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Capítulo Três
Nate decidiu ir para fora. Ele não queria ouvir muito mais depois
disso.
Certo. Isso fazia sentido agora. Por que Orion queria sair da
casa o mais rápido possível, praticamente antes que o resto da casa
estivesse acordado.
Nate se arrastou pela neve, dando uma olhada no terreno
circundante. Tentou apreciar a bela paisagem ao seu redor, mas não
pôde evitar a sensação amarga que estava crescendo em sua garganta.
Glendon e os outros acordaram e descobriram que Nate não
estava lá para cozinhar o maldito café da manhã, e agora estavam
chateados.
Nate chutou um pouco da neve.
Ok, não, respire. Não havia como ser tão simples assim. Se
pensasse sobre isso, Nate sabia qual era o verdadeiro problema.
Glendon queria a opinião profissional de Nate sobre como Jake
estava se desenvolvendo, e estava querendo-o cada vez mais perto com
o passar do tempo. Mais perto do que ele estava confortável, embora
Jake tivesse insistido que confiava em Nate para não mudar e entrar em
uma fúria selvagem ao redor dele. Até mesmo Glendon disse que
confiava nele.
Sua confiança era grande e tudo, mas em última análise inútil
para defender Jake se ele perdesse o controle e mudasse.
Jake estava bem, e Nate não queria estar constantemente
checando sua saúde de qualquer maneira. No máximo, era ruim para a
saúde de Jake tê-lo tão perto dele em primeiro lugar.
Só queria se divertir pela primeira vez.
Respirou o ar fresco e frio ao redor dele, deixando-o sair em
uma nuvem de vapor. As árvores ao redor dele, neve acumulada na
casca, eram honestamente lindas. E não era como se não pudesse
desfrutar de paisagens como essa na mansão, mas era diferente aqui
porque Orion o trouxe aqui.
Orion queria estar com ele, estava fazendo um esforço. Queria
ajudá-lo a superar seus problemas.
Ele nunca iria superá-los se tivesse Glendon pairando sobre o
ombro o tempo todo, vigiando quando aparecia ou saia.
Nate entendeu, e até queria, até certo ponto, mas talvez não o
tivesse ajudado de verdade.
Se ele estava com tanto medo de ir a espaços públicos, então
não era a resposta para continuar indo até eles, em vez de evitá-los?
Mesmo agora, tudo isso o deixava tão perturbado que podia
sentir as agitações internas de seu lobo.
Concentrou-se em sua respiração, empurrando-a de volta.
Pensou em tudo que o fazia se acalmar. Livros. Silêncio. Orion.
Orion sempre ajudava a empurrar o lobo de volta
Ouviu a porta se abrir atrás dele. Não precisou olhar para trás
para ver Orion caminhando até ele. Ele usou isso, e o lobo se acalmou
respeitando o alfa.
— Desculpe.
Nate balançou a cabeça.
— Não tem. Temos que voltar?
— Ele quer que a gente faça isso, mas acho que ele sabe que
não vou. Não a menos que você queira ir.
O coração de Nate parou nisso.
— Não quero ir. Quero ficar aqui com você. — Ele olhou para o
outro homem. — Quero que você faça sexo comigo também.
Os olhos de Orion se arregalaram tanto que Nate pôde ver os
brancos ao redor deles. Era meio engraçado, e apesar de todas as
habilidades shifter terem sido abafadas por sua falta de controle, até
podia ouvir o som do coração de Orion naquele momento.
— Você tem certeza?
Agora o coração de Nate estava batendo disparado. Não
conseguia parar de pensar em quanto o sexo doía, o quanto não
gostava, mas outras pessoas pareciam se divertir, e conhecia os
sentimentos de Orion por ele.
— Sei porque você me trouxe aqui.
— Não foi só por isso.
