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Fernão Lopes e a

Crónica de Dom João 1

1380/1390 – 1460

Cronista do reino

Documenta todos os acontecimentos e confrontos entre os vários pretendentes ao


trono português durante a crise dinástica.

Relata os acontecimentos horríveis consequentes do cerco castelhano e também a


batalha de Aljubarrota.

Crise Dinástica

Resumo do Cpitulo 11.

Mestre de Avis, juntamente com Álvaro pais e o seu pajem, conspiram contra a Rainha
Leonor Teles e o seu amante Conde Andeiro para conseguirem devolver ao trono
português a independência do povo castelhano, perdida após a morte de D.Fernando.

Esta conspiração procura incentivar o povo, ganhar o seu apoio para que de maneira
conjunta consigam atingir os objetivos acima mencionados. A emergência da
consciência coletiva do povo português.

1. Álvaro pais e o pajem saem a rua a cavalgar enunciando que o conde andeiro
pretendia matar Mestre de Avis nos paços da rainha, que era bastante
admirado pelo povo e visto como a salvação perante a ameaça castelhana, com
o intuito de criar revolta na população, quando na verdade era mestre de Avis
que pretendia matar o conde andeiro.
2. A população pega em armas, algumas delas improvisadas e dirigem se aos
paços da rainha com o intuito de salvar mestre de Avis. Ao chegar deparam se
com as portas fechadas, o que levou ao descontrolo do povo que queria
verificar o estado de vida de mestre de Avis, querendo arrombar as portas ou
até mesmo incendiar os paços da rainha para queimar o traidor e a rainha
Leonor Teles.
3. Ao observar tamanho descontrolo que poderia tomar proporções imagináveis
que punham em causa o objetivo de mestre de Avis, este viu se obrigado a vir a
janela, após matar o conde Andeiro, e mostrar ao povo que estava vivo, pois
apesar de ouvirem os boatos apenas acreditaram após vê-lo.
4. Após o tumulto, mestre de Avis deixa os passos da rainha e contacta com a
população sentido se um sentimento de alívio.
Capítulo 115

Inicio do cerco e prevenção do ataque das tropas de Castela que procuravam vingar se
e recuperar o trono português.

1. Mestre de Avis e seus aliados recolhem alimentos às terras envolventes com o


intuito de sobreviver a possível cerco à cidade de Lisboa. A população
inicialmente divide -se entre os que decidem fugir para Setúbal, os que
pretendem ficar para ajudar pois sentem a vontade de aguentar e salvar a
cidade perante o iminente ataque e alguns grupos que decidem ficar nas vilas
envolventes de Lisboa para apoiar Castela, com o receio de não aguentarem o
cerco.
2. Dentro das muralhas, preparavam se as defesas da cidade, em termos de
muros, torres, armamentos e homens de combate, entradas da cidade, etc.
Tanto os fidalgos a quem foram atribuídas tarefas maiores, mas também
mulheres e homens vulgares do povo que, arduamente, ajudaram a preparar os
terrenos.
3. Existe uma comparação feita pelo cronista, entre os portugueses que defendem
tão bem a sua cidade e os filhos de Israel com o intuito de mostrar a bravura e
postura valente demonstrada pelos portugueses ao enfrentar um reino de
Castela bastante superior em termos de quantidade de homens.

Capitulo 148

Fase avançada do cerco, que durou cerca de 5 a 6 meses, em que Lisboa tinha como
seu animo os homens do rei de Castela, mas também atenuantes da peste negra e da
falta de mantimentos. Esta situação levou a que homens e mulheres fossem expulsos
por não lutar ou contribuir para defesa, enquanto se assistiam a mortes lentas por
fome e à situação precária que se fazia sentir.

1. A meio do longo cerco, faltam mantimentos, devido ao elevado número de


população o que levou a que se corressem perigos para obter alimentos fora
das muralhas. E o mestre foi obrigado a expulsar do cerco certos grupos
socioeconómicos que não contribuíam tão ativamente na defesa (prostitutas,
miseráveis, não combatentes, judeus..) para poupar mantimentos para os que o
faziam.
2. Há quem procure migalhas no chão, as crianças pedem esmolas e as mães vêm
os filhos a morrerem sem capacidade de os alimentar.

Aspeto fundamental para que os portugueses tenham “ganho” esta batalha foi
o surto de peste negra que afetava também os castelhanos e ao propagar se
pelo acampamento dificultou a ação dos espanhóis.
3. Um rumor assombra a cidade. O mestre iria expulsar todos aqueles que não
tinham o que comer, mas vem a ser, mais tarde, desmentido. Fernão Lopes faz
um apelo emocionante às gerações futuras----- que leem a crónica dizendo que
são afortunados (sortudos) por não terem de enfrentar tais sentimentos.

Personagens Individuais e coletivas

Extrema importância salientar, nas crónicas de D.João 1, não só as personagens


individuais, mas a personagem coletiva o povo que foi peça fundamental (força motriz)
para mudança de dinastia, recuperação da independência e a vitória sobre Castela.

Mestre de Avis- homem multifacetado, por um lado bravo e inteligente pela forma
como executou o plano de matar o cone andeiro com grande destreza. Demonstra
aptidões de liderança, corajoso e sem medos de tomar as rédeas de situação, porém
não se mostra um super-humano, tem facetas normas que faziam com que o povo se
conseguisse rever nele. Não é só um líder nato, mas também tem sentimentos e medos
que o aproximam do povo

Álvaro Pais- membro da burguesia e braço direito de Mestre, peça fundamental para a
execução do plano e obtenção do apoio do povo.

Leonor Teles- representa o falso governo português, embora rainha e legitima herdeira
ao trono, estava envolvida com a corte espanhola e tentava extinguir a liberdade
portuguesa. Era apoiada pela alta nobreza e pelo clero, porém repudiada pelo povo
que não se identificava com ela e a apelidava de “aleivosa”. (falsa)

Povo- Personagem principal e mais importante, constitui a força motriz que alimentou
esta revolução. Pode ser apelidado como o heróis coletivo, representado por um
conjunto de pessoas que queria manter a independência lusitana.

Linguagem e Estilo Lírico

Expressava com um estilo bastante próximo do leitor, com uma grande capacidade de
transmitir sensações vividas pelas personagens e o ritmo que esta levava.

Visualismo

Dinamismo
Coloquialismo

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