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Prisca Lessa Mendonça

MATERNIDADE
ORDINÁRIA
Reflexões ordinárias de mãe para mãe
MATERNIDADE
ORDINÁRIA
Reflexões ordinárias de mãe para mãe
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fonte.

Coordenação editorial
Prisca Lessa Mendonça
Diagramação
Prisca Lessa Mendonça
Revisão
Vilmara Lima
Ao meu pequeno Asaph, que me concedeu
o mais belo e nobre título: mãe.

Ao meu marido, Luís, por me tornar mãe e


me permitir viver uma maternidade
ordinária, cheia da graça de Deus.

À minha mãe, Perpétua, por me ensinar a


ser mãe através do seu exemplo.

Amo vocês!
SUMÁRIO
Dedicatória ____________________________________ 04
Introdução ____________________________________ 08

PARTE 1: UM CONVITE AO ORDINÁRIO

O chamado ordinário ___________________________ 13


Liturgias ordinárias ____________________________ 16
Há beleza no ordinário _________________________ 19
Uma vida "pequena" ___________________________ 22
Nem mães pequenas, nem lares pequenos ______ 23

PARTE 2: MATERNIDADE ORDINÁRIA


Consolo a uma gestante _______________________ 26
Quero ser como minha mãe ___________________ 36
Nasce uma mãe ______________________________ 39
Maternidade e a glória de Cristo _______________ 42
Carta a um pai recém-nascido _________________ 44
Celebração - 1 mês _____________________________ 51
Entre a glória e a poeira ________________________ 57
Lições aprendidas com a maternidade __________ 60

PARTE 3: TEOLOGIA E DEVOÇÃO


Mães cansadas precisam cultuar ________________ 64
Celebração - 2 meses ___________________________ 72
Vinde à mesa do Senhor ________________________ 75
A vida das plantas e minha vida devocional ______ 78
Rotina devocional ______________________________ 82
Celebração - 3 meses ___________________________ 86
Deleite-se na porção do Senhor hoje ____________ 88
Devocional não é coisa de adulto ________________ 91
Toda mãe uma teóloga _________________________ 95
Teologia no ordinário ___________________________ 98
Celebração - 4 meses _________________________ 103
Pequenos teólogos ____________________________ 106
Não as impeçais _______________________________ 110
Leve as crianças para o culto ____________________ 111
Aprender em comunidade ______________________ 115
O evangelho e as chaves de casa ________________ 118

PARTE 4: ROTINA E EXULTAÇÃO


Deus exulta na monotonia _____________________ 125
Rotinas existem para servir ____________________ 131
Celebração - 5 meses __________________________ 135
Cultuando na segunda-feira ___________________ 137
Arrumando as nossas camas de novo __________ 140

PARTE 5: OS DIAS SÃO LONGOS


Celebração - 6 meses _________________________ 144
Introdução alimentar __________________________ 146
Banheiros não são autolimpantes ______________ 149
Tic-tac... Paciência _____________________________ 153
Hábitos se criam diariamente __________________ 156
Circunstâncias indesejáveis _____________________ 159
Celebração - 7 meses __________________________ 162

PARTE 6: TRABALHO E DESCANSO


Mais um dia bem vivido ________________________ 166
Gaste-se para a eternidade _____________________ 168
O trabalho de uma mãe ________________________ 173
Celebração - 8 meses __________________________ 177
Flores, organização e Marie Kondo ______________ 180
Vá a Jesus e tire um cochilo ___________________ 184
Descanse _____________________________________ 184
A cultura do descanso _________________________ 188
Milagres ordinários ____________________________ 193

PARTE 7: OS ANOS SÃO CURTOS


Celebração - 9 meses __________________________ 198
Não seja indispensável ________________________ 201
O coração e a obediência _____________________ 206
Eternamente infantil __________________________ 209
Guerra de úteros ______________________________ 212
Cuide do seu cônjuge _________________________ 216
Celebração - 10 meses ________________________ 220
O dia em que fui dispensável __________________ 224
A frustração de não sermos perfeitas __________ 228
Interrupções ou oportunidades ________________ 232
Celebração - 11 meses _________________________ 234
Filhos não são empecilhos ____________________ 238
Eu sou influenciadora _________________________ 239
Celebração - 1 ano ____________________________ 242

CONCLUSÃO
De mãe para mãe _____________________________ 246
INTRODUÇÃO
Afinal, o que é a maternidade ordinária?
Talvez, nem eu mesma saiba defini-la com
palavras precisas, mas quero me esforçar para
compartilhar o que entendo por isso.
A maternidade ordinária é a forma que eu
encontrei para viver entre dois espectros: de um
lado, a “maternidade real” – sempre insatisfeita,
frustrada e pessimista –, e de outro, a
“maternidade romântica”, onde a mãe vive em
função dos filhos e eles se tornam o centro de
sua própria identidade.