— Não, mas foi principalmente para isso, e está tudo bem. —
Nate abaixou a cabeça. Mal conseguia olhar para Orion, mas estendeu a
mão para o homem, pegando-a, apertando-a com força, como se Orion
desaparecesse se soltasse. — Estou cansado de ficar preso a isso, e se
Glendon tentar arruiná-lo, quero que você faça isso enquanto estamos
sozinhos. Não quero que os outros escutem.
Orion apertou a mão de volta.
— Justo.
Nate tinha que tirar tudo isso. Sentiu como se tivesse que
deixar Orion saber para o que estava se preparando.
— Se eu quiser ficar sozinho logo depois, tudo bem, certo?
Orion assentiu.
— Certo.
— E... você promete que não vai doer?
Isso também parecia importante.
Então ficou chocado quando Orion olhou para ele. Nate podia
ver pelo canto do olho. Ele se encolheu sob aquele olhar.
— Desculpe, eu não quero fazer tantas exigências ou qualquer
coisa, mas eu só...
— Nate.
Nate lentamente olhou para o outro homem. O sorriso suave no
rosto de Orion era algo que absolutamente não esperava.
— É disso que você tem tanto medo? De doer?
— Dói, — Nate murmurou. — Quando não está certo, eu sei,
mas ainda assim...
— Sim, pode doer, — disse Orion, e ele não parava de sorrir. —
Mas o que faz você pensar que tem que ser o único a levá-lo?
Nate ficou tenso. Olhou para Orion tão rápido que quase se deu
uma chicotada, e o alfa não parava de sorrir para ele quando levou a
mão para a parte de trás da cabeça de Nate, depois se inclinou e beijou-
o na boca.
****
Foi como a primeira vez que Orion o beijou. Nate se derreteu
contra ele, e por um breve momento, foi capaz de esquecer tudo sobre
seus problemas. Ele gostou. O calor da boca de Orion, a suavidade
escorregadia de sua língua enquanto empurrava dentro da boca de Nate.
Deixou-o querendo mais, deixou seu corpo superaquecendo
mesmo do lado de fora no frio.
Então, quando Orion trouxe Nate para dentro, seguiu atrás dele,
dificilmente separando seus lábios nem por um momento.
As mãos de Orion estavam sobre ele. Eles se acomodaram em
seus ombros primeiro, empurrando o casaco quando voltaram para a
cabana, e então se acomodaram em sua cintura enquanto subiam as
escadas até o sótão.
Havia apenas uma cama aqui em cima. Ele já sabia disso, mas
vendo isso tornou real.
Nate sentiu um momento de breve pânico quando percebeu que
seu cinto estava sendo desfeito, mas o afastou.
Estava seguro. Isso não era ruim. Estava cansado desse drama
que o rodeava, e ia fazer isso. Nem mesmo para dar a Orion a coisa que
estava esperando pacientemente por anos, mas também para a sua
saúde mental.
Espere, talvez ele devesse estar fazendo o mesmo. Nate
alcançou a cintura de Orion, hesitou, e então começou a soltar o cinto.
Orion soltou um gemido pesado, como se Nate já tivesse
tomado seu pênis na mão.
— Vale a pena esperar.
Nate congelou um pouco com isso. Olhou-o, e jurou que quase
podia ver o lobo nos olhos do homem antes de Orion se inclinar e beijá-
lo novamente.
Orion se moveu rapidamente, no entanto. O beijo foi rápido
antes de cair de joelhos, empurrando as calças de Nate em torno de
seus tornozelos.
Nate quase caiu para trás, mas, felizmente, a grade estava atrás
dele. Ele segurou firme, e suas garras saíram quando sentiu o primeiro
toque da língua de Orion em torno de seu pênis.
— Oh Deus.
Ele quase gozou. Graças a Deus tinha se masturbado ontem, ou
então poderia ter se envergonhado completamente.
— Senti sua falta. Senti falta disso, — Orion gemeu, e colocou a
cabeça do pênis de Nate em sua boca antes que parecesse abandonar a
coisa toda.
