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EDUCAÇÃO LITERÁRIA

PORTUGUÊS

10.º ano

Crónica de D. João I de Fernão Lopes

Programa, Metas Curriculares e Aprendizagens Essenciais de Português – 10.º ano

Excertos de 2 capítulos: Contexto histórico.


XI (11), CXV (115) ou CXLVIII (148) da Afirmação da consciência coletiva.
Primeira Parte Atores (individuais e coletivos).

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Resumos dos capítulos estudados da Crónica de D. João I

• Capítulo XI – O povo via no Mestre o seu herói

No capítulo XI da Crónica de D. João I, relatam-se os acontecimentos que se seguem ao momento em


que D. João Mestre de Avis matou o Conde Andeiro, nobre galego e amante de D. Leonor Teles, viúva do rei D.
Fernando. Este é um momento de indecisão política, visto que o rei de Castela aspirava ao trono de Portugal e
a regente se preparava para aceitar esse desfecho. Para evitar que isso acontecesse, Álvaro Pais e o pajem
lançaram o rumor que matavam o Mestre no Paço, com o objetivo de criar alvoroço na cidade, para o Mestre
conseguir matar o conde Andeiro. Ao ouvir que matavam o Mestre, o povo juntou-se e dirigiu-se ao Paço para
o salvar. As movimentações e os gestos dos populares são feitos segundo um objetivo comum, o que contribui
para a afirmação da sua consciência coletiva.
Quando chegaram ao Paço, as portas estavam fechadas e, de dentro, ouviram que o Mestre estava vivo,
embora o povo não tivesse acreditado no que ouvia; por isso, o Mestre mostrou-se à janela e pediu para as
pessoas se acalmarem, pois ele estava são e vivo. Saiu então do palácio rodeado pela multidão que o aclamava
e que lhe perguntava o que devia fazer. Ele agradeceu ao povo toda a ajuda prestada e respondeu que já não
precisava de mais nada. De seguida, o Mestre foi acompanhado pelos seus conselheiros até ao local onde ia
comer e, no momento em que se ia sentar à mesa, com o Conde de Barcelos, chegou a notícia de que a multidão
furiosa queria matar o Bispo, que apoiava a entrada de D. João I de Castela em Portugal.

• Capítulo CXV – Os preparativos para enfrentar os castelhanos durante o cerco de Lisboa

Decidido a conquistar o trono português, a que considerava ter direito por ser casado com D. Beatriz,
herdeira de D. Fernando, em 1384, João I de Castela invadiu Portugal com as suas tropas. Assim, neste capítulo,
é descrita a forma como Lisboa se preparou para o cerco feito pelas tropas deste monarca.
As pessoas prepararam mantimentos, recolhendo e salgando víveres e transportando gado morto em
embarcações. Também planearam formas de defesa, pois colocaram material bélico nas torres, atribuíram áreas
de defesa a alguns fidalgos ou cidadãos apoiados por grupos de soldados, combinaram um alarme comum, entre
outras ações de preparação. Durante este processo, o Mestre revelou-se um verdadeiro líder, ao atribuir tarefas
de defesa aos responsáveis, ao confirmar, de noite, se as muralhas e as portas estavam seguras, confiando as
chaves a homens da sua confiança e mandando construir estacas para defender a zona da Ribeira. O povo de
Lisboa respeitava as ordens do líder e envolvia-se nas tarefas propostas. Na verdade, diferentes grupos sociais,
nomeadamente os fidalgos, os mesteirais (os artesãos), os membros do clero e as raparigas, envolveram-se na
defesa da cidade, movidos num espirito patriótico, tendo demonstrado coragem, audácia e união.

• Capítulo CXLVIII – A fome, a falta de esperança, mas a união popular em Lisboa


Ainda durante o cerco de Lisboa, as pessoas sofriam as consequências desta situação política.

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A nível económico, havia falta de mantimentos e os poucos produtos que se vendiam (como o trigo) eram
demasiado caros, sobretudo para os mais pobres. Por isso, alguns iludiam a fome com ervas e água, e as mães
não tinham leite para alimentar os seus filhos, e apenas choravam. A nível social, o cerco de Lisboa tinha
provocado o aumento de doenças, devido à má alimentação e à subnutrição das pessoas, o que causou o
aumento do número de mortes. Nas ruas e praças da cidade, apareciam cadáveres de homens e de rapazes.
Também havia demasiada população na cidade, porque muitas pessoas das aldeias em redor tinham-se
recolhido em Lisboa.
Neste contexto de dificuldades económicas e sociais, as pessoas caracterizavam-se por sentimentos de
tristeza e de desespero. Muitos maldiziam o dia em que nasceram e pediam que a morte os levasse depressa.
Consciente da gravidade da situação, mas ciente de que nada podia fazer, o Mestre tentava ignorar os rumores
do povo. Como o desânimo era geral, o cronista interpela o leitor, realçando o sofrimento vivido por estas
pessoas e lamentando pelos que sofriam.
No entanto, o sofrimento quotidiano não impedia que a população se lançasse ao combate, quando era
necessário.

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CRÓNICA de D. João I - exercícios

Educação literária - interpretação


1.
734| 2009| 2.ª fase
GRUPO I

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1. As ações do Pajem e de Álvaro Pais obedecem a um plano previamente traçado.
Justifique esta afirmação, com base na informação contida no texto.

2. Descreva três das reações das «gentes» aos apelos lançados pelo Pajem e por Álvaro Pais.

3. Explique a relação de sentido que se estabelece entre o texto e a frase que lhe serve de título.

4. Refira uma característica da escrita de Fernão Lopes patente no texto, fundamentando a resposta
com citações relevantes.

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2.

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3.

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Texto expositivo

639| 2021| 1.ª fase

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