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Tradução: Criss Guerra

Revisão Inicial: Thaty


Revisão Final: Camila
Leitura Final: Cindy Pinky, Luh Campanha
Verificação: Mih
Formatação: Shya
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Sem misericórdia, sem sentido, mas nunca sem coração

Ele deveria ser a minha grande chance - não o minha ruina.


Entrevistar Anton Ivankov, o perveso chefão da máfia, foi minha
chance de superar meu passado destruído. Eu vim pronta,
determinada, mas nada poderia ter me preparado para ele.

Anton não deveria ser tão bonito. Não deveria ter um coração. E
definitivamente não deveria me fazer uma marionete em sua prisão.

Agora, ele está me fazendo questionar tudo o que conheci,


substituindo a razão pelo desejo cru. Posso escapar antes que ele
destrua tudo - ou será que esse louco precisa me jogar dentro de sua
cama, me arruinando para sempre?

Eu nunca soube que o olhar poderia cegar um homem até que eu a


vi. Sabrina era meu cartão de saída deste inferno, uma arma secreta
em nossa guerra contra a máfia italiana.

Só que, não estou mais trabalhando para a fortuna da família. Toda


vez que nos tocamos, é fogo, perigoso e divino.

O furacão Sabrina está me cegando nessa missão. Seu maldito tio


precisa pagar muito caro, mas ela me distrai tanto, que mal posso
pensar. Eu mataria por essa garota, faria qualquer coisa para ouvi-la
implorar por uma noite devassa, imprudente e inesquecível.

Eu nunca falho. Farei o que for preciso para terminar esta guerra e
acabar com essa porcaria de Romeu e Julieta para sempre. O único
final feliz é a certeza que sua calcinha, seu coração, ela toda, será
minha e eu vou ter tudo. Eu sempre tenho.
A Entrevista da Vida

A entrevista era totalmente louca, nada menos que


insanidade.

Eu sabia, e faria isso de qualquer maneira, arriscaria-


me na enorme prisão que ficava a cerca de uma hora ao norte
de Chicago.

Disse que estava pronta para fazer coisas selvagens,


para alavancar a minha carreira. Uma menina com tino para
jornalismo tinha de fazer o impossível para tornar o seu nome
conhecido, nada era mais louco que entrevistar Anton
Ivankov, o infame homem-bomba de Chicago, especialmente
quando seu sangue a torna um inimigo natural.

Claro que nunca conheci o homem pessoalmente, o que


não muda nada.

Nós, os Ligiottis, nascemos em meio a rivalidade e perigo,


o preço de desfrutar de todas as coisas maravilhosas que o
submundo tem para oferecer. Para nós, ninguém era maior e
mais cruel do que os Ivankovs, recém-chegados à cena do
crime de Chicago, russos corruptos viciados que faziam o
mesmo que a minha família, por dinheiro, parecia uma ópera
triste.

Então eu disse, que assim seja. Realmente não sabia o


que se passava por trás de portas fechadas e dentro de becos
escuros que nos deixavam ricos. Tio Gioulio me livrou de ficar
muito perto do negócio da família, uma promessa que fez aos
meus falecidos pais.

Honestamente, não me importo de ser protegida,


participar da loucura, medo, e assassinato não me atrai.
Inexperiente, minha história pessoal nem se compara com o
grande choque de quando a carta de Anton Ivankov apareceu
na semana passada, tinha apenas uma data e uma hora.
Hoje, 14:55 horas em ponto, mais uma frase rude em
destaque.

UMA HORA. SEM GRAVADORES.

Por algum milagre insano, ele queria falar depois de


mais de um ano na prisão. Porra, ele queria falar comigo. Não
conseguia parar de perguntar-me como tive tanta sorte. Omiti
o sobrenome no meu pedido, e ele mordeu a isca.

Tudo que ele precisava saber é que eu era apenas mais


uma jovem jornalista faminta à procura de uma história. Não
ia estragar essa oportunidade falando que nossas famílias
eram inimigas mortais.

Lugar certo. Hora certa. Sorte, né? Bem, era hora de


descobrir.
Um guarda chamado Charlie desceu comigo através de
um corredor estreito com homens magros e brutais em suas
celas, seus olhares rígidos riam de mim nas sombras.
Reprimi um arrepio, tentei dizer a mim mesma que era o
esperado, nada fora do comum para homens presos há
alguns meses que olhar para uma mulher da mesma maneira
que um faminto olha para um pedaço de carne, certo?

Porra, se ao menos houvesse um percurso mais fácil


para a sala de visitas. Era uma prisão antiga, como Charlie
explicou, e não havia escolha além de me guiar através da
pequena área onde mantinham seus piores criminosos e
assassinos.

— Bem aqui, senhorita Ligiotti. — Ele disse, abrindo


uma pesada porta de aço. — Você tem uma hora. Importa-se
que eu pergunte quem você chantageou para entrevistar esse
preso?

Sorri e balancei a cabeça.

— Chamo-me Sabrina,. Não chantageei ninguém para


fazer isso acontecer, posso assegurar, só tive sorte.

— Certo! Tudo bem, deixarei a chefe manter sua receita


em segredo. — As rugas de Charlie apareceram quando me
deu um sorriso e uma piscadela. — Boa sorte, tente não o
irritar muito se não quiser que volte para a solitária. faz
apenas uma semana que saiu.

Charlie fechou a porta atrás de mim, e estava sozinha


no meio do cubículo onde havia um pedaço de madeira gasto
sob o vidro, local perfeito para o meu bloco de notas e a
caneta de baixa qualidade apertados em minhas mãos, as
únicas coisas que fui autorizada a trazer.

Antes da entrevista li sobre os regulamentos da prisão,


mas ainda não os tinha decorado. As câmeras estavam sobre
nós o tempo todo, então não podia contrabandear qualquer
coisa, mesmo se quisesse. Além disso, este vidro entre nós
parece espesso, como algo que você veria em um jardim
zoológico segurando um gorila.

À prova de balas, deve ser, se podia parar tiros, então


certamente poderia absorver os golpes dos punhos de um
homem, certo?

A porta do lado oposto ao meu, atrás do vidro abriu.


Quando vi Anton pela primeira vez, não tive tanta certeza
sobre a barreira entre nós.

Não tinha mais certeza sobre qualquer coisa.

Imagine um tigre andando sobre duas pernas,


suprimindo seu instinto de rasgar a primeira carne macia
que encontrasse, mesmo que apenas por um momento, era
ele, movia-se como se fosse dono do lugar, em vez de ser um
cativo.

Eu duvidava que o macacão laranja neon que ele usava


tivesse um tamanho maior, havia um monte de pele dentro
dele, muita pele.
O tecido sobre seu tronco esticava como se estivesse
prestes a arrebentar as costuras cada vez que ele dava um
passo em minha direção, os braços, que se pareciam com
troncos de árvores, estavam cruzados na frente dele, unidos
por correntes que pareciam frágeis, era a única pele exposta
além de seu rosto. Não poderia contar quantas tatuagens
estavam estampadas nos músculos de granito.

Suas mangas estavam enrolas até o cotovelo, serpentes


ligadas à sua pele, seus ombros eram largos, tornando-o um
homem forte. Porra, precisei colocar minha mão para a frente
e pressionar contra o vidro, para verificar que não tremeu.

Nada, se esta montanha de homem for um maníaco,


talvez eu esteja segura.

Talvez.

Em seguida, havia seu rosto, cabelo castanho, curto,


um maxilar anguloso marcante, um rosto muito bonito, que
podia conquistar o mundo, mas na verdade não podia. Ele
tirou vidas humanas, lembrei-me, razão pela qual ele estava
aqui.

Não tinha os olhos de um assassino, as gemas em seu


rosto eram do azul mais claros que já vi. Para um homem que
armou explosivos matando vinte pessoas, esperava que
refletisse a morte, morte e loucura.

O fogo azul queimando em suas pupilas me


surpreendeu, derreti na minha cadeira, cintilava com uma
energia ansiosa, penetrante, quase tão assustador quanto a
intensidade que pairava em seu rosto. O fogo me prendeu,
forçando-me a absorver sua beleza estranha, convidando-me
a olhar e admirar, mal vi a cicatriz já desbotada que subia em
sua bochecha direita completando o conjunto antes de
forçar-me a baixar os olhos.

Admirá-lo por muito tempo era como olhar para o sol.

Jesus. O que aconteceu? Eu estava ficando quente e


incomodada por esse assassino doente que me esquartejaria
se soubesse quem eu era?

Não entendia o que se passava na minha cabeça, isso


me assustou. Quando olhei para cima, ele estava perto,
forcei-me a vê-lo como ele era: um gigante, um assassino,
mais perigoso do que um tigre e agora estávamos separados
por apenas algumas polegadas de vidro.

A cadeira do seu lado era idêntica a minha, se era


pequena para mim, e se parecia com o assento de uma
criança quando se sentou. Jurei ter ouvido as pernas
gemendo, prontas para arrebentar sob os músculos pesados
empilhados sobre ela.

O tremor que havia suprimido estava de volta, mal


percebi antes de começar a tremer na frente dele, apertando o
pequeno bloco de notas até que meus dedos ficarem brancos.
Ele virou a cabeça lentamente, com um sorriso malicioso em
seus lábios, fazendo sinal para o telefone ao lado dele.

Claro. Havia um idêntico ao meu lado.


Arranquei o telefone antigo longe de seu receptor e
apertei-o contra meu ouvido, observando quando ele fez o
mesmo, mais lento e mais fluido do que eu. Quando o rosto
de Anton voltou a nivelar com os meu, expandiu o sorriso,
mas que não revelava nada.

Prendi a respiração, esperando por sua primeira


palavra.

— Você é Sabrina? — Ele perguntou, falando baixo.

O mundo inteiro parou na batida do meu coração, puxei


uma respiração longa e irregular, aspirando ar frio. Ouvir
meu nome em seus lábios, trouxe um prazer doentio para o
meu corpo, como se ele tivesse apenas sussurrado algo sujo,
algum segredo privado no requintado timbre grave de sua
voz.

Jesus, menina! Você está divagando! Mantenha a cabeça


no lugar e lembre-se porque está aqui.

Isso não é complicado, é o seu dia de sorte.

Era difícil ouvir a voz na minha cabeça, mas eu


encontrei seus olhos e forcei meus lábios a trabalharem.

— Sim. Obrigada, senhor, obrigada por concordar em


falar comigo hoje.

— Senhor? Ninguém me chama assim desde que era


uma criança, quando era gerente assistente no clube do meu
pai. — Ele sorriu, desta vez mais amplo, expondo vários
dentes brancos quadrados. — Você tem que ser mais esperta
comigo, vamos, chegue ao meu nível, vai me entrevistar, ou
sentar aí e adorará meu pau o dia todo?

Se eu tivesse bebendo alguma coisa, teria cuspido,


desgraçado, ele tinha a minha atenção.

Eu estava um pouco mais alerta, disfarcei o rubor das


minhas bochechas, e assenti.

— Agora, deixa de besteira, Sabrina, E me chame de


Anton e vamos começar essa porra de show. Você está aqui
para descobrir por que eu explodi o Clube Duce, certo?

— Só se você estiver pronto para me dizer, — disse,


tentando manter a voz o mais calma que pude.

Boa sorte. As duas últimas palavras terminaram com


um tremor, não ajudava que seus olhos ficassem em mim a
cada segundo, aquecendo a minha pele como se tivesse visão
de raio X, um superpoder vilão para combinar com o seu
olhar minucioso, começaram no meu decote e subiram
devagar, parando em meu rosto.

Ele estava me inspecionando cada polegada minha


pelas minhas roupas, caralho! Sim, minha pele estava em
chamas, ficava cada vez mais ruborizada sob seus olhos
azuis claro.

— Tudo bem, falarei, vamos fazer isso rápido, limpo e


fácil.

Porra, se pensei que estava mantendo a minha


respiração estável, perdi minha última chance. Prendi a
respiração, estendi a mão para a minha caneta, e pressionei-
a para o papel, esperando.

— Foi um trabalho simples, íamos decapitar os Ligiottis


de uma única vez, terminar esta pequena guerra entre aquela
família de merda e a minha. Gioulio e seus rapazes estariam
lá, nosso informante era muito bom, nunca nos deixou na
mão antes , até aquela noite. O velho bastardo decidiu dar
um grande jantar para seus melhores clientes. Nós
terminamos com um monte de empresários mortos, a
porcaria de um casal do conselho da cidade e os diretores da
escola, alguns cidadãos da alta sociedade de Naperville,
nenhum italiano, a menos que você conte o barman, que era
supostamente um primo distante ou algo assim.

Ele estava certo, ouvi sobre Raphael ser morto no


ataque, mas o tio Gioulio não me deixou assistir ao funeral.
Muito perigoso, ele disse, e por que eu iria perder meu dia
com um primo de segundo grau, que só vi três vezes em
reuniões de qualquer maneira?

Isso foi antes de Anton ser identificado na filmagem de


segurança, fixando o explosivo na doca de carregamento do
clube. O perigo desapareceu depois que ele foi preso, e logo
meu tio não estava distribuindo avisos constantes, se
soubesse que o desobedeci.

— Então, você falhou? — Perguntei, batendo a caneta no


bloco de notas. Não era boa para escrever de qualquer
maneira, e eu estava muito impressionada com seu rosto
áspero para lembrar de fazer isso.
— Sim, eu e meus irmãos fodemos muito, pior erro que
cometemos, uma transa rápida após a última bebida. Nós
estávamos bêbados e nus, nos revezamos com as meninas
importadas da Europa. As comia profundamente, Sabrina,
fiquei um bom tempo com elas, sentindo minhas bolas
saltando sobre suas bundas, dando-lhes um “Olá e Bem-
vindas à América” que nunca esquecerão. Caralho, foi bom
ter feito isso, considerando onde estou agora, a última boceta
quente que eu poderia ter.

Pisquei, o fogo em seus olhos inflamou na minha pele,


balancei a cabeça, perguntando que caralho aconteceu.

Ele está falando sobre sexo. Porra! Tentando parecer


casual.

— Hum, você quer dizer isso novamente?

Anton jogou sua grande cabeça para trás e riu, fixando


os olhos de pedras preciosas em mim quando ele falou.

— O quê? Você acha que toda essa porra de matar faz


me um homem mau, não é? Estou esperando. Você me
perguntará alguma coisa, ou irá simplesmente analisar sobre
deitar-me e transar como aquelas prostitutas?

Desgraçado! Ele estava me testando depois de tudo,


fazendo-me descobrir o que é verdade e o que é ficção. Até
agora, estava muito focada em sua aparência de bad boy para
ser algo a mais do que um brinquedo.

Mordi a língua, e me aproximei do vidro.


— Conte-me sobre seus arrependimentos, Anton, você
matou vinte pessoas, muitos deles altamente respeitados em
sua comunidade...

— Arrependimentos são para pessoas fracas, Sabrina,


não bandidos. Quando os Ivankovs vão para a guerra, eles
não se arrependem de nada. Você acha que meu avô
lamentou cortar gargantas alemãs em Stalingrado? Ele matou
cem homens defendendo seu país, sua família. Pode verificar
os registros se achar que estou mentindo, embora a
manutenção de registros na pátria sempre foi uma porcaria, e
nunca aprendi a língua.

Não respondi, o sorriso desapareceu, e agora ele parecia


realmente sério. Seus punhos bateram na mesa, balançando-
a entre nós, fazendo um barulho alto com a corrente de aço
batendo na madeira.

Dei um pulo, engoli em seco, no segundo que me dei


conta, queria odiá-lo por assustar-me, mas estava muito
ocupada lutando contra o formigamento, pura adrenalina
correndo no meu sangue.

Ele era muito bom nisso. No mesmo instante tentei


recuperar um pouco de controle, que tirou de mim, e agora a
bola estava com ele novamente.

— Você é uma péssima entrevistadora, Sabrina, olhe


para você, — disse em voz baixa, quase um sussurro cheio de
desgosto. — Tenho essa porra toda nas mãos, e estou fazendo
as perguntas. Quando mandei aquele bilhete de merda,
pensei que ia começar uma coisa nova, corajosa, alguém que
estava com fome de conhecer a minha história. Estava
pronto, em vez disso, tenho uma garota que mal pode falar,
porque ela está muito ocupada tentando apagar o fogo em
sua boceta.

Babaca! Era a minha vez de fechar os punhos.

Criminoso ou não, Ivankov ou não, ninguém falava


comigo dessa maneira. Havia mais verdade em suas palavras
do que queria reconhecer, com certeza muito, para deixar-me
envergonhada pelos próximos dez anos, mas não havia jeito
de sair daqui depois de deixá-lo me humilhar.

— Você é um animal, Anton, é por isso que está nesta


gaiola. Sou uma profissional, uma mulher livre, não acho que
esteja pronto para contar qualquer história hoje. Isso tudo é
apenas uma grande brincadeira para você. Acho que não
posso culpá-lo, a prisão fica chata, não é verdade? — Fechei
meu bloco de notas e me levantei, empurrando a cadeira.

Seus olhos se arregalaram. Ele parecia... surpreso, como


se não pudesse acreditar que eu estava terminando esta
porcaria em vez de deixá-lo pisar em mim um segundo a
mais.

— Você está falando bobagem, querida. Está desistindo


agora? Justo quando estava pronto para contar as coisas
boas?

— Comece a falar. — Assobiei para o telefone.


O metal parecia que estava escaldante contra a minha
orelha, mas era apenas o meu próprio sangue, aquecido, por
todo o medo e calor desagradável provocado sob minha pele,
até o ponto de ebulição.

— OK. Não sou tão duro quanto meus antepassados,


contarei tudo. Prisão é chata, você está certa, é chato para
caralho. Meu velho nos trouxe para cá quando éramos
apenas crianças. Acho que eu e meus irmãos estamos nos
Estados Unidos há tempo suficiente para não sermos tão
frios como os nossos antepassados da Sibéria. Quer ouvir
sobre meus arrependimentos? Apenas um. — Ele ergue o
dedo indicador.

Eu esperei. Lutando contra uma nova rodada de joelhos


trêmulos, sentei de volta para o meu lugar, pressionando o
telefone tão apertado ao ouvido achando que deixaria uma
marca permanente.

— Estou ouvindo, qual é?

— Eu lamento ter respondido a essa de nota no envelope


rosa bonito. Você é jovem e bonita, Sabrina, deveria estar
escrevendo sobre moda e artistas excêntricos. Porra, talvez
vestir uma lingerie bonita e posar para as revistas por
dinheiro, não passar um dia brilhante de outono perseguindo
monstros nesta porra de lugar. Vá para casa.

Parei, olhei e toquei no meu rosto. Antes que eu pudesse


dizer qualquer coisa, ele bateu com o telefone na parede e se
levantou, não olhou para trás nenhuma vez enquanto
caminhava até a porta, lento e constante, movendo-se como
um tigre laranja que acabou de ter uma boa refeição.

Pode adivinhar quem. Ugh!

Ele não olhou para trás, nem mesmo quando bati meu
telefone e passei a mão trêmula no meu rosto. Tive que lutar
contra cada impulso de pegar o telefone e começar a quebrá-
lo em pedaços na parede.

Este idiota me frustrou de todas as formas possíveis


mentalmente, fisicamente, sexualmente. Admitindo que esse
último me fez querer tentar romper esse vidro diante de mim
para que eu pudesse estrangulá-lo.

Não, não, não, isso não poderia estar acontecendo.


Porra!

Perdi minha história e meu orgulho em um único golpe.


Certamente não escreveria sobre como acabei de ficar
paralisada pelo idiota deformado que demoliu o bar do meu
tio para tornar-se o maior terrorista na história recente de
Chicago.

Girei, afobada, lutando contra o no na minha garganta.


Charlie, o guarda, já estava lá com a porta aberta, um olhar
de desculpas em seu rosto. Não me importava em fazer uma
cena, atirei o bloco de notas não utilizado na lixeira passando
por ele tão rápido que não me preocupava com os olhos
escuros e cruéis nas celas sujas observando como eu
marchava até a saída.
Sentei-me no centro de Silver Pear, apreciando o meu
segundo Martini por conta da casa. Bebidas gratuitas em
bares da família eram as únicas vantagens de ser uma
menina Ligiotti , sem contar o fundo fiduciário gordo que meu
velho querido pai me deixou antes que ele morresse numa
noite fria de inverno meia década atrás.

Eu era o seu legado, queria deixá-lo orgulhoso, e a tio


Gioulio também. A entrevista era para fazer isso, e caralho,
estraguei tudo.

A glória teria que esperar enquanto eu lambia as minhas


feridas e me reerguia. Agora, tudo com o que me preocupava
era em beber tanto álcool quanto pudesse sem cair da minha
cadeira.

Meus saltos estavam raspando no chão, perto de


começar um fogo sob a cabine de couro, mas não era metade
tão quente quanto o fogo ridículo na minha barriga, temia a
ligação de Richard, o blogueiro. Apenas temia.

Não só teria que admitir que bombardeei uma história


boa o suficiente para garantir-me uma coluna em seu blog
popular, também sabia que tinha fracassado de novo. Não
podia simplesmente engolir a humilhação e seguir em frente.

Ninguém me tratou como Anton. Ninguém! Claro,


crescer na segunda geração de crime, sendo uma princesa,
faz todos terem respeito. Mas Anton Ivankov me humilhou
como jornalista como nunca aconteceu.
A bebida queima pela minha garganta, queria ter pedido
algo mais forte. Sendo brutalmente honesta, e eu sou o
bastardo despertou mais que humilhação.

Não consigo esquecer o jeito grosseiro e sujo como ele


falou comigo, como se tivesse sussurrando palavras contra
minha pele com os lábios ásperos. Ele era o poder masculino
personificado em um macacão laranja brilhante. Não
conseguia lembrar o último homem que realmente me fez
doer, pulsar uma tensão sexual através do meu núcleo,
deixando-me molhada.

Provavelmente porque não havia um. Anton fez o


impensável, e o que é pior, é o único homem do planeta que
está totalmente fora de cogitação.

Talvez ter vinte e dois e ser uma virgem fizesse coisas


malucas com minha mente.

Nenhum menino teve a coragem de convidar-me para


sair na escola. Ninguém falava comigo sabendo que era a
filha de um mafioso morto, sobrinha do senhor do crime, e
não ajuda se você chega com motorista na escola todos os
dias, escoltada por dois grandes buldogues romanos que
quebrariam os dentes de algum garoto desengonçado se ele
olhasse para mim da maneira errada.

Que se danem. Não queria um covarde, que se danem os


garotos de fraternidade que tentei sair para ter um encontro
bêbado e rápido na faculdade. Obviamente, eles não tentaram
o suficiente.
Eu estava esperando por um homem. Aquele que
poderia puxar meu cabelo, e me foder no colchão até que não
conseguisse lembrar meu próprio nome. Anton seria esse
homem, se não estivesse atrás das grades.

Infelizmente, parecia que todos os homens de verdade


viviam nos cantos mais escuros do submundo, mais escuro
do que qualquer coisa que experimentei. O que me deixava
triste, porque queriam levar-me com eles, para os lugares que
meu pai nunca quis deixar que visitasse, para as sombras
que estava determinada a evitar.

Minha cabeça estava girando, eu ainda estava quente,


enlouquecida, e um pouco molhada, não importa o quanto
bebesse.

Bastardo! Ele entrou na minha pele, no meu sangue,


arrastou-se para dentro de mim quando eu não estava
olhando.

A ligação para Richard não parecia mais o fim do


mundo. Não, o que realmente me preocupava era a estranha
possibilidade de uma segunda entrevista com Anton.

Se ele pode deixar marcas em mim em uma sessão de


insultos de meia hora, o que ele faria na próxima?

Disquei o número de Richard e falei com orgulho. Não


era apenas para me salvar da humilhação, era o que me
manteria de fora do mundo cruel de recursos semanais e
exclusivos de website.
Ele pareceu pouco convencido, que pena, gostaria de
encontrar alguma maneira de tornar isso uma vitória. Eu
precisava.

Primeiro, porém, eu tinha uma caminhada de duas


quadras para casa, para o meu pequeno apartamento, e
depois mais algumas doses de uísque antes de desmaiar na
cama.

Anton veio a mim na escuridão, elegante e acolhedor


quando me deitei. Meu cérebro parava na presença de sua
energia masculina, ele saltou para a minha cama, empurrou
entre as minhas pernas. Abaixei-me para empurrar suas
mãos, mas ele apenas empurrou-as acima da minha cabeça
com seus punhos enormes, rosnando quando as esmagou no
travesseiro.

— Pare de lutar contra mim, querida, isso é o que você


quer. Sua linda boca pode dizer todas as mentiras que quiser,
mas sua boceta não mente. Porra, sempre quis saber como é
ter uma garotinha italiana. — Ele pairava sobre meus lábios,
hálito contra hálito quente, a sua boca dando leves mordidas
na minha. — Você fode do mesmo modo que a sua família faz
negócios? Sorrateira? Desleixada? Impiedosa? Ou drenará
minhas bolas como a menina de um Ivankov, foda-me como
se fosse à única vez que você terá um pau tão bom em você.

Tentei soltar um grito, mas ele esmagou seus lábios nos


meus. Uma bomba explodiu na minha barriga, antes que
soubesse o que estava acontecendo, minhas pernas tremiam.
Não conseguia sentir nada, exceto o fogo entre elas, um fogo
que ele controlava.

— Qual é o problema? Você nunca fodeu antes? —


Elevando-se, os olhos escuros de Anton brilharam. Balançou
os quadris contra mim com conhecimento de causa,
passando a barba por fazer na minha garganta.

Para meu horror, meus quadris subiram para encontrar


os seus. Grunhi, esfregando-me contra ele, passando a
calcinha encharcada em seu pênis. Era tudo o que ele
precisava. Com outro grunhido, ajoelhou e a rasgou então
apoiou todo o seu peso em cima de mim. Seus olhos azuis
como gelo brilhavam com o mesmo fogo que possuíam
durante a entrevista, e então puxou o zíper, empurrando para
baixo suas calças.

Seu pênis pressionado contra minhas dobras, tão


absurdamente grande, mais duro e mais quente do que
qualquer coisa que eu imaginava.

Não! Vai me machucar, rasgará-me.

Sem tempo para pensar sobre isso, cobriu minha boca,


dando-me uma piscadela como se pudesse ler minha mente.
Acho que conseguia já que era uma invenção da minha
própria luxúria.

— Não! — Gritei através de seus dedos, e saiu como um


sussurro fraco.
— Sim, sim, sim, — disse ele, esfregando seu
comprimento contra meu clitóris, mais forte a cada palavra.
— Você, porra, pediu isso, querida, agora entregarei
exatamente o que está pedindo. Quer isso duro e rude, se não
fizer isso, vai se arrepender depois.

Seus inclementes olhos azuis me fizeram congelar,


enquanto ele se afastava, em seguida, seus quadris bateram
contra mim, rasgando-me aberta para ele. Eu arqueei minhas
costas e...

— Caralho! — levantei, tirando o cobertor pesado de


cima de mim.

Louco, que sonho louco. Era como se ele estivesse


realmente lá, mais real que qualquer pesadelo. Estava
queimando um segundo atrás, mas agora estava com muito
frio, dobrei meus braços, e senti a pele úmida de suor,
perguntando-me por que estava com tanto frio.

Mesmo já sabendo a resposta. Anton Ivankov entrou


oficialmente na minha cabeça como um parasita, um intruso
sexy, e era loucura querê-lo.

Meu corpo estremeceu novamente quando o telefone


tocou na mesa de cabeceira. Apanhei, rangendo os dentes,
lembrando-me de escolher um toque diferente no futuro,
ouvir o boom-boom-boom de alguma canção pop estúpida
gritando para mim tão cedo foi oficialmente demais.

— Alô?
— Brina, é Richard, ouça, eu queria pedir desculpas por
agir como um idiota ontem. Desculpe, eu nunca duvidei de
você. — Ele parecia animado.

Eu fiz uma careta.

— O quê? Do que você está falando?

— Acabamos de receber aqui no escritório um lindo


agradecimento da Lake Federal Correctional. Não sei que
caralho você disse, mas deve ter deixado uma marca sobre o
Sr. Ivankov. Ele agradeceu a você e ao blog, diz que gostaria
de fazer uma continuação em breve! Pode enviar o seu
rascunho hoje? Mal posso esperar para ver o que você tem.

— Certo.

— Fantástico! — A palavra explodiu de sua boca tão


alto que tive de afastar o telefone. — Isso é ouro, caralho,
Brina. Continue assim e você estará recebendo exclusivas
não só do homem-bomba de Chicago.

Richard desligou e atirei o telefone na cama, e me


joguei no travesseiro. Todo o sangue que, minutos antes,
estava na minha pelve agora subia pela espinha em direção à
cabeça, tentando fazê-la explodir.

Eu tinha de vê-lo novamente, não havia como voltar


atrás. E pior do que qualquer coisa, ele queria me ver.

Por quê? Por quê? Por quê? Passava pela minha


cabeça, tentando encontrar todas as possibilidades possíveis,
balancei a cabeça, tentando entender, e falhando.
Pensei que ia fazer uma entrevista exclusiva com um
criminoso perigoso. Em vez disso, estava me tornando uma
prisioneira em uma cela maior, mais sofisticada, um universo
inteiro em comparação com o seu pequeno mundo de seis por
oito.

Ao contrário dele, no entanto, eu tinha um jeito de


sair quando tudo isso acabasse.

Eu tinha fortes laços familiares e um registro limpo do


meu

Lado poderia fazer o que quisesse.

— Você pode fazer isso, — sussurrei, cerrando os


punhos tão apertado quanto poderia.

Sim, eu podia, e precisava fazer. Quanto mais cedo


fizesse, mais rápido eu sairia de lá com uma história tão
impressionante como Richard imaginou, ou cairia de cara.
Seja qual for à maneira, isso iria acabar em breve, não é?

Anton tinha cravado suas garras em mim, com


certeza. Mas eu estava determinada a puxá-las, jogá-las fora,
e nunca, nunca mais preocupar-me com o grande bastardo
bonito no macacão laranja novamente.
Cordas

Deitado na minha cela, perguntava-me quem eu agradei


no céu para esta porra de milagre cair no meu colo. A menina
Ligiotti era bonita, com fome de cada palavra minha, e
também, uma tola.

Bem, pelo menos até onde percebi.

Explodir os cretinos no Club Duce deve ter marcado


alguns pontos com os anjos da justiça e da morte. Sim, a
mídia gostava de bater no peito sobre os vinte cidadãos
íntegros que eu matei. Ninguém, exceto meus dois irmãos e
eu, comentava que cidadãos íntegros não visitam um lugar
como aquele à noite, o dono do lugar é o chefe da máfia
italiana, que gosta de ganhar dinheiro fácil com a
prostituição.

Nenhum sentido em falar sobre isso, já que não iria


comprar minha liberdade condicional. Com certeza não iria
ganhar quaisquer pontos com a pequena rainha da beleza
atrevida, mas ainda assim, a convidei a voltar para uma nova
entrevista.
Isso tinha que dar certo se eu quisesse ver a luz do dia
novamente. Meus irmãos estavam me esperando do lado de
fora, planejando, à procura de um sinal. Assumi a culpa por
Lev e Daniel como um bom irmão mais velho faria, não havia
o caralho de chance de eles me deixarem apodrecer neste
lugar.

Nós tínhamos um plano para estas situações,


estudávamos como poderia dar certo, e ao conseguir um bom
dinheiro, faríamos acontecer de qualquer maneira.

Estavam apenas esperando por mim para dar o sinal, eu


não podia esperar para ver o olhar louco em seus rostos
quando saísse e entregasse uma menina Ligiotti para eles.

Vingança não deveria ser tão fácil.

Sorri, jogando a minha bola antiestresse de um lado


para o outro. Era a quinta bola nos últimos seis meses, eu
negociava essas porcarias com facções diferentes, algo para
manter os ossos em minhas mãos fortes e minha mente
tranquila. Veio a calhar quando o desejo de agarrar alguém
pelo pescoço e apertá-lo ‘até explodir sua cabeça’ ficou muito
forte.

E quando eu queria trepar? Era uma dádiva de Deus.


Hoje à noite, a bolinha era um anjo sem rosto, esmagando em
uma mão para outra, por muito tempo até que meus dedos
ficarem dormentes.

Sabrina era muito mais gostosa do que a filha do meu


inimigo jurado deveria ser, ou talvez, meu cérebro viu
automaticamente um dez perfeito, porque ela era uma
Ligiotti. Os quadris em forma de ampulheta, seios grandes e
maduros, olhos castanhos sob cabelos negros que
completavam o conjunto.

Totalmente perfeita. A provocação perfeita. Perfeita para


foder um dia, quando sair daqui.

Cristo, ia ser uma transa inesquecível. Começaria um


terremoto no meio de Midwest, quando meus quadris
começassem a trabalhar sobre ela. Desejava para caralho que
ela se agarrasse em mim e me fodesse como uma vagabunda,
cavalgasse o vulcão fumegante de testosterona reprimida há
uma porrada de tempo.

E se ela resistisse? Porra!

Nada ia me impedir de dar o fora deste inferno. Algumas


carícias suaves com certeza não iriam parar meu pau no
instante em que fosse pressionado contra carne feminina
macia e molhada.

Quase estourei a bola antiestresse como se fosse um


balão de água, pensando em todas as maneiras de afundar
meus dedos em sua bunda enquanto batia em sua boceta,
mostrando como um Ivankov realmente trepa duro e fundo.

— Hey! — Um punho bateu no beliche acima de mim. —


Você ainda bate punheta pensando nessa menina repórter?

Sorri na escuridão, atirando a bola minha outra mão,


com força suficiente a um tapa retumbante.
— Volte a dormir, velhote, você sabe que eu não gasto
energia com masturbação. Não preciso gastar minha porra no
meu próprio punho, caralho, quando a boceta estará no meu
cardápio em breve.

Dino bufou.

— Você está planejando algo, Russki?

— Nada que você precisa saber. — Rosnei, e apertei a


bola em meu punho. — Enviarei um cartão de Natal para a
sua equipe, se tudo der certo.

O velho motociclista riu.

— Não acho que a Devils em Des Moines vão querer


envolver-se com seus bastardos russos em Chicagoland, mas
sim, dê-lhes meus cumprimentos.

Eu grunhi, me perguntando se eu ficaria tão bem


vestido couro, quando estivesse acima dos sessenta. Tanto
faz, eu tinha cerca de 30 anos para descobrir, e caralho,
estou certo que não ia gastá-los atrás das grades.

O velho Dino tinha uma tripulação inteira esperando-o


do lado de fora, toneladas de amigos motoqueiros da notória
Prairie Devils MC, que governava as planícies fora do estado.
Aqui, era só eu e os meus irmãos, nós possuíamos apenas
um pedaço de Chicago.

Se tudo correr como planejado, possuiremos muito mais


em breve, iremos dar o golpe final no império Ligiotti.
Caralho, talvez realmente comesse Sabrina no processo.
Eu merecia muito um troféu depois de um ano apodrecendo
em tribunais e celas apertadas. Tinha que descobrir muitas
coisas do lado de fora, começando com saber se uma
princesa italiana morena poderia dar conta do meu desejo de
foder forte e rápido.

Alguns dias depois, vi Charlie andando na minha


direção, tinha acabado de voltar do nosso intervalo no pátio
da prisão. Talvez o brilho extra de suor de todo o ferro que
puxei faria Sabrina perder a cabeça mais rápido. Boa
aparência sempre me foi útil, ocupando as mentes dos
oponentes e das presas, se elas são do sexo feminino.

Eu trabalhei duro para ser forte, e me usar como uma


arma. Força de verdade é quando você se levanta e vê homem
menor encolher-se. Não estava interessado em flexionar meus
músculos para as meninas, mas sim, torná-los tão duros e
fortes quanto pudesse, para vencer qualquer bastardo que
tentasse matar-me.

É claro que ter um corpo decente para combinar com a


sede de sangue em minhas veias encharca cada calcinha que
eu já me deparei, sem que eu precise levantar um dedo.
Sabrina será a próxima na minha lista, jogarei com ela e
a deixarei perturbada, até sair correndo daqui. Sabia que ela
estava mais afogueada que com raiva quando veio da última
vez, teria saltado em meu colo e começado a esfregar-se em
mim se não fosse por esse caralho de vidro.

Hoje, era hora de mudar a velocidade, dar-lhe uma mais


chance de fazer as perguntas. Essa merda de entrevista tinha
que ser publicada, para que o plano desse certo.

— Vamos, ela está esperando por você. — Disse Charlie,


dando-me um olhar desconfiado.

Via os pelos de sua nuca arrepiar cada vez que aquele


bastardo e seu auxiliar me levavam para a sala de visitas. Eu
ia ao meio, como procedimento padrão, uma boa distância
entre nós, mas sempre me perguntei que caralho aconteceria
se eu parasse, agarrasse seu pescoço, e batesse o rosto dele
no chão. Ele estaria morto antes que alguém pudesse dar um
tiro.

Matá-lo não estava na minha agenda hoje, pouco me


lixava para eles, embora brincar com seu sangue parecia
bom, depois de um ano deles me vigiando como um maldito
rato.

Ele segurou a porta aberta e entrei, em seguida, a bateu


com força atrás de mim. Meus olhos levaram alguns
segundos para se ajustar à luz fluorescente brilhante. Então
eu a vi por trás do vidro, e esbocei um sorriso quando me
aproximei.
Porra, ela era jovem, tive de verificar se ela realmente
formou-se na faculdade, e não era apenas uma Ca loura que
saiu da asa do papai. Apesar de seu pai estar morto há muito
tempo, por isso, seu tio estava no lugar.

Giulio Ligiotti, último líder da máfia italiana da cidade,


também, quem meus irmãos e eu íamos matar, de uma forma
ou de outra, mas isso era mais para frente.

Sentei na frente dela, descansando minhas correntes na


pequena mesa de madeira, pegando o telefone. A menina já
tinha o dela contra sua orelha, pacientemente esperando por
mim.

— Não esperava que você voltasse tão facilmente depois


da última vez. — Eu disse.

— Você me queria. Então eu acho que você está


arrependido pelo que aconteceu. — Respondeu com uma
confiança surpreendente em sua voz.

Surpreendente, porque era falso para caralho. Ela


pensou que poderia agarrar e torcer minhas bolas enquanto
me olhava nos olhos, fingindo ser forte. Eu tinha que igualar
o jogo, embora teria gostado de pular da minha cadeira e
bater com os punhos sobre o vidro. Era tentador lembrá-la
quem estava no controle aqui.

Será que ela recuaria, dando-me uma visão perfeita dos


seios doces sob seu suéter? Ou correria até a porta,
tremendo, deixando-me para agarrar a porra da minha bola
antiestresse, enquanto pensava nela?
Mais tarde, prometi a mim mesmo. Mantenha a calma e
talvez você vá descobrir. Talvez consiga fazer coisas para a
pequena Senhorita Ligiotti que vão fazer seus irmãos
chorarem de inveja.

— Arrependido? Tanto faz, concordo seria bom tentar


começar de novo. — disse friamente, piscando e dando-lhe
um sorriso. — Estou pronto para ser um bom menino esta
tarde, você está pronta para ouvir?

Ela assentiu balançando a cabeça, um novo bloco de


notas em suas mãos.

— Vamos usar uma abordagem diferente. Já


descobrimos que você não tem remorso, ou arrependimento.
Então, você sente orgulho das coisas que fez? O bombardeio?

Boa pergunta. Inclinei-me, apertando os punhos,


parando apenas por tempo suficiente para ver a incerteza e o
nervosismo em seus olhos.

— Estou orgulhoso de servir a minha família, meu povo.


Este mundo fodido não tem muitos lugares para os homens,
não posso correr para os campos de batalha como vovô fez
por seu país. Sou americano por completo, não vamos a
Moscou desde que eu era um bebê. Ainda assim, os valores
são os mesmos, especialmente aqui na terra da oportunidade,
a melhor coisa que posso fazer é deixar minha família
orgulhosa, fazendo o que fazemos melhor.

— Sim? — Ela arqueou suas sobrancelhas. — E o que é


isso?
— Fazendo dinheiro, derramando sangue, suor e
lágrimas, tomando a nossa parte do resto dos cães raivosos
que estão destruindo esta cidade. Você já ouviu falar da
Águia Vermelha?

Ela balançou a cabeça.

— Era um pequeno bar de vodca, meu tio Volodia


começou em Fulton, no final dos anos noventa. Ele me disse
que com o tempo eu poderia fazer muito mais com uma
mulher além de só olhar para seu vestido bonito.

Baixei os olhos, numa tentativa flagrante para ver seus


seios escondidos por trás do tecido, era um decote baixo,
dava para ver toda a pele, mas caralho, não era o suficiente
para ver suas curvas, ou satisfazer minha vontade de agarrar
o contorno macio desses seios em minhas mãos.

Caralho! Era só o começo da entrevista e meu pau já


estava começando a ficar duro, enchendo a minha calça
laranja. Porra, estúpido, queria jogá-la na parede e transar
com ela, mas isso não era uma opção agora. Ainda não.

Essa repórter era só uma menina e eu estava


enlouquecendo. Suas bochechas ficaram um pouco mais
ruborizadas, desviou o olhar para seu bloco de notas e, em
seguida, olhou para cima, tentando limpar sua mente ou
talvez acalmar sua boceta.

— Tio Volodia tentou tornar seu negócio legitimo, ele era


um cara legal. Engraçado, generoso, dedicado ao seu
trabalho, tinha críticas favoráveis e atraia uma tonelada de
turistas. Estava fazendo dinheiro a rodo, e por algum tempo o
meu velho também pensou em ter seu próprio negócio.
Então, um dia, um filho da puta da Yakuza colocou três balas
em seu peito e matou muitas pessoas enquanto explodia
garrafas de vodca. Você quer falar sobre massacre de
inocentes? Esta família o viveu, nós baixamos a guarda. Após
tio Volodia, aprendemos que não havia como voltar atrás.

Fiz uma pausa, ela rabiscava furiosamente,


provavelmente, tentando manter os olhos longe de mim.
Porra é claro que eu não manteria os meus longe dela. Não,
era a oportunidade perfeita para assistir seus seios
balançando debaixo daquela camisa, vê-la mordiscar o lábio
inferior brilhante com aqueles pequenos dentes.

Sugaria seus lábios dez vezes mais forte. Porra,


morderia, afundaria meus dentes, a saborearia e a
memorizaria antes de fodê-la como louco.

— Conte-me sobre seus irmãos, família é obviamente


importante para você. — Ela olhou para cima, colocando uma
mecha solta do cabelo sedoso preto atrás da orelha.

— Lev e Daniel são o meu sangue, eles estão por perto e


sempre estarão. Os vi seguir-me quando eram crianças.
Choraram muito quando nossos pais morreram,
comemoraram como maníacos comigo cada vez que ganhava
algo novo para a família. São meus irmãos, no sangue e no
espírito. A merda que fiz... Nos fez mais próximos, Sabrina,
mais do que qualquer um com uma vida agradável e
tranquila lá fora jamais entenderá.
Houve aquele flash nervoso novamente em seus olhos
castanhos. Sorri, ela não sabia que eu sabia exatamente
quem era sua família. Assim como não percebeu que eu
estava olhando para o meu convite para uma reunião de
família muito em breve.

— Eu quero que você me dê um momento, — disse ela,


girando a caneta contra os lábios, pensativa. — Quando
soube que essa era a vida para você, e não havia como voltar
atrás, houve alguma hesitação?

Balancei a cabeça. Ela fez um bom trabalho em mudar


de assunto, desviando do que eu disse sobre a vida criminal.
Esta pequena repórter sabia muito mais sobre mim do que
qualquer outra pessoa que estaria sentado naquela cadeira
por um jornal sensacionalista.

— As 3:30 da tarde, numa quarta-feira fria, cerca de


quatro anos atrás, foi o dia em que eu segurei meu velho
enquanto ele cuspia sangue e estremecia pela última vez,
enquanto ia ao encontro da morte. Esbarraram nele e
fugiram. Foi rápido, enquanto ele andava em uma rua
movimentada, jogaram-no contra a parede e cortaram sua
garganta com uma corda de piano. Desleixados do caralho.
Ele se fingiu de morto, mas levou cerca de meia hora para
sangrar e ficar frio. Tempo suficiente para eu vir correndo
quando recebi sua ligação incoerente, porém, não tempo
suficiente para os médicos fazerem alguma coisa. Lembro
como se fosse ontem, e ainda lembrarei na próxima semana.
Sabrina endureceu, sentou-se mais ereta, uma simpatia
surpreendente girando em seus olhos. Ainda bem que
estavam tão brilhantes naquele momento, porque, com ela
sentada assim, meus olhos queriam cair instantaneamente
para seus seios, minhas mãos doíam, queria muito colocá-las
contra o vidro, caralho, desejando agarrar seus peitos.

— E como isso faz você se sentir?

Porra, essa garota estava mesmo usando um sutiã?


Olhei para baixo, fazendo minha melhor cara de cachorrinho
triste, esperando que acreditasse. Não, tinha um sutiã afinal,
que não escondia suas curvas e formas. Calafrios passam em
minhas veias, uma dormência de tesão, doendo para sair
desta gaiola, deitá-la, e fodê-la até não aguentar mais.

Paciência, seu bastardo, eu pensava. Termine isso direito


e você terá sua chance em uma semana.

— Sozinho. — Eu disse. — Como se eu fosse jogado na


solitária, só que ninguém nunca voltará. Fui o único de nós
que disse adeus ao papai. Dei-me um dia para ficar quieto e
triste em seu funeral, e então...

Como eu não terminei e enterrei meu rosto em uma de


minhas mãos, ela bateu no vidro suavemente. Abaixei minha
mão, fazendo-a pensar que limpei uma falsa lágrima da
bochecha.

— Então, o que, Anton?


— Eu jurei que faria qualquer coisa para que cada filho
da puta que fez isso com ele, com nossa família, pagar. Antes
de papai morrer, pensei que poderia tentar fazer alguma coisa
como o tio Volodia, sem deixar a minha guarda baixa. Talvez
aprendesse a vender armas ou montar um desmanche para
motocicletas, algo com uma conexão com o mundo violento
que cresci, sem ter que fazer merda fora da lei em meus
trinta anos. Isso tudo foi pela janela no dia que meu velho
morreu, sua morte nos deixou no comando do clã de Chicago.
Ivankovs tem uma maneira de enterrar os seus próprios
sonhos pelo sangue da família, pela honra, por toda o caralho
que importa.

Ela assentiu, escrevendo mais algumas notas. Tive que


desviar o olhar quando os seios dela se juntaram, balançando
outra vez, fascinando-me a fazer algo estúpido que iria acabar
com esta merda.

Quando se encontraram com o meu olhar de novo, seus


olhos eram mais escuros, relutantes, como se estivessem
segurando algo.

— Você parece que sabe uma coisa ou duas sobre


perder alguém. — Eu disse.

Sabrina deu de ombros. Menina esperta. Ela não ia


jogar um osso dando a mim o controle da situação, não
depois que pensou que eu estava dando tudo a ela.

— Quê? Achei que ia fazer todas as perguntas difíceis, —


eu disse. — Parece que está tentando proteger meus
sentimentos. Não se incomode, querida, não tenho nenhum,
porra.

Mentiroso, tinha sentimentos por essa garota, tudo bem,


mas agora eles estavam todos concentrados na latejante
ereção do meu pau.

Ela mordeu o lábio, e depois empurrou a cadeira,


diminuindo a distância entre ela e o vidro.

— Como se sente sabendo que tudo o que você queria


realizar está nas mãos dos seus irmãos agora? Você está
cumprindo prisão perpétua, Anton, o bombardeio foi muito
sórdido. Se houver alguma chance de liberdade condicional,
você já estará velho.

Porra. Eu a subestimei, ela realmente sabia como lançar


flechas no coração de um homem, e nem todas eram doces
como a flecha de um cupido.

— Como diabos você acha que me sinto? — Rosnei,


deixando mais raiva escapar do que pretendia. — Eu ... Você
sabe o quê? Foda-se!

É a hora de deixar essa raiva aparecer. Eu levantei,


observando como ela se jogou para trás com medo, depois
saltou quando minhas algemas bateram no vidro. Um dia em
breve quebraria essa porcaria e sairia daqui, somente não
hoje.

— A hora da entrevista acabou! Você conseguiu o que


queria, caia fora daqui! — Mantive meus olhos irritados com
chamas nela enquanto ela se levantava e recolhia suas
coisas.

Eu ouvi a porta atrás de mim se abrir, Charlie e alguns


outros caras estavam vindo para levar-me para o inferno,
longe de traumatizar a pobre moça.

— Vamos, cara grande, o horário de visita é suspenso


quando você começa a agir como um animal enjaulado. —
Disse o velho diretor.

Virei-me, lançando raios da morte para ele com os olhos


cheios de ódio. Comecei a andar antes que qualquer um
desses fodidos pudessem colocar as mãos em mim. Porra, fui
muito longe com esse fingimento, minhas veias pulsavam
com uma sede de sangue que não sentia desde que nocauteei
o idiota que me jogou na solitária, estourando seus dentes.

