos fortes em volta da
minha garganta e batendo minhas costas contra os azulejos do
chuveiro. Eu gemo quando a dor irradia pela minha espinha, odiando-o
com todas as fibras do meu ser. Ele me olha com uma espécie de
curiosidade mórbida que me dá arrepios. Como se eu fosse uma
boneca. Os itens de um colecionador devem ser colocados em uma
prateleira e nunca tirados da caixa. Embora eu sinta que Dexter não
tenha medo de estragar a embalagem. Como eu já percebi, ele não
hesita antes de mutilar seus brinquedos.
─ Tire essa blusa dela.
Ele solta as palavras com calma, fazendo meu corpo lutar com
resistência enquanto as mãos de Lai impiedosamente atacam a roupa
que estou usando. Estou lutando, tentando o meu melhor para fugir,
mas é inútil. Lai me domina facilmente, e ele é apenas um cara. Deus
proíba Dexter de se juntar. Eu sou impotente contra eles.
O tecido da minha roupa rasga, e Lai arranca-o do meu corpo em
pedaços. Percebo que agora estou de calcinha, exposta aos olhos
famintos e me sentindo mais vulnerável do que nunca. Eu odeio eles. A
necessidade de me vingar da dupla irradia pelo meu corpo, e prometo
canalizar toda essa raiva interior para fazê-los pagar pelo que estão
fazendo comigo agora.
─ Pronto para admitir a derrota? ─ Lai me pergunta docemente,
pairando centímetros de distância do meu rosto.
Balanço a cabeça, olhando de volta. ─ Você nunca vai me quebrar.
─ Concordo em discordar. ─ Lai resmunga, seu aperto nos meus
pulsos apertando e deixando marcas dolorosas na minha pele. ─ Agora
eu adoraria ouvir você admitir o quanto você ama isso.
Eu cerro os dentes, recusando-me a dar o que ele quer.
─ Abra suas pernas, brinquedo. ─ Dexter late para mim em
seguida, eu cerro os dentes, balançando a cabeça negativamente.
Eles estão me devorando com os olhos. Eu posso sentir meu noivo
encarando meus seios como se ele estivesse tentando dar uma olhada.
Lai não está muito atrás, e os grunhidos necessitados que emanam de
mim, enviam um sentimento de medo reverberando pela minha
espinha.
─ Eu disse, abra suas pernas, porra.
Desta vez, as instruções repetidas de Dexter saem em um rosnado
cruel, mas eu ainda não obedeço. Ele suspira alto, se aproximando de
mim e agarrando minha coxa com confiança. A palma da mão calejada
é enorme em comparação com a minha perna magra. Ele agarra cada
coxa com uma mão e abre. Meus pés se movem no chão, meu corpo se
abre involuntariamente para ele. Estou ciente do fato de que agora
estou usando apenas uma calcinha fio dental branca. É a pior sorte que
me vesti dessa maneira hoje de manhã e me odeio por não perceber que
algo assim iria acontecer.
─ Assim, bem melhor. ─ Dex murmura, seus dedos demorando no
interior da minha coxa.
Ele caminha por toda a minha pele, as pontas dos dedos tocando
nos meus lugares íntimos e fazendo minhas bochechas explodirem em
manchas vermelhas.
─ Você sabe, se você me obedecer, eu posso fazer isso ser bem
melhor. Muito, muito bom, bom pra caralho.
Eu fecho meus olhos com força. Eu nunca vou admitir nada para
ele. Ele não merece isso.
Mas ele me obriga a olhá-lo novamente, sua mão rapidamente
batendo no lado do meu rosto enquanto ele grunhe: ─ Não desvie o
olhar de mim. Eu não te dei permissão para fazer isso.
─ Vá se foder. ─ eu rosno na cara dele.
─ Logo, brinquedo. ─ ele responde com um sorriso cruel.
Seus dedos roçam no tecido rendado da minha calcinha, bem no
ponto mais sensível entre as minhas pernas. Ele olha de volta para
mim, sua expressão de surpresa. Nós dois sabemos o que ele acabou de
encontrar. Nós dois sabemos que quando ele afastar os dedos, eles
ficarão molhados com a minha excitação. E eu nunca o odiei mais.
Ele ri baixo na garganta e fico chocada que ele não informe o
garoto de recados sobre suas descobertas. Em vez disso, ele coloca as
pontas dos dedos ensopadas nos meus lábios e os pressiona na minha
boca.
─ Hora de chupar, noiva. ─ ele murmura. ─ Porra lamba, até que
estejam limpos.
Apesar de não querer obedecer, meu corpo reage por instinto,
minha língua envolvendo seu dedo indicador e minha boca apertando
seus dedos. Eu me odeio por responder. Eu o odeio por me fazer ver
esse lado desagradável de mim que eu nunca quis admitir que estava
lá. E eu odeio Lai por deixar isso acontecer.
Afasto meus olhos de Dexter, observando o outro garoto. Agora há
uma protuberância em seu uniforme, seu pênis claramente monstruoso
pressionando firmemente o tecido de suas roupas caras. Ele geme,
esfregando a palma da mão direita sobre a parte inchada dele que eu
tenho tanto medo. Eu o assisto com nojo. Qualquer outra garota o
consideraria um galã. Alguém que elas seriam incapazes de resistir.
Digo a mim mesma que meu corpo está apenas respondendo
porque eles estão tentando sobrecarregar meus sentidos. Digo a mim
mesma que não é minha culpa que estou ficando excitada. Mas ainda
assim, uma lágrima solitária percorre meu rosto, admitindo a derrota
do meu corpo.
─ Aww, olha, nós a fizemos chorar. ─ comenta Dexter, sorrindo
para mim enquanto meu lábio inferior balança.
─ Que precioso. ─ Lai se junta. ─ Talvez ela pense que seremos
fáceis com ela, se ela puder nos fazer sentir pena dela.
─ Se ela acha ─ diz Dexter, pensativo, puxando os dedos da minha
boca com um estalo. ─ Ela está completamente errada.
Ele se aproxima de mim novamente, seu rosto apenas a alguns
centímetros do meu. Minha respiração fica presa na garganta. Por um
segundo, estou convencida de que ele vai tentar me beijar, mas ele não
faz a jogada. Em vez disso, seus lábios permanecem um fôlego longe dos
meus, provocando-me com sua proximidade e a leve sugestão da pasta
de dentes em seu hálito.
─ Você ainda quer, brinquedo? ─ Dexter respira contra os meus
lábios, e eu viro minha cabeça para o lado. ─ Isso é um não? Que tal
agora?
Seus dedos encontram o caminho para os meus seios, e ele agarra
meus mamilos com as duas mãos. Seus dedos estão me segurando com
força, e ele torce dolorosamente, me fazendo gritar de frustração.
─ E agora?
Olho profundamente em seus olhos, reunindo todas as minhas
forças e cuspindo em seu rosto.
Ele ri alto, limpando a umidade do rosto e tocando a mão agora
encharcada na frente da minha calcinha já molhada.
─ Obrigado brinquedo. Apenas o que eu precisava.
Ele empurra minha calcinha para o lado, mas não antes de
encarar Lai e murmurar: ─ Não olhe para a boceta dela. Isso é tudo
meu... por enquanto.
Seu amigo geme alto em frustração, mas faz o que ele mandou,
segurando seu pau enquanto ele se concentra nos meus mamilos
endurecidos.
─ Bem, olhe para isso. ─ Dexter murmura enquanto a renda da
minha calcinha rasga. ─ Você nem está depilada. Não achou que valia a
pena se preparar para o seu noivo, não é, putinha? Você terá que fazer
uma pequena visita ao salão. Eu gosto dos meus brinquedos lisos e
macios.
Disfarçadamente, lembro-me da promessa de Araminta de me levar
a um salão de beleza. Eu me odeio por me perguntar se eles fazem com
cera. Eu me desprezo, sabendo que vou perguntar quando ela me levar
até lá.
Os dedos de Dexter circundam minha boceta. Quero dizer a ele
para parar, mas minha voz parou de funcionar. A parte de mim que
quer combater isso recuou profundamente para o fundo da minha
mente. É quase uma experiência extracorpórea. Ou seja, até os dedos
de Dexter Booth pressionarem firmemente contra o meu centro.
─ Sente isso? ─ Ele murmura no meu ouvido. ─ Essa é sua boceta
carente implorando para eu te foder.
E eu sinto isso. Minha boceta está se contraindo, ansiosa para
aceitar esse intruso em suas profundezas sedosas. Balanço a cabeça,
frustrada com as coisas que ele está fazendo meu corpo fazer. E então,
ele empurra seus dedos dentro de mim sem a menor cerimônia. Eu grito
em protesto, mas Dexter só para quando seus dedos encontram
resistência.
Ele parece confuso no começo, mas no momento seguinte, seus
olhos brilham com essa nova descoberta.
─ Então, é verdade. ─ ele murmura baixinho. ─ Você não é inútil,
afinal.
Seu dedo firme sente a pele que é a única coisa que resta da minha
inocência. Ele rasgou todo o resto. No começo, percebo que não
demorará muito para que ele também acabe com isso.
─ Tire as mãos dela, Lai. ─ Dexter murmura, recuperando a mão e
limpando os dedos no meu peito.
Eu assobio quando ele deixa uma marca molhada nos meus seios.
Seu amigo parece confuso, mas afrouxa seu aperto firme nos meus
pulsos. Meus braços caem, dormentes e inúteis enquanto esfrego os
pulsos já marcados, olhando para os dois garotos.
Dexter me ignora, se dirigindo a Lai. O garoto olha para mim com
uma fome não satisfeita, enviando arrepios na minha espinha com a
intensidade de seu olhar.
─ Você não deve tocá-la sem a minha presença. ─ instrui Dexter ao
amigo. ─ Diga aos outros também.
─, Mas você nos disse... ─ Lai começa, mas Dexter levanta a mão e
ele se cala.
─ Eu não dou a mínima. ─ diz meu noivo. ─ Eu disse as mãos
longe dela, a menos que você tenha minha permissão explícita.
─ Tudo bem. ─ Lai late, olhando para mim como se isso fosse
minha culpa. ─ Ela não é tão gostosa assim.
A protuberância em suas calças diz o contrário. Ele sorri para mim
antes de virar as costas e sair.
Estou tremendo, encharcada e ainda nua. Dexter me olha com
uma expressão fria antes de tirar a jaqueta do time do colégio e jogá-la
para mim.
─ Aqui, cubra-se antes que as outras garotas voltem.
Pego a jaqueta no ar, puxando-a. Eu ainda estou tremendo.
─ Vejo você mais tarde, brinquedo. ─ diz Dexter quando o sinal
anuncia o fim da aula.
Ele permanece, como se quisesse dizer algo mais, então dá um
passo à frente, tocando as pontas dos dedos na minha pele. Eu olho
para cima, me odiando por ser tão medrosa.
─ Os caras não vão te machucar.
─ Mas você vai. ─ aponto o óbvio.
─ Claro. ─ ele sorri. ─ Foi para isso que você foi feita, afinal.
Pandora

KELLEY me pega junto com Brazen na frente da escola. Meu irmão


nem me dá uma segunda olhada quando entra no carro, acendendo
outro baseado quando me junto a ele nos luxuosos assentos de couro.
Nosso motorista não comenta o que ele está fazendo, o que me faz
pensar em quantas coisas ele viu e ficou quieto.
Pelo menos meus segredos estão seguros com ele.
O caminho de volta para casa é silencioso, com meu irmão
mexendo no telefone e eu fervendo de raiva porque ainda não tenho um.
Tenho a sensação de que meu pai está ocultando, porque ele sabe que
vou tentar entrar em contato com minha família real no momento em
que ele me der a opção.
Quando chegamos em casa, Brazen sai sem se despedir de mim ou
de Kelley. Eu permaneço, porém, ansiosa demais para voltar aos meus
aposentos para mais uma noite sem fazer absolutamente nada.
Ninguém disse nada que ser podre de rico era tão chato.
─ Senhorita Oakes? ─ Viro na direção da voz de Kelley. Ele me dá
um sorriso gentil antes de continuar. ─ Eu acredito que eles
encontraram uma empregada pessoal para você.
─ Oh. ─ eu respondo sem entender, lembrando-me da fria e
impessoal Belle que está me ajudando na Propriedade. ─ Não é Belle, é?
─ Porque você não entra e verifica. ─ Kelley sugere com um sorriso
amigável. ─ Eu estarei logo atrás de você. E, senhorita Oakes?
─ Sim?
─ Eu sei que as coisas podem parecer ruins agora. ─ Ele me dá um
sorriso encorajador. ─ Mas acho que eles vão começar a trabalhar a seu
favor em breve.
─ Você é mais otimista do que eu. ─ balanço minha cabeça. ─ Todo
mundo me odeia aqui. Eu definitivamente não me encaixo.
─ Bem, se eu puder oferecer alguns conselhos... ─ Ele tira o
chapéu e o coloca debaixo do braço enquanto ele pisca para mim. ─
Você apenas precisa aprender algumas regras básicas.
─ Como o quê?
─ Tipo, se você fizer o que seu pai quer, receberá o que deseja em
troca.
─ Você acha que ele vai me deixar falar com meus pais, minha
irmã?
Minha voz é pateticamente esperançosa, mas não posso evitar. Eu
nunca me senti mais sozinha, mais deslocada. Estou desesperada pelo
conforto da minha família real.
─ Eventualmente. ─ diz Kelley com um sorriso confiante. ─ Ele é o
tipo de pessoa quid pro quo1, de o que ele quer, que você conseguira
tudo, senhorita Oakes. Faça o que ele diz. Tente jogar o jogo dele.
Então, colha as recompensas.
─ Obrigado, Kelley.
Sou grata por sua contribuição. Até agora, ele é o único, além de
Araminta, que demonstrou algum interesse no meu bem-estar.
─ Eu realmente aprecio isso.
Ele assente com a cabeça bruscamente e eu entro na casa à sua
frente, minha mente nadando com pensamentos de girar meu pai em
torno do meu dedo mindinho.
Depois de entrar no grande salão, sou recebida pela visão da
governanta, a Sra. Greene. Ela acena para mim com respeito antes de
falar.
─ Senhorita Oakes, resolvemos o problema de sua empregada
pessoal.
─ Ótimo. ─ eu murmuro.
─ Mignonette está esperando no seu quarto. Lembre-se de que o
jantar será servido às sete da noite em ponto. ─ a governanta termina, e
eu aceno antes de correr para o meu quarto.
Ela me olha com uma expressão indignada, e sinto uma alegria
especial ao subir as escadas duas de cada vez. Eu simplesmente amo
irritar essas pessoas, ao que parece.
Quando entro na sala, sou recebida por uma visão que
definitivamente não estava esperando.
A loira bonita e esbelta que me ajudou na minha festa de
aniversário está de pé em frente ao espelho de corpo inteiro no meu
quarto. Ela está usando um dos blazers de Eden Falls Prep. por cima do

1
Uma expressão do Latim que significa uma troca igual. Semelhante a dar e receber.
uniforme, admirando seu próprio reflexo. Mas quando ela me vê entrar,
ela se encolhe e tira a jaqueta do corpo.
─ Sinto muito, senhorita Oakes. ─ ela gagueja. ─ Eu só estava...
Ela morde o lábio inferior, lutando para encontrar as palavras.
Coloco minha bolsa na cômoda ao lado do espelho, erguendo as
sobrancelhas e cruzando os braços enquanto esperava ela continuar.
─ Bem? Por que você estava experimentando minhas roupas?
─ Sinto muito. ─ ela repete, parecendo um cervo presa nos faróis.
─ Eu só queria ver.… como... como era.
─ Você não vai para Eden Falls Prep.…? ─ Pergunto a ela.
─ Oh, não. ─ Ela me dá um olhar indignado. ─ Isso seria
inapropriado... eu não vou mais à escola. Eu trabalho aqui em tempo
integral, com minha mãe.
─ Belle?
─ Sim. ─ ela assente, sua expressão se estabelecendo em uma
careta desconfortável.
Ela ainda é quase insuportavelmente linda, e o ciúme torce meu
estômago em um nó. Eu vi como os homens agem em torno dessa
garota. Como se ela fosse algum tipo de feiticeira que os colocou sob
seu feitiço. Eu nem sei o porquê, mas estou com ciúmes pra caralho.
Estou tentada a mencionar a paixão muito perceptível do meu
irmão por ela, mas me convenci disso. É um tópico que será melhor
guardar para outro dia.
─ Então, você é Mignonette. ─ eu continuo escolhendo ignorar o
que eu acabei de vê-la fazendo.
─ Oh, todo mundo me chama de Minnie. ─ Ela me dá um sorriso
tímido.
─ Minnie. Como a Minnie Mouse?
─ Sim, senhorita Oakes.
─ Você pode me chamar pelo meu nome, você sabe.
─ Oh não. ─ ela balança a cabeça com veemência. ─ Eu não
poderia. Seria totalmente inapropriado.
─ Bem, você estaria me fazendo um favor. ─ murmuro, dando-lhe
um olhar desafiador. ─ De fato, como sua única responsabilidade, e
com você sendo minha empregada recém-nomeada... eu exijo que você
me chame pelo meu primeiro nome.
─ Tudo bem. ─ Ela empalidece em vergonha antes de dizer, ─ Srta.
Lily Anna.
─ Não. ─ Eu torço meu rosto para ela. ─ Por favor não. É Pandora.
─ Eu não acho que seu pai gostaria disso.
─ Bem, eu não o vejo aqui agora. ─ dou de ombros maliciosamente.
─ Você?
Ela balança a cabeça. Os cantos dos lábios dela estão sendo
puxados para cima em um sorriso relutante.
─ Não, senhorita Pandora.
─ Bom. ─ Estou satisfeito comigo mesma pela primeira vez, vendo-
a colocar o blazer de volta no meu closet. ─ Mas confie em mim, você
não quer ir para Eden Falls Prep. É chato pra caralho.
─ Parece maravilhoso. ─ admite Minnie. ─ mas não para gente
como nós.
─ Gente como você? ─ Repito, dando-lhe um olhar longo e
inquisitivo. ─ Isso soa como uma frase que alguém colocou na sua
cabeça.
Ela sorri para mim, com os olhos nos meus. Ela não responde às
minhas palavras, mas olha para o meu guarda-roupa. Caio na minha
cama e me sinto confortável.
─ Então, o que exatamente uma empregada pessoal faz?
─ Garanto que tudo corra bem. Ajudá-la na escola, se arrumando,
deixando-a.… apresentável.
─ Oh, ótimo. ─ Reviro os olhos. ─ Mais regras a seguir, eu
presumo?
Minnie me dá um sorriso tímido. ─ Existem muitas regras na
propriedade Oakes. Para as ajudantes e para os residentes.
─ Não brinca. ─ eu murmuro. ─ Então, qual é a sua história?
─ Minha história? ─ Seus olhos se arregalam. ─ O que você quer
dizer?
─ Bem, você e sua mãe trabalham aqui, certo?
─ Sim. ─ Ela parece assustada de repente.
─ Você gosta disso?
─ Sim. ─ ela diz.
Não tenho certeza se ela está mentindo. Estou prestes a chamá-la e
perguntar quando ela dá um passo hesitante para mais perto.
─ Você está machucada, senhorita Pandora.
─ O quê? ─ Olho para baixo, encontrando novos machucados
brotando nos meus pulsos, desde quando Lai e Dexter me agrediram no
vestiário. ─ Oh, isso.
─ Posso aplicar um pouco de pomada fria. ─ sugere Minnie. ─ Deve
impedir que o hematoma se crie.
Concordo com a cabeça, e ela desaparece no banheiro, trazendo de
volta um pequeno frasco de gel transparente. Ela aplica habilmente nas
marcas de dedos na minha pele, me fazendo pensar quantas vezes ela já
fez isso. Ela parece muito boa nisso.
─ Você está saindo com alguém, Minnie? ─ Eu pergunto a ela, e ela
cora, olhando para longe antes de balançar a cabeça. ─ Por que não?
Certamente há alguém que você gosta.
─ Não. ─ ela sai quase rápido demais, torcendo firmemente a
tampa do frasco de pomada. ─ Não há ninguém.
─ Quantos anos você tem?
─ Dezessete.
─ Minha idade.
Não posso deixar de olhá-la de maneira diferente agora. Que
estranho. Temos a mesma idade, mas ela está me servindo como uma
empregada. Ainda assim, não tenho certeza de qual de nós está pior.
Pelo menos ela não é a marionete do meu pai.
Algo me supera e, antes que eu possa me conter, aponto para a
foto emoldurada na minha mesa de cabeceira.
─ Você conhece Dexter?
─ Sr. Booth? ─ Ela assente vigorosamente. ─ Sim, claro. Ele já
esteve na casa muitas vezes.
─ Qual é sua opinião sobre ele? ─ Dou-lhe um olhar curioso,
sabendo que a única resposta aceitável seria que ela o odeia tanto
quanto eu.
─ Ele é um homem legal. ─ ela sussurra, olhando para o chão e
corando.
Instantaneamente, o ciúme me domina. Eu a encaro, sem saber
quem eu odeio mais, ela ou eu mesma. Eu mesma, por ficar chateada, e
ela, por obviamente gostar de Dex.
─ Ele é um menino. ─ eu a corrijo amargamente. ─ Não se esqueça,
ele tem apenas dezenove anos.
─ Ele tem mais poder do que a maioria dos homens nesta cidade. ─
murmura Minnie. ─ E, diferentemente deles, ele o usa para o bem.
─ O que você quer dizer?
Franzo minhas sobrancelhas. Eu poderia dizer um monte de coisas
sobre Dexter Booth, mas com certeza não o descreveria como um bom
homem.
─ Eu não deveria dizer. ─ Minnie torce o avental branco
nervosamente. ─ Sinto muito, eu nunca deveria ter mencionado isso.
─ Bem, você tem que me dizer agora. ─ eu exijo, estreitando os
olhos para ela. ─ Eu quero saber.
Ela parece dividida entre fazer o que lhe foi mandado e me negar,
mas eu sei que ganhei quando ela pede desculpas suavemente. Eu me
sinto um pouco mal por fazer isso com ela, mas não por muito tempo.
Acho que é o controle do sangue de Oakes correndo pelas minhas veias,
penso amargamente.
─ Sr. Booth me defendeu antes ─ ela murmura.
─ De?
─ Dos homens que...─ Ela engole em seco. ─ Dos homens que
gostam de tirar proveito das empregadas.
Meu estômago revirou com as palavras dela.
─ Há homens incomodando você, Minnie?
Ela aperta a mão com desdém, como se não fosse nada. Mas estou
preocupada. Ela é um ser tão doce e delicada. Não consigo imaginar
alguém querendo machucá-la... exceto talvez Brazen.
Já vi Eden Falls o suficiente para saber que os homens daqui
prosperam em arrancar a inocência das garotas. Não tenho dúvida de
que Mignonette está lidando com a mesma coisa que eu.
Exceto que, por mais improvável que isso pareça, Dexter parece ser
seu salvador em vez de atormentador.
─ Então você gosta dele? ─ Eu pergunto, me odiando por parecer
que estou atacando-a.
─ Claro. Ele é um homem gentil. ─ Ela me dá um sorriso educado,
percebendo como suas palavras saíram quando eu fiz uma careta. ─
Oh, não dessa maneira, é claro. Ele nem sequer olhou para mim duas
vezes, não dessa maneira. Quero dizer, ele estava tão cegamente
apaixonado por...
Seus olhos voltam para a moldura da foto, e o ciúme borbulha na
boca do meu estômago mais uma vez quando ela se fecha, parecendo
culpada.
─ Você pode dizer. ─ eu cuspi. ─ Lily Anna.
─ Sim. ─ ela sussurra. ─ Eles realmente se amavam. Eu acho que
quebrou o Sr. Booth quando Lily Anna...
Ela desvia o olhar, fechando os olhos com força. Obviamente,
também a está machucando, mas uma parte mórbida de mim quer
saber mais. Por que Lily Anna era tão especial? Por que todos por aqui
agem como se ela fosse uma espécie de santa? Ela estava obviamente
danificada. Nenhuma pessoa sã se joga de um penhasco.
─ Você era a empregada dela também? ─ Eu pergunto, e Minnie
assente. ─ Então, isso é estranho para você? Ser minha empregada
depois de conhecê-la?
─ Um pouco. ─ Ela sorri timidamente. ─, mas... nunca
conversamos assim. Como estamos agora.
─ Por que não?
─ Bem, o Sr. Booth nunca permitiria, é claro. ─ Minnie encolhe os
ombros. ─ mas também... Srta.Lily Anna não gostou muito de mim, eu
acho que não. Ela nunca se conectou ou se uniu a mim. Ela não se
importava comigo.
─ Por que isso? ─ Eu exijo, fazendo-a recuar.
Quero me arrepender das minhas palavras, mas estou desesperada
para saber mais sobre a garota fantasma cujo lugar eu tomei.
─ Ela... acho que sabia que era inapropriado.
Minnie mexe no tecido de seu avental branco como a neve.
─ A divisão entre nós. Eu sendo empregada, ela... a realeza de
Eden Falls. A única vez que ela se abriu para mim foi...
Ela morde o lábio.
─ Desculpe, eu deveria parar.
─ Não. ─ eu digo, quase rápido demais. ─ Me diga mais.
Ela hesita e eu estreito meus olhos para ela, acrescentando: ─
Agora.
Minnie parece tão nervosa que começo a me sentir mal.
Então, ela finalmente fala de novo, dizendo: ─ A única vez em que
ela me deixou vê-la emocional foi quando descobriu... sobre você.
─ Antes que ela se matasse. ─ eu sussurro.
─ Sim. Que tragédia. ─ Minnie enxuga uma lágrima perdida dos
olhos azul-gelo. ─ Ainda não consigo acreditar. Ela quebrou tantas
pessoas fazendo isso. Não acho que alguns deles possam perdoá-la.
─ Você quer dizer Dexter? ─ Eu pergunto.
─ Quero dizer sua família. ─ ela sussurra. ─ Sr. Booth... acho que
a única pessoa que ele culpa pelo que aconteceu é ele mesmo.
─ Bem, não foi ele quem a fez pular. ─ aponto o óbvio. ─ Ela fez
isso sozinha.
Minnie me lança um olhar escandalizado. Eu me pergunto se ela
dirá algo sobre eu desrespeitar a memória de Lily Anna, mas ela
permanece quieta.
─ Você acha que Dexter vai gostar de mim?
A pergunta sai dos meus lábios antes que eu possa me parar, e
Minnie me dá um olhar curioso.
─ Bem, você quer que ele goste? ─ Ela pergunta baixinho, e eu rio.
─ Não, eu não ligo. ─ Minha voz é confiante, mas me sinto trêmula
por dentro. ─ Eu não poderia me importar menos com ele.
─ Claro, senhorita Pandora. ─ Pela primeira vez, Minnie me dá um
olhar diabólico, e eu rio de surpresa.
─ Eu gosto desse seu lado. ─ digo a ela. ─ Você deveria deixar sair
com mais frequência. Seja menos séria.
Instantaneamente, seu sorriso desaparece. Ela parece que está
prestes a dizer outra coisa, mas então ela se ocupa, guardando minha
mochila. Depois que ela termina, ela me apresenta um pequeno Pager.
─ Ligue para mim sempre que precisar de algo. ─ explica ela. ─ Use
o tablet. Estou ao seu serviço agora.
─ Obrigado, Minnie.
Ela faz uma reverência e sai do quarto enquanto eu caio na cama,
olhando para o teto imaculado. Pelo menos agora eu tenho uma amiga.
Dexter

Pandora está fincada em minha mente, e eu odeio isso.


