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Missão: Planeta Biter

Livro 4

Série Veslor Mates

Por Laurann Dohner


Staff

Revisão Inicial: Lírio


Segunda Revisão: Diana

Revisão Final: Catalina Dragor

Leitura Final: Louvaen Duenda

Formatação: Sariah Stonewiser


É SEMPRE BOM LEMBRAR QUE…

Esta tradução foi realizada por fãs sem qualquer propósito lucrativo e
apenas com o intuito da leitura de livros que não têm qualquer previsão
de lançamento no Brasil.

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Sinopse

Quando seu grupo Veslor responde a um pedido de socorro no planeta

Biter, Roth descobre uma única sobrevivente. A pequena fêmea não é

racional e se agarra a ele como uma tábua de salvação. Isso surpreende Roth,

já que a maioria dos humanos o temem. Esta não o deixará ir, mas ele deve

resistir ao seu desejo por ela. É a única coisa honrosa a fazer.

Presa em um planeta alienígena, com sua instalação foi sabotada e todos

os seus colegas de trabalho mortos ou morrendo, Vera Wade não tem

certeza se conseguirá sair viva. Todos foram expostos a uma droga que os

está deixando loucos. Ela está lentamente perdendo todas as esperanças, até

que um alienígena aparece. Ele parece real, mas provavelmente é apenas

mais uma alucinação. Um homem sexy que parece bom demais para ser

verdade.

Agora ela só precisa convencer Roth de que a atração deles é

definitivamente real, uma vez que as drogas deixem seu sistema... antes que

a pessoa desconhecida que está tentando matá-la, termine o trabalho.


Nota da Revisão

O texto a seguir foi revisado de acordo conforme as novas Regras


Ortográficas, entretanto, com o intuito de deixar a leitura mais leve e fluida,
a revisão pode sofrer alterações e apresentar linguagem informal em vários
momentos, especialmente nos diálogos, para que estes se aproximem da
nossa comunicação comum no dia a dia.

Alguns termos, gírias, expressões podem ser encontrados bem como objetos
que não estão em conformidade com a Gramática Normativa.

Boa leitura!
Capítulo Um

— Você é uma decepção. Você poderia ter feito muito melhor do que

terminar aqui, Vera. Eu tinha grandes expectativas para você. Deveria

ganhar dinheiro suficiente para me sustentar com estilo. Você fez? Inferno

não!

Vera ignorou o pai, que não parava de reclamar dela. Suas palavras a

estavam deixando mais furiosa a cada minuto.

— Você é uma filha de merda. A pior. Eu mereço muito mais!

Vera se encolheu na cama, olhando feio para um homem que não

poderia realmente estar ali. — Bem, você não foi exatamente o pai do ano,

então se culpe se não aprovar como eu ignoro suas ligações. Sem mencionar

que não devo nada a você. Talvez se tivesse ficado para me criar ou pago

meus estudos, eu lhe desse dinheiro.

— Você é uma vadia ingrata. Eu te dei a vida!

— Então você fugiu quando eu era uma criança. Estou farta de discutir

com você. Você está na Terra, morando com uma pobre mulher que ainda

não se cansou de você. Dê tempo a ela. Seu histórico é geralmente de seis

meses ou menos antes delas lhe mostrarem a porta.

— Você é realmente uma vadia ingrata!


Vera lutou para ser racional. Ela precisava tentar manter a calma e não

perder a paciência ou começar a gritar. Ele não era real. Seu pai biológico

não estava lá. Ela sabia disso. Mas isso não o fez desaparecer.

Respirações profundas. Dentro e fora. Assim, ela se treinou

mentalmente.

Vera suspirou alto, sentindo-se mais calma. — Outros relataram ter

visto pessoas mortas quando as alucinações começaram. Eu? Eu vejo você.

Eu sei que você ainda está vivo. Eu só queria que você não estivesse.

— Vê? Você está podre até o âmago! Que tipo de filha diz isso ao pai?

— Uma honesta! Você é tóxico e só me contata quando quer dinheiro.

Eu não devo nada a você. Você é um sugador. Vá tentar sugar dinheiro de

algum outro idiota.

Ela se forçou a sair do beliche, passando por sua alucinação induzida

por drogas, e entrou na sala de segurança principal. Passaram-se quatro dias

desde que ela se mudou para lá de seus aposentos privados e se trancou ali

dentro. Ela se sentou, examinando os monitores.

Havia um lobisomem assustador aparecendo no corredor da cabine três.

Ele olhou para ela através da câmera, sangue escorrendo de sua boca.

— Não é real. — Ela lembrou a si mesma, lutando contra suas emoções

erráticas. — Você não é nem tão assustador, então!


Ele se transformou em uma criatura que parecia suspeitosamente como

o pé grande de um filme de terror que ela assistiu uma vez.

— Porra — murmurou Vera, olhando para a superfície da mesa. Essa

fera era assustadora. Suas mãos tremiam muito. Os tremores vinham

acontecendo nos últimos dias e estavam piorando.

Ela continuou sua varredura de rotina na tela seis, para verificar as

dezenove pessoas que permaneceram vivas dentro das cabines.

A depressão e a desesperança a mantiveram chorando por dias. As

imagens reais de pessoas mortas a assombrariam para sempre.

Gina havia se enforcado com o cinto de um roupão em seu banheiro.

Niles, outro colega de trabalho, parecia ter batido a cabeça na parede até

desmaiar. O sangue manchava a parede e ao redor de sua cabeça, onde ele

havia caído. Ele não se moveu em mais de vinte e quatro horas, então ela

assumiu que ele havia morrido também. As câmeras não podiam aproximar

mais o zoom para ver melhor dentro dos dormitórios privados.

A lista de como as pessoas morreram continuava indefinidamente.

Punhos cortados. Overdose. Asfixia. Até um casal se matou.

— Talvez eu esteja imaginando. — Ela sussurrou. — Talvez eles ainda

estejam vivos.
Ela bateu para ativar a câmera dentro do quarto de Gina. A porta do

banheiro permanecia aberta, seu corpo sem vida ainda pendurado no topo

do chuveiro.

— Ou não. — Ela rolou a tela para uma pessoa viva.

Olivia estava deitada em sua cama, dormindo.

— Obrigada, porra. — Vera bateu no símbolo do microfone. — Como

você está, Olivia? — A mulher não se mexeu.

— Olivia!

Sua colega de trabalho nem mesmo vacilou quando gritou.

Vera começou a entrar em pânico. — Não, não, não. Abra os olhos,

droga. Fale comigo, Olivia. A ajuda está chegando, lembra? Você só precisa

ignorar o que vê e ouve, mantenha a calma e tenha pensamentos felizes.

— Ela está fodidamente morta. — Uma voz profunda resmungou atrás

de Vera.

Vera gritou, girando.

O pé-grande peludo, enorme e imaginário estava a poucos metros de

distância, o sangue escorrendo de sua boca para o pelo marrom espesso de

seu peito. Uma fileira de dentes afiados como navalhas brilhou quando ele

começou a falar novamente.


— Eles estão todos mortos e agora eu vou matar você.

Vera fechou os olhos, ofegante. Ela se pôs reta. — Não é real. Não é real.

Não é real. — Ela também se balançou na cadeira, abraçando o peito. — São

as drogas às quais fomos expostos. Eu ouvi a Dra. Hazel. Vamos ter

alucinações e um monte de outras coisas desagradáveis, como depressão,

raiva e paranoia. Estou trancada. Nada pode me atingir. Essa coisa não é

real.

Um grunhido soou alto, tão perto que ela poderia jurar que sentiu um

hálito quente soprando em sua pele.

Ela forçou os olhos a abrirem e estendeu a mão para fazer uma ligação.

Uma pequena tela surgiu da superfície da mesa. Ela bateu na superfície para

se conectar à cabine médica.

Não foi a Dra. Hazel quem apareceu na tela.

Nancy, com os olhos cheios de lágrimas, encontrou seu olhar.

— A Dra. Hazel está dormindo? — A respiração pesada continuou atrás

dela, mas Vera a ignorou, cantando silenciosamente apenas minha

imaginação em sua cabeça. Foi tentador perguntar a Nancy se ela também

via um pé-grande aterrorizante, mas ela imaginou que a enfermeira já

estaria gritando um aviso se fosse real. — Alguma novidade?

Nancy ergueu as mãos e abaixou o rosto entre elas, soluços suaves

vindos do microfone. — Dra. Hazel morreu. Josie se foi.


Isso chocou Vera. — O quê? Não!

— Ela estava testando drogas nela, tentando neutralizar o que fomos

expostos. Ela está morta. Acho que somos só eu e você agora.

Vera começou a se balançar na cadeira novamente. Agora ela sabia por

que a maioria dos loucos fazia isso. Havia algum conforto no movimento de

ir e vir. — E quanto aos nossos empregadores? A frota? Inferno, alguém

respondeu ao nosso sinal de socorro?

— Eu não sei. — Nancy encolheu os ombros.

— Vou ligar para Dena. Ela deveria estar monitorando as comunicações

de longa distância.

Nancy puxou a cabeça para cima, a dor crua aparecendo em seus olhos.

— Dena provavelmente está morta também. Ela estava reclamando sobre

como ninguém a pegaria viva e jurando que estávamos sob ataque de

rebeldes da última vez que Josie falou com ela. Isso foi esta manhã. Josie

tentou ligar de volta, mas ela não atendeu.

— Não. — Vera bateu na mesa, trazendo à tona o quarto de dormir de

Dena nos monitores de segurança. O pequeno lugar estava destruído, a

roupa de cama no chão e as roupas puxadas para fora da cômoda.

Então ela viu pernas saindo do outro lado da cama.

— Ah não…
— Você pode vê-la? — Nancy se aproximou até que seu rosto ocupasse

a maior parte da tela.

— Parte dela. — Admitiu Vera. — Ela não está se movendo.

— Quem fez isso merece queimar no inferno! — Nancy soluçou,

recostando-se na cadeira.

Vera concordou com a enfermeira. Algum idiota sabotou as cabines em

que viviam e trabalhavam, expondo-os a uma droga experimental da Terra.

Quando perceberam, algumas das 43 pessoas que viviam nas cabines de

pesquisa já haviam enlouquecido.

Eles estavam presos dentro das cápsulas. Eles não tinham nenhuma

nave à disposição para deixar o planeta, e sair das cápsulas seria uma

sentença de morte. Havia ar respirável no planeta, até resistiriam as

temperaturas, mas a agressiva vida selvagem alienígena os mataria

rapidamente.

O primeiro sinal de problema foi quando Joe, um dos cozinheiros,

esfaqueou alguém até a morte por reclamar que não gostou do jantar. Ele

geralmente era o cara mais calmo e não agressivo de todos. A segurança

tentou tirar a faca dele, mas ele tentou esfaqueá-los também. Eles tiveram

que atirar em Joe. Ele morreu durante a cirurgia.

Em seguida, foi Chuck, o chefe da segurança. Ele começou a apresentar

sua esposa a todos. O único problema era que ela morrera dez anos antes.
Ele surtou quando ninguém mais pode vê-la, puxou sua arma e tirou a

própria vida.

O terceiro incidente foi Crystal, uma botânica especializada em

vegetação estranha. Ela ativou os alarmes anulando os protocolos de

segurança e saindo sem um veículo blindado. Eles a encontraram a quase

um quilômetro de distância, sob ataque de um bando de pequenas criaturas

alienígenas. Suas últimas palavras antes de morrer do trauma que ela sofreu

foram murmúrios sobre como suas amostras de plantas começaram a falar

com ela, jurando que a protegeriam de qualquer perigo se ela as procurasse.

A Dra. Hazel e o Dr. Jeth ordenaram que todos fizessem fila na ala

médica, colhendo amostras de sangue e tecido. Eles também fizeram

varreduras de corpo inteiro. Todos deram positivo para um medicamento

experimental registrado que falhou durante os testes em humanos na Terra.

Eles testaram os tanques de água, a comida e até mesmo as bombas de

ar para ver de onde tinha vindo a exposição. Mas já era tarde demais. As

pessoas estavam perdendo a cabeça, alucinando e experimentando emoções

que iam de surtos violentos a depressão severa.

Nenhum trabalho de investigação foi concluído. Em vez disso, todos se

voltaram contra os outros, acusando colegas de trabalho de expô-los à

droga. Os dois médicos ordenaram que todos ficassem dentro de seus

dormitórios e ali permanecessem. Mas eles não o fizeram. Lutas começaram


e vários morreram em decorrência dos ferimentos. Incluindo Dr. Jeth. Um de

seus pacientes quebrou seu pescoço.

Depois que todos os seis seguranças estavam mortos, a Dra. Hazel

pediu a Vera para assumir o monitoramento de todos dentro das cabines.

Ela era uma das três funcionárias com as dosagens mais baixas da droga

encontrada em seus corpos. Ela, a Dra. Hazel e a enfermeira Nancy tinham

isso em comum. Portanto, as três experimentaram a menor quantidade de

efeitos colaterais. Vera recebeu ordens de ativar um bloqueio total. Os

guardas de segurança anteriores se recusaram a fazê-lo. Agora, todas as

portas estavam seladas e não podiam ser abertas, a menos que a própria

Vera o fizesse, da mesma mesa onde ela estava sentada.

— Eu sou uma operadora de drones. Não uma chefe de segurança.

— Vera. — Disse Nancy bruscamente. — Eu sei disso.

Isso tirou Vera de seus pensamentos. Ela não percebeu que tinha falado

em voz alta. Concentrando-se na vídeo chamada ainda ativa com a

enfermeira loira, ela disse: — Eu opero drones sobre a superfície e registro

informações. Eu não deveria estar trancada dentro do escritório de

segurança fazendo isso. Eu só quero ir para casa.

— Todos nós queremos. Sai dessa, Vera. Estamos dependendo de você.

Você que fala conosco, nos mantém calmos. Certifique-se de que fiquemos

trancados para que nenhum de nós saia como Crystal fez... ela era minha

amiga. Esses animais a comeram.


Vera respirou fundo algumas vezes. — Eu sei. Há um pé grande

imaginário nas minhas costas, meu pai idiota - que obviamente não está aqui

- fica arrumando brigas comigo, e os tremores em minhas mãos estão muito

piores do que estavam ontem. Mas estou tentando me controlar. Eu estou.

A enfermeira acenou com a cabeça. — Eu também. Só que não é um pé-

grande ou meu pai que estou vendo. Eu tenho uma visão realmente confusa.

Tipo, tudo está se movendo e balançando. Em um ponto, as cores

explodiram ao meu redor e então tudo ficou preto por um tempo. — Ela

estendeu as mãos. Elas tremiam muito. — Os tremores estão piores para

mim hoje também. Também não consigo parar de chorar. — Então ela

baixou as mãos. — Estou me sentindo suicida.

— Não faça isso. Por favor! Não me deixe! — Implorou Vera. — A ajuda

virá. Só precisamos aguentar.

— Não conseguimos descobrir como fomos todos expostos antes de

tudo ir para o inferno. — Nancy fungou. — Falhamos. Todo mundo está

morrendo porque não conseguimos encontrar a fonte. Ainda estamos sendo

expostos, caso contrário, os sintomas teriam desaparecido até agora. Josie

não parava de repetir isso. Quero sair para escapar, mas continuo me

lembrando do que aconteceu com Crystal. Eu não quero ser comida viva.

— Ouça-me. — Disse Vera com a voz mais calma que conseguiu reunir.

— Não é sua culpa. Alguém fez isso conosco de propósito. Eles eram

espertos e cruéis. Tipo, nível gênio. Pare de se culpar. Você fez todo o
possível. Nós todos fizemos. Só precisamos aguentar firme. Vamos

conseguir sair deste planeta. Você não quer realmente morrer. É apenas a

droga mexendo com sua mente.

Nancy concordou. — Certo.

— Você é durona. Você é forte. Você é uma sobrevivente. Diga.

— Eu sou uma sobrevivente. Eu não vou deixar nenhum bastardo ou

bastardos cruéis me levarem para fora.

— É isso aí. Continue dizendo isso indefinidamente. Nós vamos

conseguir. — A própria Vera precisava acreditar e esperava que dizer as

palavras em voz alta ajudasse Nancy a confiar que isso aconteceria também.

— Nós vamos.

Vera viu algo se mover com o canto do olho, mas não olhou para lá.

Não era real. — Como estão seus pacientes?

Nancy balançou lentamente a cabeça de um lado para o outro.

Vera ficou chocada. — Todos eles morreram?

— Josie morreu, e... isso me deixou sozinha com eles. Eles

eventualmente se libertariam de suas restrições. Estou presa com eles, Vera!

Cinco contra um são chances horríveis. Você não viu Ted quando tentou se

libertar ontem. Ele estava tão violento e furioso! Ele não conseguia nem

sentir dor. Isso o fez mais forte do que o normal. Eu tive que me proteger.
Vera se sentiu mal. — O que você fez?

Nancy fungou novamente. — Eu os matei. Eu precisei! Foi legítima

defesa.

Vera baixou o olhar para a superfície da mesa, olhando para as luzes do

teclado embutido nela.

Não podia ser real. Nancy não mataria cinco pacientes indefesos

amarrados firmemente a camas médicas. Eles tinham sido altamente

violentos, essa era a razão pela qual foram protegidos dessa forma, mas

matá-los por algo além de seu controle seria errado. Não. Era apenas a

mente de Vera mexendo com ela novamente.

— Eu tive de fazer isto. — A voz de Nancy aumentou. — Diga-me que

você concorda!

Vera ergueu os olhos para a enfermeira ao perceber que Nancy devia ter

enlouquecido completamente, e provavelmente ela tinha feito isso de

verdade. Isso a horrorizou, mas ela tentou mascarar suas feições.

Enlouquecer só enviaria a enfermeira muito mais além. — Claro.

Nancy estendeu a mão e delicadamente colocou seu cabelo loiro atrás

das orelhas. — Agora que eu não tenho que lidar com eles, você deve me

deixar sair. Podemos fazer companhia uma à outra até que a ajuda chegue.

Falar com você torna isso mais fácil.

Vera olhou para a mesa novamente.


— Vera? Deixe-me sair e irei até você.

— Eu, uh, não sei como nos tirar do bloqueio. — Ela mentiu.

Nancy já havia matado cinco pessoas. Era bem possível que ela fosse

atrás de Vera também. Seu cérebro estava funcionando bem o suficiente para

fazê-la se perguntar como Josie realmente morreu... se talvez Nancy a

assassinou também.

Vera acompanhou a mentira com alguma verdade. — Dra. Hazel me fez

prometer que nos manteria onde estamos, lembra? É por isso que estou aqui.

Os guardas de segurança não aceitaram suas ordens. As pessoas estavam

saindo de seus quartos e atacando umas às outras. Eu entendo que tenho

que proteger a todos.

Dos três menos infectados pela droga, a Dra. Hazel estava morta, Nancy

tinha enlouquecido e restava ela. E Vera estava uma bagunça.

Eles estavam todos ferrados. Ela sabia disso, mas se recusou a admitir

para a enfermeira.

Em vez disso, ela encontrou o olhar de Nancy. — Eu tenho que fazer

rondas de câmera. Entrarei em contato com você em breve. Basta ter

pensamentos felizes. Alguém virá atrás de nós, com certeza. Apenas aguente

firme, ok? Lembre-se, são as drogas. Elas estão bagunçando nossas mentes.

— Nancy concordou.
Vera encerrou a ligação e começou a se balançar na cadeira novamente.

Muitos arrependimentos encheram sua cabeça. Ela nunca tinha conhecido o

amor de verdade. Os filhos que ela sonhava ter um dia nunca se tornariam

realidade. Ela iria morrer em um planeta de merda sozinha. Não era certo ou

justo.

— Se começar a gritar, nunca vou parar. Segure-se. — Ela se inclinou

para frente, tocando outro dos controles da mesa que descobriu por tentativa

e erro. Ele mostrava sinais de vida dentro das cabines.

Ela olhou para o número exibido.

6.

Então ela ficou cega pelas lágrimas. — Não!

Foi quando ela acabou no chão sob a mesa, soluçando.

Ela só dormiu por algumas horas... e nesse tempo, mais treze pessoas

morreram.

— Treze é azar. Estamos amaldiçoados.

— Pare! São as drogas. Eu não estou amaldiçoada.

Uma risada maligna soou do pé-grande imaginário e ela cobriu os

ouvidos. Não que isso abafasse o som. Ela estava ouvindo a coisa dentro de

sua cabeça.
— Não é real. — Ela cantou, balançando seu corpo novamente. — Não é

real. Eu me recuso a morrer aqui. Eu vou conseguir. Mantenha-se firme.

Apenas aguente firme!

******

Alarmes soaram. Vera acordou de repente dentro do armário onde

dormia, os olhos arregalados na escuridão. — Que novo inferno é esse?

Ela empurrou a porta, momentaneamente cega pela luz, e saiu do

espaço apertado. Nenhuma figura imaginária esperava lá fora para assustar

ou gritar com ela. Ela foi até a mesa na sala principal do compartimento de

segurança e se sentou.

Luzes vermelhas piscavam na tela do computador, junto com mais

algumas luzes nas paredes. De acordo com o display, o grupo de cabines

que compunham seu centro de pesquisa havia sido violado pelo exterior, na

área onde mantinham seus veículos terrestres blindados.

Ela olhou para o monitor de alimentação ao vivo para aquela seção de

cabines. Uma das portas maiores revelou danos, como se tivesse sido aberta

com violência. Metal enrolado para dentro, detritos espalhados pelo chão e

cobrindo alguns dos veículos de superfície semelhantes a tanques.


A câmera apagou e voltou. A porta permanecia danificada. Ela

percebeu que poderia realmente ser real, já que os alarmes ainda soavam e o

que ela viu não havia mudado.

Pânico a atingiu. Os animais alienígenas ficaram mais espertos?

Encontraram uma maneira de entrar?

Ela tentou pensar, permanecer racional, mas não parava de se lembrar

da visão do corpo de Crystal, dezenas de mordidas nele, enquanto ela era

carregada para a ala médica por dois oficiais de segurança. Talvez aquelas

pequenas criaturas tivessem se reunido em grandes números para atacar

aquela seção da cabine, conseguindo estourar através da grande porta

externa.

Isso significaria que eles estavam dentro - e viriam devorá-la.

Vera saltou da cadeira, cambaleou, mas foi até o armário de armas. A

Dra. Hazel usou as impressões digitais de Chuck depois que ele morreu para

mudar a fechadura biométrica, dando a Vera acesso a tudo dentro da

segurança.

Ela pressionou a mão trêmula no bloco e apertou, destrancando o

armário. Ela agarrou um dos rifles laser, mas hesitou. Sua mira

provavelmente seria ruim com sua visão defeituosa e corpo trêmulo. Havia

um blaster sônico. Isso prejudicaria qualquer coisa nas proximidades de sua

mira quando disparado.


Ela largou o rifle e pegou o blaster.

— Ok, eu posso fazer isso. Eu não serei comida. — Ela correu de volta

para o escritório principal, olhando para a única porta do compartimento de

segurança. — Eles precisam chegar até mim passando por lá.

Vera balançou novamente em seus pés. Não apenas suas mãos tremiam,

mas todo o seu corpo estava sofrendo de tremores. Seu equilíbrio era uma

porcaria. Pontos dançaram diante de seus olhos e tudo ficou escuro, mas

aquele alarme estridente continuou soando.

Ela havia ficado cega. Já acontecera algumas vezes antes. Normalmente

ela não se importava quando seus olhos ficavam vacilantes. Isso significava

que ela não podia ver nada imaginário que não estivesse ali. Agora ela

precisava de sua visão para sobreviver. Havia verdadeiras criaturas

parecidas com répteis com fileiras de dentes afiados vindo para comê-la.

— Não, não, não! Meus olhos! Eu preciso ver! — Ela piscou

rapidamente e parte de sua visão voltou. Ela apontou para a porta

novamente com o blaster sônico, encontrou o gatilho com o dedo e tentou

segurar as pernas. Nunca havia disparado aquele tipo de arma antes, mas

ela ouviu que existia um pouco de tranco.

— Eu não serei comida! — Ela gritou. — Eu não vou morrer!

O barulho do alarme fez sua cabeça doer, como se ela estivesse sendo

apunhalada nos ouvidos com uma faca.


Uma luz se acendeu no painel ao lado da porta e isso a assustou o

suficiente para que ela acidentalmente puxasse o gatilho.

A arma disparou uma explosão sônica. Atingiu a parede e ricocheteou

nela. Vera percebeu que estava perto demais da onda de choque antes de

cair no chão. Ela voou pelo ar e caiu dolorosamente de costas.

Ela lutou para sugar o ar que havia sido arrancado de seus pulmões, seu

corpo inteiro doendo, mas Vera conseguiu levantar a cabeça. O blaster não

estava mais em suas mãos. Ela o deixou cair.

A porta da segurança estava lentamente sendo aberta pelo que parecia

ser um braço robótico.

Ela gritou, rolou e começou a rastejar a barriga em direção à porta mais

próxima.

Não eram as criaturas répteis locais que tentaram comer Crystal, vindo

atrás dela. Ela estava sob ataque de robôs assassinos. Cada vídeo de terror

que ela já tinha visto começou a passar por sua cabeça, aterrorizando-a. Ela

não queria que seu corpo fosse dilacerado como tecido úmido por alguma

máquina estúpida!

Ela chegou à entrada do banheiro, sabendo que precisava ficar de

joelhos assim que entrasse, para fechar e trancar a porta.

Algo a agarrou. Algo grande envolvendo completamente seu tornozelo.

Ela gritou novamente.


Vera foi puxada de volta para a sala principal, sua camisa subindo até

que sua barriga nua foi arrastada pelo chão.

Ela se retorceu, chutando com o outro pé. — Abortar a missão! Pessoa

viva. Você não tem permissão para me matar, seu robô estúpido! Estou

autorizada a estar aqui!

Ela se sentou, batendo os punhos, tentando bater na mão que a

segurava e no braço que a segurava. Acertou alguns golpes na superfície

dura do corpo de metal branco. Isso soltou seu tornozelo.

Então estava olhando para algo ainda mais horrível do que um robô

assassino.

Era um alienígena vestindo um traje espacial branco. A placa frontal de

seu capacete era clara, revelando olhos dourados em forma de gato e feições

aterrorizantes.

Vera gritou, jogou-se de costas e tentou chutá-lo para longe. — Eu não

sou comida!

Quando ele não tentou agarrá-la pela segunda vez, ela rolou, rastejando

de barriga novamente em direção ao banheiro. Só precisava se trancar ali e

estaria segura.
Capítulo Dois

Roth e seu grupo receberam ordens de invadir as instalações e

destrancar todas as portas, assumindo o comando do escritório de

segurança. Todo o lugar estava trancado por algum motivo.

Um farol de socorro chegara à Defcon Red quatro dias antes. Humanos

que trabalham para alguma empresa baseada na Terra montaram uma

instalação para estudar o planeta. Ninguém havia respondido aos gritos até

agora. Ao chegar ao planeta, seu agrupamento Veslor e duas equipes táticas

humanas foram enviadas para a superfície para investigar.

As quatorze grandes cabines estavam todas conectadas, formando uma

estranha construção em um padrão circular, com a décima quinta maior

estrutura no centro. Eles tentaram chamar alguém para dentro, para dar-lhes

acesso, mas quando ninguém respondeu, eles tiveram que abrir caminho por

uma grande porta externa.

Tinha sido estranho não ver ninguém enquanto eles caminhavam além

da área de armazenamento de veículos. Cada porta que eles encontraram foi

lacrada e trancada. A única informação com a qual eles precisavam trabalhar

vinha da empresa proprietária das instalações. New Worlds declarou que

quarenta e três funcionários trabalhavam lá. Não era um lugar muito

grande, e eles deveriam ter encontrado alguns dos humanos.


O que Roth não esperava encontrar quando eles substituíram as

fechaduras do escritório de segurança era uma mulher vestindo o que ele

sabia ser pijamas. A humana continuou gritando e agindo de forma

irracional. Ela tentou rastejar para longe dele novamente em seu estômago.

Era quase triste assistir, enquanto ela se movia tão lentamente.

Seu cabelo castanho escuro estava uma bagunça selvagem de cachos

caindo até a metade das costas, e parecia que não era penteado há muito

tempo.

Ele se virou para Drak, apontando para o computador principal. —

Corte esse ruído e libere as travas em cada seção.

O homem correu em direção à mesa para fazer o que foi ordenado.

Roth permaneceu agachado enquanto a fêmea avançava alguns metros

para dentro da porta aberta. Ele gentilmente estendeu a mão mais uma vez e

envolveu a mão enluvada em seu tornozelo para impedi-la de tentar se

barricar dentro do banheiro.

Ela gritou, torceu a cabeça e tentou olhar para ele. Seu cabelo estava em

seu rosto. — Eu não sou comida! Desapareça! Os extraterrestres se foram!

Maith, o médico deles, aproximou-se do lado da fêmea e caiu de joelhos

ao lado dela.

A fêmea o viu e gritou, tentando rolar para o lado oposto. Ela bateu no

batente da porta aberta com o ombro. O grito se transformou em um soluço.


— Não é real. Nada disso é real. Estou apenas vendo merda. Isso não é o pé-

grande. Não é o meu pai. É muito pior!

Roth gentilmente a puxou pelos poucos metros que ela conseguiu entrar

no banheiro daquela vez, para onde ela não poderia se machucar mais, e

soltou seu tornozelo. — O que tem de errado com ela?

— Eu não sei. — Maith encolheu os ombros fora de sua mochila, abriu-a

e retirou um scanner médico portátil.

Os alarmes silenciaram e Roth sentiu alívio. Os ruídos altos eram

dolorosos para seus ouvidos sensíveis. Os soluços suaves da mulher soaram

lamentavelmente tristes, e ela se virou de lado, rolando em uma bola

enquanto puxava os joelhos até o peito. Ela começou a mover a cabeça,

batendo-a no chão.

Ele rosnou baixinho, aproximando-se e ficou atrás dela. Então ele enfiou

a mão enluvada entre o chão e o lado de seu rosto para protegê-la de causar

danos.

A mulher congelou, os soluços cessando. Ela virou o rosto para olhar

para ele.

Ela tinha olhos azuis claros que pareciam grandes demais para seu rosto

delicado... e os centros negros deles estavam fazendo algo que ele nunca viu

antes. Eles cresciam, quase ultrapassando o azul, então encolhiam, antes de

aumentar novamente.
— Você não é real. Nada disso é real. — Ela cerrou o punho com a

pequena mão, acenando para ele. Ela não conseguia segurar com firmeza. —

Vou chutar a sua bunda se você for real!

— Nós não vamos machucar você. Qual o seu nome? Eu sou Roth. Esse

é Maith. Ele é um médico. — Ele tentou manter seu tom suave e calmante.

— Ela não tem ossos quebrados ou hemorragia interna, mas estou lendo

uma alta dosagem de uma substância desconhecida em seu corpo que não

deveria estar lá. Precisamos levá-la para a ala médica. Eles deveriam ter uma

cama de digitalização lá, e acesso total à sua biblioteca médica humana para

diagnosticar com mais precisão.

Roth grunhiu em reconhecimento a Maith. — Qual o seu nome? — Ele

se inclinou mais perto da mulher, segurando seu olhar aterrorizado.

— Você não é real. — Ela fechou os olhos, respirando rápido e com

dificuldade. — Ainda estou drogada. Este é apenas outro efeito colateral.

Roth ergueu a cabeça, olhando para Maith.

O homem parecia tão surpreso quanto se sentia.

Roth rosnou baixinho.

— Não me coma! — Seus olhos se abriram e ela tentou dar um soco em

sua máscara.
Ele facilmente agarrou o pequeno punho dela com a mão enluvada,

sendo gentil. — Você não é comida.

Ela se acalmou, piscando para ele. — Certo. Não sou comida.

— Não vamos comer você. Somos Veslors trabalhando com a frota da

United Earth. Recebemos seu pedido de socorro. Você entende?

Ela mordeu o lábio, deixando a cabeça descansar na palma da mão

enluvada, e continuou a piscar rapidamente enquanto olhava em seus olhos.

— Você usou drogas? Que tipo?

Maith chamou sua atenção quando ele falou. A fêmea choramingou, seu

corpo tremendo, e ela fechou os olhos.

— Olhe para mim. — Roth ordenou com firmeza.

A fêmea fez o que ele pediu, fixando o olhar nele novamente. Ele usou o

polegar enluvado para acariciar suavemente seu pulso, já que ainda

segurava seu punho em suas mãos.

— Viemos para ajudá-los. Você entende? — Roth deu um pequeno

aperto em seu punho, tomando cuidado com seus delicados ossos. — Somos

reais. Eu sou Roth. Qual é o seu nome?

— Vera. Sou Vera Wade. Por favor, seja real. — Grandes lágrimas

rolaram de seus olhos, escorrendo pelo rosto.


Suas comunicações internas de capacete começaram e Clark Yenna, o

humano que liderava a missão de resgate, falou. — Estamos encontrando

corpos. Nove até agora nesta seção que estamos pesquisando. Parece ser um

alojamento. Sete deles parecem suicidas, mas dois aparentam ter se

esfaqueado várias vezes com vidros quebrados de um espelho até que cada

um sangrasse. Alguém encontrou um sobrevivente? Relatório.

Roth olhou para Maith. Ele não estava prestes a remover a mão sob a

cabeça da mulher ou liberar seu punho. — Ative meu comunicador.

O médico alcançou a mulher entre eles e tocou a lateral de seu capacete.

Roth respirou fundo e começou a falar. — Aqui é Roth. Encontramos uma

fêmea humana dentro do escritório de segurança. Ela está mentalmente

instável e admitiu estar drogada. Estamos levando-a para a baia médica.

Clark respondeu imediatamente. — Entendido. Eu te encontro lá.

Alguém mais?

— Aqui é Birch. — Afirmou o outro líder da equipe. — Temos mais

corpos na seção que estamos procurando. Seis até agora. Alguns deles

usaram móveis para barricar as portas por dentro, então o acesso é lento.

Uma garota se enforcou no chuveiro. Outro cara parece que quebrou o

crânio contra uma parede e simplesmente morreu onde caiu. Isso é uma

merda seriamente maluca.


— O que diabos aconteceu aqui? Ninguém remova seus capacetes ou

luvas. — Ordenou Clark. — Talvez eles estejam doentes com alguma coisa

do mundo estranho.

— A mulher sobrevivente admitiu estar drogada. — Roth o lembrou.

— Quais drogas? — Clark parecia furioso.

Maith respondeu. — Desconhecido. É por isso que precisamos levá-la

para a ala médica. Devemos levá-la até Defcon Red em um ônibus espacial?

Meu scanner portátil não é capaz de identificar o que está em seu sistema,

mas está mostrando altos níveis em uma substância desconhecida.

Clark proferiu uma maldição. — Estou entrando em contato com o

Comandante Bills para informá-lo da situação. Não a levaremos a lugar

nenhum até que saibamos que ela não é contagiosa ou um risco para a saúde

de ninguém lá. Roth, vou encontrá-lo em sua ala médica. Maith, descubra o

que diabos está acontecendo.

— Claro. — Maith apareceu para os dois tocando em seu capacete.

Roth se inclinou mais perto da mulher. — Eu vou pegá-la. — Seus olhos

se fecharam e seu corpo ficou tenso.

Roth soltou suavemente o punho da fêmea e tirou a outra mão de

debaixo de sua cabeça. Foi fácil levantá-la. Ela não pesava muito. A camisa

fina e as calças estampadas combinando que ela usava eram largas, como se
tivesse perdido peso recentemente, ou as tivesse emprestado de um ser

humano maior. Ele se virou para a porta.

— Gnaw, Drak, permaneçam aqui e baixem qualquer informação que

vocês puderem sobre o que aconteceu com estes humanos. Transmitam para

Defcon Red. — Ambos os machos assentiram.

A mulher em seus braços abriu os olhos e olhou para ele. Ela lentamente

ergueu uma mão trêmula e pressionou-a contra seu traje. — Você parece

real.

— Eu sou real, Vera.

— Tenho esperanças que sim. Mas não acredito nisso. Ninguém veio.

Tínhamos esperança. Nós esperamos. Ninguém veio.

Roth deixou Maith conduzi-lo até a ala médica do centro de pesquisa.

Eles ganharam acesso a um mapa do interior, uma vez que violaram as

instalações. Os corredores que conectavam as cabines eram estreitos, mas os

tetos eram altos.

— O que aconteceu? Você pode me dizer, Vera? — Roth caminhou

lentamente, mantendo um controle firme sobre a mulher em seus braços,

caso ela começasse a lutar. Ela não estava racional.

— Estávamos todos drogados. — Sussurrou ela, esfregando as mãos em

seu uniforme, desde o peito até o capacete. — Tentamos descobrir como isso

aconteceu, mas todo mundo estava enlouquecendo. Vendo pessoas mortas.


Pé Grandes. Também estavam se matando e precisaram ser trancados dentro

de seus quartos. Eles me nomearam chefe da segurança. Quão louco é isso?

Eu opero drones!

Roth parou, franzindo a testa para ela.

Ela assentiu. — Sim. Eu não sou da segurança. Drone geek. Eu os

programo, os faço voar e conserto. Estou encarregada de mapear a superfície

do planeta. Esse é o meu trabalho. Não ver pessoas morrerem. Muitos deles

morreram... eu tentei tanto mantê-los vivos. — Sua voz falhou. — Eles não

me ouviam. Continuei dizendo para esperarem. Manterem-se firmes. Que

nada disso era real. — Ela começou a soluçar. — São apenas as drogas. Não

é real.

Roth lançou um olhar preocupado para Maith, que também parou. —

Mova-se mais rápido. Ela parece estar ficando mais instável.

O macho começou a caminhar rapidamente pelos corredores estreitos

que conectavam os casulos. Roth o seguiu de perto. Eles chegaram a portas

duplas com uma grande cruz vermelha em uma das entradas da cabine e

Maith apertou o botão. A porta se abriu e o médico entrou primeiro.

Ele parou rapidamente. Roth quase trombou com ele. Ele viu o que o

outro homem via e rosnou baixinho.


Uma mulher com cabelos claros estava sentada em uma cadeira, uma

seringa na mão mole no colo. Seus olhos estavam abertos, mas sua coloração

parecia diferente.

Maith correu para ela e se agachou. Ele virou a cabeça em direção a

Roth. — Morta. — Ele se levantou, caminhando em direção a uma das salas

de exame. Então ele saiu correndo de vista.

Roth olhou ao redor da grande sala com mesas. Um rosnado alto veio

de seu médico, e então Maith saiu furioso, indo para outra área de exames.

— O que é isso?

— Mais mortos! — Maith gritou. — Eles estão amarrados. O último foi

uma overdose, pelo que parece. — A seringa estava a centímetros dele e

pude ver o ferimento da punção. Ele saiu da segunda sala. — Aquele

também. Alguém os conteve e os matou com doses tóxicas de um sedativo.

— Ele foi para outra sala de exames e rosnou novamente. — Três. Este

também está morto.

— Nancy fez isso. — Sussurrou a fêmea nos braços de Roth.

Roth olhou para ela. — Quem?

Ela tirou a mão de sua caixa torácica e apontou o polegar em direção à

mulher morta com cabelos claros. — Ela realmente fez isso... Eu esperava

que Nancy tivesse mentido ou estivesse confusa. — Então a fêmea


choramingou e apertou o rosto contra ele. — Não quero ver mais mortos.

Tantos mortos!

— Encontre uma plataforma de digitalização. — Roth ordenou.

— Estou limpando uma agora. — Maith gritou. — Traga-a aqui. Acabei

de tirar o corpo.

Roth carregou a mulher para seu médico que esperava, olhando para o

corpo de um homem no chão. Ele foi para o outro lado e tentou colocar Vera

gentilmente na cama.

Ela se moveu rápido, porém, avançando e envolvendo os braços em

volta do pescoço de seu traje. — Não!

Roth se acalmou quando a fêmea se agarrou a ele. — Vera, estamos

tentando ajudá-la. Você precisa me libertar. Meu médico precisa te escanear

e encontrar uma maneira de fazê-la ficar melhor.

— Não há cura! — Ela se agarrou a ele com mais força. — É uma droga

experimental. Tenho que parar de ser exposta e, eventualmente, os sintomas

irão embora. Desaparecer. Se dissipar. Algo parecido. Dra. Hazel disse isso.

Mas não podíamos sair. Jeremy desativou os veículos. Ele pensou que sua

namorada o deixaria. Ele não tinha motivos para consertá-los, então

poderíamos dirigir para fora. Os animais teriam nos comido se tivéssemos

tentado sair sem a proteção dos veículos. Não temos trajes ambientais

pesados que possam resistir a um ataque. O ar é respirável aqui, mas


estávamos presos dentro. A pobre Crystal foi comida! Ela foi lá fora. Pobre

Crystal... — Ela soluçou. — Os animais a estavam comendo!

Roth ajustou a fêmea até que ela se sentou na cama médica e esfregou

suavemente suas costas. — Você precisa ficar deitada.

— Não. Você se parece real. Eu não vou desistir. Você é esperança. Eu

preciso de esperança!

Maith foi para o outro lado da cama. Ele gentilmente agarrou a fêmea e

tentou fazê-la soltar Roth.

A fêmea gritou, machucando a orelha de Roth mais perto de sua boca

aberta, mas eles conseguiram imobilizá-la com uma força cuidadosa. Ela

resistiu, ainda gritando, e seu olhar travou em Roth.

— Eu preciso de você! Não me deixe. Por favor! Eu não aguento mais.

Aguentei o máximo que pude!

Ela estava ofegante, apavorada e se debatendo. — Sede ela. — Ele

ordenou a Maith.

— Eu não posso arriscar. O que quer que esteja em seu sistema já é uma

dosagem alta.

— Eu preciso de você! Por favor! — A fêmea começou a soluçar

novamente.

— Deixe-a ir. — Roth ordenou.


No momento em que Maith a soltou, a fêmea rolou em direção a Roth,

agarrando-o pelos braços e tentando subir em seu traje para alcançar seu

visor. Não que ela fosse fisicamente capaz. Ela parecia extremamente fraca.

Ele se inclinou, colocando o rosto o mais perto do dela quanto o

capacete permitia. — Olhe para mim.

Ela fixou seu olhar no dele. Agora ele estava realmente preocupado. Um

de seus olhos era quase todo preto, o centro ultrapassando o azul, mas o

outro... o preto era apenas um pequeno ponto, mostrando a maior parte do

azul.

— Vou segurar sua mão e não vou deixá-la, mas você precisa se deitar e

permitir que o scanner passe por seu corpo. Você entende?

— Você não vai me deixar? Eu posso segurar você? — Desespero soou

em sua voz.

— Sim. — Ele pegou sua pequena mão em sua luva. — Segure-se em

mim aqui. Eu não vou deixar você ir. Agora fique deitada, Vera. Por favor.

Estamos tentando ajudá-la.

Ela ainda parecia insegura. — Você não vai me deixar ir? Você não vai

desaparecer ou se transformar em um pé grande?

Roth sentiu pena dela. Ela não fazia sentido. — Veslors - isso é o que eu

sou - sempre cumprimos nossas promessas. Eu não vou deixar você ir. Estou

bem aqui e sou real. Deite-se.


Ela agarrou a luva dele e lentamente relaxou, ajustando o corpo até ficar

deitada de costas.

Roth acenou com a cabeça para Maith. — Ajude-a.

Maith começou a trabalhar, operando sua cama médica. A varredura

correu lentamente, iluminando-se sob a fêmea. — Não vai demorar muito.

Vera ficou completamente imóvel, olhando para Roth enquanto

agarrava sua mão. Ele percebeu que o que havia de errado com ela, devia ser

ruim. A maioria das mulheres humanas evitava Veslors, assustadas ao vê-

los. Esta parecia depender dele para manter-se calma.

Maith se virou, erguendo um bloco de dados de uma mesa próxima e

batendo nele. Longos momentos se passaram.

A fêmea estremeceu, ofegando, chamando a atenção de Roth.

— O que está errado? Estou segurando sua mão. Estou aqui.

— Algo me atingiu.

— Desculpe. Eu precisava de sangue para testar. — Maith disse

suavemente.

— Está tudo bem. — Roth garantiu a ela. — Continue segurando minha

mão, Vera.
O tempo se arrastou até que finalmente Maith se virou. — O

computador identificou a droga que ela foi submetida.

— Cure-a.

— Eu não posso. Há um nome de empresa da Terra atribuído, mas está

listado como uma droga experimental que falhou nos testes na Terra e foi

proibido de uso por seu povo. Nenhuma outra informação está disponível

sobre isso.

Roth não gostou de nada que ouviu. — O que mais?

Maith largou o bloco e foi até uma tela do outro lado da sala, indo

trabalhar naquela estação. — A Dra. Josie Hazel fez anotações. Estou lendo,

mas o programa de tradução que estou usando para ler a língua deles é

lento. — Maith parou por longos minutos, então rosnou.

A mulher na cama choramingou, virando-se para Roth e pressionando

contra seu traje. Ele estendeu a mão livre, acariciando as costas dela com a

luva. Ela pareceu se acalmar com seu toque.

Roth não tinha mais paciência. A fêmea estava muito angustiada. Maith

precisava encontrar uma maneira de ajudá-la. O incomodava vê-la tão

apavorada. — O que você descobriu?

Maith se virou para sustentar seu olhar. — Parece que eles foram

expostos propositalmente a essa droga ilegal por uma fonte desconhecida. A

Dra. Hazel acreditava que era um ato de terrorismo, mas não tinha ideia de
quem iria querê-los mortos. Os humanos começaram a caçar como estavam

sendo expostos, mas suas mentes foram afetadas muito severamente quando

perceberam o que aconteceu.

— A droga impossibilitou a realização de tarefas. Os pacientes exibiam

vários sintomas, principalmente vendo coisas que não estavam lá, mudanças

drásticas de humor, pensamento irracional e visão deficiente com espasmos

musculares. — Ele fez uma pausa. — É por isso que essa mulher está

tremendo. Os humanos não conseguiram localizar a fonte da exposição para

detê-la, não tinham como deixar o planeta ou sobreviver fora desta

estrutura. Tudo o que podiam fazer era esperar a chegada de ajuda. A

médica finalmente implementou um bloqueio total para separar os humanos

e retardar as mortes.

Clark Yenna entrou na sala - e parou abruptamente. — O que está

acontecendo? Ela está doente? É transmissível? — Ele fez uma pausa. — Por

que há um corpo no chão?

Maith deu a ele um rápido resumo do que haviam descoberto. —

Precisamos transportar esta fêmea para a ala médica da Defcon Red, que é

mais avançada do que esta instalação, e a empresa na Terra que criou esta

droga precisa ser contatada para saber mais sobre isso. Também devemos

descobrir qual foi a fonte de exposição aqui. Os humanos não conseguiram e

ninguém da Defcon Red pode remover seus trajes enquanto estiver aqui ou

conectar-se a esta instalação para substituir o suprimento de água ou ar de

seus trajes. Esses podem ser comprometidos. Teremos de executar a


descontaminação total em todos que entraram neste lugar antes de

removerem seus trajes ou pisarem no Defcon Red.

