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Caros leitores, sou eu, Lilith, sabemos o que Lilith ama, não é? Lilith
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adora o que começa com dub e termina com con, com ênfase no grande e
gordo D. Apenas um D desta vez, pertence à Laz. Sem haréns, sem
compartilhamento e a heroína tem seu V-card. O controle da natalidade é
apenas uma sugestão para este homem.
Laz é - e não posso enfatizar isso o suficiente – casado pra caralho. Ele
está traindo sua esposa com Mia. Não há duas maneiras sobre isso. Cabe a
você decidir se ele merece ser castrado, mas espero que fique por aqui para
descobrir.
— Mia? Mia.
Estou quase acordada, alguém está cravando as unhas em meu
ombro. Abro os olhos e pisco confusa ao ver o lindo rosto de mamãe,
perfeito com maquiagem e exuberante com cremes de beleza, franzindo a
testa para mim. Mamãe nunca entra no meu quarto a menos que esteja
com raiva de mim. Logo pela manhã e já fiz algo errado?
— O quê você está fazendo aqui em baixo?
— Huh? — Sento-me e olho em volta, meu olhar pousando nos sofás
creme, no vaso de peônias brancas e na imaculada mesa de centro de vidro.
A noite passada vem à tona para mim com uma pressa vergonhosa. Acordar
em meu quarto desarrumado, mas aconchegante, com Lazzaro na minha
cama, mal lutando enquanto ele devastou meu corpo totalmente vestido.
Moendo contra seus dedos como um gato no cio.
Os olhos da mamãe se estreitam. — Que expressão é essa em seu
rosto?
Eu deixo cair minha cabeça em minhas mãos e finjo que estou
esfregando os olhos para longe do sono. Meu rosto está queimando, posso
imaginar a expressão horrorizada e envergonhada que estou usando.
Alguém está na cozinha cantarolando para si mesmo e fazendo café.
Um zumbido profundo em tons alegres, como se ele tivesse tido um sono
maravilhoso e estivesse animado para saudar o dia.
— Eu não conseguia dormir. Estava com dor de estômago. — Quase
não é mentira, porque agora meu estômago está revirando como se eu
fosse vomitar. Se eu ficar cara a cara com meu padrasto neste momento,
mamãe vai saber o que aconteceu só de olhar para nós. Ela é
assustadoramente perspicaz, especialmente quando se trata de mim. Eu
puxo meu roupão, passo por mamãe e corro para as escadas.
Uma vez dentro do meu quarto, bato a porta e meus olhos caem para
o colchão. Lazzaro deixou minha cama desarrumada com o edredom puxado
para trás. Há uma mancha branca bagunçada nos lençóis.
Eu me aproximo, me perguntando o que diabos é porque não estava lá
quando fui para a cama ontem à noite. Percebo com crescente horror que
há algo estranho na mancha. Há uma grande poça, em um dos lados,
algumas marcas. O cheiro dele me lava, finalmente percebo o que é.
Lazzaro pintou um coração com esperma nos meus lençóis. Um bilhete
de amor imundo, dele para mim.
CAPÍTULO DOIS
LAZ
É apenas uma foto. Não importa. Essas pessoas não são nada e logo
você terá deixado esse pesadelo para sempre.
Repito esse mantra várias vezes enquanto caminho para casa. Sou
uma Bianchi e todos nesta cidade sabem que cruzar com um Bianchi é
perigoso para a longevidade, exceto que o ensino médio não segue as regras
normais. O ensino médio é seu próprio ecossistema com diferentes grupos
internos, externos e ordens hierárquicas. Ultimamente, eu cheiro há
vulnerabilidade. Eu sou a gazela mancando na savana, os predadores estão
se aproximando de mim.
É só uma foto, Mia.
Mas não é só uma foto. É a evidência de que estou fazendo algo que
sempre faz meu estômago revirar. Preciso de duas doses de vodca só para
passar por aquela porta.
Eu aperto a alça da minha mochila, então choramingo quando meus
dedos machucados e avermelhados ardem de dor. Acho que me machuquei
mais dando aquele soco do que a pessoa que recebeu.
Um carro barulhento e envenenado se aproxima atrás de mim, mas
meu estômago revira cem vezes por minuto. Não reconheço o som até que
seja tarde demais para me esconder em uma rua lateral ou entrar em uma
loja.
Um Camaro preto estaciona ao meu lado, o motor latejando, o
desânimo toma conta de mim.
O motorista abaixa as janelas e a guitarra tocando forte sai. Uma voz
zombeteira pergunta. — Sozinha de novo? Onde estão seus amigos, garota
do colegial?
Não posso lidar com meu padrasto agora, além de tudo. Eu continuo
andando e olhando para frente.
O motor desliga, a porta de um carro bate e Laz pisa na calçada na
minha frente. A luz do sol mancha seus ombros largos e o vento despenteia
seu cabelo escuro. Atrás dos óculos escuros, suas sobrancelhas estão bem
juntas.
Há uma preocupação genuína em seu rosto. — O que aconteceu?
— Quem disse que aconteceu alguma coisa?
— Sua cara, Bambi. Parece que alguém atropelou seu gatinho.
Eu mostro o dedo para ele e dou a volta nele. — Não me chame de
Bambi. Estou bem.
Laz agarra meu pulso e meu dedo médio está bem na cara dele. — Eu
não acredito em você. Entre no carro.
Tento me livrar de seu aperto, mas sua mão é como aço. — Cai fora,
Laz!
Os olhos de Laz piscam. — Entre no carro ou eu vou te colocar no colo
e te bater aqui mesmo na rua.
Estremeço quando um casal passeando com o cachorro por perto se
vira para olhar para nós. — Não seja tão grosseiro.
— Eu posso ser mais grosseiro se você não fizer o que eu digo. — ele
diz em uma voz ameaçadora. — Que tal eu começar descrevendo a maneira
como você esfregou sua boceta molhada em meus dedos? Fortemente.
Meus olhos se estreitam. Ele não ousaria.
Laz respira fundo e abre a boca.
— Ok, eu estou indo. Fale baixo. — Abro a porta do passageiro e sento
no banco da frente. Eu o tenho ignorado desde que ele me humilhou no
jantar, quatro noites atrás. Ele odeia nossa casa, mas por que ele tem que
descontar seu mau humor em mim?
Pergunta estúpida. Eu sei porquê.
É divertido para ele, ele acha que sou patética.
Se ao menos ele soubesse a verdadeira razão pela qual mantenho
minha boca fechada. Que estou ganhando tempo e economizando meus
centavos, no segundo que me formar no ensino médio, vou embora como
um tiro. Mamãe e meus tios nunca mais terão que olhar para a vergonha da
família Bianchi.
O interior do carro de Laz é brilhante, perfeito, cheira a couro e a ele.
Quando ele entra e liga o motor, olho para suas mãos grandes e tatuadas no
volante. Há algo cativante na maneira como ele manuseia a alavanca de
câmbio no lugar enquanto liga o motor e gira o volante. É uma coisa
totalmente comum que ele deve ter feito mil vezes antes, ainda assim a
agitação na minha barriga de repente se acalma e é substituída por uma
sensação de vibração.
Laz não é especial. Os homens ficam atraentes quando estão dirigindo,
qualquer homem dirigindo este carro ficaria lindo. Connor, meu ex-
namorado, poderia ser contado entre os três caras mais gostosos da escola,
para provar isso a mim mesma, imagino-o no lugar de Laz.
Eu torço meu nariz enquanto o imagino. Ou não.
Laz olha para mim quando ele pisa no acelerador, nós rugimos rua
abaixo. — O que é essa cara, Bambi? Você não gosta do meu carro?
Eu amo o carro idiota dele. — Você percebe que Bambi era um
menino?
Nós dirigimos em um silêncio tenso e desconfortável. Posso sentir a
raiva irradiando do corpo de Laz em ondas.
— Estou ficando farto de você. — diz ele com os dentes cerrados. —
Se alguém te machucou, então vá fazer algo a respeito.
Empurro meus dedos com tanta força em minhas palmas que minhas
unhas parecem que vão cortar a carne. É fácil para ele dizer quando tem
1,80m, musculoso e um homem. Um homem intimidador. Mesmo que eu
fosse faixa preta em Karatê, ainda tenho esses grandes olhos castanhos
estúpidos. Ninguém leva suas ameaças a sério quando você se parece com
uma criatura aterrorizada da floresta.
Balanço a cabeça e olho pela janela. — Você não tem ideia de como é
ser eu.
— Você tem razão. Não tenho ideia de como é ser uma merda
assustada.
Furiosa, pego minha mochila escolar e jogo uma carta para ele. Ele a
pega com a testa franzida e abre o envelope contra o volante com uma das
mãos. Ainda dirigindo, ele olha entre a estrada e a carta.
— Para o pai ou responsável de Mia Bianchi, blá blá blá... suspensa por
briga? — Um sorriso encantado aparece no rosto de Laz. — agora sim.
Quem você derrubou?
Pego a carta de volta. Claro que ele acharia engraçado. — Não é da
sua conta.
— Vamos. Quem te irritou? Diga-me, eu vou terminar o trabalho para
você, se você ainda não deu a eles um olho roxo.
Eu o imagino afundando o punho no rosto de Kaleb, a ideia é
fascinante. Mas então eu ficaria em dívida com meu padrasto. — Se eu tiver
um problema, vou contar para a mamãe, não para você.
Laz começa a rir. — Por que motivo você acha que ela vai se importar?
Suas palavras parecem um tapa em meu rosto. Quem contou a ele
sobre o homem que me gerou? Eles ridicularizaram a mim e a mamãe? Laz
achou que era a coisa mais engraçada que já tinha ouvido e riu como está
rindo agora?
— Você está na minha família há cinco minutos e acha que nos
conhece? Você não sabe merda nenhuma, idiota.
Laz se vira para mim com um sorriso malicioso e resmunga
preguiçosamente. — Droga, eu sabia que você tinha uma boca suja. O que
mais essa boca faz?
Ele está relaxado em seu assento enquanto dirige, com os joelhos
abertos e vestindo seu habitual jeans preto. Ele abraça seus quadris e coxas
musculosas, antes que eu possa me conter, dou uma olhada em seu zíper.
Não o zíper dele. Seu pau. Eu o senti empurrando contra minha bunda
na outra noite quando ele estava duro, ele era enorme. Ele não está duro
agora, mas há um pacote considerável em seu jeans. Posso imaginar
vividamente Laz segurando minha nuca enquanto me inclino sobre seu colo
e o tomo em minha boca. Um pequeno silvo de prazer, em seguida, seu
baixo e ofegante, Boa menina quando ele levanta seus quadris para foder
minha boca.
Eu desvio o olhar rapidamente e olho pela janela do passageiro, mas
não antes de pegar seu sorriso de comedor de merda. Ele sabe exatamente
onde minha mente foi.
Ele é casado com a mamãe, eu me lembro. Ele trepa com a mamãe.
Lembra como você os ouviu daquela vez? Não gemidos e ofegos, mas o ruído
ritmado inconfundível de uma cabeceira batendo na parede. Caso contrário,
silêncio mortal.
Repulsa desliza pelo meu corpo com a memória. Finalmente, uma
reação normal ao meu padrasto.
Quando Laz estaciona na garagem de casa, eu saio do carro,
esperando que ele acelere novamente, mas ele me segue para dentro. No
corredor, ele me alcança, olhando em todos os cômodos até encontrar
mamãe na cozinha. Ela está sentada no balcão respondendo e-mails em seu
telefone.
— Sua filha tem algo a lhe dizer. — Laz anuncia, então ele se afasta e
cruza os braços.
Mamãe olha para mim como se esperasse ver Rieta ou Isabel parada
na porta.
Ele quer dizer eu. Também sou sua filha.
Mamãe se volta para o telefone e sua unha de acrílico toca na tela. —
O que você tem a me dizer, Mia? Você não está reprovada na escola, está?
A dor no meu peito duplica. Ela assume que, se tenho algo a dizer,
deve ser porque fiz algo errado.
Toque, toque, toque.
— Nada. Deixa para lá.
Laz me lança um olhar penetrante enquanto eu me viro e passo por
ele. — Patética.
Eu continuo andando enquanto imagens de vingança passam pela
minha mente. Empilhando todos os seus jeans rasgados da moda em uma
pilha e queimando-os no jardim dos fundos. Raspando uma chave ao longo
de cada painel de seu amado carro. Quero gritar com ele. Eu quero cravar
minhas unhas em seu peito. Mas também sei que não vou me sentir melhor
quando a pessoa com quem eu realmente quero gritar é a mamãe. Eu quero
quebrar aquele comportamento frio e indiferente dela, fazê-la me ver.
Mesmo se eu quisesse machucá-la, eu não saberia como. Se eu fingisse, ela
me lançaria um olhar arrogante e voltaria ao que quer que estivesse
fazendo, porque sou menos digna de sua atenção do que um mosquito
zumbindo em volta de sua cabeça.
Eu me tranco no banheiro e jogo punhado após punhado de água fria
no meu rosto. Estou tão cansada deste lugar. O ano letivo termina em
quatro meses e ainda não economizei dinheiro suficiente. Talvez apenas
mais um mês seja suficiente, eu possa vender a bolsa que mamãe me deu de
aniversário. Um apartamento miserável seria melhor do que viver sob este
teto.
Fecho a torneira batendo com a palma da mão e olho para o meu
rosto pingando.
Ou eu poderia parar de ser uma cadela assustada e realmente encarar
a mamãe como uma adulta. Defender-me, pela primeira vez.
Depois de secar meu rosto, volto para a cozinha e me aproximo de
mamãe. Com uma voz calma, eu digo. — Mãe. Um dos meninos da escola
tirou uma foto minha.
Não é uma mentira. Mas também não toda a verdade.
— Que foto, querida? — ela murmura, tocando na tela do telefone.
Um grande gim-tônica descansa em seu cotovelo.
Eu respiro fundo, então vacilo. Esta é a hora confessar? Mas se eu fizer
isso, todo o inferno vai explodir. — Levantando... a minha camiseta. Eu não
estava usando sutiã.
Mamãe levanta a cabeça e olha para frente. Então ela desliga o
telefone e se levanta. Alívio toma conta de mim. Eu sabia que era a ideia
certa falar com mamãe como uma adulta. Ela nunca teve tempo para
choramingar e reclamar.
Sem aviso, a raiva brilha nos olhos de mamãe e ela me dá um tapa
forte no rosto. — Sua garota nojenta.
A dor explode em meu rosto e eu grito, cobrindo minha bochecha com
a mão.
— Como isso aconteceu? — ela ferve.
Agora definitivamente não é o momento. Nunca será o momento. —
Aula de ginástica. — gaguejo, meus olhos queimando com lágrimas de dor.
— Esqueci meu sutiã esportivo. — A verdade é que não preciso de sutiã
esportivo. Meus seios mal estão lá.
— Você vem a mim com esta história e espera que eu acredite? Você
está se prostituindo nesta cidade de novo, não é? Fico enojada ao ouvir
sobre seu comportamento vergonhoso.
Eu fico vermelha até a raiz do meu cabelo quando me lembro do rosto
espiando pela janela do carro embaçado de Connor. Qualquer outra pessoa
teria se virado e ido embora ou se importado com a própria vida em
primeiro lugar, mas não minha família. Tio Tomaso escancarou a porta e me
arrastou para fora do carro pelos cabelos me jogando no chão. Ele estava
gritando nomes horríveis para mim a plenos pulmões. Connor não conseguiu
se afastar rápido o suficiente.
— Qual menino? — diz uma voz perigosa da porta. — Qual foto? Onde
está?
Endureço. Não sabia que Laz ainda estava na casa.
— Por que, você quer uma cópia? — Eu rosno por cima do ombro, sua
expressão escurece.
Eu me viro para mamãe, mas uma mão forte agarra meu braço e me
arrasta para fora da cozinha. Luto com Laz a cada passo do caminho, mas
seus dedos machucados não me soltam. Ele me empurra para fora da porta
da frente e em direção ao seu carro estacionado na rua.
— Deixe-me ir.
Laz me empurra para dentro de seu veículo e bate a porta atrás de
mim. Com um guincho de borracha de pneu, corremos pela rua.
Minha bochecha ainda está ardendo por causa do tapa de mamãe, o
pior provavelmente está esperando por mim quando eu chegar em casa.
