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FILTHY

A STEPBROTHER ROMANCE #1

J. L. B E C K
A STEPBROTHER
ROMANCE
SINOPSE
Talon Reed era obsceno.

Sua boca era obscena.

O modo como ele fodia era obsceno.

Ele era um menino mau e eu o queria.

Cada centímetro do seu corpo

Isso foi até que descobri que minha mãe


estava se casando com seu pai e ele seria meu
novo meio-irmão.

Essa era uma linha que eu não cruzaria. Ou


pelo menos pensava assim.

Acontece que eu queria Talon tanto quanto


ele me queria, e talvez esse fosse o problema
desde o começo.
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Equipe
Pegasus Lançamentos
Talon Reed era um
porco
Reconhecia um idiota quando encontrava um. Eles se
comportam de uma maneira diferente dos outros. Poderia dizer
pela maneira como eles conversam e sobre o que conversam. Por
isso que, a primeira vez que vi Talon Reed, sabia que ele era um
porco machista. O garoto que você queria foder secretamente, mas
não queria ouvi-lo falar enquanto fazia isso. Odiava até mesmo a
sua coragem, e tinha certeza que ele sabia disso.

— Mia... — Meu nome saia de seus lábios quase que


diariamente. Virei-me na cadeira e olhei-o. Talon não se importava
com alguém como eu e honestamente ele também não me
importava. No entanto, ele continuou com essa charada de gato e
rato quase que diariamente.

— Idiota. — Murmurei enquanto observava seus lábios se


levantarem em um sorriso perverso.

Poderia dizer que era uma das poucas mulheres da


Universidade Central Heights que não dormiu com ele, o que era
verdade. E por isso, precisamente por isso era tão imune aos seus
encantos, mas na realidade era porque ele era apenas um idiota.
— Ontem à noite eu pensei em você, e na noite anterior, e...
— Podia sentir sua respiração no meu ouvido e sentir o cheiro de
sua colônia como se eu fosse a pessoa a usá-la. No entanto, não
podia mentir e dizer que não cheirava divinamente. Seu cheiro era
algo que podia ser engarrafado e vendido por milhões pelo mundo.

— Geralmente, quando uma pessoa chama alguém de idiota,


não quer ter nada a ver com ele. — Rosnei, interrompendo-o e
apertando os olhos com raiva. Embora, recusei-me a encontrar
seus olhos. Era muito fraca para isso. Um olhar para aqueles
impressionantes olhos azuis acinzentados e estaria feito mingau,
como a maioria.

Havia algo em seu olhar ardente que fazia meu coração


acelerar no peito.

— Não quer ouvir sobre o meu sonho? — Podia ouvir o


sarcasmo em sua voz, e tinha certeza de que tinha um sorriso
malicioso em seu rosto, apesar de já ter voltado meu olhar para o
professor, como Talon já devia estar fazendo.

Endireitei-me e agarrei a caneta com mais força, imaginando


que era seu pescoço que apertava.

— Não minta menina linda. — Sussurrou. Podia sentir todos


na sala nos observando. O imbecil atraia atenção, e eu não gostava
disso.

— Por que não volta ao que estava fazendo antes, e me deixa


um maldito momento em paz? — Não pude deixar de levantar um
pouco a voz para provar meu ponto.
Todos na sala de aula assistiam agora, completamente
boquiabertos e inventando rumores enquanto conversávamos. O
sorriso de Talon permaneceu no lugar como se tivesse realmente
vencido qualquer batalha que pensava estar sendo travada entre
nós dois.

— Mia? Talon? Há algo que vocês gostariam de contar para a


classe? — Perguntou professor Hank, com a voz claramente
irritada. Queria dizer a ele que sentia a mesma irritação, mas, em
vez disso, movi-me para frente na cadeira, balançando a cabeça em
negação. Minhas bochechas ficaram quentes e o suor começou a
se formar nas palmas das minhas mãos.

— Naa, estava dizendo a Mia o quanto ela é linda. — Falou


Talon, e não minto quando digo que todas as mulheres da sala
pareciam suspirar.

Idiota, estúpido, bastardo. Uma lista quilométrica de


palavrões prestes a escapar da minha boca. A sala ficou em
silêncio, e o professor Hank voltou sua atenção para o quadro
negro, seus olhos indo para onde nós sentávamos com frequência.
Nem ousei pedir para trocar de lugar, que era o mínimo, mas se
surgisse a oportunidade, o faria.

Fiz algumas anotações pelo resto da aula, ignorando o calor


crescente contra o meu pescoço e o fato de que praticamente podia
sentir os olhos de Talon queimando minha pele. O homem sabia
como fazer uma garota sentir-se insegura, isso era certo. Conheci
Talon há cerca de um ano e tudo o que ouvia falar era sobre a dor
de cabeça e do prazer que causava. Quando minha mãe aceitou
um emprego no hospital local depois que meu pai morreu e fui
selecionada para cursar a faculdade aqui, sabia que este era o
lugar que precisava estar. Ser capaz de ficar com minha mãe e ir
para a faculdade só tornariam as despesas da faculdade menores.
Não tinha medo de ser uma daquelas garotas que ainda moram
com os pais, se não me custasse dinheiro.

Nós fomos dispensados da aula, quando um pedaço de papel


caiu em um dos meus livros.

Dei um olhar mortal por cima do meu ombro para Talon, que
acabou de levantar de seu lugar e passado um braço em volta de
uma de suas amigas loiras. Qual? Não sabia. Era um sabor
diferente a cada dia.

Voltando minha atenção para o pedaço de papel amassado,


abri-o e alisei as bordas para lê-lo.

Não minta sobre como você se sente, Mia. Você pode pensar
que eu sou um idiota, mas isso não significa que você não quer me
foder até explodir meus miolos pelo menos.
T.

Mordi o lábio com raiva, apesar de sentir a umidade em minha


calcinha. Eu o queria. Era uma mulher e gostava de sexo, mesmo
assim não sentia que ele fosse digno o suficiente para alguém como
eu. Teria que lutar contra tudo o que ele me jogava todos os dias
para ter certeza de não me tornar um dentre as centenas de
entalhes em seu cinto.

Recolhendo meus pertences, esperei que Talon saísse da sala


e da minha vista. Não precisava que ele soubesse como me fazia
sentir. Só usaria isso contra mim como mais uma manobra para
tirar minha calcinha e oferecer-lhe a mercadoria o mais rápido
possível. Afinal, Talon não era idiota e não se deixaria enganar.

Fui a última a sair da aula e quando ia para a próxima aula,


percebi que passei muito tempo escondida.

— Gostou do meu bilhete? — Soube no segundo que ouvi sua


voz que estava em apuros. Meus olhos fixaram em seus pés,
cobertos com um par de Nike preto. Vestia calças apertadas, e uma
Henley cinza cobria seu peito escondendo seus músculos
impecáveis. Seu queixo afiado e a curva de seus lábios quando
sorriu para mim fez meu ventre se contorcer. Meus olhos
deslizaram até seu cabelo que era um castanho escuro e desejei
passar meus dedos por ele, puxá-lo.

Fiquei com água na boca, mas ao mesmo tempo, senti vontade


de vomitar. Era bom o suficiente para alguém como eu. Não
precisava que me dissessem isso. Ao invés de responder o ignorei,
continuei passando por ele, empurrando meu ombro contra seu
peito. Tentando mostrar que queria ser deixada em paz, embora
secretamente não quisesse.

— Ah, você jogará duro então, como se não me quisesse tanto


quanto eu te quero. Odeio acrescentar mais lenha na fogueira,
baby... — Sua voz era puro sexo. No entanto, isso não era novidade.
Me incomodaria até a morte e depois me caçaria, e finalmente o
rechaçaria de novo e de novo. Era boa nisso. E ele era bom em
tentar, eu daria isso a ele.

— Dia diferente, a mesma merda de sempre. — Murmurei


enquanto me dirigia a minha próxima aula. Minha mente, é obvio,
retornando ao fato de que Talon não era alguém com quem queria
envolver-me, mas ao mesmo tempo meu corpo desejava seu toque.
Tive que me lembrar do quão nojento ele era, Talon acabou de ter
o braço em torno de outra menina, mas agora tentava me
conquistar.

— Quero dizer isso. Nós não temos que gostar um do outro


para transar, Mia. — Merda! A mão de Talon no meu ombro me
forçando a encará-lo assustou-me. Não conseguia formar palavras,
então apenas fixei meus olhos nele.

Queria dizer que sim, Deus! Queria dizer que sim, mas bem
sabia que não deveria. Sabia que, se não trabalhasse duro agora,
poderia ceder algum dia. Não precisava dele mais do que precisava
de uma bala em minha cabeça.

— Talon... — Seu nome nos meus lábios fez-me esfregar


minhas coxas juntas. Precisava acabar com esse ataque que o
idiota jogava todos os dias. Não podia deixar alguém como ele me
consumir.

— Mentir faz tudo pior. Posso ver na maneira como suas


bochechas ficam quentes toda vez que eu falo com você. — Seu
polegar se esticou para roçar minha pele, seus olhos implorando-
me para encontrar seu olhar. Não podia. Arrepios se espalharam
pelo meu corpo quando um tremor percorreu minhas costas.
Talon se inclinou para o meu rosto, sua respiração contra
meus lábios. Nós estávamos tão perto que se eu fosse em frente
apenas uma pequena fração estaria beijando-o.

— O jeito que suas coxas se esfregam quando eu falo. — Sua


outra mão levantou-se para a minha calça, e afastei-me um pouco,
não permitindo tocar lá. Essa seria minha perdição. Todas as
minhas paredes estavam prestes a cair e desmoronar no chão.
Tudo nele, pelo menos no sentido físico, fazia deseja-lo ainda mais,
mas em meu coração sabia qual era o seu plano.

Respirando fundo e forçando meu pulso a desacelerar,


finalmente consegui reunir as palavras.

— Eu não sou como as outras milhares de garotas que você


já fodeu. — Podia sentir seu toque contra minha bochecha. Meu
corpo implorando para ceder, mesmo que por um rápido momento.
— Sou melhor. — Terminei o que ia dizer e afastei-me de seu toque,
meu corpo odiando cada passo que distanciava dele.

O olhar de raiva e angústia em seus olhos azuis cinzentos fez


valer a pena. Ele passou uma das mãos pelo cabelo e, quando me
olhou de novo, as emoções anteriores desapareceram e uma
máscara cobriu-as.

Tinha certeza de que Talon era uma pessoa diferente debaixo


dela. Mas chegar a essa pessoa, ser capaz de ver quem estava por
baixo de tudo e cavar através das paredes de merda que ele ergueu
eram a armadilha.

Ninguém queria saber quem você realmente era quando não


lhes dava a oportunidade de fazê-lo. Talon Reed sofria, e eu já
passei por isso na minha vida.
Mia Weston era minha
condenação
Tudo o que conseguia pensar enquanto permitia a loira
peituda em minha frente chupar meu pau era que ela não era e
nem sequer se parecia com a Mia. Aquela garota entrou em minha
pele e, por alguma razão, o fato de ela não me querer só me fazia
querê-la ainda mais. Estava condenado.

— Podemos foder agora? — O tom sensual da loira dizia que


ela realmente não veio à minha casa só para dar um boquete como
sua mensagem dizia. Embora isso fosse bom, não sentia isso, e eu
definitivamente não estava com disposição para sexo agora.

— Não. Não posso foder. — Revirei os olhos, empurrando os


ombros para trás o suficiente para escapar debaixo dela. Coloquei
minha calça e fechei, enquanto ela arrumava a camisa e a saia que
subiram. Deveria ter moderado meu charme de mulherengo, mas
realmente não era assim. Não moderava nada por ninguém.

— Mas, eu vim por isso. — Fez beicinho, olhando-me. Eu nem


sabia o que dizer a ela à medida que rejeitava sexo com minha
garota habitual pela primeira vez. Em vez disso, apontei para a
porta, esperando que isso respondesse todas as suas perguntas.
Ela fez, mas batendo o pé e fez beicinho como uma criança
que não estava contente com isso.

E as pessoas pensaram que eu era o idiota por trazer as


meninas para casa comigo. Se elas não quisessem estar aqui, então
não estariam.

— Tenho que fazer alguma merda, Mandy, e meu pai precisa


da minha ajuda hoje à noite. — Menti parcialmente. Meu pai e eu
teremos que nos encontrar para o jantar hoje à noite, fora isso não
tinha nada para fazer. Simplesmente não estava de bom humor.

Mandy sorriu para mim, a mão pousando contra o meu peito


enquanto me dava seu melhor olhar de foda. Entendi o que queria.
Ninguém gostava de ser rejeitado, e era ainda pior quando vinha
de alguém como eu.

Peguei sua mão, removendo-a do meu peito e apontei para a


porta.

— Vá. — Ordenei, a gentileza na minha voz desaparecendo em


um instante. Podia ver as rodas em sua cabeça girando.

Foi quando meu telefone começou a tocar. Enfiei a mão no


bolso da frente da calça e tirei o meu iPhone, deslizando o dedo na
tela assim que vi o número de meu amigo Nick.

— T, cara! — Ele gritou ao telefone. Eu ri, vendo Mandy sair


do quarto.

— Nick, o que está acontecendo? — Perguntei. Deslizando a


camisa sobre a cabeça, tirei a calça para entrar no chuveiro e
preparar-me antes de ter que encontrar o meu pai para o jantar.

— O que está acontecendo? Merda, isso é tudo que você tem


a dizer depois de fugir das aulas hoje cedo? Cara, eu deveria te
perguntar isso. — Nick era um pouco dramático. Por outro lado,
não foi muitas vezes que apenas levantava e deixava a aula, ou
melhor, não voltava para a aula. Às vezes havia coisas mais
importantes.

Como Mia.

— Tive que conversar com alguém. Não seja tão dramático.


Você é pior que uma garota. — Ri ao telefone, indo para o banheiro,
parando em frente ao espelho. Ali a pessoa que realmente era não
precisava se esconder. A máscara podia desaparecer e a dor do
meu passado podia ser exposta. Era como ser capaz de arrancar
um band-aid sem gritar alto.

— Amigo, você fugiu, droga. Isso vale uma daquelas merdas


de amigos antes das putas. Quero dizer, o que diabos você fez? —
Deu-me uma palestra. Nick era um grande amigo, mas havia
muitas merdas que não sabia sobre mim ou sobre minha vida.
Mantive escondido, porque se deixasse as pessoas chegarem muito
perto, poderiam me machucar.

Recusei-me a dar a alguém indigno isso, o poder de


machucar-me. Passei a mão pelo meu cabelo escuro e olhei para o
meu reflexo. Meus olhos pareciam pesados e meu corpo estava
tenso com energia acumulada. Acho que é o que recebo por rejeitar
a oferta de sexo de Mandy.
— Talon, ainda está aí? Tudo que ouço é um silêncio estático.

— Tenho que me preparar para encontrar meu pai para o


jantar. — Disse esperando impacientemente sua resposta.

— Tanto faz, apenas me ligue quando terminar. — Podia ouvir


a preocupação em sua voz. Queria dizer-lhe algo, reagir a ele, mas
isso daria lugar à minha natureza amorosa, e eu deixei de fazer
isso.

Em vez disso, empurrei o pensamento e sua raiva para o


fundo da minha mente. Abri a torneira do chuveiro para deixar o
vapor da água quente encher o banheiro. Inclinei-me em direção
ao espelho. Mia me viu pelo que sou. O pensamento me assustou
até a morte. Se ela não cedeu aos meus avanços depois de meses
de perseguição, então havia um motivo real. Isso ou não estava
realmente atraída por mim.

Sorri para mim mesmo quando entrei no chuveiro. A


possibilidade disso era extremamente improvável. Todo mundo
queria um pedaço de Talon Reed. Era o Deus dos comedores de
boceta. Podia fazer uma garota gozar com uma piscadela. Meu
trabalho era satisfazer a população feminina de Central Heights.

A água quente atingiu minha pele, tirando o cheiro de Mandy


e o estresse do dia. Não importava o quanto tentasse pensar em
outra pessoa ou outra coisa. No segundo em que o sabão estava
em minhas mãos e comecei lavar meu corpo pegando o meu pau,
Mia foi a primeira coisa a aparecer em minha mente. Não pude
evitar enquanto apoiava na parede, bombeando-me para dentro e
fora da minha mão, mantendo meu punho apertado como um torno
em cada golpe.

— Droga! — Murmurei enquanto inclinei a cabeça contra os


azulejos e meus olhos se fecharam. Uma imagem de Mia
completamente nua entrou na minha mente. Sua pele branca e
cremosa ficaria vermelha do meu ataque em seu corpo. O jeito que
seus mamilos rosados se enrugariam enquanto eu soprava
suavemente contra eles.

Seus gemidos suaves ecoariam por todo o banheiro e


empurrariam-me, para ir mais fundo dentro dela. Continuei
bombeando, meu aperto ficando mais forte com cada deslizamento
da minha palma contra minha pele.

"Oh, Talon...", podia praticamente ouvir sua voz na minha


cabeça como se realmente estivesse aqui. Foi com sua voz que eu
gozei, minha semente disparando para fora de mim. Continuei
empurrando através do prazer até que fiquei mole, então
desencostei e terminei o meu banho.

Não havia muitas garotas com quem teria me masturbado no


chuveiro hoje em dia, mas Mia, porra, foi uma delas. A garota me
odiava profundamente. Nada que fazia era bom diante de seus
olhos, e é claro que queria fodê-la vinte vezes mais por causa de
todo esse ódio.

Enxaguei-me, fechei a torneira e saí do chuveiro pegando a


toalha mais próxima. Enxuguei-me e peguei meu telefone. Tinha
uma ligação perdida do meu pai e, quando vi a hora, percebi que
ia estar atrasado para o jantar.
— Filho da puta! — Rosnei, indo para o armário e tirando
minhas roupas. Se alguém se importava em ser pontual, era meu
pai. Ia dar-me um ótimo sermão. Ótimo. Sorri. De certa forma valeu
a pena. Afinal, passei mais de cinco minutos na presença de Mia
sem que me odiasse, mesmo que isso estivesse dentro da minha
própria cabeça.
Sem medo de nada
Coloquei um vestido e calcei um salto no segundo em que
cheguei à casa da minha mãe. Tinha que encontrá-la na Chop
House em menos de uma hora, e nunca fui boa com pontualidade.
Isso e não ajudava que não pudesse me concentrar em nada nem
para salvar a minha vida.

Mesmo quando não queria ter nada a ver com Talon Reed, de
alguma forma, isso entrava na minha mente. Sério ia falar com o
professor Hank sobre minha troca de lugar, mesmo que isso deixe
Talon saber que finalmente começou a dar-me nos nervos. Peguei
meu telefone e a bolsa da mesa de mármore, meus olhos indo para
o relógio do microondas em cima do fogão. Tinha que ir.

Estava do lado de fora da porta e descendo o caminho de


pedra até meu jipe quando meu telefone começou a tocar. Soltei
um suspiro quando o tirei bolso do vestido. O nome da minha mãe
piscando na tela. O que ela poderia querer além de dizer para que
me apressasse?

— Sim. – Faço questão de soar chateada para quando ela


começar a dar sermão sobre quanto tempo levaria para chegar lá,
então poderia dizer que se não me chamasse já estaria lá. O que
escutei, em vez disso, surpreendeu-me.

— Já saiu? Só estou checando porque acabei de chegar e não


queria entrar sem você. — Minha mãe sempre falava com calma,
exceto quando estava com raiva. Neste momento, poderia dizer que
algo acontecia. Nunca agia tão feliz ou bem comigo quando
atrasava.

— Estou no meu jipe agora mesmo, indo te encontrar a


noventa quilômetros por hora. — Disse rindo, ligando o motor do
meu jipe.

