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Texto:

O poema decorre durante a noite (“Ao anoitecer”, “Fim da tarde”, “Hora de jantar” …) mas
apesar de haver consciência da passagem do tempo, o tempo real torna-se sucessivamente
mais negativo, algo que se repara pelos títulos associados a cada parte do poema.

A cidade a onde o sujeito poético passeia e observa o mundo à sua volta é a cidade de Lisboa.
A visão representada é a de um observador acidental, pois ele desloca-se pela cidade à noite
com deambulação e usa também a sua imaginação para descrever a cidade.

O sujeito poético descreve a cidade como sendo um espaço destrutivo com ausência de amor,
as casas pareciam gaiolas, o ambiente era real com barulho e confusão, espaço oposto ao
campo (vitalidade, energia, ânimo, amor).

No poema são referidos vários tipos sociais aos quais o sujeito poético deixa uma critica.
Descreve o povo como pessoas desprotegidas, frágeis e vítimas, mas ao mesmo tempo uma
classe trabalhadora, cheia de produtividade e autenticidade (vendedora de legumes, calafetes,
obreiras e varinas) o povo foi alvo da simpatia e solidariedade do sujeito poético (“O
sentimento dum ocidental”, “Num bairro moderno” e “Cristalizações”) e também criticou a
maneira como viviam (“bestas ... curvadas”, que têm uma “vida ... custosa”). Já os burgueses
foram alvo de critica e ironia por parte do sujeito poético, descreveu como pessoas
favorecidas, ociosidade, inércia e artificialidade (criado do bairro burguês, dentistas, arlequins
e lojistas). E ainda referiu os marginais que vivem na cidade (ladrões, bêbados, prostitutas) que
eram uma degradação social e moral, ou seja, foram alvo de critica por parte do sujeito
poético.

Cesário Verde – “O sentimento dum Ocidental”

Constituído por 44 quadras, divididas em quatro partes cada parte com 11 estrofes.

• Estrutura: Poema com uma estrutura narrativa:

 Progressão narrativa na noite, encadeada pelas quatro partes

 Relato de pequenos episódios; rapidez da narrativa; inesperado da aventura.


Linguagem, estilo e estrutura: estrofe, metro e rima

– Recursos expressivos: a comparação, a enumeração, a hipérbole, a metáfora, a sinestesia,


uso expressivo do adjetivo e do advérbio

A subversão da matéria épica: Oposição passado/presente: às glórias do passado, das


"crónicas navais" da aventura marítima. O poeta, na sua deambulação pela cidade, procura a
sua identidade e sonha com um futuro melhor. Procura a libertação, a imortalidade e a
perfeição. As personagens refletem o vitalismo dos heróis. São robustas, dinâmicas, fortes e
anónimas.

Perceção sensorial e transfiguração poética do real: A poesia de Cesário Verde sintetiza as


suas experiências percetivas: olhar, ver e observar, captar, ouvir, entender, cheirar, sentir,
apreciar ... provocam no poeta impressões que ele transpõe para os seus versos.

A imagética feminina: A mulher simples e ingénua, pura e quase angelical, capaz de modificar
para melhores aqueles com quem interage é descrita, normalmente, como frágil, mas dotada
de força e de vitalidade. Com origem no campo e uma forte ligação à natureza, opõe-se-lhe a
mulher fatal e sedutora, arrogante. fria e distante, dominadora e reveladora de uma
insensibilidade que atinge o sujeito" poético, que por ela se sente atraído, de forma negativa,
humilhando-o. Este tipo de figura feminina está associado à cidade e à ideia de miséria e de
infelicidade que esta assume, frequentemente, nos poemas de Cesário.

Parnasianismo: Busca a beleza da forma, o rigor, o exato.

Impressionismo: Jogos de luz e sombra.

Avé-Maria: Na 1 estrofe do poema, o sujeito poeta encontra-se a deambular ao anoitecer


pela cidade de Lisboa e o sujeito poético descreve o que vê durante a sua caminhada.
Tema: Deambula pela cidade de Lisboa
Tempo- "ao anoitecer"
Espaço - "nas nossas ruas"
Sentimentos do poeta: Melancolia; Soturnidade; Náusea
Sensações que o poeta sente ao caminhar pela cidade:
• Ao gás- enjoa e pertuba o
• Os edifícios e a turba- faz lhe lembrar  Londres cidade escura
• Edificações- os prédios para o poeta são gaiolas

Noites fechadas: O sujeito poético encontra-se no espaço onde se recorda e descreve o estado
da cidade de Lisboa.
Tempo: Ao acender as luzes
Espaço: Prisão

Ao gás: o sujeito poético refere se há fixação da noite, onde vai caminhado pela rua e
observa o cenário miserável onde acaba por alucinar. Ele imagina imagens triste e
desagradáveis. No título refere-se ao gás para valorizar a luz que proporcionava os
candeeiros acessos a gás naquela noite. Na última estrofe mostra a dor do sujeito.
Tempo: A noite ("A noite pesa, esmaga").
Espaços: Hospitais; Passeios; Lojas
Recursos Expressivos:
• Apóstrofe- "Ó moles hospitais! Sai das embocaduras"
• Enumeração- "Com santos e fiéis, andores, ramos,
• Ironia- "Em ma catedral de um comportamento imenso"
• Metáfora- "que grande cobra, a lúbrica pessoa"
• Dupla adjetivação - "E nas esquinas, calvo, eterno, sem repouso”

Horas Mortas: o sujeito poeta termina a deambulação, onde vai processando que se sente
angustiado e fechado. E madrugada, estão nas ruas alguns soldados e prostitutas, o poeta
sonha com o poder de Portugal e a vontade da descoberta de novos mundos, mas isso não
dura muito, pois ele volta há realidade.
Tempo: Madrugada
Espaço: Cidade

Recursos Expressivos
Personificação- "gritos estrangulados"
Apóstrofe-" Ó nossos filhos!"
Metáfora- "folhas das navalhas"
Adjetivação- "óssea, febris, errantes"
Dupla adjetivação-" infaustas, trinadas"

Antero Quental

Na obra poética de Antero, é visível uma profunda angústia existencial. A poesia anteriana é
dominada pela racionalidade de um pensador que exalta o papel revolucionário do poeta e
que aspira à justiça social e ao Bem. No entanto, na obra de Antero está patente uma busca
permanente da perfeição, que não se compadece com a dimensão transitória e imperfeita da
realidade. A obra poética de Antero é marcada pela busca de um ideal, que pode assumir
diferentes configurações.

 1º lugar: o eu faz a apologia da necessidade de transformação da sociedade


 2º lugar: o eu manifesta também a sua aspiração a um amor que surge, muitas vezes,
com contornos idealizados (e que é, por vezes, associado a uma figura feminina
também ela ideal).
 Finalmente, é de destacar a busca da perfeição a nível ético -que está, obviamente,
também associada à aspiração à justiça social.

Linguagem, estilo e estrutura:

 Linguagem recuperada do Romantismo


 desenvolver uma ideia
 temas filosóficos
 discurso concetual
 metáfora
 alegoria

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