Eu realmente pensei que ela não era virgem. Que ela de alguma
forma estragou sua inocência em St. Cecile. A descoberta da sua
virgindade me fez pirar. Isso me deixou com ciúmes e possessivo, e não
tenho tempo para isso.
Eu não deveria estar pensando na nova garota. Eu tenho muitas
outras coisas com que me preocupar, mas minha mente está
constantemente circulando ao seu redor, imaginando como enlouquecê-
la, precisando fazer com que ela se irrite. Ela é tão bonita quando
chora, seria uma pena não ver isso.
─ Seja bem-vindo, Sr. Booth.
Dou um breve aceno ao mordomo Anders, que faz parte da família
desde que meu pai nasceu. Ao contrário de algumas das famílias
fundadoras, os Booths nasceram em dinheiro. Meu pai cresceu aqui, e
Anders cuidou dele quando ele era bebê, assim como ele cuidou de
mim. Oh, como as coisas mudaram desde então.
─ Há algumas mensagens esperando por você no escritório. ─
continua Anders. ─ Seu terno Armani chegou e enviamos o arranjo
habitual para a senhorita... o memorial de Lily Anna.
─ Obrigado. ─ murmuro, tirando o blazer da escola enquanto entro
na casa.
Anders pega de mim e leva para o armário. Subindo as escadas, eu
gemo, esfregando minhas têmporas doloridas antes de olhar para o
bloco de notas que Anders deixou na mesa do meu pai, onde todas as
mensagens estão escritas. Eu li as anotações, aliviado por não
encontrar nada muito urgente precisando de minha atenção. Hoje tenho
minhas mãos cheias, mesmo sem as emergências da empresa de meu
pai.
Anders reaparece, silenciosamente colocando outro bloco de notas
na minha mesa e murmurando: ─ Os pedidos dela para o dia.
Pego o bloco de papel e vasculho três páginas de anotações escritas
em sua caligrafia assinada. Nenhum deles deve ser muito difícil de
localizar, mas será que algum deles realmente ajudará seu humor? As
listas que ela tem me dado ultimamente têm sido extensas e exigentes,
mas não houve melhora visível em seu humor, apesar dos meus
melhores esforços.
Sinto Anders me observando, mas me recuso a reconhecê-lo. Ele
conhece todos os meus segredos, assim como ele fez com meus pais.
Mas confio nele o suficiente para saber que ele nunca falará uma
palavra sobre o que acontece na mansão Booth com mais ninguém.
Sei que algumas pessoas pensam que minha decisão de deixar a
maioria dos funcionários da Mansão Booth é um erro, mas não me
importo. Era necessário garantir que os segredos que temos
permaneçam ocultos. Não posso permitir que alguém descubra o que
realmente está acontecendo aqui.
─ Você vai vê-la? ─ Anders me pergunta enquanto eu coloco o
bloco no chão.
─ Logo. ─ eu murmuro, a mera ideia me enchendo de pavor.
Ainda não posso ir lá em cima. Eu não posso lidar com a
negatividade dela agora. E eu tenho outras coisas que preciso cuidar
primeiro.
─ Gostaria que eu pedisse as coisas da lista? ─ Anders pergunta a
seguir, e eu aceno para ele.
─ E as flores favoritas dela também. ─ murmuro.
─ Uma dúzia?
─ Duas.
Anders toma nota disso, depois desaparece pelo corredor,
provavelmente para cuidar das ordens que acabei de lhe dar.
Fico sozinho com meus pensamentos, minha cabeça nadando com
todas as coisas que tentei empurrar para o canto da minha mente o dia
todo. Pandora está na frente e no centro dos meus pensamentos. O
rosto dela aparece na minha frente e eu fecho meus olhos com força,
lembrando a sensação de sua pele sob a minha, o jeito que ela chorou,
o jeito que ela se recusou a quebrar por nós, apesar do poder que
tínhamos sobre ela.
Não sei por que estou tão obcecado com a ideia de fazê-la se
submeter a mim, mas é tudo em que consigo pensar. Ela é muito
diferente de Lily Anna. De certa forma, mais inocente, mas mais
corajosa, mais forte, com mais força de vontade. As diferenças entre as
duas garotas são fortes, e estou achando difícil não me ressentir de
Pandora por elas. Estou achando difícil não me ressentir com ela, na
verdade, já que ela é a razão pela qual minha Lily Anna se foi.
Distraído, minha mão vai para a protuberância nas minhas calças
e acaricio meu pau crescente através do tecido do uniforme escolar. O
rosto de Pandora aparece na minha frente mais uma vez, e eu faço o
meu melhor para desligar minha mente, para pensar em outra pessoa.
Não consigo pensar em Lily Anna. As memórias ainda são cruas,
mesmo depois de todo esse tempo, meu coração inchou demais de dor
para imaginar a garota que eu costumava amar, a garota que se foi para
sempre.
Em vez disso, tento imaginar Audra. Ela sempre esteve pronta e
disposta para mim, ao contrário da minha nova noiva. Eu já provei
aquela bocetinha doce tantas vezes que o gosto está permanentemente
agarrado em minha memória. Se eu pensar o suficiente, quase posso
prová-la na minha língua agora. Mas não é o que eu quero.
Afasto a cadeira da mesa do meu pai, frustrado. Minha mente está
nadando, meus pensamentos estão confusos. Eu me recuso a deixar
Pandora tomar conta de minha mente, mas a memória dela está
conseguindo me fazer incapaz de pensar em qualquer coisa, ou
qualquer outra pessoa.
Eu ligo o computador na mesa do meu pai. O monitor pisca para a
vida. Eu levo três cliques para abrir a câmera de segurança no quarto
de Pandora, e me pergunto se ela sabe sobre elas. Eu brinco com ela
desde seu primeiro dia na Propriedade, quando ela quebrou esse porta
retrato, e eu mandei Belle substituí-lo. Adorei ver a expressão chocada
de Pandora quando ela a viu, de volta em um pedaço ao lado de sua
cama.
Sinto que ela ainda não descobriu a lente oculta. Boa. Quero
checá-la sem que ela saiba primeiro.
Ela está sentada à sua penteadeira, usando um simples vestido de
linho azul. Seus olhos estão concentrados em seu reflexo, e ela está
segurando os cabelos para cima e para baixo, examinando a garota no
espelho.
Anders reaparece, hesitando antes de bater na porta do escritório
do meu pai. Ele geralmente não me incomoda sem uma boa razão, e eu
sei que o que ele está prestes a me dizer não será algo que eu ficarei
emocionado em ouvir. Fecho os olhos com força, conto até três, depois
me viro para encará-lo, fechando a imagem de Pandora no computador.
─ Sim? ─ Minha voz está fria e minha paciência está se esgotando.
─ Ela está pedindo por você. ─ Anders murmura se desculpando. ─
Ela viu você voltar para casa mais cedo.
Ele sabe tão bem quanto eu que não posso lidar com as besteiras
dela agora, mas parece que eu realmente não tenho escolha. Não quero
que ela dê outro ataque. Ela ainda tem as cicatrizes para mostrar do
último, quando eu me recusei a ceder aos seus pedidos.
─ Eu já vou ─ murmuro, mas Anders fica na porta, esperando que
eu me levante.
─ Sr. Booth, é só que...
─ Eu disse que já vou! ─ As palavras saem como um rosnado, e
Anders se retira para as sombras do corredor, me deixando sozinho com
meus pensamentos confusos e um coração que martela no meu peito
tão rápido que estou convencido de que vai estourar através da pele.
Tomo outro momento para reunir meus pensamentos. Para me
preparar para o que está esperando do outro lado da porta acolchoada,
na sala que está rapidamente se tornando o cenário para todos os meus
pesadelos.
Então, me levanto da cadeira de meu pai, puxo meus ombros para
trás e caminho pelo corredor até o quarto onde ela está guardada.
Eu destranco todas as três fechaduras. Respiro fundo antes de
abrir a porta e, quando o faço, ela está em mim como uma banshee2.
Unhas compridas e quebradas escavam na minha pele, seus
dentes estalando para mim. Os sons que saem de sua boca são gritos
ilegíveis que mais se assemelham a um animal que a um humano. Está
em um dia ruim.
Agarro-a pelos pulsos, forçando-os gentilmente ao seu lado. Eu a
beijo uma vez no rosto bonito e, em instantes, ela se desintegra em uma
confusão de lágrimas e choramingo.
─ Shh, está tudo bem. ─ eu sussurro em seu ouvido, alisando seus
cabelos emaranhados. ─ Tudo vai ficar bem. Eu estou aqui agora.
Suas respirações irregulares começam a desacelerar. Seu corpo
afunda contra o meu, e eu tenho que segurá-la para que ela não caia,
meus braços sob os dela, meu corpo protegendo o dela da dor do
mundo.
─ Você saiu. ─ ela respira em sua voz quebrada. ─ Você me deixou
sozinha, eu estava sozinha, sozinha, sem ninguém aqui...

2
Na lenda irlandesa é um espírito feminino cujo lamento alerta para uma morte iminente na casa. Ela
grita sempre que sente a morte chegar. Pode ser denominado também como uma alma penada.
─ Anders estava aqui. ─ eu a lembro gentilmente. ─ E eu tive que ir
para a escola, você sabe disso.
Os olhos dela brilham de raiva. Ela não entende. Ela só se vê
agora, sua própria situação substituindo a minha de novo e de novo.
Ela se considera mais importante do que qualquer coisa que tenho que
fazer, e não tenho coragem de lutar contra ela.
─ Sinto muito. ─ murmuro desprezando a mim mesmo, divulgando
as palavras entre dentes.
Isso parece agradá-la, e ela se aconchega mais perto, seu corpo
trêmulo se ajustando ao meu, inclinando-se, me segurando perto.
─ Não me deixe de novo. ─ ela sussurra, e meu corpo endurece
contra o dela. ─ Fique comigo. Fique comigo para sempre, Dexter, por
favor, não vá novamente...
Eu odeio saber que não posso fazer isso. Eu me odeio porque ela
não evoca as mesmas emoções de mim, as que ela deveria. Não por
causa de suas cicatrizes, mas porque ela me quebrou, nos quebrou e se
quebrou.
─ Eu vou ficar. ─ murmuro.
─ Para sempre? ─ Ela sussurra, esperançosa.
Engulo em seco e aceno com a cabeça contra seu corpo frágil. ─
Para sempre.
E mesmo que nós dois saibamos que estou mentindo; nós não a
reconhecemos. Ela me deixa segurá-la, fechando a porta atrás de mim,
para que ambos sejamos prisioneiros em seu novo mundo intocado. Ela
me tem por algumas horas. Terá que ser suficiente.

Depois que termino, tranco a porta atrás de mim três vezes


novamente. Felizmente, ela adormeceu e não há gritos e reclamações
quando eu a deixo para trás da porta firmemente trancada. Quando
termino, encosto as costas no tecido almofadado que cobre a madeira,
respirando fundo para tentar me concentrar novamente.
Ela está me fodendo, e ela sabe disso. Às vezes, estou convencido
de que tudo o que aconteceu a transformou em uma pessoa má. Ela é
cruel quando quer ser, e ela gosta de me punir pelo que ela acha que
são meus erros. E eu a deixei, porque me sinto tão culpado por tudo o
que aconteceu. Eu a deixei, porque mesmo conhecendo-a melhor, não
posso machucá-la de bom grado.
Anders aparece ao virar do corredor, oferecendo-me uma toalha
quente e molhada. Limpo minhas mãos e a toalha rapidamente fica
encharcada em meu próprio sangue. Ela nem sempre arranha tão
fundo. Mas quando ela faz, eu deixo. Caso contrário, me sinto muito
culpado.
─ Há mais alguma coisa que você precise que eu faça?
As palavras de Anders me alcançam em um sussurro, abrindo
caminho através da minha mente preocupada. Seu rosto é
momentaneamente substituído por Pandora. Pandora inocente e mal-
humorada que está tão ansiosa por um castigo, ela está praticamente
implorando por isso.
─ Sim. ─ eu murmuro. ─ Me traga o número da Pandora.
Anders assente, desaparecendo pelo corredor enquanto eu volto
para o que costumava ser o escritório de meu pai. Anders faz o possível
para manter este lugar limpo e impecável, mas ele é um homem velho
agora e o lugar é grande demais para ele. Há teias de aranha nos cantos
da sala, uma fina camada de poeira decorando a lareira, onde uma
fotografia emoldurada de meus pais fica orgulhosamente. Pego a
moldura, soprando a poeira e franzindo as sobrancelhas ao ver seus
sorrisos felizes e inocentes. Eles morreram não muito tempo depois da
foto ser tirada, alguns dias depois do meu décimo oitavo aniversário.
Eu olho a foto quando Anders reaparece, limpando a garganta.
─ Parece que a senhorita Lily... Pandora... ainda não tem telefone.
─ Não? ─ Eu franzo minhas sobrancelhas para ele.
Provavelmente outro dos jogos doentes e distorcidos de Emilian
Oakes para tentar colocar sua nova filha sob sua influência. Eu o vi
foder com a cabeça de Lily Anna por anos, acho que Pandora é o novo
brinquedo que sofre seu abuso.
─ Envie um telefone para ela. ─ murmuro. ─ Inclua um dos meus
cartões de visita e verifique se ele chega nos próximos trinta minutos.
Eu pago por tudo. Deixe o número na minha mesa para que eu possa
usá-lo mais tarde.
Anders assente novamente antes de desaparecer para cumprir
outra das minhas ordens.
Depois de lidar com alguns problemas da empresa, encontro o
número de Pandora esperando por mim na minha mesa. Eu sorrio para
mim mesmo, salvando o número no meu telefone e enviando uma
rápida mensagem de texto.
De nada.
Eu nunca pedi sua ajuda, a resposta volta um momento depois,
me fazendo rir alto. Por que não consigo enviar mensagens deste
telefone? Ou ligar para alguém?
Está programado para aceitar apenas mensagens e chamadas.
E não para efetua-las.
Bem, obrigado por nada, idiota.
Eu rio alto enquanto digito uma resposta.
Você precisa de um aliado em Eden Falls, Pandora. Não lute
comigo, porra. Ou você esqueceu a promessa que me fez?
Vá se foder, ela escreve de volta. Eu posso imaginar suas
sobrancelhas franzidas, aqueles dedinhos digitando furiosamente em
seu telefone, suas unhas curtas nuas batendo na tela.
Você irá, em breve.
Ela não responde, mas não consigo parar de esperar por ela. Estou
ansioso por outro texto. Ansioso por mais dela. Há algo em trazer uma
vítima de má vontade de joelhos que deixa meu pau duro pra caralho.
Abro o programa da câmera de segurança no computador
novamente. Ela aparece, usando o mesmo vestido. Ela está deitada em
sua cama, de bruços, o telefone nas mãos e as sobrancelhas franzidas
enquanto olha fixamente para a tela.
Distraído, eu acaricio meu pau através do tecido da minha calça
novamente, o desejo de gozar ainda não esquecido. Pego o telefone,
percorrendo os números que salvei, me perguntando para quem devo
ligar. Mas é claro que nunca foi uma pergunta.
Ela atende no segundo toque, e eu assisto seu rosto torcer de raiva
na tela.
─ O que foi agora?
─ Você esqueceu sua promessa. ─ eu a lembro com um rosnado. ─
Você deveria fazer tudo o que eu digo, lembra?
Ela fica teimosamente quieta e suspira, embora esteja encantado
com a perspectiva de lembrá-la a quem ela pertence.
─ Ouça-me, Pandora. ─ eu rosno. ─ Eu vou fazer você manter sua
palavra, entendeu? Você não faz uma promessa em Eden Falls apenas
para quebrá-la dias depois.
─ Tanto faz. ─ ela cospe.
Eu a vejo girando o anel de noivado vistoso no dedo.
─ Você não é meu dono. Nós não somos casados... ainda.
─ É exatamente onde você está errada. ─ digo a ela. ─ Quanto mais
cedo você perceber isso, melhor.
─ Eu nunca serei sua propriedade. ─ ela assobia. ─ Pelo menos
não por vontade própria.
─ Felizmente, eu não dou a mínima para o que você quer ou não. ─
eu a informo docemente. ─ O que você está fazendo agora?
─ Deitada na cama. ─ ela admite com relutância, após um
momento de pausa.
─ Ele trancou você?
─ Como... ─ Ela hesita. ─ Como você sabe disso?
─ Você acha que é a primeiro a quem ele fez isso? ─ Eu rio
amargamente. ─ Havia uma garota aí antes de você, não se esqueça. Já
o vi fazer o mesmo, se não pior, com ela.
Não há resposta, e eu abro a calça, tirando meu pau que endurece
visivelmente ao som da respiração de Pandora na outra linha. Eu a
imagino na minha frente, de joelhos do jeito que ela deveria estar. Sua
boca estaria envolvida em torno da minha ponta, aqueles olhos
inocentes, mas cheios de raiva, presos nos meus, sua garganta
engolindo centímetro após centímetro do meu pau inchado.
─ Você vai me fazer gozar agora. ─ eu a informo friamente.
Ela zomba, mas eu não a deixo dizer uma palavra.
─ Eu preciso te lembrar de sua promessa, porra? ─ eu rosno. ─
Você quer que eu diga ao seu pai que me negou? Que você disse não ao
seu maldito noivo?
─ Vou terminar isso aqui e agora. ─ diz ela. ─ Você pode pensar
que manda em mim, mas...
─ Cale a boca.
Minhas palavras a chocam, e aperto o dedo indicador e o polegar
em torno da ponta do meu pau, fazendo a dor disparar pelo meu eixo.
─ Pare de lutar contra isso. ─ eu exijo. ─ Ou você quer que eu piore
as coisas para você? Não estou brincando, Pandora. Eu tenho o poder
de transformá-la no saco de pancadas de todos os Primogênitos nesta
cidade. Você acha que Lai foi duro? Espere até sentir Julian. Espere até
Caspian acabar com suas frustrações em você. Apenas espere, porra.
Podemos tornar isso muito pior para você.
Ela permanece teimosamente quieta, mas ainda posso ouvi-la
respirar do outro lado do telefone.
─ Agora, você vai fazer o que eu digo?
Sabendo que vou me arrepender mais tarde, pressiono um botão
no meu telefone que registra silenciosamente nossa ligação.
Há uma longa pausa, mas depois há uma luz no fim do túnel,
enquanto ela suavemente inclina sua vontade para a minha.
─ Sim.
Eu poderia torturá-la ainda mais, exigir que ela me dissesse se
está fazendo isso porque ela não tem escolha, ou porque sua própria
vagina está escorrendo pelas pernas dela, ansiosa por alguma atenção.
─ O que você está vestindo? ─ Eu pergunto a ela, tocando a gota do
líquido pré ejaculatório que decora a ponta do meu pau e espalhando-a
sobre a circunferência.
─ Não é da tua...
─ Porra, fala logo! ─ Eu rugi, e ela se calou, sabendo que era
melhor não discutir comigo.
─ Um vestido. ─ ela finalmente sussurra. ─ Um vestido azul.
─ E por baixo?
Ela respira fundo antes de murmurar o que acaba sendo música
para meus ouvidos.
─ Nada.
─ Puxe o seu vestido.
Eu ouço o farfalhar de seu tecido, meu pau apertando ainda mais
quando a ouço cumprindo minhas ordens.
─ Boa menina.
Ela respira bruscamente ao som dessas palavras, e eu sorrio para
mim mesmo. Não importa o quanto elas lutem comigo, todos elas
respondem tão prontamente. Malditas palavras mágicas.
─ Você já brincou com você antes? ─ Eu pergunto em um rosnado
baixo.
─ N-não. ─ ela grunhe, a raiva pingando de suas palavras.
─ Bem, há uma primeira vez para tudo. ─ Eu agarro meu pau na
base. ─ Você quer saber o que estou fazendo agora, Pandora? Você quer
saber o quanto você está deixando meu pau duro?
─ Cale a boca. ─ ela sussurra.
─ Não. Abra suas pernas. Você está na sua cama? ─ Pergunto,
apesar de ver o que está acontecendo na tela.
─ Sim. ─ ela sussurra.
─ Abra-as bem. Imagine que eu estou na sua frente, assistindo o
que você está fazendo.
Ela choraminga e meu pau pula em atenção. Suas pernas se
separam, e ela, sem saber, me permite outro olhar para sua bonita
boceta rosa.
─ Oh, você quer, não é? ─ Eu rio alto. ─ Talvez eu esteja mais perto
do que você pensa, Pandora. Talvez eu esteja te observando agora.
Seus olhos disparam com medo ao redor da sala, focando na
janela. Eu tenho que me lembrar de não revelar tudo rápido demais. Ela
não pode saber sobre a minha arma escondida ainda. Não até que eu
possa usá-lo contra ela.
─ Abra essa linda boceta para mim. ─ murmuro, observando-a
pressionar o telefone entre o ombro e a orelha enquanto as duas mãos
abrem seu centro.
Eu gostaria de poder ver melhor. Amplio a imagem, mas está
embaçada. Lembro-me de montar uma câmera melhor no quarto dela,
minha boca salivando com o pensamento de sua vagina implorando por
minha atenção, espalhada apenas pelos meus olhos.
─ Toque-a.
A ordem é simples e, felizmente, ela obedece imediatamente. Dois
dedos trêmulos separam suas dobras e ela esfrega seu clitóris
desajeitadamente, provocando um pequeno miado em seus lábios
entreabertos e cheios.
─ Não me obrigue.... ─ ela sussurra, tímida em vez de impetuosa
pela primeira vez.
─ Eu não estou obrigando você. Não se preocupe, eu não vou fazer
você se foder. Essa virgindade é toda minha, então não ouse estragar
tudo para mim. Quero essa boceta intocada até que eu possa pegá-la.
─ Não. ─ Ela está tremendo, seus olhos se abrem e fecham
enquanto aperta o telefone. ─ Não diga esse tipo de coisa, você é doente
pra caralho.
Sim, estou doente, tudo bem. Doente de não ter seu corpo debaixo
do meu. Doente de segurar. Doente de não forçar meu pau tão
profundamente dentro de sua boceta pingando quanto eu posso.
─ Ouça-me, ok? ─ Minha voz é mais suave, me surpreendendo. ─
Apenas esfregue. Não estrague isso. Faça com que se sinta bem. Eu
quero ouvir seu primeiro orgasmo.
─ N-não. ─ ela murmura.
─ Sim. ─ eu interrompo, observando-a se debater na cama
enquanto ela tenta lutar contra seu próprio corpo com tesão. ─ Vou te
ajudar. Vou lhe dizer como fazê-la se sentir bem. E, Pandora... vai ser
tão bom que você nunca vai querer parar.
Ela choraminga, e eu sei que ela é massa em minhas mãos. Todos
elas são. Mas esta é a primeira vez que não quero ser o idiota cruel que
a castiga por cada pequeno erro. Não a quero sofrendo. Quero que ela
goze incontrolavelmente.
─ Você está molhada? ─ Eu gemo, e ela acena com a cabeça na
tela, percebendo que não posso ver um momento depois.
Estou sorrindo quando ela sussurra: ─ Um pouco.
─ Ouça a minha voz. ─ eu a instruo. ─ E feche os olhos, faça o que
eu digo.
Eu assisto seus olhos se fecharem, sua pequena língua rosa
disparando entre seus lábios para lambê-los. Meu pau está
dolorosamente duro, latejando na minha mão e me lembrando o quanto
eu preciso gozar.
─ Você vai gozar também? ─ Ela pergunta baixinho, e meu coração
dói com o som de sua voz.
─ Você gostaria que eu brincasse? ─ Pergunto a ela.
─ S-sim.
Ela tem vergonha, mas não há dúvida em sua voz.
Ela quer isso tanto quanto eu.
─ Então eu vou. ─ murmuro. ─ E você não goza até que eu o faça.
─ Eu nem sei como.
─ Não se preocupe. Eu vou te ensinar.
Ela murmura algo incoerente, soando tão doce e inocente que meu
pobre pau pula em atenção, desesperado por mais de seus choramingo
fofos.
─ Pegue seu dedo indicador e circule seu clitóris. ─ ordeno a ela,
meus olhos se arregalando enquanto a vejo seguindo minhas instruções
na tela do computador. ─ Parece bom, não é, brinquedo?
─ Sim. ─ ela admite.
─ Pressione para baixo. Empurre-o. Como um pequeno botão.
Ela geme, um som longo e sexy que me faz querer sair pela porta,
ir até a Propriedade dos Oakes e pegá-la de jeito e fazer o que quiser
com ela. Franzo minhas sobrancelhas. A garota está me deixando fraco.
Ela está me fazendo almejá-la mais do que eu tenha feito com qualquer
outra garota antes. Mas eu digo a mim mesmo que é apenas uma coisa
temporária. Certamente, uma vez que eu colocar meu pau dentro dela,
poderei esquecê-la como fiz com todas as que vieram antes dela.
─ Empurre o dedo. ─ eu digo. ─ Suavemente. Não quebre a pele.
Ela faz o que mando, se contorcendo na cama sem saber que estou
assistindo. Meu maldito pau está vazando, gotas do líquido pré
ejaculatório vazando da fenda na minha ponta e correndo pelo meu
comprimento.
─ Como é a sensação?
─ Molhado. ─ ela admite prontamente. ─ E apertado.
─ Quão apertado?
Estou com fome de mais informações. Com fome de sua boceta.
Faminto pela estranha que nunca deveria ter tomado o lugar de Lily
Anna.
─ Eu não consigo encaixar meu dedo. ─ ela admite. ─ Só um
pouquinho da ponta.... Por favor, não me faça colocar mais para dentro.
─ Eu não vou. ─ eu prometo, xingando em minha mente por ser a
porra de tão fraco por ela.
Ela pode ser um brinquedo, mas sou eu quem está na brincadeira
agora.
─ Você está duro? ─ Ela pergunta, e eu rio alto.
─ Estou muito além do ponto de estar duro, brinquedo. ─ eu rosno.
─ Meu pau está devidamente vazando.
─ Bom. ─ diz ela, e eu a vejo sorrir para si mesma na tela.
─ Você gosta disso, não é?
─ Eu gosto que você nem sempre tenha a vantagem. ─ ela retruca.
─ Não gosto de ser fraca. Não gosto de ser pisoteada.
─ Então você não vai se divertir muito em Eden Falls. ─ eu a
informo. ─ Não se esqueça da minha boceta.
─ Sua boceta?
Um silêncio desconfortável segue quando eu percebo o que acabei
de dizer. Eu preciso me recuperar do meu erro.
─ Porra, claro, ela é minha. ─ eu rosno. ─ Minha propriedade,
assim como o resto de você. E não ouse esquecer.
Ela faz beicinho na tela, afastando os dedos daquela boceta
pingando.
─ Não pare, porra. ─ eu assobio para ela. ─ Quero que você conte.
Dedos de volta em sua boceta e contagem regressiva a partir de trinta.
─ O que acontece quando eu terminar de contar?
─ O que você acha? ─ Eu esfrego meu pau vazando. ─ Nós vamos
gozar juntos.
─ Eu nem sei como... ou se eu posso... eu não...
─ Confie em mim. ─ eu rosno. ─ Toque-se. Conte. A cada cinco
números bata na minha boceta. Forte o bastante para picar.
Ela morde o lábio inferior, hesitando por uma fração de segundo.
─ Na verdade, comece com um tapa. ─ eu exijo. ─ Por hesitar e não
seguir minhas ordens. Brinquedo ruim.
Ela faz beicinho novamente, erguendo a palma da mão sobre sua
boceta exposta.
─ Agora! ─ Eu exijo, e ela coloca a mão na boceta, o tapa ecoando
no telefone.
Ela se engasga, depois geme, e meu pau está tenso, doendo para
estar dentro dela, desesperado por sentir suas paredes apertadas e
molhadas apertando em torno dele.
─ Contagem!
─ Trinta. ─ ela sussurra, sua voz tão doce que me faz querer
mostrar a ela toda sombra de escuridão que existe quando o sol
desaparece.
Eu quero estragá-la. Arruiná-la. Quero ser a pessoa que mostra a
ela tudo que eu posso fazer com ela, com ou sem o consentimento dela.
─ Continue.
─ Vinte e nove. Vinte e oito. Vinte e sete. Vinte e seis.
Ela hesita, mas desta vez não preciso lembrá-la do tapa. Ela se
bate, mais forte desta vez.
─ Boa menina. ─ murmuro, e ela choraminga com as palavras
mágicas que eu já descobri afetando-a de várias maneiras. ─ Mais.
Ela continua contando e continua se batendo até meu pau ficar tão
dolorosamente duro que estou convencido de que vou explodir. Não
quero nada mais do que tê-la com aquela boquinha doce ao meu redor,
levar minha ponta profundamente em sua garganta e acariciá-lo com
sua boca. Eu quero preenchê-la. Eu quero possui-la. Eu quero fazê-la
se ajoelhar.
Ela chega a dez e não sei se vou conseguir durar a contagem
regressiva.
─ Conte mais rápido. ─ eu grito, e ela aumenta a velocidade como
um maníaco louco por sexo, as palavras se misturando enquanto ela dá
um tapa, conta e dá um tapa um pouco mais.
─ Três. ─ ela sussurra.
─ Você está pronta para isso, brinquedo?
─ Sim. ─ ela geme. ─ Dois...
─ Belisque esse clitóris para mim. ─ eu exijo. ─ Bem apertado.
Ela faz como mandei, e eu jorro o primeiro jato de porra, apesar de
querer esperar. Eu aperto meu pau, dolorosamente demais para
conforto e me forço a fechar os olhos antes que a imagem dela na tela
me faça explodir toda a minha carga antes que ela goze.
─ 1.
Sua voz mal está acima de um sussurro.
─ Goze. ─ eu ordeno, e ela se dissolve em um acesso de gemidos,
sussurros do meu nome e prazeres quase inaudíveis.
Meu pau começa a vazar, porra grossa e cremosa, escorrendo pelo
meu eixo e se acumulando na minha barriga. Faz muito tempo desde
que gozei tanto ou tão forte, e a intensidade do orgasmo me atinge como
um tapa na cara, fazendo-me respirar fundo quando Pandora murcha
na tela.
─ Obrigado, brinquedo. ─ murmuro. ─ Te vejo na escola.
─ O quê? ─ Ela está sem fôlego e adoravelmente indignada. ─ Você
não pode simplesmente desligar agora! E o que acabamos de ...
Eu desligo, jogando meu telefone para o lado enquanto visto minha
camisa e limpo a bagunça que fiz, meus olhos ainda grudados na tela
onde sua imagem está piscando em cores, em tempo real.
Ela parece tão chateada quando se levanta, mas seus pés não a
sustentam, não depois daquele orgasmo. Ela balança e agarra a cama
em busca de apoio, caindo sobre os lençóis. Eu sorrio para mim mesmo
enquanto a vejo tentando se recompor. Meus olhos ficam colados na
tela por minutos preciosos.
Eu tenho que me forçar a desviar o olhar quando a batida na porta
chega.
─ Entre.
─ Sr. Booth ─ diz Anders, sem reconhecer o fato de que estou
seminu e olhando culpado para a tela do computador. ─ Você vai
precisar de uma carona para a festa hoje à noite?
─ Merda. ─ Levanto-me, clicando no feed da câmera. ─ Hoje à
noite?
─ Sim.
─ É... Pandora irá?
─ Eu posso descobrir por você. ─ responde Anders sem transmitir
suas emoções. ─ Se você quiser.
─ Não. ─ Eu enrolo minha camisa. ─ Não descubra. Verifique se ela
está lá. Diga a Araminta para providenciar.
Pandora

