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Cora Reilly
#1 Only Work, No Play
Data: 04/2019
~2~
SINOPSE
Ao vê-lo passar de uma mulher para outra, Evie fica feliz por seu
coração estar a salvo de sua atenção. Afinal, ela está muito longe dos
modelos de tamanho zero que ele normalmente leva para a cama.
~3~
Evie
— Então, — ela disse em uma voz mais alegre. — Isso significa que
você está finalmente livre para viver sua própria vida?
~4~
ficar perto dele e encontrar tempo para cuidar dele, mesmo que suas
tendências de viciado em trabalho não facilitassem.
— Um trabalho? Onde?
~5~
Sentia falta de Fiona também, mas não fui eu quem partiu e nunca
mais voltou. Eu sempre soube que Fiona estava destinada a cidade
grande, mas esperava que ela escolhesse uma cidade um pouco mais
perto de mim, não em um continente diferente. — Para quem eu devo
trabalhar?
— Você terá que me dar um pouco mais que isso. Eu não sei quem
é o cara.
Alguns anos atrás, eu não teria a menor ideia do que significa Fly-
Half, mas Fiona estava namorando Connor há quase dois anos e já tinha
tentando me explicar às regras do jogo em várias ocasiões. Eu ainda não
as entendia, mas lembrava de alguns termos. — Então ele é como um
quarterback.
~6~
— Você não precisa. Xavier precisa de uma assistente. Uma babá,
na verdade. Você sabe como cuidar das pessoas, e não vai deixá-lo
mandar em você ou explorá-la. Essas são qualificações perfeitas.
— Vamos, Evie. Faça isso por mim. Você vai adorar aqui. A
Austrália é incrível. — Ela fez o rosto de pato que a fazia conseguir o que
queria no passado. — Ou você está preocupada com o papai?
~7~
Quando encerramos nossa ligação pelo Skype, deixei cair à ficha.
Eu iria para a Austrália. Para me tornar assistente de uma estrela de
rugby da qual nunca tinha ouvido falar e não sabia nada.
***
~8~
mais velha e insistente, o que era ridículo, considerando que éramos
gêmeas, e eu era oito minutos mais velha que ela.
Ele assentiu. — Ela ligou para o meu escritório esta tarde. Eu achei
a ideia ótima.
Papai riu. — Você parece comigo. — Ele pegou sua carteira e tirou
várias centenas de dólares. — Aqui. Para a sua passagem.
— Pegue.
Eu aceitei. — Obrigada.
~9~
***
XAVIER
~ 10 ~
anterior. Sua maquiagem estava manchada sob os olhos, e seu cabelo
era loiro falso que eu absolutamente detestava.
~ 11 ~
Sufocando o meu aborrecimento, me virei e fui em direção às
escadas. — Você tem exatamente um minuto para se vestir e sair, ou eu
vou expulsá-la nua.
~ 12 ~
Evie
Ela era cerca de três centímetros mais alta do que meu um metro
e setenta e três e pelo menos dezoito quilos mais leve. Enquanto Fiona
mostrava seu jeans skinny tamanho trinta e seis, fiquei contente por meu
tamanho confortável quarenta e oito e minha blusa azul solta.
~ 13 ~
Ele riu e me puxou para um abraço. Fiona sacudiu a cabeça. —
Não flerte com meu homem, Evie.
— Certo? — Eu perguntei.
~ 14 ~
— Certo, — disse Fiona, mas Connor não disse nada.
***
Eu bufei e abracei Fiona. Ela pode parecer uma tonta, mas seu
humor era cruel. — Senti sua falta.
~ 15 ~
Eu a empurrei levemente. — Puta merda, TMI3, Fiona. Eu não
quero imaginar Connor amassando sua bunda sempre que comer um
bife.
Eu corei e passei por ela saindo do quarto. Fiona veio atrás de mim,
rindo. Da janela da cozinha, pude ver Connor cuidando do churrasco. Ele
parecia um homem prestes a zarpar para terras desconhecidas. Por que
os homens levavam o churrasco tão a sério?
Ela tinha razão. Não era que eu não gostasse de frutas e saladas, e
comia bastante, mas à noite preferia o sabor de comidas quentes e
reconfortantes como lasanha, macarrão com queijo ou um bom assado.
~ 16 ~
— Isso não é sinônimo de perda de peso?
— Não, não é. Você pode ser saudável e ter alguns quilos a mais
nas costelas. Mas se você comer saudável e praticar esportes,
provavelmente perderia peso.
— Estou tão feliz por você estar aqui, Evie. — Fiona sorriu.
O alívio encheu seu lindo rosto. — Você vai amar isso aqui, Evie.
~ 17 ~
Os tabloides o faziam parecer um jogador misógino, então suas
palavras acalmaram algumas das minhas preocupações.
Ela me entregou uma cesta com pão fatiado. — Você pode levar isso
para Connor para que ele coloque na grelha por um segundo?
Ele riu. — Xavier ficará encantado em ter alguém ao seu lado que
também gosta de comer.
— Não pelo que ouvi. Ele troca de garotas mais rápido do que
outros trocam suas cuecas.
~ 18 ~
— É verdade. — Ele apontou a pinça de churrasco acusadoramente
na minha direção. — Eu achei que Fiona não tivesse dito sobre ele.
— Ela mencionou isso, mas nada mais. E está por toda a imprensa
como eu disse.
Connor piscou para mim quando Fiona não estava olhando. Então
ele envolveu um braço ao redor de sua cintura e a puxou contra seu peito
para um beijo firme. Peguei a cesta com o pão grelhado e voltei para a
mesa, não querendo vê-los se pegando. Suas palavras sobre amassar a
bunda me assombrariam por um tempo de qualquer maneira.
4 "O ruck é uma fase de jogo em que um ou mais jogadores de cada equipe, que
estão em pé, em contato físico, fecham em torno da bola no chão".
~ 19 ~
— Como você saberia? Talvez eu tenha mudado? — Eu suavizei a
sugestão de amargura que minhas palavras continham com um sorriso.
— Foi uma reação instintiva. Nunca pensei que ficaria por muito
tempo, definitivamente não para sempre, mas depois Connor apareceu.
~ 20 ~
Evie
Meu jet lag melhorou um pouco da noite para o dia, mas estava
animada por este dia, pois marcava um novo começo, e o que poderia ser
mais excitante do que isso? Eu entrei na cozinha, onde Fiona já estava
comendo uma tigela de açaí no café da manhã ou qualquer que fosse o
café da manhã atual no Instagram. Era roxo brilhante com um pouco de
granola polvilhado por cima. Ela tirou uma foto, a testa franzida em
concentração.
— Ele é legal. Ele não é um chefe idiota se é com isso que você está
preocupada. Ele simplesmente não consegue manter o zíper da calça
fechado.
~ 21 ~
Eu congelei. — Ele é um pervertido?
Fiona riu. — Oh, não, Evie. Eu não faria isso com você. Xavier não
assedia mulheres que não querem ser assediadas, confie em mim. Ele
não é esse tipo de idiota. As mulheres se lançam nele mais rápido do que
pode evitá-las, não que ele tente. Todas as suas assistentes foram para a
cama com ele, e então Xavier as dispensou porque acharam que
significava algo e se tornaram carentes demais, ou as mulheres
desistiram porque perceberam que não eram nada além de uma transa e
não queriam mais ser suas assistentes.
— Porque suponho que você tenha certeza de que não vou para a
cama com ele, ou não teria me pedido para trabalhar para ele.
Ela tirou outra foto de sua comida. — Você não vai para a cama
com ele porque tem padrões e não faz sexo casual.
Eu corei. Eu não fiz nenhum tipo de sexo, para meu desgosto, mas
tinha toda a intenção de corrigir isso. Não com um mulherengo em série,
obviamente.
— Você nunca…?
~ 22 ~
— Eu não vou, — eu disse com firmeza. — Você mostrou a Xavier
uma foto minha antes de me contratar?
XAVIER
~ 23 ~
intolerável. — Você não me mostrou uma única foto dela, e ainda assim
a contratei, então estou evoluindo, você não acha?
— Ela não faz o seu tipo, Xavier. Tire isso da cabeça — disse
Connor, estreitando os olhos. Fiona o treinou bem. Eu quase podia
imaginá-la acariciando sua cabeça como um bom cachorrinho.
Connor assentiu.
~ 24 ~
— Nossa, obrigado, — Connor murmurou, mas ele estava lutando
com um sorriso. Ele sentia falta das nossas aventuras malucas. Seus
olhos passaram por mim. Segui o seu olhar e vi Fiona e uma jovem
mulher com longos cabelos castanhos claros. Ela era muito mais
curvilínea do que Fiona e eu nunca as teria imaginado como irmãs, muito
menos gêmeas. O que foi um alívio pra caralho. Se eu fosse forçado a ter
uma assistente com o rosto de Fiona ao meu redor, vinte e quatro por
sete, perderia a cabeça. Meus olhos pararam em seu peito e soltei um
assobio baixo.
Evie
~ 25 ~
Eu cutuquei seu lado com o cotovelo, não querendo que ela me
envergonhasse na frente do meu futuro chefe. Era cativante que ela
quisesse me proteger de Xavier, mas eu era mais do que capaz disso
sozinha.
~ 26 ~
Fiona franziu o cenho. — Certifique-se de não gostar muito dela,
tudo bem?
Bom Deus. Com esse timbre baixo de voz, Xavier deveria fazer a
narração de romances. Isso me deu calafrios agradáveis que nunca senti
antes. — Vou me certificar de que você se comporte. Agora é meu
trabalho, certo?
~ 27 ~
— Tenho que ir, — disse Xavier, seus olhos fazendo um breve
desvio para o meu peito novamente. — Até logo.
Ele se virou e correu até seu treinador, seguido por Connor. Meus
olhos estavam colados no traseiro de Xavier, que seu calção não
escondia. O resto da equipe se reuniu ao redor deles. Era óbvio que
Xavier era o líder do bando.
~ 28 ~
Evie
— Se alguém pode lidar com ele, essa é você. Ele não vai saber o
que o atingiu.
~ 29 ~
Ela arrumou uma mecha do meu cabelo que se soltou. — Ligue-me se
acontecer alguma coisa.
— Fiona! — Eu assobiei. — Agora não vou poder olhar para ele sem
ficar vermelha.
***
Eu assenti e sorri.
— Vai, mas dado o fato de que sua antiga assistente saiu e você
não começou a trabalhar para ele ainda, duvido que ele chegue no
horário. — Ele fez sinal para eu segui-lo.
~ 30 ~
Suas palavras me surpreenderam. Como advogado de Xavier, eu
não esperava que ele expressasse críticas assim. Ele era definitivamente
da família. Irmão? Ou talvez primo? — Ele não tem um relógio?
— Por que você não senta? — Ele apontou para uma enorme mesa
oval feita de algum tipo de madeira avermelhada. Uma pilha de papéis
estava na frente de uma das cadeiras. Eu sentei na cadeira
surpreendentemente confortável e li a capa do que parecia ser um longo
contrato.
— Café?
Eu balancei a cabeça.
Ele sorriu. — Isso está correto, mas acho que você achará tudo
razoável.
O Sr. Stevens havia lido quase todo o contrato para mim quando a
porta se abriu e Xavier entrou. — Estou atrasado? — Ele perguntou com
um sorriso, sabendo muito bem que estava.
~ 31 ~
O Sr. Stevens limpou a garganta e leu a próxima cláusula. Meu
pulso acelerou quando ouvi o quanto eu ganharia sendo uma mera
assistente. Minhas mãos ficaram suadas e fiquei um pouco tonta. Não
importa o quão estressante fosse Xavier, por tanto dinheiro me tornaria
assistente de um serial killer, talvez até o ajudasse a descartar os corpos.
— Isso não inclui despesas. Elas serão a parte. Sempre que você
pagar por algo, me avise e eu a reembolsarei.
~ 32 ~
Eu sorri. — Não se preocupe. Porcos aprenderão a voar antes que
qualquer coisa aconteça entre Xavier e eu.
E meu pulso acelerou. Ele estava brincando. Eu não era o tipo dele,
e não o deixaria brincar comigo. — Eu não estou surpreso que você saiba
tudo sobre porcos. — No momento em que as palavras saíram, meus
olhos se arregalaram. Eu tinha usado todo o dinheiro que papai me dera
para comprar uma passagem só de ida para Sydney, e até parte de
minhas economias. Eu precisava desse trabalho.
Seu advogado jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada. Ele
estendeu a mão. — Me chame de Marc. Eu sou o irmão mais velho do
porco.
~ 33 ~
Os olhos cinzentos de Xavier encontraram os meus no espelho em
frente a nós. — Connor recomendou você. Eu confio em seu
julgamento. Bem, além de sua escolha para mulheres.
~ 34 ~
Muito tarde. Eles vão usar sua pior expressão porque isso lhes dará mais
munição contra mim.
Enruguei meu nariz. Essa era uma das linhas da qual sempre me
ressenti. Se você quisesse apenas chamar atenção, isso poderia ser
verdade, mas se você quisesse causar um impacto digno, era a
abordagem errada. — Eu prefiro boas notícias. E você está no centro das
atenções mesmo sem fornecer fofoca. Você é uma estrela. Você não
precisa da má imprensa.
