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SINOPSE

Ele é desonesto. Corrompido. E seu coração brutal me quer.


Lazzaro Rosetti apenas cruzou os olhos com uma nova presa: a virginal
colegial de uma família rival. Eu, Mia Bianchi.
Ele marcou seu caminho através de metade da população feminina da
cidade e está correndo solto - até que sua família encontre uma maneira de
conter seu comportamento, forçando-o a se casar.
Quando ele faz seus votos no altar, ele está segurando as mãos da mamãe,
mas seus olhos verdes ameaçadores estão olhando diretamente para mim.
A partir do momento em que ele cruza nosso limiar, Lazzaro torna minha
vida um inferno. Sou a filha mais nova desprotegida e desprezada da
mamãe, Lazzaro inala minha vulnerabilidade como se fosse o melhor
perfume.
Alguém vai pagar caro por suas asas de solteiro serem cortadas, eu sou a
vítima perfeita.

Nota do autor: Brutal Intentions é um romance independente de MF com


1
temas proibidos, reprodução, diferença de idade, um alphahole possessivo
e uma virgem. Laz é casado e não é com a heroína. Todos os personagens
têm mais de dezoito anos. A história é suja e deliciosa, então leia a seu
critério.
Este livro foi possível graças às armadilhas da sede de Christian Locke. O
mundo está mais úmido - quero dizer melhor - por causa deles.
UMA NOTA AOS LEITORES

Caros leitores, sou eu, Lilith, sabemos o que Lilith ama, não é? Lilith
2
adora o que começa com dub e termina com con, com ênfase no grande e
gordo D. Apenas um D desta vez, pertence à Laz. Sem haréns, sem
compartilhamento e a heroína tem seu V-card. O controle da natalidade é
apenas uma sugestão para este homem.

Laz é - e não posso enfatizar isso o suficiente – casado pra caralho. Ele
está traindo sua esposa com Mia. Não há duas maneiras sobre isso. Cabe a
você decidir se ele merece ser castrado, mas espero que fique por aqui para
descobrir.

Se estamos nos encontrando pela primeira vez, olá, eu te amo por


estar aqui. Este livro forçou orgasmos e um padrasto alphahole. Não venha
atrás de mim se você não gosta de livros tabu. Venha para você ou para o(s)
seu(s) parceiro(s). É muito mais divertido assim.
CAPÍTULO UM
MIA

Abro os olhos e um grito sobe pela minha garganta.


Cada músculo do meu corpo fica rígido e o terror agarra meu coração.
Por favor, deixe isso ser um sonho. Um pesadelo.
Diretamente na minha frente está o espelho do chão ao teto na frente
do meu guarda-roupa, olho para o meu próprio reflexo de olhos arregalados
e aterrorizados. Minha bochecha está pressionada contra o travesseiro e a
alça branca da blusa do meu pijama está caída. Um raio de luar prateado cai
sobre meu edredom, o relógio na minha mesa de cabeceira marca cada
segundo agonizante. É quase uma da manhã. A hora das bruxas?
Mais como a hora do diabo.
E o diabo está na minha cama.
Uma figura grande e musculosa envolta em escuridão. Ele se move
com um murmúrio sonolento e o tamanho dele balança todo o meu corpo.
Sua cabeça está atrás da minha no travesseiro, eu posso ver pouco dele,
exceto pelo cabelo escuro e sedoso caindo em sua testa, a manga de sua
camiseta preta apertada em torno de seu bíceps musculoso.
3
Este homem é enorme. Alto e construído como um linebacker . A
primeira vez que coloquei os olhos nele, pensei que ele era
desconfortavelmente, agressivamente grande, ainda penso nisso toda vez
que ele entra em uma sala. Sinto como se estivesse compartilhando esta
cama geralmente generosa com um demônio de três metros do inferno. O
calor do corpo dele está queimando a parte de trás das minhas pernas nuas
e meu quarto normalmente com cheiro doce está cheio de um cheiro
masculino invasivo.
Odeio este homem à luz do dia e temo-o à noite. Eu não o suporto
olhando para mim ou mesmo respirando perto de mim, absolutamente
detesto a sensação de seu corpo roçando o meu. A cada segundo de cada
dia, tento evitar seu corpo enorme na cozinha ou ignorar a maneira como
ele me encara do outro lado da mesa de jantar. O último lugar onde ele
deveria estar é na minha cama. Não somos amantes.
Nós nem somos amigos.
Lazzaro Rosetti é o marido de 29 anos de mamãe, um babaca nota A e
meu novo padrasto.
Eu inclino meu queixo para cima e cheiro o ar, tentando pegar o cheiro
de álcool, o que pode explicar por que diabos Lazzaro confundiu meu quarto
com o que ele divide com mamãe, mas não há nada além do aroma de sua
colônia. Digo “divide” mas meu novo padrasto é imprevisível, entrando e
saindo de casa a qualquer hora do dia e da noite. Ele é mais um animal
inquieto do que um homem. Às vezes eu o pego dormindo no sofá ou em
uma espreguiçadeira à beira da piscina. Certa manhã, na semana passada,
ele estava dormindo no chão da sala e eu passei por cima dele a caminho da
cozinha. Lazzaro ganhou vida de repente, agarrando meu tornozelo e se
recusando a soltar enquanto eu gritava e tentava me livrar dele. Seu aperto
era uma algema de ferro, seus olhos verdes brilhavam com malícia. O tempo
todo, ele estava sorrindo como se isso fosse um jogo para ele.
Consegui chutá-lo nas costelas com meu tênis e ele grunhiu de dor.
Ainda sorrindo, ele me puxou para mais perto para se vingar olhando por
baixo da minha saia.
Lazzaro olhou para mim do chão. — Hum, renda branca. Minha
favorita.
Com as bochechas queimando de humilhação, enfiei minha saia entre
as pernas. — Seu idiota.
Os passos de mamãe podiam ser ouvidos descendo a extensa
escadaria de mármore, Lazzaro me soltou tão rápido que tropecei. Quando
ela entrou na cozinha com um roupão de seda carmesim e dourado
pendurado nos ombros elegantes, ele estava encostado no balcão da
cozinha esperando que a máquina de café terminasse de servir uma dose
dupla da torrefação Colombiana.
Encontrei minha voz alguns segundos depois. — Mãe, o Lazzaro
acabou de me agarrar e não largava.
Lazzaro passou o café para mamãe, sem creme nem açúcar, do jeito
que ela gosta. Ela olhou confusa para o gesto prestativo fora do
personagem, mas então aceitou o copo.
— Mia tropeçou e eu não queria que ela caísse e se machucasse. —
ele explicou suavemente.
— Não é isso que...
Mamãe estremeceu e beliscou a testa. — Mia, por favor, fale baixo. Eu
acabei de acordar. E da próxima vez, olhe para onde você está indo.
Lazzaro cruzou os braços sobre o peito enorme e sorriu para mim
pelas costas de sua esposa.
Mamãe saiu pelas portas duplas para tomar seu café no jardim. Ela
não olhou para mim nenhuma vez. Mamãe quase nunca olha para mim.
Depois de todos esses anos, você pensaria que eu estaria acostumada
com isso, mas ainda dói ser a vergonha da família Bianchi. O rosto de
mamãe cai ou seus olhos deslizam sobre mim sempre que entro em uma
sala. Vovó se encolhe sempre que falo na mesa de jantar. Meus três tios me
dão olhares de pedra antes de beijar minhas irmãs mais velhas
calorosamente.
Há um sussurro cruel em meu ouvido. — Então, é verdade. Ninguém
acredita em uma única palavra que sai da sua boca.
Lazzaro estava bem atrás de mim. Ele estava tão perto que pude ver
cada detalhe da cicatriz que corta verticalmente seus lábios do lado
esquerdo. Dá a ele uma aparência perigosa e maliciosa, especialmente
quando ele sorri e mostra seus fortes dentes brancos.
Sua boca vingativa sussurrou. — Ou talvez seja apenas porque eles
não dão a mínima para o que você tem a dizer e nunca deram.
Agora ele está na minha cama, não sei se é por engano ou de
propósito. Mas não vou ficar por aqui para descobrir. Eu agarro a borda do
colchão e me contorço em direção a ela, olhando para nossos reflexos no
espelho e esperando não acordá-lo.
Os olhos de Lazzaro se abrem. Eu pego o brilho selvagem de seu olhar
verde na escuridão, meu estômago revira. Um sorriso lento e desagradável
se espalha em seu rosto.
Ele não está confuso.
Ele sabe exatamente em que cama está.
Quero gritar, mas não o faço, porque dezoito anos nesta terra me
ensinaram que não importa o que dê errado, a culpa é sempre minha. Se
mamãe entrar aqui, Lazzaro vai protestar dizendo que cometeu um erro
honesto. Mamãe vai me dizer que estou procurando atenção e vou acabar
sendo forçada a me desculpar por causar drama no meio da noite. Prefiro
gargarejar molho picante e limpador de banheiro do que pedir desculpas a
este homem.
— O que você está fazendo no meu quarto? — Eu sussurro, segurando
firme os cobertores.
— Sua mãe está me irritando.
Quando eles não estão se irritando? Cada vez que eles brigam, quem
paga sou eu. Mamãe anda batendo portas e gritando. Lazzaro me encontra e
destrói qualquer paz que encontro assistindo TV, nadando na piscina ou
lendo no jardim.
— Então vá dormir no sofá.
— Mas eu gosto da sua cama.
— Então vou dormir no sofá.
Mas Lazzaro agarra a parte de trás da blusa do meu pijama enquanto
tento sair da cama. — Fugindo? Rude pra caralho quando estou sendo legal
com você.
— Como isso é legal? — Eu exclamo em um sussurro indignado.
— Alguém mais falou com você hoje?
Esta noite, o tio Tomaso e a tia Sofia vieram jantar com os filhos, dois
primos mais velhos do que eu e outro mais novo. A certa altura, perguntei a
um de meus primos como estava indo a escola. Tia Sofia imediatamente
falou por cima de mim e mudou de assunto.
— Foda-se. — eu sussurro, estremecendo de raiva e humilhação.
Lazzaro desliza um braço por baixo de mim e me puxa de volta contra
seu peito. — Frio? Vou aquecê-la.
Sua carne quente queima contra minhas costas, queimando-me da
minha nuca até meus calcanhares. Luto para me livrar de seu aperto, mas
seus dois braços me envolvem. Uma de suas mãos está na minha cintura e a
outra na parte interna da minha coxa nua. Ele está vestindo moletom, mas
quando seus quadris pressionam em mim, eu sinto o volume revelador de
algo duro e grosso contra a minha bunda.
Palavras de pânico caem de meus lábios. — O que . . . Isso é seu . . .
Oh, meu Deus.
— O que é o quê? — Lazzaro fala diretamente em meu ouvido, sua voz
profunda retumbante e tingida com luxúria e diversão. Eu cravo minhas
unhas em seus antebraços musculosos e cerro os dentes contra o
sentimento inquieto e palpitante em minha barriga. Ele se excita em me
atormentar, ele deixou isso claro desde o primeiro dia. No momento em que
ele cruzou o limiar para esta casa depois de sua lua de mel, sua expressão
sombria com raiva e cada músculo agrupado sob sua camiseta preta, ele
concentrou em mim. Alguém ia sofrer pelo que foi forçado a fazer, eu sou a
vítima perfeita.
Não, começou antes daquele dia. Nossos olhos se encontraram no
altar da igreja e seu olhar caiu sobre meus mamilos, que estavam
pontiagudos e dolorosamente óbvios através do meu vestido de dama de
honra de cetim rosa. Estava tão frio na igreja que eles eram praticamente
visíveis do espaço.
O padre o incitou a dizer seus votos, ele ergueu os olhos para mim
enquanto falava as palavras, eu aceito.
Como uma maldição.
Como uma ameaça.
— Por que você está me torturando assim? O que eu fiz para você?
Em nossas reflexões, os olhos de Lazzaro se estreitam com rancor. —
Não é nada pessoal, Mia. Eu simplesmente odeio a porra da sua família.
Ele não queria se casar com mamãe, e mamãe não queria se casar com
ele, mas foi arranjado por nossas famílias como algo saído da Idade Média. A
família Rosetti quer forçar Lazzaro a se estabelecer, mamãe quer parte do
poder e do dinheiro que os homens Rosetti usam como armas nesta cidade.
Absolutamente nada sobre o casamento deles tem a ver com amor. É puro
negócio.
Fico imóvel por um momento, deixando Lazzaro pensar que ganhou
qualquer jogo doentio que esteja jogando. Ele estende a mão e apalpa um
dos meus seios como se fosse o dono. Meu mamilo endurece com a fricção
de sua mão, o prazer corre através de mim.
Dou uma cotovelada na barriga de Lazzaro e me jogo para fora da
cama. Consigo chegar à beira do colchão antes que ele me puxe de volta
contra seu peito duro.
— Ah-ah, Mia. — ele provoca. — Não posso deixar você
perambulando pela casa no meio da noite. Boas garotas ficam na cama.
Rosno com frustração tão alto quanto ouso. — Eu te odeio. — eu
fervo, me contorcendo para frente e para trás em seu aperto de ferro.
— Eu te odeio mais.
Resisto em seus braços até que sua mão pousa na minha boceta e seus
dedos se curvam para cobrir meu sexo sobre meu short de pijama. Eu inalo
profundamente. — O que você está fazendo?
— Monte meus dedos.
— Vá para o inferno. — eu digo com os dentes cerrados. Todo o meu
corpo está rígido enquanto espero que ele continue minha humilhação. Seja
mais ousado. Torne-se um homem ainda pior invadindo minhas roupas. Mas
Lazzaro não se mexe. Em vez disso, ele ri baixinho e vejo em nosso reflexo
que ele fecha os olhos e relaxa.
— De qualquer forma. Eles estão aí se você precisar deles.
E Lazzaro vai dormir, deixando seus dedos exatamente onde estão,
dobrados contra o meu sexo. Meu coração bate forte e meu peito parece
prestes a explodir. Respiro o mais fundo que consigo, presa nos braços de
Lazzaro. Vou esperar até ele dormir e depois dar o fora daqui.
Meus olhos se concentram em nosso reflexo. Tenho o peito achatado
e a cintura reta, nunca me senti sexy. Mas pareço diferente nos braços
grandes de Lazzaro com seu antebraço musculoso envolvendo minha
cintura, sinto-me um pouco preciosa com seu rosto amolecido pelo sono
pressionado na lateral do meu pescoço. Ele parece tão áspero e assustador
como sempre, mas a maneira como ele está enrolado em volta de mim
parece... protetora. Possessiva.
Como se me quisesse para variar.
Meu olhar varre seu corpo, desde os planos duros de seu rosto e
mandíbula até seu ombro pairando sobre o meu. As protuberâncias de suas
costelas sob a camiseta e os centímetros de pele quente e bronzeada onde a
blusa subiu até a barriga. Lazzaro sempre parece grande demais para ser
possível, mas agora sua grandeza parece perfeita. Meu coração bate forte e
meu estômago está vivo com vibração. Eu me mexo levemente em seus
braços e sinto a inconfundível sensação de umidade entre minhas pernas e
contra seus dedos através do meu short de algodão fino.
E porque estou molhada e escorregadia, a pressão de seus dedos
contra meu clitóris é incrível. Lazzaro é o maior idiota que já conheci, mas
também é estupidamente gostoso, eu o odeio ainda mais por causa disso.
Toda vez que ele sorri para mim, posso dizer que ele está pensando em
como ele é ótimo.
Mal percebendo que estou fazendo isso, giro meus quadris em círculos
lentos. Meus olhos se fecham quando os pequenos movimentos causam
uma onda de sensações que atravessam meu corpo. Já me masturbei várias
vezes antes e os resultados foram rápidos, mas insatisfatórios.
Mecanicamente, tudo funciona como deveria, mas sempre faltava alguma
coisa.
Alguém para fantasiar.
Meus olhos se abrem e se fixam no rosto adormecido de Lazzaro. O
marido da mamãe não é o objeto dos meus desejos. Isso é simplesmente
doentio. Mas ele é agressivamente masculino e cheira a pecado, duas coisas
que eu desejo, aparentemente, porque meus quadris ainda estão se
movendo por conta própria. Para frente e para trás nos dedos de Lazzaro.
Deixei escapar uma respiração ofegante quando as sensações aumentaram.
Eu irei parar.
Eu vou.
Isso é tão fodido e errado.
Mas ele também é por vir aqui.
Os braços de Lazzaro estão dolorosamente apertados em volta de
mim, sua ereção está apertada na minha bunda. O quarto está escuro e meu
núcleo está tão quente que a realidade começa a escapar do meu alcance.
Há apenas prazer e os dedos fortes de um homem contra minha boceta, a
memória de sua voz sensual respirando em meu ouvido, Monte meus dedos.
Deixo escapar o menor dos gemidos, mas a respiração de Lazzaro
continua profunda e uniforme. Ele não tem ideia do que está acontecendo,
estou perto - tão perto - e não consigo parar. Nunca me senti tão bem antes,
tenho que descobrir o que me espera do outro lado dessa sensação
deliciosa. Só um pouco mais... só um pouco mais... Eu quero... eu preciso...
Calor e prazer sobem e caem sobre mim. Meu corpo se flexiona nos
braços fortes de Lazzaro enquanto eu corro além de todo pensamento
consciente e direto para o puro prazer.
Isso foi melhor do que qualquer coisa que eu senti em toda a minha
vida.
Respiro fundo e abro os olhos.
Lazzaro está acordado e olhando para mim, sua expressão
absolutamente selvagem.
Medo passa por mim, eu grito, agarrando seus antebraços tensos e
agarrando-me a ele, mesmo que seja dele que eu tenha medo.
— Eu não estava... — Eu começo a dizer em uma voz aguda e em
pânico.
Com um rosnado, Lazzaro rola em cima de mim. Seu volume me
prende de cara no colchão e seu hálito quente ferve em meu ouvido. —
Novamente.
Meus olhos se arregalam. Os dedos de Lazzaro ainda estão apertados
contra meu clitóris. Com os pés, ele força minhas pernas a se abrirem e
empurra seus quadris para baixo, empurrando minha boceta contra seus
dedos.
— O quê? Não...
Meu clitóris esfrega contra sua mão e eu gemo quando o puro prazer
cresce dentro de mim novamente. Ele continua ritmicamente empurrando-
se contra a minha bunda enquanto move os dedos em um movimento de
goze aqui.
— Pare com isso. — eu murmuro com raiva no colchão. Tento afastá-
lo, mas ele é muito pesado, só consigo me esforçar mais contra seus dedos.
Eu não posso fazer de novo. Não tão cedo. Certamente os corpos não são
construídos dessa forma, mas para meu horror, o calor e o prazer estão
crescendo dentro de mim. Eu o sinto através de camadas de tecido como se
estivéssemos completamente nus. Seu pau contra a minha bunda. Seus
dedos no meu clitóris. Ele está respirando com dificuldade no meu ouvido
como se realmente estivéssemos transando.
— Vamos lá, Mia. Mostre-me como as garotas más gozam no meio da
noite.
— Eu vou matar... ahh. — Para minha vergonha, tudo lá embaixo de
repente se aperta e explode gloriosamente.
— De novo. — ele ordena, antes mesmo que eu possa respirar de volta
em meus pulmões em chamas. Uma ameaça. Uma exigência brutal.
Uma terceira vez? Eu não posso. Meu sexo está hipersensível e seu
toque envia ondas de prazer e dor através de mim. Eu me contorço contra
sua mão, praticamente chorando. Desejando que parasse, mas precisando
que continuasse. Não consigo pensar, não consigo respirar. Há apenas eu e
ele, nunca me senti tão gloriosamente fora de controle.
— Faça como eu disse a você, Mia. Não vou deixar você levantar até
que você goze.
Lazzaro empurra com força contra minha bunda através de seu
moletom e seu hálito quente está na minha nuca. O homem mais gostoso
que já vi me prendeu no lugar, meu corpo anseia por dar a ele o que ele
quer. Seu ataque brutal aos meus sentidos força um terceiro orgasmo em
mim.
Eu pressiono meu rosto no travesseiro e gemo, desejando que não
fosse tão bom ser tão completamente humilhada.
Meu padrasto suspira com dificuldade em meu ouvido. — Boa garota,
porra.
Choramingo quando desço e abro meus olhos para ver sua mão
cobrindo a minha no colchão. Lentamente, seus dedos se curvam ao redor
dos meus até que ele está me segurando com força. A ereção de Lazzaro
ainda está pressionada com tanta força em minha bunda que ele está
praticamente dentro de mim. Talvez ele vá puxar meu short para o lado e
me empalar com o que parece ser uma maldita arma.
Lazzaro levanta seu peso de cima de mim e rola para o lado, levando-
me com ele. Ele se estica luxuosamente, pressionando seu pau na parte
carnuda da minha bunda.
— Você pode me montar se quiser. Transar com sua mãe é tão chato.
— Ele desenha as sílabas pervertidas amorosamente sobre sua língua. — Ela
não grita e se contorce como você faz.
Minhas terminações nervosas estão à flor da pele e me sinto mais
exposta do que se estivesse completamente nua na frente de toda a escola.
Ele é doente, falando sobre fazer sexo com mamãe depois de me forçar a
gozar. Não pensei que fosse possível um homem tão nojento como ele
existir na vida real.
Lazzaro levanta uma sobrancelha escura e sardônica. — Três orgasmos
geralmente me rendem um agradecimento. Você ganha três dos garotos
idiotas da sua escola?
Meu ex-namorado não conseguiu encontrar meu clitóris com um
mapa e uma bússola. — Você teve sua diversão. Agora saia.
— Ah, ainda estou me divertindo. — Lazzaro passa a mão pelo cabelo
e sorri para mim, observando meu rosto corado, meu cabelo desgrenhado e
minhas roupas. Na verdade, ele está orgulhoso de si mesmo, o maldito
psicopata. Ele engancha um dedo na parte de cima do meu pijama,
provocando ao longo do decote.
— Abaixe seu short e me implore para foder você. Você está tão
molhada que vou deslizar direto para dentro e me afundar até que você
possa gemer meu nome.
Uma pontada rápida e quente passa por mim. A imagem mental de
seu corpo nu apoiado sobre mim enquanto minhas pernas envolvem seus
quadris explode em minha mente. Não é difícil imaginar porque seu pau está
projetando-se para frente em seu moletom, a cabeça estriada lutando
contra o tecido. Sua camiseta preta subiu, expondo os músculos tensos de
sua barriga e a linha de cabelo escuro de seu umbigo descendo por baixo de
seu cós. Nossas pernas estão entrelaçadas, esse espaço apertado criado por
nossos corpos tem o cheiro da pele quente dele e da minha boceta.
No final do corredor, ouço a porta do banheiro fechar. Minha mãe é a
única outra pessoa nesta casa. Minha mãe. E eu estou na cama com o
marido dela.
Sou tão doente quanto Lazzaro.
Eu recuo e dou um tapa em sua mão. — Eu vou cortar suas bolas fora
se você me tocar novamente. Não se atreva a entrar no meu quarto. Nem
mesmo olhe para mim de agora em diante. Saia. Fora.
Mas Lazzaro não vai. Ele apenas fica ali sorrindo para mim com seu
pau duro ali entre nós. Deslizo para longe dele e praticamente caio da cama.
Desta vez ele não me impede, pego o roupão na parte de trás da minha
porta. A última coisa que vejo antes de sair correndo do quarto é Lazzaro
acomodando-se sob meu edredom e fechando os olhos.
A casa está escura e silenciosa, exceto pela minha respiração
selvagem. Vou para o canto mais distante da casa de Lazzaro, a sala de estar
no andar de baixo, me enrolo no sofá sob meu roupão.
O que diabos aconteceu? Isso foi dez tipos de merda e eu deveria estar
gritando esta casa abaixo. Em vez disso, estou deitada no sofá com a boceta
encharcada e uma sensação pesada na língua, como se já conhecesse o
formato do pau do meu padrasto na minha boca.
Cubro minha cabeça com um tecido branco fofo e gemo de horror.
Vou dormir, quando acordar, tudo isso terá sido um sonho.
Um pesadelo.
E o sol da manhã fará com que a memória desapareça.

— Mia? Mia.
Estou quase acordada, alguém está cravando as unhas em meu
ombro. Abro os olhos e pisco confusa ao ver o lindo rosto de mamãe,
perfeito com maquiagem e exuberante com cremes de beleza, franzindo a
testa para mim. Mamãe nunca entra no meu quarto a menos que esteja
com raiva de mim. Logo pela manhã e já fiz algo errado?
— O quê você está fazendo aqui em baixo?
— Huh? — Sento-me e olho em volta, meu olhar pousando nos sofás
creme, no vaso de peônias brancas e na imaculada mesa de centro de vidro.
A noite passada vem à tona para mim com uma pressa vergonhosa. Acordar
em meu quarto desarrumado, mas aconchegante, com Lazzaro na minha
cama, mal lutando enquanto ele devastou meu corpo totalmente vestido.
Moendo contra seus dedos como um gato no cio.
Os olhos da mamãe se estreitam. — Que expressão é essa em seu
rosto?
Eu deixo cair minha cabeça em minhas mãos e finjo que estou
esfregando os olhos para longe do sono. Meu rosto está queimando, posso
imaginar a expressão horrorizada e envergonhada que estou usando.
Alguém está na cozinha cantarolando para si mesmo e fazendo café.
Um zumbido profundo em tons alegres, como se ele tivesse tido um sono
maravilhoso e estivesse animado para saudar o dia.
— Eu não conseguia dormir. Estava com dor de estômago. — Quase
não é mentira, porque agora meu estômago está revirando como se eu
fosse vomitar. Se eu ficar cara a cara com meu padrasto neste momento,
mamãe vai saber o que aconteceu só de olhar para nós. Ela é
assustadoramente perspicaz, especialmente quando se trata de mim. Eu
puxo meu roupão, passo por mamãe e corro para as escadas.
Uma vez dentro do meu quarto, bato a porta e meus olhos caem para
o colchão. Lazzaro deixou minha cama desarrumada com o edredom puxado
para trás. Há uma mancha branca bagunçada nos lençóis.
Eu me aproximo, me perguntando o que diabos é porque não estava lá
quando fui para a cama ontem à noite. Percebo com crescente horror que
há algo estranho na mancha. Há uma grande poça, em um dos lados,
algumas marcas. O cheiro dele me lava, finalmente percebo o que é.
Lazzaro pintou um coração com esperma nos meus lençóis. Um bilhete
de amor imundo, dele para mim.
CAPÍTULO DOIS
LAZ

Eu jogo o pacote de seis cervejas no balcão entre as caixas de biscoitos


veganos e bolas de proteína paleo. Porra de cerveja artesanal. Só quero uma
gelada para distrair as coisas e tenho que passar pelas prateleiras de quinoa
e chips de couve.
Um jovem sardento em um avental de linho olha para meus braços
tatuados e jeans rasgados de uma forma que me diz que ele não está
amando minha presença aqui. — Mais alguma coisa, senhor?
Eu aceno com a mão para ele. — Por favor. Eu sou o senhor apenas no
quarto.
Os olhos do caixa se arregalam.
Eu olho para as mercadorias amontoadas ao redor do caixa. — Vou
pegar um chiclete e o telefone de uma loira que é ótima em chupar.
Pego minha cerveja e um chiclete em um saco de papel junto com um
olhar sujo. — São vinte e quatro dólares e trinta centavos, senhor…
centavos. Trinta centavos.
Vinte e quatro dólares por chiclete e cerveja? Deus, eu odeio isso aqui.
Eu dou a ele um sorriso falso enquanto entrego meu dinheiro. — Sem
número de telefone? Acho que não é meu dia de sorte.
4
Quando me viro, dou de cara com um tipo milfy com raízes escuras,
delineador alado e muitas joias de ouro. Eu sorrio para ela. — Ou talvez seja.
Os olhos da loira se arregalam e ela mostra seus seios definitivamente
falsos. Eu amo seios falsos. Amo peitos reais. Eu realmente não me importo,
desde que a mulher ligada a eles goste de ser fodida no colchão.
Seu marido, um homem vestindo uma camisa pastel, mocassins e um
suéter amarrado nos ombros, na verdade dá um passo à frente como se
fosse lutar comigo. Eu quase caio na gargalhada porque poderia achatar
esse cara com um soco.
Levanto a mão em sinal de rendição simulada. — Por favor. Eu tenho
filhos. — Abro um sorriso para sua esposa. — Ou eu vou ter pela manhã.
Quer festejar?
O marido se eriça como um gato molhado. — Eu vou chamar a Polícia!
Para quê, dar em cima da mulher? Ninguém aceita uma piada deste
lado da cidade. Eu coloco meus óculos escuros sobre meus olhos, mexo meu
polegar e indicador em um telefone, o seguro no meu ouvido enquanto dou
uma última olhada na loira. — Chame-me se você gosta de um pau grande,
baby. Parece que você poderia usar um.
O mauricinho grita atrás de mim. — Você está usando uma aliança de
casamento, idiota.
Encaro minha mão com surpresa genuína. De fato, há uma faixa de
titânio em volta do meu dedo anelar. Eu continuo esquecendo que está lá.
Giulia escolheu, é gravada com decoração espalhafatosa.
— Obrigado pelo lembrete. — murmuro, abrindo a porta e saindo da
loja. Meu Chevrolet Camaro ZL1 preto está estacionado ao acaso entre as
minivans, quando entro e ligo o motor, as cabeças se voltam.
Quanto mais tempo passo nos subúrbios, mais sinto que vou
enlouquecer.
Na cozinha perfeita de mármore branco de Giulia, abro a garrafa de
cerveja na beirada do balcão. A tampa da garrafa cai em um canto e eu a
deixo lá enquanto tomo um gole. A cerveja tem gosto de merda, eu olho
friamente pela janela para o jardim.
Alguém está deitada em uma espreguiçadeira à beira da piscina
usando um biquíni azul. Mia, minha enteada novinha em folha. Um sorriso
se espalha em meu rosto.
Falando em garotas que gostam de ser fodidas no colchão.
Que diabos foi aquilo na outra noite? Quero dizer, sei o que foi, a
princípio. Eu estava entediado e com raiva, então decidi que iria descontar
na única pessoa da família Bianchi para quem ninguém dá a mínima. Temos
muito em comum, eu e ela. O que não entendo é o que Mia poderia ter feito
em sua curta vida para merecer a aversão de todos. A mãe dela anda por aí
agindo como se ela não existisse. Seus tios nunca a beijam ou sorriem para
ela. Todo mundo fala sobre ela na mesa de jantar. Recebo o mesmo
tratamento da minha família, mas como um idiota confirmado e constante,
eu definitivamente mereço.
Eu queria ter uma briga realmente boa e bagunçada com Giulia, então
pensei em entrar no quarto de Mia e fazê-la gritar por sua mãe, mas,
caramba, Mia parecia bonita em seu minúsculo pijama branco e parecia
ainda melhor se contorcendo nos meus braços. Ela não gritou, não importa
o quanto eu a maltratasse, então ela foi e se masturbou em meus dedos
enquanto pensava que eu estava dormindo como um delicioso sonho
molhado e sacana. Minha enteada é tão imunda quanto eu, isso me
surpreendeu, então estraguei ela ao forçá-la a mais alguns orgasmos.
Enquanto ela olhava para o meu pau, pensei que ela ia me implorar
para transar com ela, mas então ela fugiu de mim como um coelho
assustado. Não muito longe, no entanto. Ela não pode ficar longe de mim
enquanto estivermos morando sob o mesmo teto. O pensamento me faz
sorrir enquanto levo minha cerveja aos lábios.
Meu telefone toca no meu bolso e o sorriso desaparece do meu rosto
quando vejo quem é. Mantenho meu olhar fixo na bunda de Mia sob o sol
enquanto levo o telefone ao ouvido. — O quê?
— Olá, Lazzaro. — Faber, meu irmão mais velho.
— É Laz, seu merda. Quantas vezes eu tenho que te dizer isso?
Faber sempre me chamou de Laz, mas desde que nosso pai morreu,
ele começou a me chamar de Lazzaro. Eu sei porque ele está fazendo isso.
Para me colocar no meu lugar. Em seguida, ele vai exigir que eu o chame de
Fabrizio. Eu recebo essa merda o suficiente da minha esposa. Toda vez que
Giulia me chama de Lazzaro, isso me irrita como pregos em um quadro-
negro.
Ele é Faber e eu sou Laz. Por que é tão difícil para ele entender?
Faber ignora minha pergunta. — Como vão você e Giulia?
Tomo um gole furioso da minha cerveja. — Por que você não pergunta
sobre o que realmente está ligando?
— Bem, ela está?
Grávida. Esse é o meu dever, engravidar Giulia Bianchi, porque Faber
tem a ideia de que me tornar um homem de família vai me persuadir a
sossegar. — Meu irmão está me ligando para perguntar se estou transando
regularmente com minha esposa. Que doido.
— Acredite em mim, eu não gosto disso mais do que você.
Meu temperamento explode como um vulcão em erupção. — Então
me dê o que me devem, não temos que fazer isso!
Meus irmãos estão mantendo minha herança como refém. Minha
parte justa nos negócios da família que papai começou e pelos quais passei
doze anos de minha vida suando e sangrando. Faber recebe seu dinheiro.
Meu outro irmão Firenze fica com o dele. Mas Laz? Não, eles estão
escondendo dele a parte do irmão mais novo porque não gostam de como
um homem de 29 anos escolhe passar seu tempo de lazer. Se eu quiser
transar com todas as mulheres bonitas desta cidade, então eu irei. Não me
importo se minhas companheiras de cama são strippers, garçonetes,
herdeiras ou assassinas. Eu só quero me divertir um pouco antes de acabar
com meu sangue e miolos espalhados pela calçada. Foi o que aconteceu
com papai, uma bala na cabeça enquanto voltava para o carro depois de
comer espaguete. Seu irmão também foi baleado na rua, assim como seu
pai. Os homens Rosetti têm expectativas de vidas curtas.
Não posso processar meus irmãos porque nosso dinheiro é sujo, então
é matá-los ou jogar junto, embora se eu tiver que foder silenciosamente a
boceta seca de Giulia mais uma vez, posso carregar uma arma. Minha
esposa não se mexe quando eu transo com ela, não faz barulho. Pele gelada.
Coração gelado. Boceta gelada.
— Você pode ter sua herança quando fizer o que é exigido de você.
Meus lábios se curvam. — Foder aquela cadela é como foder um bloco
de gelo e você quer que eu continue até que ela esteja grávida?
Faber faz um barulho impaciente. — Poupe-me dos detalhes, Lazzaro.
Basta ser um homem e fazer o trabalho. Você nunca teve nenhum problema
em foder nada até agora.
Como o inferno. Eu não fodo qualquer uma. Eu faço sexo com
mulheres entusiasmadas que ficam tão molhadas e quentes que é como se
eu estivesse trepando com uma fornalha viva e quente.
— É Laz. — eu digo entre dentes. — E transe você com ela se é tão
fácil.
Faber suspira, eu o imagino beliscando a ponte do nariz. — Você é
minha dor de cabeça constante. Giulia tem me ligado, Lazzaro. Você precisa
se esforçar mais para se estabelecer em sua nova família.
Seu tom pomposo eleva meu temperamento até treze. Giulia tem
ligado para Faber para reclamar de mim? Essa é uma briga que estou
ansioso para começar mais tarde.
— Oh sim? Você se esforçou para tirar aquele pedaço de pau da sua
bunda. Vá se foder. — Eu desligo e jogo meu telefone no balcão. A cerveja
azedou na minha boca, então pego uma garrafa de água na geladeira e bebo
metade dela.
Casar com Giulia foi o maior erro da minha vida porque posso ver o
que vai acontecer a seguir. Casar com ela? Não foi suficiente para Faber.
Mudar-se e bancar o marido? Não o suficiente para Faber. Derrubar aquela
cadela fria? Não o suficiente para Faber. Isso foi ideia dele, eu quero que
meu irmão perfeito e maníaco por controle apenas admita que foi terrível e
me dê meu dinheiro.
Se Giulia já está ligando para Faber para reclamar de mim, não vai
demorar muito até que ele esteja subindo pela parede. Faber odeia
reclamações. Talvez eu consiga fazer com que os três irmãos igualmente
frios e cruéis de Giulia comecem a ligar para ele também. Com todos eles
respirando no pescoço de Faber, ele vai rir e admitir que sua ideia foi a pior
que já teve.
Sorrio para mim mesmo. Não é um plano ruim, Laz. Nada mal.
Enquanto isso, vou subir um pouco o nível.
E sei quem vou atormentar primeiro.
Enquanto saio para o jardim, o sol quente da tarde me banha. O calor
irradia dos azulejos brancos e a piscina tem um tom de azul deslumbrante.
Mia está deitada de bruços lendo em seu telefone. Suas pernas estão
ligeiramente separadas, posso ver o contorno de seus lábios carnudos
através de seu biquíni. Minha boca está cheia de água. Boceta que te odeia e
ainda esguicha em seus dedos? Esse é o meu novo sabor favorito. Boceta
que eu tenho que roubar um toque ou um gosto no meio da noite nas costas
de sua mãe?
Deliciosa pra caralho.
Mia não tem ideia de que estou de pé sobre ela. Eu inclino minha
garrafa e pingo uma fina corrente de água sobre sua boceta, dando um
choque frio em sua carne sensível.
Ela suspira e se vira. — Que diabos? O que você está fazendo?
— Deixando você molhada. — Faço uma pausa, deixando meu sorriso
crescer mais. — Novamente.
Sou recompensado com um rubor vermelho que incendeia suas
bochechas. Ela pega a toalha e se cobre. — Deixe-me em paz, Lazzaro. Não
tenho nada para lhe dizer.
— É Laz. Como foi a escola?
— Como se você se importasse. Vá queimar energia em um
estacionamento ou algo assim.
— Isto me lembra de algo. Eu estava dirigindo por aí a semana
passada, quer saber? Eu não vi você com nenhum amigo, nem uma vez.
Sua boca se abre. — Você estava me perseguindo?
Reviro os olhos. — Por favor. Tão dramática. Evitar sua mãe é minha
prioridade número um, então dirigir é o que eu faço. Passei por sua bunda
magra por pura coincidência. Então, qual é a história?
— A história é cuide da sua vida.
Há fotos dela com amigos em seu quarto. Fotos felizes tiradas
recentemente. Sento-me na cadeira de piscina ao lado dela e tomo um gole
d'água. — Deixe-me adivinhar. Seus tios psicopatas os expulsaram?
Mia luta para segurar sua raiva, mas quando sua contenção
desmorona, seus ombros caem. — Apenas me deixe em paz, por favor. Já
perdi meu namorado e meus amigos. Você não pode me deixar mais
miserável do que já estou.
Uma das minhas sobrancelhas se levanta. Ela tinha namorado? Que
namorado?
Ela esfrega a mão no rosto e suspira. — Eu odeio isso aqui. Assim que
puder, vou embora.
— Eu entendo, garota. A família é o poço.
Mia se senta e me encara. Ela tem longos cabelos castanhos e grandes
olhos castanhos. Olhos de Bambi.
— Não me chame de garota, Lazzaro. Não estamos nos unindo. Não
vamos ser amigos.
Eu chuto sua cadeira de praia. — Eu juro por Deus, se você me chamar
de Lazzaro de novo, eu vou te jogar nessa piscina.
Seus olhos se arregalam de surpresa. — Como devo chamá-lo? Pai?
Minha boca se contorce e quero sorrir pela primeira vez no dia. Um
sorriso verdadeiro, não sarcástico para irritar alguém. — Excêntrico. Mas eu
te disse. Me chame de Laz.
Mia se deita e se volta para o telefone. — Tanto faz, Laz.
Eu fico olhando para a linha longa e esbelta de suas costas, as curvas
de sua cintura e quadris. Ela se importou, mas eu nem me importo porque
ela me chamou de Laz.
Respirar fica um pouco mais fácil. Ao cruzar a soleira da porta de volta
para a cozinha, paro de repente ao me deparar com Giulia preparando uma
enorme salada. Algo está esquentando no forno. Há pacotes de comida
descartados em todo o balcão.
Vou até a geladeira e pego outra cerveja. Pode ser nojenta, mas pelo
menos é alcoólico.
Giulia olha para a bebida em minha mão e sua boca se contrai. — Vejo
que você está trabalhando duro.
Pego um pacote vazio que está descartado em seu cotovelo e leio o
rótulo. Strogonoff de carne, uma daquelas refeições pré-preparadas de uma
empresa de alimentação chique. — Querida. Você cozinhou.
Giulia me lança um olhar venenoso. — Tomaso, Roberto e Marzio vêm
jantar. Certifique-se de estar vestido adequadamente.
Que maravilha, uma noite com minha esposa e seus irmãos, homens
que me irritam ainda mais do que Faber. Eu tomo um gole de cerveja com
raiva e engulo. — Tive uma conversa interessante com Faber antes. Nada faz
um homem se sentir mais em casa do que sua esposa reclamando ao seu
irmão.
Minha esposa pega um pegador e começa a mexer na salada. — Falo
de negócios com Fabrizio. Fico feliz que alguém na família Rosetti tenha
cabeça para números.
Pego o pegador da mão dela. Minha esposa tem quarenta e um anos e
é linda. Praticamente um dez. Raramente transei com mulheres mais
atraentes do que ela, mas Giulia nunca sorri. Nunca ri. Nunca tentou me
fazer sentir bem-vindo nesta casa ou em sua cama. A única vez que falamos
é quando brigamos. — Se você tem algo a me dizer, diga na minha cara.
Giulia me observa, com a cabeça inclinada para o lado. — Você é uma
desculpa patética para um homem. Você não chega aos pés de seus irmãos,
todos te odeiam onde quer que você vá. Você estará morto quando tiver
trinta anos. — Ela levanta uma sobrancelha lindamente desenhada. — Isso é
honesto o suficiente para você, querido?
Minha mão aperta o pegador. Giulia sabe que minha árvore
genealógica está repleta de homens Rosetti mortos antes do tempo. Ela
apenas engatilhou uma arma com suas palavras e disparou. Direto no meu
coração.
— Perfeito. — eu digo a ela, meu maxilar cerrado. — Gosto das minhas
cobras onde posso vê-las.
Jogo o pegador no chão, pego um pedaço de pepino da salada e saio
da cozinha. O que eu realmente quero fazer é dar um soco na parede, sair e
ficar completamente bêbado. Mordo ferozmente o pepino e noto que há
garrafas de vinho tinto alinhadas em uma mesa lateral na sala de jantar.
Ou talvez eu apenas fique bêbado aqui e me transforme no problema
de todos.
Vinte minutos depois, Mia aparece na sala de jantar usando um
vestido azul, andando de um lado para o outro enquanto arruma a mesa, me
ignorando enquanto estou empoleirado no parapeito de uma janela
bebendo uma taça de vinho. Giulia a dirige com palavras afiadas e dedos
apontados.
Chegam Tomaso, Roberto e Marzio, os bandidos cumprimentam a
irmã com beijos e palavras amigas. Eu recebo alguns olhares malignos. Mia
está totalmente preterida, mas ela não parece estar surpresa com isso e faz
o possível para se misturar com o papel de parede.
Quando nos sentamos, Giulia me olha de cima a baixo, sua boca se
contorce em desaprovação quando ela vê que não tirei meu jeans rasgado e
minha camiseta.
Eu abro minhas mãos e dou de ombros. — O quê? Você disse para ser
apropriado. Meu pau não está para fora.
Minha esposa me dá um olhar de reprovação e depois se afasta.
Os quatro irmãos falam durante todo o prato de salada. Estou sentado
em frente a Mia na ponta da mesa, todo mundo finge que não estamos aqui.
Tenho que agarrar a garrafa de vinho toda vez que ela se aproxima, caso
contrário não me ofereceriam uma gota. Mia tenta pegar um pedaço de
pão, mas acaba caindo no prato de Roberto.
Eu a brindo ironicamente com minha taça de vinho tinto. Ela me dá
um pequeno encolher de ombros com raiva, como se dissesse que ela
realmente não queria pão de qualquer maneira.
— Precisamos de alguém para gerenciar essas importações, mas
quem? — Roberto está dizendo para Giulia. — Você tem alguma ideia?
O olhar de minha esposa repousa sobre mim por um momento. —
Não, não consigo pensar em ninguém responsável o suficiente.
Levanto minha taça de vinho e derrubo o resto. Estou perdendo meses
da minha vida com essa mulher. Uma vez que eu engravidá-la, eu poderia
sair fora, mas isso significa deixar meu filho para ser criado por uma cadela
de gelo que não consegue engolir sua própria filha. Faber acha que não
tenho escrúpulos, mas isso não me agrada. Isso não deveria agradar a
nenhum homem.
Eu bebo constantemente enquanto a refeição avança. Por um tempo,
tento brincar de pezinho embaixo da mesa com Mia, mas ela me chuta com
tanta força na canela que fico vesgo por um momento.
Enquanto comemos nosso estrogonofe de carne, Marzio conta a seus
irmãos uma história desagradável sobre a demissão de um garçom por
derramar vinho em seu colo em um restaurante.
— Mal posso esperar para ter um filho e que ele se torne como vocês.
— Eu empurro meu queixo para os irmãos da minha esposa.
Os lábios de Giulia se curvam. — Lazzaro, você está bêbado.
Estendo a mão para a garrafa de vinho e coloco meu copo quase até a
borda. — Não bêbado o suficiente. E não é Lazzaro. É o Laz.
— É um pedaço de merda. — murmura Marzio. Mia está pegando o
prato de feijões amanteigados em seu cotovelo, mas em vez de passá-lo
para ela como o cavalheiro que ele pensa que é, ele o pega, se serve e o
coloca fora do alcance dela. Ele também não fez isso por acaso. Foi apenas
por uma fração de segundo, mas ele a olhou nos olhos enquanto pegava o
prato.
Meu olhar vai de Mia para ele e vice-versa. Ninguém mais na mesa
notou a troca. Abro a boca e Mia antecipa o que estou prestes a fazer.
— Laz. — ela sussurra com um aceno de cabeça, seus enormes olhos
de Bambi me implorando para não dizer nada.
Mas nunca fui bom em calar a boca.
Em voz alta e para a mesa em geral, pergunto. — Por que vocês tratam
Mia como merda? — Todos continuam comendo e conversando, mas sei
que me ouviram.
Eu bato meu punho na mesa, todos os copos e pratos saltam. — Eu
disse, por que vocês tratam Mia como merda?
O silêncio cai. Os irmãos trocam olhares sombrios que dizem: Esse cara
merda de novo.
Giulia olha da filha para mim. — O que você está falando? Minha filha
pode falar por si mesma se tiver algo a dizer.
Sim. Exceto que ela não o faz, agora estou com raiva o suficiente para
fazer isso por ela. Dou a Mia uma última chance de falar, estendendo a mão
para ela e erguendo as sobrancelhas. — Então?
Os lábios de Mia estão bem fechados enquanto ela olha para o prato.
Não há vestígios da jovem que me respondeu na piscina. Por que ela está
tão assustada perto dessas pessoas?
Giulia me dá um sorrisinho sardônico e se volta para os irmãos.
Mas ainda não terminei.
— Eu não ouvi um boato sobre Mia uma vez? — Eu digo alto, batendo
no meu queixo e fingindo que não sei o motivo pelo qual todos os Bianchis
odeiam uma garota de dezoito anos.
Porque eu faço. Conheço cada detalhe excruciante.
Mia está olhando para mim com olhos enormes e cheios de dor.
Lágrimas estão se acumulando em seus cílios, ela balança a cabeça
novamente. Ela quer que eu cale a boca, mas eu não vou. Eu tive um monte
de besteiras familiares hoje, cada Bianchi vai sentir minha ira.
Levanto minha taça e tomo um gole enorme de vinho, fingindo pensar.
Ao colocá-la na mesa, aceno com a cabeça como se tivesse acabado de me
lembrar de algo. — Oh, eu sei. É por causa daquele escândalo familiar que
minha preciosa e certinha esposa causou ao trepar pelas costas do falecido
marido. Giulia ficou grávida... do ajudante de cozinha, não foi? — Eu viro
meu olhar para minha esposa.
Na verdade, era o dono do restaurante preferido do marido, mas digo
ajudante de cozinha só para irritá-la. Giulia me lança um olhar cheio de ódio
e aperta sua taça de vinho com tanta força que ela pode quebrar a qualquer
momento.
Eu viro meu sorriso desagradável para minha enteada. — Mia não é
uma Bianchi de verdade. Ah, Mia. Como você pôde fazer isso com sua
família?
Não é tecnicamente verdade, mas é como sua família a trata. Bianchi é
o nome de solteira da minha esposa e o que ela passou para as filhas. Os
Bianchis são uma família muito mais proeminente do que a do ex-marido de
Giulia e ela não quis deixar seu nome passar.
Mia respira fundo, tentando sugar as lágrimas de volta e fingir que
nada está errado. Espero que alguém, qualquer um, se levante e me rasgue
em pedaços por colocar a culpa da infidelidade de Giulia nos pés de Mia.
Ninguém fala.
Ninguém se mexe.
Ninguém sequer olha para Mia.
Tomaso se vira para a irmã e retoma a conversa.
Balanço a cabeça e tomo outro gole de vinho. Eu tive que irritar as
pessoas dia após dia durante dez anos para receber esse tipo de tratamento
em casa. Tudo o que Mia precisa fazer é existir.
Ela e eu nos encaramos do outro lado da mesa. Ela está respirando
rápido, mas silenciosamente, como se estivesse com medo de chamar a
atenção para si mesma.
Pego meu garfo e espeto algumas vagens. — Patética.
Passo o resto da refeição em silêncio e Mia também. Ela não toca na
comida, ninguém pergunta se ela está se sentindo bem ou se gostaria de
mais alguma coisa. Quando um de seus tios se levanta para fumar um
cigarro no terraço, ela resmunga algo sobre querer ser dispensada e sai
correndo da sala. Ninguém lhe dá uma segunda olhada.
Eu me levanto e a sigo.
Ela está quase correndo para o quarto, mas eu a alcanço no corredor
do andar de cima, agarrando-a pelo braço e girando-a para me encarar. —
Não foi interessante? Que jantar interessante.
Ela arranca o braço do meu alcance, o rosto vincado de emoção. —
Dane-se, Laz.
A raiva corre através de mim. Agarro seus ombros e a empurro contra
a parede. — Oh, você pode dizer isso para mim, mas você não pode dizer
isso para eles? Eles não vão levantar um dedo para te defender, Mia.
Nenhum deles. Que família você tem.
— Como você ousa trazer esse escândalo à mesa de jantar? O silêncio
deles não era sobre mim. Eles ficaram horrorizados com você.
Eu vasculho seu rosto com os olhos apertados, me perguntando se ela
realmente acredita nisso. Talvez ela apenas queira desesperadamente.
Estarei fazendo um favor a ela ajudando-a a perceber que ninguém dá a
mínima para ela.
— Você está sozinha, Mia. Ninguém se importa com você. Quanto
mais cedo você aceitar isso, melhor.
CAPÍTULO TRÊS
MIA