Depois que Dexter desliga a ligação, me deito na minha cama


tentando recuperar o fôlego por vários minutos. Eu aperto meu telefone,
sabendo que é o meu segredo mais bem guardado agora. Por que Dexter
está me mostrando bondade? Tem que haver algum motivo oculto.
Meu novo telefone está tocando. Um número desconhecido pisca
na tela e eu franzo minhas sobrancelhas em confusão antes de
finalmente atender a chamada. ─ Olá?
─ Ei, garota. ─ A voz do outro lado da linha parece familiar. ─ É
Araminta Fox. Da escola?
─ Oh, oi. ─ Eu sorrio para mim mesma. ─ Como você conseguiu
meu número?
─ Com o Dexter. Então, você vem à festa de Julian hoje à noite?
Hesito antes de responder. Quero perguntar a ela qual é o
relacionamento dela com Dexter, mas tenho muito medo de saber a
verdade. Isso me deixa com tanta inveja que minha pele se arrepia.
─ Sim, com minha irmã. ─ eu finalmente murmuro.
─ Ótimo. Se você chegar por volta das nove, isso seria perfeito.
Elegantemente atrasada, você sabe?
Ela ri melodicamente. O bom humor dela é contagioso, e eu me
vejo sorrindo, apesar de tudo o que aconteceu naquele dia.
─ Mas eu estava pensando em ir ao salão antes da festa. Você quer
vir comigo?
─ Sim, isso seria incrível.
─ Ótimo! Vou buscá-la em vinte minutos? E lembre-se, traga o
cartão com o limite mais alto. Estamos fazendo uma reforma completa.
Embora não esteja tão convencida de que preciso de uma reforma
completa, estou concordando.
Quando terminamos a ligação, sento-me em frente ao grande
espelho do meu quarto, cruzando as pernas e examinando minha
aparência. Além da depilação em cera que eu preciso
desesperadamente, eu também poderia fazer minhas sobrancelhas.
Minhas unhas já viram dias melhores. Eu inspeciono minhas cutículas.
Horrível. Ultimamente, não tenho feito da minha aparência uma
prioridade. Eu não queria parecer bem para essas pessoas. Isto é, até
Dexter abrir caminho sob a minha pele.
Sei que antes de me encontrar com Araminta, ainda preciso
resolver a questão do cartão de crédito com meu pai. Estou com medo
de pedir, mas não há outro jeito, então respiro fundo antes de tocar a
campainha da minha empregada.
A porta destranca alguns momentos depois, e Belle fica na porta,
fazendo uma careta para mim.
─ Onde está a Minnie? ─ Pergunto.
─ Ocupada. ─ ela responde com firmeza. ─ O que você precisa,
Srta. Lily Anna?
─ Eu preciso falar com meu pai. ─ explico. ─ Só vou demorar um
minuto.
─ Ele está ocupado.
Ela cruza os braços e eu franzo minhas sobrancelhas para ela.
─ Belle, eu preciso lembrá-la para quem você trabalha? ─ Eu
pergunto docemente. ─ Parece-me que você está esquecendo seu lugar.
Tenho certeza de que meu pai não ficaria muito feliz em ouvir sobre
isso.
Ela zomba de mim e eu levanto uma sobrancelha, exigindo que ela
me responda.
─ Vou ver se ele está livre. ─ ela murmura, parecendo descontente.
─ Eu irei com você. ─ eu ronrono.
Ela hesita, então praticamente sai correndo do meu quarto e tenta
trancar a porta atrás dela. Soltei um grito de indignação e saí pela porta
antes que ela pudesse me trancar de volta.
Eu meio que ando e corro pelo corredor até chegar ao escritório do
meu pai. A porta está fechada, mas eu posso ouvir vozes vindo de
dentro. Ele está conversando com alguém.
Belle me alcança, tentando recuperar o fôlego. Seus olhos estão em
pânico quando encontram os meus.
─ Por favor, Srta. Lily Anna. ─ ela implora, mas eu a interrompo,
levantando minha mão.
─ Eu disse para você não me chamar assim. ─ eu assobio para ela.
─ Parece que você nem consegue seguir instruções simples. Apenas me
deixe falar com ele sozinha.
─ Eu não posso fazer isso. ─ ela admite, mordendo o lábio inferior,
os olhos correndo pelo corredor. ─ Por favor, senhorita, não entre aí.
─ Por que não?
Eu não entendo por que ela está tão preocupada. Mesmo que meu
pai esteja lá com alguém, provavelmente é apenas um de seus colegas
de trabalho. E eu tenho todo o direito de falar com ele. Nenhuma
empregada não pode me dar ordens. Ninguém pode.
Bato na porta duas vezes ao som do gemido de Belle, abro a porta e
entro no escritório do meu pai.
O que vejo me faz recuar de nojo.
─ O que... o que você está fazendo? ─ Eu pergunto, minha voz
tremula de terror enquanto eu observo a cena se desenrolando diante
de mim. ─ O que você está fazendo com ela?
Meu pai olha para mim e eu mal o reconheço mais. Ele mudou
para uma pessoa diferente. Seu olhar está enlouquecido, suas pupilas
incrivelmente dilatadas. Seu corpo está vibrando e as veias se destacam
na testa e nos antebraços. As mangas de sua camisa oxford foram
levantadas, expondo centímetros de carne tonificada.
Diante dele, minha nova amiga, Mignonette, está espalhada sobre
sua mesa. Ela está debruçada de barriga, com os braços amarrados
atrás das costas pelos pulsos. Seu uniforme de empregada é levantado,
expondo sua bunda nua, que está florescendo com hematomas e
vermelhidão, tanto quanto posso ver.
─ Que porra é essa? ─ Eu grito de novo quando ninguém me
responde. ─ O que está acontecendo?
Meu pai sorri, dando um tapa firme na bunda de Minnie que a faz
gritar de dor.
─ Junte-se, garota.
Ela levanta e percebo que a mãe está assistindo isso. Viro o ombro
enquanto uma Minnie envergonhada alisa o vestido e arruma o cabelo.
─ Você sabia disso? ─ Pergunto, sentindo-me indignada. ─ O que
ele está... fazendo ela fazer?
Ela olha para mim com um olhar frio e inflexível.
─ Ela é minha filha. ─ ela morde, defensiva. ─ E ele nos paga bem.
Eu sei o que é melhor para ela.
─ Ela é uma adolescente de dezessete anos! ─ Eu grito, correndo
para o lado de Minnie e pegando sua mão trêmula. ─ Você está bem,
Minnie? Você quer que eu faça alguma coisa?
Eu me pergunto se Brazen sabe disso.
─ E agora? ─ Meu pai finalmente fala, sua voz entediada. ─ Estou
ocupado.
Sua atitude indiferente está me fazendo ficar boquiaberta com ele.
Ele nem se importa que eu o peguei.
─ Eu... eu... ─ Estou lutando para encontrar as palavras,
adrenalina nas veias e ameaçando dar um soco no meu pai. ─ Você não
pode fazer isso com ela. Ela é tão jovem. E a Bryony?
─ O que tem ela? ─ Meu pai olha para mim sem entender. ─ Ela
está transando com o garoto da piscina, e eu pago por isso também.
Então, qual é o problema aqui?
─ Ela é... ─ Eu fecho meus olhos firmemente, apertando a mão de
Minnie. ─ Ela tem dezessete anos, pai.
─ Não é como se eu estivesse transando com ela. ─ diz ele
cruelmente. ─ Apenas dando a ela uma disciplina muito necessária.
Além disso, quem é você para me questionar? Você está ficando muito
amigável com a equipe, filha.
Ele dá um tapa na bunda de Minnie e ela empalidece.
─ Levante-se, filha.
Um silêncio mortal cai sobre a sala e olho entre Minnie e meu pai
com uma expressão indignada. Por que diabos ele a chamou assim?
─ Fora. ─ o pai late depois. ─ Vocês duas. Pandora, você fica.
Estou chocada que ele tenha usado o nome errado com Minnie,
mas de repente se importa o suficiente comigo para usar o que eu
prefiro. A empregada e a filha saem da sala, e eu as vejo sair com os
olhos cheios de lágrimas.
Meu pai é um homem distorcido. Não que muitos dos outros nesta
cidade estúpida sejam muito melhores. Mas isso ... isso é doente.
─ Eu não posso acreditar em você... eu simplesmente não posso...
─ Eu começo, mas ele me interrompe, puxando sua carteira do bolso da
calça jeans e contando algum dinheiro.
─ Quanto você quer? ─ Ele pergunta calmamente, e eu hesito com
ele.
─ O que você quer dizer?
─ Para manter isso quieto. ─ ele murmura. ─ Quanto dinheiro?
Eu luto para entendê-lo. Uma parte de mim já percebeu que ele é
um monstro, mas estou longe de aceitá-lo. E eu sei que preciso ajudar a
Minnie. Ela não merece isso.
─ Quero três mil. ─ eu digo. ─ E seu cartão de crédito. Estou indo
às compras.
─ Três? ─ Ele conta o dinheiro, fazendo meus olhos se arregalarem.
─ Aqui. E use o American Express Gold. Compre o que quiser.
Ele me entrega um cartão a seguir, e eu apenas fico lá, sentindo
como se eu tivesse vendido minha alma ao diabo.
─ Você vai continuar fazendo isso? ─ Eu pergunto a ele em voz
baixa. ─ Está machucando a Minnie?
─ Você vai tentar me parar? ─ Ele pergunta com uma expressão
divertida. ─ Porque você não pode. Eu poderia lhe dizer isso agora.
─ Você é mau. ─ eu sussurro. ─ Você é apenas...
─ Eu pedi sua opinião?
Seu olhar é como uma queimadura fria na minha pele e balanço
minha cabeça sem palavras. Preciso encontrar uma maneira de ajudar
Minnie. O dinheiro será um bom começo.
─ Vejo você mais tarde. ─ murmuro, ainda me sentindo abalada
com o que vi.
Ele me acena sem se despedir, já focado em alguma papelada em
sua mesa. Eu deixo o escritório dele, encostando na porta e respiro
fundo várias vezes enquanto tento chegar a um acordo com o que
aconteceu lá.
Tomo os próximos minutos para recuperar o fôlego e tento pensar
em algo que ajudaria Minnie a sair de sua situação horrível. Não posso
deixar de me sentir responsável. Afinal, é meu pai que está fazendo isso
com ela... e eu preciso tirá-la dessa bagunça.
Quando terminei de contemplar uma solução, já eram cinco
minutos depois da hora em que Araminta disse que estaria lá. Estou
meio convencida de que ela decidiu me dispensar enquanto espero no
corredor, mas depois de mais alguns minutos, vejo um carro entrando
na garagem.
Corro pela porta da frente, sorrindo e acenando quando vejo
Araminta saindo de uma limusine preta com janelas escuras. Deus,
essas pessoas realmente passeiam com estilo.
─ Ei. ─ eu chamo. ─ Estou pronta para ir.
Ela sorri, depois me surpreende dando-me um abraço rápido e
entramos no carro. Mais uma vez, ela se parece com uma estrela de
cinema, e eu começo a ficar animada com minha transformação
prometida. Ela está passando o telefone enquanto o motorista se afasta
da propriedade dos Oakes, e eu nervosamente mexo na bainha do meu
vestido.
─ Seus irmãos estão indo para a festa? ─ Araminta pergunta sem
levantar os olhos do telefone.
─ Apenas Tianna. ─ eu digo. ─ O motorista do meu pai está
levando-a. Brazen não está autorizado a sair.
─ Uh-oh. ─ ela murmura, guardando o telefone. ─ Drama em casa?
─ Sempre. ─ Reviro os olhos. ─ Ei, obrigada novamente por fazer
isso comigo. Eu não sou tão boa nessas... coisas de garotas.
─ Sério? ─ Ela ri alto, como se fosse a coisa mais engraçada que
ela já ouviu. ─ Bem, sinto que as coisas vão mudar para você em breve,
garota. Vamos lá, precisamos ir. Você não quer que outra garota de em
cima do Dexter antes de chegarmos lá, e ainda precisamos parar no
salão.
Estou tentando ignorar as dores de ciúmes que sinto quando ela
menciona Dexter saindo com outra pessoa.
Se ele está me forçando a ser leal, é melhor ele fazer o mesmo por
mim. Pelo menos até que eu possa fugir dele ...
Pandora