Ainda nem contei a ela que estou suspensa.
Laz para e estaciona perto de uma ponte próxima ao rio. É uma rua
estreita com a ponte elevando-se sobre nós e protegida por árvores.
Absolutamente ninguém está por perto. Ele se vira para mim com um olhar
selvagem.
Antes que ele possa me acusar de qualquer coisa, eu digo. — Eu não
enviei a ninguém uma foto dos meus peitos.
— Tudo bem. Você não fez.
Ele nem mesmo zomba das palavras. Minhas sobrancelhas se erguem
em surpresa. Eu me pergunto por que ele acredita em mim, então percebo o
motivo com um sentimento sombrio.
— Por que está com essa cara? — ele pergunta.
— Você só acredita em mim porque acharia hilário se eu quisesse
mostrar isso a alguém. — Eu aceno minha mão no meu peito.
Um sorriso aparece no canto de sua boca enquanto ele olha para o
meu top. — Eu gosto de seus seios pequenos.
Empurro seu ombro com a palma da minha mão. — Dane-se.
Laz enfia um dedo na gola da minha camiseta. — Não acredita em
mim? Mostre-os para mim.
Eu afasto suas mãos. — O quê? Não.
— Algum merdinha que é careca como um filhote de passarinho viu
seus peitos e eu não. Vou lhe dizer o que você tem.
— Os caras da escola têm dezoito anos, não doze.
Seus olhos brilham. — Você quer dizer que eles são homens? Agora
estou com ciúmes. É isso. Levante seu top.
Ele agarra minha cintura com as duas mãos e desliza os polegares por
baixo da minha camiseta.
— Pare com isso. — murmuro, contorcendo-me contra a porta do
carro. Há apenas uma polegada de espaço para se mover. Meu coração está
batendo contra minhas costelas. Eu poderia espetá-lo nos olhos com minhas
unhas, mas a intensidade de seu olhar verde me faz segurar seus
antebraços. Eu não quero que ele pare de olhar para mim exatamente do
jeito que ele está agora.
Como se ele realmente estivesse com ciúmes.
Meus olhos se fixam na cicatriz que divide seus lábios no canto da
boca. — Como você conseguiu isso?
— Brigando. — Olhando bem nos meus olhos e se movendo tão
devagar que é uma agonia, Laz começa a puxar minha blusa para cima. Eu
tenho muito tempo para detê-lo, ele não está segurando o algodão com
tanta força que eu não poderia empurrá-lo para baixo. Ele o empurra para
cima de modo que fique apertado sob meus braços, expondo totalmente
meus seios. Como de costume, não estou usando sutiã.
Ele baixa os olhos e eu encaro seu rosto, com medo de que ele vá rir
de mim. Eu odeio que Laz seja bonito. Odeio que ele tenha um nariz longo e
reto, sobrancelhas escuras e cílios pretos como tinta que são exuberantes
demais para um homem. Uma mandíbula dura e aqueles lábios cheios de
cicatrizes e provocantes. Só que eles não estão provocando agora. Eles são
cheios e macios. Seus olhos são suaves também, me absorvendo como se eu
fosse uma obra de arte.
Laz puxa meu mamilo sensível entre o dedo indicador e o polegar, dói
tanto que eu gemo baixinho. Minha cintura arqueia involuntariamente em
suas mãos e eu puxo uma respiração instável.
— Foda-se, você é sexy. — diz ele com uma voz áspera.
Mia Bianchi, se prostituindo no carro de novo, só que dessa vez não
estou me comportando mal com um namorado da escola, estou mostrando
meus peitos para um homem de quase trinta anos, que por acaso é meu
padrasto.
Laz envolve seus braços em volta das minhas costas e me puxa para
mais perto dele. Quando ele abaixa a cabeça, seu cabelo escuro cai sobre os
olhos. Ele passa a língua lentamente por um dos meus seios e depois belisca
meu mamilo com os dentes.
Eu gemo em seus braços e o calor inunda minha boceta. Calor e uma
dor aguda e doce. Apoio uma das mãos no painel e a outra no teto do carro
enquanto respiro de forma instável. Quero tocar Laz e descobrir se seus
músculos são tão bons quanto parecem, mas não ouso tocá-lo porque sei
que ele o fará. Ele vai me fazer sentir melhor do que qualquer coisa que eu
já senti antes, não poderei deixá-lo ir.
Ele não é seu, eu me lembro freneticamente.
Não toque nele porque ele não é seu.
— Qual é o nome desse cara? — ele murmura de forma persuasiva,
passando sua língua macia sobre meus mamilos. — Aquele que tirou a foto.
Eu não vou fazer nenhuma loucura. Vou apenas fazê-lo deletar a foto. Você
quer isso, não é, Bambi?
Meu Deus, eu poderia gozar apenas com sua língua em meus seios.
Meu pulso está acelerado descontroladamente, empurro minha mão suada
contra o painel, tentando pensar. Ele realmente não fará nada louco? Mas
tudo que Laz faz é uma loucura, inclusive o que ele está fazendo comigo
agora. — Eu não confio em você.
Ele leva um mamilo na boca e me chupa. Forte. — Quem eu?
Ah, porra. — Você se casou com minha mãe há quatro semanas, agora
você está... Agora você está...
Eu o sinto sorrir contra a minha carne sensível. — Agora estou me
divertindo mais do que nunca em anos. Estou vivendo sob o mesmo teto de
uma cadela excitada que está com fome do meu pau desde o momento em
que a conheci. Ela tem os olhos de foda-me mais lindos que eu já vi, o som
dela gemendo meu nome enquanto eu bato em sua doce boceta é tudo que
eu quero de Natal.
Ele planta beijos lentos no meu pescoço, como a putinha excitada que
ele diz que eu sou, eu desnudo minha garganta para ele. Eu não o quis no
primeiro momento em que o vi. Estava hiperconsciente dele no momento
em que ele entrou na sala com seu sorriso e aqueles músculos. Eu estava
captando aquela energia do pau grande como se minha boceta fosse de
repente um maldito radar. Quanto mais eu tentava ignorá-lo, mais
violentamente ele se intrometia em meus pensamentos.
Agora estamos em seu carro e meus seios estão em suas mãos
grandes e quentes enquanto ele beija minha garganta. Como diabos isso
aconteceu?
Laz se afasta e nossos rostos ficam a centímetros um do outro. A
cicatriz no canto de sua boca me convida a beijá-lo, enquanto o resto do
mundo parece muito distante.
— Diga-me, Bambi. — Laz murmura, provocando meus lábios por não
tocá-los com os dele. — Diga-me quem te machucou e você nunca mais terá
que se preocupar com ele.
— Você se importa que algum garoto esteja me atormentando quando
me atormentar é sua coisa favorita a fazer?
Um sorriso perverso toca seus lábios. — Eu não estou atormentando
você. Isso são preliminares. — Ele olha acima de nossas cabeças para a
palma da minha mão pressionada contra o teto de seu carro. — Por que
você não está me tocando?
Não quero saber como ele parece. Eu não quero repetir a sensação
dele sob minhas mãos uma e outra vez enquanto eu estava deitada na
minha cama no escuro, esfregando furiosamente meu clitóris.
Laz enfia uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — Bambi, não
fique tão apavorada. Eu sou um bastardo tagarela, mas não vou sair
correndo e contar a ninguém sobre isso. Você acha que eu quero atrair a ira
dos Bianchis sobre minha cabeça, dizendo a eles que estou brincando com
minha enteada? — Ele sorri ainda mais, seus caninos brancos e brilhantes
brilhando. — Então me toque.
Não. É uma armadilha. Ele toca meu corpo. Eu toco o dele. Ele me
beija. A próxima coisa que sei é que estou no banco de trás do carro dele
enquanto ele me martela até a morte. Mais uma decisão terrível.
Engulo em seco. — Vamos para casa.
Laz pega um punhado da minha camiseta a puxa para baixo e a coloca
cuidadosamente de volta no lugar sobre minhas costelas. Ele se recosta,
finalmente, consigo respirar novamente. — Não até que você me dê esse
nome.
O mundo corre de volta. Puta merda. Como ele comanda cento e dez
por cento da minha atenção assim? — Não se preocupe com isso. Eu não me
importo mais.
A expressão de Laz escurece. — Há uma marca vermelha em sua
bochecha, Bambi. Estou furioso pra caralho. Ou vamos para casa e eu dou
uma bronca na sua mãe por colocar isso aí, ou você me deixa despejar tudo
sobre o bastardo que causou essa merda em primeiro lugar.
Meu coração convulsiona de emoção. De repente, não me importo se
ele é sincero ou não. Laz quer me defender. Eu desejo saber como é isso
pela primeira vez na minha vida.
Levanto meu punho e mostro a ele o hematoma vermelho em meus
dedos. — Mas eu já o peguei bem.
Laz pega minha mão e beija a marca. — Você o pegou tão bem. Mas
deixe-me acabar com ele para você. Não se preocupe, não vou matá-lo. Eu
só vou socá-lo forte o suficiente para deixá-lo com um olho roxo. Bater nos
alunos do ensino médio não é muito divertido.
— Ele tem um metro e oitenta de altura, malha e tem um irmão mais
velho e um pai malvado.
Ele dá de ombros. — Então?
— Eles gostam de luta livre.
Os olhos de Laz brilham de prazer. — Você quer dizer que será uma
luta adequada? Agora você está falando. Nome e endereço. Agora.
Eu suspiro e olho para frente através do para-brisa. Talvez eu me
arrependa disso, mas eu digo a ele o endereço.
— Boa menina. — ele diz, seus olhos brilhando quando ele liga o carro.
Quando paramos do lado de fora da casa de Kaleb, ele e seu irmão
Michael estão jogando basquete na garagem. Ambos tiraram as camisetas e
uns bons cinco centímetros de roupas íntimas de grife estão aparecendo por
cima dos jeans com cinto. Eles são quase tão altos quanto Laz, Michael
claramente se exercita tanto quanto ele.
Laz se vira para mim, erguendo as sobrancelhas. — Jesus. Eu estou
lutando contra esses caras? Você não poderia ser intimidada por Napoleon
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Dynamite ?
— Ninguém está obrigando você. — eu digo a ele, mas uma decepção
amarga rasteja em minha voz. Por um tempo, me senti bem que alguém
estava indo lutar por mim, mesmo que fosse meu padrasto estranho,
estranhamente sexy e definitivamente perturbado.
Laz me dá um sorriso preguiçoso. — Você acha que eu não posso levá-
los? Bambi, eles estão fritos.
Nós olhamos nos olhos um do outro e meu coração bate contra
minhas costelas.
Ele sai do carro e grita. — Qual das vadias quer dançar?
Passo a mão no rosto. Oh, meu Deus.
Kaleb e Michael trocam olhares e franzem a testa. Eles parecem
entender a mensagem de que não estamos aqui para vender biscoitos de
escoteiros, enquanto Michael joga a bola de basquete de lado e os dois
caminham ameaçadoramente em direção ao carro.
Laz bate a porta e se inclina para falar pela janela. — Fique aí, baby. Eu
volto já.
Ele se vira para encarar os dois garotos, ainda sorrindo.
Todos eles estão avaliando um ao outro, Kaleb e Michael parecem
relutantes em chegar muito perto até descobrirem quem é maior, mais
malvado e mais louco.
Laz não tem problema em se aproximar e ficar na cara deles. — Vamos
jogar vinte perguntas. Eu vou primeiro. Quem é o idiota que tirou uma foto
de Mia?
Kaleb olha além de Laz e me vê. Com um sorriso malicioso para o
irmão, ele diz. — Ei, é a Srta. Peitos Pequenos. — Ele se volta para Laz. —
Quem está perguntando? Você é o cafetão dela?
O sorriso de Laz desaparece. Sem aviso, ele puxa o punho para trás e
bate na mandíbula de Kaleb.
Kaleb cambaleia com a mão no rosto e cai.
Eu aperto minhas duas mãos sobre minha boca. Ah, porra. Isso foi um
erro. Kaleb é um menino e Laz é um homem adulto. Isso não é justo.
Michael agarra Laz pelas costas da camiseta, gira-o e dá uma joelhada
nas bolas dele. Os olhos de Laz se arregalam e ele se dobra com um gemido.
Então o joelho de Michael o atinge no rosto, o sangue escorre do nariz de
Laz e pinga no concreto.
Eu tiro minhas mãos da minha boca e estremeço. Ok, talvez seja justo.
Kaleb se recupera e se levanta, pronto para atacar Laz, mas Laz se
endireita e tira os pés de baixo dele. Enquanto Kaleb está caído novamente,
ele dá um soco em Michael. Michael pode ser grande, mas é lento, não vê
Laz chegando e fica com o lábio partido por seu descuido.
Laz empurra Michael de volta contra a casa e aponta um dedo em seu
rosto. — Fique fora disso. Não vou machucar seu irmão. Eu quero o telefone
dele e depois vou embora.
Ele volta para Kaleb, que acabou de começar a se sentar. Laz está
sobre ele com a mão estendida. Há sangue por todo o lábio e queixo. — Seu
telefone. Então eu vou embora.
— Por quê? Quem diabos é você? — Kaleb resmunga como um
menino de dez anos, enxugando o nariz sangrando com os dedos.
— O padrasto de Mia. — Laz ferve. — E você sabe por quê. Essa foto
que você tem no seu telefone da minha garota.
Com uma expressão mal-humorada no rosto ensanguentado, Kaleb
enfia a mão no bolso e puxa o telefone.
Nesse momento, uma caminhonete vem rugindo pela rua. Kaleb e
Michael se viram para olhar, seus rostos se iluminando. O motorista
estaciona atrás de mim e sai, ele é enorme. Ele é mais velho que Kaleb e
Michael, ele tem um metro e oitenta de músculos raivosos e experientes em
um boné de caminhoneiro e regata. Este deve ser o pai de Kaleb, ele está
chateado.
Ele examina a cena à sua frente, enfia a mão na traseira de sua
caminhonete e puxa um taco de beisebol.
— O que diabos está acontecendo? — Ele passa direto pelo Camaro
em direção a Laz sem me ver, brandindo o bastão como se mal pudesse
esperar para espancar alguém até a morte com ele. Michael, energizado
pela visão de seu pai, começa a se aproximar de Laz. Até Kaleb está sorrindo.
A expressão de Laz fica frouxa. — Ah, porra.
Oh merda, de fato. Sem pensar duas vezes, puxo o freio de mão para o
banco do motorista e ligo o carro. Ele chia quando acelero o motor e me
esforço para lembrar como engatá-lo. Mudanças de marchas. Eu não posso
dirigir malditas marchas manuais.
Depois de um momento desajeitado, o carro passa pelo pai de Kaleb e
eu piso no freio ao lado de Laz. — Entre!
Ele não precisa ser informado duas vezes. Ele pega o telefone de Kaleb
dele, abre a porta e pula no carro.
— Não pare, por favor, não pare. — eu imploro ao motor em trabalho.
No espelho lateral, o pai de Kaleb está cada vez mais perto com aquele taco
de beisebol. Michael correu para a garagem e saiu com seu próprio bastão.
— Do que você está brincando, Bambi? Vá.
Eu movo meu pé na embreagem e o motor começa a funcionar.
Ofegante de alívio, me afasto do meio-fio e coloco o pé no acelerador. O
carro geme em protesto. Esqueci de engatar a segunda marcha e só estamos
indo a dezesseis quilômetros por hora.
Laz está virado no banco do carona para poder olhar pela janela
traseira. Vejo pelo espelho retrovisor que a caminhonete sai na rua e corre
atrás de nós, com três pessoas sentadas dentro dela.
— Oh, meu Deus. Oh, meu Deus. — eu digo repetidamente enquanto
meu sangue ruge em meus ouvidos. Eu mudo da segunda para a terceira
marcha e ouço um rangido insuportável.
Laz olha para o câmbio manual e depois para mim. — Que diabos está
fazendo?
Estou em pânico, é isso. Seremos pegos e teremos nossas cabeças
esmagadas por um taco de beisebol. — Eu não posso dirigir seu carro
estúpido! Eu só tive três aulas em um manual.
— Acelere. — Laz ordena, eu empurro com meu pé. Ele põe a mão
sobre a minha, puxa o câmbio para a quarta marcha e engatamos a marcha.
O poderoso motor ruge e disparamos para a frente. Por um segundo, meu
coração se acelera.