Clark grunhiu. — Por que descontaminação total? Os trajes não vão nos

proteger?

Maith ergueu uma das mãos enluvadas. — É possível que a droga se

fixe em superfícies sólidas. A droga pode ter sido espalhada em superfícies,

como tinta, e transferida pelo toque. Pode estar presa ao exterior de nossos

trajes. Eu vi um veneno espalhado dessa forma uma vez em um posto

avançado alienígena; eles não gostavam de estranhos. Foi colocado em todas

as paredes, portas e móveis.

— Entendi. — Clark suspirou. — Estaríamos expostos tirando nossos

trajes se eles não fossem limpos primeiro. Eu estou trabalhando nisso. — Ele

franziu a testa para Vera. — Vou pedir a Birch e o médico de sua equipe que

a levem e a entreguem aos médicos enquanto descobrimos esta bagunça e

como tudo aconteceu. Todos os corpos precisam ser ensacados e

etiquetados, também, para autópsias e recuperação, para mandá-los para

casa, para suas famílias.

Roth abaixou a cabeça, olhando para a fêmea enrolada contra ele

segurando sua mão. Então ele olhou de volta para Clark. — Eu preciso ser o

único a levá-la.

O líder da equipe masculina bateu no controle do capacete antes de

falar. — Prefiro que seu grupo fique aqui embaixo. Eu sei que vocês
meninos, protegem as mulheres e os respeito muito por isso, mas a verdade

é que alguns do time não estão lidando bem com isso. Jones vomitou dentro

do capacete e Ryan está assustado com todos os corpos que encontramos.

Essa mulher é a única que pudemos resgatar, Drak me deixou saber que eles

rastrearam sinais de vida nas pessoas que vivem aqui. Já chegamos a vinte e

oito corpos, com mais para encontrar. — Ele apontou para o que estava no

chão. — Vinte e nove e agora trinta com a loira lá fora sentada na cadeira.

Roth olhou para a mulher. Ela não estava ciente do que Clark havia

dito, já que o homem transmitiu sua voz apenas dentro de seus capacetes,

através de seus comunicadores. Ele não tinha ideia de como ela reagiria se

percebesse que todos os outros humanos estavam mortos.

— Esta fêmea está altamente instável e parece ter se ligado a Roth. —

Maith informou a Clark. — Ela não pode ser sedada. Não é seguro em sua

condição atual. Li as notas do médico responsável por este lugar. Qualquer

tentativa de sedar os pacientes fazia com que seus sinais vitais falhassem.

— Porra. — Clark assobiou. — O que mais?

— Cada vez que Roth solta a fêmea, ela acredita que está sendo atacada

ou perde o controle da realidade. É importante mantê-la calma até que se

estabilize. Ela está sofrendo de desnutrição, desidratação e níveis perigosos

de estresse que podem piorar sua condição quando


Os olhos de Clark se arregalaram quando Maith explicou. — Eu vejo. —

Ele olhou para Roth. — Quem está encarregado de seu agrupamento se você

sair da superfície?

— Drak.

— Leve-a ao Defcon Red e fique com ela até que os médicos digam que

está estável. Descubra o que puder quando ela estiver. — Clark suspirou. —

Eu preciso de você aqui embaixo, Maith. Continue vasculhando seus

registros médicos. Envie tudo o que encontrar para a Defcon Red. Os

médicos lá em cima vão querer o máximo de informações que puderem para

descobrir o que diabos está acontecendo com ela. Vou enviar o médico de

Birch com você, Roth. Ele o encontrará no ônibus dois. Eu sempre esqueço o

nome da criança. Ele é novo.

Roth encontrou o olhar de Maith. — Seja cuidadoso. Informe o resto do

nosso grupo que estou saindo.

— Imediatamente.

Roth se abaixou. — Vera?

Ela virou a cabeça, olhando para ele.

— Vou soltar sua mão.

— Não! — Ela usou a mão livre para agarrar sua perna, as unhas

arranhando seu traje.


— Ouça-me. — Ele rosnou. Ela congelou, ofegante.

— Eu vou soltar sua mão para te pegar. Pode segurar em mim. Você

entende? Eu não vou te deixar.

Ela assentiu. — Você é real, certo? Você não quer me matar ou pensa

que eu sou comida?

— Sou real. Eu não vou te machucar de forma alguma. Você não é

comida.

— Cara, ela está realmente confusa. — Clark sussurrou.

— Sim. — Concordou Maith.

Roth largou a mão de Vera e rapidamente a pegou em seus braços. Ela

colocou os dedos na parte de trás do capacete dele e enterrou o rosto em

peito. Ele se virou, encarando Clark e encolheu os ombros. Ele não tinha

ideia de porque a mulher confiava nele.

Clark saiu do caminho. — Boa sorte com isso.

— Descontaminação total. — Maith lembrou a Roth.

— Vou informar Defcon Red. — Clark tocou a lateral de seu capacete

para transmitir para o resto das equipes. — Peterson, preciso que você

transmita uma mensagem lá em cima. Tenho uma sobrevivente e dois

membros da equipe indo em sua direção. Vista-se, pilote ou feche sua bunda
dentro da cabine. Ciclo de descontaminação completa. Tenha nossa ala

médica pronta para utilização.

— Porra. — O piloto suspirou. — Entendido.

Roth não esperou para ouvir mais, saindo da sala de exame e deixando

a ala médica da instalação. Ele tinha que encontrar o caminho de volta para

onde eles haviam feito uma abertura para entrar em uma das cabines e

alcançar o transporte dois o mais rápido possível. A mulher sob seus

cuidados precisava de mais ajuda do que ele ou seu grupo poderiam dar a

ela.

Ele não gostou da ideia de levar a mulher para fora, mas as varreduras

indicavam que a atmosfera não a prejudicaria. O oxigênio do planeta era

respirável e o tempo não era frio ou quente o suficiente para prejudicá-la. Ele

se moveu rápido, entretanto, entrando na nave. O jovem médico humano já

estava esperando.

— Eu reclinei um assento para prendê-la.

— Isso não é viável. — Roth se sentou em outro assento, ajustando a

mulher em seu colo. Vera se agarrou a ele, mantendo o rosto escondido

contra a casca dura de seu traje.

— Mas-

— Feche as portas e diga ao piloto para decolar. — Roth ordenou.


— Vocês não estão amarrados.

— Eu não posso colocá-la no chão. Ela não reage bem. Diga ao piloto

para voar com cuidado para evitar machucar mais a fêmea. Vou apenas

segurá-la ao meu assento.

— Mas os regulamentos afirmam que-

— Faça o que lhe é dito. Sou um líder de equipe. Não a sua, mas ainda

assim um líder. Chame quando estiver desligada. Lembre o piloto de

estabilizar lentamente a gravidade quando chegarmos ao Defcon Red.

O homem suspirou, fechou a porta lateral e usou um painel de

comunicação na parede para informar ao piloto que havia dois passageiros

que não estavam amarrados.


Capítulo Três

Vera gritou e se agarrou ao traje duro do homem estranho quando ele

tentou colocá-la no chão. Ela não ia deixar isso acontecer. Ele parecia real.

Sólido. Assustador como o inferno também, mas ela estava vendo o pé-

grande por dias. Um sangrento que a provocava constantemente. Um

alienígena vestindo um traje espacial branco que prometeu não matá-la e

concordou que ela não era comida parecia uma grande melhoria para sua

situação.

— Vera Wade. — Seu alienígena rosnou. — Pare. Devemos passar pela

descontaminação juntos, já que você não se sente segura sem mim. Estamos

prestes a ser pulverizados e em seguida, precisamos retirar tudo e fazer de

novo. Não posso tirar meu traje se estiver te segurando. Eu fico com você se

insistir. Eu simplesmente não consigo te manter em meus braços, entende?

Ela estava tão cansada. Agarrar-se ao pescoço do traje era difícil,

especialmente quando ele tentava fazer com que ela o soltasse. — Não! Não

me deixe.

Ele suspirou. — Eu não vou deixar você. Eu dei minha palavra.

Precisamos ser descontaminados. Você entende? A droga que fez isso com

você pode estar no meu traje e na sua pele. Precisam ser lavados. Você já
passou pelo procedimento antes? Tente se concentrar em me responder e

pense sobre isso.

Ela lutou para fazer o que ele pediu. A descontaminação era uma droga.

Ela havia passado por centenas daqueles banhos miseráveis. Era uma das

desvantagens de trabalhar em uma equipe de pesquisa encarregada de

documentar informações sobre planetas recém-descobertos.

Seu trabalho anterior de pesquisa tinha sido difícil. O ar tóxico daquele

planeta ferrava com os drones. Não era apenas seu trabalho pilotá-los, mas

também realizar a manutenção. Ela ficou tão feliz quando essa tarefa

terminou. Chega de se adequar a cada turno. Já era difícil fazer reparos em

drones, mas usar um traje espacial ao fazer isso tornava tudo ainda mais

complicado. Então ela enfrentou ser descontaminada voltando para as áreas

de estar da nave que eles usaram para aquele show todas as vezes.

— Vera Wade? Você precisa me soltar.

A voz profunda do alienígena tinha um tom de rosnado. Era assustador,

tudo era, mas pelo menos não havia mudado. Ele era consistente. Assim

como a sensação de solidez dele. — Você não vai me deixar?

— Eu não vou. — Ele pigarreou. — Teremos que despir tudo ok? Eu

não quero você ainda mais apavorada. Estaremos em pele nua. É por isso

que este procedimento geralmente é realizado em uma única pessoa.


Ela sabia disso. A descontaminação era um processo só. Dois

funcionários nunca dividiam um quarto, uma vez que tinham que ficar nus.

A ideia de deixar o alienígena fora de sua vista, de não tocá-lo, era muito

pior do que a perda de sua dignidade. Ele poderia desaparecer e ela estaria

de volta à sala de segurança.

Sozinha. Não haveria mais esperança. Tentando aguentar.

— Não me deixe. — Ela implorou.

Ele deu um tapinha gentil nas costas dela. — Eu não vou. Eu preciso

colocar você no chão. Você deve ficar ereta se for capaz. Seremos borrifados,

então devemos remover tudo até a pele. Um spray secundário acontecerá e

nós seremos examinados. Eu ficarei contigo. Basta abrir os olhos para olhar

para mim. Estou bem aqui.

Ela assentiu contra seu corpo de casca dura. — Eu sei. Minha visão

continua bagunçada.

— Eu acredito. Seus olhos estão fazendo coisas estranhas nos centros

negros. Estarei bem aqui com você. Este é um pequeno banheiro. Está selado

desde que a carreguei. Se ajudar, a equipe médica humana está observando.

Você não está sozinha comigo.

— Não estou sozinha. — Ela sussurrou, mentalmente cantando

também. Ela não estava mais sozinha, trancada dentro do escritório de

segurança. Tinha que ser real. Seu alienígena estava realmente lá,
segurando-a. Ele parecia sólido ao toque dela mas a ideia de deixá-lo ir a fez

querer soluçar. E se seu alienígena fosse uma invenção de sua imaginação? E

se-

— Me solte. — Ele rosnou. — Abra seus olhos.

Ele puxou-a suavemente, tentando baixá-la para baixo de seu corpo. Ela

parou de lutar e forçou os olhos a se abrirem, erguendo a cabeça para olhar

para o rosto dele através da placa de vidro do traje. Aqueles olhos estranhos,

mas lindos, estavam fixos nos dela.

— Eu estou bem aqui.

Seus pés tocaram o chão enquanto ele a abaixava lentamente. Ela

agarrou seu braço no traje embora. Ele olhou enquanto ela ficava com as

pernas trêmulas, os joelhos prestes a desabar sob ela.

Ele deu um passo para trás, mas não tirou o braço. — Comece o

processo! — Ele gritou, seu olhar ainda bloqueado com o dela. — O spray

vai estar quente. Você deve fechar os olhos para isso. Apenas por alguns

segundos. Eu estou bem aqui. Feche seus olhos.

Foi difícil de fazer, mas ela seguiu suas ordens. Manter a mão dela em

seu traje ajudou. Ele ainda parecia real. Ela silenciosamente ressoou isso

repetidamente em sua cabeça enquanto o spray quente a encharcava. Isso

também parecia real.


Parou e Vera abriu os olhos, olhando para o grande alienígena. Ele

ainda estava lá. Ele não tinha desaparecido.

— Agora precisamos tirar tudo. Por favor, solte meu braço.

A segunda parte da descontaminação precisava ser concluída. Ela sabia

o que fazer. Se os scanners detectassem qualquer coisa sobre eles depois de

serem lavados nus, a parte três seria uma merda. Isso envolvia mais spray,

um pouco de esfregação e luzes azuis que matariam qualquer coisa na

superfície de seus corpos.

Outra varredura aconteceria naquele ponto, e se ainda mostrasse algo

que era a pior situação de pesadelo, eles seriam colocados em camas em

tanques lacrados para mais testes durante a quarentena. Ela nunca quis

saber o que acontecia com as pessoas que acabavam naqueles tanques.

— Vera Wade? Você precisa soltar meu braço. Devo remover este traje.

— É apenas Vera. — Sussurrou ela, concentrando-se no rosto dele. Ela

estava vendo manchas novamente. Demorou muito para soltar seu braço.

Ela não conseguia se afastar dele; a sala em que estavam era muito pequena

pois foi projetada para uma única pessoa, não um humano e um alienígena

grande e alto em um traje. Ele estendeu a mão e agarrou seu capacete, girou-

o e ergueu-o.

Seu cabelo era cortado curto, um choque de preto que parecia espesso.

Essas orelhas pontudas eram realmente algo. Ele se virou um pouco,


colocando o capacete em uma prateleira alta. Então ele a encarou

novamente, alcançando os conectores do traje na parte superior de seu

corpo.

— Você precisa remover tudo. — Ele pediu.

— Certo. — Suas roupas estavam molhadas agora. Ela não estava com

frio. O quarto precisava ser aquecido. Essa foi uma boa atualização do

último chuveiro de descontaminação que ela usou. Era muito frio. Ela se

recusou a desviar o olhar dele quando começou a tirar a blusa do pijama

molhado.

O alienígena manteve seu olhar fixo no dela, sem olhar para seus seios

enquanto ela puxava o tecido fino e encharcado de sua pele, e então tocava

suas calças. Elas estavam cedendo muito por estarem molhadas, a parte de

baixo do conjunto tendo apenas um elástico fino na cintura.

Ele abriu o traje, revelando um top preto justo. Largando a metade

superior do traje, estendeu a mão para a cintura, puxando a camisa. Ele

tinha um peito largo, braços musculosos e pele escura. Também tinha pelo

fino. Era tão bom, ela não sabia com certeza se era mesmo real. Podia ser sua

imaginação.

Ela engoliu em seco enquanto tentava se curvar um pouco, ainda

olhando para ele, para tirar as calças.


Ela cambaleou e de repente as mãos dele estavam em seus braços,

firmando-a. Vera fechou os olhos e o pânico a atingiu. Estava de volta à sala

de segurança? Era possível que estivesse apenas sonhando que havia sido

salva?

Ela se jogou contra ele, abraçando sua cintura. Uma pele firme que

parecia quente colada contra a sua enquanto se agarrava a ele.

— Real. — Ela murmurou. — Ele é real.

O grande alienígena que ela segurava suspirou novamente. — Sim,

Vera. Eu sou real. Precisamos terminar isso. Por favor me liberte.

Ela se agarrou a ele com mais força, pressionando o rosto em seu peito.

Sua pele escura parecia um pouco aveludada em sua bochecha. Ela se

esfregou contra ele.

— Fêmea. — Ele murmurou. — Você precisa de atenção médica. Os

médicos estão esperando que terminemos aqui para tratá-la. Você deseja

ficar bem, correto? — Ele soltou seus braços e usou sua grande mão para

acariciar suas costas nuas. — Estou aqui. Real. Você não é comida. Eu não

vou te deixar. Eu dei minha palavra, lembra?

— Sim.

— Liberte-me.
Ela não queria, mas conseguiu soltar os braços da cintura dele. Ele

agarrou seus braços novamente, forçando-a a dar alguns passos para trás.

Ela olhou para seu rosto quando ele a soltou.

— Continue olhando para mim se isso ajudar. — Ele se virou um pouco,

curvou-se e lutou para remover a metade inferior de seu traje e as botas

presas a ele. Ele usava shorts pretos apertados como cuecas. Ele era um cara

grande. Alto. Largo. Com ossos grandes. Não humano. E ele não

desapareceu.

Ele olhou para ela, alcançou a cintura de seu short, então hesitou. —

Você está segura. Lembre-se disso, Vera. Existem outros humanos nos

observando em um monitor. Você não está sozinha aqui comigo. Devo

remover tudo. Não estou iniciando a cópula com você.

— Okay. — Ela disse. — Apenas se apresse. Minha visão está ficando

instável novamente. — As manchas estavam piorando e ele estava ficando

embaçado.

Ele se curvou mais, arrancando o short. Foi quando sua visão sumiu

totalmente e tudo ficou escuro.

Ela gritou e cambaleou em direção a ele, estendendo a mão às cegas. Ela

tocou seu corpo quente e agarrou-o pela cintura. Ele a puxou contra ele.

Parecia que ela estava ao seu lado.

— O que está errado?


— Eu estou cega. — Ela sussurrou. — Não me deixe ir.

Ele rosnou. — Ela está piorando! —Gritou ele. — Inicie o próximo

procedimento.

— Precisamos que ela coloque espaço entre seus corpos, — uma voz

feminina gritou.

Seu alienígena, como ela estava começando a pensar nele, rosnou baixo.

— Entendido. Vera, confie em mim. Apenas saiba que estou aqui e sou real.

De repente, ele a puxou para longe de seu lado e a girou.

Ela entrou em pânico, gritou, mas ele agarrou seus pulsos por trás,

puxando-os para longe de seus lados.

— Faça isso. — Ele exigiu em voz alta.

Um spray quente e úmido caiu sobre eles. Ela fechou os olhos e

choramingou. Ele estava segurando seus pulsos com força. Ele ajustou seu

aperto, provavelmente para expor toda sua pele. Então o spray parou. O ar

soprou rápido e quente. Um zumbido soou. Ela abriu os olhos, mas sua

visão não havia retornado. Ela não conseguia ver nada, mas a sensação de

mãos firmes em seus braços a impediu de gritar novamente.

— Estou aqui. — Ele assegurou a ela. — Bem aqui com você.

— Não me deixe!
— Eu não vou.

— As varreduras estão limpas. — A estranha voz feminina chamou. —

Vistam-se.

Vera foi girada, erguida de repente e pressionada contra um corpo

quente. — Abra a porta agora. — Seu alienígena exigiu. — Ela precisa de

ajuda. Esqueça as roupas.

Houve um zumbido e algo fez um barulho, provavelmente a porta se

abrindo. Então ele se moveu, embalando-a contra ele. Vera se mexeu um

pouco, colocando as mãos em volta do pescoço do macho, e se agarrou a ele.

Ela enterrou o rosto contra ele, esfregando a bochecha naquela textura

úmida e aveludada esticada sobre a pele sólida e quente. O calor também

parecia real.

— Aqui. — Uma mulher ordenou. — Deite-a.

— Ela não vai me libertar. — Seu alienígena avisou. — Ela não vai

aceitar bem se eu a soltar.

— Basta subir com ela então. — A mulher parecia mais perto. — Nossos

scanners são capazes de diferenciar você dela. Qual é o nome dela?

— Vera Wade. — Ele respondeu por ela.

— Estou abrindo o arquivo dela agora. — A mulher fez uma pausa. —

Vera Ann Wade. Vinte e sete. Nasceu na Colônia de Marte. Trabalhadora


civil como piloto e mecânica de drones. Nenhuma doença conhecida e seu

último exame anual aconteceu há três meses. Ela estava limpa. Isso é bom.

O grande alienígena que a segurava se moveu e ela escorregou em seus

braços antes que ele se ajustasse para pegá-la melhor. Estava muito fraca

para lutar enquanto ele a manipulava até que ela se deitou de lado, de frente

para seu corpo mais alto e volumoso.

— Pare de olhar embasbacada! — A mulher gritou para alguém. — Dê a

ele algo para cobrir sua virilha. — Então aquela voz se aproximou. — Vera,

sou a Dra. Cynthia Kane. Você está a bordo da Defcon Red. Você pode me

dizer quais são os seus sintomas?

Ela enterrou o rosto no peito de seu alienígena, tremendo, e tentou falar.

Não saiu nada.

O alienígena ao qual ela se agarrou falou por ela. — Ela parece ter

problemas de visão, está vendo coisas que não existem e tem dificuldade em

distinguir entre realidade e fantasia. Ela também está constantemente

tremendo.

— Estou lendo os arquivos médicos que estão sendo carregados da

superfície. — Dra. Kane de repente praguejou. — Fodida Brilon.

Algo tocou a coxa de Vera e ela gritou.


O grande braço em volta de sua cintura apertou e o alienígena a puxou

para mais perto. — Você está segura. Era apenas outra humana cobrindo

minha vara.

— Sua o quê? — Ela sussurrou.

— Seu pau. — Outra voz feminina declarou, assustando-a. — O Sr. Roth

aqui apenas carregou você direto da câmara de descontaminação, sem

esperar para se vestir.

— Roth? — Ela estava confusa.

— Eu. — Seu alienígena grunhiu. — Esse é o meu nome. Lembra?

— Não. — Ela não lembrava.

— Então, parece que Brilon é a responsável.

— Quem? — Esse era Roth, seu alienígena, e ele parecia tão louco

quanto a Dra. Kane.

— É uma empresa farmacêutica que lança produtos de merda. — Disse

uma voz masculina. — Você não saberia disso já que é Veslor, mas cinco

anos atrás eles de alguma forma conseguiram aprovar um analgésico.

Descobriu-se que era altamente viciante e causava hemorragia interna com o

uso prolongado. Alguns milhares de pessoas morreram antes de perceberem

a causa. O que estamos detectando dentro desta paciente é um de seus

medicamentos que não foi aprovado para uso. Como diabos ela conseguiu
acesso a uma droga proibida? — A voz masculina soou mais perto. —

Senhorita Wade, quem foi a pessoa que vendeu esta droga para você?

— Ela não usou isso. — Seu alienígena respondeu. — Todos os

humanos na superfície foram medicados com esta droga. Eles estavam

tentando investigar como foram expostos. Meu agrupamento e outras

equipes táticas humanas estão lá embaixo procurando pela fonte. Seu

médico deixou notas, afirmando que foi um ato de terrorismo. Você pode

ajudar esta mulher?

— Vou limpar o sistema dela e rezar para que funcione. — Afirmou

Kane, em algum lugar atrás de Vera. — Tudo o que sabemos é quem fez a

droga e que falhou nos testes. Esses idiotas incompetentes em Brilon

mantêm registros horríveis. Eles nem mesmo compartilharam o propósito

original desta droga. Os exames não mostram nenhuma falha de órgãos até

agora ou sangramento interno. Apenas a mantenha quieta enquanto a

sedamos, Sr. Roth.

O grande corpo contra o dela ficou tenso. — Isso é seguro? Meu médico

não acreditava nisso. Algo sobre sinais vitais ruins.

— Não podemos tratá-la agarrada a você como um macaco aranha. Vai

tudo ficar bem. — Dra. Kane parecia irritada.

Vera entrou em pânico novamente. Eles iam derrubá-la. — Não me

deixe! — Ela tentou enterrar mais perto seu alienígena, suas unhas cavando

na pele de seu braço.


Ele a segurou com mais força. — Eu não vou deixar você. Eu estarei

bem aqui. Você tem minha palavra, Vera.

Algo a acertou na bunda. Vera gritou. E então desmaiou.

Roth rosnou quando a fêmea se tornou frouxa contra ele. As quatro

equipes médicas observavam os monitores. Ele virou a cabeça, olhando para

a mulher adormecida. Vera respirava lenta e profundamente.

Ele cuidadosamente removeu as mãos dela de seu corpo, ignorando os

pequenos arranhões recentes que ela colocou em seu peito e braço. Ele rolou

para fora da cama, mantendo o lençol fino no lugar que uma trabalhadora

médica havia colocado sobre sua cintura, para cobrir sua vara.

Dra. Kane se virou, avaliando abertamente seu corpo. — Você pode ir

agora, Sr. Roth. Obrigada pela sua ajuda. Nossa paciente está estável no

momento.

Ele balançou sua cabeça. — Eu dei minha palavra de ficar com esta

mulher. Não vou deixar Vera. O que significa limpar o sistema?

A médica se aproximou. Ela era alta para uma humana, mas ainda

olhava para cima para vê-lo. — Vamos injetar fluidos em seu corpo para

tentar remover a droga. Ainda estou estudando alguns dos arquivos que

estão sendo carregados da superfície. A Dra. Hazel experimentou as drogas

que normalmente usamos para neutralizar os outros. Elas falharam. Dois

deles realmente pareceram piorar os sintomas. Já que a Dra. Hazel tinha um


excelente histórico de trabalho, vou confiar em suas notas. — A médica

olhou para seu peito. — Nunca percebi como os Veslors são musculosos.

Ele ignorou o elogio dela e virou a cabeça, observando Vera. Ela ainda

dormia, mas sua respiração parecia mais lenta do que deveria. Uma das

mulheres na sala a cobriu com um lençol, escondendo a maior parte de seu

corpo nu. Essa mesma mulher rolou Vera de costas e começou a abrir as

gavetas embaixo da cama médica e colocar pacotes lacrados na beirada.

— Sr. Roth, você deve ir. Uma das enfermeiras lhe dará um conjunto de

uniforme para usar na sala ao lado. Você não pode andar pela nave de volta

à sua cabine apenas com esse lençol. Embora muitas mulheres apreciem essa

visão. Você não é casado, é?

Ele fez uma careta para a médica. — Eu não vou embora. Prometi a

Vera que ficaria. Os Veslors mantêm a sua palavra. Eu gostaria de ter algo

para vestir.

— Você não faz parte da equipe médica. Este não é o seu lugar.

Ele reprimiu um rosnado. A médica não o estava ouvindo. — Eu me

recuso a deixar essa fêmea até que ela se sinta segura.

— Ela não sente nada agora. — Dra. Kane acenou para um dos

monitores. — Ela está estável. O sedativo leve que usamos não tem efeito

adverso. Vamos mantê-la dormindo até que possamos limpar seu sistema da

droga. Então reavaliaremos a sua condição.


Roth olhou para baixo, ajustou o lençol e enrolou-o na cintura,

prendendo-o para evitar que caísse caso o soltasse para depois cruzar os

braços sobre o peito. — Eu não vou deixar a mulher. Eu dei minha palavra.

Entrarei em contato com o comandante Bills se você tentar me remover à

força. Eu acredito que ele vai concordar em me deixar ficar. Ele sabe como é

importante cumprirmos nossas promessas. Meu líder de equipe humana

disse que eu deveria ficar com ela.

Dra. Kane estudou seu corpo novamente, sem pressa. — OK. Sente-se.

— Eu gostaria de roupas.

Ela se virou, suspirando. — Alguém encontre para ele o maior conjunto

de uniforme que temos e traga-os aqui.

Um macho humano saiu correndo da sala, retornando com roupas

dobradas em suas mãos alguns minutos depois. Ele se aproximou de Roth

com uma expressão cautelosa. — Aqui está, cara.

— Obrigado. — Roth aceitou a roupa.

— Você pode usar a próxima sala de exame para se vestir. Está vazia. —

Afirmou o homem.

Roth balançou a cabeça. — Eu não vou deixar Vera. — Ele removeu o

lençol e vestiu a calça e a camisa. Ele não se preocupou em olhar para os

humanos que o observavam. Eles podem ter costumes estranhos sobre

nudez, mas Veslors não.


A camisa e as calças finas não cabiam bem, eram muito justas mas não

eram desconfortáveis. Roth puxou uma cadeira da parede mais perto da

cama, observando Vera dormir. Os outros humanos pareciam hiper cientes

de sua presença, mas ele os ignorou. Seu único foco estava na mulher para

quem ele tinha feito uma promessa.

Um alarme começou a soar alto, e ele se levantou. A Dra. Kane entrou

correndo com um dos homens, lendo os monitores. — Merda!

— O que está errado? — Roth odiava se sentir impotente. Teria sido

mais benéfico se Vera tivesse ancorado sua sanidade com Maith. Ele era um

médico e saberia como ajudá-la melhor.

A médica e a enfermeira removeram rapidamente os dois finos IVs que

colocaram na pele de Vera. O alarme ainda soava alto.

— O que é isso? — Ele rosnou, não gostando de ser ignorado.

— Fique quieto ou vá embora. Estamos tentando descobrir. Ligue isso,

Brian. — Dra. Kane se afastou de sua paciente.

O enfermeiro recuou e o scanner ligou, iluminando a cama médica sob

Vera. Ambas as equipes médicas viraram suas cabeças, olhando para um

monitor à esquerda de Roth. Ele olhou também, mas além de ver um

contorno que devia ser o corpo de Vera, ele não conseguia entender as

palavras brilhando sobre ele. Elas não estavam em Veslor e ele não lia a

linguagem da Terra.
— Droga. — Dra. Kane murmurou.

— A frequência cardíaca dela está caindo muito. — Afirmou Brian.

— Não me diga. Eu estou vendo. — Dra. Kane estalou. — Tanto para

mantê-la sedada. Porra de Brilon e suas drogas de merda!

O scanner parou. Roth não precisava de um dispositivo médico para

dizer a ele que a respiração de Vera continuava a diminuir, diminuindo

ainda mais. A médica humana correu para um gabinete médico e o abriu.

Então ela voltou com um injetor de remédio, pressionando-o na coxa de

Vera.

— Ela está piorando? — Roth temia que Vera não sobrevivesse. — Eu

não entendo o que está acontecendo. O médico de nosso grupo precisava

permanecer na superfície. Ele é o único de nós com conhecimento médico.

Dra. Kane o encarou. — Eu só tive que injetar nela com um pouco de

adrenalina. A frequência cardíaca dela está aumentando. Parece que sedá-la

não é uma opção. Ela deve acordar a qualquer segundo.

Roth se aproximou de Vera e pegou a mão mole dela, inclinou-se perto

do rosto dela e se preparou para ela abrir os olhos. Ele seria a primeira coisa

que ela veria se sua visão não estivesse prejudicada. Ele a deixaria saber que

estava lá, de qualquer maneira.


Capítulo Quatro

Vera acordou de repente ou pelo menos tentou pois tudo estava escuro.

Ela estava de volta ao armário ou sua visão havia sumido. Nenhuma parede

de metal apertada estava pressionada contra ela. Ela estava deitada em algo

macio e houve sons de bipes baixos.

Um grito subiu em sua garganta. O alienígena que tinha vindo para

salvá-la era uma alucinação, ela ainda estava trancada dentro do escritório

de segurança.

— Eu estou aqui. — Uma voz familiar rosnou rouca, assim que uma

grande mão quente gentilmente segurou sua bochecha e parte de sua cabeça.

— É Roth. Você está me ouvindo, Vera? Você parece apavorada. Eu sou real

e você está segura.

Ela percebeu que outra mão quente agarrou a dela com força. Ela se

agarrou a ele, ofegante. Afinal, seu alienígena era real.

— Estou aqui, Vera. Você precisa desacelerar sua respiração.

Ela cegamente estendeu a mão livre, encontrou o material e o agarrou.

— Roth? É você?

— Sim. Eu coloquei uma camisa. Você está se agarrando a ela.


Ela sentiu as lágrimas quentes escorrendo pelo lado do rosto. — Não

consigo ver nada.

— Você pode sair do caminho?

Essa voz pertencia a uma mulher e parecia irritada.

— Não. — Roth acariciou a bochecha de Vera com o que ela pensou que

poderia ser seu polegar. — A mulher vai entrar em pânico se quebrarmos a

conexão.

— Eu preciso examiná-la, droga. — A mulher retrucou. — Saia do meu

caminho, Sr. Roth. Isso é uma ordem. Você está interferindo no tratamento

dela.

— Não me deixe! — Vera tentou se sentar e se virar contra o peito de

Roth.

— Senhorita Wade, você precisa se acalmar. — A mulher ordenou

severamente. — Eu sou a Dra. Cynthia Kane. Você se lembra de mim?

Vera não se importava com quem ela era. Roth era real. Ela o agarrou

com mais força e se recusou a soltá-lo. Ela se mexeu mais perto até que se

pressionou contra a camisa, enterrando o rosto nela. Seu alienígena teve que

ajustar seu aperto e em vez disso, colocou a mão em volta de sua cabeça,

antes de deslizar para baixo em suas costas. Ela não estava usando nada,

desde que ele tocou sua pele nua. Ele parou no meio do caminho.
— Vera? — Roth parecia mais perto, sua voz próxima ao ouvido direito

dela. — Você precisa permitir que esta curandeira te ajude.

— Eu sou uma médica. — A mulher grunhiu.

— Desculpe. — Roth suspirou. — Você pode se deitar para ela? Eu vou

segurar sua mão.

Vera balançou a cabeça contra a camisa dele e o corpo firme e quente

por baixo dela. Ela soltou o tecido e deslizou a mão até o ombro dele,

agarrando-o ali. — Eu só quero segurar você. Você é meu verdadeiro

alienígena. Eu não sou comida.

Isso era importante. Ela apenas esqueceu o porquê por alguns

segundos. Então ela se lembrou das criaturas fora dos casulos. Eles

começaram a devorar a pobre Crystal como se ela fosse uma carcaça morta,

só que ela ainda estava viva. Seus gritos ajudaram a equipe de busca a

encontrá-la. Roth era um alienígena, mas ele não queria comê-la.

— Não. Você não é comida. Não vou permitir que nada aconteça com

você. — Roth suavemente acariciou suas costas enquanto sua voz rouca

tentava assegurá-la.

Pelo menos ela esperava que fosse sua grande mão contra sua pele. Era

bom. Calmante. Também ajudou a acalmar alguns de seus medos. Ele não

era uma invenção de sua imaginação. Primeiro, ela podia senti-lo. Em

segundo lugar, ele não estava ameaçando matá-la como o pé-grande fez, ou
insultando-a como seu pai tinha feito. Seu alienígena estava tentando fazê-la

se sentir segura. E ela se sentia. Enquanto pudesse segurá-lo.

— Não desapareça. — Ela implorou para ele.

— Não vou deixar você, Vera. Eu fiz uma promessa, lembra?

— Maldição. — Dra. Kane bufou. — A senhorita Wade precisa de

tratamento médico, senhor Roth. Não de ser mimada e arrulhada. Afaste-se.

Se ela ficar combativa, nós a amarraremos. Você está interferindo no

tratamento da minha paciente.

— Cale-se! — Vera gritou, com medo de que aquela voz desagradável

fizesse Roth desaparecer. — Roth não é meu pai idiota ou o pé-grande. Ele é

meu bom alienígena. Você não pode tirá-lo de mim. — Ela se escondeu

ainda mais perto e se agarrou a ele com mais força.

— Oh, pelo amor de Deus! — Dra. Kane gritou. — Mova-se, Sr. Roth. É

óbvio que ela está delirando. Vamos amarrá-la antes que ela se torne mais

combativa. Você não a está ajudando. Saia ou chamarei a segurança.

— Não vá! — Vera começou a chorar. — Eu te odeio, Dra. Cunt1! Esse

deve ser o seu nome. Você quer que eu perca meu alienígena. Ele é meu!

Você não pode tirá-lo de mim.

Alguém deu uma risadinha.

1 Cunt significa boceta.


— Não ria enfermeira Amy. — A médica retrucou. — Isso não é

engraçado.

Roth rosnou baixo. — Estou pegando você, Vera. Vou te colocar no meu

colo. Assim você poderá me segurar, mas a médica poderá entrar em contato

com seu corpo. Eu não vou embora. — Ele rosnou essa última parte.

Sua mão deslizou pelas costas de Vera e a envolveu. Ele soltou sua mão

e deslizou o outro braço sob suas pernas antes de levantá-la. Então Vera o

sentiu se virar e se sentar. Isso deixou sua bunda plantada em duas coxas

grandes. Havia material entre sua bunda e ele.

— Você está no meu colo agora. — A voz de Roth permaneceu perto de

seu ouvido. — Mas precisa virar o rosto para longe do meu peito para que a

médica possa ver o que está acontecendo com seus olhos. Isso me alarma,

Vera. Os centros escuros estão fazendo coisas ruins. — Vera hesitou.

— Estou segurando você. — Roth a lembrou. — Eu não vou embora.

Confie em mim. Eu não menti para você, menti? Tente pensar

racionalmente. Você está drogada mas falou sobre como isso está causando

coisas ruins à sua mente. Você precisa de uma ajuda que não posso lhe dar.

Permita que a médica veja seus olhos. Por favor.

Ela acenou com a cabeça contra a camisa dele e forçou o rosto para

longe, torcendo-o para o lado. Seus olhos estavam abertos, mas ela não

conseguia ver nada.


— Merda. — Dra. Kane sussurrou. — As varreduras não pegaram isso.

Não pode ter sido causado por uma lesão cerebral. Isso teria registrado.

Suponho que a causa seja a droga que pode estar causando inchaço nos

nervos ópticos. Mas não sou oftalmologista. Você pode ver alguma coisa,

Srta. Wade? Alguma luz? Pontos?

Vera balançou a cabeça. — A escuridão vem e vai.

— É realmente bom ouvir isso. Isso significa que provavelmente não é

um dano permanente. Vou ligar para o Doutor Zoner para lhe consultar pela

manhã se isso persistir, uma vez que um pouco dessa droga deixe seu

sistema.

Vera voltou a cabeça para o peito de Roth e fechou os olhos. Ela tentou

se balançar, mas seus braços fortes a impediram de fazer mais do que apenas

balançar um pouco. Seu alienígena a ajustou em suas coxas firmes e deslizou

o braço por debaixo de sua perna, envolvendo-o ao redor de sua cintura.

Isso tornava o movimento mais fácil para ela.

Ela se aninhou contra sua camisa com sua bochecha. — Você é um

alienígena tão bom.

Alguém deu uma risadinha por perto. Foi um homem que sussurrou: —

Ela acha que ele é um animal de estimação, porra?

Outro homem sussurrou de volta, ambas as vozes altas o suficiente para

ela ouvir. — Ela está dopada. É possível. Aposto que não ficaria tão calma se
alguém dissesse que ele é o líder da equipe tática mais mortal que temos a

bordo no momento.

Alguém deu uma risadinha.

Roth rosnou alto. — Ela não está tendo problemas de audição, e nem eu.

Vocês acham a angústia desta mulher divertida?

— Não. — Duas vozes afirmaram rapidamente.

— Limpem a sala, — Dra. Kane ordenou. — Agora. Eu falarei com

vocês dois mais tarde.

Vera ouviu passos se afastando e um suspiro alto.

— Não é assim que eu pensei que minha noite seria quando eles

disseram que tínhamos uma emergência chegando. E aqui estamos,

enquanto eu leio mais das notas enviadas da superfície. — Dra. Kane fez

uma pausa. — Cada droga que a Dra. Hazel tentou neutralizar nessa merda

experimental é a que usaríamos. Eles tinham uma farmácia

surpreendentemente bem abastecida naquele planeta. Portanto, acredito que

o único curso de ação é permitir que essa droga se dissipe naturalmente. Eu

acho que pode levar de trinta a possivelmente até oitenta horas. Vou obter

uma estimativa melhor fazendo mais exames de sangue a cada três horas.

— O que isso significa exatamente? — Roth acariciou a parte externa da

perna de Vera através do que parecia ser um lençol enquanto falava. — Eu

não sou um médico.


— Vamos monitorá-la de perto enquanto deixamos seu corpo liberar

naturalmente a droga de seu sistema. Vou concordar com a Dra. Josie Hazel

e espero que ela se recupere totalmente quando isso acontecer. Você viu

como funcionou bem a lavagem com fluidos e um sedativo. Ela quase

infartou. Isso significa que quase parou seu coração. Ela não está mais sendo

exposta. Eu a examinei em busca de um implante médico, mas não havia

nenhum. Vou pedir ao nosso legista que verifique se há implantes em todas

as vítimas, também, depois que seus corpos forem transferidos para cá.

Estou pensando que pode ser algo que a Dra. Hazel considerou inofensivo.

A New Worlds é uma empresa privada. Eles provavelmente exigiam que

todos os seus funcionários os tivessem.

— Implantes? — O alienígena de Vera parecia confuso.

— Sim. Pense em pequenas cápsulas inseridas dentro de seus corpos.

Alguns humanos requerem medicamentos que são liberados com o tempo

para evitar que faltem doses.

— Controle de natalidade. — Murmurou Vera, inserindo-se na

conversa. — Eu não tenho um. A New Worlds pede a todos os funcionários

para que ninguém fique grávida por acidente, mas não é obrigatório se você

assinar um termo de responsabilidade. Eu sabia que não dormiria com

ninguém.

A mão esfregando sua perna parou.


Ela aninhou a bochecha contra seu peito. — Eu não sou idiota.

Romances de trabalho geralmente falham, ou os caras tendem a ter alguém

esperando em casa por eles e mentem. Não. Eu não queria fazer parte disso.

Eu tive amigos que fizeram. Vi seus corações partidos. Eu não preciso desse

show de merda. A vida já é muito difícil.

Longos segundos de silêncio se passaram.

— Como eu estava dizendo, — A Dra. Kane pigarreou. — As equipes

táticas enviadas para as instalações da New World ainda estão investigando.

Os tanques de água foram digitalizados como limpos e os recicladores de ar

não mostraram vestígios. Eles estão testando suas lojas de alimentos agora.

Isso vai levar horas. Eles vão testar-

— Não pode ser a comida. — Vera interrompeu. — Eu parei de comer

tudo, exceto o que pessoalmente trouxe comigo. Eu tinha algumas barras de

chocolate e salgadinhos no meu armário. Ninguém teve acesso a isso pois

tem um bloqueio biológico e sempre o mantive selado. As pessoas

roubariam a comida se soubessem que alguém trouxe coisas realmente boas.

Eu temia que tudo na cozinha da empresa pudesse estar contaminado. Parei

de tomar banho e de beber água também, caso fosse assim que a droga

estivesse entrando em mim.

Ela fez uma pausa, tentando pensar e ser útil. — Bebi alguns

refrigerantes que trouxe comigo e os racionei tomando apenas um gole de

vez em quando, para durar. Não ajudou. Nada aconteceu.


Roth voltou a acariciar sua coxa.

— Estou confiante de que eles descobrirão a fonte de contaminação. —

Respondeu a Dra. Kane. — Vamos descobrir o que aconteceu lá. Agora, vou

ao meu escritório e enviarei alguns pedidos à Brilon para obter mais

detalhes sobre esta droga que de alguma forma foi produzida ilegalmente e

liberada.

— Obrigado. — Roth murmurou. — Eu vou ficar com Vera.

— Grite se ela precisar de algo. A cama irá monitorar seus sinais vitais.

Mantenha ela nisso.

— Eu vou. — Roth concordou.

Vera ouviu a médica sair. Ela usava sapatos altos que desapareceram

até que ela não pode mais detectá-los.

Roth moveu a cabeça, colocando a boca mais perto de sua orelha. —

Como você está, Vera?

Ela se aconchegou em Roth. — Não me deixe.

— Podemos deitar? Eu vou te abraçar. — Ela tinha que pensar sobre

isso.

— Eu vou te abraçar. — Ele repetiu suavemente. — Eu não vou te

deixar. Você precisa descansar.


— Okay. — Ela sussurrou.

Seu alienígena era forte. Ele a ergueu e então a virou de lado, longe

dele. O pânico começou a bater até que ele pressionou seu corpo ao longo de

suas costas, puxando-a com força contra ele.

Roth dobrou as pernas, moldando-as contra a parte de trás de suas

coxas e panturrilhas. Ela apontou os dedos dos pés, pressionando os

calcanhares contra qualquer material que ele usava. Os dedos dos pés dela

não conseguiram encontrar o pé dele. Isso significava que ele devia ser tão

alto quanto ela havia imaginado ao abraçá-lo durante o banho de

descontaminação. Ela realmente não confiava que seus sentidos fossem

precisos.

Ele descansou o que ela imaginou ser o queixo no topo de sua cabeça. —

Você está confortável?

— Sim. Eu gostaria de me virar e segurar você, no entanto.

— A cama é estreita. É melhor se eu te segurar assim para evitar que um

de nós caia da beirada.

— Você não vai me deixar?

— Não vou, Vera. Os Veslors sempre cumprem suas promessas.

Ela tinha ouvido essa palavra antes. — Veslors?

— Eu sou um Veslor. É minha raça.


— Certo. Alguns deles não vieram em auxílio de um navio da frota em

perigo? Eu vi algo sobre isso nos feeds de notícias.

— Sim.

— Este é a mesma nave? Você ficou?

— Não. Esses Veslors são comerciantes. Eu sou um lutador. Meu grupo

está trabalhando na Defcon Red agora porque nosso rei nos pediu para

ajudar sua frota. Meu pessoal e o seu abriram acordos comerciais e fizeram

alianças.

Ela fechou os olhos, sentindo-se exausta. — A New World enviou você?

Eu trabalho para eles.

— Não. O comandante da frota desviou Defcon Red para o seu planeta

quando um pedido de socorro foi recolhido. Estávamos indo para outro

lugar.

— Quantos de sua espécie estão neste navio?

— Meu grupo tem quatro homens.

Ela percebeu que estava acariciando a pele de seu braço em volta de sua

cintura, em vez de agarrá-la. Seu corpo pressionado firmemente contra as

costas dela, enrolado em torno dela, e ele estava realmente quente. Ela se

sentia segura. — Eu acho que eu quero dormir. Você não vai embora?

— Não vou deixar você ir, Vera. Descanse.


— Obrigada. Já vi alguns alienígenas antes nas estações. Eu os evitei

porque estava com medo de insultá-los acidentalmente ou dar-lhes uma

impressão errada. Trabalhei com uma mulher em meu primeiro emprego

que me contou sobre algo que havia acontecido com ela em uma estação. Ela

sorriu para um alienígena que parecia um pássaro. Ela o achava muito

bonito. Então ele ficou chateado porque ela tentou se afastar. Acontece que,

em seu planeta, uma mulher sorrindo para um homem significa que ela

concordou em se tornar sua esposa. Mas você é tão legal que não me

importo se você achar que vou me casar com você. Obrigada, Roth.

Ele fez um som de bufado suave. Pode ter sido uma risada. — Não

espero nada em troca por cuidar de você.

Ela lutou contra um soluço. A gratidão que sentia por ele quase

subjugou suas emoções. Ele precisava ter a paciência de um santo para

aguentá-la. — Eu sei que estou louca agora. Sinto muito. — Ela parou de

escovar as pontas dos dedos sobre a pele dele e se agarrou ao pulso grosso.

— Eu conhecia todos os meus colegas de trabalho muito bem. Alguns de nós

trabalhamos em outros empregos juntos. Eles estão todos mortos, não estão?

— Não pense nisso agora. Fique bem primeiro.