É apenas uma foto. Não importa. Essas pessoas não são nada e logo
você terá deixado esse pesadelo para sempre.
Repito esse mantra várias vezes enquanto caminho para casa. Sou
uma Bianchi e todos nesta cidade sabem que cruzar com um Bianchi é
perigoso para a longevidade, exceto que o ensino médio não segue as regras
normais. O ensino médio é seu próprio ecossistema com diferentes grupos
internos, externos e ordens hierárquicas. Ultimamente, eu cheiro há
vulnerabilidade. Eu sou a gazela mancando na savana, os predadores estão
se aproximando de mim.
É só uma foto, Mia.
Mas não é só uma foto. É a evidência de que estou fazendo algo que
sempre faz meu estômago revirar. Preciso de duas doses de vodca só para
passar por aquela porta.
Eu aperto a alça da minha mochila, então choramingo quando meus
dedos machucados e avermelhados ardem de dor. Acho que me machuquei
mais dando aquele soco do que a pessoa que recebeu.
Um carro barulhento e envenenado se aproxima atrás de mim, mas
meu estômago revira cem vezes por minuto. Não reconheço o som até que
seja tarde demais para me esconder em uma rua lateral ou entrar em uma
loja.
Um Camaro preto estaciona ao meu lado, o motor latejando, o
desânimo toma conta de mim.
O motorista abaixa as janelas e a guitarra tocando forte sai. Uma voz
zombeteira pergunta. — Sozinha de novo? Onde estão seus amigos, garota
do colegial?
Não posso lidar com meu padrasto agora, além de tudo. Eu continuo
andando e olhando para frente.
O motor desliga, a porta de um carro bate e Laz pisa na calçada na
minha frente. A luz do sol mancha seus ombros largos e o vento despenteia
seu cabelo escuro. Atrás dos óculos escuros, suas sobrancelhas estão bem
juntas.
Há uma preocupação genuína em seu rosto. — O que aconteceu?
— Quem disse que aconteceu alguma coisa?
— Sua cara, Bambi. Parece que alguém atropelou seu gatinho.
Eu mostro o dedo para ele e dou a volta nele. — Não me chame de
Bambi. Estou bem.
Laz agarra meu pulso e meu dedo médio está bem na cara dele. — Eu
não acredito em você. Entre no carro.
Tento me livrar de seu aperto, mas sua mão é como aço. — Cai fora,
Laz!
Os olhos de Laz piscam. — Entre no carro ou eu vou te colocar no colo
e te bater aqui mesmo na rua.
Estremeço quando um casal passeando com o cachorro por perto se
vira para olhar para nós. — Não seja tão grosseiro.
— Eu posso ser mais grosseiro se você não fizer o que eu digo. — ele
diz em uma voz ameaçadora. — Que tal eu começar descrevendo a maneira
como você esfregou sua boceta molhada em meus dedos? Fortemente.
Meus olhos se estreitam. Ele não ousaria.
Laz respira fundo e abre a boca.
— Ok, eu estou indo. Fale baixo. — Abro a porta do passageiro e sento
no banco da frente. Eu o tenho ignorado desde que ele me humilhou no
jantar, quatro noites atrás. Ele odeia nossa casa, mas por que ele tem que
descontar seu mau humor em mim?
Pergunta estúpida. Eu sei porquê.
É divertido para ele, ele acha que sou patética.
Se ao menos ele soubesse a verdadeira razão pela qual mantenho
minha boca fechada. Que estou ganhando tempo e economizando meus
centavos, no segundo que me formar no ensino médio, vou embora como
um tiro. Mamãe e meus tios nunca mais terão que olhar para a vergonha da
família Bianchi.
O interior do carro de Laz é brilhante, perfeito, cheira a couro e a ele.
Quando ele entra e liga o motor, olho para suas mãos grandes e tatuadas no
volante. Há algo cativante na maneira como ele manuseia a alavanca de
câmbio no lugar enquanto liga o motor e gira o volante. É uma coisa
totalmente comum que ele deve ter feito mil vezes antes, ainda assim a
agitação na minha barriga de repente se acalma e é substituída por uma
sensação de vibração.
Laz não é especial. Os homens ficam atraentes quando estão dirigindo,
qualquer homem dirigindo este carro ficaria lindo. Connor, meu ex-
namorado, poderia ser contado entre os três caras mais gostosos da escola,
para provar isso a mim mesma, imagino-o no lugar de Laz.
Eu torço meu nariz enquanto o imagino. Ou não.
Laz olha para mim quando ele pisa no acelerador, nós rugimos rua
abaixo. — O que é essa cara, Bambi? Você não gosta do meu carro?
Eu amo o carro idiota dele. — Você percebe que Bambi era um
menino?
Nós dirigimos em um silêncio tenso e desconfortável. Posso sentir a
raiva irradiando do corpo de Laz em ondas.
— Estou ficando farto de você. — diz ele com os dentes cerrados. —
Se alguém te machucou, então vá fazer algo a respeito.
Empurro meus dedos com tanta força em minhas palmas que minhas
unhas parecem que vão cortar a carne. É fácil para ele dizer quando tem
1,80m, musculoso e um homem. Um homem intimidador. Mesmo que eu
fosse faixa preta em Karatê, ainda tenho esses grandes olhos castanhos
estúpidos. Ninguém leva suas ameaças a sério quando você se parece com
uma criatura aterrorizada da floresta.
Balanço a cabeça e olho pela janela. — Você não tem ideia de como é
ser eu.
— Você tem razão. Não tenho ideia de como é ser uma merda
assustada.
Furiosa, pego minha mochila escolar e jogo uma carta para ele. Ele a
pega com a testa franzida e abre o envelope contra o volante com uma das
mãos. Ainda dirigindo, ele olha entre a estrada e a carta.
— Para o pai ou responsável de Mia Bianchi, blá blá blá... suspensa por
briga? — Um sorriso encantado aparece no rosto de Laz. — agora sim.
Quem você derrubou?
Pego a carta de volta. Claro que ele acharia engraçado. — Não é da
sua conta.
— Vamos. Quem te irritou? Diga-me, eu vou terminar o trabalho para
você, se você ainda não deu a eles um olho roxo.
Eu o imagino afundando o punho no rosto de Kaleb, a ideia é
fascinante. Mas então eu ficaria em dívida com meu padrasto. — Se eu tiver
um problema, vou contar para a mamãe, não para você.
Laz começa a rir. — Por que motivo você acha que ela vai se importar?
Suas palavras parecem um tapa em meu rosto. Quem contou a ele
sobre o homem que me gerou? Eles ridicularizaram a mim e a mamãe? Laz
achou que era a coisa mais engraçada que já tinha ouvido e riu como está
rindo agora?
— Você está na minha família há cinco minutos e acha que nos
conhece? Você não sabe merda nenhuma, idiota.
Laz se vira para mim com um sorriso malicioso e resmunga
preguiçosamente. — Droga, eu sabia que você tinha uma boca suja. O que
mais essa boca faz?
Ele está relaxado em seu assento enquanto dirige, com os joelhos
abertos e vestindo seu habitual jeans preto. Ele abraça seus quadris e coxas
musculosas, antes que eu possa me conter, dou uma olhada em seu zíper.
Não o zíper dele. Seu pau. Eu o senti empurrando contra minha bunda
na outra noite quando ele estava duro, ele era enorme. Ele não está duro
agora, mas há um pacote considerável em seu jeans. Posso imaginar
vividamente Laz segurando minha nuca enquanto me inclino sobre seu colo
e o tomo em minha boca. Um pequeno silvo de prazer, em seguida, seu
baixo e ofegante, Boa menina quando ele levanta seus quadris para foder
minha boca.
Eu desvio o olhar rapidamente e olho pela janela do passageiro, mas
não antes de pegar seu sorriso de comedor de merda. Ele sabe exatamente
onde minha mente foi.
Ele é casado com a mamãe, eu me lembro. Ele trepa com a mamãe.
Lembra como você os ouviu daquela vez? Não gemidos e ofegos, mas o ruído
ritmado inconfundível de uma cabeceira batendo na parede. Caso contrário,
silêncio mortal.
Repulsa desliza pelo meu corpo com a memória. Finalmente, uma
reação normal ao meu padrasto.
Quando Laz estaciona na garagem de casa, eu saio do carro,
esperando que ele acelere novamente, mas ele me segue para dentro. No
corredor, ele me alcança, olhando em todos os cômodos até encontrar
mamãe na cozinha. Ela está sentada no balcão respondendo e-mails em seu
telefone.
— Sua filha tem algo a lhe dizer. — Laz anuncia, então ele se afasta e
cruza os braços.
Mamãe olha para mim como se esperasse ver Rieta ou Isabel parada
na porta.
Ele quer dizer eu. Também sou sua filha.
Mamãe se volta para o telefone e sua unha de acrílico toca na tela. —
O que você tem a me dizer, Mia? Você não está reprovada na escola, está?
A dor no meu peito duplica. Ela assume que, se tenho algo a dizer,
deve ser porque fiz algo errado.
Toque, toque, toque.
— Nada. Deixa para lá.
Laz me lança um olhar penetrante enquanto eu me viro e passo por
ele. — Patética.
Eu continuo andando enquanto imagens de vingança passam pela
minha mente. Empilhando todos os seus jeans rasgados da moda em uma
pilha e queimando-os no jardim dos fundos. Raspando uma chave ao longo
de cada painel de seu amado carro. Quero gritar com ele. Eu quero cravar
minhas unhas em seu peito. Mas também sei que não vou me sentir melhor
quando a pessoa com quem eu realmente quero gritar é a mamãe. Eu quero
quebrar aquele comportamento frio e indiferente dela, fazê-la me ver.
Mesmo se eu quisesse machucá-la, eu não saberia como. Se eu fingisse, ela
me lançaria um olhar arrogante e voltaria ao que quer que estivesse
fazendo, porque sou menos digna de sua atenção do que um mosquito
zumbindo em volta de sua cabeça.
Eu me tranco no banheiro e jogo punhado após punhado de água fria
no meu rosto. Estou tão cansada deste lugar. O ano letivo termina em
quatro meses e ainda não economizei dinheiro suficiente. Talvez apenas
mais um mês seja suficiente, eu possa vender a bolsa que mamãe me deu de
aniversário. Um apartamento miserável seria melhor do que viver sob este
teto.
Fecho a torneira batendo com a palma da mão e olho para o meu
rosto pingando.
Ou eu poderia parar de ser uma cadela assustada e realmente encarar
a mamãe como uma adulta. Defender-me, pela primeira vez.
Depois de secar meu rosto, volto para a cozinha e me aproximo de
mamãe. Com uma voz calma, eu digo. — Mãe. Um dos meninos da escola
tirou uma foto minha.
Não é uma mentira. Mas também não toda a verdade.
— Que foto, querida? — ela murmura, tocando na tela do telefone.
Um grande gim-tônica descansa em seu cotovelo.
Eu respiro fundo, então vacilo. Esta é a hora confessar? Mas se eu fizer
isso, todo o inferno vai explodir. — Levantando... a minha camiseta. Eu não
estava usando sutiã.
Mamãe levanta a cabeça e olha para frente. Então ela desliga o
telefone e se levanta. Alívio toma conta de mim. Eu sabia que era a ideia
certa falar com mamãe como uma adulta. Ela nunca teve tempo para
choramingar e reclamar.
Sem aviso, a raiva brilha nos olhos de mamãe e ela me dá um tapa
forte no rosto. — Sua garota nojenta.
A dor explode em meu rosto e eu grito, cobrindo minha bochecha com
a mão.
— Como isso aconteceu? — ela ferve.
Agora definitivamente não é o momento. Nunca será o momento. —
Aula de ginástica. — gaguejo, meus olhos queimando com lágrimas de dor.
— Esqueci meu sutiã esportivo. — A verdade é que não preciso de sutiã
esportivo. Meus seios mal estão lá.
— Você vem a mim com esta história e espera que eu acredite? Você
está se prostituindo nesta cidade de novo, não é? Fico enojada ao ouvir
sobre seu comportamento vergonhoso.
Eu fico vermelha até a raiz do meu cabelo quando me lembro do rosto
espiando pela janela do carro embaçado de Connor. Qualquer outra pessoa
teria se virado e ido embora ou se importado com a própria vida em
primeiro lugar, mas não minha família. Tio Tomaso escancarou a porta e me
arrastou para fora do carro pelos cabelos me jogando no chão. Ele estava
gritando nomes horríveis para mim a plenos pulmões. Connor não conseguiu
se afastar rápido o suficiente.
— Qual menino? — diz uma voz perigosa da porta. — Qual foto? Onde
está?
Endureço. Não sabia que Laz ainda estava na casa.
— Por que, você quer uma cópia? — Eu rosno por cima do ombro, sua
expressão escurece.
Eu me viro para mamãe, mas uma mão forte agarra meu braço e me
arrasta para fora da cozinha. Luto com Laz a cada passo do caminho, mas
seus dedos machucados não me soltam. Ele me empurra para fora da porta
da frente e em direção ao seu carro estacionado na rua.
— Deixe-me ir.
Laz me empurra para dentro de seu veículo e bate a porta atrás de
mim. Com um guincho de borracha de pneu, corremos pela rua.
Minha bochecha ainda está ardendo por causa do tapa de mamãe, o
pior provavelmente está esperando por mim quando eu chegar em casa.
Ainda nem contei a ela que estou suspensa.
Laz para e estaciona perto de uma ponte próxima ao rio. É uma rua
estreita com a ponte elevando-se sobre nós e protegida por árvores.
Absolutamente ninguém está por perto. Ele se vira para mim com um olhar
selvagem.
Antes que ele possa me acusar de qualquer coisa, eu digo. — Eu não
enviei a ninguém uma foto dos meus peitos.
— Tudo bem. Você não fez.
Ele nem mesmo zomba das palavras. Minhas sobrancelhas se erguem
em surpresa. Eu me pergunto por que ele acredita em mim, então percebo o
motivo com um sentimento sombrio.
— Por que está com essa cara? — ele pergunta.
— Você só acredita em mim porque acharia hilário se eu quisesse
mostrar isso a alguém. — Eu aceno minha mão no meu peito.
Um sorriso aparece no canto de sua boca enquanto ele olha para o
meu top. — Eu gosto de seus seios pequenos.
Empurro seu ombro com a palma da minha mão. — Dane-se.
Laz enfia um dedo na gola da minha camiseta. — Não acredita em
mim? Mostre-os para mim.
Eu afasto suas mãos. — O quê? Não.
— Algum merdinha que é careca como um filhote de passarinho viu
seus peitos e eu não. Vou lhe dizer o que você tem.
— Os caras da escola têm dezoito anos, não doze.
Seus olhos brilham. — Você quer dizer que eles são homens? Agora
estou com ciúmes. É isso. Levante seu top.
Ele agarra minha cintura com as duas mãos e desliza os polegares por
baixo da minha camiseta.
— Pare com isso. — murmuro, contorcendo-me contra a porta do
carro. Há apenas uma polegada de espaço para se mover. Meu coração está
batendo contra minhas costelas. Eu poderia espetá-lo nos olhos com minhas
unhas, mas a intensidade de seu olhar verde me faz segurar seus
antebraços. Eu não quero que ele pare de olhar para mim exatamente do
jeito que ele está agora.
Como se ele realmente estivesse com ciúmes.
Meus olhos se fixam na cicatriz que divide seus lábios no canto da
boca. — Como você conseguiu isso?
— Brigando. — Olhando bem nos meus olhos e se movendo tão
devagar que é uma agonia, Laz começa a puxar minha blusa para cima. Eu
tenho muito tempo para detê-lo, ele não está segurando o algodão com
tanta força que eu não poderia empurrá-lo para baixo. Ele o empurra para
cima de modo que fique apertado sob meus braços, expondo totalmente
meus seios. Como de costume, não estou usando sutiã.
Ele baixa os olhos e eu encaro seu rosto, com medo de que ele vá rir
de mim. Eu odeio que Laz seja bonito. Odeio que ele tenha um nariz longo e
reto, sobrancelhas escuras e cílios pretos como tinta que são exuberantes
demais para um homem. Uma mandíbula dura e aqueles lábios cheios de
cicatrizes e provocantes. Só que eles não estão provocando agora. Eles são
cheios e macios. Seus olhos são suaves também, me absorvendo como se eu
fosse uma obra de arte.
Laz puxa meu mamilo sensível entre o dedo indicador e o polegar, dói
tanto que eu gemo baixinho. Minha cintura arqueia involuntariamente em
suas mãos e eu puxo uma respiração instável.
— Foda-se, você é sexy. — diz ele com uma voz áspera.
Mia Bianchi, se prostituindo no carro de novo, só que dessa vez não
estou me comportando mal com um namorado da escola, estou mostrando
meus peitos para um homem de quase trinta anos, que por acaso é meu
padrasto.
Laz envolve seus braços em volta das minhas costas e me puxa para
mais perto dele. Quando ele abaixa a cabeça, seu cabelo escuro cai sobre os
olhos. Ele passa a língua lentamente por um dos meus seios e depois belisca
meu mamilo com os dentes.
Eu gemo em seus braços e o calor inunda minha boceta. Calor e uma
dor aguda e doce. Apoio uma das mãos no painel e a outra no teto do carro
enquanto respiro de forma instável. Quero tocar Laz e descobrir se seus
músculos são tão bons quanto parecem, mas não ouso tocá-lo porque sei
que ele o fará. Ele vai me fazer sentir melhor do que qualquer coisa que eu
já senti antes, não poderei deixá-lo ir.
Ele não é seu, eu me lembro freneticamente.
Não toque nele porque ele não é seu.
— Qual é o nome desse cara? — ele murmura de forma persuasiva,
passando sua língua macia sobre meus mamilos. — Aquele que tirou a foto.
Eu não vou fazer nenhuma loucura. Vou apenas fazê-lo deletar a foto. Você
quer isso, não é, Bambi?
Meu Deus, eu poderia gozar apenas com sua língua em meus seios.
Meu pulso está acelerado descontroladamente, empurro minha mão suada
contra o painel, tentando pensar. Ele realmente não fará nada louco? Mas
tudo que Laz faz é uma loucura, inclusive o que ele está fazendo comigo
agora. — Eu não confio em você.
Ele leva um mamilo na boca e me chupa. Forte. — Quem eu?
Ah, porra. — Você se casou com minha mãe há quatro semanas, agora
você está... Agora você está...
Eu o sinto sorrir contra a minha carne sensível. — Agora estou me
divertindo mais do que nunca em anos. Estou vivendo sob o mesmo teto de
uma cadela excitada que está com fome do meu pau desde o momento em
que a conheci. Ela tem os olhos de foda-me mais lindos que eu já vi, o som
dela gemendo meu nome enquanto eu bato em sua doce boceta é tudo que
eu quero de Natal.
Ele planta beijos lentos no meu pescoço, como a putinha excitada que
ele diz que eu sou, eu desnudo minha garganta para ele. Eu não o quis no
primeiro momento em que o vi. Estava hiperconsciente dele no momento
em que ele entrou na sala com seu sorriso e aqueles músculos. Eu estava
captando aquela energia do pau grande como se minha boceta fosse de
repente um maldito radar. Quanto mais eu tentava ignorá-lo, mais
violentamente ele se intrometia em meus pensamentos.
Agora estamos em seu carro e meus seios estão em suas mãos
grandes e quentes enquanto ele beija minha garganta. Como diabos isso
aconteceu?
Laz se afasta e nossos rostos ficam a centímetros um do outro. A
cicatriz no canto de sua boca me convida a beijá-lo, enquanto o resto do
mundo parece muito distante.
— Diga-me, Bambi. — Laz murmura, provocando meus lábios por não
tocá-los com os dele. — Diga-me quem te machucou e você nunca mais terá
que se preocupar com ele.
— Você se importa que algum garoto esteja me atormentando quando
me atormentar é sua coisa favorita a fazer?
Um sorriso perverso toca seus lábios. — Eu não estou atormentando
você. Isso são preliminares. — Ele olha acima de nossas cabeças para a
palma da minha mão pressionada contra o teto de seu carro. — Por que
você não está me tocando?
Não quero saber como ele parece. Eu não quero repetir a sensação
dele sob minhas mãos uma e outra vez enquanto eu estava deitada na
minha cama no escuro, esfregando furiosamente meu clitóris.
Laz enfia uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Bambi, não
fique tão apavorada. Eu sou um bastardo tagarela, mas não vou sair
correndo e contar a ninguém sobre isso. Você acha que eu quero atrair a ira
dos Bianchis sobre minha cabeça, dizendo a eles que estou brincando com
minha enteada? — Ele sorri ainda mais, seus caninos brancos e brilhantes
brilhando. — Então me toque.
Não. É uma armadilha. Ele toca meu corpo. Eu toco o dele. Ele me
beija. A próxima coisa que sei é que estou no banco de trás do carro dele
enquanto ele me martela até a morte. Mais uma decisão terrível.
Engulo em seco. — Vamos para casa.
Laz pega um punhado da minha camiseta a puxa para baixo e a coloca
cuidadosamente de volta no lugar sobre minhas costelas. Ele se recosta,
finalmente, consigo respirar novamente. — Não até que você me dê esse
nome.
O mundo corre de volta. Puta merda. Como ele comanda cento e dez
por cento da minha atenção assim? — Não se preocupe com isso. Eu não me
importo mais.
A expressão de Laz escurece. — Há uma marca vermelha em sua
bochecha, Bambi. Estou furioso pra caralho. Ou vamos para casa e eu dou
uma bronca na sua mãe por colocar isso aí, ou você me deixa despejar tudo
sobre o bastardo que causou essa merda em primeiro lugar.
Meu coração convulsiona de emoção. De repente, não me importo se
ele é sincero ou não. Laz quer me defender. Eu desejo saber como é isso
pela primeira vez na minha vida.
Levanto meu punho e mostro a ele o hematoma vermelho em meus
dedos. — Mas eu já o peguei bem.
Laz pega minha mão e beija a marca. — Você o pegou tão bem. Mas
deixe-me acabar com ele para você. Não se preocupe, não vou matá-lo. Eu
só vou socá-lo forte o suficiente para deixá-lo com um olho roxo. Bater nos
alunos do ensino médio não é muito divertido.
— Ele tem um metro e oitenta de altura, malha e tem um irmão mais
velho e um pai malvado.
Ele dá de ombros. — Então?
— Eles gostam de luta livre.
Os olhos de Laz brilham de prazer. — Você quer dizer que será uma
luta adequada? Agora você está falando. Nome e endereço. Agora.
Eu suspiro e olho para frente através do para-brisa. Talvez eu me
arrependa disso, mas eu digo a ele o endereço.
— Boa menina. — ele diz, seus olhos brilhando quando ele liga o carro.
Quando paramos do lado de fora da casa de Kaleb, ele e seu irmão
Michael estão jogando basquete na garagem. Ambos tiraram as camisetas e
uns bons cinco centímetros de roupas íntimas de grife estão aparecendo por
cima dos jeans com cinto. Eles são quase tão altos quanto Laz, Michael
claramente se exercita tanto quanto ele.
Laz se vira para mim, erguendo as sobrancelhas. — Jesus. Eu estou
lutando contra esses caras? Você não poderia ser intimidada por Napoleon
5
Dynamite ?
— Ninguém está obrigando você. — eu digo a ele, mas uma decepção
amarga rasteja em minha voz. Por um tempo, me senti bem que alguém
estava indo lutar por mim, mesmo que fosse meu padrasto estranho,
estranhamente sexy e definitivamente perturbado.
Laz me dá um sorriso preguiçoso. — Você acha que eu não posso levá-
los? Bambi, eles estão fritos.
Nós olhamos nos olhos um do outro e meu coração bate contra
minhas costelas.
Ele sai do carro e grita. — Qual das vadias quer dançar?
Passo a mão no rosto. Oh, meu Deus.
Kaleb e Michael trocam olhares e franzem a testa. Eles parecem
entender a mensagem de que não estamos aqui para vender biscoitos de
escoteiros, enquanto Michael joga a bola de basquete de lado e os dois
caminham ameaçadoramente em direção ao carro.
Laz bate a porta e se inclina para falar pela janela. — Fique aí, baby. Eu
volto já.
Ele se vira para encarar os dois garotos, ainda sorrindo.
Todos eles estão avaliando um ao outro, Kaleb e Michael parecem
relutantes em chegar muito perto até descobrirem quem é maior, mais
malvado e mais louco.
Laz não tem problema em se aproximar e ficar na cara deles. — Vamos
jogar vinte perguntas. Eu vou primeiro. Quem é o idiota que tirou uma foto
de Mia?
Kaleb olha além de Laz e me vê. Com um sorriso malicioso para o
irmão, ele diz. — Ei, é a Srta. Peitos Pequenos. — Ele se volta para Laz. —
Quem está perguntando? Você é o cafetão dela?
O sorriso de Laz desaparece. Sem aviso, ele puxa o punho para trás e
bate na mandíbula de Kaleb.
Kaleb cambaleia com a mão no rosto e cai.
Eu aperto minhas duas mãos sobre minha boca. Ah, porra. Isso foi um
erro. Kaleb é um menino e Laz é um homem adulto. Isso não é justo.
Michael agarra Laz pelas costas da camiseta, gira-o e dá uma joelhada
nas bolas dele. Os olhos de Laz se arregalam e ele se dobra com um gemido.
Então o joelho de Michael o atinge no rosto, o sangue escorre do nariz de
Laz e pinga no concreto.
Eu tiro minhas mãos da minha boca e estremeço. Ok, talvez seja justo.
Kaleb se recupera e se levanta, pronto para atacar Laz, mas Laz se
endireita e tira os pés de baixo dele. Enquanto Kaleb está caído novamente,
ele dá um soco em Michael. Michael pode ser grande, mas é lento, não vê
Laz chegando e fica com o lábio partido por seu descuido.
Laz empurra Michael de volta contra a casa e aponta um dedo em seu
rosto. — Fique fora disso. Não vou machucar seu irmão. Eu quero o telefone
dele e depois vou embora.
Ele volta para Kaleb, que acabou de começar a se sentar. Laz está
sobre ele com a mão estendida. Há sangue por todo o lábio e queixo. — Seu
telefone. Então eu vou embora.
— Por quê? Quem diabos é você? — Kaleb resmunga como um
menino de dez anos, enxugando o nariz sangrando com os dedos.
— O padrasto de Mia. — Laz ferve. — E você sabe por quê. Essa foto
que você tem no seu telefone da minha garota.
Com uma expressão mal-humorada no rosto ensanguentado, Kaleb
enfia a mão no bolso e puxa o telefone.
Nesse momento, uma caminhonete vem rugindo pela rua. Kaleb e
Michael se viram para olhar, seus rostos se iluminando. O motorista
estaciona atrás de mim e sai, ele é enorme. Ele é mais velho que Kaleb e
Michael, ele tem um metro e oitenta de músculos raivosos e experientes em
um boné de caminhoneiro e regata. Este deve ser o pai de Kaleb, ele está
chateado.
Ele examina a cena à sua frente, enfia a mão na traseira de sua
caminhonete e puxa um taco de beisebol.
— O que diabos está acontecendo? — Ele passa direto pelo Camaro
em direção a Laz sem me ver, brandindo o bastão como se mal pudesse
esperar para espancar alguém até a morte com ele. Michael, energizado
pela visão de seu pai, começa a se aproximar de Laz. Até Kaleb está sorrindo.
A expressão de Laz fica frouxa. — Ah, porra.
Oh merda, de fato. Sem pensar duas vezes, puxo o freio de mão para o
banco do motorista e ligo o carro. Ele chia quando acelero o motor e me
esforço para lembrar como engatá-lo. Mudanças de marchas. Eu não posso
dirigir malditas marchas manuais.
Depois de um momento desajeitado, o carro passa pelo pai de Kaleb e
eu piso no freio ao lado de Laz. — Entre!
Ele não precisa ser informado duas vezes. Ele pega o telefone de Kaleb
dele, abre a porta e pula no carro.
— Não pare, por favor, não pare. — eu imploro ao motor em trabalho.
No espelho lateral, o pai de Kaleb está cada vez mais perto com aquele taco
de beisebol. Michael correu para a garagem e saiu com seu próprio bastão.
— Do que você está brincando, Bambi? Vá.
Eu movo meu pé na embreagem e o motor começa a funcionar.
Ofegante de alívio, me afasto do meio-fio e coloco o pé no acelerador. O
carro geme em protesto. Esqueci de engatar a segunda marcha e só estamos
indo a dezesseis quilômetros por hora.
Laz está virado no banco do carona para poder olhar pela janela
traseira. Vejo pelo espelho retrovisor que a caminhonete sai na rua e corre
atrás de nós, com três pessoas sentadas dentro dela.
— Oh, meu Deus. Oh, meu Deus. — eu digo repetidamente enquanto
meu sangue ruge em meus ouvidos. Eu mudo da segunda para a terceira
marcha e ouço um rangido insuportável.
Laz olha para o câmbio manual e depois para mim. — Que diabos está
fazendo?
Estou em pânico, é isso. Seremos pegos e teremos nossas cabeças
esmagadas por um taco de beisebol. — Eu não posso dirigir seu carro
estúpido! Eu só tive três aulas em um manual.
— Acelere. — Laz ordena, eu empurro com meu pé. Ele põe a mão
sobre a minha, puxa o câmbio para a quarta marcha e engatamos a marcha.
O poderoso motor ruge e disparamos para a frente. Por um segundo, meu
coração se acelera.
Mas a caminhonete está se aproximando de nós.
A rua termina e eu mudo para a segunda antes de virar a esquina em
alta velocidade. A traseira derrapa com um guincho de borracha e quase
batemos em uma árvore. Espero Laz gritar comigo para ter mais cuidado
com seu precioso carro.
Ele dá um tapinha no meu ombro com força, ainda olhando para trás.
— Sim! Você tem isso, Bambi. Deixe-os comendo poeira.
A estrada está livre à frente. Eu respiro fundo.
E acelero.
As marchas mudam suavemente. Laz grita de alegria enquanto
corremos à frente.
Mas a caminhonete não desiste. Kaleb está se inclinando para fora da
janela do passageiro, gritando algo indistinguível, mas ameaçador. Ele fica
cada vez mais alto à medida que a caminhonete sobe em nossa bunda.
Este é o meu bairro, por acaso sei que há uma estrada de acesso ao rio
que aparece quase do nada no topo de uma colina. Eu acelero como se
estivesse determinada a nos levar para cima e para a ponte para a estrada
principal do outro lado. A caminhonete muda de faixa à nossa esquerda,
preparando-se para nos ultrapassar e nos cortar. Eles não notaram a estrada
de acesso. Estamos passando por isso. Estamos quase passando.
Com o coração na garganta, viro o volante para a direita. Buzinas soam
e meu estômago parece desaparecer completamente do meu corpo. O
Camaro agarra a estrada e permanece no curso. A caminhonete passa por
nós sobre a ponte, ouço um rugido de frustração dos três homens no carro.
Solto um grito de triunfo e piso no acelerador, seguimos pela estrada
secundária e ao longo do rio.
Laz bate no painel com o punho e sorri. — Você os perdeu. Porra, sim,
Bambi.
Estou rindo demais para recuperar o fôlego. A caminhonete estará
perdida em um emaranhado de sinais vermelhos e tráfego agora. Viro à
direita e vou para casa.
— Isso foi uma loucura. Primeiro pensei que você iria matá-los. Então
pensei que eles iam matar você.
Laz ignora minha preocupação. — Por favor, eu tive a vantagem o
tempo todo.
— Sim, você teve a vantagem com suas bolas quando Michael as
acertou com o joelho.
Ele estremece. — Seja gentil com minhas bolas. — Ele puxa o telefone
do bolso e o segura. — Você vai me dizer o que é esta foto e como eles
realmente a conseguiram?
O sorriso morre em meu rosto. Laz não acredita na minha mentira
sobre não usar sutiã esportivo durante a aula de educação física. Como não
atendo, ele abaixa a janela e joga o telefone fora. Ele navega atrás de nós e
cai no rio.
Olho por cima do ombro, surpresa. — Você não vai olhar para isso?
Você nem vai me incomodar com isso?
Ele sorri para mim, relaxando em seu assento, parecendo muito sexy
para um homem com sangue por todo o rosto. — A lembrança de seus seios
macios na minha boca vai ser melhor do que qualquer foto. Boa direção,
Bambi.
Também me pego relaxando, curtindo a brisa em meu cabelo e o
barulho do potente motor. — Seu carro facilitou.
— Eu mesmo o modifiquei. — Ele dá um tapinha carinhoso no painel.
— Mas você ainda dirigiu como uma cadela gostosa.
Minha boca se contrai quando um brilho quente se espalha por mim. A
estrada se abre diante de nós e parece liberdade. Isso causa uma dor física
no meu peito para ir para casa.
Quando entramos pela porta da frente, mamãe olha com desgosto
para o rosto ensanguentado de Laz, meu cabelo desgrenhado e minhas
bochechas coradas.
— Nós resolvemos com o idiota que tirou aquela foto de Mia. De nada.
— Laz diz a ela.
Mamãe dá a ele um sorriso excessivamente doce. — Obrigada por
defender a honra da minha filha, querido marido.
O sorriso desaparece de seu rosto e ela balança a cabeça como se
estivesse com nojo de nós dois.
Ele aponta um dedo em seu rosto e paira sobre ela. — Nunca mais
coloque a mão na sua filha.
Mamãe olha para ele com uma expressão entediada. — Uma tarde
batendo em alguns adolescentes e você acha que é o homem da casa? Vá e
se limpe. Você é uma vergonha. — Ela se volta para o telefone,
murmurando. — Vocês dois.
O sangue ainda está pingando do nariz de Laz. Pego uma bolsa de gelo
no freezer e empurro seu ombro. A última coisa de que precisamos é outra
luta explosiva nesta casa. — Vamos. Vamos lá para cima.
No banheiro, ele se empoleira na beirada da banheira enquanto eu
limpo o sangue de seu rosto com um pano úmido.
— Em todos os meus dias de luta, nunca fui atendido por uma garota
tão bonita.
Eu dou de ombros, enxugando suavemente em torno de seu nariz
como se não importasse para mim uma gota que Laz acabou de me chamar
de bonita. — Isso não parece quebrado, mas acho que vai doer.
Ele sorri para mim, seus olhos brilhando. — Valeu a pena.
Com um sobressalto, percebo que estou de pé entre seus joelhos
abertos. Ele está com as mãos apoiadas na borda da banheira como se
estivesse me convidando para chegar mais perto.
Eu deveria me mover.
Mas, não me afasto.
Em vez disso, pego a bolsa de gelo atrás de mim e a pressiono
suavemente sobre seu nariz. Ele sibila de dor e estende a mão para pegá-la
de mim, segurando-a no lugar.
— Aquele garoto ainda pode ter aquela foto sua. — Laz me diz. — Ele
poderia ter enviado para um amigo ou feito backup.
— Talvez. — murmuro. Não sei se me importo mais. Essa foto era
sobre poder, Laz e eu simplesmente pegamos uma boa parte dela de Kaleb.
— Deixe-os desfrutar dos meus peitinhos se estão tão obcecados por mim.
Um sorriso se espalha no rosto de Laz. — Você é uma fodona do
caralho.
— Quem eu? — Dou um passo para o lado para pegar um pano limpo
e molhá-lo. Quando dou um passo para trás, seu joelho está entre minhas
coxas, eu o aperto, fingindo que estou tentando limpar o resto do sangue de
sua mandíbula e garganta.
Laz geme e sua mão com a bolsa de gelo cai de seu nariz. Seu rosto
está no mesmo nível do meu tronco, ele olha para minha cintura e quadris
nus como se estivesse se perguntando qual é o meu gosto.
— Você quer que eu te foda, Bambi? — ele murmura com voz rouca.
Dou uma risada engasgada como se não estivesse me imaginando
vividamente montando em suas coxas.
— Vire-se e puxe sua calcinha para o lado para mim. Uma trepada
rápida antes de descermos para jantar com sua mãe.
Meu coração dispara, então tropeça e sai voando com uma das
palavras que ele falou. Mãe.
O que diabos estou fazendo? Laz é casado com minha mãe, ela está lá
embaixo neste segundo esperando por nós. Eles brigam um com o outro,
mas muitos casais fazem isso quando cuidam um do outro. Tenho certeza de
que mamãe se preocupa com Laz à sua própria maneira. Ela não merece um
marido que a trai com a própria filha.
E há algo mais. Tenho dado a Laz a impressão de que sou muito mais
experiente do que realmente sou. Não sou santa, mas sou virgem. Laz
parece que seu tipo são mulheres que sabem o que estão fazendo. Assim
que eu disser que não, ele perderá o interesse.
Com as bochechas queimando, murmuro. — Que primeira vez
sedutora.
— Estamos com pressa, mas não vou deixar você esperando. Esse pau
é mágico, Bambi. Suba e experimente.
Repulsa explode através de mim com suas palavras insensíveis. Ele é
tão depravado que pode falar sobre deflorar a enteada como se não fosse
nada. Como se eu não fosse nada.
Estou tão cansada de me sentir como se não fosse nada.
Pego a bolsa de gelo de sua mão e coloco de volta em seu rosto. Forte,
de modo que ele estremece. Laz não me quer. Ele só quer a perversidade de
dizer que fodeu com a enteada.
Eu me afasto dele. — Você é um porco. Obrigada por uma noite de
emoções baratas e violência estúpida, mas mantenha suas mãos para si
mesmo de agora em diante.
CAPÍTULO QUATRO
MIA

— Laz. — eu sussurro-gemo, minha cabeça inclinada para trás no


travesseiro. — Por favor, Laz. Mais.
O suor cobre meu corpo. Minhas costas arqueiam para fora da cama.
Minhas pernas estão bem abertas enquanto sensações douradas correm do
meu clitóris para meus mamilos e depois por todo o meu corpo. Minhas
pernas começam a tremer. Estou respirando cada vez mais forte, os dedos
fazendo movimentos frenéticos no meu clitóris.
Lembro-me de suas mãos em meu corpo. Quase posso senti-lo na
cama comigo. Seu peso sobre mim e o tom exato de sua voz profunda em
meu ouvido. A maneira dolorosamente lenta como ele arrastou sua língua
sobre meus mamilos sensíveis. O impulso de seus quadris, só que desta vez
estamos nus, o pau que eu só senti através de suas roupas está preso dentro
de mim, ele mal consegue empurrar porque é tão grosso e eu sou tão
apertada e...
Eu grito quando meu clímax balança todo o meu corpo. Gozo forte,
meus músculos internos apertando em nada, doendo por alguma coisa.
Doendo por Laz.
Meu padrasto, que atualmente está no final do corredor e na cama
com minha mãe.
Foda-se.
O que eu estou fazendo?
Fecho as pernas e levanto a cabeça, tomada por um impulso súbito e
culpado de que alguém está me observando. Me ouvindo. Por um
momento, tenho certeza de que verei Laz parado no final da minha cama,
olhando para mim porque ele acabou de me testemunhar gozando
enquanto choramingava seu nome. Pensando em seu corpo, seu pau, seus
lábios nos meus e sua língua profundamente dentro da minha boca.
Eu caio para trás com um gemido, vergonha me lambendo, mas
querendo gozar de novo. A luz da manhã está espiando pela minha cortina,
está quase na hora de levantar e ir para a escola. Graças às estrelas, minha
suspensão acabou e finalmente posso sair desta casa. Minha boceta está
encharcada, o dedo médio da minha mão direita está começando a enrugar
porque estou nisso há uma hora e gozei seis vezes. Esfregar meu clitóris não
é suficiente. Eu quero mais, mas não sei como me dar. Quando enfio meus
dedos dentro de mim, eles estão em um ângulo estranho e tão rasos que
não fazem nada por mim.
Eu preciso dos dedos grossos de Laz e seu corpo apoiado sobre o meu,
um sorriso cruel em seu rosto enquanto ele os enfia profundamente dentro
de mim, observando-me contorcer impotente debaixo dele.
Do corredor ouço a voz de mamãe, abafada pelas portas fechadas.
Ambos estão no quarto principal. Mamãe e Laz. E se eles estiverem
transando enquanto eu estou aqui desejando que ele esteja arrastando os
dedos pela minha boceta escorregadia e enfiando os dentes nos meus
mamilos?
Um pensamento ainda pior me ocorre, eu me sento, começando a
suar frio. E se ele estiver contando para a mamãe o que fizemos juntos no
carro dele? Ou como eu me excitei em seus dedos na noite em que ele se
esgueirou para a minha cama? A ideia de Laz estar excessivamente
incomodado por sua consciência parece improvável, mas ele poderia fingir
que precisa desabafar apenas para ferrar com essa família. Não confio nem
um pouco nele.
Ou alguém pode tê-lo visto chupando meus seios em seu carro outro
dia. Estávamos perto do rio, mas não sabíamos exatamente o que nos
rodeava.
Eu agarro cada lado da minha cabeça e gemo de horror ao pensar
naquela fofoca voltando para mamãe. Estou sendo esfolada viva pela minha
vergonha. Sinto-me ainda pior do que quando meu tio me arrastou seminua
para fora do carro de Connor.
— Então, por que você ainda está fantasiando com ele? — Eu
sussurro-grito para mim mesma.
Mas eu sei por quê. É porque Laz é tão sexy que chega a ser
desagradável. Ou ele é tão desagradável que é sexy. De qualquer maneira,
eu quero socá-lo, arranhá-lo, machucá-lo e então fazer com que ele me
domine, me prenda e me foda sem sentido. A maneira como tenho agido
perto dele, ele ouviu isso alto e claro, a vergonha me queima de novo.
— Eu gostaria que ele não soubesse. — eu gemo, caindo de volta nos
travesseiros. Ele tem tornado minha vida um inferno nos últimos dias,
sorrindo para mim e se vangloriando. Fazendo insinuações quando ninguém
mais está ao alcance da voz. Eu gostaria de ser outra pessoa, qualquer outra
pessoa, para poder apenas dormir com ele e tirá-lo do meu sistema. Não
seria difícil porque, pelo que ouvi, Laz é um prostituto total. Eu ouvi o irmão
dele dando um sermão sobre isso no casamento. Fabrizio Rosetti disse a Laz
que ele precisava ser homem, ser um marido adequado e engravidar
mamãe.
O ciúme me inunda da cabeça aos pés com a ideia de eles terem
aquele pequeno projeto juntos. Fazendo muito sexo para engravidar.
Calculando a previsão dela e fazendo testes de gravidez. A esperança. A
expectativa. Planejando tudo.
Caio em um devaneio, imaginando como seria fazer tudo isso com Laz.
Especialmente o sexo. Imagino minhas mãos pressionadas contra o peito nu
de Laz enquanto ele me fode, cada impulso pontuado com um gemido
profundo. Enchendo-me com seu sêmen e então me segurando como se eu
fosse a preciosa futura mãe de seu filho. O calor me inunda com grande
ímpeto.
E então fica frio quando a realidade volta.
Laz e mamãe.
Mamãe e Laz.
Francamente, eles são um casal terrível. Eles não têm nada em
comum. Ela não o faz rir. Ela não o chama de Laz. Ela nunca dirigiu o...
Eu me belisco, com força. O que eu estou pensando? Não tenho
ciúmes de Laz. Eu odeio Laz, isso não mudou porque ele fez uma coisa boa
para mim.
Chuto os cobertores das minhas pernas e vou para o chuveiro, uma
confusão quente de raiva, frustração e nojo de mim mesma. Nunca pensei
que o faria, mas mal posso esperar para estar na escola novamente. Mamãe
me deu um castigo por ter sido suspensa, sem telefone, sem piscina, sem
TV, não tenho nada para fazer a não ser dever de casa, ler e esbarrar em Laz
toda vez que saio do meu quarto.
Literalmente esbarrando nele. Juro que ele se posiciona nas curvas
para que eu colida com seu corpo. Subitamente desequilibrada, eu
automaticamente levanto minhas mãos e agarro o que quer que esteja mais
próximo para me apoiar. Toda vez que ele sorri para minhas mãos em seu
peito, eu quero dar um tapa em seu rosto, em seguida, ficar na ponta dos
pés para beijá-lo.
Aposto que ele sabe como usar essa língua de modo realmente bom,
lento...
Eu faço um barulho estrangulado no fundo da minha garganta, abro
apenas a torneira fria e passo sob o spray congelante.
A escola é uma distração bem-vinda e me enterro no lugar. Posso
sentir, em vez de ouvir, os outros alunos falando sobre mim, eles ficam mais
ousados com o passar do dia.
Depois do almoço, as pessoas começam a fazer comentários
diretamente na minha cara. Meninos, principalmente. Eles fingem ter medo
de mim, recuam e riem como se eu fosse atacá-los.
— Bianchi, pensei que você estava suspensa por briga, não por
tentativa de homicídio.
— Cuidado meninos, a gatinha tem garras.
— Mais com punhos de aço.
Eu não sei do que eles estão falando até que avisto Kaleb pouco antes
do final do dia. Seu rosto está roxo e amarelo com hematomas. Ele não pode
ter contado a ninguém que eu e Laz aparecemos na casa dele, Laz deu uma
surra nele e no irmão. Suponho que isso não combine com a imagem de
lutador profissional que os dois estão tentando cultivar. É melhor que todos
pensem que ele me deixou bater nele.
Tudo o que ele precisa para passar o dia.
De repente, sou a garota má da escola. Eu me vejo andando com uma
mola no meu passo, meu rabo de cavalo balançando e um sorriso no rosto.
Meu bom humor só melhora quando encontro minha irmã Rieta me
esperando no portão da escola em seu conversível vermelho.
Sento no banco do passageiro e dou um beijo nela. — Rieta, o que
você está fazendo aqui?
Rieta é linda, com cabelos escuros e acobreados que ficam vermelhos
à luz do sol e olhos castanhos brilhantes. Ela sorri, covinhas aparecem em
suas bochechas. — Pensei em levar a ovelha negra da família para tomar
sorvete agora que ela está livre.
— Mamãe disse que eu estava de castigo. — resmungo.
— Oh, ela me contou tudo sobre isso, em detalhes longos e
demorados. Espero que você tenha deixado aquele menino com um olho
roxo. — Rieta ainda está sorrindo enquanto se afasta do meio-fio e entra no
trânsito, não posso deixar de sorrir também. Nós duas temos que lidar com
o fato de ter uma mãe autoritária tipo A, embora Rieta tenha tido mais
facilidade do que eu porque ela sempre foi uma boa filha, se casou com um
homem bem-sucedido e bem relacionado.
— Você e Isabel têm tanta sorte de me ter para tirar o calor de vocês.
Rieta me espia por cima dos óculos escuros. — Você pensa? Quantas
vezes mamãe disse que você estaria grávida agora se apenas tentasse mais?
Eu estremeço. Rieta e Nero estão casados há um ano e meio, ainda
não têm filhos. — Sinto muito, é tão difícil. Como você está se sentindo?
Rieta suspira profundamente ao entrar na rua principal, onde estão
todos os cafés e lojas. — Frustrada. Estou fazendo tudo certo. Calculando
minha previssão. Enfiando minhas pernas no ar depois.
Eu começo a rir. — O quê?
Minha irmã sorri para a estrada à frente. — Para manter o você-sabe-
o-que dentro de você depois que ele terminar. Eu me sinto tão boba, mas as
pessoas afirmam que funciona. E, no entanto, não está funcionando para
mim. Nesse ritmo, mamãe vai engravidar antes de mim.
E agora estou pensando em Laz e mamãe novamente. — Nojento.
Rieta se vira para mim. — O que é nojento?
— Eles tendo um bebê.
— Eles são casados. É natural. Mia, por que você parece tão
assustada?
Eu rapidamente reorganizo meu rosto e finjo estar entediada com a
conversa. — Eu não estou assustada. Eu estou apenas...
Assustada.
Nervosa.
Com ciúmes.
— Você não acha que ela está muito velha para ter um bebê?
Rieta dá de ombros. — Ela tem apenas 41 anos e me disse que está
animada com a ideia. Além disso, todos desejam que os laços da família
Bianchi-Rosetti sejam solidificados. Que maneira melhor do que com um
bebê?
— Sim, que maneira melhor. — eu concordo, ainda assim meu
estômago está revirando e torcendo como uma cobra furiosa em um saco.
Rieta estaciona do lado de fora da sorveteria e sorri alegremente. —
Aqui estamos. Vou tomar um cone do tamanho da minha cabeça para me
sentir melhor por não estar grávida. Depois de ficar de castigo, você deve
precisar de um com o dobro do tamanho da sua cabeça.
Estou olhando fixamente para o painel, perdida em meu próprio
mundo. Mamãe vai engravidar. Rieta ficará grávida. Tudo será conversa de
bebê em casa. Laz e Nero vão bajular suas esposas e recém-nascidos, dois
homens grandes e fortes que ficaram moles. Um sentimento doentio e
invejoso se espalha por minha barriga.
— Mia?
— O quê? Oh, eu realmente não estou com vontade de sorvete.
O rosto de Rieta cai. — Mas você sempre gostou de sorvete depois da
escola.
Normalmente eu faço, especialmente quando é com a única pessoa
nesta família que realmente se preocupa comigo. Eu respiro fundo e sorrio
através da minha náusea. — Você está certa, eu quero um pouco. Mas
podemos levar para casa e comê-lo à beira da piscina? Estou banida da
piscina há dias.
Minha irmã relaxa em um sorriso. — Absolutamente. Vá escolher seus
sabores, eu pago.
Quinze minutos depois, tiramos os sapatos e estamos balançando os
pés na água fria enquanto tomamos nosso sorvete. Eu tenho uma xícara
pequena com colheres de sorvete de melancia e pêssego. Rieta tem um
cone waffles recheado com biscoitos e creme, morte por chocolate e
ondulação de framboesa.
Mamãe sai de casa e nos examina com uma expressão afiada. Quando
ela não consegue encontrar nada para me repreender, ela se volta para
Rieta.
— Você não acha que é muito sorvete para uma pessoa só?
— Os laticínios são importantes para as mulheres que estão tentando
engravidar. E para mulheres com mães agressivas. — Rieta me cutuca de
forma conspiratória e pisca.
Abaixo minha cabeça para esconder meu sorriso. Eu não conseguiria
falar assim com mamãe, mas ela apenas fez um som tsk para Rieta.
— Se eu engravidar antes de você, terei uma conversa com seu
marido. Nero não pode trabalhar o tempo todo e esperar ter um filho
magicamente.
Rieta dá uma lambida melancólica em seu sorvete. — Você
provavelmente ficará grávida antes de mim. Você ainda está no período de
lua de mel, onde é sexo noite e manhã.
Mamãe sorri para ela, seus lábios carnudos e satisfeitos. — Sim, ele é
difícil, meu marido. Tão exigente.
Quase engasgo com meu sorvete. Minha mãe nunca fala assim, é
duplamente perturbador quando me lembro de como o marido dela tentou
me ferrar.
— Jogue o resto desse sorvete no lixo, querida. Não vai encorajar seu
marido no quarto se você ganhar alguns quilos.
Rieta revira os olhos para as costas de mamãe e volta a comer seu
sorvete. — Jogar fora? Este sorvete é bom demais para jogar fora.
Eu faço um som vago em resposta, muito preocupada imaginando se
Laz está tendo rapidinhas clandestinas com mamãe por toda a casa, apenas
fora de vista. Ele nunca mais vai me tocar. Jamais. Quem diabos é ele,
pensando que pode transar com todas as mulheres desta casa?
Um momento depois, o próprio homem sai da cozinha, manchas de
graxa nos dedos e antebraços musculosos. Quando chegamos, ele estava
com a porta da garagem aberta enquanto trabalhava em seu Camaro.
— Olá, Lazzaro, como vai você? — Rieta pergunta com um sorriso
educado.
Espero que ele a corrija e diga a ela para chamá-lo de Laz, mas sua
expressão apenas pisca com aborrecimento antes de vagar até mim. Ele
observa minhas pernas nuas e a saia escolar enrolada em volta das minhas
coxas, longe da água. — Estou ótimo. Vocês garotas parecem estar se
divertindo.
Rieta balança as pernas para frente e para trás na piscina. — Apenas
encontrando maneiras de lidar com o peso das expectativas da mamãe.
Espero que seus esforços para fazer o bebê estejam indo melhor do que os
meus.
Estou demorando minha pequena colher no sorvete, mas meu olhar
está fixo em Laz, vejo sua mandíbula cerrar.
Ele está irritado. O que isso significa? Ele odeia que falem sobre seus
assuntos particulares? Ele não queria que eu soubesse que ele está tentando
engravidar minha mãe porque vai me enojar quando ele está tentando me
foder?
Enfio minha colher com raiva no sorvete. Tarde demais. Estou enojada.
— Boa sorte ou o que quer que as pessoas digam. — diz ele a Rieta
categoricamente. Eu posso senti-lo olhando para mim, mas eu me recuso a
olhar para cima. Um silêncio constrangedor se estende enquanto finjo estar
absorta em meu sorvete.
Finalmente, ele se vira e entra na casa.
— Ele não é do tipo tagarela, é? — Rieta observa.
— Oh, ele fala muito quando está causando problemas.
Rieta faz uma cara simpática. — É muito difícil viver aqui hoje em dia?
Se você precisar de um lugar para fugir, sempre pode vir para o meu.
É sempre difícil viver sob o mesmo teto que a mamãe. É meio que
Rieta oferecer sua casa como um lugar onde eu possa dormir, mas morar
com Nero não é uma perspectiva melhor. Ele e mamãe são cortados do
mesmo tecido. Ambos são pessoas sérias e distantes, concordam em não
gostar de mim.
— Obrigada. Eu ficarei bem. — Especialmente desde que eu tenho um
plano. Eu gostaria de poder confiar em minha irmã, mas não posso arriscar
que nada volte para mamãe.
— Preciso de um pouco de água. Quer um pouco? — Eu me levanto da
piscina e vou para a cozinha.
— Não obrigada, estou feliz com meu sorvete. — Rieta grita atrás de
mim.
Eu sorrio para mim mesma enquanto caminho descalça para a cozinha.
Com um cone de waffles tão grande, aposto que ela está.
O sorriso morre em meus lábios quando viro no corredor e corro
direto para Laz.
— Boa conversa com sua irmã? — Ele pergunta com indiferença,
encostando-se na parede e bloqueando meu caminho até a geladeira.
— Ainda não terminamos e sim, obrigada. Agora mexa-se.
Mas Laz fica exatamente onde está. — Não deixe a fofoca fluir muito
livremente.
Minha expressão endurece. — Que significa?
— Você sabe o que isso significa.
O que ele acha que eu vou fazer? Gabar-se para minha irmã que meu
padrasto me deixou seminua em seu carro? Isso não é conversa de garotas.
Isso é autoimolação por pura vergonha.
— Eu não tinha ideia de que você estava morrendo de vontade de ser
um homem de família. — eu digo.
Seus olhos sobem e descem pelo meu corpo. — Quer me ajudar com
isso?
Meus lábios se curvam. — Você é nojento.
Os olhos de Laz piscam e ele rosna. — Eu não gosto do seu tom,
Bambi. Seja educada com seu padrasto.
— Ou o quê?
— Ou vou bater um papo com sua mãe sobre o jeito que você tem se
jogado em cima de mim. — Ele sorri como se estivesse se lembrando de
todas as vezes que estivemos pressionados um contra o outro de maneiras
inapropriadas.
— Você... — Começo a explodir a plenos pulmões, antes de me
lembrar sobre o que estou brigando com ele e onde, abaixo a voz. — Seu
idiota. Eu me jogando em você? Você sabe que é o contrário.
— Em quem você acha que ela vai acreditar?
Um rubor raivoso mancha minhas bochechas. — Chantagem
emocional? Sério?
— O que quer que me dê o que eu quero.
— E isso é?
Um sorriso desliza em seu rosto bonito. — O doce prazer de te
atormentar.
Tanto para o outro dia, quando quase nos sentimos como amigos.
Acho que o que ele realmente queria era bater em alguém. — Mantenha a
classe, idiota.
Ele agarra meu braço e me puxa de volta para ele. Eu praticamente
caio contra seu peito musculoso e tenho que puxar minhas mãos para trás
de seu abdômen duro como pedra. Jesus Cristo, o homem está crescendo.
Quando estou na escola, tudo o que ele deve fazer é malhar.
— Agora, Bambi. — ele diz com um sorriso ameaçador. — Você não
gostaria que sua mãe descobrisse como você empurrou seus peitos para
mim no meu carro e me implorou para transar com você.
Um punho frio aperta meu coração. Por mais que mamãe pareça não
gostar de Laz, ela acreditaria nele, não em mim. — Te odeio.
— Eu te odeio ainda mais. — A maneira como ele rosna mais forte em
meu ouvido faz meus dedos dos pés se curvarem contra os ladrilhos frios.
Laz finalmente me solta e vai embora, respiro fundo enquanto olho
para suas costas largas, tentando acalmar minha fúria.
Estarei aqui apenas alguns meses. Só mais alguns meses, mas talvez
não dure tanto. Posso matar meu padrasto durante o sono.
— Mia? — Rieta voltou da piscina e franze a testa ao ver a expressão
em meu rosto. — Está tudo bem?
Nada na minha vida está bem, mas forço um sorriso para minha irmã.
— Estou bem. Apenas conversando com Laz.
— Você quer vir para minha casa e assistir TV?
Normalmente eu adoraria isso. A casa de Rieta fica a apenas algumas
ruas de distância e seu marido demorará horas para chegar. Ele trabalha até
tarde o tempo todo. — Obrigada, mas eu tenho que me preparar para o
trabalho.
— Tem certeza de que deveria estar trabalhando nesses turnos?
Mamãe diz que algumas noites você só chega em casa às duas da manhã. É
um café esquisito que faz você trabalhar até tarde.
Eu olho com culpa para minha irmã, mas ela está cavando em sua
bolsa para as chaves do carro. Não é uma pergunta suspeita, apenas uma
observação ociosa.
Com um encolher de ombros, eu digo. — É perto de uma faculdade.
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Muitos alunos estudam até tarde e precisam de frappés .
— Oh. Ok então, divirta-se. Eu falo com você em breve. — Rieta me dá
um beijo de despedida e depois se dirige para a porta da frente, dizendo. —
Tchau, mãe. Tchau, Lazzaro.
Nenhum deles responde a ela.
Tomo um gole de água diretamente da jarra na geladeira e limpo a
boca com as costas do pulso, revivendo os últimos momentos cheios de ódio
com Laz.
Não guardo a maneira como ele rosnou mais forte em seu sonhos
eróticos.
Mas, enquanto subo as escadas para o meu quarto para tomar banho,
já estou preenchendo mentalmente um cartão com todos os detalhes sobre
o discurso de Laz e a expressão em seu rosto para arquivar em um armário
brilhante sob o nome de Filha vadia doente leva uma surra de seu Padrasto.
CAPÍTULO CINCO
LAZ