Mas a caminhonete está se aproximando de nós.
A rua termina e eu mudo para a segunda antes de virar a esquina em
alta velocidade. A traseira derrapa com um guincho de borracha e quase
batemos em uma árvore. Espero Laz gritar comigo para ter mais cuidado
com seu precioso carro.
Ele dá um tapinha no meu ombro com força, ainda olhando para trás.
— Sim! Você tem isso, Bambi. Deixe-os comendo poeira.
A estrada está livre à frente. Eu respiro fundo.
E acelero.
As marchas mudam suavemente. Laz grita de alegria enquanto
corremos à frente.
Mas a caminhonete não desiste. Kaleb está se inclinando para fora da
janela do passageiro, gritando algo indistinguível, mas ameaçador. Ele fica
cada vez mais alto à medida que a caminhonete sobe em nossa bunda.
Este é o meu bairro, por acaso sei que há uma estrada de acesso ao rio
que aparece quase do nada no topo de uma colina. Eu acelero como se
estivesse determinada a nos levar para cima e para a ponte para a estrada
principal do outro lado. A caminhonete muda de faixa à nossa esquerda,
preparando-se para nos ultrapassar e nos cortar. Eles não notaram a estrada
de acesso. Estamos passando por isso. Estamos quase passando.
Com o coração na garganta, viro o volante para a direita. Buzinas soam
e meu estômago parece desaparecer completamente do meu corpo. O
Camaro agarra a estrada e permanece no curso. A caminhonete passa por
nós sobre a ponte, ouço um rugido de frustração dos três homens no carro.
Solto um grito de triunfo e piso no acelerador, seguimos pela estrada
secundária e ao longo do rio.
Laz bate no painel com o punho e sorri. — Você os perdeu. Porra, sim,
Bambi.
Estou rindo demais para recuperar o fôlego. A caminhonete estará
perdida em um emaranhado de sinais vermelhos e tráfego agora. Viro à
direita e vou para casa.
— Isso foi uma loucura. Primeiro pensei que você iria matá-los. Então
pensei que eles iam matar você.
Laz ignora minha preocupação. — Por favor, eu tive a vantagem o
tempo todo.
— Sim, você teve a vantagem com suas bolas quando Michael as
acertou com o joelho.
Ele estremece. — Seja gentil com minhas bolas. — Ele puxa o telefone
do bolso e o segura. — Você vai me dizer o que é esta foto e como eles
realmente a conseguiram?
O sorriso morre em meu rosto. Laz não acredita na minha mentira
sobre não usar sutiã esportivo durante a aula de educação física. Como não
atendo, ele abaixa a janela e joga o telefone fora. Ele navega atrás de nós e
cai no rio.
Olho por cima do ombro, surpresa. — Você não vai olhar para isso?
Você nem vai me incomodar com isso?
Ele sorri para mim, relaxando em seu assento, parecendo muito sexy
para um homem com sangue por todo o rosto. — A lembrança de seus seios
macios na minha boca vai ser melhor do que qualquer foto. Boa direção,
Bambi.
Também me pego relaxando, curtindo a brisa em meu cabelo e o
barulho do potente motor. — Seu carro facilitou.
— Eu mesmo o modifiquei. — Ele dá um tapinha carinhoso no painel.
— Mas você ainda dirigiu como uma cadela gostosa.
Minha boca se contrai quando um brilho quente se espalha por mim. A
estrada se abre diante de nós e parece liberdade. Isso causa uma dor física
no meu peito para ir para casa.
Quando entramos pela porta da frente, mamãe olha com desgosto
para o rosto ensanguentado de Laz, meu cabelo desgrenhado e minhas
bochechas coradas.
— Nós resolvemos com o idiota que tirou aquela foto de Mia. De nada.
— Laz diz a ela.
Mamãe dá a ele um sorriso excessivamente doce. — Obrigada por
defender a honra da minha filha, querido marido.
O sorriso desaparece de seu rosto e ela balança a cabeça como se
estivesse com nojo de nós dois.
Ele aponta um dedo em seu rosto e paira sobre ela. — Nunca mais
coloque a mão na sua filha.
Mamãe olha para ele com uma expressão entediada. — Uma tarde
batendo em alguns adolescentes e você acha que é o homem da casa? Vá e
se limpe. Você é uma vergonha. — Ela se volta para o telefone,
murmurando. — Vocês dois.
O sangue ainda está pingando do nariz de Laz. Pego uma bolsa de gelo
no freezer e empurro seu ombro. A última coisa de que precisamos é outra
luta explosiva nesta casa. — Vamos. Vamos lá para cima.
No banheiro, ele se empoleira na beirada da banheira enquanto eu
limpo o sangue de seu rosto com um pano úmido.
— Em todos os meus dias de luta, nunca fui atendido por uma garota
tão bonita.
Eu dou de ombros, enxugando suavemente em torno de seu nariz
como se não importasse para mim uma gota que Laz acabou de me chamar
de bonita. — Isso não parece quebrado, mas acho que vai doer.
Ele sorri para mim, seus olhos brilhando. — Valeu a pena.
Com um sobressalto, percebo que estou de pé entre seus joelhos
abertos. Ele está com as mãos apoiadas na borda da banheira como se
estivesse me convidando para chegar mais perto.
Eu deveria me mover.
Mas, não me afasto.
Em vez disso, pego a bolsa de gelo atrás de mim e a pressiono
suavemente sobre seu nariz. Ele sibila de dor e estende a mão para pegá-la
de mim, segurando-a no lugar.
— Aquele garoto ainda pode ter aquela foto sua. — Laz me diz. — Ele
poderia ter enviado para um amigo ou feito backup.
— Talvez. — murmuro. Não sei se me importo mais. Essa foto era
sobre poder, Laz e eu simplesmente pegamos uma boa parte dela de Kaleb.
— Deixe-os desfrutar dos meus peitinhos se estão tão obcecados por mim.
Um sorriso se espalha no rosto de Laz. — Você é uma fodona do
caralho.
— Quem eu? — Dou um passo para o lado para pegar um pano limpo
e molhá-lo. Quando dou um passo para trás, seu joelho está entre minhas
coxas, eu o aperto, fingindo que estou tentando limpar o resto do sangue de
sua mandíbula e garganta.
Laz geme e sua mão com a bolsa de gelo cai de seu nariz. Seu rosto
está no mesmo nível do meu tronco, ele olha para minha cintura e quadris
nus como se estivesse se perguntando qual é o meu gosto.
— Você quer que eu te foda, Bambi? — ele murmura com voz rouca.
Dou uma risada engasgada como se não estivesse me imaginando
vividamente montando em suas coxas.
— Vire-se e puxe sua calcinha para o lado para mim. Uma trepada
rápida antes de descermos para jantar com sua mãe.
Meu coração dispara, então tropeça e sai voando com uma das
palavras que ele falou. Mãe.
O que diabos estou fazendo? Laz é casado com minha mãe, ela está lá
embaixo neste segundo esperando por nós. Eles brigam um com o outro,
mas muitos casais fazem isso quando cuidam um do outro. Tenho certeza de
que mamãe se preocupa com Laz à sua própria maneira. Ela não merece um
marido que a trai com a própria filha.
E há algo mais. Tenho dado a Laz a impressão de que sou muito mais
experiente do que realmente sou. Não sou santa, mas sou virgem. Laz
parece que seu tipo são mulheres que sabem o que estão fazendo. Assim
que eu disser que não, ele perderá o interesse.
Com as bochechas queimando, murmuro. — Que primeira vez
sedutora.
— Estamos com pressa, mas não vou deixar você esperando. Esse pau
é mágico, Bambi. Suba e experimente.
Repulsa explode através de mim com suas palavras insensíveis. Ele é
tão depravado que pode falar sobre deflorar a enteada como se não fosse
nada. Como se eu não fosse nada.
Estou tão cansada de me sentir como se não fosse nada.
Pego a bolsa de gelo de sua mão e coloco de volta em seu rosto. Forte,
de modo que ele estremece. Laz não me quer. Ele só quer a perversidade de
dizer que fodeu com a enteada.
Eu me afasto dele. — Você é um porco. Obrigada por uma noite de
emoções baratas e violência estúpida, mas mantenha suas mãos para si
mesmo de agora em diante.
CAPÍTULO QUATRO
MIA
É perfeito.
Tudo sobre isso é perfeito. A loja. O showroom palaciano. As seis baias
para carros de manutenção. A enorme área de armazenamento. As salas dos
funcionários. As enormes árvores frondosas na frente que protegiam o calor
nos dias quentes.
Posso imaginar a placa pendurada com orgulho na frente do prédio.
Rosetti Motors and Servicing. A vida que eu quero está tão perto que posso
tocá-la. Experimentar isso. Cheirar a graxa do motor.
Este lugar pode ser meu.
Deve ser meu.
Mas meus irmãos estão arruinando meus sonhos. Ganhei um bom
dinheiro para a família ao longo dos anos, mas como um idiota, não foi para
minha conta bancária, foi para a conta da família que meu pai e agora Faber
controlam. Deve somar centenas de milhares de dólares, transferindo suas
importações suspeitas, supervisionando tantos clubes ilegais. Dei tudo de
mim pela família Rosetti, quando pedi o que é meu por direito, eles viraram
as costas para mim. Sou um canhão solto, o não confiável, mas a ironia é
que nem quero ser um criminoso. Eu ficaria feliz até o cotovelo em motores
de carros todos os dias, comprando, vendendo e consertando motores.
Trabalhei muito pela família. Agora eu quero algo que seja meu.
Minha esposa tem dinheiro suficiente para comprar este lugar
cinquenta vezes, mas vou amarrar uma corda elástica nas minhas bolas e
pular de um penhasco antes de implorar a ela. Sei como Giulia agiria se
financiasse este lugar para mim.
Lazzaro adora mexer em seus carrinhos.
Você vai lá? Novamente? Você não foi lá ontem?
Por favor, Lazzaro, pare de fingir que seu hobby bobo é algo parecido
com trabalho de verdade.
Prefiro não ter este lugar a tê-lo nessas condições.
Eu me levanto do capô do meu carro com um gemido. Então, acho que
não estou tendo.
Preciso de uma bebida para afogar minha miséria. Ou dez, num lugar
onde os outros bebedores nunca ouviram falar em couve e quinoa.
Atravesso a cidade para um lugar onde as ruas são confortavelmente
degradadas, os homens usam jeans rasgados e camisetas desbotadas, as
meninas usam o melhor delineador alado da cidade. Estou prestes a entrar
em um bar quando vejo meu clube de strip-tease favorito, o Peppers. Seus
pés grudam no tapete, mas as meninas são lindas.
Mime-se, Laz.
Mas quando entro, mal consigo me concentrar na minha cerveja,
muito menos na barman com seios grandes ou na dançarina no palco com
seios ainda melhores e uma bunda tão apertada que você poderia jogar uma
moeda nela. Algumas garotas colocam a mão no meu ombro e perguntam se
eu quero uma dança particular. Achei que sim, mas agora não parece tão
atraente, então balanço a cabeça.
Vou terminar minha cerveja e ir embora. Esta noite é um fracasso.
— Por favor, seja bem-vinda ao palco, Tasha.
Eu olho para cima, mais para mostrar algum respeito pela garota que
está se apresentando do que por interesse. Estou prestes a baixar o olhar
quando algo sobre a garota esbelta de cabelo lilás atrai meu interesse.
Em primeiro lugar, ela é tão bonita e pequena que minhas mãos doem
para passar por aquela cinturinha dela. O cabelo lilás a faz parecer etérea,
há uma curva sedutora em seus lábios. Ela tem o menor par de seios que eu
já vi. Quase sem peitos, mas adoráveis, mamilos rosa framboesa que fazem
minha língua se mover contra o céu da boca. O jeito que ela está dançando é
incrivelmente sexy, balançando aquela bunda bonitinha e fazendo balanços
lânguidos ao redor do mastro.
De repente, meu pau está em posição de sentido. Não consigo desviar
os olhos dela, pelo que posso dizer em minha visão periférica, todos os
outros homens nesta espelunca também estão olhando para a fada no
palco.
Ela está dançando há um minuto antes que eu perceba com um
sobressalto que conheço essa garota. Eu pulo de pé, minha cadeira
disparando atrás de mim e caindo no chão.
— Mia.
A garota que se autodenomina Tasha estava sorrindo de um homem
para o outro, finalmente, seu olhar pousou em mim. Aqueles olhos
castanhos dela se arregalam momentaneamente quando encontram os
meus. Mas então eles estão passando para o próximo homem, aquela
expressão lânguida de foda-me sendo concedida a outra pessoa.
Minha enteada é stripper? Acabei de pegá-la e ela vai continuar
dançando como se nada tivesse acontecido?
Sem chance. De jeito nenhum. Eu agarro a beirada do palco, me
preparando para pular e arrastá-la para fora.
— Ei, o que você pensa que está fazendo? — Um segurança me agarra
pelos ombros e me puxa para trás.
Eu me viro para ele e aponto para Mia com um dedo indicador furioso.
— Essa é minha enteada.
O segurança olha de mim para Mia e vice-versa. A raiva desaparece de
seu rosto, mas ele me obriga a voltar para o meu lugar e endireita minha
cadeira para mim. — Me desculpe, cara. Ela escolheu estar lá em cima,
então você precisa aguentar ou sair.
Não consigo me sentar, então agarro as costas da minha cadeira com
força pelo resto da dança de Mia. Os caras continuam estendendo notas
para ela, ela os deixa colocar o dinheiro no cós de sua calcinha, seus dedos
acidentalmente de propósito roçam sua carne. Cada vez que um desses
canalhas a toca, eu quero arrastá-los daqui pelos cabelos, mas o segurança
está com os braços cruzados e seu olhar estreito direcionado diretamente
para mim. Um movimento errado e estarei lá fora, onde não poderei chegar
até Mia.
Quando ela termina a dança, ela tem notas suficientes enfiadas na
calcinha para colocar papel de parede em uma casa.
Abro a boca para chamá-la para fora do palco, mas ela me ignora, dá
um aceno sedutor para a sala e desaparece de volta por onde veio.
Inacreditável.
Eu entro no caminho de uma das dançarinas que está vestida com um
fio dental roxo com lantejoulas, um boá de penas brancas e nada mais. —
Diga a ela para sair e falar comigo.
A mulher me dá um olhar de cima para baixo. — Quem?
— Mia. — Ela me encara fixamente, eu rosno entre dentes. — Tasha.
Fio dental roxo me dá um sorriso sarcástico e coloca a mão em seu
quadril. — Nós não seguimos suas ordens aqui, querido. Se você quiser ver
Tasha, precisará pagar por uma dança particular.
Eu puxo minha carteira para fora da minha calça jeans. — Então eu
vou pagar por uma dança particular.
Ela aponta para onde eu preciso ir, depois de entregar o dinheiro, sou
levado a uma pequena sala e instruído a esperar.
Alguns minutos depois, Mia entra pela porta usando um fio dental
branco com babados.
Salto alto de plástico transparente.
A peruca lilás encaracolada.
Um sorriso sedutor em seus lábios brilhantes direcionados
diretamente para mim.
E absolutamente nada mais.
Ela parece uma isca de prisão. Chave de cadeia inocente e de dar água
na boca. Geralmente não é o meu tipo, a garota quase legal que
provavelmente não conhece o próprio clitóris, mas por acaso sei que esse
pequeno anjo tem uma boceta de ouro derretido e pode se esfregar até o
orgasmo em meus dedos.
Abro a boca para perguntar que diabos ela está fazendo aqui, mas ela
põe as mãos nos meus ombros e me empurra contra o assento. Uma música
começa a tocar, algo sexy e lento, Mia senta no meu colo.
Quando ela se aproxima de mim, sinto o cheiro e o calor de seu corpo
perfeito, meu pau fica em posição de sentido novamente.
Eu agarro as laterais da minha cadeira. Ai Jesus. Eu não estava
esperando isso. Planejei gritar com Mia para se explicar, mas ela está
arrastando sua boceta ao longo da minha ereção e de repente estou vendo
estrelas.
— Que diabos está fazendo?
— O que você acha, baby? — ela murmura com a voz mais excitada
que eu já ouvi. — Eu estou te dando uma dança.
Ela não está agindo como se me reconhecesse. Ocorre-me o
pensamento maluco de que Mia tem uma irmã gêmea, mas reconheço a
pequena verruga na lateral de sua garganta. Eu beijei ela outro dia no meu
carro. Com certeza é ela.