— Como posso não pensar nisso? Por que eu? A Dra. Hazel era tão

inteligente. Ela deveria ter sobrevivido em vez disso.

— Você é uma idiota total. Você deveria estar morta.


Ela estremeceu quando a voz de seu pai de repente soou na sala. —

Você não está aqui! Cai fora!

— Vera? — Roth a segurou com mais força.

— Diga a ele para ir embora! — Ela se agarrou ao pulso de Roth.

— Quem, Vera? Você quer que eu deixe você ir?

— Não! — Ela entrou em pânico. — Ele não está realmente aqui, está?

Por favor, diga que ele não está.

— Estamos sozinhos nesta sala.

As palavras de seu alienígena a confortaram.

— Você precisa morrer para que eu possa receber dinheiro daquela

empresa para a qual você trabalha. Seja uma boa filha pelo menos uma vez e

simplesmente morra. — Seu pai zombou. Parecia que ele falou apenas

alguns centímetros na frente de seu rosto. — Morra, Vera. Basta morrer

como todos os outros!

Ela começou a soluçar e lutar nos braços de Roth, tentando se virar. Ele

não a deixou ir, mas ela conseguiu rolar o suficiente para enterrar o rosto

contra sua camisa, agarrando-se a ele. Também o fez endireitar as pernas.

— Vera. — Seu alienígena murmurou ao lado de sua orelha. Ela sentiu

seu hálito quente em sua pele. — O que quer que esteja acontecendo em sua
cabeça, é apenas isso. Na sua cabeça. Eu tenho você e você está segura. —

Ela assentiu.

— Não dê ouvidos a esse maldito alienígena. Ele está mentindo para

você. Deus, você é uma idiota! Sua mãe deveria ter me dado um filho. Os

meninos são mais espertos. Eu não a teria deixado se ela tivesse. Mas não, eu

tive você. Você não vale nada.

Ela tinha ouvido seu pai dizer isso antes, quando eles discutiram no

passado. Isso havia sido muito real. — É por isso que eu te odeio. Você é um

idiota! Eu não te devo nada. Se eu morrer, você não receberá um centavo.

Isso significaria que eu não listei você como meu beneficiário. Eu te excluí

para ter certeza de que você nunca lucraria comigo.

— Vera, pare. — Roth aprofundou sua voz. — São as drogas. Me escute.

Estamos sozinhos nesta sala. Somos você e eu. — Ele acariciou suas costas e

colocou o queixo no topo de sua cabeça novamente, envolvendo-a contra seu

peito.

Então ele começou a fazer um som estrondoso e seu peito vibrou contra

o dela.

Ela se concentrou naquele barulho e gostou. As vibrações também eram

boas. Como uma massagem onde ela foi pressionada perto dele.
Seu pai não disse mais nada. Talvez seu alienígena o tivesse expulsado

de sua mente com aquele som. Ou ele a distraiu da loucura. Fosse o que

fosse, ela relaxou.

Roth soube o momento em que Vera adormeceu. Sua respiração

permaneceu lenta, mas uniforme. Ele relaxou seu domínio sobre ela. A

pobre mulher ouvia vozes que não eram reais e via coisas imaginárias que a

apavoravam. Ele esperava que as drogas desaparecessem de seu sistema e

ela ficasse boa logo.

A equipe médica entrou silenciosamente na sala, verificando as

informações de Vera exibidas em uma tela em algum lugar atrás dele.

Alguns deles pareciam desconfortáveis com sua presença. Ele não se

importava se estavam confortáveis ou não. Tudo o que importava era a

mulher. De alguma forma, ele se tornou o consolo de Vera. Ela confiava nele

e ele se recusava a desapontá-la.

Dra. Kane entrou na sala em um ponto, carrancuda para ele. — Isso não

é apropriado. — Ela manteve a voz baixa.

— Os costumes humanos não me preocupam. Promessas sim. Eu

prometi ficar com esta mulher.

— Você está compartilhando a cama e segurando-a.

— Eu jurei que a seguraria.

A médica humana se aproximou. — Isso quebra as regras.


— Eu não me importo.

Ela cruzou os braços sobre o jaleco branco. — Você está interessado

nela?

— Estou preocupado com essa mulher.

Dra. Kane abaixou os braços. — Quero dizer, você está sexualmente

interessado nela?

Um rosnado baixo explodiu de seu peito por causa do insulto. — Ela

está doente e assustada. Eu não a vejo assim.

— Peço desculpas. Eu também entendo. Como médica, vejo muitos

pacientes, mas realmente não noto se eles são atraentes ou não até que

começam a cicatrizar. Vocês Veslors, são realmente incríveis.

— Não tenho certeza do que você quer dizer.

— Vocês têm integridade. Você deu sua palavra à Srta. Wade e está

cumprindo, mesmo sob a ameaça de eu chamar a segurança. Isso é

admirável.

— É o nosso jeito.

A médica se aproximou da cama, enfiando a mão no bolso do casaco

antes que ela começasse a calçar as luvas. — Eu preciso dar uma olhada no

que as pupilas dela estão fazendo. — Ele ficou tenso.


— Os olhos dela. — Ela sussurrou. — Serei gentil e provavelmente não

a acordará. Ela parece estar exausta e dormindo profundamente.

Roth permitiu que a médica virasse suavemente a cabeça de Vera. Ela

não se mexeu em seus braços. Nem mesmo quando a médica usou dois de

seus dedos enluvados para abrir os olhos de Vera. Ele não conseguiu ver o

que a médica viu, mas ela franziu a testa antes de recuar e soltar Vera.

— Eu realmente preciso chamar um especialista para vê-la pela manhã.

Temos apenas dois especialistas oculares a bordo. — Ela encontrou seu

olhar. — Ambos se recusam a trabalhar no turno da noite. Por falar em

médicos, tive que proibir a Dra. Brick de invadir aqui. Ela tentou se

classificar, mas não é você quem está sendo tratado.

— Você deve permitir que Jessa entre aqui.

Isso fez as sobrancelhas da Dra. Kane arquearem para cima.

— Jessa é amiga íntima de uma companheira do meu grupo. Eu gostaria

que ela visse Vera.

— Ela é uma especialista em alienígenas. Esse é o campo dela.

— Eu confio nela.

— Se isso fosse um contágio... — Ela fez uma pausa. — Um vírus ou

doença que foi contraída no planeta que estamos circulando, a Srta. Wade

seria sua paciente. Não é. Esta era uma droga baseada na Terra.
Nada disso mudou a mente de Roth. Ele confiava em Jessa. — Eu ainda

gostaria que Jessa visse Vera.

A médica resmungou. — E eu gostaria de muitas coisas. Vou verificar

quando fizermos outra amostra de sangue. — Ela girou, saindo da sala.

Roth ajustou Vera nos braços e fechou os olhos. Ele tiraria uma soneca.

O menor ruído ou movimento o acordaria.


Capítulo Cinco

Vera acordou de novo, mas não entrou em pânico dessa vez. Ela estava

aninhada firmemente contra um grande volume de calor com um braço

pesado firmemente preso em suas costas. Roth, seu alienígena, ainda estava

lá.

Ela inalou, certa de que era ele. Ele cheirava bem. O barulho estrondoso

que ele fez não estava mais lá. Ela ouviu vozes fracas, vindas de outro lugar.

A escuridão total foi a primeira coisa que viu quando abriu os olhos.

— Estou aqui, Vera. — A voz de Roth a assegurou suavemente.

— Não consigo ver nada.

— Pode não ser você desta vez. Computador, acenda lentamente as

luzes.

A sala começou a ficar mais clara, e ela olhou para um material de cor

esbranquiçada à sua frente. Ela estendeu a mão, correndo os dedos sobre a

camisa que Roth usava. — Eu consigo ver.

— Olhe para mim.


Ela teve que se mover um pouco para levantar o queixo. Roth olhou

para ela. Ela olhou em seus olhos dourados. Eles não eram humanos, mas

eram fascinantes, especialmente contra sua pele escura. Ele tinha cílios

longos e grossos. Uma fina camada de pelo cobria sua pele. Ela nem sabia

com certeza se poderia chamá-lo assim. Parecia macio e aveludado.

Ela viu seu nariz largo em seguida. Seus lábios eram o que chamaria de

dignos de mordiscar. Ela odiava os magros. Ele era um alienígena de boa

aparência. Quase humano na aparência, mas não havia dúvida de que ele

não era.

Ela levantou a cabeça do travesseiro para ver melhor sua orelha

pontuda. Vera parou de acariciar sua bochecha e estendeu a mão.

Roth puxou o braço da cintura dela, pegando delicadamente a mão dela

com a dele. — Eu sou real. Você não deve tocar nas orelhas de um homem.

Ela olhou em seus olhos. — Eu sinto muito. Isso teria machucado você?

— Essa era a última coisa que ela queria fazer.

— Eles são extremamente sensíveis. Como você está se sentindo? Está

dormindo há quase quatorze horas. — Isso a chocou. Deve ter mostrado em

seu rosto.

— Você estava exausta. A quantidade da droga em seu corpo está

diminuindo. Eles têm feito exames de sangue. A Dra. Kane prevê que em

mais quinze horas, ela deve ter sumido completamente. A médica não
encontrou nenhum dano duradouro em você. O preto dos seus olhos não

está mais mudando de tamanho e eles combinam.

Ela tinha que pensar sobre isso. — Meus olhos?

— Os centros negros. Eles estavam fazendo coisas ruins, mas agora

parecem normais para um humano. Você está se sentindo melhor? Você vê

ou ouve alguém que não está aqui?

Ela mordeu o lábio e quebrou o contato visual com ele, virando a

cabeça. Eles estavam no que parecia ser um quarto de hospital. A porta

estava quase fechada, mas não totalmente. Numa parede havia armários

claramente marcados para suprimentos. Havia também um banheiro.

Nenhum pé grande, lobisomem ou seu pai compartilhava o quarto com eles.

Ela olhou para Roth antes de falar. — Somos só nós aqui. Alguém mais

sobreviveu?

Seus lábios se apertaram e seus olhos dourados se estreitaram. — Meu

agrupamento e as equipes táticas humanas enviadas à superfície do planeta

descobriram a origem da droga.

Ela percebeu que ele não havia respondido sua pergunta, mas ela

realmente queria saber como havia ingerido a droga. — O que foi?

— Sua fonte de oxigênio era do planeta, mas sendo filtrada por uma

máquina.
— O reciclador de ar. Isso garante que nenhum pólen ou outros

poluentes entrem em nossos espaços. Um de nossos cientistas verificou. Ele

disse que não era isso. Ele estava errado?

— Havia outra máquina que circulava o ar dentro de suas cabines.

— As bombas. Nós pensamos que elas estavam ok também. Então,

novamente, todos estavam perdendo a cabeça. Foram as bombas? A droga

estava no ar?

Ele hesitou. — Havia grandes dispositivos de cartuchos encontrados

dentro das aberturas que conectavam as diferentes seções de suas

instalações. Esses dispositivos dispersaram a droga em forma de névoa. A

Dra. Kane fez alguns testes. Os primeiros resultados que ela compartilhou

são que a droga teria sido absorvida pela pele. Também teria entrado na

língua, nos olhos e dentro do nariz por causa da respiração. Qualquer coisa

que você tocou perto dessas aberturas imediatamente após a pulverização

também teria infectado você.

Vera fechou os olhos e encostou o rosto no peito dele. As lágrimas

encheram seus olhos, mas ela tentou lutar contra.

Ninguém de sua equipe havia pensado em verificar as aberturas.

Apenas a fonte de onde o ar estava sendo filtrado e os grandes ventiladores

que o bombeavam pelos casulos. As aberturas estavam todas localizadas no

teto no topo dos casulos e não eram grandes o suficiente para uma pessoa
caber dentro. Eles não teriam sido capazes de verificá-los completamente,

mesmo se quisessem.

— Como descobriram isso?

— Os homens receberam scanners programados para detectar a droga.

As saídas de ar foram ativadas e eles puderam ver que vinha delas. Eles

arrancaram o teto e encontraram os cartuchos.

Ela agarrou sua camisa. — Porra! — Isso a deixou tão brava! Havia

várias aberturas em cada cabine, mesmo dentro dos corredores de conexão

que ligavam todos elas. A droga estava chovendo sobre eles em forma de

névoa toda vez que a bomba funcionava para soprar ar fresco dentro das

cabines. Por que eles não notaram? Não viram? Os tetos tinham pelo menos

cinco metros de altura dentro dos casulos, mas apenas cerca de três metros

nos corredores.

Roth colocou o braço em volta dela e gentilmente afagou suas costas. —

Você se lembra de algum dos outros humanos trabalhando nas aberturas?

Carregando cartuchos longos?

Ela balançou a cabeça contra a camisa dele. — Não. Mas há câmeras de

vigilância.

— A frota está revisando as gravações. Isso levará tempo. Quando a

instalação foi construída?

— Há pouco mais de dois meses. — Ela se recompôs.


— Algum humano saiu recentemente?

— Não. Viemos no Dalton, é um cargueiro. A New Worlds nos enviou,

as cabines em que vivíamos e os trabalhadores que montaram tudo. Assim

que estocamos e tínhamos todo o nosso equipamento no planeta, o cargueiro

foi embora. Heftner estimou que levaríamos sete meses para concluir a fase

um. É quando seríamos apanhados e os trabalhadores da fase secundária

teriam nos substituído. — Sua voz quebrou e ela engoliu em seco. —

Tínhamos menos de cinco meses para terminar.

— Heftner?

— Gary Heftner é nosso gerente de projeto.

— Ele estava na superfície?

— Não. Heftner é nosso chefe. Ele não gostaria de ficar preso em algum

planeta por tanto tempo enquanto estivéssemos fazendo a pesquisa inicial. É

para ele que enviamos atualizações, ou que grita conosco se atrasarmos.

— Programar para fazer o quê?

— New Worlds venceu a licitação do Biter2. É assim que chamamos o

planeta. Todos os animais, e até algumas das plantas que descobrimos,

querem nos morder. A maioria desses tipos de planetas não é registrada com

um nome oficial até que a pesquisa inicial seja concluída e já estejamos

2
Biter significa mordedor.
sendo enviados para outro lugar. Nesse ponto, a reivindicação é

estabelecida.

Roth continuou acariciando suas costas. — Eu não entendo. Licitação?

Quais fases? E que reclamação?

Ela inalou e ergueu o rosto longe de sua camisa para olhar para ele. —

Se a vida alienígena não estiver presente em um planeta que é encontrado

por naves da Terra, empresas como a que eu trabalho podem se candidatar

para enviar equipes para pesquisá-las. A primeira fase é reunir informações

sobre a vida selvagem, o terreno, a vegetação e os minerais. Sempre sou

designada para a fase um, já que voo drones para mapear e registrar a

superfície. Assim que terminarmos, as equipes da fase dois pegam o que

descobrimos e começam a fornecer o que podem.

— Fornecer?

Vera hesitou. — Dois empregos atrás, o mineralogista em nossa equipe

de pesquisa descobriu algo que o entusiasmou. Não me pergunte o que era,

pensei ter visto algumas das amostras que ele sempre carregava para sua

área de trabalho. Ele deve ter recolhido três dúzias de grandes caixotes

daquelas pedras. Eles pareciam pedaços de metal verde. Tudo o que ele nos

disse foi que a New Worlds lhe daria um aumento e eles facilmente

ganhariam o dinheiro de volta naquele projeto.

— As equipes da fase dois são enviadas para coletar e enviar tudo o que

excita os chefes de volta à Terra, ou para quem quer que minha empresa
possa vender as coisas. Contanto que tudo o que eles peguem não danifique

o planeta, é um jogo justo usar rochas de metal verde ou o que quer que seja.

É assim que empresas como a New Worlds ganham dinheiro, se

encontrarmos coisas boas. Eles podem reivindicar os direitos por três anos,

para vender o que puderem depois de concluirmos nossa pesquisa inicial, e

eles registram isso com a Terra e quaisquer raças alienígenas aliadas naquele

setor do espaço. Assim que a reivindicação termina, a Terra às vezes abre

colônias nesses planetas.

Ela respirou fundo e soltou o ar. — Você não me respondeu. Alguém

mais sobreviveu?

Roth parou de acariciar suas costas e segurou seu rosto. Ele se inclinou

mais perto, seu olhar bloqueado com o dela. — Você precisa se concentrar

em melhorar. Conversaremos assim que estiver totalmente recuperada.

Lágrimas encheram seus olhos e ela não se preocupou em piscar de

volta. — Eu sou a única sobrevivente. Você simplesmente não quer dizer

isso. Todos eles morreram.

Um monitor apitou, fazendo-a se assustar. Algo rangeu e ela engasgou,

girando a cabeça.

Um homem e uma mulher vestindo uniformes azuis escuros com

adesivos médicos haviam entrado na sala. O homem falou.


— Eu sou o Doutor Mead. Vejo que está acordada, Srta. Wade. Por

favor, tente diminuir sua frequência cardíaca. — Ele se moveu para o topo

da cama, desligando o alarme. Ele deu um passo para trás e a estudou. —

Posso ver que você está chateada, mas é fundamental evitar o estresse agora.

— Seu olhar mudou para Roth. — O Sr. Roth disse ou fez algo com você?

Posso pedir à segurança para removê-lo.

— Não. — Vera não gostou do médico por presumir que ela estava

chateada com algo que Roth tinha feito. Estava chateada porque suspeitava

que todos os seus colegas de trabalho estavam mortos. — Roth fica.

— Vou pegar um pouco de água para você. — A mulher correu para a

porta de um grande armário e a abriu, expondo o que parecia ser uma pia

com prateleiras acima dela. Ela encheu uma xícara e ofereceu a Vera.

Significava ter que se sentar e soltar Roth se ela aceitasse a xícara. Vera

não sabia com certeza se estava disposta a fazer isso ainda, mas sua garganta

estava seca. — Estou vendo e ouvindo duas pessoas nesta sala conosco. Eu

não estou imaginando eles, estou? — Ela olhou para Roth.

— Elas são reais. — Ele confirmou.

— Você não vai me deixar, certo?

— Não vou deixar você, Vera.

Ela tentou se sentar, mas se sentia trêmula e descoordenada. Roth se

moveu para se sentar primeiro, e então ele a ajudou gentilmente até que
ambos se sentaram lado a lado na beirada da cama com as pernas

balançando.

Ela olhou para baixo quando Roth de repente colocou um cobertor em

volta de sua frente e sobre seus ombros, para evitar que caísse em seu colo.

Foi quando ela viu suas pernas expostas, onde o cobertor não cobria.

A memória voltou. — Eu ainda estou pelada?

— Sr. Roth se recusou a permitir que uma das enfermeiras colocasse

você em uma roupa de paciente. — Dr. Mead informou a ela, sua voz fria.

— Eu a mantive coberta. — Roth rosnou. — E jurei que não a deixaria ir.

Eu mantenho minha palavra.

— Foi altamente inapropriado e eu escrevi um relatório. Enviei cópias

ao Comandante Bills e ao superior de sua equipe, Sr. Roth.

Vera olhou entre a expressão tensa de Roth e a expressão zangada do

médico. Ela teve que tirar um dos braços cuidadosamente de debaixo do

cobertor para mantê-lo no lugar. Um lado ainda começou a escorregar.

Roth agarrou o cobertor antes que seu seio ficasse exposto, e ele

espalmou a mão no alto de seu peito e enrolou os dedos em torno de seu

braço para prendê-lo no lugar. Ela lhe lançou um olhar agradecido e depois

repetiu o que acabara de ouvir. Lentamente fez sentido.

Ela franziu a testa para o Dr. Mead.


— Não estou chateada por estar nua. Apenas esqueci que estava. Você

tem alguma ideia do que eu passei? — Mais lágrimas a cegaram de pensar

sobre o que aconteceu nas cápsulas. Ficava frustrada por estar prestes a

começar a soluçar. Então ela ficou brava novamente. — Eu não dou a

mínima por estar nua. Zero foda. Todos os meus amigos estão mortos! — Ela

se inclinou para Roth, pressionando seu corpo contra o lado dele. — Você

pode pegar seu relatório que presumo que escreveu para colocar Roth em

apuros e comê-lo. Ele é meu herói.

O queixo do Dr. Mead caiu e seus olhos se arregalaram. A enfermeira,

ou o que quer que fosse, teve a mesma reação.

Roth recostou-se um pouco, mantendo a mão sobre ela e o cobertor, mas

então envolveu o outro braço em volta das costas dela. — Tudo bem, Vera.

Eu não estou com problemas.

Ela se contorceu e pressionou o rosto contra a camisa dele. — Esse cara

devia comer um saco de paus. Então sufocar com eles. — Ela imaginou isso

mentalmente e começou a rir. Foi muito engraçado para ela.

Roth rosnou. — Vera.

A risada se transformou em soluços, e ela abraçou Roth em sua cintura,

agarrando-se a ele. — Estou tendo mudanças de humor. Eu não estou louca.

Parece que é o quarto dia em que tenho um período muito ruim, só que

muito pior. Oh merda... ainda estou confusa. Você é real, embora. Sei disso
com certeza. Acho que todos os meus amigos morreram. Não é certo que eu

seja a única que consegui e isso é tão bagunçado! Não me deixe ir!

Roth a segurou com mais força. — Eu tenho você, Vera. Eu não vou

embora.

— Esse cara é um idiota, no entanto. Não estou imaginando isso, estou?

Não gosto do jeito que ele falou com você. E quem se importa se estou

pelada? Dá um tempo. Ele não viu pessoas matando umas às outras e a si

mesmas. Eu vi. O que é uma bunda nua comparada a isso? Eu odeio pessoas

estúpidas. E ele é um idiota. — Ela continuou chorando, incapaz de parar.

— Deixe-nos. — Roth rosnou.

Sua voz profunda não a assustou. Ele era seu alienígena e não a

machucaria. — Você é meu herói, Roth. Eu me sinto segura com você. Por

que aquele idiota não consegue entender?

O peito de Roth começou a vibrar e ele fez aquele som estrondoso.

Ela virou a cabeça mais, pressionando o ouvido na camisa dele. — Eu

gosto desse som. É tão calmante. Você é muito bom para mim.

Ele a segurou com mais força e continuou vibrando, fazendo aquele

barulho. Isso a ajudou a parar de chorar.

— Não podemos dar a ela um sedativo ainda. — A mulher sussurrou.

— Você pode fazê-la beber um pouco de água, Sr. Roth? Vou cuidar de
Mead. Ele parecia muito chateado quando saiu daqui furioso. Ele está

apenas tentando proteger nossa paciente. Você tem que reconhecer que isso

não é exatamente algo que vimos antes.

Roth desenrolou o braço em torno de Vera. — Vou fazê-la beber isso.

Podemos ficar sozinhos? Ela fica mais calma.

— Certo. Não acho que você vá molestá-la nem nada, mas não posso

fechar a porta totalmente. Essas ordens vieram diretamente de Kane. Eu

estarei perto. Avise se precisar de ajuda ou se ela sentir fome. Ela deveria

comer alguma coisa. Esses adesivos de nutrientes que temos nela estão

ajudando, mas não são iguais a uma refeição de verdade.

— Eu vou tentar.

Espantou Vera que Roth pudesse falar e ainda vibrar, com aquele

barulho estrondoso vindo de seu peito. — Você é tão talentoso... Você é um

super-herói.

— Vou deixar você com isso. — A mulher sussurrou. Algo rangeu,

provavelmente a porta novamente.

— Eu tenho água. — Roth disse calmamente. — Você vai beber por

mim?

Vera se sentiu emocionalmente sobrecarregada novamente. — Eu faria

qualquer coisa por você, depois de tudo que está fazendo por mim. — Ela
odiava afastar o ouvido de sua camisa e daquele som calmante, mas o fez,

abrindo os olhos.

Roth encontrou seu olhar. — Vou arrumar seu cobertor. Ele deslizou.

Ela olhou para baixo e ele estava certo. Um de seus seios estava exposto.

Não o lado que ele segurou. Provavelmente aconteceu quando ela abraçou

sua cintura. Ela se inclinou mais para trás e o agarrou, cobrindo o seio. Vera

rapidamente olhou para ele, mas ele estava olhando em seus olhos. Com a

outra mão, ele levou a xícara à boca.

— Pequenos goles no início.

— Certo. Eu não quero vomitar. Estive racionando o que tinha para... —

Ela tomou um gole d'água e engoliu em seco. Estava um pouco frio. Ela

tomou outro gole, mas depois recuou. — Perdi a noção dos dias.

— Foi inteligente da sua parte evitar comer alimentos que poderiam

estar contaminados. — Ele parou de ronronar.

Ela perdeu o som, mas não reclamou. — O início de tudo que deu

errado foi acionado durante uma refeição. A primeira pessoa que matou

alguém foi nosso cozinheiro, e sua vítima estava comendo. Comecei a

relacionar morte com comida e não queria comer nada que o New World

nos fornecesse. Todos nós tínhamos acesso à cozinha da empresa e às salas

de armazenamento de alimentos.

— Tome mais goles.


Ela obedeceu. — Não consigo pensar em ninguém nas cabines que teria

feito isso. Quero dizer, ele seria um idiota suicida se o fizesse. — Ela tomou

outro gole. — A menos que tenha sido morto por um de nós malucos.

— Não pense nisso.

— Eu não posso parar. O Doutor Jeth e a Doutora Hazel testaram todos.

Todos nós tínhamos essa droga dentro de nós. Eu, Nancy e a Dra. Hazel

tínhamos as dosagens mais baixas.

— Vocês três trabalharam ou passaram algum tempo em áreas sem

ventilação?

Ela franziu a testa para ele. — Hum, não. As aberturas estão em todos as

cabines. Eu tinha duas no meu quarto de dormir e uma no meu banheiro

privativo. Elas estão por toda parte. Uma também estava perto da minha

estação de trabalho. Eu costumava reclamar do frio que sentia quando

soprava em mim. Eu gostaria…

Ela fez uma pausa, sua mente correndo.

— Vera?

— Eu colocava camadas extras. Você sabe, usando duas camisas de

manga comprida em vez de apenas uma. Sempre levo algumas porque já fui

congelada antes.

— Congelada?
Ela deu um aceno afiado. — Desculpa. Hum, eles mantêm a

temperatura muito baixa. A segurança sempre supervisiona isso. Eu estava

nesta nave há alguns anos e, juro, era como morar dentro de uma geladeira.

Eles mantinham as temperaturas muito baixas. Quase tivemos um motim.

Na verdade, não, mas muitos de nós ficamos bravos porque eles não

aumentaram nem um pouco o calor para que ficássemos mais confortáveis.

— Ela fez uma pausa. — Eu também troquei com Gene por dois cobertores

extras para me manter aquecida enquanto eu dormia. Eu me enterrei sob

eles à noite como se fossem uma tenda. Talvez seja por isso que eu estava

menos exposta?

— Gene?

— Gene Tiddle. Ele era nosso procurador nos casulos para conseguir

suprimentos extras. Ele era o gerente do local. Dei a ele minhas sobremesas

por duas semanas. O cozinheiro tem ordens de nos limitar a apenas uma

depois do jantar, ou acabaríamos com nosso estoque rápido demais. Como

racionamento. Gene gostava de doces.

— E quanto às outras duas mulheres? Eles também estavam com frio e

vestindo camadas? Eles trocaram por mais cobertores? Significaria que mais

de sua pele estaria coberta.

— Não sei sobre isso, mas a Dra. Hazel e Nancy saíam muitas vezes

com o oficial de segurança designado para conduzi-las.

— Por que elas foram lá fora?


— A Dra. Hazel é... era... não apenas uma médica clínica, mas também

uma veterinária. Uma médica de animais. Era seu trabalho colher amostras

da vida selvagem. Você sabe, para descobrir se eles tinham alguma doença a

que fôssemos suscetíveis ou mordidas venenosas que pudessem nos matar.

As equipes da fase dois precisam saber disso, já que são enviadas para

coletar coisas para vender. Os oficiais de segurança também são caçadores.

Temos essas coisas na rede que eles podem atirar para prender um animal.

Não os mata, mas aperta seus corpos até que eles não possam se mover. A

Dra. Hazel coletaria amostras de sangue e tecido. Nancy era sua assistente.

Eu também acho que ela só queria deixar as cápsulas porque estava

entediada. Então, as duas executariam todos os testes.

— Compreendo.

Então Vera se lembrou de algo importante. — Eu cortei minha mão

duas semanas depois que mudamos para as cabines e tivemos que ir para a

ala médica. A Dra. Hazel e Nancy usavam luvas e roupas finas de contágio

durante os testes. Há também uma parte da ala médica que é vedada com

vidro transparente. Quando eu entrei, eles guardaram suas amostras e era

como uma câmara de descontaminação. Elas foram pulverizadas antes de

remover seus trajes e abrir as portas para vir dar uma olhada em meu

ferimento. Elas teriam sido protegidas naqueles trajes dentro daquela sala,

certo?

— Sim. — Roth parecia perdido em pensamentos antes de olhar para ela

novamente. — Você não estava vestindo muito quando eu te encontrei.


— A doutora Hazel me colocou no comando da segurança. Tive acesso

aos controles e aqueci as cápsulas até uma temperatura confortável. Achei

que se estávamos vendo e ouvindo merda, podíamos muito bem não estar

com frio em cima disso.

Roth deslizou para fora da cama. — Preciso compartilhar essas novas

informações com Clark.

Ela entrou em pânico. — Não me deixe!

Ela também deslizou para fora da cama para agarrá-lo. O cobertor e o

lençol caíram, deixando-a nua, mas ela não se importou. Ela se lançou, seus

pés se enredando no lençol, e ela tropeçou no grande corpo de Roth.

Ele a segurou antes que ela pudesse cair, envolvendo os braços em volta

de sua cintura e puxando-a com força contra sua frente. A cabeça dela só

veio até o peito dele, mas não atingiu a parte inferior de seu queixo. Ele era

um alienígena realmente grande.

— Eu não estava deixando você, Vera. Há um dispositivo de

comunicação embutido na parede perto da porta do banheiro. — Ele ajustou

seu domínio sobre ela, acariciando suavemente a parte superior das costas.

— Deixe-me colocá-la de volta na cama. Você ainda não está bem.

A porta se abriu e o Dr. Mead correu de volta para dentro, com outro

homem atrás dele. — O que diabos está acontecendo? Perdemos seus sinais

vitais.
Roth apertou seu aperto e torceu, levantando-a do chão quando ele o

fez. Ela não podia mais ver nenhum dos dois homens. Roth bloqueou sua

visão. — Ela saiu da cama e está bem. Nos deixe.

— Coloque-a no chão. — Ordenou o Dr. Mead.

— Eu vou quando você sair. Ela tem a pele nua. Vocês são machos

humanos. Seu tipo sexualiza a nudez. Veslors não.

— Eu tenho que fazer xixi. — Vera não percebeu isso até que Roth a

levantou, apertando seu meio o suficiente para que sua bexiga começasse a

protestar.

Roth rosnou baixo e caminhou em direção ao banheiro, mantendo-a a

centímetros do chão. — Eu vou te levar. É apenas mais alguns passos de

distância.

— Ralph, vá buscar Paula. — Disse o Dr. Mead rispidamente. — Uma

mulher deve ajudar a senhorita Wade. Você não. Isso é altamente-

— Inapropriado. — Vera retrucou. — Você mencionou isso antes.

Estamos em um hospital. Peça a um colega de trabalho que remova o pau da

sua bunda.

Roth levou Vera para dentro de um banheiro e gentilmente a colocou no

chão. Quando ela olhou para cima, ele olhou para o rosto dela. — Você

precisa de mim para ajudá-la a fazer isso? Eu vou.


Ela virou a cabeça. O banheiro estava perto. — Eu consigo. Só não os

deixe entrar aqui.

Ele manteve seu olhar fixo no dela enquanto a soltava com cuidado. —

Eu ficarei à vista. — Ele se certificou de que ela pudesse ficar de pé sozinha e

então deu as costas, deu um passo para a porta aberta e bloqueou-a com seu

grande corpo.

Ela conseguiu ir ao banheiro e assim que se sentou, sua bexiga soltou. O

calor aqueceu suas bochechas, já que Roth a ouviria fazer xixi, mas ela não

queria perdê-lo de vista. Ela não estava mais vendo coisas imaginárias, pelo

menos ela não viu desde que ela acordou, mas ela ainda estava com medo

de que esse sintoma específico voltasse.

Estou apenas mal-humorada, ela admitiu silenciosamente.

Ela ligou o vaso sanitário para limpar as partes íntimas quando

terminou e tentou se levantar. Ela ficou de pé, mas suas pernas pareciam de

borracha. — Roth…

Ele instantaneamente girou e correu em sua direção enquanto ela

balançava. Ele a pegou em seus braços, seu olhar travando com o dela. — Eu

tenho você, Vera.

Ele era um homem alienígena muito forte. Mais tarde, ela percebeu que

ficaria extremamente envergonhada sobre como ela o tratou como um

cobertor de segurança respirando, e ele a viu nua, ouviu seu xixi e


testemunhou seu discurso como uma lunática. Mas esse tempo não era

agora. Ela apenas se sentiu grata quando ele a carregou de volta para a

cama, sentou-a nela e então se curvou, pegando o lençol e o cobertor. Ele a

cobriu.

Uma mulher entrou na sala. Foi quando Vera percebeu que o médico e

o outro homem não estavam mais lá. — Eu sou a enfermeira Paula. Deixe-

me pegar um vestido para você, Srta. Wade. Talvez você queira tomar banho

também. Eu posso te ajudar com ambos.

Vera hesitou. Ela se sentia melhor. Pelo menos mentalmente. Seu corpo

estava fraco e dolorido. Era tentador. Ela não conseguia se lembrar da última

vez que tomou banho. Não tinha sido seguro se expor à água nas cápsulas.

— Não vou deixar você, Vera. — Roth prometeu, com aquela voz rouca

que ela estava começando a amar.

— Ok, mas apenas se Roth permanecer à minha vista.

As sobrancelhas da enfermeira arquearam, mas ela se recuperou

rapidamente. — O que quer que a faça se sentir mais confortável, Srta.

Wade.

— Obrigada.
Capítulo Seis

Roth estava parado na porta do banheiro, de costas para o chuveiro.

Vera estava lá dentro, uma enfermeira ajudando-a a se limpar. Ele podia

ouvir sua conversa murmurada baixinho sobre a água. Paula fez perguntas

médicas a Vera.

Ele encerrou suas comunicações com Clark depois de compartilhar o

que Vera havia revelado a ele. Ele ligou para Drak em seguida.

Seu macho respondeu imediatamente. — Eles se recusaram a nos dar

acesso a você na ala médica, situação?

— A saúde da mulher está melhorando.

— Isso é uma bênção. Você está voltando para casa agora?

— Ainda não. Vera ainda precisa de mim. Acabei de falar com Clark.

Ele enviará uma nova atualização ao nosso grupo e às equipes táticas

encarregadas da investigação na superfície do planeta. — Em seguida, ele

compartilhou o que Vera havia lhe contado. — Depois que ela aqueceu as

cabines, ela removeu as camadas de roupa.

— O que a expôs a altas dosagens da droga. — Maith interrompeu.


Roth sentiu alívio ao ouvir a voz do outro homem. Ele era seu médico.

— Esse foi o meu pensamento também. Vocês estão todos presentes e

ouvindo esta chamada?

— Sim. — Gnaw o deixou saber.

— Qual é a condição exata da fêmea? Os humanos se recusam a

compartilhar isso, citando seus direitos de privacidade. — Maith parecia

zangado. — Jessa também não conseguiu ter acesso aos registros dela. Eu

pedi a ela para tentar.

Isso divertiu Roth. Maith e Jessa não se davam bem. A médica era a

especialista em pesquisa alienígena designada para Defcon Red. Jessa Brick

os havia assediado por meses, tentando colocar seus homens em seu

laboratório para estudá-los e interrogá-los para aprender mais sobre Veslors.

Eles recusaram.

Mais tarde, Jessa se tornou amiga íntima da companheira humana de

Gnaw. Maith e a médica discutiram quando Darla estava grávida dos

filhotes gêmeos de Gnaw, lutando para ver quem ajudaria no parto. Depois,

eles apenas evitaram falar.

— Doeu quebrar seu tratado de silêncio para pedir esse favor a Jessa?

Maith rosnou uma maldição para Roth.

Roth decidiu que ele provocou o homem o suficiente. — Os olhos de

Vera estão normais agora, ela está mais presa à realidade, mas suas emoções
são erráticas. Ela derrama lágrimas e ri com muita facilidade. — Roth

esperava que seu médico lhe assegurasse que todos eram bons sinais de que

a mulher ficaria bem.

— Eu mantive uma cópia de todas as anotações que os médicos

humanos na superfície fizeram e as examinei cuidadosamente. Observe a

depressão e a raiva de Vera. Ela pode sentir esses sintomas até que a droga

desapareça completamente de seu corpo. Ambos podem ser perigosos. Ela

pode tentar fazer mal a si mesma ou a você. — Maith avisou.

Roth resistiu a bufar. Vera era uma mulher pequena. — Ela não pode

me machucar. Vou me certificar de que ela não ataque outros humanos. Ela

é fraca, mas tem uma vontade forte. Alguns médicos a irritaram. Ela exibiu

uma língua afiada com insultos.

Um de seus machos riu.

— Ela está sendo insultuosa com você? — Isso foi Drak.

— Não. Ela se sente segura comigo. — Roth se sentiu um pouco

orgulhoso disso, mas não iria admitir para seu grupo. Tampouco admitiria

que achava a pequena humana bela. Eles iriam provocá-lo sem piedade.

Talvez pior, eles poderiam perder o respeito por ele se ele contasse que se

sentia atraído por Vera. Ela precisava de sua força, não de sua luxúria.

— Clark deu a vocês as últimas atualizações sobre o que descobrimos

sobre os recipientes de drogas? Uma equipe de engenharia os estudou.


Essa notícia deixou Roth tenso. — Não. Diga-me, Drak.

— Todos eles tinham timers e cada um estava programado para

começar a liberar a droga em uma determinada data. Passaram-se cinquenta

e seis dias após a instalação estar totalmente operacional. Havia droga

suficiente dentro de cada lata para expor os humanos por aproximadamente

vinte dias. Cada vez que os recipientes eram ativados, eles liberavam uma

dosagem medida em uma forma de névoa para fazê-los durar o período de

tempo apropriado.

Roth encostou-se no batente da porta. — Por quê? Se alguém os

quisesse mortos, eles não teriam liberado esta droga em doses letais?

Maith respondeu. — Existem muitas drogas que matam de forma mais

rápida e eficaz se quem fez isso só quisesse que todos naquela instalação

morressem. Parece mais algo feito para testar uma droga para ver como os

humanos reagem a ela ao longo do tempo. Tenho consultado Jessa. — Maith

hesitou. — Não, não estamos nos dando bem, mas ambos somos

profissionais. Ela explicou como funcionam os testes de drogas. O

medicamento é feito, testado em animais e humanos e, se for considerado

seguro, o fabricante o venderá e terá um grande lucro. Se não for seguro, se

causar danos, ele falha e não pode ser vendido. No entanto, ele é adicionado

ao banco de dados médico deles para fins de identificação se aquele

medicamento com falha for usado. Algumas empresas produtoras de

remédios não sabem disso, segundo ela.


Roth sentiu a frustração crescendo. — O que significa tudo isso?

— Há uma forte possibilidade de que a Brilon, a empresa que criou o

medicamento, não sabia que o medicamento poderia ser identificado e

rastreado até eles. Suspeitamos que Brilon desejava vendê-lo ilegalmente

como arma. Faz sentido que eles possam ter usado aqueles humanos dentro

da instalação para mostrar os resultados aos compradores em potencial.

Jessa afirmou que eles eram um estudo de teste ideal para algo assim, já que

estavam confinados em um pequeno espaço sem nenhuma maneira de

deixar o planeta.

Roth fechou os olhos, enfurecido com as coisas que Maith havia dito. —

Eles expuseram Vera e os outros para provar que sua droga faria mal aos

humanos?

— Eu aprendi com Jessa que existe um grande mercado negro com

certos humanos ruins que procuram comprar drogas que podem causar

instabilidade na mente de suas vítimas e, eventualmente, irão matá-los se

não lhes for dada uma cura ou alívio da exposição. Humanos maus podem

fazer reféns, expô-los à droga e transmitir os resultados ao vivo para

resgatar suas vítimas e obter lucro. Jessa acha que essa droga seria algo que

os criminosos comprariam para esse fim. A droga tornou os humanos

instáveis, cometendo assassinato em alguns casos e tirando suas próprias

vidas. — Maith rosnou. — É revoltante que alguém deseje fazer isso.


Um rosnado explodiu de Roth, e ele queria bater em algo. Ele abriu os

olhos. Alguém fez Vera sofrer para obter lucro ilegal. — Alguém exigiu

dinheiro da empresa para a qual Vera trabalha?

— A New Worlds está negando qualquer conhecimento do que estava

acontecendo com seu povo até que foram notificados pela frota de que

estávamos no local. De acordo com eles, eles nem haviam recebido um sinal

de socorro. Eles admitiram que a instalação, que eles chamam de cápsulas de

habitação perdeu uma transmissão semanal com eles para atualizações, mas

presumiram que havia uma falha no sistema de comunicação que seria

reparada no local. Eles planejaram enviar uma nave para verificar seus

funcionários se uma segunda reunião de transmissão fosse perdida. Isso

teria sido amanhã. Então, eles teriam levado aproximadamente três semanas

para chegar ao planeta se eles tivessem enviado alguém da Terra.

Isso não aliviou a raiva de Roth. Isso tornou tudo pior. Vera não teria

sobrevivido naquele momento na superfície se Defcon Red não tivesse

captado o sinal de socorro e respondido a ele. — A Terra está procurando os

responsáveis por esta droga para impedi-los de vender mais?

— Sim, mas o prédio comercial estava abandonado. Nenhum dos três

proprietários de Brilon estava em suas casas. Autoridades da Terra lançaram

alerta buscando aqueles que teriam acesso à fórmula e a capacidade de criar

mais.
— Fico feliz em ouvir isso, Drak. — Roth esperava que os humanos

fossem encontrados rapidamente. — Mantenha-me atualizado sobre essa

situação.

— Nós faríamos, mas a ala médica nos proibiu de entrar. — Drak

parecia zangado. — Eles até se recusaram a lhe dar nossas mensagens.

— Envie-me meu dispositivo de comunicação pessoal. Dê para Clark ou

Abby. Um deles terá permissão para entrar no quarto de Vera.

— Nós vamos. Não deixe a ala médica. Tememos que eles não

permitam que você volte para ver a mulher se o fizer — sussurrou Maith. —

Você é nossa única fonte de atualizações sobre a condição dessa mulher.

— Eu não vou deixar Vera. Eu preciso ir. — Roth encerrou as

comunicações.

A água parou atrás dele minutos depois, e ele esperou enquanto a

enfermeira ajudava Vera a se secar e colocar uma das batas médicas. Ele se

virou quando ouviu as duas mulheres se aproximarem de suas costas.

Vera parecia mais fraca, cada passo que dava era um esforço. Ele a

parou e a ergueu em seus braços. Então ele voltou para o quarto para

depositá-la suavemente na cama.

A enfermeira ligou algo no topo, então encontrou seu olhar. — Vou

buscar algo para ela comer agora.


— Obrigado. — Ele cobriu Vera com um cobertor e segurou sua mão. —

Você está limpa.

Ela torceu o narizinho. — Eu cheirava mal antes?

— Não. Eu treino com seus machos humanos. Estou familiarizado com

o mau cheiro corporal deles, uma vez que começam a suar. Você não foi

ofensiva ao meu nariz.

Ela lutou para se sentar. Roth a ajudou e ajustou a parte de trás da cama

para se levantar, empurrando um travesseiro no espaço vazio atrás de sua

cabeça para deixá-la mais confortável.

— Você me disse que era um lutador?

— Sim.

— Essa é sua palavra para soldado? Você faz parte das forças armadas

do seu mundo? Ou você está em uma nave da frota para entreter as tropas,

demonstrando suas habilidades de luta para o público?

— Eu entendo o que você está perguntando, e tentarei explicar Veslors e

nossa sociedade para você. Todos os Veslors são bons protetores de si

próprios e dos outros. Somos uma raça que naturalmente sabe lutar e se

defender.

Ela olhou para o corpo dele. — Você é muito maior do que os humanos.
— É mais do que nosso tamanho. Nós nos transformamos em forma de

batalha. — Ele ergueu a mão. — Minha forma é diferente quando preciso

lutar contra um inimigo. Eu cultivo garras e minha pele endurece. Sua

espécie nos chama de metamorfos.

Seus olhos se arregalaram.

— Não se assuste. Estou explicando isso para que você entenda. Todos

os Veslors podem se transformar e lutar se houver necessidade, mas a

maioria prefere uma existência pacífica. Esses Veslors aceitam trabalhos que

não os expõem aos nossos inimigos. Fui criado em um dos planetas em

crescimento no sistema solar Veslor. Nosso grupo de nascimento estava feliz

com esse modo de vida. Eles nunca quiseram deixar nosso mundo natal ou

fazer qualquer coisa além da agricultura. Eu era diferente. Assim como os

homens com quem formei um grupo em uma idade jovem. Sonhamos em

deixar nosso planeta em busca de aventura. A batalha nos revigorou e

somos bons nisso. Tornamo-nos lutadores. Significa que contratamos nosso

grupo para qualquer pessoa que precise de nós para defendê-los.

Ela o estudou, uma pequena ruga na testa.

— Mercenários. — Ele cuspiu a palavra. — Os humanos parecem

conhecer esse termo.

Os olhos de Vera se arregalaram novamente.


— Não somos ruins como os mercenários humanos são. Eles não se

importam com o trabalho, se estão sendo pagos. Eles violam as leis

prejudicando inocentes e não têm honra. Veslors só funcionam para

alienígenas que precisam ser defendidos contra os violentos. Sua frota nos

trouxe para a batalha com criaturas em um planeta que comia humanos

quando nos mudamos para Defcon Red. Também treinamos seus machos

como lutar com mais eficácia. Somos enviados em missões para ajudar a

proteger seu povo. Você já ouviu falar dos Elth?

Ela assentiu. — Claro. Eles atacaram a Blaze. Essa nave é propriedade

de uma empresa concorrente daquela para a qual trabalho. Estava nas

notícias e todas as naves espaciais foram avisadas para contratar transportes

blindados se não tivessem bons sistemas de defesa a bordo.

— Os Elth atacaram outros alienígenas para roubar seu povo e

escravizá-los. Meu grupo foi contratado com frequência no passado para

impedir que esses ataques aconteçam. Fomos pagos para proteger

alienígenas da vida selvagem hostil em seus planetas também. É assim que

ganhamos a vida... mas é para defender os outros. Não causar dano. Você

entende?

Suas feições suavizaram e ela estendeu a mão. — Eu entendo.

Ele pegou sua pequena mão e a segurou. — Bom.

A porta se abriu totalmente e a enfermeira voltou com uma bandeja.