É perfeito.
Tudo sobre isso é perfeito. A loja. O showroom palaciano. As seis baias
para carros de manutenção. A enorme área de armazenamento. As salas dos
funcionários. As enormes árvores frondosas na frente que protegiam o calor
nos dias quentes.
Posso imaginar a placa pendurada com orgulho na frente do prédio.
Rosetti Motors and Servicing. A vida que eu quero está tão perto que posso
tocá-la. Experimentar isso. Cheirar a graxa do motor.
Este lugar pode ser meu.
Deve ser meu.
Mas meus irmãos estão arruinando meus sonhos. Ganhei um bom
dinheiro para a família ao longo dos anos, mas como um idiota, não foi para
minha conta bancária, foi para a conta da família que meu pai e agora Faber
controlam. Deve somar centenas de milhares de dólares, transferindo suas
importações suspeitas, supervisionando tantos clubes ilegais. Dei tudo de
mim pela família Rosetti, quando pedi o que é meu por direito, eles viraram
as costas para mim. Sou um canhão solto, o não confiável, mas a ironia é
que nem quero ser um criminoso. Eu ficaria feliz até o cotovelo em motores
de carros todos os dias, comprando, vendendo e consertando motores.
Trabalhei muito pela família. Agora eu quero algo que seja meu.
Minha esposa tem dinheiro suficiente para comprar este lugar
cinquenta vezes, mas vou amarrar uma corda elástica nas minhas bolas e
pular de um penhasco antes de implorar a ela. Sei como Giulia agiria se
financiasse este lugar para mim.
Lazzaro adora mexer em seus carrinhos.
Você vai lá? Novamente? Você não foi lá ontem?
Por favor, Lazzaro, pare de fingir que seu hobby bobo é algo parecido
com trabalho de verdade.
Prefiro não ter este lugar a tê-lo nessas condições.
Eu me levanto do capô do meu carro com um gemido. Então, acho que
não estou tendo.
Preciso de uma bebida para afogar minha miséria. Ou dez, num lugar
onde os outros bebedores nunca ouviram falar em couve e quinoa.
Atravesso a cidade para um lugar onde as ruas são confortavelmente
degradadas, os homens usam jeans rasgados e camisetas desbotadas, as
meninas usam o melhor delineador alado da cidade. Estou prestes a entrar
em um bar quando vejo meu clube de strip-tease favorito, o Peppers. Seus
pés grudam no tapete, mas as meninas são lindas.
Mime-se, Laz.
Mas quando entro, mal consigo me concentrar na minha cerveja,
muito menos na barman com seios grandes ou na dançarina no palco com
seios ainda melhores e uma bunda tão apertada que você poderia jogar uma
moeda nela. Algumas garotas colocam a mão no meu ombro e perguntam se
eu quero uma dança particular. Achei que sim, mas agora não parece tão
atraente, então balanço a cabeça.
Vou terminar minha cerveja e ir embora. Esta noite é um fracasso.
— Por favor, seja bem-vinda ao palco, Tasha.
Eu olho para cima, mais para mostrar algum respeito pela garota que
está se apresentando do que por interesse. Estou prestes a baixar o olhar
quando algo sobre a garota esbelta de cabelo lilás atrai meu interesse.
Em primeiro lugar, ela é tão bonita e pequena que minhas mãos doem
para passar por aquela cinturinha dela. O cabelo lilás a faz parecer etérea,
há uma curva sedutora em seus lábios. Ela tem o menor par de seios que eu
já vi. Quase sem peitos, mas adoráveis, mamilos rosa framboesa que fazem
minha língua se mover contra o céu da boca. O jeito que ela está dançando é
incrivelmente sexy, balançando aquela bunda bonitinha e fazendo balanços
lânguidos ao redor do mastro.
De repente, meu pau está em posição de sentido. Não consigo desviar
os olhos dela, pelo que posso dizer em minha visão periférica, todos os
outros homens nesta espelunca também estão olhando para a fada no
palco.
Ela está dançando há um minuto antes que eu perceba com um
sobressalto que conheço essa garota. Eu pulo de pé, minha cadeira
disparando atrás de mim e caindo no chão.
— Mia.
A garota que se autodenomina Tasha estava sorrindo de um homem
para o outro, finalmente, seu olhar pousou em mim. Aqueles olhos
castanhos dela se arregalam momentaneamente quando encontram os
meus. Mas então eles estão passando para o próximo homem, aquela
expressão lânguida de foda-me sendo concedida a outra pessoa.
Minha enteada é stripper? Acabei de pegá-la e ela vai continuar
dançando como se nada tivesse acontecido?
Sem chance. De jeito nenhum. Eu agarro a beirada do palco, me
preparando para pular e arrastá-la para fora.
— Ei, o que você pensa que está fazendo? — Um segurança me agarra
pelos ombros e me puxa para trás.
Eu me viro para ele e aponto para Mia com um dedo indicador furioso.
— Essa é minha enteada.
O segurança olha de mim para Mia e vice-versa. A raiva desaparece de
seu rosto, mas ele me obriga a voltar para o meu lugar e endireita minha
cadeira para mim. — Me desculpe, cara. Ela escolheu estar lá em cima,
então você precisa aguentar ou sair.
Não consigo me sentar, então agarro as costas da minha cadeira com
força pelo resto da dança de Mia. Os caras continuam estendendo notas
para ela, ela os deixa colocar o dinheiro no cós de sua calcinha, seus dedos
acidentalmente de propósito roçam sua carne. Cada vez que um desses
canalhas a toca, eu quero arrastá-los daqui pelos cabelos, mas o segurança
está com os braços cruzados e seu olhar estreito direcionado diretamente
para mim. Um movimento errado e estarei lá fora, onde não poderei chegar
até Mia.
Quando ela termina a dança, ela tem notas suficientes enfiadas na
calcinha para colocar papel de parede em uma casa.
Abro a boca para chamá-la para fora do palco, mas ela me ignora, dá
um aceno sedutor para a sala e desaparece de volta por onde veio.
Inacreditável.
Eu entro no caminho de uma das dançarinas que está vestida com um
fio dental roxo com lantejoulas, um boá de penas brancas e nada mais. —
Diga a ela para sair e falar comigo.
A mulher me dá um olhar de cima para baixo. — Quem?
— Mia. — Ela me encara fixamente, eu rosno entre dentes. — Tasha.
Fio dental roxo me dá um sorriso sarcástico e coloca a mão em seu
quadril. — Nós não seguimos suas ordens aqui, querido. Se você quiser ver
Tasha, precisará pagar por uma dança particular.
Eu puxo minha carteira para fora da minha calça jeans. — Então eu
vou pagar por uma dança particular.
Ela aponta para onde eu preciso ir, depois de entregar o dinheiro, sou
levado a uma pequena sala e instruído a esperar.
Alguns minutos depois, Mia entra pela porta usando um fio dental
branco com babados.
Salto alto de plástico transparente.
A peruca lilás encaracolada.
Um sorriso sedutor em seus lábios brilhantes direcionados
diretamente para mim.
E absolutamente nada mais.
Ela parece uma isca de prisão. Chave de cadeia inocente e de dar água
na boca. Geralmente não é o meu tipo, a garota quase legal que
provavelmente não conhece o próprio clitóris, mas por acaso sei que esse
pequeno anjo tem uma boceta de ouro derretido e pode se esfregar até o
orgasmo em meus dedos.
Abro a boca para perguntar que diabos ela está fazendo aqui, mas ela
põe as mãos nos meus ombros e me empurra contra o assento. Uma música
começa a tocar, algo sexy e lento, Mia senta no meu colo.
Quando ela se aproxima de mim, sinto o cheiro e o calor de seu corpo
perfeito, meu pau fica em posição de sentido novamente.
Eu agarro as laterais da minha cadeira. Ai Jesus. Eu não estava
esperando isso. Planejei gritar com Mia para se explicar, mas ela está
arrastando sua boceta ao longo da minha ereção e de repente estou vendo
estrelas.
— Que diabos está fazendo?
— O que você acha, baby? — ela murmura com a voz mais excitada
que eu já ouvi. — Eu estou te dando uma dança.
Ela não está agindo como se me reconhecesse. Ocorre-me o
pensamento maluco de que Mia tem uma irmã gêmea, mas reconheço a
pequena verruga na lateral de sua garganta. Eu beijei ela outro dia no meu
carro. Com certeza é ela.
— Você sabe quem eu sou, certo?
Talvez ela esteja chapada como uma pipa e não perceba que o homem
contra o qual ela está se contorcendo é seu padrasto.
— Claro que sim. O que você está fazendo aqui, Laz?
Mia segura meus ombros e arqueia todo o caminho para trás,
movendo seu corpo em um lento semicírculo. As luzes coloridas acima
brincam em sua pele impecável.
— Mia...
— É Tasha. — Ela encontra meu olhar e me dá uma piscadela. — Mas
você pode me chamar de Bambi se quiser. Devo tirar isso?
Ela passa um dedo provocador sob o cós de seu fio dental de babados.
Eu engulo. Duro.
A resposta certa seria empurrá-la do meu colo e repreendê-la sobre
como é inapropriado para qualquer um de nós estar aqui, especialmente
juntos, quando eu sou casado, ela está no ensino médio e eu sou a porra do
padrasto dela.
Mas nunca fui muito bom em tomar a decisão apropriada.
Ela abaixa a tira da calcinha, dando-me um vislumbre de sua boceta
depilada. — Eu não vou contar. Como você provavelmente pode imaginar,
sou muito boa em guardar segredos.
Sem brincadeiras. Eu nunca teria imaginado em um milhão de anos
que era aqui que ela passava suas horas como “barista”. Ela não está agindo
como a Mia que eu conheço. Tensa. Vulnerável. Respondona. Tasha é
ousada e sexy e tem a missão de me divertir.
A raiva ainda está fervendo sob a superfície, mas eu não poderia tirar
Mia do meu colo nem que minha vida dependesse disso. Ela segura meus
ombros e me encosta-se à cadeira, eu deixo. Recosto-me com os joelhos
abertos e minhas mãos segurando o assento.
Mal consigo respirar enquanto Mia abaixa o cós da calcinha, primeiro
de um lado, depois do outro. Suas unhas brancas e o fio dental branco de
babados brilham nas luzes negras.
Nós dois estamos vendo ela se despir para mim, nossas cabeças
inclinadas juntas. O mundo inteiro fica em segundo plano e a música
desaparece.
Lentamente, Mia se acomoda em minhas coxas, se levanta e se vira.
Ela puxa o fio dental cada vez mais para baixo, até que eu possa ver toda a
sua bunda gloriosa. Então ela se curva duas vezes e arrasta a calcinha pelas
pernas e sai dela.
Ainda curvada, Mia estende a mão para trás e arrasta as unhas
lentamente sobre sua boceta, em seus lábios franzidos e abrindo-se para
mim. É preciso todo o meu autocontrole para não estender a mão, puxá-la
contra o meu rosto e enfiar minha língua profundamente dentro dela.
Endireitando-se, Mia se vira e cai de braços abertos no meu colo,
abraçando minhas coxas com os joelhos. Ela faz um movimento rolante com
os quadris, para frente e para trás, até encontrar o volume grosso do meu
pau no meu jeans, um sorriso se espalha em seus lábios.
— Laz. — ela sussurra, envolvendo os braços em volta do meu
pescoço.
Eu engulo, lutando para me controlar. — Sim, Bambi?
— Você não pode dizer a minha mãe que me viu aqui. — Mia me diz,
arrastando seu pedaço nu para cima da minha ereção. — Você não pode
contar aos meus tios. — Ela desliza para baixo do meu pau, arqueando as
costas e fazendo minhas bolas doerem. — Tem que ser o nosso segredo.
Eu gemo e meus olhos quase fecham. Droga, ela é tão boa nisso.
Quantos homens a viram assim e sentiram seus paus esfregando contra sua
boceta? Meu sangue está fervendo, metade por ciúme e metade pela
necessidade de pegar Mia em meus braços e deixá-la sem sentido.
— Você parece louco. — ela murmura, mantendo aquela pressão
insanamente boa para cima e para baixo no meu pau. — Ou você está
apenas com tesão?
— Estou furioso. — digo a ela, levantando minhas mãos até sua
cintura e puxando-a com força contra meu pau. Eu empino meus quadris
lentamente, desejando estar profundamente dentro dela.
— Você não deveria colocar as mãos em mim. — ela geme, com os
olhos fechados.
— Você vai me impedir?
— Eu vou. Vamos, amigo.
Eu olho para cima e vejo o segurança de antes vindo em nossa direção
com uma expressão de pedra no rosto.
Ele está realmente começando a me irritar.
Mia sorri para ele. — Está tudo bem, Jimmy. Nós nos conhecemos.
— Regras são regras, Tasha.
Mia estende a mão para parar Jimmy no momento em que ele tenta
me arrastar para fora da sala. — Eu entendo. Ele seguirá as regras. Não vai,
Laz?
Não quero largar Mia, mas não posso ser expulso daqui. Minhas mãos
deslizam de sua cintura e batem na cadeira. Aperto com força, todo o meu
corpo febril de necessidade.
O segurança parece satisfeito e recua. — Divirta-se. Padrasto.
Eu lanço um olhar para ele quando ele nos deixa sozinhos novamente.
— Eu odeio que ele esteja te observando.
— Não pense nele. — ela me diz, retomando os movimentos gloriosos
de sua boceta.
Minha cabeça tomba para trás com um gemido. — Mia, eu deveria
estar arrastando você para fora daqui, mas não quero que você pare.
— Eu disse a você, eu não sou Mia aqui. Eu sou a Tasha.
Abro os olhos e observo seu belo rosto. Ela não está agindo como Mia.
Ela mal se parece com Mia com toda essa maquiagem no rosto e essa
peruca lilás, mas é o jeito que ela está se segurando também, coluna reta e
orgulhosa. Ela está gostando de não ser ela mesma por um tempo, e quem
pode culpá-la? Sua vida é cheia de dor e solidão. Tasha pode ser quem ela
quiser. Quando beijei os peitos de Mia no meu carro, ela ficou tão
constrangida com eles. Mas Tasha sabe que eles são especiais em um bar
cheio de mulheres com implantes enormes.
— Você não acreditou em mim da última vez quando eu disse que
você é sexy. — murmuro, observando-a com os olhos semicerrados. Ela tem
as mãos pressionadas contra o meu peito enquanto se move ao som da
música. — Tasha vai acreditar em mim se eu contar a ela?
Ela move seu olhar para mim e depois para o meu pau. Seus lábios
estão curvados em um sorriso como se minha ereção fosse a melhor coisa
que ela já viu. — Não sei. Experimente.
Eu aperto meu assento ainda mais forte. — Você é muito gostosa. É
tudo o que posso fazer para não explodir em meu jeans, você tem meu pau
tão duro. Você sempre me deixa tão duro.
— Obrigada, baby. Você também não é tão ruim. Sempre tive uma
queda por bad boys com tatuagens.
Mas é Tasha falando, não Mia, uma linha praticada que ela
provavelmente já usou dezenas de vezes antes e soa monótona. É quem
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costuma pagar as lap dances dela, homens tatuados? Com sua aparência
doce, ela deve atrair o pior tipo de canalhas.
Mia acaricia sua mão sob minha mandíbula. — Eu posso sentir você
ficando com raiva de novo. Apenas relaxe e tente se divertir.
— Pare de ser Tasha. Apenas seja você.
Ela fica imóvel, uma linha se formando entre suas sobrancelhas e seus
olhos ficando enormes de preocupação. — Eu não quero ser Mia agora.
Minhas mãos se levantam para tocá-la, tranquilizá-la, mas tenho que
largá-las novamente e rosno de frustração. — Mia é quem eu quero.
Ali. Eu disse isso. Sou casado com a mãe dela e minha vida está uma
bagunça, mas eu quero a Mia.
Mia olha para mim com aqueles olhos enormes dela, eu vejo além da
maquiagem e atitude de stripper para a garota vulnerável no interior. — Eu
não deveria querer você, Laz.
— Eu também não deveria querer você. Mas não consigo parar de
pensar em você. Onde quer que eu vá naquela casa, posso sentir você.
Posso provar você. Está me deixando louco.
Mia me lança um olhar desafiador. — Eu pensei que você só queria me
deixar infeliz por diversão.
Eu faço.
Eu fiz.
Não sabia o que diabos eu estava fazendo.
— Eu estava com raiva. Estava descontando em você.
— Agora você quer descontar em mim de uma maneira diferente?
Meu olhar desliza para baixo de seu corpo e eu respiro. — Foda-se, eu
já fiz.
— Você está tão bravo com mamãe e seus irmãos que quer me foder
como um grande foda-se para eles. — ela diz.
— Sim. Não. Não sei.
Mia passa as unhas pelos cabelos curtos da minha nuca. — Eu também
os odeio, Laz. Então talvez eu deixe você me foder porque um grande foda-
se para eles seria muito bom. Mas se alguém descobrir, vamos ter muitos
problemas.
Sem merda. Provavelmente serei espancado até a morte pelos tios
dela. — Eu vou. Você não. Não vou deixar nada acontecer com você.
Ela acaricia os dedos pelo meu cabelo. — Ninguém nunca quis me
proteger antes. Às vezes parece que minha família ficaria mais feliz se eu
morresse.
Uma mão gelada aperta meu coração, eu gostaria de poder dizer a ela
que isso não é verdade, mas ela não acreditaria em mim, não vou mentir
para ela. — Então continue vivendo por puro despeito. Ou apenas viva
porque você é linda, por dentro e por fora, o mundo precisa de pessoas
como você.
Preciso de pessoas como você.
Eu preciso de você.
Ela sorri, um sorriso real e lindo que ilumina seus olhos.
Eu tomo uma respiração irregular. — Bambi, eu quero tanto te beijar.
Mia se aproxima e passa os dedos pelo meu lábio inferior,
murmurando. — Aposto que você beija muito bem. — Ela se inclina ainda
mais perto e lambe a cicatriz no canto da minha boca, então passa o lábio
inferior entre os dentes como se eu fosse delicioso. — Mmmm. Estou
ansiosa para fazer isso.
Vou perder a cabeça em um minuto.
— Lembra quando você gozou nos meus dedos? Faça isso no meu pau.
Mostre-me como você é linda.
Ela muda seu ritmo e o ângulo de seus quadris, seus lábios se abrem
com prazer enquanto ela esfrega seu clitóris na cabeça do meu pau.
Seus gemidos suaves enchem o ar ao nosso redor e suas bochechas
estão coradas. — Você sabe que eu posso gozar assim. E você?
Nunca liguei muito para lap dances. Se vai ter uma menina no colo, do
que adianta usar roupa e não poder tocá-la? É mais frustrante do que
gratificante.
Mas não hoje. Estou paralisado pela visão de Mia se movendo contra
mim, sua bunda cor de pêssego esfregando contra o meu pau da maneira
certa. A maneira como ela está deslizando para cima e para baixo me deixa
cada vez mais perto do meu pico. — Bambi, eu tenho vontade de explodir
com você em meus braços desde que coloquei os olhos em você. Isso não
era o que eu imaginava... — Eu paro com um gemido. — Mas eu não estou
reclamando.
Luto para me controlar porque ela ainda não chegou lá. Suas pequenas
mãos estão apertando meus ombros e seus gemidos estão ficando cada vez
mais altos.
— Diga-me que você nunca se jogou no colo de outro homem assim.
Jure. — Minha voz é gutural e exigente.
Minta para mim se for preciso.
— Nunca. — Mia balança a cabeça, mas não quebra o contato visual,
gemo quando percebo que ela está dizendo a verdade.
Seus movimentos são carentes e desesperados agora. Ela está na
descida para o orgasmo e sua boca está aberta enquanto ela respira com
dificuldade. Ela esfrega uma, duas vezes mais, então sua respiração fica
presa, ela aperta seus braços e joelhos ao meu redor enquanto goza.
Os movimentos frenéticos de seus quadris me levam ao limite. Não
gozo nas calças desde a adolescência, mas é assim que me sinto com Mia no
colo. Envolvo meus braços apertados em torno dela e enterro meu rosto em
seu cabelo. Nós nem fizemos sexo, me sinto mais próximo dessa mulher do
que de qualquer outra mulher que já esteve na minha vida.
— Laz. O segurança. — ela me lembra.
Merda. Eu deixo cair meus braços e me sento. Outra música começa a
tocar, Deus sabe quanto dinheiro estou sendo cobrado por isso, mas não me
importo, desde que Mia não vá a lugar nenhum.
Olho para ela enquanto ela afasta o cabelo lilás do rosto. Ela não
consegue levantar os olhos por um momento, como se de repente estivesse
tímida.
— Mia querida, isso foi uma loucura, eu adorei cada segundo.
Mia hesita e depois acena com a cabeça.
Eu franzo a testa para ela. — Você não gostou disso?
— Não, quero dizer. É claro. Senti... Com certeza nos deixamos levar.
— Mia fecha os olhos e respira fundo algumas vezes.
Quando ela os abre, ela é Tasha novamente, o sorriso sedutor está de
volta naqueles lábios perfeitos. Meu coração despenca em desapontamento
e o mundo corre de volta. Onde estamos. O fato de que o segurança apenas
observava tudo o que acontecia entre nós.
— Eu poderia sentar aqui a noite toda com você. — Mia se contorce
contra mim, um cheiro familiar toma conta de mim enquanto ela exala.
— Você andou bebendo?
Seu sorriso desaparece. — Eu não estou bêbada.
— Não foi isso que perguntei. Posso ver que você não está bêbada,
mas está bebendo no trabalho?
Mia olha para o lado, se abraça e dá de ombros. — E daí? Foram
apenas dois shots.
— Gosta de trabalhar aqui?
Mia começa a rir, mas é uma risada fria e forte. — Eu não sei, o que
você acha, Laz? Eu sou terrivelmente autoconsciente o tempo todo e tenho
que desfilar nua na frente de um bando de estranhos. Fico uma pilha de
nervos antes de cada turno, a única coisa que me equilibra são goles de
vodca a cada poucas horas.
— Então por que diabos você está fazendo isso? — Eu atiro nela.
Ela dá de ombros. — O mesmo motivo de todos os outros. Eu preciso
do dinheiro.
— Por quê? Quem está chantageando você? Que dívidas você tem?
— Não é nada disso. Eu tenho que dar o fora daquela casa e logo. Eu
odeio estar lá.
Não a culpo. — Eu cuidarei de você. Quanto você precisa?
— Você também não tem dinheiro.
— Quem disse que não?
— Eu pensei que toda a razão pela qual você se casou com minha mãe
fosse pelo dinheiro dela.
— Não. Meu dinheiro. Tenho uma herança e uma participação nos
negócios da família que meus irmãos estão escondendo de mim porque,
aparentemente, sou muito impulsivo.
Ela levanta uma sobrancelha para mim enquanto olhamos um para o
outro.
— Não diga isso. — murmuro.
— Suas calças estão cheias de esperma e sua enteada está sentada em
seu colo.
Ela disse isso.
Eu encaro o lindo rosto de Mia. E se o erro que eu realmente cometi
foi me casar com a mulher Bianchi errada? Essa garota é muito mais a minha
velocidade. Ela é selvagem. Sexy. Engraçada. Se eu fosse o marido dela,
daria tudo de mim para fazê-la feliz e para engravidá-la.
— Obrigada pela oferta, mas estou bem. E preciso continuar
trabalhando porque não atingi minha meta para esta noite.
Eu sinto meus olhos quase saltando da minha cabeça quando ela se
levanta do meu colo. — Você vai voltar lá?
Mia olha para mim surpresa.
Não.
Tasha olha para mim.
Ela está usando sua máscara legal e profissional, usando um manto de
confiança, apesar do fato de estar completamente nua. E úmida. Eu posso
ver como os lábios de sua boceta estão brilhando. O que eu não daria por
uma lambida.
— Claro que vou. Vejo você em casa.
Ela vai me ver em casa? Eu fico de pé quando meu temperamento
atinge o teto. — Você não está trabalhando neste lugar nem mais um
segundo.
Ela revira os olhos. — Oh, por favor. Não aja paternalmente depois do
que acabamos de fazer. Eu não vou desistir porque você me disse para fazer
isso. Isto é minha vida.
Quero gritar, ou melhor, ainda puxá-la por cima do meu ombro, mas
posso sentir aquele segurança a um segundo de me expulsar de verdade
desta vez.
— Eu disse a você, vou cuidar de você.
Mia dá uma risada desdenhosa. — Você? Por que eu confiaria em
você? Eu não confio em você. Minha família te odeia mais do que me odeia,
você pode desaparecer a qualquer momento. Tenho meu futuro para pensar
e só posso confiar em mim mesma.
Por um lado, estou orgulhoso dela por me enfrentar. Por outro, foda-
se isso por uma piada. Ela está deixando este lugar e não pisará em outro
clube de strip enquanto viver. Eu puxo minha carteira da parte de trás do
meu jeans. — Quanto para atingir sua meta?
— Eu pensei que você estava quebrado?
— Estou comprando um negócio falido, não falido em dinheiro. São
centenas de milhares que me devem, não mesada. Quantos?
Ela me considera com a cabeça de lado. — Três mil.
Neste lugar decadente? Duvido, mas não me importo. Eu coloco
oitocentos na mão dela. — Pronto. Você vem e eu te dou o restante. Você
receberá o mesmo na próxima semana e na semana seguinte, e na semana
seguinte. Agora pegue suas coisas e vamos sair daqui, ok?
Mia segura as notas, olhando para mim. — Eu não vou deixar você se
tornar meu sugar daddy. Se você odeia tanto me ver neste lugar, não precisa
olhar.
— Você não vai ser minha sugar baby. — Eu cerro meus dentes, em
seguida, explodi com um. — Você vai ser minha namorada.
A boca de Mia cai aberta. — Você está louco? Como isso vai funcionar
quando você é casado com minha mãe? Não deixe que uma lap dance faça
você perder a cabeça. Você vai me superar pela manhã, eu estarei pior do
que nunca. Apenas pegue o dinheiro de volta, eu não quero isso.
Ela empurra as notas para mim. Belisco minha testa e rosno. Sempre
com os detalhes irritantes quando nada disso importa agora. Coloquei meu
casamento com Giulia Bianchi em um compartimento e a vida que
realmente quero viver em outro. Mia está no compartimento com as coisas
que eu realmente quero.
Concentre-se em uma coisa de cada vez. Tire Mia deste lugar e volte
para casa em segurança.
Tiro minha camiseta pela cabeça, coloco-a sobre Mia e passo seus
braços pelas mangas. Desce até os joelhos como um vestido. Ela está
cuspindo de raiva agora e tentando se afastar de mim, mas eu puxo seu
corpo no estilo de bombeiro por cima do ombro e sigo para a porta.
As unhas de Mia cravam em minhas costas nuas. — Seu idiota, Laz.
O segurança bloqueia a entrada, mas eu passo por ele. — Não se
preocupe em me expulsar, vamos embora. Estou estacionado na frente, o
Camaro preto. Você pode me trazer as coisas de Mia? Tenho vinte para você
no meu carro, se quiser.
O segurança hesita e então se dirige para onde quer que as meninas
tenham seus armários. Acho que não sou o primeiro homem que arrastou
sua namorada, esposa ou filha para fora deste lugar.
Atraímos um monte de olhares dos clientes e transeuntes nas ruas
enquanto nos dirigimos para o meu carro, o homem sem camisa com uma
stripper em uma camiseta por cima do ombro. Eu olho para a frente,
confortável em saber que ninguém pode reconhecer Mia de cabeça para
baixo em uma peruca e uma camiseta grande demais. Se eles me
reconhecerem, bem, não é a coisa mais maluca que já fiz nesta cidade.
Abro a porta do meu carro e coloco Mia no banco de trás. Quando o
segurança chega, pego as coisas dela e as passo para uma Mia furiosa. —
Vista-se. Vou levar você para casa.
Pego uma nota de vinte dólares no porta-luvas e passo para o
segurança. — Obrigado, cara. Ela não vai trabalhar aqui de novo.
O homem ri, balançando a cabeça enquanto se afasta. — Claro, ela
não vai.
Sento-me no banco do motorista enquanto Mia tira a peruca e a
maquiagem e veste as próprias roupas. Assim que ela volta a me olhar, ligo o
carro e seguimos em silêncio rumo a casa.
Abro duas portas da casa para que Giulia não veja meu carro se olhar
pela janela.
Encontrando os olhos de Mia no espelho retrovisor, eu digo. — A foto
de você com seus peitos de fora. Isso não foi tirado na escola, foi?
Seu olhar se afasta de mim e ela sussurra. — Não. Kaleb e seu irmão
vieram ao clube. O segurança os expulsou por tirar a foto, mas era tarde
demais.
Que par de idiotas. Eu gostaria de tê-los socado com mais força. —
Essa é a primeira e última vez que você mente para mim. Fora.
Ela pisca para mim surpresa. — O quê?
— Você está em casa. Caia fora. — Do jeito que estou depois do que
acabamos de fazer, não ouso arriscar entrar com Mia e Giulia nos vendo
juntos. Não consigo agir com naturalidade quando só penso em arrastar Mia
escada acima e fodê-la com força até que ela concorde em fazer tudo o que
eu disser.
Com a expressão fechada e zangada, Mia sai do meu carro, bate a
porta e caminha rapidamente pela calçada até nossa casa. Espero ouvir a
porta da frente bater e então me afasto do meio-fio.
Pretendia dirigir por mais uma hora e me refrescar, mas sinto um
aperto no peito. Pela primeira vez em muito tempo, anos provavelmente, eu
só quero ir para casa.
Alguns minutos depois, entro na garagem e desligo o motor.
Lá dentro, Giulia está sentada no balcão da cozinha enquanto Mia se
serve de um copo de suco. Minha enteada me encara, acho que ela não
esperava que eu voltasse tão cedo.
Nem eu, mas precisava vê-la aqui, de volta ao normal.
Giulia torce o nariz para mim. — Onde você esteve? Você cheira como
se uma prostituta barata estivesse se esfregando em você.
Por cima do ombro, Mia fica pálida e sua mandíbula aperta. Só posso
imaginar o inferno que cairia sobre sua cabeça se Giulia descobrisse onde
esteve esta noite e todas as outras noites em que dançou no clube. Ser
arrastada para o porão, amarrada e açoitada pode não estar fora de
questão.
— Eu? Comi um sorvete lilás mais cedo e não foi barato. Foi delicioso,
doce e exatamente o que eu queria.
Giulia me lança um olhar perplexo e se volta para o telefone. Por cima
do ombro, dou a Mia um olhar significativo.
— Na verdade, foi perfeito.
Você é perfeita.
Então eu tenho que dar o fora de lá porque o interior da minha calça
jeans está uma bagunça e eu preciso de um banho.
Quinze minutos depois, estou sentado na beira da cama com uma
toalha em volta dos quadris, secando o cabelo enquanto procuro e-mails no
meu telefone. Devo ter o e-mail da Mia em algum lugar.
Finalmente o encontrei em um de Giulia quando ela estava planejando
nosso casamento e ela copiou toda a família. Ela até incluiu o número de
telefone de Mia para o caso de alguém ter dúvidas sobre o nosso dia
especial.
Eu cerro os dentes, lembrando da farsa que foi o nosso casamento.
Giulia estava absorvendo toda a atenção que recebia como noiva, agindo
como se estivéssemos apaixonados e não fosse um acordo entre duas
pessoas que estiveram na mesma sala apenas três vezes.
Tentei me concentrar na minha noiva e me preparar mentalmente
com a ideia de dormir com ela. Estou acostumado a olhar nos olhos de uma
mulher que estou prestes a transar e ver uma necessidade dolorosa de
sentir meu pau dentro dela. Giulia olhou através de mim.
E havia a terceira dama de honra e filha mais nova de Giulia, Mia. Ela
estava atrás de suas irmãs mais velhas segurando um pequeno buquê rosa,
parecendo tão chateada quanto eu. Ninguém prestou a menor atenção a
ela, mas eu notei seu revirar de olhos e o movimento impaciente de seus
pés. Eu também podia ver o contorno de seus mamilos através do cetim fino
de seu vestido de dama de honra. O design era simples e se agarrava a seu
corpo delicioso, eu não conseguia parar de olhar para ela durante meus
votos. Finalmente consegui sua atenção, ela estava tão enojada comigo.
Desgosto queimava em seus olhos, algo mais que eu suspeitava e que ela
odiaria admitir. Que tinha passado pela cabeça dela que ela gostaria de ser
empurrada contra a parede enquanto eu fodia sua boceta com a língua.
E de repente, queria transar com uma das mulheres Bianchi. Eu queria
transar com ela muito.
Só que era a maldita errada. Se eu não pudesse transar com Mia,
então a próxima melhor coisa seria tornar a vida dela um inferno, porque é
isso que eu faço quando estou com raiva.
Eu ajo como um idiota.
Mando a Mia os dois mil e duzentos dólares que prometi a ela. Alguns
minutos depois, recebo uma notificação de que o dinheiro foi revertido para
minha conta.
Franzindo a testa, envio-lhe uma mensagem. Pegue o maldito dinheiro.
Eu sei que você precisa.
Eu nunca faço 3 mil em uma noite. Vou ficar com os oitocentos pela
dança, mas não quero o resto. Obrigada pelo gesto, eu aprecio isso. Mas eu
posso cuidar de mim.
O gesto? Não foi um gesto, é uma promessa a ela de que não vou
sentar e deixar dezenas de homens detestáveis colocarem seus olhos
indignos em todo o corpo dela.
Eu digito de volta uma resposta com raiva. Chame do que quiser, mas
você nunca mais vai tirar a roupa novamente. Eu proíbo.
Eu sorrio para o meu telefone. Proibir. Pareço um padrasto colocando
a enteada na linha.
Claro, acabei de gozar nas calças enquanto minha enteada estava
moendo no meu colo, mas estou estabelecendo a lei quando é importante.
Meu telefone vibra um momento depois. Eu não vou parar de
trabalhar. Este é o único poder que tenho no mundo e você não vai tirá-lo de
mim. Diga a mamãe se quiser, cause outra grande briga, mas ela também
não vai me impedir.
Claro que não vou contar a Giulia, mas também não vou deixar que
outros homens fiquem de olho na mulher que eu quero.
A mulher que eu quero, mas não posso ter.
Giulia entra e me vê sentado na cama só de toalha. Seu olhar
permanece em meu corpo, meio irritado com a minha presença, meio
interessada. A última coisa que preciso agora é transar com minha esposa
com a cabeça cheia de Mia.
— Boa noite. — murmuro, jogando minha toalha no chão e deslizando
entre os lençóis.
Finjo estar dormindo profundamente quando Giulia se deita e põe a
mão nas minhas costas.
No dia seguinte, estou vagando de mau humor por um
estacionamento de carros usados, procurando por um carro potente que foi
negligenciado para que eu possa trazê-lo de volta à vida com um pouco de
amor, uma nova camada de tinta e um motor superpotente. Se não posso
comprar uma oficina, vou me distrair consertando um carro em casa. Há
muito espaço na garagem quádrupla de Giulia, isso me dará algo físico para
fazer. Eu malho todos os dias na academia e ainda estou tão frustrado o dia
todo.
Talvez eu devesse ter transado com Giulia ontem à noite. Se eu
tivesse, ela poderia ter engravidado, eu estaria um passo mais perto de
conseguir o que é meu por direito. Mas o pensamento de Mia no final do
corredor nos ouvindo e totalmente enojada consigo mesma por dançar no
meu colo e chegar ao orgasmo apenas algumas horas antes me parou.
Talvez eu possa pegar Giulia enquanto Mia está na casa da irmã ou algo
assim e transar com ela rapidamente.
Eu paro o que estou fazendo e inclino minha cabeça para trás com um
gemido. Jesus, porra, Cristo. O que estou fazendo, me esgueirando pelas
costas da minha enteada com minha esposa agora? Isso é loucura. Como
faço para me meter nessas confusões?
Chuto um pneu meio vazio. Eu sei como entrei nessa confusão.
Ficando obcecado pela minha linda e intocável enteada. Ela não vai querer
nada comigo se me ouvir trepando com a mãe dela. Ela provavelmente não
vai me deixar tocá-la novamente, ponto final, porque ela não é tão confusa
quanto eu, não deveria estar tentando deixá-la assim.
Mas os lábios de Mia.
O corpo dela.
A maneira como ela me provoca e depois abre um sorriso.
Somos um casal com fodidos familiares juntos, eu gostaria de poder
pegá-la em meus braços e carregá-la para longe de toda essa besteira.
Meu telefone toca e eu o tiro do bolso. É Giulia, atendo. — O quê?
— Lazzaro.
Eu levanto minha cabeça e franzo a testa. Ela não parece normal, levo
um momento para perceber que ela está engasgada com as lágrimas. — O
que há de errado?
— Lazzaro, algo terrível aconteceu. Venha rápido.
CAPÍTULO SEIS
MIA

— Ouvi um boato sobre você, senhorita Mia Bianchi.


Os pelos do meu pescoço se arrepiam quando ouço a voz zombeteira
atrás de mim. Não preciso me virar para saber que é Trent Scorsese, um dos
amigos do meu ex. Antes de começar a namorar Connor, Trent deixou claro
que estava interessado em mim, quando escolhi seu amigo, ele se
transformou em uma cadela vingativa.
Eu continuo andando, me concentrando em ir para casa. A escola
acabou e estou de péssimo humor depois de pensar em uma coisa e apenas
uma coisa o dia todo.
Meu padrasto.
Eu gostaria de poder me encolher com nosso comportamento terrível.
Com isso, eu provavelmente poderia viver. Em vez disso, estou me
lembrando da maneira intensa como ele olhou para mim na sala privada do
clube de strip, ambas as mãos apertadas no assento de sua cadeira como se
estivesse segurando sua preciosa vida.
Bambi, eu quero te beijar tanto.
— Eu disse que ouvi um boato sobre você, Mia. — Trent grita mais
alto.
Passo a mão preguiçosamente por cima do ombro, sem me preocupar
em me virar. — Sim, Sim. Você é obcecado por mim. Toque outra música,
Trent.
Ele corre na minha frente, se vira e anda para trás, então tenho que
olhar para o rosto dele. Ele levanta as sobrancelhas uma vez, duas vezes. —
Algo sobre você em um determinado clube.
Meus passos vacilam na calçada. Ele sabe que sou uma stripper? Ou
ele sabe sobre mim e Laz? Como? Quero dizer, Laz estava chamando
atenção suficiente para nós no clube tentando me tirar do palco e depois me
puxando por cima do ombro, mas não achei que alguém da escola estivesse
lá na hora.
Trent percebeu minha expressão e seu rosto se iluminou. — Então, é
verdade. Ouvi dizer que há até uma foto circulando, mas não consigo pegá-
la.
Isso provavelmente significa que não está circulando, apenas a história
de que havia uma foto. Se a foto estivesse em circulação, eu já a teria visto.
— Não sei do que você está falando.
Trent sorri, se divertindo muito às minhas custas. — Tem certeza
disso? Ouvi dizer que Mia Bianchi sabe como trabalhar em todos os postes
da cidade. — Ele fecha o punho próximo ao rosto e enfia a língua na
bochecha, simulando um boquete, como se seu duplo sentido já não fosse
óbvio.
Um carro preto para ao nosso lado e segue em ritmo de caminhada.
Eu não posso ver o motorista, mas uma mão tatuada usando anéis de prata
está apertada no câmbio.
Trent continua zombando de mim. — Vamos, quanto custa uma
dança? Vinte? Dez? Ouvi dizer que a boceta está ficando barata.
O motor desliga. Uma porta bate. Um homem enorme e zangado
vestido de preto com olhos verdes ardentes vai direto até Trent, agarra-o
pelo pescoço e o joga contra a parede de tijolos mais próxima.
Com uma voz queimando com o fogo do inferno, Laz ferve. — Que
porra você acabou de dizer a ela?
Trent está chocado demais para responder ao homem enorme e
zangado que de repente se eleva sobre ele. Isso ou ele não pode falar
porque Laz está segurando sua garganta com muita força.
Agarro a outra mão de Laz antes que ele dê um soco no rosto de Trent.
— Laz, já chega. Solte-o.
Mas Laz não me ouve. Ou não vai.
— Ouça, seu triste babaca de esperma. Espalhe isso por aquela sua
escola. Se alguém, qualquer um, olhar de soslaio para Mia, quanto mais
vomitar nela a sujeira que acabou de sair de sua boca, eu pessoalmente os
esmagarei.
Com o rosto vermelho do sangue que Laz está espremendo em seu
crânio e tremendo de medo, Trent acena com a cabeça rapidamente.
— Laz, por favor, solte-o. Ele não consegue respirar. — Laz é uma
cabeça e ombros mais alto que Trent, duas vezes mais largo. Talvez Trent
mereça sofrer uma consequência em sua vida miserável, mas não assim.
Ele olha para mim, depois de volta para Trent. — Você tem sorte de
Mia estar aqui ou eu quebraria seus dentes. Agradeça, Mia.
Trent resmunga algo que soa como — Obrigado, Mia. — mas é difícil
dizer.
Laz não parece satisfeito, mas solta. Trent se curva, lutando para
respirar. Ele largou a mochila e Laz a joga na rua com um chute forte.
— Agora, desapareça.
O mais rápido que pode, Trent corre atrás de sua bolsa e a leva para
longe.
Eu me viro para Laz com um aceno exasperado de cabeça. — Laz, ele é
apenas um valentão. Ele não importa. Você não precisava aterrorizá-lo
assim.
— Ele é apenas um valentão? Ou ele é um homem que pensa que não
precisa tratar as mulheres com respeito?
Eu não tenho uma resposta para isso. Acho que nunca ouvi uma coisa
decente da boca de Trent sobre uma mulher. É uma das razões pelas quais
eu não queria sair com ele.
Laz volta para seu Camaro. — Eu pensei assim. Entre no carro.
— O que você está fazendo aqui?
Laz segura a porta do carro aberta, sua expressão mudando de
zangada para preocupada. — Isabel sofreu um acidente. Ela está no hospital.
O que quer que eu pensasse que Laz iria dizer, não era isso. Por um
momento, não consigo respirar e todo o meu corpo trava. Minha irmã. No
Hospital. Essas palavras não pertencem uma à outra.
— Não sei de mais nada. Vamos, sua mãe já está lá.
Nós dirigimos em silêncio. A certa altura, Laz pega minha mão, mas
estou tão doente de preocupação que me afasto.
Pergunto na recepção onde está minha irmã, a funcionária de plantão
me encaminha para o terceiro andar.
Posso ouvir mamãe soluçando no momento em que saímos do
elevador e antes de passarmos pelas portas duplas para a enfermaria. Meio
andando, meio correndo pelo corredor, temendo o que vou encontrar
quando chegar ao quarto de Isabel.
Uma voz raivosa corta o choro antes que eu possa alcançá-la. — Pelo
amor de Deus, mãe! É apenas uma perna quebrada e um nariz quebrado.
A voz de Isabel, soando forte, viva e exasperada. Eu me curvo de alívio
e Laz passa o braço em volta da minha cintura para me segurar.
— Graças a Deus. — ele murmura baixinho.
Eu acaricio seu peito brevemente em agradecimento e me afasto dele,
consciente mesmo nesta situação de que não quero que ninguém da minha
família nos veja nos tocando. Suas mãos deixam marcas ardentes em meu
corpo que só eu posso ver.
— Mas seu lindo rosto. — mamãe soluça.
Viro no corredor e vejo Isabel deitada na cama, a perna direita
engessada, fita branca sobre o nariz e dois olhos roxos. Parece que ela
estava em uma briga com um touro atacando e perdeu.
Ela me dá um sorriso fraco. — Oi, Mia. Olá Lazzaro. Algum de vocês
poderia tirar a mamãe daqui, por favor? Não há analgésicos suficientes no
mundo para lidar com ela agora.
Laz suspira e se dirige para sua esposa. — Vamos, Giulia. Vamos pegar
um café para você.
Com um pouco de persuasão, mamãe soluça e sai da enfermaria com
Laz ao seu lado.
— Graças a Deus ela se foi. Ela estava arruinando meu zumbido. —
Isabel ri para si mesma. Seus olhos têm a aparência vitrificada de alguém
que está drogada com analgésicos.
Das minhas duas irmãs, sempre me dei melhor com Rieta. Isabel é tão
parecida com mamãe que às vezes acho difícil falar com ela, embora ainda a
ame.
— Anime-se, não estou à beira da morte. — Ela franze a testa para
mim, seus olhos quase cruzados. — Pensando nisso, não tenho visto você
sorrir ultimamente. O que está corroendo você?
Eu dou a ela um sorriso tenso. — Estou bem. O que aconteceu com
você?
— Um caminhão ultrapassou o sinal vermelho. Eu bati direto nele. —
Ela imita uma batida na costela. — Eu não sabia que você poderia quebrar o
nariz em um airbag. Mas falando sério, Mia. O que tem acontecido com você
ultimamente? Ou tipo, nos últimos cinco anos. O peso do mundo está sobre
seus ombros ou algo assim.
Engulo em seco. Como ela pode não saber? Ela não vê como mamãe
me trata? Como toda essa família age como se eu fosse invisível a maior
parte do tempo? Há recriminação em seu tom, como se ser infeliz fosse
minha culpa ou se eu estivesse chafurdando de propósito.
Isabel me dá um olhar compreensivo. — A tristeza do ensino médio.
Problemas com meninos. Eu me lembro bem.
— Isabel, isso não é...
Há passos atrás de mim, se aproximando rapidamente, Isabel se anima
quando quem quer que seja aparece por cima do meu ombro. — Rieta. Acho
que você é a bonita agora, pelo menos por algumas semanas.
Eu me levanto e me afasto delas enquanto Rieta exclama. Isabel mais
uma vez descreve o acidente.
Logo atrás de Rieta está Laz com mamãe ao seu lado. Ela está
segurando uma xícara de café, embora esteja mortalmente pálida, parou de
chorar.
Eu fecho os olhos com Laz. Ele vem direto para mim, ficamos em
silêncio, encostados na parede, enquanto mamãe e Rieta se sentam uma de
cada lado da cama de Isabel, discutindo apólices de seguro, ações judiciais e
uma possível cirurgia plástica para o nariz quebrado de Isabel.
Ninguém percebe que estamos aqui. É como se fôssemos um casal de
intrusos no quarto de outra família.
— Você é a mais bonita. — ele murmura baixinho. Um momento
depois, ele muda de posição para que seu braço esteja pressionado contra o
meu. — Você sempre foi.
Cinco polegadas do meu braço tocando o dele, absorvendo seu calor e
presença. Ao ar livre para qualquer um ver. Não consigo me afastar.
Depois de quinze minutos em silêncio, Laz se endireita e coloca a mão
no meu ombro, anunciando. — Vou levar Mia para casa. Isabel, há algo que
eu possa pegar para você no seu apartamento?
As três olham em volta surpresas. Elas se esqueceram de nós.
— Mamãe vai fazer isso. Ela arrumou meu guarda-roupa e sabe onde
está tudo. Mas obrigada, Lazzaro.
— Sem problemas. — ele murmura, nos dirigimos para a porta.
Enquanto caminhamos pelo estacionamento subterrâneo, digo. —
Você não corrige os outros quando o chamam de Lazzaro.
— Eu não dou a mínima para como essas pessoas me chamam.
Quando chegamos em casa, Laz joga as chaves no balcão e tira o
telefone do bolso. — Quer pedir uma pizza?
Eu balanço minha cabeça. — Eu não estou com fome.
Seus olhos se estreitam e seu olhar se aguça, sei que algo horrível está
prestes a sair de sua boca. — Que performance Giulia fez sobre uma perna
quebrada. Acho que ela não agiria da mesma forma com você, não é?
— Obrigada por apontar isso. — eu fervo.
— Então, faça algo sobre isso.
— Como o quê? Não vou derramar vinho tinto no vestido favorito da
mamãe porque ela ama mais a Isabel.
Ele encolhe os ombros, mas há um brilho escuro em seus olhos. —
Existem maneiras melhores de se vingar.
— Não vou chupar seu pau porque minha família me odeia.
Um sorriso malicioso aparece na boca de Laz. Meus olhos são atraídos
para sua cicatriz enquanto ele caminha em minha direção. — Você vai
chupar meu pau, mas porque você deseja me sentir no fundo de sua
garganta.
O desejo dá um mergulho ardente em meu corpo. Eu me imagino de
joelhos diante dele, seu punho segurando meu rabo de cavalo enquanto ele
fode lenta e firmemente meu rosto. Calor bate através de mim de novo e de
novo.
Laz solta um gemido suave e passa a mão pelo cabelo. — Isso é
tortura, Bambi. Eu posso ver você pensando sobre isso.
Estou mais do que pensando nisso. Posso imaginá-lo vividamente.
Eu posso sentir isso.
Uma coisa que meu ex-namorado sabe sobre mim é que gosto muito
de chupar.
Gosto, realmente gosto mesmo.
Algumas noites tenho sonhos vividos com algum homem rude e
desconhecido enchendo minha boca e garganta. Eu não consigo ver nada.
Não consigo ouvir nada além de seus gemidos. Eu não sei quem ele é, mas
ele tem uma voz como chocolate derretido enquanto ele me convence a
tomá-lo mais fundo. O sonho é pura sensação, mas sempre acordo molhada
e ofegante.
Eu amo o ato de dar boquete. Amo que meu parceiro esteja paralisado
o tempo todo. Eu amo o fato de que pela primeira vez na minha vida estou
segurando todo o poder.
E eu realmente amo o fato de que sou boa nisso.
Não como Tasha.
Como eu.
— Porra, eu preciso de um banho frio ou algo assim. — Laz se vira,
balançando a cabeça.
A memória dele parado ao meu lado no hospital com sua carne
queimando a minha passa pela minha mente. Eu não quero que ele vá.
Não fico invisível quando estou perto dele. Não sou uma memória
ruim que fica se intrometendo. Toda a minha vida é amarga, pela primeira
vez, quero algo doce.
Pego dois punhados da camiseta de Laz e o puxo de volta para mim.
Seus olhos se arregalam quando minhas costas batem na parede, ele
captura minha cintura com as mãos.
— Apenas cale a boca. — eu sussurro.
Seus lábios estão tão próximos que sinto cada palavra contra minha
boca. — Eu não disse nada.
Solto sua camiseta e deslizo lentamente pela parede até me ajoelhar
ao seus pés. Pés grandes em botas pretas surradas, tão atraentes quanto
seus jeans rasgados. Tudo sobre Laz diz que ele sabe se divertir. Tudo o que
você precisa fazer é perguntar a ele como.
Minhas palmas suadas estão pressionadas contra sua barriga. Eu posso
senti-lo respirando. Esperando.
Se eu fosse uma boa menina, não estaria fazendo isso.
Se ele fosse um bom homem, ele se afastaria e me diria para levantar.
Acho que somos más pessoas porque meus dedos se enroscam em seu
cós, próximo ao botão, Laz não me impede. Ele provavelmente pensa que
estou hesitando. Que uma guerra está acontecendo dentro de mim. Eu
devo? Eu não deveria?
Mas eu já decidi que vou fazer isso. Estou fazendo disso uma refeição
porque a tensão deve estar matando-o. Ele realmente quer isso. Eu soube
quando ele deixou aquele coração pintado com esperma em meus lençóis.
Posso ver o quanto ele anseia agora enquanto o inchaço na frente de sua
calça jeans fica cada vez maior. A base grossa na cabeça de seu pau é visível
através do jeans.
Lentamente, eu me inclino para frente e dou um beijo bem ali.
Laz geme.
Abro o botão de cima de sua calça jeans.
Ele geme mais alto.
Isso mesmo, seu idiota lindo. Dê-me um gemido por cada coisinha que
te faço. Seu zíper precisa apenas do menor incentivo para que os dentes se
abram. Seu pau está inclinado para um lado, grosso e inchado, uma pontada
percorre minha boceta quando o imagino enterrado profundamente em
minha boca.
Mas ainda não. Estou ficando louca de tanto provocá-lo. Eu puxo sua
cueca para baixo, o peso de seu pau balança para frente.
Laz tem um dos paus mais lindos que já vi. Ele tirou todo o cabelo,
fazendo-o parecer enorme. A pele é macia e rosada, com uma veia grossa se
destacando ao longo de seu comprimento. Eu corro minha língua por baixo
dele, lentamente olho para cima e encontro seu olhar. Não posso evitar meu
sorriso de auto satisfação quando vejo a expressão de foco absoluto e
desejo em seu rosto.
Eu engulo a cabeça de seu pau, ele geme, enrolando o punho no
cabelo na minha nuca.
— Mia. — ele diz asperamente em uma voz que eu nunca ouvi dele
antes, profunda com necessidade e desejo. Uma maldição e uma rendição.
— Mia. Foda-se, sim, Mia.
Eu chupo-o lentamente para cima e para baixo. Ele não consegue
parar de dizer meu nome e cada vez que ele faz, meu coração se enche mais
e mais até que parece que vai explodir.
Com mãos desajeitadas, ele desabotoa minha blusa e revela o top por
baixo. Ele a empurra dos meus ombros e me expõe, gemendo enquanto
corre os dedos pelo meu peito.
Um impulso de seus quadris e a parte de trás da minha cabeça bate na
parede e seu pau desliza mais fundo. É o meu sonho. Meu sonho favorito. O
ângulo está certo. Laz está enchendo minha garganta tão perfeitamente que
não engasgo e mal preciso respirar. Eu seguro seus quadris para poder sentir
seus movimentos com meus dedos também. Eu me pergunto se você pode
gozar apenas dando boquete. Se eu tivesse me incomodado em tirar meu
jeans antes de ficar de joelhos, poderia estar me tocando, reviro meus
quadris em frustração carente.
— Tesão, Bambi? Eu vou cuidar de você em apenas um momento.
Agora, você não vai a lugar nenhum.
O rosnado em sua voz me faz gemer perto dele.
— Seus lábios perfeitos vão me levar ao limite. Eu te foderia assim o
dia todo se pudesse.
Posso dizer por sua voz que ele está pairando no limite de gozar, ele
diminuiu seus impulsos. Tentando atraí-lo o máximo possível. Mas ele não
pode. Seu corpo está ficando rígido sob meu toque enquanto ele tenta se
agarrar, mas então ele chega ao clímax com um estremecimento. Ele inunda
minha boca com seu esperma, seus quadris empurrando ao acaso.
Laz mal consegue recuperar o fôlego antes de agarrar meus ombros e
ofegar. — Não engula, porra. Não cuspa também. Apenas segure-o.
Ele respira fundo e agarra meu queixo, puxando meu rosto para o
dele.
— Deixe-me ver, Bambi.
Abro minha boca e deixo seu esperma rolar sobre minha língua. Laz
afunda os dentes no lábio inferior e sorri, o cabelo caindo sobre os olhos. —
Você é a coisa mais gostosa que eu já vi. — Sua voz é rouca de desejo. —
Agora, engula como uma boa menina.
Eu faço o que ele manda, olhando-o nos olhos o tempo todo. Laz
engancha as mãos sob meus braços e me puxa para cima. Minhas costas
batem na parede e sua boca desce na minha. Seu beijo é voraz quando ele
prova a si mesmo na minha boca. Sua língua mergulha em mim e desliza
contra a minha.
Eu preciso te foder, dizem as estocadas de sua língua.
Ele se afasta de meus lábios, planta beijos famintos e sem fôlego em
minha garganta, meus seios. Seu pau está entre nós, semiduro e brilhante.
— Vou bater em você com meus dedos até meu pau ficar duro de
novo. Só deve levar cerca de trinta segundos porque sou louco por você,
Bambi.
Há um ranger de metal, um barulho de chaves e sons da rua vindos de
fora, então à porta da frente bate. Duas vozes femininas nos alcançam do
corredor. Mamãe e Rieta.
Merda. Merda. Merda.
Eu puxo meu top para cima e freneticamente abotoo meu cardigã. Laz
parece mais irritado do que qualquer outra coisa enquanto ele lentamente
recua e se enfia de volta em seu jeans.
A realidade está voltando quando ouço minha mãe e minha irmã
chegando cada vez mais perto. Acabei de dar um boquete ao meu padrasto
enquanto minha outra irmã está ferida em uma cama de hospital. Ele me
fodeu de cara na parede. Há agir como louca, em seguida, ser estúpida.
— Isso ainda não acabou.
— Sim, fez. — eu sussurro febrilmente. Ele está traindo a esposa na
própria casa dela. Mamãe desconfia e critica tudo o que faço. Ela vai
descobrir se continuarmos assim.
Mas Laz não me ouve ou finge que não.
— Seus lábios estão sujos do boquete. — ele diz enquanto abotoa sua
calça jeans. Com uma piscadela, ele se vira e desaparece no corredor para
cumprimentar sua esposa.
CAPÍTULO SETE
LAZ