— Bom. Te vejo em breve. — Perguntei-me por que ligou para


começar, quando desliguei o telefone e fui em direção ao
restaurante. Precisava sair mais vezes, ir a mais festas ou talvez
participar de algum tipo de esporte. Precisava de mais hobbies do
que ler todas as noites. A universidade estava destinada a ser
maior e melhor que isso.

Ir a festas significa ver o Talon.

Lembrou minha mente sobre isso, e de imediato ficar no meu


quarto e ler soou dez vezes melhor. Fazia dez minutos desde que
falei com minha mãe e, quando entrei no estacionamento do
restaurante, minha barriga estava cheia de ansiedade. Chame de
intuição ou do que você quiser, mas algo me dizia que iria receber
uma surpresa infernal.

Colocando um pé na frente do outro, peguei minhas coisas e


avancei para a entrada do restaurante. O Chop House era um
restaurante requintado, um lugar que minha mãe parecia
frequentar muito ultimamente, agora que pensei nisso. Parecia um
pouco acima do seu gosto e bolso sendo nada mais do que uma
enfermeira no Hospital Heights.
No entanto, não a questionei onde ela queria se encontrar.
Deveria estar agradecida porque hoje em dia a maioria dos pais não
disporia de tempo para se encontrar com seus filhos para o jantar.
Era como se no segundo em que dizíamos que íamos para a
faculdade, tinham uma grande festa e se mudavam para um lugar
quente.

Entrei na Chop House e fiquei surpresa com a decoração de


última moda. Um lustre pendurado no teto da entrada e uma
pequena área de estar à direita, onde um pequeno bar se localizava.

Um rapaz estava na minha frente no posto de anfitrião.


Poderia dizer que ele não queria estar aqui apenas por causa do
simples olhar de desinteresse em seu rosto. Olhei para seu crachá,
meus olhos vagando pelo nome de Leo. Bem, Leo, você parece mais
interessado em ver tinta seca do que estar aqui, queria dizer, mas
segurei a língua.

— A mesa de Lacy Weston. — Disse ao invés disso. Peguei


minha carteira na mão enquanto ele checava a lista em sua frente
a procura do nome da minha mãe. Sem nem mesmo um "nessa
direção, por favor" ou "por ali", o rapaz se afastou, fazendo com que
eu corresse atrás dele para alcança-lo. Andou pelos corredores
entre as mesas como um profissional, onde não fiz nada além de
pedir desculpas ao tropeçar aqui e ali. O local estava lotado para
uma noite de terça-feira e tudo parecia ótimo, até que olhei do chão
de mármore para a mesa da minha mãe. Foi quando meu coração
caiu no meu estômago.

— Merda, não! — Murmurei, segurando minha carteira com


muito mais força na minha mão. O homem que eu mais detestava
no mundo sentava ao lado da minha mãe, e outro homem sentava
à mesma mesa com eles. Isso tinha que ser uma maldita piada.

Respirando fundo e tirando o olhar de desgosto no meu rosto,


sentei-me ao lado do homem que não conhecia. Durante todo o
tempo senti os olhos de Talon em mim, e quando sentei, olhei para
ele.

Ele tinha um olhar de choque que combinava com o meu.


Parece que nenhum de nós dois sabia o que acontecia.

— Mãe. — Levanto meus olhos para ela, claramente dizendo


explique-se agora ou algo assim. Mamãe sorriu para mim como se
não tivesse feito nada de errado e depois começou a falar.

— Mia, este é Jackson Reed e seu filho Talon. Conheci


Jackson em um grupo de apoio para viúvos no ano passado.

Tinha que estar brincando, isso não poderia ir aonde eu


pensava que ia.

— Isso não está acontecendo. — Falou Talon em voz alta.


Mudei minha atenção para ele e logo de volta a minha mãe. Sabia
que havia uma razão pela qual chegava tarde em casa e comendo
naqueles lugares requintados.

Aqui, eu pensando que tinha algo a ver com o trabalhar até


tarde, mas não, estava secretamente vendo alguém, e esse alguém
era o pai de Talon. Não poderia fazer isso agora.

— Começamos a sair há meses, e decidimos que era hora de


ambos se conhecerem já que as coisas começaram a ficar sérias.
— Disse Jackson, pai de Talon, sorrindo para mim, como se
dissesse: bem-vinda à família, o sorriso dando-me um frio na
espinha. Não porque era assustador. Na verdade, era bastante
atraente, mas porque ele era pai de Talon e eu odiava Talon.

— Não me diga que você se casará ou alguma coisa tão


perturbadora como essa. — Talon parecia mais zangado do que eu,
a máscara que sempre usava deslizou para revelar uma emoção
que tenho certeza de que ninguém viu: medo. Uau, o homem que
não mostrava medo de absolutamente nada estava agora à beira
de urinar nas calças.

— Talon, eu sei que perder sua mãe foi muito difícil para você,
mas agora você é um adulto e creio que tem idade suficiente para
que seja a minha vez de encontrar o amor novamente. Estou
sozinho desde que perdemos sua mãe. Nunca pensei que pudesse
amar de novo, mas Lacy me ajudou a me curar. Sei que isso será
uma ótima opção para nós dois, mas decidimos não perder tempo
e planejar o casamento.

As palavras de Jackson fizeram meus olhos saírem de órbitas


e minhas mãos subiram para o meu peito.

— Eu teria te dito antes, Mia, mas não achei que você pudesse
lidar com isso. Quero dizer, olhe como... — Levantei minhas mãos
para fazê-la parar de falar. Não sabia de nada. Apenas o que queria.
Esse foi o problema com ela, todas as suas opções eram suas para
escolher. Eram aquelas que nos afetavam que deveriam ter
importado mais.
— Estou com a Mia. Isso é uma porcaria. — As mãos de Talon
passaram pelos cabelos tão rápido que tive certeza de que ia
começar a perder os fios.

Como sabia que faria, dirigi minha raiva para ele. Não podia
suportá-lo. Não em sala de aula, nem nos corredores, nem no
campus, mas agora seria obrigada a suportar uma vida de amor de
meio-irmãos com ele? Porra, não. Foda-se isso. Foda-se todas
essas pessoas.

Empurrei minha cadeira para trás, fazendo um barulho alto


através do chão de mármore que ecoou por todo o restaurante. Não
poderia fazer essa merda, não aqui, ou em qualquer lugar, para
dizer a verdade.

— Sente-se, você está sendo dramática. — Minha mãe


sussurrou baixinho enquanto começávamos a chamar atenção. O
que ela não sabia era que não me importava, ou talvez ela soubesse
disso e simplesmente não se importava. Quem sabia a essa altura?
Tudo o que eu sabia era que sairia daqui. Levantei-me da minha
cadeira ao mesmo tempo em que Talon fez o mesmo. Queria cobrir
a distância entre nós e descarregar minha raiva no imbecil. Em vez
disso, voltei minha atenção para minha mãe.

— Dramática? Você está tentando me foder? Não sou a que


escondeu isso por meses. Também me recuso a ter qualquer tipo
de relacionamento com aquele filho da puta lá. — Apontei para
Talon, observando-o pelo canto dos olhos.

Ele colocou a mão no coração, uma dor falsa queimando em


suas feições.
— Caralho, estou ferido. Como se você fosse algo especial. —
Podia ouvir seu descontentamento, pelo menos era mútuo neste
momento e tempo.

— Não é sobre você, Mia. Tem que parar de ser egoísta. Pela
primeira vez me sinto realmente feliz. — Jack concordou com a
cabeça e quase joguei minhas mãos no ar.

— Foda-se. Fodam-se todos vocês. — Gritei, girando nos


calcanhares e me afastando da mesa com um propósito que nunca
havia sentido antes. Odiava Talon, e agora teria que viver com ele.
Ele seria um elemento permanente na minha vida a partir de agora.
Quaisquer sentimentos ou pensamentos que tinha sobre ele antes
deste momento teriam que desaparecer. Havia apenas espaço para
ódio e raiva por aquele imbecil em meu coração.

Minha mãe não se levantou da mesa para me seguir, para


falar comigo ou para ver se eu ficaria bem, não deixei nem uma
única lágrima cair até que cheguei ao meu carro. Então percebi
como a morte do meu pai era real. Minha mãe seguiu adiante,
continuando com sua vida como se meu pai nunca tivesse existido.

— Não aja como se odiasse isso mais do que eu. — A voz


profunda de Talon vibrou através do meu corpo assim que abri a
porta do meu carro. Limpei todas as lágrimas perdidas, não
querendo que ele soubesse as emoções que se agitaram dentro de
mim.

— Não odeio isso. Só odeio você. — Disse com voz rouca, meus
olhos trancados nos dele enquanto entrava em meu jipe fechando
a porta e bloqueando-a atrás de mim. Talon observou-me por um
momento, a preocupação em seus olhos disse-me que ele poderia
se importar um pouco, mas nem eu acreditava nisso. Não podia
acreditar no maldito Talon Reed. Ele era um viciado em sexo que
não tinha espaço para o amor ou alguma preocupação em seu
coração. Porém, não queria admitir em voz alta ou até para mim
mesma que de alguma forma ainda o queria.
Olhando no espelho
Nossos pais se casaram menos de duas semanas depois. O
casamento e o olhar de ódio que Mia dirigiu-me a cada olhar de
soslaio que lhe dei foram o suficiente para fazer nós se formarem
permanentemente em meu estômago.

Ainda a queria. Ainda sonhava fodendo ela em todas as


superfícies da minha casa, mas sabia que isso nunca aconteceria.
Agora não.

— Agora, Lacy e eu estaremos em Cabo por três semanas e


colocaremos sua casa à venda. Não sei se ela já informou a Mia,
mas eu queria que você soubesse que ela irá se mudar com você
enquanto estivermos fora. Se Mia precisar de ajuda, espero que
esteja lá para ela. — O tom autoritário de meu pai era tudo que
ouvia, não as palavras, mas o modo como ele as dizia.

Balancei a cabeça, esfregando a parte de trás do meu pescoço


para aliviar um pouco da tensão acumulada.

— É realmente uma boa ideia? Mia e eu não nos olhamos nos


olhos. — Não era mentira. Nós não olhamos olho no olho. Vi a
necessidade de transar com ela, e Mia viu a necessidade de odiar
minhas entranhas. Até eu sabia que isso era uma ideia do caralho.

— Mia terá que superar isso. O pai dela morreu faz muito
tempo, assim como sua mãe. Só porque perdemos alguém que
amamos não significa que a vida para. Você ainda pode encontrar
o amor. Ela deveria estar feliz por sua mãe, não com raiva ou
culpando-a pelo que encontrou. A felicidade. — Entendi o que
dizia, realmente o fiz, ainda assim uma parte do meu coração que
só minha mãe ocuparia sofria por ela. Sentia sua falta todos os
dias. Perdê-la foi a coisa mais difícil que aconteceu em minha vida.
Meu pai estava seguindo em frente e se casar com outra pessoa era
apenas outro lembrete de que ela partiu e foi há muitos anos.

— Entendo, papai, apenas pensei em te dar um amável aviso,


no caso de quando voltar para casa e a encontrar destruída e um
de nós morto. — Brinquei, mais ou menos.

Meu pai sorriu para mim e quando o fez, foi um sorriso


verdadeiro, daqueles que chegam aos olhos ou alguma merda
assim. Podia dizer que alguém realmente estava feliz quando isso
acontecia.

— Não a mate. Não preciso planejar um funeral logo após meu


casamento. – Disse rindo. As rugas em seu rosto aumentaram
desde a última vez que o vi. Ser médico era estressante, as horas e
as merdas que tinha que lidar no dia-a-dia. Nunca entendi porque
escolheu a medicina. Acho que simplesmente gosta de ajudar os
outros.

— Farei o melhor possível. – Respondi, tirando um Gatorade


da geladeira e descendo para a academia. Com Mia se mudando,
seria dez vezes mais difícil manter minhas mãos para mim. Era
como dar a um drogado sua droga preferida, porém dizer para não
a usar. Mia era minha droga preferida.
Permaneci na academia durante horas, correndo e me
exercitando. Pude sentir o momento exato que ela entrou em casa,
ela e, tenho certeza, suas milhares de malas, como a maioria das
mulheres. Meu corpo iluminou-se como uma árvore de Natal, o
fogo cobrindo cada centímetro da minha pele. Tinha que ir até ela,
estar perto dela. A atração nem sempre foi tão intensa, não até
nossos pais se casarem e saber que estaríamos próximos todos os
dias. Sem supervisão. Não havia nada que pudesse nos impedir de
cruzar essa linha. Por outro lado, se fizemos agora não haveria
como voltar atrás, de jeito nenhum. Subi as escadas lentamente,
com uma toalha na mão enquanto limpava o suor que ainda se
agarrava ao meu abdômen e peito.

Pude ouvir sua inalação quando me notou. Levantei meus


olhos para encontrar os seus, observando o olhar de luxúria que
disfarçou com desgosto em um piscar de olhos.

— Gosta do que vê? – Deixei meu tom arrogante e minha


atitude habitual falarem. Não podia deixar que o fato de estar aqui
mudasse quem eu era, nem sequer um pouco.

— Por que não sai do meu espaço seu idiota? – Senti a


bofetada de suas palavras quando as pronunciou, e a dor que
causou à medida que me atingia não fez outra coisa além de alargar
meu sorriso.

— Esta é a minha casa. — Dei um passo em sua direção, o


que a fez dar um passo atrás. Meu ego aumentou. Gostei do rumo
disso. Então, por que não...? Dei outro passo em seu espaço,
obrigando-a recuar novamente. Estava a poucos passos da
bancada e logo suas costas iria atingi-la... — Sai você do meu
espaço? — Levantei meus lábios em um rosnado. O medo mesclado
com surpresa apareceu em seus traços justamente quando acertou
a bancada como sabia que faria. Suas bochechas ruborizadas e
seus punhos cerrados ao lado do corpo eram todos adoráveis. Era
uma coisa de aspecto feroz, e Deus, como queria fechar o espaço
entre nós e pressionar meus lábios contra os seus. Isso e envolver
minhas mãos através do seu cabelo e puxar os cachos castanhos
como se não pudesse deixá-la ir.

Algo mudou naqueles olhos escuros e falou sem nenhuma das


emoções que sentia anteriormente.

— Esse não é seu espaço, querido irmão. Agora é nosso


espaço. — Piscando um olho, e quase gozei justamente nesse lugar.
— Por que não pode ser útil pelo menos uma vez e me ajuda a levar
minhas malas para cima? Se serei forçada a viver na mesma casa
que você, quero isso em seu lugar o mais rápido possível. – Agora
foi direto ao ponto e odiei como foi capaz de mudar o jogo tão
facilmente.

Fiquei lá por um longo tempo, muito mais do que pretendia.

— Te deixo quente? Faço com que me deseje tanto quanto eu


te desejo? – Arrastei-me ao seu redor, sentindo-a para ver o que ela
iria fazer a seguir. — Nada mudou. Ainda assim, tentarei todos os
dias. Sem importar que seja seu meio-irmão. — A desafiei a dizer
alguma coisa. Algo para fazer mudar de ideia, porque pegaria essas
palavras e adicionaria ao fogo que me fazia avançar em direção a
ela todos os dias. Mia tinha que saber que nada mudou entre nós.
Ainda a queria, e era evidente que ela ainda me odiava.

— Você é obsceno. Nojento. – Franziu o nariz. A única coisa


que faltava era a parte de pisotear forte o chão e teria todo o ato
perfeitamente.

— Não aja como se não me quisesse. Que não pensas em mim.


Sei que penso em você todas as noites quando estou acariciando
meus quinze centímetros... — Suas mãos alcançaram as suas
orelhas.

— Você está tão perturbado que nem mesmo é engraçado. —


O nariz de Mia virou em minha direção quando deixou cair suas
mãos para os lados, e pude ver que agora começava a pensar que
era melhor que eu.

Isso não ia acontecer, pelo menos não na minha casa.

— As mulheres matariam pelo que você tem. O maldito Talon


Reed a sua disposição e essas sessões de merda sem fim que
poderíamos ter. – Ri, esticando minhas mãos sobre a cabeça para
mostrar-lhe o resto do meu corpo. Pude ver seus olhos vagando
pelos meus músculos e baixando lentamente para o cós da minha
calça esporte. Podia ter pensado que eu era sujo, desagradável,
inclusive um filho da puta obsceno, mas ela não era muito melhor.

Maldição, ela me queria, mesmo não admitindo, serei


condenado se não fizer todo o possível para fazê-la cair nesses
desejos. Mantive meus olhos em seus suaves cabelos castanhos,
observando e esperando que dê algum sinal para ir em frente e
reivindicá-la.
O que consegui não foi nada como isso.

— Me deixe de uma maldita vez em paz, Talon, porque se não


fizer farei de tudo para fazer de sua vida um fodido inferno. – Havia
tanta determinação em seu pequeno corpo, que quase quis fazê-la
cumprir sua promessa. No lugar, deixei que se afastasse de mim,
a advertência pendurada no ar entre nós. Meus olhos seguindo o
movimento da sua bunda na medida em que se afastava.

Merda, e agora tinha que ajuda-la carregar sua merda para


cima.

Maldita vida.
Meu meio-irmão é um
imbecil
Sabia que ele era um imbecil, só não me dei conta do quão
grande era até que fui forçada a viver com ele. Minha mãe vendeu
a casa sem avisar, vendendo e trocando tudo... inclusive eu. É por
isso que acabei aqui presa lidando com o Talon, dia após dia. No
momento estava sentada na lanchonete almoçando com uma das
minhas conhecidas. Não podia considerar Daisy uma amiga já que
não passava muito tempo comigo e realmente não
compartilhávamos entre nós nenhum tipo de informação pessoal.

— Há rumores de que o Talon sente algo por você. Você ainda


o está rejeitando? — Daisy perguntou pela primeira vez, como
sempre, a sobrancelha levantada e um olhar doloroso em seu rosto
como se tivesse lhe escondendo algum tipo de segredo.

Dei uma mordida na minha maçã ignorando sua pergunta.


Tudo o que enfrentava girava em torno do idiota. Da minha vida
em casa, até a universidade, ele sempre o centro das atenções. Era
nauseante.

— Embora... — Daisy limpou a garganta.


— Ah, pode parar! Você age como se eu realmente tivesse algo
com ele. Talon é um imbecil e, melhor ainda, é meu meio-irmão. É
obsceno com um maldito O maiúsculo! — Posso ter levantado um
pouco minha voz enquanto falava, mas mostrou meu ponto de
vista, ou ao menos esperava.

— Uau. Então é verdade? — Acrescentou, incitando-me, é


claro. Não queria perguntar ou dizer nada aos deuses da fofoca em
Central Heights, mas não tinha muita escolha. Se era mencionada
na mesma frase que Talon, queria saber.

— Apenas diga, porque não implorarei por informações,


Daisy. Não sou assim. Minha vida não gira em torno dos rumores
desta escola. — Estava mais do que irritada quando terminei a
frase. Tanto que considerava simplesmente levantar e esquecer
tudo o que diziam sobre mim.

— É apenas um boato, e desde que sua vida não gira em torno


de rumores, então acho que realmente não te importa saber. —
Daisy mordeu os lábios de raiva. Podia ver o vapor saindo de suas
orelhas. Era como o resto das garotas que babavam e perseguiam
Talon e definitivamente não valia o meu tempo.

— Esqueça. Não preciso saber. — Levantei-me da cadeira,


mais rápido do que o necessário, e praticamente corri do refeitório
parando apenas para jogar a comida que não comi na lata de lixo.

Não prestava atenção para onde ia ou o que estava a minha


frente, e acabei batendo nas costas de alguém. Murmurei "me
desculpe" e comecei a ir embora, mas fui interrompida quando a
pessoa agarrou meu braço e recusou-se a deixar-me ir.
— Desculpe-me, mas... — Virei para encarar a pessoa em
quem havia batido. As palavras se perderam quando percebi que
Talon me agarrou e girou o meu corpo contra o dele. Sorriu para
mim como se acabasse de ganhar na loteria.