Beijou e chupou as bolas de Nate, como se adorasse cada
centímetro que pudesse conseguir.
Nate não sabia o que fazer sobre isso. Tinha visto pessoas
fazerem isso no pornô que assistiu online, e embora não fosse nada além
do estilo baunilha, nunca em um milhão de anos pensou que Orion, alto,
forte, poderoso, alfa, estaria disposto a fazer isso para Nate.
Era maravilhoso. Era tão bom que quando Orion recuou, deveria
ter sido considerado uma forma de tortura.
— Você me diz no segundo que quiser que eu faça outra coisa.
Até para parar. Entendeu?
Nate assentiu rapidamente, embora prometeu a si mesmo que
não ia dizer nada para fazer isso parar.
Tinha a sensação de que se parasse com isso agora, nunca
poderia ter outra chance. Poderia quebrar essa coisa frágil ao ponto em
que nunca poderia ser consertada.
E queria isso. Queria mais do que estava com medo, o que
significava que tinha que fazer algo.
— C-continue fazendo isso.
Orion sorriu para ele, uma expressão perversa que parecia
quase predatória.
Um predador já havia olhado para ele daquele jeito, mas era
diferente porque era Orion. Ele não era malvado. Estava apenas com
tesão.
E então voltou a beijar e chupar o pênis de Nate. Ele jurava que
seu pau pulava toda vez que o homem sacudia a língua contra a fenda.
E o lobo feroz em sua cabeça... estava realmente contente. Não
estava lutando em pânico para escapar, o que significava que Nate
realmente poderia gostar disso.
— Coloque suas mãos no meu cabelo. Segure firme.
— R-realmente? — Nate não tinha certeza se ele entendia a
necessidade que Orion tinha para isso, mas o homem assentiu, e Nate
não queria negá-lo.
Fez o que lhe foi dito, e honestamente estava começando a
sentir como se estivesse de volta com Orion na primeira vez que
estavam juntos. Estavam no quarto de Nate e quase deixou o homem ir
todo o caminho com ele. Tinham estado nesse ponto antes de Nate
sentir seu lado feroz se elevando.
Como se o lobo estivesse se preparando para se defender contra
um atacante.
Não. Orion não era um agressor, e talvez o lobo estivesse ciente
disso agora porque estava em silêncio, enquanto, naquela época, queria
fugir tanto quanto Nate.
Então Orion profundamente o agitou, e Nate jurou que quase
fez o alfa prematuramente careca quando agarrou firmemente ao seu
cabelo. No mínimo, bagunçou a trança de Orion. O cara teria que refazer,
mas não se importava.
Jesus, tinha certeza que apenas sentiu a ponta do seu pau
tocando a parte de trás da garganta de Orion.
Orion se afastou devagar. Como se saboreando o sabor dele.
— Eu amo seu pau. Você é grande.
Calor correu para o rosto de Nate.
— Uh, obrigado?
Orion riu e voltou ao que estava fazendo.
Nate não pôde deixar de ver seu pau desaparecer dentro da
boca do alfa. Novamente. E de novo. E de novo.
Teve que fazer seus exercícios de respiração apenas para
segurar o prazer aumentando sob seu estômago. Suas bolas apertando,
e Deus, quase teve um ataque de espasmos quando Orion segurou seus
testículos e gentilmente os enrolou em suas mãos enquanto balançava a
boca para frente e para trás.
Era de longe a coisa mais incrível e mais erótica que já havia
experimentado em sua vida.
Sexo era assustador, claro, por que diabos nunca quisera que
Orion fizesse isso? Isso era fodidamente mágico.
Maldição, iria gozar. Empurrou freneticamente os ombros de
Orion, parando-o.
— Espere, Orion, pare.
O homem recuou rapidamente, com os olhos em alerta
enquanto limpava a boca com as costas da mão.
Nate bufou para respirar.
— Eu... quero fazer isso com você.
Mais calor. Ele iria explodir em chamas se não se acalmasse.