Ele veio com sua equipe, quando pensou que poderia ter
um pedaço de mim no chuveiro. Idiota, tornou-se uma
válvula de escape para a raiva reprimida quando eu quebrei
seu queixo, forçando a porra da minha cabeça contra ele
enquanto deixava seus caras me segurarem. Eles tiveram
algumas contusões antes que os guardas separassem a briga,
e eu saí com meu cu virgem intacto.

— Isso ainda não acabou! Você volta na próxima


semana, Sabrina! — Gritei, virando-me para ela antes de sair
através da porta. — Na tarde de quarta-feira lhe darei o resto,
tudo o que sempre quis e muito mais.
Ela parecia abalada através do vidro, mas não tanto
para evitar-me. Escondi um sorriso de Charlie e seus
meninos no caminho para a minha cela.

Demoraria pelo menos mais uma semana antes de


conseguir agarrar seu cabelo escuro suave e puxá-lo
enquanto a fodia, mas ela já era minha. Ela cairia na porra
da minha armadilha, e tudo o que eu tinha que fazer era
mandá-la entrar.

Dino estava roncando à noite antes de eu agarrar a bola


antiestresse.

Menti na cara dura, e a cadela Ligiotti acreditou. Se ela


não voltar na próxima quarta-feira para o final da entrevista,
eu a encontraria mais tarde e iria espancar aquela bunda
agradável, cheia, quando encontrasse uma rota diferente de
fuga, se o fizesse, teria meu pau até sua garganta em uma
semana, e poderia esquecer o que era a solitária.

O plano era perfeito, Daniel descobriria isso quando


visse a entrevista no blog. Ele sempre foi o verdadeiro cérebro
por trás de nossa operação.

Meu tio Volodia nunca possuiu um bar de vodca


chamado Águia Vermelha. Isso era um código para meus
irmãos, e eles logo veriam essa parte da história quando fosse
ao ar.

Tudo o que eu havia dito era verdade, ou meia verdade.


Gioulio e seus bastardos provavelmente mantinham sua
protegida longe dos detalhes essenciais sobre a guerra entre
nossas famílias. Não acho que ela soubesse que foram seus
homens que cortaram a garganta do papai e o deixaram
sangrando em meus braços em um beco frio de Chicago.

Quatro anos depois que ele foi enterrado, explodi o


clube, mandando-o para a porra do inferno. Estava pagando
pelo meu ato de terror, e estava servindo o meu tempo de
acordo, mas caralho, meu trabalho ainda não estava feito,
não enquanto Gioulio estivesse respirando.

Ele era o número um na minha lista, Lev e Daniel não


iriam fazê-lo sem mim, a pequena senhorita blogueira ia ser a
carta na manga para eu conseguir , logo depois que seus
dedos agarrassem, e apertassem todo o meu pau.

Uma última humilhação para os italianos que nos


foderam e derramaram nosso sangue. Meu coração de gelo
disse que eu deveria ter minha diversão, usá-la, e depois
matá-la para acabar com sua linhagem em Chicago para
sempre.

Mas não gostei do jeito que ela ficou quando pulei e bati
no vidro. Não era apenas o desejo cruel em minhas veias que
estava em minha cabeça, algo sobre causar medo a ela mexeu
com o meu sangue selvagem.

Apenas um pinguinho, só um pouco e nada mais.

Eu não estava amolecendo. Mais uma semana, e estaria


fora daqui, estaria reunido com meus irmãos em minha
busca por vingança, logo depois que unisse meu pau faminto
com alguma boceta molhada e apertada.
Apertei muito forte, a bola rachou na minha mão,
explodindo o enchimento em cheio no meu peito. Porra!

Outra bola arruinada.

Dino tossiu acima de mim, acordado pelo som, rolou em


seu sono e tombou antes que começasse a roncar novamente.
Logo, estava tudo tranquilo na prisão, nada além do seu
grunhido constante para fazer-me companhia.

A contagem regressiva começou no meu peito, segundos


passaram com cada batida do meu coração galopante. Eu
não podia esperar para descobrir como boa para caralho ela
pareceria contra a minha pele, e a queria tanto quanto
respirar o ar fresco do lado de fora, sem estar coberto por
esse macacão laranja.
Sob Pressão

Foi um longo trajeto de volta para casa. Entrei no meu


condomínio, joguei minhas coisas, e me preparei para
trabalhar transcrevendo a entrevista do meu gravador, o
mantive em meu bolso, escondido, usando deliberadamente a
única coisa que ele proibiu.

Era a única maneira de lembrar-se de cada detalhe


chocante. O bloco de notas foi pior que inútil, não tinha nada
no papel, somente rabiscos nervosos que me mantive focada e
corajosa.

Funcionou, até o fim, então ele ficou com raiva e me fez


questionar se o vidro grosso iria realmente aguentar se
ficasse muito nervoso. Ele só bateu uma vez, mas o boom era
como o fim do mundo.

Saí de lá enquanto ele gritava atrás do vidro, abalada


como um animal que acabou de atravessar por uma estrada
movimentada. Mal tive tempo para recuperar o fôlego e parar
antes de Charlie vir escoltar-me para fora.
Eu trabalhei na transcrição sem pensar. Ouvir sua voz
áspera, suave, novamente no alto-falante tornou ainda mais
difícil, mas sentei e fiz, prometendo a mim mesma uma
prazerosa bebida, depois de terminar.

Sabia que precisaria de várias doses para cair no sono


esta noite, assim que o projeto estivesse na caixa de entrada
do e-mail de Richard. Teria de ficar totalmente bêbada para
evitar os sonhos como os da primeira vez que o entrevistei,
especialmente com sua voz aqui na minha própria casa.

Ele dominou o silêncio, nunca conheci um homem cuja


presença mudava a atmosfera ao seu redor apenas com o
som de sua voz ou um único olhar para seu corpo maciço.

Mas essa superpotência era a especialidade de Anton


Ivankov. Enraizando-o profundamente na minha vida como
um supervilão.

Meus dedos corriam pelo teclado, absorvendo a


entrevista, revivendo cada palavra. Deus, ele agiu de modo
diferente desta vez, e eu ainda soava fraca no gravador,
engasguei, era a única coisa que podia fazer, quando ele
sugeriu que eu não sabia nada sobre o submundo. Qualquer
outra reação ameaçava mostrar quem eu realmente era.

Depois, houve a forma como ele explodiu contra o vidro


no final. Quanto mais bruto seria se soubesse que eu era a
única filha de Giovanni Ligiotti? Sairia de lá sem ser feita em
pedaços por estilhaços de vidro? Chegaria à casa viva?
Eu não tinha certeza, tudo o que eu sabia era que
estava trabalhando transcrevendo a entrevista sem pausas.
Só parei quando ele bateu no vidro, no final, seguido por seu
grito abafado, e, depois, dos meus próprios passos
apressados misturados com a respiração pesada.

Era noite quando finalmente terminei, enviei a


transcrição para Richard com o meu comentário e saí. Nunca
fiquei tão grata por respirar o ar fresco de Chicago.

Enfiei algum dinheiro trocado na minha bolsa para


gorjetas e para o táxi antes de sair para o Silver Pear’s.
Precisaria deles mais tarde, quando estivesse tão bêbada que
mal poderia tropeçar para fora do elevador na minha casa.

Esquecerei Anton Ivankov, jurei. Não importa o quanto o


deseje.

Pedi bebidas fortes, pesadas, uma após a outra. Alguém


estava olhando para mim nos fundos, provavelmente o
gerente do meu tio, Vitto, que saiu pessoalmente e
agradeceu-me pela visita.

Queria jogar meu copo vazio nele.

— O bar fechará mais cedo, senhorita Ligiotti. — Disse


ele, oferecendo-me um grande sorriso de desculpas.

— Claro que sim. — Eu me virei com um suspiro


arrogante, dando ao garçom uma boa dica. Não era culpa de
ele esse idiota ser mais uma extensão de olhos e ouvidos do
meu tio tomando conta da minha vida, que não o pertencia.
— Espere, espere, — Vitto implorou, correndo atrás de
mim quando sai da cabine e caminhei em direção ao hall de
entrada. — Ele está esperando por você, Senhorita Ligiotti,
não há necessidade de chamar um táxi.

Parei no meio do hall, virando-me e acenando com a


cabeça. Merda!

Mais um passo e o vi sentado na entrada, dois bandidos


parados com jaquetas de couro ao seu lado. Não via o tio
Gioulio desde o casamento de um primo, quase quatro meses
atrás.

Ele estava fora de sua cadeira e vindo em minha direção


antes que eu desse outro passo. Era um homem alto, magro,
careca, com uma cicatriz no rosto, sempre brincava que foi de
uma briga de bar em sua juventude, mas eu suspeitava de
algo pior.

O terno caro cobria a barriga que ele desenvolveu na


casa dos cinquenta. Seus sapatos bem lustrados completava
o conjunto, sempre impecável.

— Sabrina! — Suas mãos frias me rodearam, devolvi o


abraço, enquanto ele me beijava em ambas as bochechas. —
Faz um longo tempo, minha sobrinha.

— Muito tempo. — Concordei, deixando minha voz de


bêbada parecer mais entusiasmada do que a realidade.
— Vamos nos sentar, há algo que precisamos discutir.
Você sabe, não é comum que eu venha pessoalmente, sem
aviso prévio, mas esta noite, não pude resistir.

Meus joelhos pareciam rochas enquanto o seguia para


as cadeiras vazias. Toda a equipe do bar se fora, eles sabiam
manter distância quando o verdadeiro dono aparecia.

Afundei-me em um banco perto dele, observando


quando se sentou entre seus homens, pegou uma romã e
uma pequena faca de prata. Tomou seu tempo, cortando o
topo, abrindo-a, usando a lâmina para ajudar a desenterrar
algumas sementes, colocá-las em sua boca e mastigá-las
antes que olhasse para mim.

— Você é uma boa menina, Brina, minha sobrinha


favorita. Quando encontrará um bom homem para casar?
Estou surpreso de ainda estar aqui e não indo para o
exterior, você deveria estar viajando, enquanto é jovem o
suficiente para apreciar o mundo.

Eu sorri, era tudo o que eu poderia fazer antes de


resolver o tremor de minhas pernas. Droga, talvez devesse ter
ignorado as duas últimas bebidas depois de tudo.

— Não é possível fazer isso até que tenha algumas


coisas publicadas, tio Gioulio. Estou...

Ele me cortou, levantando um dedo, mastigando mais


algumas sementes. — Você está ocupando sua cabeça bonita
com coisas que não te pertencem.
— Você está falando de Anton Ivankov?

Meu tio curvou-se quando disse o nome, olhou para o


homem à sua direita e entregou a romã a ele, então se
inclinou para frente em sua cadeira, cruzando as mãos, a
faca descansando ao lado do braço dele.

— Você sabe quem sou, por que não discutiu isso


comigo em primeiro lugar, Brina?

Porque não havia nenhuma maneira de você deixar-me ir


até o fim, pensei.

— Ele está preso. — Disse calmamente. — Não pensei


que isso seria um problema.

O rosto de Gioulio escureceu. Ele balançou a cabeça,


como se eu tivesse esmagado um dos retratos de nossos
antepassados que ficam em sua propriedade na cidade.

— O problema não é o russo atrás das grades. Ele tem


dois irmãos andando livremente, eles estão muito vivos e
ativos, infelizmente. Diga-me, Brina, o que você acha que
aconteceria se ele descobrisse quem você é? Hum?

Engoli em seco, droga, ele me pegou.

— Isso mesmo. — Meu tio sussurrou, levantando-se. —


Mas eu entendo, você é jovem, com sede de fama. Talvez fazer
algo que vá deixar esta família com algum ponto positivo na
imprensa, fora da seção de comentários de moda, eu quero
dizer.
Nossos clubes sempre tiveram muitos elogios. Não tinha
certeza se ele os subornava, ou se a qualidade era realmente
apenas melhor do que todos os outros, quase compensava as
histórias estranhas que surgiram sobre nossos atos mafiosos.

Ele atravessou a sala e ajoelhou-se, agarrou uma de


minhas mãos com as suas, não pude reprimir o
estremecimento. Ele estava muito frio, os dedos pareciam um
iceberg.

— Você teve sua entrevista, minha sobrinha, duas delas,


e isso é muito, não siga com isso. Visitá-lo duas vezes foi
perigoso e estúpido, — ele disse friamente, apertando meus
dedos. — Esta será um furo, uma exclusiva, ou qualquer
merda que isso chame em seu negócio. Caso decidir que irá
conversar com um Ivankov de novo, você virá a mim primeiro.
Não te tratarei como uma criança, Brina, você é uma mulher
madura, bonita agora, mas não serei o idiota responsável se
algo ruim acontecer com você enquanto é jovem e estúpida.
Prometi a Gio que não deixaria isso acontecer, e cumprirei.

Eu virei o rosto ao ouvi-lo falar sobre o meu pai, atingiu-


me mais forte do que deveria quando estava neste estado. O
álcool anestesiava tudo, mas não isso, aparentemente.

— Tio, não se preocupe. — Tirei minha mão da dele,


aquecendo-a na palma da minha outra mão.

— Não irei, Brina, não preciso, sei que você entende, não
é?
Levei uns bons dez segundos para encontrar seus olhos.
Finalmente, assenti.

A carranca glacial no seu rosto descongelou, e ele abriu


um sorriso. Seus perfeitos dentes pequenos, brancos
brilhavam sob a luz fraca.

— Magnifico! Veja se não é minha boa menina. — Ele


chegou perto de mim, levantou-me do meu assento, e me
segurou firme. — Fique longe do Silver Pear’s por algum
tempo. Não deixe que um Ivankov envenene sua mente
brilhante, Brina. Beba um pouco de água, durma um pouco.
Silvano a levará para casa, ele está esperando por você lá
fora.

Seu aperto estava frio, mas era reconfortante após o dia


que eu tive. O que poderia dizer?

Não ia fazer promessas que não tinha a intenção de


cumprir. Odiava ser tratada como uma criança, mas não
podia negar, suas intenções eram boas. Tio Gioulio era mais
experiente, um homem que passou toda sua vida tentando
equilibrar-se entre dois mundos, o criminal e o civil.

— Obrigada, tio. — Dei-lhe mais um abraço, em


seguida, fui em direção ao sedan preto lustroso com o
motorista em frente.

Quando olhei através do vidro do clube, pouco antes do


carro afastar, ele ainda estava ali, manuseando o punho de
sua faca, a grande lâmina plana batia em sua coxa da mesma
forma que um gato irritado bate sua cauda.
Tomei minha vitamina e bebi vários copos grandes de
água antes de cair em um longo sono, sem sonhos. A ligação
de Richard me acordou muito cedo no dia seguinte.

A ressaca quase me matou quando sentei, mas consegui


alcançar o telefone.

— Olá?

— Brina, baby, isso é ouro! Será publicado hoje.

Missão cumprida. Então, por que isso fez sentir tão


enjoada?

— Estou feliz que você gostou. Ele disse algo sobre uma
continuação quando terminamos, logo após a parte em que
me assustou para caralho.

Richard riu, fácil para ele rir quando eu fiz a parte mais
difícil, alimentando conteúdo para seus cinquenta milhões de
espectadores diários, enquanto ele não fez uma entrevista na
última década, e nunca uma com um verme selvagem como
Ivankov.

Não deveria ter dito nada sobre a continuação, meu


coração acelerado daquele momento com Anton. Richard
disse as palavras temidas.

— Vamos fazer mais três entrevistas!


Puta que pariu. A dor latejando em minha cabeça
aumentou.

— Eu não sei, tem certeza que as pessoas realmente


querem saber tanto assim sobre o homem-bomba de
Chicago? Não sabia que a curiosidade era tão grande.

— O quê? Você está brincando? — Ele soou como se eu


tivesse acabado de falar um completo absurdo. — Estou
neste negócio há muito tempo, Brina, se há uma coisa que
aprendi, é que as pessoas amam aberrações. Eles querem
conhecer seus assassinos, psicopatas e terroristas de perto e
pessoalmente, presos loucos ou fora da cadeia, é tudo de
bom. É o nosso trabalho manter o carnaval o maior tempo
possível.

— OK. Mais uma entrevista. — Disse. — Semana que


vem, então.

Ele fez uma pausa.

— Brina, o que está acontecendo? Você parece


estressada.

Ele não sabia a porra da metade. Anton era um bandido


assassino que dava arrepios na minha espinha. Poderia
explicar isso, mas nunca admitiria as mais nítidas e
eletrizantes ondas em meus ossos sempre que meu cérebro
desencadeava sonhos durante a noite. Não iria dizer que meu
cérebro doente tinha sonhos eróticos com o temível assassino
russo.
— Passarei por isso. — Prometi, tomando uma
respiração profunda e silenciosa. — Estas conversas com ele
são muito intensas.

— Oh, sem dúvida, menina, é por isso que a amo. Basta


continuar fazendo o que está fazendo. Descanse e estará
pronta para a entrevista com ele na próxima semana. Sei que
você não me decepcionará, Brina, esta é sua grande chance e
eu diria isso, mesmo sem uma terceira entrevista.

— Obrigada, Rich, eu precisava disso.

Nenhuma resposta, segurei meu telefone longe e vi que a


ligação terminou, ótimo. Com raiva, bloqueei-o e fui para o
chuveiro.

Um bom, nevoeiro úmido quente iria ajudar com o calor


que Anton estava provocando em minha pele. Então, talvez
eu tivesse forças para enfrentar os próximos dias sóbria,
depois ligarei para o presídio e marcarei a entrevista para a
tarde de quarta-feira, como ele sugeriu.

Se não fosse uma virgem medrosa, este seria o momento


perfeito para sair e transar. No chuveiro, não conseguia parar
o desejo intenso de sentir as mãos fortes de um homem nas
minhas curvas e todos os anseios sujos que tinha muito
medo de encarar.

Grande erro, pouco a pouco, essas mãos imaginárias


tornaram-se as dele. Os dedos de Anton beliscavam minha
bunda até que chorei de prazer, batendo-me contra seu corpo
duro, áspero, pressionando meus lábios com os seus rígidos,
sem arrependimento. Suas tatuagens eram um mundo
hipnótico sobre a pele, tão vivas e perigosas quanto o resto
dele. E seu pênis, quando roçou a minha barriga, quente e
grande e brutalmente duro, derreti.

Fantasiei com Anton movendo-se rápido, agarrando meu


cabelo em um puxar rude, segurando meu rosto debaixo dele.

— Pare de lutar, sei todas as coisas desagradáveis que


você pensa sobre mim. Sei que você finge ser uma boa menina,
Sabrina, longe da merda em que nasceu. Pare de lutar contra
isso pare de lutar contra mim. Você é uma menina do crime, e
uma puta com um desejo insaciável. Você quer ser exclusiva?
Então foderei você com força e profundamente, assim como
com as prostitutas. Fique com seus lindos olhos abertos, vou
fazê-la ver tudo com uma transa intensa e suja.

Gritei quando ele empurrou entre as minhas coxas,


levando-me, e me deixando louca. Era possível que tivesse me
ferido, mas o meu clitóris cantarolava de prazer,
interrompendo o sangue para a minha cabeça.

— Não. Sim! Quero dizer não! — Meus dedos estavam


tremendo. Molhada, úmida, e não apenas da água.

A fantasia com o bad boy foi embora.

Desliguei o chuveiro e bati na parede, franzindo o nariz


quando tirei a mão de entre as minhas pernas, Anton ainda
queimando em minha mente.

Jesus.
Tinha que terminar essa porcaria na próxima semana e
certificar de que as fantasias sádicas parassem. Não podia
continuar assim, ele atingiu nervos que não sabia que tinha.

Todos esses anos evitando as sombras do que a minha


família era e o que eles fizeram realmente não tinham me
salvado. Fui atraída para a escuridão como um espelho para
a minha própria alma negra, e Anton Ivankov prometeu
revelar tudo.

Sobrevivi à semana, lotes de bebidas em casa,


programas de TV ruins, e comida tailandesa para viagem
decepcionante. Levantei cedo na quarta-feira, tomei o café da
manhã, em um bom lugar gorduroso a algumas quadras de
casa e disse a mim mesma que eu ignoraria esta entrevista.

Mandaria Anton à merda, assim, ele pararia de invadir


meus sonhos e eu continuaria com minhas fantasias com
filmes e romances, talvez investisse em um realmente grande
vibrador até que estivesse pronta para namorar novamente.
Ouvi que esses vibradores poderiam fazer coisas realmente
boas.

A prisão estava estranhamente quieta quando cheguei,


os prisioneiros em suas celas mal levantaram os olhos
quando passei, também tinha algo pesado no ar, como o
tempo antes de uma tempestade. Charlie parecia mais solene
do que o habitual quando ele me levou para a sala de visitas.
Notei uma pequena fissura no vidro alguns centímetros
acima da minha cabeça.
— Ei, o que aconteceu ali? — Perguntei, apontando. —
Não me diga que ele fez isso da última vez.

O diretor grisalho sorriu e balançou a cabeça.

— Não. Não se preocupe. Outro cara chamado Rasch fez


isso há alguns dias atrás, seu irmão disse-lhe que sua esposa
estava trepando lá fora, ele pegou um martelo e começou a
bater no vidro. O bastardo acertou alguns golpes na cabeça
dos meus homens antes que conseguissem afastá-lo.

Engoli em seco.

— Ainda é seguro? Mesmo com este dano?

— Tão seguro quanto pode ser. — Disse Charlie com


uma piscadela. — Este vidro é projetado para segurar um
touro furioso, Sabrina. Hey, eu posso colocar alguns caras
extras lá fora da porta se você estiver preocupada que ele
tentará algo.

— Não. Isso não será necessário. — Eu pedia a Deus


que não fosse.

Charlie encolheu os ombros e desapareceu, fechando a


porta atrás de si, procedimento padrão. Mais uma camada de
segurança que deveria fazer-me sentir bem — exceto se algo
passasse através do vidro e os guardas não pudessem chegar
até mim a tempo, eu estaria presa aqui com ele.

Esperei, esperei, e então esperei um pouco mais. Por


que a demora?
Passos trovejaram fora da porta, e eu peguei um
vislumbre de algo longo e negro movendo-se através do
corredor. Meu batimento cardíaco parou. Parei, aproximando
o rosto contra o vidro.

O zumbido fraco que eu achava ser apenas na minha


cabeça era na verdade um alarme explodindo no corredor,
sem áudio, a porta fechada. Laranja e borrões negros se
misturavam como tornados, presos e guardas em uniformes.
Alguns usavam armadura espessa, material preto pesado que
eu ainda não tinha visto, equipamento anti-motim.

Caralho! Lembrei-me da forma como os prisioneiros


pareciam estar tensos e meu sangue gelou.

Eu estava prestes a congelar e deixar que o pânico


tomasse conta quando houve um grande estrondo atrás do
vidro. A porta do outro lado abriu, e Anton entrou em cena,
um sorriso no rosto. Ele ainda estava acorrentado, mas seus
punhos estavam sangrando.

Oh Deus! Ah não! Isso não pode estar...


Não pode estar o quê? Acontecendo? Isso com certeza
estava acontecendo.
A estrutura inerte de Charlie estava caída atrás dele no
corredor. Não sabia se o guarda estava vivo ou morto, mas
seu rosto estava muito vermelho, como se todo o sangue fora
transportado para a cabeça e, em seguida, abruptamente
retirado de lá.
Os passos pesados de Anton eram lentos no início.
Esperou até que eu estivesse completamente em sua mira
antes de se mover, batendo mais de noventa quilos de puro
músculo contra o vidro. Ele foi direto para o ponto fraco.

As algemas de seu pulso acertavam o vidro amassado


uma e outra vez, um baque como um relâmpago que golpeia
uma camada de gelo. Fiquei lá assistindo em silêncio, meu
coração pulsando na minha garganta. Oito pancadas
ensurdecedoras e todo o vidro estava lascado, estilhaçado,
como um para-brisa quebrado.

Toda a parede que nos separava desceu, ele socou para


fora os últimos pedaços e subiu na mesa, um pouco
desajeitado porque as algemas mantinham seus pulsos
juntos.

Atrapalhei-me com o gravador no bolso, tudo o que


realmente tinha para jogar nele. Ele caiu em dois pedaços no
chão duro, caí no chão depois dele, jogando o meu braço
sobre a minha cabeça, tremendo.

Ele deu uma boa olhada e riu.

— Eu pensei ter dito que não haveria gravadores?

— Por favor, não me machuque!

— Baby, eu não sonharia com isso. Mas você me


ajudará a sair daqui, agora, passe sobre o vidro e pegue as
chaves no bolso do guarda. — Ele esperou, bateu com o pé
grande perto do meu rosto por cerca de cinco segundos. —
Quero dizer agora. Anda!

Não consegui, estava muito entorpecida.

Isso não estava acontecendo, mas estava, e toda a


negação do mundo não mudaria isso.

Meus piores temores haviam abruptamente acontecido,


era muito para processar. Eu estava realmente no meio de
uma fuga da prisão. Não, pior, o homem que agitou tanta
merda emocional em meu cérebro estava me pedindo para
ajudar em sua fuga.

— Porra. Parece que terei que arrastar você chutando e


gritando, ainda bem que gosto de violência.

Olhei para cima a tempo de ele colocar os dedos


sangrentos no meu cabelo e puxar, forte, tropecei em meus
pés, lutando com ele, gritando como uma louca.

Assim que eu estava de pé, ele me bateu na parede. O


enorme corpo de Anton era muito mais forte do que em
qualquer das minhas fantasias depravadas. Não poderia
escapar mesmo se tentasse. Ele pressionou bastante,
achatando meus seios com seu imenso peito, de alguma
forma forçando meus pulsos acima da minha cabeça.

— Eu disse que eu não quero nem pensar em ferir você,


baby, mas merda, não cumprirei a promessa se não fizer o
que eu digo. Agora Porra. — Sua respiração estava quente no
meu rosto, seus olhos azuis bebê queimando como fornos a
gás. — Isso não é um maldito jogo, caralho, deixei você fazer-
me perguntas da última vez, mas sou o único no comando
hoje. Estou no controle. Cada passo que der será comigo
dizendo onde. Porra eu a possuo agora, Sabrina, serei o Juiz,
júri e carrasco de como passará os seus próximos dias na
terra. Está claro como cristal porra?

Balançou todo o seu corpo contra o meu. Um sorriso


cruel puxou seus lábios, deve ter sido difícil forçá-lo a sair.

Droga, a dormência nos meus nervos formigava ainda


mais com ele pressionado perto assim, sexy e perigoso. Meu
corpo me traiu, ele deve ter sentido o quão duro os meus
mamilos estavam sob o suéter e sutiã frágil que eu escolhi.
Todo o vestuário modesto no mundo não poderia esconder o
quanto minha carne, cérebro e alma me traíram, oferecendo-
me a este monstro.

Ele girou, ainda segurando meus pulsos em uma mão,


sua corrente batendo perto da minha orelha. Nós dois
viramos, e me levou para a mesa, esmagando-me onde
anteriormente era protegido pelo espesso vidro de segurança.

— Suba nela porra, e veja como Charlie está. — Algo


pesado bateu na porta ao nosso lado, e um grito abafado de
um homem veio através da parede. — Depressa!

Havia certa paz na minha rendição, meu cérebro


encontrou sua sobrevivência através da luxúria e terror
bloqueando os últimos pedaços de minha resistência e bom
senso. Cuidadosamente pisei nos pedaços de vidro destruídos
pela sala, ouvindo como ele me seguia pela abertura, em
seguida, caminhei até Charlie.

Ele estava quente quando o toquei, houve um pouco de


alívio quando o senti respirar. Em quem quer que Anton
tenha batido com seus punhos monstruosos, não foi este
homem. Charlie iria viver, com apenas um golpe frio na
cabeça e alguns arranhões.

— Elas estão em seu cinto, toda as chaves estão lá,


fixadas à mesma corrente.

Tudo aconteceu como em um pesadelo doentio,


fragmentado. Minhas mãos se moviam no piloto automático,
soltando as chaves do guarda, encontrando o local como
Anton exigiu, e soltando seus punhos quando os segurou
para mim.

Então ele me empurrou de lado e foi para o corpo mole


do guarda. Vi quando ele começou a despi-lo, perguntando-
me que caralho estava fazendo. Não me abalei completamente
até que Anton imediatamente começou a rasgar seu brilhante
macacão laranja.

Ele estava nu, exceto pelas boxers apertadas agarradas


a sua bunda rígida. As tatuagens cobriam mais do que
qualquer coisa que imaginei, abrangendo todo o seu corpo,
curvas requintadas e frases furiosas escritas em Inglês,
Latim, e o que parecia Russo cirílico.

Vestiu as calças antes de começar a vestir a camisa de


Charlie. Virou, peguei um flash de um enorme pássaro
predador em seu peito, talvez uma águia ou um falcão, ou
então algo mais mítico, uma fênix combinaria bastante, se é
que ele realmente pensou nisso. Seus olhos azuis brilharam,
e ele me deu um sorriso, casual, como se essa coisa toda
estivesse apenas acontecendo em um filme.

— Qual é a porra do problema? Parece que nunca viu


um cara nu. Sempre olha assim para caras que quer transar,
ou é só porque eu tenho o maior pau que você já viu? — Ele
estendeu a mão para sua virilha e apertou.

— Idiota! — Ou melhor, deveria ser, se não se parecesse


com um Adônis que de alguma forma usava sua confiança
doente para parecer ainda mais bonito, irritante era mais
parecido.

Engoli em seco, lutando contra as lágrimas, desgraçado,


como ousa.

Porra como ele ousa? Como se atreve a acusar-me de


qualquer coisa, lembrar-me desta atração grotesca, como se
já não tivesse rasgado o meu mundo inteiro.

Resmungando, tentava fechar os botões, a camisa era


pequena demais. Para minha surpresa, ele desistiu,
deixando-a aberta e tirando as chaves das minhas mãos.

— Vamos, esta coisa fará o trabalho que eu espero, não


tem que ser perfeito, temos que nos mover rápido, foda-se.
Siga-me, fique perto, é a única maneira de sair daqui inteira.
Um movimento errado é tudo o que é preciso para machucar-
se, e não estou falando sobre a dor que eu faria você sentir.
Há um motim do caralho completo acontecendo lá fora. Você
pisa fora da linha, você descobrirá o quão fácil pode ser
encontrar a faca de algum idiota enterrada em sua perna ou
um cotovelo voando para o seu nariz. — Ele estendeu a mão,
ainda usando seu sorriso marca registrada. — Siga-me,
Sabrina, e você nunca terá que preocupar-se com sua cara
bonita machucada, não deixarei ninguém chegar perto.

Caminhava atrás de mim, puxando-me para perto,


protegendo todos os meus lados vulneráveis. Andei perto,
com ele em silêncio, parando enquanto abria a porta que
dava para o corredor.

O inferno esperava por nós.

A fumaça queimava minhas narinas, logo estávamos


fora. Metade das celas esparsas que revestiam a pequena
passagem para a sala dos visitantes estavam abertas, vazias.
Passamos por outra porta, e então, uma divisão no corredor,
levando-me para algum lugar que nunca fui à prisão.

Os pensamentos que eu tinha sobre a fuga foram


interrompidos no instante em que algo pesado bateu no meu
lado, afastando-me de seu alcance. Alguém me empurrou
contra a parede.

— Anton! — Eu gritei o nome dele, bati na parede com


um oomph! E senti um fogo correndo para cima do meu
ombro.

— Fique longe dela! — Anton rugiu, batendo no


prisioneiro que me atacou.
Vi ele forçar a cabeça do homem contra a parede oposta,
houve um estalo forte quando sua cabeça se partiu no tijolo.
Ele caiu no chão, borbulhante, se contorcendo mais uma vez
quando Anton apertou o pé nas costelas dele.

Um bom chute era tudo o que precisava. Ele olhou para


baixo, satisfeito, e então ele estava chegando a mim
novamente.

Mãos ásperas puxaram em torno de mim, mais apertado


do que antes.

— Vamos! Continue andando, estamos quase lá.

Disse com uma característica estranha em sua voz,


como se ele estivesse guiando um filhote de cachorro com
medo. Tentando fazer me sentir segura, acho, porque estava
apavorada e obediente.

Anton não precisava convencer-me, fiz isso sozinha, por


estar com muito medo de sair da segurança dele. Segui-o
facilmente, para o ar fresco de outubro que me bateu na cara
quando nós saímos.

Era algum tipo de doca de carregamento. A briga na


prisão não chegou aqui, era estranhamente quieto, exceto por
um estrondo alto alguns metros adiante. Anton me arrastou
para ele, parando na parte traseira fechada de um caminhão

Ele bateu nela com os punhos.

— Abram, seus bastardos! Estou aqui, Águia Vermelha.


Porra Águia Vermelha!
A porta se abriu. Anton deu a volta em mim, apertou às
duas mãos na minha cintura, saltou para a traseira do
caminhão. Seu corpo enorme protegendo-me do contato
quando saltou sobre o metal duro.

Um homem perto da porta puxou-a fechando, e o ronco


alto encheu o compartimento vazio. Rolei em seus braços,
percebendo que estávamos em movimento. Provavelmente
ganhando velocidade muito rápido, se o guincho alto do metal
por baixo do grunhido do motor era qualquer indicação.

De repente, o aperto de ferro de Anton sobre mim parou.


Ele me soltou, levantou-se, equilibrando-se quando o
caminhão balançou. Observei-o andar sobre os dois grandes
homens que se agachavam pela porta da carroceria. Os
outros dois se levantaram, e os três homens se amontoaram
em um grande abraço, viril.

— Skol'ko let, skol'ko zim — Um deles disse.

— Caralho, Lev, foram muitos anos e muitas estações.


Nunca pensei que ia dar o fora da porra daquele lugar. —
Alegria retumbou na garganta de Anton quando falou.

Outro homem levantou a cabeça, e era quase tão grande


e poderoso quanto Anton.

— Trezentos e noventa dias, esse é o tempo que você


ficou lá, seu maldito bastardo.

Seus rostos eram semelhantes, menos a cicatriz de


Anton na bochecha. Sua risada era muito agradável.
— Esqueça isso para que você possa acompanhar cada
porra de segundo, Daniel. Brainiac foda-se. Você armou isso
com o Rasch direitinho, não posso acreditar que eles não
perceberam o quão frágil ficou o vidro com esse martelo que
contrabandeou.

Daniel sorriu.

— Ele e seu irmão eram grandes atores, bons


contrabandistas também. Haverá um extra em seus cheques
uma vez que os policiais estiverem fora.

Porcaria, percebi que eu estava olhando para todos os


três irmãos Ivankov. Se houvesse alguma coisa mais
imponente do que flamejantes olhos azuis de Anton e
músculos do crânio esmagado, estava a apenas alguns
centímetros de distância, três homens grandes que pareciam
que poderiam trazer o mundo inteiro para baixo a seus
joelhos.

— Lev fez, acho que ele sentiu sua falta mais do que eu
— disse Daniel com um sorriso.

O terceiro homem se afastou do abraço, ele era ainda


mais robusto e um pouco menor do que os outros dois. Era
musculoso em cima como um soldado, uma superfície de
músculos ondulando acima da cintura, ao contrário de
Anton, que era uniformemente distribuído. Seu cabelo era
mais escuro também , curto e quase preto. Ele olhou para
mim com os mesmos olhos brilhantes.
— Qual é o plano para a devushka? Manterá sua
pequena boca fechada, ou teremos de fazê-la se calar?

Anton deu a seu irmão um empurrão, mais áspero do


que uma simples brincadeira.

— Caralho, cara, não precisamos disso na frente dela.


Ela me ajudou a sair de lá, foi mais calma e mais cooperativa
do que eu esperava.

Ugh. Eu realmente não fui, ou fui? A descoberta me


deixou doente. Perguntei-me se seria acusada de crimes por
ajudá-lo, supondo que já estavam de volta ao mundo normal.
Tentei lutar, mas meu estômago inteiro se revoltou. Minha
contribuição patética para reunir os Ivankovs, juntou-se com
o movimento áspero do caminhão no que parecia ser uma
rodovia.

— Isso não parece com você, Anton. — Disse Daniel.


Todos os olhos estavam em mim agora, gelado e insuportável.
— Você amarrou suas pontas soltas rápido. O que está
acontecendo aqui? Você quer comer esta cadela Ligiotti ou
algo assim?

O quê? O que ele acabou de dizer?

O tempo quase parou, junto com meu batimento


cardíaco. Minhas pálpebras mal se moviam, e vi um sorriso
sair no rosto de Anton. Levantou-se do banco onde eles
estavam e deu um passo para frente. Lutei para afastar-me.
Minha mão escorregou, e caí, quase batendo a cabeça
no chão de metal enferrujado, foi à deixa para cair sobre mim
e forçar seu hálito quente na minha garganta.

Eu realmente lutei desta vez, dei-lhe tudo o que tinha,


chutando e arranhando, tentando morder seu ombro
enquanto meus gritos morreram contra a sua pele grossa
através da camisa aberta.

— Cale a boca, querida, não posso machucar seu rosto


doce antes de nós obtermos informações.

Não conseguia respirar. Quando eu parei de debater, ele


finalmente deixou minha cabeça virar para o lado.

— Você sabia! — Eu gaguejei. — O... O tempo todo,


foda-se ... Você sabia quem eu era.

Anton sorriu, e seus olhos se estreitaram, uma confissão


em suas pálpebras caídas.

— Sim eu sabia. Não havia dúvida que você era uma


menina Ligiotti. Não tinha qualquer dúvida de que era o
melhor pedaço da máfia italiana que já vi, no segundo que
entrei e a vi atrás do vidro.

Isso me desarmou de novo. Anton suspirou, seu pesado


peito deslocando contra mim, prendendo-me. Ele agarrou
meus pulsos e me prendeu, enquanto isso, seus irmãos maus
riram. Suas risadas duras ecoaram em meus ouvidos.

— Vamos ser honestos, o seu nome é a razão pela qual


você está aqui. Já recusei dezenas de entrevistas antes.
Porra, não teria dado um caralho de um segundo do meu
tempo se não fosse uma princesa Ligiotti, Sabrina. Fiquei
calado, você mordeu a isca, eu venci!

Bastardo! Eu arremeti contra ele e finalmente encontrei


um ponto fraco perto de seu ombro exposto. Mordi-o tão duro
quanto eu poderia. Senti os ossos entre os meus dentes, e,
em seguida, a picada de ferro de sangue.

Anton grunhiu, riu, e empurrou-se contra mim. Puxou a


camisa para o lado, dando-me mais espaço para mordê-lo.
Meu queixo ficou dormente e relaxado com a reação insana.

— Caralho, sim, baby, suga tudo. Eu gosto disso tão


bruto que deixa marcas permanentes. — Quando se moveu
contra minha coxa, senti o quanto gostava.

Jesus! Ele não estava apenas fingindo, estava realmente


rindo da minha luta desesperada. Pânico desceu em uma
avalanche.

Nada para esse bastardo, não é? Nada!

Lágrimas quentes estavam em meus olhos. Elas se


espalharam através deles, queimando, deixando minha visão
embaçada. Parei de lutar.

— Você terminou, querida? — Ele esperou mais alguns


segundos. — OK. Bom. Apenas deite, Sabrina, porra relaxe.
Você continua fazendo o que eu digo, e ninguém se machuca,
bem, ninguém, exceto o seu tio babaca.
Balancei a cabeça, tentando compreender como não
percebi nada, foda-se. Eu era muito egoísta, muito bêbada,
muito focada em começar a minha carreira com esse blog
estúpido. Agora tinha ferrado toda a minha família.

Por um segundo me perguntei se fui adotada. Ninguém


com sangue Ligiotti deveria ser tão estúpido, alheia,
confiante.

Puta que pariu!

— Shhhh, — a voz grossa de Anton riscou meu rosto


quando se inclinou no meu ouvido. Sua voz era tão alta com
os lábios encostados contra mim, mesmo falando comigo
como se eu fosse um bebê.

— Você ficará bem, não faça besteira, o pior está quase


no fim. — Atrás dele, seus irmãos riram novamente. — Só
coopere. Formamos uma boa equipe. Porra, querida, quer
afundar esses pequenos dentes em mim a qualquer
momento, vá em frente. Gosta que sejamos próximos e
íntimos tanto quanto eu, certo?

Ele se apertou em mim, mudando seus quadris de um


lado para o outro, forçando a abrir minhas pernas. Senti algo
duro e áspero sob suas calças novamente, provocou um
incêndio selvagem abaixo da minha cintura.

— Sim, você quer. — Ele sussurrou. — Sim, foda-se,


você quer.
Minha boceta vibrava e inchou enquanto ele se
balançava, roçando entre a minhas pernas cobertas pela
calça jeans.

Ele sabia, o bastardo sabia exatamente como meu corpo


se voltou contra mim , e adorou.

— Isso aí, amor, pelo menos sua boceta é honesta.


Esses lábios consideravelmente pequenos podem dizer um
monte de mentiras, mas seu corpo não. Cacete, não posso
esperar até este passeio acabar. Mal posso esperar para
chegar em casa, não posso esperar, caralho.

Preparei outro grito ensurdecedor, luxúria, traição e


terror fervendo nas minhas veias. Bati meus punhos em seu
braço enorme uma vez, mas foi como bater em uma parede
acolchoada. Meus braços ficaram dormentes, alternando
entre socá-lo e bater o pé no piso de aço do caminhão.

Logo, minha energia acabou, desmaiei.

Tudo ficou escuro, meu cérebro desligou.

Tinha de preservar a minha força. Aguardar um


momento em que tivesse uma chance contra ele, quando uma
mordida ou arranhão bem cronometrado fariam algo. Talvez
quando pudesse conseguir alguma coisa em minhas mãos
muito mais poderoso do que nós dos dedos desprotegidos.

Ele poderia tomar o meu corpo da mesma maneira que


saiu da prisão. Não duvidava disso. Mas se tivesse alguma
coisa a dizer sobre isso, qualquer último vestígio da Ligiotti
forte e astuta, nunca me renderia voluntariamente à sua
força implacável.

Esperar o seu tempo, esperar, assim como ele fez.


Então, quando menos suspeitar, acertá-lo até que pare de
respirar. Acertar seus miolos até que não possa sequer
pensar em fazer mais essas ameaças sujas, rudes.

Se não fosse por seu gosto masculino ainda formigando


em meus lábios entorpecidos, teria sorrido.

Em algum momento durante o trajeto, realmente


apaguei. Talvez tenha adormecido, entrado em coma ou algo
assim. Não entendia o que estava acontecendo comigo.

Vinte e dois anos de crime e pecado me ocultaram do


mesmo destino dos meus antepassados. Nunca tive de
enfrentar suas agonias, seus riscos, suas consequências até
hoje.

Esperava acordar em um calabouço. Quando abri os


olhos, estava em um quarto, bem iluminado, com o que
parecia ser à luz de velas. Lençóis de seda agarraram-se a
minhas pernas, senti-me... Mais limpa de alguma forma.
Sacudindo, joguei os lençóis para o lado. Fui despida,
lavada e vestida com uma camisola. Nada, exceto o sutiã e
calcinha que usava eram familiares.

Era uma enorme cama de dossel, como algo que se vê


em filmes da época vitoriana. Mal podia ver alguma coisa
atrás das cortinas cor de vinho, mas alguém estava movendo-
se no silêncio. Encolhi-me na cabeceira, apertando meu
queixo, pressionando minhas mãos juntas.

Por favor, que não seja Anton. Por favor, por favor, por
favor...

A cortina abriu abaixo dos meus pés. Minhas orações


foram arruinadas. Ele andou através do espaço e sorriu,
vestindo nada além de uma calça escura que se encaixava
melhor do que a roubada do diretor.

— Queria saber se você acordaria esta noite. — Sorriu,


olhou para baixo, e levantou um pedaço de papel brilhante
em sua mão.

— Besta de um bombardeio, hein? “Um diabo em uma


prisão suja, fora da vista, mas nunca fora da mente” “Não
estava menos sinistro hoje, do que na noite em que matou
vinte homens poderosos a sangue frio.”

Anton parou, minha cabeça girava. Percebi que estava


citando o meu artigo, tentei alcançar sua mão. Ele afastou
para longe de mim.

— Você escreveu essa droga, ou seu editor?


Engoli em seco.

— Ele pode ter embelezado, só um pouco.

Anton bufou.

— Boa resposta. Continue sendo uma boa menina, e


talvez terá a oportunidade de ler essa droga em algum
momento, mas não hoje.

Puxou a cortina aberta ao seu lado e atirou o artigo no


chão, sem cuidado, como se fosse nada além de uma revista
barata. Cruzei os braços, sentindo um novo pulso de
adrenalina em minhas veias. A luz era perigosa, o fez parecer
muito mais sexy do que nunca.

Ele me raptou, obrigou-me a burlar a lei, e me puxou


para um mundo que tentei evitar a todo custo. Droga! Tinha
uma centena de motivos para odiá-lo, mas meus olhos não
concordavam com o meu coração. Só via o belo, danificado,
anjo tatuado com uma cicatriz brilhante em sua bochecha,
escura como a tatuagem que subia em seus braços e se
reunia a Fênix em seu peito.

— Que caralho você quer de mim? — Não tinha certeza


por que fiz a pergunta.

Seus olhos famintos já detinham a resposta, me


olharam de cima para baixo, seguindo minhas curvas,
guardando os detalhes em sua cabeça.

Ele queria foder, usar-me para seu prazer, e depois


usar-me novamente para chegar ao meu tio. Eu era sua arma
secreta em uma guerra que começou antes que fosse velha o
suficiente para perceber o que estava acontecendo.

— Sua cooperação. — Disse ele. — A mesma coisa que


disse que queria no caminhão. Acredite ou não, parte de mim
deseja que isso não tivesse acontecido, Sabrina. Porra, amava
comer e beber em outra vida, uma onde o sangue da família
não era desperdiçado e não queria vingança, como minha
única obsessão.

Sua língua sacudiu rapidamente em seus lábios. Só


então, percebi que uma velha vingança era a única fixação
dele. Ele se aproximou, colocando o joelho na beira da cama,
fechando a distância entre nós.

Não havia para onde correr. Nenhum lugar para


esconder. Não dava a mínima para descobrir o que estava por
trás da cortina, provavelmente algum espaço luxuoso, com
bloqueios em todas as portas. Ele fugiu da prisão, pelo amor
de Deus. De jeito nenhum iria estragar algo tão simples
quando tinha um inimigo em sua cama , se fosse sua cama, e
seus irmãos me queriam mais do que para apenas satisfazer
o pau de Anton.

Meus olhos dispararam para sua virilha, havia uma


protuberância visível, maior e mais cruel do que qualquer
coisa que vi em meus pesadelos. Essas fantasias estúpidas
estavam em outra vida, agora que tinha a coisa real olhando
para mim nas sombras.
— Minha vingança é com o seu tio e seus associados,
querida. Não com você, sabe disso, certo? — A cama afundou
sob o peso dele, indo em minha direção, passando a mão
confiante pelo meu cabelo.

Minha cabeça virou. Vi seu sorriso presunçoso derreter


com o canto do meu olho.

— Não sei nada do que vem de você, e não quero saber,


na verdade, a menos que tenha a ver com quando você irá
libertar-me.

Encontrei seu olhar azul. Seus olhos ondulados,


ardentes e intensos, refletindo desejo e frustração. Dois
pequenos oceanos de contrastes.

— Você tem que dar-me uma chance, ajuda-me, e


poderá ter tudo. Meus irmãos e eu vamos colocar seu tio fora
dos negócios, querendo ou não. Estou te dando uma chance
— a porra de uma chance — para minimizar os danos que
tenho que fazer até alcançar meu prêmio. Porra baby,
colabore.

— Não sou baby! — Sentei-me, dando um golpe em seu


braço enorme. — Você sabe o quê? Nós já sabemos como isso
terminará. Você me levará, me usará, e, provavelmente,
acabará me matando quando não ajudar com nada disso.
Caralho, vamos acabar com isso.

Meu último pingo de sanidade se foi. Ele não podia


destruir-me se me desse de boa vontade, tirando seu prazer,
sua conquista. Anton olhou para mim como se tivesse
brotado uma segunda cabeça enquanto tirava minhas pernas
para fora da cama, e em seguida, levantei e parei.

Corri os dedos pelo meu vestido sobre os meus ombros,


deixando-o cair. Seus olhos azuis arregalaram quando me viu
quase nua, imediatamente atraído para os meus mamilos
duros sob o sutiã.

— Pegue, foda-me. Não lutarei contra isso. Deitarei ali


como uma rocha, você me comerá. Odiarei você. Não
reconhecerei, sequer, que está em mim. — Eu funguei. —
Estarei muito ocupada pensando em como sair dessa, e
deixar meu tio Gioulio saber o que você planeja, então caçará
vocês e colocará uma bala em cada um.