Quando Tianna mencionou a festa no dia anterior no jantar, eu


não esperava... bem, isso.
A festança é realizada em uma porra de cripta, antes de tudo. É a
casa da família de Julian, mas seus pais estão fora. Todos estão
reunidos embaixo do solo no mausoléu da família, o que me dá
arrepios. A espaçosa sala está cheia de esculturas de mármore e
túmulos de pedra, e isso me faz pensar em como os mortos reagiriam
por ser perturbados dessa maneira. Tenho a sensação de que há algum
encantamento ruim vindo em minha direção apenas por desrespeitar
aqueles que foram deixados para descansar aqui.
Quando Araminta e eu entramos, a multidão se separa para nos
deixar passar. A festa parece tão sórdida quanto a de qualquer
faculdade quando se reúne, embora os copos vermelhos estejam
faltando, substituídos por copos de cristal e garrafas de vinho de mil
dólares. Nunca me senti mais deslocada e, mesmo que Araminta tenha
me dado uma conversa animada sobre a confiança no carro no
caminho, sinto-me me encolhendo para trás, longe dos olhos atentos
dos outros foliões.
Um assobio baixo emana da multidão diante de nós, e Araminta
sorri, me empurrando para frente. As pessoas reunidas à nossa frente
se afastam, um sinal de respeito diante de dois primogênitos. Eles
abrem o caminho e eu fico cara a cara com Dexter, sentado em um
trono de mármore, com uma loira mel de aparência mais velha sentada
em seu colo. Ela sorri para mim e eu me vejo corando ao vê-la.
─ Meninos, eu trouxe um brinquedinho para vocês. ─ ele chama
Araminta, e eu olho por cima do ombro para ela. Ela está com um
sorriso e encolhe os ombros para mim como se dissesse: desculpe, mas
você deveria saber quer isso iria acontecer. ─ Não seja muito duro com
ela. Ela gastou uma fortuna para parecer apresentável para vocês.
─ Que porra é essa? ─ Eu assobio para ela enquanto a multidão ri.
─ Isso foi uma armação do caralho? Eu confiei em você!
─ Nunca confie em um primogênito. ─ diz ela inocentemente, me
mandando um beijo antes de desaparecer na multidão. Agora fiquei
sozinha em frente ao meu noivo, que obviamente não se importa que eu
o peguei com outra garota.
─ Bem, bem, bem. ─ diz Dexter lentamente, levantando-se do trono
de mármore. A garota desliza do colo dele e dá um passo para o lado.
Boa. Pelo menos ela conhece a porra do seu lugar. ─ O que temos aqui?
Você teve uma pequena mudança, brinquedo?
Ele caminha até mim, tocando os dedos nos meus cabelos lisos e
se inclinando para sussurrar no meu ouvido. ─ Vou verificar se você fez
o que foi solicitado.
Eu coro, sabendo que ele está falando sobre a depilação que me fez
sentir dormente. Estou prestes a retroceder, dizer que ele não é o meu
dono e que ele não tem o direito de me checar dessa maneira, mas ele
não me deixa falar. Em vez disso, ele gira e senta-se no trono, seus
olhos cinza escuros ainda nos meus enquanto ele bate no joelho.
─ Porque você não se senta. ─ ele sugere sobre o som da música
eletrônica. ─ Quero ter uma boa conversa com minha noiva. Aposto que
você tem muito a me dizer.
Só hesito por um segundo, mas alguém me empurra pelas costas
quando eu não sigo imediatamente suas ordens. Olho por cima do
ombro, ficando cara a cara com o belo Julian, o garoto cuja festa eu
estou. Ele ri na minha cara.
Me odiando por ser tão complacente, ando até Dexter, meu corpo
tremendo enquanto coloco minha bunda no seu joelho direito. Ele não
espera que eu me sinta confortável. Seu braço envolve minha cintura de
forma proprietária e ele me puxa em cima dele. Eu tenho que colocar
meus braços em volta do pescoço dele para me impedir de cair.
─ Trouxe um presente para você. ─ ele murmura no meu ouvido
enquanto o resto da multidão se dispersa, felizmente nos dando um
pouco de privacidade. ─ Você vai abrir agora.
─ Oh? ─ Pergunto confusa quando ele puxa uma pequena caixa
embrulhada em preto, com o logotipo de Chanel no topo e uma camélia
branca adornando o papel. ─ Que doce.
Estou genuinamente surpresa com a doçura dele e desembrulho a
caixinha com as mãos trêmulas. Sob o papel, consigo distinguir uma
caixa de um perfume. La Pausa, uma de suas fragrâncias exclusivas.
Não é realmente meu tipo de perfume, é muito doce e suave para mim,
mas ainda é legal da parte dele me dar alguma coisa. Estou prestes a
agradecê-lo quando ele falar novamente.
─ É o perfume que Lily Anna costumava usar. ─ diz ele, seu tom
diz um fato e apenas um pouco provocador. ─ Eu quero que você use o
mesmo.
─ O quê? ─ Eu reclamo com ele. ─ Você quer que eu use o perfume
que sua namorada morta costumava usar? Quão fodido é isso?
Sua expressão muda em um instante, e eu meio que espero que ele
me jogue do seu colo. Em vez disso, ele murmura algo sobre eu ser uma
cadela ingrata baixinho e me puxa para mais perto, seus olhos testando
minha paciência ao penetrar nos meus.
─ Porque você não o usa agora. ─ ele sugere friamente. ─ Eu quero
sentir o cheiro em você enquanto você está sentada aqui.
Eu cerro os dentes, percebendo que não tenho muita escolha. Todo
mundo aqui pensa em Dexter como um Deus filho da puta. Ninguém
vai ficar do meu lado. Até Araminta, a quem eu comecei a pensar como
amiga, já me esfaqueou pelas costas. Ela provavelmente não hesitaria
antes de fazê-lo novamente.
Odiando Dexter por me pressionar, puxo o celofane da caixa de
perfume. Desembrulho e borrifo no interior dos meus pulsos.
─ No seu pescoço também. ─ Dexter rosna ao meu lado. ─ Eu
quero ser capaz de sentir o cheiro.
Meus lábios formam uma linha fina enquanto sigo suas instruções,
aplicando ainda mais do perfume que já está me fazendo sentir repulsa.
Ele parece satisfeito com isso, seus dedos passando pelos meus cabelos
com uma gentileza surpreendente. Aproximo meu corpo do dele antes
de perceber o que estou fazendo. Eu quero mais.
─ Você gosta? ─ Eu pergunto a ele, minha voz um leve sussurro
contra seu ouvido. ─ Sinta o cheiro.
O nariz de Dexter toca meu pescoço e ele inala meu perfume.
Observo seu rosto de perto e noto a careta antes dele. Tenho a sensação
de que ele está arrependido de me fazer usá-lo, e meus medos são
confirmados quando ele me tira do colo, murmurando: ─ Você nunca
será ela.
Eu cerro os dentes, odiando-o por me fazer sentir inferior
novamente. Levantando-me do colo, logo percebo que ele terminou
comigo por enquanto, seus olhos estão em outro lugar e sua atenção
voltou-se para seus amigos. Sentindo meu sangue ferver de ciúmes e
raiva, decido me afastar e me ocupar com algo, ou alguém, mais.
Eu ando pela festa, pegando uma bebida da mesa cheia de bebida.
Misturo suco de cranberry com vodca e faço uma careta com o gosto.
Não há ninguém com quem conversar, ninguém que queira passar
um tempo comigo. Meus olhos encontram minha irmã no canto escuro
da sala, cercada por garotos que são velhos demais para ela. Eu
suspiro, me sentindo mais fora do lugar do que nunca.
─ Está sozinha?
Olho para um par de olhos castanhos escuros. O garoto se eleva
sobre mim, seu olhar cheio de intenção sombria enquanto trava no
meu.
─ Sim, por conta própria. ─ murmuro, olhando na direção do meu
noivo. ─ E você é?
─ Mais importante que você. ─ ele assobia, erguendo o queixo alto
e estendendo a mão para eu tremer. ─ Caspian.
─ Oh. ─ Eu aperto sua mão desajeitadamente. Ele é bonito, mas,
novamente, quem não é em Eden Falls. É como um pré-requisito para
morar nesta cidade, ou pelo menos parece. ─ Prazer em conhecê-lo.
Ele não diz nada de volta, em vez disso me observa criticamente,
seus olhos examinando minha aparência. Estou totalmente preparada
para ele me insultar quando ele abre a boca, mas as palavras que saem
de seus lábios acabam me surpreendendo.
─ Dexter me contou tudo sobre você, mas devo dizer que ele
minimizou o quão bonita você é.
Meu coração estúpido dispara com o elogio que eu não sabia que
precisava. É bom ser reconhecida, e um rubor revelador entra em
minhas bochechas, me fazendo olhar para o chão com vergonha.
─ Então me diga, brinquedo de Dexter. ─ continua Caspian. ─ Você
tem permissão para brincar conosco? Ou Dexter é um bastardo egoísta
e mantém você só para si?
Lembro-me das palavras possessivas de Dexter no vestiário com
Lai. Como ele disse a ele que nenhum dos outros caras poderia me
tocar. Certamente eles informaram Caspian? Mas enquanto eu o
encaro, estou meio convencida de que ele está me testando.
─ Eu não sou o maior fã do seu noivo. ─ continua Caspian,
quebrando a ilusão. ─ Então... me responda.
─ Eu não sei. ─ minto em um sussurro baixo, e ele sorri para mim,
os dedos envolvendo meu pulso ainda machucado.
─ Por que eu não ajudo você a descobrir? ─ Ele oferece, e eu nem
tento resistir quando ele me puxa para mais perto. Aquela bebida foi
direto na minha cabeça. Eu passo atrás dele e ele me leva para uma
sala separada da cripta principal. É um quarto completo, com móveis à
moda antiga e impecáveis, limpos.
─ O que é isso? ─ Não posso deixar de perguntar, olhando em
volta, maravilhada.
─ A sala de luto. ─ explica Caspian, impassível. ─ Sempre que um
membro masculino da família de Julian morre, a esposa deve passar
uma semana nesta sala para lamentá-lo.
Eu olho ao redor da sala. É lindo, mas não há janelas, nem mesmo
no banheiro adjacente. Isso me dá arrepios. Eu não gostaria de passar
uma semana trancada aqui, provavelmente acabaria perdendo a
cabeça.
─ Por que você não vem aqui? ─ Caspian oferece, sentando-se em
cima do tecido roxo escuro na cama e batendo nele. ─ Eu quero dar
uma olhada melhor em você.
Hesito, sabendo que Dexter não gostaria disso nem um pouco. Mas
ele não é o meu dono. Ainda não. E não vou deixar um valentão decidir
minhas ações.
Vou até a cama, sentando-me ao lado de Caspian. Seus olhos
quase negros estão me inspecionando, devorando centímetro após
centímetro de pele com seu olhar segurando uma promessa de
escuridão. Não me atrevo a falar, e ele não me pede. Em vez disso, ele
leva tempo, deixando seus olhos vagarem por cada centímetro do meu
corpo, expostos e ocultos.
─ Talvez eu deva voltar. ─ murmuro, começando a ficar
desconfortável com a intensidade do seu olhar.
Tento me levantar, mas a mão de Caspian serpenteia em volta do
meu pulso novamente, segurando-me firmemente no lugar. ─ Eu não
acho que você deveria, na verdade. Eu tenho tanto direito a você quanto
ele.
─ Dexter? ─ Caspian assente, e eu franzo minhas sobrancelhas.
─ Não acho que esteja certo... afinal estamos noivos.
─ Você quer se casar com ele?
Eu hesito antes de dar de ombros. ─ Eu realmente não tenho
escolha, então o que isso importa?
─ Você poderia ter muito mais do que aquele pobre garoto Booth. ─
murmura Caspian, tocando as pontas dos dedos nas minhas bochechas
vermelhas e acariciando a pele macia lá.
Meus olhos se abrem e fecham. Estou desesperada por mais de
suas carícias doces. Elas são muito diferentes do toque punitivo de
Dexter. Encontro-me encostado em seu abraço, descansando minha
bochecha na palma da mão e esperando que ele dê o próximo passo
antes que alguém entre e nos pare.
─ Ele já te beijou? ─ A voz de Caspian é suave e gentil.
Eu balancei minha cabeça informando que não, e ele sorriu. Ele
gosta da minha resposta. Percebo que ele quer ser o primeiro a me
provar, e minhas mãos tremem quando ele se aproxima, meus cabelos
caindo em uma cortina ao nosso redor e nos protegendo do mundo
exterior.
─ Você quer isso? ─ Ele murmura contra os meus lábios, com as
pontas dos dedos no meu queixo. ─ Você quer que eu seja o primeiro de
nós a beijar você?
Engulo em seco, pronta para responder, quando finalmente me
permito ouvir o retumbante 'Não' ecoando em minha mente.
Não, não quero que ele me beije.
Não, não quero que ele seja o primeiro.
Não, não quero que ele tenha esse momento.
Eu quero escolher quem faz isso comigo. Não quero que me digam
o que fazer.
Estou prestes a negar o prazer, mas seus dedos deslizam da minha
mandíbula para o meu pescoço, apertando meus pontos de pulso. Eu
respiro, rouca e tensa contra as pontas dos dedos.
─ Eu não consigo respirar. ─ eu falo enquanto sufoco.
─ Eu sei. ─ ele responde docemente, pressionando ainda mais. ─
Eu curto assim. As meninas são muito mais bonitas quando lutam.
O horror toma conta de mim e eu tento fugir, mas seu aperto em
mim é como um vício, não me deixando mover uma única polegada. Ele
aproxima meu rosto do dele, pensando em como me machucar ainda
mais. Eu me odeio por cair em sua armadilha. Não apenas porque eu
não quero, mas também porque sei que haverá um inferno a pagar, por
nós dois, quando Dexter descobrir isso. E ele descobrirá, ou pelo menos
assim o meu intestino me diz.
─ Eu preciso provar esses lábios carnudos. ─ ele murmura para si
mesmo, inclinando-se para roubar o que ele nunca pode ter.
Felizmente para mim, e infelizmente para ele, a porta se abre
naquele minuto, e meu noivo enfurecido fica no batente da porta,
olhando para nós com desgosto.
─ O que diabos está acontecendo aqui?
─ Bem. ─ Caspian diz, me fazendo virar a cabeça e olhar para Dex
com os dedos ainda em volta do meu pescoço. ─ Eu estava apenas
inspecionando a nova adição à família Eden Falls, é tudo. Ela não
parece tão trágica quanto você a descreveu.
Coro de vergonha quando Dexter se aproxima de nós, tirando as
mãos de Caspian de cima de mim, sem considerar se ele está me
machucando no processo. Meu atormentador ri, levantando-se da cama
e me observando de perto, me devorando com seus olhos demoníacos.
─ Ela passou por uma “reforma”. ─ Dexter murmura antes de
apontar para a porta. ─ Por que você não nos deixa em paz agora,
Caspian? Preciso disciplinar minha noiva por fugir com você.
Eu engulo, uma parte de mim esperando Caspian declinar. Mas
não tenho certeza se isso impediria Dexter. O máximo que faria é dar a
ele uma audiência para fazer o que diabos ele quiser comigo.
─ Que tal eu ficar? ─ Caspian parece sentir o que estou pensando,
e seus olhos cruéis escurecem ainda mais quando ele olha para mim. ─
Quero ver como você lida com um brinquedinho tão desobediente. E
posso até dar algumas dicas.
─ Dificilmente seria necessário. ─ Dexter assobia, encarando seu
rival. ─ mas claro, por que você não fica. Vamos fazê-la se contorcer um
pouco mais.
Eu tremo com o pensamento, parada entre a cama e a porta com
um dos meninos de cada lado de mim.
─ Você sabe, eu tinha algo especial em mente para você hoje à
noite, Pandora. ─ Dexter me diz com um sorriso cruel, e sinto arrepios
por toda a minha pele quando ele toca as pontas dos dedos, explorando
minha carne com a mão fria. ─ Você não quer saber o que é?
Fico teimosamente quieta enquanto seus dedos exploram minha
pele. Ele puxa meu vestido, fazendo um som de desaprovação e
murmurando: ─ Isso cobre você demais.
─ Por que você não a faz tirar isso? ─ Caspian sugere, e eu me viro
para encará-lo, fazendo uma careta.
─ Que grande ideia. ─ Dexter puxa para fora, recuperando a mão.
─ Se dispa, Pandora.
Tremo sob o olhar deles, mas não me mexo. Dexter avança em
mim, batendo levemente na minha bochecha, mas forte o suficiente
para me fazer dar um passo para trás. ─ Porra, agora!
Eu quero dizer não. Eu quero negar ele. Estou ansiosa para provar
que ele está errado, mas meu corpo não está.
Minhas mãos tremem enquanto eu abro o zíper na lateral do
vestido. As lantejoulas e a seda escorrem pelo meu corpo, reunindo-se
em uma piscina aos meus pés. Saio do vestido, agora em nada além de
lingerie e meus saltos.
─ Bem, seus seios compensam tudo o resto. ─ Caspian assobia, me
encarando com uma nova admiração. ─ Você está vendo isso? Ela está
corando. Que porra adorável.
─ É, não é? ─ Dex murmura, passando as pontas dos dedos sobre
a minha pele.
─ Posso ir? ─ Pergunto trêmula, e os dois riem de mim.
─ Você quer andar lá fora apenas com suas roupas íntimas? ─
Pergunta Caspian.
─ Seja minha convidada. ─ O sorriso de Dex é cruel e inflexível. ─
Mas você não tem permissão para colocar seu vestido novamente.
Eu peso minhas opções e me odeio ainda mais quando percebo que
não quero ir embora. Eu quero que eles me observem. Me toquem.
Dizendo-me todas as coisas desagradáveis e depravadas que fazem
sucos escorrerem pela minha coxa.
─ Acho que perdemos tempo suficiente aqui. ─ informa Dexter. ─
Eu quero sentir sua boca. Eu quero saber o seu gosto. Por que você não
me dá um beijinho, brinquedo?
Eu hesito, mas seu braço envolve minha cintura no momento
seguinte, me puxando contra ele. ─ Não, não é uma resposta aceitável.
─ Eu não ia dizer não. ─ eu sussurro, me odiando por admitir isso
para ele.
Seus olhos brilham com surpresa, então um sorriso presunçoso
toma conta de seu rosto. Deus, por que eu tenho que dizer isso? Ele me
tem exatamente onde ele me quer agora.
Os olhos de Dexter permanecem nos meus.
─ Eu não te disse onde, eu disse, brinquedo?
Ele abre o zíper da calça e meus olhos se arregalam quando ele tira
seu pau. Ele é grande demais para caber em qualquer lugar. Duvido
que eu possa levá-lo na minha boca, muito menos nos meus outros
buracos.
Eu me forço a olhar para ele, murmurando: ─ Você não pode estar
falando sério.
─ Muito sério. ─ ele responde. ─ Dê um beijinho nele agora,
brinquedo. Não seja tímida.
Eu hesito, mas Caspian aparece atrás de mim, me forçando a ficar
de joelhos. Eu lamento quando ele me empurra para a frente, e meus
lábios fazem contato com a ponta inchada e encharcada de Dexter.
Ele rosna meu nome em voz alta e eu olho para ele, meus lábios se
separando para permitir que ele entre.
Eu quero ser a única a fazê-lo desmoronar. A realização é
chocante, me fazendo queimar de vergonha.
Eu quero ser a única a fazê-lo gemer. Mas ele está apenas me
sentindo agora. Vendo se ele gosta.
─ Beije-o. ─ ele exige, e eu permito que minha língua saia entre
meus lábios, apesar do meu melhor julgamento, provando-o.
Ele se afasta depois de gemer, a leve sugestão de um sorriso ainda
presente em seu rosto.
─ Nada mal. ─ ele murmura enquanto Caspian ri ao fundo. Eu
consegui esquecê-lo completamente por pouco tempo Dex pressionou
meus lábios contra seu pau.
─ Como é o gosto dele? ─ Caspian pergunta agora, e eu olho para
Dexter, temendo que ele me faça responder.
─ Diga a ele, brinquedo.
─ Verão. ─ eu sussurro, e meu corpo arqueia em direção a ele
involuntariamente. ─ Sal. Mar. O sol.
─ Que poético. ─ Caspian se levanta. ─ Vamos começar essa festa
ou o quê? Eu quero isso. Cansei de assistir você beijar seu pau como
uma adolescente faminta de amor.
─ Claro. ─ Dexter sorri para ele, depois se vira para mim.
Ele inclina meu queixo para trás e eu o encaro enquanto ele afasta
o pau. ─ Suba na porra da cama. Tira a calcinha. Eu quero ver aquela
boceta bonita.
Minhas pernas, de alguma maneira, conseguem me levar até a
cama, e eu caio em cima dos lençóis luxuosos, abrindo minhas pernas
trêmulas. Meus dedos prendem na minha calcinha e eu a empurro para
baixo, expondo-me aos seus olhos famintos. Os dois meninos estão me
observando agora, olhares cheios de intenções sombrias, com as mãos
tocando as protuberâncias em suas calças.
─ Faça-a se tocar. ─ murmura Caspian e Dex ri.
─ Não tão rápido. Quero dar uma boa olhada nela primeiro. ─ Ele
dá um passo à frente, afastando a palma da minha mão que está
bloqueando a vista da minha entrada macia. ─ Mostre-nos.
Eu tremo sob seu toque. Quando eu não respondo imediatamente,
ele me dá um tapa de novo, o movimento fazendo minha cabeça girar.
─ Porra, agora, brinquedo.
Meus dedos trêmulos tocam os lábios da minha boceta e eu me
abro para eles. Eles assistem com olhos famintos enquanto minhas
dobras aparecem.
─ Jesus. ─ murmura Caspian. ─ É sordidamente rosa.
─ Tão perfeita. ─ acrescenta Dexter. ─ Mal posso esperar para
prová-la.
Fecho meus olhos com força, tentando transportar minha mente
para algum lugar distante, mesmo que meu corpo não possa segui-lo.
Eu não quero estar aqui, presa com eles. Eles vão me machucar em
breve, e nós três sabemos disso.
─ Toque seu clitóris. ─ Dexter mói para mim. ─ Brinque com isso.
Desajeitadamente, esfrego meus dedos sobre minha boceta.
─ Ela não sabe onde fica. ─ Dexter ri alto, me deixando mais
envergonhada do que nunca. ─ Olha para ela. Ela não tem a menor
pista.
─ Por que você não mostra a ela? ─ Caspian sugere.
─ Essa é uma ótima ideia. ─ Meu noivo se aproxima de mim, seus
passos pesados nas botas de couro que ele está vestindo. ─ Abra bem
as pernas.
Eu sigo suas ordens silenciosamente, tentando me convencer de
que só estou fazendo isso porque não tenho escolha. Mas no fundo, eu
sei que quero isso. Eu nunca fiquei tão excitada na minha vida.
Os dedos de Dexter estão frios ao toque. Ele pressiona-os na parte
interna da minha coxa, em seguida, esfrega a ponta dos dedos sobre a
minha pele, me fazendo gritar alto. É como se ele tivesse pressionado
todos os botões certos. Ou talvez apenas um. Aquele que me faz virar
uma prostituta desesperada e carente.
Minhas pernas tentam se fechar, mas Dexter não deixa isso
acontecer. Ele me abre com força, pressionando o dedo enquanto eu o
encaro como se ele fosse um Deus.
─ Merda, eu poderia obrigar você a fazer o que eu quisesse agora. ─
ele murmura, com os olhos ardendo de desejo. ─ Não é mesmo,
brinquedo?
Eu aceno sem palavras, engolindo. Não posso falar, me mover ou
reagir. Tudo o que posso fazer é implorar com os olhos.
─ Responda. ─ exige Caspian, e meus olhos voam entre os dois
garotos. Dexter me assente, e meus lábios se abrem, as palavras saindo
em uma velocidade embaraçosa.
─ Me faça fazer mais por você. Por favor. Por favor.
─ Acho que não. ─ diz Dexter. ─ Acho que, em vez disso, farei algo
para você.
Mais uma vez, olho para Caspian, mordendo nervosamente o lábio
inferior. ─ Eu não quero que ele assista.
O olhar de Dex escurece e ele sorri, murmurando: ─ Que pena,
porque é exatamente isso o que vai acontecer.
─ Não. ─ eu consigo dizer, mas meu corpo já está arqueando,
implorando por mais. Deus, o álcool de antes ainda está zumbindo pelo
meu corpo, me tornando mais complacente do que nunca. ─ Não me
obrigue.
─ Cale a boca. ─ Caspian grita. Ele está atrás de mim e eu olho
para ele, odiando o fato de que meu centro está inundado de umidade
pegajosa. ─ Faça isso, Booth.
Dexter me olha com uma curiosidade que causa arrepios na
espinha. Ele toca a ponta dos dedos nas minhas dobras molhadas, e eu
me debato debaixo dele, tentando fugir.
─ Segure-a. ─ ele late para seu cúmplice.
Os braços fortes de Caspian agarram os meus, certificando-se de
que estou no lugar do que eles estão prestes a fazer comigo. Estou
tremendo, tremendo quando Dex me abre mais, seus dedos intrusivos
lutando no caminho entre as minhas pernas que formigam como
loucas.
─ Vamos fazer aquele pequeno botão pulsar. ─ ele murmura, e eu
solto um grito abafado quando ele habilmente aplica pressão no meu
feixe de nervos, fazendo meu corpo arquear em direção a ele.
Eu não quero deixá-lo ter isso. Não quero deixá-lo tirar isso de
mim, mas não consigo mais lutar contra isso. Seus dedos capazes estão
me convencendo de algo, e não sei se quero descobrir o que é. A pressão
está aumentando no meu corpo, meus sentidos disparando com o
menor toque, com o menor dos movimentos dele. Meu coração está
batendo inquieto no peito e eu sei que não vou poder me segurar por
muito mais tempo.
Eu posso ouvir os gemidos ofegantes de Caspian atrás de mim. Os
olhos de Dexter se fixam nos meus, desafiando-me a desviar o olhar
enquanto ele puxa meu clitóris, apertando-o entre o polegar e o
indicador.
─ Eu te odeio! ─ Eu resmungo, e seus olhos escurecem para um
preto tão escuro que eu nem consigo encontrar suas pupilas.
─ Não, você não odeia. ─ ele murmura, prolongando a tortura.
Ele sabe que eu estou a um dedo de molhar sua mão. Nós dois
sabemos disso. No entanto, ele está propositalmente prolongando isso
mais do que o necessário, apenas para que ele possa foder com a minha
cabeça um pouco mais.
─ Pare com isso. ─ eu exijo.
─ Cale a boca. ─ ele late logo depois. ─ Ou farei nosso amigo aqui
calar você por mim.
Estou prestes a dizer outra coisa, mas quando ele levanta a
sobrancelha para mim, meus lábios se apertam novamente e eu o
encaro, impotente.
─ É isso aí. ─ Dex murmura. ─ Seja uma boa menina e cale a boca,
para que eu possa usar você.
Sua mão livre vai para a protuberância em suas calças, e meus
olhos famintos seguem. Ele apalpa o contorno de seu pênis através do
tecido, acariciando a circunferência pulsante dele. De repente, estou
desesperada para vê-lo novamente. Sentir as veias correndo por seu
comprimento e senti-las pulsar debaixo da minha língua. Balanço a
cabeça para tirar o pensamento, mas é tarde demais, eles me notaram
olhando.
─ Eu acho que seu brinquedo quer um brinquedo próprio. ─
resmunga Caspian. ─ Talvez eu deva lhe dar um osso para escolher.
─ Não. ─ Dexter o encara, sua expressão assassina. ─ Ela não vai
tocar o pau de ninguém, além do meu. Mas não está noite. Hoje à noite,
ela só vai descobrir por que está tão obcecada por mim.
─ Eu não sou obcecada por você. ─ eu assobio, mas seu olhar frio
me faz parar no meu caminho.
─ O único som que eu quero ouvir dos seus lábios. ─ ele rosna, ─
são os gemidos de prazer que estou prestes a lhe dar.
Ele bate a palma da mão no meu clitóris. O som é molhado e
embaraçoso, e fecho meus olhos com força. Isto é tão errado. Tão
fodido. E não posso deixar de querer mais, embora meu corpo ainda
esteja lutando para fugir.
─ Bata nela novamente. ─ sugere Caspian, e Dex faz isso.
A palma da mão bate na minha boceta sensível de novo e de novo
até eu ver estrelas. Prometo a mim mesma que não vou emitir nenhum
som. Deixe-os fazer o que diabos eles quiserem comigo, eles nunca vão
me quebrar.
─ Você deveria gozar. ─ sugere Dexter.
─ Eu não gozo por comando. ─ eu assobio.
─ Ainda não. ─ Ele sorri. ─ Mas em breve, você vai.
─ Você nem está machucando-a. ─ protestou Caspian. ─ Qual é o
sentido disso?
─ O ponto.... ─ Dex geme. ─ É fazê-la querer isso. Então tire seu
pau. Vamos fazê-la chupá-lo.
Meus olhos se arregalam com as palavras dele, mas eles não me
dão tempo para implorar para que não façam isso. O pênis de Caspian
sai em segundos. Ele é quase tão grande quanto Dex. Seu pênis tem
uma curva e é raspado, fazendo-o ficar orgulhoso.
─ Você ouviu seu noivo. ─ Caspian me diz. ─ Abra. Pegue-o.
Chupe-o.
Ele força seu pau na minha boca, e eu tento gritar, mas o som é
abafado pela minha boca estar tão cheia. Ele me permite me ajustar a
ele, e meu coração começa a bater enquanto ele lentamente começa a
foder minha boca.
Dexter dá um passo à frente, tocando seus dedos fortes no meu
centro vazando.
─ Tão sordidamente molhada. ─ ele murmura. ─ Continue,
Caspian. Quero senti-la convulsionando na ponta dos meus dedos.
Eu grito, meu corpo tremendo quando o amigo do meu noivo
bombeia seu pau dentro e fora da minha boca. Meus olhos estão
tremendo, meu coração martelando no peito. Eu preciso de mais.
Eu seguro as coxas de Caspian. Eu olho para ele. Eu
silenciosamente imploro para ele continuar, me odiando.
─ Boa menina. ─ Dex murmura, e envia arrepios de prazer na
minha espinha, uma sensação que eu nunca esperava sentir e que faz
eu me odiar. ─ Continue.
Minha garganta aceita o pênis de seu amigo enquanto ele empurra
mais fundo dentro de mim, e solto um som embaraçoso enquanto me
ajusto à sua circunferência. A vergonha pinta minhas bochechas
quando percebo que estou pingando. Estou ansiosa por mais. Estou
desesperada para gozar. Espero que eles não percebam.
─ Olhe para ela. ─ Caspian ri. ─ Ela mal consegue se segurar.
Porra.
─ Você quer gozar, brinquedo? ─ Dex me pergunta, e eu fecho
meus olhos. ─ Apenas um pequeno caminho a percorrer antes que você
possa engolir meus dedos.
─ Por favor. ─ eu resmungo quando Caspian sai da minha boca. ─
Por favor.
─ Por favor, o quê? ─ Perguntam em uníssono.
Olho entre eles, sem saber qual deles me daria mais misericórdia.
─ Por favor... me faça... ─ Minhas bochechas queimam de vergonha
enquanto eu profiro as palavras. ─ Me faça gozar.
Dex olha para Caspian, rosnando: ─ Acho que é hora de você ir
embora.
─ O quê? ─ Seu amigo olha de volta. ─ De jeito nenhum.
Finalmente está ficando bom!
─ Hora de ir. ─ Dexter avança sobre ele enquanto respiro
pesadamente, minha boceta exposta.
Caspian dá um passo para trás. Não sei quem venceria em uma
briga entre os dois, mas parece que não vou descobrir hoje à noite.
─ Tudo bem. ─ Caspian cospe, fechando o zíper. ─ mas você vai
pagar por isso.
Ele sai da sala, batendo a porta atrás de si. E agora sou apenas
Dexter, eu, e a tensão no ar que está ameaçando me fazer gritar de
frustração.
Ele se deita na cama e me olha de cima para baixo, deixando seus
olhos vagarem pela umidade entre as minhas pernas. Então, sem
cerimônia, ele enterra o rosto entre as minhas pernas.
A sensação é tão intensa que meus olhos reviram. Sua língua não é
uma recompensa. Seus chicotes são um castigo cruel e um lembrete
estrito de que eu pertenço a ele e a mais ninguém. Ele está sugando o
orgasmo de mim. Parece que ele está sugando minha alma através da
minha boceta.
─ Não! ─ Eu grito quando sinto que está começando, mas isso
apenas o faz agarrar meus quadris, enterrando seu rosto mais profundo
nas minhas dobras. ─ Pare, pare, pare, por favor, não, não posso, não
vou, por favor, eu... Porra!
É como se o céu se abrisse, derramando estrelas e sóis e calor e luz
através do buraco na escuridão escura. Meu corpo convulsiona. Dex
está me segurando com firmeza, bebendo os sucos que derramam em
minhas coxas. Soltei um gemido impotente, mas é tarde demais. Estou
gozando.
Ele dá um tapa em mim. Me lambe. Me suga. Porra, me devora. E
uma vez que ele termina, ele se afasta e me beija novamente. Ele tem o
meu gosto. Ele tem gosto do orgasmo relutante que ele acabou de
roubar de mim.
─ Lembre-se disso. ─ ele murmura para mim. ─ Toda vez que você
esquecer quem é o seu dono, vou voltar e fazer isso de novo. E eu vou
beber da sua boceta como uma torneira, até que você não tenha mais
nada para dar.
Eu me enrolo, tremendo, à beira das lágrimas. Por um momento,
acho que o balancei. Que ele vai ficar e me beijar e deixar tudo melhor.
Ele me observa, a mão ainda em seu pau, os lábios brilhando com a
minha umidade.
─ Eu te odeio. ─ As palavras saem dos meus lábios antes que eu
possa detê-las, e seus olhos voltam ao preto de antes. ─ Você pode
pegar o que quiser do meu corpo, mas nunca terá minha mente.
─ Ah, eu vou. ─ ele rosna. ─ Mesmo se eu tiver que te foder em
pequenos pedaços para tê-la.
Ele se ajoelha ao meu lado, estendendo o braço.
─ Eu vou tê-la aqui então. ─ diz ele docemente. ─ Na palma da
minha mão. Você sabe o que eu vou fazer então?
Balanço a cabeça, lágrimas derramando pelo meu rosto. Ele fecha
os dedos suavemente na palma da mão. Então, ele os esmaga contra
sua pele. Seus olhos estão em mim, seus lábios se abrem em meio a
uma risada, meio um rosnado.
─ Eu vou quebrar. ─ diz ele. ─ Esmagar. Arruiná-la. Vou
transformá-la em um pequeno brinquedo desamparado e necessitado
para o meu pau. E você sabe qual é a pior parte, Pandora?
Eu o encaro inexpressivamente, recusando-me a responder quando
ele se levanta, me encarando com uma expressão condescendente.
─ Só vou te recompor para que eu possa fazê-lo novamente no dia
seguinte.
Pandora