A maternidade ordinária reconhece os desafios


da maternidade. Ela não é ingênua a ponto de
desprezar a difícil realidade de criar filhos neste
mundo. Ela reconhece os efeitos da Queda, não
somente no mundo, mas em seu próprio
coração – e no coração de seus filhos.

Mas a maternidade ordinária também


reconhece e percebe a graça de Deus a
despeito da Queda, e consegue ter esses
vislumbres da graça nos dias comuns.

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Ela vê Deus agindo na fraqueza. Ela enxerga a
maternidade como um árduo, mas gloriosos e
necessário processo de santificação.

A maternidade ordinária é comum, cansativa e


sacrificial. Não é a maternidade das supermães,
impecavelmente perfeitas. Também não é
sobre as mães que amam seus filhos, mas
odeiam a maternidade. Não, ela não é a
maternidade das mães arrependidas, que
escolhem resmungar e se lamentar. Ela é
intencional e reconhece o poder de Deus
atuando nas nossas fraquezas. Mesmo cansada,
ela insiste mais um dia.

A maternidade ordinária é feita por mães que


choram, mas também é feita por mães que
oram e confiam que no Senhor nenhum
trabalho é vão, que nenhuma semente será
desperdiçada e que, no fim das contas, não é só
sobre trabalharmos para tornar os nossos filhos
determinados tipos de pessoas, mas sobre
quem estamos nos tornando nesse processo.
Afinal, nós os santificamos e eles nos santificam.

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A maternidade ordinária é um paradoxo. É
doce e é amarga, agridoce. É viver a alegria do
“já” enquanto se aguarda pelo “ainda não”. É
viver o hoje com fé no amanhã. É dar tudo de si,
confiando na graça. A maternidade ordinária é
a escolha diária de não colocarmos nem a
maternidade, nem nossos filhos no altar que
pertence somente ao Senhor, compreendendo
que ser mãe não nos define, em última
instância, mas nos forja para sermos quem
Deus deseja que nós sejamos.

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UMA VIDEIRA
FRUTÍFERA

"Será como videira frutífera em sua casa; seus filhos


serão como brotos de oliveira ao redor da sua mesa."
(Salmos 128:3)
PARTE 1
Um convite ao ordinário
O CHAMADO
ORDINÁRIO
"Se até mesmo o mais extraordinário de todos os
chamados neste mundo foi construído sobre dias
ordinários, dias de cansaço e rotina, por que insistimos
em desvalorizar o ordinário?"
Lamentavelmente, nossa cultura viciada em
grandeza transformou o ordinário em algo
indesejável, algo indigno de ser mencionado.
Contudo, houve um homem na história que,
mesmo tendo o mais extraordinário de todos os
chamados, viveu de modo ordinário neste
mundo, entre a poeira das ruas de Nazaré, o
suor e a serragem numa carpintaria.

Ele não julgou que ser grande era algo ao qual


deveria se apegar. Ao invés disso, esvaziou-se e
viveu da forma mais ordinária possível, até a
morte, e morte de cruz.

Na vida de Cristo enxergamos um chamado


(extra)ordinário. Ele sabia para que veio, sabia
que sua vida seria marcada por momentos de
tirar o fôlego, e que entre esses grandes
momentos, ele viveria o ordinário: faria os
deveres de casa, obedeceria aos seus pais,
criaria e consertaria peças na carpintaria, ensi-

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naria repetidamente um grupo de homens
tardios em aprender e dependeria da provisão
de Deus da forma mais ordinária possível – não
pense que Jesus multiplicava pães e peixes a
todo momento (Jo 4.27-31, Mt 16.5-7).

Jesus sabia de seu chamado extraordinário,


mas ele viveu de modo ordinário neste mundo.
Ele foi um homem comum. Você o veria no
metrô, você o veria comprando água na fila do
ônibus – enquanto também estaria oferecendo
água viva para a vendedora ambulante, você o
veria tomando vinho e se alegrando no
casamento de um primo ou esperando o
almoço ficar pronto na casa de amigos
queridos. E em cada uma dessas circunstâncias,
ele estaria sendo plenamente Deus,
plenamente extraordinário.

Se até mesmo o mais extraordinário de todos


os chamados neste mundo foi construído sobre
dias ordinários, dias de cansaço e rotina, por que
insistimos em desvalorizar o ordinário?

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LITURGIAS
ORDINÁRIAS

"Todos os dias somos moldados, sabendo ou não, por


práticas, rituais e liturgias que nos tornam quem somos."
(Tish Warren)
Alguns livros são como tomar um
profundo fôlego depois de se sentir
sufocado, e o livro Liturgia do Ordinário é
um deles. Na época em que ouvi o
audiobook, fiquei na expectativa de que,
algum dia, ele fosse publicado em formato
físico. Eu queria poder grifar várias partes
importantes e significativas para mim.