~ 35 ~
Eu corei, lembrando que ele tinha ido para a cama com quase todas
as suas assistentes. — Eu não pretendo dar-lhes qualquer tipo de
material de fofoca, Xavier, — eu disse com firmeza.
***
~ 36 ~
saber e o que exatamente espera de mim. — Eu peguei uma caneta e um
caderno da minha bolsa.
Eu pisquei. — Você sabe que eu não sou uma barista? Eu nem sei
como ligar essa coisa, muito menos como fazer um cappuccino. Isso não
fazia parte do meu programa de bacharelado. — Meu tom sarcástico não
era um que eu usaria normalmente com um empregador, mas o sorriso
de Xavier me deixou irritada.
Foi a primeira vez que ele disse meu nome e gostei mais do que
deveria. — Eu tenho que fazer o café da manhã também? — Eu perguntei,
orgulhosa por fazer minha voz sair objetiva desta vez.
~ 37 ~
Xavier sorriu. — Deixe-me mostrar o segundo andar. Tudo será
esclarecido em breve.
— Este é o meu quarto, como você pode ver. Um lugar onde você
passará muito mais tempo no futuro.
~ 38 ~
mails não respondidos. — Quando foi a última vez que você checou sua
caixa de entrada?
— Não. Mas duvido que você fuja com meu dinheiro. E minhas
antigas assistentes não foram recomendadas por Connor.
~ 39 ~
— Connor só me recomendou porque Fiona o incomodou, você sabe
disso, certo?
Era óbvio pelo fervor em sua voz e sua expressão severa que ele
realmente vivia pelo seu esporte, o que fez seu estilo de vida escandaloso
ainda menos explicável. Eu sabia que como fly-half Xavier tinha muita
responsabilidade dirigindo o jogo do seu time, e ainda assim ele não
poderia se incomodar em organizar sua própria vida.
~ 40 ~
Evie
~ 41 ~
Xavier não estava sozinho e não estava dormindo. Meu cérebro
levou um momento para compreender a cena diante de mim. Uma
mulher estava deitada de costas sob Xavier, com os tornozelos em seus
ombros, e ele estava segurando seus quadris e mergulhando nela. Essa
era a fonte dos gemidos estranhos, que agora eram acompanhados pelo
bater de sua pélvis contra sua bunda. Eu realmente queria que ela fosse
uma gritadora, então não teria subido.
Mas ele me disse para acordá-lo, ele estava me pagando para fazer
isso. Talvez isso realmente tenha sido um teste. Eu não iria passar por
ele. Ou talvez ele simplesmente não se importasse se alguém o assistisse
fazendo isso? Não podia acreditar que tive medo que ele estivesse tendo
um pesadelo, mal podia acreditar que senti um segundo de piedade por
seu lado suave. Lado suave. Ele definitivamente não parecia suave um
momento atrás.
~ 42 ~
Se minha pele já não estivesse queimando de vergonha pelo que eu
testemunhei, teria começado agora.
que estreou em 25 de março de 2002 na ABC. O show é hospedado por Chris Harrison.
Em cada episódio de Bachelor, o bacharel interage com as mulheres e apresenta uma
rosa a cada mulher que deseja que permaneça no programa. Aquelas que não recebem
uma rosa são eliminadas.
~ 43 ~
Shannon se aproximou e correu as unhas bem cuidadas de seu
abdômen para o peitoral. — Então, — ela disse flertando. — Quando vou
te ver de novo?
Ela sorriu enquanto saía, então ele fechou a porta na cara dela e
se virou para mim com um aceno de cabeça, parecendo que esta manhã
tinha sido um terrível inconveniente para ele. Eu mal conseguia olhar
para seus ombros sem imagens perturbadoras surgindo na minha
cabeça, e ele tinha a expressão de um mártir!
~ 44 ~
Eu levantei minhas sobrancelhas. Eu tinha a sensação de que elas
viveriam permanentemente no alto da minha testa se continuasse
trabalhando para Xavier. — Por que me deixou anotar se não quer
encontrá-la novamente?
Meu lábio se curvou. — Por que você não diz isso a elas? Por que o
show de me deixar anotar seu número, Xavier?
— Porque faz com que elas partam. Elas sempre acham que serão
as únicas a me fazer querer ficar. — Ele riu. — Idiotas.
— Então você não viu muito ainda, — disse ele secamente, seguido
pela contração do lábio. Eu pisquei para ele, lembrando-me do estado
atual da minha conta bancária e do número maravilhoso que eu tinha
visto no meu contrato.
~ 45 ~
certeza de como operar o moedor. Xavier me assustou quando se
aproximou, se elevando sobre mim, e pegou o recipiente. — Preste muita
atenção.
***
~ 46 ~
insanidade. Xavier e eu escolhemos uma parte menos movimentada de
Manly Beach para a gravação. Eu achei o nome estranhamente
apropriado e me perguntei se Xavier tinha escolhido de propósito para
me atormentar ainda mais. Parecia diverti-lo me fazer corar, o que
aconteceu muito. Minha pele clara era tão culpada quanto minha falta
de experiência em torno de homens seminus.
XAVIER
~ 48 ~
As filmagens demoraram mais que o esperado, principalmente
porque gostei de quão agitada Evie ficou. Eu nunca tinha visto alguém
corar tanto ou tão ferozmente quanto ela.
Ela franziu a testa. — Não. Não tive tempo de fazer compras por
causa da filmagem na praia. Por quê? Este é um traje normal de
negócios. Eu devo ficar nos bastidores depois de tudo.
Por que ela escondia suas curvas assim? Não fazia sentido. Eu
levantei minha gravata. — Você pode amarrar isso para mim?
~ 49 ~
Ela colocou a bolsa no balcão, assentindo antes de se
aproximar. Ela tirou a gravata da minha mão e ficou na ponta dos pés
para colocá-la em volta do meu pescoço, seus dedos rápidos e ágeis
enquanto dava o nó na gravata, seus olhos verdes treinados no trabalho
em mãos. Meu olhar continuava vagando, no entanto, sobre a poeira de
sardas em todo o nariz e maçãs do rosto, sobre a boca curva e sua pele
impecável, apesar da mínima maquiagem que ela usava. Eu estive com
muitas mulheres que usavam maquiagem como uma segunda pele.
Ela corou. — Não é minha festa. Como eu disse, não quero chamar
atenção para mim mesma.
~ 50 ~
— Não se preocupe. Vou me certificar de ser extremamente
escandaloso para manter toda a atenção em mim.
Por alguma razão, isso me incomodou ainda mais porque sabia que
ela odiava a atenção. Vi Connor e Fiona do outro lado da festa,
conversando com um dos anfitriões da Network 10 cujo nome eu não
conseguia lembrar.
~ 51 ~
Surpresa tomou conta de mim, e deve ter aparecido porque ela
franziu a testa. — Ou isso transmite a imagem errada? Eu posso tomar
um copo de vinho branco ou uma água, se é isso que você prefere.
— Beba o que quiser, desde que eu não tenha que arrastar seu
traseiro bêbado para casa mais tarde.
Ela revirou os olhos e tomou outro gole. Outro flash nos cegou, e
Evie endureceu ao meu lado. — Espero não estar em nenhuma dessas
fotos.
~ 52 ~
ela cora tanto? É como se ela fosse de uma cidade por trás dos bosques
e nunca esteve perto de um cara pelado.
~ 53 ~
— Ei! — Ela chamou. — Não me diga que você vai sair assim?
Eu não olhei para ela. — O que mais eu deveria fazer? Eu não fodo
uma boceta duas vezes. Tchau, Marie. — Eu sabia que esse não era o seu
nome, mas por alguma razão queria irritá-la. Ela provavelmente me
deixou fodê-la pelo simples motivo de escrever um artigo sobre mim -
poderia muito bem dar-lhe o material necessário.
Lá fora, voltei para o bar e peguei outro copo de água. A noite ainda
era uma criança; talvez houvesse mais boceta para descobrir. Quando
não localizei Evie em nenhum lugar, verifiquei meu telefone e encontrei
uma mensagem dela.
~ 54 ~
Evie
~ 55 ~
acreditar que a imprensa escolheu me atacar, mas deveria ter
esperado. Xavier era um convidado constante nos tabloides e eu era uma
nova fofoca. Mesmo que eu não quisesse a atenção deles, não me
permitiriam ficar nas sombras. Foi o que Xavier me alertou sobre eu só
poder decidir em que tipo de escândalo eles se concentrariam.
O tom estranho em sua voz me fez virar para ele. Seus olhos
examinaram meu rosto, demorando-se em meus próprios olhos, que
ainda se sentiam um pouco espinhosos. — Eu acho que deveria pedir um
bônus. Afinal, serei seu escudo da maldade da imprensa agora. — Minha
voz saiu surpreendentemente irreverente, pelo que fiquei feliz.
~ 56 ~
Xavier, mas teria sido bom se ele mostrasse pelo menos o menor interesse
em mim. Eu tinha visto como ele despia praticamente cada mulher na
festa com os olhos. Que ele não olhou para mim desse jeito foi um golpe
pior do que os artigos estúpidos, mesmo que não devesse ser.
— Verdade.
— A reunião é logo após o treino, então você não terá muito tempo
para tomar banho.
***
Eu sorri quando apertei sua mão. Ele não era tão alto quanto
Xavier, mas como todos os jogadores de rugby que conheci até agora, ele
estava acima da média. — Eu mesma. Xavier falou sobre mim? — Eu
esperava que ele não tivesse contado nenhuma história embaraçosa.
~ 57 ~
— Não, mas todo mundo sabe quem você é. As vítimas de Xavier
não podem realmente voar sob o radar.
~ 58 ~
— Certo, — eu disse, aliviada.
— É um SUV.
— Dirija, Evie.
~ 59 ~
Surpresa, olhei para cima, mas rapidamente coloquei meu rosto
profissional de volta, considerando os padrões. Eu apontei para alguns
de cor única, depois para alguns padrões mais ousados e, finalmente,
para um com lábios vermelhos sobre o tecido.
Xavier sorriu. Ele apontou para mais alguns, mas pegou todos que
eu sugeri.
~ 60 ~
Evie
~ 61 ~
Os olhos de Fiona se iluminaram. — Você quer ir às compras
comigo?
Fiquei apreensiva com a ideia de Fiona sobre ‘de uma vez por
todas’, mas ela tinha um gosto incrível para roupas, então decidi confiar
nela. Ainda assim, sabia que nada além de um milagre impediria a
imprensa de me atacar enquanto eu fosse a assistente de Xavier.
~ 62 ~
— Não me dê esse olhar. Eu não estou interessada nele, e ele
definitivamente não está em mim, mas ele não é ruim para os olhos e é
de fácil convivência. Ele não faz da minha vida um inferno como eu
esperava.
***
~ 63 ~
Sua boca se inclinou, então seus olhos fizeram a varredura rápida
novamente. — Você parece melhor nisso do que eu.
~ 64 ~
Eu escondi meu sorriso atrás da porta aberta enquanto pegava
duas garrafas.
XAVIER
Meus olhos foram atraídos para a bunda de Evie, que ela não
escondeu pela primeira vez. Era redonda e maior do que a de qualquer
garota com a qual já estive, e eu não conseguia parar de pensar como
seria a sensação de espremer meu pau entre ela.
~ 65 ~
amplo quadril contra ele de uma maneira que acentuava ainda mais suas
curvas - e eu sabia que ela não estava ciente disso.
Minha atenção voltou para Evie, que usou uma colher para abrir
sua própria garrafa, depois tomou um gole e soltou um pequeno
gemido. Mas esse som não foi o que fez minha mente vaguear para outro
nível de inadequação novamente. Uma gotinha de água pingara da
garrafa gelada e caíra no decote de Evie, e agora deslizava lentamente
pela fenda entre os grandes seios de Evie. Meu Deus. Ela nunca usara
um decote baixo antes, e eu tive muita dificuldade - em mais de um
sentido - de não olhar para ele.
~ 66 ~
Eu tomei outro grande gole da garrafa, esperando que o líquido frio
limpasse minha cabeça. Isso não aconteceu.
Eu forcei meus olhos para cima. Tarde demais, claro. Evie seguiu
meu olhar e revirou os olhos. Então ela deu um passo em minha direção
e deu um soco no meu ombro. Eu dei um passo para trás, totalmente
surpreso com a reação dela. Ela nunca tinha feito nada assim antes. —
Olhos no meu rosto, Xavier.
~ 67 ~
Fiona se virou para Evie. — Você não deveria encorajá-lo a agir
assim. Como sua assistente, você precisa ter certeza de que ele coma
saudável.
Evie começou a rir. — Você quer que eu diga a Xavier o que comer,
Fiona? Considero um bolo de cenoura um começo nutritivo para o meu
dia.
~ 68 ~
— Você sabia que eles eram nerds? — Connor interveio.