Passa uma semana e ainda estou com as marcas fracas do aperto


de Lai nos meus pulsos. Dexter me deixou sozinha em sua maior parte,
embora eu tenha uma sensação de que não vai durar muito. Ele deixou
bem claro que pensa que é o meu dono. Só estou esperando até que ele
me faça fazer mais coisas que não quero.
Eu me acostumei com esta cidade agora. É mais fácil entender
como funciona quando você aceita que todos em Eden Falls são uma
merda doentia e pervertida.
Ainda assim, a imagem do escritório de meu pai, de Minnie,
inclinada sobre a mesa, ainda está fresca em minha mente, e não posso
deixar de sentir pena da garota. Ela ficou quieta e pensativa nas
últimas vezes em que a vi, e estou convencida de que sua mãe a
mantém ocupada demais para que tenhamos uma conversa adequada
sobre o que aconteceu.
Falta uma hora para o jantar, e toco a campainha da minha
empregada, desta vez quase perdendo a esperança de que Minnie seja a
pessoa que aparecerá. Apesar de ser minha empregada oficial, Belle
está ocupando seu lugar mais vezes do que eu posso contar, e isso me
irrita.
Fico surpresa quando, um momento depois, Mignonette aparece na
porta, bonita como sempre.
─ Minnie! ─ Eu grito. ─ Por favor, por favor entre!
─ Você queria alguma coisa, Srta. Lily Anna? ─ Ela pergunta,
fechando a porta atrás dela.
─ Não me chame assim. ─ eu a lembro.
Ela olha para a porta com culpa, admitindo: ─ Estou preocupada
que alguém ouça e vou ter mais problemas.
─ Minnie, me desculpe, por não ter sido capaz de ajudá-la. ─ eu
sussurro. ─ Eu tenho algo para você.
Vou até minha cama, enfiando a mão debaixo da fronha e tirando
um maço de dinheiro, os três mil que meu pai me deu. Se alguém os
merece, é a Minnie. Entrego o dinheiro para ela e seus olhos se
arregalam com a visão.
─ Vou começar a ganhar dinheiro para você. ─ prometo a ela. ─
Talvez com isso você possa sair de Eden Falls.
─ Ah, senhorita Pandora... ─ seus olhos lacrimejam. ─ Eu não
posso sair daqui.
─ Por que não? ─ Eu insisto. ─ Meu pai é um homem horrível e ele
te trata com tanta crueldade. Você pode fugir... começar uma nova vida
em algum lugar longe daqui, onde ninguém sabe quem você é.
─ Não é tão fácil. ─ ela balança a cabeça, devolvendo o dinheiro
para mim. ─ Não posso aceitar isso.
─ Você precisa. ─ eu insisto, minha voz quebrando sobre as
palavras. ─ Por favor, Minnie, eu insisto.
─ Eu não posso. ─ Ela coloca o maço de dinheiro na minha
cômoda. ─ Eu realmente não posso. Seria tão errado.
─ Mas o que meu pai está fazendo com você não está errado?
Meu sangue está fervendo e estou amarrada à beira de uma
explosão.
─ Eu não disse isso. ─ sussurra Minnie. ─ mas ainda assim, não
posso deixar Eden Falls. Vou explicar, Srta. Pandora... um dia.
Derrotada, afundo na cama e a convido a sentar comigo. Após um
momento de hesitação, ela se junta a mim, seus olhos arrependidos.
─ Eu só queria ajudar. ─ eu admito.
─ Eu sei. ─ Ela dá um tapinha na minha mão. ─ Não é possível no
momento. Mas sou grata por tê-la, senhorita Pandora. Eu sinto como...
como se finalmente tivesse uma amiga.
─ Bom. ─ Eu sorrio para ela. ─ Você tem. Você sempre terá uma
amiga em mim.
─ Está quase na hora do jantar. ─ ela me lembra. ─ Você não quer
se atrasar.
─ Não ─ murmuro, levantando-me e caminhando para a cômoda.
Uma parte de mim quer borrifar o perfume que Dexter me deu. Isso
me faria sentir mais perto dele, um pensamento que é igualmente
assustador, pois é sexy. Eu brinco com a ideia, mas minhas mãos têm
vontade própria, pegando a garrafa e borrifando o perfume na minha
pele nua.
─ Esse é o perfume da Lily Anna? ─ Minnie pergunta, e eu aceno,
mostrando a ela a garrafa.
─ Dexter me deu.
Ela morde o lábio inferior, hesitando antes de dizer: ─ Quero lhe
mostrar uma coisa.
─ O que é isso?
Ela pega minha mão sem palavras, me levando para o canto do
meu quarto. Ela aponta para o papel de parede metálico com estampa
barroca.
─ Olhe atentamente.
Eu estreito meus olhos, não tenho certeza do que ela está falando,
mas examino o papel de parede.
Demoro um segundo para vê-las, mas as linhas fracas estão
definitivamente lá. Parece que costumava haver uma porta saindo da
sala lá.
─ O que há por lá? ─ Eu me pergunto em voz alta.
─ É.… bem, foi, o closet da senhorita Lily Anna. ─ Minnie admite. ─
Seu pai o selou após a morte dela. Mas... eu tenho a chave.
Ela puxa uma pequena chave de prata e aponta para o pequeno
buraco na parede. Dou um passo para trás, permitindo que ela abra a
porta secreta. Um vasto espaço aparece atrás dele. Tudo está coberto de
poeira.
─ É como costumava ser. ─ sussurra Minnie. ─ Acho que ninguém
vai lá... há meses, talvez anos.
Entro na sala, admirando as fileiras e filas de roupas caras, as
gavetas carregadas com a lingerie de grife do meu homônimo e as
fileiras de maquiagem, cremes e inúmeras garrafas de La Pausa.
─ Você não pode contar a ninguém que eu lhe mostrei isso. ─
Minnie insiste.
─ Eu não vou. ─ eu sussurro, apertando a mão dela. ─ Obrigada,
Minnie.
Ela coloca a chave na minha mão, fechando meus dedos sobre o
metal.
─ Esconda bem. Eles vão tirar isso de você, se descobrirem que
você o tem.
Concordo com a cabeça, olhando para o guarda-roupa uma última
vez antes de sair do quarto com Minnie e trancando-o atrás de nós.
Eu posso usar isso para minha vantagem. Se minha intuição
estiver certa, e as pessoas de Eden Falls forem realmente mais
tolerantes comigo quando eu agir como Lily Anna, elas serão ainda mais
agradáveis se eu começar a me vestir como ela. Toques sutis, talvez
uma espiada de seu sutiã, seu cachecol de grife amarrado em volta do
meu pescoço. Eu vou fazer isso funcionar para mim. Vou fazer com que
a memória de Lily Anna atenda meus objetivos.
Minnie não diz outra palavra, mas me leva até a sala de jantar e,
pela primeira vez, não estou atrasada. Sento-me sem palavras. Bryony e
meus irmãos já estão lá, e meu pai entra na sala um momento depois.
Felizmente, Minnie já foi embora. Acho que não conseguiria vê-los
juntos novamente. Não depois do que vi no escritório de meu pai.
O primeiro prato é colocado à nossa frente à mesa, e meu pai faz
uma careta como se tivesse cheirado algo desagradável.
─ O que é isso? ─ Ele murmura, seu olhar se virando para mim. ─
Esse perfume?
Luto contra o desejo de revirar os olhos e encolher os ombros. No
segundo seguinte, eu grito quando ele pega minha mão e leva o pulso
até as narinas. Ele cheira minha pele e eu recuo de seu toque no
segundo em que ele libera seu aperto firme.
─ Esse é o perfume da Lily Anna. ─ diz ele.
─ Eu sei. ─ eu concordo. ─ Dexter queria que eu o usasse.
─ Eu... ─ Pela primeira vez na vida, meu pai parece estar perdido
por palavras. ─ Tudo bem, acho que está tudo bem.
Começamos com a comida e, durante o jantar, noto meu pai me
observando. Ele também está mais gentil comigo, não me irrita com
tanta frequência e me trata como um membro da família, não como um
gato de rua.
Isso me faz pensar se realmente é o perfume. Talvez se eu agir
mais como Lily Anna, ele será mais brando comigo. Eu posso usar isso
a meu favor, só tenho que ter muito cuidado.
Quando terminamos, sou a última a puxar minha cadeira para
trás.
─ Não se esqueça da reunião amanhã. ─ diz meu pai. ─ Para
comemorar a abertura de nossa filial em Diamond Cove. Preciso de você
pronta às seis para cumprimentar os convidados. Um vestido foi
escolhido e estará esperando por você.
─ Ok. ─ eu respondo.
─ Responda-me corretamente, Lily Anna. ─ ele exige.
─ Sim, pai. ─ eu falo.
É a primeira vez que ele usa o nome dela comigo. O perfume está
funcionando.
─ Obrigada. Posso voltar para o meu quarto? Ainda tenho algum
dever de casa a fazer.
Ele me olha com curiosidade silenciosa. Suas narinas abrem em
seguida, e arrepios cobrem minha carne quando percebo que ele está
me cheirando como um animal em pânico. Eu estou usando o perfume
da Lily Anna ...
─ Você tem cooperado ultimamente. ─ ele murmura. ─ Talvez você
mereça uma pequena surpresa.
─ Ah? ─ Eu pergunto, perdida por palavras.
─ Suas portas estarão destrancadas ao longo do dia agora. ─ diz
ele, fazendo a emoção inundar meu corpo. ─ Começando amanhã.
─ Ah, obrigada! ─ Eu grito, me sentindo genuinamente agradecida
pela primeira vez. ─ Obrigada pai.
Eu quase me apressei para lhe dar um abraço, mas me parei.
Ele me dá um breve aceno de cabeça e eu saio da sala às pressas.
Como meu pai prometeu, um vestido aguarda no meu quarto, um
lindo vermelho com um corpete justo e um fundo desfiado. Eu
experimento por um capricho, admirando meu reflexo no espelho. Hoje
não pareço tão ruim assim.
Há uma batida na minha porta.
─ Sim?
A porta se abre e minha madrasta comicamente bonita espreita a
cabeça na esquina.
─ Você se importa se eu entrar?
Eu estreito meus olhos para ela, perguntando: ─ O que você quer?
─ Nada em particular.
Ela sorri gentilmente, ignorando o fato de que eu não a convidei.
Ela entra, e eu cruzo os braços na frente do meu corpo enquanto ela
entra na sala, fechando a porta atrás dela.
─ Eu só queria ver como você está. ─ ela continua. ─ Tudo deve ser
tão diferente para você aqui.... Tenho certeza de que você está se
sentindo um pouco perdida, e eu só queria que você soubesse que estou
aqui para qualquer coisa que você precise.
─ Ótimo. ─ eu murmuro sarcasticamente. ─ O que você espera que
eu faça com isso?
─ Bem, eu estava esperando que você e eu pudéssemos ser tão
próximas quanto o possível como eu era de Lily Anna.
─ Você era próxima dela?
─ Eu era. ─ Ela sorri alegremente. ─ Nós sempre nos damos tão
bem.
De alguma forma, não estou acreditando isso. Levanto-me do meu
assento e vou até a minha penteadeira, que agora está cheia de potes de
creme, maquiagem e aquele frasco de perfume que Dex me deu. Sento-
me e começo a pentear meus cachos rebeldes, meus olhos fixos em
Bryony no espelho.
─ Oh, deixe-me, por favor!
Ela se aproxima de mim, parecendo mais entusiasmada do que eu
já a vi. Eu entrego a ela minha escova de cabelo, e ela começa a passar
pelo meu cabelo com movimentos suaves. É realmente muito bom, e eu
me encontro encostada no seu toque, meus olhos se fechando enquanto
ela trabalha os emaranhados.
─ Eu costumava fazer isso com Lily Anna todas as noites. ─ Ela
sorri para si mesma afetuosamente enquanto passa a escova pelo meu
cabelo. ─ Era o nosso momento. Eu me sentia tão próxima dela nesses
momentos. Mais perto do que eu já me senti com Tatianna.
Ela parece se pegar dizendo essas palavras, e sua mão segurando a
escova de cabelo fica acima da minha cabeça por um momento. Ela se
sente culpada, eu posso dizer. Mas ela não retira as palavras.
─ Mas é claro, eu não sou Lily Anna. ─ digo friamente, sentindo
como se estivesse enfiando uma faca no coração de Bryony. ─ Eu sou
uma pessoa totalmente diferente. Você sabe disso, certo?
Seus olhos encontram os meus no espelho, e ela hesita com a
escova colocada sobre o meu cabelo.
─ Claro. ─ ela gorjeia, voltando a escovar meu cabelo. ─ Claro que
eu sei disso.
Ela puxa um emaranhado com tanta força que eu grito, tentando
me afastar, mas ela me agarra pelo ombro, suas unhas compridas
cavando a pele macia lá.
─ Fique parada. ─ ela late. ─ Ainda não terminamos.
Horrorizada, eu a olho no espelho. Ela nem está mais aqui. Ela
volta ao método de escovação suave, começando a cantarolar uma
música quase inaudível. Percebo que é uma canção de ninar um
momento depois, e isso me dá arrepios. Mas estou com muito medo de
detê-la. Eu apenas me sento lá e a deixo passar pelos meus cabelos
como se eu fosse uma maldita boneca para minha madrasta brincar.
Pobre Lily Anna.
Pandora