Raiva percorreu seus músculos. Por um segundo, pensei


que iria atacar, talvez fazer algo muito pior do que empurrar
os quadris entre minhas pernas. Ele levantou lentamente,
rodeando a cama, bem lentamente.

Quando estava a apenas alguns metros de distância, ele


riu. Bufei, mais uma vez, fui completamente mal interpretada
por este homem mau.

— Certo, querida, acha que tem uma escolha, acha que


será capaz de manter esses pensamentos juntos enquanto
estou fodendo você loucamente. — Fez uma pausa, balançou
a cabeça. — Acha que este é um jogo, não é?

Não respondi, estava me preparando para o inevitável,


tentando não tremer enquanto meu coração bombeava fogo
escaldante em minhas veias. Fechamos os olhos. Tentei dizer
a mim mesma que não estava com medo, que estava pronta
para tê-lo me pressionando na cama, transando como um
animal depravado. Disse a mim mesma que não sentiria nada
além de ódio.

Mas sabia que era uma mentira. O creme molhado entre


minhas pernas simplesmente não parava de chegar. Ele
deixou minha calcinha encharcada sem colocar um dedo em
mim. Se quisesse ser brutalmente honesta, o prazer de ele
esfregar-se contra mim no passeio era tão responsável pelo
apagão como o esgotamento do meu corpo.

Talvez mergulhar de cabeça nesta fantasia doente iria


finalmente tirá-lo do meu sistema. Talvez se dissesse
mentiras para mim vezes suficientes, eu acreditaria nelas.

Anton engoliu em seco. Disparou para frente, sem aviso


prévio, agarrando ambos os meus pulsos, movendo-me para
baixo no colchão quando se inclinou, empurrando meu corpo
com ele.

Determinação não valia muita coisa quando ele estava


em cima de mim. Chutei, empurrei, gritei, assim como na
prisão e no caminhão. Ele me segurou para baixo, esfregando
seu corpo áspero sobre mim. O poder embalado em seus
músculos era inevitável.

Estendeu a mão, apertou minha coxa, empurrou a


camisola por cima da minha barriga.

— Vamos deixar uma coisa bem clara, Sabrina, isso não


é brincadeira. Ri sobre isso, com certeza, ri de sua
ignorância. Mas, porra, não há nada engraçado aqui, nada
mesmo. Acha que pode desafiar ou controlar-me? Acha que
tem um único pingo de direito aqui?

Ele apertou minha coxa.

— Caralho!

Desejo perfurou minha raiva explosiva, meu sangue,


minha pele, meus olhos ardiam. Odiava e precisava dele, ao
mesmo tempo, dividida ao meio pelas violentas tempestades
que agitavam meu sangue fundido.

Anton grunhiu, satisfeito com a maneira que me derreti


em seus braços. Ele empurrou minhas pernas e seus dedos
foram para o cós da minha calcinha preta antes que
percebesse o que estava acontecendo.

— Qual é o problema, caralho? Com muito medo de


responder? Quão sordidamente você quer este pau
martelando de verdade em sua boceta, quente, úmida e
apertada? — Balancei a cabeça, negando, com medo de
deixá-lo saber que estava muito encharcada com suas
palavras.

Claro, ele descobriu um segundo depois. Seus dedos


roçaram minhas dobras, molhadas, escorregadias e inchadas.
Minha boceta ansiava por seu toque, um magnetismo primal
áspero mais forte do que o ódio surgindo através de meu
coração. Correspondi a ele, abominando a traição de meu
corpo.
— Farei você gozar, baby, e vai adorar. Vamos, foda
meus dedos. Mostre como você montará meu pau.

Nunca imaginei que a minha primeira vez seria com os


dedos de um homem, apesar de ter brincado com alguns
garotos do colégio. Agora, tinha esse selvagem me
acariciando, escorregando os dedos na minha umidade,
mexendo o punho contra minha boceta, lentamente fazendo
círculos no meu clitóris.

Cada vez que seus dedos me tocavam lá, todo o meu


corpo estremecia, eletrificado. Não, um raio me atingiu
profundamente e de novo, rolando-me contra ele, deixando-
me desfeita.

Minha vontade frágil e ignorância virgem caíram contra


o seu poder, seus anos de experiência. Ele me acariciava
como se já conhecesse o meu corpo, ouvindo atentamente os
gemidos que derramavam em minha garganta torturada. Eu
não poderia parar.

Meu estômago revirou uma vez, e então estava


afundando em seu prazer, em seu controle. Prendeu o polegar
no meu clitóris e começou a circular, num ritmo constante,
levando-me ao limite.

Meus quadris viraram, balançaram contra sua mão, e


minhas coxas se apertaram em torno dele, puxando-o para
mim. Não iria olhar para ele. A satisfação diabólica no rosto
queimado, mesmo sem vê-lo, quase tão quente quanto à mão
entre minhas pernas.
Empurrando, tocando, possuindo.

Minha cabeça caiu para trás e peguei um borrão rápido


de seus lábios se movendo.

— Porra, você é linda quando goza, não é? Vamos lá,


Sabrina, aproveite estas mãos. Elas são apenas uma amostra
do jeito que vou te foder quando afundar minhas bolas nessa
boceta apertada, pense sobre isso. E não se atreva a parar de
roçar esse clitóris contra mim.

Sua respiração estava quente, apressada, igual a minha.


Estava o conduzindo, deixando louco de desejo, e por algum
motivo doente, adorei. Tentei resistir à queimação em meu
ventre por tanto tempo quanto poderia. Mas de repente,
explodi, enviando fragmentos quentes para cima e para baixo
da minha cintura.

Apertei meu queixo, minhas coxas juntas, e prensei


seus dedos.

Gozei como se fosse o fim do mundo, para mim,


provavelmente era. Tudo o que acreditava foi arrastado pela
maré devastadora que passou por mim com o prazer, com a
força do furacão em êxtase. Ele prometeu deixar-me molhada,
exausta e destruída.

Pensei que iria durar para sempre, minha pulsação


rasgando através de mim, enrolando meus dedos cada vez
que os músculos que não sabia existir entravam em
convulsão. Nunca foram trabalhados assim. Masturbação era
um substituto patético para o toque deste homem, dirigindo-
me à parte com os dedos incansáveis, obrigando-me a
entender.

Quando comecei a descer do alto, finalmente entendi.

Ele estava no controle. Todos os pensamentos felizes


sobre a resistência morreram ali mesmo na cama. Levaria-me
a morte ou então a minha liberdade em algum dia escuro.
Uma coisa era certa: manteria sua programação, e não havia
uma única coisa que pudesse fazer sobre isso.

Caí com metade da minha sanidade, pasma e confusa.


Não havia percebido minhas coxas molhadas até que não
senti mais sua mão encharcada. Plantei as mãos na cama,
forcei-me para cima, puxando para baixo a camisola,
escondendo a fenda macia, molhada, devastada.

A cortina estava aberta, ele estava perto de uma enorme


lareira, passando por algum tipo de armário. Ainda o olhava
quando se virou e me viu. Meus olhos foram para a pequena
caixa em suas mãos.

Preservativos. Porra.

Não tinha como colocar freios nisso? Ele iria terminar o


que começou, fiquei impassível para manter minha sanidade.

Jesus, o que poderia ser? O que me restava?

Tentei pensar sobre o artigo, o blog, minha carreira.


Tudo que jamais esperava escrever e jogar em um resumo.
Tentei pensar sobre o Servir Pear’s, sobre o tio Gioulio, o
sangue honrado e implacável que me trouxe para esse lugar.
Sangue da família, sofisticação e pecado.

Eu era uma prisioneira de guerra, não era? Então por


que eu estava dando tudo para o inimigo?

Talvez este fosse o meu destino, pagar o preço pelo que


meu pai e seu irmão fizeram. Engoli em seco, sentindo a
secura na garganta. Tentei preparar-me para o que estava
por vir, mas não podia.

Ter sua mão me agarrando assim, forçando seus dedos


em mim, era uma coisa. Tê-lo dentro de mim... Droga. Perder
a minha sanidade mental não era apenas uma figura de
linguagem se isso acontecesse. Não sabia o que iria
acontecer, ou que seria uma pessoa normal novamente se
transasse comigo hoje à noite.

Olhei para cima. Nossos olhos se encontraram, de novo


escuro e brilhante ao mesmo tempo. Seu rosto estava
estranhamente mais calmo, exatamente o oposto do que
esperava depois de ter me feito gozar, depois de ter visto a
ereção em suas calças.

— Aqui. — Ele deixou cair à caixa que estava segurando


no meu colo. — Isto não quer dizer nada. Nós vamos transar,
Sabrina. Mas não hoje.

Minha mão tremia enquanto segurava a caixa e virei-a.


Não, não eram preservativos, mas pílulas anticoncepcionais.

— Por quê?
— Sou um bastardo em uma missão, não sou a porra do
monstro que você pensa que sou. — Fez uma pausa, tocando
suavemente meu rosto, certificando-se de que sustentaria o
seu olhar, segurando o meu queixo. — Te darei alguns dias
para se instalar. Dar a isso algum tempo para funcionar, se
você ainda não está tomando. Pegue. Ou não, não me
importo. Não tenho nenhum problema se você pensa que vai
ferrar-me se não tomar, colocarei uma criança em você sem
problemas. Porra, precisarei de um filho ou dois para assumir
todos os novos negócios que surgirão, quando sua família
estiver fora do negócio.

— O quê? O que é isso? — Sangue latejava em meus


ouvidos, e eu não tinha certeza se estava entendendo suas
ameaças bizarras.

— Sua chance de se preparar para o resto de sua vida,


hora de colocar a cabeça no lugar, a oportunidade de
descobrir que fazer o que estou lhe dizendo não é de todo
ruim. — Ele inclinou a cabeça. — Você não está me
enganando. Sei que você gostou disso tanto quanto eu, da
próxima vez que abrir as pernas para mim, não hesite
caralho. Aproveite.

Corei. Corei como se fosse um encontro para algum


baile estúpido, ao invés de um russo grosso, tatuado
insensível diante de mim.

Ele fez isso comigo? Tudo isso? Ou nasci com fios


cruzados que só foram ligados vinte dois anos depois?
— Deixarei você aqui para dormir um pouco. Foi um
grande dia. Não faça nada estúpido, estamos no norte do
estado e não há nenhuma maneira de sair por quilômetros,
mesmo se você conseguisse passar pelos guardas. Se precisar
de alguma coisa, bata na porta do quarto onde estarei
dormindo. — Apontou para a porta ao lado do outro lado do
quarto, entre duas enormes estantes.

Assim que começou a andar assisti as tatuagens


escuras nas costas se movendo enquanto se afastava, como
um tigre. Reparei nisso a primeira vez que ele encontrou
comigo cara a cara atrás do vidro, no entanto, ele parecia tão
provocador, como se ainda estivesse enjaulado.

Não entendi porque ele se virou, trouxe a palma da mão


sobre os lábios, e juro por Deus , soprou-me um beijo.

Quase vomitei, quase ri histericamente também. Os


impulsos colidiram. Sentei e olhei como a idiota que era.

— Boa noite baby. Irei descobrir o quanto você é boa,


foda-se, em breve.

Ele bateu algumas teclas em um painel ao lado da porta


que abriu, e depois desapareceu, deixando um baque
retumbante atrás dele quando a fechou. Esperei um minuto,
então caí para trás na cama, sentindo a dor fria e molhada
entre minhas pernas onde seus dedos estiveram.

Era isso o que se sentia ao ser enterrado vivo?


Promessas Para Cumprir

Tomei um longo banho, andei pelos corredores da


propriedade depois de ter feito Sabrina gozar. Porra, ainda
podia sentir o cheiro dela em meus dedos.

Assustada, sexy, e mesmo assim, tentadora. Inalei seu


cheiro até o chuveiro lavar tudo, desejando que pudesse
livrar-me do ridículo tesão arrastando por minha pele com
tanta facilidade.

Deveria ter fodido ela, queria. A tentação agarrava meu


intestino como um cão com raiva, insistindo que marchasse
até lá e colocasse meu pau onde ele pertencia.

Ela seria a melhor foda da minha vida, eu sabia. Se não


fosse por aqueles grandes olhos de corça, escuros,
perfurando minha alma, já teria descoberto quão forte sua
vagina se apertaria em volta do meu pau quando chegasse ao
clímax.

Caralho, vamos ser honestos, qualquer boceta seria


divina depois de trezentos e noventa dias na prisão, mas a
dela bateu em botões que nenhuma outra cadela iria
conseguir, porque ela era tão inocente, tão proibida, tão
insanamente errada para mim. Meu pau implorou para
empurrá-lo dentro dela o tempo todo que segurei seu cabelo.

Eu resisti. Quase estraguei tudo, por causa da menina


no quarto ao lado. Daria alguns dias, talvez dois ou três, para
se acomodar. Todo o tempo que deixava meu pau sob
controle, quase foi por água abaixo, já que meu cérebro me
dizia que transar com ela era tão necessário quanto inalar
oxigênio.

Não pensei no tempo que precisaria para trazê-la para o


meu lado, para fazê-la querer-me sem hesitação.

Lev e Daniel estavam à espera de meu plano. Eu sabia


que ia ter que explicar o que de bom a menina poderia trazer,
e por que não devíamos simplesmente matá-la e despejá-la no
aterro mais próximo.

Sequei meu cabelo, vesti- me e segui o longo caminho


através da casa grande. Costumava ser do meu velho pai, um
rancho de férias cedida a um amigo da família após o
assassinato de papai. Os policiais estariam muito ocupados
na próxima semana ou duas procurando minha bunda em
Chicago, iriam atrás de todos os lugares óbvios primeiros, e
havia um monte deles, todos os armazéns, bares e lounges
sob o nosso nome. Nunca chegariam aqui, pelo menos não
rápido o suficiente.

Quando voltar a cidade, será para uma batida rápida. Se


der tão certo quanto a minha fuga da prisão, o clã Ligiotti
será decapitado, e eu ficarei tão feliz, que poderia explodir o
país.

— Limpe a porra da cabeça, cara. — Disse a mim


mesmo. A tensão rolou pelo meu corpo como uma lâmina de
barbear cavalgando em meus ossos. Havia cerca de dez
razões pelas quais meus punhos estavam enrolados, duros
como martelos dos lados do meu corpo, e todas tinham a ver
com ela. Tirando a adrenalina que senti com a fuga, nunca
me senti assim.

Dei uma volta extra no final do corredor, sacudindo a


cabeça, cerrei os dentes. A única coisa que meus irmãos
achariam mais engraçado que a estranha obsessão pela
garota, era entrar na sala de jantar com o pau duro como um
maldito adolescente com tesão. Acalmei minha ereção antes
da reunião.

Voltei, abri a porta e os vi sentados na longa mesa de


jantar. Meu assento era na cabeceira da mesa. Um gesto
honroso daqueles belos bastardos.

Antes que eu me sentasse na minha cadeira, Lev olhou


para mim com as sobrancelhas levantadas.

— Já transou com ela?

— Você acha que esse é realmente o meu primeiro


pensamento depois de sair da prisão? Jesus Cristo. Foi chato
para caralho ficar atrás das grades, mas ainda sou homem o
suficiente para colocar a empresa em primeiro lugar.
Um sorriso se espalhou pelo seu rosto largo.

— Irmão, nós dois sabemos no que está pensando. Não


posso imaginar como foi não comer uma boceta por um ano.
Você é um homem mais forte do que eu.

Reprimi um rosnado e virei minha cadeira, olhando para


Daniel, ele sempre pensava nos negócios, como de costume,
sua atenção estava em algum papel na sua frente.

— Bem, qual é a porra da história? Já temos os caras no


lugar para esta emboscada antes do velho Ligiotti ouvir que
sou um homem livre?

— Financeiramente, não há problema, nem a mão de


obra. — Daniel olhou para cima. Seu rosto parecia um
espelho mais suave, um pouco mais jovem que o meu. — O
único problema é como chegar até ele. Se tivesse aparecido
da última vez, como planejamos, não estaríamos tendo essa
conversa agora.

Bati meus punhos na mesa.

— Eu sei disso! Não foi minha culpa. Nós todos


acreditamos na informação que dizia que ele estaria no Club
Duce. Gioulio seria venerado por esses filhos da puta,
doentes antes de suas novas meninas começarem a
trabalhar. Alguém o avisou.

— Tenho um pressentimento que todos os nossos


funcionários estariam na cadeia se você explodisse um ou
dois minutos mais tarde — disse Lev, abanando o dedo. — As
meninas no caminho, apenas eles e seus aduladores estariam
no clube. Gioulio mudou os planos no último minuto.

Dei de ombros.

— Poderia ser uma caridade se eles tivessem morrido lá.


Vocês me tiraram da prisão, rápido e fácil. Essas meninas
que mantém acorrentadas? São as únicas que estão
realmente sofrendo. Os bastardos as deixam em gaiolas,
como cães até as buscar para chupar e foder.

— Sim, se isso fosse a única coisa acontecendo nas


festas de Gioulio. — Daniel parou de listar os atos sádicos
que descobrimos.

— Não sai da minha cabeça até hoje. — Não, nós não


éramos os heróis. Matar o chefe da família Ligiotti e tomar
seu negócio era prioridade. Um objetivo egoísta para
enriquecer a nossa família, proteger a nós mesmos. Mas só
entre mim e meus irmãos, esperávamos matar aqueles idiotas
com uma explosão bem cronometrada, assim, as mulheres
ficariam livres também. Pelo menos matamos seus capangas
antes que elas sofressem, nenhuma morreu naquela noite.
Ele ainda deu uma pausa com os negócios, depois de tudo o
que ouviu, o sacudimos tanto que deixou a aliança de sexo
definhar por alguns meses. Pena que não durou muito,
Gioulio começou a prostituir para uma nova linha de Chicago
um dia depois que fui parar atrás das grades. A cidade está
cheia de ratos, caralho, sempre prontos para saírem da toca e
fazer favores para qualquer pessoa disposta a satisfazer suas
necessidades psicológicas.
— Olha, Anton, trabalhamos sobre a logística de um
seguimento atingido durante todo o tempo que ficou atrás
das grades. — Daniel disse, alcançando o samovar do outro
lado da mesa para encher sua caneca com água mais quente.
— Porra, já teríamos matado aquele bastardo, se não
precisássemos nos preocupar com alguém te matando na
prisão, em retaliação.

— Você deveria ter feito isso de qualquer maneira.


Tomaria cuidado lá.

Uma mentira, em partes, sim, eu sabia como lutar.


Quebrei os ossos de qualquer porra que tentou ficar esperto
ou escorregar seu pau na minha bunda na cadeia. Mas havia
outras torturas que não lidava muito bem.

Solitária era um inferno. Todas as três vezes que estive


lá, minha mente ficou louca, perguntando se veria um rosto
humano novamente. Era melhor ser enjaulado com um
companheiro de cela que se masturbava muito, do que lidar
com si só.

Eu tinha que estar fora, no mundo. Eu estava muito


acostumado aos negócios e lazer, matar e porra, rir com
meus irmãos e à procura de uma garota digna de expandir
nossa família com a minha semente selvagem.

Nunca mais. Nunca deixarei esses filhos da puta me


arrastarem de volta para aquele lugar por defender minha
família e massacrar alguns bastardos sujos que viviam como
anjos e obtinham prazer como porcos. Faria isso com os
meus irmãos, cumpriria a missão primeiro, ou morreria
tentando.

— Tanto faz, o que aconteceu, ou não aconteceu está


feito. Estamos aqui hoje à noite para descobrir como vamos
cavar a sepultura de Gioulio.

— Certo. — Lev concordou. — Isso é onde o doce


traseiro em seu quarto entra?

— Nós deveríamos tê-la drogado e a deixado no caminho


para cá, cadela, lixo Ligiotti. Estou feliz que ela estava lá para
ajudá-lo, mas não entendo por que caralho você queria
mantê-la aqui, ela é um risco.

— Porque ela será o nosso cavalo de Tróia. — Rosnei,


Meio segundo de distância de fechar os punhos sobre a mesa
novamente. Não acreditei como meus irmãos estavam falando
sobre essa menina. A vingança é uma coisa venenosa.

— Sim? E você tem um plano, ou está apenas mentindo


para transar com ela? — Daniel levantou uma sobrancelha.

— Ninguém sabe o que estamos enfrentando como eu,


D. Li sobre seu pai e seus irmãos idiotas, sei o que acontece
e, definitivamente sei as perguntas certas que tenho que fazer
para trazê-la a bordo.

Lev sacudiu a cabeça, tomando a dose de vodca


esperando em seu copo.

— Você acha que ela ajudará assim tão fácil?


Especialmente quando as perguntas difíceis estão vindo de
você? Por que caralho ela deve confiar em qualquer coisa que
vem da sua boca?

Balancei a cabeça, raiva eriçando em minhas veias.

— Ela irá, se esquece de que já conversei uma ou duas


vezes com esta menina, ela me conhece.

Sem mencionar que a deitei, belisquei seu clitóris, a fiz


jorrar e se contorcer em minhas mãos, pensei. Porra, o que
daria para fazer muito mais naquele instante.

— Sei o que a faz titubear, ela não é complicada. Seu tio


nunca disse nada sobre o negócio da família. O bastardo
tentou mantê-la afastada. Não era bondade de nenhum dos
dois. Ele tem muito que esconder para manter todo o seu
pessoal, evitar qualquer revolta em sua equipe. Cabe a mim
mostrar toda a roupa suja que recheou seu armário nesses
anos.

— Basta lembrar que estamos confiando em você sobre


isso, irmão. — Disse Lev. — Está tentando fazê-la trair seu
próprio sangue e a história nos diz que tem pouquíssimas
chances de conseguir.

Sua mão se moveu para a garrafa de vodca novamente,


mas fui mais rápido, a puxei para o meu peito. Meu irmão me
olhou furiosamente.

— Você acha que as chances não eram uma merda total


para sair da prisão? Fizemos isto funcionar, Lev. Nós sempre
fazemos. Possuímos essa porra de probabilidades e vamos
colocá-las a nosso favor. Divisão de trabalho, vocês, meninos,
tentem descobrir a melhor maneira de derrubar aquele filho
da puta, e deixem o resto comigo. Terei Sabrina Ligiotti
implorando para ajudar a matar seu tio em uma semana.

Tanto quanto ela estará implorando pelo meu pau, eu


pensei, sentindo mais fogo agitando em minhas bolas.

**

Foi um sono curto, irregular. Tudo que queria na minha


primeira noite como um homem livre.

Sabendo que ela estava ao lado, madura e pronta para a


colheita, caralho. Acordei seis ou sete horas mais tarde com o
meu pau latejando debaixo dos lençóis como um segundo
coração. Levou alguns minutos para limpar a minha cabeça e
lembrar-me de onde estava.

Porra. A luz fluía através da enorme janela com vista


para o campo, um sol de outubro surgindo pálido no
horizonte.

Esperei um minuto extra para meu pau ajustar-se em


minhas calças antes que de ir para a porta interligando o
quarto com o de Sabrina. Esperava ter uma conversa em
termos pacíficos. Prendendo-a à parede mais próxima e
beliscando seu pequeno clitóris inchado entre meus dedos
seria divertido com certeza, mas não acho que seria capaz de
me controlar novamente.
Da próxima vez que tivesse a minha pele na sua boceta,
não seria capaz de segurar até ter conquistado cada polegada
dela. Tinha de preencher um buraco, e meu pau teria sua
escolha. Foderia sua boca, comeria sua bunda até ela gritar,
encheria a porra da sua boceta doce...

Não. Pare com isso, seu bastardo.

Tem que tratar isso como a fuga da prisão. Isto é um


negócio, é um trabalho. Pode ter o seu pau tão molhado como
chuva após asfixiar Gioulio Ligiotti em seu próprio sangue.

Há centenas de mulheres que ficariam contentes em foder


e chupar. Sempre há.

Apoie uma mão na porta de madeira de cerejeira,


sentindo o botão prateado com a outra. Os pensamentos não
eram reconfortantes.

Sim, bocetas eram sempre frescas e fáceis desde que eu


tinha idade suficiente para bombear minhas bolas. Mas não
havia muito para admirar sobre as meninas que caíam de
joelhos imediatamente, molhadas e gemendo antes mesmo de
sentir meus dedos, minhas mãos, meus lábios.

Eu gostava de sexo bruto, desafiador. Gostava de


transar com as meninas que não admitissem o quão forte
elas queriam, e a menina italiana de cabelos escuros atrás da
porta tinha todos os motivos do mundo para me odiar.

Caralho. Pronta ou não, aqui vou eu.


Não bati, era a merda da minha casa, minhas regras, e
ninguém desafiava meu domínio aqui, exceto Lev e Daniel.

Meu pau começou a latejar contra o zíper novamente.


Tenho que resolver essa porra.

As cortinas ainda estavam fechadas em torno de sua


cama. Caminhei rápido até lá e a abri com força, esperando
vê-la nua.

Caralho. Que merda é essa? A cama estava vazia.

Por um segundo, corri para fora, perseguindo o quarto


como um lobo que sentiu o cheiro de um coelho. Meus irmãos
tinham este quarto limpo de qualquer coisa pesada e afiada
que ela pudesse pegar e usar contra nós antes dela chegar.

Onde caralho poderia ir? Não havia nenhum lugar para


esconder-se, nenhum lugar para uma emboscada.

Um rosnado baixo escapou da minha garganta. Então


eu notei, onde tirou sua camisola com presunção, um copo
de água vazio ao lado.

Claro, senti-me como um idiota. O velho Grigor, o


empregado da família, veio até aqui, ou então um de seus
subordinados levou-a para baixo para o café da manhã,
dormi demais.

Rosnando, saí e soquei o código no painel, abrindo a


porta trancada e entrando no corredor. Fui em uma marcha
rápida para a sala de jantar, tudo isso enquanto me
perguntava quanto tempo fiquei fora sonhando com todas as
coisas sujas que queria fazer com essa garota.

As portas duplas para a grande sala de jantar se


abriram. Lá estava ela, ao lado dos meus dois irmãos perto da
cabeceira da mesa, uma propagação agradável de alimentos,
sucos e café preparados para o trio.

— Bom dia, Anton. — Daniel sorriu friamente.

Andei pela sala e tomei o assento ao lado dela, olhando


para o seu rosto quando estava sentado. Estava com olhos
vermelhos, frustrada, como se estivesse segurando as
lágrimas ou raiva vulcânica, talvez ambos.

— Que porra está acontecendo aqui? Alguém deveria ter


me acordado para que pudéssemos todos sentar juntos.

— Você precisava de seu sono da beleza, irmão. — Lev


sorriu. — Pensamos em deixar você descansar enquanto
conhecíamos a hóspede da casa. Faz apenas vinte minutos
mais ou menos, você acordou mais cedo do que o esperado.

Eu olhei para ela.

— O que eles te disseram?

— Seus irmãos... São completos idiotas, — ela disse,


com um brilho de ódio nos olhos. — Assim como você.

A raiva perfurando fundo. Mas o que realmente me


pegou foi ver o prato na sua frente, algumas fatias de laranja
e um muffin, todos intocados.
Nervoso bati com os punhos na mesa.

— O café da manhã para você dois, acabou, caralho.


Vão trabalhar nas coisas que discutimos a noite passada. Eu
disse que iria lidar com o resto, ficará mais fácil se não
meterem seus narizes nessa merda.

Daniel saiu em primeiro lugar, amassando seu


guardanapo e jogando em seu prato vazio. Deu alguns passos
para longe da mesa, passando por mim, indo para fora, e fez
uma pausa.

— Acredito que é a velha atitude falando, a que


desenvolveu vestindo laranja. Entendi, ficar atrás das grades
faz um homem irritado e um pouco louco.

Rosnei, dando ao meu irmão o olhar mais maligno que


produzi em toda a minha vida, caralho.

— Cale-se, faça o que eu digo. Deixe-a comigo.

— Nós vamos, irmão, nós vamos. Só queria que ela


soubesse a sorte que é estar aqui.

Antes que pudesse agarrá-lo pelo pescoço e jogá-lo


contra a parede, ele foi para fora. Lev era inteligente o
suficiente para manter distância, indo para a porta com a
mesa entre nós.

Ele olhou para Sabrina.

— Lembre-se o que discutimos, amor. Você faz tudo que


Anton mandar. Tudo o que pedirmos, esse é o preço para
mantê-la viva e respirando. Qualquer outra Ligiotti teria sua
cabeça arrancada e jogada na vala mais próxima no caminho
de casa depois de soltar Anton.

Assentiu uma vez, sem medo, mas com raiva. A porta se


fechou e ele se foi.

— Idiotas do caralho. — Era a natureza deles. Não


esperava nada diferente, especialmente porque estavam
certos, eles não têm a mesma conexão estranha com essa
garota que tenho. Mas, caralho, inimigo jurado ou não,
quando é que meus irmãos se esqueceram de como tratar
uma mulher com civilidade básica?

Quando foi?

Obviamente, quando olharam para ela, seu sangue


rugia com ódio, veneno, vingança. Minha mente invadida com
pura luxúria, uma necessidade bárbara de transar com ela,
mais do que queria seu tio morto.

Andei até o outro lado da mesa e sentei-me com ela,


ainda refletindo sobre as coisas. Bati na mesa várias vezes
com meus dedos até ela tirar seu rosto das mãos.

— Olhe para mim, Sabrina. Nós temos algumas coisas


para discutir. Antes de fazer isso, quero dar-lhe a
oportunidade de comer.

— Não estou com fome, — retrucou.

— Não dou a mínima. Manterá a sua força, porque


ambos temos trabalho a fazer. Pegue alguma coisa dessa
mesa e coma, não quero ter que forçar nada para baixo em
sua garganta.

Besteira havia uma coisa que eu queria forçar em sua


garganta mais do que qualquer outra. Uma Guerra Fria,
estoica, rastejou em volta do meu coração, mas não me
transformou em gelo total. Se desobedecesse não seria
impossível jogar a comida fora da mesa, deitá-la, e fodê-la ali
mesmo.

Não, ainda não.

— Não faça isso por mim, querida, faça por si mesma,


vamos. Quero que você converse comigo com o estômago
cheio, estará muito mais irritada e irracional, de barriga
vazia.

Olhou para mim por um longo momento, com os


mesmos olhos de ódio que destinou a meus irmãos.
Finalmente, levou a mão ao prato, pegou o muffin, e mastigou
um pedaço com raiva. Teria rido se ela não estivesse com
raiva e eu não tivesse uma missão muito séria aqui.

— Dormi demais. — Disse, vendo quando engoliu em


seco e deu outra mordida. — Bom, estivesse aqui, eles não a
teriam desrespeitado. Se eles a incomodarem de novo,
Sabrina avise-me. Prometa.

Meus punhos se apertaram, e me inclinei sobre a mesa.


Colocou a metade do muffin no prato e tomou um gole de chá
antes de responder.
— Por que se importa? Pare de agir como se estivesse
aqui para fazer-me um favor. Conheço esse negócio de bom
policial, mau policial quando vejo um. Foi como me enganou
para voltar para essa vida.

Porra, a menina era mais esperta do que eu tinha


previsto, pelo menos em retrospectiva.

— Bem, quer jogar duro em vez de tratar isso como um


acordo de negócios civilizado, eu posso fazer isso.

Ela bufou.

— Civilizado? Não acho que violar pelo menos dez leis


federais e manter-me refém se encaixa na definição de
civilizado. Nem explodir a discoteca do meu tio, matando
vinte homens de respeito.

Foi a minha vez de rir, deixando transparecer o


escárnio. Incrível, ela ainda não tinha ideia, nenhuma porra
de ideia, do que eu realmente fiz.

— Vamos lá, querida. Você quer ser uma parte da mídia,


entendo. Apenas achei que você saberia que metade das
coisas que lê é pura besteira.

Ela estreitou os olhos.

— O quê? Você irá dizer que a explosão não aconteceu e


que não foi você? Nunca imaginei que você fosse louco.

— Não, não lhe disse uma única mentira durante


nossas entrevistas, exceto pelo fato de que o lugar do meu tio
Volodia não se chamava Águia Vermelha, e ele nunca morreu
na quarta-feira. Isso foi um código para Lev e Daniel me
tirarem de lá. — Fiz uma pausa, estendi a mão para o bule de
café, e servi uma caneca alta. — Mandei a porra do lugar
para o céu, e o único arrependimento que tenho sobre isso é
que o seu tio idiota não estava lá para morrer com o resto
daqueles malucos.

Ela balançou a cabeça.

— Ótimo. Então admite que é um assassino.

— Admitir? — pisquei. — Nunca neguei. Sempre olho


nos olhos dos filhos da puta que mato. O que não entende é
que cada imbecil que esfaqueei, queimei ou atirei sempre
mereceram. Você realmente não sabe nada sobre o lado sujo
dos negócios da sua família, não é? Se soubesse, não
convidaria Gioulio para suas festas, um dos mais sádicos,
filhos da puta de toda cidade.

Ela olhou para mim como se eu tivesse enlouquecido.


Ok, talvez eu tenha, mas era tudo verdade.

— Do que você está falando? Não me diga que isso é


algum tipo de “olho por olho” porcaria. Você matou a sangue
frio. Tudo porque meu tio era o seu alvo.

— Não, queria ter certeza de ter matado todos aqueles


idiotas. Só perdi um casal quando Gioulio e seus guardas não
apareceram. Você se engane, nenhum deles eram danos
colaterais. Todos os vinte idiotas mereciam ser executados.
Você não os conhecia, eu sim.
Outro aceno de cabeça. Outro movimento daquele
cabelo escuro e liso. Porra, como seria bom segurá-lo
enquanto eu empurrava meu pau entre suas pernas.
Seguraria e balançaria, pouco antes de puxá-lo enquanto
fodemos.

— Se quer mesmo que considere uma palavra do que


está me dizendo, é melhor falar o que está acontecendo.

Cruzei os braços.

— Não até que você coma um pouco mais do café da


manhã. Continue, esperarei.

Ela olhou. No início, não achava que iria concordar,


mas, em seguida, as mãos pequenas pegaram mais bolinhos
no centro da mesa e outra laranja. Assisti e esperei enquanto
ela comia, tomando meu café, tentando não admirar a sua
boca de muito perto.

Grigor e suas empregadas fizeram um bom trabalho


escolhendo seu guarda-roupa. Porra, ela estava vestida muito
parecida com as meninas letãs que comi uns dois anos atrás,
cabelo escuro, olhos azuis do velho mundo. Elas mal
entendiam uma palavra de inglês e menos ainda de russo,
mas as suas bocetas compreendiam meu pau batendo e as
fazendo gozar, chorando. Uma delas arranhou minhas costas
quando me agarrou, e algumas linhas quentes de sangue
escorriam pela minha bunda.

Foi a foda mais dura e louca da minha vida. Eu tinha a


maldita certeza que não foi nem metade de tão intenso
quanto seria quando minhas bolas batessem na menina
italiana à minha frente.

O garfo de Sabrina ressoou no prato de cerâmica


quando terminou, secou a boca e, em seguida, me olhou.

— Olha, existe alguma coisa que gostaria de contar em


uma conversa de adultos, em vez de tratar-me como uma
garotinha presa em sua torre?

O veneno em sua língua me fez sorrir.

— Baby, você ficará presa por um bom tempo. Mesmo


quando lhe disser a verdade, levará algum tempo para
digerir. Você ligará para aquele filho da puta, e vai ajudar-me
a matar seu tio, sei que irá.

Ela esperou. Jurei que ouvi seu pé batendo no piso por


debaixo da mesa.

Impaciente, gostei disso.

Tudo certo chega de brincadeira, porra. Era hora de ela


saber o que realmente aconteceu naquela noite.

— Foi um assassinato, puro e simples. Meus irmãos e


eu tínhamos inteligência suficiente para saber como Gioulio
dava suas festas. Caralho, ele as fazia desde que o seu velho
morreu e não havia mais ninguém na cidade para ficar em
seu caminho. Drogas e armas são a maior parte deste
negócio. Sempre foi sempre será.

Mas isso é dinheiro duro, suado. Seu tio queria


diversificar em algo mais fácil. Nada como o tráfico para
alguns ricaços, babacas, para fazer facilmente alguns milhões
a mais.

Eu a vi saltar e se contorcer na cadeira. Ouvi engolir


antes de falar.

— O tráfico? Como... Mulheres?

Eu balancei a cabeça.

— Sim. Parece que não importa aonde vá, cretinos


poderosos gostam de jogar com o diabo quando fingem serem
anjos durante todo o dia na frente do público. Não é tudo
sobre o dinheiro também. Ao dar aos ricos e poderosos uma
saída para os seus desejos depravados, seu tio deu algo de
bom para manter sobre suas cabeças de merda, se a cidade
vier a ter um prefeito que queira lutar contra o crime.
Provavelmente, parte da razão dos negócios Ligiotti terem
serem lentos e indiferentes desde que seu velho morreu.

— Gioulio arranjou um estábulo de garotas que mantém


para os seus rapazes. Escravas que têm de fazer tudo e
qualquer coisa para não ter sua garganta cortada. Não que
haja diferença, às vezes. Você deveria ter visto o que esse
banqueiro, Wilkins, fez a esta menina siciliana que seu tio
importou. Deixou-a sangrando e infectada por semanas com
os pedaços que ele arrancou dela com os dentes. Em seguida,
houve aquela porra com o conselho da cidade. O bastardo
gostava de colocar para fora suas frustrações numa pele
jovem e fresca. Meus meninos me disseram que a última que
esteve com ele precisou de cirurgia plástica após o que o filho
da puta fez com ela. Gioulio cobrou uma taxa de dano alta e
um prêmio extra, mas naquela noite eu mandei o desgraçado
para o inferno.

— Em seguida, houve um magnata imobiliário, Chuck


Winston Mayhar. Você sabe que está lidando com um
bastardo quando um homem ostenta três nomes, caralho.
Muitas viagens de negócios ao Japão para aquele rapaz, onde
conheceu algumas coisas realmente doentes, que viu nos
quadrinhos. Nem seu tio disse sim para metade das coisas
inacreditáveis que ele queria, mas porra, se não continuou
tentando. O menino pegou uma loira pequena e bonita de um
abrigo em Roma, havia lhe enviado de volta aqui para Gioulio,
e...

Ela tentou alcançar o chá, e o copo meio vazio caiu


sobre a mesa. Sabrina estava com o rosto vermelho,
amontoada no assento como se tivesse agulhas. Quase saltou
até a metade do teto quando a porcelana quebrou.

— Chega. — Disse fracamente. — Você tem um ponto.


Por favor, eu não quero ouvir mais nada.

Porra, eu meio que me senti mal por ela. Mas só um


pouco.

Fiz a porra do meu trabalho, plantei a semente da


dúvida, da verdade amarga direto em seus ouvidos. E
caralho, não era nem a metade. Li os arquivos que meus
irmãos recolheram antes de colocar a explosão em ação.
Cada um desses filhos da puta queria coisas doentes, de
revirar o estômago e nenhuma prostituta sã faria isso. Todo o
dinheiro no mundo não iria comprar o que eles precisavam
em qualquer serviço regular. É por isso que eles foram para
Gioulio, o homem mágico que podia satisfazer seus desejos
depravados, tudo porque as garotas que ele prostituía não
tinham uma escolha.

Parei de tentar descobrir por que alguns caras achavam


necessário torturar e matar para transar. Tudo o que
precisava estava do outro lado da mesa, olhando para mim
com os olhos enormes, atormentados, e uma boceta que me
levasse de foguete para o céu quando finalmente estivesse
com meu pau dentro dela.

Fui para o outro lado da mesa e agarrei suas mãos com


ambas as minhas, as segurei, recusando a soltar,
entrelaçando os meus dedos com os dela e acariciando o
braço.

— Não se preocupe com a bagunça. O serviço de limpeza


cuidará disso. Olha, não estou dizendo isso para te
machucar, Sabrina. Estou tentando fazer você entender que
há mais em cada história do que o que lê. Fiz coisas terríveis
para pessoas terríveis, e não me arrependo de nenhuma
delas.

Ela respirou fundo, irregular. Seus lábios abertos, como


se quisesse dizer alguma coisa, mas não conseguia. Uma
lágrima caiu em sua bochecha vermelha.
— Preciso que me ajude, porque você é diferente,
querida. Seu tio idiota sabia disso, é por isso que ele a
manteve protegida. Se você fosse remotamente parecida com
ele e sua equipe, não estaria chorando por essa porra, estaria
dando-me desculpas.

— Não... Não sei em que acreditar. — Forçou a dizer.

Apertei o meu domínio sobre ela.

— Você irá. Muito em breve. Foi um longo dia para nós


dois, e ontem foi ainda mais. Vamos, deixe-me te levar de
volta para cima para que descanse um pouco.

Não ia contar o resto enquanto ela estava assim. Isso


era para mais tarde. Tinha de contar cada atrocidade de
Ligiotti, cada mal que Gioulio escondeu.

Caminhou ao meu lado quando fomos até as escadas, de


volta para o quarto grande. Entrei com ela no quarto e
coloquei-a na cama, tirando seus sapatos.

Dois saltos pretos com tiras. Não sabia que as meninas


responsáveis permitiam esses luxos. Não sabia que ia
escolher que tipo de roupas usar aqui também.

Talvez estivesse esperando usá-los como uma arma para


bater-me na cabeça ou furar um olho quando eu não
estivesse olhando. Seja qual for o caso, não ia fazer nenhuma
besteira agora.
Deixei-a afundar o rosto no travesseiro, enquanto
acariciava suas costas. Logo, sua respiração tornou-se mais
lenta, mais normal, e diminui minhas carícias.

Não foi fácil ir embora enquanto ela dormia, mas tinha


que ir, foda-se.

Este trabalho estava longe de terminar, se tivesse ficado


lá mais um minuto, sabia que meu pau iria rasgar minhas
calças e mergulhar no que tinha debaixo dessa saia roxa
elegante, puxando-me para ela como um ímã do caralho.

Eu a feri o suficiente por um dia, fiz o que tinha que


fazer. Os únicos gritos que queria que desse era quando sua
mente estivesse explodindo com uma boa transa, profunda.

Se Deus quiser, a gente chega lá em breve.

Fui para a academia. Precisava de algum tempo para


pensar, algo para distrair-me da luxúria fervendo o meu
sangue, entrei na sala de ginástica espaçosa, tirei minha
camisa, e fui trabalhar no saco de pancadas.

Tudo que Sabrina despertava em mim, descontei em


meus socos. O teto sacudindo com os meus golpes, irritado e
quente, cheios de todas as obrigações e os votos que eu deixei
de cumprir.

Muitas promessas foram empilhadas nas minhas costas.


Pesadas promessas, pesadas obrigações de uma tonelada,
pronto para arrebentar a porra da minha espinha, como um
galho frágil se eu desse um único passo fora da linha.
Juramentos para a minha família, juramentos para os
meus irmãos, juramentos de vingança fervente.

Prometi a minha carne, meu sangue, o meu coração.

Não era minha culpa, apesar da maneira que a roubei e


explodi o único mundo que ela conheceu. Lidar com Gioulio e
seus rapazes era a prioridade, sim, mas caralho, se não ia
transar com ela.

Se pudesse fazê-la trabalhar comigo, ver o homem que


eu realmente era, então mudaria tudo o que conhecia.
Empurraria meu pau naquele espaço quente, úmido entre as
coxas, a fenda rosa que desejava mais do que a própria
liberdade quando estava atrás das grades. Porra tinha que
marcá-la, possuí-la, transar com ela até que abrisse os olhos
e visse exatamente o que eu queria que visse.

Esta menina ia ver a verdade nua e crua em breve, a


verdade sobre mim e tudo o mais.

Caí no chão, suando e tremendo, totalmente esgotado. A


bolsa de couro preto balançava no ar, as impressões de meus
punhos desaparecendo como sombras da noite.

Esta era a minha chance de recomeçar, viver como um


homem livre, e, porra, de maneira nenhuma a desperdiçarei.
Não deixaria Sabrina desperdiçar mais um minuto de sua
vida sem um bom homem, escondendo-se na escuridão de
sua família desgraçada.
Não poderia fazer promessas sobre ser bom. Mas tenho
certeza que eu era o homem que ela precisava, e logo veria
isso, simples e puro como o suor deslizando para baixo do
meu peito.
Confiança Cativa

Esperava que me derrubasse e fodesse, deixasse-me


trancada, submetesse meu corpo às torturas mais loucas até
fizer tudo que os três psicopatas queriam.

Mas a bomba que caiu sobre mim naquela manhã era


pior do que qualquer coisa que poderia ter imaginado.

Ele me levou para o meu quarto, estava lenta e caminhei


como um zumbi, meu cérebro derretendo na minha cabeça.

A verdade que ele me contou sobre a explosão no Club


Duce desafiou tudo o que eu achava que sabia. Era doente,
errado, insano e simplesmente terrível o suficiente para ser
verdade.

Não, eu não estava pronta para desistir e acreditar nele


ainda. Mas se duvidasse totalmente do que disse, não teria
passado a noite acordada na cama, sentindo meu estômago
revirando.

Usei o interfone para chamar os empregados depois de


umas duas horas. Graças a Deus que realmente vieram uma
velha com um forte sotaque carregando uma bandeja de
prata com uma garrafa de água mineral, e um monte de
Pepto Bismol.

Estava doente até na minha alma, não sabia em que


acreditar, onde estava, e o que realmente deixei para trás
mais.

Tio Gioulio sempre me assustou quando estava


crescendo. Seus capangas pessoais sempre estavam
presentes em jantares e aniversários, intimidadores como
lobos bem treinados.

Uma vez, levou-me para comprar um vestido de baile,


uma tentativa estranha e tocante de fazer sentir-me melhor
sobre o fato de que nenhum menino teve a coragem de
convidar-me para sair. Quando saímos da loja, ele abriu o
porta-malas e vi os sacos pretos dentro.

— Caralho. Não posso acreditar que me esqueci de


descarregar o meu cordeiro no açougue. — Disse com um
sorriso.

Não tinha como ignorar, as formas muito mutiladas,


mas inegavelmente humanas sob o plástico. Membros, tronco
e cabeça de um homem, claramente desmembrado,
cuidadosamente dobrado e esquecido. O mau cheiro fraco de
carne podre não mentia também.

Ele me levou para casa e então esperou com os


empregados, enquanto os seus homens lidavam com isso.

Era um louco, um assassino, e seriamente intimidante.


Ainda assim, colocou-me sob sua asa após papai
morrer. Ele me protegia, mesmo quando não estava por perto,
com envios de cheques estáveis e substanciais para as contas
já consideráveis que herdei. Vivi como uma criança mimada
durante a minha adolescência e fazia inveja as meninas mais
ricas da faculdade.

O bom e velho tio Gioulio estava sempre lá no Natal ou


Ano Novo, minha última ligação com um parente de sangue.
Mesmo quando ele tinha duas prostitutas bêbadas, exóticas e
impulsivas com a metade de sua idade perto dele, ele as
afastava por algumas horas para beber um copo de
limoncello ou bom vinho comigo.

Agora, eu me perguntava se aquelas mulheres eram


apenas prostitutas bem pagas com um gosto para homens
mais velhos, ou escravas bem treinadas prontas para chupar
o pau, porque elas tinham uma arma bem escondida em suas
cabeças.

Mais tarde, levantei-me e tomei um banho agradável,


demorado. Tive de aplaudir Anton, esta pequena prisão, que
escolheu tinha todas as comodidades que estava
acostumada, e talvez algumas que eram ainda melhores do
que os condomínios e suítes que cresci. A jacuzzi adjacente
ao banheiro ajudou a relaxar os vincos em minha pele.
Demorei tanto no banheiro que minha pele ficou toda
enrugada.
Mas isso não me impediu de amaldiçoar meu captor e
todos os Ivankovs pelo menos uma dúzia de vezes no espaço
de duas horas. Sim, ele me abalou, mas não me destruiu.

Não sabia que tipo de ajuda ele tanto queria,


provavelmente algo a ver com me dar uma faca para destruir
minha própria família. Não faria isso, prometi a mim mesma
que não faria nenhuma besteira até que tivesse prova
absoluta de que ele não estava me sacaneando. Mesmo
assim, não me comprometeria facilmente em ajudá-lo.

Eu tinha que saber. Um jantar sem graça, porém farto,


servido pela velha criada ajudou a acalmar meus nervos.
Chá, pão, e algum tipo de caldo. Adormeci mais rápido do que
esperava, salvando a minha energia para amanhã, quando
esperava conversar com ele.

Os sonhos vieram, mais fortes e mais fragmentados do


que antes. Desgraçado.

Desgraçado, selvagem, demônio.

Abusou de mim com seu conhecimento cruel,


sedutoramente me aprisionando. Naquela noite minha psique
me deixou saber o quanto estava confusa. Ainda queria ele
em toda a sua terrível glória.

Minha boceta virgem queimou, apertada, e doía no meu


sono. Rolei, envolvendo meus pulsos com os lençóis,
imaginando como seria bom sentir minhas unhas por seu
cabelo. Ele me fez gozar, com apenas suas mãos.
Jesus, o que sua boca ou aquele enorme pau que eu
sentia entre as pernas faria?