— Você sabe quem eu sou, certo?
Talvez ela esteja chapada como uma pipa e não perceba que o homem
contra o qual ela está se contorcendo é seu padrasto.
— Claro que sim. O que você está fazendo aqui, Laz?
Mia segura meus ombros e arqueia todo o caminho para trás,
movendo seu corpo em um lento semicírculo. As luzes coloridas acima
brincam em sua pele impecável.
— Mia...
— É Tasha. — Ela encontra meu olhar e me dá uma piscadela. — Mas
você pode me chamar de Bambi se quiser. Devo tirar isso?
Ela passa um dedo provocador sob o cós de seu fio dental de babados.
Eu engulo. Duro.
A resposta certa seria empurrá-la do meu colo e repreendê-la sobre
como é inapropriado para qualquer um de nós estar aqui, especialmente
juntos, quando eu sou casado, ela está no ensino médio e eu sou a porra do
padrasto dela.
Mas nunca fui muito bom em tomar a decisão apropriada.
Ela abaixa a tira da calcinha, dando-me um vislumbre de sua boceta
depilada. — Eu não vou contar. Como você provavelmente pode imaginar,
sou muito boa em guardar segredos.
Sem brincadeiras. Eu nunca teria imaginado em um milhão de anos
que era aqui que ela passava suas horas como “barista”. Ela não está agindo
como a Mia que eu conheço. Tensa. Vulnerável. Respondona. Tasha é
ousada e sexy e tem a missão de me divertir.
A raiva ainda está fervendo sob a superfície, mas eu não poderia tirar
Mia do meu colo nem que minha vida dependesse disso. Ela segura meus
ombros e me encosta-se à cadeira, eu deixo. Recosto-me com os joelhos
abertos e minhas mãos segurando o assento.
Mal consigo respirar enquanto Mia abaixa o cós da calcinha, primeiro
de um lado, depois do outro. Suas unhas brancas e o fio dental branco de
babados brilham nas luzes negras.
Nós dois estamos vendo ela se despir para mim, nossas cabeças
inclinadas juntas. O mundo inteiro fica em segundo plano e a música
desaparece.
Lentamente, Mia se acomoda em minhas coxas, se levanta e se vira.
Ela puxa o fio dental cada vez mais para baixo, até que eu possa ver toda a
sua bunda gloriosa. Então ela se curva duas vezes e arrasta a calcinha pelas
pernas e sai dela.
Ainda curvada, Mia estende a mão para trás e arrasta as unhas
lentamente sobre sua boceta, em seus lábios franzidos e abrindo-se para
mim. É preciso todo o meu autocontrole para não estender a mão, puxá-la
contra o meu rosto e enfiar minha língua profundamente dentro dela.
Endireitando-se, Mia se vira e cai de braços abertos no meu colo,
abraçando minhas coxas com os joelhos. Ela faz um movimento rolante com
os quadris, para frente e para trás, até encontrar o volume grosso do meu
pau no meu jeans, um sorriso se espalha em seus lábios.
— Laz. — ela sussurra, envolvendo os braços em volta do meu
pescoço.
Eu engulo, lutando para me controlar. — Sim, Bambi?
— Você não pode dizer a minha mãe que me viu aqui. — Mia me diz,
arrastando seu pedaço nu para cima da minha ereção. — Você não pode
contar aos meus tios. — Ela desliza para baixo do meu pau, arqueando as
costas e fazendo minhas bolas doerem. — Tem que ser o nosso segredo.
Eu gemo e meus olhos quase fecham. Droga, ela é tão boa nisso.
Quantos homens a viram assim e sentiram seus paus esfregando contra sua
boceta? Meu sangue está fervendo, metade por ciúme e metade pela
necessidade de pegar Mia em meus braços e deixá-la sem sentido.
— Você parece louco. — ela murmura, mantendo aquela pressão
insanamente boa para cima e para baixo no meu pau. — Ou você está
apenas com tesão?
— Estou furioso. — digo a ela, levantando minhas mãos até sua
cintura e puxando-a com força contra meu pau. Eu empino meus quadris
lentamente, desejando estar profundamente dentro dela.
— Você não deveria colocar as mãos em mim. — ela geme, com os
olhos fechados.
— Você vai me impedir?
— Eu vou. Vamos, amigo.
Eu olho para cima e vejo o segurança de antes vindo em nossa direção
com uma expressão de pedra no rosto.
Ele está realmente começando a me irritar.
Mia sorri para ele. — Está tudo bem, Jimmy. Nós nos conhecemos.
— Regras são regras, Tasha.
Mia estende a mão para parar Jimmy no momento em que ele tenta
me arrastar para fora da sala. — Eu entendo. Ele seguirá as regras. Não vai,
Laz?
Não quero largar Mia, mas não posso ser expulso daqui. Minhas mãos
deslizam de sua cintura e batem na cadeira. Aperto com força, todo o meu
corpo febril de necessidade.
O segurança parece satisfeito e recua. — Divirta-se. Padrasto.
Eu lanço um olhar para ele quando ele nos deixa sozinhos novamente.
— Eu odeio que ele esteja te observando.
— Não pense nele. — ela me diz, retomando os movimentos gloriosos
de sua boceta.
Minha cabeça tomba para trás com um gemido. — Mia, eu deveria
estar arrastando você para fora daqui, mas não quero que você pare.
— Eu disse a você, eu não sou Mia aqui. Eu sou a Tasha.
Abro os olhos e observo seu belo rosto. Ela não está agindo como Mia.
Ela mal se parece com Mia com toda essa maquiagem no rosto e essa
peruca lilás, mas é o jeito que ela está se segurando também, coluna reta e
orgulhosa. Ela está gostando de não ser ela mesma por um tempo, e quem
pode culpá-la? Sua vida é cheia de dor e solidão. Tasha pode ser quem ela
quiser. Quando beijei os peitos de Mia no meu carro, ela ficou tão
constrangida com eles. Mas Tasha sabe que eles são especiais em um bar
cheio de mulheres com implantes enormes.
— Você não acreditou em mim da última vez quando eu disse que
você é sexy. — murmuro, observando-a com os olhos semicerrados. Ela tem
as mãos pressionadas contra o meu peito enquanto se move ao som da
música. — Tasha vai acreditar em mim se eu contar a ela?
Ela move seu olhar para mim e depois para o meu pau. Seus lábios
estão curvados em um sorriso como se minha ereção fosse a melhor coisa
que ela já viu. — Não sei. Experimente.
Eu aperto meu assento ainda mais forte. — Você é muito gostosa. É
tudo o que posso fazer para não explodir em meu jeans, você tem meu pau
tão duro. Você sempre me deixa tão duro.
— Obrigada, baby. Você também não é tão ruim. Sempre tive uma
queda por bad boys com tatuagens.
Mas é Tasha falando, não Mia, uma linha praticada que ela
provavelmente já usou dezenas de vezes antes e soa monótona. É quem
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costuma pagar as lap dances dela, homens tatuados? Com sua aparência
doce, ela deve atrair o pior tipo de canalhas.
Mia acaricia sua mão sob minha mandíbula. — Eu posso sentir você
ficando com raiva de novo. Apenas relaxe e tente se divertir.
— Pare de ser Tasha. Apenas seja você.
Ela fica imóvel, uma linha se formando entre suas sobrancelhas e seus
olhos ficando enormes de preocupação. — Eu não quero ser Mia agora.
Minhas mãos se levantam para tocá-la, tranquilizá-la, mas tenho que
largá-las novamente e rosno de frustração. — Mia é quem eu quero.
Ali. Eu disse isso. Sou casado com a mãe dela e minha vida está uma
bagunça, mas eu quero a Mia.
Mia olha para mim com aqueles olhos enormes dela, eu vejo além da
maquiagem e atitude de stripper para a garota vulnerável no interior. — Eu
não deveria querer você, Laz.
— Eu também não deveria querer você. Mas não consigo parar de
pensar em você. Onde quer que eu vá naquela casa, posso sentir você.
Posso provar você. Está me deixando louco.
Mia me lança um olhar desafiador. — Eu pensei que você só queria me
deixar infeliz por diversão.
Eu faço.
Eu fiz.
Não sabia o que diabos eu estava fazendo.
— Eu estava com raiva. Estava descontando em você.
— Agora você quer descontar em mim de uma maneira diferente?
Meu olhar desliza para baixo de seu corpo e eu respiro. — Foda-se, eu
já fiz.
— Você está tão bravo com mamãe e seus irmãos que quer me foder
como um grande foda-se para eles. — ela diz.
— Sim. Não. Não sei.
Mia passa as unhas pelos cabelos curtos da minha nuca. — Eu também
os odeio, Laz. Então talvez eu deixe você me foder porque um grande foda-
se para eles seria muito bom. Mas se alguém descobrir, vamos ter muitos
problemas.
Sem merda. Provavelmente serei espancado até a morte pelos tios
dela. — Eu vou. Você não. Não vou deixar nada acontecer com você.
Ela acaricia os dedos pelo meu cabelo. — Ninguém nunca quis me
proteger antes. Às vezes parece que minha família ficaria mais feliz se eu
morresse.
Uma mão gelada aperta meu coração, eu gostaria de poder dizer a ela
que isso não é verdade, mas ela não acreditaria em mim, não vou mentir
para ela. — Então continue vivendo por puro despeito. Ou apenas viva
porque você é linda, por dentro e por fora, o mundo precisa de pessoas
como você.
Preciso de pessoas como você.
Eu preciso de você.
Ela sorri, um sorriso real e lindo que ilumina seus olhos.
Eu tomo uma respiração irregular. — Bambi, eu quero tanto te beijar.
Mia se aproxima e passa os dedos pelo meu lábio inferior,
murmurando. — Aposto que você beija muito bem. — Ela se inclina ainda
mais perto e lambe a cicatriz no canto da minha boca, então passa o lábio
inferior entre os dentes como se eu fosse delicioso. — Mmmm. Estou
ansiosa para fazer isso.
Vou perder a cabeça em um minuto.
— Lembra quando você gozou nos meus dedos? Faça isso no meu pau.
Mostre-me como você é linda.
Ela muda seu ritmo e o ângulo de seus quadris, seus lábios se abrem
com prazer enquanto ela esfrega seu clitóris na cabeça do meu pau.
Seus gemidos suaves enchem o ar ao nosso redor e suas bochechas
estão coradas. — Você sabe que eu posso gozar assim. E você?
Nunca liguei muito para lap dances. Se vai ter uma menina no colo, do
que adianta usar roupa e não poder tocá-la? É mais frustrante do que
gratificante.
Mas não hoje. Estou paralisado pela visão de Mia se movendo contra
mim, sua bunda cor de pêssego esfregando contra o meu pau da maneira
certa. A maneira como ela está deslizando para cima e para baixo me deixa
cada vez mais perto do meu pico. — Bambi, eu tenho vontade de explodir
com você em meus braços desde que coloquei os olhos em você. Isso não
era o que eu imaginava... — Eu paro com um gemido. — Mas eu não estou
reclamando.
Luto para me controlar porque ela ainda não chegou lá. Suas pequenas
mãos estão apertando meus ombros e seus gemidos estão ficando cada vez
mais altos.
— Diga-me que você nunca se jogou no colo de outro homem assim.
Jure. — Minha voz é gutural e exigente.
Minta para mim se for preciso.
— Nunca. — Mia balança a cabeça, mas não quebra o contato visual,
gemo quando percebo que ela está dizendo a verdade.
Seus movimentos são carentes e desesperados agora. Ela está na
descida para o orgasmo e sua boca está aberta enquanto ela respira com
dificuldade. Ela esfrega uma, duas vezes mais, então sua respiração fica
presa, ela aperta seus braços e joelhos ao meu redor enquanto goza.
Os movimentos frenéticos de seus quadris me levam ao limite. Não
gozo nas calças desde a adolescência, mas é assim que me sinto com Mia no
colo. Envolvo meus braços apertados em torno dela e enterro meu rosto em
seu cabelo. Nós nem fizemos sexo, me sinto mais próximo dessa mulher do
que de qualquer outra mulher que já esteve na minha vida.
— Laz. O segurança. — ela me lembra.
Merda. Eu deixo cair meus braços e me sento. Outra música começa a
tocar, Deus sabe quanto dinheiro estou sendo cobrado por isso, mas não me
importo, desde que Mia não vá a lugar nenhum.
Olho para ela enquanto ela afasta o cabelo lilás do rosto. Ela não
consegue levantar os olhos por um momento, como se de repente estivesse
tímida.
— Mia querida, isso foi uma loucura, eu adorei cada segundo.
Mia hesita e depois acena com a cabeça.
Eu franzo a testa para ela. — Você não gostou disso?
— Não, quero dizer. É claro. Senti... Com certeza nos deixamos levar.
— Mia fecha os olhos e respira fundo algumas vezes.
Quando ela os abre, ela é Tasha novamente, o sorriso sedutor está de
volta naqueles lábios perfeitos. Meu coração despenca em desapontamento
e o mundo corre de volta. Onde estamos. O fato de que o segurança apenas
observava tudo o que acontecia entre nós.
— Eu poderia sentar aqui a noite toda com você. — Mia se contorce
contra mim, um cheiro familiar toma conta de mim enquanto ela exala.
— Você andou bebendo?
Seu sorriso desaparece. — Eu não estou bêbada.
— Não foi isso que perguntei. Posso ver que você não está bêbada,
mas está bebendo no trabalho?
Mia olha para o lado, se abraça e dá de ombros. — E daí? Foram
apenas dois shots.
— Gosta de trabalhar aqui?
Mia começa a rir, mas é uma risada fria e forte. — Eu não sei, o que
você acha, Laz? Eu sou terrivelmente autoconsciente o tempo todo e tenho
que desfilar nua na frente de um bando de estranhos. Fico uma pilha de
nervos antes de cada turno, a única coisa que me equilibra são goles de
vodca a cada poucas horas.
— Então por que diabos você está fazendo isso? — Eu atiro nela.
Ela dá de ombros. — O mesmo motivo de todos os outros. Eu preciso
do dinheiro.
— Por quê? Quem está chantageando você? Que dívidas você tem?
— Não é nada disso. Eu tenho que dar o fora daquela casa e logo. Eu
odeio estar lá.
Não a culpo. — Eu cuidarei de você. Quanto você precisa?
— Você também não tem dinheiro.
— Quem disse que não?
— Eu pensei que toda a razão pela qual você se casou com minha mãe
fosse pelo dinheiro dela.
— Não. Meu dinheiro. Tenho uma herança e uma participação nos
negócios da família que meus irmãos estão escondendo de mim porque,
aparentemente, sou muito impulsivo.
Ela levanta uma sobrancelha para mim enquanto olhamos um para o
outro.
— Não diga isso. — murmuro.
— Suas calças estão cheias de esperma e sua enteada está sentada em
seu colo.
Ela disse isso.
Eu encaro o lindo rosto de Mia. E se o erro que eu realmente cometi
foi me casar com a mulher Bianchi errada? Essa garota é muito mais a minha
velocidade. Ela é selvagem. Sexy. Engraçada. Se eu fosse o marido dela,
daria tudo de mim para fazê-la feliz e para engravidá-la.
— Obrigada pela oferta, mas estou bem. E preciso continuar
trabalhando porque não atingi minha meta para esta noite.
Eu sinto meus olhos quase saltando da minha cabeça quando ela se
levanta do meu colo. — Você vai voltar lá?
Mia olha para mim surpresa.
Não.
Tasha olha para mim.
Ela está usando sua máscara legal e profissional, usando um manto de
confiança, apesar do fato de estar completamente nua. E úmida. Eu posso
ver como os lábios de sua boceta estão brilhando. O que eu não daria por
uma lambida.
— Claro que vou. Vejo você em casa.
Ela vai me ver em casa? Eu fico de pé quando meu temperamento
atinge o teto. — Você não está trabalhando neste lugar nem mais um
segundo.
Ela revira os olhos. — Oh, por favor. Não aja paternalmente depois do
que acabamos de fazer. Eu não vou desistir porque você me disse para fazer
isso. Isto é minha vida.
Quero gritar, ou melhor, ainda puxá-la por cima do meu ombro, mas
posso sentir aquele segurança a um segundo de me expulsar de verdade
desta vez.