A ideia principal do livro, que desde que li


tenho buscado aplicar, é que as nossas
rotinas e hábitos formam liturgias.

Liturgia não é somente aquilo que


acontece no culto público aos domingos. A
liturgia é um ritmo, uma sequência de
atividades que estão nos levando para
algum lugar e apontando para a
centralidade de algo em nossas vidas.

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São os hábitos e as práticas repetitivas que
motivam como vivemos e o que amamos.
Eles moldam os nossos amores, desejos,
quem somos e o que adoramos. Sendo
assim, precisamos assumir práticas e
hábitos que direcionem o nosso amor e
desejo para Deus.

"A maior parte dos nossos dias, e portanto


a maior parte das nossas vidas, é dirigida
por hábitos e rotinas. A nossa maneira de
estar no mundo nos adentra por meio do
ritual e da repetição. Todos os dias somos
moldados, sabendo ou não, por práticas,
rituais e liturgias que nos tornam quem
somos." (Tish Warren)

Nossas rotinas compõem nossa vida.


Nossas rotinas são uma espécie de culto.
Sejam caóticas ou organizadas, elas
formam nossas liturgias diárias. A grande
questão é: quem é o centro de nossa
liturgia diária?

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HÁ BELEZA NO
ORDINÁRIO

"Há beleza nas nossas rotinas diárias, nas carinhas


amassadas dos nossos filhos, no cheiro de café sendo
coado pela manhã, nos ritmos da vida, sejam eles mais
intensos ou tranquilos."
Há beleza nas nossas rotinas diárias, nas
carinhas amassadas dos nossos filhos, no cheiro
de café sendo coado pela manhã, nos ritmos da
vida, sejam eles mais intensos ou tranquilos. Há
beleza em nosso trabalho, nos e-mails a serem
respondidos, no chão a ser varrido, nos
relatórios a serem entregues. Há beleza.

O cansaço, as alegrias, as tristezas, os pequenos


prazeres diários nos apontam para uma
existência maior e mais plena, para a qual
fomos criados.

A vida comum é um vislumbre da eternidade,


de fato, uma frestinha pela qual enxergamos
Deus. Deus não desprezou este mundo
comum e nossas vidas comuns. Este é um
convite para olharmos para a nossa vida como
um teatro da glória de Deus, e cada aspecto
dela, como uma oportunidade para refletir essa
glória.
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Se estivermos atentos, perceberemos Deus se
revelando até mesmo nas atividades mais
triviais do nosso dia a dia, e passaremos a
valorizar cada uma delas, manifestando, assim,
sua glória extraordinária em nosso mundo
ordinário. Que possamos refletir a glória de
Deus em nossa vida comum.

Há beleza no ordinário.
Convido você a treinar o seu olhar para
enxergar essa beleza. Essa perspectiva mudará
a sua forma de encarar os seus dias comuns, o
seu trabalho e a sua missão.
Busque a beleza e a graça de Deus na vida
ordinária. Não espere pelos grandes
acontecimentos. Olhe pela fresta e você a
encontrará!

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LEMBRE-SE:
uma vida pequena ainda é
uma vida significativa.
“Cheguei ao ponto em que não tenho mais
certeza sobre o que exatamente Deus
considera radical. Suspeito que para mim, lavar
a louça quando falta sono e paciência custa
muito mais e necessita maior revolução em
meu coração do que algumas das coisas mais
arriscadas que vivi no passado. Assim, é o que
preciso no momento: coragem para enfrentar
um dia comum — uma tarde com um bebê
com cólicas, quando provavelmente vou ser
ríspida com meu garotinho de dois anos e me
irritar com meu vizinho barulhento — sem
desespero, é preciso coragem para crer que
uma vida pequena ainda é uma vida
significativa, e é preciso graça para saber que o
Senhor me vê e me ama mesmo que eu não
tenha feito nada poderoso ou ousado ou até
mesmo interessante, e isto me basta.”
(Tish Warren)
NEM MÃES
PEQUENAS,
NEM LARES
PEQUENOS
"É Deus, não o mundo, que determina o valor e o uso de
nossos filhos, de nossos lares e de nossa maternidade."
(Tanner Swanson)
“Em algum momento, nossos bebês se
transformarão em crianças pequenas, e nossas
crianças se tornarão 'crianças grandes'. No
entanto, uma vez que nós, mães, passamos
cada vez mais tempo em lugares pequenos:
cozinhas, despensas, lavanderias, quartos;
cuidando de pessoas pequenas em lugares
pequenos, tendemos a nos sentir pequenas
também.

Mas, devemos ver como Deus vê. Nosso


pequeno povo e nossos pequenos lugares —
certamente são pequenos, mas Deus os fez.
Deus os governa. Deus os deu a nós. E, sendo
assim, é Deus, não o mundo, que determina o
valor e o uso de nossos filhos, de nossos lares e
de nossa maternidade.”

(Tanner Swanson)

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