— Está desculpada, irmã. — Ele tentava seduzir-me na frente


de todos os seus amigos. Podia ver os olhares e sussurros
escancarados. Pareciam segui-lo onde quer que fosse. Eu não
queria ter nada a ver com isso.

— Você não é... — Rosnei, de saco cheio da maneira como agia


e me manipulava. Levantando minha perna, inclinei meu joelho
para cima até suas bolas. Percebi quando o acertei já que sua boca
formou um O, e ele soltou-me. Não fiquei para ver sua raiva ou os
palavrões que viriam de sua boca. Só fui, enquanto uma nova
sensação se apoderava de mim.

Senti-me ainda mais forte quando ouvi o amigo de Talon,


Nick, chamando-me de puta. Tinha coisa melhor para fazer, como
chegar à minha próxima aula, candidatar-me a empregos, droga,
qualquer coisa era melhor do que deixa-lo tirar sarro de mim na
frente de todos os alunos.

Em vez disso, fui a todas as minhas aulas da tarde e observei


a hora passar lentamente. Senti-me tão bem antes, depois de
mostrar a todos que Talon não poderia afundar suas garras em
mim. Mas agora, enquanto as horas passavam e o final do dia
estava cada vez mais próximo, quando eu voltaria para a nossa
casa, meus nervos começavam a formigar e minha barriga parecia
fazer cambalhotas. Comecei a arrepender-me da minha farsa de
antes.

Não seja fraca. Defenda sua posição. Obriguei-me a lembrar


disso na minha cabeça algumas vezes, convencendo-me a evitar
um ataque total de ansiedade. Não pensei em Talon nem uma vez
hoje, não até a hora de partir. Andei até o meu Jeep lentamente,
cruzando a área de estacionamento. Talon dirigia hoje, e Deus, eu
estava paranoica. Ignorei os pensamentos irritantes na parte de
trás da minha cabeça e em vez disso entrei no meu carro e me dirigi
para a Starbucks. Poderia matar um pouco de tempo lá antes de
ter que ir para casa e lidar com sua merda.

Cheguei ao drive thru, e parecia ser mesmo que todos os


demais faziam no momento. Pedi um Caramel Macchiato com
caramelo extra e paguei pela janela. Assim que o doce do caramelo
tocou minha língua, gemi. Bebi a delícia enquanto entrava no rico
bairro de Central Height. Todas as casas eram grandes, as estradas
perfeitamente pavimentadas, e nem mesmo uma lâmina de grama
estava fora do lugar. Tudo era perfeito e totalmente diferente de
mim.

Suspirei de alívio quando percebi que o Dodge Charger do


Talon não estava na entrada da garagem. Com sorte não voltaria
para casa hoje à noite, e se o fizesse, saberia melhor que não devia
começar algo comigo.

Saí do carro, meus olhos vagando pela própria casa. Era uma
linda fortaleza, feita para quem tem dinheiro. Tem uma garagem
para três carros anexo a casa, a própria casa era branca e tinha
colunas de mármore na frente. Havia um caminho de pedra que
conduzia ao redor da casa, e uma varanda feita para aqueles que
amavam o ar livre. Pensei em passar um tempo nela na outra noite,
mas fiquei confinada em meu quarto.

Ainda não estava confortável com o fato de dormir no mesmo


corredor que o mulherengo do Talon.

Quem sabia quantas garotas rolaram em volta de seus


lençóis? Estava com ciúmes? Não, de maneira nenhuma. Continuei
a tomar a minha bebida enquanto tirava a minha chave e abria a
porta da casa.

Meu coração afundou quando ouvi uma voz feminina


acompanhada da relaxada e profunda voz de Talon. Queria
esfaquear alguém, de preferência ele, mas a essa altura, qualquer
um serviria. Virei o corredor e entrei na cozinha, certificando-me
de não fazer nenhum ruído enquanto caminhava na ponta dos pés
em direção as escadas.

— Mia, por que você não vem ficar aqui com o resto de nós?
— A voz de Talon soou alto em uma casa tão grande. Saltou nas
paredes e direto para os meus ouvidos. Nós se formaram no meu
estômago enquanto eu espiava ao virar da esquina e vi quem era
os nós realmente. Talon tinha uma loira peituda sentada em seu
colo, seu amigo Nick estava relaxado em uma das poltronas, e um
cara que eu nunca vi antes me deu um sorriso atraente.

— Tenho muita lição de casa e hoje tive um dia tão


estressante. Você sabe, com a mãe e...
— Pare de dar desculpas, Mia. — A voz de Talon soou plana,
seus olhos vazios de emoção quando me interrompeu. Nunca me
senti tão envergonhada em toda a minha vida. Quem ele achava
que era?

— Sim, bem, eu não acho que isso funcionará. — Rosnei,


rejeitando-o completamente. Poderia trata-lo com tanta atitude
quanto ele me tratava, e também poderia fazê-lo parecer
igualmente fraco.

— Vá, esconda-se no seu quarto. Vou lá daqui a pouco para


mostrar o bom irmão que sou. — Quase vomitei no chão com sua
referência sobre irmãos, no entanto, senti uma pequena onda de
excitação enchendo minhas veias quando disse que iria me ver.

Subi as escadas indo para o meu quarto enquanto ouvia suas


risadas encherem o lugar. Quem sabia sobre o que falavam ou
faziam? Tudo o eu que conseguia pensar era em quão fodida era a
maneira que desejava Talon, mesmo que apenas um pouco.
Sob a minha pele e em
minha cabeça
Alguma vez já tentou se convencer de que realmente não
precisa de alguém em sua vida? Passei as últimas duas horas
fazendo isso, ouvindo Nick falar e falar sobre uma festa que eu
perdi porque estava muito ocupado sentado em casa, ouvindo Mia
pelo corredor conversando com alguém no telefone. A menina que
trouxe aqui como um meio para fazer ciúmes a Mia não fez nada
que me agradasse, e tinha certeza que Matt esteve de olho em Mia
quando ela entrou.

— Vou à festa de Donovan na próxima semana. Aquele que


tem a fogueira gigantesca e licores até os telhados. Amigo, é melhor
que você vá. — Nick fixa os olhos nos meus. Era um dos poucos
garotos que conhecia há muito tempo. Era difícil manter amigos
quando você acabava dormindo com as namoradas de todo mundo.
Nunca disse que era um bom menino.

— Irei, mas Mia também tem que ir. Tenho que vigiá-la. —
Menti, sabendo muito bem que fazê-la ir seria uma dor épica na
bunda. Sabia que a vida entre as festas não era a sua praia. Ler
livros e ver um programa chamado Os caçadores de sombras. Nick
parecia irritado com a ideia, e tenho certeza de que não era dirigida
a Mia, mas a mim, porque desde que ela estava por perto, eu
mudei.

— Você disse que íamos fazer algo divertido esta noite. — As


unhas de Mandy desceram pelas minhas costas.

Normalmente, isso teria me excitado e tornado-me mais duro


que um diamante, porém, não desta vez. Tudo o que conseguia
pensar era na única coisa que não podia ter.

— Mia. — Matt disse seu nome como se estivesse animado por


vê-la, e por um segundo perguntei-me se ele disse um pensamento
em voz alta. Virei-me na minha cadeira observando quando Mia
entrou lentamente na sala.

Seus olhos não estavam em mim, mas em Mat.

Merda, não.

— Sei que me convidou para vir mais cedo, mas tive que fazer
o dever de casa. Mas agora, terminei.

Seu cabelo estava preso em um coque no alto da cabeça, e


usava calças de agasalho cinza com uma camiseta que dizia "Meu
blog é melhor do que seu blog".

O que diabos significava isso?

— Essa foi uma oferta por tempo limitado, irmãzinha. —


Arrastei a palavra irmãzinha, certificando-me que estava ciente do
que era.
— Esta também é minha casa, então acho que farei o que
quiser. — Se sentou no sofá ao lado de Matt. Pude ver as linhas de
ligação formando na cabeça do idiota sem cérebro.

Ciúme. Era um verdadeiro filho da puta. Mesmo assim, sorri


sabendo que poderia lhe dar uma dose do próprio remédio. Nick
colocou um filme e diminuiu as luzes. Mandy se aconchegou ao
meu lado e, quando o fez, seus olhos se fixaram na minha cabeça.
Sabia que Mia observava-me, e sabia que estava tão ciumenta
quanto eu.

— Prometeu foder-me. — Disse fazendo beicinho, seus lábios


logo acima da minha orelha. Podia sentir seus mamilos cutucando
através de sua camiseta, e normalmente, sendo o cavalheiro que
eu sou, eu a teria fodido aqui e agora. Mas não fiz. Não podia.
Embora quisesse ser um idiota com Mia, não podia machucá-la
assim. Algo nela me fez querer fazer melhor, ser melhor, mesmo
que o raciocínio não fosse tudo que havia em minha mente.

— Eu vou, baby. — Sussurrei em resposta, pegando a mão


dela e colocando-a no meu colo sobre meu pênis. Puxei o cobertor
da parte de trás do sofá e meus olhos dispararam procurando os
de Mia. Nem prestava atenção em mim. Em vez disso, conversava
com Matt sobre algumas aulas que tinham em comum.

A frustração me atingiu com força. O fato de que queria Mia e


não poderia tê-la o fazia pior.

Era um fodido desastre, tudo por uma pequena boceta. Não


acredito. Cobri Mandy e eu com o cobertor e esperei que fizesse o
que pudesse para me fazer esquecer Mia por alguns minutos.
Meus olhos focaram na tela quando Mandy pegou meu pênis
em um aperto forte, a mão apenas ajustando ao redor. Deslizou
para cima e para baixo, cada golpe me fazia querer gritar de prazer.
Coloquei minha mão sobre a sua incitando-a a ir mais rápido.
Tinha certeza de que Mia sabia o que acontecia, pelo menos a essa
altura.

Meus olhos se fecharam por um momento e a imagem de Mia


apareceu em minha mente.

Porra, não. Mia não ia ser a razão pela qual eu gozava


novamente. Peguei a mão de Mandy, embora estivesse tão perto de
alcançar minha liberação. Raiva queimou através de mim. Estava
com tanta raiva que esta menina entrou sob a minha pele. Tão
bravo que tinha um efeito contraditório sobre mim.

— Adoraria te encontrar para um café ou algo parecido. —


Ouvi Matt dizer a Mia. Não sabia por que agi com base nas emoções
que sentia ou porque me importava com o que fazia com Matt. Ela
não era minha e eu não tinha namoradas, mas ainda assim intervi
e disse algo.

— Saiam. — Ordenei. Não tinha certeza de onde minha cabeça


estava hoje, mas precisava de espaço de todos. Precisava falar com
Mia sem que ninguém estivesse aqui. Todos os olhos posaram em
mim. O rosto de Nick gritava claramente se falava sério e Mia
parecia ter comido algo amargo. — Estou falando sério. Vão
embora, saiam de uma vez. — Mandy e Nick reclamaram.

Matt pareceu entender o que eu dizia, porque todo mundo foi


empurrado para a porta sem outro aviso. Mia se levantou do sofá,
seu rosto uma máscara de raiva e confusão. Entendia o que sentia.
Simplesmente não sabia como explicar meus sentimentos em
relação a ela. Era melhor usando meu pau do que usando as
palavras.

— Isso foi muito baixo mesmo para você. — Argumentei.


Estava pronto para apoia-la no sofá e chicotear seu traseiro até que
ficasse vermelho cereja após o que fez.

— Baixo? — Suas sobrancelhas subiram e parecia que estava


prestes a explodir. Cerrei meus punhos ao meu lado esperando que
terminasse. – Baixo é deixar que Mandy te faça uma porra de
punheta debaixo do cobertor na sala de estar com todos aqui.
Tenho permissão para sair com quem eu quiser, quando eu quiser,
e ninguém, nem mesmo o maldito Talon Reed pode me impedir de
fazer isso. — Um dos dedos empurrando meu peito, seu toque
derretendo o bloco gelado ao redor do meu coração.

— Faço o que tenho que fazer Mia. Nunca reivindiquei ser


outra coisa senão um imbecil. O que eu faço com Mandy é
problema meu, ela sabe no que está se metendo. O que você faz é
uma coisa totalmente diferente. — Rosnei. Sim, seria um alfa
completo com ela, mas só porque não queria que estivesse com
outra pessoa quando eu não poderia tê-la, mesmo que isso fosse
egoísta.

— Você não é ninguém para mim. — Disse erguendo seus


lábios para mim, seus olhos olhando rapidamente para os meus
lábios. Queria me beijar, mesmo que não pudesse admitir isso em
voz alta. Seu corpo queria-me, sua vagina implorava para fode-la.
— Sou. — Respondi de volta com um pouco de raiva. — Sou
egoísta porque não posso deixá-la ficar com mais ninguém quando
não posso te ter para mim. — Admiti sem aviso prévio. Queria
chutar minha bunda no segundo em que as palavras saíram, mas
não me retratei. Não podia, não depois de ver o olhar de espanto
em seu rosto.

— Bem, terá que superar isso, porque farei o que eu quiser...


— Queria esticar e pegar seus lábios contra os meus. Sentir os
contornos do seu corpo se derretendo contra o meu e soltar o
animal sob a superfície. — Com quem quiser. — Senti uma raiva
devastadora quando essas últimas palavras saíram dos seus
lábios. Não me impedi de fazer o que queria desde o dia em que a
conheci. Sabia que não podia. Isso tinha que acontecer.

Estiquei-me, colocando minhas mãos em ambos os lados de


sua cabeça e puxando-a contra o meu corpo. Plantei meus lábios
contra os seus suavemente, pressionando com cada pedaço de
raiva nela. Queria que o beijo fosse memorável, apaixonado e
suficiente para ela percebesse que era minha.

Envolvi minha mão em seu cabelo e mordi seus lábios


suavemente. O sabor do céu se misturou com chocolate e encheu
minha boca. Seu cheiro cercou-me, e assim que ela gemeu na
minha boca, soube que precisava terminar o beijo agora mesmo,
senão acabaria virada para o sofá com a bunda no ar em questão
de segundos. Pela a primeira vez na história fiz a coisa certa e
afastei-me dela, deixando a sala de estar e subindo as escadas,
deixando-a lá para pensar sobre o que acabou de acontecer.
Tinha certeza que cometi um erro quando a toquei. Não havia
nenhuma maneira que eu fosse capaz de terminar isso, agora que
finalmente provei o quão doce era.
Ele faz meus lábios
doerem e meu peito
arder
— Promete que cuidará de sua mãe quando eu for embora,
querida. – Meu pai fez-me fazer muitas promessas para ele. Os
médicos continuavam dizendo que não havia chance de que viveria
depois do inverno, mas seguiram dizendo que não iria a lugar
nenhum até as primeiras flores desabrochassem.

Queria acreditar nele, mas sabia bem. Mesmo com a idade de


dezessete anos, sabia muito mais do que deveria. A perda do meu
pai era apenas uma coisa que teria que enfrentar. Você vivia e
morria. Tudo o que importava era o que você fazia no tempo entre
tudo isso.

— As promessas não significam nada quando você tiver ido


papai. — Empurrei as lágrimas que ameaçavam cair dos meus
olhos. Uma vez que se fosse a frieza afundaria em meus ossos e
deixaria meu corpo com um frio permanente.

Olhei em seus olhos e pude ver que as lágrimas já começaram


a cair.
— As promessas são tudo o que me resta, Mia. — Sua voz era
fraca, muito fraca. Doeu-me fazê-lo falar em tudo.

— Então farei o que puder para manter essas promessas,


papai. Farei tudo que puder para ajudar a mamãe. — As lágrimas
começaram a derramar dos meus olhos e caia abaixo, onde nossas
mãos se uniam.

— Bom. — Seu sorriso era doce e seus olhos pareciam


animados... mas só por um momento. Pude ver que juntou toda sua
energia para colocá-la nessas duas coisas. Lutando com todas as
suas forças para dar-me algo para segurar. Não havia nada para
segurar quando você perdia o primeiro homem que aprendeu a
amar.

— Mia. — A voz de Talon soou no meu ouvido enquanto meu


corpo balançava para frente e para trás como se estivesse sendo
sacudido. O empurrei para longe imediatamente, piscando até
acordar, apenas para perceber que havia grandes e grossas
lágrimas molhando as minhas bochechas.

— Estou bem. — Menti, enxugando minhas lágrimas com as


costas da minha mão. Fazia meses desde a última vez que sonhei
com a morte de meu pai.

— Quer falar sobre isso? — Perguntou. O observei da cama.


Estava sem camisa, claro, seu abdômen e seu físico, digno de uma
lambida, exibido como sempre. Isso e sua calça do pijama baixa
não fazendo nada para esconder o início do V musculoso. Obriguei-
me a desviar o olhar e percebi a grande preocupação que gravava
em suas feições. Podia sentir sua mão no meu ombro. Era suave e
quente, confortando-me do que eu sentia que seria sempre
doloroso. Queria apoiar-me em seu toque, mas lembrei quem ele
era.

— Não há nada para falar. — Meu tom foi muito mais ácido
do que pretendia, mas não me importei. Não queria falar sobre isso.

— Te entendo. — Deu um passo para trás, as mãos levantadas


no ar. Eu quase quis desculpar-me. Quase.

— Só não quero falar sobre isso. É passado e nem sequer sei


porque... — Minha voz sumiu. Estava à beira das lágrimas.
Precisava dormir porque não havia razão para estar tão emotiva
sobre algo que aconteceu há anos.

— É porque você sente sua falta. — Parecia mais uma


confissão do que uma resposta. Na verdade, não sabia nada sobre
a mãe de Talon. Ele nunca falou sobre ela. Tudo o que ouvia a
respeito era superficial. Pelo menos o que alcançou meus ouvidos,
a história foi manipulada tantas vezes que não havia nenhuma
maneira de que fosse tudo verdade.

— Sentir a falta dele e ter um sonho com ele que me causa


dor são duas coisas muito diferentes, e não disse que não queria
falar sobre isso? — Puxei o cobertor até o meu peito, cobrindo a
minha camisola, e o fato de que não tinha nada além da calcinha
por baixo.

— Não tem que se esconder de mim, Mia. Não te agarrarei


quando posso ter quem eu quiser. Acredite em mim quando digo
que há uma fila quilométrica. — O Talon arrogante estava de volta
com toda a sua força, com um sorriso e sua imbecilidade, tudo em
um.

— Não estou escondendo nada. — Minhas bochechas ficaram


vermelhas, denunciando minha mentira. Como mudou do meu pai
para me esconder dele? Depois do beijo que compartilhamos antes,
não tinha certeza se devíamos estar no mesmo quarto, como
estávamos agora.

— Você está escondendo muitas coisas. A primeira é a


maneira que a morte do seu pai te faz sentir, e acredite ou não, sei
uma ou duas coisas sobre a morte. — Talon ficou totalmente
confortável ao sentar na minha poltrona de leitura marrom. A luz
da lua brilhava através da janela do quarto, lançando uma sombra
ao nosso redor. Era como se estivéssemos em nossa própria bolha
pessoal de lua.

— O que você sabe sobre a morte? — Perguntei. Não sabia por


que permiti que ele ficasse aqui, ou porque ainda falávamos sobre
isso. Talvez foi porque me senti sozinha e desejava alguma
interação humana.

Os dedos longos e finos de Talon bateram no braço da


poltrona como se estivesse contemplando alguma coisa.

— Não sou uma pessoa aberta, coisa que você já sabe. Não
amarei, não tenho ótimos momentos compartilhados, porque a
vida é o que você faz com ela. Quando você se concentra demais
nas coisas ruins, elas estragam o bem em sua vida. — Fez uma
pausa, seus olhos olhando diretamente para os meus. Podia sentir
a conexão entre nós crescendo. Cavei minhas unhas nos lençóis
forçando-me a permanecer sentada na cama. — A maioria das
pessoas sabe que eu perdi minha mãe, mas não sabem o que isso
me fez ou o muito que me mudou. — Apoiou os cotovelos nos
joelhos e colocou a cabeça entre as mãos. A angústia se desprendia
dele em ondas. Verdadeiras emoções, não falsas, mascaradas como
aquelas que via todos os dias explodindo de dentro dele.