Será que suas tatuagens ganhariam vida e dançariam


em sua pele quando me pressionasse, e empurrasse para
dentro de mim, fodendo até eu tremer e choramingar? O que
será que aconteceria primeiro me perderia na tinta escura ou
em seus olhos azuis Netuno?

De uma forma ou de outra, sabia que não iria durar


para sempre. Ele me teria, estando pronta ou não, querendo
ou não e, claro, queria. Só podia escolher como respirar
depois que me segurasse, me enchesse, me afogasse em seu
aroma, força e sexo.

Uma batida na porta me acordou no final da manhã.


Puxei a minha camisola, envergonhada pelo calor molhado
encharcado entre as minhas pernas.

Joguei minhas pernas sobre a cama e esperei,


deslizando meus pés frios nos chinelos cor de vinho que me
deram. Outro estrondo.

— Estou indo! Apenas espere.

Tinha exatamente vinte segundos para reunir todo o


meu juízo. Quando abrisse a porta e o visse, estaria pronta
para exigir respostas. Falaria à queima-roupa, diria que não
iria ser seu brinquedo, marchando em qualquer direção que
me enviasse.

— Anton, eu...
Abri a porta e parei. O diabo de olhos azuis, chamado
Lev, estava ali, um sorriso se espalhando em seus lábios.
Antes que pudesse pensar em parar, ele entrou e empurrou
uma pequena caixa preta em minhas mãos.

— Presente de Anton. Meu irmão está muito ocupado


hoje, e não pode vir pessoalmente. — Ele parou, uma mão na
parede. A manga subiu apenas o suficiente para ver que ele
tinha listras pretas, que subiam por seu braço.

— Estou vendo que você está muito melhor hoje. —


Seus olhos se moveram para cima e para baixo do meu corpo,
fazendo minha pele arrepiar. — Hm. Talvez eu lamente ter
pensado em te matar depois de tudo. Já fodeu com ele, ou
ainda há espaço para um Ivankov lançar o primeiro pedido?

Começou a andar na minha direção. Deixei cair a caixa,


pronta para arranhar e arrancar seus olhos. Era quase tão
grande e forte como Anton, e minhas chances contra ele não
eram melhores. Mas me fez sentir repulsa de uma forma que
Anton não fazia.

Quando ele estava apenas alguns centímetros de


distância, lhe dei um tapa no rosto. Ele caiu para trás,
atordoado, exalou dolorosamente com os dentes cerrados, e vi
as linhas vermelhas que deixei em sua bochecha,
rapidamente cobertas por seus dedos.

— Cadela! Deveria jogá-la no chão e foder sua bunda


por isso. — Não me movi. Meus joelhos eram como aço, por
causa do medo e ódio.
— Vá em frente, tente. — Cuspi.

Ele levantou, circulando-me à distância, o mesmo brilho


malicioso em seus olhos azuis que reconheci em Anton.

— Você é uma lutadora, gosto disso, respeito isso. Sair-


se-ia bem comigo, sou o que pega mais leve, ou assim as
senhoras dizem. Meu irmão transará com você, mais cedo ou
mais tarde, você sabe.

— Sim? Não é? — Foi bom o desafiar, mesmo sendo


perigoso.

Ele grunhiu, sacudiu a cabeça, e ampliou a distância


entre nós. Parecia que não sabia se sua ameaça era boa ou se
ficaria longe de mim. Engoli em seco, rezando para que
finalmente me deixasse sozinha.

— Gosto de forte e rápido como qualquer homem russo.


Mas não estou prestes a arruinar o prêmio de Anton antes
que ele consiga. Somos irmãos acima de tudo, o que é dele é
dele. Eu só estava me divertindo.

Coloquei a língua para fora. Era arriscado continuar a


pressioná-lo, mas ele estava recuando. Não pude resistir,
estava oficialmente cansada dessas intrusões, todos os extras
e sádicos que vieram sendo refém de Anton Ivankov.

— Fique aqui como uma impertinente prostituta então.


Anton sempre gostou das bonitas e completamente à sua
mercê. — Observei ele pegar um lenço de seda vermelha do
bolso e pressionar no arranhão que deixei em sua bochecha,
a fim de parar o sangue. — Tem muita sorte dele ter grandes
planos para você, querida. Se fosse por mim e Daniel, você
estaria morta, não vejo sentido em poupar qualquer Ligiotti.

Ele apontou para a caixa e se virou, abriu a porta e a


bateu, deixando-me entrar em um colapso, caindo e
agarrando meus joelhos, ouvindo o bloqueio do clique que se
fechou.

Quando consegui respirar, arrastei-me para a caixa


preta, a abri com bastante facilidade. Havia algo retangular
dentro e eletrônico, um novo tablet de marca.

Tirei de seu recipiente e encontrei uma pequena nota


gravada à parte traseira. O bilhete só poderia pertencer a
Anton, com uma caligrafia tão imponente como o resto do
corpo.

"Você tem um monte de perguntas, e estarei de volta para


respondê-las em breve". Até então, faça sua própria
investigação. Saiba tudo o que puder. Não acredite na minha
palavra. E não pense em pedir ajuda, foda-se , é só ler. Nada
consegue passar da criptografia desta casa.

A. Ivankov.”

Dei de ombros e concordei. Não era como se eu tivesse


alguma coisa melhor para fazer, e como poderia recusá-lo
quando deixou cair um convite tão suculento na minha
frente?
Sentei-me na cama com o pequeno dispositivo,
perguntando se a criptografia era realmente tão forte como
escreveu.

Sim, e-mail, aplicativos e todos os sites de bate-papo


que conhecia estavam fora dos limites. O navegador não me
deixou passar através da web de forma fluida. Parecia haver
uma lista de marcadores, e nada mais.

A primeira página que abri era um antigo perfil em um


site de fetiche. O rosto pertencia a Michael Wilkins, o
banqueiro de investimentos morto no ataque. Reconheci o
rosto presunçoso dos obituários que eu li.

Só naveguei algumas linhas de seus interesses. Foi o


suficiente.

“Não uma porra de jogo ... dor real ... gosto de deixar
marcas permanentes.”

Outra página abriu um grande PDF. Era um extrato da


conta de um vereador morto na cidade com quantidades
monstruosas transferidas “voluntariamente” para o Clube
Duce. A última transação foi apenas uma ou duas horas
antes da explosão, o que você esperaria de um
multimilionário de ponta para um serviço excepcional.

Provas continuaram a aparecer.

Perfis doentes, dinheiro arrecadado de forma ilegal. Um


projeto cuidadosamente suprimido de uma história que
nunca foi publicada em um importante artigo sobre um dos
empresários mortos quebrando o maxilar de sua esposa
quando o confrontou sobre seus assuntos depravados. O
chefe do repórter estava na folha de pagamento do morto.

Mais e mais, eu vi GIOULIO LIGIOTTI em letras grandes,


sempre que a parte proprietária era nomeada pelo Club Duce.
Anton deixou lá, como se enfiasse na minha cara, lembretes
constantes dizendo, você vê isso, gata? Você vê quem é o
responsável? Porra, olha!

Oh! Eu fiz, vi tudo.

Dei uma longa olhada, máximo que pude até que meus
olhos não funcionavam mais e os meus dedos ficaram
dormentes no pequeno dispositivo. Então o peguei da cama, e
joguei-o através da abertura na cortina.

A coisa saiu voando em direção à claridade e caiu


despedaçando com um barulho como fogos de artifício.
Desmoronei, arranhando meu rosto, abalada até a morte e
tremendo.

Eu estava além de ferrada. Só que não sabia a quem


culpar. Não sei se deveria odiar meu próprio sangue sujo ou o
bastardo que me fez pensar que o meu tio era o homem mais
sujo na terra. Talvez ambos.

A verdade não era necessariamente mais clara. Havia


um milhão de maneiras que poderia ter forjado tudo na tela.

O homem me sequestrou, e estava me mantendo


prisioneira agora, depois de tudo. Até onde iria realmente
para conseguir a verdade, para ajudar a destruir o único
homem que me ofereceu sua mão protetora?

Ainda me questionava quando caí, exausta, enfiando


meu rosto no travesseiro para secar minhas lágrimas
quentes.

Em algum ponto, devo ter adormecido. A próxima coisa


que ouvi foi a porta se abrindo. Sentei-me na escuridão. Não
tinha necessidade de distinguir a silhueta escura perto da
entrada para saber quem era.

Um pedaço de plástico preso do tablet rangia sob um de


seus sapatos. Ele parou, perto da cama, e assobiou.

Vi como olhou para mim através da penumbra,


cruzando os braços.

— Porra, querida, eu sabia que você ia ficar chateada


quando encontrasse a verdade que estava naquela coisa...
Mas não sabia que você era do tipo que quebrava coisas.

— Devia ter guardado para mais tarde. Eu teria


segurado e esperado até que você entrasse.

Deus, sentiria-me tão bem em acertá-lo na altura do


pau ou em seu belo rosto.

Um sorriso puxou seus lábios. Um instante depois,


estava em cima de mim como um lobo, prendendo-me na
cama com facilidade.
— Você vai se levantar e se vestir, temos muito que
falar. Mas não aqui, não me sinto confortável em te manter
neste quarto para sempre.

Algo no tom gélido de comando da voz tinha um sabor


amargo extra. Apertei os olhos, derramando calor através de
seu olhar azul escuro.

— Não.

Uma de suas sobrancelhas se contraiu.

— Não me faça te meter na merda de um vestido, usarei


minhas próprias mãos se for preciso. Foram dias difíceis, é
por isso que pegarei leve com o seu belo rabo. Trabalhe
comigo, não faça o resto de sua semana um inferno, baby.

— Não me importo mais. Não é como se eu tivesse


escolha, nunca tive.

— Que caralho você está falando? — Ele rosnou.

— Não acredito em uma palavra do que vi naquele


tablet. Você realmente acha que eu iria acreditar quando não
poderia ligar à web por conta própria? Como poderia verificar
alguma coisa?

— Eu estava fazendo um favor, droga. — Mais um trovão


em sua voz. — Coloquei isso tudo aí. Você não teria
encontrado nada disso em qualquer lugar que não fosse
nesses documentos.

Seus músculos se apertaram em torno de mim. Suas


mãos deslizaram pelas minhas costas. Usei toda minha
energia para não vacilar, para não deixar o calor latente
debaixo da minha pele sair.

Bastardo! Mesmo quando queria odiá-lo, mordê-lo,


chutar e matar, estar tão perto ativava instintos mais
primitivos que não eram governadas por emoções
equilibradas.

— Não preciso de nada de você, tenho certeza disso,


deixe-me ir ou me mate.

Deu uma boa olhada, em mim, seus olhos estavam


brilhando como o diabolicamente poderoso predador sexy que
era. Ele me assustou, mas a corrente que fluiu por meus
nervos era muito mais temível.

Se este era o meu destino, uma prisioneira nesta


atração louca, esperava que ele me colocasse para fora da
minha miséria.

— Levante-se. Se vista. — Desta vez, seu grunhido era


apenas humano.

Ele quase me fez obedecer, quase. Mas eu mantive


minha decisão, plantei as mãos sobre seu peito e o empurrei.

Resistência. Eu o provoquei, e ele respondeu.

Num piscar de olhos, virou-me e arrancou o meu


vestido. Gritei quando ouvi o rasgo do tecido fino em suas
mãos. Então, ele estava puxando uma alça desfiada que caiu
sobre meu ombro, levantando-me em seus braços.
Debatia-me e gritava, tentando lutar contra, mas ele me
segurou, puxou para o enorme closet empurrou para dentro.
Eu me vi contra uns grandes espelhos assim que chutou a
porta fechando.

Virou as costas para mim, vasculhando a enorme


quantidade de roupas. Vi quando parou em um vestido
vermelho elegante, virou, jogou sobre mim, e eu de alguma
forma peguei.

— Coloque isso e saia quando estiver pronta. — Minha


boca se abriu, ele fechou a distância entre nós e empurrou a
mão sobre meus lábios. — Pense bem, com cuidado, querida.
Se a próxima resposta fora da sua doce boca não for 'ok' ou
'sim, senhor', então eu mesmo vestirei você. Porra, não faça,
Sabrina, terei uma boa visão sua realmente nua em breve,
mas não quero isso assim. Não quero estragar a minha
surpresa.

Sua mão apertou sobre a minha boca, depois


desapareceu. Caí para trás, segurando o vestido na minha
frente, protegendo o ombro nu, revelado pelo rasgo no meu
vestido. Qualquer polegada exposta a esse bastardo era
muito, muito vulnerável.

— Vá. — Disse suavemente. — Farei isso.

Ele balançou a cabeça, satisfeito, e saiu, fechando a


porta atrás de si mais suavemente do que eu esperava.

O que mais havia a fazer senão ouvir? Se realmente


estava fora desta sala, talvez não houvesse outra chance para
calcular as minhas chances frágeis de fuga. Assumindo que
não estava me arrastando para a floresta espessa que vi
através da janela para atirar em mim, é claro.

Não, acho que não, ele não me vestiria para isso. Por
algum milagre doente, ele ainda precisava de mim,
provavelmente, a única razão que ele aturar as minhas
merdas.

Não que me importasse, não deixaria de jogar do jeito


dele. Se não pudesse ficar longe dele, então faria sua vida tão
miserável quanto possível.

O vestido era estranhamente calmante contra a minha


pele. Era um tecido de qualidade, algo familiar, o tipo de
coisa que estava acostumada a usar para sair nas noites de
meninas na faculdade.

As luzes estavam acesas no quarto quando eu saí.


Anton estava esperando.

— Caralho. — Disse, movendo os olhos por todo meu


corpo, admirando-me da cabeça aos pés. — Siga-me.

Nós tomamos um rumo diferente no corredor, indo para


o que parecia ser a ala oeste da casa. Ele pegou um corredor
para uma escadaria que levava, ao que eu esperava ser, uma
rota de fuga fácil. Mantive minhas pernas em movimento, a
longa escada com três patamares diferentes.
Um piso mais estreito esperava em cima. Ele abriu a
primeira porta e puxou-me atrás dele quando alcancei o
último degrau.

Era outro quarto, mas não como qualquer coisa que já


vi antes.

Todos os enfeites luxuosos estavam lá: uma cama,


armários finos, um tapete azul escuro. A janela e as paredes
estavam completamente envoltas em vidro como se fosse uma
sala de verão ou observatório.

Ele apontou para um pequeno telescópio prata no canto.

— Gosto de vir aqui para pensar e olhar as estrelas. Não


que faremos muito disso hoje. Escolhi este quarto porque
estar sob o céu noturno me faz pensar melhor, porra.

Olhei para cima. Ele não estava brincando.

Meu queixo caiu. Passei tanto tempo em Chicago com a


sua poluição luminosa que não estava acostumada a um céu
limpo. Estrelas, galáxias e uma lua cheia enorme estavam
acima de nós como enfeite brilhante, tão impressionante que
esqueci que estava aqui como uma prisioneira, e não uma
convidada. A ilusão inebriante durou cerca de cinco
segundos.

— Dê uma boa olhada. — Disse. — É lindo para caralho


aqui em cima à noite.

Quando meu cativeiro se fez presente, foi duas vezes


mais amargo. Apertei os lábios e olhei.
— Você não pode controlar a forma como eu penso ou
sinto. Sou mais esperta do que você pensa.

— Porra, realmente acha que a considero burra, gata? —


Anton bufou. — Sei uma coisa ou duas sobre o sangue que
está em suas veias. Mesmo se achasse que você é uma cadela
mimada, totalmente ignorante sobre tudo que sua família tem
feito, de jeito nenhum, eu a chamaria de estúpida ou
ingênua. Seu clã sempre foi astuto, inteligente, sofisticado de
uma forma que nós, bastardos russos, não somos.

Revirei os olhos.

— Isso era realmente para ser lisonjeiro?

Grande erro. No instante em que revirei os olhos, Anton


estava agarrando meu pulso e puxando-me para ele.
Contorci-me por alguns segundos derretendo em seus braços,
e então aceitei, rendendo-me ao enorme, peito quente,
tatuado escondido debaixo de sua camisa de botão.

— Mostrei as coisas que estavam naquele tablet porque


quero ganhar a sua confiança de maneira honesta. Não posso
forçá-la a acreditar naquela droga, se cada parte de você
quiser sabotar-me. Quero que queira o mesmo que eu, baby.
Quero isso bombeando em seu próprio coração, porque está
destinado, não porque algum outro bastardo à assediou
moralmente. Quero você do meu lado à direita, no segundo
que enterrarmos seu tio idiota no túmulo.
Que droga. O calor rodando através de mim se partiu
em seus olhos gelados. Tentei afastar-me, mas ele apertou
sua mão, segurando para impedir.

— Não confio em você, Anton, não confio em nada aqui,


qualquer coisa que você disser, acho que nunca confiarei.

— Sente-se comigo. — Sem me dar uma escolha, puxou-


me para uma pequena mesa com duas cadeiras ao lado do
céu estrelado.

Sentei e imediatamente o olhei novamente. Odiava o que


estava fazendo comigo a cada toque, senti-me tão vazia sem
os dedos na minha pele, e não entendia por que, não
conseguia entender nada, exceto que era errado.

— Conte-me sobre a noite que seu velho morreu.

Pisquei surpresa. Outra manipulação, tem que ser. Ele


quer que eu fale sobre algo perturbador para que possa
surgir como o grande, herói ruim.

Prometi que não iria interromper, não iria recuar.


Endureci meus calcanhares no chão e me inclinei para frente.

— O quê? Você não leu sobre isso?

— Claro que eu li. — Ele retrucou. — Você viu o tipo de


coisas que os Ivankovs cavam para confirmar a nossa própria
informação. Tudo estava sobre uma mesa, caralho.
Documentos e histórias de segunda mão não se comparam
com a porcaria que você vê em primeira mão. Não podem
captar a emoção crua, não podem contar o que viram com os
próprios olhos. Diga-me do que se lembra.

Cinco anos se esvaíram diante de meus olhos. Respirei


fundo, lembrando-se daquela noite, quando entrei e encontrei
meu pai morto no nosso condomínio. Foi pior do que quando
mamãe morreu porque pelo menos nunca vi seu corpo
largado, na rua.

Não importa quantos anos se passaram, cada vez que a


memória vinha à tona, doía.

— Ele estava no sofá, estava fora até tarde com um casal


de amigos. — Disse calmamente. — Papai era uma bagunça
desde que minha mãe morreu, mas estava ficando muito
ruim no inverno. Tio Gioulio veio para ficar uma semana
antes de acontecer. Eles estavam discutindo tão alto que
ouvia do meu quarto no andar de cima. Acho que ele bateu
no meu pai, tentando dar-lhe algum sentido, qualquer coisa
que ele pudesse fazer, forçando-o a ir para um centro de
reabilitação...

O rosto de Anton apertou quando mencionei o meu tio.

— Continue.

— Ele já estava frio quando eu corri e o toquei. Sabia


que estava morto no segundo que meus dedos passaram na
testa fria. Não queria acreditar, é claro. Eu tinha apenas
dezessete anos. Não me importo se era basicamente uma
adolescente nesse ponto. Nunca é fácil virar um órfão em
qualquer idade.
Lentos, batimentos cardíacos espessos pulsavam sangue
através dos meus ouvidos. Os olhos de Anton estavam mais
escuros, mais calmos, com entendimento. Ambos os seus
pais foram mortos também.

Ótimo, percebi. A última coisa que queria era qualquer


entendimento, qualquer elo comum com este homem, mas lá
estava.

Ele estendeu a mão sobre a mesa e segurou minha mão.


Claro, minha pele derreteu de novo, inclinei-me para trás na
cadeira e suspirei, deixando-o levar a tristeza embora com
seu toque.

— Você tem que me dar mais. Alguma coisa saiu de sua


boca? Será que ele vomitou?

Que porra é essa? Eu puxei minha mão, franzindo o


nariz.

— Por que você se importa? Ele morreu assim como te


disse. Não sou uma especialista sobre o que acontece com os
viciados. Sim, acho que tinha alguma espuma. Lotes de
sangue seco em torno de suas narinas, os lábios... Alguns
salpicos na camisa branca e manchada de vermelho. Foi
terrível. Sai correndo de lá o mais rápido que pude e chamei
tio Gioulio. Ele estava lá imediatamente, e me ajudou com a
coisa toda.

Ouch. Não importa o quão duro tentei manter a dor


abafada, ela começou a transbordar. Eu desviei o olhar de
morte de Anton e olhei para fora da janela, olhando sobre as
árvores altas e para as estrelas.

— Sangue? — Ele fez uma pausa, esperando por mim.


— É melhor olhar para mim agora, baby, porque você acaba
de confirmar que isso é tão fodido como pensava.

Olhei, quando pegou minha mão. Desta vez, não me


afastei. Seu aperto era muito forte. Anton se levantou e
andou ao meu redor, me pegando nos braços enquanto lutava
contra as lágrimas.

— O que você está falando? Como poderia saber sobre a


morte do papai?

— Sei que viciados não morrem vomitando sangue


assim, também não ficam com olhos roxos.

— Os olhos dele? Estavam abertos quando o encontrei.


Não havia nenhum círculo, nada visivelmente quebrado ou
machucado...

Anton me levou até a pequena mesa de canto. Vi ele


puxar uma gaveta e pescar uma pasta de documentos. Ele
me levantou e me sentou sobre a cama, enquanto eu abria.

— Relatório de autópsia. Apenas uma cópia, sem a porra


de um registro oficial. Seu tio fez um trabalho e tanto
puxando as cordas e escondendo a prova. Acho que ele não
sabia que tudo de sua família passava pelas mãos da minha
família primeiro.
Abri e vasculhei as páginas, estavam velhas,
engorduradas, como se estivessem em um cofre mofado por
um longo tempo.

Se isso era mais uma elaborada armação, ele fez um


trabalho incrível.

Anton colocou as mãos sobre a minha, plantou seus


dedos nas páginas, e abriu o que ele queria. Seu dedo
marcando embaixo, em uma longa linha, alguns termos
médicos.

— Diz aqui que encontraram veneno em seu sistema. Há


outro escondido aqui que diz que a seringa na cena do crime
estava meio cheia. Seu velho nem sequer injetou uma dose
completa da porra de lixo que ele estava usando. Ele não se
matou, alguém lhe deu essa porcaria que não posso
pronunciar.

Por um minuto, eu estava congelada. Ele me segurou,


tomando todo o meu maldito mundo em suas mãos, ao
mesmo tempo, tudo o que eu sabia antes lascou e quebrou
em pedaços.

Estava atordoada demais para chorar, muito doente


para sufocar. Furiosa demais para saber para quem diabos
minha raiva deveria ser apontada. Tentei afastar, mas ele não
me deixou.

A pasta caiu de minhas mãos trêmulas e as páginas


derramaram pelo chão.
— Anton, não posso...

— Porra, você não precisa. Pode olhar isso amanhã, não


há pressa.

Idiota. Balancei a cabeça, de forma mais vigorosa,


quando uma de suas mãos começou a rastejar pela minha
coxa. Ele sabia como pressionar os botões que eu não
entendia.

De jeito nenhum iria entregar-me. Não aqui. Agora não.

— Tanto faz, ainda não confio em você. — Assobiei


através dos meus dentes.

— Não preciso que você acredite, querida. Só preciso


que ouça o que estou dizendo e coopere. Você quer trabalhar
comigo, Sabrina. Pare de agir como se não quisesse. — Seu
peito tremeu quando deu uma respiração profunda e longa.
— Porra. Você pode cuspir um monte de mentiras e dúvidas
dos seus lábios. Mas seu corpo não mente. Não há nenhuma
besteira aqui. Só querer. Desejo.

Seus dedos beliscaram minha coxa nua, bem para cima,


perigosamente perto da minha calcinha. Tremores passaram
por mim. O céu estrelado atrás de mim se abriu e veio através
do vidro, circulou minha cabeça, afogou meus sentidos em
suas luzes brilhantes.

Quando respirei profundamente e tentei me acalmar,


seu cheiro me acertou, era tudo Anton Ivankov, aquele cheiro
maldosamente masculino chamuscando minhas narinas,
levando-me a pedir mais.

Sua mão não estava parando, seus dedos passeavam


para cima, acariciando meu estômago, e, em seguida,
mergulhou no cós da minha calcinha. Não havia como
impedi-lo de sentir como estava arruinada, o quão bêbada ele
me deixava, mesmo sem conhecê-lo.

— Hoje à noite, querida. Você, irá conhecer-me, e


confiará em mim. — Esfregou a mão na parte inferior,
espalhando os dedos em minhas dobras, segurando
separadas perto do meu clitóris. Eu comecei a tremer mais
uma vez. — Vou te deitar e te foder. Isso limpará ambas as
nossas cabeças. Isso destruirá as paredes, se isso não
acontecer, caralho, acho que nem todos os tijolos do mundo
poderiam segurar o meu pau longe de sua boceta agora.

— Anton...

Pare. Mas por favor, não pare.

Estou morrendo. Perdendo minha cabeça. Queimando


com meu próprio fogo.

O que diabos está acontecendo comigo? Sério?

Minha mente não iria funcionar. As perguntas e as


sensações estavam vindo muito rápido. Ele deve ter percebido
o mal-estar rastejando pela minha pele, porque a próxima
coisa que senti foi sua barba. Ela roçou minha bochecha
quando se afastou da minha orelha, soprando seu hálito
quente em meu rosto, direcionando-se exatamente para a
direita.

Seu beijo veio antes que eu pudesse dizer outra palavra.

Perguntava-me se falaria novamente. Nossos lábios


fechados em uma fúria, capturou uma energia negra
queimando através da minha pele, em linha reta até meus
ossos. Os músculos se apertavam com tanta força dentro de
mim que meu corpo inteiro balançou.

Minha bunda empurrou através do vestido vermelho,


involuntariamente esfregando contra ele, atingindo o ponto
doce e safado entre suas pernas. Seu próximo beijo foi muito
mais duro, mal se afastando para respirar, sufocando-me,
pegou meu lábio inferior entre os dentes, e abriu para a sua
língua.

Ele estava em mim. Uma parte, pelo menos, e era


apenas uma fração tão intensa, como seria tê-lo dentro de
mim em outro lugar.

A mesma língua que falava sujeiras sem fim e dava


ordens para mim na primeira semana não comandava menos
na minha carne. Ele deu voltas ao redor da minha língua,
pegou-a e a levou em uma dança hipnótica. Sugou o ar fora
dos meus pulmões em um longo, esfomeado, beijo de molhar
a calcinha.

Jesus me perguntava se ainda tinha algo embaixo do


vestido quando ele finalmente me deixou descansar.
Seus olhos brilhavam ainda mais do que as estrelas,
puxando-me para um turbilhão. Ele ficou olhando para mim
enquanto suas mãos circulavam minha bunda, apertava com
força, e me puxava mais contra seu pau.

— Porra, querida. Você sabe o que está acontecendo


aqui? — Roçando e empurrando nossos quadris.

Meu clitóris pulsava com tanta força que machucava.


Teria dado qualquer coisa por uma tesoura. E não, não teria
sequer tocado em sua garganta como deveria, usaria para
arrancar as roupas entre nós.

— Não, Anton. — Minha voz soou tão distante, envolta


no oceano da luxúria. — Não entendo, você está me
assustando.

Ele soltou uma risada baixa e profunda.

— Bom, porque tenho um pouco de medo de como você


estará depois de jogá-la para baixo e te foder. Não há
problema em estar assustada, acha que está com medo
agora? Você sairia correndo dos meus braços se soubesse que
tipo de coisa está passando em minha cabeça desde a
primeira conversa que tivemos na prisão.

Minha mão estava tremendo. Não poderia ficar por mais


tempo sem tocá-lo, corri minhas unhas inquietas pelo seu
peito, seguindo os botões, sentindo o calor debaixo do tecido.

Caralho, praticamente podia sentir o seu batimento


cardíaco, batendo forte, por trás de suas costelas.
— O medo não importa aqui. Sei disso, estou pronta,
quero isso.

Eu estava ficando louca? Será que realmente disse isso?


O olhar surpreso, em seu rosto disse que tinha dito.

Porra.

Ele respirou mais profundo, mais evidente antes de dizer


qualquer coisa.

— Deixarei você gritando e dolorida, menina. Caralho,


farei você sentir isto pela próxima semana, por dentro e por
fora, cada vez que se mover. Sua pequena boceta vai ficar
ardendo, e você ainda irá querer mais. As contusões que irão
ficar na sua bunda e em seus peitos de tanto chupá-los, vão
lembrar você que nunca mais será fodida como a velha
Sabrina.

— Como se houvesse algo para apagar e mudar, você


será o primeiro a mostrar qualquer coisa.

Meu rosto aqueceu, enrubescendo mais forte do que


esperava quando as palavras saíram da minha boca. O tempo
congelou. Anton olhou para mim como se tivesse acabado de
lhe dizer que estava vendo elefantes cor de rosa.

— O quê?

Sua mão pousou sobre minha boca antes que eu


pudesse dizer qualquer outra coisa.

— Nós estamos quase lá, querida. Está-se me dizendo


que é virgem... — Ele fechou os olhos. — Porra! Percebe que
não há como voltar atrás agora, certo? Antes, eu poderia
segurar-me e até me afastar, se começasse a choramingar
seus arrependimentos. Agora? De maneira nenhuma. Não
sairei daqui até que você esteja completamente fodida e
pingando entre as pernas. Não sairá desta cama nada menos
do que uma bela mulher muito bem comida, porra.

Os tremores estavam espalhando por nós dois agora. Ele


me virou, atirou-me para baixo, achatando na cama. Seu
corpo enorme pendurado em cima de mim, e colocou minhas
pernas em torno de seu torso, em seguida, fechou uma das
mãos entre as minhas coxas.

Ouvi-o inalar bruscamente quando descobriu a umidade


lá. Agarrou minha calcinha e puxou. Eu mal apoiei meus
calcanhares quando senti ele agarrar meus tornozelos.

— Porra. — Ele rosnou novamente. — Espero que você


esteja pronta para mim porque não há como parar agora.
Espero que tenha se lembrado de tomar a pílula também.
Tomou-se ou não, não me importo. Estaremos transando esta
noite em uma cama de qualquer jeito e não penso em parar.
Nada me impedirá de gozar dentro dessa pequena boceta
doce, nem mesmo se alguns filhos da puta entrarem aqui e
colocarem uma arma na minha cabeça. Nada, Sabrina, está
me ouvindo?

Ouvi, tudo bem, mas o fogo ardente na minha boceta


era a única coisa atingindo meu cérebro agora. Ele enterrou
os quadris em mim, forçando o meu vestido até minha
barriga, balançando sua ereção inchada na fenda nua que ele
expôs.

Eu vi, era assim que eu iria morrer: consumida, sob este


animal bruto que me fez prisioneira, esse homem que deveria
ter lutado com tudo o que tinha em vez de derreter sobre dele
em uma posição que era muito além de comprometedora.

— Nada! — Rosnou novamente, bombeando com atrito


mais áspero contra a minha boceta.

Minhas coxas tremiam, involuntariamente tentando


fechar contra o choque. Anton sentiu uma onda e colocou
ambas as mãos nas minhas pernas, afastando-me. Ele foi
mais para baixo, sugando um seio através do meu vestido e
sutiã enquanto descia mais.

Aconteceu como um raio. Quando abri os olhos e tentei


respirar, seu rosto estava entre as minhas pernas, barba
áspera raspando na parte interna das coxas. Os beijos que
deu contra meus lábios, minha língua, meu pescoço, estavam
todos ligados ao meu centro encharcado.

Anton me segurou, teve de fazê-lo quando sua língua


começou a sacudir minha boceta uma e outra vez, um
movimento incessante preenchido com tanto entusiasmo que
teria envergonhado um homem morrendo de sede. Ele me
lambeu, chupou, fodeu-me com a boca, xingando com as
palavras mais sujas que não conseguia entender enquanto
enlouquecia de prazer.
Nenhum orgasmo foi igual. Pensei que tinha perdido um
pedaço de mim quando ele me obrigou a gozar com as mãos,
mas agora minha alma estava sendo desfiada com cada
lambida impiedosa.

Não podia evitar, empurrei contra seu rosto, fechei


minhas coxas em torno de seu pescoço. Ele parecia se
divertir, agarrando minhas coxas e empurrando ambas as
pernas com mais força contra a boca. Trabalhou como um
louco, rosnando enquanto fodeu com a sua língua, sem
perder um único segundo precioso para respirar.

Nada!

A última coisa que ele disse ecoou na minha cabeça.


Galopante em cada lambida.

Absolutamente nada, porra.

Quaisquer que sejam as dúvidas e medos que eu tinha


foram banidos por sua língua e os dedos fortes pressionados
em minha pele. Sua fúria crua me deixou sem ação,
ampliando o prazer em meu corpo.

Anton encontrou o meu clitóris, puxou-o em sua boca.


Segurou suavemente entre os dentes, um prisioneiro de sua
língua trêmula, que acariciava sobre a superfície
sobrecarregando.

Nada, nada, nada!

Eu não tinha mais nada para segurar. Fogo irrompeu do


meu núcleo e se espalhou pelo meu corpo em um tempo
impressionante. Minha boceta estremeceu, e ele aumentou a
sua aspiração. Rompi senti como se estivesse me desfazendo
de baixo para cima, com um fogo subindo.

— Anton! — Gritei, agarrando os lençóis, ancorando-me


na cama, para não saltar para o teto.

Foi a última coisa que disse antes do clímax me atingir.


Então não havia nada além do fogo instável, insaciável me
lambendo por toda parte, especialmente os meus mamilos
tenros e tudo abaixo da minha cintura. Sua língua estava em
cima de mim, formigando através do meu suor, espalhado na
minha pele quando ele ainda fodia a minha boceta.

Meus olhos reviraram e me rendi. Não havia nenhuma


maneira de resistir, nada a fazer além de deixar a maré me
levar embora.

O êxtase me levou para longe da mansão, embora para


algum canto distante, quente, do universo antes que de voltar
para meu próprio corpo. Recuperei a consciência, com o rosto
virado para o lado, olhando para as estrelas. Quando voltei
minha cabeça, ele estava em cima de mim, inclinando-se
entre as minhas pernas. Os dedos de Anton puxaram as
alças do meu vestido.

— O que aconteceu? — Sussurrei. Como se o


formigamento nascente no meu corpo não contasse a história
que o meu cérebro não podia processar.

— Você gozou, querida, e gozou lindamente. Comeria


sua boceta doce o dia todo a faria gritar usando apenas
minha língua. Mas tenho que fazer alguma coisa para
acalmar meu pau agora. Preciso estar dentro de você.

Caralho, porra. A forma como a sua voz ressoou como


uma avalanche quando disse a última parte não deixou
dúvidas sobre o que estava acontecendo.

Ele ia foder-me e levar a minha virgindade, e eu não ia


lamentar.

Por fim, estava acontecendo. Teria preferido alguns


encontros, uma boa comida e vinho antes dele tirar minha
virgindade, como disse a mim mesma há anos. Nunca
imaginei que estaria oferecendo-me a um criminoso que não
estava me dando uma escolha, mas lá estava.

Ele não estava pedindo, e eu não estava dizendo que


não.

Pegou-me, acendeu o fogo e arruinou todos os pedaços


da minha resistência. Odiava como me dava ordens,
mantendo-me prisioneira, mas não desprezei uma única
coisa sobre ele quando sua língua sufocou minha carne
tenra.

Isso fazia de nós amantes igualmente fodidos neste...


Isso... Que porra louca essa coisa era?

O roçar de suas roupas interrompeu meus


pensamentos. Meu vestido já tinha ido embora, saiu do meu
corpo em algum momento, quando estava no transe
orgástico.
Ele tirou sua camisa com velocidade sobre-humana,
arrancou os sapatos, em seguida, a calça, largando no chão,
abaixando em seguida as boxers por suas pernas
musculosas.

Um enorme pássaro vermelho adornava seu peito, era


escuro como sangue, uma sombra mais brilhante do que as
listras e padrões selvagens correndo para cima em seus
braços, voando pelas costas. Tudo sobre neste homem
parecia voar, tirá-lo do chão e levá-lo para fora da janela para
a noite prateada.

Estendi o braço, roçando o enorme predador com a


minha mão.

— É uma águia?

Anton sorriu.

— Fênix. Você já ouviu falar sobre ela, certo? — Não


tinha.

— A porra dessa lenda conta que: — Disse, curvando o


peito para que eu pudesse ter uma visão melhor. — Cada
pena que esse belo pássaro perde é uma benção ou uma
maldição, garantido tornar tudo o que toca em chamas. A
Fênix chega ao verdadeiro coração das pessoas e coisas.
Minha avó costumava contar as lendas para mim, acho que
grudaram em minha cabeça, mesmo depois de todos esses
anos.
Apropriado, e muito mais amável do que qualquer coisa
que eu queria acreditar. Talvez Anton não fosse apenas um
bandido duro depois de tudo.

Não que o seu corpo nu, musculoso quisesse que eu


achasse qualquer coisa diferente. Flexionou, aproximou as
mãos, baixando os olhos. Segui seu olhar e engasguei quando
eu vi que tinha entre as pernas.

Seu pau era enorme! Quer dizer, já vi homens grandes


com grandes paus em sites de modelo antes, alguns deles tão
sinistros e parecidos com ele. Mas o que ele tinha à minha
espera, pulsando entre suas coxas fortes...

Fechei os olhos e engoli. Será que caberá dentro de


mim? Se caras na média tinham algo como doze centímetros,
então este tinha duas vezes mais, talvez mais.

Ele avançou, esfregando-o contra a minha barriga,


dando seus quadris uma boa bombeada para que sentisse
como era grosso, longo e duro. Estremeci. Isso pode me
rasgar, mas caralho, se eu não queria tentar montá-lo,
empurrá-lo para baixo até meu ventre.

Fiquei sem ar quando o luar pegou um flash de algo


metálico em seu pênis. Havia algo como uma bala pequena e
um pino, preso à cabeça do seu pau.

— Qual é o problema, querida? Toda garota que eu já


comi amava o que viu. Não me diga que você está com medo
de um pau furado? — Ele sorriu. — Entendi. É o seu
primeiro. Você está nervosa, não fique. Porra, olhe para baixo
e veja o único pau que você terá enchendo seus buracos.
Balançar seu mundo tão forte que você nunca pensará sobre
o que outro te faria sentir. Só eu. Só eu. Você é minha,
Sabrina.

Nossos olhos se encontraram. Seu glacial mar azul


estava em chamas.

Desgraçado, nunca pararia de dizer isso, de pensar, de


sentir. Ele sempre era tão confiante, mesmo quando
estávamos ambos nus. Será que apagaria aquela máscara de
assassino presunçoso quando gozasse?

Minha boceta doía com o pensamento. Gostaria de saber


se ele realmente me queimaria de dentro para fora, quando
viesse. Jesus, e o controle de natalidade. Tomei a pílula,
assim como ele pediu, mas seriamente me perguntei se ela
iria fazer alguma coisa para impedir-me de ficar grávida.

— Só preciso de um segundo. — Sussurrei, lutando


contra um sorriso estúpido torcendo meus lábios. — Isso é
loucura. Está tudo acontecendo como...

— Como está destinado, querida. Eu sabia que iria te


comer no momento em que te vi. Só não sabia que eu iria
querer tanto.

Ele empurrou seus quadris contra mim e resmungou.


Para cima e para baixo, para cima e para baixo, seu pau
arrastava-se sobre a minha pele em um amplo arco,
escorregando no creme que não conseguia parar de escorrer.
Deixou os próximos empurrões mais suaves, mas ainda pulei
em seus braços quando roçou meu clitóris.

— Você está tão sensível. — Disse. — Talvez devesse


entrar em você. Apenas com você se contorcendo, enfiando
minhas bolas profundamente dentro de você.

— Sim! — Assobiei, um som de desejo tão agudo que


mal reconheci como meu.

Ele deve ter decidido que o tempo de conversar e


provocar acabaram. De repente, abaixou, empurrando meu
peito, puxando os mamilos tensos entre os dedos para sua
boca. Chupou um e, em seguida, mudou-se para o próximo,
tudo isso enquanto eu dobrava debaixo dele, mantendo a
minha sanidade, espremendo minhas pernas contra as dele.

Ele estava crescendo mais quente a cada segundo.


Quando passei minhas mãos para cima da sua espinha, foi
como tocar rocha vulcânica, algo áspero e quente tinha
soltado, esculpido com perfeição no manto.

— Por favor! — Choraminguei quando se afastou de meu


mamilo, agora sugando com suavidade doce. — Preciso disso,
Anton, quero isso.

Enfim, teve a minha confissão. Agora, queria que ele


empurrasse entre as minhas pernas e tomasse todos os vinte
e dois anos que vivi como uma virgem estúpida na sombra da
minha família.
Ele leu minha mente. A próxima coisa que sabia, era
que a sua dureza que estava entre as minhas pernas mais
baixo de mim. Ele levantou seus quadris, puxando minhas
pernas envolta dos seus, deixando seu pau na posição
perfeita.

Rosnando, ele afundou em mim.

Foi lento no início, gradual e apenas um pouco doloroso.


Ainda bem que minha boceta estava muito molhada, ainda
pingando com a necessidade que ele criou. Esfreguei e
empurrei-me, preparando-me para tomar cada belo
centímetro dele.

Ele me agarrou, ajudando a levá-lo profundamente.


Meus olhos estavam apertados quando finalmente entrou
todo, pressionando sua cabeça inchada em algum lugar perto
do meu útero.

— Você está bem, baby? — Ele parou, segurando-se e


pegou meu queixo.

Abri os olhos e assenti. Mesmo se não estivesse, não


havia como parar a necessidade lunática agitando em nossas
veias, nos puxando e chamando para foder a todo custo.

— Bom. Porque agora vou martelar sua boceta até você


e eu gozarmos. Relaxe e aproveite, quanto mais você gozar,
melhor fica.

Como se eu tivesse escolha.


Tive de superar as primeiras impressões quando ele foi
para trás e se afundou de novo em mim, agarrando-se ao
desejo louco enquanto suas estocadas me esticavam, cada
impulso acendia um pouco mais de fogo, alimentando o
frenesi crescente no meu núcleo. Músculos sugados,
apertados, e relaxando com seu ritmo.

Minha boceta sabia o que queria, e rapidamente


adaptou-se ao seu tamanho.

Outro clímax veio do nada, tão rápido e inesperado que


foi quase ofuscante. Liquidando o resto da dor e desconforto,
deixando apenas êxtase em sua passagem. Foi apenas mais
uma onda da longa tempestade que carregava através do meu
corpo, uivando em cada nervo.

Ele me fodeu mais rápido quando abri meus olhos e


parei de gritar.

De tanto arranhar os lençóis meus dedos doíam, fiquei


surpresa que eles estavam intactos. Meu aperto não era tão
desconfortável depois de gozar em seu pau, especialmente
com a forma como ele estava me acertando na cama.

Sussurros saíram de sua boca, ofegava e fodia como o


animal enorme russo que era. Estremecia com tanta força
que parecia que a tatuagem da Fênix batia suas asas,
espalhando seu fogo mítico, desta vez em cima de mim.

A pouca noção de tempo que eu tinha se desfez em seus


impulsos. Gozei pela terceira vez, ofegante e rouca, sentindo o
peo de sua virilha torturar meu clitóris, e ainda não tinha
acabado de me foder.

Saiu de dentro de mim, virou-me, segurando meus


ombros. Posicionou-me de quatro e me comeu como uma
cadela no cio desesperada, exatamente o que eu era naquele
momento. Mesmo o belo céu da noite acima não era nada.

Não havia nada, nada, nada, exceto ele e eu, nada,


exceto esse prazer, nada, exceto o incrível dedilhar do seu
pênis dentro de mim.

— Ah Merda. Merda. Caralho! Espero que você esteja


perto de novo, baby, porque preencherei essa boceta. — Ele
ofegava. — Farei você lembrar-se do meu pau pulsando
dentro de você todos os dias. Você quer duro, não é?

Eu balancei a cabeça. Ele estendeu a mão, os punhos


no meu cabelo, e deu outra boa bombada.

— Sério? Não posso te ouvir. Escuta, se não gritar, vou-


te foder direto pela próxima hora. Quer descansar? Então é
melhor trabalhar por isso, faça-me gozar, implore por minha
semente.

Foi quando meus quadris assumiram vida própria.


Apertei meus músculos internos e doloridos tão forte que a
minha visão ficou turva. Eu queria ordenhar seu pau até ficar
seco, queria que gozasse.
Queria que ele perdesse esse controle demoníaco sobre
mim a partir do momento que nos conhecemos, mesmo que
apenas por alguns segundos gloriosos.

Rebolava selvagem em seu comprimento total fundo em


mim, encontrando seus impulsos tão duramente quanto
poderia. Claro, isso só acelerou o meu último clímax, as
explosões que pareciam que nunca iriam parar, enquanto
estava dentro de mim. Aquele pequeno parafuso preso em
sua ponta estimulou lugares que nenhuma mulher poderia
resistir, e eu não era exceção.

Meu corpo ficou tenso e gritei, puxando meu cabelo de


seus dedos. Ele quase os arrancou quando seu punho
apertou.

— Caralho! Porra! — Respirou fundo e jogou os quadris


para frente com tanta força que me empalou na cama. —
Sabrina!

Ouvir meu nome em seus lábios me fez gozar mais uma


vez. Eu gozei com tanta força que quase rasguei em duas,
balançando contra seu pau, perdendo minha mente enquanto
ele descarregava puro fogo em mim. Senti jorrar em meu
ventre, encher, e depois fluir para fora de mim, derramando
em torno de nós.

Tanto fogo. Tanto de sua essência. Caralho.

Senti ele me soltar, satisfeita em um nível que mal podia


compreender. Parecia que nós ficamos juntos pela metade da
noite. Quando meus músculos pararam de pulsar e pude
finalmente respirar de novo, joguei-me na cama, saindo seu
pau e sentindo sua porra quente vazando fora de mim,
correndo pelas minhas coxas.

— Porra... Caralho, querida. — Levou um minuto inteiro


para que eu recuperasse o fôlego. — Para uma menina
virgem, você fode como se fizesse isso há muito tempo.

A cama tremeu mais uma vez quando ele rolou, caindo


ao meu lado com força.

Nós não descansamos por muito tempo.

Enrolei contra seu peito, amando seu calor, a sua


proximidade. Meus nervos vibravam, confusos e vivos com o
calor e uma sonolência agradável, que não me levaria até que
ele estivesse pronto para deixar-me ir.

Antes que eu dissesse qualquer coisa, Anton empurrou


a mão entre minhas pernas. Encontrou meu clitóris para me
lubrificar de novo. Seus dedos beliscando-o, e então
começaram a me comer pela segunda vez, atingindo dentro
de mim e me acariciando.

— Anton, é muito cedo. — Soluçava. — Não acho que


posso...

— Cale-se. Vamos fazer de novo, até eu me sentir fraco,


tenho pelo menos mais quatro rodadas antes que você possa
descansar. Certo, Sabrina? Quando perceber que pode vir e
mantiver sua sanidade, então poderemos descansar.
Sua boca sufocou-me antes que pudesse protestar. Mais
beijos. Mais fogo.

Seus dedos se aceleraram, esfregando-me mais rápido,


mais profundo, e infinitamente melhor. Empurrei minhas
coxas juntas e contra sua mão, levada para o precipício.
Quando abruptamente as afastou com o rosto contorcido,
lembrando-me de todas as emoções conflitantes que ainda
tinha por este homem.

Mas não estávamos nessa cama sob as estrelas para


pensar. Anton espalhou minhas pernas e me montou um
segundo mais tarde, empurrando duro e profundo, usando
seu pau onde seus dedos não podiam.

Gozei muito rápido. Seria embaraçoso se não estivesse


me sentindo tão bem.

Apertando ao redor de seu pênis apenas o encorajei a


acelerar. Jorrei e gozei em sua ereção, amando o jeito que
suas pesadas bolas batiam na minha bunda. Anton colocou
os punhos no meu cabelo roçando a barba na minha
bochecha, estampou beijos galopantes no meu pescoço,
focado na minha garganta.

Ele me comeu até pensar que desmaiaria. As estrelas


pareciam mover através do céu acima e atrás dele, engolindo
a cama, a casa, e toda esta situação ridícula.

Tudo foi devorado, exceto eu, ele, e a bela vista prateada


em torno de nós.
Minhas unhas arranharam duro nas suas costas. A
sensação deve ter atingido um nervo porque ele começou a
foder mais rápido ainda, transando como um animal no cio.

Saiu, ergueu uma perna e ficou atrás de mim. Seu


enorme músculo tatuado me segurava, enquanto entrou em
mim de lado. Minhas pernas caíram como lâminas de tesoura
soltas enquanto empurrava mais profundo, guiando o pino de
metal em meu veludo, como um míssil de precisão.

Implacável em sua força, grosseiro em seus sussurros,


brutalmente masculino.