— Eu disse a você, vou cuidar de você.
Mia dá uma risada desdenhosa. — Você? Por que eu confiaria em
você? Eu não confio em você. Minha família te odeia mais do que me odeia,
você pode desaparecer a qualquer momento. Tenho meu futuro para pensar
e só posso confiar em mim mesma.
Por um lado, estou orgulhoso dela por me enfrentar. Por outro, foda-
se isso por uma piada. Ela está deixando este lugar e não pisará em outro
clube de strip enquanto viver. Eu puxo minha carteira da parte de trás do
meu jeans. — Quanto para atingir sua meta?
— Eu pensei que você estava quebrado?
— Estou comprando um negócio falido, não falido em dinheiro. São
centenas de milhares que me devem, não mesada. Quantos?
Ela me considera com a cabeça de lado. — Três mil.
Neste lugar decadente? Duvido, mas não me importo. Eu coloco
oitocentos na mão dela. — Pronto. Você vem e eu te dou o restante. Você
receberá o mesmo na próxima semana e na semana seguinte, e na semana
seguinte. Agora pegue suas coisas e vamos sair daqui, ok?
Mia segura as notas, olhando para mim. — Eu não vou deixar você se
tornar meu sugar daddy. Se você odeia tanto me ver neste lugar, não precisa
olhar.
— Você não vai ser minha sugar baby. — Eu cerro meus dentes, em
seguida, explodi com um. — Você vai ser minha namorada.
A boca de Mia cai aberta. — Você está louco? Como isso vai funcionar
quando você é casado com minha mãe? Não deixe que uma lap dance faça
você perder a cabeça. Você vai me superar pela manhã, eu estarei pior do
que nunca. Apenas pegue o dinheiro de volta, eu não quero isso.
Ela empurra as notas para mim. Belisco minha testa e rosno. Sempre
com os detalhes irritantes quando nada disso importa agora. Coloquei meu
casamento com Giulia Bianchi em um compartimento e a vida que
realmente quero viver em outro. Mia está no compartimento com as coisas
que eu realmente quero.
Concentre-se em uma coisa de cada vez. Tire Mia deste lugar e volte
para casa em segurança.
Tiro minha camiseta pela cabeça, coloco-a sobre Mia e passo seus
braços pelas mangas. Desce até os joelhos como um vestido. Ela está
cuspindo de raiva agora e tentando se afastar de mim, mas eu puxo seu
corpo no estilo de bombeiro por cima do ombro e sigo para a porta.
As unhas de Mia cravam em minhas costas nuas. — Seu idiota, Laz.
O segurança bloqueia a entrada, mas eu passo por ele. — Não se
preocupe em me expulsar, vamos embora. Estou estacionado na frente, o
Camaro preto. Você pode me trazer as coisas de Mia? Tenho vinte para você
no meu carro, se quiser.
O segurança hesita e então se dirige para onde quer que as meninas
tenham seus armários. Acho que não sou o primeiro homem que arrastou
sua namorada, esposa ou filha para fora deste lugar.
Atraímos um monte de olhares dos clientes e transeuntes nas ruas
enquanto nos dirigimos para o meu carro, o homem sem camisa com uma
stripper em uma camiseta por cima do ombro. Eu olho para a frente,
confortável em saber que ninguém pode reconhecer Mia de cabeça para
baixo em uma peruca e uma camiseta grande demais. Se eles me
reconhecerem, bem, não é a coisa mais maluca que já fiz nesta cidade.
Abro a porta do meu carro e coloco Mia no banco de trás. Quando o
segurança chega, pego as coisas dela e as passo para uma Mia furiosa. —
Vista-se. Vou levar você para casa.
Pego uma nota de vinte dólares no porta-luvas e passo para o
segurança. — Obrigado, cara. Ela não vai trabalhar aqui de novo.
O homem ri, balançando a cabeça enquanto se afasta. — Claro, ela
não vai.
Sento-me no banco do motorista enquanto Mia tira a peruca e a
maquiagem e veste as próprias roupas. Assim que ela volta a me olhar, ligo o
carro e seguimos em silêncio rumo a casa.
Abro duas portas da casa para que Giulia não veja meu carro se olhar
pela janela.
Encontrando os olhos de Mia no espelho retrovisor, eu digo. — A foto
de você com seus peitos de fora. Isso não foi tirado na escola, foi?
Seu olhar se afasta de mim e ela sussurra. — Não. Kaleb e seu irmão
vieram ao clube. O segurança os expulsou por tirar a foto, mas era tarde
demais.
Que par de idiotas. Eu gostaria de tê-los socado com mais força. —
Essa é a primeira e última vez que você mente para mim. Fora.
Ela pisca para mim surpresa. — O quê?
— Você está em casa. Caia fora. — Do jeito que estou depois do que
acabamos de fazer, não ouso arriscar entrar com Mia e Giulia nos vendo
juntos. Não consigo agir com naturalidade quando só penso em arrastar Mia
escada acima e fodê-la com força até que ela concorde em fazer tudo o que
eu disser.
Com a expressão fechada e zangada, Mia sai do meu carro, bate a
porta e caminha rapidamente pela calçada até nossa casa. Espero ouvir a
porta da frente bater e então me afasto do meio-fio.
Pretendia dirigir por mais uma hora e me refrescar, mas sinto um
aperto no peito. Pela primeira vez em muito tempo, anos provavelmente, eu
só quero ir para casa.
Alguns minutos depois, entro na garagem e desligo o motor.
Lá dentro, Giulia está sentada no balcão da cozinha enquanto Mia se
serve de um copo de suco. Minha enteada me encara, acho que ela não
esperava que eu voltasse tão cedo.
Nem eu, mas precisava vê-la aqui, de volta ao normal.
Giulia torce o nariz para mim. — Onde você esteve? Você cheira como
se uma prostituta barata estivesse se esfregando em você.
Por cima do ombro, Mia fica pálida e sua mandíbula aperta. Só posso
imaginar o inferno que cairia sobre sua cabeça se Giulia descobrisse onde
esteve esta noite e todas as outras noites em que dançou no clube. Ser
arrastada para o porão, amarrada e açoitada pode não estar fora de
questão.
— Eu? Comi um sorvete lilás mais cedo e não foi barato. Foi delicioso,
doce e exatamente o que eu queria.
Giulia me lança um olhar perplexo e se volta para o telefone. Por cima
do ombro, dou a Mia um olhar significativo.
— Na verdade, foi perfeito.
Você é perfeita.
Então eu tenho que dar o fora de lá porque o interior da minha calça
jeans está uma bagunça e eu preciso de um banho.
Quinze minutos depois, estou sentado na beira da cama com uma
toalha em volta dos quadris, secando o cabelo enquanto procuro e-mails no
meu telefone. Devo ter o e-mail da Mia em algum lugar.
Finalmente o encontrei em um de Giulia quando ela estava planejando
nosso casamento e ela copiou toda a família. Ela até incluiu o número de
telefone de Mia para o caso de alguém ter dúvidas sobre o nosso dia
especial.
Eu cerro os dentes, lembrando da farsa que foi o nosso casamento.
Giulia estava absorvendo toda a atenção que recebia como noiva, agindo
como se estivéssemos apaixonados e não fosse um acordo entre duas
pessoas que estiveram na mesma sala apenas três vezes.
Tentei me concentrar na minha noiva e me preparar mentalmente
com a ideia de dormir com ela. Estou acostumado a olhar nos olhos de uma
mulher que estou prestes a transar e ver uma necessidade dolorosa de
sentir meu pau dentro dela. Giulia olhou através de mim.
E havia a terceira dama de honra e filha mais nova de Giulia, Mia. Ela
estava atrás de suas irmãs mais velhas segurando um pequeno buquê rosa,
parecendo tão chateada quanto eu. Ninguém prestou a menor atenção a
ela, mas eu notei seu revirar de olhos e o movimento impaciente de seus
pés. Eu também podia ver o contorno de seus mamilos através do cetim fino
de seu vestido de dama de honra. O design era simples e se agarrava a seu
corpo delicioso, eu não conseguia parar de olhar para ela durante meus
votos. Finalmente consegui sua atenção, ela estava tão enojada comigo.
Desgosto queimava em seus olhos, algo mais que eu suspeitava e que ela
odiaria admitir. Que tinha passado pela cabeça dela que ela gostaria de ser
empurrada contra a parede enquanto eu fodia sua boceta com a língua.
E de repente, queria transar com uma das mulheres Bianchi. Eu queria
transar com ela muito.
Só que era a maldita errada. Se eu não pudesse transar com Mia,
então a próxima melhor coisa seria tornar a vida dela um inferno, porque é
isso que eu faço quando estou com raiva.
Eu ajo como um idiota.
Mando a Mia os dois mil e duzentos dólares que prometi a ela. Alguns
minutos depois, recebo uma notificação de que o dinheiro foi revertido para
minha conta.
Franzindo a testa, envio-lhe uma mensagem. Pegue o maldito dinheiro.
Eu sei que você precisa.
Eu nunca faço 3 mil em uma noite. Vou ficar com os oitocentos pela
dança, mas não quero o resto. Obrigada pelo gesto, eu aprecio isso. Mas eu
posso cuidar de mim.
O gesto? Não foi um gesto, é uma promessa a ela de que não vou
sentar e deixar dezenas de homens detestáveis colocarem seus olhos
indignos em todo o corpo dela.
Eu digito de volta uma resposta com raiva. Chame do que quiser, mas
você nunca mais vai tirar a roupa novamente. Eu proíbo.
Eu sorrio para o meu telefone. Proibir. Pareço um padrasto colocando
a enteada na linha.
Claro, acabei de gozar nas calças enquanto minha enteada estava
moendo no meu colo, mas estou estabelecendo a lei quando é importante.
Meu telefone vibra um momento depois. Eu não vou parar de
trabalhar. Este é o único poder que tenho no mundo e você não vai tirá-lo de
mim. Diga a mamãe se quiser, cause outra grande briga, mas ela também
não vai me impedir.
Claro que não vou contar a Giulia, mas também não vou deixar que
outros homens fiquem de olho na mulher que eu quero.
A mulher que eu quero, mas não posso ter.
Giulia entra e me vê sentado na cama só de toalha. Seu olhar
permanece em meu corpo, meio irritado com a minha presença, meio
interessada. A última coisa que preciso agora é transar com minha esposa
com a cabeça cheia de Mia.
— Boa noite. — murmuro, jogando minha toalha no chão e deslizando
entre os lençóis.
Finjo estar dormindo profundamente quando Giulia se deita e põe a
mão nas minhas costas.
No dia seguinte, estou vagando de mau humor por um
estacionamento de carros usados, procurando por um carro potente que foi
negligenciado para que eu possa trazê-lo de volta à vida com um pouco de
amor, uma nova camada de tinta e um motor superpotente. Se não posso
comprar uma oficina, vou me distrair consertando um carro em casa. Há
muito espaço na garagem quádrupla de Giulia, isso me dará algo físico para
fazer. Eu malho todos os dias na academia e ainda estou tão frustrado o dia
todo.
Talvez eu devesse ter transado com Giulia ontem à noite. Se eu
tivesse, ela poderia ter engravidado, eu estaria um passo mais perto de
conseguir o que é meu por direito. Mas o pensamento de Mia no final do
corredor nos ouvindo e totalmente enojada consigo mesma por dançar no
meu colo e chegar ao orgasmo apenas algumas horas antes me parou.
Talvez eu possa pegar Giulia enquanto Mia está na casa da irmã ou algo
assim e transar com ela rapidamente.
Eu paro o que estou fazendo e inclino minha cabeça para trás com um
gemido. Jesus, porra, Cristo. O que estou fazendo, me esgueirando pelas
costas da minha enteada com minha esposa agora? Isso é loucura. Como
faço para me meter nessas confusões?
Chuto um pneu meio vazio. Eu sei como entrei nessa confusão.
Ficando obcecado pela minha linda e intocável enteada. Ela não vai querer
nada comigo se me ouvir trepando com a mãe dela. Ela provavelmente não
vai me deixar tocá-la novamente, ponto final, porque ela não é tão confusa
quanto eu, não deveria estar tentando deixá-la assim.
Mas os lábios de Mia.
O corpo dela.
A maneira como ela me provoca e depois abre um sorriso.
Somos um casal com fodidos familiares juntos, eu gostaria de poder
pegá-la em meus braços e carregá-la para longe de toda essa besteira.
Meu telefone toca e eu o tiro do bolso. É Giulia, atendo. — O quê?
— Lazzaro.
Eu levanto minha cabeça e franzo a testa. Ela não parece normal, levo
um momento para perceber que ela está engasgada com as lágrimas. — O
que há de errado?
— Lazzaro, algo terrível aconteceu. Venha rápido.
CAPÍTULO SEIS
MIA
Nos próximos dias, o rosto de Mia queima sempre que ela põe os
olhos em mim ou quando sua mãe entra na sala. Minha missão é me
aproximar dela o máximo possível, porque o prazer sádico que sinto ao vê-la
se contorcer está fora de cogitação.
Certa manhã, antes da escola, entro na cozinha no momento em que
ela leva uma caneca aos lábios e murmuro. — Engula como uma boa
menina.
Ela engasga e quase cospe o café. Limpando o queixo, ela verifica se
não há mais ninguém por perto e sussurra. — Você não tem vergonha?
Por favor. Onde está a graça de sentir vergonha quando há um prazer
de tirar o fôlego e mel pegajoso de uma garota que chupa um pau como se
estivesse tentando engolir minha alma?
Eu também não sou o único que pensa assim. Eu pego Mia lançando
olhares furtivos para mim tantas vezes quanto eu me pego devorando
avidamente sua bunda cor de pêssego e a curva de seus seios. Tudo o que
tenho a fazer é levantar os braços acima da cabeça e me alongar, ela se
concentra na linha dura de músculos do meu quadril que desaparece dentro
do meu jeans, a adorável putinha. E digo isso como um elogio. Não há nada
mais gostoso do que quando uma garota abandona todas as suas inibições
por você. Eu quero sussurrar em seu ouvido que deliciosa vadia ela é para
mim enquanto estou enterrado profundamente dentro dela e sinto seu
aperto em torno de mim em puro deleite.
Só para mim.
Uma tarde ela está comendo morangos, devagar, um a um, chupando
as pontas antes de mordê-los e deixando o suco escorrer pela língua. Estou
prestes a explodir em meu jeans enquanto ela me encara do outro lado do
balcão da cozinha.
Giulia está chamando por Mia de outra parte da casa, ficando cada vez
mais irada a cada momento.
— Sua mãe quer você. — murmuro, meu olhar treinado em seus lábios
suculentos. O que eu não daria para enfiar meu polegar em sua boca junto
com toda aquela fruta doce e sentir sua língua se movendo contra mim.
— Mia. — Os saltos altos estalam furiosamente nos ladrilhos. Giulia
irrompe na cozinha, com o rosto pálido e zangado.
Mia ergue os olhos dos morangos e se vira para a mãe, piscando como
se tivesse acabado de acordar de um sonho. — O quê?
— Pelo amor de Deus, Mia. O que está acontecendo nessa sua cabeça?
Meu pau, murmuro, escondendo meus lábios atrás do copo de água
que estou bebendo. Mia não consegue me tirar da cabeça, estou ansioso
para saber todas as maneiras pelas quais ela está me imaginando trepando
com ela. Quero tornar cada uma delas uma realidade o mais rápido possível.
— Estou chamando você há dez minutos. Preciso que você leve todas
as decorações da sala para o apartamento de Isabel e as guarde.
— Vou levá-la. — eu digo automaticamente, Mia me lança um olhar
suspeito.
— Eu irei sozinha, obrigada.
— Não, leve Lazzaro com você. — diz Giulia, pegando a bolsa. — Eu
preciso que você termine rápido para que você possa voltar aqui e dar a
geral para a festa. A receita está na geladeira. Eu vou pegar a comida.
Lembre-se, tudo precisa estar pronto às sete.
Isabel vai receber alta esta noite e Giulia vai dar-lhe uma festa de
boas-vindas. Mia pega as chaves do apartamento da irmã no gancho, pega a
caixa de enfeites e me segue até o carro, arrastando os pés.
Enquanto dirigimos, ela olha para a caixa de enfeites. Cores alegres e
brilhantes. Giulia os fez ela mesma. O ferimento de seu bebê parece tê-la
jogado em um estado de espírito maternal e caseiro.