— Não tem que me dizer nada, Talon. — Assegurei a ele,


sabendo que compartilhar algo tão assustador não podia mudar as
coisas entre nós. Não podia deixar Talon entrar no meu coração
sem me machucar. Tinha que me proteger, porque não havia
ninguém para me pegar quando as coisas dessem errado, e elas
sempre terminavam mal.

Tudo na vida tem uma data de validade, leite, pão, vida e


amor. É por isso que não importa o quanto me diga isso, não
mudará nada. Ou pelo menos não podia.

— Preciso te dizer. — Pediu, com o rosto escondido nas


sombras. Queria levantar da cama e envolver meus braços em
torno dele, mas segurei.

Não se apegue. Não se apaixone. Não ceda ao seu passado.

— Talon, não quero saber. Não posso saber. — Confessei. Tive


que fazê-lo porque temia algo entre nós. Tinha que lutar contra
isso, porque se não, iria acabar machucada. A dor nunca é boa
quando você ainda tem que estar próxima dele durante anos
depois.
Ele passou a mão pelo cabelo escuro antes de se afastar das
sombras. Em seus olhos podia ver uma tempestade elétrica
fervendo lentamente, o início dos raios e trovões no horizonte.
Sabia que merecia compartilhar essa história com uma garota que
se importava mais do que eu, ou mais do que eu jamais poderia.

— No entanto, você deve saber, porque então entenderá


porque sou o imbecil que sou. É por isso que uso e abuso e porque
recuso a me importar. — Pude sentir medo nas palavras que falou.

Sabia que, o que estava prestes a fazer quebraria tudo o que


já se formou entre nós, mas não podia deixar seguir em frente.

— Vá embora, Talon. Saia deste quarto e continue com sua


noite. Não me importa saber por que você odeia todo mundo ou
porque você quer me usar. Não o faça. — Gritei, levantando-me da
cama e abrindo a porta do quarto.

Meu estômago revirou e náusea subiu na minha garganta.


Meus olhos pareciam pesados e meu peito doía enquanto
observava a emoção cobrindo seu rosto. Então seus olhos se
arregalaram e sua feição se apertou, e percebi que havia algo que
queria me dizer, mas sabia que não o faria. Talon não lhe deu
chances. Olhou para mim das pontas dos meus pés até o topo da
minha cabeça enquanto se levantava da cadeira parando bem na
minha frente.

— Sei que você quer me foder, então, por que você não termina
de fazer isso? Pensei que compartilhar algo com você com certeza
faria com que se livrasse dessas suas calcinhas de seda
imediatamente. — Sorriu, mas foi forçado.
— Nunca. Isso nunca acontecerá, Talon. Nem em um milhão
de anos. — Meu coração disparou no peito quando falei as
palavras. Podia sentir o calor do seu corpo contra a minha pele
quando ele se empurrou contra o meu peito, forçando-me a
encostar contra a parede. Estava presa com nenhum lugar para ir,
seu pau duro pressionando contra a minha coxa.

— Sente isso... essa rigidez. — Não conseguia reunir nem uma


palavra porque não tinha certeza se podia confiar em mim mesma
para dizer não a qualquer coisa que perguntasse. — Estou mais
duro que uma pedra para você. Pronto para reivindicar sua boceta,
e você continua me afastando.

— Não te quero, nem ao seu pênis. — Disse sem aviso prévio.


Olhou-me fixamente, um dos seus dedos se esticando para
percorrer meu lábio inferior.

— Uma doce garota dizendo essas palavras feias. Será mais


do que incrível te ver me chupando um dia desses. — Suas palavras
me excitaram, sua voz era como veludo enquanto roçavam minha
garganta e meu pescoço. Podia sentir seu cheiro. Podia senti-lo, e
que me condenem, realmente o queria, droga.

— Vá! — Pedi, forçando a palavra da minha boca. Tudo o que


consegui foi um sorriso de satisfação enquanto esfregava seu peito
contra o meu, fazendo meus mamilos franzirem. Umidade vazou
na minha calcinha.

— Está molhada para mim... — Talon falou ao mesmo tempo


em que se afastou de mim, seu corpo quase na porta. — Posso dizer
isso, mesmo que você ainda não queira confessar. Embora, tudo
bem, podemos jogar este jogo de gato e rato pelo tempo que quiser,
ou pelo menos até que você esteja implorando-me para te fazer
gozar. — Então, só então ele se foi pelo corredor, provavelmente
para se livrar de suas necessidades, enquanto eu ainda tentava
conseguir meu coração de volta ao peito. Talon tinha o poder de me
destruir, e tudo o que tinha feito foi dar-lhe o poder de fazê-lo.

Merda. Estava completamente fodida e nem sequer em um


bom sentido.
Sua boceta era minha
A evitei como a peste, obrigando-me a fazer exercícios e a sair
com Nick e Mandy mais vezes. Escapei de casa todos os dias antes
dela acordar, e não voltei para casa até que ter certeza que dormia.
Não havia outra maneira de lidar com a ereção quase diária com a
qual vivia. Era isso ou fode-la em submissão. Poderia fazer isso.
Um par de algemas, um bom e resistente pé de cama. Sim, gozaria
mais forte do que nunca.

— Foda-me mais forte. — Mandy mordeu meu pescoço


levemente enquanto batia nela várias vezes. Mandy podia lidar com
o meu lado sujo, a parte em mim que a maioria não podia.
Rangendo os dentes, concentrei toda a minha atenção em sua
boceta, a maneira como ela se apertava em torno de mim. Não era
nada comparada a Mia. Era melhor, droga, muito melhor.

— Mia. — Rosnei em sua garganta, liberando meu esperma


quente dentro dela. Percebi o momento em que ouviu o nome de
Mia no lugar do seu porque empurrou meu peito, forçando a liberar
do aperto que tinha sobre ela.

— Mia? Eu pareço com sua meia-irmã? Você está fodendo


comigo, Talon? — Mandy jogou o cabelo para o lado, vestiu sua
saia e a camisa, cobrindo os seios enormes. Queria me sentir mal,
realmente queria.
Nem sequer respondi o porquê, na verdade, o que poderia
dizer? Oh, eu acabei de gozar pensando em outra garota enquanto
estava dentro de você, desculpe? Não. Apenas deixei as peças
caírem em qualquer lugar. Em vez disso, dei de ombros, vesti-me e
fui embora. Não estava nem a alguns metros de distância do
armário secreto que Mandy e eu costumávamos nos encontrar
quando ouvi a voz de Matt seguindo pela voz de Mia.

— A festa é amanhã à noite, e sei que o Talon estará lá, mas


se você quiser ir comigo posso te buscar... digamos às sete horas?
— Escondi-me contra a parede, rezando para que eles não virassem
a esquina. Esperei a resposta de Mia. Depois do quão duro jogou
na outra noite, ficaria zangado se aceitasse sua oferta. Por outro
lado, o que tinha para oferecer, exceto uma boa foda dura e uma
eternidade de sofrimento? O melhor era que aceitasse.

— Isso parece ótimo. Estou esperando por isso. — Respondeu,


e meu coração caiu no chão. A vida com Mia era como estar em
uma constante montanha russa. Você nunca sabia quando subia
ou descia, ou quando o próximo giro viria. Só ansiava pelos
momentos em que seu estômago se enchia de borboletas enquanto
o desconhecido se apoderava de você.

Ela estava certa, não tinha nenhuma razão para compartilhar


meu passado e a morte da minha mãe com ela, mas ao mesmo
tempo eu queria. Queria que fosse ela, porque sentia algo por ela
como nunca senti por ninguém antes. Mia também sabia, porque
quando disse que não podia suportar ouvir, praticamente abriu a
porta do seu coração.
Tinha um conjunto de chaves para seu coração, só precisava
encontrar a fechadura certa ao qual pertenciam. Fiquei naquele
corredor por um longo tempo, e quando ouvi passos se
aproximando continuei ali em pé.

Matt apareceu com um flash de medo se formando em seus


olhos. Isso é certo, idiota, você deveria estar com medo, muito
medo. Sua boceta era minha. Seu corpo era meu. Eu a teria e a
possuiria em breve, e um encontro com esse filho da puta não
significava que deixaria de prova-la de qualquer maneira.

— Se descubro que você a toca, cheira, ou mesmo tenta beijá-


la, rasgarei suas bolas do caralho e vou empurra-las pela sua
garganta. — Sem meias palavras. Não tinha razão para isso quando
se tratava dela. Era como se eu fosse outra pessoa quando pensava
em outro alguém estando com ela.

Matt parou a poucos passos de mim, as palavras que eu falei


eram a única coisa que nos separava.

— Não farei nada que Mia não queira que eu faça. Não entendo
qual o seu problema com ela e não penso em me envolver. Sou seu
amigo, Amigo. Sei que é sua irmã e tudo mais, mas não sou um
maldito estuprador. — Matt não parecia assustado quando falou,
e não podia dizer a ele que não era por ela ser minha irmã que me
incomodava, sem evidenciar o fato de que me apaixonava por ela e
nem sequer a fodi ainda.

— Eu sei amigo, estou apenas me certificando. Tenho que


cuidar dela, tem um monte de imbecis como eu por aqui. — Sorri,
desviando minha atenção para outra coisa. Não suportaria ser
olhado com perguntas que recusava a responder.

— Bom. Cuidarei dela. — Deu uma piscadela e fechou a mão


no meu ombro. Assenti e o vi andar o resto do caminho pelo
corredor virando perto das escadas.

Maldita seja. Isso é exatamente o que temia. Ela encontrando


alguém melhor do que eu, percebendo o grande filho da puta que
realmente era. Não tinha nada para dar a ela como a pessoa que
era, e talvez só tivesse que desistir e encarar os fatos.

Talvez já não fosse mais o maldito Talon Reed. Talvez fosse


apenas Talon Reed, e esse é o homem que Mia precisava que fosse.
Não sabia, e acho que nunca soube.

Mia nunca me daria oportunidade de descobrir.


Tão estúpida quanto
possível
Amarrei meu cabelo e apliquei o meu batom vermelho escuro
justamente quando Matt chegou, o som da buzina do seu carro
lembrando que tinha que mover meu traseiro. Coloquei minhas
botas marrom, enfiando minha calça jeans nelas. Ia simples
porque sabia que seria muito frio para usar uma minissaia como
iria a maioria das meninas. Sorri como se estivesse feliz quando
Matt veio até a porta e bateu. Beijou a minha bochecha e disse o
quanto estava bonita.

Sem dúvida, sabia que Matt era a opção mais segura. Sabia
que escolher ir a um encontro com ele faria Talon deixar-me em
paz, o obrigaria a manter distância, e isso daria o espaço que eu
precisava para não tomar uma decisão tola.

— Te falei o que Talon me disse no outro dia? — Matt


perguntou, saindo da garagem. Tive que esconder a surpresa no
meu rosto, então virei para a janela e olhei para a paisagem que
passava.

— Não. — Sorri, ou pelo menos tentei. Meu estômago doía


como se alguém o chutasse. Sabia que vê-lo ou ouvir seu nome
simplesmente faria meu corpo reagir da pior maneira. Ansiedade
não era algo que eu realmente queria enfrentar hoje à noite.

— Bem... — Começou a rir profundamente. Era uma risada


alegre e um sorriso puxou seus lábios. Era muito atraente de certa
forma com seu aspecto próprio de garoto americano. Um dia, faria
uma menina por aqui muito feliz. — Praticamente me disse que se
eu fizer algo para te machucar, rasgará as minhas bolas e as
empurrará na minha garganta. — Continuou.

— Bem, isso é um... violento? — Tropecei com minhas


palavras, um pouco surpresa pelo fato de que Talon se importava
o suficiente para falar com Matt sobre o nosso encontro. Era

estranhamente agradável e esquisito.

— Eu sei. Então, se te perguntar algo, por favor, diga que tudo


foi ótimo e que não te machuquei, porque realmente gosto muito
de onde minhas bolas estão no meu corpo agora. — Matt virou para
mim, seus olhos focados nos meus lábios por um momento antes
de subir para os meus olhos. Olhei para ele um pouco espantada
de que alguém tão cavalheiro como ele poderia ser amigo de um
idiota como Talon.

Matt era o oposto de Talon. Matt era robusto e tinha cabelos


castanhos e encaracolados. Seus dentes eram retos. E seus olhos
eram de um azul claro em comparação com os profundos de Talon.
Não poderiam ser mais diferentes. Deus. Precisava deixar de
compará-los e agradecer pelo fato de que Matt me convidou para
sair hoje à noite. Pelo menos não passaria outra noite sozinha em
meu quarto.
Sorri.

— Vou lhe dizer que nada aconteceu. Afinal, não precisa se


preocupar com nada. Você parece um cara legal.

Matt piscou e disse:

— Sim, muitas pessoas me perguntam como posso ser amigo


de Talon e não ser um completo filho da puta. — Inclinei minha
cabeça com seu comentário. Essa realmente era uma pergunta que
deveria fazer.

— E bem? Como você faz? — Ri, esfregando a mão na minha


calça. Estava nervosa e suando. Não tinha nada com o que me
preocupar, mas ainda assim sentia aquela diferente sensação de
ansiedade crescendo dentro de mim.

— Talon me acolheu quando eu não tinha mais ninguém. Fui


criado para tratar mulheres corretamente. O fato de passar tempo
com alguém não significa que eu tenha que adotar seus hábitos.
Certo? — Matt perguntou quando entramos no McDonalds.

— Sim, suponho. Mas não somos um reflexo das pessoas com


quem passamos a maior parte do tempo? — Não sei por que fiz a
pergunta. Talvez quisesse confundi-lo? Pegá-lo em uma espécie de
mentira? Encontrar uma maneira de estragar sua perfeição.

— Às vezes, mas sinto que sou melhor do que o Talon poderia


ser. Sem ofensa desde que ele é seu irmão e tudo isso. — Um
arrepio subiu pela minha espinha.

— Sem problemas. – Garanti.


A conversa pareceu terminar aí. Movemo-nos rapidamente
através da unidade de modo que pudéssemos chegar à festa o
quanto antes. Não havia problema em ir para um lugar simples,
porque não era daquelas que procuravam chamar atenção. Matt
pediu nossa comida e pagou, e logo fomos para a festa no campo.

As estradas estavam uma bagunça, cobertas de lama e


cascalho quando deixamos a estrada principal e partimos para a
casa de Donovan.

— Posso te contar uma coisa? — Matt suspirou, sua mão


apertando ainda mais o volante. Não tinha certeza se queria saber
qual era sua resposta, mas acenei afirmativamente, engolindo a
bola que se formou em minha garganta.

— Acho que o Talon sente algo por você, e acho que é por isso
que ele é tão contra sairmos juntos.

Seu corpo relaxou, e percebi o que o incomodava


imediatamente.

— Talon não tem nenhuma fodida chance. Além disso, não,


simplesmente, não. De acordo? – Neguei balançando a cabeça,
mentindo completamente ao responder e, secretamente, rezando
para que não me pegasse fazendo isso.

— Bom. — Inclinou-se colocando a mão na minha. Olhei para


a sua mão, percebendo que seu toque não incendiava meu corpo,
nem alterava meu ritmo cardíaco. Minha atenção subiu para o seu
rosto assim que ele limpou a garganta. — Está tudo bem? Porque
se não, então posso...
— Não. Está bem. — Agarrei sua mão com mais força antes
que pudesse se afastar de mim. Precisava do toque de alguém neste
momento, mesmo que ele não fosse o toque do homem que queria.
O sorriso que me deu em resposta teria realizado os sonhos de
qualquer outra garota. Simplesmente não tinha coragem ainda
para dizer a Matt que não era ele e que nunca o seria.

Seguramos nossa mão no caminho para o campo. Não houve


mais palavras depois que perguntou sobre os sentimentos de Talon
por mim e os meus por ele. Tive a impressão de que Matt tinha
medo de me perder para Talon e deveria tê-lo. Não contaria ao
Talon que tinha uma chance. Daria uma festa inteira e faria algo
muito mais imprudente do que normalmente fazia.

Matt olhava para mim com o canto do olho quando paramos


no campo. Uma casa do tamanho de uma mansão estava à
distância. Não sabia quem era esse menino Donovan, mas pela
aparência de sua casa, parecia que seus pais tinham muito
dinheiro.

— Você parece surpresa. — Matt observou.

— É que nunca ouvi falar desse cara. Não tinha ideia de que
havia muitas famílias milionárias na área de Central Heights. —
Respondi. A grama no campo era alta, e o celeiro do lado, a direita
de onde estacionamos, parecia já hospedar um grande número de
pessoas. Uma enorme pilha de galhos e plataformas estava no meio
do campo. Nunca estive em uma dessas coisas, mas estava um
pouco animada.
— Na realidade não há muitas pessoas que têm dinheiro por
aqui, é mais baseado em quem você conhece. — Matt parecia triste
quando falou. Não entendia qual era o problema, mas senti a
necessidade de desculpar-me por machucá-lo sem realmente o ter
feito.

— Não quis dizer algo imprudente ou trazer algo que se...

— Não. Não fez nada. Apenas é difícil quando você é menos


genial em comparação com outros por aqui. Isso é tudo. O dinheiro
fala em uma cidade como esta. — A confissão de Matt soou
completamente verdadeira. Alguém como Talon somente passava
tempo com aqueles que tinham o mesmo status que ele. Matt e eu
éramos os estranhos nisso tudo.

— Vem. Vamos ter um bom tempo e esquecer a vida por


algumas horas. — Sorri e fui genuína. Senti borboletas esvoaçando
ao redor da minha barriga quando nós dois saímos do carro e
fomos em direção ao celeiro.

Então meus olhos caíram sobre os dele e tudo caiu dentro de


mim. Talon estava aqui e, pior ainda, estava sozinho. Havia certa
determinação em seus olhos que seriamente me assustou.

De repente, só queria voltar para o carro.


A bela e o idiota
Nunca disse ser um bom menino. Um garoto que se importava
com algo mais do que um pouco de diversão. Não esperava
encontrar o amor ou compartilhar meus segredos sombrios.
Ninguém queria saber sobre essa merda. Pelo menos, não
realmente.

Tudo o que podia sentir quando ela saiu do carro com ele foi
a necessidade de estender a mão e sacudi-la. Perguntar-lhe por que
não sou bom o suficiente, mesmo já sabendo a resposta. Só queria
que dissesse em voz alta. Para me lembrar com sua própria voz
porque eu não deveria tentar, já que a necessidade de tentar
praticamente me dominava.

— Amigo! — Matt recebeu-me com um choque de punhos, e


eu quase não o saudei da mesma forma, meus olhos unicamente
em Mia. Seu cabelo estava puxado para trás em um rabo de cavalo
alto, com pequenos cachos enrolados nas pontas. Adorei que
estava vestida de maneira casual, com um moletom cinza, calça
jeans e botas marrons. Parecia que pertencia aqui, neste ambiente.
O céu atrás dela mostrava uma grande variedade de cores,
misturando do laranja ao azul. Queria capturar o momento com
uma câmera, mas não consegui, então olhei para ela.
— Talon? — Meu nome veio da sua boca com um ronronar.
Meu pênis endureceu e meu corpo implorou para possuí-la como
minha.

— Ahhh, sim. Que tal? — Deixei meu devaneio. Tinha que


parar de pensar nela. Sobre ela e o fato de que estava lá com Matt
e que não seguraria sua mão hoje à noite ou a apresentaria a todos
os meus amigos. Estaria aqui, bebida na mão, sem fazer nada além
de observar.

