A crónica de D. João I representa, sem dúvida, a legitimação da dinastia de Avis,
legitimação essa que veio da força do povo que fora habilmente conduzido pelo povo, que queria preservar a independência de Portugal de todos aqueles que a queriam ocupar, os Castelhanos. Recordando que, no capítulo 11, Fernão Lopes relata como se deu a aclamação do Mestre, após o assassinato do Conde Andeiro e as ações da população quando soube que o Mestre corria perigo. Só quando viu o Mestre à janela dos paços da rainha é que o povo se acalmou e mostrou alegria, satisfação e alívio. Porém, apesar de o povo apelar D. João Mestre de Avis para ser seu rei, o rei de Castela, casado com D. Beatriz, filha do anterior rei de Portugal, D. Fernando, decide cercar a cidade de Lisboa e os preparativos para resistir ao cerco são relatados por Fernão Lopes, no capítulo 115. Como efeito ao saberem da vinda do rei de Castela, o Mestre e o povo de Lisboa, começaram a recolher mantimentos muitas foram as lezírias e trouxeram animais mortos para preparem e terem alimento. As populações começaram a movimentar-se do exterior da cidade para o seu interior, sendo que muitos lavradores aí se recolheram com os seus filhos e mulheres. Alguns seguiram para Setúbal e Palmela e muitos permaneceram nas vilas que apoiavam o rei de Castela. Fernão Lopes fez então, um pormenorizado relato de como a população começou a preparar a defesa da cidade. Primeiro falou de como decorria a defesa ao nível das muralhas e das torres, reformando que o Mestre entregava