─ BEM VINDO.
Meu pai estende a mão para um de seus colegas de trabalho,
apertando-o com firmeza.
─ Tão feliz em vê-lo.
Bryony sorri seu sorriso de 24 quilates, impressionando os
convidados com sua aparência cirurgicamente aprimorada. Meu meio-
irmão e meia-irmã estão de lado, dizendo olá em vozes entediadas. Eu
sou a pária novamente. Eles me forçaram a usar um vestido vermelho e
saltos altos, e todo mundo está fingindo que eu pertenço a esse lugar,
mesmo que seja óbvio que eu prefiro estar em qualquer lugar, menos
em Eden Falls.
Quando há uma pausa entre os convidados, Bryony se inclina para
falar comigo.
─ Você está linda nesse vestido. ─ ela me diz com um sorriso
brilhante. ─ Você sabia, costumava pertencer a Lily Anna.
Suas palavras me fazem parar no meu caminho e eu congelo no
local.
─ Seu pai ainda pensa nela. ─ Bryony suspira.
Olho de relance para meu pai. Ele retorna meu olhar, sua
expressão suavizando pela primeira vez. Parece realmente que Bryony
está certa... e eu posso fazer isso funcionar a meu favor.
─ Dexter!
Meu pai sorri, batendo palmas nas costas enquanto eu coro
violentamente. Ótimo. Apenas o que eu precisava.
─ Que bom vê-lo, e cedo pela primeira vez! ─ Pai ri, e ele e Dex
trocam sorrisos.
O garoto nem olha para mim, recusando-se a reconhecer que estou
lá, e eu o odeio por isso, embora não tanto quanto eu me odeio por
desejar sua aprovação.
─ É bom ver você também. ─ diz Dexter educadamente, deixando
seu olhar vagar sobre minha madrasta apreciando-a antes de se mudar
para Tianna.
Estou oficialmente enojada, e ele ainda nem se dirigiu a mim.
─ Vejo você lá dentro. ─ o pai dá um aceno breve com a cabeça, e
Dexter entra na propriedade sem perder o ritmo.
Quando ele entra, ele me bate no ombro, me fazendo tropeçar
alguns passos para trás. Eu o encaro, mas ele nem me reconhece, o que
me irrita ainda mais.
─ Olha onde anda, imbecil. ─ eu cuspi.
─ Desculpe-me? ─ Ele estreita os olhos, finalmente me dando a
atenção que estou desejando tão desesperadamente. ─ Você estava
falando comigo?
─ Vá se foder! ─ eu rosno.
─ Pelo que agora?
─ Por agir como um idiota egoísta, imbecil autointitulado, que...
─ Lily Anna! ─ Meu pai ruge à vida, me encarando até eu me
transformar na ovelha mansa que ele está tentando me forçar a ficar o
tempo todo. ─ Maneiras. Não me faça lembrá-la novamente, porque você
não vai gostar do segundo aviso.
Eu me acalmo e Dex sorri para mim antes de entrar no prédio.
Meu pai muda sua atenção para o próximo convidado, enquanto Tianna
se aproxima e me surpreende apertando minha mão com a dela.
─ Comporte-se. ─ ela murmura para mim, e eu dou um pequeno
sorriso quando voltamos a cumprimentar os convidados que entram na
propriedade.
Eu realmente não podia me importar menos com o evento e o que
ele representa, e parece que a maioria das pessoas aqui está em acordo
silencioso. Eles vão dar qualquer desculpa para embebedar-se e
festejar. Os pais não são muito melhores que os primogênitos, posso
dizer de onde essas crianças tiraram seus maus hábitos.
No momento em que terminamos de cumprimentar as pessoas
mais importantes, já vi dois pais vestidos como homens de negócios
cheirando coca, um na mesa de mogno da entrada e o outro durante
uma conversa com meu pai. Algumas pessoas já estão bêbadas e está
ficando barulhento e tempestuoso no salão luxuosamente decorado.
A equipe nos ajuda a entrar na casa, onde há três áreas de estar
designadas uma para Primogênitos, uma para os membros fundadores
e uma para todos os demais. Sou levada para a minha cadeira por Belle
e não fico muito feliz ao descobrir que estou sentada em frente a Dexter
e ao lado de Caspian e Lai.
Araminta também está lá, mas desde a festa de Julian, eu
realmente não confio nela. Ela é uma daquelas pessoas que escolhe
alianças com base no que funciona para ela no momento, e tenho a
sensação de que nunca vou poder confiar nela completamente. Agora,
ela pisca para mim, mostrando seu sorriso perolado enquanto seus
olhos encontram os meus. Eu olho para longe.
Enchemos a sala, mas sou a única sentada à mesa, brincando
nervosamente com a barra do meu vestido. Eu quero estar em qualquer
lugar, mas aqui agora.
O som de um sino anuncia que a comida está prestes a ser servida
e, em breve, os assentos se enchem de outras pessoas. Sinto o olhar frio
de Dexter no meu quando ele se senta na minha frente, mas me recuso
a reconhecer sua presença. Serve para ele direito de me tratar como um
objeto quando sou tão importante quanto ele pensa que é.
A conversa explode em volta da mesa quando os criados começam
a trazer a comida. Vejo Belle e Minnie trabalhando juntas, e a loira
bonita me oferece um sorriso tímido enquanto ela coloca uma tigela de
sopa de pepino na minha frente.
─ Oi, Minnie. ─ eu sussurro, grata pela minha única amiga na
sala.
─ Olá, Pand... Senhorita Lily Anna. ─ ela responde formalmente,
pegando-se antes que ela possa terminar a frase.
Mas isso não passa despercebido.
Sinto os olhos de Julian em mim e, quando olho para cima, o olhar
calculista em seu rosto me diz tudo o que preciso saber.
─ Muito amigável com a equipe de funcionários, Lily Anna. ─ ele
diz friamente, e eu coro a raiz do meu cabelo.
─ Eu mal vejo como isso é da sua conta. ─ eu reclamo, dando a
Minnie um rápido olhar para que ela saiba que eu a recuperei.
─ Bem, está dando um péssimo exemplo. ─ continua Julian,
pensativo. ─ Eu realmente acho que devemos abordá-la agora antes que
fique ainda mais fora de controle. ─ Não seja ridículo. ─ eu sibilo em
resposta. ─ Minnie é uma amiga.
─ Uma amiga? ─ Lai zomba do outro lado da mesa. ─ Você fez
amizade com a empregada?
Minnie cora, colocando mais duas tigelas antes de tentar fugir,
mas Julian não deixa. A mão dele envolve o braço esquerdo dela, e os
olhos deles se travam. Ela está apavorada, ele é presunçoso como o
inferno, e eu sei que acabei de meter minha única amiga em um
problema sério.
─ Dexter. ─ eu assobio, tentando chamar a atenção do meu noivo.
─ Faça alguma coisa.
Ele ergue os olhos do prato, me encarando atentamente antes de
mudar sua atenção para o amigo e a criada. Uma expressão de fúria
cruza seu rosto brevemente, mas ele não reconhece, apenas empurra os
cabelos escuros para trás e suspira alto.
─ Dexter! ─ Eu o lembro novamente. ─ Ele a está machucando.
Não sei se estou certa, mas o aperto que Julian tem no pulso de
Minnie parece malditamente doloroso, e ela está pálida como um
fantasma.
─ Solte-a, Julian. ─ Dexter diz, seu tom entediado. ─ Não tenho
tempo para lidar com isso agora.
─ O que deixou você todo gamado, Booth? ─ Lai sorri. ─ Não me
diga que estamos fazendo favores para quem está de fora agora. Pensei
que não íamos ser fáceis com ela?
Eu sei que eles estão falando de mim, e odeio estar ansiosa para
que eles falem mais.
─ Tire. Suas. Mãos. Fora. Dela ─ Dex sussurra novamente,
ignorando Lai e olhando diretamente para Julian.
Eles trocam olhares, uma batalha silenciosa que se seguiu entre os
dois sem que ninguém diga uma palavra. Eu posso sentir a sala inteira
olhando para eles, esperando a luta explosiva que está prestes a
acontecer a qualquer segundo agora. Se Dexter não desistir, Julian vai
perder, e posso dizer que ambos são o tipo de homem que está
acostumado demais a conseguir seu próprio caminho para deixarem
outro homem vencer.
─ Ou o quê? ─ Julian pergunta, brincando com o pulso de Minnie e
puxando-a para mais perto.
Ela tropeça. Felizmente, ela não está mais carregando nada, mas
seus pés escorregam quando Julian a puxa para seu colo. Duas
manchas rosa escuros florescem em suas bochechas e ela está olhando
para qualquer lugar, menos para mim, obviamente envergonhada do
que está acontecendo com ela. Eu já vi o suficiente.
Empurro minha cadeira para trás, um olhar de pura fúria tomando
conta do meu rosto enquanto assobio: ─ Ele disse para você deixá-la ir.
Julian ri incrédulo, inclinando a cabeça. A palma da mão explora a
coxa de Minnie enquanto eu o encaro.
─ O que você vai fazer sobre isso, garotinha?
Eu sei que todos naquela sala estão esperando minha resposta. O
que quer que eu faça a seguir moldará meu destino em Eden Falls. Se
eu desistir agora, vou ser o motivo de riso, e socos, de toda a cidade.
─ Por que você não escolhe outra pessoa? ─ Eu sugiro
corajosamente, fazendo Julian sorrir. ─ Alguém do seu tamanho, ou
devo dizer, importância.
─ Como quem?
─ Como eu. ─ Cruzo os braços na frente do meu corpo, olhando
para ele. ─ Deixa a em paz. Jogue comigo.
A sala inteira congela, e eu posso sentir os olhos de todos em mim.
Em primeiro lugar, o de Dexter. Ele está chateado como o inferno.
─ Você não acha que precisa de permissão antes de sair se
oferecendo assim, brinquedo? ─ Ele sussurra para mim, mas eu não o
reconheço, concentrando toda a minha atenção em Julian.
─ Deixe-a ir. ─ eu digo. ─ Me pegue no lugar.
─ Oh, porra. ─ Julian sorri. ─ Que brinquedo ansioso. E devo
assumir que Booth está aceitando o fato de eu reivindicar seu
brinquedo intocado?
─ Eu não vejo uma aliança no meu dedo ainda. ─ dou de ombros.
─ Até me casar, acho que posso fazer o que eu quiser, certo?
─ Certo. ─ Os olhos de Julian brilham quando ele encolhe os
ombros e, finalmente, tira as mãos de Mignonette. ─ Bem. Pegue o lugar
dela. Ela é muito mais bonita, mas eu gosto de como você é corajosa.
Vai ser muito divertido te invadir.
─ Senhorita Lily Anna, por favor ─ sussurra Minnie. ─ Você não
precisa fazer isso, eu...
Não a deixo terminar, me aproximando e dizendo: ─ Levante-se,
Minnie. Volte para a cozinha.
Nós olhamos uma para a outra, ela implorando para eu parar, e eu
me recusando a desistir. Finalmente, ela se levanta do colo de Julian e
foge. O idiota bate em seu joelho, me dando um olhar expectante. Ele
pode ser bonito como o inferno, mas isso só me faz odiá-lo mais. Ele
poderia ter qualquer garota da casa hoje à noite, mas ele insiste em
escolher as que não pode ter.
Sento-me em seu joelho, e ele me puxa possessivamente. Olho por
cima da mesa para Dex, cujos olhos ardentes estão em chamas de
raiva. Vou pagar por isso mais tarde, mas não me importo. Eu queria
salvar Minnie. Ela merece isso ainda menos do que eu.
─ Agora, pequena Lily Anna. ─ Julian ronrona. ─ Por que você não
me conta o que está achando de Eden Falls até agora?
─ É ótimo. ─ eu cuspi sarcasticamente. ─ As pessoas são tão
legais. O clima está ótimo.
─ Eu posso dizer que você está realmente gostando. ─ ele me
zomba. ─ Embora talvez não tanto quanto você deveria estar. Tenho
certeza de que podemos consertar isso. O que você acha, Booth? Você já
a fez gozar?
Dexter olha para ele, recusando-se a responder sua pergunta
intrusiva. Julian ri na cara dele, e eu assisto os dedos do meu noivo
apertarem seu copo.
─ Talvez você possa me dizer, já que Dex é tão boca fechada. ─
sugere Julian. ─ Você gosta de gozar, Lily Anna?
─ O nome dela é Pandora.
A atenção de todos na sala se volta para Dexter, que está nos
observando com uma expressão fria.
─ O que?
─ O nome dela.... ─ Dex repete calmamente. ─ Ela prefere Pandora,
não Lily Anna.
─ E você se importa com o que ela prefere? ─ Julian ri alto. ─ Você
realmente foi amarrado, meu homem.
─ Cale a boca. ─ Dexter rosna. ─ Você tem um minuto com ela
antes que eu esmague seu maldito rosto. Use-o com sabedoria.
Julian zomba, incrédulo, mas o rosto cruel de Dex não está
mentindo. Ele está falando sério, e acho que todo mundo sabe. Quando
Julian percebe isso, seu aperto na minha coxa fica mais forte, dedos
cravando na pele.
─ Bem, já que seu noivo é tão egoísta.... ─ ele me diz docemente. ─
Nós apenas teremos que fazer bom uso do tempo que temos juntos. O
que você acha, garotinha?
─ Tanto faz. ─ eu resmungo. ─ Basta acabar logo com isso.
Ele ri de mim, então, em um único movimento fluido, me obriga a
abrir minhas pernas, mostrando minha calcinha de renda rosa para
Dexter. Meus olhos se conectam com os do meu noivo e eu coro
intensamente. O olhar de Dexter é frio e ele parece irritado pra caralho,
mas ele não diz ou faz nada. Ele simplesmente muda de olhar entre o
meu rosto em chamas para o ponto encharcado da minha calcinha.
─ É isso mesmo, olhe para ele. ─ diz Julian docemente. ─ Quero
seus olhos nos dele quando te tocar. Torna muito mais quente para
mim.
Ele esfrega os dedos na minha parte interna da coxa, movendo-os
levemente até que estejam a centímetros do ponto de gotejamento entre
minhas pernas que clama por ser tocado.
─ Meu Deus, você está claramente ansiosa. ─ ele murmura
baixinho. ─ Essa pequena vagina está ensopada, não é?
─ Não para você. ─ eu cuspi, incapaz de me conter.
─ Não? ─ Ele ri. ─ Quem então? Não me diga que você é uma
garota tão boa que a simples visão de seu noivo faz você ficar assim?
Eu permaneço teimosamente quieta, o que parece diverti-lo.
─ Hmm, eu me pergunto se posso dizer o que ele fez com você
quando eu te provar. ─ ele sussurra no meu ouvido, passando os dedos
sobre minha boceta e me fazendo ofegar alto. ─ Mas você deveria gozar
primeiro, garotinha, eu não gostaria de privar você...
Ele levanta os dedos encharcados nos meus lábios, oferecendo-os
para mim. Desvio o olhar, recusando-me a dar o que ele quer, mas isso
o irrita, e ele a força pela minha garganta sem cerimônia no próximo
segundo. Eu me engasgo com suas juntas fortes, mas ele não para. Ele
continua empurrando em mim até que ele colocou três dedos na minha
garganta, e eu estou convencida de que vou passar mal com a sensação
inesperada.
Olho para Dexter, meio que esperando que ele acabe com isso. Que
diga para ele parar. Mas ele não faz nada. Seus olhos ainda estão fixos
nos meus e ele está lentamente bebendo o líquido âmbar do copo.
Julian tira a mão da minha boca com um estalo vulgar. A essa
altura, todos os outros primogênitos estão nos encarando, a comida
totalmente esquecida. Sinto vergonha, queimando sob o olhar divertido
de Araminta, me odiando quando Coco Rose me olha com uma
curiosidade fria e silenciosa. Eu odeio todos eles, eu decido na hora.
Cada um deles é o culpado pelo que está acontecendo comigo aqui, e se
eu estivesse me sentindo mais corajosa, garantiria que todos pagassem
pelo que estão me forçando a suportar.
Mais uma vez, os dedos de Julian tocam minha boceta, e desta vez
ele os traz à boca. Ele geme enquanto os lambe, tomando o cuidado de
limpar todos os vestígios da minha boceta desesperada e pingando.
─ Definitivamente virgem. ─ ele afirma com um sorriso. ─ Estou
um pouco surpreso que você ainda não tenha fechado o acordo,
Booth.... Ela tem um gosto tão bom. Você já a provou?
Mais uma vez, Dexter não responde. Julian ri alto, alcançando
entre as minhas pernas e testando o tecido da renda que cobre minha
boceta agora encharcada. Com um empurrão cruel, ele rasga a calcinha
em mim.
Dexter se levanta. Um olhar de pura fúria toma conta de seu rosto.
Ele leva dois passos para chegar até nós, um puxão para me agarrar
pela garganta, me fazer engasgar e me colocar de pé.
─ Meu brinquedo. ─ ele murmura, franzindo as sobrancelhas para
mim. ─ Meu, porra! Lembre-se disso.
Quero protestar, dizer que nada disso foi minha culpa, e ele
poderia ter impedido que tudo acontecesse se ele falasse mais cedo.
Mas ele se recusa a me deixar falar, em vez disso, me arrastando de
volta para seu assento e me fazendo ajoelhar entre suas pernas.
─ Eu estou sendo bonzinho com você por muito tempo. ─ ele
murmura, sua mão envolvendo meus cabelos e puxando os longos fios
impacientemente. ─ É hora de você cumprir seu propósito, maldito
brinquedo.
Um arrepio percorre minha espinha quando ele abre meus lábios
com o polegar.
─ Você vai me chupar agora.... ─ ele me diz calmamente. ─ Mostre-
me como você é boa nisso, e eu posso lhe mostrar misericórdia na
próxima vez que se comportar mal como você fez agora. Entendeu?
Eu aceno sem palavras, e ele abre o cinto com a mão livre,
desfazendo os botões da calça. Puro terror toma conta de mim quando
ouço o tilintar do cinto. O que mais ele vai me obrigar a fazer? O que
mais ele vai me fazer aguentar? Ainda não sei, mas há uma parte de
mim, que estou tentando ignorar desesperadamente, está ansiosa para
descobrir.
Seu pênis é longo, mas o que mais me assusta é o quão grosso ele
é, cheio de necessidade de me machucar. Ele começa isso, eu percebo
com um sobressalto. Ele pensa em me foder ainda mais do que ele já
fez. Ele aperta o pau com movimentos longos e bruscos que me deixam
ainda mais desesperada, e eu lambo meus lábios, apesar de querer
mordê-lo, puni-lo pelo que ele está me fazendo fazer.
─ Olhe ao redor da sala. ─ sugere Dexter, e eu sigo seu olhar,
dando uma longa olhada em todos os outros no lugar.
Todos os caras estão me encarando, seus olhos famintos por ver
minha degradação se desenrolar. As meninas, Araminta e Coco Rose,
parecem um pouco entediadas agora, embora ainda estejam trocando
olhares divertidos ao ver minha infelicidade.
─ Boa menina. ─ continua Dexter, e eu odeio o quão quente as
palavras fazem meu coração congelado se sentir. ─ Agora atenção aqui.
Você quer chupar?
Estou prestes a responder de volta quando ele agarra seu pênis
pela base, forçando-me a olhar para ele saltar.
─ Você quer, não é? ─ Ele pergunta suavemente. ─ Você está
desesperadamente ansiosa para provar, não é, brinquedinho?
─ N-não. ─ eu consigo sair, olhando para ele. ─ Vá se foder.
─ Paciência. Abra esses lábios bonitos. Quero ver se estou
conseguindo o que me foi prometido.
Ele força meus lábios a abrirem com o polegar, e um momento
depois, seu pênis inchado substitui o dedo na minha boca. Eu suspiro,
mas isso só serve para forçar seu pênis mais fundo. Estou sufocando,
mas ele não parece se importar. Ele apenas ri, acariciando meu cabelo
com a mão livre enquanto a outra segura a parte de trás do meu
pescoço, certificando-se de que não posso voltar.
─ Chupe. ─ ele me instrui. ─ Eu quero ver essas bochechas bonitas
esvaziando quando você me engolir.
Eu luto, mas ele é insistente, me segurando em seu pau até que
seus quadris começam a foder a luta diretamente da minha boca. Ele se
move lentamente, mas com intenção, enchendo minha boca até a borda
de novo e de novo.
Eu sei que estou prestes a começar a chorar, e me odeio por isso,
mas não tanto quanto odeio Dexter, filho da puta Booth.
─ Oh, coitadinha. ─ ele murmura, passando os dedos pelas minhas
bochechas e mergulhando as pontas dos dedos nas lágrimas escorrendo
pelo meu rosto. ─ Você realmente pensou que eu ia ser gentil com você,
não é?
Quero dizer a ele para se foder, mas minha boca está cheia e
minhas palavras saem bagunçadas, quase inaudíveis. Ele ri na minha
cara.
─ Você realmente não está fazendo nada, brinquedo. ─ ele me
lembra. ─ Eu quero que você me chupe. Você não quer descobrir como
vou punir você, se não o fizer. Entendeu?
Eu o odeio como uma paixão ardente.
Mas eu me encontro balançando a cabeça impotente, no entanto.
Que porra de escolha eu tenho? Ou faço como ele diz ou me força a
fazê-lo. Pelo menos a primeira opção não vai doer tanto.
Eu abaixo minha boca em seu pau, absorvendo centímetro após
centímetro de sua masculinidade inchada. Ele me agarra pelo pescoço,
gemendo alto quando bate em uma parede dentro da minha boca. Estou
prestes a vomitar, mas me forço a ficar abaixada, meus olhos se
abrindo e fechando enquanto ele vibra profundamente dentro da minha
garganta.
─ Bem, isso parece promissor. ─ Dexter murmura baixinho,
acariciando minha bochecha com o polegar. ─ Onde você aprendeu a
fazer isso, brinquedo?
Eu quero gritar com ele, mas sei que não vai ajudar muito. Em vez
disso, ele puxa meu cabelo, me forçando para cima e para baixo em seu
pau até sentir minha boceta agora exposta pingando entre minhas
pernas. Puta merda, ele está fazendo isso comigo com seu pau na
minha boca. O que diabos vai acontecer quando ele realmente me
foder?
Eu me engasgo com seu pau, e saliva escorre no meu queixo para
a diversão de Dexter. Meus olhos voam para Lai, encontrando-o com a
mão firmemente colocada sobre seu pênis, tocando seu comprimento
latejante na minha visão. Minha boceta vaza com o pensamento de ser
observada por todos eles. Estou ficando excitada e tenho medo de que
não haja mais como esconder isso.
─ Engula.... ─ exige Dexter, empurrando seus quadris poderosos
contra mim. ─ Porra, engula tudo.
Eu me engasgo novamente, recuando e cuspindo em seu pau,
tossindo sobre meu corpo enquanto ele me observa, empurrando o
comprimento de seu pau inchado.
─ Patético, brinquedo. ─ ele me diz. ─ Você era tão promissora no
começo. O que aconteceu?
─ Faça com que ela trabalhe mais duro. ─ sugere Lai. ─ Ela não
está lutando o suficiente, se você me perguntar.
─ Eu não perguntei. ─ Dexter o lembra. ─ E brinco com meu
brinquedo da maneira que quero.
─ Não é divertido se você a quebrar antes que todo mundo tenha
uma chance. ─ Julian acrescenta cruelmente. ─ Todos nós vamos
querer um pedaço dela, então não vá arruiná-la antes de tentarmos.
─ Isso depende de mim, não de você. ─ Dex late para ele, e meus
ombros caem de alívio.
Eu posso lidar com um deles, mas se todos eles começarem a se
juntar em cima de mim, eu vou quebrar.
─ Você chupa muito mal.... ─ Dexter continua, se dirigindo a mim.
Seu tom é gentil, mas suas palavras não são, e quando seus dedos
envolvem meu queixo, percebo que ele ainda não acabou comigo.
─ Nós vamos ter que ensiná-la a fazer isso muito melhor. ─ Dex
murmura baixinho. ─ Até então, você vai engolir meu esperma até
aprender a amar o gosto dele.
─ Não ─, eu reclamo, minha garganta ainda arranhada por sua
porra cruel.
─ Não? ─ Ele sorri. ─ Eu ouvi direito, brinquedo? Você está dizendo
não para mim?
─ Foda-se. ─ eu cuspo de volta. ─ Você não pode me ter, nem
agora, nem nunca.
─ Vamos ver sobre isso.
Ele me puxa para mais perto, me posicionando para que meu rosto
fique bem na frente de seu pau latejante.
─ Abra bem. ─ ele murmura, empurrando seu pau para a minha
visão.
─ Não! ─ Eu grito, mas sua mão envolve minha garganta
novamente e ele me força a ficar no lugar, apesar de minha luta.
─ Sim. ─ ele mói. ─ Sim. Sim. Sim. Sim. Porra, pegue.
Eu fecho meus olhos, mas ele me dá um tapa, forçando-me a
mantê-los abertos.
─ Olhe-me. ─ ele rosna. ─ Olhe-me enquanto eu gozo em seu rosto
bonito.
Eu choramingo, mas é tarde demais. O jato da porra me bate do
nada, me fazendo pular quando bate na minha bochecha. Outro cai nos
meus lábios, depois na minha testa, em meu ouvido. Alguns até chegam
aos meus cílios, pingando no meu rosto em grossos fios cremosos.
─ Vá se foder. ─ eu rosno para Dexter, lutando para me libertar.
─ Vá se foder você também. ─ ele murmura de volta, sem fôlego e
sorrindo para si mesmo enquanto me solta. ─ Você pode se levantar
agora. Obrigado, lindo brinquedo.
Estou meio que esperando que ele exija que eu me limpe, mas ele
não faz isso. A sala está silenciosa quando me levanto com as pernas
trêmulas, pegando o guardanapo de Dexter da mesa e limpando meu
rosto. Eu quero chorar.
Olho para os outros Primogênitos na sala, mas nenhum deles
encontra meus olhos.
─ Vocês pensam que são da realeza. ─ eu rosno para eles. ─ Mas
vocês não são nada. Vocês nem são gente. Vocês são monstros.
─ É, é, é... ─ Dexter boceja, colocando o pênis de volta nas calças.
─ Você terminou agora, brinquedo. Você pode sair. Obrigado.
Sinto lágrimas quentes queimando meus olhos enquanto fico de pé
e corro para fora da silenciosa sala de jantar.

Depois que os convidados se foram, eu me retiro para os limites


seguros do meu quarto. A noite se estende à minha frente sem nada
para fazer, e eu ando pelo quarto, pensando no que fazer a seguir.
Alguém bate na porta do meu quarto.
─ O quê? ─ Eu pergunto, agitada por alguém estar me
incomodando mais uma vez.
─ Eita, acalme-se.
Eu reconheço a voz de Tianna. Ela entra no meu quarto sem se
importar com o maldito mundo.
─ O que você quer? ─ Pergunto irritada.
─ Calma, eu estou aqui para ajudar.
Ela se senta na minha cama, puxando o pirulito vermelho em
forma de coração que ela está chupando e acenando para mim.
─ Eu ouvi o que aconteceu. ─ ela murmura, oferecendo-me um
olhar de desculpas que realmente não compensa o que aconteceu
naquela noite, antes de colocar o pirulito de volta na boca. ─ Você
precisa aprender a se defender ou ele vai andar por cima de você, dia
após dia.
─ Como eu devo fazer isso? ─ Eu pergunto, odiando a nota de
desespero que aparece na minha voz. ─ Com todas essas regras que
devemos seguir, parece que não tenho chance de defender nada.
─ Bem, os caras não são os únicos que recebem privilégios de
primogênito. ─ Tianna encolhe os ombros. ─ Se você me perguntar, você
tem sorte. De qualquer forma, mais do que eu.
─ O que você faria no meu lugar? ─ Eu exijo. ─ O que você faria se
tivesse que se casar com um deles?
─ Se divirta um pouco. ─ Ela me dá um sorriso maligno, chupando
o doce. ─ Você leu as regras, eu suponho? Você passou pelo manual
inteiro?
Penso com culpa no caderno grosso que ainda está em algum lugar
da minha mesa de cabeceira. Folheei as páginas quando cheguei à
propriedade Oakes, mas não me preocupo em lê-lo desde então.
─ Ainda não. ─ eu admito, e ela revira os olhos.
─ Bem, aqui vai um resumo. ─ diz ela, passando o braço pelo meu
e me dando um sorriso conspiratório. ─ Você tem que permanecer
virgem até sua noite de núpcias.
─ Eu sei disso. ─ murmuro.
─ Apenas deixe-me terminar, sua pirralha. ─ diz ela. ─ Mas há
uma cláusula especial no manual que diz que você pode fazer o que
diabos você quiser, e com quem diabos você quiser, desde que sua
virgindade esteja intacta na noite de núpcias. De fato, o livro de regras
encoraja você a brincar com outras pessoas.
─ O quê? ─ Eu estreito meus olhos para ela. ─, Mas Dexter e eu...
quero dizer, estamos noivos.
─ Então? ─ Ela encolhe os ombros. ─ Você ainda não é casada, não
é?
Não posso argumentar com isso, e fico quieta ao refletir sobre essa
nova informação.
─ Você não pode escapar deles. ─ Tianna me diz. ─ Então você
pode se divertir um pouco com isso. Você não concorda?
Olho os olhos dela e me vejo acenando com as palavras dela.
Eu posso trabalhar com isso.
Definitivamente, posso trabalhar com isso.
Pandora