Tudo porque essa é a única coisa que eu poderia fazer.

— Tranquilo. Acabamos de chegar. Ia te perguntar onde


estavam as bebidas. — Disse Matt, mantendo os olhos no corpo de
Mia. Meus olhos foram para onde eles estavam conectados por
suas mãos.

Bastardo. Um ciúme profundamente se espalhou por todo o


meu corpo como um fogo selvagem. Queria bater no cara, dizer que
ela era minha. No entanto, fiquei afastado mais uma vez. Mia não
era minha, e isso era uma porra de pílula difícil de engolir para um
homem como eu.

Apontei para a entrada do celeiro.

— Apenas no final à direita. Há geladeiras cheias de cerveja e


vinho. — Ele murmurou um agradecimento e foi para o celeiro
deixando Mia comigo por um segundo.

— Estou surpresa em te ver sozinho esta noite. – Ela mexeu


na terra a seus pés, seus olhos nem sequer podiam encontrar os
meus. Será que eu nos empurrei tanto que ela nem conseguia me
olhar nos olhos?

— Nem sempre tenho que ter alguém comigo. — Isso era uma
mentira, porque eu quase sempre vinha com alguém e ia embora
com uma garota diferente. É justamente como funcionava... até
que Mia chegou em disparada na minha vida.

— Bem, isso é incrível... quero dizer, vendo como você é.


Tenho certeza que alguém tirará a calcinha para acabar com você
no final da noite. — Finalmente olhou para cima, seu nariz enrugou
enquanto falava, e foi tão fofo que quase não ouvi o que disse.

— Não acho que... — Não terminei a frase porque Matt decidiu


voltar justo naquele momento, com um vinho e uma cerveja. Deu
um para Mia, abrindo-o para ela como o verdadeiro cavalheiro que
era. Ela aceitou com um sorriso e só pareceu um pouco
desconfortável com tanto de nós estando tão perto dela. Tive que
afastar-me antes de fazer alguma loucura. — Vou ao celeiro,
aumentar o volume da música e tomar uma ou duas bebidas. —
Esfreguei os músculos na parte de trás do meu pescoço. — Tive
muito estresse desde que Mia chegou. O Sexo não ajudava. O
exercício não ajudava. Esperava que um pouco de bebida
funcionasse.

— Muito bem, nos vemos por aí. — Matt agarrou a mão de Mia
e a levou para longe de mim, a distância entre nós ficando cada vez
maior. Percebi que ela queria dizer alguma coisa, mas o momento
pareceu passar. Em vez disso, cedeu a Matt e se afastou, sem
sequer dar-me outra olhada por cima do ombro.
Sou uma bicha.

Essa era a única coisa em que conseguia pensar. Voltei para


o celeiro, onde todos pareciam estar reunidos. Donovan e suas
groupies estavam lá. Gostava de Donovan, saia com ele com
frequência e até ia a algumas de suas festas. Mas agora que
comecei a passar mais tempo com Mia, comecei a perceber todos
os imbecis que estavam em minha vida.

— Sua irmã é extremamente sexy. — Donovan agia como se


me parabenizasse. Queria responder como se não tivesse olhos e
não pudesse ver por mim mesmo. Colocou uma cerveja na minha
mão. E não pude deixar de ver o desafio em seus olhos. Deveria
saber que trazer Mia para cá era uma má ideia. Tinha que colocar
um fim nessa merda.

— Está fora dos limites, D. É pura, e não quero você fodendo


com suas emoções. — Fui um pouco mais defensivo do que o
necessário, mas queria que ele captasse o meu ponto. Tomei um
gole da minha cerveja, deixando-o digerir o que acabei de dizer.

— Vaaa. Relaxe. Você é protetor com ela ou algo assim? Sabe


que na realidade não a machucarei. Eu, obviamente te diria tudo
o que tenho em mente... — Donovan riu a alguns colegas atrás
dele. Meus punhos se fecharam automaticamente. Ia quebrar a
cara dele e fazer me expulsarem da festa? Começou a parecer que
sim.

— É melhor que isso, D. — Disse, empurrando seu peito. Era


maior que ele, pelo menos por alguns centímetros. Tinha cerca de
treze quilos de músculo a mais do que ele. Poderia derrubá-lo sem
suar. No entanto, não havia como saber o que seus amigos fariam
se fizesse isso.

Donovan gargalhou, inclinando a cabeça para trás como se eu


tivesse contado uma piada hilariante. Apertei a garrafa na minha
mão com mais firmeza.

— Homem, te entendo. Sério. Não tentarei nada. — Deu um


tapinha nas minhas costas como se fôssemos os melhores amigos
do mundo ou algo assim. Tirei sua mão do meu ombro.

— É melhor para você, desde que, se algo acontecer a ela e


isso tiver a ver com você, saberei onde te encontrar. — Rosnei,
virando-me, sem sequer dar a ele a oportunidade de responder.
Não tenho tempo para pessoas de merda como ele. Um aviso é tudo
o que ia conseguir, e se transasse com ela, fodesse com o que era
meu, então faria qualquer coisa que tivesse que fazer para acabar
com ele.

— Estava fodendo com você. — Donovan começou a andar em


minha direção. Ouvi o que ele disse, mas sabia que era mentira.
Bebi o resto da minha cerveja e joguei a garrafa sobre o meu ombro.
Nem sei por que diabos vim aqui.

Mia. Seu nome sempre está em meus pensamentos, a imagem


de seu corpo e a maneira como seus quadris balançavam enquanto
caminhava entraram em minha memória. A garota ficou sob a
minha pele, pegando os pedaços de quem era, substituindo-os por
outros melhores. Não era uma boa pessoa, nem mesmo um homem
decente até que Mia chegasse. Inferno, estava longe de ser digno
de seu tempo, mas não poderia fazer o desejo de reivindica-la
desaparecer. Não estava apaixonado por ela, mas poderia estar.
Tinha medo das emoções que provocava em mim.

Podia ouvir sua doce risada chamando-me quando saí do


celeiro. Meus olhos se fixaram nos olhos dela assim que saí. Ela
parecia feliz, seus olhos brilhavam a luz do sol e entendi por que
tantas pessoas a queriam, porque eu a queria pelas mesmas
razões.

Era um ser delicado que tinha o poder de deixar-me de


joelhos, e de joelhos me tinha.

Eu me apaixonava por ela e nem sequer lamentava por fazê-


lo. Mia Weston me possuía.
Bêbada como um
gambá
A música explodiu pelos alto-falantes, o ritmo fazendo meus
quadris balançar. Podia sentir seus olhos em mim. Assistia-o de
longe, espreitando ao redor da parte de fora da pista de dança. Não
vi ninguém com ele a noite toda, e isso meio que me impressionou.
Levei a garrafa de cerveja aos lábios, tomando como se fosse um
copo de água e estivesse passado o dia todo no sol.

Estava bêbada e, a cada segundo que passava, eu ficava mais


e mais bêbada. No entanto, eu queria isso, a sensação de voar
enquanto me movia. Queria sentir sem pensar, porque não sabia o
que era ser sem preocupações. Não sabia em anos.

— Devagar, baby. — Matt falou em meu ouvido, e sua


respiração soprou algumas mechas do meu cabelo, seu cheiro me
envolveu. Ele não parecia nem cheirava igual o Talon, mas estava
aqui e era a única coisa que importava.

— Não sei o que eles colocam nessa merda para ter um gosto
tão bom. — Ri, arrastando minhas palavras. Rindo? O que diabos
acontecia comigo?

Matt riu, seu peito vibrando contra o meu.


— É o álcool. Tem o poder de fazer quase tudo o que quiser, e
isso inclui fazer você esquecer todas as coisas ruins da sua vida.

Balancei a cabeça em concordância com o comentário dele.

— Então continuarei devorando essa delícia... — Acariciei o


lado da garrafa de cerveja, e Matt começou a rir. Me senti muito
bem, fantástica. Isso foi até que Talon apareceu. Estava sozinho, o
brilho do fogo lançando uma sombra sobre seu rosto. Poderia ser
a iluminação ou minha própria mente bêbada me enganando, mas
pensei ter visto uma expressão de completo desespero.

Aquele único olhar me fez querer deixar tudo o que fazia e ir


para ele, envolvendo-o em meus braços. Precisava de amor mais
do que ninguém no mundo. A morte rasga você ou te faz mais forte.

— Você está olhando para ele como se sentisse pena. — Matt


empurrou meu rosto para o dele, forçando-me a desviar minha
atenção de Talon de volta para ele.

— É porque eu sinto isso. — Disse, arrastando minhas


palavras, olhando para ele categoricamente. Não sabia dizer o que
era certo ou errado no momento. Estando com Matt, ou indo para
Talon e dizer que tudo ficaria bem. Só tinha que aturar isso.

— Por quê? — Sua palma embalou minha bochecha trazendo


meus lábios aos seus. Podia sentir o cheiro da cerveja em sua
respiração e sentir o calor de seu corpo contra o meu. Meus olhos
se moveram e minha língua deslizou ao longo do meu lábio em
antecipação. Queria que Matt me beijasse?
— Porque ele está perdido, e só precisa de alguém para amá-
lo. — Sussurrei as palavras como se fosse um segredo que só eu
sabia.

O lábio inferior de Matt pressionou contra o meu. A respiração


deixou meus pulmões e minhas mãos agarraram seus ombros,
minha cerveja escorregou da minha mão quando me agarrei a ele.
Não me beijava ainda, mas eu queria.

— Não pode salvar alguém que não quer ser salvo, Mia. Você
é boa demais para isso.

Pisquei, minha mente estava embaçada pela névoa, e o álcool


que ainda corria em minhas veias causando confusão. Mesmo
assim, tinha certeza que ele praticamente me disse que era melhor
que Talon. Matt falou como se me conhecesse, e embora não
gostasse de Talon, nunca fingiu saber quem eu era ou o que
acontecia comigo.

— Você está agindo como se me conhecesse. — Balbuciei,


arrastando minhas palavras, me afastando dele. Meus passos
estavam instáveis quando dei alguns passos para trás, quase
colidindo com outro casal. Provavelmente fiz uma ótima cena de
tudo isso desnecessariamente, mas não me importei. Matt não me
conhecia e não conhecia Talon. Não como ele pensou que fizesse.

— Mia... — O rosto de Matt se contorceu de medo, e suas


palavras desapareceram como se não quisesse atrair mais atenção.
Meus olhos foram dele para o resto das pessoas ao nosso redor.
Esta não era eu. Nenhuma dessas pessoas eram meus
amigos. Matt nem mesmo me conhecia.

As lágrimas estavam prestes a chegar, mas não havia como


ser vista chorando na frente dessas pessoas. Não mereciam minhas
lágrimas. Não me conheciam, nenhum deles fazia isso.

— Não posso... — Sussurrei. Virei-me, correndo pela multidão


de corpos e além de todos os outros. Tinha que ficar longe de tudo.
Não conseguia respirar e agora estava presa aqui até que Matt
quisesse sair. Só queria ir para casa. Não queria continuar com
isso.

Lágrimas caíram dos meus olhos quando tropecei em meus


pés em direção ao penhasco. Só precisava de alguns minutos
sozinha.

Respira fundo. Inspire. Expire.

Meu peito se apertou cada vez mais a cada respiração, as


lagrimas continuavam caindo, recordando-me do porque não
deveria estar aqui bebendo. Isso era apenas um maldito e imenso
arrependimento.

— Sabe, essa é uma boa maneira de quebrar o coração de um


homem. — A voz masculina profunda soou diretamente atrás de
mim. Virei-me mais rápido do que o esperado, minha mente não
alcançou o meu movimento, fazendo-me perder o equilíbrio.
Estendendo minha mão, agarrei a rocha que me impediu de cair
de cara no chão.
— Você não me conhece, então não fale comigo. — Queria
gritar as palavras, mas não consegui. Não tinha força. Em vez
disso, saíram como nada além de um sussurro suave.

O rosto do homem apareceu à vista, o fogo à distância


emitindo luz suficiente para ver quem era.

— Donovan? — Fiquei surpresa. Se esta era a sua festa, por


que estava aqui tão longe?

— Mia. É bom finalmente conhecer a garota que todo mundo


acusa de subjugar meu homem Talon Reed.

Sua risada vibrou através de mim, suas palavras me


sacudindo até o núcleo. Nem sequer dormi com o homem, como
poderia subjuga-lo sem fazer nada.

— Nós não dormimos juntos, então não... — Minhas palavras


pareciam mais um balbuciar, meus olhos começaram a ficar mais
pesados do que antes.

Donovan atravessou o espaço entre nós em alguns passos,


seu corpo parando bem em frente ao meu.

— Então ele não se importaria se eu tentasse primeiro, certo?


— Pude sentir a maldade no que perguntava, mas minha voz não
ia funcionar. Algo estava errado comigo. Cambaleei contra a rocha
desta vez com mais intensidade. Agarrei-me nela, implorando que
Donovan me deixasse em paz e simplesmente saísse.
Tudo pareceu diminuir de velocidade. Minhas mãos não se
mexeram e minhas pernas ficaram pesadas. O que acontecia
comigo?

— Qual é o problema, Mia? Você está se sentindo um pouco


indefesa? — O rosto de Donovan passou diante dos meus olhos, e
então estava em cima de mim, pressionando seu corpo contra o
meu na rocha dura e fria abaixo de mim.

— Por favor... — Gritei, minha voz quase um sussurro. Não.


Ele sorriu e foi como se eu olhasse nos olhos do diabo.

— Prometo que farei valer a pena para você. — Zombou. Eu


gritava, pedindo e implorando na minha cabeça para ele parar.
Levantou meu moletom sobre minha cabeça, cobrindo meus olhos
e deixando-me completamente no escuro. O frio do ar da noite
cobriu meu corpo enquanto o conteúdo do meu estômago subia
para a minha garganta.

— Sabia que você era um idiota, mas eu não achei que você
fosse tanto. — Podia ouvir o barulho dos ossos se partindo e meu
corpo começou a tremer. Quem estava aqui? Trouxe um amigo com
ele?

Por que deixei Matt? Apenas deveria ter ficado. Nunca deveria
ter vindo. Molhadas e frias lágrimas escorriam pelas minhas
bochechas, causando tremores que percorriam meu corpo. Queria
que ele parasse.

— Mia querida. — Alguém baixou meu moletom e um par de


familiares olhos azuis de aço olhava para mim fixamente.
— Talon. — Sussurrei roucamente, pouco antes de desmaiar.
Não foda com o que é
meu
Queria mata-lo, mas achei que uma batida de bastão na parte
de trás da sua cabeça poderia ser melhor do que passar o resto da
minha vida na prisão. Podia ouvir os pedidos de Mia, e tive que me
forçar a aproximar dela lentamente, mesmo quando queria correr
para o seu lado. Mal podia ver, mas pelo que pude ver, o corpo dele
estava por cima dela. Se ele tivesse feito alguma coisa para ela,
ele...

Cortei o pensamento, ajustando o aperto que eu tinha no


bastão. Levantei sobre a minha cabeça, pronto para acertar o filho
da puta. Podia ouvir Mia chorando, seus soluços e lágrimas
quebraram-me em dois.

— Sabia que você era um idiota, mas eu não achei que você
fosse tanto. — Cuspi para ele, batendo o bastão na parte de trás
de sua cabeça. Caindo do corpo de Mia, o acertei de novo, desta
vez nas costelas, um diferente som de estalos enchendo o ar.
Queria que sangrasse, mas sabia que era melhor se não o fizesse.
Não seria capaz de conter-me se o fizesse sangrar.

Mia Weston era minha e ninguém fodia com o que era meu.
Ninguém. Soltei o bastão ao lado do corpo do pedaço de merda e
depois fui ajudar Mia. Meu corpo tremeu de fúria e medo quando
percebi que arrastou sua camisa por cima do rosto.

— Mia querida. — Minha voz tremeu.

Percebi que estava com frio devido aos arrepios que cobriam
seu corpo. Sem pensar, abaixei a camisa do rosto, tentando
aquecê-la. Novas lágrimas escorriam pelas suas bochechas e alívio
inundou seus olhos quando me viu. Queria dizer que tudo ficaria
bem, mas não sabia se seria esse o caso.

— Talon? — Sua voz era tão suave, tão perfeita quando falou,
e quando fui perguntar se sentia-se bem, percebi que desmaiou.

— Merda, não! — Assobiei, pegando seu corpo da rocha fria.


Era tão leve. Meu coração quase explodiu do peito enquanto minha
mente continuava a reproduzir o pesadelo diante dos meus olhos.

E se não chegasse a tempo? A cabeça de Mia descansou


contra o meu peito, e a embalei contra o meu corpo segurando-a o
mais forte que pude. Se não fosse um idiota e tão egoísta, nada
disso teria acontecido. O arrependimento correu dentro de mim,
causando um enorme buraco no meu peito. Isso era minha maldita
culpa.

— O que aconteceu? — Podia ouvir suas perguntas enquanto


levava Mia através da multidão de pessoas e além do fogo. Matt
saiu do nada, seu corpo fazendo o meu parar abruptamente.

— Por favor, me diga que nada aconteceu com ela. Ficou brava
por alguma coisa e foi embora. Nunca deveria tê-la deixado quando
bebeu tanto. — O pânico entrelaçou suas palavras e seus olhos
pareciam loucos de medo. Ele se importava tanto com ela quanto
demostrava agora, então por que não foi encontrá-la?

— Esqueça, Matt. Você fodeu tudo. Quando seu amiguinho


Donovan acordar, diga a ele que eu tenho outro taco de beisebol
com o nome dele. Ninguém mexe com o que é meu. — Rosnei,
passando por ele. Não senti vontade de estar aqui por mais tempo.
Essas pessoas serviram a um propósito antes de Mia chegar, mas
agora elas eram apenas uma dor de cabeça e Donovan... ele estava
morto para mim. Não era nada além de chicletes debaixo dos meus
sapatos.

Andando para o meu carro, me recusei a tirar os olhos dela.


O movimento de seu peito a cada respiração que dava, a suavidade,
a flexibilidade de sua pele. Seus olhos se moviam sob suas
pálpebras fazendo-me imaginar com o que sonhava? Rezei para
que não fosse com o que acabou de suportar.

— Prometo que não deixarei mais nada te acontecer. Você é


minha, baby. Minha para proteger. Minha para cuidar. — Coloquei
um leve beijo em sua testa antes de chegar ao meu carro. Sendo
tão grande quanto era, fiquei surpreso com o quão suave era com
Mia. Queria esmagar alguns crânios lá atrás.

— Talon... — Ela gemeu adormecida. Sabia que não deveria


fazer meu pênis ficar duro, não depois do que acabou de acontecer,
mas não conseguia apagar a necessidade ou a maneira como sua
voz soava. Mia era o paraíso e, porra, queria provar.
— Shhh. — Sussurrei contra seus lábios, abrindo a porta e
colocando-a gentilmente contra o assento de couro. Fechei a porta
logo depois e parei do lado de fora do carro. Passei a mão pelo meu
cabelo algumas vezes pensando se valia a pena voltar lá e ensinar
a Donovan a verdadeira lição que merecia.

— Não queria que nada lhe acontecesse, Talon. Ela observava


você e tudo de uma forma... — Interrompi Matt, ele me seguindo
ate aqui e isso não era uma boa ideia quando eu estava tão instável
e enfurecido por algo que ele poderia muito bem ter ajudado a
acontecer.

— Você ajudou a fazer isso, então é tanto sua culpa quanto é


de Donovan. — Grunhi, empurrando seu peito. Ele se empurrou
de volta, raiva em seus olhos. Não tinha a menor ideia do que eu
era capaz. Acabaria com sua vida por ferir Mia.

— Ela se sentiu mal por você, é por isso que correu por um
tempo do caralho. Não assuma que sabe alguma coisa do que
aconteceu, e não me culpe e aja como se eu fosse machucá-la,
porque eu nunca faria isso. — Matt estava tão irritado quanto eu.
Seus punhos estavam fechados, e acho que realmente achou que
tinha a chance de me dar uma surra.