Fodeu como se fosse meu dono, e na cama, ele


finalmente foi.

Estendi a mão para os travesseiros e envolvi-os em


minhas mãos enquanto o fogo na minha barriga disparou.
Anton puxou meu cabelo tão forte que pensei que iria
arrancá-lo, forçando seu pênis dentro de mim novamente e
novamente.

Ele jogou a cabeça para trás e gritou.

— Porra, caralho, porra! Estou preenchendo sua boceta,


querida, do jeito que deveria ser preenchida. Preenchendo
com o único pau que essa bela e linda boceta vai ter.

Sua mão livre beliscou minha coxa, segurando-me


aberta para ele, apertando profundamente em minha carne
tenra. A mistura inebriante de dor e prazer colidiu e foi nova.
As estrelas se tornaram fogos de artifício tudo de novo,
manchado através da minha visão, cega pelo prazer.

Tempo, suor, especiaria, fogo.

Todos os meus sentidos dispararam o máximo enquanto


ele metia profundamente e esvaziava dentro de mim. Minha
boceta instantaneamente veio quando ele gozou, pulsando e
queimando tão forte que sacudiu cada centímetro de mim,
ameaçou me prender em seu mundo para sempre.

Tudo se tornou um borrão total após isso. Acho que ele


me comeu mais algumas vezes, segurando pelos meus
cabelos e de quatro, puxando-os e batendo na minha bunda
para me manter consciente, sempre que meu corpo ameaçava
se desligar.

Ele disparou o meu corpo direto para as estrelas e me


puxou de volta à Terra, sempre pressionando sua boca no
meu ouvido quando não estava beijando, mordendo ou
atormentando meus mamilos com a língua perversa.

— Fodi profundo o suficiente para sentir sua pulsação,


querida, não se esqueça disso. Tomarei seu coração, sua
alma, seu corpo. E nunca, nunca deixarei você ir embora,
não tenha ideias estúpidas, Sabrina, você é minha por carne,
sangue e sexo. Espacialmente pelo sexo — Ele suspirou. —
Você está deliciosa, caralho, e eu sou insaciável. Nunca
cansarei de disparar nesta pequena boceta quente. Você pode
me ouvir, baby? Não? Então marcarei isso em sua pele, até
que ecoe em seu corpo para sempre.
Nunca fui tão... Tão drenada pelo tempo que demorou, e
quero dizer, em todos os sentidos da palavra.

Lembro-me dele me puxando para os seus braços e,


finalmente, ouvir o seu batimento cardíaco guiando-me para
dormir. Ambos dormimos como mortos.

Ele acordou antes de mim, saiu da cama, e não deixou


nada para trás. Quando me levantei, ele tinha ido. Era de
manhã cedo, e frio também. Estendi a mão para o lençol e
puxei-o em torno de mim, sentindo falta do seu calor.

Quando eu passei minha mão sobre a marca que seu


corpo deixou na cama, fiquei abismada com a rapidez com
que eu caí. A velha Sabrina Ligiotti estava pendurada por um
fio, prestes a escorregar em... O que, exatamente?

Seu controle? Para sempre?

Sua presença era incrível. O sexo inacreditável. Mas eu


não estava pronta para servi-lo com nada além das sugestões
poderosas que ele fez sobre minha família.

Eu pensei sobre o tio Gioulio. Se cedesse e deixasse os


irmãos Ivankov realizarem seu plano ou, Deus me livre,
ajudá-los, a minha única carne e sangue teria uma morte
horrível. Os russos não iriam fazê-lo rápido e fácil.

Tudo o que ainda tinha que aprender sobre este mundo


descobriu que era muito. Também sabia que meu tio iria
queimar pelo o que estava sendo acusado. Se realmente fez
isso, ele merecia.
A prova ainda não tinha absorvida totalmente porque
não era completa. Eu precisava mais que discursos
imponentes de Anton e um computador rigidamente
controlado para mostrar-me o que estava acontecendo. Não
era como se pudesse sair e perguntar a qualquer um.

Se este era um truque elaborado ou exagerado para me


manter a seu lado, então, as respostas seriam sempre
retorcidas de uma forma ou de outra. Mais perguntas não
diriam nada.

A fuga não era menos atraente do que foi no dia


anterior, e talvez estivesse um passo mais perto, agora que
tive um momento inesquecível com Anton. Se esta noite
significava tanto para ele como para mim, a confiança entre
nós havia crescido.

Talvez eu fosse estúpida e ingênua, queria acreditar que


ele precisava da minha ajuda para fazer a coisa certa, mesmo
que estivesse fazendo movimentos que iriam esmagar meu
coração. Mas eu não podia saber até que mentisse para ele e
estivesse livre.

Não estava rendida ainda, era o meu trabalho ele


acreditar que confiava nele. Diria tudo e qualquer coisa para
fazê-lo confiar em mim, assim me libertar e mandar-me de
volta para onde eu vim.

Se pudesse voltar para o mundo exterior, seria capaz de


enfrentar meu tio e toda essa história louca face a face, sem
nada suspeito no caminho.
Curvando a cabeça na luz do amanhecer, lambi meus
lábios e provei. Foi tão bom quando ele possuiu meu corpo na
noite passada. Ainda assim, não o deixaria ter todo o resto
até que tivesse certeza que ele merecia.

As coisas tinham tomado um rumo realmente louco, e


agora não havia mais nada a fazer senão seguir o caminho
errado, não se tratava de velhas disputas de sangue e guerras
entre mafiosos.

Era sobre ele e eu.

Se o fogo que senti aqui na cama era real, mais do que


apenas a mente explodindo com sexo, então eu tinha que
chegar à verdade. Isso é o que sempre dizem que define uma
pessoa livre, certo?

Pena que nunca disseram que é bipolar: uma revelação


de divisão com o poder de escravizar, libertar ou destruir.
Muito parecido com a Fênix tatuada no corpo de Anton.
Estava pronta para descobrir o que ele faria, mesmo quando
as possibilidades ofereciam morte ou triunfo.
Enfeitiçado

Não era o único que passou toda a merda da noite


tentando recompor-me. Porra, não sabia como não explodi
ontem à noite com ela. Senti como se fosse atingido por um
tiro, quando arrastei minha bunda da cama nessa manhã,
provando seus lábios sonolentos uma última vez antes de
sair. O beijo me fez lembrar que a noite de maratona que tive,
tomou um ano da porra da minha vida, foi tão intenso, valeu
a pena.

Daniel estava desmaiado em uma cadeira perto da


janela, uma garrafa vazia de vodca cara ao seu lado. No
escritório principal, a bunda de Lev estava pressionada
contra o vidro, seus grandes braços em volta da loira magra
que eu vi cuidando das coisas ao redor da casa.

Jesus Cristo. Nenhum de nós tinha tempo para isso, o


tempo de festa acabou quando começou o planejamento.

Quando abri a porta, a menina acordou gritando, fingi


não ser o maior e mais completamente hipócrita de merda do
mundo.
— Que porra está fazendo?! Deixei-te aqui para
trabalhar a noite toda, enquanto eu fazia toda a merda
importante? Veja isso! Droga, irmão. Agora vamos ter que
encontrar uma nova empregada também.

Nunca duram muito tempo, quando o apetite de alguém


leva a melhor sobre elas. Se tivesse sorte, receberia um
pagamento gordo e um bilhete de ida para seu país de
origem, dinheiro frio e um duro aviso de esquecer tudo sobre
a América e sobre trabalhar para os irmãos Ivankov.

Lev se levantou e cobriu a menina com o corpo nu,


protegendo-a de mim. Porra. Muito cedo para a visão do
corpo nu de meu irmão. Parecia um tigre em pé sobre duas
pernas.

— Idiota! Por que não pode bater em primeiro lugar? —


Ele se aproximou e bateu no meu peito.

Tropecei para trás, totalmente pronto para enviar o meu


punho em seu rosto. Então, ouvi os passos atrás de mim,
rápido e irregular. Daniel nos separou, nós batemos no chão,
tudo isso enquanto a cadela loira gritava e agarrava suas
roupas.

Ela estava fora da porta, correndo para algum lugar


mais discreto para vestir-se enquanto todos nós lutávamos
uns com os outros. Dei alguns socos e sangrei o nariz de Lev.
Estava prestes a rebentar a porra do seu lábio, a melhor
maneira de mostrar que eu estava falando sério, quando
Daniel começou a rir como um idiota.
— O que é tão engraçado? — Rosnei, envolvendo a
minha mão livre em torno de sua garganta.

— Só percebi isso agora. Você e a cadela Ligiotti no


andar de cima. Lev, enterrando na boceta da governanta.

— E você com a merda da sua garrafa. — Rosnei,


apertando os dedos em torno de sua garganta.

Movendo-se surpreendentemente rápido para um


homem com uma ressaca, sacudindo a cabeça para sair do
bloqueio sobre ele.

— Sim, o ponto é, todos nós estamos procrastinando


agora. Não mintam mais, irmãos. Temos medo de fazer esta
porra de trabalho, não é? O que aconteceu antes nos matou.
Com nossa asneira deixamos aquele bastardo fugir, e quase
matamos umas meninas inocentes. Graças a Deus alguém
estava olhando por elas.

Meus punhos enfraqueceram, Lev aproveitou a


oportunidade para se afastar dele, rugindo quando se
levantou e atravessou a sala, para encontrar suas roupas.

Encerrando a briga, olhei para seu pau, enquanto ele se


virava. Esqueça. Ambos os meus irmãos eram totais idiotas,
mas Daniel tinha um ponto, ele também acabou de falar a
merda que costumava manter-me acordado a noite toda atrás
das grades, a culpa e espanto de que as coisas não tivessem
piorado quando Gioulio escapou da nossa bomba.
Nós tínhamos matado um bando de desgraçados e
quase o pegamos, sim, mas nós poderíamos ter facilmente
matado as escravas. Ninguém queria estragar tudo agora, e
perdê-lo novamente, e acabar com sangue limpo em nossas
mãos foi pior do que derramar o nosso próprio.

Porra.

Apontei para Lev.

— Assim que este babaca estiver vestido, vamos tomar


café da manhã e falar de negócios. Não há mais bebidas ou
sexo porra. É hora de sermos adultos e começar o nosso
serviço.

Lev se virou, abotoando a camisa, dando-me um olhar


de desgosto.

— Não aja como um maldito grande e poderoso, querido


pirralho. Eu sei que você estava transando a noite toda como
eu. Pelo menos sei como enfiar meu pau em um lugar que só
irá nos causar um pequeno dano.

Tentei reprimir o rosnado, mas depois de escutar isso,


deixei meu lado russo tomar conta, o tom estrangeiro mais
severo com o qual fomos criados com o nosso pai lembrou-me
que esses cretinos não eram meus inimigos. Não por um
longo tempo, esses meninos eram tudo que eu tinha. Quem
me ajudaria a fazer o que vim fazer. Tudo que tinha do meu
lado para acabar com isso e descobrir se havia mais para
Sabrina do que descobrir quantos ruídos agradáveis ela
poderia fazer debaixo de mim enquanto a pegava no colchão.
Daniel passou a mão no rosto, enxugando o suor da
ressaca. Ele olhou para mim com os mesmos olhos azuis
brilhantes fixados em minha cabeça, o seu era mais
entediado pelo consumo excessivo de álcool.

— Café da manhã. Traga a menina para baixo, nós


todos vamos entrevistá-la para nos certificar de que está
realmente pronta para sair por conta própria.

Franzindo a testa, invadi seu espaço pessoal. Daniel


cambaleou para trás dois passos e, em seguida, firmou-se,
pronto para lutar se fosse preciso. Faltava-lhe um pouco da
força muscular que Lev e eu tínhamos, mas em vez disso, no
cérebro o menino era um filho da puta sorrateiro, quando a
situação ficava crítica.

— Não, o que acontecer hoje é entre nós três. Não


deixarei suas besteiras estragarem toda o caralho do
progresso que fiz na semana passada. Ela está pronta para ir,
abri os olhos dela, acreditou depois de ver toda a merda
fodida que seu tio bastardo está escondendo. Não tive que
torcer o braço um centímetro.

Graças a Deus por isso. Se Sabrina não tivesse cedido,


meus irmãos me fariam recorrer a métodos mais duros, mais
de cativeiro, e toda a besteira sombria que faríamos para um
refém cooperarem com a gente.

Não éramos os mocinhos, nunca tive qualquer ilusão


sobre isso. Claro, havia linhas que os bastardos Ligiotti
cruzaram, que nunca faríamos, mas isso não significava que
estávamos isentos de usar lâminas, grades e ameaças brutais
quando havia uma boa razão.

Daniel suspirou. Lev veio atrás dele, e eu fui o primeiro


a sair. Meus irmãos seguiram atrás de mim para a sala de
jantar, onde chamei os empregados pelo interfone e disse
para trazerem o café da manhã.

Dez minutos depois, um pouco de café e metade de um


prato de ovos mexidos e salame, já estava em meu juízo
perfeito para resolver essa merda. Espero que, sem colocar
mais hematomas nos meninos ao meu lado.

— Precisamos entrevistá-la, Anton. — Daniel disse,


colocando comida em sua boca. — Vamos falar com ela. A
menos que você nos convença de que ela fez uma volta total
no tempo de uma semana, precisamos ouvir a sua menina
com os nossos próprios ouvidos.

Lev riu, dando uma mordida grande em uma pera verde.

— Todos nós temos problemas com mulheres, irmãos.


Mas, diga-me, Anton, desde quando uma puta vai contra a
única família que ela já conheceu?

Meus punhos bateram na mesa com força. Meus irmãos


pularam, e depois se acomodaram em seus assentos com um
resmungo.

— O sexo não fez nada, ela queria. Não é um maldito


controle da mente, e vocês rapazes são inteligentes o
suficiente para saber isso. — Resmunguei. — Sabrina mudou
de ideia porque eu mostrei a merda da fria verdade de perto.
Disse que todos os cidadãos honrados que mandei para o ar,
eram ratos de sarjeta e mostrei uma prova concreta. Ela nos
ajudará a chegar a Gioulio de uma forma ou de outra.

— Sim? O que é isso? Algemas? — O tom na voz de


Daniel disse que ele estava apenas meio sério. Nós tínhamos
feito isso antes com algumas outras mulheres sob nossos
cuidados.

Claro, nenhuma dessas coitadas era um centésimo tão


bonita como Sabrina. Nunca comi nenhuma delas até o ponto
de ficar sem forças, nunca arranharam debaixo da minha
pele, fazendo-me voar em uma raiva onde meu coração estava
batendo no peito sempre que pensava na possibilidade dela
ser esfolada viva pelos nossos inimigos.

— Caralho. — Coloquei a mão na minha testa e me


acalmei, perguntando que droga ela fez comigo.

Não é brincadeira. Se ela não fosse boa para caralho


ontem à noite, virgem e toda minha, eu teria acreditado que
ela tinha algo na boceta para envenenar a mente de um
homem.

— Que porra é essa? Você está bem? — Lev deu outra


mordida, seus grandes olhos azuis, mostrando preocupação
fraternal.

— Estou bem. Olha, estou lhe dizendo ela vai cooperar.


Se não o fizer, pode me levar para o pátio e colocar a porra de
uma bala na minha cabeça, e mereceria muito mais por
colocar essa família em perigo.

Daniel estendeu a mão pedindo para parar.

— Pare aí, estou disposto a dar uma chance a essa


loucura, porque nós não temos uma maneira melhor de
chegar ao italiano, você precisará mais do que coragem para
isso. De qualquer maneira quero experimentar meu novo
equipamento.

— O inseto? — Exalei lentamente. — Que bem fará?


Sim, nós vamos ser capazes de ver onde ela está e que
caralho ela está fazendo. Mas, se ela quiser nos ferrar tão
logo esteja fora do nosso alcance, nós não poderemos ir lidar
com isso, não quando estiver no território dela.

Lev cruzou os braços e Daniel olhou para mim como se


tivesse perdido a porra da minha cabeça, talvez realmente
tivesse. Fodi e gozei naquela boceta doce seis ou sete vezes
ontem à noite, poucas horas atrás, e meu pau já estava
pulsando mais enquanto a comia, com fome para mais.

— Ela não irá a lugar nenhum, a menos que D. faça seu


experimento, irmão, não permitirei isso, você sabe que estou
certo. Papai iria começar a acender um fogo em sua maldita
sepultura se deixarmos que a cadela volte para casa sem algo
com ela. Você acredita que o seu palpite está certo, queremos
acreditar também. Manter o controle sobre ela provará que
estou certo, talvez até possa ir embora sem aquela conversa
amigável.
Engoli em seco. Caralho, tanto quanto não queria
admitir, ele estava certo, e desta vez, a intuição sobre mandar
Sabrina de volta estava muito certo. Se ela se virasse contra
nós e me traísse...

Ela morreria, e provavelmente eu morreria no processo


de matá-la e a seu tio.

Não, caramba, isso tinha que dar certo.

— Ok. — Disse finalmente. — darei a notícia hoje à


noite, amanhã ela estará pronta para ir.

— Certifique-se de que esteja. — Disse Lev, mordendo


sua pera. — Nós já estamos atrasados gravemente. Você sabe
que os federais logo irão te caçar, certo?

Daniel concordou.

— É um pequeno milagre eles não terem caído sobre nós


ainda. Manter o nome da família fora deste lugar nos dará
abrigo por um tempo, mas é apenas uma questão de tempo
antes que algum federal venha aqui, à procura de Anton.

Eu não disse nada, não era a merda de um idiota, sabia


muito bem que minhas chances de ajudar a acabar com a
guerra com os italianos estavam acabando, o tempo estava
passando rapidamente.

Tic-tac-porra-tock.

O grande relógio sob o retrato de nosso avô clicava atrás


de mim, um lembrete no mundo real de tudo ao meu redor
apertando como um maldito laço.
Eu faria essa merda dar certo, Sabrina voltaria a
trabalhar com Gioulio para termos sua localização, e então eu
colocaria chumbo naquele italiano filho da puta e depois a
levaria embora. Se fosse necessário a levaria como um
homem das cavernas, de maneira nenhuma a deixaria para
trás, para morrer.

Da próxima vez, levaria minha garota longe desta guerra


para sempre. Longe, em algum lugar onde estaríamos a salvo,
em qualquer lugar, deixaria isto atrás e começaria o que
realmente importava.

Ela estava no banho quando a encontrei naquela noite,


provavelmente relaxando seus músculos doloridos depois da
noite que tivemos. Não pode deixar de reprimir um sorriso,
sabendo que eu fiz isso com ela.

Suas mãos escorregaram através da água quando abri a


porta.

— Você nunca bate?

— Não é necessário, querida. Não é como se houvesse


alguma coisa aqui que não tenha visto antes, e verei tudo
novamente de perto em breve, caralho.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Você é muito seguro de si.

Dei de ombros.
— É fácil saber as minhas chances depois do jeito que
você gritou neste pau a noite passada. Vai tomar banho a
noite toda ou está com fome?

— Estou faminta.

— Então vamos se vista e vamos jantar. O chef nos


preparou um local especial. Acho que podemos jantar fora
esta noite, você não fugirá.

Enfiei a mão no bolso e toquei o inseto. Merda, colocar


aquela pequena escuta em suas coisas hoje à noite parecia
errado. Mas foi a única coisa certa a fazer antes de mandá-la
para casa, a única maneira que meus irmãos a deixariam
voltar para Chicago.

Ainda havia uma boa chance de que tudo poderia dar


errado uma vez que ela fosse embora daqui também. Quem
sabia quando poderia correr minhas mãos por seu cabelo
preto macio novamente? E se passassem meses antes que
pudesse provar sua boceta doce, ou sentir do jeito que ela
empurrava ao redor de mim quando batia meu pau na sua
boceta?

Porra, porra, porra. Eu já estava sentindo falta dela, e


ela ainda não tinha ido.

— Vamos. — Rosnei, indo até a banheira e a puxando


com uma mão.

Ela parecia tão deliciosa que queria arrancar minhas


roupas, empurrá-la de volta para a água, e fodê-la ali mesmo.
Faria a água espirrar em toda a porra do banheiro tanto
quanto eu precisava estar dentro dela, cru e desesperado,
febril como a forma que a minha pele aqueceu alguns graus a
mais apenas olhando para cima e para baixo de seu elegante
corpo nu.

— Está bem, está bem! Estou indo. — Disse, se jogando


contra o meu peito.

Relutantemente a soltei e entreguei a toalha, então a


puxei de volta para meu alcance, enquanto a secava.
Qualquer desculpa para colocar as minhas mãos ásperas
sobre ela era boa. O banho deixou sua pele mais suave do
que nunca, requintada, de modo especial, feminino.

Meu pau queria rasgar minha calça e empurrar entre


suas pernas. A atração de fogo entre nós era magnética,
implorando, faça ou morra, porra.

Maldição, teria de vesti-la agora antes que esquecesse


tudo sobre as coisas que planejei nos jardins. Se não fizesse,
meu apetite sobre qualquer outra coisa além de foder seria
extinto.

— Escolha algo quente. — Eu disse, deixando cair a


toalha e andando até o armário. — Está uma noite fria lá
fora, há uma jaqueta curta se você precisar.

Ela desapareceu no closet, esperei do lado de fora,


repensando no meu incentivo idiota para ela se vestir em
camadas. Bem, qualquer maneira, não irá mantê-las a noite
toda, caralho.
Nós íamos acabar nus, na grama ou na cama. Ia transar
com ela como se fosse a última vez esta noite, se Deus fosse
cruel, poderia ser. Meu coração violentamente bombeava o
sangue através de minhas veias, e tudo corria direto para o
meu pau, martelando na minha calça, até que ela finalmente
saiu.

Cristo. Mesmo quando estava vestida com uma camisa


de caxemira fresca e uma saia grossa agradável fluindo até os
tornozelos, ela ficava linda. Meus dedos se contraíram ao lado
do meu corpo, querendo agarrar seu cabelo preto de seda e
empurrá-la para a parede, rasgar essa merda, e entrar nela
agora.

Controle-se, idiota, uma voz ressoou na minha cabeça.


Você já fez isso antes e sempre fica decepcionado quando
finalmente está com o seu pau molhado.

Sim, mas não assim. Não com alguém como ela. Ainda
tinha muito a aprender sobre essa garota, mas ela se tornou
uma porra de uma obsessão que não poderia banir da minha
cabeça. Manhã, meio-dia, ou de noite, tudo girava em torno
dela, e não apenas porque era a chave mestra para colocar
Gioulio Ligiotti em seu túmulo.

— Bem? Nós vamos? Estou ansiosa para ver qual é este


grande segredo.

Engoli em seco. Idiota do caralho. Senti como um garoto


novamente prestes a ir para o baile. Claro que, naquela noite
descobri que era um animal na cama. A menina que montou
no meu pau deve ter gozado umas três vezes para cada uma
minha.

Sempre usei preservativo, com todas as mulheres que


transei, mas não com Sabrina.

Nunca, nunca usaria preservativo entre essa boceta


doce e eu. Sempre a encheria e veria correr fora de sua fenda
rosa com orgulho, uma das muitas maneiras de seu corpo
ardente perfeito, tremendo e gritando na minha carne.

Saímos e descemos as escadas, indo pelo corredor que


leva aos jardins. Ainda bem que Daniel estava afogando sua
bunda no bar no térreo novamente. Ele me deu um maldito
sermão sobre passar a noite fora, embora os jardins em volta
fossem totalmente fechados.

Filho da puta preocupado com os federais, e sobre ela


escapar também. Quão boa seria a liberdade se não pudesse
fazer o que eu queria, porque estava ocupado demais olhando
por cima do meu ombro por bastardos ansiosos para
arrastar-me de volta para a prisão?

De jeito nenhum, não mesmo. Não deixaria nada ficar


no meu caminho hoje à noite, e agora queria o calor dela
mais do que amava a brisa fresca contra a minha pele.

Quando ela desceu os degraus pela porta de vidro


grande que dava para os fundos, parou e olhou. O jardim
estava iluminado com tochas que se estendia por todo o
trajeto para o gazebo com a mesa, onde o jantar e vinho
esperavam por nós.
Normalmente preferiria um bife, mas por ela ia ser um
jantar com classe. Estava esperando tirar sua calcinha, fiz
um trabalho muito bom.

Tive de agarrá-la puxando pelo caminho suavemente


iluminado para que a garota se movesse novamente. Ela não
pode deixar de ficar de boca aberta com a visão, maravilhada
com todas as videiras e as flores que passamos na trilha.
Velho Grigor deu um aceno respeitoso quando passamos por
ele.

Balancei a cabeça para trás, para que soubesse que


estava dispensado. Ele queria ter certeza de que estava tudo
bem. Claro que a família o manteve como o homem certo para
comandar as questões da casa, se alguma coisa estava
errada, ele vinha rugindo de volta quando eu ligasse para
corrigir.

Puxando uma cadeira ao meu lado para Sabrina, acenei.

— Sente-se, querida. Esta é uma noite especial.

Sentou-se, e então eu me sentei na cadeira em frente,


tentando afastar meu cérebro do sexo por um segundo.
Jantar ajudaria com isso.

Sabrina falou tudo sobre sua vida na cidade dos ventos,


enquanto nós comemos. Depois que sua mãe morreu, seu
velho se envolveu com todos os tipos de lixo e a deixou aos
cuidados do bastardo do Gioulio. O filho da puta a mantinha
perto, como uma pomba enjaulada, sem que ela sequer
percebesse.
— O tio sempre quis que eu fosse uma boa menina.
Salvou-me de ir muito fundo com o negócio da família,
fazendo-me estudar jornalismo. — Disse ela. — Acho que
esperava que eu fosse acabar crescendo e viajando o mundo
atrás de histórias. Nunca contou com minha curiosidade
sobre a história local, especialmente as raízes que a minha
família ajudou a estabelecer aqui, história viva, você sabe.

Eu balancei a cabeça, mastigando um pedaço perfeito de


bife. Maldição, era bom. Mas não o suficiente para tirar toda
a minha atenção de transar com ela.

— Você não acha que estava tentando controlá-la? Ele


sabia que você iria se despedaçar se descobrisse quem era,
você não iria querer fazer parte disso.

Ela olhou para seu prato, pensativa.

— Sim, acho que sim. Depois do que você me mostrou...


Pergunto-me se sei quem é. Tio Gioulio não é o homem que
achava que era. Sabia que coisas ruins estavam acontecendo
no mundo das drogas para manter o dinheiro e o estilo de
vida que tínhamos. Nunca pensei que traficava mulheres,
nunca pensei que iria tão longe.

Seus olhos irritados dispararam para cima. Se estiver


chateada comigo por desvelar a verdade, tudo bem. Não
importava, desde que a maioria da raiva fosse dirigida a sua
própria carne e sangue, o idiota merecia ser anulado
rapidamente, terminando o jogo de gato e rato de décadas.
— Era o que fazia. — Lembrei a ela, olhando para casa.
— E você nos ajudará a fazê-lo pagar, amanhã. Confio em
você, Sabrina.

Peguei a mão dela. O jantar era apenas uma parte, do


quanto estava preocupado. Esperei até que ela comesse a
maior parte de sua comida e tomasse o segundo copo de
vinho.

— O que você quer dizer?

— Nosso garoto, Misha te levará para casa amanhã, não


sei se seu tio a fechou ou não, mas vamos deixá-la no clube
noturno, o lugar que você sempre vai. Quanto mais cedo ele
encontrar você, mais cedo conseguiremos resolver essa
merda.

Ela ficou tensa, os dedos suavizando o toque sobre a


minha, e eu tentei controlar-me.

— Não sou o imbecil do seu tio. Estou sendo aberto,


franco com você de uma maneira que nenhum homem foi
antes. Quero sua ajuda e não apenas porque temos uma
vingança de sangue, preciso de você para ajudar-me a matá-
lo para podermos ficar juntos, baby. Isso é o que você quer,
certo?

Seus olhos escuros encontraram os meus. Suas


bochechas brancas pálidas ficaram vermelhas, como se
tivesse medo de admitir isso. Sim, o mundo sabia que era
errado ficarmos juntos. Sangue em guerra não foi feito para
amar, e não era para trepar tão bem, tão natural.
— Não se faça de tímida. — Rosnei, empurrando minha
cadeira e indo até ela. — Quer ver como seria nosso futuro,
não é?

— Sim. — Ela disse finalmente, suspirando em seus


lábios macios. — É que está acontecendo tudo tão rápido.
Não posso matá-lo eu mesma, e não posso estar lá quando...

Segurei e a esmaguei em meu peito, meus dedos


pegaram o queixo dela, gentilmente virando o rosto em
direção ao meu, fazendo-a olhar para mim. Meu pau sabia
muito bem o que queria, mas pela primeira vez meu coração
dominou a fome gananciosa.

— Você não terá que fazer, tudo que precisa fazer é


descobrir onde ele estará e quando. Vamos te dar um telefone
seguro, você me ligará assim que souber, passe a hora, o
lugar, algo que saiba com certeza. Pegarei você e levarei
embora antes que ele apareça. Meus irmãos e eu vamos
encurralá-lo e acabar com essa merda que deveria estar
terminada meses atrás. Vai acabar rápido. Estaremos livres
para descobrir tudo, querida, e o que vamos fazer com o resto
de nossas vidas.

Minhas mãos alisavam suas costas, e mais para baixo,


minha mão parou na bunda dela e os meus dedos a
apertando, enquanto a sentia balançar os quadris em direção
ao meu. Não tinha medo de mostrar exatamente como o
futuro seria.
Honestamente, não dava a mínima para o resto,
enquanto ela estivesse feliz.

Nós teríamos que fugir dos Estados Unidos por algum


tempo, sim. Talvez finalmente conseguisse seguir a carreira
de escritora internacional, ou então iria aprender a cozinhar e
pintar, se ela quisesse. Tínhamos dinheiro para fazer tudo, e
com o clã Ligiotti acabado, não havia nada que nos impedisse
de ter o continente a nossos pés.

Até os federais, com o tempo, não estaria mais atrás de


mim. Poderíamos voltar para os Estados Unidos, para
Chicago, é de espantar o que subornos nos lugares certos,
além de alguns anos pode fazer por qualquer crime.

— Será que é realmente fácil, Anton? — Ela abaixou a


cabeça, parecendo tensa, em conflito.

— Desde que eu esteja no comando aqui, sim. Não gosto


que duvide de mim. — Deixei minha outra mão ir mais para
baixo em sua bunda, e quando ambas estavam firmemente
lá, apertei e ela engasgou.

Perfeito, não a deixaria sair pensando que isso não


funcionaria, se não pudesse acreditar em minhas palavras,
então daria a seu corpo a melhor distração do mundo.

— Olhe para mim, Sabrina. Vamos resolver isso e


continuar com nossas vidas, não temos de passar os
melhores anos presos neste submundo. Já dei a minha parte
para minha família, depois disso, acabou. Farei uma pausa
bem merecida, quero viajar com a minha garota e descobrir
tudo que ainda não conheço.

Ela sorriu, e sabia que falava das mesmas necessidades


dentro dela. Sangue em guerra ou não, nós éramos irmãos no
crime e morte, fomos moldados pelos limites mais cruéis que
um ser humano poderia aguentar.

Poderíamos suavizar isso? Porra, não sei, mas ia tentar,


seria o único a libertá-la, e dar ao seu tio merecia o que
merecia.

— O que preciso saber antes de sair daqui como uma


agente secreta? — Ela perguntou.

Quase ri, agora estava com tanta pressa que até queria
uma estrela de bronze. Já eu não tinha pressa nenhuma.

— Mostrarei. Caminhe comigo. — Tirei minhas mãos de


sua bunda com relutância, seguimos para o longo e sinuoso
caminho que mergulhava mais fundo nos jardins, em direção
a uma longa safra de grandes árvores na paisagem plana de
Illinois.

— É lindo aqui fora. — Disse, sorrindo para as estrelas.


— Quase me faz acreditar que podemos realmente fazer isso.

— Bom, ficará aqui fora e olhará para isto o tempo


necessário para se convencer que podemos. — Parei em uma
grande fileira de videiras envolvendo uma estátua de urso em
pedra, puxando-a para o meu peito. — Dê uma boa olhada,
querida. Posso te fazer gozar com a língua doce ou lutar com
unhas e dentes. Mas eu nunca deixarei que você duvide de
nada, não agora e nem nunca, compreende?

Ela piscou, que diabo de hesitação foi essa no rosto


dela?

Estava começando a ficar chateado, querendo saber por


que minhas melhores palavras não a atingiam. Porra, se as
palavras não fizessem o seu trabalho, então rasgaria a roupa
dela e transaria com ela aqui mesmo no chão. Havia outro
gazebo mais longe, algo que meu velho instalou quando trazia
suas namoradas aqui fora.

— Dei a você uma chance. — Disse, balançando a


cabeça. — Parece que não acreditará em qualquer coisa que
digo.

— Não! Não, não é isso. É só que estou tentando digerir


toda essa história. Por favor, Anton, é difícil. Não estou
acostumada a jogar jogos de espionagem e a matar, como
você.

Parei no meio do caminho, meus braços ao redor de seu


pescoço.

— Você não precisa se acostumar com isso. Você só tem


que fazer o seu trabalho pegar o seu tio trazê-lo até nós.
Disse para parar de duvidar de mim, querida. Agora vamos
parar de conversa.

Ela arregalou os olhos, cheia de curiosidade com o que


eu ia fazer. Empurrando-a o único passo para o gazebo,
entrei, fui direto para o banco de mármore liso perto da parte
traseira. Sentando nele e a fazendo dar a volta, sem deixá-la
fora do meu alcance.

— Anton! Está tão frio aqui...

Tentou resistir quando arranquei sua saia. Frio ou não,


eu não iria parar, daria a ela uma boa despedida até que nos
encontrássemos novamente. Uma última noite selvagem para
certificar-me que ia fazer o que mandei e voltaria, para fazê-la
esquecer do medo, para aumentar sua confiança e acreditar
em mim.

Faria ela gozar tão intenso que seu cérebro explodiria, e


então colocaria em sua cabeça qualquer coisa que quisesse.
Esta menina era minha, caramba, e eu queria tudo, corpo,
mente e alma.

Ela gemeu e ficou rígida no ar fresco da noite, apoiando


suas pernas nuas contra mim. Eu a deixei ficar de casaco,
contanto que ela viesse para cima de mim como uma boa
menina.

Sabrina gemeu baixinho quando alcancei a sua saia e


depois a calcinha, que caíram nas pernas elegantes com um
empurrão, saiu delas e se virou.

No entanto o conflito que aconteceu dois minutos atrás,


não demonstrava na sua boceta que estava inchada, molhada
e esperando por mim. Quando vi o creme perolado entre as
pernas, meu pau bateu duro em minha calça, saltando por
causa do sangue quente correndo nele.
Porra, eu precisava dela. Necessitava de seu gosto, seu
cheiro, a porra da doce música que ela fez quando peguei seu
clitóris.

— Anton! — Ela chamou meu nome uma vez e eu


silenciosamente me empurrei para frente.

Meu rosto mergulhou entre suas pernas, apertei forte


sua bunda, sem lhe dar chance de desistir, em minha boca.
Minha língua encontrou o que estava procurando. Sorri
quando abri meus lábios, cavando em sua doçura,
provocando os lábios inferiores com lambidas lentas e
sensuais.

A menina merecia um pouco de aquecimento antes que


fizesse todo o seu corpo tremer com a minha língua.

Seus mamilos deviam estar duros para caralho debaixo


da camisa. Iria sugá-los um pouco mais tarde, mas, porra,
claro que trataria o clitóris da mesma maneira. Encontrei-o
com os dentes e apertei, deixando-a rebolar, lentamente
trabalhando em minha boca, simplesmente perfeito.

Meus dedos beliscaram seu traseiro mais forte. Ela me


mostraria o quanto queria isso, ou eu traria este orgasmo até
o amanhecer.

Não demorou muito tempo. Sabrina começou a se


balançar, gemendo, seu mel escorrendo, esfregando sua
boceta nos meus lábios, circulando seu clitóris contra a
minha língua. Quando menos esperou, a puxei, abri, e chupei
seu clitóris em minha boca.
Aquela pequena protuberância foi sugada
profundamente e sufocada com lambidas. Porra incrível. Meu
ataque era muito feroz e ela tentou sair do meu aperto, mas
segurei sua preciosa vida. De jeito nenhum estava fugindo
antes que seu corpo fosse atingido por um relâmpago.

Caralho, ela tinha um gosto bom. Seu creme escorria,


lambi mais profundo, mais rápido. Meus dedos ajudaram na
a deslizar a boceta para frente e para trás em meus lábios.
Porra, eu estava lambuzado de seus sucos quando gozou.

A menina saiu como um vulcão em erupção, correndo os


dedos pelo meu cabelo e gritando como uma alma penada.
Tenho certeza que caiu no chão quando seus joelhos
enfraqueceram. Seu pequeno clitóris pulsava entre meus
lábios quando perdeu o controle, desistiu de tudo, dando-me
tudo o que queria.

Soube então que nunca me cansaria de atormentá-la


assim. Nenhuma mulher jamais se compararia a ela quando
gozava. Ninguém jamais iria iniciar um incêndio em minhas
entranhas que queimaria até que fosse possuída e marcada,
sob meu controle.

Ela estava tremendo quando desceu do orgasmo. Ajudei-


a sentar no banco de pedra. Sua bundinha rebolou,
buscando conforto.

Merda, estaria cheia de fogo novamente em breve. Meu


pau bateu contra minha calça como um fuzil, caralho, e
agora era o momento perfeito para deixá-lo brincar.
Suas pernas estavam abertas, ainda tremendo quando
cheguei ao banco e comecei a tirar minhas roupas. Observou
tirar minha camisa e, em seguida, a calça escura, foda-se,
não adianta manter os boxers que desceu pelas minhas coxas
fortes parando no chão, e me juntei a ela, nua na fria e
gloriosa escuridão.

— Deus. Estou congelando. — Ela sussurrou, colocando


as mãos em torno dos seios, tentando puxar a jaqueta para
baixo e encobrir o que eu expus.

Meus lábios se curvaram. Menina tola, não sabia que o


resto de suas roupas iriam embora agora?

Congelando ou não, não lutou contra mim quando


retirei o casaco e, em seguida, abri o zíper de sua blusa,
tirando-a, então abrindo o sutiã preto por baixo. Meu pau
empurrou quando vi seus mamilos rosa apontando para as
estrelas. Não poderia ter parado minha boca por nada no
mundo.

Sua temperatura subiu e superaqueceu menos de um


minuto depois de ter sugado o primeiro. Ela tinha um gosto
bom para caralho, cada parte delicada dela, curvas em cima
de curvas implorando para ser conquistada. Suas costas se
arquearam contra mim quando comecei no outro, com calma,
beliscando a linha de contato suave e molhada, que eu já
tinha sugado, entre meus dedos.

Seus quadris deslocaram contra a minha virilha. Nós


dois sabíamos muito bem o que ela queria, e seu corpo pouco
sorrateiro roçou meu pau, chamando-me para casa,
chamando-me para foder.

Apenas sentindo a abertura com algumas polegadas


meu sangue ferveu. Ela estava derretendo debaixo de mim,
claro, mas eu estava cada vez mais selvagem, polegada por
polegada.

— Porra. Porra.

Se não entrasse nela em um segundo, arriscaria gozar


em toda a sua barriga como um adolescente. Apenas o
pensamento de perder o meu esperma em qualquer lugar, e
não dentro dela, irritava-me muito.

Levantei-me, dando a meu pau um bom empurrão para


fazer isso direito. Seus olhos escuros arregalados estavam em
cima de mim, maravilhados, como se soubesse o quanto o
corpo dela me provocava. Se o fizesse, então ela ia descobrir
agora o quão duro eu estava, quando estava brincando com
sua boceta.

Enchi-a em um impulso. Seu suspiro afiado fez meus


ouvidos se eriçarem, e eu jurei que eu podia ouvir seus
batimentos cardíacos também. O ritmo bateu mais forte no
peito quando eu puxei meus quadris para trás e bati nela
novamente, movendo meu pau tão perto de seu ventre, a
fazendo sentir cada porra de centímetro, sufocando seu
clitóris com meu osso púbico.

— Anton! Sim! — Seus ossos estavam tremendo de novo,


chamando-me para agitá-los mais. — Por favor...
Suas unhas rasparam meus ombros, implorando para
transar com ela. Pedido concedido.

Choquei-me com ela de novo e de novo, sacudindo todo


o seu corpo, não abrandando nenhuma vez, até que ouvi sua
bunda saltando na laje debaixo de nós. Essa foi a minha
deixa para pegar seu rabo, empurrando ainda mais profundo,
sentindo minhas bolas ferverem enquanto suas pernas
apertavam com força minha cintura.

Um olhar me disse que estava prestes a vir. Movi mais


rápido, batendo minhas bolas em sua carne macia tão forte
que doía. Nós fodemos pelo seu segundo orgasmo da noite.

De verdade, quase me perdi quando sua boceta sugou e


apertou meu pau. Mas eu ainda não tinha acabado, não
estava dando nada até que ela fosse uma bagunça incoerente
totalmente devastada.

Queria que ela queimasse comigo, assada como uma


tocha humana nos jardins, queria transar com ela sem razão
e trazê-la de volta à vida, queria transar com ela tão forte que
esqueceria seu próprio nome.

Tudo bem não falar nada, exceto que soubesse


exatamente quem eu era: o homem que possuía cada
centímetro bonito dela, o homem que a fez gozar tão forte que
esqueceu todas as besteiras que esperava por nós amanhã.

Seus olhos estavam arregalados, turvos, e insaciáveis


quando começou a relaxar depois do clímax. Segurei sua
bunda, empurrei-a para mim, rebolei mais.
— Monte o meu pau. — Rosnei, apontando e puxando-a
para o meu colo. — Você quer me fazer gozar? Então me
bombeará montada em mim até eu gozar.

Ela corou, como de costume, mas esse ato não estava


enganando ninguém. Observei a doce boceta afundar no meu
pau, grunhindo enquanto seus quadris bateram com o meu.
Suas pernas apertadas.

Tentei não sorrir. Porra, isso ia ser bom, eu só sabia que


a menina era uma cavalgadora natural.

Ela balançava para cima e para baixo, ficando sem


equilíbrio no início, lentamente ganhando velocidade. Parava
a cada poucos segundos, jogando a cabeça para trás,
tentando manter-se quando o prazer a atravessou dela.

Peguei suas duas mãos e segurei apertadas.

— Vamos, você pode ir mais rápido do que isso. Foda-


me como quiser, querida. Faça minhas bolas derreterem.

Um minuto depois, percebi que soltei um animal. Ela foi


à loucura, investindo contra mim um pouco mais forte a cada
estocada, montando meu comprimento inteiro como a um
campeão, mostrando seus dentes pequenos quando eles
cavaram em seu lábio inferior.

Ah, merda, puta que pariu!

Suas unhas arranharam meu peito e aquelas coxas


roliças parecem que batiam palmas de maneira estável. Devia
estar fazendo uns quatro graus naquela noite, mas eu estava
encharcado, afogando meu próprio suor nela. A liberação que
se aproximava nos levou a uma febre que não iria ceder até
que gastasse tudo que eu tinha.

Não conseguia suprimir mais minha própria besta,


envolvi meus dedos em sua bunda numa investida poderosa,
batendo meu pau tão forte em sua boceta que ela saltou no
ar, montando como se estivesse galopando a cento e sessenta
quilômetros por hora. E eu sempre a segurando suas costas,
exatamente onde pertencia, empalando até sua vagina
apertar minhas bolas.

— Oh, oh, oh! Meu! Deus!

Tenho certeza que ele podia ouvir suas orações quando


jogou a cabeça para o céu. Sua boceta convulsionava ao redor
do meu pau. O fogo agitando em minhas bolas não iria mais
ficar parado, não quando sua vagina estava me masturbando
como um torno embrulhado em seda.

Explodi. Meus dedos cravando sua bunda com tanta


força que tinha de doer, mas ela simplesmente continuou
montando, fazendo-me perder a cabeça, enterrado em seu
interior.

Porra, porra, porra!

Gozar nunca foi tão bom. Metade da minha alma rasgou


do meu pau nos jatos bombeados dentro dela. Rosnando,
batendo, grunhindo, fiquei completamente primitivo quando
nossos orgasmos nos fundiram.
Eu podia senti-la pulsar, da mesma forma como ela
podia me sentir cada vez que meu pau se contraia e cuspia
fogo nela. Merda, estávamos completamente afogueados no
final, havia me esquecido que estávamos transando nus fora
de casa.

Agradeci pelo ar fresco da noite que nos cobriu. Pela


primeira vez desde que comecei, realmente senti frio,
ouvindo-a dar pequenos suspiros quando recuperava seus
sentidos.

— Você parece ter experiência, apesar de ser nova nessa


área, baby. — Disse, puxando-a para o meu peito.

Ela me respondeu com um beijo longo e quente. A


menina sabia como provocar, mesmo quando meu pau estava
tão entorpecido e chapado que parecia que levaria milhares
de anos para recuperar-se.

Mais como mil milissegundos, no ritmo que estávamos,


estaria pronto novamente. Saindo de dentro dela a beijei
novamente, a virando de costas, deixando o sangue correr por
meu pau. Segurei seu cabelo e a puxei para baixo, enquanto
nós nos beijávamos, deixando meus dentes mordê-la, quando
gemeu em minha boca.

Antes que percebesse, estava duro como pedra


novamente.

Foi o início de mais duas transas insanas no velho


gazebo. Se o meu pai pudesse ver o que fiz com ela em seu
local favorito, provavelmente teria saltado da sua sepultura e
me comprado uma grande dose de ótima vodca.

Quando os nossos incêndios terminaram e estávamos os


dois quase congelados, juntei nossas roupas e a ajudei a se
vestir. Os empregados não fizeram perguntas quando a levei
para dentro, ganham um bom dinheiro para manter suas
malditas bocas fechadas e tratar cada irmão Ivankov como se
fossemos banhado a ouro.

Um pagamento constante e sangue comum, enraizado


na Mãe Rússia, era o suficiente para garantir que nunca
houvesse traidores na nossa casa.

Levei-a para o quarto e me deitei, acendendo a lareira


para nos aquecer. Sim, nós transamos mais uma vez, ou
duas, ou três, a última vez que meu pau disparou dentro dela
estava esfolado.

Mais alguns beijos e ela apagou, dando-me uma grande


oportunidade para fazer o que eu precisava. A malinha que os
empregados deixaram do lado de fora esperando por ela
estava na porta. Peguei minha calça do chão e tirei o pequeno
chip plástico circular que Daniel havia me dado.

Como aquele menino conhecia essas invenções escrotas,


nunca iria entender. A CIA e o FBI teriam dado seus malditos
corações para ter uma invenção dessas.

Prendi-o facilmente ao lado de sua bolsa como uma


pequena pérola. GPS e um microfone. Nós seríamos capazes
de vê-la onde quer que fosse, e ouvi-la no segundo que
começasse a falar com seu tio bastardo.

‘É para o bem dela e seu. Apenas solte-a com esta


porcaria e leve-a para casa. Ela nunca saberá.’

Sim. Sim, porra certo.

Se ao menos eu tivesse acreditado que seria tão fácil...


Culpa surgiu, afundando seu veneno profundamente.
Comprometer-se com os meus irmãos não era limpo e bonito,
neste caso, foi completamente cruel.

O que um homem deve fazer quando a única maneira de


salvar a mulher que ama e a sua família é traí-la assim?

Porra, acabei de sentir a palavra com “A” se agitando


pelo meu cérebro?

Muitas perguntas para esta noite. Saí de seu quarto e


entrei no meu, engolindo algumas doses de vodca do armário
de bebidas antes de retornar, fui para cama e ela se aninhou
no meu peito.

A menina confiava em mim, ela me queria. Missão


cumprida. Apenas uma semana ou algo assim, e seria o fim,
assim que ela fosse capaz de nos dizer onde estava seu tio
Gioulio e acabarmos com ele.

Vivi o suficiente para saber o monte de merda que


poderia acontecer em uma semana. O plano pode ser perfeito,
ou ela pode encontrar o segredo sujo em sua bolsa e mandar
tudo para o inferno.
Não havia mais nada a fazer, além de dormir com as
minhas dúvidas até de manhã. Apertei para caralho em meus
braços cheguei a pensar que acordaria, mas não acordou.
Minha menina dormiu em meus braços, ronronando como
um gatinho a cada respiração, marcando os segundos até o
destino nos juntar novamente e decidirmos se iríamos ficar
juntos.

Na manhã seguinte, a beijei com força, quase


machucando seus lábios. Meus irmãos ficaram quietos, sem
dizer nenhuma besteira. Daniel me olhou feio, em silêncio,
advertindo que era melhor que tivesse colocado o inseto em
suas coisas conforme o combinado.

Os ignorei e a toda esta situação doente, meus lábios


derreteram-nos dela, um beijo tão saboroso que tranquilizava
nosso tempo separados.

— Cuide-se, querida. Você sabe que pode ligar a


qualquer momento deste telefone, mantenha-o longe do seu
tio idiota.