Eu ri. — Um dia desses nós vamos ter que fazer uma noite de
cinema, assistiremos todos os filmes do Homem-Aranha, e então teremos
essa discussão novamente.
~ 69 ~
— Você é tão idiota.
~ 70 ~
Evie
~ 71 ~
De volta ao seu apartamento, mandei-o subir com o pacote de
cuecas para que pudesse ver quais mais gostava enquanto eu preparava
o almoço. Uma enorme salada com abacate, frango e queijo feta. Xavier,
claro, pegou três ovos cozidos e outro peito de frango à parte para
alcançar sua meta de proteína do dia. Eu nunca pensei que me tornaria
uma mestra em macronutriente, mas estando perto de Xavier e Fiona era
inevitável, não que isso tivesse algum impacto em minha própria
figura. Eu tinha perdido alguns quilos sem tentar, no entanto, por causa
de toda a correria com Xavier e o regime saudável forçado na companhia
dele e de Fiona.
— É legal, — eu disse.
~ 72 ~
Eu me empoleirei em um banquinho, meus cotovelos apoiados na
ilha da cozinha, enquanto colocava um bocado após outro de abacate e
frango na minha boca, e quase engasguei quando Xavier apareceu. Este
modelo não era uma boxer. Era uma tira, e mesmo esse termo não fez
justiça à coisa. O tecido roxo brilhante não cobria muito.
Xavier estava gostando muito disso. Aposto que ele não teria
experimentado cada peça de roupa se não fosse pela minha reação. —
Sim ou não, Evie?
— Para ser honesta, acho que noventa e nove vírgula nove por cento
da população masculina não deve sequer pensar em usar algo assim.
7 Uma jockstrap (também conhecida como jock, strap, cup, supporter ou atl
athletic) é uma roupa íntima para apoiar a genitália masculina durante o ciclismo,
esportes de contato ou outras atividades físicas vigorosas.
~ 73 ~
— Por que não? Compartilhe seus pensamentos comigo. — Ele
cruzou os braços sobre o peito.
— Claro.
Xavier olhou para sua salada e depois para a minha. — Onde está
seu frango e abacate?
~ 74 ~
Passamos o resto da tarde passando por várias perguntas para
entrevistas em revistas on-line e Rugby World, além de alguns e-mails de
fãs que exigiam uma resposta mais completa.
— Como não tenho treino amanhã, por que não nos presenteamos
com algumas costelas e batatas fritas do meu fast-food favorito? — Xavier
perguntou, levantando-se da banqueta para pegar seu telefone e um
menu de tele-entrega.
Depois que Xavier fez seu pedido, ele abriu a geladeira e pegou duas
garrafas de cerveja que não se pareciam com a água que ele chamava de
cerveja. — Tenho algumas cervejas artesanais à espera.
Eu pisquei para ele, mas ele afastou os olhos com uma pequena
carranca. Eu fiz a varredura no interior da geladeira, encontrando
garrafas de cerveja de diferentes tamanhos e formas. Todas elas
~ 75 ~
artesanais. — Qual a sua recomendação para as costelas? — Eu
perguntei.
— Um brinde.
Xavier assentiu.
~ 76 ~
bebíamos cerveja e comíamos as mais deliciosas costelas que tive em
muito tempo.
Eu corei. Era por isso que meu tamanho não era trinta e seis. Eu
encarei minhas coxas, que estavam grudadas. Nenhuma lacuna entre as
coxas para mim. Nunca.
~ 77 ~
Eu revirei meus olhos. — Eu vou ficar bem. Não sou a única
mulher que usa transporte público para ir para casa. É só meia noite. E
você não pode arriscar ser pego atrás do volante com álcool em seu
sistema. A Liga de Rugby pode bani-lo por alguns jogos.
Ele fez uma careta. — Então me deixe levá-la até o ponto de ônibus.
~ 78 ~
Evie
Ele olhou para mim. Ele não sabia o nome da garota. Claro.
~ 79 ~
quase sem parar enquanto assistia aos testes repetidamente em
casa. Ainda assim, vacilei entre dois nomes. Samantha ou Cameron.
Nunca.
— Eles fazem assim mesmo. Mas eu não levo as fãs para a cama a
princípio.
~ 80 ~
fino da minha blusa. — Você realmente não precisa estar. Estou me
aproveitando dessas mulheres tanto quanto elas de mim. É uma relação
simbiótica.
Ele assentiu.
Eu achei que ele tinha estado em uma viagem sexual com uma de
suas conquistas, mas a verdade me caiu muito melhor.
Às vezes ele me deixava ver esse lado dele também, e nos últimos
dias, isso se tornou mais frequente. Como durante nossa noite de cinema
ou quando ele me comprou um picolé de cereja quando filmamos seu
segundo treino de praia. E era um lado dele que representava uma
~ 81 ~
ameaça maior a minha determinação do que qualquer jockstrap jamais
poderia.
***
— Por garantir que Xavier chegue na hora, você merece estar aqui
— disse Connor, enquanto corria em nossa direção, suado, enlameado e
desgrenhado. Ele beijou Fiona e puxou-a com força contra o seu lado.
~ 82 ~
momento. Meus dedos agarraram seus ombros, meus olhos se
arregalaram e soltei um grito embaraçoso. Quando ele me soltou, ambos
hesitamos por um momento. Fiona e Connor estavam nos observando
com os olhos arregalados, mas felizmente alguns companheiros de equipe
se juntaram a nós, impedindo um comentário de Fiona.
XAVIER
~ 83 ~
eu quero ver você em um cavalo, — disse ela com um aceno de cabeça e
uma risada.
— Por que você não vem comigo da próxima vez que visitar a minha
família? — Eu não tinha pensado em convidar Evie, mas curiosamente
percebi que queria que ela visse de onde eu vinha e conhecesse minha
família. Marc já estava completamente fascinado por ela, e pelas poucas
coisas que deixei escapar para minha mãe, ela também estava.
Evie piscou. — Sério? Eles não se perguntariam por que você está
levando sua assistente para seu momento em família?
— Então vai levar uma mulher com quem não dorme, — disse ela
com uma contração daquela boca rosada. — Pergunte a sua família se
está tudo bem. Eu realmente não quero impor.
Eu inclinei meu corpo em direção a ela, mas não disse nada. Ela
estava procurando por mais palavras.
~ 84 ~
— Foi, — ela admitiu. — Teria sido mais fácil se Fiona não tivesse
partido logo após a formatura. Eu precisava dela ao meu lado.
— Acho que vou deixar pra lá. Não quero que você tenha a
impressão errada, — eu falei com uma piscadela.
Percebi que ainda estava tocando seu ombro e tirei a mão, depois
voltei para a TV e procurei pelo filme. Evie colocou os pés por baixo dela
e apoiou a cabeça no encosto do sofá com uma expressão que tive
dificuldade em ler, então não me preocupei.
Fiona.
~ 85 ~
— Onde você está?
— O primeiro e único.
Pausa.
~ 86 ~
Evie
~ 87 ~
Mantendo meus lábios fechados, peguei a caneca dele. Eu prefiro
o beijo.
***
Depois que Xavier partiu para seu treino, dirigi para casa, onde
encontrei Fiona na cozinha. Ela parou no momento em que entrei,
estreitando os olhos. — Você perdeu a cabeça?
— Xavier o fez.
~ 88 ~
— Ele não está tentando me seduzir, confie em mim. Eu não sou o
tipo dele, como você bem sabe.
— Ele não quer, Fiona. Xavier não tem o menor interesse em mim
a esse respeito. Eu não acho que ele me vê como uma mulher.
— E você?
— Eu sei que sou uma mulher. Eu comprovo toda vez que me dispo
ou amaldiçoo o fato de que não posso fazer xixi em pé durante uma
viagem.
XAVIER
~ 89 ~
Eu a interrompi antes que ela começasse a fazer planos de
casamento. — Mãe, não é assim. Estou levando minha assistente Evie.
***
Houve uma breve pausa do outro lado, depois uma risada. — Ela
ligou. Você pode culpá-la? É o destaque do ano dela.
— Ela não precisa ficar tão animada, certo? Evie é uma amiga e
minha assistente.
Eu desliguei.
~ 90 ~
Claro, eu deveria saber que até meu melhor amigo não me daria
um momento de paz.
— Você está passando muito tempo com Evie, — disse ele em vinte
minutos do nosso treino.
— Há outras coisas que ela não fez. Eu espero que você não as
corrija também, — Connor murmurou enquanto tomava meu lugar na
frente da barra.
~ 91 ~
Eu não disse nada por que não gostava de mentir para o meu
melhor amigo. Embora o termo transar não me caísse bem quando
pensava em Evie.
Evie
~ 92 ~
Eu fiz uma careta para a janela lateral. Imaginei que ele estivesse
certo.
~ 93 ~
***
— Sherlock e Watson?
~ 94 ~
— Eu não me importaria de mordiscar certas partes sua, — ele
disse, e nós dois enrijecemos ao mesmo tempo.
Sua mãe se afastou de mim e foi até seu filho, tocando sua
bochecha. Ele se abaixou para beijar sua bochecha, e ela deu-lhe um leve
tapa no peito, uma repreensão silenciosa. — Eu li o último artigo no Daily
Mail.
~ 95 ~
— Eles sabem, — Xavier murmurou quando tirou nossas malas do
porta-malas. — Mas isso não significa que vão te tratar assim.
Seus olhos cinzentos voaram entre Xavier, que estava ao lado dela
com uma mão no ombro delgado, e eu, então ela apertou minha mão. Seu
aperto era leve, mas seu sorriso se iluminou. — Prazer em conhecê-la
também.
~ 96 ~
— Assistente de Xavier, — disse ela com um sorriso divertido. Ela
apertou minha mão, em seguida, virou para Xavier. Ele pegou sua
sobrinha e beijou sua bochecha rechonchuda antes de dar um abraço em
Milena.
Xavier bateu com o dedo no nariz dela. — Você sempre será minha
irmãzinha.
— É verdade, mas se você comer seus filés mais crus, vai começar
a mugir.
~ 97 ~
— Keto-sushi10, — corrigiu Xavier.
— Por que você não leva Evie para o quarto dela, Xavier? — Milena
sugeriu.
~ 98 ~
Dei de ombros. — Eu amo isso aqui. Aposto que foi maravilhoso
crescer nesta casa.
Eu não sabia por que ela fez isso, mas não tinha intenção de
perguntar. Eu não queria me fazer de boba na frente da família de Xavier.
~ 99 ~
para histórias engraçadas da infância de Xavier. Eu rapidamente notei
que todos contornavam certo tópico: o pai de Xavier.
Xavier pegou sua irmã com cuidado, como se ela fosse a coisa mais
preciosa que ele tinha. A cabeça dela caiu contra o peito dele e ela parecia
frágil e pequena contra o seu corpo forte. Ele levantou os olhos, me
olhando fixamente.
— Claro.
~ 100 ~
Eu fiquei na porta enquanto Xavier colocava sua irmã na cama e a
cobria com um cobertor antes de pressionar um beijo em sua
testa. Sherlock e Watson se enrolaram no tapete ao lado da cama. Eu
recuei e Xavier saiu, fechando a porta.
~ 101 ~
Evie
— É melhor.
Xavier foi até a sua irmã. Para ser honesta, fiquei surpresa por ela
se juntar a nós. Eu não sabia muito sobre equitação, mas não tinha
considerado uma possibilidade para alguém incapacitado. A sela em seu
~ 102 ~
cavalo, uma beleza arlequim, tinha cintas e suportes adicionais para as
coxas.
Ele apontou para o maior dos dois animais. — Esse é meu cavalo,
Adobe. E a sua égua é Cinnamon.
~ 103 ~
Eu tremi ao sentir o toque gentil de Xavier e sua proximidade. Seus
olhos encontraram os meus e por um momento minha respiração ficou
presa. Então eu limpei minha garganta. — Ela é linda.
Eu segurei o arco.
— Eu não ousaria.
— Agora levante-se.
Como se fosse tão fácil assim. Eu tentei usar minha mão no arco
para me puxar para cima, mas no ângulo em que minha perna estava eu
não tinha como me levantar. Calor subiu para minhas bochechas. Xavier
era um atleta profissional, e todas as mulheres com quem ele costumava
lidar estavam em forma, e eu não conseguia nem subir em um cavalo. Eu
nem queria pensar no jeito que minha bunda parecia nesse ângulo.
~ 104 ~
Xavier veio por trás de mim e colocou as mãos na minha cintura. A
tensão atravessou meu corpo com a proximidade inesperada, pela
maneira como meu corpo respondeu a isso. Então outro pensamento me
ocorreu. O que Xavier achou da minha sensação suave? Eu não era
músculo e osso.
Xavier era uma fera. Todo músculo, todo força, todo homem. Deus
tenha piedade.
~ 105 ~
— Você vai se acostumar com isso rapidamente. — Ele tocou meu
joelho brevemente, levemente, como um amigo, mas o contato me
atravessou como eletricidade. Xavier se afastou, foi até o Adobe e subiu
como se fosse a coisa mais fácil do mundo, então pegou as rédeas em
uma mão e se endireitou na sela.