Roth soltou Vera e deu um passo para o lado. Assim que ficaram a sós de
novo, o nariz de Vera franziu. — Ótimo. Nutri pasta que eles diluíram um

pouco e colocaram em uma tigela.

Ele se aproximou, sentindo nojo enquanto olhava para o mingau branco

escorrendo dentro da tigela. Não parecia atraente. Ele cheirou, não sentindo

nenhum cheiro vindo dele.

Vera ajustou a bandeja no colo e pegou uma colher. — Eu odeio essas

coisas. Realmente não tem sabor, mas sei que é bom para mim.

Provavelmente perdi uns sete quilos desde que as coisas ficaram de lado.

Estes são ricos em calorias. — Ela começou a levar a colher à boca. — Você já

comeu alguma coisa?

— Não.

Ela congelou, olhando para ele. — Eles não alimentaram você?

— Não.

— Com que frequência você normalmente come?

— Quatro vezes por dia, mas podemos passar dias sem comer, se for

preciso.

— Isso é uma porcaria total! — Vera estendeu a mão para o lado da

cama e apertou o botão vermelho.

Segundos depois, a enfermeira entrou correndo. — Você está tendo

problemas para engolir?


— Ninguém alimentou Roth desde que fui trazida aqui. Tipo, em nada.

Olhe para ele! Ele precisa de muita comida, e não das coisas que você está

me dando. Por favor, pegue uma bandeja para ele. Caramba, algumas

bandejas.

A enfermeira encontrou o olhar de Roth. — Eles não têm trazido

refeições para você?

— Não.

— Eu sinto muito! Alguém deveria ter pensado em fazer isso. Entrarei

em contato com a cozinha principal e pedirei que iniciem o serviço de

alimentação para você imediatamente, Sr. Roth. Você tem nossas desculpas.

Você tem alguma restrição alimentar? Alergias? Não temos nenhum gráfico

sobre você, pois você não é um paciente.

— Eu como carne cozida.

— Claro. Estarei de volta em cerca de dez minutos. — A enfermeira saiu

correndo.

Roth se virou para Vera. — Obrigado.

Ela sorriu. — Você fez muito por mim. Além disso, não pense que é

completamente altruísta. Provavelmente vou roubar algumas mordidas do

seu prato. — Ela enfiou a colher na boca e franziu o nariz. Ela a puxou. — É

como comer pasta de dente sem sabor que foi colocada no liquidificador

com um pouco de água.


Ele se aproximou da cama e se sentou no final. — Suas emoções

parecem estar estáveis no momento.

— Não. Só estou controlando melhor. Eu queria totalmente sair por aí

para levantar o inferno sobre eles não trazerem comida para você.

Simplesmente não tenho energia para sair dessa cama novamente. Ficar no

chuveiro foi exaustivo. — Ela franziu o cenho. — Você tomou banho desde

que chegamos aqui?

— Não. Eu prometi te abraçar. Eu não deixei você ir.

Ela suspirou. — Eu sinto muito, Roth. Estou bem agora. Tome um

banho. Aquela mulher disse que voltaria logo.

Ele não sabia com certeza se deveria deixá-la só. Maith o avisou que ela

poderia atacar alguém. Vera acabara de admitir que queria criar um inferno.

Era um termo humano que ele conhecia de suas equipes táticas. — Vou

esperar até que toda a droga saia do seu sistema.

Vera parou de comer. — Você já…

— O que?

— Fez xixi? Presumo que você faça isso?

— Eu consigo segurar, especialmente porque não estou comendo ou

bebendo líquidos.

Seus olhos se arregalaram novamente - e então as lágrimas os encheram.


— Vera. — Ele se aproximou e colocou a mão sobre o joelho coberto

pelo cobertor, segurando-o gentilmente. — Não chore. Está tudo bem.

— Não, não está. Eu me sinto tão culpada! Você esteve comigo esse

tempo todo e está sofrendo por isso. Nem uma vez pensei no que você

poderia precisar. Eu só queria que me abraçasse porque me sentia segura.

Eu sinto muito!

— Eu não estou sofrendo. Eu sou um homem adulto no controle do

meu corpo.

— Por favor, vá fazer xixi e tome um banho. Eu não vou sair desta

cama. Sei que você já vai voltar e estou melhor. — Ela fungou, grandes

lágrimas ainda rolando pelo seu rosto. — Eu não vou me perdoar se você

não fizer isso.

Ela parecia altamente emocional para Roth. — Vou tomar banho. Por

favor, acalme-se. Juro que não sofri. Teria sido mais difícil se eu estivesse me

movendo, mas não estava. Eu dormi enquanto você dormia. Não consigo me

lembrar da última vez em que estive tão bem descansado.

— Você só está dizendo isso para me fazer sentir melhor.

— É verdade que estou bem descansado.

Ela fungou novamente e enxugou as lágrimas. — Vá tomar banho

agora. Por favor? Isso vai me fazer sentir mil vezes melhor. Você fez muito

por mim, Roth. Tenho sido super egoísta.


— Não se sinta assim.

— Eu não posso evitar.

— Eu cuidarei de minhas necessidades. — Ele a soltou e se levantou,

indo em direção ao banheiro. Ele entrou, mas hesitou, olhando de volta para

Vera. Ela tinha levantado o cobertor, usando parte dele para limpar o rosto.

Fungados vieram dela. Ele não queria perdê-la de vista com ela ainda

instável, mas ela choraria mais se ele recusasse, sentindo-se culpada.

Ele deixou a porta aberta, caminhou até o banheiro e puxou as roupas

humanas emprestadas. Ele tinha uma cintura elástica. Ele esvaziou

rapidamente a bexiga e caminhou até a porta. Vera permaneceu na cama. Ela

estava comendo o conteúdo da tigela novamente e olhando para a bandeja.

Ele girou, despiu-se e ligou o chuveiro. Ele entrou no pequeno espaço,

olhando por cima do ombro. Ele podia ver Vera de onde estava. Ele virou a

cabeça e empurrou o rosto sob o spray, ensopando o cabelo.

Ele se limparia o mais rápido que pudesse, então voltaria para ela.
Capítulo Sete

Vera se sentia uma pessoa horrível. Ela estava tão presa ao que estava

passando que não pensou no pobre Roth. Ele não tinha comido ou ido ao

banheiro desde que a resgatou.

Ela terminou a tigela de neve derretida que lhe serviram e girou na

cama para colocar a bandeja na mesa de cabeceira.

Ela congelou enquanto olhava pela porta aberta do banheiro, seus olhos

se arregalando.

Ela estava olhando para as costas de um Roth muito nu. A água escorria

por suas costas largas, sua cintura mais estreita, um traseiro musculoso e um

conjunto de coxas densas. Ele tinha um corpo impressionante e toneladas de

músculos.

Ele tirou a cabeça da água e pegou o xampu, despejou um pouco na

mão grande e esfregou o topo da cabeça. Ele até limpou suas orelhas

pontudas com a substância espumosa.

Ele não era humano, mas a forma de seu corpo era humanoide. Apenas

maior e densamente construído. Sua pele escura parecia ser apenas isso, da

distância entre eles. De perto, ela se lembrou do pelo curto e aveludado que

o cobria. Ela se perguntou se ele cortou tão perto de sua pele ou se era
natural. Por tudo que ela sabia, poderia crescer centímetros de comprimento

e cobrir completamente seu corpo.

— Como um pé grande. — Ela deixou escapar.

O medo a inundou. Roth era o pé-grande das alucinações? Ele poderia

ter cortado todo aquele cabelo desgrenhado e colocado um traje espacial.

Nesse caso, ela precisava se afastar dele!

Ela agarrou a borda da cama e balançou para o lado, pronta para descer.

Então ela parou, ofegante.

— Não. — Ela fechou os olhos, lembrando-se da criatura horrível que

sua mente havia criado. Seu pé grande era alto como Roth, mas seu pelo era

marrom médio. Não como a penugem de pêssego escuro de Roth. O Pé

Grande também não tinha orelhas pontudas. Ela teria visto aquelas. Elas

eram muito perceptíveis em Roth.

Talvez o pelo as tenha escondido, sussurrou parte de sua mente.

Ela estendeu a mão e segurou o rosto. — Não. Pare. Isso é besteira. Roth

não é o pé grande. Estou ficando melhor. Não pior. Estou sendo paranoica.

— Ela baixou as mãos alguns centímetros e abriu os olhos para olhá-lo no

chuveiro.

Roth torceu a parte superior do corpo enquanto usava a mão para

esfregar as costas com uma esponja com sabão. Ela teve um vislumbre de
seu peito musculoso. Aquele contra o qual ela pressionou o rosto inúmeras

vezes para encontrar conforto. Aquele era seu alienígena que a resgatou; ele

a segurou e a manteve segura. Roth nunca tentaria aterrorizá-la. Ela estava

desconfiada e pirando com sua imaginação selvagem.

— Ainda drogada. Lembre-se disso. Passe por sua cabeça e seja

razoável. Roth é um Veslor, não um pé grande. — Ela suavemente disse em

voz alta. — Ele é meu herói e nunca me ferraria enquanto eu estivesse super

louca. — Um pouco de seu medo diminuiu. — O motivo é zero.

Roth desligou a água e ela cobriu o rosto novamente. Ele teria que expor

totalmente a frente de seu corpo quando saísse. Seria rude olhar para o pau

dele. Ela nem sabia com certeza se ele tinha um. Ele era um alienígena.

Talvez ele tivesse tentáculos ou algo igualmente estranho.

E se as mulheres Veslor fossem alienígenas super masculinos sem seios?

Roth era uma garota?

Roth a carregou e a abraçou. Eles dormiram abraçados. Ela sempre foi

atraída por homens. Mas Roth tinha uma aparência gostosa de qualquer

maneira, mesmo que ele acabasse por ser uma ela.

Ela começou a rir. Era muito engraçado.

— Vera? Eu estarei aí. Por que suas pernas estão penduradas para fora

da cama?
— Eu ia fugir de você. Você não é um pé grande embora. Eu só tive um

momento, mas já superei isso. — Ela admitiu.

— Sua visão está causando problemas? Por que você está cobrindo o

rosto?

— Não. Só não queria ver se você tinha uma fenda ou um pau. É rude

olhar.

Ela se assustou quando as mãos grandes dele envolveram seus ombros,

não o tendo ouvido vir em sua direção. Ela abriu os dedos e olhou para ele.

Seu peito estava nu, mas ele usava calças médicas. Ela baixou as mãos do

rosto e olhou para seus mamilos. Eles eram dois discos escuros e planos.

— Você é um homem, certo?

O aperto de Roth sobre ela aumentou, e ela ergueu o queixo, olhando

em seus olhos. Ele parecia preocupado.

— Sim. Eu sou um homem. Vou buscar um médico para você. — Ele se

inclinou, aproximando seus rostos. — Seus centros oculares não estão

fazendo coisas ruins. Eles parecem normais.

— Eu posso ver bem. — Ela ergueu as mãos e enrolou os dedos em

torno de seus braços. Eles eram tão largos que ela não conseguia tocar os

dedos com o polegar. Sua pele estava um pouco úmida, mas quente. —

Desculpe. Estou tendo algumas falhas cerebrais aleatórias. — Ela esfregou a

textura aveludada de sua pele. — Isso cresce mais?


— Não entendo sua pergunta.

Ela soltou seus braços e colocou as mãos em seu peito, esfregando o

pelo fino ali. — Isto. Ele cresce mais? Você tem que raspar?

Seus olhos dourados se estreitaram enquanto a observava. — Não. Esta

é minha pele. Notei que os humanos também têm pelos no corpo. Homens

mais do que mulheres. Alguns dos membros da equipe tática têm tufos de

pelos no peito e na barriga.

— Eu gosto da sua pele de penugem de pêssego. Eu só precisava que

você me dissesse que não fica todo desgrenhado. — Ela o olhou nos olhos.

— Não cresce mais. Vera, você não está fazendo muito sentido. Vou

chamar um médico.

Ela deslizou as mãos para cima e para baixo em seu peito levemente. —

Por favor, não. Estou bem. Eu prometo. Só tive um momento, já que você

não estava aqui comigo. Minha mente vagou para um lugar estranho. Estou

melhor agora. — Ele parecia estudá-la.

— Quero dizer. Eu tive muito tempo em minhas mãos enquanto você

tomava banho, e eu meio que... bem, não importa. Eu me sinto melhor

quando você está comigo. Você tem que ser o homem mais legal que já

nasceu para aguentar minha loucura.

— Você foi drogada contra sua vontade. Nada disso é culpa sua.
— Eu sei, mas você deve pensar que eu sou a maior pé no saco.

— Você não é um aborrecimento, Vera. Sou grato por você estar melhor

e por confiar em mim. A maioria dos humanos teme Veslors.

— A maioria dos humanos não é muito inteligente, por experiência

própria.

Ele sorriu. — Há muitos bons.

— Eu acho que você está certo. Só não conheço muitos. Eu tendo a ser

um ímã-idiota, especialmente com os homens.

Ele se aproximou. — O que isso significa?

— Qual parte você não entendeu? Idiotas são pessoas que vão te tratar

mal e tentar usar você. Imã? Bem... idiotas são atraídos por mim por algum

motivo. É por isso que eu não namoro mais e apenas evito relacionamentos.

Por exemplo, ganho muito dinheiro trabalhando para o New Worlds, e meu

último namorado descobriu uma maneira de me roubar quando eu o deixei

ficar na minha casa, enquanto eu estava fora em trabalho. Ele comprou

coisas e debitou na minha conta. Eu estive fora por cinco meses, então foi

uma boa coisa eu ter um limite máximo para meus gastos mensais, ou ele

teria sugado minha conta. Ele também levou outra mulher com ele.

Portanto, ele não era apenas um ladrão, mas também um traidor.

— Aquele antes desse me usou pelas minhas conexões. Ele dizia que

seria ótimo se pudéssemos trabalhar juntos, em vez de ficarmos separados


quando eu estava trabalhando. Ele até me pediu em casamento. Consegui

contratá-lo na New Worlds, então ele me dispensou assim que assinou um

contrato com a empresa.

— O homem mentiu sobre fazer de você sua companheira para

conseguir um emprego? — Roth pareceu surpreso.

— A New Worlds paga muito bem, mas é difícil ser contratado por eles

se você não tiver as habilidades especializadas de que precisam. Não sou

apenas uma operadora de drones, também posso consertá-los e reprogramá-

los para praticamente qualquer tarefa. Isso significa que posso fazer o

trabalho de três pessoas, e minhas habilidades são muito procuradas por

empresas de pesquisa. Meu ex não tinha isso a seu favor. Implorei alguns

favores de amigos do New World e coloquei-o na segurança. Basicamente,

ele só precisava estar fisicamente apto.

— Lamento que esses homens tenham sido maus para você.

Ela encolheu os ombros. — Aprendi a lição e parei de namorar. Como

eu disse... sou um ímã-idiota.

— Foi um daqueles homens com quem você gritou quando viu coisas?

Você disse algo sobre ele não receber dinheiro se você morresse.

— Não. Esse era meu pai biológico. Infelizmente, eu o via e ouvia muito

enquanto estava drogada. Ele sempre encontra mulheres para sustentá-lo

porque ele tem preguiça de trabalhar. Minha mãe foi uma delas, embora
tenha engravidado porque seu implante anticoncepcional não funcionou

bem. Criar um bebê pode ser perigoso em Marte, e ela não tinha mais

dinheiro para queimar depois que mudou nossa família para a Terra, logo

depois que eu nasci. É mais caro lá, mas muito mais seguro.

— Meu pai nos deixou em questão de semanas. Ele não teve nada a ver

comigo por anos, até que de alguma forma descobriu sobre a morte de

minha mãe há quatro anos. Então ele quis o dinheiro de sua propriedade,

alegando que eles eram legalmente casados - o que era mentira; eles nunca

foram casados. E ela estava falida quando morreu. Ela se machucou e não

pôde trabalhar durante o último ano de sua vida. Suas contas médicas

devoraram suas economias. Quando meu pai investigou suas finanças,

descobriu que eu a sustentava. O idiota realmente me rastreou para exigir

que eu fizesse o mesmo por ele... que eu pagasse suas contas. Foi a primeira

vez que o vi ou falei com ele. Eu disse a ele para se foder. Eu não devo nada

a ele.

Roth rosnou baixo, raiva em seus olhos dourados. — Ele não tem honra.

— Ele nem sabe o significado da palavra. Acho que o imaginei enquanto

estava drogada porque pensei que fosse morrer. Ele é o tipo que tentaria

lucrar com isso, alegando ser meu pai dedicado. — Ela revirou os olhos. —

Eu me certifiquei de que isso não aconteceria. Meu pagamento do benefício

por morte irá para uma instituição de caridade para mães solteiras que

lutam para criar seus filhos sozinhas. Eu as escolhi para homenagear minha

mãe. Ela me criou sem qualquer ajuda dele.


— Ele parece um homem mau.

— Sim. Ele é. Tive que me mudar duas vezes por causa dele.

Roth se inclinou mais perto. — Esse homem machucou você?

— Não. Ele é apenas irritante. Às vezes ele aparece para levantar o

inferno e exigir dinheiro. Ele não é tão bonito ou charmoso como costumava

ser. As mulheres não aceitam mais o lixo dele e são espertas o suficiente para

não lhe dar acesso aos seus fundos. Quase sempre ele é expulso por elas. Ele

apareceu na minha porta exigindo um lugar para morar. Em vez de

continuar lutando com ele, mudei-me. — Roth parecia estudá-la.

— Ele nunca ousaria me bater. Eu mandaria o prender se fizesse. De

todos os seus defeitos, e há muitos, bater nas mulheres não é um deles.

Minha mãe teria me avisado se ele fosse abusivo. Éramos muito próximas.

— Lamento que você a tenha perdido.

— Eu também. Ela era uma ótima mãe. E seus pais?

Ele recuou. — Não éramos próximos quando cheguei à idade adulta.

Eles não aprovaram minha escolha de deixar nosso planeta natal para lutar

pelos outros.

— Eu sinto muito. Minha mãe odiava que eu saísse da Terra para fazer

pesquisas, mas estava orgulhosa do que eu fiz. Eu sinto falta dela. Você já

viu seus pais?


Roth balançou a cabeça. — Uma visita seria desagradável se

voltássemos ao agrupamento de nossos nascimentos. A maioria sente

ressentimento por termos saído. Éramos quatro homens fortes que teriam

tornado suas vidas mais fácil compartilhando a carga de trabalho.

— Você teria ficado infeliz se tivesse ficado?

— Muito. Eu não sou um fazendeiro.

— Eles deveriam ter entendido isso. Não tenho filhos, mas sei que, se

algum dia tiver, não quero impedir que eles cresçam para fazer o que amam.

Eu apoiaria suas decisões.

— Farei o mesmo se algum dia tiver filhotes.

Ela sorriu. — Filhotes?

— É como chamamos nossos jovens. Nossos filhos nascem em nossas

formas de batalha, mas dentro de um ano, eles aprendem como mudar.

— Suas mulheres dão à luz a mais de um filhote de cada vez?

— Às vezes, pode haver dois ou três, mas um é o mais comum.

Ela estudou seu corpo. — Aposto que são bebês grandes.

Ele deu uma risadinha. — Nossos filhotes são menores ao nascer do que

bebês humanos. Foi um alívio ouvir a companheira de Gnaw, Darla

enquanto ela estava grávida.


— Eu não entendo.

— Gnaw é um dos machos do meu grupo. Ele e Darla recentemente

tiveram dois filhotes. Darla é humana.

Essa informação clicou na cabeça de Vera. Alguém como ela acasalou e

teve dois bebês com um Veslor. Ela esfregou suavemente as mãos no peito

dele novamente, pensando nas possibilidades. Ele poderia se tornar o pai de

seus filhos.

Ele era fisicamente atraente. Ele era certamente um dos melhores

homens que ela já conheceu. Ele não era nada como nenhum de seus ex-

namorados idiotas. Ela queria um futuro com ele. Não importava que ele

fosse um alienígena. Ele poderia ser o único homem que a faria feliz e que

ficaria com ela, não importa o que o futuro reservasse. Ela precisava mantê-

lo.

— Vera?

Ela encontrou seu olhar. Seus olhos dourados também eram cativantes.

Ela poderia ficar olhando para eles para sempre. A visão dele enquanto

tomava banho passou por sua cabeça. Agora ela se arrependia de não ter

espiado quando ele estava nu. Qualquer tipo de equipamento sexual que ele

tinha, obviamente seria compatível com ela, se Gnaw não tivesse apenas

convencido uma humana a se tornar sua companheira, mas eles tivessem

filhos juntos.
Ela instintivamente sabia que Roth seria um pai incrível. Ele havia sido

tão bom com ela enquanto ela estava fortemente drogada e confusa. Ela era

uma estranha para ele, e ele ainda ficou com ela, a abraçou... não a

abandonou.

Eu quero mantê-lo. Nunca vou encontrar ninguém melhor do que Roth.

Ela ergueu a mão de seu peito e estendeu a mão, deslizando sua bunda

em direção à beira da cama. — Eu preciso de você mais perto.

Como ela suspeitava que ele faria, Roth imediatamente fez o que ela

pediu. Ela deslizou a mão por trás do pescoço dele, gentilmente

conduzindo-o até que ele se colocou entre suas coxas, que ela abriu para dar

espaço para ele.

— Mais perto, — ela pediu, baixando a voz.

Ele se inclinou um pouco, e isso trouxe seu rosto muito perto do dela.

Ela deslizou a outra mão por seu peito para seu ombro largo, conseguindo

um melhor controle sobre ele.

Então ela foi para sua boca.

Os lábios de Roth eram mais suaves do que pareciam ser quando ela

roçou sua boca com a dela. Ele engasgou, separando os lábios. Ela

aproveitou para aprofundar o beijo. Sua língua encontrou a dele e ele se

acalmou, mas isso não a deteve. Talvez ele nunca tivesse recebido um beijo

francês antes. Ela estava disposta a ensiná-lo.


Vera começou a explorar sua boca. Ele tinha presas, mas elas não

pareciam afiadas.

Ele de repente se afastou e ela abriu os olhos, olhando para ele.

— Vera. — Sua voz saiu rouca e suave. — O que você está fazendo?

— Beijando você. — Ela o puxou. — Dê-me sua boca novamente.

Um gemido baixo veio dele. — Não, Vera. Você está drogada e vai se

arrepender disso mais tarde.

— Eu não vou.

— Você irá. Me solte. — Ele tentou torcer a cabeça para fazê-la soltar

sua nuca.

Ela abaixou o queixo, o rosto mais perto do peito dele, o que lhe deu

uma ideia. Ela lambeu os lábios e foi para um de seus mamilos.

Sua língua lambeu o disco achatado, e ele frisou. Ela envolveu a boca

em torno de seu mamilo e chupou, gentilmente usando os dentes para

beliscá-lo.

Um grunhido profundo veio de Roth, e suas mãos de repente agarraram

seus quadris e bunda. Ele deu um aperto nela, mas não doeu; em vez disso,

a encorajou. Ela o chupou um pouco mais forte, roçando levemente a ponta

frisada de seu mamilo com os dentes inferiores. Ele tinha um gosto bom e

ela adorava como ele cheirava. Sabonete fresco, limpo e todo masculino. Ela
até gostou de como a textura aveludada de seu peito parecia contra seu

queixo enquanto sua boca o trabalhava.

— Vera. — Ele gemeu. — Pare.

Ela enganchou os calcanhares na parte de trás das pernas dele para

impedir que ele se afastasse quando tentasse. Ela soltou seu ombro e

rapidamente deslizou a mão entre eles, para a frente de suas calças. O

uniforme tinha uma cintura elástica e foi fácil para ela deslizar os dedos

entre sua pele quente e o material. Ela queria descobrir exatamente como ele

era na virilha -

Roth soltou seus quadris e agarrou seus dois pulsos. Suas mãos eram

tão fortes como faixas de aço quando ele forçou seus braços para longe dele,

e ele pressionou seu peito contra seu rosto até que ela perdeu o equilíbrio,

caindo de volta na cama, forçando-a a soltar seu mamilo.

Ela abriu os olhos para encontrá-lo inclinado sobre ela.

— Não, Vera. Não!

Ele parecia e parecia zangado. — Você não me quer? — Ela odiava que

seus olhos começassem a lacrimejar, mas ela não pôde evitar.

Roth de repente se inclinou mais perto, seu corpo preso com força entre

as coxas dela, empurrando-os para mais longe para abrir espaço para seus

quadris. Ela sentiu algo pressionado contra seu sexo.


Seus olhos dourados se estreitaram. — Você ainda está drogada, Vera.

Você não está pensando racionalmente. Você se arrependeria disso.

— Não, não vou. Eu quero você. Você é meu. Estou mantendo você.

Ele fechou os olhos e virou a cabeça, respirando fundo. Então ele ergueu

a parte superior do corpo alguns centímetros de distância dela. O olhar dela

desceu por seu peito, mais abaixo em seu estômago, e ela viu uma

protuberância espessa na frente do uniforme que ele usava. O aperto dele

em seus pulsos diminuiu o suficiente para que ela pudesse puxá-los para

fora.

Ela imediatamente agarrou seus ombros para puxá-lo para mais perto.

Os olhos de Roth se abriram no segundo em que ela o tocou. Ele

agarrou seus pulsos novamente e os prendeu na cama. — Não, Vera. —

Então ele puxou seus quadris para longe dela antes de liberar suas mãos. Ele

lentamente se afastou da cama.

Ela se sentou, olhando para a frente de suas calças. Não faltou o

contorno dessa protuberância. Ele tinha um pau de aparência humana.

Grande, pelo formato e tamanho.

Ele girou e rapidamente fugiu em direção ao banheiro. — Fique na

cama, — ele ordenou. — Dê-me um minuto para me recuperar.

Ela sentiu as lágrimas escorrendo por seus cílios e pelo rosto. Roth não

fechou a porta do banheiro, mas saiu de sua vista. Ela olhou para baixo em
seu corpo. A camisola do hospital subiu, expondo sua metade inferior. Ela se

sentiu envergonhada - e pior, como uma grande idiota.

Roth tinha sido super gentil com ela, e ela acabara de se jogar nele. Ele

era um lutador alienígena musculoso. Ela era uma operadora de drones

magricela. Além disso, ela agiu loucamente com as drogas e ele a viu no seu

pior.

E ela o recompensou por tudo que ele fez dando em cima dele.

Vera puxou o vestido para baixo para cobrir o colo e apertou as coxas,

antes de abraçar o peito para esconder o fato de que seus mamilos estavam

cutucando o tecido fino que os cobria. A água entrou no banheiro,

provavelmente na pia. Ela se perguntou se ele se arrependeu de conhecê-la.

A água foi desligada na outra sala. Ela colocou o queixo contra o peito e

se recusou a olhar para Roth, apesar de ouvi-lo chegar mais perto.

— Você está melhor, Vera?

— Eu sinto muito.

Ele se moveu para trás dela e gentilmente afagou suas costas. — Nada

disso é sua culpa. As drogas ainda estão em seu sistema. Tente descansar um

pouco. Eu estou bem aqui.

A porta de seu quarto se abriu. — Eu trouxe comida para você, Sr. Roth.
Ele parou de dar tapinhas nas costas dela e Vera deitou de lado, lutando

para cobrir o corpo com um cobertor. Ela se atreveu a olhar no momento em

que Roth pegava uma grande bandeja da enfermeira, antes dela partir. Ele

caminhou até um balcão ao longo da parede oposta para colocá-lo lá.

— Você gostaria de um pouco desta comida, Vera? — Seu tom soou

sombrio. — Eles me enviaram três pratos.

— Não. Eu vou descansar. Você está certo. Eu deveria dormir um

pouco.

— Eu estarei aqui com você. Eu não vou embora.

Isso só a fez se sentir pior. Mesmo depois que ela se jogou nele, Roth

estava ficando. Cuidando dela. Ela ficaria muito desconfortável se algum

cara por quem ela não estava atraída a agredisse fisicamente, do jeito que ela

acabou de fazer com ele. Roth era claramente bom demais para abandoná-la.

Ela enxugou as lágrimas, sentindo-se miserável.

Roth comeu. Ela podia ouvi-lo, já que a sala estava muito silenciosa.

Quando ele terminou, ele voltou e gentilmente esfregou suas costas

novamente.

— Vera, você está angustiada. Por favor, não fique.

Ela queria abrir os olhos e olhar para ele, mas não conseguia. Ela iria

soluçar se visse pena em suas feições. — Eu sinto muito pelo que eu fiz. Você

tem sido tão bom para mim.


— Você ainda está sofrendo de instabilidade por causa da droga. Nada

disso é sua culpa. Eu deveria ter colocado uma camisa de volta depois do

meu banho. Estou ciente de que a nudez para os humanos parece se traduzir

em sexo. Meu peito nu confundiu você. Não há nada para se preocupar. Eu

sou seu amigo.

Ai. Ela conseguiu não se esquivar de sua grande mão esfregando suas

costas. Ela não queria ser amiga dele. Roth era um guardião. Por que ele não

poderia ser um dos alienígenas que confunde um sorriso com um pedido de

casamento? Ela realmente tinha ouvido falar sobre isso acontecendo em

alguma estação espacial. Essa história ficou com ela. É por isso que ela

sempre evitou até mesmo olhar para alienígenas quando por acaso visitava

uma estação. Não que ela tivesse estado em muitas estações.

Roth não era um daqueles alienígenas procurando por uma esposa, no

entanto. Mesmo se ele fosse, ela não seria seu tipo.

A porta rangeu novamente. — É hora de outra coleta de sangue.

Senhorita Wade, preciso que se deite de costas para que a cama possa fazer

isso.

Roth puxou a mão dela. Ela manteve os olhos fechados e rolou de lado

de costas, endireitando o corpo. Em segundos, algo espetou sua bunda. Ela

cerrou os dentes, mas não protestou.


— Obrigada. A Dra. Kane fará rondas em cerca de uma hora. Ela lhe

dará uma atualização sobre sua condição. Há mais alguma coisa que vocês

precisam?

Vera virou a cabeça na direção da voz da enfermeira e abriu os olhos. —

Não, obrigada.

A mulher sorriu, então se virou para Roth.

— Estamos bem. — Ele afirmou calmamente.

A enfermeira saiu, mantendo a porta aberta atrás dela.

Vera respirou fundo e tentou se recompor enquanto se forçava a olhar

para Roth. Ela lambeu os lábios quando seus olhares se encontraram. Ele

vestiu uma camisa. Provavelmente era para ela não bater nele novamente.

— Obrigada por tudo que você fez por mim. Eu não posso dizer o

suficiente. Você tem sido minha rocha desde que me resgatou das cabines.

Devo tanto a você que não sei como vou retribuir. Vou pensar em uma

maneira. Dito isso, já tomei bastante do seu tempo. Você deve ir, Roth.

Tenho certeza que foi difícil colocar sua vida em espera por mim. Estou bem

para ficar sozinha agora.

Ele se aproximou da cama. — Você ainda está sofrendo com a droga.


— Não estou tão louca como estava. Você ficou comigo por tempo

suficiente e devo tudo a você por isso. Eu vou ficar bem sozinha. Por favor,

Roth. Volte para sua vida. Você realmente foi meu herói, e eu o aprecio.

Ele fez uma careta. — Eu me sentiria melhor ficando.

Ela lutou contra as lágrimas, querendo a mesma coisa. Ele não estava

interessado nela, entretanto, e nunca estaria. Ela estava obviamente ficando

muito apegada a ele. — Roth, você realmente deveria ir. Por favor. Eu vou

ficar bem. Você tem uma vida para viver. Eu vou dormir agora. Obrigada... e

adeus.

Ela rolou de lado e fechou os olhos, puxando o cobertor para esconder o

rosto. Lágrimas escorreram de seus olhos, mas ela tentou não fazer nenhum

som.

— Vera... — Seu tom era rouco e suave.

— Eu só acho que é melhor se você for agora. Obrigada.

Longos momentos se passaram, mas então ela o ouviu suspirar. — Faça

com que os humanos me chamem se precisar de alguma coisa, Vera.

— Eu vou.

A porta rangeu, e quando ela finalmente se atreveu a espiar... ele se foi.

Ela deixou os soluços virem então.


Capítulo Oito
Vera havia escolhido sentar-se em uma mesa sombria dentro de um

dos bares do Fleet, esperando por uma taça de vinho e o prato de aperitivo

que pedira. Esperançosamente, sua escolha de assento dissuadiria qualquer

um de querer falar com ela.

Ela precisava tentar descobrir qual seria seu próximo passo.

Ela tinha recebido alta da médica na noite anterior e foi designada para

uma cabine de hóspedes. A droga havia deixado completamente seu

sistema. Os médicos disseram que ela só precisava descansar, ter bastante

comida para recuperar o peso que havia perdido, e estavam confiantes de

que ela não sofreria danos duradouros.

Pelo menos para seu corpo. Sua mente era outro assunto. Ela foi a única

sobrevivente de sua equipe. A Dra. Kane recomendou sutilmente a busca de

terapia.

Vera imaginou que faria isso em algum momento. Quanto mais ela

pensava sobre o que tinha acontecido em Biter, mais culpada ela se sentia.

Agora que ela sabia como eles foram drogados dentro das cápsulas, não

havia como negar que ela piorou as coisas quando assumiu o controle da

sala de segurança. Foi Vera quem aumentou a temperatura das cápsulas

para torná-las mais quentes. Isso significava que ela e quem sabe quantos

outros haviam parado de usar camadas de roupas que protegiam sua pele.
— Foda-se. — Ela murmurou. — Eu não sabia. A retrospectiva é

perfeita.

Balançando a cabeça, ela voltou a se concentrar em sua tarefa.

Um coordenador de visitantes na Defcon Red havia providenciado

algumas roupas e outras necessidades. O dispositivo de dados pessoais

emprestado que a frota havia fornecido a ela com mensagens retidas quando

ela entrou em sua conta de comunicações. Um chamou sua atenção

imediatamente. Ela digitou a mensagem, esperando que a agência de

proteção ao trabalho tivesse boas notícias. Ela pagou honorários a eles para

representá-la se algo desse errado em um trabalho.

E realmente tinha.

As primeiras linhas eram as merdas típicas que sempre diziam,

garantindo a ela que apreciavam seu negócio. Ela continuou lendo - e a raiva

explodiu. A New Worlds planejava segurar seu salário até que a

investigação a inocentasse de qualquer delito.

Ela não havia sido a única que sabotou as cápsulas, drogando todos!

O representante da agência garantiu a ela que esse era o procedimento

normal e eles tinham fé que ela seria inocentada. Todas as licenças médicas

seriam pagas se ela ainda precisasse de tratamentos além da duração de um

ano. Isso era bom saber. Ela também foi assegurada de que eles estavam

recebendo cópias de seus registros médicos, que eles usariam para ir atrás de
New World em busca de dinheiro adicional se eles fossem considerados

culpados.

A New Worlds também teria que reembolsá-la imediatamente por todos

e quaisquer custos enquanto ela fosse uma hóspede da frota, até que

pudessem providenciar uma viagem para que ela fosse levada de volta para

a Terra.

Houve um baque de algo sendo colocado em sua mesa.

— Obrigada. — Ela murmurou sem olhar para cima. Cegamente

estendeu a mão, mas sua mão bateu em uma caneca grossa em vez de uma

taça de vinho.

Ela ergueu a cabeça. Uma cerveja foi colocada na frente dela. A

garçonete também havia esquecido sua comida.

— Ei!

O cara na mesa mais próxima de sua mesa virou a cabeça, olhando para

ela.

Vera forçou um sorriso. — Desculpe. Você não. Meu garçom me trouxe

a bebida errada.

Ele olhou para a cerveja. — Você não quer?

— Eu não suporto essas coisas.


— Você se importa se eu pegar?

— Vá em frente. — Vera fez sinal para que ele pegasse.

— Obrigado. — Ele se inclinou e pegou a cerveja, tomando um gole.

Mesmo que o bar a cobrasse por isso, Vera não se importava. New

World estaria pagando.

O garçom não voltou imediatamente com a comida, para que ela

pudesse contar o erro. Ela suspirou, voltando a ler o que o representante

tinha a dizer.

New Worlds enviou uma nave para se conectar com Defcon Red, para

recuperá-la. Alguns representantes da empresa visitando uma estação

espacial próxima seriam sua carona de volta à Terra. Eles chegariam em

alguns dias.

— Ótimo. — Ela murmurou. — Eu posso voar com interrogadores

corporativos que procuram colocar a culpa em qualquer um, exceto neles

próprios.

Ela terminou de ler o resto da comunicação e começou a examinar suas

outras mensagens. Outro chamou sua atenção.

— Deus. E agora? — Ela hesitou antes de tocar na mensagem.

Acabou por ser um vídeo. Seu pai biológico de carne e osso, não a

alucinação, olhou para ela.


— Você precisa entrar em contato com a segurança do prédio. Eles me

recusaram a entrada em seu apartamento. Eu sei que você se foi e não está

usando. Preciso de um lugar para ficar pois só tenho dinheiro suficiente para

dormir em um hotel por mais alguns dias. — Ele se inclinou mais perto, até

que seu rosto ocupasse a tela. — Não brinque comigo, garota. Não é como se

eu estivesse pedindo para morar com você. Eu vou embora antes de você

voltar. Você não quer que eu fique na frente do seu prédio dizendo a todos

que você deixou seu querido papai sem teto. Eu vou fazer isso, porra. Todos

vão pensar que você é uma pessoa horrível. Eu vou mesmo...

Vera encerrou o vídeo, pois faltavam mais alguns minutos. Ele apenas

faria mais ameaças.

Ela abriu um novo documento e digitou uma mensagem para a gerência

de seu prédio, pedindo que o prendessem se ele voltasse. Ele não tinha a

permissão dela para estar lá.

Vera clicou em enviar e bateu com o teclado. Parecia que a última coisa

que ela precisava estava prestes a acontecer de qualquer maneira. Ela teria

que se mudar novamente.

Onde estava sua comida e vinho? Ela realmente precisava de uma

bebida.

Vera deslizou até o final da mesa para acenar para seu garçom, mas

antes que pudesse, o homem na mesa próxima de repente caiu de lado em


sua cadeira. Então ele caiu no chão e se debateu, agarrando a parte superior

do peito.

Ela ficou atordoada, mas se recuperou rapidamente, pulando da

cadeira. — Socorro! Acho que ele está tendo um ataque cardíaco!

O homem na mesa ao lado se empurrou para fora de seu banco,

esbarrando nela, e ela observou enquanto ele se agachava ao lado do cliente

caído. Mais pessoas da frota correram. Um deles arrastou a mesa e as

cadeiras para abrir mais espaço. Ela se sentou novamente em sua mesa,

esperando que eles pudessem ajudar o pobre homem.

— Passando! — Gritou uma mulher. — Limpem o caminho.

Vera reconheceu o uniforme azul escuro e os adesivos que a mulher

usava, identificando-a como alguém que deve trabalhar na ala médica. Ela

tinha um kit com ela.

O pobre homem no chão começou a ter convulsões, ainda segurando o

peito, e ela teve um vislumbre de seu rosto... sua palidez doentia. Seus olhos

estavam arregalados e sua boca aberta.

Ela se afundou mais na cabine enquanto mais médicos chegavam,

empurrando os clientes para trás. Três pessoas trabalharam no homem no

chão. Ela se sentiu culpada por assistir, mas um olhar provou que não havia

como sair do restaurante, já que o segurança havia chegado, bloqueando a

saída.
— Estou lendo Claraseen! — Gritou uma mulher na pilha no chão. —

Dê a ele...-

Vera não ouviu mais nada, pois houve muitos gritos enquanto outros

médicos e seguranças correram para o local. Alguns deles se moveram para

bloquear completamente sua cabine. Ela estava feliz por não ver mais aquela

cena.

Minutos se passaram antes que eles afastassem o pobre homem em uma

daquelas macas móveis flutuantes, e as pessoas limpassem a área ao redor

de seu estande. Ela decidiu que só queria voltar para a cabine de hóspedes

que foi designada. Seu apetite se foi, especialmente porque ela não sabia se

tinha acabado de testemunhar a morte de outra pessoa.

Vera pegou o dispositivo de dados emprestado e saiu da cabine.

Quatro guardas de segurança estavam na porta de saída. Ela deu a eles

um aceno de cabeça e tentou contorná-los. O mais próximo dela se moveu e

bloqueou a saída. — Todos estão detidos. Por favor, volte ao lugar exato em

que estava.

Ela franziu o cenho. — Por quê?

Ele estava na casa dos quarenta anos, careca, e seu olhar castanho

escuro se estreitou. — Um membro da frota foi envenenado.

Sua boca se abriu.


— Volte para o seu lugar. Os investigadores estão a caminho.

Ela se virou e caminhou lentamente de volta para a mesa, retomando

seu lugar. Outras pessoas em cabines e sentadas em mesas à sua vista

pareciam tão chocadas quanto ela. Ela sempre tinha ouvido que as naves da

frota eram seguras. Um envenenamento era algo que ela esperava

testemunhar em uma estação espacial. Dizia-se que essas barras eram

mortais.

Seu vinho e comida nunca foram servidos. Os clientes do bar

começaram a ficar inquietos. Vera ligou seu aparelho emprestado e decidiu

continuar lendo suas mensagens para passar o tempo. Provavelmente

levaria algumas horas antes de liberarem todos.

Nenhum de seus amigos tinha ouvido falar sobre o trágico incidente

com sua equipe ainda. Seu representante pediu que ela ficasse quieta até o

fim da investigação. Isso foi ótimo. Ela não estava pronta para falar sobre o

que havia acontecido.

Sua mente vagou para Roth, como sempre acontecia desde que ela o viu

pela última vez. Uma nova onda de constrangimento a atingiu. Ele tinha

sido seu salva-vidas durante a pior experiência de sua existência, e ela o

retribuiu molestando seu corpo. Não havia como ela se desculpar o

suficiente, muito menos enfrentá-lo. Não que achasse que eles iriam se ver

novamente. Ele a estaria evitando a todo custo enquanto ela permanecesse

como hóspede em sua nave.


— Está feito, e eu errei. — Ela murmurou.

O arrependimento era uma coisa terrível. Ela sentia falta do grande

alienígena mais do que queria admitir. Ela poderia ainda estar um pouco

drogada quando se jogou em Roth... mas honestamente sentiu uma conexão

poderosa com ele.

Seu estômago vibrou e ela cerrou os dentes. Ok, ela estava super atraída

por Roth. Ainda me sentia excitada só de pensar nele. Ele tinha o melhor

corpo e cheirava a alguém que queria lamber.

Ela tinha, na verdade. E ele tinha um gosto bom. Tão bom.

Seus mamilos enrijeceram apenas com a memória, e ela se odiou por

isso. Sou uma pessoa horrível.

— Senhorita Wade?

Ela se assustou e colocou o dispositivo na mesa, olhando para uma

mulher vestindo um uniforme de segurança. — Esta sou eu.

— Sou a Investigadora Clord. Você pode sair da cabine? — A mulher

alta recuou.

— Certo. — Vera deslizou para fora da cabine e se levantou. — Esse

homem vai ficar bem?

— Eles ainda estão trabalhando nele.


Isso significava que ele não estava morto. O que era uma boa notícia. O

escritório de segurança puxou um scanner e ordenou que ela ficasse quieta,

o que Vera fez. Então o Investigador Clord fez uma careta. — Afaste-se da

mesa e vá para lá. — Ela apontou para um local aberto perto do centro da

sala.

Vera foi buscar seu dispositivo de dados na mesa.

— Não! Deixe.

Vera estremeceu com a ordem afiada, mas recuou, indo para onde ela

deveria ficar.

Clord examinou todo o estande, desde o tampo da mesa até os bancos,

até o chão. Outro oficial de segurança se juntou a ela, subindo na cabine e

revistando manualmente.

— Senhorita Wade?

Ela se virou para a nova voz. Este oficial de segurança teria cerca de

sessenta anos, um homem com cabelo branco curto... e ele tinha um rosto de

aparência cruel. — Sim. Esta sou eu.

— Por que você envenenou Zackary Mule?

Ela piscou, olhando para ele. — O quê?

— O veneno que ele bebeu veio da cerveja que você deu a ele de sua

mesa. Temos tudo sobre vigilância. O médico confirmou que ele bebeu o
veneno. O copo de sua mesa contém vestígios do veneno. Por que você

tentou matá-lo? Como você conhece a vítima?

O choque a silenciou. Vera balançou a cabeça e engoliu em seco,

recuperando o juízo. — Eu estava lendo mensagens e o servidor desligou.

Eu tinha pedido vinho e um prato de aperitivo. Mas o meu pedido veio

errado. O homem... hum, você disse que o nome dele é Zackary? Ele

perguntou se poderia ficar porque eu não bebo cerveja. Eu disse que sim. Eu

nunca toquei nisso. Juro.

A carranca do oficial de rosto mesquinho se aprofundou. — Você

precisa vir comigo para a segurança.

— Eu não fiz nada além de dizer a ele que ele poderia tomar a cerveja

que eu não pedi.

— Você vai vir em paz?

Puro medo encheu Vera. — Eu sou inocente! Você está me prendendo?

Veja a vigilância. Eu não toquei nisso. Inferno, rastreie a garçonete. Ela

poderá dizer que não pedi cerveja. Eu odeio essas coisas. Tem gosto de xixi

frio. Apenas foi deixado na mesa errada. O cara perguntou se ele poderia

ficar com ela, e eu disse que sim. Isso é tudo que fiz. Deixei ele tomar uma

cerveja que eu nunca beberia.

Sua mandíbula cerrou. — Você tocou.


Ela se lembrou de pegar seu vinho, apenas para perceber que o copo

parecia errado. Sua mão apenas roçou o lado, no entanto. Ah Merda. Estou

sendo incriminada... Não.

Sua mente trabalhou rápido. — Aquela cerveja... era para mim. — Ela

engasgou. — Acho que alguém tentou me envenenar. Você precisa

questionar a garçonete! Foi ela quem trouxe para mim.

— Era um homem. Você não consegue nem mesmo manter suas

histórias falsas corretas. Você irá comigo para a segurança agora, Srta. Wade.

Mais dois seguranças se aproximaram. Um deles retirou seu bastão de

choque, brilhando enquanto avançava.

O terror a inundou. Eles iam prendê-la.

— Não resista. — O idiota mais velho na frente dela ordenou. —

Coloque as mãos atrás das costas.

Vera estava sendo incriminada ou alguém tentou matá-la. Isso a deixou

ainda mais apavorada. — Eu quero Roth. Ele é um Veslor. Exijo que você

ligue para ele!

— Você precisa de um advogado. Não alguém da equipe tática.

Ela olhou freneticamente ao redor do bar. Pelo menos vinte clientes

ainda estavam com ela. — Alguém, por favor, ligue para Roth. Diga a ele

que Vera está com problemas. Por favor! Eu não fiz isso! Roth é um Veslor.
— Senhorita Wade, pare de gritar e coloque as mãos atrás das costas.

— Eu não fiz isso! Ligue para Roth. Ele me conhece!