— Sabe que irei. — Disse, roçando seus lábios sobre os


meus uma última vez. — Nunca pensei em tudo o que
perderia deixando você para trás. Não achava que Síndrome
de Estocolmo era real ou ...

Meus irmãos riram. Virei-me, lançando um olhar


irritado, e puxei-a para a varanda, o motorista já estava
esperando.
— Nós dois fizemos o tivemos de fazer. Não pense nem
por um segundo que está se apaixonando por causa de
alguma falha fodida em sua cabeça, Sabrina. Você sabe que o
que tivemos nas duas últimas noites foi real, não foi
nenhuma besteira, não foi brincadeira.

Minhas mãos gananciosas a abraçaram e puxaram-na


para perto. Ela engasgou quando um choque a atravessou no
momento em que seus mamilos roçaram meu tórax.

Deus, como sobreviverei uma semana sem seu corpo


enrolado no meu?

Meu pau a queria novamente. Não importava quantas


vezes nós transamos em vinte e quatro horas, continuava
querendo mais, muito mais do que apenas sua boceta.

Então, ela finalmente disse as palavras que eu precisava


ouvir como o ar fresco de outono em torno de nós.

— Eu sei, essa coisa é uma loucura, Anton. Há muita


coisa que ainda estou tentando entender, não consigo
descobrir se você é um lunático assustador ou a melhor coisa
que já me aconteceu.

Minhas mãos encontraram sua bunda e apertei. Sim, o


garoto parado ao lado do carro estava tendo um show, mas
caralho, não me importava que visse, ou como ele se sentia.

— Um homem pode ser tudo, querida, não dou a


mínima para o que pensa que sou, desde que queira voltar e
me beijar com esses lábios, estamos bem. Agora, dê o fora
daqui antes que arranque suas roupas e a coma no banco de
trás do carro.

O motorista sorriu. Observei-o pelo canto do olho


quando a porta do passageiro se abriu, esperando para levá-
la embora.

Eu dei um empurrão suave e ela desceu os degraus,


seus brilhantes saltos novos estalando no concreto. Porra, ia
sentir falta daquele som, do mesmo modo que de suas pernas
ao meu redor enquanto ela gritava.

Sabrina se virou e me banhou com mais um olhar


marrom escuro com saudade antes de entrar no carro. A
porta se fechou, o motorista entrou, e logo o carro estava em
movimento para baixo no trajeto longo e sinuoso em direção
ao portão.

Fiquei ali até que Lev veio atrás de mim e bateu a mão
no meu ombro.

— Você está realmente a fim dessa garota, hein? Porra,


ela voltará assim que o tio estiver fora do caminho.

— Eu sei, nunca perdemos o nosso alvo duas vezes.


Essa é a parte mais fácil.

Ele olhou para mim quando me virei, indo para dentro,


não estava com disposição para explicar.

Gioulio Ligiotti e sua equipe morreriam pelas nossas


mãos de uma maneira ou outra, isso era certo. O que eu não
sabia era como iria ter uma segunda chance com seu coração
se algo desse errado.

O mundo que estava segurando em minhas mãos era


como vidro escorregadio, frágil. Foi bom enquanto estava em
minhas mãos, mas havia um milhão de maneiras que podia
rolar e quebrar quando estivesse além do alcance.

E uma vez que quebrasse, tinha como juntar tudo de


novo.
Verdades Torcidas

Foi além de surreal estar no Silver Pear’s novamente


depois do que pareceu uma vida inteira de distância. O
motorista, Misha, deixou-me a poucos quarteirões do local e,
em seguida, foi embora, fiquei vendo quando virou em uma
curva fechada, afastando do território inimigo tão rápido
quanto podia.

Honestamente, não sabia mais quem eram os lobos,


menti para Anton. Fingi agir de acordo com seu plano, a
única maneira de sair e descobrir o que realmente estava
acontecendo.

Ainda assim, meu corpo não havia mentido para ele


ontem à noite, ou na noite anterior. Tomou a minha
virgindade e chegou perigosamente perto de roubar meu
coração. Cada vez que me fazia gozar, perdia um pedaço de
mim, ofereci-me numa bandeja de prata.

Porra, transar com ele era bom, parecia certo. Seu corpo
me consolou quando tudo o que sabia sobre a minha família
virou cinzas. O sexo me protegeu, com a possessividade e
segurança do prazer.

Não tinha certeza se era suficiente, mesmo se não


tivesse as verdades terríveis em minha frente, precisava de
espaço. Tinha que tentar descobrir o que Anton Ivankov fez
para mim.

O lance entre nós foi muito além de uma vingança de


sangue entre famílias, muito além de atração ardente,
também. Ele foi o único homem com a coragem de tratar-me
como uma dama logo antes de transar comigo.

Isso tinha que contar para alguma coisa, não tinha?

Deveria ter esperado a história de amor e luxúria bizarra


no meio da nossa guerra familiar. Mas nada me preparou
para o quanto amava senti-lo pressionado contra mim, para
não mencionar o quanto sentia falta dele agora que não o
tinha mais, separados por uma divisão muito mais vasta do
que o país sangrando na selva de pedra que é Chicago.

Sentei no bar sem olhar duas vezes, pedindo meu


martini favorito. Tinha um gosto agridoce. Não tinha certeza
se deveria ficar lá o dia todo ou tentar voltar para meu
apartamento.

Independente disso, o tio Gioulio não levaria muito


tempo para descobrir sobre meu retorno. Quanto mais cedo
fizesse, melhor, significava que seria muito mais rápido.
O telefone pré-pago, na bolsa quase queimava a cada
vez que mexia dentro dela, tentando encontrar um lenço ou
um chiclete. Eu tinha o poder de trair a minha família e
matar meu tio, era uma maldição doentia ter essa espada da
justiça balançando sobre minha cabeça. Recusava-me a usá-
lo a menos que soubesse que havia uma razão verdadeira
para isso.

Não faria nada até que soubesse a verdade, mesmo


assim, tinha minhas dúvidas. Se tudo que Anton me mostrou
era real, e meu tio era realmente um traficante de prostitutas
repugnante que assassinou papai, eu poderia realmente
puxar o gatilho, discando para os irmãos?

Engasguei com os pensamentos, tossindo com o último


gole exagerado do meu martini. Ainda estava tentando parar
quando uma mão grande caiu no meu ombro. Virei, secando
a boca com um guardanapo, e olhei para os olhos nervosos
de Vitto.

— Meu Deus! É realmente, a senhorita Ligiotti,


maravilhoso vê-la novamente. Eu pensei que meu garçom
havia se enganado. — Seus lábios retorciam de um lado para
outro, como se ele estivesse mastigando a revelação. — Já fiz
uma ligação, seu tio estará aqui em breve, ele está
preocupado, procurando você desde que ouviu falar sobre a
fuga, tem saído em todos os jornais.

O pânico atravessou meu peito. Quase desencadeou um


ataque de tosse seca, mas consegui mantê-lo sobre controle,
pegando o copo de água na mesa e bebendo.
— Você está bem? Por favor, apenas diga se há alguma
coisa que precisa de nós. Água, aspirina ... Ambulância? — A
última palavra era tensa. Eu sabia que meu tio lhe disse para
não envolver a polícia.

Eu joguei a mão tremendo, balançando a cabeça,


levantando-me da mesa e levando a minha água comigo, indo
para os bancos na parte da frente.

— Estou bem, esperarei por ele ali.

Vitto hesitou, mas não me perseguiu, tanto faz,


cumprira sua parte de lacaio muito bem.

Tenho certeza de que estaria gritando atrás de mim se


eu tivesse colocado um pé para fora do restaurante.
Enquanto aguardasse meu tio para pegar-me, em um lugar
onde o gerente pudesse me ver, ele ficaria tranquilo fazendo
seu trabalho.

Desejava que fosse tão simples para mim.

Esperar tio Gioulio foi pior do que o corredor da morte.


Deve ter vindo correndo de um extremo de Chicago a o outro,
porque a limusine preta lustrosa encostou-se ao meio-fio
cinco minutos depois. Homens estoicos e rudes, em seus
ternos caros, desembarcaram abrindo a porta da parte de
trás.

Tio Gioulio usava o olhar assassino que temia desde que


era uma menina. Era o olhar que o mudou de meu tio
favorito e protetor, para o mafioso sangue frio que realmente
era.

Estremeci, não era tão diferente da expressão de Anton


durante a fuga da prisão, era?

Pronto para atacar. Pronto para matar. Pronto para


rasgar qualquer coisa e qualquer um em seu caminho.

Meu tio bateu a porta com tanta força que quase a


partiu, e então ele estava bem na minha frente em um terno
de cinco mil dólares.

— Sobrinha! — Ele caiu de joelhos, batendo-os no chão


com força suficiente para me fazer estremecer. Puxou-me em
seus braços indo direção ao banco, pressionando seu rosto
no meu. Nada deste reencontro era um milagre. — Meu Deus,
o que eles fizeram com você?

Tentei prometer a mim mesma que não iria tremer


quando me tocasse, as promessas se transformaram em
cinzas, e comecei a tremer em seus braços, perturbada como
se a própria morte estivesse me pegando.

— Brina! — Tio Gioulio afastou olhando meu rosto. —


Fale agora! Como você fugiu? Que caralho eles fizeram?

Vi sua mão tocando a faca que sempre mantinha perto,


em seu bolso. Seus olhos estavam grandes, brilhantes,
agitados como se estivessem cheios de lágrimas.

Deus! Maldição.
Ele realmente se importava, não podia ignorar isso, não
era apenas uma encenação. Estava pronta para vingar-me de
cada toque imundo, cada tortura, todos os insultos que
apareceram na sua mente. Roubou todas as minhas forças
abrir meus lábios e começar a falar.

— Tio, eles me deixaram ir. Queriam lhe enviar uma


mensagem. — Eu usei a primeira linha que Anton me deu.

— Pare, sobrinha, venha comigo. Este não é o lugar para


este tipo de negócio. — Pegou-me pela mão me levando para
longe da porta.

Ninguém falou novamente até que estávamos na


limusine, indo para a grande casa que mantinha na cidade.
Vi pegar um copo de vinho no aparador prateado do carro.
Bebeu de um só gole e limpou a boca, cruzando as mãos
quando se inclinou para frente.

— Algo para aquecer minhas entranhas, foi tão frio sem


você, Brina. Estava pronto para invadir cada propriedade
Ivankov quando soube que a levaram...

Os guardas ao seu lado eram rígidos e sérios como


sempre, mas o rosto do tio Gioulio era dez vezes mais escuro,
direto e insistente me dizendo que era melhor começar a dar
respostas.

— Será que eles te machucaram?


— Não. — Rezei para que acreditasse, estava preparada
para mentir muito sobre isso e fazer dar certo, merda, já
tinha fingido o suficiente para fazer Anton libertar-me.

— Disse para não ver o russo novamente. — Gioulio


contraiu o rosto, ficando vermelho. — Percebe que poderia ter
morrido naquele motim? Não posso acreditar que não a
torturaram, ou pior. Você é uma garota de sorte, sobrinha. E
a porra de uma idiota.

Pisquei. Tio Gioulio nunca me insultou assim antes.


Senti a vergonha passar por mim como uma corrente, meus
olhos foram para o chão. Eu o odiava por aquilo que
supostamente fez, especialmente se matou papai no topo de
seus crimes.

Mas ainda doía ser chamada assim. Quando olhei para


cima, a raiva estava fora de seu rosto, mesmo que apenas um
pouco.

— Eu sinto muito.

Sim, eu realmente sinto. Desculpe por estar metida


nesta situação de merda. Talvez, desculpe por ter nascido.

— Está feito, Brina, não vamos mais pensar sobre isso.


Você está segura, que é o que realmente importa,
compreende, tudo o que resta para nós agora é retribuição,
capisce? Ninguém me tira a minha sobrinha e a trata como
uma escrava, esfolarei todos vivos eu mesmo.
Suas mãos se moveram em desordem. A próxima coisa
que vi foi que a faca estava fora, estendida e afiada, a lâmina
impaciente deslizando para cima em sua coxa.

— Tio, por favor não faça nada muito precipitado.


Precisamos pensar sobre isso.

— Nós? — A escuridão coalhou suas feições novamente.


— Minha querida, vamos para casa e você irá dizer
absolutamente tudo o que se lembra sobre o tempo que
passou com esses bárbaros. Então voltará para o seu
condomínio bem protegido por homens designados para
guardá-la. Não te deixarei sair até que a cidade esteja livre
dos bastardos Ivankov. Deveria ter matado todos quando
ainda usavam fraldas. Se não fosse pelo seu velho pai e a
caralho de uma trégua...

Parou, alisou o rosto, lançou-me um olhar de desculpas.


Erro dois. Ele nunca falava do meu pai, tio Gioulio estava
perturbado, furioso, talvez até mesmo com medo. Perguntei-
me se estava ficando louco com todas aquelas emoções, ou se
a máscara estava escorregando.

Meus lábios ficaram selados, não ia discutir com ele,


agora não. Nos próximos quilômetros ficamos em silêncio,
entrando no condomínio fechado onde tinha sua mansão em
Chicago.

Meus pulmões pareciam ter tachas afiadas dentro deles


cada vez que respirava. Doía apenas para respirar, porque
isso me fez pensar sobre as complicações de ser enterrada
viva, sufocando as noites felizes que tive com Anton.

Esperava, com todas as minhas forças, que ainda


houvesse alguma maneira de sair dessa sem alguém ser
morto. Mas as chances foram desaparecendo como o sol que
estava sendo coberto por nuvens escuras.

Não havia como parar tio Gioulio uma vez que contasse
tudo. E não havia como parar Anton. Matar ou morrer.
Inevitável como o dia e a noite.

Tudo que tinha era o poder de vida e morte em minhas


mãos, e mesmo isso ameaçava escapar de mim.

Dentro da sala de estar, sob o grande lustre, tio Gioulio


trouxe as bebidas e sentou à minha frente.

O primeiro gole queimou antes de desaparecer na


suavidade sensual do Conhaque.

— Diga-me, por que te mandaram de volta? Que


mensagem é essa pela qual estão dispostos a perder suas
vidas? Matarei todos, você sabe, deixar você sair ilesa não
muda isso.

Os dois guardas perto da porta se moveram


desconfortavelmente. Quem poderia culpá-los? Neste exato
momento, meu tio estava focado em mim.

— Estavam tentando te matar quando Anton explodiu o


Clube Duce.

— Anton? — Meu tio me cortou, estreitando os olhos.


Porra, não deveria ter usado seu primeiro nome. Era
muito familiar, muito íntimo. Se soubesse como era íntimo.

— O mais velho, o homem que me levou como refém


durante a entrevista. Ivankov tem um terrível rancor, o culpa
por colocá-lo atrás das grades, sofreu muito na prisão. As
instalações estatais não são tão gentis com os homens que
tem apelidos como Chicago Bomber.

— Ah! — Tio Gioulio deu um tapa no braço que estava o


conhaque tão forte que respingou fora de seu copo e
manchou o tapete a seus pés. — Ele matou vinte dos meus
parceiros, caralho, vinte dos melhores homens de Chicago.
Você sabia que quinze deles tinham famílias? Crianças
pequenas? Foram mortos como cães por esse covarde.

Engoli o meu conhaque, precisaria de algo mais forte


para a próxima parte. Estava saindo do roteiro, distanciando
das frias palavras, pouco críveis que Anton me orientou a
dizer.

— Sim, sobre isso... Os russos me disseram que não


eram cidadãos íntegros, disseram que estes homens
chegaram ao seu clube para satisfazer alguns desejos
realmente depravados... Coisas doentias que nem quero
mencionar. Tio, você sabe alguma coisa sobre isso?

Por um segundo, tio Gioulio fez uma pausa, olhando


para mim como um olhar de falcão sobre a presa. Em
seguida, ficou de pé, punhos fechados em ferro aos seus
lados.
— Vamos! Você não acredita nisso, não é, Brina?

Engoli em seco, Deus me ajude, não sabia em que


acreditar. Fui envenenada, jogada e virada até que não
conseguisse entender nada. Minha barriga se contraiu em
nós o suor brotou por meus poros como agulhas.

Por que era tão difícil? Por que não podia ver quem
realmente estava injetando veneno em minha mente e alma?

— Sabrina... Porra. Está olhando para mim como se isso


fosse um punhal enfiado em seu coração. — Ele parecia
genuinamente ferido, passando a mão pela parte inferior do
tórax. Fulminando com os olhos escurecidos, balançando sua
cabeça. — Você sabe que vão te dizer qualquer mentira para
ficar entre nós, não é? Essa é a forma como jogam. Irmão
contra irmão, pai contra a filha, um patriarca contra suas
estrelas jovens brilhantes.

Ele virou, olhando para o fogo. Um dos guardas tossiu e


imediatamente colocou a mão sobre sua boca. Se achasse
que ter os olhos de decepção sobre mim era ruim, o silêncio
era pior.

Terminou com o punho de Gioulio batendo na alvenaria.


Isso tinha que doer.

A grande pintura de Florença acima da lareira caiu no


chão e estilhaçou. Pulei, sentindo o acidente retumbante
ecoando na sala pelos próximos trinta segundos.
— Acha que trabalharia com essas mentes doentes,
Brina? Acredita que iria dar meninas inocentes para serem
rasgadas com os dentes? É isso que os russos lhe disseram?
— O sorriso rastejando em seu rosto era tão desagradável que
lutei para ficar na minha cadeira. — O que mais disseram?
Queriam semear a ideia da minha morte em sua própria
cabeça bonita. Eu conheço o seu tipo, covardes, que não
podem enfrentar-me homem a homem. Então, enviam a
minha própria sobrinha para fazer o trabalho sujo por eles.

Chegou perto, rondando como um tubarão, parando


atrás de mim. Seu terno se arrastou, ouvi algo estalar e cair
no tecido.

Sua lâmina apareceu ao lado de minha têmpora direita,


gritei, apertei-me na cadeira, e só abri meus olhos porque ele
não começou a cortar minha pele.

Que tipo de psicopata era? Por que estava apenas a


segurando ali? Estava tentando me aterrorizar?

Tio Gioulio pegou minha mão, a puxou para cima, e


colocou meus dedos em torno do punho da faca.

— De pé, Brina, levante-se. Agora, caralho.

Apertei a faca e fiz isso, virando-me para ele. O metal


estava tão frio na minha mão, mais pesado do que esperava.

— O que você quer? — Perguntei, quase em um


sussurro. — Por que está me obrigando a fazer isso?
— Se você acredita em qualquer coisa que aqueles
bastardos lhe disseram, então quero que passe a faca na
minha garganta agora. Vamos, faça. — Ele ergueu a cabeça,
dando a volta na cadeira, até que estivemos a uns dois
metros de distância um do outro. — Prefiro ser morto pela
família enquanto estou em pé do que esfaqueado nas costas
em meus malditos joelhos pelos meus inimigos.

Meus dedos apertaram até que ficaram dormentes, o


formigamento se propagando. Parecia que deixei o meu corpo
e estava observando a cena surreal de algum lugar no alto, à
deriva, em confusão total.

— Vá em frente, sobrinha. Faça. Deixe o seu velho pai


orgulhoso. Ele gostaria que livrasse esse mundo do mal, é o
que mereço por empurrá-lo em uma sepultura.

Acordei do meu devaneio e engasguei. Teria deixado cair


a faca se minha mão não a apertasse tão forte. Será que ele
realmente disse isso, uma confissão que não tinha pedido?

Assim, pelo menos uma de suas atrocidades era


verdade, a que mais me machucaria. Meu próprio pai, morto
pelo homem na minha frente, o homem que eu sempre
confiei.

— Por que, tio? Porra, por quê? — Lágrimas quentes


brotavam de meus olhos.

Pela primeira vez na minha vida, tio Gioulio estava


tremendo, atingido pela mesma corrente viciosa que me
rasgava. Sua oferta selvagem era tão tentadora naquele
momento. Um impulso para frente, uma facada, e todos os
meus problemas estariam terminados. Bem, certo, até os
guardas caírem sobre mim e descobrirem que matei seu
mestre.

— Fiz isso por você. — Ele sussurrou, agarrando a


borda da minha cadeira vazia, equilibrando-se. — Gio estava
fora de controle. Ele morreu na noite em que o carro
atropelou a sua mãe, virou um viciado, estourou os miolos
com esse lixo, nem sequer cuidava de sua própria filha,
porra! Tinha que fazer de tudo por você. Aqueles homens que
enviava a sua casa toda semana estavam lá para se certificar
de que você estava sendo alimentada. Tinha de saber que ele
não te abandonou. De início pensei que era apenas uma fase,
algo que iria superar. Mas as semanas transformaram-se em
meses, em seguida, em anos... Meu irmão tinha ido embora.
Isso ele deixou claro quando começou a sair para beber até
desmaiar, não era o homem com quem cresci, o homem que
chamava de papai.

Virei a lâmina em minha mão, a uma boa distância do


pescoço.

— Você poderia tê-lo salvado! Ele precisava de ajuda!


Reabilitação, tratamento ...

Gioulio riu com a voz rouca e sacudiu a cabeça.

— Você sabe que não é assim que esta família faz as


coisas. Sim, poderia tê-lo enviado para alguns charlatões e
deixá-lo limpo. E depois? Pegaria algum outro hábito terrível
e imprudente? Perder tudo quando quebrasse e dissesse a
um médico tudo sobre os pecados que esta família faz por
dinheiro? Você não pode trazer de volta o coração negro de
um homem morto, sobrinha! Achei que você poderia, no
início, e estava errado. Não entende? Amava-o tanto que
salvei vocês dois da única maneira que eu sabia.

— Você o matou! Ele se afogou em seu próprio sangue.


Eu o vi, tio. Ele sofreu.

— Não! — Gioulio limpou as lágrimas e estendeu o dedo


como o aço para cima. — Fiz ser indolor. A coisa que dei fez o
trabalho imediatamente. Ele nunca soube o que o atingiu,
morreu sem saber o que estava acontecendo, estava tão alto
que nenhum de nós nunca saberá, graças a Deus não
saberemos!

Cada parte de mim estava tremendo, exceto a mão que


estava em volta da lâmina, estava fria, ansiosa para matar, se
meu cérebro não estivesse sendo arrancado pelos ouvidos por
esta revelação horrível.

Anton estava certo. Ele deve estar certo sobre tudo.

Mas então, por que meu tio negou servir loucos no clube
quando admitiu ter matado meu próprio pai? Não fazia
sentido. Ou então Gioulio estava jogando um grande jogo
psicológico projetado para moldar-me em suas mãos. Meu
coração estava caindo aos pedaços quando descobri que tio
Gioulio era sujo, danificado, atormentado, e nem sabia o
quão ruim ele realmente era.
Quem mais estava mentindo para mim? Se os homens
no Club Duce não eram demônios torturadores de meninas
para seu prazer... Então Anton era sujo também. Mentiu para
mim e teve sorte sobre o que me contou do meu tio matar
meu pai, usando-me, queria que usasse a lâmina e matasse
meu tio em um acesso de raiva.

Porra.

Queria acabar com tudo, aqui e agora. Desejando cair


sobre ele, cortar sua garganta, e, em seguida, usar a faca em
mim estava me consumindo. Segurei a faca mais firmemente
quando parecia que estava prestes a se aproximar, alertando-
o para se afastar.

— Não. — Foi a única palavra que poderia proferir, e


saiu com um gosto amargo da minha boca, como se tivesse
comido uma pimenta forte.

— Brina, por favor. Você está me matando. Corte minha


garganta e termine com isto, ou então, encontre alguma
maneira de me perdoar. Iria te contar, você sabe, só acho que
não era para ser assim. — Suspirou com tristeza. — Há
muita coisa em jogo, você é jovem, a mantive longe de tudo
isso, e agora o submundo a feriu, quebrou o escudo. Você
não pode ver através de suas mentiras do jeito que faço.

Deus me ajude. Meu pulso queimou e tomou a decisão


por mim, o deixei ir, a navalha caiu e atingiu o chão, e os
meus dedos pareciam ferro quente. O ruído na cerâmica
retumbou no silêncio.
— Os Ivankovs não são honestos. — Meu tio
resmungou, pisando mais perto, puxando-me nos braços,
desta vez, não resisti. — Lembre-se disso. Estou dizendo a
verdade, toda.

Seus dedos enrugados abriam caminho pelo meu cabelo.


Por alguma razão doente, lembrei-me de Anton, e então
desabei completamente, chorava como um bebê, soluçando
em seu terno caro.

Sua confissão sobre a morte de papai me causava


repulsa. Deveria ter pulado para longe e o arranhado no
rosto, se não tivesse coragem de matá-lo pelo que fez. Mas
era muito fraca, completamente perdida com a confissão
torturante.

Seja qual for o plano que havia quando cheguei aqui,


agora estava arruinado. Nunca veria Anton Ivankov
novamente, não sabia se queria ou não perder o bastardo,
não tinha certeza se ele me ferrou mais do que meu tio filho
da puta.

Droga, esta porcaria toda deveria me trazer clareza.


Agora, só estava me afogando em confusão, queimando cada
certeza que tive dos homens que amava.

— Você quer a verdade? — Tio Gioulio sussurrou,


passando a mão em meu cabelo novamente. — Posso dar o
resto. Tirei Gio de sua miséria, e mereço queimar por isso, sei
disso. Mas não sou o único que ele destruiu, sei quem matou
sua mãe, pequena.
Meus olhos ardiam ainda mais. Virei a cabeça para
cima, odiando-o por oferecer outra verdade torta.

Deus, tudo o que disse sobre honestidade era uma


mentira miserável, não era? A verdade nunca libertava, ela
condenava para os cantos mais sombrios do inferno, e tudo o
que dizer-me não oferecia uma ilusão sobre qualquer outra
coisa.

— Marino! Gabriele! — Bateu palmas, chamando os


guardas. — Nos deixe, esta conversa é particular, apenas
para ouvidos da família.

Ainda segurando-me, tio Gioulio andou, saímos da sala


com a lâmina ainda no chão. Os guardas não seguiram, pela
primeira vez desde que estava com meu tio. Descemos as
escadas, pela entrada oculta da cozinha, para baixo após a
adega, onde sempre parávamos antes.

Havia uma pequena sala inacabada ao lado que nunca


vi antes. Tirou uma chave e abriu a porta. A poeira subia pelo
meu nariz e espirrei, em seguida, uma porta dupla se moveu
quando vi as paredes revestidas com armários.

Meu tio apontou para a pequena mesa com duas


cadeiras no meio, assim que me sentei, abriu uma gaveta e
mexeu até que encontrou o que estava procurando, uma
pasta de mão simples como algo que você veria armazenado
em uma clínica velha.

Circulou a mesa e bateu com ela na mesa.


— Está tudo aqui sobre a noite em que sua mãe morreu.
Não foi um simples acidente de carro. Você é uma menina
inteligente, Brina, como nunca duvidou antes?

Um frio insensível subiu minha coluna e banhou meu


cérebro. Meus circuitos emocionais estavam fritando, e ele
estava feliz por acumular mais neles. Olhei para cima, uma
mão apertando a minha bolsa, precisava que isso doesse,
causasse cãibras alguma coisa que me fizesse sentir.

— Você rasgou meu coração hoje, tudo o que tiver para


dizer sobre ela, diga-me, não há mais teatro, somente a
verdade.

Seus olhos se estreitaram, lentamente, acenou com a


cabeça, lambendo um dedo para abrir a pasta. Então parou
antes de terminar, seus olhos indo para minha bolsa, e se
levantou da cadeira.

— O que? O que é isso? A bolsa, trouxe com você, certo?


Estava com você quando os russos te levaram.

Tentei protegê-la, mas tio Gioulio era muito forte, muito


rápido. Ele a tirou de mim em um movimento rápido e a
puxou para o seu lado da mesa, abrindo uma gaveta com a
mão livre.

— Hey! — Gritei como se tivesse acabado de pisar no


meu pé na fila do supermercado.

Se apenas fosse o menor de seus pecados.


— Só um momento, Brina, isso não demorará muito. —
Ele teve mais cuidado do que esperava, retirando minhas
coisas e as colocando sobre a mesa próxima.

Meu coração batia forte quando tirou a pequena caixa


que continha meus anticoncepcionais. Todas aquelas horas
com Anton enterrado dentro de mim voltaram com força total,
quente, insano e totalmente errado. Graças a Deus pelos
pequenos milagres, tio Gioulio acabou nem percebendo.

— Droga, onde está... Enfiou a mão na gaveta vazia ao


lado dele e levantou uma longa, lâmina brilhante, um abridor
de cartas afiado. Exceto que parecia mais grosso e mais
resistente do que qualquer tipo comercial, como se fosse fácil
dividir o crânio de alguém com um golpe bem colocado.

Armas estavam por toda parte nesta casa, nada mais do


que uma fortaleza de luxo.

Como fui tão cega por tanto tempo? Jesus, a verdade


sequer me cegava completamente com sua luz ultravioleta.
Olhei para a pasta e, em seguida, olhei para suas mãos,
perguntando que merda ele estava fazendo cortando minha
bolsa.

Houve um som de zzzt, do couro rasgando. Um segundo


depois, ele ergueu uma pequena coisa circular preta com
pequenas perfurações no meio. Sabia que era um microfone
de algum tipo, mesmo que não tivesse visto todas essas
coisas estúpidas de espião quando estava crescendo.
— Russos idiotas. — Jogou o botão como se estivesse
pegando fogo, que saltou uma vez no meu colo antes de cair
no chão. — Desleixo Ivankov típico. Sabia que havia alguma
coisa em você no momento em que entramos aqui, fui mais
amável e mais delicado do que os meus meninos fariam.

Meus dentes bateram juntos, trincando o maxilar,


parecia que minha cabeça estava prestes a explodir e levar o
mundo com ela. Agarrei o plástico entre meus dedos e
amaldiçoei, mais e mais.

Deus! E pensar que estava sentindo-me mal com as


mentiras brancas que usei para voltar, quando ele e seus
irmãos dementes estavam me rastreando durante todo o
maldito tempo!

Há quanto tempo isso estava comigo? O tempo que


estive na casa? Pelo que sabia, os outros dois homens
grosseiros estavam escutando, enquanto ele me segurava, ou
me montava, e me fodia nas melhores noites da minha vida.

Meu corpo estremeceu. Tio Gioulio sorriu e se abaixou


quando a escuta passou zunindo por sua cabeça, batendo na
parede de concreto atrás dele.

Enterrei meu rosto em minhas mãos e gritei. O mundo


estreitava e me engolia.

Isso não deveria estar acontecendo. O plano original


descarrilou, tornando-se um emaranhado de metal e fogo,
queimando tudo.
— Não chore, sobrinha, nada está abaixo dos
camponeses que estamos lidando, nada.

Aquela palavra. Sempre que a ouvisse, meu mundo


inteiro mudava. Com Anton, foi quente e brilhante com uma
emoção doce que nada poderia abalar. Agora? Tudo rodando
por um buraco negro tão escuro e imponente como o pequeno
microfone que eu arremessei contra a parede.

A mão de Tio Gioulio foi suavemente à minha bochecha.


Senti o chip em sua mão e fiz uma careta, então me voltei
para ele, agarrando seu braço com as duas mãos e cavando
minhas unhas em seu terno.

— Livre-se dessa porra, por favor.

— Agora. — Eu o vi dar alguns passos para trás.

Colocou-o no chão se levantou e seu pé caiu sobre ele,


quebrou com um pisão.

A coisa era discreta, mas claramente não foi projetada


para ser durável, não que isso desse muito conforto.

A traição de Anton doeu. Minha mente estava girando,


questionando tudo, mais uma vez sentia que ambas as
pontes que tive na vida Ligiotti e Ivankov foram quebradas no
balanço do vento.

— Espero que tenha ouvido cada caralho de palavra que


disse antes que o mate. — Tio Gioulio disse, apertando meu
ombro. — Eles saberão que estamos cientes que este é a
última merda que esta família aguentou. Irá muito mais longe
do que isso, para você e para mim, a dor é mais profunda e
pessoal de uma maneira que não acaba até que a última gota
de sangue de um lado ou do outro se vá.

Andou até a mesa e pegou a pasta. Meu tio a empurrou


em minhas mãos trêmulas, e eu lutava para ler tudo,
folheando os documentos antigos.

Pôs as mãos atrás das minhas e ajudou a mantê-la


aberta, indo até o ponto certo.

— Ela tinha saído para as compras de natal, você sabe.


Ainda podíamos ver os sacos esmagados ao lado de seu corpo
e seu sapato de salto branco, perdido, quando seu pai e eu a
achamos.

Cada vez que respirava parecia que aspirava cacos de


vidro quando passou os relatórios da polícia e entrou na
seção com as fotos. Luzes brilhantes do centro de Chicago
encheram meus olhos de todos aqueles anos atrás. Fita
amarela da polícia isolava a zona onde minha mãe morreu na
calçada.

Nunca vi o rosto, se houvesse uma foto em algum lugar,


talvez tio Gioulio tenha tirado quando eu não estava olhando.
Ver seu corpo pequeno, macio jogado no chão sujo era
suficiente. Ambos os sapatos saíram e o casaco branco que
ela estava usando com listras pretas longe dela, como se o
bastardo tivesse tomada a decisão consciente de dirigir direto
para ela.
— Estas são fotos de vigilância de empresas nas
proximidades. — Disse, folheando algumas fotos velhas em
preto e branco. — Quando nossos contatos na polícia a
trouxeram, não podia acreditar. Gio queria sair e matar até o
último desses bastardos. Eu não iria deixar, seria suicídio.
Toda a porra do incidente foi um ataque furtivo. Tivemos uma
porra de trégua com o Ivankovs. Mesmo com trégua o avisei
anos antes para não baixar a guarda porque sabia que iriam
nos atingir. Não, nunca foi perfeito. Guerra iria acontecer
entre nossas famílias, mais cedo ou mais tarde, porque
estávamos correndo contra o negócio do outro. Mas Cristo,
mesmo nos velhos tempos, você nunca foderia com a família
de um homem. Aqui está o pedaço de merda que atropelou
sua mãe, Brina, dê uma boa olhada.

Ele pegou uma foto ligeiramente borrada de uma corrida


de carros na rua. Dois homens sentados na frente, mas atrás
do volante tinha os inconfundíveis, determinados, olhos azuis
gelados de um Ivankov. Era velho demais para ser Anton ou
qualquer um dos seus irmãos.

Vendo essas características, grande e cheio de ódio, era


tão mal como se fosse o próprio Anton. Tirei o arquivo das
mãos de meu tio e segurei perto do meu rosto, forçando os
olhos abertos, deixando lágrimas ardentes caírem ao lado dos
documentos antigos.

— Esse é Boris Vassarinivich Ivankov. Primeira geração,


o primeiro bandido real aqui após o colapso da União
Soviética. Ex-chefe de sua família. Cada ramo da famosa
máfia russa poderia deixar seus comandantes disparar o
primeiro tiro quando vão para a guerra. Bem, este rapaz fez, e
ele decidiu ir atrás do alvo mais vulnerável e inocente que
podia, feriu a pobre Allison. O relatório médico na parte de
trás diz que ela estava morta antes bater no concreto, mas eu
sei que o bastardo passou mais duas vezes só para ter
certeza. Ele não estava de brincadeira, estava indo direto
para ela.

Sua mão foi para baixo do meu ombro, alisando minhas


costas, apenas como o bom e velho tio Gioulio costumava
fazer. Nunca o perdoaria por matar meu pai, mas aceitei o
conforto que me oferecia.

Ele me segurou quando deixei cair o arquivo, embalou-


me até que parei de tremer.

Estava me afogando em seus braços, sufocando na areia


movediça invisível me puxando para a sua ressaca feroz. Eu
queria morrer, mas, primeiro, queria ter certeza que os
idiotas que tinham realmente me apunhalado pelas costas
encontrariam o caminho para o inferno em primeiro lugar.

Todo o meu corpo estava sujo. E pensar que saboreei a


transa com um homem Ivankov com tanta luxúria, tal
necessidade insaciável...

Virei a cabeça para o teto, tanto quanto podia, para


impedir a vertigem, uma respiração falhou e forcei o vômito.

— Você já viu o suficiente. O resto é tudo história, como


se costuma dizer, minha sobrinha. — Sua voz era suave e
compreensiva. — Não chore. Todos nós passamos meses de
luto por ela. Isso está no passado. Seu velho não poderia
deixa o luto. Começou a se matar de forma imprudente, com
certeza, empurrando a porcaria em suas veias a cada
segundo que estava acordado.

— Então por quê? Qual é o ponto de tudo isso? Você só


quer que eu fique do seu lado?

Piscou, parecendo estranhamente ferido. Meu tio me


soltou, rodou a mesa e se jogou de volta na cadeira a minha
frente.

— Quero que você trabalhe para esta família, Brina?


Não. Sei que perdi seu amor fazendo o que tinha que ser feito
para o meu pobre irmão. Porra, isto me mata até hoje. Mas
faria tudo de novo se ele estivesse prestes a ter uma overdose
ou tirá-lo de uma ponte numa noite fria.

— E como faço isso? Já ajudei os Ivankovs, mesmo sem


conhecê-los até que me mostrou o que realmente estava
acontecendo. Eles me usaram.

Sim, contei tudo.

Queria dizer que ele me usou. Deveria saber que o


romance estúpido era bom demais para ser verdade,
construído sobre Síndrome de Estocolmo desde o início.
Como um bom escravo, eu confiava nele, trabalhava para ele.
Simples assim. Anton realmente me usou, usada para
seu prazer, e depois me jogou de volta para o meu tio como
um dardo envenenado.

Como poderia acreditar em qualquer outra coisa?


Minhas entranhas estariam acabadas e fritas, até mesmo por
pensar em pressionar Gioulio sobre Club Duce novamente.
Era difícil se importar se os homens que Anton matou na
explosão eram bastardos ou não. Não mudaria nada.

Eu sabia, que sabia além de toda dúvida razoável ele era


um demônio por fazer isso. Igual seus irmãos e seu pai pelo
assassinato de minha mãe inocente. E, claro, o mesmo para o
homem de olhos escuros de mãos cruzadas e inclinando-se
na minha frente.

— Brina, olhe para mim. Não faça isso um jogo de egos,


sei quem sou. Continuarei te amando, não importa como se
sente sobre mim, da mesma forma que Giovanni teria
desejado. Magoei-a, mantive segredos, na esperança de
mantê-la do meu lado. Sei que não posso mais fazer isso,
percebo que fodi tudo.

— Você está certo. — Disse, apoiando meus pés,


preparando-me para levantar. — Assim que me disser que é
seguro deixar esta casa, irei embora. Pegarei o último centavo
que ele me deixou e irei para muito longe de tudo isso.
Enviarei um cartão postal de Londres, Paris ou San Diego.
Ainda não decidi, ou talvez decida que é melhor nunca mais
falar com você de novo.
O rosto de Tio Gioulio escureceu. Ele estalou os dedos.

—Tudo que quiser, sobrinha. Se for isso que realmente


gostaria de fazer, então não a impedirei.

Muito fácil. Bem, tão fácil como poderia ser quando meu
coração golpeou o peito, querendo pular para fora, tentando
esmagar a amarga e latejante dor que se tornou no intento de
fazer o mesmo comigo.

— É uma vergonha, posso ver o futuro bem na minha


frente. — Ele disse calmamente. — Tudo caindo aos pedaços,
e não há nada que possa fazer para impedir. Mandarei meus
meninos até os russos, mas aqueles bastardos terão alguma
ideia do que está por vir quando você não ligar pelo telefone
seguro que encontrei em sua bolsa. Nós vamos lutar, vamos
matar uns aos outros. Perderei alguns caras e matarei mais
deles, talvez tirar um dos irmãos, se tiver sorte. Anton, que é
um merda barata, começarei por ele, é o mais dispensável. O
bastardo está sendo caçado por todo o estado, e virá gritando
por vingança se matar Lev ou Daniel em primeiro lugar.

Fez uma pausa, balançou a cabeça.

— Espero muito sangue. Não é como se não tivesse


vivido tudo isso antes, mas, porra, um cara não deve lidar
com isso em sua velhice. Eu deveria me aposentar, passar
essa merda para alguém mais jovem.

O idiota olhou para mim. Sabia exatamente o que estava


pensando. De jeito nenhum.
— Porra, não. — Não queria absolutamente nenhuma
parte deste negócio insano. — Quis dizer exatamente o que
disse sobre arrumar as malas e colocar a maior quantidade
de milhas entre mim e Chicago indo sem parar em direção a
Antártida.

— Você poderia fazer isso, Brina.

— Não te ajudarei. — Disse.

Era hora de ir, pelo menos sair deste quarto de cabeça


erguida. Eu estava de pé, apertando os calcanhares no chão
para aliviar a pressão gritando pelo meu corpo, indo para a
porta. Minha mão agarrou a maçaneta de aço frio e puxou.

A força que fiz quase arrancou meu braço fora. Tio


Gioulio estava atrás de mim, com a mão suave nas minhas
costas.

— Está trancado, aqui, deixe-me. — Ele pegou as chaves


no bolso com calma. — Não sou o único a pedir um favor,
sobrinha. Sim, sou um bastardo sujo aqui sussurrando em
seu ouvido, mas estas não são minhas palavras.

— O quê? — Olhei para ele com cautela, perguntando se


reviver todo o trauma o enlouqueceu. Não tinha certeza se
iria sair desta sala com todos os meus nervos ainda intactos.

— Quem? — Perguntei, encolhendo-me quando disse,


sabendo que não queria realmente saber, apesar de saber que
não adiantaria. — Se não é você quem diz, então quem é?

Tio Gioulio hesitou, tilintando as chaves na mão.


— Seus pais.

A raiva passou por mim. Ele viu a contração muscular,


quebrou o contato visual, e empurrou a chave na fechadura.

— Caralho, tio. — Rosnei. — Mamãe e papai gostariam


que ficasse longe de tudo isso, que não me enterrasse.

Eu estava fora, ele não me seguiu, mas no fundo, a


iluminada escadaria tinha alguma acústica realmente
estranha. Se não estivesse morrendo de medo de cair para
trás e quebrar o meu pescoço, teria levado minhas mãos aos
meus ouvidos quando e gritou atrás de mim, abafando a voz
de ódio.

As únicas vozes gritando aqui eram de nós dois.

— Tentei ser bom, tentei mostrar a você, Brina, não


pressionar, mesmo quando quebrava meu coração, e ainda
está tão cega, caralho. Deixará os irmãos Ivankov caminhar
com o nosso sangue em suas mãos. Agora vejo, estava errado
sobre você, sobrinha, tão errado que isso está me matando.
Você é uma covarde!

Não! Não podia ouvir mais isso.

Corri como uma louca subindo as escadas, rosnando,


irrompendo pela porta e arranhando o piso liso quando
finalmente, sai. Corri passando pelos dois capangas que
pareciam preocupados quando me viram chegar. Não me
seguiriam a menos que tio Gioulio mandasse.
Fui direto para o quarto de hóspedes e tranquei a porta.
Parte de mim queria ter um carro para voltar para o meu
apartamento, mas era tão prisioneira aqui como era lá. Não
ficaria longe de sua má influência até que eu saísse da
cidade.

Mesmo assim, perguntava-me se ficaria livre. A batida


ensurdecedora na minha cabeça me fez dormir, ecoando com
o último tiro que ele disparou em mim, mostrando-me sua
verdadeira face.

Covarde. Covarde. Covarde!

Odiava-o tanto. Mas na escuridão, odiava Anton ainda


mais. Toda vez que fechava os olhos, imaginava seu toque
doentio. Sexo nos aproximou, deu a oportunidade de usá-lo
da mesma forma que ele me usou.

A arma no sonho era sempre diferente. Às vezes era um


revólver, que pegava, pressionava em seu peito duro como
rocha, e disparava. Outras vezes, o canivete de meu tio, que
passava pela garganta do russo quando tentava me dar um
daqueles beijos de parar o coração.

Até então, eu nunca quis matar um ser humano com


tanta vontade. A raiva correndo pelo meu sangue.

Quando acordei, algo como uma ressaca embaçava meu


cérebro, disse a mim mesma que nunca deixaria meu tio
chamar-me de covarde novamente e que nunca mais falaria
pelos meus pais mortos.
Conseguiria sua guerra de sangue, sua vingança, e
então nunca conseguiria nada de mim novamente. O
bastardo estava certo, não seguiria com a minha vida até ter
certeza que os homens que me usaram e me traíram tinham
sido destruídos.

Eu ia matar Anton Ivankov, e ambos os seus irmãos


psicopatas também, se a sorte me ajudasse.

Os capangas me olharam com cara de mal no dia


seguinte. Ainda assim, não me impediram de bater na porta
de seu quarto.

Os olhos mais amáveis do tio Gioulio me reconheceram


assim que abriu a porta. Durante a noite, o cara mal deu
lugar a esse tio velho e gentil novamente.

— Brina, escute, tenho que pedir desculpas por ontem...

— Não há necessidade, não estou aqui pela sua


simpatia. – Passei por ele, sentando-me na cadeira de couro
grande em frente a sua mesa.

— Disse tudo ontem à noite. Levarei a minha herança e


deixarei esta cidade. Como tio e sobrinha, acabamos, não
somos mais uma família.

A dor latejava no meu coração por dizer isso, mas acabei


falando. O pouco respeito e amor que tinha pelo meu tio
morreram na noite passada. Mas você não pode deixar de
amar alguém completamente de uma vez, a menos que
comece a odiá-lo.
E agora, isso é tudo o que me mantinha em movimento.

O rosto de Tio Gioulio ficou triste quando se sentou.

— O que é que você quer? Está de frente a mim por um


motivo.

— Antes de sair e tentar esquecer tudo isso, quero fazer


o que é correto por esta família, pelos que se foram. Está
certo, não é sobre você e eu, trata-se de mamãe e papai.
Quero-os vingados tanto quanto você.

Nós fechamos os olhos. Ele não sorriu, mas podia ver a


satisfação brilhando em seu rosto, um farol na escuridão.

Tio Gioulio se levantou, foi até seu armário de bebidas.


Ah, sério? Uma bebida de comemoração tão cedo era muito
estranho para o meu gosto.

Estava prestes a dizer para parar ali mesmo, enquanto


estava empurrando garrafas de lado. Então pegou um
pequeno frasco de vidro cheio de algum líquido claro, vodca
ou gin, e o que parecia uma agulha de prata no interior, e
andou de volta para mim.

— Esta é a melhor maneira de matá-los. Os Ivankovs


não serão capazes de resistir a uma bebida se acharem que
você me pegou. — Colocou em minhas mãos estendidas.

O vidro era legal. O material transparente dentro dele


espirrou como qualquer outra vodca que tinha visto, claro e
despretensioso.
— Uma pequena gota disso e não saberão o que
aconteceu. É uma morte mais amável, mais veloz do que os
bastardos deram a Gio e Allison. Fará o trabalho da mesma
forma.

Meus dedos apertaram em torno da garrafa, cheia de


ideias ruins, arrumei cuidadosamente em minha bolsa,
certificando-me de encontrar um local seguro.

— Você sempre será uma Ligiotti, sobrinha, pode me


odiar até seu último suspiro, e não te culparei, mas conhece
sangue e sofrimento, assim como eu. Pegue, dê a eles com
cuidado, corte as correntes que tentará te prender aqui para
sempre. Vingue-os da maneira que eu não pude.

Não pude impedir de me abraçar mais uma vez. Não


havia um pingo de calor e quase estremeci em seus braços.
Quando me afastei, tio Gioulio ainda estava olhando para
mim com aqueles olhos tristes, sábios, mil coisas se
passando por suas pupilas escuras.

Nunca seríamos uma família novamente em sentido


próprio, mas tivemos um entendimento.

Passei mais vinte minutos com e seus homens, falando


sobre a logística de como voltaria para a propriedade dos
Ivankov sem atrair suspeitas. Ele me deu um casaco branco
esfarrapado, o mesmo amarrotado que pertencia a minha
mãe na noite em que foi atropelada, então estava livre.

Anton me enganou, usou, enviou para sabotar meu tio


para nada, somente para seu próprio ganho nojento. Seu
veneno era amor e luxúria, e agora está em minhas veias,
fazendo-me ser tão amarga e inebriante como a toxina na
minha bolsa.

Estava voltando para ele como uma arma. Enganaria-o


da mesma forma que me destruiu com suas mentiras.

Era hora do bastardo pagar.


Desconectar

Eram nove horas. Segundo dia desde que a minha


menina desapareceu, e eu estava pronto para torcer o
pescoço de Daniel pela décima segunda vez.

A porra do rastreador não correspondeu às expectativas.


Sabrina e as vozes de Gioulio estavam abafadas, e a última
coisa que ouvi antes de apagar foi um baque e uma
discussão. Porra.

— Cai fora, Anton. Não me faça bater em você de novo


irmão. — Lev rosnou, colocando os punhos em sinal de
advertência.