A expressão de Orion ficou aliviada. Ele ficou de pé.
— Onde você me quer?
Nate pensou que eles confiariam principalmente na linguagem
corporal, mas, novamente, Orion estava tentando ser excessivamente
cuidadoso com ele.
— Na cama. Sente-se na cama.
Nate tirou sua calça jeans, que ainda estava enrolada em torno
de seus tornozelos. Sentiu-se estranho por andar sem calça, com a
bunda e pau expostos e tudo, mas Orion não pareceu se importar
quando libertou seu pênis e sentou-se, mãos estendidas atrás dele,
esperando que Nate fizesse o que quisesse.
Orion havia dito que Nate era grande, mas não era nada
comparado a Orion.
Como diabos isso deveria caber dentro dele?
Ok, se preocuparia com isso mais tarde. Agora só tinha que se
concentrar em fazer o máximo possível em caber na sua boca. Esse era
um bom lugar fácil para começar.
Nate se acomodou no chão entre os joelhos de Orion. O ar ao
redor deles parecia mais quente, mais denso do que antes, e quando
Orion colocou a mão no cabelo de Nate, foi reconfortante. Ele gostou
disso.
— Tive sonhos com você assim.
Nate engoliu a confissão.
— Bem, espero não decepcionar.
— Você nunca poderia.
Nate não tinha tanta certeza, mas tinha que admitir, o jeito que
Orion falava com ele e sobre ele, como se amasse tanto Nate que a
decepção era impossível...
Quase fez seu coração explodir.
O pênis de Orion era grosso e levemente curvado. Não era feio.
Não era como o pau pertencente ao seu primeiro alfa. Nate olhou para
ele e achou que a cabeça era um bom lugar para começar. A gota de
pré-sêmen chamou-o e o lambeu.
Não o enojou do jeito que temia, e o gemido de Orion o fez se
sentir... poderoso.
Era ele quem estava fazendo isso com Orion. E queria fazer de
novo.
Nate deslizou a língua da base do pênis até a parte de baixo da
cabeça. Orion pareceu relaxar contra as mãos dele. Olhou para Nate com
os olhos semicerrados.
E Nate gostou disso. A próxima coisa que testou foi colocar a
cabeça na boca, apertando os lábios em torno.
Provavelmente parecia estúpido, mas os sons que Orion deixou
sair fizeram tudo valer a pena.
— Bebê, é isso.
As mãos de Orion ainda massageavam suavemente o cabelo
dele, as unhas arranhando agradavelmente.
E foi agradável. O sabor era salgado, mas mais uma vez, não
estava agitado do jeito que sempre temia. Ainda estava aqui. Ainda
podia respirar. Nada de ruim estava acontecendo.
Afundou um pouco mais. Queria fazer o que Orion tinha feito
com ele e fazer seu pênis tocar a parte de trás de sua garganta.
Infelizmente, Nate não tinha a habilidade que Orion tinha, e
teve que recuar rapidamente. Caso contrário, a respiração teria sido um
problema.
Orion ainda gemeu como se estivesse recebendo o melhor
boquete de sua vida.
— Continue fazendo isso.
— Não posso ir tão fundo.
— Isso está bom. Confie em mim, você está ótimo.
Nate acreditou nele. Como não podia quando Orion soava
assim? E mais uma vez se sentiu poderoso, mesmo no controle. Então
voltou a isso.
Nate colocou os lábios de volta na cabeça. Deslizou pelo pênis,
querendo mais desse sabor, querendo provar cada centímetro dele, e
querendo tirar os gemidos do homem.
Orion mexeu seus quadris na cama, inclinando-os para frente e
para trás um pouco, como se estivesse lutando contra a vontade de
apenas enfiar na boca de Nate.
Nate também gostava disso. Nunca em sua vida teria pensado
que se sentiria poderoso com o pênis de outro homem em sua boca, mas
fez. Sentiu-se no controle do prazer de Orion. Sentiu como se este
homem poderoso estivesse em suas mãos, e se não estivesse fazendo
algo para ele que era tão quente quanto quando Orion estava caindo
sobre ele.