O segurança à sua frente deu um aceno de cabeça afiado, e ela começou

a relaxar. Roth iria acreditar nela. Ele poderia estar bravo por ela o envolver

em sua vida novamente, mas ela sabia que ele era um bom homem. Ele a

ajudaria a resolver tudo com a frota.

Um súbito raio de eletricidade atingiu suas costas. Um dos oficiais a

eletrocutou! Ela tentou gritar de dor quando seus músculos travaram. O som

que saiu foi mais como um gemido antes que tudo escurecesse.

*****

Roth abordou o homem na frente dele, levando o humano para o tapete.

Ele decolou, pôs-se de pé e então se curvou para oferecer a mão. — Você se

encolheu e desviou o olhar de mim. É imperativo que mantenha contato

visual com o inimigo. Assim, você saberá em que direção torcer e dobrar o

corpo para evitar ser agarrado pelas patas dianteiras.

O homem humano riu enquanto pegava a mão de Roth, permitindo-se

ser puxado para cima. — Você é assustador, cara. O que posso dizer?

Qualquer pessoa que visse você chegando reagiria da mesma maneira.


— Eu não vou te matar. Uma besta navalhada o fará. Eles sempre têm

como alvo o centro do corpo para abater suas presas.

— Meu traje vai me proteger.

— Sim, mas você se verá preso enquanto ele tenta rasgar sua armadura.

Eles pesam o dobro do que você e são extremamente fortes. Isso significa

que você será inútil para o resto de sua equipe. No entanto, quando as feras

investem, elas expõem suas costas se errarem o alvo. É a maneira mais fácil

de matá-las.

— Basta atirar na bunda delas. — Outro humano da equipe tática gritou

prestativamente.

Drak concordou. — Isso é verdade. Bestas navalhadas não têm escamas

protetoras onde se sentam. Pode não ser a maneira mais honrosa de abater

uma presa, mas é a mais rápida.

— Você não quer que uma besta Navalha te imobilize. — A expressão

de Gnaw era divertida quando ele fez contato visual com os membros da

Equipe Cinco, a quem eles estavam treinando para uma missão futura. —

Nossos trajes são de casca dura e, quando perceberem que suas garras e

dentes não podem penetrar, eles podem confundi-lo com uma fêmea e eles

estão sempre com tesão.

— De jeito nenhum! — Um dos humanos engasgou.


— Não. — Gnaw sorriu. — Treinamos alguns Arbellions para lutar

contra eles. Eles também usam armadura. Um de seus machos não aprendeu

bem, e uma besta o imobilizou.

— Eu me lembro disso. — Maith riu. — Estávamos rindo demais para

tirar a besta de cima dele imediatamente. A Navalha acreditou que

encontrou uma fêmea para procriar.

Roth balançou a cabeça, sorrindo também. — Evite essa experiência

traumática aprendendo o que lhe é ensinado. Mantenha contato visual e

evite quando eles pularem para imobilizá-lo. É importante-

— Qual de vocês é Roth?

Todos eles se viraram, vendo uma fêmea humana em roupas civis

correndo em direção a eles. Roth caminhou em direção a ela. A maioria dos

civis nunca entrou em sua sala de treinamento. — Eu sou Roth.

Ela era uma mulher mais velha, que ele não conhecia, mas havia muitos

humanos em Defcon Red. Ela estava um pouco sem fôlego quando parou. —

Eu vi vocês Veslors por aí e sei que estão no time tático. Eu esperava

encontrar você aqui.

Maith rosnou.

Roth o ignorou, sabendo que seu médico odiava quando humanos os

procuravam para apaziguar sua curiosidade, desejando falar com um

alienígena. — Você nos encontrou. O que quer?


Ela afastou o cabelo prateado do rosto. — Uma mulher estava gritando

por você. Esqueci o nome dela. Ela parecia muito assustada e implorou a

todos no bar que ligassem para você. Você não está listado no diretório,

então vim aqui. — A fêmea mordeu o lábio inferior. — Eu tenho filhas, e

aquela garota tem mais ou menos a idade delas. Os valentões da segurança

bateram nas costas dela com um bastão de choque e a derrubaram antes de

carregá-la. Foi totalmente desnecessário. Ela não estava lutando contra eles;

estava realmente assustada.

Roth ficou tenso. — Como era essa mulher?

— Mais ou menos da minha altura, meio magra, com cabelo escuro e

encaracolado.

— Vera?

— Sim! Acho que é como ela disse que se chamava.

Ele rosnou, vendo uma névoa vermelha. Alguém machucou Vera.

A mulher cambaleou para trás, com uma expressão alarmada no rosto.

Ele controlou seu temperamento. — Desculpe. Quem bateu nela?

— A segurança a surpreendeu. Eles estavam dizendo que o homem que

desmaiou no bar no nível três foi envenenado. Eu estava lá bebendo. A

segurança disse que ela fez isso, mas ela estava jurando que era inocente e

eu acredito nela. Criei três filhos e meia dúzia de seus amigos. Posso
localizar uma mentira a um quilômetro de distância. Não foi isso que eu vi

no rosto daquela pobre garota.

— Obrigado. — Roth se esquivou dela e correu em direção à porta.

Assim que chegou ao corredor, ele acelerou o passo.

A mulher mencionou o nível três. Ele alcançou o elevador, então socou

a parede de frustração, sem paciência para que não abrisse imediatamente.

Roth ouviu seu agrupamento vindo atrás dele e olhou em sua direção.

Eles pararam ao lado dele, os três parecendo preocupados. — Vocês

ouviram?

— Nós ouvimos. — Maith se aproximou. — Acalme-se.

Roth rosnou. Ele não queria ficar calmo. Alguém pegou Vera.

O elevador se abriu e ele entrou correndo. — Movam-se.

Seus machos entraram rápido e seguiram para o nível três.

— Pode não ser ela. — Raciocinou Gnaw.

— Você ouviu aquela mulher mais velha?

— Sim. — Gnaw suspirou. — Provavelmente é Vera. Por que ela

envenenaria um homem?

— Ela não faria isso. — Roth se recusou a acreditar.


As portas do elevador se abriram no nível três e ele passou por seus

homens, correndo em direção ao escritório de segurança. Eles estavam

claramente marcados nas paredes, fáceis de encontrar em todos os deques.

Ele chegou à porta e diminuiu a velocidade.

A porta se abriu automaticamente e ele invadiu o interior. Duas

mulheres vestindo uniformes de segurança estavam sentadas atrás de um

balcão, e ele pôde ver a surpresa delas quando olharam para ele.

— Onde está Vera Wade?

Ambas as mulheres estremeceram com seu tom profundo e áspero.

Uma ficou de pé e pegou o blaster preso ao cinto. — Ela está sendo

processada.

— O que isso significa? — Roth não gostou do som disso.

As mulheres se entreolharam, antes de olhar para ele novamente. —

Eles a estão desnudando para fazer uma busca pelo veneno que ela usou, e

então será colocada em uma cela até que mais evidências sejam registradas.

Os humanos a estavam deixando nua? — Não. — Ele rosnou. — Drak,

contate Clark e seu grupo. Diga a eles para virem aqui. Vou encontrar Vera.

Maith tentou atrapalhar. — Você não pode machucá-los. Espere até que

tenhamos humanos que possam falar com eles.


— Eles a atordoaram e estão tirando suas roupas! — Roth empurrou o

homem, movendo-se rápido e correndo ao redor do balcão.

— Não atirem nele. — Rosnou Gnaw para os oficiais. — Vocês estão em

menor número. Ele não vai atacar a menos que o forcem. Ele é protetor com

a mulher.

Roth não foi atingido nas costas por uma explosão de choque, então elas

devem ter ouvido o aviso de Gnaw. Ele entrou em um corredor largo e

ouviu. Os escritórios de segurança não eram grandes. Ele havia feito uma

turnê com Clark no nível dois uma vez. Ele passou por alguns pequenos

escritórios... e então ouviu Vera gritando.

— Eu não fiz isso! Apenas fique para trás. Exijo um advogado. Eu tenho

direitos!

O corredor virou para a esquerda e apressou o passo. Ele viu um

homem e uma mulher encurralando Vera dentro de uma sala com a porta

aberta.

O homem acenou com um bastão de choque em sua mão. — Você pode

obedecer, ou nós o nocautearemos novamente para conduzir a busca. Onde

você escondeu o veneno?

— Vera! — Roth rugiu o nome dela.

Os dois humanos de segurança giraram. Ele os ignorou quando

ordenaram que ele parasse.


O homem tentou esfaqueá-lo no peito com o bastão de choque. Roth se

esquivou e agarrou a arma do homem, arrancando-a de seu domínio. Ele o

jogou fora do alcance do homem.

A mulher de segurança se atrapalhou com sua arma.

— Não faça isso. — Roth avisou. — Eu não desejo machucar você, e as

fêmeas humanas são frágeis. Eu preciso falar com Vera. Eu não vou levá-la.

Mas você não vai tocá-la novamente. Você entendeu?

Ambos os humanos recuaram, mas não tiraram as armas dos coldres.

Roth foi até Vera, onde ela se agachou no canto.

Ela se jogou nele e abraçou sua cintura, enterrando o rosto em sua

camisa de treino. — Estou tão feliz em ver você! Eu sou inocente! Acho que

alguém tentou me envenenar. Eu não... — Sua voz falhou. — Eu odeio

cerveja!

Ele se abaixou e segurou a cintura dela, levantando-a alguns

centímetros do chão, e então lentamente se virou até não estar mais de costas

para os dois humanos de segurança, ou para a porta. Vera não protestou.

Ele gentilmente a colocou de volta em pé. — Quem tentou envenenar

você?

Ela ergueu a cabeça para olhar para ele. Ele viu medo em seus olhos. —

Eu não sei! Talvez eu esteja errada, mas alguém deixou uma cerveja

envenenada na minha mesa enquanto eu estava distraída.


Roth olhou para os dois humanos de segurança. — Esta é Vera Wade.

Ela não tem motivo para envenenar um homem. De jeito nenhum ela teria

acesso a algo assim. Ela acabou de sair da ala médica na noite passada.

Roupas e suprimentos pessoais tiveram que ser entregues a ela. Ela veio sem

nada da superfície do planeta em que paramos para responder a um grito de

socorro. Fizemos a descontaminação juntos, e a única roupa que vestia foi

tomada como prova.

— Ela foi vítima de sabotagem. Muitos humanos morreram em suas

instalações, se vocês não souberem. Ela foi a única sobrevivente. É possível

que ela esteja em perigo.

Ambos os humanos se entreolharam. A fêmea finalmente olhou para

Roth. — Deixe-me ver o que posso descobrir. Apenas fique aqui. — Ela

fugiu.

— Ou estou sendo enganada ou alguém tentou me matar. — Vera

parecia assustada.

Ele olhou para seu rosto voltado para cima. — Eu sei.

— Realmente? Você acredita em mim?

— Sim. — Ele gentilmente acariciou suas costas.

Ela assentiu e abaixou a cabeça, pressionando a bochecha contra o peito

dele. — Você está suado, mas eu nem me importo. Obrigada por ter vindo.
— Eu sempre virei quando você precisar de mim. — Ele disse, olhando

para o homem da segurança.


Capítulo Nove

Vera se sentiu muito mais calma com Roth e os três outros Veslors

presentes. Eles foram conduzidos de uma sala de segurança, não para onde

a levaram pela primeira vez, para uma que parecia um pequeno espaço de

conferência.

Ela tentou não ficar boquiaberta com os amigos de Roth.

Todos os Veslors pareciam grandes e intimidantes. Nenhum dos três

tinha falado, mas eles permaneceram próximos, quase como seus próprios

guarda-costas pessoais. Ela gostou disso. Roth a acomodou na mesa

comprida antes de se sentar ao lado dela. Ele também lhe ofereceu a mão,

que ela segurou com prazer.

A porta se abriu e dois homens humanos entraram. Um vestia jeans e

uma camisa de manga comprida, o outro vestia um uniforme de segurança

com enfeites na parte da frente da área dos ombros.

Roth falou primeiro. — Clark, estou feliz que você esteja aqui.

O homem mais velho de jeans se sentou do outro lado de Roth. — Este é

o investigador Trowly. Ele e eu acabamos de revisar todas as imagens de

vigilância feitas dentro do bar. Senhorita Wade foi inocentada.


O homem uniformizado também se sentou à mesa e cuidadosamente

cruzou as mãos na superfície. Seu olhar fixo nela. — Senhorita Wade, você

tem minhas desculpas por sua detenção.

— Eles iam tirar a roupa dela. — Roth rosnou.

Trowly se encolheu. — A informação inicial a fez parecer a parte

culpada. A cerveja envenenada veio de sua mesa, e as imagens de vigilância

que a equipe de segurança viu mostraram que ela a tocou antes de ser

entregue a Zackary Mule.

— O que eles não fizeram foi ver todos os ângulos ou retroceder mais

do que a cerveja que estava caindo na mesa dela. — Afirmou Clark. — A

vista da porta provou que ela apenas tocou a lateral da caneca. Também

mostrava sua cabeça baixa, lendo seu dispositivo, quando um homem

usando um boné de beisebol passou rapidamente e o colocou em sua mesa.

Todos os funcionários em serviço foram contabilizados, mas não

conseguiram identificá-lo. Ele usava uma de suas roupas tipo macacão, mas

o chapéu não é permitido no trabalho. Ele o usava para esconder seu rosto

de ser captado pelas câmeras.

Trowly saltou então. — Era como se ele soubesse onde as câmeras de

vigilância estavam localizadas. Voltamos mais para descobrir como e

quando ele entrou no bar. Ele entrou na cozinha de uma escotilha de acesso

de manutenção, já carregando a cerveja que ele deixou na mesa da Srta.


Wade, e a deixou lá. Então, rapidamente refez seu caminho e saiu da mesma

escotilha de manutenção.

— Não há câmeras nesses túneis. — Clark cuspiu. — Deveria haver.

— Em conclusão, — Trowly disse, levantando sua voz sobre Clarks,

então rapidamente abaixando-a. — acreditamos que a Srta. Wade era o alvo

pretendido. Não Zackary Mule. Felizmente, ele está se recuperando. — Ele

olhou para Vera. — Quem iria querer você morta?

Vera agarrou a mão de Roth com mais força. Foi horrível perceber que

ela estava certa. Alguém tinha tentado matá-la. — Eu não sei.

— Quem é o seu beneficiário se você morrer?

Vera lambeu os lábios. — Uma caridade. Eles não saberiam disso. Não

entrei em contato com eles para avisá-los.

— Você não tem família? — Perguntou Trowly.

— Eu tenho um pai biológico ainda vivo. Não somos próximos. Em

absoluto. Ele sabe que eu nunca deixaria um centavo para ele.

— E onde ele está?

Vera encontrou o olhar do investigador. — Na Terra. — Ela deu a ele o

nome completo de seu pai. — Recebi uma mensagem recente dele. Você

pode verificar isso com o painel de dados atribuído a mim pela sua frota. Ele
tentou obter acesso ao meu apartamento na Terra. Tenho certeza de que a

gerência pode verificar isso também, já que ele está incomodando.

Trowly se aproximou. — Tem certeza de que ele sabe que você não o

tornou seu beneficiário?

— Eu tento como o inferno evitá-lo e me movi algumas vezes para fazer

exatamente isso, mas tenho certeza. — Ela ergueu a mão e afastou o cabelo

do rosto. — Se sua próxima pergunta for, ele poderia pagar alguém para me

matar... a resposta é não. Ele está sempre falido. É por isso que me assedia.

Trowly pareceu ponderar suas palavras. — Quem você conhece a bordo

do Defcon Red? Eu quero uma lista de nomes.

Ela olhou nos olhos cinzentos de aço de Trowly. — Ninguém. Eu não

viajo em naves da frota ou mesmo saio com pessoas da frota. Corremos em

círculos diferentes, sabe?

Trowly franziu a testa. — Não. Receio não saber. Todo mundo conhece

alguém na frota, Srta. Wade.

— Não fale com Vera com esse tom agressivo. — Roth avisou Trowly.

— Ela está assustada, e seus humanos de segurança a trataram mal. Você

não fará o mesmo.

Vera estava grata a Roth. — Eu trabalho para New World. É uma

empresa de pesquisa de planetas. Usamos cargueiros próprios para viajar

dele para os locais de trabalho. Eles são tripulados por equipes civis.
Normalmente fico em casa na Terra apenas por algumas semanas a talvez

um mês antes de ser enviada para o próximo projeto. Posso passar de quatro

a oito meses em cada trabalho. Tudo depende do tamanho do planeta que

estamos pesquisando e da dificuldade que podemos enfrentar para obter

todas as informações de que precisamos. Quando estou em casa, vou às

compras na minha vizinhança. Eu moro em San Francisco e não há bases da

frota lá. A mais próxima fica em Los Angeles, que nunca visito. Eu não viajo

pela Terra. Quando estou em casa, simplesmente gosto de estar no meu

apartamento, relaxando até o próximo trabalho.

— Você não tem nenhum ex-namorado irritado? — Trowly tirou um

pequeno bloco de dados do bolso. — Diga me sobre eles. Alguém que está

na frota?

— Nunca namorei ninguém que trabalhasse para a frota.

— Você tem certeza?

— Sim. Um dos meus ex-namorados tem ficha criminal. Eu sei por que

pressionei acusações contra ele por me roubar. Também descobri naquele

momento que ele já tinha feito isso antes. A frota não o aceitaria, mesmo que

tentasse entrar. O segundo também trabalha para New World, na segurança.

Antes disso, ele trabalhou para a cidade de San Francisco fazendo limpeza

de ruas.
Trowly ergueu os olhos de seu dispositivo. — E quanto aos seus outros

namorados? Talvez uma noite só? Existe algum cara que queria mais de

você, mas você recusou?

Ela sentiu suas bochechas esquentarem. — É isso aí. Isso é tudo. Eu tive

dois namorados. Nenhuma noite.

O investigador de segurança não parecia convencido.

— Olha… Eu trabalho desde os quatorze anos para ajudar a aumentar o

meu fundo para a faculdade. Depois que me formei no ensino geral,

transformei cinco anos de escolaridade em três anos e meio. Não tive tempo

de namorar com todas aquelas aulas. Nem estragaria meus sonhos

arriscando-me a engravidar acidentalmente. Os implantes anticoncepcionais

podem falhar. Aconteceu com minha mãe. Quando não estava na aula,

trabalhava em empregos de meio período e fui contratada pela New Worlds

aos 21 anos, dois dias depois de me formar. Já disse há quanto tempo e com

que frequência fico em empregos. É difícil conhecer homens, e aqueles com

quem trabalho tendem a mentir sobre serem solteiros. De jeito nenhum eu

queria começar um relacionamento com alguém, apenas para descobrir que

ele era casado ou tinha uma namorada quando voltássemos para a Terra.

Acontece o tempo todo na minha linha de trabalho.

— Você disse que um dos seus ex trabalha para New World.


— Consegui o emprego para ele. — Admitiu Vera para Trowly. — Eu

não o conheci no trabalho. Também não o vi ou trabalhei com ele desde que

terminamos. Isso foi há pelo menos quatro anos.

Roth rosnou baixinho ao lado dela, provavelmente se lembrando dela

contando a ele sobre isso.

— Bem, alguém quer você morta, e apenas o pessoal da frota tem acesso

a você no Defcon Red.

— Isso não é verdade, e você sabe disso. — Clark olhou fixamente para

Trowly. — Temos trabalhadores civis a bordo. Não se esqueça do que

aconteceu naquele planeta de onde a tiramos. Alguém drogou todas aquelas

pessoas. Srta. Wade é a única sobrevivente. É possível que o responsável não

tenha gostado que ela fugiu. Eles poderiam ter oferecido dinheiro a qualquer

um neste barco civil ou frota para matá-la. Precisamos começar a verificar

todas as mensagens da Terra.

Trowly recostou-se na cadeira. — Temos mais de duas mil almas a

bordo. Isso pode levar meses. No momento, estamos nos concentrando em

tentar encontrar quem deixou a cerveja envenenada na mesa da Srta. Wade.

Ele teve o cuidado de não deixar impressões ou vestígios de DNA. Podemos

não ter visto seu rosto, mas estamos analisando tudo o que podemos para

tentar identificar o culpado.

— Quanto tempo isso vai levar? — Roth perguntou.


Vera queria uma resposta para essa pergunta também.

Trowly hesitou um pouco demais antes de falar. — Dias a talvez uma

semana. O culpado foi muito cuidadoso em proteger sua identidade.

Estamos reduzindo para homens entre 1,70 a 1,80 m de altura, com peso

aproximado de sessenta e oito a setenta quilos.

— E o macacão do empregado do bar que ele usava? Como ele obteve

acesso a ele?

Vera ficou em silêncio, feliz por deixar Roth fazer as perguntas. Isso não

era algo que ela tinha considerado.

— Qualquer pessoa com acesso a serviços de lavanderia pode ter

roubado um. — Respondeu Clark. — Ou subornou alguém que trabalhava

lá para roubar um.

— Estamos olhando para ex-funcionários do bar e aqueles que não

estavam no primeiro turno. — Trowly compartilhou. — Nem todos são

trabalhadores civis. Alguns membros de nossa frota ganham dinheiro extra

fazendo turnos em bares e outros estabelecimentos. — Ele olhou para Vera.

— Vou designar um dos meus oficiais de segurança para ficar na porta de

sua cabine. Para sua segurança, você permanecerá presa lá até que nos deixe.

Fomos informados de que a New Worlds enviará um ônibus espacial com

representantes da empresa para buscá-la em dois dias. Um oficial está

esperando do lado de fora para escoltá-la até sua cabine.


— Não. — Roth rosnou de repente. — Vera irá para casa conosco.

Ela virou a cabeça, olhando para ele com surpresa.

Ele olhou para ela. — Você está em perigo. Ninguém vai te machucar.

Eu não vou permitir que eles façam. Você confia em mim?

Ela não precisava pensar sobre isso. — Eu confio.

— Você virá comigo. — Roth se levantou.

— Espere um minuto. Já tomei providências. — Protestou Trowly.

— Que pena. — Roth rosnou, olhando para ele. — Vera está em perigo.

Ela fica comigo.

— Achei que você ia dizer isso. E o comandante Bills já aprovou. —

Clark também se levantou. — Senhorita Wade estará mais segura com os

Veslors. Isso significa que você não terá falta de nenhum oficial de segurança

designado para o dever de proteção. Eu já remarquei os turnos de Veslor

para manter pelo menos dois de seus homens fora de serviço para fornecer

proteção para ela o tempo todo.

Trowly fez uma careta. — Quero ter acesso a ela se tiver mais

perguntas.

— Claro. — Clark concordou.


Vera segurou a mão de Roth enquanto eles saíam da área de segurança.

Dois Veslors lideraram o caminho. Roth ficou ao lado dela. Clark, quem

quer que fosse, seguiu atrás com o quarto Veslor. Todos eles subiram em um

elevador juntos, mas ninguém falou até que as portas os selaram do lado de

dentro.

— Espere até chegarmos à sua cabine familiar. — Clark disse baixinho,

erguendo a cabeça para fitar algo no canto.

Vera seguiu sua linha de visão, observando a câmera de vigilância. Ela

se aproximou de Roth e baixou a voz. — Obrigada por vir por mim.

Roth sustentou seu olhar, dando-lhe um aceno de cabeça afiado.

O elevador parou e as portas se abriram. Dois Veslors assumiram a

liderança novamente, com Clark e o quarto Veslor atrás de Vera e Roth. Eles

chegaram a uma porta e ela se abriu.

Ela se viu em uma grande sala de estar, e uma ampla entrada revelou o

que parecia ser uma segunda sala enorme. Uma longa mesa com várias

cadeiras ficava entre os dois espaços. Havia uma enorme cozinha aberta à

esquerda da sala de estar, mas enquanto a estudava, percebeu que eram

duas cozinhas duplicadas, lado a lado. Várias portas fechadas que

provavelmente eram quartos estavam à direita.

— Nem todos os espaços residenciais são tão grandes. São duas cabines

familiares combinadas. — Disse o homem mais velho.


Ela virou-se para encará-lo.

— Eu sou Clark Yenna, atualmente no comando de todas as equipes

táticas no Defcon Red. Você parece muito melhor agora do que na primeira

vez que a vi, Srta. Wade. Vamos todos sentar à mesa da sala de jantar. Há

muito espaço lá.

— Você pode me chamar de Vera. — Ela ofereceu.

Roth puxou sua mão, e ela foi conduzida para uma das pontas da mesa.

Ele puxou uma cadeira ao lado do assento final, e ela sentou-se agradecida.

Ele ocupou a cadeira à cabeceira da mesa, o que infelizmente significava que

ele tinha que soltar a mão dela. Clark Yenna se plantou do outro lado dela,

mas deixou uma cadeira vazia entre eles. Os três Veslors restantes se

sentaram em frente a ela.

— Você está bem, Vera?

Ela acenou para Roth. — Estou muito melhor agora que não estou

sendo acusada de tentar matar alguém.

Clark pigarreou, chamando sua atenção. — Você foi alvejada em sua

instalação. Agora você foi alvo de novo no Defcon Red. Não concordo com

George que este seja um ataque pessoal contra você. Quero que você me

diga por que alguém mataria todo mundo naquele planeta. Pense nisso.

New Worlds tem um histórico de mortes de funcionários no trabalho?

Vera franziu a testa. — Quem é George?


— George Trowly. Responda a minha pergunta. Você conhece alguém

que guarda rancor da New World? Você trabalhou para eles por seis anos,

correto?

— Sim. Eles têm um excelente histórico de segurança. Houve uma

morte no ano passado, mas foi um erro pessoal.

— Explique. — Roth pediu.

Ela se virou para ele. — Um membro de uma equipe de pesquisa foi

contra as ordens e visitou um local perigoso. Conversei com algumas

pessoas que faziam parte dessa equipe de pesquisa. O cara era um viciado

em adrenalina que gostava de fazer vídeos de planetas alienígenas para

compartilhar com seus amigos na Terra. Dessa vez foi um ralo. Ele chegou

perto demais, apesar de ter sido marcado como fora dos limites, e o chão

desabou sob ele. Como operadora de drones, membros da minha equipe

também ignoraram meus avisos.

Clark franziu a testa para ela.

— A primeira coisa que um operador de drones faz depois que nos

mudamos para nossa base é enviar drones para avaliar as áreas ao nosso

redor. Normalmente, um raio de cinquenta a cem milhas. As varreduras

iniciais do espaço são a forma como o gerente de projeto decide o lugar mais

seguro para nos instalar na superfície, mas eles podem perder pequenos

perigos. — Vera fez uma pausa. — Eu procuro por atividades pesadas de

animais alienígenas que possam ser perigosos para nossa equipe. Um


planeta tinha algumas áreas de solo escuro na superfície que agiam como

areia movediça. Um dos meus drones pegou alguns animais selvagens

afundando nele. Documento esse tipo de atividade com os drones e

compartilho as informações em reuniões de grupo com minha equipe.

Ninguém tem permissão de sair para começar a colher amostras até que meu

relatório seja concluído. Do contrário, no caso daquele planeta, eles

poderiam ter ido direto para a areia movediça e morrido. Foi marcada como

uma área fora dos limites.

— Você sabe se sua empresa foi processada pela família do falecido?

Ela respirou fundo antes de responder à pergunta de Clark. — New

Worlds tem excelentes benefícios, incluindo um pagamento pesado por

morte. Assinamos renúncias por causa disso. Nossas famílias não podem

processar por mais.

Clark concordou. — A Frota é assim também. Qual é a postura do New

World em uma situação de reféns?

Essa pergunta a surpreendeu. — Somos enviados para planetas sem

vida alienígena senciente. Isso não é um problema.

— Você acredita que sua empresa pagaria se essa situação acontecesse?

Ela mordeu o lábio inferior, pensando na pergunta de Clark. —

Provavelmente custaria menos a eles pagar um resgate do que os benefícios

de morte combinados de perder uma equipe de pesquisa inteira.


— Você tem certeza?

Vera disse a Clark o valor do pagamento pelos benefícios por morte de

sua equipe. — É por isso que assinamos renúncias. Pode ser um trabalho

perigoso estar em um novo planeta. A segunda equipe que entra não tem o

mesmo pagamento alto. Ouvi dizer que seus benefícios por morte são cerca

da metade disso. Somos nós que encontramos todos os perigos e os

avisamos sobre o que evitar.

Clark assobiou. — Isto é muito dinheiro.

Vera concordou. — É sim. A New Worlds também paga mais do que

qualquer outra empresa de pesquisa. Mas eles não enviam um cargueiro

extra para ficar no espaço com uma equipe secundária de pesquisa e

suprimentos extras, o que economiza dinheiro. Também significa que se

alguém ficar doente, é melhor se recuperar rapidamente. Não temos

membros reserva para assumir nossos turnos. Também devemos ter muito

cuidado com nossos suprimentos, para ter certeza de que não ficaremos sem.

Certa vez, eu fazia parte de uma equipe que ficou sem comida três semanas

antes, porque o novo cozinheiro não era bom em racionamento. Felizmente,

conseguimos encontrar vegetação comestível naquele planeta.

— Outras empresas mantêm cargueiros no espaço? — Clark estava

fazendo anotações em seu bloco de dados.

— Sim. Eles geralmente enviam dois. Um está carregado com nosso

equipamento de pesquisa, suprimentos de comida e materiais para construir


um habitat na superfície do planeta. Além das pessoas que constroem nossos

espaços de vida e trabalho. Esse cargueiro partirá assim que o link estiver

configurado. Um segundo cargueiro é carregado principalmente com

suprimentos de comida adicionais para alimentar as tripulações e uma

equipe de pesquisa secundária para substituir a primeira. Eles trocam todas

as semanas. Além de ônibus extras para transportar as duas equipes de volta

à superfície. Essas pessoas recebem menos porque custa mais para a

empresa fazer isso dessa forma. Então, novamente, eles também têm uma

saída rápida se a merda bater no ventilador. — Os Veslors, Roth e Clark

olharam para ela.

Vera engoliu em seco, a emoção a sufocando. — Como o que aconteceu

com a minha equipe. Se tivéssemos um cargueiro no espaço, eles poderiam

ter nos evacuado da superfície rapidamente. Ficamos presos em Biter até

que a ajuda pudesse chegar. As equipes de pesquisa do New World são

pagas para trabalhar sem esse tipo de rede de segurança.

— Por que você concordaria com isso? — O tom áspero de Roth a fez

estremecer.

Vera encontrou seu olhar zangado. — O pagamento. Ganho três vezes o

que ganharia em outra empresa. Claro, é um trabalho árduo, o perigo é

maior, mas não vou acabar tendo que trabalhar até os setenta anos para me

aposentar. Serei capaz de fazer isso quando tiver quarenta e poucos anos. —

Ela lambeu os lábios. — Eu cresci pobre. Terei conseguido economizar uma

pequena fortuna se ficar com a New World e nunca mais precisar me


preocupar em ficar com fome ou ter que aceitar empregos perigosos quando

for mais velha.

Clark encontrou seu olhar. — Quem guardaria rancor da New World?

Por que alguém tentaria matar uma equipe de pesquisa inteira?

Vera pensou sobre isso. — Talvez as outras empresas que licitaram no

Biter, mas perderam para a minha. Estávamos há apenas alguns meses em

nosso trabalho, mas os resultados iniciais foram excelentes. New World

estão para fazer uma fortuna naquele planeta. Crystal encontrou algumas

plantas com fins medicinais. Certa noite, ouvi ela e o Dr. Jeth conversando

durante o jantar, ambos animados com a cura rápida. Eu simplesmente não

posso te dizer de quê. Não devemos compartilhar esse tipo de informação

uns com os outros, então eu não peguei tudo ou fiz perguntas.

— Por que os segredos de outros membros da equipe?

Ela olhou para o Veslor que havia falado. Maith, o médico. — Para

evitar atrair piratas e ladrões para o planeta. E se uma equipe de pesquisa

descobrisse algo extremamente valioso e a notícia vazasse antes que a

empresa ganhasse todos os direitos sobre o planeta? A equipe de pesquisa

inicial está sozinha, sem proteção. Uma vez que os direitos são estabelecidos,

a empresa inicia a fase dois. Isso é coletar e colher recursos que descobrimos.

Nessa fase, não importa se o que encontramos se torna conhecimento

comum. Um fluxo constante de cargueiros da companhia sempre estaria na

órbita do planeta enquanto eles estão sendo carregados com carga da


superfície. Os capitães têm o direito e a responsabilidade de defender o

planeta de outras naves não associadas à nossa empresa, que podem tentar

pousar lá para roubar recursos.

— Isso já aconteceu? Vazamentos que fizeram com que outras empresas

enviassem alguém para roubar achados valiosos? — Clark perguntou.

— Tenho certeza que sim, mas não com a New Worlds. Não podemos

enviar ou receber mensagens privadas de nossos familiares ou amigos

durante o trabalho. Antes que você pergunte, é para evitar que um

vazamento aconteça ou que alguém da equipe de pesquisa receba ameaças.

— Ela fez uma pausa. — Você sabe, alguém querendo informações fazendo

ameaças de morte contra um membro da família na Terra.

— Você acha que outra empresa assassinaria uma equipe de pesquisa

em retaliação por perder uma licitação? — Clark se aproximou, estudando

Vera.

— Se eles quisessem muito aquele planeta. Eles também podiam esperar

que a New World não fosse capaz de completar a pesquisa a tempo, se

tivessem que substituir uma equipe inteira antes que seu contrato de doze

meses para estudar o planeta acabasse. As chances disso são mínimas. Tenho

certeza de que a New Worlds já tem outro cargueiro a caminho para

substituir minha equipe.

Vera percebeu que todos pareciam confusos.


— Quando você ganha uma licitação, tem exatamente um ano para

estabelecer uma reclamação. — Explicou ela. — Isso só acontece depois que

a pesquisa é concluída. Depois que terminarmos nossa pesquisa, pode levar

um ou dois meses para que todas essas informações sejam processadas por

meio da burocracia no fim da Terra. Se a empresa não conseguir garantir a

reclamação, o planeta em questão volta a licitar. A New World seria excluída

da licitação uma segunda vez naquele planeta, uma vez que falhamos em

realizar a tarefa na primeira vez.

Roth rosnou.

Ela se virou para ele.

Foi Clark quem falou, no entanto. — No momento, Biter, como você o

chama, está fora dos limites para todos, exceto para nossas equipes de

investigação. New World não têm permissão para interferir, já que a frota se

envolveu respondendo ao seu aviso de socorro. Nós assumimos a jurisdição

- e ninguém é permitido lá até descobrirmos quem é o responsável.

Roth se levantou. — Vera precisa de descanso. Você tem as informações

de que precisa por enquanto. Venha, Vera.

Ela se levantou, e Roth a conduziu pela mão até uma das portas

fechadas. Ela abriu depois que ele acenou com a mão livre para o sensor, e

ela entrou em um quarto com ele, a porta se fechando atrás deles.


Capítulo Dez

Roth soltou a mão de Vera e a encarou. Ela olhou em seus olhos

dourados. — Obrigada por tudo. Estou em dívida com você mais uma vez.

— Você não me deve nada. Você se machucou? — Seu olhar baixou em

seu corpo.

— Estou bem. Posso ter um hematoma de onde fui nocauteada. Acho

que alguém me pegou antes que eu batesse no chão. Nada mais dói.

— Mostre-me.

Ela hesitou, mas então fez o que ele exigiu. Ele já a tinha visto nua,

então a modéstia parecia boba neste momento. Ela alcançou a cintura de sua

camisa e puxou-a para expor as costas, virando-se. — Você pode ver alguma

coisa?

As pontas dos dedos dele roçaram levemente a área sensível de suas

costas ao longo de sua espinha, e um rosnado baixo retumbou dele. — Há

uma marca vermelha. Vai ficar dolorido.

Seu toque era gentil, e ela sentiu falta no segundo em que Roth puxou

sua mão. Ela se endireitou e largou a camisa, virando-se para olhar seu belo

rosto estranho. Cada vez que ela estava perto dele, ela sentia sua atração

crescendo. Seus olhos dourados encontraram os dela por alguns segundos


tensos antes que ele quebrasse o contato visual e apontasse para a sala ao

seu redor.

— Esta é a minha área de dormir. Minhas desculpas que um banheiro

não está incluído. Quando eles expandiram nossa cabine familiar, demos a

ambos os casais as privadas. O banheiro compartilhado fica ao lado. Vou

dormir no sofá do lado de fora. Você estará segura.

Ela franziu a testa, olhando para a cama grande. — Eu não quero tirar

seu quarto de você. Nós poderíamos compartilhar.

Seu olhar instantaneamente travou com o dela novamente. Surpresa

passou por suas feições, depois desapareceu com a mesma rapidez.

Ela tentou novamente. — Afinal, nós já dormimos juntos antes. Você

não se sentiria confortável em um sofá.

— Você estava drogada e confusa na época. — Sua voz rouca se

suavizou. — Você está bem agora.

— Eu estou. Mas eu ainda me sentiria melhor com você na mesma sala.

— A culpa a fez corar. Ela sabia que estava segura com os Veslors. Ela

confiava em Roth. Alguém teria que ser louco ou suicida para arrombar sua

cabine e ir atrás dela. Ela sentia falta de dormir com ele, era reconfortante

quando ele a segurava.

Roth era o único que não podia confiar nela.


— Não seria apropriado. Existem quartos vazios em nossa cabine. Eu

escolho dormir no sofá para ficar perto o suficiente para protegê-la. Se

dividirmos um quarto, os outros podem não aprovar.

Vera ficou desapontada. — Oh. Não sei muito sobre Veslors. É tabu em

sua cultura dividir a cama com uma mulher?

— Não... mas agora você é uma mulher saudável.

— O que isso tem a ver com alguma coisa?

Roth não falou por longos segundos. — Isso implicaria que estamos

testando um acasalamento.

Isso despertou seu interesse. — O que significa testar um acasalamento?

É como fazer sexo para ver se somos compatíveis?

— Sim.

— Eu vejo. — Ela tentou não permitir que as implicações ferissem seus

sentimentos. — Não sou alguém com quem você gostaria de fazer um teste.

Eu não sou seu tipo. Entendi.

Seus olhos se estreitaram e ele balançou a cabeça ligeiramente. — Eu

não disse isso.

— Você está atraído por mim? — Ela perguntou sem rodeios.


Seu olhar baixou lentamente para baixo em seu corpo antes de olhar em

seus olhos novamente. — Sim, Vera. Mas este não é o momento.

— Que significa?

— Você passou por muitos eventos traumáticos e só recentemente se

recuperou da droga. Seria egoísmo da minha parte tentá-la a testar um

acasalamento nessas circunstâncias. Eu escolhi ser seu protetor. É meu dever

mantê-la segura.

Vera se sentiu ainda mais atraída por Roth. O grande alienígena gostoso

era o homem mais doce que ela já conhecera. — Eu não preciso ficar a salvo

de você. Eu também sei o que estou fazendo. Quer dizer, eu tenho um monte

de coisas mentais com que lidar, depois do que aconteceu em Biter, mas a

única coisa que não estou confusa é sobre você. Se estiver disposto, gostaria

que me contasse tudo sobre essa coisa de teste para o Veslors.

Ele fez um rosnado baixo e deu um passo para trás. — Eu preciso de um

banho. Por favor, descanse. Você parece cansada, Vera. Falaremos sobre isso

mais tarde, e você está segura aqui enquanto isso. — Então ele saiu da sala,

deixando-a sozinha.

— Droga. — Ela suspirou. Isso não tinha acontecido da maneira que ela

queria. Pelo menos agora ela sabia que ele a achava um tanto atraente.

Ela caminhou até a cama e sentou-se no final, assim que a porta se abriu

de repente, e Roth voltou.


Vera se levantou, esperando que ele mudasse de ideia.

Ele foi até uma gaveta de armazenamento e a abriu. — Eu preciso de

roupas limpas.

— Certo. Claro. Porque você vai tomar banho.

Ele retirou alguns itens dobrados e fechou a gaveta, de frente para ela.

— Eu estava treinando quando soube que o segurança a havia recolhido.

— Você é um lutador. Eu lembro.

— Sim. — Seu olhar dourado parecia estudá-la. — Você está bem, Vera?

— Estou bem.

Ele deu um aceno de cabeça, e então saiu de seu quarto mais uma vez.

Ela voltou a se sentar na cama e depois caiu para trás, olhando para o

teto. — Ele acha que estou mentalmente confusa e este é um mau momento

para testar um acasalamento. Seja lá o que for isso, exatamente. — Ela

suspirou alto e fechou os olhos.

A New Worlds enviaria uma nave em dois dias para buscá-la na Defcon

Red. Seu povo provavelmente iria interrogá-la com mais força do que a

Frota. — Procurando por um bode expiatório. — Ela murmurou. — Não

serei eu. Esqueça esse absurdo.


Vera não queria tirar uma soneca, mas estava com fome. Ela abriu os

olhos e se levantou da cama. Considerando que a cabine familiar tinha duas

cozinhas, ela presumiu que isso significava que eles tinham comida. Ela deu

um passo em direção à porta e ela se abriu automaticamente. Ela entrou na

sala de estar, mas parou assim que outra mulher entrou na sala.

— Oi. — Vera deu um pequeno aceno.

A mulher humana ruiva sorriu ao se aproximar. — Você deve ser Vera

Wade. Sou Abby Thomas. Drak é meu companheiro. — Ela estendeu sua

mão.

Impressionada, Vera demorou um momento para responder e apertar

sua mão. — A Abby Thomas? Da D Corp?

Diversão brilhou nos olhos verdes da mulher quando elas soltaram as

mãos. — Sim. Como você me conhece?

— Eu sou uma operadora de drones. Usamos tecnologia D Corp. Mal

posso esperar até que o novo Stinger H-24 seja lançado. Solicitei que minha

empresa compre um.

Abby sorriu. — Essa não é a divisão que cuido, mas estou feliz em saber

que você gosta de nossos drones. O que há de tão empolgante nesse

modelo? Infelizmente, estou um pouco atrasada em relação às informações

mais recentes sobre nossos produtos desde que deixamos a Terra para viver
em Defcon Red. Gosto mais dos sistemas operacionais que instalamos em

naves e estações.

— Você realmente não quer me ouvir toda geek sobre as opções de

aparelhos. Digamos que todos os operadores de drones estão

entusiasmados. O H-24 voa distâncias mais longas, tem melhores recursos

ópticos e eles adicionaram alguns sensores interessantes que nos pouparão

tempo durante as pesquisas.

— Vou deixar meu pai saber que você está feliz com isso. É um dos

projetos paralelos que ele dirige para nossa empresa.

Vera olhou ao redor. Elas estavam sozinhas. — Posso te perguntar uma

coisa?

— Tenho certeza de que posso fazer meu pai enviar um dos novos

drones para você.

A excitação a encheu, mas Vera balançou a cabeça. — Isso não. Quer

dizer, seria super legal, mas custam uma fortuna. Isso é algo que minha

empresa precisa comprar. O que eu queria te perguntar é... — Ela baixou a

voz. — O que você pode me dizer sobre testar um acasalamento?

A surpresa alargou os olhos de Abby por uma fração de segundo, mas

então ela se aproximou. — O que você quer saber exatamente?

Vera ficou nervosa por confessar algo íntimo a uma estranha, mas ela só

tinha alguns dias antes de deixar a nave. Isso significava que Roth não
estaria mais em sua vida. — Eu gosto dele. — Ela ignorou seu

constrangimento. — Roth.

— Foi quem eu assumi que você se referia.

— Ele parece pensar que estou muito confusa depois de tudo que

passei. Eu meio que estou, mas não sou burra. A vida pode ser difícil, então

quando você encontra algo ou alguém ótimo, você se apega a isso. O

momento é uma droga, porque assim que eu for embora, nunca mais verei

Roth novamente. Eu realmente odeio essa ideia. Ele é o melhor cara que já

conheci. Ele é tão doce-

— Roth? Doce? — Abby interrompeu, suas sobrancelhas arqueando.

— Sim, Roth. Por que você está me dando esse olhar chocado?

— Ele é um cara bom, definitivamente... mas um pouco distante. Isso é

tudo.

— Bem... não para mim. Então, como faço para que ele teste um

acasalamento comigo e um... — Ela engoliu em seco. — O que exatamente

isso inclui? Estou assumindo que as partes masculinas dele não serão um

problema, já que você está acasalada com um Veslor. Certo?

Abby olhou ao redor para garantir que elas ainda estavam sozinhas,

mas ela ainda manteve a voz baixa quando falou novamente. — Eles são

muito compatíveis conosco. Simplesmente grandes. Algumas partes são um


pouco diferentes, mas da melhor maneira. Você parece um tipo de mulher

franca, Vera, então serei o mesmo.

Vera ficou aliviada que Abby parecia tão pé no chão para alguém de

uma família mega rica. — Eu realmente aprecio isso.

— Veslors são um tipo agressivo de alienígenas. Sua versão feminina de

preliminares e flertes é o que podemos considerar violência doméstica. Elas

gostam de atacar os machos.

A boca de Vera caiu aberta. Não era isso que ela esperava ouvir.

— As mulheres os avaliam, atacam e os homens revidam. Se ele for

capaz de vencer e imobilizá-la, é quando a parte da sedução acontece. Não

me pergunte como isso funciona, indo da luta para a foda, mas eles são

Veslors.

Vera se recuperou do choque. — Eu tenho que começar uma briga com

Roth? Eu teria zero chance de ganhar.

— Eu não iria socá-lo. Drak certamente não me obrigou a fazer isso

quando testamos um acasalamento. Você e eu não somos Veslors. Meu

melhor conselho é meio que circular Roth... invadir seu espaço pessoal,

tocando-o. Sem roupas seria melhor. Basta ser verbalmente agressiva,

dizendo a ele o que você quer. Seja clara para evitar qualquer confusão.

Lembre-se de que somos de dois planetas e culturas diferentes.


— Como isso é testar um acasalamento? — Vera estava confusa. — As

mulheres em potencial têm que provar que são tipos dominantes?

— Na verdade, é algo sobre os homens mostrarem a uma mulher que

são bons lutadores, capazes de defendê-las e a quaisquer filhos que possam

ter se acasalarem. Depois, fazem sexo para ver se o cara é bom nisso. Uma

vez que a mulher decide se o aceita como seu companheiro, bem... ela o

deixa saber.

— Então são sempre as mulheres que decidem?

Me inscreva, Vera pensou. Ela queria manter Roth.

— É um pouco mais complicado do que isso. As mulheres meio que

flertam à distância, pelo que ouvi. Se os homens flertam de volta, é quando a

mulher se aproxima para brigar. Ela não faria isso se ele a ignorasse e não

estivesse interessado.

Roth nunca ignorou Vera. Isso era promissor.

— Ainda não cheguei à parte realmente difícil. Ambos os Veslors

assumem suas formas de batalha e partem se a mulher quiser aceitá-lo como

companheiro. Estou falando sobre sexo. Isso os une. É algo no esperma do

homem enquanto ele está em forma de batalha. Eles nunca fazem sexo em

forma de batalha, a menos que seja com um companheiro. Isso não apenas

os marca como acasalados, mas eles têm, tipo, super espermatozoides em

forma de batalha, e muito provavelmente vai engravidar uma mulher.