— Idiota. — Tínhamos mais ou menos a mesma força,


mas ele não estava lutando por ela do jeito que eu estava.
Caralho, Daniel era muito forte também, especialmente
quando sabia que estaria lutando por sua própria vida, se
não descobrisse o que aconteceu, e logo.

— Cale a boca! Isso é culpa dele, e sabe disso. Você é


um filho da puta se o proteger. — Atravessei a sala grande,
andando de ponta a ponta como um tigre enjaulado.
— Você não está em seu juízo perfeito, pirralho. Essa
cadela ficou debaixo de sua pele. Porra, pelo que sabemos,
ela estava jogando o tempo todo. Você a deixou ir, e terminou
sendo um erro, agora provavelmente nos deu para a porra
dos italianos.

Sim, ele disse isso. Girei, batendo nele. Nossos corpos


bateram juntos como trens colidindo e Daniel foi arrastado
para o corpo a corpo.

Pena que nós todos temos esse gene Ivankov de grandes


músculos e punhos de fúria. Dois contra um, eu não tinha
chance, mas lutava como um louco.

Tudo o que queria eram meus dedos batendo em carne e


osso. Girei, chutei e acertei até que meus braços ficaram
dormentes, mesmo que sempre ganhasse uma briga como
essa. Só que nunca chegou tão longe.

Daniel me segurava num estrangulamento não por


muito tempo depois que bateu em meu rosto, com força
suficiente para deixar um olho roxo. Lev me abordou
enquanto estava lutando para tirar o braço de meu irmão da
minha garganta. Bateu as duas mãos no meu estômago. O ar
saia de mim como uma tonelada de tijolos que apertavam
meu peito.

Não podia me mover, não conseguia respirar. Daniel


manteve seu bloqueio se inclinou e cochichou no meu ouvido.
— Não nos faça deixá-lo inconsciente, irmão. Acalme-se,
caralho. Pare de tomar tudo isso de maneira tão pessoal. Ela
ter feito isso a qualquer um.

Porra, começaria a lutar novamente com a pouca


energia que ainda tinha em meu corpo.

Sabrina não me apunhalou pelas costas, caralho não


acreditava nisso! Havia milhares de razões pelas quais essa
porra de chip espião colocado nela teria ficado mudo, e esses
idiotas se prenderam a apenas um. Traição.

— Vamos lá, Anton. Pare de debater, merda. Precisamos


de você para salvar essa porra se os capangas de Ligiotti
atacarem aqui mais tarde.

— Eles não vão! — Rosnei, sentindo minhas costelas


rangerem quando falei. — Suas cabeças estavam tão altas
que acham que suas próprias entranhas estão tentando
estrangulá-los. Não há ninguém vindo. Nós somos os filhos
da puta por estarmos agindo como ratos, enquanto eles
mantêm a minha menina.

— Sua menina? — Lev limpou o nariz sangrando. —


Você está fodido, irmão. Não sei por que caralho não pode
ver. Caiu de cabeça na primeira boceta que pousou em sua
cama, e ela o ferrou. Deveria ter nos deixado lidar com ela.

Meus punhos bateram no chão. Lutei para caralho para


levantar e prender a porra do queixo dele por dizer isso, mas
Daniel me segurou, batendo minha cabeça contra o chão
duro.
— Nenhum de nós está pensando racionalmente. Isso
vale para você também, Lev. — Olhou para cima, como se
estivesse tentando suavizar o que acabou de fazer. — O que
precisamos aqui é paciência. Temos que trabalhar duro e
esperar em vez de picar uns aos outros em pedaços,
caramba. Basta esperarmos, irmãos. Os capangas que enviou
para a cidade irão nos dizer algo em breve.

Desgraçado. Sempre a voz da razão, mesmo quando


acabei de dar um soco em seus olhos. Meus punhos ainda
estavam fervendo, pronto para deixá-lo cego, e matar, quando
finalmente me soltou.

Respirar sem o braço forte em torno de minha garganta


era incrível. Mas ainda não era fácil, nem mesmo vinte
minutos mais tarde, quando estava sentado na cadeira,
massageando os últimos machucados do meu braço com a
borda da mesa. Eu não respiraria direito novamente até que
ela estivesse de volta nos seus braços e segura, caralho.

Ela não deveria ter saído com nada mais do que um


rastreador secreto e um telefone seguro. E eu fui o idiota que
lhe enviou, o idiota que deixou meus irmãos a rastrearem
como malditos animais.

Nós três parecíamos lobos famintos que pairavam sobre


um coelho solitário.

Uma batida na porta quebrou o silêncio tenso. Fui o


primeiro a levantar, tirando meus irmãos do caminho até a
grande porta.
Abriu, revelando o velho Grigor em seu terno. Quase me
joguei em direção à menina, despedaçada que estava atrás.

— Ela simplesmente apareceu na nossa porta. — Falou,


e então parei de escutar.

— Sabrina! — O nome dela ricocheteou no teto alto


quando a peguei, joguei meus braços em torno dela, e a
esmaguei em um abraço apertado.

Porra. Ela veio das sombras quando eu precisava de um


anjo, caralho. Apertei-a com força, forçando-me a entender
que era real, perguntando por que diabo não estava
agarrando-me de volta.

— Droga, querida, pensei que você fosse um caso


perdido. O que aconteceu? Eles a machucaram?

— Fugi. — Disse friamente. — Tio Gioulio acolheu-me de


volta no início, mas começou a ficar desconfiado muito
rápido. Manteve-me em um quarto em sua casa, postou
guardas do lado de fora. Consegui me esgueirar para fora,
chamar um táxi, e aqui estou.

Ela se afastou. Muito fria, muito cansada, derrotada


para o meu gosto. Ouvir falando isso era como ouvir uma
gravação maçante.

Que porra está acontecendo aqui? E onde caralho


conseguiu isso, um casaco todo mutilado?

Meus olhos registravam para cima e para baixo do


estranho casaco envolto em torno de seus ombros. Era de
inverno com enchimento que parecia ter visto dias melhores.
Não gostava de olhar para ele, e não apenas porque cobria
todo o corpo que meu pau estava começando a ansiar por
mais uma vez. Era irregular, sujo, um ombro tinhas costuras
rasgadas.

— Baby. — Ela se encolheu quando estendi a mão e


segurei seu queixo.

Meus dedos ficaram mais fortes. Fiz a olhar para mim,


ao mesmo tempo em que as vozes atrás de mim ficaram em
silêncio. Meus irmãos estavam assistindo a cena com Grigor.

Lev se aproximou, punhos fechados ao seu lado.

— É melhor sentá-la e começar a falar. Se esta cadela


nos traiu...

Girei, arrastando a pobre Sabrina comigo. Ele parou no


meio da frase. Nossos olhos frios se encontraram, e foi o
primeiro a desviar o olhar com um ronco alto.

Está certo. Irmão ou não, prometi outra surra se mais


uma palavra saísse de sua boca. E desta vez, teriam que me
colocar na porra de um coma para parar meus punhos.

— Ela é minha, farei o interrogatório. Nenhum de vocês


cretinos é paciente o suficiente para fazer direito.

Paciência. Maldita paciência. Joguei a palavra de Daniel


de volta para eles e sai, deixando meus irmãos em pé com
nosso velho empregado ao pé da escada.
— Meu quarto, vamos. — Sabrina andou um pouco à
frente de mim.

Observei ela caminhar em busca de sinais reveladores


de dor, ferimento. Nada. Seus passos eram lentos, quase
relutantes, e não conseguia descobrir por que.

Ótimo. Não tinha só meus irmãos para calar a boca,


mas também precisaria desenterrar a verdade dela. Fiz uma
promessa ali, que qualquer um que fizesse algum dano a ela,
iria sofrer para caralho.

Assim que ela estava no quarto, bati a porta atrás de


mim.

— Baby, o que está acontecendo? Estamos em casa.


Você pode dizer sem se preocupar com alguém nos ouvindo.

Ela sentou na beira da cama grande onde a peguei meia


dúzia de vezes. Meu pau se agitou, toda a minha força de
vontade mental concentrada em mantê-lo relaxado, enquanto
eu chegava ao fundo dessa história.

— Meu tio é um homem tradicional. — Disse, pegando


algo em sua bolsa. Depois de um segundo, tirou um
caderninho preto, não muito mais espesso do que o meu
polegar. — Não usa tablets e telefones para guardar sua
agenda. Menos arriscado dessa maneira, eu suponho.
Consegui roubar isso antes dele prender-me no meu quarto.
É a agenda para o próximo mês, pelo menos o que está
escrito, o resto está codificado. Não conseguia entender, mas
talvez você possa. Pegue.
O pequeno livro voou pelo ar, o peguei entre as duas
mãos e abri.

Merda. Era a caligrafia de Gioulio Ligiotti, tudo bem.


Sabia disso por causa de toda a informação que tínhamos,
um pequeno roteiro em inglês com a caligrafia italiana
estranha por todo ele. O livro negro devia ter cerca de
cinquenta páginas, tudo colocado em um grande calendário.
Uma agenda bem elaborada do tipo que encontraria na
farmácia ou algo do tipo.

— Santo Deus. Você nos trouxe ouro, querida! — meti-o


no bolso e caminhei, sentando na cama ao lado dela. —
Cristo, meus irmãos ficarão muito felizes. Vão nos dispensar,
vamos ser capazes de atingi-lo em breve, sem as dúvidas que
tínhamos antes.

— É melhor fazer isso rápido. — Disse, com um sorriso


peculiar em seus lábios. — Ele perceberá que sumiu dentro
de alguns dias, ou então seus seguranças irão.

— Merda, você está certa. Vamos começar a planejar


esta noite. E você? — Meus olhos rolaram para cima e para
baixo de seu corpo doce, tentando ver além da coisa pesada,
áspera agarrando-se aos seus ombros. — O que é isto? Algo
que você pegou na rua?

Seus lábios franziram-se como se tivesse mordido algo


azedo.
— Não, é uma relíquia de família. Estava no quarto onde
fiquei hospedada. Precisava de algo para manter-me
aquecida, e poderia ser minha última chance de ficar com ele.

Hm. A menina parecia triste. Seus pequenos dedos


agarraram-se à abertura, em que parecia que estar faltando
vários botões grandes. Era um casaco que estava na moda há
uns dez anos atrás, se a memória não me falha. Tive alguns
casacos pretos e roxos no mesmo estilo e comia as meninas
quando os usava.

Meu pau endureceu com as memórias, mas não da


mesma maneira que quando imaginei fazendo a mesma coisa
com ela.

— Tire isso. Ou quer que eu faça isso para você?

Endureceu quando me movi, caindo sobre ela a


apertando contra o colchão. Ela era suave, quente e doce,
chamando-me entre as pernas, implorando para transar com
ela. Meu corpo precisava mostrar como estava feliz de tê-la de
volta de maneiras que palavras não conseguiriam dizer.

Esmaguei meus lábios nos dela, com uma fome do


caralho. Meu pau martelava na minha calça, querendo sair,
uivando para estar dentro dela. Se pudesse beijá-la até o
universo esfriar e entrar em colapso, eu faria.

Queria sua língua, mordê-la, deixar meus lábios nos


dela até não sermos nada além desse doce beijo. Mas os
desejos primitivos não deixariam ser nada além de um
prelúdio para a tempestade insana assobiando no meu
sangue, gritando para segurá-la, rasgar sua calça, e fodê-la,
fodê-la e fodê-la.

Porra!

Algo está errado. Beijei-a com força suficiente e ela


gemeu, mas soou mais como dor real do que luxúria apenas.
Levantei, passei os dedos em seu cabelo, e segurei-a em um
aperto feroz.

— O que aconteceu, baby? O que está errado? Fale


comigo, não posso ler sua mente caralho. Ele machucou
você?

Minhas veias estavam prestes a explodir e entrar em


colapso. Toda essa luxúria estava agitada com pura raiva
agora, confusão e frustração. Nunca vi um olhar como este,
nem mesmo quando a segurei aqui na primeira noite.

— Tio Gioulio me disse algumas coisas. — Disse se


afastando da minha mão.

Tive de soltá-la, era isso ou arrancaria um enorme


chumaço de cabelo. Chateado, fiquei em pé, na frente dela,
meu coração estava batendo tão forte que senti todas as
contusões frescas na minha pele, deixadas por Lev e Daniel.

— Que coisas? Não me diga que aquele pedaço de merda


te confundiu novamente. Ele é a porra de uma cobra
manipuladora, o pior tipo que esta cidade já viu. O que disse?
— Levantei seu rosto, tentando não gritar.

Cristo. Deus. Caralho. Porra.


Se aquela aberração a jogou contra mim, então
realmente o mataria. Já ia matá-lo da pior maneira que
pudesse, mas isto significava que tinha que pensar em algo
mais doente, mais cruel, dez vezes mais doloroso.

Minhas mãos pousaram em ambos os seus ombros e


sacudi. Uma gota de lágrima quente deslizou por uma de
suas bochechas vermelhas e ela apertou seus olhos fechados.

— Não posso te ajudar se você não falar comigo, baby!


Vamos! O que aquele bastardo disse? Seja qual for a merda
que está tentando cimentar em sua cabeça bonita, não é
verdade!

Ela tossiu, engasgou, começou a lutar como se estivesse


realmente ferida apenas por ter minhas mãos sobre ela.
Porra!

Afastei-me dela, tropeçando sobre um cadarço que se


soltou, equilibrei-me, deixando a vaidade de lado, atravessei a
sala inteira, chutei a cadeira que saiu voando pela porra do
quarto e uma perna quebrou parando debaixo da janela.

Idiota.

Sabrina estava chorando, o que não ajudava, mas a


minha raiva e frustração estavam fora de controle. Quando as
lágrimas secaram e olhou para mim com os olhos
arregalados, encarando como se eu tivesse matado sua
própria mãe.

Que. Porra. É. Essa!


— Apenas... Apenas me dê um minuto. Precisamos
tomar uma bebida. — Ela suspirou. — Acalmarei depois
disso. Conversaremos.

Bem, vamos nessa, embora a ideia de beber seria como


despejar combustível em uma fogueira.

Andei até o armário e abri, peguei dois copos pequenos e


a melhor vodca. Quando voltei para a cama, Sabrina estava
segurando uma pequena garrafa na mão, olhando para ela.

— O que é isso? — Eu tirei de suas mãos antes que


pudesse protestar.

Sem rótulo. Abri a tampa e cheirei, não tinha cheiro de


qualquer outro material fino que conhecia. Era quase azedo,
vinagre.

— Outra coisa que roubei da casa, uma receita antiga de


família, só servimos em ocasiões especiais, e penso que essa
se qualifica. Vamos beber um pouco, talvez misturá-lo com as
outras bebidas. — Apontou para a garrafa grande que ainda
estava segurando.

Balancei a cabeça.

— Gosto de como você pensa. Esperança que tudo dará


certo para nós.

Honestamente, o material na pequena garrafa cheirava a


merda. Peguei da mão dela, o que a fez se sentir melhor, faria
qualquer coisa para tirar a tristeza dela.
Andei até parar ao lado da cama. Derramado duas doses
com apenas um pouco da porcaria que ela trouxe. Se tivesse
gosto de merda como cheirava, no meio de um bom material,
iria equilibrar o gosto.

Sabrina tinha as duas mãos cerradas apertadas no colo


quando voltei com nossas bebidas. Passei o copo e levantei o
meu.

— Para tempos melhores, querida, eles estão vindo.


Certo como os ossos de seu tio estão indo para a porra da
cova.

Estava prestes a beber a dose, quando ela apertou a


minha coxa. Suas unhas beliscaram tão duro em minha pele
que era como uma armadilha de urso em miniatura. A
surpresa quase me fez deixar cair a bebida no chão.

— Que porra é essa? — Rosnei.

— Espera, ainda não. Há algo que preciso saber antes


de fazer isso... Algo que tio Gioulio me disse. Não beba ainda.

Olhei para ela sem dizer nada. A menina estava agitada,


não conseguia se decidir. Desde que começasse a falar, eu
esperaria. Talvez o mijo de cavalo no meu copo tivesse um
gosto um pouco melhor quando colocasse para fora o que
estava em seu peito.

— Você continua olhando para o meu casaco. É mais do


que uma relíquia de família. — Olhou para baixo, observando
o lixo em seu copo, o agitando um pouco, escolhendo suas
palavras. — Meu tio me mostrou algumas fotos, da noite em
que minha mãe morreu. Ela foi atropelada, alguém a
derrubou no chão. Até a noite passada, deixaram-me
achando que foi um acidente, embora suspeitasse de algo
mais o tempo todo. Ele mostrou o homem que a atropelou e
matou a sangue frio.

Ah, caralho. Minha mente começou a girar em um


milhão de quilômetros por hora, pronta para dividir meu
crânio e lançá-lo para a lua, porra. Eu sabia que ela ia dizer o
nome antes mesmo que falasse alguma coisa.

— Foi seu pai, Boris Ivankov, não negue que foi. —


Disse friamente. — Tio me mostrou as fotos. Ele... Ele tinha
seus olhos. Sei que Gioulio não estava mentindo sobre isso.

Ela olhou para mim com seus olhos azuis


transformados em pedra. Porra!

Afastei com desgosto, jogando o meu copo no chão. Ele


quebrou e enviou um milhão de pequenos fragmentos em
todas as direções. Desejava que o som fosse o suficiente para
torcer o pescoço de qualquer demônio em nosso passado que
estragariam nosso presente.

Toda a porra do cosmos queria nos manter separados.


Era uma merda, uma merda de uma atrocidade, quando
éramos tão bons juntos. Não, não estava apenas falando de
afundar minhas bolas nela e comer sua boceta perfeita até
que a sacudisse da cabeça aos pés. Nós dávamos certo
porque éramos da mesma lama, dois mundos perdidos que
foram fodidos por seu próprio sangue mais vezes do que se
possa contar.

Não, caramba. Se for isso que a prendia, eu desataria


cada corda escura que nos manteria separados. Virando,
pronto para virar para o teto e saudar o universo inteiro com
meus dois dedos médios.

— Meu velho fodeu tudo, ele me disse que foi o pior erro
de sua vida, matar aquela pobre mulher atropelada. Não foi
bem informado, do mesmo modo que eu quando tentei
explodir o seu tio com todos os seus amigos degenerados.
Sua mãe não era a porra do alvo.

Lava circulava através de meus pulmões. Aproximei-me,


agarrando suas mãos, forçando-a a ficar de pé.

— Cristo, querida. Não me diga que você acredita no que


o filho da puta disse que meu pai atropelou sua mãe de
propósito? Merda. — Um olhar para os olhos dela disse que
era exatamente o que acreditava. — Porra, está de
brincadeira comigo! Não tinha nenhuma razão para matar
sua mãe, nenhuma. Não é a forma como fazemos isso, e
nunca faremos, vamos atrás dos bastardos que nos foderam,
os demônios que merecem morrer. Ninguém mais.

— Por que deveria acreditar em você!? — Ela disse, e


tentou tirar suas mãos da minha, mas segurei como um ogro,
não querendo soltá-la até que desmentisse o que o bastardo
havia dito. — Puta que pariu! Toda vez que ouço algo de um
lado, o outro sempre tem outra versão. Queria acreditar,
Anton, confiei em você. Então meu tio tirou o rastreador que
você deixou na minha bolsa, e não consegui mais.

Porra, porra, porra...

A confissão atravessou meu tímpano e arruinou meu


cérebro. Se não fosse pelo ódio e confusão piscando em seus
olhos, teria saído, rastreado os meus irmãos, e terminado a
briga que começou no grande salão.

— Não foi minha ideia, querida. Lutei com unhas e


dentes, porra. Daniel e Lev... Não queriam deixá-la sair sem
saber de alguma maneira o que estava acontecendo. D me
disse que só iria ajudar a manter o controle no caso de algo
ruim acontecer. Bem, sabemos que não aconteceu nada, e
agora sei por quê!

Porra. Desta vez, as ideias sábias do meu irmão nos


ferraram. Quebraram a confiança que construí com esta
menina, manchado a coisa louca que tivemos com sangue e
veneno.

— Você nem se arrepende. — Disse, baixando os olhos.


Por que diabos ela não parava de olhar para esse caralho de
bebida?

— Você está completamente errada, há um monte de


coisas que lamento, porque sem isso, tudo seria dez vezes
mais fácil para todos. Lamento estar atrelado a esta família,
ser filho de um bastardo que matou para ter confiança e
dinheiro e sim, ele cometeu erros. Lamento vir anos depois e
usá-la para chegar ao último filho da puta italiano vivo na
cidade dos ventos. Merda, pode acreditar em mim ou não,
mas realmente me arrependo de comprometer-me com meus
irmãos e deixá-los colocar essa porcaria em sua bolsa. Se
dependesse de mim, nunca teria acontecido, caralho, sinto
muito.

Seus olhos se moveram, desconfiados e escuros. Não


dava a mínima se ela me odiava mais do que ao seu tio idiota.
Não a deixaria ir embora.

Atrai-a para mim e fiz se apaixonar antes, poderia fazer


novamente. Nunca fui do tipo que falava de amor em
palavras. Tirar sua virgindade me fez ver que algo havia
mudado em mim, agora, tinha que falar de amor, fazê-la
perceber que não era um babaca total.

Sabia o tamanho da asneira que fiz concordando com o


plano de meus irmãos. Eles destruíram o que construí, assim
como Gioulio.

— Meu velho pai morreu com arrependimentos também,


já lhe disse, nunca parou de ter pesadelos sobre aquela noite,
eu lembro, estava ficando mais ciente dos negócios. Ele
tropeçou pela porta todo fodido em pílulas e bebida, gritando
sobre a mulher que não deveria estar lá.

— Era para ser uma cadela chamada Mercedes, uma


prostituta francesa com um amor por sapatos, trepava com
seu tio. Foi sua parceira por algum tempo antes voltar para
Paris. Havia construído um comércio de armas em nosso
território, e meu velho estava pronto para quebrar a trégua e
matá-la.

— Ela deveria estar lá, era uma criatura de hábitos.


Bebia alguma coisa e ia para as compras, com mais força
com a vinda do Natal. Acho que o seu tio a apresentou ao
bom frenesi americano de férias, e meu velho estava
determinado a torna-lo uma fraqueza fatal.

— A cadela deve ter percebido que havia alguma coisa


errada. Ainda estava no bar após o meu velho ter feito o
trabalho sujo. Viu-a sorrindo para ele através da janela, bem
antes de sair em disparada e atropelar a mulher que tinha
acabado de esmagar no chão. Ele entrou em pânico, fodeu
tudo.

Sabrina teve dificuldade de engolir, nenhum de nós


estava lá, mas eu podia imaginar o quão difícil foi para ele
descobrir que eram os ossos de sua mãe debaixo dos pneus.

— Não. — Sussurrou, áspero, segurando as lágrimas.

Eu continuei falando sobre aquela noite.

— Nós nunca encontramos a cadela francesa. Ela armou


pra sua mãe, e meu velho morreu com suspeita de que
Gioulio sabia sobre isso também. Eles tinham algum tipo de
acordo, porque não muito tempo depois a mandou correndo
para o exterior.

— Estou te dizendo a verdade, Sabrina. Sei que você tem


toda razão no mundo para se perguntar se estou dizendo a
verdade ou não, se estou contando mais uma mentira.
Poderia pegar os arquivos, qualquer caralho que seu tio te
mostrou, nós temos nossos registros também. Não pegarei
porque preciso que me ouça. Preciso que ouça, querida.

— O que acha que estou fazendo? — Disse. Suas


bochechas estavam vermelhas, por conta da vergonha e da
raiva.

Ela ainda estava falando, respondendo a mim. Isso era


bom.

Caí no chão e me ajoelhei. Nem sequer senti minhas


bolas apertarem e tentarem rastejar até as tripas. Esta
menina foi a primeira pessoa que me colocou de joelhos, não
me sinto mal sobre isso porque ela valia a pena.

Precisava tê-la. Tinha que!

Deixá-la gritar na minha cara e ir embora não era uma


opção se queria manter a minha sanidade intacta,
independentemente de tudo o que aconteceu com seu tio.
Merda, deixaria aquelas longas unhas me cegarem,
arrancarem minhas bolas se isso a fizesse se sentir melhor.
Sangraria por ela, sangraria até secar.

Estava obcecado, totalmente viciado por sua voz, sua


risada, seu toque. Iria reclamá-la, montá-la, transar com ela.
Ouvir quando gritasse com a minha língua entre suas
pernas, ou apertando ao redor do meu pau, era como um
“rock and roll” celeste.
Eu não poderia viver sem essa música. Não poderia viver
sem ela.

Rosnando, agarrei-a pelo joelho, derramando um pouco


da bebida que segurava, pegando rapidamente, segurou o
copo mais acima no colo, apenas olhando e esperando que a
convencesse.

Porra. OK.

— Basta manter a boca fechada e me ouvir por um


maldito minuto. Tenho de falar, já lhe disse sobre toda a
merda que lamento, todas as coisas que morreram no
coração negro de meu velho. Todo o perigo, toda a matança,
todos os idiotas que matei com minhas próprias mãos...

Respirei fundo, lembrando-me das cinquenta malditas


almas que matei ao longo dos anos, incluindo os vinte
bastardos que morreram na explosão no Club Duce. Seu
sangue era sacrificial, trouxe-me até aqui, passo a passo, em
linha reta para a maior beleza da minha vida, a peça que
faltava.

— Tudo isso valeu a pena porque me levaram a uma


coisa que nunca me arrependerei, está bem aqui na minha
frente. É você, querida. Você, você, só você.

Agarrei suas pernas e apertei forte. Porra, eu queria


segurá-la para sempre, agarrar o que era meu e sempre seria.

Amor ou ódio, céu ou inferno, pecado ou doçura.


Precisava olhar para cima, tinha que descobrir agora se
arrancar o meu coração e oferecê-lo era o suficiente, ou se
seu tio bastardo realmente a envenenou contra mim para
sempre.

Seus olhos estavam mais brandos. Havia amor ali, calor


saltando através de uma tristeza que não conseguia entender.
Talvez estivesse sobrecarregada.

Levantei, puxando-a comigo. Meu cérebro analisado


cada pequena sílaba e cadência quando falou.

— Anton, por favor...

— Por favor, o quê? Beijar como devia ter feito no


segundo que você chegou aqui? — Eu pressionei meus lábios
nos dela urgente e testando, desejando que ela quisesse me
beijar, que realmente quisesse.

Beijou-me. Porra, ela derreteu, entrelaçando a língua


com a minha, e foi absolutamente lindo. Minhas mãos
corriam para cima e para baixo no tecido mutilado envolvido
em torno dela, uma relíquia do segredo sujo que quase nos
separou, para sempre.

— Baby, vamos lá. Eu te amo, isso é suficiente, não


deveria estar vestindo essa coisa. — Removi.

Distraidamente passou o licor com cuidado para trás em


suas mãos, girando enquanto eu tirava suavemente o casaco
em volta dela. Havia aquele caralho de corpo gostoso
novamente. Meu pau queria aninhar contra a rachadura de
sua doce boceta, esfregar até que sua calça saísse, mas
contive minha ganância.

Este era o nosso momento de corrigir erros e colocar


tudo no passado. Haveria tempo de sobra para foder em
breve, e quando fizesse ia ser explosivo.

— Tira isso. — Disse. Nós paramos e ouvimos quando


caiu no chão em um golpe pesado. — Seu tio pagará pela
porra que fez. Ele matou seu velho e sua mãe, e tentou fazer
com que você me matasse também, não é?

Estremeceu quando disse a última parte, quase como se


fosse verdade. Que caralho é esse? Ela não tinha realmente
vindo aqui para colocar um punhal na minha garganta,
tinha?

Virei-a, ela estava chorando novamente, seu rosto


devastado. Com o braço, puxei-a contra o peito, colocando
seus braços em volta de mim.

— Ficará tudo bem. Assim que o filho da puta que


causou todo esse sofrimento tiver um enterro apropriado.
Vamos enquadrá-lo ou algo assim. Um lembrete de que toda
a morte e desgraça que está entre nós é passado, querida,
digo que já foi. Preencherei o buraco no seu coração da
mesma maneira que amo encher o seu corpo.

Ela me beijou, sorrindo enquanto nossos lábios se


chocavam.
Finalmente, lá estava ela. A Sabrina que procurava o
tempo todo, a menina de cabelos escuros que transformou
meu sangue em fogo e meu pau em aço.

Ah, caralho. Ela era tão suave, tão molhada, tão quente.
Tão irrevogavelmente minha.

Não conseguia segurar a tempestade de luxúria que


estava formando-se. Assim que ela estivesse com a respiração
regular novamente e com os olhos secos, jogarei ela na cama,
a alguns passos daqui, e transaremos de sete maneiras
diferentes, depois mais sete.

Merda, nós iríamos transar de setecentas maneiras


diferentes até o fim dos tempos, todas as maneiras que
precisava de seu corpo engatado ao meu.

Um grunhido feliz rasgou minha garganta como um


trovão. Rompi, passando uma mão na bunda dela, esfregando
a outra sobre seu pescoço.

— Caramba, você é tão gostosa. Explodirei se não


conseguir alguma coisa para refrescar-me. — Estendi a mão
para o pequeno copo balançando em seus dedos.

Teria o caralho do copo pressionado em meus lábios se


ela não tivesse soltado um grito ensurdecedor. Ambas as
mãos agarraram meu braço, tentando forçá-lo para baixo.

— Pare com isso, Anton! Não, não, não, não, não... Você
não pode beber, você não pode beber essa porcaria!
Era algum tipo de jogo doentio? Sorrindo, lutei com ela,
virando-a caímos sobre a cama, estava rindo enquanto
tentava lutar para que o álcool não saísse da minha mão. Por
algum milagre, não derramei a maldita coisa.

Agora, Sabrina estava em cima de mim, exatamente


onde a queria, porém, com muito menos roupa.

Lutei contra ela como um cachorro louco. A coisa toda


durou apenas dez segundos antes que tivesse o vidro frio
pressionado em meus lábios.

— Anton! — Gritou meu nome, se remexendo em meus


braços, e depois bateu seu pequeno rosto contra o meu.

Porra!

O copo se separou de meus lábios e vi ir em uma espiral


para a cama com Sabrina sobre o meu ombro, rosto primeiro.
Estava com os olhos arregalados e limpando furiosamente
seus lábios um segundo depois.

Foi quando percebi que não era apenas uma brincadeira


estúpida.

O peito de minha menina movia-se de uma forma


estranha, não conseguia respirar, sua garganta estava
fechando.

Puxei-a em meus braços, batendo nas costas dela,


mantendo-a perto até que cheirei um aroma de vinagre
desagradável em seus lábios.
Porra, porra, porra! O copo estava bem ao lado de onde
o seu rosto bateu. Ela deve ter bebido metade de tudo o que
não estava nos lençóis.

Rapidamente, pulei da cama, e a arrastei para o


banheiro. Estava tossindo e lutando contra mim como uma
louca, mas agora era porque realmente não conseguia
respirar. Tinha um braço em torno dela e meu outro no
telefone, teclando tão rápido quanto podia, quando Grigor
respondeu.

— Venha, aqui agora! Chame um médico, não me


importo quanto você tem que pagar para manter sua boca
fechada. Rápido! — O telefone desligou e a lancei para dentro
da banheira.

Ah, porra. Isso era ruim. Seus olhos estavam girando e


começando a ficar vidrados. Não tinha porra de ideia
nenhuma do que realmente era, ou quão rápido funcionaria.
Não havia nada no momento que pudesse fazer sobre o
veneno desconhecido, exceto tentar tirá-lo de seu sistema.

— Calma, baby! Isso não será agradável. Basta lembrar


que estou tentando salvar você! — Não sabia se ela podia me
ouvir.

Ela parecia em pânico. Segurei-a sobre o vaso sanitário


e enfiei minha mão em sua boca, tocando os dedos contra a
garganta, qualquer coisa para que vomitasse.

Levou algumas tentativas para conseguir. Ela tossiu e


jogou tudo para fora, continuei segurando-a enquanto
convulsionava e expulsava o pouco que estava em seu
estômago. Claro, a coisa mortal era indistinguível de todo o
resto.

Não havia nenhuma maneira de saber se consegui,


segurando-a tremendo feito um idiota enquanto ela chutava e
se debatia, uma mão em sua barriga durante os espasmos.

Ficou mole, mal a levei para longe do vaso, ela


desmaiou. Coloquei-a cuidadosamente no chão, pousei
minha mão contra o peito, verificando a respiração.

Alguém estava batendo na porta do quarto, mas porra,


não iria responder.

Sua respiração ainda estava irregular, superficial e forte.


A coloração azulada nos lábios me dizia que não estava
recebendo oxigênio suficiente.

Porra, porra, porra!

Limpei seus lábios na minha camisa e mergulhei,


empurrando todo o ar dos meus pulmões nos dela, batendo
em seu peito para fazê-la respirar.

Não morra, Sabrina. Não morra nos meus braços!

Respire, baby, respire.

Vamos. Porra. Respira.

Parei de pensar quando o velho Grigor entrou, gritando


ordens em russos para os empregados. Sofrimento
incompreensível e desespero me transformaram na porra de
um maníaco, mas não iria fazer nada além de respirar,
colocando tanto ar quanto pudesse em seus pulmões.

— Mestre Anton, precisa nos deixar passar, temos


esteroides para ajudar. O médico está a caminho.

Afastei-me dela apenas o tempo suficiente para dizer


algumas palavras sobre venenos para Grigor, acho que o
velho recebeu a mensagem. Nunca deixou uma linha de
emoção transparecer em seu rosto.

Exatamente como se fosse treinado para isso. A última


linha de defesa para a razão, quando todos os Ivankovs não
tinham mais nenhuma.

Não ia deixá-la caralho. Lev e Daniel pegaram debaixo


dos meus braços e me levaram, chutando e gritando, para
longe. A última coisa que vi foi Grigor e duas das empregadas
com os primeiros socorros em torno dela.

— Irmão, por favor! Acalme-se antes que coloque a casa


abaixo! — Lev gritou na minha cara quando estávamos fora.

Quando me soltaram, avancei sobre eles, agarrando


ambos os seus pescoços e os jogando no chão com força
sobre-humana.

— É culpa sua, caralho! Bastardos! Vocês dois!

O nariz de Daniel quebrou sob o meu punho senti o


sangue descendo. Lev cravou os dentes no meu braço, o
caralho que ele não sairia, grunhindo como um leão
enjaulado, batia sua cabeça no chão.
— Porra! Basta dizer o que aconteceu, Anton. Anton! —
As palavras de Daniel borbulhavam com o sangue escorrendo
pelo seu pescoço e meus socos continuaram. — Vai nos
matar...

Porra, confiava neles. Se fossem quaisquer outros


homens, já estariam mortos, seus crânios fraturados e os
ossos do nariz enterrados em seus cérebros.

Droga.

Meus irmãos merecem uma surra, mas não mereciam


morrer. Eles eram apenas parcialmente responsáveis pela
minha mulher deitada no chão frio, lutando por sua vida.

O verdadeiro culpado era o filho da puta que eu queria


morto. E se deixar minhas emoções transbordar para
assassinar a minha própria família, nunca pegaria Gioulio.
Não quando poderia entregar-me para a polícia de Chicago e
me jogar atrás das grades novamente através do primeiro
policial gordo querendo bancar o herói.

Liberei-os, eles rastejaram, colocando alguma distância


entre nós. Daniel resmungou, limpou o rosto com a manga,
havia tirado sangue do seu nariz e cortado seus lábios.

— Você tem que aprender a falar com a gente sem usar


seus punhos. — Lev rosnou. — Que merda é essa sobre
veneno? Será que essa cadela tentou te matar em nossa
própria casa?
Segurei, para não avançar e plantar meu punho em seu
rosto largo novamente.

— Foi um acidente, estava tentando evitar que eu


tomasse, mudou de opinião. Nada disso teria acontecido se
tivesse jogado o rastreador no lixo, em vez de plantá-lo na
bolsa como Daniel mandou!

D tossiu, de seu rosto ferido, lançando um olhar


irritado.

— Seu traidor de merda! Tínhamos concordado, e ela


fazer essa porcaria só mostra que estava certo o tempo todo.
Esfaqueou lhe pelas costas, nos virou uns contra os outros.

— Resposta errada! — Bati meus punhos no chão, tudo


o que poderia fazer para evitar quebrar seu nariz, ou de
quebrá-lo uma segunda vez, se já tivesse acontecido. — Iria
me envenenar porque parou de confiar em mim! O babaca do
Gioulio encontrou um erro estúpido e usou para entrar em
sua mente e derramar sua besteira nela. Estava envenenada
antes de chegar aqui, antes de engolir a porcaria que ele deu
para me matar.

Meus irmãos baixaram os olhos. Estavam chateados,


decepcionados, e não tinham nada para dizer contra as
minhas acusações porque sabiam que era tudo verdade.

— Ela descobriu. — Ambos me olharam. — Seu tio


cretino contou sobre a noite que o nosso velho atropelou a
mãe dela, achando que era a prostituta francesa, Mercedes.
— Maldição! — Amaldiçoou Daniel com um som
estridente através do sangue. — Não me admira isto ter
acontecido.

O pesado silêncio foi interrompido por Grigor e as


mulheres que estavam cuidando de Sabrina. Ouvi minha
menina gemer, levantar-se e gritar atrás deles, avancei o mais
rápido que pude.

— O que está acontecendo? Será que ela ficará bem?

— Ainda respirando! — Grigor gritou de volta. — O


doutor está vindo. Precisamos deitá-la em sua cama, senhor,
longe dos lençóis com veneno.

Porra.

Nós a transferimos para o quarto ao lado, os assisti


deitá-la na cama que pertencia desde o início.

Sua respiração estava vindo, lenta e constante, uma


luta óbvia em seu peito cada vez que seus pulmões
bombeavam. Meus irmãos me seguiram, mas mantiveram
distância.

Lev era mais valente, o primeiro a vir. Sua mão caiu no


meu ombro. Por algum milagre insano, instantaneamente não
girei e quebrei seu maldito queixo.

— Paciência, irmão, só queremos ter certeza que ela está


bem. Essa coisa toda é um desastre épico, caralho.

Virei, sacudindo os dedos.


— Diga algo que eu não saiba, idiota.

— Lamentamos, vamos fazer isso dar certo. Vamos lá,


Anton, tem de nos dar outra chance.

Otário, pensei, mas não disse, porque ele estava


realmente tentando ajudar.

Minhas chances de viver como um homem sensato


estava reluzindo diante dos meus olhos, desaparecendo a
cada respiração áspera que a vi tomar. Maldição, onde estava
aquele médico?

Ficamos com ela até o médico entrar. Ele teve que


trabalhar de imediato e surpreendentemente manteve a
calma, mesmo com três pares de olhos famintos nele.

Furou o braço com uma seringa, o observei injetar


alguma coisa dentro dela, pegou o estetoscópio, e ouviu seu
peito. Ciúme irracional enfurecia minhas veias enquanto o
assisti tocá-la e senti-la.

Reprimi um rosnado. Sim, era loucura, mas caralho,


nunca aceitaria as mãos de outro homem nela, por qualquer
motivo, caralho. Ninguém tocaria o que era meu.

O médico se afastou pouco antes que eu fizesse uma


cena. Murmurou algumas palavras para Grigor, algo sobre a
necessidade de uma amostra da porcaria que a deixou
doente. Ainda bem que havia a maldita garrafa inteira no
outro quarto.
Vi o médico pegar suas coisas e ir para a porta, não me
contive coloquei as mãos em volta da boca e gritei, alto o
suficiente para ecoar por toda a casa.

— Bem! Que caralho é essa? Será que ela ficará bem?

O médico girou, olhou para mim, claramente abalado.


Bom. Foda-se ele.

— Ela está estável. Se não a tivesse feito vomitar, estaria


morta agora. Acho que ela ficará bem. Só preciso testar a
toxina para ter certeza. — Deu de ombros. — Paciência, por
favor, estou fazendo exatamente aquilo que vim fazer.

Merdinha arrogante, vi o flash de reconhecimento em


seus olhos. Certamente sabia quem eu era de todas as
grandes histórias na mídia. Ainda bem que confiava em
Grigor para nos trazer um homem corruptível, mas capaz.
Sempre conseguia alguém que aceitaria suborno e manteria a
sua boca fechada para os federais.

Dei aos meus irmãos um olhar insinuando que


havíamos acabado. Grigor e as mulheres foram para o outro
lado da sala.

Sentei na cadeira vazia ao lado dela, peguei sua mão e


apertei. Ela estava fria como gelo. Esfreguei meus dedos nos
dela, qualquer coisa para torná-los mais quentes.

Não havia mais nada a fazer senão observar e esperar.

Minha menina se agitou suavemente em seu sono. Não


estava consciente, mas o perigo tinha passado. Observei
durante algum tempo antes de acreditar no idiota com o
estetoscópio.

— Está feito, irmão. A notícia está nas ruas uma hora.


— Lev falou enquanto eu estava na cabeceira de Sabrina. —
Temos que agir logo. Você sabe o quão rápido a informação se
espalha, chegará até o bastardo...

— Vamos, estarei de volta a tempo de ela acordar. Isso é


uma promessa.

Meus joelhos esticaram com relutância, não queria


deixá-la ali antes que visse seus olhos brilhando para mim de
novo e ouvisse sua voz doce. Mas tínhamos acabado de
colocar todas as nossas fichas em cima da mesa para matar o
rato.

Era a única maneira. Daniel espalhou um boato para a


mídia que estávamos todos doentes e morrendo em Chicago,
ambos os irmãos Ivankov, alvo da maior caçada humana na
história recente.

Tivemos que nos mexer, os policiais invadiriam todos os


nossos imóveis na cidade em primeiro lugar, à procura de um
apartamento secreto. Esperava que os mantivesse distraídos
enquanto atingíamos nosso alvo, a única coisa que precisava
era que ele ouvisse os noticiários.

Eu sabia que ele ouviria. Gioulio Ligiotti era como uma


abelha em busca de mel. Caralho, provavelmente estava
celebrando neste segundo, não dando a mínima se não havia
nenhuma palavra de sua sobrinha.
Ele a usou. Merda, usou sua sobrinha contra mim.

Mal sabia que o canhão estava apontando para ele


agora, e eu ofereceria a minha mulher o tiro final. Ela nunca,
nunca mais ficará no maldito fogo cruzado, e todo mundo que
a colocou lá estava prestes a pagar caro.

Meus irmãos pareciam assustados no momento em que


nossa van preta estacionou perto da propriedade de Gioulio
em Chicago. Seus nervos estavam fodidos, desgastados,
prestes a entrar em combustão. Ainda assim, quando a
guerra alcançasse o auge e balas começassem a voar, eu
sabia que podia contar com eles.

Éramos assassinos sincronizados, nunca deixaríamos


outro para trás, nunca falhamos, não de modo a nos matar.

Eu? Eu estava gelado, não poderia imaginar-me


estragando isso depois da promessa que fiz.

De jeito nenhum. Porra. Gioulio e seus homens iriam


pagar por décadas de sangue, acrescido de um prêmio
monstruoso por ferir minha menina também.

Todos nós usávamos capuzes negros nos nossos rostos.


Protegidos em nossos bancos esperamos. Logo, sairíamos
como cães, atirando em direção à casa. Enquanto corríamos,
a van estava programada para arrebentar o portão, um feroz
desvio barulhento para nos deixar entrar na mansão com
resistência mínima.
Os três homens agrupados na nossa frente eram os
melhores que tínhamos sem ter o sangue Ivankov. Eu tinha fé
total neles, irmão ou não, ninguém neste veículo iria nos
deixar para trás e explodir a operação.

Mais uma vez. O veículo virou, e levantei-me, fiquei na


frente de Lev e D, ao lado da porta de trás, enfileirados atrás
de mim, prontos para saltar. Minhas mãos seguraram as
alças como se fossem espadas, prontas para cortar através de
qualquer coisa e qualquer um que ficasse no meu caminho.

Vlad foi o primeiro a começar a gritar do assento do


motorista. Um bom, vigoroso e muito russo oooraaah, saia
como um trovão de sua garganta. A van foi para frente mais
rápido, conquistando os metros finais rumo ao portão.

— Agora! — Eu gritei, abrindo as portas.

Jogamos-nos para fora e batemos no pavimento rígido,


vi meus irmãos logo atrás de mim quando me levantei. Indo
em direção ao portão começamos a subir, nos escondendo em
um arbusto cheio. Um segundo depois, o mundo inteiro
explodiu atrás de nós quando a van derrubou o portão.

O mundo desabou. Gritos em inglês e italiano rugiam,


enquanto ficávamos em pé, indo para uma entrada de serviço
perto da garagem. O bastardo tinha doze carros, e agora não
haveria ninguém os protegendo enquanto estavam lidando
com os meus rapazes.
Seis formas escuras saíram voando em direção à van.
Porra. Meus meninos estavam em menor número, mas
sabíamos disso desde o início.

Encarariam uma boa luta, empatariam o máximo que


pudessem, trocando fogo de dentro da van. Estimava que
tínhamos cerca de dez minutos para entrar e caçar o chefão
antes do helicóptero da polícia e os policiais invadirem essa
merda de lugar.

Então, o clã Ligiotti estaria morto ou ferido. Nossa


equipe na van precisaria ir embora, esperando por nós no
SUV, vazio e estacionado aqui atrás, para nossa fuga.

A garagem perto, e cheias de câmeras. Tanto faz, não


passariam dos meus meninos que estavam na van. Ergui a
nove milímetros e acertei com uma bala uma das câmeras,
apagando as luzes.

Lev se jogou na porta lateral para a garagem, lançando


seu peso sobre a porta. Três batidas e ela desabou. Daniel e
eu estávamos bem atrás, correndo para caralho, indo para a
porta que dava para a casa. Tivemos de manobrar desviar dos
obstáculos através da garagem enorme, perfeitamente
colecionáveis e polidos, os carros esportivos que Gioulio,
ostentador, adquiriu dias antes de tornar-se chefe da máfia,
mais modesto.

Eu estendi a mão e arranquei um ornamento dourado,


do capô de um tubarão, sobre rodas, preto e lustroso , por
que não? Joguei para o teto e o ouvi cair, a forma dourada
caiu ruidosamente no concreto quando começamos a
trabalhar na porta.

O tilintar rude me fez lembrar ossos chacoalhando. Sorri


por trás da máscara. Doce música, nos lembrando do que nós
viemos fazer, morte e julgamento, vingança pela minha
menina, o pagamento para cada segundo que ela sofreu na
minha cama com o veneno em seu sangue.

Merda. Esse era o motivo real, fazer ou morrer. O


sangue sibilando pelas minhas veias transformou meu corpo
inteiro em uma fundição, pronto para derreter de dentro para
fora.

Foi um alívio quando explodimos e entramos, o primeiro


idiota nos encontrou.

Ele atirou em mim e errou duas vezes. Acho que


surpreendi o filho da puta lançando-me diretamente para ele.
Foi uma coisa estúpida de se fazer, mas eu ia ficar muito
mais irresponsável se não alimentasse a minha sede de
sangue agora.

Joguei-o no chão, agarrei a parte de trás de sua cabeça


como um melão maduro, e bati na escada uma e outra vez.
Sua testa estava um caos enquanto eu batia. Então, os
empregados inevitavelmente ouviram e saíram correndo.

— Parados! Vocês se movem uma polegada e estarão


mortos! — Lev rugiu, empurrando duas solteironas e um
mordomo magro contra a parede com seu rifle.
Pelo rádio seus amigos se comunicavam.

— Está tudo bem aqui, a luta real é lá fora. Isto não tem
de terminar com seu sangue derramado junto com o deles.
Estamos aqui apenas para dar ao seu mestre uma visita
amigável. — Daniel parecia surpreendentemente escuro e
perigoso enquanto mantinha os idiotas sob seu polegar.

Era como os Ivankov faziam. Mesmo os mais inteligentes


se transformavam em assassinos frios como pedra no meio da
guerra.

Entrei enquanto vigiavam a entrada. Rastejando pelos


cantos como um espião maníaco, arma pronta para matar
qualquer idiota que aparecesse na minha frente.

Porra. Nada. O lugar todo parecia que estava deserto.

Chutei para baixo a porta de todos os quartos e da


grande suíte master no andar de cima. Nada, exceto os
quartos de luxo limpos, arrumados como esperava que um
homem como Gioulio tivesse. Tudo vazio.

Filho da puta. O pânico atravessou meu peito pela


primeira vez. Esta não foi a primeira vez que o demônio
conseguiu fugir antes de ir para onde morava, mas agora o
relógio estava correndo como nunca. Não poderia estar aqui e
perder a única chance que teria de ganhar o que minha
menina merecia.
Mentalmente, contei que faltavam seis minutos. Voei
escada abaixo, colidi com meus irmãos, e agarrei o mordomo
imbecil. Ele balançou como um espantalho, no meu aperto.

— Onde caralho ele está? Onde!? — Rosnei uma e outra


vez, arrastando-o pela casa.