— Não acho que você entenda a coisa toda que aconteceu


aqui, então eu lhe direi para voltar à festa e continuar com sua vida
como se nunca a tivesse conhecido. — Olhei fixamente em seus
olhos implorando para que me desafiasse.
— A culpa é sua, Talon. — Disse, sua voz soando vazia. Deu
um passo para trás, colocando espaço entre nós como se soubesse
que era necessário.

— Nada é minha culpa. — Meus dentes apertaram com tanta


força que pensei que meu queixo iria se quebrar.

— Continue pensando isso, Talon. Continue agindo como se


nada do que faz está errado, e a merda chegará a você um dia. —
Matt parecia entender, ou talvez apenas sentisse a raiva correndo
através de mim, porque virou as costas depois de falar e correu em
direção a fogueira.

Levantei meu punho e sem aviso, bati com força no capô do


meu carro. O impacto do golpe vibrou através do meu braço
causando uma corrente de dor. O sangue pulsava ferozmente em
meus ouvidos, e a raiva que sentia estava à beira de inundar e
explodir de mim. Algo ruim aconteceria se eu não fosse embora
nesse mesmo segundo. Caminhando para o lado do motorista do
carro entrei, meus olhos vagando pelo corpo adormecido de Mia.

Ela era mais do que eu esperava, e mais do que merecia. Tudo


o que eu sabia era que agora faria tudo que podia para salvá-la de
mim mesmo. Talvez Matt estivesse certo. Isso era culpa minha, e
eu só podia assumir a responsabilidade por isso. Talvez, apenas
talvez este fosse meu castigo por ser um imbecil por anos.

O inferno foi Deus dando-me algo que não poderia ter porque
não era bom o suficiente. Nunca seria bom o suficiente.
Odeio-me por te odiar
Podia sentir seu corpo ao redor do meu, os lençóis debaixo de
mim e um cobertor erguido sobre nós. Deveria ter corrido da sua
cama, fugindo dele em geral, mas não havia como fazer isso.

Meu corpo estava pesado, a sensação retornando às minhas


pernas e mãos lentamente. Pisquei até que abri meus olhos,
mesmo que parecesse que tinham o peso do mundo neles.

— Você é linda quando dorme. Também muito menos bocuda.


— Talon disse no meu cabelo, respirando meu perfume. Memórias
do que aconteceu voltaram para mim no ritmo de um caracol.

Donovan deveria estar morto e, se ainda não estivesse, então


iria mata-lo. Virei-me para o corpo de Talon.

Seus olhos estavam bem abertos e brilhavam sobre mim.


Eram pequenos orbes semelhantes às estrelas.

— Sinto muito. — Era tudo que podia falar, minha voz soando
como se alguém tivesse passado minha garganta através de um
ralador.

A mão grande de Talon pegou minha bochecha. Sua pele era


áspera, onde a minha era macia e não pude deixar de me apoiar
em seu toque quente. Era tão ruim estarmos fazendo isso, mas
depois de tudo o que aconteceu seu consolo era a única coisa que
precisava agora.

— Nunca se desculpe por algo que não foi sua culpa. — Sua
voz soou magoada, e desviou o olhar, direcionando-a sobre a minha
cabeça. Os músculos de seu rosto ficavam mais tensos a cada
segundo que passava. Podia ver a raiva selvagem nele. Isso fez-me
querer esticar e entrar em seu interior para tirá-la.

— Sei que não foi minha culpa, apenas lamento... — Minhas


palavras foram interrompidas, os lábios de Talon caindo contra os
meus, calando-me. Não conseguia sentir nada além do seu toque
enquanto me beijava tão suavemente. Era como se tentasse
eliminar a dor sofrida com cada pressão de seus lábios contra os

meus.

— Não. Pare. Não fale. — Se afastou e imediatamente senti


falta do seu toque. Queria mais dele, muito mais.

— O que você fez com ele? — Tive que perguntar porque tudo
que conseguia lembrar era de ouvir o som de ossos quebrando.

As narinas de Talon se dilataram.

— Ainda está vivo, então, claramente não o suficiente. —


Sentia a mesma raiva. Sentia a mesma dor. O medo que correu
através de mim quando ele empurrou minha camisa sobre a minha
cabeça e tudo ficou escuro. O momento em que percebi que
ninguém notaria onde estava ou o que estava acontecendo comigo.

Tinha certeza que tudo acabaria. Seria um fardo inútil, e por


qual razão, mais do que minha associação com a Talon?
— Por favor, droga, pelo amor de Deus, Mia, saia dessa sua
mente linda. Posso ver você reproduzindo tudo em sua mente de
novo, e isso me faz querer entrar no carro e ir até a casa daquele
filho da puta e dar a ele a surra de sua vida. — Talon me segurava
no presente unicamente com seu toque, subjugando meus
sentidos. Podia dizer que o odiava no passado, mas esse ódio
começava a se transformar em atração por ele. Sentia algo pelo
qual não estava segura.

— O que acontece se eu disser que quero isso? — Mordi meus


lábios, meus olhos demorando em seus lábios. Podia vê-lo respirar
fundo antes de responder. Ele sabia o efeito que isso tinha em mim,
mas nunca vi o efeito que tinha sobre ele.

Talon se inclinou contra o meu rosto, sua testa contra a


minha, nossos corpos entrelaçados em uma rede interminável da
qual não queria me separar.

— Então eu iria entrar na porra do meu carro, dirigir até lá, e


o faria. — Podia sentir seu batimento cardíaco através de sua
camisa, e tinha certeza de que minhas próprias batidas
combinavam com o ritmo dele.

— Por favor, não faça isso. — Suspirei. Talon nunca foi tão
gentil ou cuidadoso antes, e estava completamente confusa sobre
o que se passava dentro de sua cabeça.

— Então eu não vou. Não farei nada que você não queira que
eu faça. — Sua confissão me abalou. Apaixonada por ele, mesmo
quando não queria. Esta noite tudo mudou. Ele se abriu para mim,
não só isso, mas ele me salvou. Resgatou-me quando tinha certeza
de que não havia salvação.

— Te quero, Talon. — Não podia acreditar que disse as


palavras. Quase coloquei minhas mãos sobre a minha boca
tentando parar o espasmo das palavras saindo. Por outro lado,
você não pode parar o coração de falar, não importa o quanto tente.

No segundo que digeriu as palavras, seus olhos fixaram nos


meus, o azul acinzentado em seu tom mais escuro. Podia sentir
seu comprimento contra a minha perna. Deveria ficar com medo
ou pelo menos querer fugir dele, mas não o fiz.

Nenhuma dessas coisas veio à mente. Em vez disso, veio a


necessidade de devorá-lo. Queria ele como precisava da minha
próxima respiração. Talon fazia o meu o estômago se revirar e meu
corpo tremia com uma necessidade que não entendia.

— Não diga isso. — A voz de Talon era tão profunda que eu


queria mergulhar e nunca sair.

— Por quê? É a verdade. — Gemi ferida que não podia


acreditar em mim. Queria-o. Desejava ele. O que teria que fazer
para provar isso?

Uma de suas mãos agarrou meu quadril, puxando-me contra


seu peito.

Agora podia sentir sua ereção ainda mais. Minha boca se


encheu de água.

Estava pronta para ele se me aceitasse.


— Você sente essa dureza? — Com um impulso de seus
quadris gemi contra seu pescoço. — É o que você tem quando diz
que me quer. Meu pênis tem estado duro desde o primeiro dia em
que te conheci e você me mandou para o inferno. – Sorriu, então
eu contorci meu corpo contra o dele vendo sua força de vontade
balançar.

— Não sou ingênua e não sou virgem, Talon. Sei o que esperar.
Já transei antes. — Sussurrei as palavras contra sua garganta,
mordiscando sua pele. Ele estremeceu contra mim, seu aperto em
mim ficando mais forte.

— Você pode não ser virgem ou ingênua, mas nunca foi fodida
até que eu te foda, Mia. Até que faça você gritar meu nome de novo
e de novo. Até que eu sinta sua boceta apertar em volta do meu
pau. Até eu deixar seu corpo corado e exausto. — Mordeu meu
lábio forçando-me a olhá-lo diretamente nos olhos. — Até que cada
grama do seu corpo seja dado a mim. Isso é ser fodida, melhor
ainda, isso é ser fodida pela porra de Talon Reed, baby. — Estava
tão animada que pude sentir a umidade na minha calcinha.

— Então quero ser fodida por você. Fodida de verdade. —


Implorei. Como tinha ido de odiá-lo a implorar-lhe por sexo não
sabia ou entendia. Só queria Talon e toda a sua glória.

— Não está pronta, mas quando estiver, eu te foderei e darei


tudo o que desejar e quiser. — Soltou meu quadril e afastou-se do
meu corpo, uma sensação de frio cobrindo meu corpo
imediatamente.
— Como você sabe? — Agarrei seu braço, impedindo-o de sair.
Não suportaria se me deixasse.

— Depois de tudo o que aconteceu esta noite, você não está


pronta. Você bebeu, e eu não consigo pensar em te foder depois de
ver o jeito que te trataram. Tudo que eu consigo ver quando fecho
meus olhos é seu corpo naquela pedra e ele sobre você. — Seu
punho se fechou ferozmente enquanto falava.

— Eu... — Meus lábios tremeram. Não ia chorar. Não podia.

— Não é você. Tenho te desejado há meses. Essa dureza que


sentiu é por você, baby, e quando finalmente a conseguir, tudo
depois disso será uma mera comparação. — Queria bater nele para
tirar essa arrogância.

— Então, fique comigo. Me abrace. De acordo? — Pedi. Pude


ver que pesava as opções. No entanto, tomou sua decisão tão
rápido quando deslizou para o meu lado, envolvendo-me em seus
braços.

Talon não era tão inquebrável quanto pensava. Embora ainda


fosse obsceno, e eu não podia esperar para provar esse pau.
Com bolas azuis e
todo o resto
Tentava seriamente me matar um milhão de vezes. Não
suportava não toca-la, mas precisava, pelo menos para seu próprio
bem. Me recusava ser o homem que fodia com sua cabeça depois
de tudo o que passou. Para Mia, o sexo podia esperar e essa era
uma solução extremamente importante para mim.

Tive uma ereção durante toda a noite, e fiz tudo o que pude
para fazê-la desaparecer, ajustando-a a cada chance que tinha.
Mia, no entanto, fez todo o possível para mantê-la ali. Cada
pequeno movimento, gemido ou suspiro de sua parte fez-me mais
duro que uma pedra novamente. Precisaria de vinte chuveiros frios
além de cubos de gelo.

Quando acordei esta manhã, tive que sair do quarto e me


masturbar. Não podia suportar outro momento de seu corpo contra
o meu sem ela estar debaixo de mim e meu pau dentro dela.

— Droga, sim! — Disse um pouco mais alto do que deveria.


Inclinei minha testa contra o azulejo enquanto segurava meu pênis
na mão. Cada empurrão, levando-me muito mais perto da minha
libertação.
Sua boceta estava encharcada para mim enquanto eu
deslizava um dedo dentro dela, apenas para sentir por mim mesmo.

Deslizando-me dentro dela rapidamente e saindo devagar,


podia sentir seus músculos apertando em torno de mim. Deus,
estava tão apertado.

— Mais forte, Talon. Você prometeu me foder. Então dê para


mim. Foda-me! — Ordenou, abrindo ainda mais as pernas com cada
golpe do meu dedo. Podia ver que ela estava prestes a gozar sobre
a minha mão, então sorri sabendo que seu primeiro orgasmo esta
noite seria pela minha mão.

— Vire-se, quero essa sua bela bunda no ar e esse rosto doce


no colchão. Chicotearei você e te foderei com tanta força que você
nem se lembrará do seu próprio nome. — Rosnei, virando-a.
Observava-me por cima do ombro, seus olhos encontrando os meus
com mais confiança do que eu merecia.

— Porra, sim! Merda, sim! Ahhhhh. — Gozei contra a parede


de azulejos, minhas bolas apertando-se e meus músculos tensos.
Nunca gozei tanto na minha vida. Pensei que gozei duro em todas
as outras vezes que me masturbei com a imagem de Mia em minha
mente. Mas, nada poderia se comparar a isso.

Terminei meu banho e saí, me secando e deslizando em


algumas roupas. Esperava que Mia ainda não tivesse se levantado,
mas a possibilidade disso agora era muito pequena. Praticamente
gritei enquanto gozava. Se ela não me ouviu é porque realmente
tem um sono muito pesado.
Fugi do meu quarto e saí para o corredor. Não estava
envergonhado, nem mesmo o mínimo. Desci as escadas e fui para
a cozinha. Estava mais do que grato por meu pai ter ido fazer
compras antes que ele e a mãe de Mia saíssem em lua de mel. Seria
capaz de fazer o café da manhã para nós dois.

Estudei a cozinha: os armários brancos e a bancada de


mármore escuro para combinar com os eletrodomésticos de aço
inoxidável. Tinha a sorte de ter um bom pai. O pensamento causou
o aparecimento de uma tristeza, cobrindo todas as coisas boas que
experimentei com Mia nas últimas doze horas.

Minha mãe. Porra, sentia sua falta. Queria que tivesse


conseguido ir até o final. Desejei que Deus não tirasse isso de mim
quando mais precisava. Perdi um pedaço da pessoa que era
quando ela faleceu. Nada poderia substituir sua mãe, e eles só te
davam uma. Quando se iam, acabava tudo. Faria quase qualquer
coisa para tê-la de volta.

— Respire fundo. — Disse em voz alta, em vez de pronunciá-


las na minha cabeça. Minha mãe estaria orgulhosa de mim neste
momento. Vendo o bem que fazia por Mia. Inferno, adoraria Mia.
Sou eu quem ela odiaria.

Abri a geladeira e tirei os ovos, leite, algumas frutas e legumes


frescos. Ia nos fazer tortilhas, ou pelo menos tentaria fazê-las.
Nunca fiz o café da manhã para uma mulher antes, nem mesmo as
garotas que ficaram depois de fode-las. Mia era melhor que elas, e
merecia o mundo.
Quebrei os ovos em uma tigela e misturei com um pouco de
leite. Então virei-me para o fogão e preparei a panela para os ovos.
Derramei os ovos na panela quente e deixei cozinharem um pouco
antes de misturar os legumes. Terminando a tortilla, acrescentei o
queijo e repeti o processo novamente.

Peguei uma bandeja de café da manhã na despensa e coloquei


todos os itens nela. Sorri para mim mesmo enquanto subia as
escadas. Podia ouvir a água correndo quando entrei em seu quarto,
a porta rangendo enquanto a empurrava.

— Ahhh... — Um gemido suave vibrou pelo meu corpo. O que


era isso?

Coloquei a bandeja em cima da cômoda e me movi sem pensar


para a porta do banheiro. Não pude deixar de ficar duro no
momento em que ouvi seu gemido sufocado. Estava nas nuvens
quando empurrei a porta um pouco mais, meus olhos capturando
seu corpo nu no chuveiro. Foi tão ruim, mas tão bom ao mesmo
tempo.

— Talon. Foda-me! — Essa não podia ser sua boca malvada


dizendo meu nome enquanto gozava, certo? Merda! Gritou
novamente, e meus olhos deslizaram para entre suas pernas onde
sua mão estava. Estava prestes a gozar na porra da minha calça
de pijama porque essa beleza fodida e inocente praticamente
gritava o meu nome.

A vi mover seus dedos mais rápido, seu rosto estava coberto


por uma máscara de prazer, seus dentes afundando em seu lábio
inferior. Ela era tão linda e eu queria levá-la aqui e agora. Nada
mais importava.

— Você não tem ideia do quanto quero cair de joelhos neste


momento e devorar a porra de sua bocetinha. Aposto que será tão
doce quanto parece. — Não conseguia tirar os olhos do seu corpo,
os seios grandes imploravam para tocá-los, a curva dos quadris e
as pernas tonificadas. Quero afundar minhas unhas naquelas
coxas e deliciar-me com cada um daqueles gritos que escapavam
de seus lábios rosados e suaves.

Meus olhos foram para o rosto de Mia, seus olhos estavam


selvagens, uma bagunça frenética na qual queria pular
desesperadamente. Nunca quis tanto uma mulher. Um pequeno
rubor rosa se formou em suas bochechas quando olhou para mim,
seus dentes ainda afundados em seu lábio inferior. Parecia que ela
foi pega com a mão na massa, e Deus como queria ser essa mão.

— Não pare por mim, baby... — Gemi as palavras ajustando

meu pênis nas minhas calças.

— Eu nunca... — Falou suavemente, suas bochechas mais


vermelhas do que antes.

Sorri para ela, desfazendo minhas calças. Seria mais do que


um prazer ajudar.

— Tenho certeza que se tocou em mais de uma ocasião. —


Rosnei quando abri a porta do box de vidro. Seus olhos
arregalaram quando viu meu pênis ereto se elevando diretamente
em sua direção. Queria rir, divertido ao ver sua expressão, mas não
o fiz.

— Eu o fiz. Nunca fiz isso na frente de alguém. — Disse


timidamente. Deus, era perfeita. A coisa mais deliciosa que já
recebi na minha vida. Queria corrompe-la com todo o meu desejo.
Manchar essa imagem pura que tinha. Uma vez que chegasse lá
com ela, nunca mais pareceria da mesma forma.

— Estou prestes a agitar seu maldito mundo, Mia. Não seja


tímida comigo. Não quando eu posso fazer você gozar com um
estalo da minha língua. — Caí de joelhos no chão de ladrilhos,
olhando para ela, esperando que aquelas palavras mágicas fossem
ditas.

— Por favor. — Ronronou.

— Por favor, o quê? — Agarrei suas coxas, abrindo-as ainda


mais para que eu pudesse ver sua delicada boceta. Com um golpe
do meu dedo entre seus lábios, suas pernas tremeram, seus olhos
rolaram. — Mia. — Pedi, seu nome rolando sobre a minha língua
como se falasse isso um milhão de vezes. Ia saborear esses
momentos com ela.

— Por favor... – Suspirou — Foda-me. — Podia sentir sua luta


contra mim enquanto tentava fechar as pernas para obter algum
tipo de alívio. Deslizei meu dedo sobre seu clitóris mais uma vez e
gemeu alto, seus dedos agarrando meu cabelo.

— O que foi isso, baby? Não consigo te ouvir? — Zombei dela,


querendo que dissesse a frase toda. O clímax construindo-se no
seu interior seria o melhor, mesmo que meu pênis implorasse para
afundar em sua boceta. Queria transar como se não houvesse
amanhã, mas sabia que ela precisava de mais do que isso.

Mia agarrou a parte de trás da minha cabeça, puxando meu


cabelo, e causando uma pontada de dor que disparou diretamente
em meu pau. Sorri, eu definitivamente ia chicotear sua bela bunda
hoje à noite.

— Foda-me, Talon Reed. Foda-me agora. — Podia sentir a


necessidade em suas palavras e ver o desejo rodando em seus
olhos. Ia fazê-la minha, não só isso, mas ia fazer com que
implorasse por cada um dos meus toques.
Santos orgasmos
vaginais
A língua de Talon seguiu impiedosamente contra o meu
clitóris. Podia sentir cada chupada e lambida contra o músculo
sensível. Minhas pernas estavam trêmulas e minhas unhas
cravavam na pele de suas costas. Ele empurrou minhas costas
contra a parede de azulejo, levantando-me do chão, e forçando a
colocar minhas pernas em seus ombros.