Por que ela estava me dizendo isso? — Eu sei que Xavier é um bom
homem. Os tabloides relatam sobre um lado que ele permite que eles
vejam, um lado que ele quer que eles vejam. Mas ele é muito mais que
isso.
Ela deu um aceno conciso. — Ele precisa de uma mulher que o faça
acreditar em sua bondade.
— Não é assim entre Xavier e eu. Sou sua assistente e amiga. Ele
não me vê como mais do que isso. Eu não sou o tipo dele, por razões
óbvias.
***
~ 107 ~
Xavier preparou a carroceria de uma picape Ford enorme,
limpando-a de bagunça e colocando sacos de dormir dentro. Xavier e eu
deveríamos sair e observar as estrelas. Milena sugeriu isso depois que
voltamos da cavalgada, e todos ficaram entusiasmados com a ideia,
especialmente Georgia e Willow.
— Sim, — eu admiti.
~ 108 ~
Xavier era um mulherengo. Eu tinha visto como ele fazia um
movimento. Ele nunca foi contido. É claro que, com aquelas mulheres,
ele as queria em sua cama e elas deixavam claro que queriam estar em
sua cama também, então ele sabia que seu toque era bem-vindo. Eu
supus que era uma coisa boa que ele não me quisesse dessa forma, e
ainda melhor que não soubesse que eu queria o que todas aquelas
mulheres queriam. — O que minha mãe queria de você? Ela tentou se
intrometer?
Não o tipo ‘vamos acabar logo com isso’, ou o tipo ‘cale a boca’. Não
foi impaciente. Ele espalmou minha bochecha e me beijou, me consumiu,
com seus lábios e língua. Eu estava tonta do seu gosto, seu calor, seu
toque. Eu nunca tinha sido beijada assim, nem perto disso, não tinha
imaginado que seria possível me perder em um beijo, na sensação de
alguém assim.
~ 109 ~
Sua outra mão tocou minhas costas e ele nos aproximou ainda
mais até que seu calor estivesse em toda parte. O tecido da minha camisa
poderia muito bem nem estar lá. Meu corpo respondeu ansioso e faminto
por seu toque. Eu queria Xavier. Meu corpo queria, mas meu coração
também. O que isso significava para ele? Sua palma se afastou das
minhas costas para as minhas costelas, o toque suave. Eu enrijeci. Eu
precisava parar com isso agora.
~ 110 ~
— Talvez devêssemos voltar, — eu disse. Tive a sensação de que
nem Xavier nem eu estávamos em condições de tomar decisões
responsáveis neste momento.
XAVIER
~ 111 ~
Evie não era uma garota que eu considerava meu tipo. No entanto,
a personalidade de Evie a teria tornado atraente, mesmo que ela fosse
feia.
Mas ela era linda, perfeita com todas as suas imperfeições, e apesar
de seus seios incríveis e bunda digna de amassar, essa não foi a razão
pela qual eu a beijei. Quando eu estava perto dela, silêncios não pareciam
oportunidades perdidas para deixar minha marca; eles não eram
carregados ou estranhos. Poderíamos nos sentar ao lado um do outro em
um silêncio confortável, apreciando a companhia mútua, além disso,
felizes em sermos nós mesmos. Porra, eu soava como um maldito
horóscopo de psicologia do amor.
~ 112 ~
— Eu não namoro, Willow, e o que é mais importante, eu não
discuto minha vida amorosa com minha irmãzinha. — Eu me abaixei e
beijei sua testa para suavizar minhas palavras. Willow agarrou-se aos
meus braços, forçando-me a encontrar seus olhos. — Eu não sou mais
uma garotinha. Estar presa em uma cadeira de rodas não significa que
eu não vejo as coisas. E vejo como você olha para ela e como ela olha para
você.
~ 113 ~
Evie
~ 114 ~
Com a boca torcida, peguei o leite e as canecas e fiz um
cappuccino. Eu tomei um gole quando mais gritos ecoaram, só que desta
vez soaram furiosos, e uma mulher invadiu o patamar, meio vestida e
parecendo realmente irritada. Normalmente, as mulheres deixavam o
quarto de Xavier com um sorrisinho sonhador ou uma expressão de
paixão doentia. A raiva vinha depois, quando ele não ligava de volta. —
Você é um idiota.
Ele era.
~ 115 ~
por dia. — Treino em trinta e cinco minutos, então você precisa mover
sua bunda, e algo que você marcou como WS, mas eu não sei o que
é. Você nunca me disse.
— Ela tem permissão para ver meu lindo rosto todos os dias. Isso
é um prêmio se alguma vez houve um, — Xavier disse enquanto jogava a
bola de rugby de uma mão para a outra.
~ 116 ~
Brennan riu. — Eu a amo.
***
Claro que ele não poderia deixar por isso mesmo. — E na boca de
todas.
~ 117 ~
Aquele sorriso de lobo torceu minhas entranhas em um nó quente
e pegajoso. — Estou dando às pessoas o que elas querem. A imprensa,
as mulheres e até ao pessoal de marketing da equipe.
Ela nos levou através do abrigo, que era organizado como uma
comunidade residencial com uma sala comum e cozinha, e vários quartos
para as mulheres e seus filhos. O interior estava em uma condição muito
melhor do que o exterior. — Eu não posso mostrar todos os quartos
porque algumas mulheres não querem ser vistas por ninguém. Elas estão
receosas.
— Queremos garantir que seu dinheiro foi usado para fazer o bem,
Sr. Stevens. Nós não conseguimos apoio suficiente através de fundos do
governo, então sem o seu dinheiro não poderíamos ter feito essa
~ 118 ~
reforma. Há tantas mulheres que precisam de um lugar seguro, e
apreciamos que você nos ajude a dar isso a elas.
***
~ 119 ~
— Eu preciso de uma noite relaxante e amanhã não há treino,
então que tal uma noite de cinema? — Xavier perguntou, parecendo
indiferente. Não houvera nenhuma noite aconchegante entre nós desde o
incidente na carroceria do caminhão.
Xavier parecia ter esquecido tudo sobre isso, afinal. Ele já havia
beijado, só Deus sabe quantas mulheres desde então, embora eu fosse
provavelmente a único cujo nome ele lembrava.
— Alien?
— Ainda é difícil acreditar que há uma mulher por aí que não gosta
de dramas e filmes de garota.
~ 120 ~
— O que tem para o jantar, querido? — Eu cantarolei enquanto
jogava meus pés na mesa de Xavier.
— Certo. Vou querer tudo o que você pedir — falei e liguei a TV.
~ 121 ~
— O quê? — Eu disse, apenas meio ofendida. — Foi você quem
sugeriu que assistíssemos Alien.
Xavier assentiu, mas não tinha certeza se ele tinha escutado uma
palavra que eu disse. Seus olhos baixaram para a minha boca, mas o
toque da campainha nos poupou de outra desgraça. Eu pausei o filme
enquanto Xavier se dirigiu para a porta para pegar nossa comida. Ele
retornou alguns minutos depois com os sacos de comida compostáveis13
que continham caixas igualmente compostáveis com nossos
hambúrgueres.
~ 122 ~
Xavier franziu a testa. — Você e eu temos muito mais em comum.
Ele disse isso com naturalidade, mas causou estragos nas minhas
entranhas.
— Eu não vejo você como uma irmã, confie em mim, Evie, — Xavier
murmurou.
~ 123 ~
Quando os créditos finais desceram na tela, considerei fingir
exaustão e sair rapidamente, mas então Xavier falou.
Xavier assentiu. Eu não insisti. Era óbvio que ele não divulgaria
mais informações por enquanto. Por alguma razão, eu queria acariciar
seu queixo, sentir a barba por fazer e dar um beijo na bochecha dele para
mostrar que gostava que ele me permitisse ver esse lado dele.
~ 124 ~
A mão de Xavier escorregou debaixo da minha blusa, e antes que
eu pudesse me conter com preocupação, ele segurou meu peito através
do sutiã. Ele gemeu contra a minha boca e eu o beijei ainda mais forte,
tentando combinar sua ânsia e habilidade. Bom Deus. Esse homem.
O brilho do andar de baixo era a única fonte de luz, pelo que fiquei
feliz quando Xavier puxou minha blusa por cima da minha cabeça,
deixando-me de sutiã. Eu não tive a chance de me preocupar porque suas
mãos já estavam na minha saia, abrindo-a mais rápido do que eu já havia
conseguido, e então sua boca estava de volta na minha e seus dedos
deslizaram em minha calcinha.
~ 125 ~
Ninguém nunca me tocou lá. Eu não tive a chance de ficar
constrangida, porque Xavier começou a acariciar a pequena
protuberância que logo se tornou o foco da minha existência. Eu ofeguei
em sua boca. Ele recuou para me observar e eu abaixei a cabeça, minhas
bochechas esquentando. Minha mão roçou seu pacote curiosamente e
pareceu ser a última gota, porque Xavier me ajudou a sair da minha saia
e meias e me apoiou na cama, removendo meu sutiã no processo. Eu caí
para trás, e ele estava fora de suas calças e completamente, incrivelmente
nu antes que eu tivesse tempo de processar qualquer coisa.
Sua boca estava quente no meu joelho enquanto ele beijava minha
pele, em seguida, seus dedos agarraram minha calcinha e a puxaram
para baixo.
~ 126 ~
Evie
Xavier.
Minha ruína.
Mas isso não significava nada para ele. Um foda como milhares
antes. Dentro e fora. Então ele seguia em frente.
~ 127 ~
motivo. Ele as tinha fodido e depois seguiu em frente. Mas eu era apenas
sua assistente? Não me senti assim nas últimas semanas.
Xavier moveu seus quadris, empurrando para frente, mas não foi
muito longe.
~ 128 ~
momento um pequeno teria sido a minha escolha preferida. Claro, nada
sobre Xavier era pequeno.
Deitei-me imóvel sob ele, sem saber o que fazer. Ele também não
estava se mexendo, apenas respirando com dificuldade no travesseiro ao
meu lado. Eu tinha certeza que não era assim que ele geralmente fodia
as garotas. Esperei alguns segundos, mas estava começando a me sentir
desconfortável.
~ 129 ~
— Mais que alguns centímetros. Você me viu nu — ele disse
secamente.
Eu bufei.
Raiva surgiu através de mim. — Você quer dizer que você não quer
isso agora que acendeu a luz e pode ver tudo de mim. — Meu lábio inferior
começou a tremer. Tremer. Eu queria me estapear.
Eu tentei me afastar, mas com ele sobre mim e sua ereção ainda
em mim, isso era impossível. — Claro. Por que alguém iria querer foder a
pobre virgem gorda, especialmente Xavier, a Besta, Stevens?
Sua boca desceu nos meus lábios com força, me silenciando. Sua
língua empurrou em minha boca, calando-me da melhor maneira
possível. Depois de um momento de surpresa, eu o beijei de volta
ferozmente. E então ele se abaixou, seu peito musculoso pressionando
contra meus seios. Ele segurou minha cabeça com as palmas das mãos,
me prendendo com seus antebraços. Ele beijou meu ouvido,
murmurando. — Eu espero que você não se arrependa disso, Evie, como
eu vou.
Eu cravei minhas unhas mais fundo em seus ombros, mas ele nem
sequer estremeceu. Ele continuou lentamente empurrando mais fundo
em mim até que eu podia sentir meu corpo cedendo à sua pressão, e
então ele deslizou todo para dentro O ar deixou meus pulmões em um
sopro. Doeu como o inferno.
Ele beijou meu cabelo, depois minha testa. Meu coração acelerou
com o gesto gentil, tão diferente do Xavier dos tabloides. Nossos corpos
estavam unidos. Ele era tão forte e poderoso, por uma vez me fazendo
sentir pequena e delicada, e não a gordinha que eu era. Queria lhe dizer
que me apaixonei por ele muitas noites de filme atrás. — Eu realmente
gostaria que seu Maserati fosse uma compensação pelo tamanho do seu
pênis, — eu disse, sem fôlego.
~ 130 ~
Ele riu. — Desculpe, Evie. Eu não preciso compensar nada.
Eu fiz uma careta. — Não assim. Você foi o primeiro cara a chegar
à segunda base. E os poucos beijos que eu tive foram mais perturbadores
do que memoráveis.
E ele fez. Ele foi lento e gentil, como se tivéssemos todo o tempo do
mundo. Ele nunca tirou os olhos do meu rosto, mesmo quando o dele se
tornou mais e mais tenso. Eu poderia olhá-lo para sempre, se não
houvesse a pequena questão da dor. Xavier não vacilou em suas
estocadas, e quando ele levou a mão entre nós e seus dedos encontraram
meu ponto certo, um pouco da dor desapareceu. Eu não tinha certeza de
~ 131 ~
quanto tempo ele poderia continuar, mas sua resistência era
admirável. Eventualmente, eu ousei sussurrar: — Você pode gozar?
Algo em seus olhos mudou, algo que encheu meu peito com calor.