Nos próximos dias, o rosto de Mia queima sempre que ela põe os
olhos em mim ou quando sua mãe entra na sala. Minha missão é me
aproximar dela o máximo possível, porque o prazer sádico que sinto ao vê-la
se contorcer está fora de cogitação.
Certa manhã, antes da escola, entro na cozinha no momento em que
ela leva uma caneca aos lábios e murmuro. — Engula como uma boa
menina.
Ela engasga e quase cospe o café. Limpando o queixo, ela verifica se
não há mais ninguém por perto e sussurra. — Você não tem vergonha?
Por favor. Onde está a graça de sentir vergonha quando há um prazer
de tirar o fôlego e mel pegajoso de uma garota que chupa um pau como se
estivesse tentando engolir minha alma?
Eu também não sou o único que pensa assim. Eu pego Mia lançando
olhares furtivos para mim tantas vezes quanto eu me pego devorando
avidamente sua bunda cor de pêssego e a curva de seus seios. Tudo o que
tenho a fazer é levantar os braços acima da cabeça e me alongar, ela se
concentra na linha dura de músculos do meu quadril que desaparece dentro
do meu jeans, a adorável putinha. E digo isso como um elogio. Não há nada
mais gostoso do que quando uma garota abandona todas as suas inibições
por você. Eu quero sussurrar em seu ouvido que deliciosa vadia ela é para
mim enquanto estou enterrado profundamente dentro dela e sinto seu
aperto em torno de mim em puro deleite.
Só para mim.
Uma tarde ela está comendo morangos, devagar, um a um, chupando
as pontas antes de mordê-los e deixando o suco escorrer pela língua. Estou
prestes a explodir em meu jeans enquanto ela me encara do outro lado do
balcão da cozinha.
Giulia está chamando por Mia de outra parte da casa, ficando cada vez
mais irada a cada momento.
— Sua mãe quer você. — murmuro, meu olhar treinado em seus lábios
suculentos. O que eu não daria para enfiar meu polegar em sua boca junto
com toda aquela fruta doce e sentir sua língua se movendo contra mim.
— Mia. — Os saltos altos estalam furiosamente nos ladrilhos. Giulia
irrompe na cozinha, com o rosto pálido e zangado.
Mia ergue os olhos dos morangos e se vira para a mãe, piscando como
se tivesse acabado de acordar de um sonho. — O quê?
— Pelo amor de Deus, Mia. O que está acontecendo nessa sua cabeça?
Meu pau, murmuro, escondendo meus lábios atrás do copo de água
que estou bebendo. Mia não consegue me tirar da cabeça, estou ansioso
para saber todas as maneiras pelas quais ela está me imaginando trepando
com ela. Quero tornar cada uma delas uma realidade o mais rápido possível.
— Estou chamando você há dez minutos. Preciso que você leve todas
as decorações da sala para o apartamento de Isabel e as guarde.
— Vou levá-la. — eu digo automaticamente, Mia me lança um olhar
suspeito.
— Eu irei sozinha, obrigada.
— Não, leve Lazzaro com você. — diz Giulia, pegando a bolsa. — Eu
preciso que você termine rápido para que você possa voltar aqui e dar a
geral para a festa. A receita está na geladeira. Eu vou pegar a comida.
Lembre-se, tudo precisa estar pronto às sete.
Isabel vai receber alta esta noite e Giulia vai dar-lhe uma festa de
boas-vindas. Mia pega as chaves do apartamento da irmã no gancho, pega a
caixa de enfeites e me segue até o carro, arrastando os pés.
Enquanto dirigimos, ela olha para a caixa de enfeites. Cores alegres e
brilhantes. Giulia os fez ela mesma. O ferimento de seu bebê parece tê-la
jogado em um estado de espírito maternal e caseiro.
— Foi meu aniversário no mês passado. Mamãe me deu uma festa em
casa.
Minhas sobrancelhas levantam em surpresa. — Uma festa?
Estranhamente gentil.
Mia olha pela janela com os braços em volta da decoração. — Você
pensaria assim. Ninguém me desejou feliz aniversário. Tio Roberto cortou o
bolo na cozinha e distribuiu, sem perceber que havia velas ou que era meu
bolo de aniversário. Mamãe estava falando sem parar sobre seu casamento
com você, ela apenas aceitou um pedaço e começou a comê-lo.
Começa a chover, gotas grossas de água batem no para-brisa.
Imagino Mia sentada na ponta da mesa, vendo todo mundo comendo
seu bolo de aniversário como se ela nem estivesse ali.
Ninguém pode te machucar como a família pode.
Só porque você diz a si mesmo que não importa, não significa que
você pare de se importar com esse tipo de dor.
— Escute-me. Tenho dezoito anos e pareço um bebê. — Ela balança a
cabeça enquanto olha para a rua chuvosa. — Eu tenho que sair, Laz. Eu sei
que você vai aparecer no Peppers amanhã à noite e tentar me impedir de
dançar, mas se você arruinar meus sonhos, então você realmente vai partir
meu coração.
Cerro os dentes e passo a mão pelo cabelo. Eu sabia que ela ia dizer
isso. A noite de sábado tem se aproximado cada vez mais durante toda a
semana, eu odiei cada minuto que a aproximava de voltar ao poste.
Ela dá de ombros. — Mas então, me machucar tem sido seu objetivo o
tempo todo, então agora você sabe exatamente como fazer isso.
Atormentá-la tem sido meu cardio ultimamente, claro, mas por
esporte. Essa Mia miserável e abatida nunca é o que eu queria. Ela sente
que está indo pelo ralo e não sei como puxá-la de volta.
— Você não deveria ter que recorrer a algo que odeia para escapar. —
eu digo, minhas mãos apertadas no volante.
— Quem disse que eu odeio isso? Eu gosto de ser Tasha. Tasha é livre.
— Mia mantém meu olhar, mas seu lábio superior treme e seus olhos ficam
lacrimejantes. Ela desvia o olhar, piscando com raiva.
No apartamento de Isabel, ela coloca a caixa de enfeites na mesinha
de centro, nós olhamos para a sala de estar elegante e de design que é
decorada muito como a casa de Giulia. Minimalista. Superfícies brancas.
Sem alma.
— Por que você ainda quer me ajudar com isso? — Mia pergunta,
remexendo na caixa.
Eu encontro seus olhos com uma expressão significativa no meu rosto.
Sem motivos virtuosos, com certeza.
Mia fica vermelha. — Você não tem vergonha? Nenhuma culpa pelo
que fizemos?
Esgueirar-se pelas costas da minha parceira não é algo que eu tenha
feito antes ou imaginado fazer. Eu gostaria de poder dizer que odiei isso,
mas a única vez que consigo respirar é quando estou perto de Mia. Estou
lutando para me importar com o que é certo e errado.
— Vergonha não está no meu vocabulário, Bambi.
Mia abaixa os olhos, posso dizer por sua expressão de dor que está no
dela. Seus movimentos enquanto ela arrasta algumas bandeiras são
forçados e raivosos e a dor aparece em seu rosto.
— Você precisa manter suas mãos para si mesmo de agora em diante.
Ela está certa, eu preciso fazer isso.
Mas precisar e fazer?
Coisas totalmente diferentes.
Há uma fileira de fotografias sobre a lareira, vou até lá para analisá-las.
Então eu franzo a testa. Foto após foto de Giulia e suas filhas. — Bambi?
— Sim, eu sei.
— Você não está nessas fotos. É só sua mãe, Isabel e Rieta.
— Eu disse que sei. Isabel gosta apenas de fotos de sua família.
— Mas você é a família dela! — Mia não está em nenhuma foto do
apartamento. Agora que penso nisso, Mia está em quase nenhuma das fotos
que Giulia colocou em sua própria casa também. As que a apresentam são
fotos de família em que Mia está ao fundo. Não há apenas Mia ou mesmo
Mia com suas irmãs.
Mia se aproxima, arranca a moldura da minha mão e a joga na
prateleira com tanta força que acho que o vidro vai quebrar. — Você pode,
por favor, se concentrar para que possamos terminar e sair daqui?
— Mia... — Estendo a mão para ela, mas ela me joga para longe com
raiva.
— Não preciso de você tentando me ferrar agora, Laz. — Seus olhos
estão mais selvagens do que eu já vi antes.
— Estou tentando te confortar.
Ela empurra uma braçada de decorações brancas e amarelas para
mim. — Eu não preciso da sua pena. Preciso que você pendure esta
bandeirola.
Sinto um gosto nauseabundo na boca enquanto penduro as alegres
decorações pelo apartamento de Isabel. Pelo menos meus irmãos
reconhecem minha existência quando me dizem que sou um fodido. A
maneira como Mia está sendo excluída é distorcida. Ela nem fez nada de
errado.
Fico cada vez mais irritado vendo Mia mexer nas decorações e deixá-
las perfeitas para uma irmã que a trata como lixo, até que arranco a caixa de
suas mãos.
— Está feito. Estamos saindo. E você não vai a esta festa.
— O quê?
— Vou dizer a Giulia que você está doente. Você está com dor de
cabeça.
Enquanto a levo para o meu carro, ela me diz. — Laz, tenho lidado
com isso toda a minha vida. Não preciso da sua pena nem da sua
interferência. Preciso que você me deixe fazer meu trabalho na Peppers
para que eu possa dar o fora daqui o mais rápido possível.
— Sobre o meu cadáver. — eu rosno.
— Isso pode ser arranjado. Se você ficar no meu caminho, eu vou dizer
a mamãe exatamente como você sabe que eu trabalho no Peppers e todos
os detalhes sangrentos sobre a dança que você pagou. Se ela não acreditar
em mim, pedirei ao segurança para me apoiar. Jimmy está do lado das
meninas, não importa o que elas peçam.
— Você vai se ferrar.
— E você também, quaisquer planos que tenha para o seu dinheiro.
Destruição mutuamente garantida. — Ela joga o cabelo por cima do ombro e
olha para mim por cima do meu Camaro. — Sua vez, Laz.

Mia vai para a festa. Eu vou para a porra da festa e observo Mia servir
bebidas, mãos em pratos de queijo como se ela fosse da equipe, não da
família. O tempo todo, estou pensando em sua ameaça de contar tudo à
mãe. Amanhã à noite, dezenas de homens vão estar babando em cima de
Mia, ela vai esfregar seu seio nu no colo deles enquanto murmura para eles
que adora suas tatuagens. Minha pressão arterial dispara através do
telhado.
Quando termino minha taça de vinho tinto, pego meu telefone e me
aproximo de Isabel, que está sentada no sofá como uma rainha. Sua perna
está engessada e os hematomas estão desaparecendo lentamente de seu
rosto.
— Vamos tirar uma foto sua e de sua irmã.
Isabel procura por Rieta e percebe que ela está do outro lado da sala
conversando com uma prima.
— Não, sua outra irmã. Você sabe que tem outra irmã, certo? — Eu
estalo meus dedos para Mia, que está caminhando em direção à cozinha
com uma bandeja cheia de copos sujos. — Garçonete. Hora de tirar uma
foto com sua, querida Isabel.
Mia me lança um olhar sujo e desaparece na cozinha.
— Você é engraçado. — Isabel fala para mim.
— Sim. É por isso que vocês estão rindo tanto. — murmuro, enfiando
o telefone de volta no bolso e seguindo Mia.
Ela está enfiando os pratos na máquina de lavar louça e não olha para
mim.
Cruzo os braços e me apoio no balcão da cozinha, procurando a coisa
mais cruel que posso dizer a ela. — É como se você gostasse deles andando
em cima de você.
Mia pega uma faca de manteiga do balcão e a brande em minha
garganta. — Eu vou destruir sua vida se você não ficar bem longe de mim.
A excitação queima meu peito quando vejo o fogo em seus olhos.
Ela é o que eu desejo.
Ela é o que eu preciso.
Eu me inclino perigosamente perto, a ponta do meu nariz está quase
tocando o dela, a faca que ela está segurando pressiona em minha garganta.
— Desafio aceito, porra.

Há um truque especial com a porta do quarto de Mia. Ela gruda se


você girar a maçaneta e empurrar, o barulho que faz é alto na calada da
noite. Em vez disso, se você a levantar antes de empurrar, ela se abrirá
macia como manteiga e silenciosa como um túmulo.
A respiração de Mia é suave e uniforme quando me aproximo da
cama, devorando a visão dela deitada no colchão com os lençóis enrolados
em suas pernas. Ela está usando aquele adorável conjunto de pijama. Shorts
brancos minúsculos. Camisola com alças franzidas. Isso me lembra de seu
delicado fio dental de stripper, sinto que estou ficando duro em meu suor.
Com cuidado, eu me sento na cama com ela e monto em seu corpo,
então a prendo com a mão sobre sua boca. Ela acorda rapidamente
enquanto tenta virar a cabeça e percebe que não pode, seus olhos se
abrem.
Eu coloco meu dedo em meus lábios. — Shh.
Seus olhos brilham com fúria, tiro minha mão de sua boca.
— Eu disse para você ficar longe de mim. O que você está fazendo
aqui? — ela sibila.
Desço meus joelhos por seu corpo e pressiono um entre suas coxas. —
Sem falar. Apenas deite-se e tente não falar alto.
Mesmo na semiescuridão, vejo o rubor surgir em suas bochechas
enquanto enrolo meus dedos ao redor do cós de seu short. Eu preciso
colocar minha boca nela. Estou obcecado com a ideia há semanas e não
consigo ficar nem mais um minuto sem prová-la.
— Mas mãe...
— Ela está dormindo profundamente.
Eu planto um beijo lentamente em sua barriga e a sinto estremecer
embaixo de mim. Mia ainda está furiosa comigo, mas ela quer isso. Ela
precisa disso tanto quanto eu.
Mia lança um olhar desesperado para a porta. — E se ela acordar?
Que se dane. Mia é a única coisa que me importa agora. — Eu disse
sem falar porra nenhuma.
Ela agarra meu pulso. — Não estou pronta para isso.
Calor bate através de mim. Insinuando que haverá um momento em
que ela estará pronta - ofegante - para eu transar com ela?
— Não estamos fazendo sexo. Vou fazer um boquete em você.
As sobrancelhas de Mia se erguem e se juntam. — Sério? Por quê?
Não respondo mais a perguntas estúpidas. Eu deslizo minhas mãos sob
sua bunda, seguro seu short e puxo. Mia levanta os quadris para me ajudar,
a julgar por sua expressão, ela está chocada com seus próprios movimentos.
Eu levanto cada uma de suas pernas finas no ar e tiro a pequena peça
de roupa dela, olho para seu corpo perfeito e delicioso. Com seus tornozelos
em minhas mãos, empurro seus calcanhares contra suas coxas e os abro.
— É isso, Bambi. Deixe-me manipular seu corpo exatamente como eu
quero.
Sua bunda está contra o meu moletom, pressiono meus quadris nela
lentamente, doendo para puxar meu pau livre e mergulhar nela.
— Linda pra caralho. — Eu corro meu dedo por sua boceta e pela
beirada de seus lábios internos.
Minha boca está cheia de água. Tenho que prová-la. Deslizo na cama e
estou prestes a prová-la, quando olho para o rosto de Mia. Ela parece
apavorada.
Eu paro o que estou fazendo e franzo a testa. — Eu não vou te morder.
Mia acena com a cabeça, mas seus lábios estão pressionados com
força.
— Eu posso parar se você não quiser. — Começo a me sentar, mas ela
balança a cabeça freneticamente.
— Não, não. É apenas... — Os olhos de Mia percorrem o quarto e ela
se contorce como uma garota que nunca foi beijada.
— Você está agindo como se um homem nunca tivesse feito um
boquete em você antes.
Mia abre a boca e depois a fecha novamente.
Minha cabeça se ergue com indignação, quase grito antes de lembrar
que temos que ficar quietos. — Que porra é essa? Ninguém nunca te deu
um boquete antes? Mas isso não é possível. Você dá boquetes matadores.
Ela parece genuinamente intrigada. — O que uma coisa tem a ver com
a outra?
Jesus fodido Cristo. Acho que não deveria me surpreender que ela
deixe seus namorados tratá-la tão mal quanto sua família. — Para começar,
é apenas uma boa educação dar o melhor que você recebe. O que há de
errado com os garotos do ensino médio hoje em dia? Na época em que me
formei, cinco mulheres diferentes passaram por todo o meu rosto. Isso é o
que você chama de educação.
Mia olha do meu rosto para sua boceta e vice-versa. — Você gosta...
De fazer isso?
— Você está de brincadeira? Eu amo isso.
— Eu pensei... — ela engole e para.
— Você pensou que isso era algo que apenas os homens fracos ou
maricas fazem, eles realmente não gostam disso? Não sei quem alimentou
você com essa besteira, mas adoro fazer isso.
Eu planto um beijo em seu clitóris. Mia fica tensa e depois relaxa
lentamente. Esfrego com minha língua, apenas voltas suaves.
— Isso parece estranho. — ela sussurra.
— Estranho como?
— Estranho... e incrível.
Eu sorrio e fico mais ousado, abrindo-a com meus dedos e lambendo-a
com firmeza. Ela grita quando minha língua desliza sobre seu clitóris.
— Silêncio, Bambi.
Mia agarra meus pulsos e afunda os dentes em seu lábio, balançando
a cabeça rapidamente.
Eu inclino minha cabeça para o outro lado, um sorriso se espalhando
pelo meu rosto. — Boa menina. Você pode voltar a ficar com raiva de mim
amanhã.
— Estou com raiva de você agora. — ela sussurra, com a cabeça
arqueada para trás no travesseiro e seus dedos apertando meus pulsos.
Claro que ela está.
Já faz muito tempo desde que fiz um boquete em uma mulher, eu sou
como um homem faminto enquanto a abro ainda mais. Ela tem um gosto
ainda melhor do que eu pensei que ela teria. Tenho imaginado vividamente
o gosto dela desde que ela se curvou na minha frente e passou as unhas
pelos lábios da boceta.
— Nós não deveríamos estar fazendo isso. — ela geme, ansiosa e com
tesão ao mesmo tempo.
Eu não dou a mínima para o que eu deveria ou não fazer com essa
garota. Tudo o que sei é que ela me faz sentir melhor do que qualquer
pessoa em quem já coloquei as mãos e fazê-la sorrir e gozar é minha
prioridade número um.
— Você está realmente gostando de fazer isso? — ela pergunta
hesitante.
Se ela não vai acreditar em mim, terei que mostrar a ela.
Sento-me, pego a mão dela e a pressiono contra meu pau, que está
duro como pedra e se esforçando contra o tecido do meu moletom. Eu
tiraria minhas roupas, mas a visão dela pressionada contra meu corpo nu me
levaria ao limite, eu começaria a convencê-la a desistir agora.
Apenas a dica, Bambi. Só para ver como você ficaria bonita se
fôssemos até o fim.
Então eu me perderia, um impulso depois, eu estaria profundamente
dentro dela, uma mão sobre sua boca enquanto a fodia com força.
Desesperado para não ser ouvido enquanto minha esposa está no final do
corredor e ansiando por explodir dentro de Mia.
Ela explora meu pau lentamente com os dedos e quase jogo cautela
pela janela enquanto olho para sua boceta molhada e brilhante. Minha linda
baby está doendo por mim, então por que estou me segurando?
Meu peito levanta com uma respiração irregular. Não é sobre mim
esta noite. Vou mostrar a ela o quanto adoro chupar, porque estou
determinado a fazer isso o máximo possível daqui para frente.
Eu caio de volta e vou para a cima em sua boceta, lambendo-a com
golpes determinados da minha língua.
— Como você se sente? — Com ela gemendo baixinho e ofegante, não
preciso perguntar, mas quero ouvir sua voz excitada.
— Tão bom, Laz. — ela choraminga, abrindo e fechando os lençóis de
cada lado dela. — Laz. Laz.
Ela envolve as pernas em volta da minha cabeça e ombros, eu estou
no céu. O mundo parece bem entre as coxas de Mia, dou a ela o que ela está
perdendo. Sua cabeça se levanta da cama quando ela goza, continuo
trabalhando seu clitóris com minha língua até que ela cai para trás, suas
unhas cravando em meus ombros.
Mia respira com dificuldade na escuridão. — Achei que nada superaria
o orgasmo que tive em seus dedos.
Ela pensou nisso. Eu subo na cama em direção a ela que envolve seus
braços em volta de mim. Deslizo minha mão contra sua bunda e a pego mais
perto, meus dedos apenas mergulhando em sua umidade.
Mia se aninha em meu peito. Existe algo mais doce do que uma garota
que se apega a você depois que você a faz gozar?
Meu pulso lateja em meu pau, doendo para bater dentro dela. Posso
me imaginar enterrado dentro de seu calor úmido e apertado. Eu posso
sentir isso.
Mia envolve suas duas pernas nuas em volta da minha coxa e aperta,
gemendo enquanto esfrega sua boceta contra mim. O som e a sensação dela
causa um curto-circuito no meu cérebro.
— Pare com isso. — eu rosno, mal me agarrando à razão.
— Parar o quê?
Eu só posso segurar por tanto tempo. Sento-me e descanso sobre os
nós dos dedos, apoiado em seu corpo seminu. Ela olha para mim, sem
fôlego e linda.
— Faça sua escolha, Bambi. Ou eu vou embora ou vou te foder aqui e
agora.
CAPÍTULO OITO
MIA

Meus pés de tênis batem ao longo da calçada escorregadia pela chuva.


No final da rua, as luzes de néon do Peppers estão piscando. Minhas roupas
de trabalho estão em uma mochila pendurada no meu ombro.
Estou a caminho de dançar nua na frente de estranhos que farão o
possível para apalpar minha bunda e peitos enquanto gastam o mínimo
possível de seu dinheiro. Enquanto isso, ainda estou de volta com Laz e o
brilho feroz e demoníaco em seus olhos quando ele disse: Ou eu vou embora
ou vou te foder aqui e agora.
Seu toque me deixa louca. Sua língua me faz perder a cabeça. Eu
desejo envolver minhas pernas em volta do meu padrasto enquanto ele
enterra seu pau dentro de mim. Entregando minha virgindade, minha
entrega total, ao pior homem possível.
Eu gostaria de ter feito exatamente isso em vez de mandar Laz
embora.
Ou eu?
Eu não sei mais.
Quando estou a dez metros do beco que leva atrás do bar até a
entrada usada pelas dançarinas, o homem que consome meus pensamentos
sai de trás de um carro estacionado e bloqueia meu caminho, com uma
expressão sombria em seu belo rosto.
— Saia do caminho, Laz. — eu digo baixinho.
— Mia, por favor...
— É Tasha esta noite.
Ele olha para mim por um longo tempo, seus olhos verdes procurando
os meus. — Tem álcool na sua bolsa? Você consegue fazer isso sóbria?
Engulo o nó na garganta. Há um punhado de garrafas de vodca na
minha bolsa que roubei do bar em casa.
— Deixe-me cuidar de Tasha. Estou te implorando. — Laz realmente
cai de joelhos na minha frente, bem na calçada molhada.
Eu olho para cima e para baixo na rua. Nesse ritmo, seremos
reconhecidos, ainda não estou usando minha peruca. — Laz, pare com isso.
Levante-se.
— Eu não vou. Não até que você prometa voltar para casa comigo e
me deixar cuidar de você.
Algo estala dentro de mim. Minha respiração está muito rápida, raiva
e frustração fazendo minha adrenalina disparar. — Eu devo confiar em você
agora? Mamãe pode descobrir sobre nós a qualquer momento, você pode ir
embora assim. Você pode morrer porque meus tios vão matá-lo por traí-la.
O que então? Como devo confiar em qualquer coisa que você diga ou faça?
Ele se levanta e me puxa contra seu peito. — Respire, Bambi. Nós
vamos descobrir isso.
Laz tornou minha vida mil vezes mais complicada. Luto em seus
braços, tentando me afastar, mas ele é forte demais para mim. Eu caio em
seu aperto, cansada demais para lutar mais. — Esse era o meu segredo.
Minha saída. Você tornou tudo muito mais difícil.
— Sim. Disseram-me que eu faço isso. — ele murmura.
Eu gemo e empurro meu rosto contra seu peito. Agarrada a ele, meu
companheiro de merda.
— Você está maravilhosa como Tasha. — Laz sussurra. — Linda e
destemida. No momento em que te vi, não consegui tirar os olhos de você.
Mas você sabe quem é duas vezes mais fascinante? Mia, quando está
encolhida em uma poltrona lendo um livro, tão absorta no que está fazendo
que nem percebe que está enrolando e desenrolando uma mecha de cabelo
no dedo. Não consigo parar de olhar para aquela garota. Ela é real. Ela não
precisa ser outra pessoa.
Essa é a coisa mais doce que alguém já me disse, mas eu preciso de
Tasha. É ela quem vai pagar pela minha liberdade.
— Vou voltar para casa com você esta noite. — digo a Laz. — Eu vou
pular esta semana. Mas não farei nenhuma promessa sobre a próxima
semana.
Laz geme de alívio e me aperta com força. — Você não vai perder um
contracheque. Vou te dar o que você teria feito.
Não é isso que eu quero dele, mas ele não pode me dar o que eu
realmente quero, que é desfazer essa confusão em que estamos juntos.
— Você não quer que eu seja uma stripper, mas fica feliz em me
transformar em uma prostituta. — Eu olho em volta e vejo seu carro,
desvencilho-me de seus braços, vou até ele.
— Não é isso que estou tentando fazer. — diz ele depois de entrar e
ligar o motor. Ele está tenso enquanto dirige, os músculos tensos como
cordas em seus antebraços tatuados.
O interior do carro de Laz está embaçado por causa do ar frio da noite,
mal consigo ver pela janela. Todos os postes de luz e semáforos são borrões
coloridos. Talvez ele não esteja tentando me forçar a fazer sexo com ele em
troca de dinheiro, mas é assim que vai ser, não importa o quanto eu o
queira. Serei a prostituta de Lazzaro Rosetti. Seu segredinho sujo.
— O que você fará quando estiver livre? — ele me pergunta.
Eu acaricio meus dedos através da condensação, fazendo padrões no
vidro. — Apenas ser. Não há mais nada que eu queira.
— Que tal você ser apenas minha. — diz ele em voz baixa.
Estendo a mão e toco a aliança de casamento em seu dedo. — Você
está comprometido, lembra?
Ele olha amargamente para o anel. — Eu vou fazer algo sobre isso um
dia desses.
— E então seremos dois fodidos quebrados em vez de um. Não diga
adeus aos seus sonhos por mim, Laz. Já estou me afogando sob o peso dos
meus próprios erros. Eu não preciso do seu peso na minha consciência
também.
Laz me deixa em casa e vai embora noite adentro. Está chovendo mais
uma vez enquanto eu entro, me perguntando se deveria voltar para Peppers
e começar meu turno de qualquer maneira. Quando penso em engessar um
sorriso em meus lábios e balançar em torno daquele poste enquanto as
pessoas me oferecem notas de dólar amassadas, meu coração murcha.
Mamãe olha para cima do sofá com uma carranca. Ela está vestindo
um terninho de cashmere branco e joias de ouro. — Você está em casa mais
cedo. O que aconteceu com o seu turno?
— Eles não precisavam de mim. Estou cansada, então vou para a
cama.
Eu sigo para as escadas, mas mamãe se levanta e me chama para a
estante no fundo da sala. — Enquanto você está aqui, tenho algo para lhe
mostrar.
Ela pega uma fotografia emoldurada e me entrega, reconheço a foto.
Eu reconheço quando foi tirada, de qualquer maneira. Seis meses atrás, em
um estúdio profissional. Mamãe, Isabel, Rieta e eu tiramos fotos, algumas
em grupo e outras individualmente. Fotos das três apareciam nas paredes
desta casa e nas casas das minhas irmãs, mas nunca vi nenhuma foto minha.
Eu me encaro na foto. Estou sorrindo, mas meus olhos estão vazios,
como se eu suspeitasse que ninguém jamais olharia para esta foto, então
verifiquei mentalmente. — Por que você só está entregando isso
emoldurado agora?
Mamãe hesita. — Bem, se você quer saber, foi algo que Lazzaro disse
na outra noite. Ele observou que Isabel não tinha nenhuma fotografia de nós
quatro, eu esqueci que as tinha tirado. — Ela sorri para mim. — Você está
linda, não está? Eu amo essa cor em você.
Ela me dá um aperto, se vira para colocar a fotografia sobre a lareira e
sorri com carinho para ela. Eu desviei meus olhos, incapaz de olhar para ela.
— Mia? O que há de errado?
Estou brincando com seu marido pelas suas costas.
Laz se arrasta para a minha cama no meio da noite e nós fazemos tudo
menos foder.
Meu padrasto é o homem mais perigoso e bonito que já vi, não consigo
parar de pensar em tocá-lo, beijá-lo, gozar com força em seus braços.
Imagino como o rosto dela cairia se ela me ouvisse admitir isso. Talvez
eu tenha transformado mamãe em uma vilã para não ter que me sentir
culpada por desejar Laz, beijar Laz, esfregar minha boceta em Laz.
Uma onda de vergonha e horror toma conta de mim. Como as coisas
ficaram tão fora de controle?
Chorei muito com o Laz porque o tio Roberto cortou meu bolo de
aniversário sem cantar parabéns. Senti pena de mim mesma por causa de
um bolo de aniversário e usei isso como motivo para quase transar com o
marido da minha mãe. Claro, minha família tende a me tratar como uma
reflexão tardia, mas sou adolescente. Todos os adolescentes não acham que
sua vida é uma droga e sua família é uma droga ainda mais?
Um gosto amargo enche minha boca. Acho que vou passar mal.
— Estou planejando uma festa para o mês que vem. — mamãe
continua animada. — Meu aniversário de dois meses com Lazzaro. Algo para
aproximar nossas duas famílias.
Ele vai odiar isso, mas é disso que mamãe gosta, dar festas para
pessoas como ela. Os irmãos de Laz provavelmente vão se divertir muito.
Eles têm a mesma atitude polida de mamãe e meus tios.
— Parece ótimo. — eu consigo dizer com uma voz rouca. — Desculpe,
eu tenho que...
Faço um gesto por cima do ombro e saio correndo da sala, preocupada
que se ficar parada, vou começar a vomitar. No meu quarto, eu me enrolo
em uma bola na minha cama, abraçando meus joelhos. Eu me sinto tão suja.
Deixei um homem velho demais para mim me usar para se vingar da mulher
com quem não queria se casar. Quando ele finalmente conseguir seu
dinheiro, ele desaparecerá e me deixará para trás, não terei nada além de
arrependimentos para mostrar pelo nosso tempo sórdido junto.
A noite passa dolorosamente lenta e mal consigo dormir.
Quando desço de manhã, mamãe está preparando o almoço de
domingo. Waffles e bacon, ela parece mais feliz do que há semanas. Ela até
dá um beijo na minha cabeça quando faço café e me sento em um
banquinho.
Minha consciência culpada me diz que é porque ela sabe sobre mim e
Laz, ela está me mostrando que quer que eu confesse e que ela não vai ficar
com raiva de mim.
Laz chega da garagem alguns minutos depois e lava a graxa do motor
das mãos na pia. A camiseta que ele está vestindo abraça seus músculos,
desvio o olhar rapidamente antes que eu possa começar a fantasiar sobre
ele.
— Bem na hora, querido. Sente-se e tome café da manhã conosco. —
mamãe murmura para ele.
Laz olha para mamãe como se não soubesse quem ela é enquanto
sacode as mãos molhadas. Depois de parecer decidir que os talheres, a
tigela de pedaços de morango e a cesta de waffles não representam
nenhuma ameaça para ele, ele dá de ombros e se senta no balcão conosco.
Waffles fumegantes e bacon são colocados diante de nós. Não tenho
apetite, mas forço um pouquinho de comida para que mamãe não perceba
que algo está errado.
Mamãe se vira para o marido com um sorriso brilhante no rosto. —
Lazzaro, você chegou tão tarde ontem à noite que não consegui dar a boa
notícia. Estou dando uma festa para comemorar nosso aniversário de dois
meses.
Laz dá uma risada melancólica e balança a cabeça enquanto pega os
morangos. — Oh sim. Algo para comemorar.
— Isso unirá nossas duas famílias e todos poderão ver como Isabel
está bem desde o acidente. É a ocasião perfeita.
— Que dia? Talvez eu esteja ocupado. — ele murmura. — Ou morto.
Mamãe lhe lança um olhar de desaprovação e dá um tapa nas costas
de sua mão como se ele fosse um menino travesso. — Ah, silêncio. Dia doze.
Eu olho para cima em estado de choque, um pedaço de bacon a meio
caminho dos meus lábios. — Dia doze? Mas esse é o aniversário da morte do
papai.
Laz olha para cima e franze a testa.
— É isso? — Mamãe responde vagamente, colocando morangos
fatiados em seu prato. — Eu tinha esquecido. De qualquer forma, a festa
começa às duas da tarde para bebidas, canapés e depois uma refeição à
mesa às cinco.
— Não posso. Você sabe que vou ao cemitério nesse dia.
Mamãe dá de ombros, seu sorriso ficando frágil. — Você pode ir no dia
seguinte este ano. Não é como se Ennio fosse notar se você está lá ou não.
Isso não é o ponto. Claro que papai não vai notar se eu estiver lá, mas
é algo que sempre fiz e ela sabe disso. Todo ano ela faz algum comentário
irreverente sobre isso, mas ela nunca se interpôs no meu caminho antes.
— Ele vai notar a ausência de Mia no cemitério mais do que você vai
notar a presença dela na festa.
Eu atiro a Laz um olhar agradecido, ele me dá um pequeno sorriso em
troca.
Eu me viro para mamãe. — Você pode fazer a festa sem mim. Laz tem
razão. Ninguém vai sentir minha falta. — Ninguém exceto ele. Pode ter sido
divertido escapar e fazer fotos juntos.
Mamãe abaixa a garrafa de xarope, todo traço de sorriso
desaparecendo de seu rosto. — Mia. A vida é para viver. Não sei o que te faz
pensar que pode fingir que não faz parte desta família.
Laz larga o garfo e levanta a mão. — Vou dar uma resposta selvagem
nisso.
— Ninguém perguntou a você. — ela dispara para ele, sua voz cheia de
veneno. — Não quero ouvir mais desculpas, Mia. Você está vindo para esta
festa.
— Você não pode mudar a festa um dia antes ou depois? De qualquer
maneira, seu aniversário não é no dia dez?
— Dia dez não estava disponível. Reservei o salão para o dia 12 e não
posso trocá-lo com o Regency. É o local mais popular da cidade, eles estão
lotados há meses. Só consegui garantir o salão porque houve cancelamento.
— Então irei ao cemitério pela manhã. — digo a ela.
— Eu preciso que você me ajude a arrumar tudo pela manhã. Sua
família precisa de você, Mia. Por que você está sendo tão egoísta?
— Como você pode dizer que estou sendo egoísta? Você sabe o que
esse dia significa para mim.
As narinas de mamãe ficam apertadas e brancas de raiva. — Fiz para
você este lindo café da manhã, Mia. Coloquei aquela fotografia em uma bela
moldura. Achei que você poderia ser tão atenciosa comigo quanto estou
sendo com você.
Laz pega a calda e a derrama sobre os waffles. — Você deveria ter se
casado com Faber. Ele também adora chantagem emocional.
Passei a noite inteira me sentindo culpada porque mamãe estava
sendo tão legal de repente. Eu deveria ter percebido que ela tinha um
motivo oculto.
— Diga-me. — eu digo, minha voz tremendo de raiva. — Você
emoldurou aquela foto porque agendou sua festa no aniversário da morte
do papai por acidente ou de propósito?
Mamãe fica vermelha. — Sua filha irracional e ingrata. Afinal sofri para
te trazer a este mundo, este é o agradecimento que recebo? Se você não
quer fazer parte dessa família, pode fazer as malas e sair. Você tem dezoito
anos e é hora de começar a assumir alguma responsabilidade.
Laz dá a ela um olhar sujo. — É uma festa, Giulia. Por que você está
sendo tão chata sobre isso?
Eu limpo minhas mãos no guardanapo e me levanto. — Obrigada pelo
café da manhã. Se precisar de mim, estarei lá em cima escolhendo meu
vestido para sua festa nojenta.
Quando saio da sala, ouço Laz rosnar. — Você chutaria sua própria
filha por uma festa? Movimento elegante.
Quando estou sozinha no meu quarto, jogo-me na cama e pego meu
telefone para verificar meu aplicativo bancário. Se mamãe me expulsar, com
quanto dinheiro eu tenho para trabalhar?
Mil e trezentos dólares. Depois de pagar aluguel e caução em algum
apartamento de merda, eu não teria mais nada. Eu só trabalhei um punhado
de noites de sábado, nas duas primeiras vezes eu mal consegui pagar as
gorjetas e as taxas da casa. Quando minha confiança aumentou, meus
ganhos também, mas não rápido o suficiente.
Suspiro e largo meu telefone.
Um momento depois ele vibra. É uma mensagem de texto de Laz.
Eu sinto muito. Deveria ter deixado você ir trabalhar. Eu sinto muito.
Sinto muito. Eu sinto muito.
Posso sentir sua indignação com o que mamãe fez e isso me aquece
um pouco. Eu encaro a mensagem, desejando poder sentir os braços de Laz
ao meu redor.
Um momento depois, meu telefone vibra novamente. Você ainda será
minha Mia mesmo que eu tenha que dividir Tasha com outros homens?
Ele estava tão ciumento e chateado comigo naquele clube de strip,
mas ele está disposto a engolir isso por mim? Você ficaria bem com isso?
Porra, não. Isso está me matando, Bambi.
Suspiro e balanço a cabeça.
Vou comprar todas as lap dances para que ninguém mais ponha as
mãos em você. Eu farei suas pole dances para você. Eu posso sacudir minha
bunda muito bem.
Sorrio ao imaginar Laz no poste do clube.
Desde quando eu sou sua Mia?
Desde que você se tornou a única coisa que me importa.
Sinto um choque quando percebo que estou sorrindo, é por causa de
Laz. Não consigo me lembrar da última vez que alguém me fez esquecer
minhas preocupações por um tempo.
Tudo está ficando tão complicado, eu digito de volta.
Sem merda. Mas uma coisa é muito simples.
O que é isso?
Eu me importo com você, Bambi.
Eu abraço meu telefone no meu peito. Também me importo com ele.
Talvez eu esteja indo para o inferno, mas tudo que eu quero é um pouco de
paz, sossego e Laz.
Só eu e Laz, sempre. Estou louca ou isso seria perfeito?

