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CRÓNICAS DE D.

JOÃO I

SÍNTESE GLOBAL DE
PREPARAÇÃO PARA
O EXAME NACIONAL
2018/2021

ELABORADO POR
PAULO INÁCIO
GUERREIROINACIO3@GMAIL.COM
CRÓNICA DE D. JOÃO I 2018/2021

CONTEXTUALIZAÇÃO
HISTÓRICA E LITERÁRIA DA OBRA E AUTOR

Fernão Lopes nasceu entre 1380 e 1390, A obra de Fernão Lopes situa-se, pois, na
existindo escassos registos da sua Época Medieval, período dos cronistas, e
biografia. Sabe-se que se dedicou à constitui-se como um precioso
profissão de tabelião e foi guarda-mor da documento literário e histórico, uma vez
Torre do Tombo, local onde se que o cronista faz o relato de factos
encontravam os documentos oficiais do históricos, numa prosa verdadeiramente
Reino. inovadora e artística.
Foi-lhe, em 1434, incumbida, por D.
Duarte, a importante missão de escrever
a história dos Reis de Portugal, tornando-
se o cronista-mor do Reino.

SÍNTESE DA OBRA

A Crónica de D. João I diz respeito a um período marcado por tensões políticas


devido à crise económica e social do século XIV.
Com a morte de D. Fernando, o Formoso, surge um problema de sucessão, no
qual, D. Leonor Teles é proclamada regente, tendo o apoio do manipulador e
"astucioso fidalgo galego" Conde Andeiro (que pretende a anexação de
Portugal a Castela).
Álvaro Pais, antigo chanceler-mor dos reis D. Pedro e D. Fernando, toma a
iniciativa de matar o Conde Andeiro e escolhe para essa tarefa D. João, Mestre
de Avis (irmão do falecido D. Fernando e filho ilegítimo de D. Pedro e D.
Teresa Lourenço) que aceita a incumbência.
"[...] à mesma hora em que o Mestre fosse matar o conde, a população seria
alarmada com a notícia de que no Paço queriam matar o Mestre, e era
urgente acudir-lhe. A multidão acorria ao Paço e ninguém ousaria fazer
mal ao Mestre".
CRÓNICA DE D. JOÃO I 2018/2021

SÍNTESE DA OBRA - CONTINUAÇÃO

As coisas passaram-se exatamente como Álvaro Pais previra: o Mestre


entrou no Palácio, matou o Conde e apareceu à janela, mostrando que
escapara à suposta cilada, o que levou à população a aclamá-lo "Regedor e
defensor do Reino".
"Estes factos desencadeiam levantamentos populares em várias regiões. O rei
de Castela tenta sufocar a revolução [com o cerco de Lisboa], mas a peste
dizima as forças invasoras e obriga-as a retirar".
O Mestre de Avis é aclamado Rei de Portugal, nas Cortes de Coimbra de 1385.
"A monarquia nascida da revolução depressa reencontra o equilíbrio e
reestabelece, sob égide de um poder real robustecido, a primazia política da
nobreza".

AFIRMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA
COLETIVA

A morte do Conde Andeiro e o apelo de Álvaro Pais em defesa do Mestre de Avis levam
à adesão popular e a que o povo e burguesia acorram aos Paços da Rainha, agindo
solidariamente e com uma consciência coletiva.
O cronista não se limita a fazer a apologia da resistência popular aos castelhanos,
mas evidencia, sobretudo, a força da consciência popular que defende a
independência nacional, de armas nas mãos, opondo-se a camadas populares,
designadamente a alguns nobres que assumiam a defesa do rei castelhano.
O povo é sujeito da História, sente-se senhor da terra onde vive e que foi
conquistada pelos seus antepassados, ganhando, por isso, uma consciência coletiva
na sua defesa, porque sente que a pátria é um direito inaliável.
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RESUMOS DOS CAPÍTULOS


PRINCIPAIS
CAPÍTULOS XI, CXV e CXLVIII

CAPÍTULO XI

O pajem do palácio vai a cavalo gritar ao povo que estão a matar o "Mestre de Avis nos
Paços da Rainha".
Com isto, os populares da cidade começam a servir-se das armas que têm para acudir
ao Mestre, pois este era filho de D. Pedro.
Entretanto, circula pelo povo a ideia de que fora a própria regente, D. Leonor Teles
(sob orientação do Conde Andeiro), que mandara matar D. João.
Assim que os populares chegam ao Palácio e veem as portas fechadas:
começam a gritar Mestre e a dizer que vão arrombar as portas;
buscam escadas para subir às janelas;
rodeiam ameaçadoramente o Paço.
Vozes bradam repentinamente, de dentro do Paço, dizendo que o Mestre está vivo e
que D. João Fernandes, o Conde Andeiro, está morto.
A multidão pede confirmação e o Mestre mostra-se à janela.
O povo deseja, também, a morte da D. Leonor, mas ela consegue fugir com os seus
aliados.
O Mestre sai do Palácio, acompanhado de Álvaro Pais, e pede aos populares que
regressem a casa, pois já fizeram a sua parte.

CAPÍTULO CXI

O cenário está instalado: el-Rei de Castela decide cercar Lisboa, que estava de
antemão preparada.
Descrição da recolha de mantimentos e defesa da cidade, bem como enunciação das
características de Lisboa "fortificada".
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CAPÍTULO CXLVIII

O Cerco prolonga-se e começam a faltar mantimentos, sendo que as privações


começam a atingir também os nobres e religiosos.
Consequentemente, todos se ajoelham na terra e pedem misericórdia a Deus ou então
a própria morte.
O Mestre e o seu Conselho condoem-se, mas nada podem fazer, tendo em conta que
também estão a enfrentar as suas próprias necessidades.
O povo queixa-se de dois tipos de inimigos:
os castelhanos, que os cercavam de fora;
a escassez de alimentos, que matava aos poucos dentro das muralhas.
O Cerco acabará quando a peste começa a vitimar sitiados e sitantes, regressando os
castelhanos à sua terra.

Reflexão final de Fernão Lopes: chama à atenção dos outros e futuros portugueses
que não participaram em tal sofrimento e flagelo para porem os olhos na confiança,
na devoção e no patriotismo destes cercados obedientes até à morte.

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