E então ele finalmente ficou tenso, sua cabeça caindo para frente
quando empurrou dentro de mim. O suor escorria pelo seu peito. Eu
deslizei meus dedos pelos finos cabelos escuros ali, sobre o aço de seus
músculos. Ele respirou, seu estômago flexionando. Ele ficou assim por
um tempo, e não pude deixar de sentir uma sensação estúpida de triunfo
de que um homem como ele me queria.
Ele puxou para fora e se deixou cair na cama ao meu lado antes de
deslizar sua mão sob a minha cintura e me puxar para ele como se eu
não pesasse nada. Pressionei meu rosto em seu peito, maravilhada com
o martelar de seu coração, com seu perfume almiscarado.
~ 132 ~
— Você está bem? — Xavier perguntou em um profundo tom depois
do sexo que eu nunca tinha ouvido antes, uma voz como mel quente e
folhas de outono nítidas.
— Eu quero ver seu rosto, — ele murmurou. Sua voz tinha algo que
eu não reconheci. Minha curiosidade ganhou e finalmente ergui minha
cabeça.
~ 133 ~
Evie
O sol fez cócegas no meu rosto. Eu abri meus olhos, olhando para
horizonte familiar, no céu azul de final de verão sobre a ponte do
porto. Soube imediatamente onde estava e a dor me lembrou do que havia
acontecido. Estive aqui muitas manhãs pegando as peças depois que
Xavier terminou com sua mais recente conquista.
Fiquei feliz que não encontrei palavras antes de Xavier se virar para
mim. Sua expressão silenciava qualquer absurdo romântico que eu
queria expressar.
~ 134 ~
Envolvendo o cobertor em volta do meu corpo, comecei a pegar
minhas roupas no chão, depois saí rapidamente do quarto e fui para o
banheiro de hóspedes no andar de baixo. Minha primeira caminhada da
vergonha.
Se ele achava que eu iria tomar café pós-coito desajeitado com ele,
havia perdido a cabeça. Era óbvio que ele não tinha certeza de como me
dispensar gentilmente. Eu era sua assistente, afinal, e não alguma
estranha para quem pudesse dar um número de telefone
falso. Considerei dizer algo como ‘obrigada pela noite’ ou ‘boa foda’, mas
sabia que não seria capaz de fazê-lo.
XAVIER
~ 135 ~
primeira amiga feminina. E eu tinha seguido a porra do meu pau e tirado
sua virgindade.
Ela me conhecia. Ela sabia que eu não namorava. Então por que
eu estava me sentindo o maior babaca do mundo?
Ela me conhecia. Talvez isso fosse apenas sexo para ela, uma
maneira fácil de livrar-se de sua virgindade. Porra. Evie era uma
amiga. Ela era... mais do que isso: minha consciência e minha
proteção. E mesmo isso ainda era uma descrição inadequada demais do
que Evie significava para mim.
Era meu dia de folga, nada programado para o dia, exceto treinar
com Connor à tarde, mas me senti inquieto.
— Evie é uma boa mulher, — foi tudo o que ela disse. Eu não tinha
certeza de como ela soube. — Ela saiu do seu apartamento parecendo ter
visto um fantasma. O que você fez agora, Xavier?
***
— Ei, — eu disse.
~ 136 ~
— Posso te perguntar uma coisa sobre sua irmã Evie? — Eu
perguntei enquanto colocava minha bolsa de ginástica no chão, parando
a poucos passos deles - a uma distância segura.
— Você faz parecer que eu a forcei. Ela estava mais do que disposta,
acredite em mim.
Boca estúpida.
— Você pode ter qualquer garota, mas não pôde manter suas calças
nesse único caso? Isso não é brincadeira, Xavier. Evie merece o
melhor. Espero que seu tesão tenha valido a pena machucar a pessoa
mais gentil que você conhecerá.
~ 137 ~
Eu fiquei em silêncio. Não havia nenhum comentário engraçado
nos meus lábios. Evie era a garota mais legal que eu conhecia, e a única
cujos comentários sarcásticos quase fizeram cerveja sair pelo meu nariz.
Fiona passou por mim, pegou sua bolsa no chão e correu para fora
da academia sem olhar para trás.
Quando ela se foi, olhei para Connor. — Ela faz parecer que fui o
único que fez besteira. Evie é minha assistente. Ela me conhece.
— Ela sabia que você jogava fora as tietes e modelos. Mas você
passou quase todos os dias com ela. Você a apresentou a sua
família. Você teve noites de cinema com ela.
~ 138 ~
Connor fez uma careta. — Fiona mencionou isso para mim.
Eu balancei a cabeça.
— Cuidado, — eu rosnei.
Evie
~ 139 ~
Eu me encolhi. — E ele contou a você?
— Eu sei. — Mas ele nunca foi assim comigo. Até agora. Por alguma
razão eu achei que as coisas poderiam ser diferentes entre nós.
~ 140 ~
— Não amenize. Não estou nem perto de um tamanho trinta e seis.
— Há uma cláusula no meu contrato que não posso sair até que eu
encontre uma assistente adequada ou seis meses se passem.
— Não pode ser tão difícil encontrar uma nova assistente para ele.
~ 141 ~
Fiona franziu o nariz. — Você deveria ter me dito que ainda tinha
Xavier em cima de você, então eu teria colocado luvas para abraçá-la, —
disse ela brincando. Eu a empurrei e ela recuou com um sorriso.
— Sim, bem, não significa que ele tenha que agir como um homem
das cavernas.
— Fiona, eu realmente não quero falar sobre isso, mas ele foi muito
cuidadoso depois que descobriu.
Calor correu para minhas bochechas. Essa foi a cereja no meu bolo
de vergonha.
~ 142 ~
— Há quanto tempo você está ouvindo? — Perguntou Fiona,
acusadora.
~ 143 ~
XAVIER
~ 144 ~
— Eu a machuquei?
— Eu não sei por que você está chateado. Você não teve que ouvir
Fiona e Evie falarem sobre estar dolorida a noite toda. Essa não é a minha
ideia de uma noite relaxante, acredite em mim.
— Suponho que isso significa que não estou mais convidado para
o churrasco amanhã?
~ 145 ~
Ele zombou. — Eu não sei, mas talvez você deva começar a pensar
nisso. — Com isso, ele acelerou ainda mais. O que diabos significava
isso? Desde quando ele era uma autoridade sobre as mulheres? Ainda
lembrava muito bem dos nossos dias de solteiro, antes de Fiona.
Depois do treino, peguei meu telefone e tentei ligar para Evie, mas
ela não atendeu. Ela também ignorou minhas mensagens. Evie não era
do tipo mesquinho ou vingativo, então se estava agindo dessa maneira,
ela estava realmente ferida.
Evie
~ 146 ~
Os olhos de Connor se arregalaram. — Ele não disse nada sobre
você, Evie, eu juro. E se ele tivesse tentado, eu o teria calado com um
soco na boca.
— Isto é. Você é a assistente dele. Aja como uma adulta sobre isso,
ok? Apenas salve sua bunda triste até que encontre uma nova babá. —
Ele saiu sem outra palavra, e eu olhei para suas costas. Ampla e
musculosa como a de Xavier. Eu nunca deveria ter chegado perto de um
jogador de rugby para começar.
***
~ 147 ~
— Porra, sim! — Xavier gemeu.
Ele fez uma breve pausa quando me viu, e sua expressão vacilou:
culpa.
~ 148 ~
Abaixei meus olhos para o meu celular, fingindo estar ocupada com
o trabalho, o que não era uma mentira. Eu ainda tinha cerca de vinte e
cinco e-mails que precisava ler e responder.
~ 149 ~
Ela me lançou o mais desagradável olhar possível antes de sair,
com a cabeça erguida. Desejei ter conseguido esse tipo de saída há três
dias e me senti aliviada por ninguém ter registrado minha caminhada da
vergonha. Essa teria sido a manchete do ano.
Ele se virou para mim, com um olhar que me deixou mais do que
um pouco nervosa. — Ela teve o que mereceu. Não sei por que é sempre
a mesma coisa.
Oh meu Deus, ele estava falando sério? — Esta conversa não está
acontecendo.
— Evie...
~ 150 ~
— Eu sei. E vou encontrar uma boa substituta para você, não se
preocupe.
— Seis meses. Esse é o máximo que você tem. Depois disso, posso
sair sem uma substituta.
~ 151 ~
Evie
Ele parecia todo profissional. Como meu chefe. Ele nunca tinha
soado assim antes. Então era assim que ia ser?
~ 152 ~
— Claro, — disse Xavier casualmente.
XAVIER
Connor veio à tarde para me pegar para uma corrida na praia. Ele
ainda estava me dando aquele olhar decepcionado e mal disfarçado, e
isso estava me deixando furioso.
— Então o que é?
~ 153 ~
— Você é um idiota.
Evie
Fiona franziu o cenho. — Eu lhe disse para dizer que ela estava
disponível.
~ 154 ~
— Algumas semanas atrás, na época em que você foi para a fazenda
da família de Xavier com ele. Eu achei…
Eu mordi meu lábio. Blake era meio fofo. Ele era bom, agradável de
conversar e era um jogador de rugby sexy. Havia apenas o pequeno
problema de que ele não era Xavier. — Não tenho certeza se é uma boa
ideia.
~ 155 ~
— Ok, diga a ele que estou disponível, — eu disse finalmente.
Connor fez uma careta. Mas eles começaram a meter seus narizes
no meu negócio. Agora tinham que lidar com as consequências.
— Você não sabe disso, — eu disse, mas quando olhei para o meu
celular, vi que era de fato Blake e ele estava me convidando para um
encontro.
~ 156 ~
Parecia uma coisa boa, e era lisonjeiro, embora eu ainda não tivesse
certeza se Blake estava realmente interessado em mim assim. — O que
eu digo?
— Eu não sei. Não tenho certeza de que estou pronta para ter meu
coração partido novamente.
— Nós?
***
~ 157 ~
couro vermelha escura apertada alcançando minha cintura marcando-a,
e o top de seda brilhante enfiado no cós. A roupa acentuava minha
cintura, quadris e seios. Tudo o que deveria, como disse Fiona. De saltos,
eu estava quase no nível dos olhos de Blake, o que era novo, já que Xavier
era quase uma cabeça mais alta que eu com esses mesmos
sapatos. Blake ainda era alto e incrivelmente musculoso.
~ 158 ~
Foi o que aconteceu, mas a falta de conversa também permitiu que
minha mente se afastasse e, como de costume, se dirigiu ao homem em
quem eu não deveria estar pensando, o homem que provavelmente estava
fodendo Dakota naquele exato segundo.
Ele acenou para alguns fãs gritando seu nome antes de apertar a
mão dos seguranças, que acenaram para mim. Eles nos deixaram passar
sem hesitação. — Os jogadores de rugby precisam ficar na fila para
alguma coisa? — Perguntei rindo, lembrando-me de como Xavier entrara
em todos os clubes ou restaurantes sem esperar.
— Bebida?
— Sim, por favor. — Nós nos movemos em direção a uma mesa livre
perto do bar. As mesas perto das janelas com vista para o porto já
estavam ocupadas.
Coloquei uma mão no ombro dele para mostrar que o toque era
bom. Eu não estava nem preocupado com o que ele pensaria da minha
suavidade. Era porque eu não estava interessada nele? Ou era apenas o
álcool no meu sistema?
~ 159 ~
A boca de Blake estava a apenas um centímetro da minha, e meus
olhos estavam prestes a se fechar quando de repente Xavier surgiu,
empurrando Blake para longe de mim. Blake tropeçou alguns passos
para trás, mas se equilibrou rapidamente.
— Meu problema é que você estava com suas mãos fodidas por toda
a Evie.
— Evie é solteira. Ela pode sair com quem ela quiser, — disse
Blake.
~ 160 ~
esse homem tem que ser tão lindo? Não era justo. — Não haverá qualquer
tipo de sexo entre nós.
Ele fez uma careta. — Em algum lugar lá dentro. Eu não sei. Não
me importo.
— Blake e eu não somos da sua conta, mas se você quer saber, este
é o nosso primeiro encontro.
~ 161 ~
Xavier passou a mão pelo cabelo, suspirando. — Isso é o que eu
estava tentando lhe dizer antes. Eu não namoro, você sabe disso, mas
nós poderíamos ser...
Ele não disse nada, mas seus olhos se moveram para o meu peito,
e o olhar neles mandou um arrepio doce pelo meu corpo.
~ 162 ~
— Não finja que você não sabe. Sou muito gorda para namorar
alguém como você. Pela primeira vez esta noite, desejei ter escolhido uma
roupa diferente, não uma que acentuasse minhas curvas assim.
— Você não é nada como elas, — ele murmurou, suas mãos ainda
contra as minhas bochechas, quentes e gentis.
— Confuso? Você?
Ele sorriu. — Porque era você. E porque você foi minha primeira
virgem. Eu nunca quis o fardo de ter esse tipo importância na memória
de uma mulher. E então essa virgem era você.
~ 163 ~
Eu recuei e ele soltou as mãos dos meus quadris. — Não. Xavier,
só há uma maneira de você me ter, e isso é um relacionamento real e não
como um caso.
Ele sorriu, mas era menos brilhante do que antes. — Você está
bem?