Verifiquei cada pequena contração no rosto do bastardo,


ouvi cada nota em sua voz quando ele implorou por sua vida.
Seus olhos estavam inchados, mas não o estava sufocando a
ponto de não poder falar. O mordomo apenas se debateu por
aí como qualquer idiota gritando por misericórdia quando o
arrastei até a cozinha, a sala de estar grande, sala de jantar,
e depois de volta para onde tinha começado. Não revelou
bosta nenhuma.

Porra! Onde caralho ele está, imbecil? De volta para casa.

Lev e Daniel olharam para mim com impaciência.


Estavam tão irritados como eu estava por Gioulio não ter
aparecido ainda, e este último golpe parecia insano. Pensei
que ia ficar louco, até que distraidamente empurrei o
espantalho humano contra o corrimão.

Ele tropeçou-nos próprios pés, olhando por cima do meu


ombro nervosamente algumas vezes. Que caralho tinha lá
atrás? Não podia acreditar que tinha perdido o rato à procura
da porta de madeira, algo estreito e antigo, como nos anos
cinquenta.

Bingo. Deixei-o no chão e o ouviu lutar para respirar


enquanto eu abria a porta misteriosa. Era profundo,
ramificando em um nível no porão da casa, e, em seguida,
mais fundo.

O ar estava muito quente e seco para uma antiga adega.


A antiga porta se abriu com um puxão. No interior, parecia
um buraco de rato forrado com linóleo e armários de metal
com arquivos elegantes.

Uma sombra se moveu entre eles e disparou em minha


direção. Porra!

Abaixei, rolei no chão, e respondi ao fogo. Algum filho da


puta gritou quando uma bala acertou o alvo em sua
panturrilha. Rapidamente procurei um ferimento, às vezes
quando está baleado e sobre muita adrenalina, você não
percebe até desmaiar.

Nenhum ferimento, perfeito. Rastejei e corri, mergulhei


nas pernas de calça cinza quando virei a esquina.

Gioulio deu mais dois tiros antes que eu tirasse a arma


de suas mãos. Ambos ficamos selvagens, lutando contra a
parede velha decrépita. Então, quase fiz o mesmo com ele,
que fiz com o ornamento do capô de seu carro, batendo-lhe
tão duro no concreto antigo que seus ossos estalariam.

Nossos olhos trancados um no outro. O bastardo


parecia presunçoso como o diabo que esperava que fosse.
Sorrindo com a dor vinda do buraco que fiz na sua perna.
Ninguém parecia assim quando estava verdadeiramente
fodido.
Merda, ele não estava sozinho.

Em um movimento, girei, usando seu corpo pálido como


um escudo humano. Minha arma alinhada na lateral de sua
cabeça enquanto tomava cuidado para não encostar no seu
crânio... Ainda não. Ele tinha uma bala com seu nome para
mais tarde.

O capanga que tinha a arma apontada para mim caiu.


Agora, pela primeira vez, o bastardo em meus braços
começou a tremer. Movemos-nos, e o joguei contra os
armários, satisfeito com a maneira como sua espinha rangia
quando o bati no metal.

Porra, apenas cerca de três minutos do final, o relógio


na minha cabeça me lembrou. Tínhamos que fazer isso
rápido.

Gioulio não disse uma palavra. Seus olhos escuros de


ódio, arrogantes, diziam o suficiente. Vi seu maxilar se
apertar, percebendo que ele tinha mais uma surpresa para
mim.

— Oh, não, filho da puta. Não, não faça isso.

Peguei sua boca miserável e segurei aberta como um


cão. Ele tentou morder meus dedos enquanto eu lutava
nesses cinco segundos obscenos, tirando a pequena cápsula
de vidro de sua boca. Ela rolou no chão ao lado do meu pé e
bati meu calcanhar sobre ela.
Ele não engoliu o cianureto, ou então estaria se
debatendo em meus braços. Boa. O idiota gritou, gritou,
desesperado quando percebeu que acabei com sua última
fuga.

Meus punhos trabalhavam. Um soco pelo meu velho,


lembrando a forma como o idiota enganou o papai, revivendo
a noite em que encontrei seu corpo ensanguentado e morto.

Mais três golpes em ambos os lados de sua cabeça pelas


meninas que escravizou e vendeu para esses filhos da puta
doentes. Não sabia como libertá-las, mas nós encontraríamos
uma maneira uma vez que sua equipe estivesse no caos.
Daniel e Lev me prometeram que fariam.

Não sabia quantas mulheres ele traficava.


Provavelmente dezenas. Infelizmente, esses três golpes
tinham que doer por elas. Nada mais, e seu velho crânio
poderia quebrar sob meus punhos.

Apertei a minha arma, e parei bem perto de batê-la no


topo de sua cabeça, em seu cérebro sádico.

Caralho, caralho. Aguente. Apenas um pouco mais de


tempo.

Congelei meu instinto assassino, tremendo com o


esforço. O medo nos olhos de Gioulio desapareceu quando
rolaram, ficaram brancos, e a última resistência em seus
músculos se desvaneceu como um balão perdendo seu hélio.
Estava frio, o agarrei pelo pescoço e arrastei até as
escadas o mais rápido que pude. Não foi fácil. Cada músculo
do meu corpo se esticava para levá-lo para cima. Era um
homem musculoso na juventude, mas deixou claro que o
tempo tinha passado, estava gordo agora, enquanto a sua
força desaparecia como um cão de guarda do caralho inchado
na aposentadoria.

Assim que passei pela porta, D e Lev estavam ao meu


lado, ajudando-me a puxá-lo para o piso principal. Daniel
apontou a arma para o teto e disparou alguns tiros, gritando
com os empregados encolhidos.

— Vão! Saiam daqui! E você, não acha que seus guarda-


costas chamaram os malditos policiais?

Os empregados apareciam em todas as direções,


gritando até as escadas e entrando na cozinha. Quem poderia
culpá-los depois de terem passado os últimos cinco minutos
perguntando se era o último?

Cinco minutos. Porra!

O tempo estava se esgotando. Meus irmãos e eu


arrastamos sua bunda pela casa, indo para o spa e piscina
gigantesca na parte de trás. Vimos formas escuras
remanescentes perto da colina. Minha arma estava pronta
para disparar, mesmo que estivéssemos ferrados se nos
atrasássemos. Estávamos muito perto, caralho.

Em seguida, uma das sombras sinalizou. Senti cheiro de


fumaça.
Vlad e os nossos rapazes estavam à espera, mesmo ao
lado do SUV estacionado convenientemente na parte de trás
para a nossa fuga. Ele nos ajudou a passar sobre o portão.
Eu levava Gioulio nas costas, joguei sua carcaça inútil como
um saco de batatas, e estávamos fora.

Apenas a tempo também.

Três helicópteros policiais sobrevoaram a mansão com


seus holofotes no instante em que estávamos cerca de um
quilômetro de distância. Logo, as cinzas do império de Gioulio
foram banhadas em vermelho cereja, azul glacial, e
ofuscantes luzes brancas, mortas e assombradas como as
ruínas da Roma antiga.
Acerto de Contas

Acordei fraca e suada. A dor desapareceu,


surpreendentemente, inexplicavelmente, desapareceu. Pensei
que fosse morrer, e tive que verificar várias vezes para
certificar-me de que eu não tinha.

Nenhum fantasma jamais sentiria que tinha acabado de


sobreviver a uma batida com um trem de carga.

Eu flutuava, espessa, quente e úmida, a maneira como


se sente depois de ficar mais de um dia doente. Minha
memória levou mais alguns segundos para voltar.

Meu coração se lembrava de tudo o que aconteceu, e


então tinha mais uma dor para assimilar.

Jesus. Realmente tentei matá-lo, não tentei?

Salvei-te de engolir a porcaria na garrafa e me


envenenei. Não tinha a intenção, mas quando caí nos lençóis
de seda confortáveis, perguntei-me se não merecia.

Tudo parece um sonho distante, quando você está


saindo de uma febre grave. Mas agora, a única coisa que
tinha para alcançar e agarrar era essa coisa estranha e
maravilhosa que construí com Anton. Sorri quando pensei
sobre isso, fiquei maravilhada com a forma como era
inquebrável.

De alguma forma, sobrevivi. Nós sobrevivemos.

Não conseguia entender, nada fazia sentido, mas meu


cérebro não mentia. Ele não havia desperdiçado um segundo
quando percebeu o que estava acontecendo com o veneno.
Anton correu comigo para o banheiro, impedindo-me de
morrer até que o médico veio.

Era mais do que luxúria, mais do que me usar como


uma ferramenta. Vi seu amor, a sua bondade. Senti sua
verdade cada vez que tomava um novo fôlego.

Nós dois cometemos erros. Nossos corações eram cruéis,


e precisavam ser para sobreviver a selvageria constante
martelando em torno de nós.

Anton quase me matou por arrancar o meu coração com


sua traição, além de uma pequena ajuda do meu tio. Tentei
matá-lo por isso, e quase morri quando percebi o meu erro e
meu pesar.

Claro, o veneno foi responsável por quase adiantar a


minha ida para uma sepultura. Mas, o que realmente sentia
era tristeza, arrependimento brutal de quase ter matado o
homem que eu amava por causa de um coração despedaçado
e uma mentira.
Queria me jogar sobre ele, dizer o quanto eu sentia.

Isso não se comparava a necessidade que tinha de beijar


seus lábios, e jogar-me em seus braços. Deixaria sugar a
última gota de veneno do meu coração a cada beijo ardente.
O veneno de Gioulio havia desaparecido. Logo, sabia que o
resto do veneno que injetou em meu cérebro toda a minha
vida adulta iria com ele.

Anton, precisava vê-lo. Lutei para sentar, joguei os meus


pés da cama para o chão frio.

Sorri quando fui capaz de ficar de pé. Lembrei-me de


quando estava em colapso nos seus braços, vomitando o
veneno enquanto ele me segurava, nunca pensei que iria
respirar novamente.

Uma janela foi aberta, deixando entrar o ar frio do


outono. Era noite, ou pouco antes do amanhecer, a julgar
pelo pouco respingo azul no horizonte, não saberia dizer sem
um relógio.

Cambaleei até o banheiro e lavei o rosto, a água


refrescante ajudou a trazer-me de volta à vida, me fez meio
humana novamente.

Estava prestes a sair quando a porta do quarto se abriu.


Algo pesado caiu no chão, e alguém estava tossindo.

Porra! A voz de Anton.

Um segundo depois, ele agarrou a maçaneta da porta e


empurrou. Eu tinha trancado.
— Baby? Você está bem?

Dei um pequeno empurrão e abri, em seguida, cai em


seus braços.

— Acabei de acordar. — Disse, de repente mais


energizada por estar com seus braços em volta de mim.

— Droga, estava esperando encontrar você na cama


para a grande surpresa, assim você não entraria em choque.
Ninguém nunca disse que isso seria perfeito...

Não entendia o que ele estava falando. Segurou-me,


saindo do banheiro. Parei quando vi seus irmãos de pé contra
a parede. Lev e Daniel olharam para nós dois, com
expressões sérias em suas faces. Usavam ternos combinando,
negros como o de Anton.

Então vi o bastardo a seus pés. Tio Gioulio estava


deitado no chão, contorcendo-se como uma enguia. Suas
mãos e pernas estavam amarradas com cordas pretas. Ele
virou a cabeça, e me viu e começou a lutar, grunhindo em
seus esforços.

A fita adesiva sobre sua boca o impedia de dizer alguma


coisa. Por um segundo, meu coração tentou ter um lampejo
de simpatia, mas todas as coisas que disse e fez desabou. Os
russos não eram perfeitos, mas não fingiam amor, não me
envenenaram. Anton e seus irmãos não torceram as minhas
emoções do jeito que fez, e ele era porra da minha família!
Minha mão apertou a de Anton e ele apertou meus
dedos. Chegamos mais perto, vi um homem magro como meu
pai golpeado no chão. Em um movimento ágil arrancou a fita
de sua boca.

Tio Gioulio tossiu, olhou para mim, e pediu.

— Porra. Não os deixe fazer isso comigo, Brina. Você


pode pedir, salve seu tio.

Balancei minha cabeça. Surpreendente, nunca o vi tão


patético.

Raiva estava estampada nos olhos de Anton. Puxou uma


arma do coldre perto de sua cintura e a apertou na testa do
meu tio.

— Você a ouviu. Não. Agora, cale a boca! Você não fala a


menos que ela diga para falar, entendeu? — Cada sílaba que
falava era um rugido feroz. E saia da sua boca sem dó. —
Seja um homem pela primeira vez na sua vida miserável.

Tio Gioulio virou a cabeça no chão e fechou os olhos.


Um soluço duro abalando seu corpo. Cheguei mais perto,
afastei gentilmente de Anton, pressionei meus lábios na
orelha do meu tio.

— Você me contou sobre mamãe e como seu pai a


matou. — Esperei até meu tio me ver apertando o braço de
Anton, olhando carinhosamente em seus olhos. Transmiti
tanto ódio ao bastardo no chão. — Você não me contou sobre
Mercedes, a mulher francesa que sumiu depois. Por quê?
Gioulio soluçou novamente. Rolou, até que estava
deitado de costas, miseravelmente olhando para o teto.

— Eu amava essa mulher caralho. Irei para a minha


sepultura a amando como nunca. Basta fazer o que você quer
fazer. — Disse com um pouco de força voltando para sua voz.

— Você mentiu para mim. — As palavras eram tão secas


na minha garganta, engasguei e tossi.

Não tinha certeza do que esperava. Talvez um pedido de


desculpas, um soluço altruísta, algo para me dizer que estava
arrependido por tudo isso e não apenas para salvar o próprio
rabo.

Os olhos de Tio Gioulio foram para os meus. Estavam


apertados, de ódio. Olhou para mim como se eu fosse um
animal de estimação que acabou de desapontá-lo. Anton viu,
e rosnou, apertando seu poder sobre a arma. Estava pronto
para puxar o gatilho bem mais de um minuto atrás.

— Ainda não. — Disse, apertando seu braço. — Tio,


preciso saber... Você nunca se importou comigo? Era nada
mais do que uma ponta solta que você não podia amarrar
depois que matou meus pais?

Tinha o pego, ele assobiou, a amargura em sua voz.

— Tudo estava bem. Perfeito, até que decidiu começar a


entrevistar esse idiota na prisão. Você nunca teria nada,
estaria muda, cega e feliz. Poderia ter te enviado para o
exterior, deixar a fortuna da família, dinheiro do que jamais
verá. Fiz dez vezes mais a cada ano sozinho do que quando
trabalhava com Gio.

Mordi o lábio quando ele disse o nome de meu pai, e o


idiota apenas continuou a cavar.

— Ele não era forte o suficiente. Nem a puta com quem


se casou. Ela o amansou, queria que ele investisse em algo
mais legítimo, deixando as coisas realmente lucrativas para
trás. Tivemos um problema com os russos, e vi a minha
chance de matar dois coelhos de uma só vez. Foi ideia da
Mercedes, essa mulher nunca cometia erros. Porra, se as
coisas não tivessem ido à merda com ela, eu não estaria
esparramado no chão, como agora!

— Mas está. — Lembrei, passando minhas unhas


afiadas sobre seu peito. — Obrigada, tio. Isso era tudo que
precisava saber.

Anton olhou para mim, seus olhos azuis queimando


como fogo.

— Nós estamos prontos para liberar essa bala, ou o


quê?

— Faça isso. — Tio Gioulio insistiu. — Deixe-o me


matar.

O terror se foi. Ele estava pronto para morrer, resignado


à sua sorte, pela arma de Anton.

Por que estava tão decepcionada?


Anton olhou para mim, balancei a cabeça. Sua mão era
muito rápida, e ele estava prestes a puxar o gatilho quando
estendi a mão e dei um tapa no ombro.

— Espera, há mais uma coisa ... — Engatinhei, e de


joelhos no lado oposto ao dele.

Coloquei minha mão sobre a cabeça de Gioulio


passando lentamente por seu cabelo. Herdei o mesmo cabelo
Ligiotti incrível, macio, escuro e espesso. A adrenalina o
entorpeceu, o fez contorcer como se estivesse mastigando a
própria ansiedade, afundando os dentes nas memórias,
piscando, sem dúvida, diante de seus olhos.

Vários longos e suaves movimentos o acalmaram. Ele


me olhou uma última vez com os olhos mais abertos, mais
suaves. Era o homem que eu lembrava, o velho e gentil tio
Gioulio.

Agora, eu tinha certeza.

Em algum lugar lá no fundo, realmente se importava


comigo. Tornando tudo o que tinha feito ainda mais
imperdoável.

Eu estava pronta.

— Sobrinha, desculpe-me, porra. — Disse, sua voz


embargada.

Um sorriso fino implorando puxou em seus lábios.


Estudei seu rosto pálido por um momento, inclinando-me
sobre ele, terminando a última volta pelo seu cabelo com
meus dedos.

Meu rosto estava sobre o seu quando puxei seu cabelo e


cuspi.

— Eu não te perdoo.

Estendi a mão para a arma na mão de Anton, enquanto


o meu cuspe ainda estava nos olhos do meu tio. Enrolei as
duas mãos apertadas em torno da arma, apontando-a contra
a sua testa, puxei o gatilho.

O tiro foi ensurdecedor.

Pulei quando seu eco morreu. A arma caiu longe das


minhas mãos no chão, e recuei de joelhos diante do sangue
escuro do meu tio. Anton estava ao meu lado muito rápido,
puxando-me em seus braços.

— Você fez bem, querida.

— Apenas me beije. — Choraminguei, tropeçando longe


do corpo morto.

Ele fez. Anton me agarrou, apertado e esmagou seus


lábios nos meus. Seu beijo me levou, fazendo-me voar alto,
acima do inferno que se formou aqui. Matei, e pedi a Deus
que fosse a única pessoa que eu teria que puxar o gatilho.

Ainda bem que eu fiz valer a pena, a única vez que


brinquei de controlar a vida e a morte.
O beijo de Anton percorreu a dormência gélida dentro de
mim. Com apenas sua boca, ele me aqueceu, acalmou e disse
que tudo ia ficar bem.

Nós poderíamos nos recompor depois disso. Só não


sabia como.

— E agora? — Sussurrei, me distanciando com ele, para


que seus irmãos começassem a limpar o corpo.

— Que bom que perguntou. O médico disse que você


está bem para viajar e só precisa de um pouco de descanso
extra, mas pode fazer a viagem.

— Viagem? — Balancei a cabeça. — Quando? Onde?

— Nós vamos partir, querida, esta noite. Metade da


polícia de Chicago está procurando por nós, e isso, antes de
causar um tumulto na casa de seu tio. Agora? Porra, ficarei
surpreso se o governador não enviar a Guarda Nacional.

— Oh, meu Deus!

Meu coração batia furioso. Ele realmente era um dos


mais procurados do país, algo que gostaria facilmente de
esquecer. Tinha que concentrar na minha respiração, algo
para impedir-me de cair em outro coma.

— Não se preocupe, nossa linha de camuflagem está


funcionando. Meus irmãos ficarão aqui, serão capazes de
ganhar tempo e permanecer fora de problemas com alguns
bons advogados. Quanto a você e eu, temos que colocar
alguma distância da cidade dos ventos.
— Onde? — Sussurrei de novo, perguntando tudo sobre
a mecânica de amar um fugitivo.

— Porra, agora você também é uma fugitiva. Nós dois


matamos o bastardo aos nossos pés, e nós dois iremos para a
cadeia se a lei nos alcançar.

Onde? Onde haveria um lugar na Terra que seria capaz


de viver, sem olhar sobre os nossos ombros a cada estúpido
segundo?

Anton apenas olhou para mim e sorriu.

— Vamos lá, querida, é uma menina inteligente. Você já


sabe.

Na manhã seguinte, partimos para o Lago Michigan.


Assisti Anton dar adeus aos seus irmãos. Os três homens
trocaram grandes abraços viris, enquanto eu observava.

Quando terminaram, o sofisticado Daniel veio até mim.

— Você é uma garota de sorte, nunca pensei que veria o


dia em que Anton estivesse pronto para se acalmar. Ouça,
estou arrependido pelas coisas terem começado tão ferradas
entre nós.

Você e eu. Pensei sobre o que ele disse por algum tempo,
tentando decidir se estava sendo sincero ou apenas
diplomático.

A contragosto, segurei sua mão e a sacudi. Os irmãos de


Anton tinham uma boa razão para desconfiar de mim depois
de tudo que o tio Gioulio fez. Claro, só piorava as coisas o
fato de serem idiotas completos.

Mas desde quando alguma coisa entre nossas famílias


foi fácil? Se alguém tivesse me dito que estaria nesta casa
depois de uma fuga da prisão e uma experiência de quase
morte, apaixonada por um homem que molhou minha
calcinha na primeira vez que o conheci, o faria morder sua
língua.

— Chicago está em suas mãos agora. — Lembrei a ele.


— Será bom colocar alguma distância entre nós por algum
tempo. Algum dia, quando voltar... Veremos como me
sentirei.

Um sorriso arrogante puxou seus lábios.

— Você nos amará um dia. Ambos, Lev e eu, estou certo


disso. Uma, grande família feliz. Qualquer que seja a merda
que pensei de você, considere-a esquecida, tudo apagado.
Cuide dele para nós, baby. Você é boa para ele, e isso é tudo
o que importa na porra do final do dia.

Abraçou-me e uma dúzia de emoções se contorcia na


minha barriga. Tudo resolvido, e assim expressou sua
aceitação tácita. Quando me soltou, o motorista estava
esperando com impaciência.

Outro empregado trazia nossa bagagem enquanto Anton


e Lev trocavam mais algumas palavras. Os ouvi enquanto
descia, indo para o carro, perguntando-me se a casa no
exterior que escolheu tinha degraus de pedra altas também.
— No momento em que puder voltar, irmão, todos nós
vamos ter muito que falar. Nós vamos fazer uma fortuna sem
os italianos no caminho. — Lev olhou além de seu irmão mais
velho, como se estivesse à espera de moedas de ouro caindo
do céu.

— Tanto faz. Você sabe que não me importo com isso.


Estamos todos juntos, sangue antes do dinheiro. Quero a
minha família prosperando, mas estarei fora do negócio por
um bom tempo e está em suas mãos agora. Deixe o nosso
velho orgulhoso, encha a nossa conta, e construirei uma
família.

Anton virou, olhou para mim. Ele realmente me ama.

As luzes em seus olhos azuis reais eram tão brilhantes


quanto as estrelas da primeira noite em que fizemos sexo.
Era uma loucura o quão rápido tinha deixado seu turbilhão
pegar e levar-me, mas o amor e o ódio eram sempre
combustíveis de foguete em grandes proporções.

Parte de mim esperava que ele nunca parasse de olhar


assim para mim. Este homem me fez sentir como a pessoa
mais especial do mundo, mesmo quando o odiava e queria vê-
lo morto. Puxou das profundezas, salvou a minha vida,
salvando-me dez vezes, fazendo-me lembrar de que não
merecia cavar um buraco e morrer pelo que fiz.

Matar Gioulio com ele ao meu lado cravou uma estaca


nas partes mais escuras do meu coração.
Estava finalmente livre para experimentar tudo. Livre
para viver. Livre para amar.

— Porra, cara, pelo menos, coloca um anel no dedo dela


antes de ter filhos. Você sabe que o primo Strelkov fez isso
quando se casou com sua princesa italiana em Jersey. — Lev
sorriu.

Anton deu a ele um olhar sujo.

— Vamos, não há possibilidade de descuido como o da


nossa família estendida. Está dizendo que eu sou um tolo
maior do que David maldito Strelkov?

— Não, apenas um mais interessante. Você sabe que


estou só enchendo seu saco. Sério, será legal ter um sobrinho
ou sobrinha falando russo. Papai teria ficado orgulhoso. —
Lev disse.

— Tanto faz, farei tudo certo, em seu momento e lugar.


Haverá tempo de sobra para finalmente aprender a minha
língua ancestral. — Fez uma pausa. — Cuide-se, irmão, você
é o chefe agora, não deixe o cérebro de D causar mais
problemas.

Os dois riram, mas poderia dizer que era agridoce.


Anton seria um homem procurado pela polícia por um longo
tempo. Pode passar mais de uma década antes que possa
pisar em solo americano novamente, muito menos voltar para
a única cidade que eu já conheci.
Olhei ao longo da planície em direção a Chicago. A
cidade era impossível ver daqui. Queria dar uma última
olhada, ainda estava na ponta dos pés quando Anton se
esgueirou atrás de mim. Agarrou-me, puxou para ele,
colocando os grandes braços em volta da minha cintura.

— O que está olhando, querida? É hora de ir, haverá um


barco esperando por nós às dez em ponto.

Virei e pressionei meu rosto contra seu peito. Deus,


nunca me canso desta rocha dura contra a minha pele macia.

— Nada, tudo o que preciso já está aqui.

Um abraço mudou minha mente, quis dizer o que eu


disse, desapareceria da cidade dos ventos. Ela não foi
exatamente generosa para mim. Chicago mastigou minha
família e me cuspiu uma garota diferente do que era há dois
meses, agora estava pronta para descobrir quão dura a nova
Sabrina seria.

Foram dois dias longos. O navio que nos levou através


do grande lago era mais como um velho cargueiro, e as águas
eram definitivamente frias com novembro chegando. Anton
me segurava no colo o tempo todo, sussurrando o quão
incrível seria quando estivéssemos em terra novamente.

Senti como se fossemos navegar para sempre,


balançando nas ondas frias e caóticas, durante toda a noite
profundamente escura. Quando o movimento parou, acordei
do longo cochilo que tirava junto a ele.
Litoral. Michigan.

De lá, foi uma viagem curta para a fronteira, e depois,


mais um passeio de barco para solo estrangeiro. Finalmente
chegamos ao aeroporto em Sault Sainte Marie no dia
seguinte, onde um jato particular nos esperava do lado
canadense.

Nunca estive em um jato antes. Papai e meu tio


certamente poderiam pagar, mas nunca embarquei em um.
Era estranho pensar que a cabine de luxo, com cama grande
e confortáveis cadeiras era uma via de mão única para nos
levar para o outro lado do mundo.

Meia hora mais tarde, decolamos rumo ao leste para


uma última parada de reabastecimento antes que
cruzássemos o amplo Atlântico.

Olhei para fora da janela, admirando as florestas


intermináveis de Ontário abaixo. Anton se acomodou no
assento ao lado do meu.

— Como está se sentindo, querida? Melhor do que o


passeio de barco?

— Sim. — Disse, surpresa com excitação, interrompendo


a melancolia que atormentava meu coração. — É como se a
noite com Gioulio nunca tivesse acontecido. Disseram que
levaria uma semana para o veneno ir embora, mas se foi,
tudo.

Ele sorriu.
— Claro que sim. Você me deu a porra de um susto,
mas sabia que ia superar a porcaria na garrafa. Foi o filho da
puta que exterminamos quem estava arrastando-a para
baixo.

— Eu sei. — Disse, pegando o pequeno copo de água


mineral ao meu lado e tomando um longo gole. — Fico me
perguntando o que está por vir, nunca estive tão longe de
casa antes.

— Merda, nem eu, não que me lembre. O meu velho


sempre pensou em nos levar de volta à terra natal quando
éramos crianças, mas deve ser um lugar perigoso depois que
o poder soviético se desintegrou. A porra do submundo que
ambos crescemos não era cem vezes mais seguro do que o
choque e pavor que a Rússia passou nos anos noventa. —
Agarrou-me puxando para o seu colo provocando um calor
instantâneo. — Você se preocupa demais, querida, é fofo, mas
não deve desperdiçar sua preciosa energia. Desde que
estejamos juntos, será incrível, onde quer que isso acabe,
entendeu?

Ele não conseguia esconder o tesão contra a minha


coxa. Não acho que queria. Olhei para baixo com
conhecimento de causa, um pequeno sorriso curvando
minhas bochechas.

Ok, estava definitivamente me sentindo melhor do que


pensava, mesmo com o cansaço da viagem. Músculos
apertaram dentro de mim, já bêbada por seu toque sensual.
Ele estendeu a mão para as minhas coxas e apertou, fazendo-
me rebolar em seu colo, perfeito para sentir a rocha dura sob
suas calças.

— Oh! — Gemi. Ele me silenciou com um beijo longo e


profundo antes que pudesse dizer qualquer outra coisa.

— Quieta, baby, a menos que queira que a tripulação


ouça. — Sussurrou, fazendo-me corar. — Honestamente, não
dou a mínima, queria continuar de onde paramos. Sei o
quanto gosta de transar sob as estrelas.

— Anton! — Estava prestes a protestar, mas ele


estendeu a mão e beliscou meu mamilo debaixo da minha
blusa.

Droga, quão espessas eram as paredes desse avião? A


coisa estava no ar, por isso não poderia ser como uma casa
bem construída. Se ofegasse ou gemesse parecido com um
grito, corria o risco de a tripulação de quatro homens perto
da cabine ouvir tudo.

Ele realmente não se importava, virando e colocando


minhas pernas em volta de sua cintura. Seu atrito bateu no
meu clitóris através de nossas roupas, não podia fazer nada
além de derreter enquanto abria os botões da minha blusa.

— Continue fazendo essa bela melodia, Sabrina, se


resistir rasgarei sua calcinha e encherei sua doce boca com
ela. Vamos foder agora de qualquer maneira, e não dou a
mínima se está amordaçada ou uivando como uma louca
enquanto me esvazio na sua boceta.
Esfregou mais forte, mais rápido. Jesus! Amava-o, o
queria e ele ainda era um bastardo total.

Naturalmente, caralho, eu adorei.

Ele me fez um favor colocando a mão sobre minha boca,


enquanto tirava minha calça. Um pouco de turbulência nos
incentivou quando puxou minha calcinha, fazendo-a oscilar
até meus tornozelos como uma profissional assistiu
comprimi-la numa mão.

— Porra, você está molhada para caralho, acha que pode


me esperar sem enfraquecer ou terei de provar como sua
boceta é saborosa?

Rosnando, empurrou a calcinha através de seus dentes,


degustando meu creme. Minhas coxas começaram a tremer.
Sua mão livre passou entre minhas pernas e dois dedos
ásperos empurraram dentro de mim, começou a foder-me
antes de seu pau, preparando-me para ele, acrescentando
“napalm1” que encharcava seu punho.

— Maldição. — Ele grunhiu, olhando sobre o ombro. —


Não consigo te beijar, provar o seu mel e ao mesmo tempo, se
segura e não choramingue, minha menina. Farei a gozar tão
forte que nunca mais terá vergonha de nada. O único gemido
que quero ouvir é o barulhinho que faz antes de seu clitóris
ficar louco na minha língua.

Lá estava, perdida aos quinze, talvez vinte mil pés. Ele


segurou minhas pernas abertas, um aperto forte e

1
Napalm Ela se refere como Napaln , o liquido inflamável como sinônimo de seu desejo.
inquebrável, batendo o rosto entre as minhas pernas. A barba
áspera assando minhas coxas. Arqueei minhas costas
quando sua língua encontrou o local molhado.

— Jesus! Porra!

Disse todos os nomes santos em vão, e, em seguida, fiz


mais algumas vezes, quando seus dedos seguraram minhas
nádegas, espalhando-me, ampla e aberta só para ele.

Ele mergulhou, sua língua, fodendo, lambendo e


chupando-me até afastar um pouco meus quadris. Fazendo
movimentos circulares no meu clitóris. Fez aquela coisa
chupando entre os dentes e rosnando, vibrando toda a minha
boceta como um trovão, sufocando-me de prazer. A besta
entre as minhas coxas não ficaria satisfeita até que lhe desse
tudo.

Felizmente para ele, não levaria muito tempo. Minha


visão ficou turva e minha cabeça rolou para o lado. Vi as
estrelas do início da noite brilhando fora da janela, assim que
sua língua me envolveu.

Era como se todo o avião explodisse a partir de um


ataque de meteoros, nos fazendo cair pelo céu noturno.
Procurei, algo como seu cabelo para segurar, gritando e
gozando tão forte que esqueci tudo sobre a tripulação.

Devem ter ouvido tudo, era depravado, obsceno, e como


tudo o mais com este homem, deixava-me absolutamente
louca. Sua boca chupou, lambeu e fodeu minha boceta em
ondas intermináveis. Cada movimento me atacou mais alto,
até que devo ter deixado a atmosfera alguns segundos
gloriosos até voltar ao meu corpo.

Quando saí, ele me tinha em seus braços, puxando-me


de encontro ao seu corpo sem camisa.

— Porra, se você gritar assim novamente, baby, os


pilotos vão derrubar esse avião por causa de uma punheta,
estou com um ciúme do cacete.

Ri, ele me pegou pela mão e me levou nua para a cama.


Quando chegamos à lateral, ele bateu os joelhos nos meus,
empurrou, tirando seu cinto e largando tudo abaixo da
cintura.

— Abra suas pernas, preciso estar dentro de você,


Sabrina, exatamente agora caralho.

Obedeci. A Fênix em seu peito parecia com mais fome do


que antes, pronta para voar através de mim enquanto suas
estocadas sacudiam meu corpo. Não precisava tocar suas
asas de fogo para queimar.

Qualquer coisa, além de atraí-lo profundamente era


impensável. Ouvi vozes atrás da porta fina separando nossa
cabine do resto do avião. Duas aeromoças riam, e então
houve uma risada gutural viril com elas.

Porcaria, toda a tripulação estava desfrutando do nosso


desempenho.

Travei, Anton me viu lutando para esconder dessas


pessoas que poderiam nos ouvir. Seu rosto escureceu e as
preliminares acabaram. Empurrou seu membro dentro de
mim em um impulso áspero.

Minha boceta instantaneamente apertou em torno dele,


afastando qualquer hesitação. Isso me fazia prisioneira em
seu pau levando-me em lugares que não poderia mesmo
descrever, massageando de dentro para fora, fazendo meu
pulso coincidir com o delicioso pulsar na minha boceta.

Perfeição, havia me esquecido de como incrivelmente


bem nos encaixávamos. Seu ímpeto me fez lembrar o quão
bom nosso ritmo poderia ser quando começou a entrar em
mim, balançando a pequena cama com seus impulsos.

Ele era uma montanha, uma onda e lava quente tudo


em um. Meu clitóris protestava cada vez que pressionava,
amaldiçoando e sussurrando no meu ouvido, beliscando
minha garganta.

Nós transamos. Forte. Transamos e abalamos e suamos


as últimas gotas de amargura e traição que tínhamos deixado
para trás nos Estados Unidos. Anton acelerou, pegou o meu
cabelo em seu punho e puxou até que meus lábios
encontraram os seus.

Estava gozando quando empurrou sua língua em minha


boca, sufocando-a e amando.

Tudo abaixo da minha cintura formigou, puro prazer


queimando no meu cérebro. Tentei gritar e perder o fôlego,
mas ele me conteve, fodendo e engolindo cada grito com seus
beijos.
— Ah, porra. Deus! — Gritei quando finalmente me
deixou, sem perder o ritmo com seus quadris.

Não tinha certeza de como o avião não estava caindo


com seus empurrões furiosos. Ele saiu, virou-me com um
tapa rápido na bunda e me montou por trás, tomando as
rédeas que tinha formado com meu cabelo novamente.

— Não Deus, querida, sou eu, você gritará meu nome


quando gozar nos lençóis, caralho. Não taparei sua boca
desta vez. Deixe ir, deixe tudo ir, porra.

Não me sufocou com outro beijo, não, mas me segurou


ainda mais forte. Cada impulso me golpeando até a cama, um
estímulo para seus quadris. Meu corpo estava pronto para
encontrar com o ele. Instinto primitivo me bateu e eu
rebolava minha bunda de volta, tão duro quanto podia sobre
seu osso púbico.

Grande erro. O atrito alimentou ainda mais o fogo


maníaco que causou na minha boceta. Antes que percebesse,
estava apertando meu queixo queimando e enterrando o rosto
no colchão, tudo o que poderia fazer para impedir-me de
gritar antes do meu próprio corpo explodir novamente.

Ah não.

Ah, caralho! Anton me puxou em sua direção, jogando a


minha cabeça para o lado pelos cabelos e afundou os dentes
na curva macia onde meu ombro e pescoço se encontrava.
Ele estava rosnando quando começou a gozar. Eu
praticamente podia sentir o seu batimento cardíaco cada vez
que seu pau empurrava, levantando sua essência fundida em
mim, então, tinha tanta semente na minha boceta
anestesiada que transbordou. Rasguei os lençóis, gritei sem
pensar, vivi e morri nesse incrível entendimento.

Ficamos uma eternidade, balançando e rosnando,


drenando cada molécula de ar de nossos pulmões. Suas
mordidas nem sequer começaram a doer até que estava
voltando do alto.

Por fim, deixou ir, demorando-se dentro de mim por um


bom minuto antes dele sair. O ruído do motor do avião, nos
trouxe de volta ao planeta Terra.

— Senhor Ivankov? Está tudo bem? —Um punho bateu


na porta antes da voz da mulher.

— Traga duas bebidas! — Anton gritou de volta. —


Vodca pura. Estamos bem.

Deus. Rolei e ele me puxou para o seu peito,


carregando-me por várias manchas grandes e molhadas
sobre a cama.

— Eu poderia beber agora.

— Pedirei água para você também, querida. — Disse,


apontando para a umidade salpicando a cama. — Veja o que
você fez? Você tem cerca de um minuto para entrar sob os
lençóis antes que ela entre e a veja totalmente nua.
Ele se levantou, foi nu até a porta, e me deixou lutar na
cama. Minha boca ainda estava aberta em descrença quando
voltou com dois copos de cristal de boa vodca e um balde de
gelo.

— Você é um animal. — Disse, odiando o sorriso que


matou todo o veneno simulado na minha voz.

Ele deu de ombros, entregando-me a bebida.

— Você é uma mulher Ivankov agora. Gosto que minhas


mulheres me deem tudo e não guardem nada. Porra, nada
Sabrina, você sabe, eu amo isso porque é o melhor negócio no
mundo, tudo o que o amor deve ser. Conhecemos o
procedimento, continuarei a te dar o mundo e fazer você
gozar nesse pau, quando levar você a loucura.

— Sério? — Levantei uma sobrancelha, sentindo a vodca


suave entrar na minha barriga como fogo. — É tudo o que
preciso para ser mulher de um Ivankov?

— Sim. — Rosnou, puxando para cima o lençol e


deitando na cama ao meu lado. — Isso e casar comigo.

Ele estava duro e pronto para mim novamente.


Inacreditável.

Fodemos durante toda a viagem cruzando o Atlântico.


Nunca fui tão feliz, mal sabia eu que havia muito mais para
vir. Este era um batismo de desejo acima dos mares. No
momento em que desembarcamos em Moscou, estava
purificada. Tive meu julgamento final, e agora era hora de
aproveitar a minha recompensa para o resto de nossos dias.

Não demorou muito tempo para preparar-me. No


momento em que o avião pousou, estávamos limpos, vestidos
e prontos para enfrentar qualquer nova loucura que estivesse
esperando por nós nesta terra distante.
Lar Doce Lar

Rússia era um mundo totalmente diferente. Conseguir


um lugar no campo, nos arredores de Moscou, foi difícil.
Primos ricos do meu velho olhavam para mim como se fosse
um Deus recém-chegado do novo mundo depois de alavancar
nosso nome para a glória.

Ainda bem que o respeito é uma coisa poderosa. Os


funcionários tinham fortes sotaques o que fez com que meus
ouvidos levassem algumas semanas para acostumar com
isso. Merda, esses verdadeiros russos sabem como cozinhar e
festejar também. Há nossa primeira semana na pátria foi
uma explosão de festas regadas a vodca e caviar.

Sabrina se adaptou no Velho Mundo melhor do que eu.


Renasceu, brilhando em torno de nossa mansão como um
segundo sol. Longos passeios a cavalo e inúmeras horas
transando a noite não a esgotavam. Ela pegava a bandeja de
café da manhã do nosso mordomo, pronta para mais
descobertas.
Pensei que ela era bonita antes. Porra, sempre pensei
isso desde a primeira vez que a vi através do vidro,
provocando-me, um ingresso para assassinar o idiota que
tinha feito tantos danos a minha família. Nunca teria
imaginado que ela seria minha passagem para o paraíso
também.

A menina passava dias digitando em seu novo laptop.


Estava escrevendo a merda de um livro, contando a saga da
ascensão e queda do chefe do crime Gioulio Ligiotti. O FBI
poderia nos caçar, enquanto o público se dividia, incapaz de
tocá-la enquanto as relações eram frias entre a Mãe Rússia e
os Estados Unidos.

Os federais estavam ferrados. Gioulio “sumiu” debaixo


de uma tonelada de concreto em um canteiro de obras
antigas, mais perto do inferno, onde pertencia. Depois de
algumas semanas de perguntas e agentes procurando por
todos os cantos, meus irmãos estavam livres. Nós não
tínhamos deixado um fragmento de evidência, e logo os
meninos iam voltar para expandir os negócios na cidade
grande.

Eu? Era a merda de um alívio estar longe de tudo isso.

Montar meu próprio negócio seria meu próximo passo.


Talvez um legítimo negócio de importação e exportação entre
Moscou e a UE. Se tudo corresse bem, teria funcionários para
fazer negociações entre Oriente e Ocidente. Ainda tínhamos
todo o dinheiro do mundo.
Os bancos suíços me amavam. Para todo o resto, houve
suborno, o que era ainda mais fácil aqui do que em casa.

Só levou algumas semanas para blindar nosso pequeno


mundo. Como um bom Príncipe moscovita, eu poderia andar
pela cidade com a minha garota ao meu lado, todo um
exército pronto para nos servir, em cada discoteca, bar e
galerias de arte, assim que apresentava meu nome.

Os movimentos de negócios viriam mais tarde. Havia


apenas mais um movimento que eu tinha de fazer, algo para
marcar minha vida louca com Sabrina desde o momento em
que fugi da prisão.

Ela estava escrevendo quando cheguei a casa naquele


dia.

— Salve seu trabalho e feche aquela coisa. Precisamos


sair agora.

Virou logo que a minha mão pousou e apertou seu


ombro. Olhando na minha cara disse que estava encrencada.
Foi difícil manter a minha voz grave como o gelo, queria rir
para caralho quando olhei em seus olhos assustados.

— Anton? Será que estamos em apuros?

— Você descobrirá em breve, querida. Vamos.

Peguei sua mão, vesti o casaco e sai na quietude do


inverno. O velho homem russo que contratei para dirigir
nossa limusine abriu a porta para ela depois de cinco
segundos. Relaxou um pouco quando viu o carro. Minha
menina era inteligente o suficiente para saber que não
estaríamos em perigo se estávamos saindo com estilo.

Ainda assim, mantive minhas cartas por perto,


apertadas no peito como a minha tatuagem. No interior,
sentados no banco de couro, entreguei-lhe um copo de vinho.
Queria ela aquecida e relaxada para o que estava por vir.

Merda, precisava de um copo grande para mim. Pela


primeira vez estava nervoso, minha melhor chance de falar
todas as palavras necessárias era sóbrio.

— Chegamos, senhor. — Disse o motorista russo pelo


pequeno alto-falante, cerca de cinco minutos mais tarde.

Sabrina estava me olhando com curiosidade e


desconfiança. Reprimi um sorriso. Ela estava ansiosa. Desde
que tínhamos desembarcado, estava tentando fazer uma
surpresa que planejei especialmente para ela.

— Anton? Que lugar é esse? — Deve ter feito a mesma


pergunta três vezes depois que saiu e eu a guiei para a velha
igreja.

O lugar estava em ruínas quando encontrei cavalgando


sozinho um dia. Sabia que havia ruínas na minha
propriedade, mas não achei que fosse uma igreja inteira,
Deus. Os bolcheviques idiota a deixaram em ruínas há quase
um século.

Contratei uma equipe enorme para fazer o trabalho.


Dois meses de trabalho para colocar um novo telhado e
renovar o lugar. Custou alguns milhões, cerca de duas vezes
mais que o anel pesado em meu bolso, mas valeu a pena
cada centavo. Vi em seu rosto quando as enormes portas se
abriram e entramos na nave.

Ela sabia. A mesma coisa que pensei quando vi este


lugar pela primeira vez.

Este era o lugar aonde íamos nos casar.

Parecia um museu vivo, toda a fantasia com bancos de


madeira frescas e santos de olhos vidrados olhando fixamente
para baixo das paredes. Os aldeões caíram aos meus pés e
agradeceram intensamente por tê-lo reformado. Era um ótimo
lugar para rezar ou fazer culto, sim, mas não era isso que eu
estava pensando agora.

Isso era tudo sobre nós. Seus passos desaceleraram


quando a levei em direção ao altar. Olhava ao redor indo até o
altar, quase me juntei a ela. Essas grandes janelas de vidro
realmente faziam algo incrível para a luz, transformando
raios do inverno maçante em ouro bonito.

As paredes brilhavam como prata, ouro e rubi. Porra, ela


estava brilhando quando chegamos onde eu queria, como se
tivéssemos extensões da glória ao nosso redor.

— Baby, pare aqui. Aqui é onde começa sua segunda


surpresa.
— Merda Anton! — Colocou a pequena mão sobre a
boca. — Desculpa, essa é a última coisa que deveria dizer
aqui.

Eu sorri.

— Tudo bem. A única coisa que realmente profanará


este lugar será se você recusar o que tenho aqui. — Enfiei a
mão no bolso.

Começou a sacudir a cabeça, suas bochechas coradas,


sabendo o que estava por vir. Porra. Não havia mais
necessidade de brincar com malícia.

Estendi a mão para a caixa no bolso e abri, coloquei em


suas mãos em concha perto do peito.

— Case-se comigo, passamos pelo céu e inferno juntos,


e aqui estamos. Você já é minha, baby, independentemente
do que acontecer a partir de agora. Vamos torná-lo oficial,
diga sim para que possa colocar essa pedra em seu dedo.

Seus olhos quase saltaram para fora quando viram o


anel. Joias finas não eram nada novo para ela, que cresceu
na riqueza e esplendor como eu. Ainda consegui escolher a
marca. Algumas conexões especiais e um milhão de dólares
compravam mais aqui do que em qualquer outro lugar.

— Anton! — Ela mergulhou em meus braços, quebrando


a caixa entre nós, plantando seus lábios nos meus. — Claro
que sim.
Graças a Deus. A frase tinha uma potência extra aqui.
Não apenas porque nós estávamos nos beijando no meio
deste templo renovado, mas porque eu estava assustado para
caralho com medo de algo dar errado na última hora, alguma
dúvida ou um tipo de má sorte.

Era para ser, e levou um minuto de seus lábios quentes


nos meus para perceber o que aconteceu.

Alguns segundos depois, segurando-a, peguei o anel, e o


empurrei em seu dedo. Ajuste perfeito. Como deveria ser.

Nós tínhamos chegado ao nosso final feliz de conto de


fadas depois de um início torcido. Às vezes, os sonhos se
tornam realidade, e você pode construí-los peça por peça,
pegando argila dos mais loucos lugares.

— Bastardo. — Ela sussurrou em meu ouvido, quente e


lascivo. — Você me assustou, estava planejando isso o tempo
todo.

Ela riu e lhe lancei um olhar sério.

— Cacete, querida. Nós já batizamos este lugar com


conversa suja o suficiente por um dia. Deixe um pouco para o
grande dia.

Outra risada, deu um tapa de brincadeira no meu


bíceps. Agarrei-a, joguei por cima do ombro e a levei para a
porta traseira esculpida em madeira muito bem escondida
atrás do altar.
Era apenas uma pequena passagem especial que
construí para a igreja. Passando aquela porta, a direita ficava
o escritório do padre, mas levei para a esquerda.

— Não terminei com as surpresas, querida. — Coloquei-


a no chão ao lado da nova porta, abrindo com a chave que
estava no meu bolso.

Assim que abriu e deu uma boa olhada, riu e balançou


sua cabeça ainda mais forte do que quando dei o anel. Porra,
e eu pensando que o diamante de milhões de dólares seria a
maior surpresa.

— Eu não posso acreditar que você fez isso!

Sorrindo, apertei sua bunda e a empurrei para dentro.


Ela não precisou de muita ajuda, foi atraída para dentro do
quarto pequeno, decorado de prata com uma cama de couro
vermelho.

— Não se preocupe, o sacerdote disse que é apropriado,


já que há um corredor e vedação entre este lugar e a igreja.
Além disso, onde mais acha que iria transar com você? Lá
fora na neve? Sabe que meu pau não esperará até voltarmos
para casa. Não depois de ouvir que será minha esposa.

Minha esposa! Eu não podia acreditar. Melhor que seja


rápido.

Só de pensar me deixou mais duro do que o ouro e


diamante em seu dedo e isso era tudo o que ela estava
vestindo um minuto mais tarde, quando se deitou e afundei
dentro dela.

Nós transamos. Nós nos beijamos. Gozamos juntos.

Ainda estava rosnando seu nome como um mantra


sagrado, quando minhas bolas secaram, perdido nesta doce
fatia do céu que nós tínhamos criado.

E ia ficar perdido com ela até o dia que morresse.


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