— Ahhh... — Gritei. Não conseguia nem entender o jeito que


Talon levou-me ao clímax tão rapidamente. Um suspiro escapou
dos meus lábios, meu peito cheio de ar e meus dedos se curvaram
em meus pés. Pressionei minha boceta ainda mais contra o seu
rosto, esfregando contra ele. Talon sugou todos os meus sucos em
sua boca, dois dos seus dedos entrando em mim rapidamente.
Podia sentir seu comprimento imediatamente. – Mais. Droga, muito
mais. — Implorava, ofegando por mais. Nunca na minha vida fui
tão vocal durante as preliminares.

— Essa boceta quer mais do Talon? — Afastou-se o tempo


suficiente para falar. Podia sentir sua respiração quente na minha
entrada, e seus olhos pareciam selvagens como se pegasse sua
presa e estivesse prestes a devorá-la.
— Sim. Por favor... — Respirei fundo. Não pude evitar o desejo
ou a necessidade que oprimia.

Nada importava mais do que alcançar a linha de chegada.


Sentia-me como um animal enlouquecido, empurrando mais forte
contra sua mão, esticando quando ele inseriu um terceiro dedo,
minha boceta apertando como uma prensa ao seu redor.

— Goze, Mia. Dê-me todos esses seus sucos deliciosos. Eu os


quero. Preciso deles. — A confissão obscena de Talon excitou-me,
e enquanto eu gozava, ele continuou bombeando dentro e fora de
mim em um ritmo feroz. Podia sentir isso lentamente subindo a
parede e depois caindo de volta em sua mão. A força provocando
algo em mim que nunca experimentei antes.

— Merda! Merda! Merda! — Amaldiçoei, gozando de novo por


toda a sua mão. Meus músculos apertando como se nunca
tivessem feito isso antes. Um calafrio percorreu meu corpo. Senti-
me mais leve do que nunca. Como se flutuasse, e não havia nada
que pudesse levar meu corpo de volta a Terra.

— Prove, Mia. Farei de você a mulher mais perversa. Encherei


essa sua boca com seus próprios sucos. — Puxou os três dedos da
minha boceta, fazendo-me gemer. Queria muito mais dele.

Colocando a mão na minha boca, abri-a para que ele inserisse


todos os três dedos, meus próprios sucos caindo contra a minha
língua. O gosto de mel misturado com suor e sal me dominou.
Chupei, olhando nos seus olhos. Podia sentir seu pênis
pressionando contra a minha barriga e sabia que era a minha vez
de retribuir o favor.
Agarrei-o na minha mão e ele negou, se afastando de mim.
Queria opor-me, implorar e dizer que faria o que ele quisesse se
pudesse ter um gostinho dele, mas não podia. Estava em transe.
Seus dedos girando em torno de minha boca, forçando-me a
prestar atenção ao êxtase que me tomei.

Com um estalo, tirou os dedos da minha boca e desligou a


torneira. O frio pegou-me quando ele disse:

— Fora. Vá e suba na cama sobre suas mãos e joelhos. — Meu


estômago pulou enquanto corria do banheiro, meu corpo ainda
coberto de gotas de água.

Arrastei-me no colchão, dando um show muito lento, já que


sabia com certeza que assistia. Olhei por cima do meu ombro,
vendo-o em toda a sua glória quando ele se inclinou contra a
moldura da porta. Seus olhos azuis estavam escuros como nuvens
de tempestade, e pareciam olhar entre as minhas pernas abertas.

— É seu se quiser. — Disse suavemente, um sorriso travesso


no meu rosto.

— É minha, Mia? — Questionou. Podia ver o perigo em seus


olhos, e o fogo entre nós estava prestes a explodir. Queria ser
aquela precisa fagulha necessária para fazer tudo voar.

Porra, o queria com toda minha força.

— Bem, descubra depois que me foder. — Não pude evitar. Se


fosse tão bom quanto todo mundo dizia, então tinha certeza de que
imploraria por mais em breve. Podia ouvir o rangido do chão
quando ele se afastou do batente da porta e moveu-se em minha
direção, cada passo forçando meu corpo a se preparar para isso.

Merda, eu o queria mais que tudo no mundo. O pênis de Talon


fazia minha boca molhada enquanto meu interior queimava. A
necessidade de levá-lo à minha boca me consumia. Estendi a mão
para pegar seu pênis, que estava a apenas alguns centímetros de
distância. Meus dedos roçaram a ponta e senti um nó na minha
boceta necessitada.

— Não. Ainda não. — Ouvi as palavras assim que o senti parar


atrás de mim, pressionando meu peito no colchão, enquanto
empurrava minha bunda para cima. – Te imaginei dessa maneira
mais de cem vezes. Nunca pensei que isso iria acontecer, mas
posso dizer que tenho muitas coisas diferentes em mente que quero
fazer essa sua pequena bunda. — Meu corpo tremia de
necessidade, suas palavras eram tão cruas e sujas. Poderia lidar
com tudo o que tinha?

— Nunca fiz sexo anal, Talon. — Gritei quando uma mão


aterrissou com força contra a minha bunda. Gritei sem aviso, meu
corpo tremendo mais enquanto ele esfregava o local onde acabou
de bater.

— Silêncio, baby. Se quisesse foder sua bunda, eu faria do


jeito certo, e acredite em mim, você nem saberia que estive na sua
bunda. — Agarrou minha nádega em uma mão duramente antes
de liberá-la para pousar outro tapa contra a minha pele. Podia
ouvir o golpe no ar e a dor quando seu dedo deslizou através de
mim.
No entanto, a pressão de cada tapa enviou ondas de prazer
sobre meu corpo. Minhas costas formigavam e minha boceta
implorava por seu pênis.

— Preciso de mais. — Gritei, ganhando um tapa na minha


outra nádega. Podia sentir o calor de cada um de seus tapas
irradiando em direção as minhas pernas e sobre a minha bunda.
Nunca me bateram antes, nunca fiquei tão excitada.

— Você precisa do que eu te dou, do que eu te ofereço. — Seus


dedos deslizaram pelas minhas costas até agarrar meu cabelo em
um nó apertado.

— Por favor... por favor... — Ofeguei no ar, desejando que ele


simplesmente me fodesse. Ficaria feliz em aceitar qualquer coisa
que me desse neste momento.

— Implore. — Ordenou, a severidade em sua voz incendiando


meu corpo.

— Eu... — As palavras se perderam contra a minha língua


quando a picada de outro tapa cobriu meu corpo em uma onda
agradável. Minha barriga revirou quando a tensão inundou meus
músculos. Segurava minha libertação.

— Implore, Mia. Me implore para foder essa sua doce boceta.


Que a reivindique como minha. Que você se torne tão suja quanto
eu, que manche sua reputação. — Ele se inclinou para mim. Podia
sentir seu pênis na minha entrada e sua respiração no meu ouvido.
— Deixe-me fazer você tão obscena quanto eu sou, Mia. — O
rosnado em sua voz e a necessidade enquanto falava estava me
desfazendo. Ele não se afastou e nem um segundo depois,
levantando a mão no ar, outro tapa caindo sobre mim.

Gritei, prazer e dor misturando-se ao ponto que não tinha


ideia de qual deles me controlava.

— Implore. Implore-me. — Talon falou baixinho, mesmo a


beira da ruptura. Sorri no colchão, meu corpo zumbindo quando
uma explosão feroz passou por mim. Minha boceta apertou e
minhas unhas apertaram o lençol enquanto empurrava de volta
contra ele. Montava as ondas, cada uma batendo mais forte. A
pressão dentro do meu peito estava prestes a explodir.

— Talon! — Gritei seu nome, minhas pernas tremendo quando


as palavras me deixaram. Estava caindo, incapaz de fazer qualquer
coisa no escuro. Meu corpo agarrando-se a cada toque que Talon
ofereceu.

Estava literalmente fodida. O maldito Talon Reed era tão bom


quanto todos diziam e o pior de tudo... queria fazer isso de novo e
de novo.
Esse fodido traseiro
Seu aroma encheu o ar com um cheiro doce almiscarado
cobrindo meu corpo. Seria possível ela ser mais bonita? Droga,
nem sequer sabia, tudo o que via era aquela bunda saliente da cor
vermelho-cereja, implorando para fodê-la.

O jeito que gozou, as gotas de seu desejo escorrendo por mim,


pela sua perna. Estava mais duro que uma rocha e mais do que
pronto para ela.

— Foda-me, Talon. — Gemeu contra o colchão, e isso era tudo


que precisava para empurrar na direção certa. Peguei uma
camisinha da minha carteira, que coloquei na mesa de cabeceira
na noite passada, e lentamente a abri com os dentes deslizando no
lugar. A peguei olhando para mim com o canto do olho. Podia dizer
que estava fascinada. Que o queria dentro dela.

— Calma, baby, estou prestes a te mostrar porque me


chamam de maldito Talon Reed. — Minhas palavras destiladas com
pecado. Precisava dela neste exato momento.

— Oh, Deus! — Gritou quando investi nela, meu pênis


empurrando contra a parte de trás de sua boceta. Entrei sem aviso,
mas me assegurei de que estava pronta. Sua umidade cobriu meu
pau enquanto saia e batia de volta para dentro novamente.
— Sua boceta foi feita para o meu pau. — Agarrei seu cabelo
com força na minha mão, empurrando sua cabeça para trás com
cada impulso dentro dela. Podia sentir minhas bolas apertando.
Porra, não. Não ia gozar ainda, mas merda, estava tão apertada,
quente e perfeita, segurando como uma prensa. Reivindicou meu
pênis assim que eu deslizei até as bolas. O som da nossa pele
batendo um no outro encheu o quarto.

Nada mais me importava além do seu prazer. Soltei seu cabelo


rapidamente e a virei de costas para encará-la. Queria ver aqueles
lindos olhos piscando descontroladamente perto de seu clímax, e
aquela boca formando um característico O enquanto entrava nela.

— Talon. — Sua voz saiu entrecortada, seus olhos implorando


para encontrar os meus. Empurrei seus braços para cima
segurando-os acima de sua cabeça. Queria controla-la, possuí-la
de maneiras que nem imaginava até estar dentro dela. Era um
homem perdido até Mia entrar na minha vida e agora sabia que era
minha bússola.

— Isso. É meu. — Rosnei cada palavra com um impulso. Ela


concordou com a cabeça, como se entendesse, mas simplesmente
não conseguia falar. Meus olhos deslizaram sobre seu corpo, sobre
seus peitos saltando com cada impulso do meu corpo no dela.

Queria lamber sua pele branca e cremosa. Agarrei suas mãos


apertando-as com força, sentindo a tensão se acumulando em
minhas bolas.
— Vou gozar... — Engasgou, seu corpo aquecendo todo, um
rubor vermelho escuro cobrindo seu corpo aquecido. Vi que seus
olhos se fecharam e seus lábios se separaram. Suas pernas
vibraram quando eu bati nelas, minha própria liberação a seguindo
mais tarde. Os jatos quentes encheram o preservativo.

Nunca antes, nem em toda a minha vida, experimentei um


sexo dessa maneira. As coisas que Mia me permitiu fazer sem aviso
prévio, sem sequer uma explicação. Ela era muito confiante, muito
ingênua para seu próprio bem. Tinha fodido ela completamente,
com golpes duros e longos, e queria fazer isso de novo e de novo.

Sua vagina era minha, seu sabor ainda permanecia na minha


língua. De jeito nenhum seria capaz de deixá-la ir agora. Era como
se uma única amostra não fosse o suficiente para mim. Era um
desejo do qual nunca me livraria, e o vício poderia matar se eu a
deixasse.

— É sua. — Sua voz soou rouca a medida que saia dela,


liberando o aperto que tinha em seus pulsos. Não queria deixá-la
ir. Não queria me afastar dela. Queria ficar na cama com ela o dia
todo, segurando seu corpo contra o meu e transando até deixá-la
sem sentido.

— O quê? — Perguntei, deixando meus pensamentos por


tempo suficiente para responder. Ela se apoiou nos cotovelos
observando quando me levantei da cama. Seu cabelo parecia uma
bagunça, mas uma fodida bagunça sensual, o que mostrava
claramente que acabou de ser fodida por mim. O bom é que só ela
e eu estávamos aqui em casa.
— Minha boceta, é sua. — Sorriu para mim e eu soube que foi
bom para ela. Não pude deixar de inclinar na cama e plantar meus
lábios sobre os seus suavemente. Dei-lhe o beijo que merecia, o
beijo que mostrava o quanto estava morrendo antes que ela
chegasse.

Todas as outras eram apenas soluções temporárias antes de


Mia entrar em disparada na minha vida.

— Eu sei, implorou-me para te foder, assim que te espanquei.


— Pisquei para ela e sorri contra seus lábios enquanto falava. Nos
olhamos, um manto de emoções cobrindo cada um dos dois de uma
maneira diferente. Sabia que ela sentia coisas que não queria
reconhecer. Acho que nós dois sentíamos isso.

— Fez café da manhã? — Ela perguntou, levantando-se. Meus


olhos ainda estavam na curva de sua bunda e as intensas manchas
vermelhas na sua pele. Eu fiz isso, e me condenem se o meu ego
não disparou através das nuvens. Fodi Mia Weston justo como ela
precisava, e nunca seria capaz de ter o suficiente.

— Sim, e então te ouvi, e decidi te fazer uma pequena visita


no banheiro. — Tirei o preservativo, amarrei um nó no final e joguei
na lata de lixo nas proximidades. Quando virei, tudo que vi foi Mia
na ponta dos pés contra a cômoda para alcançar um pedaço de
fruta. Meu pau endureceu novamente quase instantaneamente.
Ela pegou um pedaço de melancia do prato e virou-se para chupar
um lado da fruta. O suco escorria pelos seus lábios e pelo queixo.
Queria lamber esse maldito suco escorrido. Inclusive mais do
que isso, queria agarrá-la pelos quadris, esmaga-la contra a parede
e levá-la como o homem selvagem que era.

— Quero te foder de novo. — Admiti em voz alta. Era um


homem direto. Quando queria algo, o pegava. Mia era minha,
portanto, era minha para levá-la o tempo todo.

— Então foda-me, Talon. — Inclinou a cabeça para mim


sugando o resto da fruta em sua boca. Levou os dedos à boca
enquanto a língua emergia, lambendo os sucos. Isso me
enfraquecia, colocando-me de joelhos com todas essas ações de
sua boca. Tinha aumentado o jogo, e nem sequer se importava com
as coisas que eu poderia fazer. Faria isso. A queria de uma maneira
muito diferente do que desejei outra pessoa.

— Te quero contra a parede. No balcão do banheiro. Na


cozinha com sua boceta em cima do mármore frio. – Prometi-lhe
essas coisas, porque com toda certeza aconteceriam. Cada parte
desta casa seria batizada com nossos fluidos.

— Então me leve de todas essas maneiras. Mostre-me o


quanto você quer isso. — Cruzou o espaço entre nós, mesmo com
o perigo persistente no ar. Ela sabia que eu pegaria aquele corpo
frágil e o possuiria. Não tinha limites que não cruzaria. Mia podia
ser minha meia-irmã, mas queria seu corpo, e talvez até seu
coração mais do que queria qualquer outra coisa.

— Continue me olhando assim, e não deixarei você ter


qualquer descanso entre essa e a próxima sessão. — Rosnei,
esticando ao seu redor para pegar minha própria fruta. Tinha uma
grande imaginação, que ia usar em cada milímetro de seu corpo.

— Não preciso de descanso, só preciso de você. — Mais uma


vez, suas palavras me mandaram ao precipício mais profundo.

Ia me matar, um toque de cada vez.


Talon não era um
santo
Meu corpo doía da melhor e da pior maneira possível. Nunca
estive tão dolorida lá embaixo, como se tivesse fodido alguém cinco
vezes por dia. Sentia-me como se tivesse sido espancada e estar
sentada nesta cadeira da biblioteca não fazia nada melhor.

— Por que está se mexendo na cadeira a cada cinco segundos?


— Perguntou Mallory, minha parceira de laboratório, pelo menos
cinco vezes desde que entramos na biblioteca. Tinha aquele olhar
inteligente e ingênuo ao mesmo tempo, então sabia que dizer-lhe
que passei todo o final de semana fodendo com o meu meio-irmão
provavelmente não lhe cairia bem.

— Estou desconfortável, ok? — Saiu um pouco mordaz, mas


o que faria quando não podia explicar?

— Mmm. Tenho certeza. — Seus lábios franziram, os olhos


tornando-se críticos. Agarrei minha caneta na minha mão com
mais força. Precisava de algo que me impedisse de esfaquear o
rosto dela.

— Te disse o que aconteceria se você fodesse com ela.


Inclusive te adverti. — Então ouvi a voz de Talon do outro lado da
sala, e meus olhos se levantaram, meu corpo gritando. Percebi que
ele estava muito zangado, fervendo de raiva enquanto falava.

— Não fiz nada de mal. Não fique bravo comigo porque ela não
recusou. Se falasse não, eu teria parado. — A voz de Donovan caiu
sobre meu corpo como se fosse ácido.

— O que você está fazendo? Nós deveríamos nos encontrar


para pesquisar, Mia, não para procurar por caras. — Mallory
ajeitou os óculos contra a ponte do nariz. Não brinco quando digo
que esta mulher me tirava do sério.

— Acho que pode haver uma briga a qualquer momento. —


Levantei-me, alívio inundando minha parte inferior do corpo.
Mallory olhou para mim como se eu fosse idiota, como se tivesse
algo melhor para fazer agora.

— Uma briga? — Ela revirou os olhos.

— Não pode negar, porque você... — Talon deu um empurrão


no peito dele. — Você batizou sua bebida. Não sou estúpido, idiota.
Até eu sei quando uma mulher é incapaz de fazer sexo, e eu sou
uma grande imbecil de merda quase todos os dias. — Donovan
sorriu para Talon, e foi então que soube que cabeças iam rolar.
Pensei que teríamos superado isso. Sim, eu queria enterrar aquele
idiota debaixo de três metros de terra, mas não queria que Talon
se metesse em problemas por um cara assim.

— Acha que é engraçado, certo? — Talon empurrou-o no peito.


Agora eles estavam frente a frente, cara a cara. Atravessei o
corredor em dez segundos ou menos, parando atrás de Talon e
segurando sua mão, que estava em um punho fechado.

— Ele nem sequer vale a pena. Nós dois sabemos disso, então
não perca seu tempo com ele. Não precisa ser expulso da escola.
— Tentei ser a luz no final do túnel. Honestamente fiz isso, mas
sabia que se Donovan começasse essa discussão com Talon seria
ele que terminaria com isso.

— Vá em frente. — Donovan empurrou contra Talon. — Ouça-


a. — Zombou de mim, e seus amigos riram como se falasse algo
engraçado.

— Todos nós sabemos que você é um bastardo do caralho e


eu não dormiria com você nem sequer estando sóbria, assim cala
essa droga de boca! — Saltei sem pensar, defendendo Talon. Era
como se meu corpo soubesse exatamente o que dizer e fazer para
protege-lo.

— Tem sorte que ela esteja aqui. — Os olhos de Talon


pareciam tão escuros, os músculos de seu corpo tensos.

Meus olhos pararam em sua camisa azul apertada e seu baixo


jeans azul. Minha boca se encheu de água enquanto pensava em
todas as maneiras que ele me fodeu no fim de semana passado.
Talon manteve sua promessa de me foder e batizar todos os
diferentes cômodos da casa como nossos fluídos , e agora eu queria
transar de novo. Definitivamente não estava pronta para nada
disso neste momento.
— O quê, menino bonito? — Donovan provocou. Estava
cansada de jogar limpo. Não podia suportar a tensão no ar. Era
opressivo, sufocante.

— Darei queixa de você. Tenho testemunhas, Donovan. Não


tenho medo de nenhum de seus amigos estúpidos. Deixe-o, deixe-
nos em paz, ou o farei. Que Deus me ajude. — Ameacei. O punho
de Talon afrouxou e pouco a pouco isso se tornou ele segurando
minha mão.

Medo misturado com raiva cobriu o rosto de Donovan. Sua


boca abriu e fechou como se quisesse dizer alguma coisa. Fiquei lá
imóvel, exceto pela batida do meu pé contra o chão, esperando ele
ficar longe de uma fodida vez.