Ele ficou de pé, franzindo a testa. — Não é você que tem que se
desculpar. Você quer ir embora?
— Sim, não estou mais com vontade de dançar. Por favor, não fique
bravo.
Ele balançou a cabeça. — Eu não estou. Foi uma noite linda até
Xavier surgir.
— Ok, — disse Blake, mas poderia dizer que ele não acreditou em
mim. Nós saímos do clube e no caminho de volta para minha casa, ele
me envolveu em uma conversa educada, mas poderia dizer que estava
mais cauteloso do que antes.
Ele fez uma careta. — Eu já ouvi essas palavras antes, — ele disse
amargamente. — As mulheres sempre se interessam pelo tipo
idiota. Xavier é a prova viva.
~ 164 ~
Eu queria protestar, mas fechei os lábios. — Sinto muito, — eu
disse finalmente. — Não seria justo continuar saindo com você. Neste
momento, não é o momento certo para eu procurar alguém.
— Então o quê?
— Ele fez o quê? Ele perdeu a cabeça? Você é sua assistente, não
sua namorada. Vou chutar o traseiro dele amanhã.
Eu toquei o braço dela. — Não. Apenas deixe para lá. Eu não quero
mais drama. Já tive o suficiente por toda a vida.
~ 165 ~
XAVIER
Encontrei meu irmão em nosso pub favorito, onde eles tinham uma
nova seleção de cervejas artesanais na torneira toda semana e os
melhores peixes e batatas fritas da cidade. Marc já estava em nosso
estande habitual quando entrei. Acenei para o dono do bar, que nunca
fez um grande alvoroço quando cheguei. Este era um lugar onde eu não
precisava me preocupar com paparazzi tirando fotos minha. Eles tinham
feito o suficiente disso ontem à noite. Eu não comprei os tabloides, mas
tinha vislumbrado as manchetes, e todos eles me incluíam. A maioria
com Blake e Evie, alguns com Dakota quando ela jogou sua bebida na
minha cara. O último eu não me importei. O primeiro me deixou furioso
porque sabia que as imagens incomodariam Evie.
Marc me deu uma olhada. — Diga-me algo que eu não sei, — ele
brincou, então ficou sério. — Não é sobre Evie, é?
Parecia que isso iria esmagá-lo. O que havia com Evie e conquistar
todos que ela conhecia? O treinador, meus companheiros de equipe,
minha família... Blake. Eu ainda queria dar um soco no rosto dele por
dançar com Evie, por ter as mãos nos quadris dela, por tentar beijá-
la. Ele a queria, queria o que eu queria para mim. E se Evie decidisse sair
com ele de novo? Ou outra pessoa?
~ 166 ~
Marc sacudiu a cabeça uma vez, desaprovando, depois tomou um
longo gole da cerveja, o tempo todo me avaliando como se eu tivesse
admitido cometer assassinato e não sexo.
— Se ela saiu, talvez as coisas não sejam tão ruins assim. Talvez
ela pelo menos concorde em continuar trabalhando como sua assistente.
~ 167 ~
Para Marc dizer porra, ele deveria estar realmente chateado em
nome de Evie, e alcançou seu objetivo. Eu me senti ainda pior, o que
parecia dificilmente possível. Todas as mulheres com quem estive desde
que dormi com Evie me fizeram sentir mais culpado. Elas não tinham
sido a distração que eu esperava. Tudo o que fizeram foi me mostrar que
Evie era única.
Ele voltou com dois copos cheios de uma mistura quase preta. —
Cerveja inglesa escura. Uma pitada de chocolate e malte — ele disse
enquanto colocava um copo na minha frente e sentava.
Eu balancei a cabeça.
~ 168 ~
iria abordar um assunto que eu odiava. — Houve uma época em que eu
pensava como você, quando achava que o mundo era melhor sem
mergulhar os dedos na piscina do namoro, mas ela não podia deixar
escapar. Eu não sou como ele. Às vezes fico com raiva e grito, e Milena
grita de volta, mas nem uma vez eu a amaldiçoei, a ameacei ou levantei
minha mão para ela. E não só porque não quero perdê-la - porque a
perderia se a tratasse assim, mas porque não quero tratá-la assim.
— Então o quê?
Nada como um irmão mais velho que fazia você se sentir o maior
babaca do mundo. Ele e Fiona se dariam bem se eles se conhecessem.
***
~ 169 ~
Evie ainda fazia tudo o que deveria fazer. Ela era responsável e
levava seu trabalho a sério, mas agora se certificava de manter
distância. Nossas brincadeiras se foram, e ela nunca chegava perto o
suficiente para que nos tocássemos acidentalmente.
— Você agiu, mas não posso culpá-lo por isso. Eu sabia como você
tratava as mulheres.
~ 170 ~
uma chance a essa coisa de namoro. Quero nos dar uma chance, se você
quiser.
Evie
~ 171 ~
— Não como um casal e você sabe disso.
— Estou feliz, mas também estou preocupada. Você sempre foi tão
inflexível em não namorar e agora muda de ideia. Alguns dias atrás você
ainda estava transando com Dakota, e agora sou eu quem você quer. Isso
não faz sentido.
~ 172 ~
Eu fechei minha boca. Xavier nunca estivera realmente zangado
comigo, mas agora ele parecia louco. Ele se inclinou devagar e roçou os
lábios nos meus. Prendi a respiração, mas ele não aprofundou o beijo; em
vez disso, ele recuou alguns centímetros. — O que eu quis dizer é, —
disse ele com firmeza, — eu nunca quis namorar porque não achei que
seria bom nisso.
Peguei sua mão forte e áspera. Eu enrolei seus dedos até que eles
formaram um punho, então eu levantei entre nós. — Você pode se
imaginar me socando? — Eu perguntei, trazendo seu punho para o meu
rosto.
~ 173 ~
Ele ficou tenso, com os olhos arregalados e horrorizados. — Não.
— Não, — disse Xavier em voz baixa. Ele ainda estava tenso, com
os olhos intensos como se eu estivesse contando uma história que o
deixava na borda da cadeira.
— Me machucar?
— Não.
— Me ofender?
Eu soltei a mão dele e sorri. — Viu. Você não tem nada com o que
se preocupar.
— Mas ele não fez. Você tem uma família maravilhosa. E ele? Onde
ele está?
~ 174 ~
segurando-o com força. Xavier me envolveu em um abraço apertado e
descansou o queixo no topo da minha cabeça. Ficamos assim por muito
tempo e me perguntei se alguma coisa seria tão maravilhosa quanto estar
nos braços de Xavier, ouvindo seu batimento cardíaco, sentindo seu calor
e força.
— Não é o mesmo?
— Você quer dizer não fazer sexo com outras mulheres, certo? —
Ele disse, sorrindo, em seguida, sóbrio com um olhar meu. — Se é isso
que é preciso, posso lidar com a regra do não sexo.
— Tem certeza? Você está fazendo uma cara como se tivesse sido
proibido de jogar rugby por toda a vida.
~ 175 ~
Eu levantei minhas sobrancelhas. — Se você acha que não pode
fazer isso, então devemos esquecer. Eu não quero me machucar,
Xavier. Mais do que já estou machucada, é isso.
~ 176 ~
Eu passei por Xavier. — Se vista. Nós precisamos sair. Seu
treinador vai explodir uma artéria se você se atrasar.
Eu parei.
~ 177 ~
dominasse minha mente e eu arrastasse Xavier de volta para seu
apartamento e o deixasse me levar para a cama.
~ 178 ~
Evie
— Ainda é por causa daquele idiota? Ele está lhe dando um tempo
difícil?
~ 179 ~
Eu pisquei. Eu divaguei novamente. — Desculpa. Ele não fez
nada. Ele está sendo o arrogante habitual. — O que não era uma mentira.
— Eu não estou.
— Você não está mais ligada a ele, certo? Ele esteve com várias
mulheres, e você deveria seguir em frente também. Ele não vale a pena
desperdiçar outro pensamento. Só porque ele foi seu primeiro, não
significa que tenha que significar alguma coisa.
Não era tão fácil, e Fiona sabia disso. Ela havia deixado os Estados
Unidos porque pegou seu primeiro amor a traindo. É certo que isso foi
pior do que o que aconteceu comigo. Ela e Aiden estavam namorando há
três anos, e ele fodeu sua melhor amiga. Eu tive sorte em comparação. —
Não vamos falar sobre Xavier, tudo bem? — Eu simplesmente acabaria
deixando algo escorregar, e então o nosso almoço iria mudar para pior.
— Você saiu com ele uma vez e seu encontro foi rudemente
interrompido por Xavier. Você não pode contá-lo. Dê a ele outra chance.
~ 180 ~
Devolvi meu celular para minha bolsa, em seguida, olhei para cima
e peguei Fiona me observando com olhos estreitos. O sorriso caiu do meu
rosto e um rubor traiçoeiro subiu pela minha garganta.
— Quem era?
— Uh, ninguém.
Droga. Por que Fiona tinha que ser um cão de caça quando
cheirava minhas emoções? — Eu… eu conheci alguém. — Lá estava, a
mentira que eu não queria confiar.
— Onde você o conheceu? E por que você não me disse que estava
procurando alguém? É por isso que você não quer ver Blake de novo?
***
~ 181 ~
Eu balancei minha cabeça com uma risada, mas vacilei quando os
olhos de Xavier vagaram lentamente sobre mim. Eu não estava vestida
de uma maneira excessivamente sexy, mas a saia lápis acentuou meus
quadris e minha blusa deu uma bela visão do meu decote. O brilho
apreciativo nos olhos de Xavier enviou um arrepio agradável na minha
espinha. — Você está linda, Evie, — disse ele em voz baixa que eu pude
sentir todo o caminho entre as minhas pernas. Não doeu que Xavier
parecesse bom o suficiente para ser devorado com a camisa azul escura
e calças bege.
— Muito bem até agora. Vamos ver como você continua se saindo.
Engoli. — Talvez.
***
~ 182 ~
de Xavier descansava levemente na parte inferior das minhas costas, e
seus bíceps roçaram minha omoplata quando ele me levou para dentro.
Mordi meu lábio, de repente, sem saber o que dizer, como agir em
torno de Xavier. Felizmente, o dono veio em nossa direção com duas
bandejas de madeira que continham quatro pequenos copos de cerveja.
Xavier assentiu.
~ 183 ~
O sorriso de lobo. — Por que não?
— Vamos.
~ 184 ~
problema. Como uma amiga, um ser humano. Não uma vagina com
membros.
~ 185 ~
— Então, como Willow reagiu às notícias?
— O que você acha? Ela estava na lua. Ela está querendo que eu
encontre alguém há muito tempo.
~ 186 ~
Desfilar meus defeitos na frente de Xavier em uma roupa de
banho? Não, obrigada. Eu fiz uma careta. — Eu não acho que seja uma
boa ideia. A última vez os paparazzi nos pegaram na praia.
Ele riu. — Eu duvido que isso engane alguém. Mas se é isso que
você quer?
~ 187 ~
Evie
Quando cheguei à sua frente, fiquei na ponta dos pés e beijei sua
bochecha. Seu braço veio imediatamente ao redor da minha cintura e sua
cabeça abaixou, seus olhos travando com os meus. — Esta roupa é para
me matar, certo?
~ 188 ~
— Elas são bonitas. Eu tenho permissão para apreciar coisas
bonitas também, certo?
— Está, — eu confirmei.
***
~ 189 ~
não tinha certeza de o porquê ter concordado com um encontro em sua
cobertura, talvez por ele ter me convidado logo após a partida, quando eu
ainda estava chapada com a euforia de assistir Xavier em um jogo de tirar
o fôlego. Mas era tarde demais para recuar agora. Eu não queria que
Xavier percebesse o quão forte o efeito de sua proximidade tinha sobre
meu corpo.
Eu tinha pensado em usar algo sexy, mas em vez disso optei por
um suéter de cashmere de coral suave que abraçava meu peito e
jeans. Eu queria me sentir confortável, e não dar ideias a Xavier, embora
o conhecendo, ele as teria de qualquer maneira.
Eu disse isso mais de uma vez, mandei dois textos para ele hoje
com a mesma mensagem. Eu balancei a cabeça uma vez, de repente me
sentindo tímida. Nunca me senti tímida em torno de Xavier. Talvez isso
tenha sido uma má ideia.
~ 190 ~
hálito quente passou sobre meu ouvido. — Eu diria 'fique à vontade', mas
você já está fazendo exatamente isso.
Isso foi uma ideia tão ruim. A pior ideia de uma longa série de más
ideias.
~ 191 ~
morava conosco, os meninos sempre a notavam, não eu. Ela era a líder
de torcida atlética e eu era o bicho-papão gordinho.
~ 192 ~
— Evie...
~ 193 ~
minha boca com a língua, ele rolou até que estava preso entre as minhas
pernas e eu podia senti-lo exatamente onde estava dolorida.
Eu olhei para baixo, para a blusa fina que eu tinha colocado sob o
suéter, e finalmente a sanidade retornou. Eu coloquei uma mão contra o
peito nu de Xavier, e balancei a cabeça. — Nós devemos parar.