— Toc. Toc.
Eu olho para cima da minha lição de casa para ver Laz enchendo minha
porta, vestindo um par de jeans tão apertado que faria um anjo corar. Eu me
pergunto se dói ficar de pau duro nisso ou se dói de um jeito bom. Às vezes,
quando fico excitada com jeans apertados, aperto minhas coxas de
propósito e é incrível.
— Sua mãe saiu. — ele me diz com um sorriso perverso.
Eu rolo minha caneta distraidamente ao longo de meus lábios. É
quando isso acontece? Vamos fazer sexo na minha cama enquanto a mamãe
está fora? Acho que não vou conseguir relaxar se ficar ouvindo o carro dela
o tempo todo. Então, novamente, Laz tem o hábito de bloquear minha
consciência de tudo, menos dele quando estamos juntos.
Mas, em vez de tirar a camiseta, ele tira o telefone do bolso de trás
enquanto caminha em minha direção. — É hora de se vingar, Bambi.
Eu encaro seu peito, meio que desejando que ele tire a camisa. —
Hum? Desculpe, o quê?
Tire sua mente do pau dele.
— Vingança. — Laz diz novamente. Ele segura minha bochecha e joga
o polegar sobre meus lábios. — Estrague a festa dela.
Eu sugo uma respiração alarmada. — Eu não posso fazer isso.
— Sim você pode. Ela agendou para o aniversário da morte do seu pai,
sabendo que isso iria aborrecê-la. Se você não destruí-la, eu irei. Mas é mais
fácil se você me ajudar.
— Por quê?
— Porque minha impressão de Giulia Bianchi não é grande coisa.
Ele toca o telefone algumas vezes e de repente percebo o que ele
pretende que façamos. Não podemos.
Não devemos.
Isso é simplesmente perverso.
Uma emoção passa por mim.
— Vamos fazê-lo juntos. Vou discar. Você fala.
Ele pressiona Ligar e coloca no viva-voz. Toca um punhado de vezes e
então alguém atende.
— Olá, você ligou para o Regency Hotel. Como posso ajudá-lo?
Laz fala com uma voz alegre. — Gostaria de falar com o coordenador
de eventos, por favor.
— Um momento.
Outro tom de discagem soa, em seguida, uma mulher atende e se
anuncia como Kelly, a coordenadora de eventos.
Ar morto. Laz me encara.
— Olá? — Kelly diz novamente.
Minha mandíbula funciona.
Eu realmente vou fazer isso?
Estendo a mão e aperto o botão vermelho, desligando a ligação.
Laz esfrega a nuca, seu rosto caindo. — Ah, Bambi. Por que você fez
isso?
Porque não se trata apenas da festa.
— Não posso. Não podemos. Você é casado. Eu sei que ela é irracional
e egoísta às vezes, mas ela é minha mãe.
— Você é nobre pra caralho. — ele rosna.
— E você vai se matar.
Ele me dá um sorriso duro e sarcástico. — Não me diga. Afinal, sou um
Rosetti.
— O quê?
Laz passa por cima dessa afirmação. — Só quero duas coisas, meu
dinheiro para comprar minha oficina e você. Ainda não posso ter meu
dinheiro, então vou ficar com você.
Ele tenta me beijar, mas coloco minha mão sobre sua boca,
impedindo-o. — Eu não sou seu prêmio de consolação.
Ele tira minha mão. — Bambi, você é meu grande prêmio.
Nossos lábios estão tão próximos. Eu poderia beijá-lo agora. Um beijo
de amante, mais sobre sentimentos do que sobre sexo. Querer meu
padrasto é uma coisa.
Apaixonar-me por ele?
Insano.
Eu me puxo para fora de seu controle e me afasto.
— Eu não posso ser seu tudo. Gosto muito de você, me preocupo com
você, estou sempre pensando em você, mas isso não está certo.
A expressão em seus olhos oscila entre a raiva e a dor. — Se você
queria dizer as palavras que me fariam recuar, não são essas. — Ele se move
em minha direção como um caçador perseguindo sua presa. — Você gosta
de mim? Você se importa comigo? Isso é oxigênio para mim.
Eu estava tentando lembrá-lo de que ele tem boas qualidades e não
deve jogar fora seus sonhos em um caso que pode levá-lo à morte.
Estou me lembrando também. Ele é o homem que vai lutar por mim
quando ninguém mais o fará. Sua proteção parece calor derramando-se pelo
meu corpo. Não podemos destruir toda essa bondade agindo como idiotas.
Laz me pega em seus braços e sua boca desce até a minha em um
beijo faminto.
Eu tenho apenas uma fração de segundo de sanidade, mas é o
suficiente. Afasto-me dele e corro escada abaixo. Eu preciso de uma bebida
gelada. Talvez um mergulho. Algo para limpar minha mente.
Há vozes masculinas na sala e percebo que meus tios se aproximaram.
Para chegar à cozinha ou à piscina, terei de passar por eles, tenho pavor de
que me olhem e vejam a vergonha estampada em meu corpo.
— ... sendo tão difícil sobre a festa. Não sei o que vou fazer com ela.
Essa é a voz da mamãe. Eu congelo no meio do caminho.
— Difícil? — zomba Marzio. — Aquela garota nasceu um problema.
Cruzo os braços e me abraço, desejando saber o que fazer para que
meus tios me perdoem por ter nascido. Sempre fui legal com eles. Educada
com eles. Tentei ficar fora de seus caminhos e não chamar a atenção para
mim. Nunca é o bastante.
— Case-a o mais rápido possível. Tire-a desta casa.
— Talvez. — mamãe responde, mas ela parece incerta. Sinto uma
onda de gratidão por ela não estar falando de mim como se eu fosse a
criança problemática. — Mas quem a levaria?
Meu coração despenca.
— Dissemos a você há dezenove anos o que fazer com aquela criança,
mas você não quis nos ouvir. — resmunga tio Tomaso, outra pessoa
murmura sua concordância.
— Achei que ela acabaria se encaixando na família. — responde
mamãe. Não consigo vê-la, mas ela parece cansada e frustrada.
— Tudo o que ela faz é causar problemas e trazer vergonha para
nossas cabeças.
— Você deve se arrepender de não ter seguido nosso conselho, Giulia.
Que conselho? Do que eles estão falando? O que aconteceu dezenove
anos atrás que...
Oh.
Oh.
Minhas entranhas congelam de horror.
Não diga isso, mãe.
Não diga isso.
Por favor, eu estou te implorando.
— É tarde demais para um aborto agora. — Mamãe ri levemente. —
Eu cuido de Mia. Ela tem seus pequenos momentos de rebeldia, mas fará o
que eu mandar. Ela sempre faz isso.
Sentir-se indesejada é uma coisa. Isso brinca em sua mente no escuro,
mas você pode se livrar da miséria quando o sol nascer.
Sabendo que você não é desejada?
Auto-aversão e vergonha inundam meu corpo e alma tão rápido que
eu engasgo, corro para as escadas. Eu me fiz tão pequena para minha
família, tão quieta, para que eles fingissem que eu não existia. Nunca seria o
suficiente porque eles não queriam que eu existisse em primeiro lugar.
Eu cegamente tento encontrar meu quarto, me deparo com uma
figura alta e larga vestida de preto.
Laz agarra meus braços. — Bambi? O que há de errado? O que
aconteceu?
Não consigo falar estou chorando muito. Abro a boca, mas uma
sensação de enjoo sobe pela minha garganta tão rápido que sei que não
tenho tempo para explicar. Eu empurro Laz e mergulho para a porta do
banheiro, abrindo-a e lutando para chegar ao banheiro.
Vômito incontrolável atormenta meu corpo. Meu estômago parece
que está tentando virar do avesso enquanto eu vomito.
— Ah, minha pequena Mia. — ele murmura, juntando meu cabelo em
suas mãos e então gentilmente acariciando minhas costas. — Você está
doente?
Eu gostaria que ele fosse embora. É nojento para ele me ver assim.
Finalmente, minhas entranhas param de doer. Eu limpo minha boca
com um pouco de papel higiênico e lavo toda a bagunça. Não consigo
encontrar os olhos de Laz, então lavo a boca e jogo água fria no rosto.
— Devo ir à farmácia para você? Você teve intoxicação alimentar?
Secando meu rosto com uma toalha, eu balanço minha cabeça. — Não
é nada. Apenas algo que ouvi mamãe e meus tios dizendo.
— O que eles disseram? — ele pergunta friamente.
— Não importa. — eu respondo, colocando pasta de dente na minha
escova e enfiando na minha boca. Esfrego cada dente e minha língua no
fundo da boca o mais forte que posso.
Laz me observa, os braços cruzados com força sobre o peito e o
assassinato piscando em seus olhos.
Eu cuspo e lavo minha boca, meu olhar cai para o jeans de Laz, onde
posso ver o contorno de algo retangular. Passo por ele e fecho a porta do
banheiro. — Pegue seu telefone. Faça essa ligação.
Seus braços se soltam em surpresa. — Sério? Você quer dizer aquilo?
Eu concordo. Agora que o mal estar está passando, tudo que me resta
é raiva.
Observo Laz fazer a ligação e falar com a pessoa certa, ele estende o
telefone para mim. Há um sorriso em seus belos lábios cheios de cicatrizes.
Respiro fundo e assumo o tom cortante e imperioso de minha mãe. —
Kelly. Aqui é Giulia Bianchi.
— Oh, olá, Sra. Bianchi. O que eu posso fazer para você hoje?
— Eu... preciso cancelar minha festa. — Atrapalho-me na conversa,
dizendo a uma Kelly claramente irritada que entendo que não vou receber
meu dinheiro de volta.
— Posso perguntar o motivo desse cancelamento? — Kelly pergunta,
com sua atitude você pensaria que eu estava rejeitando uma audiência com
a Rainha da Inglaterra.
— Eu mudei de ideia.
— Há uma lista de espera para este local. Não poderei remarcar o
espaço para você por meses se você mudar de ideia novamente.
— Eu não vou. — Estendo a mão, aperto o botão vermelho do telefone
de Laz e desligo.
Cubro minha boca com as duas mãos, chocada e encantada ao mesmo
tempo. Laz está olhando para mim como se não pudesse acreditar que eu
realmente continuei com isso. Também não acredito que passei por isso.
Afasto minhas mãos e sussurro. — Nunca fiz nada assim antes.
— Como se sentiu?
— Incrível. — eu respiro.
— Sua garota má do caralho. — Laz me puxa para mais perto, pega
meu rosto em suas mãos e me beija com força, sua língua separando meus
lábios. Meu coração está batendo descontroladamente enquanto Laz me
empoleira na pia e se move entre minhas coxas, puxando-as ao redor de
seus quadris. Ele me domina.
Me invade.
Me conquista.
É o beijo mais intenso da minha vida.
Eu tomo seu lábio inferior entre meus dentes, mordendo suavemente.
Ele geme, me deleito com meu novo poder. Cansei de ser uma boa menina
para os Bianchis.
De agora em diante, serei uma garota má para Laz Rosetti.
CAPÍTULO NOVE
LAZ

Um grito furioso emana do andar de baixo e balança a casa até os


alicerces.
Eu me viro na cama, sorrindo para mim mesmo, porque sei por que
minha esposa está fazendo uma imitação de alma penada tão cedo nessa
manhã.
Passos sobem as escadas e a porta do quarto se abre.
— A festa está cancelada.
— Mmph. — murmuro sonolento.
Ela agarra meu ombro através dos cobertores e me sacode. — Ouviu-
me? Eu disse que a festa foi cancelada.
— Porque você fez isso?
— Eu não! — ela grita, o som rasgando meus tímpanos. — Acabei de
receber uma ligação dos fornecedores dizendo que o local se recusava a
permitir que eles entregassem a comida e as bebidas, então liguei para o
Regency Hotel. Eles disseram que eu mesma cancelei semanas atrás, mas
não fiz isso. O que vou fazer sem um local?
— Que pena. Feche a porta, sim? Eu ainda estou dormindo. — Puxo o
cobertor sobre a cabeça e fecho os olhos, com um sorriso nos lábios.
Giulia grita novamente e sai do quarto.
Eu fico fora do caminho a maior parte do dia enquanto minha esposa
faz ligações furiosas para todos na lista de convidados, reclamando do
péssimo atendimento ao cliente no Regency.
Por volta das três, entro na cozinha, jogando as chaves para cima e
para baixo na mão. Mia arriscou descer para uma barra de cereais e um
copo de suco. — Vamos Bambi.
Ela enfia o resto da barra na boca no momento em que Giulia entra e
nos encara com os olhos inchados.
— Onde vocês dois estão indo?
Não me preocupo em olhar para ela enquanto entro na garagem. — O
cemitério.
— Você não deveria me chamar de Bambi na frente da mamãe. — Mia
me diz quando estamos dirigindo pela rua.
— Eu não deveria fazer muitas coisas. — Depois de mudar de marcha,
estendo a mão e toco sua bochecha. — Assim. Você está linda, querida.
Como você está se sentindo?
Mia estende a mão e pega minha mão, apertando meus dedos. — Feliz
por não estar na festa. Culpada pela festa. É complicado.
Com certeza é, mas minha garota está fazendo o que importa para ela
hoje, isso é tudo que importa para mim.
O cemitério fica no nordeste da cidade, um lugar sombrio com portões
de ferro forjado preto, gramados extensos e centenas de rosas ondulantes
em fileiras ordenadas.
Caminhamos em silêncio pela longa avenida ladeada de lápides e
sombreada por árvores de grossas folhas verdes.
Mia nos leva direto ao túmulo de seu pai. Ela se ajoelha e esfrega com
ternura as aparas de grama e a sujeira da base da lápide. Fico um pouco
para trás, com as mãos nos bolsos, ciente de que provavelmente sou o tipo
de homem de quem o pai de Mia a alertaria para ficar longe se ainda
estivesse por perto. Olho para o nome esculpido no mármore. Ennio Russo.
Ela cresceu linda, Sr. Russo. Você ficaria orgulhoso de sua filha se
estivesse vivo. E, meu Deus, você me odiaria.
Mia tem um buquê de flores com ela e demora a arrumar as flores no
suporte na base da lápide.
Por fim, ela toca o mármore onde está gravado o nome dele e se
levanta. — Eu passei muito mais da minha vida sem ele agora. Mas ainda
sinto falta dele.
— O que você lembra dele?
Seus olhos estão desfocados enquanto ela brinca com a corrente em
volta do pescoço. — Ele vinha me buscar todo sábado à tarde e íamos ao
parque ou tomar um sorvete. Era sempre divertido quando eu estava com
ele, mas mamãe tinha o hábito de estragar minha diversão arrumando
brigas com ele ou me dizendo que papai não tinha educação e nem
contatos, eu tinha sorte de ela ter a minha custódia. Não sei por que ela
tinha que fazer isso.
— Eu acho que sei. — murmuro.
— Sim?
— Ela é uma vadia.
— Ela estava com ciúmes, eu acho. Estranhamente possessiva. Ela me
ignorou a maior parte do tempo e depois me deu todo tipo de atenção
quando papai estava para aparecer. Era tão confuso.
Não tenho experiência ou energia para desvendar uma mulher como
Giulia Bianchi, mas se eu tivesse que adivinhar, diria que ela é uma narcisista
delirante.
Quando nos viramos para ir embora, alguns nomes em um grupo de
lápides chamam minha atenção, sinto uma pontada triste e amarga em meu
coração.
Rosetti.
Rosetti.
Rosetti.
Mia começa a se virar. — O que você está olhando?
Ennio é um sortudo em alguns aspectos. Eu me pergunto se uma bela
mulher colocará flores no meu túmulo quando eu me for.
Eu coloco minha mão em seu ombro e a guio em direção à saída. —
Nada. Gostaria de uma cerveja? Eu conheço um lugar.
O lugar que conheço fica do outro lado da cidade, subindo uma
estrada longa e sinuosa. É um dos meus passeios favoritos nesta cidade,
subindo as colinas onde é tranquilo e você pode deixar tudo e todos para
trás.
Faz vinte minutos que não vemos outro carro quando estaciono em
um mirante deserto. A cidade se espalha abaixo de nós e o rosto de Mia se
ilumina de alegria.
— Eu nunca estive aqui antes. Nem sabia que você poderia ter uma
visão tão boa dessas colinas.
Sentamos no capô do meu carro, vendo o sol se pôr e bebendo nas
garrafas de cerveja que pegamos no caminho.
Descasco o rótulo da minha garrafa de cerveja, enrolo entre os dedos
e jogo no vazio. — Acho que logo estarei morto, Bambi.
Ela para com a garrafa a meio caminho dos lábios. — O quê? Não diga
isso.
— É assim que acontece com os homens Rosetti. — Eu cerro minha
mandíbula, olhando para o sol poente. — Passamos por todas as suas
sepulturas hoje.
Parecia que eles estavam alinhados e esperando por mim.
— Continuo me atrapalhando. Isso nunca me importou antes, mas
desta vez eu posso realmente ter algo bom em minhas mãos. Algo que me
faz não querer ir.
Olho para Mia, seu rosto iluminado pela luz dourada do sol. Ela é a
única coisa que me faz querer ser um homem melhor, quanto mais eu a
persigo, mais provável é que eu acabe a sete palmos do chão.
— Eu não deveria estar aqui com você. Eu deveria estar tentando o
meu melhor para fazer as coisas funcionarem com sua mãe. É o caminho
mais rápido para as coisas que pensei que queria.
— Mas...? — ela pergunta.
— Mas não consigo parar de pensar em você. — Que técnica de
sedução terrível. Honestidade não é sexy.
Ou talvez seja, porque Mia se inclina, inclina o rosto para o meu e me
beija. Um beijo lento, cheio de paixão por palavras não ditas.
Acho que preciso de você.
E se você for minha pessoa?
Já estou meio apaixonado por você.
A garrafa de cerveja escorrega dos meus dedos e cai no cascalho.
Ainda a beijando, eu me levanto e me viro para encará-la, minhas duas mãos
segurando seu queixo.
Eu a beijo como se estivesse prestes a ser arrancado dela para sempre.
Não há ninguém por perto. Somos só eu e ela aqui, coloco a blusa dela
sobre a cabeça. Ela não está usando sutiã e seus mamilos endurecem no ar
frio. Com um braço em volta de sua cintura, abaixo minha boca e chupo um
de seus mamilos em minha boca. Ela grita e passa os dedos pelo meu
cabelo, segurando-se em mim.
Eu preciso dela. Eu preciso tanto dela.
Mia me ajuda a tirar as calças dela. Seu corpo é delicioso à luz do sol
poente, eu absorvo minha satisfação ao vê-la. Sua pele quente pintada de
dourado. A maneira como seu cabelo longo e encaracolado está ondulando
com a brisa. A cidade inteira está espalhada abaixo de nós. Eles não podem
nos ver, mas é bom não nos escondermos uma vez.
Eu tiro minha camiseta e ela descansa as mãos no meu peito enquanto
eu abro meu jeans e o empurro para baixo. Coloco minha boca nela. Eu
coloco minha língua dentro dela.
Bambi no capô do meu carro, olhando para mim com as pernas
abertas e me dando aqueles olhos de foda-me.
— Eu te quero tanto. Posso ter com você, Bambi?
Mia acena com a cabeça. — Por favor. Laz...
Meu nome soa tão bem em sua boca. Eu quero que ela diga isso
quando ela gozar. Estou tão carente de estar dentro dela e ela está tão
molhada aberta diante de mim. O convite mais doce que já vi. Pego meu pau
em minha mão e o guio até sua entrada, cobrindo-me com sua umidade
escorregadia.
— Laz, lembra que eu te disse...
Ela fala ao mesmo tempo que eu empurro dentro dela. Porra,
finalmente. Meu pau está enterrado dentro de seu pedacinho fofo, eu posso
martelar a luz do dia dela, como eu já imaginei centenas de vezes até agora.
Levo um momento para perceber que Mia gritou de dor e seu rosto
está contorcido.
Oh, Merda. Isso foi demais de uma vez. Estou sendo rude com ela.
— Sinto muito, Bambi. Eu me empolguei. Vou aquecê-la com meus
dedos, eu só... — Enquanto eu saio dela, eu congelo. — Que diabos?
Tem sangue no meu pau.
Talvez ela esteja menstruada e não percebeu?
Um sentimento sinistro crescendo cada vez mais forte dentro de mim
me diz que ela não está menstruada.
— Sou virgem.
— Você é o quê? — O horror cai sobre mim. Mas ela não pode ser
virgem quando me chupou assim e dançou no meu colo. — Mia, que porra.
Por que você não me contou?
Ela fica boquiaberta comigo. — Eu disse a você. O dia em que você
espancou Kaleb e seu irmão.
Repassei mentalmente as conversas que tivemos que até aludiam a
sexo, não consegui. No dia em que bati naqueles idiotas, fiz uma proposta a
ela no banheiro, ela recusou. Ela nunca disse: Sou virgem, Laz.
Ela desliza para fora do capô do meu carro e arrasta a calcinha pelas
pernas. — Eu não posso acreditar que você não se lembra.
Puxo meu jeans para cima e o abotoo. — A palavra virgem nunca
passou por seus lábios. O que você disse para mim?
Mia recolhe suas roupas, humilhação e raiva gravadas em seu rosto.
Ou é dor? Jesus fodido Cristo, acabei de empalar uma virgem como se ela
fosse uma gatinha sexual experiente. Eu mal a esquentei primeiro.
— Você queria transar no banheiro, eu respondi: Que primeira vez
sedutora.
Primeira vez.
Primeira vez.
Eu enfio minhas mãos pelo meu cabelo, gemendo e desejando poder
rebobinar os últimos cinco minutos. — Porra. Achei que você queria dizer a
primeira vez comigo.
Nada sobre Mia já gritou virgem para mim. Eu nunca estive com uma,
mas as virgens não deveriam ser violetas trêmulas? Cada vez que ela me
beijou, senti seu desejo. Ela dançou no meu colo como uma mulher que
sabe lidar com um homem. Seus boquetes são supremos.
Ou essa foi minha própria suposição, porque prendê-la e mexer com
ela era muito divertido? Ser um babaca com ela era uma deliciosa vingança
contra a esposa que eu não queria.
Ela veste a roupa, quando tento tocá-la, ela me empurra com raiva. —
Mesmo se você não percebesse, eu tentei te dizer agora, mas você não quis
me ouvir.
Sua voz soava como se ela estivesse excitada, não me implorando para
parar. Ou era isso que eu queria ouvir?
— Sinto muito, Bambi. — eu digo com uma voz oca. — Se eu tivesse
percebido que você era virgem, nunca teria feito isso.
Ela desaba sobre o capô do meu carro, sua tristeza é tão dolorosa de
testemunhar que eu gostaria que ela continuasse com raiva de mim. A luz
desapareceu do céu e ficamos na escuridão fria.
— Talvez isso tenha sido tão terrível porque é um sinal de que não
devemos fazer isso. — ela sussurra. — Nós. Está errado. Está distorcido.
Quero alcançá-la, desesperado para tocá-la, mas incapaz de suportar
se ela me der um tapa. — Não. É um sinal de que preciso melhorar. Eu
estraguei tudo. Estou sempre bagunçando tudo, mas desta vez eu me
importo. Sinto muito, Bambi. Por favor, deixe-me compensá-la.
Ela coloca as mãos sobre o rosto e meu estômago parece desaparecer
do meu abdômen. Oh Deus. Ela está chorando? Por favor, não a deixe
chorar. Se for, vou me jogar deste mirante e me despedaçar nas rochas
abaixo.
Tirei a virgindade dela e ela está chorando.
Ela levanta a cabeça e não há lágrimas em seu rosto, mas sua
expressão é vazia. Ela se senta no banco do passageiro sem olhar para mim.
— Estou bem. Vamos para casa.
Com uma sensação de enjoo nas entranhas, deslizo para o banco do
motorista.
Não sei o que dizer durante todo o caminho descendo as colinas e
voltando pela cidade.
Por que eu sempre estrago tudo?
Sou amaldiçoado pra caralho.
Antes que eu possa entrar em nossa rua, eu paro o carro. Mia estende
a mão para a maçaneta, pensando que a estou deixando fora de vista da
casa, mas estendo a mão e agarro seu pulso.
— Não, espere. Por favor.
— Laz, quero ir para casa.
Há tanta dor em seu rosto, eu odeio isso. Este dia não vai se
transformar em um duplo hambúrguer de merda para ela no aniversário da
morte de seu pai, perdendo a virgindade de uma das piores maneiras
possíveis.
— Não. Não está acontecendo. — Eu viro o carro tão rápido e acelero
de volta pela rua.
— Laz! O que você está fazendo? — ela pergunta, com a testa franzida
em confusão.
Não respondo porque não tenho palavras. Eu tenho que mostrar a ela
o que quero dizer.
Dez minutos depois, paramos em frente a um dos hotéis mais chiques
da cidade. Não o Regency. Este é melhor, na minha opinião. Mais moderno.
Menos abafado.
— Eu não sou muito bom em pedir desculpas. Não tenho muita
prática, embora com todas as coisas que fiz, deveria ser um especialista. —
Eu aceno para o hotel. — É assim que eu teria feito se tivesse aberto meus
ouvidos e escutado as coisas que você estava tentando me dizer. Trazer
você para este hotel. Reservar o melhor quarto para a noite. Fazer você
gozar. Muito. Foder você devagar e com força nos lençóis de uma cama
enorme até que eu quebre você na forma do meu pau, só meu pau.
Um rubor rosa rasteja em suas bochechas pálidas.
— Você vai me deixar fazer as pazes com você? Não sexo. — eu digo
rapidamente. — Não se você não quiser. Eu vou lavar seu cabelo. Alimentá-
la com morangos. Pintar as suas unhas dos pés. O que você quiser. A noite é
sua e eu sou seu lacaio. Seu servo. O que você quiser que eu seja.
Mia morde o lábio, olhando de mim para o hotel e vice-versa. — Você
quer me compensar?
— Você não tem ideia de quanto. Vou apenas reservar o quarto para
você e ir embora, se preferir, vou sentar no frio e pensar no que fiz, rezando
para que você me perdoe.
Mia olha para mim com uma sobrancelha enrugada. Ela parece
confusa. Ela não quer que eu tente e...
Mas então eu percebo. Acho que ninguém jamais se desculpou com
Mia por tratá-la mal ou se importou o suficiente para fazer qualquer coisa
para reconquistar seu favor.
— Eu quero dizer isso, Bambi. — eu digo suavemente. — É importante
para mim que eu te machuquei. Se não quiser entrar, podemos ir para outro
lugar. Onde você quiser. A decisão é sua.
— Ninguém tentou tanto me fazer feliz antes. É estranho.
Tomo seu rosto entre minhas mãos. — Por favor, deixe-me tentar.
Seus olhos ficam ainda maiores e mais líquidos do que o normal. —
Tem certeza de que quer uma virgem que nem consegue dizer direito que é
virgem?
Por favor. Como se tudo isso fosse culpa dela.
— Você acha que eu vou deixar isso acabar antes de te dar a primeira
vez que você merece?
Um sorriso esperançoso toca seus lábios. — Podemos fingir alguma
coisa quando entrarmos? A equipe vai se perguntar por que aparecemos
sem malas. Podemos contar a eles...
Prendo a respiração.
Sua coragem falha e ela balança a cabeça. — Deixa para lá.
— Diga-me. Tudo.
Ela me espia por entre os cílios. — Podemos dizer a eles que acabamos
de nos casar? Foi impulso do momento. Nós nos empolgamos e agora
estamos comemorando.
Um sorriso se espalha em meu rosto. Há um anel em sua mão direita.
Eu o tiro e deslizo pelo dedo anelar de sua mão esquerda, então o admiro
sob a luz da rua que está caindo pela janela.
Bem, foda-se. Isso parece tão perfeito que, se eu já não fosse casado,
me casaria com essa garota imediatamente.
— Vamos, Sra. Rosetti. Vamos pegar aquela suíte nupcial para você.
Estamos de mãos dadas e sorrindo como idiotas apaixonados quando
entramos no hotel. Não sei em que quarto ficaremos no final. Mal consigo
ouvir a equipe porque Mia está com os braços apertados em volta da minha
cintura.
Não parecemos recém-casados em nossas roupas de rua, mas Mia se
sente como minha noiva. O quarto é enorme, com hectares de cama e uma
sala separada, uma vista da cidade que é quase tão boa quanto o mirante.
— Posso preparar um banho para você, ou...
Mia agarra meu rosto, fica na ponta dos pés e me beija. Nossas línguas
são macias e se fundem.
— Sinto muito. — murmuro com urgência entre beijos.
Ela coloca um dedo sobre meus lábios. — Vamos começar de novo.
Você é meu marido. Esta é a nossa noite de núpcias. Como você quer passar
nossa noite de núpcias?
Quero passar minha língua em seu clitóris, fazendo-a gozar até suas
pernas tremerem.
Pego Mia e a carrego pela suíte até o quarto. Não há champanhe, não
há pétalas de rosa espalhadas. É decepcionante porque quero essas coisas
bregas para nós.
É quando a realização me atinge.
Eu vou me casar com essa garota um dia. Sério. Vou vê-la de vestido
branco segurando um buquê de flores. Quero que comamos o bolo dos
dedos um do outro. Então eu quero levá-la para um quarto como este e
foder minha esposa até a inconsciência em uma pilha de pétalas de rosa,
colocar beijos de champanhe em sua boca e boceta.
— Laz? O que você está pensando?
Percebo que estive olhando para ela e sorrio. — Você.
Puxo as cobertas e deito Mia nos lençóis.
— Podemos apenas nos beijar. — eu a lembro. — Podemos dormir
juntos sem fazer sexo.
Ela pisca seus belos cílios para mim. — Por que eu não iria querer fazer
sexo com meu marido?
E assim, fico instantaneamente duro. Eu tento ignorar o que está
acontecendo com meu pau, porém, já que foi isso que me colocou em
apuros no mirante.
Não estrague tudo, Laz.
Você tem uma chance com essa garota.
Não estrague tudo.
Os toques de Mia são hesitantes, explorando meu corpo lentamente
entre os beijos. Seus dedos finos deslizam sob as mangas da minha camiseta
e ao longo do meu pescoço.
— Eu realmente nunca consigo tocar em você. Posso te tocar? — ela
sussurra.
— Bambi, você pode fazer o que quiser comigo.
Ela acaricia as pontas dos dedos no meu peito e no meu abdômen.
Cuidadosamente, lentamente, ela empurra minha camiseta até minhas
costelas. — Eu passo cada minuto que estou perto de você olhando para
você tanto quanto ouso. Bebendo de você secretamente. Rezando para que
ninguém perceba que estou faminta por você.
— Eu? — Pergunto, estupidamente. Eu não fazia ideia.
— Claro que você, Laz. Mesmo quando eu te odiava. No dia do seu
casamento, não conseguia parar de olhar para você naquele terno cinza. Eu
disse a mim mesma que era porque eu te odiava tanto e continuei
recitando: Que camisa idiota ele está vestindo. Que calça estúpida que
abraça sua bunda. Odeio a maneira como as flores em sua lapela realçam
seus olhos.
Percebi Mia olhando para mim, mas pensei que era só porque eu
estava olhando para ela.
Ela enfia as mãos por baixo da minha camiseta, eu me sento um pouco
para que ela possa tirá-la pela minha cabeça. Então ela se senta montada
em mim, puxando meu cabelo para trás e circulando meus mamilos com as
pontas dos dedos.
Eu me sinto como o brinquedo dela. Amo ser o brinquedo dela.
— Estava com tanto medo de tocar em você no começo. — ela
confessa. — Preocupava-me que uma vez que eu tivesse um gosto por você,
não seria capaz de parar de te querer.
— E?
Ela levanta seus lindos olhos castanhos para os meus. — Agora estou
obcecada por você.
Eu gemo e puxo sua boca para a minha.
Mia desabotoa o short e se contorce para tirá-lo, mas eu a interrompo
quando ela pega a camiseta.
— Podemos deixar sua camiseta? — Eu puxo para cima para expor
seus seios como fiz apenas algumas semanas atrás no meu carro. Não é
apenas fofo, mas também muito gostoso. — Agora suba aqui e sente na
minha cara.
Eu capturo suas coxas com minhas mãos enquanto ela as sobe pelo
meu corpo, um pouco tímida, mas disposta a ir com isso porque ela está
excitada. Eu a lambo ansiosamente, ela engasga e se acomoda no meu
rosto.
— Que boa menina. — murmuro entre lambidas, amando como ela
está respondendo.
Mia se agarra à cabeceira da cama, meio gemendo, meio rindo. — Me
sinto uma princesa.
— Você também tem gosto de uma. — Macia, doce e deliciosa. Não
me canso de lambê-la, adoro os pequenos ruídos que ela faz quando minha
língua roça seu clitóris. Ela os faz de novo e de novo, até que percebo que
ela está gemendo e se contorcendo com tanta força que vai gozar.
E então ela o faz, apertando minha cabeça com as coxas enquanto ela
balança para frente e para trás no meu rosto.
Sento-me, levando-a comigo e deixando-a cair suavemente de costas.
— Podemos parar aqui. Eu não me importo.
— Não, por favor. — ela grita, agarrando meus ombros e cravando as
unhas. — Eu preciso de você.
Mia pega meu jeans e o abre, empurrando-o para baixo e para longe
de mim, vemos algo que nos surpreende.
Seu sangue, manchado o meu pau.
Ela corre os dedos pelo meu pau, tão paralisada pela visão quanto eu.
A evidência de que sou o único homem que já esteve dentro dela.
— Merda, Mia, isso deve ter doído. Eu sinto muito.
Ela balança a cabeça, ainda olhando para mim. — Eu não me importo
mais.
Afundo meus dentes em meu lábio por um momento. — Talvez esteja
confuso, mas seu sangue no meu pau é tão sexy.
Eu gostaria de poder manter esta pequena mancha vermelha que
proclama que ela é minha, agora e para sempre, mas se eu tiver que perdê-
la, o melhor lugar é em sua boceta.
— Por favor, Laz. — ela respira.
Ah, Jesus Cristo. Vou enlouquecer só com o som de sua vozinha
carente. Ela envolve a mão em volta do meu pau e eu também, juntos o
guiamos em seu canal apertado e escorregadio. Ela geme quando a minha
cabeça desliza para dentro dela, então centímetro após centímetro do meu
comprimento. Eu me movo o mais devagar e cuidadosamente possível, me
segurando como não fazia há anos.
— Estou machucando você? — Eu pergunto com os dentes cerrados.
Mia se apoia nos cotovelos e olha para si mesma. Olha para mim
entrando nela com estocadas cuidadosas, abrindo caminho mais fundo. Sua
linda boceta está deixando meu pau tão molhado.
Ela olha para mim com as bochechas coradas e os olhos dilatados. —
Acho que você foi feito para mim, Laz.
Eu relaxo um pouco e empurro mais fundo, ela geme de prazer. Estou
perdido naqueles olhos grandes, meu pau enterrado dentro dela.
Acho que ela está certa.
CAPÍTULO DEZ
MIA

Já ouvi muito sobre sexo, como pode ser bom, como pode ser ruim,
como é confuso e como é maravilhoso. Eu não estava preparada para ver
como um homem ficaria bonito com seu pau enterrado dentro de mim ou
como era estranhamente delicioso sentir o alongamento e a queimação de
suas estocadas.
Eu realmente não estava preparada para o quão vulnerável Laz parece
enquanto ele empurra com cuidado, cobrindo minha boca com beijos
desesperados e fechando as mãos nos lençóis.
— Bambi. Baby. — ele geme, olhando entre nós no lugar onde
estamos unidos. A espessura dele é quase chocante.
Ele puxa de repente e desliza para baixo entre minhas coxas. — Eu
preciso fazer você gozar de novo. — diz ele, lambendo-me com urgência.
Prazer dispara através de mim. Minha carne sensível anseia por seu
toque, ele me dá o que preciso sem piedade. Minhas pernas tremem
quando meu orgasmo se aproxima, ele agarra minhas coxas com força e se
curva. Lembro-me de ter cuidado, de não gritar alto, mas depois me lembro
de onde estamos e de que posso fazer o que quiser.
Eu jogo minha cabeça para trás com um grito alto e me entrego ao
meu clímax completamente.
Laz sobe pelo meu corpo, no momento em que abro os olhos, ele
mergulha em mim novamente. Eu suspiro e envolvo minhas pernas em
torno dele.
— Posso gozar em você? — ele pergunta com um gemido, eu aceno e
capturo seu rosto em minhas mãos. Quero ver como ele fica no momento
final. Aposto que ele é lindo.
Laz geme mais forte e aumenta a velocidade de seus golpes, puxando
todo o caminho para fora, em seguida, mergulhando novamente. Isso deve
ser incrivelmente bom para ele, porque suas bochechas ficam vermelhas e
sua respiração fica mais difícil. Então ele empurra profunda e rapidamente,
seu ritmo aumentando até que ele de repente grita.
— Foda-se, Bambi.
Eu sinto todo o seu corpo ficar rígido e seu pau ter espasmos. Então
ele cai lentamente sobre os cotovelos e me beija tonto.
Entrelaço meus dedos nos dele, minha mão esquerda e a mão
esquerda dele, nossos anéis tilintam suavemente. Há um desejo feroz em
meu peito. Eu quero esse homem só para mim. Não quero dividi-lo com
ninguém.
— Foi uma boa primeira vez? — Ele pergunta, puxando-me mais
apertado contra ele.
— A melhor. — eu sussurro, me alongando luxuosamente e abanando
todos os dedos dos pés.
— Estou feliz, minha linda esposa.
Pedimos serviço de quarto, comemos hambúrgueres e batatas fritas
com ketchup em roupões de banho enquanto contemplamos a cidade. Só
rastejando para a cama e nos acomodando para dormir nos braços um do
outro quando nossos olhos estão pesados.
Estou tão feliz por ter arruinado a festa da mamãe é a última coisa que
penso antes de adormecer.
De manhã, acordo nos braços de Laz e me aninho mais perto dele. Ele
murmura sonolento, envolve seus braços mais apertados em volta de mim e
beija o topo da minha cabeça. — Bom dia, esposa.
Eu rio contra seu peito, tonta porque a fantasia ainda não acabou. Laz
me puxa apertado contra seus quadris e eu sinto o quão duro ele está.
— Deixe-me lavar seu cabelo. — diz ele, acariciando os dedos por ele.
Eu me contorço contra sua ereção, ainda me sentindo muito sonolenta
para me levantar. — Tem certeza que não quer ficar na cama?
— Eu posso te foder no chuveiro. — ele aponta.
E assim, minha boceta é uma cadela acordada.
O banheiro é enorme e luxuoso com box amplo com vários jatos.
Enquanto ele ensaboa meu cabelo, ele me faz perguntas bobas, como quais
são minhas combinações favoritas de comidas estranhas.
— Manteiga de amendoim e picles. — respondo.
— Sua esquisita.
— Oh sim? Qual é a sua combinação estranha?
— Eu gosto de mergulhar Oreos em suco, mas isso não é estranho.
Isso é praticamente gourmet.
— Ewww.
Ele me faz cócegas e eu guincho como um pterodátilo de tanto que
estou rindo.
Não é até que ele está enxaguando o condicionador do meu cabelo
que seu pau bate contra a minha bunda e eu me lembro de sua promessa de
sexo no chuveiro. Eu me contorço contra ele até que ele esteja aninhado na
minha bunda.
Laz geme e beija meu pescoço. Estou tão excitada e molhada que
quando a cabeça macia de seu pau desliza entre meus lábios, ele desliza
direto para dentro.
Minhas palmas pousam contra os ladrilhos e eu afasto meus pés. Uma
de suas grandes mãos tatuadas pousa ao lado da minha, eu olho para o
quanto perfeitos nós parecemos juntos enquanto ele empurra
cuidadosamente em mim, seus lábios contra minha orelha.
— Você está dolorida, Bambi?
Eu balanço minha cabeça, a água fluindo pela minha pele e ao redor
do lugar onde ele está empurrando profundamente dentro de mim.
Laz geme e começa a me foder a sério, seu corpo poderoso fazendo
sons de estalo a cada estocada. Eu arco de volta em seu aperto na minha
cintura.
Meu clitóris está bem ali, brinco comigo mesma, esfregando com força
no ritmo de suas estocadas. Meus olhos estão fechados e me sinto cercada
por Laz. Segura por ele. Há apenas ele e eu, o som da água corrente e o
êxtase que está crescendo dentro de mim.
Eu gozo em uma corrida alegre, a água fria contra a minha pele
quente, então me deleito com as sensações de Laz socando em mim com
puro abandono e gozando com um gemido em meu ouvido, torcendo até a
última gota de prazer deste momento.
Porque acabou muito cedo. A água é desligada. Nos secamos e nos
vestimos. Não há como fazer as malas, pois não trouxemos nada conosco,
então trocamos um beijo final atrás da porta fechada e deixamos tudo para
trás.
Nós nos damos as mãos enquanto descemos no elevador e saímos.
Quando passamos pelas portas da frente para o ar fresco, nos soltamos.
Laz me lança um olhar que é tão melancólico quanto eu, enquanto tira
o bilhete do manobrista de sua carteira e seu Camaro é trazido.
De volta para casa.
De volta a Laz sendo meu padrasto.
De volta à realidade de merda.

— Onde diabos vocês dois estiveram?


No momento em que entramos em casa, mamãe nos confronta com
rugas de cansaço e raiva ao redor dos olhos. Ela provavelmente bebeu muito
vinho, quase não dormiu e ainda está com raiva de ontem.
Seu olhar vai de mim para Laz e vice-versa, sobrenaturalmente afiado,
como se ela estivesse assistindo a uma repetição dos eventos da noite
passada apenas olhando para nós.
Nas minhas costas, tiro o anel da minha mão esquerda e coloco-o de
volta na minha mão direita. Não sei o que dizer. Eu não sei como agir.
Congelo totalmente.
Laz dá de ombros casualmente. — Mia ficou chateada depois do
cemitério. Ela não queria voltar para casa, então eu a levei para um hotel.
Meus olhos quase saltam das órbitas. Então, não estamos nos
preocupando em mentir? Achei que Laz iria contar uma história sobre seu
carro quebrar na floresta e nós tremendo sob nossas jaquetas a noite toda
ou algo assim.
— Por que diabos Mia ficaria tão chateada com algo que aconteceu
anos atrás?
— Talvez você devesse se fazer essa pergunta, Giulia. Você é quem
quase tirou ontem dela.
Mamãe olha para ele e se vira para mim. — Você tem apenas dezoito
anos. Você ainda está na escola e ficou fora a noite toda. Eu estava
morrendo de preocupação.
Eu tiro meu telefone da minha bolsa, mas não perdi nenhuma ligação
ou mensagem. — Eu não sabia que você estava preocupada. Você não ligou.
— Eu sou sua mãe, Mia. Claro que estou preocupada. — Ela se vira
para Laz. — Um homem com uma reputação como a sua não deveria passar
a noite sozinho com jovens inexperientes.
— Tanto faz, Giulia. Levei minha enteada para o cemitério e depois
para um hotel e transei com ela. — Sua voz está cheia de desprezo, embora
seja exatamente o que ele fez. Com um aceno de cabeça, ele se vira em
direção à cozinha. — Quem quer café? Minha cabeça vai explodir.
Ele sai sem esperar por uma resposta, deixando mamãe e eu olhando
uma para a outra.
— Estou de olho em você, mocinha.
Meu estômago embrulha. Ela pode sentir em mim o cheiro do sexo
que fiz com o marido dela?
— Se eu descobrir que você teve algo a ver com a minha festa
arruinada, vou expulsá-la desta casa tão rápido que sua cabeça vai girar.
Quase suspiro de alívio. Oh sim. Isto. O fato de ela ter falado sobre a
festa me lembra o que ouvi entre ela e meus tios. — É tarde demais para se
livrar de mim agora. Dezenove anos tarde demais.
Os olhos da mamãe se arregalam. — Você tem escutado minhas
conversas particulares?
— Não é realmente espionagem se eu estiver no corredor e ouvir você
contra a minha vontade. Você e meus tios estavam falando sobre mim a
plenos pulmões.
Sua boca funciona como se ela estivesse tentando cuspir algo amargo.
— Eu não posso mantê-la na linha por mais tempo. Meus irmãos vêm
dizendo há semanas que você precisa de um marido para controlá-la, mas
achei que seria melhor se você terminasse o ensino médio primeiro. Como
sempre, eles estavam certos.
— Como se eles estavam certos de que você deveria ter se livrado de
mim? Talvez você tenha me deixado nascer, mas você me baniu do seu
coração há muito tempo. — Eu jogo de volta para ela, ela está surpresa por
eu estar respondendo a ela.
Então ela fica lívida e ferve. — Sua filha ingrata.
Laz nos ouviu discutindo e está parado na porta. — Giulia, ela tem
dezoito anos. Ela é muito jovem para se casar.
Ela lhe lança um olhar arrogante. — Fiquei noiva aos dezessete anos.
Comi as sobras do meu bolo de aniversário na noite anterior ao meu
casamento.
— E veja como aquele casamento acabou bem para você. — ele
dispara de volta.
— Como você ousa! Quem é você para me ensinar sobre casamento?
Enquanto eles discutem, eu tento escapar.
— Aonde você pensa que vai, mocinha? Tenho coisas para discutir
com você. Você vai abandonar a escola ou prefere que o casamento
aconteça depois de se formar? Pessoalmente, não sei por que você ainda
está frequentando as aulas.
Eu encaro mamãe. Ainda estou frequentando as aulas porque não
tenho ideia do que quero fazer da minha vida. Talvez eu frequente uma
faculdade comunitária assim que sair daqui. Não tenho as notas para a Ivy
League ou qualquer uma das faculdades decentes, mas ainda quero meu
diploma do ensino médio. — Não me diga que você está falando sério sobre
eu me casar?
Mamãe me dá um sorriso tenso e hostil. — Estou falando sério. Eu já
tive o suficiente de você indo e vindo quando quiser, me desafiando a cada
passo. Podemos descobrir os detalhes mais tarde. Enquanto isso, vou
começar a fazer ligações.
E com isso, ela se vira e sobe as escadas com elegância, uma expressão
no rosto que beira o rancor.
Ela sabe que estraguei a festa dela.
Ela não pode provar, mas sabe, é assim que estou sendo punida.
— Laz. — eu sussurro, minha voz tremendo de emoção. — Eu não
quero um marido, especialmente aquele que mamãe escolher.
Ele vem em minha direção e acaricia minha nuca com sua mão grande,
olhando profundamente em meus olhos. — Sobre o meu cadáver você vai se
casar. Não está acontecendo.
— O que nós vamos fazer? — Estou impressionada com a naturalidade
de repente de dizer nós. Como é bom também.
Eu e Laz.
Contra mamãe.
Contra o mundo.
— Eu vou pensar em algo. Enquanto isso, tente não se preocupar
muito. Concentre-se apenas na escola. — Laz lança um rápido olhar ao redor
antes de pegar meu rosto entre as mãos. — E em mim.
Ele cobre minha boca com a dele em um beijo ardente que sinto até os
dedos dos pés.
— Vamos. Vou fazer aquele café para nós.
Nos próximos dias, vivo com medo de homens chegando sem avisar
em casa com alianças de noivado. Ouço mamãe ao telefone perguntando às
pessoas sobre seus filhos e irmãos solteiros. Ela tem uma lista em seu tablet
e faz anotações enquanto fala. Quanto esse homem ganha. Há quanto
tempo este está divorciado.
Se eu não assinar a certidão de casamento, não posso me casar. Eu me
lembro disso repetidamente. Não é como se mamãe tivesse qualquer
influência sobre mim além de me expulsar desta casa, eu meio que esperava
que isso acontecesse de qualquer maneira.
Onde quer que eu vá nesta casa, vejo Laz ou me lembro da noite que
passei com ele. Sua voz ressoa lá embaixo quando estou no meu quarto. Seu
perfume paira no ar quando ele não está presente. Costumo ouvi-lo
assobiando para si mesmo ou tocando rock no rádio quando está
consertando o carro. Só há um homem no mundo com quem eu
consideraria me casar e ele é casado com outra pessoa.
Lamentavelmente, imagino um futuro em que também me casei, Laz
e eu nos esgueiramos pelas costas de nossos parceiros. Eu odeio isso. Já
estou atormentada pela culpa metade do tempo, não tenho nenhum prazer
em saber que estou roubando o homem de outra pessoa. No entanto, não
posso deixar de me perguntar quando vou sentir os braços poderosos de Laz
em volta de mim e sua língua na minha boca.
Estou no meio de um dever de casa de história quando a porta do meu
quarto se abre e Laz entra. Ele está vestindo uma camisa larga cinza escuro
com seu jeans preto, o tecido macio fica tão bem contra seus músculos e
acentua sua garganta forte.
Eu me pergunto se ele está prestes a me dizer que mamãe marcou a
data do meu casamento quando um sorriso caloroso desliza sobre seus
lábios. Ele está aqui para outra coisa.
Eu.
Laz pega minha mão, me levanta e me beija.
— O que...
— Sua mãe saiu. — ele murmura entre beijos famintos.
Merda, merda, merda. Isso é tão sórdido. Isso está tão desarrumado.
Mas posso sentir que estou ficando quente e molhada enquanto suas mãos
percorrem meu corpo.
— Você me deixou pegá-la sem camisinha, baby. Você é uma cadela
arriscada e isso foi tão quente que é tudo o que consigo pensar. Eu preciso
ver você transbordando com meu esperma novamente.
— Eu não sou arriscada. Estou tomando pílula.
Ele se afasta. — Você está o quê?
— Você me ouviu.
— Mas você era virgem.
Eu dou de ombros. — Muitas mulheres tomam pílula para regular a
menstruação. Além disso, impede que minha pele se rompa.
Laz franze a testa para mim. — Pare de tomar.
Eu rio, me perguntando se ouvi direito. — O quê?
— Você me ouviu. Quero pegá-la sem camisinha adequadamente.
Eu olho para ele e levanto os dedos enquanto falo. — Um, você está
louco? Risca isso. Você é definitivamente louco. Dois, eu poderia engravidar.
Três, você está louco?!
Ele sorri e enfia um dedo na gola da minha camiseta, me puxando para
mais perto. — Isso é tão sexy. Diga que eu poderia engravidar de novo.
Eu afasto sua mão. — Você não está me ouvindo.
— Eu ouço você alto e claro, Bambi. — Laz me solta e começa a
vasculhar as gavetas da minha mesa de cabeceira. Então ele se move para
minha cômoda, apalpando minhas calcinhas e meias, tateando bem no
fundo.
— O que você está fazendo?
— Procurando sua receita para que eu possa jogá-la fora.
Eu não guardo meus comprimidos lá, então apenas cruzo os braços e o
observo espalhando calcinhas por aí. Com o passar dos minutos, ele fica
cada vez mais irritado.
Finalmente, ele se aproxima de mim. — Onde elas estão?
— Você é inacreditável, Lazzaro Rosetti. Não vou dizer onde estão
minhas pílulas e não vou parar de tomá-las.
Seu sorriso fica perverso. — Vamos lá. Você adora ser má comigo.
— Isso não é ruim, isso é insano! Eu poderia engravidar.
Ele geme e inclina sua boca sobre a minha. — Isso é tão quente. Eu
quero você grávida. Tenha meu bebê e vamos fugir juntos.
Tento repreendê-lo, mas ele me agarra pela nuca e abre meus lábios
com a língua, invadindo minha boca com a determinação de um homem que
vai conseguir o que quer.
Quando ele segura o cós da minha bermuda e a aperta contra meu
clitóris, eu gemo em sua boca. — Você é demais.
— Vou facilitar. Serei gentil.
Ele começa a puxar meu short e calcinha para baixo. — Não estou
falando do seu pau. Quero dizer o seu tudo. Sua atitude. Seu ego. Suas ideias
malucas.
Laz me tira a roupa e segura minha bunda em suas mãos grandes,
pressionando-me contra seu pau duro. Nós vamos ser pegos. Seremos pegos
e iremos direto para o inferno ou para o fundo do lago com botas de
concreto ou para onde quer que pessoas terríveis vão quando fazem coisas
realmente ruins.
E errado.
E doentio.
Laz pressiona beijos na minha garganta, colocando seus lábios contra
minha orelha, ele diz em um murmúrio quente e ofegante. — Deixe-me
foder você em sua cama enquanto sua mãe está fora. Eu quero explodir
minha porra neste belo corpo seu.
Mamãe pode chegar em casa a qualquer minuto. Eu me imagino
curvada sobre o colchão com as duas mãos sobre minha boca enquanto Laz
me fode firme e completamente por trás, suas grandes mãos segurando
minha cintura. O fato de podermos ser pegos, a ideia de fazer algo tão
imprudente, causou um curto-circuito em meu cérebro.
Ele me leva de volta para a cama, sei que assim que ele abrir o zíper da
calça jeans, ele estará dentro de mim. Meu núcleo derrete com o
pensamento enquanto caímos juntos no colchão.
Meu telefone vibra ao lado da minha cabeça e eu olho para a tela com
o canto do olho. Tem uma mensagem da mamãe. Bem, merda. Isso não
pode ser bom.
— Espere um segundo. — eu digo a Laz sem fôlego, pego meu telefone
e o seguro diante do meu rosto.
Por favor, use seu vestido vermelho no jantar na noite de quarta-feira.
Coloque um pouco de maquiagem e faça algo legal com seu cabelo.
Por quê? Eu envio de volta, embora eu ache que já sei a resposta.
Fabrizio Rosetti vem jantar com um de seus amigos solteiros. Drago
Lastra.
Devo parecer horrorizada porque Laz pega meu telefone de mim e lê a
tela.
— Drago Lastra? — ele exclama, sua voz soando no silêncio do meu
quarto. — Aquele maldito predador?
— Quem é Drago Lastra?
Seus lábios se curvam. — Apenas um dos bastardos mais frios e
perversos que já conheci. Jesus Cristo, sua mãe deve conhecer a reputação
dele. É como se ela quisesse que você fosse comida viva, a cadela cruel.
Engulo em seco. — Talvez ela tenha. Acho que ela me odeia porque
sabe que estraguei a festa dela.
— Aquela festa estúpida. — Ele pega meu telefone da minha mão e o
joga na mesa de cabeceira. — Essa maldita mulher. Não quero que você
pense nisso agora.
Ele se senta e puxa a camisa sobre a cabeça, faz um V com o dedo
indicador e o médio e aponta para os olhos. — Concentre-se em mim.
Meu olhar percorre seu corpo perfeito e tatuado.
Deus, se ele insiste.
Ele tira minha camiseta e sua calça jeans então estamos nus juntos,
pressionados um contra o outro com nossas pernas entrelaçadas.
Eu capturo o rosto de Laz em minhas mãos e choramingo. — Foda-me
como se eu fosse sua.
Ele enfia o polegar em mim e depois o puxa para fora, espalhando
minha umidade por toda parte. Então ele pega seu pau na mão, alinha-se na
minha entrada e empurra profundamente dentro de mim.
— Você é minha.
Sinto a verdade dessas palavras no meu âmago e até as pontas dos
dedos das mãos e dos pés.
Dele.
CAPÍTULO ONZE
LAZ

Eu gemo enquanto afundo meu pau na boceta de Mia. Isso é tudo em


que consigo pensar há dias, colocando minha garota de costas com as
pernas abertas para mim enquanto eu bato em seu boceta rosa apertada.
Tão apertada que ela só está me deixando entrar alguns centímetros. Ela
engasga e pressiona as mãos contra a minha barriga, me dizendo para
diminuir a velocidade porque ela não consegue lidar.
Eu relaxo e me movo mais devagar, dando a ela a chance de relaxar
para que eu possa ir mais fundo, murmurando baixinho para ela. — Quem é
minha boa menina?
Eu olho em volta para sua cama, seu quarto. É tão fofo, eu posso
transar com ela aqui. Isso é tudo que eu tenho sonhado por semanas.
Mia choraminga e agarra meus ombros enquanto me movo com mais
força e mais fundo. Depois de mais alguns golpes, eu a puxo para fora, viro-a
de bruços e puxo seus quadris para cima.
Agora ela está aberta diante de mim, que visão ela é. Eu me pego em
minhas mãos e mergulho de volta nela.
— Dê-me esse doce aperto de sua boceta, Bambi. — Ninguém fode
como meu anjo de enteada.
Ela enterra o rosto nos cobertores, geme de horror e desejo. — Não
diga coisas assim quando estivermos fazendo sexo.
— Por que não? Você adora ser uma putinha para o seu padrasto.
Olhe para esse arco em suas costas. Só garotas com tesão jogam suas
bundas para fora assim. Devo foder essa boceta como você precisa?
Aparentemente eu deveria porque ela geme mais alto e começa a
trabalhar seu clitóris com os dedos. Ela geme cada vez mais rápido até que
seus gritos atingem o pico.
O corpo inteiro de Mia fica vermelho quando ela goza, o rosto
enterrado nos cobertores e o braço em volta deles.
Eu tomo isso como minha deixa para terminar rápido e duro dentro
dela, gemendo e agarrando a parte carnuda de sua bunda enquanto atiro
minha semente dentro dela.
Eu sorrio para mim mesmo enquanto saio lentamente dela. — Se você
não gosta que eu fale sujo com você, você não deveria gozar como uma
garotinha excitada quando eu falo.
Uma porta abre e fecha no andar de baixo. Parecia a porta da frente.
Mia engasga e pula da cama, agarrando suas roupas. — É a mamãe.
Ela veste a camiseta e o short, suspira algo sobre tomar um banho e
sai correndo do quarto.
Eu rio baixinho e lentamente coloco minhas roupas antes de me
lembrar de seu controle de natalidade. Que chato ela estar escondendo isso
de mim quando ficar grávida poderia resolver todos os nossos...
Problemas.
Eu encontro meu próprio olhar no espelho da penteadeira e um
sorriso perverso se espalha em meu rosto, esticando a cicatriz em meus
lábios. Oh, agora há um plano.
Claro, isso pode criar outros problemas, mas pense no que isso pode
fazer por nós. Faber me disse para engravidar minha esposa, mas Mia tem
sido mais como uma esposa para mim do que sua mãe. Estabelecer-se com
uma família seria maravilhoso se fosse com ela.
Mia, nosso bebê, minha oficina mecânica. Isso soa como uma vida pela
qual vale a pena lutar.
Meu olhar vagueia pelas gavetas de Mia, suas estantes. Onde ela
guardaria as pílulas? Presumo que ela as esteja escondendo por causa de
Giulia. Eu tento pensar como uma adolescente que não quer que sua mãe
encontre algo em seu quarto.
Escondê-las em uma gaveta ou caixa está fora de questão, Giulia
pensaria em olhar atrás da cômoda e debaixo do colchão. Que tal em algum
lugar à vista? Há gravuras emolduradas nas paredes, eu levanto cada uma e
verifico atrás delas. Na terceira, encontro o que procuro. Vários pacotes de
pílulas anticoncepcionais colados atrás da foto.
— Bingo.
Tiro uma foto dos comprimidos com o celular, mando para um dos
meus contatos e depois ligo para ele.
Gus atende no segundo toque. — Ei, Laz.
— Quanto tempo você levará para fazer meia dúzia de pacotes de
pílulas anticoncepcionais falsas? — Digo a ele que acabei de enviar uma foto
e espero enquanto ele verifica.
— Você quer pílulas anticoncepcionais falsificadas? Não há lucro nisso.
— Gus ganha a vida fazendo pílulas falsas para ereção e as vende na
internet. O homem é meu cunhado.
— Eu não quero imitações. Eu quero falsificações. — eu explico. —
Todas elas pílulas de açúcar. Você pode fazer isso?
— Claro, por que não. Você não é casado agora? Por que sua esposa
está tomando pílula?
— Não importa sobre minha esposa. Traga-me os comprimidos,
rápido. E não conte a meus irmãos sobre isso.
— Não sonharia com isto. Espero que você seja papai em breve.
Eu sorrio enquanto desligo o telefone. Sim, também espero.
Precisamos bolar um plano para que Mia não precise se casar com
Drago Lastra ou qualquer outro homem. Talvez esse não seja o tipo de plano
que ela imaginou, mas tempos de desespero exigem medidas desesperadas.