Vera conseguiu manter a boca fechada dessa vez. Um pouco.

— Nós não mudamos. Obviamente. — Abby acenou para sua barriga

lisa. — Não estou tecnicamente acasalada com Drak, como os Veslors

normalmente estão, porque não quero arriscar ter um filho ainda. Existe um

risco realmente alto de engravidar quando você acasala com um Veslor. E

Drak foi paciente comigo. Ainda somos companheiros em todos os outros

sentidos, no entanto. Ele mataria qualquer um que dissesse o contrário. Eu

também. Ele é meu. — Abby fez uma pausa. — Para se ligar totalmente a um

Veslor, eles têm que mudar e você não pode fazer isso. Pense sobre isso.

Quando decidirmos ter um bebê, Drak mudará para sua forma de batalha

enquanto fazemos sexo para completar nosso acasalamento. É a única vez

que eles são férteis. Ao contrário de nós.

Isso foi ainda mais chocante para Vera.

E Abby ainda não tinha terminado. — Isso também significa que

sempre que você quiser ter outro bebê, ele precisará mudar novamente

durante o sexo. Mas Drak me disse que eles só mudam no final do sexo,

então não é como se você os beijasse em sua forma de batalha para entrar no

clima.

— O que eles parecem quando mudam?

— Bem... você não correu ou desmaiou de ouvir a parte mais

assustadora sobre o acasalamento com um Veslor. Então deve levar Roth a

sério. Pense em gatos do tipo pantera alienígena com pele de couro. É


assustador de ver, mas são a mesma pessoa por dentro. — Abby estendeu a

mão e bateu em sua têmpora. — Mesmo cérebro. Apenas um corpo

diferente.

Vera teve muita vontade de se sentar. Seus joelhos tremiam, mas ela os

travou e não se moveu. — OK. Entendido.

— Veslors acasalam para toda a vida. Você deveria saber disso também.

Não há divórcio caso se comprometa com um. Sem dias de separações

também. Os companheiros vivem juntos. É por isso que ainda estou no

Defcon Red em vez de retornar à Terra. Eles odiariam estar em nosso

planeta. Os Veslors vivem em grupos. Você conheceu os outros, certo?

Vera concordou.

— Eles são como irmãos. Apenas muito mais ligados. Você aceita um,

vive com todos eles pelo resto da vida. É uma família unida para sempre. Eu

não só tive um companheiro, mas três irmãos mais velhos e uma cunhada

quando Gnaw acasalou com Darla. A irmã dela também é considerada

família, mas ela se recusou a morar conosco até agora. Os dois filhotes que

Darla e Gnaw tiveram são basicamente minha sobrinha e meu sobrinho.

Vera assentiu novamente, absorvendo a informação, com a cabeça

girando. Era muito para digerir.

— Então, basicamente, estar em um grupo significa que você herdou

uma pequena aldeia de pessoas que vivem e viajam com você para a vida.
Quartos separados, mas espaços compartilhados. O sonho deles é se

aposentar em um dos planetas Veslor eventualmente. Eu vi vídeos do que

eles escolheram. É lindo. Área arborizada com rios e riachos, como na Terra,

porém sem poluição ou superlotação.

— Enfrente Roth, Vera, e esse será o seu futuro um dia, também,

quando eles pararem de trabalhar. Eles têm discutido se mudar para lá nos

próximos anos, desde que Gnaw e Darla tiveram seus bebês. Crescer em

uma nave da frota não é ideal para crianças. Eles colocam os filhotes

primeiro. E sim, é assim que eles chamam seus bebês.

— Isso realmente soa bem. Meu pai biológico de merda abandonou

minha mãe logo depois que ela me teve. Não que ele fosse um guardião. Ele

não é. Minha mãe morreu há não muito tempo. Não tenho mais família na

Terra. — Vera respirou fundo. — Você se arrepende de estar com Drak?

Abby sorriu largamente. — Nenhum maldito dia.

Vera gostou de sua franqueza. — Obrigada.

O sorriso de Abby se tornou malicioso. — É também o melhor sexo que

você vai ter. Deixe Roth levá-la no estilo cachorrinho e eu prometo que vai

adorar uma de suas diferenças. Eles têm esse-

Um ruído suave de assobio baixo soou. — Por que você está fora do

meu quarto?
Vera pulou com as palavras rosnadas atrás dela e se virou. Roth tinha

acabado de sair do banheiro. A porta atrás dele se fechou enquanto ele

avançava para a área da sala de estar. Seu cabelo preto estava molhado, mas

ele usava uma camiseta e calças pretas largas que a faziam lembrar de calças

de dormir para homens.

— Eu estava com fome e, hum, falando com Abby.

— Oi, Roth. Estou apenas fazendo companhia a Vera.

Roth caminhou em direção à cozinha. — Vou pegar comida para você.

— Obrigada. — Vera começou a segui-lo, mas Abby agarrou seu braço.

Vera olhou para ela.

— Ah, sim e eles gostam de cuidar das mulheres. — Ela piscou, então a

soltou. — O que você está fazendo, Roth? Posso me juntar? Eu estou com

fome também. Achei que não comeríamos no refeitório depois do que

aconteceu com Vera. Receio que a fofoca sobre o que aconteceu no bar esteja

se espalhando rapidamente entre a tripulação e os trabalhadores civis.

Vera e Abby entraram na área da cozinha, mas ficaram fora do caminho

de Roth enquanto ele tirava algumas refeições embaladas de uma gaveta de

refrigeração.

Roth se virou para fazer uma carranca para Abby. — Os humanos falam

muito. Não iremos a locais públicos na nave. Não vou colocar Vera em risco.
— Não duvidei disso por um segundo. — Abby tirou bebidas, levando-

as para a mesa comprida.

Roth aqueceu as refeições embaladas e as trouxe para a mesa. Abby

também pegou talheres e guardanapos de pano. Roth se sentou na cabeceira

da mesa mais uma vez, com Vera sentada ao lado dele e Abby em frente a

ela.

Vera estudou seu jantar. Era um bife enorme, incluindo purê de batata

com cebolinha, bacon e queijo misturados. Refeições muito parecidas com a

da Terra. — Estes não são jantares padrão.

Abby riu. — Não. Receio ser um pouco mimada. Nada contra a frota,

mas estou acostumada a comida de melhor qualidade. O prédio da D Corp

onde eu trabalhava havia chefs servindo refeições para todos os nossos

funcionários. Pedi um favor a meus pais e agora eles prepararam e enviam

para nós. Veslors adoram carne, então é por isso que você está ganhando um

corte de bife de um quilo. Não sinta necessidade de comer tudo, se não

puder. Eu os tinha proporcionado para Veslors. Amanhã à noite, devemos

experimentar a costela. Delicioso!

— Grandes pedaços deles são entregues, ocupando um espaço

significativo. — Murmurou Roth.

Abby riu novamente. — Não fique rabugento. Você sabe que ama isso

mais do que os pequenos bifes que servem no refeitório. E você odeia ter que

ir a restaurantes para conseguir carne servida em porções maiores. — Abby


olhou para Vera. — Alguns humanos ficam boquiabertos quando veem

quanta comida um desses caras pode comer no jantar.

Vera pegou a faca e o garfo, cortou um pedaço do bife e enfiou na boca.

Ela gemeu. Foi o melhor que ela já provou.

— Exatamente. — Abby começou a comer também. — Os chefs os

marinam com alho e algum outro tipo de tempero antes de selá-los. O

reaquecedor termina de cozinhá-los. Eles sempre saem perfeitos.

— Eu gosto da sua comida. — Roth reconheceu.

— Não é minha. Nossa. — Abby continuou comendo. — É uma das

vantagens de eu fazer parte do seu grupo. — Ela piscou para Vera

novamente. — Não posso cozinhar para salvar minha vida. Sempre farei

com que a D Corp nos envie remessas. É uma vantagem da Terra da qual

não estou disposta a abrir mão, já que não preciso fazer isso.

— Também não sou a melhor cozinheira. — Admitiu Vera. — Éramos

apenas eu e minha mãe crescendo. Ela trabalhava muito e eu estava muito

ocupada com meus estudos. Também não estou em casa com frequência. Os

locais de trabalho nos fornecem um cozinheiro.

— Eu posso caçar e cozinhar refeições. — Roth disse, enquanto

continuava comendo.

Vera encontrou o olhar de Abby.


Abby deu um leve aceno de cabeça. — Os Veslors são muito talentosos

para fazer muitas coisas.

Um rubor aumentou quando a mente de Vera imediatamente voltou ao

que Abby havia contado a ela sobre sexo com um Veslor. Ela queria

descobrir com Roth se isso era verdade. Agora ela só tinha que descobrir

como cumprir seu objetivo.

A preocupação a encheu com o próximo pensamento. Ela até poderia

querer ficar com ele... mas e se ele não quisesse ficar com ela?
Capítulo Onze

Roth levou Vera para seu quarto após a refeição e abriu uma de suas

gavetas. — Escolha qualquer camisa para você dormir.

Vera se aproximou para inspecionar o conteúdo da gaveta antes de

olhar para ele. — Eu gosto de dormir nua.

Ela observou enquanto Roth olhava para baixo em seu corpo.

— Eu realmente gostaria de compartilhar a cama com você, Roth. — Ela

admitiu.

— Nós discutimos isso. Estou protegendo você.

— De você? Você nunca me machucaria.

— Eu não faria.

— Exatamente. — Vera se lembrou de tudo o que Abby havia dito. Ela

estava com medo de potencialmente acasalar com Roth quando isso

envolvia ele ter que se transformar em outra forma? Sim. Mas ela não era

covarde. O corpo de Roth pode mudar, mas ele ainda seria ele. Apenas uma

aparência diferente.

— Eu serei recolhida em alguns dias pela empresa para a qual trabalho.

Duvido que os representantes da New Worlds queiram ficar no Defcon Red


assim que chegarem. Eles vão me mandar voltar com eles para a Terra. —

Ela respirou fundo. — Eu tenho sentimentos por você, Roth. Sei que parece

muito rápido, mas é a verdade. As circunstâncias de como nos conhecemos

foram terríveis, mas você é incrível. Não quero perder esta oportunidade se

você sentir coisas por mim também.

Sua expressão se suavizou quando ele olhou para ela. — Os humanos

normalmente demoram muito para tomar decisões. Você ficou traumatizada

com o que suportou. Acredito que isso fez com que você se vinculasse

emocionalmente a mim, já que fui eu quem cuidou de você.

— Eu não posso negar isso. Tudo o que você fez por mim, porém, só me

provou o quão incrível você é. Durante toda a minha vida, esperei encontrar

um cara com um mínimo das qualidades que você tem. Nunca pensei que o

encontraria. — Roth franziu a testa.

— O que quero dizer é que eu dependia de você e você não me

decepcionou. Você foi acima e além por mim. Posso ter sido um pouco

louca, mas sei que não imaginei como a equipe médica queria que você me

deixasse. Você recusou. Lembro-me até de menções deles ameaçando

chamar a segurança para removê-lo da sala. Você arriscou ser preso apenas

para manter sua palavra para mim. Você é um unicórnio, Roth. — A

confusão passou por suas feições.

— Significa que homens como você não deveriam existir de verdade,

mas eu te encontrei e não sou estúpida o suficiente para simplesmente ir


embora. Além disso, você é super gostoso. — Seu olhar correu para cima e

para baixo nele. — Nunca me senti mais sexualmente atraída por alguém do

que por você.

Ele balançou sua cabeça. — Você passou por traumas e está confusa.

— Não. Confie em mim. Não estou confusa sobre o que quero quando

se trata de você. A maioria das pessoas não consegue se decidir sobre muita

coisa. O que aconteceu naquele planeta provavelmente vai me fazer ter

pesadelos por muito tempo. Boas pessoas morreram. Eu não morri,

entretanto. Você sabe no que mais eu estava pensando enquanto assistia

impotente à morte de meus colegas de trabalho?

Roth avançou para mais perto, seu olhar dourado suavizando. —

Conte-me.

— Eu repassei minha vida inteira em minha cabeça. Eu tenho muitos

arrependimentos. Eu me conformei em ficar com dois homens que eu

realmente não amava. Eu estava apenas sozinha. Senti mais raiva do que

qualquer coisa quando eles me decepcionaram. Jurei que, se sobrevivesse,

encontraria alguém que pudesse amar. Eu acho que essa pessoa é você. Dê-

nos uma chance, Roth. Temos dois dias para descobrir se somos compatíveis

antes que os representantes da New World cheguem.

— Não desejo ser outro arrependimento, Vera.


— Isso só vai acontecer se não dermos uma chance a isso. Acho que

aprendi mais sobre você no pouco tempo que passamos juntos do que jamais

aprendi depois de meses com meus dois últimos namorados. Eles nunca

teriam sido tão bons para mim ou ficado comigo naquele inferno. Eu não só

confio em você como não quero te perder.

— Você está apenas grata a mim.

Ela balançou a cabeça. — Não. É mais do que isso. Repassei

repetidamente em minha cabeça cada momento que passamos juntos desde

que as drogas deixaram meu sistema. — Ela se aproximou ainda mais dele.

— Eu nunca conheci ninguém como você. Não estou falando sobre você ser

um alienígena também. Quero dizer o quão boa pessoa você é. Você é doce e

gentil. Paciente. Protetor. Sexy. Eu poderia continuar. Não que eu precise.

Você é maravilhoso... e acho que deveríamos fazer essa coisa de teste.

— Você não entende.

— Eu entendo. — Ela inalou profundamente. — Abby foi gentil o

suficiente para explicar algumas coisas. Eu sei que você pode me proteger,

então não precisamos lutar para provar isso. Você já salvou minha vida - e

ainda está fazendo isso neste momento, mantendo-me em sua cabine depois

que alguém tentou me matar novamente. Também não tenho medo de que

você possa mudar. Você não vai me assustar se mudar. Pode vir. Eu aceito

isso em você. Às vezes você tem quatro pernas em vez de duas.

Ele fechou a gaveta atrás de si com um suspiro. — Eu iria assustar você.


— Errado. Não sinto medo no que diz respeito a você, porque sei em

meu coração e em minha cabeça que você nunca me machucaria. Estou mil

por cento convencida disso porque você já me mostrou que homem incrível

você é.

— Eu sou um macho. Não um homem humano.

— Eu sei disso. Acredite em mim. — Ela lentamente apreciou a visão de

seu corpo mais uma vez. — Todo homem. Você é incrivelmente atraente

para mim.

Roth rosnou. — Vera.

— Temos dois dias antes da chegada dos representantes da New World.

Eu gostaria de te conhecer melhor. Tipo, ver se realmente temos química.

Ele parecia confuso com essa frase.

— Ver se somos bons na cama juntos, assim como fora dela. Podemos

fazer isso ou discutir. Qual soa melhor para você?

Ele estendeu a mão e passou a mão pelo cabelo preto úmido, erguendo

o queixo para olhar para o teto, como se procurasse paciência.

— É realmente uma escolha tão difícil?

Ele baixou o queixo, baixou a mão ao lado do corpo e rosnou baixo. —

Eu me recuso a tirar vantagem de você quando você estiver se recuperando.


— Os médicos me liberaram, Roth. Estou totalmente saudável. Eu só

preciso ganhar algum peso de volta. O tempo fará isso. Estou liberada para o

sexo. — Ela não ia mencionar que estava assumindo essa parte, já que os

médicos não lhe deram nenhuma restrição física.

Isso pareceu fazê-lo pensar.

— E eu sou mentalmente saudável no que diz respeito a você. Tenho

certeza de que quero ver se há algo entre nós antes que seja tarde demais.

Você já visitou a Terra?

— Não.

— Provavelmente ficarei presa lá nos próximos meses. Quem sabe para

onde meu próximo trabalho vai me enviar? Eu sei que será em um planeta

sem vida senciente. Eu duvido muito que nos veremos novamente quando

eu partir. É agora ou nunca, Roth. Por favor, não me faça viver com o

arrependimento do que poderia ter sido. Sei muito bem que vou me sentir

assim se não convencer você a nos dar uma chance.

Com um olhar que ela não conseguiu interpretar, ele de repente invadiu

seu espaço pessoal e gentilmente envolveu sua cintura com suas grandes

mãos. — Tem certeza de que é isso que você quer?

— Você? Sim. — Ela colocou as mãos em seu peito largo. — Os Veslors

gostam de beijar? Podemos fazer isso? Só que desta vez, não se afaste de

mim.
— Chamamos isso de línguas emaranhadas.

— Tão sexy... Emaranhe-se comigo. — Ela lambeu os lábios.

Um rugido profundo fez seu peito vibrar sob as palmas das mãos. —

Vou ser gentil.

— Eu não tenho dúvidas.

De repente, ele a ergueu e se virou, levando-a para a cama. — Eu quero

você, Vera.

— Estou totalmente de acordo com isso. Mil por cento.

Ele a abaixou no grande colchão e desceu em cima dela, tomando

cuidado para não a esmagar sob seu corpo pesado.

— Espere.

Ele congelou instantaneamente.

Vera saiu de debaixo dele e começou a se despir. — As roupas só vão

atrapalhar. Vamos ficar nus.

Roth deslizou para fora da cama e agarrou a cintura de sua camisa,

puxando-a sobre a cabeça. Ela amou a visão de todos os seus músculos. Ele

tinha o melhor corpo de todos. Ela tentou não olhar muito fixamente para

ele, mas era difícil.

— Você tem certeza disso, Vera?


Ela fez uma pausa, olhando em seus olhos dourados. — Absolutamente

certa. Nunca estive tão certa de nada.

Ele alcançou a cintura de suas calças.

Vera baixou o olhar com o coração disparado. Ela estava finalmente

prestes a ver o que ele mantinha escondido ali. Não se assuste se parecer

estranho, ela silenciosamente se ordenou. Ele era um alienígena. Não

importa o que Roth revelasse, ela estava disposta e pronta para fazer sexo

com ele.

Roth hesitou. — Nós poderíamos simplesmente passar mais tempo

juntos. Não precisamos fazer isso.

Ela ergueu o olhar. — Você não me quer? Por favor seja honesto. — Iria

esmagá-la por dentro se ele recuasse ou dissesse que não estava realmente

atraído por ela, afinal... mas ela lidaria.

— Eu quero você, mas não quero assustá-la. Somos maiores.

— Eu posso ver isso. — Ela acenou com a mão em seu grande corpo. —

Eu não tenho medo de você. Eu vi Drak e conheci Abby. Ele também é muito

maior do que ela e eles funcionam fisicamente. E nós também.

Roth soltou a cintura da calça, as mãos indo para os lados. — Os

humanos não gostam de apressar nada. É uma das coisas que aprendi. Você

é muito diferente. — Ela realmente se encolheu.


— O que eu disse de errado? — Roth deu um passo mais perto dela, sua

expressão de preocupação.

— Eu nunca fui realmente... normal. Simplesmente odeio ter isso

apontado. — Ela inalou profundamente antes de remover a última de suas

roupas e se endireitar.

Seu corpo inteiro ficou tenso quando ele a olhou da cabeça aos pés. Um

ruído surdo veio dele que ela achou incrivelmente sexy. Ela olhou para a

frente de suas calças.

O contorno de seu pênis assegurou-lhe que ele estava excitado ao vê-la.

— Me machucaria se você se arrependesse disso.

Sua confissão falada suavemente a fez desejá-lo ainda mais.

— É exatamente por isso que eu sei que não vou. Você é um homem

incrível, Roth. — Ela se aproximou dele e estendeu as mãos. Elas tremiam

um pouco, mas ela as colocou em seu peito, acariciando sua pele escura

aveludada. — Beije-me e pare de se preocupar. Tenho a sensação de que

vamos ser realmente ótimos juntos.

Pelo menos eu espero que sim. O pensamento de perder Roth fez seu

coração doer.
Ele abaixou a cabeça e ela fechou os olhos. Seus lábios roçaram os dela,

e ela deslizou as mãos mais alto para agarrar seus ombros largos. Então ele

aprofundou o beijo, sua língua encontrando a dela.

Roth não apenas a beijou. Ele possuiu sua boca. Seu corpo

instantaneamente ganhou vida de todas as maneiras certas. Ela gemeu,

todos os pensamentos deixando sua cabeça.

Ela mal percebeu quando ele a ergueu e a colocou na cama. Eles

estavam pele a pele, seu peito quente e aveludado. Ela se contorceu contra

ele, espalhando as pernas enquanto ele colocava os quadris entre suas coxas.

Ela odiava sentir as calças dele ainda postas, desejando que elas tivessem

sumido. O contorno grosso e duro de seu pênis através do material

pressionava contra seu sexo. Ela envolveu as pernas em volta da cintura

dele.

Roth interrompeu o beijo e ela abriu os olhos. Seu olhar dourado estava

preso nela. — Você está realmente certa?

— Eu já estou molhada e dolorida por você, Roth.

— Solte-me com suas pernas.

Ela realmente esperava que ele estivesse pedindo a ela para fazer isso

apenas para tirar as calças do caminho. Ela desbloqueou as pernas.


Roth deslizou por seu corpo, e ela observou enquanto ele parecia

estudar seus seios. Ele abaixou a cabeça, e ela gemeu alto quando sua boca

quente e úmida envolveu seu mamilo ereto, sugando levemente.

Vera soltou seus ombros e gentilmente cravou os dedos em seu cabelo

úmido. Era espesso e sedoso ao toque. Ele chupou com mais força, e a

sensação disparou direto para seu clitóris. Ele latejava dolorosamente. Ele

soltou um seio e foi para o outro.

— Estou pronta para levá-lo. — Ela ofegou. — Eu preciso de você

dentro de mim. — Já fazia muito tempo que ela não fazia sexo. Muito tempo.

Mas ela nunca quis ninguém mais. A necessidade a fez querer a ponto de

doer.

Ele a ignorou, mordiscando seu mamilo com os dentes. Isso a fez

estremecer, mas foi maravilhoso. Ele soltou seu seio, e ela foi forçada a soltar

seu cabelo enquanto ele deslizava por seu corpo mais para fora da cama.

Ela usou os cotovelos para se apoiar na cama. — Volte aqui!

Ele agarrou suas panturrilhas e puxou. Vera foi jogada de costas

quando ele a puxou para o final da cama. Ela levantou a cabeça no momento

em que Roth soltou suas pernas, deslizando os braços sob suas coxas e

empurrando-as para cima e separadas.

Seu olhar dourado baixou para seu sexo e suas narinas dilataram. —

Você está pronta para mim.


Ela conseguiu acenar com a cabeça. Ele tinha sua bunda perto da beira

da cama, as pernas estendidas sobre seus braços, e apenas a posição a fez

doer ainda mais. — Livre-se das calças.

Ele sorriu para ela. Parecia quase predatório. Isso não a incomodou;

tudo sobre Roth era sexy como o inferno. Mesmo este olhar ligeiramente

perigoso.

Ele de repente abaixou a cabeça e então sua boca estava em seu clitóris.

Vera engasgou quando ele a lambeu. Ela baixou a cabeça para trás no

colchão e cegamente arranhou a cama com as unhas. E então Roth não

apenas lambeu. Ele sugou. Prazer puro rasgou por ela. Foi extremo e

opressor. Demais. Ela tentou fechar as pernas, mas Roth ajustou seu domínio

sobre ela, mantendo-as abertas.

Rosnados retumbaram dele enquanto ele destruía agressivamente sua

capacidade de pensar. Os grunhidos adicionaram vibração, devastando-a da

melhor maneira.

O clímax a atingiu de repente, tão forte que ela gritou seu nome.

Nem mesmo afundou em seu cérebro confuso que Roth moveu sua boca

para longe de sua boceta e a virou. Ela abriu os olhos, lutando para lembrar

como respirar depois do quanto ele a fez gozar, apenas para perceber que

ela estava de bruços na cama. Roth a puxou para baixo até que seus pés
estivessem no chão e ela estivesse curvada sobre o colchão, usando seu

joelho para separar suas coxas. Ouviu-se um leve farfalhar de material.

Então o peito de Roth pressionou contra suas costas, e sua boca estava

em seu ouvido. — Eu vou fazer você gozar, Vera.

Ela conseguiu acenar com a cabeça, ainda se recuperando. — Por favor.

Ele cobriu uma de suas mãos espalmadas na cama com a sua maior,

apoiando o peso de seu corpo para evitar esmagá-la sob ele. Ela adorou que

ele fizesse isso, conectando-os dessa forma. Ele ajustou seu grande corpo, e

então ela sentiu seu pênis pelo menos, o que quer que se passasse por um

pênis Veslor roçando sua fenda. A ponta grossa e arredondada sondou sua

entrada.

Então Roth empurrou contra ela.

Vera gemeu ao senti-lo entrar. Seu pau estranho era grosso. Duro.

Quente. Ele apenas empurrou dentro dela um pouco antes de se acalmar. Ela

abriu mais as pernas para encorajá-lo, e Roth fez um barulho estrondoso

contra seu ouvido, logo antes de entrar mais fundo.

— Apertada. — Ele gemeu.

— Não pare! Eu posso te receber.


Ele se retirou um pouco e empurrou para dentro de seu corpo

novamente. Ele continuou fazendo isso, deixando-a tomar mais dele a cada

impulso de seus quadris.

Então algo quente, mas firme pressionou contra seu clitóris

hipersensível, e os dois gemeram.

Vera estava um pouco confusa. Ele tinha um segundo pênis

pressionado contra seu clitóris? Ele estava enterrado dentro de sua vagina,

esticando-a com o que parecia ser um grande pau. E as bolas humanas eram

macias; o que quer que ela sentia em seu clitóris não era.

Roth começou a esfregar seus quadris contra sua bunda, fodendo-a

lentamente. O que quer que tenha tocado seu clitóris ficou lá, destruindo

seus sentidos. Roth acelerou o ritmo, levando-a mais rápido. Vera não podia

fazer nada além de emitir sons - muitos deles - enquanto outro clímax se

construía.

Ela gozou ainda mais forte na segunda vez. Sua mente absolutamente

explodiu.

Sobre a névoa branca de êxtase que inundou seu cérebro, ela ouviu Roth

rosnar, e não perdeu quando ele gozou também. Ela podia senti-lo atirando

calor úmido dentro dela. Roth pressionou com mais firmeza onde ela estava

presa. Seu corpo tremia. Em seguida, os dois ofegaram como se estivessem

em uma maratona.
O corpo inteiro de Vera parecia desossado.

Ela sorriu. Eles definitivamente tinham química. Explosivamente.


Capítulo Doze

Vera acordou assustada, inicialmente confusa. Escuridão total a

rodeava, mas um corpo grande e quente estava enrolado ao longo de suas

costas. Ela acariciou suavemente o braço pesado em volta de sua cintura e

sorriu.

Essa pele de veludo que ela acariciava com as pontas dos dedos

pertencia a Roth. Ele dormiu com ela. Os dois estavam deitados em lençóis

com um cobertor cobrindo seus corpos.

Suas memórias voltaram rapidamente. Ela deve ter desmaiado depois

que eles fizeram sexo. Seu sorriso se transformou em um sorriso enorme.

Sexo com Roth tinha mudado sua vida. Isso era algo que ela nunca pensou

que experimentaria com qualquer homem.

Macho. Ela se lembrou de que Roth gostava mais desse termo, e se

quisesse mantê-lo, percebeu que era algo que ela teria que começar a dizer.

Ele é um homem incrível.

O sorriso não saiu de seus lábios.

— Você está bem?

Sua voz rouca a fez virar a cabeça, embora ela não pudesse ver nada. —

Estou. Desculpe, eu desmaiei.


— Você ainda está se recuperando de sua provação. Devíamos ter

esperado.

Isso matou seu brilho, e ela se perguntou se ele se arrependia do que

eles fizeram juntos. — Eu dormi mal sem você. É por isso que estava

cansada.

Ele a aconchegou com mais força contra seu corpo quente. — Estou

aqui. Volte a dormir. O resto do meu grupo e suas companheiras não vão se

levantar por pelo menos mais três horas.

Vera realmente queria perguntar se ele estava pensando em tomá-la

como companheira. Ela simplesmente não tinha coragem de fazer isso ainda.

E se ele dissesse não? Ela ficaria arrasada. Era óbvio que ela ficaria com Roth

se pudesse. Ele não era apenas doce e protetor, mas também a tinha feito

gozar duas vezes.

Goleada total. Minha mãe não criou uma idiota. Ela sorriu novamente

com esse pensamento.

Roth acariciou seu cabelo com a boca. — Você não está voltando a

dormir.

— Estou pensando. Desculpa. — Ela usou as unhas para roçar

levemente sua pele. Ela sorriu novamente quando sentiu seu corpo

responder. O pau pressionado contra sua bunda começou a endurecer e ficar

maior. — Esta sala tem comando de voz para as luzes?


— Sim. Você quer acioná-las?

— Sim, mas suave. Não muito brilhante.

— Luzes, quinze por cento de potência. — Ele afirmou um pouco mais

alto.

As luzes acima deles começaram a brilhar sutilmente. Isso deixou a sala

escura, mas ela podia ver seu contorno quando virou a cabeça para espiá-lo.

Vera se mexeu um pouco para ficar de costas antes de encará-lo. Ela

espalmou as mãos em seu peito.

— Eu amo tocar em você. — Sua visão se ajustou o suficiente para ver

mais de suas feições. Os olhos dourados de Roth estavam abertos. — Posso

explorar você?

Roth respondeu empurrando as cobertas para baixo de seus corpos,

expondo seu peito enquanto estava deitado de lado.

Vera se aproximou mais e circulou um daqueles discos escuros em seu

peito com a ponta do dedo, traçando seu mamilo. Ela sentiu seu pau

enrijecer ainda mais entre eles, até que pressionou contra seu quadril. Ela

arrastou a outra mão pela barriga dele até a protuberância rígida,

explorando com os dedos. Ele parecia tão grosso quanto dentro dela. Seu

pênis tinha a forma de um pênis humano, mas, assim como tudo o mais em

Veslors, ele era maior. A cabeça de seu pênis era ligeiramente dilatada.
Roth fez um barulho suave enquanto ela continuava a explorá-lo

intimamente. Ele tinha veias em seu eixo. Ou talvez fossem cumes. Ela não

sabia com certeza, mas gostava de como se sentiam, mesmo que não pudesse

circular a circunferência dele com a mão. Surpreendeu-a que eles se

encaixassem.

Ela se inclinou para substituir a ponta do dedo da outra mão pela boca;

lambeu e sugou suavemente seu mamilo. O pênis de Roth endureceu ainda

mais, sacudindo um pouco. Aqueles ruídos estrondosos vindos dele ficaram

mais altos, vibrando em todo o seu peito.

De repente, ele rolou para longe, deitado de costas. Isso arrancou seu

pênis de sua mão e seu mamilo de sua boca. — Você precisa dormir mais.

Isso não dissuadiu Vera. Ela se sentou, ficando de joelhos. Roth

silenciosamente a observou enquanto ela agarrava o lençol e empurrava

para baixo, expondo seu pênis. Ela sabia que sua boca se abriu ligeiramente

com a visão de um Roth muito excitado. Ele era grande, grosso e um fluido

claro vazava da ponta de seu pau estranho, brilhando na luz fraca.

Definitivamente se assemelhava à forma de um pênis humano.

— Eu preciso tocar em você.

Um grunhido baixo veio dele em seguida, mas ele não tentou impedi-la

quando ela alcançou seu pênis novamente enquanto deslizava para baixo da

cama, mais perto de seus quadris. Ela gentilmente o agarrou com as duas

mãos. Isso é o que foi necessário para envolver completamente seu pênis. O
fluido claro que ele vazou era quente e quase parecia um lubrificante. Isso

fez com que suas mãos deslizassem facilmente sobre o eixo grosso.

— Vera. — Ele gemeu. — Você precisa parar ou vou tomá-la de novo.

— Novidade, sexy. Isso só vai me encorajar. Você balançou meu mundo

duas vezes e me colocou em coma sexual, de como foi bom entre nós. Eu

quero repetir. Só que desta vez, você não vai me devastar com sua boca. É a

minha vez de fazer você vir primeiro.

Ela o acariciou na cabeça de seu pênis, descendo do eixo até a base. Foi

quando ela sentiu algo estranho onde deveriam estar suas bolas. Se ele as

tivesse. Ela percebeu que provavelmente sim, já que seu corpo parecia tão

humano. Ela se aproximou, tentando ver melhor enquanto ele abria um

pouco as coxas.

— Meu yunce. — Ele respirou mais rápido, sua voz saindo rouca. —

Seus homens não têm isso.

Ela soltou seu eixo com uma mão e o explorou. Parecia pele com

nervuras, coberta com o mesmo lubrificante fluido. Correndo a ponta do

dedo sobre ele enquanto parecia se expandir, pressionou para cima em

direção ao seu eixo. Afinal, não era um segundo pau. Apenas uma saliência

curva.

Roth de repente agarrou seu pulso. — Eu sou extremamente sensível, se

você sentir sob pressão.


— Debaixo dele? — Ela virou a cabeça, encontrando seu olhar.

— Protege meu saco de sementes.

Ela mordeu o lábio, sua mente tentando traduzir isso. — Você quer

dizer suas bolas?

— Temos um saco de sementes. Não duas, como me disseram que seus

homens fazem. Meu yunce o protege, envolve. Quando nossas hastes

crescem, o yunce se abre para permitir que nosso saco inche com sementes.

— Eu serei muito gentil. — Ela prometeu, curiosa como o inferno.

Roth soltou seu pulso.

Vera deslizou suavemente os dedos sobre o yunce com nervuras e

curvado e descobriu que Roth realmente tinha uma bola grande. Parecia

quente; não havia pelo aveludado sobre a protuberância arredondada, mas

pele macia de bebê. As pontas dos dedos dela bateram em outra concha na

parte inferior. Isso meio que a lembrava de uma concha de molusco na terra,

embora não tão dura. Ambos os lados tinham a forma um pouco como as

paredes de uma concha, provavelmente para se curvar em torno de sua bola.

Isso a fascinou.

— Ele fecha completamente em torno de sua bola quando você não está

ligado?

— Sim. É vital proteger meu saco de sementes.


— Isso é tão legal. — Ela acariciou suavemente sua noz. Parecia estar

inchando, expandindo-se para inchar além da concha protetora.

Roth agarrou seu pulso novamente e puxou sua mão. — É muito

sensível para brincar. Dói quando tocado demais.

— Eu sinto muito. — Ela envolveu seus dedos em torno de seu eixo com

as duas mãos novamente e o acariciou. Seu pau ficou mais rígido. Cada

saliência ou veia que sentia parecia se tornar mais pronunciada. Ela amava

tudo sobre a sensação dele.

Os quadris de Roth balançaram um pouco, e isso chamou sua atenção

para seu estômago. Os músculos estavam tensos, delineados contra sua pele.

Ele tinha pelo menos um pacote de doze, no que diz respeito ao abdômen.

Apenas a visão dele a deixou molhada enquanto ela continuava acariciando-

o, observando seu corpo responder ao seu toque.

Quando ele começou a roncar mais fundo, fazendo um barulho quase

ronronado, ela ficou tão excitada que doeu entre as pernas.

— Posso montar em você?

Roth estendeu a mão para ela, suas grandes mãos agarrando sua

cintura. Ele se sentou rápido o suficiente para que ela perdesse o controle de

seu pênis. Ele a puxou até os joelhos e depois ficou em seus próprios.

— Eu vou fazer a parte de montar. Vire-se. Fique de joelhos agora.


Ela lutou para cumprir suas ordens.

— Mais perto da parede. Apoie a mão contra ela.

Ela usou a roupa de cama para limpar as mãos enquanto subia na cama.

Suas mãos tinham ficado muito escorregadias. Roth fez seu próprio

lubrificante, escoando do topo de seu pênis enquanto ela o acariciava.

Vera espalmou uma das mãos na parede e se curvou, abrindo as coxas.

Roth veio por trás dela, abriu as pernas do lado de fora de suas pernas e

se curvou ligeiramente sobre ela. Sua mão espalmada contra a parede acima

dela. Ela abriu a boca para perguntar o que ele queria em seguida, mas ela

não teve a chance.

Ele se curvou ao redor dela, seu pau pressionando contra sua boceta, e

então ele a penetrou.

Desta vez, ele não foi lento, mas em vez disso, dirigiu fundo com um

impulso constante.

Um gemido saiu de Vera. Ela freneticamente agarrou a barra superior

da cabeceira da cama para ganhar impulso enquanto empurrava para trás. A

mão livre de Roth agarrou seu quadril e ele começou a transar com ela. Ele

dirigiu mais fundo, seu yunce confortavelmente pressionando contra seu

clitóris. Em pouco tempo, ele estava batendo nela, rápido e profundo.

— Oh merda! — Ela gemeu. — Sim! Oh Deus, Roth. Não pare!


Roth fechou os olhos, tentando manter o controle. Ele não queria ser

muito agressivo com Vera. Ele manteve uma mão apoiada na parede para

firmar o equilíbrio sobre os joelhos, a outra mão segurando Vera para

mantê-la no lugar sob ele, enquanto os levava à satisfação final.

Ele agora entendia por que dois de seus machos se acasalaram com

humanas.

A sensação de Vera embaixo dele enquanto tomava seu corpo era

melhor do que qualquer coisa que ele já experimentou. Seus músculos

internos se apertaram com força em torno de sua haste, e ela gritou quando

ele a trouxe para a liberação. A sua própria seguiu rapidamente, sua

semente disparando dentro dela. Ele jogou a cabeça para trás e a penetrou

profundamente, acalmando os quadris enquanto selava os lábios para evitar

rugir de intensidade.

Gnaw uma vez disse ao seu grupo que copular com humanas era

completamente diferente de copular com suas próprias fêmeas. Cru. Mais

intenso.

Ele nunca realmente entendeu o que o homem queria dizer até entrar

em Vera.

Todas as mulheres Veslor lutaram com Roth antes da cópula. E não foi

porque elas desejavam testar um acasalamento. Ele não era um homem que

considerassem digno de ser um pai para seus filhotes, ou de passar o resto


de suas vidas com ele. Não. As mulheres o procuravam pela alegria e pela

novidade de serem satisfeitas por um lutador.

Aquelas mulheres Veslor o fizeram batalhar duramente pelo direito de

imobilizá-las e dar-lhes prazer quando se aproximaram dele. Ele sempre

tentou não machucá-las. Não tinha sido o mesmo para as mulheres. Elas

cortaram seu corpo com suas garras, não se segurando e tentando causar o

máximo de dano possível. Significava estar sangrando e sofrendo quando

vencia - e ele sempre vencia.

Mas, no fundo, essas vitórias sempre o deixaram se sentindo amargo e

usado. Essas emoções, junto com seus ferimentos físicos, reduziram muito

seu prazer.

Copular com Vera era drasticamente diferente. Ela se entregou

livremente, procurando apenas dar-lhe prazer, não dor.

O corpo de Vera cedeu sob ele, e ele retirou suavemente sua vara de seu

sexo apertado, puxando-a com ele enquanto se sentava, colocando-a entre

suas coxas abertas. Ele abraçou seu torso, segurando-a perto. Ela se inclinou

contra ele, descansando a parte de trás de sua cabeça em seu peito enquanto

os dois tentavam recuperar o fôlego.

As pequenas mãos dela envolveram os pulsos dele, agarrando-se

frouxamente a ele. Ele inalou profundamente, sentindo seu cheiro e o desejo

de acasalar com ela atingiu Roth com força. Ele resistiu. Ela poderia ter se

gabado bravamente de que sua forma de batalha não a assustaria, mas ele
não estava disposto a arriscar. Ele precisava dar a ela mais tempo para

aprender a confiar nele.

Vera virou a cabeça, o lado do rosto pressionando o peito dele. Ele

sorriu e a abraçou com mais força. Ela se encaixava perfeitamente em seus

braços.

Isso era outra coisa nova. Ela não o empurrou imediatamente e partiu.

As mulheres Veslor sempre faziam isso no momento em que ele as trazia

para o ápice.

— Esse foi o melhor sexo de todos. — Vera ergueu o queixo e olhou

para ele com um sorriso preguiçoso.

O ar congelou dentro de seus pulmões por longos batimentos cardíacos

enquanto ele silenciosamente desejava que ela pedisse para acasalar com ele.

Ele queria reivindicá-la como sua.

Quando ela não disse nada, ele se forçou a respirar novamente. Parte

dele lamentou a perda da oportunidade. — Sim. — Ele sussurrou.

— Então, nós testamos um acasalamento, certo? — Ele acenou com a

cabeça.

O sorriso dela desapareceu quando seu olhar azul pálido pareceu

estudar seu rosto. — Você acha que gostaria de me tornar sua companheira?
Seu coração bateu mais rápido. — Sim, Vera. Eu gostaria. Você só

precisa pedir.

Seu sorriso voltou. — Roth... você pode, por favor, ficar comigo? Eu

realmente gostaria disso. Eu sei que o acasalamento é para toda a vida.

Estou disposta a me inscrever para isso, mas apenas com você.

— Sim. — Ele rosnou, animado.

— Realmente? — Ela se mexeu em seu aperto.

Ele relutantemente a soltou. Vera se ajoelhou, virando-se antes de lançar

os braços ao redor do pescoço dele.

Ele a envolveu em seus braços. Vera seria sua mulher. Sua

companheira.

Roth sentiu uma felicidade absoluta.

Por cerca de cinco longos segundos. Então a realidade se intrometeu em

sua mente.

Abby se recusou a acasalar totalmente com Drak. Ela alegou que era

porque ainda não estava disposta a ter um filho. E se Vera recusasse a ideia

de selar o vínculo?

— Precisamos discutir muitas coisas.


Ela acenou com a cabeça contra seu pescoço. — Vou largar o meu

emprego na New Worlds. Tenho certeza de que a frota sempre precisa de

operadores extras de drones. Eles me enviaram algumas ofertas de emprego

quando me formei. Fui com a New Worlds porque eles pagam muito mais.

Abby me deu a impressão de que todos vocês vão ficar nesta nave por mais

um tempo, e isso não é um problema para mim. Tenho muito dinheiro

economizado, então não serei um fardo financeiro para você até encontrar

trabalho.

Roth riu. Vera o divertia. — Você nunca poderia ser um fardo para mim

de forma alguma. — Então ele ficou sério. — Não se junte à frota. Eles

exigem anos de sua vida no serviço. Assim que nosso rei permitir,

planejamos deixar a Defcon Red.

— Vou pedir à frota um contrato civil. Não tem problema. Eu não vou

me alistar.

Roth ajustou seu aperto em torno de Vera e a ergueu, escorregando no

colchão até que ela acabou esparramada em seu peito, com ele nas costas.

Isso permitiu que eles ficassem cara a cara enquanto conversavam.

Ele temia dizer as palavras, mas elas precisavam ser expressas.

— Eu quero acasalar com você, Vera. Mas você pode carregar meu

filhote depois. Apenas dois Veslors completaram o vínculo com uma fêmea

humana, e cada casal teve um filhote.


Vera respirou fundo, mas não quebrou o contato visual com ele. — Você

quer um bebê?

— Sim. — Ele admitiu. — Com você.

Ela assentiu. — Eu sempre quis ter filhos. Eu só pensei que seria muito

mais velha quando os tivesse... mas te conhecer mudou as coisas. Inferno, a

ideia de nunca me tornar mãe foi um dos meus outros grandes

arrependimentos enquanto eu estava presa nas cápsulas, pensando que

morreria lá. Eu tenho que ser honesta com você, no entanto...

Ele ficou tenso embaixo dela, esperando que Vera dissesse que desejava

esperar para completar o vínculo, como Abby fazia.

— Você ficará bem se eu não trabalhar por um tempo se tivermos um

bebê? Minha mãe me criou sozinha e sempre teve que trabalhar enquanto eu

crescia. Ela disse que perdeu todas as primeiras coisas importantes da minha

vida. Uma babá me ouviu dizer minhas primeiras palavras e testemunhou a

primeira vez que engatinhei e caminhei. Isso a deixou triste. Eu gostaria de

pelo menos criar nosso bebê em tempo integral por alguns anos. É por isso

que há muito tempo não planejava ter filhos. Eu ia esperar até ganhar

dinheiro suficiente para me aposentar antes de começar uma família.

O alívio o fez sorrir. — Sim. Você e nossos filhotes não vão sentir falta

de nada, Vera. Eu cuidarei de você e deles.


— Tem certeza de que não é um problema? Nunca conheci ou ouvi falar

de um homem disposto a fazer isso. Ambos sempre têm empregos para

pagar as contas.

— Eu não sou humano. Nossas fêmeas ficam perto dos filhotes até que

tenham idade suficiente para se defenderem sozinhos. É o nosso jeito. Vou

ajudá-la a cuidar de todos os filhotes que tivermos. Não é estritamente

feminino.

— Eu acredito. Você vai ser um pai maravilhoso. Eu já sabia disso pelo

quão incrível e carinhoso você sempre é comigo. Sobre o que mais

precisamos conversar? Estou bem em mudar para o seu planeta natal. Sei

que seu grupo também permanece unido. Abby me disse que é como uma

grande família para sempre. Na verdade, estou ansiosa por isso. — Ela fez

uma pausa. — Estou sozinha desde que perdi minha mãe. Nós só tínhamos

uma a outra.

Isso o entristeceu, saber que ela não tinha ninguém para cuidar dela. —

Não havia outra família? Onde estão os pais da sua mãe?

Vera ficou mais confortável, esparramando-se sobre ele, apoiando o

queixo na mão em seu peito. — Minha avó morreu quando minha mãe era

adolescente. Meu avô se casou novamente com uma mulher muito mais

jovem e eles tiveram mais dois filhos. A nova esposa não queria minha mãe

por perto depois que ela fez dezoito anos. Ela era um lembrete de que meu

avô tivera outra vida antes de se conhecerem. Machucou minha mãe, mas
não era como se ela tivesse muito a dizer sobre o assunto. Seu pai e sua nova

família simplesmente a eliminaram de suas vidas completamente.

— Você já sabe que não sou próxima do meu pai biológico e não tenho

ideia se ele tem família. Nenhum deles jamais tentou entrar em contato

comigo ou com minha mãe.

— Você terá família agora.

Ela sorriu. — E um companheiro. Então, o que precisamos fazer para

que isso aconteça? Estou pronta para qualquer coisa.

Roth não tinha tanta certeza. — Vamos discutir isso amanhã. — Ele

protelou. O machucaria profundamente se Vera mudasse de ideia.

— Eu sei que você precisa mudar. Abby me contou sobre isso também.

Não tenho medo de você, Roth. Eu sei que não vai me machucar.

— Eu nunca faria isso. — Ele prometeu. — Devíamos dormir mais

algumas horas. Depois de comermos a primeira refeição, os humanos

chamam isso de café da manhã, vamos repassar os detalhes.

— OK. Estou totalmente dentro. Apenas saiba disso.

Ele sorriu. — Eu também. Você é minha, Vera.

Ela abriu a boca para responder, mas em vez disso um bocejo saiu dela.