Eu caminho para a minha última aula do dia, segurando uma


braçada de livros didáticos. Eu tive uma semana boa, sem
intercorrências. Dexter parece estar ocupado escolhendo os outros
descendentes, e os outros Primogênitos misericordiosamente me
deixaram em paz. Mas agora, se não fosse pela Minnie, estaria
praticamente deixada por conta própria. Estou solitária. Eu odeio que
ainda não tenha um único amigo nesta cidade estúpida. Anseio por
conversar com Andrômeda, Estella ou Milo, mas não há como entrar em
contato com elas, não sob o olhar de águia do meu pai. Eu nem sei se
elas ainda têm os mesmos números de telefone.
Fico um pouco surpresa ao encontrar o corredor vazio, espero pelo
professor, mas ninguém aparece. Tento a maçaneta da porta a seguir e
fico surpresa ao encontrar a porta aberta. Entro na sala de aula.
Existem apenas duas pessoas lá. Dexter, sentado na mesa do meu
professor de etiqueta, e uma loira linda em pé ao lado dele, observando-
o com olhos famintos.
─ Bem, olá, brinquedo. ─ diz ele com um sorriso brilhante. ─ Nós
estávamos esperando por você. Entre.
─ Onde está o professor Durant? ─ Eu pergunto, estreitando os
olhos para ele. ─ Eu deveria ter aula aqui.
─ A aula foi cancelada. ─ Ele sorri para mim. ─ Temos algo mais
importante a fazer hoje.
─ Você não pode simplesmente fazer isso. ─ eu argumento.
─ Veja se não.
Eu nem sei o que dizer em resposta. Ele é tão obcecado em me
controlar que começou a brincar com a minha vida inteira. Nada é mais
sagrado.
─ Então essa é ela?
A loira está rindo de mim. Ela tem alguns sérios problemas se acha
que pode se safar disso.
─ Você não me disse que ela era tão simples. ─ ela ronrona,
tocando a mão no ombro de Dex. ─ Realmente, com todo esse
dinheiro... eles nem podiam pagar por uma plástica no nariz?
─ Você está... ─ Estou prestes a me jogar para ela, mas eu me
paro, respirando fundo.
─ Não fale assim com ela. ─ Dex retruca a garota. ─ Você conhece
seu lugar. Não se envergonhe.
─ Sim, desculpe. ─ Ela fica instantaneamente envergonhada, e isso
me faz sentir presunçosa como o inferno.
─ Aqui está o que vamos fazer. ─ Dexter diz. ─ Você vai sentar e se
ajoelhar aqui, ao meu lado.
Ele bate o pé no chão da sala de aula.
─ E minha boa amiga Audra...
Com isso, ele aponta para a loira deslumbrante. Ela devolve meu
olhar desafiadoramente, virando o nariz para mim como se tivesse
cheirado algo ruim.
─ Ela vai estar bem perto de você. Ela tem algumas lições para
ensinar a você.
─ Lições? ─ Eu pergunto. ─ Duvido que ela possa me ensinar
qualquer coisa. A menos que a classe se chame Vagabunda 101?
Audra faz uma careta para mim e eu mentalmente me dou tapinha.
Mas Dexter apenas ri alto, batendo os dedos no queixo e ficando
confortável na cadeira parecendo um trono.
─ Você acha que é engraçado, não é, brinquedo? Você não sabe
como está certa. Agora venha aqui.
Ele bate no joelho e eu o encaro.
─ Venha aqui, Pandora. Agora, porra.
Suas palavras me obrigam, e meus pés se movem por vontade
própria. A voz dele é minha fraqueza. Algo sobre aquele rosnado baixo
dele me deixa impotente. Não paro de me mover até estar a centímetros
de distância do trono. Seus dedos vão para minha coxa, tocando a pele
suavemente. Ele está me examinando, procurando por...
Meus olhos se voltam para os dele quando percebo o que ele está
fazendo. Ele está tentando descobrir se meu pai me machucou
novamente. Ele já me disse que seria o único a fazer isso. Acho que ele
não estava brincando.
─ Ajoelhe-se. ─ ele murmura, seus olhos indo para os meus
enquanto ele me coloca de joelhos. ─ Agora, brinquedo.
Meus joelhos dobram e eu caio no chão, tentando não estremecer
quando bati na superfície dura. Eu já estou desesperada. Esse garoto
me transforma em uma bagunça chorosa e desesperada, e ele sabe
disso. Mesmo se eu não tivesse feito essa promessa na minha festa,
ainda estaria fazendo o que ele queria. E seu sorriso malicioso me diz
que ele sabe exatamente o que eu finalmente descobri por mim mesma.
─ Oh, olhe para você, pequeno brinquedo.
Sua voz é suave quando ele estende a mão para acariciar minha
bochecha.
─ Você não é tão estúpida quanto pensei, é?
Desvio o olhar, me sentindo derrotada, e ele ri de mim.
─ Audra, venha aqui, porra. E puxe seu vestido. Eu quero ver essa
boceta primeiro.
Suas palavras enviam solavancos de eletricidade através do meu
corpo, e eu o odeio pelo que ele é capaz de fazer comigo. Olho
novamente para Audra, que agora se aproximou e está levantando o
pano apertado que ela chama de vestido. Sem calcinha. Claro, porra.
Sua boceta está depilada. Não há um pelo à vista, ela é lisa, sedosa
e bonita. Dex geme ao vê-la, e uma onda de ciúme toma conta de mim.
Tento não reconhecer, mas tenho a sensação de que ele vê tudo o que
está acontecendo na minha cabeça, como um leitor de mentes retorcido.
─ Vê como ela se cuida? ─ Dexter murmura, estendendo a mão e
passando as pontas dos dedos sobre a boceta exposta de Audra.
─ Eu quero a sua assim em todos os momentos. Eu gosto delas
raspadas para que eu possa ver exatamente o que estou fazendo com
você. Você quer ser uma boa garota, não é?
Eu apenas o encaro com desprezo, recusando-me a responder, e
isso o faz rir na minha cara.
─ Você vai ser treinada. ─ ele me diz. ─ Você pode ser uma putinha
ingrata agora, mas vou garantir que você saiba como agir para mim
mais cedo ou mais tarde, pequeno brinquedo. Agora venham se sentar
comigo, vocês duas.
Ela se aproxima com passos lentos e medidos, e Audra cai de
joelhos na frente do meu noivo, seus adoráveis olhos grudados nos dele.
Quando a vejo seguindo suas ordens assim, decido me rebelar. Não
porque sou uma gulosa por punição, mas porque gosto de foder com
ele, cruzo as pernas e posso dizer o quanto isso irrita Dex.
─ Essa é a maneira correta de se sentar ao meu redor? ─ Ele
resmunga. ─ De joelhos, agora mesmo. Não me faça pedir duas vezes.
─ Ou então o que? ─ Eu argumento.
─ Ou então, vou amarrá-la em uma posição mais adequada.
─ Promessas, promessas.
─ Brinquedo. De joelhos. Agora.
Mudo minha posição sentada, cheia de desprezo pelo garoto.
─ Melhor. ─ ele murmura baixinho antes de focar sua atenção em
Audra.
Ele a pega pelo queixo, os dedos envolvendo seu rosto
ridiculamente bonito e girando para um lado e para o outro,
examinando-a.
─ Você está bonita hoje; você fez tudo isso por mim?
Ela assente, corando lindamente, e eu luto contra o ciúme que
escorre pelos meus poros com tudo o que tenho. Mas nada está
ajudando, eu odeio Dexter, e o fato de ele estar fazendo eu me sentir
desse jeito.
─ Bem, eu vou estragar tudo isso. ─ diz Dexter docemente, sem
sequer me dar atenção. ─ Eu vou fazer o rímel escorrer, e vou espalhar
seu batom por todo o seu maldito rosto. O que você acha disso, Audra?
─ Eu quero ─ ela sussurra, sua voz rouca de necessidade. ─ Por
favor, posso tê-lo agora?
Ele parece ridiculamente satisfeito consigo mesmo quando olha
para mim, como se tivesse acabado de se lembrar de que estou no
quarto também.
─ Quanto a você. ─ ele murmura. ─ Você vai assistir a nossa boa
amiga Audra aqui mostrar como você deve chupar um maldito pau. E
recomendo que você observe com muita atenção, porque testarei seu
conhecimento em breve e quero que você tenha aprendido alguma coisa.
Entendeu?
Eu aceno, franzindo os lábios e dizendo a mim mesma que vou me
vingar por isso também.
─ Perfeito. ─ Dexter murmura, apalpando o comprimento de seu
pênis através do jeans de grife. ─ Que tal começarmos então? Vocês
podem entrar agora, meninos.
Meus olhos se arregalam quando a porta se abre. Caspian, Lai e
Julian enchem a sala e, logo atrás deles, há meu irmão e alguns outros
descendentes inferiores das famílias fundadoras.
─ Você está louco? ─ Eu assobio para ele. ─ Eu não quero eles me
olhando!
─ Bem, que pena. ─ diz Dex cruelmente, brincando com Audra. ─
Porque você não tem exatamente uma escolha.
Olho para Brazen com medo. Sua mandíbula está firme, e ele se
recusa a olhar para mim enquanto entra na sala. Mas seu pau estúpido
está duro como o inferno, e ele para no canto da sala, concentrando-se
em Audra e Dex enquanto toca a protuberância em suas calças.
─ Por que eles precisam estar aqui? ─ Eu exijo. ─ Essas são
minhas lições.
─ Exatamente. ─ Dex assobia. ─ Então pare de se lamentar e faça o
que lhe foi mandado.
Eu o odeio. Eu o odeio tanto que a sensação está rastejando sob
minha pele, ameaçando fazer meu corpo pular para ele e tirar toda
pequena frustração dele. Mas eu não faço nada disso. Em vez disso,
apenas fico sentada lá, como um bom brinquedo complacente. O tempo
todo planejando minha fuga.
─ Vamos começar. Audra, tire meu pau e mostre a ela como deve
ser feito.
Enquanto a loira luta com a fivela do cinto e o zíper na calça jeans,
permito que meu olhar passeie ao redor da sala. Os olhos de Lai estão
presos nos meus, me observando por cada pequena reação. Todo
mundo está assistindo Audra e Dex, como se fosse algum tipo de
programa pornô gratuito. Eu odeio todos eles.
─ Pandora ─, Dexter assobia. ─ Olhos bem aqui, porra. Pare de
olhar ao redor ou não aprenderá nada, e teremos que fazer isso
novamente. E confie em mim, você não vai gostar tanto na segunda vez.
Vou me certificar disso.
Volto meu olhar cheio de desprezo de volta para a cena na minha
frente. Audra olha para mim com o canto dos olhos, sorrindo. Eu
também a odeio. Provavelmente, acima de tudo, porque ela também
está me deixando loucamente ciumenta. Não quero que ela toque
Dexter. Eu não a quero aqui.
Com um sobressalto, percebo que estou ansiosa para substituí-la e
balanço a cabeça para expressar o pensamento. Não posso me permitir
ir até lá e nunca posso deixar Dex descobrir. Mas quando meus olhos se
conectam com os dele e ele sorri para mim, sinto que ele já sabe o que
está passando pela minha cabeça.
─ Tire já. ─ meu noivo assobia para Audra. ─ Não há mais
brincadeiras. Chupe.
Ela puxa seu pênis e suspira ao vê-lo. Estou com vergonha de
admitir que meu próprio suspiro segue o exemplo, ecoando pela sala.
Ele é tão grande, e eu continuo esquecendo. Deus sabe como ele se
encaixa em qualquer um dos nossos buracos.
Audra apalpa seu pau, e minhas bochechas queimam com fúria
quando o coloca em sua boca, lambendo a ponta habilmente. Sua
língua gira sobre ele, fazendo-o gemer alto e enterrar os dedos em sua
juba de cabelo loiro sujo.
─ Vê como ela faz isso, brinquedo? ─ Dex murmura. ─ Lambendo
bem ao longo da fenda do jeito que eu gosto.
Audra parece encorajada por suas palavras e ela começa a lambê-
lo da base até a ponta, lambendo-o como se ele fosse um pirulito. Eu
zombei de ambos.
─ É melhor você parar de fazer essa cara. ─ Dexter estreita os
olhos para mim. ─ Eu não quero que você desobedeça como uma
putinha. Eu te ensinei melhor que isso.
─ Tanto faz. ─ eu murmuro.
─ Não me faça punir você com todos aqui. ─ Dexter assobia, e eu o
encaro em resposta. ─ Audra, todo o caminho agora. Mostre a ela.
A garota parece encorajada pelas palavras dele e começa a
balançar a cabeça para cima e para baixo.
─ Essa é uma boa garota. ─ Dexter murmura, e outro arrepio de
ciúme percorre minha espinha. ─ Olhe para ela enquanto faz isso,
Audra. Mostre a ela como é feito.
Os olhos de Audra se fecham e se abrem novamente antes que ela
os concentre nos meus. Eu posso praticamente sentir a arrogância
saindo daquela cadela, e eu quero dar um tapa naquele olhar
presunçoso em seu rosto estúpido. Dizer a ela que ela é apenas um
brinquedo para Dexter. Assim como eu sou.
Seus dedos emaranham seus cabelos e ele a puxa para cima,
fazendo-a cuspir na ponta de seu pênis enquanto ela luta para
recuperar o fôlego.
─ Dê uma boa olhada no que você está prestes a chupar. ─ diz meu
noivo. ─ Você vai levar todo esse comprimento até essa garganta
minúscula e bonita.
─ P-por favor. ─ ela gagueja, mas antes que ela possa terminar sua
frase, Dex a empurra em seu pênis até que ela esteja cuspindo e
cuspindo em todos os lugares.
Desvio o olhar, enojada com o que ele está fazendo com que ela
faça, mas Dexter grita ordens para mim no segundo em que me
distancio da cena à minha frente.
─ Porra, continue assistindo, brinquedo. ─ ele rosna. ─ Não ouse
tirar os olhos dela.
Ele se recosta na cadeira, segurando Audra enquanto mexe os
quadris na boca dela. Ela luta e geme agradecida enquanto eu coro por
tudo o que ele está fazendo sua boca fazer.
─ Porra, isso é bom. ─ Sua voz é estridente e profunda, me fazendo
mais necessitada do que nunca. Não posso deixá-lo ver. Eu não posso
deixá-lo saber. Eu mordo meu lábio inferior e continuo assistindo.
─ Eu vou gozar se você não desacelerar. ─ diz ele em um rosnado
baixo. ─ Eu preciso foder todo o meu esperma nessa garganta.
Ela murmura algo incoerente, a boca cheia do pau do meu futuro
marido.
─ Vá se foder.
Estou surpresa ao encontrar as palavras que saem dos meus
lábios enquanto olho para Dexter.
─ Com licença? ─ Ele levanta as sobrancelhas para mim e ri na
minha cara do caralho. ─ É tão fácil quebrar você, brinquedo. É
realmente engraçado como você interpreta essa mulher forte e
independente, mas você se transforma em massa em minhas mãos no
segundo que eu tiro meu pau.
─ Isso é o que você pensa. ─ eu cuspi enquanto ele força Audra a
dar um pulo em seu pau. ─ Eu te desprezo, e sempre irei.
─ Palavras tão grandes para uma boceta tão pequena. ─ Ele sorri.
─ Abra bem, Audra.
Ele não tira os olhos de mim quando começa a gozar, gemendo
quando jorra jato após jato de esperma no rosto de Audra e em sua
boca.
─ Não se atreva a engolir ─, ele grita com ela, ainda me olhando. ─
Mostre a ela como sua boca está cheia agora.
Obediente, Audra se arrasta para mais perto de mim, essa
expressão presunçosa de volta em seu rosto enquanto seus olhos se
conectam com os meus. Ela abre bem a boca. Está coberto do sêmen
dele. Eu quero vomitar. Eu quero arranhar o rosto dela.
─ Feche a boca, não engula ainda. ─ continua Dex. ─ Chegue perto
dela.
─ O que? Não, não ─ eu zombo, tentando afastar Audra quando ela
se aproxima.
Mas Dexter não está tendo nada disso. Ele fecha sua calça de
volta, caminhando atrás de mim e agarrando meus braços, me fazendo
arquear meu peito.
─ Não se atreva a lutar comigo sobre isso. ─ ele murmura. ─
Audra, beije-a.
─ O que?
Estou indignada. Isso não pode estar acontecendo, ele não pode
tirar isso de mim, ele não pode me ordenar como algum tipo de
fantoche. No entanto, o tempo todo em que repito essas palavras para
mim, sei que ele nos fará fazê-lo.
─ Beije-a. ─ ele exige novamente, e Audra fecha os olhos, cílios
grossos pousando em suas bochechas enquanto pressiona sua boca
contra a minha. ─ Deixe-a provar.
A boca dela se abre. Um líquido quente escorre pela minha boca e
eu me engasgo, tentando me afastar, mas Dexter pressiona um joelho
contra as minhas costas, não me permitindo mover mais um
centímetro.
─ Tenha um pouco. ─ diz ele no meu ouvido. ─ Talvez você tenha
um gosto por isso. Não que isso importe para mim. Você vai me engolir
de uma maneira ou de outra.
─ Deus, cara, eu vou gozar se você as obrigar a fazer isso. ─ Lai
geme por trás, lembrando-me que não estamos sozinhos.
Eu choramingo quando Audra me agarra, me puxando para um
beijo profundo. Ela não está fazendo isso porque gosta de mim. Ela está
fazendo isso para chamar a atenção de Dexter. E, embora deva me
enlouquecer, só me deixa com ciúmes. Seu esperma inunda minha
boca, seu gosto permanece na minha língua e seu perfume assaltando
minhas narinas.
Ele se ajoelha ao meu lado, colocando uma mecha de cabelo atrás
da minha orelha enquanto sussurra: ─ Eu sabia que você adoraria o
meu gosto, brinquedo. Abra sua boca e me mostre agora.
Balanço a cabeça, fechando os olhos com força. Audra se afasta e o
dedo de Dex envolve meu queixo, forçando-me gentilmente a abrir. Eu
sei o que ele vai ver, e isso faz minha bochecha corar de vergonha.
─ Onde está? ─ Ele rosna para mim.
Eu mostro minha língua nua.
─ Ela... ela acabou de... ─ Julian está rosnando atrás de mim.
─ Eu não pude evitar. ─ eu sussurro, me sentindo mais derrotada
do que nunca.
Tudo o que Dexter faz é jogar a cabeça para trás, rindo de mim. E
eu sei que ele ganhou outra batalha.
Pandora

Uma semana sem incidentes depois, estou sentada na sala de


aula, com a caneta posicionada sobre o papel, enquanto começo a
trabalhar em um questionário que nosso professor nos obriga a fazer.
Ainda assim, estar encurralada naquela sala de aula está fresco em
minha mente e faz dias. O fato de eles controlarem qualquer pessoa
nesta cidade, os professores, os alunos e a equipe, me assusta.
Eu me forço a pensar em outra coisa e tento prestar atenção ao
questionário diante de mim. É então que ouço o som crepitante acima
de mim, olhando para cima e franzindo as sobrancelhas enquanto olho
para o alto-falante no canto superior da sala.
─ Como é a sensação?
As palavras soam acima de mim e meu coração começa a bater no
meu peito. Essa é a voz de Dexter.
─ Molhada. E apertada.
Essa é a minha voz. Minha porra de voz. Tocando nos alto-falantes
da escola.
─ Quão apertado?
Olho em volta da sala, incrédula. A maioria dos meus colegas de
classe está me encarando, com expressões de puro choque.
─ Não! ─ Eu grito.
─ Eu não consigo encaixar meu dedo. ─ diz minha voz. ─ Só um
pouquinho da ponta.... Por favor, não me faça colocar mais para dentro.
─ Não, não, não, não! ─ Eu pulo, esquecendo o teste.
Até o professor está chocado demais para me impedir.
─ Porra. ─ murmuro baixinho. ─ De onde diabos isso está vindo?
─ Eu não vou. ─ diz Dexter acima de mim.
─ Você está duro? ─ Minha voz minúscula pergunta.
Puta merda, eu vou matá-lo.
Eu corro até o professor, exigindo: ─ Onde fica a sala de rádio da
escola?
─ Suba as escadas, à esquerda. ─ ele responde.
Seus olhos insistem nos meus por um segundo, então eu sei que
ele está dizendo a verdade, mas no momento seguinte, eles se movem
para os meus seios pressionando contra o meu uniforme.
─ Ei! ─ Eu chamo, e ele olha de volta. ─ Não tenho tempo para
lidar com isso agora.
Enquanto minha maior vergonha continua tocando nos alto-
falantes, eu corro para fora da sala de aula. Dou os dois passos de cada
vez e quase tropeço no meu esforço para chegar lá o mais rápido
possível. Felizmente, os corredores estão vazios, pois ainda está no meio
da aula, uma pequena misericórdia.
Eu localizo a pequena sala sob as escadas do sótão, martelando
meus punhos contra a porta.
─ Dexter! Abra a porra da porta, agora, seu idiota!
Sem resposta. Eu grito de frustração, batendo na porta com mais
força.
─ Abra agora mesmo, seu imbecil!
A porta se abre. Meus punhos encontram um peito forte e estufado
em vez da parede, e eu arregalo os olhos.
─ Brazen. ─ eu cuspi. ─ Onde está Dex?
Ele ri na minha cara. ─ Acha que esse é o trabalho dele, maninha?
Aww, você é realmente mais estúpida do que parece.
─ O quê? ─ Eu faço uma careta para ele. ─ Que porra você está
falando?
─ Minha pequena vingança, é claro. ─ Ele aponta para a sala atrás
dele. ─ Você gosta disso? Pedi ao Dexter para gravar você gozando ao
telefone. Achei que seria útil.
Eu hesito com ele e ele estreita os olhos para mim.
─ Espere... você lembra que, você, sua putinha, me tirou de ir à
primeira festa do ano, lembra? ─ Ele pergunta.
─ Isso foi... eras atrás. ─ eu cuspi. ─ E não foi nada!
─ Bem, foi algo para mim. ─ ele grita. ─ Então aqui está o seu
castigo, sua garota desobediente.
Eu passo por ele na sala de rádio onde a gravação ainda está
tocando. É uma sala pequena e escura, quase sem luz.
─ Conte mais rápido. ─ Dexter rosna no telefone.
─ Três. ─ minha voz fala.
Pego o telefone conectado ao computador e o esmago no chão. Piso
nele até não sobrar nada além de vidro e plástico, e então chuto com
frustração. Pelo menos está fora da porra dos alto-falantes.
─ Isso foi muito idiota da sua parte, irmãzinha. ─ Brazen me diz, e
eu me viro, mas em vez de focar meus olhos em meu irmão, noto as três
figuras em pé atrás da porta.
─ Que porra é essa? ─ Eu murmuro, meu coração martelando no
peito.
─ Agora você vai ter que pagar por isso. ─ Brazen encolhe os
ombros, sorrindo enquanto bate à porta da sala.
Uma fechadura clica no lugar do lado de fora assim que os três
meninos se aproximam de mim. O lindo Caspian, Lai o cruel e Dexter o
brutal. Meus olhos se concentram nos dele agora e sinto a raiva
bombear meu corpo tão rápido que estou com medo de matá-lo no local.
─ Seu maldito imbecil. ─ eu rosno para ele. ─ Você o deixou tocar
essa merda? Por que você me gravou?
Ele agarra meus punhos em suas mãos. Ele só precisa de quatro
dedos para me agarrar e empurrar meus braços para baixo.
─ Eu pensei que seria engraçado. ─ ele ri de mim, enviando
calafrios na minha espinha. ─ Além disso, eu precisava mostrar que
nem sempre sou legal, não é? Eu te dei muito prazer. Agora é hora de
um pouco de dor.
Ele faz um gesto atrás de mim. ─ Ei, acho que você quebrou o
telefone do nosso amigo Caspian.
─ O-o quê? ─ Olho atrás das costas para os restos do telefone que
acabei de quebrar.
─ Isso mesmo. ─ murmura Caspian. ─ Você arruinou minha
propriedade, Pandora. Agora é hora de pagar.
─ Como se você não pudesse pagar por um novo! ─ Grito. ─ Você é
muito rico, de qualquer maneira.
Ele olha para Dexter, perguntando: ─ Posso?
─ Sim. ─ Dexter assente. ─ Por favor, seja meu convidado. Eu
preciso deixar meu brinquedo pagar pelo erro que ela cometeu. Eu a
ensinei melhor que isso. Toque-a. Beije-a. Faça o que quiser.
─ Maluco. ─ murmuro baixinho enquanto Caspian dá um passo à
frente, saindo das sombras.
Seu rosto é um domínio da perfeição cruel, as linhas nítidas e
sobressaindo provocativamente.
─ O que você vai fazer? ─ Ele me pergunta, sua voz
condescendente. ─ Não há para onde correr agora.
A risada estrondosa de Dexter segue quando ele diz: ─ Por que você
não se aproxima um pouco, brinquedo? Beije-o.
Algo muda dentro de mim então, como uma luz se apagando. Me
choco dando um passo à frente, levantando meu queixo com orgulho.
Os olhos de Caspian se estreitam para mim. Ele está interessado.
Olho por cima do ombro para Dexter. Não posso vê-lo direito na
escuridão, mas posso dizer que seus punhos estão cerrados.
─ Você que mandou, senhor. ─ eu ronrono inocentemente.
Então, pressiono meus lábios nos de Caspian.
Sua boca aceita a minha, e nós empurramos nossas línguas
juntas. Eu pioro as coisas gemendo em sua boca, e isso parece
encorajá-lo. Ele me agarra pela cintura, me puxando firmemente contra
ele para que eu sinta seu pênis no meu osso do quadril. Então, um
momento depois, Dexter o tira de cima de mim como um maldito
animal.
─ Com licença. ─ ele rosna. ─ Temos que ir a um lugar.
─ Não, não temos. ─ Caspian morde. ─ Me solte, cara de pau.
Dexter o arrasta contra uma parede e o joga contra ela.
─ Ela é o meu brinquedo! ─ Ele rosna. ─ Meu!
Estamos todos muito chocados para reagir. Eu apenas fico lá,
meus lábios ainda brilhando com o beijo. Dexter me dá uma última
olhada antes de chutar a porta. Um momento está lá e no outro ele o
coloca no chão. Eu mal posso respirar.
─ Fora. ─ ele exige. ─ Todo mundo fora. E você...
Com isso, ele se vira para mim, me encarando.
─ Vejo você na festa de debutantes amanhã.
Meu coração acelera. O dia cai quase exatamente no meu
aniversário. Vou fazer dezoito anos à meia-noite depois de amanhã.
─ Não ouse fazer nada estúpido até então. ─ conclui Dexter. ─ Você
já está com problemas suficientes.
Eles saem da sala e eu caio de joelhos no chão com o coração
batendo forte.
Eu nunca vou ganhar deles. Parece que eles estão sempre, sempre
um passo à frente.
Mas ainda não terminei de lutar.
Dexter

É a noite da festa de debutante, embora eu esteja pensando em


qualquer coisa, menos nisso. Estive muito ocupado com a escola, os
negócios e a desobediência de Pandora para prestar atenção em
qualquer coisa. Minha pequena prisioneira sentiu o efeito da minha
ausência e me castigou de acordo. Mas sei que não tenho tempo para
visitá-la, preciso me preparar para o baile da noite, que será realizado
no Country Club local.
Anders escolheu um dos trajes de meu pai para mim, e eu me sinto
nostálgico ao me vestir, pulverizando-me com perfume e me barbeando.
Meus pensamentos não estão com o passarinho preso em sua gaiola,
eles estão com Pandora, como sempre parecem estar ultimamente. Ela
tem residência permanente em minha mente e eu não gosto nem um
pouco.
Alguns minutos depois, Anders me espera com meu sobretudo,
desejando-me uma noite agradável. Um motorista está esperando do
lado de fora, e eu me sento em uma limusine branca polida, sem
palavras, pensando em tudo, quando a jornada começa. Não tenho
muito tempo para pensar, chegamos em cerca de dez minutos e entro
no prédio com uma sensação de pavor tomando conta de mim.
Troco cumprimentos educados com as pessoas de lá. Os ex-colegas
de trabalho de meu pai, os pais fundadores desta cidade e meus
colegas. Mas não sinto que pertenço a esse lugar. Para ser sincero,
nunca pertenci.
Meus olhos continuam examinando a multidão em busca de um
sinal de Pandora, embora eu saiba que provavelmente não a verei até
que ela desça as escadas icônicas do clube de campo depois que ela for
anunciada e apresentada ao público.
As apresentações já estão acontecendo, e meu olhar entediado se
fixa no topo da escada enquanto observo mulher após mulher
irresistível descer. Audra é uma delas. Ela está bonita em um vestido
cor de pêssego, mas ela não mantém o meu interesse. Seus olhos
esperançosos encontram os meus do topo da escada, e eu desvio o olhar
sem interesse. Eu quase posso ouvir suas esperanças quebrando a seus
pés, e isso me faz sorrir.
Garota após garota desce a escada. Pandora será a mais nova hoje
à noite. Seu aniversário é hoje à noite, à meia-noite, ela completará
dezoito anos, então eles a deixaram participar, apesar de ainda ter
dezessete anos. Eu continuo esperando por ela. Continuei olhando para
as escadas para dar uma olhada no brinquedo que roubou meus
pensamentos e se recusa a deixar ir.
Começo a conversar com um dos funcionários da empresa de meu
pai, mas quando ouço eles anunciarem a última debutante, meus olhos
se concentram nas escadas novamente, esquecendo tudo sobre o meu
azarado funcionário.
─ Apresentando. ─ anuncia o homem de smoking no topo da
escada. ─ Lily Anna Oakes da propriedade Oakes.
Toda a maldita sala fica quieta, e acho que todos esperamos que
ela apareça. Um segundo passa, a espera insuportável fazendo dores no
meu peito. Então ela aparece. Exceto que não é ela.
Ela está usando um vestido que Lily Anna usou no aniversário
dela. Um vestido de lavanda bonito e pálido com camadas de chiffon
esvoaçante e um corpete justo que não deixa nada para a imaginação.
Ela até usa os cabelos do jeito que Lily Anna fez, presa em um prumo
falso, e sua maquiagem de assinatura, delineador de olhos de gato e
lábios vermelhos.
Soltei um suspiro de ar. Ela está vestida como Lily Anna. Posso
dizer que o resto da sala também notou e, enquanto ela desce as
escadas, todos os olhos estão colados a ela, exatamente o que ela
queria, presumo.
Lai me alcança, agarrando meu braço.
─ Você vai deixá-la se safar com isso? ─ Ele late para mim. ─ Olhe
para o pai dela.
Meus olhos vagam através da sala para Emilian Oakes. Seus olhos
estão cheios de lágrimas, algo que eu nunca vi antes, e ele observa
Pandora com adoração.
─ Porra. ─ murmuro. ─ Agarre-a no momento em que estiver
sozinha. Os pais de Caspian ainda estão fora da cidade?
─ Sim. ─ Lai assente.
─ Leve-a para a casa dele. Eu estarei lá assim que eu puder.
─ Entendi. ─ Lai assente antes de desaparecer na multidão para
dar a todos os outros minhas instruções.
Eu fico lá me sentindo um tolo enquanto Pandora se aproxima de
mim. A multidão se separa, permitindo que ela atravesse, e ela sorri
para mim, toda presunçosa.
─ Que porra você pensa que está fazendo? ─ Eu rosno para ela.
─ Você queria Lily Anna. ─ ela assobia. ─ Então aqui estou.
Ela parece tão teimosa, tão desafiadora, e eu só quero dar um tapa
bem no seu rosto.
─ Você vai pagar por isso. ─ digo a ela quando ela passa por mim.
─ Veremos.
Ela ri, e eu mantenho meus olhos nela enquanto ela caminha para
o canto da sala. Lá, Caspian a envolve em uma conversa, convidando-a
para a varanda. Ela olha para mim, como se estivesse pedindo
permissão, então algo como desobediência brilha em seus olhos, e ela
segue meu companheiro primogênito lá para fora. Direto para a porra
da minha armadilha.
Termino minha taça de champanhe antes de dar algumas
desculpas educadas e voltar para minha limusine. Dou o endereço do
Caspian ao motorista e aperto os punhos quando começamos nossa
jornada.
Está na hora do brinquedo pagar.

