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Cesário Verde

Anonimato de Cesário Verde  estava a frente do seu tempo – os Homens do seu


tempo não o compreendiam.

Contextualização Histórico-literária
Realismo – Naturalismo

 Características da poesia:

-- Tom anti declamatório e antirromântico


-- Objetividade na observação da realidade
-- Poetização do real e do quotidiano
-- Critica social da era industrial

Avaliação negativa da cidade (espaço urbano)

 A representação da cidade e dos tipos sociais


-- A cidade moderna – atração e repulsa  rica em temas, mas ao mesmo tempo
símbolo da opressão, miséria e morte humana.

-- A cidade – símbolo da opressão da vida burguesa

-- Intensão satírica da poesia (crítica)

-- Poetização de todos os tipos sociais  dá dignidade poética, ou seja, também eles


são personagens de relevo nos seus poemas

-- Solidariedade  não tem medo de se debruçar sobre os podres sociais e os mais


desfavorecidos

 Deambulação e imaginação: o observador ocasional

-- Deambulação e captação poética da realidade


-- O real como catalisador da imaginação  é a partir do real que o sujeito imagina
-- Notas poéticas

Grande dinamismo, o sujeito poético está em movimento à procura de temas que


possam “alimentar” a sua poética.

 Perceção sensorial e transfiguração poética do real

--Apreensão da realidade através dos sentidos


-- A cor, a luz, o movimento, o cheiro, o som e o paladar estimulam e inspiram
-- Os estímulos conduzem à metamorfose poética do real

O imaginário épico em “O Sentimento de um Ocidental”

--Poema Longo (44 quadras; 11 quadras em cada parte)


--Poema narrativo, dividido em 4 partes, ordenadas cronologicamente desde o
entardecer até à madrugada.
--O fulgor da memória épica é vencida pelo pessimismo

Linguagem e estilo
Poesia Inovadora e precursora

Modernismo

Cesário sente se enclausurado na própria cidade, como se dela não conseguisse sair.

Surrealismo
“O Sentimento dum Ocidental”
 44 quadras – separadas em 4 partes (11 quadras cada)
 versos decassilábicos (1º verso de cada quadra) e alexandrinos – 12 silabas métricas
(restantes versos)
 poema com estrutura narrativa

Momentos em que está


1. Ave – Marias  6 da tarde
dividido o poema/a descrição
2. Noite fechada escuridão
da “Triste Cidade!”
3. Ao gás.  Iluminação a gás
4. Horas mortas  Noite profunda

 “Ave – Marias”

-- O poeta descreve o movimento da cidade ao cair da noite, que desencadeia a sua


reflexão e introspeção. São vários os contrastes citadinos  a infelicidade dos que
ficam opõe -se à felicidade dos que partem. Os trabalhadores contrapõem-se aos
ociosos; os favorecidos contrastam com os socialmente mais frágeis.

O poeta apresenta a cidade, o espaço onde vai deambular e mostra a oposição entre as
classes sociais.

Espaço – ruas de lisboa


Altura do dia – anoitecer
Sentimentos  melancolia; Soturnidade; Náusea (provocados pela cidade) 
Provocam o “desejo absurdo de sofrer” associado ao espaço e às sensações
registadas  O gás – enjoa e perturba;
Os edifícios e a turba – São de cor monótona e londrina;
As edificações – são como gaiolas  ideia de aprisionamento
Varinas – vendedora ambulante de peixe
 “Noite fechada”

-- O poeta transeunte percorre a cidade de noite, reparando nos movimentos, na


luminosidade (artificial e natural) das ruas.
-- O tempo real opõe – se ao tempo sublime de Camões, representado simbolicamente
pela estátua do poeta  inscreve numa homenagem a Camões, passa pela estátua,
invocando o épico de outrora.

-- Intensifica-se a descrição das sensações negativas do sujeito poético  a cidade é


comparada com uma prisão, que enclausura. Acentua -se o sofrimento da melancolia
da primeira parte, que ora degeneram em depressão e morbidez, ora conduzem à
imaginação, à evasão e ao sonho.  transfiguração da realidade que o sujeito poético
faz

“Brônzeo, de proporções guerreiras, um épico doutrora ascende, num pilar!” 


Camões como símbolo  símbolo da epopeia só possível como memória irrepetível
 “Ao gás”

-- O sujeito deambulante (passeia-se) sente se oprimido pelos cenários de miséria e


degradação à sua volta  deixam-no quase num estado de alienação.
 Contínua o jogo de contraste entre a hipocrisia social e religiosa da burguesia
citadina e o trabalho honesto dos operários – destaque para os padeiros.
 Vislumbra se uma última imagem da decadência, na figura de um pedinte, seu
antigo professor de latim.

“A noite pesa, esmaga”  acentua se a ideia de aprisionamento/clausura  “Cercam-


me as lojas, tépidas “  A cidade está iluminada pelos candeeiros a gás.

A cidade é descrita como espaço impuro  espaço da doença, o hospital como


metonímia – e da prostituição, daí a impureza

Impureza da cidade /= honestidade do trabalho (representada no “cheiro salutar e


honesto do pão”)  representação do campo dentro da cidade

Sente -se fora deste tempo (“Mas tudo cansa!”) e quer regressar ao passado
Reflexão sobre o desprezo pela cultura, também encontrada nos lusíadas

 Horas Mortas

- Último momento do longo itinerário pelas ruas da cidade, deambula por uma cidade
às escuras, apenas as estrelas iluminam o caminho. Deseja a perfeição e uma possível
aliança ao coletivo e ao sonho de uma raça futura – a raça do porvir (referência aos
lusíadas)  esta euforia é breve.  termina bum disfórico que abarca todo o coletivo.
 aponta para a degradação da cidade e da humanidade.

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