— Sairei daqui. — As palavras de Donovan soaram


atropeladas enquanto saia da biblioteca, seus amigos seguindo
atrás. Pude ver que Talon me observava com o canto do olho. Tinha
alguns amigos com ele que ainda não conhecia, mas ele não
parecia se importar com eles agora que eu estava aqui. Ele os
dispensou sem um comentário, seus olhos ainda fixos nos meus.

— O que faz aqui? — Suas palavras eram suaves como veludo.


Este era o lado de Talon que ninguém mais podia ver. Ele pegou
minha mão e esfregou seu polegar na minha bochecha. Quis
agarrá-lo e levá-lo para a sala de estudo aberta mais próxima.

— Estou com minha parceira de laboratório, Mallory. Nós os


ouvimos do outro lado da sala. — Apontei por cima do meu ombro.
Havia reunido muitas pessoas que se levantaram de seus lugares
para olhar e ver o que acontecia.
— Você tem talvez cinco minutos? — Dava-me um olhar
sensual, um que imitava o meu.

— Tenho dez se você realmente precisar. — Piscou para mim,


pressionando com força a minha mão. O atraí para as salas de
estudo, esperando e rezando para que houvesse uma aberta. As
pequenas salas eram a prova de som e utilizadas apenas para fins
de estudo. Exceto hoje: hoje elas seriam usadas para fins sexuais.

— Acredito que... — Talon começou a falar justo enquanto


testava uma das maçanetas. O botão se moveu como se estivesse
trancada, então fui para a próxima. Cruzei meus dedos quando
virou, peguei e abri.

— O quê? — Perguntei, lembrando que ele disse alguma coisa.

— Nada, baby, nada mesmo. — Sussurrou contra meus lábios


enquanto fechava a porta.

A escuridão nos rodeava, mesmo assim, senti-me segura nos


braços de Talon.

— Quero você. — Ronronei, respirando seu perfume. Seu


toque contra minha pele fazendo coisas loucas na minha mente.

— Eu sei, posso ouvir na batida do seu coração. Sentir em


suas palavras e na maneira como você reage ao meu toque. Você
se inclina para mim. Quando eu me movo, você se move. Como
ímãs de emoção e amor. — Nunca o ouvira dizer a palavra amor, e
isso me impressionou. Congelei como um bloco de gelo por um
momento.
— Eu... — Não consegui pronunciar as palavras rápido o
suficiente. Talon estava em mim como um leão em sua presa.

Seus lábios colidiram com os meus, devorando-me como se


não fosse capaz de me beijar por dias. Podia sentir suas mãos na
minha pele, deslizando sobre cada pedaço de carne. Meus mamilos
franziram tão logo que empurrou a parte da frente do meu vestido
para baixo, o ar frio da sala batendo contra a minha pele.

— Quero te foder. Sério, Mia. — Disse quando seus lábios


desceram no meu pescoço e meu peito tomando um dos meus
mamilos em sua boca. — Mas nós não podemos. Não porque não
quero, mas porque sei que você ainda está dolorida. — Colocou a
mão entre as minhas pernas e, embora eu quisesse, um gemido
escapou dos meus lábios. — Vê. — Podia senti-lo sorrindo contra
o meu peito.

— No entanto, eu preciso de algo, você também. Posso dizer.


— Estava irritada. Se ele me deixou nos levar a esta sala e não
tinha intenção de me fazer gozar, ficaria mais do que um pouco
aborrecida.

— Calma, sua garota má. — Talon exclamou, empurrando-me


contra uma mesa. O ar pareceu deixar meus pulmões por um
segundo.

Nenhum dos dois podia ver, mas quem precisava ver quando
não planejava falar com seus lábios. Não, planejávamos conversar
com nossos corpos.
Talon levantou a parte de baixo do vestido, empurrando
minha tanga frágil para a lateral.

— Merda, você praticamente não está vestindo calcinha. —


Podia ouvir a raiva em sua voz, e isso excitou-me ainda mais.

— Sim, no caso de algo assim acontecer. — Provoquei. Podia


sentir sua mão contra minha boceta. Estava mais do que molhada
para ele.

— Fodida garota malvada. — Falou entre os dentes pouco


antes de plantar um beijo no interior de ambas as coxas.
Antecipação inundou minha barriga, quase fervendo. Ahh! As
coisas que o maldito Talon Reed podia fazer com sua língua, dedos
e pênis. Estava completamente fodida no segundo em que cedi a
sua vontade. Sob seu controle e feitiço.

Ele começou devagar, uma pequena lambida, que se


transformou em lambidas inteiras da frente para trás, sua língua
prestando atenção especial à minha entrada.

— Deus! — Orei em voz alta. Queria gritar e poderia muito


bem, mas não fiz, pelo menos ainda não. Uma de suas mãos se
estendeu ao meu corpo, procurando meu peito. Ele beliscou meu
mamilo entre os dedos, uma mistura de prazer e dor se formando
no fundo da minha barriga.

— Você é minha. — Ouvi as palavras, eram frágeis, mas


estavam ali. Consumindo-me, aumentando o prazer eterno que já
sentia. Ele rosnou contra a minha boceta, as vibrações pulsando
dentro de mim. Minhas entranhas enrolaram, minha barriga se
revirou e meu batimento cardíaco acelerou. Cada respiração que
dava parecia aumentar o prazer que sentia.

A língua de Talon se moveu contra o meu clitóris. Mais uma


vez, de novo e de novo. E mais uma vez.

— Porra, sim. — As palavras saíram da minha boca em um


grito rouco. As lambidas foram deliberadamente feitas para
provocar, para me aproximar ainda mais do precipício, mas ainda
longe ao mesmo tempo. Queria odiá-lo, mas não consegui. Não
havia mais nada em mim que se sentisse assim.

— Desista, Mia. — Rosnou novamente, o latejar da minha


boceta ficando cada vez mais forte. A sensação construindo-se no
meu ventre indo mais alto. Estava tão perto de gozar.

— Eu. Não. Posso. — Gritei, restringindo meu orgasmo. Foi aí


que o Talon foi mais duro. Suas lambidas e voltas se tornando
implacáveis. Suas mãos se agarraram a minha carne, e o aperto no
meu peito levou-me ao limite.

Gozei tão difícil, mais forte do que nunca, sem contar as


outras cinco vezes que Talon me levou ao êxtase. Ele levantou-se
entre as minhas pernas, arrumando meu vestido e ajustando meu
top. Levantei-me da mesa quando tudo estava bem, e nos dirigimos
para a porta como se absolutamente nada acontecesse.

Peguei um olhar profundamente enraizado pelo canto do meu


olho. Em seus olhos eu vi fome e medo. Eles misturaram-se tão
bem juntos que não tinha certeza se estava realmente vendo as
duas emoções ou não.
Tremia a cada passo que dava, meu corpo ainda em êxtase
com o prazer que Talon me dera.

— Está bem? — Minha voz soou fraca. Mal conseguia


pronunciar as palavras.

— Uh, sim. — Sua voz soou fraca enquanto ele beijava a


minha testa. Queria perguntar de novo, fazer com que dissesse
qual era o problema, mas sabia que não deveria. Não havia
necessidade de forçar um homem como Talon a falar.

— Umm, tudo bem. Tenho que ir para a aula. Nos vemos esta
noite? — Perguntei, afastando dele.

O frio consumiu meu corpo. Ansiava por seu toque, como uma
planta ansiava por luz para crescer. Não sabia se ele se sentia da
mesma maneira, e isso começava a me assustar.

— Nos vemos mais tarde, baby. — Sorriu para mim, cobrindo


o último olhar persistente que vi em seus olhos.
O que é o amor?
Amor. Uma palavra. Um milhão de emoções. Amava Mia
Weston? Não podia responder a essa pergunta sem que meu
coração disparasse no peito. Sabia que a queria como mais que
uma companheira de sexo ou uma foda casual. Sabia que gostava
de ouvi-la rir e vê-la fazer o dever de casa todas as noites, mas, isso
era amor? Quando você gosta da companhia de outra pessoa?

Pensei sobre isso a tarde toda e durante as minhas aulas.


Podia sentir as malditas borboletas tremulando no meu estômago
quando a vi no almoço, e sabia que estava pronto para levar isso a
um nível completamente novo, um nível que nem sequer entendia.
Não era material de namorado de nenhuma maneira.

Nunca fui flores e chocolates. Nunca fui aos bailes e


definitivamente não celebrei nenhuma daquelas festividades
bregas. Isso foi até que ela chegou a minha vida, agora fazia mudar
todas as regras.

Entrei na casa que compartilhamos. Nossos pais voltariam


para casa amanhã e sabia que tinha que tomar uma decisão. Caso
contrário, teríamos que fingir que nada aconteceu e, porra, não
havia como lidar com isso. Precisava encontrar uma maneira de
fazer isso, de mostrar-lhe que as coisas mudaram.
Jantar? Joguei minha mochila em um canto do corredor e fui
para a cozinha. Vasculhei a geladeira de cima a baixo e depois a
despensa, ainda sem saber o que ia fazer.

Puxando meu telefone, liguei para Nick e ele atendeu ao


primeiro sinal.

— Cara, o que você precisa?

— Graças a Deus que você atendeu. Se estivesse fazendo o


jantar para uma garota, o que diabos você faria? — Estava fora do
meu elemento e talvez um pouco amedrontado.

Nick pigarreou e perguntou:

— O que você acabou de dizer? Quero dizer, ouvi o que você


disse, mas está doente ou algo assim? — Sabia que Nick iria
questionar, estava um pouco além de me preocupar com essa
parte.

— Estou preparando o jantar para Mia, e não tenho ideia do


que fazer. Pode ao menos me dar uma ideia? — Estava tão
exasperado, não só isso, mas Nick me fazia perder tempo, cada
segundo do relógio passando aproximava Mia de voltar para casa.

— Colega, não sei. Use Pinterest. Minha irmã está sempre


falando disso. — Grunhiu Nick ao telefone. Uma lâmpada acendeu
na minha cabeça. Checaria o maldito site. Já ouvi isso antes.

— Obrigado, idiota. — Disse, desligando o telefone. Fui


diretamente para a loja de aplicativos e baixei o aplicativo no meu
telefone, criei uma conta e, em seguida, iniciei minha pesquisa.
Encontrei uma receita de frango ao molho Alfredo e sabia que era
exatamente o que precisava.

Corri pela cozinha pegando todos os ingredientes que


precisava: frango, molho e macarrão. Então preparei a comida,
conseguindo me queimar só duas vezes. Por nenhuma razão iria
foder essa merda. Servi a comida justamente quando Mia passou
pela porta.

— Olá baby. — Cumprimentei, deixando os dois pratos na


mesa. Percebi que estava surpresa, seus olhos se iluminaram,
brilhando quando me viu. O vestido que usava hoje fez meu pau
duro, e a pele que mostrava fazia que minha mente se perguntasse
quantos outros caras tentaram seduzi-la hoje.

— Talon, isso é... — As palavras pareciam perdidas.

— Não faça perguntas, apenas me escute, por favor. — Disse


suavemente, dando-lhe um garfo. Queria que isso fosse perfeito e
isso significava que não podia deixá-la tirar conclusões
precipitadas.

— Está bem. — Ela parecia mais confiante quando se sentou


à mesa, segurando o garfo na mão.

— Tive a intenção de te contar isso o dia todo, e não consegui.


— Era hora de ser um homem de uma puta vez. Para falar sobre
meus sentimentos e deixá-los se acalmar. Se ela me quisesse, me
teria.

— Você realmente não precisa dizer nada... — Mia


interrompeu.
— Tenho que fazer isso, porque não posso deixar você pensar
que isso é nada mais do que uma relação de sexo entre amigos
quando não é. — Corri minha mão pelo meu cabelo. — Notei que
quando você está perto, meu coração bate enfurecido querendo sair
da porra do meu peito. Minhas mãos suam e minha barriga começa
a doer, e não sei o que é, mas quero estar perto de você. Segurando
sua mão e reivindicando-a como minha.

— Talon... — Seus olhos pareceram se umedecer.

— Não sei o que você sente ou o que acontecerá depois que eu


falar as seguintes palavras, mas sei que esses sentimentos estão
me devorando. A conexão dos nossos corpos só mostrou o quanto
realmente me importo. Só me mostrou sem o que não posso viver.
Eu amo você, Mia. Amo sua risada, o jeito que seu rosto enruga
quando você goza, sua voz e como parece amar com todo o seu
coração. Merda, você é muito inocente e pura para mim, e sei que
não te mereço nem um pouco, mas caramba, eu te amo. —
Confessei.

Mia se levantou e cruzou para o outro lado da sala antes que


eu pudesse piscar, seus pequenos braços envolveram meu corpo.
Fiquei surpreso, fazendo minha reação ao seu toque lenta. Levantei
meus braços envolvendo-a em um abraço apertado, esmagando-a
contra meu corpo.

— Sinto o mesmo, Talon. Sei que o amor não é algo com o qual
você tem experiência, e sei que todas as probabilidades estão
contra nós, mas eu me importo com você e te amo. — Agarrei-a
com mais força em meus braços, suas palavras me inundando. O
alívio fluindo dentro de mim quando percebi que nós dois
sentíamos o mesmo um pelo outro.

— Estou tão fodido, baby, e te prometo que estragarei as


coisas um bilhão de vezes, mas sempre compensarei isso. Sempre.
— Plantei um beijo no topo de sua cabeça, meu corpo se fundindo
ao dela. Tomei muitas decisões ruins, fodi muitas garotas e segui
sem rumo pela vida sem nenhum remorso. Encontrar Mia e nossos
pais se casarem era uma questão de destino. Mia estava destinada
a ser minha. Não tinha nenhuma fodida dúvida sobre isso.

— Isso significa que o maldito Talon Reed está oficialmente


fora do mercado? — Perguntou, sua voz abafada contra o meu
peito.

Sorri para mim mesmo. Minha garota usou meu antigo


apelido. O apelido que me chamavam por todo o campus, um
apelido que logo não seria nada mais que uma memória.

— Isso significa que eu pertenço a você e isso é tudo que


importa baby. Você e eu. Nada mais.

Não podia acreditar que disse aquelas palavras. Nunca na


minha vida acreditaria que diria uma coisa dessas, ainda mais
para uma única garota.

— Te odiei uma vez, Talon. Te odiei com muita paixão. Percebi


que o ódio não tinha nada a ver com você, mas sim comigo. Não te
entendo, ou a perda que ambos compartilhamos na vida. Você se
enraizou em mim, e as emoções que você me provoca não são como
nada que tivesse sentido antes, até você vir a mim. Te amo, Talon.
— Não pude evitar. Tive que selar este final feliz com um beijo.
Puxei seu rosto para o meu e coloquei meus lábios contra os seus.
Ela era meu ar, minha água, minha comida, agora minha vida.
Continue sendo uma
cadela
As coisas mudaram daquele dia em diante. Talon e eu
estávamos colados pelo quadril. Nós esgueiramos nos quartos um
do outro quase todas as noites e passamos todos os dias na escola
juntos. Nossos pais não tinham ideia do que acontecia e as coisas
estavam bem dessa maneira, ou pelo menos era o que eu pensava.
Tudo mudou um dia quando cheguei em casa das aulas para
encontrar Talon, seu pai e minha mãe sentados na sala de estar.
Talon tinha uma carranca no rosto. No entanto, minha mãe tinha
um olhar assassino no seu.

— Você está fodendo seu meio-irmão? — Estalou as palavras


para mim. Podia sentir a força delas, a antipatia nelas. Julgava-
me, julgava Talon.

— Desculpe-me, mas quem eu fodo ou não, não é da sua


conta. — Respondi com a mesma atitude. Não deixaria nos
degradar dessa maneira. Aprenderia que o que Talon e eu
compartilhamos não era apenas uma maldita aventura.

— Estou farta de você, Mia. Cansada de você me fazendo ficar


mal. Você sabe o que isso poderia fazer com a nossa família? Se
espalhar a fofoca sobre Talon e você, as pessoas vão olhar para nós
de forma diferente. — Minha mãe parecia tão desapontada. Queria
que eu me importasse que ela estava ferida por nossa decisão, mas
realmente não me importava. Queria que entendesse isso,
precisava que fizesse isso.

— Então os deixe fazer isso, porque Talon e eu não vamos


ceder ao que você quer. Nós temos feito essa merda por meses e só
agora que você nos pegou, então por que não finge que nunca
descobriu e deixa as coisas serem do jeito que são? — Estava
furiosa.

— Acalme-se, baby. — Acrescentou Talon, fazendo-me olhar


para ele. Sorriu para mim e eu não estava imune a esse sorriso.
Derreti-me um pouco, a amargura em mim evaporando
ligeiramente.

— Me recuso a deixar que nos digam o que fazer.

O pai de Talon me observava, seus olhos tentando me


entender.

— Não acho que isso é o que sua mãe merece, querida. — Não
pude evitar minha reação. Havia perdido meu pai. Este homem não
era meu pai. Minha mãe apenas fazia o seu trabalho. Deixei para
trás essas emoções e a dor que vinha com elas meses atrás, quando
as coisas com Talon ficaram sérias. Nós compartilhamos a perda
de um dos pais e foi isso que nos uniu.

— Quem se importa com o que ela merece? Sou adulta. Talon


é um adulto. Tomaremos as decisões que considerarmos
convenientes para nós. Se querem nos julgar, então podem sair de
nossas vidas. — Mantive minhas palavras diretamente no ponto.

Talon piscou lentamente como se estivesse em uma espécie


de transe, e então se levantou do sofá e aproximou de mim.

— Mia tem razão. Porra, eu a amo, e se não podem respeitar


e lidar com isso, então acho que não precisam estar em nossas
vidas. — Tudo o que Talon disse me fez querer tirar minhas roupas
e subir na mesa e esperar por ele.

Minha mãe revirou os olhos e o pai de Talon suspirou. Sabia


que esse dia chegaria quando minha mãe nos julgaria e o pai de
Talon concordaria ou discordaria.

— Nós não temos laços de sangue, então supere isso. — Essas


seriam as últimas palavras que eu diria a minha mãe sobre esse
assunto. Talon era finalmente meu, e finalmente vi através de sua
raiva e dor.

O amava. Ele me amava. E ser meio-irmão nunca mudaria


isso.

FIM!
Próximo livro

ROYAL PRICK Royal é um bastardo. Um


bastardo tão ardente com o
inferno.
A STEPBROTHER ROMANCE #2
O tipo de bastardo que se
precisar e quiser te foder agora
mesmo, o faz.

O tipo arrogante que pode e


fode quem quiser.

É tão autoritário que quero dar


um soco em sua cara, e ao
mesmo tempo beijá-lo

O odeio, e ao mesmo tempo,


ainda o quero.

Uma escuridão o envolve. Tem


segredos.

Por exemplo, para onde ele foge


quase todas as noites.

Ele partirá meu coração e a


cabeceira da cama se eu
deixar.

Desejava Royal, mas, poderia


lidar com sua escuridão?
Sobre a Autora
JL Beck é a autora mais vendida de muitas séries, incluindo:
The Kingpin Love Affair, Bittersweet, Wort It, Project y Ties. Ela é
mais conhecida por tecer uma história que termina com você de
boca aberta e as mãos agarrando a borda do seu assento.

É uma autora sem tabus que gosta de passar tempo com seu
amor desde o ensino médio, há mais de oito anos atrás, seu
diabinho de três anos de idade e seu filho recém-nascido Kolden,
assim como Hatchi e Halo, seus dois bebês com pelagem. Chama
Wisconsin de sua casa, mas adora viajar. Em seu tempo livre,
poderá vê-la assistindo televisão, cozinhando, lendo livros ou
passando tempo ao ar livre.

Siga-a para ver que aventura safada ela está tramando em...

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