Sua voz era sexo puro, sedução posta em palavras, e meu núcleo
respondeu com uma avalanche de calor. O que eu queria era continuar
beijando Xavier, arrancar cada pedaço de roupa dele e provar cada
centímetro de seu corpo perfeito, descobrir todos os lugares que não tinha
prestado atenção na última vez.
— Pare, — eu disse.
~ 194 ~
— Você está todo tenso e sentado do outro lado do sofá.
Eu corei e me sentei contra o sofá. Xavier não era o único que tinha
um problema em suas calças. Minhas partes privadas pareciam como se
tivessem se transformado em uma poça de lava. Eu estava realmente
preocupada que pareceria que tinha molhado minhas calças se me
levantasse. Eu me remexi para aliviar um pouco da tensão.
— Você não é. Você sabe que significa muito para mim. É por isso
que estamos aqui. Foi por isso que concordei em dar uma chance a essa
coisa de namoro.
~ 195 ~
XAVIER
— Ótimo, — disse Evie. — Vou pegar outra cerveja desde que você
pegou a minha e alguns petiscos.
~ 196 ~
— Eu vou, — eu disse, mas Evie foi mais rápida.
Ela me deu uma olhada. — Não foi isso o que eu quis dizer.
~ 197 ~
Ela fez uma cara engraçada, o que me fez gemer interiormente
porque eu podia imaginar o que ela queria, mas era teimosa demais para
pedir. — Eu acho que seria bom estar em seus braços. — Suas bochechas
coraram e ela pegou o saco do meu colo e pegou uma batata. — Mas
podemos nos sentar em ambos os lados do sofá. Tudo bem comigo
também. — Não estava. Sua expressão e voz deixaram isso bem claro e,
para ser sincero, eu queria Evie em meus braços.
— Eu não quero que você toque meu pau por acidente, quero que
você faça isso de propósito, porque quer, — eu disse em voz baixa, e Evie
estremeceu ligeiramente.
Sorrindo para mim mesmo, voltei para a tela. Logo nós dois
estávamos imersos no filme, o que, como de costume, foi muito mais
divertido graças aos comentários sarcásticos de Evie. Minha mão em sua
cintura começou a subir e descer do lado dela, apreciando suas curvas
suaves. Não foi algo que considerei gostar. A respiração de Evie se
aprofundou quando meus dedos tocaram suas costelas.
Até agora, eu estava feliz pelo saco de batatas fritas no meu colo
porque escondia a porra da minha ereção.
— Você bebeu algumas cervejas. Por que você não passa a noite?
— Apenas durma. Eu não quero que você vá para casa agora e não
é como se você nunca tivesse dormido aqui antes, e não estou falando da
última vez.
~ 198 ~
perceber o quanto tinha estragado tudo. Eu nunca pretendi levar as
coisas tão longe com Evie. No começo, nem me interessara por ela, mas
isso mudou muito rapidamente, e agora eu estava aqui, excitado como
um adolescente.
— Eu não posso falar por você, mas vou manter minhas mãos para
mim.
~ 199 ~
pau. Eu me levantei, sabendo que estava lhe dando um show do que
exatamente sua avaliação fez comigo.
Não era. Não com o jeito que Evie ficava me despindo com os olhos,
não com o jeito que meu pau estava esticando contra as minhas calças,
não com o perfume doce de Evie inundando meu nariz. — Eu vou me
comportar se você o fizer, — murmurei.
Seus cílios tremularam e ela não disse nada, que era toda a
resposta que eu precisava, e isso deu ao meu pau mais incentivo do que
o necessário.
Evie me seguiu até o meu quarto. Seus dedos tensos nos meus.
~ 200 ~
que saltei sobre ela como um veado na época do cio? E minha camiseta
não fez nada para esconder os peitos maravilhosos de Evie. Eu nunca me
considerei um homem de peito. Mas com Evie...
Ela fez uma pausa em nosso beijo, seus olhos se abrindo, olhando
diretamente para mim, e eu sabia que ela desistiria da regra do sem
sexo. Se eu deslizasse meus dedos entre suas coxas, ela deixaria, e não
me impediria de me enterrar em seu calor apertado também.
~ 201 ~
Mas as palavras anteriores de Evie passaram pela minha mente,
sobre o meu efeito sobre as mulheres, e como o usava, e seu apelo para
não levar as coisas além do que ela estava preparada, mentalmente,
porque seu corpo estava pronto para o programa completo, sem dúvida
nenhuma.
Fechei meus olhos e respirei fundo. — Você não é boa nesta regra
sem-sexo, Evie, — eu gemi.
~ 202 ~
— Se você continuar com as referências dos X-Men, eu poderia
reconsiderar a regra de sem sexo, — ela disse com aquela risada suja que
eu amava.
— Sério?
~ 203 ~
Evie ainda estava tensa sob mim enquanto meus dedos
acariciavam suas coxas.
Ela gemeu.
— Apenas bom?
~ 204 ~
— Pare de falar, Xavier, — ela murmurou, e eu ri e realmente
mergulhei. Dividindo suas dobras, provei sua doçura, certificando-me de
deixar Evie ouvir quão deliciosa ela era para mim.
~ 205 ~
Evie
Ele me olhou. — É.
Mordi o lábio, surpresa com o tom sério na voz de Xavier. Ele ainda
estava duro contra a minha coxa, e mesmo assim não fez nenhum
movimento. Ele deveria saber que aboliria a regra do sem-sexo em um
piscar de olhos, se tentasse. No entanto, ele não fez. — Por que você
concordou em tentar isso? — Eu sussurrei.
~ 206 ~
— Eu te disse: porque não quero perder você.
— Como assistente?
Não era verdade. Ele só nunca agiu com honra em público. Ele era
arrogante sobre tudo, mostrava suas mulheres e riqueza para todo
mundo ver, menos suas boas ações, aquelas que ele guardava para si
mesmo. Ele salvou a fazenda de seus avós, brincou com aquelas crianças
no abrigo das mulheres e contribuía por causas que significavam muito
para ele, especialmente os abrigos que lutavam contra a violência
doméstica. — Eu não quero que você faça a coisa honrosa agora.
~ 207 ~
— Veja, esse olhar me diz que você queria que eu fizesse a coisa
honrosa depois de tudo, — ele murmurou, olhando-me através dos olhos
semicerrados.
~ 208 ~
controle. Logo ele estava ofegando e fazendo pequenos impulsos para
cima em minha boca.
Xavier riu contra a minha boca, e o brilho em seus olhos era como
um chocolate quente depois de um dia no frio. — A dica é sempre um
bom pau.
Claro, isso teve o efeito desejado. Meus seios sempre foram um bom
quebra-gelo com Xavier. Seus olhos levaram seu tempo na maneira que
meus seios foram empurrados para cima, e ele sorriu. — Seus seios são
perfeitos.
~ 209 ~
Eu me perguntei o que ele achava do resto do meu corpo. Em vez
de questionar, revirei os olhos para ele. Sua expressão se iluminou e ele
se inclinou para frente e me beijou. Só beijou. Devagar e gentil. Não havia
urgência no beijo, nenhuma tensão subjacente. Nós apenas nos
beijamos, nossas bocas levemente escovadas, línguas explorando, por
um longo tempo.
~ 210 ~
Evie
Eu deveria ter lhe dito que passaria a noite em outro lugar, mas
nunca tinha sido o plano, e ela teria feito perguntas que não queria
responder ainda. Fiona me mataria se descobrisse que voltei para a cama
de Xavier.
~ 211 ~
‘Beijos’ ou ‘XOXO21’ podem ter o mesmo efeito.
***
21 XOXO é uma gíria na língua inglesa e significa "hugs and kisses", que é
traduzido para "beijos e abraço" em português. Costuma ser usada para encerrar
mensagens informais, trocadas principalmente entre amigos próximos.
~ 212 ~
Eu não tinha certeza se deveria ficar aborrecida ou satisfeita por
ele me atrelar ao tipo constante.
Xavier estava tentando ser um namorado... tipo isso, por mim. Não
estava? Nós estávamos dando uma chance ao namoro. Nós não tínhamos
exatamente nomeado o que éramos ainda, porém nesta fase inicial do
teste era de se esperar. Ele não queria me perder, e eu não queria perdê-
lo. Meu coração já estava irrevogavelmente perdido de qualquer maneira.
***
~ 213 ~
Eu congelei quando vi Xavier em pé perto da janela, olhando para
a ponte do porto.
— Porra, — ele gemeu. Ele segurou minha bochecha, seu rosto tão
perto que estava se tornando cada vez mais difícil não terminar esta
conversa beijando-o. — Me sinto como um idiota por causa disso. Eu te
disse que lamento. Não posso mudar o que aconteceu, mas estou
tentando compensar isso, e para o registro, eu não quero que você
saia. Eu quero acordar ao seu lado.
~ 214 ~
Engoli. — Anotado. Da próxima vez vou ficar.
Xavier sorriu. — Que tal hoje à noite? Vamos fazer outra noite de
cinema e desta vez você vai ficar para o café da manhã.
Eu ri. — Vamos ver. — Talvez Xavier não fosse o cara mau que a
imprensa o fazia ser, mas ele definitivamente não era um bom
menino. Não que eu quisesse que ele fosse.
***
~ 215 ~
Com duas horas de encontro, eu estava esparramada de costas no
sofá, minhas pernas sobre os ombros largos de Xavier e seu rosto
enterrado entre as minhas coxas enquanto ele fazia coisas indescritíveis
com sua língua e boca. Eu agarrei o encosto do sofá com uma mão
enquanto a outra segurava a cabeça de Xavier no lugar. Não que ele
precisasse de algum encorajamento. Ele estava me comendo como um
homem faminto faria com um prato de burritos.
Ele moveu o dedo dentro e fora lentamente antes que seus lábios
encontrassem meu clitóris novamente, sugando quase rudemente, e eu
me soltei. Agarrando-me ao sofá, eu balancei desesperadamente quando
uma onda de prazer de tirar o fôlego me atravessou e pequenos pontos
explodiram na minha visão. Xavier manteve sua magia, fazendo sons de
aprovação enquanto me enviava ao esquecimento abençoado.
~ 216 ~
Xavier gemeu contra a minha boca, em seguida, beijou-me com o
meu gosto ainda em seus lábios. Ele saiu do sofá e estendeu a
mão. Pegando-a, eu permiti que ele me puxasse aos meus pés. Meu
vestido caiu pelas minhas pernas, cobrindo minha bunda e áreas
privadas. Xavier me puxou na direção da escada em espiral. Era
impossível perder a enorme protuberância em suas calças, e uma
sugestão de nervosismo me encheu. A última vez foi muito dolorosa, mas
eu queria sentir Xavier dentro de mim novamente. Nunca quis mais
nada.
~ 217 ~
XAVIER
~ 218 ~
as luzes do banheiro. O brilho suave se derramou sobre a cama e Evie,
permitindo-me ver seu lindo rosto.
Eu subi na cama antes que ela pudesse voltar a ficar nervosa sobre
seu corpo e reivindiquei sua boca em um beijo, mas tive que provar seus
seios. Evie se contorceu debaixo do meu corpo, gemendo e ofegando
enquanto eu acariciava e beijava seus seios.
Eu não queria presumir que seu pedido para subir significava que
ela queria sexo. Com qualquer outra mulher, sim, mas com Evie eu não
queria estragar tudo novamente. Ela era importante demais para deixar
meu pau assumir e arruinar o show de novo.
Como se Evie pudesse ler minha mente, ela disse: — Eu quero você.
Subi até meu corpo cobrir o dela, meu peso descansando nos
antebraços. Ela levantou a cabeça e me encontrou com um beijo. Seus
braços vieram ao redor das minhas costas, em seguida, deslizaram para
a parte inferior das costas, onde pararam como se ela não ousasse se
mover para baixo. — Todo seu, — eu disse com um sorriso.
~ 219 ~
Eu movi meus quadris até meu pau estar pressionado contra sua
abertura. Quente e úmida e acolhedora.
— Respire, Evie. Eu não quero que você desmaie. Você vai perder
uma performance que mudará sua vida, — eu disse, porque estava muito
perto de perder cada pedacinho da minha sanidade.
Ela sorriu, mas estava trêmula. Porra. Dor era a última coisa que
eu queria que ela sentisse. Eu queria que isso fosse bom para ela.
Evie respirou fundo. — Você é muito grande. Não entendo por que
as mulheres cantam louvores a homens bem dotados.
~ 220 ~
baixo. Evie me observou com curiosidade, depois repetiu o
movimento. Eu assobiei. Claro, ela se moveu novamente.
~ 221 ~
quando suas paredes me apertaram ainda mais. — Evie, relaxe, — eu
disse e imaginei as bundas peludas de Connor e dos outros ruggers22.
Porra.
Evie
~ 222 ~
Eu poderia dizer que ele estava tentando e não conseguindo
impedir a arrogância de aparecer.
Xavier assentiu.
Eu deixei cair minha testa em seu peito. — Por favor, diga-me que
pelo menos ela não sabia que era meu.
