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APRESENTAÇÃO ORAL – Contexto histórico – Cerco de Lisboa na Crónica de

D. João I

INTRODUÇÃO
- Bom dia, hoje vou contextualizar historicamente o cerco de Lisboa narrado por Fernão Lopes
na crónica de D. João.
- Começando por: elucidar brevemente sobre o capítulo da obra.
- “Das tribulações que Lixboa padecia per mingua de mantimentos”, capítulo 148:
Neste capítulo, a cidade de Lisboa encontra-se cercada pelos castelhanos e são descritas as
várias dificuldades e carências que passava o povo de Lisboa – fome, doenças, depressão e
tristeza.

DESENVOLVIMENTO
- O cerco de Lisboa foi em 1384 e durou 4 meses.
Para contextualizar, nessa época, Portugal passava um período débil, devido à morte de D.
Fernando I, visto que o rei apenas tinha uma filha (D. Beatriz) e que era casada com o rei de
Castela. Isto apresentava diversas suscetibilidades à independência da nação, pois após a sua
morte, Leonor Teles, esposa de D. Fernando, ficou como regente, ou seja, Portugal não tinha
rei. No entanto, após um golpe encabeçado pelo mestre de Avis, resultando o assassinato do
conde Andeiro, amado de D. Leonor, este é aclamado como Regedor e Defensor do Reino,
passando agora a dedicar-se a defender Portugal das invasões castelhanas.

- É Castela que cerca a cidade de Lisboa por terra e por mar, com o objectivo de dissuadir
Mestre de Avis dos seus propósitos.
- O Mestre soube antecipadamente do cerco dos castelhanos e ordenou às populações para se
abastecerem e se protegerem. Porém, esta preparação antes do cerco não deu conta de evitar
as grandes consequências de um cerco tão demorado.
-E como descrito em várias partes do capítulo, as pessoas passavam por condições deploráveis,
sobretudo, de escassez de alimentos. Sendo algumas medidas tomadas, expulsar aqueles que
gastavam mantimentos e não contribuíam para a defesa das muralhas.
- «(...) estabelecerom deitar fora as gentes minguadas e nom perteencentes pera defensom; e
esto foi feito duas ou tres vezes, ataa lançarem fora as mancebas mundairas e Judeus e outras
semelhantes, dizendo que pois taes pessoas nom eram pera pelejar, que nom gastassem os
mantiimentos aos defensores; mas isto nom aproveitava cousa que muito prestasse.»

- A força coletiva e impulsionadora do povo mostrou-se muito importante para continuar a


resistir.
- E foi a 3 de setembro que Castela levantou o arraial devido essencialmente à peste que se
propagava entre os seus homens, causando muitas baixas. Depois de levantado o cerco, o
mestre de Avis, em companhia com Nuno Álvares Pereira foi submetendo vilas e cidades até
chegar a Coimbra, onde o Mestre foi coroado como rei de Portugal.

CONCLUSÃO

PARA TERMINAR,
O povo de Lisboa encontrava-se finalmente seguro e livre de perigo. A situação pela qual
passaram aquelas pessoas foi tão terrível que FL, no meio de tanta dor, congratula as geração
futuras por terem a sorte de não experienciar tamanho sofrimento.
«(...)como veviriam em desvairados cuidados quem sofria ondas de taes aflições? Ó geeraçom
que depois veo, poboo bem aventuirado, que nom soube parte de tantos males, nem foi
quinhoeiro de taes padecimentos! Os quaes a Deos por Sua mercee prougue de cedo abreviar
doutra guisa, como acerca ouvires.»

Em síntese,
O cerco de Lisboa de 1384 foi um momento histórico importante para Portugal, pois marca um
grande ataque ao reino da nação, mas como em vários momentos históricos em que Portugal é
ameaçado, o povo português, unido como um só, prevalece.

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