Então a pele pálida de suas bochechas ficou rosa. Ela riu suavemente. — OK.
Talvez eu precise de um cochilo. Você transforma meu cérebro em mingau

com toda a sua sensualidade e incríveis habilidades na cama.

— Luzes desligadas.

A sala ficou escura e Roth fechou os olhos enquanto Vera colocava o

rosto contra seu peito. Ela não tentou se afastar dele. Ele gostava dela lá.

Roth gentilmente passou os braços ao redor dela para se certificar de que ela

não rolasse.
Capítulo Treze

Vera adorava o agrupamento de Roth. Todos eles se sentaram à mesa

tomando café da manhã juntos. Todos foram extremamente acolhedores. Seu

olhar continuou indo para os filhotes brincando no chão da sala, nas

proximidades. Eles tinham brinquedos de pelúcia e estavam mastigando-os,

esparramados perto do sofá.

Os filhotes de Veslor eram adoráveis. Os dois também deram a ela uma

boa ideia de como um Veslor seria alterado. Eles se pareciam com os filhotes

de pantera da Terra, embora com uma pele escura e coriácea muito

diferente. Ambos tinham os olhos únicos do pai. Eles eram de uma cor azul

brilhante, com algumas listras verdes vivas.

— Você parece fascinada com os filhotes.

As palavras suaves de Roth puxaram o olhar de Vera para longe deles.

— Eu estou.

— Eles estão crescendo. — Anunciou Darla. — Suas presas estão

nascendo. Isso significa que meus seios estão fechados para o negócio.

Gnaw riu. — Aos nossos filhotes. Nunca para mim.


Vera observou a outra mulher corar, mas Darla sorriu para seu

companheiro. Era fácil ver como eles estavam apaixonados um pelo outro.

Ela gostou disso. — Fechados?

— Eu amamentei-os desde o nascimento. — Darla explicou. — Agora

eles estão comendo alimentos sólidos e seu suprimento de leite não está

mais vindo de mim. Suas presas também estão mais afiadas agora e, embora

Rasha seja gentil, Roshi... nem tanto. Ele é mais agressivo.

O humor de Gnaw se desvaneceu. — Estou ensinando-o a ter muito

cuidado com você e as outras mulheres. — Ele estendeu a mão e pegou a

mão de Darla, levantando seu braço e fazendo uma careta para a bandagem

perto de seu pulso.

Darla manteve o sorriso no lugar. — Ele não queria me arranhar com

suas garras crescentes. É um pequeno corte. Mesmo crianças humanas têm

alguns problemas à medida que crescem e ficam mais fortes. Minha irmã

gostava de nos morder quando bebê, quando começaram os dentes. Ela

cresceu muito rápido, depois que percebeu que doía.

Maith bufou. — Os dentes humanos são inofensivos.

Drak sorriu. — Eles parecem bons.

Abby riu. — Eu só nunca tentei machucar você com os meus,

companheiro.
Roth se inclinou para mais perto de Vera. — Becky é a irmã mais nova

de Darla. Ela trabalha e mora em Defcon Red. Assim como seus pais e

irmãos. Você os conhecerá em breve. Eles visitam com frequência, mas não

quiseram se mudar para a cabine de nossa família.

Vera olhou em seus olhos dourados. — Gostaria disso.

— Você não está mais sozinha. — Roth assegurou-lhe. — Nossa família

é grande.

Calor se espalhou por Vera quando Roth se endireitou na cadeira e fez

um grunhido baixo.

Todos na mesa olharam para ele.

— Eu tenho um anúncio. — Roth fez uma pausa. — Vera concordou em

se tornar minha companheira. — Ele ergueu a mão livre antes que alguém

pudesse dizer qualquer coisa. — Ela não viu minha forma de batalha ainda.

— Não vai mudar nada. — Afirmou Vera rapidamente. — Você está

preso a mim.

Ele encontrou seu olhar. — Eu espero que seja verdade.

— É totalmente verdade. — Vera não teve dúvidas quanto a isso. Ela

olhou ao redor da mesa, e Abby foi a primeira a falar.

— Essas são ótimas notícias! — Ela sorriu para os dois. — Parabéns.


— Os Veslors são os melhores companheiros de todos os tempos. —

Acrescentou Darla. — Bem-vinda ao nosso grupo.

Gnaw inclinou a cabeça, seu olhar em Roth. — Estou feliz por você.

— Eu também estou. — Acrescentou Drak.

Maith olhou para Darla e Roth. — Um companheiro é uma coisa boa.

Bem-vinda ao nosso grupo, Vera. — Ele se levantou. — Preciso me reunir

com os outros médicos da equipe para treinar. Me desculpem. — Ele

caminhou pela sala de estar e saiu da cabine sem olhar para trás.

Vera mordeu o lábio, preocupada. — Ele não gosta de mim?

Roth segurou o rosto dela com a mão, fazendo-a virar a cabeça para

olhar para ele. Ele a soltou assim que seus olhares se encontraram. — Ele é o

último homem sem uma companheira. Não é você.

— As palavras de Roth são verdadeiras. — Gnaw murmurou. — De

todos nós, Maith é quem mais deseja uma companheira. É difícil para ele

ficar sozinho.

— Oh. — Vera se sentiu mal por Maith.

— Esperávamos que ele e Becky se unissem. — Gnaw olhou para Darla.

— Eles não se uniram.

— Ainda. — Suspirou Darla. — Ainda há esperança. Ele é muito

atraente e minha irmã não é cega. — Gnaw rosnou.


Darla riu. — Você é mais bonito. Nunca sinta ciúme. Sou toda sua e

você sabe disso.

Gnaw bufou, mas se inclinou para beijar os lábios de Darla.

Roth se levantou. — Vera e eu estamos voltando para o meu quarto. —

Ele deu a Drak um olhar penetrante.

Drak concordou. — Eu estarei aqui protegendo nossa casa.

Vera se levantou e Roth pegou sua mão, levando-a de volta para seu

quarto. Ela sentiu os olhares do agrupamento sobre ela enquanto

caminhava. Isso era algo com o qual precisava se acostumar. Roth veio com

um grande grupo de pessoas. Eles seriam uma parte consistente de sua vida.

Uma vez no quarto, Roth soltou sua mão e apontou para a cama.

Vera sorriu. — Eu quero você também.

Seu olhar intenso encontrou o dela. — Este não é um momento para

cópula. Eu vou mudar para você. — Ele fez uma pausa. — Drak

permanecerá alerta na outra sala, no caso de você entrar em pânico e tentar

fugir. Não seria seguro para você deixar nossa cabine.

— Eu não vou fugir, Roth. — Vera caminhou até a cama e sentou-se na

ponta dela.

— Eu nunca vou te machucar.


— Eu sei disso. Acho que você está mais nervoso do que eu sobre isso.

Roth não negou. Ele começou a retirar sua roupa. Isso era algo que Vera

adorava ver. Ele tinha um corpo incrivelmente sexy. Quando ficou

absolutamente nu, a cerca de um metro e meio dela, ele de repente caiu de

joelhos.

— Você tem certeza de que está pronta?

Vera balançou a cabeça e entrelaçou os dedos no colo. Ela também se

preparou mentalmente para o que quer que estivesse para acontecer. Ela

sabia que não importava o que acontecesse, ela não poderia surtar ou ele

reconsideraria ser seu companheiro. Isso não estava para acontecer. Ela

estava determinada a ficar com Roth. — Mude. Mostre-me sua forma de

batalha. Estou pronta.

Roth fechou os olhos e baixou o queixo quase até o peito.

Vera engoliu em seco, pressionando os lábios para evitar ofegar ou fazer

barulho. Roth já fez o suficiente, enquanto seu corpo se contorcia. Ossos e

articulações racharam, mudando sob sua pele escura. Suas pernas e braços

meio que encurtaram, mas ficaram mais grossos, como se as partes inferiores

dele estivessem sendo absorvidas pelas partes superiores de seus membros.

A pele macia recuou, transformando-se em pele de couro. O cabelo no

topo de sua cabeça meio que se espalhou conforme sua cabeça se alargava.
Quando ele ergueu o rosto novamente, seu nariz e boca haviam se

expandido para fora.

Respire, ela lembrou a si mesma, sugando o ar pelo nariz. Seu coração

disparou. Roth não era mais um homem. Macho, ela se corrigiu. Ele era uma

besta alienígena de aparência assustadora.

Roth ficou lá de quatro, apenas olhando para ela. Vera percebeu que ele

poderia estar esperando que ela dissesse ou fizesse alguma coisa.

Os filhotes eram fofos. Roth... não era. Ele era enorme em sua forma de

batalha. Não que ele fosse pequeno em comparação com os humanos

quando andava sobre duas pernas.

Vera soltou as mãos e escorregou para fora da cama, caindo de joelhos

no chão. Ela se forçou a respirar. Dentro e fora, ela cantou silenciosamente.

Então ela caminhou lentamente para a frente de joelhos. Seu olhar travou

com o dele, e um pouco de sua tensão diminuiu.

Era Roth. Seus olhos eram os mesmos. Ele era seu alienígena. Apenas

diferente.

Ela sorriu. — Uau. Você parece feroz.

Roth deu um passo hesitante para mais perto. Vera fez uma pausa antes

de estender a mão para tocá-lo. Sua mão pode ter tremido um pouco, mas

isso não a impediu de escovar suavemente os dedos ao longo de sua


bochecha. Sua pele parecia mais áspera em textura do que o normal. Ela

explorou sob seu queixo estendido, acariciando-o ali. Seu sorriso se alargou.

— Surpreendente…

Roth se aproximou e Vera sentou-se de bunda. Ele se moveu ao lado

dela e se sentou também. Ela acariciou seu peito largo, correndo os dedos ao

longo de sua lateral. Ele bufou e se afastou um pouco.

Vera riu. — Desculpe. Eu fiz cócegas em você? — Roth começou a

voltar.

Ela afastou as mãos dele, sem saber se era seguro continuar tocando-o

durante o processo. Os ruídos que seu corpo fez a fizeram esconder uma

careta. No momento em que ele se sentou na frente dela, de volta ao seu

estado normal, uma fina camada de suor brilhava em seu corpo.

Ela estendeu a mão para pressionar seu peito musculoso. — Isso é um

treino, hein?

— É quando eu desacelero a transformação e faço novamente em um

curto período de tempo. — Ele olhou para ela. — Você não estava com medo

de mim?

— Não, eu não estava. Ainda é você.

Um sorriso lento se espalhou por seus lábios e alcançou seus olhos

dourados. — Eu não te apavorei...


— Não, você não fez. Eu já te disse-

Roth de repente estendeu a mão para ela, pegando-a e colocando-a em

seu colo. Ele a abraçou forte. — Obrigado. — Ela se aninhou nele, ignorando

o fato de que ele estava um pouco suado. Não importava. — Pelo quê? Eu

disse que aceito todo você.

— Essa não foi a parte mais difícil.

Ela se lembrou do que Abby havia dito a ela. — Você tem que fazer isso

enquanto estamos fazendo sexo, para nos acasalar.

— Sim. Com sorte, você não notará quando nos unirmos.

Vera não tinha certeza de como isso iria acontecer, mas tudo o que

importava para ela era manter Roth pelo resto de sua vida. — Devemos

fazer isso agora? — Parte dela esperava que ele dissesse sim. Quanto mais

rápido acontecesse, menos provável que seus nervos se acumulassem. Ela

sempre foi o tipo que sempre apenas enfrentava seus medos. Adiar lhe daria

mais tempo para pensar demais.

— Mais tarde esta noite.

Ela virou a cabeça, olhando para ele. — Por que não agora?

— Acabei de me transformar duas vezes. Preciso de um banho e mais

comida antes de acasalar com você.


— OK. — Ela podia entender isso. — Eu quero fazer isso hoje, no

entanto. Ou esta noite. Eu realmente quero ser sua companheira.

Ele sorriu. — Eu quero muito isso, Vera.

— OK. Então temos um plano!

— Há outras coisas que devemos fazer hoje também.

— O que?

Roth a ajustou em seu colo e se sentou mais confortavelmente no chão.

— Você não tem nada. As mulheres precisam de mais roupas e suprimentos.

Pedi a Abby para ajudá-la com isso. A nave tem muitas lojas.

— Não tenho acesso às minhas contas financeiras na Terra agora. Já

pedi à mulher da frota designada para me ajudar, quando tive alta médica.

Ela disse que poderia ser feito, mas levaria cerca de uma semana. Não me

incomodei em pedir a ela para iniciar o processo, já que percebi que não

estaria no Defcon Red por tanto tempo. Eu preciso entrar em contato com ela

novamente e pedir a ela para iniciar esse processo.

— Você nunca precisa se preocupar com isso, Vera. — Roth deu-lhe um

pequeno aperto. — Nosso grupo fornecerá tudo que você precisa.

— Eu pagarei você de volta.

Ele bufou. — O que é nosso é seu. Você é minha companheira.


Ela assentiu com a cabeça, decidindo que ela simplesmente teria seus

fundos da Terra transferidos para qualquer conta que o grupo de Roth

tivesse, se é assim que eles trabalhavam suas finanças. Sua confiança em

Roth era absoluta. Ele nunca iria ferrar com ela roubando seu dinheiro.

Abby Thomas confiava nos Veslors, e ela era mega-rica. Nenhum deles

ficaria impressionado com sua contribuição. Quase a fez rir.

— Quais são seus pensamentos?

Vera sorriu para Roth. — Estou animada para acasalar com você mais

tarde.

— Eu também estou. — Ele deu outro abraço nela. — Levante-se agora.

Vou tomar banho.

— Eu não me importo com o seu suor.

Ele deu uma risadinha. — Você provavelmente é a única mulher que

não se importa. Meu olfato é muito melhor que o seu. Levante-se, Vera.

Ela relutantemente desceu de seu colo com sua ajuda. Roth se levantou

e agarrou as calças do chão. — Eu voltarei em breve. — Ele as colocou e saiu

do quarto.

Vera sorriu e se jogou na cama. Roth e ela teriam um futuro juntos.

Depois de tudo de horrível, ela sobreviveu... algo maravilhoso viria disso. —

Eu vou ser como uma fênix ressurgindo das cinzas, — ela sussurrou.
Roth saiu de seu quarto de dormir para encontrar Drak de guarda. Ele

sorriu para o homem quando as portas se fecharam atrás dele.

Drak sorriu de volta e agarrou seus ombros. — Sua mulher não correu.

— Não. Vera é extremamente corajosa.

— Você é abençoado.

— Eu sou.

Drak inalou, cheirando-o. — Quando você planeja acasalar com ela?

— Mais tarde neste dia.

— Eu estarei aqui.

— Vera não terá medo durante nosso acasalamento. Eu sei disso agora.

Tenho certeza.

— Eu ainda estarei aqui. Devia ser Maith, mas...

A tristeza encheu Roth. — Seu coração dói.

— Ele deveria ter sido o primeiro de nós a acasalar. Não o último. É um

choque para todos nós. Especialmente para ele.

— Precisamos encontrar uma mulher para ele.


Drak bufou. — Acreditamos que ele se sentiria atraído pela irmã de

Darla. Isso não aconteceu.

— Devíamos tentar fazer com que ela concordasse em se mudar para

nossa cabine. Isso os colocaria juntos com mais frequência.

— Nós tentamos. Becky está determinada a permanecer sem par.

Roth reconheceu que era verdade. — Nós poderíamos expô-lo a mais

mulheres humanas. Uma das médicas elogiou meus músculos. Eu cheirei a

excitação dela.

— Qual?

— Cynthia Kane.

— Eu vou falar com Jessa. Ela conhece todos os humanos médicos.

Talvez pudéssemos perguntar se a ala médica precisa da ajuda de nosso

médico.

— Veja isso.

— Feito. Você gostaria que Abby ajudasse sua mulher agora? Ela foi ao

nosso quarto para verificar suas mensagens da Terra.

— Por favor. Certifique-se de que Abby compre para minha Vera tudo o

que ela precisa.


— Eu estou trabalhando nisso. — Drak deu mais um aperto em seus

ombros. — Estou tão feliz que você encontrou uma companheira.

— Eu também. Eu quero ter filhotes.

— Tenho certeza que você vai. — Drak o soltou. — Vou pegar Abby.

Roth observou o homem se afastar, então ele entrou no banheiro. Ele

nunca suspeitou que ser enviado em uma missão de resgate lhe renderia

uma companheira. Ele se sentiu abençoado. Todo o ressentimento que ele já

sentiu por seu rei enviá-los para trabalhar com os humanos se dissipou

completamente. Acabou sendo a melhor coisa que já aconteceu ao seu

grupo.

Ele tirou as calças e ligou o chuveiro, entrando. Sua única preocupação

agora era encontrar uma companheira para Maith... e descobrir quem havia

tentado fazer mal a Vera.

A raiva veio com esse pensamento. Quem quer que fosse, o homem

pagaria.
Capítulo Quatorze

Vera hesitou. — Acho que você me comprou demais.

Abby se sentou à mesa da sala de jantar com ela, pedindo de tudo, de

sapatos a roupas íntimas. — Confie em mim. Você nunca pode ter roupas

suficientes quando acasalada com um Veslor. Principalmente sutiãs e

calcinhas. — Vera franziu a testa em confusão.

Abby piscou. — Drak tende a arrancá-las de mim se elas forem muito

sexy e ele estiver longe de mim por mais de seis horas. — Ela baixou a voz.

— Veslors têm um grande desejo sexual.

Essa informação não alarmou Vera. Não depois de testar um

acasalamento com Roth. — Realmente? Isso é promissor.

— Com certeza é. — Abby clicou em mais dois sutiãs de renda preta,

adicionando-os ao carrinho virtual. — Eu só queria que eles tivessem

seleções melhores. Faremos algumas compras na Terra na próxima semana.

É quando envio minha lista de desejos mais recente para minha melhor

amiga, Megan. Ela assumiu algumas das minhas funções na D Corp que não

posso controlar daqui. Eu a fiz contratar uma assistente apenas para fazer

minhas compras. Megan me envia remessas mensais.

— Isso deve ser bom. Isso e a comida também?


— Sim. Falando em um voo vindo da Terra para cá... você tem um

apartamento lá, correto?

— Sim.

Abby se virou em sua cadeira para olhar para Vera. — Roth terá um

ataque se você planeja voar de volta sem ele para pegar suas coisas. Ele não

poderá ir com você tão cedo, já que seu rei os designou para Defcon Red.

Mas eu gostaria de ajudar com isso. Posso pedir ao assistente de Megan que

empacote suas coisas e envie para cá.

— Mas eu moro em San Francisco.

— Isso não é um problema. Suponho que você pode entrar em contato

com a gerência para dar autorização à Addison para obter entrada.

— Sim. Eu só preciso de seu nome completo. Você faria isso?

— Claro.

— Muito obrigada, Abby.

— Não tem problema. O comandante Bills nos designou uma grande

unidade de armazenamento a bordo para minhas remessas de comida. Parte

dela não é refrigerada. Posso pedir a Addison que empacote tudo e que

envie aqui. Meus pais me deram um iate espacial, e é o que usamos todos os

meses. Isso mantém a tripulação trabalhando, caso contrário, eles teriam que
encontrar empregos em outro lugar e o iate simplesmente ficaria estacionado

na Terra, não sendo usado.

— Você é tão gentil. Vou apenas fazer uma lista das coisas importantes

que quero. Os móveis que possuo não valem a pena ser despachados.

— Realmente? Não é grande coisa.

Vera suspirou. — Realmente. E meio que é. Comprei a maior parte de

segunda mão de qualquer maneira, já que não ficava muito em casa. Não

havia necessidade de gastar dinheiro com móveis novos que eu quase não

usava. Eu gostaria que sua Addison doasse meus móveis e apenas

embalasse meus pertences pessoais.

— Feito.

Vera estendeu a mão e pegou a mão de Abby, dando-lhe um aperto

suave antes de soltá-la. — Obrigada. Também significará que posso evitar

meu pai biológico se ele estiver perambulando pelo meu apartamento,

esperando para me pedir dinheiro. Eu nunca mais quero vê-lo novamente.

Ele é um idiota.

— Ele honestamente assediaria você?

— Toda chance que ele iria. — Admitiu Vera.

— Vou mandar um aviso sobre ele para Megan. Não queremos que seu

paradeiro seja compartilhado, se você não for próxima a ele. A assistente


levará alguns guardas com ela para arrumar sua casa, apenas no caso dele

aparecer.

— Isso seria bom.

— Somos uma família agora. Ou seremos depois desta noite. Pense em

mim como uma irmã. Espero que você sempre tenha desejado uma. — Abby

riu.

Vera piscou para conter as lágrimas.

— Você está bem?

— Sim. Ainda um pouco emocional. Eu não tinha mais nenhuma

família de verdade.

— Agora você tem uma grande. — Abby piscou. — OK. A seguir,

provavelmente deveríamos comprar um pijama para você.

— Eu não pretendo usar nenhum com Roth. Gosto de dormir nua com

ele.

— É justo, mas estou comprando roupas confortáveis para você. Você

vai precisar disso. Não sei quantas noites Darla, os filhotes e eu fomos para a

sala de estar para dormirmos juntos, enquanto nossos homens estavam em

missão.

— Eles vão com frequência?


— Não. — Abby balançou a cabeça. — Às vezes, eles são enviados em

missões com as equipes táticas, porém, e nos preocupamos enquanto eles

estão fora. Darla e eu não conseguimos dormir se nossos companheiros não

estão aqui, até que eles voltem em segurança.

— OK.

Abby voltou para seu dispositivo, ainda comprando. O olhar de Vera

continuou indo para Roth e Drak. Os dois homens estavam sentados em um

dos sofás a cerca de seis metros de distância. Eles falavam baixo o suficiente

para que ela não pudesse ouvir a conversa. Qualquer que fosse o assunto,

ambos pareciam tensos para ela.

Vera baixou a voz. — Do que você acha que eles estão falando?

Abby levantou a cabeça e sussurrou de volta. — Provavelmente

planejando como encontrar a pessoa que tentou envenenar você. Eles não

vão deixar isso passar. Ninguém tenta matar uma companheira e se safa.

Quase sinto pena do bastardo. Quase. Ele está tão ferrado, e ele totalmente

merece o que quer que esteja vindo em sua direção.

— Esse investigador, Trowly, já está no caso.

— A segurança tentou culpá-la primeiro. A confiança de Drak neles foi

destruída. Tenho certeza de que Roth sente o mesmo. Inferno, até o tio

Howard ficou puto quando descobriu como eles eram preguiçosos,

prendendo você imediatamente, sem uma investigação completa.


— Tio Howard?

— Comandante Bills. Ele e meus pais são velhos amigos. Ele não é

realmente um parente de sangue, mas ainda é da família.

— Uau. — Vera ficou pasma. — Ele é o responsável pela Defcon Red,

certo?

— O próprio. Ele não apenas é como uma família, mas também ama os

Veslors.

— E o cara Clark? Ele também é família?

— Ele é um amigo próximo e tem total confiança de nosso grupo. Tio

Howard o escolheu pessoalmente para comandar as equipes táticas depois

que alguma besteira aconteceu com o primeiro babaca humano no comando

de nossos caras. Essa é uma história que contarei a você mais tarde, quando

estivermos sozinhas. Isso perturba os homens quando é mencionado.

— Estou ansiosa para ouvir isso.

Roth e Drak se levantaram, caminhando em direção à cozinha. Abby

bateu em sua tela e desligou.

— Estamos com fome, — anunciou Drak.

— Vou preparar nossas segundas refeições. — Roth foi em direção a

uma das gavetas de armazenamento de alimentos.


— O que posso fazer para ajudar? — Vera se levantou.

— Sente-se. — Ordenou Roth.

— Sim, fazer compras nos esgotou totalmente. É difícil olhar fotos de

coisas antes de comprá-las. — Abby revirou os olhos e puxou Vera de volta

para seu assento.

Drak pegou bebidas, distribuindo-as. — Eu ouço seu sarcasmo,

companheira. Desfrute de ser servida por homens.

— Todo mundo está se juntando a nós? — Vera não via o resto do

grupo desde que se levantara naquela manhã.

— Maith e Gnaw estão trabalhando com as equipes táticas. Darla e os

filhotes estão com eles.

— Fazendo o que? — Perguntou Vera.

Roth veio até a cadeira dela e se inclinou, dando um beijo em sua

cabeça. Ele sorriu para ela. — Os filhotes são altamente ativos nesta idade

agora. Eles gostam de brincar na sala de treinamento com alguns dos

humanos.

— Não pergunte. — Abby sussurrou.

Vera não conseguiu evitar. Ela franziu a testa para Roth. — Como os

filhotes brincam com os humanos? Devo me preocupar com o quão alegre

você pareceu quando disse isso?


Roth riu, afastando-se para pegar a comida agora aquecida e carregando

alguns pratos de volta para a mesa. — Os filhotes gostam de perseguir

alguns dos membros da equipe tática. Isso lhes dá bastante exercício, já que

nossa cabine não é grande o suficiente para eles correrem para longe.

Fizemos um jogo disso recentemente.

— Eu disse para você não perguntar. — Abby abriu um sorriso,

entretanto, parecendo divertida. — Eles têm aqueles pobres bastardos

vestindo armaduras e tentando superar os filhotes em uma corrida para a

linha de chegada que eles montaram. O que vocês dão aos membros da

equipe que são voluntários? Uma vantagem de dez segundos?

— Quinze — Drak riu. — Isso melhora a velocidade dos humanos,

carregando o peso de sua armadura enquanto correm para chegar à linha de

chegada - se os filhotes não pularem e pousarem de costas para derrubá-los

antes que cheguem lá. A armadura também protege os humanos de se

machucarem se os filhotes usarem acidentalmente suas garras.

— Isso é... — Vera não sabia o que dizer.

— Por isso eu disse para você não perguntar. Os filhotes adoram. E a

maioria dos membros da equipe tática se inscreve para essa merda. Darla

sempre vai com os gêmeos para garantir que eles não se machuquem. —

Abby encolheu os ombros.


Roth se sentou ao lado de Vera. — Não colocaríamos os filhotes em

risco se houvesse uma chance de eles serem feridos. Apenas os humanos em

quem confiamos têm permissão para jogar este jogo.

Drak colocou dois pratos para ele e Abby, sentando-se ao lado dela. —

Eles são filhotes Veslor. Não humanos. Seus jovens são frágeis. Os filhotes

não são, e eles precisam do desafio de aprender a correr rápido e abater a

presa saltando sobre alvos em movimento.

— Isso não é nada perturbador. — Murmurou Vera.

Abby se inclinou e bateu no ombro dela. — Bem-vinda ao mundo dos

Veslors. Culturas diferentes e tudo isso. Os filhotes são super resistentes,

porém, e sempre voltam para casa felizes como podem ser. Eles também

dormem melhor quando gastam toda essa energia. Você não quer ver

filhotes hiperativos. — Abby sacudiu a cabeça em direção a um dos sofás. —

Esse é o terceiro que passa por aqui. Os filhotes os atacaram quando suas

garras começaram a crescer.

— Eles sabem melhor, agora que estão mais velhos.

Vera olhou para Roth quando ele falou. — Isso é bom.

— E eles nunca jogariam esse jogo com um humano sem uma

armadura. — Roth comeu sua comida.

— Ou uma mulher, — acrescentou Drak. — Algumas das fêmeas da

equipe tática humana se inscreveram para jogar com os filhotes, mas Roshi e
Rasha se recusam a saltar sobre elas. Eles apenas roçam nas pernas, se as

pegarem.

Vera acenou com a cabeça, então estudou Roth. — Nossos filhotes vão

jogar este jogo também?

— Não até que o filhote tenha idade suficiente, e somente se

permanecermos em Defcon Red por tanto tempo. Eu nunca colocaria nossos

filhotes em risco.

— Eu acredito em você. — Vera sabia que tinha muito a aprender, mas

confiava em Roth. — Eu gostaria de ir ver os filhotes brincar algum dia. —

Isso a ajudaria a se sentir à vontade se isso fizesse parte do futuro de seu

filho.

— Vou levar você para assistir aos jogos assim que encontrarmos o

humano que tentou machucar você. Até então, você não sai de nossa cabine.

Ela assentiu com a cabeça, dando atenção à comida na frente dela.

Parecia um grande pedaço de carne assada com algumas batatas assadas e

molho. O cheiro era delicioso. Ela cortou um pedaço da carne e

experimentou. — Mmmm.

— Mais refeições preparadas pelos chefs da D Corp, — Abby a

informou. — Comemos muito bem.

Isso era algo ao qual Vera poderia se ajustar facilmente.


*****

Roth pareceu nervoso para Vera quando os conduziu a uma das portas

da cabine que ela não tinha entrado antes. Ele parou diante daquilo, de

frente para ela.

— O que tem aí?

— Drak ordenou que um banco de reprodução fosse criado para ele e

Abby. Não foi usado, já que ela ainda não estava pronta para arriscar ter um

filhote. Ele nos deu. É simples encomendar outro, pois já produziram um e

guardaram o design para nós. Armazenamos o banco neste quarto de

dormir não utilizado.

Ela se lembrou da conversa aparentemente intensa de Roth e Drak no

sofá antes, enquanto ela fazia compras com Abby. — OK. O que exatamente

é um banco de reprodução e por que ele nos daria um?

— Me siga. — Roth acessou o leitor na parede com sua impressão

palmar e a porta se abriu. Ele entrou primeiro e Vera o seguiu. As luzes

acenderam automaticamente.

Era um quarto sem cama. No centro da sala estava a peça de mobília

mais estranha que ela já havia visto. Era do comprimento de um sofá, com
capacidade para sentar pelo menos três adultos lado a lado. Onde os braços

normalmente estariam, cada extremidade estava aberta. Em vez disso, dois

braços erguidos correram ao longo de ambos os lados das almofadas largas,

por todo o comprimento do banco. Os braços longos tinham centímetros de

espessura, feitos do que parecia ser madeira resistente. A área central

acolchoada entre os braços tinha um acolchoamento espesso que caía em

cascata sobre o lado, descendo até o chão, com uma almofada adicional

presa e se estendendo do pé do banco em uma extremidade.

— Foi a melhor assimilação de uma bancada de procriação Veslor que

pudemos criar no Defcon Red com seu departamento de fabricação de

móveis. Os humanos não precisam de uma. — Roth se aproximou dela.

— Explique o que é. Quero dizer, você disse que isso é para

acasalamento, certo?

— Sim.

Roth ainda parecia nervoso enquanto olhava para ela.

— Respire. — Ela respirou fundo e soltou o ar para mostrar a ele o que

queria dizer. — Eu não vou pirar. Basta me dar um resumo do que é essa

coisa e o porquê precisamos dela.

Roth assentiu e pegou a mão dela. — Eu vou te mostrar. Continuaremos

vestidos. Nada vai acontecer entre nós até que se sinta confortável.

— Tudo bem. Mostre-me.


Ele a incentivou a caminhar em direção à extremidade aberta da peça,

apontando para o acolchoamento grosso no chão preso à extremidade. —

Isso é para os seus joelhos. Você se inclina sobre a área acolchoada mais alta.

Vera apertou sua mão e o soltou. Ela engoliu em seco, mas se ajoelhou,

colocando-os sobre a almofada no chão. O enchimento espesso era robusto e

surpreendentemente macio.

— Incline-se para frente para colocar a parte superior do corpo no banco

acolchoado.

Ela se inclinou para frente e colocou a parte superior do corpo conforme

solicitado. Havia espaço suficiente entre os braços de cada lado para que ela

não se sentisse comprimida no espaço. O acolchoamento sob ela e contra

seus quadris era confortável.

— E agora? — Ela virou a cabeça, olhando para Roth por cima do

ombro.

Ele lentamente se ajoelhou atrás dela e pressionou seus quadris contra

sua bunda.

— Enquanto estivermos nus, e quando você estiver extremamente

excitada, eu entraria em você desta forma. Eu ficaria nesta forma até te dar

prazer suficiente para distraí-la. — Ele se inclinou para frente, prendendo a

parte superior de seu corpo contra as almofadas que ela estava deitada. Ele
usou a madeira grossa de cada lado para apoiar os braços. — Vou suportar

meu peso aqui enquanto copulamos.

Ela assentiu. Nada assustador até agora. — Alguma outra razão para as

coisas do braço de madeira? Eles são para me impedir de cair para os lados?

A madeira não parece confortável para você. Você não vai machucar seus

braços? Por que não são acolchoados também? Todo o resto é.

O olhar de Roth permaneceu preso ao dela. — Quando eu me

transformar, essa textura sólida impedirá que minhas garras rasguem

qualquer coisa.

Vera engoliu em seco. — Como eu?

— Você nunca estaria em perigo por causa das minhas garras. É para

me ajudar a manter uma boa pegada e para ficar no lugar e não causar danos

ao resto da bancada de criação. Se você fosse uma mulher Veslor, haveria

uma superfície dura acima do acolchoamento sob sua cabeça para você

cavar suas garras. Isso nos ajuda a permanecer no lugar enquanto

transformados em nossas formas de batalha.

Vera tentou se levantar. Roth hesitou, então ergueu o peito das costas

dela. Ela se moveu apenas alguns centímetros, olhando para a superfície de

madeira dos braços. Não era liso, mas também não parecia que iria soltar

farpas. A superfície meio que a lembrava de um tronco de árvore plano com

pequenos arvoredos e buracos.


— Você está com medo, Vera?

— Não. Só pensando.

— Quais são seus pensamentos? Por favor, compartilhe-os comigo.

Ela virou a cabeça o suficiente para vê-lo onde ele pairava sobre ela.

Centímetros os separavam. — Eu acho que entendi. Eu estava imaginando

tudo mentalmente. Este banco de criação é muito confortável para mim. Eu

só queria poder dizer o mesmo para você.

— Isso é exatamente o que eu preciso.

— O acasalamento vai me machucar? Não vai mudar minha mente. Eu

só quero estar preparada.

— Eu nunca faria mal a você.

Ela assentiu. — Tudo bem. Estou pronta. É hora de tirar as roupas?

Os olhos dourados de Roth se arregalaram, como se ela o tivesse

surpreendido. — Você ainda está disposta a acasalar comigo?

— Sim.

— Eu vou te preparar bem antes de nos acasalarmos. Espero que você

nem perceba quando eu me transformar. — Ele se afastou dela e se levantou,

tirando a camisa e jogando-a de lado.


Ela também se levantou e ficou feliz por nenhum dos dois ter calçado os

sapatos. Isso significava que havia menos para tirar. — E quanto a... — Ela

acenou com a mão em sua virilha. — Isso? Quer dizer, vai mudar quando

você mudar? Eu não verifiquei exatamente o seu pênis quando você mudou

para mim esta manhã.

— Minha vara continua com a mesma forma e tamanho.

Vera ergueu a mão e enxugou a testa. — Uau. É um alívio ouvir isso.

Você já é grande aí. Eu poderia ter sentido um lampejo de medo se você

ficasse ainda maior. — Ela sorriu, esperando que ele risse.

Ele não fez isso. Roth permaneceu sóbrio. — Tem certeza que deseja

acasalar comigo agora? Não desejo que você se sinta apressada.

— Estou pronta. — Vera tirou a blusa, tirou o sutiã e desabotoou a calça.

— Eu estou totalmente dentro. Mil por cento.

Roth de repente se aproximou dela antes que ela pudesse tirar a

calcinha. Ele segurou o rosto dela gentilmente com as mãos. — Eu juro ser o

melhor companheiro para você. Eu sou muito abençoado por você ter

entrado em minha vida.

Lágrimas encheram seus olhos e ela estendeu a mão, colocando as mãos

em seu peito aveludado nu. — Sinto o mesmo por você e prometo o mesmo.

Ele abaixou a cabeça e roçou os lábios nos dela. Vera foi abrir a boca

para aprofundar o beijo, mas Roth se endireitou. — Tire o resto de sua


roupa. Estou impaciente para me vincular a você. — Ele soltou o rosto dela e

deu um passo para trás, tirando as calças.

Vera empurrou a calcinha para baixo e saiu dela, deixando-a

completamente nua. Roth se aproximou dela novamente. Ela não pôde

deixar de notar que seu pau alienígena já estava totalmente ereto.

Roth acenou com a cabeça em direção ao banco de reprodução. —

Deite-se de costas para mim.

— Achei que deveria me curvar sobre ele.

— Ainda não. Deite para mim, Vera. — Sua voz se tornou quase um

grunhido. Ele lambeu os lábios. — Dê-me acesso à sua fenda.

Ela tinha uma boa ideia de como ele planejava prepará-la. — Sexo oral?

— Vou colocar minha boca e língua em você.

Ela se virou, correu para o banco de criação e sentou-se na borda da

almofada mais alta, recostada no acolchoamento. Roth caiu de joelhos e

agarrou seus tornozelos onde seus pés ainda tocavam o acolchoamento do

chão. Ele os ergueu e abriu suas coxas. Eles não podiam se alargar muito

sem atingir os braços erguidos de cada lado, mas Roth apenas empurrou as

pernas dobradas dela mais para cima com as mãos e abaixou o rosto. Vera

acabou com as panturrilhas na madeira áspera. Não que se importasse, uma

vez que Roth pressionou a boca contra seu clitóris.


Sua língua saiu, uma lenta e longa lambida. O prazer bateu

instantaneamente. Ele tinha a melhor boca. Roth pressionou mais contra seu

sexo e rosnou, criando vibrações.

Vera estendeu a mão, segurando os braços de madeira de cada lado

dela. Gemidos saíram de sua garganta enquanto Roth manipulava

impiedosamente seu clitóris com a língua e as vibrações. Seu corpo inteiro

ficou tenso quando um clímax se construiu rapidamente, e ele a manteve

presa no lugar com suas mãos grandes na parte de trás de suas coxas.

— Roth! — Vera gritou seu nome ao gozar forte. O mundo e tudo o que

ela conhecia caíram quando o êxtase a inundou.

Ela mal percebeu quando Roth soltou suas coxas e gentilmente a puxou

para baixo do acolchoamento por seus quadris, até que a parte inferior de

sua bunda deslizou para fora do final. Ele a impediu de escorregar direto

para o chão, usando as mãos para ajudá-la a rolar e posicionar os joelhos no

forro onde deveriam estar.

Vera ofegou, tentando recuperar o fôlego e recuperar os sentidos. Roth

tinha um jeito de explodir sua mente. Ela virou a cabeça enquanto ele a

posicionava até que ela estivesse curvada na frente dele, seus quadris

pressionados contra o acolchoamento curvo na lateral do banco de

procriação.

Seu olhar dourado travou com o dela. — Fique confortável. Você está

pronta?
Ela colocou as mãos na longa almofada e se ergueu um pouco, até que

seus quadris estivessem firmemente pressionados contra o acolchoamento.

— Sim.

Roth ajustou seu corpo um pouco mais e colocou a mão entre eles. Uma

de suas mãos firmemente enrolada em torno de seu quadril. Ele usou a outra

para posicionar seu pênis até que ele pressionou contra sua boceta. Ele

entrou nela lentamente.

Vera gemeu quando Roth empurrou um pouco mais fundo, perdido na

sensação. Ele lançou seu pênis e apoiou o braço na madeira ao lado dela,

tomando seu tempo, empurrando dentro dela até que seu yunce pressionou

contra seu clitóris supersensível. Vera fechou os olhos com a sensação,

usando as unhas para arranhar a almofada embaixo dela.

Roth parou ali, sem mover os quadris.

— Você é tudo para mim, Vera.

Ela abriu os olhos, olhando para o rosto bonito dele por cima do ombro

enquanto ele abaixava o corpo sobre o dela, curvando-se ao redor dela até

que seus rostos estivessem a apenas alguns centímetros de distância.

— Você é tudo para mim também.

— Vire a cabeça e feche os olhos. Sinta apenas o prazer que eu te dou.

Eu não quero que você veja quando eu me transformar.


— É você, Roth. Ambos de você.

— Por favor, Vera? — Roth parecia atormentado quando algo

semelhante ao medo brilhou em seus olhos.

Ela relutantemente assentiu e virou a cabeça, encostando a testa na

almofada. Roth só manteve peso suficiente sobre ela para mantê-la presa no

lugar, sem esmagá-la.

Ele começou a empurrar seus quadris, seu pênis se movendo dentro

dela. Seu yunce cavalgou contra seu clitóris, a superfície irregular

lubrificada quase muito intensa para ela lidar, o prazer era tão grande. Vera

gemeu mais alto. — Minha companheira sexy — Roth murmurou. — Minha!

— Sim! — Ela ofegou.

Ele aumentou o ritmo de suas estocadas. Vera sabia que não duraria

muito. Fazer sexo com Roth era extremamente satisfatório. Ela nunca tinha

feito amor com alguém melhor. Não era uma questão saber se seu Veslor

poderia fazê-la gozar. Era um fato.

— Oh Deus! Eu vou…

Roth a fodeu com mais força, e ela percebeu então que a textura

aveludada de seu peito ao longo de suas costas e contra sua bunda havia

mudado. Ele se transformou.


Era tentador virar a cabeça para olhar para ele, mas então ela estava

gozando com força demais para fazer qualquer coisa além de gritar contra a

almofada.

Ela sentiu quando Roth a seguiu. O calor úmido disparou dentro dela.

Ele se acalmou, mais de seu peso pressionado contra suas costas, e ela o

sentiu se transformar de volta. Sua pele de couro mais uma vez se tornou

uma pele macia.

— Estamos acasalados. — Roth murmurou.

Vera sorriu, tentando recuperar o fôlego. Ela virou a cabeça naquele

ponto, ergueu-a um pouco e encontrou seu olhar dourado. Um fino brilho

de suor aparecia em seu rosto quando ela observou suas feições.

— Você é muito rápido tanto em mudar, quanto em me tirar do sério.

Ele sorriu. — Eu estava motivado. Você é humana.

— Uma corajosa que não tem medo de você quando está em sua forma

de batalha.

A emoção brilhou em seus olhos. — Você tem meu coração.

— Você também é dono do meu.

Ele moveu o braço e deslizou a mão sob o estômago dela. — Espero que

você segure meu filhote também.


— Quanto tempo até descobrirmos?

— Em breve.

— Podemos tentar de novo se não estiver grávida. — Dessa vez, Roth

pareceu chocado.

Vera sorriu. — O que? Quero filhotes com você, e este banco de criação

é muito confortável.

— Você é um ser humano corajoso, e eu sou muito abençoado por

reivindicá-la como minha.

— Eu sou a sortuda, Roth. — Um dia, ela esperava que ele entendesse

isso.
Capítulo Quinze
Vera acordou com Roth enrolado em volta dela. Ela sorriu

imediatamente, lembrando-se da noite anterior de celebração de seu

acasalamento. Roth a ajudou a se vestir e eles caminharam de mãos dadas de

volta para seu próprio quarto. Ninguém tinha estado nas áreas de estar da

cabine, e Roth disse a ela que seu agrupamento estava lhes dando

privacidade. Ela ficou grata, não estava pronta logo depois de terem feito

sexo para ver todos.

Eles passaram horas fazendo amor. Alguém do grupo de Roth havia

batido na porta do quarto mais tarde naquela noite. Vera se cobriu sob os

cobertores quando ele abriu a porta para pegar uma grande bandeja de

jantar, e ela finalmente conseguiu provar a costela de que Abby se gabava.

Provavelmente foi a melhor coisa que ela já provou.

— Como minha companheira dormiu?

Vera virou a cabeça, sorrindo para Roth, apesar de não ter luz suficiente

para ela ver. — Muito bem. Luzes acesas. — Nada aconteceu.

— Computador, acender vinte e cinco por cento. — Ele ordenou.

O quarto iluminou-se até que ela pudesse vê-lo. — Obrigada.

— Vou programar sua voz nos controles da cabine hoje.


— Eu aprecio isso.

— Esta é a sua casa agora. — Roth sorriu para ela.

Houve um ruído de ping. Vera franziu a testa. — Essa é a porta?

— Sim. Fique na cama. — Roth a soltou e saiu de debaixo dos

cobertores.

Vera gostou de ver o corpo de seu companheiro nu. Roth vestiu as

calças e caminhou até a porta. Ele espalmou o leitor ao lado dele e saiu.

Minutos se passaram antes que a porta fosse reaberta e ele reentrou. —

Computador, iluminação diurna.

A sala iluminou-se. Vera se sentou, estudando o rosto de Roth. Ele

parecia zangado quando parou ao pé da cama.

— O que é isso? Algo está errado?

— Seu pessoal chegou aqui logo cedo. Clark acabou de entrar em

contato com Drake agora estão em contato com a segurança exigindo acesso

a você imediatamente.

Ela levou um segundo para entender o que ele queria dizer. — Os

representantes do New World estão a bordo?

— Sim.
— Oh, droga! Eu tinha planejado entrar em contato com minha empresa

para encerrar meu emprego logo após o nosso acasalamento. Provavelmente

deveria ter feito isso ontem à tarde, mas, para falar a verdade, esqueci-me

deles. Estávamos celebrando de forma sexy. Acho que vou desistir

pessoalmente. — Ela estremeceu um pouco. — Eles vão ficar furiosos por

terem feito a viagem por nada, já que não vou voltar com eles. Mas,

novamente, tenho certeza de que eles provavelmente querem me interrogar

pessoalmente de qualquer maneira.

Um rosnado veio de Roth. — Eles não vão interrogar você.

— Talvez essa seja a palavra errada para usar, mas eles vão querer um

relatório completo sobre tudo o que aconteceu de errado em Biter. Não

apenas perdemos quarenta e duas pessoas, mas eles terão que pagar uma

fortuna em benefícios por morte. Além disso, todo o dinheiro e tempo que

perderam neste projeto...

— Nada disso é culpa sua.

— Eu sei disso, mas sou a única sobrevivente para eles questionarem.

Além de todo o resto, eles podem perder os direitos do Biter se não

colocarem outra equipe de pesquisa lá em breve para cumprir o prazo de

um ano. Não consigo nem imaginar quanto dinheiro está em jogo para a

empresa.

— Os humanos estão exigindo que os encontremos no convés dois, no

escritório do investigador Trowly, imediatamente. Drak está ordenando que


Gnaw e Maith voltem para nossa cabine. Eles estarão aqui em minutos. Não

vou tirá-la de nossa cabine sem nosso grupo para escoltá-la. Você ainda está

em perigo. Drak convidou seu povo para nossa cabine, mas eles se

recusaram.

Vera saiu da cama. — Merda. — Ela correu para as poucas peças de

roupa que tinha no quarto de Roth, começando a se vestir rápido.

— Devemos tomar banho primeiro. Os humanos podem esperar. Eles

chegaram mais cedo do que declararam que iriam.

Ela se levantou depois de colocar os sapatos e olhou em seus olhos. —

Esta é uma tática de merda da alta administração. Confie em mim. É melhor

se eu me apresentar a eles o mais rápido possível. Caso contrário, eles vão

me ferrar. Tenho certeza de que eles querem economizar em qualquer lugar

que puderem.

— Eu não entendo.