Agora ele entendia por que as pessoas faziam isso. Entendeu, e
se sentiu estúpido por negar a si mesmo por tanto tempo.
— Bebê, apenas assim, — Orion gemeu. Jogou a cabeça para
trás. Nate olhou para cima e notou o jeito que Orion apertou os olhos
com força.
Como se estivesse lutando para manter seu prazer à distância.
Nate queria ver até onde poderia levar isso. Queria saber o quão
talentoso realmente era nessa área e o quanto poderia fazer Orion se
desfazer antes que o homem se perdesse completamente.
Nate apertou os lábios e afundou suas bochechas. Não segurou
essa posição por muito tempo. Sua mandíbula começou a doer.
Deus, desejou que ele fosse melhor nisso. Era repugnantemente
patético quão pouca experiência tinha em sua idade.
Mas ia consertar isso agora.
Agora que estava tentando, era mais fácil para ele testar seus
limites de novo e de novo, afundando no pênis de Orion, vendo quanto
tempo poderia ficar assim antes que tivesse que recuar.
Tinha que admitir que não poderia manter essa posição por
muito tempo, mas logo, muito em breve, seria capaz de fazê-lo.
Orion estava rindo dele? Isso foi como soou.
— Eu deveria ter trazido você aqui há muito tempo.
Nate olhou para o homem, e não tinha certeza do que era, mas
era como se sua visão estivesse obscurecida.
Nate não viu Orion como o homem. Viu como seu companheiro,
e tudo dentro dele gritou para terminar o que eles tinham começado há
muito tempo.
Nate subiu no colo de Orion, ajeitou seus paus para se tocarem.
Era uma sensação tão suave, mas ardente, uma que Nate nunca
sentiu nada perto em toda a sua vida, e beijou Orion quando gozou duro
por toda a camisa e estômago do homem.
Orion não pareceu se importar. Na verdade, foi como se a
represa tivesse explodido, e foi aí que a diversão realmente começou.
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
****
O traseiro de Orion doía um pouco enquanto preparava um bom
café da manhã para ele e seu companheiro. Sorria o tempo todo mesmo
com a dor. Não se importava. Ele até gostou.
Era um bom lembrete, e o fato de que o rádio tocava, dando o
tom enquanto Nate misturava a massa de panqueca, tornava tudo muito
melhor.
Slow Hands, tocava agora. Era um bom alívio de toda essa
música de Natal, e Orion não podia deixar de gostar disso como uma
nova música tema para ele e seu companheiro.
Ele e Nate continuavam dando olhares um para o outro, e Nate
tinha o mais fofo rubor no rosto.
Orion trabalhou uma panela com o bacon e ovos, e Nate
derramou a massa na outra panela. Ele era muito bom nisso. Fazia
panquecas perfeitas, e elas não entortaram quando as virou.
Perfeitamente douradas de cada lado. Não havia crostas
queimadas.
— Você é bom nisso.
Mãos lentas, de fato. Orion não podia esperar para ter as mãos
de volta em seu corpo.
— Tenho feito todo o café da manhã por tempo suficiente, agora
que sou bom nisso.
Orion estremeceu.
— Olha, se você não quiser mais fazer nada disso...
— Eu nunca disse isso.
Orion olhou para seu companheiro. Nate sorriu timidamente
antes de desviar o olhar.
— Sei que pensa que é injusto que eu faça um monte de
tarefas, mas não me importo. Mesmo reclamando o tempo todo,
realmente estou bem com isso. Sei que estou apenas ganhando meu
sustento.
— Você faz parte do bando. Não precisa ganhar nada.
— Mas preciso, — insistiu Nate. — E gosto. Eu... não me
entenda mal, às vezes fico frustrado, mas pelo menos é algo para mim.