— Foi meu aniversário no mês passado. Mamãe me deu uma festa em
casa.
Minhas sobrancelhas levantam em surpresa. — Uma festa?
Estranhamente gentil.
Mia olha pela janela com os braços em volta da decoração. — Você
pensaria assim. Ninguém me desejou feliz aniversário. Tio Roberto cortou o
bolo na cozinha e distribuiu, sem perceber que havia velas ou que era meu
bolo de aniversário. Mamãe estava falando sem parar sobre seu casamento
com você, ela apenas aceitou um pedaço e começou a comê-lo.
Começa a chover, gotas grossas de água batem no para-brisa.
Imagino Mia sentada na ponta da mesa, vendo todo mundo comendo
seu bolo de aniversário como se ela nem estivesse ali.
Ninguém pode te machucar como a família pode.
Só porque você diz a si mesmo que não importa, não significa que
você pare de se importar com esse tipo de dor.
— Escute-me. Tenho dezoito anos e pareço um bebê. — Ela balança a
cabeça enquanto olha para a rua chuvosa. — Eu tenho que sair, Laz. Eu sei
que você vai aparecer no Peppers amanhã à noite e tentar me impedir de
dançar, mas se você arruinar meus sonhos, então você realmente vai partir
meu coração.
Cerro os dentes e passo a mão pelo cabelo. Eu sabia que ela ia dizer
isso. A noite de sábado tem se aproximado cada vez mais durante toda a
semana, eu odiei cada minuto que a aproximava de voltar ao poste.
Ela dá de ombros. — Mas então, me machucar tem sido seu objetivo o
tempo todo, então agora você sabe exatamente como fazer isso.
Atormentá-la tem sido meu cardio ultimamente, claro, mas por
esporte. Essa Mia miserável e abatida nunca é o que eu queria. Ela sente
que está indo pelo ralo e não sei como puxá-la de volta.
— Você não deveria ter que recorrer a algo que odeia para escapar. —
eu digo, minhas mãos apertadas no volante.
— Quem disse que eu odeio isso? Eu gosto de ser Tasha. Tasha é livre.
— Mia mantém meu olhar, mas seu lábio superior treme e seus olhos ficam
lacrimejantes. Ela desvia o olhar, piscando com raiva.
No apartamento de Isabel, ela coloca a caixa de enfeites na mesinha
de centro, nós olhamos para a sala de estar elegante e de design que é
decorada muito como a casa de Giulia. Minimalista. Superfícies brancas.
Sem alma.
— Por que você ainda quer me ajudar com isso? — Mia pergunta,
remexendo na caixa.
Eu encontro seus olhos com uma expressão significativa no meu rosto.
Sem motivos virtuosos, com certeza.
Mia fica vermelha. — Você não tem vergonha? Nenhuma culpa pelo
que fizemos?
Esgueirar-se pelas costas da minha parceira não é algo que eu tenha
feito antes ou imaginado fazer. Eu gostaria de poder dizer que odiei isso,
mas a única vez que consigo respirar é quando estou perto de Mia. Estou
lutando para me importar com o que é certo e errado.
— Vergonha não está no meu vocabulário, Bambi.
Mia abaixa os olhos, posso dizer por sua expressão de dor que está no
dela. Seus movimentos enquanto ela arrasta algumas bandeiras são
forçados e raivosos e a dor aparece em seu rosto.
— Você precisa manter suas mãos para si mesmo de agora em diante.
Ela está certa, eu preciso fazer isso.
Mas precisar e fazer?
Coisas totalmente diferentes.
Há uma fileira de fotografias sobre a lareira, vou até lá para analisá-las.
Então eu franzo a testa. Foto após foto de Giulia e suas filhas. — Bambi?
— Sim, eu sei.
— Você não está nessas fotos. É só sua mãe, Isabel e Rieta.
— Eu disse que sei. Isabel gosta apenas de fotos de sua família.
— Mas você é a família dela! — Mia não está em nenhuma foto do
apartamento. Agora que penso nisso, Mia está em quase nenhuma das fotos
que Giulia colocou em sua própria casa também. As que a apresentam são
fotos de família em que Mia está ao fundo. Não há apenas Mia ou mesmo
Mia com suas irmãs.
Mia se aproxima, arranca a moldura da minha mão e a joga na
prateleira com tanta força que acho que o vidro vai quebrar. — Você pode,
por favor, se concentrar para que possamos terminar e sair daqui?
— Mia... — Estendo a mão para ela, mas ela me joga para longe com
raiva.
— Não preciso de você tentando me ferrar agora, Laz. — Seus olhos
estão mais selvagens do que eu já vi antes.
— Estou tentando te confortar.
Ela empurra uma braçada de decorações brancas e amarelas para
mim. — Eu não preciso da sua pena. Preciso que você pendure esta
bandeirola.
Sinto um gosto nauseabundo na boca enquanto penduro as alegres
decorações pelo apartamento de Isabel. Pelo menos meus irmãos
reconhecem minha existência quando me dizem que sou um fodido. A
maneira como Mia está sendo excluída é distorcida. Ela nem fez nada de
errado.
Fico cada vez mais irritado vendo Mia mexer nas decorações e deixá-
las perfeitas para uma irmã que a trata como lixo, até que arranco a caixa de
suas mãos.
— Está feito. Estamos saindo. E você não vai a esta festa.
— O quê?
— Vou dizer a Giulia que você está doente. Você está com dor de
cabeça.
Enquanto a levo para o meu carro, ela me diz. — Laz, tenho lidado
com isso toda a minha vida. Não preciso da sua pena nem da sua
interferência. Preciso que você me deixe fazer meu trabalho na Peppers
para que eu possa dar o fora daqui o mais rápido possível.
— Sobre o meu cadáver. — eu rosno.
— Isso pode ser arranjado. Se você ficar no meu caminho, eu vou dizer
a mamãe exatamente como você sabe que eu trabalho no Peppers e todos
os detalhes sangrentos sobre a dança que você pagou. Se ela não acreditar
em mim, pedirei ao segurança para me apoiar. Jimmy está do lado das
meninas, não importa o que elas peçam.
— Você vai se ferrar.
— E você também, quaisquer planos que tenha para o seu dinheiro.
Destruição mutuamente garantida. — Ela joga o cabelo por cima do ombro e
olha para mim por cima do meu Camaro. — Sua vez, Laz.
Mia vai para a festa. Eu vou para a porra da festa e observo Mia servir
bebidas, mãos em pratos de queijo como se ela fosse da equipe, não da
família. O tempo todo, estou pensando em sua ameaça de contar tudo à
mãe. Amanhã à noite, dezenas de homens vão estar babando em cima de
Mia, ela vai esfregar seu seio nu no colo deles enquanto murmura para eles
que adora suas tatuagens. Minha pressão arterial dispara através do
telhado.
Quando termino minha taça de vinho tinto, pego meu telefone e me
aproximo de Isabel, que está sentada no sofá como uma rainha. Sua perna
está engessada e os hematomas estão desaparecendo lentamente de seu
rosto.
— Vamos tirar uma foto sua e de sua irmã.
Isabel procura por Rieta e percebe que ela está do outro lado da sala
conversando com uma prima.
— Não, sua outra irmã. Você sabe que tem outra irmã, certo? — Eu
estalo meus dedos para Mia, que está caminhando em direção à cozinha
com uma bandeja cheia de copos sujos. — Garçonete. Hora de tirar uma
foto com sua, querida Isabel.
Mia me lança um olhar sujo e desaparece na cozinha.
— Você é engraçado. — Isabel fala para mim.
— Sim. É por isso que vocês estão rindo tanto. — murmuro, enfiando
o telefone de volta no bolso e seguindo Mia.
Ela está enfiando os pratos na máquina de lavar louça e não olha para
mim.
Cruzo os braços e me apoio no balcão da cozinha, procurando a coisa
mais cruel que posso dizer a ela. — É como se você gostasse deles andando
em cima de você.
Mia pega uma faca de manteiga do balcão e a brande em minha
garganta. — Eu vou destruir sua vida se você não ficar bem longe de mim.
A excitação queima meu peito quando vejo o fogo em seus olhos.
Ela é o que eu desejo.
Ela é o que eu preciso.
Eu me inclino perigosamente perto, a ponta do meu nariz está quase
tocando o dela, a faca que ela está segurando pressiona em minha garganta.
— Desafio aceito, porra.
— Toc. Toc.
Eu olho para cima da minha lição de casa para ver Laz enchendo minha
porta, vestindo um par de jeans tão apertado que faria um anjo corar. Eu me
pergunto se dói ficar de pau duro nisso ou se dói de um jeito bom. Às vezes,
quando fico excitada com jeans apertados, aperto minhas coxas de
propósito e é incrível.
— Sua mãe saiu. — ele me diz com um sorriso perverso.
Eu rolo minha caneta distraidamente ao longo de meus lábios. É
quando isso acontece? Vamos fazer sexo na minha cama enquanto a mamãe
está fora? Acho que não vou conseguir relaxar se ficar ouvindo o carro dela
o tempo todo. Então, novamente, Laz tem o hábito de bloquear minha
consciência de tudo, menos dele quando estamos juntos.
Mas, em vez de tirar a camiseta, ele tira o telefone do bolso de trás
enquanto caminha em minha direção. — É hora de se vingar, Bambi.
Eu encaro seu peito, meio que desejando que ele tire a camisa. —
Hum? Desculpe, o quê?
Tire sua mente do pau dele.
— Vingança. — Laz diz novamente. Ele segura minha bochecha e joga
o polegar sobre meus lábios. — Estrague a festa dela.
Eu sugo uma respiração alarmada. — Eu não posso fazer isso.
— Sim você pode. Ela agendou para o aniversário da morte do seu pai,
sabendo que isso iria aborrecê-la. Se você não destruí-la, eu irei. Mas é mais
fácil se você me ajudar.
— Por quê?
— Porque minha impressão de Giulia Bianchi não é grande coisa.
Ele toca o telefone algumas vezes e de repente percebo o que ele
pretende que façamos. Não podemos.
Não devemos.
Isso é simplesmente perverso.
Uma emoção passa por mim.
— Vamos fazê-lo juntos. Vou discar. Você fala.
Ele pressiona Ligar e coloca no viva-voz. Toca um punhado de vezes e
então alguém atende.
— Olá, você ligou para o Regency Hotel. Como posso ajudá-lo?
Laz fala com uma voz alegre. — Gostaria de falar com o coordenador
de eventos, por favor.
— Um momento.
Outro tom de discagem soa, em seguida, uma mulher atende e se
anuncia como Kelly, a coordenadora de eventos.
Ar morto. Laz me encara.
— Olá? — Kelly diz novamente.
Minha mandíbula funciona.
Eu realmente vou fazer isso?
Estendo a mão e aperto o botão vermelho, desligando a ligação.
Laz esfrega a nuca, seu rosto caindo. — Ah, Bambi. Por que você fez
isso?
Porque não se trata apenas da festa.
— Não posso. Não podemos. Você é casado. Eu sei que ela é irracional
e egoísta às vezes, mas ela é minha mãe.
— Você é nobre pra caralho. — ele rosna.
— E você vai se matar.
Ele me dá um sorriso duro e sarcástico. — Não me diga. Afinal, sou um
Rosetti.
— O quê?
Laz passa por cima dessa afirmação. — Só quero duas coisas, meu
dinheiro para comprar minha oficina e você. Ainda não posso ter meu
dinheiro, então vou ficar com você.
Ele tenta me beijar, mas coloco minha mão sobre sua boca,
impedindo-o. — Eu não sou seu prêmio de consolação.
Ele tira minha mão. — Bambi, você é meu grande prêmio.
Nossos lábios estão tão próximos. Eu poderia beijá-lo agora. Um beijo
de amante, mais sobre sentimentos do que sobre sexo. Querer meu
padrasto é uma coisa.
Apaixonar-me por ele?
Insano.
Eu me puxo para fora de seu controle e me afasto.
— Eu não posso ser seu tudo. Gosto muito de você, me preocupo com
você, estou sempre pensando em você, mas isso não está certo.
A expressão em seus olhos oscila entre a raiva e a dor. — Se você
queria dizer as palavras que me fariam recuar, não são essas. — Ele se move
em minha direção como um caçador perseguindo sua presa. — Você gosta
de mim? Você se importa comigo? Isso é oxigênio para mim.
Eu estava tentando lembrá-lo de que ele tem boas qualidades e não
deve jogar fora seus sonhos em um caso que pode levá-lo à morte.
Estou me lembrando também. Ele é o homem que vai lutar por mim
quando ninguém mais o fará. Sua proteção parece calor derramando-se pelo
meu corpo. Não podemos destruir toda essa bondade agindo como idiotas.
Laz me pega em seus braços e sua boca desce até a minha em um
beijo faminto.
Eu tenho apenas uma fração de segundo de sanidade, mas é o
suficiente. Afasto-me dele e corro escada abaixo. Eu preciso de uma bebida
gelada. Talvez um mergulho. Algo para limpar minha mente.
Há vozes masculinas na sala e percebo que meus tios se aproximaram.
Para chegar à cozinha ou à piscina, terei de passar por eles, tenho pavor de
que me olhem e vejam a vergonha estampada em meu corpo.
— ... sendo tão difícil sobre a festa. Não sei o que vou fazer com ela.
Essa é a voz da mamãe. Eu congelo no meio do caminho.
— Difícil? — zomba Marzio. — Aquela garota nasceu um problema.
Cruzo os braços e me abraço, desejando saber o que fazer para que
meus tios me perdoem por ter nascido. Sempre fui legal com eles. Educada
com eles. Tentei ficar fora de seus caminhos e não chamar a atenção para
mim. Nunca é o bastante.
— Case-a o mais rápido possível. Tire-a desta casa.
— Talvez. — mamãe responde, mas ela parece incerta. Sinto uma
onda de gratidão por ela não estar falando de mim como se eu fosse a
criança problemática. — Mas quem a levaria?
Meu coração despenca.
— Dissemos a você há dezenove anos o que fazer com aquela criança,
mas você não quis nos ouvir. — resmunga tio Tomaso, outra pessoa
murmura sua concordância.
— Achei que ela acabaria se encaixando na família. — responde
mamãe. Não consigo vê-la, mas ela parece cansada e frustrada.
— Tudo o que ela faz é causar problemas e trazer vergonha para
nossas cabeças.
— Você deve se arrepender de não ter seguido nosso conselho, Giulia.
Que conselho? Do que eles estão falando? O que aconteceu dezenove
anos atrás que...
Oh.
Oh.
Minhas entranhas congelam de horror.
Não diga isso, mãe.
Não diga isso.
Por favor, eu estou te implorando.
— É tarde demais para um aborto agora. — Mamãe ri levemente. —
Eu cuido de Mia. Ela tem seus pequenos momentos de rebeldia, mas fará o
que eu mandar. Ela sempre faz isso.
Sentir-se indesejada é uma coisa. Isso brinca em sua mente no escuro,
mas você pode se livrar da miséria quando o sol nascer.
Sabendo que você não é desejada?
Auto-aversão e vergonha inundam meu corpo e alma tão rápido que
eu engasgo, corro para as escadas. Eu me fiz tão pequena para minha
família, tão quieta, para que eles fingissem que eu não existia. Nunca seria o
suficiente porque eles não queriam que eu existisse em primeiro lugar.
Eu cegamente tento encontrar meu quarto, me deparo com uma
figura alta e larga vestida de preto.
Laz agarra meus braços. — Bambi? O que há de errado? O que
aconteceu?
Não consigo falar estou chorando muito. Abro a boca, mas uma
sensação de enjoo sobe pela minha garganta tão rápido que sei que não
tenho tempo para explicar. Eu empurro Laz e mergulho para a porta do
banheiro, abrindo-a e lutando para chegar ao banheiro.
Vômito incontrolável atormenta meu corpo. Meu estômago parece
que está tentando virar do avesso enquanto eu vomito.
— Ah, minha pequena Mia. — ele murmura, juntando meu cabelo em
suas mãos e então gentilmente acariciando minhas costas. — Você está
doente?
Eu gostaria que ele fosse embora. É nojento para ele me ver assim.
Finalmente, minhas entranhas param de doer. Eu limpo minha boca
com um pouco de papel higiênico e lavo toda a bagunça. Não consigo
encontrar os olhos de Laz, então lavo a boca e jogo água fria no rosto.