~ 223 ~
Xavier se afastou para olhar para mim. — Você está cansada? Eu
estou pronto para outra rodada, se você quiser. Aquele sorriso de lobo.
***
~ 224 ~
— Bom dia, — ele disse em sua voz rouca. Arrepios subiram pela
minha pele ouvindo aquela voz, e o olhar de Xavier mergulhou mais
baixo. Calor encheu minhas bochechas quando percebi que as cobertas
tinham se agrupado em torno dos meus quadris também, expondo meus
seios nus para Xavier. Eu rapidamente as puxei para cima, mas Xavier
pegou o tecido dos meus dedos e se aproximou. Seu cheiro, todo homem
e sexo e algo mais quente, encheu meu nariz. — Ainda dolorida? — Ele
perguntou em voz baixa, e sua ereção cavou na minha coxa.
Mais calor atirou no meu rosto. Ele passou o polegar pela minha
bochecha. — Oh, Evie. — Sua mão deslizou pelas minhas costas até
minha bunda. Eu mal tive tempo de me preocupar com seu tamanho ou
flacidez antes de Xavier apertar uma bochecha, seus dedos pastando
minha carne sensível no processo.
Ele deslizou sua boca sobre a minha e depois até meu ouvido. —
Eu sei. Mas você não pode fazer nada de errado. Estou aqui para te
ensinar.
~ 225 ~
ereção. — Se você continuar me olhando assim e não serei responsável
por minhas ações, Evie. Até meu controle tem seus limites.
— Eu estou bem.
~ 226 ~
— Mesmo durante o sexo você manda em mim, — ele murmurou
contra a minha garganta antes de morder levemente. Eu não me
incomodei com uma resposta, também embrulhado nas sensações.
— Hmm?
~ 227 ~
Eu estreitei meus olhos para ele. — Eu preciso do cobertor para me
cobrir.
— Na sua confiança.
Fácil para ele dizer. Eu tinha visto as fotos dele quando criança e
adolescente. Ele sempre foi um atleta, e agora ele era puro homem e
lindo. — Hoje não, — eu disse levemente e rapidamente passei por Xavier
e desci as escadas, mal evitando quebrar meu pescoço enquanto meu pé
embrulhava no cobertor. Eu evitei minha queda com um aperto firme no
corrimão. Xavier me lançou um olhar.
~ 228 ~
— Oh merda, estamos atrasados! — Eu assobiei. — Xavier, se
vista! E pare de olhar!
Ele riu. — Mandona. — Mas ele foi para seu quarto. Peguei minhas
próprias roupas do chão da sala e do quarto e corri para o banheiro. Não
havia tempo para preparação excessiva. Se Xavier chegasse atrasado
para esta coletiva de imprensa, seu treinador iria matá-lo, e a mim.
~ 229 ~
Eu tentei me impedir de corar, o que foi uma batalha perdida. O
treinador estreitou os olhos para Xavier, antes de franzir a testa para
mim.
Xavier piscou, e uma pequena parte de mim se alegrou por ele nos
tornar públicos, mas a outra parte se preocupou com as reações de
todos. Maya me examinava como se eu fosse um inseto que ela queria
esmagar, e ela provavelmente não era a única que não ficaria feliz que
Xavier tivesse escolhido alguém como eu.
~ 230 ~
Uma caça às bruxas estava prestes a começar.
~ 231 ~
Evie
Maya não era aquela com quem eu deveria estar preocupada. Fiona
era aquela que parecia querer me perseguir com um forcado, e talvez
cutucar as partes íntimas de Xavier repetidamente. Eu me empoleirei no
banco, observando seu treinamento aberto e recebendo sua raiva
silenciosa. Talvez eu tenha merecido isso. Blake me deu um rápido
sorriso quando nossos olhos se encontraram, mas não havia nada mais
de flerte sobre isso. Ele reagiu bem sobre a coisa toda e eu tinha que
admitir, ele era um cara pelo qual poderia ter me apaixonado se Xavier
não tivesse ficado no caminho.
~ 232 ~
Fiona se afundou.
— Escute, Fiona, sei que você está falando sério, mas você me
deixou sozinha por mais de dois anos, quando mais precisei de você e,
nesse tempo, aprendi a cuidar de mim mesma. Eu não preciso da sua
proteção.
— Vermelho ou branco?
— Um chardonnay.
— Espero que sua declaração hoje signifique que não terei que me
preocupar mais com isso. Aquele menino precisa de você.
Ele riu.
XAVIER
Ela não era apenas uma garota legal. Ela era uma garota
incrível. — Eu também gosto de Evie, e machucá-la é a última coisa que
quero, — eu disse, por uma vez não fazendo piadas.
— Provavelmente.
— Ela terá que lidar com isso. Evie é adulta e pode tomar suas
próprias decisões — eu disse enquanto me dirigia para o chuveiro. Como
de costume, levei meu tempo, até ouvir uma voz estridente.
~ 234 ~
— Talvez você deva se acalmar antes.
— Você sabe o que eu quero dizer! Por que você disse à imprensa
que está namorando minha irmã?
Fiona franziu a testa. — Isso é algum tipo de jogo para você? Uma
nova forma de entretenimento para manter a imprensa ocupada? Evie
não é seu brinquedo.
~ 235 ~
— Eu quero dizer isso, — eu disse com um suspiro. — Sua irmã é
a mulher mais engraçada, mais gentil e sarcástica que eu conheço.
Alguém bateu, então a voz de Evie soou. — Xavier, você está bem?
Eu comecei a rir.
— Mesmo assim. Isso ainda é novo. Não quero dar mais munição à
imprensa do que o absolutamente necessário.
~ 236 ~
— Ok, — eu disse, em seguida, soltei um suspiro monumental. —
Eu posso demorar um pouco mais me masturbando.
Eu sorri para ela. — Peça a sua irmã uma calcinha extra. Tenho
certeza de que ela tem muitas delas guardadas no armário por toda
aquela tensão sexual entre ela e Connor.
~ 237 ~
Evie
Fiona deu de ombros. — Ele está com você agora, então não deveria
importar.
~ 238 ~
agradecer a sua estrela da sorte que você lhe deu outra chance depois de
tirar sua virgindade tão rudemente.
— Ele não fez isso rudemente. O que veio depois foi rude, mas nada
que eu não esperava.
— Sim, bem. Eu não o perdoei por essa façanha ainda. Estou com
raiva por nós duas, já que você não tem a maldade necessária para
guardar rancor.
— Só você, — eu murmurei.
Eu tinha perdido a conta das vezes que ela me fez essa pergunta
desde a coletiva de imprensa há alguns dias. — Ele é. Ele é paciente e
gentil, amoroso e engraçado.
~ 239 ~
— Vamos lá, — Fiona pediu. — Você está fabulosa.
~ 240 ~
Xavier aceitou as felicitações com seu charme e arrogância usuais,
mas seu braço permaneceu firmemente em volta da minha cintura, não
permitindo que eu ficasse ao fundo como fizera no passado.
— Eu sei. Apenas faça. Quero dizer, vamos lá. Se ele tiver que
escolher entre você e aquela garota, vai esquecer tudo sobre ela.
~ 241 ~
Respirei fundo, tentando não deixar suas palavras me atingir, mas
foi uma batalha perdida. Elas expressaram todas as minhas
preocupações. Como eu poderia segurar Xavier quando garotas assim
continuavam jogando-se sobre ele? Eu não podia competir com seus
corpos. Todos com olhos na cabeça podiam ver isso.
~ 242 ~
— Eu não dou uma foda voadora, — ele murmurou, em seguida,
beijou minha garganta antes de pegar minha mão e me puxar para a pista
de dança. — Dance comigo.
Ficamos mais duas horas porque, como Xavier havia indicado, era
sua festa de aniversário e teria sido rude se o convidado de honra saísse
primeiro. Não conseguimos chegar em casa para o negócio
impertinente. Nós nem sequer saímos da garagem do hotel antes que os
dedos de Xavier deslizassem por baixo da minha saia e me levassem ao
primeiro orgasmo da noite. Conseguimos, no entanto, entrar no elevador
de seu prédio antes que suas calças caíssem no chão e mostrei a ele o
que havia aprendido - enquanto a voz de Teniel soava nos alto-falantes,
perguntando por que o elevador havia parado. Eventualmente ele
desistiu.
~ 243 ~
Evie
Ela deve ter trabalhado nisso a noite toda para publicar isso tão
cedo. O artigo de Maya era ainda mais desagradável do que eu temia. Eu
deveria ter esperado isso. Quando convidamos a imprensa originalmente,
Xavier e eu não éramos namorados ainda, e ele a queria lá pela simples
razão de seus artigos sempre chamarem mais atenção.
~ 244 ~
— Ela é uma criatura rancorosa, Evie. Não perca um único
pensamento sobre essa cadela.
Eu lhe lancei um olhar. — Sei que tipo de garotas você teve antes
de mim, e elas eram todas em forma e magras.
Eu pisquei. — E eu te amo.
~ 245 ~
— Foda-se, — ele respirou, em seguida, me beijou novamente.
~ 246 ~
Calor brilhou em minhas bochechas e a expressão de Xavier se
tornou mais intensa, mais faminta quando ele me olhou. — Eu amo esse
rubor que me diz que tudo isso é só meu. — Suas mãos deslizaram e
seguraram minha bunda, apertando. — E foda-se, eu amo sua
bunda. Eu não posso te dizer com que frequência curvá-la para que eu
possa realmente apreciá-la completamente. — Ele pressionou um leve
beijo no meu osso púbico, em seguida, fez o seu caminho de volta,
beijando os mesmos pontos que quando desceu, antes de reivindicar
minha boca em um beijo muito menos contido. — Eu amo cada
centímetro seu, Evie. Você pode colocar isso em sua cabeça teimosa?
~ 247 ~
Eu montei Xavier, tentando não me preocupar em ser muito
pesada, porque Xavier era uma fera, mas não me sentei
verticalmente. Em vez disso, pressionei meu peito contra o dele enquanto
nos beijávamos e suas mãos percorriam minhas costas e bunda. Ele
apertou as bochechas da minha bunda, em seguida, chegou atrás de nós
e se alinhou. Ele mexeu os quadris e deslizou alguns centímetros. —
Deixe-me ver você, — ele disse asperamente, e eu reuni minha coragem
e me empurrei para uma posição sentada, meus dedos se espalharam
pelo peito de Xavier enquanto ele segurava meu olhar. Ele não olhou em
nenhum outro lugar e eu poderia tê-lo beijado porque sabia que ele
queria, mas não queria me pressionar muito rápido.
Ele riu. — Isso puxa as rédeas um pouco. — Suas mãos vieram até
a minha cintura, e ele começou a guiar meus quadris em uma rotação
lenta para cima e para baixo quando ele encontrou meus movimentos
com seus próprios impulsos suaves.
Eu o deixei olhar para mim enquanto olhava para ele. Logo pude
sentir o puxão familiar, como um nó sendo solto da maneira mais lenta
possível até que estourou repentinamente, e gozei com um arrepio
violento.
— Porra. Sim, Evie, goza para mim, — Xavier rosnou quando ele
empurrou mais forte em mim, até que eu meio caí em cima dele. Ele
passou um braço em volta das minhas costas e nos levou para a posição
sentada, onde recuperamos o fôlego por um momento. — Que tal eu te
mostrar outra posição?
Com o sorriso de lobo, ele nos virou, então pairou sobre mim, e eu
tive que admitir que gostei da visão de seus braços flexionados e rosto
lindo acima de mim. Xavier segurou uma das minhas pernas e quando
ele se inclinou para frente, posicionou meu tornozelo contra sua
omoplata.
~ 249 ~
Xavier soltou minha perna da posição desajeitada e se abaixou em
cima de mim. Nós nos beijamos suavemente por um tempo, com ele ainda
dentro de mim. Então ele alcançou entre nós para tirar o preservativo
antes que lembrasse e risse. — Vai levar algum tempo para me
acostumar. — Ele saiu de mim e passou os braços a minha volta.
Alguns minutos depois, Xavier voltou com uma bandeja com duas
canecas fumegantes de cappuccino e as tigelas de vitaminas com as quais
me acostumei ao longo do tempo. — Tenho a sensação de que estou
fazendo algo errado, — ele murmurou enquanto colocava a bandeja na
mesinha de cabeceira. — Eu estou pagando você, mas sou o único
servindo café da manhã e um bonitão gostoso.
— Cinco.
— Quatro.
~ 250 ~
— Estou com fome, — eu disse.
— Três.
— Xavier, — eu avisei.
— Dois.
~ 251 ~
Evie
— Por que você está sorrindo assim? Tem uma sensação sinistra,
— disse Xavier, tirando-me do meu devaneio.
~ 252 ~
Eu inclinei minha cabeça para cima e deixei meus dedos deslizarem
sob sua camisa para acariciar seu peito enquanto ele andava para trás e
eu o perseguia.
Xavier cobriu minha mão sob o tecido. — Eu quero que você more
comigo, — disse ele.
~ 253 ~
— O bacon para os meus ovos, — eu admiti. — O Han Solo para o
meu Chewbacca.
Fim!!!
~ 254 ~