Não preciso ficar preocupado enquanto estou cozinhando, limpando ou
fazendo qualquer outra coisa, na verdade. Confie em mim, não me
importo. Sei que não sou seu pequeno escravo.
Orion quase teve um pequeno ataque de pânico com essas
palavras, e se preocupou que seu companheiro pudesse ter ouvido
quando estivera discutindo com Glendon sobre o lugar de Nate no
bando.
O sorriso no rosto sugeriu que não era o caso.
Então Orion deu um suspiro aliviado.
Bom. Essa foi boa. Orion não queria que Nate pensasse que ele
era algum tipo de prisioneiro em sua própria matilha. Queria que
acreditasse que era parte do bando.
— Bem, de qualquer forma, não posso fazer nenhuma
promessa, mas farei o meu melhor para fazer um pouco da comida.
— Pode não ser a melhor ideia com a maneira como está
queimando esses ovos.
Nate riu enquanto Orion lutava para colocá-los no prato.
Estavam apenas levemente queimados, ainda bons para comer,
no que lhe dizia respeito.
Embora Nate estivesse agora dando a ele um olhar que sugeria
quanto problema teriam se Orion realmente quisesse cozinhar para a
casa.
— Posso fazer melhor do que isso, — ele insistiu. — Você é meu
companheiro. Eu deveria cozinhar para você às vezes.
— Ok, mas até você ficar melhor, continuo a fazer a comida.
Nate estava gostando muito disso, mas Orion tinha que admitir
que gostava desse lado de seu companheiro que estava tudo bem com
uma leve provocação.
Orion abriu a boca para manter o jogo, mas depois parou
quando ouviu uma batida na porta.
Ficou tenso. O mesmo aconteceu com Nate. Ambos se viraram
para a porta.
A expressão de Nate era de desapontamento.
— Glendon veio nos buscar?
Esse também foi o primeiro pensamento de Orion, mas... não.
— Não é o cheiro dele.
Orion caminhou lentamente até a porta. Olhou de volta para
Nate. Não disse nada, mas não precisava naquele momento. Só
precisava olhar para seu companheiro para que entendesse.
Nate desligou o fogão e afastou-se das janelas. Realmente
pegou uma frigideira, como se fosse precisar de defesa.
Não que uma frigideira pudesse ajudá-lo contra um ataque de
vampiro.
Exceto que ninguém deveria saber onde ele estava. Nem
mesmo Glendon.
Outra batida soou na porta. Uma leve batida, na verdade.
Alguém que queria invadir e roubar seu companheiro antes de
matá-lo não iria bater, mas Orion não estava disposto a arriscar.
Agachou ao lado da janela, puxando a cortina para trás, mas
apenas pouco.
O jovem do outro lado da porta não pareceu notar quando Orion
fez isso. Ficou no lugar, abraçando-se, como se estivesse com frio.
Não era de admirar. Ele usava sapatos e uma jaqueta, mas
estava de short.
As suspeitas de Orion ainda estavam em alta, mas estava
disposto a abrir a porta agora pelo menos.
O jovem lá fora pulou quando Orion apareceu lá, e seus olhos se
arregalaram ao vê-lo.
— Sim?
Orion estava com raiva. Estava com raiva que seu tempo com
Nate tinha sido interrompido, irritado que alguém estivesse em sua porta
quando pagou por privacidade, e com raiva que, pela aparência desse
cara, teria que cortar seu tempo de férias curta.
— Eu... eu... — O jovem recuou. Ele era pequeno. Ainda mais
pequeno que Nate e mais magro.
Na verdade, estava pálido doentio.
Pálido o suficiente para ser...
O pensamento invadiu o cérebro de Orion e se enraizou lá.
Recusou-se a deixá-lo e agiu por instinto em seguida.
Agarrou o homem pelo pescoço e o puxou para dentro, batendo
a porta atrás dele.
O cara era tão magro e frágil que, embora Orion mal o tivesse
tocado, caiu de joelhos.