— Devo ir à farmácia para você? Você teve intoxicação alimentar?
Secando meu rosto com uma toalha, eu balanço minha cabeça. — Não
é nada. Apenas algo que ouvi mamãe e meus tios dizendo.
— O que eles disseram? — ele pergunta friamente.
— Não importa. — eu respondo, colocando pasta de dente na minha
escova e enfiando na minha boca. Esfrego cada dente e minha língua no
fundo da boca o mais forte que posso.
Laz me observa, os braços cruzados com força sobre o peito e o
assassinato piscando em seus olhos.
Eu cuspo e lavo minha boca, meu olhar cai para o jeans de Laz, onde
posso ver o contorno de algo retangular. Passo por ele e fecho a porta do
banheiro. — Pegue seu telefone. Faça essa ligação.
Seus braços se soltam em surpresa. — Sério? Você quer dizer aquilo?
Eu concordo. Agora que o mal estar está passando, tudo que me resta
é raiva.
Observo Laz fazer a ligação e falar com a pessoa certa, ele estende o
telefone para mim. Há um sorriso em seus belos lábios cheios de cicatrizes.
Respiro fundo e assumo o tom cortante e imperioso de minha mãe. —
Kelly. Aqui é Giulia Bianchi.
— Oh, olá, Sra. Bianchi. O que eu posso fazer para você hoje?
— Eu... preciso cancelar minha festa. — Atrapalho-me na conversa,
dizendo a uma Kelly claramente irritada que entendo que não vou receber
meu dinheiro de volta.
— Posso perguntar o motivo desse cancelamento? — Kelly pergunta,
com sua atitude você pensaria que eu estava rejeitando uma audiência com
a Rainha da Inglaterra.
— Eu mudei de ideia.
— Há uma lista de espera para este local. Não poderei remarcar o
espaço para você por meses se você mudar de ideia novamente.
— Eu não vou. — Estendo a mão, aperto o botão vermelho do telefone
de Laz e desligo.
Cubro minha boca com as duas mãos, chocada e encantada ao mesmo
tempo. Laz está olhando para mim como se não pudesse acreditar que eu
realmente continuei com isso. Também não acredito que passei por isso.
Afasto minhas mãos e sussurro. — Nunca fiz nada assim antes.
— Como se sentiu?
— Incrível. — eu respiro.
— Sua garota má do caralho. — Laz me puxa para mais perto, pega
meu rosto em suas mãos e me beija com força, sua língua separando meus
lábios. Meu coração está batendo descontroladamente enquanto Laz me
empoleira na pia e se move entre minhas coxas, puxando-as ao redor de
seus quadris. Ele me domina.
Me invade.
Me conquista.
É o beijo mais intenso da minha vida.
Eu tomo seu lábio inferior entre meus dentes, mordendo suavemente.
Ele geme, me deleito com meu novo poder. Cansei de ser uma boa menina
para os Bianchis.
De agora em diante, serei uma garota má para Laz Rosetti.
CAPÍTULO NOVE
LAZ
Já ouvi muito sobre sexo, como pode ser bom, como pode ser ruim,
como é confuso e como é maravilhoso. Eu não estava preparada para ver
como um homem ficaria bonito com seu pau enterrado dentro de mim ou
como era estranhamente delicioso sentir o alongamento e a queimação de
suas estocadas.
Eu realmente não estava preparada para o quão vulnerável Laz parece
enquanto ele empurra com cuidado, cobrindo minha boca com beijos
desesperados e fechando as mãos nos lençóis.
— Bambi. Baby. — ele geme, olhando entre nós no lugar onde
estamos unidos. A espessura dele é quase chocante.
Ele puxa de repente e desliza para baixo entre minhas coxas. — Eu
preciso fazer você gozar de novo. — diz ele, lambendo-me com urgência.
Prazer dispara através de mim. Minha carne sensível anseia por seu
toque, ele me dá o que preciso sem piedade. Minhas pernas tremem
quando meu orgasmo se aproxima, ele agarra minhas coxas com força e se
curva. Lembro-me de ter cuidado, de não gritar alto, mas depois me lembro
de onde estamos e de que posso fazer o que quiser.
Eu jogo minha cabeça para trás com um grito alto e me entrego ao
meu clímax completamente.
Laz sobe pelo meu corpo, no momento em que abro os olhos, ele
mergulha em mim novamente. Eu suspiro e envolvo minhas pernas em
torno dele.
— Posso gozar em você? — ele pergunta com um gemido, eu aceno e
capturo seu rosto em minhas mãos. Quero ver como ele fica no momento
final. Aposto que ele é lindo.
Laz geme mais forte e aumenta a velocidade de seus golpes, puxando
todo o caminho para fora, em seguida, mergulhando novamente. Isso deve
ser incrivelmente bom para ele, porque suas bochechas ficam vermelhas e
sua respiração fica mais difícil. Então ele empurra profunda e rapidamente,
seu ritmo aumentando até que ele de repente grita.
— Foda-se, Bambi.
Eu sinto todo o seu corpo ficar rígido e seu pau ter espasmos. Então
ele cai lentamente sobre os cotovelos e me beija tonto.
Entrelaço meus dedos nos dele, minha mão esquerda e a mão
esquerda dele, nossos anéis tilintam suavemente. Há um desejo feroz em
meu peito. Eu quero esse homem só para mim. Não quero dividi-lo com
ninguém.
— Foi uma boa primeira vez? — Ele pergunta, puxando-me mais
apertado contra ele.
— A melhor. — eu sussurro, me alongando luxuosamente e abanando
todos os dedos dos pés.
— Estou feliz, minha linda esposa.
Pedimos serviço de quarto, comemos hambúrgueres e batatas fritas
com ketchup em roupões de banho enquanto contemplamos a cidade. Só
rastejando para a cama e nos acomodando para dormir nos braços um do
outro quando nossos olhos estão pesados.
Estou tão feliz por ter arruinado a festa da mamãe é a última coisa que
penso antes de adormecer.
De manhã, acordo nos braços de Laz e me aninho mais perto dele. Ele
murmura sonolento, envolve seus braços mais apertados em volta de mim e
beija o topo da minha cabeça. — Bom dia, esposa.
Eu rio contra seu peito, tonta porque a fantasia ainda não acabou. Laz
me puxa apertado contra seus quadris e eu sinto o quão duro ele está.
— Deixe-me lavar seu cabelo. — diz ele, acariciando os dedos por ele.
Eu me contorço contra sua ereção, ainda me sentindo muito sonolenta
para me levantar. — Tem certeza que não quer ficar na cama?
— Eu posso te foder no chuveiro. — ele aponta.
E assim, minha boceta é uma cadela acordada.
O banheiro é enorme e luxuoso com box amplo com vários jatos.
Enquanto ele ensaboa meu cabelo, ele me faz perguntas bobas, como quais
são minhas combinações favoritas de comidas estranhas.
— Manteiga de amendoim e picles. — respondo.
— Sua esquisita.
— Oh sim? Qual é a sua combinação estranha?
— Eu gosto de mergulhar Oreos em suco, mas isso não é estranho.
Isso é praticamente gourmet.
— Ewww.
Ele me faz cócegas e eu guincho como um pterodátilo de tanto que
estou rindo.
Não é até que ele está enxaguando o condicionador do meu cabelo
que seu pau bate contra a minha bunda e eu me lembro de sua promessa de
sexo no chuveiro. Eu me contorço contra ele até que ele esteja aninhado na
minha bunda.
Laz geme e beija meu pescoço. Estou tão excitada e molhada que
quando a cabeça macia de seu pau desliza entre meus lábios, ele desliza
direto para dentro.
Minhas palmas pousam contra os ladrilhos e eu afasto meus pés. Uma
de suas grandes mãos tatuadas pousa ao lado da minha, eu olho para o
quanto perfeitos nós parecemos juntos enquanto ele empurra
cuidadosamente em mim, seus lábios contra minha orelha.
— Você está dolorida, Bambi?
Eu balanço minha cabeça, a água fluindo pela minha pele e ao redor
do lugar onde ele está empurrando profundamente dentro de mim.
Laz geme e começa a me foder a sério, seu corpo poderoso fazendo
sons de estalo a cada estocada. Eu arco de volta em seu aperto na minha
cintura.
Meu clitóris está bem ali, brinco comigo mesma, esfregando com força
no ritmo de suas estocadas. Meus olhos estão fechados e me sinto cercada
por Laz. Segura por ele. Há apenas ele e eu, o som da água corrente e o
êxtase que está crescendo dentro de mim.
Eu gozo em uma corrida alegre, a água fria contra a minha pele
quente, então me deleito com as sensações de Laz socando em mim com
puro abandono e gozando com um gemido em meu ouvido, torcendo até a
última gota de prazer deste momento.
Porque acabou muito cedo. A água é desligada. Nos secamos e nos
vestimos. Não há como fazer as malas, pois não trouxemos nada conosco,
então trocamos um beijo final atrás da porta fechada e deixamos tudo para
trás.
Nós nos damos as mãos enquanto descemos no elevador e saímos.
Quando passamos pelas portas da frente para o ar fresco, nos soltamos.
Laz me lança um olhar que é tão melancólico quanto eu, enquanto tira
o bilhete do manobrista de sua carteira e seu Camaro é trazido.
De volta para casa.
De volta a Laz sendo meu padrasto.
De volta à realidade de merda.
— Aqui.
Rieta põe uma caneca de chá com leite em minhas mãos e se senta ao
meu lado no sofá. Sua expressão é marcada pela simpatia quando ela
pergunta. — Como você está se sentindo?
Já se passaram três dias desde que Rieta e eu ficamos lado a lado no
banheiro dela, olhando para o teste de gravidez positivo. As pessoas falam
sobre o tempo parado quando você leva um choque, mas não foi assim que
aconteceu comigo.
Tudo começou a correr muito rápido. Fora do meu controle.
Não me lembro, mas parece que eu estava gritando: Vou te matar,
Lazzaro Rosetti.
Quando voltei para mim, estava segurando dois pedaços do teste
quebrado em cada mão.
Agora não sinto nada. Encaro minha xícara de chá, desejando uma
maneira de fazer tudo fazer sentido.
— Ainda não ouviu nada de Laz? — Rieta pergunta, olhando para a
tela em branco do meu telefone.
— Nada. — eu sussurro desoladamente.
Nem uma maldita palavra do homem que me engravidou sem o meu
consentimento.
Depois que Rieta e eu saímos da festa, Laz também saiu correndo.
Meus tios tentaram persegui-lo, mas Laz os perdeu em alguns becos,
ninguém mais ouviu falar dele desde então. Rieta me contou que Fabrizio
Rosetti esteve na casa de mamãe praticamente de joelhos, pedindo
desculpas pelo que seu irmãozinho fez. Aparentemente, Laz não é tão pouco
confiável, irresponsável e imprudente quanto fomos levados a acreditar.
Ele é pior.
Mas isso não é surpresa para mim. Qualquer um que pode mexer com
o controle de natalidade de alguém enquanto ele é casado com outra
pessoa deve estar louco.
— Mamãe ligou de novo. — diz Rieta, quase se desculpando.
Eu me encolho quando sou espetada pela culpa. Recebi várias
mensagens de voz da mamãe e uma dúzia de mensagens.
Eu não culpo você, querida.
A culpa não é sua, é minha.
Eu nunca deveria ter confiado nele em nossa casa.
Lazzaro é um mestre da manipulação.
Um homem cruel que queria nos humilhar para se divertir.
Eu nunca vou perdoá-lo pelo que ele fez com você.
Desculpe-me.
Faz três dias que estou na casa de Rieta, com vergonha demais para
encarar mamãe. Seria mais fácil se ela estivesse furiosa comigo e gritando
pelo meu sangue. Sua compreensão e simpatia estão apenas fazendo com
que eu me sinta pior.
O telefone de Rieta vibra e a campainha da frente toca. Ela olha para o
telefone e suspira. — É a mamãe. Eu disse a ela para ficar longe até que você
estivesse pronta.
— Talvez eu devesse falar com ela. Eu tenho que enfrentá-la
eventualmente. — Larguei meu chá, peguei uma almofada e a encostei na
barriga. — Oh, Deus. — eu gemo.
— Você está se sentindo doente?
— Sim, mas não porque estou grávida. — Eu respiro fundo. — Deixe-a
entrar. Eu deveria acabar com isso.
— Se você tem certeza. — diz Rieta em dúvida, enquanto vai abrir a
porta.
Estou sentada na beirada do sofá com as mãos entrelaçadas ao meu
lado quando mamãe entra na sala. Suas bochechas estão manchadas de
lágrimas de rímel e ela parece pálida sem o batom brilhante de sempre.
— Oh, minha pobre bebê. — ela chora, cai de joelhos diante de mim,
capturando minhas mãos nas dela. — Você querida, doce criança. Como ele
pôde fazer isso com você?
É difícil olhar para ela assim. Ela deveria estar gritando e berrando, não
sendo solidária comigo. — Mãe, por favor, levante-se do chão.
— Ser abandonada por um homem em seu momento de necessidade.
Ele é muito cruel. Não consigo imaginar o que você deve estar sentindo.
— Mãe, eu te imploro. Sente-se, por favor.
Rieta vem em meu socorro, ajudando mamãe a se levantar e se sentar
no sofá enquanto mamãe lamenta por Laz.
De repente, ela aperta minhas mãos ainda mais forte, seus olhos
selvagens com tristeza e raiva. — Diga-me a verdade. Ele te forçou? Aquele
animal abusou da minha filha debaixo do meu nariz?
Eu arranco minhas mãos das dela. — Não! Não foi bem assim.
Mas há uma voz irritante no fundo da minha mente.
Laz nem sempre perguntava antes de tocar em você. Naquela primeira
noite em que você o encontrou em sua cama, ele colocou as mãos em cima
de você, então a segurou e forçou mais orgasmos em você.
E quando ele tirou sua virgindade no capô do carro, ele não ouviu
quando você tentou dizer a ele para diminuir a velocidade.
Ele substituiu suas pílulas anticoncepcionais por pílulas de açúcar.
Só um abusador faria isso.
Eu inventei desculpas para as coisas que Laz fez, mas eu ignorei seu
comportamento sinistro porque ele é tão bonito e charmoso?
Mamãe acaricia meu cabelo, seu toque amoroso. — Você parece
assustada, querida. O que quer que você diga sobre ele, eu vou acreditar em
você, sem perguntas. Vou segurar sua mão na delegacia e apoiá-la, não
importa o que aconteça.
Por cima do ombro, Rieta está mordendo o lábio, os olhos arregalados.
É o que eu sempre quis, o amor e o apoio incondicionais da mamãe.
De repente, vejo como poderia encontrar meu caminho de volta às boas
graças de minha família depois de meu comportamento terrível.
Apontar o dedo da acusação para Laz.
Culpe tudo no homem que eles já estão preparados para odiar.
Laz estava longe de ser um anjo, mas no fundo sei o que fiz e não vou
fingir o contrário.
Eu balanço minha cabeça. — Não foi assim. Nós dois somos culpados
pelo que aconteceu. Eu sabia que dormir com Laz era errado, mas fiz mesmo
assim.
Mamãe enfia a mão na bolsa enorme e tira um punhado de roupas
que reconheço com um sobressalto. — Tem certeza? Porque encontrei isso
no seu quarto.
A peruca lilás de Tasha. Os sapatos de stripper transparentes de salto
alto de Tasha. O fio dental branco de Tasha. Ver aqueles itens
espalhafatosos à luz do dia nas mãos de minha mãe me faz suar frio.
— Querida, diga a verdade. O que ele obrigou você a fazer?
— Laz não fez nada. Eu comprei esses anos atrás. Estava fazendo
striptease por semanas antes mesmo de você conhecê-lo.
— Você estava fazendo striptease? Mas por quê? — A expressão da
mamãe é horrorizada.
Eu gostaria de não ter que entrar nisso agora. Não há mais nada a
dizer a não ser a verdade nua e crua, então vou em frente e digo a ela que
aceitei o emprego porque odiava ficar em casa. Eu queria ir embora o mais
rápido possível.
A expressão de mamãe fica amarga enquanto ela me escuta. — Você
está protegendo Lazzaro. Eu sei que você está.