— Nunca fui submetida a uma inspeção surpresa em um local de

trabalho, mas ouvi sobre isso acontecer com outras equipes de pesquisa. Eles

não foram avisados até que um ônibus espacial pousou e, de repente, os

representantes da empresa estavam lá. Qualquer pessoa que se recusasse a

obedecer imediatamente respondendo a perguntas ou mostrando seu

trabalho recebia pagamento reduzido. Eles provavelmente mentiram sobre

quando iam chegar só para me pegar desprevenida.


Roth rosnou e girou para longe, indo para sua cômoda. Ela sentiu alívio

quando ele rapidamente se vestiu também. Eles saíram do quarto e se

revezaram no banheiro.

Quando Vera escovou o cabelo e os dentes e jogou água no rosto, o resto

dos Veslors já estava reunidos na sala de estar. Eles também trouxeram

armas. Ela tentou não olhar para o par de blasters laser que Roth amarrou

em suas coxas.

Ele estendeu a mão para ela e Vera imediatamente a pegou. Roth a fez

se sentir segura. Ela também amou o doce gesto de segurar sua mão.

— Você está pronta? — Ele estudou suas feições, mostrando

preocupação em seus olhos.

— Sim. — Ela não iria admitir que estava nervosa. Ele provavelmente já

sabia.

Darla saiu de um dos quartos com os filhotes. Todos eles usavam

pijamas combinando. — O que está acontecendo? — Gnaw foi para sua

companheira e deu-lhe um beijo na testa. — O pessoal de Vera está aqui.

Estamos acompanhando-a para falar com eles.

— Eles não são realmente meu pessoal. São dois representantes da

empresa para a qual trabalho, — corrigiu Vera.

Darla fez uma careta. — Isso não parece divertido.


Não, não será. Vera respirou fundo e soltou o ar. — Nós devemos ir.

Drak e Gnaw assumiram a liderança. Roth segurou a mão dela e Maith

foi atrás dela. Eles passaram por alguns membros da tripulação no caminho

para o elevador. Ninguém falou com eles quando foram para o deck dois.

Quando as portas se abriram, Clark estava lá em uniforme militar completo.

Vera percebeu que ele também usava armas.

— Nosso agradecimento a você por estar aqui, — Roth disse ao ser

humano mais velho.

— Vocês são meus meninos. Sempre vou cuidar de vocês. Parabéns pelo

seu acasalamento, Roth. — O olhar de Clark se fixou em Vera. — Eu

informei ao Comandante Bills da notícia. Ele deu permissão para você ficar a

bordo. Ele também envia seus parabéns pelo seu acasalamento.

Vera engoliu em seco. — Eu nem tinha pensado nisso. Receio não estar

muito familiarizada com os protocolos da frota.

— Tem sido cuidado. Você foi oficialmente listada como parte do grupo

Veslor. — Clark se virou, descendo o corredor. — Vamos nos reunir na sala

de conferências dois, em vez do escritório de George. É maior, — ele gritou

por cima do ombro.

Dois policiais estavam atrás de um longo balcão quando eles entraram

na segurança. Um deles pigarreou. — Por aqui, senhores. — O homem fez

com que o seguissem para o interior dos escritórios.


Trowly estava sentado do outro lado de uma mesa redonda quando eles

entraram na sala. Um homem e uma mulher vestidos em trajes de negócios

estavam sentados em cada lado dele. Ambos apareciam em seus cinquenta e

poucos anos e exibiam expressões severas.

A mulher falou primeiro. — Obrigada por nos trazer nossa funcionária.

Agora saiam. Este é um assunto privado.

O aperto de Roth na mão de Vera aumentou. — Não vamos deixar Vera.

— Estes são os Veslors de que estava falando. — Trowly fez sinal para

que se sentassem. — Todos são parte da equipe de proteção da Srta. Wade.

O homem de terno fez uma careta para Trowly. — Você está dizendo

que um de nossos funcionários não está seguro em um dos maiores

cruzadores de batalha da sua frota? Especialmente dentro de seus próprios

escritórios de segurança? Algumas das coisas que precisamos examinar são

confidenciais. A última coisa que a New World precisa é de um monte de

fofoca circulando sobre o que diabos aconteceu naquele planeta. Eu entendo

que você tem que estar aqui porque a Frota meteu o nariz onde não

pertencia, mas eu quero que estes homens saiam enquanto questionamos

nossa funcionária.

— Não seja insultuoso, Sr. Danver. — Retrucou Trowly. — Esses

homens estiveram em suas instalações como parte do destacamento de

resgate. Eles viram o resultado da sabotagem. E nós respondemos ao pedido

de socorro. Agradeça por isso, ou todos os funcionários estariam mortos e


você não teria ninguém para questionar. Abri meus arquivos para você

sobre os resultados da nossa investigação até agora e informei você sobre o

que aconteceu com a Srta. Wade no bar. Você não tem sido tão acessível.

Quem tem mais motivação para matar toda a sua equipe de pesquisa?

A mulher pigarreou. — Cavalheiros, chega. — Ela olhou para Vera. —

Senhorita Wade, diga aos seus seguranças para saírem agora. Então sente-se.

— Ela se abaixou e retirou um bloco de dados. — A frota exigiu que

entrevistássemos você na frente de seu investigador principal. Não temos

tempo a perder. Nosso piloto está pronto para partir em uma hora.

Vera não gostou do tom rude da mulher ou do fato de que ela tinha

acabado de ordenar que ela fizesse Roth e seu grupo partirem. — Qual é o

seu nome e o que você faz pela New World?

A mulher estreitou os olhos, estudando Vera astutamente. — Não acho

que seja relevante, mas sou Marcy Piers. Sou gerente de recursos da estação.

Este é meu sócio, Ted Danver. Ele trabalha para nosso departamento

jurídico. Éramos os mais próximos da sua localização. Ambos fomos

autorizados a lidar com este evento infeliz.

— Evento infeliz. — Vera repetiu. — Uau. É disso que você está

chamando o que aconteceu em Biter? Alguém sabotou o habitat do nosso

pod, estávamos todos sendo drogados contra nossa vontade por coisas que

nos faziam perder a cabeça, e o inferno puro desabou, incluindo assassinato

e suicídio. — Lágrimas encheram seus olhos, escorrendo pelo rosto, mas sua
voz permaneceu forte. — Era um pesadelo vivo do qual nenhum de nós

poderia escapar. Minha equipe continuou morrendo, um após o outro. Um

evento infeliz não começava a descrevê-lo. Tente chamar de um maldito

pesadelo do qual não havia como acordar. Coloque isso em seu relatório.

Os dois representantes da New World ficaram boquiabertos com ela.

Então, a descrição do trabalho da mulher mergulhou na mente de Vera.

— Recursos da estação?

— Sim. — Admitiu Marcy Piers. — Acabei de dizer isso.

Vera de repente teve uma suspeita. — Você chegou aqui muito rápido.

Já ouvi algo sobre os recursos da estação antes... Você contratou

trabalhadores temporários de uma estação espacial para montar as nossas

cápsulas de habitação em Biter? Eu sei que o cargueiro fez uma parada em

uma estação antes de chegarmos ao planeta. Disseram-nos que era para

reabastecer... mas eles também pegaram pessoas? Há rumores de que a New

World às vezes faz isso para economizar dinheiro. Você não teria que pagar

uma de nossas equipes de montagem para viajar todo o caminho da Terra e

de volta. Foi isso que você fez?

— Sente-se. — Ordenou Danver. — Estaremos fazendo as perguntas.

Você não.

— Vera? — A mão de Roth apertou a dela.


Ela se virou para olhar para ele. — Não faz sentido que alguém da

minha equipe drogasse todo mundo voluntariamente. Eles estavam presos

em Biter também. E você me disse onde essas comportas estavam

escondidas, onde não eram fáceis de acessar. Você sabe quem poderia tê-los

colocado lá? As pessoas que montaram o habitat dos frutos.

Vera olhou para o cais de Marcy. — Você arriscou nossa segurança ao

contratar estacionários não autorizados? Você ao menos fez verificações de

histórico sobre eles? A New Worlds faz verificações extensivas em

funcionários contratados em tempo integral. Eles estão altamente motivados

para garantir que cada projeto seja bem-sucedido, já que os superiores

recebem bônus anuais se os lucros forem...

— Sente-se e cale-se! — Marcy Piers explodiu. — Eu tenho autoridade

da New World para te despedir. Você também será multada pesadamente.

— Responda à Srta. Wade. — Trowly exigiu. — Você contratou

estacionários, dando-lhes acesso ao planeta? Você me deu a impressão de

que seu trabalho era simplesmente comprar suprimentos de comida de

estações espaciais próximas. E a lista que você forneceu dos funcionários que

faziam parte das equipes de entrega que tinham acesso aos seus funcionários

mortos e ao local de trabalho eram todos da Terra.

A raiva de Vera aumentou. — Se disse isso, ela está mentindo com

certeza. Todos os nossos alimentos vêm do mesmo distribuidor na Terra.

Está marcado em todas as caixas do armazenamento da nossa cozinha. Você


pode enviar alguém de volta às nossas instalações de pods para ver você

mesmo. Uma boa parte de nossas caixas de comida ainda está lacrada, já que

ainda não tínhamos chegado à metade ao terminar nosso trabalho. Existem

quatro áreas de armazenamento na cápsula da cozinha. Dois são para

suprimentos estáveis no armazenamento, um é para armazenamento

refrigerado e o quarto é um freezer. — Ela fez uma pausa. — Nem faz

sentido comprar comida de uma estação espacial. Os preços seriam muito

mais altos. Minha empresa compra diretamente do mesmo lugar cada vez. É

sempre da Krongon Foods.

— Você não é cozinheira. Você não saberia disso com certeza. — Danver

argumentou.

— Não, eu não sou. — Vera olhou feio para ele. — Mas eu participei de

muitas equipes de pesquisa, e adivinha? Todo cozinheiro pede ajuda de vez

em quando. Principalmente se for o aniversário de alguém ou um feriado.

Acontece em todas as atribuições. Normalmente sou o cara legal que é

levado a escanear o rótulo dessas caixas em busca de um bolo congelado ou

enlatado qualquer coisa. É sempre Krongon Foods impresso nessas caixas.

Em cada trabalho.

— Nada disso importa. — Marcy Piers se levantou. — Vamos discutir

isso no ônibus. É hora de partir.

— Sente-se. — Retrucou Trowly. — Você me deu uma lista falsificada

de suspeitos se você contratou pessoas fora de uma estação espacial.


Ninguém vai a lugar nenhum até que eu diga o contrário. Isso não

acontecerá até que você me dê uma lista honesta de suspeitos.

— E eu me demito, — Vera desabafou.

Trowly, Danver e Marcy Piers ficaram boquiabertos.

— Eu me demito. — Vera repetiu. — Estarei oficialmente enviando um

aviso a New World assim que tiver acesso a um terminal. Não vou voltar

para a Terra e definitivamente não com vocês dois. Eu não tive nada a ver

com o que aconteceu em Biter, além de ser uma vítima. Você não vai tentar

me culpar por nenhuma dessas merdas. — Seu olhar se fixou na outra

mulher. — Especialmente se foi você quem contratou o idiota ou os idiotas

que colocaram aquelas latas dentro das aberturas.

— Você está voltando conosco. Não aceitamos sua renúncia. — Danver

olhou para Vera.

— Você não vai levar minha companheira a lugar nenhum. — Roth

soltou a mão dela e deu um passo à frente, colocando-se um pouco na frente

de Vera.

— Ela está voltando para a Terra! — Danver se levantou. — Srta. Wade

é a única funcionária que resta viva. Existem exigências corporativas para

que a tragamos. Eles têm perguntas que ela responderá diretamente a eles,

uma vez que se recusa a cooperar conosco.


Trowly também se levantou. O coração de Vera bateu forte com a

expressão de raiva dele. Ele tentaria fazê-la partir contra sua vontade? Ela

não tinha dúvidas de que Roth entraria em uma alteração física para

protegê-la. Isso pode fazer com que ele seja preso. Ela não queria isso.

Mas Trowly se voltou contra Danver. — Você não vai forçar a senhorita

Wade a partir com você. Como você apontou, ela é a única testemunha

restante do crime que ocorreu no planeta. A Frota está agora a cargo desta

investigação. — Então ele virou a cabeça, olhando para Marcy Piers. —

Parece que você pode ter um motivo para culpar a Srta. Wade, se foi você

quem contratou quem colocou aquela droga ilegal em seu local de trabalho.

Vera respirou aliviada e colocou a mão nas costas de Roth. Ele se sentia

tenso sob sua palma. Ela apreciou que ele a estivesse protegendo, mantendo-

a ligeiramente atrás dele.

— Exijo uma lista completa de nomes de todos que tiveram acesso ao

seu local de trabalho. — Trowly quase gritou as palavras. — Sente- se, Sra.

Danver.

Danver empalideceu e rapidamente se sentou. Marcy Piers também.

Trowly retomou seu assento também. — Srta. Piers, sugiro que informe

ao seu piloto que vocês dois terão um atraso indefinido. Nenhum de vocês

vai embora até que eu esteja satisfeito. A Frota não aceita ser enganada. —

Ele se dirigiu a Clark por último. — Por enquanto, a Srta. Wade não é

necessária. Você, ela e os Veslors podem ir embora. — Ele olhou para Vera.
— Por favor, fique perto do Sr. Roth caso eu tenha perguntas. Entrarei em

contato com você pelo link de comunicação dele.

Roth se virou, passou um braço em volta de Vera e a conduziu até a

porta. O grupo e Clark os seguiram para fora da sala de conferências e todos

eles saíram da segurança.

Clark assobiou quando chegaram ao elevador, esperando as portas se

abrirem. — Isso não foi do jeito que eu pensei que seria.

— Ainda não sabemos quem tentou prejudicar Vera com veneno. —

Grunhiu Roth. — Ou quem a feriu no planeta.

— Não. — Clark suspirou. — Mas agora temos uma pista melhor sobre

como essas embalagens de drogas foram parar onde estavam. E alguém

subornou alguém nesta nave para envenenar Vera. Eu apostaria uma boa

parte da minha pensão que eles também subornaram um estacionário que

foi contratado temporariamente pela New Worlds para juntar aquelas

cápsulas no Biter. É difícil conseguir empregos para algumas dessas pessoas,

e algumas não se importariam em matar se o preço fosse justo. George

obterá suas respostas e nos contará o que descobriu. Ele é um grande

investigador.

Vera se encostou em Roth. Ela só queria voltar para sua cabine.

Clark encontrou seu olhar. — Quantas empresas existem como a sua?

— Além da New World, há Origins, Gemini, Aurora e Maximus.


— Algum deles tem a reputação de jogar sujo quando perde uma

licitação? — O elevador se abriu e Clark entrou primeiro, voltando-se para

olhar para Vera em busca de sua resposta.

— Não que eu tenha ouvido falar. — Ela encolheu os ombros quando

ela e Roth entraram no elevador.

— Abaixem-se! — Uma profunda voz masculina rugiu de repente.

Parecia Drak.

Vera bateu na parede com força quando Roth a empurrou contra a

lateral do elevador. Ele usou seu corpo para imobilizá-la ali, protegendo-a.

Então, um grande buraco apareceu na parede traseira do elevador,

errando por pouco a cabeça de Clark. Ele caiu de joelhos, agarrando um de

seus blasters laser.

O cheiro de metal queimado encheu seu nariz. Alguém atirou neles.

Mais sons de laser encheram seus ouvidos e alarmes soaram de algum

lugar fora das portas abertas do elevador. O terror a atingiu quando Vera

percebeu que eles estavam sob ataque.


Capítulo Dezesseis
Roth queria ir atrás de quem estava atirando neles, mas ele não podia

arriscar expor sua companheira. Seu corpo era a única coisa entre Vera e o

fogo laser. Gnaw já havia entrado no elevador e pressionado com força

contra a outra parede em frente a eles. As portas começaram a se fechar.

— Protejam minha companheira! — Ele rugiu para os dois homens

dentro do elevador. Então ele se afastou de Vera e mergulhou de volta no

corredor com Maith e Drak. Ele imediatamente começou a mudar para sua

forma de batalha, sentindo suas roupas rasgarem quando ele caiu no chão.

Enquanto rolava de costas, movendo-se para evitar ser atingido por

fogo de laser, ele ouviu as portas do elevador se fecharem.

Ele percebeu a situação ao terminar a rolagem e pousou sobre as quatro

pernas.

Maith estava esparramado de bruços, imóvel. A raiva inundou o

sistema de Roth com a visão. Drak estava mudando de forma.

Um homem estava parado mais adiante no corredor, onde ele fazia uma

curva fora de vista, segurando um blaster.

Seus olhares se encontraram a expressão do humano era de medo.

O macho girou para longe, correndo.


Roth se lançou para frente e perseguiu. Sua roupa caiu de seu corpo,

parte de sua calça presa em uma perna. Não importava ou o atrasava.

Aquele humano tentou matar sua companheira e atirou em Maith.

Humanos gritaram e berraram quando ele dobrou a esquina do

corredor. O atirador continuou a correr, acertando alguns membros

inocentes da tripulação que reagiram ao ataque repentino. Roth teve que

pular sobre uma mulher que foi jogada no chão.

O atirador se virou, puro terror exibido em suas feições. Ele tentou

torcer seu corpo para atirar em Roth, e isso diminuiu seu ritmo apenas o

suficiente para Roth pular no macho. O atirador disparou, mas seu objetivo

não foi preciso. Não atingiu Roth completamente.

Ele não teve o mesmo problema de acertar seu alvo.

Com um golpe, as garras de Roth engancharam na parte superior do

braço do homem e arranharam seu peito.

Ambos atingiram o chão do corredor com força. Roth quase podia ouvir

alguns dos ossos do humano quebrando sob ele, e ele inalou o cheiro de

sangue fresco. O homem deixou cair sua arma com o impacto, e Roth cravou

suas garras no braço do humano enquanto usava sua outra pata para

golpear o blaster, enviando-o voando fora de alcance.

O humano embaixo dele se recuperou o suficiente para respirar fundo.

— Não me mate! — Ele gritou.


Roth sentiu Drak perto dele. Ele virou a cabeça em sua direção e rugiu.

Drak deu um leve aceno de cabeça, girou sobre as quatro patas e correu de

volta para Maith.

Roth deu ao humano sob ele toda sua atenção novamente. A raiva ainda

fervia seu sangue. Era tentador rasgar o humano em pedaços. Matá-lo, pois

o homem tentou matar sua companheira.

— Não me machuque. — O humano implorou novamente.

Roth abriu a boca, mostrando suas presas enquanto rosnava. O cheiro

de mijo atingiu seu nariz. O humano havia perdido as funções da bexiga.

Isso fez com que Roth ajustasse as patas traseiras e levantasse apenas um

pouco do peso do macho. Ele não queria que seus excretos o tocassem.

Passos batidos podiam ser ouvidos mesmo sobre os alarmes, e Roth

olhou para cima. Quatro oficiais de segurança correram em direção a eles.

Roth olhou para o atirador e deixou suas garras cravarem no braço de

sua presa um pouco mais fundo. O atirador gritou de agonia e o cheiro de

sangue cresceu.

A tentação de matar o humano também ficou mais forte. Roth resistiu.

Ele precisava de respostas. Foi preciso muito controle para encontrar sua

calma interior, mas ele forçou seu corpo e mente à submissão. Sua pele

formigou e seus ossos começaram a se transformar. Em segundos, ele

poderia falar com o humano... mas ele manteve suas garras fora.
— Quem te pagou para machucar Vera? — Sua voz saiu áspera, mas ele

sabia que o humano o entendia.

O atirador fungou, os olhos cheios de lágrimas. Roth percebeu que era

de dor. Um homem capaz de machucar uma mulher não merecia nenhum

sentimento de remorso. Não em sua opinião.

— Quem te pagou para machucar Vera? Diga-me ou retornarei à minha

forma de batalha!

— Ajude-me! — O humano embaixo dele torceu a cabeça o suficiente

para encarar os quatro oficiais de segurança, que haviam parado perto deles,

com as armas em punho. — Atire nessa porra de aberração!

Um flash de nervosismo atingiu Roth. Era possível que os humanos

pudessem atordoá-lo. Eles não eram membros das equipes táticas que

passaram a confiar nos Veslors. Ele sabia que seus homens deixavam grande

parte da tripulação nervosa.

Trowly de repente abriu caminho por entre os quatro oficiais de

segurança, avistou Roth e o humano preso sob ele e gritou: — Abaixem suas

armas agora! Sr. Roth, o que está acontecendo? Por que você está nu em

cima de um homem sangrando? E alguém desligue a porra do alarme de

armas!

Em segundos, o alarme parou de tocar. Roth não sentiu falta do som

irritante que machucou seus ouvidos. Ele olhou para sua presa. — Ele tentou
atirar em minha companheira. Ele conseguiu atirar em um dos meus

homens.

— Eu exijo aconselhamento jurídico! — O homem sob Roth gritou.

Roth rosnou. — Eu exijo que você me diga quem te contratou para

matar minha companheira. Eu juro que vou voltar à minha forma de batalha

e usar minhas garras para rasgar cada centímetro de você até que me dê essa

resposta.

— Me ajude, porra! — O atirador praticamente gritou.

Roth esperou, esperando que Trowly ordenasse que ele soltasse sua

presa.

Segundos se passaram antes que Trowly falasse. — Eu não estou no

comando dos Veslors. Seu treinador, Clark Yenna, não está aqui. Eu sugiro

fortemente que você faça o que o Sr. Roth aqui diz, antes que ele cumpra sua

ameaça. Ele parece ter bastante temperamental. E eu gostaria de ouvir sua

resposta, eu mesmo. Hoje estou farto de mentirosos que se recusam a me

dizer a verdade antes de se esconder atrás de um advogado. Quem o

contratou para ir atrás da Srta. Wade?

— Você está me fodendo? Tire essa aberração de cima de mim! — O

atirador implorou. — Eu tenho direitos.

Roth se aproveitou da situação e flexionou as garras, ainda afundadas

na carne de sua presa, apenas o suficiente para causar uma dor imensa. O
humano sob ele gritou. Assim que ele parou, Roth repetiu sua pergunta. —

Quem te contratou, humano?

— Você realmente vai deixar essa aberração me machucar? — O homem

sob ele estava quase soluçando.

— Quem? — Roth rugiu. Ele torceu os dedos, suas garras causando

mais danos.

— Carson Bickler! — A presa gritou. — Pare!

O movimento atraiu a atenção de Roth quando Trowly se aproximou e

se agachou na frente deles. — Como esse Bickler entrou em contato com

você? Você o conhece pessoalmente? — O investigador puxou um

dispositivo de dados. — Ele também está no Defcon Red?

— Ele é da Terra. Meu irmão trabalha para ele e foi ele quem me

procurou, — disse a presa. — Era muito dinheiro para dividirmos e eu

precisava disso. Eu deveria apenas envenenar a cadela, mas ela sobreviveu.

Mais raiva ferveu por Roth. — Não insulte minha companheira! O nome

dela é Vera.

— Está bem, está bem! Disseram-me para tentar novamente, mas ouvi

dizer que ela estava protegida. Eu disse ao meu irmão que era muito

arriscado, agora ele vai morrer se eu não a levar embora! Isso é o que a

última mensagem ameaçava. Veio diretamente de seu chefe. Eu não tive


escolha a não ser ir atrás dela novamente. Eu só tenho um irmão, cara, e

somos próximos.

— Dê-me o nome de onde seu irmão trabalha. — Trowly estava

digitando em seu dispositivo de dados.

A presa ficou quieta.

Roth se inclinou sobre ele, segurando seu olhar temeroso. — Fale, ou

você perde o braço. Eu posso rasgá-lo.

— Você não pode deixá-lo fazer isso comigo! Eu tenho direitos. — A

presa choramingou novamente, ainda soluçando um pouco. — Eu vou

sangrar até a morte. A vida do meu irmão está em perigo. Seu chefe vai

matá-lo por não fazer o trabalho!

— Eu não me importo. — Trowly respondeu, a voz desprovida de

emoção. — Você e seu irmão concordaram em aceitar dinheiro para matar

uma mulher inocente. Responda a minha pergunta. Dê-me o nome de onde

seu irmão trabalha. — A presa apertou os lábios com força, recusando-se a

falar.

Roth cravou suas garras ainda mais fundo.

A presa gritou. — Gemini!

— Sr. Roth?
Roth ergueu a cabeça o suficiente para olhar para Trowly. O homem

encontrou seu olhar.

— Por favor, liberte este pedaço de merda e permita que meus oficiais o

prendam. De preferência com o braço ainda intacto, para não ter que esperar

que ele seja submetido a uma cirurgia antes de terminar de interrogá-lo. —

Ele ficou. — Também estou recebendo atualizações. O Veslor que foi

baleado está vivo e foi levado para Med Bay por um de sua equipe. Clark

Yenna informou à segurança que a Srta. Wade chegou em segurança à sua

cabine e vai ficar lá até você chegar em casa. Tenho certeza de que ela está

preocupada com você. Posso assumir a partir daqui, e prometo que

encontrarei todos os responsáveis por tudo o que aconteceu com a Srta.

Wade. Eles serão processados.

Roth abaixou a cabeça para mais perto da presa sob ele, permitindo que

o ódio transparecesse em seus olhos. — Eu vou te matar se meu macho

morrer. — Ele jurou e então arrancou suas garras da carne macia. O atirador

gritou de agonia, rolando de costas e agarrando seu braço sangrando

enquanto Roth ficava de pé.

Dois oficiais de segurança correram para agarrar o homem. Roth recuou

mais alguns metros.

Trowly se aproximou dele. — Obrigado, Sr. Roth. Vou contar a você e a

Clark tudo o que descobrir sobre o homem que contratou aquele merda.
Roth resmungou e se virou, voltando para o elevador. Meia dúzia de

humanos estavam à vista enquanto ele contornava o corredor. A maioria se

encolheu contra as paredes para evitar o contato físico com ele, mas um

homem estendeu uma pilha de roupas descartadas de Roth. Ele deve ter

recolhido depois que Roth mudou.

Ele fez uma pausa e pegou a pilha que incluía suas botas e armas. Ele o

colocou na frente de sua virilha exposta. — Meus agradecimentos. — Ele

disse ao bravo humano.

— Sua camisa parecia mais rasgada, mas a calça provavelmente vai

funcionar se você quiser colocá-la de volta. Isso foi realmente algo para ver.

— O humano sorriu. — Eu gostaria de poder mudar de um eu normal para

algo feroz.

Roth não sabia com certeza o que dizer ao humano, então ele apenas

deu um leve aceno de cabeça e caminhou em direção ao elevador. O fogo do

laser marcou as paredes próximas a ele. Uma explosão havia até marcado as

portas de metal. Elas se separaram, mostrando o elevador vazio. Roth

entrou, ignorando a sensação de estar sendo observado. Ele se virou para as

portas.

Os humanos ainda o observavam.

Ele suspirou, sabendo que eles provavelmente estavam chocados por tê-

lo visto completamente nu. Ele largou a pilha de roupas no chão, apertou o

botão do seu nível e rapidamente colocou as calças. Como o humano havia


dito, a camisa estava muito danificada para vestir. Ele recolheu o resto em

seus braços assim que as portas do elevador se abriram. Ele só queria chegar

a sua companheira.

*****

A culpa consumia Vera. Um estranho na Defcon Red tentou matá-la

pela segunda vez. Felizmente, Roth não se machucou, mas um de seu grupo

sim.

Eles atualmente estavam dentro de um laboratório particular próximo a

Med Bay. Maith estava deitado de bruços em uma cama médica com uma

médica tentando usar um dispositivo de seringa nele. A médica do

agrupamento rosnou um aviso, fazendo-a recuar alguns metros. — Oh, pelo

amor de Deus! — A mulher gritou. — Estou tentando te ajudar. Isso não vai

acontecer se você continuar se recusando a me deixar chegar perto de você.

Pare de rosnar para mim, seu bastardo mal-humorado.

— Maith — Roth rosnou. — Já chega. Permita que ela trate você.

— Não confio nela. — Resmungou Maith. — Eu vou ficar bem. É apenas

um arranhão.

— Você me ouviu. — Roth rosnou mais alto.


— Eu jurei que não faria nenhuma varredura sem sua permissão, ou

pegaria amostras de sangue ou pele. — A mulher bufou ruidosamente, seus

dois olhos de cores diferentes brilhando. — Aqueles outros médicos idiotas

estavam prestes a dopá-lo com uma droga que faria você vomitar, Veslor.

Eles não sabem nada sobre sua espécie. Você deveria estar me agradecendo

por correr para chegar até você assim que soube que foi atingido por uma

explosão de laser e por Drak ter trazido você para o meu laboratório.

Vera se inclinou para o lado de Roth, curiosa. — Quem é ela exatamente

e por que eles estão discutindo?

A própria mulher atendeu, ouvindo Vera. — Eu sou a especialista em

pesquisa alienígena designada para Defcon Red! — Ela gritou. — Jessa

Brick. Sou uma médica especializada em não humanos. Maith se recusou a

me deixar trabalhar em qualquer um de seus grupos, mas ele precisa de

mim agora. Apenas me chame de Jessa. Não sou formal.

— Oi. — Vera forçou um sorriso.

— Agora fique quieto, seu bunda rabugenta. — Jessa retrucou, correndo

para pressionar a seringa contra a coxa de Maith enquanto ele estava

distraído por uma disputa furiosa com Roth. — Feito. Vê? Isso não foi tão

ruim.

— O que você me deu? — Maith virou a cabeça em sua direção. Ele

rosnou baixo... mas então seus olhos se fecharam e seu corpo relaxou. Sua

cabeça caiu contra o travesseiro sob sua bochecha.


Jessa riu. — Ele estará fora por uma boa hora. — Ela colocou a seringa

em uma bandeja e pegou uma pequena ferramenta, se aproximando de

Maith. — Só vou cortar a camisa dele para dar uma olhada. — Ela ergueu o

tecido em seu pescoço, passando a ferramenta pelo centro da camisa,

expondo as costas do Veslor.

Vera viu a ferida e voltou o rosto para o peito de Roth. Ela nunca

poderia ter entrado na área médica; coisas nojentas sempre a deixavam

enjoada. A pele queimada nas costas de Maith perto de sua omoplata não

era bonita.

— Não parece ruim. — Drak se aproximou da cama, baseado no som de

sua voz.

— Não. Vocês desgraçados são durões, isso eu lhes digo. — Jessa fez

uma pausa. — Maith estava certo. Ele acabou de ser esfolado. O laser abriu

sua pele, mas não penetrou mais fundo. Eu gostaria que os humanos

tivessem a mesma pele e densidade óssea que vocês têm.

— Isso o nocauteou. — Era Drak falando novamente.

— Eu duvido. — Jessa murmurou. — Provavelmente só o deixou

atordoado por alguns segundos. Ele provavelmente estava surpreso que

alguém realmente conseguiu atirar em sua bunda. O idiota que fez isso está

morto?
— Eu permiti que ele vivesse. — Roth colocou a mão nas costas de Vera

e acariciou suavemente os dedos ao longo de sua coluna.

— Chocante. — Jessa riu. — Eu teria imaginado que terminaria de tratar

Maith aqui muito antes de uma equipe de limpeza terminar de limpar a cena

do que restou do idiota que foi atrás de um de vocês.

Roth suspirou. — O investigador encarregado do caso de Vera queria

que o homem vivesse para interrogá-lo.

— Vocês estão ficando moles, vivendo com humanos?

Um dos Veslors rosnou, mas não era Roth. Vera virou a cabeça na

direção do som, descobrindo que viera de Gnaw.

— Brincadeira! Não enrole a cueca ou o que quer que você use por baixo

das calças. — Vera arriscou um olhar para ver Jessa pairando sobre as costas

de Maith, aplicando uma substância branca e espessa em sua pele ferida. —

O rabugento aqui vai ficar bem.

— O que você está colocando nele? — Roth continuou acariciando as

costas de Vera.

— É um creme para tratamento de queimaduras que consegui sintetizar

a partir das informações médicas mínimas que seu rei me permitiu ter. De

acordo com o que li, isso vai ajudá-lo a se curar mais rápido e reduzir o risco

de cicatrizes. É usado principalmente em lesões faciais. Também aprendi

que a maioria dos homens adultos se recusa a usá-lo. Apenas suas mulheres
e filhos. — Jessa levantou a cabeça para olhar para Roth. — Não o deixe

lavar por pelo menos seis horas. Conhecendo Maith, ele provavelmente

gosta de cicatrizes, mas elas tornam as mudanças mais dolorosas em certas

áreas do corpo. Está bem acima de sua omoplata direita. Eu imagino que seja

uma das áreas doloridas.

— Por que você fez este creme? — Roth perguntou.

— Hum, porque me lembrei da última vez que um de vocês levou um

tiro de laser. Eu queria estar preparada. — Jessa terminou de espalhar o

creme em Maith, deixando cair o tubo em uma bandeja antes de remover as

luvas. — Achei que era apenas uma questão de tempo, antes que o bundão

aqui se machucasse e vocês pudessem realmente precisar de mim. Eu sei que

já fiquei tentada a atirar nele.

Roth soltou uma risada. — Vou fazer Maith esperar para remover o

creme.

— Ótimo. — Jessa olhou para Vera, olhando entre ela e Roth. — É sobre

essa pessoa que ouvi rumores? Aquela do bar, que você está protegendo?

— Vera é minha companheira. — Admitiu Roth.

A boca de Jessa caiu aberta e seus olhos se arregalaram. Ela se

recuperou rápido, seus olhos praticamente brilhando de... excitação? — Já se

passaram pelo menos doze horas desde que você acasalou com ela?

Roth hesitou. — Sim.


Jessa correu pela sala para pegar um estranho dispositivo portátil de

uma estação de carga em um dos contadores. Ela começou a caminhar em

direção a eles com ele, então parou. — Posso? — Ela apontou para Vera, mas

seu olhar estava preso no rosto de Roth.

Roth ficou tenso ao puxar Vera para mais perto. — O que você quer

fazer?

— Você não parece ser um cara que acasala sem fazer isso no estilo

Veslor adequado. Já que o rabugento está cochilando na única cama médica

aqui, não posso fazer varreduras detalhadas de seu corpo. Quero fazer um

exame de sangue em sua companheira. Eu adaptei este especificamente com

a ajuda de Darla. Ela foi legal o suficiente para me deixar tirar algumas

amostras de sangue dela antes que os gêmeos nascessem, para aperfeiçoar

um teste de gravidez Veslor-humano. Saberemos em segundos! Eu só

preciso que ela coloque a ponta do dedo no final disso. Vai pegar uma gota

de sangue e analisar.

— Vai machucar a Vera? — Roth a manteve pressionada contra seu

corpo.

— Haverá um pequeno golpe da agulha. Uma picada de agulha.

Roth abaixou o queixo para olhar para Vera. — Você vai concordar com

este teste? Eu confio na Jessa.

Definitivamente, Vera queria saber se ela estava grávida. — Certo.


— Ótimo! — Jessa sorriu, parecendo totalmente feliz enquanto fechava

a distância e estendia o dispositivo que parecia um tubo do tamanho de uma

caneta volumosa, preso a uma pequena caixa de metal com um touch pad na

base. — Basta enfiar um dedo na abertura no final, Vera. É rápido.

Roth a soltou. Vera se virou para a médica, observando o dispositivo de

aparência estranha. De fato, havia um buraco no final do tubo estendido. Ela

ergueu a mão e inseriu o dedo indicador na ponta.

Uma agulha rapidamente a espetou, mas então uma explosão gelada

atingiu sua pele, acalmando a picada. Vera puxou o dedo para trás,

estudando-o. Ela não viu nenhum sangue, ou mesmo uma picada onde a

agulha tinha ido, embora a ponta de seu dedo tenha formigado um pouco.

Jessa recuou, todo o seu foco na parte inferior do dispositivo. — Apenas

alguns minutos. Eu o programei para executar o teste cinco vezes para ter

certeza antes que ele me desse os resultados.

Roth puxou as costas de Vera contra seu peito, envolvendo o braço em

volta da cintura dela para abraçá-la com força. Ela se agarrou ao pulso dele

com as duas mãos.

Seu coração disparou. Ela queria filhos. Especialmente com Roth. A

possibilidade também a assustou um pouco. Ela havia planejado

originalmente estar na casa dos quarenta anos antes de poder se aposentar

da New World, financeiramente estável o suficiente para sustentar uma


família. Mas entre o que aconteceu em Biter e conhecer Roth, tudo o que

importava era viver a vida tão feliz quanto pudesse.

Um pequeno sorriso curvou a boca de Jessa enquanto ela erguia o

queixo. Seu olhar disparou entre Roth e Vera. — Temos outro bebê Veslor

ou possivelmente bebês a caminho! Os testes são positivos. Vocês vão ser

pais! — A mulher de repente soltou um lado do dispositivo e ergueu o

punho no ar. — Sim!

Então, como se isso não fosse choque suficiente para Vera, Jessa de

repente se aproximou, seus olhos de cores diferentes de aparência estranha

fixos nela. — Por favor, me escolha para fazer o parto do seu bebê, ou bebês,

se houver mais de um! Você não quer um Veslor mal-humorado e

carrancudo parado entre suas coxas enquanto você dá à luz.

Vera não teve chance de responder. Roth a girou em seus braços e a

abraçou suavemente. Lágrimas encheram seus olhos. Eles seriam pais.

Aquele estrondo maravilhoso que ele fez começou no fundo de seu peito,

onde o rosto dela estava pressionado contra ele, e ela sorriu.

— Você vai ser um pai tão bom. — Disse ela.

— Você me deu tudo, Vera. — A voz rouca de Roth parecia embargada

de emoção. — Você é meu coração.

— O que está acontecendo? O que está errado? Eu disse que estou bem!

— Gritou Maith de repente.


— Foda-se. — Jessa murmurou. — Eu sabia que deveria ter aumentado

a dosagem daquele sedativo. Volte a cochilar, rabugento. Estou bem no meio

de tentar convencer a nova mulher do seu grupo a me deixar ser sua médica.

Maith rosnou alto. — Você me drogou contra minha vontade. Vera faz

parte do meu agrupamento. Você não vai tocá-la!

— Cale a boca e pare de se mover. Você vai bagunçar todo o meu

trabalho nas suas costas. — Jessa disse a ele.

Vera ignorou a dupla discutindo quando Roth deu um beijo no topo de

sua cabeça.

Eles estavam grávidos. Alegria superou qualquer medo que tinha. Ela

teria o bebê de seu companheiro e nunca se sentiu mais feliz.


Epílogo
Duas semanas depois

A longa mesa da cabine estava cheia de pessoas. Vera felizmente olhou

para aqueles sentados para o jantar. Roth, todo o seu grupo e suas

companheiras estavam lá. A família de Darla também se juntou a eles, junto

com Clark Yenna. Os cheiros de cinco grandes perus assados com todos os

ingredientes geralmente vistos na Terra no Dia de Ação de Graças tinham

sido servidos. Era comida suficiente para alimentar trinta pessoas, embora

muito menos estivessem presentes. Veslors comiam muito, ela descobriu.

Abby preparou uma das refeições da família do feriado que o chef D

Corp tinha enviado para eles, e como o feriado real não aconteceria por

quase um mês, ela já havia pedido uma substituição.

Eles estavam celebrando o acasalamento e a gravidez de Vera e Roth,

agora que ela não estava mais em perigo. O homem que tentou atirar nela

confessou também ser o responsável pela cerveja envenenada. Ninguém

mais veio atrás dela. A pessoa que o contratou trabalhava para a Gemini. O

investigador Trowly prendeu Carson Bickler na Terra. Ele temia perder o

emprego em sua empresa depois de não apostar alto o suficiente na Biter e

perder para a New Worlds. Era a segunda vez que a Gemini perdia um
planeta, devido a Bickler subestimar o preço que seria necessário para

garantir a vitória.

Gemini imediatamente se desculpou, jurando não ter ideia do que seu

funcionário havia feito. Eles despediram Carson Bickler e toda a sua equipe

incluindo o irmão usado para contatar o assassino na Defcon Red. Enquanto

o resto de sua equipe permanecia sob investigação, Bickler e o irmão do

assassino foram acusados de assassinato e espionagem corporativa. Trowly

também rastreou registros financeiros e prendeu os dois homens na estação

espacial contratados para sabotar as cápsulas de habitação com os

recipientes de drogas. Todos eles pagariam por seus crimes.

Marcy Piers também foi demitida da New Worlds, por cortar atalhos e

contratar uma equipe desconhecida, o que resultou na sabotagem das

instalações de Vera.

Gemini imediatamente ofereceu um grande acordo para a New World

para cobrir suas perdas. Isso incluía uma grande quantia a Vera por toda a

dor e sofrimento que ela suportou em Biter e depois em Defcon Red. Ela não

teria que se preocupar com Roth tendo que sustentá-la. Agora, ela poderia

contribuir significativamente para seu agrupamento.

Roth agarrou a mão dela por baixo da mesa e apertou suavemente.

Ela sorriu para ele, segurando sua mão. — Isso é maravilhoso.


Suas feições ficaram sombrias. — Você está desapontada que a

varredura de Jessa revelou apenas um bebê em vez de dois?

Na verdade, foi um alívio depois de ver Roshi e Rasha em ação nas

últimas semanas. Darla e Gnaw estavam ocupados com gêmeos ativos e em

crescimento, mesmo com toda a ajuda que recebiam do grupo. — Eu acho

que um está perfeito.

Ele pareceu aliviado. — Nós somos abençoados.

— Sim, também nós somos. — Vera tinha se apaixonado perdidamente

por seu companheiro. Ele não era apenas super doce, mas dava a ela o

melhor sexo sempre que ficavam nus.

— Um brinde ao casal feliz e seu bebê. — Clark ergueu seu copo d'água.

— E ao fato de que um bando de idiotas manipuladores vai passar o resto de

suas vidas na prisão, graças a eles fazendo acordos em vez de arriscar a pena

de morte indo a julgamento.

— Para Roth e Vera. — Os humanos aplaudiram, levantando seus

próprios copos.

Os machos Veslor estenderam a mão e tocaram o peito, sorrindo para o

casal.

Vera piscou para conter as lágrimas. — Vocês são os melhores.

Obrigada.
Roth soltou sua mão e se levantou. — Não sei por quanto tempo mais

nosso rei nos pedirá para continuarmos vivendo nesta nave. Senti raiva

quando fomos enviados aqui pela primeira vez. Não mais. — Seu olhar se

fixou amorosamente em Vera. — Eu não teria conhecido você de outra

forma. Você me deu tudo, companheira. Eu existia antes de ter você. Agora

estou profundamente feliz com o futuro que enfrentaremos juntos.

Vera se levantou e abraçou Roth com força pela cintura. Ela começou a

chorar enquanto ele esfregava suas costas.

— O que está errado? — Ele abaixou o queixo até o topo da cabeça dela,

falando baixo.

— Nada. São apenas hormônios. Estou tão feliz, Roth.

Ele deu uma risadinha. — Eu também estou.

— Desculpe, estou atrasada!

A voz de Jessa fez com que ambos se virassem para a mulher quando

ela entrou em sua cabine. Ela estava respirando com dificuldade, como se

estivesse correndo.

Maith rosnou. — Como você abriu a porta da nossa cabine? Você não

está autorizada.

Jessa foi até a ponta da mesa em frente a Maith e se sentou. — Estou

agora, já que estou cuidando da gravidez de Vera. Roth me deu acesso para
que eu sempre possa chegar até ela, caso ela precise de mim. O enjoo matinal

a atingirá em breve.

Maith bateu com o punho na mesa.

Roth ajudou Vera a retomar seu assento antes de se sentar ao lado dela

na cabeceira da mesa. — Comporte-se, Maith. Pare de ficar de mau humor.

Temos uma missão futura que nos manterá longe por dias, se não uma

semana. Recuso-me a confiar nos médicos humanos para cuidar de minha

companheira enquanto estivermos fora. Eu confio na Jessa.

Vera suspirou interiormente. Ela odiava a ideia de ficar separada de

Roth por mais do que as horas que ele passava em seus turnos de trabalho,

treinando as equipes táticas. Ela ansiava quando o grupo poderia se retirar

para o planeta Veslor. Roth tinha garantido a ela que seu rei permitiria em

breve, agora que eles tinham companheiros e filhotes.

Houve um tempo em que ela facilmente deixou seus namorados por

meses a fio, sem hesitação. O trabalho sempre veio em primeiro lugar. Ela

não tinha amado nenhum daqueles homens, no entanto. Roth se tornou tudo

para ela. Ela o amava de todo o coração. Cada segundo com ele a deixava

feliz.

Ela já sabia que ele não demoraria muito. Foi uma missão curta que a

Frota atribuiu às equipes táticas. Ela simplesmente odiava a ideia de dormir

sem ele.
Roth pareceu sentir seu desconforto ao se aproximar, pegando sua mão

novamente. Ela encontrou seu olhar dourado. Seus olhos eram

absolutamente lindos. Ela viu a preocupação neles.

— Estou bem. — Sussurrou. — Eu só vou sentir sua falta como uma

louca. Mas é apenas uma semana, no máximo.

— Você não estará sozinha.

Ela sabia disso. Agora Darla, Abby e os gêmeos eram sua família, junto

com os outros Veslors. Até Clark agia como um tio para ela. — Eu sei. Você

me mima demais.

Roth riu. — Não existem coisas demais para minha companheira. — Ele

baixou a voz. — Não se preocupe comigo ou com os outros machos nesta

próxima missão. Sempre voltaremos para você. Veslors são durões.

— Eu sei. — Ela acreditou nele. Era mais que ela sentiria falta dele

enquanto ele estava ajudando a Frota. Mas foi o que ele fez e como eles se

conheceram. Outras pessoas também precisavam de ajuda.

— Podemos comer agora? — Maith parecia zangado. — Estou com

fome e garantiram que é rude comer até que os dois parem de falar. Regras

humanas idiotas.

— Pare de ser um idiota reclamão. — Jessa disse suavemente. — Você

não pode ver que eles estão tendo um momento? E não é idiotice. É

educação.
— Você nem deveria estar aqui. — Maith rosnou.

— Bem, eu estou. — Jessa ergueu a mão e mostrou-lhe o dedo do meio.

— Isso é outra coisa que é rude. Só para você saber.

Maith olhou furiosamente para a médica, revelando suas presas.

Vera lutou contra uma risada. Ela achou aqueles dois divertidos. — Sem

brigas na mesa. Como companheira de Roth, vou fazer disso uma regra. —

Ela olhou para seu companheiro. — Posso fazer isso?

— Sim. — Roth riu, antes de lançar um olhar estreito para Maith. —

Comporte-se. — Então ele esticou a cabeça para olhar para Jessa. — E não o

antagonize.

Maith resmungou, mas não discutiu.

Roth se virou para Vera. — Nenhum arrependimento?

— Só que quase morri para te encontrar. Tudo que eu sobrevivi valeu a

pena. Agora você é tudo para mim.

Fim
Para você que chegou até aqui, o nosso muiiiito obrigado.
Esperamos que tenha gostado pois foi feito especialmente para

você!

Continue com a gente!

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