O jovem se virou, andando de caranguejo para longe dele, como
se Orion fosse algo assustador.
— Orion, quem é esse?
— Não sei. Fique aí, bebê.
— O que? — O garoto não poderia ter mais de vinte anos, e
parecia estar prestes a chorar.
Orion se abaixou, agarrou-o novamente e puxou-o para cima.
Puxou a jaqueta de lado, ignorando o pequeno som de pânico que o
homem soltou.
Ele tinha o cheiro de um ômega em cima dele. Um shifter então.
Orion não tinha certeza de que tipo, mas estava magro e pálido, e as
cicatrizes de mordida no pescoço provavam o que ele era.
Um lanche para vampiros. Esse cara passou muito tempo em
uma fazenda de vampiros.
— Quem é Você? De onde você veio?
Orion se inclinou e deu ao homem outra fungada.
O cheiro que se revelou quase o destruiu.
Orin. Seu irmão. Cheirou seu irmão por todo esse homem.
E agora não estava apenas zangado e desconfiado. Estava
furioso.
Orion agarrou o homem pelo colarinho da jaqueta, sacudindo-o
um pouco.
— Onde ele está?
— Orion!
O ômega agarrou os pulsos de Orion, mas é claro que não tinha
forças para empurrá-lo.
Orion o sacudiu novamente.
— Diga-me onde ele está! O que fizeram com ele?
— Eu não sei! Não sei do que você está falando!
Lágrimas escorriam pelas bochechas do ômega. Orion não seria
influenciado. Tinha visto petiscos de vampiros dispostos a chorar por
seus mestres antes, antes de esfaquear as pessoas que tentavam salvá-
las.
Literalmente.
Nem todo mundo queria ser salvo.
— Orion, você está machucando-o, — disse Nate.
Orion não se importou.
— Fique para trás, bebê. — Voltou sua atenção para o ômega. —
Você vai me dizer onde meu irmão está, ou vou quebrar seu pescoço.
O ômega balbuciou balançando a cabeça.
— E-ele disse que você não iria me punir. Sinto muito. Ele disse
para bater na sua porta!
O ômega estava chorando agora. Era uma bagunça de terror,
como se estivesse olhando para a coisa que acabaria com sua vida.
Orion não gostou disso.
Isso ainda podia ser um truque. Ainda podia ser um espião
enviado para baixar sua guarda, mas não podia continuar.
Colocou o ômega no chão.
Orion nem percebeu que tinha levantado o homem.
Nate foi até ele antes que Orion pudesse dizer para parar.
Mas o ômega também não aceitou o conforto de Nate. Gritou e
se afastou, empurrando-se na árvore de Natal, quase rastejando por
baixo e derrubando-a.
Alcançou rapidamente em seu bolso. Orion rapidamente pisou
na frente de seu companheiro, protegendo Nate, mas o que o ômega
pegou não era o que pensava ser.
Era um telefone.
Colocou no chão e empurrou para Orion.
— Ele me disse para pegar isso! Eu não queria isso. Juro!
Orion franziu a testa. Ele se ajoelhou, pegando o telefone.
Clicou no botão, ativando a tela e reconheceu o papel de parede
do irmão.
Dois lobos uivando para a lua. Nada excessivamente especial. A
imagem podia ser encontrada no Google, mas Orin disse que gostou,
porque o fez pensar em lobos-irmãos.
— O homem que te deu isso, — começou Orion. — Onde ele
está?
O ômega apontou.
— Estava do lado de fora. Mas partiu. Ele me trouxe aqui. Eu
não sei porque.
Orion sabia que não deveria deixar seu companheiro para trás.
Deveria ficar para proteger Nate, mas Orion voou pela porta, correndo
para o frio descalço, perseguindo o cheiro de seu irmão.
Capítulo Sete
****
Orion encontrou seu companheiro na cozinha. Parker
conversava com ele enquanto a dupla esvaziava a lava-louças e colocava
uma nova carga.