─ O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO?


Eu posso ouvir seus gritos do lado de fora, e um momento depois,
Caspian, Julian e Lai aparecem, segurando-a com firmeza. Eu sorrio
para ela, e seus olhos disparam adagas para mim quando encontram os
meus.
─ Por que você me trouxe aqui? ─ Ela late. ─ Eu quero ir para
casa. Agora!
─ Bem, bem, bem. ─ eu digo, cruzando os braços. ─ Se não é a
aniversariante.
─ Vá se foder.... ─ ela rosna. ─ Eu não quero passar meu
aniversário com você.
─ Infelizmente, essa não é a sua escolha.
Eu vou até ela, tocando meus dedos em seu queixo. Ela o levanta
desafiadoramente, me fazendo rir.
─ Você realmente pensa que é o mestre do jogo aqui, não acha? ─
Pergunto a ela. ─ Você quer ser tratada como Lily Anna? Seja minha
maldita convidada.
─ O que você quer dizer com isso? ─ Ela gagueja. ─ Deixe-me ir, ou
eu vou gritar.
─ Ninguém vai ajudá-la. ─ digo cruelmente, dando um passo para
trás e me dirigindo aos rapazes a seguir. - Volto em três horas. Eu não
dou a mínima para o que vocês farão com ela, desde que ela ainda seja
virgem quando eu voltar.
─ Dexter! ─ Pandora grita. ─ Não faça isso, por favor...
─ Você não me diz o que eu posso ou não posso fazer. ─ digo a ela.
─ Obedeça, se você quiser que doa menos. Ah, e uma última coisa...
Aperto a mão de Lai, piscando para ele quando ela se dissolve em
gemidos, implorando para que não a deixe lá. Mas não tenho piedade
dela. Não depois de tudo que ela fez para me foder. Eu saio da sala, o
som do choro dela seguindo meus passos. Ela parece tão bonita quando
chora. Torna quase impossível não a fazer chorar a cada segundo de
cada dia.
Com um último olhar por cima do ombro, sorrio para a situação
em que meu brinquedo se encontra e dou uma última ordem.
─ Deixe-a amarrada para mim.
Pandora

Eu sabia que me vestir como Lily Anna era uma ideia arriscada,
mas não pude evitar. Eu queria ver o rosto deles quando me vissem
descendo a escada, todos eles responsáveis pelo meu destino. Claro, eu
não contava com eles me fazendo pagar por isso.
Estou aterrorizada e não tenho ideia de onde Dexter está. Meu
corpo inteiro está tremendo quando me ajoelho na frente dos outros três
garotos, Caspian, Lai e Julian.
─ Por favor, não me machuque. ─ eu imploro.
─ Por que não? ─ Lai fala. ─ Você não passa de uma cadela
desobediente.
─ Porque vocês apenas me tratam como propriedade! ─ Eu falo
furiosa. ─ Vocês agem como se fossem seu próprio povo!
─ Isso é tão chato. ─ lamenta Julian. ─ Eu quero foder a boca dela
já.
─ Tudo bem, faça isso. ─ Lai encolhe os ombros. ─ E tire as roupas
dela.
Não acredito que isso está acontecendo. Julian me alcança em três
passos rápidos, pegando uma tesoura da mesa no escritório e cortando
meu vestido até que eu fique com meu sutiã rosa-claro e calcinha.
─ Não! ─ Eu rosno, chutando-o e ainda perdendo o tempo todo.
Ele ataca minha calcinha em seguida, e sou forçada a ficar parada
enquanto ele corta o tecido. Fico exposta e ofegante.
─ Qual pau você quer chupar primeiro? ─ Caspian fala pela
primeira vez. ─ Espero que seja eu, porque cara, eu estou muito
animado para foder sua garganta.
Eu grito o máximo que minha voz aguenta. Caspian me alcança em
dois passos e me dá um tapa no rosto, forte como o inferno, o suficiente
para me fazer voltar.
─ Não se atreva a fazer barulho. ─ ele me adverte. ─ Você só vai
piorar as coisas para si mesma. Entendido?
Concordo com a cabeça, encarando-o com um olhar cheio de
desprezo.
─ Você não precisa chupar pau ainda. ─ ele murmura, tocando as
pontas dos dedos na minha bochecha queimando de vergonha. ─ Mas
eu quero fazer você gozar.
Parece haver uma hierarquia natural entre os meninos, e os outros
dois seguem a voz de Caspian em vez da de Dexter desta vez. Eu sou
um brinquedo desamparado pronto para o matadouro com eles por
perto.
Eu olho para eles, meus olhos baixando para encontrar os de
Caspian enquanto ele se ajoelha ao meu lado.
─ Agora me diga, Pandora. ─ diz ele. ─ Você gosta de ter sua boceta
lambida, de brincar com seu clitóris, ou você prefere dedos nessa boceta
bonita?
─ Nenhuma das opções acima. ─ eu resmungo.
─ Isso simplesmente não pode ser verdade! ─ Seus olhos se
arregalam em falso horror. ─ Nós temos que ver, não é? Que tal cada
um de nós lhe dar uma dessas coisas, ajudá-la a descobrir?
Eu apenas o encaro sem dar uma resposta, mas verdade seja dita,
meu coração está batendo mais rápido do que nunca e minha boceta
está vazando entre as minhas pernas. Estou envergonhada,
envergonhada da minha reação às coisas cruéis que eles fazem. No
entanto, parece que não consigo me conter.
─ Eu vou primeiro. ─ Lai dá um passo à frente, me agarrando pelos
cabelos e me puxando para os meus pés. ─ E eu escolho seu clitóris.
Os outros dois garotos se afastam, permitindo-lhe acesso total a
mim enquanto ele me bate na mesa da sala. Ele está atrás de mim
enquanto eu choramingo, seus dedos abrindo os lábios da minha
boceta. Eu respiro quando o ar atinge meu clitóris sensível, e ele ri,
tocando os dedos no botão agora exposto.
─ É realmente muito bonito. ─ ele murmura. ─ Vamos ver quanto
tempo leva para você gritar.
Ele brinca comigo implacavelmente, sem nenhum sinal de parada.
Seus dedos beliscam, puxam, acariciam-me, e eu começo a ver estrelas
na frente dos meus olhos pelas coisas que ele está me fazendo sentir.
Antes que eu possa me parar, estou gemendo, implorando por mais com
meus olhos fixos nos dele.
─ Tão fácil. ─ ele murmura, mas parece torná-lo ainda mais
ansioso.
Ele força minha bochecha na madeira da mesa, me segurando
enquanto me aproxima cada vez mais de um orgasmo. Estou
começando a senti-lo quando ele puxa os dedos para trás e grito em
protesto enquanto ele se inclina ao meu lado.
─ Goza. ─ ele sussurra no meu ouvido.
Não quero seguir as ordens dele, mas meu corpo segue. Eu
arqueado minhas costas, ansiosa para que ele faça muito mais comigo.
Minhas costas arqueiam e eu gozo como uma arma disparando alto.
─ Minha vez.
Ainda estou ofegante quando Julian vem até mim. ─ Dedos em sua
boceta. Parecia bom demais para não tentar.
Quero implorar para que ele não o faça, mas ainda estou na zona
nebulosa do orgasmo. Ele toma o lugar de Lai, tocando cuidadosamente
as pontas dos dedos na minha boceta encharcada e exposta.
─ Olhe para isso. ─ ele murmura. ─ Porra, Dexter é um homem de
sorte.
Ele desliza o dedo pela minha abertura.
─ Acho que não devo entrar lá... ─ ele murmura, e eu grito quando
ele testa minha boceta em busca de resistência. ─ Eu poderia
facilmente, no entanto. Seria muito divertido.
Eu lamento quando ele fode seus dedos tão fundo quanto eles vão,
tão ansiosa por mais que fico envergonhada pelos sons que saem da
minha boca.
─ Ela já está tão perto. ─ Caspian fala. ─ Basta fazê-la gozar, eu
quero a minha vez.
Julian não precisa ser avisado duas vezes, e ele habilmente
massageia minha boceta até que eu esteja ofegando por mais. Em
instantes, estou me desfazendo mais uma vez, minhas bochechas
coraram e umedeceram das lágrimas que não me lembro de chorar.
Caspian empurra Julian para fora do caminho antes de se ajoelhar
atrás de mim.
─ Eu queria fazer isso por tanto tempo. ─ Ele separa minhas
dobras e me examina de perto. ─ Sua boceta é tão perfeita. Gostaria de
poder encarar isso o dia todo, em vez de seu rosto.
A vergonha queima através do meu corpo enquanto ele enterra sua
língua em mim, lambendo, sacudindo e torturando cada centímetro da
minha carne sensível. Meu orgasmo não exige nenhum esforço, ou
talvez ele seja tão habilidoso em fazer isso, ele sabe como me levar à
beira em poucos segundos.
─ Salve esse.
Ele puxa para trás e me dá um tapa na bunda.
─ O-o que? ─ Eu murmuro.
─ Guarde para Dexter. ─ diz ele. ─ Hora de ir.
Ele faz um gesto para Lai e Julian, e eles tiram os cintos das
calças. Antes que eu possa questionar, eles me seguram, tiram meu
sutiã e me amarram com seus cintos. Eles me deixam assim, na cadeira
do escritório, ofegando em descrença.
─ Vocês não podem fazer isso! ─ Eu grito. ─ Vocês não podem me
deixar aqui!
─ Espere e veja.... ─ Caspian encolhe os ombros. ─ Espero que
você esteja pronta para o seu castigo. Dex estava muito chateado.
A porta se fecha ao som do meu grito ultrajado.
Dexter

Quando paro em frente ao escritório do pai de Caspian, está escuro


lá fora. Uma única lâmpada está acesa no estúdio, projetando longas
sombras no corredor silencioso em que estou.
Abro a porta com o dedo indicador, sorrindo para mim mesmo
quando a ouço ranger. Seu suspiro segue logo depois, seguido por um
doce gemido que a faz parecer um animal preso.
E uma vez que entro, percebo que ela está mesmo em uma
armadilha.
─ Oh meu, meu, meu.... ─ murmuro, clicando na minha língua
enquanto ando em direção a ela. ─ Você se encontra em uma situação
difícil, não é?
─ Foda-se. ─ ela cospe, batendo violentamente contra os cintos que
a seguram no lugar. ─ Eu quero que você me tire daqui. Agora!
Envolvo meus dedos em sua garganta. Pandora ofega contra eles, e
eu posso sentir sua garganta se movendo sob meus dedos. Eu toco sua
boceta nua com a minha mão livre.
Ela estremece embaixo de mim, gritando em protesto. Caspian fez
bem. Seus braços estão amarrados com um cinto nos pulsos,
firmemente colocados na parte inferior das costas, para que o peito se
arqueie provocativamente. Ele amarrou as pernas dela sobre a cabeça
dela. E ela está nua.
Meu sangue ferve com o pensamento de qualquer um dos caras a
vendo dessa maneira. Sou ciumento pra caralho, mas nunca vou
admitir isso para ela. Abro as calças devagar, observando seus olhos
famintos me devorando. Eu puxo meu pau. Estou latejando, minha
ponta vibrando, a sombra de um vermelho profundo. Pandora engole
em seco.
─ Eu te odeio mais do que nunca. ─ ela sussurra. ─ Você pode se
casar comigo. Você pode pensar que me possui. Mas não importa
quantos diamantes da sua família você coloque em mim, eu nunca serei
sua. Você não pode me controlar. Você pode me machucar. Me
estuprar. Me fazer rastejar por você. Mas nunca vou gostar de você.
─ Você já gosta de mim. ─ eu a lembro.
─ Nunca.
─ Sério? ─ Eu rio na cara dela. ─ Vamos ver. Você vem para mim.
Você me obedece. Você ainda está aqui, não está?
─ Porque você me amarrou!
─ Porque você quer isso. ─ Eu sorrio. ─ É adorável. Eu posso fazer
o que quiser com você e você continuará voltando para mais. Você
realmente é uma gulosa por punição, Pandora.
─ Você é realmente burro se acha que é isso. ─ ela assobia.
─ Então, por favor, me esclareça. Qual é o motivo real por você
continuar me deixando fazer isso com você?
Ela range os dentes.
─ Porque você acha que quebrar garotas lhe dá poder. Você pensa
que se roubar algo e trancá-lo, nunca pertencerá a mais ninguém. Mas
o que você está esquecendo é que nunca vai pertencer a você também.
E eu vou provar isso para você. Quando eu for embora, vou ter certeza
de que seu coração estará partido.
─ Você realmente acha que é capaz de me machucar assim? ─
Pergunto, pensativo.
─ Eu sei que sim. ─ diz ela desafiadora. ─ E mal posso esperar
para vê-lo tão quebrado quanto você tentou me quebrar...
─ Cale a boca. ─ eu rosno para ela, batendo em sua boceta com
tanta força que ela pula nas restrições. ─ Sério, Pandora. Eu não tenho
tempo para o seu absurdo. Você se vestiu como minha garota hoje. Você
zombou da memória dela. Você fez dela uma zombaria. Você sabe que
precisa ser punida por isso, não é?
Ela faz beicinho, olhando para mim.
─ Vou aceitar isso como um sim. ─ contínuo. ─ Você vai chupar
meu pau agora, para que eu possa ver se você aprendeu alguma coisa
com a lição de Audra.
─ Nunca. ─ ela assobia.
─ Abre.
Ela balança a cabeça negativamente, com a mandíbula firmemente
no lugar. Eu zombo dela, agarrando-a pela testa e pressionando minha
ponta encharcada em seus lábios. Eu não tenho que dizer uma palavra.
Seus instintos assumem o controle, e seus lábios se separam,
permitindo que eu deslize em sua boca até a garganta.
─ Maldição. ─ eu murmuro. ─ Sua boca é tão apertada quanto
aquela boceta intocada.
Ela me lambe, seus choramingo e choro é um forte contraste com o
desespero com o qual ela chupa meu pau. Eu quero rir dela, mas estou
preocupado enterrando meus dedos em seus cabelos e permitindo que
ela balance a cabeça em meu pau. Inclino minha cabeça para trás,
gemendo por conta do tesão rasgando-me dos meus lábios enquanto ela
me agrada.
─ Você precisa ir mais devagar. ─ digo a ela, puxando meu pau
livre com um olhar de aviso. ─ Eu vou explodir, se não o fizer.
─ Me fode.
Eu olho para ela como se ela fosse louca. Seus olhos vidrados me
dizem tudo que eu preciso saber.
─ Me fode. ─ ela repete, um soluço escapando de seus lábios. ─ Por
favor. Me fode. Termine está tortura. Apenas pegue isso.
─ Por que você quer que eu te foda? ─ Eu estreito meus olhos para
ela.
─ Eu só quero que acabe. ─ eu sussurro. ─ Eu só quero isso... que
essa tortura louca acabe.
─ Você quer? ─ Eu esfrego meu líquido pré ejaculatório sobre seus
lábios. ─ Eu vou lembrar que você disse isso, brinquedo.
Dou um passo para trás, apreciando suas tentativas desesperadas
de se aproximar enquanto tiro uma camisinha do meu bolso. Eu olho
para ela enquanto a abro, seus olhos se arregalando com uma mistura
de horror e expectativa delirante. Eu meio que espero que ela me diga
para não fazer isso, esquecer a camisinha e transar com ela assim.
─ Você sabe que eu não posso te foder, Pandora. ─ Eu rolo a
camisinha no meu pau, nunca tirando os olhos dela. ─ Você sabe que
seu pai me mataria se eu fizesse isso. É tradição, e não vamos contra a
tradição em Eden Falls.
Ela está prestes a falar, mas eu não deixo.
─ Fique quieta. ─ eu a aviso. ─ Ou eu vou te amordaçar. Está
vendo esse pau?
Ela assente, congelada no local.
─ Você vai assistir isso agora.
Ela mal está piscando enquanto me olha.
Eu me certifico de me aproximar um pouco mais, fora do alcance
de sua boca, mas perto o suficiente para que seus dedos amarrados
possam tocar minha perna. Ela cava as unhas, seus olhos tremulando
com pedidos silenciosos por mais, e eu começo a me masturbar.
Eu sei que vou explodir, mas prolongo o momento o quanto puder.
Eu acaricio meu pau, puxo, mostro para ela. Ela está uma bagunça
quando eu sei que vou encher essa camisinha.
Eu gozo com um gemido. Eu gozo tanto que estou convencido de
que a camisinha simplesmente ... estourará. Eu quero cair no chão,
mas em vez disso, eu cuidadosamente retiro, certificando-me de que
cada gota é deixada dentro. Eu mostro para Pandora, a centímetros de
seus lábios. Ela não diz uma palavra. Eu sorrio, colocando-a na barriga
dela. Ela está tremendo, a pele no umbigo coberta de arrepios.
─ Você queria meu esperma, não queria? ─ Eu pergunto a ela, e ela
apenas fica olhando, seu peito subindo e descendo assustadoramente
rápido.
─ Não assim. ─ ela sussurra.
─ Não? Você acha que tem uma escolha? ─ Eu continuo brincando
com meu pau, usando minha mão livre para tocar sua bochecha
avermelhada. ─ Onde você quer isso?
─ Em... ─ Seu lábio inferior balança. ─ Na minha boceta... quero
saber como é.
─ Brinquedo estúpido. Como vou colocá-lo lá, se ainda nem foi
fodida?
─ Você sabe que não pode. ─ ela me lembra. ─ Não até...
─ Sim, sim, sim. ─ eu interrompo. ─ Não até que nos casemos.
Ela está tremendo quando eu tiro a camisinha, manuseando
cuidadosamente o esperma por dentro.
─ Quero dizer, eu certamente poderia tentar fazer algo para
satisfazer o seu desejo, mas quem sabe se seria suficiente para uma
garotinha suja como você.
A primeira lágrima pesada escorre por sua bochecha. Ela
obviamente tem vergonha de desmoronar assim, mas eu amo isso.
─ Vamos ver. ─ eu murmuro, segurando a camisinha sobre sua
buceta. ─ Você quer que eu tente, brinquedo?
─ Tudo bem. ─ ela sussurra, e eu viro a borracha de cabeça para
baixo, usando dois dedos para apertá-la.
Pandora grita alto quando gotas de porra começam a chover em
seu corpo.
─ Não! ─ Sua voz é alta e estridente. ─ Não faça isso, você está
louco?
Eu a ignoro, murmurando seu nome baixinho como um aviso.
─ Dexter, pare, pare!
─ Por que eu pararia, brinquedo? Você ama tanto ─ eu sorrio para
ela. ─ Olhe para isso, olhe para isso embebendo sua linda buceta.
─ P-porra, não. ─ ela gagueja. ─ Não, não, não.
Suas mãozinhas pressionam o cinto, mas sem sucesso. Olho nos
olhos dela quando esvazio a camisinha, colocando o que resta dela em
sua barriga. Começo a esfregar minha semente sobre sua boceta, tendo
o cuidado de massagear profundamente dentro dela o mais longe que
posso. Ela começa a chorar. Ela parece tão bonita.
─ Oh meu Deus. ─ ela repete uma e outra vez. ─ Você está tão
fodido, está tão doente, eu te odeio tanto.
─ Shhh, brinquedo, você precisa disso tanto quanto eu. Olhe para
isso, sua boceta está apenas me bebendo. Vamos lá, brinquedo, olhe
para baixo, bem aqui entre suas pernas. Apenas assista, me absorva.
Veja como ela me quer.
Inclino gentilmente a cabeça dela e ela suspira, abrindo os olhos e
me observando com lágrimas escorrendo pelo rosto.
─ Está vendo isso? ─ Eu sussurro gentilmente. ─ Veja, brinquedo,
você foi feita para isso, feita para levar todas as minhas porras. Você
sabe o que? Eu gostaria de poder te engravidar assim. Meu pequeno
brinquedo inocente. Nunca fodeu, e você já teria meu bebê na sua
barriga ...
Sinto sua pele sob as pontas dos meus dedos, e ela se dissolve em
sussurros enquanto eu a massageio com meus dedos manchados de
esperma.
─ Porra, eu poderia simplesmente quebrá-la agora. ─ murmuro. ─
Apenas aceite, coloque o resto disso dentro de você. Você quer, não é?
─ Eu ... eu ... eu ... ─ Ela está soluçando, e isso me faz sorrir. ─ Eu
quero, eu quero.
─ Você quer?
─ Sim, sim, por favor, sim.
─ Seria tão fácil. ─ Eu tento a pele, empurrando, não com força
suficiente para romper. ─ Apenas empurrar um pouco mais fundo e eu
entraria ...
Os olhos de Pandora se fecham e eu posso ver seus lábios se
movendo em uma oração silenciosa, provavelmente algo que ela
aprendeu em St. Cecile.
─ Mas acho que vou deixar esse prazer para o meu pau. ─ Eu puxo
meus dedos e ela grita em protesto. ─ Temos que continuar brincando,
não é, brinquedo? Não quero que você fique entediada.
Eu pego o preservativo novamente, usando-o para molhar meu pau
com minha semente de antes.
─ Veja como isso brilha para você. Vai ser tão bom, brinquedo.
Eu esfrego o preservativo em sua vagina em seguida, vendo seu
corpo arquear em minha direção em desespero. Eu empurro, apenas
um pouco, tanto quanto eu posso, e ela sussurra uma miríade de porra
e por favor.
─ Olhe para você. ─ Eu acaricio seus cabelos. ─ Bonita pra
caralho. Não posso acreditar que eu já pensei que você era simples.
Você é a bunda mais gostosa e apertada da cidade. Basta olhar para
você. Porra, brinquedo, eu gostaria que você pudesse ver o quão longe
você veio para mim. Talvez da próxima vez eu filme você fazendo isso.
Faça você assistir enquanto espera que eu faça tudo de novo. Gostaria
disso, brinquedinho?
─ Sim. ─ ela respira. ─ Eu adoraria, quero, preciso.
─ Hmm. ─ Eu rio para ela, balançando a cabeça. ─ Você é tão fácil.
Eu sabia que você seria, mas isso ... isso é quase chato.
─ O-o quê? ─ Ela levanta a cabeça, olhando para mim. ─ O que
você quer dizer?
─ O que eu quero dizer é que, se eu invadir essa vagina, você é tão
inútil quanto seu pai. ─ eu digo com uma voz açucarada. ─ E você pode
dar adeus ao seu status de primogênita. Não é mesmo, brinquedo?
─ T-Talvez. ─ ela sussurra. ─ Eu a-acho.
─ Ótimo, obrigado por esclarecer isso.
Eu empurro minha ponta um pouco mais fundo. Agora está contra
sua boceta virgem. Se eu ficar assim, vou acabar entrando nela. E ela
parece perceber isso naquele momento e ali, seus olhos se arregalando
em pânico enquanto ela martela seus punhos contra o meu peito.
─ Não, Dexter. ─ ela implora.
Atrás de nós, meu telefone vibra e eu sorrio para ela.
─ Sabe o que é isso?
Ela balança a cabeça negativamente.
─ Um alarme. É meia-noite. Feliz aniversário, brinquedo. Parece
que você finalmente é maior de idade.
─ Porra, não. ─ ela sussurra uma e outra vez enquanto eu empurro
contra ela. ─ Não, não, não.
─ Por que não? ─ Eu resmungo. ─ Você não quer ser inútil?
─ Não.
Meu pequeno brinquedo está chorando agora, os gritos preciosos
intercalados com gemidos de uma dor tão doce que me faz querer
arruiná-la.
─ Que pena. Diga adeus à sua virgindade, brinquedo. Eu estou
prestes a...

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