Na quarta-feira à noite, as pílulas anticoncepcionais falsas foram


coladas atrás da impressão no quarto de Mia por dois dias. Ela está fértil
neste segundo e saber disso está me deixando louco. Estou ansioso para
colocar minhas mãos na minha garota, transar com ela na próxima semana e
voltar.
Mas eu tenho a oportunidade? Não, porque aí vem meu irmão com
Drago Lastra.
Eles chegam pontualmente às oito da noite, Lastra segurando um
buquê de rosas vermelhas. Ele é um homem alto, de aparência sombria,
com olhos azul-acinzentados de pálpebras pesadas e um terno feito sob
medida para seu corpo. Um pesado relógio prateado brilha em seu pulso,
ele murmura um olá educado para todos. Ele já enfiou o cotovelo nas
entranhas dos homens enquanto eles gritavam seus gritos de morte, mas
você não saberia olhando para ele. Sob as caras luzes de Giulia, Lastra
parece domesticado.
Quase, mas não totalmente. Ainda há algo parecido com um tubarão
naqueles olhos azul-acinzentados, meus pelos estão arrepiados.
Mia está incrivelmente linda. Ela tem se preocupado com os lábios
com os dentes, mas seu batom vermelho fosco é perfeito e seus longos cílios
são escuros e sedosos. Seu cabelo está preso com algumas mechas soltas
caindo suavemente em volta do rosto. O vestido vermelho curto e sedoso
farfalha em sua pele. Tem alças finas, eu sei, Lastra sabe, Faber sabe, todo
mundo sabe que Mia não está usando sutiã. O vestido sexy se ajusta
suavemente ao seu corpo de tal forma que ela pode muito bem estar nua.
— Srta. Bianchi. — Lastra murmura, oferecendo-lhe as rosas
vermelhas enquanto a devora com o olhar.
Reviro os olhos. Rosas, que clichê. Quero arrancá-las de suas mãos e
expulsá-lo desta casa.
Embora ela não queira, Giulia está olhando para ela como um falcão,
Mia tem que aceitar as flores e dizer uma palavra educada de
agradecimento. As rosas vermelhas combinam tão perfeitamente com o
vestido e o batom de Mia que sinto que Giulia e Faber coordenaram esses
detalhes por telefone.
Enquanto jantamos, Faber tem uma conversa educada com Mia que
me deixa nervoso, mas não é nada comparado ao que Drago Lastra me faz
sentir toda vez que seu olhar se fixa em minha mulher. Estou segurando
meus talheres como se fossem armas. Sim, Mia é linda. Parabéns por
descobrir isso, Lastra. Agora pare de olhar para ela.
Giulia fala sem parar sobre as casas de Lastra, seus carros, seu estilo
de vida luxuoso. Ele se divorciou duas vezes, mas Giulia, rindo descarta isso
como “choques de personalidades”. Eu apostaria no fato de que suas ex-
esposas têm pavor dele e fugiram do homem o mais rápido que puderam.
Minha esposa encobre suas atividades criminosas e sua violência. Eu
mesmo não fui inocente nesse departamento. Quem nesta mesa nunca
bateu em alguém com os punhos, uma arma contundente, um sapato de
salto alto? Até Mia deu um soco na cara de um garoto. Mas a violência de
Lastra está em outro nível. Os rumores por si só deveriam ser suficientes
para fazer qualquer mãe amorosa parar e pensar antes de se deixar levar
pelos planos do casamento, mas aparentemente Giulia simplesmente não se
importa.
No final da noite, Mia parece sobrecarregada e confusa, mas Giulia
está radiante.
— Mia e eu vamos te mostrar a saída, Drago. Venha, Mia.
Mia se levanta com relutância, segue sua mãe e Lastra até a porta da
frente.
— O que você acha de Lastra? — Faber me pergunta do outro lado da
mesa de jantar.
— Ele é muito velho e muito perigoso para Mia. Ela vai se casar com
aquele homem por cima do meu cadáver.
Faber olha especulativamente para mim, percebo que ele percebeu
minha raiva e ciúme. Não deve ser difícil, visto que estou achando
impossível controlá-lo.
— Nossa, Nossa. Você não é protetor de repente. Esses instintos
paternos estão entrando em ação? Há alguma boa notícia que você gostaria
de compartilhar comigo?
— Ainda não. — eu digo entredentes, minha raiva dobrando com a
ideia de transar com minha esposa. Nem em um milhão de anos,
especialmente não depois do que acabei de testemunhar esta noite, a
cadela fria e sem coração. — Espero poder anunciar boas notícias muito em
breve.
— Veja o que você faz.
Eu me levanto tão rápido que minha cadeira se projeta atrás de mim e
coloco minhas mãos na mesa. — Você não é meu chefe. Você não é meu
pai. Eu estou no comando da minha vida, não você.
Faber olha para mim, indiferente à minha explosão. — Eu estava
esperando que você começasse a se acalmar agora. Estou começando a
achar que meu irmãozinho sempre será o irresponsável da família.
— Sim? Eu sei há muito tempo que você é um maníaco por controle e
um idiota. Você afirma que a família é a coisa mais importante para você,
mas isso é besteira. A única pessoa importante para Fabrizio Rosetti é
Fabrizio Rosetti. Papai deve estar se revirando em seu túmulo
testemunhando como você está sendo uma vadia sobre o dinheiro que me
pertence.
— Só não quero ver você se afundar cedo.
— Você acha que consertar carros clássicos vai colocar minha saúde
em risco? — Faber sabe tudo sobre minha intenção de abrir uma oficina
com o dinheiro que me pertence. Na verdade, ele pediu para ver um plano
de negócios para saber se a ideia era “viável”.
Foda-se ele.
Foda-se ele para o inferno e de volta.
Acontece que eu tenho um plano de negócios muito foda, mas não
tenho que justificar meus sonhos para ninguém. Compartilhar? Sim. Terei
prazer em compartilhar meus sonhos com pessoas que me amam, mas não
estou sentindo muito amor familiar ultimamente.
Faber luta com isso por um momento. — Você precisa aprender o
valor do dinheiro antes que alguém lhe dê centenas de milhares de dólares.
— Não me alimente com besteira porque eu não aguento. Seja
homem e apenas admita que não gosta de mim.
— Você é meu irmão, Lazzaro...
— Pela última vez, é Laz. — Eu me afasto da mesa e me endireito. —
Quando eu me tornar pai, será nos meus termos.
— O que isso deveria significar?
— Você vai ver. Boa conversa, Faber. Adorei te ver, como sempre. —
Saio da sala em direção à cozinha, feliz por Lastra finalmente ter ido embora.
Na garagem, fico no silêncio frio e escuro ao lado do meu carro,
desejando poder simplesmente ir embora e deixar todos para trás. Mas isso
significaria perder Mia, aquela garota me prendeu ao coração. Eu não
poderia me afastar dela para salvar minha vida.
Abro o capô do meu carro, embora não precise de troca de óleo, me
preparo para a troca. Qualquer coisa para manter minhas mãos ocupadas
para não voltar para casa e declarar que estou em guerra com qualquer
homem que tente falar com Mia.
Conserto meu carro por algumas horas, depois me lavo e caio no sofá.
Pouco depois do amanhecer, vejo que Giulia está na piscina, prestes a nadar
em suas voltas matinais. Levam quarenta minutos. Assim que ela mergulha,
eu me levanto e subo para o quarto de Mia.
Ela ainda está dormindo profundamente quando me aproximo da
cama, tirando minhas roupas. Quando me enfio entre os cobertores, ela mal
se mexe e tenho o prazer de beijá-la até acordá-la.
Com a língua.
Em sua boceta.
Mia respira fundo e abre os olhos, os cílios tremulando, ela olha para
mim entre as pernas.
— Laz. — ela geme, envolvendo suas coxas em volta da minha cabeça
e mergulhando os dedos no meu cabelo. — Você não deveria estar aqui.
O que ouço é: Por favor, me faça gozar.
Qualquer coisa pela minha garota.
Dou-lhe uma lambida confusa e faminta, ela me dá o que eu quero,
que é ela gozando em todo o meu rosto. Um momento depois eu me sento
com meu pau na mão e mergulho nela com um gemido. Eu nunca vou
esquecer como é bom foder essa garota.
Olhando para o meu pau entrando e saindo dela, eu digo. — Mal
posso esperar até que você seja minha. Espero que você saiba que estou
imaginando estar profundamente dentro de você o tempo todo, não
importa com quem estejamos e onde estejamos, minha linda enteada.
— Não comece com isso de novo. — ela geme, suas bochechas ficando
vermelhas.
— Você adora quando eu falo assim.
Mia estende a mão e pressiona as mãos contra a cabeceira da cama,
mantendo-se imóvel para que eu possa fodê-la com mais força.
— Você ama cada... — Impulso. — Palavra. — Impulso. — Suja. —
Impulso.
Eu gemo e inclino minha cabeça para trás enquanto meu clímax cai
gloriosamente sobre mim.
Começo a puxar para fora da minha doce menina quando vejo meu
esperma escorrendo por todo o meu pau e os lábios de sua boceta.
Oh, caramba, isso é quente. Enfio-me de volta nela, imaginando
quanto tempo uma mulher pode engravidar depois de parar de tomar a
pílula. Espero que seja agora. Neste segundo. Eu empurro dentro dela, meu
pau ainda duro e tão profundo quanto eu posso ir. Lá dentro, é onde eu
preciso estar. Vou ficar aqui até ter certeza de que meus filhos tiveram a
chance de fazer o que querem com ela.
Mia tenta se esquivar, mas eu seguro seus quadris com força e não me
mexo.
— Permita-me sair.
Eu sorrio com a maneira como ela está lutando para sair debaixo de
mim. — Eu gosto daqui.
— Laz e se a mamãe entrar? — ela geme.
Deus, metade de mim gostaria disso. Ainda com as bolas no fundo de
sua filha, eu declararia que Mia é minha e não há nada que alguém possa
fazer sobre isso.
Imagino Mia usando um vestido de noiva com uma barriga de grávida,
meu pau fica tão duro.
Eu preciso transar com ela de novo.
E assim, eu faço.
Eu me afasto e bato nela novamente, estocadas curtas e fortes.
— Laz. — Mia sussurra. — O que você está fazendo?
— Fique quieta, baby, eu não terminei com você. — Eu a arrasto para
a cama, coloco uma de suas pernas sobre meu ombro e a outra em volta da
minha cintura.
Mia está sem fôlego de desejo e pânico. — Você não deveria… nós não
podemos...
Todos os seus protestos são como uma bandeira vermelha para um
touro. Eu posso e eu vou.
Eu enfio meu pau nela, ela tem que sufocar seu suspiro. Lambo meu
polegar e passo sobre seu clitóris, rolando a pequena protuberância ao
redor enquanto ela quase fica vesga de prazer.
— Não deveria o quê?
Mas Mia não tem nada a dizer. Ela agarra punhados das cobertas e se
segura para salvar sua vida. Posso sentir meu orgasmo crescendo junto com
o dela. Eu a conheço bem o suficiente agora que posso dizer por sua
expressão quando ela está à beira do abismo, solto todas as restrições e a
fodo com força, batendo nela até que ela goze com pressa, explodo dentro
dela novamente.
Enquanto nós dois estávamos ofegantes e recuperando o fôlego, o
suor esfriando em nossos corpos, ouvimos passos subindo as escadas.
Eu dou a Mia um sorriso maligno. — Você acha que essa é a sua...
Ela tapa minha boca com as duas mãos e balança a cabeça
freneticamente. Os passos passam por sua porta, dirigem-se para o quarto
principal e depois desaparecem no andar de baixo novamente.
Com suas mãos pressionadas na minha boca, lentamente saio dela.
Meu sêmen e sua umidade estão por toda parte em suas coxas. Este quarto
cheira a sexo, a última coisa que quero fazer é deixá-la. Eu quero colocar as
pernas sobre a cabeça para manter meu esperma dentro dela, mas ela acha
que algo está acontecendo e é muito cedo para isso.
Afasto seus dedos dos meus lábios. — Não se levante. Você apenas
fica aí deitada, Bambi.
Mas Mia está horrorizada demais para se mexer. — Isso não pode
acontecer no meu quarto novamente. É como se estivéssemos tentando ser
pegos.
Eu pressiono minha palma sobre sua barriga e a beijo. Sei o que estou
tentando. Estou me esforçando tanto que não haverá um dia em que suas
entranhas não estejam cobertas com meu esperma.
— Eu vou me preocupar com isso. Volta a dormir. — Eu a cubro com
os cobertores e lhe dou um último beijo.
Dois minutos depois, estou no chuveiro, sorrindo para mim mesmo
enquanto imagino o quão linda minha garota ficará cheia do meu bebê.
Carrego esse pensamento delicioso comigo o dia todo, na academia,
no estacionamento de carros usados, onde me deparo com um Chevrolet
Impala velho e empoeirado dos anos 1970, implorando por um pouco de
amor e carinho. Eu compro, porque se não receber meu dinheiro vou
precisar de um plano secundário e essa é a melhor forma que conheço de
ganhar dinheiro.
À tarde, saio de carro quando sei que Mia está voltando para casa. Eu
paro ao lado dela, dando-lhe um sorriso preguiçoso quando me lembro que
ela esteve na escola o dia todo com meu esperma dentro dela. Seu
pervertido, Laz. Acho que vou parar de ser um pervertido quando parar de
ser tão gostoso.
— Oi, Bambi. Quer uma carona?
Ela se inclina e me dá um sorriso. — Onde estamos indo?
— Quero te mostrar algo especial para mim.
Mia abre a porta do carro. — Então é claro que irei com você.
Enquanto dirigimos, estendo a mão e seguro a mão dela. Eu posso
tocá-la aqui. As pessoas não podem ver que estou fazendo algo tão
transgressivo quanto entrelaçar meus dedos nos dela.
— Como foi seu dia?
— Não tão bom quanto a minha manhã. — diz ela com um sorriso.
— Droga, garota, você vai me fazer corar.
Eu olho para nossas mãos unidas, a visão é tão perfeita que tenho que
me lembrar de olhar para a estrada. Eu nunca faço essa merda. Prazeres
simples como segurar a mão de uma garota, só porque gosto dela.
Dez minutos depois, estaciono do lado de fora da oficina que está à
venda. É um milagre que alguém ainda não tenha comprado, mas sem
dúvida alguém o fará antes que eu receba meu dinheiro. Mesmo que nunca
possa ser minha, quero compartilhá-la com Mia.
— Aqui estamos.
Mia lança seus olhos sobre o prédio. — Que lugar é esse? Porque
estamos aqui?
— Você queria saber o que vou fazer com meu dinheiro quando o
receber. É isso ou algo parecido. — Descrevo a ela meu sonho de ter uma
oficina para meus carros favoritos. Rápidos com motores como bestas.
Um sorriso encantado surge em seu rosto. — Isso é perfeito para você.
— Então seu sorriso escurece. — E é um alívio ouvir você falar assim. Eu
estava preocupada com você. Toda aquela conversa sobre morrer enquanto
estávamos no mirante estava me assustando.
O estilo de vida em que nasci não é bom para sua saúde, mas se eu
colocar minhas mãos neste lugar ou algo parecido, isso fará muito pela
minha longevidade.
Transando com a filha da minha esposa? Não muito. No momento em
que Mia descobrir que está grávida ou começar a aparecer, eu serei o
inimigo público número um dos Bianchis e aqueles tios são filhos da puta
maus.
Vou descobrir o que dizer a eles quando chegar a hora, Faber vai ficar
chateado, mas ele vai me proteger. Ele queria que eu fosse pai. Ele está
realizando seu desejo, então pode enfiar qualquer reclamação no rabo.
Estou fazendo as coisas do meu jeito.
— Você não se sente nem um pouco culpado?
— Sobre o quê? — Eu pergunto, imaginando por um momento se Mia
descobriu que eu estava mexendo com seu controle de natalidade. Eu fui
honesto com ela sobre ter um plano. Talvez não seja o tipo de plano que ela
esperava, mas se o resultado final for que estamos juntos, então o problema
está resolvido.
— Talvez você devesse contar tudo para a mamãe. — diz ela, torcendo
as mãos.
Eu sorrio para ela. Tudo o que posso sentir é prazer pelo fato de estar
colocando minhas mãos na mulher Bianchi certa. — Você quer que eu volte
para casa agora e diga a sua mãe que a filha menos favorita dela dá um
boquete matador? Que ela me faz explodir em meu jeans só por sentar no
meu colo?
— Essa é a última coisa que eu quero. Laz, por favor, fale sério por um
segundo. — Ela olha para mim com angústia em seus olhos.
Minha expressão fica séria. — Se você não aguenta e quer que eu vá
para casa e termine meu casamento agora mesmo, eu irei. Sem trazer você
para isso.
— Você faria isso?
— Meu coração sangra por você, Bambi. Você é tratada pior por esses
idiotas do que minha família me trata, o que realmente quer dizer alguma
coisa. Você não merece ser arrastada pela lama mais do que já foi.
Mia acaricia seus dedos para cima e para baixo em meu bíceps
enquanto considera minha oferta. — Se você for embora agora, nunca
receberá seu dinheiro, não é?
Balanço minha cabeça. — Eu não vou. E também não poderei ver você.
Não tanto quanto eu agora. E não poderei protegê-la de sua mãe ou de
qualquer homem que vier pedir sua mão.
Mia morde o lábio enquanto me encara. — Mas pelo menos você não
será... ela não vai conseguir... — Mia geme e sua expressão é de dor. — Por
favor, me diga que você não faz sexo com a mamãe. Que você nunca fez
sexo com a mamãe.
— Eu não faço sexo com sua mãe.
— Nunca? — ela pergunta esperançosa.
Eu balanço minha cabeça. — Não vamos fazer isso, Bambi.
Mia choraminga e cobre o rosto. — Por que você não pode mentir
para mim? Eu estava realmente gostando de mentir para mim mesma.
Estendo a mão e pego a mão dela. — Não gostei, tá? Foi péssimo, na
verdade.
Ela estremece. — Aconteceu recentemente? Desde que nós... — Ela
faz um gesto de você sabe com a mão e murmura. — Desde que fizemos a
coisa.
— Você quer saber a última vez que eu comi sua m...
Ela cobre minha boca com a mão e me lança um olhar desesperado. Eu
não posso deixar de sorrir contra seus dedos porque ela é tão fofa assim. Ela
se preocupa tanto com as coisas. Isso me faz lembrar como é bom cuidar.
Eu tiro a mão dela. — Mia baby, eu não toco na sua mãe desde antes
de você gozar em meus dedos.
Ela pisca para mim surpresa. — Sério?
— Sim. E eu não vou. Com uma condição.
— O quê?
Eu dou a ela um sorriso perverso. — Entrei nesta casa como um
homem casado determinado a ser fiel à família Bianchi. Se não estou
transando com a mãe, é melhor que esteja transando com a filha.
Ela dá um soco no meu ombro. — Estou tentando ter uma conversa
séria aqui. Você está dormindo com outras mulheres? Qualquer mulher.
Normalmente eu dormiria com duas ou três, mas nem pensei em
outra mulher ultimamente. — Ninguém além de você, Bambi. Você é a única
que eu quero.
— Você foi a um bar de stripper. — ela aponta.
— Sim, bem, eu me senti uma merda e precisava de uma mulher
bonita para sorrir para mim. Especificamente, você. Acho que minha fada
madrinha estava do meu lado naquele dia porque lá estava você. — Passo
meus dedos por seu cabelo e gentilmente o afasto de seu rosto. — Eu teria
ido a um bar normal se quisesse atendedimento. Eu só queria você, mesmo
assim. Você me tem, Bambi. Você tem a mim. Tipo, eu não pertenço a mais
ninguém além de você.
— Mas e quanto a M...
Seguro sua nuca e puxo seus lábios para os meus.
— Você me tem. — eu digo novamente, segurando seu rosto entre
minhas mãos. — Sempre.
Ela respira fundo. — Isso é ainda mais assustador do que não ter você.
Não posso prever o que vai acontecer a seguir.
Eu coloco meus braços em torno dela e a puxo para mais perto de
mim. — E se eu tiver um plano para nós?
— Que tipo de plano?
— Um plano maluco. Um plano delicioso.
— O que é isso?
— Eu não poderia te dizer.
Mia estreita os olhos. — Por quê? Eu não aprovaria?
Um sorriso se espalha em meu rosto. — Provavelmente não.
— Será que vai dar certo?
— Tenho certeza que vai. Ou pode explodir na nossa cara.
Mia pressiona o rosto no meu peito e geme.
— Mas a alternativa é eu ir para casa, engravidar sua mãe e você se
casar com Drago Lastra.
Ela se senta rapidamente. — Seu plano. Eu gosto mais do seu plano.
Não pode ser pior do que isso.
Espero que ela se lembre dessa conversa quando estiver olhando para
o palito de um teste de gravidez positivo.
Eu a beijo uma última vez e ligo o carro, sigo o caminho mais longo
para casa, só para ter mais tempo para segurar sua mão.

O Chevrolet Impala é entregue na manhã seguinte e eu o coloco na


garagem. Com algum tempo, peças e trabalho árduo, posso deixar este carro
com uma aparência bonita, dirigi-lo lindamente e vendê-lo com um
excelente lucro para um revendedor particular.
Se eu não receber o dinheiro que me devem, esta será a minha vida. O
mesmo objetivo, ter minha própria oficina, mas terei que construí-la
lentamente do zero, carro por carro.
Sorrio enquanto limpo a poeira do capô do Impala com um pano
úmido. Com Mia ao meu lado, um bebê a caminho e ninguém a quem
responder além de minha nova família, eu ficaria delirantemente feliz
vivendo uma existência humilde e fazendo o que amo. A vida parece
esperançosa quando até mesmo o plano B é melhor do que qualquer coisa
que você já conheceu antes.
À tarde, vou para a academia. É dia de peito e braços, estou suando e
exausto quando termino meu treino.
Nos vestiários, visto uma camiseta sobre a cabeça. Ela pega meus
músculos peitorais como um top curto antes que eu possa puxá-la para
baixo. Com o peito nu e o cabelo molhado nos olhos, tiro uma selfie e
carrego no Instagram.
Detestável? Sim.
Oitenta por cento do meu feed é meu carro e o resto são meus
músculos.
Sou exibicionista e sei disso.
Um momento depois, meu telefone vibra com uma notificação.
Alguém deixou um comentário na minha foto.
Guarde-os, vagabundo.
Eu começo a rir quando vejo que o comentarista é Mia e enfio meu
telefone no bolso. Perseguindo meu Insta, é ela? Que porra de flerte.
Enquanto saio da academia para o pôr do sol, não consigo parar de
sorrir para mim mesmo. Acho que não sorria tanto há anos, tudo graças a
Mia e à esperança que tenho em nosso futuro.
No sábado à noite, espero no beco atrás do Peppers, com o coração
batendo forte. Por mais que me queime ter outros homens babando em
cima da garota pela qual estou obcecado, não estou aqui para impedi-la de
trabalhar. Vou vigiá-la no clube. Eu pagarei por todas as danças dela. Vai me
matar ver outros homens olhando de soslaio para a mulher que deveria ser
minha esposa, mas vou levar isso como minha penitência.
Fui um idiota irresponsável todos esses anos, mas posso ser um
homem para Mia.
Então, à meia-noite, percebo que ela não vem. Eu gemo de alívio e
volto para o meu carro.
Logo, Bambi, logo. Vou tirar você de toda essa merda sua mãe, Drago
Lastra, toda essa situação miserável será uma memória distante.
Eu prometo.
CAPÍTULO DOZE
MIA

— Eu sou uma viciada em sexo? — Eu choramingo, tirando minha


camiseta e calcinha na velocidade da luz. Eu já estou molhada. Minha boceta
começou a formigar no momento em que Laz me pegou no caminho da
escola para casa e nos levou para este local remoto na floresta.
Estou empoleirada na beirada do banco do passageiro de seu carro,
minhas pernas do lado de fora da porta, doendo e em um frenesi pela visão
e cheiro do meu namorado ilícito, não ficarei satisfeita até que ele me foda
em uma bagunça sem sentido e deliciosamente dolorida.
Laz já tirou a camiseta e está desabotoando furiosamente a calça
jeans, a luz manchada da floresta brincando sobre seus ombros nus. Seu
cabelo escuro está caindo em seus olhos e todas as veias estão se
destacando em seus antebraços.
— Se você está, eu definitivamente estou. — ele suspira, me abrindo e
se ajoelhando no chão para passar a língua em meu clitóris.
Eu grito de prazer, pela primeira vez, não me preocupo em abafar o
barulho que estou fazendo. As árvores, o céu, podem ouvir o quanto eu
quero Laz. Preciso que alguém ou alguma coisa saiba, caso contrário, esse
segredo vai crescer tanto que vai explodir de mim.
Laz se senta e põe o joelho no assento, seus ombros cabendo dentro
do carro. Ele agarra seu pau, puxa minhas pernas ao redor de seus quadris e
mergulha em mim.
Eu grito alto, meia dúzia de pássaros explodem das árvores ao nosso
redor em um bater de asas furiosas.
Não há espaço. Eu me agarro a ele e ao encosto de cabeça do banco
do passageiro. O carro se move quando ele soca em mim. Eu nunca
experimentei nada mais quente na minha vida. Um vento frio sopra e o ar
fresco em meu corpo nu aumenta a intensidade.
Não deveríamos estar aqui.
Podemos ser pegos.
Isso é uma loucura.
Seu telefone toca, em vez de ignorar a ligação, ele pega o telefone e
olha para a tela.
E então ele responde.
Eu aperto minha mão sobre minha boca antes que eu possa perguntar
a ele o que diabos ele pensa que está fazendo.
— Ei, Giulia. — diz ele, o mais casual que já ouvi.
Meus olhos se arregalam e eu quase grito alto.
Ele está falando com a mamãe?
Enquanto ele está dentro de mim?
Laz continua a me foder como se nada estivesse acontecendo fora do
comum. De vez em quando, ele olha para seu pau desaparecendo dentro de
mim e murmura Oh, foda-se, sim.
Eu posso ouvir a voz da mamãe, mas não posso dizer o que ela está
dizendo. — Claro, eu posso pegá-los. Espere, você tem um segundo?
A resposta de mamãe demora um pouco, imagino que ela esteja
recitando todas as coisas que precisa fazer naquele dia. Ela é uma devota do
culto ao ocupada. Enquanto isso, Laz está esfregando minha boceta como se
não tivesse nenhuma preocupação no mundo e meus sucos estão em cima
dele.
— Uh-huh. Eu só queria dizer que você está me deixando louco, mas
acho que estou começando a gostar de você. — Ele está falando com a
mamãe, mas está olhando bem nos meus olhos o tempo todo. — Você fala
de volta, você é teimosa pra caralho. Sei que também te enlouqueço, mas
acho que você está começando a gostar de mim também.
Meus olhos se arregalam e estou tão chocada que minhas mãos caem
da minha boca.
— Não, eu não estou chapado. Você pode lutar comigo o quanto
quiser, mas você sabe que é verdade.
— Eu... — começo a responder sem fôlego antes de Laz sorrir para
mim e eu coloco as duas mãos sobre minha boca novamente.
Merda.
Mamãe quase me ouviu falando com seu marido com minha voz
sexual.
— Eu apenas pensei que você deveria saber. — diz ele, observando-se
perfurar minha boceta. — Espere, preciso colocar você no viva-voz. — Ele
toca na tela e joga o telefone no assento atrás da minha cabeça.
— De onde vem isso, Lazzaro? — pergunta mamãe com uma voz
irritada.
Se eu não fosse a maior vagabunda da cidade, eu empurraria Laz para
longe de mim, mas estou tão viciada no que ele está fazendo comigo que
mesmo agora não consigo fechar as pernas e ser uma dama. Afastar o
homem mais gostoso que já vi e desistir desse pau grosso porque ele está
falando com a esposa, que por acaso também é minha mãe?
Não está acontecendo.
Laz pega minha mão e a leva aos lábios, pressionando um beijo
silencioso na palma da minha mão. — Eu estive pensando sobre isso por um
tempo. Eu quero fazer isso corretamente.
Ele faz?
— Quão perto você está? — ele pergunta.
Tão perto, eu falo.
— Estarei em casa em uma hora.
— Legal. — Preguiçosamente, ele se abaixa e traça seu polegar sobre
meu clitóris, girando em volta em um movimento devastador, eu sei que
vou explodir a qualquer segundo.
Eu começo a balbuciar desesperadamente Desliga, desliga, desliga...
Laz sorri. — Eu tenho que ir. Acho que ouvi Mia chegando.
Ele estende a mão por cima da minha cabeça e ouço um bipe. Bem na
hora porque eu gozo com um gemido, todo o meu corpo convulsionando de
um poderoso orgasmo.
Laz geme e me soca com mais força. — Foda-se sim, ordenhe meu
pau, baby. Você é uma vadia tão excitada por mim.
— Cale a boca, seu idiota louco. — eu choramingo de maneira lasciva,
já me odiando enquanto meu orgasmo diminui. Da felicidade ao ódio
paralisante de si mesmo em questão de segundos.
— Goze novamente e agradeça desta vez. Faça como eu disse.
Minhas unhas cravam em seus ombros enquanto o observo me foder
com mais força. — Vá para o inferno.
— Diga, por favor, goze na minha boceta.
— Eu não estou dizendo isso.
— Diga ou eu vou ligar para sua mãe enquanto eu fodo você e mostro
a ela que garota com fome de pau ela criou.
Eu gemo com suas palavras grosseiras, que estão me fazendo querer
gozar novamente. — Você vai perder tudo.
Ele sorri ainda mais e pega o telefone. — Você está me desafiando?
Laz parece ser o tipo de homem que leva a sério um desafio. Eu bato
no telefone. — Não.
— Então diga.
Eu alcanço entre minhas pernas e massageio meu dedo médio sobre
meu clitóris. O rosto de Laz fica branco enquanto ele me observa, como se
nunca tivesse visto nada tão quente em sua vida. — Por favor, goze na
minha boceta, Laz.
— Oh, inferno sim. — ele rosna, bombeando mais rápido em mim.
O arrastar e puxar de seu pau dentro de mim está me deixando louca.
Meu clitóris está vivo com a sensação. Há suor no peito de Laz e seus olhos
estão dilatados e escuros. De repente, ele coloca a mão em volta da minha
garganta e aperta. Estou sendo pressionada contra o assento,
completamente à sua mercê. Presa entre seu corpo e o couro.
De repente, tudo corre e me despedaço em mil pedaços brilhantes.
Laz está prestes a gozar quando eu volto a Terra. Eu alcanço seu pau,
agarro a pele de seus testículos e torço.
Ele geme, mas não para de me bater, eu o sinto gozar quando seu
ritmo gagueja, seu corpo fica vermelho e sua cabeça cai para trás.
Quando ele abre os olhos para recuperar o fôlego, ele sorri
preguiçosamente para mim. — Sua gata infernal.
O som do canto dos pássaros chega aos meus ouvidos e percebo que
acabamos de transar na floresta.
Minhas mãos estão pressionadas contra seu peito, não consigo me
mover com seu grande corpo ainda me prendendo ao assento. — Você pode
me deixar levantar?
Laz se afasta um pouco, mas depois se enfia fundo novamente. — Não
quero. Eu gosto do meu esperma dentro de você.
— Por que você está tão obcecado com isso?
Ele olha para mim através de sua franja de cabelo escuro e me fixa
com os olhos. — Porque é você, Bambi.
De repente, não consigo respirar. Presumi que ele fazia isso com todas
as mulheres com quem dormia porque é algum tipo de fetiche dele.
— Nunca sei se devo confiar em qualquer coisa que sai da sua boca.
Todas aquelas coisas que você disse quando mamãe estava ao telefone...
— Que coisas? Lembre-me.
Eu mexo na costura do assento de couro. — Que você quer fazer isso
corretamente.
— Este sou eu, fazendo as coisas corretamente.
— O que você quer dizer? Pelo que vejo, não há nada de apropriado
em transar secretamente com sua enteada na floresta.
Mas Laz apenas balança a cabeça, um sorriso misterioso nos lábios, e
desliza seu pau ainda mais fundo.

Na noite seguinte, deveríamos ir todos jantar na casa de Rieta e Nero,


mas mamãe está pálida e com a testa úmida.
— Eu tenho uma enxaqueca. Você e Mia vão. — mamãe diz a Laz
enquanto se dirige para seu quarto, as pontas dos dedos pressionadas na
testa.
Laz olha para mim e murmura. — Claro. Vou levar Mia.
Mamãe acena com a cabeça distraidamente e desaparece no andar de
cima. Se ela estivesse pensando com clareza, mamãe perceberia como é
estranho para o marido idiota concordar em levar a enteada para jantar sem
discutir, sabendo que não será divertido para ele de forma alguma?
Pode ser. Talvez não. E não consigo me importar muito de qualquer
maneira. Uma noite inteira com Laz só para mim? Estou em êxtase. Claro,
tenho que compartilhá-lo com Rieta e Nero, mas Nero não fala muito e Rieta
será divertida. Pode quase parecer um encontro duplo.
Está frio lá fora, Laz e eu estamos vestindo jaquetas enquanto
caminhamos lado a lado pela rua, nenhum de nós correndo. Laz está usando
uma jaqueta de couro muito usada que fica tão bem sobre sua camiseta
branca.
Enquanto estou sonhando acordada, Laz estende a mão e captura
meus dedos nos dele.
Eu suspiro e arranco minha mão. — Não.
Seus olhos estão escuros e desafiadores — Por que não?
— Você sabe por que não. Não preciso soletrar para você. — A última
coisa que qualquer um de nós precisa é que a mamãe ouça rumores de que
seu marido foi visto segurando a mão de sua filha.
Laz olha ao redor e então me empurra por uma rua lateral. Um
caminho estreito passa por trás de uma fileira de cercas de jardim, ladeadas
por dentes-de-leão e sombreadas por árvores.
Ele estende a palma da mão, os olhos ardendo de raiva. — Segure
minha mão, Bambi.
— Só porque pensamos que ninguém pode nos ver, não significa que
seja seguro.
Mas Laz fica exatamente onde está.
— Tudo bem. — eu digo, colocando minha mão na dele e revirando os
olhos. Ele me agarra com força e começamos a caminhar juntos no escuro.
Quando eu olho para ele, seus lábios estão se contraindo, eu não
posso evitar o sorriso que aparece em meu rosto. A próxima coisa que sei é
que ele está virado para mim e está me beijando enquanto me leva até uma
cerca. Beijos cheios de felicidade. Cheios de doçura.
Nunca imaginei que fazer a pior coisa do mundo pudesse ter tanto
gosto de paraíso.
— Nós vamos nos atrasar. — murmuro entre beijos.
— Só mais um beijo. — Ele captura meus lábios com os dele
novamente, sua língua empurrando profundamente em minha boca, uma
promessa para mais tarde.
Alguns minutos depois, meu coração está batendo descompassado
quando estamos na porta da frente de Rieta, a meio metro de distância.
Toco a campainha, esperando que meus lábios avermelhados, recém-
beijados, passem despercebidos por minha irmã.
Rieta abre a porta com um sorriso e nos beija no rosto.
— A mamãe não pôde vir. — explico. — Enxaqueca.
— Nero também não pode estar aqui. Não importa, eu gosto mais de
jantares pequenos. — Ela sorri para Laz enquanto pega sua jaqueta. — Isso
me dará a chance de conhecê-lo melhor.
Laz franze ligeiramente a testa. — Você está zombando de mim?
Para seu crédito, Rieta não finge que não sabe do que Laz está falando.
— Alguns de nós são amigáveis nesta família. Eu prometo.
A diversão engancha o canto de sua boca. — Isso é inesperado. Tem
certeza de que tem permissão para ser legal comigo?
— Esta é minha casa, você é bem-vindo aqui. Entre, estou terminando
o jantar.
Seguimos Rieta até a sala de jantar e ela nos diz para nos sentarmos
que já vamos comer. A mesa está posta com cinco lugares, então guardo
dois deles. Há também uma tigela de salada, vinagrete caseiro e um prato
de parmesão raspado.
— Posso fazer alguma coisa para ajudar? — Laz chama por ela.
Rieta enfia a cabeça pela porta e aponta para uma garrafa na mesa de
jantar. — Você poderia abrir o vinho. Obrigada, Lazzaro.
— Ele prefere Laz, na verdade. — digo a ela.
Rieta olha de surpresa para Laz e para mim. — Ah, eu não percebi. Por
que você não disse nada?
— Não importa. — murmura Laz, estendendo a mão para o vinho.
— Isso importa. — eu digo com firmeza. — Rieta vai se lembrar, não
é?
Mesmo que sejamos apenas Rieta e eu que o chamemos pelo nome
que ele prefere, já é alguma coisa. É importante que ele se sinta ele mesmo.
— Claro, se é isso que você prefere. — Rieta sorri para Laz antes de
desaparecer na cozinha.
Laz está enrolando o parafuso na rolha. — Porque você fez isso? Eu
não me importo se você é a única que me chama de Laz.
— Porque é o homem que você é. Eu gosto do homem que você é.
Ele puxa a rolha da garrafa com um pop. — Não diga merda assim
quando eu não posso te beijar. Vinho?
Não tenho idade suficiente, mas o vinho é sagrado em minha família,
desde os dezesseis anos posso tomar um pouco durante o jantar, se quiser.
Geralmente não, mas me sinto feliz esta noite. Me sinto relaxada. Na casa
de Rieta, quase posso fingir que Laz é meu.
Levanto meus dedos e meço três quartos de polegada no ar. — Isso,
por favor.
Laz serve e entrega para mim, então serve um copo maior para si
mesmo.
Nós dois acabamos diante de uma foto de Rieta e Nero no dia do
casamento, minha irmã radiantemente linda em seu vestido de noiva de
renda e Nero lindo em seu terno. É uma foto sincera cheia de química entre
o casal. Uma quantidade surpreendente de química quando você considera
que foi um casamento arranjado. As coisas esfriaram entre marido e mulher
desde que a foto foi tirada. Quando vejo Nero, o que raramente vejo hoje
em dia, ele nunca é afetuoso com a esposa. Tentar e falhar tantas vezes para
ter um bebê está criando uma barreira entre eles.
Mas nesta foto? Ele está olhando para a bela e sorridente mulher em
seus braços com olhos cheios de adoração. O que aconteceu com todo esse
amor? Esvaziou? Queimou e explodiu em cinzas?
Estou hiper consciente de Laz parado ao meu lado, seu braço
pressionando o meu. E se eu me apaixonar por Laz e isso acontecer
conosco? Poderíamos sacrificar tudo um pelo outro e ficar sem nada para
mostrar.
— Eles parecem muito felizes. — ele murmura.
— Sim, com certeza eles parecem assim. — eu digo tristemente.
Laz olha para mim bruscamente. — Você está bem, Bambi?
Sou salvo de responder por Rieta entrando segurando um enorme
prato de macarrão, com as mãos cobertas por luvas de forno. — Espero que
vocês dois estejam com fome. Fiz o suficiente para seis porque pensei que
mais pessoas estavam chegando.
A massa parece e tem um sabor delicioso. Pedaços de queijo ricota,
pinhões torrados, couve-flor assada, cominho e azeite. O melhor de tudo é
que o jantar é descontraído pela primeira vez, nós três conversando sobre
programas de TV, a próxima eleição para prefeito, os lugares onde
estivemos nas férias. Continuo lançando olhares furtivos para Laz e sorrindo
para mim mesma enquanto ele conversa com Rieta. Ele é um homem
totalmente diferente quando não tem uma parede sarcástica ou não espera
que as palavras de alguém o esfaqueiem nas entranhas. Seus sorrisos são
tão lindos que me tiram o fôlego.
Eu gosto deste homem.
Eu gosto muito dele.
Quando o prato de Rieta está quase vazio, ela se vira para mim com o
vinho na mão. — Eu ouvi sobre seu jantar com Drago Lastra. Mamãe está
insistindo que você se case com ele?
Instantaneamente, um vento frio varre a sala.
— A mamãe ainda não está insistindo, mas continua citando ele. Eu
não gosto dele e já disse isso a ela, mas ela não consegue aceitar.
Toda vez que entro em uma sala e mamãe está lá, ela leva menos de
três minutos para falar sobre casamento, noivados ou os chamados homens
adequados.
Laz pousa o copo de água com força e corta selvagemente um pedaço
de couve-flor com a ponta do garfo. — Mia vai se casar com aquele pedaço
de merda por cima do meu cadáver.
Uma emoção passa por mim com o quão zangado e possessivo ele soa.
Rieta deve perceber isso também enquanto o observa com uma leve
carranca no rosto. Eu a distraio servindo-lhe mais vinho.
— Obrigada, Mia. Também não acho uma boa ideia você se casar.
Você é tão jovem e não parece uma boa combinação para você. Você gosta
dele?
Laz levanta a cabeça rapidamente para me encarar.
Sinto um rubor subindo pelo meu pescoço. Seja mais sutil, Laz.
E ele já sabe a resposta para essa pergunta.
— Deus não. Ele me deu arrepios.
— Então está resolvido. — diz Rieta com um pequeno aceno de
cabeça. — Vou falar com mamãe e dizer a ela que não está acontecendo.
Depois disso, Laz começa a relaxar.
Terminada a refeição, ajudo Rieta a levar a louça suja para a cozinha,
encaixotar as sobras e jogar os restos no lixo. Eu me perco na memória de
Laz rindo das histórias de Rieta sobre nós duas fazendo travessuras quando
éramos crianças. Não me lembro da última vez que me diverti tanto em um
jantar em família.
E é com Laz. Apesar de todas as espreitadelas, apesar do fato de que o
que estamos fazendo um com o outro é sórdido e errado em tantos níveis,
não posso deixar de sentir que estou no lugar certo pela primeira vez na
minha vida.
Enquanto Rieta lava as colheres de servir, ela pergunta. — O que há
com Laz? Ele está olhando para você a noite toda.
— O que você quer dizer com o que está acontecendo com Laz? —
Mesmo antes de as palavras saírem da minha boca, posso ouvir como estou
na defensiva. Sinto que começo a corar e me afasto de minha irmã.
— Só o que eu disse. Mia, por que você se virou?
Pego um prato sujo, o pânico me domina. Achei que, se alguém me
questionasse sobre a tensão entre mim e Laz, eu ficaria tranquila. Daria de
ombros e fingiria não saber do que eles estavam falando. Pratiquei tantas
vezes no chuveiro, mas agora que está realmente acontecendo, minhas
palmas estão suando e meu coração está batendo forte.
Para minha surpresa, Rieta dá um soco afetuoso em meu ombro. —
Mia Viviana Bianchi. Você tem uma queda por Laz.
Eu me viro para encará-la, segurando o prato sujo como um escudo. —
Não-eu não-eu...
Rieta acena para mim e se volta para a pia. — Não se preocupe com
isso. Você tem que conviver com ele, deve ser muito estranho e intenso. E
eu entendo. Ele é jovem e muito sexy, quando relaxa, é divertido estar por
perto. Mais como um irmão mais velho do que um padrasto, certo?
Enfio o prato sujo na lava-louças. Eu não sei o que dizer sobre isso,
então pego um copo de água meio cheio, com a intenção de esvaziá-lo na
pia. A água espirra na minha mão e cai no chão. Meu pé escorrega na
mancha molhada e o vidro começa a escorregar dos meus dedos.
— Ah mer...
Uma grande mão aparece do nada, pegando o vidro antes que ele
atinja o chão de ladrilhos e se quebre. Laz se moveu tão rápido pela cozinha
que é como se ele tivesse superpoderes. Ele me agarrou antes que eu
pudesse cair também, ele coloca o copo no balcão antes de me ajudar a me
endireitar.
— Cuidado, Bambi. — Ele passa as mãos pelo meu cabelo, olhando
para o meu rosto de uma maneira que faz meu coração disparar loucamente
em torno de minha caixa torácica. Vagamente, percebo que Rieta está
olhando para nós.
— Espero que você não tenha se machucado. Você está bem?
Concordo com a cabeça, ainda olhando para ele como um cervo pego
pelos faróis.
Ele torce meu nariz e em tom ainda mais suave, ele diz. — Boa
menina.
Então ele me solta e dá um passo para trás. Com voz normal, ele
anuncia a Rieta. — Vou dizer boa noite. Obrigado pelo jantar.
— Você está indo? — Eu pergunto, enquanto ele se dirige para o
corredor e veste sua jaqueta.
— Sim. Você fica e se diverte. Ligue-me quando terminar aqui, eu
voltarei para buscá-la.
— Você não precisa...
— Eu disse que vou voltar e pegar você. — Laz me dá um último olhar
demorado antes de abrir a porta da frente e sair.
Quando me viro, Rieta está olhando para a porta, com os olhos
arregalados de choque.
— Oh, merda. — ela sussurra. — É o contrário. Ele tem uma queda por
você.
Eu quero afundar no chão.
Desaparecer como gelo derretendo.
Laz, o que diabos você fez?
Rieta se vira para mim. — Estou certa, não estou?
— Você teve a ideia errada. — eu digo desesperadamente, balançando
a cabeça. Posso sentir o rubor que revela todos os meus segredos.
— Mia, ele te chamou de Bambi. Esse é o apelido mais fofo que já
ouvi! Ele tentou te beijar? Ele beijou você, não foi?
Porra.
Porra.
Foda-se.
Meu rosto está fazendo todo tipo de loucura fora do meu controle. Eu
me viro e pego uma pilha de pratos sujos. Então eu os coloco de volta
enquanto meu telefone vibra no meu bolso. Pego e vejo que é uma
mensagem de Laz.
Diga a ela. Alguém deveria saber sobre nós, ela te ama.
Isso é loucura. Ele é louco. Combinamos que não contaríamos a
ninguém. O que devo fazer se Rieta enlouquecer e contar para mamãe?
Rieta é a única que fala comigo, não vou aguentar se ela começar a me odiar
também.
Tento encontrar uma explicação razoável para Laz me chamar de
Bambi e tocar meu rosto como se eu fosse a namorada dele, mas é tarde
demais. Rieta já descobriu tudo.
Cubro meus olhos e estendo meu telefone para minha irmã,
mostrando a ela a mensagem de Laz.
Ela suspira e pega meu telefone de mim. — Isso é de Laz? Me dizer o
quê?
Já saiu. Eu não tenho escolha. — Que estamos juntos.
Espio por entre os dedos minha irmã. Sua boca está aberta enquanto
ela olha de mim para o meu telefone e vice-versa.
— Por que ele está em seus contatos como um emoji de faca?
Porque ele é perigoso para mim e eu sou mortal para ele.
— É um lembrete de que um de nós ou ambos vamos ser mortos se
alguém descobrir sobre nós. Você não vai contar para a mamãe, vai? Nossos
tios vão matá-lo. Literalmente matá-lo. — Agarro a mão molhada de Rieta,
implorando a ela.
Sua boca está aberta enquanto ela luta para encontrar as palavras.
Luta com esse segredo que ela sem dúvida gostaria de não saber. Eu a
coloquei em uma posição terrível, presa entre mim e mamãe.
Por fim, ela devolve meu telefone, pega um pano de prato e enxuga as
mãos. — Vamos. Laz nos deixou sozinhas para que pudéssemos conversar.
Então vamos conversar.
Rieta me leva de volta à sala de jantar e serve vinho tinto fresco para
nós duas. Nós os levamos até a sala e nos sentamos juntas nos sofás.
— Conte-me tudo. — diz Rieta.
Eu respiro fundo.
E eu faço.
Não adoço nada. Garanto que Rieta saiba sobre todas as coisas que
Laz fez nas primeiras semanas em que morou conosco e o quanto eu o odiei.
Enquanto continuo minha história, meu rosto se suaviza, assim como minha
voz. Conto a ela como Laz enfrentou os meninos que tiraram fotos
comprometedoras de mim - embora não diga onde, porque não estou
pronta para dividir Tasha com mais ninguém - me defendeu de mamãe.
Conto a Rieta como ele me enfurece e me faz rir, que não consigo parar de
pensar nele.
— Qual é a sensação? — Rieta pergunta.
— Qual é a sensação?
Minha irmã brinca com a ponta de uma almofada, com uma expressão
melancólica. — De um homem ter uma queda por você? Sentir os olhos dele
seguindo você pela sala e saber que ele está pensando em você e somente
em você. Queimando por você.
É uma pergunta que uma irmãzinha inexperiente pode fazer à irmã
mais velha, mas Rieta é mais velha que eu e é casada. — Mas você sabe
como é. Você tem o Nero.
Rieta balança a cabeça, a tristeza sangrando em seus olhos. — Nero
nunca olhou e agiu perto de mim do jeito que Laz faz perto de você. Pelo
menos, ele não faz isso há muito, muito tempo.
Eu não sei o que dizer. Rieta costuma ser tão alegre e positiva, mas
posso ver o esforço que tem feito para ela ultimamente.
Rieta toma um gole de vinho e balança a cabeça. — Deixa para lá. Não
vamos falar de mim agora. Diga-me como é.
— Parece perigoso. — eu digo com sinceridade.
— E se mamãe se divorciasse dele? Vocês dois ficariam juntos?
Solto uma gargalhada escandalizada. — Você está do lado de quem?
— Estou do lado do amor.
— Isto não é um conto de fadas. Isto é vida real.
— Estou falando sério. Ele te faz feliz. Não importa o que mamãe diga,
a felicidade é realmente importante para... — Ela para, com um soluço na
voz e lágrimas em seus olhos.
— Ah, Rieta. — murmuro, pegando a taça de vinho dela e colocando
as duas na mesa. Eu a puxo para um abraço. — As coisas estão realmente
tão ruins entre você e Nero?
Rieta se deixa chorar por exatamente um segundo e meio, depois se
senta e balança a cabeça. — Tentar ter um bebê está mexendo com a minha
cabeça. Desculpe-me, eu não queria fazer isso ser sobre mim.
Não acho que seja apenas a frustração de tentar ter um bebê, mas
observo como Rieta visivelmente desliga suas emoções e muda de assunto.
— Gosto dele. — diz Rieta, enxugando o rosto.
— Quem?
— Laz, boba. Ele é estranho e intenso, é dez tipos de merda... mas ele
se preocupa com você.
Imaginei que, se alguém descobrisse sobre Laz e eu, teria de suportar
um longo sermão sobre a garotinha estúpida que fui, acumulando ainda
mais vergonha sobre o nome de nossa família.
— Você acha mesmo?
— Mia, ele não tocou no seu rosto e te chamou de Bambi na minha
frente porque estava sendo descuidado. Ele queria que eu soubesse para
que você tivesse alguém em quem confiar. Mesmo que isso pudesse matá-
lo. Poucos homens fariam isso.
Meu coração aperta no meu peito. Eles não iriam, não é? Mas não
importa o quão altruísta e honrado foi se ainda estamos presos rastejando
pelas costas da mamãe.
— O que eu vou fazer? — Eu sussurro.
— O que Laz quer fazer?
— Ele diz que tem um plano. Ele quer que fiquemos juntos.
O rosto de Rieta se franze como se ela estivesse prestes a chorar de
novo. Se ela está ficando deprimida por causa de Laz, o homem menos
romântico de todos, as coisas devem estar muito ruins entre ela e Nero. —
Ele disse qual é o plano?
Eu balanço minha cabeça. — Eu não perguntei. Provavelmente é algo
louco. — Se eu tivesse que adivinhar, Laz está se recusando a dar um bebê à
mamãe ou fazer qualquer coisa que um marido deveria, ele está ganhando
tempo antes que ela o expulse e se divorcie dele. Dessa forma, ele pode
dizer a seus irmãos que não foi culpa dele, que ele deu o seu melhor. No que
diz respeito aos planos, não é um grande plano, mas provavelmente é tudo
o que temos.
— Se a merda bater no ventilador, você é sempre bem-vinda aqui. —
Rieta oferece.
— E o Nero?
— Vou me preocupar com Nero. Você pensa em você e em Laz, não
deixe ninguém ficar no seu caminho se você acredita em seu coração que
Laz é o homem para você.
Abraço Rieta, com o coração cheio de amor por minha irmã. — Eu não
mereço você.
— Se você encontrou o amor, segure firme, não importa o que
aconteça. — ela sussurra ferozmente.
Vinte minutos depois, envio uma mensagem de texto para Laz dizendo
que estou pronta para ir, ele responde que já estará aqui. Antes de fechar
meu telefone, edito o nome de contato de Laz e adiciono um coração ao
lado do emoji da faca. O coração rosa brilhante.
Alguns minutos depois, meu telefone vibra.
Eu estou do lado de fora.
Dou um beijo de boa noite em Rieta e prometo ligar para ela se
precisar de alguma coisa, de dia ou de noite, sem julgamentos dela. Abraço-
a com força, cheia de gratidão por não ter mais que carregar esse segredo
sozinha.
Uma sensação surreal toma conta de mim quando fecho a porta da
frente e vejo Laz parado na rua, encostado em um poste com as mãos nos
bolsos da calça jeans. A pose é relaxada, mas sinto a tensão em seu corpo.
Seus olhos não deixam meu rosto enquanto eu caminho em direção a ele e
paro a meio metro de distância.
Isso é o mais próximo que ouso abordá-lo quando alguém pode estar
observando.
Nós nos encaramos por um longo tempo. Nosso segredo não é mais só
nosso. Desistimos do controle e agora outra pessoa sabe, não podemos
prever o que acontecerá a seguir.
— Nós parecemos reais agora. — eu sussurro. — Você e eu.
Um sorriso engancha o canto de sua boca. — Você sempre foi real
para mim, Bambi. — Seu olhar cintilante cai para a minha boca, com uma
voz rouca ele diz. — Porra, eu realmente quero te beijar agora.
— Eu também.
Ele aperta os olhos fechados e geme. — Isso é uma tortura.
— Rieta não vai contar a ninguém. Ela está do nosso lado. Mas, Laz,
por favor, não...
Ele franze a testa. — Não o quê?
Estendo a mão e puxo o zíper de sua jaqueta, implorando a ele. — Não
se machuque por minha causa.
Laz olha para mim por baixo de seus cílios. — Eu quero estar com
você. Sempre. O que você acha disso?
Meu estômago explode em um turbilhão de borboletas e arco-íris, mas
me forço a manter a calma. — Por quê?
— Você precisa que eu soletre para você?
Estou com fome de cada gota dele. Cada palavra que ele quer me dar.
— Uma garota gosta de saber.
Ele me prende com seu olhar verde. — Porque estou me apaixonando
por você, e a cada dia que passa, me apaixono ainda mais.
Quase me jogo em seus braços. — Sério? Você quer dizer isso?
— Vou dizer isso todos os dias até que você acredite em mim. Direi
isso a cada hora, se for preciso.
— Eu estou me apaixonando por você também. — eu sussurro.
Os dois pés de espaço entre nós parecem um abismo sem fim.
— Como vamos ficar juntos? — Eu pergunto.
Meu amante apenas pisca lentamente. — Você faria qualquer coisa
por nós, Bambi? Quero saber até onde você iria para ficarmos juntos.
A dor de não tocá-lo está latejando em meu peito. — O que for
preciso. O que quer que tenhamos que fazer. Mas não quero que ninguém
morra. — acrescento rapidamente.
Ele balança a cabeça. — Ninguém vai morrer.
— Especialmente não você. — Sei que ele pensa que vai morrer jovem,
mas se os homens Rosetti forem amaldiçoados, quebraremos essa maldição
juntos.
— Se meu plano funcionar, vou receber minha herança e você estará
protegida de sua família. Será uma provação quando chegar a hora, mas
podemos superar isso juntos.
— E se não funcionar?
— Somos durões, você e eu. Vamos encontrar uma maneira de fazer
isso funcionar.
Somos duros. Somos duros como pregos. — Então eu confio em você
para fazer o que for preciso.
Um brilho sombrio e triunfante surge em seus olhos, seu sorriso se
torna frio e um pouco assustador.
O que ele vai fazer? Agora estou preocupado. — Talvez você devesse
me contar qual é o seu plano, afinal.
Ele inclina a cabeça para o lado, olhando-me em silêncio. — Não. Acho
que não. É melhor deixar tudo comigo. Agora vamos, vamos indo. — Ele
aponta para casa e começamos a caminhar lado a lado.
— Tem certeza de que não precisa da minha ajuda para nada?
Laz olha para mim enquanto caminhamos, sorrindo seu sorriso
misterioso. — Não, Bambi. Não é uma coisa. Apenas continue sendo
adorável e bonita, e tudo funcionará perfeitamente.
Com o passar das semanas, Laz e eu aprimoramos nosso subterfúgio.
Nós nos ignoramos em casa sempre que alguém está por perto, mas no
segundo que estamos sozinhos, estamos um sobre o outro. Ele me fode
tantas vezes na minha cama que eu perco a conta de quantos orgasmos eu
tenho. É amoroso e lindo, mas não há duas maneiras de contornar isso.
Não fazemos amor.
Nós fodemos.
Desesperadamente.
Furiosamente.
As noites que eu deveria estar trabalhando, passamos juntos. Às vezes
em um hotel. Às vezes, apenas dirigindo juntos, ouvindo rádio e de mãos
dadas. Pela primeira vez na minha vida, estou feliz. Genuinamente –
complicadamente - feliz. Estou sendo uma pessoa terrível para qualquer um,
mas não consigo me importar.
Ser uma boa menina nunca me trouxe nada além de miséria.
Ser a garota má de Laz me libertou.
Mas nem tudo são anjos e cupcakes. Tarde da noite, ouço mamãe e
Laz brigando. Não consigo distinguir as palavras, mas sei do que se trata. Ele
não vai dormir com ela.
Ele não gosta de falar sobre isso comigo, mas disse o suficiente para
me fazer entender que por algumas semanas ele conseguiu inventar
desculpas para não fazer sexo ou fingiu estar dormindo, mas mamãe está
começando a ficar frustrada.
Quando mamãe está frustrada, ela joga coisas. Dois vasos e três taças
de vinho caíram na chão nas últimas duas semanas.
Fico acordada na cama os ouvindo discutindo, mas é pior quando eles
finalmente ficam em silêncio porque começo a imaginar que ele está
cedendo e está fazendo sexo com ela só para fazê-la calar a boca. Por horas
eu fico acordada imaginando eles fazendo isso. Imaginando ele vindo até
mim e confessando o que ele fez. Como vou chorar, ele vai me implorar para
perdoá-lo. É pura agonia, mas não consigo parar.
Dê manhã, sou um zumbi na cozinha enquanto faço café, as lágrimas
continuam ameaçando escorrer pelo meu rosto. Eu os ouvi discutindo
novamente ontem à noite e então eles ficaram ameaçadoramente
silenciosos. Estou tão cansada e exausta que já meio que aceitei que eles
fizeram sexo, é apenas uma questão de tempo até que Laz confirme que
meu pesadelo é real.
Ele entra na cozinha, vê-lo é o suficiente para fazer um nó na minha
garganta.
— Bambi? O que há de errado, você está doente?
Balanço a cabeça e abro a boca para implorar que ele me diga que não
aconteceu, mas então mamãe entra na cozinha com seu quimono de seda
vermelha e engulo todas as palavras que ia dizer. Elas queimam minha
garganta e fazem meu estômago doer.
Pelas costas dela, ele me lança um olhar desesperado e cruza o seu
coração com o dedo indicador. Ele não.
Ele não iria.
Eu acredito nele, mas por quanto tempo podemos continuar assim?
Durante o jantar naquela noite, mamãe está de bom humor incomum.
Comemos carne assada no vinho tinto com batatas fritas, mas a comida pesa
tanto no meu estômago que só consigo dar algumas garfadas e passo o
resto da refeição mexendo no prato.
Laz parece ter se desligado e responde em monossílabos sempre que
mamãe lhe faz uma pergunta.
Eu me concentro em contar o número de cebolas no meu ensopado
até que mamãe me tira do meu devaneio dizendo repetidamente meu
nome.
Eu olho para cima. — Desculpe, o quê?
— Eu disse que tenho uma pergunta para vocês dois.
Meu estômago quase vazio convulsiona. Para mim e Laz? — Que
pergunta?
Laz me lança um olhar e percebo como pareço em pânico.
— Quero saber o que vocês dois acham de uma data que escolhi para
um evento. — Seus olhos piscam, há uma pontada em sua voz. Como se eu
me importasse com qualquer dia do ano além do aniversário da morte do
meu pai.
— Que evento? — Laz pergunta.
— Nosso aniversário de três meses. Achei que poderíamos convidar
minha família. A sua.
Laz olha fixamente para mamãe. — Por quê?
— Porque é nosso aniversário de três meses. — mamãe diz, mais alto,
como se Laz fosse surdo ou estúpido. — Podemos comemorar, uma festa
em família nos lembrará de quais são nossos deveres. — Ela olha para ele,
minhas entranhas murcham de horror quando percebo de que deveres ela
está falando. Mamãe vai pegar os irmãos de Laz nas costas por ele não
dormir com ela.
— Vou perguntar a Fabrizio se ele pode trazer um homem solteiro
para Mia, visto que Drago Lastra aparentemente não era adequado. —
mamãe diz.
A expressão de Laz é repentinamente assassina. Debaixo da mesa, eu
cavo minhas unhas em minha coxa. Como mamãe não está percebendo o
ciúme que de repente é um tornado furioso girando pela sala? — Não se
incomode, por favor.
— Eu não pedi sua permissão ou sua opinião. Só quero saber se o dia
23 é adequado porque é a data que escolhi. — Mamãe se vira para Laz. —
Bem, querido?
Ele arrasta os olhos de mim e de volta para ela. — O quê?
— A data. Seria maravilhoso se tivéssemos algo a anunciar, mas isso
está fora do meu controle, aparentemente. — ela murmura.
— Algo para anunciar. — Laz repete, olhando especulativamente para
mim, acho que ele deve estar pensando em contar a todos sobre nós.
Só posso imaginar o caos que isso causará com todos os seus irmãos e
meus tios presentes. Provavelmente haverá sangue derramado na pista de
dança.
Ele se vira para mamãe. — Dia vinte e três? Claro. Mal posso esperar.
CAPÍTULO TREZE
MIA