Nate estava claramente irritado com a tagarelice de Parker. Pelo
menos não estava falando sobre videogames, ou Magic the Gathering,
mas agora estava falando sobre como era estranho e incrível ter Milo em
casa.
Era quase divertido o suficiente para Orion esquecer tudo o que
estava errado há tanto tempo.
Ele se aproximou de seu companheiro, envolvendo os braços em
torno de Nate por trás.
Nate ficou tenso, mas depois derreteu quando Orion pressionou
seus lábios na garganta dele.
Dois dias atrás, Orion nunca teria feito isso. Não só não teria
feito isso, mas teria rido se alguém lhe dissesse que lhe seria permitido.
— Parker, você quer nos fazer um favor e terminar isso para
Nate? Preciso falar com ele sozinho.
Parker piscou e assentiu. Corou, como se estivesse
envergonhado por ter sido pego fofocando sobre algo que preocupava o
irmão de Orion, mas Orion não se importava.
— Uh, claro. Sim, eu posso fazer isso, falo com você depois,
Nate.
Nate assentiu, embora parecesse cansado quando Orion o
afastou do outro homem.
Nate se acomodou sob o braço de Orion, suspirando.
— Obrigado por isso.
— Não sei porque não gosta de Parker. Ele não é tão ruim assim.
— Não, mas tudo o que faz é conversar. Posso entender por que
Fergus quer estrangulá-lo às vezes.
Orion assentiu, levando seu companheiro para o seu quarto.
— Glendon está conversando com Milo agora. Estamos tentando
identificar onde fica a fazenda de sangue.
Nate assentiu.
— Você acha que vai encontrar a tempo?
Deus, Orion esperava que sim.
— Talvez, mas de acordo com Milo, Orin o colocou no porta-
malas daquele carro antes de sair com ele. Acho que era a única maneira
que ele poderia contrabandeá-lo para fora da terra. Ele disse que não
estava no carro por muito tempo. Não mais do que meia hora antes que
fosse solto perto da nossa cabana. Isso nos dá um raio para trabalhar.
Nate assentiu e se animou ao perceber em que ala da casa
estavam, mas não disse nada.
Ainda não.
Orion queria esperar antes que ele tornasse óbvio o que estava
fazendo. O que precisava.
— Sinto muito, bebê, queria passar o Natal com você e ter esse
tempo só para você e eu, mas não posso agora. Preciso ir atrás dele.
Preciso te deixar sozinho aqui.
E Nate também estava se saindo muito bem. Fizeram um
progresso tão grande e ainda havia uma chance de fazer muito mais.
— É por isso que está me levando para o seu quarto?
Orion apertou os lábios antes de abrir a porta.
— Mais ou menos.
Nate hesitou brevemente, mas entrou.
— Não vou pedir para você fazer nada que não queira fazer, mas
Cristo, depois de hoje... preciso de você. Mesmo que só possa me deixar
te tocar, ou te abraçar, eu preciso de você.
Valia a pena mencionar novamente, então foi por isso que fez.
Mais uma vez, o lobo em sua cabeça rosnou em Orion. Dizia
para ele apenas pegar o que lhes pertencia.
Nate era o companheiro deles. Já tinham transado, e se Orion o
levasse, Nate iria gostar, então por que se conter?
Fez isso de qualquer maneira. Por mais que precisasse do
conforto de seu companheiro, não estava prestes a destruir o que
construíram naquela manhã sendo muito rude.
Então ficou satisfeito, e aliviado, quando Nate assentiu e veio
em seus braços, empurrando-se para os dedos dos pés e pressionando
os lábios na boca de Orion brevemente antes de se afastar.
— Isso está bom para mim. Você... você pode fazer o que
quiser.
Orion piscou, deixou o cérebro processar essas palavras e
suspirou.
— Graças a Deus.
Colocando as mãos atrás da cabeça de Nate, Orion se inclinou,
beijando o homem novamente, mais forte desta vez.
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
FIM