Eu pego minhas roupas de stripper de suas mãos e as empurro para o
outro lado do sofá atrás de mim. — Se você não acredita em mim, pode ligar
para Peppers. O segurança Jimmy vai contar tudo o que você quer saber.
— Mas Lazzaro sabia disso, não é?
— Mãe, você é um disco quebrado. Nem tudo é sobre Laz.
— Ele já foi ao clube?
Isso é privado. Isso é só entre mim e Laz. Mas ele tirou todas as minhas
defesas quando desapareceu, mesmo que eu queira dizer a mamãe que não
é da conta dela, ela pode ver a verdade tão clara quanto o dia em meu
rosto. — Apenas uma vez, mas...
Mamãe se levanta e grita indignada. — Ele pagou para você dançar
para ele?
— Ele... Eu... — Lágrimas estão transbordando em meus cílios.
Lágrimas furiosas de mágoa e dor.
Como você pode me deixar para trás para enfrentar isso sozinha, Laz?
Onde você está?
Rieta afasta mamãe de mim para que eu tenha espaço para respirar
novamente. — Já chega, mãe. Deixe Mia em paz.
— Só estou tentando falar com minha própria filha sobre...
Mas Rieta não aceita. — Dê um tempo para ela. Ela está grávida,
lembra? Pessoal, tirem um momento para se acalmar. Quer um café, mãe?
Mamãe diz que sim, mas não vai com Rieta. Ela está sobre mim,
olhando para mim em um silêncio frio e furioso.
Laz me prometeu que ninguém morreria por causa de seu plano, mas
se eu colocar minhas mãos nele, acho que vou matá-lo.
Assim que Rieta entrega o café para mamãe e se senta conosco,
mamãe abre a bolsa e tira um maço de documentos.
— O que são esses? — Rieta pergunta.
— Meus papéis do divórcio.
— Eles não são muito úteis se você não conseguir encontrar Laz. —
ressalta Rieta.
— Vou assiná-los e depois entregá-los a um detetive particular que
rastreará Lazzaro. Mal posso esperar para ter esse homem completamente
fora da minha vida para sempre. Vai ser maravilhoso. — Ela brinca com os
papéis e então olha para mim. — E você, Mia?
— E quanto a mim?
— Você não acha que deveríamos fazer algo para nos livrarmos de
Lazzaro em sua vida?
— Ele não está muito na minha vida, se você não percebeu. — eu
retruco. Se eu o visse, o que eu diria a ele?
Provavelmente apenas gritar com ele.
Então muito mais gritos.
Mas depois disso?
Eu não faço ideia.
— Não, querida. Quero dizer... — Mamãe olha para minha barriga.
— O bebê? E quanto ao bebê?
— Você não acha que deveria... — Ela delicadamente levanta uma
sobrancelha.
Minha confusão se dissipa, percebendo o que ela quer dizer, respondo
friamente. — Vou ficar com meu bebê.
— Você não deveria pensar sobre isso? — Mamãe pergunta.
Eu não preciso pensar. Não importa o que Laz fez ou como me
enganou, este bebê está aqui e é meu.
Mamãe olha para Rieta, esperando por uma aliada, mas Rieta parece à
beira das lágrimas. Mamãe deveria saber que não deveria ter essa conversa
na frente dela.
— Mia, esta não é uma decisão que você deve tomar muito
rapidamente.
— Eu me decidi. Se você tem mais alguma coisa a dizer, vamos falar
sobre isso depois. — Olho para minha irmã, que está enxugando as lágrimas
do rosto.
— Está tudo bem, Mia. Prometo. — Rieta me dá um sorriso rápido e
infeliz.
Não está bem. A pobre Rieta quer mais do que tudo ter um filho, e
agora estou sentada na casa dela, grávida sem nem tentar, enquanto
mamãe tenta me convencer a me livrar dele. Por que o universo é tão cruel?
— Você vai deixar aquele homem continuar manipulando você mesmo
depois que ele desapareceu? — Mamãe pergunta. — Ele está punindo nós
duas. Ele descobriu meu maior erro e está forçando você a repeti-lo.
Minhas mãos apertam no meu colo. — Eu sou o seu maior erro?
Mamãe pressiona os lábios. — Não seja dramática, querida. Você sabe
o que eu quero dizer.
Eu sei exatamente o que ela quer dizer. Ela se arrependeu de me ter,
só tenho que viver com essa dor porque ela não me deixa esquecer.
Não sou minha mãe. Eu sou eu. Quero este bebê, nunca vou me
arrepender desta criança ou fazê-la pensar por um segundo – por uma
fração de segundo – que ela é indesejada ou não amada.
Eu envolvo meus braços em volta da minha barriga e seguro firme. Só
tenho certeza de uma coisa nesta situação de merda. Este é o meu bebê,
ninguém vai tirá-lo de mim.
— Pare de ser tão egoísta, Mia. — mamãe repreende. — Um bebê
deve ser motivo de alegria, não algo concebido furtivamente enquanto um
dos pais está tendo um caso. Você nasceu fora do casamento e meu
comportamento vergonhoso tem sido uma mancha em sua existência desde
então. Olhe nos meus olhos e diga que isso não é verdade.
Eu me viro e a encaro, encontrando seu olhar sem vacilar. — Estou
perfeitamente ciente de que isso é verdade. Você poderia ter feito tanto
para me proteger dessa dor, mas escolheu não fazer. Na verdade, você é
quem infligiu a maior parte disso.
Olhamos uma para a outra em silêncio.
— Eu sei que você não gosta muito de mim, Mia. Não tenho sido a
mãe mais amorosa ao longo dos anos, mas, por favor, pense
cuidadosamente sobre o que você fará a seguir. Você realmente quer se
transformar em mim?
Não posso evitar o fato de que meu filho nascerá em uma família que
desprezará sua existência. Para eles, essa criança sempre será de segunda
classe e odiada.
Mas não para mim.
— Eu nunca vou ser como você. — eu sussurro.
Mamãe se levanta e coloca os papéis do divórcio de volta na bolsa,
mas ela tem que dar a palavra final.
— Você é jovem, Mia. Você tem toda a sua vida pela frente. Pense
com muito cuidado sobre o que acontece a seguir, porque uma vez feito
isso, nunca mais poderá ser desfeito.
CAPÍTULO DEZESSEIS
LAZ
Mia sai do quarto vestida com um vestido curto de cetim branco com
alças finas, segurando um buquê de rosas. Sua barriga de quatro meses está
aparecendo.
Meu coração está na minha boca.
— Mia. — eu respiro. — Você... — Eu alcanço ela e paro. Não tenho
palavras para descrever como minha noiva está radiante. — Você é a mulher
mais linda que eu já vi.
Ela sorri, fica na ponta dos pés e me beija. — E você é o homem mais
bonito que eu já vi.
Eu endireito os punhos do meu terno cinza e ajusto minha gravata
preta. — Melhor do que minha roupa habitual de jeans rasgados e graxa de
motor, certo?
Ultimamente, essa é a única maneira que minha noiva me vê. Estou
trabalhando em motores de manhã até a noite, comprando, restaurando e
vendendo carros. Mia se formou no mês passado e está aprendendo a fazer
as contas, lidar com o dia-a-dia do negócio e procurar novos carros e
clientes. Ela tem sido incrível. Eu não poderia pedir uma parceira melhor no
crime.
Alugamos uma pequena oficina mecânica em uma parte barata da
cidade e estamos morando em um apartamento acima dela. Não é muito,
especialmente considerando o que Mia está acostumada, mas ela não
reclamou nenhuma vez.
Decidimos por um casamento simples, só nós, alguns dos nossos
amigos mais próximos e a Rieta. Não tivemos escolha quanto a isso, visto
que a maioria de nossas famílias não está falando conosco e cada centavo
que temos está investido no negócio de automóveis.
Enquanto aperto sua mão, nossos dedos se entrelaçam, noto a faixa
simples que ela está usando no terceiro dedo. — Sinto muito, não é um anel
melhor. Ou um casamento maior...
Ela coloca os dedos sobre meus lábios. — Pare com isso. Você sabe
que um grande casamento não importa para mim. Estar casada com você é
o que eu quero.
Pego seu rosto entre as mãos e sussurro. — Ninguém jamais acreditou
em mim como você. Quer casar comigo?
Ela finge pensar sobre isso. — Sim, Lazzaro Rosetti. Eu casarei com
você. Venha, vamos.
Rieta nos espera na escadaria da Prefeitura, praticamente quicando de
emoção. Quando ela nos vê, as lágrimas enchem seus olhos. — Olhe para
você, Mia. Minha irmãzinha vai se casar.
Um punhado de pessoas nos espera no cartório. Meus amigos e alguns
dela da escola. Ela fez as pazes com as garotas que afastou porque tinha
medo de que sua família as machucasse. É maravilhoso vê-la abraçando-as e
rindo.
A cerimônia é curta e doce. Assim como da primeira vez que me casei,
estou olhando apenas para Mia.
Ela está olhando apenas para mim, o sorriso que ilumina seu rosto
quando ela diz “sim” me deixa sem fôlego.
Enquanto saímos da Prefeitura, vejo uma figura familiar parada no
final da escada.
O sorriso desaparece dos meus lábios. O que meu irmão está fazendo
aqui? Dou um beijo em Mia e a deixo com a irmã, desço as escadas até onde
Faber está parado ao lado do carro.
— É falta de educação invadir um casamento. — digo a ele, sem me
incomodar em sorrir.
— Não estou aqui para interferir no seu casamento. Parabéns a você
e...
— O que você quer?
Ele aperta os lábios em aborrecimento. Danem-se seus desejos de
felicidades. Ele não poderia ter deixado mais claro o que pensa.
— Para lhe dar seu presente de casamento. — Faber me passa um
envelope cheio de folhas de papel.
Abro com cautela, me perguntando se estou sendo processado pelos
Bianchi por quebra de promessa ou alguma outra bobagem. Quando
desdobro os papéis, vejo que é um documento legal.
Não me processando.
Faber está assinando a herança que me é devida.
Eu o encaro, meus dentes rangendo. Achei que ficaria delirantemente
feliz no dia em que Faber finalmente me desse o que era meu por direito.
— Vi como você organizou sua vida nos últimos meses e fiquei
impressionado. Muito bem, Lazzaro.
Estou recebendo tapinhas na cabeça por ser um bom menino.
— Você é um idiota tão pomposo, Faber. — Eu seguro o envelope,
olhando para ele. — Só para deixar claro, este nunca foi seu presente para
conceder, não estou agradecendo. Você manteve o que era meu refém por
direito e me fez pular em seus aros. Não me casei com a Mia para conseguir
este dinheiro. Eu me casei com ela porque ela é minha razão para continuar
vivendo e ser um homem melhor.
— O fato de você...
— Serei capaz de manter minha cabeça erguida em torno de meu filho
ou filha, sabendo que nunca comprometi meu próprio código ou fui uma
hemorroida em chamas para minha família.
— Você já foi uma hemorroida em chamas muitas vezes. — Faber me
lembra.
— Por se divertir? Claro. Mas a diferença entre você e eu é que eu
não destruo os sonhos de ninguém.
Eu me viro e caminho de volta para Mia, enfiando o envelope dentro
do meu paletó e cumprimentando minha noiva com um beijo. Por um
momento, acho que tive a última palavra com meu irmão.
Eu deveria saber melhor.
— Lazzaro.
Pelo amor de Deus. Não posso ter paz no dia do meu próprio
casamento? Quando me viro, Faber parece extremamente desconfortável,
mudando de posição com uma expressão de irritação e arrependimento no
rosto.
— Sobre reter sua herança. Eu... posso ter errado em fazer isso.
Eu espero, as sobrancelhas levantadas.
Faber respira fundo. — Eu estava errado. Sinto muito.
Eu o observo com os olhos estreitados. — O que você sabe, meu irmão
mais velho sabe o que é um pedido de desculpas, afinal. Vou pensar em
perdoá-lo quando esse dinheiro estiver na minha conta.
— Gostaria que fôssemos irmãos mais uma vez.
— Nós somos irmãos. Não há muito que possamos fazer sobre isso.
Posso aproveitar o dia do meu casamento agora?
Ele se vira para minha noiva. — Parabéns, Mia. Vou deixar você e
Lazzaro com suas comemorações, mas vim por outro motivo que não para
entregar esses papéis ao meu irmão. Tenho uma mensagem de sua mãe.
Mia imediatamente endurece.
— Não. — eu digo bruscamente. — Você está indo longe demais.
Desapareça antes que eu jogue você desses malditos degraus.
Mia coloca uma mão reconfortante no meu peito. — Está tudo bem,
Laz. O que minha mãe quer Fabrizio?
Faber lança um olhar cauteloso para mim e depois para Mia. — Ela
gostaria de ver você. Isso é tudo.
Mia não falou uma palavra com sua mãe desde que fugi da prisão que
seus tios fizeram para mim.
— Obrigada por passar a mensagem, Fabrizio.
— Você vai vê-la? A Sra. Bianchi vai me pedir sua resposta.
— Você é um cachorro de colo, não é, Faber? — Eu rosno. Ele não
pode entender que isso não é da conta dele?
Mia balança a cabeça com firmeza. — Não agora. Quero que minha
vida com Laz tenha uma chance de florescer antes mesmo de pensar em
convidar alguém que não queira o melhor para mim.
— Sua mãe quer o melhor para você.
— Então ela mesma pode me mostrar isso quando eu estiver pronta.
Obrigada por passar a mensagem. Não tenho mais nada a dizer sobre isso.
Quando ele abre a boca novamente, eu mantenho um dedo em seu
rosto. — Nem mais uma palavra. Não estou acima de uma briga no dia do
meu casamento.
Ele fecha a boca e acena com a cabeça. — Adeus e parabéns
novamente.
Eu me viro para Mia quando ele se vai. — Você está bem? Me
desculpe por isso. Faber não sabe quando calar a boca.
Mia me dá um sorriso. — Nada poderia destruir meu bom humor hoje.
Vamos lá, vamos comemorar.
Nós temos nosso jantar de casamento em um restaurante, então
nossos amigos nos acompanham enquanto dirigimos para as montanhas.
Nosso presente de casamento é um fim de semana em uma cabana remota
com uma cama grande e jacuzzi.
Mia bebe uma taça de champanhe sem álcool e deitamos juntos na
banheira. Nós dois estamos cobertos de bolhas. Coloco água na barriga de
Mia e observo a espuma escorrer por sua barriga enquanto a seguro por trás
com as duas mãos.
Há um espelho de um lado, quando ela coloca o champanhe na mesa,
nossos olhos se encontram na taça.
— Estamos começando uma nova vida juntos, você e eu. — murmuro,
olhando para nossos reflexos.
Lembro-me daquela vez, meses atrás, quando me arrastei para a cama
dela e a acordei no meio da noite. Eu estava atrás de Mia e ela me viu no
espelho ao lado da cama. Ela me perguntou o que eu estava fazendo no
quarto dela e contei uma mentira estúpida. Que eu estava entediado. Que
eu estava com raiva.
A verdade é que, no fundo, eu só queria estar com Mia.
Desde que a vi pela primeira vez, sempre foi ela.
Eu planto um beijo em seu pescoço, sorrindo em seus lindos olhos de
Bambi. — Você e eu. E nosso bebê.
EPÍLOGO
MIA
FIM
Notas
[←1]
Termo usado para definir um macho alfa que também é um idiota arrogante.
[←2]
Dubcon. Um termo fanfiction que se refere ao sexo que não é explicitamente consentindo,
mais é desejado por ambas às partes. Popularmente conhecido como consentimento duvidoso.
OBS: Esse é um termo fanfiction APENAS. Sexo sem consentimento na vida real é apenas
ESTUPRO.
[←3]
Jogador defensivo no futebol americano.
[←4]
Milf (Mães que eu gostaria de foder) é um termo criado por jovens americanos cujos amigos
têm a mãe muito gostosa. Usado também pra rotular uma mulher mais velha muito bonita e
em forma.
[←5]
Personagem principal de uma série e filme de mesmo nome, que retratam as aventuras de um
estranho adolescente de 16 anos, enquanto tenta se adaptar a viver uma pequena cidade do
interior.
[←6]
É um café solúvel gelado com cubos de gelo e espumado numa shakera ou liquidificador.
[←7]
Dança de colo, é uma dança erótica comum em clubes de striptease onde a dançarina(o)
move-se sensualmente com ou sem roupa, chegando a sentar no colo do cliente.