Rieta para na porta do meu quarto. — Uau, você está brilhando.


— Eu sei. — murmuro em aborrecimento, batendo em minhas
bochechas e franzindo a testa para o meu reflexo no espelho da cômoda. —
Isso é terrível.
É a tarde da estúpida festa da mamãe, estou usando o vestido de
chiffon ostra que mamãe escolheu para mim. Arrumei meu cabelo com
simplicidade e mal apliquei maquiagem. Eu pensei que ficaria uma merda,
considerando o quão mal eu tenho dormido, mas minha pele parece
iluminada por dentro.
Eu balanço meu cabelo em volta do meu rosto de uma forma nada
lisonjeira, mas não adianta. Estou radiante.
A boca de Rieta se contrai. — Está, uh, bem satisfeita ultimamente?
Eu atiro a ela um olhar irritado. — Rieta, por favor.
— Isso é um sim.
Com certeza é um sim. Laz tem encontrado maneiras e lugares
criativos para me excitar. Se o homem que Fabrizio traz como meu
pretendente cair de joelhos e implorar minha mão em casamento à primeira
vista, será tudo culpa do meu amante.
O próprio Laz aparece atrás de Rieta com uma camisa preta e calça
preta. Ele se recusou terminantemente a usar um terno, mas mamãe o
importunou para que vestisse uma camisa de botão. Ele parece
absolutamente delicioso.
Minha irmã lhe dá um sorriso compreensivo e diz. — Vou esperar lá
embaixo.
Ela está nos levando para o local porque decidiu que não vai beber
mais enquanto está tentando ter um bebê. Mamãe já está lá, então só
estamos eu e Laz aqui em cima.
Laz dá um assobio baixo enquanto caminha lentamente em minha
direção. — Bambi, você está linda de morrer.
— É ridículo. Eu deveria parecer como me sinto, o que é uma porcaria.
Suas sobrancelhas se juntam em preocupação. — Você se sente mal?
Esfrego a palma da mão na barriga e faço uma careta. — Sim. Esta
festa está me estressando. Não consegui comer muito durante toda a
semana porque estou nervosa.
— Você não tem nada com que se preocupar. Apenas seja linda e eu
cuidarei de tudo.
— Você não pode impedir a mamãe de empurrar um homem para
mim.
— Oh, sim, eu posso. — Sua mão sobe pelas minhas costelas e ele
aperta meu peito. Eu suspiro de dor e me afasto.
— Merda, desculpe. Bambi. Você está dolorida? Você está
menstruada?
Além de dar um soco no rosto do meu pretendente e expulsá-lo da
festa, não sei o que Laz pode fazer com ele. — Eu acho. Acho que estou
atrasada, na verdade.
— Você está? Quão atrasada?
Pego um batom e o enfio na bolsa. Por que minha cabeça parece tão
nublada? Eu gostaria de poder rastejar de volta para a cama para tirar uma
soneca. — Alguns dias, eu acho. Nem menstruei mês passado. Ouvi dizer
que você pode atrasar a menstruação se estiver estressada e eu não estive
dormido bem ultimamente. Mesmo quando durmo, fico muito cansada no
dia seguinte.
Devo ir ao médico caso minha receita esteja me atrapalhando e eu
precise de uma diferente. Espero que Laz me repreenda por não cuidar de
mim mesma, mas por algum motivo ele segura meu rosto com as duas mãos
e me beija com paixão.
Um desejo por este homem varre sobre mim. Eu não percebi o quanto
eu precisava de um beijo como este. Quando ele se afasta, pergunto. — Para
que foi isso?
Laz alisa meu cabelo para trás, ofegante enquanto olha para mim. —
Porque você está bonita. Agora, vamos. Vamos acabar logo com essa festa
estúpida.
Chegamos ao local vinte minutos depois e estacionamos. Mamãe
alugou um salão com um terraço enorme e uma mesa comprida posta para
cinquenta pessoas. Todos os importantes das famílias Bianchi e Rosetti
estão aqui.
Eu olho para as bandejas de champanhe, me perguntando se posso me
safar roubando uma. Eu provavelmente poderia, mas meu estômago
ameaça se rebelar, então peço no bar uma água com gás e limão em vez
disso.
Uma das esposas de meu tio me encurrala e começa a elogiar
agressivamente o homem que vou conhecer hoje. Enquanto isso, do outro
lado da sala, Laz parece relaxado enquanto descansa contra um pilar
conversando com o sobrinho mais velho de mamãe.
Mamãe aparece ao seu lado e pega em sua mão, chama os convidados
que é hora de comer.
Laz olha para a mão dela segurando a dele. De repente, ele levanta a
cabeça e levanta a voz. — Na verdade, tenho um anúncio a fazer antes de
comermos.
Mamãe olha para ele surpresa.
Minhas entranhas dão um nó de repente.
Todos na sala voltam sua atenção para Laz e a sala fica em silêncio.
Meu amante olha lentamente para a multidão. — Quando me casei
com Giulia, meus irmãos esperavam que isso significasse que seu
irmãozinho selvagem finalmente se estabeleceria.
Há um punhado de risadas educadas, mas nenhuma delas é dos
irmãos de Laz. Fabrizio estreita os olhos. Ele claramente não esperava ou
desejava que Laz fizesse um discurso.
— Todos os meus irmãos, especialmente Faber, esperavam que eu
fosse pai. Ok, admito que não me atraiu no começo. — Laz sorri de forma
desarmante para a multidão, há mais risadas educadas. — Mas eu aceitei a
ideia, graças a uma mulher especial e quero que todos saibam que estou
pronto. Eu quero uma família minha.
Rieta me lança um olhar confuso e se aproxima para sussurrar. — Ele
está planejando ficar com a mamãe? A mamãe vai ter um filho dele?
A sensação de enjoo no estômago quadruplica e minhas mãos
começam a suar. Minha alma parece estar sendo esmagada por um peso
implacável. Laz jurou todo esse tempo que eles não estavam fazendo sexo.
Ele prometeu.
Mamãe sorri para ele, confusa, mas satisfeita. Ela está vendo o marido
sob uma luz totalmente nova. Ele é atencioso. Ele está assumindo o
comando. Ela praticamente ronrona. — Querido, estou tão feliz em ouvir
você falando desse jeito.
Lágrimas de coração partido ardem em meus olhos.
Um punhado de pessoas dá um passo à frente e começa a parabenizar
o feliz casal.
Mamãe ri e acena para eles. — Não nos parabenizem. Ainda não há
nenhum bebê a caminho.
As sobrancelhas de Laz se erguem em surpresa. — Do que você está
falando, Giulia? O bebê estará aqui em breve. Em cerca de oito meses, na
verdade.
O sorriso desaparece do rosto de mamãe. — Mas ainda não estou
grávida.
— Não, você não está. — O olhar de Laz se volta para mim, tentando
desaparecer do outro lado da sala. — Mas Mia está. Mia vai ter meu filho.
Meu mundo se contrai a um ponto chocante.
Cabeças confusas se viram para me encarar.
Eu estou o quê?
Olho para Laz através de um mar de pessoas. Seu rosto bonito é calmo
e sua expressão firme. Meu estômago está balançando para frente e para
trás como um navio em alto mar, a água com gás e limão azedou em minha
boca.
Pensando bem, tudo está com um gosto estranho ultimamente, meu
estômago está tão embrulhado, mas é por causa dos nervos. Não poderia
ser porque eu estou...
Seios doloridos.
Menstruações perdidas.
Cansada.
Nauseada.
E ainda estou brilhando.
Começo a balançar a cabeça e a me afastar, mas esbarro em um pilar.
Não é verdade.
Não pode ser verdade.
O silêncio é quebrado quando mamãe arranca a mão da de Laz e grita.
Sem palavras, apenas um grito longo e raivoso.
Tio Tomaso aparece ao meu lado e agarra meu pulso, apertando
dolorosamente. — Isso é verdade? O que você tem a dizer em sua defesa,
sua puta vergonhosa?
— Não se atreva a falar assim com a mãe do meu filho. — Laz rosna,
empurrando a multidão em nossa direção. — Se você tem algo a dizer, diga
para mim.
De repente, todo mundo está falando. Exclamando. Gesticulando.
Estou presa em um pesadelo.
— Eu tenho uma pergunta. — Laz grita por cima do barulho, e todos
lentamente ficam em silêncio. — Meus irmãos estavam tão desesperados
para que eu me casasse com alguém da família Bianchi. O que eu quero
saber é por que não me ofereceram Mia em primeiro lugar.
Tio Marzio e tio Roberto trocam olhares. Marzio franze a testa e
responde. — Não pensamos em Mia.
Laz olha para todos, seus olhos brilhando. — Esse é o problema com
esta família. Ninguém nunca pensa em Mia. Eu não entendo porque nenhum
de vocês sequer a considerou quando ela está mais perto da minha idade.
Vocês sabiam que ela também é engraçada? Que ela é inteligente? Ela tem
uma resposta espirituosa para tudo. Ela dirige como um maldito demônio e
sabe o que mais? Ela é linda e estou apaixonado por ela.
Laz se vira lentamente no local, olhando para os rostos atônitos de sua
família e da minha.
— É tão chocante que alguém possa amar Mia?
Ninguém responde.
— Vocês podem dizer a si mesmos que isso é algum escândalo ou
engano, mas não vai mudar nada. Mia é minha, ela está tendo meu filho.
Vocês podem beber seu vinho, comer seus canapés e ir para o inferno.
Ele se aproxima de mim e pega minha mão, a raiva desaparece de seu
rosto. Com uma expressão terna nos olhos, ele murmura baixinho. — Você
está bem, Bambi?
Eu encaro minha mão na dele, hiper consciente de que todo mundo
está nos observando. — Eu não estou grávida.
— Tenho certeza que você está. — ele responde.
— Eu não posso estar. Estou tomando controle de natalidade.
— Sim, sobre isso. — Laz enfia a língua na bochecha como se estivesse
envergonhado de alguma coisa, mas estraga tudo sorrindo. Não há um traço
de arrependimento honesto em seu rosto bonito. Na verdade, ele parece
muito satisfeito consigo mesmo.
— Posso ter mexido com o seu controle de natalidade.
Lembro-me de como Laz reagiu quando descobriu que eu tomava
pílula. Ele imediatamente começou a vasculhar minhas coisas em busca da
receita e queria que eu desistisse ali mesmo. Desde então, ele está
obcecado em gozar dentro de mim toda vez que fazemos sexo. Na verdade,
ele para de boquetes para poder terminar na minha boceta e depois fica lá.
Mantendo seu sêmen dentro de mim. Não é um fetiche.
É uma maldita tática.
— Você fez o quê? — Eu digo em uma voz baixa e mortal.
Laz tem me observado como um falcão por semanas e repetidamente
perguntado como estou me sentindo. Não me pareceu estranho na época.
— Os pacotes são falsos. Todas as pílulas de açúcar.
— Você sabotou meu controle de natalidade e não me contou? Estou
grávida e nem sabia? — Eu empurro seu peito com as duas mãos. — Posso
ter ficado bêbada. Eu poderia ter usado cocaína.
Laz estende a mão para mim, mas eu me livro de seu aperto. — Bambi,
você não usa coca...
Cerro as duas mãos em punhos e grito a plenos pulmões. — Essa não é
a questão. A questão é que você fez isso pelas minhas costas. Você é
inacreditável, Lazzaro Rosetti!
— Calma, Bambi. Não é bom para o bebê.
Eu grito de novo.
Seu bebê.
Estou carregando o maldito bebê dele.
Este era o plano que ele estava sugerindo nos últimos meses. Cubro o
rosto com as mãos, desejando poder desaparecer. Laz estende a mão para
mim mais uma vez, mas eu me solto de seu controle.
— Nós não estamos bem, idiota. Não me siga.
— Bambi, por favor...
Ele tenta pegar minha mão novamente, mas Rieta se coloca na frente
dele, uma leoa furiosa olhando para ele. — Ela disse para não segui-la.
Por cima do ombro, mamãe está olhando para mim, pálida e com os
punhos cerrados. Na verdade, todo mundo está olhando para mim, eu quero
murchar e morrer.
Rieta segura minha mão. — Venha, vamos sair daqui.
Eu mantenho minha cabeça baixa e a deixo liderar o caminho. Assim
que saímos para o ar fresco, eu suspiro. — Preciso de um teste de gravidez.
— Eu tenho bastante. Vou nos levar para minha casa.
No caminho até lá, fico imaginando como mamãe estava agora. —
Você viu a expressão da mamãe? Parecia que ela queria me matar.
Rieta balança a cabeça. — Isso não é justo. Você obviamente não sabia
que ele iria anunciar assim.
— Eu nem sabia que havia a possibilidade de estar grávida. Estou
tomando anticoncepcional! Ou pensei que fosse. Laz mexeu com minhas
pílulas.
— Ele fez o quê? — Rieta parece tão indignada quanto eu. — Você tem
dezoito anos. Você ainda é a enteada dele. O que ele estava pensando?
— O que ele estava pensando? O que eu estava pensando? Eu estava
transando com meu padrasto.
Rieta fica em silêncio por um momento enquanto dirige. — Eu pensei
que vocês dois eram meio românticos, como Romeu e Julieta. Eu sabia que
seria um monte de drama quando chegasse a hora de todos descobrirem
sobre vocês dois, mas não achei que Laz faria de tudo para torná-lo o mais
doloroso e dramático possível. Por que ele fez isso dessa maneira?
Esfrego as duas mãos no rosto. — Eu posso adivinhar. Se estou
grávida, mamãe não pode criar uma barreira entre nós dois. Ele está
cumprindo sua promessa a seus irmãos de se estabelecer e ter uma família.
Eles vão pressionar mamãe para se divorciar de Laz para que possamos
tornar esse um bebê Rosetti legítimo e então eles finalmente entregarão sua
herança.
É um bom plano.
O único problema é que eu odeio isso.
Na casa de Rieta, ela me leva escada acima até o banheiro, me entrega
um teste de gravidez e me explica como usá-lo.
Fecho a porta atrás de mim e faço o teste, depois deixo na pia, virado
para baixo, para revelar. — Você pode voltar para dentro.
Rieta abre a porta e ficamos lado a lado esperando os resultados.
— Se você estiver grávida... — ela começa.
Eu inclino minha cabeça para trás e gemo. — Eu vou matá-lo.
— Eu sei que você está com raiva, mas se você pensar sobre isso, isso
pode ser realmente maravilhoso. Você ama ele. Ele te ama.
Há tanta esperança no rosto da minha irmã. Posso dizer que ela já está
meio apaixonada pela ideia de eu ter o bebê de Laz. — Mas ele me enganou.
Não é assim que deveria ser.
Seu rosto cai, ela balança a cabeça. — Eu entendo. Desculpe, estou
louca por bebês agora. Não estou pensando direito.
Estendo a mão e pego a mão dela. Desejo de todo o coração que fosse
o teste dela que estivéssemos esperando. Que esses eram seus sintomas de
gravidez e seu marido amoroso que possivelmente seria pai.
— Vamos olhar? — Rieta pergunta, embora ela esteja tentando não
ter esperança, ela está praticamente cruzando os dedos e quicando nas
pontas dos pés.
Eu respiro fundo.
E viro o teste.
CAPÍTULO QUATORZE
LAZ

Faber e Firenze me agarram enquanto tento seguir Mia para fora da


festa. A expressão do meu irmão mais velho está cheia de fúria fria,
enquanto Firenze parece ter engolido um limão e alguns pregos
enferrujados.
— Tirem suas mãos de mim. — eu rosno, mas eles me arrastam para
uma sala ao lado e me jogam em um sofá, de pé sobre mim como se eu
fosse uma criança desobediente.
— Você está falando sério? Você engravidou sua enteada? — Faber
ferve.
— Ainda não sei. É isso que estou a caminho de descobrir.
Tento me levantar, mas Firenze me empurra para trás. — Fodendo
com a filha de sua esposa. Você é inacreditável, Lazzaro.
— Ei, eu só estava fazendo o que fui instruído. Acalme-se, Lazzaro.
Comece uma família, Lazzaro. Vocês dois nunca estão satisfeitos, porra.
Não tenho tempo para isso. Mia precisa de mim, então passo por
baixo dos braços de Firenze e caminho em direção à porta.
— Onde você está indo? — fala Firenze.
— Para encontrar minha mulher e perguntar se ela está grávida de
mim.
— E sua esposa? — Faber responde.
— Você gosta tanto dela? Você conversa com ela. Não tenho nada a
dizer àquela cobra. Da próxima vez que ouvir o nome dela, estarei assinando
os papéis do divórcio.
Faber rosna de frustração. — Eu não estou ajudando você. Você está
sozinho com essa merda. Você arrumou sua cama, agora você deita nela.
Amargura inunda minha boca, me viro para encará-lo. — E a minha
herança?
— Você pode dar um beijo de despedida.
Minhas mãos se fecham em punhos, considero dar um soco no rosto
bonito do meu irmão. Eu posso senti-lo querendo que eu bata nele e
justifique todas as suas besteiras. — Você sabe o que? Eu não me importo.
Contanto que eu tenha Mia e nosso bebê, nada mais importa.
A expressão de Faber fica frouxa com o choque enquanto eu saio da
sala.
Isso mesmo, imbecil. Não vou mais deixar você me controlar. Vou
encontrar uma maneira de realizar minhas ambições por conta própria.
Todos estão reunidos em torno de uma Giulia soluçante enquanto
passo pelos convidados da festa e saio pela porta. Eu não tenho meu carro,
então acho que vou andar até conseguir chamar um táxi. Rieta deve ter
levado Mia para a casa dela, então é para lá que irei.
Ando três quarteirões antes de ouvir alguém atrás de mim.
— Ei, idiota.
Reviro os olhos e não me incomodo em me virar. Reconheço a voz de
Marzio Bianchi e posso adivinhar o que ele quer. — Agora não. Lute comigo
depois que eu falar com Mia. Vou até deixar você dar o primeiro golpe.
— Você é um homem morto, Rosetti. — Marzio rosna, passos soam na
calçada.
Eu me esquivo para o lado, ele passa voando por mim, mas antes que
eu possa me dar um tapinha nas costas por ter levado a melhor sobre ele,
outra pessoa me agarra e me joga em um beco.
Tomaso Bianchi, com Roberto atrás dele. Tomaso pega um pedaço de
madeira dois por quatro e o brande como um taco de beisebol. Marzio
bloqueia minha saída.
Eu olho de um irmão para o outro e depois olho para trás. Fim da
linha. Estou encurralado. Esses homens não são aspirantes a lutadores de
chutes. Eles são idiotas assassinos de primeira classe, esta situação é muito
pegajosa para o meu gosto.
Acho que vou deixá-los tão zangados que não conseguirão pensar.
— Estou indo descobrir se Mia está grávida ou não. Vocês não querem
saber o quanto eu envergonhei sua família antes de você me espancar?
— Sempre odiei a porra da sua cara. — zomba Marzio. — Já era hora
de reorganizarmos isso para você.
— Como eu organizei as entranhas de sua sobrinha? — Eu pergunto
com um sorriso.
Todos os três homens ficam em tons de vermelho e roxo.
Roberto avança para mim e eu coloco minhas costas contra a parede
do beco. Ele passa por mim tropeçando, me abaixo quando Marzio tenta me
agarrar. Estou prestes a passar por todos eles e fugir para a liberdade
quando Tomaso esmaga o pedaço de madeira em minha têmpora. A dor
irrompe em meu crânio e manchas pretas se espalham diante de meus
olhos.
Jesus porra.
Seria muito fácil desmaiar agora.
Mas eu não vou cair assim.
Estou chegando a Mia antes que esses gárgulas cheguem.
Abro caminho entre os homens, agarrando-me à consciência com o
braço erguido acima da cabeça para me proteger de mais golpes.
Mas não estou pensando nas minhas pernas.
Marzio me chuta com força no joelho, minha perna se dobra
inutilmente sob mim.
Eu tento rastejar em direção à entrada do beco, mas todos eles
começam a me chutar no estômago e nos rins. Eles não vão apenas me
machucar. Esses homens vão me matar e enterrar meu corpo em uma cova
rasa.
Mia.
Eu tenho que ir até Mia.
Tomaso levanta o pedaço de madeira acima de sua cabeça, a malícia
queimando em seus olhos, eu sei que estou acabado.
Apenas outro Rosetti morto com seu sangue escorrendo pelas ruas
sujas e molhadas desta cidade esquecida por Deus.
Sinto muito, Bambi.
Eu queria mais do que tudo ficar. Eu...
...amo você.

Cacos de vidro estão atravessando meu crânio. Luzes estroboscópicas


estão pulsando na escuridão atrás dos meus olhos fechados.
Se isso é a morte, é uma merda.
Lentamente abro minhas pálpebras e vejo o mundo de um ângulo
estranho. Estou deitado em um chão de concreto frio. Não há muita luz
onde quer que eu esteja, mas posso ver uma grade na frente do meu rosto
como se estivesse em uma gaiola.
Eu levanto minha cabeça e dou uma olhada ao redor, gemendo
quando meu coração bate forte em meu ouvido, minha têmpora e a parte
de trás do meu crânio. Em todos os lugares que aqueles idiotas me bateram.
Sim. É uma gaiola. Uma gaiola de armazenamento onde você pode
guardar coisas valiosas como vinho, mas uma gaiola do mesmo jeito.
— Olha quem está acordado. Olá, Bela Adormecida. — Marzio se
levanta de uma cadeira e atravessa o porão em minha direção, com um
sorriso de satisfação no rosto.
Empurro meus dedos através da grade de metal e me arrasto para
sentar. O mundo gira e meu estômago ameaça virar do avesso. Há anos não
levo uma surra como esta. Meu rosto deve estar vermelho e roxo,
provavelmente tive uma concussão.
Movo cuidadosamente meus membros e extremidades. Sem costelas,
pernas ou dedos quebrados que eu possa dizer. Tudo o que tenho a fazer é
sair daqui, pegar uma arma e espancar os irmãos de Giulia até a morte com
ela.
Eu olho para cima e ao redor. Mais fácil falar do que fazer. A gaiola vai
até o teto e é aparafusada no chão. Há uma porta com um cadeado enorme.
Tudo parece brilhante, novo e forte.
Volto minha atenção para o pedaço de merda na minha frente. — Ou
me mate ou pare de desperdiçar meu tempo. Preciso falar com Mia.
— Essa garota não é da sua conta, ela não quer falar com você.
Eu me levanto e balanço as barras da jaula o mais forte que posso. —
Isso é uma mentira!
Marzio puxa um taco de beisebol de trás das costas e o acerta em
meus dedos. Eu ofego de dor e os puxo de volta pela grade, perco o
equilíbrio e caio dolorosamente sobre um joelho.
— Ouça, seu pedaço de merda. Você nunca mais colocará os olhos
naquela garota. Você nunca mais verá a luz do dia. Você vai apodrecer aqui.
Veremos isso. Eu me pergunto por que eles não me mataram, mas
suponho que não podem matar um Rosetti sem trazer a ira de Faber sobre
suas cabeças. Eles estão presos comigo até que possam descobrir o que
fazer comigo.
O que me dá tempo para pensar em uma fuga.
Marzio dá um sorriso desagradável e se dirige para a porta.
— Espere. Eu preciso mijar. — eu digo para ele.
— Para que você acha que serve o balde?
Há um balde vazio na minha cela e outro com um pouco de água com
aparência de espuma. Excelente. Simplesmente ótimo.
Jogo água no rosto para tirar o sangue, tomo um gole e me deito no
chão frio. O mundo gira ao meu redor, eu fecho meus olhos, prometendo
fazer todos os Bianchi, exceto Mia, pagarem pelo que estão fazendo comigo.
Mia.
Eu a deixei no centro de uma confusão e ela está sozinha.
Devo desmaiar de novo porque a próxima coisa que ouço são passos
de salto alto se aproximando. Há um toque sinistro no som.
Abro um olho e vejo uma mulher de cabelos escuros vestida com um
terninho vermelho, pesadas joias de ouro em volta do pescoço e nas
orelhas. Eu me pergunto a quão brava ela está comigo.
Minha esposa coloca uma pilha de papéis na mesa perto da porta e
cruza os braços sobre o peito, olhando para mim como se eu fosse um
verme. — Você continua cavando essa sepultura para si mesmo, não é,
Lazzaro? Olha você aí embaixo. Quase seis pés abaixo já. Em breve será hora
de jogar terra sobre seu cadáver em decomposição.
Eu diria que a raiva dela é de cerca de dez.
Pena que eu não dou a mínima. Eu me levanto, minha cabeça girando.
— Eu preciso falar com Mia.
Giulia examina sua unha. Ela tem esmalte vermelho fresco, noto.
Minha esposa entrou em sua era de super vilã.
Ela está tentando parecer casual, mas está queimando por dentro. —
Mia isso. Mia aquilo. Tem sido assim desde que você entrou na minha casa.
Por que você está tão obcecado com a minha filha? Por que toda vez que ela
está na sala, você só consegue olhar para ela?
— Porque eu a amo.
Giulia zomba e revira os olhos. — Por favor. Pare de inventar histórias
estúpidas. Você é um pedaço de merda desprezível que fodeu em minha
casa e está descobrindo o que acontece com homens infiéis.
Como se ela fosse tão perfeita. — Eu a amo. Você se lembra de como é
o amor, não é, Giulia?
Ela aperta a sobrancelha. — Eu não me importo com o que...
— O pai de Mia. Você estava apaixonada por aquele ajudante de
cozinha.
— Dono do restaurante. — ela diz entredentes.
Acho que toquei em um nervo. — Se eu tivesse a chance de conhecer
Mia e conhecê-la antes de me casar com você, eu teria...
Giulia bate a palma da mão na minha gaiola. — Você teria o quê? Me
trocado por aquela vagabunda?
Essa cadela venenosa. Não há como dizer o que ela fala na cara de Mia
enquanto estou preso aqui. Eu me levanto, meu peito arfando de fúria. —
Não fale sobre Mia desse jeito.
Ela revira os olhos. — Por favor. Como se você se importasse como eu
falo sobre Mia. Tudo o que importa é manchar minha família com sua
vergonha.
— Eu não sei como vou colocar isso na sua cabeça dura. Deixe-me
dividi-lo em pequenas malditas frases. Eu amo Mia. Mia é quem eu quero.
Você não. Não vingança. Nada mais. Apenas Mia e meu bebê.
Giulia me encara como se eu tivesse enlouquecido. — Você realmente
espera que eu acredite nisso? Fabrizio me contou tudo. Você vive para
causar problemas, sempre causou.
Ela não negou que há um bebê.
Mia está grávida.
Quero gritar de alegria e pular na jaula, mas agora não é hora.
Eu rosno em frustração e empurro meus dedos pelo meu cabelo. —
Pelo amor de Deus, Giulia. Alguém amando Mia é tão impossível para você?
Se você tivesse prestado atenção à sua filha mais nova, teria visto que ela
não é apenas bonita, mas também sensível, doce e engraçada. Como eu
poderia não me apaixonar por ela?
Giulia está balançando a cabeça, mas está ficando pálida.
— Mia é dez vezes mais mulher que você. Talvez ela seja a ovelha
negra da sua família, mas vou fazer dela a rainha da minha. Quando eu sair
daqui, vou me divorciar de você, me casar com ela e dar o fora daqui com
minha esposa e meu bebê.
— Seu bebê? Veremos isso. — ela ferve.
— O quê?
Giulia se recupera do choque e seus olhos brilham de malícia. — Mia
não vai cometer o mesmo erro que sua mãe. Ela tomará a decisão sensata e
então esquecerá tudo sobre você. Na verdade, já conversamos sobre isso
esta tarde, quando mostrei a ela meus papéis do divórcio. Nós duas estamos
lavando nossas mãos sobre você.
Meu sangue corre frio. — O que você quer dizer?
— O mundo não precisa de Lazzaro Rosetti mais.
Eu começo a respirar mais rápido. — Mia nunca faria isso com nosso
bebê. Ela sabe que tudo isso faz parte do plano para ficarmos juntos. Ela
confiou em mim para fazer isso acontecer para nós.
Giulia abre o sorriso, a alegria estampada em cada linha do rosto. —
Mia tem chorado no meu ombro noite e dia sobre como você a enganou
para que ela ficasse grávida. Que homem cruel e estúpido você é, Lazzaro.
Você acha que qualquer mulher no planeta poderia perdoá-lo por uma coisa
tão terrível?
Esperava que Mia ficasse com raiva de mim. Eu sabia que ela ia gritar e
me xingar, mas pensei que assim que superássemos isso, ela veria que isso
resolveria todos os nossos problemas.
Estou trancado em uma gaiola e não consigo lembrá-la de que ela é
amada. Nosso bebê é amado. Ela não está sozinha porque ela me tem.
— Mia querida. — diz Giulia com voz afetada. — Sinto muito que seu
padrasto pervertido e nojento estivesse dormindo com nós duas, tentando
nos engravidar. Você foi pega em seu plano doentio de humilhar os Bianchis.
E agora onde ele está? Ele fugiu.
Meu peito arfa. — Sua vadia mentirosa. Faz meses que não coloco um
dedo em você.
Giulia dá de ombros eloquente, sorrindo de orelha a orelha. — Isso
não é o que ela pensa agora, quem vai dizer o contrário? Quem vai dizer a
Mia que ela é amada e que deve ficar com o bebê? — Ela olha para cima e
para baixo no meu corpo preto e azul, desprezo enchendo seus olhos. —
Você?
Eu bato meus punhos contra as barras, tentando abrir caminho
através delas e chegar até ela. — Por que você está fazendo isso, Giulia? Por
que você não pode nos deixar ser felizes? Você não se importa comigo e
nunca se importou.
— Você me humilhou na frente dos meus amigos e familiares. Sou
motivo de chacota nesta cidade, você vai pagar pela minha humilhação.
Primeiro, vou fazer você sofrer, e depois todos os vestígios de você serão
apagados deste planeta. Será como se você nunca tivesse existido. Não é
como se você tivesse conquistado alguma coisa em sua vida sem valor.
Ninguém vai chorar por você. Eu não. Não seus irmãos. Não sua preciosa
Mia.
Essa cadela realmente sabe como ir para matar. — Meus irmãos farão
guerra contra sua família se você me matar a sangue frio. Eles me odeiam na
maior parte do tempo, mas sangue é sangue.
— Pode ser. Talvez não. Acho que vamos descobrir. — Giulia gira nos
calcanhares e sai com a confiança de uma mulher que está conseguindo
tudo o que deseja.
A raiva ferve em meu peito e eu grito atrás dela. — Você não conhece
sua filha muito bem se acha que ela acreditou em qualquer coisa que você
disse a ela sobre mim.
Minha esposa se volta para mim. — Conheço minha filha há dezoito
anos. Conheço cada uma de suas fraquezas. Seus medos. Você realmente
acha que aprendeu tudo o que há para saber sobre minha filha enquanto ela
dançava em você com uma peruca lilás?
Eu não esperava por isso, Giulia sorri ao ver meu choque. De jeito
nenhum Mia contou à mãe sobre trabalhar como stripper. Não tem jeito.
Giulia me dá um sorriso de pena. — Não se iluda pensando que
conhece Mia melhor do que eu, Lazzaro.
Eu bato meu punho contra as barras. — Eu quero falar com a Mia.
— Nos seus sonhos. Aproveite suas pequenas férias aqui. Enquanto
dura.
Enfio os dedos nas barras da jaula e os chacoalho. — Então eu quero
falar com Rieta. Mande Rieta para cá.
Rieta é o único outro membro razoável desta família e sabe o quanto
Mia e eu nos importamos um com o outro. Ela vai ficar brava comigo pelo
truque que fiz com as pílulas anticoncepcionais, mas vai me ouvir. Vou
explicar que era a única maneira de Mia e eu nos casarmos e nos tornarmos
uma família.
Ela começa a andar novamente. — O que você quer não importa mais.
— Dane-se, Giulia. — Eu tiro a aliança do meu dedo e jogo através das
barras. Ela salta duas vezes, rola pelo concreto e para a seus pés.
Minha esposa olha para ela e continua andando.
Enquanto Giulia desaparece pela porta, eu a ouço dizer. — Vocês
podem entrar agora. Terminei com ele. Assine os papéis antes de quebrar
todos os dedos dele.
Um momento depois, Marzio, Tomaso e Roberto entram no porão.
Todos os três carregam tacos de beisebol e usam equipamentos de
proteção.
Eu zombo deles. Três contra um, eles ainda estão com medo de que eu
vá matá-los com minhas próprias mãos. — Vocês três fedem a medo.
Roberto destranca a jaula e recua. — Vamos então, idiota. Lute para
sair daqui, se puder.
Todos os três estão batendo nas palmas das mãos com seus bastões.
Eu olho além deles para a liberdade. Mia está lá fora.
Eu abro a porta e saio da gaiola, desarmado e desprotegido, abro
meus braços, a fome de chegar até minha garota alimentando meu apetite
para lutar.
— Vamos, idiotas.
CAPÍTULO QUINZE
MIA

— Aqui.
Rieta põe uma caneca de chá com leite em minhas mãos e se senta ao
meu lado no sofá. Sua expressão é marcada pela simpatia quando ela
pergunta. — Como você está se sentindo?
Já se passaram três dias desde que Rieta e eu ficamos lado a lado no
banheiro dela, olhando para o teste de gravidez positivo. As pessoas falam
sobre o tempo parado quando você leva um choque, mas não foi assim que
aconteceu comigo.
Tudo começou a correr muito rápido. Fora do meu controle.
Não me lembro, mas parece que eu estava gritando: Vou te matar,
Lazzaro Rosetti.
Quando voltei para mim, estava segurando dois pedaços do teste
quebrado em cada mão.
Agora não sinto nada. Encaro minha xícara de chá, desejando uma
maneira de fazer tudo fazer sentido.
— Ainda não ouviu nada de Laz? — Rieta pergunta, olhando para a
tela em branco do meu telefone.
— Nada. — eu sussurro desoladamente.
Nem uma maldita palavra do homem que me engravidou sem o meu
consentimento.
Depois que Rieta e eu saímos da festa, Laz também saiu correndo.
Meus tios tentaram persegui-lo, mas Laz os perdeu em alguns becos,
ninguém mais ouviu falar dele desde então. Rieta me contou que Fabrizio
Rosetti esteve na casa de mamãe praticamente de joelhos, pedindo
desculpas pelo que seu irmãozinho fez. Aparentemente, Laz não é tão pouco
confiável, irresponsável e imprudente quanto fomos levados a acreditar.
Ele é pior.
Mas isso não é surpresa para mim. Qualquer um que pode mexer com
o controle de natalidade de alguém enquanto ele é casado com outra
pessoa deve estar louco.
— Mamãe ligou de novo. — diz Rieta, quase se desculpando.
Eu me encolho quando sou espetada pela culpa. Recebi várias
mensagens de voz da mamãe e uma dúzia de mensagens.
Eu não culpo você, querida.
A culpa não é sua, é minha.
Eu nunca deveria ter confiado nele em nossa casa.
Lazzaro é um mestre da manipulação.
Um homem cruel que queria nos humilhar para se divertir.
Eu nunca vou perdoá-lo pelo que ele fez com você.
Desculpe-me.
Faz três dias que estou na casa de Rieta, com vergonha demais para
encarar mamãe. Seria mais fácil se ela estivesse furiosa comigo e gritando
pelo meu sangue. Sua compreensão e simpatia estão apenas fazendo com
que eu me sinta pior.
O telefone de Rieta vibra e a campainha da frente toca. Ela olha para o
telefone e suspira. — É a mamãe. Eu disse a ela para ficar longe até que você
estivesse pronta.
— Talvez eu devesse falar com ela. Eu tenho que enfrentá-la
eventualmente. — Larguei meu chá, peguei uma almofada e a encostei na
barriga. — Oh, Deus. — eu gemo.
— Você está se sentindo doente?
— Sim, mas não porque estou grávida. — Eu respiro fundo. — Deixe-a
entrar. Eu deveria acabar com isso.
— Se você tem certeza. — diz Rieta em dúvida, enquanto vai abrir a
porta.
Estou sentada na beirada do sofá com as mãos entrelaçadas ao meu
lado quando mamãe entra na sala. Suas bochechas estão manchadas de
lágrimas de rímel e ela parece pálida sem o batom brilhante de sempre.
— Oh, minha pobre bebê. — ela chora, cai de joelhos diante de mim,
capturando minhas mãos nas dela. — Você querida, doce criança. Como ele
pôde fazer isso com você?
É difícil olhar para ela assim. Ela deveria estar gritando e berrando, não
sendo solidária comigo. — Mãe, por favor, levante-se do chão.
— Ser abandonada por um homem em seu momento de necessidade.
Ele é muito cruel. Não consigo imaginar o que você deve estar sentindo.
— Mãe, eu te imploro. Sente-se, por favor.
Rieta vem em meu socorro, ajudando mamãe a se levantar e se sentar
no sofá enquanto mamãe lamenta por Laz.
De repente, ela aperta minhas mãos ainda mais forte, seus olhos
selvagens com tristeza e raiva. — Diga-me a verdade. Ele te forçou? Aquele
animal abusou da minha filha debaixo do meu nariz?
Eu arranco minhas mãos das dela. — Não! Não foi bem assim.
Mas há uma voz irritante no fundo da minha mente.
Laz nem sempre perguntava antes de tocar em você. Naquela primeira
noite em que você o encontrou em sua cama, ele colocou as mãos em cima
de você, então a segurou e forçou mais orgasmos em você.
E quando ele tirou sua virgindade no capô do carro, ele não ouviu
quando você tentou dizer a ele para diminuir a velocidade.
Ele substituiu suas pílulas anticoncepcionais por pílulas de açúcar.
Só um abusador faria isso.
Eu inventei desculpas para as coisas que Laz fez, mas eu ignorei seu
comportamento sinistro porque ele é tão bonito e charmoso?
Mamãe acaricia meu cabelo, seu toque amoroso. — Você parece
assustada, querida. O que quer que você diga sobre ele, eu vou acreditar em
você, sem perguntas. Vou segurar sua mão na delegacia e apoiá-la, não
importa o que aconteça.
Por cima do ombro, Rieta está mordendo o lábio, os olhos arregalados.
É o que eu sempre quis, o amor e o apoio incondicionais da mamãe.
De repente, vejo como poderia encontrar meu caminho de volta às boas
graças de minha família depois de meu comportamento terrível.
Apontar o dedo da acusação para Laz.
Culpe tudo no homem que eles já estão preparados para odiar.
Laz estava longe de ser um anjo, mas no fundo sei o que fiz e não vou
fingir o contrário.
Eu balanço minha cabeça. — Não foi assim. Nós dois somos culpados
pelo que aconteceu. Eu sabia que dormir com Laz era errado, mas fiz mesmo
assim.
Mamãe enfia a mão na bolsa enorme e tira um punhado de roupas
que reconheço com um sobressalto. — Tem certeza? Porque encontrei isso
no seu quarto.
A peruca lilás de Tasha. Os sapatos de stripper transparentes de salto
alto de Tasha. O fio dental branco de Tasha. Ver aqueles itens
espalhafatosos à luz do dia nas mãos de minha mãe me faz suar frio.
— Querida, diga a verdade. O que ele obrigou você a fazer?
— Laz não fez nada. Eu comprei esses anos atrás. Estava fazendo
striptease por semanas antes mesmo de você conhecê-lo.
— Você estava fazendo striptease? Mas por quê? — A expressão da
mamãe é horrorizada.
Eu gostaria de não ter que entrar nisso agora. Não há mais nada a
dizer a não ser a verdade nua e crua, então vou em frente e digo a ela que
aceitei o emprego porque odiava ficar em casa. Eu queria ir embora o mais
rápido possível.
A expressão de mamãe fica amarga enquanto ela me escuta. — Você
está protegendo Lazzaro. Eu sei que você está.
Eu pego minhas roupas de stripper de suas mãos e as empurro para o
outro lado do sofá atrás de mim. — Se você não acredita em mim, pode ligar
para Peppers. O segurança Jimmy vai contar tudo o que você quer saber.
— Mas Lazzaro sabia disso, não é?
— Mãe, você é um disco quebrado. Nem tudo é sobre Laz.
— Ele já foi ao clube?
Isso é privado. Isso é só entre mim e Laz. Mas ele tirou todas as minhas
defesas quando desapareceu, mesmo que eu queira dizer a mamãe que não
é da conta dela, ela pode ver a verdade tão clara quanto o dia em meu
rosto. — Apenas uma vez, mas...
Mamãe se levanta e grita indignada. — Ele pagou para você dançar
para ele?
— Ele... Eu... — Lágrimas estão transbordando em meus cílios.
Lágrimas furiosas de mágoa e dor.
Como você pode me deixar para trás para enfrentar isso sozinha, Laz?
Onde você está?
Rieta afasta mamãe de mim para que eu tenha espaço para respirar
novamente. — Já chega, mãe. Deixe Mia em paz.
— Só estou tentando falar com minha própria filha sobre...
Mas Rieta não aceita. — Dê um tempo para ela. Ela está grávida,
lembra? Pessoal, tirem um momento para se acalmar. Quer um café, mãe?
Mamãe diz que sim, mas não vai com Rieta. Ela está sobre mim,
olhando para mim em um silêncio frio e furioso.
Laz me prometeu que ninguém morreria por causa de seu plano, mas
se eu colocar minhas mãos nele, acho que vou matá-lo.
Assim que Rieta entrega o café para mamãe e se senta conosco,
mamãe abre a bolsa e tira um maço de documentos.
— O que são esses? — Rieta pergunta.
— Meus papéis do divórcio.
— Eles não são muito úteis se você não conseguir encontrar Laz. —
ressalta Rieta.
— Vou assiná-los e depois entregá-los a um detetive particular que
rastreará Lazzaro. Mal posso esperar para ter esse homem completamente
fora da minha vida para sempre. Vai ser maravilhoso. — Ela brinca com os
papéis e então olha para mim. — E você, Mia?
— E quanto a mim?
— Você não acha que deveríamos fazer algo para nos livrarmos de
Lazzaro em sua vida?
— Ele não está muito na minha vida, se você não percebeu. — eu
retruco. Se eu o visse, o que eu diria a ele?
Provavelmente apenas gritar com ele.
Então muito mais gritos.
Mas depois disso?
Eu não faço ideia.
— Não, querida. Quero dizer... — Mamãe olha para minha barriga.
— O bebê? E quanto ao bebê?
— Você não acha que deveria... — Ela delicadamente levanta uma
sobrancelha.
Minha confusão se dissipa, percebendo o que ela quer dizer, respondo
friamente. — Vou ficar com meu bebê.
— Você não deveria pensar sobre isso? — Mamãe pergunta.
Eu não preciso pensar. Não importa o que Laz fez ou como me
enganou, este bebê está aqui e é meu.
Mamãe olha para Rieta, esperando por uma aliada, mas Rieta parece à
beira das lágrimas. Mamãe deveria saber que não deveria ter essa conversa
na frente dela.
— Mia, esta não é uma decisão que você deve tomar muito
rapidamente.
— Eu me decidi. Se você tem mais alguma coisa a dizer, vamos falar
sobre isso depois. — Olho para minha irmã, que está enxugando as lágrimas
do rosto.
— Está tudo bem, Mia. Prometo. — Rieta me dá um sorriso rápido e
infeliz.
Não está bem. A pobre Rieta quer mais do que tudo ter um filho, e
agora estou sentada na casa dela, grávida sem nem tentar, enquanto
mamãe tenta me convencer a me livrar dele. Por que o universo é tão cruel?
— Você vai deixar aquele homem continuar manipulando você mesmo
depois que ele desapareceu? — Mamãe pergunta. — Ele está punindo nós
duas. Ele descobriu meu maior erro e está forçando você a repeti-lo.
Minhas mãos apertam no meu colo. — Eu sou o seu maior erro?
Mamãe pressiona os lábios. — Não seja dramática, querida. Você sabe
o que eu quero dizer.
Eu sei exatamente o que ela quer dizer. Ela se arrependeu de me ter,
só tenho que viver com essa dor porque ela não me deixa esquecer.
Não sou minha mãe. Eu sou eu. Quero este bebê, nunca vou me
arrepender desta criança ou fazê-la pensar por um segundo – por uma
fração de segundo – que ela é indesejada ou não amada.
Eu envolvo meus braços em volta da minha barriga e seguro firme. Só
tenho certeza de uma coisa nesta situação de merda. Este é o meu bebê,
ninguém vai tirá-lo de mim.
— Pare de ser tão egoísta, Mia. — mamãe repreende. — Um bebê
deve ser motivo de alegria, não algo concebido furtivamente enquanto um
dos pais está tendo um caso. Você nasceu fora do casamento e meu
comportamento vergonhoso tem sido uma mancha em sua existência desde
então. Olhe nos meus olhos e diga que isso não é verdade.
Eu me viro e a encaro, encontrando seu olhar sem vacilar. — Estou
perfeitamente ciente de que isso é verdade. Você poderia ter feito tanto
para me proteger dessa dor, mas escolheu não fazer. Na verdade, você é
quem infligiu a maior parte disso.
Olhamos uma para a outra em silêncio.
— Eu sei que você não gosta muito de mim, Mia. Não tenho sido a
mãe mais amorosa ao longo dos anos, mas, por favor, pense
cuidadosamente sobre o que você fará a seguir. Você realmente quer se
transformar em mim?
Não posso evitar o fato de que meu filho nascerá em uma família que
desprezará sua existência. Para eles, essa criança sempre será de segunda
classe e odiada.
Mas não para mim.
— Eu nunca vou ser como você. — eu sussurro.
Mamãe se levanta e coloca os papéis do divórcio de volta na bolsa,
mas ela tem que dar a palavra final.
— Você é jovem, Mia. Você tem toda a sua vida pela frente. Pense
com muito cuidado sobre o que acontece a seguir, porque uma vez feito
isso, nunca mais poderá ser desfeito.
CAPÍTULO DEZESSEIS
LAZ

— Acorda, acorda, Lazzaro. Hoje é o dia em que você sai daqui.


Eu gemo e rolo dolorosamente para o meu lado. Outra noite dormindo
no chão de concreto frio não fez nada para meus ossos doloridos.
Tenho me ocupado ao longo dos dias... semanas? Poderia ter sido um
mês já? Passei meu tempo fazendo flexões, abdominais, investidas e dando
socos, quando tinha força. Eles têm me dado comida e água suficientes para
me manter vivo, mas não mais. Se surgir uma oportunidade de escapar,
tenho certeza de que precisarei lutar para sair daqui.
Marzio destrancou a porta e recuou, com um brilho desagradável nos
olhos. — Você vem.
— Oh sim? Para onde vou a seguir? Espero que seja para a casa da sua
mãe. — Faço parecer o mais entediado e desinteressado possível, mas meu
coração está batendo forte quando me levanto e saio da jaula. — Vamos
fazer um trio. Mãe, filha e avó.
Tomaso e Roberto estão lá, pelo que parece, não gostaram da minha
piada sobre a mãe deles. Há outro homem na sala, um que eu não
reconheço, que é maior do que eu, mais pesado do que eu, de seus olhos
redondos e o torcer desagradável de sua boca, muito mais cruel do que eu
também. Ele está vestido com shorts e uma camiseta polo preta com a gola
estampada com uma marca de roupas esportivas. A maneira como ele está
estalando os nós dos dedos envia uma sensação sinistra através de mim.
— Este é o seu dia de sorte. — Tomaso me diz com um sorriso, e
estende a mão para o homem estranho. — Você vai lutar contra Rocco e se
vencer, ficará livre.
Eu olho ao redor do porão úmido, certa de que nunca me senti menos
sortudo em minha vida. Estou lutando aqui?
— O que há de errado, Rosetti? Não está interessado em ganhar a
glória que você claramente merece? — Roberto pergunta, o ódio
contorcendo seu rosto em algo mais feio do que o normal.
Estico meus braços preguiçosamente sobre minha cabeça, ganhando
tempo. Tentando descobrir o que realmente está acontecendo. — Glória?
Por favor. Preciso de mais testemunhas para minha glória do que vocês,
seus filhos da puta.
— Vamos sujar você assim? — pergunta Marzio. — Temos um ringue
de luta pronto para você lá em cima no ginásio, todos os nossos amigos
estão convidados para assistir você levar uma surra.
Então é assim. Esses irmãos querem transformar minha morte em um
espetáculo.
Agora que estou fora daquela gaiola, mesmo com dezenas desses
amigos idiotas por perto, posso ver uma oportunidade de escapar.
Provavelmente será minha única chance.
— Muito bem. Vamos fazer isso. — Dou de ombros e sigo para a porta,
mas Marzio me impede.
— Arrumação em primeiro lugar. Eu tenho alguns formulários para
você assinar, então temos provas de que você consente voluntariamente
com esta luta.
— Eu concordo de bom grado em transar com sua mãe.
Tomaso afunda o punho em meu estômago e eu me curvo tossindo.
Com os olhos lacrimejando, eu me endireito e digo entre dentes. —
Ninguém aceita uma piada? Quais formulários? Porra, continue com isso.
— Assine isso e você pode ir. — Marzio joga uma pilha de papéis e
uma caneta em uma mesa próxima.
Eu dou uma olhada neles. Eles são cobertos em juridiquês. — O que
eles são?
— Papéis de divórcio para Giulia. Ela quer ser capaz de dizer que se
livrou de você antes que você morresse. Os formulários de liberação são
para a luta. Para que sua família não venha atrás de nós quando enviarmos
seu cadáver. O irmãozinho Rosetti morreu em uma luta justa.
Então, é assim que eles planejam se livrar de mim. É uma boa história,
alegando que meu próprio orgulho me matou. Isso combina com a maneira
como vivi minha vida.
Só que não pretendo morrer ainda. Eu olho para o outro lutador.
Rocco parece um canal ambulante, mas isso não significa que ele é um
lutador melhor do que eu.
Pego a caneta e assino todos os formulários.
Marzio recolhe os papéis, examina-os e guarda-os. — Bom. Segure
seus braços.
Tomaso e Roberto de repente me agarram por trás enquanto Marzio
pega um taco de beisebol.
— Espere o que...
Ele balança o bastão em um arco vicioso no meu peito. Ele afunda em
minhas costelas do lado direito e ouço os ossos estalarem. A dor explode em
mim, quando meus joelhos cedem, caio no chão.
Marzio se inclina, com uma expressão de satisfação no rosto. — Mia
está se livrando de seu bebê neste exato momento. Se você vencer esta
luta, chegará bem a tempo de acordá-la da anestesia.
Cada respiração causa dores lancinantes nas minhas costelas. — Você
está mentindo.
— Honor Memorial Hospital. Duas horas. Eu mesmo marquei a
consulta para ela e Mia mal pode esperar.
Não é verdade.
Ela não faria isso. Não sem falar comigo.
Não é verdade.
Mas com sua família derramando ódio e veneno em seu ouvido e eu
desaparecido, simplesmente desaparecido como se nunca tivesse me
importado com ela, que escolha ela tem?
Marzio se inclina para perto de mim e fala com uma voz horrível de
bebê. — O que há de errado, princesa? Você vai chorar? Você vai fazer xixi
nas calças...
Eu puxo minha cabeça para trás e bato minha testa na ponte de seu
nariz com toda a minha força. Ele grita e recua de dor, sangue saindo de
suas narinas.
— Seu pedaço de merda! — ele grita e ataca descontroladamente,
batendo com o punho no meu rosto.
Eu cambaleio para trás e fico dolorosamente de pé. Não tenho tempo
para espancar outro homem até a morte. Eu tenho que sair daqui agora.
Eles me deixaram chegar muito perto da porta. Rocco é burro demais
para perceber o que estou prestes a fazer, mas Roberto e Tomaso gritam
para ele me agarrar.
Tarde demais.
Eu salto para fora da porta e a fecho atrás de mim.
Então corro escada acima, encontro uma saída de emergência e saio
para o sol. Onde diabos estou? Parece algum lugar no centro da cidade,
corro em direção à estrada principal para me orientar.
Um fisiculturista sai da academia e se dirige para seu carro.
Eu manco atrás dele, segurando minhas costelas e respirando com
dificuldade por causa da dor. — Onde fica o Honor Memorial?
O homem se vira e me encara. Pela aparência dele, parece que ele
gosta de lutar na jaula, então ele só parece levemente surpreso com o
estado em que estou. — Perdeu uma luta?
— Não, eu ganhei.
Ele sorri. — Bom para você. Mas você provavelmente deveria ir para
um hospital.
— É para lá que estou tentando ir. — Eu puxo um dos meus anéis dos
meus dedos. — Dê-me uma carona até o Honor Memorial e você pode ficar
com isso. É ouro branco. Estou com pressa.
— Você vai sujar de sangue todo o meu... — Ele suspira e balança a
cabeça. — De qualquer forma. Entre e fique com seu anel. São apenas dez
quarteirões.
Entro no carro, cerrando os dentes por causa da dor e fechando os
olhos enquanto manchas pretas dançam em minha visão. Eu não posso
desmaiar. Mia precisa de mim.
— Que horas são? — Eu pergunto quando sinto o carro começar a se
mover.
— Cinco para duas.
Porra. Apenas cinco minutos antes da consulta de Mia. Ela
provavelmente já está lá dentro, assinando formulários e fazendo Deus sabe
o quê.
O que parece uma eternidade depois, o homem estaciona do lado de
fora de um enorme prédio com o Honor Memorial Hospital em letras
prateadas de trinta centímetros sobre a entrada principal. Abro a porta e
saio do carro.
— Obrigado. Eu agradeço.
— Boa sorte rapaz. Venha treinar comigo na academia algum dia.
Sua voz desaparece atrás de mim enquanto manco pelo caminho até a
entrada. Tem gente por toda parte, chegando na porta de vários
estacionamentos.
Então eu a localizo.
Mia.
Andando de braço dado com Rieta como se fosse uma irmã lhe dá
forças para o que está prestes a fazer. Minha mulher parece tão pálida. Tão
desamparada. Mesmo com a irmã ao lado, ela tem a expressão arrasada de
quem está sozinha no mundo.
A agonia em meu corpo não é nada comparada à dor que irrompe em
meu coração. Minha pobre Bambi.
Eu manco em direção a ela, sangue pingando do meu nariz no
concreto. Ela me avista e para de repente. Cada passo é uma agonia e leva
mil anos-luz, mas finalmente fecho a distância entre nós.
Eu caio de joelhos diante dela e pego sua mão. — Eu estou implorando
para você não fazer isso. Por favor, Bambi.
Mia olha para meu corpo machucado e espancado, seus olhos
enormes. Então ela levanta seu olhar para o meu. —Laz?
Meu lábio partido grita em protesto, mas eu sorrio para ela. — Estou
tão feliz por ter encontrado você a tempo.
Mia toca meu rosto, seus dedos gentilmente roçando meus
hematomas. — O que aconteceu com você? Onde diabos você estava?
Engulo em seco, tentando recuperar o fôlego. — Não importa. Apenas
jure que você não vai entrar naquele hospital. Podemos resolver isso, você e
eu. Apenas ouça o que tenho a dizer, estou implorando.
Ela e Rieta trocam olhares confusos. — Tudo bem, mas é normal fazer
um check-up quando você está grávida. Se você quiser, posso esperar até a
próxima semana, eu acho?
Eu olho do prédio para Mia. — Um check-up?
— Por favor, levante-se Laz. As pessoas estão olhando.
— Não. Não até você jurar que não vai se livrar do nosso bebê.
Os olhos de Mia ficam enormes e ela arranca as mãos das minhas. —
Que diabos, Laz? Você desaparece por semanas e depois reaparece todo
frenético e coberto de sangue porque acha que estou prestes a fazer um
aborto?
Eu me levanto lentamente, a esperança lentamente se desenrolando
em meu peito. — Você está... você não está?
— Não! — A raiva queima suas bochechas. — Você acha que eu faria
isso sem falar com você primeiro?
Eu gemo de alívio, pego-a em meus braços e a giro. Minhas costelas
gritam em protesto, mas não me importo. Tudo o que eu quero está aqui
em meus braços. Mia e nosso bebê.
— Seus tios – não importa. Oh, Bambi, pensei que era tarde demais.
Eu sou o homem mais sortudo do mundo.
— Sério? Você parece carne moída e cheira a esgoto a céu aberto —
Rieta aponta.
Mia segura meu rosto entre as mãos. — Eles me disseram que você
fugiu. Eles disseram... Laz, por favor, me coloque no chão para que eu possa
falar com você.
Coloco Mia cuidadosamente de pé e ela me examina de perto. — Você
foi espancado. Essa é a camisa que você usava quando desapareceu. Onde
você esteve todo esse tempo?
— Isso não importa mais.
— Isso é importante para mim. Por favor, diga-me que meus tios não o
mantiveram prisioneiro todo esse tempo. — Quando não respondo, ela fica
angustiada. — Você está brincando comigo? Disseram-me que você fugiu.
— Eu nunca fugiria de você. Tudo em que pensei durante todo o
tempo em que estive preso foi em você.
A expressão de Mia se suaviza, mas um momento depois ela está
severa novamente. — Você acha que estou com amnésia só porque estou
grávida? Minha vida mudou antes de você desaparecer, isso foi por sua
causa, Lazzaro Rosetti.
Porra, por que ela dizendo meu nome completo assim deixa meu pau
duro?
— Pílulas de açúcar. Malditas pílulas de açúcar. Nunca ouvi falar de um
truque tão sujo.
Não posso deixar de sorrir para ela como um tolo. Ainda há luta na
minha garota. Pego suas duas mãos, implorando com meus olhos. — Bambi,
eu entendo que você está com raiva de mim. Depois de tudo o que fiz,
mereço isso, mas, por favor, deixe-me entrar lá com você.
— Por que eu deveria? — ela estala.
— Porque eu quero fazer parte do que acontece a seguir com todo o
meu coração negro e sórdido.
CAPÍTULO DEZESSETE
MIA

A enfermeira da recepção dá uma olhada em Laz e diz. — Sinto muito,


mas não temos nenhum pronto-socorro nesta clínica.
— Oh, não estamos aqui por mim. — Laz envolve um braço em volta
de mim e sorri para a mulher. Enquanto ele sorri, um corte em seu lábio se
abre e o sangue escorre por seu queixo. — Esta é minha namorada, Mia. Ela
está gravida.
Eu dou de ombros para fora de seu abraço e dou-lhe um olhar
atrevido. — Menos no negócio de minha namorada. Você ainda é casado,
lembra?
— Assinei os papéis do divórcio hoje. Sou um homem livre. — Ele sorri
ainda mais, mostrando-me o espaço vazio em seu dedo anelar, ainda mais
sangue escorre por seu queixo.
Mamãe alegou que entregaria os papéis a um investigador particular,
mas algo me diz que ela sabia exatamente onde Laz esteve todo esse tempo.
Procuro um lenço de papel limpo na bolsa e enxugo com cuidado o
sangue em seu rosto. É difícil encontrar um ponto em seu rosto que não
esteja machucado ou sangrando. — Como você está se sentindo?
— Dez milhões de vezes melhor desde que coloquei os olhos em você.
— Ele estende a mão, sua mão pairando sobre minha barriga. — Eu posso?
Olho para mim mesma. — Não há nada para sentir. Estou grávida de
apenas algumas semanas.
Os olhos verdes de Laz ficaram suaves e ele sussurra. — Eu sei. Mas
posso, por favor, tocar em você aí?
Lentamente, olhando em seus olhos, eu aceno. Ele pressiona sua mão
grande e quente contra a parte inferior do meu estômago, fecha os olhos e
geme.
— Eu não posso acreditar que estou aqui tocando você e nosso bebê
assim. Tem certeza que isso não é um sonho? Se eu acordar e ainda estiver
naquele porão, vou me quebrar em um milhão de pedaços.
Meu coração aperta dolorosamente. Não consigo imaginar o que ele
deve ter passado, trancado por semanas sem luz, sem esperança.
— Se isso é um sonho, é muito rançoso. — diz Rieta. — Laz, você
realmente fede.
Ele? Eu não notei.
— Com licença, qual de vocês tem uma consulta? — a recepcionista
pergunta.
— Oh! Desculpe, eu tenho. — Eu me viro para ela, sentindo-me
afobada e com calor. Tinha esquecido completamente que ela estava lá. Laz
mantém a mão bem onde está na minha barriga, eu coro ainda mais. — Meu
nome é Mia Bianchi. Tenho uma consulta às duas horas.
Somos direcionados para uma sala no final de um corredor e Laz
manca ao nosso lado.
— Laz, você realmente deveria ir para o hospital. — Rieta diz a ele.
— Não até Mia terminar aqui. Farei o que ela quiser assim que ela fizer
o check-up.
Há apenas uma cadeira na sala onde esperamos pelo obstetra, Laz
insiste que eu me sente nela, embora ele pareça prestes a desmaiar.
— Meus tios ainda estão vivos? — Pergunto-lhe.
— Infelizmente, sim. — ele murmura. — Como você sabia que eram
eles que me mantinha prisioneiro?
— Quem mais? — Eu respondo, pensando em pensamentos sombrios
e raivosos sobre meus tios. Mamãe também, porque eu apostaria tudo que
tenho em saber exatamente onde Laz esteve o tempo todo em que ela
estava chorando por ele ter fugido.
Alguns minutos depois, a obstetra abre a porta com um enorme
sorriso no rosto. Assim que ela entra na sala e avista Laz, ela engasga em
estado de choque. — Você precisa de um médico?
— Não. — Laz diz a ela.
— Sim. — eu digo ao mesmo tempo, reviro os olhos. — Por favor, vá
em frente. Ele se recusa a ir ao hospital até que eu faça meu check-up.
— Eu sou o pai. — ele diz a ela com orgulho.
— Oh. Quão... encantador. — A médica franze a testa por trás dos
óculos enquanto me orienta a tirar a roupa da cintura para baixo e subir na
mesa.
Troco de roupa atrás da cortina e me acomodo. A médica abre a
cortina e me fala sobre tudo o que vamos discutir nesta consulta. Então ela
começa a me fazer perguntas sobre minha dieta, estilo de vida e quando
engravidei.
Finalmente, ela lança um olhar para Laz. — E está tudo bem em casa?
Percebo seu tom profissionalmente preocupado e percebo que ela não
está apenas perguntando por mim, mas pelo bem do bebê também. Ela
quer saber se estou trazendo uma criança para um ambiente inseguro.
— Laz, hum. — eu começo, tentando encontrar uma maneira de
explicar a aparência chocante de Laz. — Laz é um lutador de gaiola, ele
estava em uma competição final. As coisas se empolgaram.
O pai do meu filho se aproxima e pega minha mão. Eu considero dar
um tapa em seus dedos, mas a médica já está nos observando como um
falcão, então eu apenas sorrio.
— Eu sou tudo sobre Mia e o bebê agora. — Laz diz a ela. — Nada mais
me importa mais.
— Vocês dois moram juntos?
— Não. — eu digo.
— Sim. — Laz responde ao mesmo tempo.
Eu o encaro e digo a obstetra. — Ele é o pai, embora tudo esteja
complicado agora, estou segura e o bebê também. Se isso mudar, você será
a primeira a saber.
A obstetra lança um olhar inquisitivo para Laz, mas enquanto ele está
olhando para mim com o sorriso mais idiota em seu rosto ensanguentado,
ela parece decidir que ele não é uma ameaça.
— Eu tive pais nervosos, pais falantes, pais quietos. Eu nunca tive um
pai sangrando antes. — Ela balança a cabeça e vai digitar em seu
computador. — Vou pedir um exame de sangue e um de urina para você,
faremos sua primeira análise agora também.
A médica insere o bastão do ultrassom transvaginal e todos olhamos
juntos para o monitor.
Achei que não veríamos nada, mas o bebê está lá. Minúsculo, mas
visível no monitor sombrio.
Laz dá um passo à frente e olha para a tela, boquiaberto. — Foda-se.
— ele respira. — Você deu uma olhada nisso? Nosso bebê, Bambi. Esse é o
nosso bebê.
De repente, toda a cor desaparece de seu rosto, seus joelhos se
dobram e ele cai no chão inconsciente.
Eu suspiro enquanto olho para ele, totalmente inconsciente. — Sinto
muito por ele. Se terminarmos, devo levar meu namorado ao hospital se ele
quiser sobreviver o suficiente para segurar este bebê em seus braços.
Rieta me olha com severidade, com um sorriso divertido nos lábios. —
Namorado?
Balanço a cabeça com o meu deslize. — Não diga a Laz que eu disse
isso.
A obstetra termina com a varinha e pega o telefone. — Vou pedir uma
transferência médica para o hospital geral mais próximo. Não acho que
vocês duas possam carregá-lo sozinhas.
— Você irá? Muito obrigada.
Alguns minutos depois, Laz está em uma maca sendo levado para fora
da sala por dois paramédicos, Rieta e eu nos despedimos da obstetra.
— Não o deixe fazer mais lutas em gaiolas. Ele obviamente não é
muito bom nisso.
Eu prometo a ela que ele não vai. — Vejo você na próxima vez.
No hospital, Laz é encaminhado para fazer radiografias, recebe uma
transfusão de sangue e um soro de reidratação. Ele tem duas costelas
quebradas e uma fratura fina no pulso direito. Não há muito que as
enfermeiras possam fazer sobre seus hematomas e olhos roxos, mas elas
colocam fita adesiva em seu lábio cortado e o deixam confortável na cama.
Laz ficou desmaiado o tempo todo, dói ver esse homem forte e
orgulhoso em agonia de exaustão, dor e perda de sangue. Rieta e eu
sentamos ao lado de sua cama, observando-o dormir.
— O que você acha, Mia, este é o homem para você? — Rieta sussurra
com um sorriso nos lábios. — Esse homem maltrapilho, preto e azul,
absolutamente canalha é o amor da sua vida, para todo o sempre, amém?
Estendo a mão e afasto o cabelo escuro de Laz de seus olhos para que
fique mais parecido com o que ele usa quando está acordado. Eu brinco com
alguns fios, olhando para baixo em seu rosto bonito. Há uma dor feroz
dentro de mim enquanto me pergunto quanto tempo vai demorar antes que
ele acorde.
Eu senti falta dele.
Eu senti tanto a falta dele.
— Infelizmente, eu amo esse grande boneco com todo o meu coração.
— Achei que sim. — responde Rieta, sorrindo. — Você quer um
refrigerante ou algo assim?
— Que tal uma vodca e algo assim?
— Sem vodca para você, mamãe.
Ah Merda. Claro que não.
— Suco, então — digo a ela, ainda olhando para Laz.
A porta se fecha atrás de Rieta e fico sozinha com Laz, empoleirada na
beirada de seu colchão. Eu me inclino e pressiono um beijo suave em seus
lábios.
— Acorde logo, meu encrenqueiro. Você e eu? Estamos tendo um
bebê.
CAPÍTULO DEZOITO
LAZ

Eu tenho acordado em um chão de concreto frio por muito tempo,


então recuperar a consciência em uma cama quente e macia me faz pensar
o que diabos está acontecendo. Há um peso quente no meu ombro
esquerdo e no meu bíceps, quando abro os olhos vejo por quê.
Mia está sentada em uma cadeira ao lado da minha cama e ela
adormeceu encostada em mim, seu rosto apoiado em meu ombro. Uma
doce dor preenche meu peito enquanto olho para seu lindo rosto.
Ela ficou.
Minha garota precisava estar aqui quando eu acordasse, estou tão
feliz que ela esteja porque tenho me sentido tão sozinho trancado naquela
jaula. Parecia que o mundo havia se esquecido de mim. Como se eu já
estivesse morto.
O quarto do hospital está escuro e vazio, exceto por nós dois. Deve ser
o meio da noite.
Movendo-me com cuidado porque minhas costelas do lado direito
estão doendo, eu a agito para acordá-la e me recosto na cama, abrindo
espaço para ela.
— Bambi. Venha aqui em cima. Você não vai dormir nessa cadeira.
Mia levanta a cabeça, as rugas da minha bata de hospital impressas
em sua bochecha. — Hum? Não, não posso. Você está ferido.
— Você está grávida. Suba aqui, agora ou eu vou sair da cama e te
obrigar.
Isso a convence a fazer o que ela disse. Mia sobe sonolenta na cama
estreita e debaixo das cobertas comigo. Eu a envolvo e a puxo contra meu
peito, cerrando os dentes e engolindo um gemido de dor quando a aperto
com muita força.
Minha garota resmunga sonolenta e depois adormece novamente.
Acaricio seus cabelos com meus dedos, seu calor e suavidade penetrando
em meus ossos duros e doloridos. Não sei o que fiz para merecer ela e nosso
bebê. Provavelmente nada. Só preciso ter certeza de que os mereço de
agora em diante.
Acordo horas depois com a luz do sol se filtrando pelas persianas
fechadas e Mia ainda dormindo em meus braços. Ela desperta lentamente,
esfregando o rosto e esticando os dedos dos pés. Quando ela finalmente
olha para mim, estou sorrindo para ela.
Ela não retribui meu sorriso. — Vejo que você está se sentindo melhor.
— Muito melhor. Dê um beijo no seu homem.
Quando me inclino para pressionar meus lábios contra ela, ela vira o
rosto. — Ainda estou com raiva de você.
Mas ela está aconchegada contra meu peito, seus dedos cerrados em
minha bata de hospital e seu pé esfregando contra minha panturrilha.
— Beije-me, Bambi, diga que você será minha. Para todo sempre.
— Depois do que você fez, você merece um tapa, não um beijo.
Eu pego sua mão na minha e a pressiono sobre meu coração. — Eu
não teria feito isso se não fosse para sempre.
Nunca pensei que diria essas palavras a uma garota. Não acreditava
que fosse construído dessa forma ou que viveria o suficiente para alguém se
apaixonar por mim. A expressão de Mia se suaviza quando ela olha para
mim. Devo parecer um espetáculo com meu rosto machucado e espancado,
mas ela olha para mim como se eu fosse o que ela mais desejava no mundo
inteiro.
— Você será minha para sempre? — Eu pergunto.
— Você não me deixou muita escolha. Isso foi um truque sujo com o
controle de natalidade.
Um sorriso se espalha em meu rosto. — Foi, não foi? Funcionou como
um encanto.
— Pare de sorrir assim.
— Por quê?
Sua boca se contrai e ela se esforça para manter uma cara séria. —
Porque é muito difícil ficar com raiva de você quando você sorri para mim
desse jeito.
— Bambi?
— O quê?
— Você quer se casar comigo?
Sua boca abre e fecha em indignação. — Você não pode... Eu não
sou... isto é... você é inacreditável, Lazzaro Rosetti.
— Espero que você sempre diga meu nome assim sempre que estiver
com raiva de mim.
— Você planeja fazer de mim um vício louco?
Eu sorrio sem remorso. — Provavelmente. É apenas a maneira que eu
estou conectado.
Ela balança a cabeça. — Estou tendo seu bebê. Haverá mais de vocês
correndo por aí, levantando o inferno. — Ela toca meus lábios. — Com seu
sorriso perverso. — Seus dedos acariciam minha mandíbula. — Sua boa
aparência. — Ela acaricia meu peito. — Esse coração canalha.
— Não se esqueça que eles terão a teimosia de sua mãe. E seu
temperamento. E seus grandes olhos castanhos que farão qualquer um cair
de joelhos e prometer a eles o mundo.
— Meu temperamento? — ela exclama. — E quanto ao seu...
Eu envolvo meus braços em torno dela e a puxo para o meu peito,
embalando a parte de trás de sua cabeça e beijando-a com força. Estou
vagamente ciente de minhas costelas gritando em protesto, mas as ignoro e
beijo minha garota como se estivesse vagando no deserto, perdido e
sozinho, ela é minha equipe de resgate.
— Você foi feita para mim, Bambi. — murmuro em um sussurro rouco,
apertando-a com força. — Se eu tivesse que viver cem vidas, escolheria você
todas às vezes.
Mia pega meu rosto em suas mãos e pressiona outro beijo em minha
boca. — Eu também escolheria você, Laz Rosetti. Não importa o que as
pessoas pensem, eu sempre vou escolher você.
Quero continuar a beijá-la, mas a dor em meu peito se transforma em
agonia, não consigo conter o gemido que escapa de meus lábios.
Mia engasga e se afasta. — Eu sinto muito. Estou me apoiando nas
suas costelas quebradas. Eu deveria sair desta cama antes que as
enfermeiras me vejam.
Mas eu não quero que ela vá ainda. Ainda há algumas coisas que
tenho a dizer.
Eu a puxo de volta e envolvo meu dedo mindinho ao redor do dedo
anelar de sua mão esquerda. — O que você pensa sobre isso? Assim que eu
sair daqui, colocamos um anel no seu dedo? De verdade desta vez.
Deveria ter sido Mia usando meu anel desde o início. Só posso esperar
que o começo difícil que tivemos signifique que há felicidade esperando por
nós ao virar da esquina. Agora, com minha garota em meus braços, estou
me sentindo muito bem com isso.
Mia sorri e se derrete contra mim, lançando-me um olhar tão angelical
que acho que realmente fui para o céu. — Eu acho que isso soa maravilhoso.

Mia sai do quarto vestida com um vestido curto de cetim branco com
alças finas, segurando um buquê de rosas. Sua barriga de quatro meses está
aparecendo.
Meu coração está na minha boca.
— Mia. — eu respiro. — Você... — Eu alcanço ela e paro. Não tenho
palavras para descrever como minha noiva está radiante. — Você é a mulher
mais linda que eu já vi.
Ela sorri, fica na ponta dos pés e me beija. — E você é o homem mais
bonito que eu já vi.
Eu endireito os punhos do meu terno cinza e ajusto minha gravata
preta. — Melhor do que minha roupa habitual de jeans rasgados e graxa de
motor, certo?
Ultimamente, essa é a única maneira que minha noiva me vê. Estou
trabalhando em motores de manhã até a noite, comprando, restaurando e
vendendo carros. Mia se formou no mês passado e está aprendendo a fazer
as contas, lidar com o dia-a-dia do negócio e procurar novos carros e
clientes. Ela tem sido incrível. Eu não poderia pedir uma parceira melhor no
crime.
Alugamos uma pequena oficina mecânica em uma parte barata da
cidade e estamos morando em um apartamento acima dela. Não é muito,
especialmente considerando o que Mia está acostumada, mas ela não
reclamou nenhuma vez.
Decidimos por um casamento simples, só nós, alguns dos nossos
amigos mais próximos e a Rieta. Não tivemos escolha quanto a isso, visto
que a maioria de nossas famílias não está falando conosco e cada centavo
que temos está investido no negócio de automóveis.
Enquanto aperto sua mão, nossos dedos se entrelaçam, noto a faixa
simples que ela está usando no terceiro dedo. — Sinto muito, não é um anel
melhor. Ou um casamento maior...
Ela coloca os dedos sobre meus lábios. — Pare com isso. Você sabe
que um grande casamento não importa para mim. Estar casada com você é
o que eu quero.
Pego seu rosto entre as mãos e sussurro. — Ninguém jamais acreditou
em mim como você. Quer casar comigo?
Ela finge pensar sobre isso. — Sim, Lazzaro Rosetti. Eu casarei com
você. Venha, vamos.
Rieta nos espera na escadaria da Prefeitura, praticamente quicando de
emoção. Quando ela nos vê, as lágrimas enchem seus olhos. — Olhe para
você, Mia. Minha irmãzinha vai se casar.
Um punhado de pessoas nos espera no cartório. Meus amigos e alguns
dela da escola. Ela fez as pazes com as garotas que afastou porque tinha
medo de que sua família as machucasse. É maravilhoso vê-la abraçando-as e
rindo.
A cerimônia é curta e doce. Assim como da primeira vez que me casei,
estou olhando apenas para Mia.
Ela está olhando apenas para mim, o sorriso que ilumina seu rosto
quando ela diz “sim” me deixa sem fôlego.
Enquanto saímos da Prefeitura, vejo uma figura familiar parada no
final da escada.
O sorriso desaparece dos meus lábios. O que meu irmão está fazendo
aqui? Dou um beijo em Mia e a deixo com a irmã, desço as escadas até onde
Faber está parado ao lado do carro.
— É falta de educação invadir um casamento. — digo a ele, sem me
incomodar em sorrir.
— Não estou aqui para interferir no seu casamento. Parabéns a você
e...
— O que você quer?
Ele aperta os lábios em aborrecimento. Danem-se seus desejos de
felicidades. Ele não poderia ter deixado mais claro o que pensa.
— Para lhe dar seu presente de casamento. — Faber me passa um
envelope cheio de folhas de papel.
Abro com cautela, me perguntando se estou sendo processado pelos
Bianchi por quebra de promessa ou alguma outra bobagem. Quando
desdobro os papéis, vejo que é um documento legal.
Não me processando.
Faber está assinando a herança que me é devida.
Eu o encaro, meus dentes rangendo. Achei que ficaria delirantemente
feliz no dia em que Faber finalmente me desse o que era meu por direito.
— Vi como você organizou sua vida nos últimos meses e fiquei
impressionado. Muito bem, Lazzaro.
Estou recebendo tapinhas na cabeça por ser um bom menino.
— Você é um idiota tão pomposo, Faber. — Eu seguro o envelope,
olhando para ele. — Só para deixar claro, este nunca foi seu presente para
conceder, não estou agradecendo. Você manteve o que era meu refém por
direito e me fez pular em seus aros. Não me casei com a Mia para conseguir
este dinheiro. Eu me casei com ela porque ela é minha razão para continuar
vivendo e ser um homem melhor.
— O fato de você...
— Serei capaz de manter minha cabeça erguida em torno de meu filho
ou filha, sabendo que nunca comprometi meu próprio código ou fui uma
hemorroida em chamas para minha família.
— Você já foi uma hemorroida em chamas muitas vezes. — Faber me
lembra.
— Por se divertir? Claro. Mas a diferença entre você e eu é que eu
não destruo os sonhos de ninguém.
Eu me viro e caminho de volta para Mia, enfiando o envelope dentro
do meu paletó e cumprimentando minha noiva com um beijo. Por um
momento, acho que tive a última palavra com meu irmão.
Eu deveria saber melhor.
— Lazzaro.
Pelo amor de Deus. Não posso ter paz no dia do meu próprio
casamento? Quando me viro, Faber parece extremamente desconfortável,
mudando de posição com uma expressão de irritação e arrependimento no
rosto.
— Sobre reter sua herança. Eu... posso ter errado em fazer isso.
Eu espero, as sobrancelhas levantadas.
Faber respira fundo. — Eu estava errado. Sinto muito.
Eu o observo com os olhos estreitados. — O que você sabe, meu irmão
mais velho sabe o que é um pedido de desculpas, afinal. Vou pensar em
perdoá-lo quando esse dinheiro estiver na minha conta.
— Gostaria que fôssemos irmãos mais uma vez.
— Nós somos irmãos. Não há muito que possamos fazer sobre isso.
Posso aproveitar o dia do meu casamento agora?
Ele se vira para minha noiva. — Parabéns, Mia. Vou deixar você e
Lazzaro com suas comemorações, mas vim por outro motivo que não para
entregar esses papéis ao meu irmão. Tenho uma mensagem de sua mãe.
Mia imediatamente endurece.
— Não. — eu digo bruscamente. — Você está indo longe demais.
Desapareça antes que eu jogue você desses malditos degraus.
Mia coloca uma mão reconfortante no meu peito. — Está tudo bem,
Laz. O que minha mãe quer Fabrizio?
Faber lança um olhar cauteloso para mim e depois para Mia. — Ela
gostaria de ver você. Isso é tudo.
Mia não falou uma palavra com sua mãe desde que fugi da prisão que
seus tios fizeram para mim.
— Obrigada por passar a mensagem, Fabrizio.
— Você vai vê-la? A Sra. Bianchi vai me pedir sua resposta.
— Você é um cachorro de colo, não é, Faber? — Eu rosno. Ele não
pode entender que isso não é da conta dele?
Mia balança a cabeça com firmeza. — Não agora. Quero que minha
vida com Laz tenha uma chance de florescer antes mesmo de pensar em
convidar alguém que não queira o melhor para mim.
— Sua mãe quer o melhor para você.
— Então ela mesma pode me mostrar isso quando eu estiver pronta.
Obrigada por passar a mensagem. Não tenho mais nada a dizer sobre isso.
Quando ele abre a boca novamente, eu mantenho um dedo em seu
rosto. — Nem mais uma palavra. Não estou acima de uma briga no dia do
meu casamento.
Ele fecha a boca e acena com a cabeça. — Adeus e parabéns
novamente.
Eu me viro para Mia quando ele se vai. — Você está bem? Me
desculpe por isso. Faber não sabe quando calar a boca.
Mia me dá um sorriso. — Nada poderia destruir meu bom humor hoje.
Vamos lá, vamos comemorar.
Nós temos nosso jantar de casamento em um restaurante, então
nossos amigos nos acompanham enquanto dirigimos para as montanhas.
Nosso presente de casamento é um fim de semana em uma cabana remota
com uma cama grande e jacuzzi.
Mia bebe uma taça de champanhe sem álcool e deitamos juntos na
banheira. Nós dois estamos cobertos de bolhas. Coloco água na barriga de
Mia e observo a espuma escorrer por sua barriga enquanto a seguro por trás
com as duas mãos.
Há um espelho de um lado, quando ela coloca o champanhe na mesa,
nossos olhos se encontram na taça.
— Estamos começando uma nova vida juntos, você e eu. — murmuro,
olhando para nossos reflexos.
Lembro-me daquela vez, meses atrás, quando me arrastei para a cama
dela e a acordei no meio da noite. Eu estava atrás de Mia e ela me viu no
espelho ao lado da cama. Ela me perguntou o que eu estava fazendo no
quarto dela e contei uma mentira estúpida. Que eu estava entediado. Que
eu estava com raiva.
A verdade é que, no fundo, eu só queria estar com Mia.
Desde que a vi pela primeira vez, sempre foi ela.
Eu planto um beijo em seu pescoço, sorrindo em seus lindos olhos de
Bambi. — Você e eu. E nosso bebê.
EPÍLOGO
MIA

— Essa é a bateria, que dá energia ao carro. E esse é o radiador que


esfria o carro. E esta parte aqui é o que faz o carro girar vrum vrum. Essa é a
parte favorita do papai, princesa.
Observo Laz curvado sobre o capô aberto do Mustang com Mirabella
em seus braços, seu braço gordinho alcançando as peças brilhantes do
motor e os tubos pretos.
— Ela vai consertar carros antes de poder falar. — digo a ele com um
sorriso, pressionando um beijo em seus lábios e depois outro na bochecha
de Mirabella. Ela tem os olhos verdes de seu pai e seu senso de travessura
também.
— Esse é o plano. — Laz me diz com um sorriso. — Vou fazê-la dirigir
um câmbio manual quando ela tiver cinco anos.
Deus, espero que ele esteja brincando. Tenho uma leve suspeita de
que não, mas tudo que consigo fazer é sorrir enquanto olho para meu lindo
marido segurando nossa filha de dez meses.
Lanço meus olhos ao showroom e à meia dúzia de carros clássicos em
exibição, cada um restaurado por Laz e sua equipe. Ele tem dois assistentes,
um jovem e uma mulher na casa dos cinquenta que sabem ainda mais sobre
carros do que Laz. Enquanto eles consertam, administro o showroom e o
escritório com um assistente próprio, também estou estudando
administração de empresas em meio período.
A vida é muito plena, da melhor forma possível.
A primeira coisa que Laz fez depois de nossa lua de mel foi fazer uma
oferta por este lugar. Bem, a segunda coisa. A primeira coisa que ele fez foi
sair e comprar para mim uma grande “pedra foda” para o meu dedo anelar.
E garota é isso. Ele quer saber do espaço que fui levada.
Eu estava tão feliz em nosso pequeno lugar alugado com Laz
trabalhando com amor em um punhado de carros sozinho. Eu estava
relutante em deixar nosso pequeno ninho e me mudar para esta nova e
brilhante oficina mecânica. E se o novo lugar de alguma forma estragasse as
coisas para nós e sugasse toda a alegria? Estou tão acostumada a ser
miserável enquanto vivo no luxo.
Eu deveria saber que nada poderia estragar a magia do nosso
relacionamento. Laz estava feliz no lugar alugado e está feliz em seu próprio
lugar maior. Seu amor por mim nunca poderia mudar com nossa geografia,
nem meu amor por ele.
— Vamos, vamos levar esse anjo para a cama, então eu vou tomar o
banho mais longo conhecido pelo homem. — Ele boceja ruidosamente
enquanto pega minha mão e me leva para fora do showroom.
Apago as luzes e tranco a porta atrás de nós, caminhamos a curta
distância de volta para nossa casa.
Assim que Mirabella se acomoda para dormir, Laz pega minha mão e
me puxa até o banheiro.
— Venha ficar nua comigo. Quero lavar seu cabelo.
Posso dizer pelo brilho em seus olhos que ele quer mais do que lavar
meu cabelo. Enquanto tiro meu vestido jeans, tiro meus brincos e os coloco
sobre o balcão da pia, observo meu marido se despir atrás de mim no
reflexo do espelho. A visão de seu corpo nu ainda me tira o fôlego como da
primeira vez. Todos os membros longos, músculos magros e ombros largos.
Ele me pega olhando para ele no espelho e vem atrás de mim para
ajudar a tirar meu sutiã e calcinha. Um momento depois, seu pau duro
pressiona minha bunda.
Laz beija minha garganta e respira em meu ouvido. — Bambi, quero
outro bebê.
Eu sorrio para seu reflexo, levantando uma sobrancelha irônica. — Ó,
você quer? Obrigada por me avisar desta vez.
Eu me perguntei se ele estava pensando em me engravidar
novamente. Ele está dando dicas sobre Mirabella envelhecendo e como eu
estava bonita enquanto estava grávida. O pensamento pode ter passado
pela minha cabeça também. Eu adoraria um garotinho que fosse igualzinho
ao pai. Bonito e forte que poderia proteger sua irmã mais velha.
A mão de Laz mergulha no meu corpo e ele acaricia seus dedos contra
meu clitóris. — O que você acha, devemos ter outro bebê?
— Ainda estou amamentando. — Minha cabeça se inclina para trás
contra seu ombro enquanto o prazer rola através de mim. Por via das
dúvidas, tenho dito a ele para puxar fora quando fizermos sexo. Não é
infalível, mas é a maneira mais fácil de gerenciar as coisas. Concluí que, se
eu ficasse grávida, seria uma surpresa maravilhosa.
Mas estamos prontos para realmente tentar ter um bebê e colocar
cem por cento nele?
— Não tanto quanto você estava amamentando. Que tal eu parar de
puxar? O que você acha disso?
Sorrio e abro os olhos. — Por que você não descobre?
Ele rosna e morde meu pescoço, seus olhos ficando selvagens. — Você
provoca, Bambi. Tudo bem. Eu vou.
Laz fica de joelhos, afasta minhas pernas e enfia a língua na minha
boceta. Ele me lambe toda, eu suspiro e agarro a borda do balcão.
Justo quando penso que ele vai me derrubar, ele se levanta e empurra
para dentro de mim, então me agarra pelos cabelos para me manter no
lugar enquanto ele me fode. Como se eu quisesse ir a qualquer lugar.
Os golpes rápidos e profundos de seu pau me dizem o quanto ele está
excitado com a ideia de me engravidar.
Com minha mão livre, eu chego entre minhas pernas e rolo meus
dedos sobre meu clitóris, me perdendo nas sensações gêmeas de suas
estocadas e meus dedos esfregando com urgência.
— Eu vou gozar. — eu gemo. — Por favor, não pare, eu vou gozar.
— Bem, Bambi? Estou tirando? Ou estamos fazendo isso? — Sua voz é
áspera pelo desejo. Ele está prestes a gozar e quer me ouvir dizer isso.
— Não puxe para fora. Encha-me com seu esperma. — Consigo dizer
logo antes de minha cabeça virar para trás com um gemido e meu orgasmo
rasgar através de mim.
— Foda-se, sim. — ele rosna entre os dentes. Ele acaricia mais um
punhado de vezes e geme, sinto seu ritmo gaguejar. Ele me bate ainda mais
fundo e então diminui a velocidade até parar.
Mas não sai. Ele dá um tapinha na minha bunda. — Fique aí, Bambi.
Tenho que garantir que meus meninos tenham tempo para fazer sua
mágica.
— Seus meninos já são tenazes. Não se preocupe com eles. — Mas eu
me apoio nos cotovelos e relaxo, deixando-o admirar a visão de seu pau
enfiado profundamente em minha boceta.
— Este é o meu lugar favorito no mundo. — ele murmura, passando os
dedos pelo lugar onde estamos ligados. Ele cantarola baixinho para si
mesmo por alguns minutos, em seguida, para lentamente. — Sim, isso vai
fazer. Você está grávida.
Empurro seu ombro, sorrindo. — Você não pode saber disso.
— Se você não está, eu vou ter que tentar novamente. E de novo.
Você sabe o quanto eu amo tentar com você, Bambi.
— Oh, cara, eu sei.
Ele pega minha mão e me puxa em direção ao chuveiro. — Vamos.
Prometi lavar seu cabelo.

— Feliz aniversário, anjo! — Coloco um bolo coberto com confeitos de


arco-íris na frente do cadeirão de Mirabella. Há uma grande vela queimando
no topo do bolo.
Laz está usando um chapéu de festa de papel com seu conjunto
habitual de jeans rasgados e uma camiseta preta, sinto uma deliciosa
pontada de amor ao vê-lo colocar o chapéu de festa em nossa filha.
— Mamãe e papai devem apagar a vela com você? — Laz pergunta a
ela.
Mirabella não tem ideia do que está acontecendo, mas fica encantada
com todas as cores e atenção, bate as mãos gordinhas uma na outra.
Apagamos a vela e ajudamos Mirabella a abrir os presentes. Um
xilofone de madeira e um carrinho meu e do Laz. Um quebra-cabeça de
madeira com animais de fazenda das minhas amigas. Um livro ilustrado
sobre carros dos amigos de Laz. Um castelo de princesa Duplo da tia Rieta.
Laz lê o livro sobre carros para Mirabella enquanto ela chupa seus
dedos pegajosos de bolo.
Enfio a mão no bolso, com frio na barriga e tentando não sair da
cadeira vibrando de empolgação. — Também tenho um presente para o
papai.
Eu deslizo um teste de gravidez sobre a mesa em direção a ele.
Laz olha para ele e posso ver como sua mente para, incapaz de
acreditar no que ele está olhando. Faz dois meses que começamos a tentar
engravidar e já aconteceu.
Ele se levanta com um grito, olhando para o teste em suas mãos. —
Você está grávida? Oh, meu Deus, você está grávida!
— Eu estou. Foi tão bom para eu dizer a você desta vez.
Estou sorrindo enquanto digo isso porque nada poderia estourar
minha bolha feliz hoje. Não estou brava com o que ele fez meses atrás,
quando secretamente mexeu com meu controle de natalidade. Passamos
por tanta coisa juntos desde então, ele tem sido escrupulosamente honesto
sobre tudo.
Tudo o que meu encrenqueiro queria era que alguém o amasse como
ele é.
Se alguém tentar nos ferir, sei que nos defenderá de qualquer maneira
e moverá céus e terra para consertar as coisas.
Levanto-me, limpo as migalhas do bolo de aniversário de sua boca e
dou-lhe um beijo.
— Eu te amo, Laz Rosetti.
— Eu te amo, Mia Rosetti. — ele murmura, devolvendo meu beijo. —
A mãe dos meus filhos é tão linda.
O pai dos meus filhos é inteligente e forte, mal posso esperar para ver
nossa família crescer. O significado da palavra família mudou muito para
mim desde que me apaixonei por Laz. Não basta ter apenas uma.
Estendo a mão e acaricio os cachos de Mirabella, envolta no abraço de
Laz.
Agora tenho uma família que amo e que também me ama, o que me
torna a mulher mais sortuda do mundo.

FIM
Notas
[←1]
Termo usado para definir um macho alfa que também é um idiota arrogante.
[←2]
Dubcon. Um termo fanfiction que se refere ao sexo que não é explicitamente consentindo,
mais é desejado por ambas às partes. Popularmente conhecido como consentimento duvidoso.
OBS: Esse é um termo fanfiction APENAS. Sexo sem consentimento na vida real é apenas
ESTUPRO.
[←3]
Jogador defensivo no futebol americano.
[←4]
Milf (Mães que eu gostaria de foder) é um termo criado por jovens americanos cujos amigos
têm a mãe muito gostosa. Usado também pra rotular uma mulher mais velha muito bonita e
em forma.
[←5]
Personagem principal de uma série e filme de mesmo nome, que retratam as aventuras de um
estranho adolescente de 16 anos, enquanto tenta se adaptar a viver uma pequena cidade do
interior.
[←6]
É um café solúvel gelado com cubos de gelo e espumado numa shakera ou liquidificador.
[←7]
Dança de colo, é uma dança erótica comum em clubes de striptease onde a dançarina(o)
move-se sensualmente com ou sem roupa, chegando a sentar no colo do cliente.

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